ASCOFERJ • Associação do Comércio Farmacêutico do Estado do Rio de Janeiro • Rua do Carmo, 9, grupo 501, Centro - Rio de Janeiro/RJ - CEP 20011-020
Ano 27 • Edição 206 • Outubro/Dezembro 2018
Vacinação no Brasil Foto: Istock
Como a farmácia pode contribuir para ampliar a cobertura vacinal no País
Entrevista
Telecom
Planejamento
Varejo farma deve fechar o ano com crescimento de 6,6% em faturamento, diz Close-Up
Especialistas ensinam a reduzir custos com telefonia para obter uma economia de até 40%
O que você deve fazer para encerrar bem o ano e começar 2019 com tudo em dia na sua empresa
ascoferj.com.br
Revista da Farmácia · Outubro - Dezembro 2018
3 Foto: Humberto Teski
Editorial
O valor do ecossistema empresarial Luis Carlos Marins Presidente da Ascoferj Quer saber mais? marins@ascoferj.com.br
A importância do ecossistema empre-
breviver de maneira isolada. O crescimento
sarial decorre da ideia da ecologia do meio
do negócio está diretamente ligado ao ecos-
ambiente. A biociência pesquisa o ecossis-
sistema empresarial com os diversos atores
tema definindo-o como um sistema com-
do cenário comercial, por meio de uma rela-
posto pelos seres vivos, o local onde eles
ção saudável com os fornecedores de pro-
habitam e todas as afinidades destes com
dutos, serviços, tecnologia, inovação, co-
o meio e entre si.
nhecimento, sempre alicerçada em parcerias
Com o ecossistema empresarial não é muito diferente, sendo que a principal di-
saudáveis, em que não deve haver nem presa nem predador.
ferença entre ambos é o período da cadeia
A cooperação mútua para competir é
de valor que proporciona uma solução pre-
essencial e, por isso, a Ascoferj mantém uma
datória no ecossistema biológico clássico,
série de parcerias comerciais nas mais diver-
enquanto no ecossistema empresarial as
sas áreas de produtos, serviços e benefícios,
afinidades devem ser decorrentes de coo-
oferecendo ao seu quadro de associados a
peração.
oportunidade de expansão alicerçada em
No mundo contemporâneo, até mesmos as nações com regimes mais fechados
um crescimento sustentável e rentável, independentemente do porte da empresa.
em suas geopolíticas se viram obrigadas a
Só podemos contribuir para o cresci-
ingressar na realidade do mundo globaliza-
mento de alguém se houver vontade das
do, a fim de orientar a atuação dos gover-
duas partes. Portanto, a Ascoferj, todo o
nos no cenário mundial e permitir uma análi-
tempo, procura oferecer oportunidades aos
se mais precisa das relações internacionais.
associados. Verifique nossos veículos de co-
Esse conceito é exatamente o que as
municação – revista, site e redes sociais – e
empresas precisam colocar em prática com
entre em contato conosco. Vamos, em 2019,
extrema urgência em suas relações empre-
crescer juntos, fortalecendo o varejo farma-
sariais, entendendo que não é possível so-
cêutico.
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Revista da Farmácia · Outubro - Dezembro 2018
Foto: Istock
Sumário 10
Entrevista Joscimara Eller Wamser, gerente de Relacionamento de Provedores da Informação da Close-Up International Telecom Saiba como reduzir em até 40% os custos de telefonia da empresa
34
22
Capa Como a farmácia pode contribuir para ampliar a cobertura vacinal no País
Saúde Diabetes vai crescer 48% em todo o mundo até 2045
54
06 | Canal do Associado
42 | Mauro Pacanowski
07 | Boa Leitura
44 | Marcos Assumpção
08 | Agenda
46 | Fernando Gaspar
14 | Jurídico
48 | Pessoas
16 | Ascoferj em Foco
52 | Lucia Gadelha
20 | Ana Lucia Caldas
58 | Jorge Wilson Alves
28 | Planejamento
60 | Ambientação
32 | Betânia Alhan
62 | Evento
Carta ao Leitor
5 Foto: Humberto Teski
Revista da Farmácia · Outubro - Dezembro 2018
Reta final Viviane Massi Jornalista e editora responsável Quer saber mais? viviane@massicomunicacao.com.br
Como a Revista da Farmácia passou a ter periodicidade trimestral, esta é a última edição de 2018, já com cara de “adeus ano velho e feliz ano novo”. Foi (ainda tem sido) um ano difícil, com muitas notícias preocupantes, principalmente sobre o mau desempenho da nossa macroeconomia, que, querendo ou não, reflete no varejo farma. Tudo indica que vamos crescer apenas um dígito em 2018, segundo dados da Close-Up International. Apesar disso, cresceremos mais que o PIB brasileiro – essa é a boa notícia. O tema de capa continua sendo vacinação, mas, desta vez, trazemos o assunto em outro contexto, mais amplo e mais globalizado. Em 10 de outubro, comemora-se o Dia Nacional de Vacinação, uma oportunidade para refletirmos sobre os riscos que rondam a saúde brasileira. Em pleno século XXI, voltamos a conviver com a ameaça de doenças praticamente erradicadas. Tudo porque a população simplesmente não está levando seus filhos para vacinar. E qual o papel da farmácia nesse contexto? A gente se despede por aqui com um agradecimento especial a todas as fontes. Boa leitura!
Foto: Istock
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Revista da Farmácia · Outubro - Dezembro 2018
Canal do Associado
Quatro novas parcerias Veja como sua farmácia pode se beneficiar de cada uma delas
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PRESIDÊNCIA
PERIODICIDADE
Luis Carlos Marins
Trimestral
JORNALISTA RESPONSÁVEL E EDITORA
FALE COM A REDAÇÃO
Viviane Massi MTB 7149/MG
revistadafarmacia@ascoferj.com.br
COMISSÃO EDITORIAL
(21) 99827-2867
Ana Lucia Caldas | Betânia Alhan | Fernando
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Gaspar | Jorge Wilson Alves | Lucia Gadelha |
Centro - Rio de Janeiro/RJ
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Boa Leitura
7 Foto: Istock
Revista da Farmácia · Outubro - Dezembro 2018
Você tem fome de quê?
Pelas paredes
Deepak Chopra
Editora José Olympio
Marina Abramovic
Editora Alaúde Com uma carreira artístiO médico Deepak Cho-
ca incomparável, Marina
pra reuniu seus conhecimentos da medicina
Abramovic supera medo, dor, exaustão e pe-
oriental a recentes descobertas da ciência
rigo para realizar performances que relacio-
para nortear o leitor a buscar a identificação de
nam os limites do corpo e as possibilidades da
motivações para os problemas relacionados à
mente. E, para celebrar os 50 anos de perfor-
obesidade e, dessa forma, resolver definitiva-
mances inovadoras, Marina realizou, no MoMA,
mente o excesso de peso. A obesidade é um
em 2010, a retrospectiva de seus trabalhos e
problema mundial.
uma performance sem precedentes.
Nos bastidores da Disney
Oportunidades disfarçadas
Tom Connellan
Carlos Domingos
Editora Saraiva
Editora Sextante
Em um estilo divertido e de
O livro reúne casos de com-
fácil leitura, este livro revela os princípios que
panhias e pessoas que transformaram situações
orientam a cultura e o sucesso do grupo Dis-
que tinham tudo para serem ruins em chances
ney, citando os sete segredos que podem ser
únicas. A obra é um catálogo de ideias e solu-
aplicados por qualquer outra empresa e forne-
ções para dificuldades vividas pelas empresas.
cendo uma série de exemplos que ajudarão os
Esse livro pode inspirar empreendedores em
profissionais de qualquer nível organizacional a
momentos de crise econômica, mostrando que
voltarem sua atenção para os clientes.
sempre há algo que pode ser aproveitado.
Foto: Istock
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Agenda
Revista da Farmácia · Outubro - Dezembro 2018
Eventos em destaque
III Congresso Brasileiro de Farmácia Comunitária
Abradilan Conexão Farma
8 a 10 de novembro - Rio de Janeiro
19 a 21 de março
sbfc.org.br/congresso
abradilan.com.br/#/home
Congresso pretende discutir a diversi-
Feira dirigida ao canal farma com oportu-
ficação das atividades farmacêuticas.
nidades de realizar negócios e ampliar a
Atualmente, já são 135 especialidades
rede de contatos entre varejo e distribui-
regulamentadas, sendo as mais recen-
ção. Organizada pela Associação Brasilei-
tes a farmácia clínica, com o consultório
ra de Distribuição e Logística de Produ-
farmacêutico, os serviços de vacinação,
tos Farmacêuticos (Abradilan), o evento
a estética, a perfusão sanguínea extra-
é referência sobre a dinâmica produtiva
corpórea e os nutracêuticos.
do mercado da saúde.
The Beauty Salon
FCE Pharma
10 a 12 de novembro - Rio de Janeiro
21 a 29 de maio - São Paulo
thebeautysalon.com.br
fcepharma.com.br/pt
Entre os dias 10 e 12 de novembro, a Open
A FCE Pharma é a principal plataforma
Brasil realizará a The Beauty Salon. A feira
de marketing e vendas com um papel
é referência em negócios para o merca-
importante para a evolução do setor far-
do de beleza, que, no início do ano, pro-
macêutico, não só por meio do lança-
jetava um crescimento nominal de 7,5%
mento de tendências, produtos e servi-
no faturamento, segundo a Abihpec. O
ços, como também com a exposição de
evento acontecerá no Centro de Con-
cases, compartilhamento de conteúdo e
venções SulAmérica.
experiências nas conferências e palestras.
- São Paulo
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Revista da Farmácia · Outubro - Dezembro 2018
Entrevista
Varejo farma deve fechar o ano com crescimento de 6,6% em faturamento Medicamentos de prescrição serão os menos impactados por oscilações na economia e genéricos continuam como driver de crescimento em 2019
Dados recentes da Close-Up International, referen-
tes ao período MAT 06/18, mostram que o varejo farmacêutico vai crescer apenas um dígito em 2018, na casa dos 6,6% em reais com desconto, diferentemente dos últimos anos, em que o desempenho passou dos 10%. Apesar disso, segundo a gerente de Relacionamento de Provedores da Informação da Close-Up International, Joscimara Eller Wamser, ainda é um resultado bom, considerando principalmente o fraco crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), que deve se limitar a 1,44%, de acordo com previsões do mercado financeiro. Em entrevista à Revista da Farmácia, Joscimara diz que “melhorias na gestão e na organização dos processos, ao longo do tempo, vão fazer a
Foto: Divulgação
diferença no negócio”. Leia a seguir.
Joscimara Eller Wanser, gerente de Relacionamento de Provedores da Informação da Close-Up International
Entrevista
11 Foto: Istock
Revista da Farmácia · Outubro - Dezembro 2018
"Líder em crescimento da categoria de medicamentos são os produtos Exclusivos, com 21,6%, seguidos pelos Genéricos, com 14,4%, e os Medicamentos Isentos de Prescrição (MIP), com 9,9%." Revista da Farmácia: Na categoria
etc., representando em torno de
de medicamentos, qual segmento
2.900 SKUs, com uma participação
se destaca?
de 8,7% do mercado em reais com desconto. Esses produtos, por não
Joscimara Eller Wamser: Segun-
terem um concorrente direto, têm
do a classificação da Close-Up In-
oportunidade de precificar me-
ternational, o líder em crescimento
lhor, sofrendo menor influência de
da categoria são os produtos Ex-
descontos, diferentemente do que
clusivos, com 21,6%, seguidos pe-
ocorre no mercado de genéricos. O
los Genéricos, com 14,4%, e os Me-
varejo farma deve analisar proati-
dicamentos Isentos de Prescrição
vamente o giro desses produtos na
(MIP), com 9,9%. Já os medicamen-
área de atuação dele e incluí-los no
tos de Marca, que são aqueles em
portfólio como forma de gerar dife-
que a indústria farmacêutica tra-
renciação, pois, como não podem
balha visitação médica, cresceram
ser substituídos, na falta deles, a
5% e representam 34,4% do total
farmácia pode perder a venda do
em reais com desconto na variação
item ou a da receita como um todo.
dos últimos dois anos. RF: A categoria de Não MedicaRF: Quais são os produtos Exclusi-
mentos tem uma importante parti-
vos e que oportunidades eles po-
cipação no varejo farma? Como ela
dem gerar para o varejista?
vem crescendo e quem se destaca?
Joscimara: Os produtos classifi-
Joscimara: A categoria formada
cados como exclusivos são aque-
por produtos de higiene, beleza,
les que apresentam características
alimentos e correlatos, embora
únicas, como dosagem, número
participe com 31,5% das unidades
de comprimidos, volume, sabor
e 26,3% em reais com desconto,
12
Entrevista
Revista da Farmácia · Outubro - Dezembro 2018
tem sentido com maior força a crise econômi-
importante categoria para o varejo farma e uma
ca. O consumidor passou a ser mais criterioso
excelente oportunidade de crescimento para
na escolha das marcas, o que fez com que
as farmácias independentes, que podem e de-
essa categoria tivesse uma redução no seu
vem explorar esse mercado.
preço médio em relação aos medicamentos, com um crescimento de 1,4%. Grandes mar-
RF: As grandes redes estão em franca expan-
cas, como L´Óreal, J&J, P&G, Unilever, Nestlé e
são no Brasil. Qual o impacto disso sobre os
Kimberly-Clark, concentram 37,1% das vendas
pequenos negócios?
