Revista CARGO 284

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BIMESTRAL MAR/ABR 2020

6€

FÁTIMA LOPES ALVES E A VISÃO PARA O PORTO DE AVEIRO:

«QUEREMOS Um Porto competitivo, moderno, eficiente e inovador» Nuno Leite à CARGO: Criação da nova HMM Agency PT é «projecto ambicioso»

Navios de Bandeira Portuguesa já podem ter guardas armados a bordo

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Pandemia não atrasa Ferrovia 2020: «Obras estão a avançar», garante IP

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Editorial

SPEED UP YOUR BUSINESS www.tcl-leixoes.pt

BIMESTRAL MAR/ABR 2020

6€

MARÍTIMO 4

Portos comerciais começam 2020 a perder -7,5% de carga face ao ano de 2019

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Porto de Leixões registou mês de Março “excepcional”

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Eixo logístico vital: em 2019 passaram 1,5 milhões de toneladas de alimentos pelo Porto de Leixões

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Porto de Lisboa: PORLIS inicia formação de novos trabalhadores

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Fátima Lopes Alves (APA) em entrevista à Revista CARGO: «Queremos um Porto de Aveiro competitivo, moderno, eficiente e inovador»

A nossa velocidade é a economia do seu negócio! Com uma capacidade instalada de 650.000 TEU’s, o Terminal de Contentores de Leixões

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Nuno Leite (COLMAR) em entrevista à Revista CARGO: «Criação da

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HMM Agency PT: COLMAR cria agência em Portugal para novo serviço

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Porto de Sines «pode ser oportunidade para as exportações brasileiras»

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Navios de Bandeira Portuguesa já podem ter guardas armados

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ONE acelera digitalização e vinca a sua aposta no ‘e-bill of lading’

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Janela Única Logística já arrancou no Porto da Figueira da Foz

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Transinsular já retomou ligações com Cabo Verde

HMM Agency PT é projecto ambicioso» do Grupo HMM

TERRESTRE, VEÍCULOS E LOGÍSTICA

(TCL), assegura máxima rapidez, total eficiência e

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fluidez na movimentação dos diferentes tipos de

Grupo ETE garante expedição nacional e internacional dos correios de Cabo Verde

carga.

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COVID: O vírus que meteu o mundo do avesso - também na área do transporte de cargas

Ocupando um papel importante na fachada Atlântica da Península Ibérica e em todo o sistema portuário Europeu, é o mais ocidental da

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Pandemia não atrasa Ferrovia 2020, garante a IP

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Pacote da Mobilidade: CE adopta reforma aplicável aos camionistas

Europa, servindo um vasto e rico hinterland com

AÉREO

aproximadamente 15 milhões de habitantes e

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CE aprova auxílio aos sectores aéreo, rodoviário, ferroviário e marítimo

oferecendo a melhor logística e integração na

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UNCTAD propõe 10 medidas que visam «reforçar o transporte global e facilitar o comércio»

cadeia intermodal, equipamentos avançados e sofisticadas tecnologias da informação. Propriedade:

TCL - Terminal de Contentores de Leixões, S.A. Rua Mouzinho de Albuquerque, 13 · 4450-204 Matosinhos - Portugal Tel.: 351 22 939 41 00 · Fax: 351 22 937 88 05 · www.tcl-leixoes.pt · tcl@tcl-leixoes.pt

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Índice

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Uma pandemia que nos obriga a mudar A pandemia COVID-19 deitou por terra alguns dos cenários mais otimistas para os diferentes sectores do comércio global. Nenhuma previsão no final de 2019 - por mais pessimista que pudesse ser - poderia bater certo com uma realidade em que todo o mundo se depara, de um dia para o outro, com uma realidade absolutamente devastadora e impactante na vida das pessoas e, por conseguinte, também neste sector. O que vos trazemos neste número da Revista CARGO é o sector, também ele, a procurar responder a um dos maiores desafios que a sociedade moderna enfrentou - ainda não sabemos o tempo e o impacto que o Coronavírus terá em Portugal e no mundo mas os tempos de hoje, marcados pelo recolhimento domiciliário, pelo teletrabalho e pelas ruas vazias, já antecipam que ainda nos bateremos contra este terrível inimigo por mais algum tempo. O sector logístico nacional tem dado provas, ano após ano, de uma resiliência típica dos que por cá andam - os portugueses. Mas este é um desafio totalmente diferente. Uma coisa é certa: este sector não poderá parar e as pessoas, uma vez mais, perceberão o quão importante ele é para que os supermercados possam continuar cheios, para que os postos de abastecimento continuem a funcionar ou para que as compras que fazemos cada vez mais online - e, estando em casa, a tendência só se acentua! - cheguem com rapidez, eficiência e a custos cada vez mais baixos. Destaque ainda, neste número, para a entrevista a Fátima Lopes Alves, presidente do Porto de Aveiro. Porque é uma entrevista que chega numa fase em que a infra-estrutura portuária cresce - nas suas condições mas também no ranking dos portos nacionais, sendo já hoje o 4.º porto português que mais carga movimenta. Como se isso não fosse suficiente, o que extraímos das palavras da Presidente do Porto de Aveiro mostra que, ela e a sua equipa, não querem ficar por aqui. Pelo bem da economia da região e pelo bem da economia nacional. Mesmo em contexto de pandemia, o Porto de Aveiro cresce e transforma-se. Tem um novo website, uma cara lavada. E também isso o torna um porto mais moderno e mais preparado para o futuro. Parabéns, por isso, ao Conselho de Administração e desejos de muita sorte nas metas ambiciosas que traçaram. Bruno Cardoso Director 3


cujo movimento registou -47,9 mil TEU do que no período homólogo de 2019, que corresponde a uma quebra de -16,4%».

Contentores: 437 489 TEU movimentados e quebra de -12% nos dois primeiros meses de 2020

Portos comerciais começam 2020 a perder -7,5% de carga face a 2019 Os dados relativos à movimentação de mercadorias nos portos do Continente mostram que, nos dois primeiros meses do ano, se registou uma movimentação de 14,2 milhões de toneladas de carga, o que representa uma quebra de 1,16 milhões de toneladas face a igual período de 2019. Quebra em Fevereiro menor que a registada em Janeiro «Esta diminuição do volume de carga reflecte uma quebra de -7,5%, embora, o mês de Fevereiro isolado, tenha registado uma quebra de -5%, menor valor do que o registado em Janeiro de 2020 (-9,7%)», realça a Autoridade da Mobilidade e dos Transportes (AMT), que compilou e tratou os dados cedidos pelas administrações portuárias. Com grande influência neste desempenho negativo surge o Porto de Sines, registando, nestes dois meses, uma quebra de -1,06 milhões de toneladas, -13,1% face a igual período do ano transacto.

-17 mil toneladas, e no segmento da Carga Contentorizada em Lisboa (-77,1 mil toneladas), Setúbal (-58,7 mil toneladas), Leixões (-20,7 mil toneladas) e Figueira da Foz (-4,4 mil toneladas). Já o Petróleo Bruto e os Produtos Petrolíferos, em Sines e Leixões, os Produtos Petrolíferos em Sines e ainda nos Outros Granéis Sólidos, em Aveiro, foram responsáveis por acréscimos na ordem dos +650,3 mil toneladas no seu conjunto. Nota ainda para o facto de, entre Janeiro e Fevereiro de 2020, se terem registado «as melhores marcas de sempre no volume movimentado de Produtos Petrolíferos (21,6% do total), de Outros Granéis Líquidos (3,1%), carga Ro-Ro (2,1%) e Minérios (1,6%)», assinalou a AMT.

Os dados da Autoridade da Mobilidade e dos Transportes (AMT) revelaram uma nova descida homóloga no que toca à movimentação de cargas nos portos do Continente: depois de uma quebra de -9,7% em Janeiro de 2020, Fevereiro trouxe uma descida de -5%, conduzindo, no total dos dois meses, a uma derrapagem homóloga de -7,5%. No segmento dos contentores, a quebra atingiu os -12%, com 437 489 TEU movimentados. Contentores: Sines com -47,9 mil TEU no período Janeiro-Fevereiro Esta descida de -12% nos dois primeiros meses de 2020 denota uma mitigação nas perdas face ao mês de Janeiro, período em que as perdas homólogas atingiram, tal como a Revista Cargo oportunamente noticiou, os -16,2% no segmento da carga contentorizada. Em Fevereiro apenas, as perdas limitaram-se a -8,2%: um sinal de que uma possível retoma poderá ser realidade já em Abril.

Os portos de Lisboa, Setúbal, Figueira da Foz e Leixões também contribuíram para esta quebra, registando, no seu conjunto, um recuo de quase -12 mil TEU. Em termos globais, detalha a AMT, constata-se que a variação negativa no Porto de Sines «decorre exclusivamente do tráfego de transhipment (a registar uma quebra de -24,6% no volume de TEU), sendo, com efeito, de referir que o tráfego com o hinterland apresenta um acréscimo de cerca de +5,1%, a melhor marca de sempre neste segmento. Leixões verifica a situação oposta, com o transhipment (embora com uma dimensão de apenas 8,4%) a aumentar +25,1%, e o tráfego com o hinterland a recuar -2,1%. Ainda neste segmento, lembra a AMT que o Porto de Sines mantém a liderança, apresentando, nestes dois primeiros meses do ano, uma quota de 55,8%, seguindo-se os portos de Leixões, com 25,6%, Lisboa, com 13,4%, Setúbal, com 4,6%, e Figueira da Foz, com 0,6%. Produtos Petrolíferos, Outros Granéis Líquidos e Ro-Ro registaram «melhores marcas de sempre»

De acordo com os dados da Autoridade da Mobilidade e dos Transportes (AMT) sobre a movimentação de mercadorias nos portos do Continente durante os meses de Janeiro e Fevereiro de 2020, registaramse, no período em questão, as melhores marcas de sempre no volume movimentado de Produtos Petrolíferos (21,6% do total), de Outros Granéis Líquidos (3,1%), carga Ro-Ro (2,1%) e Minérios (1,6%). No segmento dos Produtos Petrolíferos, destaque para as performances do Porto de Lisboa e do Porto de Sines, cruciais para este registo máximo: o porto da capital registou um aumento homólogo de +22,8% (fruto de uma movimentação de 210 430 toneladas), ao passo que o porto alentejano denotou um crescimento de +5,2% face aos dois primeiros meses de 2019 (resultado de uma movimentação de 2,2 milhões de toneladas). Apesar de apresentar uma variação negativa de -10,3%, Leixões movimentou uma larga porção deste segmento: 531,5 mil toneladas. Ao olharmos mais detalhadamente para a categoria de ‘Outros Granéis Líquidos’ verificamos várias subidas homólogas, todas elas importantes para a consolidação de mais um resultado notável no período em questão: Leixões fixou um aumento de +5,1% (fruto de uma movimentação de 61,5 mil toneladas), ao passo que Setúbal

atingiu uma subida homóloga de +16,7% (registando uma movimentação de 44,4 mil toneladas). Neste capítulo, o grande destaque vai mesmo para o Porto de Aveiro: a infraestrutura aveirense fixou uma significativa subida de +25,4%, produto de uma movimentação de 152,5 mil toneladas durante os dois primeiros meses do presente ano. Sines e Lisboa, apesar de apresentarem variações negativas (-29,2% e -1% respectivamente), ambos os portos contribuíram de forma importante para o resultado final deste segmento de carga – Sines ficou perto do máximo de Aveiro, com uma movimentação de 121 mil toneladas no período em análise. Na carga Ro-Ro, destaque para o Porto de Leixões, que apresentou uma subida homóloga de +1,9% que traduziu uma movimentação de 213,3 mil toneladas, sendo este registo crucial para a subida elogiada pela AMT. Já o Porto de Setúbal apresentou uma movimentação de 82,1 mil toneladas, segundo o segundo porto neste capítulo, denotando, no entanto, uma descida de -1,3% face aos dois primeiros meses de 2019. Nos Minérios, o destaque vai para as subidas pujantes nos portos de Leixões (+73,9%) e Setúbal (+22,7%).

Assim, reporta a AMT, «o tráfego de contentores traduz uma quebra significativa de -12%, justificada, fundamentalmente, pelo comportamento do Porto de Sines,

Portos de Leixões, Faro e Figueira da Foz registaram evoluções positivas Os portos de Setúbal, Lisboa, Viana do Castelo e Aveiro «acompanham esta tendência, traduzindo-se num decréscimo global de -1,33 milhões de toneladas. Leixões, Figueira da Foz e Faro registam ganhos homólogos de, respectivamente, +3,3%, +24,6% e +350,6%., correspondentes a +184,1 mil toneladas, no seu conjunto», detalha a AMT. As quebras «são explicadas maioritariamente pela Carga Contentorizada e o Carvão em Sines que registam perdas respectivas -819,1 mil toneladas e -616,8 mil toneladas», reforça. No entanto, esclarece a AMT, registamse também quebras significativas no segmento do Carvão em Setúbal, com

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Eixo logístico vital: em 2019, passaram 1,5 milhões de toneladas de alimentos pelo Porto de Leixões

Porto de leixões REGISTOU MÊS DE MARÇO «EXCEPCIONAL», EM todos os segmentos À data do fecho desta edição, já a Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo (APDL) tinha divulgado os resultados do primeiro trimestre do ano. Os números mostram que, entre Janeiro e Março de 2020, o Porto de Leixões movimentou 5,3 milhões de toneladas de mercadoria, alcançando assim um crescimento homólogo de +12,7%. A Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo adiantou mesmo que «todos os segmentos de carga evidenciaram crescimento, destacando -se os granéis líquidos (+21,4%), os granéis sólidos (+9,1%) e a carga contentorizada (+7,1%)». Porto de Leixões com o melhor mês de sempre nos contentores Destaque para o comportamento da carga contentorizada: este segmento atingiu, no Porto de Leixões, «novos máximos mensais de movimentação»: foram ultrapassadas, durante o mês de Março, «pela primeira vez as barreiras das 700 mil toneladas, dos 70 mil TEU e dos 44 mil contentores», adiantou a APDL. «Durante este mês excepcional, Leixões teve um desempenho muito positivo e deu um importante contributo para garantir o abastecimento do país, demonstrando ser uma infra-estrutura que continua a mostrar capacidade para responder aos

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desafios e às elevadas exigências dos seus utilizadores, adaptando-se à conjuntura actual com grande agilidade», salientou a APDL. Destaque também para o movimento de carga Roll-On/Roll-Off, que aumentou 5,6%, e para a carga fraccionada, que registou um incremento de 6,1%. Aumento da vertente de exportação na ordem dos +15% Os números voltaram a corroborar a vertente de exportação de Leixões, tendo este parâmetro crescido +15,1%. Em Março foram exportadas 584 mil toneladas de mercadoria pela infra-estrutura portuária: nada mais nada menos que o total mensal «mais elevado de sempre», assinala a APDL na missiva. As mercadorias mais movimentadas para exportação foram os produtos refinados, o ferro e o aço, o papel e o cartão. Os Países Baixos, a Espanha e o Reino Unido foram, por seu turno, os principais destinos de exportação. Em contrapartida, importaram-se pelo Porto de Leixões no primeiro trimestre 2,9 milhões de toneladas de carga, mais 463 mil toneladas (+19,2%) que no período homologo do ano anterior. As mercadorias mais movimentadas à importação foram o petróleo em bruto, a sucata de ferro e as matérias plásticas. Os países que mais fizeram chegar cargas a Portugal através de Leixões foram os Países Baixos, a Angola

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e a Guiné Equatorial. O Po r to d e Le i xõ e s re gi s t a , n o final do primeiro trimestre do ano, um crescimento de 8% na carga média mensal. APDL realça «contributo importante» do Porto de Leixões no abastecimento do país «Durante este mês excepcional, Leixões teve um desempenho muito positivo e deu um importante contributo para garantir o abastecimento do país, demonstrando ser uma infraestrutura que continua a mostrar capacidade para responder aos desafios e às elevadas exigências dos seus utilizadores, adaptando-se à conjuntura actual com grande agilidade», frisou a administração portuária.

