editorial
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egistrar um pensamento, uma foto, um vídeo, curtir, compartilhar e comentar... As redes sociais nos proporcionaram um mergulho no mundo virtual! O tema do nosso especial de julho mostra que a ideia foi rapidamente adotada pelos brasileiros, que se tornaram adeptos de várias delas. A matéria “Qual é a rede social queridinha do brasileiro?” diz que o Brasil é líder global de tempo gasto em cada visita às redes sociais. Segundo os dados da pesquisa Futuro Digital em Foco (Brasil, 2015), com uma média mensal de 9.7 horas por visitante, brasileiros navegam 650 horas nas redes sociais por mês. Ainda de acordo com a pesquisa, o Facebook como o mais acessado, alcançando 78% do total da internet, seguido pelo Google+. O Twitter ocupa o quarto lugar. Especialistas em marketing digital afirmam que o que atrai o usuário é o conteúdo gerado na rede, ou seja, quanto mais pessoas acessando, mais postagens e interações. Esse excesso na dose diária de acesso às redes sociais desencadeou o chamado oversharing. Em tradução livre, o exagero de compartilhamento nas redes sociais. Na matéria “Mania de Compartilhar”, a psicóloga e psicanalista Rita Russi analisa a questão e atribui o exagero na exposição em redes sociais à necessidade de se sentir existindo. “É a ideia de que se o outro olhar as minhas fotos, ler os meus textos e, ainda mais, curtir, comentar e compartilhar, eu estou sendo legitimado como sujeito.” Já na matéria “Cuidado para não cair na rede!”, encontramos exemplos de postagens em redes sociais que foram usadas como provas em questões trabalhistas e dicas de cuidados com a segurança de crianças, para que a exposição em redes sociais não auxilie os bandidos, na estratégia de roubos e sequestros. Outro problema comum na rede diz respeito à divulgação de fotos ou vídeos íntimos. Um exemplo foi o da atriz Carolina Dickmann, que teve fotos em que aparecia nua copiadas do seu computador pessoal e divulgadas na internet. O caso acabou dando origem à Lei, de 2012, batizada com seu nome, que pune delitos como esse. Vale a pena conferir! E falando em segurança, nesta edição também temos a estreia da coluna do especialista em Segurança Pública, André Salineiro. Ele nos trará dicas importantes de prevenção à violência no dia a dia. Em tempos de redes sociais o que continua valendo é o bom senso e o equilíbrio para levar a vida com leveza. Sem exageros e sempre respeitando a opinião do outro, mesmo que seja diferente da sua. Ah! Nós também estamos nas redes: www.facebook.com/RevistaCincoMais e @revistacincomais! Acessa lá!! Boa leitura! Kátia Kuratone DRT/MS 293
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34 | CIDADANIA
42 | INTERNET:
GUIA DE PREVENÇÃO CONTRA A VIOLÊNCIA
REDE SOCIAL: QUAL É A QUERIDINHA DO BRASILEIRO?
75 | CULTURA
19 | SAÚDE “SEGURO” MATERNIDADE
ESTUDO E CULTURA SÃO ESCUDOS DO JOVEM DE PERIFERIA
82 | CASAMENTO ANEL SOLITÁRIO DE NOIVADO ESTÁ EM MODA ENTRE AS NOIVAS BRASILEIRAS
20 | EDUCAÇÃO
08 | SAÚDE
ESTÁCIO PROMOVE EVENTO PARA EMPREENDEDORES DIGITAIS
ZIKA VÍRUS, MAIS UMA DOENÇA
12 | SAÚDE SERÁ QUE A LACTOSE É A VERDADEIRA VILÃ?
14 | SAÚDE
24 | GASTRONÔMIA ERVA-MATE: DO CULTIVO ATÉ A MESA
NOVO TRATAMENTO PARA A ARTROSE DO JOELHO
16 | SAÚDE SKINBOOSTERS SUA PELE MUITO MAIS JOVEM
26 | GASTRONÔMIA MS GANHA PRÊMIO SABOROSO
28 | SAÚDE DICAS PARA COMER SAUDÁVEL NO INVERNO
30 | SAÚDE
18 | SAÚDE ESCOLHA O TREINAMENTO FÍSICO DE ACORDO COM SEU PERFIL
19 | SAÚDE
“SEGURO” MATERNIDADE
USAR A MAQUIAGEM DA MAMÃE PODE NÃO SER TÃO SAUDÁVEL
34 | CIDADANIA
GUIA DE PREVENÇÃO CONTRA A VIOLÊNCIA
SUMÁRIO EDIÇÃO 92
ANO 8
JULHO 2015
36 | CIDADANIA MISSIONÁRIAS BRASILEIRAS E PARAGUAIAS SERVIRAM EM MISSA PRESIDIDA PELO PAPA FRANCISCO NO PARAGUAI
42 | INTERNET : CURTIR, COMENTAR E COMPARTILHAR! REDE SOCIAL: QUAL É A QUERIDINHA DO BRASILEIRO?
44 | INTERNET : CURTIR, COMENTAR E COMPARTILHAR! SÍNDROME DE TEXT NECK
48 | INTERNET : CURTIR, COMENTAR E COMPARTILHAR! VOCÊ CURTE? COMPARTILHA? OU SIMPLESMENTE VIVE?
Coordenação de Comunicação: Henrique Attilio (MTB/MS 177 Publicitário MTB/MS 947 Jornalista) - Comercial: Henrique Attilio - Marketing: Henrique Attilio - Arte, Diagramação e Editoração Eletrônica: Uimer Ronald Freire e Vitor Obede - Redação: Andréia Araújo, Andréia Nunes (DRT/MS 1013); Carol Alencar (DRT/MS 593); Claudia Malfatti (DRT/MS 036); Fernanda Garcia; Fernanda Monteiro, (DRT/MS 177); Jacklin Andreucce (DRT/MS 095); Jéssica Benitez, Kátia Kuratone (DRT/MS 293); Marina Nabarrete Bastos (MTB 14966); Patrícia Belarmino (DRT/MS 1211); Tathiane Panziera (DRT/MS 377); Tavane Ferraresi (DRT/MS 183) - Revisão: Soraya Vital - Conselho Editorial: Vera de Barros Jafar, Henrique Attilio, Kátia Kuratone.
O MUNDO VIRTUAL DA SÉTIMA ARTE
Atendimento ao Cliente/Comercial: Henrique Attilio, Jonathan de Oliveira, Geth Teixeira Rodrigues - Planejamento e Operações: Henrique Attilio e Kátia Kuratone - Fotografias: Luciano Muta, Raissa Canuto, Marcos Vollkoph, Mário Bueno, Antônio Spadaro, Helton Perez.
54 | INTERNET : CURTIR, COMENTAR E COMPARTILHAR!
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50 | INTERNET : CURTIR, COMENTAR E COMPARTILHAR! TECNOLOGIA CAUSA DEPENDÊNCIA EM UNS E RESISTÊNCIA EM OUTROS
56 | INTERNET : CURTIR, COMENTAR E COMPARTILHAR! CUIDADO PARA NÃO CAIR NA REDE!
60 | INTERNET : CURTIR, COMENTAR E COMPARTILHAR! MANIA DE COMPARTILHAR
64 | INTERNET : CURTIR, COMENTAR E COMPARTILHAR! ETIQUETA NAS REDE SOCIAIS
Participaram nesta edição: Médico Ortopedista, Dr. Marcelo Luiz Quarteiro (CRM/MS 4527), Médica, Dra. Valéria Guerra. Fonoaudiólogo, Dr. Nelson Lam K. Fook (CRFa 2818 MS). Cinéfilo e Jornalista Airton Raes. Nutricionistas, Taiz Siqueira Pinto (CRN 39.181), Tatiane Savarese Attilio CRN 3/12175. Personal Trainer, Débora Sonni. Ginecologista, Dr. Orlando Monteiro Júnior (CRM/MS 3256). Agente da Polícia Federal, André Salineiro. Jornalista e blogueira, Juliana Ferreira. Jornalista, Ana Raquel Copetti Telles. Publicitário Gustavo Telles. Procuradora de Justiça e escritora Ariadne Cantú. Consultor de Empresas, Maurício Reggiori. Psicólogo, Augusto Paulista (CRP 14/05039-9).
66 | INTERNET : CURTIR, COMENTAR E COMPARTILHAR! NOS MOMENTOS DE CRISE INVESTIR EM CONHECIMENTO É O MELHOR NEGÓCIO
70 | INTERNET : CURTIR, COMENTAR E COMPARTILHAR! MARCO CIVIL GARANTE PROTEÇÃO AOS CONSUMIDORES DA INTERNET
72 | INTERNET : CURTIR, COMENTAR E COMPARTILHAR!
Tiragem: 10.000 exemplares Artigos assinados não representam necessariamente a opinião da revista. Cinco+ é uma publicação da Gráfica e Editora Alvorada, com periodicidade mensal e distribuição dirigida gratuita. REVISTA IMPRESSA NA GRÁFICA E EDITORA ALVORADA LTDA. Rua Antônio Maria Coelho, 628 - Centro - Campo Grande/MS contato@graficaalvorada.com.br - telefone: (67) 3316-5500
WHATSAPP E AS NOVAS FORMAS DE CONEXÃO ENTRE AS PESSOAS
Diretor: Mirched Jafar Junior
75 | CULTURA
Diretora Executiva: Katiusi Romero Chaves Gerente Geral: Rafael Soares
ESTUDO E CULTURA SÃO ESCUDOS DO JOVEM DE PERIFERIA
78 | CULTURA AÍDA
82 | CASAMENTO ANEL SOLITÁRIO DE NOIVADO ESTÁ EM MODA ENTRE AS NOIVAS BRASILEIRAS
86 | NÓS 2 POR AÍ
COMO ENGANAR UM NOIVO EM 40 DIAS
90 | DECORAÇÃO
A VIDA LEVA PARA OUTROS CAMINHOS
94 | CULTURA
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98 | CIDADANIA
TRABALHO DURO NA ESPERANÇA DE UM FUTURO MELHOR
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ATENDIMENTO AO LEITOR Críticas, dúvidas, sugestões e comercial Fale com a gente: contato@revistacincomais.com.br Cartas: Rua Antônio Maria Coelho, 623 - Centro - CEP 79.008-450 - Campo Grande/MS Telefone: (67) 3316-5500 / 9254-4524 Para anunciar na revista Fale com a gente: contato@revistacincomais.com.br
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SAÚDE
ZIKA VÍRUS, MAIS UMA DOENÇA Assim como a dengue, a doença é transmitida pelo Aedes aegypti por PATRÍCIA BELARMINO
Depois de muito trabalho, pesquisadores da Universidade Federal da Bahia (UFBA) identificaram, no fim de abril, uma doença “misteriosa” que fez vítimas em estados do Nordeste, principalmente a Bahia. Com a análise de amostras de sangue de pacientes infectados, os pesquisadores Gúbio Soares e Silvia Sardi, chegaram à conclusão que se tratava do zika vírus, uma doença com incidência na África e na Ásia. A suspeita é que a doença tenha chegado ao Brasil durante a Copa do Mundo, entre os meses de junho e julho do ano passado, quando turistas de várias partes estiveram por aqui. O provável é que alguns turistas estivessem infectados pelo vírus, foram picados pelo Aedes aegypti e a doença se espalhou por algumas cidades brasileiras. Recentemente houve registro de um caso do zika vírus em São Paulo. Em Mato Grosso do Sul, a Secretaria de Estado de Saúde não havia registrado nenhum caso de moradores infectados com o zika vírus até o fechamento desta edição, mas isso não torna a situação menos preocupante. A doença pode, sim, chegar ao Estado a qualquer momento. A possibilidade de registros do zika vírus em Mato Grosso do Sul deve-se ao fato de que o Aedes aegypti é encontrado com facilidade no Estado. Hoje vários municípios sul-mato-grossenses enfrentam epidemia de dengue, transmitida pelo mesmo mosquito. Coordenador de controle de vetores da Secretaria de Estado de Saúde, Gilmar Ribeiro afirma que a possibilidade do zika vírus chegar a Mato Grosso do Sul é real. 8 | CINCO + | JULHO 2015
SINTOMAS “O vetor que transmite a dengue, a chikungunya, o zika vírus e até a febra amarela é o Aedes aegypti. Em todos os municípios do Estado, temos a presença desse vetor. Estamos praticamente passando por uma epidemia, devido à quantidade de vetores expostos no meio ambiente”, afirma.
A dengue e o zika vírus se manifestam de forma muito semelhante no organismo humano. A principal diferença, segundo Gilmar Ribeiro, é que o zika não desidrata como a dengue. O paciente tem dores musculares e nas articulações, além de coceira.
Gilmar diz ainda que para o vírus começar a ser transmitido por aqui basta uma pessoa infectada em outra região ser picada pelo Aedes aegypti. “Um mosquito daqui pode picar essa pessoa e começar a transmissão. Assim como outras doenças, nós temos essa probabilidade. Basta que alguém venha doente das regiões infestadas pela doença.”
No caso da chikungunya, o paciente tem febre súbita e intensas dores articulares, que podem persistir por até três meses. Depois, ocorre um processo inflamatório nas articulações. O paciente pode continuar sentindo as dores por até três anos.
Diante das possibilidades do zika vírus chegar ao Estado, o coordenador de controle de vetores explica que a situação já foi repassada aos municípios. Apesar do outono e o inverno serem as estações em que há uma diminuição do número de notificações de casos de dengue, a transmissão das doenças continua. “Não adianta só trabalharmos durante a epidemia. Temos que pensar em ações preventivas e educativas para evitar não só a dengue, mas também a chikungunya e o zika vírus. Em Campo Grande mesmo tivemos registros de casos de dengue durante todo o ano”, alerta Gilmar Ribeiro. Aos municípios, cabe apresentar os planos de contingência da dengue para o período julho 2015 a julho de 2016. “Não evita a transmissão, mas evita que se torne uma epidemia ou um número elevado de óbitos”, explica Gilmar. PESQUISA MOSTRA QUE COBRE É EFICAZ NO CONTROLE DO AEDES AEGYPTI Usado em moedas e fios elétricos, o cobre pode ajudar no controle do Aedes ageypti, transmissor da dengue, da febre chikungunya, do zika vírus e até da febre amarela. Pesquisa das Universidades Federais da Grande Dourados (UFGD) e de Mato Grosso do Sul (UFMS) avalia a ação de compostos organometálicos para impedir a proliferação do vetor da dengue. Sobre o cobre, já se sabe que ele impede que os ovos do Aedes aegypti se desenvolvam, além de matar as larvas. Um dos testes é com duas substâncias que têm propriedades inseticidas: o cobre e constituintes da castanha de caju (LCC). “Os compostos mostraram-se eficazes ao matar larvas, retardar o ciclo reprodutivo e impedir a eclosão de ovos”, afirma o professor Eduardo José de Arruda, da Faculdade de Ciências Exatas e Tecnologia (FACET) da UFMS e coordenador da pesquisa. Outra possibilidade, também em testes, é a adição de um composto de cobre em artefatos de cerâmica, como materiais de decoração, vasos e pedras para jardinagem. Em contato com a água esse composto tem baixo impacto ambiental. C I N C O + | JUL HO 2 0 1 5 | 9
Os aparelhos auditivos do básico ao mais avançado estão dentro de uma faixa de R$ 2 mil a R$ 5 mil cada. Quanto vale ouvir bem? Um dos maiores desafios em relação à surdez é o preconceito que ainda envolve o uso das próteses ou aparelhos auditivos. Muitas pessoas guardam a imagem de equipamentos grandes e pesados que eram utilizados há muitos anos atrás, mas que nada têm em comum com os aparelhos auditivos modernos de hoje. A tecnologia evoluiu e os aparelhos são praticamente invisíveis, seu uso é confortável e de fácil adaptação. Você tem ou deve conhecer alguém que tem perda auditiva. Mude esta situação, a vida pode ser muito mais feliz com o uso de aparelho auditivo, além de necessário, ele traz inúmeros benefícios em qualidade de vida como:
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SAÚDE
SERÁ QUE A LACTOSE É A VERDADEIRA VILÃ? por TAIZ SIQUEIRA PINTO
1 2 | CINCO + | JULHO 2015
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o nascerem, todos os mamíferos têm o leite como o primeiro alimento. O leite é um produto da secreção mamária e sua composição apresenta mais de 100 substâncias, como a caseína (principal proteína), a gordura, a lactose (principal açúcar), vitaminas e sais minerais como a vitamina D, vitamina A, cálcio, fósforo e outros nutrientes, variando conforme a espécie, raça, idade do mamífero. Além de ser uma boa fonte de nutrientes, a indústria alimentícia consegue produzir diversos tipos de alimentos a partir do leite, como o queijo, o iogurte, a bebida láctea, o requeijão, entre outros produtos. Produtos derivados do leite também possuem lactose, mas em diferentes quantidades em relação ao leite, variando de acordo com o tipo de processamento que foi realizado para se obter o produto. Nós, humanos, continuamos a consumir leite e seus derivados por apresentarem nutrientes necessários para a boa nutrição. Quando ingerimos o leite, seus derivados e/ou alimentos que contêm leite em sua composição, como bolos, sorvetes, tortas, chocolates, cremes à base de creme de leite, leite condensado, entre outros, nosso organismo “quebra” a molécula de lactose pela ação de uma enzima que está presente no nosso intestino, a lactase. Esta enzima facilita a digestão e o aproveitamento deste nutriente ao organismo. Após o desmame, a produção da enzima lactase é diminuída e algumas pessoas apresentam dificuldade de digerir a lactose. Isso também pode acontecer logo após o nascimento. O bebê já pode nascer com deficiência da produção da lactase. Também a queda da produção da lactase pode ocorrer quando o intestino da pessoa é lesionado e inflamado. Quando ocorre essa diminuição ou ausência da produção de lactase, as pessoas se tornam intolerantes à lactose. Segundo dados relatados pela Sociedade Brasileira de Alimentação e Nutrição (SBAN), estima-se que aproximadamente dois terços da população mundial apresente a deficiência da lactase. No Brasil, a dificuldade de digerir a lactose ocorre em cerca de 20 a 25% dos indivíduos. Porém, muitas pessoas não sabem que possuem intolerância à lactose e durante muito tempo vivem com sintomas, tais como: distensão e dor abdominal, flatulência, episódios de diarreia e/ou constipação. É necessário que as pessoas que apresentam esta intolerância reduzam ou retirem totalmente o leite e seus derivados, para que os sintomas sejam amenizados ou desapareçam. Alguns profissionais alegam que a lactose pode dificultar o controle do peso e a absorção de outros nutrientes, além de provocar distensão abdominal. Mas a má absorção de nutrientes e o aparecimento de sintomas ocorrerão se a pessoa já possuir a deficiência da lactase ou tiver predisposição para desenvolver
intolerância. Com relação à dificuldade de controlar o peso, isso acontecerá se a pessoa consumir o leite e produtos lácteos em excesso. Para saber se a pessoa possui intolerância à lactose, se faz necessária a realização de exames laboratoriais associados a relatos dos sintomas. De acordo com o Guia Alimentar para a População Brasileira, elaborado pelo Ministério da Saúde, é importante que as pessoas tenham uma alimentação balanceada e completa, associando alimentos de origem animal (como o leite e seus derivados) e alimentos de origem vegetal (como cereais, frutas e verduras). Mas cada um tem suas particularidades e o controle de peso vai depender de vários fatores, como, por exemplo, a alimentação consumida durante todo o dia, a prática de exercícios físicos, idade, sexo e altura. Não será retirando ou reduzindo a lactose da alimentação que ocorrerá a perda ou manutenção de peso. Atualmente, muitas pessoas que não possuem intolerância à lactose estão aderindo a dietas “zero lactose” e relatam que, ao reduzir ou retirar alimentos que possuem lactose de sua alimentação diária, obtiveram bons resultados para a perda de peso. Esta perda não deve ser associada à restrição ou redução específica da lactose, mas sim à redução e restrição de alimentos que usualmente eram consumidos e passou-se a evitar. Geralmente os alimentos que possuem leite e derivados em sua composição também têm mais calorias e gorduras, por isso, ao retirar e/ou reduzir o consumo destes alimentos, consegue-se perder peso. Além disso, quando o indivíduo opta por mudar sua alimentação, não mudará somente o consumo de lactose, mudará também o estilo de vida e esta mudança será a causa do sucesso da perda de peso. Portanto, a lactose só fará mal àquelas pessoas que apresentam intolerância à lactose. As que não apresentam sintomas associados podem, e devem, consumir leite e seus derivados inseridos em um plano alimentar adequado, equilibrado e individualizado. O profissional nutricionista está apto para tal prescrição e melhor orientação.
