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Ano 23 · Edição 184 · Janeiro-Fevereiro 2015
Genérico ou similar? SHUTTERSTOCK
Consumidor ganha mais uma alternativa na hora de optar por uma cópia do medicamento de referência. Veja o que pensam alguns representantes do setor sobre os reflexos da nova intercambialidade
Entrevista
Layout
Economia
Conversamos com Luis Fernando Correia, médico e comentarista, sobre como anda a saúde do brasileiro
Uma seleção de fotos para inspirar empresários ousados que querem surpreender a clientela
IBRE e Provar/FIA fazem projeções positivas para o varejo em meio a prognósticos pessimistas para 2015
opinião
A
A cada novo ano, renovam-se os planos,
rios exemplos, como de um farmacêutico diretor de nossa entida-
os projetos e as expectativas de que o ano
de que possui uma competência exímia como gestor de uma rede
vindouro seja melhor sob todos os aspectos:
com mais de 50 filiais. Há outro que se encontra na quarta gera-
pessoal, familiar, educacional e profissional.
ção da empresa, sendo uma das mais tradicionais da Zona Sul da
Muitas variáveis para que possamos atingir
cidade do Rio de Janeiro.
nossos objetivos dependem exclusivamen-
Creio ser importante uma reflexão sobre esses profissionais,
te de cada um de nós, colocando foco nas
que são, na maioria das vezes, subjugados por seus próprios cole-
metas, disciplina, força, coragem e estudo.
gas fiscalizadores como se fossem escravos que não possuem li-
Portanto, se almejamos um 2015 melhor,
berdade para exercer a profissão na plenitude da verdadeira assis-
cabe a nós fazer a nossa parte.
tência farmacêutica. Precisam submeter-se quase que a um regime
Somos bombardeados diuturnamen-
de “cativeiro”, que nem mesmo os soldados nos quartéis são obri-
te por inúmeras mídias, que nos apontam
gados a suportar. Ficam, por exemplo, impossibilitados de prestar
atalhos para alcançar o sucesso de manei-
um serviço de atendimento domiciliar a um cliente acamado de-
ra rápida. Dão-nos sempre exemplos de
vido ao radicalismo de dirigentes que desconhecem a realidade do
empresas vitoriosas, cases que alimentam
dia a dia da profissão.
o desejo de muitos profissionais em inte-
Recentemente, assistia a uma aula de uma competente docente
grar esses times de campeões. Entretan-
farmacêutica e descobri que nunca havia percebido o fato comen-
to, é necessário compreender que grandes
tado por ela, que disse o seguinte aos alunos quando se referia a al-
empresas de sucesso são feitas de pessoas.
gumas categorias profissionais: “Vou ao meu médico, ao meu den-
Não importa a atividade exercida, mas sim
tista, ao meu analista, ao meu fisioterapeuta, ao meu cabeleireiro, à
a competência delas.
minha manicure, mas não ouvimos o paciente dizer que vai ao seu
Dentro desse contexto, o segmento do
farmacêutico. Por que será que você não vai ao seu farmacêutico?”.
comércio farmacêutico – uma das principais
Creio que os profissionais farmacêuticos devem analisar se estão
atividades econômicas do varejo do País –
ocupando com autoridade e habilidade seus espaços no mercado,
funciona com equipes de diversas funções.
munidos pelo devido conhecimento técnico, científico e jurídico
Todas certamente importantes, mas, nes-
de sua profissão. O que percebemos é que boa parte não tem no-
ta edição, quero destacar especialmente o
ção da regulamentação e da legislação pertinente à sua atividade,
profissional farmacêutico, que tem seu dia
tendo receio de se confrontar os órgãos fiscalizadores em nome
comemorado anualmente em 20 de Janeiro.
de seus direitos e deveres. Desejo sinceramente que os farmacêu-
Ao longo de minha vida, tenho tido o
ticos possam ocupar seu espaço no tão delicado sistema de saúde
privilégio de conviver com muitos desses
de nossa nação, contribuindo de maneira decisiva para a preven-
profissionais e, graças a Deus, inúmeros
ção e o bem-estar da população.
também como amigos. Poderia citar vá-
HUMBERTO TESKI
Meu médico, meu dentista... por que não meu farmacêutico?
Luis Carlos Marins Presidente da Ascoferj
Parabéns aos farmacêuticos e que Deus abençoe a todos.
