Sono [Junho/2011]

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| Índice 10

Você Sabia?

Medicina

12

Esclarecimento Múltiplo

14

Novo tratamento

16 18

20

Receita

Oftalmologia

23

Você vê em 3D? Tem certeza?

58

Fisioterapia

Psicologia

para Doença de Chagas

25

Podoposturologia

Qualidade de trabalho

46

É possível tratar problemas na coluna sem ter que recorrer às cirurgias!

48

Nutrição

54

no Hospital e Ergonomia

Cirurgia Plástica:

a diferença está na informação que você recebe!

Núcleo de Capacitação Profissional

56

Bolo de Fubá com goiabada

60

Distimia

Bem-Estar Treinamento Funcional... Eu preciso?

Saúde Intestinal e Emagrecimento

Pedalando para a vida

62 Endereços Úteis

Hospital do Coração de Mato Grosso do Sul

Especial do Mês - Sono

27

Dormir melhor é viver melhor!

34

Sono X Obesidade

28

Quando o sono não vai bem...

36

Narcolepsia:

Cuidar bem do sono

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é cuidar bem do coração

a doença do sono

Polissonografia domiciliar:

medicina e tecnologia

Ronco-apneia:

Em busca do sono tranquilo e reparador


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Editorial | Ao leitor

“Há noites que eu não posso dormir de remorso por tudo o que eu deixei de cometer.” Mário Quintana

S

egundo o dicionário, dormir significa estado de quem dorme; estar entregue ao sono; repousar, conservar-se imóvel; passar a noite; descansar na paz do túmulo; não fazer nada; estar entorpecido. Essa é a definição de dormir no dicionário, e a que deveria ser verdade nas nossas vidas. Mas a realidade pode ser bem diferente: as horas destinadas ao descanso podem se transformar em verdadeiras batalhas para quem sofre de algum distúrbio do sono. Durante esse período, nosso corpo se recupera do cansaço diário e o organismo realiza dezenas de processos metabólicos e hormonais. A cada dia se descobrem mais benefícios de uma boa noite de sono, e mais problemas que a falta de qualidade e quantidade dele nos causa. Até pouco tempo atrás existia uma cultura do “dormir pouco para render mais”. Pessoas que dormiam muito eram consideradas preguiçosas, e as horas entregues ao descanso, horas perdidas. Pois então, esses conceitos caíram por terra! Dormir bem é mais que importante, é fundamental. E é esse o assunto do nosso Especial do mês. Vários artigos explicarão detalhadamente os distúrbios que podem nos atingir, os problemas causados pela falta de sono, as vantagens de dormir bem, dicas para fazer do seu quarto um templo do sono e, claro, tratamentos de ponta que funcionam e tratam qualquer problema. No mês em que o inverno começa, nossa cama parece ser o lugar mais convidativo que existe. É isso que desejamos a você, um inverno aconchegante, quentinho e com ótimas noites de sono! Um abraço, e até mês que vem!

Equipe

Revista Tota Saúde

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| Você Sabia? Natalia Razuk

Alerta: Uso desregrado de analgésicos pode causar diversos danos à saúde! Uma pesquisa publicada recentemente no American Journal Of Preventive Medicine traz um severo alerta sobre o consumo indiscriminado de analgésicos. Segundo a pesquisa, substâncias encontradas em mais de 600 medicamentos são completamente desconhecidas pelo público que as consomem e podem causar mau funcionamento do fígado, alterando suas funções e levando à insuficiência hepática. É fácil exceder o limite seguro de consumo, pois as pessoas, quando sentem dor, lançam mão dos analgésicos sem indicação correta, achando que se o medicamento não precisa de receita, provavelmente não terá restrições, o que é um erro: qualquer remédio tem contraindicações e só deve ser administrado com orientação médica, respeitando-se horários, posologia e limites de consumo.

Rua Rio Grande do Sul, 1421 - Jardim dos Estados - Campo Grande MS Telefone: (67) 3304-3950 - contato@neoclin.med.br Responsável Técnico: Dr. Paulo Siufi Júnior - CRM 634

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Exame antecipa surgimento do diabetes em até 10 anos Imagine se um simples exame de sangue conseguisse descobrir quais as chances de uma pessoa desenvolver diabetes tipo II até dez anos antes da enfermidade se manifestar. Pois isso agora é possível! O exame foi desenvolvido por pesquisadores do Hospital Geral de Massachusettz, nos Estados Unidos, após descobrirem que há cinco aminoácidos presentes em grande quantidade nos testes de pessoas com maior predisposição à doença. Para chegarem a essa conclusão foram comparados históricos de exames de 189 diabéticos, antes de desenvolverem a doença, com as análises de 189 pessoas saudáveis. O diabetes surge quando o pâncreas não é capaz de fornecer a quantidade de insulina que o corpo necessita para metabolizar o açúcar ingerido, e isso pode trazer consequências como doenças coronarianas, derrames, cegueira e insuficiência renal. Com a descoberta antecipada essas pessoas poderão se preparar, mudando, o quanto antes, hábitos alimentares e incluindo a prática de exercícios físicos, por exemplo, além, é claro, de ficar mais atento a qualquer alteração em exames. A reportagem foi publicada no jornal britânico Daily Mail. junho, 2011


Você Sabia? |

Medicina | Esclerose Múltipla Fernanda Nascimento

Restaurantes dos EUA terão que indicar calorias nos cardápios A partir de 2012 a Agência Reguladora de Medicamentos e Alimentos dos Estados Unidos (FDA) vai exigir que todos os estabelecimentos de venda de comida declarem, explicitamente, a quantidade calórica de cada produto vendido. Essa medida faz parte da guerra contra a obesidade que o país está travando. Segundo o Secretário de Saúde americano, “a proposta assegurará que os consumidores tenham mais informação na hora de tomar suas decisões sobre alimentação. Assim será mais fácil que escolham opções mais saudáveis e que ajudem a combater a obesidade”. Além disso, os estabelecimentos devem indicar em seus cardápios que uma dieta de duas mil calorias diárias é usada como base para uma nutrição saudável. A luta contra a obesidade é uma das prioridades da administração do presidente Barack Obama, e isso se deve ao assustador crescimento do número de obesos na população americana, especialmente entre as crianças. O excesso de peso atinge uma em cada três crianças nos Estados Unidos, e uma em cada seis é obesa, um número que só cresce desde a década de 70, quando uma em cada 20 crianças era excessivamente gorda. Ao final de 2010 o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) publicou um relatório mostrando que o número de obesos adultos no país era de 2,4 milhões.

Esclarecimento Múltiplo O diagnóstico precoce é fundamental, mas nem sempre isso é possível, já

que os sintomas da Esclerose muitas vezes se confundem com os de outras doenças.

Dr. Renato Ferraz CRM/MS 2932. Graduado em Medicina pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, com especialização em Neurologia pelo Hospital das Clínicas de São Paulo.

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Quando se tem uma doença, o mais importante, antes de tudo, é se informar ao máximo sobre ela. Com a Esclerose Múltipla não é diferente. E o caminho para obter todas as informações necessárias é, sem dúvida alguma, procurar um médico ao primeiro sinal de alerta. Segundo o doutor Renato Ferraz, neurologista, o acompanhamento é necessário e imprescindível para aumentar a qualidade de vida e tornar a doença menos agressiva. A Esclerose Múltipla é uma inflamação crônica no sistema nervoso central, incurável, hereditária e que pode atingir várias partes do organismo, provocando dificuldades motoras e sensitivas. “É como se o corpo se voltasse contra ele mesmo”, explica Ferraz. Geralmente, em 75% dos casos o primeiro sintoma é a perda total ou parcial da visão (o que se chama de neurite inflamatória óptica). Em 25% dos pacientes as manifestações como paralisia, desequilíbrio, surdez, distúrbios da bexiga, deglutição, perda da memória e alteração na linguagem e na fala se pulverizam em vários setores como medula, tronco e encéfalo. Eles podem ser leves, moderados ou intensos, e surgem de maneira imprevisível. A idade média para o surgimento da doença é ao final da adolescência (15 a 16 anos) e na fase adulto-jovem, a partir dos 25 anos. Por causa da pré-disposição genética, a Esclerose acomete mais mulheres, pessoas brancas e orientais, mas o doutor Renato lembra que “pelo Brasil ter, hoje, uma miscigenação muito grande, já temos visto casos de pacientes negros, por exemplo”. O diagnóstico precoce é fundamental, mas nem sempre isso é possível, já que os sintomas da Esclerose muitas vezes se confundem com os de outras doenças. A confirmação vem depois de exames como a ressonância magnética e a coleta do líquor, um líquido que é retirado da medula óssea. O tratamento

é clínico, feito com o uso de imunomoduladores e anticorpo monoclonal, que agem reduzindo a resposta inflamatória do organismo contra o sistema nervoso central e diminuindo consideravelmente as taxas de surtos (em até 70%). Em casos extremos, quando está ocorrendo o surto, é necessária a internação e utilização da pulsoterapia (corticoides em modo maciço aliados aos imunomoduladores); o acompanhamento nessas horas é valioso. “A proximidade com o médico e a administração desses medicamentos permitem ao paciente ter o mínimo possível de lesões, tornando os surtos controláveis e diminuindo a progressão da doença”, esclarece o doutor.

Aliados Além do tratamento clínico, o portador de Esclerose Múltipla precisa trabalhar o corpo para que os movimentos não sejam mais prejudicados. Para isso é necessária a terapia de reabilitação, feita por profissionais da área de fisioterapia e fonoaudiólogos. Desde quando se descobre a doença, o paciente passa por várias fases, que vão do próprio choque da descoberta até a negação, depressão e hostilidade por conta dos sintomas. Nesse momento é que entra a família... O apoio de parentes e amigos é um grande conforto para que se enfrente a Esclerose, estar entre aqueles que amamos é um remédio e tanto!

Entenda De causa ainda desconhecida, a Esclerose Múltipla foi descrita, inicialmente, em 1868, pelo neurologista francês Jean Martin Charcot, que a denominou “Esclerose em Placas”, descrevendo áreas circunscritas endurecidas que encontrou (em autópsia) disseminadas pelo junho, 2011


Esclerose Múltipla | Medicina Sistema Nervoso Central de pacientes. É caracterizada como uma doença desmielinizante, pois lesa a mielina, prejudicando a neurotransmissão. A mielina é um complexo de camadas lipoproteicas que envolvem e isolam as fibras nervosas (axônios), permitindo que os nervos transmitam seus impulsos rapidamente, ajudando na condução das mensagens que controlam todas as atividades conscientes e inconscientes do organismo.

Medicina | Doença de Chagas ESPERANÇA

Um dos casos mais conhecidos, e que se tornou público, foi o da atriz Cláudia Rodrigues. Afastada da TV há dois anos por causa da Esclerose Múltipla, a comediante é hoje um exemplo de perseverança e otimismo. Está de volta ao trabalho na Rede Globo, onde vive a Ofélia, no programa Zorra Total. Em maio de 2009, quando se preparava para voltar ao seriado A Diarista, a doença voltou a se manifestar, e as gravações foram canceladas. Ficou dez dias internada. Passou a viver reclusa, mas, de volta aos estúdios, recuperou a fé. Cláudia continua o tratamento e uma vez por mês vai ao hospital tomar o remédio, acompanhada bem de perto pelos neurologistas. Dia 30 de agosto é o Dia Nacional de Conscientização sobre a Esclerose Múltipla. Informe-se!

Camila Cruz

Desde quando se descobre a doença, o paciente passa por várias fases, que vão

do próprio choque da descoberta até a negação, depressão e hostilidade por conta dos sintomas.

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Novo tratamento para a Doença de Chagas A ciência continua evoluindo, e nos últimos tempos nos deu uma boa notícia: mais de 100 anos depois de descoberta a Doença de Chagas, pesquisadores da Universidade de Brasília (UnB) descobriram recentemente novo tratamento para o mal que já fez milhares de vítimas no país. Os tratamentos, na verdade, já existem, mas agora foram associados à baixa da imunidade no organismo, e as alternativas encontradas são através do transplante de medula óssea, para repor células de defesa, e o transplante de coração, se o órgão já estiver prejudicado. A doença de Chagas é causada pelo protozoário parasita Trypanosoma cruzi, transmitido pelo inseto conhecido como “barbeiro”, e o contágio ocorre quando a pessoa coça o local, fazendo com que as fezes eliminadas pelo inseto acabem penetrando no ferimento. Porém, diante de muitos estudos, a conclusão foi que essas lesões decorrentes da doença não são, necessariamente, provocadas pelo protozoário, e sim pelo próprio sistema imunológico da pessoa, processo conhecido como autoimunidade. Sendo assim, o antigo conceito dos médicos de que o parasita ficava alojado em alguns órgãos pode, definitivamente, cair por terra! A pessoa fica debilitada porque o microorganismo causa mudanças genéticas nas células do organismo, fazendo com que o sistema imunológico produza cé14|TotalSaúde

lulas de defesa imperfeitas, que atacam o coração e podem levar à morte. Assim, apenas eliminar o protozoário junto com o barbeiro não seria suficiente para evitar a doença. Até hoje não existe vacina contra esse mal, e o objetivo sempre foi o mesmo: acabar de vez com os insetos! A tese foi comprovada através de testes feitos em galinhas, por serem animais imunes ao T. cruzi e que, mesmo assim, desenvolveram problemas cardíacos semelhantes aos causados pela doença depois da mudança genética induzida em laboratório. As medidas sugeridas, então, pelos estudiosos foram de matar essas células defeituosas e fazer um transplante de medula óssea, por serem tratamentos já existentes na ciência da medicina, e se o coração já estiver prejudicado, o transplante do órgão pode ser uma solução.

