Revista Espírita de Umbanda 18

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REVISTA ESPÍRITA DE UMBANDA

LEIA E COLECIONE Página 06: Povo Cigano. Outubro, mês dos Ciganos, e dia 15, seu dia. Nesta edição, fazemos uma homenagem a esse povo cheio de mistérios, à sua cultura e aos Espíritos que se manifestam na Umbanda dentro dessa Falange. Trazemos também reportagem sobre a 16ª Festa Cigana realizada na “Seara de Luz Tupinambá” em Jarinu, São Paulo, com shows de música e dança ciganas e saudação à Santa Sara Kali. Página 15: Mecanismos da Mediunidade. É reconhecido, já há tempos, que a mediunidade está em todas as criaturas, porque são todas dotadas de campo magnético particular... André Luiz, pela mediunidade de Chico Xavier, desenvolve um estudo sobre os campos eletromagnéticos e os mecanismos por meio dos quais os espíritos se manifestam pelos que são dotados de mediunidade ostensiva. Página 20: Incorporação, Escudo de defesa do médium. Durante os atendimentos, através da mecânica de incorporação, é criado uma espécie de “escudo mediúnico” de proteção onde as auras se interpenetram – a do médium e a do Guia Astral. Se não estivesse incorporado, o médium poderia sofrer rupturas em sua aura.

Página 36: Conversa com Preto-Velho. Nas mensagens de Pai João de Aruanda, pela mediunidade de Robson Pinheiro, encontramos diversos temas que trazem à tona algumas dúvidas que todo umbandista, sendo médium de trabalho ou não, tem. Dentro da filosofia de apresentação desses espíritos, Pai João aborda temas como incoporação e mediunidade e como ser feliz sem culpa.

Página 58: Planetas, Signos e Orixás. Dentro do fundamento dos Orixás como manifestação de determinadas forças da Natureza, existe uma identificação natural entre os planetas e os deuses africanos, cada qual tendo suas características ligadas a um signo astrológico. Seriam os Orixás com elementos como a água do mar, por exemplo, os ligados aos signos.



Cigano é o termo em português utilizado para designar o povo “Roma” – em singular: rom, termo que, traduzido para o português, significa homem – um conjunto de populações nômades que têm em comum a origem indiana e uma língua, o romani, originária do noroeste do subcontinente indiano.

N

a Europa, esses povos de origem indiana e língua romani são subdivididos em grupos étnicos: – Rom: presentes na Europa centrooriental e, a partir do século XIX, também em outros países europeus e nas Américas; – Sinti: encontrados na Alemanha, bem como em áreas da Itália e da França que utilizam o idioma alemão; – Caló: são os ciganos da península Ibérica, embora também presentes em outros países da Europa e na América, incluindo o Brasil; – Romnichals: encontrados no Reino Unido, Estados Unidos e Austrália. Além de migrarem voluntariamente, esses grupos também foram submetidos a processos de deportação, subdividindose em vários clãs denominados segundo antigas profissões e procedência geográfica, que falam línguas ou dialetos diferentes. Segundo estudos, a diáspora dos ciganos começou há 1.500 anos, no Noroeste da Índia. A história do povo cigano ou Rom é ainda hoje objeto de controvérsia. Existem várias razões que explicam a obscuridade que envolve esse assunto. Em primeiro lugar, a cultura cigana é fundamentalmente

oral, de maneira que não foram conservados escritos sobre sua procedência. Os primeiros movimentos migratórios datam do século X, assim, muita informação se perdeu. É importante assinalar que os primeiros grupos que chegaram à Europa Ocidental fantasiavam sobre suas origens, atribuindo-se uma procedência misteriosa e lendária, em parte como estratégia de proteção frente a uma população em que eram minoria, em parte como cena de seus espetáculos e atividades. O termo em português cigano, assim como em espanhol gitano e em inglês gypsy, é uma corruptela de egípcio, aplicado de forma errônea por se acreditar que seriam provenientes do Egito. No século XVIII, o estudo da língua romani, própria dos ciganos, confirmou que se tratava de uma língua indo-ariana, muito similar ao panjabi e ao hindi ocidental. Isso demonstrou que a origem desse povo está na Índia, na zona em que atualmente fica a fronteira com os estados modernos do Paquistão. É provável que os ciganos originaram-se de uma casta inferior da Índia que, por causas desconhecidas, foi obrigada a abandonar o país.

A postura imponente dos ciganos ao dançar mostra como eles enfrentam a vida e orgulham-se do que são. A cigana tem um lugar especial na dança; em muitas tribos ela garante o sustento dos seus com sua arte, atraindo boa sorte para o grupo e a família. Com a cabeça levantada, demonstra o poder de sua raça; o bater dos pés na terra clama a força desse elemento para bailar, as mãos para o alto pedem licença para exaltar a natureza. O cigano, com seu ritmo forte e elegante, atrai atenção. É dele a responsabilidade da proteção e da abertura dos caminhos de seu povo por estradas desconhecidas. No sapateado, a busca da força e da coragem; as

mãos ao céu agradecem e recebem um sol de esperança. A força masculina se mostra e reverencia a natureza. Nos passos da vida encontramos a Dança Cigana, envolvente e transformadora como o fogo, coração pulsante no ritmo do vento. Sábia e reveladora como o ar, de braços abertos buscando envolver um mundo inteiro, é forte e poderosa como a terra, cristalina e mutável como a água, um rito sagrado saudando a natureza que nos deu a vida. Nos contagiantes volteios, dança-se aos pares no ritmo do amor cigano; força, experiências e existências são trocadas. No ritmo sagrado da dança, faz-se da liberdade de sonhar o realizar de uma oração.

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Por muito tempo as carroças foram meio de locomoção dos ciganos, em caravanas pelas estradas da vida.

Para o povo cigano, a família é de suprema importância e assegura toda sua estrutura e tradição.

Sua procedência já foi objeto de todo tipo de fantasia: foram considerados descendentes de Caim ou relacionados com Cam – um dos filhos de Noé. Algumas tradições os identificam com magos caldeus da Síria ou com uma tribo de Israel fugida do Egito faraônico. Uma antiga lenda balcânica os faz forjadores dos pregos da cruz de Cristo, motivo pelo qual teriam sido condenados a errar pelo mundo, mas não há qualquer evidência que situe os ciganos no Oriente Médio nessa época.


XVI FESTA CIGANA

DA

SEARA DE LUZ TUPINAMBÁ Realizada na sede da “Seara de Luz Tupinambá”, em Jarinu, São Paulo, com uma programação especial para saudar Sara Kali. Shows Musicais: •Gui Silveiras (Alecrim) •Juliana Spina (Correntes de Angola) •Dannilu (O Elfo). Show Cigano: •Dannilu •Gui Silveiras •Juliana Spina Dança do Ventre: •Grupo SLT (Bailarina Samira Sahar). Dança Cigana de Casais: (Casal Coimbra, Caravana da Alegria, Rosas e Punhais, Lord Janu, Vera Alboroz)

Fotos: Edu Guerra

Oração a Santa Sara Santa Sara, pelas forças das águas. Santa Sara, pelos seus mistérios, Tu possas estar sempre ao meu lado. Eu, devoto dos filhos dos Ventos, das Estrelas e da Lua Cheia, peço que a senhora esteja sempre ao meu lado.

Em diversas culturas persiste a crença de que o destino individual está previsto nas mãos e que cada palma, desde o nascimento, conserva na sua rede única de montes, vales e marcas, a chave para as possibilidades da vida. E dizem, também, que à medida que a pessoa amadurece, a palma de suas mãos reflete eventos significativos. Mas esses marcos do passado e sinalizações para o futuro são normalmente indecifráveis, exceto para alguns poucos que podem adivinhar o curso da vida através das mãos. A complexa rede de linhas discerníveis em cada palma é capaz de guiar cada um de nós ao longo da vida. Quiromantes analisam

Santa Sara, eu vos peço que meus inimigos nunca me enxerguem Como se sempre fosse pare eles uma noite escura, sem estrela e sem luar. Santa Sara, me abençoe e acompanhe todos os meus amigos E que a todos que baterem em minha porta, eu tenha sempre uma palavra de amor e carinho para dar.

E que pelas fitas do Povo Cigano, pela Estrela de Cinco Pontas, pelos Incensos; pelo meu altar, pelo meu Cigano, eu possa ter sabedoria e amor para ajudar a toda criatura que vier a mim em busca de auxílio.

Que eu nunca seja orgulhoso e que continue a ser a mesma pessoa sincera e bondosa que sempre fui, sou e, tenho certeza, serei. Assim seja!

nessas linhas não apenas o desenvolvimento de traços individuais de caráter à medida que amadurecemos, mas intuições. Armada desse conhecimento uma pessoa pode atuar sobre eventos futuros. As linhas da mão estão constantemente mudando: antigas podem desaparecer ou se tornar mais claras e novas podem surgir. Modificando comportamento e atitudes, podemos mudar nossas linhas para alcançar nosso potencial. A quiromancia é uma arte que se adquire com muito estudo, paciência e hábil capacidade de observação. Durante a análise das mãos, um quiromante examinará cuidadosamente várias características encontradas.

A leitura das mãos sempre foi o método favorito das artes ciganas e, assim, permanece até hoje. Lojas de quiromancia cigana florescem nas cidades e vilas de todo o mundo. A imagem romântica da cigana pensativa e de negros olhos penetrantes, fitando atentamente as palmas, continua a povoar as mentes, trazendo esperança às pessoas que desejam prever e corrigir o próprio futuro. 07


A Seara de Luz Tupinambá é uma organização religiosa de cunho privado e social, sem fins lucrativos e que estabelece sua crença espiritual em um único Deus – Luz da Consciência infinita e primordial que se fez e existe por si mesma – bem como na existência da vida após a morte do corpo físico, quando o espírito se desprende de seu invólucro carnal, ajustando-se a uma dimensão espiritual específica na medida e proporção de seus pensamentos e sentimentos manifestados em vida, formando sua consciência existencial na passagem pela Terra. Uma organização que busca, por meio do estudo, aprimorar conhecimento, aprendizado, filosofia e metafísica, encontrando a prática de um caminho religioso sério e de inserção social, mas também de respeito por parte da comunidade científica. O Dirigente: A Seara de Luz foi fundada em 5 de outubro de 2005 pelo médium Roger Lima, que possui uma biografia de vida dedicada ao auxílio ao próximo por meio de trabalhos ligados a ações sociais. Suas primeiras atividades se iniciaram na década de 1980, no berço da família.

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Roger Lima é formado em Ciências Humanas, Bacharel em Psicologia e pósgraduado em Gestão Educacional. Possui cursos em TVP – Terapia de Vidas Passadas, RM – Regressão de Memória e Watsu Terapia (Técnicas de relaxamento em água aquecida). Sobre esta técnica, desenvolveu a indução à regressão de memória por meio dos movimento corporais. É escritor e compositor; escreve pensamentos de autoajuda com foco na Doutrina Espírita e sobre a Filosofia africana. Quando menino, desenvolveu o interesse pela Igreja Católica e frequentou na adolescencia a paróquia Nossa Senhora do Líbano em São Paulo, participando como trabalhador em cursos de vocação Cristã. Mais tarde, por conta das fenomenologias de ordem espírita, passou a estudar e a participar da Doutrina Espírita e Umbandista, além de estudar as relações da Religião com a Ciência. 08

Influências religiosas e filosóficas •Igreja Católica Apostólica Romana •Seara Bendita – Centro Espírita •Umbanda de Pai Tajubim – Campinas •Templo Guaracy do Brasil •Escola de Sathya Sai Baba •Escola Filosóficas dos Pensadores •Físicas Newtoniana/Quântica/Einstein •Escola Cabalística


Algumas Palavras do Babá (Papai) Amor: “A cada dia, percebo que a dedicação ao próximo vai avançando intensamente em mim, ao mesmo tempo em que os desejos da materialidade do mundo vão perdendo espaço em meu ser. Um desprendimento necessário, creio eu e, pelo qual, um dia, todos terão de planejar e passar para que a transformação da alma caminhe em direção à Luz plena do Criador”. O Tempo: “A vida passa por nós rapidamente; quando menos percebemos, a ampulheta do tempo já sinaliza as rugas e a cicatriz das experiências vividas em solo cristalizador da Terra e de seus valores”. A Terra: “Nosso grande laboratório... Evoluimos da célula à matéria e desta à Consciência de Luz do Criador. Neste grande berço, passamos por todos os tipos de experiência que a nossa consciência racional possa assimilar e aprender. Afinal, o nosso planeta é o laboratório capaz de propiciar a evolução, e não uma colônia de férias”.


Desde que a humanidade começou a se reconhecer como tal, ou até antes disso, o banho passou a integrar nossa rotina. Os primeiros registros desse hábito vêm do Egito, por volta de 3000 a.C., quando banhar-se era uma homenagem aos deuses. Mais do que a bênção divina, isso resultou na longevidade desse povo. Acredita-se que os egípcios conseguiram sobreviver a muitas das pragas da Antiguidade por serem limpos.

T

odos temos, ao redor do nosso corpo físico, um campo eletromagnético composto por corpos sutis. As auras das pessoas e dos lugares funcionam como antenas que recebem e enviam mensagens entre si, que são decodificadas através da nossa intuição. Quando passamos por situações antagônicas, energias desequilibradas se agregam à nossa aura podendo permanecer lá por muito tempo. Ao tomarmos um banho de ervas, limpamos a nossa aura e harmonizamos os nossos chacras, pontos sutis por onde entram as energias em nosso corpo físico. Cada planta tem características próprias que interagem com as nossas energias provocando as mudanças necessárias. As ervas podem limpar, energizar, melhorar nossa autoestima, tirar nosso cansaço, etc. Para fazer o banho, devemos olhar a relação de ervas e propriedades que segue abaixo e escolher aquelas que se adéquam à nossa situação. Depois, pegue um punhado de cada erva e faça um chá com elas. Coe numa jarra e após tomar um banho normal, jogue o chá do ombro pra baixo. As ervas podem ser misturadas e o resultado será melhor se usado número ímpar de ervas.

Preparo com diversas ervas maceradas aplicado no banho para a firmeza de cabeça dos médiuns. Amaci é um ritual, uma espécie de iniciação pela qual todos os médiuns umbandistas, iniciantes ou não, devem passar. O objetivo é despertar as faculdades nobres do médium que ainda estão adormecidas, descarregar, apaziguar o chacra coronário (centro de recepção espiritual) e ainda ligar ou religar o médium ao seu Orixá, fazendo com que vibre essa energia interiorizada em seu espírito, mente e coração. 10

Banhos de Defesa: Serve para a

manutenção energética dos chacras, impedindo que eles se impregnem de energias nocivas em determinados rituais como oferendas em campo de força. As ervas utilizadas para preparar este tipo de banho são aquelas relacionadas ao Orixá regente da pessoa ou que uma entidade receitar.

Banhos de Descarga com ervas: As ervas devem ser colhidas por

Banhos de Descarga: Um dos mais conhecidos, como o próprio nome diz, serve para descarregar e limpar o corpo astral de cargas negativas, eliminando a precipitação de fluidos e formas-pensamento formados por sentimentos como inveja, ódio, irritação, nervosismo, etc). Suprime os males físicos externamente, adquiridos de outras pessoas ou de locais frequentados. Este banho pode ser utilizado por qualquer pessoa, desde que seguindo as recomendações das Entidades/ Guias Espirituais.

pessoas capacitadas, em horário e condições exigidas, entretanto, podem ser usadas também ervas frescas adquiridas no comércio, desde que se conheça. O banho de descarga mais comum é feito com ervas positivas, variando de acordo com os fluidos negativos acumulados que uma pessoa está carregando e com seus Orixás de cabeça. Deve ser tomado após o banho rotineiro, de preferência com sabão da costa, neutro ou de coco. Um banho de descarga não deve ser jogado brutalmente pelo corpo e sim suavemente, com o pensamento voltado para as falanges que vibram naquelas ervas. Ao tomar o banho, pode-se também entoar um ponto cantado, atraindo assim a energia dos guias que vibram com as ervas ali maceradas. Ao terminar o banho, as ervas devem ser “despachadas” em algum local de vibração da natureza como um rio, ou uma mata. Esse processo também pode ser feito sob água corrente. Logo após o banho de descarga é recomendável que se tome um banho de energização com ervas de Oxalá ou do Orixá de cabeça.

Amacis têm funções específicas e seguem um padrão religioso-doutrinário próprio de cada casa e dirigente; há centenas, talvez milhares de formas e objetivos ao se preparar um Amaci. Podem ser coletivos ou individuais e o que vai determinar isso é exatamente o que citamos acima: o propósito e a convicção de quem o está preparando e quem irá recebê-lo. Vale lembrar também que é uma questão de respeito e confiança receber um Amaci na cabeça. Esse ato litúrgico honra o sacerdote e sua casa. Aplicar um Amaci na cabeça de um iniciando é um ato de muita força dentro dos Templos, e requer disciplina e retidão para que seja

atingido seu objetivo. É importante que se estabeleça um objetivo claro para o preparo. A seguir, alguns exemplos de como se preparar um Amaci, seus objetivos e formas. Amaci para apresentação: Muito comum na Umbanda atualmente, consiste em folhas, cascas, sementes, frutos, etc, macerados e preparados, em geral pelo próprio dirigente, com antecedência, deixado na frente do Congá sob a iluminação de velas nas cores do Orixá regente da vibração. É usado em Cultos e Giras coletivas em que todos serão apresentados, em sua mediunidade, à vibração daquele Orixá.

Banhos Energéticos: Utilizados na limpeza de nossa aura e para atrair bons fluidos em situações específicas. Protegem contra forças negativas, nos auxiliam na abertura de nossos caminhos, em nossa saúde, enfim, nos trazem apenas benefícios.


