Revista da Farmácia - Julho/Agosto 2017

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Ano 26 · Edição 199 · Julho-Agosto 2017

Menos imposto, mais recurso para investir no negócio Como a contabilidade farmacêutica pode ser útil à empresa no pagamento correto de impostos e na economia de recursos

ENTREVISTA

PRÊMIO DESTAQUE

EVENTO

Conversamos com Salomão Kahwage sobre a farmácia brasileira da atualidade

Em julho, participe da primeira etapa de votação e concorra a um Galaxy S8

Veja como foi a participação da Ascoferj na ALCF|2017



editorial

A

Atualmente, discute-se a polêmica questão dos consultórios

Imagino o quanto de investimento para

farmacêuticos, termo que ainda carece de uma normatização por

uma empresa é necessário para viabilizar

parte da Anvisa, segundo entendimentos de alguns juristas, pois

essa unidade de negócio: o custo do pro-

o que a Lei 13.021/14 reconhece é a legitimidade das farmácias e

fissional farmacêutico nessa atribuição, o

drogarias como estabelecimentos do sistema de saúde, algo que

tributo que certamente irá incidir sobre a

já havia acontecido no passado.

atividade, os riscos de acidentes ineren-

Entretanto, o cerne da questão não é se o termo correto é con-

tes ao serviço que deve ser provisiona-

sultório, sala, espaço farmacêutico e sim como esse modelo de

do por seguro de responsabilidade civil, a

negócio está sendo implantado estrategicamente nas empresas.

fim de cobrir eventuais infortúnios, e de-

Imaginava-se que os serviços farmacêuticos previstos na legisla-

mais despesas.

ção fossem ter, inicialmente, uma grande adesão por parte de pe-

O setor, mais uma vez, toma equivo-

quenas e médias empresas, pois elas possuem uma proximidade

cadamente o caminho da desvalorização

muito maior com os clientes, facilitando a fidelização e contribuin-

de seus ofícios. Aproveito para fazer um

do como uma nova fonte de receita.

paralelo com a prestação de serviços uti-

Na realidade, ocorre que as grandes redes partiram na frente

lizados no formato de delivery, praticado

com a implantação dessa nova unidade de negócio, instalando salas

pela grande maioria do varejo. Somos o

de atendimento dentro de suas lojas para serviços como aplicação

único segmento que oferece esse serviço

de medicamentos injetáveis, verificação de pressão arterial, dosa-

gratuitamente e ainda concede desconto

gem de glicemia capilar, pequenos curativos, colocação de brincos

nos produtos entregues em domicílio. As-

e também, em fase de análise, aplicação de vacinas.

seguro que uma grande maioria dos em-

Certamente, esses serviços serão de grande benefício para a

presários desconhece o custo real de cada

população, pois a melhor maneira de se combater as enfermida-

entrega e o impacto financeiro no orça-

des é levar informação ao paciente, permitir a acessibilidade ao tra-

mento do negócio.

tamento, por meio da imensa capilaridade de farmácias no País, e possibilitar o monitoramento das doenças.

Sugiro que o gestor efetue uma análise criteriosa da relação custo-benefício

Simultaneamente, o sistema público de saúde será beneficia-

antes de decidir pela implantação dos

do com a possibilidade de as farmácias serem o primeiro contato

serviços farmacêuticos como estratégia

com o paciente, feito de forma preventiva e por meio da legítima

de mercado, pois, se o empresário faz de

atenção farmacêutica.

graça e não reconhece o valor de seu tra-

Esse cenário seria perfeito não fosse o risco de tudo se perder em

balho, não espere do cliente esse reco-

um curto espaço de tempo pela falta da percepção dos empresários

nhecimento. É preciso discernir, de fato,

em reconhecer essa prestação de serviço como algo de valor e não

se estamos diante de uma oportunidade

como filantropia, algo totalmente gratuito, com ônus para as empresas.

ou de um risco.

HUMBERTO TESKI

Uma boa oportunidade ou um grande risco

Luis Carlos Marins Presidente da Ascoferj

Quer saber mais?

Mande um e-mail para marins@ascoferj.com.br

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carta da editora

Farmácia brasileira, chegou a sua vez HUMBERTO TESKI

N

Neste mês de julho, lançamos a primei-

ra etapa da 13ª Edição do Prêmio Destaque

Viviane Massi

tada nos últimos anos.

Ascoferj. Todos os associados da Ascoferj

E, nesse cenário, não são poucos os profissionais que se des-

estão convidados a entrar no site do even-

tacam em uma atuação diária e persistente para desenhar uma

to e votar. Este ano, a premiação, que será

nova farmácia, mais plena, mais forte e mais cidadã. Esse é o caso

realizada no dia 23 de novembro, vai fa-

do farmacêutico Salomão Kahwage, que acumula mais de 15 anos

zer uma homenagem à farmácia brasileira,

de experiência. Conversamos com ele sobre o novo momento do

às suas características e aos seus profissio-

setor. “A possibilidade de oferta de novos serviços voltados ao cui-

nais. Uma homenagem mais que merecida.

dado de pacientes proporcionou às farmácias brasileiras um novo

Já em agosto, comemoramos o Dia Na-

Jornalista e editora responsável viviane@massicomunicacao.com.br

de financeira do negócio sem perder a função de saúde reconquis-

posicionamento de mercado”, disse ele.

cional da Farmácia, esta anciã, milenar, que

Para celebrar o Dia Nacional da Farmácia, a Ascoferj vai promo-

vive em pleno renascimento. Apesar de

ver um evento na Central do Brasil, no dia 4 de agosto, onde far-

atravessar séculos, a farmácia se mantém

macêuticos farão atendimento a quem passar pelo local. No dia 5,

vigorosa, pujante e forte o bastante para

será a vez do interior se mobilizar. Todos os associados estão sen-

se reinventar. Nesse processo de renova-

do convocados a participar dessa campanha de valorização da far-

ção, talvez o grande desafio seja encontrar

mácia brasileira. Participe você também!.

o equilíbrio entre manter a sustentabilida-

Boa leitura.

FUNDADOR Ruy de Campos Marins

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DESDE MAIO DE 1991

FALE COM A REDAÇÃO revistadafarmacia@ascoferj.com.br

PRESIDÊNCIA

COLABORAÇÃO

Luis Carlos Marins

Ana Paula Silva

JORNALISTA RESPONSÁVEL E EDITORA

REVISÃO

Rua do Carmo, 9, grupo 501

Viviane Massi MTB 7149/MG

Agnes Rissardo

Centro - Rio de Janeiro/RJ

COMISSÃO EDITORIAL

ARTE

CEP 20011-020

Ana Lucia Caldas | Betânia Alhan | Fernando

Quadratta Projetos Gráficos

TELEFAX

Gaspar | Jorge Wilson Alves | Lucia Gadelha |

PERIODICIDADE

(21) 2220-9530 | (21) 2220-9390

Mauro Pacanowski | Marcos Assumpção

Bimestral

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(21) 99827-2867


sumário

10 entrevista O momento atual da farmácia na visão de Salomão Kahwage

24 premiação Prêmio Destaque Ascoferj será em novembro e vai eleger os destaques do ano

28 capa Os riscos para sua farmácia de uma má assessoria contábil

6 8 14 16 18 20 22 26 34 36 42 44 46 48 56

agenda lançamentos panorama assuntos regulatórios institucional mais seguro jurídico pequeno varejo recursos humanos consultora farmacêutica mercado marketing farmacêutico gestão financeira evento carreira

38 comercial Venda em multicanais se firma como uma tendência sem volta no varejo

Visite o site da Ascoferj Nele, você encontra os benefícios e os serviços oferecidos pela entidade, além de informações sobre cursos, palestras e eventos de sua área. Acesse: www.ascoferj.com.br

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agenda

Eventos e cursos do setor Aplicação de Injetáveis Nos dias 12 e 13 de julho, acontecerá mais um curso de Aplicação de Injetáveis na sede da Ascoferj. O investimento é de R$ 250 para associados e R$ 375 para não associados. Mais informações: www.ascoferj.com.br.

Como aumentar as vendas da drogaria O curso “Como aumentar as vendas da drogaria realizando um bom atendimento”, que será ministrado pela especialista em Recursos Humanos, Lucia Gadelha, vai ser realizado no dia 19 de julho, em São Gonçalo, na Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL). O valor do investimento é de R$ 30. Associados da Ascoferj não pagam. Mais informações: www.ascoferj.com.br.

Seu negócio mais lucrativo O farmacêutico e diretor de Cursos do Instituto Bulla, Cadri Awad, vai ministrar o treinamento “Seu negócio mais lucrativo”, nos meses de julho e agosto, em seis regiões diferentes: Rio de Janeiro, Nova Iguaçu, Volta Redonda, Nova Friburgo, Cabo Frio e Campos dos Goytacazes. O encontro apresentará técnicas eficazes para aumentar a rentabilidade da farmácia. Mais informações: www.ascoferj.com.br.

Conbrafarma 2017 O Congresso Brasileiro do Varejo Farmacêutico (Conbrafarma) vai ser realizado nos dias 8 e 9 de agosto, no Centro de Convenções Expo Center Norte, em São Paulo. O encontro é um dos eventos de referência do setor, voltado para profissionais do canal farma. Mais informações: www.conbrafarma.com.br.

ExpoPharma acontece em setembro A ExpoPharma2017 será de 12 a 14 de setembro, no Riocentro. O evento reúne indústrias, distribuidores, prestadores de serviços, proprietários e gestores de farmácias com o objetivo de apresentar as novidades em produtos e serviços. Mais informações: www.expopharma.com.br.

Inscrições em cursos, palestras e eventos da Ascoferj: www.ascoferj.com.br Informações e inscrições de grupos: treinamentos@ascoferj.com.br Pague sua inscrição com PagSeguro.

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Presidente Vice-presidente 1ª Secretária 2º Secretário 1º Tesoureiro 2º Tesoureiro Diretor de Patrimônio Relações Públicas Conselho Administrativo Conselho Administrativo Conselho Administrativo Conselho Administrativo Conselho Administrativo Conselho Fiscal Conselho Fiscal Conselho Fiscal Suplente Conselho Fiscal Suplente Conselho Fiscal Suplente Conselho Fiscal Diretor Núcleo Região Serrana Diretor Núcleo Região dos Lagos Diretor Núcleo Região Norte Diretor Núcleo Região Noroeste Diretor Benemérito Diretor Benemérito


lançamentos

Gôndolas atualizadas Descongestionante nasal A EMS amplia sua linha de descongestionantes nasais e lança o Naridrin Jet, uma extensão da tradicional família Naridrin. O produto possui jato que possibilita a aplicação contínua em 360°, facilitando a administração, principalmente em crianças. Tem ação fluidificante e descongestionante, por meio de um líquido 100% natural (cloreto de sódio) e estéril, já que não entra em contato com o meio ambiente antes de chegar à narina, evitando possível contaminação. SAC: 0800 191914

NeshCálcio A Nesh Laboratório lança o NeshCálcio, medicamento à base de carbonato de cálcio e apresentado na forma de comprimidos simples, em blister transparente, com caixas contendo 60 comprimidos cada. A utilização do mineral é cada vez mais indicada por médicos e nutricionistas, devido à carência na dieta da população e à importância para o funcionamento do organismo e a saúde dos ossos. SAC: (41) 2141 4130

Fonte de cálcio e vitamina D3 A Brasterápica Farmacêutica apresenta o Malacal, suplemento vitamínico mineral desenvolvido para suprir as necessidades diárias de cálcio e vitamina D3 do organismo. O suplemento minimiza os efeitos indesejados no trato gastrointestinal, como vômito, irritação gástrica, obstipação, diarreia e refluxo. Ele não aumenta o risco de formação de cálculo renal e não diminui a absorção de outros minerais. SAC: 0800 177887

Huggies apresenta novidades A Huggies, marca da multinacional americana Kimberly-Clark, apresenta a HuggiesSupremeCare, produto para meninas e meninos com camada de proteção MaxiSec, que deixa a fralda até três vezes mais seca, pois absorve e retém a umidade. As fraldas possuem cintura elástica e os quatro pontos de ajuste, que proporcionam conforto e proteção da barriguinha até as costas do bebê, não deixando que a fralda fique com um aspecto de “caída” após o uso. SAC: 0800 7095599

Hidratante corporal A Nivea apresenta o novo hidratante corporal Nivea Derma Care, produto vendido exclusivamente no Brasil. O lançamento traz cuidado em três dimensões: hidratação profunda e por 48 horas, alívio dos sintomas da pele seca (aspecto esbranquiçado, coceira e ressecamento) desde a primeira aplicação e reparação prolongada da pele. SAC: 0800 77 64832

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entrevista

Salomão Kahwage

HUMBERTO TESKI

Farmacêutico e consultor

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Revista da Farmácia · Julho-Agosto 2017


entrevista

Adaptação e evolução na farmácia brasileira Salomão Kahwage fala sobre como o novo posicionamento da farmácia vem contribuindo para que ela se torne referência na área de atenção básica ao paciente

D

Dia 5 de agosto, celebra-se o Dia Nacional da Farmácia, data que estimula e favorece reflexões sobre o atual

momento da farmácia brasileira. A Revista da Farmácia ouviu Salomão Kahwage, farmacêutico especialista em Atenção Farmacêutica, Vigilância Sanitária e Gestão Empresarial, a respeito de toda a adaptação e evolução pelas quais vem passando o varejo farmacêutico. Com mais de 16 anos de atuação em farmácia comunitária, Kahwage vem testemunhando grandes mudanças no setor. Esteve dez anos à frente da coordenação da Rede Ex-

trafarma e, por cinco anos, na direção executiva da BigBen. Nesta entrevista exclusiva, o atual sócio e diretor da Status Consultoria e Treinamento em Saúde fala sobre serviços, tecnologia e tendências para os próximos anos.

Revista da Farmácia: Como você definiria o perfil atual da far-

RF: Em que aspectos avançamos e em

mácia brasileira?

quais regredimos?

