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O perigo que vem das alturas O para-raios garante que a descarga elétrica seja dissipada de forma segura até o solo
Fachadas, muito além da beleza
Olho vivo nos gatunos
Manutenção periódica e material adequado evitam acidentes e prejuízos
Sistemas de segurança eficientes evitam assaltos e invasões
Editorial
2022 chega com promessa de grandes conquistas
Maria Teresa Mendonça Dias Vice-presidente da Cipa
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Vivemos muitos desafios em 2021 e ainda tivemos que nos adaptar, passando por momentos delicados e de provações, mas também de esperança e renovação. E saímos mais fortes! Esse ano nos deu provas de que é possível seguir em frente, superar dificuldades e prever dias mais positivos. É nisso que acredito. Aprendemos que fazemos parte da vida em comunidade e que nossas ações impactam as pessoas ao redor e o meio ambiente no qual estamos inseridos. Encerramos 2021 com a certeza de que é preciso que toda essa experiência e aprendizado seja a base contínua de nossos dias. A Cipa se orgulha de ter estado ao lado de seus clientes e colaboradores dando todo o suporte necessário para seu bem-estar. Interna e externamente, reforçamos nosso investimento em tecnologia e treinamentos, de forma a garantir conforto e segurança a síndicos, moradores, funcionários dos condomínios e nossos colaboradores. Também ampliamos nosso foco em ações que conciliam bem-estar e práticas ambientais, sociais e de governança. No âmbito social, fizemos diversas ações em parceria com nossos condomínios para arrecadação de roupas e alimentos, beneficiando diversas instituições. Pelo sétimo ano consecutivo, estamos realizando uma grande doação para o Hospital Pró Criança Cardíaca, que vai ajudar a custear as despesas referentes a intervenções cirúrgicas de crianças necessitadas. Acreditamos, de fato, que 2022 será melhor para todos. Reafirmamos nosso foco na excelência de nossos serviços e no relacionamento com nossos clientes. Deixo aqui meu agradecimento a cada um, na certeza de que queremos permanecer a seu lado em 2022, transformando o mundo por meio de ações que proporcionem bem-estar, agreguem valor e contribuam para a sustentabilidade do planeta. Feliz ano novo!
Sumário
Uma publicação:
Rua México, 41 – 2o andar – Centro CEP 20031-905 – Rio de Janeiro – RJ Tel.: [21] 2196-5000 Fax: [21] 2533-2449 DIRETORIA
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Presidente: Newton Mendonça Vice-presidente: MARIA TERESA MENDONÇA DIAS
PARA ANUNCIAR LIGUE
2196-5176
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Renata Bastos www.condominioetc.com.br revista@condominioetc.com.br 14 mil exemplares
Revisão: Andrea Bivar andreabivar@gmail.com
Colaboraram neste número: Isabela Masi Leticia Rio Branco Renata Fernandes Conceitos e opiniões em artigos assinados são de inteira responsabilidade dos autores. A reprodução parcial ou total de qualquer parte desta publicação é permitida desde que seja citada a fonte e previamente autorizada, por escrito, pela editora. A empresa reserva-se ao direito de não aceitar publicidade sem fundamentar motivação de recusa.
| Atualidade Chuvas de verão e bombas de água Você sabe o que fazer para não sofrer com falhas nesses equipamentos? Leia nossa matéria e fique por dentro! | Manutenção
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| Segurança
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| Manutenção
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| Condomínio
Design: CLEBER SOARES Fotografia: Ariel Subirá MARIZA LIMA VIVIEN BEZERRA DE MELLO
O perigo que vem das alturas O para-raios garante que a descarga elétrica seja dissipada de forma segura até o solo. Mas para isso acontecer o equipamento precisa estar bem instalado e com a manutenção em dia. Leia mais sobre isso em nossa matéria exclusiva.
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Redação e Edição: VIVIEN BEZERRA DE MELLO Tao da Comunicação Ltda. taodacomunicacao@gmail.com Marketing: DANIEL QUAGLIANI marketing@cipa.com.br
| Capa
Elevador: o que fazer se ele parar de uma hora para outra? Agir preventivamente é o caminho para não ter problemas, mas, se eles acontecerem, não tente resolver sozinho! Entenda o porque disso lendo esta matéria.
Olho vivo nos gatunos Um contrato de manutenção em dia é essencial para manter sistemas de segurança eficientes. Leia essa matéria e evite que seu condomínio se torne alvo de assaltos e invasões.
Fachadas, muito além da beleza Seguir a lei e manter a higienização em dia evita proliferação de insetos e garante a saúde de todos
Reservatórios de água precisam estar limpos Os síndicos devem seguir a lei que estabelece a obrigatoriedade da limpeza e higienização dos reservatórios de água, o que inclui desratização e dedetização das respectivas instalações a cada seis meses.
A Revista Condomínio etc. esclarece que: • Não se responsabiliza por qualquer dano, direto ou indireto, sofrido por usuários ou terceiros, advindos da exibição e/ou conteúdo dos anúncios publicados pelos anunciantes, incluindo a divulgação de dados, preços e imagens. • Não atesta, verifica ou inspeciona os serviços e produtos dos anunciantes, nem é responsável por qualquer dano, direto ou indireto, que o contratante possa sofrer ao realizar uma negociação com os anunciantes. Esta publicação está em conformidade com o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, aprovado pelo Decreto Legislativo nº 54, de 18 de abril de 1995, e em vigor desde 1º de janeiro de 2009.
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| Condomínio E-commerce: a maneira mais rápida de comprar e organizar o estoque do condomínio Empresas de material de limpeza e produtos para jardim e horta se unem e lançam o Compras GR. Fique por dentro dessa novidade! | Legislação Consumo de drogas ilícitas em condomínios O advogado Gabriel Saad disserta sobre o tema para que os síndicos saibam como agir. Leia o texto e fique inteirado do assunto.
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informe
Temos parceiros especiais para seu condomínio. As soluções para seu bem-estar estão na Cipa! A Cipa está sempre buscando soluções para garantir o bem-estar de seus clientes. Conheça aqui nossos mais recentes parceiros que oferecem condições especiais para nossos clientes. Tel Aviv, uma empresa mais que segura e especializada em condomínios Uma das principais preocupações de todo síndico e gestor de condomínios é, sem dúvida, a segurança. Mas você sabe o que é preciso para estar com a segurança em dia, num cenário em que a mão de obra especializada está cada vez mais escassa? A Cipa e o Grupo Tel Aviv firmaram uma parceria que vai oferecer um serviço diferenciado para clientes Além da ampla experiência da empresa na área de segurança em condomínios, clientes Cipa que se tornarem clientes da Tel Aviv podem contar com uma consultoria completa de segurança e tecnologia inovadora para o mercado. Serviço: Grupo Tel Aviv telaviv.com.br (21) 3199-0300/97279- 4395
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tões de débito, crédito, voucher alimentação e/ou refeição e Mercado Pago. Tecnologia, dados, conveniência e muito know-how. Isso é o que a Roda e a Cipa oferecem com essa parceria.
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A Consigaz oferece uma nova opção para o condomínio e para seus condôminos também economizarem gás.
A T&D realiza uma avaliação completa para seu condomínio economizar água.
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Capa | Para-raios Por Isabela Masi
O perigo que vem das alturas O para-raios garante que a descarga elétrica seja dissipada de forma segura até o solo Quem não lembra o filme De volta para o futuro? O personagem principal do ator norte-americano Michael J. Fox viaja em um carro, que é uma máquina do tempo, e volta para o passado para resolver questões familiares. O rapaz, no entanto, só consegue voltar para o tempo atual com a ajuda de um amigo cientista, que desenvolve uma espécie de para-raios que dá uma descarga elétrica muito forte no carro, fazendo com que ele retorne para o futuro.
Na vida real, o para-raios foi inventado em 1752 por Benjamin Franklin, nos Estados Unidos. Até hoje, os edifícios, monumentos e estátuas são protegidos por para-raios. No Brasil, o clima tropical e a grande extensão de terras fazem com que o país seja o líder mundial de incidência de raios. Em 2020, foram registrados 144 milhões de quedas de raios no país, segundo dados do Grupo de Eletricidade Atmosférica (Elat), do Instituto Nacional de Pesquisas Es-
paciais (Inpe). E desmentindo o ditado popular que defende que um raio não cai duas vezes no mesmo lugar, é comum a incidência da descarga elétrica no mesmo local. Para se ter uma ideia, o Empire State Building, em Nova Iorque, já foi atingido oito vezes em apenas oito minutos. O prédio é conhecido por ser um dos mais altos do mundo. Construído no início da década de 1930, tem aproximadamente 440 metros de altura e mais de 100 andares.
