Índice 10
Você Sabia?
Bem-estar
Medicina 17
Mitos e verdades sobre a oftalmologia
20
Inovações nas cirurgias corneanas
24
22 Viva o seu melhor
ANVISA proíbe a comercialização de cigarros com sabor
36
Anemia falciforme
46
Exame Pet Scan
48
Alimentação do diabético
55
Cartão do SUS para todos
Homenagem
Saúde pública
38
12
Promover esperança pode ser sua responsabilidade social
5 anos Total Saúde! Depoimentos
42
Datas comemorativas
50
Proposta incentiva aleitamento materno disponibilizando fraldários em terminais de ônibus
52
Eliminando a gordura abdominal
54
Nutrição no tratamento oncológico
Receita 57
Estética 18
Nutrição
Moqueca de Pintado com banana-da-terra
58 Endereços úteis
Estrias: é possível tratá-las?
Especial do Mês: Médicos Sem Fronteiras 26
32
Médicos Sem Fronteiras
Direto de Dadaab... Luana Fagundes
28
Direto de Moçambique... Rafael Sacramento
29
34
Khyber Pashtunkwa Maria Fernanda Detanico
Direto do Paquistão... Lucia Aleixo
Editorial | Ao leitor
“A alegria de fazer o bem é a única felicidade verdadeira.” Léon Tolstoi
Você conhece a organização Médicos Sem Fronteiras? Imagine se você, médico, deixar o conforto de sua sala com ar condicionado, sua clínica bem equipada e seus pacientes para chegar até lugares distantes, assolados por guerras, epidemias, catástrofes naturais, sem nenhuma infraestrutura, nas piores condições de trabalho e de vida, movido apenas pelo comprometimento de ajudar a quem mais precisa... Em poucas linhas, é assim que podemos descrever a organização Médicos Sem Fronteiras, organização criada na década de 70, na França, por médicos e jornalistas voluntários decididos a levar socorro aos mais necessitados. Sem ajuda de governo, a organização é independente e sobrevive, em grande parte, por meio de contribuições da iniciativa privada. Hoje são cerca de 22 mil profissionais das mais diversas áreas espalhados por 65 países, levando alimentação e nutrição, noções de higiene, vacinas e cuidados médicos para a sobrevivência de milhares e milhares de pessoas, independente de raça, cor ou religião. São pessoas que enfrentam grandes desafios diariamente, como a fome, a miséria, conflitos armados e violência para levar amor e olhar por quem foi esquecido e lançado à própria sorte. A Médicos Sem Fronteiras fundamenta o seu trabalho em princípios humanitários, prezando pela imparcialidade e pela ética médica. E neste mês, a Revista Total Saúde comemora mais um aniversário! São 5 anos levando informação, divulgando bem-estar e propagando saúde... Estamos felizes por termos conseguido chegar até aqui. Nesses 5 anos, por nenhum minuto nós desistimos de fazer uma revista melhor, mais dinâmica e mais completa. A cada edição toda a equipe dá o seu melhor: pesquisa, melhora e aprende. Assim como na nossa primeira edição, nós nos alegramos a cada mês! E nossa melhor resposta é ver vocês, nossos leitores, satisfeitos e bem informados. Sentimos que estamos cumprindo o nosso compromisso de levar até cada um de vocês o conceito de Total Saúde! Equipe
Revista Total Saúde
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abril, 2012
Você Sabia? Campanha do governo federal estimula jovem a fazer teste de AIDS
SUS volta a distribuir camisinhas femininas em 2012
A campanha de combate à AIDS, promovida pelo Ministério da Saúde e iniciada antes do carnaval, entra agora na sua segunda fase. O objetivo é convencer pessoas que tiveram relações sem proteção nos dias da festa a procurar uma unidade de saúde e fazer o teste de AIDS. Conforme dados do Ministério da Saúde de 2010, estima-se que ao menos 250 mil brasileiros não saibam que estão infectados pelo vírus HIV. Neste ano, o governo federal pretende fazer cerca de 3,4 milhões de exames rápidos antiaids, que mostram o resultado em 15 minutos. A campanha tem como público-alvo o jovem homossexual de 15 a 24 anos; dados do Ministério indicam que o número de casos da doença entre esse público cresceu em 10%. Em 2010, para cada 16 homossexuais com a doença existiam dez heterossexuais. Em 1998, a relação era de 12 para dez. Quem quiser assistir ao filme da campanha pode acessar a página do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério, disponível no site http://www.aids.gov.br/.
Serão 20 milhões de camisinhas femininas distribuídas este ano, segundo informações do governo federal. Foram 3 milhões em 2008, 2 milhões em 2009, somente 379 mil em 2010 e em 2011 não houve distribuição. O governo alegou dificuldades em negociar o preço da camisinha, pois há apenas um representante do fabricante do produto no Brasil. Sete reais era o preço unitário da camisinha feminina, contra sessenta centavos da masculina. Resolvido esse impasse, estarão disponíveis 20 milhões de camisinhas femininas, de maio até o final do ano. Os grupos mais focados para a distribuição serão mulheres mais vulneráveis, como profissionais do sexo, ou as que sofrem situações de violência doméstica e/ou sexual, além das que convivem com parceiros soropositivos e usuários de drogas. Também serão assistidas as mulheres de baixa renda com DST que tenham dificuldade em negociar o uso de preservativos com o parceiro. Segundo pesquisas, 9 entre 10 mulheres no Brasil já conhecem ou ouviram falar da camisinha feminina. 10|TotalSaúde
abril, 2012
Comportamento | Fazenda Esperança Fernanda Monteiro
Dar pode ser
Lourdes é professora aposentada, tem 51 anos, três filhos, mas perdeu a guarda da caçula, de 5 anos, bebendo “socialmente”. Prática esta que a levou ao abuso, assim como Arlene, de 61 anos e dois filhos. Além de usarem a bebida como refúgio, essas duas mulheres também têm em comum a esperança. Ou melhor: a Fazenda Esperança, que já devolveu a vida para mais de 15 mil pessoas em 29 anos de trabalho no Brasil. No País, são 56 fazendas autossustentáveis em 21 Estados, e o tratamento do dependente químico, seja ele homem ou mulher, é baseado na convivência, no trabalho e na espiritualidade. Para termos uma ideia do resultado positivo desse tripé, 80% das pessoas que procuraram esses espaços se recuperaram e agora lutam para salvar outras pessoas, tornando-se porta-vozes da esperança, como eles gostam de dizer. Um dos grandes centros dessa verdadeira transformação pessoal é em Guaratinguetá, onde tudo começou. Lá esteve, em maio de 2007, o Papa Bento XVI, tamanho o apreço pela obra. “Em 12|TotalSaúde
certo momento da vida, Jesus vem e toca, com suaves batidas, no fundo dos corações bem dispostos”, disse, no encontro que reuniu ainda representantes das 24 fazendas existentes no exterior. O tratamento inclui assistência médica, psicológica e pedagógica, trabalho manual, disciplina e muita oração. A obra, fundada por Frei Hans Stapel, tem como alicerce o carisma de São Francisco e a espiritualidade dos Focolares, movimento religioso de inspiração cristã. Aqui em Mato Grosso do Sul existe uma Esperança em Rio Brilhante e outra em Campo Grande. Na Capital, o lugar, que completou um ano, é exclusivamente para mulheres, e quando a Total Saúde chegou ao local - extremamente belo, limpo e organizado -, foi acolhida por quatro recuperandas, três voluntárias e duas coordenadoras que cantavam, acompanhadas pelo violão, “é tão linda a vida, como a vida é bela”. Uma recepção entusiástica. Todas apresentaram, espontaneamente, suas histórias e o sentido da união, tão propagado por Frei Hans. Além das recuperandas que abrem essa história, Clotilde já esteve em missão na Argentina, e confidenciou que participando da obra voluntariamente se restaura da ignorância. Juntas elas produzem bolsas, acessórios, camisetas, agendas, toalhas bordadas, calçados, anjos da guarda, terços, pão e biscoitos para autossusabril, 2012
Fazenda Esperença | Comportamento
r esperança sua responsabilidade social tentação das mulheres em tratamento, bem como para manter as instalações, cada vez melhores, e a cabeça no melhor lugar. Antes, a Fazenda em Campo Grande servia à criação de gado, e hoje oferece uma oportunidade de retorno à vida. Possui capacidade para atender a 15 mulheres, e para contribuir com o tratamento a família assume uma cesta, com produtos produzidos no local, no valor de um salário mínimo. Também existem algumas vagas sociais que podem ser requisitadas por meio de assistentes sociais ou psicólogos. As interessadas no tratamento devem escrever uma carta, de próprio punho, e entregar na arquidiocese de Campo Grande. Depois é feita uma série de exames e, já na casa, começa um processo de reflexão e adaptação. “Como é tudo aberto, fica quem quer”, garante a coordenadora Adriana. De volta ao começo: Lourdes achou que ficaria no máximo três meses. Mas, com o lado espiritual fortalecido, garante que fica até o fim do tratamento, dia 24 de julho, quando completa um ano de Fazenda Esperança. “Quero criar meus filhos. Não quero mais aquela vida”, partilha essa nova mulher. E a ponta-grossense Arlene já passou pelo tratamento de 2000 a 2001, mas no ano passado o marido morreu e ela caiu em depressão. Perdeu 15 quilos e teve vontade de voltar a beber. Como tinha coabril, 2012