Salomão Kahwage: A farmácia, no Brasil, passa por um período

Kahwage: A principal evolução da farmá-

de adaptação e evolução. A possibilidade de oferta de novos ser-

cia brasileira está na possibilidade de se

viços voltados ao cuidado de pacientes, como imunização, aten-

tornar uma referência para a atenção bá-

dimento domiciliar e rastreamento de doenças, proporcionou às

sica ao paciente. Passamos por um perío-

farmácias brasileiras um novo posicionamento de mercado, su-

do em que o estabelecimento farmacêu-

prindo a demanda de pacientes que precisam ser acompanhados

tico era percebido como um comércio de

em virtude de doenças crônicas. Entretanto, ao mesmo tempo, a

produtos industrializados. O avanço nas

grande oferta de novos produtos e o avanço da tecnologia favo-

legislações favoreceu a oferta de serviços

recem também a experiência de consumo em estabelecimentos

de saúde e abriu um novo caminho para a

que investem em novos layouts, conforto, acessibilidade e inte-

farmácia no Brasil, que passa a oferecer o

ratividade com o cliente. Portanto, o perfil da farmácia depende

medicamento como parte de um proces-

do posicionamento de mercado que adota. Existem farmácias

so de assistência farmacêutica, mais agora,

essencialmente assistencialistas, que têm foco na oferta de ser-

com o acompanhamento farmacoterapêu-

viços farmacêuticos, mas também existem modelos drugstores,

tico do paciente. A burocracia ainda é nosso

focadas em produtos e serviços de conveniência, ou ainda mo-

grande desafio, pois a falta de atualização

delos mistos, que combinam a oferta de produtos e serviços em

de importantes regulamentações prende

um único estabelecimento.

o profissional farmacêutico em atividades

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entrevista administrativas em vez de permitir o aces-

RF: Cada vez mais, a gente vê grandes lojas, com layouts sofisti-

so do cidadão ao profissional.

cados, valorizando a experiência do consumidor dentro da farmácia. Isso é uma tendência sem volta? É isso que o consumidor

RF: Ainda existem conflitos de interesse

busca? Não existirá então mais espaço para a farmácia de bairro?

entre o empresário e o farmacêutico? Ou

Kahwage: Existem clientes que procuram e valorizam o perfil de

essa questão já está superada?

farmácias sofisticadas, mas acredito que existem públicos para

Kahwage: A questão não é conflito de in-

todos os modelos, até para as que oferecem apenas preço como

teresse, mas sim de percepção do empre-

único diferencial. Existem consumidores de farmácias que exi-

sário sobre o farmacêutico ser uma peça

gem nível de serviço, layout, interatividade etc., como percepção

fundamental na fidelização de clientes,

de boa experiência, mas temos pacientes que procuram assistên-

por meio da oferta de serviços e procedi-

cia e cuidado farmacêutico para terem mais qualidade de vida.

mentos de cuidados com a saúde. Quando

Em farmácias de bairro, o farmacêutico acaba sendo referência

o profissional farmacêutico fica atrelado a

para a comunidade, pois ele normalmente é o profissional mais

atividades burocráticas, empresários e pa-

acessível e próximo para auxiliar e orientar sobre problemas de

cientes não conseguem perceber seu va-

saúde corriqueiros. Empresas que oferecem tudo em um só lu-

lor. O equilíbrio entre as atividades admi-

gar proporcionam melhor experiência ao consumidor e tendem

nistrativas previstas pela regulamentação

a continuar se expandindo no mercado.

e a oferta de serviços é a chave do sucesso do farmacêutico e da farmácia.

RF: Como as farmácias estão empregando a tecnologia ultimamente? Cite alguns exemplos interessantes que tenha tido a opor-

RF: Como você analisa as mudanças pelas

tunidade de conhecer.

quais o varejo farmacêutico vem passan-

Kahwage: A tecnologia irá mudar a relação de consumo e a oferta

do atualmente, entre elas, o avanço da as-

de serviços de conveniência em farmácias no Brasil. Atualmente,

sistência farmacêutica, da tecnologia e da

inúmeros aplicativos para smartphones são ofertados pelas empre-

expansão das grandes redes?

sas, permitindo serviços de localização de farmácias, e-commerce,

Kahwage: A evolução da farmácia brasi-

serviços e atendimento ao consumidor, controle da medicação

leira e a consolidação desse novo mode-

com alerta de horário de administração, controle do estoque da

lo voltado aos cuidados do paciente são

“farmacinha” do paciente e acesso aos resultados dos serviços

sustentadas pelo avanço da assistência

farmacêuticos. Entretanto, ainda existem muitos recursos tec-

farmacêutica, principalmente em virtude

nológicos que poderiam ser empregados para desburocratizar os

das novas atribuições do farmacêutico de-

processos na farmácia, permitindo a agilidade no controle de vin-

finidas pelo Conselho Federal de Farmá-

cendos, de temperatura, de venda de produtos controlados etc.,

cia (CFF) e pela publicação da Lei Federal

que possibilitariam ao farmacêutico ter mais tempo para dispo-

13.021, em 2014. As redes de farmácias,

nibilizar acesso aos serviços de saúde, mas, de forma geral, ain-

de todos os modelos, inclusive as fran-

da são pouco utilizados.

quias, associativismos e até as farmácias

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independentes, que já identificaram que

RF: Você acha que a tecnologia poderia ser uma aliada na assis-

podem oferecer serviços e agregar valor

tência farmacêutica remota em locais de difícil acesso? Já se fala

à marca, acabam ganhando vantagem

na Telemedicina. Será que vamos ter a chance de ver surgir a Te-

competitiva perante as empresas que têm

lefarmácia?

como único diferencial o preço.

Kahwage: A internet pode ser uma aliada em inúmeros serviços,

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entrevista facilitando o acesso aos resultados dos procedimentos e contro-

de uma boa negociação com os fornece-

le da farmacoterapia do paciente. O surgimento da Telefarmácia

dores. Os serviços dependem de investi-

deverá possibilitar a interação da equipe multidisciplinar, criando

mento de tempo e de recursos humanos

condições para a troca de informações entre todos os profissio-

e financeiros, como estratégia para criar

nais de saúde, tornando mais ágil condutas e intervenções para

valor e percepção do usuário quanto à

favorecer o controle ou restabelecimento da saúde dos pacien-

qualidade dos serviços prestados. Dessa

tes. Acredito que a tecnologia poderá auxiliar o farmacêutico a

forma, oferecer serviços farmacêuticos é

gerenciar melhor o tempo dele, proporcionando maior rapidez e

aconselhável e necessário, porém deve

assertividade nas tomadas de decisão.

ser uma ferramenta de diferenciação no mercado e os custos devem ser dimen-

RF: O setor é altamente regulado. No Rio de Janeiro, uma lei au-

sionados para que não afetem o equilí-

toriza vacinação em farmácias, mas o serviço ainda não pode ser

brio financeiro da empresa. Da mesma

oferecido porque depende de autorização dos setores de vigilância

forma, o investimento em marketing e

sanitária. É um avanço teórico, como muitos outros no País, que

tecnologia é necessário, mas deve ter su-

ficam apenas no papel. Como você avalia o impacto das barreiras

porte financeiro.

regulatórias no desenvolvimento do setor varejista? Kahwage: As barreiras regulatórias são importantes para garan-

RF: Como você imagina que o setor estará

tir que a população tenha à disposição farmácias que ofereçam

daqui a 50 anos?

serviços de qualidade e atendam a necessidades individuais e

Kahwage: As mudanças são dinâmicas e

coletivas para o restabelecimento da saúde. Porém, as mudan-

estão fundamentadas na necessidade das

ças ocasionadas pela evolução natural da sociedade e pelas no-

pessoas de produtos e serviços. A farmá-

vas tecnologias impõem a necessidade de políticas públicas e

cia do futuro tende a acompanhar as mu-

privadas que possibilitem acesso à saúde e aos medicamentos

danças tecnológicas e no estilo de vida

e devem ser acompanhadas pela evolução das regulamenta-

das pessoas, que hoje se preocupam mais

ções para garantir que a oferta dos serviços possa ser executada

com a saúde, beleza e bem-estar. Assim,

com segurança e qualidade. São temas complexos, que envol-

em um futuro próximo, teremos farmácias

vem muitos setores e diversos profissionais. Porém, as normas,

como grandes centros de saúde, oferecen-

em vez de contribuírem com a demora na resolução dos proble-

do, além da conveniência e dos produtos,

mas, devem priorizar a definição das regras para a oferta de no-

serviços em saúde, tais como rastreamento

vos serviços em farmácias.

de doenças, imunização, entre outros. Sem dúvida, as empresas que anteciparem as

RF: Você tem grande experiência em varejo farmacêutico. Quais

tendências e acompanharem as mudanças

são os requisitos necessários para uma farmácia ser sustentá-

do mercado terão maior chance de cres-

vel do ponto de vista financeiro, assim como garantir uma boa

cimento e destaque. Uma boa estratégia

fatia de mercado? A impressão que se tem é que, com a crise,

para os líderes das empresas antecipa-

preço é o único fator que faz a diferença na decisão de compra

rem essas tendências é a participação em

do consumidor. Qual sua opinião sobre isso?

diversos eventos do varejo farmacêutico,

Kahwage: A sustentabilidade da farmácia encontra-se no equi-

além de realizarem visitas periódicas aos

líbrio das suas despesas fixas e variáveis. O preço determinará

grandes centros, copiando o que der certo

se a farmácia será competitiva e atrativa ao cliente, mas não é o

e inovando em oportunidades que ainda

que fideliza um paciente. O preço pode ser copiado e depende

não foram exploradas pelas empresas.

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panorama Drogarias Alexandre premiam colaboradores No dia 25 de maio, as Drogarias Alexandre realizaram mais um projeto Superação, somos todos vencedores, em Rio Bonito. A ação acontece anualmente, desde 2008, e tem como objetivo incentivar os colaboradores de todos os cargos, entre eles, gerentes, auxiliares administrativos, farmacêuticos, balconistas de medicamentos, perfumistas e operadores de caixa, de todas as lojas, a entregarem os melhores resultados. Este ano, o tema do evento foi em comemoração aos 20 anos de Drogarias Alexandre e aqueles que conseguiram se destacar foram premiados, levando para casa valores em espécie, carro e moto, dependendo da colocação. Os resultados apresentados dessa edição corresponderam ao balanço de 2016. COMUNICAÇÃO ASCOFERJ

A partir da esquerda, Ricardo Espindola, gestor das Drogarias Alexandre; Jorge Caspary, coordenador de Atendimento Regional da Ascoferj; Thais Alexandre; e Viviany Alexandre, proprietária da rede

Farmácia do Leme participa de ação com foco em saúde Quatro vezes ao ano, a Farmácia do Leme, associada à Ascoferj, participa do evento Feira de Saúde e Cidadania, realiza-

Grupo DPSP investe R$100 milhões em plano de expansão 2017

ceu no dia 28 de maio, em comemoração ao Dia das Mães. Na ocasião, a Farmácia do Leme proporcionou ao público

As redes Drogarias Pacheco e Drogaria São Paulo, que desde

serviços gratuitos, como medição da glicose capilar, teste

2011 formam o Grupo DPSP, mantêm seu plano de expansão e

do colesterol e aferição da pressão arterial. A ação foi feita

preveem 130 novas lojas até o final de 2017, com investimen-

em parceria com o laboratório Roche, que cedeu tiras de

to de mais de R$ 100 milhões. As inaugurações devem con-

glicose, com a Universidade Federal do Estado do Rio de

templar todos os dez estados onde a companhia já atua. Para

Janeiro (UniRio) e com o Centro Lions, que cedeu alunos e

melhor comportar e integrar sua estrutura de backoffice e de

voluntários. Ao todo, foram realizados 180 testes para ve-

atendimento a fornecedores, está prevista ainda este ano, no

rificação do colesterol, 270 da glicose capilar e 270 pres-

mês de setembro, a mudança da sede, saindo da região cen-

são arterial. Para o farmacêutico e também proprietário da

tral da cidade para um condomínio de prédios comerciais na

Farmácia do Leme, Ricardo Valdetaro, as atividades ofereci-

Zona Oeste da cidade de São Paulo. Os investimentos em no-

das são positivas porque pessoas que usufruem os serviços

vas tecnologias também estão no radar da DPSP. Desde 2015

acabam descobrindo doenças que não sabiam que tinham.

a companhia integrou os aplicativos das lojas, nas versões An-

“Nesses casos, elas são encaminhadas pelos profissionais

droid e IOS, à loja virtual, e prepara para este ano o lançamen-

para os postos de saúde para que possam dar início ao tra-

to de uma nova versão do app que integra também o Convê-

tamento com um médico”, disse Valdetaro.

nio Empresa e o Programa de Relacionamento “Viva Saúde”.

COMUNICAÇÃO ASCOFERJ

ASSESSORIA DE IMPRENSA/GRUPO DSPS

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da em Copacabana, no calçadão da praia. O último aconte-

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assuntos regulatórios

Renovação no Farmácia Popular vai até 31/07 Associados da Ascoferj estão desobrigados de apresentar Certidão de Regularidade

T

Todas as farmácias credenciadas no Pro-

Regionais de Farmácia. Em outubro de 2016, a 5ª Vara Federal de

grama Farmácia Popular do Brasil – Aqui

Brasília proferiu uma sentença reconhecendo a ilegalidade da exi-

Tem Farmácia Popular precisam fazer a re-

gência dessa certidão para habilitação e renovação do credencia-

novação do credenciamento, para o ano de

mento dos associados da ABCFARMA no Programa Aqui Tem Farmá-

2017, no período de 2 de maio a 31 de julho.

cia Popular. Essa decisão beneficia também associados da Ascoferj.

Atualmente, estão credenciadas ao Progra-

Segundo o Ministério da Saúde, a renovação do credenciamen-

ma 34.569 farmácias e drogarias. O creden-

to não será automática. As farmácias e drogarias deverão obriga-

ciamento de novas unidades está suspenso,

toriamente efetuar a renovação do credenciamento no prazo es-

pois foi atingida a meta prevista pelo Minis-

tipulado, sob pena de suspensão da conexão com o sistema de

tério da Saúde.

vendas DATASUS até sua regularização.

Para fazer a renovação, as empresas as-

Antes de solicitar a renovação, entre em contato com o Depar-

sociadas à ABCFARMA e à Ascoferj estão de-

tamento de Assuntos Regulatórios da Ascoferj para solicitar a de-

sobrigadas de apresentar a Certidão de Re-

claração de associado. Somente com esse documento em mãos,

gularidade Técnica emitida pelos Conselhos

a Certidão de Regularidade deixará de ser exigida.

A renovação no Programa Farmácia Popular teve início em maio e vai até 31 de julho deste ano. O processo de recadastramento se divide em duas etapas:

1ª ETAPA ONLINE ASCOFERJ: atualização dos dados da empresa (matriz e filial) no Portal do SIFAP mediante apresentação dos seguintes documentos: • Número de Identificação Social (NIS); • Senha do Cartão do Cidadão cadastrada na Agência CAIXA; • Certidão Negativa de Débito (CND), somente da matriz; • Licença Sanitária (SES/SMS); • Certificado de Regularidade Técnica do farmacêutico responsável, tanto matriz quanto filiais.

2ª ETAPA PRESENCIAL ASSOCIADO: a farmácia receberá mensagem eletrônica informando sobre a documentação que deverá ser apresentada na Agência CAIXA onde a empresa foi cadastrada inicialmente.

