Edição 77 | Ano 7 | Abril | 2014
A passagem da Taça da Copa por Campo Grande trouxe o clima do Mundial para a Cidade Morena Casa Paroschi inova mercado de luxo em MS
Sonho de abrir negócio próprio tem parceiro por perto Ônibus-hospital leva exames a municípios do interior do Estado e previne o câncer
Informações para aquisição de carro por pessoas com necessidades especiais são simplificadas
Copa do Mundo 2014
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SUMÁRIO
EDIÇÃO 78
ANO 7
MAIO 2014
48 | Copa do Mundo 2014
08 | Total Saúde PREVENÇÃO SOBRE RODAS
COPA DO MUNDO, FUTEBOL E CINEMA
10 | Informe Publicitário
52 | Copa do Mundo 2014
V CONGRESSO DE ADMINISTRAÇÃO HOSPITALAR
AS DOENÇAS DA COPA
14 | Total Saúde
54 | Copa do Mundo 2014
EXERCÍCIO NA GRAVIDEZ: UM BEM NECESSÁRIO!
TRÂNSITO: ATENÇÃO REDOBRADA NA COPA
16 | Total Saúde
56 | Copa do Mundo 2014 PODEM VIR QUE ESTAMOS FERVENDO
ANGIO TC CORONÁRIAS
18 | Total Saúde PARTO ATIVO
22 | Total Saúde DOR NO CALCANHAR E FASCITE PLANTAR: E AGORA?
24 | Total Saúde CIRURGIA GUIADA
28
58
14
26 | Total Saúde
58 | Copa do Mundo 2014
DIETA FUNCIONAL OU ALIMENTAÇÃO FUNCIONAL?
VISITANTE ILUSTRE
28 | Negócios
62 | Comportamento
SONHO DE ABRIR NEGÓCIO PRÓPRIO TEM PARCEIRO POR PERTO
FUSCATERAPIA
34 | Copa do Mundo 2014 FUTEBOL É PAPO DE MULHER, SIM
38 | Copa do Mundo 2014 COPAS DO MUNDO QUE MARCAM VIDAS
44 | Copa do Mundo 2014 SUPERSTIÇÕES
64 | Cidadania DIREITOS IGUAIS
66 | Cidadania DIREITO AO CARRO SEM IPI
70 | Decoração CASA PAROSCHI INOVA MERCADO DE LUXO EM MS
72 | Literatura SABOR GENUINAMENTE BRASILEIRO
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editorial
A
Copa do Mundo no Brasil é um tema debatido nas mídias e nas rodas de conversas há um bom tempo. Questões são colocadas pelos que são a favor, e muitas outras pelos que são contra a realização. A discussão é válida, já que esta será a primeira vez que uma grande parte dos brasileiros verá uma Copa acontecendo aqui. Reconhecido mundialmente como o "País do futebol", a expectativa é de que a Nação “pare” nos dias dos jogos da Seleção. Todos já estão convocados: comissão técnica, jogadores, os 3 milhões de torcedores brasileiros que estarão circulando no período dos jogos e ainda os turistas estrangeiros que, segundo a previsão do Ministério do Turismo, serão em 600 mil.
Coordenação de Comunicação: Kátia Kuratone (DRT/MS 293) - Comercial: Henrique Attilio - Marketing: Oscar Diego de La Rubia e Henrique Attilio - Arte, Diagramação e Editoração Eletrônica: Uimer Ronald Freire e TIS Publicidade e Propaganda - Redação: Andréia Nunes (DRT/MS 1013); Carol Alencar (DRT/MS 593); Claudia Malfatti DRT/MS; Fernanda Monteiro (DRT/MS 177); Jacklin Andreuce (DRT/MS 095); Kátia Kuratone (DRT/MS 293); Luiz Felipe Fernandes (MTB 2013); Marina Nabarrete Bastos (MTB 14966); Patrícia Belarmino (DRT/MS 1211); Renato Lima (MTB/MS 489) - Revisão: Dafini Lisboa - Conselho Editorial: Vera de Barros Jafar, Henrique Attilio, Kátia Kuratone, Oscar Diego de La Rubia.
Atendimento ao Cliente/Comercial: Henrique Attilio - Planejamento e Operações: Henrique Attilio - Fotografias: Henrique Attilio, Patrícia Belarmino, Paula Cayres, Allan Kaiser e Renato Lima.
www.revistatotalsaude.com.br Participaram nesta edição: Especialista em Cardiologia Clínica, Dr. Mércule Pedro Paulista Cavalcante CRM/MS 4010; Nutricionista, Tatiane Savarese Attilio CRN 3/12175; Sociólogo, André Luiz Martins; Cinéfilo e Jornalista, Airton Raes.
Tiragem: 10.000 exemplares
Nosso especial da edição de maio traz uma abordagem do encontro mundial que será realizado pela segunda vez no Brasil. A primeira Copa por aqui aconteceu em 1950. De lá pra cá muita coisa mudou, mas a paixão nacional permaneceu: a matéria “Futebol é papo de mulher, sim” mostra que as meninas também são grandes torcedoras, já “Copas do Mundo que marcam vidas” retrata os momentos inesquecíveis nos anos de evento. Confesso que apesar dos apartes com as obras da Copa, e o enredo político que o evento envolve, tenho boas lembranças das copas anteriores, com família e amigos reunidos na frente da televisão para torcer por nossa Seleção. Também tive a oportunidade de presenciar a final da Copa do Mundo de 2002, que foi realizada no Japão. Foi a primeira vez que assisti a um jogo no estádio. No campo, Brasil X Alemanha. Apesar de não ser uma apaixonada por futebol, fui contagiada pela emoção e o orgulho de ser brasileira! Naquele dia inesquecível o Brasil conquistou o Pentacampeonato! Boa Leitura! Kátia Kuratone
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{ TOTAL SAÚDE }
Prevenção sobre rodas
Ônibus-hospital leva exames a municípios do interior do Estado e previne o câncer por PATRÍCIA BELARMINO • fotos PATRÍCIA BELARMINO
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ampo Grande, sábado, 2h. Aí, começa mais uma jornada dos oito profissionais que levam para o interior de Mato Grosso do Sul exames que permitem a identificação precoce de câncer de pele, colo do útero e de mama, além, é claro, de prevenção. Desta vez, o destino foi Maracaju. Da Capital, partiu um ônibus-hospital, dividido entre sala de exames ginecológicos, sala de mamografia, consultório médico e uma sala para pequenas e médias cirurgias, além do espaço para os profissionais viajarem. Com a estrutura existente dentro do ônibus, é possível fazer até 200 exames em um único dia. Essa ideia é do médico oncologista Fabrício Colacino e conta com apoio da Caixa de Assistência dos Servidores de Mato Grosso do Sul (Cassems) e do Hospital do Câncer Alfredo Abrão. O projeto de prevenção contra o câncer começou em outubro de 2011 e, desde então, foram 14 mil pacientes atendidos e mais de mil casos diagnosticados precocemente. Fabrício diz que, desde que se formou, há 10 anos, ficava indignado com o tanto de casos de câncer diagnosticados tardiamente, quando a doença já estava em estado avançado. A partir da indignação, ele começou a pensar em como atender a população para que o câncer fosse diagnosticado ainda no começo. Daí, surgiu o ônibus-hospital. “É a paixão da minha carreira. Faço isso tudo com o maior prazer”, diz o médico oncologista.
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Além do atendimento médico, a equipe do ônibus também leva informação aos pacientes. “Para chegar à cura, é fundamental o diagnóstico precoce, sobretudo na oncologia. Quando um câncer é descoberto precocemente, a chance de cura é superior a 90%”, afirma o médico, sobre a importância da prevenção. Todo fim de semana, o ônibus está em um município sul-mato-grossense. Depois de quase três anos na estrada, o ônibus-hospital começa a voltar aos municípios. O atendimento sempre é feito aos sábados. Dependendo da cidade escolhida, a saída é de madrugada. Eles só retornam para Campo Grande depois de um dia inteiro de atendimento. Nos municípios, parte dos atendimentos é direcionada a beneficiários da Cassems, e a outra parte, do Sistema Único de Saúde (SUS). No ônibus, o paciente tem acesso a exames de mamografia, papanicolau e pele. O exame é entregue depois, no próprio município. Dos 200 atendimentos diários, a média de cânceres diagnosticados é de 5%. Nestes casos, o paciente já é encaminhado para tratamento. No exame de pele, o paciente pode passar por uma cirurgia dentro do próprio ônibus, no mesmo dia em que é consultado pelo médico. O material é encaminhado para biópsia, e o resultado é entregue ao paciente.
Em Maracaju, uma das pacientes atendidas foi a auxiliar de serviços gerais Fátima Aparecida Fernandes, 52 anos. Ela tinha que fazer uma série de exames, entre eles, o de mamografia. “Fiquei sabendo pelo rádio que ia ter (o ônibus) aqui. Ficou muito mais fácil para mim, porque esse era o exame que eu achei que ia ficar por último e acabou sendo o primeiro”, diz. Fátima conta ainda que, se não fosse o projeto de prevenção contra o câncer, teria que pagar para fazer a mamografia em Dourados, mais perto para ela do que Campo Grande. “Custa até R$ 210. O ônibus é uma oportunidade e tanto para a gente. Só de não precisar ir a Dourados, já ajuda muito.” Romarino Rodrigues, 49 anos, trabalha em uma fazenda em Maracaju e já fez cirurgias para retirada de câncer de pele anteriormente. Com novas feridas no corpo, ele foi até o ônibus em busca de ajuda. “Quem trabalha em fazenda não tem tempo. Então, isso aqui é uma mão na roda para a gente”, diz. No mesmo dia em que foi consultado, Romarino passou por uma cirurgia no ônibus. Voluntários – Os oito profissionais que deixam o fim de semana de lado para se dedicar ao próximo são todos voluntários. A enfermeira técnica responsável pelo projeto, Mayara Mota, é uma das voluntárias. “Era um desafio, por ser novo e não ter nada pareci-
do. Todo mundo para quem a gente apresentou o projeto topou e está até hoje”, conta a enfermeira. “Deixo tudo que tenho para fazer para vir aqui. Não tenho sábado nem fim de semana. Mas vale muito a pena”, diz a enfermeira. Os frutos do empenho dos voluntários são visíveis. Desde que o projeto começou, houve uma redução de 65% para 19% de casos de câncer diagnosticado em estado avançado, segundo o médico Fabrício Colacino. “Queremos diminuir consideravelmente o diagnóstico de câncer avançado”, enfatiza o médico. As boas notícias não param por aí. Ainda neste ano, o projeto ganhará um segundo ônibus-hospital, o que possibilitará a ampliação dos atendimentos. De 200 atendimentos por dia, a expectativa é que passe para 500. O novo ônibus terá um elevador, possibilitando, inclusive, o atendimento a pessoas com deficiência. “Vamos conseguir diminuir a demanda reprimida que existe atualmente”, comemora Fabrício Colacino.
