Índice 10
Você Sabia?
Medicina 14
Ablação por radiofrequência Um tratamento eficaz contra os tumores hepáticos
22
Sobre o que estão falando?
38
O diabetes não impede a qualidade de vida
40 44 46 48 52 54
A B Câncer Câncer no fígado
Odontologia 12
Brasileiros que nunca foram ao dentista
Bem-estar 36
Prevenção do bullying
50
18
Uma boa alimentação pode melhorar a sua pele
51
Que venha o verão!
Comportamento
Estética
16
Rejuvenescimento: os 4 Rs para uma pele mais jovem
Câncer infanto-juvenil Fique de olho nos 7 sinais e proteja-se do câncer
Nutrição
Arquitetura 13
Mommyrexia
Receita 56
Sopa paraguaia
Saúde em concreto
58 Endereços úteis
Medicamentos falsos Testes de rotina para as mulheres podem salvar vidas
Especial do Mês: AIDS 26
AIDS Análise geral de uma epidemia mundial
28
A cura da AIDS a caminho
32
Síndrome da imunodeficiência adquirida
34
Mulheres no foco da AIDS
37
HIV: crianças infectadas precisam de vigilância constante e exames minuciosos
o
Editorial | Ao leitor
Uma epidemia assustou o mundo inteiro com a sua chegada há mais de 30 anos... Estamos falando da AIDS, uma síndrome que ataca as células de defesa do corpo humano e que até hoje não apresenta cura. De lá pra cá já foram realizadas inúmeras pesquisas para descobrir como lidar com a doença, além de grandes movimentos para evitar a transmissão do HIV. Uma luta declarada contra um mal que já causou tantas mortes e que fez com que 1º de dezembro se tornasse o “Dia Mundial da Luta Contra a AIDS”. Por isso, o Especial do Mês da revista Total Saúde vai abordar esse assunto tão importante para a sociedade. Você vai poder ler, também, uma matéria que explica tudo sobre o câncer: como a doença começou, quais os fatores de risco, os tratamentos, como lidar com os medos e as dificuldades depois de ser diagnosticado... Vamos apresentar dez passos para evitar esse mal, além de mostrar quais os tipos de câncer mais comuns entre homens e mulheres. A edição de novembro trata, ainda, de um assunto bastante discutido atualmente: o bullying. Um projeto de sucesso, intitulado “Tosco”, foi implantado em 600 municípios do Brasil, sensibilizando mais de 450 mil pessoas; ele busca ajudar principalmente os jovens que estão do outro lado da história, ou seja, os que cometem o comportamento agressivo contra outras pessoas. E para fechar com chave de ouro, a Total Saúde traz neste mês uma receita de dar água na boca, um dos pratos mais tradicionais do nosso Estado: a sopa paraguaia. Portanto, diante de tantos assuntos interessantes, desejamos uma ótima leitura, lembrando que a prevenção continua sendo o melhor remédio para os males do mundo. Abraços, e até a próxima edição!
Equipe
Revista Total Saúde
08|TotalSaúde
novembro, 2012
Você Sabia? Doentes crônicos também serão vacinados contra a gripe A partir de 2013, o Ministério da Saúde vai ampliar o grupo de pessoas que precisam tomar vacina contra a gripe. Na campanha do ano que vem, pessoas com doenças crônicas não transmissíveis deverão ser imunizadas contra a Influenza, ou seja: com essa decisão, mais seis milhões de pessoas serão beneficiadas em todo o País. A vacina será aplicada gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), com o objetivo de proteger os grupos de pessoas mais vulneráveis, reduzindo o número de casos graves e de mortes, além de permitir que os profissionais de saúde avaliem com mais precisão em quais casos e condições a vacina é indicada. O Ministério da Saúde segue recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) ao classificar como parte do grupo prioritário os idosos, crianças menores de dois anos, gestantes, profissionais da saúde, indígenas, presidiários e portadores de determinadas doenças crônicas.
Sífilis em crianças é preocupante, apesar da prevenção Entre 2010 e 2011, o número de notificações de casos de sífilis congênita em menores de um ano de idade aumentou mais de 30%, o que é preocupante para quem visa garantir a boa saúde infantil. A sífilis congênita é aquela em que a criança já nasce com a doença, adquirida pela mãe por meio de relação sexual e, consequentemente, transmitida ao bebê durante a gravidez. Se não for tratada a tempo, pode causar cegueira, alterações nos ossos, paralisia, doença cerebral, problemas de coração e até mesmo matar. Só no ano passado foram diagnosticados mais de nove mil casos no Brasil, sendo a média de três casos a cada mil crianças nascidas vivas. Na Rede Cegonha (estratégia do Ministério da Saúde), a gestante faz o teste rápido de sífilis na primeira consulta do pré-natal e em 30 minutos fica sabendo se tem a doença. A aceleração do diagnóstico é positiva, pois reflete o esforço de identificação precoce da doença e de redução da taxa de casos que não eram notificados anteriormente.
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novembro, 2012
Odontologia | Brasileiros que nunca foram ao dentista Dra. Symonne P C O L Parizotto
Brasileiros que nunca foram a um dentista
ONDE ENCONTRAR
Rua Alagoas, 136 Jardim dos Estados (67) 3047 7000 www.parizottoodontologia.com.br
Dra. Symonne P C O L Parizotto CRO/MS 1766 Formação: Graduada cirurgiã dentista pela UFMS, Especialista, Mestre e Doutora em Odontopediatria pela USP. Área de atuação: Odontopediatria e Odonto-hebiatria (odontologia para adolescentes). Presidente da Associação sulmato-grossense de Odontopediatria.
12|TotalSaúde
Graças ao crescimento do conhecimento científico, vivenciamos hoje uma época de grande desenvolvimento da odontologia e áreas afins, do artesanato para a arte; do empirismo para a ciência de curar e prevenir doenças. A odontologia moderna está essencialmente voltada para a promoção de saúde bucal, baseada na visão holística do paciente. Entretanto, apesar dos avanços nas práticas de saúde no Brasil, ainda estamos longe de alcançar o conceito de saúde estabelecido pela OMS, “um completo bem-estar físico, mental e social, e não meramente a ausência de doença”. Dentre os determinantes da saúde de uma população, encontra-se a saúde bucal - que, na prática, é quase sempre quantificada em termos de presença ou ausência de doença, utilizando-se marcadores para tal. Em uma abordagem psicológica e antropológica, os resultados epidemiológicos devem refletir a preocupação do homem quanto ao mal-estar e o bem-estar de uma comunidade. Apesar da redução dos índices de cárie no Brasil nos últimos anos - fato evidenciado na última pesquisa nacional de saúde bucal (SB Brasil, 2010), em que se observou uma redução de 26% nos índices de cárie em crianças aos 12 anos e um aumento de 31 para 44% de crianças brasileiras livres de cárie -, infelizmente vivemos o fenômeno de polarização da doença, caracterizado
pela concentração de elevados índices em pequenos grupos representados, geralmente, por populações que são, de alguma forma, marginalizadas e vulneráveis, por serem mais suscetíveis ou por estarem mais expostas aos fatores de risco. Tais populações não têm acesso ao conhecimento e à valorização da promoção de saúde bucal, uma vez que não chegam aos locais de atenção e atendimento odontológico, não praticando, portanto, os hábitos de prevenção primária da doença cárie e periodontal, tais como a escovação dentária regular, com creme dental fluoretado, o uso do fio dental e uma dieta alimentar saudável e com baixa quantidade de açúcar. Sabe-se que, no Brasil, populações minoritárias, como os índios, por exemplo, são quase sempre excluídas dos programas de atenção à saúde, ou são criadas condições especiais de atenção - que nem sempre se revertem em benefícios, quer por falta de pessoal especializado ou por desconhecimento de sua cultura e de sua preocupação diferenciada com os fenômenos ligados ao processo saúde-doença. Uma vez que a saúde é um direito do cidadão e dever do Estado, esforços devem ser realizados para aumentar o acesso às medidas de prevenção e promoção de saúde, para que toda a população brasileira vá ao dentista - não para tratar a doença, mas para manter a saúde bucal! novembro, 2012
Perda auditiva ||Medicina Saúde em concreto Arquitetura Renato Lima
Saúde em concreto
Gil Carlos de Camillo recebe prêmio nacional com Clínica Parizotto Suas linhas ajudaram a construir a “nova cara” de Campo Grande. Os traçados geométricos do arquiteto Gil Carlos de Camillo são a própria assinatura que, além de original, confere à cidade um ar contemporâneo, cosmopolita e elegante. Recentemente, Gil recebeu mais um prêmio em sua trajetória profissional. A Clínica Parizotto, projeto de sua autoria, foi vencedora do prêmio “O melhor da arquitetura 2012”, categoria edifício institucional – saúde, promovido pela revista Arquitetura & Construção, da editora Abril, uma das mais conceituadas publicações de arquitetura do País. Participaram dessa edição 498 projetos de todo o Brasil. O prêmio tem o objetivo de divulgar os melhores projetos arquitetônicos do País e destacar a criatividade, sustentabilidade e inovação dessas construções. Essa é a segunda vez que Gil recebe o prêmio “O Melhor da Arquitetura”. O primeiro foi em 2010, na categoria residência-cidade, com a Casa Domingos. “Ser contemplado em um evento onde se viram premiados os nomes mais importantes da arquitetura brasileira foi, sem dúvida, uma grande satisfação“, explica. novembro, 2012
Para o arquiteto, o prêmio de 2012 tem um significado ainda maior. “Sabemos o quanto a arquitetura pode contribuir na área da saúde, oferecendo não apenas conforto e bem-estar, mas também praticidade e operacionalização para clínicas, consultórios e hospitais. Isso é uma tendência, e requer do profissional de arquitetura conhecimentos específicos, além de domínio da legislação e das normas da Anvisa, dentre outras exigências”, explica Gil. A cerimônia de entrega do prêmio ocorreu no Memorial da América Latina, em São Paulo. Os projetos premiados estão publicados na revista Arquitetura e Construção deste mês, com circulação nacional. Com mais de 20 anos de profissão e um currículo apresentando mais de 500 mil metros quadrados de área projetada, Gil Carlos de Camillo acumula outros destaques em sua carreira, como o Fórum Eleitoral de Campo Grande, selecionado entre as obras que representaram o Brasil na 5ª edição da Bienal Ibero-Americana de Arquitetura e Urbanismo de 2006, realizada no Uruguai, além da Central de Atendimento ao Cidadão e a Orla Ferroviária de Campo Grande.
ONDE ENCONTRAR
Gil Carlos de Camillo Diplomado pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAUUSP) em 1989.
TotalSaúde|13
Medicina | Ablação por radiofrequência Dr. Thiago Franchi Nunes
Ablação por radiofrequência Um tratamento eficaz contra os tumores hepáticos
Dr. Thiago Franchi Nunes CRM/MS 4925. CRM/SP 140.887. Graduado em Medicina pela UFMS – 2005. Residência médica em Radiologia e Diagnóstico por Imagem. Membro titular do Colégio Brasileiro de Radiologia. Especialista em Radiologia do Abdome (Unifesp). Atuação em Radiologia Intervencionista e Angiorradiologia. Pós-graduando em Ciências Radiológicas pela Unifesp.
14|TotalSaúde
A ablação por radiofrequência guiada é a destruição de um tumor hepático a partir da aplicação de energia térmica gerada por radiofrequência. A radiofrequência é um tipo de energia elétrica que vem sendo usada em procedimentos médicos há décadas. Na sua concepção básica, essa energia é usada para criar calor em um órgão específico, a uma temperatura específica, por um período de tempo específico, resultando, finalmente, na morte de um tecido indesejado (o tumor). Apesar de a radiofrequência ser uma arma antiga usada pela medicina, a ablação por radiofrequência é uma técnica recente, revolucionária e inovadora indicada para destruir tumores localizados em determinados órgãos, como o fígado, por exemplo. A ablação de tumores por radiofrequência é uma modalidade de tratamento de tumores iniciada há cerca de 20 anos na Europa, nos Estados Unidos e no Japão. Além do fígado, essa opção terapêutica vem sendo utilizada com sucesso em outros órgãos como rins, adrenais, mama e pulmão. São candidatos a esse tipo de tratamento pacientes com tumores no interior do fígado, sem invasão de vasos
sanguíneos e, de preferência, sem evidências de câncer em outros órgãos. A avaliação prévia por métodos de diagnóstico por imagem, tais como ultrassom, tomografia computadorizada, ressonância magnética ou medicina nuclear (PET-CT) é necessária, pois o tipo de tumor influencia na decisão da equipe quanto à indicação e viabilidade do tratamento. Outros exames podem ser necessários (exames de sangue, de imagem, biópsias) para a caracterização adequada da doença abordada e de sua extensão. A coagulação sanguínea do paciente deve ser avaliada por meio de exames laboratoriais antes do procedimento, e deve estar dentro dos limites considerados seguros, para que sejam realizados a punção e o tratamento. O paciente não pode apresentar nenhum sinal de infecção ativa ou de desnutrição grave antes do procedimento. No caso de marca-passo ou desfibrilador cardíaco, o cardiologista deverá liberar o tratamento com radiofrequência, que envolve corrente elétrica. Gestantes, lactantes e/ou mulheres férteis que não utilizam métodos contraceptivos seguros também não podem se submeter a esse procedimento. novembro, 2012
Comportamento | Mommyrexia Camila Cruz
Mommyrexia Grávidas muito magras preocupam especialistas
A fase mais crítica da busca pelo corpo magro durante a gravidez geralmente acontece no final da gestação, pois muitas mulheres restringem radicalmente sua alimentação para não ganharem ainda mais peso e, com isso, poderem voltar mais rápidamente à forma que estavam antes.
