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Ano 6 - Edição 63 Fevereiro/2013
Alcoolismo
/RevistaTotalSaude
Índice 10
14
Você Sabia?
Medicina
Comportamento
Diabetes na mira da ciência
12
15
Anemia falciforme
18
Quando o exame laboratorial parece, mas não é!
20
46
48
Transtorno bipolar:
42
39
Dia Nacional do Gráfico Investir no funcionário é investir no próprio negócio
Atividade física gratuita e de qualidade!
36
Bem-estar coletivo
39
Faz bem para mim, faz bem para o meu bebê!
Alimentação que trata a dengue
Receita
da euforia à depressão
Homenagem
Quando o perfeccionismo atrapalha
34
Nutrição
a especialidade das respostas
Preventivo de câncer no ovário
Superação A vida de uma tetraplégica que decidiu reescrever a própria história
Genética médica:
22
Bem-estar
53
Bolo de Reis
54 Endereços úteis Especial do Mês: Alcoolismo 24
Álcool: o grande vilão!
28
Alcoólicos Anônimos: uma filosofia de vida
30
Avanços no tratamento do alcoolismo
32
Juventude alcoolizada
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Direção de Arte, Diagramação e Editoração Eletrônica: Mariana Sena Madureira Figueiró, Uimer Ronald Freire e Henrique Attilio Redação: Camila Cruz (DRT/MS 736). Renato Lima (489 MTB/MS) Fernanda Monteiro (DRT/MS 177). Juliana Lanari (DRT/MS 176) (MTE 177 MS Publicitário e MTE 947 MS Jornalista )
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Fotografias: Henrique Attilio
Dra. Rosania Maria Basegio CRM/MS 3183. Médica pediatra. Médica hematologista/HemoterapeutaDébora Soria CRN 3/28674. Nutricionista. Dr. Bruno Machado CRM/SP 129.635. Médico formado pela USP. Especialista em Psiquiatria pela USP. Psiquiatra do Hospital das Clínicas da USP. Wanderson Almeida dos Santos Cref: 003359 - G/MS. Especialista em Fisiologia, Metabolismo e Treinamento. Dra. Tatiane Savarese Attilio CRN 3/12175. Nutricionista. Especialista em Nutrição Clínica, Obesidade e Emagrecimento. Docente em cursos de extensão na área da saúde.
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Editorial | Ao leitor
A Total Saúde inicia 2013 com os olhos voltados para uma doença incurável que, segundo a Organização Mundial da Saúde, afeta 12% da população mundial. O alcoolismo é capaz de destruir famílias, desfazer relacionamentos, causar a demissão de profissionais exemplares e de matar. O pior é que a juventude se aproxima cada vez mais cedo do álcool. Cerca de 70% dos adolescentes brasileiros com idade entre 13 e 15 anos já experimentaram bebida alcoólica. Entre os avanços no tratamento do alcoolismo estão medicamentos mais eficazes e terapias mais específicas. E que tal conhecer o Alcoólicos Anônimos? Há 78 anos, a irmandade ajuda pessoas a deixar o álcool, basta que queiram. São sugeridos 12 passos para a recuperação. O anonimato garante a credibilidade do programa. Em meio à maior epidemia de dengue da história de Campo Grande, a Total Saúde oferece dicas de alimentos com ação terapêutica no tratamento da doença. Você já ouviu falar em genética médica? A especialidade lida com patologias congênitas e hereditárias e fornece respostas a muitas perguntas. O alerta é para a importância do diagnóstico precoce da anemia falciforme, doença que atinge principalmente a população negra. Dentre as novidades da medicina, destacamos o estudo que apresenta alternativas para o uso da insulina pelos diabéticos e a descoberta de que o exame ginecológico, que já diagnosticava o câncer do colo de útero, também pode detectar tumores de ovário e do endométrio. Saiba que a atividade física coletiva está em alta. Correr e pedalar em grupo são exercícios estimulantes na certa! Para os idosos que aproveitam as academias ao ar livre, dicas importantes para evitar lesões. E atenção, futuras mamães: grávidas também devem se exercitar. Com o acompanhamento do médico, é possível fazer até musculação. O bebê agradece! E aos ansiosos de plantão que insistem em ler o exame laboratorial antes de levá-lo ao médico, fica o alerta: a análise só pode ser feita por um profissional especializado. O risco é de entender tudo errado. E uma história reescrita pela própria protagonista também faz parte desta edição. Conheça Ana Paula Cardoso, a jornalista que ficou tetraplégica depois de um acidente de carro e que, no lugar do ponto final, decidiu colocar uma vírgula nesse episódio. Um belo exemplo de superação!
Equipe
Revista Total Saúde
08|TotalSaúde
fevereiro, 2013
Você Sabia? Mais de 350 milhões de pessoas sofrem de depressão no mundo A Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou, no mês de janeiro, a necessidade de combater o estigma em torno da depressão e incentivou que os governos implementem tratamentos para combater o transtorno. Segundo relatório da OMS, mais de 350 milhões de pessoas sofrem de depressão no mundo, porém só a metade recebe tratamento e cuidados adequados, apesar de já existirem procedimentos muito eficazes para combater a doença. A depressão pode ser de longa duração ou recorrente. Na forma mais grave, pode levar ao suicídio. Os casos leves podem ser tratados sem medicamentos, mas nos mais graves as pessoas precisam de medicação e tratamentos profissionais, o que, muitas vezes, não acontece. Vários fatores podem levar ao desenvolvimento da doença, como questões sociais, psicológicas e biológicas. Alguns estudos mostram, por exemplo, que uma a cada cinco mulheres que dão à luz acaba manifestando depressão pós-parto.
Exame de sangue que detecta síndrome de Down chega ao País O Brasil está com mais uma novidade na área da saúde: a partir de agora, os laboratórios começarão a oferecer um novo exame que detecta problemas cromossômicos no feto a partir da nona semana de gravidez, dentre eles o da síndrome de Down. No novo teste, uma amostra de sangue da mulher grávida será colhida e irá para os EUA, onde será feita a análise do material genético do feto, que fica circulando no sangue da mãe durante a gestação. Esse teste poderá ser realizado antes dos exames tradicionais, indicados, geralmente, a partir do quarto mês de gestação. Outra vantagem é que o procedimento não aumenta o risco de complicações na gravidez, e o resultado fica pronto em 15 dias. O exame será importante para diminuir o número de biópsias feitas desnecessariamente, mas é preciso confirmar os resultados positivos posteriormente. Hoje, o diagnóstico das síndromes congênitas é feito por meio do ultrassom e do exame do líquido amniótico, ou da biópsia do vilo corial, em que é retirada uma amostra da placenta.
10|TotalSaúde
fevereiro, 2013
Você Sabia? Médicos discutem medidas para aumentar a segurança de cirurgia plástica Em fórum médico realizado em Brasília, representantes da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) defenderam medidas para promover maior segurança a pacientes submetidos a operações estéticas, visando reduzir o número de casos de cirurgias mal sucedidas. A SBCP defende que somente profissionais com especialização em cirurgia plástica e reconhecidos pela entidade deveriam ter autorização para realizar esse tipo de procedimento. Para a especialização, o profissional precisa ser médico formado e fazer pós-graduação durante cinco anos, sendo dois deles para a especialização em cirurgia geral e os outros três em plástica. Os médicos associados defendem que nem todas as cirurgias plásticas podem ser realizadas em clínicas de pequeno ou médio porte. A ideia é que um paciente submetido a mais que duas operações estéticas de uma só vez, ou a algum procedimento mais longo, seja operado em hospitais grandes. O mesmo vale para a lipoaspiração, pois se houver algum problema de perfuração durante o procedimento, a equipe deve partir para uma cirurgia geral, a qual uma clínica pequena não possui estrutura para realizar.
fevereiro, 2013
Um a cada cinco homens com problemas sexuais se automedica, aponta estudo Um a cada cinco pacientes, com idade entre 20 e 35 anos, que apresentam problemas sexuais, já se automedicou com algum tipo de estimulante. Esse foi o resultado de uma pesquisa realizada pelo Centro de Referência em Saúde do Homem, da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo. Apesar de ajudar no estímulo sexual, os efeitos colaterais do medicamento são perigosos, isso sem falar no risco da dependência psicológica. Neste caso, o homem passa a supervalorizar a droga e associa o seu próprio desempenho sexual ao uso do remédio. De acordo com o estudo, as explicações mais comuns dos homens são a curiosidade, a vontade de aprimorar o desempenho sexual e o receio de falhar no momento da relação. No entanto, os remédios muitas vezes podem não apresentar resultados para a maioria dos homens, isso porque a medicação não é instantânea, e muito menos mágica, como acreditam os pacientes. Os efeitos colaterais podem ser dores de cabeça e musculares, diarreia, alergias, visão dupla e, em casos mais severos, até cegueira. Em associação com outros medicamentos, podem causar, ainda, hipertensão e enfarte. Por isso, somente um especialista pode diagnosticar a necessidade de uso e o melhor método. TotalSaúde|11
Comportamento | Superação
Renato Lima
Super ação A vida de uma tetraplégica que decidiu reescrever a própria história
12|TotalSaúde
fevereiro, 2013
Superação | Comportamento
Se a vida fosse transcrita num papel, como em uma história, cada momento seria marcado com uma pontuação. Assim, os dias de dúvidas e indecisões seriam representados por pontos de interrogação; surpresas e frustrações do cotidiano ocupariam as exclamações; já o ponto final seria o momento mais adiado... Mas na história da vida são as vírgulas as grandes responsáveis pelas maiores mudanças de roteiro. Acostumada a lidar com textos, a jornalista Ana Paula Cardoso decidiu reescrever a própria história após sofrer um acidente de trânsito que a deixou tetraplégica. Há quatro anos, uma lesão medular paralisou não somente os movimentos dos membros, mas também muitos sonhos, projetos, deixando um edema de incerteza e angústia. Na época, com 24 anos, a jornalista recebia a pior notícia de sua vida: estaria destinada a ficar na cadeira de rodas. O diagnóstico trágico ultrapassou as fronteiras da paciente, atingindo familiares e amigos num misto de dor e medo. A medicina se rendia ao inevitável. Cenário este que, infelizmente, se repete – talvez diariamente – em todo o Brasil. Não há como não se sensibilizar ao ler, ver ou acompanhar uma história como esta sem lançar mão da empatia. No entanto, Ana Paula decidiu mudar o rumo da própria história e, no lugar do ponto final, colocou uma vírgula. Nesse momento, o que parecia ser o fim foi substituído por um longo e profundo respiro. A dor se transformou em esperança, e do medo brotou força. Na cadeira de rodas, Ana Paula se apoderou do fôlego de vida e decidiu continuar. Em vez de aceitar, ela optou por se adaptar à nova vida, e para enfrentar as limitações, apoiou-se em dois pilares: família e fé. “São muitos os desafios a serem enfrentados. Primeiramente, você precisa superar o choque. No começo, você não percebe a paralisia. Depois, lida com o alívio de estar vivo e com a frustração de depender dos outros para fazer coifevereiro, 2013
sas simples, como pentear o cabelo ou escovar os dentes, por exemplo. Diante desse quadro, temos duas opções: ou a gente para e desiste ou continua. E pra continuar é preciso se olhar no espelho e superar o preconceito contra si mesmo”, resume Ana Paula, com uma lição de superação. A decisão de continuar é apenas o início de um processo que exige do cadeirante novos níveis de conhecimento sobre o próprio corpo. “Você reaprende a viver com a recuperação da sensibilidade, dos movimentos, da força... Aprende a lidar de outra forma com a bexiga, com o intestino e ainda convive com uma série de complicações que surgem, como escaras, alteração da pressão arterial, problemas de circulação, respiração, enfim”. Hoje, com 29 anos, Ana Paula superou o período mais crítico depois do trauma: os dois primeiros anos após o choque medular, período fundamental para a recuperação da sensibilidade e dos movimentos. Ela mantém uma rotina puxada de fisioterapia, voltou a exercer sua profissão e virou referência com o blog (www.sigorodando.blogspot.com.br), em que compartilha, com tetra e paraplégicos de todo o Brasil, suas experiências pessoais, dá conselhos e abre seu coração. “Não aguento paraplégicos reclamando... Dá vontade de falar: quer trocar comigo?”, desabafa a jornalista, sem perder o humor. No espaço virtual, Ana Paula também publica informações sobre pesquisas e tratamentos na área da reabilitação e faz denúncias de práticas abusivas contra os cadeirantes. “É inadmissível, hoje, ainda existir pessoas que estacionam nas vagas reservadas a cadeirantes. Se você não é cadeirante, não demonstre que deseja ser um”, alfineta. Já para quem convive com treta e paraplégicos, Ana recomenda: “não queremos ser tratados como coitados. Não julgue, não tenha pré-conceitos. Busque ajudar, e comece perguntando como, procure facilitar”.
