ASCOFERJ • Associação do Comércio Farmacêutico do Estado do Rio de Janeiro • Rua do Carmo, 9, grupo 501, Centro - Rio de Janeiro/RJ - CEP 20011-020
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Ano 26 · Edição 198 · Maio-Junho 2017
Ascoferj põe o pé na estrada Circuito pelo interior tem objetivo de aproximação e identificação de demandas. Dezessete cidades já foram visitadas
ENTREVISTA
EVENTO
CARREIRA
Marcia Rolim, da Vigilância Sanitária, fala do momento atual e dos licenciamentos
Associados da Ascoferj têm desconto para encontro farmacêutico em Portugal
“Virei gerente, e agora?” É preciso ter perfil adequado para cargo de gestão
editorial
É muito melhor prevenir do que remediar A Ascoferj, desde a sua fundação, man-
rança em diversas áreas de nossas vidas. Fazemos isso ao contra-
tém seus recursos financeiros por meio da
tar um plano de saúde ou seguros de veículo, de vida, contra aci-
contribuição facultativa dos associados numa
dentes pessoais, entre outros tantos. Entretanto, muitas vezes,
relação de benefício e serviços. Isso porque
deixamos de fazer isso por impossibilidade, descaso ou até mes-
nunca teve nenhum tipo de contribuição
mo negligência. Porém, a falta do hábito da prevenção pode tra-
obrigatória por parte das empresas ou de
zer danos irreversíveis e, como diz o ditado popular, “é muito me-
órgãos governamentais. O nosso compro-
lhor prevenir do que remediar”.
misso é de trazer o maior e melhor número
Em alguns países, esta questão já está incorporada ao conceito de vida dos cidadãos. A prevenção é parte do cotidiano, mini-
de benefícios e serviços, assim como defender os interesses dos associados.
mizando os diversos riscos e prejuízos aos quais estamos expos-
Nesta edição, estamos apresentando
tos, sejam eles de natureza física, sejam de natureza material. Creio
um balanço das atividades do último triênio
que, ao realizar o investimento de um seguro, o maior desejo do
da atual Diretoria, um relatório por meio do
segurado é de que não venha a ser necessário utilizá-lo. Mas, se
qual prestamos conta dos resultados alcan-
for preciso, ele evitará um grande dano.
çados. A vida não é só feita de vitórias, pois
Esse pressuposto deve ser o mesmo da adesão a uma entida-
em algumas batalhas podemos não sair vi-
de que representa uma categoria, tanto de profissionais quanto
toriosos. Mas nunca iremos desistir de lu-
de empresários: filiar-se e manter a mensalidade em dia para usar
tar. Disso os associados podem ter certeza.
sempre que necessário e de forma preventiva. Mas o que perce-
Na nova gestão, que se inicia neste mês
bemos é uma distorção do objetivo de algumas instituições, em
de maio, iremos continuar com o compro-
que uma maioria de entidades sindicais, associações e conselhos
misso de ser uma entidade em busca da
criou uma imagem negativa de si, órgãos que deveriam defender
excelência, com uma equipe cada vez mais
os interesses dos seus afiliados.Tornaram-se, por meio de meca-
qualificada. Traremos também novas parce-
nismos de arrecadação compulsória, verdadeiros feudos de seus
rias e inovações e geraremos conhecimen-
dirigentes, que se digladiam para manter o poder.
to para nossos associados.
Atualmente, discute-se, no Congresso Nacional, uma mudança
A entidade só se tornou conhecida na-
nas normas sindicais do País. Compreendo a importância da repre-
cionalmente devido ao cumprimento do
sentação de uma categoria perante autoridades públicas, poderes
seu papel em defesa do varejo farmacêu-
públicos, sociedade e mídia. Mas é preciso rediscutir esse modelo
tico nacional. Agradeço aos nossos asso-
que obriga o trabalhador ou a empresa a contribuir sem nenhuma
ciados, colaboradores, parceiros comer-
contrapartida. Para que haja credibilidade das instituições, é neces-
ciais e entidades coirmãs, rogando a Deus
sária uma fiscalização efetiva em órgãos meramente de fachada
que nos conceda força, coragem e sabedo-
que, na realidade, só oneram os contribuintes sem atender ao ob-
ria para enfrentar os novos e grandes desa-
jetivo de sua essência. Portanto, é necessário separar o joio do trigo.
fios que virão.
HUMBERTO TESKI
T
Todos sabemos da necessidadede se tomar medidas de segu-
Luis Carlos Marins Presidente da Ascoferj
Quer saber mais?
Mande um e-mail para marins@ascoferj.com.br
Revista da Farmácia · Maio-Junho 2017
3
carta da editora
sumário
Abrindo-se para o novo HUMBERTO TESKI
V
Você já ouviu falar em Millennials? Tra-
coleta informações sobre seus clientes, mas possivelmente ainda
ta-se da nova geração de consumidores, à
não sabe o que fazer com elas. Somam-se a isso os milhares de
frente da Geração X (Baby Boomer). A Re-
dados comportamentais que podem ser extraídos das redes sociais
vista da Farmácia foi investigar as caracte-
e serem transformados em retorno para o seu negócio, isto é, em
rísticas desse público para ajudar farmácias
vendas. Como fazer isso? O Big Data tem a resposta.
e drogarias a se preparar para atender a um
A capa foi dedicada ao Circuito Ascoferj, um projeto que con-
cliente que privilegia a compra online antes
siste em percorrer as cidades do interior do Estado do Rio de Ja-
de tudo. Os Millennials já são 1/3 da popu-
neiro. A iniciativa supre uma carência importante dos associados:
lação brasileira e, até 2025, vão represen-
a de relacionamento direto com a Diretoria. Além disso, no corpo
tar 75% da força de trabalho. Isso significa
a corpo, a equipe da entidade tem a oportunidade de apresentar
que ignorar seus hábitos de consumo pode
todos os serviços e benefícios aos quais os associados têm direito.
colocar o negócio em risco.
teressantes para o seu negócio.
tagem sobre Big Data. Certamente, você já
Boa leitura.
Subsecretária da Vigilância Sanitária do Rio de Janeiro fala sobre a nova gestão no município
capa Ascoferj pega a estrada e visita 17 municípios do interior
30 evento Associados da Ascoferj têm desconto em evento farmacêutico português
Viviane Massi
Jornalista e editora responsável viviane@massicomunicacao.com.br
FUNDADOR Ruy de Campos Marins
DESDE MAIO DE 1991
FALE COM A REDAÇÃO revistadafarmacia@ascoferj.com.br
PRESIDÊNCIA
COLABORAÇÃO
Luis Carlos Marins
Ana Paula Silva
JORNALISTA RESPONSÁVEL E EDITORA
REVISÃO
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Bimestral
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Revista da Farmácia · Maio-Junho 2017
entrevista
18
34
Enfim, o conteúdo desta edição está recheado com temas in-
Outro destaque desta edição é a repor-
4
10
(21) 99827-2867
6 7 8 15 16 24 38 41 42 46 50 52 54 56 58 60 62
agenda institucional lançamentos mais seguro panorama assuntos regulatórios tecnologia práticas corporativas carreira gestão de pessoas consultora farmacêutica atualidade marketing farmacêutico recursos humanos eu faço a diferença pequeno varejo gestão financeira
comportamento Quem são e como atrair os Millennials, jovens consumidores
Visite o site da Ascoferj Nele, você encontra os benefícios e os serviços oferecidos pela entidade, além de informações sobre cursos, palestras e eventos de sua área. Acesse: www.ascoferj.com.br
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Revista da Farmácia · Maio-Junho 2017
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agenda
institucional
Eventos e cursos do setor EDITAL DE CONVOCAÇÃO PARA ASSEMBLEIA GERAL ORDINÁRIA FCE Pharma 2017 Nos dias 23, 24 e 25 de maio, acontecerá a Exposição Internacional de Tecnologia para a
A Associação do Comércio Farmacêutico do Estado do Rio de Janeiro (Ascoferj), de acordo com o estatuto de-
Indústria Farmacêutica (FCE Pharma), em São Paulo. O espaço é ideal para contatar com-
vidamente registrado e com o artigo 51, parágrafo primeiro, convida os associados que estejam em dia com
pradores da indústria farmacêutica, estreitar relacionamento com os clientes, gerar pers-
suas contribuições associativas e que fazem parte do quadro de associados da entidade com cadastro até o
pectivas de vendas e conhecer os lançamentos e tendências. Mais informações: www.
dia 17 de novembro de 2016 para Assembleia Geral Ordinária, a ser realizada no dia 18 de maio de 2017, quin-
fcepharma.com.br.
ta-feira, das 10h às 16h, em sua sede, na Rua do Carmo, nº 9, 5º andar, grupo 501, Centro, Rio de Janeiro. Na ocasião, haverá eleição para a chapa de Diretores da Ascoferj para o Triênio 2017/2020.
Academia ALCF|2017 A 1ª Academia Lusófona de Ciências Farmacêuticas vai acontecer entre os dias 5 e 11 de junho, em Lisboa, Portugal, na Fundação Portuguesa das Comunicações. O evento contará com a participação de profissionais brasileiros, portugueses e angolanos e abordará quatro temas principais durante a programação: Farmácia, Beleza e Estética; Inovação em Saúde; Serviços Farmacêuticos Centrados no Paciente; e Estratégia e Gestão de Marketing. Mais informações: www.alcf.pt/academiaALCF2017.
Conbrafarma será em agosto O Congresso Brasileiro do Varejo Farmacêutico (Conbrafarma) vai ser realizado nos dias 8 e 9 de agosto, no Centro de Convenções Expo Center Norte, em São Paulo. O encontro é um dos eventos de referência do setor, voltado para profissionais do canal farma. Mais
EDITAL DE INSCRIÇÕES DE CANDIDATOS O presidente da Ascoferj,Luis Carlos Marins,no uso de suas obrigações estatutárias e de acordo com o artigo 51 do Estatuto Social, informa os candidatos inscritos e a composição da chapa única para o Triênio 2017/2020. Presidente
Luis Carlos Caspary Marins
Cetefarma
Vice-presidente
Ricardo Valdetaro de Moraes
Farmácia do Leme
1ª Secretária
Marise de Oliveira Nascimento
Cityfarma
2º Secretário
Fábio Antônio Pinto de Souza
Maxcenter
1º Tesoureiro
Josué Firmino da Silva
Farmahall
2º Tesoureiro
Márcio Antonio Barcelos do Amaral Fotossíntese
Diretor de Patrimônio
Marcelo Mazzoni Vieira
Drogarias Povão
Relações Públicas
Osmar Fernandes de Souza
Moderna
Conselho Administrativo
Adriano de Oliveira Santos
Retiro
Conselho Administrativo
Carlos Gardel de Almeida
Conceito
ExpoPharma 2017
Conselho Administrativo
Rafael Venâncio Ahmed
Venâncio
A Expo Pharma vai acontecer de 12 a 14 de setembro, no Riocentro, Rio de Janeiro. O even-
Conselho Administrativo
Glauber Rodrigo A. de Melo Araujo
Pague Menos
to reúne indústrias, distribuidores, prestadores de serviços, proprietários e gestores de far-
Conselho Administrativo
Gilberto Sartori
Speed Farma
mácias, para o lançamento de produtos e serviços direcionados ao crescimento do setor.
Conselho Fiscal
João Pinheiro Filho
Exata
Conselho Fiscal
Eduardo Pereira de Souza
A Nossa Drogaria
Conselho Fiscal
Francisco Januário da Silva Filho
Ponto Saúde
Suplente Conselho Fiscal
Haroldo Cesar de Andrade Pereira
Nacional
Suplente Conselho Fiscal
Jonatan Rosa de Souza
Drogatur
informações: www.conbrafarma.com.br.
Mais informações: www.expopharma.com.br.
Prêmio Destaque Ascoferj
Suplente Conselho Fiscal
Ivan de Mesquita Engel
Drogasmil
Barra Hotel, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. Nesta 13ª edição, o evento vai homena-
Diretor Núcleo Região Serrana
Luiz Carlos de Souza
Cityfarma
Diretor Núcleo Região dos Lagos
Cirineu da Silva Santos
Geribá
gear a Farmácia Brasileira. O foco do Prêmio é o reconhecimento do trabalho da indústria e
Diretor Núcleo Região Norte
Geneci Junior Silva Vargas
Destak Farma
da distribuição desenvolvido em favor do varejo farmacêutico, além de estimular a aproxi-
Diretor Núcleo Região Noroeste
Danilo Aguiar Teixeira
Personal Farma
mação entre varejistas e fornecedores. Em breve, mais informações nas mídias da Ascoferj.
Diretor Benemérito
Ruy Campos Marins
Diretor Benemérito
Aluisio Monttechiari
No dia 23 de novembro, a Ascoferj realizará o Prêmio Destaque Ascoferj (PDA), no Windsor
Inscrições em cursos, palestras e eventos da Ascoferj: www.ascoferj.com.br Informações e inscrições de grupos: treinamentos@ascoferj.com.br Pague sua inscrição com PagSeguro.
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Revista da Farmácia · Maio-Junho 2017
Revista da Farmácia · Maio-Junho 2017
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lançamentos
Gôndolas atualizadas Sabonete 3 em 1 A Nivea Men lançou o Sabonete Nivea Men 3 em 1 Original Protect, desenvolvido especialmente para homens e indicado para todos os tipos de pele. O produto possui uma combinação exclusiva de aloe vera e vitamina E, sendo ideal para o corpo, rosto e também para barbear, evitando irritações. SAC: 0800 776 4832
Proteção íntima O Dermacyd pro.bio amplia sua linha e lança o sabonete íntimo com pró-vitamina B5. O sabonete, além de limpar, mantém a hidratação natural da pele da região íntima, minimizando possíveis irritações e desconfortos decorrentes de uma pele não hidratada. O produto pode ser usado diariamente durante o banho. SAC: 0800 703 0014
Lactose em gotas A Maxinutri traz ao mercado a primeira lactose em gotas do Brasil: o Deslac, desenvolvido especialmente para pessoas que possuem intolerância a alimentos lácteos e derivados. O lançamento foi produzido com matéria-prima importada de alta atividade enzimática e a versão em gotas proporciona flexibilidade de uso e ajuste na dosagem, de acordo com as necessidades individuais. SAC: (43) 3274-5262
Repelente de alta eficácia A Isdin anuncia o lançamento do AntiMosquitos Isdin XTrem, indicado para as zonas com elevado risco de transmissão de doenças tropicais, como dengue, zika, chikungunya e febre amarela urbana. O produto também pode ser usado por grávidas e crianças a partir de três anos e aplicado antes de dormir. SAC: 0800 774 7474
Redução do colesterol A Sanofi e Regeneron acabam de lançar o Praluent no Brasil, medicamento biológico indicado para redução dos níveis de colesterol LDL no organismo e administrado por uma caneta aplicadora por via subcutânea. O Praluent já é comercializado nos Estados Unidos, União Europeia, Canadá, México e Japão. SAC: 0800 703 0014
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Revista da Farmácia · Maio-Junho 2017
entrevista
entrevista
Mais transparência, mais diálogo Márcia Rolim, subsecretária de Vigilância, Fiscalização Sanitária e Controle de Zoonoses, diz que a comunicação com o setor regulado é prioridade na nova gestão
A
A Secretaria de Saúde do Município do Rio de Janeiro ouviu e entendeu a necessidade de urgência no licen-
ciamento sanitário de mais de 700 associados da entidade que aguardam há muito tempo pela licença sanitária. Aos poucos, depois da criação do mutirão de fiscais, em fevereiro, essas licenças vão sendo concedidas. Até o fechamento desta edição, a Subsecretaria de Vigilância Sanitária Fiscalização Sanitária e Controle de Zoonoses (Subvisa) havia realizado 576 inspeções, com 236 publicações deferidas. “O objetivo, no fim de 90 dias, é termos alcançado a meta de 655 inspeções com conclusão das ações e respectivos licenciamentos concedidos”, prevê Márcia Rolim, a nova subsecretária da área. Veja entrevista completa a seguir.