Por outro lado, a Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo (APDL) comunicou também, nas suas redes sociais, que durante o ano de 2019 passaram pelo Porto de Leixões 1,5 milhões de toneladas de produtos alimentares, um dado que reflecte a importância logística desta infraestrutura no que toca ao abastecimento e distribuição do sector alimentar, totalmente vital em tempos de crise global, como aqueles que o mundo actualmente ultrapassa com o vírus COVID -19.

Os mais recentes números apresentados pela administração portuária no que toca à movimentação de mercadorias revelam também a veia exportadora da infraestrutura portuária, tendo este parâmetro crescido +15,1%. Em Março foram exportadas 584 mil toneladas de mercadoria pela infraestrutura portuária: nada mais nada menos que o total mensal «mais elevado de sempre», assinala a APDL na missiva. As mercadorias mais movimentadas para exportação foram os produtos refinados, o ferro e o aço, o papel e o cartão.

Porto de Leixões vital na fluência da cadeia logística alimentar Assim, passaram pelo Porto de Leixões 1,5 milhões de toneladas de produtos alimentares (nada mais nada menos que 4 mil toneladas a cada dia do ano), «tais como carne, peixe, cereais, produtos hortícolas

frescos, frutas, etc», pode ler-se na missiva divulgadas nas redes sociais. O registo mostra a importância do porto nortenho no combate à pandemia, uma vez que a manutenção da fluência das cadeias logísticas mais essenciais é crucial para que a economia continue à tona e para que os serviços (tais como os indispensáveis em tempo de crise) prossigam. Um dos grandes expoentes operacionais do Porto de Leixões é o Terminal de Contentores de Leixões ( TCL), que é, simultaneamente, um dos grandes trunfos do sistema portuário português – a infraestrutura segue, em tempos de pandemia, operando «próximo do máximo da sua capacidade», reportou a concessionária Yilport Leixões recentemente. Na semana de 23 e 29 de Março, foram movimentados 17 384 TEU no terminal.

Entretanto, no passado dia 27 de Março, no contexto pandémico, recorde-se que a Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo (APDL) anunciou o reforço as medidas de contingência na infra-estrutura portuária de Leixões, adaptando as operações portuárias «para que a movimentação de carga continue a funcionar em pleno, garantindo a protecção de todos os trabalhadores». Em comunicado, a APDL adiantou que « redimensionou as equipas procurando i n te r ro m p e r p o s s í ve i s c a d e i a s d e transmissão e garantir a capacidade de substituições, caso se venha a verificar uma ocorrência de COVID-19», uma táctica que, explica, «revela-se imprescindível em serviços cuja especialização tornam a sua substituição impossível, nomeadamente nos principais serviços: portaria única, reboques e tripulações, e pilotagem».

Bruno Cardoso

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Porto de Lisboa Cluster de Negócios da Europa para o mundo porto de lisboa:

porlis inicia formação de novos trabalhadores A Porlis concluiu com sucesso a primeira fase de recrutamento, tendo contratado os primeiros 20 novos trabalhadores portuários. Em comunicado, a empresa informou que, depois de concluída a contratação, segue-se agora a formação: adiantando que a formação profissional dos novos trabalhadores portuários será teórica mas também prática, a qual se iniciou a 6 de Abril, no Terminal de Contentores de Santa Apolónia. No mesmo dia 6 de Abril, a Porlis também deu início a uma segunda fase de recrutamento, abrindo mais 20 novas vagas de trabalhadores portuários, o que aumenta o número de trabalhadores a contratar face ao inicialmente previsto. «Com a segunda fase de recrutamento, a Po r l i s p r e t e n d e r e s p o n d e r a o aumento da procura dos seus clientes, verificado no Porto de Lisboa», conclui a e m p r e s a n o s e u c o m u n i c a d o. Grupo ETE: Convites a 41 trabalhadores da insolvente A-ETPL foram rejeitados Estas contratações geraram alguma polémica, com queixas por parte do SEAL sobre a contratação de novos funcionários que não vinham trabalhando já no Porto de Lisboa. E m c o m u n i c a d o, o G r u p o E T E veio ainda esclarecer que, perante a declaração de insolvência da empresa de trabalho portuário de Lisboa (A-ETPL), deu prioridade à contratação de extrabalhadores desta entidade insolvente no processo de recrutamento de trabalhadores portuários que tem em curso. Perante a cessação de actividade da A-ETPL e de todos os contratos dos seus trabalhadores, o Grupo ETE esclarece que, através das suas empresas de estiva que operam no Porto de Lisboa (Terminal Multiusos do Poço do Bispo ( TMPB), Terminal de Santa Apolónia ( TSA), e Atlanport), «convidou, de imediato, os extrabalhadores da A-ETPL a ingressarem

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nos quadros privativos das suas empresas, comprometendo-se a garantir a antiguidade, as mesmas condições remuneratórias e, ainda, a garantir o pagamento dos salários em atraso na A-ETPL». Convidados 41 trabalhadores da insolvente A-ETPL O Grupo ETE acrescenta ter convidado um total de 41 trabalhadores da insolvente A-ETPL, com 14 trabalhadores convidados para ingressarem nos quadros privativos da ETE, para além de vontade manifestada em contratar mais 27 trabalhadores para uma nova empresa de trabalho portuário – a ETP PRIME. Em todos os casos, o Grupo ETE garante a manutenção das mesmas condições remuneratórias, da antiguidade e o suporte dos salários em atraso. Convites rejeitados depois de conversa com Sindicato, refere o Grupo ETE «O GRUPO ETE manifesta o seu firme propósito de contratar para os seus quadros privativos e da sua empresa de trabalho portuário, em constituição, e privilegiou, para tal, os ex-trabalhadores da A-ETPL insolvente», refere ainda o Grupo ETE no seu comunicado. Contudo, «não obstante os convites reiterados e a garantia das condições re m u n e rató r i a s » , o s co nv i te s n ã o tiveram sucesso, «uma vez que os referidos ex-trabalhadores mesmo tendo manifestado muita vontade num primeiro momento, alegaram que após falarem com o Sindicato não se encontravam em condições de aceitar a proposta». ETE avançou para novas contratações fora do antigo quadro da A-ETPL Considerando estas dificuldades, nomeadamente a rejeição dos convites, o Grupo ETE adianta que não teve «outra alternativa que não fosse a de divulgar as referidas ofertas de emprego em vários sites de emprego e em jornais de divulgação nacional». O Grupo referiu ter já assinado alguns contratos de trabalho

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para os quadros privativos das nossas empresas», num trabalho de recrutamento que vai continuar. O Grupo ETE recorda que tem de continuar a «garantir o serviço público», nomeadamente «o abastecimento das Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira», sobretudo no momento actual de Estado de Emergência, no âmbito da Pandemia COVID-19. «O Grupo ETE compromete-se a tudo fazer para garantir o normal e regular funcionamento do Por to de Lisboa e, por conseguinte, o abastecimento de bens essenciais a quem deles precisa e, em concreto, abastecer as Regiões Autónomas da Madeira, dos Açores e a República de Cabo Verde», conclui o Grupo em comunicado. Porlis contratou mais 22 trabalhadores portuários e abriu últimas 15 novas vagas Mais tarde, a 19 de Abril, a Porlis anunciou ter finalizado «com sucesso» a segunda fase de recrutamento no Porto de Lisboa, tendo contratado «mais 22 novos trabalhadores portuários». «Estes novos trabalhadores portuários juntam-se assim aos 18 que haviam sido contratados na primeira fase,que terminou em 3 de Abril. No total, a Porlis contratou já 40 novos trabalhadores portuários». Os novos 22 trabalhadores portuários, à semelhança dos anteriores 18, terão formação profissional teórica e também prática, que teve início a 22 de Abril, também no Terminal de Contentores de Santa Apolónia, no porto da capital. A Porlis garantiu ainda que «continua a admitir», iniciando novo recrutamento a 20 de Abril, «com as últimas 15 novas vagas de trabalhadores portuários». Após a finalização do recrutamento, «não só a Porlis aumentará o número de trabalhadores que inicialmente previa contratar, como ficarão integralmente satisfeitas as necessidades».

O Porto de Lisboa está inserido no maior centro de consumo e principal região económica de Portugal, com um hinterland que se estende até Espanha. É um porto abrigado e multifuncional, dotado de 18 terminais portuários, que servem todos os segmentos de negócio, carga e cruzeiros, oferecendo uma ampla rede de ligações marítimas aos principais portos do mundo. O desenvolvimento dos sistemas de informação e de segurança e a articulação com as plataformas logísticas e terminais intermodais da sua área de influência, permitem alicerçar o Porto de Lisboa como um importante cluster de negócios internacional. www.portodelisboa.pt

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Atlantic meeting point

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FÁTIMA LOPES ALVES EM ENTREVISTA À REVISTA CARGO

«Queremos um Porto de Aveiro competitivo, moderno, eficiente e inovador»

uma comunidade portuária forte e unida com acções comerciais e institucionais concertadas. Temos que saber alavancar essas sinergias para o contexto do porto. Temos parceiros, clientes e fornecedores com projectos diferenciadores e únicos. Cabe à APA S.A. conseguir atrair a inovação para os objectivos que traçámos. Nos últimos anos, o Porto de Aveiro conseguiu gradualmente diversificar os seus negócios e tipologias de mercadorias porque acrescenta valor à solução logística oferecida aos carregadores. A valência “espaço” permitiu também diversificar a nossa tipologia de carga, sendo muito procurados pelas “cargas de projecto” ou “projectos especiais”. Aqui reforço a movimentação de pás eólicas, uma mercadoria de alto valor que encontra neste porto, uma solução logística competitiva. Acresce salientar a grande melhoria dos índices de produtividade do porto nos últimos anos, inerentes à aposta pelos operadores portuários em novos equipamentos de movimentação de carga seca: carga geral e granéis sólidos.

O dia 3 de Abril marca o 212.º aniversário do Por to de Aveiro (assinalando-se a abertura abertura da barra de Aveiro), uma data simbólica que a Revista CARGO assinala com uma entrevista, em exclusivo, a Fátima Lopes Alves, presidente do Conselho de Administração da APA – Administração do Porto de Aveiro. Numa extensa entrevista, Fátima Lopes Alves abordou a realidade actual mas também os desafios futuros do Porto de Aveiro e faz-nos um balanço deste primeiro ano de presidência do Por to de Aveiro, destacando os grandes factores diferenciadores desta infra-estrutura portuária que passou recentemente a ser o 4.º maior porto nacional em movimentação de carga. E antecipa ainda um futuro que espera ser risonho, no qual quer afirmar o Porto de Aveiro como um porto «competitivo, moderno, eficiente e inovador». R E V I S TA C A R G O : . E s t e n o v o Conselho de Administração da Administração do Porto de Aveiro, por

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si presidido, tomou posse há quase um ano. Já é possível fazer um balanço destes meses de trabalho? FÁTIMA LOPES ALVES: O balanço é, do meu ponto de vista, francamente positivo quer do ponto de vista profissional quer pessoal. Foram meses iniciais de conhecimento do funcionamento do sector portuário nas suas diversas dimensões – comercial e organizacional – bem como de análise, estudo dos diferentes dossiers, e de intensificação dos contactos comerciais e institucionais. Seguiu-se uma fase de diagnóstico que, por força do calendário institucional, culminou com o desenvolvimento do Plano de Actividades e Orçamento para o triénio 2020-2022, que consubstancia uma estratégia integradora de investimentos e planeamento de acções futuras num território agressivo do ponto de vista comercial, mas ao mesmo tempo de harmonização dos processos administrativos, operacionais, e de recursos (humanos e tecnológicos). Contudo, o quotidiano profissional, num cargo desta natureza, é sustentado em esforços contínuos e dedicados

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de uma vasta equipa de trabalhadores do Porto de Aveiro e de contributos diversos de toda uma diversificada comunidade portuária muito activa que interage continuamente com todos os membros do Conselho de Administração.

É neste contexto, que este porto tem sido a escolha de investidores privados para a instalação de unidades logísticas e industriais (indústria agro-alimentar, q u í m i c a e p r o d u t o s p e t r o l í fe r o s , produção de energia offshore), a par dos investimentos dos operadores portuários e concessionários. E por isso, o investimento privado realizado, nos últimos três anos, ascende os 46 milhões de euros. Estes factores conjugados no mesmo território, numa região com uma for te dinâmica industrial – to r n a - o u m a i n f ra e s t r u t u ra í m p a r no panorama nacional actual.