Sou Jefferson Cigano, das lojas “Casa do Cigano”. Há 11 anos no mercado com a rede de

lojas, sou muito sério no que diz respeito à Umbanda e ao Candomblé, à energia e à religião, por isso, decidi montar o “Espaço Cultural Casa do Cigano”, trazendo profissionais sérios que vão passar ensinamentos com seriedade. No Espaço Cultural Casa do Cigano temos Workshops todos os finais de semana, palestras gratuitas e consultas com Tarot e Baralho Cigano todos os dias... Não precisa nem marcar, é só vir aqui. Quer ficar por dentro e muito mais sobre rituais e etc.? Entre em nossa fanpage – Espaço Cultural Casa do Cigano; todos os dias você vai encontrar fotos, novidades, receitas e algumas magias disponibilizadas pelos nossos profissionais, além de textos e mensagens que eu mesmo coloco... Entre e fique sabendo de tudo! Espaço Cultural Casa do Cigano, o maior pólo cultural e espiritual do Brasil! Venha conhecer e faça uma aula gratuita. Maiores informações: 11 2649-2065 / www.espacoculturalcasadocigano.com.br





A Antiguidade já apresentava manifestações mediúnicas. Discípulos de Sócrates referem-se, com admiração e respeito, ao amigo invisível que o acompanhava. Em Roma, no templo de Minerva, Pausânias, condenado a morrer de fome, passou a viver em Espírito na revolta, aparecendo e desaparecendo aos olhos de circunstantes assombrados. Mas foi no Cristianismo nascente que a mediunidade atingiu maior culminância, com a passagem do Mestre inesquecível na condição de Medianeiro da Sabedoria Divina e, continuando-lhe o ministério, seus apóstolos converteram-se em médiuns notáveis, produzindo grandes fenômenos físicos. Compreendemos, assim, a validade permanente do esforço de André Luiz que, servindo-se de estudos e conclusões de conceituados cientistas terrenos, tenta também aqui colaborar na elucidação dos problemas da mediunidade, cada vez mais inquietantes na vida conturbada do mundo moderno. Nesse critério, surpreendemos aqui um livro que estuda. Meditemos, pois, sobre suas páginas”. Emmanuel – Uberaba, 6 de agosto de 1959

Campo Eletromagnético

vinham deles, como poderiam os sistemas atômicos gerá-las criando, por exemplo, o calor e a luz?

Nos primórdios do século XIX, aparece Thomas Young examinando as ocorrências da reflexão, interferência e difração da luz, fundamentando-se sobre a ação ondulatória, seguindo-se-lhe Fresnel a consolidar-lhe as deduções. Sucedem-se investigadores e pioneiros até que, em 1869, James Clerk Maxwell afirma, sem que as suas asserções lograssem despertar maior interesse nos sábios de seu tempo, que as ondulações de luz nasciam de um campo magnético associado a um campo elétrico, anunciando a correlação entre a eletricidade e a luz e assegurando que as linhas de força extravasam dos circuitos, assaltando o espaço ambiente e expandindo-se como pulsações ondulatórias. Cria ele a notável Teoria Eletromagnética. Desde essa época, o conceito de campo eletromagnético assume singular importância no mundo, até que Heinrich Hertz consegue positivar a existência das ondas elétricas, descobrindo-as e colocando-as a serviço da Humanidade. Nas vésperas do século XX, a Ciência já considera a Natureza terrestre como percorrida por ondas inumeráveis que cruzam todas as faixas do planeta, sem jamais se misturarem. Entretanto, certa indagação se generalizara. Reconhecido o mundo como vasto magneto composto de átomos e sabendo-se que as ondas pro-

Fótons e Fluido Cósmico James Clerk Maxwell, centralizado nos estudos do eletromagnetismo, previra que todas as irradiações, inclusive a luz visível, pressionam os demais corpos. Observações experimentais com o jato de uma lâmpada sobre um feixe de poeira mostraram que o feixe se curvou, como se impelido por leve corrente de força. Semelhante corrente foi medida, acusando insignificante percentagem de pressão, mas o bastante para provar que a luz era dotada de inércia. Os físicos eram defrontados pelo problema quando Einstein, estruturando a sua teoria da relatividade no princípio do século XX, chegou à conclusão de que a luz, nesse novo aspecto, possuiria peso específico. Isso implicava a existência de massa para a luz. Como conciliar vibração e peso, onda e massa? Intrigado, o grande cientista voltou às experiências de Planck e Bohr – que estudaram, em 1900, a estrutura do átomo – e deduziu que a luz de uma lâmpada resulta de sucessivos arremessos de grânulos luminosos em relâmpagos consecutivos, a se desprenderem dela por todos os lados. Pesquisadores protestaram contra a assertiva, lembrando o enigma das di-

“RECONHECEMOS

QUE A

MEDIUNIDADE ESTÁ EM TODAS AS CRIATURAS, PORQUE TODAS SÃO DOTADAS DE CAMPO MAGNÉTICO PARTICULAR...

SEJA

DE TEOR

PURGATIVO OU DE ELEVADA SITUAÇÃO, A TRANSPARECER NO TRABALHO EXPIATÓRIO OU NA BEM-AVENTURANÇA DO SACRIFÍCIO

POR AMOR, COM OBJETIVO DA MAIS ALTA CONTRIBUIÇÃO AO PROGRESSO DA

HUMANIDADE”

frações e das interferências, tentando demonstrar que a luz era constituída de vibrações. Einstein, contudo, recorreu ao efeito fotoelétrico – pelo qual a incidência de um raio luminoso sobre uma película de sódio ou potássio determina a expulsão de elétrons da mesma película, cuja velocidade pode ser medida com exatidão, e genialmente concebeu os grânulos luminosos ou fótons que, se arrojando sobre os elétrons de sódio e potássio, lhes provoca o deslocamento com tanto mais violência, quanto mais concentrada for a energia dos fótons. O aumento de intensidade da luz, por isso, não acrescenta velocidade aos elétrons expulsos, o que apenas acontece ante a incidência de uma luz, caracterizada por oscilação mais curta.

Saltos Quânticos A teoria dos “saltos quânticos” explicou, de certo modo, as oscilações eletromagnéticas que produzem os raios luminosos. No átomo estimulado, aceleramse os movimentos, e os elétrons que lhe correspondem, em se distanciando dos núcleos, passam a degraus mais altos de energias. Efetuada a alteração, os elétrons se afastam dos núcleos aos saltos, de acordo com o quadrado dos números cardinais, isto é, de 1 para 2 no primeiro salto, de 2 para 4 no segundo, de 3 para 9 no terceiro, de 4 para 16 no quarto, e assim sucessivamente. Na temperatura aproximada de 1.000 graus centígrados, os elétrons abandonam 15


as órbitas que lhes são peculiares, em número sempre crescente, e, se essa temperatura atingir cerca de 100.000 graus centígrados, os átomos passam a ser constituídos somente de núcleos despojados de seus elétrons-satélites, vindo a explodir, por entrechoques, a altíssimas temperaturas. Reportando-nos, pois, à escala de estimulação dos sistemas atômicos, vamos encontrar a luz, conhecida na Terra como oscilação eletromagnética em comprimento médio de onda que nasce do campo atômico quando os elétrons, erguidos a órbitas ampliadas pelo abastecimento de energia, retornam às suas órbitas primitivas, veiculando a sua energia de queda. Se estimularmos o átomo com escassa energia, apenas se alterarão aqueles elétrons da periferia, capazes de superar facilmente a força atrativa do núcleo. Compreenderemos, portanto, que, quanto mais distante do núcleo, mais comprido será o salto, determinando a emissão de onda mais longa e, por esse motivo, identificada por menor energia. E quanto mais para dentro do sistema atômico se verifique o salto, tanto mais curta e de maior poder penetrante será a onda exteriorizada.

propondo abolir-se o conceito de “éter”, substituindo-o pelo conceito de “campo”. Campo, desse modo, passou a designar o espaço dominado pela influência de uma partícula de massa. Para guardarmos uma ideia do princípio estabelecido, imaginemos uma chama em atividade. A zona por ela iluminada é-lhe o campo peculiar. A intensidade de sua influência diminui com a distância do seu fulcro, de acordo com certas proporções, isto é, tornandose 1/2, 1/4, 1/8, 1/16, etc., a revelar valor de fração cada vez menor, sem nunca atingir a zero, porque, em teoria, o campo ou região de influência alcançará o infinito. A proposição de Einstein, no entanto, não resolve o problema, porque a indagação quanto à matéria de base para o campo continua desafiando o raciocínio, motivo pelo qual, escrevendo da esfera

Indução Mental

Campo de Einstein Conhecemos a gama das ondas, sabemos que a luz se desloca em feixes corpusculares que denominamos “fótons”, não ignoramos que o átomo é um remoinho de forças positivas e negativas, cujos potenciais variam com o número de elétrons ou partículas em torno do núcleo, nos informamos de que a energia, ao condensar-se, surge como massa para transformar-se, depois, em energia; entretanto, o meio sutil em que os sistemas atômicos oscilam não pode ser equacionado com os nossos conhecimentos. Até agora, temos nomeado esse “terreno indefinível”, como sendo o “éter”; contudo, Einstein, quando buscou imaginarlhe as propriedades indispensáveis para poder transmitir ondas características de bilhões de oscilações com a velocidade de 300 mil quilômetros por segundo, não conseguiu acomodar as necessárias grandezas matemáticas numa fórmula, porquanto as qualidades de que essa matéria devia estar revestida não são combináveis, e concluiu que ela não existe, 16

comprimento médio ou de aquisição de experiência por parte da alma, correspondendo à produção de luz interior. E se a estimulação nasce dos diminutos núcleos atômicos em situações extraordinárias da mente, quais sejam as emoções profundas, as dores indizíveis, as laboriosas e aturadas concentrações de força mental ou as súplicas aflitivas, o domínio dos pensamentos emitirá raios muito curtos ou de imenso poder transformador do campo espiritual, teoricamente semelhantes aos que se aproximam dos raios gama. Assim considerando, a matéria mental, embora em aspectos fundamentalmente diversos, obedece a princípios idênticos àqueles que regem as associações atômicas na esfera física, demonstrando a divina unidade de plano do Universo.

extrafísica na tentativa de analisar melhor o fenômeno da transmissão mediúnica, definiremos o meio sutil em que o Universo se equilibra como sendo o Fluido Cósmico ou Hálito Divino, a força para nós inabordável que sustenta a Criação.

Matéria Mental e Matéria Física Em posição vulgar, acomodados às impressões comuns da criatura humana normal, os átomos mentais inteiros, regularmente estimulados na esfera dos pensamentos, produzirão ondas muito longas ou de simples sustentação da individualidade, correspondendo à manutenção de calor. Os elétrons mentais nas órbitas dos átomos de mesma natureza são a causa da agitação em estados menos comuns da mente, assim como são de atenção ou tensão pacífica em virtude de uma reflexão ou oração natural. O campo dos pensamentos se exprime em ondas de

Recorrendo ao “campo” de Einstein, imaginemos a mente humana no lugar da chama em atividade. Assim como a intensidade de influência da chama diminui com a distância do núcleo de energias em combustão, demonstrando fração cada vez menor sem nunca atingir a zero, a corrente mental se espraia segundo o mesmo princípio, não obstante a diferença de condições. Essa corrente de partículas mentais exterioriza-se de cada Espírito, com qualidade de indução mental, tanto maior quanto mais amplos se lhe evidenciem as faculdades de concentração e o teor de persistência no rumo dos objetivos que demande. Tanto quanto no domínio da energia elétrica, a indução significa o processo através do qual um corpo que detenha propriedades eletromagnéticas pode transmiti-las a outro corpo sem contato visível. No reino dos poderes mentais, a indução exprime processo idêntico, porquanto a corrente mental é suscetível de reproduzir as suas próprias peculiaridades em outra corrente mental com que se sintonize. Tanto na eletricidade quanto no mentalismo, o fenômeno obedece à conjugação de ondas enquanto perdure a sustentação do fluxo energético. Compreendemos assim, perfeitamente, que a matéria mental é o instrumento sutil da vontade, atuando nas formações da matéria física, gerando as motivações de prazer ou desgosto, alegria ou dor, otimismo ou desespero, que não


se reduzem efetivamente a abstrações por representarem turbilhões de força em que a alma cria os seus próprios estados de mentalização indutiva, atraindo para si mesma os agentes de luz ou sombra, vitória ou derrota, infortúnio ou felicidade.

Gerador Mediúnico Idealizemos o fluxo de energias eletromagnéticas mentais, ou fulcro de ondas da entidade comunicante e do médium, como dois campos distintos, associando valores positivos e negativos respectivamente, com uma diferença de potencial que, em nosso caso, constitui certa capacidade de junção específica. Estabelecido um fio condutor de um para o outro que, em nosso problema, representa o pensamento de aceitação ou adesão do médium, a corrente mental desse ou daquele teor se improvisa em regime de ação e reação, atingindo-se o equilíbrio entre ambos, anulando-se, desde então, a diferença existente pela integração das forças conjuntas em clima de afinidade. Se quisermos sustentar o continuísmo de semelhante conjugação, é imprescindível conservar entre os dois um gerador de força que, na questão em análise, é o pensamento constante de aceitação ou adesão da personalidade mediúnica, através do qual se evidencie incessante o fluxo de energias conjugadas entre um e outro, porquanto a corrente de forças mentais destinada à produção deste ou daquele fenômeno ou serviço, circulará no condutor mediúnico em razão do campo de energias mentais e eletromagnéticas existentes entre a entidade comunicante e a individualidade do médium. Se dispomos em toda parte de fontes de força eletromotriz mediante a sábia distribuição das cargas elétricas, encontrando-as a cada passo na extensão da indústria e do progresso, temos igualmente variados mananciais de força mediúnica mediante a permuta harmoniosa, consciente ou inconsciente, dos princípios ou correntes mentais, sendo possível observá-los em nosso caminho alimentando grandes iniciativas de socorro às necessidades humanas e de expansão cultural. Associações mediúnicas de várias espécies se multiplicam nos quadros morais do mundo, nutrindo as instituições maiores e menores da religião e da ciência, da filosofia e da educação, da arte e do trabalho, do consolo e da caridade, impulsionando a evolução da espiritualidade no plano físico.

Mediunidade e Eletromagnetismo

Todos somos Médiuns

Por intermédio dos agentes mentais ou ondas eletromagnéticas incessantes, temos os fenômenos elétricos da transmissão sináptica ou transmissão do impulso nervoso de um neurônio a outro, fenômenos esses que podem ser largamente analisados nos gânglios simpáticos (oftálmico, estrelado, cervical superior ou lombares), na medula espinhal após a estimulação das fibras aferentes, nos núcleos e motores espinhais. Podemos ainda verificar essa ocorrência nos neurônios motores espinhais, valendo-nos de eletródios intracelulares. Inibindo, controlando, libertando ou distribuindo a força nervosa ou os potenciais eletromagnéticos acumulados pelos impulsos mentais nas províncias celulares, surpreendemos a coordenação dos estímulos diversos, mantenedores do equilíbrio orgânico através da ação conduzida dos vários mediadores químicos de que as células se fazem os fabricantes e distribuidores essenciais. Reconhecemos que a Mediunidade ou capacidade de sintonia está em todas as criaturas, porque todas são dotadas de campo magnético particular, campo esse, porém, que é sempre mais pronunciado naquelas que estejam temporariamente em regime de “descompensação vibratória”, seja de teor purgativo ou de elevada situação, a transparecer no trabalho expiatório da alma que se rendeu à delinquência, ou na ação missionária dos Espíritos que se entregam à bemaventurança do sacrifício por amor em estágios curtos ou longos na reencarnação terrestre, com o objetivo de trazerem das Esferas Superiores mais alta contribuição de progresso ao pensamento da Humanidade.

Nos centros de atividade referidos em nosso estudo, encontramos o reflexo condicionado e a sugestão como ingredientes indispensáveis na obra de educação e aprimoramento. Urge reconhecer que a liberdade é tanto maior para a alma quanto maior a parcela de conhecimento no livro da existência. Por isso, quanto mais cresça em possibilidades neste ou naquele sentido, mais se lhe desdobram caminhos à visão, constrangendo-a a vigiar sobre a própria escolha. Mais extensa mordomia, responsabilidade mais extensa. Isso acontece porque, com a intensificação de nossa influência nesse ou naquele campo de interesses, mais persistentes se fazem os apelos para que não nos esqueçamos do dever a cumprir. Somos todos assim, médiuns a cada passo, refletores das forças que assimilamos, por nossa vontade, na focalização da energia mental. Mas é imprescindível recordar o impositivo da perseverança no bem. O comprazimento nessa ou naquela espécie de atitude ou companhia, leitura ou conversação menos edificantes, estabelece em nós o reflexo condicionado pelo qual inconscientemente nos voltamos para as correntes invisíveis que representam. É desse modo que formamos hábitos indesejáveis pelos quais nos fazemos pasto de entidades vampirizantes, acabando na feição de arcabouços vivos para moléstias fantasmas. Pensando ou conversando constantemente sobre agentes enfermiços, incorporamos a influência das criaturas encarnadas e desencarnadas que os alimentam, e isso se transforma em reflexo condicionado de caráter doentio, automatizando-nos a capacidade de transmitir tais agentes mórbidos, responsáveis por largo acervo de enfermidade e desequilíbrio. 17


A

história da Imagens Bahia começou em 1934, com uma família portuguesa, Ferreira Dias, que tinha uma leiteria no centro de São Paulo e era muito devota dos santos. Essa família decidiu entrar no mercado religioso por não encontrar no Brasil imagens com qualidade e tradição que representassem seus santos de devoção.

Assim, a partir da leiteria, foi criada uma loja de artigos religiosos, a “Casa de Velas Santa Rita”, situada no centro de São Paulo – onde está até hoje – ao lado de uma igreja, de onde vinha a maioria dos clientes. Algum tempo depois, tornou-se difícil conseguir imagens em gesso no exterior para revender. Era preciso ampliar o foco do negócio e começar a fabricação própria de imagens. Surgiu assim, em 1956, a Imagens Bahia, uma pequena fábrica que visava levar a crença dos santos para os paulistanos. O nome Imagens Bahia veio da ideia de “Bahia de Todos os Santos”, região brasileira muito admirada pelos imigrantes e que indica a ampla linha de produtos oferecidos. “Em 1956 iniciamos um processo pequeno, com poucos funcionários, desenvolvendo as imagens de que precisávamos para suprir a procura dos clientes que frequentavam a loja”, conta Nelson Ferreira Dias, sócio diretor da Imagens Bahia. O primeiro desafio da fábrica foi colocar em funcionamento a linha de produção. “Naquela época, as imagens

eram todas importadas e nós não tínhamos modelos, a tecnologia era difícil”. Hoje, a Imagens Bahia é a maior fábrica de estátuas religiosas do país, com mais de 2.600 itens. Após a produção, o desafio foi a distribuição das imagens, que no início eram vendidas de loja em loja. Mais tarde, foram criados os catálogos e os vendedores iam às lojas retirar os pedidos das encomendas. Hoje a empresa já está em sua quarta geração, mantendo loja, fábrica e um grande showroom com toda sua linha de artigos religiosos. Projetos Especiais – Restauração: A Imagens Bahia executa trabalhos minuciosos de restauração, respeitando a essência original da imagem, tanto na escultura quanto na pintura. Mais informações pelo site: imagensbahia.com.br.