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O síndico Leandro Matias teve prejuízos por conta de um raio que atingiu o prédio em 2018 e desde então ele diz que a manutenção do equipamento é uma prioridade e está sempre em dia
O Cristo Redentor, por estar no topo de uma montanha de mais de 700 metros, é frequentemente atingido por raios. De acordo com dados do Inpe, a estátua recebe, em média, seis raios por ano. Em 2014, a descarga elétrica foi tão forte que danificou a mão e o rosto do monumento. Foram feitas reformas, e toda a estrutura de para-raios existente nos braços e na coroa do Cristo foi ampliada. Apesar de os condomínios estarem na parte mais urbana e não serem tão altos, os imóveis devem ter o equipamento funcionando perfeitamente, sobretudo no verão, quando a incidência de chuva e raios é ainda maior. A maneira de ficar mais protegido é fazendo a manutenção do Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas (SPDA), conhecido como para-raios. O equipamento é fundamental para proteger os imóveis e as pessoas de descargas elétricas. Além disso, o uso de para-raios é obrigatório para prédios com mais de 30 metros de altura, conforme o Código de Segurança contra Incêndio e Pânico, do Decreto Estadual do Rio de Janeiro número 897, de 21 de setembro de 1976, art. 168. A norma que regulamenta esse tipo de equipamento no Brasil é a NBR 5.419 (veja a norma completa no box ao final da matéria). De acordo com a Defesa Civil, um raio ou relâmpago
pode ser considerado a mais violenta manifestação da natureza. “Numa fração de segundos, um raio pode produzir uma carga de energia cujos parâmetros chegam a atingir valores tão altos quanto 125 milhões de volts, 200 mil ampères, 25 mil graus Celsius.” Moisés Cukier, diretor-geral da JJM Equipamentos de Combate a Incêndio, diz que a função do SPDA é proteger contra essas descargas atmosférica, amenizando o impacto delas. O para-raios é feito com uma haste de metal ligada à terra por um fio condutor de cobre. Na extremidade superior existe uma coroa coberta por platina que ajuda a suportar o forte calor gerado pela descarga elétrica. Quando um raio atinge uma edificação protegida, a descarga percorre o equipamento, chega ao sistema de cabos e continua até o solo, onde se dispersa e perde força. Ou seja, contradizendo o próprio nome, o para-raios não interrompe o raio, mas permite que a descarga elétrica seja dissipada de forma segura até o solo. Se o equipamento não estiver em bom estado, o edifício corre risco. Em 2019, o síndico Leandro Matias teve problemas no condomínio que administra. Um raio atingiu um prédio e acabou danificando cinco porteiros eletrônicos e o motor da cancela de entrada de veículos. “Nosso sistema JAN_FEV_MAR 2022
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Capa | Para-raios
de para-raios não estava com a manutenção em dia, o que trouxe prejuízo financeiro ao condomínio.” Leandro administra o Condomínio Geremário Dantas, na zona oeste, desde 2018. Com o acidente, ele diz que a manutenção do equipamento é uma prioridade e está sempre em dia com ela. Felizmente, no caso de Leandro, o prejuízo foi só financeiro e ninguém ficou machucado. Mas acidentes com raios são muito perigosos. Se um funcionário ou morador estiver na cobertura de um prédio que não tenha um aterramento adequado, ele pode ser atingido. Também há a possibilidade de acidentes dentro de casa se o sistema de para-raios não estiver funcionando adequadamente: as pessoas podem tomar choque ao mexer em aparelhos de celular ligados à tomada ou usar secadores de cabelo, por exemplo. Moisés, diretor da JJM, alerta que podem acontecer vários danos, o mais grave seria um incêndio, que pode atingir grandes proporções em decorrência de curtos na rede elétrica. “Todos os equipamentos de para-raios devem cumprir o que determina a norma NBR 5.419, que é quem normatiza todo o sistema. Além disso, as antenas de TV e internet que ficam no alto dos prédios devem estar interligadas ao sistema, afinal, são peças metálicas e atraem raios.” Síndico desde agosto de 2021 do Condomínio Spazio Verde, na zona sul
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Wilson Luiz: “Faço a manutenção de seis em seis meses; a questão da segurança é muito importante para mim”
da cidade, Wilson Luiz Ribeiro afirma que faz a manutenção do Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas (SPDA) de seis em seis meses. “Além dos para-raios, também mantenho em dia mangueiras e extintores. Tudo que faz parte da segurança do prédio tem que estar em ordem. A mangueira, por exemplo, pode ficar anos sem ser usada, então, se não fizer a manutenção, na hora H, pode causar um transtorno muito grande.” E realmente o síndico tem que ter essa preocupação. Moisés, da JJM, afir-
ma que “de acordo com a legislação em vigor, o síndico, os administradores e/ou o preposto são responsáveis pela manutenção preventiva e/ou corretiva de todas as instalações do condomínio, de modo que podem responder civil e criminalmente se houver algum acidente”. Outro fator importante é que, muitas vezes, o seguro se nega a pagar a indenização se ficar comprovado que o SPDA estava fora dos parâmetros legais. O cuidado com os jardins e as áreas descampadas do condomínio também deve ser uma preocupação do síndico. Além da queda de raios, a chuva forte e a ventania podem causar estragos, ainda mais quando as árvores são mais velhas. É comum vermos árvores enormes caírem pelas ruas da cidade e danificar automóveis, interditar ruas e até destruir imóveis. Em dezembro de 2021, ventos fortes arrancaram uma árvore da calçada e ela acertou um prédio na Rua São Clemente, em Botafogo. Por pouco, o dono do imóvel, o dentista José Ximenes, de 66 anos, não foi atingido dentro do apartamento. O condomínio administrado por Leandro tem 18 blocos e 240 apartamentos e uma área com um belo jardim. “Nosso condomínio possui muitas árvores, a maioria delas amendoeiras. Cuidamos da poda das árvores, mas, nesta época do ano, o serviço é redobrado por causa das chuvas, que são acompanhadas de ventos fortes, o que pode ocasionar queda
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Capa | Para-raios
de galhos e, consequentemente, prejuízos para moradores e condomínios.” Este também é um cuidado que Wilson tem: “Aqui na frente do prédio tem seis palmeiras e um jardim bem na entrada. Essas palmeiras são tratadas mensalmente. Nós aparamos e colocamos veneno contra praga. Não só nelas, mas em todo o jardim. Tem que cuidar das árvores porque a chuva forte pode causar danos.” Essa atenção é importante para a segurança de todos. O diretor da JJM orienta que “a manutenção do sistema de SPDA tem que incluir a verificação da parte superior (cabos, isoladores, mastros, captores, sinaleiras) e da parte inferior (aterramento com medição ôhmica) do equipamento, o que gera um laudo e Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) assinado sempre por engenheiro elétrico”. E para que o serviço seja feito de maneira segura, o ideal é contratar uma empresa especializada com profissionais qualificados. “Primeiro, a empresa deve apresentar seus credenciamentos, referências de serviços já executados, qualificação do engenheiro que assinará o respectivo laudo e credibilidade do trabalho. Cuidado com o barato, porque ele pode sair caro. Nossa empresa existe desde 1996 e tem toda a documentação exigida pelo Inmetro, Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea) e Corpo de Bombeiros, assim, prestamos serviços de manutenção preventiva e corretiva para mais de 5 mil condomínios
e outras empresas”, afirma Moisés, diretor-geral da JJM. O prédio administrado por Wilson tem mais de 15 anos. São 36 apartamentos e seis coberturas. Também tem uma estrutura de lazer grande. “Quando vou contratar uma empresa, avalio se ela é conhecida no mercado, pergunto a amigos, outros síndicos… Além de ver se ela tem certificação, se está dentro da lei. Tem que tomar cuidado, porque tem muito charlatão.” Wilson comprou o apartamento na planta e mora lá desde que ficou pronto. Ele é aposentado da Petrobras, onde trabalhava com gestão de pessoas e sistemas. Aproveitou a experiência que tinha na vida profissional para contribuir com a gestão do condomínio. “Acredito que a segurança é a parte mais importante. Nesse sentido, o preço não é o principal. Procuro também empresas que estão abertas a novidades e me oferecem produtos mais modernos.” Leandro defende que o síndico deve ser orientado por um engenheiro de confiança, dessa forma, fica mais fácil a escolha de empresas especializadas para a realização dos serviços de manutenção dos para-raios. “Sem dúvida, o que procuro levar em consideração é a qualidade e a reputação da empresa, se ela está adequada às normas de segurança e cumpre os requisitos necessários para a prestação do serviço. Nesse tipo de serviço o custo fica em segundo plano. É um trabalho no qual não cabem falhas”, conclui.
Mitos × verdades Mitos - Se não está chovendo, não caem raios. - Sapatos com sola de borracha e pneus de automóvel evitam que uma pessoa seja atingida por um raio. -
As pessoas ficam carregadas de eletricidade quando são atingidas por um raio e não devem ser tocadas.
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Um raio nunca cai duas vezes no mesmo lugar.
Verdades -
Os raios podem chegar ao solo a até 15 km de distância do local da chuva.
- Solas de borracha e pneus não protegem contra os raios. No entanto, a carroceria metálica do carro dá uma boa proteção a quem está em seu interior, desde que não toque nas partes metálicas; mesmo que um raio atinja o carro, é sempre mais seguro estar dentro do que fora dele. -
As vítimas de raios não “dão choque” e precisam de socorro médico urgente, sobretudo de reanimação cardiorrespiratória.
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Não importa qual seja o local, ele pode ser atingido por raios repetidas vezes durante uma tempestade. Isso acontece até com pessoas. Fonte: Defesa Civil do Estado do Rio
Serviço JJM Equipamentos de Combate a Incêndio jjm.incendio@gmail.com (21) 2560-5396/2560-5955/98621-8409
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| Atualidade Por Renata Fernandes
Chuvas de verão e bombas de água O que saber e fazer para não sofrer com falhas nos equipamentos Uma das marcas do verão na cidade do Rio de Janeiro é a chuva. Aquela chuva forte, volumosa, de fim de tarde, que chega a encher as ruas e faz com que os edifícios com garagens subterrâneas sofram com alagamentos. A chuva é característica da estação, mas os seus efeitos podem ser amenizados. Para essas e outras situações, existem as bombas de água. Os moradores podem ignorar sua
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existência, mas os síndicos precisam conhecer os tipos de bomba disponíveis, suas diferentes funções e como cuidar de sua manutenção. As de drenagem, por exemplo, possibilitam a eliminação da água empoçada, que pode até ser armazenada e reutilizada pelo condomínio nos jardins ou em lavagens. Só assim, as águas de verão deixam de ser sinônimo de dor de cabeça e preocupa-
ção e voltam a apenas refrescar a cidade na estação mais quente do ano. A síndica Rebeca Alkmim sabe bem o que é ficar apreensiva com a possibilidade de sofrer com alagamentos. Ela administra o Condomínio Rio Carioca, na zona sul do Rio, com dois blocos de 13 andares, 269 apartamentos e túneis subterrâneos. Dois deles, que ligam os blocos, sempre enchem quando as ruas
do entorno alagam. A solução, para quem não tem uma bomba de sucção de água, é organizar os funcionários e recorrer a baldes e rodos. “Mas nós aprendemos a antecipar as falhas. Estamos sempre de olho. Até porque, aqui, é quase um bairro”, diverte-se Rebeca, chamando atenção para o grande número de moradores. A síndica conta com outros tipos de bomba de água no condomínio, que realizam o abastecimento de caixas-d’água e cisternas. São as chamadas bombas de recalque, responsáveis por levar água limpa aos moradores. “Nesse caso, tenho um contrato com a Nova Saturno. Todo mês, eles vêm, dão uma olhada, fazem uma vistoria e se certificam de que está tudo bem. Temos de ter manutenção periódica. Não há como fugir disso”, ensina. Além dessas há a bomba de incêndio, que cuida da pressurização da tubulação dos hidrantes, necessita ser ligada esporadicamente, sofre manutenção anual e precisa estar de acordo com as instruções técnicas do Corpo de Bombeiros. Nelson Maia, síndico do Residence Paradiso, zona sul, que tem 15 andares e 102 apartamentos, também concorda que, quando o assunto são bombas de água, prevenir é melhor do que remediar. Se elas deixam de funcionar, as consequências são apar-
tamentos sem água, garagens alagadas e falta de socorro em um dos imprevistos mais dramáticos que um edifício pode ter: um incêndio. Chuva de reclamações e inúmeros dramas vivenciados pelos condôminos seriam as consequências certas em todos esses casos. No Paradiso há duas bombas de água para a alimentação das caixas-d’água, duas para drenar a água acumulada no subsolo e uma bomba pressurizadora contra incêndios. “Tivemos uma única vez, nos 21 anos que moro aqui, um problema de enchente na garagem do subsolo. Não chegou a danificar nada. Houve apenas o acúmulo de água. Resolvemos o problema com o pessoal de manutenção predial e a ajuda de uma bomba”, conta. Nelson acredita que a falta de más lembranças sobre o tema se deve à prevenção. Planejamento é a palavra que guia sua administração e, no quesito bombas de água, não é diferente. “Aqui no condomínio temos, há alguns anos, um contrato de manutenção com uma empresa. Eles prestam excelente serviço em manutenção preventiva, que é muito mais barata do que a corretiva”, defende. É papel da empresa também sugerir, com análises técnicas, qualquer modificação no sistema de bombas, JAN_FEV_MAR 2022
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| Atualidade
guiando, dessa forma, os clientes para melhores decisões. Empresas e clientes precisam, nesse caso, construir uma relação de confiança. Allyne Duque, responsável pelo Departamento Comercial da empresa Nova Saturno, de manutenção predial, explica que cada condomínio tem demandas específicas de equipamentos. Edifícios com garagens subterrâneas, piscinas e spas, por exemplo, têm demandas diferentes de outros que não contam com esses espaços. Os tipos de bomba mais comuns, essenciais para o bom funcionamento de um condomínio, são as responsáveis pelo abastecimento das unidades, que retiram a água da cisterna e enviam para as caixas superiores. Só quando esse tipo de equipamento apresenta defeito os moradores costumam tomar conhecimento de sua existência. “Outro equipamento indispensável nos edifícios são as eletrobombas de incên-
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A síndica Rebeca Alkmim sofre com alagamentos constantes nos túneis subterrâneos do seu condomínio
dio, responsáveis pelo aumento de volume na coluna de hidrante de incêndio, caso ocorra algum sinistro”, ensina.
As demais bombas atendem a características específicas. Os condomínios maiores, que contam com piscinas ou ambientes de spas, precisam adquirir eletrobombas de filtragem. Em algumas coberturas ou em prédios com andares muito elevados, quando o peso da água é reduzido em razão da proximidade dos reservatórios, é necessária uma eletrobomba de pressurização. Há, ainda, os prédios com garagens subterrâneas, nos quais é necessário o uso de equipamento para drenagem. Nesses casos, é essencial contar com rapidez para acabar com alagamentos. Os possíveis danos causados aos veículos estacionados na área não é a única preocupação. “Em determinados casos, o quadro de energia de todo o prédio se encontra no subsolo do condomínio, o que pode se tornar um problema ainda maior em caso de enchentes”, esclarece Allyne.