Ana Paula mantém uma rotina puxada de fisioterapia, voltou a exercer sua profissão e virou referência com o blog (www.sigorodando. blogspot.com.br), em que compartilha, com tetra e paraplégicos de todo o Brasil.
TotalSaúde|13
Medicina | Diabetes Camila Cruz
Os mecanismos de interação podem facilitar alternativas às injeções de insulina, bem como reduzir o número de doses por dia ou até mesmo possibilitar tratamentos mais eficazes que os atuais.
Diabetes na m Privar-se de certos alimentos ou manter-se ligado diariamente a medicações são tarefas nada fáceis, mas, geralmente, necessárias para um diabético. Só no Brasil, a ocorrência média da doença na população adulta é estimada em mais de seis milhões de pessoas, porém uma boa notícia foi divulgada no início do ano: um estudo sobre insulina apontou que poderão ser oferecidas injeções alternativas, ou até mesmo erradicado o seu uso. A pesquisa foi publicada no periódico Journal Home Nature, e realizada por uma equipe de pesquisadores da Escola de Medicina da Universidade Case Western Reserve, nos Estados Unidos. Com os estudos, que já duram anos, os pesquisadores conseguiram desvendar, com exatidão, como a molécula de insulina se liga ao receptor celular do corpo humano. A conclusão foi que uma parte da molécula se dobra para fora enquanto partes do receptor se movem na direção do hormônio, envolvendo-o, fenômeno que foi chamado pelos estudiosos de “aperto de mão molecular”. A descoberta pode melhorar muito o modo de vida dos diabéticos. Mas você deve estar se perguntando: como isso será possível? Os pesquisadores explicaram, que compreender os mecanismos de interação pode facilitar alternativas às injeções de insulina, bem como reduzir o número de doses por dia ou até mesmo possibilitar tratamentos mais eficazes que os atuais, acabando, assim, com as injeções. Além de todas essas novidades, os estudiosos esperam, ainda, que em países emergentes se inicie a produção de uma insulina mais estável, que resista a temperaturas elevadas sem a necessidade de refrigeração.
Entenda o diabetes A Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) explica, por meio do portal oficial, o que acontece no organismo para que a doença se desenvolva. De acordo com 14|TotalSaúde
os especialistas, os alimentos ingeridos no nosso dia a dia se transformam em açúcar (glicose), que é absorvido pelo sangue, fornecendo-nos energia. A insulina, por sua vez, é uma substância produzida pelas células do pâncreas, e é responsável por fazer a utilização dessa energia. Quando a glicose não é bem utilizada pela insulina, ela se eleva no sangue, causando a hiperglicemia e resultando no diabetes. Existem três tipos da doença:
Diabetes tipo 1 Também é conhecida como diabetes insulinodependente ou diabetes infanto-juvenil. Nesse tipo da doença, a produção de insulina no pâncreas é insuficiente, pois suas células sofrem o que chamamos de destruição autoimune. Os portadores da doença necessitam de injeções diárias de insulina para manterem a glicose em valores normais no sangue. Embora ocorra em qualquer idade, é mais comum em crianças, adolescentes ou adultos jovens.
Diabetes tipo 2 Esse tipo da doença também é chamado diabetes do adulto, e corresponde à maior parte dos casos de diabetes. Ocorre, geralmente, em pessoas obesas e com mais de 40 anos de idade, ou em pessoas sedentárias, que possuem maus hábitos alimentares e vivem o estresse da vida urbana. Nesse tipo, nota-se a presença de insulina, porém sua ação é dificultada, causando a hiperglicemia. Por apresentar poucos sintomas, o diabetes, na maioria das vezes, permanece por muitos anos sem diagnóstico e sem tratamento, o que leva às complicações no coração e no cérebro.
Diabetes gestacional O aumento do nível de glicose no sangue durante a gravidez é denominado diabetes fevereiro, 2013
Diabetes | Medicina
mira da ciência gestacional. Geralmente, a taxa de glicose no sangue se normaliza após o parto. No entanto, as mulheres que manifestam diabetes gestacional possuem maior risco de desenvolver o diabetes tipo 2 posteriormente, e o mesmo ocorre com os filhos.
Cuidados Quase a metade dos portadores do diabetes tipo 2 desconhece sua condição, já que a doença é pouco sintomática. Quando presentes, os sintomas se instalam de maneira gradativa, e muitas vezes passam despercebidos pelas pessoas. Quando é possível senti-los, os mais comuns são: Sintomas - Urinar excessivamente; acordar várias vezes à noite para ir ao banheiro.
fevereiro, 2013
- Sede excessiva. - Aumento do apetite. - Perda de peso: em pessoas obesas, a perda de peso ocorre mesmo comendo de maneira excessiva. - Cansaço. - Vista embaçada ou turvação visual. - Infecções frequentes, sendo as de pele as mais comuns.
Por isso, a qualquer sinal ou desconfiança quanto à doença, procure um médico de sua confiança ou uma unidade de saúde próxima à sua casa, para que a taxa de glicose no sangue seja medida corretamente e para você saber se é ou não portador do diabetes. O exame é bastante simples, e o diagnóstico precoce é importante, uma vez que o tratamento evita sérias complicações. Fonte: Sociedade Brasileira de Diabetes
Por apresentar poucos sintomas, o diabetes, na maioria das vezes, permanece por muitos anos sem diagnóstico e sem tratamento, o que leva às complicações no coração e no cérebro.
TotalSaúde|15
Medicina | Anemia falciforme Renato Lima
Anemia falciforme não tem cura, mas com o diagnóstico precoce e o tratamento adequado é possível controlar os sintomas e ter mais qualidade de vida.
Dra. Rosania Maria Basegio CRM/MS 3183 Médica pediatra Médica hematologista/ Hemoterapeuta
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Anemia falciforme Anemia falciforme é uma doença hereditária (passa dos pais para os filhos) caracterizada pela alteração dos glóbulos vermelhos do sangue, tornando-os parecidos com uma foice, daí o nome falciforme. O primeiro diagnóstico é feito logo após o nascimento, através do teste do pezinho, que desde 2001 também realiza a triagem desta doença. Na prática, só manifestam a doença filhos de pai e mãe que possuam necessariamente o gene defeituoso. Caso apenas um dos pais tenha a hemoglobinopatia, o filho pode não apresentar os sintomas da doença, porém terá o traço falciforme e o transmitirá aos seus descendentes. A anemia falciforme é muito comum na população negra, com altos índices na África, porém, como no Brasil há muita miscigenação é possível que haja muitos portadores do traço Hemoglobina S, sem saber, aí a importância do diagnóstico precoce. A Hemoglobina S é resultado de uma mutação no gene da globina beta,o que resulta numa alteração na estrutura da hemoglobina ocasionando a deformação e o enrijecimento da membrana da hemácia, denominada como falcização da hemácia. De acordo com a médica hematologista da Clínica Hope, Dra. Rosania Maria Basegio, é preciso ficar atento aos sintomas. Os mais comuns são: dor e inflação no dorso das mãos e pés em crianças, dor abdominal e torácica, acidente vascular cerebral - AVC, febre devido a processos infecciosos, aumento do baço e fígado, anemia e icterícia. “Podemos dizer que é uma doença que afeta todos os vasos sanguíneos do organismo, devido à dificuldade de circulação das células modificadas, provocando inchaço e dor”, complementa Dra. Rosania. “A anemia falciforme não tem cura, por isso a importância do diagnóstico precoce e o acompanhamento clínico com médico clínico e especialista, no caso o hematologista. É também muito
importante a orientação aos pais quanto aos sinais de alerta, como febre, por exemplo, já que estes pacientes apresentam dez vezes mais infecções que outras pessoas”, complementa a hematologista. Anemia falciforme é um problema de saúde pública em nosso País e como medida de pre¬venção e controle das hemoglobinopatias no Brasil, o Ministério da Saúde instituiu a portaria 822/01, de 6 de junho de 2001, que inclui a tria¬gem de hemoglobinopatias no programa nacio¬nal de triagem neonatal (PNTN)1-3. Até então, o teste de triagem neonatal, mais conhecido como “teste do pezinho”, limitava-se à investigação da fenilcetonúria e do hipotireoidismo congênito, que são condições clínicas importantes mas de incidência muito menor em nosso País. Após o diagnóstico, se o paciente for criança é preciso que a família esteja ciente e preparada para cuidá-lo, conhecendo as manifestações clínicas e sinais de alerta. Já o adulto com anemia falciforme precisa do auto cuidado com medicações e estilo de vida adequado. Recomendações Exija que o teste do pezinho seja feito em seu filho/a logo após o nascimento. Se for constatado que ele é portador de anemia falciforme, encaminhe-o logo para um médico especialista. Se a pessoa com anemia falciforme tiver uma crise de dor, procure, imediatamente, assistência. Embora às vezes ela possa ser tratada em casa com analgésicos, repouso e ingestão de muito líquido, só o médico poderá avaliar a necessidade de internação hospitalar. Entenda a febre do portador de anemia falciforme como um sinal de alerta, e não faça uso de medicamentos sem a orientação médica que acompanha o caso.