Pesquisadores da Universidade de Brasília (UnB) descobriram recentemente novo tratamento para o mal que já fez milhares de vítimas no país.

Sobre a doença Febre, mal-estar, inflamação e dor nos gânglios, vermelhidão, inchaço nos olhos, aumento do fígado e do baço são os sintomas mais comuns. Com frequência a febre desaparece depois de alguns dias, e a pessoa não se dá conta do que lhe aconteceu, embora possa permanecer muitos anos ou mesmo o resto da vida sem sintomas, descobrindo que está com a doença de Chagas apenas em exames de rotina. junho, 2011


Medicina | Qualidade de trabalho

Dr. Rodrigo Kancelskis Prado

Qualidade de trabalho no

Hospital e Ergonomia Quando você entra em um hospital, basta parar por um minuto e reparar no funcionamento do trabalho para perceber a quantidade de erros ergonômicos. Este fato acarreta em gastos não necessários para a instituição, e períodos de afastamento de funcionários nos mais diversos setores. A palavra ergonomia vem do grego ergon (trabalho) e nomos (normas, regras, leis), e estuda como as pessoas trabalham, tanto no aspecto físico e cognitivo quanto no social, organizacional e ambiental. Com a finalidade de melhorar a qualidade de trabalho dentro de uma empresa, seja na satisfação dos funcionários ou na diminuição dos gastos com afastamentos, a ergonomia vem sendo aplicada nos mais diversos setores. No entanto, quando se fala em ergonomia no ambiente hospitalar, começam a surgir alguns problemas, devido, em parte, ao fato de o hospital não ser um local que possui uma rotina, a exemplo da área de enfermagem, onde o dia a dia pode mudar em um piscar de olhos, o que dificulta qualquer tentativa de aula ou orientação. A ergonomia tem sido difundida como uma das mais importantes ferramentas para diminuir os problemas originados por situações de trabalho que causam doenças no sistema músculo-esquelético. Sabe-se, atualmente, que grande parte das agressões à coluna vertebral em profissionais nas áreas de saúde está relacionada a fatores inadequados no posto de trabalho, bem como equipamentos utilizados de maneira incorreta. As dores nas costas podem ser causadas por traumas de repetição, como, por exemplo, junho, 2011

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abaixar-se de modo errado várias vezes ao dia. Um estudo realizado no Brasil, mais especificamente com a enfermagem, avaliou o ambiente hospitalar a fim de determinar problemas ergonômicos e apontar quais adaptações são indispensáveis para a saúde do funcionário. Dentre elas, o estudo cita a altura de pias, bancadas, camas e macas como fatores de risco; relata ainda que o estiramento da coluna é provocado ao se colocar ou retirar objetos de partes altas de estantes, pois esse movimento pode causar danos quando realizado com frequência. O estudo ainda discorre sobre a falta de equipamentos auxiliares que facilitem o manuseio de materiais e pacientes. Para a Organização Mundial de Saúde (OMS), a prevenção de lesões no sistema músculo-esquelético deve ser realizada mediante o melhoramento do ambiente, instrumentos, equipamentos e métodos de trabalho. O ambiente hospitalar tem problemas ergonômicos comuns em outros setores, sendo necessárias alterações básicas como forma de um plano de prevenção. As pessoas que trabalham em hospital (vale salientar que não é somente em hospital, mas em qualquer ambiente) devem saber que diversos erros ergonômicos ocorrem, prejudicando a sua saúde, mas que, no entanto, muitos desses constrangimentos podem ser evitados através da prevenção. O mais importante, contudo, é incentivar o desenvolvimento de uma consciência crítica em relação aos efeitos do ambiente de trabalho sobre a saúde. Planejamento e mudanças rápidas são necessários.

O mais importante, contudo, é incentivar o desenvolvimento de uma consciência crítica em relação aos efeitos do ambiente de trabalho sobre a saúde. Planejamento e mudanças rápidas são necessários.

Dr. Rodrigo Kancelskis Prado CRM/MS 5999.

Médico Ortopedista e Traumatologista; Membro Titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia de Joelho (SBCJ); Especialização em Cirurgia do Joelho em Lyon - França.

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Medicina | Cirurgia Plástica

Dr. Sandro Startari

Cirurgia Plástica: a diferença está na informação que você recebe. Quando bem indicadas e bem feitas

as cirurgias e procedimentos estéticos representam um ganho para a autoestima... A publicidade tem o dever de passar ao público informações educativas sobre Cirurgia Plástica, considerando, especialmente, que vivemos em uma sociedade que, cada vez mais, valoriza o culto ao corpo perfeito. A medicina é dinâmica, e nela a Cirurgia Plástica desperta particular interesse da população. A divulgação de avanços e progressos é benéfica e necessária ao público. O complexo mundo de informações sobre Cirurgia Plástica tem sutilezas e minúcias. Até que ponto as pessoas estão sendo bem informadas? Hoje se fala muito em Cirurgia Plástica através de diversos veículos de comunicação, principalmente em revistas focadas em estética e beleza. Isso informa as pessoas e as aproxima da possibilidade de uma Cirurgia Estética, porém, tal propagação pode também banalizar o uso desse tipo de procedimento. Boa parte dessa informação não é “avaliada” ou “produzida e controlada” por médicos ou profissionais da saúde, o que junho, 2011

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pode levar a erros e impropriedades. E o pior é que algumas pessoas e empresas agem de má fé para vender produtos ou serviços de suposta qualidade e eficácia para uma população que não sabe como avaliar a veracidade dos fatos. Atualmente possuímos uma ferramenta útil e de fácil acesso, que é o site da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (www.cirurgiaplastica.org.br), que possibilita verificar se o profissional médico é membro credenciado e se está habilitado para exercer a atividade de cirurgião plástico. O importante é informar para esclarecer. O bom paciente já aprendeu a valorizar o médico discreto e a desconfiar do exibicionista. Sem falar que, nesta época de competição desenfreada e não ética, um pouco de elegância faz muita diferença. Quando bem indicadas e bem feitas, as cirurgias e procedimentos estéticos representam um ganho para a autoestima. Mas a falta de bom senso está à vista de todo mundo.

Dr. Sandro Startari CRM/SP 106.149 CRM/MS 4.313 Membro Especialista da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.

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Capacitação Profissional | Hospital do Coração de MS

Dayane Sanches

Época ideal para cirurgia plástica

A Clínica de Cirurgia Plástica Sandro Startari oferece todos os tipos de cirurgia plástica facial e corporal para você cuidar de sua beleza com saúde e segurança

Uma oportunidade para profissionais que atuam ou desejam atuar na área da saúde.

Prepare-se para ficar de bem com seu corpo

Seguindo as orientações dos professores, ao final da programação do curso o participante deverá apresentar o Trabalho de Conclusão de Curso, que consiste em um Plano de Ação para o setor em que atua ou no qual pretenda atuar.

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Por mais que as universidades se empenhem no preparo de seus acadêmicos, é difícil acompanhar em tempo hábil as mudanças e as novas necessidades das empresas, de um modo geral. Sendo assim, o processo de aprendizagem, que até bem pouco tempo atrás se limitava aos muros das escolas, faculdades e universidades, passa também a fazer parte do cotidiano de instituições que se preocupam em investir na capacitação do seu quadro funcional. Adequado a este cenário, o HCMS cria o Núcleo de Capacitação Profissional (NCP – HCMS). O Núcleo oferece palestras, treinamentos, cursos, seminários, simpósios, congressos, visitas técnicas e demais instrumentos que poderão ajudar no aprimoramento das organizações e de profissionais da saúde. O administrador Amilton Obino de Abreu, um dos organizadores do NCP-HCMS, explica a origem da iniciativa. “O objetivo de disseminar o conhecimento foi ganhando maiores proporções e o hospital decidiu expandir, oficialmente, cursos e treinamentos também ao público externo”. As primeiras turmas iniciaram em maio com o Curso de Capacitação Gerencial - Profissionalizando a Gestão nas Organizações de Saúde: na área Administrativa Gerencial, voltada aos profissionais da saúde e acadêmicos, e na área de Assistência ao Paciente, direcionada

aos profissionais que atuam na assistência ao paciente. Sobre a importância do conhecimento gerencial, Dr. Renato Barbosa de Rezende, presidente do HCMS, explica que os profissionais precisam se reinventar, “aprimorando não somente seu conhecimento técnico, mas também aperfeiçoando noções de custos, liderança, trabalho em grupo e preceitos que conduzem o funcionamento do hospital de forma harmônica”. Seguindo as orientações dos professores, ao final da programação do curso o participante deverá apresentar o Trabalho de Conclusão de Curso, que consiste em um Plano de Ação para o setor em que atua ou no qual pretenda atuar. “O NCP é um sonho planejado há muito tempo”, conta Dr. Mauro Cosme Gomes de Andrade, diretor superintendente do HCMS. Ele defende a importância de unir grupos que detêm conhecimentos diferentes, como profissionais da administração e profissionais da saúde, promovendo o intercâmbio entre esses grupos que, em equipe, terão a oportunidade de buscar soluções criativas para os problemas do cotidiano profissional. “Administradores precisam saber mais sobre as necessidades e a vivência na área da saúde, como também profissionais da saúde precisam saber mais sobre administração”, conclui o diretor. junho, 2011


Algumas barreiras podem fazer bem à saúde.

Datas Comemorativas | Dia da Imunização Natalia Razuk

09 de junho Dia da Imunização No dia 9 de junho comemora-se o Dia da Imunização. Imunizar é fazer com que o organismo se torne resistente e tenha capacidade de reagir à presença de variados agentes (doenças ou venenos de animais, por exemplo). Criada por Edward Jenner, em 1876, a vacina teve sua primeira implementação em grande escala em 1956, com a varíola, patrocinada pela da Organização Mundial de Saúde (OMS). A vacina é uma substância não reagente produzida, geralmente, a partir do vírus da doença, morto ou inoculado, e

Outras, nem tanto...

injetada no organismo de humanos ou animais. O organismo, acreditando ser preciso criar anticorpos para combatê-la, acaba ficando imune. Existem dois tipos de imunidade: a natural, que o próprio corpo cultiva para nos proteger de infecções e doenças, e a imunidade adquirida, que o corpo cria após receber vacinas ou soros, também chamada de imunização passiva. A conscientização da sociedade da importância da imunização é a melhor maneira de se prevenir e erradicar dezenas de enfermidades que assolam, há anos, a humanidade!

Datas Comemorativas | Dia Mundial do Doador de Sangue Natalia Razuk

Dia Mundial do Doador de Sangue Acompanhe e controle o nível de seu colesterol. Em excesso, ele pode se acumular nas paredes dos vasos sanguíneos e formar uma barreira, impedindo que o sangue circule normalmente, resultando em doenças cardiovasculares. Colesterol alto é assunto sério. Valorize sua saúde!

