Revista da Farmácia | Edição 205

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ASCOFERJ • Associação do Comércio Farmacêutico do Estado do Rio de Janeiro • Rua do Carmo, 9, grupo 501, Centro - Rio de Janeiro/RJ - CEP 20011-020

Ano 27 • Edição 205 • Julho/Setembro 2018

Conquista histórica para o Rio de Janeiro

Foto: Istock

Resultado de um intenso trabalho da Ascoferj junto às autoridades sanitárias, farmácias e drogarias do município estão autorizadas pela Prefeitura a oferecer o serviço de vacinação

Entrevista

Relacionamento

Finanças

Conversamos com Nelson Mussolini, presidente do Sindusfarma, sobre a tão aguardada rastreabilidade de medicamentos

Tecnologia revoluciona o CRM e cria uma nova maneira de se relacionar com os clientes

Elaboramos um mapa das possibilidades para você escolher a melhor máquina de cartão de crédito para sua farmácia

ascoferj.com.br


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Revista da Farmåcia ¡ Julho - Setembro 2018


Revista da Farmácia · Julho - Setembro 2018

3 Foto: Humberto Teski

Editorial

Agenda positiva para o setor Luis Carlos Marins Presidente da Ascoferj

Quer saber mais? marins@ascoferj.com.br

Habitualmente, tem sido o papel das

d e m e d i c a m e nto s e m s u p e r m e rc a d o s ,

instituições que representam setores pro-

regulamentação do e-commerce, corporativismo

dutivos da economia defender os interes-

de outras categorias profissionais, leis anômalas

ses de suas respectivas categorias nos três

e, quem sabe, a qualquer momento, um “Uber

poderes: Legislativo, Executivo e Judiciário.

das farmácias”. Enfim, inúmeras outras ameaças.

Estamos impregnados da velha cultura de

correr atrás do prejuízo, porque não temos

neutralizar a concorrência predatória e desleal,

como hábito prevenir.

sendo preciso iniciar uma Agenda Positiva para

A Ascoferj vem monitorando possíveis

o varejo farmacêutico, com propostas nas

ameaças ao setor. Entretanto, é cada vez mais

mais diversas áreas. Precisamos unir nossa

relevante o comprometimento efetivo de toda

capacidade intelectual em prol de ideias a

a cadeia: indústria farmacêutica, distribuição,

serem apresentadas às autoridades políticas e

varejo e profissionais do setor.

aos parceiros na área de tecnologia e inovação.

Vamos deixar de pensar “dentro da caixinha”.

No mundo contemporâneo, o concorrente

Diante disso, somente ações ativas podem

não é mais o vizinho do bairro, nem aquela grande

rede que se instala na mesma calçada. Hoje o

áreas de conhecimento e trazer para dentro

rival pode ser até imaginário e estar do outro lado

das empresas o desenvolvimento econômico,

do hemisfério; pode capturar seu cliente onde

s o c i a l e s u s te nt áve l , c r i a n d o u m n ovo

quer que ele esteja, pois não existem barreiras

ecossistema corporativo. A Ascoferj conta

para impedir a reserva de mercado.

com sua contribuição.

Atualmente, estão em discussão temas

Meu convite é para desbravar novas

Te r m i n o c o m u m a r e f l e x ã o b e m

importantes, que impactam ou podem impactar

apropriada de Henry Ford: “Juntar-se é um

o setor a qualquer momento: logística reversa

começo. Permanecer junto é um processo.

de medicamentos, rastreabilidade, venda

Trabalhar junto é um sucesso”.


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Revista da Farmácia · Julho - Setembro 2018

Foto: Istock

Sumário 10

Entrevista Nelson Mussolini, presidente do Sindusfarma, fala sobre rastreabilidade Capa Farmácias do Rio conquistam direito de vacinar

42

22

Comportamento Como não procrastinar

Relacionamento Como a tecnologia está aprimorando o tradicional CRM

50

06 | Canal do Associado

34 | Operações

07 | Boa Leitura

40 | Marcos Assumpção

08 | Agenda

46 | Fernando Gaspar

14 | Legislação

48 | Seguro

18 | É de Farmácia

54 | Lucia Gadelha

20 | Ana Lucia Caldas

56 | Finanças

28 | Atualidade

62 | Jorge Alves

32 | Betânia Alhan

64 | Pingue-pongue


Revista da Farmácia · Julho - Setembro 2018

5 Foto: Humberto Teski

Carta ao Leitor

Uma nova revista Viviane Massi Jornalista e editora responsável

Quer saber mais? viviane@massicomunicacao.com.br

É com grande satisfação e orgulho que

apresentamos a você, leitor, uma nova Revista da Farmácia. Mudamos muita coisa, a começar pelo formato, que acompanha as tendências mundiais. Com dimensões reduzidas, fica mais fácil transportá-la de um lugar a outro. A publicação, certamente, será uma boa companhia no seu dia a dia. O layout está mais sofisticado, estimulando e favorecendo a leitura. Caprichamos bastante nos elementos visuais, afinal de contas, é um grande desafio disputar a sua atenção com a internet e as redes sociais.

A periodicidade também mudou: agora

a Revista da Farmácia é trimestral. Mas essa mudança é positiva, pois teremos mais tempo para investir pesado em um conteúdo que possa ajudar você na gestão do negócio.

A linha editorial está menos factual e mais

analítica, com temas relativos à gestão, planejamento, recursos humanos, tecnologia, vendas, entre outros. Sabe aquele guia que você não quer tirar do bolso? Pois então, é o que a Revista, a partir de agora, está se propondo a ser.

Nós esperamos que você curta o resul-

tado. Boa leitura!


Foto: Istock

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Canal do Associado

Novos serviços na área regulatória Veja o que há de novidade para empresas associadas

VIGILÂNCIA SANITÁRIA

CONSULTORIA PERSONALIZADA

Orientações gratuitas sobre:

> Inscrição de farmácia e drogarias no Cadastro

> Adequação de sala para serviços farmacêuticos

Nacional de Estabelecimento de Saúde (CNES).

e vacinação;

> Cadastro de farmácias com manipulação

> Cadastro de farmácias e drogarias na SUBPAV

no MAPA, para autorização de manipulação e

para oferecer o serviço de vacinas.

comercialização de medicamentos veterinários.

Assessoria jurídica

Parcerias externas

Nas áreas cível, trabalhista e sanitária, além de

A Ascoferj tem vários parceiros empresariais,

análise de contratos, consultoria, elaboração de

que oferecem benefícios e condições

defesas e impugnações, preparação de ações

diferenciadas para associados. Consulte no

indenizatórias e anulatórias, revisão e renovação

site da Ascoferj: ascoferj.com.br/painel-do-

de contratos de locação, entre outros.

associado/beneficios/

DESDE MAIO DE 1991

FUNDADOR

ARTE

Ruy de Campos Marins

Quadratta Projetos Gráficos

PRESIDÊNCIA

PERIODICIDADE

Luis Carlos Marins

Trimestral

JORNALISTA RESPONSÁVEL E EDITORA

FALE COM A REDAÇÃO

Viviane Massi MTB 7149/MG

revistadafarmacia@ascoferj.com.br

COMISSÃO EDITORIAL

(21) 99827-2867

Ana Lucia Caldas | Betânia Alhan | Fernando

Rua do Carmo, 9, grupo 501

Gaspar | Jorge Wilson Alves | Lucia Gadelha |

Centro - Rio de Janeiro/RJ

Marcos Assumpção

CEP 20011-020

REVISÃO

TELEFAX

Agnes Rissardo

(21) 2220-9530 | (21) 2220-9390

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Visite o nosso site ascoferj.com.br


Boa Leitura

7 Foto: Istock

Revista da Farmácia · Julho - Setembro 2018

Pílulas de gestão Silvia Osso e Pedro Dias

Segredos da liderança

Editora Contento

John C. Maxwell Editora Vida melhor

Fazer a gestão de uma empresa envolve pessoas e,

Maxwell trata a questão da

com elas, expectativas, necessidades, sonhos

liderança com naturalidade e objetividade. Sem

e anseios. É preciso sair do universo particular

complicações, mas com muita autoridade, o

e enxergar o outro dentro da ótica dele. Essa é

autor de As 21 indispensáveis qualidades de um

a proposta do livro Pílulas de gestão: apresen-

líder e As 21 irrefutáveis leis da liderança, entre

tar algumas possibilidades de aplicação rápida

outros sucessos de vendas, abre o jogo e des-

do que deve ser feito.

venda os supostos enigmas sobre o assunto.

Planejamento estratégico

Crédito e descrédito

Formulando e executando

Relações sociais de

estratégias vencedoras

empréstimos na América

Leonardo Faletti

Carlos Guimarães e Luiz

Ed. Estratégias Vencedoras

Saraiva - Ed. Eduff

O autor descreve, de forma fácil e prática, o

Esse livro traz contribuições dos historiadores

passo a passo do planejamento estratégico

num campo em que predominam os econo-

de forma simples, prática e objetiva, abor-

mistas, mostrando uma variedade de atores

dando conceitos, métodos e ferramentas que

e de instrumentos financeiros particulares e

possam contribuir para o alcance dos obje-

locais. Um rápido olhar revela essa diversida-

tivos de empresas, independentemente da

de e as várias tentativas de alinhar práticas,

área de atuação ou porte.

empresas e instituições.


Foto: Istock

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Agenda

Revista da Farmácia · Julho - Setembro 2018

Eventos em destaque

Latam Retail Show 2018

Beauty Fair

28, 29 de 30 de agosto - São Paulo

8 a 11 de setembro

latamretailshow.com.br

beautyfair.com.br

- São Paulo C

Considerado o mais completo evento de

A Beauty Fair é reconhecida por ser a

varejo e consumo da América Latina, o

maior feira de beleza profissional das

LATAM RETAIL SHOW apresentará as

Américas e também por promover diver-

experiências e os cases de sucesso de

sos eventos ao longo do ano tendo como

renomadas companhias. Associados da

objetivo principal auxiliar no desenvolvi-

Ascoferj têm desconto (sob consulta).

mento de todos os elos do segmento de beleza – indústria, varejo e profissionais.

Road Show Care Center

Congresso de Farmácia

6 de setembro - São Paulo

8 a 10 de novembro - Rio de Janeiro

assistenciafarmaceutica.far.br/road-

sbfc.org.br/congresso

-show-abrafarma Congresso pretende discutir a diversificação O Road Show Care Center é o evento far-

das atividades farmacêuticas. Atualmente,

macêutico itinerante da Abrafarma, que

já são 135 especialidades regulamentadas,

vem percorrendo o Brasil, levando co-

sendo as mais recentes a farmácia clínica,

nhecimento científico e promovendo os

com o consultório farmacêutico; os serviços

serviços clínicos farmacêuticos.

de vacinação; a estética; a perfusão sanguínea extracorpórea; e os nutracêuticos.

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Então está na hora de conheçer a FARMACONTÁBIL. A FARMACONTÁBIL é um escritório de contabilidade especializado em farmácias, trazendo soluções para os problemas mais comuns do dia a dia de farmácias e drogarias. Contando com mais de trinta anos de experiência dos sócios no varejo farmacêutico, a FARMACONTÁBIL agrega valor ao seu negócio, com foco no crescimento sustentável e conciliando diferenciais competitivos e inovadores. Entre em contato conosco e descubra na prática como a FARMACONTÁBIL pode fazer a diferença no sucesso de sua farmácia!

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Revista da Farmácia · Julho - Setembro 2018

Entrevista

Rastreabilidade avança, mas demora além do esperado Projeto-piloto tem até abril de 2019 para ser concluído e prazo final para novo sistema foi estendido até 2022

Até abril de 2022, todos os medicamentos brasileiros

terão que atender à norma da Anvisa que prevê a rastreabilidade desses produtos, ou seja, por meio de um código de barras bidimensional em cada embalagem, chamado DataMatrix, o órgão regulador poderá acompanhar o caminho do medicamento, da indústria à casa do consumidor.

Mas, antes disso, o projeto-piloto que envolve empre-

sas como Bayer, Libbs, Profarma, Raia Drogasil e Drogaria Araújo precisa ser concluído. Para entender melhor em que pé está a questão da rastreabilidade de medicamentos, conversamos com o presidente executivo do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São

Foto: Divulgação

Paulo (Sindusfarma), Nelson Mussolini. Leia a seguir.