Revista da Farmácia · Janeiro-Fevereiro 2015
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editorial
Otimismo, apesar da crise anunciada
F Viviane Massi
revistadafarmacia@ascoferj.com.br Editora
Feliz Ano Novo! É assim que começo este editorial apesar de todas as matérias e artigos que li prevendo um ano muito, muito difícil para todos nós, com recessão, juros altos, câmbio nas alturas (adeus, viagens!), restrição ao crédito... e por aí vai. É necessário manter o otimismo de que, apesar de todas as previsões negativas, vamos superar a crise anunciada e passar por 2015 ilesos, senão ilesos, pelo menos mais fortalecidos e com muitos aprendizados. O Canal Farma é um setor que, em comparação com todos os outros, vai sofrer menos com os efeitos da crise. Uma reportagem nossa com o Instituto Brasileiro de Economia (IBRE) e com
o Provar/FIA mostra que o varejo farmacêutico cresceu 6,8 pontos percentuais a mais que o varejo em geral em 2014 e que esse crescimento vai continuar até 2017. Então, os empresários podem dormir um pouco mais tranquilos. Uma mudança bastante específica e muito real – nada especulativa – vai fazer 2015 ser um pouco diferente do que foi o ano passado: a intercambialidade de medicamentos similares. O segmento em geral não vê grandes impactos, mas ainda há aqueles que preveem uma desorganização do mercado. Em tempos de crise, o setor ganha um plus. E para inspirar os empresários a cuidar melhor do layout e da decoração de suas lojas, selecionamos uma série de fotos de farmácias internacionais. Cada uma mais linda do que a outra. Em períodos insólitos, investir no visual pode ser uma forma de passar a perna na crise. Afinal, o consumidor de hoje compra primeiro com os olhos, depois com o bolso. Boas vendas!
FUNDADOR
FALE COM A REDAÇÃO
Ruy de Campos Marins
DESDE MAIO DE 1991
revistadafarmacia@ascoferj.com.br
PRESIDÊNCIA
4
Luis Carlos Marins
COLABORAÇÃO
Rua México, 3 · 14° andar
JORNALISTA RESPONSÁVEL
Ana Paula Silva
Centro · Rio de Janeiro · RJ
E EDITORA
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Bimestral
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Revista da Farmácia · Janeiro-Fevereiro 2015
sumário
8
17
Entrevista Luis Fernando Correia, médico e comentarista da TV Globo, fala sobre a saúde do brasileiro
Jurídico MP nº 653 perde eficácia e micro e pequenas empresas voltam a ser obrigadas a ter farmacêutico como RT
28 Capa Representantes do setor comentam os impactos da intercambialidade dos medicamentos similares
6 7 12 16 22 23 24 25 36 42 46 50
agenda lançamentos panorama
45 Tributação Redução na base de cálculo do ICMS no Rio de Janeiro pode não ter tanto impacto assim no preço final ao consumidor
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mural
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boa leitura
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agenda
2015 vem aí. Programe-se Congresso Riopharma Entre os dias 15 e 17 de outubro, o Conselho Regional de Farmácia do Estado do Rio de Janeiro (CRF-RJ) realiza a 8ª edição do Congresso de Ciências Farmacêuticas Riopharma, no Centro de Convenções SulAmérica, no Rio de Janeiro. Este ano, o tema central é A prescrição farmacêutica e os novos paradigmas da profissão.
Seminários Regionais Sobrafo Em 2015, a Sociedade Brasileira de Farmacêuticos em Oncologia (Sobrafo) realiza os Seminários Regionais Sobrafo, com o tema central Incorporações de tecnologias em saúde e os desafios para a assistência farmacêutica em oncologia. Confira as datas: 14 de março, Minas Gerais; 30 de maio, Curitiba; 25 de julho, Goiânia; e 3 de outubro, Salvador. Informações: www.sobrafo.org.br.
11ª Abradilan Farma 2015 Entre os dias 18 e 20 de março, acontece a 11ª edição da Abradilan Farma, no Expo Center Norte, na Rua José Bernardo Pinto, nº 333, Vila Guilherme, São Paulo. Informações: (11) 5533-5305 e www.abradilan.com.br.
Expo Pharma Nos dias 13, 14 e 15 de maio, será realizada a Expo Pharma Brasil 2015, no Centro de Convenções SulAmérica, no Rio de Janeiro. Paralelamente, ocorre o 7º Congresso Científico do Mercado Farmacêutico, cujo tema será Habilidades clínicas: a integralidade do cuidado farmacêutico. Informações: (21) 2561-3389, www.expopharma.com. br e www.cetefarma.com.br.
Fórum Nacional Pharmanager O Fórum Nacional Pharmanager – Mercado Farma e HPC acontece nos dias 16 e 17 de junho, na Expo Center Norte, em São Paulo. Informações: www.pharmanager.com.br.
Inscrições em eventos da Ascoferj: www.ascoferj.com.br/eventos Informações e inscrições de grupos: inscricao@ascoferj.com.br Pague sua inscrição com PagSeguro.
