ASCOFERJ • Associação do Comércio Farmacêutico do Estado do Rio de Janeiro • Rua do Carmo, 9, grupo 501, Centro - Rio de Janeiro/RJ - CEP 20011-020
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Ano 27 · Edição 204 · Maio-Junho 2018
Más notícias para o setor Dois projetos de lei surpreendem farmácias, mas Ascoferj já está atuando para derrubá-los
CARREIRA Como convivem as diferentes gerações nas empresas
GESTÃO Dicas para acertar na contratação de uma consultoria
MARKETING Por que vale muito a pena usar uniforme no ponto de venda
editorial
I
Infelizmente, no Brasil, ao longo dos anos, convivemos com
acordo, pois torna inexequível às farmácias
governantes que, em oposto do que deveriam fazer, negligenciam,
e drogarias privadas a manutenção da dis-
em absoluto, a saúde, a educação, a segurança e o bem-estar da
pensação desses medicamentos à popula-
população. Admiráveis projetos já foram criados na área educacio-
ção. Fica o questionamento: para onde vão
nal, como o Ciep; de segurança pública, como as UPPs; e de saú-
esses recursos já previstos para 2018 no or-
de, como a UPA. Entretanto, todos foram dilapidados por falta de
çamento da União?
uma política de gestão eficiente e honesta por parte do poder público, causando prejuízos aos cidadãos.
A justificativa de que existem irregularidades na comercialização praticadas por
Agora, mais uma vez, nos vemos diante de mais uma politica-
algumas empresas credenciadas é ridícula,
gem por parte do Ministério da Saúde, que vai inviabilizar o Progra-
pois, se existe algum tipo de fraude, que
ma Aqui Tem Farmácia Popular. Criado com o objetivo de oferecer
se puna exemplarmente a farmácia. Impor
mais alternativas de acesso da população aos medicamentos con-
pena aos estabelecimentos que trabalham
siderados essenciais, o programa deveria cumprir uma das princi-
de forma legal certamente vai acarretar um
pais diretrizes da Política Nacional de Assistência Farmacêutica. En-
prejuízo imensurável à população e ao pró-
tretanto, foi publicada, na edição de 28 de março do Diário Oficial
prio sistema público de saúde. É preciso fi-
da União, a Portaria 739/2012, sancionada pelo ex-ministro Ricar-
car registrado que paciente sem acesso a
do Barros, que altera os valores de referência dos medicamentos
medicamento, seguramente, terá sua en-
do Aqui Tem Farmácia Popular para o tratamento de hipertensão
fermidade piorada, podendo levá-lo à ne-
arterial, diabetes mellitus e asma.
cessidade de internação no degradante sis-
O programa vai deixar de repassar R$800 milhões de reais de
Humberto teski
Programa de Governo ou programa de partido?
tema hospitalar público.
verba já provisionada para este ano, sem nenhum tipo de escla-
As entidades ligadas ao setor já ma-
recimento convincente. A medida vale para 22 medicamentos e
nifestaram preocupação com o destino
entrou em vigor no dia 30 de abril, colocando em risco a continui-
do Aqui Tem Farmácia Popular, pois os
dade do programa, que hoje permite a 20 milhões de brasileiros o
preços sugeridos pelo governo, que pre-
acesso facilitado a tratamentos de saúde.
veem redução de até 60%, não equili-
Atualmente, 28 mil farmácias particulares participam do pro-
bram os custos. As farmácias não conse-
grama, contribuindo para cobrir as lacunas da rede pública na dis-
guirão receber menos do que pagam para
tribuição de medicamentos em 5,6 mil municípios brasileiros. Hoje,
a indústria. Portanto, cabe ao empresá-
as farmácias recebem um reembolso do governo para cada uni-
rio e ao cidadão manifestar seu repúdio
dade de medicamento dispensada, com base na tabela de valo-
a essa medida por meio do telefone 136
res regulamentada na Câmara de Regulação do Mercado de Me-
e fazer uma reclamação diretamente ao
dicamentos (CMED). Porém, a redução do reembolso inviabiliza o
Ministério da Saúde.
Luis Carlos Marins Presidente da Ascoferj
Quer saber mais?
Mande um e-mail para marins@ascoferj.com.br
Revista da Farmácia · Maio-Junho 2018
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carta da editora
Humberto teski
Um setor com muitos desafios
S
Se uma pessoa não é igual a outra, que
projetos de lei que tramitam na Assembleia Legislativa do Esta-
dirá duas, três gerações convivendo juntas,
do do Rio de Janeiro, cujas propostas criam a obrigatoriedade de
num mesmo ambiente de trabalho, muitas
haver enfermeiro nas farmácias que aplicam vacinas e nutricio-
vezes com opiniões e atitudes diferentes.
nistas nas que vendem suplementos alimentares. Esse segundo
O conflito entre gerações traz um desafio
desafio é inclusive nosso assunto de capa. A reportagem traz a
enorme para as empresas: equilibrar esse
opinião de profissionais e autoridades do setor, como a presiden-
conjunto de forças.
te do Conselho Regional de Farmácia do Estado do Rio de Janeiro
Quando a conexão entre as gerações se dá de forma equilibrada, há uma colabora-
(CRF-RJ), e destaca toda a base legal que pode impedir a aprovação desses projetos.
ção para a qualidade de vida do ambiente
Outra matéria que vale muito a pena ler trata das vantagens
de trabalho, bem como com a aprendiza-
em adotar uniformes para a equipe no ponto de venda. Além de
gem de cada indivíduo. Esta edição traz
uma peça que facilita o dia a dia do colaborador, o uniforme deve
opiniões de psicólogos organizacionais e
compor as estratégias de comunicação da empresa, pois contri-
coaches sobre o tema e seu impacto no
bui para agregar valor à marca.
clima organizacional das empresas.
Viviane Massi
Leia essas e outras matérias nesta edição da Revista da Far-
Também estão dando o que falar dois
mácia. Boa leitura!
Jornalista e editora responsável viviane@massicomunicacao.com.br
Fundador
REVISÃO
Ruy de Campos Marins
Desde maio de 1991
Presidência Luis Carlos Marins
4
Agnes Rissardo Arte
(21) 99827-2867
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CAPA
Marcos Assumpção
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sumário
18
22 capa
carreira Como o conflito de gerações impacta as empresas.
Dois projetos de lei surpreendem o varejo farmacêutico.
28 gestão Quando e como contratar uma consultoria para sua empresa.
6 7 8 10 14 16 17 27 35 44 45 47 49 50
agenda boa leitura lançamentos entrevista panorama pequeno varejo jurídico práticas corporativas recursos humanos mais seguro gestão tributária assuntos regulatórios saúde consultora farmacêutica
36 marketing Como o uniforme pode fazer a diferença no seu negócio.
Novo site no ar Acabamos de lançar um novo site. Visite e veja como ficou muito melhor navegar. Além disso, nosso blog traz notícias diárias para manter você informado. Acesse: www.ascoferj.com.br
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agenda
Eventos e cursos do setor Aplicação de Injetáveis A Ascoferj está com inscrições abertas para o curso de injetáveis de junho, nos dias 7 e 8. O treinamento ocorre na sede da Ascoferj, das 14h às 20h. Mais informações: www.ascoferj.com.br.
Rodada de Negócios da Millenium No dia 10 de maio, a Millenium vai promover a segunda edição da Rodada de Negócios Millenium Rio de Janeiro, no Ribalta (Av. das Américas), na Barra da Tijuca. O evento começará às 13h, com sorteios, inclusive de um pacote de viagens, e show de encerramento às 22h. Inscrições: (27) 3182-1500.
Feirão de Negócios da Rio Drog’s A Rio Drog’s promoverá mais um feirão para varejistas no dia 22 de maio, no Maracanã. Uma feijoada vai abrir o evento ao meio-dia, que se estende com sorteios e promoções imperdíveis para fornecedores de medicamento e perfumaria. Inscrições: www.riodrogs.com.br
III Congresso Brasileiro de Farmácia Comunitária De 8 a 10 de novembro, a Sociedade Brasileira de Farmacêuticos e Farmácias Comunitárias (SBFFC) vai promover, no Hotel Prodigy Santos Dumont, no Rio de Janeiro, o III Congresso Brasileiro de Farmácia Comunitária. O evento vai colocar em pauta assuntos como farmácia clínica, consultório farmacêutico, serviços de vacinação, estética, nutracêuticos, entre outros. Mais informações: www.interevent.com.br.
Inscrições em cursos, palestras e eventos da Ascoferj: www.ascoferj.com.br Informações e inscrições de grupos: treinamentos@ascoferj.com.br. Pague sua inscrição com PagSeguro.
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boa leitura O ócio criativo Domenico De Masi – Sextante Domenico De Masi expôs suas ideias sobre a sociedade e o trabalho em diversos livros destinados aos amantes da Sociologia, como A Emoção e a Regra e O Futuro do Trabalho. Atento ao crescente interesse de um público mais amplo em seus conceitos e sua visão do futuro, De Masi elabora, de forma acessível neste livro, os temas da sociedade pós-industrial, do desenvolvimento sem emprego, da globalização, da criatividade e do tempo livre.
Os anos vertiginosos
Mudança e cultura no ocidente 1900/1914 Philipp Blom – Editora Record Esse foi um dos períodos mais significativos da história, pois moldou política, econômica e socialmente o mundo que emergiu do grande cataclismo conhecido por Primeira Guerra Mundial. Poucas monarquias restaram, algumas potências se desintegraram, e nossa civilização entrou nos “loucos anos 20”. Esse livro narra os eventos que antecederam essa ruptura histórica.
Em busca do cuidado perfeito Carlos Frederico Pinto - Editora LeanShopn Em busca do cuidado perfeito é o primeiro livro brasileiro a abordar o pensamento lean. O oncologista e especialista em Administração em Saúde, Carlos Frederico Pinto, explica como utilizou os princípios lean no Instituto de Oncologia do Vale para aumentar a capacidade de atendimento sem grandes investimentos ou contratações. Durante a leitura, é possível perceber como é possível reduzir gastos, aumentar a eficiência dos processos e, principalmente, melhorar o atendimento na área da saúde utilizando os conceitos lean.
O reino dos sensos Carlos Santarem – Editora KW Escrito pelo farmacêutico Carlos Santarem, o livro, disponível apenas no formato digital, é uma lenda comentada sobre o Programa 5S, explorando os nove sensos e seus benefícios para as empresas e para a vida das pessoas. A lenda retrata todo o desenrolar de uma reação que pode, no mundo físico e real, ser necessária exatamente agora em sua empresa e, até mesmo, em sua vida.
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lançamentos
Novidades nas gôndolas Camisinhas em embalagens unitárias A Prudence acaba de inovar o mercado de preservativos lançando um novo produto exclusivo: o Pote do Prazer Prudence, que permite a venda de embalagens unitárias. O Pote tem o formato de baleiro que disponibiliza 52 unidades de preservativos diversos. As camisinhas da linha diversão, por exemplo, possuem cor e sabor, com exceção da Prudence Neon, que brilha no escuro. SAC: 0800 11 12 13
Digestão da lactose A Prati-Donaduzzi colocou recentemente, no mercado, o Sensilatte, alimento funcional que auxilia na digestão da lactose presente nos alimentos. Os comprimidos de Sensilatte possuem tecnologia orodispersível patenteada que dissolve na boca sem a necessidade de ingestão da água. O produto conta com as opções sem sabor e baunilha. Além disso, o blíster fracionado permite que o paciente destaque e leve apenas a quantidade necessária. SAC: 0800 709 9333
Descoloração sem cheiro A Elisafer Cosmetics trouxe para o mercado a Máscara Descolorante, que se diferencia por não agredir o olfato. O produto tem abertura de até sete tons em cabelos naturais, e seu kit vem com folheto explicativo, que ilustra todo o processo, com cores e imagens, permitindo uma aplicação muito mais prática. SAC: 0800 771 2310
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entrevista
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DIVULGAÇÃO
Kenard Rocha Empresário e fundador da Farmacontainer
entrevista
Farmácia em container Kenard Rocha é um empresário do Maranhão que acaba de lançar uma franquia inovadora, colocando em xeque tudo o que se viu até hoje no varejo farmacêutico
K
Kenard Rocha, maranhense dono da marca Farmacontainer, começou a trabalhar na distribuição há 32 anos,
nos últimos 21 como empresário. Muito crítico no que diz respeito à qualidade do atendimento e dos processos, Kenard sempre esteve atento às necessidades do ponto de venda. A experiência na franquia Microlins mostrou o quanto é possível avançar pelo Brasil em franchising, um mercado que movimenta R$151 bilhões e que cresce dois dígitos em média por ano. De toda essa aventura, nasceu a Farmacontainer, uma franquia inusitada no varejo farmacêutico, lançada em abril deste ano. Nesta entrevista, você vai conhecer um pouco mais sobre a proposta do empresário, que acaba de inaugurar um escritório em São Paulo. Revista da Farmácia: O que é a Farmacontainer e como você de-
RF: De onde surgiu a ideia de criar uma far-
fine esse novo modelo de negócio no varejo farmacêutico?
mácia dentro de um container?
Kenard Rocha: A Farmacontainer surgiu da vontade de criar um
Rocha: Surgiu quando percebi que seria
modelo prático para a instalação de uma farmácia. Um modelo fa-
possível tornar o container um local ade-
cilitador, que iria solucionar uma questão que, por anos, inviabiliza
quado às exigências sanitárias. Além disso,
o resultado financeiro da maioria das empresas no Brasil: o custo
notamos que era possível também trans-
imobiliário. A farmácia em container pode ocupar lugares estra-
formá-lo num ambiente muito confortável
tégicos, como postos de combustíveis, onde a rentabilidade tem
para os clientes e esteticamente agradável,
sido um grande desafio nos últimos anos, e estacionamentos de
com piso em porcelanato e isolamentos tér-
grandes varejistas, pela comodidade e pelo conforto para os clien-
mico e acústico. O uso de tintas automoti-
tes. Além disso, pode ser instalada em terrenos com pequenas di-
vas contribui para uma imagem mais clean
mensões ou shoppings.
e, ao mesmo, tempo, bonita e perceptível em qualquer local.