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| Atualidade
Além de entender as necessidades de seu edifício e os tipos de bomba disponíveis, é preciso também saber escolher entre as opções do mercado que, atualmente, conta com mais variedade, como as mais silenciosas e com menor gasto de energia. Além disso, é preciso entender o momento correto de fazer trocas e alterações. A vida útil de uma bomba pode chegar a 20 anos, mas vários fatores precisam ser levados em conta para que ela permaneça atendendo às demandas exigidas pelo condomínio durante todo esse período. Nesse caso, a solução mais simples é solicitar uma visita técnica para análise, definindo as bombas que melhor se encaixam às necessidades. “Cada condomínio possui um tipo de adequação quanto aos diferentes equipamentos para drenagem, que podem se dividir, por exemplo, em drenagem com e sem
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passagem de sólidos e diferentes potências”, explica Allyne. Buscar informação qualificada e colocar em prática um sistema de manutenção é a melhor maneira de conseguir bom desempenho das bombas de água e mais garantias na prevenção de problemas. Além da ajuda profissional, os próprios funcionários do prédio podem ficar atentos a alterações, como a presença de ruídos estranhos durante o funcionamento do equipamento, que podem, por exemplo, indicar a existência de vazamentos. Agora, se os moradores de seu condomínio nem sabem que há bombas de água no prédio, é um bom sinal. Resultado de um eficiente processo de administração e planejamento. Serviço Para Nelson Maia, síndico do Residence Paradiso, as manutenções preventivas são sempre mais baratas que as corretivas
Nova Saturno Manutenção Predial novasaturno.com.br (21) 2245-4208/97342-7185
| Mercado
Caixa Econômica eleva taxa de financiamento imobiliário com recursos da poupança A Caixa Econômica Federal está avisando a agentes imobiliários que sua taxa de juro do crédito com recursos da poupança (SBPE) para financiar a compra de imóveis vai subir em fevereiro. A menor taxa, cobrada de clientes que têm relacionamento com o banco, o maior financiador imobiliário do país, vai passar dos atuais 8,3% ao ano para 8,7% anuais, sempre acrescida da TR, a partir de 1º de fevereiro, segundo material de divulgação ao qual a Reuters teve acesso. A taxa balcão será mantida em 8,99% a.a. Com a mudança, a Caixa passará a praticar uma taxa mais próxima da ofertada
por seus concorrentes do setor privado. O Santander Brasil tinha a partir de 9,99% ao ano, ante 9,5% de Bradesco e 9,1% do Itaú Unibanco, todas acrescidas de TR.
O movimento acontece dias após o presidente executivo do banco estatal, Pedro Guimarães, ter previsto aumento de 10% das concessões de empréstimos para compra de imóveis em 2022, em entrevista à Reuters, alegando que tem taxas de juros mais baixas do que a maioria dos concorrentes. Em nota, a Caixa afirmou que haverá uma “adequação nas condições para aplicação de redutores… a depender do relacionamento do cliente com o banco” e que “continuará tendo as melhores taxas de juros do mercado”. Fonte: Folha de SP.
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Manutenção | Elevadores Por Isabela Masi
Elevador: o que fazer se ele parar de uma hora para outra? Agir preventivamente é o caminho para não ter problemas Quando entramos em um prédio, geralmente olhamos a fachada, o hall de entrada, o jardim. Entretanto, de todos os espaços do imóvel, os elevadores são os equipamentos mais importantes e os mais usados, tanto em prédios residenciais como comerciais. De acordo com a Associação Brasileira das Empresas de Elevadores (Abeel), no Brasil, são mais de 400 mil elevadores espalhados pelas cidades. Apesar de ser um meio de locomoção muito seguro e rápido, as normas de segurança precisam ser cumpridas. A
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falta de manutenção é a maior causa de acidentes e de problemas no funcionamento. E no dia a dia agitado de todos, ser pego de surpresa com o elevador quebrado é um deus nos acuda. Mas o que priorizar quando isso acontece no condomínio? Quais são as medidas urgentes que têm de ser tomadas? “Independentemente de o elevador parar ou quebrar por falta de manutenção, o mais importante é não tentar solucionar o problema. Faz-se necessário aguardar o atendimento da empresa contratada, que presta serviço de con-
servação e manutenção do elevador do prédio, para que, assim, seja diagnosticada a causa e dada a solução para o restabelecimento de seu funcionamento. Vale ressaltar que muitos acidentes ou incidentes com elevadores ocorrem quando há interferência de terceiros não habilitados”, afirma Alexandre Ribeiro, gerente comercial da TB Rio Elevadores. A empresa está desde 1979 no mercado. O engenheiro Fábio Aranha é sócio-fundador da empresa Infolev – Elevadores & Informática Ltda. De acordo com ele, “o elevador é um meio de transpor-
te essencial, pois em quase todos os edifícios há pessoas que dependem dele, tanto por dificuldade de locomoção como idosos, por exemplo, ou jovens sadios, pois também é fundamental para transporte de compras, mudanças, malas, carrinhos de bebê, lixo etc. Mesmo com outro elevador funcionando, geralmente o tráfego fica comprometido e o risco da paralisação do segundo elevador provoca um verdadeiro caos”. Contudo, se o síndico for pego de surpresa com a quebra do único elevador do prédio, por exemplo, ele tem autonomia para usar o fundo de reserva para fazer o conserto. Mas é obrigatório que ele marque, o mais rápido possível, uma assembleia de emergência para apresentar todos os gastos e motivos. É o que explica Gabriela Alvim, síndica profissional. “O ideal é que todas as ações sejam combinadas em assembleia. Mas se por algum motivo muito urgente isso não acontecer, o síndico tem autonomia para fazer o reparo, mas depois o gasto tem de ser levado para assembleia para que seja feita a prestação de contas.” Isso porque, mesmo fazendo a manutenção com regularidade, em alguns casos, o elevador pode parar. O gerente comercial da TB Rio Elevadores diz que isso pode acontecer pelo desgaste, pela ação do tempo em algum material e por falha de sistema dos equipamentos. “Na ausência de funcionamento de um dos elevadores, a sugestão é sobrecarregar
Gabriela Alvim, síndica profissional: “Os elevadores são fundamentais para o bom funcionamento do condomínio”
o mínimo possível os demais que se encontram em funcionamento, como evitar obras ou mudanças não programadas pelos condôminos ou transporte de peso durante o período.” Ivaneck Barbosa é síndico desde 2009 do Condomínio Araguaia, na zona norte do Rio de Janeiro. O prédio tem nove andares, com dois apartamentos por andar, e conta com apenas dois elevadores, um social e outro de serviço. O imóvel é antigo, tem 42 anos. Todos os dias, Ivaneck faz uma fiscalização, sobe e desce, vê se está fazendo algum baru-
lho, se está parando desnivelado. Para não ser pego de surpresa, ele tem um contrato com uma empresa e está sempre com a manutenção em dia. “Em todos esses anos como síndico, nunca tive uma emergência. Isso porque a primeira providência que tomei logo que assumi foi contratar uma empresa que fizesse manutenção de primeira qualidade. Modernizamos os elevadores tanto na parte mecânica quanto no acabamento.” Marcio Cordeiro é diretor da Embelezart Elevadores. Ele afirma que, para não ter nenhum contratempo, o melhor é fazer como Ivaneck e se prevenir. “Equipamentos mais antigos demandam mais cuidados. Nesse sentido, acompanhar as inovações tecnológicas também pode servir como medida preventiva.” Mas se mesmo assim um problema acontecer, a primeira coisa a fazer é um “contato imediato com a empresa de manutenção para que o equipamento torne a funcionar com a devida segurança”. Síndica desde 2016 do Condomínio Barra Family, zona oeste, Lucia Helena Mello afirma que também nunca passou por uma emergência. O condomínio é grande, são cinco blocos que somam 440 apartamentos. Para atender a todas as pessoas que moram no local existem 12 elevadores. Antes de assumir, ela conta que os moradores sofriam muito com problemas de paralisação, principalmente por falta de peças. “Já aconteceu de
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Manutenção | Elevadores
os dois elevadores do mesmo bloco ficarem parados. E havia moradores idosos que não conseguiam descer e subir os dez andares. Se a pessoa passasse mal, não conseguiria sair de casa. Então, era um transtorno muito grande. Elevador é igual a carro, tem o padrão, com aquela série, peças específicas. Desde que assumi como síndica minha preocupação maior era atuar preventivamente.” Lucia contratou uma empresa para fazer uma revisão, uma vez que a anterior não dava a segurança de que ela precisava. Formada em administração, ela atua no mercado há mais de 30 anos. Reunindo a experiência pessoal com a de síndica, preferiu fechar contrato com uma empresa menor, que ouviu a opinião dela e conseguiu diagnosticar o motivo de tantos problemas. “Com um fornecedor montamos um plano. Tivemos de modernizar a parte tecnológica, visto que a mecânica estava boa.” A partir daí, Lucia traçou um cronograma e modernizou os equipamentos. “É um investimento, mas conseguimos fazer um planejamento financeiro e fomos reformando um elevador por bloco; e no outro, fomos mudando as botoeiras e fizemos pequenos ajustes. Foram três anos para atualizar tudo. Foi uma parceria muito feliz. Desde então praticamente os problemas desapareceram.” Fábio, da Infolev, também comparou o elevador a um carro. “Todos os sín-
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Elevadores modernizados costumam economizar até 40% de energia, evitando contas altas e desperdícios
dicos e até mesmo os moradores sabem bem que não vale a pena manter um carro muito antigo por causa do custo de manutenção, da falta de peças, maior consumo, alto índice de defeitos etc. Equipamentos desatualizados também estão defasados em relação às normas mais atuais de segurança, que envolvem tanto usuários bem como técnicos que fazem a manutenção. Além disso, elevadores modernizados costumam economizar até 40% de energia, evitando contas altas e desperdícios.” Além da economia, da segurança e do conforto para os moradores, o síndi-
co deve ficar atento porque está na Lei 1.348, do Código Civil, no capítulo sobre Condomínios, que o síndico pode ser responsabilizado por algum acidente que aconteça nos elevadores. Gabriela administra quatro condomínios, todos residenciais – embora em um deles haja lojas comerciais embaixo – nas zonas oeste e norte. Em um dos condomínios da zona norte, uma obra que era apenas para ser estética acabou revelando um problema grave. “Foi uma obra de modernização e embelezamento, mas a empresa encontrou muito cupim na parede de madeira do fundo do elevador. Então a reforma acabou evitando que algo grave acontecesse, visto que se qualquer pessoa batesse ali no fundo do elevador com um móvel ou eletrodoméstico a parede de madeira poderia cair e causar algum tipo de acidente.” Há mais de dez anos a Embelezart atua no mercado. Para o diretor da empresa, trocar o elevador não é só estética, uma vez que o equipamento acaba sendo a extensão de nossa casa, fazendo parte da segurança dos moradores. “A segurança sempre deve ser o foco principal no transporte vertical. Assim, manter cuidados de manutenção dos compartimentos mecânicos, eletrônicos e elétricos é de suma importância. Entretanto, os cuidados estéticos se relacionam com esse conceito, uma vez que revestimento, piso, subteto e ilumi-
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Condomínio | Elevadores
Síndico Ivaneck Barbosa: “Vários síndicos de outros prédios vêm aqui conhecer meu elevador”
nação adequados também colaboram com a segurança dos indivíduos.” Além disso, elevadores bem-cuidados também valorizam o patrimônio. Para o sócio-fundador da Infolev, “a modernização dos elevadores não é despesa, é um investimento. As estimativas das entidades imobiliárias calculam uma valorização de cerca de 10% do valor do imóvel. Elevadores defasados geram, inclusive, prejuízo para os proprietários, por exemplo, com dificuldade para locação de imóveis. A empresa está no mercado desde 1991. Gabriela também acredita que “tudo que se faz em um condomínio agrega valor ao imóvel. Mas o elevador ainda mais, porque uma piscina nem todo mundo usa. O elevador todo mundo vê, porque todo mundo usa”. Na hora de escolher uma empresa é necessário ficar sempre atento à documentação e regularização dos órgãos competentes, assim como checar se a empresa tem credibilidade no mercado e se age sempre com transparência e segurança. Precisa ser levado em consideração a estrutura de atendimento, o corpo técnico preparado e especializado em todas as tecnologias disponíveis, além de atendimento 24 horas. “Não levar só em conta o preço. No momento de escolher, tive opções mais baratas, mas que não inspiraram 28
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segurança. O valor não pode ser o único fator”, afirma Gabriela. Ivaneck acredita que se deve procurar a firma com capacidade de resolver a questão o mais rápido possível para não ter problemas com peças, que em alguns casos demoram muito para chegar. “Às vezes, falta luz, e a empresa chega em cerca de dez minutos para liberar a pessoa presa no elevador. Isso é importante, visto que o elevador é o equipamento que todo mundo usa. Trabalha igual nosso coração, o dia inteiro, sem parar. Para ele funcionar bem é essencial ter pessoas capacitadas cuidando dele.” Ivaneck aponta que a parte estética é fundamental. O elevador precisa ter boa iluminação, espelho e ventilador embutido. “Em tempo quente, o elevador está fresquinho, gerando comodidade e conforto. O elevador do prédio é referência aqui na rua. Vários síndicos vêm aqui conhecer meu elevador”, brinca ele.