fevereiro, 2013
Medicina | Exame laboratorial Juliana Lanari
Quando o exame laboratorial
parece, mas não é! Aos curiosos de plantão, outra informação importante: em qualquer exame laboratorial pode ocorrer o falso positivo ou o falso negativo. Existe a possibilidade de haver interferências na análise. ONDE ENCONTRAR
Unidade Central Rua 7 de Setembro, 1.173 (67) 3317 2050 Unidade Marechal Rondon Rua Marechal Rondon, 1.864 (67) 3317 2073 Unidade Mato Grosso Av. Mato Grosso, 1.369 (67) 3317 2072 Unidade Jardim dos Estados Av. Mato Grosso, 2.614 (67) 3317 2080 Unidade Morena Av. Eduardo E. Zahran, 1.687 (67) 3317 2085 Unidade Tamandaré Av. Gal. Nepomuceno Costa, 636 (67) 3314 7088
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Você é daqueles pacientes que dão uma espiadinha no resultado do exame laboratorial antes de levá-lo ao médico? Pois saiba que a curiosidade não é só sua! A maioria das pessoas que saem dos laboratórios abre o envelope para saber como está a saúde. O problema é que os resultados precisam, obrigatoriamente, da interpretação de um médico. “Os exames são chamados ‘complementares’ porque complementam a avaliação médica. O resultado jamais substituirá essa avaliação. O exame físico e a história clínica do paciente são soberanos”, explica o diretor do Laboratório Bioclínico, em Campo Grande, Tatsuya Sakuma. Alguns pacientes que leem os resultados por conta própria “avaliam” que a saúde vai muito bem, e nem levam o exame ao médico; muitas vezes, orgulhosos, mostram-no até a parentes e amigos! Outros se assustam com resultados fora do valor de referência, acreditam que estão doentes e sofrem com antecedência. Nos dois casos, a ansiedade fala mais alto e pode trazer consequências. “O exame pode estar normal e, mesmo assim, o paciente ter alguma doença; em algumas situações o médico observa várias hipóteses diagnósticas, e os exames laboratoriais apenas ajudam a excluir algumas possibilidades”, alerta Sakuma. Por outro lado, apesar de o resultado de alguns exames solicitados estar fora dos valores de referência, isso não significa que haja algo errado com a saúde. Fatores como idade, sexo, atividade física, situação emocional e hábitos alimentares podem alterar alguns dados. Aos curiosos de plantão, outra infor-
mação importante: em qualquer exame laboratorial pode ocorrer o falso positivo ou o falso negativo. “Existe a possibilidade de haver interferências na análise. A presença de dois micro-organismos com antígenos semelhantes, por exemplo, pode levar ao falso positivo. Por isso é importante a avaliação do médico” explica o diretor do Laboratório Bioclínico. Já o exame sorológico de dengue, por exemplo, pode apresentar resultado falso quando realizado antes do quinto dia da doença ou quando a pessoa apresenta reinfecção da dengue causada por outro sorotipo do vírus. O indivíduo está infectado, mas o resultado apresenta-se normal. No Laboratório Bioclínico, todos os resultados são impressos com uma informação importante no rodapé: “A interpretação do resultado deste exame e a conclusão diagnóstica são atos médicos. Dependem da análise conjunta dos dados clínicos e demais exames”. A frase aparece em destaque, e serve como orientação aos pacientes mais ansiosos. “Se os dados não forem interpretados de forma correta, pode haver consequências sérias”, alerta o diretor. Atualmente, com o objetivo de obter resultados mais rápidos e precisos, os exames estão sendo realizados por aparelhos automatizados. As amostras são identificadas por código de barras, o que permite uma análise em maior escala. Os clínicos têm uma resposta mais breve acerca do estado fisiológico do paciente. A intervenção é mais ágil, o que aumenta a possibilidade de salvar um maior número de vidas humanas. fevereiro, 2013
Medicina | Genética médica Juliana Lanari
Genética m
a especialidade d
“Definir a causa, esclarecer se há risco nas próximas gestações e detectar precocemente possíveis problemas de saúde devidos a essa alteração genética são passos importantes dos pais para aceitar o fato”, comenta Dra. Liane.
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Coloque-se no lugar do casal que sempre sonhou em ter filhos e que, na primeira experiência, recebe a notícia de que a criança nasceu com algum tipo de anomalia. Sentimentos como revolta e culpa são muito comuns nesses casos. Os pais, geralmente, vivem um primeiro momento de luto e de dúvidas. Muitos não medem esforços para encontrar uma explicação para o problema. E, na maioria das vezes, as respostas estão na genética médica. Reconhecida como especialidade da medicina desde 1983 no Brasil, a genética médica lida com patologias congênitas e hereditárias. As congênitas, ao contrário do que muitos pensam, não são, necessariamente, herdadas dos pais. “Quando não são hereditárias, podem ser devido a algum erro na formação do DNA da criança, ou por algum teratógeno durante a gestação: medicamentos, infecções, álcool, entre outros. Em outros casos, pode ocorrer uma combinação desses dois fatores: a predisposição genética somada ao fator ambiental, como, por exemplo, o defeito de tubo neural”, explica a médica geneticista, Dra. Liane de Rosso Giuliani. Médicos geneticistas lidam ainda com patologias hereditárias, ou seja, aquelas que podem ter sido herdadas dos pais, avós, bisavós e assim sucessivamente. É o caso, por exemplo, das doenças neurodegenerativas. Famílias de pacientes com algum tipo de deficiência mental, sindrômica ou não, também buscam explicações na
genética médica. “Nesse caso, é importante esclarecer que em grande parte das síndromes o diagnóstico é apenas clínico. O problema não aparece em exames. O geneticista é treinado para fazer essa avaliação”, explica Dra. Liane. Para os casais que têm filhos com doenças genéticas, a busca por informação reduz a angústia e traz esperança. “Definir a causa, esclarecer se há risco nas próximas gestações e detectar precocemente possíveis problemas de saúde devidos a essa alteração genética são passos importantes dos pais para aceitar o fato”, comenta Dra. Liane. Cerca de 20% dos casos que aparecem nos consultórios fica sem diagnóstico. “São problemas para os quais ainda não foram desenvolvidos testes que expliquem a mutação genética”, um dado importante que a geneticista faz questão de destacar.
Quem deve procurar um geneticista? A maioria dos pacientes que consultam médicos geneticistas foi encaminhada por outros especialistas, o que demonstra a falta de informação sobre a especialidade. São casais consanguíneos (pessoas cujo grupo familiar é o mesmo) que pretendem ter filhos saudáveis, famílias com problemas neurológicos, pais de crianças que nasceram com anomalias congênitas ou com algum tipo de deficiência mental, pessoas com câncer hereditário ou simplesfevereiro, 2013
Genética médica | Medicina
médica:
e das respostas mente com algum tipo de síndrome não diagnosticada por outra especialidade. Apesar de ser reconhecida como especialidade há 30 anos, a genética médica ainda reúne um pequeno número de profissionais no Brasil. Em Mato Grosso do Sul, são apenas dois médicos geneticistas, e ambos atuam na área clínica. Outra dificuldade é que os laboratórios especializados em genética se concentram nos grandes centros. “O material – que pode ser sangue, pele, líquido amniótico, entre outros – é colhido aqui e enviado a outras capitais para ser analisado; no entanto, isso não impede que diagnósticos complexos sejam realizados”, comenta a geneticista.
É possível prevenir doenças genéticas A genética médica também atua na prevenção de doenças, e o planejamento da gravidez é o meio mais eficiente para reduzir os riscos de o bebê nascer com alguma alteração congênita. A suplementação com o ácido fólico – uma vitamina do complexo B que ajuda a evitar problemas de malformação do feto – deve ser feita três meses antes da concepção e por, no mínimo, três meses de gestação, orientam os geneticistas. Algumas anomalias congênitas também podem ser prevenidas por meio de mudanças no hábito de vida da gestante. “A mulher que consome bebida alcoólica frequentemente durante a gestação, por exemplo, tem mais chances fevereiro, 2013
de gerar um filho com alguma anomalia congênita”, alerta Dra. Liane. No caso da síndrome de Down, a genética médica pode orientar acerca do risco de recorrência do problema, ou seja, da possibilidade de outros filhos do casal apresentarem a alteração genética. A ferramenta, nesses casos, é a informação. O casal é orientado, por exemplo, quanto ao fator idade no caso da mãe: “Se a mulher já tem 35 anos ou mais, a probabilidade de ela ter um segundo filho Down é o risco relacionado à sua idade mais 1%”, explica a geneticista. Um alerta que a Dra. Liane faz é em relação ao uso do Misoprostol (Cytotec), medicamento indicado para o tratamento de úlcera e utilizado de forma indiscriminada por mulheres que tentam fazer aborto. “Estudos indicam que os casos de síndrome de Möebius estão associados ao uso do Cytotec. São meninas ou mulheres que tentam o aborto, não têm sucesso e as crianças nascem com anomalias múltiplas, principalmente com paralisia nos nervos da face”, alerta a geneticista. Outra forma de prevenção de deficiências é a realização do teste do pezinho, exame laboratorial feito a partir do 3º dia de vida do bebê, e oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Por meio da análise da gotinha de sangue coletada no calcanhar da criança, é possível descobrir uma série de distúrbios que, se tratados precocemente, podem mudar a história natural da doença.
A genética médica também atua na prevenção de doenças, e o planejamento da gravidez é o meio mais eficiente para reduzir os riscos de o bebê nascer com alguma alteração congênita.
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Medicina | Preventivo de câncer no ovário Camila Cruz
Preventivo de câncer no ovário A recomendação a todas as mulheres é taxativa: que façam o exame ginecológico preventivo Papanicolau a cada seis meses, certo? É isso mesmo, porque ele é fundamental para o diagnóstico precoce de câncer de colo do útero e HPV (Human Papiloma Vírus). Hoje em dia, muitas delas já se conscientizaram e fazem o exame regularmente, mas uma boa notícia promete atribuir ao Papanicolau mais uma função muito importante: detectar tumores de ovário e do endométrio (tecido interno do útero). A descoberta é de um grupo de médicos americanos da Universidade Johns Hopkins e de brasileiros do Icesp (Instituto do Câncer do Estado de São Paulo Octavio Frias de Oliveira). O estudo que levou os profissionais a essa conclusão mostra que a nova técnica utiliza o mesmo material, que é coletado da mesma forma. A diferença é que passa a ser feita, no laboratório, uma análise chamada genética molecular em células do ovário e do endométrio, na qual as partículas se desprendem naturalmente do colo do útero, sendo levadas à região onde o material é coletado pelo médico. Ainda é preciso aprimorar a nova técnica antes de incorporá-la, mas a expectativa é que o novo exame seja disponibilizado a todos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) daqui a cerca de cinco anos. No estudo, os médicos fizeram o sequenciamento de DNA de células provenientes do exame e obtiveram total sucesso para o
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câncer de endométrio e quase 50% de êxito para o de ovário. Não houve resultado falso-positivo.