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Revista da Farmácia · Janeiro-Fevereiro 2015
lançamentos Fim das cólicas O Aché Laboratórios traz ao Brasil o Colikids, probiótico que contribui para o equilíbrio da microbiota intestinal de bebês e combate às cólicas. O produto é isolado do leite materno e resiste à acidez gástrica do estômago, às enzimas e aos sais biliares intestinais, o que garante sua eficácia. O Colikids está disponível na apresentação em gotas para bebês. SAC: 0800 701 6900
Medicamento para disfunção erétil A Sandoz lança no mercado a versão genérica do medicamento para disfunção erétil, Tadalafila. O produto poderá ser encontrado nas versões de 20mg com dose única, dois e quatro comprimidos e apresentação de 5mg com 28 comprimidos para uso diário. A ação do princípio ativo Tadalafila inicia, em média, a partir de 30 minutos após a ingestão do medicamento e pode agir por até 36 horas, de acordo com a apresentação em uso. SAC: 0800 400 9192
Mais energia Chegou ao mercado de medicamentos isentos de prescrição o Energil Life, da EMS, produto multivitamínico, com vitaminas e minerais essenciais, que traz mais equilíbrio dos nutrientes no organismo. Além dos principais minerais, o produto contém as vitaminas A, C, D, E e K, envolvida na construção dos ossos e um componente importante na formação de 13 proteínas essenciais para a coagulação do sangue. SAC: 0800 191 914
Pele saudável A Ecco Nutrition apresenta o Definne, suplemento nutricional composto por vitaminas e minerais que age promovendo a definição corporal, evitando a flacidez. O Definne também ajuda a melhorar a microcirculação e reduz o tecido gorduroso subcutâneo, o que contribui para o combate à celulite. SAC: 0800 774 2404
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entrevista
Luis Fernando Correia
DIVULGAÇÃO
Médico e comentarista de saúde da TV Globo
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entrevista
Saúde: boa de um lado, ruim de outro Programa brasileiro de vacinação está entre os melhores do mundo, mas ainda há índices inaceitáveis de espera para diagnóstico de doenças
L
Luis Fernando Correia é médico, clínico geral e chefe do Serviço de Emergência do Hospital Samaritano, no Rio de Janeiro. Além disso, é comentarista de Saúde da Rádio CBN, Rede Globo de TV e GloboNews. Convidado para palestrar no 7º Congresso Científico do Mercado Farmacêutico, durante a Expo Pharma, em maio, Correia falou também nesta entrevista sobre a integralidade dos profissionais de saúde. Leia a seguir.
Revista da Farmácia: Como anda a saúde do brasileiro neste iní-
e também que o sistema de saúde seja
cio de século?
implantado em sua totalidade, permitindo
Luis Fernando Correia: A saúde do brasileiro segue o padrão de
tratamento a quem precisa.
desigualdade típica do nosso País. Temos programas que são exemplos para o resto do mundo, como a distribuição de medi-
RF: Quais os grandes avanços da medici-
camentos para AIDS/HIV. Outro bom exemplo é o nosso progra-
na nas últimas décadas?
ma de vacinação, que é muito melhor do que o de muitos países
Correia: A descoberta do genoma huma-
do chamado 1º mundo. Por outro lado, temos índices inaceitáveis
no sem dúvida é um dos maiores feitos da
de espera para diagnósticos e gestão de doenças simples e muito
saúde e da ciência, porém sua aplicação
conhecidas, além da dificuldade crônica de gestão dos recursos,
ideal no dia a dia de todos nós ainda está
que são aplicados de forma não planejada e muito pouco audi-
em fase de implantação. O aperfeiçoa-
tada e transparente.
mento das vacinas já existentes e a descoberta de vacinas para doenças que ainda
RF: Que doenças ou problemas de saúde já poderiam ter sido
matam muito também devem ser listados
totalmente erradicados, mas ainda não foram? E por quê?
como avanços importantes na busca pela
Correia: O grande problema de saúde da população são as doen-
saúde do homem.
ças crônicas não transmissíveis, como diabetes, hipertensão e doenças respiratórias. Essas doenças não serão erradicadas. Po-
RF: O senhor faz um trabalho interessan-
rém, o gerenciamento adequado do risco de ocorrência e do tra-
te de comunicação na TV e no rádio. In-
tamento poderia diminuir o enorme impacto dessas patologias
formação é o que não falta hoje em dia.
na economia e na expectativa de vida do brasileiro. Mais uma
Mas, em sua opinião, as pessoas estão
vez, o que precisamos é de políticas de gerenciamento de risco,
conseguindo fazer bom uso dessa infor-
Revista da Farmácia · Janeiro-Fevereiro 2015
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entrevista mação para ter mais saúde e bem-estar?
