Saúde Infantil [Outubro/2012]

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Índice 10

Você Sabia?

Medicina 12

Odontologia

Perda auditiva: fenômeno comum entre a geração ipod e MP3

16

Sangramento uterino anormal

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Assistência farmacêutica

14

Cuidamos de você Hospital Santa Marina

22

O desafio de humanizar

Odontologia cosmética:

19

o novo conceito de estética facial

Bem-estar 24

aliada no combate ao câncer

20

Nutrição

Comportamento

Biofit: a evolução do movimento também é qualidade no atendimento!

Receita 57

A relação entre o intestino e a sua saúde

52

Filhos da água

58 Endereços úteis

Berinjela assada com tomate e cebola

a assistência à saúde

56

Máquina mapeia DNA em horas

26

Especial do Mês: Saúde infantil

Sensibilidade no combate ao câncer infantil

28

Calendário infantil de vacinação

29

Vacina contra catapora no SUS

32

Mês das crianças foi comemorado com alegria e diversão na editora Alvorada

34 36

Separação desvelada Infância saudável Alteração de peso é sinal de alerta para os pais

37

Gagueira não tem graça, tem cura!

38

Diabetes infantil

40

Nada atinge tanto a imaginação da criança quanto um bom livro

42

Ataques de birra

43

Uma amizade perfeita

44

Convulsão em crianças

46

Saúde infantil: cuidados simples podem evitar muitas complicações

48

Mortalidade infantil Brasil atinge as metas da Organização das Nações Unidas

50

A humanização no atendimento às pessoas com síndrome de Down


de


Direção de Arte, Diagramação e Editoração Eletrônica: Mariana Sena Madureira Figueiró, Uimer Ronald Freire e Henrique Attilio Redação: Camila Cruz (DRT/MS 736). Fernanda Prochmann (DRT/MS 149) Fernanda Monteiro (DRT/MS 177). Juliana Lanari (DRT/MS 176) (MTE 177 MS Publicitário e MTE 947 MS Jornalista )

79020-336

Fotografias: Henrique Attilio

Nelson Lam Kowai Fook CRFa. 2818. Fonoaudiólogo. Especialista em Audiologia Clínica. Dr. Estevom Molica Neto CRO/MS 2010. Atua na área de Reabilitação Oral e Estética. Especialista em Prótese Dentária. Membro da Sociedade Brasileira de Odontologia Estética e da Federação Internacional de Odontologia Estética. Dr. Orlando Monteiro Junior CRM/MS 3256. CRM/SP 73.806. Graduação e Residência em Ginecologia e Obstetrícia pela UNESP-Botucatu. Especialista em Ginecologia e Obstetrícia, habilitação em vídeohisteroscopia, vídeo-laparoscopia, ultrassonografia em G.O. pela FEBRASGO. Especialista em Ultrassonografia Geral pelo Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnósticos por Imagem (membro titular). Mestre em Ginecologia pela UNESP-Botucatu. Fábio Luís Miotto CRF 1028. Formado em Farmácia e Bioquímica - 1983. Pós-graduação - Especialização em Metodologia do Ensino Superior - 1985. APEC- Associação Prudentina de Educação e Cultura Presidente Prudente / SP. Farmacêutico responsável pela Clínica Hope desde a sua criação, em 2004. Farmácia da Quimioterapia do HRMS - desde 07/2003. Membro da SOBRAFO - Sociedade Brasileira de Farmacêuticos em Oncologia. Débora Soria CRN 3/28674. Nutricionista. Graduada pela Universidade para o Desenvolvimento do Estado e da Região do Pantanal-UNIDERP. Maria Aparecida Fernandes Cref: 000633-G/MS. Professora de Educação Física. Especialista em Fisiologia do Exercício. Marisa De Costa Martinez. Graduada e Mestranda em Psicologia pela UFMS. Pós-graduada em Psicoterapia de Orientação Psicanalítica pela UCDB. Analista Praticante do FCL-MS e membro do Ágora Instituto Lacaniano. Psicóloga do Colégio Militar de Campo Grande e da Clínica Sinapsi. Fga. Msc. Jaqueline Maria Oliani Ijuim Crfa 4662/SP/T/SC. Fonoaudióloga formada pela USC/1987. Especialista em Motricidade Orofacial pela Universidade de Franca, mestra em Educação pela UNIMEP/2006. Professora, supervisora de estágio e coordenadora do curso de Fonoaudiologia da UCDB (1999/2008). Atua na área de cursos à distância. Dr. Paulo Siufi CRM/MS 2187. Formado em Medicina na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, especializou-se em Pediatria. Trabalha como médico ambulatorial da Secretaria de Saúde de Campo Grande/MS. Renato Lima. Jornalista, estudante de Psicologia e mochileiro.


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Editorial | Ao leitor

Em outubro é comemorado o “Dia das Crianças” e nada melhor do que lembrarmos dos nossos brasileirinhos, que são símbolos de alegria e otimismo. E quem não gostaria de voltar na época em que as únicas preocupações eram com as brincadeiras e as tarefas da escola? Mas é neste período também que o organismo cresce, sendo os primeiros anos de vida essenciais para o desenvolvimento do ser humano. Por isso, o especial do mês da Revista Total Saúde aborda temas sobre a saúde infantil, incluindo o Calendário de Vacinação, desenvolvido pelo Ministério da Saúde para prevenir sérias doenças desde o nascimento até a vida adulta, além da nova vacina contra a catapora, que estará disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) a partir do ano que vem! Outro assunto indispensável é sobre o excessivo ganho de peso das crianças. Ter uma rotina saudável desde cedo é fundamental para evitar doenças no futuro. E esse é um alerta para os pais, já que a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabolismo divulgou dados preocupantes, apontando que uma em cada três pequenos, entre cinco e nove anos de idade, está acima do peso ideal. Nossa equipe foi conhecer ainda a “Quimioteca” do Hospital Alfredo Abrão, um espaço de diversão e bemestar desenvolvido para as crianças que desde cedo precisam lutar pela vida e contra o câncer. Lá elas fazem sessões de quimioterapia e recebem todo o suporte para enfrentar os momentos difíceis do tratamento. Vamos falar também sobre uma novidade surpreendente da ciência: uma máquina que apresenta o resultado do exame de DNA em questão de horas. O equipamento está chegando ao Brasil com o objetivo de diagnosticar, através do sequenciamento do genoma humano, doenças com sintomas muito parecidos, evitando assim tratamentos errados ou desnecessários. E você já parou para pensar o quanto a água é importante nas nossas vidas? Enquanto contaminada mata muitas pessoas, mas quando tratada salva mais vidas do que todas as instituições médicas do mundo. Água limpa é sinônimo de cidadania e saúde, por isso precisamos preservá-la. Portanto, o que não falta é assunto interessante, principalmente sobre a saúde das crianças que são o futuro do nosso país! Abraços e uma ótima leitura, Equipe

Revista Total Saúde

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Você Sabia? Células-tronco podem ajudar na cura da surdez Cientistas da Universidade de Sheffield, no Reino Unido, desenvolveram um tratamento baseado na aplicação de células-tronco para combater a surdez. O estudo foi publicado no periódico científico Nature, e criou esperanças para futuros tratamentos contra a deficiência. A pesquisa britânica conseguiu transformar célulastronco em células auditivas, e o experimento foi capaz de recuperar significativamente a audição de roedores com essa deficiência. Com essa novidade, já é possível afirmar, teoricamente, que as células embrionárias podem ser empregadas para reparar um ouvido danificado. A pesquisa consistiu em induzir células-tronco embrionárias humanas a se transformarem em células auditivas. Para os cientistas, essa primeira descoberta é muito positiva. Numa segunda fase, a pesquisa procurou comprovar se as células do ouvido funcionariam quando transplantadas para um animal com problemas auditivos. O estudo ressalta que essa habilidade para restaurar a funcionalidade neuronal auditiva poderia abrir portas para os tratamentos contra a surdez.

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Mal de Alzheimer pode ser descoberto precocemente Cientistas da Universidade de Washington, nos Estados Unidos, analisaram as mudanças que o corpo de um portador de Alzheimer sofre e descobriram que a doença pode ser detectada 25 anos antes do aparecimento dos primeiros sintomas. O estudo foi publicado no periódico New England Journal of Medicine, e selecionou 129 pessoas com predisposição genética para desenvolver a doença. Os participantes tinham 50% de chances de herdar um dos três genes conhecidos pela ciência por provocar o Alzheimer. Os cientistas analisaram o progresso desses pacientes por meio de exames de sangue, de líquor (um fluido presente no cérebro), e de processos que produzem imagens cerebrais, além de testes de habilidades mentais e cognitivas. Também foram estudados detalhes do desenvolvimento da doença nos pais dos participantes, como a idade em que ela começou a aparecer. A partir de então, os pesquisadores desenvolveram uma lista de mudanças no corpo que levam à perda de memória e podem estar associadas à doença. Agora eles planejam usar as informações do estudo para testar medicamentos em pacientes que apresentam essas alterações no corpo, o que indica que podem chegar a desenvolver o Alzheimer. outubro, 2012


Você Sabia? Especialistas atentam para o uso excessivo de remédios simples Especialistas alertam que o consumo abusivo de alguns medicamentos simples, como descongestionantes nasais, anti-inflamatórios, analgésicos e antibióticos, pode levar a intoxicações graves ou ao retorno dos sintomas desagradáveis. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) admite falhas no controle da venda de remédios nas farmácias e dos riscos que o uso excessivo pode trazer para a saúde. Preocupada com essa questão, a Anvisa informa que deverá partir para uma nova estratégia: mais campanhas e maior fiscalização nas farmácias. E o consumo não é pouco não! Segundo informações do DataSUS, o uso excessivo de medicamentos é a principal causa de intoxicação no País. Só em 2011, foram registrados cerca de 60 mil casos no Brasil, e as crianças - entre um e quatro anos - foram as mais afetadas (aproximadamente 30%). Os descongestionantes nasais são os principais causadores de intoxicações por uso acidental, especialmente nos pequenos, já que a fórmula infantil é diferente da adulta, mas os responsáveis muitas vezes não atentam nisso.

Congresso define ações de controle de doenças tropicais no mundo No mês de setembro aconteceu o Congresso Internacional de Medicina Tropical e Malária, para debater ações de controle das doenças tropicais nos países localizados entre os trópicos de câncer e capricórnio. Dois mil cientistas de 59 países participaram do evento, que visa soluções para as enfermidades que atingem, atualmente, cerca de um bilhão de pessoas no mundo - como malária, doença de Chagas, doença do sono, leishmaniose, esquistossomose e dengue. Ainda entre os temas, foram debatidos a busca de uma vacina contra a Aids, o impacto das mudanças climáticas na transmissão de doenças tropicais e a expansão da doença de Chagas no planeta. Para ter uma ideia da importância desse encontro, cerca de 40% da população mundial correm o risco de contrair uma doença tropical negligenciada. É o caso da malária, que registra 220 milhões de casos no mundo e mais de 600 mil mortes por ano. O quadro mundial apresenta uma estimativa de 2,5 milhões de pessoas com esquistossomose e cerca do mesmo número com doença de Chagas. Grande parte das pessoas infectadas está no Hemisfério Sul.

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Medicina | Perda auditiva Fernanda Monteiro

Perda auditiva: fenômeno comum entre a geração ipod e MP3

O fonoaudiólogo Nelson Lam Kowai Fook trabalha com saúde auditiva há 20 anos e hoje atende nas cidades de Campo Grande, Dourados e Três Lagoas. A Prologic Aparelhos Auditivos está presente nestas cidades com salas de audiologia, laboratório de manutenção e assistência técnica e confecção personalizada para adaptação imediata.

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Você sabia que a perda auditiva em crianças afeta a linguagem e o desenvolvimento social? E que um número crescente de jovens tem zumbido no ouvido devido à exposição diária a ruídos? Pois bem. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que 42 milhões de pessoas acima dos 3 anos de idade são portadoras de algum tipo de deficiência auditiva, de moderada a profunda. Ainda segundo números da OMS e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a deficiência auditiva no Brasil ocupa o 3º lugar entre todas as deficiências do País. No total, são 15 milhões de brasileiros com algum grau de perda auditiva e 500 milhões de pessoas no mundo todo. Para o ano de 2015 há uma estimativa que esse número suba para 700 milhões. O mais grave é que apenas 40% dessas pessoas reconhecem que têm o problema e levam até 6 anos para buscar um diagnóstico. O mundo moderno presenteia a população com ruídos diários, sendo que os causadores de perdas auditivas mais comuns são o barulho do trânsito numa avenida movementada, em momentos de celebração, o estouro de foguetes ou a música tocada em volume alto. Pesquisa encomendada pelo governo australiano descobriu que 25% dos usuários frequentes de MP3 estão mais expostos a perdas de audição. Outra pesquisa inglesa identificou que jovens de 18 a 24 anos estão mais suscetíveis a exceder o limite de vo-

lume ideal. O Centro de Medicina da Universidade do Minnesota, nos Estados Unidos, desenvolveu um estudo sobre os efeitos do som dos show s de rock e recomendou o uso de protetores auriculares não só para crianças, mas para a família inteira. Ou seja, a surdez não é apenas um problema relacionado com a terceira idade. “É um preconceito afirmar que a perda auditiva afeta somente idosos. 50% das pessoas com este problema estão abaixo dos 65 anos de idade e muitos são crianças e adolescentes” pelas causas aqui já relacionadas, esclarece Nelson Lam K ow ai Fook . O fonoaudiólogo trabalha com saúde auditiva há 20 anos e hoje atende nas cidades de Campo Grande, Dourados e Três Lagoas. A Prologic Aparelhos Auditivos está presente nestas cidades com salas de audiologia, laboratório de manutenção e assistência técnica e confecção personalizada para adaptação imediata. Tudo passando por uma equipe especializada, por processo de exames de avaliação, moldagem e a colocação do aparelho com um período de experiência, sem compromisso de compra. Nilo Zanella conta que chegou ao consultório de Nelson perguntando de preço. “A resposta foi: depois falamos sobre dinheiro, agora vamos cuidar da sua saúde”, recorda. Nilo elogia não só a qualidade do atendimento e a facilidade que teve para pagar o aparelho auditivo, como comemora o resultado. “Ouço tranquilamente e outubro, 2012


Perda auditiva | Medicina

mesmo ficando 1 ou 2 dias sem usar, compreendo bem as palavras porque o aparelho estimula minha audição”, diz lembrando de quando ficava em frente a televisão e não entendia determinadas palavras e então perguntava para a esposa. Tecnicamente, o aparelho auditivo é um equipamento eletrônico que amplifica seletivamente os sinais acústicos captados pelo microfone e os envia ao receptor, um pequeno processador que transforma os sinais elétricos recebidos novamente em sinais acústicos. O processamento digital do som acontece muito rapidamente. A cada segundo, ocorrem milhões de cálculos no aparelho auditivo, com objetivo de tornar a amplificação fiel ao som original e confortável ao usuário. A evolução hoje encontrada em computadores e telefonia é observada também nos aparelhos auditivos, cujo processamento é inteiramente digital, o que permite ao aparelho diferenciar os sons de fala dos ruídos ambientais, tornando o som recebido mais nítido. Já existe uma linha de aparelhos auditivos com tecnologia sem fio, transparente e com design em miniatura. Como a Prologic visiona se tornar referência para o Estado nesse tipo de atendimento, ela tem os melhores e mais respeitados fabricantes de aparelhos auditivos, com excelente beneficio entre custo e tecnologia, garantia e rapidez na assistência técnica. Tudo pela satisfação de seus pacientes. “As pessoas chegam aqui ansiosas, deprioutubro, 2012

midas, querendo saber quanto custa e se aparece, se vai prejudicar a estética. A minha realização pessoal é trabalhar para fazê-los ouvir bem e melhorar sua qualidade de vida”, realiza-se Nelson Lam K ow ai Fook , que finaliza com mais uma orientação. “Os problemas de audição costumam ser percebidos por quem convive com você. Se sua família ou seus amigos reclamam que você deixa o volume da televisão alto demais ou que vive gritando, são indícios de que pode haver algum problema. Se você escuta, mas não consegue entender direito o que escutou, é o início da surdez e quanto antes procurar a ajuda de um especialista, melhor”. No grau leve as pessoas nem se dão conta que ouvem menos e tendem a aumentar progressivamente a intensidade da voz. Quando a surdez passa de moderada para severa, a dificuldade aumenta. As palavras se tornam “abafadas” e mais difíceis de entender, principalmente em salas com ruídos ou eco. Fica difícil ouvir até a campainha ou o telefone tocarem. Quem tem surdez profunda deve ser tratado o quanto antes para perceber os sons ambientes. Com o tempo, é possível que aprenda a reconhecer sons da palavra falada. Esse é o objetivo da estimulação auditiva.