Serviço Embelezart Elevadores www.embelezartelevadores.com.br (21) 3555-3830/3547-2930 Infolev – Elevadores & Informática Ltda. www.infolev.com.br (21) 2210-6325 TB Rio Elevadores www.tbrioelevadores.com.br (21) 2501-0742
| Condomínio
Formiga faz bem para os olhos Fique atento às fake news que tentam inocentar esse vetor de doenças! Já foi o tempo em que se acreditava que as formigas não faziam mal algum. Quem nunca ouviu aquela história de que formiga fazia bem para os olhos só para não ter que jogar fora aquele doce delicioso visitado por elas? Lamentamos reafirmar que se trata de fake news! Segundo Carlos Leonardo, gerente Comercial da Bonanza Soluções Ambientais, “as formigas doceiras encontradas facilmente dentro de casa têm mais bactérias, fungos e vírus que muitos outros insetos e pragas. Segundo um estudo publicado na Revista de Saúde e Biologia (SaBios), as formigas podem carregar uma grande variedade de bactérias, além de conseguirem percorrer até três centímetros por segundo. Elas também habitam lugares sujos como fezes, feridas, animais em decomposição e lixo. Por esse motivo, ignorar a presença delas nos alimentos é uma
alternativa perigosa. Por caminharem em variados locais, elas carregam microrganismos patogênicos, como vírus, bactérias e fungos. A formiga é um grande transmissor de doenças infecciosas, além de causar gripe, tuberculose, verminoses, intoxicações alimentares, vômito, diarreia e até lepra”. A Bonanza Soluções Ambientais recebe muitos chamados para resolver o problema da infestação de formigas em
apartamentos. Para evitá-las, o conselho do especialista é: “Recolher restos de alimentos e qualquer outro tipo de lixo em recipientes adequados. Vedar frestas de pisos, azulejos, portais e outros locais que ofereçam condições de abrigo para as formigas. Importante também não acumular madeira em locais úmidos.” Por outro lado é bom saber o que ajuda na proliferação. De acordo com Carlos Leonardo, é bom evitar os quatro “ás”: água, alimento, abrigo e acesso. Segundo ele, ao evitar esses “ás”, os moradores vão se ver livres das formigas e também de outros insetos. Porém, se a infestação já se instalou, é importante dedetizar para manter a família longe de doenças. O especialista da Bonanza explica ainda que a dedetização pode ser feita com apresentação em gel ou líquido. “O gel é eficaz para as
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| Condomínio
Luciana Carvalho aposta na dedetização para se ver livre das formigas
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formigas que gostam mais de doces e o líquido para as que não sentem atração alimentar por doces. O gel não possui odor e o líquido é de baixo odor.” Proteger a família foi o fator fundamental para que a fisioterapeuta Ana Paula Beck contratasse a dedetização contra formigas doceiras. Seu filho Gustavo tinha apenas 20 dias de vida, e ela havia se mudado de apartamento muito recentemente. “Eu me mudei muito às pressas e até vi as formigas, mas, num primeiro momento, achei que uma boa limpeza e até mesmo álcool pudessem resolver. Só que, quando me dei conta, comecei a sentir coceira eventualmente e cismei com as formigas, que apareciam principalmente na cozinha.” Nesse momento, o instinto materno falou mais alto e ela chamou uma empresa para dedetizar o apartamento todo contra as famigeradas formigas. “Imagina
se elas picam meu filho?!” Esse episódio foi em 2020, mas, dois anos depois, nenhuma formiga reclamou seu território. “A empresa deu garantia de três meses, fez uma visita de revisão 15 dias depois, mas até hoje, graças a Deus, não tem mais formigas aqui”, diz Ana, que também tem a cadela Liza, uma linda schnauzer. A empresa usou um gel para a dedetização, e a cadela não tinha acesso aos locais onde o veneno foi colocado, o que deixou a família tranquila com questões relacionadas com intoxicação. “Eles pediram para não limpar os locais onde foi colocado o veneno por 15 dias. Na dúvida, deixei por muito mais tempo”, se diverte ela ao lembrar. O fato é que elas não apareceram mais mesmo. Segundo o especialista da Bonanza, a garantia do serviço da empresa é de três meses, que é o tempo de durabili-
dade do produto no ambiente. “Ou seja, devemos renovar sua aplicação a cada três meses.” Quanto à possibilidade de envenenar animais ou crianças, o gerente da Bonanza explica: “Com produtos químicos sempre pode haver envenenamento, mas se for aplicado de forma correta e por profissionais qualificados, não corremos esse risco ou, melhor, ele diminui em mais de 99%, até porque, para acontecer algo mais grave, a ingestão teria de ser de uma quantidade muito grande.” Carlos Leonardo conclui explicando sobre a apresentação do veneno ser em gel ou líquido: “A desinsetização contra formigas é feita com ambos os produtos, sendo o gel eficaz para as formigas que gostam mais de doces e o líquido para as formigas que não sentem atração alimentar por doces. O gel não possui odor e o líquido é de baixo odor.”
Luciana Vieira de Carvalho é administradora de empresas e mora no mesmo condomínio de Ana Beck. E teve o mesmo problema: “Minha mãe sempre falava que formigas transmitiam muitas doenças. Então tenho isso na cabeça até hoje. Em 2019, dedetizei e foi resolvido o problema.” Num primeiro momento, Luciana nem sabia que esse tipo de dedetização existia, e, quando fez, ficou satisfeita. “Mas, agora, quase três anos depois, as formigas estão voltando, e descobri isso quando elas atacaram o brigadeiro que meu filho Hugo fez e deixou em cima da mesa da cozinha. Já estou providenciando a próxima dedetização”, avisa.
Serviço Bonanza Soluções Ambientais bonanzasolucoes.com.br (21) 3521-7001/(21) 96424-2123
Formigas doceiras não são inocentes. Muito comuns em apartamentos, carregam consigo fungos, bactérias e vírus
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| Segurança Por Leticia Rio Branco
Olho vivo nos gatunos Saiba por que um contrato de manutenção em dia é essencial para manter sistemas de segurança precisos, evitando que seu condomínio se torne alvo de assaltos e invasões Uma das principais preocupações de todo síndico e gestor de condomínios é, sem dúvida, a segurança. Por isso é cada vez mais comum que este seja um dos principais temas abordados em assembleias, tanto por parte dos moradores como dos administradores. Mas você sabe o que é preciso para estar com a segurança em dia e evitar os novos golpes dados por invasores, num cenário em que a mão de obra especializada está cada vez mais escassa? Primeiramente, ter um contrato de manutenção em dia com uma empresa séria é essencial para diminuir os riscos de assalto, por exemplo. Segundo Aline Marino, diretora comercial da ABC Telecom, a manutenção dos equipamentos de segurança deve ser feita periodicamente. “A sugestão é fechar um contrato quinzenal ou mensal, no mínimo, para oferecer ao cliente um caráter corretivo e preventivo, capaz de auxiliá-lo com a manutenção dos equipamentos, que devem funcionar 24 horas por dia, bem como com a sugestão de novas
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A síndica Fernanda Barcelos contratou a ABC Telecom para os condomínios que administra: “Atualmente, é comum que as empresas de segurança apostem em tecnologia que não depende de mão de obra especializada, cada vez mais escassa. Por isso, ter uma empresa focada em sistemas de segurança eletrônica, controle de acesso e telecomunicação para um condomínio é primordial”
tecnologias. O instrumento particular de serviços será regido pelas cláusulas e condições estipuladas pela empresa após uma visita técnica para levan-
tamento dos sistemas já existentes”, explica ela, acrescentando que a empresa deve estar com a documentação em dia, além de impostos e certidões necessárias. “A empresa de segurança deve estar registrada no CREA-RJ, nos demais órgãos reguladores e ter todas as certidões estaduais, municipais e federais negativas, além do Certificado de Regularidade Técnica.” A síndica profissional Fernanda Barcelos escolheu a ABC Telecom para atender aos cinco condomínios que administra, situados nas zonas oeste, norte e central, e que contam com três mil moradores. “A ABC Telecom me oferece o melhor preço e me atende mais rápido nas horas de emergência. Por isso, o mais importante ao fechar um contrato de manutenção preventiva e corretiva é avaliar a capacidade de atender às demandas, sem limite de número de visitas mensais, e que não cobre valores por fora, como para puxar uma gravação de um DVR, por exemplo; verificar se o contrato inclui atendimento nos finais de
semana e feriados (normalmente são cobrados 20% a 30% a mais que contratos com atendimento de segunda a sexta) e o prazo de atendimento não seja superior a 24 horas”, avisa. Douglas Andrade, consultor para análise e estratégias de prevenção do Grupo Tel Aviv, reforça que, ao contratar uma empresa de segurança privada, ela deve ser auditada anualmente pela Polícia Federal de acordo com o art. 20 da Lei 7.102/83 e regulamentada pelo Decreto nº 89.056/83, de forma que seu alvará de funcionamento seja renovado ano a ano. “Além disso, a empresa deve contratar apenas a mão de obra de profissionais de segurança (vigilantes), em conformidade com todas as cláusulas da convenção coletiva da categoria. No Rio de Janeiro, devemos seguir a convenção do Sindicato dos Vigilantes do Município do Rio de Janeiro (Sindivig Rio) e, por ser uma prestadora de serviços de terceirização de mão de obra, devemos estar em dia com todas as obrigações sociais e trabalhistas, como recolhimento de FGTS, INSS, compra de benefícios, como transporte e alimentação, em atendimento às determinações sindicais. As nossas certidões negativas estão sempre atualizadas, e, quando solicitadas, apresentamos todas a nossos clientes”, informa. Segundo Samuel Rubens Pereira, diretor comercial do Grupo Haganá, um serviço exclusivo faz toda a diferença. “Para ser feita uma boa recomendação a um condomínio, devemos conhecer a ‘casa melhor que o dono’. Com profissionais capacitados, conseguimos, em uma visita técnica, propor as soluções baseadas nas melhores práticas de mercado, com produtos e serviços personalizados para cada cliente. O que temos percebido é uma grande surpresa positiva por parte dos clientes, que recebem uma proposta otimizada e com tecnologia de ponta para o condomínio, a preços justos e bem equilibrados dentro das previsões orçamentárias. Em alguns casos, com aplicação da devida tecno-
Uma das principais falhas dos condomínios na segurança é permitir a entrada de pessoas e prestadores de serviços sem a identificação correta
logia, melhorias de procedimentos e treinamentos adequados (tanto para funcionários como para moradores e usuários), conseguimos apresentar propostas técnicas e comerciais mais econômicas”, observa.