O Por to de Aveiro tornou-se recentemente, e pela primeira vez na sua história, no 4.º maior porto nacional a nível de movimentação de carga. O que justifica este crescimento mais acentuado nos últimos tempos? É verdade! É uma notícia que nos enche de orgulho mas que acrescenta maior responsabilidade, para que assim continue por muitos e bons anos. O ano de 2020 inicia-se com marcas históricas, em Janeiro conseguimos, pela primeira vez, ser o 4.º porto nacional em quota de mercado nacional 6,4%, tendo movimentado 477 mil toneladas. Março será um mês de recorde, o melhor mês de Março de sempre, com um crescimento de cerca 17,6% face a período homólogo, tendo alcançado cerca de 536 mil toneladas associado ao crescimento dos produtos agro-alimentares, dos produtos químicos e florestais. Contudo, em virtude do período de emergência nacional no âmbito do COVID-19, os próximos meses geram ainda uma grande incerteza pelo que estamos cautelosos, mas conscientes dos potenciais impactos económicos que poderão advir. Como gostaria de ver o Porto de Aveiro daqui por 10 anos? Em primeiro lugar, gostaria de referir que o dia 3 de Abril, Dia do Porto de Aveiro, em que se celebra a abertura da barra de Aveiro há 212 anos, decidimos lançar uma nova identidade, uma estratégia de rebranding tendo em vista uma nova estratégia comercial e de internacionalização da marca Porto de Aveiro. A nova imagem fala por si, mantém a ligação à sua história, mas olha para um futuro mais sustentável, mais tecnológico e inovador. Lançamos também um novo site e uma nova imagem nas redes sociais,

com o objectivo de ser responsivo e mais intuitivo para os utentes e clientes e como tal, mais focado nas actividades core do Porto de Aveiro. Convidamos todos a visitar, esperando que gostem e que usufruam. Os projectos em curso decorrem da Estratégia do Governo para o sector – a Estratégia para o Aumento da Competitividade Portuária da Rede de Portos Comerciais do Continente-Horizonte 2026 (RCM 25/2017). Contamos dar início, neste segundo semestre, à 2.ª fase da Zona de Actividades Logísticas e Industriais, um investimento global de 20,8 Milhões de Euros, e vamos dar início ao estudo da melhoria das acessibilidades marítimas ao porto, um projecto estruturante para que o Porto de Aveiro dê resposta à procura por navios de maiores dimensões. Está em curso a implementação da Janela Única Logística nos portos de Aveiro e Figueira da Foz, um projecto essencial para o arranque da real digitalização das cadeias logísticas que servem o Porto de Aveiro e o Porto da Figueira da Foz e que será um acelerador para a digitalização e reorganização de todos os processos administrativos e comerciais da Administração do Porto de Aveiro, visando tornar a empresa mais eficiente e mais orientada aos seus clientes e utentes. A manter-se a estratégia gizada por este Conselho de Administração, para os próximos 3 anos, e havendo capacidade de investimento para a plena concretização do Plano de Acção definido, estarão reunidas as condições primordiais para que, daqui a 10 anos, o Porto de Aveiro seja um porto Competitivo, Moderno, Eficiente e Inovador. A olhar o futuro, entendemos assim que há novas apostas a introduzir: a modernização do Porto de Aveiro passa por investir na digitalização, em tecnologia

De uma forma geral, o que diferencia o Porto de Aveiro dos restantes portos nacionais? A competitividade traduz-se em essencialmente em 3 factores: i) espaço para expandir e captar indústrias; ii) espaço para movimentar todo tipo de cargas e, iii) acessos terrestres de excelência. Estes factores não podem ser dissociados de uma mais valia vital, a estabilidade laboral e paz social alcançadas nos últimos anos, que são hoje um dos grandes activos deste porto e que lhe permitem continuar a sua rota de crescimento e desenvolvimento. A existência de uma comunidade portuária colaborante e unida, tem facilitado o diálogo permanente entre as autoridades locais e nacionais, os municípios, os trabalhadores, os operadores, os agentes, e a indústria que servimos. E é essa a nossa aposta:

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e na captação de projectos inovadores que traduzam mais eficiência e eficácia, em alinhamento com os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas, isto é, marcar o porto com o que designamos um “Blue and Green Port”. Visiono um Porto Industrial e Inovador, que oferece verdadeiras autoestradas marítimas e logísticas e um corredor ferroviário de excelência, um “laboratório vivo” para as suas actividades: comercial, industrial, pesca, construção e reparação naval e marítimo-turística. Capaz de atrair investimento, conhecimento e tecnologia. Um catalisador do crescimento e valorização económica da região de Aveiro, contribuindo significativamente para o crescimento da economia do mar e da economia nacional. Bruno Cardoso

Fátima Lopes Alves: Período «assaz difícil» será ultrapassado com «vontade indómita de resistir» Em um ar tigo no qual analisa os benefícios do Ramal Ferroviário do Porto de Aveiro, inaugurado há dez anos atrás, Fátima Alves, presidente do Conselho de Administração do porto aveirense, lembra o momento difícil que o globo enfrenta, devido à propagação do COVID-19. Naquele que caracteriza como um «período assaz difícil para Portugal e para o mundo», Fátima Alves frisa deixa uma mensagem de convicção e esperança. «Sei que celebramos esta efeméride num período assaz difícil para Portugal e para o mundo. Mas também conheço a determinação dos portugueses em situações como esta, a sua vontade indómita de resistir, de se manter de pé, de não quebrar por mais sólido que seja o negro das nuvens que teimam em esconder-nos o brilho do SOL», escreveu

a presidente do Conselho de Administração do Porto de Aveiro. «A Comunidade Portuária de Aveiro, os aveirenses, em particular, e os portugueses, em geral, sabem que podem contar com o empenho do Conselho de Administração do Porto de Aveiro, assim como de todos os colaboradores da empresa», enfatizou Fátima Alves, lembrando que o trabalho constante, «24/24 horas ao dia, 7 dias por semana», destina-se a resolver dificuldades e contornar obstáculos, «sem que as forças esmoreçam porque, quando alguns segundos de desânimo se atrevem a bater à nossa porta, rapidamente os afugentamos brandindo a espada da Esperança». «Estamos ao comando desta importante e estratégica empresa irmanados num permanente desejo de servir a causa pública, sabedores de que as dificuldades serão ultrapassadas dando lugar à concretização de novos projectos e investimentos, como o que se materializou a 27 de Março de 2010», rematou a responsável, que caracterizou a obra do ramal ferroviário como «ímpar» e um «exemplo a seguir» em novos projectos infra-estruturais. Fátima Lopes Alves elogia capacidade de adaptação dos agentes portuários à COVID-19 Por outro lado, em entrevista concedida recentemente ao programa da Comunidade Portuária de Aveiro (CPA) na Rádio Voz da Ria, Fátima Lopes Alves, presidente do Conselho de Administração do Porto de Aveiro, deixou elogios à capacidade de adaptação dos agentes portuários à pandemia COVID-19 (que chegou a Portugal no arranque do passado mês de Março), frisando que «as operações do porto nunca pararam». A líder do Conselho de Administração do porto aveirense fez um retrato das actividades portuárias em tempo de pandemia, da imposição da vigência de planos de contingência e das inerentes restrições: «Tem havido aqui uma grande cooperação, até histórica, não só pela excepcionalidade da pandemia mas da

forma como estamos todos a trabalhar, a reforçar as medidas de contenção, de afastamento social dos nosso funcionários, é difícil mas tem havido colaboração muito grande», comentou Fátima Lopes Alves à Rádio Voz da Ria. Ao d e s c re ve r e s t e p ro c e s s o d e adaptação, Fátima Lopes Alves enalteceu o «exemplo louvável» dos três operadores, que, frisou, se juntaram para aplicar as medidas e sensibilizar os trabalhadores, a formar equipas que se vão rendendo para que «o porto nunca pare», apesar de poder «haver um ou outro atraso» a descarregar ou expedição de mercadoria. Recordese que, no contexto pandémico actual, a administração tem grande parte dos seus colaboradores em tele-trabalho, mantendose presencialmente serviços prioritários na sua actividade, como a pilotagem, os rebocadores ou fiscalização de obras, reforçados com equipamentos de protecção individual necessários à prevenção de contágios. «Neste momento, estamos confiantes em manter as obras programadas. Estamos a conseguir isso, enquanto as empresas tiverem efectivos. Os concursos a lançar vão ter prazos alargados, somos solidários, dando um sinal que o porto continua e não hajam atrasos de investimentos, n o m e a d a m e n te n a zo n a l o gí s t i c a industrial», declarou ainda, durante a entrevista, a presidente do Conselho de Administração do Porto de Aveiro. Porto de Aveiro celebra 212.º aniversário com nova imagem e novo site Como já referido, o Porto de Aveiro comemorou, no dia 3 de Abril, o seu 212.º aniversário – dia em que, no ano de 1808, se registou a abertura da Barra de Aveiro – e a Administração do Porto de Aveiro (APA) assinalou a efeméride com o lançamento de uma nova imagem e de um novo website. «O momento conturbado em que vivemos, levou-nos a assumir com determinação esta ideia de mudança para inspirar trabalhadores, clientes, parceiros, a comunidade local e

comunidade marítima e portuária, criando deste modo um elo de ligação com todos os que vivem diariamente o Porto de Aveiro», pode ler-se no comunicado da Administração do Porto de Aveiro. Rebranding a pensar internacionalização da marca

na

O rebranding do Porto de Aveiro vai ao encontro da estratégia da Administração Portuária de internacionalização da marca “Porto de Aveiro”. «A nova identidade fala por si. Não se trata de um desligar do passado, mas sim unir a história e relançar a marca para um novo futuro mais sustentável, mais tecnológico e inovador», refere a APA em comunicado. Para além da nova identidade corporativa, a APA lançou ainda um novo website (em www.portodeaveiro.pt)e uma nova imagem nas redes sociais. «O nosso site é mais responsivo e mais intuitivo para os utentes e clientes e, como tal, focado nas actividades core do Porto de Aveiro», esclarece a APA. Porto de Aveiro movimenta 1.377.139 toneladas e alcança melhor primeiro trimestre de sempre Entretanto, o período entre Janeiro e Março de 2020 trouxe boas notícias para o Porto de Aveiro: neste espaço temporal, a infra-estrutura portuária aveirense fixou um novo registo máximo em termos de movimentação de mercadorias, com 1.377.139 toneladas movimentadas. Este acréscimo verificado nos três primeiros meses de 2020 espelha um incremento de +4% face ao mesmo período de 2019; além do mais, Março de 2020 acabou mesmo por ser o melhor mês de Março de sempre no porto, apresentando um crescimento de cerca 19% face a período homólogo. Neste mês foram movimentadas cerca de 544 mil toneladas, com destaque para o crescimento dos produtos agro-alimentares, químicos e

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florestais. Segundo adiantou o próprio Porto de Aveiro, através da sua newsletter, este crescimento do trimestre «deveuse ao acréscimo de 9% na Carga Geral Fraccionada, alavancada pelos produtos florestais (21%), e 8% nos Granéis Sólidos assente no crescimento da movimentação de cimento». Este é mais um registo máximo alcançado, a juntar a tantos outros que, sucessivamente, vêm sendo obtidos pelo porto aveirense. Recorde-se que Janeiro passado a infra-estrutura fixou também um novo recorde: o porto alcançou, segundo dados compilados e divulgados pela Autoridade da Mobilidade e dos Transportes (AMT ), a sua maior quota nacional de sempre em termos de movimentação de mercadorias (6,4%, ultrapassando o Porto de Setúbal), subindo, pela primeira vez, ao quarto lugar do ranking interno. Porto de Aveiro avança para a segunda fase de infra-estruturação da ZALI Noutro âmbito, a Agência Portuguesa do Ambiente, a Administração do Porto de Aveiro e o consórcio Inersel/Jan de Nul assinaram, a 20 de Abril, o auto de consignação da ‘Empreitada de Dragagem dos Fundos, Adjacentes e Remoção dos Inertes da ZALI – Zona de Actividades Logísticas e Industriais do Porto de Aveiro, para Reforço do Cordão Litoral a Sul Costa Nova’, no concelho de Ílhavo, num investimento total, de cerca de 12,2 milhões de euros. A intervenção – uma obra de protecção costeira – visa proteger pessoas e bens contra o desgaste e destruição provocados pela acção dos agentes hidráulicos de erosão, conseguindo-se que a zona de rebentação da ondulação fique mais afastada da linha de costa. O comunicado conjunto lembra que, no decorrer do ano de 2016, foi assinado «um protocolo de cooperação visando www.revistacargo.pt

o aproveitamento de areias existentes num depósito localizado no terreno da ZALI, bem como das resultantes da dragagem de uma ilha localizada em frente à mesma, para posterior colocação na zona imersa das praias imediatamente a sul da barra do Porto de Aveiro». Empreitada tem «importância estratégica» para o «futuro do Porto de Aveiro» A empreitada, frisa o documento, detém uma «importância estratégica para o desenvolvimento futuro do Porto de Aveiro» em três frentes: a social, ao contribuir para o fim do «anseio da comunidade local quanto ao impacto do depósito dos inertes na população local»; a ambiental, «contribuindo o Porto de Aveiro para o combate da erosão da costeira a sul da Barra»; e a económica, «uma vez que permitirá ao Porto de Aveiro concluir a ‘2ª fase da Infra-estuturação da ZALI’ – um projecto estratégico integrado na Estratégia do Governo para o Aumento da Competitividade da Rede de Portos Comerciais do Continente –Horizonte 2026». «A conclusão da ZALI permitirá ao Porto de Aveiro dar continuidade a uma estratégia de expansão e industrialização, sendo expectável uma maior capacidade deste porto na captação de investimento privado e reforço das exportações, permitindo assim atrair novas industrias e unidades logísticas para dentro da zona portuária, com uma frente de cais dedicada, o que é uma oferta logística competitiva única no contexto portuário nacional», assinala o comunicado. O volume total de areias a retirar e dragar da ZALI, será de 2.375.000 m3. Será a maior alimentação artificial de elevada magnitude de um troço costeiro realizada até hoje. O prazo de execução dos trabalhos é de 136 dias; o bombeamento/repulsão de areias para a zona imersa das praias, deverá realizar-se entre Maio e Setembro.