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INfoRMe PUBlICITÁRIo
Debates e novas tecnologias consagram
“V Congresso de Administração Hospitalar” por ANDRÉIA NUNES
A
lém dos profissionais de saúde, a rotina e o desempenho hospitalar dependem de serviços atrelados à administração e gestão, e isso inclui uma gama de profissionais. Colaboradores atualizados e informados sobre as tecnologias disponíveis geram serviços assertivos. Pensando assim, o Hospital do Coração de Mato Grosso do Sul e o CONSAUDE-MS(Congresso e Feira e Negócios) propõem, na “II Feira de Negócios em Saúde” e no “V Congresso de Administração Hospitalar de Mato Grosso do Sul”, workshops, palestras, exposições com fornecedores e novos modelos de gestão. Os eventos acontecem dias 28
e 29 de agosto, no Centro de Convenções Rubens Gil de Camillo, na Capital. Durante o café da manhã de abertura, médicos, administradores, técnicos, fornecedores e outros interessados puderam conhecer um pouco mais sobre a Feira. “O Congresso de Administração Hospitalar tem se consolidado como um evento representativo do segmento de saúde em Mato Grosso do Sul. Em suas quatro edições anteriores, o Congresso atingiu dois mil profissionais diretamente ligados às organizações de saúde”, explica Renata de Rezende Kroetz, que integra a comissão organizadora do Congresso. Uma oportunidade para conhecer as novidades disponíveis na área de gestão e tecnologia e fazer bons negócios. Estão entre os convidados, administradores, profissionais da saúde, acadêmicos da área de saúde, empresários, além de professores e autoridades. Serão dois dias de uma intensa programação, com muitas novidades”, explica Renata.
SERVIÇO Mais informações sobre o CONSAUDE-MS 2014 pelo telefone 3323-9124, ou pelo site www.consaudems.com.br
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{ TOTAL SAÚDE / BEM-ESTAR }
Exercício na gravidez: um bem necessário! por CLÁUDIA MALFATTI • foto HENRIQUE ATTILIO
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KRISTOFER PACHELLI - CREF 4036 G/MS Personal trainer e sócio-proprietário do Centro Stoffer de Treinamento Físico Personalizado 067 9277 2713 / 3305 8099 www.clubestoffer.com.br
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ngana-se quem acredita que gravidez não combina com atividade física. Há estudos que comprovam o benefício do exercício para o bem-estar físico e mental da futura mamãe. As que não têm gestação de risco devem, sim, fazer exercícios e buscar um treinamento personalizado, neste momento tão especial na vida de uma mulher. O sócio-proprietário da academia Stoffer e preparador físico Kristofer Pachelli destaca que os benefícios são inúmeros, tanto para a gestante quanto para o bebê. Um deles está relacionado à redução das dores pélvicas e lombares. “O exercício, quando bem orientado, fortalece a estrutura lombar, por exemplo, e evita a lombalgia (dores nas costas), muito comum na fase gestacional, por conta do aumento da barriga”, explica. Outra vantagem é que a atividade
física mantém a pressão arterial estável e controla as taxas de glicose. Além disso, fortalece o músculo do quadril e regula o peso. “É considerado saudável ganhar de nove a doze quilos durante o período gestacional, mais que isso pode gerar pré-obesidade”, afirma Pachelli. Com todos esses benefícios, a melhora na qualidade de vida da gestante é evidente, elevando até a autoestima. Mas é preciso ter critérios na hora de escolher o local para praticar o treinamento. O preparador físico ressalta que o acompanhamento tem que ser especializado, como é no caso da academia Stoffer, que possui a musculação adaptada especialmente para gestante, com profissionais qualificados. Há critérios importantes a serem seguidos. “As atividades para as mulheres grávidas são diferentes. A partir do sexto mês, por exemplo, evitam-se exercícios com as costas para o
chão”, ressalta Kristofer Pachelli. A musculação adaptada para gestantes inclui exercícios funcionais, aeróbicos e alongamento. Além das mamães, os bebês também ganham com todos esses cuidados. Segundo Pachelli, há pesquisas que mostram um porcentual maior de a criança nascer com mais saúde e sem pré-disposição para a obesidade. O sócio-proprietário da Stoffer aproveita para dar algumas orientações. “Quem já treina e descobriu que está grávida não precisa interromper o treinamento. Se tiver uma gravidez normal, pode continuar fazendo exercícios”, diz. Já no caso das mulheres sedentárias, não é indicado, apenas nos três primeiros meses. “A partir dos quarto mês de gestação, pode-se procurar um profissional especializado”, afirma. Todas as futuras mamães precisam ter liberação médica para iniciar as atividades.
SERVIÇO A Stoffer está localizada na Rua Arthur Jorge, 622 - Centro - Campo Grande-MS. (em frente ao Belmar Fidalgo) C I N C O + | MA I O 2 0 1 4 | 15
{ TOTAL SAÚDE }
Angio TC coronárias
Dr. MÉRCULE PEDRO PAULISTA CAVALCANTE CRM/MS 4010 Especialista em Cardiologia Clínica, Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista; Curso de Aperfeiçoamento em Angiotomografia das Art. Coronárias.
por DR MÉRCULE PEDRO PAULISTA CAVALCANTE • foto HENRIQUE ATTILIO
A
angiotomografia das artérias coronárias nada mais é que um exame de tomografia adquirido de tal forma a possibilitar a visualização não invasiva das paredes e da luz das artérias coronárias. Com ela é possível avaliar as placas ateroscleróticas e a detecção de obstrução nas artérias coronárias. Hoje é importante lembrar que apenas aparelhos de tecnologia avançada (tomógrafos multislice com 64 colunas de detectores ou mais) conseguem realizar este exame com qualidade satisfatória, possibilitando a visualização detalhada das coronárias e das placas ateroscleroticas, semelhantes ao cateterismo. Vários estudos mostram que as informações da presença de isquemia miocardia e de placas obstrutivas e não obstrutivas nas coronárias são independentes e complementares na avaliação do risco cardíaco. Os avanços na cardiologia caminha para que a angiotomografia seja utilizada mais frequentemente para o diagnóstico ou exclusão das obstruções, deixando o cateterismo reservado nas intervenções. A indicação mais comum é para pacientes com sintomas e características que sugerem angina e se enquadram na categoria de risco intermediário. Este exame se aplica também em pacientes que tiveram algum teste de isquemia duvidoso ou com resultado conflitante com a
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suspeita clínica. Outras indicações clássicas são na suspeita de anomalias congênitas das artérias coronárias ou na avaliação de pacientes com insuficiência cardíaca de início recente e serve também para avaliar a patência de stents ou enxertos cirúrgicos (pontes de safena / mamária). O exame não é indicado aos pacientes classificados como alto risco da doença arterial coronária. Ou seja, aqueles com angina de alto risco devem, a princípio, ser submetidos diretamente ao cateterismo cardíaco, pois a chance de haver uma obstrução é alta. Nos pacientes assintomáticos de risco intermediário, reserva-se a tomografia para a avaliação do escore de cálcio, que serve para detecção de placas calcificadas (não utiliza contraste) e de informações não sobre a presença de obstruções, mas sim sobre o risco de infarto no futuro. Este exame é de baixíssimo risco. Durante sua realização é injetada uma pequena quantidade de contraste iodado (70 a 90 ml) para realçar o interior das artérias. Tem duração entre 15 e 20 minutos e o paciente é liberado em seguida. A dose de radiação é controlada por meio de mecanismo de modulação, que minimizam a exposição do paciente. Em resumo, trata-se de um exame não invasivo extremamente seguro, com taxas de complicações muito baixas.
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{ TOTAL SAÚDE }
Parto ativo
O protagonismo da gestante em escolher a melhor forma e posição para o parto, e o empoderamento da mulher sobre seu próprio corpo e o nascimento dos filhos por RENATO LIMA • foto PAULA CAYRES
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e cócoras, na água, sentada, deitada. O universo do parto normal oferece diversas possibilidades para que a futura mamãe possa dar à luz com maior conforto e individualidade, respeitando seu próprio corpo e o momento do bebê. Essa é a proposta do parto humanizado, resgatar algo que as nossas avós conhecem muito bem: deixar a natureza fazer a parte dela. Esse caminho de volta é uma das prioridades do Ministério da Saúde, por meio do programa de Política Nacional de Humanização que, no pré-parto, parto e pós-parto, visa, entre outras mudanças, reduzir o número de cesáreas – prática que colocava Campo Grande em primeiro lugar no Brasil – e traz de volta a figura das doulas, que auxiliam e acompanham as puérperas. Uma mudança de práticas e de cultura que já começa a surtir efeitos positivos. Somente na Santa Casa de Campo Grande, por exemplo, nascem em média 300 bebês por mês; há dois anos, o índice de cesárea era de 70%, contra 30% nascidos de parto natural. Hoje, os bebês nascidos de parto normal correspondem a 51%. No parto ativo, a mulher é a protagonista desse momento, e o médico se torna um facilitador, respeitando a fisiologia da mulher.
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NA ÁGUA A Santa Casa de Campo Grande é o único hospital de Mato Grosso do Sul que realiza o parto na água, dentro do projeto Rede Cegonha. Três bebês já nasceram com este procedimento. Todos com o apoio da médica obstetra Joana Soares de Arruda Monteagudo, uma das grandes defensoras e promotoras deste tipo de parto. “A água tem um papel importante para relaxar a gestante e reduz as dores. Assim, o nascimento do bebê ocorre mais tranquilo e natural”, explica. Ela conta que o maior problema das gestantes é a falta de informação. “As mulheres chegam dizendo que querem cesárea, mas desconhecem a realidade do parto normal. Então, quando temos a oportunidade de explicar e mostrar os benefícios para a mãe e para o bebê, muitas mudam de opinião, e, depois, elas me agradecem por isso. No entanto, não é o médico que deve decidir sobre o parto, é a mãe que deve se empoderar do seu próprio corpo e da sua descendência, e informar ao médico o seu desejo. Mas, antes disso, é preciso informação, conhecimento e, principalmente, mudança dessa cultura”, destaca, com autoridade de 25 anos de experiência e mais de 200 bebês assistidos.
Joana defende o resgate da responsabilidade da mulher sobre sua gestação e o parto. “Bebês que nascem de parto natural apresentam uma melhor maturação pulmonar, neurológica e psicológica. E as mães não podem privar seus filhos desse direito.” Ela afirma que realizar o parto na água não exige muito. “Garantindo as condições de higiene, é bastante simples e fácil, pois não há muita intervenção do médico, o bebê nasce quando está pronto. Em muitos países da Europa e, também, nos Estados Unidos, o parto na água é feito em casa, com o auxílio do marido. Não há esse medo ou insegurança que vemos aqui, pois – novamente – a questão da informação é muito importante, essas famílias se preparam para esse momento, a mulher tem convicção de que ela pode parir.” Na Santa Casa de Campo Grande, os partos acontecem em uma banheira que chegou por doação. O tempo do trabalho de parto é tão longo quanto qualquer outro parto normal, mas menos estressante. O marido pode acompanhar a gestante, dando suporte emocional e força, e a obstetra faz apenas o acompanhamento e dá o suporte para que tudo ocorra bem.
AS DORES DE PARTO Diz a bíblia que a dor do parto foi consequência do pecado de Eva ao desobedecer a Deus. O livro de Gênesis destaca esse sofrimento como sinal da natureza carnal da mulher. Desde então, o ser humano busca mecanismos para evitar este e todos os tipos de dores. E a cesárea, que deveria ser um recurso emergencial para gravidez de risco e outras complicações, passou a ser a primeira opção em clínicas e hospitais. “As vantagens do parto normal, tanto para a mãe quanto para o bebê, em relação à cesárea, são inúmeras. A cesárea é uma cirurgia que, assim como outras, está sujeita a muitos riscos, sem contar os cuidados do pós-operatório, o que não existe no parto natural. Mas parece que, para muitas mulheres, o medo de sentir dor, uma dor imaginária e, por isso, muito pior que a dor real, faz não refletir sobre essas questões”, comenta Joana. A especialista explica que a mulher possui mecanismos internos (psíquicos e biológicos) que minimizam essa dor, como a produção da endorfina, por exemplo. “Toda mulher tem uma força dentro de si que é muito maior que a dor sentida no parto. O que ela precisa é resgatar essa força”, reitera.