dentro da farmácia, longe do paciente e dos outros profissionais
Correia: A informação sobre saúde deve
de saúde. Ele é preparado para identificar situações físico-quími-
ter como foco a disseminação de uma
cas e biológicas que acontecem na interação de medicamentos a
cultura na qual cada um de nós seja res-
partir de sua aplicação e administração, evitando assim os riscos e
ponsável pela nossa saúde, assumindo o
problemas da utilização indevida e, muitas vezes, ineficaz de dro-
controle desse cuidado em conjunto com
gas caras por absoluta falta de conhecimento específico por parte
os profissionais de saúde: médicos, en-
de outros profissionais. Idealmente, o farmacêutico deve estar
fermeiros, fisioterapeutas, farmacêuticos,
nos rounds de enfermarias e unidades críticas, participando das
fonoaudiólogos, entre outros. Mais do que
decisões do tratamento em conjunto com os médicos e demais
informar sobre a última novidade, o ob-
profissionais da equipe.
jetivo deve ser tornar cada um capaz de conhecer e identificar fatores de risco para
RF: Em sua opinião, por que alguns centros de saúde ainda re-
doenças crônicas, especialmente, e o que
sistem quando se trata de aplicar mais recursos ou investir em
fazer para contribuir na prevenção.
atenção farmacêutica, com pacientes sendo orientados e acompanhados sistematicamente por farmacêuticos?
RF: O País vem avançando na expansão
Correia: A multidisciplinaridade deve ser exercida de forma arti-
da assistência farmacêutica para unida-
culada e planejada e não competitiva, como infelizmente ainda
des de saúde, hospitais, clínicas, farmá-
vemos. Cada um tem seu papel dentro do tratamento e acom-
cias, atendimento domiciliar. E o pro-
panhamento dos pacientes, e, se as habilidades de todos forem
fissional farmacêutico volta a conquistar
utilizadas de forma inteligente e programadas, diminuem-se os
um espaço de destaque. De que forma a
custos e otimizam-se os resultados.
medicina e a assistência farmacêutica se relacionam atualmente? E quais os bene-
RF: Qual o futuro da medicina? Sobre o que vamos nos debruçar
fícios para os pacientes?
nos próximos 50 anos e o que nos espera?
Correia: O tratamento de saúde é multi-
Correia: Devemos esperar uma evolução da medicina persona-
disciplinar por excelência. Porém, durante
lizada, por meio do estudo do genoma humano, que permitirá
muito tempo e infelizmente ainda hoje, o
uma combinação entre o medicamento ideal, os pacientes e,
treinamento dos profissionais não privi-
muitas vezes, a própria doença. Além disso, as doenças crônicas
legia esse aspecto. Quando se consegue
não transmissíveis vão continuar sendo a maior ameaça à vida.
juntar um grupo de profissionais que en-
Devemos esperar avanços no combate a essas doenças, princi-
tenda a necessidade e o papel de cada um
palmente por meio da prevenção.
nesse processo, quem ganha é o paciente, em agilidade, qualidade e segurança.
RF: Diabetes, obesidade e hipertensão continuarão sendo uma ameaça à saúde do brasileiro? O que falta para sermos um povo
10
RF: Sua palestra no 7º Congresso Cientí-
mais saudável?
fico do Mercado Farmacêutico, que será
Correia: Precisamos que políticas de prevenção eficazes sejam
realizado em maio, vai falar da integrali-
implantadas pelas autoridades sanitárias, para que a prevenção
dade dos profissionais de saúde. Como
passe a ser prioridade não só do governo, mas também das auto-
essa integralidade ocorre hoje no dia a dia
ridades. Necessitamos que os governantes deixem de achar que
de clínicas, unidades de saúde e hospitais?
os problemas de saúde se resolvem por decreto, e sim por meio
Correia: A presença do farmacêutico den-
de trabalho cientificamente embasado e sem posições ideológi-
tro do hospital não deve se limitar a estar
cas interferindo nas políticas de saúde.
