Saúde Digestiva [Maio/2012]

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Índice 10

Você Sabia?

Medicina 12 25

38 40 42

Bem-estar

Como evitar a cegueira por glaucoma?

18 Cuidados com as

Prevenir e reconhecer o AVC são medidas fundamentais para uma vida longa

44 Cansaço sem fim...

Como cuidar bem dos rins Escaras Descarte de remédios

Você já sentiu algum destes sintomas?

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Estética 43

Saúde pública 22 24

Enfermagem: a arte de cuidar e educar para a saúde

Esporte 55 Slackline pantaneiro

Noivas: Uma pele linda para o dia do “sim”

Programa Saúde na Escola

Homenagem

Mês das mães Desafios da educação

50 Mudanças, a lei da vida...

Fisioterapia 23

Comportamento

crianças

Nutrição 52

Intoxicação alimentar

Receita 57

Banana recheada com frutas vermelhas

58 Endereços úteis

Especial do Mês: Saúde digestiva 28

Ecoendoscopia Tecnologia avançada a

serviço da saúde

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Câncer do intestino grosso

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Doença do Refluxo Gastroesofágico

Balão intragástrico Opção rápida e saudável de tratamento da obesidade

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Colonoscopia

Grande parte da população brasileira tem essa doença

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Nódulos benignos e malignos do fígado

Prevenção sem preconceito

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Conscientizar para sensibilizar Campanha de prevenção do câncer de intestino protege população contra doença


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QUINZE ANOS DO LADO ESQUERDO DO PEITO.

Em 15 anos, o coração bate mais de 570 milhões de vezes e são inúmeros os bons motivos que nos fazem pulsar mais forte: a felicidade, uma vitória do time, o nascimento de um filho ou neto, uma amizade sincera, o sucesso nos negócios e, principalmente, o amor. O Centro de Diagnóstico Cardiovascular - CDC é especialista em fazer tudo de coração, por isso, continua há 15 anos oferecendo o máximo de atenção, estrutura moderna, profissionais capacitados, além de diagnósticos precisos e extremamente rigorosos. Confiança, excelência e competência. Assim é pautada essa relação de amizade, presente nos momentos em que você mais precisa.

Dra. Isis Maria Morais Santos Goya Diretora Técnica / Cardiologista CRM/MS 2822 www.clinicacdc.com.br


Editorial | Ao leitor

Precisamos nos alimentar bem. Comer corretamente e com calma. A máxima da alimentação saudável é uma velha conhecida nossa. Mas você já parou para pensar como o que nós comemos é metabolizado? E mais: já pensou que se o nosso aparelho digestivo não estiver sadio, quase nada adiantará estar bem alimentado? Jean Jacques Rousseau dizia que “A felicidade consiste em um bom saldo bancário, uma boa cozinheira e uma boa digestão.” Exageros à parte, uma boa digestão é sim fator essencial para uma vida saudável e, por consequência, feliz. Portanto, é hora de começar a pensar mais na sua saúde digestiva. O nosso Especial de maio vai lhe ajudar a conhecer e entender esse complexo sistema. Como ele funciona, os cuidados a serem tomados e quais doenças podem atingi-lo, enfim, um panorama completo para que ninguém mais tenha dúvidas. E a qualquer sinal de que algo está errado, procure logo um médico! Em maio também é comemorado o Dia do Enfermeiro, profissional fundamental para a nossa saúde. Pessoas que muitas vezes abdicam de suas vidas para cuidar dos outros. Mais que uma profissão, a enfermagem é um dom. Mas não podemos passar maio sem falar delas: as mães! Ser mãe não é uma tarefa fácil. É difícil educar com amor, carinho, firmeza e sabedoria. Por outro lado, talvez seja a tarefa mais gratificante que Deus deu às mulheres. Para quem é filho, resta retribuir todo esse cuidado e dizer: obrigado, mãe! A equipe Total Saúde deseja o que há de melhor no mundo para todas as mamães! Um abraço, e até mês que vem!

“O amor de mãe por seu filho é diferente de qualquer outra coisa no mundo. Ele não obedece à lei ou piedade, ele ousa todas as coisas e extermina sem remorso tudo o que ficar em seu caminho.” Agatha Christie

Equipe

Revista Total Saúde

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Você Sabia? SUS distribuirá cinco novas drogas gratuitamente Cinco novos remédios foram acrescentados à lista da RENAME, antiga Relação Nacional de Medicamentos Essenciais distribuídos gratuitamente pelo SUS. À relação de remédios foram incluídas duas novas drogas para o tratamento da próstata. Os outros três são medicamentos fitoterápicos, à base de plantas. Os médicos explicam que essa é uma alternativa de tratamento com menos efeitos colaterais. Estão disponíveis: o creme de babosa, que trata doenças de pele, como a psoríase e queimaduras; comprimidos de salgueiro, para dores lombares, e cápsulas de hortelã, para irritação no intestino. Até então, os medicamentos da lista da RENAME eram apenas os essenciais, para combater as doenças mais comuns da população. A essa nova fase foram adicionadas vacinas, produtos de saúde e remédios para tratar doenças raras. Vale ressaltar que a adoção dos fitoterápicos à rede pública depende de cada município. O Conselho Regional de Farmácia reforça que os remédios serão fornecidos às unidades públicas de saúde somente com receita médica. Se você quiser conhecer toda a lista de remédios fornecidos gratuitamente, entre no site do Ministério: www.saude.gov.br.

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Boca saudável e longevidade Segundo especialistas, cuidar da saúde bucal é eficaz na proteção de todo o corpo. Achou estranho? De acordo com um artigo publicado no jornal Daily Mail, fazer checkups bucais constantemente e manter os dentes limpos, bem cuidados e a boca saudável é capaz de garantir longevidade. E mais: esse zelo pode levar ao diagnóstico precoce, ao tratamento e à prevenção de uma dezena de enfermidades, como anemias e até problemas no coração, por exemplo. A Academia Americana de Periodontia está em estado de alerta depois do resultado de novas pesquisas que associam as doenças gengivais a doenças cardíacas. Isso porque as gengivas possuem uma vasta rede de pequenos vasos sanguíneos que transportam uma série de bactérias aos maiores vasos do organismo. Sendo assim, esses micro-organismos capazes de causar doenças podem se instalar em órgãos vitais do organismo, o que resultaria nas mais variadas enfermidades. Consultor científico da British Dental Association, o professor Damien Walmsley, afirma: “a boa notícia é que a maioria dos casos de doença periodontal é tratável, e o mais importante: pode ser evitada”. maio, 2012


Você Sabia? Felicidade aumenta depois dos 45 anos, afirma pesquisa As pessoas se tornam mais felizes a partir dos 45 anos. Ao contrário do vigor físico, a felicidade e a satisfação mental tendem a aumentar nessa fase da vida, conforme estudo feito na Universidade de Warwick, nos Estados Unidos e no Reino Unido, com mais de dez mil pessoas, dentre elas homens e mulheres. Foi levada em conta a percepção geral da saúde, como dores da idade, sociabilidade e saúde mental. Segundo pesquisadores, isso acontece porque nessa idade as pessoas começam a lidar melhor com as dificuldades, frustrações e ansiedade, pois o tempo desenvolve no indivíduo a habilidade de suportar melhor todos esses fatores. O gráfico gerado pela pesquisa se assemelha à letra U, onde a felicidade atinge o mínimo aos 45 anos e depois só cresce. Portanto, é hora de esquecer de vez aquela imagem do idoso carrancudo e mal-humorado.


Medicina | Glaucoma Dra. Christiana Rebello Hilgert

Como evitar a cegu e Segundo a Organização Mundial de Saúde, o glaucoma é a segunda maior causa de cegueira no mundo, e a primeira causa de cegueira irreversível. Estima-se que 4,5 milhões de pessoas no mundo sejam cegas pelo glaucoma. A doença afeta cerca de 60 milhões de pessoas no mundo e, no Brasil, cerca de 900 mil pessoas são portadoras desse mal; porém, segundo alguns estudos, metade delas não sabe disso.

O que é glaucoma? O glaucoma é uma doença ocular que afeta o nervo óptico. Usualmente, está associado à pressão alta nos olhos e leva à perda lenta e progressiva da visão. Normalmente não apresenta sintomas, e por esse motivo pode passar despercebido por um longo período de tempo. Inicialmente afeta a visão periférica e, caso não seja detectado e controlado, pode levar à deficiência visual grave e até mesmo à cegueira no olho afetado. Aqueles que têm a doença ou possuem familiares acometidos pelo glaucoma perguntam-se, com frequência: “Como evitar a cegueira causada pela doença?”

Como evitar a cegueira por glaucoma? Faça visitas regulares ao oftalmologista Exames complementares como a Tomografia de coerência óptica, estereofotografias do nervo óptico e campo visual computadorizado são armas importantes no diagnóstico precoce e acompanhamento do glaucoma.

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Visitas frequentes ajudam o médico a detectar sinais e sintomas da doença precocemente. Dependendo de sua idade (40 anos ou mais), visitas anuais ao oftalmologista são recomendadas.

Conheça os fatores de risco Todos são suscetíveis à doença, porém, certos grupos apresentam maior risco. Se você pertence a algum desses grupos, deve consultar mais frequentemente o seu oftalmologista, submeter-se a exame detalhado com medidas da pressão, espessura corneana e dilatação da pupila. Caso o seu oftalmologista perceba alguma alteração, exames mais detalhados serão necessários. Alguns fatores estão associados ao maior risco de glaucoma: IDADE: acima de 40 anos. RAÇA: raças negras e asiáticas têm maior chance de desenvolver a doença. FAMILIARES PORTADORES DE GLAUCOMA. USO DE CORTICOSTERÓIDES. TRAUMAS OCULARES. MIOPIA. ALTERAÇÕES CIRCULATÓRIAS, como hipertensão arterial.

Conhecer o seu risco, embora não previna a doença, pode ajudá-lo a ter o seu diagnóstico realizado mais precocemente e o seu tratamento instituído no momento certo, o que preservará a sua visão. Diagnóstico precoce Não espere perceber algum sintoma. O tipo de glaucoma mais comum não apresenta sintomas, e o início da perda da visão acomete apenas a visão periférica, mais difícil de ser percebida.

Com o advento de novas tecnologias como as fotografias digitais (estereofotografias) e tomografias de coerência maio, 2012


Glaucoma | Medicina

u eira por glaucoma? óptica (OCT), aliadas ao amplo conhecimento sobre as nuances da doença, o diagnóstico precoce não é difícil de ser realizado. Quanto antes o diagnóstico é firmado, mais cedo é iniciado o tratamento e maiores são as chances de controle da doença, evitando-se assim a progressão para a cegueira. Realize o tratamento adequado ao seu caso O tratamento do glaucoma visa controlar a pressão ocular que danifica o seu nervo óptico. Isso mantém a doença sob controle e evita a progressão para a cegueira. São basicamente três tipos de tratamento: Medicações: O uso regular de colírios que diminuem a pressão dos olhos é a forma mais comum de tratamento do glaucoma. Existem diferentes tipos de drogas e combinações disponíveis, e o oftalmologista saberá qual a melhor opção para cada caso.

Laser: Os lasers estão sendo a cada dia mais utilizados para o controle da pressão ocular, por favorecerem o sistema de drenagem do líquido do olho de uma maneira mais natural e menos invasiva, como é o caso do Trabeculoplastia Seletiva (SLT). Este laser, por ser seletivo e frio, atinge apenas as células-alvo do tratamento, causando menos inflamações e efeitos colaterais. É um procedimento rápido, realizado em consultório e sem a necessidade de internação.

Cirurgias: Inúmeros avanços têm sido alcançados na área da cirurgia do glaucoma. Embora a cirurgia convencional (trabeculectomia) seja ainda a mais utilizada, cirurgias menos invasivas, como a esclerectomia não penetrante e implantes de acessórios de drenagem, além de válvulas e shunts como o Express Shunt, estão agora dis-

O tratamento do glaucoma se baseia no uso de colírios para diminuir a pressão ocular, aplicação de laser e cirurgia anti glaucomatosa.

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Medicina | Glaucoma

poníveis em nosso País, aprovados pela ANVISA. O avanço científico e tecnológico tem trazido maior segurança a médicos e pacientes na área cirúrgica, e hoje temos mais controle sobre os resultados do que a anos atrás. O seu médico definirá, com você, qual a melhor opção para o seu caso, após avaliar detalhadamente a gravidade, considerando a facilidade (ou não) em utilizar colírios diariamente, a presença de efeitos colaterais e a velocidade de progressão da doença.

Monitore a evolução do glaucoma Visitas periódicas - a cada 3 meses, 6 meses ou um ano - são indicadas para o controle da doença, dependendo de sua gravidade. Nessas visitas o médico avaliará a sua pressão ocular, o nervo óptico e o campo visual, além de verificar se o tratamento realizado está alcançando o seu objetivo, que é a manutenção da visão.

Aderência ao tratamento é essencial O uso correto da medicação e as recomendações do seu médico devem ser seguidos à risca.

Nem sempre é fácil utilizar diversos tipos de colírios várias vezes ao dia. Caso você apresente essa dificuldade, discuta com seu médico como contornar essa situação e outras opções disponíveis.

O glaucoma não leva necessariamente à cegueira O avanço científico e tecnológico tem nos proporcionado um melhor e mais eficiente controle do glaucoma. Hoje, deficiências visuais severas e mesmo a cegueira podem ser evitadas com o diagnóstico precoce e controle adequado dessa doença silenciosa. Mesmo em casos de glaucoma avançado, tratamentos mais agressivos têm conseguido manter a visão do paciente. Ainda não existe cura definitiva para o glaucoma, e a visão perdida, infelizmente, não pode ser recuperada. Com o controle adequado da pressão ocular e do dano causado ao nervo óptico, a visão pode ser preservada por toda a vida.

