SUMÁRIO
EDIÇÃO 70
ANO 6
08 | total saúde
SETEMBRO 2013
46 | Vida no trânsito
PROTEJA-SE DAS HEPATITES
SOMOS TODOS PEDESTRES
10 | total saúde / opini�o
50 | Vida no trânsito
DESINTOXICANDO
A CIDADE ONDE SE APRENDE BRINCANDO
12 | total saúde
52 | Vida no trânsito
DOENÇAS TROPICAIS
DE OLHO NA LEI
13 | total saúde
54 | Vida no trânsito
HIPER O QUÊ?
SOBRE DUAS RODAS
14 | total saúde / Nutriç�o
56 | Vida no trânsito
MACARRÃO INTEGRAL
JOVEM CONSCIENTE, TRÂNSITO MAIS SEGURO
16 | total saúde
60 | Vida no trânsito
PRIMAVERA ÉPOCA DAS ALERGIAS SAZONAIS
NO LIMITE
18 | total saúde
62 | Dia Nacional do idoso
CORRIDA DO BEM
UM BLOG PARA ENVELHECER BEM
20 | total saúde
64 | Dia Nacional do idoso
UMA ESPERANÇA PARA A VACINA DA AIDS
ATESTADO DE VELHICE? SERÁ?
22 | total saúde / odontologia
65 | Cultura
SAÚDE BUCAL E ESCOVAS DENTAIS
GRUPO FANTASIA
24 | total saúde / Nutriç�o
66 | Cultura
A IMPORTÂNCIA DE COMER EM CASA
LUZ, HARMONIA E ESCURIDÃO
26 | total saúde / Nutriç�o
70 | Cultura
JUVENTUDE LILÁS
ALÉM DA IMAGINAÇÃO
28 | total saúde
74 | Gatronomia
BANDEIRA DO BEM
PACU COM FAROFA DE BANANA
30 | total saúde
76 | Viaje bem
NASCIMENTO DAS DÚVIDAS
COUCHSURFING
34 | total saúde
80 | informe publicitário
CONSAÚDEMS
REALIZA SEGUROS
36 | total saúde
81 | esporte
ZUMBIDO O QUE PODE SER?
OPERÁRIO UMA OBRA DE 75 ANOS
38 | total saúde
82 | Comportamento
SAL DAQUI
REGRAS DE CELETIQUETA
40 | total saúde
85 | Comportamento
HIPERPLASIA PROSTÁTICA BENIGNA (HPB)
ESCOLA AMIGA DO MEIO AMBIENTE
42 | total saúde
86 | Comportamento
FAÇA O SANGUE CIRCULAR
PROJETO AMOR-PEIXE
44 | Vida no trânsito
88 | Dicas de leitura
NOVAS ABORDAGENS PARA UMA COMBINAÇÃO ANTIGA
TODA POESIA / ENQUANTO MAMÃE NÃO VEM
CDC NUCLEAR: Inovação para garantir um diagnóstico preciso.
Exames de Cintilografia/Medicina Nuclear: precisão, rapidez e menor exposição à radiação. O CDC inaugura com exclusividade a sua nova ala dedicada ao exame de cintilografia, um método não-invasivo para avaliação de tratamentos cardiológicos, principalmente infarto e angina do peito. Dr. Adalberto Arão Filho Diretor Técnico / Medicina Nuclear CRM/MS 4584
www.clinicacdc.com.br
editorial
F
alar sobre trânsito é tocar em um assunto universal. Desses que a gente consegue englobar cada cidadão, porque interessa para todo mundo. Seja você pedestre, motorista, passageiro, ciclista ou motociclista, todos estamos em algum momento do dia envolvidos no trânsito da cidade. Infelizmente, o que constatamos no dia a dia nas ruas é uma falta de respeito às leis e ao próximo. Ausência que talvez pudesse evitar muitos acidentes e incidentes. A edição de setembro da revista Cinco + quer destacar a importância de respeitarmos as leis de trânsito. Campanhas e projetos de conscientização para crianças, jovens e adultos estão aí para mostrar o caminho a ser seguido. Com simples atitudes podemos mudar essa realidade. Parar para um pedestre que está na faixa, atravessar com tranquilidade, respeitar as sinalizações, utilizar os equipamentos dos veículos, como, por exemplo, a seta, não dirigir após ingerir bebida alcoólica, dentre muitas outras situações, já deveriam estar extintas das estatísticas de acidentes de trânsito. Leia a nossa edição especial, conheça um pouco mais sobre o trânsito da Capital e busque inspiração para mudar de atitude no trânsito. Dias atrás, indo para o trabalho, vi uma frase desses adesivos de carro que adorei: “Está com pressa? Saia mais cedo de casa!”. Kátia Kuratone
Coordenação de Comunicação: Kátia Kuratone (DRT/MS 293) - Comercial: Henrique Attilio - Marketing: Oscar Diego de La Rubia e Henrique Attilio - Arte, Diagramação e Editoração Eletrônica: Uimer Ronald Freire e Futura Comunicação e Marketing - Redação: Aline Queiroz (DRT/MS 163), Anahi Zurutuza (DRT/MS 932), Camila Cruz (MTB/MS 736), Carol Alencar (DRT/MS 593), Fernanda Valentin (DRT/MS 419), Jacklin Andreucce (DRT/ MS 095), Kátia Kuratone (DRT/MS 293), Luiz Felipe Fernandes (MTB 2013), Marina Bastos (MTB/14966), Michella Guijt (MTB/27592), Marta Ferreira de Jesus (MTB/097) - Revisão: Matilde Nantes Coelho e Soraya Cunha Couto Vital - Conselho Editorial: Vera de Barros Jafar, Henrique Attilio, Kátia Kuratone, Oscar Diego de La Rubia, Mariana Sena e Suelen Sirugi.
Atendimento ao Cliente: Mariana Sena - Atendimento Comercial: Henrique Attilio - Planejamento e Operações: Henrique Attilio - Fotografias: Henrique Attilio, Kaká Medeiros, Valter Patrial - Fotografia Capa: Luciano Muta
www.revistatotalsaude.com.br Participaram nesta edição: Angiologista Dr. Maurício Jafar, Urologista Dr. Joaquim Miguel Vinha, Geriatra Dr. Eustaquio Marques Ferreira, Obstetra Dra. Rosinéia de Araújo Martos, Obstetra Alex Bortotto, Hepatologista Marta Deguti, Imunologista Dra. Neusa Falbo Wandalsen, Ginecologista Dr. Maurício Simões Abrão, Infectologista Dr. Rivaldo Venâncio, Pesquisadores da FMUSP Edecio Cunha Neto, Jorge Kalil e Simone Fonseca, Psicanalista Katiuscia Kintschev, Odontopediatra Symonne Parizotto, Nutricionista Tatiane Savarese Attilio, Nutricionista Paula Saldanha Tschinkel, Nutricionista Camila Reis Zidko, Nutricionista Laís Lunardon, Química Valéria de Oliveira Dias, Fotógrafo Valter Patrial, Jornalista Fernanda Mathias, Pedagogo Aymoré Alves Marinho, Blogueira Ana Carolina Amorim.
Tiragem: 10.000 exemplares
Artigos assinados não representam, necessariamente, a opinião da revista. Total Saúde é uma publicação da Editora Total Saúde Ltda, com periodicidade mensal e distribuição dirigida gratuita ou mediante assinatura anual.
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DISTRIBUIÇÃO Tamara de Lempicka
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{ TOTAL SAÚDE }
Uma doença silenciosa que mata 600 mil pessoas por ano em todo o mundo. por MICHELLA GUIJT • ilustraç�o THINKSTOCK
E
stamos falando da hepatite, que é a inflamação crônica do fígado. O tipo mais comum é a hepatite B (os outros são A e C). No Brasil, conforme dados do Ministério da Saúde, foram notificados 138.301 casos, somente entre 1999 e 2011. Como só apresenta sintomas em estágio avançado, o número de notificações é apenas uma fração do total de pessoas infectadas. Por isso, a vacina que protege contra a hepatite B passou a ser oferecida pelo Sistema Único de Saúde (SUS), a partir deste ano, a todas as pessoas com menos de 50 anos de idade. As doses estão disponíveis nos postos públicos de saúde de sua cidade. A hepatologista do Centro de Gastroenterologia, Cirurgia Bariátrica e Metabólica do Hospital 9 de Julho, de São Paulo, Marta Deguti, alerta para os sinais da doença: mal-estar, perda de apetite, olhos amarelados, urina escura. Pode também haver febre, dores nas juntas, fezes esbranquiçadas e desconforto abdominal à direita.
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“Entretanto, é importante lembrar também que existem as hepatites silenciosas, isto é, inflamação do fígado, que fica por meses, até anos e décadas, sem apresentar sintomas e que podem ser perigosas”, destaca a médica. O tratamento e a cura das hepatites dependem da causa. É importante que se faça um diagnóstico profundo. “Há hepatites por álcool. Nesse caso, a pessoa precisa parar de beber. Nas hepatites por drogas é preciso que se identifique o mais rápido possível qual a medicação responsável”, explica Marta. Já as hepatites virais, podem ser pelos vírus A, B, C e outros. Segundo a especialista, para cada tipo de vírus há um tipo de cuidado específico. “Se a inflamação do fígado estiver relacionada à gordura (esteatose), é preciso verificar se a pessoa também tem problemas de colesterol, triglicérides e diabetes e, se tiver, precisa corrigir tudo isso. Existem ainda outros tipos menos comuns de hepatites e, por isso, é importante que o médico faça a avaliação individualizada”, diz.
Gordura no fígado Também chamada de esteatose hepática, é hoje um dos achados de ultrassom mais frequentes na populaç�o. está relacionada ao ganho de peso, obesidade, diabetes mellitus, colesterol e triglicérides elevados, o que os médicos chamam de síndrome metabólica. A hematologista lembra que o consumo de álcool também provoca esteatose hepática. “Para algumas pessoas, a gordura no fígado pode gerar inflamaç�o e, a longo prazo, degenerar o órg�o e até causar cirrose”. O tratamento desses casos está necessariamente relacionado ao cultivo de bons hábitos: fazer exercícios físicos, controlar o peso, o diabetes, a dislipidemia, manter uma dieta adequada. “enfim, é importante lembrar que a gordura depositada no fígado é o reflexo de um organismo que requer melhores cuidados com a saúde como um todo”, finaliza marta deguti.
Formas de transmissão Hepatite A e E: via fecal-oral, ou seja, fezes de pacientes contaminam a água de consumo e os alimentos quando n�o há condiç�es sanitárias adequadas. Hepatite B: relaç�es sexuais e contato com objetos cortantes infectados (agulhas e alicates). o beb� pode adquirir hepatite na hora do parto se a m�e for portadora do vírus. Hepatite C: na transfus�o de sangue e derivados. Suspeita-se da contaminaç�o por meio de relaç�es sexuais e da aspiraç�o nasal de drogas, para explicar de 20 a 30% de casos de causas desconhecidas. Hepatite D: é um vírus que só causa doença na presença do vírus da hepatite B. Sua forma de transmiss�o é a mesma do vírus B.
Hepatite designa qualquer degeneraç�o do fígado por causas diversas, sendo as mais frequentes as infecç�es pelos vírus tipo A, B e C e o abuso do consumo de álcool ou outras substâncias tóxicas (como alguns remédios).
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{ TOTAL SAÚDE }
Sucos de frutas com verduras e vegetais auxiliam no procedimento de desintoxicação alimentar. por CAROL ALENCAR • fotos GIULIANO GONDIN
O
organismo humano é programado para expelir naturalmente as toxinas que adquirimos no dia a dia. Quem tem hábitos de uma alimentação excessiva ou desequilibrada sofre com a intoxicação alimentar que, muitas vezes, pode passar despercebida até a chegada de sintomas naturais, como cansaço, sono excessivo e imunidade baixa. Para combater esses males, há algumas alternativas que auxiliam na desintoxicação, principalmente dos rins e fígado, órgãos responsáveis pela eliminação de toxinas do corpo.“Geralmente as pessoas procuram uma limpeza desintoxicante, após abusarem em festas, eventos e pré ou pós-viagem, quando, normalmente, se consome mais alimentos gordurosos, doces e álcool em excesso”, diz a nutricionista Laís Lunardon.
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De acordo com a nutricionista, as toxinas deixam o Ph do corpo mais alto, proporcionando uma facilidade de acúmulo de gorduras e líquidos. Para esses casos, a desintoxicação com um suco de limpeza e uma dieta sólida balanceada, é uma maneira de ajudar o seu corpo a fazer a eliminação das toxinas. “As toxinas acumuladas no organismo causam prejuízos na balança, na pele e na disposição, além de inchaço e inflamação (aqui entra a grande inimiga das mulheres, a celulite). Prejudica também a pele, unhas e cabelos”, avalia. Atualmente, pode ter virado ‘moda’ e é frequente no hábito de quem realiza constantes dietas. A detox (termo usado para desintoxicação) é uma opção para o controle de peso e qualidade de vida. Ainda, segundo Laís, a detox entra em ação durante seis dias, justamente para efetuar a limpeza do organismo. “Investimos no consumo de sucos de frutas, mesclados com verduras e nutrientes, por meio de uma alimentação totalmente balanceada e exclusiva”, explica. Já para dietas detox com duração maior, é necessária a inclusão de alimentos sólidos e sucos concentrados com aveia, alface, brócolis, couve, rúcula, rabanete, pepino, salsão, salsinha, limão, laranja, abacaxi, gengibre e canela. A vida natural equilibrada é tida sob risco, quando exagera-se em todos os sentidos. Os hábitos dependem da gente e os auxiliares, como um suco refrescante que desintoxica e mantém nossa saúde elevada, fazem parte do ciclo da vida. A nutricionista nos forneceu umas receitinhas básicas, que podemos fazer em casa, com poucos recursos, e acrescentou: “tudo o que você precisa para não ter o organismo intoxicado é de água, muita água”.
RECEITINHAS: 1 Melancia + maçã + gengibre + salsinha + água de coco 2 Maçã + melão + gengibre + aveia + couve 3 Laranja + mamão + cenoura + beterraba + salsão + gengibre 4 Limão + maçã verde + gengibre + pepino
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{ TOTAL SAÚDE }
Sol, praia e pessoas bonitas são imagens que nos vêm à cabeça quando se fala em países como o Brasil, mas existem problemas que precisam ser combatidos, dentre eles as doenças tropicais. por ALINE QUEIROZ
I
nfecciosas ou parasitárias elas deixaram a zona rural e invadiram a área urbana das cidades que ficam entre os trópicos. Soluções contra essas doenças foram discutidas de 06 a 10 de agosto, em Campo Grande, durante o 49º Congresso Brasileiro de Medicina Tropical, que reuniu 1.500 pessoas, entre palestrantes, profissionais da saúde e estudantes de graduação e pós-graduação. A nova Medicina Tropical mostra que grande parcela da população dos trópicos vive sem água potável, eletricidade e saneamento. Essas pessoas ocupam habitações vulneráveis, em áreas de deslizamento, contaminadas, sem qualquer segurança pública ou serviços de saúde, cercadas por crime e violência. Todos esses fatores somados contribuem para a contaminação por tais doenças. Amplamente discutido durante o evento, o combate à malária poderá contar com um reforço nas ações. Os cientistas propuseram a criação de uma força-tarefa para reduzir a proliferação da doença, que tem quatro tipos letais. “Esta é uma oportunidade inédita
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para as pessoas da área atualizarem conhecimentos”, completa o presidente da Federação Internacional de Medicina Tropical, Cláudio Ribeiro, sobre a importância do Congresso. Profissionais da área de saúde tiveram, também, a oportunidade de acompanhar como estão os estudos relacionados à dengue. Segundo o presidente do Congresso, Rivaldo Venâncio, as discussões foram voltadas à resposta de uma pergunta: Por que ainda morre tanta gente por causa da dengue no Brasil? O médico e infectologista destaca que a doença não necessita de tratamento em terapia intensiva: “Na quase totalidade dos casos, só precisa de solução fisiológica”, argumenta Rivaldo sobre a simplicidade no tratamento. Entretanto, ele pondera que, em muitos casos, as pessoas que morreram com dengue, tinham outras enfermidades. Isso confirma que o tratamento requer cuidados especiais para cada caso. A boa notícia, que muitos sul-mato-grossenses que tiveram a doença esperavam, também foi apresentada no congresso: “As vacinas testadas são seguras”, conclui Rivaldo.
{ TOTAL SAÚDE }
Hiper o quê? por KATIUSCIA KINTSCHEV
O
conceito de Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) é bastante amplo, tanto na Classificação Internacional de Doenças (CID 10) quanto no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM V). Pode ser facilmente mal-interpretado por leigos e/ou profissionais de saúde, ocasionando diagnósticos precipitados. Uma das primeiras ações dos profissionais que atendem uma criança costuma ser o diagnóstico, uma espécie de saber a priori. Entretanto, cada sujeito que chega aos nossos consultórios, ou às nossas escolas, precisa ser escutado, não como um conglomerado de sintomas e queixas, mas como um sujeito único, para só depois traçar planos e metas para o seu atendimento. O diagnóstico deve ser um meio ou ferramenta e não a finalidade do tratamento. Muitas crianças consideradas hiperativas habitam o que chamamos de hipermodernidade, momento da civilização onde o sujeito se angustia frente às
múltiplas possibilidades que o mundo oferece. Uma modernidade ilimitada, que se estende rapidamente por todos os domínios da experiência humana: social, afetivo, pedagógico... O mal-estar na civilização mudou sua roupagem. O sujeito desbussolado encontra acesso facilitado aos psicotrópicos e às psicoterapias autoritárias, na tentativa de avaliar, regular, classificar. No entanto, essa euforia é substituída por uma angústia do futuro, gerando uma crise das normas vigentes. Há o déficit quando a criança é acometida de uma patologia em algum grau, apresentando uma deficiência ou dificuldade pungente em se concentrar em uma determinada atividade. Deficiência esta de ordem psicológica, neurológica ou social. Aos casos de déficit, o diagnóstico de TDAH está adequado. Insubordinação, desinteresse, distração – sintomas comuns em TDAH – passam a ser vistos isoladamente, sem contar com a forma com a qual cada criança se relaciona com o mundo. Distração é investir energia, atenção ou libido, como psicanalistas costumam chamar, onde realmente nos interessa, considerando que a libido não responde aos determinismos sociais e, não raramente, está fora das regras. Desta forma, se os diferentes ambientes que a criança circula não forem interessantes, dificilmente seguirá as regras que lhe são propostas.