"Quantas vezes, este ano, você entrou na sua loja prestando atenção em detalhes como manutenção da fachada, disposição dos produtos nas gôndolas e limpeza?"
em reais com desconto. Os três mercados mais
Joscimara: As grandes redes representam
importantes desse segmento são emolientes/
53,1% do total das vendas em Reais com des-
protetores solares, fraldas infantis e fórmulas
conto, seguidas pelas farmácias independen-
pediátricas, destaque para essa última catego-
tes, com 24%, e pelas farmácias ligadas ao
ria, que cresceu 19,8%, sendo que, dos 20 itens
associativismo, com 12,9%. Já o crescimento
mais vendidos no varejo farma, cinco são fór-
das grandes redes está pautado fortemente
mulas infantis. Os não medicamentos são uma
na abertura de pontos novos, procurando ga-
Revista da Farmácia · Outubro - Dezembro 2018
Entrevista
13
rantir a ocupação dos espaços nos grandes
fachada, disposição dos produtos nas gôndo-
centros e buscando novos mercados em ci-
las, atendimento da equipe, limpeza, impres-
dades com menos de 100 mil habitantes. É
são que o caixa está deixando no consumidor,
necessário que o pequeno varejo entenda
entre outros. Como o conhecimento do far-
a importância da profissionalização para se
macêutico está sendo aplicado? Afinal, ele é
manter competitivo no mercado, trabalhan-
um grande influenciador dentro do ponto de
do fortemente na tríade “pessoas, mercado e
venda e pode apoiar os tratamentos multidis-
processos”. Aquilo que a empresa vende tem
ciplinares, prestando serviços farmacêuticos
que estar em sintonia com quem compra. En-
diversos, como aferição de glicemia, pressão
tão, cada vez mais, a tomada de decisão para
arterial, teste dos níveis de colesterol, colo-
composição do portfólio deve estar pautada
cação de brincos, atenção farmacêutica. Por-
em cima de fatos e dados, buscando evitar
tanto, melhorias na gestão e na organização
ruptura em consonância com uma precifica-
dos processos, ao longo do tempo, vão fazer
ção adequada ao cliente. Para fechar este ci-
a diferença no seu negócio. O canal do asso-
clo, é necessário promover ações que traba-
ciativismo, por exemplo, cresceu, na variação
lham as competências da equipe, pois ela é
dos últimos dois anos, acima do mercado, na
fundamental para gerar processos, produtos
ordem de 11,1%.
e serviços de valor, que consigam ampliar e manter clientes satisfeitos.
RF: Quais são as expectativas de fechamento para o canal farma em 2018 e as proje-
RF: Como a farmácia independente pode
ções de crescimento para 2019?
concorrer com um mercado cada vez mais concentrado? A oferta de serviços também
Joscimara: O ano de 2018 está sendo mar-
vem crescendo, muitas farmácias já cobram
cado pela greve dos caminhoneiros, que im-
para aferir uma pressão ou medir uma glico-
pactou negativamente a economia, aliada ao
se. Esse é um caminho?
desdobramento do processo eleitoral, que faz com que o mercado financeiro fique instá-
Joscimara: As farmácias independentes es-
vel. Para este ano, prevemos crescer 5,2% em
tão instaladas, na sua grande maioria, em
unidades e 6,6% em reais com desconto. Em
bairros ou em cidades de menor porte, o que
2019, o setor deve crescer 5,5% em unidades
lhes confere a vantagem de conhecer melhor
e na ordem de 7,1% em reais com desconto.
o público, as relações familiares e os hábitos
Os medicamentos de prescrição serão me-
de consumo. Mas isso só se transforma em
nos impactados por oscilações na economia
uma vantagem competitiva a partir do mo-
e ganham participação no mercado. Os gené-
mento em que o varejo passa a fazer gestão
ricos continuam como driver de crescimento
do seu negócio, com foco “no” cliente, sem
do mercado em 2019, bem como nos próxi-
perder o foco “do” cliente. Quantas vezes, no
mos anos, haja vista que o envelhecimento
último ano, você entrou na sua loja prestando
da população favorece o aparecimento de
atenção em detalhes como manutenção da
doenças crônicas.
Jurídico
Revista da Farmácia · Outubro - Dezembro 2018
Foto: Humberto Teski
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Atividade-fim poderá ser terceirizada Gabriel Fragoso Advogado especialista em Direito do Trabalho e consultor da Ascoferj Quer saber mais? gabrielfragoso@gmail.com
Advogado não recomenda que a terceirização seja efetivada por empresas que pertençam ao mesmo grupo empresarial Foi decidido, no dia 30 de agosto de
Sendo assim, em todas as funções desem-
2018, pela maioria dos ministros do Supremo
penhadas pelos empregados, independente-
Tribunal Federal (STF), a licitude da terceiriza-
mente do objeto social, poderá ser terceirizada
ção em atividade-fim, que era até o momento
a mão de obra por intermédio de outra empresa
vedada por meio da Súmula 331 do Tribunal
prestadora de serviços, destacando que a empre-
Superior do Trabalho (TST).
sa tomadora do serviço dessa mão de obra tercei-
Com essa decisão, os ministros do STF entenderam que prevalecem os princípios legais da livre iniciativa e da livre concorrência sem prejuízo aos valores sociais do trabalho.
rizada continuará a ser responsável subsidiária em caso de não pagamento das verbas contratuais. O segmento farmacêutico já vinha adotando a terceirização de parte da mão de obra de seus empregados por intermédio de empresas interpostas, desde a edição da Lei 13.429/17.
"Com a decisão, prevalecem os princípios legais da livre iniciativa e da livre concorrência sem prejuízo aos valores sociais do trabalho."
Com essa recente decisão do STF, o segmento farmacêutico passará a ter mais segurança jurídica quando optar por essa forma de contratação. Para tanto, o importante será uma boa escolha da empresa prestadora de serviços, mesmo porque continuará sendo responsável em caso de algum problema trabalhista. Por fim, não se recomenda que a terceirização seja efetivada por empresas que pertençam ao mesmo grupo empresarial ou que sejam aplicados direitos menores aos que já vêm sendo praticados.
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Ascoferj em Foco
Revista da Farmácia · Outubro - Dezembro 2018
Foto: Danilo Dantas
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Encontros empresariais ganham relevância Ao todo, 12 parceiros se apresentaram para um seleto grupo de empresários, em Nova Iguaçu Apresentação da Avant Fiscal
Em seu terceiro encontro com empre-
“Em Nova Iguaçu, tivemos a oportunidade
sários do varejo farmacêutico, a Ascoferj re-
de falar um pouco como um software pode au-
uniu, no dia 19 de setembro, empresários do
xiliar a farmácia a lucrar mais, aumentando o tí-
Canal Farma e empresas parceiras da asso-
quete médio e tendo controle financeiro e in-
ciação, que estão oferecendo serviços, solu-
formações em tempo real, na palma da mão,
ções e condições especiais para farmácias
e conhecemos um pouco mais do varejo far-
e drogarias associadas. São elas: Avant Fis-
macêutico do Rio de Janeiro. Foi uma honra
cal, Conquiste Seguros, DVulg Soluções, Far-
imensa estar presente e fazer networking com
ma Contábil, Felton Modas, Flexside, Maxcen-
empresários antenados no negócio farma”, co-
ter, Mello Chaves Advogados, Organize Farma,
mentou Tiago Silva, VSM|OuroFarma.
Smart Consulta, Santander e VSM Informática.
Para o superintendente Regional Baixada
Cada uma dessas empresas apresentou
Fluminense do Banco Santander, Alfredo Hen-
seus produtos e serviços, destacando de que
rique Fonseca Leal Ferreira, o convite para par-
forma eles impactam positivamente o negó-
ticipar do evento fortalece ainda mais a parceria
cio farmácia. No site da Ascoferj, há informa-
de sucesso com o segmento farma, de grande
ções completas sobre as parcerias estabeleci-
importância para a economia brasileira. “O en-
das com essas empresas. Consulte em Painel
contro nos trouxe a certeza de que caminha-
do Associado, Benefícios.
mos na mesma sintonia, contribuindo para que
Revista da Farmácia · Outubro - Dezembro 2018
Ascoferj em Foco
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as pessoas e os negócios prosperem. A iniciati-
balho realizado na Assembleia Legislativa do
va da Ascoferj foi extremamente assertiva para
Estado do Rio de Janeiro (Alerj), em 1998, pa-
agregar valores aos associados”, disse.
ra obter autorização para a oferta de serviços
Após as palestras, as empresas parceiras
de aferição de pressão e medição de glicose;
tiveram a oportunidade de fazer negócios com
e, mais recentemente, em 2018, a vitória contra
os convidados.
um projeto de lei que previa a obrigatoriedade de haver nutricionista nas farmácias que ven-
CONQUISTAS DA ASCOFERJ
dem suplementos alimentares.
O evento também atraiu quem não é asso-
A lista de conquistas é muito maior. Quem
ciado à Ascoferj. Esses empresários puderam co-
tiver interesse, pode acessar o site da Ascoferj,
nhecer os serviços e benefícios oferecidos a quem
Sobre Nós, para ter acesso a todas elas.
se torna sócio. O presidente da Ascoferj, Luis Car-
los Marins, também fez uma apresentação desta-
único local, empresários em busca de soluções
cando as conquistas da associação, que vem be-
inovadoras para seus negócios e empresas
neficiando o segmento nos últimos 30 anos.
com o que há de melhor e mais inovador para
o segmento farmacêutico”, disse Luis Marins.
Entre elas, vale a pena relembrar a articu-
“O objetivo desses encontros é reunir, num
lação política, em 1997, para a publicação da
norma que autoriza a venda de produtos de
marcada, mas deve acontecer ainda este ano,
conveniência em farmácias e drogarias; o tra-
em Itaperuna.
O próximo encontro ainda não tem data
Foto: Danilo Dantas
Apresentação do Grupo Buzatto’s, dono da marca Flexside
Revista da Farmácia · Outubro - Dezembro 2018
Ascoferj Online
Foto: Istock
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Acompanhe o É de Farmácia
Siga o programa semanal da Ascoferj no YouTube. A cada semana, às terças-feiras, 16h, uma nova pauta, um novo entrevistado
Você já visitou o Canal da Ascoferj no You-
Em julho, o programa bateu o primeiro re-
Tube? Há muito conteúdo interessante por lá.
corde: mais de 1,5 mil visualizações do progra-
Um deles é o É de Farmácia, programa semanal
ma “Como montar uma farmácia-boutique”. As
com entrevistas sobre gestão, mercado, tecno-
dicas ficaram por conta do diretor Comercial
logia, inovação, atendimento e atualidade: tudo
do Grupo Buzatto’s, Renato Diniz. Vale muito
para contribuir com o crescimento do negócio.
a pena assistir!
Renato Diniz, do Grupo Buzatto’s, detentor da marca Flexside, fala sobre as tendências em layout para farmácias e drogarias
Opinião
Revista da Farmácia · Outubro - Dezembro 2018
Foto: Humberto Teski
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Prevenção ao colesterol alto Ana Lucia Caldas Farmacêutica, gerontóloga e especialista em Atenção Farmacêutica Quer saber mais? analulcaldas@gmail.com
Atuação do farmacêutico ajuda na melhora e na manutenção da qualidade de vida do paciente Considerado um tipo de lipídio (gordura)
nais e sintomas que podem estar associados a
produzido em nosso organismo, precursor dos
doenças como hipertensão, diabetes, hiperco-
hormônios esteroides, dos ácidos biliares e da
lesterolemia, entre outras.
vitamina D, o colesterol é parte integrante das
A necessidade de educação em saúde con-
membranas celulares, atuando na ativação de
tinuada é percebida quando, na anamnese, são
enzimas nelas existentes.
avaliados hábitos de vida dos pacientes. Apesar
O acúmulo de lipoproteínas ricas em co-
de relatar conhecimento sobre a sua saúde, es-
lesterol, como a LDL no compartimento plas-
ses pacientes não assumem a responsabilidade
mático, resulta em hipercolesterolemia. Pode-
por ela e tratam os sintomas desagradáveis na
mos dividi-lo em HDL, ou lipoproteína de alta
medida em que aparecem ou que incomodam,
densidade, responsável por carregar o coles-
recorrendo à automedicação ou à indicação de
terol das suas artérias para o fígado; e o LDL,
profissionais não capacitado na saúde. Atribuir
ou lipoproteína de baixa densidade, que car-
a responsabilidade de tratamentos apenas ao
rega o colesterol do fígado para os tecidos do
consumo de medicamentos para diminuir o co-
corpo.
lesterol não deve ser a melhor conduta. É pre-
As dislipidemias podem ter causas primá-
ciso educar para hábitos que contribuam com
rias, quando os distúrbios lipídicos são de ori-
a saúde e contar com o uso correto de medi-
gem genética, ou secundárias, decorrentes de
camentos em doses adequadas de forma in-
um estilo de vida inadequado. Mais de 80% dos
dividual.