nhecido a terapia ADI também por meio da Fazenda, percebe-se de forma mais clara, e já não quer mais nenhuma gota. Agora se juntou ao grupo de voluntárias da obra. Histórias de superação que só mantêm o final feliz porque existem parceiros, como a academia Biofit, por exemplo, que adotou o projeto como sua responsabilidade social. Outra boa notícia é que você também pode ser um empresário da Esperança, depositando sua criatividade e seu talento. Além de aulas de boxe da Biofit e da assessoria de uma agrônoma na horta da Fazenda, existem coisas simples, porém transformadoras, que podemos fazer para manter a obra fortalecida. Agende uma visita com a Adriana pelo telefone (67) 9600-4824. As necessidades mais urgentes agora são, por exemplo, a aquisição de um modem para acessar a internet, uma máquina de cortar grama e um carro. A construção de uma quadra de esportes e outra casa passa pelos sonhos realizáveis de ampliação. Totalmente essenciais, já que mais de mil jovens procuram pelo tratamento todos os meses. Para quem tem preferência pela colaboração anônima, as contas em nome da OSNSG Fazenda Esperança são: Banco Bradesco (Agência n.º 2202, Conta Corrente n.º 138-4) e Banco Sicredi (Agência n.º 9027, Conta Corrente n.º 14336-7). TotalSaúde|13
15 anos - Uma hist贸ria feita de muitas outras. 16|TotalSa煤de
abril, 2012
Mitos e verdades sobre a oftalmologia | Medicina Dr. Roberto Paione Gasparini
Mitos e verdades sobre a oftalmologia O trabalho na área da saúde envolve os conceitos da medicina tradicional, cientificamente comprovados, e o conhecimento popular, que é extraordinariamente extenso e, digamos, curioso. Lidamos em nosso dia a dia, na atividade oftalmológica, com muitos conceitos verdadeiros e outros errôneos. Vamos relacionar alguns e esclarecer o que é verdade ou mito. Iniciando pelas crianças, que logo ao nascer já enfrentam situações inusitadas: “Meu filho recebeu um golpe de vento e ficou estrábico.”: Mito! O vento não causa estrabismo em ninguém, o estrabismo ocorre devido a alterações na graduação (refração), ou alterações neurológicas ou musculares. “Meu filho está com conjuntivite, vou pingar o leite do peito.”: Mito! O leite materno é um ótimo alimento, mas não é tratamento para doenças oculares, não é estéril e pode piorar quadros infecciosos. “Estou com conjuntivite, vou usar água boricada.”: Verdade (em parte)!
“Não tire seus óculos, ou o seu grau vai aumentar.”: Mito! As variações relacionadas à graduação não têm relação com o uso dos óculos, por exemplo: o míope, principalmente na adolescência, passa por muitas variações de grau devido ao crescimento dos olhos, e após os quarenta anos a perda da visão para perto apresenta relação com mudanças na musculatura intraocular e no cristalino. Os óculos servem muito bem para auxiliar a boa visão, e só. “Não leia no ônibus, ou sua retina vai descolar.”: Mito! O descolamento de retina ocorre por traumas direto nos olhos ou na face, bem como pelo diabetes ou esportes radicais (como bungee jump), por exemplo. A leitura dentro de veículos em movimento não é prejudicial, exceto a pessoas que sentem enjoo ou náuseas nessa situação, mas não tem nada a ver com os olhos. “Não olhe para a luz da solda, ou vai queimar o olho.”: Verdade!
Se utilizada por adultos e fora dos olhos, alivia sintomas como o inchaço, pruridos e vermelhidão, porém não deve ser utilizada dentro dos olhos, e ainda deve ser evitada por crianças e idosos, pois o ácido bórico existente na composição pode causar reação alérgica.
A solda é uma fonte de emissão de radiação ultravioleta. Em nosso meio, é muito comum soldar sem proteção e, ao final do dia, sentir uma terrível dor, que chega a levar a pessoa ao pronto-socorro. Soldar, só com proteção, e não usar colírio anestésico!
“Comer cenoura faz bem para os olhos.”: Verdade (em parte)!
“Exercícios para os olhos reduzem a graduação.”: Mito!
Todos os vegetais com coloração alaranjada e amarelada possuem luteína e zeaxantina, nutrientes fundamentais para a área central da visão. Porém, as concentrações desses nutrientes são muito baixas nos vegetais, sendo necessário ingerir muitos deles para atingir as condições da suplementação.
Foi veiculado, há alguns anos, um manual de exercícios para os olhos afirmando que movimentos circulares, dentre outros os idealizadores, prometiam uma visão melhor. Ainda era vendido um manual desses exercícios: pura enganação! Não há a menor evidência científica.
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Para quem apresenta a degeneração macular relacionada à idade (DMRI), a suplementação com vitaminas é fundamental, mas a ingestão de maiores quantidades de legumes, frutas e grãos também é muito bem-vinda para a prevenção da DMRI e outras doenças em outros órgãos.
Dr. Roberto Paione Gasparini CRM/MS 4315 Graduado em Medicina pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), antiga Escola Paulista de Medicina. realizou Residência na UNIFESP. Atuou três anos no serviço de retina com o Dr. Jorge Miltre, ex-presidente da Sociedade Brasileira de Retina e Vítreo.
TotalSaúde|17
Estética | Estrias Dra. Thaís Sakuma
Estrias
É possível tratá-las?
As estrias aparecem quando ocorre a distensão exagerada da pele, levando ao rompimento das fibras de colágeno e elastina. É comum o seu surgimento durante a puberdade, em decorrência do crescimento acelerado nessa fase da vida - com ganho de peso e alterações hormonais, e também na gravidez. As estrias podem atingir ambos os sexos, sendo mais frequente em mulheres. Durante a puberdade, as estrias surgem nos seios, coxas e nádegas das meninas, enquanto nos meninos elas costumam aparecer nos ombros e nas costas. Nas grávidas é comum que apareçam no abdome, principalmente durante o terceiro trimestre da gravidez. Inicialmente as lesões são avermelhadas ou róseas, evoluindo, mais tarde, para uma tonalidade esbranquiçada. A pele na área afetada torna-se atrófica (fina) e apresenta consistência frouxa. É cada vez mais comum a procura por um tratamento para estrias, cujo objetivo é melhorar o aspecto estético da área afetada por meio da estimulação da for18|TotalSaúde
mação de colágeno nas lesões. Para isso, várias técnicas podem ser empregadas, dentre elas: peelings, subcisão, dermoabrasão, alguns tipos de ácidos e o laser. O Starlux 1540®, da empresa americana Palomar, é o primeiro laser fracionado aprovado pelo FDA Americano para o tratamento de estrias. A ponteira do aparelho libera o laser (que é uma luz) com alta precisão, de forma que os feixes de luz cheguem até a derme (camada mais profunda da pele), estimulando a produção de colágeno, a elastina. A epiderme (camada mais superficial da pele) é poupada com essa ponteira, por isso não há formação de crostas e o paciente pode retornar às suas atividades no mesmo dia. Logo após o procedimento, a área tratada apresenta vermelhidão e um leve edema (inchaço), que desaparecem em poucos dias. Recomenda-se de 3 a 5 sessões, sendo que estudos demonstram uma melhora de até 30% na aparência das lesões já na primeira sessão, sendo possível atenuar as estrias em até 80%.
Dra. Thaís Sakuma CRM/MS 5868 Graduada em Medicina pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul - UFMS. Residência Médica em Dermatologia pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro – UNIRIO. Membro Titular da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). Pesquisadora Associada da Universidade da Califórnia, São Francisco, EUA.
abril, 2012
Medicina | Cirurgias corneanas Dra. Camila Yamasato
Inovações nas cirurgias
corneanas A expectativa é que, num futuro próximo, uma mesma córnea doadora possa ser oferecida para dois receptores diferentes, um com doença na camada anterior, e o outro na posterior.
Dra. Camila Yamasato CRM/MS 4889
A córnea é uma estrutura transparente que se localiza na parte mais anterior dos olhos e funciona como uma lente de 40 dioptrias, convergindo os raios de luz para a retina. Devido a doenças ou lesões, a córnea pode se tornar opaca ou irregular, prejudicando o foco e a passagem da luz. Essas alterações podem ser corrigidas através do uso de óculos, lentes de contato ou cirurgias. O transplante de córnea, realizado desde 1905, é o mais usado no mundo, com alta taxa de sucesso devido à baixa incidência de rejeição. O transplante penetrante consiste em trocar toda a espessura corneana. Recentemente, as técnicas de transplante lamelar, anterior e posterior, foram desenvolvidas para minimizar o risco de complicações e diminuir o tempo de reabilitação visual. A expectativa é que, num futuro próximo, uma mesma córnea doadora possa ser oferecida para dois receptores diferentes, um com doença na camada anterior, e o outro na posterior. Mais segurança e precisão no transplante de córnea foram conquistadas por meio do uso do laser de fentosegundo. Inovação esta que realiza o corte do tecido através da liberação de CO2 em locais programados em poucos segundos.