16|TotalSaúde
Hoje em dia é comum ver celebridades grávidas esbanjando magreza por aí e, como se não bastasse, aparecem com o corpo perfeito um mês depois de darem à luz, não é verdade? Durante a gravidez é normal que toda mulher fique um pouco insegura com a sua forma física, que muda com o ganho de peso, afinal de contas ela está gerando um bebê no útero, que precisa crescer e se desenvolver por completo. Porém, o que preocupa os especialistas é que, em busca do corpo igual ao das atrizes e modelos, algumas das futuras mamães podem cometer exageros na dieta e acabar sacrificando a própria saúde e a da criança que vai nascer. A tendência a não engordar durante a gravidez levou especialistas americanos e europeus a discutirem o que eles chamam de mommyrexia, que é a obsessão das grávidas pelo corpo magro, uma espécie de “anorexia da mamãe”, mas que não se refere só a mulheres com transtorno alimentar. Essa obsessão acontece porque no inconsciente da gestante há um conflito muito grande entre o maternal e o sensual. Quando ela passa a se preocupar muito com a sensualidade nessa fase, a cisma pelo corpo perfeito é classificada de maneira patológica, ou seja, um problema que precisa ser tratado. A preocupação em se sentir bonita e desejada não é uma característica ruim, porém o mal está no exagero. A futura mãe precisa garantir que o feto receba, por meio da sua alimentação, todos os nutrientes necessários para o completo desenvolvimento, como proteínas, ferro, minerais e vitaminas. Assim como não é bom o ganho excessivo de peso, o excesso de magreza é prejudicial. Por isso, exercícios físicos (como hidro-
ginástica e ioga, por exemplo) e uma alimentação controlada são fatores fundamentais, mas que precisam estar voltados sempre para o bem-estar, e não apenas para a estética. A fase mais crítica da busca pelo corpo magro durante a gravidez geralmente acontece no final da gestação, pois muitas mulheres restringem radicalmente sua alimentação para não ganharem ainda mais peso e, com isso, poderem voltar mais rápidamente à forma que estavam antes. Porém, é justamente no último trimestre que ocorre o maior ganho de peso do bebê. Não há uma definição exata de quantos quilos se deve ganhar durante a gestação, isso vai depender do histórico e biotipo de cada mulher, que precisa ter a consciência de que gravidez é um período em que, necessariamente, há ganho de peso, relacionado aos ajustes que ocorrem no organismo. Nutricionistas orientam que, para seguir uma dieta saudável, a grávida não deve ficar tão atenta à quantidade de calorias, mas sim à variedade de nutrientes. E essa obsessão pode trazer sérias consequências, até porque, com uma dieta de poucas calorias, o bebê pode não ter o desenvolvimento adequado, o que aumenta o risco de mortalidade ao nascer. Nos casos de desnutrição extrema pode haver morte uterina, aborto e malformação fetal; a mãe, por sua vez, pode ficar anêmica e ter outras deficiências nutricionais, pois o bebê absorve toda a energia que consegue, podendo, com isso, levar a complicações durante o parto. Portanto, vale lembrar que a saúde é o bem mais precioso e, além disso, a amamentação, por si só, ajuda a mulher a voltar rapidamente à boa forma física. novembro, 2012
Nutrição | Pele Débora Soria
Uma boa alimentação
pode melhorar
a sua pele A boa alimentação está diretamente relacionada à pele saudável. É preciso que o organismo esteja bem nutrido para que a nossa pele possa estar hidratada e com saúde. Não devemos culpar apenas os nossos hormônios pelo aparecimento de acnes e espinhas, ou ainda a idade pelo envelhecimento. Existem maneiras de se evitar danos à nossa pele, melhorando, com isso, a qualidade de vida.
Acne
ONDE ENCONTRAR
Rua Coronel Cacildo Arantes, 433 - sala 13 Chácara Cachoeira (67) 3043 0029
O elevado teor de consumo de laticínios e alimentos com alto índice glicêmico - como açúcar, doces e cereais refinados -, juntamente com os alimentos ricos em gorduras saturadas, como carnes gordas, linguiça, salame e chocolate podem piorar a acne, estimulando a produção de sebo. Evitando esses alimentos, é possível sim reduzir as chances de desenvolver a acne. Beber muita água mantém a pele hidratada; o consumo de ácidos graxos e ômega 3 - tendo como principais fontes alimentares a linhaça, chia e pescados - reduz a inflamação. Frutas, verduras e legumes também auxiliam nesse problema.
Envelhecimento Débora Soria CRN 3/28674 Nutricionista. Graduada pela Universidade para o Desenvolvimento do Estado e da Região do Pantanal -UNIDERP.
18|TotalSaúde
Para manter a pele mais bonita e conservada, deve-se evitar o cigarro, pois o seu consumo diminui a oxigenação da pele, deixando-a grossa, amarelada e opaca, além de acelerar a perda de colágeno. Também evite beber pouca água, a
desidratação deixa a pele flácida e sem viço, e o consumo desse líquido ajuda a eliminar as toxinas. Outro fator importante é dormir bem. A deficiência de alguns micronutrientes também tem ação direta sobre a saúde da pele, tais como: Zinco: sua deficiência pode ocasionar lesões na pele, má cicatrização e acne. É um nutriente necessário para a cicatrização e produção de colágeno. Além disso, apresenta ação antioxidante, e por isso está relacionado à prevenção do envelhecimento precoce da pele. Fontes de zinco: grão-de-bico, leguminosas (ervilha, lentilha, feijão) e cereais integrais. Vitamina A: pode ajudar a reduzir as rugas e a prevenir a desidratação da pele. Estimula a produção de colágeno. Fontes da vitamina A: cenoura, batata-doce, fígado, ovos, tomate, abóbora e mamão. Vitamina C: tem ação antioxidante e auxilia na redução dos efeitos dos radicais-livres. Verifica-se também que a vitamina C tem efeito fotoprotetor contra raios UVA e UVB. Fontes da vitamina C: laranja, agrião, acerola, alho, couve e abacaxi.
Mas não se esqueça de usar protetor solar quando sair ao sol. Com essas mudanças de hábitos, com certeza a sua pele ficará mais bonita e saudável para o verão! novembro, 2012
Data comemorativa | Dia nacional do doador de sangue
Eliana Dalla Nora
25 de novembro: dia nacional do doador de sangue
Eliana Dalla Nora Coordenadora geral da Hemorrede-MS. Membro da Câmara Técnica Nacional de Hemoterapia. Membro da Câmara Executiva da Hemorrede Pública e especialista em Gestão de Hemocentros.
20|TotalSaúde
O dia nacional do doador de sangue, comemorado em 25 de novembro, teve sua criação em 1964, reconhecendo a doação voluntária de sangue como um ato de solidariedade humana e exercício da cidadania, atitude absolutamente importante para a preservação de vidas e para a sustentabilidade social. O avanço da hemoterapia fez com que, aos poucos, o perfil dos candidatos à doação fosse mudando. Essa alteração ocorre também de acordo com a situação em que o doador está envolvido e que, de certa forma, leva-o a doar sangue. Antes, o principal motivo para uma doação era o fornecimento de sangue a algum membro da família ou amigo. Hoje, embora as doações específicas ainda sejam constantes, o ato voluntário de doar sangue para alguém que não se conhece cresce constantemente. Ainda é necessária a conscientização da população para o importante ato de salvar vidas. O Mato Grosso do Sul, por meio da Hemorrede/Hemosul, conta com as doações periódicas de 2,5% da população. A maioria dos Estados brasileiros encontra-se com porcentagens menos satisfatórias: a média é de 1,9%. Isso demonstra que o nosso Estado está significativamente em vantagem em relação aos demais. Porém, a média ideal do Ministério da Saúde é de 3 a 5% de doadores em relação à população. Ainda precisamos crescer. Considera-se doador fidelizado aquele que realiza pelo menos duas doações em um período de 12 meses. O não fidelizado é aquele que realiza uma doação a cada 12 meses.
O ideal é que os doadores realizem suas doações regularmente, que sejam parceiros das redes de sangue e que o façam por altruísmo. Apesar da evolução da medicina, ainda não foram criados substitutos adequados para os vários tipos de componentes sanguíneos, sendo a transfusão de sangue (e seus derivados) o principal recurso terapêutico em diversas situações clínicas. Portanto, a doação voluntária continua sendo a única possibilidade de cura para muitas patologias. O foco principal da Hemorrede de Mato Grosso do Sul é sustentado por duas vertentes: a primeira tem seu alicerce baseado na garantia de um sangue de qualidade ao paciente, obedecendo a todas as normas de excelência necessárias para garantir o componente ideal à saúde pública; a segunda vertente busca constante autonomia de estoque e visa que a quantidade de bolsas de sangue seja suficiente, inclusive, para abastecer as situações de emergência, o que depende do aumento efetivo da população doadora. Para a utilização de tal recurso, é de fundamental importância que haja o engajamento da sociedade no tocante a manter os estoques de hemocomponentes. De um lado, o Estado se compromete em viabilizar as Políticas de Sangue nos diferentes níveis: nacional, estadual e municipal; de outro, a comunidade - amplamente representada com responsabilidade e cidadania é a efetiva mantenedora dos estoques de sangue por meio das doações voluntárias. Parabéns, doador! novembro, 2012
Medicina | Surdez Fernanda Monteiro
Sobre o que
estão falando?
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Campo Grande/MS Rua 13 de Junho, 167 - Centro (67) 3325 6686 / 3325 7958 Dourados/MS Av. Pres. Vargas, 855 - Sl 4 Galeria Dourados Center (67) 3421 0015 Três Lagoas/MS Rua Bruno Garcia, 684 - Sl 501 - 5º andar - Centro (67) 3521 8066 danavox@brturbo.com.br
Nelson Lam Kowai Fook CRFa. 2818. Fonoaudiólogo. Especialista em Audiologia Clínica.