ONDE ENCONTRAR

Campo Grande/MS Rua 13 de Junho, 167 - Centro (67) 3325 6686 / 3325 7958 Dourados/MS Av. Pres. Vargas, 855 - Sl 4 Galeria Dourados Center (67) 3421 0015 Três Lagoas/MS Rua Bruno Garcia, 684 - Sl 501 - 5º andar - Centro (67) 3521 8066 danavox@brturbo.com.br

Nelson Lam Kowai Fook CRFa. 2818. Fonoaudiólogo. Especialista em Audiologia Clínica.

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Odontologia | Odontologia cosmética

Juliana Lanari

Odontolo

o novo conce O conceito de beleza é algo muito particular que varia conforme a cultura. O que é belo em alguns países, em outros é considerado feio. No extremo norte da Tailândia, por exemplo, as “mulheres girafas” usam várias argolas no pescoço para que essa parte do corpo fique o mais esticada possível. O adereço começa a ser usado já na infância. Muitos estudiosos entendem que o costume é uma competição para a escolha da mais bonita tailandesa daquela região, o que foge completamente dos padrões ocidentais. A estética facial segue a mesma lógica. “No Paraguai, era comum o uso de lentes de contato dentais de ouro. Na Bolívia, facetas em formato de coração invertido já estiveram na moda. No Brasil, o bonito é preservar a naturalidade. Quanto mais natural o sorriso, mais belo”, explica Dr. Estevom Molica Neto, especialista em Estética Dental. Independentemente do conceito de beleza, a Odontologia Cosmética, ou Cosmetologia, surgiu com o desafio de garantir com que a boca e os dentes fiquem em harmonia com o rosto. A nova terminologia foi criada para que houvesse uma diferenciação com a da estética, que é bem mais abrangente uma vez que essa também pode ser corporal. Outra característica da Odontologia Cosmética é a utilização da tecnologia no tratamento. Softwares específicos permitem verificar na tela do computador qual a necessidade estética de cada cliente. A Odontologia Cosmética tem sido amplamente praticada por profissionais das áreas de Dentística, Restauração e Prótese Dentária e engloba uma série de procedimentos. “Dentro do conceito, é possível garantir um belo sorriso com 14|TotalSaúde

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Odontologia cosmética | Odontologia

logia cosmética:

nceito de estética facial as facetas e as lentes de contato dentais e com as plásticas gengivais (gengivoplastia). A Odontologia Cosmética ainda repõe dentes ausentes, faz o clareamento dentário, substitui tratamentos antigos, realiza restaurações invisiveis, reposiciona dentes mal alinhados e muda a forma e a cor dos dentes”, explica Estevom.

Avanços da cosmética Nos últimos anos, foram muitos os avanços dos materiais dentários usados na Odontologia Cosmética. Até bem pouco tempo atrás, quem fazia clareamento nos dentes era obrigado a dormir com o clareador e tinha muita sensibilidade. Alimentos e líquidos gelados eram um martírio durante o tratamento. Além de não ter mais esse efeito indesejado, na grande maioria dos casos, já é possível garantir dentes alvos utilizando o produto por, no máximo, uma hora e meia ao dia. “E se a pressa for ainda maior, basta vir ao consultório e ser submetido a uma sessão de uma hora e quinze minutos. Nesse caso, o clareamento é feito com a ajuda de um equipamento”, explica o especialista. Outro progresso na área da Odontologia Cosmética está nas reconstruções dentárias. Nas últimas décadas, foram desenvolvidas porcelanas resistentes capazes de proporcionar lentes de contato dentais mais fáceis de ser aplicadas e ultra finas. “Na hora da aplicação, é preciso imprimir pressão sobre os dentes. Antes, acontecia muito de quebrar a lente de contato pela fragilidade da porcelana. Com os novos produtos no mercado, isso não ocorre mais”, comemora Estevom. Outra novidade é a outubro, 2012

possibilidade de reconstruir apenas o pedaço quebrado do dente. “Utiliza-se um fragmento de porcelana. O tecnico faz apenas aquela parte que quebrou e ela é aderida ao local”, explica.

Investimento em si A Odontologia Cosmética pode ser dividia em estética e reconstrutiva. No primeiro caso, o cliente costuma chegar ao consultório pedindo um sorriso de “capa de revista”. São pessoas que têm boa saúde bucal e buscam, basicamente, melhorar a autoestima. “Muitas sonham com o chamado Sorriso de Hollywood, uma alusão às celebridades que, ao sorrir, mostram dentes claríssimos”, explica Estevom. Mas há, também, quem procure os profissionais em busca da reabilitação oral. “Nessas situações, ao restabelecermos a saúde bucal acabamos por tornar o sorriso mais harmonioso. Ao final do tratamento, o con unto da obra fica infinitamente melhor”, comenta o especialista. O fato é que homens e mulheres lotam os consultórios que oferecem a Odontologia Cosmética à procura de uma aparência mais agradável, da beleza. E, para isso, o valor agregado do tratamento não importa muito , o que importa de verdade é fazer um investimento em si próprio. O retorno é rápido porque o tratamento não é de longo prazo, em muitos dos casos, 10 dias são suficientes. “Afirmo que das pessoas que fazem o tratamento dentro do conceito da Odontologia Cosmética ficam felizes com resultado. Elas fazem um investimento de grande durabilidade que melhora a autoestima e a vida delas”, comenta o especialista.

ONDE ENCONTRAR

Rua das Garças, 943 Centro (67) 3382 7373 estevom@studiooral.com.br

Dr. Estevom Molica Neto CRO/MS 2010. Atua na área de Reabilitação Oral e Estética. Especialista em Prótese Dentária. Membro da Sociedade Brasileira de Odontologia Estética e da Federação Internacional de Odontologia Estética.

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Medicina | Sangramento uterino anormal

Dr. Orlando Monteiro Junior

Sangramento

uterino anormal

Dr. Orlando Monteiro Junior CRM/MS 3256. CRM/SP 73.806. Graduação e Residência em Ginecologia e Obstetrícia pela UNESP-Botucatu. Especialista em Ginecologia e Obstetrícia, habilitação em vídeo-histeroscopia, vídeo-laparoscopia, ultrassonografia em G.O. pela FEBRASGO. Especialista em Ultrassonografia Geral pelo Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnósticos por Imagem (membro titular). Mestre em Ginecologia pela UNESP-Botucatu.

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A mulher experimenta, em média, 400 menstruações durante sua vida, sendo o ciclo padrão de 28 dias (podendo variar, dentro da normalidade, entre 24 a 35 dias). A duração desse período geralmente é de 2 a 7 dias, esperando-se uma perda sanguínea de 30 a 80 ml. O sangramento uterino anormal acomete 22% das mulheres que menstruam, determinando uma piora na qualidade de vida, com impacto sobre o relacionamento con ugal, as atividades profissionais (com pre uízo financeiro) e, em situações mais graves, oferecendo até risco de morte. As causas do sangramento uterino anormal são, entre outras: complicações de uma gravidez inicial; alteração hormonal; coagulopatias; alterações anatômicas (miomas, pólipos endometriais e cervicais, adenomiose); infecções (endometrite, cervicite) e neoplasias (hiperplasia endometrial, câncer de endométrio, de colo uterino e de ovário). A investigação etiológica, além da his-

tória clínica e exame físico, contempla exames: hematológicos (teste de gravidez, hemograma coagulograma, perfil hormonal); ultrassonografia; resson ncia magnética; vídeo-histeroscopia. O tratamento é individualizado e leva em consideração, além da causa do sangramento anormal, principalmente a idade da paciente e seu futuro reprodutivo. Algumas opções são: Terapia medicamentosa: hormônios, anti-inflamatórios, antifibrinolíticos e DIU medicado. Ablação do endométrio pela vídeo-histeroscopia (alta taxa de sucesso, realizada em nível de hospital-dia, com retorno da paciente às suas atividades de rotina em aproximadamente 24 horas). Histerectomia (retirada do útero), podendo ser de abordagem abdominal, vaginal ou vídeo-laparoscópica. Estes dois últimos acessos apresentam melhor recuperação pós-operatória.

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Medicina | Assistência farmacêutica Juliana Lanari

Assistência farmacêutica aliada no combate ao câncer

ONDE ENCONTRAR

Rua Oceano Atlântico, 245 Chácara Cachoeira (67) 3027 4722

Fábio Luís Miotto CRF 1028. Formado em Farmácia e Bioquímica - 1983. Pós-graduação - Especialização em Metodologia do Ensino Superior - 1985. APEC- Associação Prudentina de Educação e Cultura Presidente Prudente / SP. Farmacêutico responsável pela Clínica Hope desde a sua criação, em 2004. Farmácia da Quimioterapia do HRMS - desde 07/2003. Membro da SOBRAFO Sociedade Brasileira de Farmacêuticos em Oncologia.

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Receber o diagnóstico de câncer e a indicação do tratamento quimioterápico é o mesmo que travar uma batalha extremamente dura contra um inimigo desconhecido. Mais angustiante ainda é saber que, para vencê-la, o paciente precisa utilizar um arsenal de procedimentos que, antes de curar, são capazes de ferir. Por mais coragem e esperança que tenha, é inevitável que a pessoa se depare com sentimentos como o medo e a insegurança. Na Clínica de Hematologia e Oncologia Hope, em Campo Grande, o combate ao câncer conta com uma aliada de peso: a assistência farmacêutica. Na prática, o profissional acompanha o tratamento de perto, e de forma individualizada. “Atenção farmacêutica é a provisão responsável do tratamento farmacológico, com o propósito de alcançar resultados terapêuticos concretos que melhorem a qualidade de vida dos pacientes, e que vai muito além da gestão de estoque e manipulação de drogas citotóxicas”, explica Fábio Luís Miotto, farmacêutico da Clínica Hope. O farmacêutico atua em três frentes. Junto aos médicos, participa da escolha dos diluentes, avalia a compatibilidade dos medicamentos prescritos, confere dosagens e relata reações adversas, entre outras funções. A enfermagem é orientada no sentido de evitar acidentes e adotar procedimentos seguros quando imprevistos acontecem. “Algumas drogas provocam sérias lesões fora da circulação sanguínea, portanto é preciso tomar cuidado na hora de administrá-las. Além disso, é fundamental respeitar a velocidade da infusão e a sequência de aplica-

ção. Os protocolos de tratamento devem ser seguidos à risca”, ressalta Miotto. A terceira frente - e o maior desafio é promover a adesão do paciente à quimioterapia. A conversa sobre os efeitos colaterais é a mais franca possível. O farmacêutico explica que náuseas e vômitos são esperados, assim como a alopecia (perda parcial ou total dos pelos do corpo, inclusive do cabelo). “Esse é o efeito que causa mais ansiedade. Nós esclarecemos por que isso acontece e que não há relatos de pacientes que não tenham voltado a ter cabelo após o fim do tratamento”, explica o farmacêutico. Outro efeito que pode ocorrer durante a quimioterapia é a leucopenia, diminuição de leucócitos no sangue, responsáveis pela defesa do organismo. “Entre sete e 14 dias depois de cada dose haverá uma queda acentuada de leucócitos, mas geralmente em 21 dias o paciente já recuperou essa perda. Nesse período ele está mais suscetível a infecções”, explica Miotto. O paciente também recebe informações sobre outros efeitos colaterais e formas de evitá-los ou minimizá-los, como é o caso da mucosite, in amação que atinge principalmente a mucosa oral. É o famoso “sapinho”, que pode afetar, além da boca, várias regiões do sistema digestivo, provocando dor e interferindo negativamente na alimentação, fator fundamental para a boa evolução do tratamento. O envolvimento do farmacêutico com os pacientes é inevitável. Durante todo o tratamento quimioterápico, que pode durar meses ou anos, é estabelecida uma relação de confiança e cumplicidade. outubro, 2012


Intestino | Nutrição

Débora Soria

A relação entre o intestino e a sua saúde Nos últimos anos, os hábitos alimentares e o estilo de vida das pessoas passaram por várias modificações. ouve um aumento no consumo de alimentos industrializados, o tempo para se fazer uma refeição foi diminuindo e o sedentarismo foi ficando cada vez mais presente no cotidiano das pessoas. Consequentemente, ocorreu a redução da qualidade nutricional dos alimentos ingeridos, e o organismo acompanhou essas modificações, passando a exigir uma quantidade maior de nutrientes para lidar com essas situações, como a poluição ambiental, o estresse e o consumo de alimentos processados, tornando-se indispensável a modificação dos hábitos alimentares. Mais do que nutrir o nosso corpo, precisamos ficar atentos a um espaço que não enxergamos: o do intestino, da nossa ora intestinal. O nosso intestino possui trilhões de bactérias, que vivem em equilíbrio, exercendo suas funções importantes, como o auxílio na digestão de alimentos, na absorção de nutrientes, redução dos níveis de colesterol, entre outras. O desequilíbrio da ora intestinal entre bactérias benéficas e patogênicas (as que causam outubro, 2012

doenças) é chamado de disbiose intestinal. E como saber se você apresenta esse quadro de desequilíbrio? Os principais sintomas são: depressão, estresse, aumento do colesterol, constipação e ou atulência, aumento do dese o por doces, insônia, ganho ou perda de peso, infecções urinárias (de repetição)... Até mesmo a falta de alegria de viver pode ser um sintoma. Causas: o consumo excessivo de alimentos processados, ricos em carboidratos simples (farinhas e açúcares), estresse, idade, a criança não ter sido amamentada por, no mínimo, seis meses, constipação, estado imunológico debilitado, uso de medicamentos (laxantes e antibióticos), má mastigação e digestão. Percebeu como um intestino desregulado pode trazer inúmeros problemas para a sua saúde? O tratamento começa com a mudança dos hábitos alimentares, e é feito por meio do aumento da ingestão de alimentos que contenham probióticos (bactérias benéficas), como iogurte, vegetais, frutas e cereais. A prática de exercícios físicos e, em último caso, medicamentos ou suplementos também são recomendados.