15 de junho - Dia Nacional de Combate ao Colesterol

Rua Marechal Rondon, n° 1730 | Campo Grande, MS - CEP 79.002-205 | Fones: (67) 3323-9015 | (67) 3323-9000 junho, 2011

www.hospitaldocoracaodems.com.br

Responsável Técnica: Dra Sandra Helena Gonsalves de Andrade CRM 1784

14 de junho A Organização Mundial de Saúde celebra, no dia 14 de junho, o Dia Mundial do Doador de Sangue. É preciso reconhecer, lembrar e, principalmente, sensibilizar a sociedade da importância da doação voluntária de sangue e hemocomponentes. A data é uma maneira de dar o devido impacto à importância da doação, e para que existam doadores regulares (ou seja, que doem ao menos duas vezes por ano) para garantir o fornecimento de sangue seguro para todos os 22|TotalSaúde

pacientes que precisam de transfusões. O Brasil conta com aproximadamente 1, 75 mil unidades hemoterápicas no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde, entre laboratórios, hemocentros e bancos de sangue recolhendo doações; porém, apenas 1,8% da população doam sangue regularmente. Para atender à demanda nacional, seria necessário que esse número aumentasse para, pelo menos, 5%. É importante ressaltar a máxima: “Gesto que Salva Vidas”. junho, 2011


Visão 3D | Oftalmologia

Bem-Estar | Excesso dos naturais

Camila Cruz Dra. Ana Maria Junqueira

Excesso

Você vê em 3D? Tem certeza?

dos naturais Consumo exagerado de produtos naturais pode ser prejudicial à saúde

Em teoria, a visão binocular, que acontece através do uso dos dois olhos ao mesmo tempo, envia ao cérebro imagens em ângulos ligeiramente diferentes, que são fundidas e geram a sensação de visão única. Essa unificação gera uma percepção sensorial da visão, que chamamos de estereopsia, ou seja, visão tridimensional, permitindo a avaliação dos detalhes da profundidade, do relevo e da distância entre os objetos, o que proporciona um melhor relacionamento do ser com o meio exterior. Portanto, você vê em 3D, mas o ideal é ser examinado por um oftalmologista com equipamentos próprios e óculos especiais que poderão identificar sua visão em 3D e até qualificá-la. Sabendo que a visão estereoscópica, o 3D, é o mais alto grau da visão binocular, a tecnologia procurou, através do cinema, por exemplo, criar situações visuais que se assemelhem ao que vemos no mundo real. De acordo com uma pesquisa da Universidade de Valência, em um ano de estudos clínicos (com 1.679 pacientes entre 18 e 36 anos) foi constatado que mais da metade deles apresentava algum tipo de sintoma de disfunção, as stereoblinds. Isso ocorre devido à incapacidade dos dois olhos de trabalharem juntos. Indivíduos com estrabismo e ambliopia (olho vesgo ou preguiçoso) são os que possuem maior tendência a desenvolver o problema, assim como pessoas que utijunho, 2011

lizam os olhos em sincronia, porém, não o tempo todo. Resumindo, se seus olhos não estiverem em total sincronia, você não verá em 3D. Esse tipo de deficiência pode ser tratado através de fisioterapias de visão, que só devem ser feitas com acompanhamento profissional e depois de uma avaliação extensa do problema que atinge cada um. Com isso, é possível recuperar a capacidade de sincronizar os olhos e, assim, conseguir enxergar tridimensionalmente. “As crianças também são alvo de preocupação. Elas não informam a visão embaçada ou fora de foco, vale a pena levá-las para uma consulta e conferir se há algo de errado, para que um tratamento seja recomendado. Pais, fiquem atentos!”, alerta a Dra. Ana Maria. Quanto mais precoce a identificação do problema, maiores as chances de cura. O teste do olhinho foi um projeto de lei apresentado pelo Deputado Antônio Carlos Ribeiro Arroyo, que resultou na edição da lei n. 2.897, de 06 de outubro de 2004, tornando obrigatória a realização do exame ocular em recém-nascidos nas unidades hospitalares do Estado de Mato Grosso do Sul, identificando casos mais precoces que podem ser corrigidos, tratados e curados. Com esse exame de 5 minutos você pode evitar que seu filho recém-nascido faça parte da estatística das 400 mil crianças cegas no mundo.

“As crianças também são alvo de preocupação. Elas não informam a visão embaçada ou fora de foco, vale a pena

“Especialistas atentam que é errado pensar que só porque o alimento é natural, pode ser consumido sem preocupação.”

levá-las para uma consulta e conferir se há algo de errado, para que um tratamento seja recomendado.

Dra. Ana Maria Junqueira CRM/MS 3000. Membro do Conselho Brasileiro de Estrabismo e Pediatria. Membro da Academia Americana de Oftalmologia. Preceptora do setor de estrabismo e VSN de residência médica da Santa Casa de Campo Grande. Chefe do setor de Estrabismo da C.C.O.

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Sabe aquela famosa frase “tudo em excesso faz mal”? Então, ela serve até mesmo para aquele chazinho da vovó, que, se consumido em exagero, pode ser prejudicial à nossa saúde. Geralmente pensamos que se é natural não faz mal, até porque as plantas e ervas naturais são conhecidas pela propriedade de alívio e combate às doenças, pois agem, muitas vezes, como um remédio para o organismo. Porém, a ingestão sem controle pode ter também efeito tóxico e prejudicial, dependendo da quantidade. A “moda” do consumo de produtos naturais está cada dia mais presente na vida dos brasileiros, e por isso devemos tomar alguns cuidados com o que comemos ou tomamos. Especialistas atentam que é errado pensar que só porque o alimento é natural, pode ser consumido sem preocupação. É necessário ter um equilíbrio saudável, e o limite do consumo é algo individualizado, pois leva em consideração a idade, peso, sexo e outras características pessoais. A orientação médica é sempre recomendada para qualquer que seja o tipo de automedicação, ou até mesmo para o uso da alimentação do dia a dia. E para você ter uma noção dos efeitos, aí vão algumas dicas: a alface tem poder de calmante e é rica em manganês, mas pode comprometer o funcionamento da tireoide quando consumida em excesso; o agrião deve ser evitado por gestantes

no primeiro e no último trimestre de gestação, pois pode induzir um aborto ou o parto prematuro. O famoso “café de todo dia” é uma das bebidas mais consumidas em todo o mundo, mas também não foge à regra, porque o seu uso indiscriminado, além de criar o vício, pode causar azia por sua acidez, insônia e até taquicardia. Em relação aos chás, o capim-limão é considerado calmante e digestivo, porém, aumenta a acidez estomacal, podendo provocar azia. Já a carqueja é um chá amargo, digestivo e faz bem ao fígado, mas quando consumido em grande quantidade reduz os glóbulos brancos, comprometendo a imunidade. O chá preto é feito a partir da planta chamada Camellia Sinensis, contém cafeína, age como estimulante e pode causar insônia, além de prejudicar a absorção de nutrientes. Agora, o que virou “febre” foi o chá verde, e ultimamente tem sempre alguém tomando, em geral as mulheres, pois a iguaria aumenta o metabolismo do corpo, ou seja, ele ajuda a emagrecer. Mas atenção! Não se deve tomar o chá verde o dia todo, assim como se bebe água. O indicado é que se tome os chás mesclados, com um pouco de cada erva. Comprovadamente, as propriedades dos produtos naturais que trazem benefícios à saúde são enormes, portanto, o importante é saber usar na quantidade certa para não ter problemas mais tarde. junho, 2011


Podoposturologia | Fisioterapia

Daniela Matheussi Coelho de Paula

Podoposturologia As correções dos desequilíbrios posturais são feitas através de técnicas manuais e exercícios específicos e, quando necessário, será indicado também o uso de palmilhas posturais, que permitem uma reprogramação postural.

O pé é um local de sobrecargas e onde se passam situações de equilíbrio e desequilíbrios devidos a toda uma série de diferentes causas, sejam elas posturais, degenerativas ou traumáticas. O pé ainda é um dos principais captadores de estímulos sensoriais que intervêm na postura estática ou dinâmica do corpo. O segmento da Fisioterapia que analisa as alterações podais que possam interferir no bom funcionamento do corpo é a Podoposturologia, método que teve origem na escola francesa e tem por objetivo corrigir os desequilíbrios encontrados no corpo, relacionados à postura e disfunções ortopédicas. Como auxílio da Avaliação Clínica temos a Baropodometria computadorizada, um recurso de alta tecnologia que consiste em uma plataforma barosensível conectada a um computador que recria imagens coloridas com dados estatísticos de alto valor diagnóstico, avaliando as pressões e zonas de contato na planta dos pés, na posição em pé, parado (estática) e andando (dinâmica), auxiliando

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a identificar com maior precisão as alterações podais que possam interferir no corpo, nos guiando também em relação ao tratamento. As correções dos desequilíbrios posturais são feitas através de técnicas manuais e exercícios específicos e, quando necessário, será indicado também o uso de palmilhas posturais, que permitem uma reprogramação postural. Esta será confeccionada com elementos em E.V.A, com espessuras e densidades diferentes, de acordo com a necessidade de cada paciente, produzindo, com isso, estímulos podais. Esses elementos fornecem informações ao sistema nervoso e, como resposta, este produz um reequilíbrio via reflexo dos músculos, corrigindo as assimetrias de quadril e torções de tronco e, consequentemente, contribui para o reequilíbrio postural, principalmente da coluna vertebral. Muitos problemas de coluna vertebral, quadris, joelhos, neuropatias diabéticas e aqueles especificamente relacionados aos pés são adequadamente avaliados e tratados pela Podoposturologia.

ONDE ENCONTRAR

Rua:Alagoas 196 sala 3 Jardim dos Estados Fone: (67) 3025-7123

danielamatheussi@hotmail.com www.danielamatheussi.wordpress.com

Daniela Matheussi Coelho de Paula - CREFITO-20796-F.

Fisioterapeuta graduada pela Unesp. Formação em Osteopatia pela Escola de Madrid. R.P.G. – Reeducação Postural Global.Método G.D.S. de Cadeias Musculares e Articulares. Mckenzie Método de diagnóstico e Terapia Mecânica da ColunaVertebral. Podoposturologia Reprogramação Postural Através dos Pés. Em formação Internacional Leituras Biológica.

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Especial do Mês | Sono

Especial do Mês | Sono Dr. Marcelo Jorge de Souza Leão Andrade

Quando o sono não vai bem...

Dormir melhor é viver melhor! Os distúrbios mais comuns são o ronco, a apneia do sono, a insônia e a sonolência excessiva.

Dr. Marcelo Jorge de Souza Leão Andrade CRM/SP 118088. Médico especialista em Medicina do Sono pela Faculdade de Medicina da USP e pela Sociedade Brasileira de Medicina do Sono (ABRASONO).

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Passamos, em média, um terço de nossas vidas dormindo e, por isso, é impossível falar em qualidade de vida sem falar na qualidade do nosso sono. As horas que são entregues ao sono afetam de modo geral a saúde humana. Porém, a quantidade de sono ideal varia para cada indivíduo. Por exemplo: Napoleão Bonaparte dormia quatro horas por noite, enquanto Albert Einstein precisava de dez horas de sono. Por isso, mais relevante que a quantidade é a qualidade do sono. As pesquisas e o interesse acerca do diagnóstico e tratamento dos vários distúrbios que afetam a qualidade do sono vêm crescendo a cada ano, tanto por parte dos médicos quanto pela população. Estima-se que cerca de 60% da população sofra de algum distúrbio que afeta a qualidade do sono. E o mais alarmante: em muitos desses casos, os próprios indivíduos não sabem que sofrem desses distúrbios, sendo o companheiro de cama o principal responsável pela busca por ajuda médica. Os distúrbios mais comuns são o ronco, a apneia do sono, a insônia e a sonolência excessiva, seguidos de outros menos comuns como pesadelos, sonambulismo, terror noturno, narcolepsia, síndrome das pernas inquietas, bruxismo do sono, dentre outros. Em longo prazo, os distúrbios aumen-

tam silenciosamente o risco de doenças como: diabetes, obesidade, hipertensão, insuficiência cardíaca, infarto do miocárdio, arritmias cardíacas, AVC (“derrame cerebral”), entre outros. Além disso, quem sofre de algum distúrbio do sono tem, pelo menos, sete vezes mais chances de se envolver em acidentes de trânsito ou no trabalho. Ainda pouco conhecida entre a população, existe uma especialidade médica só para tratar distúrbios do sono, é a Medicina do Sono. Apesar de recente, a especialidade conta com uma Sociedade Brasileira de Medicina do Sono e um número crescente de médicos especialistas no país.

Quando esses curtos períodos de insônia aguda ou reativa se repetem de tempos em tempos, esta recebe o nome de insônia intermitente ou recorrente.

Quais as consequências das noites mal dormidas à saúde? OS DISTÚRBIOS DO SONO PODEM TRAZER SINTOMAS COMO: Sonolência excessiva durante o dia Sensação de sono não restaurador Cansaço crônico, dores no corpo Dor de cabeça crônica Irritabilidade, depressão Dificuldade de concentração Perda de memória Redução do desejo ou impotência sexual

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Insônia é a dificuldade em iniciar e/ou manter o sono, prejudicando o bom funcionamento da mente e do corpo no dia seguinte. Enquanto para alguns o mais difícil é pegar no sono (insônia inicial), outros despertam várias vezes durante a noite (insônia de manutenção) ou acordam cedo demais (insônia terminal). Mas o fato é que, em todos esses casos, dormir bem não é algo tão fácil. Todos nós podemos reagir com dificuldade para dormir frente a uma situação de forte estresse psicológico ou emocional. É o que chamamos de insônia aguda ou reativa, e deve durar menos que três semanas. Até 90% da população adulta já sofreu de insônia aguda em alguma época da vida. A ansiedade por uma prova ou concurso importante, o fim de um namoro ou um divórcio, um abalo nos negócios, reação depressiva por um luto ou uma mudança no ambiente de dormir são exemplos comumente vistos na prática. Esse é o momento ideal para procurar a ajuda do seu médico: ele lhe indicará a medicação ideal e, mais importante ainda, planejará uma estratégia para que o problema agudo não se torne crônico. Nunca se deve utilizar remédios por conta própria e sem elaborar qualquer estratégia de interrupção, esse é o erro mais comum, e pode levar um caso de insônia aguda a se tornar crônica. Quando esses curtos períodos de insônia aguda ou reativa se repetem de tempos em tempos, esta recebe o nome de insônia intermitente ou recorrente. Quando a insônia está presente na maior parte dos dias, ou durante a maior parte dos meses do ano, ou há uso frequente de alguma medicação para dormir, trata-se de uma insônia crônica. A insônia crônica é um problema que atinge de 10 a 15% da po-

pulação mundial.