por TAIZ SIQUEIRA PINTO Nutricionista CRN 39.181 Mestre em ciências da nutrição email: taizsp@gmail.com
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SAÚDE
NOVO TRATAMENTO PARA A ARTROSE DE JOELHO por DR. MARCELO LUIZ QUARTEIRO
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artrose, que também é conhecida por osteoartrose ou osteoartrite, é a inflamação degenerativa das articulações (juntas), que se dá pelo desgaste das cartilagens que revestem as extremidades dos ossos. As articulações que mais podem sofrer com a artrose são as que suportam peso, como a coluna vertebral, os quadris e o joelho. No joelho, a artrose é marcada por uma dor progressiva, que se agrava por atividades físicas com impacto, movimentos repetitivos, subir e descer escadas e até mesmo andar. A artrose é uma doença que se desenvolve gradativamente, que por vezes compromete sobremaneira a qualidade de vida das pessoas. Em casos mais graves são indicadas cirurgias como as artroplastias. Para evitar a cirurgia já temos um tratamento biológico, que usa as plaquetas e algumas substâncias contidas no próprio sangue do paciente, chamado “Plasma Rico em Plaquetas”, conhecido pela sigla PRP. O PRP tem sido consagrado por estudos recentes como uma ferramenta importante no controle dos sintomas e até mesmo na evolução da artrose. Ele está sendo usado para reparar as células doentes do paciente com as suas próprias células. O sangue passa por um processamento e são separados diversos fatores de crescimento e uma alta concentração de plaquetas. Essas substâncias presentes no PRP são responsáveis pela reparação dos tecidos e a ativação do sistema de regeneração tecidual do indivíduo. Muitos trabalhos têm comparado o uso do PRP com a infiltração articular de ácido hialurônico e com o tratamento através de medicamentos via oral, que são tratamentos convencionais. No entanto, o PRP tem apresentado uma melhora clínica muito superior a esses tratamentos.
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“Estamos entrando na era do tratamento biológico. Incrivelmente, hoje já podemos utilizar as próprias células e substâncias endógenas do paciente para tentar ajudar e reparar suas outras células, ao invés de utilizar uma substância ou medicamentos artificiais”, comenta o ortopedista Marcelo Luiz Quarteiro, que já usa o novo tratamento em seus pacientes na Capital.
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ouve uma geração que no momento de decidir por um treinamento físico só pod ia escolher entre aeróbica, localizada ou musculação. Mas, graças a mentes criativas, estudos e muita vontade de contaminar o mundo com mania ou hábito de se exercitar, contamos atualmente com uma variação de modalidades incalculavelmente fascinante. Podemos citar algumas apaixonantes, como crossfit, pilates, zumba, ciclismo, lutas marciais, entre outros. No entanto, paralelo ao número de atividades, cresce também a dúvida: qual é a melhor? Queremos, então, deixar aqui algumas dicas para você. Podemos iniciar essa ajuda mudando a pergunta para: qual é a melhor atividade para mim? Partindo do pressuposto de que você é sedentário ou ainda não frequentou uma academia, vamos às dicas: 1. Submeta-se a uma avaliação médica completa. 2. Inicie com um treinamento personalizado, onde o professor devidamente credenciado respeitará suas individualidades – idade, peso, patologias (doenças do coração, estrutura musculoesquelética, diabetes, etc), habilidades neuromotoras, coordenação, equilíbrio e seu condicionamento cardiopulmonar. Ressaltamos que não é necessário que esse treino seja individual.
tivas, em geral, se adaptam bem ao pilates; as extrovertidas gostam de dançar e as perfeccionistas desempenham bem a musculação. Quero ainda deixar bem claro que o treinamento personalizado, além de preparar você para se aventurar no mundo fitness, pode acelerar resultados, atingir expectativas individuais e levar à superação de limites. Seja proativo quando iniciar! Que tal agora? Para refletir: • Fitness não é um destino, é um modo de vida. • A preparação de hoje determina a realização de amanhã. • Concentre-se em mudança, não em resultados.
3. Assista aulas de modalidades do seu interesse. 4. Faça uma aula experimental, antes de fechar seu pacote mensal, em pelo menos dois locais distintos. 5. Jamais faça escolha motivada por valor financeiro. Lembre-se, seu corpo saudável é seu maior bem. Depois de ultrapassar essa etapa você acionará o gatilho de forma eficaz para navegar por outros mares. Com tantas opções, não desista, procure algo que vá ao encontro de sua personalidade. As pessoas introspec-
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por DÉBORA SONNI Personal Trainer e Fisiologista do exercício Cref: 004820-G/MS
SAÚDE
“SEGURO” MATERNIDADE por DR. ORLANDO MONTEIRO JÚNIOR
O
congelamento de oócitos (óvulos) é um recurso da Medicina Reprodutiva que está ao alcance das mulheres que querem preservar a sua fertilidade, mantendo a esperança de concretizar o sonho de engravidar em época mais apropriada – seja após a cura de uma doença de base, como um câncer, seja quando a sua vida pessoal e profissional permitir. Os primeiros relatos de gestação usando oócitos descongelados foram feitos em 1986. Atualmente, com o uso da técnica inovadora de vitrificação, baseada em um congelamento ultrarrápido, que impede a formação de cristais de gelo intracelulares, o número de óvulos a serem criopreservados para realizar a gestação está entre 15 e 20, o que é possível de se alcançar com 1 a 3 ciclos de indução de ovulação. Em geral, cerca de 13 anos antes da mulher entrar na menopausa inicia-se a queda importante do seu patrimônio ovular (reserva ovariana). A incidência de falência ovariana prematura (menopausa precoce) é de aproximadamente: • ATÉ 30 ANOS � 1 MULHER A CADA 1000 • ATÉ 35 ANOS � 1 A CADA 250 • ATÉ 40 ANOS � 1 A CADA 100 Com o passar dos anos, a qualidade dos óvulos também vai diminuindo, o que aumenta a probabilidade de infertilidade, abortos e recém-nascidos com síndromes genéticas.
O risco para anomalias cromossômicas (síndrome de Down) segundo a literatura, tendo como referência de idade materna: • • • • •
1 / 1.477 AOS 20 ANOS 1/ 939 AOS 30 ANOS 1/ 353 AOS 35 ANOS 1/ 85 AOS 40 ANOS 1/ 39 AOS 44 ANOS
Estima-se que as primeiras 48 horas de vida de um embrião só é possível a partir da competência da “maquinaria citológica” herdada do óvulo, ou seja, quanto mais jovem o óvulo, maior é o resultado reprodutivo. Com o dinamismo do atual papel feminino na sociedade moderna (graduação, pós-graduação, estágios e trabalho), a vitrificação de óvulos próprios para o uso a posteriori funciona como um “seguro”, dando tranquilidade e oportunidade de um melhor planejamento reprodutivo, com a possibilidade de uma futura gravidez. por DR. ORLANDO MONTEIRO JÚNIOR CRM SP 73.806/ CRM MS 3256/ TEGO 368/95
• Graduação Médica, Residência e Mestrado em Ginecologia e Obstetrícia pela UNESP- Botucatu. • Especialista em Ginecologia e Obstetrícia pela FEBRASGO/AMB (TEGO 568/95). • Especialista em Ultrassonografia Geral pelo Colégio Brasileiro de Radiologia /AMB (Membro Titular). • Pós-Graduado em Infertilidade Conjugal pela UNESP e em Reprodução Humana Assistida pela Santa Casa de São Paulo. • Habilitado em Endoscopia Ginecológica (Histeroscopia – Laparoscopia) e Ultrassonografia pela FEBRASGO. • Membro da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana. • Diretor Técnico e Sócio Proprietário da Clinica Gazineu. www.clinicagazineu.com.br C I N C O + | JU LHO 2 0 1 5 | 19
EDUCAÇÃO
ESTÁCIO PROMOVE EVENTO PARA EMPREENDEDORES DIGITAIS Iniciativa é uma parceria da StartupMS com os cursos de Administração, Ciências Contábeis, Gestão de Recursos Humanos, Publicidade e Propaganda e Tecnologia em Desenvolvimento de Sistemas
C
om o tema “Inovação e desenvolvimento de novos negócios tecnológicos”, a quarta edição do Startup Dojo reunirá 40 jovens no campus TV Morena da Estácio, de 24 a 26 de julho, para um fim de semana de imersão. A ideia é construir aplicações web ou móveis que podem se tornar negócios viáveis. O Startup Dojo é direcionado a estudantes e profissionais das áreas de Computação, Administração, Comunicação e Marketing, empreendedores, empresários e demais interessados. O evento reunirá pessoas com diferentes conjuntos de habilidades para construir aplicações e desenvolver novos negócios que sejam rentáveis e de baixo risco, tudo concebido em um período intensivo.
Para Stephan Filippo, diretor geral da Estácio TV Morena, receber o Startup Dojo é estar em consonância com uma proposta institucional de inovação e empreendedorismo de jovens. “A Estácio quer garantir que o aluno tenha contato desde cedo com profissionais de ponta e que possa colocar em prática tudo que é aprendido em sala de aula, estimulando a criatividade e a capacidade de realizar sonhos”, explica. Haverá a presença dos chamados mentores, que são empreendedores de sucesso e que terão a função de orientar e desenvolver as potencialidades dos 2 0 | CINCO + | JULHO 2015
participantes. Segundo Rodney Júnior, presidente do StartupMS, “o evento é direcionado aos jovens que desejam ter seu próprio negócio e desejam potencializar uma ideia já existente e que não têm ainda as ferramentas necessárias para alavancá-lo”. Helder Diniz, diretor executivo da StartupMS, é um dos mentores do evento. Ele comenta que eventos como o Dojo criam nos participantes a coragem e a vontade de mudar o mundo. “Há um desejo latente na juventude de criar alternativas sustentáveis, criativas e que sejam soluções inovadoras para problemas reais é o que pretendemos fazer”, afirma. O evento começa na noite de sexta-feira (24/07) com as palestras dos investidores da Anjos Brasil, Ricardo Nantes e Kenneth Corrêa, e se estende até domingo (26/07) ao meio-dia, quando acontecem as premiações. Dentre as atrações haverá a oportunidade dos participantes utilizarem os computadores do laboratório Macintosh e uma sala lúdica com os videogames mais atuais do mercado, ambiente planejado por Rafael Naruto, professor de Advergames da Estácio. As vagas são limitadas e as inscrições podem ser feitas pelo site: http://bit.ly/startupdojo. O Startup Dojo acontece na Estácio TV Morena Rua Venâncio Borges do Nascimento, 377 Jardim TV Morena. O Startup Dojo é uma realização da Estácio em parceria com a StartupMS e conta com o apoio de: Anjos do Brasil, ABStartups, Conselho de Jovens Empresários de Mato Grosso do Sul, Associação de Jovens Empreendedores, Câmara de Dirigentes Lojistas Jovens, SUCESU-MS, Digitho Brasil, Pense Grande, Sebrae MS, Inova MS, Suco Prats, Alta Vista Importados, Self Camiseteria e Logo Arte.
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Problemas de audição podem comprometer desempenho escolar Professores devem ficar atentos aos sinais da perda auditiva
É na sala de aula que os professores ajudam a identificar problemas de visão de crianças e adolescentes. Os sinais de que o aluno não enxerga bem o que está na lousa ajudam a alertar os pais para eventuais problemas de visão. O mesmo acontece com a perda auditiva. Muitas vezes apáticos ou agitados, os alunos podem estar mesmo é sofrendo de perda auditiva e os professores podem ser os primeiros a identificar os sinais. Dificuldades no processo de alfabetização e no aprendizado ou falta de concentração podem ser sinais de perda auditiva , afirma Talita Donini, gerente de produtos da Phonak do Brasil. Um programa de suporte com informações sobre audição na criança e uma tecnologia específica para o tratamento das dificuldades auditivas auxiliam no aconselhamento nos primeiros sinais de perda auditiva. Pais e professores devem atentar a alguns detalhes para acompanhar a saúde auditiva de seus filhos, como: - a criança apresenta um desenvolvimento de fala tardio ou fala com dificuldade; - não reage a barulhos fortes; - não atende quando é chamada pelo nome; - pede para aumentar o som da TV, computador ou telefone com frequência; - se mostra avoada ; - dificuldade em manter a atenção; - parece irritada e dificilmente faz vínculos com outras crianças; - prefere brincar sozinha; - dificuldade na alfabetização; - troca de fonemas na escrita; - dificuldade de aprendizado em geral. Existem várias soluções para as crianças diagnosticadas com perda auditiva, que ajudam e favorecem para que os alunos e professores mantenham uma comunicação
eficiente. Uma dessas soluções pode ser o sistema de FM. Sistema de FM Na fase escolar é muito importante garantir o acesso à voz do professor para o aprendizado e desenvolvimento futuro de uma criança. A tecnologia do Sistema de FM, por exemplo, garante que o aluno que usa aparelho auditivo ouça a voz do professor direta e nitidamente, mesmo em uma sala barulhenta. Os maiores obstáculos como distância, eco e ruído são reduzidos e a criança pode aproveitar a aprendizagem e as brincadeiras sempre. Quando há indicação de aparelho auditivo, as tecnologias atuais permitem soluções cada vez menores e mais discretas para combater o problema e permitir que os usuários tenham uma vida normal. No passado, as pessoas tinham vergonha de usar óculos. Hoje, ele é um acessório de moda. Com o tempo, o mesmo vai acontecer com os aparelhos auditivos que possuem funcionalidades e design especialmente dedicados para públicos variados, como crianças, jovens, adultos e idosos , comenta Talita. Caso seja detectada perda auditiva na criança, o tratamento deve ser imediato. Trata-se de um problema grave que compromete o desenvolvimento da linguagem , a l e r t a Ta l i t a . O p r i m e i r o p a s s o é p r o c u r a r u m otorrinolaringologista. O pediatra pode fazer esse encaminhamento. Após a consulta, a criança deve realizar os exames solicitados para avaliar a audição e, caso seja necessário, deve ser encaminhada para um fonoaudiólogo. Saiba mais sobre a Phonak em: www.phonak.com.br phonak.ms@gmail.com (67) 3384-1626 | 8403-5224 SAC 0800 701 8105
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GASTRONOMIA
ERVA-MATE: DO CULTIVO ATÉ A MESA por CAROL LACERDA
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A
descoberta da erva-mate (Ilex paraguariensis) foi feita pelos índios guaranis muito antes da chegada dos colonizadores europeus à América. Esses nativos da região definida pelas bacias dos rios Paraná, Paraguai e Uruguai, foram os primeiros a fazer uso da planta chamada por eles de ka’a karai, folha sagrada. O isolamento do Paraguai de os outros países e a proibição da exportação da erva-mate paraguaia incentivaram a Argentina e o Uruguai a substituírem a planta importada do Paraguai pela brasileira, motivando ainda mais o cultivo no Brasil. Depois de cair no gosto dos brasileiros, a plantinha que carrega tanta tradição passou a ser símbolo do Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e de outros estados fronteiriços. Estudos científicos comprovam inúmeras propriedades medicinais e nutritivas capazes de duplicar as atividades intelectual e motora e produzir sensação de força e bem-estar. Esses e outros benefícios foram comprovados pela Universidade Federal de Santa Catarina. Durante três anos uma equipe de pesquisadores analisou 250 voluntários com problemas de colesterol e diabetes. Eles beberam, por dia, um litro do chá-mate tostado, preparado com água na temperatura em torno de 90oC, dez minutos antes, durante ou depois das principais refeições.