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Revista da Farmácia · Julho-Agosto 2017


assuntos regulatórios

Farmácia de manipulação

E

Entende-se por Boas Práticas de Manipulação em Farmácias

teiro de Inspeção baseiam-se no risco po-

(BPMFs) o conjunto de medidas que visam a assegurar que os pro-

tencial inerente a cada um deles. Os itens

dutos manipulados sejam consistentemente manipulados e con-

imprescindíveis são aqueles que podem in-

trolados, com padrões de qualidade apropriados para o uso pre-

fluir na qualidade, segurança e eficácia das

tendido e requerido na prescrição.

preparações magistrais ou oficinais e na se-

As BPMFs estabelecem, para as farmácias, os requisitos mí-

gurança dos trabalhadores.

nimos para a aquisição e o controle de qualidade da matéria-pri-

Na farmácia de manipulação, todos os

ma, armazenamento, manipulação, fracionamento, conservação,

processos devem ser registrados e docu-

transporte e dispensação de preparações magistrais e oficinais, de

mentados para a comprovação do cumpri-

acordo com a legislação vigente. Sua aplicação é inspecionada pe-

mento da legislação vigente. Veja, abaixo,

las vigilâncias sanitárias municipais.

alguns documentos imprescindíveis solici-

Os critérios para avaliação do cumprimento dos itens do Ro- Certificado de Regularidade Técnica. - Publicação da licença sanitária, Autorização de Funcionamento de Empresa (AFE) e Autorização Especial (AE) quando manipular substâncias sujeitas a controle especial. - Livro de Receituário com Termos de Abertura e de Encerramento, lavrados pela autoridade sanitária local. - Certificado digital e transmissão regular do SNGPC. - Notificação de Eventos Adversos (EA) para uso de sibutramina. - Balanço mensal, trimestral e anual de medicamentos da Portaria 344/98. - Documentação comprobatória de calibração de equipamentos. - Certificado de dedetização, desratização e extintores. - Contrato da empresa de coleta de resíduos e manifesto de incineração e PGRSS. - Registro de controle de qualidade das preparações magistrais e oficinais. - Registros das análises realizadas pela farmácia e daquelas que são objeto de terceirização. - Documentação do processo de manipulação, com procedimentos escritos que definam a especificidade das operações e permitam o rastreamento dos produtos. - Documentação de monitoramento do Sistema de Garantia da Qualidade (SGQ).

HUMBERTO TESKI

Conheça os documentos que são imprescindíveis a esse setor

tados pelos fiscais na inspeção sanitária.

- Boas Práticas de Manipulação em Farmácias. - Registro de treinamentos específicos, de acordo com os grupos de atividades desenvolvidos pela farmácia. - Documentação dos processos necessários para garantir as especificações estabelecidas para o produto do estoque mínimo. - Programa de Qualificação do Fornecedor. - Licença de funcionamento do Ministério da Agricultura, Bombeiros, MAPA, Ministério do Exército, Polícia Civil e Federal. - Certificado de análise microbiológica da água purificada. - Registro das medidas adotadas em caso de laudo insatisfatório da água de abastecimento. - Programa de sanitização de caixa d’água e registros que comprovem sua realização. - Planta arquitetônica aprovada pelo órgão responsável. - Registro de temperatura (estoque, laboratórios, expedição e recepção). - Programa de Manutenção Preventiva dos Aparelhos. - Certificados de análise com informações claras e conclusivas, com todas as especificações conforme legislação de matéria-prima e produtos acabados. - Auto-inspeções. - PPRA, PCMSO e exames médicos admissionais e periódicos.

Betânia Alhan Farmacêutica, especialista em assuntos regulatórios e consultora da Ascoferj.

Quer saber mais?

Mande um e-mail para farmaceutica@ascoferj.com.br

Revista da Farmácia · Julho-Agosto 2017

17


institucional

Ascoferj renova parte de sua diretoria Entre as metas da próxima gestão está a criação de um instituto de educação a distância

A

Associados estiveram na sede da As-

expansão das parcerias com empresas e instituições, com o obje-

coferj, em 18 de maio, para eleger os dire-

tivo de gerar conhecimento e valor para os associados. “Ainda que

tores do triênio 2017/2020. Dos 25 mem-

tenhamos dificuldades e desafios, trabalharemos com otimismo

bros que compõem a diretoria, seis deles

para criar soluções. Vamos estar atentos e atuar em defesa do se-

estão assumindo pela primeira vez um car-

tor sempre”, afirmou o presidente.

go de gestão na entidade: Marise de Olivei-

Marins também ressaltou a importância de outras empresas do

ra Nascimento, da CityFarma; Fábio Souza,

varejo farmacêutico conhecerem o trabalho que a entidade realiza,

da Maxcenter; Marcelo Mazzoni, da Droga-

para que, juntas, consigam buscar soluções para os desafios en-

rias Povão; Glauber Araújo, da Pague Menos;

frentados. “O resultado dessa união será de um setor mais forte e

Jonatan Souza, da Drogatur; e Júnior Vargas,

com reconhecimento da farmácia, principalmente como estabe-

da Destak Farma.

lecimento de saúde e não só comercial”, acrescentou.

A Presidência continua liderada por Luis Carlos Marins. “Nosso compromisso perma-

Associados e parceiros da Ascoferj no dia das eleições

Representação feminina

necerá sendo a busca pela excelência nos

No cargo de primeira secretária, Marise de Oliveira Nascimen-

serviços prestados aos associados, com uma

to tem vasta experiência no ramo de farmácia, cerca de dez anos.

equipe cada vez mais qualificada e interes-

Atualmente, é vice-presidente da Rede CityFarma. Para a Ascoferj,

sada no trabalho”, declarou o presidente.

Marise promete levar parte de sua expertise profissional. “Quero

Entre as metas da próxima gestão está a

buscar novas ideias para também ajudar a unir o setor, de maneira que favoreça o empresário, a indústria e o atacado. E, principalmente, que consigamos atender às necessidades dos nossos clientes. Com isso, alcançaremos equilíbrio e estabilidade no setor”, antecipou Marise. O gerente de Operações da Rede Pague Menos, Glauber Araújo, economista que atua há 17 anos na rede, assume uma cadeira no Conselho Administrativo. Um dos responsáveis pela expansão da marca nas regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste, Araújo disse que o varejo farmacêutico está em franca expansão e vem se ajustando bem aos impactos das crises política e econômica. O trabalho dele na Ascoferj será contribuir em atividades que resultem em um setor farmacêutico mais positivo. “As empresas que se asso-

18

Revista da Farmácia · Julho-Agosto 2017


institucional ciam a uma entidade que busca melhorias para o segmento têm

sidade de se realizar mais cursos e palestras.

mais chances de crescer, pois são amparadas em situações de di-

Por isso, queremos promover capacitação

ficuldades e têm a quem recorrer quando precisam. É uma honra

para os profissionais do interior”, adiantou.

fazer parte desse grupo”, disse Araújo.

Da diretoria, se espera o comprometi-

Para o executivo da Pague Menos, fazer parte da diretoria da

mento de todos. “Para o próximo triênio, é

Ascoferj é um desafio, que será superado positivamente com de-

essencial um grupo comprometido com as

dicação e compromisso com a entidade. Ainda de acordo com ele,

causas do varejo, que atualmente vem pas-

uma das causas que ajudará a defender será a redução dos tribu-

sando por diversas transformações. O se-

tos dos medicamentos.

tor é altamente regulado e com uma grande

Quem permanece na diretoria trazendo toda a bagagem de 20

interferência tributária. A nossa proposta é

anos é o diretor de Núcleo, Luiz Carlos de Souza, da Rede CityFar-

atuar sobre esses desafios”, finalizou Marins.

ma. Ele comentou que é um privilégio continuar na diretoria, uma

Para conhecer, em detalhes, as novas

vez que pretende apresentar novas propostas de trabalho para a

propostas da próxima gestão, acesse o site

Região Serrana. “Pretendo contribuir para aprimorar o atendimento

da Ascoferj e baixe o Relatório de Ativida-

da entidade às farmácias e drogarias dessa região. Percebo a neces-

des Triênio 2014-2017.

Composição da nova gestão PRESIDENTE: Luis Carlos Caspary Marins – Cetefarma VICE-PRESIDENTE: Ricardo Valdetaro de Moraes – Farmácia do Leme 1ª SECRETÁRIA: Marise de Oliveira Nascimento – CityFarma 2º SECRETÁRIO: Fábio Antônio Pinto de Souza – Maxcenter 1º TESOUREIRO: Josué Firmino da Silva – FarmaHall 2º TESOUREIRO: Márcio Antonio Barcelos do Amaral – Fotossíntese DIRETOR DE PATRIMÔNIO: Marcelo Mazzoni Vieira – Drogarias Povão RELAÇÕES PÚBLICAS: Osmar Fernandes de Souza – Moderna CONSELHO ADMINISTRATIVO Adriano de Oliveira Santos – Retiro; Carlos Gardel de Almeida – Conceito; Rafael Venâncio Ahmed – Venâncio; Glauber Araújo – Pague Menos; Gilberto Sartori – Speed Farma CONSELHO FISCAL João Pinheiro Filho – Exata; Eduardo Pereira de Souza – A Nossa Drogaria; Francisco Januário da Silva Filho – Ponto Saúde SUPLENTE CONSELHO FISCAL Haroldo Cesar de Andrade Pereira – Nacional; Jonatan Rosa de Souza – Drogatur; Ivan de Mesquita Engel – Drogasmil DIRETOR NÚCLEO REG. SERRANA: Luiz Carlos de Souza – CityFarma DIRETOR NÚCLEO REG. DOS LAGOS: Cirineu da Silva Santos – Geribá DIRETOR NÚCLEO REG. NORTE: Geneci Junior Silva Vargas – Destak Farma DIRETOR NÚCLEO REG. NOROESTE: Danilo Aguiar Teixeira – Personal Farma DIRETORES BENEMÉRITOS: Ruy de Campos Marins E Aluísio Monttechiari

Revista da Farmácia · Julho-Agosto 2017

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mais seguro

Tumultos, greves e lock-outs Em épocas de crise e manifestações públicas, empresas devem avaliar a contratação de seguros específicos para proteger o negócio

Contribuiu com este artigo a Conquiste Seguros.

A

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Apesar de pouco conhecido, mas de

Em geral, a proteção para essas situações e esses riscos

grande importância em épocas de insta-

é excluída das coberturas básicas, mas pode e deve ser con-

bilidade e comoção social, como a que se

tratada como garantia adicional para a conservação do negó-

vive hoje no Brasil, o seguro contra tumul-

cio, residência ou condomínio, garantindo a indenização aos

tos, greves e lock-outs garante a proteção

danos materiais causados ao local segurado durante a ação

do patrimônio empresarial em casos, por

conjunta de pessoas que perturbem a ordem pública, bem

exemplo, de pichações, depredações e in-

como as despesas decorrentes de medidas tomadas para re-

cêndios. Trata-se de um seguro voltado a

primir ou reduzir suas consequências. Os danos materiais in-

negócios que ficam próximos a áreas de

cluem aqueles causados aos bens inerentes para a existência

manifestações políticas e grandes even-

do negócio, como máquinas, móveis, utensílios, mercadorias

tos esportivos, como estádios de futebol.

e matérias-primas. Normalmente, para o pagamento do sinistro, não é necessário apresentar muitos documentos. O mais importante é o regis-

Glossário

tro da ocorrência na delegacia policial e a apresentação de três or-

TUMULTO: ação de pessoas com características de

çamentos para a reposição ou reconstrução do que foi danificado.

aglomeração, que perturbe a ordem pública por meio

Dependendo da ocorrência e da seguradora, outros documentos

da prática de atos predatórios, para cuja repressão não

poderão ser solicitados.

haja necessidade da intervenção das Forças Armadas

Vale a pena destacar também que o tumulto se difere do van-

(Exército, Marinha ou Aeronáutica). Ou seja, para fins

dalismo. Se for algo pontual, em que apenas uma loja de toda a rua

de seguro, são considerados tumultos as aglomerações

tenha sido depredada sem que outras tenham sido sequer atingi-

que podem ser controladas apenas pela força policial.

das, a seguradora pode considerar como um mero ato de vandalis-

GREVE: ajuntamento de mais de três pessoas da mes-

mo e não tumulto. Isso não significa que não haverá indenização,

ma categoria ocupacional que se recusam a trabalhar

mas a seguradora, antes, poderá recorrer à justiça.

ou a comparecer ao local de trabalho.

20

As situações sem cobertura são aquelas já cobertas por outros

LOCK-OUT: cessação da atividade por ato ou fato do

seguros, como roubo ou furto de bens e mercadorias, incêndio,

empregador, algo proibido por lei no Brasil e, por isso

quebras de vidros e anúncios luminosos, deterioração de merca-

mesmo, pouco conhecido. Ocorre quando o empregador

dorias, danos a veículos etc.

proíbe a entrada dos funcionários no estabelecimento.

Antes de contratar esse tipo de apólice, é muito importante

Daí o nome “lock-out” (trancar fora), em que os empre-

obter informações quanto às coberturas e exclusões, que podem

gados são obrigados a ficar de fora do estabelecimento.

variar de seguradora para seguradora.

Revista da Farmácia · Julho-Agosto 2017



jurídico

Ações coletivas Os benefícios vão apenas para os associados que constavam na lista no início do processo

HUMBERTO TESKI

A Gustavo Semblano Consultor jurídico da Ascoferj e especialista em Legislação Sanitária.

Quer saber mais?

Mande um e-mail para semblano@ascoferj.com.br

22

As entidades de classe, de modo geral,

Em recente decisão proferida pelo Supremo Tribunal Fe-

visam a congregar valores, pensamentos,

deral (STF), foi reconhecida a Repercussão Geral nº 499 sobre

ações e posturas uniformes para todos os

o tema, isto é, que em ação coletiva de rito ordinário propos-

associados. Um dos mais relevantes instru-

ta por associação civil – como a Ascoferj –, ajuizada na defe-

mentos de proteção aos interesses de quem

sa do interesse de seus associados, somente beneficia aqueles

se associa a uma entidade de classe é, sem

que se encontram na lista de associados apresentada no iní-

dúvida, a utilização de demandas judiciais

cio do processo.

coletivas, por meio das quais se evita o ajui-

Assim dispõe a Repercussão Geral nº 499: “A eficácia subjetiva

zamento de milhares de demandas indivi-

da coisa julgada formada a partir de ação coletiva, de rito ordinário,

duais por cada um dos associados, permi-

ajuizada por associação civil na defesa de interesses dos associa-

tindo que a associação possa representar

dos, somente alcança os filiados, residentes no âmbito da jurisdi-

todos em um único processo.

ção do órgão julgador, que o fossem em momento anterior ou até a data da propositura da demanda, constantes da relação jurídica juntada à inicial do processo de conhecimento”. Esse entendimento do STF reforça a necessidade do asso-

Uma ação coletiva de rito ordinário proposta por associação civil – como a Ascoferj –, ajuizada na defesa do interesse de seus associados, somente beneficia aqueles que se encontram na lista de associados apresentada no início do processo.