Como a insônia pode se tornar crônica? A insônia crônica pode ocorrer nas pessoas que apresentam os três fatores “P”, ou seja, os fatores Precipitantes, Predisponentes e Perpetuantes. Os fatores precipitantes são aqueles mesmos listados para a insônia aguda/ reativa, ou seja, aquilo que iniciou a insônia (estresse, divórcio, luto etc.). Os fatores predisponentes, ou seja, que aumentam o risco de desenvolver insônia crônica são: herança genética (quem tem parentes com insônia tem maior risco), sexo feminino (principalmente durante a menopausa), idosos, viúvos, fumantes, etilistas e dependentes químicos, portadores de depressão ou ansiedade e outros distúrbios psiquiátricos. Portadores de outras doenças crônicas (do pulmão, coração, rins etc.) também têm risco aumentado para a insônia crônica. Já os principais fatores perpetuantes são o desenvolvimento de uma ansiedade crescente em relação ao sono, associada ao medo de não conseguir dormir, além do uso de medicamentos hipnóticos sem a devida orientação médica. O nosso cérebro costuma funcionar fazendo associações automáticas: ao ver e sentir o cheiro de uma comida saborosa, naturalmente as glândulas da boca produzem saliva, o estômago produz secreção digestiva, etc. O mesmo acontece com o sono: ao fim de um dia cheio de atividades, à noite e na cama naturalmente a nossa temperatura, a pressão arterial e a frequência cardíaca devem sofrer uma ligeira queda, e uma pequena glândula cerebral (a pineal) deve liberar a melatonina (o principal hormônio do junho, 2011


Sono | Especial do Mês sono), resultando na indução do sono. Na insônia psicofisiológica (principal causa de insônia crônica), o quadro se inicia com uma insônia aguda ou reativa que se prolonga e termina por gerar na pessoa, inconscientemente, uma tensão progressiva ou ansiedade em adormecer, associada ao medo de ficar acordada à noite. Com o passar dos meses ou anos, isso produz no cérebro uma associação negativa à hora de dormir. É como se o cérebro aprendesse, erroneamente, que “hora de dormir” é igual a “momento de desconforto e angústia”. Com isso, ao se aproximar do momento de dormir ocorre o oposto do que deveria ocorrer, ou seja, a temperatura, pressão arterial e fre quência cardíaca se elevam, e a liberação de melatonina é inibida. Desse modo, o indivíduo fica hiperalerta e o sono não chega. Além disso, o uso de medicações hipnóticas pode levar à dependência química e psicológica (por exemplo: “só conseguirei dormir se eu tomar o remédio!”), e distancia cada vez mais os reflexos naturais do sono no cérebro.

Como diagnosticar a insônia? Quem sofre de insônia sabe que sofre de insônia, ou seja, nem é preciso um médico para lhe dizer isso. No entanto, ao contrário do que a maioria das pessoas pensa, a insônia pode ser de muitos tipos diferentes, e possui muitas causas possíveis, sendo que para o diagnóstico do tipo e da causa por trás de cada insônia é necessária uma cuidadosa avaliação médica. O especialista em medicina do sono poderá pedir que o seu paciente escreva um “diário do sono” durante pelo menos duas semanas, onde ele registrará os horários em que se levanta, deita, cochila, toma café, faz exercícios etc. Isso será de grande utilidade para a abordagem do médico. Poderá ainda ser solicitada uma polissonografia (exame do sono), a fim de detectar outros possíveis distúrbios do sono que estejam contribuindo para a insônia. O tratamento para a insônia pode ser simples se iniciado nos casos de início recente ou intermitente. Em todos os pacientes o médico irá identijunho, 2011

ficar possíveis maus hábitos que comumente podem estar atrapalhando o sono, e assim recomendar algumas importantes medidas de “higiene do sono”. Em alguns casos, entretanto, isso pode não ser suficiente, e a utilização criteriosa de comprimidos de curta ação para dormir pode melhorar o sono e a atenção no dia seguinte. Mas cuidado: esses remédios devem ser utilizados por curto período de tempo, e sempre com a elaboração de uma estratégia para interromper o seu uso o mais breve possível. Já o tratamento da insônia crônica é mais complicado e consiste em um tratamento multimodal. Deve-se diagnosticar e tratar problemas médicos ou psicológicos que possam estar ocasionando a insônia. Além disso, é importante identificar comportamentos que podem piorar a insônia e interrompê-los ou reduzi-los. Pode fazer-se necessária a prescrição de medicamentos para dormir, dando-se preferência àqueles que não causam dependência. Em geral, são prescritos na dose mínima e no menor período de tempo necessário. Em alguns desses remédios a dose deve ser gradualmente diminuída, uma vez que uma parada abrupta poderia ocasionar a volta da insônia.

Especial do Mês | Sono amplificação das suas consequências (“Eu não consigo fazer nada após uma má noite de sono...”).

Técnicas de relaxamento

É como se o cérebro aprendesse, erroneamente, que “hora de dormir” é igual a “momento de desconforto e angústia”.

Podem reduzir ou eliminar a tensão corporal e ansiedade. Como resultado, a mente da pessoa é capaz de ficar quieta, os músculos podem relaxar e pode ocorrer o sono repousante. Geralmente é preciso muita prática para aprender essas técnicas e alcançar o relaxamento efetivo.

Técnica de restrição do sono

Deve-se diagnosticar e tratar problemas médicos ou psicológicos que possam estar ocasionando a insônia.

Algumas pessoas, sofrendo de insônia, gastam muito tempo na cama tentando, sem sucesso, dormir. Essas pessoas podem se beneficiar de um programa de restrição do sono que, primeiramente, permite apenas algumas horas de sono durante a noite. Gradualmente o tempo é aumentado, até que seja alcançada uma noite normal de sono

Recondicionamento

Existem alguns tratamentos não farmacológicos para a insônia crônica que podem ser suficientes para resolver o problema em alguns casos, ou pelo menos reduzir a dose de medicação utilizada nos casos mais graves. As terapias mais estudadas e utilizadas são descritas a seguir:

Outro tratamento que pode ajudar algumas pessoas com insônia é recondicioná-las para associar a cama e o horário de dormir com o sono. Isso significa não usar sua cama para nenhuma outra atividade além de sexo e dormir. Como parte do processo de recondicionamento, a pessoa é geralmente aconselhada a ir para a cama somente quando estiver com sono. Se não for capaz de dormir, a pessoa é orientada a levantar, e só voltar para a cama quando estiver com sono. Deve-se evitar sonecas. Eventualmente, o corpo será condicionado a associar a cama e o horário de dormir ao sono.

Terapia cognitiva

Intenção Paradoxal

Algumas pessoas possuem crenças, e as atitudes errôneas que trazem angústia podem afastar ainda mais o sono na hora de dormir. Pode ser uma falsa expectativa do tempo necessário de sono (“Eu não consigo dormir as oito horas de sono que são necessárias para o meu bemestar...”), uma concepção inadequada das causas da insônia (“Minha insônia é por um desequilíbrio químico...”), ou a

Alguns pacientes não conseguem dormir na hora em que estão tentando, porém, adormecem sem querer em momentos que não estão tentando dormir ou estão tentando ficar acordados. Assim, nesses pacientes podemos utilizar uma técnica psicológica que consiste em convencer a pessoa com insônia a encarar o seu mais temido medo (de ficar acordado durante a noite). Logo, se o paciente

É possível tratar a insônia sem remédios?

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deixar de tentar dormir e, ao contrário, insistir em ficar acordado, o seu estado de ansiedade pré-sono vai ser reduzido, e o início do sono pode ser atingido mais facilmente. “Durmo apenas 4 horas por dia, mas me sinto bem assim... Eu tenho insônia”? Se você dorme pouco, mas se sente bem assim, você não tem insônia! Cada pessoa necessita de um número variável de horas de sono para se sentir bem. Algumas pessoas conseguem ter um sono restaurador com apenas quatro horas de sono, por exemplo. Uma pessoa assim é chamada de “dormidor curto”, e isso não é uma doença. Já se você precisa de muitas horas de sono para se sentir bem, deve procurar um especialista, pois pode estar tudo bem (ou seja, você pode ser um “dormidor longo”), ou você pode ter algum distúrbio do sono por trás disso. “Só sinto sono às 2h da manhã, e fico bem se puder acordar às 10h... Eu tenho insônia?’’ Isso não é insônia, mas sim um distúrbio do ritmo circadiano ou “relógio biológico”, chamado Síndrome do Atraso de Fase do Sono. Na prática é muito confundido pela população, e até pelos médicos não especialistas. Por que não é insônia? Porque a insônia é a dificuldade em adormecer e/ou permanecer dormindo e, nesse caso, a pessoa consegue dormir sem dificuldades, mas em horários que não dá para conciliar com seu ritmo de vida. A maioria das pessoas precisa acordar cedo pelos compromissos e, assim, não dorme a quantidade de horas de sono suficiente para se sentir bem. Durante o dia ficam cansados e sonolentos, e quando chega a noite, mais uma vez não conseguem adormecer cedo. Nas férias, por exemplo, o sono ocorre em tempo suficiente para se sentir bem (o que nem sempre ocorre para quem tem

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Sono | Especial do Mês

Especial do Mês | Sono

Dr. Sérgio do Carmo Jorge

insônia). Apesar de não ser insônia, esse distúrbio merece tratamento, pois pode afetar muito a qualidade de vida das pessoas que necessitam trabalhar ou estudar cedo, por exemplo.

Higiene do Sono 10 Dicas para uma boa noite de sono - Não coma demasiado e evite cafeína, nicotina e álcool por, pelo menos, 4 horas antes de ir para a cama. - Mantenha um ritmo de sono. Vá para a cama na mesma hora todas as noites e tente manter essa rotina até mesmo aos finais de semana. - Se não conseguir dormir por 30 minutos, levante e procure uma atividade relaxante (ouvir música calma, ler).

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- Escolha a cama apenas para o sono e o sexo. Evite leituras, assistir TV e usar computador na cama. - Tome um bom banho, tente relaxar e evitar pensamentos desagradáveis. - Exercite-se mais cedo, pelo menos 3 horas antes de dormir. - Apague todas as luzes! Invista em boas cortinas. - É difícil dormir sentindo fome, então coma alguma coisa leve antes. - Corte as sonecas caso você tenha insônia e dificuldades para dormir à noite. - Aprenda a dominar o estresse e deixe-o na porta de entrada do quarto, se puder. Cuidado: o uso de medicamentos hipnóticos sem orientação médica costuma perpetuar e agravar o problema a médio e longo prazo. Procure um médico antes de tomar medicações por conta própria.

Cuidar bem do sono é cuidar bem do coração Dr. Marcelo Jorge de Souza Leão Andrade CRM/SP 118088. Médico especialista em Medicina do Sono pela Faculdade de Medicina da USP e pela Sociedade Brasileira de Medicina do Sono (ABRASONO).

Para manter a pressão sanguínea normal e o coração sempre saudável é necessário que se tenha boas noites de sono. Há muito tempo já se sabe que a quantidade insuficiente ou má qualidade do sono afetam a mente e causam déficit de memória, do humor, cansaço e falta de energia. Mas o que estudos mais recentes têm demonstrado é que os distúrbios do sono estão, hoje em dia, entre os mais comuns “ladrões” do tempo de vida das pessoas, principalmente por afetarem diretamente o coração, bem como os vasos sanguíneos. Dormir mal ativa a maior liberação de hormônios do estresse, como adrenalina e cortisol, além de afetar o sistema imunológico, causando aumento dos níveis sanguíneos de radicais livres e substâncias inflamatórias. O resultado disso, a longo prazo, é o aumento da pressão, causando hipertensão arterial e uma maior deposição de gordura nas paredes dos vasos, que é o grande fator responsável por infartos do miocárdio e acidentes vasculares cerebrais (“derrames cerebrais”). Assim, há evidências de que a privação do sono promove efeitos indesejáveis ao coração e compromete o endotélio - camada mais interna das artérias. Além disso, a redução da energia e disposição durante o dia, devido às noites mal dormidas, contribui para o sedentarismo e a obesidade, outros grandes vilões para o coração. O sono é um período de relativo repouso para o sistema cardiovascular. Em uma boa noite de sono deve haver uma queda da pressão e 32|TotalSaúde

da frequência cardíaca de, pelo menos, 10% em relação ao período de vigília (quando se está acordado). No caso de pacientes que sofrem com a insônia não há a diminuição da pressão arterial, e isso faz com que o músculo cardíaco trabalhe enquanto deveria descansar. O mais preocupante é o risco de se manter uma pressão alta por muito tempo. Em um estudo feito pela Universidade Western Reserve, nos Estados Unidos, foi constatado também que a apneia do sono aumenta em até três vezes os riscos de “derrame” entre homens. A causa provável para que eles estejam mais vulneráveis do que as mulheres está ligada à maior duração das apneias (paradas respiratórias) entre eles. A apneia do sono é um distúrbio comum entre as pessoas que roncam, onde ocorrem frequentes paradas respiratórias de curto período. Essas apneias acontecem devido à obstrução da passagem do ar através da garganta pelo relaxamento dos músculos enquanto dormimos. Acomete até 16% da população acima dos 30 anos, e a grande maioria dos que sofrem desse distúrbio desconhece a doença e não sabe do seu diagnóstico. O maior perigo das consequências do tempo insuficiente ou má qualidade do sono ao coração é a forma silenciosa como tudo acontece. Os pacientes não apresentam sintomas e, na maioria dos casos, nem sabem que o fato de não dormir bem pode ser nocivo ao coração. Assim, cuidar bem do sono é cuidar bem do coração!