22|TotalSaúde
Você sente dificuldade para escutar em reuniões públicas, salas de concertos e teatros, no local de trabalho ou em conversas entre familiares e amigos, para ouvir a televisão ou o telefone? Daí, como consequência, você pede para os outros repetirem as falas, direciona a cabeça para o lado do som, eleva o volume dos equipamentos e evita encontros sociais? Inclua, ainda, a esses sintomas o zumbido nos ouvidos, a tontura e a irritabilidade. Todos esses sinais constituem a deficiência auditiva, que é a redução (ou perda total) da audição - provocada por traumas mecânicos, pela exposição a barulho excessivo e por doenças de nascença ou adquiridas. Para saber sobre a saúde do seu ouvido, é recomendável procurar um especialista e fazer uma audiometria. O exame não dói, é confortável e seguro. Consiste em responder a algumas perguntas, reconhecer palavras comuns em variados níveis de volume e identificar sons diferentes. Então será produzida uma curva auditiva que determina o tipo e grau da perda da audição. Na maioria dos casos, a perda é gradual, lenta, indolor e, por isso, quase não é notada - problema esse comum após os 65 anos, “de onde vem o preconceito de que somente os mais velhos usam aparelho auditivo”, lembra o fonoaudiólogo Nelson Lam Kowai Fook. Da totalidade de seus atendimentos no consultório, 80% são voltados para quem tem mais de 60 anos. “Pelo menos aqui os idosos estão se cuidando mais que os jovens”, coloca o especialista. Nelson traz à entrevista a história de uma paciente de 104 anos que disse “quero sa-
ber o que estão falando”, com a intenção de reestabelecer os vínculos sociais e de manifestar seus anseios e necessidades. Na terceira idade, mesmo com o envelhecimento natural dos órgãos, é possível conviver com a surdez, buscando tratamentos para se viver melhor, e um deles é voltar a escutar com a ajuda de aparelhos auditivos que requerem adaptação e apoio da família. Devido ao fato de os equipamentos amplificarem todos os sons, o usuário deve aprender novamente a filtrar e eliminar os ruídos indesejáveis - o que faz da paciência de todos um fator muito importante nessa primeira etapa. Mas esse ainda não é o principal desafio a ser enfrentado. “O idosos chegam aqui tristes, isolados, com alterações no comportamento e afirmando não quererem dar trabalho e despesa aos filhos e netos. Alguns nem admitem a surdez e, por vaidade, não aceitam o aparelho, por mais invisível que seja”, explica Fook. É, então, quando o fonoaudiólogo adota um dos seus procedimentos de acolher o paciente ouvindo a sua história, conhecendo a sua rotina e se apegando ao que ele gosta. Um trabalho de autoestima que Nelson realiza com atenção e bom humor, e que pode ser ouvido da sala de espera. Assim, a consulta já chegou a durar duas horas e, por adotar uma mesa redonda, o fonoaudiólogo sempre está próximo ao paciente. Depois disso a pessoa faz os exames necessários, conscientiza-se da sua dificuldade, escolhe o aparelho, passa pela fase da adaptação sem custo, volta a ouvir e a se comunicar, passa a ser entendida e a transmitir ideias, tendo novamente a sua identidade. novembro, 2012
Especial do Mês | AIDS Camila Cruz
AIDS Há mais de três décadas o mundo foi surpreendido por uma doença silenciosa que atacava as células de defesa do corpo humano: a AIDS. Até hoje sem cura, a síndrome tornou-se um grande desafio para a saúde pública, pois o HIV (vírus que desencadeia a AIDS) afeta, atualmente, mais de 34 milhões de pessoas ao redor do planeta; só no Brasil são quase 40 mil novos casos todos os anos. Preocupados com a proporção da doença, cientistas deram início a diversas pesquisas nos anos 80, mas infelizmente ainda não foi encontrada uma vacina que evite o contágio do vírus ou o tratamento definitivo para o mal que já matou milhões de pessoas até agora. O combate à AIDS é um verdadeiro marco na história da medicina mundial. Antigamente, assim que a doença se instalava, o sofrimento e a morte eram inevitáveis. Porém, em 1995 surgiu um coquetel com medicamentos altamente eficazes contra o HIV e a realidade começou a mudar, o que tornou possível a pessoa infectada viver bem durante anos, mesmo sem estar curada. Hoje, apesar de os remédios amenizarem o avanço desse mal, a cura continua sendo uma incógnita, mas a batalha da ciência continua. Tanto é verdade que o que não falta são notícias sobre remédios e vacinas em teste contra a AIDS. Em entrevista concedida à agência de notícias France Presse, antes da Conferência Internacional sobre a AIDS, que aconteceu em julho deste ano, o diretor do departamento de HIV/AIDS da Organização Mundial da Saúde (OMS), Gottfried Hirnschall, explicou que um crescente arsenal de remédios poderá, algum dia, ajudar a evitar novas infec-
26|TotalSaúde
ções, e que a chave é encontrar uma maneira de administrar melhor os últimos avanços da ciência. Ele afirma que as conquistas nas pesquisas e o progresso em alguns países demonstram que é possível começar a pensar na eliminação das novas infecções. Para entender melhor, o mercado disponibiliza, hoje, 26 antirretrovirais, conhecidos como ARV, para o tratamento de pessoas com o HIV. Esses remédios podem reduzir o risco de as pessoas infectadas transmitirem o vírus, assim como evita que as pessoas saudáveis sejam infectadas por meio de relações sexuais com parceiros soropositivos. Apesar das novas possibilidades gerarem controvérsias entre os especialistas, os medicamentos salvaram cerca de 700 mil vidas em todo o mundo só em 2010. Para o alívio dos portadores da síndrome, os remédios de hoje são melhores do que a alguns anos atrás, pois são menos tóxicos, mais robustos, menos propensos a desencadear resistência e mais toleráveis, mas ainda não são perfeitos, já que os efeitos colaterais continuam sendo uma preocupação das autoridades de saúde.
Prevenção de grupos de risco A Agência Federal de Alimentos e Medicamentos (FDA), dos Estados Unidos, anunciou no mês passado a aprovação do medicamento Truvada, do laboratório , como a primeira pílula para ajudar a prevenir o HIV em alguns grupos de risco. Ele foi elaborado para a profilaxia contra a doença e, junto à prática de sexo seguro, pode prevenir novembro, 2012
AIDS | Especial do Mês
Análise geral de uma epidemia mundial as infecções de alto risco adquiridas em adultos, como, por exemplo, um casal em que apenas uma das pessoas é infectada pelo vírus. Esse é o primeiro remédio na história a ser aprovado com essa indicação. Na verdade, o medicamento é encontrado no mercado americano desde 2004 para o tratamento intensivo de pessoas com HIV, mas não como forma de prevenção da doença. Um estudo sobre o Truvada, publicado em 2010 no New England Journal of Medicine, incluiu mais de dois mil homens que praticavam relações sexuais com outros homens, mas que eram saudáveis. Os participantes foram selecionados aleatoriamente para tomar uma dose diária do remédio, e quem tomou o medicamento regularmente teve quase 70% a menos de infecções. Isso significa que os resultados são a primeira demonstração de que o medicamento pode diminuir a probabilidade de infecções do HIV. Porém, apesar de todas as conquistas, os especialistas ressaltam que o tratamento preventivo ainda está sendo avaliado, e não está claro a que grupos de risco poderá servir melhor e como poderia funcionar efetivamente.
Desafios do organismo Uma das maiores dificuldades para se chegar à cura da Aids é conseguir matar todas as cópias do HIV no organismo da pessoa infectada. Os potentes medicamentos que compõem o coquetel antirretroviral conseguem atingir a maior parte dos vírus, mas sempre sobram alguns que se escondem em lugares de difícil alcance como, por exemplo, no Sistema Nervoso Central, e com isso, novembro, 2012
numa eventual interrupção do tratamento, eles voltam a se replicar. Pensando nisso, um estudo que está sendo realizado no laboratório brasileiro Kyolab mostrou potencial em “acordar” o HIV no local em que ele se esconde no organismo, a partir de uma planta da família das Euphorbiaceae, comum no nordeste do Brasil, o que daria chance para os medicamentos chegarem até o vírus e matá-lo.
Problemas sociais O programa brasileiro para pessoas com HIV possui oferta universal de antirretrovirais para os portadores da doença, sem qualquer exceção. Porém, hoje essa estratégia precisa de mais que remédio, já que a epidemia mudou de perfil e está atingindo também pessoas com menos recursos financeiros. A terapia antirretroviral exige que as pessoas se alimentem bem, e alguns medicamentos precisam ser mantidos na geladeira, mas, se a pessoa mora na rua ou não possui uma estrutura mínima para se tratar, como proceder nesses casos? Outro ponto importante é a discriminação e o preconceito vividos que impedem, inclusive, a entrada dos soropositivos em outros países. Preocupados com essa questão, presidentes e diretores de mais de 20 grandes marcas internacionais assinaram um documento que solicita o fim da restrição de vistos de viagem para portadores do HIV, considerando que 46 países ainda têm alguma forma de impedir a entrada deles na sua própria região. A intenção é que o viajante não seja mais obrigado a apresentar (em lugar algum do mundo) o teste de Aids durante o exame médico para a retirada do visto. TotalSaúde|27
Especial do Mês | AIDS Camila Cruz
As formas de transmissão podem ser por meio de relações sexuais sem preservativo, pelo compartilhamento de objetos perfurantes contaminados e passar da mãe para o filho, durante a gravidez, parto e amamentação.
A cura da A
Há pouco mais de 30 anos, a medicina foi surpreendida por uma doença poderosa que apareceu de repente e atacava as células de defesa do corpo humano. Estamos falando da AIDS, você provavelmente já ouviu falar muitas vezes nos últimos anos... Essa é uma síndrome que não tem cura, e que afeta hoje mais de 34 milhões de pessoas em todo o mundo. O assunto é muito sério, visto que as pesquisas começaram nos anos 80 e até agora não foi encontrada uma vacina que evite o contágio do vírus ou um tratamento definitivo. Porém, no último mês, um grupo de cientistas apresentou uma agenda de pesquisa para vencer a doença, classificando esse momento como o “primeiro passo para a cura da AIDS”. Essa frase foi declarada pela virologista francesa Françoise Barre-Sinoussi, que ganhou o prêmio Nobel de Medicina, em 2008, por identificar o vírus HIV. Ela anunciou, durante uma entrevista prévia da Conferência da Sociedade Internacional de AIDS - 2012, em Washington (EUA), o início de uma coalizão internacional para enfim derrotar o vírus que provoca a doença. A pesquisadora afirmou que, após as últimas descobertas relacionadas, a cura para a AIDS está visível, e um time de cientistas do mundo todo se uniu em torno dessa agenda de pesquisa para encontrá-la.
Avanço O que alimentou esperanças para o início desse grande estudo foi a história do paciente americano Timothy Ray Brown, 28|TotalSaúde
que se curou da AIDS após passar por um tratamento em Berlim, no ano de 2007. O paciente foi submetido a um transplante de células-tronco doadas por um homem com uma rara mutação genética que impede a contaminação pelo HIV. Com isso, todo o seu sistema imunológico foi substituído por um novo. Nos últimos anos, o bem-sucedido tratamento de Brown se tornou um guia para os cientistas, que buscaram repeti-lo, apesar do alto custo e das dificuldades encontradas para reprodução em grande escala. Agora, em vez de tentar copiar esse tratamento, os pesquisadores querem focar em como chegar a uma reação semelhante de forma mais barata e fácil de replicar. Barre-Sinoussi afirmou que tudo isso prova que encontrar uma maneira de eliminar o vírus do corpo é bastante realista, embora possa demorar muitos anos ainda, sendo possível, a princípio, eliminar a pandemia até 2050. Muitos são os estudos feitos e, nessa área, cada passo é de extrema importância, e anima tanto os cientistas quanto a população não infectada, mas principalmente quem sofre com a doença.
Estatísticas Apesar de muitas pessoas ainda não cumprirem as recomendações de prevenção, felizmente o número de mortes pela doença está em queda em várias partes do mundo. Entre os anos de 2005 e 2011, a redução foi de 24%. Já o número de pessoas em tratamento subiu, alcançando a média de oito milhões, a maioria nos países mais pobres. Mesmo assim, de acordo com a Agência das Nações Unidas de Luta contra a AIDS (Unaids), 30 milhões de pessoas morreram por doenças relacionadas à AIDS desde a década de 80. novembro, 2012
AIDS | Especial do Mês
a AIDS a caminho Já no Brasil, a incidência da doença (que é de 18 pessoas infectadas para cada 100.000 habitantes) permanece estável há 12 anos. Porém, entre 1980 e junho de 2011, foram notificados mais de 600 mil novos casos de AIDS, sendo 35 mil a cada ano. Os números mais atuais mostram que oito Estados apresentaram maiores índices que a média nacional: Amazonas, Roraima, Pará, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. O primeiro caso notificado foi em São Paulo, no ano de 1982.
Vacina e transmissão Em entrevista para a revista Veja, o infectologista do Hospital Emílio Ribas, Caio Rosenthal, explicou que o vírus HIV é muito complexo, pois se multiplica e se transforma muito rápido, ou seja, é um vírus mutante. Por isso é muito difícil conseguir uma vacina que englobe todas as possibilidades de mutação do vírus. Seria necessário milhares, e essa é a maior dificuldade enfrentada hoje em dia. O problema também é que o vírus HIV é muito resistente e capaz de destruir os anticorpos que são formados contra ele, inclusive por isso é que o ser humano não consegue combatê-lo sozinho.