Graduação em Medicina pela UFMS. Residência em Oftalmologia pela Santa Casa de Campo Grande. Fellow em Córnea e Doenças Externas e Cirurgia Refrativa pela UNIFESP e Hospital Oftalmológico de Sorocaba. Membro da Academia Americana de Oftalmologia.
Transplante de córnea a laser 20|TotalSaúde
O novo procedimento é também utilizado em cirurgias refrativas (que diminuem os graus de miopia, astigmatismo e hipermetropia) e para confecção de túneis na córnea para o implante de anel instraestromal (tratamento de ectasias e astigmatismos corneanos).
Ceratoprotese, conhecido por córnea artificial, já é uma realidade para casos de alta complexidade.
Crosslinking Liberado pela ANVISA no Brasil há pouco mais de 1 ano, o CXL é realizado para a estabilização do ceratocone. O tratamento consiste em aumentar o número de ligações covalentes entre as fibras de colágeno da córnea doente, criando uma estrutura mais rígida e mantendo boa visão. Felizmente, hoje, o cirurgião de córnea dispõe de todo este arsenal terapêutico. Consequência disso é que casos de alta complexidade já podem ser conduzidos com sucesso e segurança. E, para finalizar, vale ressaltar que o mais importante é o diagnóstico precoce, daí a importância de exames oftalmológicos periódicos. abril, 2012
Bem-estar | Viva o seu melhor Dra. Joanna Beatriz Curado Elias
Viva o seu melhor Boas práticas para transformar a sua rotina O mundo vive hoje uma onda de obesidade e sedentarismo. Os maus hábitos alimentares e a falta de atividades físicas, aliados ao ócio, impulsionam o aumento das doenças cardíacas. O cenário se reflete em altos índices de pessoas que dependem de remédios controlados para regular a sua saúde e tentar levar uma vida perto do normal. No Brasil, o sedentarismo é um problema social. Pesquisas realizadas pela Sociedade Brasileira de Cardiologia apontam que o sedentarismo afetará cerca de 70% da população brasileira, índice maior que o da obesidade, da hipertensão, do tabagismo, do diabetes e do colesterol alto. O estilo de vida atual é responsável por 54% do risco de morte por infarto e por 50% do risco de morte por derrame cerebral, as principais causas de morte em nosso País. É necessário que as pessoas adotem uma nova postura: vivam o seu melhor. Uma mudança real de comportamento, na eterna busca pelo bem-estar. Quem fica parado tende a perder oportunidades e ficar para trás. Por isso, todos os que querem conquistar uma vida plena e saudável precisam se mexer! O primeiro passo é sempre o mais difícil... E nesse momento é que entra em vigor o impulso de fatores externos. 22|TotalSaúde
Campo Grande precisa se movimentar, viver o seu melhor, com saúde, felicidade, transpiração e inspiração. Estimule os seus amigos e familiares a buscar mais, faça a sua parte: acrescente todos os dias doses cavalares de alegria e disposição à sua rotina!
Benefícios da atividade física Perda de peso e da porcentagem de gordura corporal, redução da pressão arterial em repouso, melhora do diabetes, diminuição do colesterol total e aumento do HDL colesterol (o “colesterol bom”): todos esses benefícios auxiliam a prevenção e o controle de doenças. No campo da saúde mental, a prática de exercícios ajuda na regulação das substâncias relacionadas ao sistema nervoso, melhora o fluxo de sangue para o cérebro e aumenta a capacidade de lidar com problemas e com o estresse, além de auxiliar na manutenção da abstinência de drogas e na recuperação da autoestima. Também contribui com a redução da ansiedade e do estresse, ajudando até mesmo no tratamento da depressão. Faça parte dessa corrente positiva, viva o seu melhor e pratique uma vida mais saudável!
Dra. Joanna Beatriz Curado Elias CRM/MS 6300 Diretora administrativa do Hospital Proncor. Especialista em Cardiologia pela Sociedade Brasileira de Cardiologia. Ecocardiografista pelo Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.
abril, 2012
Medicina | ANVISA Natalia Razuk
ANVISA
proíbe a comercialização
de cigarros com sabor Mais uma atitude no cerco aos fumantes A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) determinou, em votação unânime, vetar o uso de aditivos saborosos, como o mentol e o cravo, por exemplo, nos cigarros comercializados no Brasil. A medida também impede a importação desses produtos, mas não proíbe a produção destinada à exportação. Médicos e entidades antitabagistas vêm alertando, há algum tempo, sobre o uso de aditivos como chocolate, baunilha, menta e morango nos cigarros. Segundo os especialistas, esses sabores são convidativos e atraem novos fumantes, em sua maioria jovens, e muitas vezes até crianças. Essa nova medida impede o uso de substâncias que alterem o sabor ou o cheiro de produtos à base de fumo. O prazo para o fim de sua produção é de 18 meses para retirar do mercado nacional todos os cigarros com sabor, e de 24 meses para os demais derivados do tabaco, como fumos para cachimbos, charutos e cigarrilhas.
Jovens e crianças Segundo técnicos da ANVISA, os aditivos não aumentam o mal que o cigarro causa, mas são usados para atrair os iniciantes ao tabagismo, e no caso dos jovens esse fator é muito relevante, pois o sabor torna o produto mais agradável e diminui a irritabilidade que a fumaça causa. A maioria dos adolescentes, ao 24|TotalSaúde
comprar a primeira carteira de cigarros, opta pelos com sabores, em uma atitude típica de quem não tem consciência do produto que está consumindo. Especialistas da ANVISA concluem que a permissão dos aditivos facilita a entrada dos jovens, e até mesmo das crianças, ao meio do tabagismo, e que qualquer produto que estimule esse hábito deve ser banido. Segundo a Universidade de São Paulo (USP), cerca de uma a cada 100 crianças entre 7 e 10 anos está tendo experiência com o tabaco.
Açúcar Essa nova postura, entretanto, ainda não proíbe o uso de açúcar no tabaco, principalmente para repor a substância que é perdida no processo de secagem, mas obriga os fabricantes a informarem o quanto de açúcar foi perdido no processo de cura e quanto foi reposto. A resolução também garante a permanência de um grupo de outras sete substâncias que não alteram o sabor ou o cheiro do tabaco, mas são usadas durante o processo de produção. Dentre elas estão os adesivos, glicerol e agentes aglutinantes.
Expressões dúbias Expressões que possam causar qualquer dualidade também serão banidas das embalagens. Ultrabaixo teor, baixo teor, suave, light, soft, leve, entre outros abril, 2012
ANVISA | Medicina
serão os termos proibidos de constarem nas embalagens, pois induzem o consumidor a uma leitura equivocada dos reais teores contidos no produto.
Indústria da morte Em três anos, o consumo das marcas de cigarros com sabor cadastradas na ANVISA aumentou de 21 para 40. A indústria de fumo pressionou o governo de todas as formas para tentar evitar a aprovação dessa medida, pois os cigarros com sabor estavam em franca expansão, com a proliferação de marcas e sabores disponíveis no mercado, tomando conta de uma boa parcela desse rico vilão da indústria tabagista. Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), só no Brasil o cigarro mata em torno de 200 mil pessoas todos os anos. Fumantes adoecem com o dobro de frequência quando comparados a não fumantes, e têm também uma qualidade muito inferior de fôlego e resistência, o que prejudica aqueles que querem praticar alguma atividade física, isso sem falar na pele e dentes, e claro, perdem também quando o quesito é desempenho sexual.
Cerco aos fumantes A lei antifumo proibiu o cigarro em locais fechados, abertos (protegidos por toldos) e baniu os famosos “fumódromos” de empresas e repartições. A abril, 2012
única exceção ocorre em alguns cultos religiosos onde fumar faz parte do ritual, mas mesmo assim é preciso que sejam “adotadas condições de isolamento, ventilação ou exaustão do ar que impeçam a contaminação de ambientes protegidos por esta lei.” (Artigo 6o - parágrafo único). Essa lei é um êxito para a saúde pública em relação aos malefícios provocados pelo cigarro e àqueles famosos males causados aos fumantes passivos. Os números são assustadores, e de acordo com um estudo realizado pelo Inca, junto ao IFRJ (Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal do Rio de Janeiro), todos os dias pelo menos sete não fumantes morrem em consequência de enfermidades causadas pela exposição ao cigarro alheio. Depois de quase três anos em vigência, a Lei Antifumo conseguiu reduzir em quase 73% a concentração do monóxido de carbono, substância nociva produzida pelo cigarro nesses locais. Hoje já é normal ouvir dos próprios frequentadores de bares, restaurantes e casas noturnas o alerta que poderia vir de um fiscal da Vigilância Sanitária: “É proibido fumar aqui dentro!”. O cerco se fecha, e os fumantes se sentem a cada dia mais sem espaço para soltar a sua fumaça. Governo, médicos e até a iniciativa privada lutam pela diminuição do número de fumantes. E você, já pensou seriamente em parar de fumar? Essa é a hora! TotalSaúde|25
Especial do Mês | Médicos Sem Fronteiras Assessoria MSF
Médicos
Sem Fronteiras
A MSF leva ajuda médica profissional àqueles que mais necessitam, independentemente de raça, credo, gênero ou convicções políticas. A possibilidade de aliviar o sofrimento de indivíduos por meio da ação médica é o que determina e norteia as atividades da Médicos Sem Fronteiras.