O sono é um período de relativo repouso para o sistema cardiovascular.

Em uma boa noite de sono deve haver uma queda da pressão e da frequência cardíaca de, pelo menos, 10% em relação ao período de vigília (quando se está acordado).

Dr. Sérgio do Carmo Jorge CRM/SP 27244. Médico Cardiologista do Hospital Sírio Libanês

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Sono | Especial do Mês

Especial do Mês | Sono

Dra. Thais Mussi

Sono

Fernanda Nascimento

Ronco–apneia: em busca

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Obesidade

do sono tranquilo e reparador... O sono é chamado de reparador quando todas as

fases transcorrem sem interrupções. Depois de um dia de trabalho, o que todo mundo quer é colocar a cabeça no travesseiro e dormir bem. E isso não significa, necessariamente, passar oito horas entregue aos braços de Morfeu. Não é por quanto tempo você dorme, mas qual a qualidade do seu sono que importa realmente. Agora imagine não conseguir dormir bem porque ronca demais e tem apneia (parada respiratória durante o sono, caracterizada por engasgos); isso quer dizer que, enquanto você dorme, o “caminho” das vias respiratórias é interrompido e o ar fica impedido de passar. Isso ocorre mais em homens (acima de 30 anos) e mulheres (depois da menopausa). Uma boa Arquitetura de um Sono reparador compreende fases específicas que se repetem durante a noite. Além do desconforto momentâneo, quem tem apneia fica mais propenso a desenvolver depressão e ansiedade, aumenta em até 30% a ocorrência de Acidente Vascular Cerebral (AVC), impotência sexual (hormônios responsáveis pela virilidade são produzidos durante o sono), incontinência urinária, comprometimento da oxigenação cerebral e enfarto, ou seja, risco de morte. Não há prevenção para a apneia, mas alguns fatores contribuem para que ela se desenvolva, como: idade avançada, flacidez nas vias aéreas, obesidade, ingestão de bebidas alcoólicas etc. Dentre os tratamentos podemos citar os aparelhos intraorais odontológicos. O cirurgião dentista Victor Ferzeli, membro da WASM (World Association of Sleep Medicine), aponta, por exemplo, em sua junho, 2011

área, o Aparelho Intraoral (AIO), um sistema que reposiciona a mandíbula, aumentando tanto o espaço para a língua, dentro da boca, quanto a resistência dessa musculatura, desobstruindo a faringe durante o sono e evitando, assim, o ronco e a apneia. Para casos complexos existem outros recursos tratados por otorrinos e neurologistas especialistas na área. Em situações como as de pessoas que usam dentadura e são muito obesas, com apneias acima de 30 eventos por hora e apneias centrais (comandadas pelo Sistema Nervoso Central), os aparelhos bucais não são recomendados, e sim o CPAP (aparelho que dispõe de máscaras e um minicompressor de ar que força a ventilação pulmonar durante o sono, devolvendo a respiração que está interrompida). Outros procedimentos também são válidos, como cirurgias de reposicionamento para frente de maxila e mandíbula, e fisioterapia das vias aéreas. Então, fica a dica: “Se você está roncando muito, acordando indisposto, sonolento, pessoas observam que você engasga durante o sono, apresenta irritabilidade e esquecimento, é indispensável procurar um profissional que conheça sobre Medicina do Sono e interprete bem uma videopolissonografia (exame imprescindível para qualquer tipo de intervenção). Caso contrário, a instalação por curiosos, ou simplesmente aquisições de produtos pela internet podem levar-lhe a uma consequência irreparável; saúde e qualidade de vida não têm preço”, alerta Ferzeli.

ONDE ENCONTRAR

Rua Pedro Celestino, 2.130 Campo Grande – MS (67) 3325 6292 www.victorferzeli.com.br

Dr. Victor Anache Ferzeli CRO/MS 753.

Esp. em Prótese Dentaria; Esp. em DTM e dores orofaciais; Ms. em Prótese Dentária-concentr.Disfunções da ATM (Am. W. University – IOWA/ USA); Membro da Soc. Bras. de Reabilitação Oral; Membro da Soc. Bras. de ATM e Dores Orofaciais; Pós-Grad. em DTM e Dores Orofaciais (Univ. de Gotemburgo/SUÉCIA); PósGrad. em Disfunções da ATM (Univ. da Califórnia UCLA/ USA); PósGrad. em Prótese Dentária e Oclusão (Univ. de Paris VII/FRANÇA); Pós-Grad. em DTM e Dores Orofaciais (Univ. Marquette – Illions/ USA); Prof. e Coordenador de Cursos de Atualização e Esp. Em Oclusão e DTM – Dores Orofaciais em várias capitais; Membro da Soc. Bras. da Medicina do Sono; Membro da WASM - Word Association of Sllep Medicine.

Aparelho Intraoral (AIO)

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Uma boa noite de sono nos ajuda a emagrecer só porque nos mantém mais tempo afastados da geladeira, certo? Esse questionamento, feito por um paciente em meu consultório, tem seu fundo de humor, mas a verdade é que uma boa noite de sono está relacionada ao nosso peso, e não apenas a uma questão de distância entre a cama e a geladeira. O sono é um dos fatores mais importantes da nossa vida, bem como a respiração adequada, boa alimentação, a prática de exercícios físicos e a ingestão de água. Quem dorme pouco está propenso a menor vigor físico, a envelhecer mais precocemente, sujeito à obesidade, hipertensão arterial, diabetes mellitus, menor concentração, alterações de humor, diminuição de criatividade e memória e do equilíbrio corporal. Privar-se do sono leva a pessoa à intensa necessidade de ingestão de açúcares, incapacidade de se sentir satisfeita, consumo compulsivo e excessivo de comida, diminuição do tecido muscular magro e decréscimo da atividade física. Sem o sono restaurador nos sentimos mais cansados e sonolentos durante o dia; com isso fazemos menos atividades físicas, queimando menos calorias, reduzindo o metabolismo e, consequentemente, tendo um acréscimo no peso. A produção de hormônios, principalmente o do crescimento, é estimulada enquanto estamos dormindo. Portanto, fica evidente que a insônia acarreta um déficit na produção do GH (hormônio do crescimento), e isso vai se refletir na perda de massa magra muscular, perda do vigor da pele e desbalanço da glicemia, ou seja, o nível de açúcar no sangue. 34|TotalSaúde

Mas não é apenas o GH que está sendo prejudicado, existem outros hormônios que também têm sua produção alterada pela falta do sono, como ocorre na diminuição do hormônio leptina, da insulina e o aumento na produção do cortisol. A leptina controla a saciedade; sem ela, o corpo pede mais carboidratos simples, pois o organismo cansado estimula a fome, e acaba querendo guardar energia para os momentos insones. Com menos insulina o aproveitamento da glicose fica prejudicado e o pâncreas precisa trabalhar mais e, se esse processo se torna crônico, existe a grande chance de o indivíduo tornar-se diabético. O aumento do cortisol propicia maior estresse e alteração do humor, além do acúmulo de gorduras, principalmente na região abdominal. O fato é que se por um lado dormir mal engorda, quem é gordo tende a ter uma noite de sono ruim, e isso acaba virando um ciclo vicioso, que só é quebrado com a perda de peso. Quando estamos mais magros conseguimos dormir melhor e, por consequência, tudo volta ao eixo, e dessa forma a perda de peso fica facilitada! O corpo se recupera melhor, a parte hormonal volta a ficar equilibrada, ocorre a renovação celular e o estoque de energia fica abastecido para enfrentar o dia seguinte! E a outra boa notícia é que uma noite de sono também queima calorias! Claro que essa perda é variável de acordo com o peso e idade, mas um homem na faixa dos 30 anos e pesando 70kg pode perder até 550 calorias em 8 horas de sono! Ficou animado? Agora é só por seu pijama e, literalmente, sonhar com um corpo mais magro e saudável!

Quando estamos mais magros conseguimos dormir melhor

e, por consequência, tudo volta ao eixo, e dessa forma a perda de peso fica facilitada!

Dra. Thais Mussi CRM/SP 118942. Especialista em Endocrinologia pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia.

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Especial do Mês | Sono Dr. Marcelo Jorge de Souza Leão Andrade

Narcolepsia a doença do sono Você se lembra daquele seu colega de turma do colégio que dormia o tempo todo, algumas vezes em situações pouco esperadas ou até “engraçadas”? Pois é! Talvez ele sofresse (e ainda sofra) de uma doença de nome complicado, mas não tão rara quanto imaginamos: a narcolepsia. O indivíduo com narcolepsia possui sonolência excessiva a qualquer hora do dia. Sendo em pé ou sentado, em casa, no ônibus ou no trabalho... Não importa a situação. Essas pessoas podem ter ataques de sono que as levam a um sono incontrolável e à necessidade de dormir naquele momento, independentemente das condições e do local em que estejam. Muitas vezes visto como algo engraçado pelos colegas, esse é um grave problema para quem sofre deste distúrbio. A narcolepsia é um distúrbio neurológico do sono, caracterizado por episódios incontroláveis e recorrentes de sonolência durante o dia, que duram de 15 minutos a 1 hora. Esse distúrbio afeta uma a cada duas mil pessoas no mundo, e não tem uma cura conhecida. Os sinais e sintomas começam a se apresentar, geralmente, entre 15 e 30 anos de idade.

Sintomas da Narcolepsia • Sonolência excessiva durante o dia: desejo incontrolável de dormir durante o dia, mesmo depois de ter dormido bastante na noite anterior. • Cataplexia: ataque repentino e geralmente breve de fraqueza muscular relacionado a uma reação emocional forte (medo, raiva, alegria). • Paralisia hipnagógica do sono: episódios breves de paralisia que acontecem quando a pessoa está pegando no sono. • Paralisia hipnopômpica do sono: episódios breves de paralisia que acontecem junho, 2011

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quando a pessoa está acordando. • Alucinações hipnagógicas: alucinações intensas, geralmente visuais ou auditivas, que acontecem no princípio do sono (algumas vezes entre pegar no sono e entrar no estado de sono profundo). • Alucinações hipnopômpicas: alucinações intensas, geralmente visuais ou auditivas, que acontecem quando a pessoa está acordando. Embora a causa exata da narcolepsia ainda seja desconhecida, alguns dos estudos mais recentes indicam que esta pode estar relacionada à falta da substância hipocretina no cérebro. Pesquisas apontam que isso poderia ser causado por ataques autoimunes a certos grupos de neurônios, ou ainda por certas sensibilidades à toxina, causadas por ambientes. Embora esse distúrbio crônico não tenha uma cura conhecida, os sintomas podem ser controlados por meio de medicamentos ou de uma mistura de medicamentos e modificação de comportamento. Medicamentos estimulantes do sistema nervoso geralmente são prescritos para aumentar a agilidade, ao passo que os antidepressivos, como imipramina ou fluoxetina (prozac), são prescritos para controlar a cataplexia, a paralisia do sono e as alucinações. É bom fazer exercícios regularmente, pelo menos três horas antes de dormir. Também é indicado evitar o consumo de cafeína durante a tarde e a noite; deve-se tirar cochilos planejados e comer refeições leves durante o dia para aliviar a sonolência e o sono agitado à noite. Além disso, essas pessoas devem receber orientação para a escolha de profissões e atividades físicas compatíveis com o seu distúrbio, evitando desarranjos ou frustrações profissionais e psicológicas.

Embora esse distúrbio crônico não tenha uma cura conhecida,

os sintomas podem ser controlados por meio de medicamentos ou de uma mistura de medicamentos e modificação de comportamento.

Dr. Marcelo Jorge de Souza Leão Andrade CRM/SP 118088. Médico especialista em Medicina do Sono pela Faculdade de Medicina da USP e pela Sociedade Brasileira de Medicina do Sono (ABRASONO).

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As técnicas mais modernas com materiais e instrumentais de ponta.