Doença O combate à AIDS é um verdadeiro marco na história da medicina mundial. Antigamente, assim que a doença se instalava, o sofrimento e a morte eram inevitáveis. Porém, em 1995, surgiu um coquetel com medicamentos altamente eficazes contra o HIV, e essa realidade começou a mudar, o que tornou possível a pessoa infectada viver bem durante anos, apesar de não estar curada. novembro, 2012
O HIV é uma doença silenciosa, e os sintomas podem aparecer depois de muito tempo, o que é extremamente perigoso, pois nesse período a pessoa infectada contamina muitas outras sem saber. As formas de transmissão podem ser por meio de relações sexuais sem preservativo, pelo compartilhamento de objetos perfurantes contaminados e passar da mãe para o filho, durante a gravidez, parto e amamentação. Já a transfusão de sangue não é mais um método de contaminação no Brasil. Para entendermos melhor o que acontece, com o passar do tempo o HIV vai matando as células de defesa, causando a queda da taxa dos linfócitos CD4, células muito importantes da defesa imunológica do organismo, ou seja, essas células vão diminuindo em quantidade e em qualidade, e com isso a pessoa fica vulnerável a inúmeras doenças. Na sequência, o próprio corpo começa a desenvolver enfermidades, como o câncer e pneumonias, por exemplo, muitas vezes não conseguindo mais reagir. Apenas nessa etapa é que a doença pode ser chamada de AIDS.
Um grupo de cientistas apresentou uma agenda de pesquisa para vencer a doença, classificando esse momento como o “primeiro passo para a cura da AIDS”.
Brasil Preocupado com essa situação, o Ministério da Saúde criou, há alguns anos, o Departamento de DST, AIDS e Hepatites Virais, responsável pelo combate da doença em nosso País, disponibilizando todo e qualquer tipo de informação, tanto nos estabelecimentos de saúde quanto no site oficial. Portanto, todo o cuidado é pouco, e muito importante para a prevenção da AIDS. Qualquer pessoa pode realizar, pelo SUS, o exame laboratorial para tirar a dúvida se está ou não infectada pelo vírus HIV. TotalSaúde|29
Especial do Mês | AIDS Dr. Eduardo Wagner Aratangy
A síndrome da i A síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS) ocorre quando há infecção pelo HIV associada à presença de doenças ou dados laboratoriais que demonstrem o comprometimento da imunidade. Além das já conhecidas complicações clínicas, ocorrem diversas alterações psíquicas nos portadores de HIV ou pacientes com AIDS. Diversos fatores levam a essas alterações psiquiátricas, como o próprio adoecimento físico, os efeitos colaterais das medicações usadas para o tratamento da Aids, as alterações na rotina e estilo de vida do indivíduo, os efeitos do vírus no Sistema Nervoso Central e também sentimentos - como culpa e medo, por exemplo - associados à infecção pelo vírus. A depressão é a principal alteração psiquiátrica que acomete pacientes infectados pelo HIV, sendo a sua frequência até duas vezes maior que no restante da população. Estima-se que até 40% dos pacientes com AIDS apresentarão sintomas depressivos ao longo de cada ano da doença. Muitas vezes esses sintomas são subestimados e até subdiagnosticados, pois são vistos como reações normais a um estado de doença, ou ainda confundidos com os sintomas físicos da AIDS. Nesse aspecto, é muito importante que os profissionais que acompanham o paciente saibam diferenciar tristeza e revolta reativos à situação em que ele se encontra dos sintomas depressivos mais graves. Os sinais de alerta em quadros depressivos, nesses casos, são: perda de interesse e prazer nas atividades cotidianas, choro frequente, desesperança, pensamentos suicidas, sentimentos contínuos de culpa e desespero. Outro aspecto importante a ser observado é o prejuízo cognitivo desses pacientes, como a perda de memória, dificuldade de concentração, problemas nos estudos e no trabalho. Esses sintomas podem ocorrer por meio de um quadro
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AIDS | Especial do Mês
a imunodeficiência adquirida depressivo, mas também por problemas neurológicos decorrentes da infecção do Sistema Nervoso Central pelo vírus. O impacto da depressão sobre a AIDS não ocorre apenas pelo comprometimento do estado psíquico e do bem-estar. Está comprovado que a depressão piora o estado imunológico do paciente, o que acaba desencadeando a progressão acelerada da AIDS e, portanto, o aumento da mortalidade dos pacientes acometidos. Outros estudos revelam que o tratamento dos quadros psiquiátricos, em especial da depressão, melhora a atividade do sistema imunológico dos pacientes com HIV. Um fator importante nesses casos é a melhor aderência do paciente ao tratamento
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antirretroviral quando os seus sintomas depressivos estão controlados. Atualmente, a infecção pelo HIV pode ser considerada uma doença crônica controlável. Com as mediações disponíveis, a expectativa e a qualidade de vida dos portadores do HIV podem ser normais, desde que o tratamento seja seguido corretamente e o paciente mantenha hábitos adequados. Há também medicações psiquiátricas altamente eficazes, principalmente antidepressivos, que possuem excelentes índices de resposta em pacientes com depressão associada ao HIV/AIDS. Para que o paciente se beneficie do tratamento adequado, é fundamental o diagnóstico correto e sua aderência à terapêutica prescrita.
Dr. Eduardo Wagner Aratangy CRM/SP 116020 Médico supervisor do Programa de Transtornos Alimentares (AMBULIM) do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da USP (IPQ-HCFMUSP); Administrador do Serviço de Eletroconvulsoterapia do IPQ-HCFMUSP; Coordenador do Prog. de Atend. Intensivo aos Transtornos Alimentares do AMBULIM-IPQ-HCFMUSP; Coord. do Programa de Saúde Mental para Refugiados em SP.
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Especial do Mês | AIDS Camila Cruz
Mulheres no foco da AIDS
Porém, independente da idade, a melhor forma para não contrair o vírus da AIDS ainda é a prevenção e o sexo seguro, mas o hábito de manter relações sexuais sem preservativo, principalmente entre casais heterossexuais, ainda é um dos fatores mais graves nessa situação.
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Quando a epidemia da AIDS começou no mundo, as pessoas inicialmente infectadas foram os homossexuais, os usuários de drogas injetáveis, pacientes que faziam transfusão de sangue e os profissionais do sexo. O restante da sociedade achou que estaria fora de perigo, mas não foi bem assim que aconteceu. Com o passar dos anos, a síndrome começou a atingir casais heterossexuais, jovens, crianças e até bebês. Foi aí que as autoridades de saúde viram a necessidade de olhar com mais cautela para todos, sem exceção. Porém, no mês passado, os maiores especialistas do mundo acerca do assunto fizeram um alerta importante, dizendo que, apesar de todo o histórico da AIDS, as mulheres são hoje as mais vulneráveis à doença. O anúncio foi realizado durante a 19ª Conferência Internacional sobre AIDS, em Washington, nos Estados Unidos, deixando bem claro que é necessário ampliar a rede de programas para as mulheres, mas que esse cuidado deve ir além da questão mãe-filho, em que a transmissão pode acontecer durante a gravidez, o parto e a amamentação, ou seja, a atenção precisa ser ampliada, alcançando todos os tipos de mulheres. Para se ter uma ideia, só no ano passado mais de um milhão de pessoas do sexo feminino - incluindo adolescentes e jovens - foram infectadas pelo HIV, a maioria nos países em desenvolvimento. Essa é uma questão bastante séria, já que a infecção pelo vírus HIV é a principal causa de mortalidade entre as mulheres em idade fértil. De acordo com os dados apresentados na Conferência, os casos entre as mulheres jovens - de 15 a 24 anos - são duas vezes mais incidentes
que entre homens na mesma faixa etária. No evento, especialistas afirmaram que não é possível, sequer, começar a falar em por fim à AIDS enquanto uma parcela tão importante do impacto da epidemia continuar a afetar tão fortemente as mulheres.
Alternativas de prevenção Porém, independente da idade, a melhor forma para não contrair o vírus da AIDS ainda é a prevenção e o sexo seguro, mas o hábito de manter relações sexuais sem preservativo, principalmente entre casais heterossexuais, ainda é um dos fatores mais graves nessa situação. Já existem no mercado os chamados microbicidas - substâncias (em forma de creme e gel) aplicadas no órgão genital que diminuem infecções por doenças sexualmente transmissíveis; mas lembrar de usá-los em cada ato sexual seria um obstáculo para algumas mulheres. A nova tentativa da ciência é o anel vaginal, que é introduzido uma vez por mês e, lentamente, espalha uma droga antiaids em todo o tecido ao redor da vagina. O anel de silicone contém uma droga antiaids chamada Dapivirine e, ao contrário dos anéis vaginais vendidos nos EUA, o experimento não funciona como anticoncepcional, mantendo o foco somente na prevenção do HIV. Os estudos e comprovações ainda estão no início, mas a vantagem é que esse tipo de proteção com base vaginal deve causar menos efeitos colaterais que as pílulas, além de, provavelmente, não apresentar problema para a saúde da mulher e nem a do bebê, caso esteja grávida durante o uso do anel. novembro, 2012
AIDS | Especial do Mês Dr. Paulo Siufi
HIV:
crianças infectadas precisam de vigilância constante e exames minuciosos Toda mulher, ao se tornar gestante, entra em total estado de êxtase, passando por nove meses de muitos cuidados para garantir a sua saúde e a do bebê. Esse período necessita de atenção especial, com a realização de pré-natal e acompanhamento médico mensal da gestação. Em cada consulta, pelo exame físico da mãe e por meios laboratoriais, o médico pode acompanhar e avaliar a evolução do bebê e as condições de saúde da gestante. É por meio do pré-natal que a mamãe pode esclarecer dúvidas sobre o seu período gestacional e receber orientações relevantes quanto à alimentação, medicamentos e exames importantes para detectar alguma anomalia no bebê, como HIV ou AIDS, por exemplo. A maioria das crianças com AIDS contrai o vírus da mãe, e por isso é imprescindível para a gestante e para o bebê a realização do teste que identifica a doença já no pré-natal. O HIV pode ser transmitido pela mãe durante o período de gravidez, por meio do parto e pela amamentação. O vírus dificulta o crescimento do bebê e aumenta as chances de a criança adoecer, podendo, inclusive, levá-la a óbito. Em função de toda essa problemática é importante ressaltar esses fatores para garantir um bom ganho de sobrevida. Mas, apesar de a doença não ter cura, podemos ficar esperançosos com notícias animadoras a respeito da patologia: o Instituto Farmanguinhos, da Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz), anunciou neste ano testes em humanos de um novo medicamento para tratamento da AIDS em crianças. De acordo com o Institu-
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to, pesquisadores puderam combinar, em um único comprimido, princípios ativos usados no tratamento da doença, com doses adequadas para crianças. Em vez de três, o paciente tomará apenas um comprimido. Os testes foram realizados em diferentes centros clínicos, nos Estados de Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro, para avaliar o efeito do remédio no organismo. As previsões são de que o medicamento esteja disponível no mercado dentro de três anos, segundo especialistas do Instituto. De acordo com pesquisas, de 1980 a 2010 foram registrados 14 mil casos de Aids em menores de 13 anos no País. E cerca de quatro mil recebe tratamento. Nessa faixa etária, segundo especialistas, a transmissão vertical da doença é a mais frequente - durante a gravidez, parto ou aleitamento. Conforme a Sociedade Viva Cazuza, um dado relevante é que a transmissão do HIV de mãe para filho, que estava controlada, começou a apresentar novo perfil: os efeitos do crack começaram a surgir também nas crianças filhas de mães usuárias de drogas - que não fizeram o pré-natal e contaminaram seus bebês com o HIV. A única maneira de sanar a propagação dessa doença é massificar informações em escolas e outros espaços educativos, para preparar os adolescentes quanto aos cuidados necessários para evitar o contágio do vírus da AIDS. Como forma de prevenção, é muito importante explicar às crianças e aos adolescentes o perigo da infecção por HIV, sua forma de contágio e a incidência que a patologia apresenta na sociedade.
Dr. Paulo Siufi CRM/MS 2187 Formado em Medicina na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, especializou-se em Pediatria. Trabalha como médico ambulatorial da Secretaria de Saúde de Campo Grande/MS.
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Bem-estar | Literatura juvenil Renato Lima
Prevenção do bullying Embora a Classificação Internacional de Doenças (CID-10) não englobe o bullying, a sociedade já vem tratando esse comportamento como um mal que precisa ser combatido e prevenido. Há pouco tempo, a mídia trouxe à tona um novo nome por um antigo costume e voltou toda a atenção às pessoas, em sua maioria crianças, que eram vítimas do bullying. O enfrentamento, a denúncia e a autoestima foram reforçados como armas contra a violência e a humilhação - muitas vezes veladas. No Mato Grosso do Sul, características regionais já nomeavam de “tosco” os valentões que se prevaleciam contra colegas de escola. A partir dessa realidade local, o Tosco virou personagem de um livro, e depois projeto de orientação, com o diferencial de mudar o olhar, focando o agressor como protagonista e também vítima de um contexto social.