RF: Quais são os diferenciais desse modelo em relação a um ponto de venda tradicional?
RF: Comprar ou alugar um imóvel em de-
Rocha: Custo mais baixo e tempo de instalação, além da mo-
terminadas regiões custa muito caro. Quan-
bilidade. Caso haja uma mudança radical nas vendas de de-
to custa uma farmácia container?
terminada região, é possível deslocar a farmácia com toda
Rocha: Os valores são abertos apenas em
a estrutura dela para outro local imediato, sendo necessá-
negociação, mas posso dizer que fica mui-
ria apenas a troca do endereço nos órgãos reguladores.
to abaixo de uma construção tradicional ou
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DIVULGAÇÃO
entrevista
de um aluguel em uma avenida de grande
de e conforto, além de segurança. Por isso, comprar sem sair do
fluxo de pessoas.
veículo é uma tendência no varejo.
RF: As exigências sanitárias são as mes-
RF: Quanto tempo se leva para montar o negócio e qual o perío-
mas que as de um ponto de venda tradi-
do de retorno para o investimento?
cional? Ou a Anvisa fez alguma concessão
Rocha: Levam-se, em média, 90 dias para montar a franquia, e o
C
para esse modelo em específico?
retorno vem no prazo de 9 a 12 meses, dependendo do nível do
M
Rocha: Não existem concessões. Adequa-
modelo e do valor investido.
Y
mos o modelo de acordo com as exigências da Anvisa.
CM
RF: Qual o perfil do franqueado que vocês buscam? Rocha: Buscamos parceiros com espírito empreendedor, que es-
CY
RF: Vocês já chegaram a São Paulo. Como
tejam dispostos a mudar o dia a dia, buscando o máximo possível
CMY
tem sido a aceitação no mercado paulista? E
de conhecimento e inovação para o negócio. O varejo parece, para
K
quando pretende vir para o Rio de Janeiro?
alguns, rotineiro, mas devo dizer que pensar assim é um equívo-
Rocha: Assim que for possível. A procura
co, pois é um setor desafiante acima de tudo. Reinventar-se, para
tem sido muito grande, mas somos caute-
nós, é uma meta diária. Digo isso observando o êxito do mercado
losos na escolha dos nossos parceiros para
varejista farmacêutico, que cresce ano a ano.
não comprometer o futuro da marca. Lembre-se de que inauguramos em abril.
RF: Quais são os modelos de franquia disponíveis na Farmacontainer?
RF: O serviço de drive thru não é muito ex-
Rocha: São módulos de 2,5mx12m cada um. Sendo assim, faze-
plorado pelo mercado. O modelo da Far-
mos o módulo do tamanho que o franqueado desejar: 30m2, 60m2,
macontainer favorece esse serviço? O Bra-
120m2 e assim por diante.
sil tem público para isso? Rocha: Sabemos que não é explorado, mas
RF: Quais são as projeções de crescimento para os próximos anos?
temos tido um avanço muito grande no que
Rocha: De 30 a 40 unidades a cada semestre.
diz respeito aos espaços de estacionamen-
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MY
tos nas cidades. Pessoas com o tempo cada
RF: Em média, quanto pode faturar uma farmácia da rede?
vez mais curto não querem ser assediadas
Rocha: As empresas de porte médio podem faturar entre R$250
em suas compras. Desejam mais privacida-
a R$450 mil, e as de grande porte poderão chegar a R$800 mil.
Revista da Farmácia · Maio-Junho 2018
A contabilidade da sua farmácia está começando a te dar dor de cabeça?
Então está na hora de conheçer a FARMACONTÁBIL. A FARMACONTÁBIL é um escritório de contabilidade especializado em farmácias, trazendo soluções para os problemas mais comuns do dia a dia de farmácias e drogarias. Contando com mais de trinta anos de experiência dos sócios no varejo farmacêutico, a FARMACONTÁBIL agrega valor ao seu negócio, com foco no crescimento sustentável e conciliando diferenciais competitivos e inovadores. Entre em contato conosco e descubra na prática como a FARMACONTÁBIL pode fazer a diferença no sucesso de sua farmácia!
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panorama Algodão da marca Eyer Care
E-Social começa em julho para MEIs e pequenas empresas A partir de julho de 2018, todas as empresas deverão utilizar o E-Social, incluindo os microempreendedores individuais. Em julho, será necessário apenas enviar informações relativas às empresas, ou seja, cadastros do empregador e tabelas. Em setembro, as empresas já passam a ser obrigadas a enviar informações relativas aos trabalhadores e seus vínculos, como admissões, afastamentos e desligamentos. Em novembro, torna-se obrigatório o envio das folhas de pagamento. Em janeiro de 2019, haverá a substituição da GFIP (Guia de Informações à Previdência Social) e compensação cruzada. Por fim, na última fase, também em janeiro do próximo ano, deverão ser enviados os dados de segurança e saúde do trabalhador. Para mais informações, acesse http://www.esocial.gov.br/. Fonte: Governo Federal
Pacheco e São Paulo lançam produtos de marca própria O Grupo DPSP – Drogarias Pacheco e Drogaria São Paulo – lança a sua marca pró-
Apsen fatura R$650 milhões em 2017
pria, a Ever Care, uma linha de produtos para cuidados essenciais e diários. Nessa
A Apsen, com sede em Santo Amaro (SP), faturou R$650 milhões
primeira fase de lançamento, a linha Ever
em 2017 e vendeu mais de 22 milhões de unidades. A média de
Care apresenta mais de 50 itens de cuida-
medicamentos vendidos por minuto foi de 44 unidades. Com mais
dos e assepsia, atendendo consumidores
de mil colaboradores, a Apsen tem 35 produtos e 85 apresenta-
com perfis e momentos de vida diferentes.
ções, sendo especialmente forte nas principais capitais brasileiras.
Entre os primeiros produtos da nova mar-
Voltada para produtos de marca, a companhia está presente nas
ca estão: hastes flexíveis, algodão, gel an-
principais áreas terapêuticas: Neurologia, Psiquiatria, Otorrinola-
tisséptico, absorvente para seios, gaze es-
ringologia, Urologia, Ginecologia, Reumatologia, Ortopedia, Gas-
téril, curativos, atadura, fita microporosa,
troenterologia, Geriatria, Endocrinologia, Angiologia, além de estar
água boricada, água oxigenada, oficinais,
a cada dia na área de MIPs (Medicamentos Isentos de Prescrição)
luvas látex, soro fisiológico, esparadrapo,
e Alimentos Funcionais.
ataduras, entre outros.
Apsen
Grupo DPSP
Sandoz fortalece portfólio com 16 marcas consolidadas no mercado A Sandoz, divisão de genéricos e biossimilares da Novartis, estruturou duas novas linhas de visitação médica focadas em Sistema Nervoso Central e Cardiologia, com a contratação de 90 profissionais. Desde março, a nova equipe vem representando 16 marcas consolidadas no mercado, que antes eram promovidas pela divisão de Medicamentos Inovadores do Grupo Novartis. Os medicamentos que passaram a ser promovidos pela Sandoz são: Exelon, Ritalina, Cataflam, Voltaren, Trileptal, Tegretol, Stalevo, Comtan, Diovan, Diovan HCT, Apresolina, Flotac, Codaten, Lamisil, Miflonide e Lescol XL. Sandoz
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panorama Ministério da Saúde aprova parceria com Gilead Sciences
Sanofi aparece em ranking do LinkedIn
O Ministério da Saúde anunciou recente-
Onde os Brasileiros Sonham em Trabalhar”, em levantamen-
mente a parceria de dois laboratórios públi-
to feito pelo LinkedIn, a maior rede profissional da internet,
cos com a biofarmacêutica Gilead Science
que revela as 25 empresas com mais de 500 funcionários
para o desenvolvimento nacional de medi-
mais procuradas na plataforma nos últimos 12 meses. Em
camentos essenciais para o Sistema Único
sua terceira edição, o prêmio avalia as interações entre os
de Saúde (SUS). As parcerias serão para a
usuários da rede social e as empresas. Entre os critérios de
produção de Sofosbuvir – utilizado no tra-
avaliação para a elaboração do ranking estão: interesse em
tamento de Hepatite C – e a combinação
oportunidade de carreira; interesse na marca e nos cola-
de tenofovir/entricitabina para a PrEP (Pro-
boradores, isto é, quantidade de pessoas que visualizam e
filaxia Pré-Exposição), medida de preven-
pedem para se conectar com os funcionários da empresa,
ção que diminui as chances de contrair o
quantidade de usuários que acessam a página e o alcance
HIV em caso de exposição.
e engajamento nas publicações da empresa no LinkedIn; e
Gilead Sciences
retenção, ou seja, colaboradores que permanecem na com-
A Sanofi foi classificada como uma das “Top Companies –
panhia por, pelo menos, um ano. Sanofi
pequeno varejo
Tudo que não se mede não se gerencia
André Lima
Medir nos torna mais conscientes e atentos aos nossos negócios
A
A intenção por trás das célebres frases
meio dos resultados apontados nos KPIs, desde que ocorra o de-
“Não se gerencia o que não se mede” ou
vido acompanhamento, é possível quantificar o desempenho da
“Medir é importante: o que não é medido
empresa e tomar decisões de melhoria.
não é gerenciado” foi também expressada,
Vale destacar que o simples fato de medirmos nos torna mais
em outros termos e contextos, por diver-
conscientes e atentos ao que está acontecendo com a gestão da
sas importantes personalidades da área da
empresa. Obviamente, é necessário comparar os resultados mês
Administração.
após mês, com a visão da evolução dos resultados e das metas.
Da mesma forma, aquilo que não se
Dependendo dos resultados, a análise poderá trazer um certo des-
pode medir não se pode melhorar. Assim,
conforto ao empresário e à sua equipe. Caso isso ocorra, é impe-
uma vez que sempre existem muitos deta-
rioso implantar ações que levem a ações efetivas de melhoria e
lhes e práticas de gestão nas empresas que
correções de rumo.
podem ser aprimoradas, a aplicação desse
Existem KPIs que são genéricos e aplicáveis à maioria das em-
conceito é capaz de trazer resultados satis-
presas, tais como: tíquete médio; margem de contribuição; pon-
fatórios às organizações.
to de equilíbrio; lucratividade; lucro antes dos juros, impostos, de-
Quando se pensa em medições de desempenho das empresas, em geral, o di-
preciação e amortização; tempo de recuperação do investimento; entre outros da família de indicadores financeiros.
recionamento se concentra nos controles,
Existem ainda outros indicadores de aplicação geral e não fi-
no planejamento e na análise financeira,
nanceiros como: capacidade de produção; evolução do número
Marcos Assumpção
que consiste em anotar todos os gastos e
de clientes; evolução do número de funcionários; fidelização dos
Consultor em planejamento, gestão por processos e gerenciamento de projetos.
as entradas de dinheiro. Se o empresário
clientes; entre outros. Com parte dos dados primários, ainda é pos-
tem bons registros financeiros, consegue-se
sível definir e calcular índices relativos.
Quer saber mais?
Mande um e-mail para marcosconsultor@globo.com
16
avaliar as finanças. Portanto, ao aplicar esse
De posse do conhecimento e da percepção da importân-
conceito de forma metodológica, é possível
cia de medição dos fundamentos de gestão, cabe ao empresá-
gerenciar e melhorar os impactos no setor
rio selecionar quais são aqueles indicadores mais significativos
financeiro e, consequentemente, garantir
para o seu negócio e avaliar a condição e a estratégia de rea-
uma gestão eficiente.
lização da medição, cálculos de indicadores, análise e seleção
Vale destacar que, quando se decide de-
e priorização de ações corretivas e/ou de melhoria dos fun-
finir uma base de KPIs – sigla para o termo
damentos de gestão. Definir um painel de acompanhamento
em inglês Key Performance Indicator, que
de KPIs, tendo origem em uma planilha, reproduzido de for-
significa indicador-chave de desempenho –,
ma ampliada e visível para compartilhamento com a equipe,
não necessariamente se deve associá-la aos
de preferência sob a forma de infográfico, promoverá a cha-
indicadores financeiros. Dessa forma, por
mada “gestão à vista”.
Revista da Farmácia · Maio-Junho 2018
jurídico
Entenda a sucumbência trabalhista Nova lei determina pagamento de até 15% ao advogado da parte que perdeu processo
C
Com o advento da Lei 13.467/2017, mais conhecida como Re-
tribuídas nesse primeiro semestre, com a
forma Trabalhista, foi incluído na Consolidação das Leis Trabalhis-
redução nos pedidos de danos morais de
tas (CLT) o artigo 791-A, que estabelece o pagamento de honorá-
vultuosos valores, horas extras inexisten-
rios advocatícios de, no mínimo, 5% e, no máximo, 15% à parte
tes, etc., enxugando o processo para uma
sucumbente, ou seja, à parte que perdeu o processo.
realidade possível de ser discutida de for-
Antes da Reforma Trabalhista, apenas os sindicatos de classe
ma mais conveniente.
tinham o direito de receber honorários advocatícios, mas apenas quando vitoriosos na ação trabalhista. Quando perdiam a ação, com esse novo dispositivo na CLT, todos os advogados passaram a ter o direito a receber honorários advocatícios, mesmo o advogado que venha a defender uma ação, não apenas o advogado do autor da ação. Com isso, pelo menos, no Tribunal Regional do Trabalho do Rio de Janeiro, houve uma diminuição do número de ações trabalhistas na ordem de 25,15%, segundo dados da Corregedoria do TRT/ RJ, devido, segundo a Corregedoria, às incertezas quanto à melhor aplicação da nova legislação. Essa redução é reflexo dos riscos quanto aos honorários advocatícios e às custas do processo, que antes não eram devidas e atualmente o são, coibindo, portanto, as aventuras jurídicas com pedidos sem qualquer fundamento, levando à natural diminuição das ações trabalhistas no primeiro semestre de 2018. De fato, com a inclusão dessa penalidade em se pagar honorários para a parte vencedora da ação, os processos tendem a ficar mais justos, sem pedidos absurdos e sem qualquer fundamento jurídico, como se o processo fosse uma loteria ou uma aventura jurídica. Aqueles advogados, principalmente dos autores, que não tinham compromisso nenhum com a verdade, terão naturalmente que se adequar. Isso já vem sendo observado nas ações dis-
No Tribunal Regional do Trabalho do Rio de Janeiro, houve uma diminuição do número de ações trabalhistas na ordem de 25,15%, devido às incertezas quanto à melhor aplicação da nova legislação. Essa redução é reflexo dos riscos quanto aos honorários advocatícios e às custas do processo. Com a inclusão dessa penalidade em se pagar honorários para a parte vencedora da ação, os processos tendem a ficar mais justos.