O câncer A notícia foi bastante comemorada por profissionais de saúde e por mulheres, já que, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer de ovário é o tumor ginecológico mais difícil de ser diagnosticado, e o de menor chance de cura, isso porque, em quase todos os casos, apresenta-se em estágio avançado no momento da descoberta. Na fase inicial, o câncer de ovário não apresenta sintomas específicos. À medida que o tumor cresce, pode causar pressão, dor ou inchaço no abdome, na pelve, nas costas ou nas pernas; náuseas, indigestão, gases, prisão de ventre ou diarreia e cansaço constante. Outros sintomas, apesar de menos comuns, também podem surgir, como a necessidade frequente de urinar e sangramento vaginal. Tais manifestações não significam que a mulher tem tumor de ovário, mas servem como alerta para que ela procure um médico. As mulheres devem estar atentas aos fatores de risco e consultar regularmente o ginecologista, principalmente mulheres acima de 50 anos. Fatores hormonais, ambientais e genéticos estão relacionados ao aparecimento do câncer de ovário. O histórico familiar é o fator de risco isolado mais importante.
Uma boa notícia promete atribuir ao Papanicolau mais uma função muito importante: detectar tumores de ovário e do endométrio (tecido interno do útero)
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Especial do Mês | Alcoolismo Camila Cruz
O alcoolismo pouco tem a ver com fatores como o tipo de álcool ingerido por uma pessoa, há quanto tempo ela bebe ou até mesmo quanto de álcool se ingere; a doença tem a ver, sim, com a necessidade incontrolável de álcool!
Álcool: o gr Quanto você ingere de álcool aos finais de semana? Já parou alguma vez para pensar nisso? Quando falamos em pessoas alcoólatras, logo nos vêm à cabeça aquelas que vivem nas ruas, de bar em bar, afastadas da família e que até sofrem de cirrose (degeneração do fígado). Porém, muitos outros dependentes descrevem o seu consumo como apenas “social”. Mas, afinal de contas, o que é o alcoolismo? São poucos os que sabem exatamente o seu significado e quais os verdadeiros riscos de beber sem limites. De acordo com o Ministério da Saúde, o álcool é uma substância que causa dependência - chamada, popularmente, de alcoolismo, e a doença causada pelo álcool preocupa muito os sistemas de saúde. Uma questão que deve ficar clara para todos é que o alcoolismo pouco tem a ver com fatores como o tipo de álcool ingerido por uma pessoa, há quanto tempo ela bebe ou até mesmo quanto de álcool se ingere; a doença tem a ver, sim, com a necessidade incontrolável de álcool! A Organização Mundial da Saúde (OMS) classifica o alcoolismo como uma doença, o que nos ajuda a entender melhor por que a maioria dos dependentes de álcool não consegue se livrar do vício apenas com a força de vontade. As dificuldades são muitas e o preconceito também, o que aumenta ainda mais o sofrimento. Mas entender que essas pessoas estão sob a forte compulsão do álcool, uma necessidade que se mostra tão forte quanto a sede ou a fome, é fundamental. Alguns sinais da doença são: Compulsão: uma necessidade forte ou desejo incontrolável de beber. Perda de controle: a inabilidade frequente de parar de beber uma vez que a pessoa já começou.
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Dependência física: a ocorrência de sintomas de abstinência, como náuseas, suor, tremores e ansiedade quando se para de beber. Tais sinais são aliviados ao se ingerir álcool ou outra droga sedativa. Tolerância: a necessidade de aumentar as quantias de álcool para sentir-se “alto”.
Abuso de álcool x alcoolismo Sair para uma festa à noite ou ir a um bar depois do trabalho com os amigos para beber não significa que a pessoa irá se tornar uma alcoólatra. O abuso de álcool é diferente do alcoolismo, porque não inclui uma vontade incontrolável de beber, perda do controle ou dependência física. Mas a partir do momento em que questões relacionadas ao trabalho, relacionamentos, saúde ou até à lei começam a interferir na vida pessoal e social, é importante refletir sobre os efeitos do abuso do álcool e ficar atento para perceber se o problema ficou mais sério! Dependentes ou não, em todos os casos os efeitos do álcool podem ser muito sérios, e até fatais, tanto para você quanto para outros. Em longo prazo, o álcool prejudica todos os órgãos, em especial o fígado, que é responsável pela destruição das substâncias tóxicas ingeridas ou produzidas pelo corpo durante a digestão. Dessa forma, havendo uma grande dosagem de álcool no sangue, o fígado sofre uma sobrecarga para metabolizá-lo.
Pedir ajuda: uma decisão difícil Muitas vezes, reconhecer o problema de lidar com o álcool e pedir ajuda para sair da situação não é nada fácil. Por fevereiro, 2013
Alcoolismo | Especial do Mês
grande vilão! isso, especialistas orientam que é preciso ter em mente a urgência da ajuda; assim, maiores serão as chances de uma recuperação bem sucedida. Infelizmente, o mito de que um problema com álcool é sinal de desvio de moral ou de vergonha ainda está muito presente no nosso dia a dia. Mas o alcoolismo não é uma doença que indique maior fraqueza que o diabetes ou a asma, por exemplo. É uma doença sim, que precisa ser tratada e controlada, para que a pessoa volte a viver bem e com saúde novamente. Negligenciar o problema é a pior escolha, ou seja, ser o mais honesto consigo e com os profissionais de saúde é essencial para o sucesso do tratamento.
Cura ou tratamento? Apesar de o alcoolismo poder ser tratado, ainda não há cura para a doença. Isso quer dizer que, mesmo que o dependente consuma álcool e já tenha recuperado a sua saúde, ele pode ter recaídas, por isso reduzir o consumo não adianta, é necessário parar totalmente o uso! Essas recaídas são muito comuns e não significam que uma pessoa que fracassou não pode, eventualmente, recuperar-se do vício. O tratamento depende muito da gravidade do alcoolismo, podendo incluir a desintoxicação (processo de retirar o álcool do sistema de uma pessoa com segurança), medicamentos receitados pelo médico para ajudar a evitar o retorno à bebida, uma vez que já parou, e o aconselhamento individual ou em grupo. Alguns aconselhamentos ajudam a identificar situações e sentimentos que levam à necessidade de beber e de descobrir novas maneiras de lidar com a ausência do álcool. Quaisquer desses tratamentos podem fevereiro, 2013
ocorrer tanto em um hospital quanto em trato residencial ou ambulatorial. O envolvimento da família geralmente é decisivo para o sucesso da recuperação do paciente. Muitos programas oferecem até aconselhamento conjugal e terapia familiar como parte do processo de tratamento. Quase todos os programas de tratamento do alcoolismo também incluem encontros de Alcoólicos Anônimos (AA), cuja descrição é “uma comunidade mundial de homens e mulheres que se ajudam a permanecer sóbrios”. Essa é uma das opções de tratamento psicológico; não significa, necessariamente, que deve dar certo. Cada caso é um caso. Mas, independente de qualquer coisa, evitar o álcool ou tentar ingerir a menor quantidade possível já é um bom começo. Não é por ser legalizado no Brasil que esse vilão seja menos perigoso que outras drogas ilícitas. Fique atento! Fonte: Ministério da Saúde
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10 anos de sucesso! DR. ESTEVOM MOLICA CRO/MS 2010 Rua das Garรงas, 943 - Fone (67) 3382 7373
Especial do Mês | Alcoolismo Juliana Lanari
Alcoólicos Anônimos: u
O anonimato garante a credibilidade do programa. Nos encontros, todos sabem os nomes de todos e tudo, absolutamente tudo o que é ouvido, dali não sai. O cartaz só reforça o que os membros do AA já sabem: “Quem você vê aqui, o que você ouve aqui, quando sair daqui, deixe que fique aqui”.
Os 15 minutos de atraso não fizeram com que eu me sentisse mal... Pelo contrário. Ao chegar, ganhei sorrisos, frases de “boa noite” e uma recepção pra lá de acolhedora: “visitante, você é a pessoa mais importante desta reunião”. Na sala, onde há pouco mais de 20 cadeiras, todos são tratados exatamente da mesma forma. Do médico ao gari, não há diferenças. Participar de uma reunião do grupo Alcoólicos Anônimos (AA) é uma experiência pela qual todo ser humano deveria passar. Inicialmente, um breve histórico: a irmandade foi criada nos Estados Unidos em 1935 e, atualmente, está presente em mais de 180 países. Em Mato Grosso do Sul foi instalada há 41 anos, e nessas quatro décadas ganhou espaço. Hoje, são 60 grupos em todo o Estado, com um só objetivo: ajudar as pessoas que querem parar de beber. “Trata-se de uma decisão íntima, que depende única e exclusivamente da vontade própria de deixar o álcool para sempre”, explica o coordenador-geral do AA. A filosofia do Alcoólicos Anônimos é baseada em 12 passos que são sugeridos
para a recuperação. O primeiro deles, considerado o mais difícil, é admitir a impotência perante o álcool, e a perda do domínio sobre a vida. “É o caminho para a liberdade”, relata o homem que coordena o AA em todo o Estado, e que é um alcoólico em recuperação. Os outros passos tratam de temas como a importância da crença em um poder superior, a confissão de falhas cometidas, entre outros. “O AA é um programa para quem quer ter uma vida feliz, útil e significativa”, destaca um dos membros. A literatura do AA lista também as 12 tradições que devem ser respeitadas. Trata-se da Constituição Mundial da irmandade. Manter a unidade - ou seja, o bem-estar comum - é uma tradição do Alcoólicos Anônimos, bem como divulgar a mensagem do AA, por meio de palestras em hospitais e empresas, e manter-se autossuficiente, rejeitando qualquer tipo de doação. “Nós não recebemos, em hipótese alguma, dinheiro ou qualquer contribuição de pessoas de fora, instituições, partidos políticos e nem de igrejas”, explica o coordenador-geral.