ataques cardíacos ocorrem por conta de cigarro,
Os riscos de desenvolver doenças car-
vida sedentária, obesidade, pressão alta e dia-
diovasculares devem sempre ser considera-
betes. Assim, o farmacêutico tem um relevan-
dos nas orientações farmacêuticas. Um co-
te papel na prevenção e na identificação de si-
lesterol total de 125mg/dL, mas com um HDL
Revista da Farmácia · Outubro - Dezembro 2018
Opinião
21
muito baixo, por exemplo, 25mg/dL, traz risco
recomendados pelos médicos para o contro-
moderado de ter uma doença cardiovascular.
le dos níveis de colesterol, diminuição de tri-
Já um colesterol total de 310mg/dL, mas com
glicérides e também para aumentar o HDL. O
um HDL bem elevado 85mg/dL, faz com que
Zocor (Sinvastatina) foi a primeira estatina com
o risco de desenvolver uma doença cardiovas-
eficácia comprovada. O Mevacor (Lovastatina)
cular seja muito baixo.
foi o medicamento à base de estatina que ori-
Dormir em horários regulares, não fumar,
ginou o primeiro genérico a ser fabricado. O
manter uma rotina estável, praticar exercícios
Lípitos (Atorvastatina) é um dos mais vendidos
físicos, controlar o peso, eliminar fritura, óleos
no mundo e o Crestor (Rosuvastatina) é um dos
e as gorduras hidrogenadas, principalmente as
mais recentes.
margarinas, sorvetes, cookies, chocolates, pães,
cremes e sobremesas aeradas, óleos para fritu-
mendação nos programas de rastreamento po-
ra industrial e molhos para saladas (maioneses),
pulacional para mensurar o risco cardiovascular,
são atitudes que podem fazer com que o coles-
e o farmacêutico deve colaborar com o pacien-
terol diminua de forma mais natural.
te na melhoria e na manutenção da qualidade
de vida.
Foto: Istock
As estatinas são os medicamentos mais
A avaliação do colesterol total é uma reco-
22
Telecom
Revista da Farmácia · Outubro - Dezembro 2018
Contendo a sangria Foto: Istock
Veja o que especialistas e empresas estão fazendo para reduzir os custos com telefonia
Fazer a gestão de uma empresa e não se preocupar em reduzir custos é comprometer
e até 15% dos celulares parados estão gerando custos.
a sustentabilidade do negócio. Em uma épo-
Esses são motivos suficientes para se ado-
ca de recursos escassos e imprevisibilida-
tar uma nova postura e incluir a revisão de tele-
de econômica, conter a sangria de gastos é
fonia nas metas estabelecidas para 2019. As re-
uma atitude imperativa, desejável a qualquer
duções mensais nas faturas podem ultrapassar
gestor. E essa atenção ao que se gasta e por
os 40%, fazendo sobrar recursos para serem re-
que se gasta deve abranger todas as áreas da
investidos no negócio. Por exemplo, uma em-
companhia, inclusive telefonia.
presa do ramo de seguros, cliente da NSB, em
De acordo com pesquisa da NSB, cerca de
um ano, reduziu R$ 1 milhão de custos diretos e
20% a 30% de todos os gastos de uma empresa
mais R$ 2 milhões de custos indiretos após au-
são com telecom. No entanto, desse montante
ditorias, contestações, análises com inventário
pago, até 35% das ligações não têm nenhuma
atualizado e otimização de planta de telefonia.
relação com o negócio, ou seja, são pessoais,
Em geral, as empresas costumam contra-
feitas por funcionários. E de 8% a 40% de tudo
tar os serviços de telecomunicações tomando
que se paga para a operadora são erros nas fa-
como base apenas o valor oferecido. “A empre-
turas, que passam despercebidos a quem con-
sa se adapta às cobranças extras que vêm nas
trola e realiza os pagamentos. Em média, 60%
faturas, devido ao perfil de utilização dos usuá-
das empresas têm problemas com inventários
rios. Enquanto elas mantiverem um padrão de
REALIZAÇÃO
Endereço: Rua José Bernardo Pinto, 333 - Vila Guilherme CEP: 02055-000 - São Paulo / SP
24
Revista da Farmácia · Outubro - Dezembro 2018
Telecom
valor, o setor responsável pelos pagamentos
internacional e nacional, franquias e veloci-
não se preocupará em solicitar uma análise
dades de pacote de dados, percebemos que
detalhada das contas. Isso só ocorrerá em ca-
eles têm em mente apenas o valor total da fa-
so de uma grande diferença de valores de um
tura. Quando confrontamos o contrato assina-
mês para o outro”, observa Jansen Dutra, espe-
do com a fatura gerada, identificamos erros no
cialista em Telecom da Opex Consult.
processo de contratação que prejudicam e aumentam as despesas com telefonia”, acrescen-
DESINFORMAÇÃO AUMENTA OS CUSTOS
ta Dutra.
Um erro muito comum é achar que o setor
Segundo Luiz Andrade, da NSB, os gran-
de tecnologia da informação é especialista em
des vilões da telefonia, hoje em dia, são gestão
telefonia ou então que o departamento finan-
precária e manual, por meio de planilhas de Ex-
ceiro tenha entendimento do tema para anali-
cel, processos indefinidos, pagamento de valo-
sar os detalhes de uma fatura de telefonia.
res indevidos às operadoras e inventário desa-
“Quase sempre encontramos as contas
tualizado. As alternativas, porém, para deixar de
sob responsabilidades de funcionários que não
perder dinheiro são as pessoas, os processos e
entendem os detalhes dos serviços de teleco-
a tecnologia.
municações. Quando perguntamos sobre va-
lores de tarifas para ligações locais e interur-
ria a utilização de um software específico de
banas, interatividades automática, roaming
gestão de telecom e a revisão dos contratos e
“Pontuamos como estritamente necessá-
CINCO PASSOS PARA REDUZIR GASTOS COM TELEFONIA
1 2 3 4 5
Elaborar um diagnóstico e mapear um perfil atual da utilização dos serviços de telecom, tanto da empresa, como dos funcionários. Negociar com as operadoras planos que atendam ao novo perfil, sem cobranças de multas contratuais. Acompanhar diariamente as demandas da empresa, para que todas as solicitações junto às operadoras sejam feitas por especialistas, que utilizarão os termos técnicos corretos para que não haja dúvidas. Analisar cada fatura gerada pela operadora, contestando valores indevidos que sempre aparecem no detalhamento, mas que não foram solicitados no ato da contratação. Elaborar relatório mensal de utilização por cada funcionário, setor e até mesmo departamentos, ajudando a manter o perfil traçado no primeiro passo.
Revista da Farmácia · Outubro - Dezembro 2018
Telecom
25
tarifas com as operadoras. Mas vai além disso:
ma fatura”, conta Mariana Matos, analista admi-
as empresas precisam mapear processos; vali-
nistrativa na empresa.
dar todo o inventário, verificando as linhas que
estão sendo pagas sem utilização; manter uma
ponto de a empresa pagar um serviço adicional
gestão ativa, para que os gastos não aumen-
de contestação de fatura. “Importante ressaltar
tem; e, se possível, contar com uma consultoria
que o uso desse serviço sempre se pagava, já
especializada”, orienta Andrade.
que as cobranças eram frequentes e de grande
vulto”, acrescenta Mariana.
As empresas que trabalham com delivery
As cobranças indevidas eram comuns, a
devem redobrar a atenção. “É muito comum encontrarmos linhas que apenas recebem chamadas com planos que falam ilimitado para o para o perfil de utilização poderia ser bem me-
Menos imposto na fatura
nor. Um aparelho que só recebe ligações não
Muitos empresários não sabem
precisa de um plano ilimitado”, destaca Dutra,
que o Órgão Especial do Tribunal
Brasil inteiro, inclusive para o exterior, cujo valor
da Opex Consult.
Há casos ainda de entregadores que re-
cebem celulares com linhas ilimitadas, o que acaba gerando alto custo e, em muitos casos, oportunidades para ligações pessoais, impactando negativamente no tempo de entrega.
A FarmaHall é uma rede de farmácias com
um trabalho muito forte em delivery. Depois de
de Justiça do Estado do Rio de Janeiro já declarou inconstitucional, por meio de decisão judicial já transitadas em julgado, a cobrança de alíquota de ICMS superior a 18%, incidente sobre todos os serviços de telecomunicações – telefonia
reestruturar o sistema dela de telefonia, passou
fixa, móvel, internet etc. Em geral,
a receber faturas com 74% de redução na tele-
todos os contribuintes, pessoas
fonia móvel e 61% na fixa.
físicas e jurídicas, estão pagando 32% de alíquota de ICMS, quando
DISTRIBUIDORA PAGAVA 40% A MAIS
deveriam estar pagando apenas 18%,
DO PREVISTO
que, acrescidos da taxa adicional de
Quem seguiu pelo mesmo caminho foi
4% relativa ao Fundo de Combate
a distribuidora Emefarma Rio, cujas despe-
à Pobreza, chegariam a 22%. Tal
sas com telefonia respondiam por, aproxima-
ilegalidade, ainda cometida pelo
damente, 2,5% dos custos administrativos e
Estado do Rio de Janeiro, impõe
de gestão, desconsiderando insumos e gastos com pessoal. “Recebíamos uma cobrança de valores nas faturas que correspondiam a cerca de mais 40% do valor previsto. Ligações extras, tráfego de internet superior à franquia e serviços adicionais eram cobrados por fora, na mes-
ao consumidor contribuinte uma cobrança indevida de 10% a mais sobre o custo final dos serviços de telefonia fixa e móvel, internet, tv a cabo, entre outros.
Revista da Farmácia · Outubro - Dezembro 2018
Telecom
Fonte: NSB
26
Após renegociação com a operadora, a
acompanhando se os termos do contrato estão
Emefarma migrou para um plano ilimitado e
sendo cumpridos e os valores que estão vindo
sem excedentes. “Importante notar que entra-
nas faturas. Também é aconselhável fazer con-
mos na negociação dispostos a sacrificar parte
tratos curtos, em média, de dois anos, para que
do pacote de serviços se isso trouxesse econo-
possam ser renegociados.
mia e previsibilidade na fatura, mas nos sur-
preendemos quando vimos que a concorrência
ofertas. “Ao saberem que estávamos estudan-
no setor tinha passado a oferecer planos ilimita-
do o mercado, diversas empresas e revendas
dos por um preço até menor do que o serviço
das operadoras nos procuraram. As revendas
anterior pelo qual pagávamos”, detalha Mariana.
de uma mesma operadora competem entre si,
e saber escutar com calma nos trouxe bons re-
A distribuidora conseguiu obter uma eco-
É importante também pesquisar novas
nomia total de, aproximadamente, 25% do valor
sultados”, comenta Mariana, da Emefarma.
original do contrato. “Dos R$ 100,00 que antes
deveríamos pagar, passamos a pagar R$ 75,00
rentes de contas das próprias operadoras de-
e sem cobranças adicionais, que antes soma-
pois de ouvir as propostas dos revendedores
vam R$ 40,00 a mais. Também abrimos mão do
para não ser lesado.
serviço adicional de contestação de contas”, fi-
naliza Mariana.
cípio, oferecem aparelhos, pois eles geram fi-
Uma dica relevante é buscar o aval de ge-
Devem ser evitados os planos que, a prin-
delidade e, consequentemente, multa nos caSEJA CUIDADOSO NA HORA DE CONTRATAR
sos de fim prematuro do contrato. Como a
Os especialistas sugerem que as empre-
tecnologia e a competição estão maiores, o
sas analisem quanto do orçamento poderá ser
mercado está aumentando as ofertas e bara-
destinado a cobrir despesas com telefonia,
teando os preços.
Planejamento
Revista da Farmácia · Julho - Setembro 2018
Fotos: Istock
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Seis atitudes para fechar 2018 Saiba o que você deve fazer nos últimos três meses do ano para começar 2019 com o pé direito
A três meses do encerramento do ano, as empresas começam a se preparar pa-
devem estar com todas as engrenagens ajustadas.
ra o próximo exercício. O momento de co-
O consultor Adriano Schinetz listou seis
locar a casa em ordem é agora e não em
atitudes que são indispensáveis de serem to-
janeiro, quando a farmácia ou a rede já
madas nos últimos 90 dias do ano.
1 – OLHE PARA A EQUIPE Ter uma equipe alinhada com o propósito da empresa é fundamental para alcançar resultados satisfatórios. Para isso, é necessário que ela participe e acompanhe os principais processos e indicadores da empresa e entenda os resultados que precisam ser alcançados. Demonstre que alcançando o melhor desempenho, não só a empresa, todos tendem a ganhar. Tratar a equipe com transparência é fundamental. “Parece uma coisa simples, mas ainda existem empresários que querem estabelecer planejamento de vendas, mas escondem da equipe o quanto a loja precisa vender ou não querem treinar colaboradores com medo que migrem para a concorrência”, observa Schinetz.