Transformação A adolescente K. P., de 16 anos, era uma “tosca” típica. Estudante do ensino médio de uma escola pública de Campo Grande, ela se aproveitava do seu tamanho embrutecido sobre os alunos menores. Transgredir o respeito ao próximo e as regras da escola alimentava a sua popularidade. Estava, ali, estabelecido um vício de violência que começava em casa, ganhava as ruas e não parava na sala de aula. A adolescente conta que muitas pessoas se afastaram dela, inclusive professores, e que para externar esse sentimento de exclusão ela usava ainda mais violência. “No começo eu gostava de ser daquele jeito. As pessoas tinham medo de mim 36|TotalSaúde
e eu me sentia chefe da bagunça. Só que também via muita gente passar longe, e não tinha apoio... Se eu mudasse o meu jeito, tinha medo de perder as poucas amizades que eu tinha”, relata a jovem. Foi passando pelos corredores da escola que ela viu alguns estudantes do projeto Tosco e pediu para ler o livro. Aquele foi o primeiro livro que a aluna leu na vida. A identificação com o personagem Tosco foi imediata e, como num espelho, ela conseguiu enxergar todo o contexto em que estava inserida, podendo começar a se imaginar uma pessoa diferente. “A parte do livro que eu mais gostei é quando o professor Jeferson fica ao lado do Tosco e tenta ajudar ele de qualquer forma, e o Tosco considera o Jeferson como um pai”, desabafa a adolescente, de forma simbiótica. A transformação veio de forma lenta, mas consistente. Com todo o apoio dos professores, a estudante foi experimentando novas formas de amizades e novos comportamentos. As mudanças também atingiram o seu desempenho escolar e sua autoestima. A aluna que era “Tosca” virou o exemplo da escola no combate ao bullying.
História Desde 2009, quando foi lançado o Projeto Tosco em Ação, baseado no livro homônimo da Editora Alvorada, cerca de 600 municípios de Mato Grosso do Sul, Goiás, Piauí, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e do Paraná implantaram o projeto, que sensibilizou mais de 450 mil pessoas, escrevendo uma nova história nas escolas e ajudando a transformar muitos “valentões” em jovens comuns, novembro, 2012
Literatura juvenil | Bem-estar
Método adotado em diversas escolas brasileiras garante redução de pelo menos 94% de casos de violência que possuem limitações e também força, mas que, sobretudo, conseguem estabelecer vínculos de respeito e cooperação.
Sobre o livro Tosco A mudança vem de dentro! Com exemplo e força de vontade é possível mudar qualquer realidade. De forma simples e direta, Tosco reflete sobre a condução da própria vida. Faz uma leitura de algumas razões afetivas envolvidas em seu comportamento e atitudes. O caráter educativo do material desmistifica a origem da violência e a retrata da forma como acontece na sociedade. Isso proporciona ao leitor uma reflexão sobre as possibilidades de escolha e a importância de assumir as consequências pelas próprias opções. Autor: Gilberto Mattje – filósofo e psicólogo. Especialista em Psicanálise, mestre em Psicologia Social e da Saúde e professor universitário. Gênero: Literatura juvenil Assunto: Juventude, realidade social, violência, bullying, comportamento, adolescentes.
Saiba mais Para conhecer melhor o Projeto Tosco em Ação e aplicá-lo em uma escola, entre em contato pelo telefone (67) 3316-5500, ou pelo e-mail contato@editoraalvorada. com.br Acompanhe o projeto pela internet: toscoemacao.blogspot.com facebook.com/livrotosco youtube.com/livrotosco
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Medicina | Diabetes Regina Cavalli Geishofer
O diabetes não
impede a qualidade de vida
ONDE ENCONTRAR
Regina Cavalli Geishofer CRF/MS 1186. Farmacêutica com especialização em Bioquímica. Atua como farmacêutica educadora em diabetes na loja Mundo Natural.
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No Brasil e no mundo vem se observando, há alguns anos, um número crescente e preocupante de pacientes com diabetes. Estima-se que o número de pacientes ultrapasse 10% da população mundial, mas uma proporção significativa de indivíduos encontra-se sem diagnóstico. O diabetes é uma enfermidade que aumenta a quantidade de glicose no sangue. O organismo transforma em açúcar os alimentos que recebe, e a insulina ajuda a transportar esse açúcar do sangue para as células do corpo, onde será usado como energia. Quando se tem diabetes, o pâncreas não produz insulina, ou não produz o suficiente, ou ainda a insulina produzida não funciona adequadamente. O tratamento envolve orientação educacional, dietética, exercícios físicos e a administração de medicamentos para manter a concentração de glicose no sangue em valores fisiológicos. Os pacientes que fazem uso de insulina devem se cercar de alguns cuidados, principalmente na prática de exercícios físicos, pois a atividade aumenta a sensibilidade tecidual à insulina, e esse efeito permanece por várias horas, podendo levar a episódios de hipoglicemia não só durante, mas também após o término do exercício. Os sintomas mais característicos da hipoglicemia são: tremores, tonturas, sudorese, cansaço, sonolência, irritabilidade e fome. Ao sentir algum desses sintomas, a pessoa deve - imediatamente - fazer o teste de sangue (periférico). Se possível, caso não dê para realizar o teste, deve tomar suco de frutas, refrigerante ou mesmo água com açúcar, e fazer o teste de glicemia após 15 minutos. Se, ainda assim, o nível continuar baixo, beber ou comer alimentos de ação rápida que contenham açúcar é o mais indicado. Ter um acompanhamento médico, uma
dieta equilibrada, as orientações corretas para os exercícios físicos... Tudo isso é importantíssimo, mas nada de estresse: sem exageros, ou achar que o problema é muito maior do que parece. Não transforme o seu diabetes em algo tão pesado e triste, nenhuma pessoa gostaria de ser portadora de alguma doença, mas já que é, deve procurar tratá-la de forma branda, ou seja, mais leve; assim, o seu dia a dia vai se tornando mais fácil e você vai encarando tudo da forma mais natural possível. Isso não quer dizer que você deve abandonar o que é correto, pelo contrário: disciplina é algo que todos nós temos que levar a sério, seja para seguirmos algum tipo de tratamento, seja no trabalho ou até mesmo em passeios. Acompanho de perto a vida de muitas pessoas diabéticas, e garanto que muitas delas são exemplos de otimismo diante das adversidades impostas pela doença. Parabéns a essas pessoas, que tiram das provações que Deus lhes dá um exemplo de força para viver a vida de forma feliz e tranquila. Agradeço muito por ter escolhido a profissão de farmacêutica e educadora em diabetes; sendo assim, posso contribuir para orientar e ajudar as pessoas que precisam. Orientações úteis para a realização de exercícios físicos: - Alimentar-se até 2 horas antes do exercício, ou comer algo leve. - Manter sempre o mesmo horário para a prática das atividades físicas. - Manter a regularidade da prática dos exercícios - pelo menos três vezes por semana. - Dar preferência aos exercícios aeróbicos, como caminhada, corrida, natação, ginástica, aeróbica de baixo impacto, hidroginástica, ciclismo, dança etc. - Tomar água antes, durante e após o exercício, evitando o risco de desidratação. novembro, 2012
Medicina | Câncer Renato Lima
A B Câncer
Conhecer é a melhor maneira de lidar com a doença A origem do nome da doença remete a um caranguejo. Imagine aquela grande e forte pinça do crustáceo se prendendo no seu dedo? Além de sentir uma dor terrível, por mais que você puxe o animal, ou então chacoalhe o dedo, ele continua lá, imóvel. Pois é exatamente essa a comparação que a medicina fazia: uma doença que se agarra ao corpo. O nome ainda continua o mesmo, mas o câncer tem perdido essa onipotência graças aos avanços da indústria farmacêutica e dos estudos médicos acerca de tratamentos avançados associados a uma maior tecnologia disponível e, claro, mais informação acessível à população. Mesmo assim, a doença ainda preserva o seu status de tabu. Nos Estados Unidos, por exemplo, o câncer é chamado de “Big C” (grande C). O fato é que essa doença nunca esteve tão próxima de nós como hoje em dia. É muito difícil encontrar uma pessoa que não possua um amigo ou parente que tenha passado ou esteja enfrentando esse diagnóstico. Diante dessa situação, a melhor forma de ajudar é conhecendo mais a enfermidade, tanto para eliminar os medos quanto para entender os riscos. “O câncer sempre existiu e sempre matou muita gente, porém antigamente as pessoas morriam sem saber a causa. Hoje a medicina tem muita precisão tanto no diagnóstico quanto no tratamento, e quanto mais cedo se descobre a doença, mais chances há de se obter cura rápida e segura”, comenta a médica especialista em oncologia, Dra. Heda Maria Medeiros. Há mais de 20 anos lidando diretamente com a doença, Dra. Heda transmite segurança e otimismo quando fala em câncer. “É muito difícil uma pessoa chegar espontaneamente em um consultório 40|TotalSaúde
de oncologia para saber sobre o câncer. E justamente a melhor forma de evitar ser uma vítima é enfrentando-o”, afirma. A Revista Total Saúde aceitou o convite da oncologista e mostra agora tudo o que você precisa saber sobre o câncer para perder o medo da doença e descobrir que é possível tanto evitar quanto ter uma vida melhor, mesmo depois do diagnóstico.
O que é o câncer? Câncer é o nome dado a um conjunto de mais de 100 doenças que têm em comum o crescimento desordenado de células que invadem os tecidos e órgãos, em forma de tumor, podendo espalhar-se para outras regiões do corpo.
Como é feito o diagnóstico? Para cada tipo de câncer há um diagnóstico. Não existe uma lista de sintomas únicos para caracterizar a doença. Geralmente o paciente procura o seu médico para um simples check-up, ou então para tratar uma determinada situação, e o médico o indica para um oncologista, especialista que tem condições de fazer o diagnóstico a partir de uma série de exames específicos.
O que pode causar um câncer? São várias as origens dessa doença. Embora não haja uma fórmula pré-determinada, é sabido que vários fatores influenciam o seu desenvolvimento. De todos os casos de câncer, 80 a 90% estão associados a fatores ambientais. Alguns deles são bem conhecidos: o cigarro pode novembro, 2012
Câncer | Medicina
causar câncer de pulmão; a exposição excessiva ao sol pode causar câncer de pele e alguns vírus podem causar leucemia. Outros fatores estão em estudo, como alguns componentes dos alimentos que ingerimos, e muitos ainda são completamente desconhecidos. O risco de uma pessoa desenvolver câncer de pulmão, por exemplo, é diretamente proporcional ao número de cigarros fumados por dia e ao número de anos que ela vem fumando. Para esses casos, um estilo de vida saudável e equilibrado - associado a uma rotina de prevenção e realização de check-ups periodicamente - é a melhor forma de evitar o surgimento da doença, ou então ter um diagnóstico precoce e com grandes possibilidades de cura. Há também os fatores genéticos: pessoas que possuem parentes com o diagnóstico devem fazer acompanhamento sistemático com oncologista, a fim de, no caso do surgimento da doença, receber tratamento imediato.
Fatores emocionais desencadeiam a doença? Embora não haja estudos científicos que comprovem que os fatores emocionais provocam diretamente o surgimento de um câncer, é possível afirmar que elas funcionam como uma porta de entrada para a doença - uma vez que as emoções afetam diretamente o sistema imunológico e o nosso comportamento. Então, existe sim uma relação.
Quais os tratamentos disponíveis na medicina para o câncer? Para os tipos de câncer clínico, em que há tumor sólido, a intervenção cirúrgica novembro, 2012
é indicada e, em alguns casos, radioterapia local. Com esse tratamento é possível obter êxito total na cura. No caso da leucemia, doença que afeta o sangue, é indicada a quimioterapia. Esses são os tratamentos convencionais, porém a medicina está evoluindo para a imunoterapia, um tratamento medicamentoso que aumenta as chances de sobrevida, ou seja, nos casos de câncer maligno leva-se mais tempo para o reaparecimento do tumor. É preciso destacar que esse tipo de tratamento ainda é experimental, porém já possui cobertura dos planos de saúde.