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HMM Agency PT: COLMAR cria agência em Portugal para novo serviço do Grupo HMM A Agência Marítima COLMAR, participada do grupo espanhol Sea&Ports e do grupo francês Bolloré, foi escolhida como representante do grupo sul-coreano HMM (Hyundai Merchant Marine) em Portugal, criando para tal uma nova marca: a HMM Agency PT.

Nuno Leite (COLMAR): criação da HMM Agency PT é «projecto ambicioso» A Agência Marítima COLMAR, participada do grupo espanhol Sea&Ports e do grupo francês Bolloré, foi escolhida, no arranque de Abril, como representante do grupo sul-coreano HMM (Hyundai Merchant Marine) em Portugal, criando para tal uma nova marca: a HMM Agency PT. O contexto ideal para a Revista Cargo entrevistar Nuno Leite, managing director da COLMAR e novo branch manager da HMM, e saber mais sobre a evolução da COLMAR, a criação da HMM Agency PT e as metas para o futuro. REVISTA CARGO: A COLMAR foi eleita para representar o Grupo HMM Portugal, criando para tal a HMM Agency PT – como surgiu esta nova oportunidade? NUNO LEITE: A oportunidade surge pelo trabalho desenvolvido pela COLMAR , que é detida maioritariamente pelo Grupo Sea & Ports e tem participação do Grupo Bolloré, que já representa também a HMM em Espanha há alguns anos pela Sea & Ports. A longa experiência de ambos os Grupos (Sea Ports & Bolloré) na industria marítima, foi também um factor importante na decisão da HMM. Quão importante é este passo para o progresso da COLMAR? É efectivamente um passo importante para uma Agência marítima que está representada em Portugal desde 2001. Como Ibesmar-Sagemar (ISAMAR) até Outubro de 2019 e a partir dessa data através do acordo realizado entre o Grupo Sea & Ports e o Grupo Bolloré, como marca COLMAR.

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A criação da HMM Agency PT, aliada ao agenciamento da MARGUISA ou da CNAN Nord é mais um passo importante rumo aos objectivos definidos pelo Grupo, procurando manter a mesma filosofia desde que começamos este projecto há quase 20 atrás. Uma grande proximidade com o Cliente e com o Mercado. Uma relação humana de grande proximidade. Quais serão então as funções desta nova HMM Agency PT e que números apresentará inicialmente (de colaboradores, instalações, entre outros)? Os tempos actuais são de alguma incerteza e provocam alguma reformulação nos comuns métodos de trabalho do sector marítimo e do mundo laboral global. É um tempo difícil, um tempo novo que exige soluções e métodos novos. Mas com a criação da HMM Agency PT é nosso objectivo abrir escritório em Lisboa num curto espaço de tempo. Quais as metas traçadas para a actividade da HMM Agency PT? As metas são claras e ambiciosas, e baseadas no modelo implementado pela HMM em outras regiões, fortemente alicerçado num “Customer Service” de excelência. Num futuro próximo, através passos consistentes e sólidos, o objectivo da HMM Agency PT é conseguir um considerável e importante “market share” no mercado de e para o Extremo Oriente. Que ser viços da HMM vão escalar Portugal e que portos nacionais serão tocados?

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Numa fase inicial os Portos Portugueses de Leixões e Lisboa serão conectados semanalmente via Rotterdam com os vários serviços da HMM de e para todo o Extremo e Médio Oriente. Até ao fim do ano, será colocado em prática o que idealizamos para este projecto. Um serviço semanal via Algeciras e centrado no Terminal TTIA (propriedade da HMM), onde os mega-navios de 24 mil Teus das HMM irão escalar também semanalmente, e que proporcionará ao mercado português u m a l i g a ç ã o a o E x t re m o O r i e n t e com um excelente tempo de trânsito. A HMM passou muito recentemente a integrar a THE ALLIANCE. É o momento certo para esta entrada no mercado português? A entrada da HMM na THE Alliance, é mais um passo em frente nos seus objectivos de expansão no curto prazo. Ser um membro da THE Alliance proporcionará à HMM e aos nossos Parceiros na mesma, novas valências e novos recursos para os exigentes desafios da Industria Marítima.

«A criação da HMM Agency PT responderá à procura dos serviços relacionados com o lançamento dos Mega-Navios de 24.000 Teus por parte do gigante Coreano, que serão, na actualidade, dos maiores navios no mercado para o transporte de mercadorias, bem como para a optimização do uso das novas instalações do Terminal Portuário TTI em Algeciras, da qual a HMM é a proprietária, e que constituiu um dos maiores investimentos portuários realizado na Península Ibérica», refere a COLMAR. Portos de Leixões e de Lisboa alimentam mega-navios da HMM No seu comunicado, a COLMAR recorda ainda que os mega-navios que escalam Algeciras «vão necessitar da carga de portos como Leixões, Lisboa», razão pela qual surge a necessidade de uma agência em território português. Os portos espanhóis de Vigo e de Bilbau serão outros que alimentarão estes mega-navios do grupo sul-coreano. «Este passo responde a uma estratégia geral do Grupo HMM, que a partir de 01 de Abril é membro da “THE ALLIANCE” e contará com o apoio técnico e humano

da Agência Marítima COLMAR através d a s u a n ova M a rc a H M M Ag e n c y P T» , re fe re a i n d a o c o m u n i c a d o. Escolha é um reconhecimento para a COLMAR No seu comunicado, a COLMAR deixa ainda claro que esta escolha da HMM funciona como um reconhecimento pelo seu trabalho.

«O papel da COLMAR foi considerado chave para manter um serviço próximo do Clientes e adaptado às necessidades do mercado Português, graças à equipa multicultural e de raízes profundas com o Mercado Asiático e Coreano, bem como a grande experiência e conhecimento das necessidade e particularidades da gestão das empresas em Espanha e Portugal», conclui.

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Que visão tem a HMM do mercado português? É um mercado em que o grupo pensa apostar com maior força nos próximos tempos? S em dúvida. A criação da HMM Agency PT e o seu ambicioso projecto é uma resposta só por si disso mesmo. A necessidade de rentabilizar os navios de 24 Mil Teus é também um exigente e forte compromisso que a HMM quer estabelecer com o mercado Português.

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relação comercial entre Portugal e Brasil – vendo no Porto de Sines um importante elo de ligação – o presidente da APS também abordou o impacto do COVID-19 em Sines e a ambição em integrar o top-10 europeu num espaço de cinco anos. «Estamos a viver um período complicado por conta do coronavírus. O porto está com um plano de emergência, mas estamos a funcionar normalmente. Felizmente as coisas têm corrido bem, essa não é uma zona muito atingida pela pandemia, tivemos alguma dificuldade inicial, mas foi controlado, com alguns sacrifícios para todos» – comentou José Luís Cacho (que também é presidente da APP) durante a vídeo-conferência. O impacto da pandemia em Portugal e nos portos lusos vem sendo mitigado por uma antecipada linha de actuação, que, até agora, impediu grandes quedas abruptas na movimentação de mercadorias. «Curiosamente, o nosso movimento até subiu um pouco mais. É um porto grande, mais de 50% da carga é portuguesa e estamos no top 15 europeu. E ainda vai crescer muito nos próximos anos, dado os investimentos estrangeiros em vários segmentos de carga que vamos ter. Admito que dentro de cinco anos Sines estará no

Porto de Sines «pode ser oportunidade para as exportações brasileiras»

No dia 24 de Abril, realizou-se a v í d e o - c o n f e r ê n c i a ‘ O s Po r t o s d e Por tugal em tempos de Covid-19’, progra m a d a p e l o Fó ru m N a ci o n a l Brasil Expor t/Nordeste Expor t. José Luís Cacho, Presidente do Conselho de Administração do Porto de Sines e do Algarve (APS) e Presidente da APP, foi um dos participantes do encontro, e xc l u s i vo p a r a o s p a t ro c i n a d o re s do Brasil Expor t e integrantes dos Comités Orientadores. A Revista CARGO, como não poderia deixar de ser, acompanhou os trabalhor ao pormenor. Porto de Sines tem «bom movimento de cargas para o Brasil» O líder da APS adiantou, na sua intervenção, que Portugal poderá reforçar os seus laços comerciais com o Brasil, podendo o Porto de Sines funcionar como uma autêntica porta de entrada para o continente europeu e ampliar ainda mais as oportunidades de negócios para as exportações brasileiras. «Temos um bom movimento de cargas para o Brasil, com uma linha semanal de contentores e outros tipos de cargas, como granéis líquidos. Eu diria que, dado esse fluxo e as possibilidades que nosso porto tem, pode ser uma oportunidade para as exportações brasileiras», afirmou, na vídeo-

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conferência, José Luís Cacho. «Temos terminais especializados para todos os tipos de cargas. Também no sector do agro-negócio, quer por carga de granel ou carga contentorizada, o Brasil, pode olhar para Sines como abertura para o desenvolvimento das exportações brasileiras», vincou José Luís Cacho. Segundo o presidente do Conselho de Administração da APS, o Porto de Sines possui actualmente uma estratégia extremamente focada no desenvolvimento de parcerias com o Brasil e a América do Sul, e, neste contexto, conta com o apoio do governo português. José Luís Cacho (APS) esperançado num estreitar de relações comerciais entre Portugal e Brasil Na vídeo-conferência ‘Os Portos de Portugal em tempos de Covid-19’, José Luís Cacho abordou ainda a crise pandémica provocada pelo novo coronavírus, expressando confiança no futuro, sem descurar, naturalmente, os efeitos negativos imediatos causados pelo vírus: «Acredito que essa crise vai trazer momentos difíceis a curto prazo e a economia mundial vai sofrer, mas eu penso que a médio prazo vamos sair, quem sabe, até mais fortes. Devemos olhar para tudo isso como uma oportunidade. E oportunidade é criar coisas

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top 10 europeu», vincou um ambicioso José Luís Cacho.

respeita aos navios que transportam produtos petrolíferos.

Apesar de multi-facetada, a infraestrutura portuária de Sines é sobejamente conhecida pela sua for te ver tente contentorizada: um segmento de carga que se destaca dos demais e que consolida o porto como o rei da movimentação portuária em Portugal. «O terminal de contentores [Terminal XXI] é uma parceria forte com a Autoridade Portuária do Porto de Singapura, tivemos um crescimento exponencial, que vai continuar», declarou, dando também ênfase à área do gás natural, que também tem vindo a denotar um progressivo e sustentável crescimento.

Nesta viagem, adiantou a administração do porto alentejano via comunicado, o navio ‘Eagle Brasília’, proveniente do Porto de Sullom Voe, no Reino Unido, atracou no Terminal de Granéis Líquidos para proceder à descarga 100 mil toneladas de crude para a refinaria de Sines. O navio possui um comprimento total de 250 metros e cerca de 44 metros de largura, apresentando um calado máximo de 15,1 metros.

Porto de Sines recebeu, pela primeira vez, um navio tanque a GNL O Porto de Sines recebeu, no passado dia 26 de Abril, o navio ‘Eagle Brasília’ – um dualfuel Aframax, que tem a particularidade de ser movido a GNL – Gás Natural Liquefeito. Trata-se de um evento pouco habitual – e inédito em Sines – uma vez que é bastante rara a utilização deste combustível em navios tanque, nomeadamente no que

A utilização do gás natural como energia de transição para energias renováveis, por ter menor impacto no meio ambiente, tem sido apontada como uma alternativa e já hoje é o combustível utilizado por alguns dos novos navios, desde os RoRo-Pax (também apelidados de ferries), a navios de contentores passando pelos navios tanque. Recorde-se que Sines foi recentemente palco do primeiro abastecimento de combustível de bancas a navios, utilizando GNL (na modalidade T TS – Truck-toship), efectuado em Portugal Continental, o que atesta a capacidade desta infraestrutura portuária para garantir este tipo de operações. Também em Sines está localizado o único terminal do país preparado para movimentar Gás Natural Liquefeito.

novas, diferentes, com valor, para várias economias», declarou o líder do Conselho de Administração da APS. Outro dos focos da sua intervenção prendeu-se com a relação comercial entre Portugal e o Brasil, na qual a infra-estrutura portuária de Sines poderá ter um papel importante, ao abrir as portas do velho continente ao nosso país irmão, e, também. a toda a região da América do Sul. «Creio que essas economias vão aquecer nos próximos anos. O processo da globalização vai fazer com que cada um se especialize mais em seus potenciais naturais. Podemos criar um desenvolvimento fantástico para as economias do Brasil e Portugal», vincou José Luís Cacho. «Temos um bom movimento de cargas para o Brasil, com uma linha semanal de contentores e outros tipos de cargas, como granéis líquidos. Eu diria que, dado esse fluxo e as possibilidades que nosso porto tem, pode ser uma oportunidade para as exportações brasileiras», afirmou ainda, analisando a relação entre o Porto de Sines e o mercado brasileiro. José Luís Cacho (APS) espera ver Porto de Sines no top-10 europeu dentro de 5 anos Além de abordar as potencialidades da

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Câmara Municipal de Sines lançou concurso de 4,9 milhões de euros para qualificar ZIL II Entretanto, num outro âmbito mas com relação directa com o Porto de Sines, a Câmara Municipal de Sines lançou o concurso público para a empreitada de qualificação das artérias principais da ZIL II de Sines, um investimento de 4,9 milhões de euros. Será a principal empreitada incluída no conjunto de investimentos de cerca de 6 milhões de euros em curso nesta zona industrial, onde se localiza cerca de meio milhar de pequenas e médias empresas. A empreitada em concurso, com entrega de propostas até 2 de Maio, incidirá nas ruas 1 e 2 e vem responder à necessidade de qualificar uma infraestrutura com mais de 25 anos onde se encontram as principais PME’s com actividades económicas ligadas ao complexo industrial e ao Porto de Sines. A Câmara Municipal de Sines

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aprovou também a adjudicação de outra empreitada decisiva para o futuro da ZIL II: a da sua expansão nascente. A execução desta obra, um investimento de 1,4 milhões de euros, irá criar condições para dar resposta à procura existente por espaços nesta zona industrial, permitindo, com a sua implementação, acolher mais 43 empresas e gerar cerca de 430 postos de trabalho. «É essencial dinamizar actividade económica do concelho» «Apesar dos tempos difíceis que vivemos é absolutamente essencial continuar a dinamizar a actividade económica no concelho. Este é o maior investimento de requalificação alguma vez feito na principal zona de localização empresarial gerida pelo Município. A qualificação das artérias principais da ZIL II permitirá melhorar a circulação automóvel e ordenar o estacionamento, nomeadamente de pesados, além de criar condições de operação muito mais seguras, renovando a rede de águas e esgotos e enterrando as infra- estruturas de electricidade, c o m u n i c a ç õ e s e p ro t e c ç ã o c o n t r a incêndios», declarou Nuno Mascarenhas,

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presidente da Câmara Municipal de Sines. «A criação de novos lotes na área de expansão corresponde à enorme procura que temos sentido por parte de empresas já instaladas e que necessitam de se expandir, mas também de novas empresas, algumas das quais de sectores de actividade ainda com pouca expressão em Sines, mas que vêem aqui um local estratégico para o desenvolvimento dos seus negócios», rematou o autarca. Recordese que o investimento que actualmente está a decorrer na ZIL II tem enquadramento em duas operações co-financiadas por fundos europeus. A operação ‘Qualificação da ZIL II’ tem um investimento elegível de 6 072 875,50 €, co-financiado à taxa de 85% pelo programa operacional Alentejo 2020 / Portugal 2020, com fundos FEDER / União Europeia, o que se traduz numa contribuição comunitária de 5 161 944,17 €. A operação ‘ZIL II Expansão Nascente’ tem um investimento elegível de 1 457 535,15 €, co-financiado à taxa de 85% por fundos FEDER / União Europeia, no âmbito do programa operacional Alentejo 2020 / Portugal 2020, o que se traduz numa contribuição comunitária de 1 238 904,88 €.