Katiuscia Kintschev Psicóloga/Psicanalista - CRP/14 03328-5 Analista Praticante. Correspondente da delegaç�o Geral ms/mt da escola Brasileira de Psicanálise.
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{ TOTAL SAÚDE / NUTRIÇ�O }
por FERNANDA VALENTIN • foto THINKSTOCK
M
acarronada é uma delícia ao paladar. As prateleiras dos supermercados vêm sendo abastecidas com variedades cada vez maiores de massas integrais, essas, sim, sinônimos de refeição saudável. Na hora de ir às compras, no entanto, é bom ficar de olho na tabela nutricional e nos ingredientes: o bom macarrão integral deve ser feito com o trigo integral. A quantidade de fibras também é importante. Segundo a portaria 27, da ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), para ser considerado um alimento “fonte” de fibras, é necessário ter pelo menos 3 gramas de fibra para cada 100 gramas de macarrão – a regra vale também para qualquer tipo de alimento. Quando o pacotinho tiver a inscrição “alto teor de fibras”, cheque a tabela nutricional. Ele deverá conter, no mínimo, 6 gramas para cada 100 de macarrão. As fibras são importantes porque aumentam a sensação de saciedade de quem come, reduzindo a quantidade
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das porções e prolongando esse efeito no estômago, ou seja, a fome levará mais tempo para aparecer novamente. Assim como o arroz integral, o macarrão integral tem baixo índice glicêmico. Isso quer dizer que ele não altera rapidamente a taxa de açúcar de quem come, poupando o pâncreas de um “susto” de produção de insulina. Ele é um carboidrato complexo e leva mais tempo para ser digerido pelo organismo. A massa branca, por outro lado, vira açúcar logo depois da refeição e acelera a descarga de insulina. Com o tempo, esse processo transforma-se em gordura acumulada, principalmente na barriga. Apesar de mais durinha e escura, cozinhar a massa integral é tão simples quanto a branca: água fervente, sal e um pouquinho de azeite. Depois, equilíbrio na escolha dos ingredientes dos molhos e criatividade nas combinações garantem que a tradição italiana não seja inimiga da boa alimentação.
{ TOTAL SAÚDE }
Primavera
época das flores, das cores... e das alergias sazonais por Marina Bastos • fotos creative commons/mendhak / THINKSTOCK
Manifestações alérgicas em determinado período do ano caracterizam as chamadas alergias sazonais. Agora é a vez da polinose.
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C
om a chegada da primavera aumentam os casos de alergias causadas pelo pólen das plantas. Durante a chamada "estação das flores" é recorrente algumas pessoas sofrerem com crises de asma, bronquite, conjuntivite ou rinite alérgica. Isso porque é na primavera que as árvores florescem e ocorre a polinização: o pólen é levado pelo vento (ou mesmo pelos insetos) de uma flor para outra para que haja reprodução. Seria romântico, se esse processo não aumentasse a quantidade desses grãos no ar e gerasse verdadeiros campos minados para quem sofre com a polinose. O empresário José Ricardo Ferrante ainda era criança quando percebeu que era alérgico a pólen. Na casa de seu pai havia um pé de maracujá que na primavera ficava repleto de flores. O que era motivo de orgulho para a família, para ele era de desespero. “Demoramos a perceber a relação, mas quando o cheiro das flores ficava mais forte eu tinha complicações, como asma e bronquite”, disse Ferrante, elencando os sintomas: espirros repetidos, tosse, falta de ar e coceira nos olhos. Depois de fazer um tratamento com remédios antialérgicos o empresário convive melhor com a alergia, mas é preciso tomar precauções, como evitar passear no campo ou até entrar em floriculturas. “Não é exagero dizer que na primavera a alergia fica acentuada, pois até as flores que ficam pelo chão, nas ruas, podem desencadear os sintomas.” De acordo com a Dra. Neusa Falbo Wandalsen, coordenadora do Setor de Alergia e Imunologia da Faculdade de Medicina do ABC-SP, o alérgeno (agente da alergia) é inalado através da respiração e causa a reação. “Os sintomas alérgicos melhoram, ou mesmo desaparecem,
“As vacinas contra alergia são eficazes, na impossibilidade de se afastar os alérgenos da vida do paciente” DRA NEUSA FALBO WANDALSEN
com a medicação antialérgica correta. Em geral, a história familiar de alergia a polínios é positiva, isto é, alguém da família tem ou teve alergia.” A médica explicou que a primeira medida terapêutica é um diagnóstico correto, por meio de exames laboratoriais, como testes alérgicos e de sangue. Depois, conhecendo-se as causas da doença alérgica, afastá-las o mais completamente possível. “É claro que no caso de substâncias inalantes, fica mais difícil, porque as pessoas transitam por outros locais além de sua casa, como escola, ônibus, locais de trabalho, etc.” Mas as dicas que valem para todos os alérgicos são: higiene nasal frequente (inclusive com uso de soros), maior ingestão de líquidos, atenção às infecções secundárias ao processo alérgico e prevenção com as vacinas disponíveis. “As vacinas contra alergia são eficazes, na impossibilidade de se afastar os alérgenos da vida do paciente”, disse a Dra. Neusa.
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{ TOTAL SAÚDE }
Cerca de 1.200 pessoas participaram do evento em homenagem ao aniversário da Capital. por ELAINE VALDEZ
fotos DIVULGAÇÃO
Na véspera do aniversário de Campo Grande, dia 25 de Agosto, em pleno domingão, aproximadamente 1.200 pessoas acordaram cedo para participar da primeira edição da Corrida do Bem. A temperatura, mais amena, colaborou para deixar o clima da corrida de rua ainda mais agradável. E o evento cumpriu sua meta: arrecadou quase duas toneladas de alimentos não perecíveis, que serão doados a três instituições de caridade. Cumprindo seu objetivo de unir esporte e solidariedade, por meio da doação de alimentos, a Corrida
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do Bem vai auxiliar as seguintes instituições: Associação Renasce a Esperança, Comunidade Projeto Mãe Maria Catarina – Coophasul, e Projeto Banda de Música Mirim da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul, que a partir desta semana já começarão a receber. De acordo com o idealizador da Corrida do Bem, o personal trainer Kristofer Pachelli, outra boa surpresa do evento foi que várias pessoas doaram mais que um quilo de alimento. “Foi gratificante começar o domingo com a família toda prestigiando. Uma característica especial que notamos também foi que muitos parti-
10 KM - GERAL:
1° José Geraldo de lima (masculino) 1° Gabriela letícia rocha (feminino)
5 KM - MASCULINO:
1° enéias teodoro Gomes 2° francisco maurício de souza 3° rinaldo fabrício da silva
cipantes vieram do interior do Estado. Prova de que a corrente do bem contagia”, completou Pachelli. Adepto da corrida de rua há dois anos, Vilmar Roberto Dias, 30 anos, faturou o segundo lugar masculino na corrida de 10 km. Ele, que é considerado uma das revelações do atletismo do Estado, achou o percurso um pouco puxado, mas admite que aprecia um bom desafio. “Pra se destacar é preciso ter opinião, disciplina e determinação”, completou Dias. Às 8 horas, pontualmente, foi dada a largada na Rua Dom Aquino, em frente ao Belmar Fidalgo, que ficou repleta de corredores uniformizados com a camiseta do bem. O percurso seguiu pelas ruas 13 de Junho, Barão do Rio Branco, 25 de Dezembro, Bahia e Avenida Ricardo Brandão, no coração de Campo Grande. Para a presidente da Fundação Municipal de Esporte, Leila Cardoso, a Corrida do Bem vem ao encontro da proposta da FUNESP, integrar o esporte como ferramenta de desenvolvimento. “Foi gratificante ver esta quantidade
5 KM - FEMININO:
1° elis reGina custódio 2° PRISCILA SANTOS PEREIRA 3° daniela albuquerque
“Foi gratificante ver esta quantidade de pessoas logo pela manhã. A corrida de rua está bem organizada na Capital. Prova disso são os vários grupos de corrida presentes no evento” LEILA CARDOSO - PRESIDENTE DA FUNESP
de pessoas logo pela manhã. A corrida de rua está bem organizada na Capital. Prova disso são os vários grupos de corrida presentes no evento”, disse a presidente da FUNESP. A premiação aconteceu no Belmar Fidalgo, com sorteio de brindes dos parceiros. Os primeiros colocados no percurso de 10 km ganharam premiação em dinheiro, tanto feminino quanto masculino. O primeiro lugar recebeu R$ 500, o segundo R$ 300 e o terceiro, o valor de R$ 200. A corrida de rua ainda premiou, por categoria, os três primeiros lugares, com troféus. Além disso, todos os participantes que concluíram o percurso receberam medalha de participação. Em seguida, as duplas Tiago & Graciano e Carlos & Allan animaram a todos, transformando o Belmar Fidalgo em uma grande festa em homenagem à Cidade Morena. A ideia é realizar a segunda edição da Corrida de Rua no ano que vem. Mais informações pelo telefone 3305-8099.
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{ TOTAL SAÚDE }
Uma esperança para a vacina da AIDS por MICHELLA GUIJT
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não eliminaria totalmente o vírus do organismo, mas poderia manter a carga viral reduzida, a ponto de a pessoa infectada não desenvolver a imunodeficiência e não transmitir o vírus. Segundo Cunha Neto, a HIVBr18 também poderia ser usada para fortalecer o efeito de outras vacinas contra a AIDS, como a desenvolvida pelo grupo do imunologista Michel Nussenzweig, da Rockefeller University, de Nova York, feita com uma proteína do HIV chamada gp140. Se a vacina brasileira for bem-sucedida na primeira etapa da fase clínica, poderá despertar interesse comercial. A esperança dos cientistas é atrair investidores privados, uma vez que o custo estimado para chegar até a terceira fase dos testes clínicos é de R$ 250 milhões. Até o momento, somando o financiamento da FAPESP e do governo federal, foi investido cerca de R$ 1 milhão no projeto.
HPV O novo diretor do Departamento de DST, AIDS e Hepatites Virais, Fábio Mesquita, anunciou que o Brasil será o primeiro país do mundo a promover dentro do Sistema Único de Saúde (SUS) o acesso amplo à vacinação do HPV (Papilomavírus Humano), a partir de financiamento público. A expectativa, segundo o diretor, é que a vacina esteja disponível no SUS ainda este ano. Outra importante iniciativa anunciada é a descentralização da testagem e do tratamento dos centros de atenção especializada para a atenção básica.
Segundo Mesquita, a futura utilização, ainda este ano, da dose fixa combinada (três medicamentos combinados em um único comprimido) vai proporcionar maior agilidade e rapidez na promoção da assistência aos pacientes de AIDS na rede básica de saúde. divulgaç�o/ministério da saúde
U
ma vacina brasileira contra o vírus HIV, causador da AIDS, começará a ser testada em macacos, ainda este ano. Com duração prevista de 24 meses, os experimentos visam encontrar o método de imunização mais eficaz para ser usado em humanos. Concluída essa fase e, se houver financiamento suficiente, poderão começar os primeiros ensaios clínicos. Denominada HIVBr18, a vacina foi desenvolvida e patenteada pelos pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), Edecio Cunha Neto, Jorge Kalil e Simone Fonseca. Atualmente, o projeto é conduzido no âmbito do Instituto de Investigação em Imunologia e apoiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP). No teste mais recente, feito com camundongos e ainda não publicado, os pesquisadores avaliaram a capacidade de redução da carga viral no organismo por meio dessa nova vacina. “O HIV normalmente não infecta camundongos, então nós pegamos um vírus chamado vaccinia – que é aparentado do causador da varíola – e colocamos dentro dele antígenos do HIV”, conta Cunha Neto. Nos animais imunizados com a vacina, a quantidade do vírus modificado foi 50 vezes menor que a do grupo de controle. Agora estão sendo realizados experimentos para descobrir se, de fato, a destruição viral aconteceu por causa da ativação das células. Os cientistas estimam que no estágio atual de desenvolvimento, a vacina
o diretor do departamento de dst, aids e hepatites virais, fábio mesquita
AIDS NO BRASIL Desde o início da epidemia de AIDS, em 1980, até junho de 2012, o Brasil tem 656.701 casos registrados (condição em que a doença já se manifestou), conforme o último boletim epidemiológico do Ministério da Saúde. Em 2011, foram notificados 38.776 casos da doença e a taxa de incidência da doença no País foi de 20,2 casos, por 100 mil habitantes. Observando-se a epidemia, por região, em um período de 10 anos (2001 a 2011), a taxa de incidência caiu no Sudeste de 22,9 para 21,0 casos por 100 mil habitantes. Nas outras regiões, cresceu: 27,1 para 30,9 no Sul; 9,1 para 20,8 no Norte; 14,3 para 17,5 no Centro-Oeste e 7,5 para 13,9 no Nordeste. Vale lembrar que o maior número de casos acumulados está concentrado na região Sudeste (56%).
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{ TOTAL SAÚDE / ODONTOLOGIA }
Os atuais avanços da Odontologia proporcionaram a formação de práticas e medidas mais voltadas ao conceito de prevenção e manutenção da saúde bucal. por SYMONNE PARIZOTTO • foto THINKSTOCK
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conhecimento científico na área de treinamento em higiene bucal representa um conjunto de subsídios necessários e efetivos para manutenção da saúde. O objetivo de toda educação formal e informal para a saúde bucal é atingir um nível de higiene e uma taxa de progressão da doença perio-
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dontal e da cárie dentária que seja compatível com a manutenção de uma dentição natural, funcional e esteticamente aceitável, por toda a vida. A proposta é promover, facilitar e manter práticas de higiene bucal eficazes e possibilitar a escolha informada, diante da diversidade de produtos destinados aos cuidados.
A escova e o fio dental representam os principais instrumentos utilizados para a higiene bucal. As primeiras escovas dentais foram criadas pelos chineses, a partir de pelos de porco fixados sobre um pedaço de osso ou chifre de boi. De lá para cá, sofreram imensos avanços tecnológicos, transformando-se em instrumentos modernos, atualmente constituídos de fibras de nylon, com “designs” diferenciados. Um dos grandes anseios da população é saber qual a melhor escova dental e a técnica mais adequada para a realização da higiene bucal. Em relação à técnica de escovação, a melhor é aquela que o indivíduo consegue realizar corretamente, de acordo com suas habilidades e coordenação motora. Quanto à escova dental, deve-se atentar às suas características físicas, pois essas conduzem à obtenção de resultados positivos ou negativos. O cabo da escova deve ter forma retangular ou achatado, a fim de permitir melhor apoio. A cabeça deve ter tamanho compreendido entre 25 e 32mm (pequena a média) por 8 a 11mm de largura, apresentando 3x8 fileiras de tufos. Tais dimensões permitem que a escova seja introduzida e manobrada facilmente nas regiões mais posteriores da cavidade bucal e, ao mesmo tempo, cobrir de uma só vez um maior número de superfícies dentais. As cerdas devem ser artificiais (nylon), por serem materiais mais homogêneos, possuir diâmetro regular, mais durabilidade, menos redução da rigidez quando imersos em água, ter pontas arredondadas em suas extremidades e ter consistência média, oferecendo mais poder de limpeza e menos risco de lesão aos tecidos duros e moles. Devem ter comprimento uniforme, para permitir contato e ação simultânea de todas as cerdas, bem como pressão adequada. As escovas dentais elétricas estavam vinculadas inicialmente à incapacidade de muitos pacientes de executar adequadamente os movimentos necessários para remoção da placa bacteriana das superfícies dentárias, por falta de destreza manual no manuseio da escova. Porém, considera-se o efeito motivacional desta escova para a criança e, caso sirva como estímulo na prática da escovação, não há inconveniente em seu uso, desde que seja utilizada de forma corre-
ta e sistemática, para que os resultados sejam iguais aos da escovação manual.
Quanto à durabilidade, é muito importante que se saiba identificar a necessidade de substituiç�o da escova, que se dá quando há perda da flexibilidade e alinhamento das cerdas. Após o uso diário, a escova deve ser limpa, seca e guardada em local arejado, o que permitirá manter seu bom estado por mais tempo. Por fim, ressalta-se que a prática da escovação deve ser introduzida no âmbito familiar desde a erupção dos primeiros dentes do bebê. Deve ser realizada como parte integrante da higiene pessoal e por toda a população, independente do nível sócio-econômico-cultural, permitindo, dessa forma, o alcance da promoção da saúde bucal e integral de toda a população.
DRA. SYMONNE PARIZOTTO, CRO/MS 1766 - Especialista, Mestre e doutora em odontopediatria pela usP.
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{ TOTAL SAÚDE / NUTRIÇ�O }
A importância de comer em casa S ão onze e quarenta e cinco, aos poucos a família vai chegando para almoçar. A mesa está arrumada e, após cada um se acomodar em seu lugar de costume, as preparações são postas à mesa: uma salada crua colorida, bem diversificada, duas iguarias com legumes cozidos, sobrecoxas de frango, assadas com tomates e cebolas, arroz, feijão e uma jarra de suco de laranja fresquinho. Todos estão comendo e compartilhando os acontecimentos da manhã. Essa parece uma cena de filme ou novela, não é mesmo? Se eu fosse relatar a realidade da maioria das famílias brasileiras seria mais ou menos assim: São onze e quarenta e cinco, o pai chega com a marmita e encontra uma parte da família em casa, a outra parte está comendo no shopping com os amigos, ou na escola, ou já comeu o que restou da marmita do dia anterior e está dormindo em seu quarto. O cardápio do dia normalmente é: arroz, feijão, mandioca frita, lasanha, bife e salada de alface. Quem almoça come rapidamente e logo sai correndo para o trabalho, pois antes disso ainda precisa deixar as crianças na escola. Esta última situação, mais condizente com a realidade, pode ser analisada por vários profissionais e cada um deles daria um “diagnóstico” importantíssimo dentro de sua área, tenho certeza.