Revista da Farmácia · Outubro - Dezembro 2018
Planejamento
29
2 – FAÇA AJUSTES E CONTROLE OS CUSTOS Tão importante quanto tentar reduzir custos é, primeiro, entender se eles estão sendo contabilizados de forma correta e se estão dentro de um patamar bom ou ruim para o negócio. “É normal encontrarmos farmácias fazendo um tremendo esforço para diminuir os custos, cortando funcionários, reduzindo descontos, sonegando – o que não cabe mais nos dias atuais – sem sequer saber se essas despesas estão dentro de um patamar aceitável”, alerta Schinetz. Segundo ele, muitos empresários confundem custos com resultado de fluxo de caixa e, quando esse fluxo não está bom, aparenta que o negócio não vai bem. “São situações completamente diferentes. Muitas farmácias podem estar com custos baixos, tendo uma margem de contribuição positiva, porém, descapitalizada, o que provoca um déficit no fluxo de caixa”, explica o consultor.
3 – FOQUE NO RESULTADO DE CAIXA Um dos resultados mais importante para qualquer empresa é o resultado de caixa. Para que feche positivo, é preciso planejar e ter um controle efetivo dos pagamentos e receitas – créditos – que ocorrem durante todo o mês em cada ponto de venda. É preciso estabelecer algumas metas e controles, como o de pagamento de fornecedores, por exemplo. “É comum farmácias fecharem com os caixas negativos devido a compras em excesso ou até mesmo com prazo de pagamento curto, incompatível com a realidade da farmácia. Isso só poderá ser alinhado a partir do momento em que se planeja qual o valor máximo – a meta – que a farmácia pode pagar aos fornecedores dentro de cada mês e, juntamente com esse controle, também entender se o valor recebido das vendas está dentro do patamar correto”, detalha Schinetz.
4 – ESTABELEÇA PROCESSOS Estabelecer processos de trabalho no varejo passa a ser uma necessidade quando o caminho é obter melhores resultados. Contudo, eles precisam ser estabelecidos e planejados de acordo com a realidade de cada empresa, respeitando uma rotina operacional que já existe. Significa entendê-los e ajustálos com o intuito de melhorar a eficácia nas operações, reduzir custos e horas de retrabalho que não são produtivas. Contudo, um fator fundamental para que os processos sejam colocados em prática é a transparência na sua criação ou ajustes com a participação de cada funcionário da empresa.
30
Planejamento
Revista da Farmácia · Outubro - Dezembro 2018
5 – TRABALHE COM INDICADORES PREVENTIVOS É um modelo de gestão que está ligado diretamente à prevenção de resultados negativos dos principais indicadores da farmácia. Não é mais correto trabalhar somente com resultados já obtidos, tendo que sempre ajustá-los depois que ocorrem. “É preciso traçar uma gestão em que seja possível estabelecer as ações antes que o problema ocorra, trabalhando de forma preventiva e estabelecendo padrões saudáveis aos principais indicadores. Atualmente, apenas tratar o problema está onerando de forma significativa os pontos de vendas.”
6 – ESTABELEÇA METAS Estabelecer metas para alcançar resultados melhores não é mais opção, é imposição de mercado. E quando se fala em metas, não diz somente respeito às metas de vendas, mas também àquelas que estão relacionados a outras variáveis, como metas de compras, de risco de ruptura, de níveis de estoques, de níveis de descontos para clientes, de pagamentos, entre outras. “É preciso entender que todo resultado que tende a variar de um mês para o outro, que tenha um elevado grau de importância para o negócio, deve ter metas. Caso contrário, existirá uma tendência de melhora e piora ao longo dos meses, chamado de efeito sanfona. Se não há foco em busca no resultado, ele ficará à mercê do que acontece no mercado.
A Ascoferj e o Santander firmaram um acordo que prevê condições exclusivas para empresas associadas que se tornarem clientes da instituição financeira nos próximos meses. Inicialmente, a parceria prevê três meses de isenção nos pacotes Conta Integrada. A partir do 4º mês, o valor da tarifa vai variar de acordo com determinadas condições, podendo chegar 100% de desconto.
Entenda como vai funcionar: – Cliente Santander Conta Integrada com faturamento a partir de R$ 10 mil mensais na maquininha Getnet terá redução de 25% nos preços de pacotes de serviços e redução de 25% no aluguel da máquina (limitada a R$ 25,00); – Cliente Santander Conta Integrada com faturamento a partir de R$ 60 mil mensais na maquininha Getnet terá redução de 100% nos preços de pacotes de serviços e redução de 100% no aluguel da máquina (limitada a R$ 149,00).
Ligue (21) 2220-9390 e informe-se!
www.ascoferj.com.br
Revista da Farmácia · Outubro - Dezembro 2018
Opinião
Foto: Humberto Teski
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Saturação farmacêutica Betânia Alhan Farmacêutica, especialista em Assuntos Regulatórios e consultora da Ascoferj Quer saber mais? farmaceutica@ascoferj.com.br
Como você, farmacêutico, pode sair da zona de conforto e garantir melhores resultados profissionais
Em 1975, havia inscritos no CRF-RJ, apro-
substituindo pessoas por robôs.
ximadamente, quatro mil farmacêuticos; em
27 anos, esse quantitativo se multiplicou. Em
tão expostos a várias barreiras que impedem o
2002, tínhamos uma média de 8,6 mil. Hoje
crescimento profissional deles, mas não pode-
temos uma estimativa de 26 mil farmacêu-
mos esquecer de destacar que a maior amea-
ticos inscritos, ou seja, em 16 anos, tivemos
ça é a estagnação, uma vez que percebemos
um aumento de 17,4 mil novos profissionais
muitos farmacêuticos imobilizados diante das
atuando na área de farmácia.
suas frustrações, sem reagir ou refletir sobre
quais fatores estão os impedindo de se realiza-
Apesar da ampliação de atuação dos far-
Os profissionais que atuam no varejo es-
macêuticos, das 131 áreas hoje permitidas, 70%
rem profissionalmente.
dos recém-formados são recebidos pelo vare-
jo. Antigamente, bastava o farmacêutico ter re-
cenário atual, é necessário sair da zona de con-
gistro no Conselho para ter um emprego ga-
forto e começar a refletir sobre o valor do far-
rantido. Infelizmente, essa situação trouxe uma
macêutico para a farmácia, sobre a importância
estagnação do profissional, pois, sem experiên-
desse profissional para a população e sobre o
cia e/ou qualificação, após a sua formação já ti-
que o motiva a ir todos os dias para o trabalho.
nha garantido três salários mínimos por mês.
Até quando teremos essa “garantia” dian-
qual é o seu diferencial e quais outros talentos
te do aumento de faculdades, formando cen-
você tem além do conhecimento com respon-
tenas de novos farmacêuticos por semestre?
sável técnico. De que forma você pode contri-
Além dos novos profissionais no merca-
buir para o crescimento da empresa e aumen-
do, não podemos deixar de falar dos avanços
tar a sua remuneração? Estamos finalizando
da tecnologia, farmácias altamente equipadas,
mais um ano e o que mudou na sua vida profis-
Diante desses fatores, para mudarmos o
Você, farmacêutico, deve se perguntar
Revista da Farmácia · Outubro - Dezembro 2018
Opinião
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sional? Quais dos objetivos desejados no início Se, ao analisar as perguntas acima, você perceber que ainda não alcançou os objetivos nem realizou os seus desejos, reavalie o seu modo de pensar. Seja responsável técnico e amplie sua atuação para obter resultados melhores, garantindo a valorização profissional do farmacêutico. Que, em 2019, possamos mudar nossas atitudes e usar nosso conhecimento e talento a nosso favor.
"Você, farmacêutico, deve se perguntar qual é o seu diferencial e quais outros talentos você tem além do conhecimento com responsável técnico."
Foto: Istock
do ano foram alcançados?
34
Capa
Revista da Farmácia · Outubro - Dezembro 2018
Cobertura vacinal cai e doenças eliminadas voltam a preocupar por VIVIANE MASSI
Cenário de apreensão e demanda por educação em saúde apresentam-se como oportunidades para farmácias cumprirem função de estabelecimento de saúde No dia 10 de outubro, comemora-se o
difteria e poliomielite, voltam a ser motivo de
Dia Nacional de Vacinação. Nos últimos anos,
preocupação. De acordo com o Ministério da
o Brasil teve grandes avanços no campo da
Saúde, as baixas coberturas vacinais, principal-
imunização. Segundo o Ministério da Saúde,
mente em crianças menores de cinco anos de
são 300 milhões de doses das vacinas incluí-
idade, acenderam um alerta no País. Diversas
das no Calendário Nacional. Entretanto, as
vacinas estão disponíveis gratuitamente pelo
notícias veiculadas na grande imprensa nos
Sistema Único de Saúde (SUS), mas o alcance
últimos meses têm causado apreensão às
está abaixo do recomendado pela Organização
autoridades públicas de saúde, ao meio far-
Mundial de Saúde (OMS).
macêutico e à própria população.
O sarampo havia sido eliminado de circu-
Em agosto, a GSK divulgou um comuni-
lação, porém, desde fevereiro deste ano, de-
cado informando que doenças eliminadas ou
vido à baixa cobertura vacinal, há diversos ca-
com baixa circulação no Brasil, como sarampo,
sos da doença sendo registrados no Amazonas
Revista da Farmácia · Outubro - Dezembro 2018
35 Foto: Istock
Capa
e em Roraima. Até agosto, foram confirmados
atingiu uma cobertura vacinal de 85% no es-
cerca de 1,3 mil casos no Amazonas e mais de
quema primário e de 74% na dose de reforço,
7 mil estão em investigação. Em Roraima, 300
em 2017, apesar de a vacina ser gratuita nos
casos foram confirmados e 74 ainda em inves-
postos de saúde para crianças menores de
tigação, até o fechamento desta reportagem,
cinco anos. Em 2016, essa cobertura foi mais
em meados de setembro. Além disso, alguns
alta: 95% e 84%, respectivamente.
casos foram confirmados também em São
Paulo (2), Rio de Janeiro (18), Rio Grande do Sul
semelhante. Os Estados Unidos, em 2013,
(18), Rondônia (2), Pernambuco (4) e Pará (2).
sofreram um forte impacto por negligenciar
Outras doenças já neutralizadas, como
a vacinação. O país chegou a ter mais de 48
poliomielite e doença pneumocócica, têm ris-
mil casos de coqueluche, de acordo com o
co de ressurgimento. A primeira, conhecida
Centers for Disease Control and Prevention. E
como paralisia infantil, está com a cobertura
recentemente a imprensa divulgou que mais
vacinal abaixo de 50% em 312 municípios bra-
de 41 mil crianças e adultos foram infectados
sileiros. A segunda, uma das principais causas
com sarampo nos primeiros seis meses de
de morbidade e mortalidade em todo o mun-
2018 na Europa, segundo a OMS, um número
do, de acordo com o Departamento de Infor-
maior que o verificado em todos os outros
mática do Sistema Único de Saúde (Datasus),
anos desta década.
Outros países já passaram por situação
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Revista da Farmácia · Outubro - Dezembro 2018
Capa
“Embora haja vacinas disponíveis para al-
nas. Matérias falsas, popularmente conhecidas
gumas das doenças citadas acima, como den-
como fake news, circularam pela internet noti-
gue, sarampo e febre amarela, a população, in-
ciando que “vacinas são mortais”, que “matam
felizmente, não busca a vacinação. A redução
milhares” e que “vacinar é risco para as crian-
da cobertura vacinal coloca toda a população
ças”, gerando ainda mais insegurança na popu-
em risco. Não tínhamos casos de sarampo no
lação.
Brasil desde o ano 2000”, comentou, em nota, a
Esses ataques às vacinas têm se torna-
Sanofi Pasteur. FALTA EDUCAÇÃO EM SAÚDE
Em janeiro deste ano, a GSK Vacinas di-
vulgou um estudo internacional encomendado por ela ao Instituto Ipsos MORI. Os resultados da pesquisa mostram que 15% dos adultos acreditam que as vacinas são recomendadas somente para crianças e/ou bebês e 21% consideram a vacinação apenas para fins de viagem.
Entre os seis mil adultos acima de 18 anos
entrevistados no Brasil, na Alemanha, na Índia, na Itália e nos Estados Unidos, 3 em cada 10 reportaram não ter tomado nenhuma vacina potencialmente relevante para esta faixa etária nos últimos cinco anos. E 60% dos adultos disseram não receber informações da saúde pública sobre a importância da vacinação nessa faixa etária.
Dados da pesquisa apontam que, quando
perguntados sobre o porquê de não estarem em dia com a vacinação, as pessoas mencionam a falta de recomendação e/ou discussão com profissionais de saúde sobre a necessidade da imunização na fase adulta. Os entrevis-
do um problema de saúde pública. A Organi-
tados afirmaram que diversas fontes de infor-
zação Pan-Americana da Saúde (OPAS) lançou
mação seriam úteis para ajudá-los a entender,
um material contendo mitos e verdades sobre
registrar e monitorar as vacinas que possam ser
as vacinas, numa tentativa de frear os ataques
relevantes nesta faixa etária.
e esclarecer a população.