Troca de experiências As portas do AA, em qualquer lugar do mundo, ficam sempre abertas. Para entrar, o único requisito é querer parar de beber. Nas salas de reuniões, o ambiente leva à reflexão. Nas paredes, frases como “Evite o primeiro gole” e “Foi bom você ter vindo” traduzem a missão da irmandade. O anonimato garante a credibilidade do programa. Nos encontros, todos sabem os nomes de todos e tudo, absolutamente tudo o que é ouvido, dali não sai. O cartaz só reforça o que os membros do AA já sabem: “Quem você vê aqui, o que você ouve aqui, quando sair daqui, deixe que fique aqui”. As reuniões são diárias e coordenadas por membros do AA. Cada alcoólico em 28|TotalSaúde
fevereiro, 2013
Alcoolismo | Especial do Mês
: uma filosofia de vida recuperação tem 10 minutos para falar o que sentir vontade. Alguns contam a trajetória da doença, outros relembram cenas do passado ou relatam situações vividas recentemente. “A troca de experiências é que vai fazer com que o resultado seja alcançado”, explica o coordenador-geral. A maioria agradece o fato de ter conhecido a irmandade. “Antes de entrar aqui, minha vida era aflita, amarga e egoísta. Eu tinha a síndrome da vítima e não sabia amar”, compartilha um dos membros em recuperação. Em determinado momento da reunião, a coordenadora explica que os membros podem ajudar a manter a irmandade com qualquer quantia, espontaneamente. Ninguém é obrigado a contribuir. Um detalhe interessante é que os alcoólicos em recuperação podem ajudar com, no máximo, três mil dólares por ano. O limite faz parte do processo de recuperação. “A pessoa precisa aprender a controlar tudo: da vida emocional à financeira”, explica o coordenador-geral.
Alcoolismo: uma doença O alcoolismo foi reconhecido como doença pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 1954. Pelo menos 12% da população mundial sofrem do mal que, segundo os próprios alcoólicos em recuperação, é incurável. Além de ingerir bebida alcoólica com frequência e progressivamente, a pessoa perde os limites, muda o comportamento, aparenta ter dupla personalidade. Quem nunca ouviu a frase: “Quando está são, é um; quando bebe, se transforma...”? Sentimentos como culpa e remorso na pós-embriaguez também são muito comuns. “Eu inventava histórias. Quando bebia, dizia para todo mundo que minha mãe era dona de grandes fazendas, que recebia todo mundo no fim do ano... Eu inventava isso, e o pior é que eu passava a acrefevereiro, 2013
ditar que isso era verdade. Foi difícil me desvencilhar dessas mentiras depois”. O relato, corajoso e carregado de emoção, é de um homem que está no AA há 19 anos. São palavras que descrevem perfeitamente o que o álcool é capaz de fazer com a personalidade. “Aqui me explicaram que eu tinha uma doença, que eu não era safado”, agradece outro membro durante a reunião. As pessoas que convivem com o “alcoólatra” - termo usado para denominar o admirador de bebidas - vivem a doença sem beber. É a chamada codependência. “Os familiares e amigos, principalmente, passam a viver aquela neurose. É uma tensão que dura 24 horas por dia. A pessoa não consegue relaxar, pensando: quando será a próxima bebedeira? Está sempre alerta”, explica o coordenador-geral do AA. Ao propagar o lema “Evite o primeiro gole”, o Alcoólicos Anônimos conseguiu, ao longo dos 78 anos de história, ajudar milhares de pessoas em todo o mundo a controlar a doença. O problema é que o alcoolismo tem atingido pessoas cada vez mais jovens. Efeitos como mortes precoces no trânsito e consequências devastadoras no organismo, como a cirrose hepática, são os termômetros dessa constatação. As 24 horas de sobriedade propostas pelo Alcoólicos Anônimos não têm preço, garantem os membros da irmandade. “Eu estou sóbrio, e a sobriedade é um presente de Deus”, relata um senhor de 77 anos, e que há 29 – graças à ajuda do AA – não coloca uma gota de álcool sequer na boca.
A maioria agradece o fato de ter conhecido a irmandade. “Antes de entrar aqui, minha vida era aflita, amarga e egoísta. Eu tinha a síndrome da vítima e não sabia amar”, compartilha um dos membros em recuperação.
Alcoólicos Anônimos (AA) Escritório central: Rua Dom Aquino, 1.354 – 12º andar – sala 121 – Campo Grande/MS Telefone: (67) 3383-1854 alcoolicosanonimos@ms.aabrasil.org.br
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Especial do Mês | Alcoolismo Dr. Bruno Machado
Avanços no t
do alcoo
A terapêutica moderna desse sério transtorno mental consiste em uma abordagem multidisciplinar, por meio da qual, a partir da associação de determinadas metodologias de tratamento psiquiátrico, psicológico e terapia familiar, é possível obter o controle dos múltiplos fatores que levam o paciente à ingestão alcoólica.
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A síndrome de dependência do álcool, mais conhecida como alcoolismo, é um dos principais desafios de saúde pública da atualidade. Apesar de continuar sendo uma condição grave e tardiamente diagnosticada, é notável a evolução do tratamento nos últimos anos, com resultados cientificamente comprovados. Estudos recentes mostram que até 11% dos brasileiros apresentam o diagnóstico dessa doença, ou seja, cerca de uma em cada dez pessoas sofre desse quadro caracterizado pela incapacidade de controlar a ingestão de bebidas alcoólicas, seja pela necessidade de doses cada vez maiores ou pela presença de sintomas físicos e psíquicos diante da ausência da substância. Desastrosos são os danos causados no ambiente familiar e profissional, isso sem falar na origem de doenças, como a cirrose e a demência, além do consequente envolvimento em brigas, acidentes e outros comportamentos que expõem o indivíduo a riscos. Grandes avanços na conduta farmacológica e psicoterapêutica já beneficiam milhões de pessoas em todo o mundo. Porém, tão grave quanto o quadro clínico é o desconhecimento por parte da sociedade e de muitos profissionais de saúde brasileiros, que, por vezes, acreditam que tal condição não é passiva de um tratamento fevereiro, 2013
Alcoolismo | Especial do Mês
o tratamento
oolismo comprovadamente eficaz. A terapêutica moderna desse sério transtorno mental consiste em uma abordagem multidisciplinar, por meio da qual, a partir da associação de determinadas metodologias de tratamento psiquiátrico, psicológico e terapia familiar, é possível obter o controle dos múltiplos fatores que levam o paciente à ingestão alcoólica. Em certas etapas do tratamento, condutas especializadas de enfermagem, educação física, terapia ocupacional e serviço social também deverão ser empregadas pelos profissionais dessas respectivas áreas. Inicialmente, uma avaliação psiquiátrica é imprescindível para confirmar o diagnóstico, verificar eventuais complicações orgânicas e optar por um regime de tratamento, que pode ser ambulatorial ou hospitalar. Alguns casos só apresentarão resposta adequada após um período inicial de internação, que felizmente, nos dias de hoje, tende a ser o mais breve possível. O objetivo dessa conduta é garantir a remissão da fase aguda, na qual podem ser grandes os riscos de síndrome de abstinência, de consumo compulsivo de álcool e de comportamentos agressivos. Vale ressaltar que a indicação precisa de determinados exames toxicológicos pode ser decisiva para um resultado satisfatório, uma vez que fevereiro, 2013
permite a detecção do consumo de outras drogas, cada vez mais usadas em conjunto com o álcool. Quanto ao arsenal medicamentoso psiquiátrico, devemos destacar o uso de Naltrexone, Topiramato e Acamprosato, que mostraram eficiência em diversos estudos clínicos, reduzindo o risco de recaídas. No entanto, tais medicamentos devem ser indicados por especialistas somente em determinadas situações, considerando diversas variáveis, como o nível de crítica e as características da personalidade de cada indivíduo. Os animadores resultados da terapia farmacológica, contudo, não dispensam as técnicas psicoterapêuticas, sobretudo as modalidades de terapia motivacional e de terapia cognitiva comportamental. A primeira deve ser aplicada a pacientes que ainda apresentam baixa crítica do problema e que resistem ao tratamento; já a segunda aperfeiçoa o controle das situações de risco e promove a abstinência àqueles pacientes que já estão conscientes do seu problema. É sempre válido investir no tratamento do dependente de álcool, pois a sua recuperação representa, além de maior qualidade de vida, a redução dos gastos públicos com o tratamento de uma série de doenças letais, e é, muitas vezes, o primeiro passo para a reestruturação da vida dos familiares envolvidos.
Dr. Bruno Machado CRM/SP 129.635. Médico formado pela USP. Especialista em Psiquiatria pela USP. Psiquiatra do Hospital das Clínicas da USP.
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Especial do Mês | Alcoolismo Camila Cruz
Juventude alcoolizada Parece uma brincadeira inofensiva feita, inclusive, por adolescentes, mas o consumo de bebida alcoólica nessa faixa etária é cada vez mais frequente e perigoso. Seja em uma festa com os amigos da escola, num bar ou até mesmo em casa, muitos deles se arriscam diante da experiência do novo, e por isso estão consumindo álcool cada vez mais cedo, ficando à mercê da dependência dessa substância sem ter a noção exata do risco. Pode até não parecer, mas o álcool é uma droga como outra qualquer e, portanto, causa dependência química sim! Infelizmente, a sociedade pensa que pode beber álcool a vida toda, sem problema algum. Nos adolescentes menores de idade o problema é maior ainda, já que uma pesquisa recente do Ministério da Saúde mostrou que mais de 70% dos jovens brasileiros com 13 a 15 anos já consumiram alguma bebida alcoólica, e muitos deles já se embriagaram. O contato precoce com o álcool acontece por diversos motivos, seja para o adolescente “ganhar moral” com os amigos, evitar a exclusão do grupo, desinibir-se durante as conversas ou enquanto rola aquela paquera, para se autoafirmar, por simples curiosidade sobre como é beber álcool ou até mesmo por incentivo dos próprios pais ou familiares. A Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas (Abead) alerta justamente para a negligência dos responsáveis, já que muitos adolescentes bebem em casa, por divertimento e sem nenhuma restrição. E atrativos das indústrias não faltam. As mesclas e bebidas adocicadas instigam os jovens porque diluem o álcool com sabores da infância, como refrigerantes, sucos, frutas e açúcar. Mas especialistas afirmam que os jovens que consomem álcool cedo ficam mais vulneráveis a desenvolver dependência alcoólica do que aqueles que começam depois dos 21 anos, após a for32|TotalSaúde
mação total do cérebro. Os riscos também são maiores, já que a bebida alcoólica faz com que eles se exponham mais, com envolvimento em brigas, acidentes de trânsito... O mau desempenho e o abandono da escola também estão associados ao consumo excessivo e frequente de álcool.
Só de vez em quando? Engana-se quem pensa que beber apenas aos finais de semana, por exemplo, deixa-nos livres de qualquer efeito negativo da bebida. O instituto de pesquisa Scripps, nos Estados Unidos, realizou uma experiência em ratos e afirmou que o “beber de vez em quando, mas em grandes quantidades” também é prejudicial à saúde. O estudo mostrou que o consumo excessivo de álcool de uma só vez afeta o cérebro exatamente da mesma forma que a ingestão frequente. Na experiência, os ratos que beberam três vezes por semana consumiram álcool cada vez mais, e apresentaram alterações cerebrais semelhantes às observadas em animais alcoólatras.