Visitas frequentes ajudam o médico a detectar sinais e sintomas da doença precocemente. Dependendo de sua idade (40 anos ou mais), visitas anuais ao oftalmologista são recomendadas.

Dra. Christiana Rebello Hilgert CRM/MS 2756

Pós-operatório do glaucoma – A seta indica a área de escoamento do humor aquoso – líquido interno do olho responsável pela hipertensão ocular.

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Preceptora de Glaucoma da Residência em Oftalmologia da Santa Casa de Campo Grande. Mestre em Ciências Visuais pela Unifesp-Escola Paulista de Medicina. Chefe do departamento de glaucoma do Instituto da Visão de MS.

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Comportamento | Mês das mães Natalia Razuk

Mês das mães: desafios da educação Como educar os seus filhos em tempos de diversidade sexual

O comportamento agressivo acontece em todo o mundo, e viola os direitos desses cidadãos a uma educação de qualidade, já que intervém no desempenho dos alunos, além de aumentar a taxa de evasão escolar.

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Educar filhos não é, nem de longe, uma tarefa fácil. Mais correto seria falar em um desafio diário, um exercício de amor e paciência. Repetir, explicar, dialogar. Saber a hora do “não”, da repreensão, e o momento de relaxar - e até fazer vista grossa. Educar é, acima de tudo e antes de qualquer coisa, amar incondicionalmente aquele serzinho. É querer o melhor para o seu filho, desejar profundamente que ele seja íntegro, honesto, que tenha caráter e que seja feliz. Os desafios são constantes, e mães, desde que são mães, enfrentam todo o tipo de dúvidas, medos, erros e acertos. Hoje, em 2012, uma das questões que preocupa e tira o sono é a diversidade sexual. Será que você está criando o seu filho para conviver bem com pontos como esse? Você sabe como o seu pequeno reagiria se soubesse que na sala de aula tem um amigo homossexual? Ou que um colega tem duas mães ao invés de um pai? Se dúvidas assim nunca passaram pela sua cabeça, é hora de começar a pensar nisso, pois assim você não se assustará ao ver seu filho tendo reações de cunho homofóbico e preconceituoso. Alex* tinha oito anos quando foi chamado de “bichinha” pela primeira vez no colégio em que estudava. Anos mais tarde, foi cercado após uma aula de educação física, e os “machões” da sua sala o ameaçaram fisicamente, dizendo não gostar de conviver com um colega

“mulherzinha”. Ir à escola era um horror. Alex nunca falou nada a ninguém, inventava desculpas para faltar às aulas e sofreu calado durante anos. Até hoje ele enfrenta consequências tristes, e carrega sequelas emocionais que ainda não cicatrizaram. Por isso, pare e pense: como você se sentiria se o seu filho fosse um desses meninos que ameaçou o colega? Diria que é “coisa de criança”? Uma pesquisa da UNESCO mostrou que 1/4 dos estudantes questionados não gostariam de ter um colega homossexual na classe escolar. Outra pesquisa realizada pela Reprolatina, em 2009, revelou que evasão escolar, depressão e até casos de suicídio são percebidos com mais frequência em adolescentes LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros), como resultado de um clima escolar altamente homofóbico. O comportamento agressivo acontece em todo o mundo, e viola os direitos desses cidadãos a uma educação de qualidade, já que intervém no desempenho dos alunos, além de aumentar a taxa de evasão escolar. Os professores ainda não estão capacitados, e muitas vezes não sabem lidar com toda essa hostilidade, talvez até por não compreenderem realmente questões em torno da diversidade sexual. As escolas estão tentando, embora muito lentamente, preparar professores e educadores para lidar com esse tipo de maio, 2012


Mês das mães | Comportamento

Foto Rachel Guedes

situação, por isso as crianças precisam ter a base formada em casa. Os pais são os primeiros e principais educadores das crianças; a maneira como se comportam e pensam no dia a dia representa o roteiro que mostra a criança como ser “homem” ou “mulher”; isso já é educação sexual. Por isso, preste muita atenção ao seu comportamento, a brincadeiras preconceituosas feitas em frente aos filhos. O tempo todo você está educando e formando a personalidade daquele cidadão. A família precisa conversar e ensinar aos filhos a necessidade de respeitar, principalmente, as diferenças. Explicar sobre comportamentos diversos e os diferentes tipos de orientação sexual é essencial, assim como deixar claro que ninguém é melhor que ninguém, apenas diferente; que as diferenças são benéficas, e fazem parte do mundo em que vivemos. Especialistas dizem que essas conversas podem começar de forma leve, a partir dos 6 ou 7 anos. As crianças devem saber que existem meninos que gostam de meninos, meninas de meninas, pais que casam com outros homens e que nada disso interfere no caráter daquele ser humano. É preciso ser direto e simples. E falar de tudo com naturalidade, sem aquele ar de grande tabu. Quanto mais natural for o seu posicionamento, mais leve será para a criança. Todos têm o direito de ser quem são. Cada indivíduo carremaio, 2012

ga consigo valores, crenças, traumas e histórias, e tem sua própria maneira de olhar o mundo e interagir com ele. Ser homossexual, bissexual ou heterossexual não é problema, e nunca deverá ser visto como tal. Isso inclui o momento das conversas: não há porque problematizar a questão, pois não há, na verdade, um problema. Nós é que criamos isso. É preciso rever conceitos e entender a naturalidade da diversidade. Não aceite um comportamento preconceituoso de seu filho. A criança (ou adolescente) homofóbica deve ser repreendida, e você precisa deixar claro que não aceitará esse tipo de conduta. Exigir que a criança se desculpe com o coleguinha é uma alternativa, e se a situação se repetir, vale muito procurar ajuda terapêutica; talvez um profissional consiga explicar e entender o porquê desse comportamento. O importante é não fechar os olhos e fingir que não está percebendo. Não há mais espaço para esse tipo de postura nos dias atuais. Essa é a geração da diversidade, e tomara que seja também a do respeito ao próximo. É o momento de resgatar valores como caráter e lealdade. Amor ao próximo e solidariedade. Chega de tanta tragédia causada por intolerância. E nós, mães, somos fundamentais nesse momento. Somos as referências e os exemplos. Cabe a nós criar filhos que construirão um futuro mais gentil.

As crianças devem saber que existem meninos que gostam de meninos, meninas de meninas, pais que casam com outros homens e que nada disso interfere no caráter daquele ser humano.

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Bem-estar | Cuidados com as crianças Camila Cruz

Cuidados com as crianças

Estudiosos ressaltam que o equilíbrio do sistema imunológico é criado nos primeiros meses de vida, e por isso nem adianta ter contato com os “micróbios do bem” depois de crescido.

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Logo que um bebê nasce, uma das principais preocupações é mantê-lo em um ambiente completamente limpo, pois ele ainda é muito sensível, e todo cuidado é pouco. Porém, uma pesquisa realizada na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, apontou que assepsia demais pode prejudicar o desenvolvimento do sistema imunológico da criança nos primeiros meses de vida. Isso não significa que ela deva viver em meio à sujeira, não é nada disso! Mas deixá-la exposta a alguns micróbios pode fazer bem para a saúde lá no futuro. O estudo foi realizado em laboratório; os pesquisadores criaram camundongos em gaiolas totalmente esterilizadas e com comida livre de germes, o que mostrou que os animais apresentaram mais riscos de desenvolver doenças inflamatórias nos pulmões e no intestino. Isso aconteceu porque longe dos micróbios, sem ter a que combater, o número de células de defesa criadas pelo organismo aumentou muito, e uma quantidade tão grande dessas células, ao invés de proteger, acaba provocando um desequilíbrio no sistema imunológico, gerando inflamações. Isso acontece também com os seres humanos, e por essa razão as crianças que vivem na fazenda ou em chácaras têm menos doenças inflamatórias ao longo da vida. Entretanto, os estudiosos ressaltam que o equilíbrio do sistema imunológico é criado nos primeiros meses de vida, e por isso nem adianta ter contato com os “micróbios do bem” depois de crescido, já que na pesquisa com camundongos em idade um pouco mais avançada a experiência não apresentou o mesmo resultado. Infectologistas explicam que é preciso encontrar um meio termo em relação à

higiene, ou seja, o excesso de limpeza ou a grande exposição à sujeira podem ser prejudiciais, especialmente no primeiro ano de vida, para não sobrecarregar o organismo ainda “inexperiente”. Mas fazer coisas saudáveis, como deixar a criança brincar no chão e não ficar limpando-a toda hora são medidas importantes para desenvolver a imunidade e que não acarretam em nenhum malefício. Esse resultado é percebido em algumas situações cotidianas, por exemplo: se a criança com boa imunidade tem um pequeno machucado na pele e acaba contaminando a ferida, talvez não desenvolva nada, mas se ela é uma criança que sempre foi protegida de tudo e não teve contato com germe nenhum, ao entrar em contato com esses micróbios ela pode não ter condições de se proteger contra a infecção. É claro que isso não vale para todos os germes; neste caso falamos dos mais comuns para se combater.

Imunidade dos bebês Existem ainda outras formas de auxiliar na formação do sistema imunológico dos bebês. Mas, independente de qualquer coisa, algumas práticas de higiene devem ser sempre mantidas, como é o caso de lavar as mãos antes de pegar o bebê e esterilizar os objetos que vão à sua boca, para evitar a superexposição dos pequenos a germes, bactérias e vírus, da mesma forma que é importante evitar que pessoas gripadas fiquem muito perto das crianças nos primeiros meses. São precauções simples, mas muitas vezes esquecidas, e que preservam um pouco as defesas ainda frágeis. A nossa defesa começa na pele, que reveste o corpo e barra os agentes agresmaiol, 2012


Cuidados com as crianças | Bem-estar

Excesso de higiene nos bebês recém-nascidos pode prejudicar imunidade uma flora intestinal também disposta a combater essas bactérias.

sores externos. Para entender melhor, pense que no nosso organismo estão os “soldados” mais especializados em combater as doenças. A maior parte deles são os glóbulos brancos (células que percorrem o nosso corpo à procura de vírus, bactérias e outros invasores que possam causar algum dano), e caso seja identificado algum agente infeccioso, o exército imediatamente dispara uma ordem para a produção de anticorpos, conhecidos como imunoglobulinas, cuja missão é eliminar o “inimigo”. Para cada um desses agentes infecciosos, o sistema imunológico tem que preparar um conjunto específico de anticorpos. No caso dos bebês, se for a primeira vez que o organismo identifica o micro-organismo, ele levará algum tempo para preparar a resposta. Mas a criança irá memorizá-la, e da próxima vez em que o vírus aparecer, será mais rapidamente combatido.

As vacinas expõem a criança ao agente infeccioso de forma controlada, e com isso estimulam o sistema de defesa a fabricar os seus próprios anticorpos. Dessa forma, quando o bebê for exposto à bactéria ou ao vírus de verdade, o seu organismo já terá como combatê-lo, ou, no mínimo, amenizar os efeitos. Mas é muito importante vacinar a criança nas datas indicadas pelo Ministério da Saúde e seguir corretamente as etapas de vacinação. O roteiro de prevenção começa com a vacina contra a hepatite B, cuja primeira dose deve ser aplicada ainda na maternidade, assim como a BCG, que imuniza contra a tuberculose. A partir daí o médico traça os próximos passos.

Proteção do leite materno

Defesa ainda no útero

Muitos estudos comprovam que não há nada melhor para a saúde do bebê que a amamentação exclusiva (durante seis meses) e complementada com outros alimentos (até dois anos). Além de todos os nutrientes importantes para o crescimento, o leite materno é fonte de várias substâncias que fortalecem as defesas do organismo da criança, a começar pelo colostro, que é aquele líquido ralo dos primeiros dias que contém uma poderosa substância chamada imunoglobulina IgA, anticorpo que se espalha pela mucosa intestinal infantil formando uma barreira bioquímica que impede a ação de bactérias perigosas no organismo. Outra substância vital que o leite materno disponibiliza é o oligossacáride, um açúcar que estimula a proliferação de

Especialistas da área de pediatria explicam que nos últimos três meses de gestação a mãe passa um conjunto de anticorpos para o bebê, que o protegerá nos primeiros seis meses de vida. Esses anticorpos são preparados para combater doenças que a mãe já teve ou contra as quais foi vacinada anteriormente, como, por exemplo, o sarampo. Depois eles perdem a validade e competirá ao bebê fabricar a sua própria defesa. Por esse motivo é importante que a mãe faça um bom pré-natal, para cuidar do desenvolvimento da criança e impedir que haja um parto antes da hora, já que os prematuros são ainda mais vulneráveis a infecções, porque não contam com essa proteção imunológica adquirida ainda no útero.

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Vacinas em dia

Especialistas da área de pediatria explicam que nos últimos três meses de gestação a mãe passa um conjunto de anticorpos para o bebê, que o protegerá nos primeiros seis meses de vida.