Revista da Farmácia · Julho-Agosto 2017

ciativismo, pois há diversas ações coletivas movidas pela Ascoferj a favor de seus associados, mas somente serão beneficiados aqueles que constarem na lista de associados anexada no início de cada processo. Tem-se, por exemplo, a inédita decisão na justiça brasileira sobre o Programa Farmácia Popular do Brasil, por meio da qual o Poder Judiciário, favorável à Ascoferj, proibiu o descredenciamento de todas as filiais da empresa quando houver problemas pontuais neste ou naquele estabelecimento. Apenas os associados que se encontravam na listagem anexada no início do processo poderão utilizar a seu favor tal decisão judicial.


jurídico

Lei autoriza caixas eletrônicos em farmácias e drogarias Estabelecimentos deixarão de ser penalizados por possuírem a máquina bancária

A

As farmácias e drogarias do município do Rio de Janeiro estão

de. É o caso do proprietário da rede Speed

autorizadas a ter, em suas dependências, as máquinas de autoa-

Farma, com lojas em São Gonçalo e Nite-

tendimento bancário. A medida foi possível após aprovação da

rói, Gilberto Sartori. Segundo ele, a medi-

Lei nº 6.190 pelo prefeito do município do Rio de Janeiro, Marce-

da é boa porque é mais um benefício para a

lo Crivella, no dia 2 de junho. A novidade para o setor é resulta-

população e ajuda a atrair clientes, mas ain-

do do Projeto de Lei nº 1.318, de 2015, do vereador Eliseu Kessler.

da assim ele teme a insegurança. “Infeliz-

De acordo com Kessler, o cidadão carioca é o maior beneficiário

mente, não me sinto resguardado em ter os

dessa medida. “O cliente, além de comprar medicamentos e outros

caixas eletrônicos. Isso porque tenho receio

produtos na farmácia, pode sacar dinheiro para alguma necessidade

de atrair roubos e furtos”, lamenta Sartori.

ou mesmo pagar as compras feitas no estabelecimento”, defendeu. A norma não é obrigatória, ou seja, a farmácia só vai oferecer os serviços de caixa eletrônico se desejar. “Aqueles empresários que não quiserem, por algum motivo, não precisam instalar a máquina. O benefício, para o setor, é que ele agora está protegido por uma legislação específica, deixando de estar sujeito a fiscalizações e punições por ter o caixa eletrônico dentro da farmácia”, acrescentou o vereador. O proprietário da Farmácia do Leme, Ricardo Valdetaro, comenta que a lei é uma vitória. “Ter o caixa eletrônico ajuda a atrair clientes, que passam a ter mais uma opção dentro da farmácia, já que os bancos fecham às 16h”, comentou. Segundo Valdetaro, outro ponto positivo é que os turistas, geralmente, ficam desesperados quando precisam de dinheiro e já passou o horário de expediente bancário. “Com a possibilidade do caixa eletrônico nas farmácias e drogarias, o serviço poderá funcionar 24h”, destacou. Por outro lado, a insegurança que ronda o município do Rio ainda deixa empresários cautelosos quanto a essa nova possibilida-

Revista da Farmácia · Julho-Agosto 2017

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premiação

13ª edição do Prêmio Destaque acontece em novembro Associados terão de 1º a 31 de julho para votar na 1ª etapa e concorrer a um Galaxy S8 da Samsung

A

A Ascoferj vai promover a 13ª edição do

empresa independente de análise de dados, com uma carteira de

Prêmio Destaque Ascoferj em novembro de

projetos em diversas áreas. A metodologia utilizará as bases de da-

2017. Serão premiadas empresas fabricantes

dos coletadas pelo sistema nas duas etapas de votação e valida-

e distribuidoras de medicamentos de refe-

das pela área de auditoria da Ascoferj. Os resultados permanecem

rência, genéricos e similares e produtos de

confidenciais até a entrega dos troféus.

perfumaria, higiene pessoal e beleza. A festa de premiação será no Windsor Barra Hotel,

Festa de premiação

no dia 23. Mantendo a tradição, os desta-

A edição deste ano vai fazer uma homenagem à farmácia brasi-

ques do ano serão eleitos pelos associados

leira, valorizando o que ela tem de melhor: atendimento, profissio-

em duas etapas. A primeira delas acontece

nais, serviços farmacêuticos, produtos, capacidade de se reinven-

de 1º a 31 de julho. A segunda está prevista

tar e muito mais. A logomarca traz as cores da bandeira nacional,

para setembro. Os associados que votarem nas duas etapas concorrem a um Galaxy S8 Samsung.

Conheça as 12 categorias de premiação

Os votos serão coletados por um sistema

1. Distribuidor de Medicamentos Genéricos

online, desenvolvido exclusivamente para

2. Distribuidor de Similares de Marca

o Prêmio. Acesse premiodestaqueascoferj.

3. Distribuidor de Medicamentos de Referência

com.br. Para votar, é necessário informar

4. Distribuidor de Produtos de Perfumaria

CNPJ e Número de Matrícula do Associado,

5. Indústria de Transformação e Coloração Capilar

dado que consta no boleto bancário da en-

6. Indústria de Higiene Pessoal

tidade. Na primeira etapa, os eleitores indi-

7. Indústria de Dermocosméticos

cam livremente três empresas de cada ca-

8. Laboratório de Similares de Marca

tegoria. Na segunda, escolhem aquela que,

9. Laboratório de Medicamentos Isentos de Prescrição (MIP)

na opinião deles, mais se destacou em cada

10. Laboratório de Marca de Referência

categoria de votação.

11. Laboratório de Medicamentos Genéricos

A apuração e a tabulação dos votos serão executadas pela Fuzzy Consultoria, uma

24

Revista da Farmácia · Julho-Agosto 2017

12. Super Destaque (definido na 2ª etapa)


premiação

fazendo referência a uma farmácia que não é europeia nem ame-

objetivo de oferecer mais conforto a quem

ricana, mas sim brasileira.

quiser descansar após a festa e acordar com

A entidade está preparando uma surpresa para os convidados. “A nossa intenção é humanizar a farmácia, mostrar quem está por

um café da manhã incrível, repondo as energias da noite anterior.

trás dela, atuando em seu cotidiano e contribuindo para que nos-

O Windsor Barra Hotel é um hotel de

so setor cresça e se torne ainda mais forte”, comentou o presiden-

luxo localizado na Barra da Tijuca. De fren-

te da Ascoferj, Luis Carlos Marins.

te para o mar e ostentando cinco estrelas

Uma novidade: quem quiser participar da festa pode adquirir

no peito, é um lugar inspirador para even-

seu ingresso diretamente no site do prêmio. Os convidados serão

tos como o Prêmio Destaque, que reúne

recebidos com um coquetel para que possam confraternizar e fa-

sofisticação e glamour ao mesmo tempo.

zer negócios e networking. Em seguida, irão para o salão principal,

Para convidados que quiserem se hospe-

onde ocorrerá a entrega dos troféus. A festa termina com um jantar.

dar no local em vez de voltar para casa, o

Além disso, os convidados do Prêmio Destaque terão tarifas

Windsor oferece apartamentos supercon-

especiais no Windsor Barra Hotel para pernoitar do dia 23 para a

fortáveis, com terraço panorâmico, duas

manhã do dia 24. A Ascoferj fez uma parceria com o hotel com o

piscinas e áreas de lazer bem equipadas.

Um pouco mais sobre o Prêmio Destaque A primeira edição ocorreu em 1999. Desde então, foram 12 edições reconhecendo e premiando o trabalho de distribuidores e fabricantes do segmento farmacêutico. Em 2002, a primeira grande mudança foi a criação de uma identidade visual própria para o Prêmio, marcando todas as peças visuais do evento. Em 2004, o Prêmio já tinha se tornado referência no meio farmacêutico e apresentava um conceito sólido, com bastante credibilidade e concorrência acirrada entre os candidatos. Em 2009, com 18 categorias de premiação, chegava à 10ª edição. Na última edição, em 2014, o evento fez uma homenagem aos 30 anos de fundação da Ascoferj, com o tema “30 anos em 30 atos”. Ao longo de sua história, a premiação vem contribuindo para melhorar produtos e serviços oferecidos ao varejo farmacêutico.

Revista da Farmácia · Julho-Agosto 2017

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pequeno varejo

Grupos colaborativos Juntos, gestores e colaboradores têm a oportunidade de propor soluções para os problemas da empresa

ANDRÉ LIMA

G Marcos Assumpção Consultor em planejamento, gestão por processos e gerenciamento de projetos.

Grupos colaborativos são encontros

ver os problemas surgidos no cotidiano da empresa, atitude para

periódicos de empresários ou colaborado-

prevenção de problemas, maior conhecimento sobre o que está

res que se reúnem, sob orientação de con-

acontecendo na organização em todos os setores, entre outros.

sultoria especializada, para refletir sobre as

Além disso, os grupos colaborativos proporcionam, incenti-

atividades do dia a dia, trocar experiências

vam, desenvolvem e melhoram o processo de comunicação en-

e informações, pensar conjuntamente em

tre o gestor e os integrantes da equipe, criando uma relação har-

estratégias para aperfeiçoar o negócio e en-

moniosa de trabalho entre eles. Em geral, as pessoas aprendem

contrar alternativas para solucionar proble-

a conversar de maneira que ideias diferentes possam não só con-

mas, bem como para situações relaciona-

viver, mas produzir algo maior e assim gerar valor para a empresa.

das a clientes, pares e equipes de trabalho.

O CCQ, por sua vez, é formado por um grupo de pessoas que

Possivelmente as primeiras experiên-

pertencem ao nível operacional do negócio, com o objetivo de

cias colaborativas estruturadas no ambiente

propor modificações naquilo que precisa melhorar ou ser solucio-

empresarial tenham ocorrido por meio dos

nado. É uma atividade de grupos voluntários, composta, preferen-

chamados Círculos de Controle de Qualidade

cialmente, por, no mínimo, três participantes e, no máximo, sete,

(CCQs), desenvolvidos no âmbito dos Pro-

que fazem parte de um mesmo setor.

gramas de Melhoria da Qualidade no Japão

Muitas vezes, a solução dos problemas enfrentados nos pro-

do Pós-Guerra e amplamente praticados no

cessos está na mão dos colaboradores. Portanto, os CCQs pro-

Brasil em empresas do setor industrial. Mas

porcionam a eles a oportunidade de contribuir eficazmente com

por que não aplicar essa metodologia tam-

a melhoria da organização por meio do levantamento das possí-

bém no setor do varejo e em especial junto

veis soluções para os problemas apresentados. Da mesma forma, a

a pequenos empresários?

organização terá uma importante ferramenta que contribuirá para

A metodologia dos grupos colaborati-

a melhoria da produtividade.

vos tem objetivos importantes, entre eles, diminuir a ocorrência de erros nas rotinas e serviços, proporcionar maior eficiência da

Aspectos que contribuem para o sucesso do CCQ

equipe de trabalho e possibilitar um olhar

• Os participantes devem trabalhar em equipe.

externo para questões internas.

• A participação deve ser voluntária.

diárias, melhorar a qualidade dos processos

Os grupos colaborativos, assim como os

Quer saber mais?

Mande um e-mail para marcosconsultor@globo.com

26

• Deve-se ter o apoio da direção da empresa.

CCQs, apresentam os seguintes benefícios:

• Deve-se estar voltado para o desenvolvimento da pessoa.

incentivo ao envolvimento do colaborador

• O treinamento deve ser parte integrante do processo.

com o trabalho dele, promoção do trabalha-

• Os problemas deverão ser resolvidos e não somente iden-

dor como agente participante do processo,

tificados.

desenvolvimento da capacidade para resol-

Revista da Farmácia · Julho-Agosto 2017



SHUTTER

capa

28

Revista da Farmácia · Julho-Agosto 2017


capa

Contabilidade farmacêutica De que forma o conhecimento de um contador sobre as legislações específicas do varejo farmacêutico pode contribuir para que a empresa pague os impostos corretamente

A

A função do contador é ser um parceiro do empresário. “Por

técnicas e as obrigações acessórias, o conta-

meio da análise de documentos, ele consegue enxergar o anda-

dor precisa ser visto como um controller para

mento da empresa e pode ajudá-la a alcançar os objetivos traça-

o empresário, ou seja, um profissional indis-

dos pelo proprietário, além de garantir um bom controle interno

pensável para o sucesso da empresa. “Ne-

das finanças”, avalia Dora Ramos, orientadora financeira e especia-

nhum profissional generalista tem lugar de

lista em Contabilidade.

destaque no mundo dos negócios atualmen-

Segundo Dora, controlar as finanças de uma empresa é tarefa

te. Ser especialista em um assunto é obriga-

que requer muita organização e cuidado, e não se resume a regis-

ção para quem deseja destaque na profissão.

trar entradas e saídas. Alguns processos como escriturações, aná-

Isso vale para o empresário e, principalmente,

lises de balanços e demonstrações contábeis são complexos e im-

para o contador. Com legislação específica, o

portantes para equilibrar as contas do empreendimento.

varejo farmacêutico exige um profissional de

O consultor e especialista em Finanças, Jorge Wilson Alves, define

contabilidade focado, absolutamente conhe-

o contador como sendo um profissional liberal que tem a respon-

cedor do segmento, tecnicamente eficiente

sabilidade de registrar e relatar, segundo os princípios de contabili-

e proativo”, observa Giovane.

dade geralmente aceitos, os eventos que têm impacto econômico sobre o patrimônio da organização, com ou sem fins lucrativos. “Assim, seu papel é o de assessor da administração, contribuindo para que a empresa tome boas decisões em favor dela”, define Alves.

Contabilidade farmacêutica Tudo fica ainda mais complicado em se tratando de medicamentos. A contabilidade

A função do contador, em essência, é escriturar os livros contá-

chega a ter uma área específica denomina-

beis e elaborar as demonstrações financeiras ou contábeis previstas

da Contabilidade Farmacêutica. Para prestar

em lei. Além disso, calcula tributos e cuida das obrigações tributá-

serviços nessa área, é preciso que os con-

rias acessórias, que são os relatórios exigidos pela Administração

tadores conheçam a legislação do setor. O

Fazendária do Estado (União, estados e municípios). Costuma, tam-

comércio de medicamentos, no Brasil, é re-

bém, confeccionar a folha de pagamento, o registro de emprega-

gulado pela Câmara de Regulação do Mer-

dos, os relatórios sociais e do trabalho, os documentos societários

cado de Medicamento (CMED), que define

e os registros pertinentes aos órgãos competentes, como alvarás,

as regras sobre tabelamento e reajustes de

autorizações especiais de funcionamento, etc. Recomenda-se, e

preços. Essas regras impõem formas pecu-

o Conselho Federal de Contabilidade vem exigindo, que os servi-

liares e específicas para recolher os tributos.

ços estejam previstos em contrato escrito de prestação de serviços.