Mais recentemente, à falta de informação
juntou-se o medo das pessoas em tomar vaci-
“A vacinação ao longo da vida pode ajudar
a proteger e contribuir para o bem-estar das fa-
Revista da Farmácia · Outubro - Dezembro 2018
Capa
37
mílias e comunidades,” diz Thomas Breuer, di-
Educação em Saúde, atualmente, é a principal
retor Médico da GSK Vaccines Global. “A pes-
via de acesso à informação.
quisa nos mostra que os adultos precisam de
mais informação sobre as vacinas relevantes
Lei Federal 13.021/2014 definiu a farmácia co-
para esta faixa etária para que possam ser mais
mo estabelecimento de saúde e quando a
proativos na discussão de suas necessidades
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvi-
de imunização com os profissionais de saúde.”
sa) publicou a Resolução RDC 197/2017, autori-
As portas se abriram para isso quando a
zando o serviço de vacinação em farmácias e drogarias.
Além dessas duas normas, a farmácia de-
ve observar também os requisitos exigidos pela Resolução 654 e pela Portaria 49, ambas publicadas em 2018 pelo Conselho Federal de Farmácia (CFF), que tratam, respectivamente, dos requisitos para a prestação desse serviço por farmacêuticos e do credenciamento para curso de formação complementar necessário a esse profissional. Importante citar a Nota Técnica GRECS/GGTES número 1, de 2018, da Anvisa, que esclarece diversos pontos sobre a RDC 197. Segundo a Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), o Brasil já possui mais de 1,6 mil salas farmacêuticas, das quais mais de 900 já oferecem serviços avançados, como aferição de pressão, medição dos níveis de colesterol, revisão da medicação e imunização.
No Estado do Rio de Janeiro, o serviço de
vacinação já está regulamentado pelas Vigilâncias Sanitárias de Duque de Caxias e da capital, nesta última, porém, algumas exigências burocráticas têm dificultado a implantação do OPORTUNIDADE PARA FARMÁCIAS
serviço.
É preciso reverter esse quadro, conven-
Segundo o diretor farmacêutico da Fran-
cer pais, familiares e cuidadores de que a va-
quia Smart Consulta, Guilherme Torres, far-
cinação é o caminho mais seguro e eficaz para
mácias e drogarias que possuem consultórios
a prevenção. Nesse contexto, farmácias e dro-
farmacêuticos obtêm melhor e maior assertivi-
garias têm um papel relevante: o de mobilizar
dade na venda de vacinas devido à prevenção
seus profissionais de saúde para essa missão.
e à conscientização realizadas a partir de con-
Revista da Farmácia · Outubro - Dezembro 2018
Capa
Foto: Istock
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sultas farmacêuticas. Torres informou que cer-
Adultos e idosos, que frequentam regularmen-
ca de 38,23% dos consultórios implantados no
te suas farmácias de confiança, poderão ser
último semestre de 2018 tiveram a procura pelo
orientados pelo farmacêutico sobre benefícios
serviço de vacinação voltada ao calendário de
e riscos da vacinação”, destaca.
vacinação do SUS.
Segundo Torres, para a implantação de
de que qualificado, poderá identificar as de-
salas de vacinas, o gestor precisa ter cons-
mandas vacinais e tirar dúvidas relativas aos
ciência de que deverá trabalhar arduamente
temores tão controversos que rodeiam este te-
na conscientização da população, mantendo
ma. “Essa oportunidade de contato, de orien-
uma equipe especializada e com respaldo le-
tação pelo farmacêutico, na minha opinião, é o
gal, além de atender a todas as conformidades
principal benefício que as farmácias têm para
para arquivamento de cada atendimento e ar-
oferecer”, acrescenta.
De acordo com Beatriz, o profissional, des-
mazenamento das vacinas.
Para a farmacêutica integrante do Grupo
AVANÇOS NO BRASIL
Técnico sobre Vacinação do CFF, Beatriz Lott,
com a inclusão das farmácias no rol de esta-
do Brasil é um dos mais adiantados do mundo.
belecimentos que podem vacinar, será mais fá-
“O Brasil é reconhecido internacionalmente co-
cil encontrar esse serviço nas proximidades das
mo sendo o país com um dos mais completos
residências e do trabalho das pessoas. “Dos di-
programas de imunização disponibilizado pa-
versos estabelecimentos de saúde disponíveis
ra população e além de excelentes coberturas
à população, a farmácia é o mais acessado.
vacinais”, pontua o diretor da Divisão de Ensaios
O Programa Nacional de Vacinação (PNI)
Revista da Farmácia · Outubro - Dezembro 2018
Capa
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Clínicos e Farmacovigilância do Instituto Butan-
anos e hoje atende meninas de 9 a 15 anos. Em
tan, Alexander Roberto Precioso.
2017, o Ministério da Saúde incluiu os meninos
O orçamento do PNI, em 2010, era de R$
de 11 a 14 anos na vacinação contra o HPV. Pes-
761,1 milhões, passando para R$ 4,5 bilhões,
soas até 26 anos vivendo com HIV/AIDS, trans-
em 2017. Além disso, o Ministério da Saúde dis-
plantados e pacientes oncológicos também
se que vem ampliando, ano a ano, a oferta de
têm direito à vacina.
vacinas disponibilizadas. “Nos últimos anos, fo-
ram realizadas várias incorporações, inclusive
rou a vacina da Hepatite A para crianças com
com a ampliação da faixa-etária e, no caso da
um ano de vida e alterou para 15 meses depois,
febre amarela, ampliação para regiões que não
em 2016. Em 2011, ampliou o público-alvo da
ofertavam a vacina na rotina. Toda essa logísti-
vacina contra a Hepatite B (incorporada no SUS
ca de ampliação impacta diretamente no quan-
desde 1989) para a faixa etária de 20 a 24 anos e
titativo de vacinas adquiridas pelo Ministério da
depois, em 2016, ampliou para todas as idades.
Saúde que, assim como os recursos, vem cres-
O SUS também passou a ofertar, em 2014, a va-
cendo nos últimos anos.”
cina dTpa (difteria, tétano e coqueluche) para as
gestantes, a partir da 20ª semana gestacional.
Um exemplo é a vacina da gripe (Influen-
Em 2014, o Ministério da Saúde incorpo-
za) que, até 2010, era ofertada apenas para ido-
sos, mas desde 2011 vem tendo seu público-
ziu no calendário a Vacina Inativada Poliomie-
-alvo ampliado sistematicamente, atingindo,
lite (VIP) e a pentavalente (difteria, tétano, co-
neste ano, 54,4 milhões de pessoas.
queluche, hepatite B e meningite e infecções
A incorporação da vacina contra HPV, em
por HiB). A vacina meningocócica C foi incor-
2014, para meninas de 11 a 13 anos teve a faixa
porada, em 2010, para crianças e ampliada, em
etária ampliada gradativamente ao longo dos
2017, para adolescentes de 12 a 13 anos, a de-
Em 2012, o Ministério da Saúde introdu-
ORÇAMENTO DO PROGRAMA NACIONAL DE IMUNIZAÇÕES (PNI) 2010 e 2018 2018
R$ 4.707.000.000
2017
R$ 4.506.641.097
2016
R$ 3.708.854.292
2015 2014 2013 2012 2011 2010
R$ 3.300.231.660 R$ 1.206.719.000 R$ 1.270.399.992 R$ 933.264.237 R$ 637.099.908 R$ 761.147.594
Fonte: Ministério da Saúde
40
Capa
Revista da Farmácia · Outubro - Dezembro 2018
pender da situação vacinal e, depois, em 2018
e chikungunya, quando disponíveis ao PNI, tra-
para adolescentes de 11 a 14 anos.
rão grande benefício para a saúde pública brasileira”, afirma o diretor do Butantan.
DESENVOLVIMENTO DE NOVAS VACINAS Por meio de parcerias público-privadas, a
APRIMORAÇÃO CONTÍNUA
Sanofi Pasteur, laboratório francês líder no seg-
Segundo a Sanofi Pasteur, há vacinas sen-
mento, transfere tecnologia para o Instituto Bu-
do produzidas com o vírus inativado, entre elas,
tantan para a produção da vacina contra gripe;
gripe, hepatites A e B, poliomielite injetável e
e para a Fundação Oswaldo Cruz/Bio-Man-
raiva, que nunca irão proporcionar a reversão
guinhos, para a fabricação da vacina inativada
para a forma selvagem da doença. No caso
contra a poliomielite. A multinacional também
de influenza, por exemplo, como o vírus so-
possui uma parceria de colaboração com o Bu-
fre transformações continuamente, as vacinas
tantan por meio da qual viabiliza o fornecimen-
evoluem ano após ano, acompanhando a reco-
to da vacina contra raiva humana para o Brasil.
mendação da OMS. A vacina contra a gripe no
As vacinas produzidas pelo Instituto Bu-
Brasil, que já foi monovalente e bivalente, hoje
tantan atendem exclusivamente ao PNI, como
é quadrivalente, protegendo, em 2018, contra
é o caso da vacina da dengue, que está em es-
duas cepas A – subtipos H1N1 e H3N2 – e duas
tudo de fase III. Essa etapa teve início em 2016
cepas B – subtipos Victoria e Yamagata.
e está sendo realizada em 16 centros de pes-
Recentemente, o laboratório francês lan-
quisa clínica distribuídos pelas cinco regiões do
çou, no Brasil, a primeira vacina meningocóci-
País. Ao todo, participarão 17 mil voluntários. Es-
ca quadrivalente totalmente líquida. Prevenível
ta é a terceira e última etapa de testes clínicos
contra quatro tipos de meningite – A, C, W e Y
antes de a vacina ser submetida à aprovação
–, o imunizante é indicado de nove meses a 55
da Anvisa para que, posteriormente, possa ser
anos e está disponível em clínicas particulares
disponibilizada à população pelo SUS. Desde
de vacinação, hospitais, laboratórios e farmácias.
2016, está disponível apenas na rede privada.
Outra vacina que deve chegar ao mercado
Além da vacina contra dengue, o Butan-
brasileiro é a que protege contra a gripe exclu-
tan pesquisa também as vacinas contra zika, in-
sivamente para idosos. Pessoas com mais de
fluenza sazonal quadrivalente e influenza pan-
65 anos são as que mais sofrem com as conse-
dêmica H7N9 com e sem adjuvante. Segundo
quências da doença e o novo imunizante apre-
Precioso, um dos maiores desafios é a obten-
sentou-se mais eficaz na proteção contra a gri-
ção de investimentos para manutenção e mo-
pe nesta faixa etária em comparação à vacina
dernização do parque industrial público e para
contra influenza trivalente, aprovada atualmen-
pesquisa, desenvolvimento, produção e estu-
te no Brasil.
do clínico de novas vacinas.
Mais recentemente, em agosto, pesqui-
“As vacinas mais esperadas podem va-
sadores da Unicamp divulgaram a criação do
riar de acordo com a epidemiologia das doen-
protótipo de uma vacina capaz de proteger
ças infecciosas do País. No entanto, em relação
contra o vírus da zika e a meningite meningo-
ao Brasil, as vacinas contra dengue, zika vírus
cócica.
5
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Revista da Farmácia · Outubro - Dezembro 2018
Opinião
Foto: Humberto Teski
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Responsabilidade compartilhada Mauro Pacanowski Professor e consultor da FGV Health Quer saber mais? mauro@pacanowski.com.br
Desafio da indústria é entender o varejo, capacitar as pessoas e otimizar o esforço despendido pela equipe promocional
A nova realidade das prateleiras impeliu
cácia do medicamento prescrito.
a indústria farmacêutica a buscar auxílio no
marketing de relacionamento para levar o medi-
municar esses estudos para que os players envol-
camento certo ao público-alvo perfeito.
vidos, inclusive os distribuidores/atacadistas, pos-
A responsabilidade começa quando o
sam se preparar adequadamente, cada um em
marketing farmacêutico joga pesado para garantir
sua área de atuação, permitindo que os avanços
visibilidade às suas marcas, devido à competição
tecnológicos cheguem mais rápido ao ponto de
com os medicamentos genéricos. A indústria
venda e ajudem no lançamento de medicamen-
precisa buscar e reconhecer, no varejo farmacêutico,
tos, obrigando a indústria a repensar sua estratégia
especialistas que conheçam a dinâmica de um
de marketing e sua forma de atuação no varejo.
medicamento, para que possam influenciar no
É responsabilidade conjunta descobrir e co-
Conquistar a fidelidade do cliente e da indús-
aumento do portfólio da indústria nas prateleiras e, consequentemente, reduzir as rupturas e tornar determinado medicamento líder de mercado.
Encontrar uma solução eficiente para
compreender como se apresenta essa interação entre indústria e varejo é importante, por isso a necessidade de se conhecer o que os urologistas, oncologistas, reumatologistas, dermatologistas, gastroenterologistas, pediatras e clínicos gerais, alguns dos principais prescritores, estão prescrevendo e o que os clientes na ponta do varejo estão percebendo quanto à efi-
"Conquistar a fidelidade do cliente e da indústria se tornou uma tarefa muito mais complexa para o varejo."