26|TotalSaúde
Médicos Sem Fronteiras (MSF) é uma organização humanitária internacional que leva ajuda médica de emergência a vítimas de conflitos armados, epidemias, desastres naturais e de exclusão ao acesso à saúde. Criada em 1971 por médicos e jornalistas, a organização também tem o compromisso de denunciar o sofrimento das pessoas a quem atende e os obstáculos encontrados pelas mesmas, na tentativa de oferecer ajuda. Em 1999, a MSF recebeu o prêmio Nobel da Paz. Em situações de conflito armado, as equipes da MSF levam assistência médica, de forma neutra e imparcial, às pessoas mais vulneráveis, independentemente de qual lado do embate estejam. Nas emergências causadas por desastres naturais, quando as estruturas de saúde são atingidas ou ficam sobrecarregadas, os profissionais da MSF também são rapidamente acionados e enviados ao local da catástrofe. A MSF ainda oferece cuidados médicos às pessoas excluídas do acesso à saúde e atua junto a comunidades afetadas por epidemias ou desnutrição. Em alguns casos, ao presenciar atos de violência ou negligência que afetam a saúde e colocam em risco a vida das pessoas, a MSF faz um alerta público e se posiciona com base em dados médicos e na experiência de seus profissionais. A organização Médicos Sem Fronteiras possui hoje escritórios em 22 países, inclusive no Brasil, e projetos de ajuda médica em mais de 65 países. Para realizar esse trabalho a MSF conta com
mais de 30 mil profissionais de todo o mundo, que atuam nas mais diversas áreas, como médica, logística, administrativa, finanças e comunicação, por exemplo. Nossas ações são sempre regidas pela ética médica e pelos princípios de independência, neutralidade e imparcialidade.
Independência A MSF consegue operar de forma independente e alertar o público para a negligência e a violência por trás de crises humanitárias, pois não depende financeiramente de governos ou outros poderes políticos. As doações feitas pelo público são fundamentais para manter essa independência, e permitem que a organização atue com rapidez nas emergências, muitas vezes em países ou regiões que recebem pouca ou nenhuma assistência. A decisão da MSF sobre onde e como intervir é baseada exclusivamente em uma avaliação independente das necessidades de saúde de indivíduos ou grupos. Essa decisão não é influenciada por interesses políticos, econômicos ou religiosos: a MSF vai aonde as necessidades são maiores.
Neutralidade Em situações de conflito, a MSF não toma partido. Essa neutralidade é crucial para as equipes conseguirem chegar a qualquer pessoa afetada, não importando em qual lado ela está. A MSF demanda às partes envolvidas em um conflito o espaabril, 2012
Médicos Sem Fronteiras | Especial do Mês
ço para exercer suas atividades de emergência e o livre acesso aos pacientes. A neutralidade da MSF é garantida pela sua total independência financeira de governos ou partes envolvidas em um conflito.
Imparcialidade A MSF leva ajuda médica profissional àqueles que mais necessitam, independentemente de raça, credo, gênero ou convicções políticas. A possibilidade de aliviar o sofrimento de indivíduos por meio da ação médica é o que determina e norteia as atividades da Médicos Sem Fronteiras.
Seja um doador São doações de pessoas como você que nos permitem salvar milhares de vidas diariamente! É graças a sua fi-
delidade e generosidade que podemos responder prontamente a emergências como conflitos, fome, epidemias e catástrofes naturais. Com uma doação mensal com o valor a sua escolha, você se torna um Doador Sem Fronteiras e contribui para o tratamentode milhões de pessoas em condições de sofrimento e desespero. Em 2009, graças à contribuição de nossos doadores, pudemos atender mais de 7.000.000 de pacientes. É muito simples se tornar um Doador Sem Fronteiras: você se cadastra através de nosso site ou pelo telefone (21) 2215-8688, e escolhe a forma de contribuição mais conveniente. Como Doador Sem Fronteiras, você receberá periodicamente materiais com informações sobre nossos projetos e os benefícios gerados pela sua ajuda.
A decisão da MSF sobre onde e como intervir é baseada exclusivamente em uma avaliação independente das necessidades de saúde de indivíduos ou grupos.
Foto Brendan Bannon
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TotalSaúde|27
Especial do Mês | Médicos Sem Fronteiras
Dr. Rafael Sacramento
Direto de Moçambique Rafael Sacramento Lichinga é a capital da província do Niassa, ao norte de Moçambique. Embora apresente as menores taxas de HIV do país, questões culturais e políticas dificultaram, no passado, o acesso a tratamento de qualidade nessa região. Meu trabalho como médico especialista em doenças infecciosas em Lichinga é voltado para o combate ao HIV/ Aids. A MSF foi um dos pioneiros no tratamento por aqui. Eu fui recrutado para atuar na descentralização dos pacientes. Esse processo consiste em transferir os soropositivos e sem complicações dos hospitais centrais para as unidades periféricas de saúde. Também assumi a responsabilidade pelos casos mais complicados de pacientes que vivem com HIV nesses hospitais. A MSF promove treinamentos, cursos e, principalmente, trabalha em conjunto com a população local. Essas são as nossas principais ferramentas para atender os pacientes e discutir os casos ombro a ombro, comemorando os sucessos e tentando corrigir os erros. Um dos principais problemas enfrentados na prática diária é a demora dos pacientes na busca por ajuda médica. Alguns não confiam na “medicina ocidental” e recorrem frequentemente à 28|TotalSaúde
“medicina tradicional” praticada por curandeiros. Muitos curandeiros são responsáveis e honestos, reconhecendo o seu campo e suas limitações; porém, outros visam ao lucro inconsequente e afastam os pacientes dos hospitais. Geralmente, os pacientes chegam até nós em estágio avançado da doença, dificultando e retardando a recuperação, o que muitas vezes acaba levando à morte. Mesmo com todas as suas implicações, a cultura e a religiosidade são conceitos muito mais tradicionais que a medicina ocidental e a descoberta de vírus e bactérias. Portanto, a MSF percebeu que é fundamental manter o respeito e a consideração por toda a crença que os pacientes trazem consigo. O melhor caminho entre o tradicional e o novo é o equilíbrio e respeito mútuos, sempre promovendo o diálogo e a cooperação em nome da saúde e bem-estar dos nossos pacientes. A experiência conquistada pela MSF ao longo de 10 anos atuando nesse contexto mostra que aliar as práticas tradicionais ao tratamento moderno proporciona ao paciente um suporte clínico e emocional melhor, levando-o a caminhar cada vez mais em direção ao objetivo maior, que é o sucesso no tratamento.
Foto: João Correa
Muitos curandeiros são responsáveis e honestos, reconhecendo o seu campo e suas limitações; porém, outros visam ao lucro inconsequente e afastam os pacientes dos hospitais.
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Médicos Sem Fronteiras | Especial do Mês Dra. Lucia Aleixo
Direto do Paquistão Lucia Aleixo, médica anestesiologista Esta é a minha segunda missão em Dargai. As pessoas, muitas vezes, não entendem minha opção por trabalhar no Paquistão, temendo pela minha segurança. Entretanto, o que vivencio aqui é muito diferente das imagens que são transmitidas para fora do país. Acredito que seja exatamente em lugares como esse, para onde poucos estão dispostos a ir, que existe uma necessidade maior de assistência e onde podemos fazer, de verdade, a diferença na vida das pessoas. A organização Médicos Sem Fronteiras iniciou o apoio ao hospital de Dargai, no distrito de Malakand, noroeste do país, em dezembro de 2007, com foco em emergências, cuidado dedicado a pacientes internados, obstetrícia e neonatologia, além de cirurgia geral e obstétrica, sendo também responsável pelo setor de esterilização e pelo laboratório. Dargai tem aproximadamente 40 mil habitantes, e está localizada a 2,5 horas de Islamabad. Quando a MSF iniciou suas atividades aqui esse era o único hospital público existente e havia falta de recursos humanos, medicamentos e equipamentos, apontando a grande necessidade de apoio à região. Ao final de 2011 foi inaugurado um novo hospital, pelo Ministério da Saúde, em Dargai. Diante desse fato, a MSF planeja interromper totalmente suas atividades em setembro de 2012; desde o início do ano as únicas atividades cirúrgicas mantidas são a obstetrícia e a ginecológica. A população local é quase exclusivamente de etnia pashtun, sendo composta abril, 2012
principalmente por muçulmanos sunitas. Os costumes locais devem ser respeitados a todo o momento, apesar de muitas vezes serem vistos por nós, ocidentais, como conservadores. O respeito é fundamental para a boa aceitação da organização, e essa é uma das razões pelas quais a MSF é bem-vinda à região. Existem também regras a serem seguidas, como a forma de se vestir e os limites nas relações entre homens e mulheres. Como as pessoas do local, nós, os expatriados, também nos vestimos com o traje típico shalwar kameez, e as mulheres cobrem o rosto com um lenço, deixando apenas os olhos à mostra. Pessoas de sexos diferentes não compartilham sozinhas o mesmo ambiente a portas fechadas, e nem se sentam lado a lado nos carros, chegando a utilizar-se carros separados para homens e mulheres. Os movimentos são limitados entre casa, hospital e escritório. Não podemos ir a outros locais, como visitar colegas ou fazer compras. A cada quatro semanas nós passamos um final de semana prolongado em Islamabad, onde existe maior liberdade de locomoção e na maneira de se vestir. As diferenças culturais deixam de ser um desafio diante da gentileza da população e dos colegas paquistaneses, do prazer de poder trabalhar aqui e da oportunidade de conhecer e entender melhor a cultura local. E não há nada mais recompensador que o olhar de agradecimento ou o forte aperto de mão de uma paciente submetida à cesariana e que ouve o seu filho chorando, fato que provavelmente não aconteceria se não estivéssemos aqui.