Revista da Farmácia · Janeiro-Fevereiro 2015
MAXCENTER
panorama Confraternização de fim de ano na Drogaria Max No dia 4 de dezembro, a Max confraternizou com franqueados, parceiros e amigos durante almoço no Clube Marapendi, na Barra da Tijuca. As Drogarias Max estão há mais de 30 anos no mercado carioca e, em 2014, deram um importante passo para o fortalecimento da marca: o lançamento de uma nova identidade visual, que agrega o conceito de carinho e de atenção aos parceiros e clientes. Por causa disso, o tema escolhido para a confraternização de 2014 foi Franqueados Max e parceiros
“Amor”. “Todo esse carinho, durante todo esse tempo, se consolida em uma relação de amor pela marca e pelas pes-
MAXCENTER
soas que fazem parte dessa história de sucesso”, comentou Edvane Lima, do Marketing da empresa. MAXCENTER
Pfizer vai lançar novo medicamento para artrite reumatoide A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) acaba de aprovar Xeljanz (Citrato de Tofacitinibe) para o tratamento de adultos com artrite reumatoide (AR) de moderada a grave, que tiveram Sorteio de prêmios aos franqueados
intolerância ou não responderam adequadamente à terapia com DMARDs não biológicos (medicamentos modificadores do curso da doença reumática). Xeljanz é o primeiro tratamento oral DMARD
12
Mais prazo para quitar débitos com Conselhos de Farmácia
para artrite reumatoide nos últimos 10 anos. O tratamento reali-
O Conselho Federal de Farmácia (CFF) pu-
AR é extremamente importante, já que cerca de 30% dos pacien-
blicou, no dia 27 de novembro do ano pas-
tes não respondem adequadamente aos tratamentos existentes
sado, uma nova resolução, que prorroga até
– como metotrexato (medicamento desenvolvido na década de
31 de dezembro de 2015 o prazo para for-
1940 e utilizado até hoje como parte do tratamento de doenças
malização do pedido de ingresso ao Progra-
autoimunes) e DMARDs biológicos”, afirma Eurico Correia, diretor
ma de Recuperação Judicial e Extrajudicial
médico da Pfizer Brasil. Aprovado em 36 países, Xeljanz já foi uti-
de Créditos Fiscais dos Conselhos Federal
lizado por 16.839 pacientes em estudos clínicos até abril de 2014,
e Regionais de Farmácia (PRF/CFF-CRF),
além de outros 26 mil que receberam prescrição para o medica-
previsto no artigo 2º da Resolução CFF nº
mento. O medicamento também está sendo estudado para o tra-
533/10. Trata-se da Resolução 608, que
tamento de psoríase, artrite psoriásica, espondilite anquilosante e
está disponível no site do CFF.
doenças inflamatórias intestinais.
CFF
PFIZER
Revista da Farmácia · Janeiro-Fevereiro 2015
zado com comprimidos simplifica consideravelmente a vida dos pacientes. “A possibilidade de novas opções de tratamento para
panorama DIVULGAÇÃO
DPSP associa 279 lojas O grupo DPSP (Pacheco/São Paulo) associou 279 lojas à Ascoferj no final de 2014 – 268 da Pacheco e 11 da São Paulo. Segundo o gerente de Assuntos Regulatórios, Elton Rutkauskas, o grupo reconheceu a importância da Ascoferj para o setor farmacêutico e tomou a decisão de associar as lojas das duas redes por causa do apoio jurídico e regulatório que a entidade oferece. “O setor farmacêutico é um dos setores mais regulamentados no Brasil. Precisamos ter suporte das entidades que buscam a melhoria da legislação que nos regulamenta, bem como interagir com os órgãos reguladores a fim de melhorar o desenvolvimento de nossas atividades”, disse o gerente. Em uma rápida conversa com a Revista da Farmácia, Elton Rutkauskas destacou a burocratização e os problemas que ela causa. “Com o apoio da Ascoferj, que desempenha importante papel político ao interagir com o Poder Público, esperamos, um dia, por meio de novas leis e normas, reduzir a burocratização deste País, mas sem colocar em risco a segurança e o controle dos nossos processos e produtos”, finalizou.
Elton Rutkauskas, gerente de Assuntos Regulatórios da DPSP
DPSP
Mais nove antibióticos passam a ter retenção de receita
Dois novos genéricos, ainda inéditos no mercado, ganharam
A Anvisa publicou, no dia 1º de dezembro de
registro da Anvisa e vão dar mais alternativas para médicos
2014, a atualização da Lista de antimicrobia-
e pacientes. Os produtos são a Nitazoxanida e o Cloridrato
nos de uso sob prescrição médica com re-
de Mebeverina. Os dois medicamentos são de substâncias
tenção de receita. As novas substâncias in-
que ainda não tinham concorrentes no mercado. Assim,
cluídas na lista são: Besifloxacino, Rifabutina,
os pacientes tinham apenas a opção do produto de marca
Ceftarolina fosamila, Dactinomicina, Mitomi-
para realizar seus tratamentos. A Nitazoxanida é utilizada
cina, Nitrofural, Sulfacetamida Clorfenesina
no tratamento de infecções intestinais causadas por pro-
e Gramicidina. A nova determinação entrou
tozoários, helmintos e também para gastroenterites virais
em vigor no dia 16 de dezembro. Com isso, a
provocadas por rotavírus e norovírus. O Cloridrato de Me-
lista de antimicrobianos sujeitos à retenção
beverina é indicado no tratamento sintomático da dor e de
de receita chega a 128 substâncias.