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Saúde pública | Saúde nas escolas Natalia Razuk

Programa Saúde na Escola O Programa Saúde na Escola (PSE), instituído em 2007 (decreto presidencial n.º 6.286), uniu dois Ministérios - o da Saúde e o da Educação - em um esforço do Governo Federal para agir de forma intersetorial, visando uma real melhoria na qualidade de vida da população. Esse projeto entende que a escola deve servir como instrumento de desenvolvimento do pensamento humano de uma forma holística, no qual política, ciência, valores sociais e a forma de ver o mundo interfiram na produção social da saúde. Nesse novo conceito, deve-se observar e avaliar diversos contextos e, a partir dessa leitura, desenvolver conhecimento e crescimento individual para os participantes. Professores, alunos, merendeiras, porteiros, pais, mães, avós e todos aqueles que, de alguma forma, estiverem envolvidos no processo podem absorver cultura, e dentro dessa prática desenvolver a sua cidadania e ética. Essa iniciativa vai ao encontro das ações de integração entre saúde e educação já existentes no País e que têm proporcionado resultados positivos à qualidade de vida dos educandos. As práticas de promoção de saúde veem na escola um espaço sem igual para desenvolver a prevenção de agravos à saúde e de doenças. Promover sempre a integração entre as escolas e as unidades de saúde é um dos principais objetivos do programa Saúde na Escola.

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Semana de Mobilização da Saúde na Escola 2012

Estudantes com idade entre 5 e 19 anos foram avaliados por profissionais da saúde e da educação em mais de 22 mil escolas públicas do País que participaram da Primeira Semana de Mobilização da Saúde na Escola, em uma ação conjunta dos Ministérios da Saúde e da Educação que teve como tema a obesidade infantil. Palestras nas comunidades e nas escolas, envolvendo alunos, professores e funcionários, além de visitas às comunidades e às famílias dos estudantes esclareceram dúvidas e responderam a perguntas sobre o tema. As unidades básicas de Saúde localizadas próximo às escolas também foram alvos dessa ação, instituída por meio de portaria publicada no Diário Oficial da União. Esse tema foi escolhido por se tratar de uma questão muito preocupante atualmente, visto que uma em cada três crianças com idade entre 5 e 9 anos está com peso acima do recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelo Ministério da Saúde. Entre os jovens de 10 a 19 anos, um em cada cinco apresenta excesso de peso. A adesão à Semana é voluntária, e é uma das ações previstas no programa Saúde na Escola.

Essa iniciativa vai ao encontro das ações de integração entre saúde e educação já existentes no País e que têm proporcionado resultados positivos à qualidade de vida dos educandos.

Fonte: site do Ministério da Saúde. maio, 2012


Dor nas costas | Fisioterapia

Você já sentiu algum destes sintomas? Dor na coluna lombar ou cervical? Dor irradiada para as pernas ou braços? Dificuldade para levantar ao acordar? Dor ao fazer flexão ou extensão da coluna? Dor ao permanecer por muito tempo em pé ou sentado? Dor ao realizar alguma atividade física? Então, não se preocupe! Você não está sozinho, está entre os 80% da população que sofrem de dores nas costas. Nos dias atuais, uma grande parcela da população convive com dores nas costas, resultado de má postura, sedentarismo, posições incorretas no ambiente de trabalho, nos afazeres domésticos dentre outros fatores associados, incluindo a prática inadequada de exercícios físicos, o que leva a doenças da coluna, como protusão de disco, hérnia de disco, degeneração de disco, lombalgia, cervicalgia, artrose, dentre outras. Com 87% de bons resultados, no Instituto da Coluna Vertebral (ITC Vertebral) você encontra um tratamento que vem revolucionando a fisioterapia Brasilei-

ra: a Reconstrução Músculo-Articular (RMA), um programa fisioterapêutico que utiliza técnicas de fisioterapia manual, mesa de tração eletrônica, mesa de flexão-descompressão dinâmica, estabilização vertebral e exercícios de musculação ou pilates. O tratamento visa melhorar o grau de mobilidade músculo-articular, diminuir a compressão no complexo disco vértebras e facetas, dando espaço para nervos e gânglios; fortalecer os músculos profundos e posturais da coluna vertebral por meio de exercícios terapêuticos específicos, enfatizando o controle intersegmentar da coluna lombar, cervical, do quadril e do ombro. Todas as técnicas do programa têm comprovação científica. ONDE ENCONTRAR

Unidade Reabilitare Rua Cel. Sebastião Lima, 454 Monte Líbano - Cidade/MS (67) 3325 8197 www.herniadedisco.com.br www.itcvertebral.com.br

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Homenagem | Enfermagem

Fernanda Monteiro

Enfermagem: a arte de cuidar e educar para a saúde

Vamilton Pereira - COREN/MS 264.102 Enfermeiro responsável técnico Instituto do Aparelho Digestivo

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Em maio, 12, é celebrado mundialmente o Dia do Enfermeiro, em homenagem à britânica Florence Nightingale, que atendeu aos feridos da Guerra da Crimeia, em 1854. No Brasil, outra mulher, a baiana Ana Justina Ferreira Néri, dedicou-se à profissão por amor à família. Seus dois filhos foram convocados para a Guerra do Paraguai (18641870), e Ana Néri colocou-se à disposição do Governo para ir aos campos de luta, sendo considerada a primeira enfermeira voluntária do País. Aqui, além do Dia do Enfermeiro, entre os dias 12 e 20 de maio comemora-se, há 72 anos, a Semana da Enfermagem, período em que se faz necessário evidenciar profissionais como Vamilton Pereira, enfermeiro desde 2007. Por 8 horas diárias, o douradinense Vamilton dedica seus cuidados e o seu bom humor aos cerca de 40 pacientes a quem atende todos os dias em uma clínica de Campo Grande. A enfermagem já foi uma prática leiga desenvolvida por religiosos, e é como um sacerdócio que Vamilton encara a profissão. Procura incansavelmente o conhecimento científico, o pensamento crítico e o julgamento clínico; comanda cinco pessoas e consegue manter um elo saudável com o paciente. “Não há tratamento médico de excelência que não caminhe junto aos cuidados de enfermagem de igual nível”, garante o doutor Marcelo Dotti, chefe de Vamilton, que acrescenta: “Além de ser dedicado e estar sempre querendo aprender mais, ele ainda cuida para que a clínica cumpra toda a legislação vigente”. Como se não bastasse, Vamilton está se

especializando em Enfermagem do Trabalho, e também é um pioneiro: foi o primeiro a implantar a Sistematização da Assistência de Enfermagem em uma clínica particular em Mato Grosso do Sul, que traz segurança ao paciente, qualidade nos cuidados prestados e maior autonomia aos profissionais de enfermagem. É como uma consulta de enfermagem, o que deve lhe render o título de mestre. Essa ascenção profissional começou com o conselho do cunhado, para que Vamilton fizesse um concurso para técnico em enfermagem, isso em 1999, quando tinha 27 anos. Trabalhou durante três anos na Santa Casa e esteve no Hospital da Unimed por uma década. Cursou enfermagem na Uniderp e hoje atua em todos os níveis da saúde, desde a prevenção, passando pela curativa até a reabilitação total do paciente. “Sou mais que um profissional realizado, sou um ser humano realizado”, confidencia, orgulhoso. Vamilton bem que poderia ser chefe de cozinha, mas não se vê de outra forma senão enfermeiro. Na busca pelo título de mestre em Enfermagem do Trabalho, o menino de família carente e entusiasmado de Doradina já conquistou o status de herói do lar. Os irmãos se espelharam no intelectual do grupo e estão fazendo faculdade. Um pai, filho, irmão, amigo, profissional e não menos guerreiro que Florence e Ana, as enfermeiras famosas do começo da matéria. E é diante desse bom exemplo que a Revista Total Saúde parabeniza a todos os auxiliares e técnicos de enfermagem e os mais de 1.300 enfermeiros deste Estado! maio, 2012


AVC | Medicina Dr. Renato Ferraz

Prevenir e reconhecer o AVC são medidas fundamentais para uma vida longa A ciência médica e a tecnologia têm oferecido, neste novo século, surpresas agradáveis aos idosos. As doenças têm sido amenizadas com o conhecimento, a dedicação e a metodologia científica que se transformam em medicamentos e procedimentos em prol da longevidade da sociedade. Dados do IBGE comprovam o impacto da medicina brasileira e a sua importância para o envelhecimento da população, que hoje chega aos 72 anos de vida média, com impressionante qualidade de vida. Isso se deve, principalmente, à identificação e ao tratamento das patologias que mais afetam a 3ª idade, como hipertensão arterial sistêmica, diabetes mellitus, obesidade, tabagismo, sedentarismo e hipercolesterolemia. São também fatores de riscos que, quando tratados, auxiliam na redução do índice de infarto agudo do miocárdio e do Acidente Vascular Cerebral (AVC). O grupo de risco do AVC é formado principalmente por idosos, obesos, sedentários, alcoólatras, fumantes, diabéticos, cardíacos e hipertensos. Os sinais do AVC são a perda de força em um dos membros, dificuldade em repetir uma frase simples, desequilíbrios, desvio dos lábios para um dos lados e perda de um dos campos da visão. Imediatamenmaio, 2012

te após a identificação dos sinais, os familiares envolvidos devem transferir o paciente para uma unidade de emergência. O Proncor atua com uma medicina emergencialista, voltada à documentação rápida e prática nesses diagnósticos. A identificação de Acidente Vascular Cerebral (AVC) é possível com check-ups rotineiros, ultrassom doppler das artérias carótidas e vertebrais, ecocardiograma de tórax, dosagens séricas do colesterol e triglicérides, além do controle dos fatores de risco durante as consultas, como a falta de exercícios físicos, dança e controle dos excessos alimentares. Com esses cuidados, pode-se reduzir o impacto das sequelas. A abordagem diferenciada que o Proncor oferece à população, somada às diretrizes tomadas, permite a recuperação mais rápida de possíveis sequelas e a redução no tempo de internação e reintegração do paciente à sociedade. Na intenção de identificar os fatores de risco e evitar possíveis AVCs, o Hospital Proncor orienta a população a realizar check-up cerebral após os 50 anos de idade. Assim, é possível intervir positivamente no aumento da sobrevida, da qualidade de vida e do prazer de viver da sociedade campo-grandense.

Dr. Renato Lima Ferraz CRM/MS 2932 Médico neurologista do Hospital Proncor. Neurologista pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP). Neurorradiologista pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP).

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O coração das mulheres 21 milhões de mulheres brasileiras

Com a emancipação feminina as mulheres passaram a se expor mais ao estresse, tabagismo, dietas desequilibradas, entre outros. Abriu-se o caminho para que o coração feminino mostrasse sua vulnerabilidade. 21 milhões de mulheres brasileiras estão sob ameaça de sofrer um infarto; Proporção de mortes por problemas cardíacos entre mulheres e homens: A cada 100 óbitos masculinos... DECADA DE 50 – 10 óbitos femininos DECADA DE 90 – 17 óbitos femininos HOJE – 50 óbitos femininos. As principais diferenças anatômicas e funcionais entre o coração da mulher e do homem e como elas repercutem na saúde cardiovascular de ambos os sexos

Sintomas do infarto em mulheres: Em 70% dos casos as mulheres apresentam sintomas de média ou baixa intensidade, que podem ser confundidas com outras doenças. São eles: Dor nas costas, queimação no estomago, náusea.

Freqüência cardíaca Mulher – 60 a 80 batimentos por minuto. Homem – 55 a 70 batimentos por minuto. Por ser mais acelerado o coração feminino tende a sofrer um desgaste maior. O que aumenta a suscetibilidade a doenças como infarto, angina e arritmias. Flexibilidade das artérias coronárias A amplitude de contração e dilatação das artérias femininas é 20% superior a masculina. A maior flexibilidade arterial, pode tanto ajudar quanto prejudicar a saúde cardíaca. Ela adia o processo de entupimento das artérias. Por causa dela, no entanto, 30% dos exames para detecção de aterosclerose não conseguem determinar com precisão a extensão do deposito de gordura. Formação de placas de gordura Nas mulheres as moléculas de gordura tendem a fechar logo as artérias. Nos homens elas primeiro expandem as paredes artérias para só depois obstruir os vasos. O mecanismo de formação de placa nas artérias femininas faz com que a obstrução seja mais grave sobre elas. A probabilidade de uma mulher morrer depois de um infarto é 50% maior do que a de um homem nas mesmas condições.

A influência de fatores de risco nelas e neles... Aumento do risco de doenças cardiovascular em casos de:

Diabetes Tabagismo Hipertensão Obesidade Depressão

Mulher 5 vezes maior 4 vezes maior 5 vezes maior 4 vezes maior 3 vezes maior

Homem 2 vezes maior 2 vezes maior 2 vezes maior 2 vezes maior 2 vezes maior


Informe Publicitário

s é mais vulnerável

s

estão sob ameaça de sofrer um infarto

Ameaças as quais, só elas estão sujeitas: Menopausa - O estrógeno tem ação vaso dilatadora e evita o acúmulo de LDL (o colesterol ruim) na parede das artérias. Por isso, o risco cardíaco feminino dobra com a chegada da menopausa, quando ocorre uma redução ma síntese de estrógeno. Ovários Policísticos – A doença acomete 10% das mulheres e se caracteriza por uma queda na produção de estrógeno (o hormônio protetor do coração) e no aumento da testosterona, (hormônio que reduz as taxas de colesterol bom). Uso de pílula anticoncepcional associado ao hábito de fumar - Ambos aumentam a síntese no fígado fibrinogênio, substancia associada a formação de coágulos, o que pode causar entupimento arterial. A Associação Americana do Coração estabeleceu em 2011 novas diretrizes para prevenção de doenças cardiovasculares entre mulheres: RISCO ALTO DE INFARTO – Quem apresenta no mínimo, 10% de probabilidade de sofrer um problema cardiovascular nos próximos 10 anos é considerado paciente de alto risco; ATIVIDADE FÍSICA - 20 minutos diários de exercícios moderados, como caminhada, musculação com pesos leves ou ginástica localizada. LDL – para as pacientes que já enfartaram, as taxas de LDL devem ser mantidas em até 70 miligramas por decilitro de sangue. Para quem apresenta dois ou mais fatores de risco, em até 100. Para as saudáveis elas podem chegar a 130. PRESSÃO ARTERIAL – A pressão ideal para as mulheres deve ficar em 12 por 8. Na medida 12 por 8 a pressão do sangue exercida sobre os vasos não agride as paredes da artéria coronária. Acima deste valor, aumenta a probabilidade das lesões, o que facilita o depósito de gordura. DIABETES – Como a doença é uma ameaça ao coração, ela passa a fazer parte dos testes de avaliação de risco cardíaco. Por terem vasos mais finos, as mulheres são mais suscetíveis aos dados artérias causados pelo excesso de glicose no sangue. Atenção: As informações e sugestões aqui contidas, não substituem, em qualquer hipótese, o diagnostico o tratamento e as recomendações do seu médico e nem devem servir de subsidio para automedicação. Somente o médico está apto a prescrever a melhor conduta para o seu caso.