Os costumes locais devem ser respeitados a todo o momento, apesar de muitas vezes serem vistos por nós, ocidentais, como conservadores. O respeito é fundamental para a boa aceitação da organização.
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Especial do Mês | Médicos Sem Fronteiras
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Médicos Sem Fronteiras | Especial do Mês
Foto P.K. Lee/MSF - Projeto de MSF no Paquistão
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Especial do Mês | Médicos Sem Fronteiras Dra. Luana Fagundes Lima
Direto de
Dadaab... Após a alta, a criança continua inserida no sistema de saúde. Ela é acompanhada em ganho ponderal, ganho de peso e recebe suporte nutricional em um dos seis postos da MSF. Nesses postos as mães pegam o Pumply Nut diariamente, até que a criança atinja uma faixa de peso normal.
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A pediatra Luana Fagundes Lima trabalhou três meses no atendimento a crianças desnutridas no maior campo de refugiados do mundo, em Dadaab, no Quênia. Dadaab é o destino das pessoas que fogem da violência e da seca que atingem a Somália. Elas andam dias, e até semanas, de um país a outro. Sem comer e sem beber direito, chegam ao acampamento exaustas e com a saúde comprometida. As crianças são as que mais sofrem. Em julho, em média 37% das crianças recém-chegadas, com idade entre seis meses e cinco anos, eram diagnosticadas com desnutrição. Luana deu este depoimento em agosto, na sua última semana em Dadaab: “Terminei meu primeiro trabalho com Médicos Sem Fronteiras muito satisfeita com os resultados. No meu primeiro mês, registramos 320 admissões no Centro de Terapia Nutricional e 21 mortes. Ou seja, 7% de mortalidade. No mês seguinte, a crise piorou e o número de pacientes aumentou para 476, mas a mortalidade caiu para 1,4% (seis perdas), porque iniciamos um centro de terapia intensiva, treinamos o pessoal e adequamos o protocolo. As crianças desnutridas ficam internadas quando têm outras complicações, como pneumonia e gastrenterite. Na primeira fase do tratamento elas recebem um leite especial, um pouco menos calórico – um hidrolisado proteico, fácil de digerir. Depois de três ou quatro
dias, quando já não apresentam diarreia ou gastrenterite, passamos para o leite normal. Depois damos o Pumply Nut, um concentrado bem calórico à base de pasta de amendoim. Após a alta, a criança continua inserida no sistema de saúde. Ela é acompanhada em ganho ponderal, ganho de peso e recebe suporte nutricional em um dos seis postos da MSF. Nesses postos as mães pegam o Pumply Nut diariamente, até que a criança atinja uma faixa de peso normal. Cada criança tem que comer dois ou três Pumply Nuts por dia, dependendo do peso. Um deles ela come no posto, à nossa frente, para assegurarmos que ela comerá pelo menos a metade da necessidade calórica diária, porque é comum as mães dividirem o alimento com as outras crianças. Para evitar que isso aconteça, a família recebe alimentação suplementar (feijão, lentilha e alguns cereais). Trabalhar para a MSF foi um grande aprendizado. No Rio de Janeiro eu trabalhava em grandes hospitais. Em lugares assim, quando precisamos de um medicamento, ele está na mão em um segundo, e contamos com equipes superqualificadas. Aqui, temos que ensinar e aprender o tempo inteiro. Temos que deixar de lado a postura do médico que organiza o setor e colocar a mão na massa em tempo integral. É bem gratificante perceber como um pequeno gesto modifica todo um ambiente e se transforma em vidas salvas.” abril, 2012
Médicos Sem Fronteiras | Especial do Mês
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Especial do Mês | Médicos Sem Fronteiras
Dra. Maria Fernando Detanico
Khyber Pashtunkwa
Foto P.K.Lee/MSF
Mesmo que não seja minha primeira missão, a partida para um novo destino é sempre um desafio, principalmente quando se trata de um país tão diferente. E esse foi o meu caso com o Paquistão. Trabalho em uma missão na região de Khyber Pashtunkwa, no noroeste do país, onde a população civil vem sendo vítima do confronto entre grupos armados e o exército paquistanês e onde a MSF atua há quase três anos. Atualmente, a MSF está presente em três diferentes províncias – Malakand, Dir e Swat – e em diferentes áreas (sala de emergência, saúde materna e infantil, bloco cirúrgico e internação). No primeiro momento eu me adaptei à cultura pashtou, com sua hospitalidade e gentileza, suas mulheres cobertas, comidas apimentadas, crianças com olhos pintados de preto... Até que a estação das chuvas chegou. E com ela a pior enchente dos últimos 80 anos, causando aproximadamente 1.500 mortes e afetando milhões de pessoas, principalmente nas regiões de Khyber Pashtunkwa e Baloquistão (sul do país). Desde o início, a MSF realizou 34|TotalSaúde
missões de reconhecimento nos locais afetados, muitas vezes frustradas pelas condições do tempo e do terreno, e com isso definiu, em um primeiro momento, onde e como atuar. Assim começou a primeira fase da resposta a essa catástrofe natural. Até a metade de agosto já foi efetuada a distribuição de 9 mil kits com itens não alimentícios, além do atendimento médico a 16 mil pessoas em 14 clínicas móveis e a instalação de 52 pontos de água, totalizando um fornecimento de mais de 540 mil litros de água potável por dia. Além disso, houve também a instalação do Centro de Tratamento de Diarreia em seis diferentes distritos, e a vigilância sobre doenças relacionadas à água, como, por exemplo, o cólera. Ao mesmo tempo foi mantido o funcionamento de todos os projetos anteriores. Mas sabe-se que ainda há diversos locais isolados e que as necessidades da população são muitas, sendo prioridade a realização de novas missões de reconhecimento. Como já foi dito, essa é apenas a primeira fase do que promete ser uma grande intervenção.
Desde o início, a MSF realizou missões de reconhecimento nos locais afetados, muitas vezes frustradas pelas condições do tempo e do terreno, e com isso definiu, em um primeiro momento, onde e como atuar.
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Medicina | Anemia falciforme
Dra. Éveny Cristine Luna de Oliveira
Anemia
falciforme
Dra. Éveny Cristine Luna de Oliveira CRM/MS 3339
Graduação em Medicina pela UFMS. Residência médica em Hematologia-Hemoterapia pela UNESP-Botucatu. Mestrado em Doenças Infecciosas e Parasitárias pelo PPGDIP-UFMS. Doutoranda no Programa de Pós-graduação em Saúde e Desenvolvimento na região Centro-Oeste. Hematologista-Hemoterapeuta do NHU/FUFMS e Hemosul.