Humberto teski
não pagavam nada ao advogado da parte contrária. Atualmente,
Gabriel Fragoso Consultor jurídico da Ascoferj e especialista em Direito do Trabalho.
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Revista da Farmácia · Maio-Junho 2018
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carreira
Cuidado com o que você fala por aí
SHUTTERSTOCK
Conflito de gerações nas empresas coloca em xeque antigos comportamentos sociais
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Revista da Farmácia · Maio-Junho 2018
carreira
O
O que os nossos avós já diziam continua tão atual como nun-
ca: “faça ao outro somente aquilo que gostaria que fizesse a você”. Isso é empatia pura, ou seja, a capacidade de se colocar no lugar de outra pessoa. No dia a dia, entretanto, nem sempre é assim. Nas empresas, por exemplo, o conflito de gerações acabou por criar formas de interação social, muitas vezes, sexistas, machistas ou homofóbicas. “Estamos num período de transição de costumes em diversos aspectos do comportamento social. A sociedade está se tornando cada vez menos tolerante e mais defensiva em relação a atitudes que, há duas décadas, por exemplo, eram consideradas triviais ou aceitáveis”, destaca o consultor em Varejo, Fernando Gaspar. A tecnologia e as redes sociais contribuem com toda essa mudança na medida em que as pessoas expressam, por meio delas, o que pensam ou sentem. Acusações de assédio moral e sexual se tornaram notícias recorrentes nos jornais e, em alguns casos, se referindo a episódios ocorridos há dez anos, como muitos dos ci-
Quando a conexão entre essas gerações se dá de forma equilibrada, ela colabora para a qualidade de vida do ambiente de trabalho, bem como com a aprendizagem de cada indivíduo. Mas a realidade é bem diferente. O conflito existe porque, antigamente, o mundo era mais permissivo. Gabriela Cecarechi
Psicóloga organizacional e do trabalho.
tados na última premiação do Oscar.
Conflito de gerações
a tecnologia, é mais dinâmica, flexível e tem
Os ambientes organizacionais abrigam hoje gerações com ca-
mais facilidade de se adaptar e quebrar re-
racterísticas muito distintas. De um lado, baby boomers e seus fi-
gras. Enquanto uma geração foi criada para
lhos (geração X), focados, determinados, pontuais e capazes de
obedecer e seguir um padrão, a outra está
aceitar mais facilmente as hierarquias e os jogos de poder. De ou-
vindo sem muros ou papéis hierárquicos cla-
tro, os millennials (geração Y), criativos, leves, tecnológicos e mais
ros ou autoridade rígida”, acrescenta Mônica.
preocupados com o presente do que com o futuro.
De acordo com ela, o conflito de gera-
“Quando a conexão entre essas gerações se dá de forma equi-
ções trouxe mais questionamentos, trocas e
librada, ela colabora para a qualidade de vida do ambiente de tra-
rupturas de padrões e preconceitos. Há mais
balho, bem como com a aprendizagem de cada indivíduo. Mas a
mulheres em posição de liderança, equipes
realidade é bem diferente. O conflito existe porque, antigamente,
com maior diversidade e uma cultura mais
o mundo era mais permissivo. Hoje, principalmente com a vinda
colaborativa e inovadora. “A educação pas-
do feminino para o mundo corporativo, as visões e os direitos fo-
sou a ser mais afetiva e construtivista. As
ram se modificando. A vulnerabilidade das relações e a imposição
inovações trouxeram outras necessidades. A
da hierarquia também colaboraram para que a nova geração pas-
velocidade também aumentou, assim como
sasse a rejeitar comportamentos tidos como normais”, explica Ga-
a quantidade de informações e conexões.
briela Cecarechi, psicóloga organizacional e do trabalho.
A comunicação passou a ser veloz e diver-
7
5
Segundo Mônica Santos, psicóloga e coach, cada um tem uma
sificada. Se antes era cada um no seu qua-
perspectiva, uma história, habilidades e experiências diferentes.
drado ou trabalhava com a privacidade em
“Enquanto a geração mais antiga tem mais maturidade emocio-
quatro paredes, hoje é quase todo mundo
nal – pelo menos é o que se espera – e facilidade em criar proces-
junto e misturado em um ambiente sem
sos e seguir regras, a geração mais nova tem mais habilidade com
paredes e mais colorido”, completa Mônica.
9
5
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carreira Situações embaraçosas
intimidar colaboradores, além do bullyng, que saiu do mundo infantil
Por conta de tudo isso, determinados
e passou a se referir a formas muito mais agressivas de não aceitação.
comportamentos não são mais aceitos nas
Mas, apesar de assuntos tão sérios, por outro lado, existe jurisprudên-
empresas. “No ambiente de trabalho, é sem-
cia de colaboradores que acusaram seus gestores de assédio e depois
pre conveniente usar o bom senso. Não po-
voltaram atrás, informando que fizeram por raiva”, relembra Silvia.
demos esquecer que ali é um local para tra-
“No ambiente de trabalho, piadas e comentários que eram mo-
balhar e não para fazer amigos. Muitas vezes,
tivos de descontração numa reunião, hoje, podem ser considera-
uma brincadeira pode ser mal interpretada,
dos machistas, sexistas, ou mesmo, homofóbicos e passíveis até de
assim como um carinho ou elogio pode vir
se tornarem objeto de um processo judicial. E não é só a questão da
acompanhado de segundas intenções. Tudo
orientação sexual que está em evidência. Certos elogios e comporta-
vai depender do grau e da intensidade do
mentos, antes inconsequentes, dos homens em relação às mulheres,
relacionamento entre os envolvidos”, alerta
como elogiar frequentemente a beleza delas, nos dias atuais podem
a Master Coach Silvia Bez, com mais de 30
ser interpretados como assédio sexual ou sexismo”, acrescenta Gaspar.
anos de experiência no segmento comercial
Para a psicóloga Gabriela, o mundo está mais crítico. “Se pensarmos
de grandes empresas, como Ambev, Brades-
dentro do âmbito organizacional, não são situações que fortalecem a
co e Ponto Frio.
relação. Pelo contrário, essas piadinhas afastam os colegas. O que vale
Por isso, em suas palestras, Silvia diz que
é refletir: esse comentário agrega ou prejudica?”, pontua a especialista.
sempre se deve pensar duas vezes antes de soltar uma piada, brincadeira ou mesmo cari-
Nova ética profissional
nhos e elogios, pois, dependendo do receptor,
As empresas estão criando seus códigos de conduta justamente
isso pode ser interpretado de maneira equivo-
para evitar situações constrangedoras e desenvolver um clima or-
cada. “Temos situações muito delicadas, com
ganizacional melhor, mais saudável. Esses códigos são uma forma
gestores se apoderando de seus cargos para
de dizer a todos que certos comportamentos não serão admitidos. No entanto, para Mônica Santos, a questão não está apenas em criar novas regras de conduta, mas internalizar princípios baseados na ética e na empatia. “O maior mal do mundo chama-se
No ambiente de trabalho, piadas e comentários que eram motivos de descontração numa reunião, hoje, podem ser considerados machistas, sexistas, ou mesmo, homofóbicos e passíveis até de se tornarem objeto de um processo judicial.
ignorância, e um dos maiores exemplos é o preconceito. Ele revela não só a crença individualista e separatista do ego que quer se sentir melhor e superior do que o outro, mas também incita a perversidade e a falta de compaixão pelas pessoas diferentes ou em sofrimento”, diz Mônica, para quem comentários sarcásticos e irônicos devem ser punidos pela lei. “Por trás das piadas e dos comentários preconceituosos e machistas, estão o desrespeito e a violência sutil e perversa”, completa.
Empresas apostam na diversidade A diversidade de gerações no mundo corporativo tem tudo para ser positiva para a cultura organizacional. “Para lidar com os mais
Fernando Gaspar Consultor em Varejo
jovens, as empresas passaram a apostar em um ambiente em que a diversidade seja vista como algo positivo e não mais intimidador ou conflitante. Além disso, boa parte das organizações criaram uma
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carreira
linguagem interna menos burocrática e processos mais dinâmicos
com os valores compartilhados podem ge-
para acompanhar as tendências das novas gerações e do merca-
rar enormes e desgastantes conflitos, as-
do”, analisa Rodrigo Fonseca, especialista Emocional e presidente
sim como muito sofrimento”, diz Mônica.
da Sociedade Brasileira de Inteligência Emocional.
“Iniciamos uma era onde estamos indo
Segundo ele, os mais jovens sempre trarão inovação, versati-
em direção a uma globalização não ape-
lidade e simplicidade, enquanto os mais velhos contribuirão com
nas econômica ou digital, mas também
a experiência, o know how, a confiança e, principalmente, com a
de profunda integração da humanidade,
maturidade emocional, tão necessária para se construir grandes
em que teremos a compreensão visceral
negócios e relacionamentos.
de que somos parte de um mesmo ‘cor-
A Inteligência Emocional é importante aliada no ambiente cor-
po’, e que, portanto, tudo o que fizermos
porativo para barrar qualquer tipo de assédio ou abuso na organi-
com esse ‘corpo’ retornará em nossa dire-
zação. “Quando as competências emocionais são desenvolvidas
ção – positiva ou negativamente –, man-
nos colaboradores e, principalmente, nos líderes, é muito mais fácil
tendo ainda o nosso livre-arbítrio”, con-
garantir um ambiente mais harmônico e respeitoso, livre de qual-
clui Fonseca.
quer tipo de situações desagradáveis e reprováveis, como o assédio”, acrescenta Fonseca.
Por isso, as organizações estão introduzindo e apostando no fator humano como agente fundamental não só para o
Novo jeito de viver
alcance da alta performance e maximiza-
O inconformismo das novas gerações é reflexo de uma nova
ção dos resultados, mas também para ga-
forma de compreender o mundo. “Não saber lidar com as di-
rantir um ambiente saudável e duradouro
ferenças, ser incapaz de cocriar e não conseguir agir de acordo
para todos os colaboradores.
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capa
capa
Projetos de lei causam espanto pela incoerência das propostas Notícia de que nutricionistas e enfermeiros podem passar a ser profissionais obrigatórios em farmácias é recebida com surpresa pelo setor. Ascoferj tem apoio do CRF-RJ e já está agindo para impedir aprovação da proposta
O
O varejo farmacêutico está diante de duas novas ameaças que
diversas situações, mas o farmacêutico, se-
podem ser detonadas a qualquer momento: dois projetos de lei
gundo ela, tem plena formação para orien-
que tramitam na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Ja-
tar sobre o uso de suplementos alimenta-
neiro (Alerj). A Ascoferj já está mobilizada para impedir que esses
res, inclusive prescrevê-los.
projetos sejam aprovados, tanto que se reuniu recentemente com
“O PL 406/2015 não faz o menor senti-
o deputado estadual Luiz Martins, líder do PDT, para articular uma
do, pois, nas farmácias e drogarias, o farma-
aliança em defesa do setor.
cêutico está amparado legalmente ao dis-
O primeiro, o Projeto de Lei 406/2015, de autoria do deputa-
pensar os produtos isentos de prescrição e
do estadual Dr. Deodalto (DEM), cria a obrigatoriedade da presen-
possui formação acadêmica para a prescri-
ça de um nutricionista nos estabelecimentos que comercializam
ção de suplementos vitamínicos também”,
suplementos nutricionais no Estado do Rio de Janeiro, incluindo
diz Tania, que se baseia em várias normas,
farmácias e drogarias.
entre elas, a Instrução Normativa nº 11, de
O segundo, o Projeto de Lei 3.888/2018, dispõe sobre a obri-
29 de setembro de 2016, da Agência Na-
gatoriedade de haver também uma equipe de enfermagem em clí-
cional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que
nicas, farmácias, drogarias e demais estabelecimentos que prestam
inclui os suplementos vitamínicos na lista
o serviço de vacinação no Estado do Rio de Janeiro.
de medicamentos isentos de prescrição.