Norberto Peixoto é médium, sacerdote e dirigente do Grupo de Umbanda Triângulo da Fraternidade. Por Norberto Peixoto – Grupo de Umbanda Triângulo da Fraternidade

Hoje vamos falar aos irmãos sobre a importância da mecânica de incorporação como escudo de defesa ou de proteção do médium. Todo terreiro, todo centro espiritualista seja qual for o ritual que apresente, recebe a vibração dos Orixás formando uma grande coroa sobre o espaço, irradiando a energia desses aspectos divinos.

D

entro do nosso conceito teológico e litúrgico, Orixá não é uma individualidade, não é um espírito... Orixás são enfeixamentos de ondas, raios energéticos que vêm de Olorun, de Zambi, de Deus, não importa o nome. Em um desdobramento, eles se “materializam” como pontos de força na Natureza, para que possamos ter o entendimento. E todos os Orixás possuem atributos, arquétipos correlacionados e elementos. A mediunidade de Umbanda é toda desenvolvida com um objetivo que prepondera sobre os demais: levar o médium a ser ativo nas consultas ou aconselhamentos espirituais no terreiro, ou seja, para que ele possa dar consultas espirituais por meio da mecânica da incorporação. Essa é a base da Umbanda. O Espírito comunicante, o Guia Astral, está diretamente ligado ao médium; uma vez que sua aura está sobreposta pela aura do Guia, há uma interpenetração das auras. Na incorporação, o perispírito do médium fica levemente expandido e a Entidade, no mundo espiritual, envolve o médium, se acoplando. O médium, em uma gira que dure cerca de duas horas, pode atender de 14 a 20 consulentes. Se tivermos 15 médiuns trabalhando em uma corrente, mediúnica, podemos chegar a 250, 300 atendimentos. Durante o atendimento, o consulente fica de frente para o médium, que está envolvido por seu Guia Astral, e também há interpenetração entre suas auras. Se o consulente estiver acompanhado por um espírito obsessor, este também interpenetrará a aura do médium. Mas através da mecânica de incorporação, é criado 20

uma espécie de escudo mediúnico de proteção onde as auras se interpenetram – a do médium e a do Guia Astral. Se não estivesse incorporado, o médium poderia ter rupturas em sua aura e em sua Camada Teletérica – que liga o duplo etéreo com o corpo astral e o corpo físico. Geralmente, o médium que é ostensivo e regular em seus trabalhos deve, de tempos em tempos, reforçar a sua aura, por isso os amacis e todos os elementos que são utilizados para o fortalecimento no mediunismo de Umbanda. O Guia Astral faz a ligação de Ori a Ori – cabeça a cabeça –, ou seja, a mente do Guia desdobrado, ligada à mente do médium em uma onda telepática. Por sua vez, o Guia, que pode ser um Caboclo, um Preto-Velho, um Exu, um Oriental ou qualquer outra forma de apresentação, tem sua mente astral ligada à coroa de irradiação dos Orixás do terreiro, canalizando essa energia. A Entidade serve como um catalisador das vibrações dos Orixás, dando suporte e cobertura astral ao médium durante o seu trabalho. As irradiações dos Orixás podem ter pontos de imantação no terreiro, que nós chamamos de “Otás”, as pedras sagradas, ou outros elementos que servem de assentamentos vibratórios. A partir daí, esse enfeixamento de ondas vibratórias se redistribuem pelo espaço sagrado onde estão acontecendo os trabalhos de aconselhamento espiritual. No Grupo de Umbanda Triângulo da Fraternidade, esses Otás ficam todos dentro do nosso espaço sagrado, da coroa de irradiação dos Orixás que nós cultuamos, ritualizamos e louvamos que, no nosso caso, são nove. Basicamente, essa é a mecânica de incorporação que tem como principal

“AU

MEDIUNIDADE DE

MBANDA É TODA

DESENVOLVIDA COM UM OBJETIVO QUE PREPONDERA SOBRE OS DEMAIS: LEVAR O MÉDIUM A SER ATIVO NAS CONSULTAS OU ACONSELHAMENTOS ESPIRITUAIS NO TERREIRO, PARA QUE ELE POSSA DAR CONSULTAS ESPIRITUAIS POR MEIO DA MECÂNICA DA INCORPORAÇÃO.

ESSA É A BASE DA UMBANDA”

função, dentro do mediunismo de Umbanda, servir como escudo de proteção ao médium, que se expõe de forma intensa nas consultas, pois ele não sabe que tipo de consulente irá atender ou se este poderá vir acompanhado de algum obsessor no momento do atendimento. Ele pode pegar um consulente com algum tipo de influência magística, com depressão ou mesmo que já tenha tentado o suicídio, com esquizofrenia, bipolaridade, todo tipo de psicopatia e por aí vão todas as dores e sofrimentos que podem acometer o ser humano. Dessa maneira o Guia Astral, com sua aura acoplada a do médium, cria um enfeixamento de ondas em seu Ori, ao mesmo tempo em que está diretamente ligado às irradiações dos Orixás e tem outorga espiritual para manipulá-las. De acordo com o consulente, é ativado o Orixá mais afim, que possua os atributos magísticos necessários. Há também que se considerar que, junto ao Guia Astral existem outros que estarão atuando em seu entorno; Exu estará atuando, Caboclos e Pretos-Velhos de outras linhas também, enfim, depende da tarefa e do tratamento que se dá ao consulente.


Devemos sempre lembrar que a finalidade maior de todos os ritos, liturgias e elementos utilizados na Umbanda é para fortalecer a ligação vibratória por meio da mecânica de incorporação, no sentido de que o médium tenha saúde, tônus mediúnico e equilíbrio para que seja preservado nesse confronto energético que ocorre nas consultas espirituais no mediunismo de Umbanda. E também a importância dos Otás, dos assentamentos que servem como pontos de recepção vibratória e, a partir daí, distribuição dentro do espaço sagrado do terreiro desses enfeixamentos de ondas energéticas, Otás esses que são, na verdade, portais, condensadores energéticos onde os Guias têm mais facilidade, dependendo da Linha Vibratória do Orixá, de se fazer presente por meio do rebaixamento vibratório dentro do terreiro. Mas o indispensável mesmo é o acoplamento de auras entre o Guia Astral e o médium que se dá na incorporação, servindo como um escudo mediúnico de defesa. Esse é o ponto central no mediunismo de Umbanda e que assim continue, com os médiuns evoluindo de mãos dadas aos Guias Espirituais, praticando a caridade para aqueles que necessitam. Acesse e inscreva-se no canal do Youtube: https://www.youtube.com/user/norbertopeixoto7

“Por que, em certas casas de Umbanda, os médiuns ‘fingem’ estar incorporados?” Esse é um dos muitos questionamentos que nos chegam. Vamos elaborar melhor a pergunta: “Estão incorporados e fingem estar inconscientes?”. Todo médium incorpora, em maior ou menor grau, guardadas as especificidades, afinidades e sensibilidade mediúnica de cada um. É preciso respeitar essas diferenças e não impor uma “incorporação padrão” para todos. Há algum tempo já venho esclarecendo em algumas postagens que a inconsciência na incorporação não existe mais, que é chegada a hora de nós, umbandistas, assumirmos a nossa consciência mediúnica, que todos nós, em maior ou menor grau, nos lembramos do que aconteceu durante o transe mediúnico. Parece-me que o questionamento que nos chegou seja nesse sentido: “Por que ainda se finge tanto a inconsciência e por que o dirigente do terreiro permite isso?”

“... O CONSULENTE FICA DE FRENTE PARA O MÉDIUM, QUE ESTÁ ENVOLVIDO POR SEU GUIA ASTRAL, E TAMBÉM HÁ INTERPENETRAÇÃO ENTRE AS SUAS AURAS. SE O CONSULENTE ESTIVER ACOMPANHADO POR UM ESPÍRITO OBSESSOR, ESTE TAMBÉM INTERPENETRARÁ SUA AURA. MAS ATRAVÉS DA MECÂNICA DE INCORPORAÇÃO, É CRIADO UM ESCUDO MEDIÚNICO PROTETOR”

Nada muda de uma hora para outra, apesar de já estarmos na segunda década do terceiro milênio. Ainda há dirigentes que proíbem seus médiuns de estudarem e que não aceitam qualquer tipo de questionamento e, ainda, que mistificam, fingem que são médiuns inconscientes e colocam a culpa de determinados conflitos ou decisões nas Entidades, transferem aos seus Mentores os seus recalques, seus desequilíbrios emocionais e suas carências, ao mesmo tempo em que não permitem que seus médiuns adquiram conhecimento e expandam suas consciências. Acredito que isso ainda aconteça nos dias de hoje por falta de instrução e pelo fato de ignorar as leis espirituais, pois não existem mais médiuns inconscientes encarnando; há ainda médiuns inconscientes vivos, e todos já devem ter passado dos 70 anos. É importante nós termos essa assertividade de assumir, cada vez mais, que não somos médiuns inconscientes e os dirigentes devem ter a certeza, a convicção da doutrina que pregam em suas casas, com ética, exercício do bom caráter e da moral, inde-

pendente de ritos e liturgia, sempre tendo um diálogo franco, transparente e honesto com todo o corpo mediúnico, para que todos possam melhorar intimamente, percebendo a influência dos Orixás e dos Espíritos Falangeiros, amadurecendo, se fortalecendo e se tornando um espírito melhor. Assumir a consciência mediúnica é a responsabilidade que todo médium deve ter, pois ele é, sim, responsável por tudo que fala, por toda a orientação que passa aos consulentes, pois o médium é o último elo da cadeia vibratória que vem lá do plano espiritual até chegar a ele no transe mediúnico, e é responsável por tudo aquilo que estiver fazendo e falando, em parceria com os amigos espirituais. Não dá mais para atribuirmos aos espíritos tudo o que acontece de desmando na nossa Umbanda, e os próprios umbandistas são ainda os principais responsáveis por todo esse preconceito que ainda existe em relação à religião de Umbanda, na medida em que praticam a mediunidade de Umbanda sem moral, sem caráter, sem ética, sem uma doutrina estabelecida nem uma filosofia, no sentido de um melhoramento íntimo das consciências que ali se reúnem. 21


N

asceu em Niterói, Estado do Rio de Janeiro, em 16 de junho de 1908 e desencarnou em 26 de outubro de 1968. Era filho de Joaquim e Alice, esta, dirigente de um centro umbandista. Conheceu Bambina Bucci em 1937, por quem nutriu uma paixão imensa. Ela foi seu esteio, seu braço direito, até que ele desencarnasse. Dessa relação amorosa nasceu Átila Nunes Filho. Átila Nunes ingressou na imprensa em 1935; foi sócio-fundador do Sindicato da Associação Guanabarina de Imprensa. Escreveu nos jornais Diário Fluminense, Gazeta de Notícias, Revista do Disco, A Notícia e O Dia. Como radialista, começou sua carreira em 1931, na Rádio Educadora do Brasil. Atuou na PRE-6, Rádio Sociedade Fluminense, até 1937. Em 1938, ingressou na Rádio Tamoio, onde lançou programas que marcaram época. Na Tamoio e na Rádio Tupi, atuou até 1948, quando passou para a Rádio Guanabara, onde foi locutor, animador, redator, diretor de auditório e chefe de programação. Iniciou suas apresentações umbandistas em 1948, evoluindo para o lançamento do programa “Melodias de Terreiro”. Eleito deputado em 1960, destacou-se por sua atuação na Assembleia Constituinte e na Assembleia Legislativa. Foi um dos elaboradores da Constituição do Estado da Guanabara. No exercício de seu mandato (1960-1962), pronunciou 254 discursos, a maioria deles em defesa da Umbanda. Toda a trajetória de Átila Nunes pode ser resumida na frase de sua autoria: “Umbanda unida, Umbanda forte!”. Defendeu, por meio de seus programas de rádio, o direito à liberdade de culto e o respeito à religião. Criou as Caravanas da Fé, realizando o primeiro cadastramento dos terreiros do Rio de Janeiro. Escreveu 22

preces e poemas, publicados mais tarde no livro “Antologia da Umbanda” No auge da era do Rádio, comandou programas e lançou artistas, como Chacrinha, Chico Anísio e Luis Gonzaga. Também se dedicou à pintura de quadros espiritualistas, fazendo uso de seus inúmeros dons na prática do bem e da cari-

dade. Sua composição de maior sucesso foi “Meu Sonho é Você”, em parceria com Altamiro Carrilho. Foi o primeiro parlamentar eleito pelos umbandistas no Brasil e destacou-se pela conquista da aspiração dos seguidores dos cultos afro-brasileiros: o fim da perseguição religiosa por parte da polícia carioca.


C

arioca, nascido em 14 de dezembro de 1948, é pai de Átila Nunes Neto e Átila Alexandre Nunes, sendo casado desde 1971 com a advogada Tânia Nunes. Jornalista, advogado e publicitário, realiza e apresenta programas de rádio e televisão, mantendo colunas diárias em vários jornais brasileiros, escrevendo, semanalmente, colunas em defesa do consumidor e produzindo programas sobre o mesmo tema para 957 emissoras de Rádio em todo o país.

Umbandista, é deputado estadual desde 1970, sendo autor de todas as leis que garantem a liberdade religiosa e o respeito a todos os credos no Estado do Rio de Janeiro, considerado o estado da federação com o maior número de leis que garantem a liberdade da prática religiosa. Foi eleito deputado estadual pela primeira vez em 1970, por umbandistas e candomblecistas, pelo antigo Estado da Guanabara, mantendo-se fiel aos ideais de seu saudoso pai. O partido escolhido foi o antigo MDB, onde se manteve na oposição, tendo se tornado um dos parlamentares mais ligados aos senadores Ártur da Távola, Nelson Carneiro, bem como aos líderes emedebistas Tancredo Neves e Ulysses Guimarães. Secretário de Trabalho e Habitação do Estado entre 1989 e 1990, construiu 10 mil casas populares. É o deputado estadual recordista nacional de mandato parlamentar estadual. É defensor do programa “Remédio em Casa” e com forte atuação na área da Saúde, do Meio Ambiente e da Educação. Entre as inúmeras atividades parlamentares, votou no Colégio Eleitoral de 1973 em plena ditadura militar, na chapa oposicionista de Barbosa Lima Sobrinho e atuou em todas as comissões técnicas permanentes da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. Fundou a primeira comissão permanente de Defesa do Consumidor do país, mesmo antes da promulgação do Código de Defesa do Consumidor em 1991. Colaborou ativamente na elaboração do Código, sendo responsável por um amplo estudo de casos para embasamento da lei de proteção do consumidor.

Produz e apresenta o Programa “Reclamar Adianta” na Rádio Bandeirantes AM 1360 (RJ), de segunda a sexta-feira das 10 às 12h. Também produz o Programa “Um Minuto em Defesa do Consumidor”, enviado para 1.153 emissoras de rádio em todo o país. No campo religioso, produz e apresenta o Programa “Melodias de Terreiro”, criado em 1948 por seu pai, sendo o pioneiro e consequentemente, o mais antigo programa umbandista do Rádio brasileiro. Vai ao ar de segunda a1716 sexta-feira, das 23 às 00h pela Rádio Metropolitana AM 1090 (RJ).

RELIGIÕES

AFRO-BRASILEIRAS

INCLUÍDAS NO ESPAÇO DO

CENTRO ECUMÊNICO DA OLIMPÍADA 2016

Graças ao pedido de liminar feito pelo deputado estadual Átila Nunes, a juíza Luciana Losada Albuquerque Lopes, da 4ª Vara da Fazenda Pública da Comarca da Capital, deferiu, no dia 4 de setembro, a inclusão e abertura de espaço no Centro Ecumênico da Olimpíada para a Umbanda e o Candomblé. O pedido foi feito contra a decisão do presidente do Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos, Carlos Arthur Nuzman, de não incluir as religiões afro-brasileiras. A ausência de espaço gerou polêmica e foi amplamente discutida nas redes sociais.

O Comitê Olímpico chegou a explicar que o Centro Ecumênico estava aberto para todas as religiões, embora não estivessem representados no espaço. O Centro Ecumênico foi idealizado para que todos pudessem manifestar sua religiosidade no período dos Jogos. Como o próprio nome diz, deveria ser aberto a todos os credos religiosos, visando a unidade de todos por meio da união das religiões em um mesmo espaço, aberto à livre manifestação da fé. Em princípio, o presidente do Comitê Olímpico determinou que o espaço fosse aberto para cerimônias do Cristianismo, Islamismo, Judaísmo, Hinduísmo e Budismo. A exclusão da Umbanda e do Candomblé foi tida como um ato discriminatório e de disseminação do preconceito. Ao não permitir a participação dessas religiões, o Comitê feriu os princípios de liberdade de culto constante na Constituição da República Federativa do Brasil.


N

ascido em 9 de março de 1973, na cidade do Rio de Janeiro, é o primogênito de Átila Nunes Filho e Tânia Nunes. Assim como o pai, manifestou, já na adolescência, o interesse pela política e pela defesa da liberdade religiosa. Aos 15 anos, já era presidente do Grêmio Estudantil do Colégio Anglo Americano.