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A anemia falciforme é uma doença que apesar de ter sido reconhecida e cientificamente descrita há pouco mais de um século, surgiu há milhares de anos, devido a uma mutação genética que proporcionou a produção de hemoglobina S, uma molécula diferente da hemoglobina normal, a hemoglobina A, que propiciava aos indivíduos que a portavam certa resistência ao desenvolvimento da malária no organismo. Relatos sugerem que sua origem esteja na Ásia menor, porém, com as migrações dos povos antigos à África, a doença tornou-se predominante nas regiões subsaarianas equatoriais, por serem áreas preferenciais de malária, onde os portadores de hemoglobina S apresentavam maiores chances de sobrevivência que outros indivíduos. Por outro lado, esse benefício trouxe consigo um problema: os filhos gerados por portadores assintomáticos da hemoglobina S apresentavam a doença que hoje chamamos de anemia falciforme. Isso porque eles herdavam genes alterados tanto da mãe quanto do pai, o que os impediam de ter uma quantidade adequada de hemoglobina A em seu sangue, desenvolvendo, assim, os sintomas da doença. A principal função da hemoglobina é transportar oxigênio dos pulmões para os tecidos e gás carbônico dos tecidos para os pulmões, e para isso precisa estar livre na hemácia. As hemoglobinas S, quando liberam oxigênio aos tecidos, juntam-se umas às outras e formam grumos (processo de polimerização) que deixam a hemá-
cia deformada, com dificuldade para circular e com facilidade para ser destruída pelo organismo. A anemia falciforme é uma doença grave que afeta igualmente indivíduos de ambos os sexos. Seus sintomas se apresentam já na infância, mais comumente após os seis meses de vida. O bebê geralmente apresenta irritabilidade, choro contínuo, dificuldade para mamar, sonolência excessiva, desânimo, olhos amarelados pela icterícia, urina escura, inchaço e vermelhidão nos pés e nas mãos e, por vezes, aumento do baço e infecções. Como os sintomas e sinais são, de certa forma, pouco específicos, o diagnóstico clínico tende a ser tardio. Por isso, desde 2001 o Ministério da Saúde incluiu no Programa de Triagem Neonatal, por meio do teste do pezinho, a detecção de hemoglobina S e de outras hemoglobinopatias. O diagnóstico precoce propicia uma intervenção terapêutica mais rápida, segura e adequada, minimizando e evitando muitas complicações, e até mesmo o óbito dessas crianças. Além dos quadros dolorosos da anemia, indivíduos com anemia falciforme podem apresentar complicações como o retardo do crescimento, acidente vascular encefálico, alterações oculares, cálculos biliares, úlceras de perna, doenças renais, doenças pulmonares, osteopatias, infecções, crise de sequestro esplênico e priapismo, além de comprometimento de sua vida escolar, social e sexual, levando a sérios problemas de caráter psicológico. abril, 2012
Anemia falciforme | Medicina Há aproximadamente treze anos, iniciou-se a utilização da hidroxiureia, uma medicação que proporcionou uma nova perspectiva ao tratamento da anemia falciforme, que se baseava em transfusões sanguíneas, analgesia e tratamento das complicações. Ainda hoje esses tratamentos são importantes, e muitas vezes imprescindíveis, mas estudos revelam que o uso da hidroxiureia reduz a quantidade e o tempo das internações, além da necessidade transfusional, melhorando, portanto, a qualidade de vida dos doentes. Porém, por ser uma medicação de uso restrito e conter indicações precisas, deve ser utilizada somente com a indicação e o acompanhamento do médico hematologista. Há pouco mais de cem anos a anemia falciforme foi descoberta pelos cientistas, e ainda há muito para se conhecer sobre essa doença, para que seja possível uma assistência adequada aos pacientes. É possível também a ocorrência de hemo-
globina S associada a outras hemoglobinopatias, como, por exemplo, as talassemias e a hemoglobinopatia C, o que significa formas clínicas diferenciadas para doenças já conhecidas, e pacientes com necessidades cada vez mais variadas e multidisciplinares. No Brasil, considera-se a anemia falciforme a doença hereditária monogênica mais frequente e com maior prevalência em indivíduos descendentes de etnias africanas, o que, no entanto, não implica na inexistência do gene e da doença em indivíduos brancos. Por conta de sua frequência e prevalência no país, a partir dos anos 90 surgiram as primeiras de várias legislações que normatizam sobre o diagnóstico da doença e a assistência ao doente, o que vem propiciando maior visibilidade a esses indivíduos e suas necessidades no âmbito da saúde pública, para que haja o desenvolvimento de uma assistência integral.
A anemia falciforme é uma doença grave que afeta igualmente indivíduos de ambos os sexos. Seus sintomas se apresentam já na infância, mais comumente após os seis meses de vida.
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5 anos Total SaĂşde | Homenagem
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Homenagem | Datas comemorativas Natalia Razuk
4 de abril: Dia do Parkinsoniano Segundo a Organização Mundial da Saúde, uma em cada 100 pessoas com mais de 65 anos é portadora desse mal. O Parkinson é uma doença neurológica degenerativa, e tem como causa a deterioração progressiva das células nervosas cerebrais responsáveis por controlar os movimentos. O diagnóstico da doença é feito por exclusão, com base na história clínica do paciente e nos exames neurológicos. Não há nenhum exame específico para o diagnóstico, nem para a prevenção, portanto é preciso ficar atento, já que a descoberta precoce é uma grande arma no controle do avanço da doença. O seu progresso é lento e regular, sem mudanças bruscas e, embora não seja fatal, os seus sintomas (como tremores, rigidez muscular, lentidão dos movimentos, alterações na fala e na escrita) alteram drasticamente a vida do portador. O dia 4 de abril é o Dia do Parkinsoniano, e essa data tem como propósito alertar e informar a população sobre esse mal.
Dia Nacional do Combate e Prevenção à
Hipertensão Arterial Uma doença silenciosa: assim é a hipertensão. Os sintomas não são muito claros, fator que atrasa o diagnóstico da doença, que muitas vezes só é descoberta quando surgem problemas mais graves. Segundo a Sociedade Brasileira de Hipertensão, esse mal é responsável por quase a metade das mortes causadas por AVC e por 1/4 das que ocorrem por doença coronariana. Dados do Ministério da Saúde colocam o AVC como principal causa de morte em todas as regiões do Brasil. No dia 26 de abril comemora-se o Dia Nacional do Combate e Prevenção à Hipertensão Arterial, cuja missão é orientar a sociedade sobre a importância da prevenção e dos cuidados com a pressão alta. Um trabalho essencial que visa conscientizar a população, a fim de diminuir o número de hipertensos e as consequências desse mal. 42|TotalSaúde
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Datas comemorativas | Homenagem
Dia Mundial da Saúde O que é saúde para você? Quando você se considera saudável? Para alguns, saúde é apenas não ter nenhuma doença, mas saiba que o conceito é muito mais amplo. Segundo a OMS, saúde envolve o bem-estar físico, social e emocional, além do acesso à educação, saneamento básico e alimentação adequada. Criado em 1948 pela Organização Mundial da Saúde (OMS), o Dia Mundial da Saúde tem como objetivo principal preservar a saúde da população ao redor do mundo e alertar sobre os grandes males que podem atingi-la. É preciso que informações sobre higiene, doenças, vacinações, epidemias e campanhas sejam divulgadas, pois o conhecimento é essencial para os trabalhos de prevenção, o fim de preconceitos e orientação. O Dia Mundial da Saúde vem para nos lembrar da necessidade de atos pró-saúde e ações que realmente façam a diferença!
Semana Pan-americana de Vacinação A América do Sul - acompanhada do México, Guatemala, Honduras, Costa Rica e Bahamas - estará imunizando a população contra a tuberculose, hepatite B, paralisia infantil, difteria, tétano, coqueluche, gripe, febre amarela, sarampo, rubéola e caxumba. É a segunda Semana Pan-americana de Vacinação, que acontecerá de 26 a 30 de abril. Essa iniciativa é orquestrada pela Organização Pan-americana de Saúde (Opas), no intuito de promover maior acesso às vacinas e a cooperação entre países das Américas, protegendo-os, assim, do risco de epidemias. No Brasil as ações acontecerão nas áreas de fronteiras, onde serão aplicadas as vacinas que constam no calendário básico. É uma ótima oportunidade para atualizar o cartão de vacina, tanto as crianças quanto os adultos. As áreas prioritárias serão comunidades rurais, fronteiriças, áreas indígenas e regiões de turismo intenso. abril, 2012
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Medicina | Exame PET Scan Camila Cruz
Exame PET Scan Você já ouviu falar no exame chamado PET Scan? Trata-se do mais moderno equipamento que ajuda a localizar a presença de tumores ativos ou indícios de câncer no paciente. E não é só isso: as áreas de neurologia e cardiologia também utilizam essa nova tecnologia para diagnosticar outras sérias doenças no corpo humano. O PET Scan, também conhecido como PET/CT (Positron Emission Tomography), é um tipo de diagnóstico por imagem que permite avaliar funções importantes do corpo, tais como o fluxo do sangue, o uso do oxigênio e o metabolismo do açúcar (glicose), auxiliando os médicos na avaliação do funcionamento de órgãos e tecidos. Especialmente nos casos de câncer o aparelho está sendo crucial, já que a detecção exata de anormalidades no funcionamento do corpo tem revolucionado o tratamento contra a doença. Um dos casos mais conhecidos pelos brasileiros é o do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que descobriu no ano passado o câncer de laringe graças ao exame PET Scan, utilizado pela equipe médica para o acompanhamento regular do seu estado de saúde. Para se ter uma ideia da precisão do aparelho, a cada 100 casos examinados, 95 são diagnosticados corretamente. Os resultados ficam prontos em meia hora, e nas máquinas ainda mais novas, em apenas 15 minutos. Especialistas explicam que a aplicação desse tipo de tecnologia não só melhora o resultado final dos pacientes como também reduz custos, pois evita tratamentos errados e até desnecessários. O PET Scan permite analisar o corpo por inteiro, sem que o paciente seja submetido a maior exposição radioativa. Essa nova tecnologia diferencia tumores benignos de malignos, determina a fase 46|TotalSaúde
do câncer e monitora o resultado do tratamento. A Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear explica que a partir desse procedimento o médico é capaz de decidir com segurança e rapidez como será o tratamento, e se a opção certa é ou não a cirurgia. Em média, o custo do exame é de R$ 3,5 mil, e há quase dois anos os planos de saúde são obrigados a oferecer o acesso a essa nova tecnologia para os contratos assinados a partir de 1999. Porém, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) esclarece, por meio da Resolução Normativa 211, que os planos de saúde são obrigados a permitir o exame apenas para três tipos de câncer: o de pulmão, do intestino e linfoma. Hoje, apenas dez hospitais e laboratórios particulares em todo o Brasil têm o aparelho para realizar o exame. Já na rede pública, segundo o Ministério da Saúde, o equipamento está em fase de testes em duas instituições: no Hospital INCOR, em São Paulo, e no Instituto Nacional do Câncer José de Alencar (INCA), no Rio de Janeiro.