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Veja algumas dicas da obstetra Joana Soares de Arruda Monteagudo, para minimizar a dor durante o trabalho de parto natural: • Não ficar na cama – a posição deitada, imóvel, de pernas abertas, aumenta as dores; • Movimentar-se – respeitando as pausas e a fisiologia da mulher, é importante caminhar; além de distrair a mente, reduz a latência da dor; • Alimentar-se – em dez horas de trabalho de parto, a gestante gasta a mesma quantidade de calorias que um maratonista durante os 42 km de corrida; • Companhia – ficar sozinha e desassistida aumenta a sensação de medo e dor. É muito importante ter alguém fazendo companhia, conversando e trazendo conforto emocional neste momento, e as doulas fazem isso muito bem; • Respiração – existem técnicas que minimizam a dor, melhorando a circulação e a ventilação; • Posições – ficar sentada ou esticar o corpo (alongar) também ajuda a reduzir dores musculares; • Acessórios – bola de pilates, banquetas e equipamento de massagem também contribuem para aliviar dores e tensões durante o trabalho de parto.
SAIBA MAIS O RENASCIMENTO DO PARTO Documentário que retrata a grave realidade obstétrica mundial e, sobretudo brasileira, que se caracteriza por um número alarmante de cesarianas ou de partos com intervenções traumáticas e desnecessárias, em contraponto com o que é sabido e recomendado hoje, pela ciência. Tal situação apresenta sérias consequências perinatais, psicológicas, sociais, antropológicas e financeiras. Dirigido por Eduardo Chauvet (Brasil/2013, 90 minutos). Veja em: www.orenascimentodoparto.com.br
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Do primeiro choro ao primeiro clique “Ao registrar um nascimento, eu me sinto privilegiada, pois é um grande presente poder receber a confiança dos pais e participar de algo tão especial. Ao ver a foto do nascimento de seu filho, a mãe poderá relembrar detalhes como o choro, a sensação, o primeiro olhar do filho e até se lembrar do seu cheirinho e temperatura de sua pele. Defendo o parto normal, por ser o natural, acredito no protagonismo da mulher e no poder que nós temos de gerar, parir e amamentar”, defende a fotógrafa Ana Paula Cayres de Oliveira Queiroz, que há cerca de um ano resolveu se especializar em fotografar partos normais e a participar desse momento tão especial. Ela já cobriu sete partos, incluindo o primeiro realizado na água, em Campo Grande. “As gestantes me procuram e faço um encontro com a família para criar o vínculo, pois estarei com eles num momento muito íntimo”, revela.
ONDE PROCURAR SANTA CASA
HOSPITAL UNIVERSITÁRIO
O hospital é referência em gravidez de alto risco e está passando por uma grande mudança no setor obstétrico, que já recebeu novos equipamentos, como a cama PPP – a qual ajuda a realizar um parto natural mais rápido e saudável –, além de novos berços. Os profissionais do setor passam por capacitação em parto natural e estão criando protocolos para receber doulas voluntárias e para a realização do parto na água.
O hospital terá a primeira Casa de Parto para separar gestantes de doentes. Atualmente, reúne, uma vez por semana, grávidas e familiares para discutir o preparo psicológico e informativo sobre o pré-parto, parto e pós-parto.
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{ TOTAL SAÚDE }
Dor no calcanhar e fascite plantar: e agora? Especialista aponta as principais causas da doença e explica qual é o tratamento por PATRÍCIA BELARMINO
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uando você acorda e, logo que pisa no chão, seu pé dói? Se sim, é preciso procurar o médico, porque pode ser um processo inflamatório, conhecido como fascite plantar. Não precisa ficar assustado, mas, mesmo assim, é necessário acompanhamento médico. Especialista em clínica e cirurgia de pé e tornozelo, o médico ortopedista Bruno Petinari explica que a fascite plantar é uma condição que traduz o processo inflamatório da fáscia plantar, uma das mais importantes estruturas estáticas de suporte do arco do pé. “Esse processo inflamatório ocorre por causa de microtraumatismos de repetição da região plantar do calcanhar, podendo levar à fibrose e degeneração da fáscia”, explica o médico. Alguns tipos de pé, como o cavo e o plano, já estão associados com a causa desta doença. Mas a intensidade, duração e frequência da atividade física, além da dureza do terreno, também podem estar relacionadas à causa do processo inflamatório da fáscia. Petinari afirma que mulheres são mais acometidas por essa doença. Geralmente, são mulheres acima do peso e no climatério (fase de transição entre o período reprodutivo e o não reprodutivo). Já os homens, quando acometidos, em sua maioria são esportistas: principalmente, praticantes de corrida. O médico ortopedista diz que o quadro clínico que aponta a doença é caracterizado, sobretudo, pela dor no pé. A dor é mais incidente no primeiro apoio matinal. Ou seja,
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quando acordamos e colocamos o pé no chão. Após um período de atividade, a dor vai melhorando. “Em atletas, o início dos sintomas coincide com a intensificação do ritmo de treinamento, piorando com corridas, saltos e atividades de impacto”, diz Bruno Petinari. O diagnóstico da doença é feito por meio da avaliação clínica e física do paciente. Quando necessário, são feitos exames de imagem, como ultrassonografia e ressonância. Tratamento - “O tratamento da fascite plantar, na maioria das vezes, é conservador, consistindo no uso de anti-inflamatórios, uso de palmilhas, se preciso, e elevação leve do salto”, explica o médico ortopedista. Paralelamente ao tratamento com medicamento, o paciente também pode fazer exercícios de alongamento da fáscia plantar, tendão de Aquiles e musculatura da panturrilha. Os exercícios de impacto, porém, só podem ser retomados com o controle da doença. O especialista diz, ainda, que pode demorar cerca de um ano para melhora do quadro clínico, o que depende de empenho do paciente. “A indicação para cirurgia é rara e feita apenas para pacientes que não obtiverem melhora após um longo período de tratamento conservador.” Por último, o médico Bruno Petinari enfatiza que o “esporão de calcâneo” está presente em uma porcentagem elevada da população e, apesar de algumas vezes ocorrer ao mesmo tempo em que a dor no calcanhar, não pode ser considerado a causa deste incômodo.
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{ TOTAL SAÚDE }
Cirurgia guiada Instalação de implantes dentários sem corte por MARCIA LESSONIER MEDEIROS
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busca incessante dos cirurgiões, por cirurgias mais rápidas, precisas, menos invasivas e com melhores pós-operatórios, levou ao desenvolvimento de inúmeros equipamentos e instrumentos para a realização de cirurgias guiadas por computador, as chamadas “cirurgias virtuais”. O princípio básico consiste em realizar uma tomografia computadorizada no paciente, tendo pontos de referência, como a própria prótese, para a captura de imagens em um computador. Essas imagens são manipuladas em um programa específico, que permite não só a colocação dos implantes no programa, mas, a partir disso, a confecção de um guia cirúrgico de alta precisão, levando à possibilidade de realizar cirurgias sem cortes, para a colocação dos implantes e da prótese em carga imediata nos pacientes. Comparada à técnica tradicional, a colocação do implante com auxílio do computador requer um investimento um pouco maior, mas propicia um excelente resultado imediato
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pós-operatório, um tempo cirúrgico bem reduzido e uma recuperação mais rápida por parte do paciente, pois tende a eliminar erros e a sistematizar a reprodução de tratamentos com sucesso. Também permite a proteção de estruturas anatômicas críticas, bem como vantagens estéticas e funcionais, que necessitam da colocação do implante no local determinado pela prótese. A cirurgia virtual pode ser utilizada para praticamente todos os casos de implantes, sendo especialmente indicada em casos extensos de reabilitação, em que o osso está em pouca quantidade, tentando fugir, assim, de um possível enxerto. A clínica Impro já trabalha com este sistema desde que foi lançado, sendo uma das primeiras clínicas do Brasil a oferecer mais este conforto aos seus pacientes.
DÚVIDAS Quero fazer um implante, mas tenho medo. O que fazer? A instalação de um implante dentário é um procedimento muito simples. Em caso de um implante unitário, não deve levar mais do que 30 minutos. Em geral, há apenas um desconforto leve após a colocação de um implante, e você poderá trabalhar no dia seguinte. A colocação do implante no osso impressiona os pacientes, porém, é importante dizer que, no osso, há pouca inervação para dor, sendo apenas a gengiva que traz a sensibilidade, que é facilmente controlada por meio de medicamentos. A sedação consciente pode ser usada para diminuir a ansiedade. Os implantes dentários são melhores que as próteses convencionais? Certamente, são melhores que dentaduras e próteses removíveis (“pontes móveis”). Têm capacidade funcional semelhante às próteses fixas, em casos de espaços desdentados relativamente pequenos; mas a opção por um ou outro tratamento deve ser cuidadosamente analisada pelo profissional e em acordo com a solicitação do paciente, pois as situações são muito diversas e impedem a discussão com regras fixas. Nos casos de desdentados totais ou de áreas posteriores, a solução com implantes é normalmente melhor do ponto de vista funcional.
RAFAEL MEDEIROS CRO/MS 4073 Formado pela UFMS - 2006 Pós-Graduação em Implante pela ABO - 2009 Especialista em Implante e Prótese sobre Implante pela Uningá - 2010 Mestre em Ciências da Saúde pela UFMS - 2012
MARCIA LESSONIER MEDEIROS CRO/MS 4072 Formado pela UFMS - 2006 Especialista em Prótese Dentária ABO - 2009 Pós-graduada em Ortodontia pela ABO/MS
Quanto tempo dura um implante? Qual sua vida útil? Pode-se afirmar que, em 95% dos casos, se os implantes não foram perdidos nos dois primeiros anos de uso, durarão por grande parte da vida do paciente. Quais os riscos cirúrgicos? Mínimos. A cirurgia é normalmente realizada com anestesia local e é muito menos traumática do que outros procedimentos cirúrgicos odontológicos, como a remoção de dentes inclusos. O pós-operatório é muito bom, e a maioria dos pacientes não relata qualquer incômodo maior. Existe, porém, certo risco inerente a qualquer intervenção cirúrgica – como infecção pós-operatória, edema demasiado e alguns outros, mas em índices muito baixos e que não contraindicam a técnica. Em relação à capacidade de mastigação, vai melhorar após a colocação de implantes? Os implantes apresentam resultados funcionais muito superiores aos obtidos por dentaduras e próteses removíveis. Os pacientes que usam dentadura há muito tempo e colocam implante sentem uma diferença muito significativa.
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{ TOTAL SAÚDE / NUTRIÇ�O }
Dieta funcional ou alimentação funcional? por DRA. TATIANE ATTILIO PASSIONE - CRN3 12175 • foto LUCIANO MUTA
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s alimentos funcionais já foram tema de vários artigos sobre saúde, beleza e bem-estar. Então, qual a novidade em se falar de uma dieta funcional? Bem, é que o foco não é apenas utilizar os alimentos funcionais no cardápio. E é por isso que eu, particularmente, prefiro denominar alimentação funcional, pois comer diariamente de forma funcional é, antes de tudo, uma filosofia de vida. Deixe que eu explique um pouco melhor isso. A alimentação funcional é quando você se alimenta baseando-se no seu processo metabólico, isto é, quais são as suas necessidades nutricionais de acordo com sexo, faixa etária, atividade física, ausência e/ou presença de doença, processo de envelhecimento (diferente de faixa etária), saúde intestinal, exposição aos agentes nocivos à saúde, produção endógena de radicais livres, hábitos alimentares, presença e tipo de atividade física ou sedentarismo, predisposição genética familiar para desenvolvimento de patologias, predisposição segundo hábitos individuais para desenvolvimento de distúrbios metabólicos, entre outros. Ou seja, a Nutrição Clínica Funcional irá contemplar o indivíduo sob todos os aspectos, e o resultado é um cardápio que irá incluir alimentos que contribuirão para
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manter e/ou restaurar sua saúde e seu bem-estar. Os alimentos utilizados terão um objetivo a cumprir, sendo a saciedade uma consequência. O objetivo principal é nutrir e “esquentar” o metabolismo, evitar o envelhecimento precoce, revigorar as células, fortalecer o sistema imunológico, conferir energia e disposição. Traduzindo: saúde! Para isso, é necessário fazer uma avaliação completa do organismo; sendo assim, não basta comer o “verde limpo”, fazer algumas receitas detox, comprar aquela revista da moda e seguir o cardápio da atriz ou modelo da capa. Seu organismo e biotipo são únicos, assim como seu metabolismo; e cada etapa de sua alimentação deve ter um perfil que atenda às suas necessidades individuais. O processo de emagrecimento começa de dentro para fora, assim como a beleza da pele, do cabelo e a vitalidade. Não podemos ter uma alimentação que tenha início, meio e fim. É necessário uma mudança no comportamento alimentar, sempre com muito prazer à mesa, sem deixar de ser social e sem passar fome. É por isso que afirmo que a alimentação funcional é, antes de tudo, uma filosofia de vida, é para quem quer viver mais e com mais qualidade.