Mão de obra escassa impulsiona o uso de novas tecnologias de segurança Atualmente, é comum que as empresas de segurança apostem em tecnologia que não dependa da mão de obra especializada, cada vez mais escassa. “Por isso, ter uma empresa focada em sistemas de segurança eletrônica, controle de acesso e telecomunicação para um condomínio é primordial. Antigamente, era necessário contratar empresas diferentes para atender sistemas de antena coletiva, interfone, CFTV, portões de garagem etc. Hoje, existem empresas que oferecem o serviço completo para todas as demandas em um único contrato, facilitando o dia a dia de síndico e administradores”, explica a síndica Fernanda Barcelos. Para Douglas Andrade, do Grupo Tel Aviv, o aumento do uso dos equipamentos de tecnologia é positivo. “Ficamos menos suscetíveis a erros humanos. Além disso, por conta da rapidez na transmissão de informações, é possível realizar ações mais ágeis. Outro diferencial importante é o custo, uma JAN_FEV_MAR 2022
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| Condomínio
Todos os sistemas de segurança devem ter manutenção periódica, preferencialmente mensal, para evitar problemas depois
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vez que, em um primeiro momento, gasta-se mais para empregar a tecnologia no contrato, porém, ele dilui-se no médio prazo, revertendo-se em economia para o condomínio”, afirma ele, completando que a manutenção deve ser feita de forma periódica pelo técnico de sistemas de tecnologia. “O padrão é que se faça manutenção mensal nos equipamentos, no entanto, isso varia de acordo com a quantidade e o tipo de equipamento empregado no contrato.” Aline Marino, da ABC Telecom, sugere os seguintes sistemas e equipamentos: circuito fechado de TV digital full HD; IP; inteligência artificial sem fio; cerca virtual para piscina; vaga de pânico para garagem; objeto esquecido; portaria inteligente e automatizada; sistemas integrados; gestão de sistemas por meio de aplicativos; automação de portas, portões e cancelas; acionamento de portas por botão de aproximação;
botão de pânico; sinalização de portões – presencial/virtual; controle de acesso veicular por TAG; controle remoto; laço indutivo; semáforos. Todo cuidado é pouco. Com o aumento de quadrilhas de mulheres bem vestidas que invadem os condomínios enquanto seus comparsas as aguardam do lado de fora, as medidas de segurança devem ser sempre aperfeiçoadas: “As quadrilhas hoje em dia são muito articuladas e, na maioria das vezes, já conhecem as falhas de segurança do local. Recomendo a meus clientes que, periodicamente, com a empresa especialista em segurança eletrônica que presta serviço para o condomínio, seja feito um levantamento do funcionamento de entrada e saída, do controle de pessoas, bem como dos sistemas existentes para identificar possíveis falhas e corrigi-las com treinamento de pessoal ou até com a instalação de novas tecnologias que
auxiliem os funcionários. Por isso, muitas situações poderiam ser evitadas com o auxílio de uma manutenção periódica”, orienta Aline Marino. Douglas Andrade, do Grupo Tel Aviv, concorda: a qualidade de equipamentos é fundamental na hora da identificação. “É importante que a empresa de manutenção dos sistemas de segurança sempre ofereça novas tecnologias do mercado, com o objetivo de inibir, ou até evitar, esse tipo de situação. E quando não puder evitar, pelo menos que os sistemas possam auxiliar na captura dos indivíduos. Afinal, cancelas e câmeras sem manutenção ficam obsoletas e permitem ações de meliantes que conhecem a tecnologia. O posicionamento de câmeras faz parte da manutenção, pois uma pessoa que é filmada e seu rosto não aparece, por exemplo, dificulta a ação policial. Já verifiquei casos de portões e cancelas que não fecham e facilitam a entrada de meliantes, bem como câmeras que apresentam apenas a silhueta do invasor”, observa ele, acrescentando que o Grupo Tel Aviv oferece profissionais treinados e com as características para atividades específicas em condomínios. “Além disso, devemos propor melhorias contínuas na operação, por meio de reuniões periódicas com nosso time operacional aliadas à apresentação de inovações tecnológicas, ao uso de outros equipamentos e de viaturas dedicadas para promover ostensividade.”
Samuel Rubens Pereira, diretor comercial do Grupo Haganá, alerta para que tudo esteja em perfeito funcionamento, principalmente as ferramentas de controle de acesso. “Normalmente esse cenário de falta de manutenção de equipamentos ocorre quando o próprio condomínio decide fornecê-los. Quando os equipamentos são da própria empresa terceirizada, contratualmente há previsão e reposição imediata. E caso os controles de acesso não existam e a entrada no condomínio só dependa da visão humana para reconhecer os moradores, é imprescindível buscar incremento de ferramentas de controle de acesso. A mais recomendada, hoje, é o reconhecimento facial”, diz ele, que indica também barreiras físicas com dois portões, instalação de catraca torniquete em condomínios com grande fluxo de pedestres, treinamento permanente de porteiros e testes operacionais. Aline Marino, da ABC Telecom, reforça que alguns condomínios ainda preferem “pagar pra ver” quando o assunto é segurança. “Eles preferem economizar no que diz respeito a um contrato de manutenção preventiva e corretiva, o que, para alguns condomínios de pequeno porte, pode custar cerca de R$ 150 mensais, economia que pode ocasionar prejuízos muitas vezes milionários com furtos e roubos de moradores e residências”, finaliza.
Fique por dentro
das principais falhas de segurança em condomínios -
Liberação da entrada de pessoas sem a devida identificação, independentemente da aparência física.
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Falta de investimento em equipamentos de segurança e contrato de manutenção sem a periodicidade adequada.
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Controle de acesso de pessoas e veículos: tudo deve estar registrado, armazenado e controlado.
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Falta de treinamento e capacitação dos colaboradores.
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Estabelecimento de normas e procedimentos bem claros e de corresponsabilidade entre colaboradores e cliente, que muitas vezes opta por não cumprir os protocolos, preferindo a facilidade ou comodidade.
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Carga horária (plantão de 12 horas) no mesmo posto que não possui dinâmica, levando o colaborador a acreditar que sempre estará tranquilo.
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Portas de acesso abertas.
Serviço ABC Telecom abctelecomrio.com (21) 3342-6000/(21) 96741-7284 Grupo Tel Aviv telaviv.com.br (21) 3199-0300/(21) 97279- 4395 Grupo Haganá hagana.com.br (21) 2430-1800/(21) 97279- 4395
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Manutenção | Fachadas Por Leticia Rio Branco
Fachadas,
muito além da beleza Manutenção periódica e material adequado evitam acidentes e prejuízos Você já deve ter “paquerado” uma fachada bonita, né? Seja de prédio residencial, seja comercial, parar para admirar uma fachada bem cuidada é comum nos grandes centros. Agora, você sabe da relevância da manutenção dessa parte do prédio? Sim, a manutenção é extremamente importante e vai muito além da parte estética. Afinal, uma fachada com problemas pode causar acidentes se atingir quem passa pelo local, além de prejuízo para os condôminos. E o que fazer para cuidar bem de uma
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fachada com mármore e pastilha? É isso que você vai aprender a partir de agora. Vinícius Carvalho Nogueira, diretor da Tecnoforma Serviços, especializada em projetos e reformas, afirma que tudo começa com a atenção rotineira do síndico. Para ele, é por meio das inspeções que se observa se há fissuras no rejuntamento, que facilitam a penetração da água, causando infiltração. E tem mais: “É necessário verificar possíveis estufamentos do material, das pastilhas ou das pedras causados pelo desprendi-
A síndica Tania Leite Isidoro Lopes diz que a obra que fez com a Stanley Engenharia acabou antes do prazo previsto: “O supervisor estava sempre pronto a atender qualquer demanda, tanto dos moradores quanto de minha parte”
mento da argamassa colante, e agendar, pelo menos uma vez ao ano, a execução de testes de percussão na fachada e nas empenas do prédio, a fim de identificar os locais com problemas de descolamento e desplacamento de pastilhas, pedras ou emboço”, reforça. Para Mauro Argento, engenheiro da Sabra Construções e Reformas, é natural que as fachadas devam ser reparadas com a frequência exata, principalmente pelo fato de estarem expostas às condições do tempo. “É uma área que pega chuva, sol, vento, maresia. Por isso a manutenção deve ocorrer quando aparecerem as manifestações patológicas, que podem ser infiltrações, trincas, descascamentos, bolhas e descoloramentos. Isso tudo pode ocasionar o descolamento das pastilhas, bem como fissuras, infiltrações, quedas de reboco, comprometimento da ferragem das estruturas por ficarem aparentes. Caso isso ocorra,
o síndico deve acionar uma equipe de manutenção especializada e, claro, executar vistorias periódicas”, afirma. Stanley Barbosa, presidente da Stanley Engenharia, também alerta que a manutenção das fachadas é um assunto que deve ser levado a sério. “Infelizmente, a maioria dos síndicos só faz obra quando alguns revestimentos da fachada já soltaram ou estão na iminência de cair ou estão causando infiltração em alguns apartamentos. Se todos os gestores de condomínios lessem a Norma da ABNT 5.674, mudariam sua filosofia e, como são formadores de opinião nos condomínios, conscientizariam os demais condôminos sobre a importância de fazer a manutenção preventiva”, alerta. A síndica profissional Tania Leite Isidoro Lopes, do Edifício Palazzo Olinda, na zona sul carioca, diz que a atualização faz parte de sua rotina. “Todos os síndicos deveriam ler, entre outras normas
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Manutenção | Fachadas
da ABNT NBR, a ABNT NBR 5.674, específica para gestores de condomínios, que orienta a fazer a manutenção preventiva. Tenho seguido à risca, principalmente os serviços em fachadas de prédios, porque a queda de um revestimento pode causar um acidente sem precedentes, independentemente de o síndico responder cível e criminalmente. Como sugestão, não espere o revestimento cair para fazer a manutenção corretiva. A obra sai mais cara, causa infiltrações e o prédio fica desvalorizado”, ensina ela, que fez uma obra de manutenção de fachada no condomínio, de 64 unidades, 160 moradores e bloco único, com a equipe da Stanley Engenharia. “Foi uma obra muito tranquila. Acabou antes do prazo previsto, superando nossas expectativas. Só temos elogios à equipe. O supervisor vinha praticamente todos os dias e tínhamos visita do engenheiro regularmente. Sem
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Especialistas indicam a manutenção preventiva para evitar possíveis problemas, como revestimentos da fachada soltos ou na iminência de cair ou que estejam causando infiltração nas unidades
contar que o supervisor estava sempre pronto a nos ouvir e atender qualquer demanda, tanto dos moradores quanto de minha parte.” Vinícius Carvalho Nogueira, da Tecnoforma, completa que o rebentamen-
to da fachada tem como finalidade a proteção da superfície contra a ação do tempo, que causa a deterioração da edificação e infiltração nos apartamentos. “É fundamental, para uma boa durabilidade e aderência, o preparo adequado
do emboço para o revestimento a ser assentado naquele local. Deve-se observar o tipo de argamassa escolhida para o assentamento das pastilhas ou pedras na fachada, pois há argamassa colante específica para cada tipo de serviço, bem como o tipo de espaçamento a ser utilizado e o de rejuntamento”, observa ele, acrescentando que algumas ferramentas devem ser adequadas para a execução do serviço. “O uso de desempenadeira dentada serve para regular a altura correta da argamassa, que deverá ser preparada na proporção adequada, conforme especificações do fabricante. Caso não sejam respeitadas essas exigências, possivelmente haverá a diminuição da durabilidade e a perda da aderência. Fatos que, não raro, levam ao descolamento dos revestimentos e a fissuras”, explica. A falta de manutenção é, portanto, algo muito sério. Segundo Stanley Barbosa, da Stanley Engenharia, a tendência é ter infiltrações nos apartamentos e, principalmente, o revestimento se soltar. “Em casos mais graves, essas infiltrações podem atingir a armadura de aço do concreto armado, dando início a seu processo de oxidação, o que faz com que ele aumente de volume. Essa expansão age na cobertura, de modo que ela é expelida junto com o revestimento, podendo atingir um pedestre. Além disso, obras de recuperação estrutural são emergenciais e de custo muito alto”, ressalta.