ONDE ENCONTRAR

Rua Coronel Cacildo Arantes, 433 - sala 13 Chácara Cachoeira (67) 3043 0029

Débora Soria CRN 3/28674. Nutricionista. Graduada pela Universidade para o Desenvolvimento do Estado e da Região do Pantanal -UNIDERP.

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Informe Publicitário

Fernanda Prochmann

Cuidamos de você A estrutura do hospital conta com leitos de enfermaria, apartamentos, suítes, suíte máster, leitos monitorados para cuidados intensivos ao adulto e neonatal. Na maternidade é utilizado o sistema de alojamento conjunto, onde o bebê fica em tempo integral com a mãe.

Dr. Fábio Feltrim CRM/MS 3953. Anestesiologista com área de atuação em dor; Professor do curso de Medicina da UNIDERP.

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No inicio de 2012, Campo Grande ganhou uma opção diferenciada de atendimento à saúde. Localizado na Chácara Cachoeira, o Hospital Santa Marina já nasceu como referencia de bom atendimento e respeito ao paciente. O diferencial do Hospital Santa Marina é a humanização do atendimento. “Aqui a gente se imagina no lugar do paciente, e isso inclui até as coisas mais simples, como o fechar de uma porta para respeitar a privacidade. Somos solícitos sem sermos intrometidos”, diz o diretor clinico Fabio Feltrim. O objetivo é proporcionar conforto e praticidade, tanto ao profissional quanto ao paciente. O hospital atende cirurgias eletivas e maternidade. O corpo clínico é aberto para todos os médicos habilitados e regulares com o CRM/MS (Conselho Regional de Medicina). Entre as cirurgias realizadas no Hospital Santa Marina, são comuns as ginecológicas e obstetrícias, ortopédicas e plásticas. No inicio, eram executadas em media 40 cirurgias por mês; hoje, são mais de 90. A estrutura do hospital conta com leitos de enfermaria, apartamentos, suítes, suíte máster e leitos monitorados para cuidados intensivos ao adulto e neonatal. Na maternidade é utilizado o sistema de alojamento conjunto, onde o bebê fica em tempo integral com a mãe. Uma novidade é a transmissão do parto ao vivo á família, um serviço totalmente gratuito e que permite o compartilhamento da alegria. O Hospital Santa Marina conta ainda com um sistema de segurança especial, com identificação na portaria, crachás e catracas que permitem a entrada de visitantes no estabelecimento. Além

disso, todo o prédio – de três mil metros quadrados – possui vídeo monitoramento e estacionamento próprio. Nos quartos há o serviço de chamada por viva-voz, por meio qual o paciente aciona o enfermeiro, sendo possível cronometrar tanto o tempo em que ele foi atendido quanto à duração do atendimento. A alimentação do paciente é acompanhada por uma nutricionista, que se baseia na dieta prescrita pelos médicos avaliando caso a caso. O prédio ainda possui uma farmácia central. Atualmente, além do atendimento particular, o Santa Marina atende planos de saúde como: IMPCG, FAMEH, ASSEFAZ, CASSI, SAÚDE CAIXA, ELETROSUL, PLAN – ASSISTE, UNAFISCO SAÚDE, GEAP, UFMS, e outros convênios em andamento.

Hotelaria diferenciada Enquanto o paciente se recupera em uma das suítes, os acompanhantes podem desfrutar de uma série de serviços como cafeteria, TV a cabo, internet sem fio gratuita, frigobar, som ambiente nas suítes, sofá-cama para o acompanhante, camas padronizadas – sobre as quais o paciente tem total controle, banheiros amplos, cofre nos quartos e um belo e aconchegante jardim. Assim que as suítes são desocupadas, elas são lacradas pelas funcionárias da limpeza, para que o próximo paciente tenha a certeza de que o ambiente foi esterilizado. Limpo, seguro, equipado e com funcionários preparados para oferecer conforto e praticidade, o Hospital Santa Marina segue à risca a máxima de cuidar bem das pessoas. outubro, 2012



Medicina | Parto humanizado

Juliana Lanari

No parto humanizado, a gestante é a protagonista do processo, e a equipe deve fazer uma escuta qualificada. A humanização estabelece que a mulher tenha acesso ao máximo de informações sobre a sua fisiologia e gravidez, para que possa ter liberdade de escolha sobre a forma de parto.

O desafio de humanizar Resgatar o respeito à vida humana. Esse foi só um dos princípios abordados na 1ª Conferência de Humanização na Gestão e Assistência à Saúde, promovida pela Maternidade Cândido Mariano em parceria com a Unimed Campo Grande. De 24 a de setembro, profissionais da sa de, colaboradores de clínicas médicas e acadêmicos ouviram experiências de quem já coloca o conceito em prática. “Oferecer infraestrutura é fácil, o desafio é treinar alguém para mudar o comportamento”, explicou Jesusmar Modesto Ramos, médico oncologista e presidente da Maternidade Cândido Mariano. Há um ano e meio, a nova direção da maternidade mais tradicional de Campo Grande trabalha no sentido de humanizar o atendimento. Uma das primeiras medidas foi alugar um prédio vizinho para melhorar a infraestrutura do setor PPP, onde a gestante é acolhida durante o pré-parto, o parto e o pós-parto. Em outra frente, os funcionários estão sendo capacitados por meio de cursos de humanização. “É um serviço de educação continuada. Do atendente aos médicos, todos aprendem a receber, acolher e encaminhar a paciente da forma mais educada possível”, comentou Jesusmar. Ao abrir a Conferência, o presidente da Maternidade Cândido Mariano resumiu a importância do encontro com palavras que, certamente, levaram à re exão. “Não basta uma enfermeira aplicar uma injeção no paciente sorrindo... É preciso preparar todos os profissionais para realizar um atendimento humanizado. O paciente deve ser tratado como uma pessoa, e não como um doente”, ressaltou o médico.

Parto humanizado O médico Paulo Saburo Ito, apoiador da Política Nacional de Humanização 22|TotalSaúde

em Mato Grosso do Sul, foi um dos palestrantes. Como ginecologista e obstetra, ressaltou os benefícios do parto humanizado: “A humanização começa no planejamento familiar, quando o casal entende que aquele é o melhor momento pessoal, profissional e psicológico para se ter um filho”, explicou. Sobre o pré-natal, o médico citou o que preconiza a Organização Mundial da Saúde (OMS): “É preciso avaliar os riscos no planejamento da gravidez e durante todo o pré-natal, elaborando um plano de parto, definindo onde e como será o nascimento da criança, respeitando de forma segura as escolhas da gestante”, orientou. No parto humanizado, a gestante é a protagonista do processo, e a equipe deve fazer uma escuta qualificada. A humanização estabelece que a mulher tenha acesso ao máximo de informações sobre a sua fisiologia e gravidez, para que possa ter liberdade de escolha sobre a forma de parto. No caso das indígenas, algumas optam por ter a criança de cócoras, como sempre foi feito nas aldeias. A humanização estabelece, ainda, que a mulher tenha possibilidade de se movimentar, caminhar e fazer os exercícios propostos para o momento, e tudo isso com um acompanhante de sua livre escolha. Caso queira estar sozinha, também é preciso respeitá-la. A falta de informação e de diálogo aberto entre os profissionais e a paciente sobre as dificuldades, d vidas e anseios que envolvem o momento do parto são os principais entraves da humanização. “Muitas mulheres acreditam que só o parto normal pode ser humanizado. A cesariana, quando plenamente ustificada, também segue os mesmos preceitos”, esclareceu Ito. A lógica, nesse caso, é evitar o trauma que um parto via vaginal, conduzido de forma inadequada e sem evidências científicas, poderia acarretar à mãe e ao filho. “ ais outubro, 2012


Parto humanizado | Medicina

ar a assistência à saúde do que respeitar e amparar a gestante, a humanização busca acolher essa mulher e sua família, aumentando o vínculo e a afetividade entre as pessoas e, principalmente, reduzindo os índices de violência na sociedade”, ressaltou o médico.

Troca de experiência Durante os três dias de Conferência, profissionais de diferentes instituições trocaram experiências sobre a humanização na assistência à saúde. A psicóloga Cláudia Pinho, voluntária da Associação dos Amigos das Crianças com Câncer (AACC) há seis anos e, atualmente, funcionária da AACC lotada no Centro de Tratamento Onco-hematológico Infantil (CETOHI) do Hospital Regional, falou sobre alguns projetos implantados no setor. O CETOHI é referência no atendimento a crianças e adolescentes em tratamento contra o câncer no Estado. O “Doutor Palhaço” é um projeto de capacitação de voluntários que têm a nobre missão de resgatar a essência da infância, lembrando aos pacientes que eles devem brincar, devem agir como crianças. Estudos indicam que a figura do “ outor Palhaço” pode, ainda, gerar expectativa de futuro e de vida. “Na fantasia da criança, aquela pessoa que aplica a medicação é má, pois lhe traz a dor representada por agulhadas, cortes e outros procedimentos desagradáveis. Vestidos de médicos, os voluntários vêm quebrar esse estigma com uma apresentação cheia de alegria”, explicou Cláudia. Como protagonista da situação, o paciente é quem decide se o “Doutor Palhaço” pode entrar no quarto. Algumas vezes, é o único “não” que a criança pode dizer no ambiente hospitalar. Os resultados são surpreendentes: “Melhora a relação da família com a equipe médica e de enfermagem e a aceitação outubro, 2012

das crianças aos medicamentos”, avaliou a psicóloga. No projeto “Doutorzinho”, a criança que está em tratamento contra o câncer se veste de médico e manipula bonecos como se estes fossem pacientes. “Ao simular procedimentos, a criança expõe a forma como quer ser tratada e, ao mesmo tempo, elimina ansiedades, fantasias e medos relacionados ao tratamento. Quanto mais souberem o que esperar, menos ansiosas elas ficarão”, comentou Cláudia. Experiências que só reforçam a importância da humanização na assistência à saúde.

Política nacional O Ministério da Saúde lançou a Política Nacional de Humanização (PNH), também conhecida como “Humaniza SUS”, em 2003. Desde então, os gestores de sa de de todo o País têm o desafio de valorizar trabalhadores e pacientes, e de oferecer atenção à saúde de forma humanizada. A Rede Cegonha é uma das estratégias fundamentadas nesse conceito: mãe e filho têm, entre outros direitos, o acesso e o acolhimento no pré-natal e a realização de um parto seguro. Esse novo modelo garante principalmente a redução das mortalidades materna e neonatal. Em Campo Grande, a Secretaria Municipal de Saúde (SESAU) passou a seguir a Política Nacional de Humanização a partir de 2006, em parceria com o Estado e o Governo Federal. Na abertura da Conferência, a representante da SESAU, Luciane Pereira de Lima, falou sobre a importância da Maternidade Cândido Mariano nesse processo: “A Maternidade é uma referência, a gente tem muito que aprender com a Cândido Mariano. É uma experiência que dá certo, e acredito que podemos construir uma agenda para colocar essa política em prática”, comentou.

O Ministério da Saúde lançou a Política Nacional de Humanização (PNH), também conhecida como “Humaniza SUS”, em 2003. Desde então, os gestores de saúde de todo o País têm o desafio de valorizar trabalhadores e pacientes, e de oferecer atenção à saúde de forma humanizada.

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Bem-estar | Biofit

Fernanda Monteiro

Biofit a evolução ,

do movimento também é qualidade no atendimento!

ONDE ENCONTRAR

Rua Tabelião Murilo Rolim, 412. Vivendas do Bosque Campo Grande/MS (67) 3044 6864 / 9219 0460 biofitcg@hotmail.com

Maria Aparecida Fernandes Cref: 000633-G/MS. Professora de Educação Física. Especialista em Fisiologia do Exercício.

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O desejo pelo bem-estar e a crescente conscientização em relação à necessidade da prática de atividade física para uma vida saudável têm contribuído para maior procura por academias. E nesse cenário a Biofit vai além, fazendo o seu consumidor se sentir especial: no exercício constante de inovação, usa a criatividade para se diferenciar, com foco nas necessidades do aluno, despertando sua vontade de movimentar-se. Idealizadora do pro eto Biofit, Cida Fernandes trabalhou durante 15 anos como personal, atendendo em importantes academias de Campo Grande, onde, depois de muita observação, começou a entender as expectativas de seus clientes mais atentos à qualidade de vida, de olho no bom atendimento. A proposta da Biofit é oferecer ao cliente tudo o que for necessário para que ele pratique exercícios de maneira agradável e com cuidados exclusivos. São oito professores, sendo seis para a atenção personalizada e mais duas pessoas na recepção. odos os profissionais passam por um treinamento para aprender a utilizar o método e suas adaptações, com o objetivo de proporcionar atendimento para todos os públicos. As aulas são preparadas com o intuito de acrescentar ao trabalho da musculação mais vigor e determinação. Pilates, spinning, dança de salão, treinamento funcional e funcional kids, além de prá-

ticas de glúteos e abdome estão na programação para que o aluno mantenha o corpo em movimento e o bem-estar em ascensão. E para tudo isso foi desenvolvido um espaço considerando-se a iluminação, o som, os aparelhos e as cores, usando de criatividade na arquitetura do ambiente para realizar, há quase três anos, o tão sonhado status de viver bem. “Podemos dizer que a Biofit é pioneira nessa nova geração de empresas do fitness, que pensam não apenas em malhação, mas também em oferecer bom gosto em todos os sentidos às pessoas que querem cuidar da sua saúde”, divide a empreendedora Cida Fernandes. A Biofit também se preocupa com o meio ambiente, e por isso adota boas práticas, como usar menos papéis, plásticos e menos energia. Isso sem contar o seu compromisso social evidente no combate ao uso de drogas, o que levou à parceria com a Fazenda Esperança, centro de recuperação para dependentes químicos, fundado por Frei Hans Stapel e que tem como alicerce o carisma de São Francisco e a espiritualidade dos focolares, movimento religioso de inspiração cristã. Inovação e atendimento de qualidade são prioridades na academia onde treinar nunca foi tão agradável e especial. Você precisa experimentar. Vamos, movimente-se! outubro, 2012



Especial do Mês | Saúde infantil Juliana Lanari

A equipe que atua na quimioteca é multidisciplinar. Além da médica oncologista, o grupo é formado por enfermeiros, técnicos em enfermagem, fonoaudiólogo, nutricionista e três psicólogos. E não é só o paciente que está sob o olhar atento dos profissionais da saúde. Se for preciso, os familiares recebem assistência psicológica.