Consumir três doses diárias da bebida (aproximadamente 300 ml cada ou quase 1 litro por dia) diminui em 13% as taxas de colesterol ruim, o LDL, e aumenta a de colesterol bom, o HDL. Especialistas afirmam que isso acontece porque o chá-mate possui algumas substâncias – alcalóides e glicídios – capazes de interagir com os ácidos biliares e reduzir a absorção de colesterol. O uso da erva-mate para tereré, chimarrão e chá deixou de ser a única forma de consumir a planta. O que poucos sabem é que a erva-mate pode, também, ser usada em receitas de deliciosos quitutes, como pudins, trufas, patê, rosca, pães, massas e salgados. QUE TAL SURPREENDER SEU CONVIDADO OFERECENDO UM EXÓTICO “RISSOLES PARAGUARIENSIS”? RECEITA INGREDIENTES: • 4 xícaras de leite • 1 colher de sopa de sal • 2 colheres de sopa de manteiga • 6 xícaras de farinha de trigo • 3 colheres de sopa de erva-mate processada e peneirada • 1 colher de sopa de molho de soja • gergelim torrado o suficiente para polvilhar por cima • 1 gema Recheio a gosto. Tempo de preparo: 30 minutos no forno 280oC MODO DE PREPARO: Aqueça o leite, o sal e a manteiga. Quando estiver fervendo acrescente a farinha e a erva-mate e mexa até formar uma massa única. Retire do fogo e sove a massa ainda quente. Abra a massa na espessura de 0,5 cm, corte em círculos e recheie. Feche os rissoles com os dedos. Misture a gema com o molho de soja. Pincele em cima dos rissoles, polvilhe o gergelim a gosto e coloque para assar.
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GASTRONOMIA
MS GANHA PRÊMIO SABOROSO por FERNANDA MONTEIRO • fotos MÁRIO BUENO
M
ato Grosso do Sul foi o grande vencedor do Prêmio Dólmã, distinção máxima da gastronomia brasileira. Além da chef Vera Chaves, que venceu na classificação estadual, Paulo Machado foi o vencedor na categoria nacional. “Estou muito feliz com esse reconhecimento e mais ainda por poder trocar experiências com tantas pessoas de várias partes do País, que se dedicam à Gastronomia e que fazem isso com amor”, afirmou, honrado. Machado estudou direito, época que teve que aprender a se virar na cozinha. Formou-se em Gastronomia pela Universidade Anhembi Morumbi e cursou Cozinha Francesa pelo Institut Paul Bocuse, trocando os tribunais pela arte da boa mesa. Há dez anos se dedica à culinária e viajou para vários países apresentando festivais de receitas brasileiras, em especial da culinária pantaneira. A premiação que condecorou o chef sul-mato-grossense foi criada em 2014 e desde então uma comissão julga o currículo dos concorrentes, avaliando aspectos como eventos realizados e trabalhos em restaurantes. Este ano participaram representantes do Amazonas, Alagoas, Ceará, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Santa Catarina, São Paulo e Distrito Federal. A votação do prêmio foi pela internet e durou 2 meses. “O Prêmio Nacional Dólmã é a reafirmação, o reconhecimento e a
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PAULO MACHADO FOI O VENCEDOR NA CATEGORIA NACIONAL
valorização do trabalho e da dedicação dos profissionais que se destacam na área gastronômica e que contribuem para o aquecimento da economia brasileira”, resume o presidente do Grupo Conforto Gastronômico (criador da premiação), Geraldo Guerra Junior. Mato Grosso do Sul é conhecido pelo potencial turístico e pela diversidade da sua gente e pode contribuir, sem dúvida, para o intercâmbio cultural nas crescentes áreas da gastronomia e do turismo. Por isso Campo Grande sediou a Semana Nacional de Gastronomia e Turismo. O evento reuniu mais de 4 mil pessoas durante 4 dias, quando foram oferecidas 15 palestras, rodadas de negócios, consultorias, mostra de agricultores, cozinha show e um encontro nacional de chefs. Ainda, segundo informações da assessoria de imprensa do Senac, além de sediar a semana que aguçou paladares e dominar a premiação que encerrou as atividades, Mato Grosso do Sul exibiu mais uma das suas iguarias: o escultor Anor Mendes deu um tempero regional à estatueta sonho dos chefs brasileiros, entregue aos vencedores do Prêmio Nacional Dólmã.
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COSTELETTA DI AGNELO COM RAVIOLI DI AGNELO COSTELETTA DI AGNELO COM RAVIOLI DI AGNELO COSTELETTA DI AGNELO
SAÚDE
DICAS PARA COMER SAUDÁVEL NO INVERNO
S
alada, fruta e suco natural não é a preferência nesse clima, não é mesmo? E é exatamente nesse momento em que acabamos por nos perder nas escolhas das substituições do plano alimentar da dieta, e lá se vai o resultado conquistado! Eu concordo que seguir um plano alimentar no inverno não é agradável e, sendo assim, vou dar umas dicas de como escolher alimentos quentinhos e saborosos e que manterão você dentro da meta. Vamos lá!
1. Coma a salada crua junto com os pratos quentes. 2. Substitua a salada crua por legumes refogados. 3. Asse as frutas. 4. Para fazer chocolate quente, utilize leite desnatado ou leite vegetal e chocolate meio amargo. 5. Use e abuse dos chás de ervas, frutas e especiarias. 6. Prefira o fundue de frutas com chocolate meio amargo, e não abuse. Para finalizar, vou contar mais um detalhe que vai incentivar a seguir sua dieta: no inverno nosso metabolismo fica mais ativo e assim nosso organismo queima mais calorias! Aproveite!!
7. As sopas e caldos são excelentes opções para o jantar e até mesmo lanche da tarde (leve na garrafa térmica), basta escolher uma receita magra. 8. Misture banana assada e canela no iogurte. 9. Mingau de aveia pode ser utilizado. Incremente com sementes como linhaça e chia. 10. Doce? Tome um capuccino, sem creme, pois creme é gordura e não doce.
DRA. TATIANE SAVARESE ATTILIO CRN 3/12175 Nutricionista com especialização em Nutrição Clínica e em Obesidade
Consultório: Rua Manoel Inácio de Souza, 1063. Bloco C, sala 05, Santa Fé Tel.: (67) 9932-8381 www.atitudesaude.com.br
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A CARAVANA DA SAÚDE CHEGOU EM PARANAÍBA E REGIÃO! É o Governo do Estado fazendo a maior ação de reestruturação do sistema de saúde em toda a história do Mato Grosso do Sul. São 170 profissionais de saúde e 14 veículos equipados para a realização de exames, consultas, cirurgias, palestras e serviços essenciais! Os atendimentos já começaram. PARTICIPE!
4 DE JULHO
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SAÚDE
USAR A MAQUIAGEM DA MAMÃE PODE NÃO SER TÃO SAUDÁVEL por TAVANE FERRARESI
3 0 | CINCO + | JULHO 2015
A
lvos de exposição midiática diária, crianças estão cada vez mais ligadas à moda, beleza e culto ao corpo. Responsáveis pela educação dos filhos, resta aos pais a tarefa de frear alguns excessos no comportamento dos pequenos. Um deles é o uso de maquiagem pelas meninas que, encantadas com as cores e a diversidade dos produtos, cultivam desde cedo o hábito de pintar o rosto.
matologia Regional de Mato Grosso do Sul, Alexandre Moretti de Lima. “O ideal é evitar o uso de qualquer cosmético, maquiagem ou esmalte em crianças.”
Naturalmente, as meninas já se encantam com a maquiagem ao verem as mamães se arrumarem para o dia a dia ou ocasiões especiais. Mas será que adotar essa prática logo na infância é saudável? Especialistas explicam que deve haver equilíbrio no uso dos cosméticos, pois podem causar alergias na pele devido à química utilizada na fabricação dos produtos. Até mesmo aqueles voltados especificamente para o público infantil devem ser utilizados com “parcimônia”.
Apesar de não aconselhar o consumo de cosméticos na infância, o dermatologista destacou a existência de cosméticos voltados especificamente para crianças e adolescentes. “Atualmente a indústria farmacêutica conseguiu elaborar produtos mais seguros para essa faixa etária, substituindo os solventes orgânicos, metais pesados e fragrâncias alergênicas presentes nos cosméticos dos adultos.”
“A pele da criança apresenta uma barreira cutânea diferente do adulto, ou seja, não está completamente formada, o que a torna mais permeável aos agentes dos cosméticos, facilitando assim o desenvolvimento de sensibilização e possíveis alergias e dermatites”, explicou o vice-presidente da Sociedade Brasileira de Der-
Conforme Moretti, a utilização frequente de produtos relacionados à beleza é liberado apenas no início da adolescência e puberdade, quando a camada mais externa da pele está mais resistente. “Por volta dos 11, 13 anos a barreira cutânea está melhor formada”, ressaltou.
Porém, mesmo havendo menor chance de desenvolver alergias e irritações, o primordial, como em tudo relacionado à educação infantil, é estabelecer limites. Mas sem estresse. As meninas menores podem brincar de vez em quando de se maquiar e as pré-adolescentes usar gloss ou batom apropriado para a idade, mas sem exageros.
VAIDADE INFANTIL Mãe de uma menina de três anos, a psicóloga Karina Araújo, 37, afirmou que a filha é extremamente vaidosa e “vive mexendo nas maquiagens". Ela gosta de mexer nos meus batons, de passar sombra e blush nas bonecas. Acho isso uma graça, mas, ao mesmo tempo, procuro não estimular a vaidade nela. Acho que criança tem que ter infância e tudo vem no seu momento certo, até maquiagem.” Segundo a psicóloga, apesar da filha vê-la se arrumando para o trabalho ou alguma ocasião especial, o incentivo maior para usar maquiagem vem da televisão, nas propagandas entre os desenhos animados e nas crianças mais velhas, que desde cedo adotam os produtos de beleza para se encaixarem no “perfil ideal”. “Ainda não me preocupo com a vaidade dela, justamente por ela ser muito novinha, mas com certeza ficarei atenta para que ela não use a maquiagem para disfarçar algo que a sociedade possa considerar um defeito. Meu objetivo é criá-la de forma que venha a se amar do jeito que é e que veja os cosméticos como realçadores da beleza que ela possui”, finalizou Karina. C I N C O + | JU LHO 2 0 1 5 | 31
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GUIA DE PREVENÇÃO CONTRA A VIOLÊNCIA "Não seja a próxima vítima" é a principal dica desta publicação sobre segurança A crescente onda de violência faz com que o cidadão esteja sempre alerta! Situações simples do dia a dia, como estacionar o carro, chegar em casa e abrir o portão ou simplesmente caminhar pelas ruas tornaram-se oportunidades para bandidos de plantão. Os altos índices de assaltos, sequestros, latrocínios, estupros e homicídios assustam e causam medo aos brasileiros. Por isso, alguns cuidados são mais que necessários para evitar que as estratégias dos bandidos tenham êxito. André Salineiro, que é especialista em Segurança Pública, criou o Guia de Prevenção contra a Violência e dará dicas para nossos leitores mensalmente!
CAMINHANDO OU FAZENDO EXERCÍCIOS • Mantenha sempre uns 20 metros de distância de alguém que você ache ser suspeito. • Observe as mãos desta pessoa, que geralmente estarão escondidas nos bolsos. • Observe se há comparsas ao redor. • Mude de calçada ou direção e procure um local movimentado, onde seja mais fácil pedir por ajuda. • Mantenha-se distante de carros estacionados, arbustos e áreas mal iluminadas. • Não use aparelhos eletrônicos, como celulares, ao praticar exercícios na rua.
ANDRÉ SALINEIRO é Agente da Polícia Federal. Bacharel em Direito e Fisioterapia. Pós-graduado em Gestão Empresarial pela Fundação Getúlio Vargas. Pós-graduado em Direito Penal e em Direito Processual Penal. Especialista em: Violência, Criminalidade e Prevenção; Sistemas e Gestão em Segurança Pública; Análise Criminal; Uso da Informação na Gestão da Segurança Pública. Membro e palestrante do G.P.R.E.D (Grupo de Prevenção ao Uso de Drogas da Polícia Federal). Conselheiro comunitário de prevenção ao uso de drogas. Autor do livro: Gestão Estratégica em Segurança Pública. 3 4 | CINCO + | JULHO 2015
CIDADANIA
MISSIONÁRIAS BRASILEIRAS E PARAGUAIAS SERVIRAM EM MISSA PRESIDIDA PELO PAPA FRANCISCO NO PARAGUAI Missa foi celebrada no parque de Ñu Guasu e atraiu mais de um milhão de fieis por GILMAR HERNADES • foto ANTÔNIO SPADARO
PAPA PRESIDE MISSA EM ÑU GUASU_ FOTO ANTÔNIO SPADARO
3 6 | CINCO + | JULHO 2015
MISSIONÁRIAS BRASILEIRAS E PARAGUAIAS FICAM FRENTE A FRENTE COM O PAPA FRANCISCO
V
inte e três missionárias da Congregação Missionárias Filhas da Sagrada Família de Nazaré de Campo Grande (MS), Curitiba (PR), Jesuítas (PR), Cidade de Leste (Paraguai) e Assunção (Paraguai) colaboraram na distribuição da Eucaristia na celebração realizada no Parque Ñu Guasu no último dia da visita apostólica do Papa Francisco ao país vizinho Paraguai, entre os dias 10 e 12 de julho. As religiosas ainda tiveram a oportunidade de vê-lo de perto durante as Vésperas. O país estava em festa, bandeirinhas com símbolos do vaticano e do Paraguai estavam espalhada por toda a capital, além de muitas faixas saudando o segundo pontífice a visitar a terra paraguaia, após 27 anos da vinda de João Paulo II. A postulante paraguaia, Olga Luciana Cáceres Nuñez, conta que conseguiu se aproximar do santo padre e pode toca-lo. “Foi uma emoção impossível de dizer em palavras, porque é algo que se sente de um personagem tão próximo dos pobres como ele se mostra”, comemora. A paraguaia, irmã Blanca Jara Jara, também o viu de perto. “Estou agradecida por ele visitar nosso país, pois precisamos dessa benção. Ele sempre ressalta que temos de ser solidário, trabalhar e ter muita fé para servir aos demais”, ressalta. “A mensagem que o Papa Francisco deixa é que temos de se alegres em Cristo. Também pudemos ver a fé que os
paraguaios possuem. Senti muita emoção de ver tanta gente e poder sentir que o vigário de Cristo está ali”, destacou a irmã paraguaia Estelbina López Colmán, de Cidade de Leste (Paraguai). As missionárias chegaram ao local da última missa da visita ao Paraguai ainda de madrugada, por volta das 3 horas da manhã. Muitos fieis estavam acampados ali para prestigiar a celebração e se improvisavam para enfrentar o frio e a lama. As caravanas de todas as partes da América do Sul não paravam de chegar. Era precisa andar 4 quilômetros, sendo a maior parte em um imenso terreno de lama para se aproximar do altar construído especialmente com milho, abobora e coquinho. Os voluntários foram fundamentais para que as pessoas atravessassem a lama. Para a brasileira, irmã Irani Braz Jacob, de Curitiba (PR), ao vê-lo tão próximo foi uma experiência de vida, sacrifício e de muita oração. “Senti-me bem próxima de Deus e feliz, por saber que estava ali [na missa campal] com o Corpo de Cristo”. A homília do Papa, na celebração de Ñu Guasu, também foi inspiradora para a brasileira, irmã Arlinda Corrêa da Silva, “Durante a homilia, me senti muito próxima e ele frisou a acolhida, solidariedade e hospitalidade. Que a visita dele, o sacrifício de estar ali, que esses três valores é MISSIONÁRIAS EM FRENTE A CATEDRAL METROPOLITANA DE ASSUNÇÃO
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MISSIONÁRIA ARLINDA CORRÊA DA SILVA VISITANDO O ALTAR NO PARQUE ÑU GUASU NO DIA SEGUINTE APÓS A MISSA
VISTA AÉREA DO PARQUE ÑU GUASU _FOTO DE LA NACION
POSTULANTE OLGA LUCIANA CÁCERES NUÑEZ CONSEGUIU TOCAR NO PAPA
VOLUNTÁRIOS FORAM MUITO PRESTATIVOS AOS FIEIS NA VISITA DO PAPA
que a sociedade tanto precisa, pois é por meio disso que conseguimos evangelizar, levar a paz e alegria ao mundo”.
com representantes da sociedade civil no Estádio León Condou da Escola São José e a ao anoitecer participou das vésperas com os Bispos, sacerdotes, diáconos, religiosos, religiosas, seminaristas e movimentos católicos na Catedral Metropolitana de Assunção.