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{ NEGÓCIOS }
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Sonho de abrir negócio próprio tem parceiro por perto por FERNANDA MONTEIRO • fotos HENRIQUE ATTILIO
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ersiste a ideia de que, para empreender, tem de ser um bom administrador. Mas preste atenção nesse caso de sucesso: a bacharel em Direito, Bruna Rios Muniz, e o engenheiro civil Nelson Gabriel Pinto se associaram para abrir a primeira gelateria de Campo Grande, em uma avenida nobre da cidade. Em menos de 2 anos, o negócio tem endereço, também, num shopping tradicional. Sabe onde esses jovens empreen-
dedores foram suprir a falta de formação e desbancar o perfil do profissional padrão? No Sebrae de Mato Grosso do Sul. O primeiro passo eles deram sozinhos, que foi o de sonhar; mas, para tornar o negócio uma realidade de fazer a diferença, eles procuraram o serviço que agrega as boas e inovadoras práticas de gestão. Cerca de 1 ano antes de abrir as portas da gelateria, os sócios sonhadores procuraram o Sebrae para planejar o negócio e, assim,“Nascer Bem”. Em seguida, foi a vez do “Empretec”, para ampliar a visão de oportunidade e a segurança na tomada das decisões iminentes. Um total de 60 horas de treinamento, em 6 dias. “Foi intenso e superou minhas expectativas”, não esquece Bruna Rios. Com essa bagagem em mãos, era o momento de convidar para essa viagem de realizações os ALI, ou melhor, os Agentes Locais de Inovação. Daí, o empreendimento, que já estava
apresentando o produto italiano aos campo-grandenses, ganhou em profissionalização. Seguiram-se acompanhamentos e consultorias financeiras, em higiene e manipulação de alimentos e em registro de patente. Para qualificar o atendimento e, consequentemente, satisfazer seus clientes, que apareciam em número cada vez mais crescente, os funcionários da microempresa também foram treinados. “O Sebrae nos proporcionou conhecimento e ajudou a superar as dificuldades, sempre demonstrando muito interesse pelo nosso sonho”, sustenta Bruna, que vai além: “Agora, o projeto é crescer, e vamos buscar nesse parceiro a melhor forma de expandir”. Para saber mais sobre as soluções do Sebrae, basta acessar www. ms.sebrae.com.br, entrar em contato da Central de Relacionamento (0800 570 0800) ou visitar um escritório do Sebrae na cidade.
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{ COPA DO MUNDO 2014 }
Futebol é papo de mulher, sim Quem falou que meninas não entendem nada sobre futebol? por MARINA BASTOS
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magine a cena: de manhã, na padaria, enquanto esperam pelo pão quentinho, algumas pessoas começam a discutir sobre os jogos de futebol que ocorreram no fim de semana. Questionam a escalação de times, criticam o técnico, elogiam jogadas e ainda fazem piadas com o time alheio. Imaginou um bando de marmanjos? Pois saiba que a cena é cada vez mais comum na rotina de muitas mulheres. Quando a enfermeira Flávia Soares entra numa discussão sobre futebol, quem pensa que mulher não entende nada do esporte começa a rever seus conceitos. Torcedora inveterada do clube paulista Corinthians, Flávia acompanha tudo sobre seu time de coração e costuma ir aos jogos. Sua paixão pelo time lhe rendeu, inclusive, o casamento. Seu namorado possuía o cartão de Fiel Torcedor do Corinthians, o que lhe garantia prioridade e desconto na compra de ingressos. Flávia era sua dependente no cartão, até que uma mudança no programa limitou os benefícios a cônjuges, filhos ou pais. Foi aí que o casal, que se conheceu na fila para comprar ingressos de um jogo, resolveu fazer o contrato de união estável.“Para mim, o que o Corinthians uniu ninguém separa”, acredita. Já a design Luciana Amaral é cruzeirense até o último fio de cabelo. Em 2013, a mineira teve um bom motivo
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para comemorar: seu time conquistou o tricampeonato brasileiro.”Eu acompanho meu time bem de perto. Todos os dias, leio as notícias sobre o Cruzeiro e sobre tudo que o influencia, em todas as competições.” Para ela, uma das melhores lembranças envolvendo o time mineiro é de quando foi ao estádio do Mineirão testemunhar o clube ser campeão brasileiro, em 2003. “Morri de orgulho de mais um campeonato nacional!”, contou. Luciana percebeu que o caso de amor era sério no fim de 2011. “Quase fomos rebaixados e escapamos no último jogo. Fiz até promessa, sofri muito, mas muito mesmo! Mas, no final, deu tudo certo!”
ER SEM COM S E S E M PEÃO SEIS ELO CAM P E T A L O CHOC RICANO SUL-AME da Luz tamlo, Fernanda Pelo São Pau seguisse sa.Se o time es m ro p é at bém fez a de 2012, Sul-American a p o C a n , o comer invict is meses sem se a ri ca fi ia a publicitár o, promessa eonato ganh p am C . te la choco , imagifiz direitinho e u q ro Ju “ cumprida. lor começa a ro, e o trico p m cu ão n nos na se antindo que, ar g a, el se is perder?”, d e igual para a, conversa d íli m fa e d s o almoço casa. “Mesm homens da s o m co sre al igu entes, eles r times difer e torcendo po is sabem qu opiniões, po as h in m só m ta pei ho tudo, não l e acompan adoro futebo meu time.”
A paixão pelo clube paulista Corinthians rendeu até um casamento para Flávia.
Para a cruzeirense Luciana Amaral, ver o time ser tricampeão em 2013 foi inesquecível.
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Neopilates Método inovador que parte da ideologia central do Pilates, mantendo seus princípios na Contrologia, associando-os a exercícios e movimentos do treinamento funcional, bastante em alta nos dias de hoje e na prática circense. No Neopilates há a introdução de aparelhos específicos para a prática como slackline, o core
skate, os tecidos e a Lyra. Mesmo exigindo mais do corpo, podendo atingir uma queima calórica de 500 Kcal, o Neopilates pode ser praticado por pessoas de qualquer idade, tanto para condicionamento físico quanto para reabilitação! “Fazemos acrobacias em tecido e outras atividades lúdicas que mobilizam todo o corpo. Você trabalha os músculos quase sem sentir, porque está se divertindo.” Lygia Fontoura
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{ COPA DO MUNDO 2014 }
Copas do Mundo que marcam vidas O maior evento de futebol do mundo é capaz de tornar alguns momentos inesquecíveis por MARINA BASTOS • foto MARIA FERNANDA
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omo você espera estar daqui a quatro anos? O que parece ser um bom exercício para organizar a vida, também mostra como os acontecimentos escapam do que planejamos. E, na última Copa do Mundo, o que você estava fazendo? O modo como se imaginava estar no campeonato de 2014 se comprovou? A Copa de 2002, com certeza, marcou a vida da socióloga Maria Fernanda de Oliveira. Com 19 anos, enquanto o Brasil entrava em campo no Japão, ela descobriu que estava grávida. “Lembro de assistir aos jogos de pijama, na cama, sem volume algum para não ficar nervosa com a voz do Galvão Bueno.” Mal sabia Maria que, três copas mais tarde, estaria grávida novamente. Há cinco meses, ela aguarda o segundo filho. “Imaginava que aos 33 eu estaria com a vida bem tranquila. Na próxima Copa, espero não ter problemas logísticos entre levar a Ingrid (primogênita) para eventos festivos e ver os jogos com amigos queridos e com a criança de 3 anos”, planeja. “E sem estar grávida de novo... Será?” E quem é que sabe... Para a jornalista Vanessa Leão, a Copa de 94 foi inesquecível. Na época, com apenas 12 anos, aquela seria a primeira experiência com uma comoção nacional. “No último jogo, quando o Brasil conquistou o tetracampeonato, saí com meus pais e tios pelas ruas da cidade, e as pessoas se abraçavam, cantavam e choravam. Fico emocionada de lembrar”, afirmou ela, que entendeu, ali, o poder que o esporte exercia nos brasileiros. Já na Copa de 2010, então repórter de um jornal diário, Vanessa passou trabalhando. “Nem deu pra curtir, se tinha gol, eu precisava manter a compostura.” O grito ficou guardado para 2014. Sobre como se imaginava estar? Casada com o namorado da Copa de 2010, talvez planejando um filho e promovida no trabalho. Como está? Mudou completamente de área no trabalho, está solteira e faz um mochilão por ano. Feliz da vida.
Filhos da Copa: a primeira gravidez de Maria foi na Copa de 2002; a segunda será vivida na Copa de 2014.
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NOVENTA MILHÕES EM AÇÃO, PRA FRENTE, BRASIL! Os olhos da escritora Sonia Nabarrete brilham ao se recordar da Copa de 70, disputada no México. Ela começa a cantar “noventa milhões em ação, pra frente, Brasil do meu coração...”. Tanto Brasil como Itália eram fortes candidatos à taça Jules Rimet. “Eu estava na casa de uma amiga, com a família inteira e muitos amigos, foi um Carnaval fora de época.” Trinta e dois anos depois, em 2002, a escritora estava numa comunidade chamada Atins, próxima a Lençóis Maranhenses-MA, e, no povoado, havia apenas uma televisão. “Todas as pessoas foram assistir na casa do dono da TV. Estávamos num paraíso isolado, mas, quando o Brasil venceu, todos nós queríamos estar na Avenida Paulista”, disse, referindo-se à avenida que é o principal palco de comemorações em São Paulo. Na Copa de 2014, o que Sonia sente é saudade de Lençóis. “Adoraria estar lá novamente”, disse, uma vez que nunca voltou àquele lugar, para ela, inesquecível.
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Dentro de poucos meses, o PaĂs vai parar completamente, mais uma vez, para vibrar pelo maior evento esportivo do mundo e que, para tantas pessoas, representa a alma do brasileiro. O que marcarĂĄ sua vida neste momento tĂŁo especial?
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{ COPA DO MUNDO 2014 }
Superstições Acreditar ou não, eis a questão por RENATO LIMA
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evante a mão qual o supersticioso que nunca fez um ritual para trazer sorte ao time. Os amantes do futebol não costumam abrir mão das mandingas para atrair boas energias e resultados positivos nas partidas. Na dúvida, não custa se sentar sempre na mesma cadeira ou fazer figas quando o time está no ataque. Para a Copa do Mundo, não será diferente. Os torcedores mais fanáticos já adiantam que irão utilizar de alguns artifícios para esperar pela vitória. As superstições são criadas pelo povo e passam de geração para geração. São crenças populares sem explicação científica. Elas podem estar relacionadas a atitudes, números e
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objetos que trazem sorte ou azar. O difícil é saber a origem de todas as mandingas, já que os rituais vêm de longa data. Independentemente disso, quem acredita costuma seguir à risca. Algumas delas são bem conhecidas. Quem nunca ouviu falar que o pé de coelho traz sorte? Há registros de que a superstição nasceu no século VII a. C. Nessa época, o coelho era considerado um talismã. Carregar o seu pé (pata) era uma maneira de se beneficiar da sorte do animal. Existe, também, a teoria de que, na Idade Média, as pessoas dormiam perto de coelhos para se aquecerem. Do calor, veio a associação com a sorte e a prática de se carregar a pata do animal.