espasmos abdominais, distúrbios intestinais e desconfor-
ANVISA
to intestinal relacionados à Síndrome do Intestino Irritável. A Anvisa tem dado prioridade ao registro de genéricos
FREEPIK
Anvisa aprova mais dois genéricos inéditos para o mercado
inéditos, pois o registro de um produto deste tipo significa um aumento real na oferta de opções e na queda de preços provocada pela concorrência de mercado. ANVISA
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Nova sede para a CityFarma O presidente da Ascoferj, Luis Carlos Ma-
DIVULGAÇÃO
panorama
rins, e o Sr. Ruy Marins, ambos fundadores da CityFarma, prestigiaram a inauguração da nova sede da Rede, em Maria da Graça, no Rio de Janeiro, no dia 18 de dezembro. Na ocasião, o presidente da CityFarma, Michael Mandarino, que passará o cargo para José Corrêa Motta no próximo ano, agradeceu a todos pela presença em um dia tão importante para a equipe e afirmou que tudo foi construído com a ajuda de cada um deles. “A CityFarma faz jus à sua história. Muitas são as lutas que as farmácias enfrentam,
Marcio Amaral, presidente da Principium, dá as boas-vindas ao público
Festa para médicos em Campo Grande
mas juntos conseguimos caminhar em busca dos melhores resultados. Deixo um le-
A Principium & Fotossíntese promoveu, em 17 de outubro
gado, a nova sede da CityFarma, e estou li-
de 2014, um evento em Campo Grande para mais de mil
sonjeado de poder comemorar mais essa
médicos e convidados de vários pontos do Rio – Baixada
conquista com vocês”.
Fluminense, Zona Oeste, Zona Norte e Zona Sul – em co-
ASCOFERJ
memoração ao Dia do Médico (18 de outubro). Na ocasião,
ASCOFERJ
também ocorreu o pré-lançamento da revista O Prescritor, um novo conceito para falar de saúde e bem-estar, com informação médica que estará nos consultórios a partir deste ano. Um dos muitos pontos altos da festa foi a entrega do prêmio Médico Magistral. A festa foi encerrada com um show da banda Biquíni Cavadão. PRINCIPIUM
Galderma anuncia compra da Moderm A Galderma, companhia farmacêutica exclusivamente dermatológica, anuncia a aquisição da Moderm, empresa brasileira de dermocosméticos criada em 2012. A compra faz parte da estratégia da Galderma de entrar em um novo mercado, ampliando sua atuação em regiões e entre consumidores ainda não atendidos, por meio de produtos de qualidade e eficácia, com preços mais acessíveis. A Moderm permanecerá como marca independente e plena de negócios próprios. A Moderm está presente em cerca de mil pontos de venda nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Goiás, Pará e Paraná. Com a aquisição, a marca expandirá sua atuação para, José Corrêa da Motta, atual presidente da CityFarma; Ruy Marins, empresário e farmacêutico; Michael Mandarino, ex-presidente da rede; Luis Carlos Marins, presidente da Ascoferj; e Délio do Amaral Guimarães, também da CityFarma
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aproximadamente, 20 mil pontos de venda distribuídos pelo País. GALDERMA
mural do associado
Facilidade de pagamento Em nosso site, você pode optar pela modalidade de pagamento PagSeguro para o investimento em cursos e treinamentos da Ascoferj. A implantação do sistema possibilita facilidade, praticidade, segurança e rapidez na hora de se inscrever.
Carnê anual Para evitar qualquer problema de não
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Acessando, você confere todas as informações sobre os encontros e os especialistas que ministrarão os cursos. Fique de olho na agenda de 2015, que será divulgada em breve.
Prazo para renovar licença As farmácias e drogarias do município do Rio de Janeiro têm até o dia 30 de abril para fazer a revalidação do Termo de Licença de Funcionamento Sanitário junto à Vigilância Sanitária Municipal. Evite deixar para a última hora e programa-se para atender aos prazos.
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jurídico
Medida Provisória nº 653 perde eficácia Micro e pequenas empresas voltam a ser obrigadas a ter farmacêutico como RT, de acordo com a nova lei da farmácia
N
No dia 9 de dezembro de 2014, a Medida Provisória nº 653,
A história se complicou quando o Ca-
de agosto de 2014, perdeu a eficácia, ou seja, não foi convertida
tálogo Nacional de Cursos Técnicos, de-
em lei pelo Congresso Nacional. Agora, o Senado deve expedir um
senvolvido pelo Ministério da Educação
Decreto Legislativo regulando as ações ocorridas durante a vigên-
para unificar a nomenclatura dos cursos
cia da MP para que nenhuma empresa seja prejudicada. Com isso,
de nível médio, escolheu o nome Técni-
volta a vigorar o que determina a Lei Federal nº 13.021, a nova lei
co em Farmácia para identificar o profis-
da farmácia, como vem sendo chamada. De acordo com o artigo
sional formado nessa área. O problema é
6º, somente farmacêuticos podem ser responsáveis técnicos por
que a Lei nº 3.820/60 não contempla a
farmácias e drogarias.
incorporação de quadros com as denomi-
A MP nº 653, enquanto esteve em vigência, desobrigava mi-
nações “técnico em farmácia” e “técnico
cro e pequenas empresas, enquadradas no Super Simples, de te-
em laboratório de farmácia”. Por isso, o
rem farmacêuticos como responsáveis técnicos, podendo contratar
Conselho Federal de Farmácia (CFF) não
no lugar deles técnicos de Farmácia. Criada pela presidente Dilma
registra técnicos de nível médio com es-
Rousseff um dia após a publicação da Lei nº 13.021, a MP revogou
sas duas titulações.