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Sensibilidade no com b Minha missão naquela manhã nublada de outubro era ir ao Hospital Alfredo Abrão, em Campo Grande, para conhecer um setor chamado quimioteca. Sigo orientações de uma funcionária e encontro uma porta de correr. Do outro lado, paredes coloridas, brinquedos, jogos, livros de história, gibis, uma grande televisão ligada na programação infantil e um computador à disposição dos pacientes. Em pouco tempo de observação, constato que o cenário encantador é o local onde crianças e adolescentes com diagnóstico de câncer são submetidos a sessões de quimioterapia. Mesmo diante de uma situação adversa, sou recebida com sorrisos. Um menino, de aproximadamente dois anos, chora enquanto as enfermeiras tentam encontrar a veia para que a medicação seja aplicada. Com técnica, palavras e gestos de carinho, conseguem. Em poucos minutos, as lágrimas dão lugar a um profundo e inocente sono. Nesse instante, reparo que uma menina olha para mim e, tímida, esconde-se. Aos oito anos, foi diagnosticada com câncer nos ossos. Ela me mostra que os cabelos começaram a cair por conta do tratamento e dispara: “quero raspar a cabeça logo”. É a pressa de quem, tão cedo, vê-se obrigado a lutar pela vida. Fixo os olhos em uma paciente de lábios e olhos pintados, lenço na cabeça e uma beleza que chama a atenção. Lethicia Altina Prado da Silva, de 13 anos, tem linfoma não-Hodgkin. “O mesmo tipo de câncer que o ator Rey naldo Gianecchini enfrentou”, explica. Há dois meses, a adolescente faz o tratamento na quimioteca, um lugar completamente diferente do hospital onde começou as sessões. “Aqui me transmite paz, gosto de crianças, brinco com elas, é bem melhor”, relata Lethicia. Essas são apenas algumas das personagens que conheci durante a rápida visita que fiz à quimioteca, um espaço que busca preservar o encanto de uma fase tão marcante da vida. “Essas crianças deixam de ir à escola e de brincar para vir ao hospital se

tratar. A infância é interrompida e, por isso, a gente tenta deixar a rotina delas o mais normal possível. Pipoca tem toda tarde! Se elas pedem Milk shake ou bala, um funcionário vai lá e compra”, esclarece Rafaela Siufi, médica oncologista e chefe do setor de Oncologia Pediátrica do Hospital Alfredo Abrão.

Quimioteca Inaugurada há três anos, a quimioteca é resultado de uma alta dose de solidariedade aliada ao trabalho e à dedicação da equipe. Na época, uma funcionária do Ministério Público Estadual doou vários equipamentos para a criação do setor. Paralelamente, o serviço de telemarketing do hospital fez uma campanha e arrecadou 70 mil reais. Alguns amigos cederam o material de construção, outros o talento para decorar o ambiente e, finalmente, estava pronta a ala de atendimento exclusivamente infantil do Hospital Alfredo Abrão. A equipe que atua na quimioteca é multidisciplinar. Além da médica oncologista, o grupo é formado por enfermeiros, técnicos em enfermagem, fonoaudiólogo, nutricionista e três psicólogos. E não é só o paciente que está sob o olhar atento dos profissionais da sa de. Se for preciso, os familiares recebem assistência psicológica. A questão da dor também é trabalhada. “Nós não podemos enganar a criança, dizer que não haverá dor. A gente explica como é o procedimento e diz que deverá doer”, esclarece Rafaela. O setor conta ainda com o serviço de Classe Hospitalar, oferecido pela Secretaria Estadual de Educação. Trata-se de uma escola dentro do hospital. Professores das áreas humanas, exatas e de artes vão até a quimioteca para dar aulas às crianças e aos adolescentes que, por conta do tratamento contra o câncer, deixam de frequentar a sala de aula. Alunos da educação infantil, do ensino fundamental e médio de escolas públicas e particulares são atendidos de segunda outubro, 2012


Saúde infantil | Especial do Mês

m bate ao câncer infantil a sexta-feira em hospitais de todo o Estado, uma forma de evitar com que o estudante perca o ano letivo. “Na aula de artes, eu já aprendi a fazer pulseiras. Agora, quero pintar telas”, planeja Lethicia.

Família Começar o tratamento na quimioteca é passar a fazer parte de uma grande família. Os familiares que acompanham as crianças e os adolescentes nas sessões de quimioterapia acabam por criar laços uns com os outros. Trocam experiências, dividem angústias e alegrias, criam uma rede de apoio. “Todo mundo é companheiro um do outro. E a forma com que os profissionais tratam o paciente é totalmente diferenciada. Tem carinho. Eles tratam a pessoa como se fosse da família”, comenta Romatiele Prado Ferreira, mãe da adolescente Lethicia. A relação entre os pacientes também é especial. As crianças são solidárias umas com as outras, principalmente nos momentos em que os efeitos da quimioterapia aparecem. “Já vi uma virar para a outra e dizer: daqui a pouco passa”, relata a médica oncologista responsável pelo setor. E, como em qualquer ambiente familiar, a quimioteca também tem um cantinho reservado às fo-

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tografias. No mural, crianças e adolescentes que passaram pelo setor sorriem para a vida.

Luta Por enquanto, o setor de oncologia pediátrica do Alfredo Abrão se resume a um pequeno consultório e à quimioteca. Com a conclusão da obra do novo prédio, a parte antiga do hospital será voltada exclusivamente para o atendimento a crianças e adolescentes. Com uma estrutura mais ampla, o projeto prevê sala de aula, de medicação e, é claro, o espaço reservado às brincadeiras. Ampliar a infraestrutura é uma medida urgente. Em apenas 40 dias, 20 crianças e adolescentes diagnosticados com câncer foram ao hospital em busca de tratamento. Há pouco tempo, o setor recebia um paciente a cada dois ou três meses. “Além de estarem se alimentando muito mal, percebo que algumas crianças estão extremamente tristes, o que pode ter relação com o desenvolvimento da doença”, observa a médica oncologista. Independentemente do tamanho do espaço, o atendimento a crianças e adolescentes no Hospital Alfredo Abrão tem um diferencial: a sensibilidade da equipe - o que, na luta contra o câncer, faz toda a diferença!

Por enquanto, o setor de oncologia pediátrica do Alfredo Abrão se resume a um pequeno consultório e à quimioteca. Com a conclusão da obra do novo prédio, a parte antiga do hospital será voltada exclusivamente para o atendimento a crianças e adolescentes.

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Especial do Mês | Saúde infantil

Camila Cruz

Calendário infan t

As vacinas expõem a criança ao agente infeccioso de maneira controlada, o que estimula o sistema de defesa a fabricar os seus próprios anticorpos. Dessa forma, quando ela for exposta à bactéria ou ao vírus de verdade, o seu organismo já terá como combatê-los ou, no mínimo, amenizar os efeitos.

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Elas bagunçam, correm e brincam até cansar! É tão bom ver as crianças crescendo de maneira natural e saudável, não é verdade? Muito dessa disposição para o dia a dia é resultado das doses de vacinas, disponibilizadas pelo Ministério da Saúde para combater sérias doenças desde a infância. Nas últimas décadas houve uma evolução importante em nosso País, já que a vacinação infantil atingiu um nível bastante satisfatório, pois os adolescentes de hoje foram corretamente vacinados quando pequenos, e precisam tomar apenas a dose de reforço. Esse é o indicativo que as ações de prevenção estão funcionando de maneira eficiente no Brasil. Porém ainda existem algumas dúvidas e receios quanto às imunizações. Na verdade, as vacinas expõem a criança ao agente infeccioso de maneira controlada, o que estimula o sistema de defesa a fabricar os seus próprios anticorpos. Dessa forma, quando ela for exposta à bactéria ou ao vírus de verdade, o seu organismo já terá como combatê-los ou, no mínimo, amenizar os efeitos. Justamente por isso que é muito importante vacinar os pequenos nas datas indicadas, principalmente em épocas de campanha, e seguir corretamente as etapas do calendário infantil de vacinação. Todo o progresso de imunização deve ser registrado na Caderneta de Saúde da Criança, um documento que tem como ob etivo a udar a família e os profissionais de saúde nos cuidados com os pequenos, já que contém informações sobre a saúde do bebê no momento do nascimento, o crescimento e o desenvolvimento da criança na infância, além das vacinas do Calendário Básico de Vacinação. Essa caderneta é gratuita, e todos podem ter acesso.

Calendário Existe um calendário básico de prevenção de doenças para crianças com menos de cinco anos de idade, que devem ser levadas a um posto de vacinação do Sistema Único de Saúde (SUS) para que a caderneta de saúde seja sempre avaliada e o esquema vacinal atualizado de acordo com a situação encontrada. Apenas em caso de complicações com a saúde da criança é que o roteiro não será seguido, por isso é importante também o acompanhamento médico. As vacinas atuais disponibilizadas pelo SUS são: BCG Previne formas graves de tuberculose Dose única ao nascer

Hepatite B Previne a hepatite B 1ª dose ao nascer

Pentavalente Previne a disenteria, coqueluche, tétano e meningite, além da hepatite B - segunda dose 1ª dose com dois meses, 2ª dose com quatro meses e 3ª dose com seis meses de idade

Vacina Inativada Poliomielite (VIP) Previne a poliomielite ou paralisia infantil 1ª dose com dois meses e 2ª dose com quatro meses

Vacina Oral Poliomielite (VOP) Previne a poliomielite ou paralisia infantil 1ª dose com seis meses e reforço aos 15 meses

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Saúde infantil | Especial do Mês

n til de vacinação Rotavírus Humano Previne a diarreia por rotavírus 1ª dose com dois meses e 2ª dose com quatro meses

Pneumocócica 10 valente Previne pneumonia, otite, meningite e outras doenças causadas por pneumococo 1ª dose com dois meses, 2ª dose com quatro meses, 3ª dose com seis meses e reforço aos 12 meses

Meningocócica C conjugada Previne doença invasiva causada por Neisseria meningitidis do sorogrupo C 1ª dose com três meses, 2ª dose com cinco meses e reforço aos 15 meses

Febre amarela Previne a febre amarela 1ª dose com nove meses, 2ª dose com dez anos e reforço a cada dez anos durante toda a vida

Tríplice viral Previne o sarampo, a rubéola e a caxumba 1ª dose com 12 meses e 2ª dose com quatro anos

Tríplice bacteriana (DTP) Previne a difteria, tétano e coqueluche 1º reforço com 15 meses e 2º reforço com quatro anos

Mudanças positivas Durante o ano de 2012, algumas mudanças a respeito das imunizações infantis outubro, 2012

foram realizadas. Em agosto foi lançada a Campanha de Atualização da Caderneta de Vacinação das Crianças, realizada em conjunto entre o Ministério da Saúde e as secretarias estaduais e municipais de saúde de todo o País. A ação tem como objetivo a melhoria da cobertura vacinal do público infantil, além de procurar reduzir as taxas de abandono das doses de vacina e, consequentemente, diminuir o risco de transmissão de doenças que podem ser prevenidas. Uma das novidades foi a vacina contra a paralisia infantil, que antes era disponibilizada apenas em gotinhas e passou a ser injetável para bebês de até quatro meses. Agora são duas doses, que devem ser aplicadas aos dois meses e aos quatro meses de vida. A partir dos seis meses até os cinco anos, as doses continuarão sendo oferecidas em gotinhas. Outra mudança importante foi a inclusão da vacina Pentavalente, que vai substituir duas imunizações: a Tetravalente (que previne a disenteria, coqueluche, tétano e meningite) e a vacina contra Hepatite B. Com a Pentavalente, as crianças vão receber uma picada a menos. E ainda tem mais! O Ministério da Saúde anunciou também uma boa notícia: o SUS vai disponibilizar gratuitamente a vacina contra a catapora, a partir de agosto de 2013. Na verdade, a imunização será produzida por meio da parceria entre o laboratório público Bio-Manguinhos, da Fundação Osw aldo Cruz (Fiocruz), e o laboratório privado GSK . Os laboratórios, juntos, vão incluir na vacina Tetraviral (que já existe há 20 anos e hoje combate caxumba, rubéola e sarampo) a fórmula contra a catapora. A criança deverá tomar duas doses da imunização, uma quando tiver um ano e a outra com quatro anos de idade. TotalSaúde|29


Medicina | Vacina contra catapora

Camila Cruz

Vacina contra

catapora no SUS

O importante é entender que, mesmo vacinada, a criança pode ser contaminada, porém, se isso acontecer, a doença será mais leve.

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Sabe aquelas feridinhas que coçam muito e aparecem geralmente nas crianças? A temida varicela, conhecida popularmente como “catapora”, é uma doença extremamente contagiosa, causada pelo vírus Varicela-zoster. Geralmente benigna (mas muito séria), era uma das enfermidades mais comuns durante a infância antes da criação da vacina, que já existe apenas na rede privada. Porém, no mês passado, o Ministério da Saúde anunciou uma boa notícia: o Sistema Único de Saúde (SUS) vai disponibilizá-la gratuitamente, a partir de agosto de 2013. A vacina será produzida a partir da parceria entre o laboratório público Bio-Manguinhos, da Fundação Osw aldo Cruz (Fiocruz), e o laboratório privado GSK . O que vai acontecer é que os laboratórios, juntos, vão incluir na vacina tetraviral (que já existe há 20 anos e hoje combate a caxumba, rubéola e sarampo) a fórmula contra a catapora. A criança deverá tomar duas doses da imunização: uma com um ano e a outra com quatro anos de idade. Em entrevista para a Rádio Web, do Portal Oficial da Sa de, o inistro da Sa de Alexandre Padilha fez uma declaração importante sobre os benefícios da tetraviral para a população: “O primeiro grande benefício é associar a vacina da catapora a outros três tipos de vírus que o País já utilizava. E com apenas uma “picada” o Brasil pode proteger suas crianças de quatro tipos de vírus diferentes. O segundo benefício é promover a prevenção contra a doença, por isso a imunização será disponibilizada em agosto de 2013, quando ocorre a campanha multivacinal, em que as crianças receberão

essa nova vacina tetraviral. Terceiro benefício: ao associar quatro vacinas em apenas uma aplicação, é melhor para a criança e também para os profissionais de sa de, que agilizam o seu trabalho”, explicou. Esse será um grande avanço na saúde pública brasileira, pois a vacina tetraviral tem de eficácia e raramente provoca reação alérgica. Com a inclusão da vacina contra catapora no SUS, o Ministério da Saúde estima grande redução no número de casos. A cada ano, mais de 10 mil pessoas são internadas por causa da doença. O importante é entender que, mesmo vacinada, a criança pode ser contaminada, porém, se isso acontecer, a doença será mais leve. Por exemplo: a catapora normal provoca de 250 a 500 lesões na pele, já a catapora em uma pessoa vacinada varia entre 20 e 40 feridas.