Dica para os síndicos: o estufamento do revestimento da fachada, causado pelo desprendimento da argamassa colante, deve ser observado para evitar o descolamento e desplacamento de pastilhas, pedras ou emboço
Vinícius Carvalho complementa: “A falta de manutenção poderá causar o desplacamento total de um pedaço de pedra, pastilha ou até mesmo a soltura de um emboço grudado com pastilha e argamassa, o que pode causar graves acidentes e danos, com a responsabilidade civil atribuída ao condomínio, que responderá por possíveis prejuízos de bens materiais e pelas consequências danosas à vida, o bem mais precioso que temos”, alerta.
Como fazer a restauração de pastilhas em fachadas de prédios Uma das principais dúvidas dos síndicos é como a restauração de pastilhas em fachadas de prédios deve ser feita. Stanley Barbosa diz que, depois da per-
cussão e do hidrojateamento, deve-se analisar a quantidade de pastilhas que caíram. “Se foram poucas, colocam-se novas pastilhas nesses locais, fazendo o rejuntamento delas. Caso tenha caído uma grande quantidade, em razão da diferença de tonalidade entre as pastilhas novas e as existentes, que já mudaram de cor por causa da incidência de chuva e sol, a melhor solução para o prédio não ficar com várias pastilhas diferentes é pintá-las depois de prepará-las. Essa preparação é importantíssima para não acontecer o descascamento da tinta. A vantagem das pastilhas pintadas é que elas ficam muito bonitas e, assim, a fachada continua bonita e impermeabilizada”, avalia. Já quando o problema são as fachadas revestidas com pedras em que a argamassa não tem mais aderência, deve-se optar pela fixação das pedras por meio de parafusos com profundidade de ancoragem de, pelo menos, 75 mm e espaçamento das bordas de 5 cm. “Os furos poderão ser fechados com uma massa plástica flexível com cor próxima à da pedra, para fins estéticos e de proteção contra infiltração”, detalha Stanley. Sobre a manutenção predial dos mármores nas fachadas, Stanley afirma que a primeira etapa do serviço é a percussão. “Com ela, podemos identificar as pedras soltas ou na iminência de se soltarem. Caso haja armadura de aço exposta, temos que fazer o tratamento desse aço. Outro serviço recomendado
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Manutenção | Fachadas
é o aparafusamento das pedras com parafuso de aço inox e chumbador químico. Apesar de não constar de nenhuma norma da ABNT, é uma prática que as empresas usam para fixar o granito/ mármore na argamassa. Essa técnica é utilizada normalmente no último andar pelo fato de ser o local em que o prédio mais sofre com trepidação, dilatação, retração etc. e, às vezes, em algumas pedras muito grandes. Em seguida, faz-se o hidrojateamento para limpar toda a superfície da fachada e executar o lixamento mecanizado das pedras. Depois dessa etapa, aplica-se o rejuntamento nas juntas e nos poros abertos das pedras e, para finalizar, usa-se cera ou hidrofugante em toda a fachada”, explica ele, adicionando que, quando os mármores estão com mais de 20% de comprometimento, é importante fazer o retrofit, ou seja, utilizar o inserto metálico.
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Outro ponto que deve ser levado em consideração é que os materiais que apresentarem degradação devem ser substituídos sem demora. “Porém, antes, deve ser feito um trabalho de limpeza e preparação da fachada com produtos para uso externo que garantam a durabilidade das pastilhas e ou tinta/texturas aplicadas. Nossa empresa, por exemplo, trabalha somente com as melhores marcas de material para uso em fachadas de edifícios, visando garantir a durabilidade e confiabilidade de nosso trabalho”, adiciona Mauro Argento, engenheiro da Sabra Construções e Reformas. Por isso, a importância de escolher uma empresa idônea. A síndica Tania conta que fez uma concorrência para escolher sua empresa fornecedora. Ela diz que avaliou a qualificação da empresa pela capacidade técnica; equipamentos necessários ao desenvolvimento dos
serviços; experiência, incluindo visita de serviços em andamento e/ou concluídos, além do acervo técnico do profissional no CREA; referências de outros clientes; proposta técnica apresentada; habilitação jurídica, regularidade fiscal e idoneidade; visita à sede da empresa; prazo para a execução, preço e condições de pagamento; e cronograma físico-financeiro com base no contrato. “A Stanley Engenharia preencheu todos os requisitos com louvor”, relata.
Serviço Stanley Engenharia stanleyengenharia.com.br (21) 2432-1700/98490-3950 Tecnoforma Serviços tecnoformaserv.com (21) 2569-1326 /98848-0198 Sabra Construções e Reformas sabraconstrucoes.com.br (21) 99998-0864
| Estatísticas
Imóveis ofertados Rio de Janeiro Casa 14,6%
VENDA Tipo de Imóvel
Apartamento
1 Qt.
2 Qts.
3 Qts.
4 Qts.
TOTAL
%
10.253
45.244
39.516
14.960
109.973
73,7
Casa
325
4.721
7.938
8.871
21.855
14,6
Cobertura
98
2.176
6.937
4.898
14.109
9,5
Quitinete
1.860
***
***
***
1.860
1,2%
Flat TOTAL
857
565
***
***
1.422
1%
13.393
52.706
54.391
28.729
149.219
100%
LOCAÇÃO
Tipo de Imóvel
1 Qt.
2 Qts.
3 Qts.
4 Qts.
TOTAL
%
2.888
5.946
3.131
939
12.904
80,8
410
719
356
245
1.730
10,8
Cobertura
10
124
248
160
542
3,4
Quitinete
553
***
***
***
553
3,5
Flat
127
112
***
***
239
1,5
3.988
6.901
3.735
1.344
15.968
100%
Apartamento Casa
TOTAL
Cobertura 9,5% Quitinete 1,2% Flat 1% Apartamento 73,7%
Casa 10,8% Cobertura 3,4% Quitinete 3,5% Flat 1,5%
Apartamento 80,8%
Fonte: Centro de Pesquisa e Análise da Informação do Secovi Rio.
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| Condomínio Por Leticia Rio Branco
Reservatórios de água precisam estar limpos Seguir a lei e manter a higienização em dia evita proliferação de insetos e garante a saúde de todos Em tempos de crise hídrica, muito tem se falado da escassez de água e meios para evitar seu desperdício. E por conta desse momento pelo qual estamos passando, muitos síndicos têm aproveitado para deixar para depois a limpeza dos reservatórios de água do condomínio. Portanto, essa decisão pode colocar em risco a qualidade da água oferecida aos condôminos, aju-
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dar na proliferação de pragas e vetores e ainda negligenciar a Lei nº 1.893, de 20/11/1991, que estabelece a obrigatoriedade da limpeza e higienização dos reservatórios de água para fins de manutenção dos padrões de potabilidade, o que inclui, ainda, a desratização e dedetização das respectivas instalações, periodicamente, a cada seis meses. Carlos Leonardo Vasconcellos de-
O síndico profissional Guilherme Guerreiro diz que mantém em dia a limpeza do reservatório de água dos condomínios que administra: “Nos tradicionais, temos a escovação das paredes e a limpeza; e quando temos o revestimento de PVC, o processo de limpeza é feito de maneira mais cuidadosa, com a inclusão de desinfecção e limpeza com pano.”
Souza, gerente comercial da Bonanza Soluções Ambientais, confirma que muitos síndicos não seguem as exigências da lei. “Infelizmente, muitos acham que não se trata de manutenção periódica semestral. Já tivemos casos de síndicos que somente realizaram o serviço porque a água apresentou mau cheiro, enquanto outros só o fazem uma vez por ano. Isso é inadmissível, pois estamos falando de saúde ambiental e humana. Ao manter os reservatórios limpos, são evitadas várias doenças, desde simples disenterias e diarreias a graves meningite e hepatite”, afirma ele, destacando que as empresas devem sinalizar sobre o vencimento do serviço de limpeza com 30 dias de antecedência. “É necessário passar para o síndico que a limpeza é ligada à saúde de todos os que estão usando aquela água, inclusive ele e sua família. E ele pode ser considerado responsável, caso haja intoxicação”, pontua. Por isso, a higienização da caixa-d’água e da cisterna é essencial para manter a saúde de todos os moradores resguardada. “Todos os síndicos devem estar atentos a isso, pois o fato é que nossa água já não tem boa qualidade. Logo, os reservatórios devem
estar sempre prontos para recebê-la e armazená-la da forma correta. Por isso, a caixa deve estar sempre limpa e clorada, para evitar o acúmulo de bactérias em suas paredes, bem como no fundo”, alerta Carlos Leonardo, da Bonanza Soluções Ambientais. O síndico profissional Guilherme Guerreiro vai na contramão dos síndicos que não priorizam a limpeza do reservatório de água dos condomínios que administra e diz seguir todas as normas da lei. Segundo ele, duas técnicas são usadas normalmente e que variam de acordo com o tipo de revestimento apresentado por cada reservatório: “Nos tradicionais, temos a escovação das paredes e a limpeza; e quando temos revestimento de PVC, o processo da limpeza é feito de maneira mais cuidadosa, com a inclusão de desinfecção e limpeza com pano”, diz. Carlos Leonardo Vasconcellos de Souza, da Bonanza Soluções Ambientais, revela que muitos condomínios têm experimentado o que há de mais novo na limpeza de reservatórios: a utilização de jatos de pressão na parede. “Trata-se de uma excelente tecnologia, mas ela deve ser feita com a pressão dosada para evitar danos ao JAN_FEV_MAR 2022
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| Atualidade
Os síndicos devem limpar os reservatórios de água a cada seis meses, de acordo com a Lei nº 1.893, de 20/11/1991, para fins de manutenção dos padrões de potabilidade
revestimento dos reservatórios. O local deve ser analisado antes da realização do serviço, e caso o método não seja indicado, deve-se voltar no tempo da vassoura de cerdas de nylon, evitando, assim, um prejuízo maior ”, ensina ele, acrescentando que os relatórios fotográficos, que mostram o antes e o depois da limpeza, devem ser usados para registrar a conservação dos reservatórios. “É uma forma de avaliar se a caixa em questão está precisando de um novo revestimento, por exemplo, para que vazamentos e infiltrações não ocorram, o que pode causar danos ao condomínio, atingindo a saúde de todos”, completa.