Especial do Mês | Sono

Dra. Juliana Giorgi

A qualidade de vida e o sono

Implantes Dentários com Carga Imediata | Implantes Dentários Tratamento de Doenças Periodontais Prótese sobre Implante | Extração de 3º Molar (Cisos) Enxertos Ósseos | Plástica Gengival | Enxertos Gengivais

Adriana Murad Abrão | CRO 1280/MS IMPLANTODONTIA E PERIODONTIA junho, 2011

Rua Abrão Julio Rahe, 1.253 Vila Célia – Campo Grande/MS - Tel: (67) 3325.4022 e 9985.5606 adrianaabrao@terra.com.br

A insônia, ou falta de sono, afeta um grande número de indivíduos de todas as faixas etárias. A dificuldade em dormir ou a manutenção do sono implicam em um decréscimo significativo na qualidade de vida de um indivíduo e, em curto prazo, precipitam o aparecimento ou agravam doenças como o diabetes, a hipertensão arterial, depressão, obesidade, o acidente vascular cerebral e infarto do miocárdio. Os trabalhadores que trocam o dia pela noite sofrem diversas consequências, e por isso recebem benefícios salariais e folgas mais frequentes, por estarem sob maior risco de cansaço físico e mental. Sintomas comuns da insônia ou despertar noturno são a sonolência diurna, o déficit de concentração, a irritabilidade, baixo rendimento profissional e pessoal, déficit de memória e maior predisposição a infecções, além das doenças cardiovasculares. Outro fator importante para o sono é a qualidade, e não somente sua duração. As jornadas extensas de trabalho em ambientes estressantes e competitivos, com poucas horas de lazer e descanso, são as queixas mais comuns dos pacientes durante a consulta médica quando o assunto é insônia. A falta de sono é citada como uma grande perda de tem38|TotalSaúde

po, já que suas “vítimas” se encontram improdutivas nos dias após as noites não dormidas. Ao contrário dos despertos, os dorminhocos também sofrem. Dormir bem é um prazer indescritível, mas, se em exagero, também afeta a saúde. Doenças como hipotireoidismo, infecções graves e doenças cardiovasculares descompensadas são causas de incremento de sono, principalmente na população idosa. Aquele que sofre de alteração do sono, seja por dormir muito ou pouco, deve sempre procurar ajuda médica. A mudança de hábitos, como a do sedentarismo, tabagismo e etilismo são fatores essenciais na busca pelo sono saudável, e os tratamentos mais específicos, como medicações e dispositivos respiratórios, são questões instituídas após avaliação médica especializada. A atividade física tem alto impacto na produção do sono reparador, e deve ser praticada de maneira regular e moderada. O sono que anos atrás era tido como preguiça assumiu, na atualidade, um caráter de extrema importância por ser um dos fatores de maior impacto na qualidade de vida diária, e o avanço científico tornou-se fundamental para que o sono deixe de ser um privilégio de poucos e se torne um hábito de muitos.

Ao contrário dos despertos, os dorminhocos também sofrem.

Dormir bem é um prazer indescritível, mas, se em exagero, também afeta a saúde.

Dra. Juliana Giorgi CREME/SP 116840. Médica formada pela Faculdade de Medicina de Sorocaba (PUC-SP). Cardiologista com especialização em Cardiologia Clínica pela Faculdade de Medicina da USP, e em Clínica Médica pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo.

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Especial do Mês | Sono Dra. Marianne Karel Vercosa Kawasaki

Como estão dormindo as nossas crianças?

Frente às dificuldades das crianças e adolescentes em atender às demandas da escola, os pais e

professores têm papel fundamental em perceber tais alterações e tomar as corretas decisões no sentido de melhorar o tempo e qualidade do sono.

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Os distúrbios do sono não afetam apenas os adultos: crianças e adolescentes são também vítimas frequentes. O recém-nascido dorme até 20 horas por dia. Essa é a idade em que é maior a quantidade da fase do sono em que ocorrem os sonhos: a fase REM (do inglês, Rapid Eyes Movement). No bebê, cerca de 50% do sono são reservados a esta fase, demonstrando sua importância para o desenvolvimento cerebral (memória, aprendizado etc). Com o avançar da idade, essa percentagem vai diminuindo até que, nos adultos, apenas 20% do tempo de sono correspondem ao REM. Os adolescentes necessitariam dormir de 9 a 10 horas por noite. Nessa idade, o pico de liberação do principal hormônio indutor do sono, a melatonina, ocorre cerca de 1 hora mais tarde, justificando, em parte, porque adolescentes gostam tanto de dormir por muito tempo depois do horário ideal. A outra parte pode ser explicada pela influência da crescente invasão tecnológica que torna a madrugada tão atraente devido aos famosos jogos on-line, facebook, msn etc. Com toda essa excitação e ativação cerebral, a produção da melatonina fica mesmo inibida, e o sono demora mais ainda a chegar. Para piorar a situação, a agenda diurna dos adolescentes nas grandes cidades está cada vez maior (colégio pela manhã, durante a tarde, ballet e o judô, as aulas de inglês e francês, o reforço na matemática etc). O resultado disso é a síndrome do sono insuficiente ou privação crônica do sono. E não pense que dormir até o meio-dia aos finais de semana compensará o sono perdido durante a semana! Além de muita sonolência durante o dia e prejuízo no rendimento escolar, todo aquele sono insuficiente pode trazer muitas complicações à saúde

mental e física da criança e do adolescente.

Sono e Obesidade Infantil Sabemos que a obesidade infantil tem inúmeros motivos, e vários trabalhos científicos já mostraram que a privação do sono na infância está entre as mais importantes causas deste problema. Dormir menos pode aumentar a grelina produzida no estômago e, com isso, aumentar o apetite. Pode ainda reduzir os níveis de leptina produzidos nas células de gordura e reduzir a sensação de saciedade. Essa combinação leva, necessariamente, a um maior consumo de alimentos e ganho de peso. Além disso, a criança que não dorme tem mais tempo para comer. Nesse contexto, faz-se necessária a interferência dos pais, no sentido de organizar e monitorar o sono do seu filho adolescente, como fazia na infância. Esse natural afrouxamento de regras permite que o adolescente ultrapasse ainda mais os seus limites.

Alerta Os distúrbios do sono na infância podem exigir maior atenção médica. Dificilmente entendemos como doença a dificuldade de nossas crianças e adolescentes em dormir regularmente. A nossa primeira impressão é a de que elas são desorganizadas, desobedientes, rebeldes e, até certo ponto, irresponsáveis com suas obrigações escolares. Entretanto, devemos estar atentos também à possibilidade de tais alterações serem apenas a ponta do iceberg. Muitas doenças, principalmente de cunho psiquiátrico, podem se manifestar como alterações do sono. Entre elas a depressão, hiperatividade e déficit de atenção, transtornos fóbicos e ansiosos, dislexia, síndrome das junho, 2011


Sono | Especial do Mês pernas inquietas e até o abuso de álcool e drogas. É muito comum a ocorrência de insônia associada a essas doenças, mas também sono excessivo e pesadelos podem ser as principais manifestações. Finalmente, alterações relacionadas à obstrução de vias aéreas e dificuldades respiratórias (ronco e apneia do sono) podem prejudicar a qualidade do sono. Entre essas alterações encontramos os altos índices de obesidade infantil como uma das principais causas da apneia noturna, insônia e má qualidade do sono nessa faixa etária.

Sono e Rendimento Escolar Toda atividade intelectual requer descanso mental para que seja exercida de forma plena. O momento em que mais ocorre o sono REM é nas últimas horas de sono. Ou seja, a criança que dorme menos tempo do que deveria fica muito privada da principal fase do sono para

o processo de aprendizado e memória. Além disso, devido à sonolência excessiva a criança não consegue fixar a atenção no professor ou na leitura. O resultado disso é a dificuldade em acompanhar os colegas, e o desempenho escolar cai. Frente às dificuldades das crianças e adolescentes em atender às demandas da escola, os pais e professores têm papel fundamental em perceber tais alterações e tomar as corretas decisões no sentido de melhorar o tempo e qualidade do sono. Nada de retaliações ou castigos. Muita conversa, controle da TV e do computador e certa dose de organização na vida doméstica são atitudes benéficas a serem tomadas nesse tipo de situação. Famílias que não têm refeições definidas no período noturno, não fazem as refeições à mesa, comem até muito tarde e diante da TV ou do computador são tão permissivas aos filhos quanto a si próprios em relação às necessidades do sono. A negligência a essa necessidade fisiológica é a regra.

Muitas vezes está em discussão o ritmo de sono e vigília de toda a família, pois o que vemos na prática são famílias que, sem perceber, apenas transmitem aos filhos um padrão noturno que dificilmente permite um sono normal. Dra. Marianne Karel Vercosa Kawasaki CRM/SP 128079. Médica especialista em Pediatria pela USP e pela Sociedade Brasileira de Pediatria.

Especial do Mês | Sono

Polissonografia domiciliar

medicina e tecnologia

Você sabia que pode fazer o exame do seu sono em sua casa, na sua cama?

A polissonografia é o exame de rotina usado para a investigação de vários distúrbios do sono. O paciente deve dormir com sensores fixados no corpo, que permitem o registro da passagem do ar pelo nariz e boca, oxigenação sanguínea, frequência cardíaca, movimentos do tórax, posição do corpo na cama, além de outros dados. Os sensores são fixados de maneira a permitir ao paciente movimentar-se durante o exame, não atrapalhando, assim, o sono. É indolor, e todos os sensores são fixados na superfície do corpo. Não se usam agulhas ou instrumentos semelhantes, ou seja, o exame é não-invasivo e não envolve qualquer risco.

Onde pode ser realizada a Polissonografia? Até pouco tempo atrás era realizada apenas em clínicas ou laboratórios de sono, sob a supervisão de técnico ou enfermeiro capacitado. A Clínica de Distúrbios do Sono Dr. Marcelo Andrade agora oferece aos seus pacientes uma nova tecnologia, já testada e aprovada em diversos estudos internacionais, que permite a realização do exame da polissonografia em seu próprio domicílio. Isso traz mais conforto e possibilita a realização do exame também naqueles pacientes que junho, 2011

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têm dificuldade em dormir no ambiente de laboratório, em condições e horários diferentes do seu ambiente de sono habitual.

Como é realizado o exame em minha casa? Pode ser realizado sem ou com a visita de um técnico no domicílio. No primeiro caso, o paciente deve retirar o aparelho portátil na clínica e receber instruções básicas sobre o uso do aparelho em seu domicílio, e NÃO requer a visita de um técnico em sua casa, sendo de fácil instalação pelo próprio paciente e/ou acompanhante no momento em que se prepara para dormir. No dia seguinte, o paciente deve retirar todos os sensores, guardar na mochila apropriada e devolver no endereço da Clínica. No segundo caso, o técnico especializado deve visitar a casa do paciente e instalar o exame à noite, no melhor horário (conforme combinado com o paciente). O Técnico NÃO permanece no local, ou seja, apenas realiza a instalação do aparelho. No dia seguinte, o paciente devolve o equipamento para a análise e emissão do laudo pela Clínica, que deverá estar pronto no prazo de uma semana. Visite www.disturbiosdosono.com junho, 2011


Especial do Mês | Sono

Você tem sonolência excessiva durante o dia?

O consumo excessivo de cafeína e outros estimulantes podem apenas mascarar o problema a curto prazo, e trazer graves consequências à saúde no futuro.

Dormir menos tempo que o necessário é a principal causa de sonolência excessiva nos dias atuais, e é uma prática cada vez mais observada em grandes centros urbanos. Cada vez mais se dorme menos devido à intensa pressão social, ao trabalho e à exigência de produtividade. O grande problema é que a sonolência excessiva leva a prejuízos no desempenho escolar, profissional, afetivo e social. Além disso, causa déficits cognitivos (memória e aprendizado) e aumenta muito o risco para acidentes de trânsito ou no trabalho. As principais causas de sonolência excessiva observadas nos consultórios dos especialistas em Medicina do Sono são: 1. Privação crônica do sono, voluntária ou não. 2. Síndrome da apneia/hipopneia obstru-

tiva do sono. 3. Insônia. 4. Depressão. 5. Síndrome das pernas inquietas. 6. Medicamentos. 7. Narcolepsia. 8. Distúrbios do ritmo circadiano. 9. Hipersonia idiopática. A privação do sono e a síndrome da apneia obstrutiva do sono são fatores responsáveis por cerca de 70% dos casos na prática clínica, mas toda pessoa com sonolência excessiva deve ser avaliada quanto à possibilidade de outras causas para o problema. O consumo excessivo de cafeína e outros estimulantes podem apenas mascarar o problema a curto prazo, e trazer graves consequências à saúde no futuro.

Teste sua sonolência durante o dia... Em 1991 o médico Murray Johns entrevistou milhares de pessoas com 8 perguntas simples, e criou a mundialmente conhecida Escala de Sonolência de Epworth. Essa escala é, ainda hoje, o método simples e mais utilizado por médicos e pesquisadores em todo o mundo para medir o nível de sonolência das pessoas durante o dia. Qual a possibilidade de você cochilar ou adormecer nas seguintes situações?