Catapora A doença apresenta como sintomas febre e manchas vermelhas pelo corpo, que depois de pouco tempo vão se transformando em bolinhas com um líquido cristalino por dentro. Quando as bolinhas secam, criam uma crosta e depois somem. É muito importante não cutucar e não coçar os machucados, lavar as feridas com sabonete antisséptico e vestir roupas longas. E atenção: tirar a casquinha da pele, nem pensar! Esse cuidado é muito importante para não deixar cicatrizes e, principalmente, para evitar infecções nas lesões, que podem provocar até uma infecção geral no organismo. É fundamental procurar um médico para o diagnóstico correto e para receber as orientações necessárias. outubro, 2012



Especial do Mês | Saúde infantil Elaine Valdez

Mês das crianças foi c e diversão na editora

A

Mais de 70 crianças, filhos de funcionários, comem or

Google, Facebook, Apple e Sony são empresas que apresentam sistemas revolucionários de valorização dos funcionários. Em Campo Grande, a editora Alvorada vem se destacando em implementação de ações voltadas aos funcionários e familiares.

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Valorizar o funcionário em primeiro lugar, e o seu bem-estar. Essa vem sendo a tendência adotada em corporações de sucesso - não só no País como no mundo. Vários exemplos podem ser citados, como: Google, Facebook, Apple e Sony. Empresas que apresentam sistemas revolucionários de valoração e qualidade, e que hoje são copiados por tantas outras organizações. Em Campo Grande, uma empresa vem sendo pioneira nesse sentido: a editora Alvorada. Dentro do programa Alvorada de Qualidade eles implementaram ações que privilegiam os funcionários. Uma delas foi o especial “Dia das Crianças no trabalho do Papai e da Mamãe”. O evento foi realizado no dia 10 de outubro, véspera de feriado, na própria editora Alvorada. Cerca de 70 crianças tiveram a oportunidade de conhecer a empresa que possui um total de mais de 100 funcionários. Logo na chegada a criançada iniciou um tour pela empresa, acompanhada por guias previamente escolhidos entre os funcionários para levar os pequenos a conhecer cada setor da organização. Todas as dúvidas, como, por exemplo, como é o processo da produção de um livro, foram explicadas passo a passo pelos dez monitores - desde o setor de arte, onde os livros começam a ser projetados e ganham ilustrações, até o setor da produção, quando já estão sendo confeccionados. Para garantir a animação do passeio,

foram realizadas oficinas de contação de histórias, com a escritora Ariadne Cant ; oficina de musicalização, com Ester Leal e Marli Leal de Castro, e oficina de ilustração, com o ilustrador Guto Naveira. Segundo Marli de Castro, os pais foram os que mais se divertiram com a felicidade dos filhos “A forma como as crianças interagiram e participaram das brincadeiras demonstra que estavam completamente à vontade no ambiente de trabalho dos pais. Sentir toda essa alegria foi gratificante”, completou. O ilustrador Guto Naveira ficou impressionado com o interesse das crianças pelo universo dos livros. “Uma das coisas que me chamou a atenção foi ver as crianças apontando para as máquinas e contando aos amiguinhos que o pai trabalhava ali. Senti que elas estão interessadas e conectadas com o universo dos livros”, ressaltou. Outra novidade do evento foi a presença da Babá Encantada, nova personagem da editora Alvorada, que estará presente nos eventos culturais infantis dos quais a empresa participará. A finalização do evento foi com a banda Brazo, alegrando pais e filhos, que dançaram ao final das atividades. Isso sem falar na cama elástica, piscina de bolinha, iperama, pebolim, castelinho e pintura facial, atividades que não deixaram nenhuma criança ficar parada. Ariadne Cantú, que participou com outubro, 2012


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Saúde infantil | Especial do Mês

celebrado com alegria

Alvorada

m oraram o seu dia se divertindo no trabalho dos pais. contação de histórias, conta que o evento serviu para demonstrar que a empresa está preocupada com a questão social: “O carinho com que a editora trata desde os funcionários até os seus filhos demonstra porque a empresa tem se destacado no mercado. Percebe-se que o zelo e a preocupação com o bem-estar contemplam não apenas o público, mas nós, autores, e principalmente os funcionários. Reconhecer o outro faz toda a diferença”, afirmou Cant . É exatamente esse um dos compromissos da editora Alvorada: garantir que seus funcionários trabalhem estimulados e contentes com o que fazem. “Quem é pai sabe que a melhor forma de atingi-lo é agradando aos filhos. Procuramos sempre envolver a família dos nossos funcionários. Afinal, funcionário feliz produz mais. E o que vimos no evento de comemoração do Dia das Crianças foi pais e filhos felizes”, completou K atiusi Romero Chaves, gerente executiva da editora Alvorada.

Sobre a editora Com mais de 50 anos, a Alvorada carrega em sua história muitas conquistas. Promovendo o desenvolvimento social por meio da leitura e da formação de novos leitores, a editora está comprometida com o ensino de qualidade, visando o crescimento da educação no País. Para saber mais sobre a empresa, acesse: w w w .editoraalvorada.com.br. outubro, 2012

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Especial do Mês | Saúde infantil Marisa De Costa Martinez

Para a psicanálise, a família, independente de sua evolução e de sua estrutura, será sempre uma história de família, uma cena de família, que cada um, ao seu modo, contará. Sabemos que os pais são modelos de identificação, um exemplo a ser seguido (ou não) pelos filhos.

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Separação

Com frequência, ouvimos falar de pais que não se separam por causa dos filhos, pelo receio de traumatizá-los, mesmo que vivam em plena “guerra” no casamento. A esses pais eu pergunto: não seriam os desentendimentos constantes entre eles ainda mais prejudiciais que a própria separação para os filhos? Ademais, é constante o relato de casais que brigam, mas passam uma vida inteira juntos! Nesse sentido, Jacques Lacan (19011981), psicanalista francês, propõe que é estruturante para o sujeito que seu pai ame uma mulher, não necessariamente a sua mãe. Isso para nos mostrar que precisamos reconhecer nossos pais como seres faltantes, que um pai não pode ocupar a posição de super-herói para um filho a vida toda. Para que um pai deseje algo, implica-se que algo lhe falte. E essa falta não pode ser suprida com o filho. Aqui há uma separação fundamental: nossos pais desejam algo para além de nós. Também sabemos que a separação, de forma geral, é estruturante para os sujeitos, por exemplo, quando dizemos que “é preciso cortar o cordão umbilical”. O problema é quando a família lida com suas dificuldades por meio do silêncio ou da mentira, a saber, quando o divórcio dos pais é da ordem do “imprevisto” para os filhos. Assim, o filho recebe com susto a notícia da separação de seus pais. Um casal não se separa “do nada”. A separação é uma dor para todos, e implica um efeito que não sabemos, a priori, qual será. É importante que a criança saiba que o divórcio é um mal menor, cuja decisão não foi fácil. O divórcio é uma saída para cessar uma relação que estava insuportável. O “não falar” não torna a separação mais fácil, ao contrário, justamente as coisas que escondemos e não dizemos são as mais importantes. Por que os filhos não poderiam saber da limitação de seus pais quando eles se responsabilizam pelo divórcio e assumem que as coisas não andam bem?

Muitos pais se enganam ao pensar que a criança não é sensível ao mal-estar do casal. Sabemos que ela percebe, sente, e mais que isso: a criança é quem, muitas vezes, adoece quando seus pais não assumem suas dificuldades no casamento. Freud (1856-1939), psicanalista austríaco, considerado o pai da psicanálise, lembra-nos de que até mesmo em uma família nuclear - constituída por pai, mãe e filhos - a criança tende a fantasiar irmãos adotados, padrasto, madrasta e infidelidade dos pais. Assim, a criança, por meio da imaginação, constrói os seus mitos. O esperado - e necessário - em uma família é que indivíduo liberte-se da dependência dos pais, por mais dolorosa que seja essa autonomia no desenvolvimento de cada um, tanto que sabemos tratar-se de uma libertação parcial. Em atendimentos clínicos, nós, psicólogos e psicanalistas, deparamo-nos constantemente com as demandas de famílias, como, por exemplo, filhos de mães separadas que dizem: “Quando a minha mãe se apaixonar por um homem e ele vier morar com a gente, a nossa vida vai mudar”. Isso para nos dizer que, além da realidade factual, na qual não há um pai, a criança poderá criar em sua imaginação essa figura, seja no horizonte, seja um pai morto, do qual sua mãe possa falar com amor e admiração olhando uma foto... Outro exemplo interessante é o caso de um filho de mãe solteira cuja função paterna fora feita por Willian Bonner, que, todas as noites, ao dizer “boa noite” ao final do Jornal Nacional, ouvia sua mãe responder “boa noite, meu lindo”. Essa criança pode ver que, apesar do lugar de desejo que ocupa em sua mãe, ela tem outro amor. Na verdade, se podemos dizer que há algo que estrutura uma família, este é o lugar que o filho ocupa na história dos pais. O maior sofrimento é quando não há esse lugar de desejo, porque primeiro é preciso que um filho se alie e se aliene a esse lugar que ocupa no desejo dos pais, para depois outubro, 2012


Saúde infantil | Especial do Mês

o desvelada poder se separar. Se houve amor no momento da concepção dos filhos, isso não pode ser negado durante o divórcio. Para a psicanálise, a família, independente de sua evolução e de sua estrutura, será sempre uma história de família, uma cena de família, que cada um, ao seu modo, contará. Sabemos que os pais são modelos de identificação, um exemplo a ser seguido (ou não) pelos filhos. m filho pode escolher trilhar um caminho bem diferente de seu pai, que se separou e voltou a morar, e depender de seus pais, podendo, a partir disso, alme ar sua independência e responsabilizar-se por si. Para algumas famílias, o divórcio pode significar amadurecimento; pode ser um alívio para os filhos que, porventura, tenham uma relação tumultuosa com algum dos genitores; a separação pode ainda ser algo muito ruim para um

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filho que fica na posição de escolher entre um dos genitores para morar, enquanto separa-se destes. Ou se a, in meras são as possibilidades para lidar com uma separação, e por isso a psicanálise propõe tratar cada caso como uma situação particular. O que é preciso desvelar para que a separação passe do caos à possibilidade é a ordem da palavra, do falar sobre as dificuldades, sofrimentos e também sobre os dese os. alar é fundamental para todos os membros da família, principalmente para a criança, a fim de colocar em palavras a ang stia indizível. A criança precisa saber que o fato de o casal se separar não quer dizer que se separará dos filhos. Ainda é preciso ressaltar que não são todos os filhos de pais separados que precisarão de um psicanalista. as são todos os filhos que precisam ser escutados.

Marisa De Costa Martinez CRP 14/03797-9. Graduada e Mestranda em Psicologia pela UFMS. Pós-graduada em Psicoterapia de Orientação Psicanalítica pela UCDB. Analista Praticante do FCL-MS e membro do Ágora Instituto Lacaniano. Psicóloga do Colégio Militar de Campo Grande e da Clínica Sinapsi.

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Especial do Mês | Saúde infantil

Camila Cruz

Infância saudável

Alteração de peso é sinal de alerta para os pais

Os pais devem ficar atentos aos primeiros sinais de alteração de peso da criança, porque muitas doenças têm como primeira manifestação uma mudança no ganho de peso. Então, precocemente é possível diagnosticar doenças se a mãe e o pai levam a criança para esse acompanhamento junto aos profissionais de saúde”

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Como é bom ser criança! Essa é a época em que as únicas preocupações são com as brincadeiras e o dever de casa. Mas é também a fase em que o organismo cresce, sendo os primeiros seis anos de vida essenciais para o desenvolvimento do ser humano. Por isso é tão importante que os pais fiquem atentos à saúde dos seus pequenos, pois uma vida saudável pode evitar problemas mais sérios, tanto na infância quanto na fase adulta. A Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabolismo, com base em dados fornecidos pelo IBGE, divulgou informações preocupantes sobre as crianças no Brasil. Uma em cada três delas, entre cinco e nove anos de idade, está acima do peso. Especialistas acreditam que a causa desses números se deve à mudança nos hábitos alimentares, à maior oferta de alimentos com açúcar e à vida sedentária. E como as crianças seguem o exemplo dos adultos, cabe aos pais adotar medidas mais saudáveis, para que elas possam crescer bem. O sobrepeso e a obesidade nos pequenos podem ser a porta de entrada das temidas doenças do coração. Desde a infância eles podem apresentar os fatores de risco para essas enfermidades, como colesterol elevado, diabetes tipo 2 e hipertensão arterial. Por isso, fazer refeições em família, estimular a prática de atividades físicas desde cedo, incentivando mais brincadeiras ao ar livre e jogos em grupo podem ser algumas boas e divertidas opções! Entretanto, a razão do sobrepeso pode

ser outra. Em entrevista para a Rádio Oficial da Sa de, o coordenador da Sa de da Criança, do Ministério da Saúde, Paulo Bonilha, fez um alerta importante quanto ao assunto “Os pais devem ficar atentos aos primeiros sinais de alteração de peso da criança, porque muitas doenças têm como primeira manifestação uma mudança no ganho de peso. Então, precocemente é possível diagnosticar doenças se a mãe e o pai levam a criança para esse acompanhamento junto aos profissionais de sa de”, ressaltou. Por isso é fundamental que as famílias, além do bom exemplo dentro de casa, tenham o hábito de frequentar as instituições de saúde para acompanhar o crescimento e desenvolvimento da criança. É lá que ela vai ser pesada e medida para verificar se tudo está correndo bem, além de ser conferido se as vacinas estão todas em dia.

A saúde da criança O Ministério da Saúde já está formulando a Política Nacional de Atenção à Saúde da Criança, o que será uma grande conquista para todos os brasileirinhos. Porém, enquanto a política não é oficializada, o Brasil desenvolve diversas ações e programas para cuidar da saúde das crianças com idade menor que dez anos, por meio da Área Técnica da Saúde da Criança. Tais cuidados vão desde o incentivo à amamentação até o acompanhamento completo dos pequenos durante a infância, para que eles possam crescer e desenvolver todo o seu potencial como seres humanos. outubro, 2012


Saúde infantil | Especial do Mês Jaqueline Maria Oliani Ijuim

Gagueira não tem graça,

tem cura! A gagueira é uma alteração na uência, provocada pela disfunção do controle motor e temporal da fala, manifestando-se na primeira infância (entre 18 meses e sete anos de idade), podendo surgir até os 12 anos. luência é uma habilidade específica da fala, e que, no caso de pessoas que gaguejam, é interrompida por bloqueios, hesitações, repetições. Devido a essas alterações ocorrem interrupções na fala, e o uxo de informações pode ficar reduzido. Geralmente vêm acompanhadas de movimentos corporais associados (piscar de olhos, torcer as mãos, tensão exagerada). Segundo dados da Abragagueira , cerca de um milhão e seiscentas mil pessoas manifestam gagueira no Brasil. No mundo todo, estima-se que 1% da população seja gaga, um número significativo. Cientes de que a gagueira pode interferir na qualidade de vida da pessoa, é importante que os pais fiquem atentos à fala de seus filhos e, ao sinal de qualquer dis uência, procurem orientação com um fonoaudiólogo. Infelizmente, ainda são dados conselhos para ignorar a gagueira, que sumirá com o tempo, porém nem sempre isso acontece.