Nelson Mussolini, presidente executivo do Sindusfarma


Entrevista

"O modelo agora definido pela Anvisa segue a mesma linha do que acontece nos países desenvolvidos, nos quais a agência sanitária é responsável pelo gerenciamento e controle do banco de dados." Revista da Farmácia: A Anvisa

pre defasados, abaixo da inflação

e o setor regulado vêm tentando

e da evolução dos custos de pro-

implantar a rastreabilidade desde

dução da indústria. Ao contrário do

2008. Por que eles ainda não con-

que acontece com outros segmen-

seguiram?

tos econômicos, o setor farmacêutico não teria como incorporar mais

Nelson Mussolini: Antes de mais

um custo.

nada, é preciso entender que a rastreabilidade é um processo com-

RF: O novo prazo limite do governo

plexo e demorado. Além disso, o

para implantação da rastreabilida-

projeto apresentado originalmen-

de é 2022. É tempo suficiente? E o

te era inviável. A primeira ideia de

que falta ainda fazer para a rastrea-

rastreabilidade no País não iria fun-

bilidade, de fato, começar em toda

cionar e tinha custos astronômicos,

a cadeia?

que impactariam ainda mais os resultados da indústria farmacêutica.

Mussolini: O modelo agora defini-

Para evitar isso, as entidades do se-

do pela Anvisa segue a mesma li-

tor – indústria, distribuição e vare-

nha do que acontece nos países

jo – se mobilizaram e conseguiram

desenvolvidos, nos quais a agência

demonstrar a necessidade de al-

sanitária é responsável pelo geren-

terar o marco legal vigente até en-

ciamento e o controle do banco de

tão. O sistema de rastreamento não

dados.

poderia onerar ainda mais as empresas, que têm os preços de seus

RF: Quais são os desafios que ainda

produtos controlados pelo gover-

precisam ser superados para tirar a

no e em valores que estão sem-

rastreabilidade do papel?

11 Foto: Istock

Revista da Farmácia · Julho - Setembro 2018


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Entrevista

Revista da Farmácia · Julho - Setembro 2018

"Cada segmento da cadeia farmacêutica está encarregado de adquirir, operar e validar seu respectivo banco de dados e os equipamentos e sistemas de envio para o banco de dados da Anvisa."

Mussolini: A regulamentação adotada no Bra-

a principal motivação do setor em instituir a ras-

sil, com a Lei 11.903/2009 e a RDC nº 157/2017,

treabilidade era a de reduzir a concorrência des-

segue os padrões internacionais e certamente

leal, causada pela informalidade e a sonegação

atingirá os objetivos preconizados pela indús-

fiscal. Esse problema foi resolvido com a adoção

tria farmacêutica desde as primeiras discus-

da Substituição Tributária e da Nota Fiscal Ele-

sões sobre o tema.

trônica. Atualmente, a rastreabilidade é importante para melhorar o controle sanitário por par-

RF: A indústria está mais receptiva à proposta

te da indústria e dos órgãos de saúde pública.

de rastreabilidade?

Se a empresa precisar fazer um “recall” de um determinado medicamento, saberá exatamente

Mussolini: A indústria farmacêutica sempre es-

onde deve buscar o produto e como tirá-lo do

teve receptiva à ideia. Na verdade, a proposta de

mercado de forma rápida, evitando assim que

introduzir um sistema integrado de rastreabilida-

traga dano para a população. Em outras pala-

de de medicamentos no País partiu da própria

vras, hoje o sistema é importante para dar mais

indústria farmacêutica. Inicialmente, há 15 anos,

segurança ao consumidor.


Entrevista

13

RF: O senhor tem informações sobre o proje-

RF: Como será o envio dos dados à Anvisa?

to-piloto que está em andamento? Como têm

Antes, seria responsabilidade da indústria. Mas

sido os resultados?

isso mudou. Então, quem vai fazer esse envio? E quem vai pagar a conta?

Mussolini: A Anvisa estabeleceu o prazo de um ano para o piloto, mais oito meses para

Mussolini: Cada segmento da cadeia far-

avaliar a operação do sistema, num total de 20

macêutica – indústria, distribuição e vare-

meses de teste. Esse prazo termina em abril

jo – está encarregado de adquirir, operar e

de 2019. A implantação do Sistema Nacional

validar seu respectivo banco de dados e os

de Controle de Medicamentos (SNCM) está

equipamentos e sistemas de envio para o

prevista para o período de maio de 2019 a abril

banco de dados central do sistema. Após um

de 2022. As indústrias escolhidas para o projeto-

período de avaliação, a Dataprev foi escolhi-

piloto são: Aché, Bayer, Boehringer, Janssen-

da para sediar o banco de dados do Siste-

Cilag e Libbs. Os representantes voluntários do

ma Nacional de Controle de Medicamentos

varejo e da distribuição são: Profarma, Genésio

(SNCM), em convênio com a Anvisa. Segun-

A. Mendes & Cia., Raia Drogasil, Drogaria Araújo,

do as informações disponíveis, esse banco

Z. K. Ferreira Farmácia, S. M. Mantovani Sguario

de dados estará pronto para receber as in-

& Cia, Drogaria Soares, Hospital Albert Einstein

formações das empresas em mais três ou

e Fundação São Francisco Xavier.

quatro meses.

RF: Estamos atrasados em relação ao restante

RF: Quanto a indústria está investindo ou já in-

do mundo na questão da rastreabilidade?

vestiu até agora no projeto da rastreabilidade, fazendo adequações nas linhas de produção?

Mussolini: Não. A rastreabilidade de medicamentos é uma questão relativamente recente em todo o

Mussolini: O Sindusfarma estima em, apro-

mundo. Os prazos ajustados são compatíveis com

ximadamente, R$ 2 bilhões os investimen-

as possibilidades das empresas e estão alinhados

tos da indústria farmacêutica em equipa-

com um processo semelhante em curso nos Esta-

mentos e sistemas de rastreabilidade de

dos Unidos. A questão no Brasil ficou bem resolvida.

medicamentos.

Foto: Istock

Revista da Farmácia · Julho - Setembro 2018


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Legislação

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Mobilização da Ascoferj neutraliza PL do nutricionista


Revista da Farmácia · Julho - Setembro 2018

Legislação

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Deputado Dr. Deodalto (DEM) retira PL 406/2015 da pauta depois de entender que a medida prejudicaria o segmento

O Projeto de Lei (PL) 406/2015, de auto-

“Não tenho nada contra o Dr. Deodalto,

ria do deputado estadual Dr. Deodalto (DEM),

mas esse Projeto é muito ruim. Por quê?

que cria a obrigatoriedade da presença de

Quando uma farmácia qualquer vender vitami-

um profissional de nutrição nos estabeleci-

nas, ela será obrigada a contratar nutricionis-

mentos que comercializam suplementos nu-

ta. Hoje os contratados são os farmacêuticos.

tricionais no Estado do Rio de Janeiro, incluin-

As farmácias vivem, atualmente, um momen-

do farmácias e drogarias, foi retirado de pauta

to muito difícil. Analisá-las pela ótica das gran-

no dia 6 de junho, com apoio do deputado

des redes é uma coisa, mas pela das peque-

Luiz Martins (líder do PDT). Além dele, que foi

nas é outra. A farmácia que vende vitaminas

procurado pela Ascoferj em março deste ano,

não terá condições de contratar nutricionis-

votaram a favor da retirada de pauta mais

ta. A contratação do farmacêutico já está na

quatro deputados.

lei. Esse PL, se aprovado, poderia inviabili-


Revista da Farmácia · Julho - Setembro 2018

Legislação

Foto: Ascoferj

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Luis Carlos Marins, presidente da Ascoferj, com o deputado Luiz Martins no gabinete dele: ao todo, dois encontros

zar o comércio de farmácia no Estado do Rio

REPRESENTATIVIDADE NO ESTADO

de Janeiro”, disse o deputado Luiz Martins du-

A Ascoferj, atualmente, representa mais de 1,7

rante a sessão ordinária do Plenário da Alerj

mil empresas do varejo farmacêutico. Desde

que fez a análise da redação final do PL 406.

o início do ano, a entidade vem monitoran-

Depois de convencido, o autor do PL,

do o Legislativo, com o objetivo de neutra-

Dr. Deodalto solicitou que o tema fosse re-

lizar projetos de lei que sejam ameaças ao

tirado de pauta e informou que convoca-

setor. Em março deste ano, esteve com o de-

rá uma audiência pública para debatê-lo

putado estadual Luiz Martins, a quem solici-

com mais calma. Disse ainda que sua in-

tou apoio para impedir a aprovação do PL 406.

tenção nunca foi a de prejudicar determina-

dos setores, esclarecendo que sua preocu-

do, conseguimos impedir que esse projeto fosse

pação principal era com a proibição de venda

à frente. O deputado Luiz Martins, que já foi pro-

de suplementos em academias de ginástica.

prietário de farmácia, se mostrou sensível à ques-

“Graças a esse trabalho junto ao deputa-

“Vou retirar o projeto de pauta porque,

tão e entendeu que os estabelecimentos farma-

em momento algum, foi intenção minha pre-

cêuticos, principalmente de pequeno porte, não

judicar A, B ou C. Vamos fazer uma audiência

teriam condições de contratar, além do farma-

pública sobre esse assunto. Então, estou re-

cêutico, um nutricionista como responsável téc-

tirando o projeto de pauta”, declarou o depu-

nico apenas para a venda de suplementos”, dis-

tado Dr. Deodalto

se Luis Carlos Marins, presidente da Ascoferj.


Legislação

Revista da Farmácia · Julho - Setembro 2018

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"As farmácias vivem, atualmente, um momento muito difícil, principalmente as pequenas empresas, que não terão condições de contratar nutricionistas." Deputado Luiz Martins

Na votação, a Ascoferj também contou

Para o deputado Comte Bittencourt, é pre-

com o apoio de alguns parlamentares, que se

ciso aperfeiçoar a proposição. “Tenho certeza

manifestaram a favor da retirada do PL de pau-

de que a intenção do deputado Dr. Deodalto

ta. “Eles entenderam que essa medida pre-

é a melhor possível, mas ela é inviável para

judicaria o setor, causando prejuízo e fechan-

a média do setor que comercializa medica-

do empresas, ainda mais no momento de crise

mentos. Qual o impacto disso na farmácia e

pelo qual passa o Rio de Janeiro, com dificulda-

na venda final do medicamento?”, ponderou.

des econômicas e de arrecadação de tributos”,

acrescentou Marins.

é melhorar a qualidade do comércio de vita-

minas e suplementos dietéticos. Mas é mui-

O QUE DISSERAM OS DEMAIS DEPUTADOS

to complicada a aprovação desse projeto

O deputado Flávio Bolsonaro disse que a preo-

tal como está sendo feito. Fizemos contato

cupação dele é com a geração de empregos.

com o Conselho Regional de Nutrição e exis-

“Não é nada contra o segmento importantíssimo

tem vários pontos que precisam ser resol-

de nutricionistas, mas, se verificarmos a realidade

vidos. Primeiro, o projeto não deixa claro se

da grande maioria dos estabelecimentos que co-

vai ser nutricionista ou técnico de nutrição. O

mercializa esses produtos nutricionais, veremos

Conselho, por exemplo, é contrário à presença

que é óbvio que não há a menor condição de exi-

de um técnico de nutrição fazendo esse tra-

gir que contratem um profissional de tão alto nível

balho. O segundo ponto é em relação à car-

para estar presente ali, durante todo o momento

ga horária desse nutricionista nas empresas.

em que esses estabelecimentos estiverem com

Entendo também que assumir uma responsa-

suas portas abertas. Então, apenas nesse sen-

bilidade por parte desta Casa deve levar em

tido, por uma questão prática, para que não fe-

conta, neste momento, a possibilidade de fe-

chem mais comércios no Rio de Janeiro, a orien-

chamento de pequenas empresas”, acrescen-

tação é o voto ‘não’”, declarou durante a sessão.

tou o deputado Dr. Julianelli.

“Com certeza, a intenção do autor do PL


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É de Farmácia

Revista da Farmácia · Julho - Setembro 2018

A Ascoferj lançou, recentemente, um novo programa no canal dela no YouTube. Exibido semanalmente, toda terça-feira, às 16h, e apresentado pela jornalista Viviane Massi, o programa É de Farmácia tem editorias como Mercado, Inovação, Tecnologia, Atualidade, Regulação, Saúde, entre outras. Assine o canal para receber as notificações dos novos programas!

Entrevista com Tania Mouço, presidente do CRF-RJ, era recordista de visualizações até o fechamento desta edição

Foto: Istock

Ascoferj lança programa no YouTube


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*Estes procedimentos não tem finalidade de diagnóstico e não substituem a consulta médica ou a realização de exames laboratoriais. Em caso de dúvidas, pergunte ao farmacêutico.


Revista da Farmácia · Julho - Setembro 2018

Opinião

Foto: Humberto Teski

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Farmacêutico no combate ao tabagismo Ana Lucia Caldas Farmacêutica, gerontóloga e especialista em Atenção Farmacêutica.