No local foram espalhados diversos telões de LED para que os fieis mais distantes pudessem acompanhar a Santa Missa, cujo público ultrapassava um milhão de pessoas. Além de banheiros químicos, os fieis também puderam contar com a distribuição de água e refrigerantes. Esta foi a nona viagem internacional de Francisco e a segunda para a América Latina, quando em 2013 esteve no Brasil para a Jornada Mundial da Juventude. O papa ainda esteve entre os dias 6 a 8 de julho no Equador e de 8 a 10 de julho na Bolívia. Para 2017, os fieis brasileiros aguardam a vinda do santo padre para as comemorações dos 300 anos da aparição da imagem de Nossa Senhora Aparecida. Agenda O papa teve uma agenda intensa durante os três dias em que esteve no Paraguai. Ao chegar no aeroporto às 15 horas do dia 10 de julho, foi recepcionado com a cerimonia de boas-vindas e visita ao presidente da república no Palácio de los López. No dia seguinte (11), visitou logo pela manhã o Hospital Pediátrico “Niños de Acosta Ñu, celebrou no fim da manhã Santa Missa na praça do Santuário Mariano de Caacupé, durante a tarde participou de encontro
No último dia (12), visitou à população de Bañado Norte (Capela de San Juan Bautista), celebrou missa no Parque de Ñu Guasu, o Angelus ao meio dia, encontrou com os bispos do Paraguai no Centro Cultural da Nunciatura Apostólica, encerrando a visita com o encontro com os jovens na Avenida Costanera, em Assunção. Após as cerimônias de despedidas no aeroporto, às 19 horas retornou para Roma. O PAPA Jorge Mario Bergoglio, papa Francisco, nasceu no dia 17 de dezembro de 1936 em Buenos Aires (Argentina). Ele sucedeu o Papa Bento XVI, que abdicou ao papado em 28 de fevereiro de 2013. Ele é o 266º Papa da Igreja Católica, atual Chefe de Estado do Vaticano e o primeiro papa nascido no continente americano, o primeiro latino-americano e o primeiro pontífice do hemisfério sul. Tornou-se Arcebispo de Buenos Aires em 28 de fevereiro de 1998 e foi elevado ao cardinalato em 21 de fevereiro de 2001, com o título de Cardeal Presbítero de San Roberto Belarmino. Foi eleito papa em 13 de março de 2013.
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QUAL É A QUERIDINHA DO BRASILEIRO? Pesquisa revela que gastamos 650 horas por mês nas redes por CLAUDIA MALFATTI
Q
ue os brasileiros usam em massa as redes sociais não há dúvida. O País é líder global em relação ao tempo gasto em cada visita. Com uma média mensal de 9.7 horas por visitante, brasileiros navegam 650 horas nas redes sociais por mês. Os dados são da pesquisa Futuro Digital em Foco (Brasil, 2015) divulgada pela consultoria ComScore. Mas qual é, atualmente, a preferência diante de tantas opções? A jornalista Ana Rita Malheiros possui contas no Facebook, Instagram e Twitter. Acessa quase que diariamente as duas primeiras, só que elege o Face como o favorito. “Mudei de Campo Grande faz pouco tempo e com ele (Facebook) tenho mais notícias dos meus amigos e familiares”, afirma. Já a estudante universitária Beatriz Sá, cita o aplicativo Whatsapp como o preferido, na sequência considera o Facebook. “Acho o meio de comunicação mais rápido. Quase todo mundo tem e, como trabalho com cinema e audiovisual, na área de produção, que é 100% contato com as pessoas, se torna o meio mais acessível em termos de logística e custo”, avalia. De acordo com a pesquisa Futuro Digital em Foco, o Facebook ainda lidera no Brasil, alcançando 78% do total da internet, seguido pelo Google+. O Twitter ocupa o quarto lugar. Especialistas em marketing digital afirmam que o que atrai o usuário é o conteúdo gerado na rede, ou seja, quanto mais pessoas acessando, mais postagens e interações.
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O cofundador da empresa Idéiasweb, Fábio de Castro, defende essa ideia. “O que faz uma rede crescer é a presença das pessoas e das marcas. É um crescimento orgânico, sendo que um vai mostrando para o outro até virar febre. Se também não existir ferramentas que estimulem a criação de conteúdo, uma hora o usuário vai desistir, foi o que, em minha opinião, aconteceu com o Orkut.” Fábio sempre acompanha as tendências das mídias sociais e acredita que os empresários do Facebook trabalham sempre a inovação, inserindo mudanças constantes, por isso a rede permanece atrativa. Além disso, os concorrentes que estão crescendo (Instagram e Whatsapp) foram comprados pelo grupo. “Hoje, para uma campanha básica nas redes sociais, sempre indico para o cliente investir no Facebook e no Instagram, duas mídias que considero com maior visibilidade”, opina.
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SAÚDE INTERNET : CURTIR, COMENTAR E COMPARTILHAR!
SÍNDROME
DE TEXT NECK Considerada pela OMS como epidemia tecnológica por JACKLIN ANDREUCCE
É
muito comum vermos pessoas com a curvatura do pescoço em 60 graus, isso quer dizer quase o queixo encostando-se ao peito, para usar o celular no modo internet. Esta postura mantida por muito tempo, e repetidas vezes, pode gerar uma síndrome chamada text neck ou, traduzindo, texto pescoço. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, o text neck já é considerado uma epidemia mundial. A OMS (Organização Mundial da Saúde) aponta que a cabeça humana pesa cerca de uma dúzia de libras, mas, como o pescoço inclina para a frente e para baixo, o peso sobre a coluna cervical começa a aumentar. Em um ângulo de 15 graus, este peso é de cerca de 27 libras, a 30 graus é 40 libras, a 45 graus é 49 libras, e em 60 graus é 60 libras.
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Não é possível compreender o significado de 60 libras? Imagine carregar uma criança de 8 anos de idade em torno de seu pescoço várias horas por dia. Usuários de smartphones gastam uma média de duas a quatro horas por dia debruçados sobre ler e-mails, enviar textos ou verificar sites de mídia social, isto é, 700 a 1.400 horas por ano as pessoas estão colocando pressão sobre suas vértebras cervicais. Enquanto 75% da população do mundo gastam horas por dia debruçadas sobre seus dispositivos portáteis, com as cabeças flexionadas para frente, todos estão em perigo constante e em risco de desenvolver text neck. “A flexão anterior frequente provoca alterações na coluna cervical, curvatura, ligamentos de suporte, tendões e musculatura, bem como os segmentos ósseos, comumente causando a mudança postural. Entre as principais queixas associadas ao text neck, estão as dores sentidas no pescoço, ombro, costas, braço, dedos, mãos, pulsos e cotovelos, assim como dores de cabeça, dormência e formigamento das extremidades superiores”, explica o fisioterapeuta especialista em Acupuntura, Quiropraxia e Osteopatia, Sérgio Germinari. Ainda, segundo o fisioterapeuta, o tratamento para esta síndrome inclui as técnicas de terapias manuais que são especialidades da fisioterapia, como a Quiropraxia, Osteopatia, Acupuntura, descompressão medular, massagem terapêutica e exercícios planejados. E com o aumento das vendas de celulares smartphones esta síndrome tende a se alastrar cada vez mais pelo Brasil e pelo mundo. Aqui no País, em 2014, entre julho e agosto, foram vendidos 9.1 milhões de smartphones (4.2 milhões em julho e 4.9 milhões em agosto) de acordo com levantamento feito pela IDC Brasil, empresa líder em inteligência de mercado e consultoria nas indústrias de tecnologia da informação, telecomunicações e mercados de consumo em massa de tecnologia. O mestre em Medicina e especialista em Ortopedia, Rodrigo Kancelskis Prado, orienta correção de ergonomia: “Entre as orientações, a mais simples é o não uso prolongado do aparelho, atividades físicas relacionadas a alongamento e treinamento da musculatura cervical e membros superiores”, orienta Kancelskis.
DICAS PARA CORRIGIR A POSTURA DURANTE A UTILIZAÇÃO DO DISPOSITIVO MÓVEL: 1
Evite usar o celular no colo, pois essa ação faz com que a pessoa fique olhando para baixo, prejudicando a postura. Se não conseguir, coloque uma almofada para reduzir a inclinação da cabeça e manter a postura ereta.
2
Acesse o aparelho sempre na altura dos olhos. Isso evita que a pessoa permaneça com a cabeça flexionada e com o pescoço para frente durante o uso do dispositivo.
3
O ideal é apoiar o braço sobre a mesa e manuseá-lo para evitar e/ou reduzir a tensão dos músculos, tendões, ligamentos e discos articulares.
4
Quando utilizar o cursor de texto, sempre utilizar o dedo indicador da mão oposta da que está segurando o dispositivo para correr o cursor.
5
A cada 1 hora realize uma pausa de 10 minutos e mexa pescoço, ombros e braços. C I N C O + | JU LHO 2 0 1 5 | 45
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VOCÊ CURTE? COMPARTILHA? OU SIMPLESMENTE
VIVE?
Se eu contar que você, que usa o Facebook, pode ter sido alvo de uma experiência destinada a comprovar oscilações de humor de acordo com a variação de imagens mostradas em sua timeline, você vai se indignar? por ARIADNE CANTÚ • foto MARCOS VOLLKOPF
E
se eu contar, que o número de curtidas que você visualiza em suas postagens, pode fazer seu cérebro liberar dopamina, a mesma substância produzida por nosso organismo quando fazemos sexo ou comemos chocolate, você vai achar que estou mentindo? E se eu contar que não há, nem mesmo em qualquer religião, um número tão grande de adeptos como acontece hoje nas redes sociais, você vai achar que eu sou uma apocalíptica defensora da era analógica?
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Pois bem, não estou mentindo, nem tentando impressionar. Estou contando fatos e experiências realizadas em sérias e conceituadas universidades americanas, que envolveram mais de setecentos mil usuários de redes sociais. Isso talvez explique parte da obsessão pela exposição e compartilhamento do que se vive. A outra parte fica a cargo da tecnologia, que coloca, literalmente, tudo ao alcance da mão num aparelho de telefone celular. A tecnologia é maravilhosa, entretanto viver, para algumas pessoas, tornou-se sinônimo de exposição através da imagem, ainda que Millor Fernandes tenha brincado com o assunto dizendo que não, uma imagem vale mais do que mil palavras. As imagens são introjetadas por nossas mentes de uma forma diferente das frases. Seu impacto produz uma gama de interpretações e sensações repletas de subjetividades, difíceis de definir. Outro dia vi, ao acaso, uma postagem de um sujeito que mostrava a imagem da mãe em uma cama de hospital e, em outra imagem, um frasco com pedras. Abaixo das imagens, escreveu: “estas pedras foram tiradas de dentro de minha mãe, mas agora ela passa bem.” Fiquei pensando, o que será que passa pela cabeça de uma pessoa que está disposta a mostrar algo que estava “dentro da mãe”, um espaço tão sagrado e já ocupado por ele próprio? Freud deve ter se revirado no túmulo... Se por um lado a exposição de tudo que se vive pode trazer à tona intimidades desnecessárias, por outro também pode trazer um universo destinado a alterar a percepção da própria realidade ao sabor dos interesses de quem se expõe, como é o caso das pessoas que mostram somente aquilo que elas “gostariam de ser”. Santo remédio para carentes, muro das lamentações para quem não pode pagar terapia, ponto de comércio para o crescimento do marketing, lugar cativo na promoção pessoal, ponto de conexão de pessoas e interesses comuns etc, etc, etc... Muito se fala a respeito, mas a grande verdade é que as redes sociais são um fenômeno viciante, que cria uma poderosa ponte entre muitos interesses úteis a milhares de pessoas, mas também onde é possível construir vidas paralelas que acabam verdadeiramente alimentando a vida real.
O mundo é competitivo, e a necessidade de se mostrar feliz o tempo todo abre um grande espaço para o egocentrismo. A satisfação de viver o momento é associada à possibilidade de sua visibilidade, como se fosse preciso uma prova cabal e absoluta de que estamos vivendo o que de fato estamos vivendo. E como não se pode viver o momento e ao mesmo tempo mostrá-lo, então o que estamos vivendo? A rivalidade da vida real com a vida virtual assume um viés de pura perspectiva nesses tempos estranhos. Reconhecer e identificar estas perspectivas nos proporciona opções de escolha entre curtir, compartilhar ou simplesmente viver. Estar na onda da vida virtual tem sempre um propósito. Que ele não seja rival de nossa vida real, nem amante de nossas satisfações pessoais. C I N C O + | JU LHO 2 0 1 5 | 49
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O MUNDO VIRTUAL DA SÉTIMA ARTE A internet sempre foi utilizada pelo cinema, seja para falar de relações humanas ou do próprio universo online
por AIRTON RAES Jornalista, produtor audiovisual e cinéfilo. airtonraes@gmail.com
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N
a minha adolescência um filme que marcou foi “Hackers – Piratas de Computador”, estrelado por uma Angelina Jolie ainda jovem e quase desconhecida. A trama era sobre um grupo de jovens aficionados por computação e internet. O que chamava a atenção era o retrato dessa comunidade que se formava e as soluções visuais para mostrar o fluxo de informações. Em 1983, o filme “Jogos de Guerra” contava a história de um jovem que usava a internet para invadir um supercomputador do governo e quase iniciou a terceira guerra mundial. Até no clássico “Curtindo a Vida Adoidado”, Ferris Bueller invade o sistema do colégio para alterar a sua quantidade de faltas, utilizando o computador que ganhou de aniversário dos pais. Em “A Rede” uma analista de sistema faz tudo pela internet, sem sair de casa, até que alguém assume a sua identidade na vida real. Em “Mensagem para Você Meg Ryan e Tom Hanks são dois adversários profissionais que começam a manter uma relação online através de apelidos, desconhecendo as identidades. O argentino “Medianeras: Buenos Aires da Era do Amor Virtual” conta sobre os desencontros de dois jovens que se comunicam pela internet, sem perceberem que moram em apartamentos
A INTERNET TEM SE TORNADO ONIPRESENTE NA VIDA DAS PESSOAS, E CADA VEZ MAIS PRESENTE NOS FILMES ATUAIS. A TENDÊNCIA É DEIXAR DE SER UM MERO TEMA PRA SER ACESSÓRIO EM QUALQUER OBRA PELA NATURALIDADE DO USO
vizinhos. Para mostrar como o personagem principal era um canalha, “Segundas Intenções” começa com um homem distribuindo, por email, fotos da filha de sua psicóloga nua. Temos também cinebiografias que retratam personalidades que mudaram de alguma maneira a relação das pessoas com a internet. “A Rede Social” conta a história do criador do Facebook, Mark Zuckerberg, e a polêmica envolvendo a origem da empresa. O fundador do Wikileaks, Julian Assange, é retratado em alguns documentários e ficções como “O quinto Poder”, “Underground – A História de Julian Assange” e “Nós Roubamos Segredos – A História do Wikileaks”.
CONFIAR (TRUST) 2011 DIREÇÃO: DAVID SCHWIMMER Publicitário bem-sucedido, e super envolvido com a profissão, procura ter uma relação de confiança com os filhos, mas uma delas inicia um relacionamento no computador com um jovem de 16 anos e dá continuidade através do telefone. Sem que seus pais soubessem, ela aceita o convite dele para um encontro, mas a surpresa que ela tem no primeiro momento é só o começo de um pesadelo que marcará para sempre a sua vida e a de sua família.
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DEEP WEB 2015 DIREÇÃO: ALEX WINTER William Ross Ulbricht é um empresário de 30 anos que foi preso. Sob o pseudônimo de “Dread Pirate Roberts”, ele fomentou o mercado negro online de drogas. A família Ulbricht fala sobre o jovem que, com um pensamento empreendedor e de liderença, conseguiu atingir este mercado digitalmente.
ELA (HER) 2014 DIREÇÃO: SPIKE JONZE Theodore (Joaquin Phoenix) é um escritor solitário, que acaba de comprar um novo sistema operacional para seu computador. Para a sua surpresa, ele acaba se apaixonando pela voz deste programa informático, dando início a uma relação amorosa entre ambos. Esta história de amor incomum explora a relação entre o homem contemporâneo e a tecnologia.