o artigo 6º desta lei e ainda fez valer o parágrafo 3º do artigo 15º
Nesse cenário, o caminho para que um
da Lei Federal nº 5.991/73, cujo texto abre brechas para que a res-
técnico assuma a responsabilidade técni-
ponsabilidade técnica seja assumida por um técnico.
ca de uma drogaria – não pode assumir de farmácia – tem sido o caminho judicial, e
Técnico ou farmacêutico? Desde agosto, a classe farmacêutica e as entidades representativas manifestaram-se contra a MP nº 653. Foram diversas manifestações públicas no Rio e em Brasília. A pressão surtiu efeito, e a MP ficou em banho-maria até que perdesse efeito.
assim continuará sendo até que uma nova lei revogue o parágrafo 3º do artigo 15º da Lei Federal nº 5.991. Segundo o consultor jurídico da Ascoferj, Gustavo Semblano, a justiça tem acei-
Os cursos técnicos de nível médio em Farmácia nasceram na
tado técnicos em áreas onde haja carência
década de 1970, juntamente com outras mudanças na profissão.
de profissional farmacêutico. De acordo
No entanto, além do farmacêutico, a Lei nº 3.820/60 prevê ape-
com dados do CFF, há 179.266 farmacêu-
nas a inscrição de técnicos de laboratórios de análises clínicas/pa-
ticos inscritos nos Conselhos de Farmácia e
tologia clínica e técnicos de laboratórios industriais farmacêuticos
75.441 farmácias e drogarias, mas a maioria
nos Conselhos de Farmácia, em quadros separados.
está concentrada nas capitais.
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17
jurídico
Fim da renovação da AFE: perguntas e respostas Veja aqui se sua dúvida é respondida por nosso consultor jurídico Gustavo Semblano
O
O varejo farmacêutico terminou 2014 com uma boa notícia: o fim da obrigatoriedade de renovar a Autoriza-
ção de Funcionamento de Empresa (AFE) e de Autorização Especial (AE). As taxas serão pagas apenas uma vez. Saiba mais sobre a Lei Federal nº 13.043.
1
Não preciso mais ter Licença Sanitária? Precisa, sim. A Licença Sanitária não se confunde com a Autorização de Funcionamento de Empresa (AFE) nem com a Autorização Especial (AE). A Licença Sanitária é emitida pela vigilância sanitária local (municipal ou estadual); já a AFE e a AE são emitidas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A Lei nº 13.043/14 não trata de Licença Sanitária, mas da AFE e da AE.
2
Continuo tendo que renovar a Licença Sanitária? Sim, pois a Lei Federal nº 5.991/73 exige a renovação anual da Licença Sanitária, lembrando que a Lei nº 13.043/14 não trata de Licença Sanitária, mas da AFE e da AE.
3
Ainda preciso ter a AFE e AE? Sim, pois são documentos obrigatórios para drogarias (AFE) e farmácias (AFE e AE), nos termos da Lei nº 6.360/76 e da Lei nº 9.782/99.
4
18
Estou desobrigado de ter a renovação da AFE e da AE? Essa foi a mudança realizada pela Lei nº 13.043/14, eliminando a necessidade de renovação desses dois documentos.
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jurídico A partir de agora, quais documentos deverão ser exigidos pelas distribuidoras e demais fornecedores?
5
Apenas a AFE e a AE. Essas empresas não poderão mais exigir a apresentação da renovação desses dois documentos.
Dei entrada na renovação da AFE e da AE, e os processos foram indeferidos. O que fazer?
6
A partir de agora não será mais necessário fazer nada, nem mesmo o Pedido de Reconsideração, pois a Lei nº 13.043/14 eliminou a necessidade da renovação da AFE e da AE. A própria Anvisa informou que já desabilitou em seu sistema de peticionamento eletrônico os assuntos inerentes à renovação de AFE e de AE, conforme publicado no site da Agência.
Dei entrada na renovação da AFE e da AE. Os processos foram indeferidos e, por isso, dei entrada no Pedido de Reconsideração. O que fazer?
7
A partir de agora não será mais necessário fazer nada, pois a Lei nº 13.043/14 eliminou a necessidade da renovação da AFE e da AE. A própria Anvisa informou que já desabilitou em seu sistema de peticionamento eletrônico os assuntos inerentes à renovação desses dois documentos.
Dei entrada na renovação da AFE e da AE. Os processos foram indeferidos e, por isso, dei entrada no Pedido de Reconsideração, sendo que este também foi indeferido. O que fazer?