Revista da Farmácia: Quais foram as principais mudanças implan-
gados à saúde do trabalhador. No segmento
tadas desde o início de sua coordenação?
da Saúde foram criadas subgerências espe-
Márcia Rolim: A Subsecretaria de Vigilância, Fiscalização Sanitária
cializadas nos setores de Comércio e Servi-
e Controle de Zoonoses (Subvisa) é o órgão responsável pela pro-
ços Farmacêuticos, Distribuidoras e Trans-
teção e defesa da saúde da população, por meio da prevenção de
portadoras de Medicamentos e Produtos
riscos provocados por problemas higiênico-sanitários e por enfer-
de Interesse em Saúde. Todas as ações de
midades transmitidas de animais para o homem e vice-versa, de-
planejamento e coordenação são realizadas
nominadas zoonoses. As ações da Subvisa têm caráter basicamente
pelas Gerências de Programas de Fármaco
preventivo, realizadas por uma gestão participativa, em que téc-
e Tecnovigilância em nível central.
nicos, cidadãos e representantes das entidades reguladas – indús-
Subsecretária da Subvisa do município do Rio
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Revista da Farmácia · Maio-Junho 2017
HUMBERTO TESKI
Márcia Rolim
trias, estabelecimentos comerciais, clínicas, farmácias, ambulan-
RF: Quais são as metas de sua gestão?
tes, entre outros – dialogam permanentemente em busca de um
Márcia: Todas as ações de vigilância sani-
comportamento comum que evite os riscos sanitários. Para seguir
tária são norteadas pela legislação vigente.
o disposto na legislação, a Subvisa é composta pelos segmentos
No Brasil, existe o Sistema Nacional de Vi-
de Saúde, Alimentos, Educação, Comunicação e Inovação, pelas
gilância, que rege as três esferas de gover-
coordenações de Zoonoses, Laboratórios, Planejamento e Execu-
no e segue o disposto no Sistema Único de
ção, Engenharia e Arquitetura e Administração, além de setores li-
Saúde (SUS). Na esfera federal, a Agência
Revista da Farmácia · Maio-Junho 2017
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entrevista Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) é
RF: Qual o perfil atual da Subvisa e de que forma a Secretaria
responsável pela regulação e normatização
vai atuar no relacionamento com o setor regulado das farmá-
da legislação; na estadual, cabe ao Governo
cias e drogarias?
a supervisão e a coordenação das ações de
Márcia: O perfil da Subvisa é o de transparência e comprometi-
vigilância; já a gestão municipal é responsá-
mento de toda a equipe de administrativos, técnicos e gestores
vel pela execução de tudo o que é regulado,
com o setor regulado. Várias são as ações de aproximação possí-
normatizado e planejado, bem como todo
veis, tais como: atendimento presencial, divulgação de notas técnicas, portarias e resoluções e reuniões com representantes dos diversos segmentos comerciais.
O perfil da Subvisa é o de transparência e comprometimento de toda a equipe de administrativos, técnicos e gestores com o setor regulado. Várias são as ações de aproximação possíveis, tais como: atendimento presencial, divulgação de notas técnicas, portarias e resoluções e reuniões com representantes dos diversos segmentos comerciais.
RF: A comunicação com os setores da Vigilância Sanitária foi bastante restrita na última gestão. A nova coordenação já deu sinais de que pretende mudar isso. A sua postura como subsecretária será sempre a de diálogo e aproximação? Márcia: Com certeza, pois temos como pilar da nossa gestão a comunicação de qualidade com todos os atores envolvidos: servidores, usuários e setor regulado. RF: No que diz respeito ao segmento de farmácias e drogarias, quais são as principais demandas regulatórias? Márcia: Quanto às questões higiênico-sanitárias e regulatórias, cumprimento dos requisitos mínimos, conforme legislação vigente, principalmente quanto à presença do farmacêutico durante todo o horário de funcionamento, controle da cadeia de produtos para coibir e evitar a circulação de produtos falsificados e/ou impróprios para uso, serviços farmacêuticos, armazenamento dos produtos. Quanto às questões burocráticas, o licenciamento sanitário de to-
o serviço de inspeção. Nossas metas para
dos os locais com confecção de relatórios para autorização de fun-
os estabelecimentos farmacêuticos e para
cionamento junto à Anvisa.
as distribuidoras é o restabelecimento do
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fluxo de atendimento das demandas, man-
RF: Quando a senhora assumiu, qual era o panorama ou principal
tendo o cronograma de inspeções atuali-
cenário em relação à licença sanitária de farmácias ?
zado. Todas as ações visam à reorganiza-
Márcia: Verificamos um cenário com demanda reprimida e os fis-
ção das inspeções de acordo com o risco
cais se encontravam dispersos nas inspetorias, dificultando o mo-
sanitário. A capacitação das equipes técni-
nitoramento das ações. Após a reestruturação das equipes, com
cas a partir da harmonização do processo
a centralização dos fiscais para criar uma força tarefa, programa-
de trabalho é uma realidade estabelecida
mos uma estratégia possível de atendimentos com a publicação da
no momento, com o objetivo de não com-
Portaria S/SUBVISA Nº 47 “N” DE 07/02/2017, que criou o mu-
prometer o processo de licenciamento do
tirão de fiscalização no setor de comércio varejista e atacadista de
setor regulado.
medicamentos, cosméticos, saneantes e produtos para a saúde.
Revista da Farmácia · Maio-Junho 2017
entrevista
mais seguro
RF: Como e quando tomou ciência do dra-
RF: Como foi o processo de criação do mutirão de fiscais, da idea-
ma enfrentado por centenas de estabele-
lização à concretização?
cimentos farmacêuticos que aguardam a
Márcia: A partir da decisão de criar o mutirão, estabelecemos um
expedição da licença sanitária?
plano de ação, composto de cinco etapas: levantamento dos da-
Márcia: Ao assumir, realizamos auditorias,
dos e das metas a serem atingidas, realocação dos fiscais para for-
por meio das quais observamos a referida
mação de equipes especializadas no nível central, capacitação da
demanda reprimida de licenciamentos sa-
equipe e revisão dos roteiros de vistorias, apoio logístico para as
nitários, fato corroborado pelas inúmeras
equipes e planejamento dos roteiros nas áreas regionais.
solicitações presenciais dos responsáveis e representantes legais das empresas e tam-
RF: Como está sendo feito (ou será feito) o licenciamento das far-
bém por meio da solicitação da Ascoferj.
mácias e drogarias localizadas em comunidades e áreas de risco? não foram possíveis inspecionar por impedimento no momento da visita. Em seguida, serão traçadas estratégias com apoio de outros órgãos da Prefeitura e associações de moradores. RF: Poderia nos dar resultados parciais do mutirão e relembrar as metas?
Cuidar da saúde do funcionário pode reduzir os índices de falta e rotatividade
É
É muito comum os empresários se verem com problemas frequen-
não trocará de emprego apenas por uma pe-
tes de faltas ou atrasos ao trabalho de funcionários que precisaram ir
quena diferença no salário. Outro ingredien-
a ambulatórios, unidades de pronto atendimento, emergências etc.
te a mais é que o valor a ser pago pode ser
Normalmente, essas situações se repetem com bastante frequên-
rateado com o funcionário, de acordo com
cia, pois, na saúde pública, um problema não se resolve de uma só
a determinação do empresário: integral ou
vez, sendo necessários diversos retornos. Além disso, há uma ques-
parcialmente. Com essa escolha, a empresa
tão séria: a licença médica, que pode ser dada indiscriminadamente.
cuida da saúde do funcionário e, consequen-
Márcia: Até o momento foram realizadas 576 inspeções com 236
Existe solução para essas questões: contratar um plano de saú-
publicações deferidas. O objetivo, ao final de 90 dias, é termos al-
de. O que muitos veem como despesa é, na realidade, um investi-
cançado a meta de 655 inspeções com conclusão das ações e res-
mento, que retorna na medida em que os custos das faltas, atrasos
pectivos licenciamentos concedidos.
e licenças são reduzidos com o passar do tempo. Com um plano de saúde, o funcionário recebe atendimento com hora marcada,
14
Revista da Farmácia · Maio-Junho 2017
reduzindo o tempo de ausência do trabalho. Além disso, o empre-
são da licença não volte mais a ocorrer?
sário pode determinar que a licença médica seja aceita somente
Márcia: Trabalhamos com a autoavaliação em todos os segmentos
de médico ou hospital credenciado ao plano.
da Subvisa, buscando minimizar os problemas cotidianos e reali-
O pagamento de plano de saúde cria forte vínculo do funcioná-
zando reuniões semanais para revisão da metodologia prevista e
rio com a empresa, reduzindo as chances de rotatividade, pois ele
Dica da coluna Nem todo mundo sabe, mas quem bate o carro não precisa mais ir à Polícia Militar. Agora, o Boletim de Registro de Acidente de Trânsito sem vítimas pode ser feito pela internet. Acesse o site ebrat.pmerj.rj.gov.br e faça o registro. Você pode, inclusive, enviar fotos do local e nomes de testemunhas, se houver.
implantação do programa de planejamento estratégico de gestão. Nosso sistema de fiscalização – Sisvisa – ainda é novo e precisa ser continuamente atualizado em função das demandas atuais e futu-
Reflita sobre isso e decida!
ras de fiscalização sanitária. Estamos trabalhando para simplificar os roteiros de licenciamento e eliminar as principais causas de in-
Você já pensou qual seria a reação do
deferimentos por equívocos nos preenchimentos. Ademais, cria-
colaborador se você comunicasse a ele
mos indicadores de metas individuais que nos permitem avaliar
um aumento salarial de R$ 20,00?
o desempenho das ações fiscalizadoras. Também estamos ampliando os canais de comunicação por e-mail, telefone, atendentes, Central 1746 de Atendimento ao Cidadão, site, entre outros, com o setor regulado para o esclarecimento de dúvidas. Contudo, contamos também com a colaboração do setor regulado para alimentar o feedback do nosso planejamento.
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Estamos trabalhando para simplificar os roteiros de licenciamento e eliminar as principais causas de indeferimentos por equívocos nos preenchimentos. Ademais, criamos indicadores de metas individuais que nos permitem avaliar o desempenho das ações fiscalizadoras. Também estamos ampliando os canais de comunicação.
RF: Qual a sua estratégia para que o problema da demora na emis-
temente, reduz as faltas e a rotatividade.
SHUTTERSTOCK
HUMBERTO TESKI
Márcia: As subgerências informarão quais os estabelecimentos que
Plano de saúde é investimento, não custo
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contato@conquisteseguros.com.br
Revista da Farmácia · Maio-Junho 2017
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panorama
panorama
Associados da Ascoferj deverão pagar anuidade do CRF/RJ de 2017 De acordo com a decisão proferida por maioria pelo Supremo Tribunal Federal (STF), no último dia 6 de outubro de 2016, e publicada no Diário Oficial da União
Venda de genéricos é impulsionada por medicamentos contínuos A crise econômica aumentou as vendas de medicamentos gené-
no dia 30 de março de 2017, acerca da cobrança das
ricos, especialmente os de tratamento de doenças crônicas como
anuidades por parte dos conselhos profissionais, a
hipertensão e diabetes. De 2014 até o final do ano passado, en-
Ascoferj orienta seus associados a realizarem o paga-
quanto o mercado farmacêutico teve alta de 16,67%, as vendas de
mento das anuidades do exercício de 2017. Para mais
genéricos em unidades cresceram 29,75%, de acordo com levanta-
esclarecimentos, entre em contato com o Departa-
mento da PróGenéricos.Entre os anti-hipertensivos, os números são
mento Jurídico pelo (21) 2220-9390.
ainda mais acentuados. Os produtos similares venderam 26%, os
ASCOFERJ
medicamentos de referência, 10%, e os genéricos registraram alta de 38%. Como o tratamento não pode ser interrompido, a troca de produtos de marca pelos genéricos se tornou ainda mais visível.
Vendas no varejo devem ter retomadas somente em dezembro
VALOR (SP)
E-mails falsos sobre irregularidades no Farmácia Popular O Ministério da Saúde informa às farmácias e drogarias
Licenças das farmácias fiscalizadas estão no portal Carioca Digital
credenciadas no Programa “Aqui Tem Farmácia Popular”
As farmácias, drogarias e distribuidoras do município
que estão sendo enviadas mensagens com a informação
do Rio de Janeiro que já receberam a fiscalização da
sobre possíveis irregularidades encontradas no cadastro
Vigilância Sanitária devem ficar atentas, pois as licen-
das empresas.Esses e-mails estão sendo emitidos do re-
ças sanitárias estão sendo disponibilizadas no portal
metente: cadastrofpopular@saude-gov.com.br. O Minis-
Carioca Digital. As empresas associadas à Ascoferj
tério da Saúde orienta as farmácias
que ainda não tiverem a Autorização de Funciona-
a não abrirem o arquivo, excluindo
mento de Empresas (AFE) devem enviar as licenças
a mensagem, uma vez que elas
para regularizacao@ascoferj.com.br, para que possa ser
não foram enviadas pela
feito o peticionamento junto à Anvisa.
Coordenação do Programa
ASCOFERJ
Farmácia Popular do Brasil. MINISTÉRIO DA SAÚDE
Eurofarma disponibiliza boletos online A Eurofarma está disponibilizando a emissão online
Em relatório, no início de fevereiro, o Banco Central
Profarma encerra 2016 com crescimento de 26,1% no Ebitda
divulgou uma previsão de baixa na taxa básica de ju-
A Profarma divulgou os resultados do quarto trimestre e do ano
farmácias, clínicas, entre outros. Com o novo siste-
ros, Selic, de 9,75% para 9,50% ao ano até o fim de
de 2016 no dia 23 de março de 2017. A companhia apresenta os
ma, a emissão de segunda via pode ser feita sem que
2017. Para a inflação, a previsão é que haja também
resultados de forma consolidada proforma, ou seja, considerando
o cliente precise entrar em contato com a farmacêu-
100% da Divisão Especialidades (Joint Venture com a Amerisource
tica. Dessa maneira, será mais fácil o atendimento ao
rando o ano abaixo de 10%. As quedas, porém, ainda
Piso do Estado do Rio de Janeiro tem novos valores
Bergen) e 100% da Divisão Varejo para melhor entendimento do
cliente e a otimização de tempo da equipe, além de
não podem ser sentidas pelo consumidor. De acordo
Em março, foi publicada a Lei Estadual nº 7.530/17, que institui pi-
desempenho. Em 2016, a Profarma registrou evolução em todas as
diminuir a inadimplência.
com especialistas, a mudança só poderá ser efetiva-
sos salariais no âmbito do Estado do Rio de Janeiro para as cate-
divisões, Distribuição Farma, Especialidades e Varejo, alcançando
EUROFARMA
mente percebida entre setembro e outubro deste ano.
gorias profissionais. Com a publicação, o piso salarial dos empre-
faturamento de R$ 5,5 bilhões, crescimento de 12,5% em relação
Por este motivo, as vendas no varejo devem ser reto-
gados do município do Rio de Janeiro passará de R$ 1.150,00 para
ao ano anterior. O Ebitda foi de R$ 144,6 milhões, com margem
madas somente a partir de dezembro, ainda com uma
R$ 1.178,41. Para os farmacêuticos que trabalham fora do municí-
Ebitda de 3,0%, o que representa aumento de 26,1% e acréscimo
pequena melhora no cenário.
pio do Rio, onde não há representatividade sindical patronal, o piso
de 0,3 p.p. na margem, no mesmo período. Os resultados têm de-
PROVAR
salarial será de R$ 2.899,79.
monstrado o acerto da Profarma na estratégia de diversificação.