INVASORES - NENHUM SISTEMA ESTÁ A SALVO (WHO AM I - KEIN SYSTEM IST SICHER) 2014 DIREÇÃO: BARAN BO ODAR Benjamin, um jovem gênio da informática, é convidado para se integrar a um subversivo grupo de hackers que procura a atenção por todo o mundo.
MENINA MÁ. COM (HARD CANDY) 2005 DIREÇÃO: DAVID SLADE Hayley (Ellen Page) tem 14 anos e se encontra em uma lanchonete com Jeff (Patrick Wilson), um fotógrafo com 30 e poucos anos que ela conheceu pela internet. Só que esse encontro começa a tomar rumos inconsequentes, quando ele a leva para casa.
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TECNOLOGIA CAUSA DEPENDÊNCIA EM UNS E RESISTÊNCIA EM OUTROS Os benefícios decorrentes do desenvolvimento tecnológico acabaram transformando a sociedade em dependente do sistema de informação por TAVANE FERRARESI
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H
oje, por exemplo, está cada vez mais difícil encontrar alguém que não tenha celular ou que não saiba manusear um computador. Aliás, depender dessas ferramentas profissionalmente e nos relacionamentos pessoais tem sido essencial para a maioria das pessoas. Os que não fazem uso desses equipamentos são poucos, mas existem. “Não gosto de celular. Quem quer me encontrar sabe onde moro e o telefone da minha casa. Acho bobagem ficar andando com um aparelho telefônico pra cima e pra baixo”, frisou o aposentado Antônio Carlos de Souza, 64. O computador, no entanto, é um atrativo. “Checo os emails, leio notícias e assisto vídeos sobre assuntos que me interessam. Mas não me considero um dependente da máquina. Eu faço uso dela como passatempo e para me atualizar.” Ao contrário de Antônio, o advogado José Carlos Sobrinho, 32, afirmou que não consegue mais viver sem o celular. “Uso o tempo todo, seja para me comunicar com amigos ou para o trabalho, quando tenho que resolver rapidamente algum problema. Virou, de certa maneira, um vício. Faço até pagamentos de conta pelo celular. Não dá mais para ficar sem”, confessou. “Bombardeados” a todo o momento por equipamentos tecnológicos que influenciam a vida em todos os sen-
tidos, o cientista social, Renato Oliveira, 34, destacou três motivadores para as pessoas estarem cada vez mais dependentes desses produtos: utilidade, facilidade de uso e prazer. “Esses fatores fizeram com que a sociedade ficasse sujeita à tecnologia. Conseguir um bom emprego, manter relacionamentos, ficar bem informado e passar o tempo numa fila de banco, por exemplo, tudo isso tem sido feito com a utilização de celulares, tablets e computadores. Quem não tem pelo menos um desses aparelhos corre o risco, infelizmente, de ficar defasado.” Como destacado, o avanço da tecnologia trouxe de fato alguns benefícios. Porém, a perda de privacidade e o desinteresse por esses equipamentos são os motivos que causam, para alguns, a resistência à era digital. Conforme o cientista social, comodismo e aversão à mudança podem ser as razões pelas quais algumas pessoas preferem continuar “vivendo no passado”. “Antes a comunicação era mais difícil, justamente pelas restrições que existiam, como distância, locomoção, entre outros. Mas hoje, qualquer hora é momento para acontecer um diálogo. E isso, para certas pessoas, não é visto como algo interessante. Há aqueles que preferem ser mais reclusos, porque não gostam de se expor, outros que não querem mudar o estilo de vida ou simplesmente não gostam de ser acessíveis a todo e qualquer momento.”
o acesso a internet não faz parte da metade dos domicílios, apenas
PESQUISA
42%
Em abril deste ano, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou dados sobre o uso de tecnologia pela PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios). O levantamento é feito desde 2005, e acompanha quantos lares brasileiros possuem TV, rádio, computador, internet e celular. O produto tecnológico mais querido dos brasileiros é a televisão. Na última década, seu uso saltou de 91% para 97%. O celular vem em segundo, com aumento de usuários de 59% para 90%. O acesso à internet ainda não faz parte da metade dos domicílios. Apenas 42% utilizam a ferramenta, o triplo do que havia sido apontado na última amostragem. Presente em 90% das casas, em 2013, o rádio caiu para 76%. Os números desta pesquisa se referem a 2013, porque o IBGE leva algum tempo para processar todos os dados. Foram 362.555 pessoas entrevistadas em quase 150 mil domicílios de 1.100 municípios.
presente em 90% das casas, em 2013, o rádio caiu para
uso da TV saltou de 91% para
97%
uso do celular foi de 59% para
76%
90%
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CUIDADO PARA NÃO CAIR NA REDE! Nos filmes americanos, é comum a cena em que o policial prende o suspeito e anuncia seus direitos: “Você tem o direito de permanecer calado. Tudo o que você disser poderá ser usado contra você no tribunal”. Na internet, deveria haver a mensagem semelhante, disparada sempre que alguém coloca um texto ou imagem na rede social: “Cuidado! Tudo o que você postar poderá ser usado contra você” por MARINA BASTOS
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A
enfermeira Claudia (nome fictício) não pensou nisso quando, para fugir de um plantão no hospital em que trabalhava, alegou que estava com forte cólica menstrual. No mesmo dia, publicou fotos, onde se divertia na praia com o namorado. Alguém em seu trabalho viu, o assunto chegou à chefia e ela perdeu o emprego. Se a mentira tem pernas curtas, em tempos de internet elas encurtaram ainda mais. Para o desembargador Paulo Dimas, presidente da Associação dos Magistrados do Estado de São Paulo, as pessoas estão usando as redes sociais para produzir provas contra si mesmas, já que fotos, filmes e textos postados são reconhecidos como provas iniciais em processos de separação, partilha de bens, pensão alimentícia e até ações de paternidade. Postagens em redes sociais também estão sendo usadas em questões trabalhistas. Um exemplo disso aconteceu em Euzébio, na região metropolitana de Fortaleza-CE. Apesar de todos os atestados médicos declararem que um funcionário estava doente, fotos extraídas do Facebook mostravam sua participação em festas, inclusive com o consumo de bebidas alcoólicas. A juíza Kaline Lewinter deu ganho de causa à empresa, que demitiu o funcionário por justa causa. A advogada Maria Carolina Lima lembra que o empregador também pode ser levado à justiça com base em uma conversa de Whatsapp ou troca de emails. ”Uma falta grave pode resultar num pedido de dano moral contra o empregador”, afirma ela. Outra possibilidade é ação na Justiça pela qual o empregado, diante de situação de abuso, consegue forçar a empresa a rescindir o contrato de trabalho do chefe.
A ADVOGADA MARIA CAROLINA LIMA LEMBRA QUE O EMPREGADOR TAMBÉM PODE SER LEVADO À JUSTIÇA COM BASE EM UMA CONVERSA DE
WHATSAPP OU TROCA DE EMAILS. ”UMA FALTA GRAVE PODE RESULTAR NUM PEDIDO DE DANO MORAL CONTRA O EMPREGADOR”,
AFIRMA ELA.
OUTRA POSSIBILIDADE É AÇÃO
NA JUSTIÇA PELA QUAL O EMPREGADO,
DIANTE DE SITUAÇÃO DE ABUSO, CONSEGUE FORÇAR A EMPRESA A RESCINDIR O CONTRATO DE TRABALHO DO CHEFE.
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Exposição em redes também tem servido a bandidos, na estratégia de roubos e sequestros. Em depoimento à Polícia Civil de Gaspar-SC, Peterson da Silva Machado, de 30 anos, afirmou ter planejado o sequestro de uma criança de nove anos, em Ilhota, no Vale do Itajaí, usando informações de rede social. “O Facebook mostra tudo. Se vocês puxarem lá, vão ver como mostra tudo da vida pessoal. Mostra até dentro da casa deles”, disse o sequestrador, que descobriu, pela rede social, onde o menino estudava e onde seu pai trabalhava. O blog “Em nome do filho” listou situações em que as crianças não devem aparecer retratadas em redes sociais, entre as quais nua ou com roupa de banho ou fraldas, porque é desta forma que chegam às redes de pedofilia, ou com uniforme, permitindo identificar a escola em que estudam. Outro problema comum na rede diz respeito à divulgação de fotos ou vídeos íntimos. A atriz Carolina Dickmann teve fotos, em que aparecia nua, copiadas do seu computador pessoal e divulgadas na internet. O caso acabou dando origem à lei, de 2012, batizada com seu nome, que pune delitos como esse. Outras celebridades passaram pelo mesmo problema no dia 31 de agosto do ano passado, entre elas Jennifer Lawrence, Kirsten Dunst, Ariana Grande e Selena Gomez. Hackers conseguiram acessar o iCloud dessas famosas, sistema operacional da Apple onde ficam salvos os arquivos contidos no celular, como fotos, vídeos, músicas, e jogaram na rede.
A ASSISTENTE SOCIAL CHRISTIANE LIMA DÁ ALGUMAS SUGESTÕES PARA AUMENTAR A SEGURANÇA NAS REDES SOCIAIS:
1
Tenha sempre bom senso e cautela ao compartilhar informações. Nunca adicione pessoas desconhecidas.
3
Nunca compartilhe posts que possam identificar seu endereço ou demonstre situações de seu nível socioeconômico.
6
4
Lembre-se de que, além de compartilhar informações com seus amigos diretos, há pessoas nas listas deles que verão seus posts, dependendo das configurações de privacidade que forem adotadas.
Fique atento: informações nas redes sociais são, em alguns casos, indexadas a ferramentas de busca online e facilmente rastreadas por terceiros.
8
Antes de postar qualquer material, pense sempre no seu perfil como se ele fosse totalmente aberto a todos. Configurações de segurança podem falhar e acabar expondo dados que você não pretendia disponibilizar.
2
Evite, ao máximo, postar fotos e vídeos de caráter mais íntimo.
7
5
Antes de postar qualquer material, pense sempre no seu perfil como se ele fosse totalmente aberto a todos. Configurações de segurança podem falhar e acabar expondo dados que você não pretendia disponibilizar.
Sempre revise suas configurações de privacidade.
Não estou aqui para “apontar o dedo” e condenar ou amedrontar este ou aquele. É claro que pode-se compartilhar fotos e informações pessoais com familiares e amigos mais próximos. Com os demais são aconselháveis apenas fatos corriqueiros, histórias não comprometedoras, brincadeiras inofensivas, dados e interesses profissionais, culturais e sobre formação. Enfim, não se exponha desnecessariamente, publique apenas fatos e fotos que não levem as pessoas a uma ideia distorcida a seu respeito. Afinal, você colocaria a “mão no fogo” por todos os seus contatos/seguidores? C I N C O + | JU LHO 2 0 1 5 | 59
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Tem gente que faz das redes sociais um verdadeiro diário aberto, onde compartilha praticamente tudo: fotos de quando acordou, tomando café, no trânsito, no trabalho, na academia, no happy hour, no show ou exposição, no encontro com amigos ou família. Além disso, divulga uma frase de autoajuda ou simplesmente várias fotos suas sem nenhuma razão especial. O nome disso é oversharing, em tradução livre, o exagero de compartilhamento nas redes sociais
por MARINA BASTOS
A
psicóloga e psicanalista Rita Russi analisa a questão sob o ponto de vista de Lacan e Freud. Lacan ensina que a pessoa torna-se sujeito a partir do olhar do outro, isto é, a criança, quando nasce, nada sabe de si, “é através do olhar, da fala, dos gestos e cuidados de quem exerce a função materna que vai se dando conta de seu corpo, de sua imagem, de que é um semelhante ao outro. Já Freud, no texto Psicopatologia da Vida Cotidiana, afirma que a diferença entre o normal e o patológico é apenas uma questão de grau”, esclarece.
6 0 | CINCO + | JULHO 2015
Partindo dessas duas ideias, a terapeuta atribui o exagero na exposição em redes sociais à necessidade de se sentir existindo. “É a ideia de que se o outro olhar as minhas fotos, ler os meus textos e, ainda mais, curtir, comentar e compartilhar, eu estou sendo legitimado como sujeito.” Para a especialista, este é um desdobramento da noção de sociedade do espetáculo, característica da pós-modernidade, assim denominada no final dos anos 60 por G. Debord, em que a “ideia de espetáculo se conjuga com as de exibição e teatralidade, pelas quais os atores se inserem como personagens na cena social”, explica. No entender da psicóloga e psicanalista, o oversharing só pode ser considerado problema a ser tratado quando incomoda a própria pessoa, caso contrário é visto como algo inerente aos tempos de redes sociais.
RITA RUSSI PSICÓLOGA E PSICANALISTA
O engenheiro Christian Perini, 38 anos, faz parte de grupos de Whatsapp e mantém uma página no Facebook, onde diariamente posta sobre suas atividades profissionais e reacreativas, comenta ou brinca com posts de amigos e coloca, principalmente, textos de autoajuda. “Recebo muito retorno inbox de pessoas dizendo que estavam precisando daquela mensagem, que eu as coloquei para cima”, diz Christian. Embora use bastante a comunicação digital, o engenheiro toma o cuidado de se dedicar, da mesma forma, a encontros pessoais: “E, nesses encontros, a primeira coisa que faço é desligar o celular”, afirma.
Priscila Cardoso tem 37 anos, é repórter, fotógrafa, atriz e usa metade do seu tempo postando em redes sociais. Diariamente alimenta uma fanpage, faz postagens no Instagran e em seu perfil no Facebook. Além disso, usa o Twiter. Essa exposição, segundo Priscila, tem se traduzido em aumento de trabalho, admiradores e satisfação pessoal. “Gosto de interagir, acho que as redes sociais estão aí pra isso, pra compartilhar ideias, notícias e assuntos de interesse público. O que não impede de postar fotos pessoais, é até interessante as pessoas verem do que você gosta ou não, mas sem ofender ninguém”, afirma Priscila, que se sente ajudando as pessoas a evoluir quando compartilha algum assunto que ajuda a pensar, mas reconhece uma certa dependência: “Fico
CHRISTIAN PERINI ENGENHEIRO
PRISCILA CARDOSO REPÓRTER, FOTÓGRAFA, ATRIZ
completamente apreensiva quando estou em algum lugar sem sinal, principalmente quando quero publicar algo que está acontecendo naquele momento. Pra mim é como se eu estivesse fora do mundo.” C I N C O + | JU LHO 2 0 1 5 | 61
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ETIQUETA NAS REDES SOCIAIS Saiba quais as principais gafes cometidas nas redes por CLAUDIA MALFATTI
6 4 | CINCO + | JULHO 2015
É
difícil conhecer alguém que não tenha conta em pelo menos uma rede social. Mais raro ainda quem nunca presenciou exageros de amigo ou seguidor nesse ambiente que ganha adeptos diários. O que a rigor é uma ótima ferramenta de comunicação e network, se não administrada de forma coerente pode levar a prejuízos. O que você curte, compartilha e escreve diz muito sobre a sua conduta na vida. Tanto é que empresas costumam pesquisar nas redes sociais o candidato à vaga de emprego, na intenção de obter mais informações sobre seu comportamento e atitudes. Você já parou para pensar no que publica? A consultora em Recursos Humanos, Gilce Figueiredo, ressalta que por meio das páginas pessoais o selecionador conhece um pouco mais sobre o candidato, a forma de se relacionar com a sociedade, preferências pessoais e até mesmo informações sobre a sua carreira. “Pelo perfil nas mídias sociais, pode-se perceber, por exemplo, se a pessoa é tímida, extrovertida, carismática. Assim, tem-se uma ideia de como ela deve se comportar no ambiente de trabalho”, comenta. Ela elenca as principais gafes cometidas nas redes sociais e orienta os profissionais a prestarem atenção no que divulgam. Uma delas é reclamar da empresa em que trabalha, ou trabalhou, ou do chefe. Outro cuidado necessário é com a ortografia. “As redes sociais não exigem, a priori, nenhum tipo de formalidade. Isso não quer dizer que você deva escrever ‘tudo de qualquer jeito’. A forma como você se expressa também diz muito sobre você, portanto cuidado!”, alerta a consultora. Pondere no que diz respeito à exposição de inti-
midades pessoais. “Nas redes sociais é comum descobrimos um pouco mais da vida de cada pessoa. Nela também temos acesso aos seus gostos musicais, suas preferências de leitura e cinema, além de fotos e vídeos. Mas, assim como na nossa vida diária, tudo tem limite, por isso é importante não se expor demais na internet. É impossível saber quem está olhando e como fotos e vídeos podem ser alterados e usados para outros fins. O melhor a fazer é colocar apenas o essencial, sem deixar dados pessoais.” Atenção às comunidades a qual faz parte. “É comum vermos pessoas com centenas de comunidades em seu perfil nas redes sociais, mas é preciso ter muito cuidado com esse tipo de prática. O primeiro ponto é cuidar para não fazer parte de comunidades que possam ser vistas como racistas ou preconceituosas. Algumas delas podem atrapalhar na hora de conseguir um emprego.” A consultora também alerta sobre comentários polêmicos. “O que você diz é tão ou mais importante quanto o que você mostra. Opiniões preconceituosas, comentários desrespeitosos e publicações polêmicas podem ser ‘um tiro no pé’. Cuidado também com a forma com que você se expressa. Palavrões e palavras de baixo calão podem causar péssimas impressões”, afirma. Lembre-se do significado dos atos de curtir e compartilhar uma publicação. “Curtir uma divulgação é algo no sentido de ‘gostar’ ou ‘aprovar’ o que está sendo noticiado. Assemelha-se a endossar o que está sendo divulgado. Compartilhar é ampliar a divulgação, tornando-se coautor da notícia difundida”, observa Gilce.