Como saber se o seu filho apresenta gagueira? É importante entender que a criança, quando está na fase de desenvolvimento da linguagem, apresenta dis uências, normais ou típicas (interjeições, hesitações, revisões, palavras incompletas, repetições de frases e palavras), que vão diminuindo gradativamente a partir dos três anos de idade. Já as dis uências consideradas gagas ou atípicas são: repetição de palavras por mais de três vezes; outubro, 2012

repetição de sílabas (ca-ca-casa); repetição de sons (ooooooi); prolongamentos (ssssssapo); bloqueios; pausas longas e a intrusão de algum outro som na fala. Com o tempo e a cobrança de uma fala melhor, pode ocorrer tensão muscular, pressa para terminar de falar, repetições mais rápidas e irregulares, movimentos corporais associados (como piscar de olhos, movimentos constantes de mãos, como se estivesse esfregando uma à outra, e movimentos de cabeça). A criança geralmente não demonstra ansiedade para falar e não tem consciência de sua dificuldade, portanto, sentimentos de frustração podem não existir nessa fase. Porém, com a cobrança do “falar perfeito”, esses sentimentos aparecem, surge o medo de falar, e com isso a criança começa a ficar mais quieta, a não falar muito... É importante que a família, amigos e professores sejam orientados a lidar com essa criança: - Evite dizer coisas como “fale devagar”, “relaxe antes falar”, “fique tranquilo”, “pense no que vai falar e depois fale”... Isso faz com que a criança comece a prestar atenção à sua maneira de falar, e quanto mais ela perceber que sua fala é diferente, mais retraída ela irá ficar. - Mantenha contato visual e dê tempo para a criança falar. - Não complete as palavras ou frases, isso é prejudicial. - Não force a criança a falar, principalmente em lugares com muita gente ou com estranhos.

E lembre-se: gagueira não tem graça, tem cura Na d vida quanto à uência de seu filho, procure orientações.

Fga. Msc. Jaqueline Maria Oliani Ijuim Crfa 4662/SP/T/SC Fonoaudióloga formada pela USC/1987. Especialista em Motricidade Orofacial pela Universidade de Franca, mestra em Educação pela UNIMEP/2006. Professora, supervisora de estágio e coordenadora do curso de Fonoaudiologia da UCDB (1999/2008). Atua na área de cursos à distância.

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Especial do Mês | Saúde infantil Juliana Lanari

Diabetes i A doença que transforma a vida da família

Entre os fatores de risco para o diabetes infantil, os médicos apontam a hereditariedade. Se há casos na família, é preciso ficar atento ao possível desenvolvimento da doença na criança.

Imagine ter oito anos de idade e, de uma hora para outra, não poder mais se deliciar com o brigadeiro da festinha de aniversário ou com o pacote de bolachas que o amigo da escola oferece. E pior: ser obrigado a parar de brincar para tomar injeções de insulina. efinitivamente, o diagnóstico do diabetes infantil mexe com a rotina da criança e de toda a família. “A vida não será normal, será diferente”, comenta a endocrinologista infantil, Lilian Bianca Miller. O mais assustador é saber que o diabetes infantil tem sido diagnosticado cada vez mais cedo. Há menos de duas décadas, a doença era descoberta quando as crianças tinham entre sete e dez anos de idade. o e, verificam-se casos em bebês com apenas oito meses de vida. “Estudos indicam que o diabetes infantil possa ter relação com a chamada síndrome da limpeza, aquele cuidado excessivo que alguns pais têm com os filhos. A criança produziria uma super-resposta quando em contato com agentes infectantes e ativaria os anticorpos que causam o diabetes infantil”, explica a médica. Graças aos avanços da medicina, a vida do diabético tem ficado cada vez mais fácil. A insulina inalável está sendo testada para evitar que a pessoa seja obrigada a tomar injeções diárias. A indústria alimentícia, atenta à crescente demanda, diversificou as opções de produtos diet. A família tem a missão de mudar sua rotina junto com a criança. A disciplina é a principal mudança que o diabetes traz para dentro de casa.

Entenda melhor O diabetes é uma doença autoimune, ou seja, o próprio organismo ataca o pân38|TotalSaúde

creas, que deixa de produzir insulina em quantidade suficiente. A insulina é um hormônio que tem a função de regular a taxa de glicose no sangue. Crianças e adolescentes são acometidos pelo diabetes tipo 1 quando o pâncreas produz pouca ou nenhuma insulina. Nesse caso, são necessárias doses diárias de hormônio. Os pais devem ficar atentos aos sintomas. A criança passa a urinar com mais frequência do que o normal e, com isso, sente mais sede. Aumento da fome, emagrecimento acentuado, cansaço e fraqueza também são sinais do diabetes. Se o quadro evoluir para desidratação severa, sonolência, v mitos e dificuldade respiratória, a necessidade de internação é imediata. Muitas vezes, é nesse quadro agudo que os pais descobrem a doença na criança. Entre os fatores de risco para o diabetes infantil, os médicos apontam a hereditariedade. Se há casos na família, é preciso ficar atento ao possível desenvolvimento da doença na criança. O diagnóstico do diabetes é feito por meio da glicemia sanguínea.

Vida que muda Passado o susto do diagnóstico, a família vê a rotina sofrer uma profunda transformação. As refeições da criança com diabetes devem ser feitas a cada três horas para que não haja o risco da hipoglicemia, quando o nível de glicose no sangue cai drasticamente. Em outras palavras: o churrasco que saía às três da tarde tem que ficar pronto antes. Os alimentos com açúcar precisam ser substituídos por produtos diet, bem mais caros. E os carboidratos – arroz, batata, outubro, 2012


Saúde infantil | Especial do Mês

s infantil mandioca, pães, massas – devem ser ingeridos com moderação, porque se transformam em açúcar no organismo. Medir o nível de glicemia no sangue antes das refeições também passa a ser algo rotineiro na vida de uma criança diabética. No meio de uma brincadeira com os amigos na rua, é preciso ir para casa e furar a pontinha do dedo com uma agulha. Caso seja necessário, é preciso aplicar a injeção de insulina. São, em média, quatro doses ao dia. Inicialmente, os pais tendem a não dormir tranquilos assim que descobrem o diabetes infantil. Isso porque no período noturno há um risco maior de se desenvolver a hipoglicemia. Alguns acordam no meio da madrugada para medir a glicemia do filho. Se o nível de glicose no sangue estiver baixo, é preciso alimentar a criança para evitar convulsões e desmaios. Na adolescência, os cuidados com o sono do diabético são outros. Saiu na sexta-feira e quer dormir até o meio-dia de sábado? Impossível. É preciso acordar no meio da manhã para medir a glicemia e, se necessário, injetar insulina. Regra é a palavra de ordem para quem convive com o diabetes. A vida muda para sempre.

Matemática do metabolismo Cálculos também passam a fazer parte da rotina de uma pessoa com diabetes. Alguns médicos recomendam a consulta a uma tabela alimentar antes das refeições. Já é possível até baixar aplicativos para poder fazer essa conta diretamente no celular ou no computaoutubro, 2012

dor. Cada 15 gramas de carboidrato corresponde a uma unidade de insulina a ser aplicada. A aplicação da insulina é feita antes das refeições, para que a pessoa possa comer com menos restrições, ao contrário da basal, que deve ser injetada pelo menos quatro vezes ao dia para que o paciente mantenha os níveis de glicemia dentro da normalidade. Furadinha na ponta do dedo para medir a glicemia, injeções diárias de insulina, refeição a cada três horas... Receber o diagnóstico do diabetes infantil é compreender que a vida da família, a partir daquele momento, precisa de disciplina. “Costumo dizer que o diabetes não é um bicho de sete cabeças, é de uma cabeça só, portanto, dá pra lutar”, explica a endocrinologista infantil.

Fique atento aos sintomas do diabetes! Urinar mais do que o normal Desidratação Aumento da sede Emagrecimento acentuado Cansaço e fraqueza Feridas que demoram a cicatrizar Distúrbios cardíacos e renais

Sinais de que a criança precisa ser internada imediatamente Desidratação severa Sonolência Vômitos Dificuldade para respirar TotalSaúde|39


Especial do Mês | Saúde infantil

Fernanda Monteiro

Nada atinge tanto a imaginação da criançada

quanto um bom livro Emília, a tagarela boneca de pano, tia Nastácia, famosa por seus bolinhos, Dona Benta, uma avó pra lá de especial, sua neta Lúcia, a menina do nariz arrebitado e Pedrinho, o primo corajoso e aventureiro... Sem contar o sábio Visconde de Sabugosa e o leitão Marquês de Rabicó. Personagens de “Reinações de Narizinho”, clássico da literatura infantil de Monteiro Lobato que atravessou o tempo. O livro narra as primeiras aventuras do Sítio do Picapau Amarelo e transporta os leitores a extraordinárias viagens pelo mundo da fantasia. Um pouco mais recente, O Menino Maluquinho, que traz as invenções de uma criança alegre e sapeca, descreve o sabor da infância. A obra de Ziraldo se tornou um sucesso, e também é utilizada pelas escolas no incentivo à leitura. Vale lembrar-se da também brasileira Ana Maria Machado e as histórias dos Irmãos Grimm, na Alemanha, de Hans Cristian Andersen, na Dinamarca, ou de Garret e Herculano, em Portugal. Na travessia de volta ao Brasil, todos os anos são lançados, em média, dois mil títulos. O livro infantil, antes pouco atraente e limitado, ganha cada vez mais espaço nas livrarias. Os lançamentos se multiplicam e as publicações tornam-se mais sofisticadas, com estímulos visuais inspiradores. Apenas uma coisa não mudou nessas décadas todas: a importância da leitura na formação da criança. A grande variedade de assuntos contribui para o crescimento da rede de rela40|TotalSaúde

ções da criança e para o entendimento do seu mundo. Os simbolismos da literatura infantil ajudam meninos e meninas a defenderem suas vontades e a afirmar a sua independência junto ao poder dos pais ou à rivalidade com os irmãos ou amigos, explicam estudiosos. De um modo geral, essas incríveis histórias apresentam, desde os primeiros livros infantis (final do século XVII), personagens bons ou maus, belos ou feios, poderosos ou fracos, que facilitam para a criança a compreensão de certos valores básicos da conduta humana. Segundo a psicanálise, os pequenos são levados a se identificar com o herói não devido à sua bondade ou à sua beleza, mas por sentir nele o seu inconsciente desejo de bondade e beleza e, principalmente, pela sua necessidade de segurança e de proteção. E como toda história feita para crianças, que essa também tenha um final feliz. Então, comece a formar os seus leitores: sempre que possível, leia para os seus filhos ou sobrinhos; escolha narrativas que tragam questões que ajudem a lidar com sentimentos e ampliem a relação com a cultura; crie o hábito de levar os pequenos para passear em livrarias; leve também as crianças a eventos de contação de histórias; deixe o material escrito à disposição, assim como os brinquedos. Por fim, é importante que o adulto demonstre prazer em ler, porque é mais provável que, em uma família de leitores, a criança crie esse hábito. outubro, 2012


Saúde infantil | Especial do Mês

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Especial do Mês | Saúde infantil Camila Cruz

Especialistas em comportamento infantil destacam que é preciso cautela antes de definir o que é ou não normal na conduta e no desenvolvimento de uma criança, mas que certos comportamentos realmente escondem outros problemas que podem estar causando sofrimento à criança...

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Ataques de birra Quando uma criança quer alguma coisa e recebe um não, lá vem o berreiro! E quem nunca presenciou uma cena dessas? Ela grita, esperneia, fica emburrada, chora... Embora deixe os pais em uma situação delicada, entre educar e fazer as vontades de quem ama, a birra faz parte do desenvolvimento infantil e acontece quando a criança ainda não tem maturidade suficiente para lidar com uma determinada frustração. Geralmente, as explosões de choro das crianças ocorrem por um motivo específico e são dirigidas a alguém, ustamente para testar (mesmo que inconscientemente) o limite dos pais ou de quem está responsável naquele momento. Porém, uma pesquisa realizada na Escola de Medicina Feinberg, da Universidade Northwestern, em Chicago, nos Estados Unidos, mostrou que quando a birra passa dos limites e acontece diariamente, de forma agressiva e sem motivo aparente, pode esconder outros problemas mais sérios ou ser um sinal de que a criança está “pedindo ajuda”. Para entender melhor, o estudo foi realizado com pais de 1.490 crianças entre três e cinco anos, por meio de um questionário com perguntas sobre o comportamento de seus filhos no mês anterior à pesquisa. O resultado foi que cerca de 80% das crianças têm ataques de raiva ocasionalmente, sempre provocados por um motivo determinado, ou seja,

quando se frustram ou estão cansadas, e quase 9% “explodem” todos os dias, sem motivo algum, com duração maior que cinco minutos e de forma agressiva, com chutes, tentativas de agredir os outros e até a si mesmas. Diante dos números, a conclusão da pesquisa foi que não é comum as crianças terem ataques de birra todos os dias e sem causa aparente. Especialistas em comportamento infantil destacam que é preciso cautela antes de definir o que é ou não normal na conduta e no desenvolvimento infantil, mas que certos comportamentos realmente escondem outros problemas que podem estar causando sofrimento à criança... Talvez uma crise de ansiedade causada pela mudança de casa, de escola, a morte de um parente querido ou de um animal de estimação, a separação dos pais e até mesmo a falta de diálogo em casa.