Fonte: Associação Americana do Coração- www.heart.org

R. Marechal Rondon, 1735 - Campo Grande/MS - Tel.: (67) 3323-9000 / 3323-9156 www.hospitaldocoracaodems.com.br Responsável Técnica: Dra Sandra Helena Gonsalves de Andrade Cardiologista - CRM/MS 1784


Especial do mês | Saúde digestiva Fernanda Monteiro

Ecoendoscopia Tecnologia avançada a serviço da saúde

Dr. Carlos Marcelo Dotti CRM/MS 4812 Médico especialista em endoscopia digestiva. Mestre pela USP/SP. Membro da Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva. Membro da American Society of Gastrointestinal Endoacopy.

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O câncer de pâncreas é considerado o tumor mais agressivo e de difícil diagnóstico do aparelho digestivo. Ele costuma matar 95% dos pacientes em cinco anos, como ocorreu com Steve Jobs, Patrick Swayze, Luciano Pavarotti e o brasileiro Raul Cortez. Raro em jovens com menos de 30 anos, atinge na mesma proporção homens e mulheres, em geral com idade superior a 50 anos, especialmente entre 65 e 80 anos. Ainda de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), de todos os tipos da doença no País, o de pâncreas representa 2% dos casos, sendo responsável por 4% das mortes. São estimados, no mundo, 185.000 novos casos por ano. Na maioria deles, não é possível determinar a causa da enfermidade, mas o maior fator de risco é o cigarro. O câncer de pâncreas é uma doença que demora a apresentar indícios, o que retarda e dificulta o diagnóstico, explica o médico Marcelo Dotti. Quando detectado, o tumor já pode estar em estágio muito avançado. Os sintomas mais comuns são dor abdominal, icterícia (pele e os olhos amarelados), perda de apetite e de peso, cansaço, diarreia, tontura, anemia, diabetes tipo 2, dentre outros. A localização do pâncreas na cavidade mais profunda do abdome e atrás de outros órgãos também complica a detecção precoce desse tipo de câncer. É nesse ponto que a ecoendoscopia (ou ultrassom endoscópico) ganha valor vital: por meio desse exame é possível posicionar uma sonda dentro do estômago ou do duodeno do paciente e avaliar o órgão detalhadamente. Outra vantagem é conseguir ava-

liar a presença de gânglios supostamente já atacados pela doença. Mais minuciosamente, pode-se realizar a biópsia do tumor, avança Dotti, que é pioneiro na região centro-oeste em ecoendoscopia com punção. A ecoendoscopia é nada mais que um aparelho de endoscopia mais sofisticado, com um microaparelho de ultrassom de alta definição acoplado na ponta. Assim, torna-se possível avaliar toda a espessura da parede dos segmentos digestivos percorridos pelo ecoendoscópio e ainda algumas estruturas vizinhas. Há também a vantagem de detectar alterações que não são perceptíveis por meio de outras técnicas. O ecoendoscópio possui componentes que permitem colher, de forma indolor, fragmentos de tecido (biópsia) e fluidos. O exame é realizado sem internação, de forma ambulatorial (ou seja, na própria clínica), dura cerca de 30 minutos e é imprescindível para o diagnóstico eficiente do câncer de pâncreas em qualquer lugar do mundo. O bom profissional médico, que acompanha a vítima da doença, deve estar atualizado para poder solicitar uma ecoendoscopia e avaliar a taxa de crescimento do tumor e o seu grau de disseminação. O revolucionário de se fazer uma investigação apurada da lesão pancreática é tentar detectar, o mais precocemente possível, os pacientes acometidos pelo câncer de pâncreas candidatos à cirurgia curativa. Como a ecoendoscopia tem a capacidade de avaliar o estágio da doença, o especialista pode indicar o tratamento mais adequado e aumentar a sobrevida do paciente. maio, 2012


Saúde digestiva | Especial do Mês Fernanda Monteiro

Balão intragástrico Opção rápida e saudável de tratamento da obesidade Dieta dos pontos, do tipo sanguíneo, da sopa, do mediterrâneo e south beach, ou ainda remédios, simpatias e outros métodos mágicos. Essa matéria traz uma boa notícia para você que já tentou de tudo para emagrecer, mas não obteve sucesso. Existe a possibilidade de um procedimento simples, minimamente invasivo e não cirúrgico: o balão intragástrico. O balão inflável, composto de silicone, é inserido no estômago do paciente via endoscopia. Após a introdução, o balão pode ser preenchido por ar ou líquido (soro fisiológico e um corante chamado azul de metileno) com volume entre 400 e 700 ml. É um procedimento realizado em cerca de 20 minutos, com sedação e sem cortes, anestesia geral ou necessidade de internação. Desenvolvido para proporcionar uma sensação de saciedade precoce, o uso do balão intragástrico reduz a ingestão de alimentos e facilita a mudança de hábitos e estilo de vida em seis meses, período máximo de permanência do dispositivo no estômago. O especialista Thiago Alonso Domingos garante ainda que o método é totalmente reversível, não aumenta o estômago e não altera definitivamente nada no organismo. E para que a perda de peso ocorra de forma eficiente e saudável, o médico não dispensa o tratamenmaio, 2012

to multidisciplinar: “Antes da inserção do balão, faz-se necessária a avaliação de um psicólogo ou psiquiatra. Após o procedimento, o nutricionista auxilia na reeducação alimentar”, defende. Por tratar-se de uma doença crônica e multifatorial, o tratamento da obesidade deve contemplar vários fatores. Assim, o balão intragástrico - associado a uma alimentação balanceada, práticas esportivas e apoio psicológico - é uma eficiente opção de tratamento da doença. O intuito do método é fazer com que, durante o período em que usa o balão, o paciente acostume-se ao novo padrão de alimentação, pratique atividade física e melhore a sua autoestima com os resultados obtidos. Assim, quando encerrado o tratamento, o paciente poderá manter a nova rotina com mais qualidade de vida. “Tenho um paciente que perdeu 40 quilos, tirou o balão e continua emagrecendo. Ele não convive mais com a hipertensão e o diabetes”, comemora Thiago Domingos. Após os seis meses, a retirada do balão é realizada da mesma forma que foi colocado, ou seja, por endoscopia, sem a necessidade de cortes ou internação. Para a sua segurança, consulte um profissional capacitado e siga todas as orientações médicas antes, durante e após o tratamento.

Dr. Thiago Alonso Domingos CRM/MS 4711 Graduação em Medicina na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS). Residência de Cirurgia Geral na Santa Casa de Campo Grande. Especialização em Endoscopia Digestiva no Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP). Mestrado na Universidade de São Paulo (USP). Membro titular da Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (SOBED).

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Especial do mês | Saúde digestiva Fernanda Monteiro

Colonoscopia Prevenção sem preconceito

Dra. Vanessa Puccinelli Dotti CRM/MS 4835 Medicina Univer. Federal do Paraná(UFPR). Residência em cirurgia do ap. digestivo. Título de especialista em cirurgia do ap. digestivo e videocirurgia do ap. digestivo. Título especialista em gastroenterologia pela Soc. Brasileira de Gastroenterologia. Especialização em endoscopia digestiva. Título de especialista em endoscopia pela SOBED Soc. Brasileira de Endoscopia Digestiva. Mestre em cirurgia do ap. digestivo pela UFPR.

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A colonoscopia é uma endoscopia que permite a visualização do interior do cólon e pode retirar lesões em fase inicial e promover a cura. Porém, muitas pessoas julgam o procedimento incômodo, e até constrangedor. Dentre os especialistas que realizam o exame, desponta a gastroenterologista e endoscopista Vanessa Puccinelli Dotti, uma das poucas mulheres que atuam na área em nosso Estado, que pode servir como estímulo para pessoas que precisam acabar com a inibição. “O fato de eu ser mulher pode deixar outras mulheres mais à vontade. O importante é que a colonoscopia não é um simples exame diagnóstico; ela possibilita também a prevenção do câncer de intestino e alguns procedimentos como a retirada dos pólipos e biópsias”, alerta a médica. Para antecipar-se às doenças, entre os exames mais comuns que fazem parte do check-up estão o eletrocardiograma, radiografia de tórax, teste ergométrico e ultrassonografia do abdome. Na bateria de avaliações masculinas entra a especialidade da urologia, e na feminina, a mamografia e o papanicolau. Mas “passou a ser fundamental para a rotina de quem tem mais de 50 anos a realização da colonoscopia, e eventualmente para quem tem pessoas com câncer de intestino na família”, complementa Vanessa Dotti. Sem necessidade de internação, a colonoscopia é realizada na própria clínica e utiliza equipamentos de alta tecnologia para o melhor conforto do paciente

e diagnóstico preciso. Outro ponto a ser levado em consideração é a sedação, que evoluiu muito, garantindo um exame sem desconforto e sem dor. Se a colonoscopia revelar alguma alteração na mucosa, uma pinça de biópsia pode ser introduzida por um canal do aparelho até a sua extremidade final para retirar alguns fragmentos do tecido alterado e enviá-los para análise, e se pólipos forem encontrados, serão removidos. Um exame completo, indicado para todas as faixas etárias caso o paciente apresente sintomas como diarreia persistente, anemia, sangue oculto nas fezes, deficiência de ferro, dores abdominais, constipação intestinal, perda de peso a esclarecer, dentre outros. A alteração do hábito intestinal também deve servir de alerta. Os medicamentos utilizados para a sedação provocam uma diminuição dos reflexos de atenção por poucas horas, de forma que o paciente não poderá sair sozinho da clínica e não deverá dirigir. A especialista Vanessa Dotti esclarece ainda que as complicações decorrentes da colonoscopia são raras, e a escolha de um profissional experiente, aliada a equipamentos modernos, torna o procedimento simples e seguro. Por todos os benefícios de prevenção, fica a dica da Total Saúde: lembre-se de que existem mulheres especialistas em endoscopia (colonoscopia) e fique livre de qualquer preconceito em relação ao assunto. Inclua o exame em seu check-up de rotina e coloque em prática o que é viver com mais qualidade! maio, 2012


Saúde digestiva | Especial do Mês Dr. Cesar Giovani Conte

Câncer do intestino grosso O câncer de cólon e reto (ou colorretal) é uma das neoplasias mais frequentes na população adulta mundial, apresentando incidência crescente em várias partes do mundo. 75 a 85% dos casos de câncer do intestino grosso são de origem esporádica (ao acaso), enquanto 10 a 20% se enquadram em casos de origem familiar. O restante apresenta associação com doença inflamatória intestinal (doença de Crohn e retocolite ulcerativa idiopática), bem como síndromes de câncer colorretal hereditário (Lynch, polipose adenomatosa familiar, entre outras). Cólicas abdominais, presença de sangue ou muco junto às fezes, alteração do hábito intestinal e anemia são os principais sintomas associados à neoplasia colorretal, e devem ser considerados sinais de alerta e motivar avaliação médica. Uma dieta rica em gordura, carne vermelha e produtos industrializados, mas pobre em frutas e verduras, está associada à maior incidência dessa doença. A maioria das neoplasias se desenvolve a partir de pólipos, que são lesões semelhantes a verrugas, e tendem a crescer na parede interna do intestino e se malignizar. Essas lesões precursoras estão presentes em 20 a 25% dos indivíduos acima de 50 anos, chegando a 50% aos 75 anos. Assim, a maioria dos tumores de intestino ocorre em pacientes acima dos 50 anos. Dessa forma, todas as pessoas com mais de 50 anos são consideradas de risco médio para a neoplasia de cólon, devendo ser submetidas a screening, ou seja, rastreamento (procura por um determinado tumor na sua fase inicial, antes que ele cause maio, 2012

qualquer sintoma). Existem várias propostas de rastreamento, com diversos exames e intervalos. A colonoscopia é o método mais usado, pela maior eficácia e custo-eficiência. Trata-se de um exame de endoscopia feito pelo ânus, com a capacidade de visualizar todo o interior do cólon, e que permite a realização de biópsias ou a remoção completa de lesões suspeitas. Pacientes com histórico pessoal ou familiar de pólipos ou tumores do intestino, mama, útero ou ovários, bem como de doenças inflamatórias intestinais e síndromes de neoplasia hereditária são considerados de alto risco para câncer colorretal, e deverão ser submetidos a exames preventivos mais precocemente e com intervalos mais curtos. O câncer de intestino deixou, há muito, de ser sinônimo de “doença incurável” ou da necessidade de colostomia (desvio do intestino por meio de abertura na parede do abdome com o uso de bolsa coletora). A aplicação da cirurgia videolaparoscópica revolucionou o tratamento de todos os tumores do aparelho digestivo. Especificamente, fez com que o câncer de cólon passasse a ser tratado de forma menos invasiva e dolorosa, com os mesmos princípios e resultados oncológicos da cirurgia convencional. Avanços significativos também ocorreram nas formas de tratamento complementar (quimioterapia e radioterapia), diminuindo consideravelmente a chance de recorrência tumoral, bem como melhorando a qualidade de vida dos pacientes com a doença avançada.