Em abril de 1999, foi o inspirador da primeira Secretaria de Defesa do Consumidor e assumiu a coordenação geral do PROCON/RJ, sendo responsável por todas as atividades executivas da instituição. Em 2006, Átila Nunes Neto foi eleito vereador da Cidade do Rio de Janeiro por umbandistas e candomblecistas, dedicando-se a defender a liberdade religiosa, o consumidor e o jovem empreendedor. Na área jornalística, produziu e apresentou o Programa “Reclamar Adianta” na Rádio Bandeirantes AM 1360/RJ, ao lado de seu pai, Átila Nunes Filho. Coordenou o maior serviço em defesa do consumidor do país –www.emdefesadoconsumidor.com.br, comandando 17 advogados especializados no segmento. No campo religioso, apresentou, também com seu pai, o

É

carioca, nascido em 24 de fevereiro de 1974; casado e pai de dois filhos. Coordena e apresenta o programa “Reclamar Adianta”, na Rádio Bandeirantes AM do Rio e o Programa “Melodias de Terreiro”, na Rádio Metropolitana, AM 1090. Formado em economia pela PUC/RJ, com curso de extensão em Finanças na Universidade de Berkeley, Califórnia (EUA). É pós-graduado em Administração no Ibmec e em Comunicação na ESPM. Fundou, ao lado do irmão, Átila Nunes Neto, o serviço Em Defesa do Consumidor, que já atendeu a mais de 1 milhão de pessoas. Foi presidente da Comissão de Finanças, Orçamento e Fiscalização Financeira da Câmara Municipal, onde acompanhou, de perto, as decisões sobre o uso dos recursos públicos na cidade do Rio de Janeiro. Como vereador da cidade do Rio de Janeiro, é autor de diversas leis e projetos, muitos deles que beneficiam a comunidade religiosa afro-brasileira, como “Ogãs – Patrimônio do Povo Carioca” Atualmente, Átila Alexandre Nunes é presidente da Comissão de Abastecimento, Indústria, Comércio e Agricultura e vice-presidente da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos.

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Programa “Melodias de Terreiro”, criação de seu avô, Átila, pioneiro em seu segmento e há 65 anos no ar. Em 29 de março de 2012, após 7 meses de luta contra um câncer, Átila Neto desencarnou aos 39 anos.


Programa “Melodias de Terreiro” Rádio Metropolitana AM 1090/RJ Apresentação: Átila Nunes

A

credito que todos, em algum momento, já tenham sentido algum tipo de influência negativa; ao se aproximar de alguma pessoa, ao adentrar um ambiente e, neste caso, não porque o local esteja quente ou muito frio... Isso é a negatividade mesmo. Entrei outro dia em um ambiente e me senti assim. Algumas pessoas também me fazem mal, apesar de às vezes eu nem conhecê-las.

camos em uma posição inferior, pois temer algo ou alguém significa não acreditarmos em nós mesmos, em nossos potenciais, demonstrando até falta de fé. O medo nos faz baixar nosso campo vibratório, nos deixando vulneráveis a essas forças externas. Sentir medo de alguém é o mesmo que atestar que esse alguém é mais forte.

dias e começamos a ficar na defensiva, não conseguimos evitar a culpa que a pessoa quer nos impor Devemos enfrentar esse tipo de ataque demonstrando o quanto somos seguros de nós mesmos: “Não, eu sou competente sim, tenho talento e mereço o sucesso que conquistei”. Assim, nos sentimos melhor e menos reprimidos.

Outra coisa da qual também devemos fugir é do sentimento de culpa, pois a culpa é um dos piores estados de espírito que existe, altera nosso estado emocional, deixa nossa aura vulnerável, enfraquece nosso sistema imunológico e fecha os nossos caminhos. E um dos maiores recursos utilizados pelos invejosos é fazer com que nos sintamos culpados pelas nossas conquistas. O fato de sermos bem-sucedidos

O que também acontece muito e gera energia negativa é a auto-obsessão, que é quando você não se dá valor, se deprime, se diminui... Às vezes encontro pessoas que me dizem que não costumam ser bemsucedidas, não dão muita sorte na vida. O que essas pessoas fazem consigo mesmas é auto-obsessão, elas não se gostam, não se apoiam, não se valorizam, se boicotam. Existe também aquela pessoa que já começa a frase dizendo “olha, eu fiz isso aqui, mas não ficou tão bom quanto eu gostaria que ficasse”. Dessa forma, está criticando a si mesma e fazendo com que outras pessoas já tenham preestabelecido um julgamento.

“U

MA DAS FORMAS MAIS

EFICAZES DE NOS SUBJUGAR

É NOS IMPINGINDO O MEDO.

Uma ouvinte entrou em contato conosco e relatou uma situação desse tipo. Um amigo próximo costuma ser sempre muito negativo, a ponto de deixá-la incomodada e com sensação de fadiga energética. Ela nos perguntou o que fazer, que atitude deveria tomar. José Carlos Medeiros de Araújo, terapeuta holístico, nos dá algumas dicas sobre como se proteger dessas influências. O ser humano se preocupa muito com energias negativas e, fugir delas, às vezes se torna muito complicado. Primeiro, porque essas energias nos alcançam em qualquer lugar em que estejamos e, muitas vezes, se tornam cumulativas, ou seja, vão se acumulando de acordo com os locais por onde passamos e pelo contato que temos com certas pessoas. Vou dar algumas dicas para vocês de acordo com minha experiência pessoal e outras baseadas nos conselhos do José Carlos Medeiros de Araújo, que nos ensina que, em primeiro lugar, não devemos temer ninguém, porque uma das formas mais eficazes de nos subjugar é nos impingindo o medo. Esse sentimento de medo é capaz de causar uma profunda perturbação, provocando verdadeiros “rombos” em nossa aura espiritual e nos deixando muito vulneráveis. Quando sentimos medo nos colo-

ESSE

SENTIMENTO DE MEDO

É CAPAZ DE CAUSAR UMA PROFUNDA PERTURBAÇÃO, PROVOCANDO ‘ROMBOS’ EM NOSSA AURA ESPIRITUAL E NOS DEIXANDO MUITO VULNERÁVEIS”

profissionalmente, por exemplo, faz com que o invejoso nos transforme em culpados por sermos bons naquilo que fazemos, nos jogando aquele sentimento de culpa: “É, você cresceu e nunca mais me ligou, nunca me ajudou em nada...”. Isso nos traz uma energia negativa muito grande. Adotar uma postura ativa é melhor do que ficar na defensiva, porque às vezes você pode se encontrar diante de uma situação dramática e já pensa logo em se defender, mas devemos sempre partir para o ataque. Sei disso porque sempre que me coloquei em uma posição passiva em minha vida, acabei me arrependendo. E isso se aplica principalmente nesse caso do invejoso, que nos faz sentir culpados por ter tido sucesso na vida e “nunca mais tê-lo procurado”. Outra coisa é que, quando a pessoa nos ataca dizendo que nosso trabalho é ruim, que nós somos incompetentes e que não temos talento, passa a repetir isso todos os

Eleve sua vibração para frequências mais altas, com bons pensamentos, com palavras, com ações, com sentimentos... E junte-se a pessoas bem-sucedidas. Não estou falando de riqueza, estou falando daquelas pessoas que trabalham, têm família, têm uma boa vibração. Conheço uma frase que diz mais ou menos assim: “Se você pensar como águia, voará alto, mas se pensar como galinha, vai ficar ciscando no galinheiro...”. Ou outra: “Junte-se aos bons e serás um deles”. Essas são algumas maneiras de nos protegermos das influências negativas, mas nunca devemos nos trancar em casa por causa disso, pois nos fará muito mal espiritualmente. Estas dicas, nem são de caráter religioso, são dicas da vida, de pessoas que já passaram por sofrimentos. Tenho uma grande capacidade de “virar a página”, mesmo passando por momentos muito difíceis. E o que eu posso dizer é que nós temos de partir para cima, se ficarmos passivos, acabamos mortos, literalmente. E também é importante não se envolver nesse tipo de assunto que uma pessoa invejosa venha a ter com você... Se ela falar, mude o assunto, “vire o disco”, como se diz popularmente, sem se envolver com qualquer negativismo. 25


T

emos falado bastante sobre mediunidade: consciente, inconsciente, o que é a mediunidade. Na mediunidade consciente, por exemplo, pode haver interferência do médium... Nesse caso, vale sempre lembrar que, tanto os médiuns quanto os espíritos, podem e devem ser julgados. Para isso é preciso conhecer suas vidas, seus hábitos, suas ideias, se são bem ou mal educados, se são superficiais, orgulhosos, sérios ou levianos. Os bons médiuns e os espíritos que lhes acompanham só dizem o que sabem, mas calam-se ou confessam sua ignorância sobre o que desconhecem. Já os arrogantes, criticam os outros como se fossem os donos da verdade.

Programa “Melodias de Terreiro” Rádio Bandeirantes AM 1360/RJ

buscando sempre. Por isso cabe ao chefe de terreiro sempre orientar, explicando que não existe médium superior ao outro, todos são dotados de igual capacidade e responsabilidade; nem existe Entidade melhor do que a outra. Alguns podem ter mais religiosidade num determinado período, mas isso não significa que sejam melhores ou piores, porque todos são espiritualmente iguais perante Deus.

“O

S CONTATOS ESPIRITUAIS SÃO FEITOS NA MESMA

FREQUÊNCIA ENERGÉTICA; OS MÉDIUNS MAIS ESCLARECIDOS RECEBEM MENSAGENS DE LUZ, INTERMEDIÁRIOS, MENSAGENS INTERMEDIÁRIAS E OS INSTINTIVOS RECEBEM ENERGIAS IGUALMENTE INSTINTIVAS”

Os médiuns ou espíritos superiores se exprimem com simplicidade, têm um estilo claro, dá para entender o que estão falando; já os médiuns mais arrogantes usam uma linguagem pretensiosa e agem como ditadores. Os bons médiuns e espíritos são prudentes e só prescrevem o bem, os maus sopram a discórdia por meio de insinuações para incitar a desconfiança e a animosidade. Não existe médium mais forte do que o outro, alguns podem ter um nível melhor de percepção, mas não existe nenhum tipo de hierarquia. Por isso os chefes de terreiro precisam ter muita atenção e responsabilidade com os médiuns que têm, porque muitos possuem uma capacidade de recepção da mensagem dos espíritos muito mais fácil. Com isso, os outros médiuns acabam se sentindo, de certa forma, inferiorizados, como se o Guia de determinado médium fosse mais capaz do que de outro. E o médium, que possui essa capacidade, consegue esse conhecimento estudando, 26

Mas a grande verdade, e esta é uma verdade ruim, é que existem sim, maus médiuns, e que alguns estudiosos da Espiritualidade não se desenvolvem como deveriam e sua energia vital permanece estagnada. O resultado disso é que acabam fazendo contatos espirituais distorcidos. Esses contatos espirituais são feitos na mesma frequência energética; os médiuns mais esclarecidos recebem mensagens de luz, os intermediários, mensagens intermediárias e os instintivos recebem energias instintivas. É preciso se harmonizar, crescer espiritualmente, pois só quando conseguimos isso é que criamos condições apropriadas, por meio do estudo, de orações, que nos colocam em diálogo com Deus, disciplina e meditação, que é fundamental para quem possui uma mediunidade muito desenvolvida. Quando meditamos, nós entramos em contato com a espiritualidade. O ponto em comum entre todos os médiuns é o sentimento de ajuda ao próximo, além disso, a honestidade deve ser o aspecto mais importante da sua vida. O médium deve sempre respeitar o próximo, consolar os que necessitam, pois é importante aplicar-se ao serviço do bem,

se convertendo em um instrumento de luz para si mesmo e para os que solicitam a sua ajuda. Estou dizendo isso especificamente porque observo que aquele que leva a sério a religião, os bons evangélicos, os bons católicos, são pessoas boas no tratar com o próximo no seu dia a dia. Não adianta dizer que é médium, que é obreiro, que participa de algum grupo na igreja se no dia a dia trata mal as pessoas, é arrogante, maltrata mulher, filhos, sua família. Não adianta estar em um terreiro e falar de paz, caridade, de harmonia familiar se dentro da sua própria casa o médium não tem boas atitudes. Não pode haver uma diferença entre aquilo que se pratica no mundo religioso e suas ações fora dele. Qualquer pessoa que leva a sério a sua religião deve ter uma boa conduta, porque chega o momento em que o médium não consegue mais esconder essa desarmonia que ele tem lá fora, porque os problemas começam a transparecer no terreiro. Aí o dirigente fica sabendo e precisa tomar uma atitude, ter a responsabilidade de conversar e explicar que aquilo está interferindo em seu trabalho religioso. E muitas vezes é preciso ter a coragem de afastar esses médiuns, que podem acabar desagregando uma casa, são invejosos, ciumentos, criam fofocas, intrigas, o que desarmoniza o ambiente religioso e o trabalho espiritual. É importante você, que frequenta determinado terreiro, ficar atento a esse tipo de comportamento. Observe sempre a postura e procure entender que não existe médium melhor do que outro, pode haver aquele mais experiente, mas isso não quer dizer que o Guia dele é melhor, isso não existe. Estou fazendo aqui essas considerações porque muitas pessoas entram em contato conosco pedindo a indicação de um bom terreiro. Eu digo que não existem bons terreiros, existem terreiros. Mas se perguntarem se existem os maus, talvez existam alguns, mas bons terreiros todos são, diferentes entre si, bons para aqueles que se adaptam a eles. Todos os terreiros que visitamos são muito bons... Existe uma diversidade muito grande, e é como se cada um nos trouxesse uma grata surpresa.


Programa “Melodias de Terreiro” Rádio Bandeirantes AM 1360/RJ

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pessoa chega ao terreiro pela primeira vez e o dirigente diz que, para ser um bom médium, deverá fazer isso ou aquilo. Como essa pessoa deverá se comportar? Deverá ler algum livro, frequentar algum curso? Uma orientação comum, logo no início do trabalho de um médium, é que ele seja humilde e dedicado, mas, a rigor, não existe nenhum livro sagrado, não existe um manual. Há um livro espírita chamado “Ao Médium Principiante”, de autoria de Carlos A. Baccelli e Spartaco Ghilardi, com um capítulo chamado “Dicas de Mediunidade”. Vamos pegar algumas dessas dicas e acrescentar outras, de acordo com nossa experiência.

acaba sendo uma grande prova para o médium, porque a assistência acaba sempre confundindo a Entidade com o médium, e se este não estiver bem firme com relação ao seu trabalho, pode abrir caminho para esse tipo de comentário. O médium que está iniciando também deve entender que leva tempo para que se desenvolva totalmente, não acontecerá em dois, três meses, será preciso muitos anos de experiência. Além disso, ele precisa ter muita confiança nas Entidades que incorpora, ao mesmo tempo em que deve submeter à razão algumas determinações espirituais, porque poderá acontecer de ele

resistir a qualquer tipo de possibilidade de vantagem material, porque um consulente, dependendo do benefício que o Guia do médium possa lhe trazer, é capaz até de lhe dar um automóvel de presente, mas é preciso resistir a isso, que é diferente daquele consulente que, por gostar muito do terreiro e se sentir beneficiado, passa a implantar melhorias na casa, como a instalação de um ar condicionado ou a construção de um telhado novo. Isso depende de cada um, mas é muito importante aprender a ouvir mais do que falar. Outro detalhe muito importante para qualquer médium é nunca deixar para

“N

O CASO DA CARIDADE, É IMPORTANTE ENTENDER QUE A PRÁTICA

NÃO DEVE SER FEITA APENAS DENTRO DO TERREIRO, O MÉDIUM DEVE LEVAR ISSO PARA A SUA VIDA, PARA O SEU COTIDIANO, PORQUE CARIDADE NÃO É SÓ EXERCIDA DENTRO DO TERREIRO. QUE MAIS RECEBE É AQUELE QUE MAIS

A primeira dica é a seguinte: seja o mais discreto possível. Acredito que essa seja a mais importantes de todas porque, sendo discreto, o médium que está iniciando vai de encontro àquilo que a Umbanda é: uma religião simples e humilde. Se uma médium, por exemplo, chega ao terreiro cheia de maquiagem, toda produzida, foge um pouco do sentido da Umbanda, porque ao seu lado poderá estar uma senhora com uma roupa bem mais simples, sem tantos enfeites. Então, essa primeira dica de ser um médium discreto é muito importante. Evite comentários pessoais em torno de suas faculdades mediúnicas; uma coisa é comentar que incorporou Pai Joaquim de Angola semana passada e se sentiu pesada ao desincorporar e outra é dizer que incorporou o Pai Joaquim e que ele é o melhor, é fantástico, extraordinário... Esse tipo de comentário está errado. É preciso também tomar cuidado em não provocar palavras elogiosas demais dos consulentes a seu respeito. No momento em que se começa a incentivar esse tipo de comentário, fogese do verdadeiro sentido da Umbanda e isso

incorporar algum “espírito zombeteiro” achando que é um grande Guia, quando na realidade não é um espírito sadio. É preciso se preocupar em observar se existe alguma razão naquilo que está sendo determinado. O médium também poderá encontrar aquela turma que ficará o tempo todo falando bem dele, que ele é extraordinário, que o seu Caboclo é fora de série... Essa é uma armadilha que deve ser cortada de imediato com humildade, dizendo que está ali simplesmente como um instrumento da espiritualidade, porque um bajulador vai fazer mal tanto ao médium quanto ao ambiente, e só se pode fazer isso de uma maneira: se vacinando contra a vaidade e não permitindo que nada o coloque em evidência perante o corpo mediúnico. Há algumas atividades dentro do terreiro que são consideradas insignificantes, mas o médium deve ajudar sempre, em tudo que lhe for possível. Acendendo um charuto, um cachimbo ou uma vela, que são tarefas consideradas pequenas, mas que mesmo para um médium de larga experiência é considerada muito positiva e que faz bem. Existem muitos médiuns com longo tempo de terreiro que acham que não devem fazer essas pequenas coisas, que alguém vai chegar e acender o seu charuto, a sua vela, e não é bem assim, é preciso ter muito cuidado com essas pequenas coisas. Todo médium deve levar a prática da caridade o tempo todo e deve sempre

O MÉDIUM DOA, SEMPRE É ASSIM”

chegar ao terreiro em cima da hora e, ainda por cima, de baixo astral. É bom chegar um tempo antes de iniciar os trabalhos, de preferência com um sorriso no rosto, cumprimentando a todos. Além disso, nunca tente exercer domínio sobre os outros e nem coloque suas palavras na boca da Entidade, que está ali tentando se comunicar com o consulente. O importante, acima de tudo, é estar sempre vigilante, como no caso do recebimento de vantagens, que pode até ser considerado suborno. Começa pequeno e de repente você já está tirando grandes vantagens da mediunidade... Inevitavelmente, isso tudo vai desabar um dia. No caso da caridade, é importante também entender que a prática não deve ser feita apenas dentro do terreiro, o médium deve levar isso para a sua vida, para o seu cotidiano, porque caridade não é só exercida dentro do terreiro. O médium que mais recebe é aquele que mais doa, sempre é assim. Se puder, faça a sós aquelas mesmas preces que costuma fazer em público. O grande alicerce de um bom médium é o caráter, e se ele começa a achar que a sua frequência no terreiro é uma obrigação, já está se desviando de seu trabalho caritativo. Dentro do terreiro, os médiuns devem sempre servir de exemplo uns aos outros, e isso também serve para os dirigentes, cambones e todos que estejam trabalhando em uma corrente mediúnica. 27


Positivas, Negativas e Neutras

Como preparar um banho: Um banho de ervas é um elemento limpador, regenerador e reorganizador do organismo espiritual vivo. Sua vibração favorece a reestruturação do lado etérico, pois essa troca energética alimenta com força de cura nosso campo astral humano.