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Navios de Bandeira Portuguesa já podem ter guardas armados a bordo

ONE acelera processo de digitalização e vinca a sua aposta no ‘e-bill of lading’ Abraçando o pendor de digitalização que vem pautando o desenvolvimento do transporte marítimo de mercadorias, em busca de maior eficiência e menor burocracia, a Ocean Network Express (ONE) juntou-se à empresa essDOCS, referência na desmaterialização dos processos comerciais, para apostar nas virtudes do Conhecimento de Embarque Marítimo electrónico, também conhecido como e-bill of lading. Tem sido uma das grandes apostas das transportadoras marítimas em tempos de digitalização: o e-bill of lading é um dos expoentes máximos da simplificação e desmaterialização de processos no sector e encerra uma mudança simbólica que marca uma nova era no Shipping. Usando o Conhecimento de Embarque electrónico da CargoDocs, a ONE executou um transporte de contentores de borracha, da Rússia até à China.

De acordo com o previsto Decreto-Lei n.º 159/2019, de 24 de Outubro, já é permitido que os navios que arvoram a bandeira portuguesa possam ter segurança armada a bordo, desde que seja para as áreas de alto risco identificadas pela IMO e tenham planos aprovados para o efeito. Ao abrigo do número 2 do Artigo 53.º deste Decreto-Lei, já é permitido que os navios possam ter planos anti-pirataria para as Áreas de Alto Risco definidas pela IMO (International Maritime Organization), sem a necessidade de qualquer regulamentação. Assim, neste momento, as companhias que representam os navios que arvoram a bandeira portuguesa podem, através do formulário disponível no site da DGRM (https://w w w.dgr m. mm.gov.pt/documents/20143/85762/ DGRM_+Aplication+FormTemplate+Counter-Piracy+Plan+Approval. pdf/8887a769-dab6-e177-1a220d6a6c5859c3) solicitar a aprovação dos Planos de Contra-Pirataria aplicáveis às áreas de alto risco de pirataria. Com os planos aprovados poderão os navios embarcar os guardas armados nos termos aprovados, que, necessariamente, terão de respeitar os requisitos e os formalismos previstos naquele Decreto-Lei.

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As áreas de risco de pirataria definidas pela IMO podem ser de dois tipos, as áreas de alto risco com reporte obrigatório e as de risco de pirataria com reporte voluntário. Do primeiro tipo existe por exemplo ao largo da Somália ou no mar da Indonésia, e do segundo tipo no Golfo da Guiné. Atendendo ao número crescente de incidentes de pirataria na zona do Golfo da Guiné, a IMO tem já em curso a transformação desta área geográfica em área de alto risco de pirataria, sendo, no entanto, um processo que leva bastante tempo. Portugal, para agilizar este processo de classificar áreas de alto risco de pirataria para efeitos dos navios de bandeira portuguesa e, neste sentido, aprovar mais cedo os planos anti-pirataria para estas novas zonas de risco crescente, sem ter que ficar à espera do lento processo da IMO, tem já preparada uma nova portaria que regulamentará este processo de reclassificação de áreas. A nova Portaria será importante para oficializar o mecanismo de aprovação de áreas de alto risco para além das definidas pelo IMO, o que será sempre realizado com muita ponderação e prudência, face à sensibilidade da matéria.

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Portugal ficará, assim, com uma das mais avançadas leis de guardas armados, permitindo responder aos requisitos actuais de segurança e protecção dos navios.

Esta iniciativa contou com o envolvimento da SIBUR International (na condição de carregador) e a SIBUR International Trading

(Shanghai), que recebeu o carregamento. Em todo este processo, destaque para o envolvimento da Novo Orient Agency, que desempenhou o papel de agente no porto de arranque, na Rússia, e da SIPG Logistics, enquanto agente da SIBUR no porto de destino, na China. A UNISCO representou a ONE. Esta experiência da ONE reflecte o compromisso da transportadora marítima nipónica para com a digitalização e a adopção, cada vez mais vincada, de ferramentas digitais capazes de reduzir o fluxo de papel e a sua inerente burocracia, ao mesmo tempo que se facilita a

comunicação entre os players envolvidos no transporte. A iniciativa reforça a opção da adopção do e-bill of lading por banda da ONE e dos seus clientes. «Acelerar o esforço de digitalização da ONE é a chave para dar resposta aos pontos fracos para os nossos clientes, como o tempo de espera pela emissão do conhecimento de embarque. Esta colaboração permitirá que a ONE ofereça aos clientes melhores níveis de serviço através da digitalização», afirmou, em comunicado, Richard Hiller, chefe global de vendas, atendimento ao cliente e documentação da ONE.

O aumento da pirataria no mundo é um motivo de grande preocupação no Shipping e a zona alargada do Golfo da Guiné é uma das mais preocupantes na actualidade. No primeiro trimestre de 2020, período em que ocorreram dois incidentes com navios de bandeira portuguesa, existe registo de 48 incidentes desta natureza na área alargada do Golfo da Guiné, o que mostra bem a dimensão do problema que afecta o shipping naquela geografia. A pirataria no mar está definida no Artigo 101 da Convenção UNCLOS (United Nations Convention on the Law of the Sea), contemplando qualquer ato ilegal de violência realizada contra os tripulantes ou passageiros de navios, bem como de ilegal abordagem e tomada de controlo sobre o navio, podendo ser em alto mar ou em área de jurisdição de um país. Ocorrendo em área de jurisdição de um estado, compete a esse estado a resolução dos problemas de pirataria, podendo, se assim o decidir, socorrer-se da ajuda de outros estados ou mesmo entidades especializadas privadas.

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Janela Única Logística já arrancou no Porto da Figueira da Foz A Janela Única Logística (JUL), que visa expandir a influência da JUP ao hinterland – numa perspectiva cada vez mais integrada e holística do processo logístico – já arrancou no Porto da Figueira da Foz. No dia 22 de abril, a JUL começou a ser disponibilizada aos clientes e autoridades do porto. Porto da Figueira da Foz no «pelotão da frente» na gestão portuária Com a introdução da JUL na operação e comunicação do Porto da Figueira da Foz, o porto «coloca-se no pelotão da frente dos sistemas de gestão portuária ao assumir esta nova plataforma, que partindo da excelente experiência que a JUP proporcionou, se estende para lá do transporte marítimo e alargará faseadamente a sua abrangência ao longo das cadeias logísticas», adiantou a administração portuária em comunicado. A plataforma digital, recorde-se, vem substituir o sistema Janela Única Portuária, que funcionou com grande sucesso nos últimos anos, no âmbito

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da simplificação administrativa procedimentos portuários.

dos

Agora, a JUL, a sua mutação natural (e que vem sendo gradualmente introduzida desde 2019), vem estender a abrangência do sistema, integrando o adjacente hinterland e não se restringindo à área de influência do porto. O arranque da JUL no Porto da Figueira da Foz é resultado de um « intenso trabalho iniciado localmente com a APFF no início do corrente ano, tendo sido fundamental a parceria estabelecida e o profícuo trabalho com toda a comunidade portuária», ressalvou a administração, frisando que o processo de implementação teve de ser, na sua recta final, adaptado à crise pandémica actualmente vivida, imperando a «motivação». Janela Única Logística: porto entrará em «nova fase de evolução digital» «O arranque decorre em pleno estado de emergência nacional, no qual a utilização das tecnologias tem sido intensificada, sendo, desta forma, o

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Porto da Figueira da Foz também um excelente exemplo desta boa prática higiénica e de resiliência», sublinhou a administração portuária. O porto prepara-se assim para entrar numa «nova fase de evolução digital», uma perspectiva de futuro: « inovação dos processos, sustentabilidade nas operações, e crescimento de negócios», rematou a administração portuária no comunicado. A JUL, que contou com a coordenação nacional por parte da Direcção-Geral de Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos (DGRM) e operacionalização da Associação dos Portos de Portugal (APP), trata-se de «um projecto de grande ambição» apostado em criar valor nas redes logísticas e portuárias. O ecossistema permitirá uma conexão de stakeholders em tempo real, partilhando informação e alinhando processos para assegurar a sincronização das operações, nomeadamente através da integração digital multimodal dos vários meios de transporte (marítimoferroviário-rodoviário) e dos vários nós das cadeias logísticas que utilizam os portos portugueses.

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da Transinsular a operar no mercado de Cabo Verde, aliados ao facto de pertencer ao Grupo ETE, que detém também hoje uma posição de liderança nesse mesmo mercado», permitem à empresa deter a capacidade de «oferecer soluções globais de logística integrada, totalmente desenhadas à medida dos nossos clientes. No entanto, tal só é possível pela confiança que geramos na relação com os nossos clientes, que nos confiam a sua carga» Transinsular apostada em oferecer «o melhor transit-time»: Cabo Verde Expresso é prova disso

transinsular já retomou ligações com cabo verde A Transinsular, que integra o Grupo ETE, anunciou a retoma, a partir de 11 de Abril, das ligações marítimas directas para Cabo Verde, com escala a partir de Lisboa. O transporte internacional de carga é assegurado pelo novo serviço Cabo Verde Expresso. O serviço regular directo do armador luso Transinsular tem uma frequência quinzenal, desde Portugal (portos de Lisboa e Leixões) para a Praia e Mindelo; detendo uma ligação com o serviço Atobá Interilhas, com serviço regular para as ilhas do Sal e Boavista, o serviço possui, frisa a Transinsular em comunicado, o menor transit-time do mercado (Lisboa – Leixões para Praia – Mindelo) em 7 dias. Apresentando «o menor transittime do mercado», o serviço oferece o transporte marítimo regular de carga geral e contentorizada (seca e frigorífica), com ligação directa, entre Portugal e Cabo Verde, «permitindo responder com eficiência, fiabilidade e rapidez às necessidades actuais dos seus clientes», salienta o armador. A ligação ao serviço Atobá Interilhas, «também se destaca como uma vantagem acrescida, na medida em que assegura o abastecimento regular e local do arquipélago, contribuindo para a manutenção quer das importações

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como das exportações» de Cabo Verde. O serviço garante uma resposta em primeira mão a partir do Porto de Lisboa, para Cabo Verde – num contexto actual em que face à Covid-19 se vive algum constrangimento nos portos, a Transinsular – através deste serviço – Cabo Verde Expresso – assegura novamente em primeira mão a saída de carga de Lisboa-Leixões para PraiaMindelo (sem transbordo). Segundo sublinhou a Transinsular, a configuração deste serviço confere à Transinsular «uma posição privilegiada no mercado nacional e internacional, s a l i e nt a d o - s e a i m p o r t â n c i a d o abastecimento de produtos oriundos da Europa no arquipélago de Cabo Verde, nomeadamente frescos. A Transinsular oferece ligações directas e regulares entre Lisboa- Leixões-Praia-Mindelo, e para Palmeira e Sal Rei através do serviço Atobá, com frequência a cada 15 dias, detendo agências própr ias nestes quatro por tos». Tra n s i n s u lar co nso li da- se «ainda mais» como «parceiro cer to» de import-export para Cabo Verde Para Matthieu Roger, CEO do armador luso, «esta resposta perante a situação actual, permite à Transinsular responder

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aos seus clientes com prontidão e com o mesmo compromisso, permitindo inclusive a retoma de optimização de custos aos próprios que no último mês tinham que transportar a sua carga somente através de Leixões».