Fases do tratamento No caso específico do câncer, o exame PET Scan é de extrema importância do início ao fim do tratamento contra a doença, pois com o procedimento é possível: Detectar se há tumores cancerígenos. Determinar se o câncer se espalhou pelo corpo e o quanto (metástases). Avaliar a eficácia de um determinado tratamento. Diagnosticar se o câncer retornou após o tratamento.
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Medicina | Alimentação do diabético Natalia Razuk
Alimentação do diabético Como criar uma alimentação saborosa e saudável
Os índices sobre o diabetes são sempre alarmantes. Para começar, metade dos 249.234.300 milhões de portadores da doença não é diagnosticada, e dos que são, apenas ¼ se trata adequadamente. Ainda segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes, estima-se que a cada 5 segundos surja um novo caso da doença no mundo. O diabetes decorre da inaptidão do corpo em manter o nível de açúcar do sangue dentro dos padrões adequados, a chamada glicemia. Quando o portador não administra esses níveis, a glicose atinge números altos que acarretam em sérios problemas de saúde. Portanto, é de grande importância que o cidadão faça exames para verificar as taxas de açúcar no sangue. É consenso entre os especialistas que a alimentação é o fator de equilíbrio dessa doença.
Os doces são apenas um detalhe A primeira restrição que nos vem à mente é em relação aos doces. Mas espere um pouco: primeiro que só cortar os bombons, chocolates e sorvetes não 48|TotalSaúde
resolve o problema, e segundo que mantendo uma alimentação regrada o diabético pode, sim, permitir-se o luxo de um docinho uma vez ou outra. A questão é entender e usar a alimentação como aliada, pensar nela como um todo, e não em alimentos isolados. Para isso, ajudas profissionais são muito bem-vindas; um programa alimentar recomendado por um médico e nutricionista é a chave para poder comer de tudo e ainda melhorar sua saúde em geral.
Calorias, carboidratos, fibras e sucos... Alguns diabéticos ainda optam simplesmente por uma alimentação com baixas calorias e pouco carboidrato, mas especialistas alertam que a alimentação deve conter o mesmo leque de variedades que o de uma pessoa saudável, ser variada, colorida e conter todos os grupos alimentares. Isso significa que no dia a dia do diabético deve haver carboidratos - proporcionais às suas necessidades -, e a mesma regra deve ser aplicada às proteínas e até às gorduras. Uma dica bem interessante é ingerir saabril, 2012
Alimentação do diabético | Medicina
ladas antes dos pratos quentes: elas irão forrar o estômago, e isso fará com que o carboidrato seja absorvido de forma gradual, o que evitará a o aumento rápido da glicemia. Cuidado também com o excesso de sucos de frutas, pois como eles não param no estômago, acabam aumentando o nível glicêmico rapidamente. As exceções são os sucos de maracujá, limão, carambola, acerola e caju. Alimente-se de forma fracionada, ou seja, faça entre 5 e 6 refeições diárias. Evite pular refeições e passar muitas horas sem se alimentar. Dê preferência a alimentos ricos em fibras, dentre eles as verduras e legumes crus. Outro conselho importante: opte sempre por alimentos assados e grelhados, deixando as frituras bem longe do seu prato. Leia os rótulos dos produtos industrializados com muita atenção, observando sempre a presença de açúcar (sacarose, glicose). Cuidado também com alimentos e
bebidas lights e diets. Os lights apresentam redução calórica, mas podem conter açúcar. Já o diet é aquele completamente isento de alguma substância, que pode ser o glúten, o açúcar ou a gordura, por exemplo. E claro, beba bastante água! São muitos os mitos, e ainda há muita informação errada, portanto procure um médico, pois existe uma gama de alimentos que podem ser consumidos com acompanhamento nutricional, enquanto outros devem realmente ser evitados ao máximo, como a rapadura, mel/melado, caldo de cana e principalmente as bebidas alcoólicas. Com uma dieta adequada, medicação controlada e informações corretas sobre como se comportar após receber um diagnóstico positivo de diabetes, o paciente poderá viver com muito mais qualidade. Basta seguir essas pequenas regras.
Alguns diabéticos ainda optam simplesmente por uma alimentação com baixas calorias e pouco carboidrato, mas especialistas alertam que a alimentação deve conter o mesmo leque de variedades que o de uma pessoa saudável.
Medicina | Aleitamento materno
Ana Rita Chagas
Proposta incentiva aleitamento materno disponibilizando fraldários em terminais de ônibus Conciliar trabalho, família, relacionamento e tantas outras preocupações se tornou um desafio para a mulher moderna. Com o intuito de proporcionar mais uma conquista pela preservação da dignidade e dos direitos da mulher, o presidente da Câmara Municipal de Campo Grande, vereador Paulo Siufi, é autor de um Projeto de Lei que está em tramitação na Casa de Leis, o qual autoriza o poder executivo municipal a disponibilizar dependência exclusiva para amamentação e fraldário nos terminais de transportes coletivos no município de Campo Grande/MS. De acordo com o texto, a dependência para amamentação e fraldário deverá possuir as seguintes características: ser isolada e construída de forma a resguardar a privacidade de mães e filhos; ser provida de lavatório, possuir trocador de fraldas e cadeiras para amamentação, além de recipientes exclusivos para o acondicionamento dos dejetos orgânicos e fraldas usadas. A matéria também assegura que os terminais de transportes coletivos municipais terão o prazo de um ano para se adequarem às disposições contidas na Lei. “A maior participação das mulheres no mercado de trabalho e, consequentemente, maior contribuição para o rendimento da família, permitiu que elas pudessem optar pela autonomia, independência e busca 50|TotalSaúde
profissional, que conciliam com a maternidade, bem como com o cuidado com o lar”, observou Paulo Siufi. O referido Projeto de Lei segue, ainda, as orientações do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que dispõe sobre a proteção integral à criança e ao adolescente, o qual prevê, em seu artigo 4º, que é dever da família, da comunidade e da sociedade em geral, além do poder público, assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária. Segundo Paulo Siufi, a medida não irá interferir na administração e organização de órgãos públicos da capital, mas exige o cumprimento de um direito previsto na Constituição Federal e no Estatuto da Criança e do Adolescente, que também garante que a criança e o adolescente tenham o direito de proteção à vida e à saúde, mediante a efetivação de políticas sociais públicas que permitam o nascimento e o desenvolvimento sadio e harmonioso de qualquer indivíduo, com condições dignas de existência, e mais: que o poder público, as instituições e os empregadores propiciem condições adequadas ao aleitamento materno.
Dr. Paulo Siufi CRM/MS 2187 Formado em Medicina na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, especializou-se em Pediatria. Trabalha como médico ambulatorial da Secretaria de Saúde de Campo Grande/MS.
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Nutrição | Gordura abdominal
Dra. Tatiane Savarese Attilio
Comendo para eliminar a gordura abdominal Ter a musculatura forte e definida e acabar com o excesso de gordura abdominal é o objetivo da maioria das pessoas. Todos querem uma barriga sarada tipo “tanquinho”. Porém, garanto que ao conseguir ter uma barriga em harmonia com o restante do corpo já seria uma vitória para quem está comendo certo e malhando. Para queimar gordura abdominal, e isso não é novidade para ninguém, é necessário um plano alimentar adequado, além de atividade física contínua. Mas sabe de uma coisa que as mulheres já perceberam e que não é uma ilusão? Os homens têm um metabolismo que favorece a queima de gordura, o fortalecimento e o desenvolvimento da massa muscular. E tudo isso se deve, principalmente, ao hormônio testosterona. As mulheres também possuem testosterona, mas em uma quantidade que não favorece tanto assim o metabolismo, sendo assim, se você é homem e ainda tem dificuldade em eliminar a barriga, mesmo tendo a mãe natureza a seu favor, ou se você é mulher e precisa suar dobrado para queimar as gordurinhas... Vou esclarecer algumas coisas em relação aos alimentos que irá ajudar! O aumento da gordura abdominal se dá, principalmente, de duas formas: Primeira: quando ingerimos gordura animal, aquela que está presente no bacon, na picanha, nas carnes gordas em geral, na manteiga, nos queijos, nas frituras etc., e também quando consumimos álcool, presente nas bebidas. Essa gordura é depositada junto aos órgãos e é denominada gordura visceral, bastante 52|TotalSaúde
nociva à saúde cardiovascular. Segunda: é quando, ao comermos, o nível de glicose (açúcar presente no sangue) fica acima do ideal. Essa situação faz aumentar a gordura que é depositada debaixo da pele (subcutânea). Isso acontece sempre que você come uma refeição de alto índice glicêmico (quero dizer que o açúcar que está no alimento/ refeição chega rapidamente ao sangue). A boa notícia desse depósito de gordura subcutânea é que ele não é tão nocivo à saúde. O grande problema desse tipo de alimentação, além do aumento da gordura abdominal, é que ao longo do tempo, comendo de forma a fazer o pâncreas trabalhar excessivamente, pode-se criar uma resistência à insulina, ou ainda diabetes mellitus tipo 2. Sendo assim, uma alimentação adequada é essencial para você queimar gordura e favorecer a massa muscular, independente se você é do sexo masculino ou feminino. E quando digo alimentação adequada, não quero dizer alimentação restritiva, quero dizer alimentação personalizada e equilibrada de acordo com o seu metabolismo. Ou seja, comer corretamente não significa apenas evitar o que é ruim, mas escolher alimentos que contenham substâncias que irão favorecer a sua saúde. Um exemplo é o vinho tinto, rico em resveratrol, uma substância benéfica à saúde do coração. Mas cuidado! Uma taça de vinho tinto seco ao dia é indicada somente para quem não faz uso de medicamentos e sabe como apreciar o vinho sem que o álcool presente na bebida acabe aumentando a “barriguinha”.