Quer saber mais? analulcaldas@gmail.com

Vício provoca mais de 150 mil mortes por ano no Brasil. Veja como a farmácia pode ajudar No fim de maio, celebrou-se o Dia Mundial

seja para se sentir mais saudável e envelhecer

sem Tabaco. A data é importante para lembrar a

bem. Os benefícios de parar de fumar são

sociedade dos riscos que o cigarro traz, mas, para

percebidos em cerca de três semanas. Os cheiros

a farmácia, todos os dias devem ser dedicados

ficam mais evidentes, os paladares melhoram

a erradicar esse vício, que ainda provoca mais

e a respiração se dá com mais facilidade. Além

de 150 mil mortes por ano no Brasil.

disso, a pressão arterial e o nível de oxigênio no

sangue são normalizados.

Apesar da diminuição do número de fumantes

nos últimos anos, as consequências do vício ainda

são muito preocupantes. Deixar de fumar e se

ofertadas nas farmácias comunitárias contribuem

livrar da dependência que a nicotina do cigarro

para a adoção de medidas para a cessação do

pode causar não é fácil. Pode ser tão difícil quanto

tabagismo. Trata-se de uma prioridade de saúde

abandonar o vício da cocaína, heroína ou maconha,

pública, dados os benefícios adquiridos com a

com a diferença de que a nicotina é uma droga

redução de morbimortalidade.

lícita, ao contrário das outras.

Contudo, é possível, desde que haja muita

preparados e de fácil acesso aos pacientes,

determinação, apoio e foco. O farmacêutico pode

podendo coordenar programas de cessação do

ajudar um paciente a encontrar uma importante

tabagismo de maneira efetiva, seja por meio do

razão para que ele pare de fumar cigarros,

aconselhamento para o enfrentamento de situações

encontrando uma motivação que contribua para

difíceis, como a abstinência, seja por meio da

que deixe o vício de lado.

indicação de terapias de reposição de nicotina ou

realização de diferentes cuidados farmacêuticos.

Para garantir o sucesso, a razão precisa ser

Dessa forma, as orientações farmacêuticas

Farmacêuticos são profissionais de saúde

forte o suficiente para superar o desejo: seja para

As terapias de reposição de nicotina, como

diminuir a probabilidade de um câncer no pulmão,

pastilhas, chicletes de nicotina, sprays nasais ou


inaladores, podem ser uma alternativa de ajuda para superar os momentos de desejos intensos. Essas terapias também podem ser usadas em combinação com adesivos de nicotina de ação prolongada ou com medicamentos sem nicotina. Também podem ser utilizados compostos homeopáticos para aliviar os sintomas de abstinência típicos dos primeiros dias e terapias alternativas como acupuntura, meditação, tai chi chuan, hipnose, ioga, entre outras.

"O acompanhamento farmacêutico é um excelente suporte para o sucesso de qualquer tratamento."

Entre as dicas que podem ajudar o cliente/

paciente, destacam-se: cultivar uma nova rotina com inclusão de hábitos saudáveis; praticar atividades físicas; evitar o excesso de doces e outras comidas gordurosas; retirar o cheiro de cigarro dos objetos e roupas; e aumentar a ingestão de água para colaborar com a retirada das substâncias químicas do organismo.

O acompanhamento farmacêutico é um

excelente suporte para o sucesso de qualquer tratamento. Assegure-se de que seu paciente não tenha medo de falhar e recomeçar.

Opinião

21 Foto: Istock

Revista da Farmácia · Julho - Setembro 2018


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Revista da Farmácia · Julho - Setembro 2018

Capa

Município do Rio autoriza vacinação em farmácias Decreto assinado pelo Prefeito Marcelo Crivella no fim de maio é fruto de uma intensa articulação da Ascoferj com a Visa RJ

Foto: Istock

O Rio de Janeiro já faz parte do rol de ci-

inteiro de trabalho”, declarou Marcelo Crivella.

dades brasileiras que autorizam o serviço de

No entanto, o prefeito do Rio desta-

vacinação em farmácias e drogarias. O de-

cou que as farmácias deverão estar pre-

creto que regulamenta a atividade foi assi-

paradas, se houver alguma intercorrência,

nado no fim de maio pelo prefeito Marcelo

para prestar assistência ao paciente. “Eu te-

Crivella. A partir dessa publicação, os esta-

nho certeza de que as farmácias vão se ca-

belecimentos interessados deverão dar iní-

pacitar para estar à altura desse desafio,

cio aos trâmites legais para obter o licen-

que será atender à nossa população. Ago-

ciamento sanitário com o serviço incluído.

ra mesmo, terminamos a vacinação con-

“O maior impacto dessa regulamenta-

tra gripe. Teria sido bom se as farmácias pu-

ção será poder contar com a capilaridade

dessem ter participado”, falou em seguida.

das farmácias. Temos quatro grandes hospi-

tais, 120 clínicas da família e mais de duas mil

as farmácias participem de todas as campa-

farmácias somente na cidade do Rio de Ja-

nhas de vacinação do sistema público de saú-

neiro. Portanto, o benefício para a popula-

de, mas também de outras campanhas, co-

ção será enorme. As pessoas não vão pre-

mo as que são feitas contra o tabagismo e o

cisar entrar em filas, nem perder um dia

uso de drogas. “As farmácias poderão estar ao

Segundo Crivella, a Prefeitura deseja que


Capa

23

Foto: Humberto Teski

Revista da Farmåcia ¡ Julho - Setembro 2018

Decreto assinado pelo Prefeito contou com apoio do vereador Eliseu Kessler


24

Capa

Revista da Farmácia · Julho - Setembro 2018

Foto: Humberto Teski

Crivella destacou o papel da farmácia nos serviços de imunização

nosso lado em todas as campanhas de saú-

dução dos preços. “As farmácias, por consegui-

de. A Prefeitura quer essa parceria, desde que

rem comprar em grande quantidade, poderão

feita de forma ética e transparente. Sendo as-

reduzir os valores cobrados pelas vacinas. Mas

sim, só trará benefício para a população cario-

tudo isso, sem esquecer, sujeito à fiscalização

ca”, afirmou o prefeito.

da Vigilância Sanitária e às normas, como necessidade de constar, no licenciamento sanitá-

VACINAS PODERÃO TER PREÇO REDUZIDO

rio, o serviço”, disse o secretário.

Restrito a clínicas, o serviço privado de vacinação, após a assinatura do decreto, passa a ser

DEPOIS DA PUBLICAÇÃO DO DECRETO

estendido a farmácias e drogarias. “A regula-

Farmácias interessadas podem solicitar um no-

mentação dá para a população do Rio a oportu-

vo licenciamento sanitário, com o serviço incluí-

nidade de utilizar um serviço de vacinação par-

do. “Além de atualizar a licença, os estabeleci-

ticular mais em conta e com mais conveniência.

mentos deverão, entre outros ajustes, modificar

O cidadão poderá escolher uma farmácia pró-

o alvará de funcionamento, providenciar capaci-

xima ao trabalho ou perto de casa”, comentou o

tação para os responsáveis técnicos e adequar

secretário de Saúde, Marco Antonio de Mattos.

a rede de frios para controle da temperatura de

Além disso, a concorrência e a compra

armazenamento das vacinas”, lembrou a sub-

em volumes maiores poderão favorecer a re-

secretária de Vigilância Sanitária, Márcia Rolim.



26

Revista da Farmácia · Julho - Setembro 2018

Capa

De acordo com a norma, somente as institui-

vella, que assinou o decreto que regulamen-

ções de ensino credenciadas no Conselho Fede-

ta, de uma vez por todas, o serviço nos esta-

ral de Farmácia (CFF) estão autorizadas a emitir o

belecimentos farmacêuticos”, disse o vereador.

certificado que será exigido pelos fiscais da Vigi-

lância Sanitária.

to a ganhar. “Quando tivemos o surto de febre

Outro ponto importante é o registro dos

amarela no Rio de Janeiro, os postos de saúde

estabelecimentos na Subsecretaria de Aten-

ficaram congestionadíssimos. Se essa lei já esti-

ção Primária, Vigilância e Promoção da Saú-

vesse regulamentada, é claro que as farmácias

de (Subpav). A adequação do alvará é feita na

poderiam ter contribuído para reduzir as filas ab-

Secretaria Municipal de Fazenda, na Coorde-

surdas que se formaram à época”, comentou.

Segundo Kessler, a população tem mui-

nação de Licenciamento de Funcionamento. APOIO DO VEREADOR ELISEU KESSLER

Quer implantar o serviço de vacinação?

O vereador Eliseu Kessler, autor da Lei Comple-

O Departamento de Assuntos regulatórios

mentar 167/2016, sobre vacinação em farmá-

da Ascoferj está oferecendo uma assessoria

cias, vem acompanhando o processo de regu-

completa sobre o assunto. Entre em contato:

lamentação de perto. “O antigo governo vetou,

regularizacao@ascoferj.com.br.

mas conseguimos agora apoio do prefeito Cri-

Foto: Humberto Teski

Marins, presidente da Ascoferj, falou para representantes do setor na cerimônia



Foto: Istock

28

Atualidade

Revista da Farmácia · Julho - Setembro 2018

E-Social começa em julho e será por etapas Pequenos negócios terão até o final do ano para se adaptar ao novo sistema de envio de informações


Revista da Farmácia · Julho - Setembro 2018

Atualidade

29

A implantação do e-Social (Sistema de Escri-

a redundância nas informações prestadas por

turação Digital das Obrigações Fiscais, Previden-

pessoas físicas e jurídicas. “O sistema integra os

ciárias e Trabalhistas) para as Micro e Pequenas

processos, possibilita o registro imediato das in-

Empresas (MPE) optantes do Simples Nacional e

formações, como, por exemplo, a contratação

os Microempreendedores Individuais (MEI) que

de um empregado, e disponibiliza instantanea-

possuam funcionários ocorrerá em cinco etapas

mente os dados aos órgãos competentes. O ob-

a partir de julho. O cronograma, lançado pelo Co-

jetivo é reduzir a burocracia e aprimorar a quali-

mitê Gestor do programa, deverá impactar mais

dade das informações das relações de trabalho,

de 8 milhões de empresas e 40 milhões de tra-

previdenciárias e tributárias”, afirma o analista do

balhadores em todo o País. A adesão ao e-So-

Sebrae Minas, Haroldo Santos.

cial é feita pelo portal.esocial.gov.br

Pelo novo sistema do Governo Federal, será

cial terá início em julho, quando os empregado-

possível reduzir tempo e custos da área contá-

res deverão se cadastrar no novo sistema. De

bil das empresas na execução de 15 obrigações.

setembro a outubro, as empresas deverão en-

O e-social substituirá o preenchimento e a en-

viar informações sobre seus funcionários, como

trega de formulários e declarações, eliminando

admissões, afastamentos e demissões. Na ter-

A primeira etapa da implantação do e-So-

Calendário de implantação do e-Social para pequenos negócios

1ª etapa: julho e agosto/2018 - serão feitos os cadastros do empregador e tabelas. 2ª etapa: setembro e outubro/2018 - as empresas empregadoras serão obrigadas a enviar informações dos trabalhadores, como admissões, afastamentos e desligamentos.

3ª etapa: novembro e dezembro/2018 - será obrigatório o envio das folhas de pagamento.

4ª etapa:

janeiro/2019 - substituição da Guia de Informações à Previdência

Social (GFIP) e compensação cruzada.

5ª etapa: janeiro/2019 – transmissão de todos os dados de segurança e saúde do trabalhador deverão ser enviados.


30

Revista da Farmácia · Julho - Setembro 2018

Atualidade

ceira fase, entre novembro e dezembro, a folha

ao e-Social. “Os MEI que atuam sozinhos conti-

de pagamento dos empregados será obrigato-

nuarão usando o SIMEI, sistema de recolhimento

riamente gerada pelo novo sistema.

dos tributos em valores fixos mensais do Simples

A partir de janeiro de 2019, a Guia de Infor-

Nacional, para geração da guia de recolhimen-

mações à Previdência Social (GFIP) será subs-

to relativa à sua atividade como formalizado. Já

tituída definitivamente pelo sistema eletrônico,

os MEI que empregam, além de usarem o SI-

possibilitando o cruzamento de dados dos em-

MEI, deverão aderir ao e-Social para o cumpri-

pregadores com os do governo. Também no início

mento de obrigações trabalhistas, fiscais e pre-

do ano, as empresas deverão enviar as informa-

videnciárias relativas ao trabalhador contratado”,

ções sobre a segurança e saúde dos funcioná-

complementa o analista do Sebrae Minas.

rios. “A previsão é que, até fevereiro, o e-Social

seja implantado por completo e os dados dos

rão aplicadas as mesmas penalidades a que es-

trabalhadores estejam todos informatizados, di-

tão sujeitas hoje pelo descumprimento de suas

ficultando fraudes e dando maior segurança aos

obrigações. “Vale lembrar que a partir de janeiro

trabalhadores”, explica Santos.

de 2019, o processamento e quitação das obriga-

Além das MPE, os Microempreendedo-

ções rotineiras da empresa para com a adminis-

res Individuais (MEI) que tiverem um emprega-

tração federal ficará inviável, se ela não se ade-

do também terão o mesmo prazo para aderir

quar ao novo sistema”, alerta Haroldo Santos.