O primeiro já passou pela Comissão de Constituição e Justiça e
Segundo a própria Anvisa, não há, na legis-
obteve parecer favorável. Falta tramitar ainda pelas Comissões de
lação brasileira, uma categoria de “suplemen-
Segurança Alimentar e Economia Indústria e Comércio. O segun-
to alimentar” e, portanto, uma definição para
do foi publicado no em meados de março.
esses produtos na área de alimentos. Para a aquisição de algum tipo de suplemento, não
CRF-RJ expõe bases legais contra projetos Além da Ascoferj, outras entidades discordam das propostas, como é o caso do Conselho Regional de Farmácia do Estado do Rio
é preciso receita médica, pois os alimentos no Brasil são de venda livre, ou seja, não necessitam de prescrição para a compra.
de Janeiro (CRF-RJ). A presidente Tania Mouço defende a prescri-
A presidente do CRF-RJ lembra, ainda,
ção de medicamentos pelo nutricionista no consultório dele, nas
que, em agosto de 2013, o Conselho Fe-
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Farmacêutico tem legitimidade para vacinar, basta estar qualificado
deral de Farmácia (CFF) publicou uma resolução definindo a prescrição farmacêu-
O PL que cria a obrigatoriedade da presença de enfermeiro nas
tica como ato pelo qual o farmacêutico
farmácias e drogarias que oferecem o serviço de vacinação tam-
seleciona e documenta terapias farmaco-
bém não faz sentido para a presidente do CRF-RJ, uma vez que a
lógicas e não farmacológicas, entre elas,
Lei Federal 13.021/2014 autoriza o serviço, e a Resolução 197/2017
os medicamentos e outros produtos cuja
define os requisitos de vacinação em todo o país.
dispensação não exija prescrição médica,
A polêmica gerada pelo Conselho Federal de Enfermagem so-
incluindo medicamentos industrializados
bre a ilegalidade e os riscos associados à administração de vacinas
e preparações magistrais alopáticos ou
em farmácias e drogarias, sem a presença de profissionais de en-
dinamizados, plantas medicinais, drogas
fermagem, gerou diversos projetos de lei nos Estados contra a Re-
vegetais e outras categorias ou relações de
solução 197. Em resposta, o CFF aprovou, em 22 de fevereiro de
medicamentos que venham a ser aprova-
2018, a Resolução 654/2018, com regras para a atuação do far-
das pelo órgão sanitário federal.
macêutico na prestação do serviço de vacinação, entre elas, pro-
Tania lembra, ainda, a Diretriz Curricular
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Farmacêutico tem legitimidade para vacinar
fissional legalmente habilitado.
de 2017 da profissão farmacêutica, estabe-
Logo em seguida, em março, a Anvisa revogou a Portaria Con-
lecida pelo Ministério da Educação e Cultura
junta 001/2000, que continha exigências para o funcionamento
(MEC), que cita a preparação do farmacêuti-
de estabelecimentos privados de vacinação e restringia a respon-
co para orientar sobre o uso seguro e racional
sabilidade técnica dos estabelecimentos com serviços de vacina-
de alimentos, relacionados à saúde, incluindo
ção ao médico, pois estava em desacordo com a Lei 13.021/2014.
os parenterais e enterais, bem como os su-
Para estar apto a administrar vacinas humanas, o farmacêu-
plementos alimentares e de plantas medi-
tico deverá realizar o curso específico sobre vacinação, de forma
cinais fitoterápicas de eficácia comprovada.
presencial, em instituição credenciada pelo CFF ou reconhecida
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capa pelo MEC ou curso ofertado pelo Programa Nacional de Imuniza-
Por fim, como empresário, Torres é con-
ção (PNI). Para isso, o CFF já publicou a Portaria nº 23/2018, que
tra porque, na visão dele, propostas desse
trata do credenciamento para o curso de formação complemen-
tipo oneram as empresas. “A globalização
tar em vacinação.
caminha para a desburocratização de pro-
“Portanto, atendendo a todas essas exigências legais, os farma-
cessos profissionais. Projetos de lei desse
cêuticos estão aptos a exercer plenamente suas atividades técni-
tipo atrasam o desenvolvimento do vare-
cas em farmácias e drogarias, não havendo necessidade de outros
jo farmacêutico e acabam prejudicando a
profissionais, como nutricionistas e enfermeiros. Não existe norma
população na oferta de saúde. Vamos pa-
legal que obrigue os estabelecimentos acima citados a manterem
rar para pensar: nutracêuticos e vitaminas
em suas instalações esses profissionais, tendo em vista a existên-
são umas das principais formas que far-
cia de lei federal, resolução e portaria, além das diretrizes curricu-
mácias e drogarias, estabelecimentos de
lares editadas pelo MEC, que certificam os farmacêuticos a exerce-
saúde, têm para trabalhar a oferta de saú-
rem plenamente essas atividades”, reforça a presidente do CRF-RJ.
de, principalmente no quesito prevenção. Entre contratar um nutricionista, tendo o
Propostas oneram pequenas empresas
farmacêutico como responsável técnico, e
Em geral, todos as faculdades de Farmácia tratam da dispen-
parar de vender esses produtos, a maioria
sação e da orientação para o consumo de produtos naturais, su-
dos empresários do ramo, principalmente
plementos nutricionais e fitoterápicos. Essa é uma das justificativas
os menores, vai optar por cessar a comer-
do executivo Guilherme Torres, da Automatiza Consultório Farma-
cialização dos suplementos vitamínicos. O
cêutico Inteligente, para se posicionar contra o projeto de lei que
resultado disso é um agravo na situação do
cria a obrigatoriedade de haver nutricionista em farmácias e dro-
varejo, em que o empresário perde compe-
garias somente para a venda desses produtos.
titividade”, alerta Torres.
“Como farmacêutico, sou contra. Compreendemos a bioquímica de nosso organismo, sabemos o funcionamento da fisiologia humana, conhecemos os mecanismos de ação de fármacos e nutrientes. Estudamos, em diversas disciplinas, quais vitaminas são essenciais e em que quantidade. Talvez o autor desse projeto não saiba que ainda contamos com disciplinas relacionadas exclusivamente aos alimentos, plantas e produtos naturais, como bioquímica dos alimentos, bromatologia, tecnologia dos alimentos, biotecnologia, botânica, farmacognosia, farmacologia, entre outras”, destaca Torres, para quem os farmacêuticos são amplamente habilitados para dispensar e orientar sobre o consumo dos produtos em questão. Para Torres, a atuação clínica do farmacêutico não conflita com as atuações do profissional nutricionista. “Possuo profundo respeito e admiração pela profissão do nutricionista. Em nossos projetos, sempre defendemos a atuação multiprofissional. Inúmeros são os casos de parcerias formadas com outros profissionais de saúde por meio da atuação clínica do farmacêutico, principalmente com médicos, nutricionistas e educadores físicos, mas cada um fazendo a
Atendendo a todas essas exigências legais, os farmacêuticos estão aptos a exercer plenamente suas atividades técnicas em farmácias e drogarias, não havendo necessidade de outros profissionais, como nutricionistas e enfermeiros. Tania Mouço Presidente do CRF-RJ
sua parte”, argumenta o executivo.
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capa principalmente as pequenas empresas, que enfrentam dificuldades para gerir o negócio, pagar impostos e permanecerem competitivas. “Já é difícil manter dois farmacêuticos para cobrir todo o horário de funcionamento, imagine agora um nutricionista”, desabafa Motta.
Projetos não têm base jurídica Para o farmacêutico, professor e consultor na área de Farmácia Clínica e Serviços Farmacêuticos, Cassyano Correr, o PL que quer obrigar a contratação de enfermeiro é um ato claro de defesa corporativa, que não tem base jurídica ou técnica. “O serviço de vacinação, ou mesmo o ato vacinal, não é exclusivo dos enfermeiros. Na verdade, se recorrermos à Lei Federal 5.991/1973, que regula o comércio de medicamentos, veremos que ela já autorizava o farmacêutico e a farmácia a administrarem medicamentos por via injetável, e vacinas não são outra coisa senão medicamentos”, pontua Correr. O consultor lembra, ainda, que, em 2009, a Anvisa, por Faculdades de Farmácia, em geral, preparam para a dispensação de suplementos nutricionais
meio da RDC 44/2009, deixou muito claro que os serviços farmacêuticos são uma prerrogativa do profissional e da farmácia, entre eles, a administração de medicamentos por via injetável. “Vale lembrar também que, em 2014, a Lei Federal
Empresas podem perder competitividade
vacinas para a população e deixou claro que o farmacêutico é o
A classe empresária também não gos-
profissional responsável por esse estabelecimento e pelos ser-
tou muito da notícia. José Corrêa da Motta,
viços nele prestados. A RDC 197/2017, da Anvisa, definiu que o
presidente da Cityfarma, rede associativista,
serviço de vacinação deve ter um profissional da saúde respon-
conversou com a Revista da Farmácia sobre
sável e que essa atribuição é definida pelos conselhos de clas-
o assunto. “O projeto do nutricionista não faz
se, no caso da Farmácia, o Conselho Federal de Farmácia (CFF).
nenhum sentido e é totalmente desneces-
E o CFF já havia publicado, em 2013, uma resolução que defi-
sário, pois o farmacêutico já fica na farmá-
nia a competência do farmacêutico em dispensar e administrar
cia em tempo integral e tem competência
vacinas”, acrescenta Correr, corroborando o posicionamento da
suficiente para orientar os clientes sobre os
presidente do CRF-RJ, Tania Mouço.
produtos nutricionais”, declara Motta.
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13.021/2014 autorizou as farmácias e drogarias a disporem de
As bases legais e técnicas para a responsabilidade do farma-
Para ele, trata-se de corporativismo.
cêutico nos serviços de vacinação estão muito claras e estabe-
“Vamos precisar unir forças e contar com a
lecidas. “Na verdade, os critérios para definir a aptidão do pro-
atuação de sindicatos e associações do se-
fissional para esse serviço são mais altos na Farmácia do que na
tor, por meio de seus departamentos jurí-
Enfermagem e mesmo na Medicina. O farmacêutico é um pro-
dicos, e também de alianças com deputa-
fissional com competência de sobra para essa função e que tem
dos estaduais”, diz.
um papel primordial a cumprir no aumento da cobertura vacinal
O presidente da Cityfarma comentou
no Brasil. O PL 3.888/2018 é uma iniciativa, portanto, apenas
que as farmácias e drogarias não suportariam
corporativa, até mesmo oportunista, e desprovida de qualquer
mais essa despesa na folha de pagamento,
base jurídica ou técnica”, finaliza Correr.
Revista da Farmácia · Maio-Junho 2018
práticas corporativas
Quem vai ficar no lugar dele? Uma substituição urgente de cargo de chefia não é uma tarefa simples
O
O prefeito da maior cidade da América Latina deixou o cargo
te, você terá que ficar mais tempo próximo,
mil dias antes do fim do mandato e deixou a “bomba”, quero di-
fazendo você mesmo e ensinando para ter
zer, o cargo na mão do jovem vice-prefeito, que, obviamente, re-
segurança de que os procedimentos estão
ceberá olhares de desconfiança sobre sua capacidade para dar
sendo realizados conforme você deseja.
conta do recado.
Esteja preparado para ouvir reclamações
O que isso tem a ver com gestão? Tudo. Saindo do universo
dos demais funcionários a respeito do no-
paralelo da política brasileira, numa empresa privada, a saída tão
vato. Sim, ele será inevitavelmente compa-
precoce de uma liderança marcante para dar lugar a uma jovem
rado ao gerente que está sendo substituí-
promessa, mas ainda inexperiente, seria motivo de apreensões. Afi-
do, e isso pode ser um pouco desagradável,
nal, como saber quando alguém está pronto para substituir uma
mas seria simplista achar que uma substi-
liderança marcante?
tuição abrupta não traria estranhamentos
O bom senso nos diz que o processo de substituição, na sua
numa fase inicial. Monitore diariamente o novato e es-
aprendizado e fortalecimento da nova liderança até que o subs-
teja disponível para responder perguntas
tituto esteja preparado para receber o bastão de forma definitiva.
com frequência, pois é melhor que ele pe-
Porém, situações inesperadas acontecem, e você pode se de-
que pelo excesso de prudência do que pela
parar com a necessidade de ter que colocar uma pessoa à frente
falta de zelo. Ainda que seja desagradável
mesmo que não esteja preparada de forma ideal. Nesse caso, al-
o funcionário excessivamente inseguro que
gumas dicas podem ajudar.
fica a toda hora ligando para pedir ajuda na
Fernando Gaspar
Lembre-se de alertar o novato sobre os riscos, as responsabi-
tomada de decisão, é mais perigoso o fun-
lidades e as consequências que o desafio pode trazer. Sim, há ris-
cionário excessivamente autoconfiante, an-
cos. Se você vai colocar alguém para mexer com valores, controlar
sioso para mostrar serviço e que, achando
Consultor especializado na construção de indicadores gerenciais para varejo e serviços, instrutor de liderança e palestrante.
estoques, abrir e fechar sua loja, negociar com fornecedores, isso
que vai agradar ao patrão, toma várias ini-
envolve riscos. E pessoas maldosas podem se aproveitar de dis-
ciativas afobadas.
trações eventuais que um novato no cargo de gerência possa ter.
Equilibrar a necessidade de o novato ter
Tenha uma reserva adicional de paciência para aturar alguns
autoconfiança para seguir em frente e, ao
erros básicos que podem vir a ocorrer, pois o novato ainda estará
mesmo tempo, a prudência para não avan-
no começo de sua curva de aprendizado.
çar o sinal é a essência do que se busca na
Como consequência da dica anterior, não delegue tudo de uma
formação de uma nova liderança. O tem-
vez e mantenha a rédea curta no começo, até ter certeza de que as
po e o aprendizado do dia a dia ajudam a
coisas estão sob controle e que o novato está seguro. Provavelmen-
cimentar esse caminho.
DIVULGAÇÃO
forma ideal, deve ser paulatino, num contínuo procedimento de
Quer saber mais?
Fonte: Google Mande um e-mail para fgaspar00@gmail.com
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gestão
Quando a ajuda vem de fora Consultorias externas podem significar o apoio que sua empresa busca para crescer
É 28
É difícil reconhecer uma limitação, mas
sa de orientação externa. Esse é o caso do empresário Danilo Tei-
esse reconhecimento pode ser o primeiro
xeira, do Grupo 7D Varejo, composto pelas redes Personal Farma
passo para gestores darem uma guinada
e Farmácia Dr. Popular.
nos negócios. A consultoria externa costu-
Danilo é um empreendedor que vem se destacando no vare-
ma ser muito útil para quem assumiu e não
jo farmacêutico fluminense e não tem receio de reconhecer pu-
consegue seguir em frente sozinho e preci-
blicamente que já recorreu, várias vezes, a uma consultoria. “Em
Revista da Farmácia · Maio-Junho 2018
gestão 90% dos casos, a contratação de um consultor deveu-se à minha
nho, mas a responsabilidade pela execução
insatisfação. Sempre que senti necessidade de aprender alguma
e por fazer acontecer é do gestor e de toda
coisa nova, de saber onde eu estava pisando, busquei apoio na
a equipe envolvida no projeto.
consultoria”, assume Danilo.