ASCOFERJ
PROFARMA
uma redução significativa nos próximos meses, encer-
16
Revista da Farmácia · Maio-Junho 2017
de seus boletos bancários. A novidade está disponível para todos os clientes: distribuidores, hospitais,
Revista da Farmácia · Maio-Junho 2017
17
capa
capa ACERVO ASCOFERJ
Entidade percorre 17 municípios Visita a farmácias do interior possibilita entender mais de perto as demandas locais
A
A Ascoferj é uma entidade que possui
mais de 1,8 mil farmácias e drogarias asso-
ços e benefícios que a entidade oferece aos associados e entender as demandas regionais.
Fachada da Drogaria Cecile, em Duas Barras, na Região Serrana
ciadas. A sua abrangência vai além da Re-
Nos dois primeiros circuitos do ano, participaram da imersão o
gião Metropolitana, alcançando todo o Es-
presidente da Ascoferj, Luis Carlos Marins, o coordenador de Aten-
tado do Rio de Janeiro. Por isso, mantém
dimento Regional, Jorge Caspary, a farmacêutica e especialista em
promotores regionais para atender aos as-
Assuntos Regulatórios, Betânia Alhan, e a promotora da Região
truturas do estabelecimento e parte da equipe, recebendo a Asco-
que bem-vinda, porque nos ajudará a ca-
sociados que não podem se deslocar com
Serrana, Aline Pinho.
ferj em uma das salas da farmácia para um bate-papo descontraído
pacitar ainda mais os futuros profissionais
e agradável, com direito a suco, café e pão de queijo.
de Farmácia”, avaliou Halyka.
facilidade até a capital. E foi pensando em
Durante os dias 29, 30 e 31 de março, a Ascoferj passou por
ampliar a aproximação da sede com as far-
Cachoeiras de Macacu, Nova Friburgo, Bom Jardim, Duas Barras,
Penin, muito satisfeito, falou sobre os certificados que a Es-
mácias do interior quea entidade já realizou
Cordeiro, Cantagalo, Itaocara, Itaperuna e Campos dos Goytacazes.
tação Saúde ganhou em 2013, 2014, 2015 e 2016, concedendo
dois circuitos até o fechamento desta edição, percorrendo, ao todo, 18 municípios. Os
Melhor atendimento do comércio
à empresa, por quatro vezes seguidas, o título de Melhor Atendi-
Ainda na Região Serrana, a Ascoferj pas-
mento do Comércio Geral de Nova Friburgo. “Ficamos felizes com
sou por Duas Barras, município que possui
No dia 29, a primeira parada foi na Estação Saúde Farmácia, no
os anos consecutivos de premiação. Isso quer dizer que nosso tra-
uma populaçãode mais de dez mil habitan-
atualizada sobre o setor, divulgar os servi-
Centro de Nova Friburgo. O gestor Marcos Penin apresentou as es-
balho, dedicado a entregar bem-estar, conforto e satisfação aos
tes e um centro histórico preservado, com
clientes, está dando certo”, ressaltou.
construções coloniais e fazendas históricas.
ACERVO ASCOFERJ
principais objetivos foram levar informação
A Estação Saúde tem como diferencial a contratação de pro-
Curiosamente, algumas personalidades têm
fissionais cadeirantes. Atualmente, há dois na empresa: um é far-
história em Duas Barras. O cantor Martinho
macêutico e o outro atua como auxiliar administrativo. A farmácia
da Vila fundou, no local, o Instituto Cultu-
está atenta à questão da acessibilidade, com elevador, banheiro
ral Martinho da Vila (ICMV), uma escola de
adaptado, fraldário, tapete antiderrapante e boa iluminação. Além
artes, e o cantor americano Lenny Kravitz
disso, disponibiliza serviços de atenção farmacêutica, entre eles,
adquiriu uma fazenda no município.
aferição de pressão e teste da glicemia.
Marins e o gestor da Estação Saúde Farmácia, Marcos Penin
18
Duas Barras e Drogaria Cecile
Revista da Farmácia · Maio-Junho 2017
Quem também está fazendo história
A última parada do dia, em Nova Friburgo, foi na Universida-
em Duas Barras é o proprietário da Droga-
de Estácio de Sá. Quem recebeu a equipe foi a coordenadora do
ria Cecile, Paulo César de Barros. A Asco-
curso de Farmácia, Halyka Seródio. O encontro resultou em mais
ferj aproveitou o circuito para visitá-lo e co-
uma parceria: a Ascoferj vai levar aos alunos da instituição o curso
nhecer pessoalmente a história de sucesso
de Aplicação de Injetáveis. “Nossos estudantes sentem falta desse
do empresário, que iniciou a carreira no va-
tipo de treinamento aqui em Nova Friburgo e essa visita foi mais do
rejo farmacêutico quando tinha apenas 13
Revista da Farmácia · Maio-Junho 2017
19
anos, auxiliando o atendimento no balcão. Anos depois, concluiu o curso de Farmácia e hoje é proprietário da famosa drogaria
ACERVO ASCOFERJ
capa ACERVO ASCOFERJ
capa
no município. Seu objetivo, no momento, tem sido a expansãodos negócios. “A partir do momento em que a entidade vem até a minha loja, fica clara a preocupação dela com a farmácia independente, localizada no interior. Precisamos de informação sobre o setor e a Ascoferj está desempenhando bem esse papel, estando sempre de portas abertas para nos atender e tirar nossas dúvidas”, disse Paulo. O circuito se estendeu à RCA Sistemas, em Itaocara. O gerente Comercial, Lúcio Batista Cardoso, levou a equipe para uma visita às instalações. A empresa comercializa softwares de gestão para farmácias e droga-
mais ainda pelas lojas que estão distantes da Região Metropolita-
Descontão e Quatro Esquinas, onde a recepção foi feita pelo pro-
rias. Segundo o gerente, a percepção que
na, pois os proprietários, muitas vezes, desconhecem os serviços
prietário Jardel Couto da Silva. Durante a visita, a drogaria Quatro
se tem das farmácias do interior é que os
e benefícios aos quais têm direito”, pontuou Cardoso.
Esquinas aproveitou para se tornar associada.
profissionais estão carentes de cursos de capacitação, pois a oferta é menor do que na
Nos dias 18 e 19 de abril, a Ascoferj visitou farmácias e drogarias da Região dos La-
Para Jardel, receber a entidade foi motivo de alegria e come-
gos: Macaé, Rio das Ostras, Armação de Bú-
moração. Isso porque a drogaria está distante da capital. “Aprovei-
zios, Cabo Frio, Arraial do Cabo, São Pedro
Na companhia do gerente da RCA, a equipe da Ascoferj per-
to esse momento para pedir a realização de treinamentos e cursos,
da Aldeia, Araruama e Rio Bonito. “Quere-
te serviço aos associados, mas pode fazer
correu alguns estabelecimentos de Itaocara, como as drogarias
em Itaocara, voltados para o canal farma. Por exemplo, o curso de
mos que os associados nos conheçam de
Aplicação de Injetáveis. Sentimos necessidade dessa qualificação
maneira efetiva para que possam usufruir
para nossos profissionais”, destacou.
os benefícios que a entidade desenvolve
ACERVO ASCOFERJ
capital. “A Associação presta um excelen-
Marins com o proprietário da Drogaria Quatro Esquinas, Jardel Couto da Silva; o farmacêutico Octávio da Silva Malhano; e a farmacêutica da Ascoferj, Betânia Alhan.
20
Carência de capacitação
Tour pela Região dos Lagos
Revista da Farmácia · Maio-Junho 2017
A Drogaria Quatro Esquinas também realiza serviços far-
em prol deles, que são vários”, comentou o
macêuticos. O farmacêutico Octávio da Silva Malhano explica
presidente da entidade, Luis Carlos Marins.
que, atualmente, a população tem procurado mais pelo pro-
A farmacêutica e proprietária da Drogaria
fissional dentro da farmácia e, por isso, a importância de ele
Lagos Farma, em São Pedro da Aldeia, Vivia-
estar cada vez mais qualificado para um atendimento eficaz
ne Machado, que recebeu a visita da equipe,
e seguro. “Eu presto atenção farmacêutica nas drogarias Qua-
disse que, na medida em que o setor farma-
tro Esquinas e Nova Farma, em Cambuci. Nesse projeto, faço
cêutico se expande, a complexidade da es-
o acompanhamento de pacientes hipertensos e diabéticos,
trutura exige que os varejistas reconheçam
pois é o grupo que mais vai à drogaria em busca desse tipo de
o trabalho da Ascoferj. “Minha experiência é
atendimento”, contou.
na área hospitalar, com atuação recente no
Depois de três dias percorrendo nove municípios, a Ascoferj fez
varejo. Essa é uma das razões que me moti-
sua última parada na Farmácia Dr. Popular, em Campos dos Goyta-
vam a buscar o apoio da Ascoferj tanto para
cazes. Danilo Teixeira, proprietário, contou que pretende expandir
minha carreira quanto para minha farmácia.
o negócio. “Estou abrindo a terceira farmácia no Centro de Cam-
Não conseguimos caminhar sozinhos, sen-
pos dos Goytacazes e a intenção é que, em breve, ela esteja pre-
do importante manter contato com quem
sente em outros municípios”, adiantou Danilo.
tem muito a nos acrescentar”, avaliou Vivia-
Revista da Farmácia · Maio-Junho 2017
21
capa
em Prescrição Farmacêutica e abriu sua segunda loja em São Pedro da Aldeia.
ACERVO ASCOFERJ
ne, que iniciou uma pós-graduação, este ano,
ACERVO ASCOFERJ
capa
Em Cabo Frio, uma das visitas foi na Forte Farma, localizada no bairro Palmeiras, e quem recebeu a equipe da Ascoferj foi o proprietário Denilson Lima da Silva, que completou 35 anos no ramo em 19 de abril. “Receber a liderança da Ascoferj é muito positivo e nos dá segurança para continuar caminhando, mesmo diante de algumas dificuldades. Sabemos que a Ascoferj nos entende e está apta a nos ajudar”, disse. Em Araruama, o diretor presidente das
Marins e o empresário Denilson Lima da Silva, da Forte Farma, em Cabo Frio
Drogarias Unilagos, Roxon Figueiredo, apontou que a maior demanda das farmácias locais é a capacitação profissional voltada para a área de Vendas, mas que ainda existe uma resistência
Panorama regulatório
por parte dos proprietários em disponibilizar
A farmacêutica e especialista em Assuntos Regulatórios, Betâ-
Para o coordenador de Atendimen-
os profissionais para cursos e treinamentos.
nia Alhan, acompanhou as visitas e se inteirou da atuação da Vigi-
to Regional, Jorge Caspary, que conhece
“Isso ainda é uma dificuldade que precisa ser
lância Sanitária. Nos municípios da Região Serrana, as Vigilâncias
as demandas das farmácias localizadas
superada. Afinal, todos necessitam de quali-
têm atuado de maneira efetiva, o que auxilia na diminuição dos
fora da Região Metropolitana, o circui-
ficação para que possam fazer o melhor em
riscos sanitários por parte das lojas, viabilizando assim a emissão
to foi proveitoso porque possibilitou um
suas atividades, desenvolvendo um bom tra-
das licenças sanitárias.
bate-papo descontraído dos proprietá-
balho e entregando bons resultados”, frisou.
“Como são municípios pequenos, é possível um trabalho cons-
ACERVO ASCOFERJ
tante da vigilância local. Além disso, o atendimento deles, tanto por parte dos fiscais quanto de atendentes, é educativo e eles são receptivos a quem precisa de orientação”, destacou Betânia.
Marins e a empresária Viviane Machado, da Lagos Farma, em São Pedro da Aldeia
Revista da Farmácia · Maio-Junho 2017
rios com o presidente da Ascoferj e com a farmacêutica. “O trabalho feito pelos promotores nessas lojas é de grande valia para que elas
Na Região dos Lagos, alguns municípios estão enfrentando pro-
conheçam o que a entidade oferece, mas
blemas sanitários devido à ineficiência dos órgãos fiscalizadores,
proporcionar um encontro pessoal resulta
o que exige um trabalho ainda mais eficaz da entidade para que
em mais credibilidade e eficiência para a
as farmácias não sejam prejudicadas. “É fundamental conhecer
Ascoferj, mostrando que ela também está
quais são esses municípios e suas necessidades para que os De-
preocupada com as farmácias do interior”,
partamentos de Regularização e Jurídico da Ascoferj atuem sem-
avalia Caspary.
pre que necessário”, sinalizou Marins.
22
Circuito vai continuar
De acordo com Marins, presidente da
Segundo Betânia, os órgãos municipais de vigilância sanitáriada
Ascoferj, a entidade continuará investin-
Região dos Lagos ainda sofrem com a falta de recursos humanos e
do nos circuitos. “Estamos aumentando
de planejamento.“Isso gera dificuldades para os proprietários, que,
o quadro de promotores para que, jun-
apesar de estarem em dia com seus impostos, ainda estão sem li-
tos, possamos fortificar o nosso traba-
cença sanitária. O circuito foi positivo porque conseguimos orien-
lho e atender às demandas relatadas pe-
tá-los sobre os benefícios que eles podem acionar no Departa-
los estabelecimentos visitados”, finaliza
mento de Regularização”, completou Betânia.
Marins.
Revista da Farmácia · Maio-Junho 2017
23
assuntos regulatórios
CRF ou Vigilância Sanitária? Conheça as atribuições de cada órgão regulador para saber exatamente a quem responder
F
Farmácias, drogarias, distribuidoras e
HUMBERTO TESKI
estabelecimentos envolvidos na produ-
Farmacêutica, especialista em assuntos regulatórios e consultora da Ascoferj.
É imprescindível que todos os envolvidos no varejo farmacêu-
ção de medicamentos são regulamentadas
tico saibam conhecer e interpretar a legislação vigente. Exemplo:
por legislação específica e estão sujeitos à
o CRF fiscaliza o farmacêutico que exerce atividade profissional
fiscalização.
como responsável técnico em estabelecimentos fiscalizados pela
Mande um e-mail para farmaceutica@ascoferj.com.br
24
Vigilância Sanitária.
está sob a jurisdição do Conselho Federal de
Cabe aos CRFs denunciar às autoridades sanitárias e ao Minis-
Farmácia (CFF), que regulamenta e discipli-
tério Público de sua jurisdição o funcionamento de empresas ou
na o seu exercício, com base na Lei 3.820,
estabelecimentos irregulares e ilegais perante o Conselho. Além
representada nos estados pelos Conselhos
disso, tem o papel de autuar a empresa ou o estabelecimento far-
Regionais de Farmácia (CRFs). A atividade
macêutico que, no momento da inspeção de fiscalização, esteja
farmacêutica tem como objetivo defender
em atividade sem comprovar que possui profissional habilitado
o usuário do medicamento no sistema de
com responsabilidade registrada junto ao CRF de sua jurisdição.
saúde, garantindo-lhe o acesso à assistência
Compete aos órgãos de fiscalização sanitária dos estados, do
farmacêutica, ao medicamento com quali-
Distrito Federal e dos territórios a fiscalização dos estabelecimen-
dade e ao seu uso de forma racional. É sua
tos e a verificação das condições de licenciamento e funcionamen-
missão ainda zelar pela ética da profissão
to. Se for constatado algum risco sanitário, os responsáveis ficarão
farmacêutica, incluindo todos os campos
sujeitos às sanções previstas na legislação penal e administrativa.
de atuação, principalmente a produção e
A legalidade da farmácia e do exercício profissional está pau-
dispensação de medicamentos.
Quer saber mais?
todas as etapas e os processos, da produção ao consumo.
ção, armazenagem, transporte e dispensa-
A atividade profissional do farmacêutico
Betânia Alhan
ta ou indiretamente, se relacionem com a saúde, compreendidas
tada em “não ser omisso às atribuições”. Independentemente de o
O papel das Vigilâncias Municipais é de-
fiscal ser do Conselho ou da Vigilância, é obrigação do farmacêu-
senvolver um conjunto de ações capaz de
tico e do proprietário que farmácias e drogarias estejam com toda
eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saú-
a documentação do estabelecimento, do Conselho, da Vigilância
de e de intervir nos problemas sanitários
Sanitária e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) den-
decorrentes do meio ambiente, da produ-
tro da validade e com a estrutura física e organizacional pronta para
ção e circulação de bens e da prestação de
receber qualquer tipo de fiscalização diariamente, comprovando
serviços de interesse à saúde, abrangendo
assim que as boas práticas farmacêuticas são cumpridas e preser-
o controle de bens de consumo, que, dire-
vam a qualidade e a eficácia dos medicamentos comercializados.