A lenda diz que o trevo-de-quatro-folhas atrai sorte e dinheiro. A explicação estaria no fato de Eva ter levado um trevo como lembrança de seus dias no Paraíso, depois que ela e Adão foram expulsos do Jardim do Éden. Outra vertente é pela raridade de ser encontrado. Na Antiguidade, quem achasse teria poderes para realizar desejos. Além disso, o trevo-de-quatro-folhas representaria os quatro elementos da natureza e as quatro estações. Várias culturas consideram a ferradura como amuleto. A crença teria se iniciado pelos gregos, que acreditavam que o ferro tinha a capacidade de afastar o mal. Depois, foi passada para os romanos e cristãos. Na Idade Média, as pessoas penduravam as ferraduras de cabeça para baixo, nas portas, pois acreditavam que as bruxas temiam os cavalos.
Verdadeiras ou não, as superstições existem. Além daquelas consideradas tradicionais, no dia a dia, são criadas outras formas de tentar atrair sorte. Para a Copa do Mundo, os torcedores irão recorrer as suas crenças, visando, é claro, a vitória. Apaixonado por futebol, o major Mário Ângelo Ajala, 51 anos, comprou uma televisão, das grandes (60 polegadas), para assistir aos jogos do Brasil com a família e os amigos. Animado, já avisa: “Seremos campeões, nem vai precisar de sofrimento”. Ele tem a tradição de usar, em todas as partidas, a mesma camisa da seleção brasileira. “Só lavo no dia que acaba (o campeonato)”, comenta. Ajala não se recorda desde quando utiliza desse método para a torcida; e a origem do costume, ele justifica, “surgiu de mim”.
Enquanto fica vestido com a camisa de cor amarela, ele coloca o outro uniforme da seleção, de cor azul, no altar do quarto onde ficam as imagens de Nossa Senhora Aparecida, São Jorge e São Miguel Arcanjo. Ajala aproveitou uma viagem que fez à cidade do Rio de Janeiro, no mês de abril, para levar a camisa para benzer, na Igreja São Jorge. A casa dele só fica pronta para a Copa depois de decorá-la com as bandeiras do Brasil e deixar o som preparado com o hino nacional. “Ganhando, toca o hino”, explica. Cornetas e apitos também não faltam para as comemorações. Os familiares e amigos já sabem, chegam uma hora e meia antes da partida, para iniciar os festejos com churrasco. Outro torcedor fanático é Luciano Mota Serrano, 29 anos. “É coisa de sangue”, define o desenhista digital,
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sobre o amor ao futebol. A expectativa para a entrada da seleção brasileira em campo é grande. “Será a Copa das Copas, seremos coroados com a vitória, pode ter certeza”, acredita. Quando chega o dia do jogo, faz uma prece, o sinal da cruz, veste a camisa e procura se manter sentado sempre no mesmo lugar. “O canal (de televisão) continua o mesmo também”, avisa. E, se o time fizer bonito em campo, a estratégia segue de forma criteriosa. “Se o pessoal começa a mudar de lugar, eu chamo a atenção”, brinca. A prece e o sinal da cruz vêm do significado cristão de proteção e não são considerados por Luciano como superstição. Já os outros hábitos, durante a torcida, ele não se recorda desde quando ocorrem, apenas segue a sua intuição. “Ninguém me ensinou, percebi no decorrer da vida que não se mexe no que está dando certo”, diz, pelo menos quando o assunto é futebol. Ele nem cogita a possibilidade de perder algum jogo da seleção brasileira, por isso, organiza-se profissionalmente para acompanhar todos os lances. “Trabalho, claro, mas o jogo é tipo um feriado. Se for à tarde, por exemplo, trabalho somente pela manhã”, explica. O desenhista traz na memória várias lem-
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branças das Copas. “Em 1994, as defesas do Taffarel e os gols do Romário foram decisivos. No jogo entre Brasil e Holanda, o gol do Branco. Marcaram, também, os pênaltis na partida que o (jogador italiano) Baresi errou, e um que o Taffarel defendeu. Em 2002, lembro da final com os gols do Ronaldinho”, conta. Muitas outras recordações farão parte da memória dos brasileiros a partir do dia 12 de junho. Que, no final, com ou sem superstição, a nação brasileira possa cantar a canção: “A taça do mundo é nossa, com brasileiro não há quem possa”.
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{ COPA DO MUNDO 2014 }
Copa do Mundo, futebol e cinema por AIRTON RAES
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AIRTON RAES Jornalista, produtor audiovisual e cinéfilo
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uando pensamos em Copa do Mundo, pensamos em alegria, festa, espetáculo e, principalmente, futebol. Existem vários filmes sobre futebol. Vários documentários. Entretanto, existem poucas ficções sobre as Copas do Mundo e suas histórias. A Fifa faz um documentário para cada Copa do Mundo, desde a quinta edição do Mundial, em 1954, na Suíça. Os documentários mostram imagens raras dos Mundiais, como a competição disputada na Suíça, há 60 anos, quando a Alemanha surpreendeu o mundo ao derrotar a Hungria na decisão. As conquistas do Brasil também estão muito bem documentadas. Do feito da seleção de Didi, Garrincha e o jovem Pelé, em 58, nos gramados da
Suécia, até o penta com o time de Ronaldo e Rivaldo, na Coréia do Sul e no Japão. No ano do Mundial da África do Sul, foi lançado o filme “Invictus”, que conta como o mundial de rúgbi ajudou a unir o país em 1995, logo após o desmantelamento do apartheid. Este drama, dirigido por Clint Eastwood e estrelado por Morgan Freeman e Matt Damon, consegue transmitir o sentimento de união e proximidade de uma nação, durante os jogos. Este é o espírito de uma Copa do Mundo. No Brasil, a Copa do Mundo já rendeu duas paródias. “Casseta & Planeta: A Taça do Mundo é Nossa”, filme estrelado e escrito pelos humoristas do Casseta & Planeta. Nele, faz-se uma sátira aos anos de regime militar no Brasil, quando militantes comunistas planejam roubar a taça da Copa de 1970 das mãos dos futebolistas Pelé e Carlos
Alberto Torres. Lançado no País este ano, no mês de abril, “Copa de Elite” é um filme que satiriza as produções nacionais, como “Se Eu Fosse Você (2006)”, “Tropa de Elite” (2007),“Chico Xavier” (2010), “Bruna Surfistinha” (2011),“O Homem do Futuro”(2011), com Vagner Moura, e “Minha Mãe É uma Peça” (2013). O portal “Porta Curtas”, site dedicado à exibição de curtas-metragens nacionais, iniciou exibindo na internet, pela primeira via streaming, a produção “Barbosa”, dirigida por Ana Luíza Azevedo e Jorge Furtado, que conta a história de um cientista que viaja no tempo, para impedir a derrota do Brasil contra o Uruguai, na Copa de 1950. Em 2000, em homenagem ao ex-goleiro Barbosa, falecido naquele período, o portal UOL e a empresa Synaps e Produções divulgaram o link do filme, que, em sete dias, obteve 27 mil visualizações, comprovando o potencial da internet para a difusão de curtas-metragens.
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FILMES “Pelé Eterno”, 2004 Direção: Anibal Massaini Neto Documentário brasileiro sobre a trajetória de Edson Arantes do Nascimento. A vida do “rei do futebol” Pelé é mostrada por meio de depoimentos de ex-jogadores, amigos e celebridades importantes da época. Seguindo uma ordem cronológica, são exibidos vários de seus gols, principais jogadas e fatos que marcaram sua carreira.
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“Todos os Corações do Mundo” (Two Billion Hearts), 1995 Direção: Murilo Salles Documentário oficial da Copa do Mundo de 1994, na qual o Brasil se tornou tetracampeão. Além dos jogos, conhecemos culturas dos países envolvidos, imagens de bastidores das partidas e muitas outras curiosidades.
“Gol - O Sonho” (Goal! The Dream Begins), 2005 Direção: Danny Cannon Como milhões de crianças ao redor do planeta, Santiago (Kuno Becker) alimenta o sonho de se tornar um jogador de futebol profissional. Vivendo no bairro latino em Los Angeles, ele não costuma alimentar muito seu sonho, até que consegue um teste para entrar no time de futebol inglês Newcastle United. Veja mais em: http:// copa.domundo.net.br/filmessobre-futebol/gol-sonho. html#sthash.7avQNak2.dpuf
“Boleiros – Era Uma Vez o Futebol”, 1998 Direção: Ugo Giorgetti Este filme nacional faz um retrato dos chamados ‘’Boleiros’’, veteranos do esporte. Em um bar de São Paulo, como acontece em quase todas as tardes, está reunido um grupo de ex-jogadores de futebol, os quais se encontram para relembrar antigas glórias e histórias curiosas do tempo em que ainda eram jogadores profissionais.
“O Corintiano”, 1966 Direção: Milton Amaral Manuel, interpretado por Amácio Mazzaropi, é um torcedor fanático do Corinthians. Barbeiro por profissão e obcecado pelo Timão, ele vive tendo problemas com os vizinhos e a família, por conta de sua paixão descontrolada pela equipe.
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a p o C a d s a ç n e o d s A
{ COPA DO MUNDO 2014 }
vírus e d l e v í io invis b m â c r rados e b t o n i d e m r u s idado mover u o c r e p o e ã d ç ebol po dores imuniza t u f e d l e ia O mund e exige dos torc as, e doenç
por RENATO LIMA
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ais de meio milhão de turistas de várias partes do globo são esperados no Brasil, durante os jogos da Fifa 2014. Além da bagagem, muitos desses viajantes podem trazer, em seus próprios corpos, vírus e bactérias típicos dos países de origem. Mesmo que a pessoa não aparente estar doente, os vírus podem estar encubados e ser transmitidos por meio das vias aéreas, secreções, sangue e contato. Além dos riscos estrangeiros, a Vigilância Sanitária alerta, ainda, para a migração interna de doenças típicas em determinadas regiões do Brasil, como a malária (da Região Norte) e a dengue (da Região Centro-Oeste), em razão da movimentação dos próprios torcedores brasileiros. A fim de evitar pânico, o Ministério da Saúde já criou em Brasília um centro de monitoramento de epidemias, com estações nas 12 cidades que sediarão jogos, além de um grande controle nos aeroportos. A orientação, de acordo com o ministério, é identificar pessoas doentes, logo na chegada ao Brasil, e imunizar todas as demais pessoas daquele voo, por exemplo. A grande questão está nos anticorpos que
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as pessoas não possuem, justamente por não estarem expostas a determinadas doenças que estão controladas em seus países. Por exemplo, no Brasil, o sarampo já está controlado; no entanto, o vírus ainda circula pela Europa, o que deixa o Brasil e os brasileiros vulneráveis a esta doença. Ou, então, a gripe, típica do outono-inverno brasileiro, ser exportada para a Ásia, com a contaminação de turistas daquele continente. A Revista Cinco+ Total Saúde conversou com a médica, doutora em Doenças Infectoparasitárias, Andrea de Siqueira Campos Lindenberg, para saber quais as principais recomendações para garantir a prevenção desse risco invisível e evitar um pânico geral durante a Copa. “As pessoas precisam manter o calendário de vacinação em dia, evitar contato com pessoas doentes e, na presença de sintomas, procurar um médico. Só o médico pode diagnosticar as diversas doenças, fazer diagnóstico diferencial, solicitar exames e prescrever o melhor tratamento para cada caso. Muito importante, também, é evitar ingerir água e alimentos de procedência duvidosa e sempre lavar muito bem as mãos”, complementa.