Especialistas afirmam que os jovens que consomem álcool cedo ficam mais vulneráveis a desenvolver dependência alcoólica do que aqueles que começam depois dos 21 anos, após a formação total do cérebro.
Fonte: Portal Alcoolismo
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Bem-estar | Atividade física Juliana Lanari
Atividade física gratuita
E de qualidade! “Além dos exercícios, a caminhada também é uma forma de aquecer os músculos e estimular as unidades motoras, o que permite maior eficiência e eficácia na execução das atividades. Caminhadas curtas ou longas, o importante é estimular os músculos e tendões antes da prática esportiva”, orienta o conselheiro Sílvio Lobo Filho.
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Em Campo Grande, só deixa de exercitar os músculos, realmente, quem quer. Algumas regiões oferecem parques onde é possível fazer longas caminhadas. Há também quem prefira as pistas das praças, com trajetos mais curtos. E as academias ao ar livre para os idosos? Nos últimos anos, mais de 60 unidades foram instaladas na cidade. Malhação pertinho de casa, e melhor: de graça! Além de democrática e de proporcionar a interação social, a academia ao ar livre resulta em inúmeros benefícios: o idoso tem melhora na circulação sanguínea, no tecido ósseo e no tônus muscular; o exercício físico auxilia, ainda, no combate à osteoporose e no tratamento da depressão. O problema é que até hoje não foram disponibilizados profissionais da Educação Física para que haja o acompanhamento dessas atividades. O assunto está na pauta do Conselho Regional de Educação Física da 11ª Região, que atende Mato Grosso do Sul e Mato Grosso (CREF 11). “Os movimentos têm que ser orientados. Todos os equipamentos provocam lesões se forem usados de forma incorreta”, alerta o conselheiro Sílvio Lobo Filho. O CREF 11 vai sugerir ao município que profissionais façam a pré-avaliação (anamnese) e acompanhem os idosos. “O projeto para acompanhamento dos idosos deve ser institucional, ou seja, um projeto da prefeitura com a participação direta da FUNESP e SESAU. A Secretaria de Esportes precisa realizar um tra-
balho em conjunto com a Secretaria de Saúde para atender os idosos nas academias. Poderia haver, nesses locais, aferição de pressão arterial e exames rápidos para detectar possíveis patologias”, sugere o conselheiro. O Conselho propõe também a avaliação da eficácia dos aparelhos. É necessário analisar a biomecânica dos movimentos para definir quais músculos efetivamente são trabalhados. “O alongador, por exemplo, não deveria ser rotativo; o idoso pode prejudicar a coluna se efetuar movimentos de giro. O nome já diz: “alongador”, o que permite o alongamento da coluna, dos braços e das articulações dos ombros. Giros podem provocar torções e lesões”, alerta.
Saiba como evitar lesões Mesmo com pouco peso e trabalhando apenas com o corpo, os equipamentos das academias ao ar livre podem provocar lesões graves. Muitos acreditam que o correto é fazer o exercício rapidamente, conduta esta equivocada: “Movimentos bruscos podem lesionar, principalmente, os ombros e os joelhos em suas articulações e ligamentos”, explica o conselheiro, que é doutor em Educação Física e profissional com mais de 40 anos de experiência na área. A primeira orientação é fazer o alongamento antes da atividade física. “Além dos exercícios, a caminhada também é uma forma de aquecer os músculos e esfevereiro, 2013
Atividade física | Bem-estar
timular as unidades motoras, o que permite maior eficiência e eficácia na execução das atividades. Caminhadas curtas ou longas, o importante é estimular os músculos e tendões antes da prática esportiva”, orienta o conselheiro. Outra dica é nunca fazer a extensão total das pernas e braços nos movimentos de flexão e extensão. O correto é não completar o movimento extensivo, ou seja, manter a semiflexão. A postura também precisa ser observada; mantenha a coluna reta, evitando posições curvadas para frente, para trás ou para as laterais. O exercício físico nunca deve ser praticado em alta velocidade, com violência. “Essa regra vale até mesmo para o simulador de caminhada. O que deve se
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levar em conta é o tempo da execução e o número de repetições, e não a intensidade. A atividade deve progredir semanalmente, ou seja, a repetição deve ser aumentada no começo da nova semana, porém jamais com o aumento da velocidade”, explica o conselheiro. Acerca da boa e velha caminhada, orientações simples: alongamento antes e respeito aos limites; por ser uma atividade individual, é preciso respeitar o próprio ritmo. “O importante é progredir, ou seja, aumentar a distância percorrida ou a velocidade”, orienta. Além de trabalhar músculos inferiores e superiores, caminhar faz bem ao coração, ao pulmão, ao aparelho circulatório e elimina toxinas. Que tal começar ainda hoje? Espaço é o que não falta!
Além de democrática e de proporcionar a interação social, a academia ao ar livre resulta em inúmeros benefícios, mas o problema é que até hoje não foram disponibilizados profissionais da Educação Física.
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Bem-estar | Bem-estar coletivo Renato Lima
É como se a academia fosse até o aluno. No Parque das Nações Indígenas, por exemplo, a equipe monta uma estrutura com tenda, colchonetes e água, e disponibiliza instrutores para fazer o alongamento, acompanhar a corrida ou caminhada e avaliar o rendimento de cada praticante.
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Bem-estar coletivo Aos fins de semana, o trânsito muda no Parque dos Poderes e na Avenida Afonso Pena. Os carros dão lugar ao tráfego de ciclistas e pedestres, que tomam as bordas das vias em grupos e pelotões, criando um novo cenário em Campo Grande. São os grupos de corrida, caminhada e ciclismo que ganham, a cada semana, mais adeptos à modalidade coletiva de exercício físico. Em vez de academias e ambientes fechados eles preferem um horizonte livre e o contato com a natureza, condições ideais para suar e renovar as energias. De acordo com Diego Souza, diretor técnico de um dos maiores grupos de treinamento de corrida da Capital - que conta, hoje, com 150 alunos - esse modelo de atividade coletiva garante alguns benefícios diferenciados. “O trabalho feito em grupo proporciona uma motivação maior, pois as pessoas interagem entre si, fazem novas amizades, combinam horário para correr juntas, uma dá força à outra, além de ser uma ótima opção para as pessoas se socializarem, ampliarem o círculo de amizades e até fazerem negócios”. É como se a academia fosse até o aluno. No Parque das Nações Indígenas, por exemplo, a equipe monta uma estrutura com tenda, colchonetes e água, e disponibiliza instrutores para fazer o alongamento, acompanhar a corrida ou caminhada e avaliar o rendimento de cada praticante. Isso porque cada pessoa tem um objetivo específico, seja a perda de peso, a melhora do condicionamento físico, a respiração ou mesmo aprender a postura e a passada correta, evitando complicações no pós-treino. Diego, que também é graduado em Educação Física e especialista em Fisiologia, aponta os principais benefícios da prática desses tipos de atividades físicas, como: melhora os sistemas cardiorrespiratório e imunológico, fortalece ossos e músculos,
libera toxinas do corpo e impacta positivamente no sono - e até no libido. Outra opção é o ciclismo, na modalidade pedal, como são chamados os passeios em grupos. Diferente do que muita gente pensa, não se trata de clube fechado, e nem possui custo: palavra de quem organiza pedaladas, como é o caso de Jesus Brenno Elias Batista, ciclista profissional que realiza esses passeios para incentivar a prática do ciclismo como lazer e atividade física. “Uma das coisas que faz as pessoas se apaixonarem rapidamente pelo ciclismo é justamente a interação social que ele proporciona. Cada pedal tem um perfil, por exemplo: o pedal das 8 é bem família e descontraído; aos sábados, você já encontra mais atletas - ou então aqueles bem ligados em rendimento. Nas trilhas dá uma misturada, mas todo mundo está lá porque adora uma aventura”, explica Jesus. O grupo realiza, às segundas-feiras, o “pedal das 8”, com concentração às 19h30 na Rua Pedro Celestino, 1.368, e saída às 20h. O percurso pelo centro da Capital tem em torno de 20 quilômetros, com paradas em pontos turísticos, e reúne, em média, 80 ciclistas. Já as mulheres contam com um passeio só delas, é o “pedal das divas”, com exceção somente para namorados e maridos ciumentos, explica Jesus. O objetivo é contribuir para que as mulheres melhorem seu rendimento e desenvolvam mais confiança em suas pedaladas. O grupo é organizado pela ciclista Divida Batista. Outro apaixonado pelo ciclismo coletivo é o vendedor Sérgio Paraná. Ele atribui a esse novo comportamento uma vida menos estressada e 40 quilos a menos. Sérgio participa de outro grupo de pedalada, que se reúne três vezes por semana. “Temos vários tipos de pessoas que pedalam com a gente, desde o profissional liberal até o funcionário público fevereiro, 2013
Bem-estarcoletivo coletivo| |Bem-estar Bem-estar Bem-estar
Atividade física em grupo e em locais públicos é uma boa pedida para quem procura mais saúde e menos estresse.
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Bem-estar | Bem-estar coletivo
aposentados... São pessoas com faixa etária entre 20 e 60 anos que, na verdade, muitas vezes aprendem a viver novamente. Tenho uma vida saudável, e isso é muito bom”, comenta. Na internet, em sites e redes sociais é possível localizar alguns grupos de caminhada, corrida ou pedalada, mas a melhor forma de participar é, realmente, aproximando-se e perguntando; afinal, o coletivo é o grande diferencial dessas atividades.
Pronto para correr/caminhar O preparador físico Nilton Júnior orienta a iniciar as atividades com uma caminhada ou corrida leve, usando tênis apropriado para o tipo de pisada e roupas confortáveis; existem tecidos apropriados para a corrida, (mais leves e com melhor absorção de suor). E é muito importante tomar alguns cuidados: correr ou caminhar em temperatura amena, usar protetor solar, “ouvir e sentir” os indicadores do corpo (cansaço, dores, desconforto etc.) e respeitar o seu limite físico para evitar lesões. Importante destacar que cada tênis tem uma vida útil (em quilômetros rodados). Portanto, quando o tênis apresentar um desgaste muito grande na lateral ou estiver deformado, é sinal de que já está na hora de trocá-lo. Outra vantagem da corrida/caminhada é que se pode praticar em diferentes locais; numa viagem de férias ou a negócios, por exemplo, você não precisa interromper seu treinamento, aproveita para conhecer a paisagem local enquanto se exercita, o que é acessível a todos e não exige alto investimento.