Revista da Farmácia · Maio-Junho 2017
evento
evento
Mobilização política
Entenda a situação Assim que assumiu a Secretaria Municipal de Saúde do Rio, o secretário Carlos Eduardo foi procurado pela Ascoferj para tratar de um problema que se mostrava crônico no Rio de Janeiro: a demora na emissão das licenças sanitárias.
Ascoferj e Sincofarma Rio promovem encontro com Subsecretaria de Vigilância Sanitária
N
No dia 8 de março, empresários associa-
dos à Ascoferj e filiados ao Sincofarma Rio
A reunião foi em janeiro. Dias depois, o encontro foi com a subsecretária de Vigilância, Fiscalização Sanitária e Controle de Zoonoses, Márcia Rolim. Desde o primeiro encontro, Márcia se mostrou receptiva ao diálogo e disposta a colaborar. A Ascoferj apresentou uma lista com os nomes de todos os associados que aguardavam a emissão da licença e explicou os transtornos que a falta do documento estava causando nos negócios dos associados, entre eles, a suspensão das transações comerciais com os distribuidores, que só vendem para estabelecimentos farmacêuticos
de, no RB1. Além da subsecretária, o vereador Eliseu Kessler, que
com a licença sanitária em dia. Toda essa articulação política resultou na criação do mutirão. Leia a entrevista com-
apoia o setor, esteve presente.
pleta com Márcia Rolim a partir da página dez desta edição.
puderam se encontrar pessoalmente com a
O presidente do Sincofarma Rio, Felipe Terrezo, abriu o even-
subsecretária de Vigilância, Fiscalização Sa-
to reafirmando que as farmácias e drogarias querem funcionar de
nitária e Controle de Zoonoses (Subvisa) do
forma regular, com as licenças sanitárias em dia. Também agrade-
município do Rio de Janeiro, Márcia Rolim.
ceu o apoio do vereador Eliseu Kessler, que abriu as portas para o
O encontro aconteceu no Centro da cida-
diálogo com a Secretaria Municipal de Saúde do Rio, e à Subvisa,
Denilson Lisbôa, da rede Positiva; José Corrêa da Motta, presidente da Cityfarma; Fernanda Ramos, da Cityfarma ; Ricardo Valdetaro, da Farmácia do Leme; e Wilson Júnior, da FarmaHall
HUMBERTO TESKI
por tornar mais ágil a fiscalização por meio de um mutirão criado Almoço teve como objetivo apresentar a nova gestão da Secretaria Municipal de Saúde do Rio às lideranças do setor Felipe Terrezo, presidente do Sincofarma Rio; Eliseu Kessler, vereador do Rio; Márcia Rolim, subsecretária da Subvisa; e Luis Carlos Marins, presidente da Ascoferj
em fevereiro. O presidente da Ascoferj, Luis Carlos Marins, falou em seguida e também agradeceu a postura da nova gestão da Subvisa em ouvir o setor e se mobilizar para criar uma solução para o problema de mais de 700 associados sem a licença sanitária. Reforçou que as empresas têm o direito de funcionar de forma regular. Por fim, agradeceu a parceria do vereador Eliseu Kessler, que vem intermediando reuniões com a Secretaria Municipal de Saúde do Rio.
Em 2017, desde o início do trabalho e até o fechamento desta edição, haviam sido realizadas 576 inspeções com 236 publicações deferidas.
Empresários prestigiam o encontro e saem aliviados com as boas notícias da nova gestão
No início de fevereiro, depois da publicação da Portaria 47/17, a Subvisa criou um mutirão para fiscalizar farmácias e drogarias
Márcia Rolim, subsecretária da Subvisa, conta como foi o processo de criação do mutirão
26
Revista da Farmácia · Maio-Junho 2017
com a demanda de emissão de licença. Segundo a subsecretária
do a meta de 655 inspeções com conclu-
Márcia Rolim, em todo o ano de 2016, foram apenas 148 licencia-
são das ações e respectivos licenciamentos
mentos. Em 2017, desde o início do trabalho e até o fechamento
concedidos. Confira, em breve, no site da
desta edição, haviam sido realizadas 576 inspeções com 236 pu-
Ascoferj e nas redes sociais, os resultados
blicações deferidas. O objetivo, ao final de 90 dias, é ter alcança-
finais do mutirão.
Revista da Farmácia · Maio-Junho 2017
27
evento
evento
Lisboa será sede de encontro farmacêutico
Ascoferj participa da ALCF
Ascoferj e outras entidades brasileiras participarão da ALCF 2017
E
fissionais de farmácia poderão prestigiar a 1ª Academia Lusófona de Ciências Farma-
cias do Brasil: em busca da sustentabilidade
Marins, e o consultor jurídico da entidade, Gustavo Semblano, par-
no dia 8 de junho. “Pretendo apresentar a
ticiparão da mesa-redonda Poderão os farmacêuticos ter um papel
realidade do Brasil e os desafios propostos
relevante na cobertura vacinal?, juntamente com a farmacêutica e
pelo Programa. Também destacarei o novo
gerontóloga Ana Lucia Caldas e o pediatra e infectologista Edimil-
posicionamento das farmácias enquanto es-
son Migowski, presidente do Instituto Vital Brazil.
paços de saúde, com base em um modelo focado em serviços”, explica Correr.
tunidade para a troca de experiências no que se refere à vacina-
A Sociedade Brasileira de Farmacêuticos
ção em farmácias e drogarias brasileiras e portuguesas. “No Brasil, o
e Farmácias Comunitárias (SBFFC) marcará
serviço ainda é novo e está sendo implantado. Em Portugal é uma
presença com a participação da presidente
realidade para farmacêuticos. Nossa intenção com esse intercâm-
Carmen Íris Tolentino. “A ocasião é excelente
bio é trazer para o País cases de sucesso e experiências que possam
para estreitar as relações com Portugal, facili-
ser aproveitados pelos associados da Ascoferj”, comenta Marins.
tando assim o intercâmbio entre nossos cole-
Ainda segundo o presidente da Ascoferj, o modelo brasileiro
gas brasileiros, portugueses e angolanos”, diz.
cêuticas (ALCF) 2017, que será realizada em
de farmácia é um modelo transitório e não segue o mesmo padrão
Carmen destaca ainda que o encon-
Lisboa, Portugal, na Fundação Portuguesa
de Portugal. Por esse motivo, a participação da entidade será efe-
tro vai permitir que o Brasil contribua com
das Comunicações. O evento terá a parti-
tiva no sentido de possibilitar o enriquecimento do assunto entre
os países que estão em desenvolvimento,
cipação de portugueses, brasileiros e ango-
os diversos profissionais do segmento.
nesse caso, Angola, que ainda carece de
lanos e contará com uma carga horária de
O consultor jurídico da Ascoferj, Gustavo Semblano, dará uma
informações. “Isso porque eles estão dan-
visão jurídica sobre o serviço de vacinação em farmácias brasilei-
do início a um caminho que já trilhamos. E
A Academia abordará quatro temas prin-
ras. No Rio de Janeiro, a Lei Complementar nº 167/2016 é a norma
Portugal será um modelo a ser seguido pe-
cipais: Farmácia, Beleza e Estética; Inovação
que estabelece regras para as atividades de vacinação em estabe-
las farmácias e profissionais brasileiros”, ga-
em Saúde; Serviços Farmacêuticos Centra-
lecimentos farmacêuticos privados. “A lei ainda é recente e preci-
rante a presidente da SBFFC.
dos no Paciente; e Estratégia e Gestão de
sa ser mais debatida e democratizada. Entendo que, para o servi-
Marketing. Nos dias 10 e 11, a programa-
ço ser prestado nas farmácias, é fundamental a presença de um
sete horas diárias.
ção é externa e complementar à progra-
permitir a troca de experiências entre esses participantes para que
profissional habilitado, com conhecimento científico e local ade-
mação científica, com atividades lúdicas e
possam ter bagagem para superar o que vem pela frente”, comenta.
quado”, pontua Semblano.
Confira todas as informações no site da ALCF 2017 ou na página no Facebook.
Matos fez questão de enfatizar, na ALCF, assuntos atuais do
A farmacêutica e gerontóloga Ana Lucia Caldas, que vai partici-
De acordo com o farmacêutico, con-
setor farmacêutico, como a consulta farmacêutica e a administra-
par da mesa-redonda e também é membro da Comissão Científi-
Associados da Ascoferj têm desconto
sultor especialista em Estratégia e Gestão
ção de vacinas e medicamentos injetáveis nas farmácias. O públi-
ca e de Organização da ALCF 2017, acredita que o evento será en-
Os associados da Ascoferj têm desconto de
de Marketing Farmacêutico na empresa ID
co também terá a possibilidade de interação e networking com os
riquecedor. “É uma honra compartilhar minhas experiências com os
10% nas inscrições da ACLF 2017. Para se
Consulting, em Portugal, e também orga-
convidados de Angola, Brasil e Portugal.
participantes lusófonos. A oportunidade será positiva no sentido de
beneficiar, é necessário enviar uma decla-
socioculturais.
28
No quarto dia de evento, o presidente da Ascoferj, Luis Carlos
Para a Ascoferj, essa mesa-redonda será uma excelente opor-
LUÍS PAIVA BOLÉO
Entre os dias 5 e 11 de junho, os pro-
palestra Serviços farmacêuticos nas farmá-
nizador do evento, João Pedro Matos, a
Para o consultor, a intenção é que o Brasil possa se espelhar
poder reafirmar as atribuições, competências e responsabilidades do
ração confirmando que é associado da en-
ALCF 2017 nasceu da experiência acumula-
no modelo de farmácias existentes em Portugal, mas, claro, res-
farmacêutico sobre a vacinação nas farmácias brasileiras”, diz Ana.
tidade para o e-mail euvou.aalcf2017@alcf.
da no mundo lusófono. “Nos dias atuais, as
peitando as diferenças culturais de cada país. “Estamos prepara-
A Abrafarma também participará do evento dando destaque ao
pt. Logo, a pessoa receberá a validação do
empresas e as entidades que representam
dos para receber um público exigente, atento e proativo no que
modelo de serviços de assistência farmacêutica implantado no Bra-
desconto também por e-mail e os dados da
e agregam valor aos profissionais e ao setor
se refere às temáticas previstas na programação da Academia e à
sil pela entidade. O presidente executivo, Sérgio Mena Barreto, fará
conta bancária para que seja efetuado o pa-
passam por inúmeros desafios e vivem em
realidade vivida em cada país. Essa primeira experiência será fon-
parte da abertura como convidado. E o coordenador do Programa
gamento do investimento. As inscrições serão
um contexto de mudanças de paradigmas.
te de inspiração para a ALCF que acontecerá no próximo ano, em
de Assistência Farmacêutica Avançada da Abrafarma e professor
validadas após a confirmação do pagamento.
O intuito do evento é o de agregar valor e
2018”, adianta Matos.
da Universidade Federal do Paraná, Cassyano Correr, ministrará a
Revista da Farmácia · Maio-Junho 2017
Revista da Farmácia · Maio-Junho 2017
29
evento
Conbrafarma 2017 acontece em agosto Gestão, inovação, tecnologia e comportamento do consumidor serão os temas principais do congresso
A
A 7ª edição do Conbrafarma, congresso
discussões com as temáticas inerentes ao varejo farmacêutico, va-
realizado pelo Instituto de Desenvolvimen-
mos levar experts de outros setores, com o intuito de elevar o nível
to do Varejo Farmacêutico (IDVF), voltado
de atuação das farmácias brasileiras e, consequentemente, melho-
para proprietários de farmácia, executivos,
rar seus resultados”, explica o presidente do IDVF, Vinícius Pedroso.
gestores e gerentes, vai acontecer nos dias
Para ele, o varejo como um todo, em vários países, está passan-
8 e 9 de agosto, no Centro de Convenções
do por uma grande transformação e os gestores precisam acompa-
Expo Center Norte, em São Paulo.Este ano,
nhar tais mudanças para saberem como irão se adaptar, evitando
a programação está baseada em três eixos
ficar para trás. “Queremos fazer desta edição, mais uma vez, um
principais: Gestão; Inovação e Tecnologia; e
encontro em que será possível discutir os problemas e temáticas
Varejo e Comportamento do Consumidor. E
da atualidade. E também antecipar os grandes desafios que o se-
todos os temas do congresso estão segre-
tor terá pela frente. Dessa maneira, todos ficarão mais bem pre-
gados dentro desses assuntos.
parados”, ressalta Vinícius.
O objetivo geral do encontro é promover
O público, além de participar de palestras e workshops com te-
atualização, relacionamento, negócios, ten-
mas sobre o setor, terá a oportunidade de se relacionar com forne-
dências e troca de experiências em estraté-
cedores do segmento, receber o certificado de participação e con-
gia, gestão, marketing, vendas, legislação e
correr ao sorteio de brindes.
tica. “Durante o Conbrafarma 2017, além das
Evento vai acontecer nos dias 8 e 9 de agosto e as inscrições já estão abertas
30
Revista da Farmácia · Maio-Junho 2017
As inscrições para participar do Conbrafarma podem ser feitas pelo site conbrafarma.com.br.
DIVULGAÇÃO
prestação de serviços na prática farmacêu-
comportamento
comportamento
Millennials: a geração do mais e do agora
mente os produtos nas gôndolas e treinar vendedores?” ou ainda “Qual é a minha presença no ambiente online?”. Os negócios devem se adaptar às novas tendências e entre elas destacam-se os Millennials, com características muito específicas. Segundo a consultoria MindMiners, esses jovens abraçam causas sociais e esperam das empresas mais responsabilidade em relação a questões ambientais. Acostumados a um mundo globa-
Prepare-se para atender a um público que, até 2025, vai representar 75% da força de trabalho e grande parte da massa de consumo no mercado
lizado, os Millennials são mais tolerantes às diferenças do que as gerações antecedentes, porém mais idealistas, criativos e críticos em relação a regras sociais. Eles são menos presos a instituições políticas e religiosas e costumam ter uma visão política mais liberal. Os Millennials têm mais acesso à informação, mais tempo e – SHUTTERSTOCK
por enquanto – menos dinheiro, o que os leva a consumir de forma mais consciente. Procuram, acima de tudo, comprar de empresas que representam os seus valores morais. “Para eles, o consumo é menos compulsivo e mais ideológico, já que o status não está mais relacionado ao ato da compra e sim ao produto que adquirem”, explica Renato Chu, cofundador da MindMiners. Para os Millennials, em termos de importância de consumo,
Baby Boomer Essa geração antecede à dos Millennials. Os Boomers surgiram logo após o fim da Segunda Guerra Mundial. Hoje, são pessoas que se caracterizam por gostarem de um emprego fixo e estável. No trabalho, seus valores estão fortemente embasados no tempo de serviço e preferem ser reconhecidas pela experiência em detrimento da sua capacidade de inovação. O termo em inglês baby boomer pode ser traduzido livremente para o português como “explosão de bebês”, fenômeno social ocorrido nos Estados Unidos no fim da Segunda Guerra, ocasião em que os soldados voltaram para suas casas e conceberam filhos em uma mesma época. Em sua maioria, ocupam os cargos de diretoria e gerência nas empresas.
ter um smartphone é tão importante quanto um plano de saúde. Totalmente dependente da tecnologia, essa geração está acos-
Como consequência disso, a Geração Y
tumada a conferir e comparar preços online antes de adquirir um
rejeita os métodos tradicionais de marketing,
produto, o que pode dificultar o processo de venda. “Eles se sen-
o que também pode dificultar o processo
tem incomodados com a presença de vendedores nas lojas e,
de engajamento. Os Millennials acreditam
geralmente, preferem consultar o celular para tirar dúvidas sobre
que a forma convencional de publicidade é
um produto ou serviço. Durante uma compra, é comum consul-
inconveniente, sendo assim a geração que
tarem o smartphone em busca de informações adicionais sobre o
menos assiste a propagandas na TV, por
que pretendem levar para casa”, acrescenta Renato.