Como lidar? Para perceber se os ataques da criança estão conforme o esperado, comece observando se algo mudou na rotina dela, e a família toda precisa se organizar para essa tarefa. É importante lembrar também que a birra normal do dia a dia começa muito antes dos berros e do choro. É uma manha, um pedido que não pode ser realizado, um lugar muito agitado e cheio de gente, sono e cansaço... Quando os primeiros sinais surgirem, está na hora de agir. As alternativas variam desde conversar, mudar de ambiente, propor uma brincadeira ou até pedir ajuda à própria criança. Entretanto, com birra diária ou não, o melhor a fazer é ter paciência e sempre tratar os pequenos com muito carinho. E tem mais: caso perceba que algo está saindo do controle, procurar ajuda de um especialista é sempre o mais indicado. outubro, 2012


Saúde infantil | Especial do Mês Fernanda Monteiro

Uma amizade perfeita Quando Martina nasceu, o casal Carmen Cestari e Victor Chileno já morava com a maltês Brisa. Como havia sido devidamente mimada, com direito a dormir no quarto, a cachorra ficou completamente enciumada com a presença da recém-chegada. A mãe, superinformada, bem que tentou preparar o animal para a vinda do mais novo membro da família, mas a mascote, até hoje, sente-se ameaçada. A relação é um sucesso porque a pequena Martina ignora os rosnados e adora o animal, nutrindo por ele o mais sincero afeto. Essa história real serve para mostrar que cachorro tem sentimentos, assim como os humanos, e que uma criança que adota um cão como amigo desenvolve sua autonomia, afetividade, lealdade e sensibilidade, além de aprender desde cedo noções de cuidados e respeito. Um relacionamento que traz benefícios tanto para os pets quanto para a criançada. Porém, algumas orientações devem ser seguidas para deixar essa amizade perfeita. É fundamental ensinar às crianças que cachorro não é brinquedo. O cão deve ficar tranquilo na presença delas, mesmo que corram, gritem ou pulem. Para isso, deve ser feito um treino associando a criança a algo positivo e recompensando o animal com petiscos pelo bom comportamento diante dessas situações. Instrua as crianças a respeitarem os momentos de alimentação do cachorro, evitando que coloquem a mão no recipiente de comida. O mesmo vale para a hora em que o cão rói um osso, manipula um brinquedo ou cuida do filhote. Elas devem também respeitar o momento da soneca, pois o cachorro pode acordar assustado e reagir com agressividade. À s crianças deve ser dada, ainda, a lição de como cumprimentar cães desconhecidos as mãos devem ficar próximas outubro, 2012

ao corpo, e é o cachorro quem deve se aproximar para cheirá-las. Daí então a criança pode afagá-lo no peito, na nuca ou nas costas. Evite que coloque as mãos ou o rosto próximos à cabeça do cão ou que o abrace, pois isso pode causar medo e mais uma reação de agressividade. Então, não importa quão dócil seja o cão, não o deixe sozinho com a criança, pois não há como prever algumas reações instintivas do animal. O convívio com o animal de estimação in uencia também nas relações futuras com os coleguinhas. A criança que convive com animais é mais sociável, justa e nada individualista. Além de todas as primazias relacionadas na matéria, o animal pode apresentar a experiência com a perda. O menino (ou menina) aprenderá sobre o ciclo da vida, do nascimento até a morte, e o quanto isso é natural. Com seu cachorro a meninada pode brincar, correr, explorar o ambiente e vivenciar novas experiências... Ganhos significativos, visto que a criança não mais interage com total poder sobre o objeto de afeição, e suas ações provocam reações. Além da relação de afeto e da perfeita amizade que se desenvolve, do estímulo, do tocar, do sentir, do explorar o corpo do animal e observar suas reações, muitos novos conhecimentos são adquiridos psicológica e cientificamente. Então, que você observe as orientações e que assim sejam feitos, cada vez mais, melhores amigos. Eles fazem um bem enorme para a nossa saúde!

Com seu cachorro a meninada pode brincar, correr, explorar o ambiente e vivenciar novas experiências...

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Especial do Mês | Saúde infantil Camila Cruz

Convulsão e Uma situação bem angustiante, principalmente quando acontece com as crianças. Estamos falando em convulsão infantil, que, algumas vezes, pega os pais de surpresa, deixando-os nervosos e sem saber o que fazer durante uma crise. E não é para menos, já que esse é um problema muito delicado e que requer cuidados importantes. Os distúrbios podem ocorrer em qualquer idade, até mesmo em bebês prematuros, porém algumas atitudes preventivas podem amenizar os momentos de crise e os tratamentos corretos podem até mesmo evitá-los. Para entender melhor, a convulsão é um distúrbio que se caracteriza pela contração muscular de todo o corpo, ou de parte dele. Braços, pernas e tronco ficam endurecidos e estendidos, e começam a tremer. Geralmente, o distúrbio acontece quando há um aumento excessivo da atividade elétrica em determinadas áreas do cérebro. Elas podem ser de dois tipos: parciais (ou focais), quando apenas uma parte do hemisfério cerebral é atingida por uma descarga de impulsos elétricos desorganizados, ou generalizadas, quando os dois hemisférios cerebrais são afetados. Na maioria das vezes, não é possível identificar a causa da convulsão, mas geralmente está relacionada às emoções intensas ou traumas muito grandes, como,

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por exemplo, a morte de uma pessoa querida, excesso de esforço, determinados ruídos, música muito alta, odores ou luzes fortes. Algumas doenças, como epilepsia e tumores cerebrais, também podem ser a causa das crises. Em especial nas crianças com menos de cinco anos, a febre alta é um dos principais sintomas.

Convulsão e epilepsia nas crianças Falar em convulsão infantil é importante porque as crianças são pouco expressivas, podendo, muitas vezes, não manifestar tremor algum durante uma crise, por isso é preciso estar atento para perceber algo estranho acontecendo. Em alguns casos, a convulsão pode ser resultado de epilepsia, que é uma doença específica e predispõe a criança a convulsões, mesmo na ausência de febre alta, pancadas na cabeça, derrames ou tumores cerebrais. Porém, precisamos lembrar que convulsão não é obrigatoriamente sinônimo de epilepsia. Nos bebês recém-nascidos é verificado, com frequência, um tipo de crise de convulsão chamada pelos médicos de sutil. Os sinais são um piscar rápido dos olhos ou sucessivos movimentos de repuxamento dos lábios, ou até mesmo episódios de apneia. Após três meses e até o final do primeiro ano de vida podem ocorrer episódios em que a criança, subitamente, exiona os seus membros, chora, relaxa e volta a realizar esses movimentos. Inicialmente parece uma cólica, mas ao longo dos dias a criança fica mais tristonha ou irritada, e pode até deixar de reconhecer e sorrir para os familiares. Trata-se dos chamados espasmos infantis, uma forma grave de epilepsia nesse período. Outra forma de epilepsia que surge enoutubro, 2012


Saúde infantil | Especial do Mês

o em crianças tre os pré-escolares e escolares são as chamadas crises de ausência. Nesses casos a criança perde o contato, para de falar ou interrompe um movimento, podendo também dar algumas piscadelas, por poucos segundos e sem queda, retornando logo, como se nada tivesse acontecido. Se as crises forem mais prolongadas, a criança poderá perder a sequência do que está sendo falado, o que pode ser motivo de baixo rendimento escolar, já que ocorrem várias vezes por dia. Essa é considerada uma forma benigna de epilepsia, que tende a desaparecer espontaneamente na adolescência.

O que fazer na hora da crise? Especialistas recomendam que no momento de uma convulsão é fundamental (por mais difícil que pareça) os pais manterem a tranquilidade. Quando passar a crise, que, em geral, não dura mais que 10 minutos, a criança precisa ser encaminhada rapidamente ao pronto-socorro para tomar os medicamentos corretos, evitando problemas mais graves no futuro. Em entrevista para o portal do Ministério da Saúde, o neurologista do Hospital Federal Bonsucesso, no Rio de Janeiro, José Antônio Guasti, explica quais atitudes devem ser tomadas durante uma crise, e atenta em que, se outra convulsão vier logo em seguida, pode causar edema cerebral, por isso é tão importante a procura imediata por atendimento médico. “Proteger o corpo, de preferência evitando que a pessoa bata com a cabeça em algum lugar, é o primeiro passo. Se der tempo, é importante colocar um pano na boca para que ela não morda a língua, porque contrai toda a musculatura. Em seguida, vire a cabeça de lado um pououtubro, 2012

quinho para ela não vomitar, porque às vezes sai saliva, mas não tem problema nenhum. A crise vai passando, e você só segura a pessoa para evitar machucados. Só isso, mais nada. Passado o estágio da convulsão, a pessoa pode acordar com dor de cabeça, vômito, enjoo, náuseas, tonteira e, às vezes, nem saber o que aconteceu. Essas são medidas que independem da idade”, explica, detalhadamente, o médico.

Diagnóstico Nos casos de convulsões infantis, é imprescindível buscar atendimento médico especializado de pediatra e neurologista para que sejam realizados alguns exames como eletroencefalograma, tomografia computadorizada e resson ncia magnética do crânio. Porém, os pais ou responsáveis podem observar também algumas características durante as crises de convulsões, já que essas informações podem ajudar no diagnóstico preciso. Durante a crise: marcar no relógio o tempo de duração da convulsão; analisar se braços e pernas se contraem apenas de um lado ou dos dois; se olhos e boca ficam fechados ou abertos; se a cor da face se torna azulada; se a criança responde aos chamados ou permanece inconsciente e se há sinais de incontinência urinária ou fecal.

“A convulsão é um distúrbio que se caracteriza pela contração muscular de todo o corpo ou de parte dele. Braços, pernas e tronco ficam endurecidos e estendidos, e começam a tremer”.

Após a crise: observar como é a forma de término da crise; se a criança recupera a consciência ou permanece sonolenta; se fala e responde a perguntas; se ela lembra o que aconteceu; se os movimentos voltam ao normal e se a dificuldade de movimentação se concentra em um lado só do corpo. TotalSaúde|45


Especial do Mês | Saúde infantil

Dr. Paulo Siufi

Saúde infantil: cuidados simples podem evitar muitas complicações

Dr. Paulo Siufi CRM/MS 2187 Formado em Medicina na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, especializou-se em Pediatria. Trabalha como médico ambulatorial da Secretaria de Saúde de Campo Grande/MS.

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Após nove meses de gravidez, rodeada de surpresas, sonhos e sentimentos, chegou o momento tão esperado. E o momento sublime requer uma atenção especial. Agora, com a chegada desse novo ser, os cuidados com a saúde do rebento devem ser redobrados, já que a criança está totalmente vulnerável a todo e qualquer tipo de situação. Sobretudo, é importante ressaltar as principais doenças infecciosas da infância, como hepatite, coqueluche, caxumba, verminose e tantas outras... Lembrando que a verminose é a doença de maior incidência nas crianças, independente da classe social ou econômica; é também responsável pela desnutrição, causa da mortalidade infantil dos mais carentes. À s famílias com bom nível socioeconômico essa doença causa espanto, apreensão e vergonha, como se a verminose fosse algo relacionado à pobreza ou à sujeira, mas não é bem assim. São esses conceitos equivocados que levam as pessoas a desconhecerem os seus sintomas, o seu tratamento e a sua prevenção. A verminose é um tipo de infecção intestinal provocada por agentes específicos, denominados parasitas. Constitui-se uma doença frequente, de difícil controle aos órgãos públicos, que acomete o ser humano de forma irrestrita. À s mamães de primeira viagem, vai um alerta: é imprescindível que a mãe tenha noção dos sinais e sintomas mais comuns que acometem o seu filho, auxiliando o pediatra com informações corretas para a realização do diagnósti-

co e seu devido tratamento. Essa noção dos sinais e sintomas também serve para a mãe proporcionar o alívio imediato em casa, seguindo as orientações pré-estabelecidas pelo pediatra da criança. Portanto, sempre que for contatar um pediatra pelo telefone para esclarecimentos ou orientações, tenha alguns dados em mãos, como: a idade da criança, o peso, a temperatura, os sinais e sintomas observados, nome dos medicamentos em uso etc. Todos esses procedimentos são para evitar maiores complicações, pois muitas vezes o que parece simples se complica facilmente, e o barato pode sair caro. Para quem não sabe, cada desordem no organismo apresentada pelas crianças manifesta sinais e sintomas que precisam ser levados sempre em consideração. Cólicas abdominais, por exemplo, são frequentes em bebês recém-nascidos, com variações na intensidade e na duração. Elas acometem as crianças nos três primeiros meses e preocupam muito a família, pois o bebê chora continuamente. Consequência da ingestão de ar durante as mamadas, as cólicas desaparecem espontaneamente após os três meses de vida. A famigerada dor de ouvido representa um dos sintomas que mais preocupam a família, principalmente as mamães. Em bebês, o incômodo causa recusa alimentar, visto que a sucção provoca o aumento da dor; muitas vezes, ele passa a mão sobre os ouvidos. A dor se instala após um estado gripal com obstrução nasal. outubro, 2012



Especial do Mês | Saúde infantil Camila Cruz

Mortalidade infantil O Brasil atingiu as “metas do milênio” estabelecidas pela Organização das Nações Unidas (ONU) para a redução da mortalidade infantil. Excelente notícia, não é mesmo? Os dados foram divulgados no mês passado pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), Banco Mundial e Organização Mundial da Saúde (OMS), mas o melhor de tudo é que esse resultado foi possível antes do prazo determinado, já que era necessário reduzir os índices de mortalidade infantil até o ano 2015. Segundo o Unicef, o índice de mortes de crianças com menos de cinco anos no Brasil caiu mais de 70% nas duas últimas décadas, passando de quase 12 milhões (1990), para aproximadamente sete milhões (2011). Esses dados são muito positivos, e colocam o nosso País em 4º lugar no ranking de avanços, ficando atrás apenas da Turquia, do Peru e de El Salvador na relação das nações que mais obtiveram conquistas na prevenção de doenças infantis. Em entrevista para o Portal Oficial da Saúde - do Governo Federal - o Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, explicou que uma das medidas que ajudaram na redução da mortalidade foi a introdução e produção de vacinas no Brasil. “Três vacinas tiveram um impacto muito decisivo nessa redução: a vacina para o rotavírus humano, que é o vírus da diarreia; a vacina para pneumococos, bactéria que causa pneumonia e alguns tipos de meningite, e a vacina para meningite C. Outra medida que teve impacto muito importante foi a expansão do pré-natal. Pela primeira vez, em 2011, mais de um milhão e setecentas 48|TotalSaúde

mil mulheres fizeram pelo menos sete consultas do pré-natal”, declarou Alexandre Padilha.

Histórico Para entender melhor como aconteceu essa redução, em 1990 foram registradas no Brasil 58 mortes em cada grupo de mil crianças. Já em 2011, foram registradas 16 mortes para cada mil crianças. Porém, apesar dos números animadores, as famílias ainda perdem muitos bebês devido às causas neonatais, que são problemas ocorridos no pós-parto, ou seja, logo depois do nascimento do bebê. Em 2000, ao analisar os maiores problemas mundiais, a ONU estabeleceu oito “objetivos do milênio”, que, no Brasil, são chamados de Oito Jeitos de Mudar o Mundo, e que devem ser atingidos por todos os países até 2015. Entre os objetivos está a atenuação da mortalidade infantil, que no nosso País precisa ser reduzida para 19 mortes por grupo de mil crianças até a data prevista, expectativa superada com sucesso.