Portanto, mesmo que a empresa tenha um

Para o especialista em Gestão da Avant Fiscal, Giovane Moreira,

excelente contador, o desconhecimento de-

no passado, o contador era apenas um agente passivo das decisões

las acarreta em pagamentos indevidos de

do empresário. Hoje, dada a complexidade, o conjunto de normas

alguns impostos.

Revista da Farmácia · Julho-Agosto 2017

29




capa De acordo com o consultor em Gestão e diretor de Cursos do Instituto Bulla, Ca-

Funções gerais de um contador

dri Awad, o varejo farmacêutico possui re-

• Registro de todas as movimentações: contas a pagar, a rece-

gras de negócio específicas e não contem-

ber, fluxo de caixa, empréstimos, investimentos e elaboração

pladas em outros ramos. “Sendo assim, é

dos demonstrativos financeiros mensais e anual.

preciso que o contador, nessa área, se es-

• Geração do SPED fiscal, que, por enquanto, é obrigatório

pecialize e busque compreender as regras

apenas para farmácias fora do Regime Tributário do Sim-

que norteiam o setor, podendo atuar, des-

ples Nacional.

sa forma, no sentido de garantir o correto

• Emissão das guias de impostos a serem pagos.

recolhimento dos tributos, mas, acima de

• Elaboração e fechamento da folha de pagamento, cálcu-

tudo, exercer um papel que permita à con-

lo das horas extras e faltas, bem como rescisões trabalhis-

tabilidade da empresa atuar como verdadei-

tas e contratação.

ro suporte ao setor financeiro, administrativo e comercial da farmácia”, enfatiza Cadri. Infelizmente, segundo ele, parte con-

ção, também pode levar a empresa a contrair passivos tributários

siderável dos contadores de farmácias de-

e trabalhistas. Quando a farmácia é assessorada por profissionais

monstra desconhecimento no tocante às re-

que desconhecem as legislações e os tratamentos tributários es-

soluções da Agência Nacional de Vigilância

pecíficos do setor farmacêutico, os riscos aumentam.

Sanitária (Anvisa) e da CMED. “Várias isen-

Um exemplo muito comum é o pagamento em duplicidade de

ções de impostos e formatos diferentes de

PIS/COFINS dos medicamentos da lista positiva e negativa pela

cálculo são definidos por esse órgão, sobre-

ausência de segregação, já que parte dos medicamentos sofre co-

pondo-se à metodologia fiscal dos estados

brança monofásica de tais impostos ou está isenta do pagamen-

e, em alguns casos, até mesmo da federa-

to. “Todos os medicamentos tarjados são isentos de PIS/COFINS.

ção. É aí que podemos apontar a maior par-

Vemos inúmeras farmácias e drogarias recolhendo indevidamente

te dos erros contábeis de farmácias e dro-

esses valores para o Governo Federal”, alerta Cadri.

garias”, acrescenta o consultor.

A Avant Fiscal conduziu o caso de um empresário da Região Norte Fluminense que tinha o cadastro de produtos classificado de

Riscos da má assessoria contábil

a empresa vinha pagando imposto a mais. Após ter esse cadastro

No caso de farmácias e drogarias, exis-

corrigido e fazer a segregação do PIS/COFINS da forma correta, a

tem regulamentos específicos de autoriza-

farmácia obteve uma economia de R$ 33.296,05 de janeiro a abril

ção de funcionamento que recomendam

de 2017”, acrescenta Giovane, da Avant.

um conhecimento especializado por par-

Outro exemplo de um serviço contábil incorreto é não recolher os

te do contador para que ele possa pres-

impostos devidos, ou seja, não pagar PIS/COFINS, ICMS, CSLL, IRPJ, na

tar uma assessoria eficaz. “Obviamente, o

proporção da venda. Dessa forma, o falso benefício imediato, o passivo

atendimento a essas exigências não é res-

fiscal, pode custar a própria empresa em um futuro não tão distante.

ponsabilidade direta e exclusiva do conta-

Outros erros conhecidos são o pagamento em duplicidade de

dor, mas o conhecimento dele sobre o tema

ICMS Substituição Tributária devido a erros de preenchimentos do

pode fazer muita diferença”, destaca Alves.

DANFE pelos fornecedores e a inobservância ao regime de apu-

Uma má assessoria, além de comprome-

ração de impostos mais apropriado à empresa, o que representa

ter a qualidade das decisões da administra-

32

forma errada. “O contador não segregava o PIS/COFINS. Por isso,

Revista da Farmácia · Julho-Agosto 2017

falta de planejamento tributário.


capa Funções específicas de um contador na área tributária • Orientar a empresa sobre a existência de direitos previstos em lei no que tange à segregação de impostos como o PIS/COFINS para os medicamentos da lista positiva e negativa (Códigos de Saída do PIS/COFINS 04 ou 07). • Orientar a empresa sobre a importância de um bom cadastro de produtos com os códigos tributários corretos e apropriados, entre eles: NCM (Nomenclatura Comum do Mercosul), CFOP, ICMS-ST, CSOSN, Códigos de PIS/COFINS na entrada e na saída, etc. • Observância ao regime tributário que melhor se enquadra para a farmácia. • Observância da segregação do ICMS pago anteriormente por Substituição Tributária, de forma a não pagar novamente na saída do produto.

“O aparelhamento do Fisco permite um monitoramento constan-

em contabilidade farmacêutica, especifi-

te do contribuinte, não ficando mais nada sem ser fiscalizado. A inte-

camente com medicamentos. “Pergunte a

ligência fiscalizatória está tão aprimorada que é capaz de identificar a

respeito do conhecimento dele sobre as re-

evasão fiscal pelo comportamento do contribuinte”, alerta Giovane.

soluções que norteiam o mercado varejista

Para o especialista, grande parte dos problemas poderia ser re-

farmacêutico. Esteja certo de que o conta-

solvida se o proprietário da farmácia se reunisse com o contador,

dor a ser contratado entende como funcio-

ao menos, duas vezes no mês, em reuniões quinzenais, para tratar

na o procedimento de ICMS ST para farmá-

da contabilidade realizada e futura da empresa. Segundo o con-

cias e drogarias, pois existem peculiaridades

sultor, essa simples atitude já obrigaria o profissional de contabili-

específicas para o varejo farma”, aconselha

dade a buscar critérios de qualidade para a prestação dos serviços.

Cadri Awad, do Instituto Bulla.

“O profissional de contabilidade desatualizado traz um prejuí-

Tenha a certeza de que o contador está

zo recorrente à farmácia, haja vista que, ao ser fiscalizado e autua-

alinhado com o setor farmacêutico, pois a

do por uma irregularidade, as penalidades serão impostas sob um

maioria diz que tem conhecimento espe-

passado de até cinco anos, em se tratando de área fiscal, com mul-

cífico sobre a área, mas, na verdade, está

tas e juros que podem chegar a 140% do passivo encontrado. Por-

pouco inteirada sobre as características des-

tanto, o profissional desqualificado pode causar um prejuízo que

se mercado.

pode custar a sobrevivência do negócio”, alerta Moreira.

Por último, uma observação importante para que a parceria entre empresários e

Como escolher o seu contador

contadores seja saudável para o negócio:

A primeira providência é avaliar quais são os clientes dele, pois

“Da mesma forma que o contador possui

essa informação já diz muito sobre o profissional. “É importante sa-

funções e obrigações perante a farmácia,

ber também quais ferramentas são usadas para realização da elisão

o inverso também é verdadeiro, de forma

fiscal e tributária. Não menos importante é saber se o contador tem

que o gestor deve repassar os dados espe-

por hábito realizar visitas técnicas, de planejamento e consultoria in

cíficos mensalmente. Não há como cobrar

company, bem como se seu staff comporta a farmácia e o cresci-

do contador se o gestor não fornece as in-

mento que ela terá nos próximos anos”, pontua o consultor da Avant.

formações básicas para se realizar um bom

Porém, imprescindível é verificar a experiência que ele possui

trabalho”, finaliza Cadri.

Revista da Farmácia · Julho-Agosto 2017

33


recursos humanos

Liderança situacional Nossos colaboradores são pessoas com diferentes níveis de maturidade. Não podemos forçá-los a serem parecidos conosco

HUMBERTO TESKI

A Lucia Gadelha Consultora especialista em gestão em recursos humanos e capacitação de líderes.

Quer saber mais?

Mande um e-mail para luciagadelha@terra.com.br

34

A receptividade do estilo do líder e suas

jeito que a corrida fosse incluída. E assim aconteceu. Todas es-

estratégias dependem da percepção que ele

sas modalidades foram incluídas no currículo da escola. Porém,

possui em relação ao nível de maturidade

cometeram um erro estratégico: insistiram para que todos os bi-

de sua equipe. Esse texto, de autor desco-

chos praticassem todos os cursos. O coelho foi magnífico na cor-

nhecido, nos ajuda a entender a importân-

rida, mas queriam ensiná-lo a voar. Colocaram-no numa árvore e

cia da liderança situacional:

disseram: ‘Voa coelho’. Ele saltou lá de cima e quebrou as pernas.

“Conta-se que vários bichos decidiram

Não aprendeu a voar e acabou sem poder correr também. O pei-

fundar uma escola. Reuniram-se e come-

xe, campeão na modalidade nado, foi obrigado a correr em terra.

çaram a escolher as disciplinas. O pássaro

Quase morreu com falta de ar. Suas guelras abriram-se e foi so-

insistiu para que o voo entrasse no currícu-

corrido imediatamente. Foi assustador vê-lo naquela situação. O

lo. O peixe sugeriu o nado. O esquilo achou

pássaro voava como nenhum outro, mas o obrigaram a cavar bu-

que a subida perpendicular em árvores era

racos como uma toupeira. Quebrou o bico e as asas, e depois não

fundamental. O coelho queria de qualquer

conseguiu voar tão bem, nem cavar buracos.” Podemos concluir que nossos colaboradores são pessoas com diferentes níveis de maturidade. Cada um tem seu perfil. Não po-

O nível de conhecimento e maturidade das equipes impacta diretamente tanto na gestão quanto nos resultados a serem alcançados, o que faz com que gestores tenham que adequar as metas e os resultados ao perfil diferenciado de seus colaboradores.

Revista da Farmácia · Julho-Agosto 2017

demos forçá-los a serem parecidos conosco ou com aquilo que acreditamos, pois caímos no erro de não descobrir o verdadeiro potencial de cada um. Consequentemente, não irão corresponder às expectativas do líder e da empresa. O nível de conhecimento e maturidade das equipes impacta diretamente tanto na gestão quanto nos resultados a serem alcançados, o que faz com que gestores tenham que adequar as metas e os resultados ao perfil diferenciado de seus colaboradores. A liderança situacional deve perceber claramente as forças e fraquezas de seus colaboradores, contribuindo para formar uma equipe de alto desempenho, em que todos possam ser desafiados na entrega dos melhores resultados.



consultora farmacêutica

Qualidade na comunicação Trata-se de um diferencial para a segurança do paciente e uma referência para toda a equipe de saúde

HUMBERTO TESKI

A Ana Lucia Caldas Farmacêutica, gerontóloga e especialista em atenção farmacêutica.

Quer saber mais?

Mande um e-mail para analulcaldas@gmail.com

36

A cultura de segurança inserida no con-

tos da sociedade brasileira à saúde e à segurança no uso dos servi-

texto das boas práticas para o funcionamen-

ços farmacêuticos e no consumo de medicamentos. Nesse cená-

to de serviços de saúde pode ser caracte-

rio, o farmacêutico assume o papel primordial na comunicação de

rizada pelo conjunto de valores, atitudes,

ações voltadas para a qualidade da comunicação na área da saúde,

competências e comportamentos emba-

devido à proximidade com seus pacientes e à facilidade da manu-

sados no comprometimento com a ges-

tenção da comunicação adequada para assegurar as orientações.

tão da saúde e da segurança. Essa cultura

Dessa forma, para pensar em segurança do paciente, é preci-

prioriza a substituição da culpabilidade e da

so instituir estratégias e ações que contribuam para reduzir, a um

punição pela oportunidade do aprendizado

mínimo aceitável, os riscos de danos desnecessários à saúde. In-

por meio das falhas e da contribuição para

dependentemente do local de atuação do farmacêutico, o cuidado

a melhoria da atenção à saúde.

com o paciente deve incluir o desenvolvimento de protocolos que

Nesse contexto, o Ministério da Saúde

pontuem a identificação, a análise, a avaliação, o monitoramento

instituiu o Programa Nacional de Seguran-

e a comunicação dos riscos no serviço de saúde, bem como pro-

ça do Paciente (PNSP), por meio da Portaria

mover um ambiente seguro para pacientes e familiares. Diferen-

MS/GM nº 529, de 1° de abril de 2013, com

tes profissionais e locais de atendimento facilitam a ocorrência de

o objetivo principal de colaborar para o cui-

erros de comunicação entre o paciente e o profissional de saúde,

dado em saúde com qualidade, em todos os

culminando em confusão e, consequentemente, em divergência

estabelecimentos de saúde do território na-

entre o tratamento proposto e o tratamento necessário.

cional, em ambientes públicos ou privados,

A comunicação é a base para um atendimento de qualidade,

de acordo com as diferentes prioridades da-

não apenas por meio de palavras, mas também com expressões

das à segurança do paciente nesses locais.

faciais, gestos, tom de voz, distância entre as pessoas, entre ou-

No dia 11 de agosto, foi publicada a Lei

tros. É um somatório da linguagem corporal com as influências do

13.021/14, conhecida como “Farmácia Es-

meio ambiente. Estabelecer uma comunicação eficaz com o pa-

tabelecimento de Saúde”. Ela passou a re-

ciente ajuda a promover segurança na assistência, por isso é tão

presentar um grande avanço em termos de

importante que o profissional seja claro nas suas orientações para

saúde pública, por caracterizar a farmácia

que o paciente concorde e mantenha os objetivos que levam ao

como uma unidade de prestação de serviços,

sucesso do tratamento. Ao se estabelecer o cuidado centrado no

destinada a prestar assistência farmacêutica

paciente, a comunicação correta é um grande diferencial para a se-

e assistência à saúde, fortalecendo os direi-

gurança dele e uma referência para toda a equipe.