O diagnóstico precoce é o principal determinante do sucesso do tratamento. Daí a necessidade de conscientização da população sobre a importância da detecção precoce desse tipo de doença.

Dr. Cesar Giovani Conte CRM/MS5434 Cirurgião do Aparelho Digestivo pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP). Membro do Colégio Brasileiro de Cirurgiões (CBC). Membro Titular do Colégio Brasileiro de Cirurgia Digestiva (CBCD). Membro Titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM). Área de Atuação em Cirurgia Videolaparoscópica pelo Colégio Brasileiro de Cirurgia Digestiva (CBCD).

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Especial do Mês | Saúde digestiva Dr. James Câmara de Andrade

Doença do Refluxo Gastroesofágico Grande parte da população brasileira tem a doença

Dr. James Câmara de Andrade CRM/MS 1684 Cirurgião do Aparelho Digestivo. Membro do Colégio Brasileiro de Cirurgiões (CBC). Membro Titular do Colégio Brasileiro de Cirurgia Digestiva (CBCD). Membro Titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM). Área de Atuação em Cirurgia Videolaparoscópica pelo Colégio Brasileiro de Cirurgia Digestiva (CBCD).

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A Doença do Refluxo Gastroesofágico (DRGE) é uma condição crônica caracterizada pelo refluxo do conteúdo gástrico ao esôfago, e afeta de 12 a 20% da população brasileira. Entre os principais sintomas estão azia e regurgitação. Além disso, dor torácica, tosse crônica, asma, rouquidão, pigarro, halitose e desgastes dentários podem estar associados à doença do refluxo gastroesofágico. Segundo o médico James Câmara de Andrade, especialista em Cirurgia do Aparelho Digestivo, a Doença do Refluxo Gastroesofágico pode estar associada à presença de hérnia hiatal, uma distorção da anatomia normal em que parte do estômago ocupa posição torácica. “Fatores como idade, obesidade e adiposidade abdominal são precipitantes”, afirma o cirurgião. Frente a um paciente com suspeita de DRGE, uma avaliação inicial por meio de endoscopia digestiva alta permite avaliar a intensidade da doença do refluxo (se há ou não esofagite) e possíveis complicações, como úlceras, estreitamentos ou lesões predisponentes a câncer do esôfago. Além da avaliação endoscópica,

a avaliação por 24 horas do grau de acidez esofágica por métodos como pHmetria e pH-impedanciometria permite determinar a existência de refluxo e suas características. O tratamento da doença visa aliviar os sintomas, cicatrizar as lesões e prevenir novas manifestações. “No arsenal terapêutico existem medicações específicas para reduzir a acidez gástrica e, consequentemente, do material refluído, bem como medicações que aceleram o esvaziamento do estômago. Porém, mudanças de hábitos como não se deitar logo após as refeições, evitar o consumo de bebidas alcoólicas, o tabagismo, café, chocolate, refeições volumosas, líquidos gaseificados, cítricos, alimentos gordurosos e condimentados também são recomendadas, com o objetivo de melhorar a qualidade de vida do paciente e impedir o agravamento da doença”, destaca James Câmara. O tratamento cirúrgico, que consiste na confecção de um mecanismo antirrefluxo por meio de cirurgia laparoscópica é indicado na DRGE complicada (estreitamento ou úlcera no esôfago) e nas situações em que há falha do tratamento clínico. abril, 2012


Saúde digestiva | Especial do Mês Dr. Fabio Colagrossi Paes Barbosa

Nódulos benignos e malignos do fígado O achado incidental de nódulos hepáticos em exames de rotina é uma situação cada vez mais frequente com o aprimoramento e difusão dos exames de imagem. Muitas vezes, a ultrassonografia solicitada para investigação de dor abdominal, prénatal ou por um problema ginecológico, acaba encontrando um nódulo no fígado que não é relacionado aos sintomas do paciente. Na população geral, a maioria dessas lesões representa afecções benignas, necessitando apenas de seguimento clínico regular, porém, é necessário descartar a presença de tumores malignos. Esse processo investigativo pode gerar uma grande expectativa no paciente, sendo fundamental o esclarecimento sobre os prováveis diagnósticos, riscos e necessidade de tratamento cirúrgico ou apenas acompanhamento. Dentre os tumores benignos, o hemangioma é o mais comum (acomete cerca de 8% da população), seguido pela Hiperplasia Nodular Focal (HNF). O primeiro é formado por vasos sanguíneos e o segundo se confunde com um tumor, no entanto, ambos raramente causam sintomas e não possuem potencial de malignização, não precisando ser ressecados, apenas acompanhados periodicamente, exceto em casos de dúvida diagnóstica. O 3° nódulo hepático benigno mais comum é o adenoma, mais frequente em mulheres jovens que usaram anticoncepcional por mais de 5 anos (influência hormonal). Ao contrário do hemangioma e HNF, o adenoma pode romper e sangrar em até 1/3 dos casos ou malignizar. O tratamento é, portanto, cirúrgico, principalmente para tumores acima de 5cm. A gravidez também deve ser evitada (até que a lesão seja ressecada) e os anticoncepcionais suspensos. Dentre os tumores malignos, o Carcinoma Hepatocelular (CHC) é primário do fímaio, 2012

gado, mais comum em homens, associado à cirrose, hepatite B e C e esteato-hepatite (causada pela gordura no fígado). Em pacientes cirróticos com tumor, o melhor tratamento é o transplante de fígado. Nos pacientes sem cirrose, a cirurgia deve ser realizada sempre que possível. Há outras formas menos agressivas de tratamento, como a quimioembolização e a ablação por radiofrequência, porém, com resultados inferiores. As metástases hepáticas (tumores que se originaram em outros órgãos e disseminaram para o fígado) são os tumores malignos mais comuns do fígado. Até pouco tempo atrás, a presença de uma metástase era sinônimo de impossibilidade de cura, recebendo o doente apenas cuidados paliativos. Atualmente, esse conceito mudou com o desenvolvimento de novas técnicas cirúrgicas e quimioterápicos, sendo possível a ressecção das metástases associada à quimioterapia, com chances de cura acima de 50%, especialmente em casos de metástase hepática de tumores do intestino grosso, as mais comuns. O tratamento deve ser individualizado e depende do controle do sítio de origem do tumor e da possibilidade de todos os nódulos serem ressecados. Em resumo, diante do achado de um nódulo no fígado ao ultrassom, devese realizar uma consulta médica especializada e exame clínico minucioso, buscando-se fatores de risco e sinais de alerta. Além disso, na suspeita de metástase, deve-se investigar os principais sítios de tumores primários como o intestino grosso, estômago, pulmões, mamas, útero e ovários. Um exame de imagem específico e objetivo, como a tomografia computadorizada ou a ressonância magnética, é fundamental. Caso ainda persistam dúvidas, faz-se necessária biópsia do nódulo para confirmar o diagnóstico.

Diante do achado de um nódulo no fígado ao ultrassom, deve-se realizar uma consulta médica especializada e exame clínico minucioso.

Dr. Fabio Colagrossi Paes Barbosa CRM-MS 4710 Cirurgião do Aparelho Digestivo. Mestrado em Cirurgia pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo. Membro Titular Especialista do Colégio Brasileiro de Cirurgia Digestiva.

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Especial do Mês | Saúde digestiva

Ana Rita Chagas

Conscientizar para sensibilizar Campanha de prevenção do câncer de intestino protege população contra a doença “Estar atento às alterações do organismo é sempre importante, e para isso é necessário, também, estar em sintonia com o nosso próprio corpo, atento às suas manifestações”. A afirmação é do médico e pediatra Paulo Siufi, vereador e presidente da Câmara Municipal de Campo Grande, autor da Lei Municipal n.º 4.757/09, que institui a Semana de Prevenção do Câncer de Intestino Grosso no município. Segundo o pediatra, a iniciativa visa chamar à atenção a população campo-grandense, sensibilizando-a para o problema, que tem preocupado autoridades de saúde com o aumento da incidência desse tipo de câncer no País. A medida estabelece a primeira semana do mês de agosto como a Semana Municipal de Prevenção ao Câncer do Intestino Grosso, direcionada a homens e mulheres com mais de 50 anos para a realização de exames preventivos. Dentre as ações propostas estão as campanhas educativas e preventivas, que visam evitar ou minimizar a incidência desse tipo de enfermidade na capital. A campanha deverá acontecer em postos de saúde do município de Campo Grande. “O câncer do intestino grosso (cólon e reto) é facilmente evitável. Quase sempre ele se inicia por meio de um pólipo que cresce na parede do intestino e que pode se transformar em câncer com o passar do tempo. Quando um pólipo é retirado durante o exame colonoscópico, está se impedindo que ele se transforme em câncer. Portanto, o câncer do intestino pode, sim, ser prevenido”, explica Paulo Siufi. De acordo com Siufi, muitas pessoas desconhecem a forma da doença, que tam36|TotalSaúde

bém é conhecida como tumor do cólon e do reto (ou colorretal). Trata-se de um dos tumores mais frequentes entre homens e mulheres e, conforme levantamentos, este é o quinto câncer mais diagnosticado no País, sendo o segundo na região Sudeste. Quando descoberto tardiamente, pode ser fatal. Quase a metade dos pacientes com esse tipo de patologia ainda morre em menos de cinco anos após o tratamento; por isso, segundo Siufi, é tão importante a sua detecção precoce, quando a possibilidade de cura é bem maior. Pesquisas apontam, ainda, que pessoas com idade acima de 50 anos estão mais propensas ao aparecimento do câncer do intestino grosso. Porém, algumas situações podem aumentar esse risco, como pólipos benignos, câncer do intestino, retocolite ulcerativa (ou doença de Crohn), câncer de mama, de ovário ou de útero. “Geralmente, os tumores do intestino crescem de forma silenciosa, com sintomas que só aparecem já bem desenvolvidos. Por isso é recomendado consultar um médico especializado sempre que for percebido determinado sintoma”, informou Paulo Siufi. “Sou médico, e por atuar como legislador, defender os interesses da população como um todo, preocupo-me com a saúde da nossa gente. Por isso a Semana de Prevenção do Câncer de Intestino Grosso busca, sem sombra de dúvida, aumentar o senso de percepção de risco da sociedade campo-grandense, por meio da promoção e elaboração de campanhas educativas e ações preventivas destinadas a evitar ou minimizar a incidência desse tipo de doença em nossa capital”, reforçou Siufi.

Pesquisas apontam, ainda, que pessoas com idade acima de 50 anos estão mais propensas ao aparecimento do câncer do intestino grosso.

Dr. Paulo Siufi CRM/MS 2187 Formado em Medicina na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, especializou-se em Pediatria. Trabalha como médico ambulatorial da Secretaria de Saúde de Campo Grande/MS.

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Medicina | Rins Natalia Razuk

Os rins trabalham incansavelmente, e todos os dias são processadas dezenas de litros de sangue e filtrados resíduos e água.

Como cuidar b Eles são pequenos e leves, possuem cerca de 12 centímetros cada um e não pesam muito mais que 150 gramas, mas não se engane com a descrição aparentemente frágil, os rins são encarregados de funções vitais ao nosso corpo. Localizados na parte de trás do abdome, são a força principal do sistema urinário, um dos cinco sistemas excretores do ser humano (pulmões, fígado, pele, intestinos e rins). Explicando de modo bem simples, o rim tem a incumbência de expelir toxinas do nosso organismo por meio da urina. Também são responsáveis por manter a pressão sanguínea estável, regular a pressão e o volume de líquido corporal, reter ou eliminar o excesso de água do organismo e controlar a composição sanguínea de células vermelhas, sais minerais, hormônios, nutrientes, dentre outros. Os rins trabalham incansavelmente, e todos os dias são processadas dezenas de litros de sangue e filtrados resíduos e água. Caso eles não funcionem bem, essas impurezas se acumulam, o que pode nos causar intoxicação pela ureia ou outras substâncias tóxicas que o próprio metabolismo produz ou que ingerimos, como remédios, drogas ou agrotóxicos, além de provocar doenças como nefrite, cálculos renais e insuficiência renal. Separamos aqui seis dicas que irão ajudar você a manter a saúde dos rins em dia e, como consequência, todo o organismo mais saudável e limpo. Leia com atenção e comece hoje mesmo a cuidar desses pequenos, porém importantíssimos, órgãos!

Água Consumir bastante água. Essa é, sem 38|TotalSaúde

dúvida, a melhor recomendação. Beber cerca de 2 litros de água ao dia vai auxiliar a filtrar e purificar os rins. A água também ajuda na eliminação do sal, que facilita a sedimentação dos rins. Se ingerirmos pouco líquido, o rim ficará sobrecarregado e não terá as condições ideais para realizar esse processo de filtração.

De bem com a balança Estar em seu peso ideal é uma dica de ouro para a manutenção da saúde dos rins. Se você está acima do peso, todo o seu corpo fica sobrecarregado, e claro que nesse todo entram os rins! O excesso de peso leva à hipertensão e ao diabetes, que causam danos aos rins. Hábitos saudáveis diminuem e muito o risco de problemas renais.