DRA. TATIANE SAVARESE ATTILIO CRN 3/12175 Nutricionista, especialista em nutriç�o Clínica, Obesidade e emagrecimento. docente em cursos de extens�o na área da saúde.
Contato: rua franklin Roosevelt, 61 Sala 08 - (67) 3306 0608 e 9128 8484 www.atitudesaude.com.br
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por TATIANE SAVARESE ATTILIO ilustraç�o THINKSTOCK foto LUCIANO MUTA
10 VANTAGENS DE REALIZAR AS REFEIÇÕES EM CASA E, SE POSSÍVEL, EM FAMÍLIA: 1 Os pais podem dar exemplo aos filhos sobre como comer de forma saudável – e exemplo é sempre a melhor maneira de conseguir que o filho melhore e/ou forme hábito alimentar mais saudável – contribuindo, assim, para o crescimento e o desenvolvimento da criança. 2 Os alimentos que são preparados em casa apresentam menos óleo, sal, gordura saturada, conservantes, agrotóxicos, etc. 3 Quando compramos alimentos para serem preparados em casa,escolhemos os mais “frescos” e, por isso, mais nutritivos, principalmente se aproveitarmos os alimentos da época e os orgânicos. 4 Ao comer em família, os pais podem observar melhor os hábitos alimentares dos filhos e, com isso, perceber se existe algum risco de distúrbio alimentar, como: anorexia, bulimia, compulsão alimentar, etc. 5 Comendo em casa é mais fácil evitar obesidade, pressão alta, diabetes, colesterol alto, gastrite, intoxicação alimentar, etc. Para todos os membros da família. 6 As gestantes devem priorizar comer em casa, como uma forma de prevenir as intoxicações alimentares, desde os primeiros meses de gravidez até o término da amamentação. 7 Em casa, montar um cardápio saudável é bem mais fácil. 8 Sobremesa em casa também é permitido, já que fica mais fácil optar por receitas mais saudáveis, à base de frutas, e até as mais elaboradas, porém com menos calorias, gorduras, açúcares, etc. 9 Comendo em casa é mais difícil de enjoar do tempero e fica bem mais barato. Comer em casa e em família é uma saborosa forma de carinho!
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{ TOTAL SAÚDE / NUTRIÇ�O }
Seja in natura, desidratadas, em extratos ou polpas, o mirtilo, ou blueberry, é uma fruta com um alto potencial antioxidante que combate o evelhecimento. por ALinE QuEirOz • fotos crEATivE cOMMOnS / AnnA vErDinA
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E
la é pequenina, chega de mansinho no mercado, mas com uma proposta grandiosa. O mirtilo, ou blueberry, é uma fruta com um alto potencial antioxidante e se apresenta como forte aliada no combate ao envelhecimento precoce. Parece um sonho consumir um alimento que garanta juventude, porém essa realidade pode estar bem perto. A blueberry já é encontrada em algumas frutarias e supermercados de Campo Grande, seja in natura ou desidratadas, em extratos e polpas. Mas quem quiser obter os mesmos nutrientes dessa fruta pode encontrar outras opções. A nutricionista Paula Saldanha Tschinkel explica que recomenda o mirtilo, porém ressalta que o preço do produto é consideravelmente alto quando comparado a outras frutas do grupo com o mesmo valor nutricional, entre elas as vermelhas. Poluição, estresse, álcool, radiação, fumo, alimentação desequilibrada e sedentarismo fazem com que o corpo produza radicais livres, moléculas instáveis que estão ligadas ao envelhecimento precoce e a doenças crônicas não transmissíveis, como as cardiovasculares e o câncer. “Vários estudos têm sido conduzidos em diversos países, evidenciando que o consumo de mirtilo pode prevenir o declínio cognitivo durante o envelhecimento e redução da ingestão alimentar, levando à redução do peso corporal e da oxidação da lipoproteína de baixa densidade humana (colesterol ruim). A fruta proporciona relaxamento das artérias, regulando a pressão do sangue, contribuindo para a redução de doenças cardiovasculares, e pode auxiliar também no controle do diabetes. Os flavonóides do mirtilo são reconhecidos pelas propriedades anticancerígenas, sendo a capacidade antioxidante das antocianinas, considerada a propriedade biológica mais relevante”, afirma a nutricionista.
“(...) o consumo de mirtilo pode prevenir o declínio cognitivo durante o envelhecimento e reduç�o da ingest�o alimentar, levando à reduç�o do peso corporal e da oxidaç�o da lipoproteína de baixa densidade humana (colesterol ruim) (...)” PAULA SALDANHA TSCHINKEL
Segundo Paula, em 2007 um simpósio apresentou os benefícios da fruta para atenuar o declínio cognitivo que ocorre na doença de Alzheimer e outras condições de envelhecimento. Já um estudo feito em 2010, pela UFPEL (Universidade Federal de Pelotas), apontou os benefícios da fruta para atletas. Nesse caso, o mirtilo tem a capacidade de proteger o organismo deles contra a formação excessiva de radicais livres gerados pelo exercício físico, porque a fruta reduz o estresse oxidativo no organismo, previne danos nos tecidos e fadiga muscular. As frutas vermelhas e arroxeadas ajudam a manter a pele jovem e saudável, pois são ricas em substâncias que protegem contra os radicais livres, além de fornecerem vitaminas, minerais e fibras necessárias ao pleno funcionamento do organismo. A nutricionista esclarece ainda que além do consumo da fruta blueberry, as pessoas podem manipular o extrato com o mesmo efeito nutricional. Agora, uma informação importante àqueles que lutam contra a balança: meia xícara de blueberry fornece, em média, 45 kcal.
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{ TOTAL SAÚDE }
Estudantes e professores da USP levam atendimento médico e cirurgias ginecológicas à mulheres de Coxim, na expedição de 2013 do projeto Bandeira Científica. por LUIZ FELIPE FERNANDES
É
entre protestos e discussões que o governo federal tenta encontrar soluções para ampliar a capacidade de atendimento da rede pública de saúde no interior do Brasil, o que passa pela necessidade de se ter mais médicos em pequenas cidades. Longe dos holofotes – e bem mais perto da população carente – estudantes e professores da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) consolidam, a cada ano, um projeto que leva assistência médica à famílias dos mais distantes rincões do país. Conceitualmente, o Bandeira Científica é um projeto de extensão universitária de uma das mais importantes universidades da América Latina. Na prática, ele vai muito além. Todos os anos é eleita uma cidade, com população entre 20 mil e 60 mil habitantes, carente em atendimento médico-hospitalar, para receber, durante 10 dias, uma ex-
pedição de estudantes e professores de Medicina. Em 2013, a cidade de Coxim, a 240 quilômetros de Campo Grande, foi escolhida para receber o projeto, realizado no começo de julho. A ação no município sul-mato-grossense representou um marco na história do Bandeira Científica. Pela primeira vez foi realizada uma expedição cirúrgica. Além do atendimento clínico, como acontece todo ano, foram feitas cirurgias na área ginecológica com técnicas minimamente invasivas – laparoscopia e cirurgias vaginais. O procedimento é feito com uma pequena incisão, por onde é introduzido o laparoscópio. A microcâmera permite ver mais nitidamente as estruturas dentro do corpo. Um dos coordenadores do Bandeira Científica, o médico ginecologista, Maurício Simões Abrão, explica que com essa técnica as pacientes têm tempo de internação reduzido e muito menos dor no pós-operatório. “É muito importante levar isso para uma região carente e tentar perpetuar essa ação”, considera. A realização da expedição cirúrgica ajudou a reduzir a fila de espera por cirurgias em Coxim e cidades vizinhas. Cerca de 40 mulheres passaram por triagem e foram operadas com técnicas avançadas.
FORMAÇÃO HUMANA Os estudantes de medicina que participam do Bandeira Científica são acompanhados e supervisionados pelos professores. Luiz Fernando Pina Carvalho, médico ginecologista e pós-graduando do grupo de endometriose da FMUSP, explica que o aluno tem a oportunidade de acomequipe bandeira científica - estudantes e professores
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panhar o paciente desde o diagnóstico, exames físicos e pré-operatórios, até a cirurgia e pós-operatório. Além de uma visão geral de toda a prática médica, Luiz Fernando destaca a formação humana que o projeto proporciona. Geralmente são atendidos pacientes da zona rural, que só depois de muito tempo procuram por atendimento médico. “Essa parte humanística, de acompanhar e tratar o paciente, é muito importante para a formação do aluno”. Para Rebbeca Rossener, estudante do quarto ano de Medicina da USP e diretora do Bandeira Científica 2013, o projeto permite ao futuro médico sair do que ela chama de “zona de conforto” – deixar um grande centro, como São Paulo, que dispõe de materiais de alta tecnologia, e vivenciar a realidade que se verifica na maior parte do país. O grande desafio dos participantes do projeto é garantir a continuidade das ações implantadas durante a expedição. Para isso, são feitos simpósios com gestores públicos municipais e parcerias com universidades para manter as atividades e levar o conceito dessa bandeira do bem para outros locais.
NA HISTÓRIA O projeto Bandeira Científica foi criado em 1950. A primeira expedição foi para o Pantanal de Mato Grosso. O projeto foi interrompido 19 anos depois, em decorrência do regime militar, sendo retomado apenas em 1998, já como projeto de extensão da USP. Além dos objetivos originais, de proporcionar educação e pesquisa de campo, o Bandeira Científica ressurgiu com a proposta de levar assistência médica à populações carentes. Antes de Coxim, o Bandeira Científica 2012 foi realizado na cidade de Afogados da Ingazeira, no sertão de Pernambuco.
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{ TOTAL SAÚDE }
Positivo! O resultado do teste de gravidez, seja de farmácia ou de laboratório, causa um turbilhão de sentimentos que vão da euforia à insegurança. É menino ou menina? Como vai se chamar? Terei condição de sustentar e cuidar de uma criança? Por aí começam as perguntas. por ALINE QUEIROZ • foto THINKSTOCK
Q
uando o assunto é o parto, muitas outras dúvidas surgem na cabeça das futuras mamães. Normal, cesárea ou natural, qual será a melhor maneira de trazer um bebê ao mundo? Com tantos questionamentos, começam a aparecer os palpites. A vovó, que teve vários filhos, defende o normal. Na época dela, o que hoje é conhecido como parto natural, era feito sem que as mulheres soubessem que um dia poderia se tornar uma espécie de moda, em alguns países. Já as amigas mais jovens, dizem que não gostam de sentir dor e logo sugerem uma cirurgia cesariana. Mas seria possível dizer qual o melhor tipo de parto? Obstetras afirmam que não. Eles explicam que o que existem são procedimentos mais adequados para cada situação.
O parto normal é aquele em que o bebê nasce com a ajuda da mãe e o mínimo de interferência da equipe hospitalar. Já a cesariana é um ato cirúrgico, com pequena incisão horizontal na região inferior do abdômen e, como qualquer cirurgia, oferece riscos para a gestante. Com a criação do conceito de humanização, bastante em alta no meio médico, nova opção para as gestantes está no parto natural. Porém, é proscrito pela Federação Brasileira de Obstetrícia e pouco comum no Brasil. Ele é feito sem o auxílio de anestesias e dispensa o trabalho ou a intervenção do médico, a menos que seja necessário. No parto natural, a mãe ajuda o filho a nascer, os dois se esforçam juntos e ela o segura logo que ele consegue sair do ventre. Pode ser feito em casa ou no hospital. Em casa, até mesmo a assistência do médico obstetra é dispensada e o trabalho de parto é conduzido por parteiras ou enfermeiras obstetras. Nos hospitais, o obstetra ainda tem de estar presente. A ginecologista e obstetra, Rosinéia de Araújo Martos, ressalta que, neste caso, se a gestantes tiverem em casa e houver alguma intercorrência, o tempo para salvar o bebê é menor. “Na Suíça colocam uma ambulância na frente da casa da gestante e fazem o parto. Aqui não temos condição nem de dar atendimento para as gestantes que estão no hospital. O que mostram na TV é muito bonito, porque não mostram as complicações de um parto deste”, completa o também ginecologista e obstetra, Alex Bortotto.
Cabe à paciente a decisão pelo método e ela deve analisar prós e contras, logo que descobrir a gravidez. “Quando vai definir, quem tem que definir o tipo, desde o início da gestação, é a paciente“ ALEX BORTOTTO
Índices de cesáreas 54%
no MS
50%
taxa nacional
15%
indicado pela OMS
PRÓS E CONTRAS Em Mato Grosso do Sul, o número de cesáreas corresponde a 54% dos partos. O índice está acima da taxa nacional, que é de 50%, e muito além da recomendação da OMS (Organização Mundial de Saúde), de 15%. O levantamento foi feito em 2009 pelo Ministério da Saúde, que preconiza o parto normal. “O que observamos hoje é que a gravidez é tratada com preciosidade. A mulher gestante para a vida em função desta gestação e não pode, de maneira alguma, perder o bebê. Já o médico precisa anular a possibilidade de erro. É diferente da época em que a mulher tinha dez filhos, mesmo que tivesse perdido bebês”, explica Rosinéia. Para Alex Bortotto, cabe à paciente a decisão pelo método e ela deve analisar prós e contras, logo que descobre a gravidez. “Quando vai definir, quem tem que definir o tipo, desde o início da gestação, é a paciente. Se ela opta pelo normal tem que se preparar, porque não é qualquer pessoa que pode fazer e hoje as pessoas não estão acostumadas a sentir dor”, diz o obstetra. Entretanto, ele esclarece que a escolha deve ser feita com base no acompanhamento pré-natal. “Tem de analisar a gestação, principalmente o final, para ver se tem condições de fazer”, pondera.
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Saúde, conforto e bem-estar. A gente só pensa em você.
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Com novas instalações, salas maiores e um amplo estacionamento próprio, a Angiocentro muda de endereço e reforça a preocupação que tem com o seu conforto e saúde. São mais de sete anos no mercado campo-grandense, trabalhando com equipamentos modernos e profissionais qualificados, tudo para o seu bem-estar. » Ecografia Vascular com Doppler » Angiorradiologia » Cirurgia Endovascular » Cardiologia Intervencionista » Neurorradiologia Intervencionista Fábio Moron | CRM-MS 3309 Giuliano Paiva | CRM-MS 3533 Guilherme Maldonado | CRM-MS 1969 Marcos Rogério Covre | CRM-MS 3206 Mauri Comparin | CRM-MS 1975 Maurício Jafar | CRM-MS 2073 José Fábio Almiro | CRM-MS 6302 Marcos Franchetti | CRM-MS 6057 Julio de Paiva Maia | CRM-MS 6281 Aliomar Coelho Pereira CRM-MS 3793 Edgard Nasser | CRM-MS 4806 Flávio Senefonte | CRM-MS 4918
Dr. Maurício de Barros Jafar Responsável Técnico CRM-MS 2073
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Rua Antonio Maria Coelho, 2.728 - Jd. dos Estado - Campo Grande-MS - Fone: 67 3027.1900
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ConsaúdeMS apresenta tecnologias e novos processos para clínicas e hospitais ConsaúdeMS – IV Congresso de Administração Hospitalar e I Feira de Negócios em Saúde, trouxe à Capital, nos dias 4 e 5 de setembro, palestras, workshops, tecnologias e novos modelos de gestão para melhorar a eficiência de empresas prestadoras de serviços de saúde. por JANAINA IVO • foto DIVULGAÇÃO
Painel: Judicialização da Medicina
C
om o objetivo de discutir novas tecnologias e modernas técnicas de gestão hospitalar, foram realizados, nos dias 4 e 5 de setembro, no Centro de Convenções Rubens Gil de Camilo, em Campo Grande – MS, o ConsaúdeMS – IV Congresso de Administração Hospitalar e a I Feira de Negócios em Saúde. Numa iniciativa da Procardio Saúde, durante dois dias, profissionais e acadêmicos de Administração, Medicina, Enfermagem, Hotelaria, Nutrição, Farmácia, Psicologia, Direito, Serviço Social puderam participar de dezenas de palestras, exposições, debates e workshops. Em sua quarta edição, o público teve cerca de 20 palestras e workshops a sua escolha. Entre os temas estavam: A Segurança do Paciente, Gerenciamento de Riscos
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e Acreditação, O Impacto da Tecnologia na Gestão da Saúde, Desafios na Gestão da Saúde Pública – Dengue e Gripe, Gestão de Suprimentos e Farmácia, Auditoria como Ferramenta para a Gestão da Qualidade e Redução de Custos, Arquitetura Hospitalar e as Redes de Atendimento – os desafios de se entregar saúde, Finitude de Vida, Engenharia Clínica: como diminuir a subjetividade das decisões e investir de forma eficaz, Perfil do Administrador para Atuar em Organizações de Serviço de Saúde, Judicialização da Medicina, Tecnologia da Informação na Saúde, Novos Modelos de Remuneração: desafios para as organizações prestadoras de serviço de saúde e utilização de ferramentas de gestão: custo por procedimento e planejamento orçamentário.
am Pr
amilton obino e heloisa cabral (centro de qualificação Profissional Procárdio saúde)
equipe técnica da coordenadoria estadual de vigilância sanitária, membros da farmácia do HCMS e Renata Rezende (Administradora do HCMS)
No congresso, um dos destaques foi a palestra de abertura “Segurança e Qualidade: sustentabilidade para os serviços de saúde”, que aconteceu no dia 4 de setembro, com a Dra. Mara Márcia Machado, diretora executiva da IQG, a maior instituição acreditadora em saúde do país, e também da Accreditation Canadá do Brasil. A acreditação hospitalar é uma certificação de qualidade exclusiva para instituições de saúde. Trata-se de um método de avaliação dos recursos de cada hospital, para garantir a qualidade da assistência por meio de padrões previamente definidos. Outra palestra muito aguardada foi a “Construindo Equipes de Alta Performance”, com Marcelo Boeger, presidente da Sociedade Brasileira de Hotelaria Hospitalar, coordenador do curso de especialização em Hotelaria Hospitalar no Hospital Albert Einstein e autor dos livros Gestão em Hotelaria Hospitalar e Gestão Financeira para Meios de Hospedagem. A novidade, contudo, dessa edição, foi a realização da I Feira de Negócios em Saúde de Mato Grosso do Sul. Os visitantes tiveram a oportunidade de conferir novas tecnologias em equipamentos hospitalares, sistemas de limpeza por ozônio em vez de produtos químicos, softwares de gestão na área de saúde, serviços de compra coletiva de produtos para hospitais e clínicas, sistema de atendimento de pacientes em
casa, entre outros. Marcas como Bionexo, Suprimed, Desbot Clean, Medicinalis, Hospimedical, KZT - Atenção médica domiciliar, Planisa - Saúde financeira, Vector, Renovare, Hospital do Coração, MA Hospitalar, Respirare, Supriseg, CBA Hospitalar e Sindhesul – Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde de MS, estiveram entre os expositores.
dra. sandra helena andrade e dr. mauro de andrade (diretores do hcms)
dr. renato rezende (Presidente do hcms) e o Palestrante Adm. Marcelo Boeger
fabianna rezende, Palestrante, enfermeira mara machado e Renata Rezende (Administradora do HCMS)
dr. luis henrique moreira (Presidente do crm ms) e dra eliana setti (diretora do hcms)
Para o idealizador do ConsaúdeMS, Dr. Mauro de Andrade, o Congresso está se consolidando como um dos mais importantes eventos em saúde de Mato Grosso do Sul. “Continuamente, a Procardio Saúde Centro de Qualificação Profissional investe para fomentar a especialização dos profissionais que atuam em Mato Grosso do Sul e, a partir de agora, fomentar novos negócios em saúde, com a inclusão da Feira em seu portfólio”, enfatizou.