A SAÚDE NO MUNDO O site Health Map (Mapa da Saúde) mostra as principais doenças epidemiológicas registradas recentemente, nos países do globo. A ferramenta monitora as notícias publicadas na imprensa local e permite uma boa visualização do crescimento ou da redução de casos de determinadas doenças. Confira: LOCALIDADE Japão México Estados Unidos Canadá Inglaterra Europa África Ásia Caribe
DOENÇA/AGRAVO Norovírus; rubéola Dengue; gripe H1N1, cólera Hepatite C; varicela; norovírus Sarampo (D8) Febre escarlatina Sarampo Ebola Coronavírus; febre chikungunya Febre chikungunya
Fonte: Health Map (www.healthmap.org/pt/)
PREVINA-SE LAVAR AS MÃOS - Uma importante arma contra possíveis infecções é sempre lavar as mãos. Isso evita que nós coloquemos microrganismos causadores de doenças em contato com as mucosas da boca, por exemplo. Na ausência de água e sabão, álcool em gel é um bom substituto. REPELENTE - Para que ele realmente seja eficaz, evitando picadas de mosquitos, entre eles, o Aedes aegypti, é necessário estar atento à formulação do produto. Uma delas usa o composto químico DEET, que precisa ter uma concentração acima de 35%. Já os produtos à base de icaridina, princípio derivado da pimenta, precisam ter uma concentração acima de 20% para proporcionar um efeito melhor e mais duradouro, de seis a oito horas. O produto, também, pode ser borrifado nas roupas. Na dúvida, peça para um médico lhe indicar o mais adequado. VACINAS - É primordial se atentar ao prazo. Tanto da validade das vacinas - a de febre amarela, por exemplo, prevê imunização por cinco anos - quanto do tempo para que a vacina surta efeito (a maioria precisa ser tomada de 10 a 15 dias antes da viagem). Vale ressaltar que gestantes, bebês com menos de seis meses e pacientes com doenças que diminuem a imunidade não podem receber a vacina. A maioria das vacinas está disponível no serviço público.
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Trânsito: atenção redobrada na Copa por CLAUDIA MALFATTI
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odo cuidado é pouco, quando o assunto é trânsito. Em época de festejo, a atenção deve ser redobrada. No período de Copa do Mundo, a polícia de trânsito reforçará a fiscalização. O condutor precisa estar ciente de que a principal causa dos acidentes está relacionada à imprudência. A consciência do motorista é fator fundamental. “De forma geral, 80% dos acidentes poderiam ser evitados”, reforça o subcomandante do Batalhão de Polícia Militar de Trânsito (BPTran), major Anderson Avelar. De acordo com dados do Detran/MS, no primeiro trimestre deste ano, foram contabilizados, na Capital, 2.795 acidentes. Desses, 1.863 com vítimas. As avenidas ficam em primeiro lugar no número de ocorrências. O excesso de velocidade está entre as infrações mais cometidas. Para conter os apressados, o BPTran planeja operações especiais nos dias dos jogos da seleção brasileira. “Em eventos de grande porte, como a Copa do Mundo, usamos todo o efetivo para que ocupe pontos estratégicos”, afirma o subcomandante. As blitzs contarão, também, com aparelhos de bafômetros, para flagrar o condutor que dirigir embriagado. Segundo o major Avelar, onde há aglomeração, terá polícia de trânsito. “Estaremos nos principais locais de deslocamento e próximos a bares, tanto antes como depois dos jogos”, avisa. Ele aproveita para orientar aqueles que não abrem mão da bebida alcoólica. “Se for para um bar, procure ir de táxi ou com o motorista da rodada. A mistura álcool e trânsito é muito perigosa”, alerta. A polícia de trânsito irá monitorar, também, os condu-
tores mal-educados que jogam lixo para fora do carro. O ato, além sujar a via pública, pode ferir pessoas. E quem for pego com o som do carro em alto volume será multado. O Conselho Nacional de Trânsito (Contran) define como limite máximo 80 decibéis, medido a sete metros de distância do veículo. Já no final dos jogos, é comum ocorrerem carreatas pelas principais avenidas da cidade. Apesar de não serem proibidas, os motoristas devem seguir as normas de trânsito. “São infrações, por exemplo, conduzir passageiro em compartimento de carga (carroceria de caminhonetes) ou sentado na janela ou capô de veículos. É proibido, ainda, obstruir as ruas”, alerta o major. Para evitar imprevistos, a dica é ir devagar. “O deslocamento deve ser feito de forma segura. Se for rápido, corre-se o risco de não chegar ao destino. Mesmo que se perca parte do jogo, chegue com segurança. Não transforme a festa em uma tragédia”, enfatiza, ressaltando que as velocidades permitidas nas vias são definidas após estudos. Outras atitudes que demonstram responsabilidade ao dirigir um veículo são: prestar atenção nos cruzamentos, mesmo na preferencial; não avançar o sinal vermelho; usar o cinto de segurança e não dirigir utilizando o celular. Apesar das leis de trânsito serem conhecidas, o desrespeito é constante. Para o mestre em Psicologia e especialista em Comportamento de Risco no Trânsito, Renan da Cunha Soares Júnior, a população apresenta comportamento de risco em várias atividades. “O trânsito é mais uma delas e chama atenção, porque é a que mais mata”, analisa.
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Podem vir que estamos fervendo por ANDRÉ LUIZ MARTINS • foto HENRIQUE ATTILIO
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avia pensado em iniciar o texto com boas-vindas aos estrangeiros e às estrangeiras que virão para os festejos da Copa do Mundo. Contudo, contento-me em dizer que serão recepcionados pelos brasileiros empolgados em exibir o seu “jeitinho brasileiro” de fazer as coisas, e não me arrependo em apostar na ideia de que queremos mais ganhar as partidas para reafirmar nossa predisposição ao futebol, ao menos internacionalmente, do que nos apresentarmos como eficientes e bons anfitriões. Somos os mais exibidos quando falamos sobre futebol, um esporte que virou arte (resta-nos saber qual de suas tendências). Um esporte que tem cara de um país paradisíaco e que se mantém regado por cerveja em roda de amigos, quando ligamos os televisores em dias de jogos. Os adversários e competidores que desculpem, mas sempre estarão rebaixados: série B, C, D... É, o Brasil é verdadeiramente o “país do futebol”! Mas esquecemos de falar que é do futebol masculino. E dos estados mais centrais da Federação. Os campeonatos regionais, do interior do País, recebem poucos investimentos, porque não há interesse privado e, também, público, para as melhorias nos centros de formação de atletas: dá pra ver até o desgaste da grama em uma partida da final de campeonato estadual, por exemplo. Coexiste, a essa precariedade de investimentos, a falta de civilidade nos estádios. Uma civilidade, aliás, que nunca foi desenvolvida, mesmo durante os anos de colonização portuguesa. Basta-me exemplificar com o trânsito, para vermos a imediata deficiência em gentileza, capacidade e educação de alguns motoristas. E os jogadores, agora ameaçados por parte dos membros das torcidas organizadas e tornados alvos de preocupação da segurança pública? Convenhamos: para que tanta pressa? É a única exigência da Fifa?! Tudo é no seu tempo! Está atrasado, aqui! Está lento, lá! Os organismos internacionais não conhecem o
nosso “jeitinho”? Nunca ouviram falar que, por essas bandas daqui, o povo faz do seu jeito: não do jeito mais econômico e muito menos pelo jeito mais eficiente. Por isso, a nossa duração! Costumo dizer que há duas temporalidades no universo: a que as outras nações se organizam e a que o Brasil está ocupado. Esse frenesi todo acerca da Copa me fez relembrar uma preparação nacional para receber pessoas estrangeiras. Foi em 1808! Imagino, sorridente, como foram os preparativos para a chegada da Família Real Portuguesa. E sabe o que deve ter sido mais homérico e engraçado da situação? Os rostos dos nobres ao ver aquela população vestida com imitações dos originais da nobreza, das ruas e vielas em barro, casas e prédios sem manutenção, e as históricas dificuldades de um país continental. Contudo, claro que melhoramos: compramos os originais agora, mesmo existindo os “Made in China”; as ruas, mesmo esburacadas e cheias de desníveis, não são, em sua maioria, nas cidades dos jogos; e, o mais divertido, iremos pintar e enfeitar algumas construções de verde e amarelo. Vai dar para disfarçar, claro! Já o trânsito... Por fim, falta-nos sanar os “pequenos detalhes” (tudo que seja organizacional, em outras palavras) e, a todos os que se intimidam com grandes eventos esportivos, subsiste apreciar completamente, com faraônico barulho e incômodo público, as partidas e as rodadas de chopp com os compatriotas, mesmo sabendo que o Brasil está devendo muito aqui, há séculos. Ficará a cargo do Ministério das Relações Internacionais o fardo, como sempre, de melhorar nossa imagem lá fora. ANDRÉ LUIZ MARTINS Sociólogo e consultor empresarial
razaopararesolver@gmail.com
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Visitante C ilustre A passagem da Taça da Copa por Campo Grande trouxe o clima do Mundial para a Cidade Morena por RENATO LIMA • fotos DIVULGAÇÃO
ampo Grande pode até ter ficado de fora do mundial da Fifa, mas a Copa não ficou fora da capital sul-mato-grossense. No último dia 6, a cidade recebeu a visita ilustre da Taça da Copa. A mesma que foi erguida por Romário, em 1994 - ano do tetra - e, por Cafu, em 2002 - ano do penta. Na Cidade Morena, ela foi erguida pelo goleiro da seleção brasileira de 2002, Marcos, exclusivamente para a imprensa, e a equipe da Cinco+ Total Saúde estava lá, acompanhando de perto essa emoção. “Estava com saudades dessa Taça. Pra mim, hoje também é um momento muito especial de relembrar a conquista do penta. A Copa do Mundo é sempre uma festa. Eu, que já estive em campo, sei da responsabilidade que é carregar um país nas costas. Mas, agora, estarei na arquibancada, como um torcedor, e sei que esta Copa no Brasil será inesquecível”, declarou o pentacampeão. Rosângela Calado Siqueira foi a primeira das 15 mil pessoas que foram ver de perto a Taça. Ela trouxe os dois filhos, Sofia, de um ano, e João Pedro, de seis. Ansiosa, chegou três horas antes da abertura do portão. “Eu amo futebol, amo Copa do Mundo e não perderia esse momento por nada. Vou fazer desse dia uma lembrança para os meus filhos”, destacou. O tour mundial da Taça é uma realização da Coca-Cola e, em Campo Grande, teve o apoio da rádio Blink FM, que entrou no clima da Copa, sendo a voz oficial do evento na Capital. A rádio fez a cobertura ao vivo da visita da Taça e, em um feito inédito, trocou o verde pelo vermelho, durante a passagem do troféu. A viagem começou em setembro de 2013. Partindo do Rio de Janeiro, a Taça passou por 89 países, percorrendo 150 mil quilômetros em 255 dias - o equivalente a três voltas ao redor do mundo. Campo Grande foi a oitava capital do País a receber o troféu, que percorrerá os 26 estados e o Distrito Federal, encerrando o roteiro em São Paulo, no dia 1º de junho.