Desafios Apesar da boa notícia, o Brasil ainda está distante dos índices de países ricos. Por exemplo: na Itália, em Portugal e na Espanha a proporção de crianças que morrem é de apenas 1/4 da taxa brasileira. Os dados constam no Relatório de Progresso 2012, intitulado “O Compromisso com a sobrevivência da criança: uma promessa renovada”. A publicação também menciona o elevado número de mortes de crianças devido à diarreia e à outubro, 2012


Saúde infantil | Especial do Mês

Brasil atinge as metas da

Organização das Nações Unidas pneumonia, assim como a doenças sem definições específicas. Para o Unicef, é importante que alguns fatores sejam atendidos, aumentando as chances de sobrevivência e desenvolvimento das crianças em todo o mundo. Dentre esses fatores destacam-se o atendimento especializado com médicos e nutricionistas, melhorias na educação, acesso à água potável e saneamento. O Ministério da Saúde do Brasil também relaciona o “dever cumprido do País” ao melhor atendimento médico, além do atual aumento da renda familiar e da expansão dos serviços de saúde, como a ampliação da cobertura de vacinas e antibióticos. De acordo com os dados divulgados em abril pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a região Nordeste registra a queda mais expressiva da mortalidade infantil. No período indicado, o índice passou de 45 para 19 óbitos a cada mil crianças. Porém, essa ainda é a taxa mais alta do País, sendo o menor índice o da região Sul, com quase 13 mortes a cada mil crianças.

América Latina Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a América Latina também está prestes a alcançar o objetivo, graças aos avanços do Brasil, El Salvador, México e Peru. De acordo com pesquisas, a região apresentou uma queda de mais de 60% das mortes infantis. Porém, os números não são favoráveis em dois continentes: África e Ásia. Hoje, 80% das crianças que ainda morrem antes dos cinco anos de idade estão nessas outubro, 2012

regiões. Somente na Índia, morre 1/4 das crianças de todo o mundo!

Objetivos do Milênio Todo esse avanço só foi possível porque a ONU promoveu, em setembro de 2000, a Assembleia do Milênio, sendo a reunião de chefes de Estado e de governo o evento de maior magnitude na história mundial. No total, 191 delegações estavam presentes, 147 delas lideradas por autoridades do mais alto escalão. O debate resultou na aprovação da Declaração do Milênio, que reconhece que o mundo já possui a tecnologia e o conhecimento para resolver a maioria dos problemas enfrentados pelos países pobres. No Brasil, o mote das ações para os Objetivos do Milênio é: “Juntos nós podemos mudar a nossa rua, a nossa comunidade, a nossa cidade, o nosso País”. Conheça abaixo os oito objetivos do milênio: 1 - Acabar com a fome e a miséria. 2 - Educação básica e de qualidade para todos. 3 - Igualdade entre sexos e valorização da mulher. 4 - Redução da mortalidade infantil. 5 - Melhorias na saúde das gestantes. 6 - Combater a Aids, a malária e outras doenças. 7 - Qualidade de vida e respeito ao meio ambiente. 8 - Todos trabalhando pelo desenvolvimento. TotalSaúde|49


Especial do Mês | Saúde infantil Fernanda Monteiro

A humanização no pessoas com sínd A sensação única de dar à luz o primeiro filho foi interrompida de forma desastrosa ainda na sala de parto. O efeito da anestesia não tinha sequer passado quando o obstetra comunicou à mãe: “Seu filho não é normal não, viu. Ele tem síndrome de Down”. Os protagonistas dessa história marcada pela insensibilidade de um médico são a jornalista Waléria Leite e o filho mais velho, Daniel, hoje com 10 anos. O profissional de saúde mostrou-se extremamente despreparado. “Ele falou que meu filho não iria mamar porque criança Down não suga. Isso não aconteceu”, relata Waléria. Para evitar situações como essa, o Ministério da Saúde acaba de lançar Diretrizes de Atenção à Saúde da Pessoa com Síndrome de Down. O documento, resultado de um trabalho que durou cinco meses, foi elaborado com a participação de especialistas na área e de pessoas com a síndrome. São orientações para que os profissionais do Sistema Único de Saúde (SUS) ofereçam atendimento qualificado e humanizado às mais de 300 mil pessoas com síndrome de Down no Brasil.

Humanização já! Um dos pontos das Diretrizes de Atenção à Saúde da Pessoa com Síndrome de Down trata especificamente sobre a melhor forma de dar a notícia à família. A recomendação é que os 50|TotalSaúde

profissionais da sa de tirem todas as dúvidas dos pais. Dessa forma, os médicos reduzem incertezas e inseguranças, sentimentos comuns em qualquer situação nova da vida. No primeiro momento, também é importante explicar aos familiares a necessidade de exames e procedimentos, uma vez que algumas patologias são comuns em pessoas com a síndrome. A forma inapropriada como Waléria e a família receberam a notícia teve um efeito inicial devastador. “Chorei por 40 dias porque me sentia culpada, não sabia como lidar com a situação”, relembra a jornalista. Passado o susto, os pais de Daniel resolveram buscar informações sobre a síndrome de Down. Procuraram o médico e professor Zan Mustacchi, o maior estudioso sobre o assunto no Brasil. Uma das recomendações foi emblemática: “O Daniel só precisa de um remédio: um irmão para estimulá-lo”. Pouco mais de um ano depois, nascia Sophia, a dose de estímulo que o irmão mais velho tanto precisava.

Assistência especial O documento divulgado pelo Ministério da Saúde traz orientações sobre os exames que devem ser feitos em pessoas com síndrome de Down nas diferentes fases da vida: de zero a dois anos, dos dois aos 10, dos 10 aos 19 e depois, quando adulto e idoso. Logo ao outubro, 2012


Saúde infantil | Especial do Mês

no atendimento às ndrome de Down nascer, o bebê deve ser submetido ao ecocardiograma. Metade das crianças com a síndrome apresenta alguma cardiopatia. O hemograma afasta a possibilidade de alterações hematológicas, como a leucemia, por exemplo. Daniel, nosso personagem, esbanja saúde. Não apresenta problemas cardíacos nem hepáticos, e tem os músculos fortalecidos. A pediatra que acompanha o seu desenvolvimento fica sempre atenta a possíveis disfunções na glândula tireoide, comuns em pessoas com a síndrome. “Escolhi uma médica que tem um olhar diferenciado sobre o Down. Ela não trata

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como anomalia. Apenas sabe que o meu filho precisa de cuidados especiais”, comenta Waléria. Ao oferecer informação e estimular o atendimento humanizado, o Ministério da Saúde visa proporcionar qualidade de vida às pessoas com síndrome de Down. Na prática, trata-se de uma atenção especial a uma parcela da população que até bem pouco tempo atrás era tratada de forma preconceituosa, como anormal. Waléria não se cansa de dizer que o filho é um “presentinho”. “O Daniel me fez crescer, veio me mostrar que, mesmo com imperfeições, a vida é linda”, comenta a jornalista.

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Comportamento | Filhos da água

Renato Lima

Filhos da água O valor da água vai muito além da simples hidratação

Renato Lima Jornalista, estudante de Psicologia e mochileiro renato.mart@gmail.com

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É engraçado como a nossa maior preocupação em relação à água é mantê-la no nosso dia a dia. Diante de um universo de bebidas engarrafadas e com sabores sintéticos, a água passa como uma mera coadjuvante na nossa rotina, sendo, muitas vezes, substituída pelo refrigerante na versão “zero”, que reduz o teor de culpa sem nos deixar perder o prazer de consumi-lo. Então nos forçamos ao sacrifício de ingerir copos de água matematicamente contados. Embora saibamos das propriedades da água tratada e do privilégio de a encontrarmos ao abrir de uma torneira e estender de braço, não nos damos conta do quanto estamos nos distanciando de um relacionamento íntimo e saudável com a água nossa de cada dia. Essa re exão vem de uma experiência recente pela África Oriental, onde acompanhei uma missão cristã de Campo Grande na abertura de um poço artesiano na tribo Pokot , distante 500 quilômetros de Nairóbi, Capital do Quênia. Um povo que personifica os dados da Organização Mundial da Saúde quando diz que, por ano, a água contaminada mata aproximadamente 4,9 mil crianças africanas com até cinco anos. Os que resistem às estatísticas são fadados a compartilhar a água com animais selvagens em açudes distantes 10 - às vezes 20 - quilômetros da tribo, dependendo da estação do ano. Nesses lugares a água segue um ciclo típico e bem diferente do que é ensinado nas escolas. À s margens dos lagos, os

animais bebem e defecam nas mesmas águas consumidas pelos humanos, mantendo índices constantes de contaminação. Resistir à diarreia, ao tifo e a outras doenças é um desafio diário dos moradores, que desconhecem o conceito de cidadania. De acordo com a Organização das Nações Unidas – ONU, enquanto a água contaminada está relacionada às causas de 80% de todas as doenças conhecidas, a água limpa e tratada salva mais vidas do que todas as instituições médicas do mundo. Essa é a história de uma entre outras tantas tribos que têm na água o destino de vida ou de morte. A diferença é que, ao menos nessa tribo, o final será diferente. A abertura do poço artesiano está mudando o presente e o futuro dessas pessoas, de uma vez por todas! A água potável trouxe segurança, longe das hienas, chacais e leões do açude; trouxe também dignidade: as mulheres não mais precisam andar dezenas de quilômetros com galões de 20 litros nas costas. A água potável proporciona higiene e saúde, a possibilidade de uma horta com irrigação de qualidade, aumentando também a expectativa de vida. Porém, muito mais que princípios de cidadania, o poço artesiano trouxe uma nova geração para a tribo: a geração dos filhos da água. Gente que vai nascer conhecendo uma água sem cor, sem cheiro e sem sabor, assim como ela deve ser. Os filhos da água poderão transformar a realidade daquela tribo, e mais que isso: transformar a si próprios! outubro, 2012


Tireoide | Medicina

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Medicina | DNA Camila Cruz

Máquina mapeia DNA em horas Já pensou em receber o resultado de um teste de DNA quase instantaneamente? Pois, neste mês, chega ao Brasil um novo aparelho para sequenciar o genoma humano em poucas horas, e que vai contribuir muito para a ciência, em diversas áreas. A Fundação Osw aldo Cruz (Fiocruz) do Paraná e o Hospital Paulista A.C. Camargo, especializado no tratamento de câncer, foram os responsáveis pela compra dos equipamentos, os chamados Ion Proton. Neste momento, o objetivo da Fiocruz é focar em testes para diagnosticar doenças infectocontagiosas que manifestam sintomas muito parecidos, como, por exemplo, a dengue, hepatite A, leptospirose, malária, febre amarela, mal de Chagas e infecções por bactérias ou vírus, até mesmo o caso de uma simples gripe. Isso porque todas essas enfermidades muitas vezes resultam, a princípio, em febre e dor de cabeça, dificultando o diagnóstico. Especialistas acreditam que o sequenciamento de genoma deve se popularizar logo e que, em três ou quatro anos, a máquina já poderá ser usada em laboratórios de referência, pois a evolução tem sido muito rápida nessa área, tanto no preço dos produtos quanto na velocidade dos resultados. O próximo passo da iocruz é firmar uma nova parceria, desta vez com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos EUA, no qual já são feitos estudos sobre a malária na África, para mapeamento de DNA em nosso País. Mesmo antes do uso desse equipamento pesquisadores já trabalham, desde 2000, com o diagnóstico de doenças por meio do mapeamento de DNA, 56|TotalSaúde

começando por uma bactéria chamada Xylella fastidiosa, que costuma atingir pés de laranja e de outras frutas cítricas, passando, posteriormente, para trabalhos específicos sobre o c ncer. Foram analisados os genes de tumores prevalentes no Brasil, como da mama, do colo do útero, da próstata, colorretal, pulmão, estômago, cabeça e pescoço. Para entendermos melhor o que a máquina vai facilitar à ciência, no início eram necessários 30 laboratórios trabalhando durante dois anos para sequenciar três milhões de bases (cada base é uma letra do DNA). Em 2012, com essa nova tecnologia, será preciso apenas um laboratório e duas horas para mapear três bilhões de bases. Grande diferença, não é mesmo?

Prós e contras Com essa novidade os cientistas querem, agora, encontrar também marcadores genéticos de resposta ou resistência a medicamentos contra o câncer e marcadores de predisposição para outras doenças. Alguns lugares nos EUA já oferecem sequenciamento de genoma à população, porém especialistas dividem opiniões a respeito da disponibilização para todos. Uns defendem que é preferível conhecer o que está por trás do seu próprio genoma e ter certeza da futura doença, como no caso de uma enfermidade que já atingiu quase a família toda. Outros alegam que isso pode se tornar uma grande angústia e gerar uma enorme paranoia nas pessoas, por acharem que um lapso normal do organismo no dia a dia já é um sintoma do problema. outubro, 2012


Berinjela assada | Receita

Berinjela assada

com tomate e cebola Ingredientes:

Modo de preparo:

1 berinjela grande inteira (crua) 1 cebola pequena (crua) 1 tomate médio 1 colher de sopa de orégano (seco) 1 colher de sopa de vinagre 1/2 colher de sopa de azeite de oliva extravirgem

Higienize adequadamente os vegetais. Corte o tomate e a cebola em cinco rodelas, tempere-os com o orégano e o azeite. Reserve. Corte a berinjela em cinco rodelas, cada uma com a espessura de um dedo, aproximadamente. Deixe-as de molho em água, sal e vinagre por 30 minutos. Despreze essa água e esprema as berinjelas. Em um refratário, coloque as rodelas da berinjela, uma rodela de cebola e uma de tomate em cima de cada uma. Cubra o refratário com papel alumínio e leve-o ao forno médio pré-aquecido, por aproximadamente 20 minutos ou até que a berinjela esteja cozida. Retire o papel alumínio e deixe corar por mais alguns minutos. Sirva em seguida.

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Endereços úteis CONTATOS Dr. Renato Lima Fe rrazJúnior Dr. Orlando Monteiro CRM/MS 2932 CRM/MS 3256 Neurologia Clínica CRM/SP 73.806 Rua Abraão Julio Rahe, 85 Ginecologista São F Clínica Gazineu Campo Grande / MS Rua São Paulo, 907 (67) 3384 7200 Campo Grande/MS (67) 3382 5484

Dr. Paulo Siufi Neto CRM/MS 2187 Pediatra Rua Joaquim Murtinho, 477 Campo Grande/MS (67) 3382 4404

Drogaria

Dr. Radi Jafar Rua Antônio Maria Coelho, 2.912 Campo Grande/MS (67) 3324 9802

Dr. Maurício de Barros Jafar Rua Antônio Maria Coelho, 2.912 Jardim dos Estados Campo Grande/MS (67) 3321 8921

Cirurgia Plástica

Dr. Fábio Feltrim CRM/MS 3953 Anestesiologista Hospital Santa Marina Rua Dr. Eduardo Machado Metelo, 835 Chácara Cachoeira Campo Grande/MS (67) 3044 2000 7

Dr. Pedro Antonio Pegolo Filho CRM/MS 3784 CRM/SP 99482 Cirurgião Plástico Hospital Santa Marina Rua Dr. Eduardo Machado Metelo, 835 Chácara Cachoeira Campo Grande/MS (67) 3044 2000

Dra. Thaís Sakuma CRM/MS 5868 Dermatologista estética Rua Fernando Correa da Costa, 1.233 Sala 4 Campo Grande/MS (67) 8168 3856 thais.sakuma@gmail.com

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Medicina-fetal

Produtos naturais

Aparelhos auditivos

Condicionamento físico

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