Para quem não aderir ao novo sistema, se-

15 obrigações fiscais, previdenciárias e trabalhistas que serão substituídas pelo e-Social Guia de Recolhimento do FGTS e de

Perfil Profissiográfico

Informações à Previdência Social (GFIP).

Previdenciário (PPP).

Cadastro Geral de Empregados e

Declaração do Imposto de

Desempregados (CAGED).

Renda Retido na Fonte (DIRF).

Relação Anual de Informações

Declaração de Débitos e Créditos

Sociais (RAIS).

Tributários Federais (DCTF).

Livro de Registro de

Quadro de Horário de Trabalho (QHT).

Empregados (LRE). Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT).

Manual Normativo de Arquivos Digitais (MANAD). Folha de pagamento, Guia de

Comunicação de Dispensa (CD).

Recolhimento do FGTS (GRF).

Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS).

Guia da Previdência Social (GPS).


12 de agosto | Aniversário Emefarma

A Emefarma está completando 30 anos de existência em 2018, e deve todos eles a cada um de seus colaboradores, fornecedores e clientes! Por isso, parabéns a todos que ajudam a construir uma Emefarma de sucesso. Juntos somos MAIS EMEFARMA.


Revista da Farmácia · Julho - Setembro 2018

Opinião

Foto: Humberto Teski

32

5 de agosto: Dia da Farmácia Betânia Alhan Farmacêutica, especialista em Assuntos Regulatórios e consultora da Ascoferj.

Quer saber mais? farmaceutica@ascoferj.com.br

A fórmula que garante o sucesso e a estabilidade do setor está ligada ao comprometimento e à perseverança de todos os profissionais

No Brasil, apenas dez atividades eco-

A farmácia, além de todos os seus com-

nômicas são reguladas por agências regu-

promissos tributários, fiscais, trabalhistas etc.,

ladoras que geralmente são constituídas

está submetida às legislações que definem to-

sob a forma de autarquia especial ou ou-

dos os processos para garantir a qualidade e

tro ente da administração indireta. A finali-

a eficácia do medicamento, desde o registro,

dade é regular e/ou fiscalizar a atividade

passando pela fabricação, distribuição, aquisi-

de determinado setor da economia. Pode-

ção, armazenagem e acondicionamento, até a

mos citar como exemplo os setores de te-

dispensação.

lecomunicações, produção e comercializa-

ção de petróleo, recursos hídricos, mercado

as exigências para que a loja esteja sempre

audiovisual, planos e seguros de saúde su-

pronta para receber os órgãos reguladores,

plementar, aviação civil, transportes terres-

como Vigilância Sanitária e Conselho Regio-

tres ou aquaviários, energia elétrica e merca-

nal de Farmácia, pois o medicamento pode

do de fármacos e vigilância sanitária.

ser tanto um elixir ou um veneno, o que vai di-

O medicamento tem a finalidade profilática,

ferenciar um do outro é a dosagem. Por isso,

curativa, paliativa ou para fins de diagnóstico, mas

a farmácia não é um simples estabelecimen-

se não for usado corretamente pode causar into-

to comercial. As caixas expostas nas pratelei-

xicação e trazer graves riscos para a saúde e até

ras possuem um código de barras, mas, no

mesmo levar o paciente ao óbito. Por esse motivo,

interior, trazem substâncias que, sob a for-

a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)

ma de líquido, semissólidos e sólidos, podem

regulamenta todo o processo desse produto para

curar doenças e/ou promover a qualidade de

promover a proteção da saúde da população.

vida dos usuários.

Cabe ao setor regulado cumprir todas


A presença do farmacêutico é o que garante a re-

serva de mercado, motivo pelo qual os medicamentos só podem ser vendidos em farmácias e drogarias. Cabe a ele a implantação do manual de boas práticas e o acompanhamento dos procedimentos operacionais padrão que visam à aplicação da legislação in loco por meio de orientações e treinamento de toda a equipe.

O responsável técnico é qualificado, possui am-

plos conhecimentos que, se utilizados em sua plenitude, podem aumentar a remuneração dele e a rentabilidade da empresa. A prestação da assistência e dos serviços farmacêuticos diferenciados e com qualidade podem fidelizar o cliente.

A fórmula que garante o sucesso e a estabilidade

de mercado para farmácias e drogarias e o crescimento profissional de todos que nelas atuam está intimamente ligada ao comprometimento, à resiliência, à responsabilidade, à interação e à perseverança de todos os que atuam no segmento, que, muitas vezes, é a única oportunidade de acesso da população à saúde.

Diante da dualidade “comércio x saúde”, a farmá-

cia é merecedora de admiração e respeito pela coragem e garra para atuar e se manter no varejo farma.

"Cabe ao setor regulado cumprir todas as exigências para que a loja esteja sempre pronta para receber os órgãos reguladores."

Opinião

33 Foto: Istock

Revista da Farmácia · Julho - Setembro 2018


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Operações

Revista da Farmácia · Julho - Setembro 2018

Foto: Istock

Conheça os princípios da metodologia lean Com ela, você reduz os desperdícios e faz sua farmácia ficar muito mais produtiva, gastando menos

Em junho, a maior comunidade Lean

justamente ajudar empresas dos mais diversos

no Brasil esteve reunida na capital paulista

setores a eliminar desperdícios e aumentar o

para debater o tema “Transformar o mundo

valor agregado, para que tenham melhores

resolvendo problemas”. Contaram suas histórias

condições de enfrentar as diversidades e serem

empresas como Nestlé, GSK, Johnson Controls,

efetivos agentes de mudança social. “Com lean,

Kopenhagen, Coca-Cola, Itaú, Magazine Luiza,

a tendência é termos companhias com gestão

entre muitas outras.

mais sustentável, e isso será cada vez mais

O Lean Summit, como é chamado o even-

fundamental, não só para as empresas, como

to, é realizado anualmente pelo Lean Institute

também para a evolução da economia brasileira”,

Brasil, entidade sem fins lucrativos, de São Pau-

resumiu Picchi.

lo, que há 20 anos dissemina o sistema lean entre as empresas brasileiras. A entidade foi a

AFINAL, O QUE É SISTEMA LEAN?

segunda do tipo a surgir no mundo. A primeira

Lean é uma filosofia de gestão inspirada em prá-

foi a norte-americana. Hoje, o instituto brasilei-

ticas e resultados do sistema Toyota. Trata-se de

ro é parte de uma rede de 28 institutos ou par-

um corpo de conhecimento cuja essência é a ca-

ceiros, distribuídos por dezenas de países, em

pacidade de eliminar desperdícios continuamen-

cinco continentes.

te e resolver problemas de maneira sistemática.

Isso implica repensar a maneira como se lidera,

Para Flávio Picchi, presidente do Lean

Institute Brasil, o objetivo do encontro foi

gerencia e desenvolve pessoas.


Revista da Farmácia · Julho - Setembro 2018

Operações

35

Toda iniciativa lean precisa estar embasa-

cimento e atua na ponta da cadeia de supply

da em propósitos claramente definidos e orien-

desse setor, próximo ao cliente final, portanto

tados à criação de valor para o cliente. A partir

os benefícios e resultados impactam expres-

dessa necessidade, estabelece-se uma relação

sivamente em um universo grande de consu-

com as mudanças requeridas nos processos e

midores”, explica Ferrari.

na maneira como o trabalho está organizado.

Novos processos tornam explícitas lacunas de

xuta dentro dos vários ambientes da empresa,

conhecimento e habilidades, criando oportuni-

pois todo processo pode ser «enxugado» para

dades direcionadas para se desenvolver o co-

se tornar rápido e eficaz, de forma que dentro

nhecimento e as habilidades das pessoas en-

de um período de tempo menor realize as mes-

volvidas com o trabalho.

mas atividades que despendiam de maior tem-

po para execução.

De acordo com Mario Ferrari, gerente de

É possível adotar o sistema de produção en-

Projetos do Lean Institute Brasil, não há dúvi-

Segundo Ferrari, do ponto de vista lean,

das de que o sistema lean pode ser utilizado

tudo que consome recursos e não cria valor ao

pelo segmento varejista farmacêutico. “O lean

cliente é denominado desperdício. “Em todos os

é uma filosofia de trabalho que tem como base

processos, temos desperdícios que são etapas

a eliminação dos desperdícios, o que ocorre

desnecessárias e retrabalhos que só adicionam

em qualquer processo independentemente do

tempo e custo aos processos. Movimentações

segmento. O varejo farmacêutico está em cres-

em excesso, transportes desnecessários, espe-


36

Revista da Farmácia · Julho - Setembro 2018

Operações

ras, retrabalhos, entre outros, estão presentes

tarefa”, acrescenta. Para ele, trata-se de um tema

em qualquer empresa. Nosso desafio é identi-

vasto a ser explorado e com benefícios nos re-

ficar as causas e eliminá-las, a fim de criar valor

sultados operacionais e financeiros das empre-

direto aos clientes.

sas de qualquer segmento.

Quando se reduz os desperdícios, há diver-

sos ganhos, como maior facilidade para acom-

COMO APLICAR LEAN NA PRÁTICA?

panhar as variações de demanda de mercado,

Segundo o gerente de Projetos do Lean Institute

possibilidade de alteração do layout sem afetar

Brasil, um passo importante é ter um propósito

a produtividade, aumento do nível de qualidade

bem definido, alinhado às necessidades de ne-

dos produtos, maior eficiência nos processos e,

gócio. “Lean só se aprende fazendo, de forma

consequentemente, a eliminação das perdas.

que as competências internas são desenvolvi-

O potencial de equipe é desenvolvido por

das por meio de aplicações piloto, combinando

meio de capacitação, treinamento, participação

treinamento e ação, que geram resultados ime-

na aplicação de técnicas e métodos enxutos, que

diatos e casos de sucesso, criando referência

trazem flexibilidade, produtividade, qualidade e

de como aplicar o lean no ambiente específico

rentabilidade para a empresa e melhor execu-

e motivando a disseminação do conceito e das

ção de tarefas pelo funcionário.

práticas para toda a empresa”, acrescenta Ferrari.

O livro A máquina que mudou o mundo, de

A compreensão e atuação dos líderes é

James Womack e Daniel Jones, é um clássico

fundamental. “Lean é uma jornada de trans-

sobre o tema, pois mostra as mudanças ocorri-

formação, portanto requer líderes com com-

das nos cenários das empresas a partir do con-

portamentos e atitudes para aprender e resol-

ceito “enxuto desenvolvido pela Toyota”, segundo

ver problemas, desenvolvendo e capacitando

o qual, para obter lucro, é preciso se reestruturar,

pessoas para resolver problemas e fazer me-

olhar para dentro dos processos de produção e

lhorias nas empresas.

conseguir identificar oportunidades de melho-

rias que tornem possível o aumento da produti-

te conhecer os princípios do lean, que são cin-

vidade e a eliminação de desperdícios, levando

co: identificar o valor, mapear a cadeia de valor,

à flexibilidade frente às constantes mudanças

criar o fluxo de valor, estabelecer o pull (puxar)

exigidas por clientes e mercados.

e buscar a perfeição.

O consultor em varejo Marcos Assumpção,

Depois de definir um propósito, é importan-

Identificar o valor no que é entregue é

que aplica lean em suas consultorias, diz que a

determinar o que o cliente percebe como im-

utilização de ferramentas apropriadas com base

portante, aquilo que realmente tem valor para

no sistema lean evita e reduz uma série de des-

ele. “Por exemplo, se o cliente possui uma ne-

perdícios, entre eles, defeitos ou falhas no aten-

cessidade em adquirir um medicamento ou ob-

dimento, espera no atendimento e layout inade-

ter um serviço na farmácia, valor para ele é o

quado. “Além desses, ainda posso citar melhorias

atendimento perfeitamente realizado, o medi-

na logística da recepção e entrega de mercado-

camento fornecido, as orientações realizadas

rias e no tempo despendido para realizar uma

ou o serviço de atenção farmacêutica corre-


Revista da Farmácia · Julho - Setembro 2018

Operações

37 Ilustração: Istock

Sistema Lean

tamente realizado em tempo e na hora da ne-

vai buscar em uma farmácia, a cadeia de valor

cessidade”, explica Marcos.

se inicia nesse momento e vai até um eventual

pós-atendimento”, exemplifica o consultor.