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Outro ponto que deve ser levado em consideração é avisar aos moradores que a caixa-d’água e cisterna serão limpas. Isso impede que o condômino use a água que está saindo da caixa, já que pode conter sujeira ou até mesmo cloro. “Além de notificar os moradores por conta da possível falta de água, a própria empresa deve informar sobre o serviço para que se evitem a abertura de torneiras e chuveiros e o acionamento de descargas, para evitar a entrada de ar na tubulação dos apartamentos”, explica o gerente da Bonanza, que reforça que os condôminos devem deixar, após a limpeza, que a água corra por alguns minutos. “Além de
não estar apropriadamente clorada, essa água que fica na tubulação pode estar com impurezas em razão da limpeza e causar danos e infecções no organismo. Por isso, o ideal é deixar que ela corra por alguns minutos, para que os resíduos possam ser eliminados”, orienta. Já o síndico Guilherme Guerreiro afirma que, apesar de alguns moradores tomarem essa atitude de maneira informal, dependendo do tipo de reservatório, a secagem da limpeza é feita pelo próprio dreno. “Assim, detritos e sujidades são retirados, acumulados pelo arrasto do fim de caixa, sem a necessidade desse escoamento feito pelo morador em sua unidade”, observa. E, depois da limpeza, o que fazer com a água que fica com aquele cheiro de cloro? De acordo com o especialista da Bonanza, trata-se de algo normal, e a água não deve ser descartada. “Isso vai depender do tipo de reservatório e da quantidade de cloro colocada na água. Porém, se o odor estiver muito forte, de modo que se perceba uma ardência nos olhos, é aconselhável não ingerir essa água”, indica ele, alertando: “A empresa que realiza a limpeza deve usar a medida certa de cloro na água para não haver excessos, que também podem causar danos à saúde”, finaliza. Serviço Bonanza Soluções Ambientais bonanzasolucoes.com.br (21) 3521-7001/96424-2123
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| Jurisprudências
Para-raios 0031741-98.2015.8.19.0205. Apelação. Des(a). Murilo André Kieling Cardona Pereira – julgamento: 24/1/2018 – 23a Câmara Cível. Recurso de apelação. Relação jurídica de consumo. Ação de indenização por danos materiais e morais. Alegação de descarga elétrica (queda de raio) na residência do autor. Queima de modem de TV por assinatura e televisão. Documentos juntados pelo autor considerados hábeis à comprovação do alegado. Sentença de procedência. Ressarcimento do valor de televisão nova. Dano moral fixado em R$ 2.000,00. Sentença que se reforma. 1. A controvérsia que nutre a demanda está afeta aos alegados danos causados aos equipamentos do autor (modem e televisão), em razão de des-
carga de energia elétrica (raio) que caiu em sua residência. 2. O cidadão consumidor jurisdicionado afirma que na data de 15/2/2015 caiu um raio na sua residência, queimando somente o modem da segunda ré (Net Rio) e sua única televisão, sublinhando que, no mesmo dia, manteve contato com a segunda ré, e no dia 17/2/2015, os técnicos desta compareceram à residência do autor e realizaram a a troca do modem, ocasião em que informaram que nada poderiam fazer em relação à televisão. 3. Asseverou que, ao tentar realizar o conserto do produto, foi-lhe informado pelo profissional que não teria conserto, sendo anexado aos autos laudo técnico e do orçamento atual da televisão. 4. Em audiência de conciliação, fl. 171 (indexador 000171), instadas as partes em
provas, a parte autora se manifesta pela dicção de “sem mais provas a produzir”. 5. Decisão saneadora lançada à fl. 178 (indexador 000178), dando o feito por saneado e determinando a remessa dos autos ao Grupo de Sentença. 6. A ilustrada magistrada sentenciante julgou procedente a presente ação, partindo da premissa de que: “No que tange à primeira ré, é de sua responsabilidade a prestação do serviço de energia elétrica sem oscilações que possam gerar a queima de eletrodomésticos. Embora alegue que o autor não comprovou o nexo, verifica-se que há uma nota sucinta informando, por uma assistência técnica, que teria (sic) sido o dano causado por raio, além de ter havido a troca do modem por igual motivo, comprovado pelo autor o nexo causal.” Para concluir:
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“No que tange à alegação de exclusão do nexo causal fortuito, não foi caracterizada, uma vez que o raio, apesar de fenômeno da natureza, possui ligação direta com a atividade prestada pela primeira ré, além de ser possível a ré evitar o ocorrido com a instalação de para-raios, o que não ocorreu, configurando o ato ilícito e o dever de indenizar.” 7. Revisitando os elementos granjeados, entendemos por não alinharmos perfilhamento ao entendimento esposado pela ilustrada magistrada sentenciante, pelas características do caso concreto. 8. A exordial não lança uma tinta sequer acerca da oscilação de energia elétrica, não narrando, inclusive, sobre interrupção do fornecimento de energia elétrica, cingindo-se, tão somente, em asseverar “que no dia 15/2/2015, caiu um raio na sua residência que queimou somente o modem da segunda ré e sua única televisão”. 9. O autor assevera que a segunda ré (Net) trocou o equipamento (modem) por este estar queimado em razão da descarga elétrica que caiu em sua residência, porém, verifica-se no formulário de atendimento promovido por esta ré, fl. 19 (indexador 000012), que não há nenhuma menção acerca de queima do equipamento em razão de queda de raio, senão a asseveração por parte do assinante, autor na presente demanda. 10. O documento a que faz menção a ilustrada magistrada sentenciante como sendo “uma nota sucinta
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| Jurisprudências
informando, por uma assistência técnica, que teria (sic) sido o dano causado por raio (...)” merece observações relevantes. 11. O mencionado documento juntado à fl. 17 (indexador 000012) data de 20/2/2015 e nele é transcrito o seguinte: “Def. Reclamado: Parado (raio).” Denota-se, portanto, que foi o autor quem informou a causa do defeito (queda de raio) e não como informado pelo autor e engabelado judicialmente, com salientado na sentença, de que “uma assistência técnica, que teria (sic) sido o dano causado por raio (...)”. 12. Registre, por oportuno, que a sentença não fez nenhuma menção ao documento de fl. 18 (indexador 000012), da mesma assistência técnica, denominado pelo autor como laudo técnico, no qual se encontra transcrito o seguinte: “placa da fonte TV Philips 29F19467/78 totalmente queimada não tendo condições de recuperação.” 13. Ora, o documento mencionado acima está datado de
22/5/2014, ou seja, nove meses antes do evento narrado pelo autor, o qual assevera na exordial que o defeito em sua televisão se deu em 15/2/2015, em razão de queda de raio em sua residência. 14. Verifica-se nos autos, portanto, que não há prova efetiva do alegado. A propósito, a afirmação de que o defeito se dera em virtude de queda de raio, isto é, descarga elétrica determinada pela natureza, não guarda nenhuma compatibilidade com os documentos trazidos pelo interessado. 15. Veja-se que aquele que atestou a imprestabilidade do eletrodoméstico “TV Philips” é datado em tempo bastante anterior ao advento da natureza, a dissipar-lhe a credibilidade. 16. Não bastasse, o raio se traduz como um fato jurídico natural ordinário, a ensejar motivo de força maior, observada a impossibilidade de objetar-lhe os efeitos, salvo quando incidir sobre grandes redes ou centrais de distribuição, e não em residências isoladas. 17. Vivemos o tempo da deserdação de dois filhos da responsabilidade civil: a culpa e seu irmão, o nexo causal. O dano, por sua vez, exaltado e conquistador de todos os benefícios da objetividade, reina absoluto no território do esquecimento das causalidades. Ultimamente, traja-se da vestimenta da in re ipsa, de modo a autorizar-lhe ingresso e permanência em qualquer espécie de pretensão consumerista. 18. Recurso conhecido e dado provimento.
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| Condomínio Por Isabela Masi
E-commerce a maneira mais rápida de comprar e organizar o estoque do condomínio
Empresas de material de limpeza e produtos para jardim e horta se unem e lançam o Compras GR Você sabe o que é e-commerce? Em inglês é a abreviação de electronic commerce, que em português significa “comércio eletrônico”. Na prática, é uma loja virtual que funciona como um canal de vendas on-line para as empresas. As transações de compra e venda e as transações financeiras são feitas pela internet. O e-commerce surgiu nos Estados Unidos, em 1994, e no Brasil, nos anos 2000, e vem crescendo a cada ano. Com a pandemia, as compras on-line aumentaram ainda mais e, para as empresas, esse modelo passou a ser uma das mais importantes formas de receita. De acordo com a plataforma de dados BigDataCorp, em 2021, o Brasil atingiu a marca de 1,6 milhão de lojas on-line, um número 22,05% 50
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maior do que o de 2020. Nos últimos cinco anos, o aumento foi de 191,6%. Conectadas com essas transformações, as empresas GR Higiene e Limpeza, especializada em produtos de limpeza, e a GR Agrária, dedicada a vender produtos para horticultura, se uniram e lançaram o Compra GR, um site que oferece produtos das respectivas categorias de uma forma muito prática, com preços acessíveis e uma série de vantagens especiais para os clientes da Cipa, afirma a gerente de Marketing da empresa, Renata Ribeiro. Além disso, as compras podem ser planejadas, o que ajuda na organização do condomínio para que não falte nenhum produto para a limpeza, nem para o jardim. Edna Sávio é síndica de um condomínio na zona oeste desde 2019. São
dois blocos com 244 unidades. O espaço é grande, com áreas de lazer, garagem, piscina, além de um jardim enorme. Para ter tudo em ordem, Edna tem contrato com duas empresas, uma de produtos de limpeza e outra que fornece tudo de que ela precisa para o jardim. Para Edna, o importante é criar uma relação de confiança e parceria com os fornecedores. “Sou muito exigente. Gosto de tudo limpo e cheiroso. Para isso me organizo, e meu estoque é todo informatizado. Assim, consigo saber o que tenho para não faltar nada para meus funcionários. Também invisto em material de qualidade. Muitas vezes, escolher apenas pelo valor pode ser prejuízo, porque se gasta mais e o resultado não é o esperado. Acredito que produtos de excelência ajudam a dar boas condições para quem trabalha e quem vive no condomínio.” De acordo com Edna, é necessário fazer as compras em dia, ter um bom fornecedor e controlar o consumo. “Todo mês, faço o fechamento, conto o material que tenho, o número de itens e vejo o que pode faltar. Administrar um condomínio já é complicado, são muitas funções em uma só, se colocar mais burocracia em coisas que não têm necessidade, a gente não consegue trabalhar. Tem que fazer as coisas da maneira mais simplificada possível. O ponto mais importante é a organização, afinal, é muita responsabilidade com o dinheiro de todos.”