Há formas de preparar os banhos; devemos ferver, coar, banhar a cabeça, derramar água sobre a erva, erva sobre a água? Como devemos preparar um banho? A regra é simples: se você usar apenas ervas frescas (verdes), flores ou folhas secas, faça uma infusão com as ervas: aqueça um litro de água e derrame sobre as ervas; tampe e deixe descansar por, pelo menos, uma hora. No caso do uso da parte dura da erva, casca, semente, caule ou cipó, deixe ferver junto com a água por alguns minutos. Também é possível associar os dois métodos: ferver a parte dura e, com essa fervura, fazer uma infusão com as folhas e flores. Após o tempo indicado, coe e adicione mais água até atingir a temperatura aceitável para o banho. Eleve o banho acima de sua cabeça e consagre-o; isso pode ser feito com uma oração simples. Nunca esqueça que energia sem controle é o próprio caos. Dê direção à energia da erva. Diga a ela o que você espera e verá o resultado. O cuidado e conhecimento com as ervas é fator importantíssimo. Há uma regra que diz que ninguém pode controlar aquilo que não conhece, por isso essa importância. Deve-se conhecer o nome correto de cada erva e o verbo atuante que irá desencadear seu processo de magia, ou seja, o processo transformador. Ninguém usa magia para ficar como está, ela é a força transformadora utilizada quando se deseja mudar o estado de alguma coisa. As ervas estão sempre presentes nesses processos, desempenhando papel sustentador das magias.

Anis Estrelado: Aumenta a autoestima Água-de-arroz: Calmante Alfazema: Mudança Camomila: Limpeza (bactericida) Canela: limpeza, força e prosperidade Cravo da Índia: Estimulante Erva-doce: Boas energias Espada-de-São-Jorge: Proteção Folhas-de-manga: Prosperidade Fumo: proteção Flor-de-sabugueiro: Calmante Guiné: Proteção e força Girassol (sementes): Acelera mudanças Hortelã: Aceitação Levante: Força, melhora da autoestima Losna: Corta a negatividade Macela: Calmante (bom para insônia) Manjericão: Equilíbrio, renova as células do organismo. Calêndula: Reposição de energia Rosas brancas: Limpeza Rosas vermelhas: Energia

Amaci individual de iniciação: Este é o mais comum, preparado com a finalidade da iniciação individual. Será determinado pelo Guia-chefe do próprio médium ou pelo dirigente (ou Guia-chefe do Terreiro). A forma com que será iluminado, cores, número de velas, etc, será também definido por eles. Normalmente é feito com antecedência ao ato iniciatório e poderá ser usado nos dias anteriores ao momento da iniciação. Amacis específicos: Assim como os individuais, podem ser determinados pelos Guias como forma de atuar com muito mais intensidade do que um banho. Por exemplo: peguemos um caso de atuação

negativa que pode levar a doenças físicas; pode-se recomendar um amaci de limpeza, usado de um até sete dias. Todos os dias, antes de dormir, a pessoa colocará esse preparo no chacra coronário e, eventualmente, em outro chacra ou parte do corpo onde está localizada a ação negativa e o reflexo da doença. Dentro de um Terreiro, é muito positivo o preparo dos amacis por todos; podemos usar ervas secas ou frescas e, se forem usados preparos prontos, é importante escolher somentes as ervas para aquela vibração. Nunca use líquidos prontos, que prezam pela facilidade, mas nunca pela competência vibratória.

Foto feita durante Amaci Coletivo realizado no Terreiro Pai Maneco, localizado em Curitiba/PR

As plantas positivas, negativas e neutras são assim catalogadas conforme a fase lunar da colheita. Positivas: Lua crescente ou cheia Neutras: Lua nova Negativas: Lua minguante Mas a sua polarização final vai sempre depender das seguintes condições: vibração de quem vai usá-las, vibração das demais ervas utilizadas e vibração da intenção com que serão usadas. Positivas: São ervas que, quando usadas, só positivam, não podendo ser usadas para outro tipo de trabalho. Neutras: São todas as ervas que servem para, material ou espiritualmente, neutralizar o efeito de outras ervas, de doenças, assim como o efeito de vibrações negativas e/ou positivas. Negativas: Ervas usadas explicitamente para negativar. A erva é sempre positiva quando colhida nos dois primeiros dias da lunação respectiva, torna-se neutra quando colhida do terceiro ao quinto dia da lunação e negativa no sexto e sétimo dias. As ervas devem ser colhidas entre 6 e 18h, portanto, sob o efeito dos raios solares, apesar de regidas pelas fases da lua.

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Exemplos de ervas utilizadas em banhos e suas propriedades Arnica: Afasta a negatividade Abre-caminho: Novas forças Alecrim: Clareza mental Arruda: Proteção





Transcrição de entrevista ao Canal do Youtube “+ Um na Banda” – https://www.youtube.com/watch?v=H9yPPE4hTng&feature=share Fotos: Marques Rebelo

O

“A U

MBANDA TRAZ UMA

que é a Umbanda em sua vida?

MANEIRA DE VIVER BEM POR

É a religião em que eu apoio a minha religiosidade. Eu nasci em berço umbandista, minha mãe já era umbandista antes de eu nascer. Conheço muitas histórias daquela Umbanda dos anos 1970, eu vi e vivi a Umbanda de efeitos físicos, vi muito isso quando criança. Mas fiquei seis anos afastado da Umbanda, não podia nem ouvir falar em terreiro. Por quê? Eu queria explicações, respostas para tudo o que eu via e sentia. Como não tinha essas respostas, fui me afastando, cheguei à adolescência, aquela época da rebeldia e caí fora da Umbanda. Como a grande maioria de nós, voltei pela dor, pela necessidade; passei a frequentar um terreiro em que ninguém me conhecia e procurei ali obter as respostas que eu buscava. Passei por mais alguns terreiros antes de abrir a nossa casa... A Umbanda é mais do que uma religião, é uma filosofia de vida que nos ensina a viver bem e não a morrer bem, e essa era uma das coisas que me intrigava muito na adolescência, o fato de que, para podermos morrer bem, deveríamos viver em sofrimento, que o sofrimento nos purificaria. A Umbanda traz uma maneira de viver bem

MEIO DE EXEMPLOS SIMPLES, DE ARQUÉTIPOS...

A PRÓPRIA MANIFESTAÇÃO DA UMBANDA JÁ É UMA AULA, UM ENSINAMENTO... A UMBANDA É UM ESPELHO, ONDE VEMOS O QUE ESTÁ EM NÓS, NOS ENSINANDO A INCORPORAR OS VALORES DAS

ENTIDADES”

por meio de exemplos simples, de arquétipos... A própria manifestação da Umbanda já é uma aula, um ensinamento. Veja o Preto-Velho, que veio para cá, sofreu, aprendeu a perdoar e hoje ainda dá o seu exemplo; o Caboclo com a sua maturidade, a pureza das Crianças, a força e a garra dos Exus... A Umbanda é um espelho onde vemos o que está em nós, nos ensinando a incorporar os valores dessas Entidades.

E sobre a liberdade de culto?

Fotos realizadas no Santuário Nacional da Umbanda, durante oficialização da “Carta Magna da Umbanda”.

Isso é interessante, porque eu venho de uma Umbanda muito tradicional, mas qual é a Umbanda tradicional? Eu passei por uma série de terreiros, tenho 46 anos de Umbanda, mas não sei dizer quais desses seguem essa Umbanda chamada tradicional. Mas essa Umbanda que eu conheci é aquela pé no chão, de atabaque tocando forte, aquela coisa de raiz mesmo, ao mesmo tempo uma Umbanda de fazer novena, com a forte influência católico-cristã. Depois do meu afastamento, voltei e busquei seguir uma máxima que é a seguinte: tudo que é feito deve ser, no mínimo, bem feito. Aí comecei a ler de tudo; encontrei o trabalho do Mata e Silva, a Umbanda Esotérica, que me trouxe algum sentido, mas ainda faltava algo. Foi quando conheci a linha teológica do Rubens Saraceni, a Umbanda Sagrada. Muita gente que visita o Terreiro


Ventos de Aruanda me pergunta que linha eu sigo... Nós seguimos a linha teológica da Umbanda Sagrada, mas a linha doutrinária, cada terreiro tem a sua. E por que a linha teológica da Umbanda Sagrada? Na minha busca, foi o que me trouxe sentido e coerência com relação a, por exemplo, incorporação dos Orixás individuais. Quando conheci o trabalho do Rubens Saraceni com Magia do Fogo – ele estava formando a primeira turma e alguém me mostrou a apostila –, aquilo me abriu de novo para a Umbanda. Foi ali que comecei a ver coerência para as coisas que eu via e ninguém me explicava.

“NO TERREIRO

SEGUIMOS A

LINHA TEOLÓGICA DA

UMBANDA

SAGRADA, PORQUE, NA MINHA BUSCA, FOI O QUE MAIS ME TROUXE SENTIDO E COERÊNCIA. MAS LINHA DOUTRINÁRIA, CADA TERREIRO TEM A SUA”

O ERVEIRO ADRIANO CAMARGO... O Erveiro surgiu no final da década de 1990; fui trabalhar em um terreiro pequeno, o Terreiro do Seu Benedito... Depois de um tempo o terreiro fechou e formou-se outro grupo muito legal, o grupo da dona Leida, e nós fomos crescendo e conseguimos, com o tempo, criar um grupo de estudos: “Desmistificando a Umbanda”. Durante as aulas, as pessoas começaram a pedir para falarmos de ervas, e num dos encontros eu comecei a falar e não parei mais. Não tenho formação acadêmica nessa área e tive que buscar conhecimento, estudar mesmo. Com isso veio, por um lado, o conhecimento técnico de botânica e, de outro, o conhecimento espiritual. Depois desses 16 anos dando aulas sobre ervas, eu vejo, em outros meios, informações muito próximas, muito semelhantes. Quando eu estudava com o Rubens, sempre mostrava os meus estudos e a gente conversava sobre isso, e ele sempre foi um grande incentivador desse trabalho, que hoje tem um corpo, uma linha, uma conduta, que culminou com o lançamento do meu primeiro livro “Rituais com Ervas, Banhos, Defumações e Benzimentos”, que é um verdadeiro tratado sobre ervas. O objetivo é levar, a todos, a possibilidade de fazer seus próprios banhos e defumações sem depender de ninguém. Muito se fala sobre nunca tomar banho de ervas na cabeça, mas você pode tomar banho na cabeça com qualquer erva, desde que se tenha um critério, um propósito. E o uso hoje é muito mais livre do que era há 40 anos, mas ainda existem muitas regras; a ideia sempre foi criar algo simples e objetivo.

O mito de que o banho de ervas deve sempre ser composto de números ímpares...

Existem os mitos sim, mas eles servem para que a nossa mente não nos traia, porque se engana aquele que acredita que a magia deve funcionar independente da sua fé, porque a fé é a mola propulsora de tudo. A partir do momento em que eu acredito, aquilo se impulsiona. Imagine que, ao fazer um banho, a sua mente esteja preparada, doutrinada para os números três, sete, nove, onze... E se você colocar só seis ervas? Será que alguma coisa vai dar errado? A nossa mente nos trai o tempo todo por causa de crenças, dogmas, medos e, principalmente, pela culpa. Os mitos nos ajudam a não perder o foco, e um exemplo disso é a defumação. Dizem que a defumação de limpeza deve ser feita em direção à porta, de prosperidade, saúde deve ser feita da porta para dentro. Aí eu pergunto: Quem disse isso? Ninguém questiona, mas eu questionei. Quando faço uma defumação, não quero expulsar ninguém, isso vem das práticas de “banimento”, quando se expulsava aquilo que não se queria. Com a defumação eu quero curar, somos curadores por definição, mediunidade é curadora, o trabalho do Erveiro é curador. Quando consagro a defumação, seja louvando nossos pais e mães Orixás, seja cantando, peço que ela seja força viva, ativa e curadora de toda e qualquer forma de vida que por ventura tenha se alojado naquele local; que ela envolva os campos astrais dissolvendo larvas, miasmas e acúmulos negativos, envolvendo espíritos sofredores, obsessores, curando-os e colocando-os em condições de serem recolhidos aos seus locais de merecimento. É preciso dizer o que se quer da magia... Mas será que todos entendem isso? Não, mas todos podem fazer uma defumação. E é aí que dizemos que uma defumação de descarrego deve ser feita da porta para fora, para que a mente da pessoa não a traia, mas a ajude no caminho da fé, colocando toda sua energia na direção da porta, fazendo com que ela se sinta livre de qualquer coisa ruim que possa haver ali. 33


A defumação é essencial para qualquer trabalho num terreiro de Umbanda. É também uma das coisas que mais chama a atenção de quem vai pela primeira vez assistir a um trabalho. Em geral, a defumação na Umbanda é sempre acompanhada de pontos cantados específicos.

A

o queimarmos as ervas, liberamos em alguns minutos de defumação todo o poder energético agluti-nado em meses ou anos absorvido do solo da Terra, da energia dos raios de Sol, da Lua, do ar, além dos próprios elementos constitutivos das ervas. Desse modo, projeta-se uma força capaz de desagregar miasmas astrais que dominam a maioria dos ambientes, produto da baixa qualidade de pensamentos e desejos como raiva, vingança, inveja, orgulho, mágoa, etc. Existem, para cada objetivo que se tem ao fazer uma defumação, diferentes tipos de ervas que, associadas, permitem energizar e harmonizar pessoas e ambientes, pois, ao queimá-las, são produzidas reações agradáveis ou desagradáveis no mundo invisível. Há vegetais cujas auras são agressivas, repulsivas, picantes ou corrosivas, que põem em fuga desencarnados de vibração inferior. Os antigos Magos, graças ao seu conhecimento e experiência incomuns, sabiam combinar certas ervas, de emanações tão poderosas, que traçavam barreiras intransponíveis aos espíritos intrusos ou que tinham a intenção de lhes atrapalhar o trabalho de magia.

Apesar das ervas servirem de barreiras fluídico-magnéticas para os espíritos inferiores, seu poder é temporário, pois os irmãos do plano astral de baixa vibração são atraídos novamente por nossos pensamentos e atos turvos, que nos deixam na mesma faixa vibratória inferior pela Lei de Afinidades. Por isso a importância de nos mantermos sempre vigilantes quanto ao nível dos pensamentos e atos. Existem dois tipos: defumação de descarrego e defumação lustral.

Normalmente, a base dos defumadores são as seguintes ervas: Alecrim: Tira inveja, olho gordo e protege de magias. Atrai felicidade, cura, proteção, purificação e justiça e a Falange dos Caboclos. Estimulante para concentração, memória e estudos. Alfazema: Limpa o ambiente e atrai prosperidade e bons negócios. Acalma, purifica, traz entendimento, equilíbrio e harmonia. Favorece a clarividência Benjoim: Elimina bloqueios espirituais, atrai energias positivas, combate as negativas e destrói as larvas astrais. Mirra: Facilita o contato com planos superiores criando no ambiente uma atmosfera de prece e oração. Usado para

limpeza astral da casa, afasta maus fluidos e estimula a intuição. Incenso: Para limpeza em geral, destrói as larvas astrais. Aliado a outros elementos, potencializa seus efeitos.

Descarrego: Certas cargas pesadas se agregam ao nosso corpo astral durante nossa vivência cotidiana: pensamentos e ambientes de vibração pesada, rancores, invejas, preocupações, etc. Tudo isso produz e atrai certas formas-pensamento que aderem à nossa aura e ao nosso corpo astral, bloqueando sutis comunicações e transmissões energéticas. Além disso, os lares e os locais de trabalho podem ser alvos de espíritos atrasados que penetram e espalham fluídos negativos. Para afastar definitivamente essas entidades do nosso convívio, teremos primeiro que mudar nossos atos, gestos e pensamentos, afastando de nossas mentes

Pode-se acrescentar também algumas das ervas abaixo: Louro: Abre caminho, chama dinheiro, prosperidade e dá energia ao ambiente. Bom para negócios, adivinhação, proteção, força e saúde. Atrai a Corrente de Caboclos. Anis Estrelado: Propicia boas amizades, bons caminhos, paz e triunfo. Bom para adivinhação, purificação, sorte e amor. Atua tanto em nível material quanto

a corrente que nos liga a esses seres. A defumação de descarrego afasta seres do baixo astral e dissipa larvas astrais que impregnam um ambiente; desagrega cargas interpenetrando os campos astral, mental e a aura, libertando-os para produzirem seu funcionamento normal. Comece a defumação varrendo o lar ou o local de trabalho e acendendo uma vela para o seu anjo de guarda. Depois, levando em uma das mãos um copo com água, comece a defumar o local da porta dos fundos para a porta da rua. Lustral: Além de afastar alguns resquícios que tenham ficado após a defumação de descarrego, atrai para esses ambientes correntes positivas dos Orixás, Caboclos e Pretos-Velhos, que se encarregarão de abrir seus caminhos. Antes de iniciar a defumação, acenda uma vela para o seu anjo da guarda. Levando um copo com água, comece a defumar sua casa ou o seu local de trabalho, da porta da rua para dentro. Não esqueça que a defumação lustral deverá ser feita após o descarrego.

emocional, produzindo estímulo de natureza positiva. Renova as energias e atrai proteção espiritual contra qualquer mal. Palha de Alho: usado para eliminar formas negativas de pensamentos obsessivos. Afasta más vibrações e maus espíritos. Madressilva: Desenvolve a intuição e a criatividade, favorece também a prosperidade. Colônia: Atrai fluidos benéficos. Eucalipto: Atrai a corrente de Oxossi. Observação: As ervas para defumação devem ser secas e não verdes; pode-se usar carvão em brasa para ajudar na queima e defumação.