O ConsaúdeMS é uma iniciativa do Procardio Saúde, com apoio do iqG - health services accreditation, vector sigh e hospital do coraç�o de mato Grosso do sul - clínica campo Grande. todas as informaç�es sobre o iv congresso de Administraç�o Hospitalar e i feira de negócios em saúde podem ser obtidas por meio do site www.consaudems.com.br ou pelos telefones (67) 3027-1622 | 3323-9119.
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Possíveis causas da perda auditiva Alguns dos possíveis sintomas da perda auditiva Nelson Lam K. Fook
crfa. 2818 ms • Pedir às pessoas que repitam as frases; fonoaudiólogo • Relacionamentos pessoais desgastados; por NELSON LAM K. FOOK • foto HENRIQUE ATTILIO • Sentimento de rejeição; • Isolamento social; • Cansaço e estresse; O QUE É? com alguma infecção, principalmente sinusite e otite. • Dificuldade em compreender fala de crianças e adultos; É um som que se percebe no ouvido ou na cabeça, • Problemas na mandíbula: aproblemas na articulação da mas que não está sendo gerado no ambiente naquele mandíbula constante podem induzir à formaçãoode zumbido. • Necessidade de aumentar volume da TV.
momento.
• Doenças circulatórias: aproximadamente 3% das pessoas que têm zumbido possuem o chamado “zumbido pulsátil”. Perda Sensorioneural O ZUMBIDO É COMUM? • Tumores: dependendo da sua localização, alguns tumores Aproximadamente 20% da população mundial têm podem causar dano zumbido. É causada por algum nas células do ouvido interno ou nas zumbido. Destes, 2% têm sintomas graves e de 0,5% a • Trauma: traumas cranianos ou no pescoço podem induzir fibras do nervo auditivo, que leva as informações sonoras para 1,0% tem prejuízos importantes nas atividades diárias. ao zumbido o cérebro. Esses tipos de perda normalmente são permanentes • Outros: muitas pessoas relatam que o álcool, a nicotina e não passíveis dee tratamento por meio de procedimentos COMO É? (do cigarro) a cafeína, pioram o zumbido, assim como O zumbido pode ser interpretado como chiado,médicos apito, água tônica e alimentos contêm muito açúcar. e cirúrgicos. Pode que estar relacionada a algumas barulhos como de chuveiro, concha, cigarra, campainha, • Doenças neurológicas e psicológicas. causas: esvoaçar de um inseto, pulsação do coração, etc. • Estresse e cansaço também podem estimular o zumbido. • Associada ao avanço da idade • Labirintopatias: labirintite, vertigem, tontura, Síndrome • Exposição ao ruído QUAL É A CAUSA? de Menière. Muitas doenças podem causar o zumbido e o paciente • Doença/Trauma pode apresentar um ou mais sintomas, por isso é de funTRATAMENTO • Medicação damental importância tentar descobrir a causa do zumbiSão várias as opções de tratamento e estas devem ser do em cada pessoa. O médico capacitado para fazer esta personalizadas de acordo com as causas diagnosticadas em Perda Condutiva investigação é o otorrinolaringologista. cada indivíduo. Alguns pacientes necessitam de uma aborCuriosamente, mesmo quando não há doenças gradagem abrangente.do A escolha da melhordo Condições quemultiprofissional interferem nae condução som através ves, o zumbido pode prejudicar a qualidade de vida do opção de tratamento dever ser indicada pelo médico otorriouvido externo, médio e interno. Algumas causas podem ser indivíduo e de seus familiares. nolaringologista. Algumas opções de tratamento: tratadas por meio de medicamentos ou procedimentos Além disso, o zumbido não é uma doença e não causa cirúrgicos: perda auditiva, mas pode ser consequência da perda au- • Correções de vícios e hábitos alimentares: não fumar, inditiva não percebida pelo paciente. gerir cafeína e álcool moderadamente, evitar doces, gordu• Infecção no ouvido ras e sal em excesso. • Doença/Trauma CAUSAS FREQUENTES • Estimulação Auditiva: uso do APARELHO AUDITIVO, quan• Cera no ouvido ou objetos • Perda auditiva induzida por ruído. do há perda auditiva associada. • Cera no canal auditivo. • Terapia de Habituação (TRT: Tinnitus Retraining Therapy): te• Medicamentos ototóxicos, como, por exemplo, antibió- rapia comportamental para o retreinamento das vias auditivas. ticos aminoglicosídeos. • Medicamentos: são inúmeros os medicamentos que podem CRFa. 2818 • Infecções: muitas pessoas têm zumbido quando estão ser MS utilizados, dependendo da possível causa do zumbido.
Nelson Lam K. Fook Fonoaudiólogo
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{ TOTAL SAÚDE / NUTRIÇÃO }
daqui Menos sal no prato, mais saúde para a vida. por MARTA FERREIRA • ilustraç�es NÍCOLAS GODOY
O
nome científico é cloreto de sódio, mas a gente conhece mesmo é como sal: substância importante para a saúde, por ajudar a manter o equilíbrio hídrico do corpo e o funcionamento regular das células. É um ingrediente presente em todas as refeições. Dá mais gosto às preparações, além de ajudar a conservar. O problema é que muitas pessoas têm usado sal em demasia e este tem se tornado um vilão da saúde. A boa notícia é que é possível mudar o paladar em apenas três meses e, assim, se acostumar a comer com menos sal, com sabor e de forma mais saudável. “Diminuir o consumo de sal pode ser meio difícil no começo. O melhor é uma redução gradual para adaptação”, orienta a nutricionista Camila Reis Zidko. Ela explica por que é difícil essa mudança de padrão alimentar. “As papilas gustativas presentes na nossa boca, que identificam o gosto salgado, demoram cerca de três meses para se adaptar a uma dieta reduzida em sal. Por isso, é questão de tempo para adquirir o costume de uma alimentação mais saudável e pobre em sódio.”
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O risco mais conhecido do consumo em excesso de sódio é a hipertensão arterial, desencadeadora de males do coração e de derrames cerebrais, com perigo, inclusive, de morte. Mas os rins também se ressentem quando há exagero, podendo desenvolver doenças sérias, entre elas a insuficiência de órgãos essenciais para a vida. Até quem não quer engordar, ou precisa emagrecer, deve ter atenção redobrada, pois o sal retém líquido e torna mais difícil perder peso. “A necessidade diária máxima de sódio recomendada para pessoas saudáveis, de acordo com as novas diretrizes da Organização Mundial de Saúde (OMS), é o limite máximo de 2.000 mg de sódio (ou 5g de sal), aproximadamente 1 colher rasa de chá, ou 5 sachês (servidos em restaurantes), ou ainda ¾ de uma tampa de caneta”, observa a nutricionista. Porém, informa Camila Zidko, o brasileiro está comendo mais sal do que deveria, chegando a um consumo de 12 a 16 gramas por dia, o equivalente a 2 a 3 vezes do ideal diário.
E TEM MAIS Embora, segundo pesquisa da ABIA (Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação), o maior consumo de sal, algo em torno de 70%, venha da alimentação caseira, os industrializados devem ser uma preocupação constante, principalmente por vir aumentando o consumo, notadamente entre os mais jovens. “Os alimentos industrializados, tais como molhos prontos, condimentos, salgadinhos, picles, conservas, pizzas, sopas de pacote, embutidos, queijos, refrigerantes e outros produtos, comumente apresentam quantidades excessivas de cloreto de sódio em sua formulação. Portanto, é necessário analisar no rótulo do produto a quantidade de sódio presente na porção a ser ingerida”, orienta a profissional de saúde. Apenas um cubo de caldo de carne tem 40% de toda a dose de sal recomenda para um dia, a título de exemplo. Outra substância comum aos industrializados, o glutamato monossódico também requer alerta. Usado para realçar sabor, ele também amplia o teor de sódio dos produtos.
“Ao levar o saleiro à mesa, você está contribuindo para o consumo excessivo do sal, visto que ele já foi adicionado à preparação e também faz parte da composição do alimento.
Além desse cuidado com os alimentos prontos e na hora de preparar as refeições em casa, Camila Reis Zidko repete uma dica que tem sido bastante comentada, mas pouco seguida, apesar de ser uma atitude simples: tirar o saleiro da mesa. “Ao levar o saleiro à mesa, você está contribuindo para o consumo excessivo do sal, visto que ele já foi adicionado à preparação e também faz parte da composição do alimento. Sendo assim, vale substituí-lo por ervas e hortaliças. Elas ajudam seu paladar a enfrentar a fase de adaptação à comida menos salgada”, afirma. Ela acrescenta que o alho e a cebola (in natura) também são boas opções de substituição, além de serem substâncias protetoras das artérias. Espremer limão na salada é uma forma de acrescentar mais vitamina C no dia a dia e a adstringência do fruto ainda ajuda a espantar a vontade de comer sal. “As ervas têm em sua composição poderosas substâncias que contribuem para o bom funcionamento de todo o organismo. Acrescente o alecrim às carnes, a cebolinha no arroz, o coentro na salada, o manjericão nas massas, bem como a pimenta nas preparações”, sugere a nutricionista. Outra boa opção para temperar as saladas, observa, é elaborar molhos caseiros leves, à base de iogurte natural desnatado, ervas, molho de soja light, gengibre, dentre outros produtos naturais.
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{ TOTAL SAÚDE }
por DR. JOAQUIM MIGUEL VINHA • ilustraç�o THINKSTOCK • foto HENRIQUE ATTILIO
A
hiperplasia prostática benigna (HPB) é uma condição caracterizada pelo aumento de tamanho da próstata e que não tem nenhuma relação com o câncer de próstata. Este aumento da próstata é um processo estimulado pela presença do hormônio masculino testosterona e ocorre durante toda a vida. Quanto mais avança a idade, mais tempo a próstata tem para crescer. Isto significa que com o passar dos anos, praticamente todos os homens terão uma próstata grande. Aos 40 anos, 10% dos homens já têm uma próstata aumentada de tamanho; aos 50 anos, esse número pula para 50%; após os 80 anos, mais de 80% dos homens apresenta HPB. O HPB é um processo natural do envelhecimento e não se transforma em câncer da próstata.
SINTOMAS DA HIPERPLASIA PROSTÁTICA O aumento da próstata em si não é um problema. O problema está no fato de a próstata comprimir a uretra e dificultar a saída da urina. Os primeiros sinais são a perda da força do jato urinário e a necessidade de urinar frequentemente. Na maioria das vezes, essa obstrução é parcial e permite que algum volume de urina passe, principalmente quando a bexiga está cheia e a pressão consegue vencer a resistência da uretra comprimida. Porém, quando o nível de urina dentro da bexiga desce, a pressão cai e o jato, que já é fraco, é interrompido. O resultado final é uma bexiga que não consegue mais se esvaziar por completo, ficando sempre com alguma urina em seu interior.
A próstata é uma glândula do tamanho de uma noz (3 cm de diâmetro), com aproximadamente 20 gramas de peso, presente apenas nos homens. Localiza-se na base da bexiga e circunda a parte inicial da uretra, canal por onde a urina é eliminada. Como a próstata apresenta íntima relaç�o com a uretra, alteraç�es em seu tamanho podem comprimi-la e dificultar a eliminaç�o da urina, levando aos sintomas chamados de prostatismo.
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Por isso, o paciente sente vontade de urinar frequentemente. O não esvaziamento completo da bexiga faz com que um grande volume de urina fique represado, favorecendo o crescimento de bactérias em seu interior, já que o ato de urinar expulsa boa parte dos micro-organismos presentes na urina. Não é de se estranhar que a cistite (infecção da bexiga), rara em homens até os 45-50 anos, passe a ser comum em idosos. Outros sintomas comuns associados ao crescimento prostático são: ardência ao urinar, demora para iniciar a micção, gotejamento urinário e aumento na frequência de micção no período noturno, o que compromete o sono do paciente.
DIAGNÓSTICO DO HPB Existe uma tabela de pontos chamada de Escore Internacional de Sintomas Prostáticos. São 7 perguntas, e cada uma recebe uma pontuação de 0 a 5. São elas: 1. Quantas vezes ficou a sensação de não esvaziar totalmente a bexiga? 2. Quantas vezes teve de urinar novamente menos de 2 horas após ter urinado? 3. Quantas vezes observou que, ao urinar, parou e recomeçou várias vezes? 4. Quantas vezes observou que foi difícil conter a urina? 5. Quantas vezes observou que o jato urinário estava fraco? 6. Quantas vezes tem de fazer força para começar a urinar? 7. Quantas vezes, em média, tem de se levantar a noite para urinar?
O Escore avalia a severidade dos sintomas prostáticos, mas não os diferencia entre HPB, câncer de próstata e prostatite, que apresentam sintomas parecidos. Somente o urologista pode diferenciar cada uma dessas situações. Com os sintomas apresentados, o diagnóstico definitivo da hiperplasia prostática benigna deverá ser completado com o toque retal, a dosagem no sangue do PSA (antígeno prostático específico), ultrassonografia da próstata e exame de urina.
TRATAMENTO DO HPB Pacientes que apresentam HPB diagnosticado em exames de rotina e não têm nenhuma queixa ou sinal de obstrução urinária, podem ser acompanhados regularmente, sem tratamento específico. Se houver aumento da próstata e sinais de obstrução moderada das vias urinárias, geralmente o tratamento inicial é feito com medicamentos que diminuem o tamanho da próstata. Quando a obstrução das vias urinárias é importante ou quando o tratamento medicamentoso não obtém sucesso, a cirurgia passa a ser uma opção. A ressecção endoscópica da próstata é atualmente o procedimento cirúrgico mais usado. Existem outras técnicas para abordagem cirúrgica da próstata, como cirurgia convencional, laser, micro-ondas, vaporização, etc. A técnica vai depender da gravidade de cada caso e da experiência do urologista.
0. Nenhuma 1. Menos de 1 vez em 5 2. Menos da metade das vezes 3. Metade das vezes 4. Mais da metade das vezes 5. Quase sempre LEVE: 0 a 7 - MODERADO: 8 a 19 SEVERO: 20 ou mais
Dr. Joaquim Miguel Vinha urologista – crm/ms 1953
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{ TOTAL SAÚDE }
por LUIZ FELIPE FERNANDES • foto hEnriQuE ATTiLiO
Pés inchados, dores nas pernas... Quem nunca sentiu os incômodos de uma longa viagem? Mas cuidado! Sintomas aparentemente comuns para quem passa horas na mesma posição podem ser sinais de um problema maior e que pode até levar à morte.
O
médico angiologista, Maurício de Barros Jafar, explica que passar muito tempo sem movimentar as pernas pode fazer com que o sangue se acumule nas veias das pernas, formando coágulos – é a trombose venosa profunda, popularmente conhecida como síndrome da classe econômica. Adotar medidas simples ao pegar a estrada ou viajar de avião, sempre respeitando os limites do próprio corpo, pode evitar transtornos no meio do caminho. DAS PERNAS AOS PULMÕES A principal complicação da trombose venosa acontece quando coágulos formados nas veias das pernas se desprendem e circulam até atingir os pulmões. É quando ocorre a embolia pulmonar. Os sintomas são falta de ar súbita e, ocasionalmente, dor torácica. “É uma situação grave e que requer internação hospitalar de urgência, para que o paciente receba medicação anticoagulante”, alerta Maurício. Se não tratada a tempo, a embolia pulmonar pode levar à morte. CIRCULANDO Para evitar a formação de coágulos, a regra é simples: fazer o sangue circular. E dá para fazer isso até mesmo sentado. O médico recomenda movimentar os pés para cima e para baixo frequentemente. Sempre que possível, levante-se e caminhe no corredor do ônibus ou do avião. Em viagens de carro, não deixe de parar para caminhar por alguns minutos. E lembre-se: não é preciso esperar aparecer inchaço ou sentir dores para se exercitar. A trombose, quando ocorre, afeta com frequência apenas um membro.