A terceira dica do empresário é docu-
Para o empresário, a consultoria serve para trazer novos co-
mentar o conhecimento adquirido na for-
nhecimentos, ensinar a fazer na prática e atingir determinados ob-
ma de processos ou procedimentos opera-
jetivos. “Tudo tem que ser um meio para se atingir um fim. Dessa
cionais para replicar no futuro.
forma, eu escolho com base nas minhas necessidades. Se estou
Por fim, Danilo sugere atrelar a remune-
precisando melhorar as vendas, vou buscar uma consultoria de
ração da consultoria a uma meta financeira
marketing; se estou necessitando reduzir despesas, vou em bus-
ou a um retorno sobre o investimento. “Se
ca de um consultor que possa me ajudar no planejamento finan-
a consultoria custa X, ela não pode retor-
ceiro”, conta Danilo.
nar para a empresa menos X. No mínimo, tem que empatar. Há consultorias no mer-
Consultoria não é moda
cado que prometem grandes retornos, mas
A primeira dica de Danilo, que veio com as várias experiências,
é preciso avaliar bem”, sugere o empresário.
é não contratar por contratar ou porque está na moda. “Só contra-
Danilo ficou muito satisfeito com a con-
te para atingir um determinado objetivo”, diz. Ao longo do tempo,
sultoria mais recente. “Ela me ensinou a criar
Danilo entendeu que existem dois tipos de consultoria: de méto-
um sistema de gestão, a desenvolver os sub-
do e de conhecimento técnico. A primeira ajuda a implantar mé-
sistemas da empresa, os processos e a es-
todos de gestão ou de gerenciamento de projetos. A segunda vai
trutura organizacional, a melhorar as ope-
propiciar conhecimento específico em determinada área. Exem-
rações e os métodos para atingir as metas.
plo: a empresa precisa reduzir os gastos tributários sem sonegar.
A consultoria contribuiu para um resultado
Uma consultoria tributária pode ajudar nesse desafio. Ou então, se
que eu não atingiria sozinho. Ela cobra e dá
há necessidade de aprimorar o trabalho da área de Recursos Hu-
feedback ao mesmo tempo. Também nos
manos, contrata-se uma consultoria da área.
estimula a delegar e a desafiar quem está
A segunda dica é: “não pense que a consultoria fará as coisas
à nossa volta”, detalha.
por você”, alerta Danilo. A consultoria é responsável por ensinar, por dar know how e, principalmente, por mostrar o melhor cami-
Como escolher a consultoria Não basta fazer uma faculdade ou um MBA para se intitular consultor. É preciso ter acumulado alguns anos de experiência em determinada área ou função. Por isso,
Se a consultoria custa X, ela não pode retornar para a empresa menos X. No mínimo, tem que empatar. Há consultorias no mercado que prometem grandes retornos, mas é preciso avaliar bem.
escolher a consultoria pode ser uma das
Danilo Teixeira
de Consultores (ABCO). É possível buscar
Grupo 7D Varejo
etapas mais delicadas de todo o processo. Cada consultoria é boa em determinado ponto ou quesito. Ninguém consegue saber de tudo. Uma dica é consultar o portal www.abco.org.br, da Associação Brasileira o profissional por área de atuação, diretamente e sem ninguém saber.
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gestão lista vai observar a empresa e suas necessidades com foco apenas
O contador presta uma assessoria contínua, o que é diferente da atuação de uma consultoria em planejamento estratégico ou gestão financeira. A atividade de consultoria é pontual, com datas para começar e acabar. Marcos Assumpção Consultor em Varejo
em sua área de atuação, mesmo que a necessidade da empresa, como prioridade, seja organizar a gestão financeira. O erro nessas duas temáticas em conjunto pode ser fatal. Imagine que é realizada uma consultoria em marketing, mas a empresa, por não possuir a gestão financeira organizada, não consegue honrar os compromissos com os fornecedores. Nenhuma ação de marketing será eficaz, nesse caso”, acrescenta o consultor do Sebrae, Marcos Assumpção.
O papel do consultor A primeira experiência com uma consultoria não foi muito positiva para a Rede Cityfarma porque ela contratou apenas a elaboração de um plano de negócios. A consultoria entregou, mas não executou, o que era de se esperar, porque não estava no contrato. A rede pagou quase R$40 mil pelo produto, que acabou virando uma apostila, segundo Motta.
30
Segundo Luiz Affonso Romano, con-
Da última vez em que contratou uma consultoria, a Cityfarma
sultor, coach, professor do Curso de De-
foi mais feliz. Há três anos, estão com a mesma empresa, cujo ob-
senvolvimento de Consultores, autor do
jetivo é a expansão da rede. “Além de terem feito o planejamen-
Perfil das Empresas de Consultoria no Bra-
to, estão dando total apoio na execução, cobrando prazos, acom-
sil – 2014, 2015, 2016 e 2017, e presiden-
panhando os cronogramas e cobrando resultados de cada área da
te da Associação Brasileira de Consultores,
empresa comprometida com as atividades”, conta o presidente.
80% das contratações em consultoria são
Para Motta, uma consultoria só vale a pena se for para dar su-
indicações de um cliente satisfeito. “As-
porte na execução e acompanhar. “Se for para deixar na mão da
sim, deve-se perguntar a quem já contra-
empresa, nada vai sair do papel. Estamos envolvidos com nossas
tou. Outra forma é pesquisar diretamente
atividades e compromissos, e o planejamento desenvolvido com
na ABCO e no LinkedIn, rede social para
a consultoria vai ficando para trás”, alerta o empresário.
profissionais. Analisar como o consultor se
O case da Cityfarma provoca uma reflexão: qual é o papel do
apresenta no mercado, se escreve sobre o
consultor? “Ele sugere, argumenta, informa, apoia, diagnostica jun-
que conhece, se ministra palestras e cur-
tamente com o cliente o real problema, a situação atual. Torna-se
sos, há quanto tempo atua na consultoria
coautor, envolvendo as pessoas e deixando claro o que espera de-
e se conhece o setor em que a empresa
las, programa reuniões e avaliações quinzenais, mensais. Porém,
está inserida”, sugere Romano.
a situação desejada, a decisão final, em princípio, pertence sem-
Além de buscar referências com outras
pre ao cliente. Fazer o contrário pode até subverter a relação en-
empresas ou entidades de classe, deve-se
tre cliente e consultoria, prejudicando a eficácia da intervenção”,
considerar a realização prévia de um diag-
orienta Romano.
nóstico, para não se correr o risco de con-
É importante também, na relação entre cliente e consultoria,
tratar a consultoria em função de uma ofer-
ficar claro o que não cabe ao consultor. De acordo com Marcos
ta e não da real necessidade da empresa.
Assumpção, a consultoria não deve executar as atividades ope-
“Um consultor especializado em marketing
racionais inclusas no plano de ação, pois isso deve ficar por conta
que não possua também um perfil genera-
da equipe do cliente.
Revista da Farmácia · Maio-Junho 2018
gestão Outra questão importante é não confundir consultoria com as-
viço a ser prestado, aos valores e ao cum-
sessoria. “O contador da empresa presta uma assessoria de forma
primento de horário de trabalho, constando
contínua, o que é diferente, por exemplo, da atuação de uma con-
claramente que não existirá qualquer tipo
sultoria em planejamento estratégico ou gestão financeira. A ativi-
de subordinação.
dade de consultoria é pontual, com datas para começar e acabar”, acrescenta Assumpção.
“O principal cuidado a ser tomado é aplicar, na prática, o que foi contratado, porque, muitas vezes, colocam-se no papel
O que observar na contratação
todas as questões que impedem o vínculo
Segundo Marcos Assumpção, é necessário delimitar o escopo:
empregatício, mas o consultor presta ser-
o que faz parte e o que não faz parte da consultoria, para que o
viços como se fosse um empregado, igno-
consultor possa elaborar a proposta e o cronograma de forma fac-
rando os termos contratuais. Nesses casos,
tível, evitando mal-entendido entre as partes. Em seguida, o em-
a empresa corre um grande risco de esse
presário deve investir um tempo para analisar a proposta e solici-
consultor pedir o reconhecimento do vín-
tar ajustes. E por que não obter propostas de outros consultores
culo empregatício, independentemente do
também recomendados?
contrato que foi assinado”, alerta Fragoso.
O contrato deve deixar claro que o consultor não está sujeito
No Direito do Trabalho, existe um prin-
a regras que caracterizam vínculo empregatício, principalmente a
cípio aplicado por toda a jurisprudência que
subordinação. “O consultor não pode ser subordinado ao cum-
é o da realidade sobre a forma, ou seja,
primento do serviço, tendo, por exemplo, que cumprir horários e
apesar da formalidade pactuada entre as
dias, ficando exclusivamente à disposição da empresa contratan-
partes, se, na prática, o consultor desem-
te”, destaca o consultor jurídico da Ascoferj e especialista em Di-
penhar as funções dele como se empre-
reito do Trabalho, Gabriel Fragoso.
gado fosse, o vínculo empregatício será
Segundo o advogado, as cláusulas indispensáveis a esse tipo
reconhecido pelo Justiça do Trabalho. Por-
de contrato seriam quanto à duração da consultoria com possibi-
tanto, a prática deve obedecer àquilo que
lidade de prorrogação ou não, à forma de rescisão, ao efetivo ser-
estiver em contrato.
8 COISAS QUE O CONSULTOR PODE FAZER POR SUA EMPRESA 1 - Realizar o diagnóstico para identificar as reais necessidades da empresa. 2 - Validar o escopo da consultoria a ser contratada. 3 - Elaborar a proposta e esclarecer eventuais dúvidas do empresário. 4 - Alinhar o empresário e a equipe, quando for o caso, sobre o limite de abordagem, o cronograma e a metodologia a ser utilizada na consultoria. 5 - Realizar as análises documentais e gerais, dependendo do tema, necessárias à elaboração das recomendações e dos modelos de template, planilhas, formulários, desenhos de processos, etc. 6 - Elaborar o plano de ação das mudanças e melhorias a serem implementadas na empresa. 7 - Orientar o empresário e a equipe na execução das ações propostas. 8 - Indicar outras consultorias, quando necessário, pois, no fim de uma consultoria temática, podem surgir outras necessidades.
Revista da Farmácia · Maio-Junho 2018
31
gestão
Quem está fazendo seu negócio crescer? SHUTTERSTOCK
Líderes centralizadores negligenciam as estratégias porque perdem muito tempo com atividades operacionais
O 32
O Manual de Gestão 2018 da Michael
precisam fazer uma autoanálise de gestão deles, porque “lideran-
Page, empresa mundial de recrutamen-
ça inspiradora” não combina com centralização. Ainda é muito co-
to especializado, orienta gestores para os
mum, principalmente em empresas de pequeno porte, encontrar
principais desafios do ano. Entre eles, está o
empresários centralizadores, que têm muita dificuldade em de-
desafio número 2: “é hora de exercitar uma
legar e confiar na equipe. Acreditam que ninguém faz melhor do
liderança inspiradora, capaz de extrair resul-
que eles e, com isso, além das decisões, centralizam, até mesmo,
tados melhores, resgatar a motivação do
atividades operacionais.
time e engajar todos no mesmo objetivo”.
“Quando a empresa está começando, é compreensível uma
Para vencer esse desafio, os gestores
certa centralização, porque ainda é necessário treinar, capacitar e
Revista da Farmácia · Maio-Junho 2018
gestão acompanhar, mais de perto, o trabalho dos colaboradores. Com
empresa possa se sustentar sem a presen-
isso, é comum que as decisões mais importantes estejam concen-
ça do dono é mapear e implantar processos
tradas nas mãos dos empresários. Porém, à medida que a equipe
e treinar seus profissionais para que sejam
vai se tornando experiente, também vai desejando ter mais liber-
mais assertivos e produtivos”, sugere o con-
dade e crédito para fazer o trabalho sem tanta intervenção dire-
sultor e presidente da Associação de Auto-
ta do líder”, explica o diretor Executivo do Instituto Brasileiro de
peças do Rio de Janeiro (Amap-RJ), Fernan-
Coaching (IBC), Marcus Marques.
do Tuga, que compartilha com os leitores da Revista da Farmácia os conhecimentos ad-
Riscos da gestão centralizadora
quiridos no setor automotivo.
Esse estilo de gestão gera vários problemas para o desenvol-
Centralizar as decisões e supervisionar
vimento da empresa, pois o empresário não consegue enxergar o
cada tarefa podem tornar a operação mais
negócio por uma perspectiva externa, tentando resolver os proble-
lenta e acabar engessando a gestão da em-
mas a partir de uma visão de mundo particular. Com o foco somen-
presa, principalmente em períodos de cri-
te no operacional, ocorre a chamada “delegação para cima”, pois os
se, quando as empresas apresentam que-
colaboradores deixam de pensar e transferem todos os problemas
da nos resultados e na produtividade. “Para
para uma instância superior. Além disso, há sempre a necessidade
isso, os gestores precisam gerar autonomia
do “carimbo” do empresário em todas as decisões, o que faz com
nos colaboradores e investir em dois con-
que a empresa fique estagnada, ou seja, exatamente do tamanho
ceitos primordiais: competências e desem-
da capacidade de gestão do gestor que ela tem.
penho”, acrescenta o empresário.
“Se o empresário está executando tudo, quem está fazendo a
Os profissionais, por sua vez, para se-
empresa dele crescer?”, questiona o coach Marcus Marques. Os ne-
rem mais autônomos em relação ao líder,
gócios crescem e amadurecem. A partir desse momento, os ges-
precisam ter senso crítico, mente criativa,
tores precisam delegar as tarefas operacionais, dividir as respon-
conhecimento empírico, autodisciplina,
sabilidades e se concentrar nas demandas mais estratégicas. “Caso
senso de responsabilidade, autocontrole
o empreendedor não delegue as demandas e continue a centra-
e de propriedade. “Nas empresas, o pen-
lizar o trabalho e as decisões, pode haver risco de desmotivação
samento autônomo de um profissional
na equipe, falta de engajamento dos profissionais para com a em-
indica a habilidade de organizar sozinho a
presa, aumento turnover, diminuição do sentimento de pertenci-
agenda e as tarefas sem a dependência de
mento ao grupo e baixa produtividade, o que é muito ruim como
um superior imediato. Portanto, uma ges-
um todo”, alerta Marques.
tão centralizadora compromete a produti-
A autonomia dada pela empresa confere aos profissionais sentimentos importantes de valorização, reconhecimento e pertenci-
vidade da empresa, afetando diretamente seus resultados”, diz Tuga.
mento ao time: fatores essenciais para que haja um bom engajamento e para que a produtividade do grupo esteja sempre em alta.