Incorporação e Mediunidade

“O QUE NOS ATRAI para o trabalho da mediunidade é uma palavra só: amor. O amor vivido em uma dimensão espi-ritual, em nosso relacionamento do dia a dia e com a grande esperança de que, al-guma coisa que a gente faça, possa bene-ficiar os filhos na Terra. Quando falamos em amor, não é esse amor na dimensão crística, que nem sabemos direito como é, somos ainda aprendizes, mesmo do lado de cá da vida; falamos do amor no sentido da esperança de promover alguma coisa. Como Espírito, no momento em que nos aproximamos, negro velho não tem a necessidade, como alguns acre-ditam, de ‘entrar’ dentro do corpo do mé-dium, seja ele qual for. Neste momento, mesmo que o médium esteja desdobrado, nós fazemos quase que uma troca; en-quanto está aqui falando, negro velho está atrás do corpo do médium ativando seus chacras cardíaco e coronário. Estou com uma mão exatamente sobre o chacra cardíaco e outra sobre o chacra coronário, neste caso, um pouco mais acima da ca-beça porque este vórtice gira muito inten-samente. Então, negro velho coloca a mão cerca de 1 metro do chacra coronário e, bem junto mesmo, na raiz do chacra car-díaco. Enquanto isso, o médium desdo-brado está trabalhando, auxiliando ou aprendendo na Aruanda de Pai João junto aos outros orientadores espirituais. Isso causa em mim,

“NEGRO VELHO SE RECORDA DA

MOVIMENTAÇÃO por aqui, lá pelo ano

de 1756, quando as primeiras comunidades espirituais negras e indígenas se reuniram do lado de cá, erguendo construções simples que mais tarde dariam origem à cidade espiritual de Aruanda. No início, eram poucas pessoas... Este negro velho se recorda de um grupo pequeno de negros auxiliados por três

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principalmente, que estou neste momento falando, uma sensação de tranquilidade, pois estou conseguindo passar pelo menos 30% do que eu gos-taria, porque passar 100% é impossível devido à própria emoção mediúnica, os pensamentos e a parte anímica do mé-dium, se torna impossível anular isso tudo. Eu transmito a minha emoção para o mé-dium e, quando ele recobra a consciência em sua totalidade, também vai absorver esse bemestar que sinto. Mas podemos resumir tudo nessa palavra chamada amor, nada define melhor essa sensação”.

Conforto Material

“SOBRE OS BENS MATERIAIS DO PONTO DE VISTA ESPIRITUAL, não podemos nos esquecer dos fatores cármicos que determinam a vida aqui na Terra, nem de um passado que não pode ser negado. Muitos têm necessidade de passar por experiências a fim de que possam se reeducar como espíritos no contexto social, econômico, religioso e fa-miliar, comuns na realidade terrestre. Contudo, a grande maioria, mesmo consi-derando os fatores cármicos, não encon-tra felicidade ou vitória nas questões mate-riais do mundo – e aqui negro velho pede perdão pela palavra – por burrice, porque faz escolhas inconvenientes e deixa de investir o tempo e o talento em questões realmente proveitosas. Como a vida é um resultado de escolhas, a cada passo que damos reconfiguramos a rota da nossa vitória e da nossa felicidade. Nesta cami-nhada, infelizmente, as pessoas agem mais por

princesas de Ketu que vieram para o Brasil, e que hoje fazem parte das lendas dos Canjerês, dos Nagôs, dos Ketos, etc. Esses espíritos acreditavam que deveria haver um agrupamento que pudesse, a partir dali, irradiar a mensagem de espí-ritos de outras procedências. O grupo era inicialmente pequeno, mas, logo após, foram chegando alguns holandeses e portugueses desencarnados e formou-se a primeira colônia, que na-

impulso e emoção do que pela razão e, em geral, quando definimos nossas atitudes por meio das emoções, a ten-dência é nos arrependermos, acabando por colher infelicidade, derrotas e fra-cassos no dia a dia. De forma alguma o plano superior vê o progresso material como algo indesejável, aliás, nós preci-samos que os irmãos da Terra progridam, para podermos erguer instituições beneméritas que amparem os que sofrem. Para os que estão encarnados o dinheiro não cai do Céu, não se constroem hos-pitais, creches, orfanatos ou casas espíritas apenas orando e materializando na Terra. Precisamos que os irmãos progridam para que, uma vez estando bem, possam uti-lizar os recursos que os Céus disponibi-lizam para prodigalizar no mundo a feição do plano espiritual. Sem progresso, não há como materializar no mundo as dire-trizes do plano espiritual.

Ser feliz sem culpa

SE ANDARMOS NA RUA SOB UM SOL QUENTE, e fixarmos uma pedra,

veremos somente pedras no caminho, isso é uma ilusão de ótica... Fome, terrorismo, guerras, doenças, enfermidades, sempre ocorreram, desde que o mundo é mundo, e isso nunca foi impedimento para que as pessoas se sentissem plenas e felizes, aliás, para que possamos resolver isso precisamos estar satisfeitos e felizes com o trabalho que realizamos. Não se pode mergulhar em um estado de depressão pela quela época tinha como símbolo o mapa da Mãe África com várias estrelas representando os povos que vieram para a terra de Santa Cruz. Aos poucos, foram se juntando espíritos pertencentes a outros povos e a Aruanda nasceu do lado de cá da vida. Uma pequena colônia, na verdade um povoado de espíritos querendo, de alguma maneira, fazer sobreviver a cultura espiritual na terra nascente do Cruzeiro. Desde o início, tivemos uma característica na Aruanda do lado de cá da vida:


situação externa e, em depressão, querer ajudar ao próximo, não há como... É preciso estar bem e o mais resolvido possível. A felicidade plena não é ainda do planeta Terra, mas, diante desses desafios, ser tão feliz quanto possível é obrigação para aqueles que querem ser as mãos abençoadas por meio das quais Jesus possa levar essa felicidade. Só posso ensinar o outro a ser feliz e a ver as coisas boas, fixando a atenção nas coisas boas. O mal aparente que existe no mundo é estímulo para que o cristão possa exercitar a fraternidade legítima e verdadeira.

como fui em outra encarnação, mas essa não é a minha prioridade, negro velho tem como proposta abalar as barreiras do preconceito. Então, negro velho se aproxima dos filhos nesta roupagem, trabalhando ao lado de Bezerra de Menezes, Joseph Gleber e outros espíritos, como Caboclos e Guardiões, desde que trabalhem sob a bandeira do bem e da caridade”.

O trabalho nas Sessões Espíritas

“AMOR E PERDÃO SÃO AS FORÇAS MAIS POTENTES DO UNIVERSO...

ma bandeira, porque não existe um padrão de manifestação espiritual. Trabalhamos dentro do segmento do Cristo, que se utiliza da nossa cultura espiritual, daquilo que aprendemos quando encarnados, para que possamos manter a nossa individualidade, provando ao mundo que não existem barreiras. Se nos manifestarmos somente em casas espí-ritas, como ficarão as milhares de pessoas em lugares em que não existe o Espi-ritismo? Se nos manifestarmos somente nas casas de Umbanda, como ficarão as pessoas, em todas as partes do mundo, que nunca ouviram falar de Umbanda ou de Espiritismo? Muitas vezes nos manifestamos nos hospitais de maneira intuitiva por meio dos médicos, daqueles que vão às guerras, que vão às favelas e, por meio da intuição, a mediunidade se manifesta. Essa parceria existe em todo o Universo. Eu mesmo, quando me manifesto em algum ambiente adverso a esta roupagem fluídica, que é a que mais me agrada, também posso me manifestar sob a roupagem fluídica de Alfred Russell, um médico inglês,

Quando você perdoa alguém, significa que se liberou da energia daquela pessoa; quando alguém fez um mal e você o perdoa, está se libertando daquela vi-bração e dando um salto quântico, es-quecendo não só o que foi feito, mas tam-bém da pessoa, como se ela deixasse de existir em seu universo quântico. Essa partícula de agressão não consegue dar esse salto porque está semimaterializada, e você está semiespiritualizado. Portanto, perdoar não é só libertar-se da partícula negativa emitida pelo pensamento em desalinho, mas, sobretudo, é libertar-se dessa dimensão terra a terra, onde essa energia não pode chegar até você. A partir do perdão, você passa a exercitar o sen-tido do amor. Amar é dar ao outro tantas oportunidades quanto ele precisa para acertar, é não colocar barreiras para que o outro cresça... Amar, muitas vezes não significa acolher a pessoa, mas dar um basta em determinada situação, dizer não para que ela não ultrapasse os limites que as leis divinas convencionaram de respeito e dignidade entre os seres. Amar, não é simplesmente passar a mão na cabeça; muitas vezes o amor se manifesta de maneira mais intensa. De qualquer forma, seja qual for o estágio em que esteja para interpretar a palavra amor, este amor, do

qual negro velho fala, é a força propulsora do Universo que alguns chamam de Magnetismo, que os cientistas chamam ou ‘apelidam’ de Lei da Gravidade, aquela mesma que mantém os elétrons sempre circulando em torno do átomo, que os irmãos espíritas chamam de Fluido Cósmico Universal, que permeia o Universo e nos liga à mente diretora do Cosmo, todos os seres, da grama ao anjo, sem que percebamos. É a essa energia que damos o nome de ‘Magia’. Quando surge no pen-samento e deixamos que a fala expresse em forma de palavras, seja ele bom ou ruim, não tem mais retorno... Não temos como desfazer o que o pensamento mate-rializa em forma de palavras. Isso nos faz lembrar os ensinamentos do Evangelho; seguir o Evangelho não é uma questão reli-giosa, é questão de ser inteligente, pois o Evangelho é Ciência pura. Quando Nosso Senhor Jesus Cristo diz: ‘perdoa o teu inimigo, ora por aqueles que te des-prezam, por aqueles que não gostam de você’, está lhe dando a fórmula do salto quântico! Há 2 mil anos, Jesus já nos ensinava isso – sair da localidade da agres-são para a nãolocalidade, onde a partícula agressiva não tem acesso. Podemos estar na mesma dimensão em que transita o agressor, mas a nossa mente está em outra, onde o agressor, devido à sua baixa frequência, não consegue nos atingir. O Cristo nos ensinou, na vivência do Evan-gelho, a focar nossos pensamentos, colo-cando a mente, a vibração de nossas células, em uma frequência superior àquela dos agressores que tentam de alguma maneira nos prejudicar. Utilizem a força do pensamento modificando a localidade energética do seu corpo, do seu ambiente, porque de nada adianta fazer as limpezas energéticas com defumações se você não muda a fre-quência dos seus pensamentos. Esta é a fonte geradora primordial e mais pode-rosa de manipulação das energias da Natureza, que chamamos de ‘Magia’”

uma abertura total a todos os espíritos, de todas as procedências. Quando nós espíritos chegávamos à Aruanda, enfrentávamos uma situação desafiadora e foi então que se entendeu o significado do que os Caboclos diziam, de se pisar na Aruanda devagar... Nós tínhamos que passar por uma vasta área inóspita, que vocês chamam de ‘umbral’, para entrar na aldeia inicial de Aruanda. Havia ali peles vermelhas dos Estados Unidos que vieram para a região espiritual do Brasil, havia os Tupinambás e os Tupis-

Guaranis, alguns Tamoios também e negros de várias nações, circulando a região que antecedia a chegada à Colônia de Aruanda, tocando os tambores para avisar que ali estavam chegando espíritos do bem, espíritos comprometidos. E os Caboclos cantavam: ‘Oi, pisa na Aruanda devagar, oi, pisa na Aruanda devagar... Cuidado que os caminhos têm espinhos, meus Caboclos... Eu piso na Aruanda devagar...’. Os espinhos representavam as regiões inóspitas que tivemos que reurbanizar.

Negro velho está aqui falando de maneira reduzida, porque a história espiritual é muito detalhada, mas hoje nós temos uma metrópole onde vivem, diuturnamente, mais de 10 milhões de espíritos, além dos mais de 5 milhões de espíritos transitórios que passam de uma região para outra. Mas tudo isso é sustentado com o pouco que cada um doa de si, cada um contribuindo com o tempo que seu coração determinar, trabalhando de acordo com o que acha que dá conta”.

“NÃO SOMOS DE SEGMENTOS DIFERENTES, trabalhamos sob a mes-

O amor, o perdão e a magia

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“O local era pequeno, mas os trabalhos ali realizados traziam uma energia tão grande, que tudo se expandia...”

“P

ai João das Matas foi chegando devagar; rodei bastante antes de ter minha primeira incorporação, não foi fácil... Mas chegou o momento em que a própria dirigente da casa me disse que eu precisava cuidar das pessoas que estavam aparecendo em minha vida. Eu morava em um apartamento e montei um local para dar passagem às Entidades num cantinho da lavanderia, bem pequeno, onde cabiam apenas o ban-quinho de Pai João, a vela acesa, as

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firmezas e o altar. Assim começou: um amigo vinha, depois voltava trazendo outra pessoa e o volume de atendimento foi só aumentando. E desse início foram surgindo os primeiros filhos da casa”.


Depois dos primeiros filhos, como foi o prosseguimento dos trabalhos? Pai Robson: Fui conversar com minha Mãe de Santo e com Vovó Tereza, que é sua Preta-Velha. Ela me disse que havia chegado o meu momento, dali para frente eu seguiria o meu caminho. Eu senti muito medo, então perguntei a ela se poderia con-tinuar na casa e ela disse que sim, e eu continuei durante dois anos na casa de minha Mãe. Toda sexta-feira trabalhava lá e, aos sábados, na minha casa. Daí para frente, como foi até ter a casa aberta? Pai Robson: Eu considero esse início de atendimento em meu apartamento como a minha casa aberta... São sete anos que estamos comemorando. E só foram surgindo mais e mais filhos, mais pessoas nos procurando. Durante três anos, eu e meus filhos prestamos atendimento dentro de um espaço de 30 m². Àquela altura, éramos eu e mais 25 médiuns. Era realmente muito pequeno, mas os trabalhos ali realizados traziam uma energia tão grande, que tudo se expandia. Hoje, lembrando, não consegui-mos imaginar como tivemos um terreiro ali dentro. Como foi chegar até este espaço maior, onde o templo está hoje instalado? Pai Robson: Nosso Pai Maior, Oxalá, nos presenteou com este espaço e quase tudo que temos aqui foi ganhado, doado. As imagens foram todas feitas por uma filha de santo que é artesã, são poucas as que foram compradas. E foram chegando mais e mais coisas e está tudo aqui, nossa casa, nosso Templo de Umbanda. E hoje, após sete anos de casa aberta? Pai Robson: Por conta da abertura do templo, precisei dar uma parada na minha vida profissional, porque requer muita dedicação, todos os dias é necessário que

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eu esteja na casa. São muitos filhos e pessoas que necessitam de ajuda e, da mesma forma que a Entidade pai João das Matas me permitiu tudo isso, eu não me permito errar, então, me dedico totalmente. Quero que tudo esteja sempre correto; primeiro, porque não quero que falem coisas negativas da casa, e todos os filhos que tenho aqui se doam ao máximo, tudo que temos aqui sai do próprio bolso, não temos praticamente a ajuda de ninguém de fora, são os médiuns que fazem suas doações. E é uma luta constante, um dia após o outro. Sempre que temos al-gum trabalho a realizar, alguma oferenda para fazer, eu, pessoalmente, não costumo pedir nada. Só peço saúde, sabedoria e para não desviar do caminho positivo da nossa religião.


“O COMPROMISSO, A MISSÃO DA CASA PAI JOÃO DAS MATAS E OGUM SETE ONDAS É O MESMO DESDE O PRIMEIRO DIA: UNIDOS PELA FÉ E PELOS

UMBANDA, CARIDADE, SOLIDARIEDADE,

FUNDAMENTOS DA

AMOR E RESPEITO AO PRÓXIMO”

Gostaria que você nos falasse da Festa em homenagem aos Pretos-Velhos e a comemoração dos sete anos de casa aberta... Pai Robson: A homenagem tinha de

acontecer com os sete anos de comemoração da abertura da casa, que também é chefiada por um Iofá, e essa Falange representa a superação da incompreensão, o sentimento incondicional, a sabedoria que deve ser praticada diariamente, o conforto e o respeito aplicado, o carinho emanado e a continuidade da caminhada pela Fé. O compromisso – missão, da Casa Pai João das Matas e Ogum Sete Ondas – é o mesmo desde o primeiro dia: “Unidos pela Fé e pelos fundamentos da Umbanda, onde reconhecemos a caridade como solidariedade, amor e respeito ao próximo, comprometimento assíduo aos preceitos umbandistas e ao desenvolvimento humano, auxiliando nas horas necessárias e respeitando a integridade holística”.

Deixe uma mensagem para essa juventude que está conhecendo agora a Umbanda, e se envolvendo com a religião. Pai Robson: Encontramos o caminho da religião pela dor ou pelo amor, são poucos os que assumem o compromisso espontaneamente. Geralmente somos chamados para aprender, evoluir e levar adiante a Bandeira da Fé. A Umbanda é uma religião popular, com seus fundamentos, prin-cípios e ritualísticas. Hoje muita coisa se transformou e um dos fatores mais importantes foi a oportunidade de conhecimento. Antes, as ações eram veladas; hoje, estudar a Umbanda significa que teremos maior consciência sobre a responsabilidade que a religião nos confere, seja pela esfera espiritual, física, social ou cultural. Que tenhamos a resignação e a boa vontade para desempenhar bem nossas tarefas, aí então podemos perguntar onde de fato começam as tarefas, se é só dentro do terreiro ou se são para todas as circunstâncias das quais fazemos parte. O importante é ser transparente nas es-colhas e compromissos e, acima de tudo, respeitar o que não é compreensível aos nossos olhos.

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Os chás medicinais são usados há séculos para auxiliar na manutenção da saúde e há grandes chances de que, utilizando-os, é possível obter alívio de vários sintomas de doenças como artrite, dores em geral e algumas alergias.