Sentado e lendo

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Assistindo TV

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Sentado confortavelmente em lugar público (ex: sala de espera, auditório, igreja)

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Deitado para descansar à tarde

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Sentado após uma refeição (sem álcool)

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Sentado e conversando com alguém No carro parado por alguns minutos no trânsito

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0 1 2 3

-

nenhuma chance de cochilar pequena chance de cochilar moderada chance de cochilar alta chance de cochilar

A pontuação maior que 11 significa sonolência excessiva durante o dia, e merece avaliação médica. Fonte: Johns MW. Sleep 1991; 14: 540- 5 junho, 2011

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Fisioterapia | ITC Vertebral

Equipe Reabilitare

É possível tratar problemas de coluna

sem recorrer às cirurgias! Esse programa deve ser realizado por Fisioterapeuta com experiência em fisioterapia manual e treinado pelo ITC

ONDE ENCONTRAR

Unidade Reabilitare Rua Cel. Sebastião Lima,454 Monte Líbano - Cidade/MS (67) 3325 8197 www.herniadedisco.com.br www.itcvertebral.com.br

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Pelo menos 36% da população brasileira sofrem com problemas de coluna, e apenas 68% dos atingidos buscam tratamento (Fiocruz). O problema está relacionado à má postura, atividades repetitivas, de muito impacto, ou exercícios sem a assistência de um profissional adequado. Hoje no Mato Grosso do Sul, contamos com um tratamento onde é possível obter a cura com terapias não agressivas; que é batizado como Reconstrução Músculo Articular da coluna Vertebral (RMA). O RMA é um programa de tratamento criado pelo Instituto de Tratamento da Coluna Vertebral (ITC), onde o paciente passa por uma avaliação minuciosa e depois é tratado de forma individualizada. Esse programa apresenta quatro etapas distintas, começando pela aplicação de várias técnicas de fisioterapia manual, com o objetivo imediato de diminuir a dor e o espasmo muscular. Em seguida, o paciente é tratado em duas mesas, uma de tração eletrônica (importada dos Estados Unidos) e outra de flexão e descompressão, o que possibilita a diminuição da pressão intradisco, promovendo o alívio da dor, o aumento do espaço entre as vértebras, a melhora da mobilidade articular, aumento da circulação local, hidratação e nutrição do disco e o alongamento da musculatura profunda. A quarta etapa é a estabilização vertebral, onde, com o auxílio do Stabilizer (apare-

lho desenvolvido na Austrália), é realizado o fortalecimento da musculatura profunda da coluna, responsável por manter a estabilidade das vértebras e evitar que ocorram novas crises de dor. Ao término do tratamento, o paciente deve dar continuidade com Pilates Terapêutico ou Musculação Terapêutica, para manter o fortalecimento muscular, a mobilidade articular e o alongamento, adquiridos com a Reconstrução Músculo-Articular da Coluna Vertebral. Esse tratamento é indicado para protrusão discal (pode gerar tanta dor quanto hérnia de disco), hérnia de disco, espondilolise (uma anteriorização das vértebras com uma pequena fratura), espondilolestese (anteriorização da vértebra), dor ciática, dor discal, instabilidade vertebral, entre outras. O programa deve ser realizado por Fisioterapeuta com experiência em fisioterapia manual e treinado pelo ITC.

Vantagens da RMA em relação às técnicas já existentes: É um tratamento que apresenta início, meio e fim, associa técnicas comprovadamente eficazes, e estudos comprovam que há 87% de melhora nos pacientes; sendo assim, torna-se o melhor tratamento para hérnia de disco e outras patologias da coluna. junho, 2011


Bem-Estar |Treinamento Funcional

Esp. Paulo César Sanguina Pinto / Ms. Silvia Feiten

Treinamento Funcional...

eu preciso?

O TREINAMENTO FUNCIONAL, é um método de treinamento

físico que trabalha o corpo de maneira global e integrada, deixando-o preparado para exercer todas as suas funções, quer seja no esporte, no trabalho, no serviço doméstico ou no lazer.

Você é uma pessoa sedentária, sente dores no e vive cansada porque seu corpo parece não suportar as atividades do dia a dia? Você pratica uma atividade física com regularidade, tem um bom condicionamento, músculo fortes, mas percebe que sua coluna é frágil e sente dores nas costas com alguma frequência? Você é um atleta ou pratica algum esporte amador e quer melhorar sua performance e prevenir futuras lesões? Você está perdendo aquela agilidade para se levantar, se locomover, carregar os filhos (ou netos), os músculos estão ficando encurtados e as articulações, rígidas? Você decidiu que além dos cuidados com a PELE, precisa também fazer alguma coisa para adiar o envelhecimento do CORPO? Ou você não se enquadra em nenhuma das situações citadas, mas quer conhecer uma atividade desafiadora, estimulante e eficiente?

Experimente o Treinamento Funcional * Você vai descobrindo os limites do seu corpo, e cada aula traz uma sensação imediata de superação; * Fica mais ágil, mais flexível e mais forte; * Gasta energia de uma maneira divertida, o que contribui para a perda de peso. O TREINAMENTO FUNCIONAL é junho, 2011

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um método de treinamento físico que trabalha o corpo de maneira global e integrada, deixando-o preparado para exercer todas as suas funções, quer seja no esporte, no trabalho, no serviço doméstico ou no lazer. O objetivo é resgatar e aprimorar capacidades básicas como o equilíbrio, a coordenação, a agilidade e a força, com prioridade no fortalecimento do CORE (centro de força), um conjunto de músculos profundos responsáveis pela estabilização da coluna e do quadril. O enfraquecimento e os desequilíbrios nessa musculatura são consequências do excesso de tempo em que permanecemos sentados, e é uma das principais causas de dores nas costas. O TREINAMENTO FUNCIONAL utiliza basicamente o próprio corpo em várias posições, sequências, deslocamentos e saltos, exercícios com bolas e borrachas, ou mesmo aparelhos de musculação adaptados para exigir um maior número de músculos integrados. Não raro, a sessão se inicia ou termina com alguns minutos de massagem (liberação miofascial) nos casos de grandes encurtamentos ou tensões. Procure um profissional de Educação Física capacitado para desenvolver este método, descubra o prazer da atividade física e experimente os progressos do seu corpo logo nas primeiras aulas.

ONDE ENCONTRAR

Corpo e Saúde – Atividades Físicas Unidade I – R. Amazonas, 2.514 - Autonomista Fone: (67) 3042 5400 – 9259 1670 Unidade II – R. Amazonas, 441 São Francisco Fone: (67) 3213 7886 – 9984 5400

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Medicina | Síndrome da Preguiça

Camila Cruz

Síndrome da preguiça ‘‘Quem fica muito tempo sentado, apesar de fazer exercícios, pode ter doenças..’’

‘‘Especialistas alertam que ficar muito tempo sentado,

deixa os músculos inativos e o metabolismo lento, o que favorece também a obesidade.”

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Ficar esparramado no sofá, comendo pipoca e vendo um bom filme... Só de pensar nisso já dá aquela preguiça! Até que, às vezes, é grande a vontade de trocar a academia ou a caminhada por um programa desses, mas para quem pensa que apenas as pessoas sedentárias correm risco de sofrer de doenças cardíacas e câncer está muito enganado! Uma pesquisa mostrou que não adianta suar a camisa poucas horas durante a semana e passar a maior parte do tempo sentada, pois mesmo assim as pessoas podem sofrer a chamada “síndrome da preguiça”, e não é bobagem! Pesquisadores do American Cancer Society descobriram que mesmo quem se exercita e faz a cota ideal de atividade física, mas permanece sentado por um longo período durante o dia, aumenta muito os riscos de doenças do coração e de câncer. Os cientistas acompanharam um total de 120 mil pessoas, por longos 14 anos, e avaliaram que as mulheres que gastam pelo menos seis horas diárias na cadeira apresentam um risco 37% maior de morrer por causa de doença do que aquelas que não ultrapassam três horas sentadas. Já os homens que vivem sentados têm um risco apenas 17% maior de sofrer de um problema grave de saúde. Números estes de ficar boquiaberto, não

é mesmo? Mas se pararmos para pensar, realmente, não adianta malhar durante uma hora e o restante do dia se dedicar a dormir ou relaxar na cadeira. Especialistas alertam que mesmo com a malhação essa atitude deixa os músculos inativos e o metabolismo lento, o que favorece também a obesidade, ou seja, guardamos energia, não queimamos gorduras e ainda favorecemos o entupimento das artérias. O câncer também está relacionado à falta de exercício físico, pois a formação de tumores se estabelece por causa da obesidade, e o estoque de gordura no organismo leva ao desequilíbrio de hormônios femininos, como o estrogênio, e masculinos, os androgênios. Alguns tipos de câncer, como o de mama e o de próstata, estariam relacionados a essa disfunção. Portanto, profissionais da área indicam que além de reservar o horário para a malhação, que continua sendo o mínimo ideal três vezes por semana, todos nós devemos ativar nosso metabolismo de uma em uma hora, como, por exemplo, escolher a escada ao invés do elevador, parar o carro um pouco mais distante do local aonde vamos e até participar de ginásticas laborais que muitas empresas já aderiram junho, 2011


Medicina | Doenças Hereditárias

Camila Cruz

Doenças Hereditárias Escape delas mudando seus hábitos! “A qualidade de vida do ser humano é que vai ‘dizer’ como será dali por diante, ou seja, a prevenção pode adiar ou até mesmo impedir esses males”.

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Quando falamos em doenças hereditárias, logo pensamos que essa já é uma causa perdida. Por exemplo: se o pai tem a doença, com certeza o filho também terá, certo? Errado! Ao contrário do que muita gente pensa, existem doenças geneticamente herdadas dos pais que dependem de diversos outros fatores do dia a dia para se desenvolver, e não exclusivamente da genética. Então, se a pessoa fizer sua parte diretinho e cuidar bem da saúde, a possibilidade de vir a ter a doença herdada da família diminui bastante, podendo até ser evitada! As doenças originadas pelos genes dos pais são conhecidas como doenças hereditárias, e podem ser divididas em três grupos: as transmitidas por um único gene, doenças transmitidas por vários genes, que possuem o nome de poligênicas, e as que ocorrem pela transformação dos cromossomos. As doenças poligênicas são as que podem ser adiadas ou evitadas. Hoje existem muitas, e as mais incidentes são a hipertensão, diabetes, obesidade, varizes, câncer e as doenças do coração. Especialistas explicam que as chances de ter a mesma doença dos pais e de familiares são grandes e completamente possíveis, mas nem por isso devemos nos descuidar e achar que as doenças são inevitáveis, hein! Se a pessoa tiver uma alimentação adequada e saudável, praticar atividades físicas, não beber, não fumar e também diminuir o nível de estresse, as doenças hereditárias podem ser evitadas. A qualidade de vida do ser humano é que vai “dizer” como será dali por diante, ou seja, a prevenção pode adiar ou até mesmo impedir o desenvol-

vimento desses males. É importante que sejam feitos, ainda, exames preventivos regularmente no decorrer dos anos, e que todas as recomendações médicas sejam seguidas.

Conheça algumas das doenças hereditárias e saiba como fazer a prevenção. Varizes: o recomendado é evitar excesso de sol, sauna, banhos muito quentes e demorados, excesso de peso, pois ele sobrecarrega a circulação, ter bons hábitos alimentares e fazer exercícios físicos, já que eles melhoram a força muscular da perna. Se preferir andar, correr ou nadar, é até melhor. Mas se você fica sentado por muito tempo, uma dica é que movimente os pés, como se estivesse acelerando um carro. Essa atividade do tornozelo faz a circulação funcionar e evita as temidas varizes. Obesidade: a obesidade pode desencadear outras doenças, como a diabetes, através dos hábitos de vida, além da herança genética. Em geral, levar uma vida sedentária causa obesidade, e ela, por sua vez, pode resultar em prejuízos na força muscular, fadiga e depressão. Para tratar a doença é necessário que a ingestão de calorias seja menor do que o gasto. Portanto, assumir uma dieta menos calórica e aumentar os exercícios físicos é o recomendado, e essa atitude exige também determinação!

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Doenças Hereditárias | Medicina

Bem-Estar | Bicicleta Natalia Razuk

Pedalando para a Vida “Viver é como andar de bicicleta: é preciso estar em constante movimento para manter o equilíbrio.” Albert Einstein

“Existem doenças geneticamente herdadas dos pais, que dependem de diversos outros fatores do dia a dia para se desenvolver e não exclusivamente da genética.”