exemplo. “Isso pode ser decorrência também do fato de que eles optam por consu-
Como atrair esse novo consumidor
E 34
mir mídia on demand por meio dos serviços
Como um grupo de consumidores, eles estão apenas come-
de streaming, em vez de ter que se adaptar
çando a flexionar seu poder de compra, o que vai crescer signifi-
à programação da televisão a cabo. Eles são
cativamente nos próximos anos.
heavy users de redes sociais e, por isso, elas
Pesquisas realizadas pela Nielsen entre 2013 e 2016, com mais
são ferramentas eficazes para atrair essa
Eles nasceram na era dos dispositivos
anos, em média, e estão sendo apresentados ao mercado como a
de 30 mil consumidores online em mais de 60 países, revelaram
geração para dentro da loja”, observa Chu.
eletrônicos, representam 1/3 da população
primeira geração de nativos digitais. Por isso, cada vez mais se pes-
que os Millennials são uma geração social voltada para a comuni-
Devido a todas essas características, o
brasileira e preferem consultar um celular
quisa e se fala sobre esse novo público consumidor que, até 2025,
dade, que valoriza a voz individual. São também uma geração exi-
marketing para a Geração Y deve ser mais
a um vendedor. Você já conseguiu identi-
vai representar 75% da força de trabalho, ou seja, grande parte da
gente, que quer um estilo de vida saudável e mais equilibrado, além
focado na criação de experiências do que na
ficar quem são eles? Os Millennials ou Ge-
massa de consumo.
de estarem mais informados sobre as empresas, seus produtos e
promoção de objetos materiais. Tudo indica
suas práticas de negócio. Eles também esperam que os produtos
já não ser mais suficiente a venda tradicio-
possam fazer mais por eles e por sua comunidade.
nal. Por isso, é cada vez mais comum en-
ração Y são termos utilizados para catego-
É o momento de se perguntar: “minha farmácia está prepara-
rizar as pessoas que têm hoje entre 17 e 31
da para atender a esse público?”, “Será que basta expor adequada-
Revista da Farmácia · Maio-Junho 2017
Revista da Farmácia · Maio-Junho 2017
35
comportamento contrar uma farmácia que aposta na expe-
Uso do cartão de crédito
riência, seja no teste de novas maquiagens,
Para melhor entender o perfil de consumo dos Millennials, a
seja no relacionamento com o farmacêuti-
equipe de consultoria da Visa – o Visa Performance Solutions ana-
co. Além disso, eles querem comprar pro-
lisou o comportamento de compras dos brasileiros de diferentes
dutos e serviços de empresas que tenham
faixas etárias. Ao estudar os dados transacionais da rede de pa-
valores alinhados com os deles.
gamentos da empresa – a VisaNet – a consultoria descobriu que,
A autenticidade de marca também é
dentre todas as idades, os Millennials são os que mais concentram
um fator importante para essa geração,
suas compras em roupas (8% do total de suas despesas), em res-
que prefere marcas transparentes e con-
taurantes (7%) e em lojas de departamento (5%).
fiáveis. “Os Millennials gostam de com-
“No Brasil, cerca de 30% (IBGE) da população é composta por
prar de empresas que se apresentam de
Millennials. Esses jovens, que guiarão a economia brasileira dentro
maneira genuína e as que atuam no setor
de alguns anos, apresentam novos comportamentos de consumo,
farmacêutico nem sempre fazem isso de
relacionados à mobilidade e ao mercado digital. Estar atento a essas
forma clara e objetiva. Para atrair e con-
tendências e particularidades é de extrema importância para as em-
vencer esse público, portanto, é impor-
presas que querem crescer no mercado brasileiro”, explica Alexandre
tante abrir espaço para práticas susten-
Peyser, diretor do Visa Perfomance Solution para a América Latina.
táveis e investir em uma comunicação
O estudo também mostrou que o tíquete médio dos Millen-
focada na saúde do consumidor”, sugere
nials é 26% inferior ao da Geração X (35-53 anos). Já o número de
o executivo da MindMiners, empresa que
transações mensais é praticamente o mesmo. A Visa Perfoman-
faz pesquisas sobre comportamento do
ce Solutions percebeu que os Millennials fazem 15 operações por
consumidor.
mês com cartões, enquanto as pessoas da Geração X realizam 18
O fato de os Millennials estarem
transações em média.
acostumados com a conectividade mo-
Outra constatação interessante diz respeito aos pagamentos
bile faz com que eles sejam exigentes
online. Como esperado, os Millennials despontaram como os que
em relação à eficácia e agilidade dos
mais realizam compras no e-commerce com mais de 20% do total
serviços ao consumidor. Portanto, se a
das transações realizadas virtualmente. Esse dado é uma informa-
farmácia faz entrega em domicílio, por
ção relevante para farmácias e drogarias que concentram as ven-
exemplo, esse fator deve estar previs-
das pela internet ou para as empresas que estão pensando em mi-
to na estratégia dela.
grar com mais força para esse canal.
Características Planejam cancelar algum serviço a favor somente do serviço online Atualmente pagam por programação online
Baby Boomers X Millennials 15% 15%
38% 31% 48% 57%
Fazem encomendas online para entrega em domicílio
51%
Dispostos a pagar mais por marcas sustentáveis Gostariam que houvesse mais produtos premium disponíveis Mantêm-se antenados a conversas nas mídias sociais Fazem pesquisas na internet enquanto assistem a programações de vídeo
36
Revista da Farmácia · Maio-Junho 2017
73%
13% 21% 36% 41%
62% 66%
tecnologia
tecnologia
O poder dos dados
que realmente importam. As análises do Big Data vêm ajudando na obtenção de insights que levam a melhores decisões e direções estratégias de negócio.
Como as empresas estão usando o Big Data
Para o executivo da Iteris Consultoria, para utilizar as técnicas
SHUTTERSTOCK
Como o Big Data está ajudando empresas a entender o comportamento do consumidor e gerar mais vendas
de Big Data, é preciso ter o consumidor final como cliente – caso
• Empresas estão utilizando o Facebook para
do varejo farmacêutico – e certo nível de maturidade nas estru-
traçar qual o perfil psicológico e comporta-
turas e processos internos, assim como profissionais com capa-
mental das pessoas. Basicamente, com base
citação específica para fazer a análise dos dados. “A empresa que
nas curtidas, é possível determinar uma infi-
conseguir, por meio do Big Data, entender melhor as percepções
nidade de características sobre o indivíduo:
dos consumidores sobre sua marca poderão atuar de forma ágil e
preferências políticas, se a pessoa tem um
cirúrgica na manutenção da boa imagem, obtendo assim vanta-
parceiro amoroso, se tem filhos ou não, se
gem competitiva em relação à concorrência”, destaca o especialista.
prefere sair aos sábados ou às sextas, pre-
Aplicações no varejo
ferências de consumo, entre outros dados. Dessa forma, o perfil de comportamento de
O varejo tem um volume significativo de dados. Há alguns anos,
compra já é utilizado pelas empresas para
a principal fonte eram as transações comerciais no ponto de ven-
alavancar as vendas por meio de anúncios
da. Atualmente, os canais digitais, as redes sociais, os programas de
e campanhas direcionados e específicos.
fidelidade e o clássico Customer Relationship Management (CRM) têm feito esse volume crescer significativamente. “Em geral, os varejistas olham as redes sociais como um canal de atendimento ao consumidor e interação, mas elas são muito mais que isso,
B 38
pois fornecem dados e informações não óbvias e comportamentais, que, uma vez analisados, ajudam a empresa a fazer determinada promoção ou incluir um novo produto no portfólio”, acres-
Big Data é o termo que descreve o imen-
Embora o termo seja relativamente novo, o ato de recolher e ar-
so volume de dados – estruturados e não
mazenar grandes quantidades de informações para eventual análise
Para o diretor de Marketing e Inteligência de Mercado da Asso-
estruturados – que impactam os negócios
é antigo. O conceito ganhou força no início dos anos 2000, quan-
ciação Brasileira das Empresas de Software, Carlos Sacco, “quanto
no dia a dia, englobando técnicas de cap-
do um analista famoso do setor, Doug Laney, articulou a definição
mais cedo o varejo tiver acesso à informação, mais perene será o
tura, análise e tratamento de informações.
de Big Data como três fatores: volume, velocidade e variedade.
negócio. Se uma farmácia não adotar o uso da tecnologia para fa-
centa Fernanda.
De acordo com o Arquiteto de Soluções da
Volume diz respeito às inúmeras fontes, incluindo transações
Iteris Consultoria, Bruno Mass, “são técni-
comerciais, redes sociais e informações de sensores ou dados trans-
cas e tecnologias que abrangem inteligência
mitidos de máquina a máquina. O fator velocidade está relaciona-
O pulo do gato não está na quantidade de dados que uma far-
artificial, algoritmos estatísticos e reconhe-
do à agilidade com que os dados fluem. Os sensores, celulares e
mácia tem, mas no uso que faz deles. De acordo com a gerente
cimento de padrões, aplicadas a conjuntos
contadores inteligentes estão impulsionando a necessidade de li-
de Customer Intelligence do SAS América Latina, Fernanda Be-
de dados heterogêneos e, na maioria das
dar com imensas quantidades de dados em tempo real. Por fim, o
nhami, o varejo farmacêutico precisa ter um objetivo para os da-
vezes, desestruturados – sons, imagens,
fator variedade diz respeito ao formato dos dados, que podem ser
dos armazenados e um ferramental adequado. “É preciso traduzir
vídeos, ‘curtidas’, textos, cliques, sinais de
documentos de texto, e-mail, vídeo, áudio, dados de cotações da
as análises para uma necessidade de negócio, descobrindo novas
um sensor”. Analisar, dar sentido às análi-
bolsa, transações financeiras, entre muitos outros. Os dados, por-
possibilidades, tendências e comportamentos. Isso é inteligência
ses e aplicar os resultados a favor dos ne-
tanto, podem estar em vários lugares e serem de várias formas.
de negócio”, explica Fernanda.
zer a gestão do negócio, a concorrência vai passar à frente”, complementa.
gócios são o maior desafio para as empre-
A quantidade de dados que está sendo criada e armazenada
A utilização mais comum do Big Data, no varejo, é a análise do
sas que decidem investir tempo e recurso
em nível global é quase inconcebível. No entanto, o importante
comportamento de compra dos consumidores. De forma mais es-
nessa tecnologia.
não é a quantidade e sim o que as empresas fazem com os dados
pecífica, a análise da cesta de compras. “Com base nos resultados,
Revista da Farmácia · Maio-Junho 2017
• Companhias estão utilizando as redes sociais para obter um “mapa de temperatura” de suas marcas, isto é, o que as pessoas estão dizendo sobre a marca, se é bom ou ruim, se estão reclamando ou elogiando. Envolve, em primeiro lugar, o reconhecimento automático do texto escrito – se é bom ou ruim – e uma classificação do texto – quãobom ou ruim é. • Talvez o maior case de Big Data seja o Netflix, que passou de provedor a produtor de conteúdo, simplesmente baseando-se nas análises de preferência e comportamento dos usuários. Apesar de alguns fracassos, boa parte do conteúdo produzido pelo Netflix acaba se tornando sucesso absoluto, devido ao fato de a empresa já conhecer previamente as preferências de sua base de clientes.
Revista da Farmácia · Maio-Junho 2017
39
tecnologia
práticas corporativas tes de vendas e gerar receita adicional. São inúmeras as aplicações.
diversas ações, desde a disposição física dos produtos na loja até promoções de compra de produtos diferentes”, cita Bruno Mass.
Estrutura interna ou serviço A empresa tem dois caminhos: investir numa área de Inteli-
Por meio do Big Data, uma farmácia
gência de Negócio, contratando inclusive um profissional espe-
consegue identificar um cliente que nun-
cífico para analisar os dados e criar os insights para a farmácia, ou
ca comprou cosméticos na loja física, mas
contratar empresas especializadas nesse tipo de serviço. “O desen-
que está em busca deles no site da empre-
volvimento de projetos de Big Data pode se dar por meio de uma
sa. Há muitos exemplos: uma série de mé-
equipe interna ou com a contratação de serviços de consultoria. A
todos analíticos permite entender um pico
estruturação da célula interna exige mudanças de cultura e quebra
ou uma queda de determinada categoria
de paradigmas. As análises, muitas vezes, não produzem resulta-
de medicamento ou ainda prever vendas
dos imediatos. A empresa deve estar preparada para investir du-
em determinada região.
rante certo tempo sem um retorno tangível”, ressalta Mass, da Iteris.
Com o Big Data, a farmácia pode enten-
Se não for possível montar uma estrutura interna, o mercado
der como montar uma cesta de produtos
oferece soluções na modalidade de serviço. Um exemplo é o mo-
mais lucrativa, fazer análises sobre sazonali-
delo SAS Results as a Service (RaaS), oferecido ao mercado brasi-
dade e peculiaridades geográficas e conhe-
leiro pelo SAS. Esse modelo permite que as empresas obtenham
cer o perfil do consumidor por segmentação,
soluções mais ágeis para suas necessidades de negócios sem a ne-
tudo para desenvolver estratégias eficien-
cessidade de fazer investimentos em software, hardware e mão de obra especializada. Por meio das análises do SAS Results, as empresas conseguem
O desenvolvimento de projetos de Big Data pode se dar por meio de uma equipe interna ou com a contratação de serviços de consultoria. A estruturação da célula interna exige mudanças de cultura e quebra de paradigmas. As análises, muitas vezes, não produzem resultados imediatos. A empresa deve estar preparada para investir durante certo tempo sem um retorno tangível. Bruno Mass
Iteris Consultoria
Revista da Farmácia · Maio-Junho 2017
O que o desastre na imagem dos frigoríficos pode nos ensinar
E
Escrevo sob o impacto das notícias a respeito do escândalo
nos frigoríficos brasileiros. Em vez de falar da corrupção, manterei meu foco na mola propulsora de todo este processo: a busca por bônus de resultado pelos altos executivos das empresas envolvidas. E o que isso tem a ver com a sua farmácia? Não é necessário
muito esforço para se perceber que muitas irregularidades come-
saber quais são as melhores ofertas para seus clientes, em quais
tidas num negócio são feitas com o objetivo de aumentar a lucra-
canais elas devem ser anunciadas e em que momentos, adequan-
tividade. Se à pressão por resultado somar-se uma clara recom-
do a estratégia dentro do orçamento disponível. “Todo o projeto
pensa financeira imediata, dar-se-á uma combinação explosiva
é conduzido pelo SAS, que faz a análise dos dados por meio de
que pode estimular a ocorrência de desvios de comportamento
templates customizados e alinhados às necessidades do cliente,
ou a desobediência a normas legais.
que paga apenas pelo serviço, ou seja, pela entrega do resultado desejado”, explica Fernanda.
Esse é um risco que surge, por exemplo, nas ações agressivas de vendas. Como o resultado final é o que importa, o meio do ca-
A perversa lógica de aumento de risco em busca de uma premiação pode ser observada em qualquer nível da organização. Por isso, ao se estabelecer pressão por resultado, deve-se ponderar para que comportamentos de risco não sejam estimulados.
Assim como o SAS, a Neoway tem larga experiência no aten-
minho para se atingir essa meta pode ser permeado de pequenos
dimento ao varejo. O principal foco da empresa tem sido projetos
– no caso dos frigoríficos, enormes – desvios que servirão de ata-
Fernando Gaspar
de expansão para grandes redes. A utilização das técnicas de Big
lho para alcançar o objetivo final.
Consultor especializado na construção de indicadores gerenciais para varejo e serviços, instrutor de liderança e palestrante.