Revista da Farmácia · Outubro - Dezembro 2018
Opinião
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tria se tornou uma tarefa muito mais complexa padeterminado medicamento e atendimento personalizado são atividades que vê sendo cada vez mais valorizadas.
Atualmente o excesso de informações faz
com que os clientes se utilizem de critérios mais abrangentes e subjetivos para atender ao receituário. Isso sem falar da restrição sobre a propaganda e promoção de medicamentos e a atuação do farmacêutico na abordagem prática e técnica.
O grande desafio para o varejo é manter um
relacionamento cada vez mais próximo com o cliente, mas, para tanto, precisa do suporte da indústria de forma que sua farmácia e serviços sejam percebidos como “algo único”. Essa dinâmica requer que os profissionais de marketing da indústria e o pessoal do varejo troquem experiências e conhecimento sobre substâncias/indicações/ contraindicações, interações medicamentosas e efeitos adversos dos vários medicamentos expostos à comercialização.
Nesse cenário, o desafio do varejo é iden-
tificar quais são as parcerias que realmente fazem a diferença na conquista do cliente e, consequentemente, tragam melhores resultados operacionais e mais rentabilidade. Quanto mais preparado estiver o varejo, mais fácil será para se diferenciar as ações de marketing da indústria, oferecendo suporte ao balconista, agregando valor à relação e gerando melhores frutos em termos de competitividade.
O desafio da indústria é entender como o
varejo opera, capacitar farmacêuticos e atendentes para fortalecer e horizontalizar a promoção médica e otimizar o esforço despendido pela equipe promocional, cujo resultado operacional será o aviamento do receituário, equilibrando a estratégia de relacionamento entre indústria/classe médica e varejo.
Foto: Istock
ra o varejo. Diferenciais como informações sobre
Opinião
Revista da Farmácia · Outubro - Dezembro 2018
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Delegar ou “Delargar”? Marcos Assumpção Consultor em Planejamento, Gestão por Processos e Gerenciamento de Projetos Quer saber mais? marcosconsultor@globo.com
É mais comum do que se pensa encontrar empresas abandonadas, cujos proprietários aparecem de vez em quando
Tenho visitado dezenas de empresas lo-
calizadas em uma região impactada por uma obra viária para oferecer consultoria. São vias interditadas, mudanças de direção, dificuldades do acesso para clientes e transtornos para carga e descarga. Tudo isso gera impacto negativo no movimento com a queda média de 30 a 40% do faturamento das empresas, segundo os empresários da região afetada.
Durante as visitas, foi comum não encontrar
os proprietários, não por terem dado uma “saidinha”, mas, segundo informaram os empregados, em alguns casos até com uma certa ironia, os respectivos empresários não ficam nas empresas. Quando muito, costumam apenas dar uma rápida passada, sem dia e hora previstos. Em algumas empresas, observei o cúmulo de os empregados desconhecerem, inclusive, o nome do proprietário, ou seja, o empresário de uma pequena empresa não mantém nenhum contato com seus colaboradores. Por onde andará o fundamento da liderança empresarial?
"Nas empresas, faltam processos mapeados e desenhados, procedimentos organizados e indicadores de desempenho que possibilitem análise para a tomada de decisão."
Revista da Farmácia · Outubro - Dezembro 2018
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Em algumas empresas, ao entrevistar
to e o impacto das obras, todos relatam dificul-
empresários e, em alguns casos, excepcional-
dades com queda acentuada nas vendas, sem
mente, gerentes e empregados, percebemos
que sejam realizadas análises e ações para su-
total ausência dos fundamentos de gestão. As
perar as dificuldades durante o período em
empresas não têm processos mapeados e de-
questão.
senhados, não têm procedimentos organiza-
dos, possuem registros financeiros precários,
sários simplesmente largam as empresas, pra-
não possuem indicadores de desempenho
ticando não a delegação, mas simplesmente
que possibilitem análise para a tomada de de-
“delargando” as empresas sem estruturas de
cisão, não promovem capacitação para a equi-
gestão que possam efetivamente garantir uma
pe nem para os próprios empresários, entre
correta e profícua delegação. Vale ressaltar
outras fragilidades observadas.
que esse tipo de ausência do empresário ocor-
re não somente em regiões como essa afetada
Curiosamente, na região em questão,
Situação curiosa essa em que os empre-
existem alguns estabelecimentos de comér-
por obras, mas em outras situações também.
cio farmacêutico. E em nenhum deles foi pos-
sível encontrar o empresário, nem sequer ter
veis que impactam o desempenho dos negó-
uma posição de quando seria possível encon-
cios, como obras e insegurança, em especial
trá-lo, tamanha a incerteza da sua permanên-
no Rio de Janeiro, parece que o comportamen-
cia e efetiva atuação na empresa. Porém, ao
to de muitos empresários ainda é o de distan-
questionar os empregados sobre o movimen-
ciamento das próprias empresas.
Assim, apesar da crise e de outras variá-
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Opinião
Revista da Farmácia · Outubro - Dezembro 2018
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A gourmetização do varejo farmacêutico Fernando Gaspar Consultor especializado na construção de indicadores gerenciais para varejo e serviços, instrutor de liderança e palestrante Quer saber mais? fgaspar00@gmail.com
Olhando para os layouts e modelos de mobiliário, não há dúvida de que as lojas estão ficando diferentes. Mas será que isso é bom para o seu cliente “raiz”?
Nossa conversa de hoje começa com
na velocidade esperada, seja porque havia ou-
um inusitado caso real: uma famosa boate
tra concorrente no mesmo posicionamento de
noturna de São Paulo, mais “inferninho” do
serviço e preço, seja porque a economia sofreu
que boate, atravessa dificuldades financeiras
a desastrosa capotagem do segundo mandato
e seu proprietário lembra, saudoso, dos tem-
daquela ex-presidente(a) que agora concorre
pos de glória do estabelecimento.
ao Senado em Minas Gerais.
O ocaso desse rentável negócio come-
O movimento de repulsa ao novo posi-
çou de uma forma curiosa. O dono, cheio das
cionamento do “inferninho” foi tão intenso que
melhores intenções e desejando oferecer o
gerou uma campanha digital com algo do tipo
melhor aos clientes, decidiu fazer uma refor-
“#queremosnossaboatedevolta”.
ma, “dar um up” como diriam os descolados, na
boate. O visual ficou mais sofisticado, o cardá-
que uma mudança de posicionamento de mar-
pio melhorou, passou a convidar artistas com
ca ou de serviço pode gerar. Ao mudar de uma
cachês mais salgados; enfim, buscou atrair um
faixa de posicionamento no binômio produto-
público mais endinheirado sem perder os seus
-serviço/preço, um negócio pode ficar no pior
já tradicionais clientes.
dos mundos: perder a atratividade dos antigos
clientes e não ser suficientemente atrativo para
Deu errado. Os clientes tradicionais acha-
O prosaico relato acima descreve os riscos
ram que a boate perdeu o encanto que era
os novos consumidores.
proveniente justamente daquele ar meio deto-
nado, daquele jeitão de casa velha, mas acon-
ser especialmente vulneráveis a esse tipo de
chegante e, ao mesmo tempo, ficou mais cara.
mudança de posicionamento: os clientes tra-
Já os novos clientes, endinheirados, não vieram
dicionais desse tipo de estabelecimento, os
Os famosos botecos “pés-sujos” parecem
Fotos: Divulgação
Revista da Farmácia · Outubro - Dezembro 2018
Opinião
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chamados clientes “raiz”, gostam mesmo é da-
Olhando para os layouts de loja e para os
quele jeito pouco sofisticado, porém versátil, e
modelos de mobiliário oferecidos no mercado,
torcem o nariz para rapapés e outras frescuras,
não há dúvida que há uma “gourmetização” em
tão ao agrado dos clientes “nutella”.
curso. Lojas cada vez mais parecendo com am-
Essa fascinante constatação de que
bientes de bem-estar, cores suaves, enfim, um
nem sempre uma mudança para melhor
senso estético que remete à saúde e à limpeza.
no posicionamento de produto-serviço/
E não poderia ser diferente disso.
preço corresponde a uma maior atrativi-
Mas será que se você fizer uma super
dade para os clientes poderia ser aplicada
reforma na sua loja, com uma modernização
ao varejo farmacêutico? Seria possível que
“gourmetizadora” do ambiente, isso necessa-
nesse mercado possa haver clientes “raiz” e
riamente gerará atratividade ao seu cliente?
clientes “nutella”? (se você não conhece a
Ou poderá apenas gerar estranhamento e uma
diferença entre esses dois tipos de cliente
sensação de que algo que era familiar e casei-
procure no Google ou pergunte a um consu-
ro foi perdido? Não há resposta certa, mas fica
midor jovem, por favor).
aqui a provocação.
Revista da Farmácia · Outubro - Dezembro 2018
Pessoas
Foto: Istock
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Vai contratar? Conheça as vantagens e desvantagens de cinco modelos de contratação depois da Reforma Trabalhista Você já se perguntou quais as vantagens
formato de contratação, é necessário entender
e desvantagens em cada tipo de contrata-
a carga tributária que incide sobre cada moda-
ção? Existem várias modalidades que podem
lidade. “O empreendedor não deve pensar ape-
ser adotadas. Todas elas têm pontos positivos
nas em contratar alguém para solucionar ime-
e negativos. Conhecê-los é crucial para redu-
diatamente um problema, mas considerar, a
zir custos, manter a qualidade dos produtos e
médio e longo prazo, o que o colaborador po-
serviços e garantir o bom funcionamento da
derá trazer de resultados para a empresa e pa-
empresa.
ra a equipe. Selecionar a melhor opção entre os
modelos de contratação é uma tarefa que exi-
Vale a pena destacar que a Reforma Tra-
balhista abriu espaço para novos modelos de
ge análise e cuidado”, analisa.
contratação, como contrato intermitente, home
office e profissional autônomo exclusivo. Des-
Tadeu Ferreira, a pedido da Revista da Farmá-
ses, o que poderia se encaixar nas necessida-
cia, traçou as vantagens e as desvantagens de
des de uma farmácia é o autônomo exclusi-
cada modelo de contratação. Segundo ele, o
vo, mesmo assim, em alguns casos. No geral,
autônomo exclusivo, uma novidade trazida pe-
o varejo ainda utiliza os modelos mais tradicio-
la Reforma Trabalhista, deve ser visto com cau-
nais, como estágio, trainee, contratação efetiva
tela, porque, apesar de ter um custo fixo menor
e prestação de serviço.
e encargos sociais mais baixos, a pessoalidade,
a subordinação direta e a exclusividade podem
Segundo a coordenadora de RH da Luan-
dre, Carolina Silva, antes de escolher o melhor
O diretor Jurídico da ABRH-Brasil, Wolnei
trazer riscos trabalhistas para a empresa.
Revista da Farmácia · Outubro - Dezembro 2018
Pessoas
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1. ESTAGIÁRIO Vantagens • Mão de obra teoricamente mais qualificada. • Baixo custo por não ser celetista (CLT). • Adequação às atividades da empresa. Desvantagens • Carga horária máxima de seis horas diárias. • Período máximo de dois anos de estágio. • Risco trabalhista alto devido à incompreensão dos auditores fiscais e da Justiça quanto à importância desse tipo de formação técnica.
2. TRAINEE Vantagens • Não possui limitação de carga horária. • Profissional já vem tecnicamente formado. • Ingressa com carreira já definida. • Mão de obra com qualificação apropriada para os cargos. • Jovem e talentoso. • Normalmente vai ser preparado para a liderança na empresa. Desvantagens • Querem carreira rápida e, se não conseguem, vão embora, gerando rotatividade. • Baixo comprometimento com a empresa, pois valorizam o crescimento. • Retenção mais delicada.
3. EFETIVO (Celetista)
Foto: Istock
Vantagens • Exigências legais mais rígidas, com subordinação e disciplina. • Possui carga horária definida e presença garantida. • Melhor controle da gestão e retenção em longo prazo. Desvantagens • Alto custo com encargos. • Normas sindicais inflexíveis e aplicáveis indistintamente conforme o nível do cargo. • Insegurança jurídica perante auditores fiscais e Justiça do Trabalho.
50
Pessoas
Revista da Farmácia · Outubro - Dezembro 2018
4. PRESTADOR DE SERVIÇO (via Pessoa Jurídica) Vantagens • Mais destinado aos cargos de baixa qualificação ou previstos legalmente (asseio e conservação, portaria e vigilância, transporte etc.). • Custos menores em comparação aos efetivos. • Menos custo de administração e com aspectos sindicais. • Insegurança jurídica reduzida com a Lei da Terceirização (Lei nº 13.429/2017). Desvantagens • Gestão direta não recomendada, para não descaracterizar a terceirização. • Riscos maiores com o fornecedor, em caso de maus empregadores. • Justiça do Trabalho costuma solidarizar em caso de débitos. • Falta de maior comprometimento com o negócio da empresa.
5. AUTÔNOMO EXCLUSIVO (via Pessoa Física)
Foto: Istock
Vantagens • Custo fixo menor, pois só é utilizado em situações necessárias. • Encargos sociais menores. • Maior segurança após Reforma Trabalhista e Lei da Terceirização. • Melhor destinação quando contratados em cargos e funções de alta qualificação (profissionais de nível superior). • Independência do profissional em relação à remuneração. Desvantagens • Pessoalidade normalmente enseja maiores riscos trabalhistas. • Subordinação direta é arriscada. • Exclusividade pode ensejar riscos. • Não comprometimento com o negócio da empresa, mas sim com a própria subsistência.