A

China e o Egito antigos já usavam de chás para melhorias na saúde. Suas propriedades eram constantemente relatadas. Normalmente, são feitos com folhas, flores ou raízes de plantas. Mas mesmo galhos ou a casca podem fazer parte da receita. A forma mais comum de preparo é colocar os ingredientes em água fervente por um certo tempo e beber quente para tirar o máximo de proveito da bebida. E tem alguns efeitos que você pode esperar. Alguns mais comuns em seu corpo são o de relaxamento e estimulação. Chás podem ajudar a acalmar, aliviar o stress ou até dar energia. Propriedades diuré-ticas estão comumente associadas com a maioria dos chás e a evidência mostra que eles podem ajudar na filtragem de seu corpo. Há chás ligados com a redução da pressão arterial, assim como a diminuição nos níveis de colesterol. Alguns, inclusive, são utilizados para combater a fadiga.

Acelga Rica em fibras, proteínas e vitaminas A, B, C e K, água, sais minerais sódio, magnésio, potássio, zinco e ferro, por isso é considerada indispensável para o bom funcionamento do corpo. O chá de acelga ajuda na prevenção e tratamento de micoses, cálculos biliares, diabetes, neurites, estômago desregulado, hemorroidas e anúria.

Aguapé Essa planta herbácea possui efeitos depurativos, diuréticos e antiinflamatórios. Mas para uso medicinal deve ser cultivada com técnicas específicas. para que não acumule bactérias nocivas. A infusão das folhas, caule e raiz possui efeito sedante, refrescante, febrífugo, diurético e afrodisíaco. Seu uso é recomendado para tratar sintomas de dores no corpo em geral, febre, nervosismo, hepatite, problemas de estômago e rins. 44

Abiú O abiú ou abieiro é uma planta originária da Amazônia cultivada em quase todo o território brasileiro. Os benefícios vão desde o fruto até as sementes. Os frutos auxiliam no tratamento de bronquite, asma, pneumonia e outras afec-ções pulmonares. Também ajuda a combater anemia e desnutrição. O chá traz vários bene-fícios à saúde; ajuda a combater diarreia, disen-teria, febre, terçol, malária, doenças e dores no ouvido e afta.

Açucena Os principais benefícios da açucena são os efeitos diuré-ticos e emolientes. O óleo, extraído dos bulbos, é usado na fabricação de medicamentos que com-batem dores reumáticas e artríticas. Para preparar o chá, ferva 200 ml de água. Ao atingir o ponto de ebulição, coloque as pétalas ou o bulbo da flor. Espere cerca de 10 minutos, coe e tome somente o líquido.

Alecrim

O primeiro benefício do alecrim a ser considerado é o fortalecimento que ele proporciona para todo o organismo, fortalecendo a imunidade. Doenças como anemia, resfriado, arritmia cardíaca, bronquite, diabetes e problemas circulares também contam com o auxílio do alecrim. Além disso, possui um pode-roso efeito relaxante.

Erva de São João Excelente auxiliar no tratamento da depres-são leve e moderada, a erva também é indi-cada para dificuldades respiratórias, hemor-roidas, diarreia crônica, problemas pulmo-nares e dores musculares. Ponha água para ferver e, antes de entrar em ebulição, acres-cente a erva, tampe e aguarde alguns minutos. Coe e beba o chá ainda morno.

Inhame O chá de inhame é reconhecido por conter incríveis propriedades fitoterápicas, com substâncias que estimulam a ovulação, melhoram a aparência da pele e fortalecem o sistema imunológico. O chá de inhame é uma espécie de pasta bem viscosa, que deve ser consumida em momentos adequados. Recomenda-se tomar em jejum durante alguns dias, não mais do que 2 colheres (sopa) por dia. Para preparar, lave bem as cascas e deixe ferver em fogo médio, até que reduza à metade.

Alface d’Água

Também chamada de mururé, erva de Santa Luzia, lentilha d’água e flor d’água, pertence à família das Araceae. Pos-sui propriedades Antis-sifilítica, desinflamató-ria, antiasmática, expectorante, antiartrítica, anti-herpética, diurética, antidisentérica, antidiabética, emoliente, maturativa e pode ser indicada no tratamento de enfermidades que acometem a bexiga e os rins. Para o chá, adicione 30 g de folhas frescas a 1 litro de água; deixe ferver, tampe e guarde alguns minutos. Tome 1 colher (sopa) a cada hora.

Tomilho O chá de tomilho é excelente auxiliar no tratamento de artrite, fibromialgia, lúpus e esclerose múltipla. Como são doenças sérias, é necessário sempre acompanhamento médico. Fonte de cálcio, ferro e potássio, ajuda no controle da pressão arterial, estimula a produção de glóbulos vermelhos e ajuda a combater a anemia. Para o chá, utilize 1 colher (sopa) de tomilho, 1 de gengibre ralado e 2 xícaras (chá) de água.

Urtiga Conhecida por queimar quem nela encostar, a urtiga vem sendo utilizada na alimentação e como fonte de clorofila. Devido às suas propriedades, o chá de urtiga é capaz de equilibrar a glicose, sendo bastante indicado para quem sofre de diabetes. Para o chá, utilize 1 colher (sopa) de folhas secas para 1 litro de água e deixe ferver por cerca de 4 minutos. Tome ainda morno.


A iniciativa do evento partiu do vereador umbandista Josa Queiroz, reeleito na cidade de Diadema, SP.

“N

esses três anos e dez meses de mandato, tivemos cinco Projetos de Lei aprovados, todos voltados para a Umbanda e as religiões de matriz africana. Criamos duas medalhas de honra que são distribuídas em festas que acontecem na cidade: Homenagem a Ogum, em abril, e Homenagem aos Caboclos, Boiadeiros e Encantados, em novembro. Na festa de Ogum, a medalha faz menção a Pai Francelino de Shapanan e são agraciados os dirigentes dos Cultos de Nação. Na festa em homenagem aos Caboclos e Boiadeiros, a medalha homenageia Pai Zélio Fernandino de Moraes e é entregue aos dirigentes da Umbanda. Além disso, hoje estas duas festas fazem parte do calendário oficial da cidade, além das Águas de Iemanjá. Garantimos um Projeto de Lei que instituiu 21 de janeiro como ‘Dia de Combate à Intolerância Religiosa’. Nunca antes se conseguiu aprovar tantos projetos voltados para a nossa religião”.

Fale sobre a homenagem na Câmara Municipal, que também envolveu os festejos de Cosme e Damião... Josa: Essa foi uma iniciativa nossa junto à Federação Umbandista e de Cultos Afrobrasileiros de Diadema – FUCABRAD, da qual Cassio Ribeiro é o presidente e eu sou o vice e, pela primeira vez, homenageamos não os dirigentes, mas as pessoas anônimas que são imprescindíveis para o bom funcionamento dos terreiros. Foram escolhidas 40 casas e cada uma indicou duas pessoas para terem seus trabalhos reconhecidos. Algumas indicaram seus Pais Pequenos e Mães Pequenas, outras Ogans e Ekedis. Outras ainda, seus Cambones. Com isso reconhecemos esses trabalhadores das casas que são de fundamental importância. Reunimos cerca de 400 pessoas para esse evento na Câmara Municipal de Diadema. Vocês fizeram uma “abertura de trabalhos” completa, com defumação, toque dos atabaques... Josa: Desde que assumi a cadeira como vereador, nunca fizemos nenhum evento dentro da Câmara Municipal sem defumação, sem cânticos de abertura, sem o hino da Umbanda, das religiões de matriz africana e sem levar nossos atabaques, esse é um direito nosso. Não fazemos isso para afrontar ninguém; levamos nossos símbolos sagrados a um espaço que é do povo e que deve acolher as religiões da maneira como se apresentam.

Aproveitando a época dos festejos anuais em homenagem a São Cosme e São Damião, cultuados na Umbanda e que tem sua própria Linha de Trabalho, a “Linha das Crianças”, a FUCABRAD ofereceu a todos os presentes uma bela mesa com doces em homenagem aos santos gêmeos. Fotos: Alberto Xis

Além de vereador da cidade, você também é praticante da religião? Josa: Sou médium de incorporação; estava, até dois meses atrás, no Templo de Doutrina Umbandista, em São Roque, onde fiquei por dez anos. Acabei me afastando por conta da distância, que não é pequena, mas cumpri lá a minha missão. A partir do ano que vem buscarei outra casa para poder continuar meus trabalhos como médium. Trabalho com Exu Ventania, Caboclo Ventania. Pai José de Aruanda, Marinheiro João do Cais, Boiadeiro João da Mata e Corisco, um Baiano da melhor qualidade. Sou filho de Ogum Megê, e por aí vai... Podemos esperar um grande mandato, sempre defendendo a religião... Josa: Pretendemos avançar em algumas questões não apenas sob o ponto de vista da Legislação, mas também por meio de seus símbolos. Essas questões irão marcar esse nosso mandato. Primeiramente, pretendemos fazer o tombamento de uma casa aqui na cidade de Diadema; será a casa de Pai Nelson de Iemanjá, uma das mais antigas e com um trabalho notadamente reconhecido. Nós entendemos que esse processo de tombamento também irá contribuir muito com a religião. Também pretendemos abrir outras discussões, será um mandato cheio de iniciativas que irão enaltecer ainda mais as religiões de matriz africana aqui na cidade. 45





“F

izemos o fechamento da 24º Bienal; no último dia, cantamos os pontos dos nossos Orixás e Guias porque, pela Madras Editora publicar muitos livros de Umbanda, sentimos a necessidade de fazer essa apresentação de encerramento. Como sou o autor dos livros sobre música na Umbanda – ABC do Ogã, Na Gira da Umbanda e Cantando e tocando Ijexá e Barravento –, fui convidado para fazer essa apresentação. Foi a segunda Bienal de que participei em São Paulo, junto a Madras Editora; nesta edição, não fizemos nenhum lançamento, mas ou-tros irmãos nossos apresentaram seus novos trabalhos. A receptividade que tivemos com essa apresentação foi excelente, o público que passava parava para olhar e cantar junto. Ali nós descobrimos muita gente visitando a Bienal que era umbandista; se não fossem os toques, não teriam se interessado em parar e assistir. A repercussão foi muito grande, a Bienal toda nos ouviu, porque o som foi

bem distribuído pelo espaço da exposição. O axé foi muito bom, recebemos todo o povo do Tambor de Orixá, inclusive alunos antigos. E para a editora foi excelente, porque o stand ficou lotado e vendeu muitos livros. Apesar de toda a receptividade, alguns evangélicos foram até o stand pedir para que parássemos de tocar... Mas é claro que não paramos e deixamos bem claro que não iríamos aceitar esse tipo de atitude, que a intolerância religiosa é crime. E o melhor mesmo foi ver o povo participar, parar e cantar junto. Foi muito importante ter aberto mais esse espaço, num evento tão grande, para que a Umbanda se apresentasse. Já tivemos a oportunidade de fazer o mesmo quando lançamos outros livros – na Livraria Martins Fontes e na Livraria Saraiva. ,Os espaços estão se abrindo e, felizmente, pudemos fazer parte, com nossos toques, de todos esses eventos.

Em uma concorrida noite de autógrafos, o médium, sacerdote e escritor Alexandre Cumino lançou mais um livro pela Madras – “Orixás na Umbanda – Um Deus, Sete Linhas e muitos Orixás”. Alexandre já lançou pela Madras Editora outros oito livros, entre eles: História da Umbanda,

Médium – Incorporação não é Possessão, O Sacerdote de Umbanda – Mestre, Discípulo e Liderança e Umbanda não é Macumba. Em “Orixás na Umbanda”, o autor aborda de maneira simples o tema na visão da Umbanda: Orixás são manifestações divinas ou a própria individualização do Criador em suas qualidades e sentidos. Uma obra introdutória a um assunto vasto e de grande interesse para os umbandistas e estudiosos do culto aos Orixás.

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E

m junho, aconteceu a formatura do curso de Preparação Sacerdotal ministrado por Alexandre Cumino na sede do Colégio de Umbanda Sagrada Pena Branca.

Com duração de dois anos, o curso teve como pré-requisito que os alunos já fossem médiuns de incorporação atuantes na Umbanda e que já tivessem feito o Curso de Teologia de Um-banda Sagrada (um ano) e Magia Divina das Sete Chamas Sagradas (cinco meses). Com isso, esses alunos estudaram cerca de três anos e meio antes de se for-marem e, ainda assim, explica Alexandre Cumino, o curso não forma sacerdotes, prepara os médiuns para uma possível missão sacerdotal ou mesmo para melhor desempenharem suas funções como médiuns de incorporação. O curso foi idealizado por Rubens Saraceni, tendo como premissa que todos os médiuns de incorpração são templos vivos de Olorum, conforme ensinavam Pai Benedito de Aruanda e Mes-tre Seiman Hamiser Yê mentores do Mestre Saraceni. Ao fazer o curso, o mé-


“NÃO

FORMAMOS SACERDOTES,

PREPARAMOS PESSOAS PARA O SACERDÓCIO; UM DIRIGENTE

ESPIRITUAL DE

UMBANDA

JÁ É

UM SACERDOTE, INDEPENDENTE DE FAZER UM CURSO DE

SACERDÓCIO.

AQUELE

QUE JÁ É

DIRIGENTE, OU QUE SE TORNARÁ UM, POR MEIO DE UM CURSO DE

PREPARAÇÃO SACERDOTAL ESTARÁ MELHOR CAPACITADO PARA TAL”.

dium recebe, por meio de teoria e práticas vividas no templo, uma série de conhecimentos e iniciações que lhe ajudarão a desempenhar com maior desenvoltura e tranquilidade o sacerdócio mediúnico. Estiveram presentes à mesa, prestigiando os formandos: Sandra Santos (presidente da AUEESP), Daniel Marques (Umbanda eu Curto), Engels de Xangô (Aldeia de Caboclos), Alexandre Takayama (sacerdote, contador e advogado), Quito Formiga (vereador), Marques Rebelo (Revista Espírita de Umbanda), Ronaldo Ras (RAS Eventos), Luiz Renato (diretor da AUEESP) e o querido Sacerdote Helmar. Alexandre Cumino cita também a presença dos sacerdotes David Dias Delgado e Cristiano Nascimento, que já haviam se formado com Rubens Saraceni e acompanharam e ajudaram na condução desta turma de preparação sacerdotal. Parabenizamos os 95 médiuns preparados por Alexandre Cumino para melhor trabalharem e representarem nossa amada Umbanda.

Formandos Adriana Ferri Lettieri|Adriana Regina Franchini Adriane da Silva Leal|Adriano Serrano da Silva Almyr Motta|Antonio Alves da Silva|Caroline Regina Piotto|Cristiane Mitiko Sadatune|Cristiano Andrade de Oliveira Trevelino|Cristiano Nascimento|Daniela Cristina da Silva|Daniela Lima Bastos|David Dias Delgado|Diego Tadeu Alonso Bueno|Douglas Petelin|Douglas Roque de Vasconcelos|Durvalina de Amorim Silva de Lucena Eliana Ladeira Moreno|Elisabete Ferri Lima Fonseca|Elizabete Gonçalves Sacco|Elisângela dos Santos Borges Matias|Eloisa Elena Bortoleto Emerson Russo Venancio|Erika Andrade Miguel Fabio Alexandre V. Guimarães|Fabio Fernandes Rebouças|Fabio Pires de Camargo|Fernanda Rocha Ayub|Flavio de Oliveira|Gabriela Victoria Ferreira Oscrovani|Georges José de Campos Júnior|Gislene Teresinha Bueno Bacachichi Guilherme Correa da Silva|Jefferson do Nascimento Nunes|João da Matta e Silva Neto Karin Hessel|Layanna Tavares Maioni|Layla Copi Lico|Leila Castro de Oliveira|Lucas Calió Sanchez

Luciana Madaleno S. Mateus|Luciano S. Dantas Magnus Quandt de Freitas Jr.|Marcelo Amianti Marcelo N. Gomes|Marcio Roberto Sanchez Maria Aparecida de Andrade Venâncio|Maria de Lourdes Nunes dos Santos|Maria Fernanda Ribeiro Batista Rebouças|Maria Gilda Silva|Marli Brogio Giannoccaro|Mercia Vanda Peixoto|Minie Michelle Brugnerotto|Nara Menezes Boaventura Neusa de Oliveira|Norberto Gomes da Silva Patrícia Bianco Andreani|Patrícia de Barcellos Braga|Pedro Luiz Corrêa da Silva Junior|Piero Martins Fedele|Rafael Feretti|Rangel Rogai Ferreira|Raphael Fazzio Ferreira|Raphael Pereira Alves|Robson Cesar Andreani|Robson Cordeiro dos Santos|Rodrigo Leonardo Pereira|Rogério de Oliveira|Ronaldo Nunes Siqueira|Rosana C. Ferreira|Sandra de Carvalho|Sandra Satiko Endo Severino Claudio do Espirito Santo|Shirlei Teodoro Laface|Sidnei Donizete Venâncio|Silvia Cristina G. Jardim|Simone Barbosa Silva|Solange Aparecida Correa dos Santos da Silva|Sônia Lúcia Silva Motta Sonia Maria Romeu Garnecho|Sonia Regina Correa de Castro|Soraia Iadocicco Abrão|Sueli Aparecida dos Santos Nascimento|Tássia Suélen Krahelski Duarte|Tereza Cristina Zanella|Thyago Alves de Almeida|Vagner Fábio Monteiro|Valnice Grigoli Diniz|Vanessa Figueredo Rossi|Vanessa Tonhetti de Paula Lima|Viviane Montilha Paro|Waldemir Grangeiro Bento|Washington Luiz Orvalho|Willians Laface|Yara Miranda Fernandes.

O curso é administrado por Alexandre Takayama, contador, advogado e Sacerdote de Umbanda, e está disponível na pla-taforma “Umbanda EAD”. Acima de tudo, tem como objetivo explicar o que é a legalização de um terreiro e sua adminis-tração, ensinando a trabalhar com os recursos do terreiro de uma maneira justa, legal e transparente. Também orienta como utilizar os recursos de leis culturais como a Lei Rouanet ou o ProAC, por meio dos quais é possível vialbilizar projetos para a Umbanda. Alexandre Cumino conta: “Na minha história inicial, houve um momento em que eu nem sabia como ou o que significava registrar um templo ou por que deveria me filiar a uma associação ou federação, não sabia nem o que era um Estatuto. Mesmo depois de ter tomado essa consciência, ainda não sabia como fazer a contabilidade nem como legalizar o templo frente ao município, ao estado e etc. Não sabia como fazer para conseguir um alvará de funcionamento, que hoje é muito fácil de tirar, legitimando os templos e deixando-os aptos a abrirem suas portas. Essas são informações básicas que a maioria dos umbandistas não tem e o curso visa trazer essa informação e compreensão”.