Pronto para pedalar Para começar, é necessário que a pessoa tenha uma bike apropriada ao tama38|TotalSaúde
nho e estilo do usuário; as mais comuns são as híbridas, mais utilizadas para o lazer, mas há também a MTB, indicada para trilhas e terrenos irregulares, e a speed, para quem prefere velocidade ou deseja uma pedalada mais profissional. O traje apropriado para o ciclismo não é obrigatório, mas proporciona melhor deslocamento, menor atrito e oferece bolsos para acondicionar garrafa de água e outros objetos. Obrigatório mesmo é o capacete, segurança em primeiro lugar. E, para os adeptos à pedalada noturna, é importante não esquecer a sinalização, como lanternas de Led, por exemplo. Para percursos de longa distância, a dica é levar sempre água, a alimentação necessária, um kit chave Allen, remendo, câmara reserva, documentos pessoais e um pouco de dinheiro para possíveis imprevistos. Benefícios da atividade física - Alívio da tensão e do estresse do dia a dia; - Aumento do condicionamento físico e da resistência muscular; - Estímulo à formação de massa óssea, evitando problemas como a osteoporose; - Melhora do sistema imunológico; - Redução da gordura corporal; - Controle das taxas de colesterol e glicemia; - Prevenção de doenças como obesidade, cardiopatias, hipertensão arterial e diabetes; - Estabilidade do sono e do apetite; - Aumento do libido. Benefícios da prática em grupo - Aumento da autoestima; - Aumento do círculo social; - Mais disposição e motivação; - Menor índice de desistência; - Desenvolvimento do trabalho em equipe.
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Exercício físico na gravidez | Bem-estar
Fernanda Monteiro
Faz bem para mim, faz bem para o meu bebê! Estudo indica que recém-nascidos de gestantes praticantes de exercícios físicos chegam ao mundo com peso mais adequado A evolução da área de treinamento físico quebrou barreiras em relação à prática de exercícios durante a gravidez. Hoje em dia, “gestantes sem complicações, em atividade ou sedentárias, devem ser encorajadas à realização de exercícios aeróbicos e musculação, adotando ou mantendo um estilo de vida saudável”, garante o personal trainer Wander Santos, o “mineirinho”. O programa a ser seguido até o oitavo mês de gestação pode ser iniciado logo após a liberação de um obstetra. Médicos, educadores físicos e órgãos responsáveis pela saúde defendem que é preciso preparar o corpo para receber o feto, melhorando os músculos posturais, a força, a flexibilidade, a condição aeróbica, a musculatura do assoalho pélvico, o peso e controlando doenças como a hipertensão e o diabetes. Além de promover boas condições em relação ao cansaço e a dores nas costas, a atividade física auxilia no trabalho de parto e facilita a recuperação da paciente; melhora, ainda, o seu humor, bem-estar e autoimagem. A gestação é um período de muitas mudanças, em que o sistema fisiológico é ajustado para criar um ambiente saudável para o bebê. A rotina e área emocional também passam por transformações: a ação metabólica, durante a gravidez, provoca alterações fisiológicas à mãe, em repouso e em exercício... Um turbilhão de emoções que reflete na qualidade de vida. Então, para ajudar a manter o controle e curtir o momento, mexa-se! Pesquisas indicam que as gestantes fevereiro, 2013
praticantes de exercício numa frequência semanal mínima de três vezes, com duração de 30 minutos cada, têm bebês com menor frequência cardíaca durante as últimas semanas de desenvolvimento. E outro estudo aponta que recém-nascidos de grávidas praticantes de exercícios físicos chegam ao mundo com peso mais adequado. “O treinamento físico bem orientado e acompanhado só trará benefícios à saúde da mãe e do bebê. A gestante deve ser observada de forma única, levando em consideração uma gama de fatores, como limitações, nível de aptidão física e em que mês da gestação ela se encontra”, explica Wander Santos à frente do projeto Gestante Stoffer, que oferece um espaço climatizado, personalizado e seguro, com nutricionista para o controle alimentar e professores qualificados. Os benefícios propostos já foram experimentados pela mãe estreante Aline Queiroz, que, passados os três primeiros meses da gestação, voltou para a musculação. “Antes eu não era muito assídua, mas, surpreendentemente, nessa fase eu me dediquei e não parei”, recorda. Sofrendo com muitas dores nas costas, o alongamento específico após a malhação foi fundamental para que ela dominasse a nova rotina. O resultado? Um período de alívio, com energia e, logo no primeiro mês após o nascimento da saudável Júlia, Aline realizou o sonho de muitas vaidosas mulheres: perdeu os oito quilos adquiridos durante a gravidez!
ONDE ENCONTRAR
Rua Arthur Jorge, 622 Centro (67) 3305 8099 contato@stoffer.com.br
Wanderson Almeida dos Santos Cref: 003359 - G/MS. Especialista em Fisiologia, Metabolismo e Treinamento.
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Homenagem | Dia do Gráfico
Andréia Menezes Lorenzoni
Investir no funcionário é inves O grupo Alvorada acredita que prezar pelo bem-estar do funcionário é garantia de produtividade e sucesso
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Ações de reconhecimento do funcionário, bem-estar e valorização por bom empenho são formas poderosas e seguras de investimento em produção. O ambiente que contagia a equipe e faz com que ela se dedique aos resultados positivos transforma uma pequena empresa em uma grande marca, e a destaca no mercado de trabalho. Em Campo Grande, uma empresa que prioriza a valorização dos funcionários é a Gráfica e Editora Alvorada. Há 50 anos no mercado, o grupo realiza ações que demonstram a admiração pelos funcionários por meio do programa “Alvorada de Qualidade”. Esse compromisso faz com que os colaboradores trabalhem estimulados e contentes com o que fazem. Tal apreço foi base de diversas ações sólidas a fim de proporcionar um ambiente agradável de trabalho. Prova disso é o dia 7 de fevereiro, quando é comemorado o Dia Nacional
do Gráfico. A data foi marcada por homenagem e descontração na empresa. A ação é realizada durante o horário de trabalho, e conta com a união de todos os funcionários para um momento de reconhecimento da profissão. Risadas, conversas e animação a cada brinde sorteado descrevem a integração que o Dia do Gráfico proporciona à equipe Alvorada. Dinâmicas como essa estreitam os vínculos de união entre os funcionários e demonstram o reconhecimento permanente da chefia. “Eu tenho orgulho da minha equipe, porque além de todos serem muito responsáveis, são profissionais extremamente competentes, o que me faz acreditar que não existe uma equipe melhor que a nossa”, revela Mirched Jafar, diretor patrimonial da empresa. Formas de promoção interna também estimulam a capacidade e produtividade da equipe. Paul Hudson Ribeiro é exemplo de que o empenho traz retorfevereiro, 2013
Dia do Gráfico | Homenagem
Funcionários reunidos no Dia do Gráfico
estir em seu próprio negócio no: começou sua carreira na Alvorada como office boy e, após passar por diversos setores da gráfica, hoje é gerente de produção. A dedicação fez com que ele completasse 20 anos de serviço na empresa: “vejo que é uma forma de reconhecimento do valor do funcionário, e na equipe que componho conseguimos registrar o nosso trabalho e dedicação por esta empresa”, acredita. Outra ação permanente que contagiou a equipe e suas famílias foi a Biblioteca dos Funcionários. Conhecida pela variedade de obras publicadas, a Editora resolveu disponibilizar todos os seus exemplares para empréstimo, fazendo com que todos da empresa conhecessem o material que produziam e para que pudessem ter a oportunidade de compartilhar cultura com os familiares. Livros infantis, juvenis, de contos, poesia e fotografia são exemplares oferecidos na biblioteca. Antigamente, fatores como a falta fevereiro, 2013
de valorização do trabalho, horas de estresse e ansiedade de causar insônia eram problemas considerados comuns em uma jornada de trabalho, o que impedia o funcionário de encontrar a sua verdadeira identidade dentro de uma empresa. Os tempos mudaram, e trouxeram consigo a consciência de que investir em qualidade de vida beneficia tanto as atividades pessoais quanto as profissionais. Hoje, sabe-se que a ideia de adotar políticas de motivação e bem-estar é essencial não só para atingir a satisfação do funcionário, mas favorecer, também, o sucesso de uma empresa!
Funcionário Amauri Santana com o livro Tosco, projeto da Alvorada contra bullying escolar, que faz sucesso em todo o Brasil.
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Nutrição | A alimentação que trata a dengue Dra. Tatiane Savarese Attilio
A alimentação que trata Vivemos com uma preocupação infindável com a nossa saúde: no inverno, gripes e resfriados estão em primeiro lugar; em agosto é a vez das alergias respiratórias devido à baixa umidade relativa do ar, e no verão - ah, no verão... Contemplamos a dengue em todas as suas formas, inclusive a mais temida: a dengue hemorrágica. Não vou falar, aqui, nas condições de contaminação e em como o mosquito se prolifera; este é um assunto do qual, teoricamente, toda a população deveria estar consciente e fazendo a sua parte, pois só assim será possível evitar a propagação da dengue, comprometendo a saúde, a qualidade de vida e até mesmo a área profissional de quem está doente. Só quem já teve dengue sabe quão incômodo é passar pela doença. Desidratação, mal-estar, diarreia, dores pelo corpo, dores de cabeça, febre alta, vômitos, coceiras, enfim, uma indisposição que parece interminável. Um dos principais problemas da dengue, a meu ver, é que o diagnóstico só acontece realmente depois que o organismo já se encontra debilitado. Hidratação e controle das plaquetas (por meio do hemograma) são os principais cuidados a serem tomados. Não ingerir medicamentos que alterem a coagulação sanguínea também é fundamental para que haja uma boa recuperação. Como nutricionista, quero aqui deixar minha contribuição em relação à ação terapêutica de alguns alimentos e o tratamento da dengue:
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A alimentação que trata a dengue | Nutrição
a dengue Plaquetas
Fígado
A queda das plaquetas é um dos maiores problemas da dengue, se não o maior deles. Problema: a imunidade fica fragilizada e o organismo fica desprotegido, podendo contrair outras doenças - o que dificulta o processo de cura da dengue. Dica nutricional: assim como há medicamentos específicos para as doenças, existem também as dietas enterais - que são, de forma sintética, nutrientes reunidos em um tipo de shake que trata cada doença individualmente. No caso da dengue com o excesso de vômitos - que podem ser seguidos ou não de diarreia, a necessidade de nutrientes aumenta, e essas dietas são perfeitas para recuperar o paciente de forma mais efetiva.
Paracetamol e dipirona normalmente são os medicamentos prescritos para quem está com dengue, indicado tanto para o controle da febre quanto para as dores no corpo e na cabeça. Problema: o fígado é o órgão que metaboliza os medicamentos, cujo uso contínuo faz com que essa parte do corpo fique fragilizada. Dica nutricional: consumir abacate, azeite de oliva extravirgem, missô (pasta de soja) e suco de laranja lima com escarola/ chicória. Estes alimentos contribuem para que o fígado fique fortalecido e suporte a dosagem dos medicamentos.