Data permite à Neoway definir as melhores regiões para abertu-
Imagine, por exemplo, que você estabeleça um prêmio para
ra de novas lojas, segmentar o público e presumir o faturamento
seu entregador, de modo que, se ele conseguir fazer o máximo de
Por isso, ao se estabelecer pressão por re-
de determinado ponto de venda. Também faz análise da concor-
entregas num menor tempo estipulado, ganhará um prêmio qual-
sultado, deve-se ponderar para que com-
rência e identifica vácuos de atuação. Com todos esses insights em
quer. Soa uma ótima ideia, afinal o cliente ficará satisfeito em rece-
portamentos de risco não sejam estimu-
mãos, o varejista toma decisões mais acertadas.
ber rapidamente o produto, o que gerará mais vendas e assim por
lados, como riscos humanos, no exemplo
“Atualmente, trabalhamos com mais de três mil fontes de da-
diante. O que você não contava é que agora seu entregador sairá
do entregador, riscos financeiros, no caso
dos, tanto as estruturadas, como a carteira de clientes, quanto as
pelas ruas fazendo barbaridades pelo trânsito, cometendo impru-
de fraudes, ou riscos de imagem. Portan-
não estruturadas, entre elas, redes sociais e conteúdo público na
dências em nome de uma produtividade que poderá lhe render
to, pense bem nas suas ações, pois, como
internet. Para cada demanda, um tipo de análise, de forma que os
um precioso prêmio. Ou um grande desastre.
aprendemos com os frigoríficos, em caso de
resultados façam sentido para o negócio”, destaca a arquiteta de Soluções para Negócios da Neoway, Francielly Feijó.
40
Depois não adianta chamar o Tony Ramos
DIVULGAÇÃO
é possível maximizar as vendas por meio de
Essa perversa lógica de aumento de risco em busca de uma premiação pode ser observada em qualquer nível da organização.
um desastre na imagem, nem Tony Ramos nem Fátima Bernardes resolvem.
Quer saber mais?
Mande um e-mail para fgaspar00@gmail.com
Revista da Farmácia · Maio-Junho 2017
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carreira
carreira
Virei gerente, e agora?
Habilidades comportamentais do
Ser o melhor vendedor não é motivo suficiente para ser promovido a cargo de liderança. Tem que ter o perfil certo
gerente
Relacionamento com a equipe Capacidade de interagir com todos os níveis hierárquicos da drogaria, de forma a obter
SHUTTERSTOCK
contribuição para o alcance dos resultados por meio da sinergia e do trabalho em equipe. Ser um líder motivado Otimismo e pensamento positivo diante das diversas situações, contagiando e energizando positivamente a equipe, para o alcance do desempenho esperado. Determinação para o alcance dos resultados de vendas Empenho constante na busca e no alcance das metas e dos objetivos propostos pela direção da empresa, sem se deixar esmorecer por obstáculos, buscando constantemente alternativas para o alcance do resultado. Tomada de decisão Capacidade de análise, proposição de alternativas e resolução dos problemas de forma ágil e objetiva, visando ao alcance dos resultados esperados. Realizar e monitorar o planejamento Capacidade em estabelecer sequência para execução do seu trabalho, delegando continuamente as tarefas de acordo com a importância, prioridade e/ou grau de dificuldade das tarefas envolvidas, cumprindo os prazos estabelecidos e acompanhando a equipe. Ter percepção
S
Capacidade de responder de maneira ágil às demandas da drogaria, assim como perceber as oportunidades de implantação de projetos que possibilitem o crescimento e desempenho nas vendas. Comunicar-se com clareza
Será uma boa ideia promover o me-
prometendo as metas e as vendas. Não é por ter resultados acima
Capacidade para transmitir e expressar as informações de forma assertiva e objetiva, seja de forma
lhor vendedor da farmácia ao cargo de ge-
da média que o melhor vendedor da equipe vai ter a habilidade
presencial, seja por e-mail ou telefone, dando feedbacks e garantindo que os colaboradores
rente? Muitas empresas acham que sim e,
necessária para chefiar. Excelentes balconistas perderam o rumo
compreendam sem ruídos ou distorções.
por acreditarem que essa única razão jus-
num cargo de gerência. Ou deixaram de lado as novas atribuições
tifica todos os indicativos contrários, aca-
para continuar vendendo, o que também não é a melhor opção.
bam cometendo o erro de colocar na fun-
Para o consultor em Varejo, Fernando Gaspar, não se deve con-
ção uma pessoa que não atende ao perfil
fundir bom relacionamento com o dono com perfil para ser gerente.
ou está despreparada.
“O empresário precisa se certificar de que o candidato tem habili-
Ser uma referência como líder Impressão positiva causada em função da postura profissional, apresentação pessoal, relacionamento, padrão ético de comportamento e autopercepção.
Esse é o tipo de decisão que pode fazer
dade interpessoal para lidar com a equipe e o necessário conhe-
Ter visão global
uma pequena empresa perder um bom ven-
cimento técnico do negócio. Porém, cabe uma ressalva: um bom
Capacidade de projetar metas, resultados e situações futuras, capacitando a equipe para responder
dedor e ganhar um gerente medíocre, com-
profissional de varejo de outra área pode, mediante treinamento, se FREEPIK
adequadamente às demandas e mudanças que ocorrem no segmento farmacêutico, assim como capacida-
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Revista da Farmácia · Maio-Junho 2017
de para perceber e avaliar o impacto de ações isoladas sobre os resultados globais da farmácia ou drogaria.
Revista da Farmácia · Maio-Junho 2017
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carreira tornar um ótimo gerente de farmácia, pois
médio prazo, técnicas de feedback e negociação, entre outras.
a lógica de liderança, uma vez em prática, é
“O grande dilema é o bom relacionamento interpessoal com
aplicável em qualquer área”, orienta Gaspar,
os colegas de equipe e, ao mesmo tempo, saber cobrar e exigir
que ministra uma palestra intitulada “Virei
desempenho. Essa é uma combinação difícil de acertar”, desta-
gente, e agora?”.
ca o consultor.
Casos em que bons vendedores foram
Segundo Gaspar, o mercado varejista farmacêutico está um
promovidos a gerentes e não se saíram bem
pouco defasado em relação a outros segmentos, onde já existe uma
na função são mais comuns do que se pen-
cultura mais agressiva de monitoramento diário de desempenho.
sa. “Em geral, não é culpa deles. É respon-
“Como exemplo, podemos citar o modelo McDonald’s e também
sabilidade das empresas, que colocam os
as lojas de departamento, que exigem do gerente uma maior ca-
funcionários nos cargos de liderança sem o
pacidade analítica, ou seja, a figura do gerente que só abre e fecha
menor preparo, deixando-os liderar na base
loja é cada vez mais obsoleta”, alerta o consultor.
do ‘aprender errando’. Isso costuma ter um custo altíssimo, tanto humano quanto comercial”, destaca Gaspar.
Liderança participativa O momento atual vivido pelo varejo farmacêutico exige uma liderança participativa, capaz de comunicar claramente os valores da farmácia ou drogaria aos clientes internos – funcionários – e ex-
Em geral, não é culpa dos vendedores. É responsabilidade das empresas, que colocam os funcionários nos cargos de liderança sem o menor preparo, deixandoos liderar na base do ‘aprender errando’. Fernando Gaspar Consultor em Varejo
ternos – consumidores. “Trata-se de um período de reposicionamento, em que as empresas do setor, por meio de planejamentos estratégicos arrojados, se apresentam a um mercado cada vez mais competitivo e a uma clientela exigente e esclarecida, que valoriza o atendimento ético e humanizado”, avalia Lucia Gadelha, consultora em Recursos Humanos e Gestão de Pessoas. No entanto, tudo isso precisa ser internalizado pela equipe, para que todos estejam realmente comprometidos em comunicar corretamente a identidade da farmácia. Para que os funcionários consigam ter produtividade em suas respectivas funções, é importante que eles sejam estimulados e capacitados continuamente. Para isso, a figura do gerente líder é fundamental. “O gerente do passado, que, para ganhar a responsabilidade de ‘abrir e fechar a loja’, necessitava apenas ‘ser de confiança’, foi subs-
44
Na palestra, o consultor capacita os
tituído pelo líder, incentivador, treinador e referência dos valores
participantes para que exerçam ativida-
da empresa”, pontua Lucia. Além das tarefas operacionais, precisa
de de liderança por meio da conscienti-
ser um estrategista, gestor alinhado com o planejamento estraté-
zação sobre as principais competências
gico da empresa e formador de equipe.
comportamentais exigidas. Além disso,
“Deve também canalizar o conhecimento e a motivação dos
aborda questões inerentes à liderança
funcionários para atingir e superar os resultados esperados pela
que podem fazer diferença no sucesso
direção da empresa, estabelecendo uma relação de parceria com
à frente de equipes, tais como: técnicas
os colaboradores, estimulando o crescimento profissional e o au-
de persuasão e mobilização de equipes,
todesenvolvimento e mantendo o ambiente organizacional favo-
símbolos e ritos de poder, utilização de
rável à troca de experiências e ao processo contínuo de aprendi-
indicadores de desempenho de curto e
zado”, finaliza Lucia.
Revista da Farmácia · Maio-Junho 2017
gestão de pessoas
gestão de pessoas
A difícil missão de demitir
Para a consultora em Recursos Humanos, Lucia Gadelha, a de-
Principal dica é agradecer a contribuição dada à empresa, porque o momento de dar feedbacks já passou
empresa”, aconselha Lucia.
missão de um funcionário demanda muita responsabilidade por
A segunda dica é que a demissão seja
quem assume a posição de demitir, sendo necessária uma postura
realizada pelo gestor imediato e jamais de-
acolhedora e equilibrada para conduzir o processo de forma huma-
legada. E deve ser em uma conversa pre-
nizada. “Cada funcionário reage de forma diferente e a pressão por
sencial, não por e-mail ou telefone. Quem
receber a informação da demissão pode alterar o comportamento
demite precisa ter atenção ao outro e falar
dele, exigindo controle emocional de quem demite para contornar
sem rodeios. “Vale agradecer a contribuição
as situações inesperadas e manter uma imagem positiva e justa da
dada à empresa, sem feedbacks, porque o
O que falar SHUTTERSTOCK
1. “Embora tenhamos conversado várias vezes a respeito, não conseguimos trazer sua performance aos patamares desejados. Acredito que prolongar seu contrato de trabalho não será proveitoso nem para a empresa nem para você. Portanto optamos por seu desligamento.” Educado, empático, mas firme e sem rodeios, demonstrando que a decisão está tomada e não é mais momento de feedback e novos acordos. 2. “Agradeço suas contribuições.” (mencionar as mais significativas) Deve haver aspectos positivos na performance do colaborador, caso contrário ele não teria permanecido na organização. Ressaltar essa qualidade durante a conversa de demissão preserva a autoestima do colaborador e encerra o relacionamento de forma respeitosa e positiva. 3. “Aproveite este momento para refletir sobre o que aconteceu aqui e que aprendizados obteve que podem contribuir para sua carreira.” Honesto e sucinto, chamando a atenção do colaborador sobre sua participação na decisão e convidando ele para aproveitar a experiência como um aprendizado. 4. “Você demonstrou grande potencial nas áreas X e Y. Não seria esta uma oportunidade para investigar mais a respeito e desenvolver novas competências?” Trazer uma perspectiva otimista sobre a próxima etapa pode ajudar a neutralizar a sensação ruim da
S 46
demissão.
Se você é um líder, provavelmente já se
tivas quanto ao desempenho ou comportamento e atitude. Se a
viu em uma situação semelhante a esta: pre-
empresa optou por demitir, certamente foi depois de alguns fee-
O que não falar
cisa demitir um funcionário, mas não sabe
dbacks para tentar ajustar o rumo do trabalho. Portanto, a demis-
1. “Sempre achei seus trabalhos pobres.”
como fazer isso. Dispensar um colabora-
são não será totalmente inesperada.
dor é sempre difícil, mas existem técnicas
“A demissão é uma frustração, pois indica que gestor e cola-
que podem ajudar a tornar esse momento
borador não conseguiram reverter uma situação que culminou na
menos constrangedor para as duas partes.
demissão. Frustração sim, mas surpresa não. Surpresa indica fal-
A primeira dica é que a demissão não
ta de conversas claras e honestas, ao longo do processo, sobre as
cause surpresa e que seja a conclusão de
causas que afinal acarretaram a demissão, sejam elas motivadas
uma conversa que vem sendo conduzida,
pelo desempenho do colaborador, sejam motivadas pelo cenário
há meses, com respeito, objetividade e ma-
em que a empresa vive”, explica Jacqueline Resch, coach e consul-
turidade na busca por ajustes de expecta-
tora em Recursos Humanos.
Revista da Farmácia · Maio-Junho 2017
Demissão não é hora de dar feedback, pois isso deveria ter sido feito antes, quando ainda havia chance de mudar. 2. “Se dependesse de mim, você ficava, mas a ordem veio de cima.” Gestores devem assumir a responsabilidade de suas decisões e defender as decisões da organização. 3. “Quem sabe daqui a um tempo, quando as coisas melhorarem, você não volta para a organização?” Nutrir esperanças em um momento traumático não ajudará o funcionário a se desligar da organização. 4. “Se eu pudesse, também sairia, mas estou preso aqui, pois não consigo me movimentar.” Denegrir a empresa para mostrar empatia demonstra falta de maturidade profissional do gestor.
Revista da Farmácia · Maio-Junho 2017
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gestão de pessoas momento da demissão não é o de dizer o
gimento em alguém que já está fragilizado. No entanto, é im-
que não funcionou bem. A decisão está to-
portante que se faça um backup de todos os arquivos antes de
mada e não há possibilidade de acordos”,
comunicar a demissão. “Essa ação não é excesso de descon-
acrescenta Jacqueline.
fiança, mas segurança do patrimônio intelectual da organização”, pontua Lucia.
Direito de saber o motivo da demissão
Somente devem saber da demissão as pessoas estritamente necessárias. A empresa deve ter processos que garantam a confi-
Segundo Lucia, a demissão deve ser
dencialidade desse tipo de informação. Os colegas que trabalham
realizada em uma sala fechada, para evitar
diretamente com o funcionário devem ser comunicados tão logo
constrangimento. O tom de voz deve ser
seja possível, para que não haja ruídos acerca do desligamento, dú-
firme, porém cordial, pois assim ajudará a
vidas e receio na equipe.
manter um clima o mais acolhedor possí-
Se esta for uma política da organização, a empresa pode
vel. “Tenha paciência durante todo o desli-
manter alguns benefícios por um período maior, dando su-
gamento, porque, após ouvir a palavra de-
porte ao funcionário no intervalo em que estiver fora do mer-
missão, geralmente o funcionário começa
cado de trabalho, e ainda oferecer um programa de transi-
a refletir sobre o quanto essa notícia vai
ção de carreira.
impactar negativamente o planejamento pessoal e profissional. Diga de forma clara
Dia e hora para demitir
e mensurável o motivo pelo qual a empresa
“Não acredito em dia e horário certos para demitir alguém. Há
o está demitindo. Ele tem o direito de sa-
os que advogam a sexta-feira, de modo que o impacto da demis-
ber a razão da dispensa e deve ser ouvido
são possa ser digerido e minimizado ao longo do fim de semana.
com atenção”, acrescenta.
Há outros que preferem a segunda-feira, defendendo a ideia de que haverá tempo para dirimir as dúvidas da equipe e para que o desligado tome providências concretas mais rapidamente”, ava-
Deixe tudo previamente preparado, evitando situações que possam dar margem a processos trabalhistas no futuro.” Lucia Gadelha Consultora em RH
lia Jacqueline. Outra dica importante é quanto à documentação do funcionário. “Deixe tudo previamente preparado, evitando situações que possam dar margem a processos trabalhistas no futuro. Nossas leis são complexas. Por isso, não deixe nenhum documento de demissão para depois. Da mesma forma, todas as informações referentes ao desligamento devem estar previamente definidas, entre elas, se ele poderá ficar até o fim do dia, se irá cumprir ou não o aviso prévio, assistência que será oferecida pela empresa etc. Todas essas informações definidas com antecedência irão agilizar o processo”, ensina Lucia.