Mapear a cadeia de valor significa deter-

minar o caminho pelo qual o valor passa, consi-

O terceiro princípio é a introdução do fluxo

derando todas as etapas que realmente impor-

de valor. O cliente não deve esperar. Ele deve

tam para o cliente. “Se o cliente identifica uma

ser atendido da maneira mais ágil possível, sem

necessidade em relação ao atendimento que ele

perder mais tempo que o necessário para ter seu


38

Revista da Farmácia · Julho - Setembro 2018

Operações

problema resolvido ou necessidade atendida. In-

Por fim, o quinto princípio lean orienta a bus-

troduzir o fluxo na cadeia de valor é fazer com

car a perfeição, realizando melhorais contínuas.

que o valor flua, sem desperdícios no percurso.

Trata-se de melhorar continuamente o atendi-

“O atendimento não deve se delongar mais do

mento e os serviços entregues. “Esse princípio

que necessita”, orienta Marcos.

deve estar intrínseco em qualquer empresa, prin-

Estabelecer o pull (puxar), no varejo, é pu-

cipalmente nas empresas que lidam com saú-

xar o atendimento. Esse conceito refere-se a ter

de, como é o caso das farmácias, uma vez que

uma “produção” puxada pela demanda do cliente

a interação com o cliente ocorre por um maior

e não por produtos produzidos conforme previ-

período de tempo e com maior frequência em

sões da empresa e empurrados para o mercado.

situações em que, muitas vezes, o cliente passa

O prestador de serviço só deve atender àquilo

por momentos pessoais de tensão e forte emo-

que o cliente solicitar, no momento em que ele

ção”, finaliza Marcos.

solicitar. Sob o ponto de vista da empresa, isso

evita desperdícios.

pôr fim aos desperdícios.

Agora, ficou mais fácil organizar a casa e

Case da Kopenhagen Uma das marcas de chocolates mais conhecidas do Brasil, a Kopenhagen está conseguindo melhorar a logística interna e os processos de produção em sua fábrica de Extrema, no interior de Minas Gerais, ao adotar o sistema lean. A Kopenhagen, assim como farmácias e drogarias, é também um varejista e tem muito a ensinar com sua experiência. Com o lean, a Kopenhagen já obteve uma diminuição de 80% no tempo gasto para receber embalagens. Antes a empresa chegava a consumir até 58 horas nesse processo. Agora são, em média, 6,5 horas, o que gerou mais rapidez e produtividade. A empresa também conseguiu otimizar o estoque de uma de suas principais matérias-primas: o

Foto: Istock

açúcar. De 40,74 toneladas, o estoque caiu para 29,13 toneladas, uma diminuição de 28,49%, o que gerou melhor racionalização do estoque e, portanto, economia de custos.



Revista da Farmácia · Julho - Setembro 2018

Opinião

Foto: Humberto Teski

40

Um giro pelas farmácias europeias Marcos Assumpção Consultor em Planejamento, Gestão por Processos e Gerenciamento de Projetos.

Quer saber mais? marcosconsultor@globo.com

Mesmo com mão de obra reduzida, a produtividade é um diferencial positivo em comparação com o Brasil Aproveitando uma viagem de turismo à Eu-

levados e consumidos em outro local; entre

ropa, não me contive e fui conhecer o padrão

muitos outros produtos nem um pouco rela-

dos estabelecimentos de varejo farmacêutico

cionados a medicamentos.

na Inglaterra e na Itália, tanto nas grandes cida-

des quanto nas pequenas cidades do interior.

partamentos voltados para a cosmética. Consi-

Na Inglaterra, pude observar dois mode-

derando a grande dimensão do estabelecimen-

los diferentes de farmácias que, aparentemen-

to, assim como os supermercados, as farmácias

te, convivem de forma harmônica. O primeiro é o

de maior porte possuem um sistema adicional

modelo de menor porte: basicamente, limitam-

de self checkout, no qual o próprio cliente rea-

-se à venda de medicamentos, com área total

liza todo o processo de check out e pagamen-

reduzida e, ao que tudo indica, sem assistência

to dos produtos. Nesse caso, possui apenas um

farmacêutica. Nesse caso, muito parecido com

operador de caixa tradicional e um “fiscal” orien-

o modelo brasileiro.

tador para os procedimentos de self checkout.

O segundo é o modelo de maior porte,

Obviamente, esse modelo possui ainda de-

Em relação à produtividade, não somente no

da rede Boots, cujas lojas encontrei tanto em

segmento de comércio farmacêutico, mas tam-

Londres quanto em Oxford. São verdadeiras

bém em outros segmentos, na Inglaterra, foi possí-

lojas de departamento que também comer-

vel observar produtividade substancialmente maior

cializam medicamentos. Nelas, encontramos

do que no Brasil, sempre com um número reduzi-

eletroeletrônicos, não especificamente volta-

do de profissionais dando conta dos serviços.

dos para a saúde; alimentos e bebidas, sem-

pre prontos para o consumo, como saladas,

delos diferentes de farmácias. Um deles são hi-

sanduíches, sucos, refrigerantes, iogurtes, ali-

permercados comercializando medicamentos.

mentos no estilo inglês “take-away”, ou seja,

Em Roma, ao visitar um hipermercado, depa-

Na Itália pude observar também dois mo-


Revista da Farmácia · Julho - Setembro 2018

rei-me com um departamento de medicamentos, incluindo balcão de atendimento, comum ao segmento. É importante destacar que não se trata de estabelecimento anexo ao hipermercado, sendo, na realidade, um departamento completo no interior do hipermercado.

No segundo modelo italiano, estabeleci-

mentos do pequeno varejo são mais enxutos, tanto em Roma quanto em Milão. As lojas pequenas, em geral, têm apenas dois profissionais atendendo. Apesar da quantidade reduzida de estabelecimentos e profissionais, não observei filas ou qualquer dificuldade no atendimento. Na pequena Gallarate, na região da Lombardia, presenciei uma situação diferente, em que todos os estabelecimentos comerciais, inclusive as farmácias, fecham no intervalo entre 12h e 15h.

Tanto na Itália como na Inglaterra, parece

existir algum controle e/ou planejamento do li-

Opinião

41

"As farmácias de maior porte possuem um sistema adicional de self check out, no qual o próprio cliente realiza todo o processo de check out e pagamento dos produtos."

mite de abertura de estabelecimentos na mesma região. As lojas ficam relativamente distantes entre si, ao contrário do que acontece no Brasil.

Em todas as situações observadas, o que

mais me chamou a atenção foi, sem dúvida, a produtividade, representada pela quantidade reduzida de mão de obra ocupada em cada esta-

Ilustração: Istock

belecimento, se comparado ao nosso País.


42

Comportamento

Revista da Farmåcia ¡ Julho - Setembro 2018

Foto: Istock

Empurrando com a barriga


Revista da Farmácia · Julho - Setembro 2018

Comportamento

43

Entenda por que procrastinar pode ser muito ruim para a sua carreira e mude de atitude Você acorda todos os dias e se lembra de

e, até mesmo, poderão nunca acontecer”, aler-

que precisa tomar uma decisão importante

ta a master coach Silvia Bez.

na vida pessoal, mas deixa para o dia seguin-

te. Sabe que aguardam um retorno seu rela-

dores de todo o mundo andam questionando o

cionado a um projeto profissional, mas você

que há na mente humana que leva a adiar ati-

adia o quanto pode. Cuidado, você pode es-

tudes e decisões que, na realidade, podem ser

tar se tornando um procrastinador crônico, ou

muito importantes para a pessoa.

seja, aquele que deixa para depois ou, como

diz o ditado popular, “empurra com a barri-

sentimentos ambíguos ou negativos em relação

ga” algo que você deveria fazer hoje e que lá

a determinada tarefa, como intimidação, medo

na frente terá reflexos negativos.

de fracassar ou falta de interesse. Com isso, a

pessoa enxerga as tarefas como coisas a serem

“O ponto crítico, nessa história, é que o

Nos últimos anos, psicólogos e pesquisa-

A procrastinação, muitas vezes, se deve a

‘depois’, o ‘amanhã’ e a ‘próxima semana’ são

superadas, em vez de vividas ou realizadas.

tão vagos e abertos que não conseguimos ter

certeza de onde essa época fica, nem como

preguiça, medo, insegurança: tudo depende de

As pessoas procrastinam por comodidade,

estarão as coisas quando esses momentos chegarem. Não temos como saber o que nos reserva o futuro. E, com isso, nossos planos, objetivos e motivações estarão sempre na dependência de diversos fatores desconhecidos

Comportamentos e fatores que favorecem a procrastinação. Fuja deles! > Falta de planejamento > Desorganização > Falta de conhecimento > Ausência de comprometimento com a tarefa a ser executada

> Dificuldade em cumprir prazos > Falta de retorno quando se compromete

Ilustração: Istock


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Revista da Farmácia · Julho - Setembro 2018

Comportamento

cada um e do estado emocional. “É uma atitude

analisa Lucia Gadelha, consultora em Recur-

bastante comum em todos os setores da vida,

sos Humanos.

Foto: Istock

tanto pessoal quanto profissional. O brasileiro, em geral, é procrastinador por natureza”, diz Silvia.

REFLEXOS NA PROFISSÃO

Além das características pessoais que

No mundo corporativo, há muitos profissionais

favorecem esse comportamento, a falta de

procrastinadores e isso não é nada bom para a

planejamento das tarefas do dia a dia e a de-

carreira. A procrastinação provoca um impacto

sorganização na execução delas também

negativo no trabalho em equipe, pois quem pro-

contribuem para uma atitude procrastinadora.

crastina sobrecarrega quem é mais organizado.

“Como a tendência no mundo contemporâneo

“Além disso, os procrastinadores não cumprem

é a de realizar muitas atividades ao longo do

prazos e deixam tudo para a última hora, com-

dia, as pessoas não conseguem estabelecer

prometendo a qualidade na execução das tare-

prioridades. Culturalmente, não possuímos as

fas”, ressalta Lucia.

habilidades de autogerenciamento e adminis-

tração para fazer isso. Em geral, adiamos as

processos seletivos. Durante a análise das com-

ações com as quais menos nos identificamos”,

petências necessários para o cargo, o recrutador

Esse tipo de comportamento é avaliado nos


Revista da Farmácia · Julho - Setembro 2018

Comportamento

45

observa, principalmente durante as dinâmicas de

preparadas, justamente porque deixam para

grupo, se o candidato tem atitudes que podem

depois um curso, um treinamento ou uma

sugerir um comportamento procrastinador. Essa

chance de aprimorar seus conhecimentos. “O

observação é muito mais relevante quando se

principal impacto na carreira é perder uma pro-

trata de vagas para cargos relacionados a lide-

moção ou aumento de salário, mas também

rança, planejamento estratégico e cumprimen-

se perdem prazos, possibilidade de aperfei-

to de metas.

çoamento e muito mais”, declara Silvia.

De acordo com Lucia, procrastinar compro-

mete as chances de uma recolocação no merca-

COMO MUDAR DE ATITUDE

do ou até mesmo de uma promoção dentro da

Criar metas diárias, semanais e mensais, esta-

empresa. “Nas avaliações de desempenho para

belecendo prazos para alcançá-las, é o primeiro

uma promoção, esse tipo de comportamento é

passo para abandonar uma atitude procrastina-

avaliado como falta de comprometimento”, ex-

dora. Em seguida, vem a análise dos resultados

plica a consultora.

obtidos e o ajuste nas metas. Esse conjunto de

ações levará a pessoa a reconhecer a necessi-

Silvia Bez viu muitas pessoas perderem

oportunidades de trabalho por não estarem

dade urgente de parar de procrastinar.

PDCA: ferramenta da qualidade para a solução de problemas A falta de planejamento, identificando aquilo que é prioridade, é apontada como um dos fatores que contribuem para uma atitude procrastinadora. Veja, a seguir, quatro passos para você mudar de atitude:

1 >>>

P (plan: planejar): selecione um processo que necessite de melho-

ria e elabore medidas claras e executáveis, sempre voltadas para obtenção dos resultados esperados;

2 >>> D (do: fazer): implante um plano elaborado e acompanhe o seu progresso;

3 >>> C (check: verificar): analise os resultados obtidos com a execução do plano e, se necessário, reavalie;

4 >>> A (act: agir): caso tenha obtido sucesso, documente o novo processo e o transforme em um novo padrão.


Revista da Farmácia · Julho - Setembro 2018

Opinião

Foto: Humberto Teski

46

Aprenda com a greve dos caminhoneiros Fernando Gaspar Consultor especializado na construção de indicadores gerenciais para varejo e serviços, instrutor de liderança e palestrante.

Quer saber mais? fgaspar00@gmail.com

Como o WhatsApp vem mudando as relações de poder e consumo, a ponto de definir o destino de um negócio

A greve dos caminhoneiros ficará em nos-

criação de grupos com múltiplos participan-

sas lembranças por bastante tempo, seja pela

tes e a rápida disseminação de imagens e ví-

descoberta de nossa total dependência dessa

deos fazem desse aplicativo uma ferramen-

categoria, seja pelo susto do súbito desabas-

ta valiosa.

tecimento de tudo.