O Serviço Cabo Verde Expresso da Transinsular é uma «aposta competitiva no mercado internacional entre Portugal e Cabo Verde» – o serviço marítimo da empresa que integra o Grupo ETE oferece ligações marítimas regulares e directas desde Portugal para Cabo Verde (Praia, Mindelo, Sal e Boavista), «garantindo o melhor transit-time do mercado a nível internacional e assegurando a distribuição regular inter-ilhas no arquipélago». Portugal e Cabo Verde ligados em apenas 6 dias O novo serviço Cabo Verde Expresso da Transinsular possui o melhor transit-

time do mercado, ligando Portugal a Cabo Verde em 6 dias, afiança a transportadora. Trata-se, garante a Transinsular, de um serviço «único» para os clientes, apresentando uma competitividade inigualável, mesmo durante estes tempos de cr ise pandémica, onde impera algumas re s t r i ç õ e s e fo rç a d o s re a j u s t e s operacionais. Com uma taxa de cumprimento de itinerário superior a 90% e com o melhor transit-time do mercado entre Portugal e Cabo Verde – 6 dias – o serviço Cabo Verde Expresso, assegura as ligações marítimas directas (sem transbordo) entre estes dois países, nomeadamente aos principais portos de Cabo Verde (Sal, Boavista, Praia e Mindelo). Também o facto de deter agências próprias nesses portos, permite à Transinsular oferecer soluções integradas aos seus clientes, conjugando o transporte marítimo e serviços logísticos internacionais com o ser viço de cabotagem nacional (inter-ilhas). Tr a n s i n s u l a r c o m « p o s i ç ã o destaque» na ligação a Cabo Verde

de

O serviço «confere à Transinsular uma posição de destaque entre os armadores portugueses a operar para Cabo Verde, sobretudo numa altura desafiante

provocada pela actual pandemia», explica a empresa. «Vivemos tempos desafiantes provocados pela pandemia do Covid-19, mas temos de saber vêla como uma oportunidade de mostrar aos nossos clientes e ao mercado que mantemos o nosso compromisso de continuar a cumprir com os melhores tempos de trânsito no transporte da sua carga até ao destino. Neste caso, para Cabo Verde», comentou o CEO da Transinsular. Para além de que é importante percebermos que sobretudo neste momento em que Cabo Verde vê todas as ligações aéreas suspensas, a nossa actuação é fundamental. O transporte marítimo assume um papel vital, permitindo de forma eficiente e regular, continuar a responder às necessidades actuais e reais de todos aqueles que dependem dos bens oriundos da Europa, sejam populações, sejam agentes económicos», acrescentou Matthieu Roger. «Os mais de 30 anos de existência da Transinsular a operar no mercado de Cabo Verde, são prova de um contributo fundamental que a empresa representa para a economia do país, sobretudo para o equilíbrio da sua balança comercial», finalizou.

Assim, explicou Matthieu Roger, «a Transinsular volta a permitir o normal e regular fluxo de distribuição das suas mercadorias para o mercado de Cabo Verde, sem qualquer alteração, cumprindo os melhores tempos de trânsito do mercado desde sempre oferecidos» aos seus clientes. Para o responsável, esta é também uma chance de «consolidar ainda mais» a posição da Transinsular «como o parceiro certo para a exportação e importação de produtos para aquele arquipélago. O facto da Transinsular deter também a conexão deste serviço internacional com o serviço nacional de carga regular no arquipélago (Atobá Interilhas), permite a rotação de mercadorias de forma inversa, mantendo o nível de exportação do país – sobretudo de peixe – para a Europa, e ainda garantir o seu acesso e ligação a outros mercados como Espanha e o Norte da Europa», vincou. Citado por uma missiva do armador português, à qual a Revista Cargo teve acesso, Matthieu Roger lembrou que «os mais de 30 anos de experiência

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Uma aposta na Intermodalidade e na Logística

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Grupo ETE garante expedição nacional e internacional dos Correios de Cabo Verde

Por via da sua empresa ETE Logística Cabo Verde, o Grupo ETE encontra-se a garantir a expedição de correio nacional e internacional de Cabo Verde por via marítima. O acordo que possibilita este tipo de ser viço foi assinado com os Correios de Cabo Verde e, segundo vincou o grupo, «representa mais um passo na aproximação das populações e dos agentes económicos do arquipélago». A parceria entre a ETE Logística Cabo Verde com os Correios de Cabo Verde «é mais um passo para fomentar a comunicação entre as várias ilhas de Cabo Verde, assim como a conexão do país com outras geografias a nível internacional», salientou o Grupo ETE, através de um comunicado. A parceria permite assim a materialização de serviços postais ‘normal’ e ‘expresso’, em contexto nacional e internacional, uma redução do transit time de carga expedida, promovidas pela regularidade do serviço de transporte marítimo entreilhas, com uma rede activa de postos de venda de bilhetes da CV Interilhas, nas estações de Correios de Cabo Verde, (com cobertura a nível nacional). Parceria fundamental em contexto de pandemia A sinergia chega em boa hora para Cabo Verde, país que também já sente os efeitos do COVID-19 e vê alguns dos serviços logísticos suspensos. Em contexto de crise, o Grupo ETE vem assim «assegurar a expedição de todo o serviço postal, para todo o território nacional e a nível

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internacional, por via marítima», sublinhou o grupo, lembrando que a sua «proposta de valor» implica «a intervenção de outras empresas do Grupo – CV Interilhas e Transinsular – permite continuar a servir todas as populações e agentes económicos com a mesma frequência, regularidade e pontualidade». No entender de Paulo Lopes, Administrador Delegado do Grupo ETE em Cabo Verde, a parceria traduz a aposta constante do grupo em encontrar soluções integradas que permitam unificar a economia de Cabo Verde. «Temos vindo a assistir a uma revolução profunda nos vários serviços em Cabo Verde, onde podemos destacar sobretudo o transporte marítimo inter-ilhas, que permitiu alavancar bastante o sistema. Hoje as pessoas conseguem planear a sua vida, sabem quando podem viajar. O mesmo se passa com os agentes económicos, que conseguem planear a sua actividade. E para além de lhes oferecermos um meio de transporte regular, fiável e seguro, agora oferecemoslhe também a possibilidade de receberem a sua correspondência com a mesma regularidade», comentou o Administrador Delegado do grupo. «A nossa complementaridade de áreas de negócio, permite que tenhamos uma oferta competitiva em soluções de logística integrada. O facto de, por exemplo, anteciparmos a calendarização dos serviços de transporte marítimo que disponibilizamos, permite uma eficiente organização de toda a estrutura logística, permitindo uma resposta igualmente eficiente ao cliente, o que tem impactos extremamente positivos. E é transversal

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a qualquer sector de actividade. Os correios serão só mais uma prova de que o sistema está a funcionar e bem. Para além de que perante a situação pandémica que vivemos, a capacidade de manter a operacionalidade do serviço de correios é fundamental», declarou ainda Paulo Lopes.

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Um novo passo na coesão do território e desenvolvimento de Cabo Verde

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A articulação da ETE Logística Cabo Verde, com outras empresas do Grupo ETE em Cabo Verde – Transinsular e CV Interilhas – com igual representação nas 4 principais ilhas (Santiago, S.Vicente, Sal e Boavista) «facilitará também a circulação de todo o tipo de cargas em todo o país, permitindo manter o fluxo normal de distribuição e acesso à informação e mercadorias», detalhou o grupo em comunicado.

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Outros factores que permitirão «uma melhoria considerável na prestação do serviço» são, elenca o grupo, «o compromisso de ter equipas no terreno a acompanhar de forma personalizada toda a operação de expedição, desde a r e c o l h a n a o r i g e m , e m b a r q u e, desembarque e entrega no destino» e a «regularidade e previsibilidade dos serviços proporcionados» – variáveis que têm impacto directo positivo no respectivo tempo (útil) de entrega tanto do serviço postal nacional, como internacional, até hoje prestado. O grupo pondera ainda, em conjunto com os correios cabo-verdianos, «a possibilidade de vir a integrar postos de venda de bilhetes da CV Interilhas nas várias estações de correios existentes».

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O Porto de Setúbal tem uma localização privilegiada a 45km de Lisboa, com boas ligações rodo-ferroviárias ao seu hinterland que se estende até Madrid. Integra uma das mais importantes zonas industriais e logísticas do país e oferece ligações diretas à Rede Ferroviária Nacional e à Rede Rodoviária Principal, inserindo-se na Rede Transeuropeia de Transportes (RTE-T) o que o torna um dos portos mais competitivos da Costa Atlântica da Europa. www.revistacargo.pt

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COVID: o vírus que meteu o mundo do avesso - também na área do transporte de cargas Despontou em Dezembro de 2019, na China, em total surdina, qual semente do mal pronta para virar o mundo avesso em 2020 - o novo coronavírus que provoca a infecção respiratória COVID-19 nasceu em Wuhan, cidade chinesa da província de Hubei, e, entre os meses de Janeiro e Fevereiro, disseminou-se pelo globo, tornando-se, não uma epidemia mas sim uma pandemia. Uma crise sanitária sem precedentes neste milénio, mas não só: também uma crise logística nunca antes vista, uma vez que, no pico histórico da globalização e consequente elevada interdependência comercial, a propagação de um vírus altamente contagioso traz constrangimentos, disrupções, quebras e dessincronizações nas cadeias de abastecimento globais - que ligam os países numa teia vital de interligações - nunca antes vistas. Penentrando tanto no corpo como na psique, o novo coronavírus não apenas é um pesado fardo no corpo como também uma ameaça psicológica, capaz de gerar o pânico global e, consequentemente, duplicar os efeitos nocivos da sua diáspora: com a confiança dos mercados em queda livre, a maioria das transacções estagna, investimentos adiam-se, fronteiras fechamse e o distanciamento passa a ser regra. Qual cavalo de tróia da globalização, o COVID-19 afigura-se como um general temporário que sabota as suas próprias tropas: a civilização sairá vencedora, mas o preço a pagar será bastante elevado. Haverá quem se apresse a duvidar do modelo civilizacional globalizado?

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Shipping infectado: perdas iniciais de 1,7 mil milhões estimadas Um dos efeitos imediatos do COVID-19 foi a contaminação do transporte marítimo de mercadorias: no arranque de Fevereiro, a consultora sueca Sea Intelligence, estimava já perdas na ordem dos 1,7 mil milhões de dólares para a indústria, desde o surgimento e disseminação global do vírus. Como traduzir tal constatação de um modo mais ilustrativo? Pense, por exemplo, que tal cifra equivale a um ano de operação do Porto de Sines, o maior porto português em termos de volumes movimentados (recorde-se que o porto alentejano fixou, em 2018, o recorde de movimentação em termos nacionais, com 1,75 milhões de TEU). Detalha a Sea Intelligence que o vírus deixou em stand by 1,7 milhões de TEU em portos e terminais marítimos das principais rotas do shipping internacional. Levando em conta a premissa de que o valor médio aproximado do frete marítimo contentorizado se situa nos mil dólares por TEU, é fácil concluir que o coronavírus já custou 1,7 mil milhões de dólares de receitas à indústria do Shipping. Tendo como epicentro a China, seria fácil de adivinhar que os prejuízos neste segmento seriam tremendamente significativos: ou não fosse a esta potência mundial responsável por cerca de 40% do movimento nos 50 maiores portos marítimos que operam contentores em todo o mundo. Só Xangai movimenta mais do que os cinco maiores portos dos EUA, em volume combinado, segundo dados do Fórum Económico Mundial. Se tivermos em conta que o volume global de contentores www.revistacargo.pt

cresceu 0,7% em 2019, como denota, o coronavírus «já anulou mais do que o crescimento global total de 2019», notou a Sea Intelligence. A soma de contentores actualmente em estagnação, parados portos, terminais e navios, corresponde à capacidade total de 90 dos maiores portacontentores. A imagem panorâmica tornase cada vez mais clara e os contornos dos efeitos nocivos do coronavírus no Shipping cada vez mais notórios: segundo narra a consultora marítima Alphaliner, mais de uma em cada duas saídas de navios da Ásia para o Norte da Europa vêm sendo canceladas. As reduções de capacidade durante o período de oito semanas desde o feriado do Ano Novo Chinês deverão atingir cerca a fasquia dos 700.000 TEU. A isto junta-se o factor constritivo da redução de capacidade alocada em várias outras rotas, conduzindo ao enfraquecimento das cadeias globais de abastecimento – a rota Ásia – Mediterrâneo, por exemplo, é atingida em cerca de 290.000 TEU; as linhas do transpacífico perderão 680.000. Não será pois contornável o facto de os volumes de carga contentorizada terem sofrido uma quebra acentuada nos portos chineses, gerando um efeito de dominó que ecoou nos EUA (o Porto de Los Angeles, um dos bastiões americanos do tráfego contentorizado, previa, a 26 de Fevereiro, uma descida de -25% nos seus volumes devido ao novo coronavírus). A estimativa inicial do impacto negativo nos portos chineses fixou-se nos 6 milhões de TEU neste primeiro trimestre, aventou a Alphaliner no início de Fevereiro - uma

combinação dos feriados prolongados do Ano Novo Lunar, numa tentativa de retardar a propagação do coronavírus, aliada às chamadas blank sailings (cancelamentos ou adiamentos de escalas) por parte das transportadoras marítimas de contentores, acabou por resultar numa queda de aproximadamente 6 milhões de TEU nos volumes dos portos chineses, incluindo Hong Kong. «O impacto total do surto de coronavírus chinês nos volumes de contentores não será totalmente mensurável até à altura em que os portos anunciarem seus números de produtividade no primeiro trimestre, mas os dados recolhidos nas chamadas semanais de navios porta-contentores nos principais portos chineses mostram já uma redução de mais de 20% desde 20 Janeiro», adiantava, no arranque do mês, a consultora marítima no seu mais recente relatório semanal. Assim, o primeiro trimestre de 2020 vemse revelando um duro desafio para a estabilidade da indústria: os armadores deparam-se com a forçada adaptação das suas frotas às novas directrizes da IMO (muitos fazendo onerosos investimentos em navios movidos a GNL, scrubbers cuja instalação ultrapassa os 2 milhões de euros por navio), que veio alterar – a conclusão é unânime entre os actores da indústria – o paradigma energético no Shipping, mas também com um entrave, este totalmente inesperado, que força a reduções de capacidade e obliteração de serviços. Será previsível que comércio o intra-asiático saia fortemente afectado, já que é uma conexão preferida para as exportações chinesas rumo a fabricantes estrangeiros. Como seria de esperar, não apenas o segmento do transporte marítimo sofre as

duras consequências do alastramento do COVID-19, ou não fosse a Logística um fenómeno multimodal, interdependente e intrinsecamente interligado: a totalidade da cadeia logística mundial luta contra o contágio. A gigante Amazon deu o mote, ao decidir suspender o envio de encomendas não essenciais, replicando, a montante e a jusante, efeitos negativos nos seus parceiros comerciais. Um extenso estudo levado a cabo pela seguradora Allianz dá conta de números preocupantes: as perdas no comércio global e serviços poderão atingir os 320 mi milhões de euros a cada trimestre que se segue - este valor trimestral equivale, imagine-se, a todo um ano de guerras de tarifas entre os EUA e a China (levando em conta os dados referentes a 2019). Quanto à recuperação, essa, será «muito gradual» e não deverá, frisam os autores do estudo, arrancar antes de Junho, deixando uma indelével marca nas exportações americanas que deverá ultrapassar os 33 mil milhões apenas no sector dos transportes. O progresso do contágio forçou o colosso logístico FedEx a secundarizar a sua estratégia comercial e a mudar o foco primário para o combate ao COVID-19, transformando alguns dos seus hubs em «bases militares em elevado estado de alerta», como caracterizou Richard W. Smith, líder da divisão FedEx Express nos EUA. «Estamos envolvidos em todos os passos deste processo», garantiu, lembrando que a companhia está focada em aplicar o seu poderio logístico no fornecimento de bens essenciais para o combate à pandemia. Com maiores restrições e cuidados procedimentais, os atrasos logísticos acumulam-se e as operações industriais enfrentam incertezas que resultam num fecho generalizado de