Dificuldade em delegar
“Muitos gestores sofrem antecipadamente só de pensar em ter
“Existem vários fatores que impedem
que se afastar da empresa por uns dias. Na cabeça deles, os cola-
as pessoas de delegar, entre eles: dificul-
boradores ficariam perdidos, a empresa bagunçada, as contas en-
dade em confiar nas pessoas, falta de tem-
trariam no vermelho. Na verdade, uma gestão centralizadora sem-
po para repassar as tarefas a terceiros, re-
pre é colocada à prova na ausência do gestor. Na maioria das vezes,
ceio de que outro colaborador não consiga
o pesadelo dos gestores se materializa nas decisões equivocadas
realizar tão bem a demanda quanto ele (o
e nos ‘erros honestos’ dos colaboradores. Uma solução para que a
líder) e natureza do perfil centralizador. E,
Revista da Farmácia · Maio-Junho 2018
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gestão no caso dos empreendedores, medo de
buscar suprir as limitações de forma mais inteligente, por meio
perder o papel de gestão e dificuldade de
de capacitações, cursos, treinamentos ou mesmo de programas
abandonar o perfil “faz tudo” e adotar o
de mentoria específicos.
de um líder mais planejador e estrategista”, analisa Marques.
“Assim, o líder da empresa consegue desenvolver realmente uma mentalidade empreendedora, tomar melhores decisões no
Segundo o presidente do IBC, um dos
dia a dia, delegar as tarefas com muito mais assertividade, desen-
maiores gaps das empresas está exatamen-
volver uma visão de negócios mais ampla, planejar melhor suas
te na falta de preparo para tornar o negócio
ações, administrar assertivamente suas finanças, fazer bons in-
sustentável e nos trilhos do crescimento.
vestimentos e focar nas estratégias que farão seu negócio crescer
Quando o empresário entende isso, pode
e prosperar”, finaliza Marques.
Teste rápido: identifique se você é um gestor centralizador
Não fornece as informações necessárias para que os outros membros da equipe consigam realizar determinada tarefa.
Por insegurança e medo de perder a posição, não delega tarefas e tenta realizar tudo sozinho.
Impede que os colaboradores se desenvolvam dentro da empresa por não lhes dar autonomia.
Não se comunica de forma eficaz com seus subordinados e não dá abertura para o diálogo.
Se você marcou ao menos uma opção, é preciso repensar o seu estilo de gestão. Fica a dica. Fonte: Marcus Marques
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Revista da Farmácia · Maio-Junho 2018
recursos humanos
Como tornar sua drogaria atrativa
E
Em tempos de concorrência cada vez mais acirrada, buscar dife-
para a compra por impulso/emoção, que é
renciais competitivos para atrair e fidelizar clientes satisfeitos é um
uma decisão de compra rápida, estimulada
fator de longevidade e prosperidade no mercado atual. Enumerei
pelo grande apelo promocional.
alguns pontos importantes para que seja feita uma análise em sua drogaria. Vamos a eles!
O mix de produtos de medicamentos e perfumaria também é um diferencial no
A fachada de loja deve estar bem iluminada, limpa, preparada
layout interno da drogaria. Essa variedade
para atrair clientes. O principal símbolo da drogaria é a fachada. Isso
contribui no aumento do tíquete médio e
porque a percepção de como o cliente vê a loja é impactada pela co-
estimula a compra pela emoção, principal-
municação. Muitas vezes, a localização é atrativa, mas a entrada da loja
mente na perfumaria.
está obstruída com excesso de mercadorias, caixas no chão, dificulda-
O atendimento continua sendo um grande
de de acesso para cadeirantes, idosos, mães com carrinhos de bebê.
diferencial competitivo. Funcionários uniformi-
O layout começa com a comunicação externa da loja. A facha-
zados, com crachás de identificação e treinados
da e os adesivos da vitrine demonstram a identidade da marca e as
para acolher os clientes com carisma e profis-
principais estratégias de como a drogaria é percebida por seu pú-
sionalismo. A venda é consequência da exce-
blico-alvo. Para criar o conceito de identidade, a padronização da
lência no relacionamento. O trabalho em equi-
marca é fundamental, pois a qualidade da comunicação posiciona a
pe é fundamental para que o cliente vivencie o
farmácia perante o consumidor, sendo um ponto importante na de-
padrão de atendimento na assistência farma-
finição de com qual drogaria o consumidor vai se identificar nesse
cêutica, na confiança e no conhecimento de-
processo de escolha.
monstrado pelos atendentes de medicamen-
A comunicação externa deve estar alinhada com a estratégia da
tos e perfumaria e finalizado pelos atendentes
drogaria. Cores, nome, iluminação, adesivos, entre outros, devem
do caixa. Todos fazem parte desse processo de
respeitar o modelo estabelecido como o atrativo para ter uma co-
fidelizar clientes satisfeitos. A liderança deve
municação inicial adequada da marca de sua drogaria.
estar preparada para conduzir seus funcioná-
A disposição dos itens da drogaria é outro fator de sucesso
rios nesse processo de satisfação dos clien-
que causa impacto positivo no resultado das vendas, quando os
tes. Como? Acompanhando a equipe, trei-
itens são posicionados corretamente, estimulando a venda adi-
nando, orientando, sendo uma referência
cional. Considerando que as pesquisas realizadas pelo Instituto
para seus colaboradores.
Febrafar de Pesquisa e Educação Continuada (IFPEC) nos dizem
Esses são alguns dos principais fatores
que o consumidor do segmento farmacêutico fica, em média, cin-
que contribuem para o processo de fideliza-
co minutos dentro da drogaria, essa organização é no aproveita-
ção de clientes satisfeitos, que desejam pre-
mento das pontas de gôndola e dos cestões para dar destaque a
ços competitivos, ambiente organizado/aco-
produtos estratégicos. Esses locais são considerados estratégicos
lhedor e atendimento humanizado.
humberto teski
Fachada, layout e atendimento são fatores decisivos
Lucia Gadelha Consultora especialista em gestão em recursos humanos e capacitação de líderes.
Quer saber mais?
Mande um e-mail para luciagadelha@terra.com.br
Revista da Farmácia · Maio-Junho 2018
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Humberto Teski
marketing
Colaboradora da rede A Nossa Drogaria: uniforme descontraĂdo para o setor da perfumaria
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Revista da Farmåcia ¡ Maio-Junho 2018
marketing
Uniforme no ponto de venda Peça favorece atendimento, transmite confiança ao consumidor e, principalmente, valoriza a marca da sua farmácia
S
Sabe aquele ditado que diz “a primeira impressão é a que fica”?
A utilização de uniforme é citada na Re-
Ele faz muito sentido quando se trata do uniforme no ponto de
solução RDC 44/2009, da Agência Nacio-
venda. A peça é muito mais que uma iniciativa do departamento
nal de Vigilância Sanitária (Anvisa). Sua re-
pessoal de empresa, pois é um dos principais elementos de con-
levância é tão grande que o artigo 17 traz a
tato com o consumidor. Além da questão que envolve os recursos
seguinte afirmação: “os funcionários devem
humanos, a utilização de uniformes vai garantir uma série de ou-
permanecer identificados e com uniformes
tras vantagens para a farmácia, entre elas, a valorização da marca.
limpos e em boas condições de uso”. Em
As redes do varejo farmacêutico estão antenadas com essa
seguida, no parágrafo único, a RDC diz que
questão. Atualmente, é quase impossível entrar numa Drogaria
“o uniforme ou a identificação usada pelo
São Paulo, por exemplo, e não encontrar os funcionários unifor-
farmacêutico deve distingui-lo dos demais
mizados. Por outro lado, o empresário independente, até por es-
funcionários de modo a facilitar sua identifi-
tar sozinho no mercado, tem muitas dúvidas na hora de escolher
cação pelos usuários da farmácia ou droga-
os tecidos, os modelos e as cores.
ria”. Além da RDC 44, também citam o uso
A Cityfarma chegou a criar um módulo de treinamento para todas as lojas que se associam, chamado Marketing Pessoal e Uni-
do uniforme a Resolução SES 1.188/1998 e a Lei Estadual 3.049/1998.
forme. “Esse módulo entra na grade de cursos para reforçar a importância do uniforme, mas também a necessidade de uma boa
Mais valor à marca
apresentação pessoal, já que farmácia e drogaria vendem saúde,
Em geral, o uniforme é uma peça do
beleza e higiene”, diz Gisa Costa, gerente de Treinamentos na rede.
enxoval institucional da empresa que tem
“O uniforme é fundamental para uma farmácia, pois ele está
várias funções, entre elas, valorizar a mar-
relacionado a vários pontos cruciais para um bom atendimento,
ca e contribuir para que o cliente se lembre
como organização, asseio, zelo, postura profissional, identificação
dela numa necessidade futura. É imprescin-
do atendente e, claro, fortalecimento da marca”, diz Ângelo Vieira,
dível que estejam impecáveis no visual e na
diretor operacional da Farmarcas, associação que administra redes
limpeza, condições que ajudam na eficiên-
de farmácias em todo o Brasil.
cia da comunicação e da interação da mar-
Segundo Vieira, o uniforme é um cartão de visita. “Deixar de
ca com o consumidor.
se preocupar com a vestimenta dos colaboradores é inconcebível
Em farmácias e drogarias, particular-
para uma empresa que almeja se posicionar com profissionalismo
mente, o uniforme deve transmitir autori-
no mercado. As pessoas são muito visuais, e os uniformes adequa-
dade e gerar confiança no consumidor. De
dos facilitam o atendimento”, acrescenta o diretor.
acordo com o designer Daniel Bueno, sócio
Revista da Farmácia · Maio-Junho 2018
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Humberto Teski
marketing tir autoridade e confiança para os consumidores, justamente pelos produtos que são vendidos”, destaca Bueno. Do ponto de vista estético, o uniforme deve estar alinhado à identidade visual da marca em estilo, textura, cores e formas. “O uniforme deve conversar com o conceito da marca. Por exemplo, uma loja de surfwear não colocaria como uniforme um terno ou algo muito clássico. O que quero dizer é que, em linhas gerais, ele não faz parte de ações de marketing, mas está relacionado à forma como a marca se comunica com seus consumidores. Em situações isoladas, como ações específicas no ponto de venda, o uniforme até pode ter uma característica temporária, mas logo deve voltar ao posicionamento que a marca tem em seu DNA”, Colaborador da Pague Menos: tons de azul são sempre os preferidos pelas empresas
detalha o designer da Santo Traço. A poluição visual é um ponto de atenção, não só nos uniformes, mas em todo o ambiente do varejo. “É preciso ser objetivo e criar uma hierarquia de comunicação com os consumidores. Isso se aplica a todo esse universo que a marca tende a proporcionar de experiência para o consumidor. Existem muitas coisas a serem
sign para varejo, um detalhe importante do
comunicadas: o produto, a marca da farmácia, a marca dos forne-
uniforme desse segmento é fugir do aspec-
cedores, as ofertas. Por isso, os uniformes precisam ser objetivos,
to divertido. “Ele precisa ser descontraído e
com, no máximo, três cores da palheta da identidade visual em
leve, mas, ao mesmo tempo, deve transmi-
composição com o logotipo”, acrescenta Daniel Bueno. Humberto Teski
fundador da Santo Traço, empresa de de-
Colaboradoras da Drogasmil: tecidos leves que não amarrotam
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Revista da Farmácia · Maio-Junho 2018
Humberto Teski
marketing alterados. Se a loja é mais moderna, por que não confeccionar o jaleco com corte e design que transmitam essa modernidade para as pessoas que vão até a farmácia?”, sugere o designer da Santo Traço.
Os melhores tecidos Já se sabe que o uniforme deve conversar com a identidade Uniformes de entregadores dão mais destaque para a logomarca, como no uniforme da Exata
visual da farmácia, mas existem outras questões que costumam gerar dúvidas nos empresários ou profissionais que cuidam dessa área dentro das empresas. Por exemplo, qual o melhor tecido. O Rio de Janeiro é quente durante as quatro estações do ano, mas o verão bate recordes de temperatura. É preciso pensar muito nisso antes de escolher o material para confeccionar o uniforme. “Sempre que um cliente nos procura, avaliamos a necessidade dele levando em consideração não apenas o melhor tecido, mas também o conforto da peça, a durabilidade e a conveniência de não precisar passar”, diz Rita Germano, da Felton, empresa que O jaleco do farmacêutico é a única peça
fabrica uniformes para farmácias e drogarias. Segundo ela, a preferência é pelo tecido misto, constituído de
mais, mas ainda assim pode ter detalhes
poliéster e algodão, pois não amarrota. Outra possibilidade são
alusivos à identidade visual de marca e um
os tecidos de microfibra, também conhecidos como pele de ovo,
estilo totalmente diferente. “Os modelos
que secam rapidamente e não precisam ser passados. Já os tecidos
tradicionais, com cortes retos, podem ser
100% algodão são quentes, costumam encolher e duram menos. Humberto Teski
do enxoval que deve se diferenciar das de-
Equipe uniformizada da Lagos Farma
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Revista da Farmácia · Maio-Junho 2018
marketing Tempo de uso
de verão sem gola para se diferenciarem
Em geral, uma peça de uniforme dura de seis meses a um ano.
dos atendentes de balcão, mas sem des-
Depois desse tempo, o desgaste com o tempo de uso vai com-
prezar o conforto. Vale lembrar que o far-
prometer a beleza do uniforme e o visual da equipe, sendo ne-
macêutico possui uma legislação específi-
cessário, portanto, produzir peças novas. “O funcionário tem que
ca que deve ser obedecida.
gostar de usar. Eu sempre digo isso aos meus clientes. Conforto e
É usual e permitido aplicar o logotipo
beleza são duas características que os colaboradores prezam mui-
de laboratórios e distribuidores nos uni-
to”, acrescenta Rita.
formes, que acabam sendo mais um canal
Muitas vezes, o dono da farmácia não faz a mínima ideia do
de comunicação com o cliente. Isso é to-
modelo que deseja, nem tem condições de contratar um designer
talmente legítimo, mas é preciso tomar o
para desenhar a peça piloto. Nesse caso, algumas confecções se
cuidado de pedir ao funcionário que assine
encarregam de fazer isso para o cliente, como é o caso da Felton.
um termo concordando em utilizar o uni-
É possível variar os modelos de acordo com o setor da empresa:
forme com as marcas dos parceiros e de-
balcão, perfumaria, caixa, entrega. As profissionais que trabalham
clarando que não cobrará nada a mais por
na área de perfumaria, por exemplo, costumam utilizar terninhos
isso futuramente.