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NOS MOMENTOS DE CRISE INVESTIR EM CONHECIMENTO É O MELHOR NEGÓCIO
Cursos gratuitos são uma opção para renovação profissional e descoberta de novos potenciais por FERNANDA P. GARCIA
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uando a economia dá sinais de fraqueza, as contas aumentam e os investimentos diminuem, a tendência é sermos mais cuidadosos, mas em uma coisa não dá para deixar de investir: nosso próprio potencial. Muitos especialistas recomendam que em tempos de crise, quando o cenário está mais complicado e desafiador, é o momento de se atualizar, investir tempo e dedicação em cursos, especializações e palestras. As possibilidades são variadas: palestras motivacionais, cursos de idiomas (inglês e espanhol), técni-
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cas de administração, para impulsionar a carreira e ter um diferencial no currículo, ou, ainda, conhecimentos alternativos que permitam incrementar o orçamento doméstico, como conhecimentos de culinária ou artesanato, por exemplo. Mas, com o dinheiro curto e as contas no limite, é preciso criatividade e disposição para encontrar alternativas. No site www.voceaprendeagora.com.br, o professor Felipe Dib ensina inglês por meio de vídeo-aulas gratuitas. O projeto, que começou com vídeos pelo Youtube, agora tem sua plataforma própria e oferece a possibilidade de assinaturas para atendimentos particulares, mas as aulas estão todas disponíveis gratuitamente.
Pelo celular ou tablet também é possível baixar o aplicativo Duolingo e ter aulas de língua inglesa ou espanhola. O programa está disponível gratuitamente para Android ou IOS e tem como destaque a interatividade do usuário e o aprendizado inclusive da pronúncia das palavras. “Investir em si mesmo, fortalecendo os potenciais e buscando inovações que promovam mais produtividade no ambiente de trabalho, é sempre importante. Em tempos de crise é fundamental e torna-se um diferencial que será notado”, explica Fabiane Oliveira, administradora, que também atua como treinadora para novos líderes. No portal EadSebrae, www.ead.sebrae.com.br/, é possível encontrar uma série de cursos que vão desde dicas para quem tem seu próprio negócio, até minicursos voltados para melhorar o atendimento e encantar o cliente, basta o interessado realizar o cadastro e acompanhar as aulas virtualmente. “Os ambientes de cursos virtuais têm se mostrado excelentes experiências, as pessoas podem acompanhar as aulas de acordo com suas possibilidades”, ressalta a administradora. Grandes instituições, como a Fundação Getúlio Vargas (FGV), têm investido no oferecimento de cursos e palestras gratuitas pela rede. No site www.fgv.
com.br/fgvonline, basta entrar na aba “Cursos”, em seguida “Gratuitos”, e conhecer todas as opções. Outra plataforma que tem agregado conteúdos produzidos por universidades do mundo inteiro é o Coursera, www.coursera.org, são 100 universidades, de 20 países e cerca de 7,2 milhões de alunos inscritos em todo o mundo. Muitos dos cursos estão em inglês, mas uma parceria tem aos poucos garantido a tradução das aulas, possibilitando o acesso de cada vez mais pessoas. Para quem ainda não está muito integrado ao mundo digital e prefere o ensino presencial, no Senac – MS é possível fazer cursos sem gastar nada em diversas cidades do Estado. As opções podem ser consultadas pela página www.ms.senac.br/ na opção Programa Senac de Gratuidade, as informações também podem ser obtidas pelo telefone 3312-6260. As opções são variadas e atendem muitas necessidades profissionais, além dos cursos gratuitos também existem alguns com custo reduzido ou até que exigem um pouco mais de investimento, mas que abrirão novas portas no mercado. “O importante é manter-se atualizado, ter vontade de empreender, ser criativo e não temer os momentos de crise, eles vêm e vão e é preciso estar preparado”, destaca Fabiane.
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MARCO CIVIL GARANTE PROTEÇÃO AOS CONSUMIDORES DA INTERNET Lei estabelece direitos e deveres para internautas e provedores, mas a publicidade ainda não leva as determinações à risca por MARINA BASTOS
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á deve ter acontecido alguma vez ultimamente: você está na internet, procurando um produto para comprar, e entra em algumas lojas ou sites que comparam preços. Depois disso, inexplicavelmente, suas redes sociais são bombardeadas com propagandas daquele produto que procurava ou similares. Não só isso! Às vezes você recebe essas propagandas até por e-mail, e fica na dúvida: como eles sabem que eu estava pesquisando isso? Como essa loja tem meu e-mail? As empresas não sabem ler pensamentos, mas têm um outro poder: o de rastrear o IP (identificação) de computadores e, por consequência, as buscas que fazemos pela internet. O que elas conseguem com isso? Traçar o perfil dos consumidores e direcionar suas vendas e publicidade. Isso vale muito dinheiro. Hoje 7 0 | CINCO + | JULHO 2015
em dia a internet é uma ferramenta fundamental de comunicação, mas, sobretudo, é também instrumento de monitoramento. Para proteger os dados do consumidor, o Marco Civil da Internet propõe, entre outras medidas, a proibição dessa chuva de publicidade que as empresas nos proporcionam sem o nosso consentimento. Ele regulamenta o uso, o desenvolvimento e a comercialização da rede no Brasil. Os grandes objetivos dessa lei são o de proteger as informações pessoais dos usuários e manter como um espaço de livre trânsito de ideias, cujos rumos são decididos coletivamente, pela comunidade, sem que organizações, como provedores de internet ou até mesmo partidos políticos, se apropriem disso.
ALESSANDRO MOLON RELATOR DO PROJETO
FIM DO MARKETING DIRIGIDO O Marco Civil, que entre outras coisas estabelece a proteção de dados pessoais na internet, já foi sancionado pela presidente Dilma Rousseff, em abril de 2014, após tramitar por dois anos na Câmara dos Deputados. O governo barrou todas as mudanças propostas para acelerar a aprovação. Pelo texto aprovado, as empresas de acesso não poderão “espiar” o conteúdo das informações trocadas pelos usuários na rede. Mas, ainda assim, muitas empresas ainda não adequaram suas práticas. Há interesse em fazer isso com fins comerciais, nos moldes do que Facebook e Google fazem para enviar anúncios aos seus usuários de acordo com as mensagens que trocam (você sabia dessa? Tudo o que escreve na rede está sendo observado). Mas as normas do Marco
Civil não permitem, por exemplo, a formação de bases de clientes para marketing dirigido, segundo o deputado Alessandro Molon, relator do projeto. De acordo com o Marco Civil, fica proibido monitorar, filtrar, analisar ou fiscalizar o conteúdo dos pacotes, salvo em hipóteses previstas por lei. “Todos ganham muito com a aprovação do Marco Civil da Internet, uma vez o projeto sancionado, internautas têm a tranquilidade de saber que seus direitos estão garantidos em lei – e que poderão cobrar o respeito a eles. Direitos, como a neutralidade da rede, a proteção à privacidade de seus dados e a garantia da liberdade de expressão”, explicou Molón, acrescentando que em relação à privacidade, o provedor de conexão fica proibido de guardar os dados de navegação de seus clientes. C I N C O + | JU LHO 2 0 1 5 | 71
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E AS NOVAS FORMAS DE CONEXテグ ENTRE AS PESSOAS Por meio dos grupos as pessoas estテ」o em contato umas com as outras o tempo todo, trocando ideias, compartilhando informaテァテオes e fazendo novas amizades por FERNANDA P. GARCIA
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O
celular mudou radicalmente a forma como nos comunicamos. No início eram as ligações que possibilitavam falar com qualquer pessoa em qualquer lugar, depois vieram as mensagens de texto e agora, com a evolução do celular para os smartphones, surgiram os aplicativos de comunicação direta, como o WhatsApp. Em tempo real estamos conectados com as pessoas, não importa qual seja a distância física, e usando a navegação da internet e não as tarifas das operadoras. Em 2014, o WhatsApp alcançou a marca de 38 milhões de usuários no Brasil, o que ainda é um número modesto comparado ao número de usuários de aplicativos de outras redes sociais. Mas a popularidade do aplicativo cresce dia a dia entre os brasileiros. Aos poucos as pessoas foram se adaptando a todas as funcionalidades do aplicativo: enviar fotos, vídeos e até pequenos áudios. Mas o que mais tem se popularizado são os grupos. O “Whats”, como é chamado por boa parte das pessoas, possibilita a formação de grupos de até 100 pessoas. E novos grupos surgem a cada dia e sobre os assuntos mais diversos: famílias, amigos, trabalho, de pessoas em busca de emprego, ideais políticos, fofocas de celebridades. Pessoas que se conhecem pessoalmente ou não, mas que têm afinidade a respeito de um assunto, unem-se para conversar sobre ele. O estudante de Serviço Social, Damiso Ajamu da Silva Faustino, de 24 anos, participa de cerca de 30 grupos. 12 ele acompanha com frequência e participa ativamente. “São grupos que envolvem meus familiares, assuntos de trabalho, amigos de várias fases da vida e também grupos políticos dos quais faço parte: movimento estudantil local, estadual e até nacional. São pessoas com as quais preciso, e quero, ficar sempre conectado”, explica. Para a psicóloga Márcia Paulino, o uso dos grupos é uma poderosa ferramenta para aproximar diálogos e ideias, mas deve ser usado de maneira consciente e moderada. “Com a finalidade de repassar e trocar informações e conhecimentos relevantes, publicações de interesse coletivo daquele grupo, por exemplo, o WhatsApp é uma grande opção de aproximação, mas, como tudo, é preciso ter discernimento para não dedicar-se tempo demais a assuntos irrelevantes”, alerta. “Eu estou em 14 grupos. Nove deles são de amigos, três são ligados ao meu trabalho, um é do pessoal da minha faculdade e o último um grupo a respeito de um jogo. Alguns, como os do meu trabalho, são muito importantes no meu dia a dia, facilitam a comunicação
com a equipe que é bem grande”, destaca Renan Cristian Soares Reis, de 24 anos que é líder de vendas em uma loja de móveis e decoração da Capital, explicando que, “em alguns grupos a gente não conhece todas as pessoas, mas, às vezes, marcamos festas, reuniões e nos conhecemos. É uma ótima forma de conhecer mais pessoas com interesses parecidos.” Opinião compartilhada por Damiso, que também é educador. Ele acredita que o fenômeno dos grupos de “Whats” vá formando um novo modelo de comunicação e relacionamento entre as pessoas, mas não diminui o interesse delas em estar fisicamente juntas. “Uso, sim, os grupos para conversar, trocar e difundir ideias, mas uso inclusive para marcar eventos e reuniões em que podemos discutir mais profundamente os assuntos que nos interessam. Facilita a comunicação, mas não substitui o contato com o outro. Acredito, inclusive, que os encontros presenciais sejam marcados com mais frequência, com mais facilidade, graças ao uso do Whats”, ressalta. O impacto que esse tipo de aplicativo causa no dia a dia do usuário depende da pessoa, do tempo que se dedica a ele e da expectativa que cria em torno daquelas relações. “O grande problema é quando a pessoa se envolve em discussões que não têm ligação real e prática na vida, no dia a dia. Ela deposita muita expectativa no afeto de pessoas que, muitas vezes, nem conhece”, alerta a psicóloga. C I N C O + | JU LHO 2 0 1 5 | 73
NONONONOO INTERNET : CURTIR, � CAPA COMENTAR E COMPARTILHAR!
PARA O BOM USO, PENSE ANTES DE ENVIAR...
ANTES DE ADICIONAR ALGUÉM A UM GRUPO, PERGUNTE SE A PESSOA TEM INTERESSE EM PARTICIPAR. SE SIM, ATUALIZE-A SOBRE A DISCUSSÃO QUE ESTÁ EM CURSO E, ENTÃO, ADICIONE.
As novas possibilidades de comunicação surgem com muita rapidez no nosso dia a dia, e acabamos não prestando atenção que o uso requer algumas regras de etiqueta para a boa convivência virtual:
QUANDO VOCÊ ADICIONAR ALGUÉM AOS SEUS CONTATOS, E QUISER INICIAR UMA CONVERSA PELO WHATSAPP, IDENTIFIQUE-SE ANTES DE COMEÇAR O ASSUNTO.
EM GRUPOS DE TRABALHO OU ESTUDOS NÃO É ADEQUADO ENVIAR VÍDEOS OU FOTOS QUE NÃO ESTEJAM RELACIONADOS AO ASSUNTO.
O IMPACTO QUE ESSE TIPO DE APLICATIVO CAUSA NO DIA A DIA DO USUÁRIO DEPENDE DA PESSOA, DO TEMPO QUE SE DEDICA A ELE E DA EXPECTATIVA QUE CRIA EM TORNO DAQUELAS RELAÇÕES
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CULTURA
ESTUDO E CULTURA Sテグ ESCUDOS DO JOVEM DE PERIFERIA C I N C O + | JU LHO 2 0 1 5 | 75
CULTURA
Para o rapper GOG, é preciso estar dentro das comunidades para entender suas demandas. Para ele, a grande mídia não representa o povo e é preciso “quebrar paredes que estão dentro da cabeça”, para não aderir ao discurso da mídia e imposições do sistema capitalista. Crescido na periferia de Brasília como Genival Oliveira Gonçalves, ingressou na universidade aos 17 anos e deste abismo entre a academia e as ruas tirou uma conclusão: “o estudo é o escudo do jovem de periferia, mas a cultura é quem o conduzirá como usar esse escudo.”
por MARINA BASTOS
CINCO+ : O DISCURSO POLÍTICO TRADICIONAL, AQUELE PARTIDÁRIO, CAUSA CERTA RESISTÊNCIA EM QUEM OUVE, POR UMA SÉRIE DE FATORES, COMO O CONTEXTO SOCIAL DO SEU INTERLOCUTOR, POR EXEMPLO. JÁ O DISCURSO, QUANDO INCUTIDO NA MÚSICA, DISCURSO NO SENTIDO DA IDEOLOGIA NÃO APENAS POLÍTICA, É MAIS FACILMENTE ABSORVIDO. COMO VÊ ESSA “VANTAGEM” DE PERSUASÃO QUE A ARTE TEM? GOG - Já faz tempo que descobri que minha música é uma armadilha para nós discutirmos os temas. A música, de fato, é grande atrativo, é como um imã. Ela nos ajuda a desenvolver a habilidade de pegar o que o sistema impõe e dizer 'mano, vamos quebrar a geringonça, vamos botar esse motor para funcionar a nosso favor?'. Não é pela mídia que isso vai acontecer, é pela cultura. Por exemplo, considero o museu um altar da cultura. A cultura foi colocada como o livro mais alto da estante por muito tempo, então quando trazemos o grafite para dentro do museu estamos invertendo o sentido da engrenagem, mostrando que aquilo é um espaço de todos, e a política tradicional não consegue discutir isso. A realidade não é o que sistema nos impõe acreditar, ela é construída e transformada o tempo todo. Poderíamos colocar esse prédio, que estamos, abaixo e construir de outra cor; poderíamos fazer um campo de futebol. Não é porque o prédio é assim hoje que será sempre assim. As paredes estão dentro da cabeça das pessoas, que pensam 'mano, é isso e não tem jeito'. CINCO+ : DE QUE FORMA ESSE PENSAMENTO TAXATIVO SE APLICA? GOG - Quando discutimos questão de gênero, por exemplo, tem esse papo de que se nasce homem ou mulher e pronto, daí o cara é contrário ao casamento gay e nem sabe muito bem o porquê. É porque as paredes não o deixam ver além. É preciso quebrá-las ou estará condenado a viver num quartinho escuro. E a música e a poesia têm essa função, tem a capacidade de falar com o coração. A verborragia do discurso político, não. Ele só deixa espaço para o certo e para o errado, para o pró e o contra, esquerda ou direita. E eu, entre esquerda e direita, eu sigo negra e negra, pois existe uma brecha grande, e nem esquerda e nem direita estão resolvendo nossos problemas.