Pedalar apenas alguns minutos por dia já são Diabetes e problemas do coração: o diabetes é a doença causada pela deficiência da substância responsável pela conversão de açúcar em energia no organismo, conhecida como insulina. Os diabéticos ou as pessoas que podem ter a doença precisam cortar o açúcar da alimentação, evitar os carboidratos e as bebidas alcoólicas e manter o controle médico para evitar que o seu problema atinja também o coração. Atividades físicas, como a caminhada, são muito importantes para que se evite a doença. Hipertensão: este é um problema que atinge igualmente homens e mulheres, e ocorre devido à herança genética. Para evitar a doença é necessário diminuir o sal dos alimentos, o estresse, a obesidade, o sedentarismo e excesso de bebidas alcoólicas. Mesmo havendo tendência hereditária, ao evitar esses outros fatores pode-se manter a hipertensão sob controle, sim. As mudanças no estilo de vida são fundamentais, e todas as pessoas, mesmo as que não sentem nada, devem verificar a pressão anualmente. Osteoporose: segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), junho, 2011

capazes de trazer grandes melhoras à nossa saúde.

aproximadamente 1/4 das mulheres acima dos 50 anos possuem a doença. A osteoporose afeta homens e até crianças, mas são as mulheres as mais atingidas. Para evitar a doença é importante controlar a ingestão de medicamentos, como corticoides, heparina e anticonvulsivantes, não fumar, não consumir álcool excessivamente e ter baixa ingestão de cálcio e de vitamina D. Câncer: em geral o câncer não é hereditário, porém, existem fatores genéticos que tornam determinadas pessoas mais sensíveis à ação dos carcinógenos ambientais, o que explica por que algumas delas desenvolvem a doença e outras não. O câncer pode ser causado por fatores externos (substâncias químicas, irradiação e vírus) e internos (hormônios, condições imunológicas e mutações genéticas). Os exames são recomendados para quem tem histórico familiar da doença ou a desenvolveu em idade muito precoce. Comprovada a possibilidade, as medidas de prevenção são intensificadas, e as chances do paciente nunca vir a desenvolver um câncer aumentam.

Passear de bicicleta é prazeroso e divertido, se for em um dia bonito, então, chega a ser lúdico. Na companhia dos filhos, com o parceiro ou mesmo sozinho, essa prática tão simples é motivo de estudos pela Organização Mundial de Saúde, que está promovendo uma campanha na qual incentiva as pessoas a usarem este veículo como seu principal meio de transporte. E são incontáveis os benefícios para quem opta pela bicicleta, a começar pelo impacto ambiental, reduzindo de forma drástica a poluição lançada por veículos, além do desafogamento das vias das cidades, aumentando a qualidade de vida de toda uma comunidade, sendo ela pequena ou mesmo uma megalópole. A bicicleta surgiu como a conhecemos por volta de 1800. O engenheiro alemão e agrônomo florestal Barão Karl von Drais desenvolveu um veículo com duas rodas alinhadas com uma barra ligando uma roda à outra, além de um sistema de direção que permitia curvas e um selim. O Barão patenteou seu invento em 1.818, na cidade de Baden, e é considerado, de fato, o inventor da bicicleta.

As pedaladas da saúde A cada dia são descobertos mais benefícios que o hábito de pedalar produz em seus usuários, e o mais interessante: apenas alguns minutos por dia já são capazes de trazer grandes melhoras à nossa saúde. É claro que pedalar por mais tempo por trilhas, ciclovias e até rodovias aumenta o rol dos benefícios, mas essa prática, durante apenas 10 minutos por dia, já é capaz de produzir sensível melhora articular; chegando aos 20, seu sistema imunológico se reforça. Aos 30 minutos TotalSaúde|53

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o seu nível cardiovascular é favorecido, e aos 40, até os pulmões começam a se beneficiar, o que melhora, e muito, a capacidade respiratória. Quando você consegue pedalar por 50 a 60 minutos, o seu metabolismo acelera consideravelmente e você consegue controlar o seu peso com muito mais facilidade, além de baixar a quase zero os níveis de estresse. Mas não para por aí: pedalar trabalha seus músculos inferiores, como os glúteos e a panturrilha, aumenta a força das pernas e trabalha o quadríceps; a parte inferior das costas também é tonificada, além do abdome.

Sensação de prazer e liberdade Como se não bastassem todos esses benefícios físicos, tornando você uma pessoa muito mais resistente a infecções, doenças respiratórias e obesidade, com todos os males que a acompanham, você terá momentos de muita satisfação, podendo fazer passeios incríveis em qualquer lugar que visite (isso mesmo, você pode alugar uma bike em praticamente todas as cidades ou parques turísticos do mundo), aliando satisfação e saúde física em uma interação perfeita com a natureza. Se você puser na ponta do lápis, verá a economia que se faz, por exemplo, indo de bicicleta ao trabalho ou ao colégio todos os dias, e com gastos relacionados à saúde. Pedalar é também um grande aliado contra a depressão e outros males psicológicos.

Pedale direito Como toda atividade física, pedalar também exige cuidados: um bom alongamento é necessário antes de começar junho, 2011


Bicicleta | Bem-Estar

seu percurso, bem como roupas adequadas que permitam o movimento livre do seu corpo. Capacete, colete refletor e um bom protetor solar também são partes imprescindíveis desta prática. Se você já não for exatamente um adolescente, é recomendável uma consulta médica para avaliar suas condições físicas e elaborar um programa que cuide para que suas pedaladas tenham um efeito maximizado para sua saúde, e não venham lhe trazer nenhum trauma muscular, ou até mesmo cardíaco. O recomendável é andar três horas por

semana, divididas em três ou mais dias, depois vá aumentando paulatinamente, sentindo seu ritmo e disposição. Programe passeios com sua família e amigos, pode ser um ótimo momento para desenvolver seus laços afetivos, integrando todos em uma atividade saudável e prazerosa. Agora, a melhor notícia: os benefícios são imediatos, e você poderá sentir, já nos primeiros minutos, uma enorme satisfação e sensação de relaxamento mental que lhe invadirão. Provavelmente você nunca mais abra mão desses momentos pelo resto de sua vida!

Nutrição | Saúde Intestinal

Dra. Tatiane Savarese Attilio

Um bom alongamento é necessário antes de começar seu percurso, bem

Saúde Intestinal e Emagrecimento

como roupas adequadas que permitam o movimento livre do

Ter um intestino saudável é fundamental para conseguir emagrecer, já que quando o intestino não possui um trânsito adequado, todas as funções relatadas ficam prejudicadas.

seu corpo.

ONDE ENCONTRAR

R. Elvira Coelho Machado, 532 Chácara Cachoeira (67) 3349 1569 www.atitudesaude.com.br

Dra. Tatiane Savarese Attilio CRN 3/12175.

Nutricionista; Especialista em Nutrição Clínica, Obesidade e Emagrecimento; Docente em cursos de extensão para área da saúde.

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O problema atinge homens e mulheres, porém, as mulheres são a maioria a reclamar do funcionamento do intestino. Normalmente o problema é relatado da seguinte forma: “tenho um intestino que não funciona direito’’, ou ainda intestino “preso”, ou intestino “preguiçoso”. Não ter um intestino que mantenha um trânsito adequado causa bastante desconforto, mas será só isso? Não, com certeza não! O intestino é um dos órgãos mais importantes do corpo humano... Quer ver? É no intestino que se produz boa parte do hormônio do bem-estar, a serotonina; é também no intestino que se encontra a primeira barreira contra os “invasores” (micro-organismos que causam doenças e que algumas vezes são “engolidos” junto com a comida), e é no intestino que terminamos a digestão das proteínas e gorduras. Mas qual a relação entre emagrecer e saúde intestinal? Em primeiro lugar, lembre-se que para emagrecer, seu metabolismo precisa receber todos os nutrientes necessários ao bom funcionamento do organismo e, assim, otimizar a “queima” de gordura corporal

excessiva. E sabe quem é o responsável pela absorção desses nutrientes? Se você pensou no intestino, acertou! Por isso, ter um intestino saudável é fundamental para conseguir emagrecer, já que quando o intestino não possui um trânsito adequado, todas as funções acima relatadas ficam prejudicadas. Resumindo: intestino irregular significa que o seu plano alimentar não vai apresentar os resultados almejados. Ficou preocupado em cuidar do seu intestino? Não é tão difícil assim, basta seguir as seguintes dicas: 1) Tome de 8 a 12 copos de água por dia, entre as refeições, é claro. 2) Coma pelo menos 3 porções de frutas ao dia, e pelo menos 4 porções de vegetais. 3) Prefira os alimentos integrais aos refinados. 4) Faça uso de produtos que são fonte de lactobacillus, como leite fermentado e iogurtes. Se mesmo seguindo as dicas acima o seu intestino ainda estiver com dificuldades, procure ajuda profissional capacitada. junho, 2011


Receita | Bolo de Fubá com goiabada

Bolo de Fubá com goiabada Ingredientes 2 xícaras de fubá 2 xícaras de leite 2 xícaras de açúcar ½ xícara de óleo vegetal 1 ½ xícara de cubinhos, de 1cm, de goiabada 4 ovos 1 colher (chá) de sal 1 colher (sopa) de fermento em pó 50g de manteiga

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Modo de Preparo Coloque numa panela o fubá, o leite, o açúcar, o óleo, a manteiga e o sal, sempre mexendo. Deixe no fogo até a massa ferver e engrossar, e o fundo da panela aparecer. Retire do fogo e deixe amornar por uns 15 minutos. Bata as claras em neve até que fique firme. Quando a massa amornar junte as gemas, o fermento e, por último, as claras em neve. Em uma assadeira grande, untada com manteiga e polvilhada com o fubá, despeje metade da massa e espalhe por cima a goiabada; cubra o restante da massa e termine com a goiabada. Asse o bolo por uns 40 minutos ou até que esteja crescido, bem dourado e firme. Deixe o bolo esfriar e sirva em fatias.

junho, 2011


Psicologia | Distimia

Sono | Especial do Mês

Dr. Eduardo Wagner Aratangy

Distimia As pessoas que convivem com um distímico o descrevem como “mal humorado, ‘reclamão’, pessimista e sensível à frustração”.

Dr. Eduardo Wagner Aratangy CRM/SP 116020.

Médico Supervisor do Programa de Transtornos Alimentares (AMBULIM) do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da USP (IPQ-HCFMUSP); Administrador do Serviço de Eletroconvulsoterapia do IPQHCFMUSP; Coordenador do Prog. de Atend. Intensivo aos Transtornos Alimentares do AMBULIM-IPQ-HCFMUSP; Coordenador do Programa de Saúde Mental para Refugiados em SP.

junho, 2011

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A distimia é um quadro classificado como transtorno de humor persistente, no qual se observam sintomas depressivos leves e crônicos (por mais de 2 anos). O distímico queixa-se de pessimismo, dificuldades de concentração, sentimentos de baixa autoestima, insatisfação, autocrítica aumentada, sensação de fracasso, infelicidade, falta de disposição física e letargia, especialmente pela manhã. O nome distimia vem da crença antiga de que uma disfunção do timo (órgão linfático torácico) pudesse induzir alterações do humor. Dessa teoria sobre os humores também vem o termo melancolia, que seria o acúmulo de bile negra (melaina khole, em grego), típica das depressões. O mau humor é uma característica típica dos distímicos, havendo sentimentos negativos em relação à vida, com dificuldade de obter prazer nas atividades cotidianas e desânimo. As pessoas que convivem com um distímico o descrevem como “mal humorado, ‘reclamão’, pessimista e sensível à frustração”. Conforme a gravidade do quadro, podem ocorrer prejuízos no rendimento profissional, nas interações sociais e nos relacionamentos pessoais. Curiosamente, esse perfil está presente em muitos dos grandes artistas e escritores, podendo estar associado à maior sensibilidade artística e inteligência emocional. Quanto ao histórico da distimia, discute-se desde a antiguidade se este quadro seria um tipo leve e contínuo de depressão ou um traço da personalidade desses indivíduos, também chamado de temperamento depressivo. Tal controvérsia ainda não foi inteiramente resolvida, mas a tendência moderna é considerar a distimia como um tipo brando e crônico de depressão. Apesar do quadro ser

menos grave que os outros tipos de depressão, como a melancolia e o transtorno bipolar do humor, a distimia afeta até 5% da população, sendo mais comum em mulheres. Uma informação importante é que até 95% dos distímicos apresentarão episódios depressivos mais graves durante a vida como, por exemplo, a depressão pós-parto. Pacientes com este quadro também podem ser mais propensos a desenvolver dependências químicas, alcoolismo e tabagismo. Em alguns casos, observa-se comportamentos impulsivos, agressividade e explosões emocionais, com descontrole em situações que a maioria das pessoas toleraria bem. A família nota essa forma pessimista e mal humorada de ver a vida desde a adolescência, considerando esta a natureza do indivíduo, e não um transtorno do humor. O surgimento da distimia é gradual, e geralmente acomete lentamente o indivíduo, sendo muitas vezes confundido com traços de personalidade “ranheta”. É comum que nas famílias de pacientes distímicos ocorram outros casos de transtornos depressivos e também de quadros impulsivos, o que sugere um componente genético importante correlacionado a estes quadros. O tratamento da distimia, como dos demais transtornos do humor, pode envolver medicações antidepressivas e psicoterapia, podendo levar anos ou até a vida inteira. Como o tratamento farmacológico possui eficácia limitada e respostas que podem não se sustentar por muito tempo, a psicoterapia acaba sendo o principal tratamento. Um dos objetivos é que o paciente possa encarar a vida de forma mais positiva, sofrendo menos com as coisas pequenas e tolerando melhor as dificuldades do dia a dia. junho, 2011


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