Alimente-se de modo saudável Alimentar-se bem. Talvez seja essa a solução e o remédio para vários problemas de saúde. E claro que os rins não ficariam fora dessa! Evitar o excesso de gordura e ingerir alimentos ricos em vitaminas e fibras ajuda bastante na preservação das funções renais. Alimentos ricos em vitamina K podem ajudar a evitar o surgimento de pedra nos rins ou cálculos renais. Por isso abuse do limão, brócolis, boldo, espinafre, couve-flor e vegetais de folhas verde-escuras. É indicado também não exagerar nas proteínas, para evitar uma carga maior para os rins; essa dica é muito importante para os seguidores da famosa “dieta das proteínas”. E nada de criar um cardápio por conta própria, isso é função de um maio, 2012


Rins | Medicina

r bem dos rins nutricionista.

Analgésicos somente com orientação médica A automedicação é um perigo para a nossa saúde, e não estamos falando apenas em remédios controlados. Qualquer medicamento só deve ser ingerido após a indicação de um médico, e sim, isso vale para aquele analgésico a quem lançamos mão sem pensar duas vezes quando bate uma dor de cabeça. No momento da dor, essa pode parecer a melhor solução, mas em longo prazo os seus rins irão sofrer as consequências do abuso dos remédios.

Diminuir o álcool Em doses moderadas, acredite, o álcool pode até ajudar no trabalho dos rins. Alguns especialistas indicam uma ou duas doses pequenas de bebidas que funcionam como diuréticos. Mas você leu corretamente? Uma ou duas doses, e só! Beber além da conta não vai acelerar o trabalho dos filtros, ao contrário: eles irão sofrer vários danos. Quando consumido em excesso, o álcool causa hipertensão, que pode progredir para problemas renais. A bebida também prejudica o fígado, que, em última circunstância, resultará em um grande estrago nos rins.

a problemas de pressão, que contribuem para o surgimento de doenças renais. Além disso, o cigarro pode provocar inflamações que prejudicam o órgão. E não se esqueça: se você sofre com hipertensão arterial, diabetes mellitus, inchaços constantes (principalmente nas pernas, pés e rosto), cólica renal, ardor ao urinar, dor lombar associada à febre, urina com mau cheiro ou turva, dificuldade para urinar ou sangue na urina, fraqueza ou palidez não explicada por outras causas, procure um médico com urgência. Todos esses podem ser sinais de problemas renais!

Qualquer medicamento só deve ser ingerido após a indicação de um médico, e sim, isso vale para aquele analgésico a quem lançamos mão sem pensar duas vezes quando bate uma dor de cabeça.

Esqueça de vez o cigarro O cigarro é capaz de causar grandes estragos aos rins, assim como faz com outros órgãos do corpo. Isso acontece devido a pequenos bloqueios formados que diminuem o calibre dos tubos por onde o sangue corre. Esse quadro levará maio, 2012

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Medicina | Escaras Dr. Pedro Pegolo Filho

Existem vários produtos chamados de “novas tecnologias” para auxiliar no tratamento e prevenção das úlceras de pressão. A indicação fica a critério médico ou de enfermeira especializada. Os resultados são bastante eficazes.

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Escaras A escara é a fase mais avançada das lesões causadas por pressão na superfície corporal. A úlcera de pressão, que é a forma como se inicia a escara, pode ser definida como uma lesão de pele causada pela interrupção sanguínea em uma determinada área, que se desenvolve devido a uma pressão aumentada por um período prolongado. Também é conhecida como úlcera de decúbito, escara de decúbito ou simplesmente escara. O termo escara deve ser utilizado quando se tem uma parte necrótica ou crosta preta na lesão. O que acontece é uma lesão da pele devido à compressão da mesma, que fica entre o osso e uma superfície externa dura. O primeiro sinal de formação da úlcera é uma vermelhidão localizada em um ponto da pele que sofreu pressão, evoluindo com a lesão da pele, da gordura e do músculo, podendo se aprofundar até o osso. Pode surgir mesmo em poucas horas de evolução, como, por exemplo, em um paciente inconsciente em uma maca de pronto-socorro sem colchão adequado e deitado na mesma posição por mais de duas horas. Na grande maioria das vezes, pode ser evitada com cuidados fisioterápicos e de enfermagem. Os locais mais propícios para o seu desenvolvimento são: a região sacral, o calcanhar, nádegas, trocânteres, cotovelos, orelhas e tronco. As maiores vítimas são pacientes acamados que são (ou foram) fumantes, diabéticos, pacientes com incontinência urinária e/ou fecal (uso de fraldas), desnutridos, idosos, pessoas com pouca ou nenhuma mobilidade, com problemas de circulação arterial, dentre outros agravantes. O melhor tratamento, como para quase

tudo na saúde, é a prevenção. Cuidados com a pele do paciente são fundamentais. O maior objetivo é o alívio da pressão da pele, nas áreas de maior risco ou onde se tem ossos mais proeminentes. Alguns cuidados são muito importantes, e podem ser realizados desde o primeiro momento em que o paciente ficou acamado, seja em casa ou no hospital. Manter o colchão apropriado, podendo ser colchão de água ou tipo casca de ovo, sobre a cama do paciente. Mudar o paciente periodicamente de decúbito, no máximo a cada duas horas, utilizando o decúbito dorsal, ventral e lateral. Podemos associar protetores locais, como placas de hidrocoloides ou de silicone. Colocar apoios embaixo dos tornozelos do paciente para elevar os calcanhares. Manter o suporte nutricional necessário. Hidratar adequadamente a pele. Manter o paciente limpo e seco, monitorando e aumentando, quando necessário, as trocas de fraldas. Monitorar o aparecimento de candidíase e outras infecções locais. Manter a limpeza das roupas de cama, bem como mantê-las secas e bem esticadas, sem dobras ou costuras grosseiras. NÃO utilizar lâmpadas de calor sobre a pele do paciente, pois elas estimulam o seu ressecamento, podendo até causar queimaduras. Uma vez instalada a ferida, o tratamento consiste em limpeza da lesão com jato de soro fisiológico, preferencialmente morno.

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Escaras | Medicina

O jato é possibilitado perfurando-se o frasco de soro com uma agulha. Esse jato tem a propriedade de limpar a ferida sem destruir o que o próprio organismo vem reconstruindo.

Existem vários produtos chamados de “novas tecnologias” para auxiliar no tratamento e prevenção das úlceras de pressão. A indicação fica a critério médico ou de enfermeira especializada. Os resultados são bastante eficazes. A principal complicação de escara é a infecção, inicialmente local, mas que pode se disseminar, chegando até os ossos e causando osteomielite grave e até septicemia. Nos casos mais avançados, com necroses maiores, o tratamento cirúrgico se faz necessário. Ele é baseado nas seguintes etapas:

Escarectomia Consiste em total ressecção do tecido necrótico e alterações tróficas.

Osteotomia Para a prevenção das recorrências, é preciso que seja realizada de maneira cuidadosa a remoção parcial de proeminências ósseas abaixo das escaras.

Cobertura da lesão com retalhos: A indicação de retalhos de pele e/ou músculos para o fechamento da lesão ocorre para lesões crônicas e de difícil fechamento, ou ainda quando estruturas como ossos, tendões, nervos e vasos importantes ficam expostas. Alguns tipos de retalhos podem ser confeccionados, a escolha vai depender do local e tamanho da lesão, cirurgias prévias e ainda da experiência do cirurgião.

Dr. Pedro Antonio Pegolo Filho. CRM/MS 3784 CRM/SP 99482 Formado em Medicina pela UFMS, em 1999. Residência em Cirurgia Geral, pela Santa Casa de Campo Grande. Residência em Cirurgia Plástica, pelo Hospital dos Defeitos da Face - SP. Título de Especialista pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.


Medicina | Descarte de remédios

Camila Cruz

Descarte de remédios Algumas farmácias pelo Brasil já estão se preparando para essas mudanças e criando pontos de coleta dos remédios para serem encaminhados ao descarte adequado.

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Você sabe o que fazer com a única cápsula de remédio que sobrou na cartela? Ou então com os medicamentos guardados há meses no armário? Essa provavelmente é uma dúvida comum das pessoas, e uma preocupação para os especialistas. Mas com a aprovação da Política Nacional de Resíduos Sólidos, em 2010, o descarte de remédios tornou-se um assunto muito discutido, pois estão sendo estudadas algumas medidas importantes para evitar a automedicação, e ainda impedir a contaminação do meio ambiente. O Ministério da Saúde e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) propõem uma rede de coleta seletiva, na qual a responsabilidade pelos medicamentos não utilizados é dividida entre todos os envolvidos na cadeia de produção e utilização, ou seja, entre fabricantes, farmacêuticos e consumidores. A intenção é implantar um programa efetivo para que as pessoas devolvam, regularmente, os remédios aos lugares onde foram comprados, fazendo com que o medicamento percorra o caminho de volta (do consumidor final à indústria que o fabricou), realizando, com isso, a chamada logística reverso. Algumas farmácias pelo Brasil já estão se preparando para essas mudanças e criando pontos de coleta dos remédios

para serem encaminhados ao descarte adequado. Especialistas explicam que, ao final do processo de recolhimento, o ideal é que os remédios sejam incinerados por uma empresa especializada, pois não é possível serem reciclados ou reutilizados, já que existem normas sérias e rigorosas de acondicionamento de remédios definidas pela Anvisa. Em casa, o risco maior se deve ao perigo da automedicação, pois as pessoas podem usá-los incorretamente e sem prescrição médica, principalmente os antibióticos, que causam a resistência da bactéria no organismo. O problema também é o remédio ser armazenado de forma errada e por muito tempo em casa, como, por exemplo, próximo ao fogão ou exposto à luz, perdendo sua qualidade e seu potencial de cura. Para se ter uma ideia do que acontece hoje, de acordo com uma pesquisa realizada pelo Governo Federal ao final de 2010, mais da metade dos brasileiros joga no lixo comum os medicamentos que não serão mais consumidos, e cerca de 40% descartam no vaso sanitário. Essas são medidas perigosas, pois os medicamentos vão parar nos aterros sanitários, que não estão preparados para recebê-los, ou então acabam indo, muitas vezes, direto para os rios do nosso País. maio, 2012


Noivas | Estética Dra. Thaís Sakuma

Noivas:

uma pele linda para o dia do “sim” Nada é mais natural para a mulher que querer estar maravilhosa no dia do casamento. Sendo assim, seguem abaixo algumas opções de tratamentos estéticos para que as noivas possam estar com a pele linda no dia dessa celebração tão especial. Poros dilatados: a ponteira 15 mm do laser fracionado Starlux® 500 melhora a textura da pele e minimiza a aparência dos poros. São indicadas de 1-3 sessões, com intervalo mínimo de 4 semanas. Caso haja acne associada, pode-se recorrer a formulações contendo ácido retinoico, peróxido de benzoíla ou antibióticos. Em alguns casos faz-se necessária medicação sistêmica. O dermatologista poderá indicar o tratamento mais apropriado para cada caso. Linhas de expressão: quando ocorrem de forma pronunciada entre as sobrancelhas, conferem aparência “zangada”. A aplicação de botox® promove o relaxamento temporário dos músculos dessa região, resultando em uma fisionomia mais relaxada. A aplicação deve ser feita nos pontos certos com a dose adequada, para não correr o risco de ficar sem expressão, com aquele aspecto congelado. O efeito dura em torno de 4 meses. Pés de galinha, testa, queixo e pescoço também podem ser tratados com botox®, caso necessário. Olheiras: podem deixar a noiva com olhar cansado. Para evitar a aparência de “noite mal dormida”, existem dois tipos principais de abordagem. Caso o problema seja apenas a marca escura abaixo dos olhos, podem-se utilizar clareadores de uso domiciliar associados à Luz Intensa Pulsada, que destrói os pigmentos responsáveis pela coloração escura. São necessárias, em média, quatro sessões. Se houver perda de volume, maio, 2012

também conhecida como “olheira profunda” é necessário preencher o local com ácido hialurônico, com duração de 9-12 meses. Manchas: para uma pele viçosa e uniforme, pode-se realizar Luz Intensa Pulsada para sardas e melanoses; e a ponteira 15 mm do laser fracionado ® 500 no caso de melasma. Starlux® “Bigode chinês”: é preenchido com ácido hialurônico. As apresentações com anestésico na formulação permitem mais conforto durante o procedimento. Em alguns casos pode decorrer da perda de gordura nas maçãs do rosto, que, então, são preenchidas com variante mais viscosa de ácido hialurônico. Rugas e flacidez: a ponteira 10 mm do laser fracionado Starlux® 500 age por meio da coagulação controlada de microzonas da derme (camada mais profunda da pele), estimulando a produção de colágeno. Já a ponteira XD do mesmo aparelho provoca a retração da pele, com melhora da flacidez, proporcionando excelentes resultados para pálpebras e contorno facial. No 70° Encontro da Academia Americana de Dermatologia, que aconteceu em março em San Diego, EUA, foi apresentado o procedimento Drug Delivery, que consiste na utilização de cremes específicos (ex.: clareadores e antioxidantes) após o laser fracionado, que facilita a absorção dos mesmos. Desta maneira o efeito final do tratamento é potencializado. Uma vez escolhida a data do casamento, é importante consultar o seu dermatologista para que se faça uma programação com antecedência dos tratamentos necessários, pois alguns podem exigir meses para proporcionar o resultado desejado.