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CINCO+ : ESTAMOS ASSISTINDO A UM MASSACRE DA POPULAÇÃO JOVEM NEGRA DE PERIFERIA POR PARTE DA POLÍCIA. POR MUITO TEMPO ACREDITOU�SE QUE “O ESTUDO É O ESCUDO”, MAS HOJE ELE PARECE NÃO SER SUFICIENTE. PARECE QUE OS TEMPOS QUE VIVEMOS EXIGEM UMA REAÇÃO, QUAL SERIA ELA? GOG - Mesmo com um governo dito progressista, de esquerda, nunca se machucou tanto o tecido negro. O estudo continua sendo o principal caminho, o estudo é, sim, o escudo. Mas a cultura é que vai orientar como usar esse escudo, são complementares. A discussão não deve se limitar apenas ao campo da educação, pois a vizinha de muro da educação é a ideologia, porque quem educa foi educado por alguém, que, por sua vez, teve acesso a livros que foram escritos por alguém que também tinha suas próprias convicções. Por isso, se houvesse um pedestal, eu colocaria a cultura no topo, pois é ela que vai trazer discernimento. Hoje temos acesso à informação de forma bem mais fácil, podemos encontrar tudo no Google. A cultura e a experiência é que vão te deixar esperto para perceber a pauta que existe por trás de tudo o que se ouve, porque o sistema não está nem aí se você vai quebrar sua canela, se você vai ficar seis meses em um reformatório. CINCO+ : O RAP É UM MEIO DE AUTOAFIRMAÇÃO DO POVO DA PERIFERIA? GOG - Sim. Porque a música traz a perspectiva da negritude, a música negra é muito mais do que a música feita por negros e negras, ela traz a discussão histórica da condição do negro. A música vai além, é um raio X da comunidade. CINCO+ : DO SEU PRIMEIRO DISCO, AINDA NOS TEMPOS DO VINIL, PESO PESADO, DE 1992, FORAM MAIS DE DEZ ÁLBUNS. COMO VOCÊ PERCEBE O AMADURE� CIMENTO DO SEU TRABALHO E DE QUE FORMA ELE RETRATA AS TRANSFORMAÇÕES DA NOSSA REALIDADE? GOG - A sociedade teve transformações, mas isso não quer dizer que tenha nos beneficiado. O sistema capitalista afina cada vez mais as possibilidades de atuar socialmente e nos transforma em máquinas humanas. Você responde como máquina, agindo da seguinte forma: 'ah a mídia falou, a mídia avisou'.... a mídia passa a ser mais que Deus nessa relação em que somos máquinas. Os discursos são progressistas, mas tem muito reacionário de plantão. Hoje temos a PL 4471 (de Paulo Texeira- PT, 2012), que discute a extinção dos autos
de resistência, por outro lado temos a PEC 171/93, que discute a redução da maioridade penal, sugerida por Benedito Domingos, do Distrito Federal. A PL 4471 praticamente não andou, já a redução tá constantemente em pauta. E, como trato meus temas na perspectiva histórica, o primeiro ponto seria a redução da maturidade cultural das pessoas. Trato isso na música. CINCO+ : O QUE QUER DIZER COM MATURIDADE CULTURAL? GOG - Que as pessoas tenham acesso a livros, música, educação, teatro, cinema. Mesmo estudando em escola pública, ingressei na universidade aos 17 anos, influenciado por minha mãe, professora. Lá pude perceber algumas diferenças. Na UNB (Universidade de Brasília) via crianças muito pequenas já com fones de ouvidos, ouvindo boa música: esses caras serão maestros, tocarão em orquestras. Enquanto nas comunidades, no Complexo do Alemão, onde o exército está morando, a criança ouve barulho de tiro, o som que vem pro ouvido é outro. Na minha quebrada eu gosto de jogar dominó. Quem joga são os aposentados. Todos são a favor da diminuição da maioridade penal, mas todos têm filhos com cara de quem vai ser mais atingido pela redução, e a Matemática, na prática, é sádica. A mídia joga os números contra nós o tempo todo. E, como emperrar essa engrenagem? O hip hop tem um papel importante nisso, que é discutir os temas dentro das comunidades. CINCO+ : COMO SE ENVOLVEU COM O RAP? NA PERIFERIA DE BRASÍLIA, COMO PERCEBEU QUE A MÚSICA PODERIA SER UM FORTE INSTRUMENTO DE CONTESTAÇÃO? GOG - A periferia tem a trilha sonora da música negra. Também fui muito influenciado pelos meus pais e pelos discos que eles ouviam: Tony Tornado, Cassiano, Lady Zu, James Brown, que são ícones da música negra dos anos 1970. Mas, além disso, tinha outra cena paralela que também colaborou na minha formação, aquilo que hoje chamam de brega: Evaldo Braga, Altemar Dutra, Paulo Sérgio, ou o próprio Roberto Carlos, que nos anos 1970 era soul puro. Esse foi o berço esplêndido em que fui criado. O rap que surge nos anos 1980 era uma continuidade dessa grande árvore chamada música negra, e que traz o hip hop não como evolução, mas como caminhada, e que abre espaço para outros estilos musicais, como o próprio funk. E não digo o funk original, mas o próprio funk carioca também tem origem na música negra. Não podemos discutir a música apenas na perspectiva da letra ou comparar com o engajamento que o rap se propõe. C I N C O + | JU LHO 2 0 1 5 | 77
CULTURA
AÍDA Musical conta a história de um amor proibido e emociona público campo-grandense por ANDRÉIA ARAÚJO • fotos HELTON PEREZ/VACA AZUL
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eatro lotado para prestigiar um tipo de entretenimento incomum na agenda cultural do campograndense, o musical.
Nem chuva, nem frio desanimaram o público. Quem saiu de casa se perguntando o que “Aída” podia oferecer, ficou impressionado com o que viu. Em três noites de espetáculo, dedicadas a “cantar” a história de um amor proibido, capaz de vencer qualquer preconceito, lágrimas e risos dividiram sensações. Tudo começa na ala egípcia de um museu. Personagens ainda não identificados acentuam nossa curiosidade sobre as próximas cenas. No programa, 15 músicas de Elton John e letras de Tim Rice são interpretadas pelo talentoso elenco de atores, cantores, profissionais liberais e estudantes, que dão voz à peça.
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Produzida originalmente para uma animação da Walt Disney e conhecida no mundo inteiro pelos grandes musicais da Broadway, a montagem chega ao Mato Grosso do Sul dirigida pelo professor de artes da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS), Fernandes Ferreira. A inspiração do diretor surgiu da vontade de trabalhar as músicas de Elton John, pensadas, no início, para um tributo ao ídolo. Depois de assistir ao musical Aída em São Paulo, Fernandes enxergou outra direção para sua arte. “Foi preciso muita pesquisa e uma série de adaptações. Traduzimos algumas músicas, fizemos audições para escolher os atores... Foi uma longa jornada, mas acredito que cumprimos o nosso papel. Fortalecemos o público de teatro musical em Campo Grande. Percebi
isso com a reação das pessoas”, conta Fernandes, sorridente no encerramento da temporada. A peça original, com mais de duas horas de duração, foi reduzida para 90 minutos. O musical é um projeto de extensão da UEMS, sem verba destinada para produção. “Mantivemos a essência da história, mas preferimos diminuir o tempo para cortar gastos e não cansar o público. Contamos com o apoio de voluntários que se apaixonaram pelo roteiro e esperamos pagar as despesas com a bilheteria”, acrescenta o diretor. O musical traz a história da princesa Aída (interpretada por Jacklin Andreucce), capturada pelo capitão egípcio Radamés (Filipe Prado), que invade a cidade de Núbia e a entrega de presente como escrava para sua noiva, Amnéris (Marjorie Matsue), herdeira do faraó. Ao longo do tempo, Radamés se vê perdidamente apaixonado por Aída (sem ainda saber que era uma princesa núbia) e decide romper o noivado – arranjado por exigência de seu pai, um ambicioso ministro. No entanto, o coração de Aída se divide entre o amor que sente por Radamés e o amor por sua Pátria. Aída e Radamés são flagrados na relação proibida e condenados à morte por Amnéris. Enterrados juntos dentro de uma tumba, juram se encontrar em uma outra vida, como acreditavam os egípcios. Reencarnados, eles se reencontram na ala egípcia de um museu, onde toda a história começou. O texto, carregado de emoção dramática, e a personagem, com postura firme e ar imponente – propositalmente contida nos movimentos – foram os maiores desafios, explica a atriz Jacklin Andreucce, que volta aos palcos depois de 10 anos no papel da protagonista Aída. “Há seis meses o Fernandes me chamou para conversar e fazer o convite. Fui pronta para dizer ‘não’, porque achei que seria difícil conciliar a minha profissão com os ensaios e todo o processo de construção do espetáculo. Quando conheci Aída me encantei pela personagem e o ‘não’ virou ‘sim’ em questão de minutos. Passei a estudar tudo sobre o musical. Decorar texto foi tarefa fácil, já que treino muito a memória exercendo o jornalismo. Descobrir Aída em mim levou mais tempo, porque a personagem é muito intensa e precisaria de toda a minha emoção. Transferi para este papel toda a rigidez do meu corpo e a força que a performance da princesa núbia pedia. Esta combinação me trouxe a coragem necessária para interpretá-la”, comenta Jacklin Andreucce.
caprichos dele durante a elaboração da personalidade do capitão. Sou grato pelo retorno positivo do público”, conclui Filipe. A porção bem-humorada do musical ficou por conta da princesa Amnéris, vivida por Marjorie Matsue. Preocupada apenas em cuidar do corpo e da beleza e acelerar o casamento com Radamés, Amnéris conquista boas risadas do público durante as investidas com o capitão egípcio. “Ela é uma fofa, mas tão fútil (risos). Exagerei um pouco nas feições e acessórios para torná-la mais divertida. Na verdade, a princesa é muito diferente de mim, porque eu não sou nem um pouco vaidosa. Encontrei certa semelhança na personagem quando vi a necessidade que ela tinha de ser amada, como toda mulher gostaria de ser um dia. A negação desse amor a fez sofrer, como todas nós sofremos quando isso acontece”, esclarece Marjorie. Ariel Ribeiro, que interpreta Merébe, diz que o personagem, embora coadjuvante, era muito importante no contexto da peça, e que no processo de estudo se dedicou a transformá-lo em algo maior. “Quando Merébe percebe a esperança de voltar para o povo escravizado de Núbia, é aí que ele decide lutar e é por isso que ele cresce. Me preocupei em transmitir toda a emoção do personagem sem deixar cair o nível musical do espetáculo. Acho que deu certo!”, brinca Ariel Ribeiro. Os temas que costuraram a história de Aída nos apresentam algumas possibilidades para os tempos além do Egito. A existência de um ser humano capaz de lutar pela liberdade do seu povo ou sobreviver a uma desilusão amorosa, quem sabe descobrir o amor onde menos se espera ou morrer por uma causa, talvez aceitar o destino – desde que acredite numa promessa para o futuro. Fato é: manter o amor vivo depende de cada um, suas crenças e sua fé! Ficha Técnica: Andressa Z. Alex Pires. Ariel Ribeiro. Brisa. Dayany Matos. Filipe Prado. Iris Mota. Isabela Fialho. Jacklin Andreucce. Jean Charles. Luiz Khalaf. Marjorie Matsue. Pablo Pacheco. Silvio Santana. Tess Ornevo.
O protagonista de Radamés, Filipe Prado, estreou nos palcos como ator em Aída. Aos 23 anos, o jornalista, que canta e dança, revela que nunca tinha atuado. “Fiz o teste, passei e estou aqui. O tempo que tive para criar o Radamés foi fundamental para imergir na rebeldia e nos C I N C O + | JU LHO 2 0 1 5 | 79
CASAMENTO
ANEL SOLITÁRIO DE NOIVADO ESTÁ EM MODA ENTRE AS NOIVAS BRASILEIRAS
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por JULIANA FERREIRA • foto MARCOS VOLLKOPF
O
hábito de usar anel de noivado vem diretamente dos Estados Unidos, onde o homem costuma pedir a mulher em casamento de joelhos e com um anel solitário de diamante em mãos (melhor ainda se for na tradicional embalagem azul-turquesa da Tiffany). Eu, particularmente, acho meio antiquada essa imagem do homem de joelhos, mas confesso que aderi à moda do solitário. Primeiro, porque acho bonito um solitário – anel é imponente e adorna muitíssimo bem a mão de qualquer mulher – e depois, porque você já estará enjoada do modelo da aliança quando for passar pra esquerda. Além dela já estar bem surrada até lá. Com certeza seu noivo também vai te agradecer por protelar o uso das alianças. Muitas noivinhas já me perguntaram em que mão se deve usar o solitário. Nos filmes de Hollywood as moças sempre colocam na mão esquerda, onde vai a aliança de casamento futuramente. Eu preferi adaptar a tradição ao costume local, e coloquei o meu na mão direita, onde vai a aliança de noivado. Mas daí é questão de gosto, a noiva quem define. Hoje em dia, alterno meu anel entre as duas mãos, depende da ocasião. Quando está na mão esquerda, uso o solitário como uma espécie de “porta aliança” e funciona super bem.
I WEDDING PLANNER WORKSHOP NA CAPITAL Dias 27 e 28 de julho Campo Grande vai sediar o I Wedding Planner Workshop, um evento para noivas, fornecedores e interessados no tema. Serão 12 palestras com os principais fornecedores do Estado e do Brasil, entre eles a design e cenógrafa Chris Ayrosa, o estilista Lucas Anderi e a jornalista e consultora em etiqueta Claudia Matarazzo, que vai lançar aqui seu novo livro “Casar sem Frescura”. Ingressos à venda no Shopping Bosque dos Ipês ou pelo site www.wpworkshop.com.br.
Segundo Maxime Tarneaud, gerente da Cartier no Brasil, “o solitário ainda é um hábito mais norte-americano, mas hoje as vendas aumentaram muito”. Na grife francesa foi implementado no início de 2014 um serviço para customizar seu anel (Set For You), escolher sua pedra e os suportes do anel, entre platina e ouro amarelo. Já o porta-voz da H.Stern, Christian Halot, afirma que muitos casais brasileiros ainda buscam o tradicional par de alianças de metal para o noivado, “já que a mulher brasileira deseja uma aliança de compromisso de ouro amarelo”. Entre os anéis, os de ouro branco ou platina são os mais comprados no mundo todo, mas muitas marcas também os customizam, para atender o desejo do casal. Tudo feito sempre para que este momento seja especial.
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NÓS 2 POR AÍ
por ANA RAQUEL COPETTI
Mãe, acho melhor pedirmos 300 bem-casados. Tenho receio que falte. E aí pede pra fazer a embalagem branca com lacinho vermelho, ok? – Amor, que papo é esse de bem-casado? – Ah, amor, um bem-casadinho pros convidados. Pouca coisa, uma lembrancinha. – BEM-CASADO? O NOSSO CASAMENTO, QUE ERA PRA SER UM CHURRASCO, VAI TER BEM-CASADO? PERAÍ, QUE ROUPA VOCÊ VAI USAR? VESTIDO BRANCO E LONGO? DE NOIVA? O telefonema para minha mãe, ainda que em tom de sussurro, tinha sido revelador. Meu plano secreto estava escancarado e não tinha mais volta. A ficha do meu futuro marido caiu. Ele percebeu que estava sendo terrivelmente enganado pela noiva. Mas como assim, você enganou seu noivo às vésperas do casamento? Não joguem pedras, qualquer mulher faria essa loucura. 8 6 | CINCO + | JULHO 2015
A ideia de uma cerimônia seguida de uma grande festa tinha sido cogitada e descartada dezenas de vezes. Por falta de grana, por falta de tempo, por mudança, por preguiça, por todos os motivos e por nenhum. A gente já morava junto tinha um tempo e o desejo de casar era dos dois. Em janeiro de 2014 o Gustavo entrou numa rotina frenética de trabalhar no Rio a semana toda e ficar em casa só aos sábados e domingos. Em março a gente já estava esgotado. Era hora de marcar férias. Ele, romântico e determinado, decidiu que realizaria meu sonho de conhecer Paris. Comprou passagens, reservou hotel, fizemos planos. Com a viagem marcada, tive um insight: já que teremos uma viagem de lua de mel, por que não casamos? – Amor, a gente podia casar no cartório, lá em Santo Ângelo, e meu pai faz um churrasco. Chamamos a família e os amigos mais próximos. Topa?