Edna Sávio: um jardim bonito e as áreas comuns limpas e cheirosas são cartões de visita do condomínio e valorizam o imóvel
Para Renata, gerente de Marketing da GR Higiene e Limpeza, a forma de venda on-line é essencial nos dias de hoje. “Na correria do dia a dia, a organização das compras é crucial para que haja economia de tempo e dinheiro e se evitem imprevistos como a falta de um item, por exemplo. Também é importante identificar o produto ideal para
a limpeza de cada área, a necessidade de cada planta e a correta aplicação do adubo ou substrato.” Mas na hora de escolher uma empresa, todo cuidado é pouco. Em tempos de internet, em que ouvimos falar de tantos golpes, é importante ter uma referência sobre o local onde você vai fazer suas compras. “Um anúncio em uma revista especializada, a indicação de um conhecido e consultas em sites específicos podem ajudar na hora da escolha. O Compra GR é um parceiro Cipa e tem como um de seus objetivos estreitar o relacionamento com os condomínios administrados por essa conceituada instituição”, explica Renata. A síndica Edna acredita que as áreas comuns do condomínio e o jardim são o cartão de visita do prédio e precisam estar sempre limpos e cheirosos. Ela investiu até na compra de um aroma específico para o hall de entrada e os elevadores de cada bloco. “Passou a ser o ‘cheirinho do condomínio’. Todo mundo pergunta qual é a fragrância, onde compra, até outros síndicos de prédios próximos também perguntam. Então o custo-benefício vale muito a pena.” Outro ponto importante para Edna são os benefícios dessas parcerias com as empresas fornecedoras. “Quando você precisa de um produto – porque acabou ou houve alguma emergência –, as empresas estão sempre prontas para
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me socorrer. Eu sou uma pessoa muito fiel e gosto dessa troca.” Para a gerente de Marketing da GR Higiene e Limpeza, “um bom fornecedor deve atender a quesitos básicos como transparência nas negociações, preços acessíveis, cumprimento do prazo de entrega. Nessa relação todos saem ganhando”. E essa confiança os clientes vão adquirindo por meio de boas experiências que vão tendo com as empresas. “Por meio da parceria nas compras em nosso e-commerce (www.compragr.com.br) oferecemos praticidade de compra, frete grátis, descontos especiais e premiações. Com esse comprometimento, a probabilidade de recompra e de indicação é potencializada”, afirma a gerente de Marketing da GR Higiene e Limpeza. A GR Higiene e Limpeza está no mercado há mais de 40 anos oferecendo produtos de limpeza de qualidade e acessíveis a todos os públicos. Detentora das marcas Barra, BioBrilho, Astra, Barra Faísca, Pelouche e Bica, possui mais de 50 produtos em seu portfólio. Os produtos da GR Higiene e Limpeza têm boa performance, e a correta aplicação tanto na superfície quanto no modo de uso rende uma limpeza eficiente e econômica, pois evita desperdício de produto. Já a GR Agrária deu início às suas atividades em 2013, ao unir a neces-
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| Condomínio
sidade de contribuir com o meio ambiente pelo recebimento dos resíduos florestais, urbanísticos, pecuários e alimentares e transformando-os em produtos orgânicos direcionados para a horticultura. Os produtos são formulados para a manutenção dos nutrientes da terra, o que melhora a qualidade de vida das plantas de jardins, vasos, hortas e agricultura. O cuidado com o jardim deve ser ainda maior para que as plantas fiquem sempre saudáveis e vistosas. “A GR Agrária ainda possui em seu portfólio produtos orgânicos que cumprem sua função com excelência”,
afirma Guilherme de Sá, agrônomo da GR Agrária. “Na hora de escolher um produto, devemos pensar o que compraríamos para nossa casa, já que, na minha opinião, o condomínio é a extensão de nosso lar. Além da beleza, um jardim arrumado e saudável e uma limpeza bem-feita deixa o ambiente com uma energia melhor, fazendo com que todos os moradores vivam mais felizes”, conclui Edna. Serviço Compra GR www.compragr.com.br (21) 2765-9550, ramal 261/98889-3705
| Notas Mercado imobiliário residencial do Rio: veja os dados de dezembro de 2021 O Secovi Rio divulgou o relatório sobre o cenário imobiliário residencial no Rio de Janeiro, com dados de dezembro de 2020 a dezembro de 2021. Venda residencial O valor do metro quadrado residencial ofertado para venda em dezembro 2021 foi de R$ 9.203 contra R$ 8.660 registrados no mesmo período de 2020. A região que apresentou o maior crescimento no valor do metro quadrado para venda foi Barra e adjacências, com variação de 1,16%. Locação residencial O valor do metro quadrado residencial ofertado para locação chegou a R$ 29,88 em dezembro de 2021.
A região que apresentou o maior desempenho foi Barra e adjacências, com 4,66% de variação no mês.
*** Valor do aluguel comercial sobe 2,6% em 2021, a maior alta desde 2013 O valor médio do aluguel de salas e conjuntos comerciais subiu 2,62% no ano de 2021, de acordo com o Índice FipeZap Comercial, apurado a partir do levantamento realizado em dez cidades brasileiras. O percentual representa o maior avanço do índice desde 2013, quando a alta de preços foi de 5,13%. Apesar da alta, porém, o avanço foi inferior à inflação apurada pelo IPCA (+10,06%) e pelo IGP-M (+17,78%) no ano. As maiores altas no ano do aluguel comercial foram vistas em Curitiba (+8,68%), São Paulo (+3,78%), Brasília (+3,14%), Campinas (+2,99%), Porto
Alegre (+1,75%), Niterói (+1,62%), Rio de Janeiro (+1%) e Belo Horizonte (+0,69%). Na outra ponta, o preço diminuiu em Salvador (-1,23%) e Florianópolis (-0,13%). Com relação ao preço de venda do segmento comercial, a média ficou praticamente estável (-0,03%) no ano de 2021, após seis anos consecutivos de queda. Em termos de cidades, Curitiba (+6,30%), Brasília (+4,98%), Campinas (+3,27%) e São Paulo (+1,38%) foram as que registraram maior aumento de preço médio de venda do segmento no ano passado. Por outro lado, o metro quadrado ficou mais barato em Florianópolis (-3,42%), Porto Alegre (-2,89%), Rio de Janeiro (-2,65%), Belo Horizonte (-2,53%), Salvador (-2,44%), e Niterói (-1,41%). Fonte: Valor Investe.
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| Cipa Solidária
Tampinhas solidárias, condomínios solidários! Para uma vida mais sustentável, a Cipa se engaja permanentemente em campanhas que visem à preservação da natureza. Uma dessas ações é a campanha das tampinhas plásticas. O material é coletado e trocado por cadeiras de rodas, mantimentos, direcionado a Organizações Não Governamentais (ONGs) protetoras de animais ou ainda revertido em outros benefícios para a população carente. Todas as tampinhas de plástico são importantes: de refrigerante, sucos,
produtos de limpeza, pastas de dente, xampus, caixas de leite, amaciantes etc. Se seu condomínio ainda não aderiu a essa campanha permanente adquirindo um coletor para acondicionar as tampinhas, a hora é agora! Clientes da Cipa podem solicitar a seu assessor a compra do coletor e dar início à coleta em seus condomínios. Quando os coletores estão cheios, o síndico aciona a Cipa, que recolhe o material e o leva até o destino final – sem nenhum ônus para seu condomínio.
A campanha de Natal foi um sucesso! A Cipa encerrou a campanha de Natal no dia 10 de dezembro e o resultado final nos deixou muito felizes, pois vários condomínios aderiram ao movimento de ajudar o próximo. Vamos continuar a desenvolver, participar, incentivar e facilitar diversas ações solidárias. Contamos com vocês para perseverar na ajuda ao próximo! A Cipa agradece a todos pela dedicação e solidariedade. Que, juntos, possamos ajudar muito mais aqueles que necessitam! Juntos somos mais fortes.
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As doações do Natal 2021 conseguiram montar 110 cestas básicas! Arrecadamos cerca de: 200 kg de arroz; 150 kg de macarrão; 120 kg de feijão; 20 L de óleo; 10 kg de sal; 110 kg de farinha (mandioca e trigo); 140 kg de açúcar.
As instituições atendidas foram: Casa do Papai Noel Rua Isidro de Figueiredo, 17/02, Maracanã. Sodalício da Sacra Família Rua Alzira Brandão, 281, Tijuca. Associação São Martinho Rua Riachuelo, 7, Centro. Instituto Maria de Lourdes Estrada Cento e Onze, s/n, Vale das Pedrinhas, Guapimirim.
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| Legislação Por Gabriel Saad, advogado da Saad Advogados Associados
Consumo de drogas ilícitas em condomínios. O que fazer? Primeiramente, é importante observar que o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas (Sisnad) é regulamentado por lei específica, a Lei 11.343, de 23 de agosto de 2006. A referida lei, em substituição à legislação penal anterior, de 1976, trouxe uma grande modificação quanto ao tratamento e à responsabilidade do usuário de drogas. O que muitos não sabem é que, diferentemente do que é dito e falado, o consumo pessoal de drogas não deixou de ser crime, estando ainda previsto no artigo 28 da Lei 11.343/2006 e classificado como crime. A grande diferença da legislação anterior e que leva, erroneamente, a muitos acharem que ocorreu a descriminalização do uso pessoal de drogas consiste na modificação das penalidades ao referido crime. Na legislação passada, o usuário de drogas incorria na mesma tipificação penal do “traficante”, sujeito a uma pena-base de reclusão de 3 a 15 anos. Atualmente, contudo, a lei faz a distinção de quem adquire, guarda, tem em depósito ou transporta consigo, para consumo pessoal, drogas ilícitas, e, embora seja crime, não mais sujeita o agente à pena privativa de liberdade, mas sim à: 1) advertência sobre os efeitos das drogas; 2) prestação de serviços à comunidade; 3) medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo. O falecido jurista e professor Luiz Flavio Gomes, professor doutor em Di58
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reito Penal pela Universidade de Madri e mestre em Direito Penal pela Universidade de São Paulo (USP), entendia que: “A posse de droga para consumo pessoal, do ponto de vista formal, transformou-se (com a nova lei de drogas, Lei 11.343/2006) numa infração penal sui generis (art. 28), que não comina pena de prisão. Para o Supremo Tribunal Federal (STF), trata-se de um crime punido com penas alternativas (STF, RE 430.105-RJ, rel. Min. Sepúlveda Pertence).” Dessa forma, o ponto de partida para adotar qualquer medida com relação ao “uso de drogas ilícitas” por alguns condôminos é saber que tal ato configura um crime, sendo certo que somente o Poder Judiciário pode condenar um cidadão pela prática de crime. Considerando tal situação no âmbito da relação civil do direito condominial e de vizinhança, o morador acusado do uso de drogas não pode ser punido pelo condomínio estritamente relacionado com esse fato, pois, repita-se, por se tratar de crime, a penalidade pela sua prática é dever do Estado. Assim, aplicar qualquer penalidade ou mesmo advertência em que se mencione aquisição, uso, guarda, cultivo de plantas ou qualquer outro ato vinculado aos tipos penais previstos na Lei 11.343/2006 pode gerar um revés ao condomínio e a seu representante, na medida em que configura acusação de crime, que, na hipótese de não haver plena comprovação material do fato, pode, inclusive, ensejar a alegação, pelo
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condômino, da prática do crime de calúnia, que consiste na imputação falsa de fato definido como crime. Dessa forma, caso existam denúncias da prática de crime com mínimas comprovações de sua veracidade, o mais prudente é a comunicação à autoridade policial de tal fato, que tanto pode ser feita pelo síndico como por qualquer condômino ou pessoa que saiba ou tenha presenciado o fato, ainda que não possua nenhuma relação direta ou indireta com o condomínio. Por outro lado, “fechar os olhos” para tais acusações por se tratarem de crimes e, portanto, de dever do Estado, não configura medida recomendável, pois, dependendo da veracidade das acusações e do volume de drogas ilícitas, o poder Judiciário pode desclassificar a tipificação penal do consumo pessoal e até mesmo condenar determinado morador pela prática de crime de “tráfico de drogas”, previsto no artigo 33 da Lei 11.343/2006. E se for constatado que o condomínio, por meio de seus representantes legais, tinha conhecimento de tais acusações e nada fez (ou seja, não procurou a autoridade policial), dependendo dos fatos do caso concreto, seu representante pode até mesmo ser inserido como partícipe no crime imputado ao morador, em razão de sua omissão quanto aos fatos levados a seu conhecimento, que pode ser interpretada como ato que concorreu para a configuração reiterada do crime. Por outro lado, muitas vezes, a acu-
sação do uso de drogas por determinado morador ou visitante está associada a diversos outros fatos que podem ser considerados violadores aos direitos dos condôminos, previstos no artigo 1.336 do Código Civil, enquadrando-se, muitas vezes, como um condômino antissocial, destacando-se o dever de “dar às suas partes a mesma destinação que tem a edificação, e não utilizá-las de maneira prejudicial ao sossego, à salubridade e à segurança dos possuidores ou aos bons costumes”. Assim, além da comunicação do fato à autoridade policial para investigação e adoção das medidas cabíveis relacionadas com o crime, caso exista, pode o síndico aplicar advertência e penalidades, em razão da prática de atos que configurem atitudes antissociais, como mau cheiro advindo da unidade, barulhos, interações com agressividade com os vizinhos, atos de vandalismo e demais ações que possam estar ligados ou não ao uso de substâncias entorpecentes, ilícitas ou não. É importante, por fim, observar que caso decida-se por aplicar advertências ou penalidades, que não seja apontado que estão se dando em razão de uso, guarda, venda ou qualquer outra atividade relacionada com drogas ilícitas, mas, sim, por condutas antissociais que são passíveis de punição, seja por previsão na convenção, seja pela aplicação do artigo 1.336, §2º, do Código Civil, e, no caso de prática reiterada, do artigo 1.337 do mesmo diploma legal. JAN_FEV_MAR 2022
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