O nosso vasto universo é o lar de uma série de corpos celestes que eram adorados por todas as culturas nativas ao redor do globo sob vários nomes. Eles têm influenciado as ações do homem desde tempos imemoriais. A maioria da mitologia religiosa foi influenciada pela Astrologia.

E

ntre 10.000 e 6.000 a.C., os africanos do vale do Nilo e região dos Grandes Lagos criaram o calendário estelar. Em 4000 a.C., o calendário solar marcaria o início de uma nova era, um período dinástico que alargou sua grandeza através de um milênio inteiro. Os construtores das pirâ-mides ergueram estruturas monolíticas que até hoje continuam a maravilhar a arquitetura moderna. A fundação do sistema espiritual de uma cultura, influenciada pelos corpos celestes e seu movimento nos céus, os inspirou a erigir monumentos que marcaram os solstícios e os equinócios, bem como o trânsito dos planetas. Dentro do fundamento dos Orixás como manifestação de determinadas forças da Natureza, existe uma identificação natural entre planetas e Orixás, cada qual tendo suas características ligadas a um signo astrológico. Embora existam dezenas, seriam os Orixás com elementos como a água do mar, por exemplo, os ligados aos signos. Existem três tipos de Orixás presentes em nossa Vida: o de frente ou de cabeça,

Orixá: Ogum Elemento: Fogo Planeta: Marte 1º Decanato: Ogum 2º Decanato: Oxalá 3° Decanato: Xangô

Orixá: Oxossi Elemento: Ar Planeta: Vênus 1º Decanato: Oxossi 2º Decanato: Obaluaiê 3° Decanato: Ibeji 58

que corresponde ao signo solar, o ajuntó, que é o nosso ascendente e o de herança, associado ao signo lunar. Geral-mente o Orixá que se conhece melhor é o de frente, que pode ter múltiplas manifestações. Mas essa influência é genérica, pois cada ser humano é único e há vários fatores que moldam seu caráter, entre os quais o genético e o ambiente familiar. Oxalá, por exemplo, que rege Capricórnio, ora aparece como um jovem brincalhão – Oxaguian, ora como um ancião sereno e generoso – Oxalufan. Isso e mais a influência do ajuntó e do Orixá de herança explicam o jeito diferente de ser de pessoas do mesmo signo. Apesar de existirem mais de 100 Orixás, para efeito de associação com os signos, somente 16 deles apresentam características semelhantes aos planetas e estrelas e também por sua ligação com os quatro elementos básicos da natureza: Fogo (Ogum, Iansã e Xangô), Ar (Oxumaré, Logum-Edé e Exu), Água (Oxum, Obá, Nanã e Iemanjá) e Terra (Oxóssi, Ossâim, Ewá, Oxalá, Iroko e Omolu ou Obaluaiê).

Orixá: Oxossi Elemento: Terra Planeta: Vênus 1º Decanato: Oxossi 2º Decanato: Ibeji 3° Decanato: Obaluaiê

Orixá: Ogum Elemento: Água Planeta: Marte 1º Decanato: Ogum 2º Decanato: Xangô 3° Decanato: Iemanjá

Sobre a Astrologia, ciência que estuda a interrelação e interdependência entre o Céu, a Terra e o Ser, podese afirmar que nasce com o próprio Ser, com a busca de sua razão de existir. No Egito existia toda uma estrutura em torno da Astrologia, seus templos eram chamados de Casas da Vida e os astrólogos de hierogrâmatos, pois escreviam, como ainda hoje, sobre as medidas do Sagrado. Existia uma hierarquia entre os astrólogos de acordo com suas práticas; o hierogrâmato tinha maiores responsabilidades por seu maior conhecimento, os horólogos, que calculavam os momentos propícios para o culto no Templo vinham logo depois, seguidos pelos horóscopos, encarregados dos cálculos dos dias fastos, neutros e nefastos. Na Grécia, a Astrologia também floresceu, tornando-se popular no séc.II a.C. Os mais célebres astrólogos gregos foram Hefaístos de Tebas, Paulo de Alexandria e, sobretudo, aquele que forneceria o grande livro da Astrologia europeia: Cláudio Ptolomeu, autor de Tetrabíblia. Na Renascença, um novo florescimento com Agrippa, Giordano Bruno, Regiomontanus e Giordano Cardano, além de Nicolau Copérnico, Isaac Newton, Johannes Kepler, Galileu Galilei, Leonardo da Vinci, JeanBaptiste Morin de Villefranche, com sua Astrologia Gálica, William Lilly, com sua Astrologia Cristã e o mais famoso de todos: Nostradamus.

Orixá: Ibeji Elemento: Ar Planeta: Mercúrio 1º Decanato: Ibeji 2º Decanato: Oxossi 3° Decanato: Obaluaiê

Orixá: Xangô Elemento: Fogo Planeta: Júpiter 1º Decanato: Xangô 2º Decanato: Ogum 3° Decanato: Oxalá


Zodíaco (do latim zodiacus, por sua vez do grego antigo zodiakós kýklos – círculo de animais, derivado de zodion, diminutivo de zoon – animal) é uma faixa imaginária do firmamento celeste que inclui as órbitas da Lua e dos planetas Mer-cúrio, Vênus, Marte, Júpiter, Sa-turno, Urano e Netuno. As divisões do Zodíaco representam conste-lações na Astronomia e signos na Astrologia. Na Astronomia chama-se de Zodíaco o conjunto de constelações ao longo da Eclíptica (caminho percorrido pelo Sol durante o ano). As 13 constelações que compõem o Zodíaco são: Áries, o Carneiro – genitivo usado para formar nomes de estrelas é Arietis. Suas estrelas mais brilhantes são Ari, uma gigante vermelha de magnitude aparente 2.0, e Beta Ari, de magnitude 2.7. Taurus, o Touro – genitivo usado para formar nomes é Tauri. Delas, as mais brilhantes são: Aldebarã, de magnitude 0.85, Alnath, com1.65 e Hyadum I, de 3.63. Contém também dois aglomerados estelares: Híades e Plêiades. Gemini, os Gêmeos – genitivo usado para formar nomes é Geminorum. Nela se encontra M35, aglomerado aberto de magnitude 5.5; também Geminga, estrela de nêutrons, e a Nebulosa do Esquimó. Câncer ou Caranguejo – genitivo usado para formar nomes é Cancri. As constelações vizinhas, de acordo com as fronteiras modernas, são Lynx, Gemini, Canis Minor, Hydra e Leo. Sua estrela de Orixá: Iemanjá Elemento: Água Planeta: Lua 1º Decanato: Iemanjá 2º Decanato: Ogum 3° Decanato: Xangô

Orixá: Obaluaiê Elemento: Terra Planeta: Saturno 1º Decanato: Obaluaiê 2º Decanato: Oxossi 3° Decanato: Ibeji

maior magnitude aparente é a Assellus Borealis, com 4.66. Leo, o Leão – genitivo usado para formar nomes é Leonis. Constelações vizinhas são: Ursa Maior, Leão Menor, Câncer, Hidra, Sextante, Taça, Virgem e Cabeleira de Berenice. Wolf 359, estrela próxima do Sistema Solar, está em Leão. Virgo, a Virgem – genitivo, usado para formar nomes de estrelas é Virginis. Constelações vizinhas são Boieiro, Cabeleira de Berenice, Leão, Taça, Corvo, Hidra, Balança e Serpente. Estrela mais brilhante é Spica, magnitude aparente de 1.0. Libra, a Balança – genitivo usado para formar nomes é Librae. Representando a balança segurada pela Virgem, a Justiça, foi, por muito tempo, considerada parte de Escorpião. Estrela mais brilhante é Zubeneschamali, de magnitude 2.6. Scorpius, o Escorpião – genitivo usado para formar nomes é Scorpii. Facilmente visualizada em noites de inverno no hemisfério sul, mas ofuscada pelo Sol no verão. Constelações vizinhas: Sagitário, Serpentário, Libra, Lobo, Altar, Coroa do Sul. Serpentário, Portador da Serpente – genitivo é Ophiuchi. Representada como o deus Asclépio segurando a Serpente, é dividida em duas partes: Serpens Caput e Serpens Cauda, consideradas uma única constelação. Estrela principal é Rasalhague, magnitude 2.1. Sagittarius, o Arqueiro – genitivo usado para formar nomes é Sagittarii. ConsteOrixá: Oxalá Elemento: Fogo Planeta: Sol 1º Decanato: Oxalá 2º Decanato: Xangô 3° Decanato: Ogum

Orixá: Obaluaiê Elemento: Ar Planeta: Saturno 1º Decanato: Obaluaiê 2º Decanato: Ibeji 3° Decanato: Oxossi

lações são Águia, Escudo, Cauda da Serpente, Serpentário, Coroa do Sul, Telescópio, Microscópio e Capricórnio. Estrela principal é Kaus Australis, magnitude 1.9. Capricornus, o Capricórnio – genitivo usado para formar nomes é Capricorni. Constelações vizinhas são Águia, Sagitário, Microscópio, Peixe Austral e Aguadeiro. Sua estrela principal é Deneb Algedi, de magnitude 3.0. Aquarius, o Aguadeiro – genitivo usado para formar nomes é Aquarii. Constelações vizinhas são Peixes, Pégaso, Cavalo Menor, Delfim, Águia, Capricórnio, Peixe Austral, Escultor e Baleia. Estrela principal é Sadalsuud, de magnitude 2.9. Pisces, os Peixes – genitivo usado para formar nomes Piscium. A principal estrela é Psc, também chamada Alrisha, de magnitude 3.6. Constelações vizinhas: Triângulo, Andrômeda, Pégaso, Aguadeiro, Baleia, Carneiro. Na Astrologia Ocidental, o Zodíaco é representado por uma circunferência dividida em 12 signos: Áries, Touro, Gêmeos, Câncer, Leão, Virgem, Libra, Escorpião, Sagitário, Capricórnio, Aquário e Peixes, cada um regido por um dos planetas/astros: Marte, Vênus, Mercúrio, Lua, Sol, Plu-tão, Júpiter, Saturno, Urano e Netuno. Orixá: Ibeji Elemento: Terra Planeta: Mercúrio 1º Decanato: Ibeji 2º Decanato: Obaluaiê 3° Decanato: Oxossi

Orixá: Xangô Elemento: Água Planeta: Júpiter 1º Decanato: Xangô 2º Decanato: Iemanjá 3° Decanato: Ogum 59


Fotos: Marques Rebelo

Mais de 3.800 pessoas estiveram presentes no Salão Nobre do Clube Atlético Juventus, em São Paulo/SP, cantando e vibrando em cada momento mágico que as apresentações das Curimbas proporcionaram. Foi lindo ver a união de todos presentes!

A

gradecemos a todos os curimbeiros, intérpretes, coreógrafos, figurinistas, auxiliares, familiares, amigos, torcida e a todos que colaboraram, de alguma maneira, para abrilhantar o empolgante e vibrante Festival. Sem esquecer da nossa Espiritualidade Maior e de nossos Guardiões, que nos proporcionaram a oportunidade de cantar, se divertir, confraternizar e, acima de tudo, louvar nossos Orixás e Entidades, divulgando a palavra do nosso Pai Maior e hasteando a bandeira branca da nossa querida e amada Umbanda. Que todos entendam que o importante nos Festivais de Umbanda não é vencer ou se destacar em relação ao irmão de Fé, mas entender que este é o momento de trocar experiências, crescer juntos, fazer novas amizades e exteriorizar a beleza de nossa cultura, levando sempre adiante a mensagem umbandista de paz, união, alegria, respeito e amor! Um grande e fraterno abraço no coração de todos e vamos juntos, com muita união e energia positiva, rumo a mais um grande Festival de Curimba da Aldeia de Caboclos no ano de 2017.

JURADOS Severino Sena Marcelo Passos Alexandre Pinho José Valter Destefane Pai Élcio de Oxalá Eduardo Severino Silva

CLASSIFICAÇÃO GERAL 1º Lugar: Instituto Cultural Luz Odara 2º Lugar: Grupo Emoriô 3º Lugar: Associação Espírita Alfa & Ômega 4º Lugar: Templo de Umbanda Ogum Guerreiro e Caboclo 7 Luas 5ª Lugar: Templo de Umbanda Caboclo Treme-Terra 60


Caravanas chegavam de diversos pontos do Brasil, Grupos dos estados do Amapá (Macapá), Mato Grosso do Sul, Paraná, São Paulo, Rio Grande do Sul, Mato Grosso e Rio de Janeiro coroaram esta edição.

“N

unca reunimos tantos estados numa edição só; o esforço maior foi dos grupos que, no ‘peito e na raça’ chegaram para representar seus estados, buscando sempre valorizar nossas raízes, nossa cultura popular. O povo tem força e foi com essa força que todos chegaram e se apresentaram”, declarou Marcelo Fritz, realizador do evento. Criado em 2005 para homenagear os destaques dos festivais de Curimba, este ano o evento teve uma versão mais grandiosa. Foram meses de trabalho com mais de 30 parceiros apoiando, e foi realizado com grande sucesso na quadra da Acadêmicos do Grande Rio, parceira do projeto pelo segundo ano consecutivo. No maior encontro de Curimbas do Brasil, o Rio de Janeiro ficou com o título de Campeão dos Campeões.

PREMIAÇÕES

Voz Veterana: Mestre Pedro/SP| Melhor Festival: Aldeia de Caboclos/SP|Figurino: Tambores de Oxum/RS|Coreografia: Centro Espírita Xangô das Almas/RJ|Intérprete: Tambores do Paraná/PR|Campeão de Títulos: Márcio Barravento /RJ|Torcida: Tenda Espírita Caboclo Flecheiro/SP|Revelação: Marcelo Passos/SP|Melhor Letra: Caboclo FlecheiroRosa e Mistérios/RJ|Melhor Curimbeiro: Ogan Genário de Xangô/RJ|Cam-peão dos Campeões: Pai Duda Cigano

CLASSIFICAÇÃO

1º Lugar: Música: “Maria farrapo – Trapo de Lei”. Intérprete: Pai Duda Cigano / RJ 2º Lugar: Música: “Protetora e Amiga Sete”. Intérprete: Luiz Miguel / RJ 3º Lugar: Música: “Perdão a Xangô”. Intérprete: Bia Nascimento / RJ 4º Lugar: Música: “A Lua brilhou”. Intérprete: Clauber Dias / SP 5ª Lugar: Música: “Mãe d’água, seu tesouro é o Mar”. Intérprete: Victor de Xangô e Wagner Luiz / RJ 61


Coreografia, Figurino e Torcida, incluindo troféus pela clas-sificação geral”. Por meio das somatórias das notas indicadas pelo nosso corpo de jurados para cada categoria, ao final do evento tivemos a premiação dos grupos concor-rentes e o resultado foi o seguinte: 1º Lugar: Associação Espírita Alfa e Ômega 2º Lugar: Escola de Curimba e Arte Guerreiros de Oxossi 3º Lugar: Escola de Curimba Tambores de Atibaia

“C

om um público estimado em mais de 1000 pessoas, o evento foi maravilhoso. Tive-mos 25 apresentações, entre elas, sete concorrentes. Os grupos conseguiram cativar e manter o público animado e extasiado durante todo o evento. Contamos

também com a presença do Grupo Samba de Jorge, que fez um show de 40 minutos para toda a comunidade presente. Parabenizamos os grupos concorrentes; como dito, o objetivo sempre é de propagar nossa cultura e exaltar cada vez mais nossa religião. Independente de resultado e colocação, todos os grupos brilharam e a Umbanda ganhou sete novas lindas cantigas, que serão eternizadas em terreiros por todo o Brasil. Durante o festival, foi realizada uma linda homenagem ao nosso Mestre da Curimba, Zezinho de Oxalá, junto ao lançamento do seu primeiro CD. A apresentação de Zezinho foi um show à parte; a emoção tomou conta do lugar. Tudo tem uma raiz, uma origem e uma inspiração, e nosso mestre sempre nos ensinou o caminho do bem, nos dando direcionamento e ensinamento durante o período estudando em sua escola de Curimba. Somos gratos por tudo que ele nos ensinou e nosso objetivo é passar tudo isso adiante por meio de nossas apresentações, eventos, cursos, etc. A energia estava maravilhosa. Sorrisos, brincadeiras, crianças, famílias reunidas; todos com um único propósito: passar uma excelente tarde na companhia de vários irmãos da religião e exaltar nossa cultura. Além dos troféus de participação e certificados distribuídos a todos os grupos concorrentes, foram distribuídos troféus do 1º ao 3º colocado em todas as cate-gorias avaliadas – Letra, Intérprete, Curimba,


•Associação Espírita Alfa e Ômega •Escola de Curimba Guerreiros de Oxossi •Escola de Curimba Tambores de Atibaia •Curimba Nostalgia da Umbanda •Mãos de Ogã •Cantoras de Aruanda •Curimba Geração de Luz


I

dealizado por William Monteiro, criador da WEB Rádio Batuqueiros da Luz, o festival, em sua quarta edição, foi realizado em julho na quadra da Escola de Samba Nenê de Vila Matilde, na zona leste de São Paulo.

O evento iniciou com a apresentação do Hino Nacional e do Hino da Umbanda, com o acompanhamento da Curimba Luz de Odara. Logo após, houve a apre-sentação especial de Mãe Carmem Na Bemi. A apresentação das curimbas concorrentes começou com o Grupo Ojuobá, seguido da Curimba Caminhos de Oxalá e Tam-bores de Tupinambá. Durante intervalo, apresentações especial da cantora Luci Rosa, Mestre Pedro e Curimba Razão para Viver e Filhos de Umbanda.

O segundo bloco de apresentação das concorrentes se iniciou com a Curimba Toque de Ouro, logo depois tivemos Tradição da Umbanda e o Grupo Mãos de Ogã. A apresentação especial deste intervalo teve início com Zezinho de Oxalá; logo depois subiu ao palco Benê do Kilombo. O terceiro e último bloco das concorrentes iniciou-se com a apersentação das Cantoras de Aruanda, seguidas pelo Grupo Cultural Mata Virgem e, fechando as apresentações, Curimba Geração de

Luz. O evento ainda contou com as apresentações especiais de Junior Atabaques, Império dos Ogans e Escola de Curimba Aldeia de Caboclos, fechando uma tarde de muita música e cultura umbandista.






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