Desidratação: Febre, vômitos e diarreia fazem com que o organismo fique desidratado rapidamente. Problema: com o organismo desidratado, temos o agravamento da dengue e a alteração da composição sanguínea, entre outros problemas. Dica nutricional: o consumo de água de coco, suco de frutas, água, bebidas isotônicas e soro caseiro é fundamental para o controle da desidratação; beba com abundância! Obs.: Os portadores de doenças renais devem ter o acompanhamento do nefrologista e do nutricionista, para que não haja excesso de sais na urina.
Saúde intestinal A diarreia prejudica muito a saúde intestinal. Problema: com a saúde intestinal debilitada, fica mais difícil a recuperação da dengue - e o organismo fica mais suscetível a outras doenças. Dica nutricional: consumir alimentos ricos em fibras solúveis, como banana e maçã sem casca, e evitar as fibras solúveis presentes nos vegetais crus e na casca de frutas. O consumo de produtos que contenham lactobacilos, como leites fermentados e iogurtes, é fundamental. O uso de lactobacilos na sua forma medicamentosa também é aconselhável.
Finalizando, ressalto que a dengue é uma doença perigosa, cujo controle da proliferação do mosquito depende da boa vontade e ação de todos. Faça a sua parte, e o benefício será geral! fevereiro, 2013
ONDE ENCONTRAR
Rua Elvira Coelho Machado, 532 Chácara Cachoeira (67) 3349 1569 www.atitudesaude.com.br
Dra. Tatiane Savarese Attilio CRN 3/12175 Nutricionista. Especialista em Nutrição Clínica, Obesidade e Emagrecimento. Docente em cursos de extensão na área da saúde.
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Comportamento | Perfeccionismo
Juliana Lanari
Quando o perfeccionismo atrapalha O lençol da cama deve ser impecavelmente esticado todas as manhãs. A louça das refeições raramente fica suja por mais que 15 minutos. Na mesa de trabalho, limpeza e organização. Algumas pessoas têm o perfeccionismo como um traço da sua personalidade. Cumprem, ou pelo menos tentam, todas as tarefas que lhes são impostas com zelo e capricho. Buscam a perfeição em tudo o que fazem. O problema é quando essa característica atrapalha a rotina e as relações com as outras pessoas. Nem sempre a família, os amigos e os colegas de trabalho suportam conviver com alguém que faz tudo tão certinho. A busca pela perfeição é capaz de destruir casamentos, amizades, e pode até atrapalhar a carreira. “O perfeccionismo nem sempre é o caminho para o sucesso”, explica a psicóloga Mônica Wanderley. Alguns profissionais que ocupam cargos de liderança canalizam o perfeccionismo de forma negativa. O chefe determina que, ao redigirem ofícios, os funcionários do setor escrevam textos de, no máximo, cinco linhas. E vai além: que a última linha apresente o mesmo número de toques das demais. “As pessoas ficam presas a detalhes insignificantes que não mudam o resultado final do trabalho”, esclarece a psicóloga.
Xô, perfeição! A busca pela perfeição passou a incomodar os outros e a si mesmo? É hora de mudar! O primeiro passo para deixar a vida mais leve é reconhecer-se perfeccionista. Outra dica é conjugar com mais frequência o verbo permitir. Permita-se sair de casa sem arrumar a cama, deixar as gavetas do guarda-roupa desarrumadas naquela semana e, por que não, a louça suja na pia de um dia para o outro. Quando o perfeccionismo afetar a rela46|TotalSaúde
ção com a família e com os amigos, adote o respeito mútuo. O marido chega cansado do trabalho e espalha as roupas sujas pelo chão da casa? Caso isso lhe incomode, proponha um acordo. Peça que a bagunça seja feita apenas no quarto. Lá, pode! Na sala de visitas, não. “É preciso estabelecer o limite de espaços para não incomodar e nem ficar incomodado”, explica a psicóloga. No trabalho, é preciso canalizar o perfeccionismo para o bem. Ocupa um cargo de chefia e busca a perfeição? Não deixe os funcionários presos a detalhes sem importância. “Conheça e respeite os limites de cada um, e traga os melhores para perto. Eles vão ajudar a cumprir as tarefas com perfeição”, orienta Mônica.
Sinal de alerta A empresária não consegue sair de casa para levar os filhos à escola e seguir para o trabalho enquanto não lava toda a louça do café da manhã. Impõe a si mesma essa regra, como se algo de ruim fosse acontecer caso não a cumpra. O perfeccionismo que ultrapassa limites requer atenção. A busca desenfreada pela perfeição, aliada a outros sinais, pode caracterizar o Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC). Esse distúrbio psiquiátrico de ansiedade, para o qual há tratamento, provoca crises recorrentes de obsessões e compulsões, e a pessoa só se livra do pensamento se cumprir um ritual. “Quando o perfeccionismo é exagerado, sobrepõe-se a outras coisas e faz mal. É preciso buscar ajuda”, alerta a psicóloga. Mas, atenção! Se você está lendo este texto e é perfeccionista, não vire a página pensando que tem TOC. Esse diagnóstico deve ser feito por um psicólogo e por um médico psiquiatra. Como foi dito no início da reportagem, a busca pela perfeição pode ser apenas uma característica marcante da sua personalidade. fevereiro, 2013
Medicina | Transtorno bipolar Juliana Lanari
Transtorno bipolar: da euforia à depressão Ao cortar parte da orelha esquerda com uma navalha, em 1888, o gênio holandês das artes plásticas, Vincent Van Gogh, revelou sofrer de um mal que, atualmente, afeta milhares de pessoas em todo o mundo. O maior expoente do pós-impressionismo apresentava os sinais do transtorno bipolar, uma doença mental caracterizada por variações extremas de humor: em alguns momentos, depressão profunda; em outros, alegria eufórica. Famosos como o músico Kurt Cobain e o político Ulysses Guimarães também receberam o diagnóstico do distúrbio. O transtorno bipolar é provocado pelos baixos níveis de serotonina no cérebro. Estudos indicam que a falta desse neurotransmissor é hereditária, ou seja, pessoas com casos na família têm predisposição para desenvolver a doença. O diagnóstico é apenas clínico. “Não existe um exame que detecta o distúrbio. A única forma de diagnosticá-lo é pela anamnese, uma entrevista em que o paciente relata sua história de vida”, explica o psiquiatra José Carlos Rosa Pires de Souza, PhD pela Faculdade de Medicina de Lisboa. O espaço de tempo entre o ciclo da euforia e o da depressão varia de caso a caso. Os psiquiatras explicam que a fase pode durar anos, meses, semanas ou horas. “Alguns adolescentes e adultos jovens apresentam oscilação de humor no mesmo dia”, comenta José Carlos. Nas crianças, o transtorno bipolar cursa de forma diferente: a doença, na maioria das vezes, é confundida com rebeldia ou falta de educação. Irritabilidade, mau humor e alegria exagerada são alguns dos sinais. A faixa etária mais afetada pelo transtorno varia entre 20 e 40 anos. Os sintomas costumam se arrastar por anos a fio e, geralmente, são confundidos com os da depressão. Na fase da euforia, o paciente pode apresentar alguns sinais particu48|TotalSaúde
lares como irritabilidade, agressividade, compulsão por jogos – o que leva muitos a prejuízos financeiros – promiscuidade, insônia e delírios de grandeza. Não é por acaso que, até bem pouco tempo atrás, o distúrbio era classificado como psicose maníaco-depressiva. Não é mais porque os estudos apontam que nem todo bipolar é psicótico. A doença não tem cura, mas tem controle. O tratamento é feito por meio de antidepressivos, ansiolíticos, estabilizadores de humor e, se necessário, antipsicóticos. Todos os medicamentos são oferecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O acompanhamento psicoterapêutico também é recomendado, além da prática de atividades físicas. Álcool, drogas, café e refrigerantes à base de cafeína devem ser evitados porque agem como estimulantes, piorando os sintomas do transtorno. A família, que também sofre com as oscilações de humor do bipolar, tem um papel fundamental no diagnóstico, bem como em convencer o paciente a se tratar. A primeira atitude a ser tomada, recomenda o psiquiatra, é seguir os passos da chamada “psicoeducação”. “É preciso obter o máximo de informações sobre a doença e, antes de tudo, aceitar que a pessoa tem o transtorno. A negação e a superproteção são ruins para o paciente, assim como sentir dó, o que pode gerar um sentimento de culpa e atrapalhar o tratamento”, orienta.
A doença não tem cura, mas tem controle. O tratamento é feito por meio de antidepressivos, ansiolíticos, estabilizadores de humor e, se necessário, antipsicóticos.
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Torta de
Torta de mandioquinha com carne-seca | Receita
mandioquinha
com carne-seca Ingredientes:
Modo de preparo:
1 kg de mandioquinha 2 colheres (sopa) de margarina 2 ovos 1/2 xícara (chá) de queijo ralado Sal a gosto
Aqueça o forno a 180°C. Cozinhe a mandioquinha e passe-a pelo espremedor de legumes, ainda quente. Acrescente a margarina, o sal e misture bem. Bata os ovos até o conteúdo dobrar de volume. Junte-o ao purê de mandioquinha e trabalhe a massa até ficar homogênea. Reserve. Em uma panela, aqueça o azeite e doure a cebola e o alho. Acrescente a carne-seca e a couve cortada em tiras bem fininhas. Refogue durante cinco minutos, retire do fogo e deixe esfriar. Com metade da massa de mandioquinha, forre o fundo de um refratário grande. Recheie e cubra com o restante da massa. Polvilhe o queijo ralado e leve ao forno por aproximadamente 25 minutos, ou até dourar.
Recheio: 2 colheres (sopa) de azeite 1 cebola picada 2 dentes de alho picados 500 g de carne-seca dessalgada, cozida e desfiada 1 maço de couve
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Endereços úteis CONTATOS
Cirurgia plĂĄstica
Drogaria
Dr Fe Dra. Rosalina Maria Basegio rraz CRM/MS 3183 a Pediatra, Hematologista ClĂnica HOPE Oncologia e Hematologia SĂŁo Rua FOceano Atlântico, 245 Campo / MS Campo Grande Grande/MS (67) 3027 4722
Dr. Bruno Machado CRM/SP 129635 Psiquiatra Hospital das ClĂnicas - USP Rua Artur de Azevedo, 495 Pinheiros SĂŁo Paulo/SP (11) 3081 4622
Medicina-fetal Aparelhos auditivos
Dra. ThaĂs Sakuma CRM/MS 5868 Dermatologista Rua Fernando Correa da Costa, 1.233 Sala 4 Campo Grande/MS (67) 8168 3856 thais.sakuma@gmail.com7
Dr. Radi Jafar Rua AntĂ´nio Maria Coelho, 2.912 Campo Grande/MS (67) 3324 9802
Produtos naturais
Odontologia
Dr. MaurĂcio de Barros Jafar Rua AntĂ´nio Maria Coelho, 2.912 Jardim dos Estados Campo Grande/MS (67) 3321 8921
50 | TotalSaĂşde
Condicionamento fĂsico
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