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GRUPOS DE RISCO Todos nós estamos sujeitos à trombose venosa, porém o risco aumenta em pessoas que já tiveram esse problema ou que são portadoras de uma condição conhecida como trombofilia. “É quando o sistema de coagulação funciona de forma descontrolada e o sangue coagula com facilidade”, esclarece o angiologista. Doenças hematológicas e do sistema imunológico podem levar a essa condição. Obesidade, doenças infecciosas, varizes calibrosas também contribuem para a trombose. Idosos devem receber atenção especial. ÁGUA, MEIAS E INJEÇÃO Durante a viagem, é importante beber muito líquido, já que a desidratação favorece a ocorrência de trombose venosa. Usar meias elásticas também ajuda a evitar o problema. O médico recomenda que pessoas cuja família apresenta casos de trombose, principalmente em parentes próximos, passem por avaliação de um especialista – hematologista, reumatologista ou cirurgião vascular. Caso haja grande risco para o surgimento da trombose, o médico pode indicar o uso de medicações que inibem a formação de coágulos.
dr. maurício de Barros Jafar CRM/MS 2073
Vacina contra HPV protege também contra câncer de garganta
Um em quatro erros cirúrgicos deve-se a problemas relacionados à tecnologia Um em cada quatro erros médicos que ocorrem durante uma cirurgia é provocado por problemas relacionados à tecnologia ou a algum equipamento do gênero. Esse foi o resultado de um estudo do Imperial College de Londres, na Grã-Bretanha. De acordo com a nova pesquisa, a maioria desses problemas dá-se pela inabilidade do profissional de saúde em usar a tecnologia, pela falta de disponibilidade dos mesmos ou por defeitos nas máquinas. As conclusões do levantamento, publicado no periódico BMJ Quality and Safe, foram baseadas em 28 pesquisas científicas sobre erros e problemas que ocorrem em uma sala de operação. Segundo os pesquisadores, os maiores problemas realmente acontecem nas cirurgias que são mais dependentes de tecnologia. Porém, os estudiosos explicam que esse resultado não quer dizer que os médicos precisam evitar o uso delas, já que o avanço tecnológico melhorou, sem dúvida alguma, as chances de sobrevivência dos pacientes ao longo dos anos.
Um novo estudo realizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) mostrou que a vacina contra o Papilomavirus Humano (HPV) também oferece proteção contra infecções orais, associadas aos cânceres de orofaringe. A doença popularmente conhecida como câncer de garganta, inclui toda a região das amígdalas, a base da língua, o palato mole e as paredes da cavidade interna da faringe. Os resultados, publicados no periódico Plos One, mostraram que a vacina reduz em mais de 90% infecções orais pelos tipos 16 e 18 do HPV, que costumam ser relacionados ao câncer de colo de útero. O estudo foi feito na Costa Rica e pensado inicialmente para avaliar apenas a eficácia da vacina de HPV contra o câncer de colo do útero, mas passou a incluir também a análise dos efeitos da vacina em outras regiões do organismo. Para entender melhor, os pesquisadores recolheram amostras de células bucais de quase seis mil mulheres entre 18 e 25 anos, que receberam a vacina contra o HPV ou contra hepatite A. As análises mostraram que, quatro anos depois, a vacina contra o HPV reduziu em 93% as infecções orais pelo vírus.
Pneumonia e tuberculose: doenças preocupam especialistas Quando a temperatura cai, lá vêm as doenças respiratórias, não é mesmo? Pois é exatamente na época de inverno que sobe o número de vítimas de pneumonia, um mal que ainda não está sob controle. Em todo o planeta, esta inflamação pulmonar é uma das principais causas de morte de idosos e crianças. Só no Brasil, quase três milhões de pessoas foram internadas nos últimos três anos. O alerta é que a população mundial está envelhecendo, o que certamente levará ao aumento explosivo de casos. Porém, os maiores desafios da Medicina para a enfermidade são os inúmeros agentes que ocasionam a inflama-
ção dos pulmões, a dificuldade de descobrir qual deles levou ao mal e a crescente resistência aos antibióticos, o que torna o tratamento cada vez mais difícil. Tudo isso contribuiu para que outra doença pulmonar também chegasse a níveis alarmantes no mundo. Estamos falando da tuberculose, que deve ser tratada com cuidado já que o número de pessoas com a enfermidade só cresce. Mas o histórico mostra que até hoje é utilizado o mesmo coquetel de antibióticos de 40 anos atrás e que só recentemente a ciência começou a pensar em produzir uma vacina mais eficiente. C I N C O + | SE T E MBRO 2 0 1 3 | 43
{ VIDA NO TRÂNSITO }
Novas abordagens para uma I combinação antiga
Dentro e fora de bares e festas, DETRAN-MS usa diferentes linguagens para lembrar que não se pode dirigir depois de beber.
por LUIZ FELIPE FERNANDES • foto THINKSTOCK
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magine estar na fila da balada e ser abordado por “anjos” modernos e descolados que aconselham a não pegar a direção depois de beber, ou mesmo estar na mesa de um bar e descobrir que a “bolacha” do chope traz, de forma descontraída, uma mensagem sobre os riscos e as consequências de dirigir sob o efeito de bebida alcoólica. Duas abordagens inovadoras para um problema antigo – a combinação de álcool e direção. No ano passado, quem estava nas filas e estacionamentos das festas open bar – onde a bebida é liberada – foi alvo do projeto “Anjos da Night”, do Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso do Sul (DETRAN-MS). O público – jovens, em sua maioria – era surpreendido por trombetas anunciando a mensagem “divina” e, em seguida, era abordado por atores caracterizados como anjos, que repassavam orientações sobre a forma mais segura de voltar para casa. Para isso, foram entregues cartões com telefones de companhias de táxi, bombeiros e polícia. O psicólogo Renan da Cunha Soares Júnior, assessor de Psicologia do Trânsito, do DETRANMS, explica que houve uma preocupação em transmitir a mensagem usando uma linguagem adequada para o público-alvo. Por isso, os “Anjos da Night” eram jovens que, apesar das asas, vestiam roupas de balada e faziam a abordagem de uma forma irreverente e bem-humorada. “Percebemos que as pessoas recebiam aquela informação com um sorriso no rosto, o que significa que qualquer resistência havia sido quebrada naquele momento”.
ARTE NO BAR Na esteira das abordagens inovadoras, o DETRANMS também promoveu a campanha “Artista de bar”, que movimentou Campo Grande com um divertido concurso cultural para a confecção de bolachas de chope. As ilustrações puderam ser enviadas por qualquer pessoa, sempre com mensagens para conscientizar quem estivesse bebendo a não dirigir. Todo mês, dez artes foram selecionadas e as bolachas, confeccionadas com as ilustrações escolhidas, distribuídas para mais de 20 bares. O resultado superou as expectativas. Várias sugestões enviadas abordaram as alternativas para voltar para casa em segurança, entre elas o táxi. “Festa no bar com cerveja gelada? Pegue um táxi e não entre em uma cilada!”, trazia uma das bolachas. Outra arte usada na campanha dizia: “Depois da bebedeira começa a pegação: vai pegar táxi, ônibus ou carona pra ir embora?”. Artistas locais e nacionais também se engajaram na campanha. Ziraldo, Guto Naveira, Betinho Dolores e Marlene Mourão - a Peninha - tiveram a criatividade impressa nas bolachas de chope. O último artista convidado para criar uma estampa para a campanha foi o carioca René Machado. A apresentação de sua arte foi realizada no último dia 21 de agosto, no último happy hour da campanha, que reuniu servidores do DETRAN-MS, imprensa, publicitários e artistas. Num depoimento profundo e comovente, René falou da motivação para confeccionar uma arte com o rosto de Rafael Mascarenhas, filho da atriz Cissa Guimarães. O jovem de 18 anos foi morto em julho de 2010, no Rio de Janeiro, depois de ser atropelado por um motorista embriagado que invadiu um túnel interditado em alta velocidade. René conta que conversou com Cissa, que é sua vizinha, sobre a proposta da campanha do DETRANMS e da intenção de criar uma arte a partir da imagem do filho da atriz. Segundo ele, a ideia foi muito bem recebida e a atriz autorizou e deu total apoio ao projeto. “O Rafael virou um símbolo pela luta por um trânsito menos violento e a imagem dele reverbera essa mensagem de paz”, afirma René.
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{ VIDA NO TRÂNSITO }
Em quase três anos, campanha “Pedestre, eu cuido!” mudou o hábito de motoristas e pedestres e contribuiu para diminuir o número de acidentes de trânsito. por Luiz Felipe Fernandes • foto LUCIANO MUTA
O
ano era 2011. O desafio: mudar um comportamento histórico e cultural do motorista em Mato Grosso do Sul. Quem mora em Campo Grande sabe que durante muito tempo a faixa de pedestres não passou de mero ornamento em ruas e avenidas da capital. Por décadas, regras básicas de ordenamento do espaço público, que garantem deslocamentos mais seguros, foram simplesmente ignoradas.
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Ao Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso do Sul (DETRAN-MS) coube a missão de colocar fim à guerra entre carros e pedestres. O Código de Trânsito Brasileiro é claro: "os veículos de maior porte serão sempre responsáveis pela segurança dos menores, os motorizados pelos não motorizados e, juntos, pela segurança dos pedestres". Era hora de fazer valer a lei.
Em novembro de 2011 teve início o programa “Pedestre, eu cuido!”. No início, de caráter educativo e de orientação. Depois, com autuações. Da resistência natural de quem não estava acostumado a obedecer as leis de trânsito, surgiu a conscientização de motoristas e pedestres, refletida em números. Comparado ao primeiro semestre de 2011, o número de atropelamento de pedestres em Campo Grande diminuiu 25% – de 247 para 184. “Diminuíram as mortes por atropelamento e os que acontecem são, na maioria, fora da faixa”, ressalta o assessor de Psicologia do Trânsito do DETRAN-MS, Renan da Cunha Soares Júnior. Para atingir seus objetivos, o programa, realizado em parceria com as entidades que compõem o Gabinete de Gestão Integrada de Trânsito (GGIT), como a Agência Municipal de Transporte e Trânsito (AGETRAN) e a Companhia Independente de Policiamento de Trânsito (CIPTRAN), investiu pesado em campanhas educativas. Saiba quais foram as etapas que levaram ao sucesso da campanha.
ATENÇÃO MOTORISTAS! O primeiro alvo da campanha “Pedestre, eu cuido!” foram os motoristas. Houve 20 dias de abordagens educativas nas ruas. Panfletos esclareceram os direitos e deveres de condutores e pedestres na faixa. Peças publicitárias na TV e no rádio, com o cantor Michel Teló e a dupla Maria Cecília e Rodolfo, reforçaram a campanha. Renan lembra que, no início, foram feitas várias críticas ao programa, sob alegação de que haveria mortes nas faixas, o que não aconteceu. Quando as multas começaram a ser aplicadas, foi registrado um número elevado de autuações, mas, aos poucos, o comportamento começou a mudar.
ORIENTAÇÕES PARA UMA TRAVESSIA SEGURA:
ESCOLAS E ÔNIBUS Depois de fazer o motorista entender que era preciso parar para o pedestre atravessar sobre as faixas onde não há semáforo, era hora de convencer quem anda a pé a usá-las. No início do ano letivo de 2012, a campanha foi para as portas das escolas. Estudantes, pais e professores foram orientados a fazer a travessia de forma segura, sinalizando ao motorista a intenção de passar. Já a terceira etapa do programa contribuiu para massificar a ideia de que é preciso respeitar as faixas de pedestres. A forma encontrada pelo DETRAN-MS foi levar a campanha para os ônibus e terminais de transporte urbano. A cartilha com orientações para motoristas e pedestres foi distribuída para os passageiros. Em 20 dias, a campanha atingiu 300 mil usuários do transporte público de Campo Grande.
AGENTES DE SAÚDE Se o objetivo é levar informação para o maior número de pessoas, a coordenação da campanha “Pedestre, eu cuido!” encontrou uma forma eficiente e ainda mais abrangente para conscientizar a população. O DETRAN-MS capacitou agentes de saúde da família, que ficam em contato direto com a população. As orientações sobre a segurança no trânsito foram incluídas nas visitas e, assim, chegaram às casas de muita gente. Atualmente, a campanha reforça a ideia de que, o motorista passa a ser pedestre no momento em que sai do carro. A peça publicitária mostra o mesmo personagem ao volante de um veículo e atravessando a faixa de pedestre. O respeito, portanto, deve ser mútuo.
O número de acidentes diminuiu desde o início da campanha “Pedestre, eu cuido!”
Em faixas sem semáforo, sinalize para o motorista a intenção de atravessar. Espere até todos os carros pararem e siga em linha reta pela faixa.
JAN – JUL 2011 247 atropelamentos de pedestres
Em faixas com semáforo para pedestre, espere que o sinal esteja verde, observe se todos os carros pararam e faça a travessia.
JAN – JUL 2012 240 atropelamentos de pedestres
Em faixas com semáforo apenas para os carros, espere que o sinal fique vermelho para os veículos e atravesse.
JAN-JUL 2013 184 atropelamentos de pedestres
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{ VIDA NO TRÂNSITO }
A cidade onde se aprende brincando Detranzinho oferece uma cidade em miniatura, para que crianças aprendam na prática a maneira correta de se comportar no trânsito. por LUIZ FELIPE FERNANDES • fotos HENRIQUE ATTILIO
P
elas ruas sinalizadas, o passeio de bugue vai revelando uma verdadeira cidade. Igreja, praças, teatro, oficina mecânica, posto de saúde, lanchonete... Tem até agência bancária e, claro, um bloco do Departamento de Trânsito. Uma reprodução fiel do tamanho dos seus visitantes – crianças entre 5 e 11 anos, que participam de um city tour de descobertas e aprendizado. O passeio é o ponto alto do Detranzinho – a Cidade Escola de Trânsito do Departamento Estadual
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de Trânsito de Mato Grosso do Sul (DETRAN-MS). Numa estrutura de 9 mil metros quadrados, crianças do 1º ao 6º ano, de escolas públicas e particulares de Campo Grande, aprendem, na prática, como se comportar numa situação real de trânsito, com semáforos, faixas de pedestres e bicicletas, além de carros de tamanho reduzido. O percurso nos bugues é feito com monitores habilitados na categoria B. São acadêmicos de Pedagogia e Educação Física, devidamente capacitados. O
Coordenadora da Cidade Escola de Trânsito, Edna Maria de Souza
trajeto inclui informações sobre sinalização vertical e horizontal e regras de circulação, essenciais para prevenir acidentes. Nas faixas, é ensinada a maneira correta de sinalizar e atravessar e os alunos com mais de 10 anos podem usar as bicicletas na ciclovia, sempre respeitando as leis de trânsito.
PROJETO PEDAGÓGICO Antes, porém, de percorrer a cidade em miniatura, os alunos participam de uma série de atividades pedagógicas. A coordenadora da Cidade Escola de Trânsito, Edna Maria de Souza, explica que, todo início de ano, 100 instituições são convidadas para participar do projeto. Cabe à direção aderir à proposta e elaborar um projeto de educação para o trânsito no planejamento escolar, sob supervisão de uma equipe técnica do Detranzinho. Os temas são trabalhados nas escolas durante o período determinado – um bimestre, um semestre ou um
ano – e o projeto culmina com a visita à Cidade Escola de Trânsito. “É a hora do aluno vivenciar tudo aquilo que ele aprendeu na escola”, diz Edna. O transporte até o DETRAN-MS é feito com um ônibus do próprio órgão. A partir daí, são duas horas e meia de puro aprendizado, interação e, claro, muita diversão. Primeiro as crianças participam de atividades na sala de jogos de mesa e informática e na de recreação e vídeo. São usadas as mais diferentes ferramentas pedagógicas para que até as informações mais técnicas sejam transmitidas de forma lúdica e de fácil assimilação para os pequenos. Mais de 33 mil crianças, de 495 instituições de ensino, já participaram do projeto. Para a coordenadora da Cidade Escola de Trânsito, o trabalho contínuo, da escola à visita ao Detranzinho, facilita o aprendizado não só das regras a serem obedecidas nas ruas e avenidas, mas também de valores humanos, de solidariedade e gentileza. Tudo para que esses pequenos cidadãos contribuam, desde já, para um trânsito melhor.
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{ VIDA NO TRÂNSITO }
por LUIZ FELIPE FERNANDES
A
Lei 9.503 – o atual Código de Trânsito Brasileiro – está em vigor desde 1998. A legislação que estabelece as diretrizes para o ordenamento das vias públicas traz uma série de normas de conduta que devem ser seguidas por quem circula por ruas e avenidas. Conheça algumas das regras criadas para garantir um trânsito seguro.
LIGAÇÃO PROIBIDA Todo mundo sabe que não pode, mas usar o celular ao volante é uma das infrações mais comuns pelas ruas de qualquer cidade. Manusear o telefone
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faz com que o motorista se distraia e, o pior, que use apenas uma das mãos para dirigir. Há quem extrapole o erro e, mesmo dirigindo, use o celular até para digitar mensagens! A Lei também não permite a utilização de fones de ouvido. A regra consta no Artigo 252 do Código de Trânsito Brasileiro, que proíbe “dirigir o veículo utilizando-se de fones nos ouvidos conectados a aparelhagem sonora ou de telefone celular”. A infração é média, com multa de R$ 85,13 e quatro pontos na carteira. Para garantir a segurança, a orientação é estacionar o veículo em local permitido e seguro e, aí sim, usar o telefone.
ACERTE NO CALÇADO Também no capítulo destinado às infrações, o Código de Trânsito Brasileiro estabelece como infração média dirigir o veículo “usando calçado que não se firme nos pés ou que comprometa a utilização dos pedais”. Chinelos e sandálias, portanto, não devem ser usados. Para as mulheres, nada de salto alto, plataformas e tamancos, tanto no carro quanto na moto. O manual do DETRAN-MS esclarece que o uso de calçados bem fixos aos pés permite acionar os pedais rapidamente e com segurança. O CTB - Código de Trânsito Brasileiro - não proíbe dirigir descalço. Deixar calçados extras dentro do carro, para usar ao dirigir, pode ser uma boa opção. Em nome da segurança no trânsito, não custa nada deixar a vaidade um pouco de lado.
DE “A” A “E” Percorrer ruas, avenidas e estradas de moto, carro, caminhonete, ônibus ou caminhão exige preparo e a aprovação em um rigoroso processo de avaliação. O Código de Trânsito Brasileiro estabelece cinco categorias de habilitação e requisitos para cada uma delas. Confira: • CATEGORIA A: motos e triciclos. • CATEGORIA B: carros de passeio. • CATEGORIA C: veículos utilizados em transporte de carga, com peso maior que 3,5 mil quilos. • CATEGORIA D: ônibus e vans. • CATEGORIA E: todos os veículos das categorias B, C e D, desde que tenham unidade acoplada, reboque, semi-reboque ou articulada, com peso maior que 6 mil quilos. Inclui, ainda, os trailers. As categorias A e B são independente das demais, mas a partir da C são estabelecidas algumas regras: • CATEGORIA C: é preciso estar habilitado há um ano na categoria B e não ter cometido infração gravíssima, grave ou reincidente na média, durante os últimos 12 meses.