Revista da Farmácia · Julho-Agosto 2017



comercial

Estratégia omni-channel Tendência é oferecer múltiplos canais de acesso aos produtos, garantindo a mesma experiência em todos eles

U

Uma decisão recente do grupo Raia

loja física, e-commerce e redes sociais, garantindo que o usuário

Drogasil mostrou que as vendas multica-

desfrute a mesma experiência e retorno de compra em qualquer

nais vieram para ficar e estão cada vez mais

um deles. “Recomendamos que as farmácias, além de oferecer ca-

interligadas e combinadas. Os clientes das

nais variados, devem estar atentas à qualidade da entrega, inde-

duas redes já podem trocar na loja física o

pendentemente do canal escolhido pelo cliente”, alerta Monteiro.

que comprarem pelo site e televendas, uma

Devido ao maior acesso à internet e às tecnologias em geral, os

proposta inovadora no varejo farmacêuti-

canais digitais parecem estar mais rentáveis atualmente, mas, em

co, que pode estimular ainda mais o avan-

alguns casos, ainda não se pode abrir mão de um ponto de venda

ço das compras online.

físico. “Tudo vai depender da estratégia adotada, do produto a ser

De acordo com uma pesquisa feita nos Estados nos Unidos, entre junho de 2015

mídias sociais”, afirma.

e agosto de 2016, pela Harvard Business

O aplicativo WhatsApp é um fenômeno no País, e hoje arre-

Review, somente 7% dos consumidores

mata milhões de usuários, inclusive no mundo dos negócios. En-

fizeram compras exclusivas na web, 20%

tre nove grandes mercados incluídos em uma pesquisa realizada

apenas em uma loja física e o restante, 73%,

pelo MEF com seis mil usuários móveis, o Brasil é o segundo com

compraram por meio de uma combinação

maior uso de WhatsApp, atrás apenas da África do Sul. Segundo

de canais. Segundo o coordenador da pós-

relatório divulgado pela entidade, 76% dos assinantes móveis, no

graduação em Gestão Estratégica no Varejo

País, fazem uso regular do aplicativo, que é o comunicador ins-

do IBMEC, Haroldo Monteiro, esse cenário

tantâneo mais popular entre as pessoas hoje em dia. No entanto,

declara que o consumidor, hoje em dia, dei-

caso utilize esse canal para vendas, a farmácia deve garantir que

xou de ser fiel a um único canal de venda.

as condições acordadas pelo aplicativo, como qualidade do pro-

“Ele mescla os canais porque busca prati-

duto e tempo de entrega, sejam respeitadas.

cidade, custo e benefício na hora de obter um produto”, declara.

38

vendido, do custo do frete e também do investimento feito nas

A perfeita interação dos canais físicos com os virtuais depende de alguns fatores, entre eles, treinamentos dos funcionários,

Para atender a esse tipo de cliente, as

imparcialidade e relacionamento profundo e duradouro com os

empresas devem criar soluções com base

clientes. Não é correto, por exemplo, privilegiar um canal em de-

na estratégia denominada omni-channel, isto

trimento de outro.

é, quando a farmácia ou rede oferece múl-

Para o coordenador do Sebrae Rio de Janeiro, Leandro Mari-

tiplos canais de acesso aos produtos, como

nho, os principais multicanais utilizados pelo varejo como um todo

Revista da Farmácia · Julho-Agosto 2017


comercial

são as lojas físicas, a central de televendas e a rede de consultores.

da de vendas poderá perder mercado, in-

Quando se trata de canais digitais, os mais usados são o e-commerce,

dependentemente do porte empresarial.

f-commerce (Facebook commerce), m-commerce (móbile commerce)

Essa não é mais uma tendência e sim uma

e e-marketplace (shopping center online).

necessidade real e imediata de atrair e reter

O e-commerce é um recordista de bons resultados no vare-

clientes”, garante o coordenador do Sebrae.

jo, tanto que alguns segmentos chegam a vender mais por esse

Em relação aos preços, eles podem va-

canal em comparação às lojas físicas. “A taxa de crescimento do

riar de um canal para outro, pois vários fato-

e-commerce chega a ultrapassar dois dígitos anuais em alguns se-

res influenciam diretamente na definição da

tores. No ano passado, cinco deles tiveram crescimento acima

política de preços de uma empresa. A loja

da média nesse canal, entre eles o varejo farmacêutico”, destaca.

física, por exemplo, tem custos fixos mais

Para investir em canais alternativos de venda, o coordena-

altos, como aluguel e um número maior de

dor do Sebrae sugere usar ferramentas de análise que diminuam

funcionários. Já a loja virtual, em geral, de-

os riscos, fazer um plano de negócios e saber exatamente onde

manda uma estrutura física mínima, po-

atuar, pesquisando tendências, sazonalidade, concorrência, polí-

dendo trabalhar com preços mais atrativos.

tica de preços e logística. O Sebrae tem um programa, o Sebraetec, que facilita a ca-

De olho no consumidor

pacitação de empreendedores que desejam investir em multi-

O cliente atual está mais exigente, aten-

canais de venda. O projeto permite às empresas acesso a servi-

to e com uma postura mais ativa no mo-

ços subsidiados em inovação e tecnologia. O desenvolvimento

mento da compra. Hoje, ele pesquisa so-

de um e-commerce, por exemplo, está inserido nesse programa.

bre a empresa, considera as avaliações na

De acordo com Marinho, em um futuro próximo, as grandes

internet e leva para as próximas compras as

marcas irão reduzir os números de pontos físicos de venda, tor-

experiências adquiridas em diferentes ca-

nando-os apenas um showroom e concentrando as vendas nos

nais de vendas. Se forem boas, ele repete

canais digitais. “O varejo que não investir numa plataforma varia-

a compra e até indica para amigos.

Revista da Farmácia · Julho-Agosto 2017

39


comercial Ainda há consumidores tradicionais,

as principais vantagens para uma farmácia quando ela tem a pos-

à moda antiga, que desconfiam de com-

sibilidade de se conectar aos aplicativos que permitem esse tipo

prar determinados produtos pela internet,

de pesquisa é que ela consegue aumentar a visibilidade da marca,

de maneira online, por receio de não saber

conquistar novos clientes e incrementar as vendas.

como eles são fisicamente. Por isso, é cada

Recentemente, a empresa que desenvolveu o FarmaPrática fez

vez mais comum ver pessoas indo às lojas

uma pesquisa com mais de 300 farmácias de médio e pequeno

físicas, conhecendo os produtos e finalizan-

porte no Rio de Janeiro e identificou uma forte necessidade de im-

do a compra pela internet, que, em geral,

plantação de vendas online para os consumidores. “Aproximada-

oferece preços melhores.

mente, 80% dos empresários afirmaram estar asfixiados financei-

Outro canal de relevância é o buscador de preços, que dá visibilidade. Atualmente,

ramente e demonstraram interesse em ter mais um canal direto de vendas”, conta Vanessa.

existem vários no mercado. Um exemplo é

A utilização de plataformas de compra online vem crescendo

o FarmaPrática, por meio do qual o cliente

muito nos últimos anos e se tornando uma forte tendência de mer-

pode comparar os valores dos produtos e,

cado. Em três meses de operação, o FarmaPrática já possui mais

em seguida, fazer o pedido na farmácia que

de mil clientes cadastrados.

escolher, com delivery incluído e imediato. A diretora de Operações da plataforma FarmaPrática, Vanessa Araújo, destaca que

Compra na web, troca na loja Quem está inovando nas vendas em multicanais são as redes Droga Raia e Drogasil. O grupo agora permite que o consumidor

Glossário dos principais canais digitais E-COMMERCE: tipo de transação comercial, com ou sem fins lucrativos, feita especialmente por meio de um equipamento eletrônico. Por exemplo, computadores, tablets e smartphones. F-COMMERCE: loja virtual construída dentro do ambiente do Facebook. A ação estimula não só a compra, mas também a propagação das ações entre os amigos do consumidor. Nesse canal, a loja virtual pode ter funcionalidades próprias da rede, como botão de “curtir” um produto, espaço para comentários ou botões para sugerir – compartilhar – produtos com outros usuários. M-COMMERCE: comércio eletrônico ou venda online realizada a partir de um dispositivo móvel, como um telefone celular ou smartphones. E-MARKETPLACE: espaço virtual onde produtos e serviços são oferecidos aos consumidores utilizando a internet. O consumidor interessado em comprar algum produto ou serviço pode consultar um catálogo online, fazer encomendas e transações financeiras, consultar o processo de compra etc.

40

Revista da Farmácia · Julho-Agosto 2017

faça a troca dos produtos comprados pelo site ou televendas em qualquer loja física. Para isso, basta apresentar o item na embalagem original, inviolado e com a nota fiscal da mesma bandeira do site onde a compra foi feita. “O lançamento desse serviço é mais um passo da companhia para apresentar uma experiência única de compra em todos os canais de venda”, afirma o gerente de Vendas Multicanal da Raia Drogasil, Diego Killian. Se o produto escolhido para a troca em loja tiver valor mais alto do que o comprado no site, a diferença será cobrada com o preço praticado no ponto de venda. Se o cliente não encontrar o produto desejado, a empresa fará uma busca para tentar localizar em uma unidade mais próxima. Tudo para garantir a satisfação e a fidelidade. A exceção para essa nova política de troca se dá somente para os produtos que necessitam de armazenamento em temperatura especial e para os medicamentos controlados. Nesse caso, não podem ser trocados ou devolvidos, por determinação da Vigilância Sanitária e do Ministério da Saúde. O site da Drogasil foi eleito pelos consumidores da internet como a “Loja Mais Querida de 2016”, na categoria Saúde, durante a 14ª edição do Prêmio Ebit, iniciativa que reconhece lojas online, executivos e plataformas de e-commerce que se destacam no mercado ao longo do ano.



mercado

Chegando à maioridade Genéricos completam 18 anos e continuam em crescimento, mais que o mercado farmacêutico em geral

O

Os medicamentos genéricos, que com-

pletaram 18 anos no último dia 25 de maio, continuam se apresentando como boas opções aos consumidores que buscam preços mais em conta, ainda mais em período de crise econômica. Esse comportamento tem sido constatado nos dados divulgados recentemente pela Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos (PróGenéricos), com base nos indicadores do IMS Health. Essa classe de produtos fechou o primeiro trimestre de 2017 com crescimento de 9,86% no volume de vendas, em unidades, frente a igual período do ano anterior. Entre janeiro e março deste ano, no total, foram comercializadas 303 milhões de unidades de medicamentos contra 276 milhões no mesmo intervalo de 2016. O desempenho coloca o genérico na posição de motor de crescimento da indústria farmacêutica do País. Isso porque as vendas totais da indústria cresceram, no mesmo período, 1,9%. Com isso, os genéricos cresceram 7,9% acima do mercado farmacêutico total. Com o resultado, os genéricos encerraram março com 31,27% de participação de merca-

juntas afetam milhares de brasileiros. No primeiro caso, as vendas

do, de acordo com a PróGenéricos.

de genéricos em unidades cresceram 38%, nos últimos três anos,

Esse crescimento tem sido alavancado por duas classes de medicamentos, que são

42

contra uma expansão de 26% dos similares e de 10% entre medicamentos de referência, no mesmo intervalo de tempo.

os anti-hipertensivos e os medicamentos

No que se refere aos antilipêminos, para controle do coleste-

para colesterol, duas doenças crônicas que

rol, o crescimento foi de 29%, entre 2014 e 2016 em unidades. No

Revista da Farmácia · Julho-Agosto 2017


mercado mesmo período, os similares cresceram 12% e os medicamentos de

de nossas metas e vamos trabalhar para que

referência apresentaram uma contração de -10%. Esses números

consigamos alcançá-la”, adianta Domont.

mostram que os genéricos têm tido um crescimento mais signifi-

Quem também demonstra satisfação é a

cativo, se comparado aos medicamentos de referência e similares.

Sandoz Brasil, que, no primeiro trimestre de 2017, teve um crescimento em valores de 9%,

Indústrias comemoram resultados

resultado maior que o alcançado no mesmo

Com todo esse cenário, as indústrias de medicamentos gené-

período do ano anterior. O diretor de Marketing

ricos têm o que comemorar, uma vez que as vendas estão sendo

e Inteligência de Mercado da companhia, Gui-

superadas. O diretor comercial de Genéricos da EMS, Aramis Do-

lherme Barsaglini, ressalta que a categoria de

mont, contabiliza que 35% do faturamento da empresa são pro-

genéricos continua tendo um grande poten-

venientes dos medicamentos genéricos. “Para ter uma ideia, em

cial de crescimento no Brasil. “Digo isso por-

comparação a 2015, esse segmento cresceu 36% em faturamento,

que a classe ainda representa cerca de 30%

em 2016, e encerrou o ano como líder no segmento, com 17,42%

do mercado total farmacêutico. Em mercados

de marketshare em reais e 16,33% em unidades”, afirma Domont.

mais maduros, como o Canadá, os genéricos

O diretor comercial destaca que, no primeiro trimestre de 2017,

têm participação de mais de 90%”, compara.

a EMS comercializou cerca de 54 milhões de unidades. Apenas

A Sandoz dobrou as vendas nos últimos

em março, o registro foi recorde e histórico, chegando à marca de

três anos, crescendo acima do mercado em

R$425 milhões. Ao todo, foram 28 milhões de unidades vendidas

todo o período, o que se deve a uma estra-

durante o mês. “A nossa meta é registrar um crescimento maior

tégia mais focada da empresa em aumentar

que 20% ainda este ano, atingindo a marca de R$ 1 bilhão em fa-

a presença nos pontos de venda e ser uma

turamento líquido. Acreditamos que o mercado pode dobrar de

marca sinônimo de alta qualidade e acesso

tamanho nos próximos dez anos”, prevê Domont.

reconhecidos pelos profissionais de saúde e

O objetivo da EMS é seguir lançando genéricos inéditos, como

pacientes. “A empresa está investindo R$ 2

em 2010, quando disponibilizou o primeiro do gênero para disfun-

milhões em ações online para potencializar

ção erétil. Além disso, a empresa pretende ocupar fatias importantes

a marca em canais digitais, o que irá ajudar

de mercado com medicamentos genéricos de alta complexidade,

a gerar mais contato com o consumidor,

de difícil desenvolvimento e produção.“Queremos inovar no merca-

aumentar a atuação nos pontos de venda

do farmacêutico, por exemplo, lançar os genéricos inalatórios, já que

e proporcionar acesso a informações qua-

poucas empresas no mundo dominam tal tecnologia. Essa é uma

lificadas sobre saúde”, conta Barsaglini.

Genéricos em números

Os genéricos são, em média, 60% mais baratos que os medicamentos de referência nas farmácias.

Revista da Farmácia · Julho-Agosto 2017

43


marketing farmacêutico

Os aliados

O

O consumidor não vai deixar de com-

HUMBERTO TESKI

prar o que precisa, afinal existem muitos

Mauro Pacanowski Professor e consultor da FGV.

Mande um e-mail para mauro@pacanowski.com.br

44

compra mais rápida e satisfatória.

fatores que levam ao consumo. Chega de

Com relação ao homem, tradicionalmente impaciente com o

sofrer com a inércia do não saber o que fa-

ato de comprar, ele anda se interessando pelo assunto porque des-

zer. Vamos comprar melhor, ter estoques

cobriu o valor da aparência. Ele não delega mais à mulher a tarefa

diferenciados, condições novas, apelos dis-

de montar o seu nécessaire com produtos de higiene e beleza. Cada

tintos, afinal você sabe quem é o seu con-

vez mais frequentador da farmácia, o homem passou a cultivar in-

sumidor, não sabe?

teresses domésticos e relacionados à saúde física.