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fábricas: que o diga a indústria automóvel, forçada a encerrar, sem duração previsível, as suas linhas de montagem. O aumento do controlo nas fronteiras vem gerando, previsivelmente, o significativo atraso das entregas e até mesmo a redução de motoristas disponíveis para as executar, uma vez que muitos são impedidos de circular, devido a potenciais rastreios positivos para COVID-19. A ferrovia, um dos elos centrais do velho continente europeu no que toca ao transporte terrestre de mercadorias, também se viu forçada a contrair: além do enfraquecimento dos volumes de carga contentorizada verificada no eixo China-Europa, também as ligações intracontinentais foram afectadas. A Itália, foco europeu maior da viralidade do COVID-19, viu a vizinha Áustria suspender todas as conexões ferroviárias, após as autoridade austríacas terem tido conhecimento que duas pessoas com sintomas similares aos de infecção viajaram num comboio proveniente de Veneza. Se por terra e mares o COVID-19 vem espalhando a contracção, pelos ares não tem sido diferente: o Conselho Internacional de Aeroportos na Europa veio mesmo a terrieor alertar para o facto de o Covid-19 está a provocar «uma crise sem precedentes» para os aeroportos europeus e previu que no primeiro trimestre haja menos 67 milhões de passageiros. A entidade avisou que a situação nos aeroportos está a deteriorarse «com rapidez». As companhias aéreas encontram-se já «a reduzir drasticamente a sua capacidade e a cancelar serviços em resposta a uma procura descendente, resultado da perda de confiança, mudanças nas políticas de viagens de empresas e medidas governamentais que direita ou

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indirectamente restringem a mobilidade, no âmbito dos esforços para conter a expansão do vírus», comentou o directorgeral do organismo, Olivier Jankovec. O ACI Europe não tem dúvidas: a epidemia está a tornar-se «um golpe de proporções sem precedentes» para o sector aeroportuário, acrescentou, frisando que, actualmente, os aeroportos em Itália são os mais afectados, mesmo antes da decisão do Governo italiano de alargar a todo o país as medidas de isolamento, com quedas superiores a 60% dos passageiros. Recorde-se que Portugal já cancelou todas as ligações aéreas com o país. Uma avaliação inicial do conselho revela que haverá menos 67 milhões de passageiros no primeiro trimestre de 2020, uma descida de 13,5% em relação ao cenário usual – uma quebra bastante significativa. Para a globalidade de 2020, as previsões são de menos 187 milhões de passageiros nos aeroportos europeus, uma quebra de -7,5%. Como se traduz tudo isto em perdas? Podemos estar perante perdas de receitas de 1.320 milhões de euros em entre os meses de Janeiro e Março de 2020. Por tudo isto, o ACI Europe pede ponderação aos governos nas restrições importas. A IATA (Associação Internacional de Transporte Aéreo) também reagiu à progressiva fragilidade do sector, pedindo a suspensão imediata das regras internacionais que norteiam o uso de faixas horárias nos aeroportos (slots), devido ao impacto da pandemia.Actualmente, as regras para alocação de slots significam que as companhias aéreas devem operar pelo menos 80% dos seus slots alocados em circunstâncias normais. O desrespeito deste parâmetro significa que a companhia aérea perde seu direito ao slot na próxima temporada equivalente. No entanto, caso deparadas com contextos excepcionais – como é o caso do coronavírus – os reguladores podem suspender a directriz. Ora, neste contexto, as reservas encontrase fortemente afectadas, diminuindo

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progressivamente, levando as companhias estão a reagir com medidas de constrição (tr ipulação a receber licença não remunerada, congelamento de aumentos salariais, etc). Dadas essas circunstâncias extraordinárias serem produto de uma emergência de saúde pública, a visão colectiva do sector aéreo é a de que a aplicação da regra dos 80% durante a próxima temporada não se adequa, adiantou o portal Kiosque da Aviação. Pede -se, assim, frisou a IATA, mais flexibilidade para que as transportadoras possam ajustar os seus horários de acordo com desenvolvimentos extraordinários da procura. A renúncia às regras das slots por banda dos reguladores já tem sido uma realidade recorrente para as operações na China e na Região Administrativa Especial de Hong Kong, na sequência da disseminação do coronavírus – contudo, o rápido grau de propagação do vírus faz com que essa opção não vá ficar restringida a tais zonas. Proceder à suspensão do requisito para toda a temporada (até Outubro de 2020) significará que as companhias aéreas poderão dar resposta às condições particulares do mercado com níveis de capacidade adequados aos estímulos do mercado, evitando a necessidade de executar serviços vazios para manter os slots. Os aviões poderão ser realocados para outras rotas (ou estacionados) e as tripulações poderá ter maior definição dos horários. «A pesquisa da IATA mostrou que o tráfego entrou em queda nas principais rotas asiáticas e que isso está a ocorrer, globalmente, em toda a rede de transporte aéreo, mesmo entre países sem grandes surtos de Covid-19. Existem precedentes para uma suspensão anterior das regras de uso de slots e acreditamos que as circunstâncias novamente exigem a concessão de uma suspensão. Estamos a pedir aos reguladores do mundo todo que ajudem o sector a planear a emergência de hoje e a recuperação futura da rede, suspendendo as regras de uso de slots temporariamente», declarou Alexandre

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de Juniac, director-geral da IATA. Nos primeiros dias de Março, a quebra do tráfego aéreo atingia também a companhia lusa TAP , tendo esta anunciado, como consequência directa do coronavírus, a redução da capacidade até ao fim de Abril, devido ao «forte abrandamento» nas reservas, num total de 1.000 voos, indicou a companhia aérea portuguesa. «O volume de reservas para Março e Abril mostra, desde as últimas duas semanas, quebras significativas relativamente ao ano passado», veiculou a TAP em comunicado. O contágio global é inevitável, mas pode ser atenuado no tempo, evitando picos nas unidades hospitalares e possibilitando a implementação de estratégias de mitigação dos custos, tanto em vidas como em capital financeiro. Neste novo contexto, torna-se vital e indispensável a actuação pujante do sector da Logística. Se na linha da frente do combate ao COVID-19 está o sector da Saúde, o sustentáculo para que essa batalha possa ser levada a cabo em pleno reside na capacidade das empresas em manter o fluxo logística vivo e as cadeias de abastecimento intactas, permitindo o normal transporte e distribuição de bens essenciais que farão toda a diferença no tratamento e prevenção do vírus. Neste cômputo, os primeiros sinais são animadores: as empresas vêemse mostrando aptas a adaptar as suas organizações e práticas a este inédito período de isolamento e quarentena em plena e incessante globalização. Estaremos perante um paradoxo existencial? O tempo o dirá. Até lá - o tempo dos balanços - resta às empresas do sector caminharem o trilho limbífero do auxílio e ao mesmo tempo da distância dos corpos, da higienização total de procedimentos, que, ainda assim, requer confiança, mútuos olhares de solidariedade e contacto físico. Este auxílio será essencial para que os bravos médicos, enfermeiros e funcionários do sector da Saúde, triunfem. O seu triunfo será o de todos nós. Bruno Cardoso

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portuárias que, hoje em dia, mais carga movimentam em Portugal, especialmente no segmento dos contentores) à fronteira com Espanha. «Já em Março foram lançados dois concursos de obra de vital importância para a modernização da Linha da Beira Alta, entre Santa Comba Dão-Mangualde (€112 milhões) e entre Mangualde-Celorico da Beira (€103 milhões)», esclareceu a IP.

Pandemia não atrasa Ferrovia 2020: «obras no terreno estão todas a avançar», garante a IP

Estará a actual pandemia a exercer um efeito negativo nas obras ferroviárias que decorrem em território português? Ca r l o s Fe r n a n d e s, v i ce - p re s i d e nte da Infra-estruturas de Portugal (IP), garantiu que as obras «que já estão no terreno estão todas a avançar», s o f re n d o, n o m á x i m o, « p e q u e n o s constrangimentos». O ‘Ferrovia 2020’ encontra-se, agora, na fase de «crítica de desenvolvimento». A pandemia COVID-19 mantém Portugal em estado de emergência, mas, como explicou Carlos Fernandes ao ‘Expresso’, as obras (que se encontram em curso ou que serão lançadas) que integram o programa ‘Ferrovia 2020‘ prosseguem o seu desenvolvimento sem perturbações de maior. Apesar da pandemia, tudo está a seguir os ditames do calendário e a previsão da IP é a de que os procedimentos s e r ã o c u m p r i d o s c o m o p r e v i s t o. Pandemia poderá causar «pequenos constrangimentos» «As obras que já estão no terreno estão todas a avançar, com pequenos constrangimentos. São quase todas no interior do país, o que mantém o trabalho nessas regiões», detalhou o vice presidente da IP, frisando a importância

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destes processos na manutenção do pulsar da economia do país. O responsável do organismo público admitiu a ocorrência de «pequenos constrangimentos» e consequentes abrandamentos, seja por falha de material (importado), seja por ausência pontual de trabalhadores, devido à pandemia do novo coronavírus. O ‘Ferrovia 2020’ prevê um leque de investimentos de 2,128 mil milhões de euros a executar até ao ano de 2023, possui actualmente 69% do seu valor em marcha (1,46 mil milhões de euros), o que inclui projectos, obra, fiscalização, sinalização e telecomunicações e expropriações. Segundo a IP, 62% desse valor está alocado à fase de obra (em contratação ou em curso), sendo que 7% já foram concluídos. Os restantes 31% estão na fase de projecto. Recorde -se que, em Fevereiro, o Ministro das Infra- estruturas havia garantido que o país se encontra «a fazer um grande trabalho de recuperação» para assegurar que é capaz de, «até ao final de 2023», ter o Ferrovia 2020 «concluído». «Ferrovia 2020 encontra-se numa fase crítica do seu desenvolvimento», frisou a IP Na reportagem publicada no semanário ‘Expresso’, a Infra-estruturas de Portugal www.revistacargo.pt

Em declarações ao ‘Expresso’, o vicepresidente da IP abordou os efeitos do COVID-19 na execução do programa, admitindo alguns constrangimentos, que, ainda assim, não serão suficientes para perigar o normal desenvolvimento das obras que se encontram já em curso. «As obras que já estão no terreno estão todas a avançar, com pequenos constrangimentos. São quase todas no interior do país, o que mantém o trabalho nessas regiões», disse. I P: p re te n d e f a ze r t r a n s i ç ã o s e m descontinuidade entre o Ferrovia 2020 e o PNI 2030 Em declarações prestadas ao semanário ‘Expresso’, a Infra-estruturas

de Portugal (IP) assumiu, em discurso direc to, a meta de executar uma transição sem descontinuidade entre o programa Ferrovia 2020 e o Plano Nacional de Investimentos (PNI) 2030. PNI 2030 será plano «ambicioso», salientou a IP «O PNI 2030 vai ser um plano ainda mais ambicioso e a nossa ideia é lançar já projectos nesta fase para poder avançar logo com esses investimentos», vincou a IP ao semanário, que também chegou à fala com Carlos Fernandes, vice-presidente do organismo público. A reportagem do ‘Expresso’ dá conta de que a progressão do programa Ferrovia 2020 foi travada pela falta de capacidade de resposta do mercado de projectistas e de empreiteiros. O vice-presidente da IP recordou que, neste contexto, um dos maiores entraves foi ter-se começado tarde a contratar para a fase de projecto. A empresa chegou a ter dois concursos desertos, porque os preços que definiu estavam ‘desalinhados’.

Ferrovia Portugal«Os preços no mercado tinham subido muito e por isso tivemos de recalcular os valores dos concursos», comentou Carlos Fernandes. A pandemia induziu a uma perda de fulgor da economia – «notámos que houve uma travagem muito grande dos projectos de privados», atestou o vice-presidente da IP, argumentando que tal factor conduz a um «grande interesse por parte das empresas e dos consórcios para concorrer às obras da IP. Os dados em relação aos últimos concursos que abrimos demonstram-nos que surgiram consórcios novos interessados». «A IP vai continuar a desenvolver este que é o maior programa de sempre de investimentos na ferrovia, posicionandose como forte impulsionadora do mercado de obras públicas no nosso país, assumindo um papel importantíssimo no momento mais delicado das nossas vidas, em contexto de estado de emergência, bem como no ‘dia seguinte’, quando será necessário, mais do que nunca, manter o rumo definido e garantir a sobrevivência do sector», comunicou ainda o organismo, citado na reportagem pelo semanário ‘Expresso’.