48
A forma como o colaborador vai fa-
Uma vez tomada a decisão, não há porque postergar a comu-
zer o handover – passar as tarefas para um
nicação, a não ser que o profissional esteja vivendo alguma situa-
colega – deve ser conversada com ele. Se
ção particular difícil no momento. Não faz sentido demitir alguém
a questão é desempenho e não descon-
no dia do aniversário ou quando um membro da família está hos-
fiança, é desnecessário bloquear senhas
pitalizado. Bom senso e sensibilidade ajudam a determinar a me-
ou solicitar que deixe a empresa naque-
lhor hora, contanto que não se adie indefinidamente uma decisão
le exato momento, causando constran-
que já está tomada.
Revista da Farmácia · Maio-Junho 2017
consultora farmacêutica
Na dose certa Orientar para o uso responsável do medicamento é compartilhar a responsabilidade do cuidado com a saúde
HUMBERTO TESKI
N
No Brasil, a compra de medicamentos
O farmacêutico é o profissional da saúde que detém as infor-
sem prescrição é uma prática muito comum
mações sobre o medicamento e, por meio da Resolução 586/2013,
e, desde que eles façam parte da lista dos
do Conselho Federal de Farmácia (CFF), está autorizado a prescre-
que são isentos de prescrição médica, não
ver determinados tipos de medicamentos, sendo os serviços dele
é considerada ilegal. Essa lista é atualizada
os mais acessíveis à população.
pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária
No momento da dispensação, o farmacêutico deve assegurar
(ANVISA) e composta por substâncias que
que os medicamentos sejam entregues ao paciente certo, na dose
apresentam baixo risco para a saúde ou que
prescrita, na quantidade adequada à duração do tratamento pro-
se propõe a tratar os sintomas de doenças
posto, com informações seguras para o uso correto. Uma orienta-
não graves por um curto período de tempo.
ção pouco divulgada é em relação ao local adequado para manter
Porém, vale lembrar sempre que ne-
os medicamentos enquanto estiverem sendo utilizados. Alguns
nhum organismo é igual ao outro e, portan-
são termolábeis e devem ser acondicionados em embalagens es-
to, um remédio pode ter diferentes efeitos
peciais dentro da geladeira, outros diminuem ou perdem a valida-
em cada pessoa. Um dos principais objeti-
de após os primeiros dias de uso.
vos da orientação farmacêutica é minimi-
Para que essa abordagem possa ser uma realidade em todas
Ana Lucia Caldas
zar o erro das pessoas. Logo, faz parte da
as farmácias, são necessárias propostas de alterações na logís-
Farmacêutica, gerontóloga e especialista em atenção farmacêutica.
atuação do farmacêutico orientar sobre a
tica do atendimento. Por exemplo: ao entrar em uma farmácia
real necessidade de uso do medicamento
para comprar medicamentos, o ideal seria que, antes da entrega,
e, dessa forma, contribuir para que o pa-
todos os clientes/pacientes fossem questionados de forma pa-
ciente adquira o remédio certo, utilize na
dronizada e respeitosa sobre a necessidade de sanar algum tipo
dose certa, na hora certa, pelo tempo cer-
de dúvida ou de obter mais informações sobre o uso do medica-
to e com um resultado positivo na resolu-
mento comprado.
ção do problema.
Quer saber mais?
Mande um e-mail para analulcaldas@gmail.com
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Alteração e implantação de um novo perfil de atendimento
O atendimento com foco no paciente
requer a capacitação permanente dos colaboradores da farmá-
contribui para o cuidado e a orientação para
cia e, principalmente, do farmacêutico, para otimizar os cuidados
o uso responsável de medicamento. Nesse
aos pacientes atendidos e aumentar a disseminação do conceito
contexto, o uso de remédio deve estar sem-
de farmácia como local de saúde, dando mais visibilidade aos ser-
pre que possível associado à orientação de
viços farmacêuticos.
um farmacêutico, mesmo que o paciente
Orientar os clientes/pacientes para que possam fazer escolhas
tenha uma receita médica ou que o medi-
seguras e conscientes para o sucesso do tratamento é comparti-
camento seja isento dela.
lhar a responsabilidade do cuidado com a saúde.
Revista da Farmácia · Maio-Junho 2017
atualidade
atualidade
FGTS e os possíveis impactos no setor
Dicas para potencializar as vendas • Crie promoções sazonais com o chamariz “Use seu FGTS”;
• Treine a equipe para que ela sinalize ao consumidor a possibilidade de aproveitar
Dinheiro injetado na economia chega a R$34 bilhões, mas especialistas não garantem aquecimento das vendas do varejo
E
• Faça eventos promocionais na área de beleza da farmácia;
Este ano, o governo brasileiro, na tenta-
ro. Será esse um bom momento para o comércio, no sentido de
• Utilize as redes sociais para divulgar
tiva de driblar a crise econômica que o País
ter as vendas reaquecidas, já que a população terá acesso a um
promoções com a frase “Use seu FGTS”;
enfrenta, deu início à liberação do Fundo de
dinheiro extra?
• Conheça seu cliente e estimule-o para a
Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). O
Para o presidente do Provar/Fundação Instituto de Adminis-
saque só é válido para as contas inativas até
tração (Fia), Cláudio Felisoni de Ângelo, a economia do País ainda
31 de dezembro de 2015. Segundo o gover-
caminha em ritmo fraco, apesar de algumas boas notícias, como
no, 80% dos trabalhadores com direito ao
o início da recuperação dos empregos. Por esse motivo, é impor-
saque têm saldo entre R$ 500 e R$ 1.500.
tante não esperar muito dos saques do FGTS. “É bom lembrar que
dos nesta época do ano, o outono. É válido
De acordo com a Caixa Econômica Federal
parte do volume dos recursos liberados vai para o pagamento de
também divulgar os descontos nos cader-
(CEF), os meses com maior retirada serão
dívidas. Acredito que algumas pessoas também possam guardar
nos de oferta, lembrando que o chamariz
abril, maio e junho.
algum valor na poupança, em função da insegurança em relação
deve ser o uso do FGTS”, orienta.
Com toda essa movimentação econômica, a retirada do FGTS deve injetar R$34
compra.
Silvia acrescenta que o empresário da
ao emprego. E somente o restante vai para o consumo nos diferentes canais do varejo”, analisa.
Motta, a prioridade da população será a quitação de dívidas e, nos
farmácia pode treinar a equipe para receber
bilhões na economia, uma vez que 30 mi-
Felisoni explica que aqueles que têm direito aos valores mais
casos em que precise adquirir algo no comércio, vai usar somente
os clientes e estimulá-los ao uso do FGTS.
lhões de brasileiros devem sacar o dinhei-
altos nos saques possivelmente não têm a pretensão de usar o di-
o valor que sobrar. “Não crio expectativas de aumentar o tíquete
“Eles podem aproveitar que o consumi-
nheiro para o consumo no comércio. “Se a pessoa tem uma ren-
médio das farmácias com os saques do FGTS inativo. Os consu-
dor está na loja e sinalizar a possibilidade
da elevada, para cada aumento em cem reais, uma parte vai para
midores já estão muito endividados, principalmente aqueles que
de aplicar o dinheiro na compra de produ-
a poupança. Digo isso porque, com o consumo atendido, ela ten-
irão sacar o dinheiro”.
tos que estão em promoção ou destacar
Acredito que algumas pessoas também possam guardar algum valor na poupança, em função da insegurança em relação ao emprego. E somente o restante vai para o consumo nos diferentes canais do varejo. Cláudio Felisoni de Ângelo Provar/Fia
de a poupar mais”, acrescenta.
Revista da Farmácia · Maio-Junho 2017
O empresário Adriano Santos, da Drogaria Retiro, é otimista e
as novidades no segmento de dermocos-
Em se tratando especificamente do varejo farmacêutico, o es-
acredita que as pessoas poderão, sim, gastar parte desse valor em
méticos, por exemplo, fazendo referência
pecialista ressalta que, mesmo com toda a crise, o setor foi o que
compras no varejo. “Uma fatia da população que está fazendo os
ao bem-estar e à beleza do consumidor”.
menos sofreu impacto e continuou na curva de crescimento com
saques tem saldo de apenas R$500. Com esse recurso, não é pos-
Outra dica é a criação de frases especí-
dois dígitos. Mas, em relação ao FGTS, o momento pode não ser
sível comprar bens de alto valor agregado, o que pode incentivar
ficas, como“Use seu FGTS”, em ações nas
tão favorável, já que o gasto no comércio não é prioridade para a
compras mais baratas, como no nosso segmento”, especula Santos.
redes sociais, como Facebook, WhatsApp
população. “Para uma condição mais eficiente da operação co-
A especialista em Desenvolvimento de Pessoas e Varejo, Sil-
e site, ou em cartazes no checkout da loja.
mercial, uma boa saída é diminuir os estoques dos produtos, mas
via Osso, relaciona algumas possibilidades para serem desenvolvi-
Segundo Silvia, se a farmácia conhece o
sempre identificando precisamente a necessidade dos consumi-
das no canal farma, uma maneira de atrair esse consumidor para a
próprio cliente, ficará mais fácil estimular
dores para evitar o risco de não atender à demanda”, destaca o pre-
compra no ponto de venda. “Para chamar a atenção de quem está
a compra. “Por exemplo, se você sabe que
sidente do Provar/Fia.
passando em frente à farmácia, podem ser criadas, em ponta de
ele é diabético, ofereça produtos como o
gôndolas, promoções específicas para os produtos mais procura-
medidor de glicemia”.
Na opinião do presidente da Rede CityFarma, José Correa da
52
os descontos usando o dinheiro do FGTS;
Revista da Farmácia · Maio-Junho 2017
53
marketing farmacêutico
marketing farmacêutico
Alerta ao varejo independente Funcionários devem ser respeitados pelo que representam como criadores de valor
HUMBERTO TESKI
O Mauro Pacanowski Professor e consultor da FGV.
Quer saber mais?
Mande um e-mail para mauro@pacanowski.com.br
54
é tão grande, por que os funcionários são os primeiros a perder o
seus funcionários/empregados como seus
combate, a luta, a guerra? O fato é que as organizações, de uma
mais fortes clientes, despendendo tempo e
forma ou de outra, têm discursos ambíguos.
investimento com eles, a fim de transfor-
E como é que essas companhias demonstram para os acionis-
má-los nos verdadeiros responsáveis pe-
tas o real valor de seus consumidores? Não é nos balanços, que es-
los consumidores e não os relegar ao pos-
tão reservados para outros ativos tangíveis, como equipamentos,
to de meros culpados pela má performance
imóveis e recursos financeiros, como recebíveis e investimentos di-
da empresa.
versos. Embora os consumidores representem o mais importante
Então, o que pode ser feito? Primeira-
fluxo de retorno, por meio de suas rendas, eles não são computa-
mente, precisamos entender o que verda-
dos como ativos/bens nessa velha medição. Numa contabilidade
deiramente cria valor para empresas/acio-
formal e tradicional, a reviravolta dos conceitos econômicos e de
nistas e consumidores. Buscar aprimorar a
marketing não é contabilizada. Muitas companhias trabalham com
contabilidade atual, quebrando paradig-
Os principais executivos do varejo se
são um ônus que qualquer negócio apresenta. Então, quando as
velhos conceitos e teorias, em que os relatórios são formados sim-
mas, trazendo novos e criativos conceitos
vangloriam dizendo que “os funcionários
vendas despencam e os lucros definham, os executivos fazem de
plesmente por números frios e ultrapassados.
em que o ser humano participa de todo o
são o maior bem/ativo da empresa”. Al-
tudo para se libertar desse fardo, sem ao menos promover uma
gumas importantes companhias, de fato,
análise minuciosa de todo o processo produtivo, de suas estraté-
oferecem benefícios e vantagens, de for-
gias mercadológicas e de seu público-alvo. Do alto de suas privi-
A instabilidade do mercado financeiro é aceita correntemente
gados em bens tangíveis e ativos de inves-
ma racional, em função da produtividade
legiadas posições de comando e habilidades para cortar custos,
por ser um sintoma das limitações das ferramentas de medição.
timento, seus conhecimentos e relaciona-
e dos resultados operacionais e financei-
partem para cima da folha de pagamentos com suas potentes ca-
Essas falhas têm impacto direto nos mercados por conta da vola-
mentos ao longo do tempo. Lideranças e
ros. O mesmo não se pode dizer da maio-
netas, com muita coragem e sem nenhuma pena.
tilidade e da valorização inconstantes, mas também pelas opera-
processos também devem ser observados
Na era Industrial, essa negligência desclassificou e desqualificou muitas fontes de valor.
sistema de medição. Também precisamos achar novos rumos para adicionar empre-
ria esmagadora dos empresários que atua
O resultado inicial desse processo “sagrado e lógico” é a dispen-
ções, riscos, tecnologia e uso das informações apuradas para futu-
como elementos desse composto contá-
no varejo, onde imperam o amadorismo e
sa de funcionários. Em muitos casos, eles são pegos de surpresa
ros investimentos. Aqueles que acreditam poder mover e gerenciar
bil e tangível.
a visão limitada de curto prazo. Ainda as-
com um simples telefonema ou telegrama, desejando sucesso em
sem colocar como ativos reais e tangíveis o capital humano preci-
Não se muda nada da noite para o dia,
sim, tanto os empresários da indústria como
suas vidas futuras. Tudo feito sem a devida avaliação do relaciona-
sam acordar, pois, para tomar decisões de investimento que criem
mas devemos começar já. As farmácias têm
os do varejo costumam proclamar que as
mento desses empregados com os consumidores/fornecedores
valor agregado, os executivos têm que se preparar.
que tomar decisões baseadas não só na alo-
pessoas são o maior patrimônio, devido ao
da empresa. Fina ironia daqueles que conduzem as estratégias: os
É notória a diferença entre o que é analisado e computado e
cação de recursos estreitos, como fazem
que fazem e desenvolvem.
recursos humanos de ontem subitamente se tornam as pesadas
o que de fato é prioridade hoje em dia. Consumidores, funcioná-
hoje. Necessitam, com grande veemência,
despesas de hoje e os fardos descartáveis de amanhã.
rios de diversos escalões, vendedores e representantes, entre ou-
agregar valores humanos e relacionamen-
Será que, na prática, esse axioma faz sentido? Isso porque, ao menor sinal de de-
Atualmente, o mecanismo denominado contabilidade nada
tros exemplos, são bens fundamentais de uma grande empresa
tos duradouros nesse processo, pois, por
saceleração da economia e dos negócios,
mais é do que um sistema arcaico de medição, que geralmen-
que tem uma visão clara do futuro, que quer crescer e se perpe-
meio dele, a empresa tem enormes possi-
não são os empregados/funcionários os
te mina a habilidade de realização de objetivos, mesmo os mais
tuar. Esses ativos/bens criam relacionamentos e são tão impor-
bilidades de crescimento e sucesso. Vamos
primeiros a serem demitidos? Que motivos
moderados. A meu ver, esse modelo deve ser avaliado e um novo
tantes quanto o estoque físico, as lojas estruturadas e os recur-
aproveitar a oportunidade de conquistar uma
fazem com que esses “ativos” fundamen-
modelo contábil precisa ser proposto. Querem uma prova? Basta
sos financeiros.
nova plateia com um só discurso e uma só
tais não apareçam nos balanços? De fato,
dar uma olhada nos resultados do último ano. Vejam o número de
Algumas redes de varejo estão desenvolvendo modelos de
ação. Os empregados/funcionários devem
muitos varejistas não consideram seus fun-
varejistas que abrem e fecham suas portas num piscar de olhos;
negócios incluindo uma combinação de ativos/bens embasados
ser respeitados pelo que representam como
cionários “ativos” importantes no negócio,
e a quantidade de empregados ansiosos pelo contracheque que
na importância dos consumidores/empregados, da localização e
criadores de valor e não devem ser vistos
mas os veem como despesas descartáveis,
são demitidos e responsabilizados pelo fracasso. Vejam também
dos estoques, porém renegando a segundo plano o relacionamen-
apenas como despesas descartáveis.
que drenam o fluxo de caixa, diminuem ga-
quem trabalha em sintonia direta com os consumidores, enten-
to com fornecedores e processos internos. Para os executivos de
Algumas empresas já adotaram esse
nhos e desvalorizam estoques.
dendo mais do que ninguém quais são seus anseios.
estilo conservador, que utilizam seu tempo com números, cortan-
critério e apresentam resultados excelen-
Nós sabemos que esses ativos/bens,
Diante de todas essas observações, não é interessante ouvir
do empregados e reduzindo programas de marketing, um aviso: é
tes. Capital humano é investimento e ativo,
por definição, são benefícios. A vida de
constantemente, tal qual uma sinfonia, os altos executivos voci-
preciso construir uma nova base de consumidores e mudar o ge-
um bem tangível e de alto valor agregado.
uma farmácia e as despesas decorrentes
ferando sua adoração pelos empregados? Mas, se essa adoração
renciamento tradicional. Líderes dessas farmácias devem enxergar
A nova contabilidade agradece.