Porém, excluindo essa ponta mais visível do

tagonismo social e são capazes de alavancar mo-

iceberg, há questões mais sutis que ficaram evi-

vimentos, dando-lhes escala. O que isso tem a ver

dentes nessa greve (ou locaute, se preferirem) e

com seu negócio? Sabe aquele condomínio aonde

que nos ajudam a compreender melhor o mun-

seu entregador vai de vez em quando? Certamente,

do em que vivemos.

seus moradores têm um grupo no WhatsApp onde

A atomização do poder é o ponto que eu

trocam informações e impressões sobre os servi-

gostaria de destacar. E o que seria isso? O ter-

ços da vizinhança. Portanto, um cliente que tenha

mo vem da palavra “átomo”, unidade química de

sido mal atendido poderá, rapidamente, dissemi-

qualquer substância. O poder, por meio das mí-

nar sua má impressão para os demais moradores

dias sociais e aplicativos, se tornou difuso nas

e o estrago estará feito.

grandes massas, de modo que movimentos se

organizam a partir de indivíduos, sem a neces-

cliente insatisfeito conta para dez pessoas, en-

sidade das ferramentas tradicionais de mídia.

quanto um cliente satisfeito conta apenas para

Na greve dos caminhoneiros, o WhatsA-

um pode ter se tornado obsoleta. Num grupo

pp tomou o lugar do radioamador da boleia

de WhatsApp de um condomínio, alguém pode

do caminhão e não é difícil compreender o

entrar com a seguinte pergunta: “alguém já pe-

porquê. A possibilidade de gravar áudios, a

diu uma entrega à Farmácia do Zezinho? Sabem

Grupos de WhatsApp passam a ter um pro-

Por outro lado, aquela teoria de que um


Revista da Farmácia · Julho - Setembro 2018

Opinião

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dizer se entrega rápido?”. Na lógica do ‘zap’ e da

e se tornar uma bola de neve. Assim como um

atomização do poder, o cliente se sente enco-

elogio ou uma boa notícia pode gerar uma ava-

rajado a se manifestar e há boas chances de a

lanche de clientes.

regra do “10x1” não ser verdadeira. Elogios po-

dem “pipocar” aos montes, pois as pessoas se

ferramentas tradicionais de mídia, como aquele

sentem empoderadas a dizer o que pensam.

jornal de bairro em que você anuncia, os ímãs

Agora, considere que na área em torno de

de geladeira com seu número de telefone, mas

sua farmácia há dezenas, talvez centenas, de

um universo paralelo rapidamente se agiganta

grupos de WhatsApp interagindo e comentan-

no horizonte, como um tsunami que transfor-

do sobre as experiências de consumo que vi-

ma as relações de consumo.

venciam. Esses grupos funcionam como uma

realidade virtual, que pode contribuir de forma

nos estruturada como a que conhecíamos an-

crítica na reputação do varejista.

tes e, usando o conceito darwinista da seleção

Claro que você não vai deixar de usar as

A mídia tradicional não alcança esses mo-

natural, serão os mais adaptados e não neces-

vimentos no WhatsApp, os quais ocorrem numa

sariamente os mais fortes que sobreviverão à

velocidade perigosamente rápida. Um boato

atomização do poder, que crescerá inexoravel-

pode ganhar contornos de verdade em horas

mente nas próximas décadas.

"Um boato pode ganhar contornos de verdade em horas e se tornar uma bola de neve."

Foto: Istock

A realidade é cada vez mais líquida e me-


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Revista da Farmácia · Julho - Setembro 2018

Seguro

Foto: Istock

Precaução contra incêndios

Tragédia no Centro de Distribuição da Pacheco fica de alerta para outras empresas do setor. Melhor remédio é se precaver

O incêndio no galpão das Drogarias Pa-

mento da fiscalização junto às farmácias, isso

checo, no dia 1º de maio, foi um acidente

é algo que deve ser seriamente considerado.

trágico, mas, ao mesmo tempo, serve como

um importante alerta para o comércio far-

ro é caro, criado por causa dos altos valores

macêutico, bem como para o mercado em-

dos seguros para automóveis. “Aliás, esse sim,

presarial em geral.

em especial no Rio de Janeiro, em virtude do

“A cultura brasileira não está acostumada

galopante crescimento no roubo de veículos

com a contratação de seguros e isso se refle-

e cargas, tem se tornado cada vez mais caro.

te nos seguros empresariais. Segundo dados

Só que o custo-benefício do seguro contra in-

levantados pelo SINCOR-SP, este ano, apenas

cêndio é extremamente barato. Inclusive, se

25% das empresas contratam o seguro con-

for adicionada a assistência 24 horas e souber

tra incêndio, algo que é obrigatório desde o

usá-la durante a vigência do contrato, a mera

Decreto-Lei 73/66. Pela nossa experiência,

utilização dos serviços já paga boa parte do

nas farmácias, esse número não é diferente”,

custo do próprio seguro”, acrescenta Sérgio.

alerta o diretor da Conquiste Seguros, Sérgio

Danon.

de que esses acidentes somente acontecem

Outro fator é o mito de que todo segu-

Adiciona-se a esses fatores a falsa ilusão

Vários fatores contribuem para que não se

com os outros. Nunca se espera que coisas

contrate um seguro contra incêndio. Um de-

ruins aconteçam, mas todos estão sujeitos ao

les é o próprio desconhecimento sobre a obri-

inesperado. Os incêndios, quando se iniciam,

gatoriedade dessa contratação. Mas, cá entre

propagam-se de forma muito rápida. Imagine

nós, desde quando algo que seja obrigatório

queimar, em apenas alguns minutos, todo um

no Brasil é cumprido? Entretanto, com o au-

patrimônio construído com muito trabalho ao


Revista da Farmácia · Julho - Setembro 2018

Sérgio Danon Conquiste Seguros

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Foto: Istock

"O custobenefício do seguro contra incêndio é barato. Se for adicionada a assistência 24 horas, a utilização dos serviços já paga boa parte do custo do próprio seguro."

Seguro

ba também a queda de raios e a explosão de gás ocorridas dentro da área do terreno do imóvel segurado.

Com o passar dos anos, o seguro volta-

do para empresas acabou sendo aperfeiçoado e, atualmente, existe o seguro multirrisco, em que, além das coberturas mencionadas acima, é necessária a contratação de, pelo menos, mais uma cobertura, por exemplo, contra “danos elétricos”, que garante a reposição dos equipamentos elétricos em virtude de oscilação de energia.

Outra não tão conhecida, mas tão impor-

tante quanto é a cobertura de Responsabilidade Civil, que dá garantias para empresa em longo de toda uma vida e ainda não ter uma

casos de reparação judicial a terceiros. Pode

forma de recuperá-lo. Para isso, existe o se-

não parecer, mas é algo que tem crescido e

guro contra incêndio, cuja cobertura englo-

muito na atual situação brasileira.


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Revista da Farmácia · Julho - Setembro 2018

Relacionamento

Muito além da data de aniversário Foto: Istock

Tecnologia aprimora técnicas de CRM e ajuda empresas do varejo a melhorar a experiência do consumidor

A definição todo mundo já sabe. O termo

que são obtidos dos clientes. É aí que entra a

CRM significa Customer Relationship Manage-

tecnologia, pois ela é uma aliada na compreensão

ment ou Gestão de Relacionamento com o Clien-

de uma vasta gama de informações”, destaca

te. Em geral, são sistemas que captam dados

Nelson Duarte Soares, head of Digital Retail and

e permitem conhecer melhor os clientes para,

Logistics da Stefanini, multinacional brasileira com

então, gerar fidelização. No entanto, o que mui-

30 anos de atuação no setor de Serviços em TI.

ta gente ainda não percebeu é que esse con-

ceito está sendo revolucionado pelo avanço da

preender à fundo as preferências e os hábitos do

tecnologia. Atualmente, não basta chamar pelo

consumidor, que não é mais apenas um número.

nome e saber a data de aniversário. Com todos

“Quando o cliente compra pelo e-commerce ou

os recursos que as empresas de tecnologia co-

vai a uma farmácia física, por exemplo, as prefe-

locam à disposição das empresas, tem sido pos-

rências são captadas e posteriormente analisa-

sível fazer muito mais do que isso. A palavra de

das. A empresa vai saber com que frequência ele

ordem, no momento, é personalização.

vai à loja e de que forma faz o pagamento. Enfim,

“Hoje em dia, os diversos segmentos,

todo o comportamento pode ser compreendido

particularmente farmácias e drogarias, têm

por meio da tecnologia. E esses dados devem ser

soluções muito semelhantes de CRM. O que os

trabalhados para que a relação com esse cliente

difere é a forma como estão trabalhando os dados

seja cada vez melhor”, explica Soares.

Por meio da tecnologia, é possível com-


Revista da Farmácia · Julho - Setembro 2018

Relacionamento

51

INTEGRAÇÃO ENTRE TODOS OS CANAIS

canais de comunicação. “Um cliente que com-

De acordo com Ricardo Perez, Operações da

prava em um dia e retornava para a empresa 30

NetSac, empresa que desenvolve sistemas de

dias depois para uma nova compra não era per-

gestão, inclusive de relacionamento, as mais

cebido. Ou se reclamasse de um produto ou ser-

modernas práticas de CRM integram redes so-

viço no SAC, essa reclamação não era vista pela

ciais, marketing digital, aplicativos para celular,

área comercial. As informações, quando exis-

assim como mantêm o cliente informado sobre

tiam, eram pulverizadas, perdendo-se a chan-

novidades, promoções e vantagens e abrem um

ce de corrigir erros de atendimento ou aumen-

canal rápido de comunicação entre a empresa

tar vendas. Agora, ao unificar as informações e

e o consumidor. “São soluções que analisam o

observar o comportamento de cada cliente, os

cliente em todas as interações com a empresa,

resultados são melhores”, aponta o executivo.

da pré ao pós-venda, em todos os canais pos-

síveis: loja física, e-commerce, redes sociais, te-

apenas na venda e em como vender mais para

lefone, entre outros”, diz.

olhar também para o pós-venda e a fidelização.

Para Perez, a tecnologia tem contribuído,

Como a massa de dados é cada vez maior e se

principalmente, para organizar a interação com

torna gigantesca, fica humanamente impossí-

o cliente. Antes, as relações dele com a empre-

vel tratar essas informações sem os conceitos

sa eram dispersas, sem unificação dos diversos

de Big Data e Inteligência Artificial. “A demanda

A tendência é que o CRM deixe de atuar


52

Revista da Farmácia · Julho - Setembro 2018

Relacionamento

das empresas por essas ferramentas é crescen-

uma farmácia e receber uma notificação push –

te. Elas querem atender via chatbot – robô que

caso o cliente já tenha o aplicativo da farmácia no

facilita o atendimento – e realizar análises avan-

celular –, informando que determinado produto

çadas de comportamento e reputação nas redes

está em promoção e que, na compra de dois, le-

sociais, recebendo, inclusive, sugestões para re-

va-se o terceiro de graça. “A campanha passa a

solução de problemas”, compartilha Perez.

ser personalizada de acordo com os gostos e os

As soluções massificadas de relacionamento

hábitos do cliente, que foram, ao longo do tempo,

com o cliente, ou seja, tudo igual para todo mun-

alimentando a base de dados da empresa. Isso

do, perdem cada vez mais sentido num mundo

antigamente não ocorria. Colocava-se um banner

onde as pessoas querem ser especiais, diferen-

dentro da farmácia e a informação era igual para

tes umas das outras. Segundo Olegário Araújo,

todos”, acrescenta Soares.

cofundador da Inteligência360 e pesquisador do FGVcev, a tecnologia disponível hoje em dia ofe-

CLIENTE RETIRA ONDE QUISER

rece ao CRM elementos para a construção de um

Melhorar a experiência do cliente deve ser uma

relacionamento individualizado. “As promoções,

meta prioritária para as empresas do varejo. A

em muitos casos, continuam padronizadas, sendo

logística de entrega é uma delas. O consumi-

que muitas delas nem sequer chamam a atenção

dor busca, cada vez mais, facilitar o processo de

dos clientes. Na prática, elas atraem pessoas que

compra e isso inclui retirar o produto onde ele

não se identificam com a loja e, por isso, não vol-

quiser. “Para se ter uma ideia, com os armários

tarão mais. Nos dias atuais, o consumidor busca

inteligentes, os clientes são amparados por um

por relações que façam sentido para ele”, anali-

processo tecnológico bastante evoluído, pois

sa o pesquisador.

podem comprar um medicamento com desconto dentro do aplicativo e retirar ao lado de casa,

PERSONALIZAÇÃO NO ATENDIMENTO

num smart locker, identificando-se pelo celular”,

No mercado, já estão disponíveis soluções tecno-

comenta o executivo da Stefanini.

lógicas que permitem analisar informações e pro-

mover atendimento personalizado. “Antigamente,

é desumanizar as relações”, aponta Ricardo

quando um cliente alterava o comportamento de

Perez, da NetSac. “Por mais tecnológico que

compra, adquirindo, além do medicamento para

possa ser enviar um Feliz Aniversário via SMS,

hipertensão, alguns produtos para a esposa, por

o cliente percebe a artificialidade das ações. A

exemplo, não se conseguia identificar o que havia

tecnologia é fundamental, mas existem meios

ocasionado essa mudança. Sabia-se apenas que o

e formas de transmitir a mesma mensagem de

tíquete médio havia aumentado. Hoje, com a tec-

parabéns de forma humanizada, principalmente

nologia, não só se percebe qual é a causa das va-

dando nomes às pessoas. As empresas devem

riações, mas também começam a ser estabeleci-

assinar comunicações, e-mails, SMS, WhatsApp,

dos novos conhecimentos sobre esse cliente e as

personalizando a relação”, acrescenta.