ONDE ENCONTRAR
Rua Elvira Coelho Machado, 532 Chácara Cachoeira (67) 3349 1569 www.atitudesaude.com.br
Dra. Tatiane Savarese Attilio CRN 3/12175 Nutricionista. Especialista em Nutrição Clínica, Obesidade e Emagrecimento. Docente em cursos de extensão na área da saúde.
abril, 2012
Nutrição | Tratamento oncológico Larissa Borges Buainain
Nutrição no tratamento oncológico A nutrição é fator primordial no tratamento oncológico, pois o sucesso das prolongadas terapias anticâncer depende, em boa parte, do estado nutricional do paciente. A alimentação age todos os dias no organismo, portanto, exerce uma influência considerável sobre os mecanismos biológicos que aceleram ou diminuem a marcha da progressão do câncer. Durante o tratamento, os pacientes oncológicos podem evoluir para a desnutrição moderada ou grave, e cerca de 20% desses pacientes morrem em decorrência da desnutrição, e não da doença maligna. Aproximadamente 70% apresentam alguma dificuldade para se alimentar. Mais da metade dos pacientes necessita de acompanhamento, orientação nutricional e controle dos sintomas que interferem na ingestão de alimentos, e cerca de 30% necessitam de suplemento nutricional. A quimioterapia e a radioterapia resultam em toxicidade para o trato gastrointestinal, causando efeitos colaterais, tais como anorexia (apetite diminuído), disgeusia (alteração do paladar), mucosite (reação tóxica inflamatória que afeta o trato gastrointestinal da boca ao ânus), xerostomia (redução da secreção das glândulas salivares), náuseas e vômitos, dentre outros que levam à diminuição da ingestão diária de nutrientes, comprometendo o estado nutricional do paciente. A orientação adequada ao paciente quanto aos cuidados com a dieta e com os alimentos que devem ser consumidos e restritos é imprescindível durante 54|TotalSaúde
e após o período de tratamento, pois a terapia nutricional adequada minimiza os efeitos debilitantes da doença e aumenta a ingestão oral, promovendo a melhora do estado nutricional. Existem alimentos que são promotores de câncer, pois alimentam os mecanismos que impulsionam o crescimento de células cancerosas, e os que são antipromotores, pois bloqueiam os fatores de crescimento do câncer ou forçam as células cancerosas ao suicídio. Oriento, então, algumas dicas para serem seguidas durante o tratamento: - Consumir suco da fruta ao invés daqueles industrializados em embalagem tetrapack (caixinha) e saquinhos. - Dar preferência a alimentos integrais (não refinados). - Diminuir o consumo de carne vermelha (vaca, porco, carneiro e derivados) e optar, preferencialmente, por peixe ou aves orgânicos, soja e queijo de soja (tofu). - Consumir legumes, verduras e frutas orgânicas. - Aumentar o consumo de legumes crucíferos: couves (de Bruxelas, chinesa, brócolis, couve-flor, repolho etc.), pois contêm poderosas moléculas anticancerígenas. - Utilizar temperos naturais, como ervas e condimentos (orégano, alecrim, tomilho, cúrcuma, curry, manjericão, hortelã etc.), pois além de deixarem o alimento saboroso, reduzem a proliferação de células cancerosas.
Larissa Borges Buainain CRN-3 34.444 Nutricionista da Sociedade Pestalozzi de Campo Grande; Nutricionista voluntária do CETOHI (Centro de Tratamento Oncológico / Hematológico Infantil) Campo Grande-MS. Rua Antônio Maria Coelho, 4.057 Santa Fé Fone: (67) 3326 6824
abril, 2012
Cartão do SUS | Medicina Camila Cruz
Cartão do SUS para todos
Registro será obrigatório também para quem tem plano de saúde particular Todos os brasileiros deverão ter, obrigatoriamente, até junho deste ano, o Cartão Nacional de Saúde, e essa regra vale inclusive para quem tem plano de saúde particular. Trata-se de um documento que identifica o usuário do Sistema Único de Saúde (SUS), reunindo informações e dados pessoais sobre procedimentos clínicos já realizados, como o lugar, o atendimento e quais remédios a pessoa toma. O registro já acontece na rede pública, mas o objetivo agora é formular um cadastro nacional de dados, e para isso é preciso que todos os brasileiros se mobilizem. O Ministério da Saúde explica que o projeto do cartão SUS é uma necessidade básica diante de um país tão grande e heterogêneo. Essa foi uma decisão que entrou em vigor pela Portaria N.° 763, para que possa garantir também a transparência da aplicação dos recursos destinados à saúde, monitorar os serviços oferecidos pelo SUS e os procedimentos realizados entre a rede pública e a privada. Além disso, haverá uma ouvidoria ativa para pesquisar o nível de satisfação dos pacientes. Por meio dos cadastros, os brasileiros recebem um número nacional de identificação e o usuário do SUS que ainda não se cadastrou, pode apresentar seus documentos de RG, CPF e comprovante de residência em qualquer unidade de saúde, pois todas elas já estão aptas a emitir o cartão magnético, muito parecido com o dos planos privados. Porém, a notícia da obrigatoriedade do cartão gerou muitas dúvidas entre os gestores e a população em geral. abril, 2012
A principal delas é se a exigência do cartão poderá provocar algum tipo de empecilho ao atendimento dos usuários ainda não cadastrados. Segundo o Ministério da Saúde, ninguém pode ter o atendimento negado e também não precisa procurar as unidades básicas só para fazer o Cartão Nacional de Saúde. Esse documento pode ser feito por um funcionário da unidade ou do hospital público quando o paciente procurar por consulta médica.
Planos privados Você deve estar se perguntando: mas como funcionará para quem tem plano de saúde privado? A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) ainda definirá, juntamente com o Ministério da Saúde e as operadoras de planos de saúde, o formato mais adequado e acessível para que as seguradoras façam o registro de seus beneficiários. Com a implantação também na rede privada, espera-se que seja mais fácil para o SUS computar os atendimentos prestados aos usuários na rede pública, garantindo o processo de ressarcimento dos planos e seguros de saúde ao SUS. Porém, algumas questões devem ficar claras, já que o uso do Cartão Nacional de Saúde não implica em nenhuma mudança no atendimento por parte dos prestadores de serviços. Da mesma forma, nenhum usuário poderá ter o seu plano de saúde cancelado devido à ausência do documento. Sem dúvidas, esse é um grande desafio!
Todos os brasileiros deverão ter, obrigatoriamente, até junho deste ano, o Cartão Nacional de Saúde, e essa regra vale inclusive para quem tem plano de saúde particular.
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Moqueca de Pintado | Receita
Moqueca de Pintado com banana-da-terra Ingredientes:
Modo de preparo
300 g de filé de Pintado cortado em cubos 1 tomate sem semente cortado em cubos 50 g de pimentões variados cortados em cubos ½ cebola picada 3 colheres de sopa de leite de coco Coentro, salsa e cebolinha a gosto Azeite e sal a gosto Limão a gosto 300 ml de água 1 banana-da-terra madura cortada em rodelas
Refogar, no azeite, a cebola com o tomate e os pimentões. Juntar o filé de Pintado, já temperado com sal e limão, à água. Deixar cozinhar. Quando o peixe já estiver cozido, acrescentar o leite de coco, a banana e os temperos a gosto. Deixar o caldo engrossar um pouco e servir com arroz branco. Opção: O azeite pode ser substituído por azeite-de-dendê, e o arroz pode ser feito com coco fresco ralado.
Voilà
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Mauri Comparin | CRM-MS 1975
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Guilherme Maldonado | CRM-MS 1969 Especialidades: Cirurgia Vascular e Ecografia Vascular com Doppler
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