Qual a incidência de câncer por sexo e idade? O Ministério da Saúde e o Instituto Nacional do Câncer (Inca) realizaram o estudo do câncer no Brasil, para traçar o perfil da doença no País. A Dra. Heda explica que existem diferenças no comportamento da doença em diversos países e culturas, de acordo com as características de cada lugar. “No Brasil, por exemplo, há grande incidência de câncer de pele, devido à localização do País entre os trópicos e à alta incidência de raios solares, enquanto no Japão, por exemplo, há um grande número de registros de câncer gástrico, devido ao excesso de condimentos ingeridos por aquele povo”. De acordo com o Inca, a maior incidência de câncer em crianças é do tipo leucemia linfoide, que afeta os glóbulos brancos do sangue, sendo responsável por 25% de todos os tipos de câncer que atingem meninos de zero a 14 anos. Já em meninas, esse tipo de câncer aparece em 44,7% do total nessa mesma idade. TotalSaúde|41
Medicina | Câncer Os cinco tipos de câncer que mais atingem homens e mulheres: Masculino Pele Próstata Traqueia, brônquios e pulmões Estômago Cólon e reto
7. As mulheres com idade entre 25 e 64 anos devem realizar o preventivo ginecológico periodicamente. Após dois exames com o resultado normal (com intervalo de um ano), o preventivo pode ser feito a cada três anos. Nos casos de exames alterados, é necessário seguir as orientações médicas. 8. É recomendável que mulheres e homens com 50 anos ou mais realizem exame de sangue oculto nas fezes a cada ano (preferencialmente), ou a cada dois anos.
Feminino Mama Colo do útero Pele Traqueia, brônquios e pulmões Ovário Fonte: Inca – Câncer em Mato Grosso do Sul 2002
10 dicas para se proteger do câncer
9. Evite exposição prolongada ao sol, entre 10 e 16h, e use sempre proteção adequada, como chapéu, barraca e protetor solar. Se você se expõe ao sol durante a jornada de trabalho, procure usar chapéu de aba larga, camisa de manga longa e calça. 10. Realize diariamente a higiene oral (escovação) e consulte o dentista regularmente.
1. Pare de fumar! Essa é a regra mais importante para prevenir o câncer. 2. Uma alimentação saudável pode reduzir as chances de câncer em, no mínimo, 40%. Sua dieta deve conter, pelo menos, cinco porções de frutas, verduras e legumes diariamente. 3. Evite (ou limite) a ingestão de bebidas alcoólicas. Os homens não devem tomar mais que dois drinques por dia. As mulheres devem se limitar a um drinque. 4. É aconselhável que os homens, a partir dos 45 anos, orientem-se sobre a necessidade de investigação do câncer da próstata. 5. Pratique atividades físicas moderadamente durante 30 minutos, pelo menos cinco vezes por semana. 6. As mulheres com 40 anos ou mais devem realizar o exame clínico das mamas anualmente. Além disso, toda mulher entre 50 e 69 anos deve fazer uma mamografia a cada dois anos. As mulheres que possuem casos de câncer de ovário ou de mama na família devem, em qualquer idade, realizar o exame clínico e a mamografia; a partir dos 35 anos de idade, isso deve ser feito anualmente. 42|TotalSaúde
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Medicina | Câncer no fígado Dr. Fabio Colagrossi Paes Barbosa
Câncer no fígado O fígado é um órgão sólido, localizado no quadrante superior direito do abdome, recoberto pelas últimas costelas. Suas células podem sofrer alterações na sua estrutura genética, levando ao câncer. Além disso, praticamente todo o sangue que provém dos órgãos digestivos passa por ele, tornando o fígado sede de tumores malignos originados em outros órgãos. O câncer de fígado é, portanto, dividido em duas categorias: primária e secundária. Os tumores primários do fígado originam-se nas próprias células do órgão, como o hepatocarcinoma (cerca de 80% dos casos), o colangiocarcinoma (que acomete os ductos biliares dentro do fígado), o angiossarcoma (tumor nos vasos sanguíneos) e, na criança, o hepatoblastoma. Os tumores secundários (ou metastáticos) são os originados em outros órgãos e que se espalham pelo fígado.
Tumor primário hepatocarcinoma
Dr. Fabio Colagrossi Paes Barbosa CRM/MS 4710 Cirurgião do Aparelho Digestivo. Mestrado em Cirurgia pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo. Membro titular especialista do Colégio Brasileiro de Cirurgia Digestiva. Título de atuação em videolaparoscopia pelo Colégio Brasileiro de Cirurgia Digestiva. Membro da International HepatoPancreato-Biliary Association.
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O hepatocarcinoma é o câncer que surgiu de hepatócitos, células funcionais do fígado. Ocorre com uma frequência três vezes maior em homens do que em mulheres. Observa-se a predominância de casos entre os 50 e 70 anos, podendo também acometer pacientes mais jovens esporadicamente. É um tumor altamente agressivo, que dobra o seu volume a cada 180 dias, em média. A grande maioria dos casos acomete uma população bem definida: os portadores de cirrose hepática, que é o processo final de diversas doenças do fígado, como as hepatites B e C, as lesões causadas pelo álcool, o uso de certas medicações, o acúmulo de ferro e gordura no fígado, doenças autoimunes, entre outras. Todos esses males provocam a destruição das células hepáticas, com a formação de cicatrizes
no interior do fígado, determinando a cirrose. De um modo geral, considera-se que uma pessoa portadora de cirrose tenha um risco (5% ao ano) de desenvolver um hepatocarcinoma. Raramente, o tumor pode ocorrer também em pessoas sadias expostas a certas toxinas (encontradas em grãos e cereais). Quando armazenados em locais inadequados e úmidos, esses alimentos podem ser contaminados pelo fungo Aspergillus flavus, que produz a aflatoxina, substância cancerígena ligada ao hepatocarcinoma. Os sintomas mais comuns são dor e aumento da massa abdominal, distensão, perda de apetite, mal-estar, fraqueza, icterícia (pele amarelada) e ascite (acúmulo de líquido no abdome). O tumor no fígado permite a possibilidade de prevenção. A prevenção primária é baseada na interrupção da transmissão dos vírus da hepatite B e C (contato sanguíneo e sexual) e pela vacinação (disponível apenas para a hepatite B). A prevenção secundária depende da detecção precoce do tumor. Como ocorre, na grande maioria das vezes, em uma população bem definida (portadores de cirrose), é de fundamental importância que essas pessoas sejam acompanhadas rotineiramente por um especialista, por meio de ultrassonografia abdominal periódica e pela dosagem de um marcador tumoral produzido pelas células cancerosas, a alfa-fetoproteína, que está aumentada na maioria dos casos. O diagnóstico é confirmado por meio de um exame de imagem com contraste, como a tomografia ou a ressonância magnética, raramente necessitando de biópsia (apenas em casos duvidosos). Uma vez diagnosticado um hepatocarcinoma precoce, há várias opções de tratamento. A melhor alternativa é o transnovembro, 2012
Câncer no fígado | Medicina
plante do fígado, por meio do qual o órgão doente é substituído por outro sadio. Outra opção é a hepatectomia, cirurgia em que é retirada a porção do fígado onde está localizado o tumor. Pode-se também realizar o tratamento percutâneo do tumor. Nessa modalidade, injeta-se álcool absoluto, com anestesia local e o auxílio do ultrassom no centro do tumor, provocando a destruição do câncer. Outro método é a introdução de uma agulha para a ablação da lesão por radiofrequência. Apesar de simples, rápido e seguro, o tratamento percutâneo não é tão eficaz quanto o cirúrgico, sendo reservado para casos em que há contraindicação cirúrgica, ou tratamentos combinados. Outra opção é a quimioembolização da lesão, por meio da introdução de quimioterápico diretamente no vaso que nutre o tumor, com posterior interrupção do fluxo do vaso por partículas, matando o tumor por falta de nutrição. Recentemente, foram demonstrados bons resultados com um quimioterápico oral para casos avançados, com melhora na sobrevida. Espera-se que, no futuro, novos agentes sejam capazes de obter melhores resultados com menos efeitos colaterais.
Tumor secundário metástases
e reto, pâncreas, estômago, mama, esôfago e pulmão. Nos tumores metastáticos colorretais pode-se notar, em geral, um aumento exacerbado do antígeno carcinoembrionário (CEA) no sangue. Até pouco tempo atrás, a presença de uma metástase era sinônimo de impossibilidade de cura, recebendo o doente apenas cuidados paliativos. Atualmente, esse conceito mudou com o desenvolvimento de novas técnicas cirúrgicas e quimioterápicas, sendo possível a ressecção das metástases associada à quimioterapia, com chances de cura em torno de 50% dos casos, especialmente em casos de metástase hepática de tumores do intestino grosso. O tratamento, que deve ser individualizado, depende do controle do sítio de origem do tumor e da possibilidade de todos os nódulos serem ressecados. Diante do achado de um câncer no fígado, deve-se realizar uma investigação para determinar se o tumor é primário ou secundário, por meio de uma consulta médica especializada. Nos casos de metástase, deve-se tratar o tumor primário que originou a lesão e avaliar a possibilidade de ressecção do fígado - desde que a pessoa tenha condições clínicas para a cirurgia; que seja possível ressecar todos os tumores e que permaneça uma quantidade de fígado suficiente para a sobrevivência do paciente.
O tumor no fígado permite a possibilidade de prevenção. A prevenção primária é baseada na interrupção da transmissão dos vírus da hepatite B e C (contato sanguíneo e sexual) e pela vacinação (disponível apenas para a hepatite B).
As metástases hepáticas (tumores que se originaram em outros órgãos e se disseminaram para o fígado) são os tumores malignos mais comuns do fígado. Pela posição estratégica e para cumprir suas funções, o fígado recebe sangue diretamente de diversos órgãos, e indiretamente de todo o organismo. Por esse motivo, grande parte das células cancerosas de outras partes do organismo, que caem na circulação sanguínea, acaba se alojando no fígado e produzindo um novo tumor, chamado metástase. Os tumores que mais desencadeiam metástase para o fígado são os do cólon novembro, 2012
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Medicina | Câncer infanto-juvenil
Dr. Marcelo dos Santos Souza
Câncer infanto-juvenil O programa de diagnóstico precoce “Fique de olho, pode ser câncer infanto-juvenil”, da AACC/MS e CETOHI, foi inserido ao programa do Instituto Ronald McDonald (IRM) com o objetivo de contribuir para a identificação precoce do câncer em crianças e adolescentes, de forma a reduzir o tempo entre o aparecimento de sinais e sintomas e o diagnóstico a partir de um serviço especializado, aumentando as chances de cura. Dessa forma, propõe-se a colaboração na organização da Rede de Atenção Oncológica e a qualificação da assistência à saúde nas áreas descritas às equipes da Estratégia de Saúde da Família (ESF). O programa de diagnóstico precoce se concentra na atenção básica, mais especificamente, e na estratégia de saúde da família, porque é nesse nível de assistência que acontece o primeiro contato da população com o sistema de saúde. A iniciativa é uma estratégia de prevenção que inclui medidas para a detecção de lesões em fases iniciais da doença, a partir de sinais e sintomas clínicos. Seguida de um tratamento efetivo, a ação é considerada uma das principais formas de intervenção, e pode influenciar positivamente na taxa de cura do câncer na criança e no adolescente, reduzindo a morbidade e a mortalidade pela doença. É essencial como medida de controle de um sério problema de saúde. Podem ser citados como exemplos das consequências relacionadas ao atraso do diagnóstico do câncer na criança e no adolescente: 1) Necessidade de tratamento mais agressivo e menores chances de cura. 2) Maior possibilidade de sequelas tardias, com impacto negativo sobre a qualidade de vida. 3) Compressão mecânica de estruturas vitais. 4) Disfunção orgânica devido ao tumor. 5) Infecções graves, dificultando o início da terapia e expondo a criança a um maior risco de vida.
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6) Tratamentos errôneos iniciais, com impacto negativo sobre a cura. 7) Abordagem cirúrgica inicial inadequada, causando morbidade e/ou piora do prognóstico. 8) Biópsias de tumores ósseos e de partes moles realizadas de maneira inadequada, impedindo, assim, a cirurgia preservadora do membro acometido.
Sinais e sintomas inespecíficos Febre A febre é uma queixa comum em pediatria. Na maioria das vezes, é a manifestação de um processo infeccioso autolimitado. Mas sempre deve ser vista como um sinal de alerta para uma situação clínica potencialmente grave. A sua presença deve ser valorizada dentro do contexto e associada a outros sinais e sintomas. Ela pode estar presente no diagnóstico de várias neoplasias, como: leucemias (50 a 60% das leucemias linfoblásticas agudas); nos linfomas, especialmente na doença de Hodgkin, e nos neuroblastomas e tumores da família Ewing. A febre persistente de origem indeterminada, com tempo de evolução superior a oito dias, tem as neoplasias como causa em 10% dos casos.