Consta no Artigo 252 do Código de Trânsito Brasileiro, que proíbe "dirigir o veículo utilizando-se de fones nos ouvidos conectados a aparelhagem sonora ou de telefone celular".
• CATEGORIA D: deverá ter 21 anos completos na data em que for dada entrada no processo, além de estar habilitado há dois anos na categoria B ou, no mínimo, há um ano na categoria C e não ter cometido nenhuma infração grave, gravíssima ou ser reincidente na média, durante os últimos 12 meses. • CATEGORIA E: deverá ter 21 anos completos na data em que for dada entrada no processo, além de estar habilitado, no mínimo, há um ano nas categorias C ou D e não ter cometido nenhuma infração grave, gravíssima ou reincidente na média, durante os últimos 12 meses.
SAÚDE EM DIA Dentre as várias etapas que o candidato à carteira de habilitação passa, está o exame de aptidão física e mental. Trata-se de uma ampla avaliação feita por médicos, que permite um diagnóstico preciso da capacidade de assumir a direção. O exame começa com a aplicação de um questionário sobre doenças já existentes, uso de álcool e drogas e envolvimento em acidentes. Em seguida, são realizados exames físicos gerais e específicos, como avaliações oftalmológicas, de audição e cardiorrespiratórias – aferição de pressão e auscultas do coração e do pulmão. Na avaliação neurológica, uma série de equipamentos e testes são usados para verificar a mobilidade, reflexo, coordenação motora, força muscular e a sensibilidade.
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{ VIDA NO TRÂNSITO }
DETRAN-MS estimula o uso de bicicleta como meio de transporte econômico, saudável e ambientalmente correto. por Luiz Felipe Fernandes • fotos creative commons/Pörrö / THINKSTOCK
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odos os dias, Elijane acorda às 6h30, pega sua bicicleta, passa em frente ao ponto de ônibus, dá um tchauzinho para as colegas de trabalho e pedala oito quilômetros até chegar ao seu destino. Chegando ao serviço, bate o ponto junto com as mesmas colegas que havia cumprimentado meia hora antes. Este breve relato das primeiras horas do dia da servidora pública permite uma simples conclusão: Elijane chega ao trabalho de um jeito mais econômico, saudável e ambientalmente correto que o de suas companheiras. Elijane Coelho, formada em Educação Física, é gestora de atividades de trânsito do Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso do Sul (DETRAN-MS). Entusiasta do que para ela é um estilo de vida, Elijane contribui para um projeto que será lançado em breve – o “Embike nessa onda”. O objetivo do DETRAN-MS é estimular o uso da bicicleta como meio de transporte e informar aos motoristas, motociclistas, pedestres e aos próprios ciclistas sobre as regras de circulação que garantem uma convivência pacífica no trânsito.
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Também já foi apresentado para a Prefeitura de Campo Grande um projeto para a construção de uma ciclovia no trecho que dá acesso ao DETRAN-MS, que será executada com recursos próprios. Desta forma, funcionários e usuários do órgão poderão chegar de forma segura à sede do departamento de trânsito usando bicicletas. A obra também prevê um acesso exclusivo para os ciclistas e a instalação de bicicletário.
NÃO É SÓ BRINQUEDO Campo Grande tem hoje 75 quilômetros de ciclovia, de acordo com a Agência Municipal de Transporte e Trânsito (AGETRAN). Segundo Elijane, trata-se de um considerável espaço destinado ao ciclista, se comparado a outras cidades de médio e grande porte. Ela avalia, entretanto, que o maior desafio é mudar a cultura da população. “A maioria das pessoas só vê a bicicleta como um brinquedo e usa a ciclovia exclusivamente para o lazer”. Para a gestora do DETRAN-MS, é preciso convencer as pessoas de que percursos de até 10 quilômetros podem ser feitos de forma mais prática e econômica usando a bicicleta. Elijane considera, ainda, que a ideia de que a bicicleta é um meio de transporte usado apenas pela população de baixa renda, por quem não tem condição financeira de comprar carro ou moto, está ultrapassada. Para disseminar as vantagens de se locomover sobre duas rodas, são feitos passeios ciclísticos noturnos todas as quintas-feiras, a partir das 19h30. No dia 22 de setembro, definido como o Dia Mundial sem Carro, também será realizada a “Atravecity” – uma gincana em que duplas de ciclistas deverão percorrer pontos previamente demarcados e, dessa forma, concorrer a prêmios.
Quase todo mundo aprende a andar de bicicleta quando criança, mas pedalar em vias públicas ou mesmo em ciclovias não é uma simples brincadeira. Existem regras de circulação específicas para a “magrela”: Nas ciclovias, andar sempe pela direita, obedecendo os sentidos de mão e contramão. Na faixa de pedestre, o ciclista deve desembarcar e atravessar empurrando a bicicleta. O ciclista deve observar se a ciclovia é compartilhada com pedestres e respeitá-los. Quando não houver ciclovia, a circulação deverá ser à margem da via, no mesmo sentido de circulação dos carros. Motoristas devem guardar distância de um metro e meio do ciclista. Para maior segurança, é recomendado o uso de campainha, sinalização noturna e espelho retrovisor.
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{ VIDA NO TRÂNSITO }
Jovem consciente, trânsito mais seguro Em parceria com a Editora Alvorada, DETRAN-MS oferece programa pioneiro para estudantes do Ensino Médio. por LUIZ FELIPE FERNANDES • imagem DIVULGAÇ�O
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apacitar os jovens para formar futuros motoristas mais conscientes e solidários no trânsito. Assim tem sido desde 2011, quando o Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso do Sul (DETRAN-MS) deu início ao programa “Trânsito na Escola – Formação do Jovem Condutor”. Criado para atender a Resolução 265, do Conselho Nacional de Trânsito (CONTRAN), que estabelece as diretrizes para implantação da formação teórico-técnica no ensino médio, o programa foi além e já apresenta importantes resultados práticos. A iniciativa é pioneira no Brasil. Por meio do curso extracurricular, oferecido pelo DETRAN-MS aos estudantes dos dois últimos anos do Ensino Médio, jovens que ainda não completaram 18 anos dão início ao processo de habilitação. O programa é desenvolvido em parceria com a Editora Alvorada, que desenvolveu todo o material
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pedagógico usado no curso. A coleção traz não só informações sobre a legislação de trânsito brasileira, mas também incentiva a reflexão e a mudança de comportamento, que contribuem para um trânsito mais seguro.
Os estudantes realizam inúmeras atividades fora da escola, como palestras, debates, vivência no trânsito e participam do programa de TV “Se Liga”. Atualmente, 82 escolas de Mato Grosso do Sul participam do progra-
ma, que é totalmente gratuito. O curso, ministrado por instrutores de trânsito, tem 155 horas, distribuídas em dois anos. A diretora de Habilitação e Educação de Trânsito do DETRAN-MS, Elizabeth Félix, ressalta que, além do conteúdo teórico, os estudantes realizam inúmeras atividades fora da escola, como palestras, debates, vivência no trânsito e participam do programa de TV “Se Liga”, desenvolvido pelo próprio órgão para levar informação de uma forma jovial e descontraída. Neste mês de setembro, os jovens que fazem parte do programa vão participar ativamente da Semana Nacional de Trânsito. O tema não podia ser mais pertinente – “álcool, outras drogas e a segurança no trânsito: efeitos, responsabilidades e escolhas”. O evento está dentro do cronograma da década mundial de segurança no trânsito, definido pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
HABILITAÇÃO Além de todo conhecimento adquirido durante o curso, os estudantes que participam do programa “Trânsito na Escola – Formação do Jovem Condutor” contam com uma grande vantagem. Depois de receber o diploma, eles não precisam fazer o curso teóricotécnico no Centro de Formação de Condutores. Ao dar entrada no processo para tirar a carteira de motorista, o jovem já pula para a fase de exames e, depois, para as aulas práticas de direção. E não para por aí. O DETRAN-MS também oferece descontos nas guias referentes à habilitação. Algumas taxas são totalmente isentas. No fim do processo, os custos com pagamento das guias caem pela metade, em relação ao processo normal. Para Elizabeth, o grande objetivo do programa é criar, desde cedo, a ideia de obediência às leis, que, na prática, contribui para um trânsito menos violento. O grande
diferencial, segundo a diretora, é trabalhar com o jovem não apenas o conhecimento técnico, mas também valores de cidadania e ética. “Queremos preparar uma geração futura mais consciente no trânsito”, conclui. A primeira turma do programa “Trânsito na Escola – Formação do Jovem Condutor” foi formada em dezembro de 2012. Uma nova turma receberá o diploma ainda esse ano. Segundo Elizabeth, os primeiros jovens já estão sendo aprovados no processo de habilitação, beneficiando-se de todo o incentivo dado para obtenção da carteira de motorista. Pela abordagem inovadora e pelos resultados apresentados, o programa tem, inclusive, chamado a atenção dos departamentos de trânsito de outros estados. Inspirados na experiência de Mato Grosso do Sul, motoristas e motociclistas mais bem preparados ganharão as ruas de todo o país.
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{ VIDA NO TRÂNSITO }
Buzina, xingamento, brigas... O que explica a mudança de comportamento dos motoristas no trânsito? por Luiz Felipe Fernandes • foto Henrique Attilio
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nfrentar ruas e avenidas de uma grande cidade em horário de pico é um teste de paciência. Longe de sofrer com os congestionamentos quilométricos das metrópoles, Campo Grande já começa a sentir os efeitos do crescimento urbano e, consequentemente, do aumento do número de veículos nas vias públicas. Filas duplas, conversões em locais proibidos, “fechadas” bruscas e pronto! O estresse aumenta, o sangue ferve e a raiva explode. Buzinas e xingamentos passam a fazer parte da trilha sonora da chamada hora do rush. Isso quando a queda de braço entre motoristas, motociclistas e pedestres não chega ao confronto físico, às brigas e, tragicamente, às mortes. Ruas e avenidas passam a ser lugar de ninguém, quando, na verdade, deveriam ser espaço de todos. Mas o que explica esse comportamento no trânsito? O psicólogo Renan da Cunha Soares Júnior, assessor de Psicologia do Trânsito do Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso do Sul (DETRAN-MS), explica que a personalidade
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de quem está ao volante ou pilotando uma motocicleta é a mesma em qualquer situação. O problema é que o trânsito é um ambiente que provoca pressão sobre as pessoas e, se sentindo ameaçadas, os valores que cada um tem passam a ficar mais evidentes. Como acontece com quem já fica mais irritado num contexto diferente. Os conflitos no trânsito, segundo Renan, acontecem quando a maioria só pensa em si mesmo. “Dividir o espaço público e a própria noção do que é público são coisas muito mal trabalhadas, por isso temos que tentar mediar esse conflito”. Além disso, os veículos são a representão social de objetos de poder, que só contribuem para acirrar essa disputa. Sob essa ótica, há o equívoco de achar que é preciso dar espaço para o carro mais caro, luxuoso ou potente. É também o que explica o comportamento de motociclistas que, pela agilidade do tipo de veículo que utilizam, se acham no direito de fazer manobras arriscadas sob a justificativa irracional de que devem ter preferência na via.
Psicólogo Renan da Cunha Soares Júnior, assessor de Psicologia do Trânsito do DETRAN-MS
VENCENDO O MEDO Se por um lado o trânsito revela valentões ao volante, por outro há quem se sinta acuado ao assumir a direção. O assessor de Psicologia do trânsito do DETRAN-MS explica que existem pessoas com fobia de dirigir. “O perfil clássico é a pessoa que se envolveu ou quase se envolveu em acidente, como condutor ou como passageiro”. Geralmente são pessoas bem-sucedidas em outras áreas, mas que, pelo estresse pós-traumático, passam a ter medo de pegar o volante. Há, entretanto, aqueles que têm ansiedade generalizada ou mesmo os que possuem depressão. Nesses casos, o comportamento que se observa na direção de um veículo também é observado em outras situações. Segundo Renan, o rebaixamento de humor de quem sofre de depressão faz com que a pessoa tenha dificuldade de se autoafirmar no trânsito, por imaginar que é um meio ameaçador e que vai exigir desenvoltura. Quem enfrenta algum desses problemas passa a entrar num círculo vicioso, com seguidas tentativas fracassadas de tirar a carteira de
habilitação. Em parceria com a Universidade Católica Dom Bosco, o DETRAN-MS oferece, gratuitamente, o programa “Vencendo o medo de dirigir”. A iniciativa é pioneira no Brasil e, há mais de 10 anos, consegue fazer com que, em média, 70% dos candidatos consigam passar na prova de direção. São 12 encontros de uma hora e meia, durante três meses. Renan diz que 95% dos participantes são mulheres, não porque elas têm mais dificuldade, mas devido à vergonha dos homens de reconhecerem a dificuldade. Além de passar por avaliação psicológica, o candidato aprende técnicas de relaxamento, respiração e autocontrole. Cerca de 200 pessoas são atendidas por ano. Uma vantagem do programa é a possibilidade, por meio da avaliação psicológica, de identificar outros problemas do candidato. Dependendo do diagnóstico, há encaminhamento para psicoterapia individual, que pode ser feita na própria clínica-escola da universidade, ou até mesmo uma indicação para que a pessoa procure um médico psiquiatra.
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{ DIA NACIONAL DO IDOSO }
Um blog para envelhecer bem Militante dos direitos dos idosos, desde quando ainda estava longe de ser um deles, o pedagogo aposentado Aymoré Alves Marinho, 66 anos, resolveu inovar e usar a internet como um de seus aliados na discussão sobre o melhor jeito de envelhecer. por MARTA FERREIRA • foto HENRIQUE ATTILIO
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esde julho está no ar o blog mantido por ele sobre o tema. A intenção, explica de pronto ao ser indagado, é “fazer com que atores envolvidos no envelhecimento possam se encontrar e com isso enriquecer a experiência”. O “Blog do Aymoré, um jeito MS de envelhe(Ser)” tem informações sobre saúde, lazer, etc., e principalmente esclarecimentos sobre os direitos das pessoas com mais de 60 anos, reconhecidos pelo Estatuto Nacional do Idoso. A lei completa uma década em 2013, . Para Aymoré, esses 10 anos do documento que baliza os direitos dos idosos tiveram avanços quanto ao conhecimento da lei, mas ainda há uma questão séria a ser trabalhada. Na visão dele, a sociedade precisa desconstruir a identidade atribuída a quem tem mais experiência de vida. “O estigma da velhice ainda é muito forte. Até que ponto vai a autonomia do idoso? A sociedade ainda conspira contra isso”, analisa.
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Um dos grandes problemas que ele pretende combater, por meio da informação, é um tipo de violência contra os mais velhos que não ocorre a olhos vistos. “É, por exemplo, a situação dos empréstimos consignados, muitos deles feitos por parentes, filhos, netos, até sobrinhos, sem autorização do aposentado”. Outra preocupação é contribuir para a criação de uma literatura brasileira sobre o tema. Aymoré comenta que há pouco conteúdo, por exemplo, sobre gerontologia, o campo dos estudos sobre a experiência da velhice em vários aspectos. “Por isso estamos sempre abertos à colaboração de conteúdos para o blog”. Aymoré procura usar no blog a mesma linguagem que utiliza nas oficinas realizadas por ele em todo o Estado, com atrativos visuais para ajudar a passar informações de forma clara e entendível. Uma das atividades mais interessantes é um jogo, explicando o Estatuto do Idoso, criado pelo pedagogo, que pode ser impresso e ficar à disposição da família toda.
Diretor de um centro de convivência dos idosos, por 10 anos, Aymoré afirma que o reforço da internet e o trabalho têm um objetivo final: ajudar a cumprir a previsão legal de que eles, os idosos, possam viver, na prática, o que está previsto em lei: ser agentes de seu próprio envelhecimento e não expectadores. “É importante que todos saibam que o tempo passa de forma diferente entre as pessoas. Cada um tem o seu envelhecer e isso precisa ser respeitado”, finaliza.
QUEM É? Membro fundador do Fórum Permanente do Idoso do Estado de Mato Grosso do Sul – FPIMS em 1996. Coordenador do FPIMS de 1996 a 2000. Idealizador e Coordenador do Centro de Convivência do Idoso Elias Lahdo – Região Norte de Campo Grande, de 1998 a 2008. Membro responsável pela implantação da Política Municipal do Idoso – PMI (Lei 3.563 de 20/10/98). Membro fundador da Associação Campo-grandense de Idosos – ACI. Membro responsável pela implantação da Política Estadual do Idoso – PEI (Lei 2073, de janeiro de 2000). Membro fundador do Fórum Permanente do Idoso de Campo Grande – FPICG em 2003. Coordenador do FPICG, de 2003 a 2005. Membro responsável pela implantação do Conselho Municipal do Idoso – CMI, em 2005. Representante de Mato Grosso do Sul na I CONFERÊNCIA NACIONAL DO IDOSO, em Brasília, no ano de 2006. Assessor e apoiador da implantação da Política do Idoso em Municípios de MS. Apresentador do Programa 3ª Idade em Ação, pela Rádio Difusora AM 1240. Presidente do Conselho Municipal do Idoso – CMI, no período 2005/2006.
conheÇa o bloG do aYmoré:
WWW.AAMIDOSO.COM.BR
Publicou através da Prefeitura Municipal de Campo Grande um trabalho intitulado “EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA POLÍTICA NACIONAL DO IDOSO” .
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{ DIA NACIONAL DO IDOSO }
Atestado de velhice? Será?