Dra. Thaís Sakuma CRM/MS 5868 Graduada em Medicina pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul - UFMS. Residência Médica em Dermatologia pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro – UNIRIO. Membro Titular da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). Pesquisadora Associada da Universidade da Califórnia, São Francisco, EUA.

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Bem-estar | Fadiga Camila Cruz

O importante é conhecer as causas desse esgotamento, principalmente nos casos em que ele acontece devido a algumas doenças.

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Cansaço sem Muitas vezes sentimos um cansaço enorme ao acordar, no trabalho, depois do almoço... Uma moleza sem fim que suga nossas energias ao ponto de deitarmos e dormirmos se tivesse uma cama por perto. Você já passou por essa situação? Esses são os sintomas da fadiga, um cansaço interminável e persistente que nos dá a sensação de que qualquer atividade cotidiana exige um esforço sobre-humano para ser realizada. Na maioria das vezes, esses sintomas são causados pelo estresse e excesso de trabalho característicos da vida moderna, além do desgaste com o trânsito, a fila do banco ou até por uma noite mal dormida. Porém, em certos casos, a fadiga pode ser sinal de alguma pane no organismo, e algumas doenças podem estar relacionadas ao problema. Na verdade, o cansaço exagerado tem origem no cérebro, que envia impulsos elétricos para o corpo e esses impulsos, ao chegarem aos músculos, sofrem reações químicas, resultando em energia mecânica, ou seja, energia para realizar os movimentos. Especialistas explicam que a fadiga nada mais é que o resultado de um desequilíbrio quando não há harmonia entre esses estímulos. E se você se identificou com o que estamos falando, nada de desespero! Saiba que ninguém é obrigado a viver com a fadiga para sempre, pois algumas mudanças no estilo de vida já ajudam a repor as energias. O importante é conhecer as causas desse esgotamento, principalmente nos casos em que ele acontece devido a algumas doenças. Por isso, é melhor ficar atento a alguns sinais que o próprio corpo emite. Quando o cansaço persiste por muito tempo e não há uma causa definida, ele passa a ser conhecido como a síndrome da fadiga crônica. Apesar de não ter

sido completamente desvendada, pesquisadores acreditam que essa síndrome é causada por infecções e doenças autoimunes. Portanto, se a fadiga persistir, é fundamental que se procure o auxílio de um médico para fazer um check-up. Somente um profissional poderá solicitar exames como hemograma, teste de glicemia, dosagem hormonal e outros mais específicos, como o eletrocardiograma e o teste de função hepática, que ajudam a identificar o que está prejudicando a disposição.

Doenças por trás da fadiga Diabetes A marca principal da doença é a dificuldade do açúcar para entrar nas células, seja pela falta de produção de insulina ou pela incapacidade desse hormônio de trabalhar. Com isso a glicose no sangue aumenta, e a glicemia alta faz a pessoa urinar mais, emagrecer e perder massa magra. É comum o diabético apresentar maior cansaço muscular.

Anemia Além da pele pálida, a escassez de ferro também provoca fadiga, e essa é uma de suas principais características. A anemia pode causar cansaço, sono, desânimo, queda de cabelos e até mesmo falta de ar. Nas mulheres, esse é um fenômeno mais recorrente durante a menstruação, quando a perda de sangue aumenta o déficit de ferro no organismo.

Apneia O ronco prejudica a qualidade do maio, 2012


Fadiga | Bem-estar

m fim... sono, pois causa a interrupção da passagem de ar pela garganta, provoca o ruído e, muitas vezes, a pessoa chega a acordar durante a noite. Essa inconstância no repouso noturno pode ser, então, a causa da fadiga, o que provoca uma moleza sem fim no dia seguinte, principalmente nos homens, que são os que mais sofrem com a doença.

Depressão Embora seja uma doença psíquica, a depressão compromete a disposição física da pessoa. Geralmente ocorre um processo inflamatório dentro dos neurônios, que acaba atrapalhando o seu funcionamento, e isso acaba gerando um grande cansaço.

Doença cardíaca O coração, quando está com problemas, não bombeia o sangue para todos os órgãos como deveria, e por isso eles tendem a entrar em falência. A arritmia e o entupimento de artérias são alguns dos causadores do cansaço exagerado. Fadiga, nesse caso, é sinal de perigo!

Tireoide Os hormônios da tireoide são vitais para manter o metabolismo ligado. Uma característica comum entre o hipertireoidismo (quando a tireoide trabalha demais) e o hipotireoidismo, (quando a glândula fica lenta) é a apatia total. A explicação é que o coração bate muito rápido, fazendo com que a pessoa sinta um cansaço extremo.

Fibromialgia Essa é uma síndrome que aflora a senmaio, 2012

sibilidade para qualquer dor. Por causa disso a pessoa pode ter o sono perturbado e levantar fatigada, isso sem falar que a própria dor já gera total indisposição.

Infecções Além da febre, a fadiga também é um sinal de infecção. A pessoa fica enfraquecida. Isso porque o organismo concentra suas forças na luta contra o agente infeccioso, daí o esgotamento das energias.

Recarregue a bateria! Alguns hábitos e atitudes podem ajudar a recompor as energias do corpo para o dia a dia. A hidratação com líquidos, por exemplo, pode ser uma medida de sucesso, pois se a pessoa não estiver bem hidratada, as células vão extrair a água da circulação, fazendo com que o sangue se torne mais denso e a absorção da energia também seja mais difícil. A alimentação é outra dica importante, pois fazer refeições a cada três horas é mais um segredo para afastar a fadiga, evitando a queda brusca das taxas de açúcar no sangue. Já reparou que a maioria das pessoas que reclamam de falta de energia não come direito? Os exercícios físicos também ajudam, pois exercitar o corpo melhora a captação, o transporte e a utilização do oxigênio em nosso organismo. O coração, pulmão e músculos conseguem converter mais desse gás em energia. Uma boa noite de sono também é uma solução, e dormir pelo menos oito horas durante a noite nos traz disposição. E, por último, a dica é procurar fazer atividades prazerosas que controlem o estresse e nos tragam equilíbrio.

A alimentação é outra dica importante, pois fazer refeições a cada três horas é mais um segredo para afastar a fadiga, evitando a queda brusca das taxas de açúcar no sangue.

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Bem-estar | Brincadeiras Fernanda Monteiro

Feliz mundo das brincadeiras

ONDE ENCONTRAR

Rua Ingazeira, 190 Vivendas do Bosque Telefone (67) 3326 5525

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“O cravo brigou com a rosa debaixo de uma sacada...”. Talvez as crianças da geração dos jogos virtuais e da maquiagem e saltos precoces, que não saem muito na rua por conta da violência e dos pais que trabalham demais não consigam completar o verso dessa cantiga. Pode ser ainda que a falta de estímulo tenha deixado esses pequenos alheios a brincadeiras tradicionais. O fato é que, se depender do Espaço Imaginário, pião, amarelinha, pula-corda, corre cotia, pique-pega, elástico, ciranda, bola de gude, pipa, iô-iô, queimada e bambolê nunca vão sair de moda... Desde fevereiro de 2011, o Espaço Imaginário se tornou o “quintal da casa da vovó” para crianças com idade entre 3 e 12 anos em Campo Grande. São 8 mil m² no Vivendas do Bosque, com muitas árvores e decoração multicolorida. Quem chega experimenta a alegria logo de cara e escuta o som de cantigas de roda e risadas incontroláveis. Nesse lugar mágico, o tempo de infância faz hora-extra e o direito à brincadeira é protegido. A ideia de um local público para explorar o potencial criativo surgiu da experiência do cineasta Alexandre Bastos e da arte-educadora Lia Mattos. Resgatando a infância todas as tardes e fins de semana, eles acreditam poder ser agentes de uma importante transformação: a arte, o convívio e o meio ambiente proporcionam contato com o universo lúdico e fazem com que as crianças compreendam o mundo, tornando-se adultos equilibrados. Para os idealizadores, brincar é muito mais que um momento para “se fazer nada”, de descontração; é indispensável à saúde física, emocional e intelectual dos pequenos. Qualquer criança pode aproveitar o espaço, que é mantido por uma associação

entre pais, amigos e artistas. Mas como a cultura das brincadeiras ao ar livre não faz parte do estilo de vida de muitas capitais, Lia agora quer ampliar o movimento e inscreveu o projeto “Memórias do Futuro” numa seleção nacional da Fundação Telefônica/Vivo. De 306 inscritos, oito foram escolhidos, inclusive o que vai pesquisar e documentar a infância em Mato Grosso do Sul. Então, 20 adolescentes de comunidades indígenas, ribeirinhas, quilombolas, de fronteira e urbanas já vivem o processo de entender o que é diversão nos primeiros anos. Na segunda etapa, esses adolescentes voltam para Corumbá e Amambai (além dos que moram em Campo Grande) para pesquisar as realidades da infância local, brincar e registrar todas as aventuras por meio das câmeras de seus telefones celulares, documentos que devem alimentar mídias encabeçadas pelo portal www.memoriasdofuturo.com.br. Depois, é claro, o projeto será finalizado com mais brincadeiras. Durante dois meses uma caravana irá visitar 25 escolas de várias cidades do Estado, exibir o trabalho e promover outros momentos inesquecíveis. Uma dessas ocasiões foi vivida no Espaço Imaginário com a presença de uma das melhores especialistas em cultura da criança no Brasil, Lydia Hortélio. Na sua divertida aula para o “Memórias do Futuro”, com 20 adolescentes sul-mato-grossenses, a baiana de 80 anos era facilmente confundida com uns deles. Quem também caiu na roda foi Laura Félix, de 14 anos, que diz estar vivendo a sua segunda infância: “Nunca brinquei tanto, e quando chego a minha casa com os pés ainda sujos, divido tudo com o meu irmão Francisco, de oito anos”, revela, numa explosão de felicidade. maio, 2012



Comportamento | Mudanças

Natalia Razuk

Mudanças, a l E, de repente, a vida mudou, simplesmente mudou. Mudamos de cidade, de trabalho, de “casado” para “solteiro”, de razão social... Como vamos reagir? O que vai acontecer agora? Será que vou conseguir me adaptar? Será que vou ser feliz de novo? Toda grande mudança gera uma determinada ansiedade pelo que está por vir e pelo desconhecido que nos espera. Cada pessoa tende a reagir de uma forma, mas a angústia e a dúvida são sentimentos quase unânimes. E aí vem a pergunta: como lidar com as mudanças da vida?

Sintomas da mudança Primeiro, um friozinho na barriga, e este é só um prenúncio de uma série de reações que seu organismo vai orquestrar no decorrer de uma grande mudança, seja ela qual for. Sensações contraditórias certamente vão aparecer, a mistura de euforia e angústias em um único dia, palpitação, insônia e até certa confusão mental por ter que administrar uma série de novas informações e sensações. O cérebro fica em uma espécie de “estado caótico”, e o que pode acontecer é perdermos o foco do que realmente está em questão. Todo esse quadro poderá levá-lo a um estresse, maior ou menor, dependendo da pessoa e do tipo de mudança que está ocorrendo. As mudanças na nossa vida são tão necessárias quanto incontroláveis, e se a pessoa, em um ato impensado, tenta frear essa ação, essa nova experiência repleta de aprendizados e crescimento pessoal, poderá dar início a um processo depressivo. 50|TotalSaúde

Mudando e crescendo Na nossa vida, as mudanças surgem como pontos cruciais para o nosso crescimento e aprimoramento pessoal e profissional. Algumas pessoas lidam melhor com as mudanças, entendendo que seja algo desafiador e instigante. O mais importante nesse momento é aceitar, e, quando elas são irreversíveis, não lutar contra. Quanto mais rápido você entender isso, mais fácil e proveitoso será o seu processo de adaptação. Toda mudança gera um novo cenário na vida: novas escolhas, novas caras e novas situações... Tente se integrar a esse novo cenário, aos poucos, mas com firmeza e elegância, tornando o ambiente o mais familiar possível, sentindo-se parte desse novo mundo, trazendo as boas coisas consigo e aproveitando para deixar para trás velhos vícios. Lembre-se: “O novo sempre vem”. É certo que nesse processo deixaremos muitas coisas pelo caminho, das quais não queríamos nos livrar. Mudar dói e exige força, mesmo para pequenas coisas, como começar uma dieta - na qual você precisa de força e vontade para chegar ao resultado desejado. Então, arme-se de boa vontade e boas intenções para passar, da melhor maneira possível, por qualquer que seja o “novo” que lhe espera.

Mudança de hábito Acontecimentos de grande dor e sofrimento às vezes chegam e transformam a nossa vida. Separações, partidas, falemaio, 2012


Mudanças | Comportamento

a lei da vida... cimentos, o final de uma grande paixão, decepções... Todos esses acontecimentos vão somando e construindo o que chamamos de “nossa história”, portanto, lutar contra e tentar se preservar de tudo isso é inútil. O curioso é que, racionalmente, sabemos que transformações ocorrerão, mas parece que nunca estamos preparados, não é mesmo? E ficamos perplexos, como se estivéssemos à mercê de um grande vendaval de acontecimentos. Nesses momentos temos que simplesmente entender o que acontece, tranquilizar o coração e tomar as atitudes certas que nos levarão ao próximo estágio, ao próximo desafio. Entre essas atitudes pode ser que seja necessária uma ajuda especializada. E isso não é fraqueza. Muitas vezes, a perda de um ente querido ou de um trabalho considerado seguro mexe tanto com a nossa vida que precisamos de suporte psicológico. Nessa hora, virtudes adormecidas despertam e conseguimos fazer algo extraordinário, e nos surpreendemos com a nossa força. Para reinventar-se é preciso deixar o lugar comum e conhecido, e por isso, mesmo estéril e pouco estimulante, é necessário ir ao encontro do seu eu mais vibrante. Na natureza, o movimento é constante. Estacionar em nome da segurança não é a melhor opção. Diga não à limitação, à paralisação da aprendizagem, ao medo de tentar e liberte-se da acomodação.

pode ganhar com essa mudança. Passo a passo, realize todas as tarefas necessárias para uma boa transição, e não perca o foco! Mantenha a sua família e os amigos por perto, não se afaste de quem você ama. Essa atitude lhe proporcionará a segurança e o afeto necessários para enfrentar qualquer que seja a nova empreitada. Seja ela esperada ou involuntária, acredite: mudanças sempre trazem novos ventos!