Emagrecimento Dentro dos parâmetros de acompanhamento do crescimento da criança, o peso é um dos melhores indicadores de saúde, em razão da sua estreita dependência a vários fatores, dentre eles a doença. As medidas de peso são de fácil obtenção, e muito sensíveis às variações agudas do estado nutricional. A perda inexplicada de mais de 10% do peso durante os seis meses que antecedem o diagnóstico, associada à febre e à sudorese noturna, representa um sinnovembro, 2012
Câncer infanto-juvenil | Medicina
Uma doença curável toma constitucional denominado sintoma B, que faz parte do diagnóstico do linfoma de Hodgkin e que interfere no prognóstico da doença.
Palidez cutâneo-mucosa A palidez é uma das apresentações clínicas da anemia; a anemia é uma situação em que ocorre a diminuição do número de hemácias circulantes e/ou da quantidade de hemoglobina contida nelas. Pode ser precedida ou acompanhada de outros sinais e sintomas, como irritabilidade, prostração, sonolência, mal-estar generalizado, fadiga, síncopes, lipotimias, cefaleias e tonteiras. As neoplasias podem causar anemia por três mecanismos: pela produção deficiente de hemácias devido à infiltração da medula óssea por células tumorais, como no caso das leucemias, dos linfomas e de outros tumores sólidos; por hemólise, como ocorre em alguns casos de linfoma de Hodgkin; por sangramentos (mecanismo de perda) que ocorrem, por exemplo, no caso das leucemias devido à plaquetopenia, e nos casos de sangramento intratumoral, que podem ocorrer nos nefroblastomas (tumor de Wilms).
Sangramentos anormais sem causa definida Pequenos hematomas são frequentemente encontrados em crianças (em regiões de anteparo ósseo nas pernas e braços), e podem ser facilmente associados às suas atividades. Por outro lado, as manifestações cutâneas de sangramento (equimoses, petéquias, epitaxe, gengivorragias) não associadas a traumatismos devem ser valorizadas.
Dor generalizada A dor é um sintoma presente em mais de 60% dos diagnósticos oncológicos. A infiltração tumoral da medula óssea e as metástases ósseas desencadeiam um pronovembro, 2012
cesso de dor que é evidenciado, na criança, pela diminuição das suas atividades habituais: só quer ficar deitada, não quer brincar, rejeita qualquer tipo de manipulação; na irritabilidade; na dificuldade de dormir e na diminuição do apetite. Em 10 a 50% dos casos de leucemia aguda as queixas de dor óssea podem estar presentes, simulando um quadro de doença reumatológica. Nessa situação, o uso de corticosteroides (prednisona, dexametasona) só deve ser feito após o diagnóstico preciso de patologia reumática ou exclusão de possível leucemia, pois o uso dessa medicação por 48 a 72 horas antes da realização do mielograma pode impedir o diagnóstico dessa neoplasia.
Adenomegalia Os linfonodos são, frequentemente, palpados nas crianças, e representam uma etapa do crescimento normal do tecido linfoide, ou um processo reativo às doenças benignas e autolimitadas da infância. No entanto, o encontro de gânglios aumentados de tamanho e número, com alterações na sua consistência, pode ser um sinal de doença grave (infecciosa, neoplásica ou autoimune, por exemplo). Adenomegalias são bastante frequentes na criança e, em geral, estão relacionadas a processos infecciosos sistêmicos ou localizados. As adenomegalias neoplásicas são caracterizadas por gânglios com mais de três centímetros em seu maior diâmetro - endurecidos, de crescimento lento, indolores, aderidos aos planos profundos, sem evidência de infecção na área de drenagem. Quando múltiplos (mesmo em uma mesma cadeia ganglionar), tendem a coalescer, formando blocos. Referênciais Diagnóstico precoce do câncer na criança e no adolescente. / Instituto Nacional de Câncer, Instituto Ronald Mcdonald. – Rio de Janeiro: INCA, 2009. Estimativa 2012: Incidência de Câncer no Brasil/ Instituto Nacional de Câncer – Rio de Janeiro: INCA, 2012.
Dr. Marcelo dos Santos Souza CRM/MS 3287 Médico chefe do CETOHI – Centro de Tratamento Onco-hematológico Infantil do Hospital Regional de Mato Grosso do Sul. Graduado pela Faculdade de Medicina de Marília/SP. Títulos de especialista em: Pediatria Geral Oncologia Pediátrica Hematologia e Hemoterapia Transplante de Medula Óssea Coordenador científico do programa de diagnóstico precoce “Fique de olho, pode ser câncer infanto-juvenil”, da AACC/MS e CETOHI.
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Medicina | Câncer
Fernanda Monteiro
Fique d
sinais e pr Manchas que se modificam, feridas persistentes na boca, sangramentos, alteração no ritmo intestinal ou urinário, nódulos, indigestão e dificuldade para engolir, tosse e rouquidão formam os 7 sinais de alerta para que você procure um médico de sua confiança. Hoje, 50 a 60% dos casos de câncer infelizmente são diagnosticados em fase avançada, isto é, de 4 a 6 meses depois do início dos sintomas. Outra estatística revela que de 25% a 30% da população, ou seja, 1 em cada 4 pessoas, ainda vai ter câncer em alguma fase da vida. Só que você pode diminuir as chances de fazer parte dessa realidade com autoexame da pele, da boca e da mama, com a instituição de avaliações preventivas com visitas regulares ao ginecologista ou urologista e com a realização da colonoscopia depois dos 50 anos. Claro, e procurar seu médico casa haja algum dos 7 sinais sintomáticos que podem aparecer em qualquer idade. Para saber mais, entre 80% a 90% dos cânceres estão associados a fatores ambientais. O cigarro pode causar câncer de pulmão, a exposição excessiva ao sol pode causa câncer de pele e alguns vírus podem causar leucemia. Outros agentes não são tão explícitos como os componentes dos alimentos ingeridos e muitos 48|TotalSaúde
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Câncer | Medicina
de olho nos
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proteja-se do câncer ainda são completamente desconhecidos porque o câncer é um conjunto de mais de 100 doenças que, em comum, têm a célula maligna. Então o que a ciência busca é como desativar o gene que reproduz as células tumorais. “O câncer já foi um diagnóstico antecipado de morte. Agora temos diagnósticos precisos e precoces e opções de tratamento”, lembra a oncologista clínica Carmencita Lang. Há 33 anos a médica acompanha pacientes com a doença e agora participa de um capítulo de um livro a ser lançado pelo Instituto Nacional de Câncer (Inca). A publicação vai servir para informar todos os profissionais da área da saúde sobre sintomas, diagnósticos, tratamentos e qualidade de vida.
O câncer do canal anal Esse é o assunto que mereceu esclarecimentos no capítulo com a participação da oncologista clínica sul-mato-grossense. Por ser um tipo raro, muita gente não conhece e confunde com hemorroida, o que atrasa o diagnóstico. Representa 2% dos tumores do aparelho digestivo, atinge mais as mulheres de 60 a 65 anos, fumantes e pode estar associado a infecções como HPV e HIV. Para o Inca, a promiscuidade sexual, novembro, 2012
coito anal, a falta de higiene, a precocidade do início da vida sexual, a variedade de parceiros sexuais são situações que aumentam o risco de propagação de agentes sexualmente transmissíveis capazes de induzir ao câncer do canal anal. “Dessa forma muitas pessoas podem pensar que quem tem este tipo de tumor esteja relacionado somente a pessoas que fazem coisas erradas, o que não é verdade”, endossa Carmencita Lang, oncologista da Clínica Hope. É o tipo da doença que está entre os mais curáveis quando diagnosticado precocemente. Sangramento, dor e massa na região podem estar associados ao câncer de ânus. Mas em muitos casos uma sensação pequena ou grande de desconforto anal pode ser o único sintoma. São considerados eficazes na detecção desses tumores procedimentos como o toque retal, a anuscopia e proctoscopia. Seu tratamento geralmente não é cirúrgico (só para tumores muito iniciais) e inclui quimio e radioterapia por 45 dias. Como melhor mesmo é evitá-lo, dedique-se a uma dieta com alto consumo de frutas, vegetais, cereais e peixes, pratique atividade física, cuide bem dos seus relacionamentos e faça as consultas periódicas com seu médico para avaliação geral e exames preventivos.
Dra. Carmencita Sanches Lang CRM 3771. Oncolgista Clínica, fomada em Cuidados Paliativos pela Universidade El Salvador/Argentina. Universidade Oxford/Inglaterra. Oncologia Clínica pelo HospitalErasto Gaertner/Curitiba. Clínica Médica pelo Hospital de Clínicas da UFPR/Curitiba.
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Estética | Rejuvenescimento
Dra. Thaís Sakuma
Rejuvenescimento: os 4 Rs para uma pele mais jovem Atualmente, naturalidade é a palavra de ordem quando o assunto é rejuvenescimento facial. De acordo com a tendência da maioria dos países, incluindo o Brasil, o tratamento global da face é o principal enfoque dos dermatologistas nos consultórios. Isso significa não apenas tratar uma ruguinha ou outra, mas olhar o rosto em sua totalidade, considerando as técnicas disponíveis e buscando em cada uma delas a melhor indicação e benefício. O resultado é um rejuvenescimento com harmonia, naturalidade e equilíbrio. Seguindo essa tendência, os quatro erres do rejuvenescimento facial nos ajudam a resumir as necessidades para obtermos uma pele mais jovem e saudável:
Renovar a pele
Dra. Thaís Sakuma CRM/MS 5868 Graduada em Medicina pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul - UFMS. Residência Médica em Dermatologia pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro – UNIRIO. Membro titular da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). Pesquisadora Associada da Universidade da Califórnia, São Francisco, EUA.
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Significa tratar as manchas, atenuar as ruguinhas superficiais e recuperar a firmeza da pele. As técnicas mais indicadas para essa finalidade são os peelings químicos, o laser fracionado e a Luz Intensa Pulsada (LIP), capazes de melhorar a textura da pele e estimular a produção de colágeno.
Relaxar os músculos As rugas de expressão se formam pela contração dos músculos durante a mímica facial. Portanto, para tratá-las é necessário relaxar os responsáveis por sua formação. A aplicação de BOTOX® (toxina botulínica tipo A) é o tratamento
mais eficiente para esse fim, pois atua relaxando a musculatura onde é injetado, atenuando as rugas já existentes e prevenindo a formação de novas.
Recuperar o volume e redefinir os contornos faciais O ácido hialurônico é uma substância produzida naturalmente pelo organismo humano e tem a função de reter água, hidratando e conferindo volume à pele. Com o passar dos anos, o organismo diminui a sua capacidade de produzir essa substância. Os resultados são o aparecimento de rugas, flacidez e a perda de volume facial. O tratamento mais eficiente para evitar esse efeito da idade na pele é o preenchimento com ácido hialurônico, que pode ser utilizado para repor o volume do contorno dos lábios, evitando o “vazamento” do batom, suavizando o “bigode chinês” e corrigindo as olheiras fundas, dentre outros benefícios.
Reeducação alimentar O açúcar e as frituras diminuem a quantidade de colágeno da pele, por meio de um processo chamado glicação: esses alimentos ligam-se às fibras colágenas e elásticas, tornando-as incapazes de se regenerarem. Estima-se que a cada ano acumulamos 3,7% desse colágeno glicado, mas essa porcentagem varia de acordo com a alimentação de cada pessoa. Uma dieta equilibrada e suplementos ajudam a diminuir a perda acelerada de colágeno. novembro, 2012
Melhorar a pele | Estética
Que venha o
verão! O verão parece ter se antecipado neste ano em Campo Grande. As temperaturas sobem a cada dia, e com esse clima o nosso convívio social exige, muitas vezes, uma roupa mais leve e que acaba mostrando o corpo, o que faz com que a maioria das mulheres queira eliminar pelo menos uns 2 kg, não é verdade? O grande problema é que, com a chegada do fim de ano, as festas, os eventos e as confraternizações aumentam – e, com eles, as guloseimas. O clima favorece um chopinho gelado com os amigos ao final da tarde, uma reunião para comer e beber e esquecer um pouco o desgaste do ano que está acabando... Já estamos em clima de férias, e essas férias ainda nem chegaram. E quando chegarem, como estará o seu peso? Será que apenas encarar a esteira todos os dias é suficiente para combater os quilinhos extras que ainda estão por vir com as festas de fim de ano? Sinceramente, posso dizer que não. E ainda estou falando em festas, mas imagine a sua viagem à praia... Como será o modelo do seu traje de banho? Bom, essa situação não é nova para ninguém, e acontece todo ano. E, por ser assim, a maioria acaba deixando para se preocupar com o corpo um pouco antes do carnaval, não é mesmo? “E daí?”, você deve estar pensando... De que trata este texto? Vou dizer: este texto é para lembrar-lhe de que o seu corpo é uma máquina e, para manter-se saudável e em bom estado de conservação, pode encarar o ato de se alimentar como um novembro, 2012
evento, em parte, social, mas - antes de tudo – deve lembrar que a real função do alimento é nutrir, fornecer ao corpo todas as suas necessidades nutricionais. E assim o seu final de ano e início do ano que vem serão repletos de saúde e qualidade de vida. E quanto àqueles pedidos que fazemos na virada do ano, quando desejarmos “saúde” saberemos que estamos fazendo a nossa parte! Seguem algumas dicas sobre como comer nesse período, anote aí: - Beba muita água durante os intervalos das refeições. - Dê preferência a sucos naturais e, se possível, não os adoce. - Consuma água-de-coco no lugar dos isotônicos. - Abuse das atividades ao ar livre: caminhe, ande de bicicleta, até mesmo como uma forma de recreação, além da sua atividade física regular. - Lembre-se de que as preparações da ceia de natal e do ano-novo você pode comer em qualquer época do ano; sendo assim, não precisa comer tudo em uma noite só, certo? - Não fique em jejum até a hora da ceia, principalmente bebendo espumante, vinho ou outra bebida qualquer. Faça um lanche, e na hora da ceia escolha o que lhe agrada mais. - Intercale bebida alcoólica com água. - E o mais importante: não deixe para iniciar o seu tratamento nutricional depois das festas, o momento é agora. Cuide-se!