4 motivos para sua empresa adotar o uso de uniformes 1 – Identidade visual
O melhor marketing para sua empresa é a aparência que ela passa para o público. A ideia que as pessoas têm do seu negócio define se elas voltarão a comprar ou usar seus serviços. Assim, funcionários usando uniformes com um bom corte e o logotipo estampado em local visível será a melhor imagem que sua empresa pode produzir.
2 – Profissionalismo
Passar uma imagem profissional é muito bom para os negócios. As pessoas precisam sentir segurança no lugar onde estão e sentirem que os atendentes sabem o que estão fazendo. O uniforme ajudará a criar esse clima de confiança.
3 – Organização
Roupas iguais podem parecer monótonas e sem graça, porém, quando você se acostuma com o visual, fica com a sensação de organização e limpeza. É essa mesma sensação que seus clientes terão sendo atendidos por seus funcionários.
4 – Investimento
O valor usado para a confecção dos uniformes deve ser visto como um investimento para melhorar a exposição do produto ou serviço, apostando na melhor aparência de seus funcionários, que são as pessoas que estão constantemente em contato com o público da farmácia.
Revista da Farmácia · Maio-Junho 2018
41
marketing
Como fazer o registro da sua marca Especialista dá dicas para você conduzir tudo corretamente e não perder os prazos no INPI
H
Há muito o que fazer na abertura de
Ativo intangível
uma nova empresa, como a criação da mar-
A marca é um dos principais ativos intangíveis de uma empre-
ca, por exemplo. Pensar num nome baca-
sa, por isso é muito difícil dizer quanto ela vale. No entanto, com
na, escolher o logotipo que mais represente
o passar do tempo e do investimento, ela pode valer bilhões de
o seu negócio e encomendar uma fachada
reais. “Se pensarmos em grandes empresas, sabemos que as mar-
perfeita fazem parte desse momento ini-
cas valem muito mais que todo o patrimônio tangível da organiza-
cial. Mas há uma questão importante, mui-
ção. A marca é sempre um investimento empresarial que ganhará
tas vezes negligenciada pelos empresários:
valor conforme seu uso, sua proteção e sua divulgação no merca-
o registro da marca como propriedade in-
do consumidor”, comenta Sandra do Nascimento Ferreira, advo-
dustrial da sua empresa.
gada especialista em Marcas e sócia do escritório Ferreira & San-
Segundo o Instituto Nacional da Pro-
tos Advogados, que oferece orientação empresarial sobre o tema.
priedade Industrial (INPI), propriedade in-
Segundo Sandra, o primeiro e maior cuidado que se deve ter na
dustrial é uma categoria da propriedade
hora de registrar uma marca é fazer uma busca detalhada do nome
intelectual, que compreende invenções (pa-
pretendido para verificar se já existe alguma marca registrada com
tentes), marcas, desenhos industriais e indi-
nome igual ou parecido no INPI. “Entretanto, para que uma busca
cações geográficas. Como o próprio nome
seja considerada confiável, é preciso verificar não só o nome es-
diz, é a proteção direcionada apenas para
pecífico, mas também outras variações fonéticas, sinônimos, tra-
invenções que serão utilizadas no meio in-
duções e possíveis variações ortográficas”, acrescenta.
dustrial, empresarial ou de serviços. As patentes têm validade de 20 anos. Portanto, para ter a propriedade da marca,
O processo de registro inicia-se com o efetivo protocolo do
é necessário fazer o registro no INPI. Ele pro-
pedido de registro do requerente da marca no site oficial do INPI.
tege o proprietário e impede que a marca seja
Atualmente, a taxa inicial a ser paga varia de R$355,00 a R$530,00.
utilizada por terceiros, o que poderia confun-
Há outras despesas, mas tudo vai depender se o processo cairá ou
dir o consumidor. No Brasil, o dono da marca é
não em exigência. A apresentação de novos documentos pode sig-
aquele que registra primeiro, ou seja, que de-
nificar pagar mais R$70,00 para a União. E a prorrogação do regis-
tém exclusividade para utilização e prerroga-
tro da marca pode atingir a cifra de R$1.610,00.
tiva para impedir que outros façam uso dela.
42
Como fazer o registro
Revista da Farmácia · Maio-Junho 2018
Após o protocolo do pedido de registro, o órgão passa a ava-
SHUTTERSTOCK
marketing
liar, no prazo estimado de 21 dias, o exame formal do pedido de
de dez anos, renovável a cada dez de for-
registro, que vai verificar, além dos documentos, se a atividade in-
ma infinita, desde que seja pago dentro do
dicada corresponde à marca solicitada. Em seguida, ocorre a pu-
prazo estipulado em lei.
blicação do pedido de registro na Revista da Propriedade Industrial
“Por isso, gosto sempre de frisar que,
(RPI), para que, no prazo de 60 dias, terceiros interessados possam
sem o acompanhamento apropriado, o ti-
se manifestar sobre a marca depositada.
tular da marca corre o risco de perder um
Depois dessa fase inicial, vem a análise da “distintividade” e
prazo ou de não saber como cumprir uma
disponibilidade do “sinal marcário”, de eventuais oposições e ma-
exigência, como um recurso, por exemplo,
nifestações e apreciação de documentos em razão da natureza e
correndo o risco de perder o próprio pedi-
da forma de apresentação da marca.
do de registro”, alerta a especialista.
Logo depois, vem a etapa de acompanhamento semanal da
Em algumas situações, o pedido de re-
marca depositada no INPI, por meio de publicação na RPI, que di-
gistro pode ser negado. O indeferimento
vulga todas as marcas depositadas no Brasil inteiro. A publicação
ocorre por diversas razões, desde o cadas-
permite verificar se há marcas parecidas ou idênticas.
tro feito de forma inadequada até a falta de
Após o período médio de 30 meses para a análise no INPI e,
acompanhamento da marca. “O INPI utili-
caso não tenha nenhuma intercorrência de recursos, a marca é con-
za como base a Lei 9.279 para avaliar a re-
cedida, sendo seu direito de exclusividade resguardado pelo prazo
gistrabilidade de uma marca, mais especi-
Revista da Farmácia · Maio-Junho 2018
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marketing ficamente o artigo 124, que traz 23 incisos
que não tem muito tempo para cuidar desses assuntos, é contra-
sobre as possibilidades de indeferimento.
tando um escritório especializado.
Entre eles, os mais comuns são marcas junto
O empresário pode contar ainda com o apoio do Sebraetec, que
com expressões de propaganda e sinal de
promove o acesso de pequenos negócios a soluções em sete áreas
caráter genérico”, destaca Sandra.
de conhecimento da inovação, entre elas, propriedade intelectual. O programa aproxima os pequenos negócios dos prestadores de
Por conta própria ou com ajuda
serviços. Para mais informações, basta acessar o site do Sebraetec.
A empresa pode registrar a marca di-
É importante ficar atento ao alerta dado pelo INPI sobre as di-
retamente no INPI, sem ajuda de terceiros.
versas fraudes que ocorrem na área, praticadas por pessoas e es-
Para isso, basta seguir o passo a passo in-
critórios fraudulentos que se intitulam “representantes” do INPI,
formado pelo próprio órgão. Fazendo dessa
enviando inclusive correspondências, como boletos para paga-
forma, o registro fica muito mais econômi-
mento. “Inevitavelmente as vítimas quase sempre são os reque-
co, pois o empresário deverá pagar somen-
rentes – empresas ou pessoas físicas – que não possuem procura-
te as taxas cobradas pelo INPI. Uma outra
dores qualificados cadastrados e que, por isso, são o alvo principal
maneira, que pode ser mais indicada para
desses criminosos”, alerta Sandra.
Passo a passo para registrar sua marca no INPI 1 º PASSO - Faça a busca Verifique se o que você pretende solicitar não foi protegido antes por terceiros. Mesmo não sendo obrigatória, a busca é um importante indicativo para decidir se você entra com o pedido ou não.
2º PASSO - Pague a taxa Confira os valores das taxas. Pessoas físicas e microempresas, entre outros, têm direito a desconto. Emita e pague a Guia de Recolhimento da União (GRU).
3º PASSO - Inicie o pedido Apenas comece o processo após pagar a GRU. Acesse o e-Marcas e preencha o formulário online. Nele, você precisará anexar a imagem da marca, se for o caso.
4º PASSO - Acompanhe O processo passará por diferentes etapas, que poderão exigir do usuário o envio de documentos. Para não perder os prazos, é importante acompanhar o andamento do pedido por uma das seguintes maneiras: - Consultando a Revista da Propriedade Industrial (RPI), publicada às terças-feiras; - Acessando o sistema de busca de marca. Lá você pode selecionar seu processo e incluí-lo em “Meus Pedidos”, sistema que avisa por e-mail quando houver movimentação.
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Revista da Farmácia · Maio-Junho 2018
gestão financeira
Ativos monetários, financeiros e reais
N
No artigo anterior, tratamos da reserva de liquidez e sua im-
trar um investidor/financiador que queira
portância para o planejamento financeiro de empresas e pessoas.
comprá-los de nós. Exemplo muito práti-
Agora, neste artigo, vamos tratar das possíveis aplicações da re-
co e comum de ativos financeiros que per-
serva de liquidez.
dem valor quando são negociados antes do
Em essência, reservas de liquidez são necessárias para suportar
os riscos e as incertezas do negócio, além de emprego no aprovei-
vencimento são os recebíveis de cartões de crédito antecipados junto aos bancos.
tamento das oportunidades de investimento que surgirem. Por isso,
Os ativos reais são aqueles que tendem
as reservas devem estar aplicadas em ativos que ofereçam baixo
a apresentar a maior perda de valor quan-
risco de liquidez, isto é, aqueles que perdem pouco valor quando
do for necessário convertê-los em dinhei-
é necessário vendê-los “de uma hora para outra”.
ro. Para exemplificar, basta lembrar o quan-
Mas, o que é um ativo? Ativo é qualquer bem ou direito, no qual
to, comumente, é difícil vender um imóvel
são gastos recursos em sua aquisição e manutenção, capaz de ge-
ou uma empresa sem ter que oferecer um
rar benefícios futuros. Assim, são exemplos de ativos os depósitos
bom deságio em favor do comprador. Por
bancários, as mercadorias que se espera vender ou ainda as insta-
isso, jamais deve-se manter reservas de li-
lações que são usadas nas operações de uma empresa.
quidez aplicadas em ativos reais, pois apre-
Os ativos podem ser classificados em três tipos genéricos: mo-
sentam elevado risco de liquidez. A parcela
netários, financeiros e reais. Simplificando os conceitos, podemos
da reserva de liquidez destinada ao aprovei-
dizer que os ativos monetários são, propriamente, moeda sob a
tamento de oportunidades de compra de
forma de dinheiro em espécie ou conta corrente bancária (depó-
ativos reais necessita ser bem dimensiona-
sitos a vista); os ativos financeiros são aqueles que rendem juros,
da, pois, uma vez realizada a compra, ela
tais como os títulos públicos negociados no Tesouro Direto ou os
perde sua característica de reserva líquida.
CDB dos bancos; e os ativos reais são aqueles dos quais resultam
É intuitivo concluir, então, que as reser-
aluguéis ou lucros para seu proprietário, como um imóvel ou uma
vas de liquidez devem permanecer aplica-
empresa composta por estoque, instalações, etc.
das em ativos financeiros, sendo pequena
Os ativos monetários não rendem juros, mas oferecem o benefício da máxima liquidez e, quando necessário, estão disponí-
André Lima
Conheça as três possibilidades de aplicação para a reserva de liquidez
Jorge Wilson Alves Consultor financeiro
parte mantida em ativos monetários disponíveis para uso imediato.
veis para serem usados para realizar pagamentos sem perder valor.
Por sua importância para a estabili-
Os ativos financeiros, por sua vez, rendem juros, mas podem gerar
dade financeira das empresas e das pes-
perdas quando for necessário convertê-los em dinheiro. Isso por-
soas, os mercados onde se transacionam
que os ativos financeiros costumam ter uma data de vencimento
ativos monetários e financeiros são orga-
e, se precisarmos de dinheiro antes dessa data, é preciso negociar
nizados com o intuito de garantir sua efi-
com o devedor uma antecipação do resgate da dívida ou encon-
ciência e segurança.
Quer saber mais?
Mande um e-mail para jwluizalves@gmail.com
Revista da Farmácia · Maio-Junho 2018
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mais seguro
Como contratar um corretor de seguros Entenda por que esse profissional é importante durante toda a vigência da apólice
Q
Quer saber mais?
Mande um e-mail para
Quando você precisa fazer uma cirur-
qualquer forma, a lei impõe o pagamento de uma corretagem. Não
gia, você procura um guia de turismo? E para
havendo a existência de um corretor, a comissão devida é trans-
uma viagem, você fala com o padeiro? Pois
ferida para a Fundação Escola Nacional de Seguros (Funenseg).
é, poucas profissões são tão desconhecidas
Além disso, pelo fato de não ser empregado de nenhuma se-
como a do corretor de seguros, normalmen-
guradora, o corretor tem muito mais liberdade para negociar com
te associada a um mero vendedor. Isso está
ela em caso de sinistro, devendo apoiar o cliente, parte mais vul-
bem longe da verdade, já que o atendimen-
nerável, na defesa de seus interesses.
to ao cliente vai muito além da venda, conti-
Escolher um corretor de seguros também requer muito cuida-
nuando por todo o período em que a apólice
do, pois, como em toda profissão, há também os maus profissionais.
estiver em vigência. Trata-se de um serviço
Verifique, em primeiro lugar, se ele é habilitado pela Susep (www.su-
de cunho financeiro, com características de
sep.gov.br). Em 2018, mais de 8 mil corretores tiveram seus registros
complexidade variável e que exigem muita
suspensos. Em segundo lugar, é bom saber se ele aderiu ao Código
atenção no momento da contratação, já que
de Ética dos Corretores de Seguros (www.fenacor.org.br), certifica-
nem todos os seguros são iguais.
do de qualidade no mercado de seguros.