Revista da Farmácia · Outubro - Dezembro 2018
Opinião
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Efeitos do endomarketing Lucia Gadelha Consultora especialista em Gestão de Recursos Humanos e Capacitação de Líderes Quer saber mais? luciagadelha@terra.com.br
Ações direcionadas aos colaboradores influenciam diretamente na visão que os clientes externos têm sobre a empresa Os empreendedores de sucesso devem estar atentos para inserir no planejamento
sa percepção seja negativa, irá causar impacto ruim nos resultados das empresas.
da drogaria estratégias de comunicação re-
Mesmo empresas consideradas inova-
ferentes à identidade da marca e aos valores
doras e de marca conceituada no segmento
da empresa, para que os funcionários inter-
em que atuam podem ter a imagem arranha-
nalizem esses conceitos e multipliquem pa-
da por um colaborador insatisfeito, desmoti-
ra seus consumidores.
vado e que não tenha sido capacitado em ní-
Endomarketing é um conceito que tem origem na administração, tendo como obje-
vel técnico e comportamental para exercer sua função.
tivo elaborar e implantar ações direcionadas
A importância do endomarketing se tor-
especificamente aos colaboradores, para que
nou referência em uma das frases mais co-
tenham uma visão positiva da empresa em
nhecidas do empresário Walt Disney, que foi
que trabalham e disseminem essa visão para
visionário pelo entendimento do valor do ca-
novos clientes internos e externos.
pital humano e se tornou um case de suces-
Essas ações de endomarketing – tam-
so por estimular a reflexão sobre a frase: “Vo-
bém chamadas de marketing interno – são
cê pode criar e construir o lugar mais mara-
estratégias para gerar maior participação dos
vilhoso do mundo, mas você ainda precisará
funcionários em mudanças mensuráveis, es-
de pessoas para transformar esse sonho em
timulando a comunicação interna e as contri-
realidade”.
buições individuais e em equipe. A percepção
A comunicação interna, que envolve os
interna dos colaboradores influencia direta-
processos de informação, é parte estratégi-
mente a visão dos clientes externos. Caso es-
ca do endomarketing, pois uma comunicação
Revista da Farmácia · Outubro - Dezembro 2018
Opinião
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transparente é essencial para o sentimento de pertencimento do colaborador. O objetivo dessa comunicação é informar os colaboradores sobre as ações da empresa, como lançamento de produtos, participação em eventos, datas comemorativas, processos de parcerias, mudanças internas, além de transmitir as diretrizes estratégicas, como missão, visão e valores.
Um processo fundamental para a implan-
tação das ações de endomarketing é a pesquisa organizacional. Essa pesquisa interna tem como finalidade conhecer os colaboradores e suas percepções referentes à empresa em que trabalham. Com essas informações tabuladas, a etapa seguinte é planejar estratégias de melhorias nos processos e gerar bem-estar entre os colaboradores que compõem a equipe, em todos os níveis hierárquicos. Essas ações devem estar vinculadas às necessidades identificadas na pesquisa.
Ações de capacitação técnica e com-
portamental também contribuem nos processos de desenvolvimento do colaborador e seus desafios como indivíduo e profissional. Esses treinamentos melhoram o grau de satisfação, pois irá sentir que a empresa acredita e investe nele.
É um grande diferencial investir pa-
ra manter o endomarketing atualizado e ativo dentro da empresa. De forma contínua, é necessário programar reuniões que mostrem os resultados da empresa, palestras e vídeos motivacionais, premiações, plano de carreira, avaliação de desempenho, programas de benefícios, pesquisas internas de satisfação.
Gradativamente essas ações podem
motivados que contribuam na renovação da empresa.
Foto: Istock
ser implantadas, para reter profissionais
54
Saúde
Revista da Farmácia · Outubro - Dezembro 2018
Diabetes vai crescer 48% em todo o mundo até 2045 Novas drogas e atuação conjunta dos profissionais de saúde, inclusive farmacêuticos, podem ajudar a vencer essa batalha por VIVIANE MASSI
O mundo celebra o Dia Mundial do Dia-
com diabetes. Um estudo recente realizado pe-
betes em 14 de novembro. Infelizmente, há
la Abril Inteligência, com apoio da AstraZeneca
poucas razões para comemorar, pois a doen-
e do Curso Endodebate, mostrou que, no geral,
ça que atinge mais de 12 milhões de brasilei-
a população associa o diabetes a problemas de
ros continua crescendo a nível mundial. Até
visão e amputação, sendo que as doenças car-
2045, segundo a Sociedade Brasileira de Dia-
diovasculares são condições muito mais graves
betes (SBD), haverá 629 milhões de pessoas
que podem levar à morte.
no planeta com o diagnóstico da doença, um
Apenas 47% acreditam que a doença pos-
crescimento de 48%. A maioria, quase 90%
sa estar relacionada com problemas cardíacos,
dos casos, é de diabetes tipo 2. Ganho de pe-
o que demonstra uma falta de conhecimento
so e envelhecimento da população estão en-
do paciente sobre a sua condição, ainda que
tre os fatores que desencadeiam a doença,
as doenças cardiovasculares sejam a principal
mas há estudos que já associam o diabetes
causa de morte em todo o mundo, segundo a
tipo 2 à poluição nas grandes cidades – 14%
Organização Mundial de Saúde (OMS).
dos casos, segundo a entidade. O Brasil ocupa a quarta posição no ranking dos países com o maior número de indivíduos
NOVIDADES NO TRATAMENTO A preocupação com o impacto que a
Revista da Farmácia · Outubro - Dezembro 2018
Saúde
55
te inovação no tratamento oral do diabetes tipo 2. De novidade, há também as insulinas análogas, já incorporadas pelo SUS, que reduzem as chances de hipoglicemia.
Os aparelhos mais novos de monitoriza-
ção trazem a possibilidade de um diabético avaliar a glicose sem furar o dedo. “É um divisor de águas. O equipamento fornece inclusive as tendências da glicose: se vai subir, descer ou permanecer estável. O problema é o preço: cerca de R$ 250 reais e dura apenas 14 dias, dificultando o acesso pela maioria da população”, comenta Valente. COMO REVERTER ESSE CENÁRIO Foto: Istock
Os especialistas concordam que a con-
dição para o sucesso no controle no diabetes está no empoderamento do paciente sobre a sua doença e em políticas públicas voltadas para a educação alimentar e o estímulo à atividade física.
“Os diabéticos precisam de todos os pro-
doença cardiovascular tem no idoso com dia-
fissionais de saúde para vencer a batalha: en-
betes foi a motivação para a criação da campa-
docrinologistas, clínicos, educadores físicos,
nha “Para Sobreviver”, de oito instituições, entre
nutricionistas, educadores em saúde e farma-
elas, a SBD. Uma das mensagens da campa-
cêuticos”, afirma Valente.
nha é que já existem tratamentos capazes de
controlar não apenas os índices de açúcar no
também é fundamental, tanto a medição da
sangue, mas também as complicações que a
glicemia quanto a aferição da pressão arterial,
doença causa ao sistema cardiovascular.
pois 80% dos diabéticos tipo 2 têm pressão al-
Segundo Fernando Valente, coordenador
ta. “Quando o paciente toma conhecimento de
de Comunicação da SDB, o foco das pesqui-
sua condição, aumentam as chances do auto-
sas, nos dias atuais, está em aprimorar as dro-
cuidado”, pontua.
gas que controlam o diabetes de forma que
façam o controle do açúcar sem causar hipo-
Endocrinologia e Metabologia Regional São
glicemia, sem provocar ganho de peso e com
Paulo (SBEM-SP), Marcio Krakauer, entre as
mais segurança em relação aos riscos cardio-
medidas a serem adotadas para reduzir o avan-
vasculares. Entre eles, destacam-se os inibido-
ço do diabetes estão a instituição de progra-
res de SGLT2, que representam a mais recen-
mas viáveis de educação em massa sobre dia-
Para ele, facilitar a realização de exames
Para o diretor da Sociedade Brasileira de
56
Finanças Saúde
betes e programas de controle da obesidade. Além disso, promover mais acesso aos trata-
Revista da Farmácia · Julho--Dezembro Setembro 2018 Revista da Farmácia · Outubro
Número de pessoas com
mentos existentes e incorporar ao Sistema Único de Saúde (SUS) medicamentos que já são utilizados de forma privada. “Estabelecer processos para a detecção precoce do diabetes também é fundamental, pois o pré-diabetes é uma condição que aumenta muito o risco de se ter a doença”, sugere. Cerca de 15% a 25% de pessoas com pré-diabetes já têm complicações oculares, segundo a SBD.
O papel de farmácias e drogarias é trei-
nar farmacêuticos para que possam passar informações corretas aos pacientes, sendo vetores da educação em saúde. “Além dos testes de glicemia, os farmacêuticos deveriam orientar os pacientes a evitar a automedicação ou a troca de medicamentos. Outra iniciativa interessante seria promover palestras comunitárias e ações educativas, enfim ter um papel fundamental no círculo de ações necessárias”, diz o diretor SBEM-SP.
A professora Raquel Vilhena, mestre e dou-
tora pelo Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas da Universidade Federal do Paraná, que pesquisa atualmente produtos naturais com potencial antidiabético, diz que as ações de prevenção e promoção da saúde na atenção básica são a chave para reverter esse cenário. “A orientação da população sobre a importância dos hábitos saudáveis, como uma alimentação balanceada, e a prática de atividades físicas contribuem para redução do sobrepeso e da obesidade, fatores fortemente associados ao desenvolvimento do diabetes. Além disso, a ampliação do acesso da população às terapias farmacológicas é uma importante medida na prevenção de agravos da doença”, avalia.
Fonte: Atlas IDF 2017
Revista da Farmácia · Outubro - Dezembro 2018
Saúde
diabetes no mundo e por região em 2017 e em 2045 [20 - 79 anos]
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Revista da Farmácia · Outubro - Dezembro 2018
Opinião
Foto: Humberto Teski
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CDB, poupança e fundos de investimento Jorge Wilson Alves Consultor m Finanças Empresariais
Quer saber mais? jwluizalves@gmail.com
Quer investir? Então, entenda as diferenças de rentabilidade e os riscos para cada modalidade existente no Brasil No sistema financeiro, os bancos exer-
cidem alíquotas decrescentes de Imposto
cem o papel de meio de campo. Recebem
sobre a Renda (IR) quanto maior for o prazo
depósitos daqueles que têm reservas finan-
da aplicação.
ceiras ou sobras de caixa e emprestam para
Ao contrário, a poupança tem uma única
aqueles que necessitam gastar mais do que o
regra de prazo e juros estabelecida pelo gover-
dinheiro que possuem, incluindo pessoas físi-
no para todos os bancos. O prazo é de um mês,
cas, empresas, governos etc.
renovável indefinidamente, e os juros são equi-
Os bancos recebem dois tipos de depó-
valentes a 75% da taxa SELIC, limitado a 0,5%
sito: à vista e a prazo. O depósito à vista/con-
am + Taxa Referencial (TR). Se o poupador sacar
ta corrente é considerado ativo monetário/
antes de completar um mês, perde os juros da-
dinheiro porque pode ser sacado/gasto a qual-
quele período.
quer momento. O depósito a prazo é conside-
Os rendimentos da poupança são isentos
rado ativo financeiro porque tem uma data de
de IR até o valor de juros mensal de R$ 250,00.
vencimento. É um recebível contra o banco,
O saldo da poupança não é mais garantido pe-
não podendo, a rigor, ser sacado a qualquer
lo governo, como foi no passado, contra uma
momento. Em troca dessa indisponibilidade,
eventual quebra do banco, mas pelo Fundo
rende juros pagos pelo banco ao depositante.
Garantidor de Crédito (FGC). Esse fundo indeni-
Os depósitos a prazo mais comuns são conhe-
za os depositantes em poupança e CDB, inclu-
cidos pelos nomes de Certificado de Depósito
sive os depósitos à vista e as letras de crédito,
Bancário (CDB) e poupança.
até o limite total de R$ 250 mil por CPF em ca-
O CDB é mais flexível, pois prazo e rendi-
da banco.
mento são livremente negociados entre ban-
Outro produto muito usado, mas pouco
co e depositante. Sobre os rendimentos in-
conhecido, é o Fundo de Investimento (FI), que,
Revista da Farmácia · Outubro - Dezembro 2018
Opinião
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tecnicamente, não é depósito, mas um condo-
tração, esse fundo hipotético remuneraria o co-
mínio de investidores administrado pelo banco.
tista com 5,5% ao ano; se o banco cobrar 2% de
A instituição bancária reúne dinheiro dos cotis-
taxa de administração, o fundo renderia apenas
tas/condôminos e compra ativos financeiros
4,5% ao ano. Além disso, há incidência do IR pe-
em nome deles e de acordo com a política de
la mesma tabela aplicável aos CDBs. Outros ti-
investimentos estabelecida no regulamento do
pos de FI contemplam imóveis, ações e até de-
fundo.
rivativos em suas carteiras.