ONDE ENCONTRAR
Rua Elvira Coelho Machado, 532 Chácara Cachoeira (67) 3349 1569 www.atitudesaude.com.br
Dra. Tatiane Savarese Attilio CRN 3/12175 Nutricionista. Especialista em Nutrição Clínica, Obesidade e Emagrecimento. Docente em cursos de extensão na área da saúde.
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Medicina | Medicamentos falsos
Camila Cruz
Medicamentos falsos Para evitar a compra desses produtos, é importante prestar atenção a alguns detalhes como o número do lote, a data de validade do produto e verificar o número de registro na Anvisa.
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Não é difícil encontrar medicamentos falsificados sendo vendidos por aí, principalmente por meio da internet. Muitas vezes, as pessoas nem sequer imaginam que eles são falsos, e pior ainda: desconhecem os sérios problemas de saúde que podem causar ao organismo! De acordo com dados do Comitê Nacional de Combate à Pirataria, o Brasil é um dos países que mais consomem medicamentos falsificados em todo o mundo. E os números são impressionantes: os remédios piratas representam 30% da quantidade total de medicamentos vendidos no País. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), esse é considerado um problema global de saúde pública, que pode inclusive matar, incapacitar e ferir adultos e crianças indistintamente, pois os danos à saúde vão desde o agravamento da doença a reações alérgicas. Preocupada com as estatísticas, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) classificou os principais medicamentos falsificados, e entre eles estão os remédios para tratar a impotência sexual, os que auxiliam no emagrecimento e alguns usados como anabolizantes. Para evitar a compra desses produtos, é importante prestar atenção a alguns detalhes como, por exemplo, o número do lote (o número impresso na parte de fora da caixa deve ser igual ao que vem marcado no frasco ou na cartela interna do medicamento); a data de validade do produto; verificar o número de registro na Anvisa; o número de telefone para tirar dúvidas com o fabricante; confirmar se possui o lacre de segurança, inclusive soros e xaropes. Outra medida eficaz é comprar os medicamentos em farmá-
cias, nunca em camelôs ou feiras, além de ser importante conferir se a embalagem está com alguma alteração gráfica ou rasgada. E atenção: todos os medicamentos devem ter bula, e não uma cópia xerox!
Riscos à saúde O medicamento falso oferece imenso risco à saúde, porque não contém a substância ativa do original. Em seu lugar, ou é colocado algo inócuo, como uma farinha qualquer, ou uma substância que pode fazer muito mal ao organismo. Nesses dois casos as consequências são terríveis. Na primeira situação o remédio não fará efeito, ou seja, a doença continuará no organismo sem nada que a contenha, podendo até agravar o quadro. Na segunda, além da enfermidade ficar sem controle, o corpo ainda corre o risco de sofrer o ataque de um composto tóxico e nocivo. Isso pode levar à taquicardia, arritmia, parada cardíaca e até à morte. Além disso, os medicamentos podem estar com o prazo de validade vencido, o que também é muito ruim, já que podem causar efeitos maléficos ou mesmo o óbito, e aqueles que circulam sem registro muitas vezes são fabricados em condições precárias, perdendo a garantia de higiene e conservação. O pior é que dificilmente o consumidor associa um sintoma adverso ou a ineficácia da medicação à causa correta: o mais comum é achar que é apenas efeito colateral ou até erro do médico. Fique atento! novembro, 2012
Medicina | Exames para mulheres Natalia Razuk
Testes de rotina para as m u
Fundamental para a detecção de nódulos e até mesmo do câncer de mama em sua fase inicial, o exame é imprescindível para aumentar a expectativa de cura. Hoje, a mamografia é indicada para mulheres na faixa dos 30 anos e que tenham na família casos da doença; fora isso, é indicada anualmente para mulheres a partir dos 40 anos de idade. Converse com seu ginecologista, ele saberá avaliar o seu caso.
Preventivo ginecológico
Exame de sangue
Vamos partir do princípio de que sua vida sexual começou. Então, o preventivo já deve estar na agenda! O papanicolau é capaz de detectar a presença de vários micro-organismos que provocarão corrimentos e infecções, e o mais importante: identifica o vírus do HPV, uma das principais causas de câncer no colo do útero. Sua frequência deve ser anual a partir do início da vida sexual.
Este exame pode indicar a presença de inúmeras doenças, como anemia, sífilis, herpes, HIV e hepatite B e C. O exame de sangue também pode medir os níveis de glicemia, cálcio, triglicerídeos e ferro. A função tireoidiana, através da dosagem de TSH e T4 livre deve também ser avaliada para medir as alterações na glândula. Esse exame deve ser feito uma vez ao ano, a partir dos 30 anos, ou todas as vezes em que houver indicação específica.
Colesterol total e frações O exame que mede o nível de colesterol no sangue deve ser realizado anualmente após os 30 anos - ou antes, dependendo de fatores de risco como obesidade ou histórico familiar.
Ultrassom transvaginal É possível detectar doenças ginecológicas como cistos no ovário, miomas e tumores, além de prevenir ou detectar câncer de endométrio e ovário. O exame deve ser realizado anualmente a partir 54|TotalSaúde
dos 35 anos - ou antes, dependendo dos fatores de risco.
Mulheres, como vocês cuidam da sua saúde? Frequentam o ginecologista duas vezes ao ano? E agora responda a segunda pergunta: Você está com seus exames de rotina em dia? E mais, há quanto tempo você não vai ao cardiologista ou ao clínico geral fazer um check-up? É isso mesmo! Duas visitas anuais ao ginecologista são essenciais, mas não o suficiente. A medicina nos oferece uma série de exames simples e rápidos, capazes de detectar diversas doenças, muitas delas na fase inicial, o que ajuda muito no tratamento e na cura. Reunimos aqui os exames principais e básicos que devem fazer parte da rotina de toda mulher.
Mamografia
Urina tipo 1 O exame detecta infecções urinárias e doenças renais ocultas, além de medir a glicose da urina, que indica a presença ou não do diabetes. Deve ser feito anualmente a partir dos 20 anos.
Exame de fezes (protoparasitológico de fezes) Identifica a presença de parasitas, ovos, larvas e protozoários no organisnovembro, 2012
Exame para mulheres | Medicina
m ulheres podem salvar vidas mo. Também é capaz de detectar câncer no intestino. Pode ser feito desde a infância. A partir dos 30 anos, recomendase fazê-lo anualmente.
Ácido úrico Os níveis de ácido úrico podem determinar cálculo renal, gota, hipertensão e doenças cardiovasculares. O exame deve ser feito todos os anos, a partir dos 30 anos.
Teste ergométrico A maioria das pessoas acredita que esse exame deve ser realizado apenas quando vamos iniciar uma atividade física, e não é bem assim. O teste mede a capacidade cardíaca, em repouso e em movimento, e possíveis doenças cardiovasculares, como aterosclerose e hipertensão. Deve ser realizado anualmente, a partir dos 30 anos.
malias na tireoide e na coluna cervical. A mulher deve avisar seu médico se está grávida ou se há suspeita de gravidez, já que nesse caso tal procedimento é desaconselhado. O exame deve ser realizado a cada dois anos - ou antes, se indicado pelo médico.
Densiometria óssea Como já diz o nome, esse exame calcula a densidade dos ossos. E ainda é a principal forma de detectar a osteoporose, que é a perda de massa óssea que pode causar fraturas mesmo em idades tenras. Também identifica a osteopenia, o primeiro estágio dessa doença. A proximidade da menopausa torna esse exame ainda mais importante, pois a perda óssea é radicalizada nesse período, daí a importância do diagnóstico precoce. O exame deve ser realizado todos os anos a partir dos 40 anos de idade.
Sorologia Detecta a existência de anticorpos ou determinados vírus no sangue, como os da hepatite B e C, HIV, toxoplasmose (infecção causada pelo contato com dejetos de animais, em especial de gatos), mononucleose e citomegalovírus (herpes). Deve ser realizado anualmente a partir dos 20 anos ou após o início da atividade sexual.
Raios-X do tórax Geralmente, esse exame é pedido quando o paciente apresenta tosse persistente, expectoração com sangue e dor ou lesão torácica. Mas ele é capaz de detectar diversas enfermidades e anomalias, como problemas respiratórios, anonovembro, 2012
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Receita | Sopa paraguaia
Sopa paraguaia Ingredientes:
Modo de preparo:
Seis espigas de milho verde Um litro de leite ½ queijo ralado (mineiro) 250 g de manteiga Quatro ovos Quatro colheres de trigo Quatro cebolas
Corte o milho e bata no liquidificador com o leite. Corte as quatro cebolas em rodelas. Reserve um pouco da manteiga para untar a assadeira e coloque o restante numa panela com as cebolas, levando ao fogo até as cebolas murcharem. Misture as gemas com o trigo e bata, depois acrescente o milho (já batido) no liquidificador. Misture o queijo, as cebolas e por último as claras em neve. Coloque numa assadeira untada com manteiga e leve ao forno.
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Endereços úteis CONTATOS Dr. Renato Paulo Siufi Dr. LimaNeto Fe rraz CRM/MS 2932 2187 CRM/MS Pediatra Neurologia Clínica Rua Joaquim Murtinho, 477 Rua Abraão Julio Rahe, 85 Campo Grande/MS São (67) F 3382 4404 Campo Grande / MS (67) 3384 7200 Dr. Eduardo Wagner Aratangy CRM/SP 116020. Supervisor do Programa de Transtornos Alimentares do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da USP. Av. Brigadeiro Faria Lima, 2.121 CJ 72 São Paulo/SP (11) 3812 3711 Dra. Thaís Sakuma CRM/MS 5868 Dermatologista estética Rua Fernando Correa da Costa, 1.233 Sala 4 Campo Grande/MS (67) 8168 3856 thais.sakuma@gmail.com
Drogaria
Dr. Radi Jafar Rua Antônio Maria Coelho, 2.912 Campo Grande/MS (67) 3324 9802
Dr. Maurício de Barros Jafar Rua Antônio Maria Coelho, 2.912 Jardim dos Estados Campo Grande/MS (67) 3321 8921
Cirurgia plástica
Dr. Thiago Franchi Nunes CRM/MS 4925 CRM/SP 140887 Radiologista PRONCOR Rua Raul Pires Barbosa, 1.800 7 Campo Grande/MS (67) 3042 3000 Dr. Fábio Colagrossi Paes Barbosa CRM/MS 4710 Cirurgião do aparelho digestivo Instituto do Aparelho Digestivo Rua Alagoas, 700 - Jd. dos Estados Campo Grande/MS (67) 3320 9500 www.iadigestivo.com.br Dra. Carmencita Sanches Lang CRM/MS 3771 Oncologista clínica Clínica Hope Rua Oceano Atlântico, 245 Chácara Cachoeira (67) 3027 4722
Medicina-fetal
Produtos naturais
Aparelhos auditivos
Condicionamento físico
Dr. Marcelo dos Santos Souza CRM/MS 3287 Oncologista Clínica Hope Rua Oceano Atlântico, 282 Campo Grande/ MS (67) 3027 4722
58 | TotalSaúde
novembro, 2012