Revista da Farmácia · Maio-Junho 2017
Revista da Farmácia · Maio-Junho 2017
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recursos humanos
O desafio de dar retorno Receber feedback é uma oportunidade de alterar e ajustar o comportamento para ser mais eficaz, possibilitando crescimento e desenvolvimento pessoal
F
Feedback é uma palavra inglesa que sig-
nifica realimentar ou dar resposta a uma de-
• Dê o feedback sempre que possível imediatamente após a si-
terminada solicitação ou acontecimento. O
tuação ocorrida ou no mesmo dia. Não deixe para falar tempos
termo é utilizado usualmente no ambien-
depois, quando o fato já não tiver mais significado;
te corporativo como uma importante fer-
• Converse em um local reservado, em um ambiente onde não
ramenta de gestão de pessoas, para retor-
haja interrupções para não expor o colaborador, mantendo um
no aos colaboradores com o objetivo de
tom de voz acolhedor. Jamais o humilhe ou altere o tom de voz;
constante melhoria do desempenho. Ge-
• Seja claro e preciso nas informações, citando o fato e acom-
ralmente todo colaborador necessita des-
panhando se o colaborador está compreendendo e analisan-
HUMBERTO TESKI
se retorno para que possa alinhar objeti-
Lucia Gadelha Consultora especialista em gestão em recursos humanos e capacitação de líderes.
Mande um e-mail para luciagadelha@terra.com.br
56
do o comportamento por meio da autopercepção;
vos, estratégias, corrigir falhas, conflitos e
• Após o feedback, estimule o colaborador a falar sobre o enten-
também desenvolver o autoconhecimento.
dimento dele referente ao feedback recebido e coloque-se à
Muitos colaboradores solicitam feedback
disposição caso surjam dúvidas posteriores, pois muitas ve-
de seus gestores por diversos motivos: cor-
zes o colaborador fica impactado com as informações rece-
rigir o trabalho realizado, monitorar e so-
bidas e necessita de um tempo para assimilar;
lucionar falhas na realização das tarefas,
• Proponha um plano de ação para os pontos a ser melhorados
esclarecer dúvidas referentes às habilida-
e acompanhe posteriormente. Dar feedback não é suficien-
des a ser melhoradas, contribuindo para
te para mudar um comportamento. Demonstre estar aten-
o crescimento e amadurecimento pessoal
to ao processo de melhoria no desempenho do colaborador,
e profissional.
reconhecendo a mudança positiva do comportamento ou a
Para ser efetiva, a forma de comunica-
Quer saber mais?
Dessa forma, devemos estar atentos aos seguintes aspectos:
execução da tarefa pontuada no feedback.
ção no processo de feedback deve ser clara
Para quem recebe o feedback, também é importante saber ou-
e precisa, pois é por meio dela que o gestor
vir sem interpretar, sem interromper ou se justificar, para se tornar
vai transmitir as informações. O vocabulá-
mais consciente dos pontos de melhoria no desempenho esperado.
rio objetivo, buscando um melhor entendi-
Receber feedback é uma oportunidade de alterar e ajustar o
mento do que se quer transmitir, vai pos-
comportamento de forma a ser mais eficaz, possibilitando cres-
sibilitar a confiança necessária para que o
cimento e desenvolvimento pessoal. Uma atitude de constante
colaborador ouça e compreenda de forma
aprendizado gera mudanças positivas na carreira e na empresa que
assertiva os pontos a serem melhorados.
utiliza o feedback como uma ferramenta de gestão de pessoas.
Revista da Farmácia · Maio-Junho 2017
eu faço a diferença
Modelo de farmácia Estação Saúde tem conceito diferenciado de loja e foco em bem-estar
A Farmacêuticas Luíza Erthal e Paula Celles Cordeiro
A Estação Saúde Farmácia, localizada
para facilitar o aceso de idosos, banheiro para clientes e fraldário.
no Centro de Nova Friburgo, é um exemplo
Além disso, acessibilidade para funcionários cadeirantes, como um
de farmácia no município. Por quatro anos
elevador para ajudar o deslocamento deles até o segundo andar.
– 2013, 2014, 2015 e 2016 –, venceu na ca-
Atualmente, há dois profissionais cadeirantes na empresa: um
tegoria Melhor Atendimento do Comércio
deles é a farmacêutica Paula Celles Cordeiro, que trabalha há cinco
Geral de Nova Friburgo, certificação con-
anos no local; o segundo é auxiliar administrativo: Rômulo de Jesus
cedida pelo Impacto Pesquisas. A farmá-
Blaudt, empregado há quatro. A farmacêutica Paula foi eleita a pri-
cia nasceu em outubro de 2011, nove me-
meira melhor aluna da Estácio e fala dois idiomas, inglês e francês.
ses após a maior tragédia climática ocorrida
“Conheci a Paula durante a graduação de Farmácia e cogitei essa
na Região Serrana, onde a chuva provocou
contratação porque nos ajudaria a pensarem como montar uma es-
desabamentos e mortes.
trutura para atender a clientes cadeirantes e, claro, também ofere-
Quem conta a história é o gestor Mar-
cer oportunidade de emprego. Por exemplo, temos elevador e ba-
cos Penin, que acompanhou e participou da
nheiro que estão dentro dos padrões de acessibilidade”, conta Penin.
construção do projeto e, atualmente, sente
Além da equipe de balconistas e colaboradores prontos para
orgulho dos resultados. Entre os diferenciais
o atendimento eficaz na frente da loja, os farmacêuticos prestam
que a Estação Saúde possui, um deles é a
serviços aos clientes em uma sala apropriada para o acolhimento.
infraestrutura, formada por uma boa ilu-
Eles atuam esclarecendo dúvidas e realizando serviços como afe-
minação, tapete antiderrapante na entrada
rição de pressão, teste de glicemia e aplicação de injetáveis. A Estação Saúde também visita comunidades, levando atendimento aos moradores para uma vida saudável. A Estação Saúde também pensa no conceito de responsabilidade social e apoia diversos projetos realizados em Nova Friburgo, desde os voltados para o esporte, como capoeira, muay-thay, escolinhas de futebol, até as ações da Associação de Diabéticos de Nova Friburgo (ADINF), assim como atividades para a terceira idade realizadas por um professor de Educação Física e apoio aos músicos e artistas locais. Daqui para frente, o desejo da equipe da Estação Saúde é expandir esse conceito de loja para outras localidades. “Sentimo-nos realizados, pois temos uma farmácia que, além de ser modelo em
ACERVO ASCOFERJ
acessibilidade e inclusão, consegue atender a Nova Friburgo e, com delivery, a população de Bom Jardim, Macuco e Cantagalo. Em breve, espero poder atender a todos com lojas físicas”, finaliza Penin.
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Revista da Farmácia · Maio-Junho 2017
pequeno varejo
Consultor em planejamento, gestão por processos e gerenciamento de projetos.
Quer saber mais?
que pode ser um bom exemplo de foco do
conquistar um nível ampliado de relacionamento com eles.
cliente ao contrário de foco no cliente. Ela é
Já na estratégia com foco do cliente, o consumidor deixa de ser
uma paciente que utiliza medicamento de
apenas um dado estatístico e passa a ser visto e tratado empatica-
uso contínuo, e a farmácia, tendo o cadastro
mente, considerando as suas reais necessidades específicas. Essa
dela atualizado e com registros precisos e
estratégia permite que o cliente passe a considerar a empresa como
preciosos, manteve contato telefônico para
solucionadora de seus problemas e provedora de suas necessida-
informar que o remédio estava próximo de
des, passando a ter uma relação emocional ampliada em relação ao
acabar. A cliente ficou surpresa com a aten-
simples relacionamento comercial e tendendo a gerar a fidelização.
ção da empresa, que demonstrou preocu-
Uma das formas de buscar o olhar do cliente é trazê-lo para
pação com a necessidade dela em ter o me-
dentro da empresa e fazer com que se sinta parte dela. Uma pos-
dicamento no tempo certo para garantir o
sibilidade já praticada por algumas empresas é convidar os clientes
uso contínuo. Ela, obviamente, se dirigiu à
a participarem do desenvolvimento de novas formas de atendi-
farmácia para obter o medicamento, que
mento, por meio da coleta de sugestões. Uma das técnicas usadas
fazia parte da cesta do programa Farmácia
para isso é a dinâmica de grupos focais, normalmente mediados
Popular. Contudo, além do medicamento
pelo gestor da empresa ou apoiados por consultoria especializada.
gratuito, a cliente comprou outros produtos.
Uma vez sabendo do que o cliente realmente necessita e da
Esse exemplo real caracteriza bem a di-
forma como necessita, foi dado o primeiro passo para a implan-
ferença da gestão da empresa de foco no
tação da estratégia de foco do cliente. Mas, como observado no
cliente para foco do cliente. Se a sua em-
exemplo da cliente que foi informada de que seu medicamento
presa está formatada para trabalhar apenas
estava perto de terminar, é importante que a empresa se organi-
com foco no cliente é bom pensar em am-
ze para efetivamente atuar com a estratégia de foco do cliente.
pliar os esforços para também ter estraté-
Então, é fundamental implantar tecnologia que suporte de forma
gia de foco do cliente.
correta e precisa as informações a serem utilizadas no momento
A estratégia de foco no cliente é nor-
correto e de forma correta. A empresa deve ter processos e pro-
malmente centrada em pesquisas para co-
cedimentos desenhados e definidos para que possam promover
letar dados gerais que permitam avaliar os
a capacitação da equipe. Finalmente, deve supervisionar e medir
padrões comportamentais, demográficos,
os indicadores chaves de desempenho para saber se a estratégia
hábitos de consumo, gastos e tudo o mais
está trazendo resultados efetivos para a empresa.
Grupo Letra
Essas informações são importantes, mas não suficientes para se
LOCAL
Mande um e-mail para marcosconsultor@globo.com
tabelecimento farmacêutico fez um relato
60
Revista da Farmácia · Maio-Junho 2017
REALIZAÇÃO
Marcos Assumpção
que permita definir o perfil de determinados grupos de clientes.
O evento trará, paralelamente à feira, o Fórum Top Varejo Farma e o Congresso do Varejo Farmacêutico. Ambos contarão com a participação de alguns dos mais conceituados palestrantes do mundo dos negócios, com o objetivo de apontar caminhos para que farmácias, drogarias e também seus parceiros tenham sucesso. E ainda uma Rodada de Negócios visando crescimento e networking.
ORGANIZAÇÃO
ANDRÉ LIMA
R
Recentemente, uma cliente de um es-
A mais tradicional feira de negócios do varejo farmacêutico no Rio de Janeiro vem para a sua edição 2017 com foco exclusivo em margens, rentabilidade e gestão, ingredientes que garantem o crescimento do setor. A Expo Pharma será realizada no Riocentro, de 12 a 14 de setembro.
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Consumidor deixa de ser apenas um dado estatístico e passa a ser visto e tratado empaticamente
onde os GRANDES NEGÓCIOS acontecem!
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Foco do cliente
EXPO PHARMA
gestão financeira
Planejamento tributário Pró-labore e distribuição de lucros no regime do Simples Nacional
ANDRÉ LIMA
O Jorge Wilson Alves Consultor financeiro
Quer saber mais?
Mande um e-mail para jwluizalves@gmail.com
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O objetivo desse artigo é analisar o cus-
apenas a distribuição do lucro. Entretanto, essa questão merece um
to tributário decorrente da opção de pagar
exame mais apurado, pois, dependendo da situação fática, pode
pró-labore no caso de uma pequena dro-
ser interessante pagar o pró-labore mesmo assim.
garia optante pelo Simples Nacional. Regi-
Imagine uma drogaria cujo faturamento mensal nos últimos 12
me criado pela Lei Complementar nº 123, de
meses tenha sido de R$ 50 mil mensais. Nesse exemplo, o fatura-
14/12/2006, conhecida como Estatuto da
mento acumulado é de R$ 600 mil, enquadrando-se na alíquota
Microempresa, o Simples Nacional oferece a
de 7,54% do Anexo I, da LC 123. O custo mensal do Simples então
vantagem de reduzir tanto a carga tributária
é de R$ 3.770,00 por mês, correspondendo a 7,54% de R$ 50 mil,
quanto a rotina fiscal da empresa. O pequeno
independentemente de gerar lucro ou não. Nesse custo já se inclui
comércio de medicamentos, que não manipu-
R$ 1.495,00 de CPP na alíquota de 2,99%, mesmo que a empre-
la fórmulas, se enquadra na alínea b, do inciso
sa não tenha empregados nem pague pró-labore. Suponha agora
VII, do §4º, do artigo 18 da Lei, ficando sujeito
que a margem operacional do negócio comporte o pagamento de
à tributação sobre o faturamento pelo Anexo
pró-labore de R$ 5.531,31, valor do teto de benefíciodo INSS. Se-
I, cujas alíquotas variam de 4% a 9,12%. Nes-
riam descontados 11% de contribuição pessoal ao INSS, R$ 608,44,
sas alíquotas, já estão computados, em cará-
mais R$ 484,43 de imposto sobre a renda, resultante da aplica-
ter definitivo, os seguintes tributos: IRPJ, CSLL,
ção da tabela progressiva. Então, o custo adicional, além do Sim-
COFINS, PIS/PASEP, CPP e ICMS.
ples, seria de R$ 1.092,87. Valeria a pena pagar pró-labore então?
Se a pequena drogaria remunerar os
Em análise, a contribuição pessoal ao INSS garante o direito a
sócios administradores com pró-labore, a
uma futura aposentadoria vitalícia e a outros benefícios úteis, como
pessoa jurídica não terá custos adicionais,
um eventual auxílio-doença. Deve-se considerar que a empresa já
pois já paga a Contribuição Previdenciária
recolhe a contribuição patronal obrigatoriamente e que esses be-
Patronal (CPP) sobre o faturamento, tendo
nefícios não são adquiridos facilmente junto a entidades privadas.
ou não folha de salários. Por outro lado, o
Quanto ao imposto sobre a renda, seu custo pode ser recuperado
beneficiário do pró-labore, o sócio admi-
por meio de aplicações financeiras em fundos de previdência pri-
nistrador, arca com o Imposto de Renda na
vada PGBL até o limite de 12% da renda bruta. No caso, a aplica-
fonte e a contribuição pessoal para o INSS.
ção limite seria de R$ 663,76 mensais, superior ao imposto reti-
À primeira vista então parece desvantajoso
do, garantindo 100% de restituição na declaração de ajuste anual.
pagar pró-labore, fazendo com que o em-
Portanto, o pagamento de pró-labore é interessante para ga-
presário arque com tributos e contribuições
rantir benefícios ao sócio administrador e sua família, podendo mi-
adicionais, que não pagaria caso recebesse
nimizar o custo com imposto sobre a renda.
Revista da Farmácia · Maio-Junho 2017