“Quando os ventos de mudança sopram, umas pessoas levantam barreiras, outras constroem moinhos de vento.” Érico Veríssimo.

Nunca esqueça Seu maior objetivo é o seu bem-estar, portanto, preste atenção a tudo o que você maio, 2012

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Nutrição | Intoxicação alimentar

Dra. Tatiane Savarese Attilio

ONDE ENCONTRAR

Rua Elvira Coelho Machado, 532 Chácara Cachoeira (67) 3349 1569 www.atitudesaude.com.br

Intoxicação alimentar Todos sabem do perigo de comer alimentos estragados, não é mesmo? Porém, a maioria das pessoas, pelo menos as que eu tenho observado em locais onde se comercializam alimentos, não se preocupa muito com as condições de higiene do local e outros “perigos invisíveis” que o alimento esconde. Você deve estar pensando: “Não é muito comum eu ouvir as pessoas comentarem que ficaram doentes por terem comido determinado alimento!”... Essa frase é, parcialmente, verdadeira, e se não ficamos doentes de forma grave ao consumir um alimento contaminado, devemos agradecer ao ácido clorídrico (o ácido do estômago) e também aos lactobacilos que estão em nosso intestino, dentre outros. O que eu quero dizer é que os alimentos podem sim provocar doenças muito graves, podendo levar a óbito. Por isso, nunca é demais seguir algumas dicas: É direito de todo consumidor visitar a cozinha de um estabelecimento. Faça valer o seu direito cada vez que estiver em dúvida quanto à higiene do local. Quando for consumir alimentos não cozidos (como peixes, sushi, quibe cru), procure saber as condições de higiene e manipulação do alimento, devendo este ser consumido em menos de 30 minutos.

Dra. Tatiane Savarese Attilio CRN 3/12175 Nutricionista. Especialista em Nutrição Clínica, Obesidade e Emagrecimento. Docente em cursos de extensão na área da saúde.

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Alimentos expostos em bancas ou em Buffet (quentes ou frios) sem a devida proteção estão contaminados por, no mínimo, uma bactéria que está presente naturalmente em humanos, que é a Staphylococcus aureus.

E você sabe onde encontrá-la? Cabelos, unhas, debaixo de anéis e pulseiras, toalhas de mesa, mesas, utensílios, no ar, em moscas, e acredite: nas vias respiratórias superiores (nariz, boca, garganta), além da pele. Agora, imagine a cena de uma fila em um restaurante self service, onde todo mundo conversa “em cima” dos alimentos quando vai se servir?... Os alimentos mais comuns são o presunto e outras carnes com sal, que não apresentam nenhum sinal ou gosto diferente. A contaminação é caracterizada pelo aparecimento súbito (após 4h) de vômitos, diarreia aquosa e dores abdominais.

Luva nas mãos não é sinônimo de higiene... Muitas vezes, o manipulador de alimentos usa a luva para “proteger a própria mão”, e não o seu alimento, fique atento! Quando for ao supermercado, deixe os alimentos frios e refrigerados por último e, chegando a sua casa, guarde-os em primeiro lugar. Ainda no supermercado, preste atenção à temperatura dos balcões térmicos e dos alimentos que lá estão armazenados. Data de validade é um dado importante, e existe para ser conferido. Não é porque há um dia que venceu que o alimento está apto a ser consumido. Para alimentos com prazo de validade vencido o destino é um só... O lixo!

maio, 2012



Nutrição | Açúcar

Camila Cruz

Açúcar em excesso Consumo de açúcar triplicou, e é o mais novo desafio da saúde mundial É difícil encontrar alguém que não goste de comer aquele bolinho quentinho ao final da tarde, ou aquele doce depois do almoço... Essas guloseimas são verdadeiras tentações, não é mesmo? Mas um estudo realizado nos Estados Unidos afirma que o consumo mundial de açúcar triplicou nos últimos 50 anos, e alerta que, além do álcool e do cigarro, o alimento tornou-se um “vilão”, e tem causado grande impacto na saúde pública mundial. A pesquisa foi realizada por três cientistas da Universidade da Califórnia, em São Francisco, e coincide com o que aponta as Nações Unidas: pela primeira vez na história, as doenças infecciosas foram ultrapassadas por doenças não infecciosas. Isso quer dizer que o câncer, o diabetes e problemas no coração são hoje os mais incidentes, e responsáveis por cerca de 35 milhões de mortes por ano. Apesar dos Estados Unidos liderarem o ranking mundial do consumo do produto, pesquisadores explicam que todo país que possui uma dieta ocidental, baseada em alimentos de baixo custo e altamente processados, teve um aumento no índice de pessoas com obesidade e doenças relacionadas ao consumo de açúcar. Para se ter uma ideia, hoje o número de pessoas obesas é muito maior que o de pessoas desnutridas, e os efeitos danosos do açúcar no organismo humano são semelhantes aos promovidos pelo álcool. Mas a obesidade não é o único problema neste caso, já que cerca de 40% das pessoas com peso considerado normal podem, certamente, desenvolver doen54|TotalSaúde

ças no coração e no fígado, diabetes e hipertensão. A solução para o problema, apontada pelos estudiosos, ou pelo menos para o controle adequado, seria que os países começassem a controlar o consumo do alimento. Algumas ações poderiam ajudar, como, por exemplo, a taxação de produtos industrializados açucarados, a limitação da venda de tais produtos em escolas e a definição de uma idade mínima para a compra de refrigerantes. Apesar das sugestões não serem complicadas, haveria dificuldade porque, ao contrário do cigarro e do álcool, o açúcar é um produto essencial, e está em alimentos até mesmo salgados, o que dificultaria a sua regulação. Alguns fatos assustam e nos dão ideia do tamanho do desafio que todos temos pela frente, pois em países mais carentes os refrigerantes são, geralmente, mais baratos que o leite, ou até mesmo que a água. Preocupados com a questão do excesso de açúcar, os ministérios da Saúde e da Educação decidiram priorizar o cuidado com as crianças, já que elas são o futuro do nosso País. Por isso realizaram, no mês de março, a primeira edição da “Semana de Mobilização da Saúde na Escola”, com mais de cinco milhões de alunos de escolas públicas. A mobilização acontecerá todos os anos daqui em diante, e foi instituída por portaria publicada no Diário Oficial da União. Em 2012, o tema escolhido para o trabalho foi “Prevenção da Obesidade na Infância e na Adolescência”. Diversos profissionais da saúde tiveram como objetivo orientar as crianças a respeito da alimentação adequada.

Alguns fatos assustam e nos dão ideia do tamanho do desafio que todos temos pela frente, pois em países mais carentes os refrigerantes são, geralmente, mais baratos que o leite, ou até mesmo que a água.

maio, 2012


Slackline | Esporte

Fernanda Monteiro

Slackline pantaneiro O slackline surgiu nos Estados Unidos entre os anos 70 e 80, popularizou-se como treino de equilíbrio e recentemente ganhou a cidade de Campo Grande. É o esporte ideal para quem gosta de praticar atividades ao ar livre, e na Capital de Mato Grosso do Sul a cena se completa com belos parques e praças, árvores centenárias ideais para fixar a fita de nylon e esportistas hidratados pela bebida tradicional do local: o tereré. Assim, por pura diversão, os praticantes seguem até o entardecer. Vinícius Cabral é um dos adeptos dessa regionalização do esporte. Com 27 anos, é personal e skatista, mas mesmo assim achou difícil encarar o slackline. Aceitou o desafio e comprou uma fita na internet (os preços variam entre R$ 160 e R$ 500). “Você só precisa da fita de 20 metros e duas árvores, já que este também pode ser um esporte individual”, esclarece o nosso personagem. Praticante do slack aos fins de semana, em um mês Vinícius já conseguia se equilibrar em apenas 5 cm de largura de fita a 1,5 m do chão. Ele encarou tudo de uma forma muito lúdica, mas como a concentração é a regra do jogo, ele conta que conquistou saúde, equilíbrio e postura melhores, além da harmonia dos seus movimentos. maio, 2012

A força empregada durante a travessia movimenta bem mais do que as pernas: o corpo todo é exercitado, resultando num visual malhado. Abdome frontal e oblíquo, peitoral, bíceps e tríceps tendem a ficar definidos e, para quem gosta de medir os resultados na balança, em duas horas dá pra perder 400 calorias. O esporte, que também exige velocidade de reação, é dividido em cinco modalidades básicas: trickline (realização de manobras de saltos), longline (com fitas maiores, a partir de 20 m), highline (praticado em altura superior a 5 m) e waterline (slackline sobre a água). Os níveis começam com a caminhada e vão até as manobras mais ousadas, como sentar ou pular sob o nylon. Tamanha concentração empregada no exercício deu origem à modalidade inspirada em poses da tradicional ioga, o yogaline. A conquista para cada modalidade vai depender da coragem do participante em encarar as cordas bambas. Se esse esporte econômico da boa forma e de muita concentração te pegou e você quiser começar, eleja uma das suas paisagens preferidas na cidade, esqueça sua idade e seu biotipo. Não precisa ser atleta como o Vinícius, e você escolhe se prefere praticar com tênis ou sem calçado algum. Divirta-se!

A força empregada durante a travessia movimenta bem mais do que as pernas: o corpo todo é exercitado, resultando num visual malhado. Abdome frontal e oblíquo, peitoral, bíceps e tríceps tendem a ficar definidos e, para quem gosta de medir os resultados na balança, em duas horas dá pra perder 400 calorias.

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Diagnósticos precisos

Tratamentos

eficazes

Ecografia Vascular com Doppler Angiorradiologia Cirurgia Endovascular Cardiologia Intervencionista Neurorradiologia Intervencionista

Há mais de 7 anos no mercado, a Angiocentro conta com equipamentos modernos e profissionais altamente qualificados para melhor cuidar da sua saúde. Fábio Moron | CRM-MS 3309 Especialidades: Angiologia, Angiorradiologia, Cirurgia Vascular e Endovascular, Ecografia Vascular com Doppler

Mauri Comparin | CRM-MS 1975

Giuliano Paiva | CRM-MS 3533 Especialidades: Cirurgia Vascular, Ecografia Vascular com Doppler

Maurício Jafar | CRM-MS 2073 (Responsável Técnico) Especialidades: Angiologia, Angiorradiologia, Cirurgia Vascular e Endovascular, Ecografia Vascular com Doppler

Especialidades: Angiologia, Angiorradiologia, Cirurgia Vascular e Endovascular, Ecografia Vascular com Doppler

Guilherme Maldonado | CRM-MS 1969 Especialidades: Cirurgia Vascular e Ecografia Vascular com Doppler

Marcos Rogério Covre | CRM-MS 3206 Especialidades: Angiologia, Angiorradiologia, Cirurgia Vascular e Endovascular, Ecografia Vascular com Doppler

Dr. Maurício Jafar Responsável Técnico CRM-MS 2073

Av. Afonso Pena, 3.850 - Campo Grande-MS Fone: 67 3027.1900


Banana recheada | Receita

Banana recheada

com frutas vermelhas Ingredientes:

Modo de preparo:

1 banana nanica madura 1 clara de ovo 2 colheres (de sopa) de açúcar refinado 1 colher (de sopa) de calda de frutas vermelhas Xerém de castanha de caju a gosto 1 bola de sorvete de creme

Lave a banana com casca e seque-a. Com uma faca, recorte a casca em forma de retângulo. Retire a casa. Com a ajuda de uma colher pequena, retire a polpa da banana, amasse-a e misture à calda de frutas vermelhas. Volte o recheio para dentro da banana. Bata a clara em neve com o açúcar para fazer o merengue. Cubra a banana com esse merengue e, por cima, salpique o xerém de castanha de caju. Leve ao forno até dourar o merengue. Sirva com a bola de sorvete.

Para a calda de frutas vermelhas Coloque em uma panela 2 polpas de frutas vermelhas, morangos, amoras e framboesas picados. Leve ao fogo com 4 colheres (de sopa) de açúcar refinado e deixe reduzir.

Voilà

Seja em nosso espaço ou onde preferir, oferecemos serviços de Buffet com cardápios inovadores, personalizando cada menu de acordo com o perfil do cliente e o tipo de evento. Para quem prefere um serviço tradicional e com extremo requinte, oferecemos também Buffet à francesa. Almoço das 11h às 14h

de segunda a sexta

Chef Natalia Borges

Café

de segunda a sábado das 16h às 21h

Bistrô

quinta, sexta e sábado das 19h às 00h

Café Coloial

Todas as terças das 16h às 21h

R. Euclides da Cunha, 1.126 - Casa 2 67 3326-4688 | 8122-1268 | 8124-9120

maio, 2012

TotalSaúde|57

becobistrocafe@gmail.com facebook.com/becobistrocafe



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