E quem sabe? Descobrir, por exemplo,

O que vem sendo constatado é que, apesar do pioneirismo, os

particularidades importantes nos compor-

formadores de opinião abandonam as novidades com a mesma ra-

tamentos feminino e masculino e como eles

pidez com que as adotam. Quando o consumidor adquire um novo

vêm mudando é estratégia fundamental para

produto ou serviço, rapidamente ele também se mostra disposto a

o varejo se preparar para novos e promisso-

trocá-lo por outro mais moderno, prático ou eficiente, não haven-

res negócios. Conhecer e falar diretamente

do tempo para que possa influenciar outras pessoas e contar sobre

com os líderes e formadores de opinião de

sua boa experiência com aquela utilização e os benéficos adquiridos.

ambos os sexos e saber o que pensam as

Quem é esse consumidor? O perfil dele revela uma pessoa que

pessoas que adotam determinados com-

valoriza a autenticidade e a originalidade dos produtos. É bem in-

portamentos ou produtos antes de outras

formado e um pouco mais individualista por não seguir a moda,

é fator chave para conhecer as tendências

mas sim criar tendências. Ele tem pouca disponibilidade de tem-

que contribuem com a área de marketing das

po e é socialmente responsável.

empresas. Se essas pessoas reagirem posi-

Acompanhada de uma amiga, a mulher fica o dobro de tem-

tivamente a um produto ou serviço, signifi-

po numa farmácia, principalmente se o foco da compra for tintu-

ca que existe uma probabilidade maior de

ra. Se você já sabia disso, o que fez para, em vez de atender a uma

esse produto ter sucesso quando for intro-

só consumidora, transformar as duas em clientes?

duzido e lançado no mercado.

Quer saber mais?

sentação e a disposição dos produtos nas gôndolas, para tornar a

Aproximadamente, 65% dos homens que provam perfumes

Quando não trabalhava, a mulher acha-

e cosméticos acabam comprando,contra 20% das mulheres. Se

va agradável sair para fazer compras – uma

você já sabia disso, porque não desenvolveu um mobiliário mais

de suas poucas atividades sociais –, embo-

masculino e atraente?

ra tivesse de se conter na hora de assinar o

Cerca de 90% das mulheres consultam a etiqueta de preço, con-

cheque ou utilizar o cartão de crédito. Atual-

tra 70% dos homens. Se você já sabia, quais estratégias de precifica-

mente,elas têm independência financeira e

ção e exposição você desenvolveu para um e para outro? Quantos

o próprio dinheiro, mas vêm encarando a

atendentes são especialistas em dermocosméticos ou nutricêntricos?

atividade de compras como uma obrigação

Depois dessa reflexão, a pergunta é: quem pode ser o veícu-

que rouba o que lhes é mais caro: o tempo.

lo de informação para que você se prepare adequadamente? Res-

Por esse motivo, um dos pontos que devem

pondeu certo quem disse a indústria. Entretanto, ela só irá ajudá-lo

ser equacionados de forma bastante racio-

se tiver confiança em seus números e na possibilidade de conquis-

nal e científica pelas farmácias são a apre-

tar um aliado. Pense nisso e invista na relação com a indústria.

Revista da Farmácia · Julho-Agosto 2017



gestão financeira

Planejamento empresarial Dicas para o planejamento operacional do seu negócio

ANDRÉ LIMA

O

O objetivo deste artigo é mostrar que o

arcar com outros gastos, normalmente fixos, como aluguel e sa-

planejamento tem grande utilidade para si-

lários. Quantas unidades desse produto teriam que ser vendidas

mular e testar as linhas de suporte do negó-

mensalmente para pagar a conta dos gastos fixos e começar a dar

cio. O exercício de planejar aumenta o conhe-

lucro? A essa quantidade, damos o nome de ponto de equilíbrio.

cimento, que é muito útil quando se precisa

No caso de uma drogaria ou farmácia, é pouco produtivo, se não

tomar decisões diante de dificuldades. Por

impossível, tentar calcular as quantidades de equilíbrio por tipo de

exemplo: com que volume de vendas míni-

produto, pois são muitos e a composição varia. Então, melhor cal-

mas a sua farmácia gera caixa suficiente para

cular a quantidade de transações de vendas, tomando por base o

se manter? Até que ponto o fluxo de caixa

tíquete médio por transação, informação que costuma ser obtida

está comprometido com a antecipação de

no software de controle de vendas. O Ticket Médio Bruto (TMB) é

recebíveis de cartão de crédito? São ques-

igual ao total de vendas do período dividido pelo correspondente

tões críticas, porque dizem respeito à sobre-

número de transações. Para se calcular a margem de contribuição

vivência da empresa, e pertinentes ao pro-

média por transação, é preciso ainda considerar a alíquota de tri-

cesso de planejamento operacional.

butos sobre vendas (TSV) e o percentual de margem bruta (MB),

O planejamento pode ser dividido em

ambas informações obtidas da contabilidade. A título de exemplo,

dois tipos básicos: estratégico e operacional.

se TMB = 150, TSV = 20% e MB = 50%, a margem de contribui-

O estratégico tem a ver com decisões so-

ção por transação (MC/T) seria de MC/T = TMB.(1-TSV).MB = 150

Jorge Wilson Alves

bre expansão, novos negócios e atividades.

x 0,80 x 0,50 = $60/transação. Se os gastos fixos forem de R$

Consultor financeiro

O planejamento operacional concentra-se

30 mil por mês, então são necessárias 500 transações mensais

no dia a dia. Diz respeito, por exemplo, à ta-

para equilibrar o caixa ou 17 transações/dia, aproximadamente.

Quer saber mais?

Mande um e-mail para jwluizalves@gmail.com

46

bela de preços, compras, empréstimos para

Se as vendas são realizadas no cartão de crédito em duas par-

capital de giro, etc. A análise do custo-volu-

celas, é necessário deduzir o que se paga de comissão e antecipa-

me-lucro, ou CVL, é um ótimo instrumen-

ção de recebíveis. Imaginemos que sejam 5% de comissão mais

to de planejamento operacional, pois indica

3% de antecipação por mês, então o desconto do cartão de crédi-

qual o volume de vendas necessário para

to (DCC) é de 9,5%. Retomando o exemplo, a MC/T = TMB.(1-TS-

o negócio começar a gerar lucro e também

V-DCC).MB = 150 x 0,705 x 0,50 = $53/transação (arredondados),

caixa. Imagine uma empresa que tenha um

sendo necessárias 30.000 / 53 = 566 transações/mês para cobrir

único produto cujo preço é R$ 10 e o cus-

os gastos fixos e equilibrar o caixa. Pode-se, também, fazer um es-

to, R$ 5 por unidade. Cada unidade vendi-

tudo estatístico da distribuição do TMB a partir de séries temporais.

da gera R$ 5 de margem, que contribui para

Mas aí já é outra história!.

Revista da Farmácia · Julho-Agosto 2017



HUMBERTO TESKI

evento

Banda Anjos da Noite anima público

Feirão de Negócios da Rio Drog’s atrai grande público Mais dois estão previstos até o fim do ano, além de encontros regionais

A 48

A Rio Drog’s, distribuidora de produtos

o sorteio de dois carros, uma moto e diversos outros prêmios. No

farmacêuticos e de perfumaria, realizou mais

fim do dia, a banda Anjos da Noite agitou o evento, que também

um Feirão de Negócios, que aconteceu na

contou com a tradicional feijoada do Salgueiro.

quadra do Salgueiro, no Andaraí. Nesta se-

O diretor executivo da Rio Drog’s, Ricardo Scaroni, explicou

gunda edição, uma das novidades foi a pre-

que um dos objetivos é levar descontração ao cliente no momen-

sença de um número maior de indústrias

to da compra. “Não é sempre que eles têm essa oportunidade e

nos espaços reservados para negociação,

aqui conseguimos proporcioná-la aos empresários. A previsão é

o que possibilitou aos clientes mais ofertas

de que possamos realizar mais dois feirões até o fim do ano, mas

e oportunidades de compras. Houve ainda

com data e local a serem definidos”, comentou.

Revista da Farmácia · Julho-Agosto 2017


evento Apesar do momento de crise enfrentado pelo País, a quadra ficou lotada, o que resultou em um alto volume de vendas. “Nos anos anteriores, o cenário era positivo, mas este ano o cliente demonstra mais disposição para comprar. Acredito que estamos acertando e realmente levando oportunidade para o varejo”, afirmou o sócio-diretor da Rio Drog’s, Bruno Freire. Ainda segundo Freire, a ideia é que as indústrias consigam fazer um mês de vendas em um dia, superando as expectativas dos anos anteriores. O executivo explica que, além do feirão, a distribuidora realiza o Encontro de Negócio Regional, com as mesmas características e objetivos do feirão, mas focado no público local. No próximo semestre, a ideia é levá-lo para as regiões Norte-Noroeste Fluminense, dos Lagos e Centro-Sul Fluminense. A Embelleze, uma das indústrias participantes, levou algumas novidades do seu portfólio de produtos de beleza. Uma delas foi

O presidente da Ascoferj, Luis Carlos Ma-

a linha Meus Cachos de Cinema, composta por shampoo, condi-

rins, prestigiou o encontro. Para ele, o even-

cionador, creme de tratamento, creme para pentear e manteiga

to já é tradição no calendário do setor e a

restauradora. “A parceria com a Rio Drog’s e a participação no fei-

Ascoferj apoia o modelo adotado pela em-

rão possibilitam dar mais visibilidade à marca dentro do canal far-

presa. “Esses encontros são favoráveis aos

ma, o que é muito bom para o nosso negócio”, disse Gilmar La-

empresários que querem conhecer novos

gos, da Embelleze.

produtos e fazer compras com condições

A Brasterápica Farmacêutica apresentou aos clientes o Malacal, fonte de cálcio que não inibe a absorção de magnésio e zinco

Bruno Freire, sóciodiretor da RioDrog’s

diferenciadas, mas também ao networking”, comentou o presidente da entidade.

pelo organismo. “A Rio Drog’s foi a primeira distribuidora, no Rio

Até o início da tarde do feirão, mais de

de Janeiro, a revender o produto e hoje o evento nos ajudou na di-

600 pessoas já haviam passado pela qua-

vulgação e apresentação dos benefícios do Malacal”, frisou Elaine

dra do Salgueiro, o que simboliza o suces-

Brito, da Brasterápica.

so do evento. Feijoada servida durante o evento

Revista da Farmácia · Julho-Agosto 2017

49


evento

Ascoferj marca presença na ALCF|2017 Delegação brasileira faz visitas técnicas a farmácias portuguesas

A

A capital portuguesa, Lisboa, foi sede

da Academia Lusófona de Ciências Farma-

Palestra da presidente da Sociedade Brasileira de Farmacêuticos e Farmácias Comunitárias (SBFFC), Carmen Iris Tolentino

50

da nos temas. Os assuntos abordados fizeram parte do contexto atual e vivido pelos países participantes”, avaliou Matos.

cêuticas (ALCF), evento que reuniu profis-

Durante a semana da Academia, a Ascoferj marcou presença

sionais brasileiros, portugueses e angolanos

participando de palestras, workshops e, principalmente, da mesa-

para discutir importantes temas da profis-

redonda “Debate e enquadramento das temáticas com a realida-

são, como serviços farmacêuticos, inova-

de dos países participantes”. O presidente da Ascoferj, Luis Car-

ção em saúde, gestão e outros. A Academia

los Marins, o consultor jurídico da entidade, Gustavo Semblano, e

ALCF|2017, que aconteceu entre os dias 5

a farmacêutica Ana Lucia Caldas participaram da mesa-redonda,

e 11 de junho, na Fundação Portuguesa das

mediada pela farmacêutica diretora técnica da Associação Nacio-

Comunicações, foi idealizada e organizada

nal de Farmácias (ANF), Isaura Martinho. “É na intercomunicação

pelo farmacêutico João Pedro Matos, da ID

de diferentes realidades e na partilha de experiências que reside o

Consulting. “Fico feliz porque conseguimos

mais importante da Academia. O evento permitiu que todos pu-

atingir os objetivos propostos e a presença

dessem adquirir mais competência para o exercício das funções

foi de uma plateia diversificada e interessa-

para as quais estão habilitados”, garantiu Isaura.

Revista da Farmácia · Julho-Agosto 2017


evento A diretora da ANF acrescenta que os contatos estabelecidos permitem uma continuidade de intercâmbio de informação e conhecimento, possibilitando assim a aquisição de novos conteúdos científicos. “A formação contínua é fundamental para o bom desempenho de qualquer profissão e, mais ainda, para o setor farmacêutico, que está em permanente transformação”, acrescentou. O presidente da Ascoferj, Luis Carlos Marins, destacou que o evento foi positivo em função do aprendizado obtido e o mais importante: a possibilidade de troca com outros profissionais. “Tivemos o privilégio de observar como funcionam os demais mercados e trazer as experiências para serem aproveitadas e adequadas à realidade do varejo nacional farmacêutico”, contou. A farmacêutica e consultora Ana Lucia Caldas, que também fez parte da delegação brasileira, garantiu que o evento possibilitou uma

lestras. “Para mim, foi um evento completo

reflexão sobre o momento que a profissão vive nos dias atuais. “O

e com uma gama enorme de conhecimen-

farmacêutico será mais valorizado quando souber o quanto é es-

tos. O mais interessante foi o formato em

sencial cuidar das pessoas. Elas são o centro, o foco e o objetivo

que todos tinham a oportunidade de ques-

pelo qual o trabalho se faz necessário. Para fazer isso,é preciso dar

tionar, o que tornou o evento uma verda-

o nosso melhor”, comentou Ana Lucia.

deira academia”, avaliou.