Para ter uma velhice equilibrada é bom começar a se preocupar com a saúde desde cedo. por ANAHI ZURUTUZA
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uem acha que no dia que marcar uma consulta com um geriatra vai assinar o próprio “atestado de velhice” está enganado. Começamos a envelhecer assim que nascemos, ou melhor, desde o momento em que somos gerados, ainda no útero da mamãe. Claro que a maior parte das pessoas que começam a frequentar o geriatra têm 60 anos ou mais. Contudo, na verdade, não há idade ideal para procurar a ajuda deste profissional. Há, sim, quem prefira começar a ser acompanhado pelo geriatra aos 30, 40, 50 anos, justamente para prevenir problemas futuros de saúde e chegar à chamada terceira idade com qualidade de vida. O geriatra nada mais é que o famoso clínico geral, com a diferença de que tem conhecimento mais aprofundado dos processos do envelhecimento humano. Ele é generalista e especialista ao mesmo tempo. Capaz de diagnosticar e tratar inúmeras doenças, desde que o problema não necessite de tratamento cirúrgico, como os infartos e tumores cancerígenos, ou mesmo a atenção de um médico perito na patologia ou em determinado órgão do corpo humano. “O indivíduo é na velhice aquilo que foi na juventude”, afirma o geriatra Eustáquio Marques Ferreira, e é por essa lógica que o médico garante que não há idade mínima para ir ao consultório dele. “Eu atendo jovens também, mas a maior parte dos meus pacientes são velhos. A mais velha tem 104 anos. O mundo está envelhecendo e as pessoas estão se preocupando um pouco mais com a saúde, por isso o geriatra é cada vez mais requisitado”. Vice-presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia no Mato Grosso do Sul, Ferreira explica que quanto mais cedo a pessoa se preocupa em ter uma vida saudável, melhor. “Uma vez tive a oportunidade de ver
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um exame feito nas artérias de um feto, que mostrava o acúmulo de gordura nas paredes das artérias desses indivíduo que não tinha nem nascido. Era uma palestra de um colega falando sobre do processo evolutivo da arteriosclerose. O que temos de fazer é tentar retardar ao máximo esse processo”.
CUIDADOS Uma criança saudável, uma pessoa sadia na adolescência e na fase adulta, torna-se um idoso saudável. Esta é a máxima não só da Geriatria, mas da Medicina e não deve soar como ladainha. Ter alimentação equilibrada, se planejada com a ajuda de um profissional, e praticar exercícios físicos, pelo menos quatro vezes na semana, não fumar e não ingerir bebidas alcoólicas exageradamente são os mais importantes passos para conquistar uma velhice sem graves problemas de saúde. “Ter um médico para orientar e fazer exames de rotina também é importantíssimo”, ressalta Eustáquio Ferreira. O médico lembra de outro detalhe: a saúde emocional. “O bom relacionamento com a família, ser uma pessoa emocionalmente equilibrada e a religiosidade têm de ser levados em conta. A pessoa que é mal-humorada, que não se dá bem com ninguém, vai ser um velho chato, um cara que não quer nem cuidar de si, que não quer nem ir ao médico”. Não existem remédios que retardem o envelhecimento e nem poções milagrosas para impedir a chegada da terceira idade. A verdade é que ter uma velhice tranquila e saudável é um privilégio para quem ainda é jovem e quer ter bons hábitos. Seja novo ou velho, se precisar de orientação, não hesite em procurar um médico. Pode até ser o geriatra.
{ CULTURA }
A
foto DIVULGAÇÃO
os 64 anos, e aposentada, Arilda Riquelme Antunes tem, quatro vezes por semana, compromisso com a dança. Ela não apenas frequenta as aulas no Centro de Convivência Vovó Ziza, em Campo Grande, como também faz parte do Grupo Fantasia, que se apresenta em diversas ocasiões e prova que a arte do movimento não tem idade. Arilda diz que sua vida melhorou, e muito, com a dança. “Me sinto mais feliz e mais leve”. Até a convivência com o marido, Lucílio, de 67 anos, também um frequentador do Centro de Convivência do Idoso (CCI), teve benefícios. “Ficamos mais parceiros, temos até mais assunto para conversar”, testemunha a avó de três netos, que são os seus maiores incentivadores e apoiadores na prática de atividade física. A aposentada é um exemplo dos benefícios que a dança traz para as pessoas idosas e procuraram novos caminhos para envelhecerem com saúde e diversão. Ela também faz hidroginástica e diz que sentiu mudanças no corpo, para melhor. “A dança hoje é tudo, até estive afastada no ano passado, por causa de uma cirurgia da coluna, mas não resisti. Voltei e a coluna nem lembra mais de nada”, conta. Para as apresentações com o grupo é a própria Arilda quem faz os figurinos que usa. E vira uma festa familiar. “Minhas netas me ajudam, dando opinião para ficar mais bonito”. No palco, a professora, que durante 23 anos ensinou crianças do Ensino Fundamental, sente-se diferente, especial. “É uma emoção muito especial, principalmente quando vêm os aplausos e as pessoas pedem para tirar foto conosco”. “Eles se sentem artistas”, resume a professora de dança do grupo, Sônia Ruas Rolon. Ela conta que o Grupo Fantasia surgiu há 5 anos, no Centro de Convivência do Idoso Vovó Ziza, mantido pela SAS (Secretaria de Assistência Social, do Município). Sônia, profissional da dança no CCI desde a abertura do Centro, conta que o grupo já se apresentou para plateias com milhares de pessoas, como, por exemplo, no Arraial de Santo Antônio, neste ano, quando antecederam a apresentação da cantora Delinha. Ela explica que a modalidade trabalhada com os idosos é a “dança criativa”. A partir de movimentos dos próprios idosos, é feita a coreografia, usando, ainda, elementos de dança folclórica. “Para eles é muito legal, porque eles vão buscar os sentimentos. É uma coisa muito boa. A gente faz com que eles representem coisas positivas, alimentando a memória, a memória corporal, a memória da vida”, define.
Grupo fantasia
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{ CULTURA }
Luz, harmonia e escuridão
Valter Patrial divide com a Cinco , como a fotografia perdeu espaço como hobby para se tornar sua profissão. por KÁTIA KURATONE • fotos VALTER PATRIAL
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ascido no Paraná e agora morando em Campo Grande, o fotógrafo Valter Patrial é um apaixonado pela profissão. “A fotografia sempre foi uma paixão, mas foi aqui, em Campo Grande, que as oportunidades foram surgindo. Começou como uma atividade para descontrair, mas, à medida que os estudos se aprofundavam e os obstáculos eram superados, a fotografia passou de distração à profissão”, confessa. Ele acredita que o diferencial do seu trabalho está na espontaneidade das imagens e nos detalhes. “Gosto de compor uma cena e os detalhes são fundamentais para a harmonia dos elementos que compõem fotografia. Cada imagem tem a sua mensagem, ela deve falar por si, cabe, a cada um que a olhe interpretar. Ao fotografar, o olhar é único, mas a mensagem vai depender do estado emocional de quem olha este registro depois de pronto”.
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Em busca de boas imagens, como as que podem ser conferidas nesta matéria, Valter, muitas vezes se vê em situações inusitadas: “A fotografia proporciona as mais diversas situações possíveis. As que mais marcam são as que colocam a sua adrenalina a todo vapor. Quando se faz fotos de longas exposições noturnas, a escuridão é essencial para os registros em que a Via Láctea faz parte da composição. Certa vez, só percebi uma vaca, quando senti a sua respiração ao meu lado, o susto foi tamanho que fiquei desorientado por alguns instantes! Vivi inúmeras dessas situações”.
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As dicas dele para os iniciantes são simples, mas importantes. “Conhecer seu equipamento fotográfico é essencial, para se ter melhor aproveitamento. Ler o manual, estudar os conceitos e técnicas são fundamentais, só assim começa-se a fazer os registros com um olhar diferenciado”. Quem quiser conhecer mais sobre o trabalho de Valter Patrial, pode acessar www. facebook.com/valter.patrial
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{ CULTURA }
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Objetos que estimulam a imaginação e reinventam a arte do brincar por Renato Lima • fotos divulgação
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les não precisam de pilha nem eletricidade, porque são movidos pela imaginação. Em vez de regras definidas e movimentos limitados, os bonecos vão até aonde a criatividade alcança. Esses objetos não exigem manuais nem tradução, muito pelo contrário, os bonecos são brinquedos universais e democráticos, que fazem a alegria de crianças e adultos por gerações. Este ano Campo Grande entrou no roteiro nacional do Sesi Bonecos do Mundo. O maior festival de bonecos do País trouxe para o Parque das Nações Indígenas 13 apresentações de companhias de várias partes do Brasil, além da Rússia, Coreia, Itália, Japão, EUA e Peru. Essas diferentes expressões declararam a liberdade aos bonecos, dando vida aos mamulengos, objetos inanimados, títeres, brinquedos e fazendo sombra na parede e transformando partes do corpo em personagens. Já que a cidade parou para ver, rir e se deixar levar pelas cores e os movimentos desses bonecos animados, a Revista Cinco + foi explorar o lado pedagógico dessa brincadeira. Para a psicóloga Sheila Brusamarello, o brincar da criança é muito importante no processo de educação. A criança exercita as habilidades necessárias para seu desenvolvimento integral, como a autodisciplina, a socia-
bilidade, a afetividade, os valores morais, o espírito de equipe, o bom senso, a criatividade, a espontaneidade e a iniciativa, bem como o desenvolvimento psicomotor. “As brincadeiras permitem que a criança se desenvolva, alcançando objetivos como a linguagem, a motricidade, a atenção e a inteligência. Na interação dinâmica com bonecos, fantoches e marionetes, a criança se entrega à fantasia, deixa-se conduzir a um mundo imaginário. É um jogo simbólico onde a criança explora sua imaginação, expressando seus conteúdos mais íntimos de modo lúdico. Essa brincadeira influencia positivamente vários aspectos afetivo-sociais, proporcionando um melhor equilíbrio emocional”, explica Sheila. A psicóloga destaca também os jogos pedagógicos, geralmente usados nas escolas e em casa com a família, como importantes na contribuição para o exercício do raciocínio, capacidade de abstração, através das brincadeiras. “Por meio deles, as crianças operacionalizam suas reflexões temporais e espaciais, aprimorando a capacidade de concentração, indispensáveis à fixação futura de conhecimentos específicos, que contribuem e enriquecem o desenvolvimento intelectual. A atividade lúdica favorece o fortalecimento da personalidade, na medida em que a criança se integra positivamente no grupo”, destaca.
“As brincadeiras permitem que a criança se desenvolva, alcançando objetivos como a linguagem, a motricidade, a atenção e a inteligência”
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“(...) ATIVIDADE LÚDICA FAVORECE O FORTALECIMENTO DA PERSONALIDADE, NA MEDIDA EM QUE A CRIANÇA SE INTEGRA”
DE HOLLYWOOD PARA CAMPO GRANDE Quem passou por aqui também foi o marionetista Phillip Huber, da companhia norte-americana The Huber Marionettes, que trouxe para Campo Grande o espetáculo Animação Suspensa. Ele é um dos grandes expoentes do mundo na manipulação de bonecos articulados presos com fios. Seu primeiro trabalho de destaque internacional foi no filme Quero Ser John Malcovich. Já o mais recente foi dar vida e graça à pequena Boneca de Porcelana no filme Oz, Mágico e Poderoso, que mesmo com recursos de computação gráfica preservou os movimentos característicos de marionete. Mais informações em www.hubermarionettes.com
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{ GASTrOnOMiA }
Pacu com Farofa de Banana é de dar água na boca por káTiA kurATOnE • foto rAchiD WAQuED nETO
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imples de fazer, a receita do "Pacu com Farofa de Banana" é deliciosa e nutritiva. Rica fonte de ômega 3, que auxilia no controle do colesterol, o pacu é um peixe típico do Pantanal sul-mato-grossense. A receita é da nossa saudosa culinarista Iracema Sampaio, que era conhecida como uma “cozinheira de mão cheia”, e pode ser encontrada no livro “Cheiros e Sabores de Mato Grosso do Sul”, lançado pela Editora Alvorada.
A obra é uma ótima dica para quem gosta de cozinhar. Tem mais de 160 receitas tipicamente sul-mato-grossenses, entre caldos, sopas, entradas, peixes, carnes, frangos, acompanhamentos, sobremesas, lanches, bebidas, sobás e espetinho. Repleta de cores e iguarias da região, a autora Iracema Sampaio consegue transcrever a riqueza da nossa cultura em diversas receitas de abrir o apetite de qualquer um. Vale a pena conferir!
Pacu com farofa de banana Receita: livro Cheiros e Sabores de Mato Grosso do sul da autora iracema sampaio. Editora alvorada
INGREDIENTES 1 pacu médio / 4 dentes de alho amassados / 1 cebola média cortada em rodelas / 1 maço de cebolinha picada / 1 maço de Coentro Picado / 2 bananas da terra cortadas em cubinhos / 3 colheres rasas (sopa) de margarina / 1 xícara (chá) de azeitonas sem caroço / 250 gr de farinha de mandioca / 1 limão / sal e pimenta-do-reino a gosto
MODO DE FAZER Lave bem o peixe e deixe escorrer. Tempere-o com o sal, alho, pimenta e limão. Reserve.
RECHEIO Frite a banana e reserve. Coloque 2 colheres de margarina numa panela e aqueça. Junte a cebola, a cebolinha e o coentro, refogue-os e retire do fogo. Junte as azeitonas e a farinha de mandioca e faça a farofa. Por último, acrescente as bananas fritas. Recheie o peixe com a farofa, lambuze-o bem com a colher de margarina restante e leve ao forno por 1 hora. 7 4 | CINCO + | SETEMBRO 2013
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{ VIAJE BEM }
por FERNANDA MATHIAS • fotos HENRIQUE ATTILIO
O Projeto Couchsurfing (CS) é um serviço de hospitalidade, com base na internet. Em 2012 atingiu a marca de 1 milhão de membros, em mais 180 países e territórios.
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missão do Couchsurfing é “Participação na criação de um mundo melhor, um sofá de cada vez”: Couchsurfing procura ligar, internacionalmente, pessoas e lugares, criar trocas educacionais, fomentar consciência coletiva e espalhar a tolerância e o entendimento cultural. A inscrição na organização é gratuita e pode ser feita simplesmente registrando-se no site. UM SOFÁ POR UMA BOA HISTÓRIA Antes de relatar minhas impressões e experiências com o Couchsurfing, é indispensável que eu fale um pouco sobre minha personalidade. Sou capricorniana, a rigor, gosto de cada coisa em seu lugar e prezo pela privacidade e estabilidade. Não tenho um espírito aventureiro, mas aprecio boas histórias e sempre arrumo um jeito de extraí-las. Sou capaz de fazer um pé de alface falar sobre a vida. E foi justamente essa curiosidade/paixão que me moveu a conhecer novos mundos, através das experiências alheias.
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“O Couchsurfing pode ser uma oportunidade riquíssima para conhecer pessoas novas, economizar na viagem e ampliar os horizontes, mas que exige cautela e, sobretudo, clareza. Se você está recebendo, antes deixe claro as regras de sua casa e sua disponibilidade de tempo.” FERNANDA MATHIAS
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Somada a isso, a ideia da solidariedade também me agrada bastante. De um modo geral o Couchsurfing é uma rede de ajuda mútua. Mas meu interesse sempre foi oferecer sofá por uma boa história. Inclusive quando estive do outro lado desta relação – fiquei 10 dias na Patagônia argentina, em junho do ano passado – preferi me instalar em um hotel, mesmo sob protesto do meu querido anfi-
trião que, gentilmente, me ofereceu ótimos jantares e passeios, mesmo com sua vida bastante atarefada. Ingressei no programa em março de 2011, depois que um amigo contou-me como funcionava. Poucos dias depois recebi os primeiros “surfers”, um casal de holandeses, que estava viajando o mundo, pessoas pra lá de bacanas, cheias de histórias e boa educação. Conversamos sobre tudo, de relacionamento amoroso à carga tributária. Rendeu ótimas risadas, foi realmente uma iniciação positiva, tanto pelo entrosamento quanto pela brevidade da estadia, eles ficaram apenas uma noite. Dias depois veio a avaliação superpositiva e começaram a pipocar os pedidos de sofá. Recebi pessoas de Israel, da Bélgica, Austrália, Argentina, etc. Todos acrescentaram novas cores, fizeram-me delinear o mundo com outros contornos, levaram-me a refletir sobre sua vastidão, sobre a divergência de realidades, as opções de vida e as buscas pessoais.
O idioma pode se apresentar como uma barreira, mas é uma boa oportunidade para afiar o universal inglês. Em nenhum momento passei por sufoco ou saia justa, mesmo sendo mulher, mesmo morando só. Deixava as chaves de casa com eles e saía para o trabalho. Quando voltava estava tudo em ordem. Mas com um ritmo de vida acelerado, comecei a não ter tempo disponível para receber. E é aí que entra a primeira ressalva que gostaria de compartilhar com quem pensa em entrar para o Couchsurfing. Há um conceito de que as pessoas que vêm de fora, especialmente as que fazem mochilão, são mais independentes e, por isso, não vão interferir minimamente na sua rotina. Ledo engano, no pacote do sofá é preciso incluir também atenção para apresentar alguns pontos da cidade, disposição para sair à noite, enfim, ciceronear. Em alguns casos – aí novamente um traço de personalidade – acabei não sabendo como recusar de levar as pessoas até a rodoviária que fica a 15 km da minha casa, o que acabava enrolando meu dia inteiro. Também houve viajantes que ultrapassaram o tempo máximo a que me coloquei à disposição para receber (dois dias), que deixavam louça suja na pia e até um que catou minha escova de dentes no banheiro e usou! Com outro surfer, da Bélgica, o alerta sobre um risco real, que acho importante dividir aqui. Um falso anfitrião criou perfil fake (e vários outros que o avalizaram) e conseguiu furtar uma quantia considerável em dinheiro, convencendo-o a depositar parte do dinheiro da viagem que tinha programado, sob o pretexto de que ficaria mais barato comprar os trechos, a partir do Brasil. O caso foi parar na Polícia Federal, mas nunca chegaram ao criminoso. Também me relataram outros inconvenientes, como chegar a espaços extremamente sujos, pessoas com manias estranhas, etc.