“O maior erro cometido pelas empresas

pessoas com as quais ele se relaciona”, exemplifica Nelson Soares, da Stefanini.

TABLOIDES PERSONALIZADOS

Outro exemplo são as campanhas de mar-

Até mesmo os tabloides estão passando por

keting em tempo real. Hoje, é possível entrar em

uma revolução. Segundo Olegário Araújo, da


Relacionamento

53

Inteligência360, uma base de dados com a

Desenvolvido pela Stefanini Inspiring, o aplicati-

identificação dos clientes ajuda os varejistas

vo trouxe bons resultados: aumento de 300% na

a fazerem tabloides com promoções perso-

adesão ao cartão fidelidade digital e incremento

nalizadas, de acordo com os hábitos de com-

de 40% na taxa de retenção de consumidores na

pra. Para se ter uma ideia, os recursos de in-

plataforma. Os clientes do cartão digital gastam,

teligência geográfica estão possibilitando que

em média, 32% a mais por mês do que os clien-

os tabloides sejam personalizados por região,

tes que possuem o cartão fidelidade tradicional.

distribuição da concorrência, perfil de consu-

mo, entre outros. “Há estudos que demonstram

te compra pelo app e retira na loja, uma conve-

uma redução com custo de distribuição de ta-

niência cada vez mais explorada pelo varejo. Há

bloides de até 20%”, acrescenta o pesquisador.

ainda recursos para saber quais lojas têm o pro-

duto que o cliente procura e modalidades dife-

A tecnologia tem permitido também re-

No aplicativo da Drogarias Pacheco, o clien-

duzir o número de tabloides impressos e en-

renciadas de delivery.

viá-los por meio eletrônico. “Uma das vanta-

gens é a personalização. Além disso, o preço

desenvolvendo um aplicativo amigável, por meio

praticado não fica visível para a concorrên-

do qual oferece facilidades, desde que o clien-

cia nem para os demais consumidores. Ou-

te forneça nome completo, e-mail e telefone. E

tro aspecto importante é que há indústrias

que permita ter sua localização rastreada, ação

que já estão reservando recursos de suas

muito comum em quase todos os aplicativos

verbas de marketing para campanhas per-

disponíveis hoje em dia.

sonalizadas. A vantagem desse tipo de campanha é que se torna possível mensurar o retorno. São campanhas publicitárias digitais e, consequentemente, mais econômicas e, da perspectiva do meio ambiente, mais sustentáveis”, acrescenta Araújo. APLICATIVOS VIRAM FEBRE Para o head da Stefanini, toda ação que melhora a relação com o cliente é CRM. “Convencionaram chamar de CRM os aplicativos e as soluções de mercado que têm por objetivo capturar e registrar informações num banco de dados. Mas as estratégias evoluíram a ponto de ser considerado CRM tudo aquilo que possa aprimorar e personalizar o relacionamento. E os aplicativos fazem parte dessa lista”, destaca. O app da Entrefarma, uma rede associativista, traz ofertas, cupons de desconto, cartão fidelidade, mapa das lojas e chat com farmacêutico.

A Droga Raia seguiu pelo mesmo caminho,

Foto: Istock

Revista da Farmácia · Julho - Setembro 2018


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Opinião

Foto: Humberto Teski

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Equilíbrio e liderança Lucia Gadelha Consultora especialista em Gestão de Recursos Humanos e Capacitação de Líderes.

Quer saber mais? luciagadelha@terra.com.br

Grande desafio é entender como esses atributos se complementam para desenvolver equipes de alto desempenho Equilíbrio significa harmonia, estabilidade,

ser: como eu gerencio minhas emoções?); au-

solidez. É o estado daquilo que se distribui de

tomotivação (eu me mobilizo? Incentivo os ou-

maneira proporcional e uma competência pri-

tros?); empatia/consciência dos outros (eu real-

mordial nos processos de liderança.

mente considero as necessidades dos outros?);

e habilidades sociais (eu gerencio e me relacio-

Para entendermos a importância do equi-

líbrio emocional como fator de sucesso na lide-

no bem com os outros?).

rança, precisamos refletir sobre os conceitos de

autoconhecimento e inteligência emocional no

ciente de inteligência, mas com baixo ou modes-

ambiente corporativo, que busca desenvolver

to equilíbrio emocional, tendem a ser altamente

líderes capacitados emocionalmente para que

efetivos em domínios racionais, mas correm o ris-

possam alcançar os resultados solicitados por

co de tratar suas equipes de modo inadequado,

suas respectivas empresas.

sendo insensíveis, arrogantes e inaptos em seus

O psicólogo americano Daniel Goleman é

relacionamentos. Já os líderes muito equilibra-

uma referência na abordagem da importância

dos e de capacidade intelectual mediana ten-

da Inteligência Emocional (IE), numa definição

dem a ser leais e confiáveis, com integridade e

que pode ser conceituada como a habilidade de

empatia, persistentes, conscientes e referência

gerenciar nossas próprias emoções para lidar-

para seus colaboradores.

mos com as situações da vida, tanto profissional

quanto pessoal. Em seu livro Trabalhando com

monstram ser socialmente mais integrados às

a Inteligência Emocional, Goleman aborda essas

suas equipes e comunicativos, contagiando

competências, entre elas, autoconsciência (ou

pelo entusiasmo. São mais seguros, demons-

seja – eu me conheço?); autocontrole (podendo

tram habilidade em assumir responsabilidades

Pesquisas indicam que líderes com alto quo-

Líderes equilibrados emocionalmente de-


Revista da Farmácia · Julho - Setembro 2018

Opinião

55

e têm uma visão ética, revelando-se solidários

O grande desafio é entender que se com-

e acolhedores no ambiente de trabalho, inspi-

plementam o equilíbrio emocional e a capa-

rando confiança e transparência como líderes.

cidade intelectual do líder para desenvolver

Os líderes que têm mais dificuldade em man-

equipes de alto desempenho, em um ambien-

ter o equilíbrio e não valorizam essa habilidade nos

te produtivo, em que todos tenham oportuni-

processos de gestão de suas equipes, optando

dades de crescimento e desafios, desenvol-

somente por se preparar tecnicamente, tendem

vendo tanto as habilidades técnicas quanto as

a apresentar problemas de comunicação, confli-

comportamentais, em que líderes e liderados

tos entre os colaboradores, desmotivação e con-

tenham a capacidade de aprender, renovar e

sequentemente alto turnover de funcionários.

inovar continuamente.

Ilustração: Istock

"Líderes equilibrados emocionalmente demonstram ser socialmente mais integrados às suas equipes e comunicativos, contagiando pelo entusiasmo."


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Revista da Farmácia · Julho - Setembro 2018

Finanças

Como escolher a sua máquina de cartão Foto: Istock

Aumento da oferta e novas tecnologias fazem as taxas caírem e melhoram a rentabilidade do negócio

O mercado de máquinas de cartão de cré-

Uma farmácia pode ter um smart POS com

dito não para de se reinventar. A Cielo, uma

um aplicativo integrado ao sistema de vendas –

das grandes, viu suas ações caírem devido ao

o mesmo que roda no caixa –, para que ele pos-

crescimento da concorrência e da oferta com

sa funcionar como um “papa-filas”. O funcionário

taxas mais baixas. Para recuperar fôlego, lan-

lê o código de barra dos produtos, dá entrada

çou, em junho, a máquina que é uma frente

no sistema do POS, realiza a venda e já recebe o

de caixa móvel, que, além de receber paga-

pagamento em cartão ali, no ato. Esse momen-

mento com cartões, controla o estoque, faz

to de receber o pagamento pode ser entendido

o pedido, finaliza a conta direto na máquina,

como a aplicação de caixa do POS conversando

emite nota fiscal e fecha o caixa. Tudo para

com a aplicação de vendas, que está aguardan-

reconquistar os clientes perdidos.

do para receber o valor da compra para efetuar

Máquinas como essa estão sendo chama-

a transação”, exemplifica Marcos Mendes Rego,

das de smart POS, ou seja, um tipo de terminal

gerente de Projetos e Head de Meios de Paga-

de pagamento com mais tecnologia que as an-

mentos do Venturus.

tecessoras, que têm a função apenas de exe-

cutar a transação de pagamento. O smart POS

redução nos custos e aumento nas vendas. “As

recebe o pagamento, mas também roda apli-

novas soluções entraram no mercado com um

cativos integrados ao sistema de vendas.

preço melhor. A chinesa Pax é um ótimo exem-

A evolução das máquinas de cartão trouxe



58

Revista da Farmácia · Julho - Setembro 2018

Finanças

plo disso e passou a incomodar as grandes mar-

mentos com cartão de crédito, então o modelo

cas. Não que ela tenha a melhor qualidade, mas

de máquina tradicional o atende perfeitamente

isso vem causando uma necessidade de queda

a um custo compatível. Já o varejista que dese-

nos preços dos terminais, para que eles se tor-

ja inovar em seu negócio, criar novas opções de

nem mais competitivos”, explica o gerente do

venda e distribuição de seus produtos ou sim-

Venturus. Já o aumento nas vendas pode ser

plesmente aumentar o fluxo de pessoas no es-

explicado pela maior quantidade de produtos e

tabelecimento pode ser um forte candidato ao

serviços de valor agregado ao consumidor que

smart POS”, explica o executivo do Venturus.

os smart POS têm a oferecer aos empresários.

No Brasil, o smart POS já está disponível e

importante é analisar as taxas oferecidas no mer-

pode ser adquirido com as grandes redes creden-

cado. “A negociação da taxa talvez seja o maior

ciadoras, como Cielo, GetNet, Stone, Rede, Adiq e

diferencial, juntamente com a usabilidade dos

SafraPay. Já o pequeno varejista pode ter acesso a

portais para que o lojista faça uma boa gestão

Depois de decidir entre POS e TEF, o mais

essa tecnologia por meio das principais distribui-

financeira do negócio”, aponta o diretor da Con-

doras, entre elas, PayTec, TEFTI e YouPay. “Contu-

fere Cartões, Ricardo Cici.

do, já há diversas startups comprando smart POS

e desenvolvendo soluções próprias para diversos

dias de antecipação, pois dependendo de como

segmentos, cujos modelos de negócio podem in-

são as vendas, a antecipação pode sair mais cara

cluir um aluguel de máquina, nem sempre sendo

do que o esperado, já que se paga uma taxa ex-

necessária, portanto, a compra definitiva do equipa-

tra mensal por isso. Quanto mais longe a parcela,

mento pelo varejista. Atualmente, um equipamen-

mais cara será a antecipação. “Embora o dinheiro

to com essa inteligência custa entre 300 e 500 dó-

entre na conta dois dias depois da venda, exis-

lares, dependendo do modelo, do fabricante e da

te um percentual a ser cobrado em cima disso. E

quantidade adquirida”, acrescenta Rego.

nem sempre o lojista está ciente”, alerta Cici.

É importante também observar as taxas mé-

Antes de comprar, é recomendável procu-

COMO ESCOLHER A MÁQUINA

rar os canais oficiais de venda, para que se te-

Basicamente, existem dois tipos de máquinas dis-

nha certeza de que haverá garantia contra de-

poníveis: POS e TEF. A diferença entre elas é a inte-

feitos de fabricação e de que o terminal não foi

gração do terminal com o sistema de gestão da em-

violado por alguém mal-intencionado.

presa. A vantagem do POS é a mobilidade (não tem fio) e o menor custo. Já o TEF, embora um pouco

CONCILIAÇÃO DOS PAGAMENTOS

mais caro, oferece a vantagem de se integrar dire-

Quase ninguém faz a conciliação, ou seja, a con-

tamente com o sistema e receber todas as bandei-

ferência dos valores vendidos e recebidos. “Essa

ras de cartão de crédito. Essa tecnologia já é muito

boa prática é importante para minimizar riscos

comum em grandes redes.

de fraudes e perdas financeiras. Por exemplo,

O varejista deve sempre ter em mente a re-

checar diariamente as vendas de todos os ter-

lação custo-benefício. “Se a única funcionalidade

minais para ver se de fato elas estão nos portais

da qual ele necessita é o recebimento de paga-

das operadoras ajuda a diminuir fraudes, como



60

Revista da Farmácia · Julho - Setembro 2018

Finanças

as trocas de máquinas. Já a checagem dos pa-

NOVAS TECNOLOGIAS

gamentos comparando com o extrato bancário

Fato é que essa revolução não para por aqui.

permite que o lojista tenha controle se, de fato,

Já existem dispositivos capazes de fazer

todos foram feitos corretamente”, pontua o exe-

a leitura de um cartão de crédito sem a

cutivo da Confere Cartões.

necessidade de contato direto com a máquina.