Cobrar ou não pelos serviços

Farmácias portuguesas

O professor da Universidade Federal do Paraná, Cassyano Correr,

Em Portugal, as farmácias são regula-

levou para o público a palestra “Serviços farmacêuticos nas farmá-

das pelo Estado, sendo obrigatória a pre-

cias do Brasil”. Para ele, os serviços clínicos prestados pelo farma-

sença do farmacêutico diretor técnico e do

cêutico dentro das farmácias devem ser cobrados, pois a margem

farmacêutico adjunto. Existem regras rígi-

da venda dos produtos farmacêuticos não permite que sejam gra-

das para a abertura de um novo estabele-

tuitos. “A demanda pelos serviços farmacêuticos exige qualifica-

cimento, como estar, ao menos, a dois qui-

ção profissional, pois os profissionais atuam na saúde das pessoas

lômetros da farmácia mais próxima. Além

Delegação da Ascoferj participa da Academia

João Pedro Matos, farmacêutico e diretor da ID Consulting, empresa organizadora do evento

e isso vai além da simples orientação prestada no balcão. Para que a iniciativa seja viável, o profissional e o estabelecimento precisam ser remunerados”, defendeu. Durante sua apresentação, Correr afirmou que, no futuro, é possível que existam formas alternativas de se receber por esses serviços, como por meio de planos de saúde ou subsídios do governo, mas, nesse momento, a realidade é outra. “As atividades, por causa disso, precisam ser oferecidas para quem está disposto a pagar por elas. O público, nesse caso, são pessoas que não possuem planos de saúde com cobertura total ou que estejam insatisfeitas com o sistema público de saúde”, argumentou. A presidente da Sociedade Brasileira de Farmacêuticos e Farmácias Comunitárias (SBFFC), Carmen Iris Tolentino, assistiu às pa-

Revista da Farmácia · Julho-Agosto 2017

51


evento

Fachada de uma farmácia portuguesa

disso, a abertura de uma nova farmácia se

pública da Anvisa sobre vacinação no Brasil traz exigência seme-

dá por concurso público realizado pelo In-

lhante”, destacou Gustavo Semblano.

farmed, um órgão correspondente à Anvisa, aqui no Brasil.

52

Visitas técnicas

O tema vacinação, ainda recente no Bra-

A delegação brasileira que acompanhou a Academia ALCF|2017,

sil, está em estágio avançado em terras por-

formada pelo presidente da Ascoferj, Luis Carlos Marins, pelo ad-

tuguesas. Lá, as farmácias podem vacinar,

vogado e consultor jurídico Gustavo Semblano, pela farmacêuti-

desde que os farmacêuticos tenham se qua-

ca e gerontóloga Ana Lucia Caldas, pela especialista em RH, Lu-

lificado no curso Administração de Vacinas

cia Gadelha, e pelo empresário e diretor Josué Firmino, fez visitas

e/ou Medicamentos Injetáveis, chancelado

técnicas às farmácias portuguesas para conhecer a realidade local

pela Ordem dos Farmacêuticos, e no curso

e compartilhar experiências bem-sucedidas.

Suporte Básico de Vida. “Qualquer aplicação

Marins reconheceu que, diferentemente daqui, em Lisboa, a lo-

de vacina tem que ser registrada em docu-

gística reversa de medicamentos é uma realidade e funciona sem

mento ou de forma online e os profissionais

entraves políticos ou econômicos. O distribuidor recolhe o produ-

devem possuir um seguro de responsabili-

to vencido, dando a ele o destino adequado. Outra curiosidade é

dade civil”, resumiu Isaura Martinho.

o avanço da tecnologia. “A prescrição médica já sai do consultório

Há dez anos, as farmácias portuguesas

com um código de barras. Na farmácia, o leitor faz a leitura do có-

prestam serviços farmacêuticos, inclusive a

digo e um robô entrega o medicamento ao farmacêutico”, contou.

vacinação, realizada somente pelo farma-

Em Portugal, tanto os farmacêuticos como os balconistas trabalham

cêutico. “O que me chamou atenção foi a

com jaleco e uniforme na cor branca, para fazer referência a um padrão

obrigatoriedade de as farmácias portugue-

de imagem relacionado à saúde. Além disso, algumas farmácias dispo-

sas manterem todo um aparato de primei-

nibilizam senha e o cliente aguarda o atendimento em um sofá, com

ros socorros para atender a pacientes que

direito a leitura de revistas e água. “Percebi que o acolhimento deles é

tenham alguma intercorrência no momento

humanizado, existindo interação com o cliente e interesse em ajudá-lo.

da vacinação. Considero algo bastante avan-

Eles chamam os consumidores pelo nome, o que torna o atendimento

çado, pois nem mesmo a recente consulta

ainda mais acolhedor”, ressaltou Lucia Gadelha, especialista em RH.

Revista da Farmácia · Julho-Agosto 2017



evento

Expo Pharma acontece em setembro Edição traz como novidade o Fórum Top Varejo Farma, no dia 11

A

A mais tradicional feira de negócios do

varejo farmacêutico no Rio de Janeiro vem para a edição 2017 com foco exclusivo nas margens, rentabilidade e gestão, ingredientes que garantem o crescimento do varejo farmacêutico. A Expo Pharma será realizada no Riocentro (pavilhão 5 – térreo), de 12 a 14 de setembro. Segundo Fátima Facuri, diretora da Open Brasil, empresa realizadora, o evento vem ao encontro dos anseios dos empresários do setor, ávidos por conhecimento e experiências de como driblar a crise que o País atravessa. “Temos certeza de que a Expo Pharma será um sucesso, tanto para nos-

Feira favorece networking

sos expositores quanto para o público. Juntos, cresceremos mais fortes”, acrescenta.

Margem, rentabilidade e o futuro do setor em debate Pesquisas apontam que o varejo farmacêutico brasileiro deve atingir R$ 87 bilhões em 2017, segundo a consultoria IMS Health. Para garantir parte dessa fatia, as farmácias e redes precisam se preparar. E a Expo Pharma é uma boa oportunidade. A economia brasileira vem se recriando para continuar crescendo. Com o setor farmacêutico não é diferente e, consciente dessa necessidade de inovar, a Expo Pharma trará, paralelamente à feira, o Fórum Top Varejo Farma (data bônus: 11 de setembro) e o Congresso do Varejo Farmacêutico. Ambos contarão com a participação de alguns dos mais conceituados palestrantes do mundo dos negócios, com o objetivo de apontar caminhos para que farmácias, drogarias e também seus parceiros tenham sucesso. O evento contará ainda com uma Rodada de Negócios, visando ao crescimento e networking.

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Revista da Farmácia · Julho-Agosto 2017


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carreira

Novas funções farmacêuticas

SHUTTER

Como o profissional está se preparando para enfrentar os novos desafios

S

Segundo dados do Conselho Federal

mas, apesar disso, a maioria tem o primeiro emprego na farmácia

de Farmácia (CFF) divulgados em 2015, no

comunitária. E é nela que o farmacêutico está autorizado a reali-

Brasil,existem mais de 195 mil farmacêuti-

zar os serviços farmacêuticos, a prescrição de MIPs, a aferição de

cos inscritos nos Conselhos Regionais de

pressão, a aplicação de vacinas, entre outros, já autorizados pela

Farmácia. Esses profissionais têm mais de

legislação vigente.

70 possibilidades de atuação na carreira,

56

Revista da Farmácia · Julho-Agosto 2017

A principal questão, no entanto, diz respeito à formação que


carreira o farmacêutico vem recebendo para desempenhar essas funções

A farmacêutica ressalta ainda que é pre-

com segurança e qualidade. Os números do CFF mostram que, no

ciso treinamento para realizar os serviços

Brasil, existem mais de 520 cursos de graduação em Farmácia, mas

atuais com qualidade e segurança. “Não bas-

como eles estão se adequando a esse novo cenário?

ta somente aferir a pressão arterial. O pro-

A coordenadora do curso de Farmácia da Universidade Está-

fissional deve saber se os parâmetros estão

cio de Sá, unidade Nova Friburgo, Halyka Seródio, garante que os

normais e o que fazer em caso de alteração.

currículos estão evoluindo. “Estamos oferecendo mais aulas prá-

Precisa se manter atualizado para acompa-

ticas, com as teóricas voltadas à realidade profissional. Também

nhar o desempenho do paciente e os resul-

estimulamos a participação em palestras, cursos extracurriculares,

tados obtidos com o tratamento”, defende

como os de injetáveis, e visitas técnicas a hospitais para conhecer

Livia, que cita o ProFar, do CFF, como uma

o trabalho do farmacêutico clínico, que prescreve para pacientes

opção de qualificação.

em leitos”, detalha. Com todas essas modificações no cenário profissional, a Está-

Onde buscar qualificação

cio de Sá está reavaliando o currículo do curso de Farmácia. “Pre-

Os profissionais farmacêuticos que de-

tendemos incluir a Semiologia, que é essencial para a função da

sejam obter uma capacitação contínua têm

prescrição farmacêutica. No campus de Nova Friburgo, já oferece-

inúmeras possibilidades de aperfeiçoamen-

mos a disciplina de Psicologia, para humanizar o atendimento far-

to. A Ascoferj, por exemplo, oferece diversos

macêutico. Além disso, lá, desenvolvemos o projeto Farmácia So-

cursos ao longo do ano. Há outras institui-

lidária, em que os alunos têm a oportunidade de acompanhar de

ções, como o Instituto de Ciência, Tecnologia

perto a nova realidade do mercado de trabalho”, acrescenta Halyka.

e Qualidade (ICTQ), que já tem um progra-

A farmacêutica Laryssa Sampaio, formada no fim de 2015, con-

ma pronto de qualificação do farmacêutico

ta que sentiu segurança em atuar porque, na época da graduação,

para atuar no serviço de vacinação, tão logo

fez estágio em farmácia comunitária. Segundo ela, o amadureci-

seja regulamentado pela Agência Nacional

mento profissional se dá no cotidiano do trabalho, no relaciona-

de Vigilância Sanitária (Anvisa).

mento interpessoal com os clientes e na participação em cursos

A prática de vacinação será vivenciada

complementares. “Eu precisei investir em seminários, palestras e

na Farmácia Escola do ICTQ, um projeto que

cursos de extensão, como os de manipulação, aplicação de injetá-

permite aos alunos atuar em consultórios

veis e, recentemente, pós-graduação em Farmácia Clínica e Hos-

farmacêuticos localizados em drogarias de

pitalar”, compartilha Laryssa.

bairro. O acesso à Farmácia Escola é uma ex-

Para a farmacêutica Livia Gonçalves, formada em 2009 pela

clusividade de alunos e ex-alunos de pós-

Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a participação nos

graduação do ICTQ, que também podem

projetos de extensão e pesquisa, durante a graduação, possibilitou

receber capacitação em serviços como afe-

ampliar os conhecimentos dela sobre atenção farmacêutica. De-

rição da pressão arterial, glicemia, monito-

pois de formada, ela trabalhou com pacientes portadores de he-

ramento do perfil lipídico, avaliação física,

patite C, acompanhando e monitorando o tratamento ao lado de

aplicação de injetáveis, acompanhamento

médicos e enfermeiros, o que auxiliou em sua formação.

farmacoterapêutico, entre outros.

Após a graduação, Livia fez residência multiprofissional, mes-

“A experiência construída vai depender

trado e hoje atua no Serviço Clínico Farmacêutico do Centro Uni-

do interesse do aluno. Nós ofertamos o co-

versitário Augusto Motta (Unisuam). “Fazer residência me ajudou no

nhecimento teórico, científico e técnico den-

trabalho em equipe e no meu posicionamento como farmacêutica,

tro da sala de aula e oferecemos o espaço

beneficiando quem mais precisa: o paciente”, observa.

para ele vivenciar a experiência profissional

Revista da Farmácia · Julho-Agosto 2017

57


carreira e sair qualificado para o mercado de traba-

A coordenadora Farmacêutica e gerente do SAC Farma da

lho”, destaca o diretor do ICTQ, Marcus Vi-

rede Pague Menos, Cristiane Feijó, concorda sobre a necessida-

nicius de Andrade.

de de os profissionais saberem aplicar na prática o que apren-

A empresa farmacêutica Sandoz tam-

dem na teoria. Ela observa a importância de um conhecimen-

bém está desenvolvendo projetos para trei-

to mais profundo em farmacologia, farmácia clínica, legislação

nar os farmacêuticos e demais profissionais

e atenção básica à saúde, principalmente para pacientes ido-

que atuam nas farmácias e drogarias de todo

sos e polimedicados.

o Brasil. Em maio, ela lançou o programa

Cristiane também percebe que faltam habilidades nas áreas

Qualidade Profissional Sandoz, uma plata-

gerenciais, clínicas e em primeiros socorros. “Na hora da contra-

forma de treinamento online, referente a te-

tação, sai na frente o profissional comunicativo e com uma baga-

mas ligados às principais classes terapêuticas

gem enriquecida com cursos e estágios práticos, o que irá ajudar o

existentes, abordando conhecimentos so-

serviço dentro da farmácia”, pontua.

bre seis áreas: cardiologia, sistema nervoso

A Pague Menos oferece treinamentos, cursos online e

central, anti-infecciosos, gastro, saúde femi-

presenciais, palestras com parceiros, pós-graduação em

nina e saúde masculina. Os conteúdos são

Farmácia Clínica e ainda tem uma equipe técnica no SAC

oferecidos em forma de textos, videoaulas

Farma Pague Menos disponível 24 horas para os profissio-

e games, em uma plataforma digital.

nais internos.

Exigências do mercado

Iniciativa que deu certo

Com todo esse progresso na profissão

A Drogaria Retiro montou, em dezembro de 2016, seu primei-

farmacêutica, é possível que o mercado fi-

ro consultório, a Retiro Assiste. Atualmente, os clientes têm aces-

que mais rigoroso e as contratações pelas

so aos serviços de medição de pressão, aferição de glicose, me-

empresas passem a exigir profissionais com

dição de temperatura, nebulização, pequenos curativos, aplicação

perfis mais qualificados para as novas fun-

de injetáveis, perfuração de lóbulo auricular, consulta farmacêu-

ções. Para a farmacêutica da Drogaria Ve-

tica e teste bioquímico rápido para dengue, influenza, hepatite e

nancio, Renane Bernardes, os profissionais

Chikungunya. Em média, oito pessoas passam por dia pelo con-

com diferencial no mercado são aqueles

sultório farmacêutico da Retiro.

que possuem cursos de capacitação e es-

Para Malu Mansur, uma das farmacêuticas que atuam no proje-

pecialização, como aplicação de injetáveis,

to, é clara a necessidade de capacitação do profissional para pres-

farmácia clínica e prescrição farmacêutica,

tar esses atendimentos. “A Drogaria Retiro forneceu aos farma-

mas que também tenham interesse em

cêuticos todos os treinamentos necessários para a qualificação.

ajudar pessoas.

Importante também buscar atualização constante em cursos ex-

De acordo com a farmacêutica, os profissionais estão embasados teoricamente,

58

ternos, principalmente relacionados à farmácia clínica e farmacologia”, orienta Malu.

mas são carentes da prática. “Por isso, a Ve-

Depois da inauguração da Retiro Assiste, a demanda de

nancio investe na formação interna, dispo-

clientes aumentou consideravelmente. “Estou surpreso e feliz

nibilizando cursos online, aulas presenciais,

com os resultados que estamos alcançando e também satisfei-

participação em eventos, treinamentos e pa-

to em poder ajudar a população na busca por uma vida saudá-

lestras. No momento, estamos implantan-

vel. Isso me incentiva a querer melhorar e ampliar ainda mais

do grupos de estudo para a discussão de ca-

os serviços prestados”, diz o empresário e presidente da rede,

sos clínicos e troca de experiências”, conta.

Adriano Santos.

Revista da Farmácia · Julho-Agosto 2017




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