O Couchsurfing pode ser uma oportunidade riquíssima para conhecer pessoas novas, economizar na viagem e ampliar os horizontes, mas que exige cautela e, sobretudo, clareza. Se você está recebendo, antes deixe claro as regras de sua casa e sua disponibilidade de tempo. Do outro lado, se quer ser um bom visitante, bom senso é fundamental. Ser proativo, interferir o mínimo possível na rotina do seu anfitrião e respeitar sua privacidade são ingredientes básicos para uma experiência positiva. Ah, e um adendo: é importante lembrar que você não precisa necessariamente receber para participar do programa. Se não tiver disponibilidade de espaço ou tempo, pode também se colocar a disposição para um café (meu atual status).
perfil da Fernanda na rede oficial de Couchsurfing
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Invista em Seguro Saúde com Atendimento Nacional: Albert Einstein, Sírio Libanês, Beneficência Portuguesa... por ALINE QUEIRÓZ
A
saúde é o bem mais precioso que temos, portanto devemos cuidar e zelar por ela. Investir em Plano de Seguro Saúde é possível e mais simples do que você imagina. A Realiza Administradora e Corretora de Seguros tem a solução para quem quer contar com alto padrão de recursos médicos. É claro que ninguém quer ficar doente, mas se isso acontecer, e você estiver preparado, os impactos serão menores. Quando se fala em hospitais como Albert Einstein, Sírio Libanês e Beneficência Portuguesa você pode pensar: isso custa caro. No entanto, se você for prevenido, um tratamento como este estará ao seu alcance. A sócia-proprietária da empresa, Regina Nunes, explica que na hora da doença muitas pessoas precisam se desfazer de bens para custear tratamentos médicos. Pior ainda é quando uma pessoa da família sofre acidente e em pouco tempo todos são obrigados a montar estrutura para atender o familiar acidentado. Muitas vezes, uma família inteira precisa aumentar jornadas de trabalho para custear o tratamento médico de uma só pessoa. Com um plano de saúde os custos para tratamentos como estes podem ter cobertura total ou parcial.
PARCEIROS A Realiza Administradora e Corretora de Seguros trabalha com as melhores seguradoras do mercado, entre elas, Bradesco, Sul América e Omint.
SERVIÇO A Realiza Administradora e Corretora de Seguros fica na Rua Pedro Celestino, 1348, sala 1. O telefone é: 3026-7966. Trabalhamos com as melhores seguradoras do mercado, com taxas competitivas: Saúde, Automóvel, Empresarial, Residencial, Consórcio Imóvel e Carro (Porto Seguro) e outros. N�o conte com a sorte. Conte com a Realiza Seguros.
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Regina Nunes CRA-MS 0399 susep: 10.018460-8
{ ESpOrTE }
Da origem humilde à elite do futebol nacional, o Galo Guerreiro Pantaneiro comemora mais um aniversário. por Luiz FELipE FErnAnDES
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brigação ou paixão. Apenas uma dessas coisas pode explicar a disposição de se colocar em pé antes das oito da manhã, enfrentar um frio cortante abaixo dos cinco graus, descarregando sacolas cheias de frutas para dar suporte ao treinamento de atletas de futebol. Pois bastou meia hora de conversa para constatar que o que move Antônio Vieira da Cunha é tão somente paixão. Toni – como é mais conhecido – é presidente do Operário Futebol Clube. O tom descontraído do bate-papo ficaria evidente logo no início do encontro, quando este repórter foi gentilmente convocado para ajudar a carregar o lanche do time que passaria por um treino de condicionamento físico, no Parque das Nações Indígenas. “Ser operariano é isso”, resumiu. Originado da união dos trabalhadores que ajudaram a construir aquela que mais tarde seria a capital de Mato Grosso do Sul é tão marcante quanto a garra que fez com que o Galo se tornasse um dos times mais expressivos do estado. É quase impossível não se deixar envolver emocionalmente com o relato de quem ajuda a manter vivos
os 75 anos de história. O clube se chamaria América, mas por sugestão do padre João Crippa, que fez jus aos seus integrantes, os trabalhadores da construção civil, foi batizado como Operário Futebol Clube. Fundado, oficialmente, no dia 21 de agosto de 1938. Toni conta que, no início, a origem humilde dos jogadores impedia que os treinos fossem feitos nos campos de futebol no centro de Campo Grande, destinados à elite da época. A solução foi usar os campos dos quartéis do exército. A profissionalização só viria nos anos 70, mas logo as conquistas projetaram o então estado de Mato Grosso no cenário desportivo nacional. Foram quatro conquistas estaduais, antes da criação de Mato Grosso do Sul, e outras dez, depois da divisão. O Operário tem ainda um título brasileiro e um mundial – a President Cup, disputada na Coreia do Sul, em 1982, com vitória sobre o Bayern de Munique. A melhor campanha no Brasileirão foi em 1977, com um honroso terceiro lugar. O Operário chegou a ganhar um dos jogos das semifinais, contra o São Paulo, mas perdeu no saldo de gols.
RENASCIMENTO Hoje as disputas do Operário não se restringem aos gramados. A diretoria do clube, tenta na justiça, a solução para conflitos que culminaram na ausência do Galo nos últimos dois campeonatos estaduais. Ao mesmo tempo, tenta se impor nos campos, na série B deste ano. “Somos iguais à erva-daninha. Podem até arrancar, mas nós nascemos de novo”, garante Toni, com bom humor. Para esse recomeço, o presidente não tem dúvida de que a torcida estará ao lado do time. “Ser operariano é mais que uma religião. Você falta à missa, mas nunca a um jogo”, brinca. Toni conta que, mesmo durante o período em que esteve fora dos gramados, a torcida do Galo Guerreiro Pantaneiro continuou aumentando. Coisa que só mesmo a paixão pode explicar.
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{ COMPORTAMENTO / OPINIÃO }
" Como utilizar o celular sem ser deselegante.
O
telefone celular começou a ser utilizado no Brasil na década de 90 e de lá para cá já se passaram mais de 20 anos. No decorrer desse período, os avanços na tecnologia transformaram nossos telefones em mini computadores que nos permitem conexão vinte e quatro horas. É fato que eles vieram facilitar nossa vida, tranquilizar o coração das mães mais preocupadas e, em tese, poupar nosso precioso tempo. Mas, após tantos anos, não seria razoável que soubéssemos utilizá-lo com bom senso? Como afirma a consultora de etiqueta Cláudia Matarazzo, “No caso do celular, ainda não existe uma forma para utilizá-lo elegantemente, mas ser deselegante com ele é muito fácil.”
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"
As cenas são corriqueiras. O sujeito não desliga o celular durante a sessão de cinema, o aparelho toca, ele atende e, como se não bastasse, inicia uma conversa, ou, então, você vai ao restaurante com um colega e vocês mal conseguem conversar, pois ele está mais preocupado em fazer check in no Facebook, fotografar a taça de vinho para postar no Instagram ou falar com outra pessoa pelo Whatsapp. Situações como estas são cada vez mais comuns, mas, nem por isso, menos desagradáveis. As regras básicas de etiqueta que os pais passam aos filhos devem ser revistas e atualizadas. Não basta apenas comer de boca fechada, respeitar os mais velhos ou pedir licença. Precisamos aprender novas regras de bom comportamento para viver nesse mundo digital. A primeira delas é que não devemos ser escravos do celular. O fato de termos um telefone móvel não significa que estamos à disposição a todo momento. Em reuniões de trabalho, teatros, cinemas, palestras e eventos que requeiram nossa atenção, devemos, no mínimo, mantê-los no modo silencioso ou, o que seria mais adequado, desligados. Em caso de extrema necessidade, peçamos licença e atendamos em um lugar reservado. Parece óbvio? Mas não é.
(...) eventos que requeiram nossa atenção, devemos, no mínimo, mantê-los no modo silencioso ou, o que seria mais adequado, desligados.
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“Civilizado é não invadir e não abusar.” GLÓRIA KALIL
REGRAS BÁSICAS DA "CELETIQUETA": • Quando estiver com alguém, evite atender ligações ou checar e-mails. Valorize quem está com você! • Ao fazer uma ligação, certifique-se de que a pessoa do outro lado da linha pode falar naquele momento. • Maneire no tom de voz e, se possível, procure um local mais reservado para falar ao celular. • Nada de bisbilhotar o telefone alheio. Não há intimidade que dê esse direito a alguém! • Retorne as ligações e as mensagens. • Celular é telefone pessoal. Jamais atenda o celular dos outros, a não ser que seja solicitado a fazê-lo. • Seja razoável na escolha do toque e do volume das chamadas. Nem todo mundo gosta de funk! • Não forneça o número do celular de outra pessoa sem a devida autorização. • Jamais fale ao celular enquanto estiver dirigindo. Essa é mais do que uma regra de etiqueta, é uma regra de sobrevivência!
No estado da Bahia, por exemplo, editou-se uma lei que proíbe os uso de celulares ou qualquer tipo de emissão sonora pessoal no interior de casas de eventos artísticos. Um tipo de comportamento que deveria ser pautado no bom senso teve que ser transformado em lei para surtir efeitos. Outro hábito dos tempos modernos, que parece natural e inofensivo, é ligar para uma pessoa e, antes mesmo que ela diga “Alô”, perguntar “Onde você está?”. Essa é uma pergunta extremamente invasiva e inapropriada! A primeira coisa que deve nos preocupar, ao telefonar para alguém, é saber se quem está do outro lado da linha pode nos atender naquele momento. Nada de ligar e começar a falar como se não houvesse amanhã, sem se inteirar sobre a disponibilidade do outro. A americana Lakeysha Beard, de 39 anos, foi expulsa de um trem, que se deslocava entre os estados da Califórnia e do Oregon, nos Estados Unidos, por tagarelar no celular por 16 horas seguidas. Isso porque ela havia optado por seguir viagem no “quiet car” (vagão silencioso). Certamente essa é a conduta mais comum entre os usuários de telefone celular e, provavelmente, a mais irritante. Não temos o direito de expor as pessoas involuntariamente às nossas conversas particulares e, tampouco, aos nossos toques musicais ou “engraçadinhos”. A velha regra de que “nosso direito acaba onde começa o do outro” nunca esteve tão atual. Mantenha o toque do seu telefone em volume baixo e evite utilizá-lo para longas conversas e bate-papos em locais públicos. A sociedade agradece. Mais importante do que decorar uma lista de regras de “CelEtiqueta” é usar a sensatez. Falar aos berros é deselegante em qualquer situação, expor as pessoas a conversas que só dizem respeito a você não é atitude das mais educadas. Interagir com o aparelho mais do que com a pessoa que está em sua companhia é um ato rude e indelicado. Em todas as situações, vale a atemporal regra de ouro: “Trate os outros como você gostaria de ser tratado”.
por Ana Carolina Amorim Barbosa
advogada, professora do curso de direito da ufms e de cursos preparatórios para concurso público. Escritora nas horas vagas e autora do blog pessoal mparaphernalia.blogspot.com.br
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{ COMPORTAMENTO }
por ANGELA DENARI
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nsinar com exemplos concretos de preservação do meio ambiente. É assim que o Instituto Educacional Arancuã (IEA), em Sidrolândia, procura disseminar conceitos de sustentabilidade. O projeto arquitetônico e os equipamentos instalados na instituição foram concebidos a partir da necessidade de contribuir para uma convivência mais harmônica entre homem e natureza. A escola possui um sistema de coleta da água da chuva. A água que cai no telhado é canalizada para cisternas e, depois, bombeada para reservatórios, podendo ser utilizada nas descargas dos banheiros, para limpeza geral e irrigação do jardim. Além disso, em toda a área coberta, em que não é possível coleta para a cisterna, há um gramado que permite a infiltração da água da chuva. O IEA também possui todo o seu calçamento feito com “pavers” – peças pré-moldadas de concreto – assentados sobre areia. Essas peças são permeáveis, não impermeabilizam o solo e evitam acúmulo de água nas galerias pluviais. As peças são moldadas ao terreno e,
por serem antiderrapantes, proporcionam segurança. Um tratamento biológico do esgoto permite a transformação de compostos orgânicos em inorgânicos. O sistema de tratamento de dejetos é feito por meio da ação de bactérias que não causam doenças, mas que se alimentam de matéria orgânica em decomposição. A economia dos recursos naturais se dá com o uso de torneiras hidromecânicas, que liberam um jato de água pré-definido quando são acionadas. Também foram feitos reparos para diminuir a pressão. As descargas possuem caixas acopladas ou válvulas de economia. O lixo é separado em lixeiras destinadas à coleta seletiva e há uma preocupação em diminuir o uso de copos descartáveis. Isso implica em menos resíduos nos lixões e aterros sanitários e a consequente diminuição da contaminação do solo e dos rios. Cooperando e dando exemplo, o IEA dá sua contribuição para um meio ambiente mais preservado, a partir de um projeto pedagógico pré-elaborado e com a colaboração de profissionais conscientes.
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{ COMPORTAMENTO }
Projeto transforma vida de mulheres na fronteira Brasil-Bolívia por FERNANDA VALENTIN • fotos DIVULGAÇ�O
O
que tinha tudo para ser mais um importante projeto de desenvolvimento sustentável se tornou também uma transformação pessoal. Mais que renda, o Amor-Peixe, de Corumbá (MS), na fronteira com a Bolívia e às margens do Rio Paraguai, deu autoconfiança e independência à dezenas de mulheres que passaram pelas máquinas de costura do projeto em dez anos. Joana Ferreira de Campos, presidente da Associação de Mulheres Amor-Peixe e uma das 12 artesãs que transformam couro de peixe em acessórios, diz que o trabalho com o Amor-Peixe foi escola, além do dinheiro que começou a entrar. “Aprendi a lidar com gente, porque são mulheres diferentes, com hábitos diferentes. E me tornei uma pessoa melhor. Na parte financeira, por mais que ainda é pouco, é uma independência. Hoje posso comprar minhas coisinhas particulares, ir num salão, fazer o que eu quiser”, comemora Joana. Das 90 esposas de pescadores da turma inicial, apenas ela e a cunhada continuam no projeto, mas outras vieram. Além do crescimento pessoal e da alternativa financeira, o trabalho representou um tipo de empoderamento feminino, que lentamente enfrenta tradições e dá voz às mulheres. A maior dificuldade para o projeto, desde o início, segundo Joana, é a cultura ribeirinha, ainda muito tradicional. O machismo pesa e as mulheres abandonam a associação. O jeito foi abrir para a comunidade, para quem estivesse interessado em aprender. “A gente teve que abrir porque é uma cultura dos pescadores. As mulheres até podem trabalhar, mas tem que ser em casa”, conta. Com superação, a Amor-Peixe é um exemplo de que há espaço para um outro tipo de economia e de desenvolvi-
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“A GENTE TEVE QUE ABRIR PORQUE É UMA CULTURA DOS PESCADORES. AS MULHERES ATÉ PODEM TRABALHAR, MAS TEM QUE SER EM CASA”
mento. De que desenvolvimento sustentável não é só uma bela ideia. Ao mesmo tempo, a experiência da associação enfrenta o machismo e a ideia de que só a grande empresa terá lugar no mundo. Mas também denota que há muito a desenvolver e conquistar. As mulheres dão uma solução criativa para um problema da cadeia do pescado, que são os resíduos que não são alimento. O couro, assim como a escama, pode ter inúmeros usos e deixar de ser um problema para a indústria pesqueira. O Ministério da Pesca e Aquicultura apoia iniciativas como a Amor-Peixe, pois ajudam a gerar renda e novos empregos, integrar a cadeia produtiva e reduzir impactos ambientais. Ainda assim, o perfil de quem participa é parecido – gente com proximidade do rio e que goste de peixe. Se não for assim, diz Joana, a pessoa não aguenta. “Quem não gosta de cheiro de peixe, não fica.” Hoje as coisas estão um pouco mais difíceis para a associação, mas Joana não desanima. Depois de três meses paradas, as mulheres retomaram o tingimento do couro, agora feito em tonéis e depois levados à cidade vizinha para um pequena estação de tratamento. A dificuldade, no entanto, decorre também de um avanço na qualidade do trabalho, que é a pigmentação do couro de peixe. “No início a gente não tingia o couro. Agora a gente tem a preocupação de não fazer nada errado”. Segundo Denise Hamú, ex-secretária-geral do WWF Brasil e coordenadora do PNUMA (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente) no Brasil, “as mulheres que participaram do projeto tiveram a oportunidade de redesenhar seu destino e se fazer ouvir, para ajudar a promover mudanças em prol de um futuro melhor para a sociedade.” A transformação se amplia na media em que o projeto dá voz e coloca essas artesãs em contato com outras pessoas, com um outro mundo. “De mulheres simples, sem renda nem voz, restritas ao mundo do lar e que enfrentam a desigualdade de gênero, elas aprenderam a criar e se recriaram. Hoje elas têm sua própria fonte de renda e decidem como usar seu dinheiro sem pedir nada para ninguém, nem licença para marido. Usam a internet, viajam de avião, discutem políticas com representantes setoriais, governamentais e científicos, são chamadas para palestrar”, afirma Denise, na publicação Amor-Peixe – Modelo de Desenvolvimento Sustentável.
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por kATiA kurATOnE
TODA POESIA Versos de títulos raros como “Quarenta clics em Curitiba” e dos clássicos “Caprichos & relaxos”, “Distraídos venceremos” e “La vie en Close”, todos do autor curitibano, Paulo Leminski, estão reunidos no livro “Toda Poesia”. Lançado pela Companhia das Letras, a obra pode ser adquirida pelo site www.alvoradadireto.com.br. Com uma vitalidade ímpar, os versos de Paulo Leminski ocupam uma zona fronteiriça única na poesia contemporânea brasileira, pela qual transitam o erudito e o pop. Leminski foi escritor, poeta, crítico literário, tradutor e professor. Desde criança chamou atenção por sua intelectualidade. Desenvolveu um jeito próprio de escrever poesia, preferindo poemas breves. Ele estreou na poesia no ano de 1976 e morreu em 1989 em consequência do agravamento de uma cirrose hepática há poucos meses de completar 45 anos.
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ENQUANTO MAMÃE NÃO VEM A dica de leitura do mês de setembro é uma emocionante lição de amor e amizade. A obra “Enquanto Mamãe Não Vem” retrata a história de duas meninas, Juliana e Lara. Elas se conhecem na escola. A primeira mora com a avó e a segunda em um abrigo. Os laços de amizade entre as meninas se tornam tão fortes que a avó de Juliana acaba por decidir adotar Lara. Com um final feliz, o livro provoca uma reflexão sobre temas importantes como: o abandono, a discriminação social, a amizade e o valor de uma família. “Enquanto Mamãe Não Vem” é uma emocionante história lançada pela Editora Alvorada, que retrata a vida real e vale a pena ser conferida! A autora, Ariadne Cantú, atuou durante muitos anos à frente da Promotoria de Justiça da Infância e Juventude e é reconhecida como uma ativista dos direitos de crianças e adolescentes. Mais informações: www.alvoradadireto.com.br
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