Como o mercado brasileiro tem pouca
Cada tipo de ativo oferece um risco dife-
variedade e pequeno volume de títulos priva-
rente ao investidor. Em alguns casos, existe o
dos, a maioria dos fundos de investimento tem,
risco de patrimônio líquido negativo para o fun-
quase que exclusivamente, títulos públicos em
do. Nesse caso, os cotistas teriam que repor as
sua carteira de investimentos. Por isso, normal-
perdas do fundo, ou seja, além de perder o di-
mente, o que diferencia a rentabilidade de um
nheiro investido, pagar a conta do prejuízo. Por-
fundo para outro é a taxa de administração co-
tanto, atenção à política de investimentos! Os
brada pelo banco. Por exemplo, se os títulos
bancos/administradores são obrigados a aler-
públicos, em média, renderem 6,5% ao ano e
tar os investidores para esse risco por meio do
o banco cobrar 1% ao ano de taxa de adminis-
prospecto do fundo.
QUADRO RESUMO ATIVO CDB Poupança
Foto: Istock
Fundos de investimento
RENDIMENTO Taxa negociada 75% da SELIC limitado a 0,5% am + TR Rendimento da carteira de ativos menos as despesas do fundo, incluindo a taxa de administração
RISCO DE QUEBRA Garantido pelo FGC até o limite de R$ 250 mil por CPF Risco da carteira, podendo ser necessário cobrir patrimônio líquido negativo do fundo
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Revista da Farmácia · Outubro - Dezembro 2018
Ambientação
Foto: iStock
Hora de climatizar a loja
Com o verão batendo à porta do carioca, farmácias quentes e abafadas correm grande risco de perder vendas
Com verões cada vez mais quentes, o
Consultores, da Associação Brasileira de Refri-
varejista deve estar o tempo todo atento à
geração, Ar-condicionado, Ventilação e Aque-
climatização da drogaria. Lojas quentes e
cimento (ABRAVA), o engenheiro Mário Sérgio
abafadas afastam o consumidor; lojas clima-
de Almeida.
tizadas, ao contrário, são convidativas, levan-
do o cliente a permanecer por mais alguns
vem atender às recomendações da ABNT NBR
minutos. Durante esse tempo, as chances de
16401, principalmente no que se refere à qua-
ele comprar mais algum item são grandes, o
lidade do ar interior. A norma traz recomenda-
que, no fim das contas, vai elevar o tíquete
ções sobre parâmetros de temperatura, umi-
médio do ponto de venda.
dade relativa do ar, renovação de ar interior,
velocidade do ar, filtragem do ar ambiente,
“A climatização gera conforto para usuá-
Segundo o especialista, as farmácias de-
rios e funcionários dos ambientes de varejo,
além de outros importantes itens.
além de melhor preservar as mercadorias do
ambiente da farmácia”, diz o presidente do De-
te, é necessário que o projeto seja desenvolvi-
partamento Nacional de Empresas Projetistas e
do por um especialista, que levará em conta as
Para que a climatização seja 100% eficien-
Revista da Farmácia · Outubro - Dezembro 2018
Ambientação
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normas vigentes da ABNT. “O projeto de ar condicionado deve ser elaborado por um profissional de engenharia mecânica, que garantirá que as normas vigentes serão atendidas, assim como a seleção correta de equipamentos de climatização eficientes em termos energéticos”, acrescenta Almeida. No que diz respeito ao aspecto da economia de energia, a seleção dos equipamentos deve atender às recomendações do INMETRO quando da aplicação de aparelhos split. Nos ambientes de maior carga térmica, a recomendação de parâmetros está descrita no programa Pro-
"Equipamentos modernos filtram partículas de poeira, eliminam fungos e bactérias do ar e consomem 40% menos de energia."
cel Edifica ou em normas internacionais, como a ASHRAE 90.1, que estabelece requisitos mínimos para eficiência energética em edificações. com velocidade variável sem que o compresMODELOS MAIS MODERNOS
sor desligue, fazendo com que o consumo e a
Hoje em dia, o mercado oferece diversas
temperatura fiquem ajustados. O consumo de
opções de aparelho de refrigeração, com as
energia com essa tecnologia chega a ser 40%
mais variadas funções. São equipamentos com
menor.
filtros que retém partículas de poeira, funções
Além de contar com a tecnologia, é im-
de qualidade do ar que eliminam fungos e bac-
portante também manter o filtro do ar sempre
térias, sem contar aparelhos com a tecnologia
limpo. A sujeira acumulada no filtro acaba im-
inverter.
pedindo a passagem pura do ar e fazendo com
Uma das principais diferenças da tecno-
que o aparelho tenha que trabalhar mais. Além
logia inverter é que, enquanto os condicio-
disso, portas e janelas devem se manter fecha-
nadores de ar comuns trabalham com picos
das. Por fim, a dica é evitar ao máximo a entra-
de energia, ligando e desligando o compres-
da de calor no ambiente. Para isso, ajudam as
sor quando necessário, ela permite operação
portas mecânicas ou automáticas.
Para quem não sabe O Procel Edifica tem por objetivo desenvolver atividades com vistas à divulgação e ao estímulo à aplicação dos conceitos de eficiência energética em edificações, apoiar a viabilização da Lei de Eficiência Energética (10.295/2001), por meio do Programa Brasileiro de Etiquetagem de Edificações (PBE Edifica), e contribuir com a expansão, de forma energeticamente eficiente, do setor de edificações do País, reduzindo os custos operacionais na construção e utilização dos imóveis.
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Evento
Revista da Farmácia · Outubro - Dezembro 2018
Novas tecnologias para o varejo são destaque no Future Trends
Foto: Viviane Massi
Aum do negócio
Congresso da Abrafarma traz conteúdo diverso e relevante para empresários do canal farma
A Abrafarma realizou a 5ª edição do Future
da Abrafarma, em referência ao fato de que es-
Trends, atualmente o maior evento do setor far-
sa conectividade está mudando a forma como
macêutico da América Latina, com mais de 3.700
a farmácia se relaciona com os clientes.
participantes, dos quais 1.000 eram executivos
A segunda revolução é a internet das coi-
das 24 grandes redes que compõem a Abrafar-
sas. Grandes investimentos tecnológicos têm
ma. Ao todo, foram 60 horas de conteúdo e 52
sido feitos na área da saúde. Um exemplo é o
palestras, com quase todas abordando o impac-
Apple Watch, um relógio que, entre outras fun-
to da tecnologia na relação com o cliente.
cionalidades ligadas à saúde, é capaz de medir
Estão sendo previstas três grandes revolu-
a glicose do paciente sem furar a ponta do de-
ções no varejo farmacêutico global. A primeira
do. Outra novidade é a pulseira que prevê, com
delas é a revolução da conectividade. São 240
minutos de antecedência, um ataque epiléptico.
milhões de celulares no Brasil, sendo 138 mi-
Por último, a revolução do cliente empode-
lhões smartphones. “O Brasil é o segundo país
rado, que pesquisa, lê, conversa em redes so-
mais conectado no mundo, perdendo apenas pa-
ciais antes de tomar uma decisão. “Já são mais
ra a Argentina”, disse Sergio Mena Barreto, CEO
de 165 mil aplicativos de saúde, milhares de dis-
Revista da Farmácia · Outubro - Dezembro 2018
Evento
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Congresso reuniu mais de 3,7 mil participantes
positivos eletrônicos e milhões de páginas de
Cullen, CEO da Mscripts, líder em prover soluções
conteúdo na internet”, destacou o executivo da
mobile para farmácias nos Estados Unidos.
Abrafarma.
Mena Barreto apontou ainda outros exem-
drones para entrega de produtos, pagamentos
plos das tendências que se aproximam. Nos Es-
móveis, mensagens inteligentes e individualiza-
tados Unidos, a telemedicina já é uma realida-
das e e-commerce são alguns dos assuntos ci-
de. Por aqui, a Rede Vale Verde é uma farmácia
tados nas palestras do evento.
Telefarmácia, multicanais de venda, uso de
sem balcão e a Panvel inaugurou uma loja virtual numa estação de trem em Curitiba.
NOVOS GRUPOS DE CONSUMO
Os serviços farmacêuticos continuam em
Uma das palestras de maior repercussão foi a
alta e se apresentando com uma tendência
de Pal Himanshu, um dos principais consultores glo-
nos próximos anos. A tecnologia vai possibilitar
bais da Kantar Consulting. Segundo ele, a primeira
serviços em qualquer lugar e a qualquer hora. “A
e grande mudança é a fragmentação do mercado.
tecnologia gera oportunidade para desenvolver
Caminha-se para um aprofundamento dos nichos,
uma nova relação com o cliente”, disse Mark
com uma nova onda de compradores: idosos, imi-
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Revista da Farmácia · Outubro - Dezembro 2018
Evento
grantes, millennials, pessoas solteiras que moram
mais ampla, pois há outros players que vendem
sozinhas, entre outros grupos. O desafio da farmá-
produtos semelhantes, como supermercados,
cia será se relacionar com cada um deles, atenden-
perfumarias e (como não falar dela?) a Amazon,
do a suas demandas em particular.
maior varejista online do mundo, que já entrou
no segmento farmacêutico.
“A percepção de valor varia em cada grupo.
Para uns, é preço; para outros, experiência. Muitos dos novos consumidores querem soluções e
COMÉRCIO SEM BARREIRAS
não produtos. Querem personalização no aten-
dimento. Diante disso, falar com a massa não vai
das mudanças que se anunciam. Comércio por
adiantar. É preciso criar campanhas de marketing
voz e por máquinas de venda automática já é
singulares e exclusivas”, destacou Pal Himanshu.
uma realidade. Estudos indicam que, até 2021,
A dinâmica do canal farma também vem
50% de todas as buscas serão por meio da voz.
mudando. Cada vez mais, a saúde e o bem-es-
Estão aí para comprovar a Alexa, da Amazon, e
tar ganham mais relevância no ponto de ven-
a Cortana, da Microsoft. No Japão, é muito co-
da. Por conta disso, a concorrência passa a ser
mum encontrar máquinas vendendo produtos
O fim das fronteiras é outra característica
Foto: Viviane Massi
Pal Himanshu, da Kantar Consulting: fragmentação do mercado
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Evento
de perfumaria e beleza. São mais baratas e dispensam mão de obra humana. A pressão por resultados também vai aumentar. A pergunta será como ter mais crescimento e mais rentabilidade em menos tempo nos próximos anos. Muitas redes varejistas estão reformando lojas, investindo em tecnologia e oferecendo novos serviços para aumentar o retorno esperado. TECNOLOGIA PARA NOVOS SERVIÇOS “A inovação tem que facilitar a vida do nosso cliente”, disse o empresário Modesto Araújo, da Rede Araújo, durante debate no Future Trends. É para isso que não param de ser desenvolvidos novos
Revista da Farmácia · Outubro - Dezembro 2018
"Fim das fronteiras é uma característica das mudanças que se anunciam. E comércio por voz e máquinas de venda automática já é uma realidade."
aplicativos. Apesar de, em alguns casos, esbarrarem na questão regulatória, os varejistas estão atentos e dispostos a investir em recursos tecnológicos que aprimoram a experiência de compra do cliente.
As tecnologias de chatbots também se mostraram relevantes. O objetivo é automatizar
Esse foi o mote da última palestra do dia,
a comunicação por meio da inteligência artificial.
com Carlos Zago, CEO da Innovster, que conduziu
Muitos varejistas, no Brasil, já estão utilizando ro-
uma apresentação de oito startups inovadoras em
bôs para se comunicar com os clientes.
saúde e varejo, entre elas, a Aqua, cuja solução consiste em telas interativas (touchscreen) no
ABRAFARMA EM NÚMEROS
ponto de venda com informações sobre os
A associação reúne 24 grandes redes de
produtos. O cliente navega, tira as dúvidas e faz
todo o Brasil. Nos últimos 12 meses, elas fatura-
a escolha dele.
ram R$ 45,47 bilhões, um crescimento de 9,38%.
Outra startup que se destacou foi a Neomode, com o aplicativo Clique e Retire. A platafor-
Foram R$ 2,35 bilhões de unidades comercializadas e 886 milhões de atendimentos.
ma omnichannel conecta as vendas online com
Em número de lojas, as redes da Abrafarma
o estoque físico das lojas e as transforma num
possuem, ao todo, 7.300 lojas, que representam 45%
minicentro de distribuição. Com isso, o cliente
do mercado varejista. Em vendas anuais, são R$ 6
compra pela internet e retira na loja onde quiser.
milhões por ponto de venda, contra os R$ 600 mil
Essa tendência vem se tornando cada vez mais
de uma farmácia independente, em média.
uma realidade para os varejistas, como é o caso
Esses e outros números foram divulgados
da Magazine Luiza, que também participou do
por Sergio Mena Barreto, CEO da Abrafarma, nu-
Future Trends para compartilhar sua experiência
ma coletiva para a imprensa, acompanhada pe-
com a integração dos canais de venda.
la Revista da Farmácia.