CAMPEÃO LOCAL Em cada cidade por onde a Taça passa, a Coca-Cola homenageia uma ação social da cidade. Em Campo Grande, o professor Ari Bittar foi escolhido como Campeão Local, pela iniciativa do projeto Córrego Bandeira, realizado em parceria com a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul - UFMS, que, desde 1995, já atendeu mais de 20 mil crianças carentes, oferecendo acesso ao esporte, à educação e ao lazer. Ari recebeu uma medalha e agradeceu o reconhecimento. “Esta homenagem só faz sentido porque eu fiz algo pelas crianças do Brasil e espero fazer muito mais ainda.”
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FICHA TÉCNICA DA TAÇA
CURIOSIDADES
Tamanho: 36,8 centímetros. Peso: 6,175 quilos. Material: ouro maciço de 18 quilates. Base: em malaquita, com 13 centímetros de diâmetro. Valor: inestimável. Posse: de acordo com o regulamento, a taça pertence à Fifa e é entregue ao país campeão (até o próximo mundial). Cada país campeão leva para casa uma réplica folheada a ouro.
• Somente campeões mundiais e chefes de Estado têm o direito de segurar o cobiçado troféu, que traz gravado, na parte inferior, o nome e o ano de cada país ganhador da Copa do Mundo Fifa. • A atual Taça da Copa foi criada em 1974, pelo escultor milanês Silvio Gazzaniga, ao vencer um concurso de 33 desenhos, de escultores de sete países, e substitui a Jules Rimet, criada em 1930.
“Viajar no avião oficial que transporta a Taça da Copa sem dúvidas foi uma experiencia emocionante e algo que vou contar para minha família. Fui para Florianópolis trazer a Taça para Campo Grande e, como empresária, é um orgulho poder ter contribuído para esse grande momento da história da nossa cidade. Eu me senti uma verdadeira guardiã”
VAMOS
JUNTOS BRASIL
Aline Bachega Sócia-proprietária da Blink FM
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UP STARTUP
NDE DE CAMPO GRANDE AULISTANO ENTRA NO MERCADO PAULISTANO
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Imagine Imagine
a seguinte a seguinte situação: situação: você saivocê parasai jantar parafora jantar com fora alguém com alguém e, na hora e, na dehora pagar deapagar conta,a um conta, dosum dos pratos sai pratos de graça. sai dePensou? graça. Pensou? Pois essa Pois já essa é uma já realidade é uma realidade na cidade na de cidade Campo de Campo GrandeGrande e em Alphaville, e em Alphaville, na na grande grande São Paulo, São graças Paulo, graças ao Restoran ao Restoran � O Clube � Oda Clube Gastronomia. da Gastronomia. Por um Por preço umjusto, preçoo justo, associado o associado ganha oganha o direito de direito frequentar de frequentar ótimos restaurantes ótimos restaurantes com culinária com culinária variadavariada � desde� cardápio desde cardápio de massas, de massas, frutos do frutos mar do à mar à famosafamosa culináriaculinária japonesa japonesa � sem ter � sem que ter assumir que assumir o valor o total valor datotal conta, da econta, o associado e o associado poderá poderá usar seu usar cartão seu em cartão em qualquer qualquer estabelecimento estabelecimento parceiroparceiro em qualquer em qualquer cidade. cidade. A ideia,Acompletamente ideia, completamente inovadora inovadora do clube dode clube gastronomia, de gastronomia, surgiu em surgiu outubro em outubro de 2013. deEm 2013. pouco Em tempo, pouco tempo, mais mais de 300 de associados 300 associados aderiram aderiram e já comemoram e já comemoram a economia a economia que o cartão que o Restoran cartão Restoran oferece.oferece. O projeto O projeto nasceunasceu da parceria da parceria entre osentre irmãos os irmãos Isaías Bosco Isaías eBosco Cláudio e Cláudio Bosco, Bosco, empresários, empresários, proprietários proprietários da da Engrene, Engrene, agênciaagência de webmarketing, de webmarketing, com o objetivo com o objetivo de se tornar de sereferência tornar referência em programa em programa de recompensa de recompensa �fidelidade� �fidelidade� para consumidores para consumidores de refeição de refeição fora do fora lar, carro-chefe do lar, carro-chefe do Restoran. do Restoran.
Expansão Expansão
De acordo De acordo com o idealizador, com o idealizador, Isaías, a Isaías, regiãoa de região Barueri-SP, de Barueri-SP, foi a primeira foi a primeira região fora região de fora Campo de Campo GrandeGrande a a receberreceber o Restoran, o Restoran, que segue que em segue franca em expansão, franca expansão, com o início com odas início atividades das atividades em Curitiba em Curitiba previstoprevisto para o dia para o dia 06/05 e06/05 com oe contato com o contato de empresários de empresários interessados interessados em levá-lo em para levá-lo Belo para Horizonte, Belo Horizonte, Florianópolis, Florianópolis, Brasília,Brasília, Cuiabá,Cuiabá, São Paulo SãoePaulo Rio dee Janeiro. Rio de Janeiro. CampoCampo GrandeGrande já somajá16 soma restaurantes 16 restaurantes parceiros parceiros do Restoran, do Restoran, enquanto enquanto a regiãoa de região Alphaville de Alphaville e Aldeiae da Aldeia Serra da Serra na Grande na Grande São Paulo, São já Paulo, somam já somam nove. nove. �O Restoran �O Restoran veio para veio revolucionar para revolucionar o mercado o mercado de programas de programas de recompensa de recompensa e fidelidade. e fidelidade. Somos Somos uma opção uma que opção que dá retorno dá retorno rápido para rápido o associado, para o associado, coisa que coisa os que programas os programas de fidelidade de fidelidade não fazem. não As fazem. pessoas As pessoas geralmente geralmente ficam acumulando ficam acumulando pontos pontos eternamente. eternamente. E, alémE, disso, alémoferecemos disso, oferecemos uma forma umainovadora forma inovadora de aquisição de aquisição de novos de novos clientes,clientes, fidelização fidelização e aumento e aumento do faturamento do faturamento para ospara restaurantes os restaurantes parceiros�, parceiros�, conclui conclui Isaías Bosco. Isaías Bosco.
O que O que os associados os associados falam falam sobre sobre o Restoran? o Restoran?
�Uso sempre �Uso sempre o Restoran, o Restoran, com amigas com amigas ou comou meu com noivo, meusempre noivo, sempre saio lucrando. saio lucrando. SempreSempre uma nova uma experiência nova experiência gastronômica. gastronômica. Recomendo�� Recomendo�� - Juliane - Juliane Tozetto,Tozetto, Fisioterapeuta Fisioterapeuta �Amo comer �Amo fora comer de fora casa, desempre casa, sempre janto com janto minha com esposa minha esposa e com amigos. e com amigos. Com o Restoran Com o Restoran ficou ainda ficoumais ainda mais gostoso.� gostoso.� - Diego-Ferreira, Diego Ferreira, Tecnólogo Tecnólogo em Redes em de Redes Computadores de Computadores
ESTABELECIMENTO ESTABELECIMENTO
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{ COMPORTAMENTO }
Fuscaterapia por RENATO LIMA
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motor pode ser barulhento, o espaço interno desconfortável, o cheiro de gasolina pode até incomodar, mas quem teve um fusca na família sabe quantas boas lembranças e momentos saudosistas cabem naquele pequeno alemão. A paixão pelo fusca traduz a vontade de fazer durar aquele tempo em que “éramos felizes e não sabíamos”. Prova disso é que muitos desses apaixonados investem, na restauração, quantias até dez vezes maiores que o valor do próprio veículo, e, mesmo assim, jamais conseguiriam precificar o valor sentimental. Entre esses apaixonados por fusca, encontramos a historiadora Célida Vanilda Villalba de Souza, 27 anos, que, movida pela paixão, rompeu os preconceitos de gênero e idade, e preside a Confraria Apaixonados por Fuscas e Derivados/MS, que reúne 79 proprietários de fuscas em encontros e passeios. Seu Volks de estimação é um fusca azul de 1976, motor 1300 e que está na família há três gerações. “Meu pai ganhou este fusca em 1984, da minha avó (já falecida). Ele sempre usou o carro para tudo, ia para a faculdade, trabalhava etc. Sempre conservou muito bem o carro. Eu nasci em 86 e, desde sempre, o fusca foi presente na minha vida. Cresci dentro dele, meu pai me levava para a escola, para a casa das amigas... Quando eu fiz 18 anos, tirei a habilitação, e meu pai comprou outro fusca para mim. Fiquei com ele um tempo, mas depois acabamos vendendo. Meu pai, então, comprou outros carros, e o fusca ficava guardado. Foi quando ele o passou para mim como herança.
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A paixão pelo carro mantém vivas as lembranças e transforma a afinidade em amizades
Eu fiz algumas restaurações, como a pintura original, e agora estamos sempre juntos - eu e o carro, é claro. Atualmente, eu dirijo outro carro durante a semana e, nos sábados e domingos, levo o fusca para passear”, relata sua história. Célida conta ainda que, além de manter vivas essas memórias da infância, o fusca ainda lhe deu muitos amigos. “Sempre fazemos fusqueatas, pequenas viagens e encontros com donos de fusca, em que conhecemos novas pessoas que, em comum, compartilham histórias e a paixão pelo carro.” Para participar da confraria, basta ter um fusca. “Não precisa entender tudo de mecânica, basta cuidar bem e mostrar para as outras pessoas que carro antigo não é coisa velha e que pode trazer muitas alegrias”, acrescenta Célida. Essa relação de prazer e diversão, realizada nos tempos livres da Célida, é a perfeita definição de hobby: uma atividade secundária na qual é possível abstrair retorno terapêutico. Para o psicólogo Felipe Souza, a importância de ter um hobby consiste no fato de que, nele, podemos exercer atividades, competências e talentos que não cabem em nossa função principal. “De modo que ter e manter um hobby nos permite desenvolver habilidades, manter ativa uma área de funcionamento da nossa personalidade que, talvez, simplesmente, não caiba na profissão escolhida.” Ele orienta, ainda, que o ideal é reconhecer o quanto antes o que gostamos e não deixar o tempo passar, ou seja, “cultivar com carinho e dedicar tempo, com o intuito de ser excelente naquilo que gostamos”.
Dia 20 de janeiro é comemorado o Dia Nacional do Fusca (DNF) e, no dia 22 de junho, é celebrado o Dia Mundial do Fusca (DMF). Em 2014, o fusca completa 79 anos, desde que o primeiro foi fabricado na Alemanha. No Brasil, o último fusca importado foi na década de 1950 e, durante outros 50 anos, ele reinou nas ruas do País. O último fusca produzido no mundo foi em 2003, no México.
O FUSCA DA COPA Na Copa de 1970 no México, a seleção brasileira sagrou-se tricampeã mundial. No retorno ao Brasil, os jogadores receberam diversas homenagens, mas uma delas ficou marcada no imaginário de todos os brasileiros. Paulo Maluf, então prefeito de São Paulo, presenteou cada jogador com um fusca, coqueluche da indústria automobilística nacional da época. Foram 25 veículos que, em valores atuais, custariam cerca de 600 mil reais. Apesar da polêmica em relação ao uso do dinheiro público, Pelé, Rivelino e Tostão comemoraram a honraria e usaram muito seus fusquinhas.