– Poxa, amor, boa ideia. Casamento no civil, churrasquinho do sogrão, compro umas caixas de cerveja. Tô dentro! Meus pais moram em apartamento, era preciso um espaço maior. Procuramos na internet e encontramos um lugar bacanérrimo, pertinho da casa deles. O Boteco do Dorico era perfeito: um bar com um quintal enorme, uma churrasqueira gigante, freezers, mesinhas de madeira. Era o que queríamos. Assim pensava o Gustavo. Eu achei que precisava de um pouquinho de decoração, que seria melhor que alguém fizesse o churrasco, assim meu pai poderia aproveitar mais e receber os convidados. Ele concordou. No dia 8 de março de 2014, esse casal pegou a estrada e viajou 450 quilômetros até o noroeste do Rio Grande do Sul para organizar o tal churrasquinho de casamento. No dia seguinte, o mesmo casal voltou para
Porto Alegre com tudo certo: o chef (um dos melhores da cidade) mandaria as opções de cardápio, o lugar estava contratado, a bebida, o decorador também. Tudo seguindo a onda de “comidinha de boteco”. Marcamos o casamento para 19 de abril, sábado de Aleluia, feriadão de Páscoa. Faltavam 40 dias. Nas semanas seguintes, Gustavo viajou, eu trabalhei igual louca e estava tudo muito bem, obrigada. Na falta de tempo para fazer convites pessoalmente, criamos um grupo no Facebook e quem estivesse nele, era nosso convidado. Achei uma costureira para fazer um vestidinho simples. Dona Leda tinha só 35 anos de costura de vestido de noiva. Gustavo me acompanhou na primeira visita à costureira. Ficou do lado de fora. Mostrei a ela um modelo de revista, curtinho. C I N C O + | JU LHO 2 0 1 5 | 87
CASAMENTO COMPORTAMENTO
– Quero que seja branco e tenha tule, mas coisa muito simples, vamos fazer um churrasquinho. Ela franziu a testa e deu o preço. Demos a ela o dinheiro e pedimos que comprasse tudo: da linha ao tecido, não teríamos tempo para visitar lojas. Ela, já com a testa lisinha, ficou satisfeita. Eu deveria voltar em 10 dias para a primeira prova. Noivo viajou, eu trabalhando. À noite, via revistas… e tinha ideias. Vou pedir docinhos. Dei a tarefa à minha mãe e lá foi ela encomendar. Pensei na decoração, flores brancas, enfeites baixos nas mesas, flores nas cadeiras, uma mesa bonita para os doces, fotos nossas penduradas em fitas brancas pelas árvores. E a música? – Amor, precisamos de música no cas… churrasco! – Teremos, coisa fácil, a gente contrata alguém com som mecânico. Noivo voltou, falei da música e ele também achou que uma banda seria mais interessante. Procuramos dezenas, fizemos orçamentos, ficamos doidos. Contratamos. Desconfiados, mas optamos por um preço razoável. Quando voltei na Dona Leda, Gustavo ficou de novo do lado de fora. O vestido até podia ser simples, mas ele não deveria ver. A malandrinha não cortou o vestido, me deixou provar com o tecido arrastando no chão. O tule branco, macio… Não deixei que cortasse. Queria o vestido longo (ãh??). Depois daria um jeito de comunicar o noivo sobre a mudança no traje dele. Sim, porque o plano de uma roupinha branca qualquer tinha ido por água abaixo. Ele usaria terno. O noivo só entendeu meu plano completo naquele dia, enquanto eu conversava com minha mãe. Revelei tudo: TEREMOS UM CASAMENTO NORMAL! Foi um baque. – Mas como? Quando isso aconteceu? – Amor, você também quer, confessa. – Eu quero casar com você sim, mas o churrasco resolve bem. – Deixa eu te mostrar algumas coisinhas. Pronto. Mostrei as fotos de decoração, o sabor dos docinhos, as fotos que seriam penduradas nas árvores, as músicas que tinha imaginado, os pombinhos que eu tinha encontrado láááá em Sergipe pela internet, falei do vestido longo, que ele usaria um terno, que as pessoas não usariam shorts, que serviríamos um menu mais requintado, que pediríamos ao amigo Marcelo para comprar muitas garrafas de espumante na Argentina. O noivo, até então enganado, se envolveu e entrou no jogo. Ele também queria o casamento fofo, cheio de detalhes. Na semana que antecedeu o casório, o representante da banda esteve em nossa casa. Não gostamos. Desesperado e empenhado, o meu noivo conseguiu contratar a melhor banda de Los Angeles (é como chamamos, 8 8 | CINCO + | JULHO 2015
NOTA PARA SONHADORAS:
carinhosamente, Santo Ângelo). Numa versão poket, os caras toparam fazer a nossa festa. À essa hora, o casamento já estava transferido para o fim da tarde e era de conhecimento geral que teríamos uma festona. Meu irmão ajudou no planejamento e fomos pro centro de Porto Alegre comprar fita pra fazer porta-guardanapo e potinhos de bolhas de sabão. Na terceira prova do vestido, Dona Leda me convenceu de colocar renda e fazer um bordadinho. Eu provava o vestido com o Nextel da tv num ouvido e o celular no outro. Gostei de me ver quase pronta. Faltava o sapato. Achei – pela internet – uma sapatilha. Não tinha tempo de comprar. Gustavo correu shoppings até encontrar o meu número. Linda, de renda e pérolas. Ele aproveitou o tempo e comprou terno. – Amor, não vou usar gravata. E eu discordaria? O ritual começou na quinta, com o casamento no civil. Salão, todo mundo cheirosinho, arrumadinho. Era uma prévia do que estava por vir. Convidados nossos chegavam de todos os cantos, cada um com uma história mais longa. Foram horas de avião, ônibus, engarrafamento, cavalo, a pé, dormindo na rodoviária. E Deus abriu as torneiras do céu. E também nos colocou num teste de paciência. Alugaram o nosso querido quintal para outra festa, no mesmo dia. Era uma coisa simples. Quando ouvi isso, já entendi: tem alguém mentindo nessa história. Eu estava certa. Sábado de manhã demos uma passadinha lá só pra conferir. A decoração da festinha de 1 aninho incluía até coelhos de verdade. O Gustavo estava prestes a colocar fogo em tudo. Eu tinha que manter a linha. Já estava quase topando o churrasco, mas ele não
NÃO DESISTAM, O DIA VALE CADA INSTANTE. PODE SER PEQUENO, MÉDIO, GRANDE, DO JEITO QUE FOR, MAS FAÇAM. É O MÁXIMO SER A NOIVA, VER O NOIVO E CHORAR JUNTO COM TODOS OS CONVIDADOS. NÃO TEM GRANA? INVENTA ALGO QUE CAIBA NO BOLSO. TEM GRANA DEMAIS? REALIZE SONHOS DE PRINCESA.
abria mão de um detalhe sequer e queria solução. Por que inventei tudo isso? Gente, dava uma novela mexicana. Choveu o dia todo, o lugar era aberto, alugamos uma tenda, a festa da criança rolou embaixo dela, a festa atrasou, Gustavo coordenou uma força-tarefa pra acabar com a palhaçada, até a mulher do dono do lugar ajudou a carregar potes de flor. E eu no salão, chorando porque tudo estava dando errado. De repente, recebi um vídeo que mostrava tudo em ordem, tudo lindo. Quando fiquei pronta, a chuva cessou. Peguei meu buquê de flores amarelas, comprado pessoalmente pelo meu pai. Fiz até fotos no meio da rua. Fui levada para o casório num carro azul antigão, bem metido. E daí pra frente, tudo foi sonho. Valeu a pena enganar o noivo. A cara dele, quando me viu, era de felicidade pura. Ele gostou de ser enganado. – Te peguei!
AUTORA: ANA RAQUEL COPETTI TELES É JORNALISTA E JUNTO COM O MARIDO GUSTAVO TELES CRIOU O SITE
www.nos2porai.com.br
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DECORAÇÃO
A VIDA LEVA PARA OUTROS CAMINHOS 9 0 | CINCO + | JULHO 2015
por FERNANDA MONTEIRO • fotos MARCOS VOLLKOPF
PARA ELE, O PROCESSO DE PINTURA É NERVOSO, MAIS AGITADO E ANSIOSO, COMO A PASSAGEM DE UM FURACÃO. “EU E A TELA ENTRAMOS NUM DUELO”, EXPLICA CARLO BATISTELLA. CENA QUE DIFERE DO QUE EXISTE NO IMAGINÁRIO COLETIVO DE ALGO PACÍFICO E NADA PERTURBADOR. BEM, ANDAR NA CONTRAMÃO DEVE MESMO SER PRAZEROSO PARA O ARTISTA PLÁSTICO QUE NÃO PRETENDE SE SENTIR PRESO A ALGO QUE O DEFINA.
Só que o senso comum também o fixaria na carreira de paisagista, já que em 1995 entrou para o curso de Agronomia da Universidade Federal de Viçosa. Depois, em Goiânia, onde viveu desde os 3 anos de idade, passou a produzir jardins e ser reconhecido por meio do trabalho e de premiações nacionais. Mas, óbvio que alguém que tem uma ligação forte com a natureza obedece ao instinto ou, numa tradução menos poética, responde ao comando caloroso de pessoas próximas. Foi assim, com o incentivo de amigos, que o artista autodidata permitiu que os pincéis falassem mais alto e, nos últimos 3 anos vividos em Campo Grande, tem feito da relação harmoniosa com a natureza obras de arte fascinantes. “Tenho pintado árvores, mas procuro sempre ampliar o foco”, conta já no intento de inserir figuras humanas em suas telas.
CARLO BATISTELLA
DECORAÇÃO
Esse paraibense de 38 anos, aos 12 comprou suas primeiras telas e passou a fazer experiências com tinta a óleo. Agora, sua pintura é claramente contemporânea. Ele fez sua primeira exposição em Campo Grande, no Tribunal de Justiça. Logo sua arte será abrigada pelo Centro Cultural José Octávio Guizzo e pela Morada dos Baís. O boca a boca e as redes sociais têm sido os canais oficiais de divulgação desse novo e desafiador ofício. “O maior prazer é exibir o trabalho pronto e ver o público tirando conclusões”, revela Batistella.
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A sentença “árvores são poemas que a terra escreve para o céu”, do escritor libanês Khalil Gibran, cabe com exatidão para definir o processo criativo, da série protagonizada pelas árvores. As árvores de Carlo Batistella. Símbolos da natureza que ele aprendeu a observar nas pecarias com o pai e que os sul-mato-grossenses esperam que o inspire a fincar raízes por aqui. Pelo menos por enquanto. Como a inquietação artística de Carlo tem conduzido seu caminho de sucesso desde a infância, entende-se que a virada na carreira e a desordem causada por uma tela em branco não representam rebeldia. É só a vida recompensando sua autoconfiança: “encaro e vou”, finaliza.
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CULTURA
CONECTIVIDADE DÁ O TOM DA DANÇA NO CORPOMANCIA
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por JÉSSICA BENITEZ
T
udo começou em 2008, durante um jogo entre amigos que acabou resultando numa videodança. O episódio tinha tudo para ficar na brincadeira, mas a equação ideologia + dança + tecnologia culminou no projeto chamado ‘Conectivo Corpomancia’, conceito pioneiro no cenário artístico de Mato Grosso do Sul. Não se trata de grupo ou companhia com integrantes fixos e espetáculos que repetem o padrão geralmente visto nos palcos. A performance coreografada tem como plano de fundo a tecnologia por meio de videoadança, videoinstalação e mídias digitais. Afinal de contas, quem não está conectado hoje em dia? A designer Paula Bueno, que faz parte da ideia desde o começo, conta que inicialmente a nomenclatura usada seria ‘Coletivo Corpomancia’, mas com o amadurecer dos planos ficou evidente que o objetivo não era simplesmente ser um amontoado de intérpretes sob holofotes sempre com a mesma função decorada. “Entendemos que não somos uma massa uniforme de pessoas, porque a cada projeto há uma reunião de diferentes artistas, desempenhando papéis distintos: intérprete, direção, iluminação, filmagem, produção. Chamamos, então, de ‘Conectivo Corpomancia’, por-
que entendemos que a cada ideia nos conectamos ou desconectamos, gerando uma nova forma para esse agrupamento de artistas”, explicou. E o segredo é exatamente este. Neste sistema sem fixação de cargos, o trabalho perde o sentido de obrigação que a palavra tem. Cada espetáculo nasce de um processo natural, ou seja, depende do momento de vida do colaborador e dá autonomia a todos para propor projeto ou desenvolver novas funções dentro da mesma profissão. “Assim conseguimos um bom comprometimento de cada envolvido e, afinal, este formato faz muito sentido pra gente nestes tempos de tantas conexões em que vivemos”, opinou Paula. Para montagem dos espetáculos, os envolvidos se conectam literalmente à ideia. Em 2009, por exemplo, o “Me=Morar” foi elaborado por três meses, nos quais os intérpretes moraram em uma casa na Vila dos Ferroviários. A vivência no ambiente foi necessária porque ali mesmo ocorreriam as apresentações. O público passava pelos cômodos do imóvel para acompanhar cada cena do enredo feito a partir do recorte da história da ferrovia. No ano posterior, os colaboradores se debruçaram à criação do “Maria, Madalena”, voltado para o lado feminino da arte. Este gerou dois desdobramentos: a vi
Expediente Embora não haja quadro fixo de artistas, os projetos atuais contam com Renata Leoni, Franciella Cavalheri, Roberta Siqueira, Laura Almerida, Silvia Razuk, Marcos Mattos, Camila Jordão e Adriel Santos. “Mas o importante é entender que para criação de um trabalho em dança é preciso envolvimento de profissionais na produção, formulação, composição de trilha, iluminação, figurino, cenário, design gráfico, audiovisual, assessoria de comunicação, técnicos de áudio e iluminação. Daí dá pra sentir porque nos esforçamos em aprofundar cada trabalho”, explicou a designer. Em maio, o Corpomancia apresentou o “Escalenas” na Semana Pra Dança, ação da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul. Ainda não há data definida para outras apresentações, eles aguardam confirmação para participação em alguns eventos pelo Brasil, além de respostas sobre financiamentos de novos projetos. “Novas conexões estão surgindo”, finalizou Paula. Saiba mais em: www.corpomancia.blogspot.com.br C I N C O + | JU LHO 2 0 1 5 | 95
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CIDADANIA
TRABALHO DURO NA ESPERANÇA DE UM FUTURO MELHOR ‘Instituto Maná do Céu Para os Povos’ leva ações socioeducativas a crianças e adolescentes e transforma a vida das famílias
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por ANDRÉIA NUNES
A
rriscar para mudar a realidade e fazer o bem ao próximo. Esse é o começo da história de Ivan Rodrigues e dos voluntários que iniciaram com ele o “Instituto Maná do Céu Para os Povos”, em 2009. Hoje, organizada e com estrutura, a instituição atende principalmente crianças e jovens, mas, devido ao reconhecimento social, vários projetos surgiram e foram ampliados. Apoiar famílias vulneráveis e levar informação de acesso e utilidade pública às comunidades também estão entre as ações. Idealizador da ideia de criar o Instituto Ivan Rodrigues, diz que a vontade de ajudar às pessoas vem de longa data: “Antes de tudo começar, eu tinha um projeto que era levar sopa para as pessoas com fome. Fazíamos uma reunião todo fim de semana em casa e depois íamos servir o ‘sopão’. Só, que no meu coração, eu sentia que tinha que fazer mais. Esse assistencialismo era muito pouco. Aquilo não mudava a realidade das pessoas. Para ser sincero, me trazia até uma certa frustração, pois eu queria que houvesse transformação. Então, passou um tempo, amadureci a ideia e consegui esse espaço onde hoje é a sede do Instituto, para nos organizarmos”, relembra Ivan. Em agosto de 2009 foi fundado o “Instituto Maná do Céu Para os Povos”. Ivan e os voluntários trabalharam duro para que o projeto fosse adiante. Na época, ele se dividia em uma jornada dupla. “Sou formado em engenharia elétrica, sou funcionário público e chef de cozinha. Dava aula de culinária no Senac e, na época, tive que dividir meu tempo. Uma parte do dia pra ficar no Instituto, outra parte trabalhando na prefeitura e o recurso que eu ganhava no Senac aplicava aqui. Até o dia em que pude me dedicar de forma mais integral”, conta. Passaram-se os anos, e de 2012 pra cá as ações começaram a dar certo, com reconhecimentos importantes, como o da Organização das Nações Unidas (ONU) e da C I N C O + | JU LHO 2 0 1 5 | 99
CIDADANIA
Fundação Banco do Brasil, ambas apoiando programas dentro do Instituto Maná. “Conquistamos o ‘Prêmio Petrobras de Esporte Educacional’ em 2013, um dos mais importantes para nós, no qual ficamos em segundo lugar”, conta Ivan. O projeto que é orgulho de todos do Instituto é o “Velozes do Amanhã”, no qual 200 crianças praticam atletismo e aprendem, de maneira lúdica, sobre as regiões em que moram e temas como história e cultura. Ao todo são atendidas gratuitamente 372 crianças e adolescentes na sede do Instituto, que fica no Jardim Novos Estados, e nos três polos, que ficam nos bairros Oliveira III, José Abrão e na aldeia urbana Marçal de Souza. Lá são oferecidas várias aulas, como judô, musicalização, natação e auxílio- tarefa. A maioria destes jovens sai da escola e vai direto para o Instituto, enquanto seus pais trabalham, e é diante desta realidade que os projetos visam oferecer lições que podem ser levadas para casa, que aproximem os familiares e que promovam a transformação de vida. “Temos uma estratégia para trazer todos para dentro dos
projetos, por exemplo, o ‘Manátureza’, que instrui para a implantação e manutenção de hortas caseiras. Essa atividade envolve toda família e ainda garante o acesso à alimentação”, explica Ivan Rodrigues, que ressalta ainda a importância do envolvimento popular e da participação de todos para que o Instituto continue a crescer: “A sensibilização da população é essencial, porque o projeto é lindo e precisamos nos manter. Muitos acham que a doação tem que ser financeira, mas muitas vezes a gente precisa mesmo da doação humana. Materiais que não queiram mais usar ou então produtos de limpeza e alimentos, porque as crianças que ficam aqui recebem alimentação todos os dias. Atualmente, somos a instituição âncora do ‘Núcleo dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio’, proposto pela ONU, e o combate à fome e à pobreza é a primeira meta estabelecida, então esta questão do alimento tem grande valor para nós”, declara Ivan Rodrigues, que também atua como presidente do Conselho Estadual de Segurança Alimentar de Mato Grosso do Sul. SERVIÇO: Para conhecer mais as ações e ajudar o “Instituto Maná do Céu Para os Povos” acesse o site manadoceu.org.br, o Facebook: /manadoceuparaospovos ou ligue (67) 3355-5555.
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