A startup viu, no mercado de cartões, uma

Isso sem falar no wearable, termo utilizado

oportunidade para desenvolver uma tecnologia

para “tecnologia vestível”, ou seja, qualquer

que integra automaticamente o controle de to-

dispositivo utilizado junto ao corpo – pulseira,

das as operadoras de cartão. Se a farmácia tem

camiseta, óculos –, que contenha um chip NFC

duas ou três máquinas, ela pode utilizar a plata-

(Near Field Communication) em substituição

forma para automatizar esse controle, em vez de

aos dados do cartão de crédito. Um exemplo

entrar em vários portais. “Além disso, o sistema

recente de wearable foi a pulseira distribuída

confronta o controle de vendas e o extrato ban-

para testes pela bandeira VISA para ser utilizada

cário do lojista para dar certeza de que as taxas

durante os Jogos Olímpicos de 2016. Atualmente,

foram cobradas corretamente e que as vendas

os principais bancos brasileiros emissores de

entraram no banco”, explica Cici.

cartões já oferecem esse dispositivo.

Média das taxas cobradas TIPO_TRANSAÇÃO

CREDENCIADORA FirstData (Bin/Sicredi/Sipag)

Cielo

Getnet

BANDEIRA

TAXA MÉDIA

MASTER

1,64%

VISA

1,59%

ELO

1,80%

MASTER

1,95%

VISA

2,01%

ELO

1,46%

MASTER VISA

Débito Redecard

1,44%

ELO

1,81%

MASTER

1,67%

VISA

1,60%

ELO Safrapay

MASTER

0,98%

VISA

Stone

ELO

2,29%

MASTER

1,67%

VISA

1,65%

Fonte das tabelas Médias de Taxas Débito, Crédito à Vista e Crédito Parcelado: Confere Cartões


Revista da Farmácia · Julho - Setembro 2018

TIPO_ TRANSAÇÃO

Finanças

CREDENCIADORA FirstData (Bin/Sicredi/Sipag)

Cielo

Getnet

Crédito à Vista Redecard

61

BANDEIRA

TAXA MÉDIA

MASTER

2,41%

VISA

2,34%

AMEX

2,95%

ELO

2,76%

MASTER

3,18%

VISA

2,96%

AMEX

2,41%

ELO

2,06%

MASTER

2,17%

VISA

2,14%

AMEX

2,54%

ELO

3,08%

MASTER

2,81%

VISA

2,77%

ELO Safrapay

MASTER

1,48%

VISA

Stone

TIPO_ TRANSAÇÃO

CREDENCIADORA FirstData (Bin/Sicredi/Sipag)

Cielo

Getnet

Crédito Parcelado Redecard

ELO

2,86%

MASTER

2,54%

VISA

2,50%

BANDEIRA

TAXA MÉDIA

MASTER VISA

3,38%

AMEX

3,54%

ELO

3,35%

MASTER

4,76%

VISA

4,30%

AMEX

2,96%

ELO

2,19%

MASTER

2,29%

VISA

2,27%

AMEX

2,73%

ELO

3,52%

MASTER

4,06%

VISA

3,25%

ELO Safrapay

MASTER

2,38%

VISA

Stone

ELO

3,41%

MASTER

3,09%

VISA

3,14%


Revista da Farmácia · Julho - Setembro 2018

Opinião

Foto: Humberto Teski

62

Quer aplicar em títulos públicos? Jorge Alves Consultor financeiro

Quer saber mais? jwluizalves@gmail.com

Entenda como funciona cada um deles e escolha a melhor opção para investir o seu dinheiro Os títulos públicos representam a dívida

ságio obtido quando compra o título. Assim, se

do Governo com as pessoas da sociedade. No

o aplicador compra por R$ 900 uma LTN com

Brasil, atualmente, apenas a União (Governo Fe-

vencimento para daqui a um ano, seu rendi-

deral) pode emitir títulos públicos. O total da

mento no resgate será de 11,11% no ano, ou seja,

dívida federal, hoje em dia, chega a cerca de

(1.000 – 900) / 900 x 100.

R$ 3,5 trilhões, sendo composta por três tipos

básicos de títulos públicos: LFT, LTN e NTN.

Tesouro Nacional, porque são títulos de lon-

A LFT ou Letra Financeira do Tesouro ren-

go prazo, entre 5 e 30 anos, que pagam juros

de ao aplicador a Taxa SELIC (Serviço de Liqui-

semestralmente (título com cupom de juros) e

dação e Custódia), que é aquela taxa definida

costumam ser corrigidas por um índice de in-

pelo COPOM (Comitê de Política Monetária do

flação. Por exemplo, no caso de uma NTN-B

Banco Central) a cada 45 dias, sempre às quar-

que pague cupom semestral de 3,5%, o apli-

tas-feiras. Assim, a Taxa SELIC varia de tempos

cador receberá R$ 35 corrigidos pelo IPCA a

em tempos, e o rendimento da LFT acompanha

cada semestre, além de, no vencimento, re-

essa variação. Por isso, esse título é considerado

ceber o valor de resgate equivalente a R$ 1

um título de baixíssimo risco, porque remunera

mil também corrigidos pelo IPCA. O cálculo

o aplicador sempre pelo “custo do dinheiro”.

do rendimento gerado por uma NTN é mais

Bem diferentes são as NTN ou Notas do

Ao contrário, a LTN ou Letra do Tesouro

complexo porque deve considerar os juros

Nacional é um título cujo rendimento é prefi-

contratados no cupom mais o ganho decor-

xado. Se a Taxa SELIC subir, o aplicador perde;

rente da diferença entre o valor de compra e

se cair, ganha. Cada LTN tem um valor fixo de

de venda ou de resgate.

resgate de R$ 1 mil no vencimento; portanto, o

ganho do aplicador depende do prazo e do de-

quer pessoa pode comprar e vender títulos pú-

Tesouro Direto é o sistema pelo qual qual-


Revista da Farmácia · Julho - Setembro 2018

Opinião

63

blicos. Os títulos são documentos escriturais,

0,0 a 0,5% por ano. Os grandes bancos costu-

isto é, não têm existência física, não são impres-

mam cobrar o valor máximo de 0,5% pelo servi-

sos, existem apenas por meio de registros ele-

ço, enquanto várias corretoras e pequenos ban-

trônicos. No Tesouro Direto, a LFT é chamada

cos nem cobram pelos serviços.

de Tesouro SELIC; a LTN, de Tesouro Prefixa-

do; e a NTN-B com cupom é o título Tesouro

cia de Imposto de Renda sobre os rendimentos,

IPCA Semestral.

com alíquota variando de 15% a 22,5%, depen-

Mas, atenção: para aplicar no Tesouro Dire-

dendo do prazo da aplicação entre a compra e

to é necessária a intermediação de instituições

a venda ou o resgate. Mais detalhes, inclusive

financeiras e elas cobram por esse serviço. Exis-

simulações, podem ser obtidos no sítio do Te-

te a taxa de custódia de 0,3% por ano, cobrada

souro Direto.

pela entidade que cuida dos registros eletrô-

nicos de títulos e respectivos proprietários; e a

sibilidades de aplicações financeiras mais co-

taxa de “corretagem e administração”, cobrada

mumente utilizadas, tais como poupança, fun-

pela instituição escolhida pelo investidor para

dos de investimento e Certificado de Depósito

realizar operações em nome dele, variando de

Bancário (CDB).

No próximo artigo, falaremos de outras pos-

Ilustração: Istock

"Para aplicar no Tesouro Direto, é necessária a intermediação de instituições financeiras e elas cobram por esse serviço."

Além das taxas de serviço, há a incidên-


64

Pingue-pongue

Revista da Farmácia · Julho - Setembro 2018

"Não se faz nada fora da política" Foto: divulgação

Às vésperas das eleições, Gaudêncio Torquato defende o crescimento da representatividade política em vários setores Gaudêncio Torquato: analista político

Gaudêncio Torquato é jornalista, analista político e consultor em Comunicação. Ele conver-

sou com a Revista da Farmácia sobre o real papel do cidadão brasileiro nas próximas eleições. E destacou: “ele pode participar por meio de centros de referência, como sindicatos, associações, grupos e movimentos em geral”. A seguir. Revista da Farmácia: Qual será o papel do ci-

e os estados para, unidos, ultrapassarmos a

dadão nas próximas eleições?

crise que se instalou.

Gaudêncio Torquato: Cumprir o direito de

RF: O cidadão sabe, de fato, exercer o seu di-

votar. Para quem não sabe, votar não é um

reito ao voto?

dever, é um direito. O papel do eleitor é muito maior nesta eleição do que nas anteriores,

Torquato: O voto, cada vez mais, sai do coração

porque estamos vencendo uma fase de muita

para subir à cabeça, demonstrando o crescimen-

dificuldade e precisamos eleger governantes

to da racionalidade. O eleitor está mais racional,

que possam ter condição de conduzir o País

mais observador, mais crítico. Evidentemente, em


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66

Pingue-pongue

Revista da Farmácia · Julho - Setembro 2018

regiões mais subdesenvolvidas, que dependem

candidatos ao Governo do Estado. Mas isso não

muito do Estado, o eleitor tende a votar de acordo

é bom, porque não se faz nada fora da política.

com os benefícios que recebe dos políticos. No entanto, acredito que a cidadania e a conscienti-

RF: Por que tanto radicalismo nas redes sociais?

zação política ainda vão sair dos grandes centros e migrar para essas regiões.

Torquato: As redes sociais são um fenômeno interessante na nova moldura política do País,

RF: Como os cidadãos podem reverter o fra-

mas eu não acredito que possam eleger alguém.

casso da política brasileira?

O papel delas é no sentido de motivar as militâncias. Trazem a possibilidade de criticar, denun-

Torquato: Por meio de participação no processo

ciar. Quanto ao extremismo, atribuo, em parte,

político, incrementando a democracia participati-

ao apartheid social, “nós e eles”, que o PT ten-

va. Acredito que, além dos instrumentos previstos,

tou apregoar, acirrando os ânimos da sociedade.

como referendo e plebiscito, os cidadãos podem participar por meio de seus centros de referên-

RF: O que se pode esperar dos próximos

cia, como sindicatos, associações, grupos e mo-

quatro anos?

vimentos em geral. A participação mais ativa da sociedade no processo político sinaliza o cresci-

Torquato: Esperamos uma renovação na polí-

mento da democracia participativa. Um fenômeno

tica e governantes mais comprometidos. Acre-

que devemos destacar é o da organicidade so-

dito muito no poder da economia brasileira,

cial. Hoje, temos bancadas da área financeira, da

mas para sair da crise é preciso união, harmo-

agricultura, da igreja, da advocacia. Nada mais é

nia e integração. E não essa polarização entre

do que uma tentativa de instalar representantes

esquerda e direita, o que é muito perigoso.

que possam realmente defender os setores específicos da sociedade e da economia.

RF: Existe chance de o Brasil deixar de ser país corrupto?

RF: Por que se tem tanta aversão à política? Torquato: A corrupção não é algo que se exTorquato: Devido aos escândalos, às denúncias,

tingue por decreto. E não é só na área política.

à corrupção, à lama que se espraia em todo o ter-

Está em todos os cantos. É uma questão cultural.

ritório brasileiro. De uns anos para cá, diariamen-

Não temos uma cultura anglo-saxã, do sim ou

te, vemos denúncias de corrupção envolvendo

do não, de ética, do respeito ao cidadão. No Bra-

políticos, governantes, empresários, funcionários

sil, tudo depende. Esse “depende” faz parte do

públicos. Essa paisagem devastada cria aversão

nosso caráter. O Brasil é um país enorme e cheio

à política. É um ato de desprezo, de indignação,

de contrastes. É difícil combater a corrupção.

de revolta. Para se ter uma ideia, nas últimas elei-

Apesar disso, acredito que podemos combater

ções do Tocantins, o não voto – nulos e brancos –

a corrupção aos poucos, eliminando os grandes

foi maior do que a soma total dos votos dos três

focos, para que não vire uma metástase.




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