(IP), pela voz de Carlos Fernandes, analisou a problemática da actual pandemia e os seus potenciais efeitos directos no decorrer do programa ‘Ferrovia 2020’. O vice-presidente do organismo público admitiu «pequenos constrangimentos» expectáveis em época de crise sanitária, mas afiançou que as obras «no terreno» vão prosseguir naturalmente. ‘Ferrovia 2020’: transição da fase de projecto para a de obra Em esclarecimentos adicionais, publicados pelo semanário ‘Expresso’, a IP frisou que o programa ‘Ferrovia 2020’ – que tem estado debaixo do escrutínio público devido a alguns atrasos na sua execução – «encontra-se numa fase crítica do seu desenvolvimento, na qual fica evidente a transição da fase de projecto (74% dos estudos já concluídos e o restante em desenvolvimento, para a fase de obra (66% das empreitadas já no terreno ou concluídas), com o incremento substantivo do investimento colocado no mercado», detalhou a IP. No leque das obras primaciais que actualmente decorrem estão as dos corredores internacionais Sul e Norte, que encurtarão as conexões dos Portos de Sines e de Leixões (as duas infra-estruturas www.revistacargo.pt

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Pacote da Mobilidade: Conselho Europeu adopta reforma aplicável aos camionistas

Novo desenvolvimento no moroso dossier do Pacote da Mobilidade: após votação, Conselho Europeu adoptou, no dia 7 de Abril, as novas regras referentes ao pacote de medidas em questão, deixando-o mais perto da aprovação e da respectiva entrada em vigor. O ato jurídico deverá agora ser adoptado pelo Parlamento Europeu em segunda leitura antes da sua publicação no Jornal Oficial. As novas regras pretendem incrementar as condições de trabalho dos motoristas, implementar uma maior digitalização do sector do transporte rodoviário de mercadorias, lançar novas regras especiais de destacamento para os motoristas no âmbito do transporte internacional e actualizações no que toca ao acesso ao mercado do transporte de mercadorias.

Recorde-se que o sector enfrenta uma sistémica escassez de motoristas (cada vez mais acentuada na Europa). Uma vez atingida a adopção pelo Conselho Europeu, segue-se a eventual adopção por banda do Parlamento Europeu. O pacote, composto por dois regulamentos, visa, por um lado, legislar sobre o acesso ao mercado do transporte rodoviário de mercadorias e sobre o desempenho profissional, tanto nesta categoria como na do transporte de passageiros, e, por outro, legislar sobre os tempos de trabalho (máximos e mínimos) e de repouso dos condutores e também sobre a utilização e posicionamento por via de tacógrafos. Incluída está também uma directriz sobre o destacamento.

QUANDO O TEMPO É LIMITADO ...

R ecorde -se que, neste contex to de evolução do dossier do Pacote da Mobilidade, a Presidência do Conselho e o Parlamento Europeu chegaram a um acordo provisório em 11 de Dezembro de 2019. O texto acordado foi aprovado pelo Comité de Representantes em 20 de Dezembro do mesmo ano e o Conselho confirmou o acordo político a 20 de Fevereiro de 2020. As novas regras pretendem assegurar o equilíbrio entre melhores condições sociais e de trabalho para os condutores e a livre prestação de serviços transfronteiras para os transportadores e contribuirão igualmente para a segurança rodoviária, podendo também dar maior clareza ao sector em relação a disposições anteriormente ambíguas, defendem os seus subscritores.

... MAS O SEU LOCAL DE TRABALHO NÃO É.

Escassez de motoristas na Europa aumentará este ano para os 36% A União Internacional dos Transportes Rodoviários (IRU) actualizou recentemente o seu relatório sobre a escassez de motoristas de mercadorias e as novas conclusões confirmam que o problema se encontra em agravamento no continente europeu. O estudo da associação internacional analisou pequenas e médias empresas de transporte e logística em vários países europeus e considera que a falta de motoristas profissionais no velho continente passará de 23%, nível registado em 2019, para os 36% em 2020. Para resolver esta premente situação, a IRU considera necessário proceder-se à redução da idade mínima de admissão à

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profissão; a esta medida deverão juntar-se outras, como a melhoria do tratamento dos motoristas nos locais de entrega (algo que passaria, antes de mais, por um acordo com o Conselho de Carregadores Europeus) e à criação de mais e melhores áreas de estacionamento de camiões, mais seguras e equipadas.

mulheres na profissão. Progressos que não dispensam «medidas urgentemente necessárias» como a a cooperação entre os sectores público e privado, para garantir que a indústria continua no trilho da resolução deste problema que afecta a economia mundial, frisou Umberto de Pretto, Secretário Geral da IRU.

Apesar do longo trabalho pela frente na resolução do problema, a associação assegura que «já está a fazer progressos significativos na luta contra a escassez de motoristas». Para tal, a entidade adiantou que garantiu 60 milhões de euros de financiamento da União Europeia para o desenvolvimento de áreas de estacionamento seguras para camiões e para o incentivo à introdução de mais

Se olharmos para o documento da IRU, reparamos que os resultados são especialmente críticos para a Polónia e a Roménia, tendência que coloca a Europa de Leste no epicentro do problema. No primeiro caso, a escassez de motoristas é de 22% e a expectativa é de aumento de 15 pontos este ano; enquanto na Roménia, a escassez de 50% de motoristas, registada em 2019 deverá atingir 62% este ano.

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O novo MAN TGX. Simply my truck. Por mais apertado que seja o prazo de entrega, o novo MAN TGX é amplo no conforto porque o novo design da cabine tem apenas um foco: o motorista. O conceito revolucionário torna a condução mais fácil e confortável do que nunca, assim como os novos sistemas, como o infotainment inteligente MAN SmartSelect, e o inovador painel de instrumentos digital, um ecrã a cores de 12,3 polegadas, tornam a condução uma brincadeira de criança. #SimplyMyTruck www.revistacargo.pt

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Comissão Europeia aprova pacote de auxílio aos sectores aéreo, rodoviário, ferroviário e marítimo

A Comissão Europeia adoptou hoje (dia 29 de Abril) um pacote de medidas que visa apoiar empresas nos sectores aéreo, rodoviário, ferroviário e marítimo a enfrentar as consequências do surto do novo coronavírus. Bruxelas apontou que o objectivo das medidas, às quais serão adicionadas mais propostas nas semanas vindouras, é reduzir a carga regulatória e os custos para as empresas de transporte. A Comissária Europeia dos Transportes, Adina Valean, explicou que as novas medidas «apresentam soluções concretas para facilitar as operações diárias no sector de transportes, em todos os modos». Na sua opinião, o pacote «deve permitir que as empresas do sector comecem a concentrar-se na recuperação necessária», acrescentou Adina Valean. O pacote é uma resposta que visa mitigar a política restritiva adoptada para travar a pandemia.

auxílio foca-se na área dos serviços de assistência terrestre, autorizando a extensão de contratos para evitar licitações complexas e permitir concessões que impedirão o fecho de aeroportos em caso de falência das empresas de assistência em terra. A proposta também modifica temporariamente as regras de licenciamento das companhias aéreas para facilitar os problemas financeiros correntes. A nível portuário, a Comissão pretende conceder, com este pacote de auxílio, maior flexibilidade aos Estados-Membros às autoridades portuárias para adiar, reduzir ou abolir as taxas de infra-estrutura

portuária para os utilizadores dos portos. A medida «fornecerá às companhias de navegação, incluindo aquelas que operam balsas, a liquidez necessária», explicou a Comissão via comunicado. No que diz respeito ao transporte ferroviário, Bruxelas propõe prorrogar por três meses o prazo em que alguns Estados-Membros devem transpor a legislação da UE em matéria de segurança e interoperabilidade ferroviárias. A Comissão Europeia considera que essa margem fornecerá uma maior segurança jurídica às administrações, para que possam concentrar seus recursos na recuperação das operações.

IATA prevê que 25 milhões de empregos estejam em risco no sector aéreo, devido à COVID-19 A pandemia provocada pelo COVID-19 continua a deixar deixar um rasto de devastação, não apenas em vidas humanas como também em prejuízos avultados nas empresas: a Associação Internacional de Transportes Aéreos (IATA) veio a terreiro fazer uma estimativa devastadora para o sector do transporte aéreo: a pandemia poderá colocar em risco cerca de 25 milhões de empregos, sobretudo na Ásia e na Europa. Em comunicado, ontem (dia 7 de Abril), a associação frisou que a descida abrupta da procura de transporte aéreo poderá afectar a vida de cerca de 65,5 milhões de pessoas, que dependem da indústria da aviação, incluindo 2,7 milhões de empregos nas companhias

Nas suas previsões, a IATA estima que a região mais afectada pelos efeitos do novo coronavírus seja a Ásia/Pacífico, com 11,2 milhões de empregos em risco, seguida da Europa, com 5,6 milhões de empregos, da América Latina (2,9 milhões), América do Norte (dois milhões), África (dois milhões) e Médio Oriente (900 mil empregos). No mesmo cenário de três meses de paragem, a IATA

estima que as receitas anuais das companhias aéreas registem um decréscimo de 252 mil milhões de dólares (233 mil milhões de euros), uma quebra de 44%, face aos valores de 2019. No segundo trimestre, enfatiza a associação, a procura caiu 70%, originando perdas de 61 mil milhões de dólares. A IATA apela aos governos por «ajuda financeira imediata», incluindo «apoio financeiro directo», «empréstimos, garantias e apoio» no lançamento de instrumentos como obrigações e um «alívio fiscal». «Não há palavras para descrever adequadamente o impacto devastador da covid-19 na indústria da aviação», frisou o director-geral e presidente executivo da IATA, Alexandre de Juniac, citado no comunicado da organização.

TAP executou transporte inédito de carga (na cabina de passageiros) no «combate à pandemia» A companhia aérea TAP aliou-se ao Grupo Fosun e levou a cabo um voo especial de carga para a China, com o objectivo de trazer equipamento médico que será distribuído ao Serviço Nacional de Saúde e ao Hospital da Luz para fazer face à pandemia COVID-19.

A Comissão reconhece que as medidas implementadas para impedir a propagação do vírus dificultaram o cumprimento de alguns procedimentos exigidos pela legislação da União Europeia, como a renovação de licenças. Por esse motivo, anunciou que todos os modos de transporte beneficiarão de uma proposta para estender a data de validade de determinados certificados, licenças e outras autorizações. Algumas verificações periódicas nas estradas, ferrovias, vias navegáveis ​​ interiores e segurança marítima também serão temporariamente adiadas.

aéreas. «Num cenário de restrições apertadas às viagens que tenha a duração de três meses, a investigação levada a cabo pela IATA calcula que 25 milhões de empregos na aviação e sectores relacionados estejam em perigo em todo o mundo», salientou a organização.

Tratou-se de um «voo humanitário que contou com a ajuda da nossa unidade de negócio TAP Air Cargo e o nosso parceiro na China», adiantou a companhia – um desenvolvimento que a Revista Cargo oportunamente acompanhou. O voo charter partiu da cidade de Lisboa

para a cidade chinesa de Xangai, «uma rota de 14 horas sem paragens e nunca antes operada pela companhia». «Pela primeira vez, a TAP transportou carga na cabina de passageiros, tendo a tripulação pernoitado e estado cerca de 48h dentro do avião para apoiar o carregamento», revelou a transportadora. A carga transportada é, frisou a TAP, «essencial para apoiar o combate à pandemia», e nela se incluíam 1 milhão de máscaras, das quais 700.000 irão imediatamente para o SNS, e 200.000 testes de despiste, material de apoio aos

profissionais de saúde, equipamento de protecção e testes de despiste – um conjunto de 2859 caixas com um peso total de 15 345 kg e um volume de carga de 162,32 m3. «Nos próximos dias, estão previstos outros voos cargueiros humanitários de e para a China. Cabe-nos agradecer aos nossos parceiros e a toda a equipa TAP que fez com que esta importante missão fosse possível. Estamos juntos e focados em fazer a nossa parte neste momento tão importante», adiantou ainda a transportadora aérea, através de uma nota publicada nas suas redes sociais.

No sector de companhias aéreas, o

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soluções integrais para a Logística

Alfaland e Cat®, o duo perfeito. Dispomos de uma ampla gama de empilhadores, adaptados ao mundo da logística em constante movimento. Alugar ou comprar qualquer dos nossos produtos, a decisão é sua!

UNCTAD propõe 10 medidas que visam «reforçar o transporte global e facilitar o comércio» À medida que os países adoptam medidas radicais para controlar a pandemia, os sistemas internacionais de comércio e transporte ficam, cada vez mais, sob enorme stress logístico. As primeiras evidências mostram que o comércio internacional está a entrar em colapso, facto que ameaça o acesso a bens e abastecimentos críticos. Em resposta, a UNCTAD - United Nations Conference on Trade and Development anunciou um plano de acção de dez pontos que visa ajudar as indústrias envolvidas no movimento de mercadorias a manter o comércio livre durante a crise da COVID-19. «A facilitação do comércio passa por manter as mercadorias em movimento, por isso, devemos fazer o possível para garantir que a crise não diminui o movimento de fornecimentos críticos», comentou Shamika Sirimanne, directora de tecnologia e logística da UNCTAD. «Facilitar o comércio e o transporte de mercadorias tornou-se mais importante do que nunca, para evitar obstáculos logísticos que levam à escassez de abastecimentos necessários», acrescentou Shamika Sirimanne, lembrando que são

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vitais medidas para facilitar o transporte e o comércio em tempos de pandemia.

1. Garantia da fluidez e ininterrupção do shipping;

É, portanto, essencial, manter os navios de cargas em movimento, os portos abertos e em funcionamento e o comércio transfronteiriço fluído durante este período de crise – uma orientação que havia já sido defendida por Mukhisa Kituyi, secretáriogeral da UNCTAD.

2. Manutenção do funcionamento dos portos;

Para o organismo, as bases da recuperação comercial e económica precisam de ser estabelecidas o quanto antes. Isso passa por garantir que os serviços de transporte, os portos e as fronteira não apenas permaneçam operacionais, mas também efectivamente fortalecidos para lidar com os desafios sem precedentes que enfrentam.

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3. Protecção do comércio internacional de bens críticos e aceleração do desembaraço aduaneiro e a facilitação do comércio; 4. Facilitação transfronteiriço;

do

transporte

5. Garantia do direito de trânsito; 6. Protecção da transparência informações actualizadas;

e

7. Promover soluções sem papel; 8. Abordagem às implicações legais para as partes comerciais;

UNCTAD: 10 medidas para manter o comércio em movimento

9. Protecção de remetentes e prestadores de serviços de transporte;

A UNCTAD propõe assim 10 medidas políticas para cobrir transporte marítimo, operações alfandegárias, trânsito, transparência e questões legais, além de tecnologia para aprimorar os processos comerciais sem papel. O plano exige políticas que:

10. Dar prioridade à assistência técnica.

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A UNCTAD enfatiza ainda a necessidade de as pessoas envolvidas no movimento de camiões, navios e aviões receberem o status de pessoal crítico em tempos de pandemia.

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