O corretor de seguros é um consultor. Em
Recomendação final: nos últimos anos, surgiu, no mercado, a
virtude de sua formação técnica, ele é o úni-
chamada “proteção veicular”, popularmente conhecida como “se-
co habilitado e autorizado pela Superinten-
guro pirata”, formada por cooperativas e associações de classe. Elas
dência de Seguros Privados (Susep), autar-
comercializam irregularmente seguros e têm sido fiscalizadas e fe-
quia subordinada ao Ministério da Fazenda,
chadas pela Susep.
para analisar as necessidades de um cliente
Assim, como antes de ir ao médico ou a qualquer outro pro-
e oferecer as melhores opções em termos
fissional, peça recomendações de bons profissionais a amigos
de seguradoras, seguros e suas coberturas.
e familiares. A Conquiste Seguros, sócio honorário da Ascoferj,
Apesar de não ser obrigatória a existên-
tem ampla experiência na contratação de seguros para farmá-
cia de um corretor de seguros nas apólices,
cias e farmacêuticos, está à disposição de todos os associados e
para garantir a segurança do cliente, é reco-
apresenta orçamentos em todos os ramos, sem compromisso e
mendável a contratação de um, porque, de
com preços especiais.
contato@conquisteseguros.com.br
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Revista da Farmácia · Maio-Junho 2018
assuntos regulatórios
Programa Aqui Tem Farmácia Popular Conheça as regras e evite que sua farmácia seja multada e descredenciada
pular devem ficar atentas à dispensação dos medicamentos aos
ça ao estabelecimento para a aquisição do medicamento.
pacientes que se beneficiam do programa, pois o Governo Federal
No caso de pacientes considerados in-
está glosando as vendas erradas, bloqueando as empresas, mul-
capazes e idosos – idade igual ou superior
tando e descredenciando as lojas que não cumprirem os procedi-
a 60 anos –, a compra poderá ser realizada
mentos básicos para efetuar a venda.
pelo representante legal mediante a apre-
O primeiro delas é que o usuário deverá comparecerà farmácia
sentação do CPF e do RG desse represen-
com a receita médica e/ou laudos e/ou atestados médicos, docu-
tante, de acordo com a procuração origi-
mento oficial com foto e CPF, caso queira adquirir algum medica-
nal ou autenticada e CPF e RG do paciente.
mento pelo programa.
Em geral, a farmácia ou drogaria de-
A receita apresentada pelo paciente deve conter o nome da
verá emitir duas vias do cupom vinculado,
substância escrita ou digitada de forma legívele sem abreviações;
que deverão conter assinatura e endere-
o nome do paciente por extenso ou abreviaturas que não impe-
ço do usuário. Uma dessas vias deverá ser
çam a identificação dele; o endereço – caso haja necessidade, o far-
guardada no estabelecimento obrigatoria-
macêutico, com autorização do paciente, poderá preencher todas
mente por cinco anos, juntamente com o
as informações residenciais –; a posologia, o carimbo e a assinatu-
respectivo cupom fiscal e com as cópias da
ra do médico; e o endereço do consultório ou da unidade de saú-
receita médica e do documento de identi-
de que possibilite identificar o local onde foi emitida a prescrição.
dade do paciente.
Betânia Alhan
Importante lembrar que as receitas possuem validade. Para a
Medicamentos para hipertensão, diabe-
dispensação de medicamentos para hipertensão, diabetes, disli-
tes, dislipidemia, asma, rinite, Parkinson e
pidemia, asma, rinite, Parkinson, osteoporose, glaucoma e fraldas
osteoporose deverão ser dispensados em
geriátricas, o prazo é de 180 dias; no caso de anticoncepcionais, a
quantidade suficiente para 30 dias de tra-
receita vale por até 365 dias.
tamento. Já os anticoncepcionais, em quan-
Existem algumas situações especiais, entre elas, o fato de que
tidade que variam entre 25 a 90 dias; e os
menores de idade podem ser beneficiados pelo programa com o
medicamentos para tratamento de glauco-
CPF dos pais. A dispensação, nesse caso, só poderá ocorrer me-
ma, em quantidade suficiente para 25 dias.
diante apresentação da certidão de nascimento ou RG do pacien-
No caso de aquisição de fraldas geriátricas,
te – original ou cópia autenticada –, comprovando a responsabili-
poderá ser feita a cada 10 dias.
dade e/ou tutela pelo menor. Para dispensar a usuários analfabetos, basta anexar a cópia do RG ao cupom vinculado, desde que o próprio paciente compare-
humberto teski
F
Farmácias e drogarias credenciadas ao Aqui Tem Farmácia Po-
Por fim, o farmacêutico deverá efetuar e/ou autorizar a intercambialidadede de medicamentos conforme legislação vigente.
Farmacêutica, especialista em assuntos regulatórios e consultora da Ascoferj.
Quer saber mais?
Mande um e-mail para farmaceutica@ascoferj.com.br
Revista da Farmácia · Maio-Junho 2018
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saúde
Vacinação em adultos
SHUTTERSTOCK
Conheça as vacinas que são indispensáveis entre 20 e 59 anos de idade
O
O mais recente surto de febre amare-
Público Estadual de São Paulo (HSPE), João Silva de Mendonça,
la no País – 464 casos confirmados e 154
o conceito da vacinação em adultos precisa ser difundido inten-
óbitos no período de 1º julho de 2017 a 16
samente. “Vacina não é uma ação exclusiva da pediatria. Adoles-
de fevereiro deste ano – levou milhares de
centes, adultos jovens e mesmo os idosos precisam receber vaci-
brasileiros para as filas dos postos de saúde.
nas. Algumas são exclusivas de determinadas faixas etárias. Outras
O medo de pegar a doença fez muita gente
dão sequência à vacinação iniciada na infância e exigem reforços
buscar a vacina na rede pública, tanto que o
por toda a vida. Um exemplo é a vacina contra o tétano. Mesmo
Ministério da Saúde teve de se reorganizar
que a criança tenha sido vacinada quando pequena, deve repetir
para atender parte da demanda.
a aplicação a cada dez anos. Nesse sentido, há um descuido mui-
No entanto, muitas pessoas nas filas não
to grande na população adulta em geral e no idoso em particular,
faziam a menor ideia se já haviam sido va-
que, normalmente, nunca tomou essa vacina”, comenta o espe-
cinadas e se a vacina ainda estava em dia.
cialista em entrevista com o médico Dráuzio Varella, que já tratou
Isso porque, em geral, os adultos negligen-
do tema em sua coluna, no Portal UOL.
ciam a imunização, deixando de dar a devida importância a ela.
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De acordo com o Calendário de Vacinação de 2018, elaborado pelo Ministério da Saúde, os adultos entre os 20 e 59 anos de-
Para o infectologista e diretor do Servi-
vem se vacinar contra hepatite b, febre amarela, tríplice viral e du-
ço de Infectologia do Hospital do Servidor
pla adulto, indicada como reforço para tétano e difteria, mas muita
Revista da Farmácia · Maio-Junho 2018
saúde gente não presta atenção ou considera as vacinas realmente im-
vacinas estão disponíveis no Brasil: HPV4, li-
portantes apenas em crianças e idosos.
cenciada para meninas e mulheres de 9 a 45
Segundo o epidemiologista e presidente do Vital Brasil, Edimil-
anos e meninos e homens de 9 a 26 anos; e
son Migowski, a vacinação em adultos é uma necessidade frequen-
HPV2, para meninas e mulheres a partir dos
temente negligenciada. “Cerca de 90% dos casos de tétano, no Bra-
9 anos de idade.
sil, ocorrem em adultos que não mantêm a vacina em dia. As crianças
Em relação à vacina contra febre amare-
e os idosos estão tomando corretamente, mas pessoas entre 20 e
la, segundo a SBIm, não há consenso sobre
59 anos não estão sendo contempladas da forma como deveriam”,
a duração da proteção conferida pela vacina.
alerta o especialista.
De acordo com o risco epidemiológico, uma
Pelo menos a cada dez anos, um adulto saudável deveria se va-
segunda dose pode ser considerada.
cinar contra tétano e difteria. “Adultos com alguma doença de base, como HIV, doença pulmonar crônica ou diabetes, acabam tendo necessidades mais particulares, que deverão ser analisadas por um clí-
Vacinação em farmácias O serviço de vacinação em farmácias e drogarias passou a ser permitido pela Agên-
nico”, acrescenta Migowski. No Sistema Único de Saúde (SUS), o adulto encontra basicamen-
cia Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)
te as vacinas contra gripe, tétano e difteria. “Eventualmente, pode ter
em dezembro de 2017, com a publicação
acesso a outras vacinas, desde que esse adulto se encaixe em condi-
da Resolução 197, que não cita diretamen-
ções de alto risco, por exemplo, paciente com doença pulmonar crô-
te as farmácias e drogarias, mas, conside-
nica”, explica o epidemiologista.
rando que a Lei Federal 13.021/2014 já as declarou estabelecimentos de saúde, su-
Calendário da SBIm
bentende-se que o setor esteja incluído no
A Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) divulgou o Ca-
rol dos locais com autorização para vacinar.
lendário de Vacinação 2018/2019 para pessoas entre 20 e 59
No Rio de Janeiro, assim como em todo
anos, muito mais completo que o calendário do Ministério da Saú-
o Brasil, principalmente em locais onde o
de. Explica-se: muitas vacinas sugeridas pela SBIm são encontra-
SUS falha na oferta de vacinas essenciais,
das apenas na rede privada. Ao todo, seriam 13, das quais apenas
a vacinação para adultos é um nicho a ser
5 estão disponíveis na rede pública.
explorado pelo setor, mas ainda depende
O Ministério da Saúde recomenda que um adulto tome, pelo me-
de normatização da Vigilância Sanitária.
nos, as seguintes vacinas: hepatite b, febre amarela, tríplice viral e du-
A Ascoferj tem participado de uma série
pla adulto. Já a SBIm acrescenta à lista hepatite A, HPV, tríplice bacte-
de reuniões na Subsecretaria de Vigilância
riana, varicela (catapora), influenza (gripe), meningogócica conjugada
Sanitária do Rio de Janeiro em busca de so-
ACWY, meningogócica B, pneumocócica, herpes zóster e dengue.
luções que agilizem os serviços de vacina-
A vacina contra HPV tem recomendação para três doses. Duas
ção nos estabelecimentos farmacêuticos.
Calendário de vacinação 2018 para adultos do Ministério da Saúde Hepatite B
Febre Amarela
Tríplice Viral
Dupla Adulto
3 doses (verificar a
Dose única (não vacinado
2 doses (20 a 29 anos) e
Reforço a cada 10 anos
situação vacinal)
ou sem comprovante
1 dose (30 a 49 anos)
de vacinação) Fonte: Ministério da Saúde
Revista da Farmácia · Maio-Junho 2018
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consultora farmacêutica
Anamnese Contato direto do farmacêutico com o paciente para entender sua história clínica
E humberto teski humberto teski
Em seu fundamento, a palavra anamne-
se se origina do grego “ana”, que significa re-
Na farmácia, o contato direto do farmacêutico com o paciente
cordar, trazer de novo, e “mnesis”, memória.
tem o objetivo de reunir dados que identifiquem sua história clínica.
Para o farmacêutico, segundo a Resolução
Por meio do relato do paciente sobre a saúde, os problemas rela-
585/2013, do Conselho Federal de Farmá-
cionados aos tratamentos em curso, os dados obtidos com exames
cia (CFF), a anamnese farmacêutica é uma
clínicos e laboratoriais, as prescrições médicas e outros documentos
das atribuições relativas ao cuidado à saúde,
e informações obtidos com familiares, cuidadores e profissionais
nos âmbitos individual e coletivo. É o pro-
da saúde, o farmacêutico terá condições de planejar e implantar o
cedimento de coleta de dados do pacien-
cuidado farmacêutico necessário e adequado para cada paciente.
te, realizada por meio de entrevista, com a
Assim, a anamnese é uma ferramenta indispensável para o
finalidade de conhecer sua história, elaborar
farmacêutico clínico que busca a qualidade do cuidado. Para tal, é
seu perfil farmacoterapêutico e identificar
primordial que ele tenha tempo adequado e dedicação para a co-
possíveis problemas relacionados aos me-
leta dos dados do paciente.
dicamentos e suas necessidades relativas à
O acolhimento se inicia com uma abordagem simpática, com-
saúde, com o propósito de promover ou re-
petente e segura. A identificação do paciente se dá pelo registro
Ana Lucia Caldas
do nome, idade, data de nascimento, estado civil, sexo, endereço,
Farmacêutica, gerontóloga e especialista em atenção farmacêutica.
telefone e outros. A seguir, vem o relato da queixa que originou a
Quer saber mais?
Mande um e-mail para analulcaldas@gmail.com
50
cuperar a saúde, bem como diminuir agravos e prevenir doenças.
consulta, o registro dos principais sinais e sintomas e o tempo de
Anamnese é uma ferramenta indispensável para o farmacêutico clínico que busca a qualidade do cuidado. Para tal, é primordial que ele tenha tempo adequado e dedicação para a coleta dos dados do paciente.
Revista da Farmácia · Maio-Junho 2018
duração, bem como as consequências e os resultados dos tratamentos já realizados. Na sequência, deve-se anotar a história familiar, as doenças e o estado de saúde dos pais e familiares mais próximos, assim como a história pessoal com o registro das doenças intercorrentes na infância, o ciclo vacinal, as doenças preexistentes relacionadas ou não ao atual adoecimento, a história médica pregressa (doenças ou medicamentos que podem causar os sintomas), o registro dos medicamentos em uso (posologia) e demais informações pertinentes. A cada nova consulta, o farmacêutico deve revisar e, quando necessário, atualizar os dados de seu paciente.