{ CIDADANIA }
Detran-MS oferece carro e moto adaptados para que pessoas com deficiência tenham a oportunidade de obter a CNH por LUIZ FELIPE FERNANDES foto HENRIQUE ATTILIO
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primeira vista, a reação é inevitável. Como uma pessoa que não tem os dois braços consegue dirigir? Longe de qualquer preconceito, esta é uma pergunta que Fernando de Sousa Machado está acostumado a responder. O assistente administrativo de 33 anos nasceu com uma má-formação dos membros superiores e, mesmo assim, está aprendendo a dirigir um carro adaptado e se prepara para o exame prático para obtenção da Carteira Nacional de Habilitação (CNH). A resposta vem na prática, a bordo do veículo, com Fernando ao volante. Embarcamos com ele no pátio do Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso do Sul (Detran-MS), sob a supervisão do instrutor Pio de Araújo Filho, especializado na formação de condutores com deficiência. O carro tem câmbio automático e pedais de acelerador e freio. Ao lado dos pedais, também no assoalho, há um volante, controlado pelo pé. Fernando tem controle total do veículo e, com a prática, vai ganhando habilidade suficiente para, num futuro próximo, ganhar as ruas. Os acessórios para a adaptação do carro foram instalados numa oficina especializada de São Paulo e custaram R$ 11 mil. O assistente administrativo está confiante e afirma que a CNH vai proporcionar a independência necessária para suas atividades diárias.
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AULAS GRATUITAS O trabalho realizado pelo Detran-MS tem contribuído para a inclusão de motoristas e motociclistas com algum tipo de deficiência. O órgão possui uma moto e um carro adaptados, nos quais os candidatos podem fazer aulas práticas de direção gratuitamente. No mês passado, foram realizados exames práticos de direção veicular de quatro alunos com deficiência para a categoria B (carro) e dois para a categoria A (moto). A moto, batizada de biga, possui uma rampa para que o condutor suba com a cadeira de rodas. Além de três marchas para a frente, o veículo possui marcha a ré. A biga foi criada aqui mesmo em Campo Grande e é fabricada sob encomenda. Já o carro disponibilizado pelo Detran-MS possui câmbio automático, volante com manoplas, controle eletrônico para buzina e setas, além de outras adaptações. Conforme o instrutor, o veículo atende a diversos tipos de deficiência, como amputados, pessoas com má-formação congênita ou que sofreram Acidente Vascular Cerebral (AVC). O processo para obtenção da CNH é o mesmo aplicado para quem não tem deficiência, inclusive o mínimo de 20 aulas práticas de direção. Pio explica que, geralmente, são feitas mais aulas para que o candidato se adapte ao carro ou à moto. Como não há custo algum, o candidato pode fazer quantas aulas quiser. O atencioso e paciente instrutor fala, com orgulho, que a iniciativa do Detran-MS tem atraído candidatos de outros estados. Ele cita, por exemplo, o caso de um candidato, com uma doença degenerativa, que veio do Rio de Janeiro até Campo Grande para fazer o exame prático. Atualmente, um cadeirante do Piauí também passa pela formação para ser habilitado.
A moto, batizada de biga foi criada aqui mesmo em Campo Grande e é fabricada sob encomenda
Instrutor Pio de Araújo Filho, especializado na formaç�o de condutores com defici�ncia
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{ CIDADANIA }
Direito ao carro sem IPI
Informações para aquisição de carro a pessoas com necessidades especiais são simplificadas por ANDRÉIA NUNES • fotos HENRIQUE ATTILIO
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essoas com necessidades especiais têm direito à isenção do IPI na compra do carro. Mas a burocracia na hora de fazer valer o direito e obter laudo do Detran era um desgaste. Para solucionar o caso, o Detran-MS (Departamento Estadual de Trânsito), a Sefaz (Secretaria de Estado de Fazenda) e a Receita Federal criaram um sistema único na internet, no qual é possível dar entrada neste processo, e lançaram uma cartilha explicativa sobre o assunto. Acidentado em 2000, Emanuel Rogério de Oliveira, 38 anos, diz que espera rapidez do sistema e pretende comprar um carro ainda este ano. “Eu já tinha pensado em dar entrada ao processo, porém, não tinha dinheiro. Mas as coisas estão dando muito certo. No meu caso, como não possuo a perna esquerda, um carro automático já resolve”, conta, animado. Para o diretor-presidente do Detran-MS, Carlos Henrique Santos Pereira, o sistema vai evitar o “vai e vem” das pessoas nos órgãos públicos. “Havia informações díspares. A espera era de dois a quatro meses. O site unificará as informações aos três órgãos, Detran, Sefaz e Receita Federal, facilitando a vida das pessoas”, explica. Hermenegildo Basualto Filho é um desses casos a que se refere Pereira. Com 64 anos, tem câncer na medula e espera há quatro meses unificar o laudo que o habilita para compra do carro com isenção. Habilitado a dirigir, ele afirma
e já comprovou, por meio de exames médicos, que, para ter mais autonomia, precisa de um carro automático. “Nós passamos por uma perícia médica, que avalia a necessidade”, ressalta Filho. “Eu já dirigi automóveis comuns, mas pouco. Quem me leva, geralmente, para os lugares é minha esposa”, expõe ele, que está há quatro meses tentando comprar o carro com isenção de IPI. “A esperança, agora, é a cartilha, para que facilite e informe quem ainda não tem o conhecimento desse direito”, diz. De acordo com o Detran-MS, o informativo ou a cartilha torna mais clara a legislação referente ao processo de compra do carro. Vai servir para que as pessoas compreendam que têm esse direito e como fazer para adquirir um veículo com benefícios. Os descontos de impostos podem chegar a 25% do valor final do veículo. “A cartilha estará em todas as concessionárias do Estado e nos órgãos direcionados a esse público. “Vamos levar o direito para quem tem direito”, enfatiza o diretor-presidente. Delegado da Receita Federal, Flávio de Barros Cunha garante: “Com esse projeto, os laudos devem ficar prontos a quem precisa, em torno de 10 a 15 dias”. O Detran-MS ainda informa que, em todo o Estado, há 166.916 mil pessoas com necessidades especiais com processos para o laudo que autoriza a compra de carros adaptados ou automáticos.
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CAPACITADOS A NEGOCIAR Segundo o Detran-MS, as informações estão afinadas, pois aconteceu uma capacitação para os servidores do órgão de trânsito, da Receita Federal e das concessionárias de veículos. O curso teve a presença de 54 representantes das três instituições envolvidas e 49 de concessionárias do município de Dourados, Três Lagoas e Paranaíba. Agora, que todos estão por dentro da legislação, com informação de fácil acesso e sistemas do serviço simplificados, mais pessoas devem ganhar autonomia, e o trânsito ficará mais democrático.
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{ DECORA�O }
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Casa Paroschi inova mercado de luxo em MS Loja conta com grifes que fazem a diferença em qualidade e bom gosto. por ANDRÉIA NUNES • fotos HENRIQUE ATTILIO
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ristais,louças e enxovais de requinte. A Casa Paroschi, traz para Mato Grosso do Sul uma nova série de artigos de luxo para residências. Com marcas consolidadas no mercado e conceituais em suas coleções, os clientes desfrutarão de exclusividades sofisticadas. A inauguração aconteceu no dia 8 deste mês e contou com a presença de arquitetos, decoradores, colunistas sociais e apreciadores de uma casa aconchegante. Logo na entrada da loja, a grande surpresa ficou por conta das elegantes linhas de cama e banho da Trousseau. Como representante exclusivo neste Estado, a Casa Paroschi apresenta desde roupas infantis, da linha Trousseaou Petit, até roupões adultos. “Trouxemos a Trousseau para Mato Grosso do Sul, marca renomada de en-
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Rodolfo Trussardi, Jamil Paroschi e Rossana Paroschi Jafar
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Fabiana Guimarães e Tatiana Cunha
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Norma Rodrigues, Jurema Renck e Rossana Paroschi Jafar
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Ângelo Arruda e Iara Diniz
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Rossana Paroschi Jafar, Vera Jafar e Regina Nunes
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Eduarda e Natália Borges e Sinval Martins
xovais luxuosos, com matriz no Rio de Janeiro. Esse é só um começo do nosso trabalho em Campo Grande”, conta Jamil Paroschi Junior, arquiteto e sócio-proprietário da Casa Paroschi juntamente com a irmã, Rossana Paroschi Jafar. Para Rodolfo Trussardi, gestor de varejo multimarcas da Trousseau, a loja estreia com estilo. “O que eu posso dizer sobre a Casa Paroschi, é que a Trousseau está muito bem representada. A loja esta incrível em todos os seus detalhes. De todas as lojas que tenho visitado, posso afirmar que esta é a mais bonita”, revela. Outra novidade é a Scavone Casa, empresa que atende de forma completa setor de cama, mesa e banho. A grife sempre traz novas tendências em seus produtos, sem abrir mão de sua história e tradição de mais de um século de existência.
Rua 7 de Setembro, 2317, Centro. (67) 3321-3162, (67) 3384-8494 www.casaparoschi.com.br
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{ LITERATURA }
Sabor genuinamente brasileiro Editora Alvorada lança “Milho Sabor do Brasil” e “Mani-Oca Delícia Brasileira” no Festival América do Sul por ANDRÉIA NUNES
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om a sabedoria apurada ao combinar ingredientes, lidar na cozinha e escrever, a culinarista Iracema Sampaio (in memoriam) nos leva além dos convencionais livros de receitas. Pesquisadora, ela conceitua, nos livros “Milho Sabor do Brasil” e “Mani-Oca Delícia Brasileira”, os valores do milho e da mandioca na cultura, e propõe um resgate de receitas com sabores tradicionais e tão brasileiros. As publicações foram lançadas pela Editora Alvorada no 11º “Festival América do Sul”, em Corumbá, no dia 2 de maio, como atração do “Quebra-Torto com Letras”. O “Festival América do Sul” é o maior evento cultural da Região Centro-Oeste e reúne, todos os anos, mais de 100 artistas nacionais e internacionais da música, dança, do teatro, cinema, das artes plásticas e da literatura. “O ‘Quebra-Torto com Letras’ é o congraçamento literomusical dentro do ‘Festival América do Sul’. É um espaço destinado aos lançamentos de livros, palestras, bate-papos com convidados regionais ou nacionais. Uma troca de experiências na área da literatura que tem crescido muito. É um momento especial, um sucesso dentro do festival”, ressalta Américo Calheiros, presidente da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul (FCMS). OS LANÇAMENTOS Em “Milho Sabor do Brasil” e “Mani-Oca Delícia Brasileira”, o milho e a mandioca ganham destaque na mesa, em pratos simples, mas não menos sofisticados. “Fico a pensar, será que a maioria das pessoas sabe
comer um beiju com patê? Pois então, o governo da Bahia serviu à rainha Elizabeth, da Inglaterra, quando em visita à ‘boa terra’, beijus com vatapá, decorados com camarõezinhos e pedacinhos de pimenta”, argumenta Iracema, na introdução de “Mani-Oca”. Vera Tylde, escritora e diretora-executiva do Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso do Sul (IHGMS), apresentou o livro ao público no “Festival América do Sul”, em Corumbá. Vera, que também era muito amiga de Iracema, explana os usos e o cultivo histórico desses ingredientes escolhidos pela amiga, para se tornarem tema dos livros. “A mandioca alimentou grupos humanos desde 5.000 a.C. Seu nome deve-se à mitologia ou lenda bastante conhecida, que narra a história da indiazinha Mani, morta precocemente”, explica. Já o milho é “cultivado há mais de 7.000 anos e teve como berço as Américas Central e Latina. No Brasil, tal qual a mandioca, desde sua introdução, o milho vem fazendo parte tanto da nossa culinária mais rústica quanto da mais sofisticada gastronomia, que utiliza produtos genuinamente brasileiros”, conclui. Para Calheiros, os lançamentos da Editora casam com a proposta do Festival, por apresentarem a gastronomia de tradição. “Os livros da Iracema Sampaio têm tudo a ver com a comida regional. Eu conheço as duas obras e sei que ela fez um apanhado das receitas com pesquisas, e outras, ela criou. São livros que exalam sabor e que retratam a verve pesquisadora e gastronômica, que sempre a motivou.” (Colaborou Kátia Kuratone)
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