8
A partir de agora não será mais necessário fazer nada, pois a Lei nº 13.043/14 eliminou a necessidade da renovação da AFE e da AE. A própria Anvisa informou que já desabilitou em seu sistema de peticionamento eletrônico os assuntos inerentes à renovação desses dois documentos.
A Lei nº 13.043/14 revogou a Resolução RDC nº 17/13? Não. A Resolução RDC nº 17/13 trata de seis assuntos inerentes à AFE e à AE: 1) Concessão, 2) Renovação, 3) Cancela-
9
mento, 4) Alteração, 5) Retificação de Publicação e 6) Reconsideração de Indeferimento. A Lei nº 13.043/14 eliminou a necessidade da renovação da AFE e da AE. Assim, permanecem as normas da Resolução RDC nº 17/13 sobre os outros cinco assuntos: 1) Concessão, 2) Cancelamento, 3) Alteração, 4) Retificação de Publicação e 5) Reconsideração de Indeferimento. No entanto, nada impede que a Anvisa revogue a Resolução RDC nº 17/13, modernizando-a.
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jurídico
Associados economizam quase R$ 5 milhões em 2014 Consultoria faz levantamento sobre o montante economizado em 2014 com as vitórias jurídicas da Ascoferj
O
O Departamento Jurídico da Ascoferj
de 2014, foram pedidos na justiça R$ 5.205.492,56 em indeniza-
concluiu, recentemente, em parceria com
ções. No entanto, depois da atuação dos consultores jurídicos da
uma consultoria externa, um levantamen-
Ascoferj, esse total foi de apenas R$ 377.525,94. Isso significa que
to que comparou os valores das causas tra-
os associados deixaram de gastar R$ 4.827.966,62 com processos
balhistas e cíveis com os valores que foram
judiciais, recursos que puderam ser investidos no negócio ou em
efetivamente pagos pelos associados em fa-
outros projetos empresariais. Vale ressaltar que alguns processos
vor da outra parte. De março a novembro
ainda não foram concluídos.
Quadro comparativo MESES/2014
VALOR DA CAUSA
VALOR PAGO
VALOR ECONOMIZADO
março
R$ 254,827.60
R$ 3,878.39
R$ 250,949.21
abril
R$ 56,200.00
R$ 3,000.00
R$ 53,200.00
maio
R$ 719,189.03
R$ 111,832.22
R$ 607,356.81
junho
R$ 268,357.76
R$ 6,800.00
R$ 261,557.76
julho
R$ 734,591.13
R$ 50,584.94
R$ 684,006.19
agosto
R$ 758,880.34
R$ 42,800.00
R$ 716,080.34
setembro
R$ 1,015,588.98
R$ 55,800.00
R$ 959,788.98
outubro
R$ 627,236.72
R$ 58,100.00
R$ 569,136.72
novembro
R$ 770,621.00
R$ 44,730.39
R$ 725,890.61
R$ 5,205,492.56
R$ 377,525.94
R$ 4,827,966.62 FONTE: JURÍDICO ASCOFERJ
O serviço jurídico oferecido pela Ascoferj é gratuito para associados, cuja mensalidade é apenas R$ 90,47 mensais. Vale a pena se tornar um associado por esse e outros benefícios.
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boa leitura Folhas de outono Lucy Dias Ramos – EB Editora A escritora Lucy Dias Ramos faz uma reflexão sobre o envelhecimento e mostra que o melhor caminho para conviver com esta etapa da vida é viver o presente de forma ampla, cada vez mais produtiva, ter prazer de viver e conviver com o próximo e ver a vida com mais alegria e sem amarguras.
Steve Jobs Walter Isaacson – Companhia das Letras O jornalista Walter Isaacson fez mais de quarenta entrevistas com Jobs ao longo de dois anos e falou com centenas de amigos, parentes, ex-namoradas, concorrentes, adversários e colegas. É um livro sobre a vida de altos e baixos, e a personalidade intensa e abrasadora de um empreendedor criativo, cuja paixão pela perfeição e ímpeto feroz revolucionaram a indústria de computadores pessoais, a telefonia e os filmes de animação.
Não existe gestão sem comunicação Como conectar endomarketing, liderança e engajamento Daniel Costa – Dublinense Este livro é uma conversa informal e bem descontraída, dirigida a todos os profissionais envolvidos com gestão e comunicação, dos colaboradores à diretoria. Não existe gestão sem comunicação revela dados surpreendentes sobre atuação, comportamento, erros e acertos de organizações, líderes e liderados, e de como tudo isso afeta a gestão estratégica.
Manual do CEO moderno Damrong Pinkoon – Universo dos Livros A obra Manual do CEO moderno oferece aos empresários e gestores aulas de aprendizagem teórica antes de colocar os planos em ação. Os empresários precisam usar o conhecimento para expandir e desenvolver suas empresas, de forma que não fiquem estagnadas. Este livro dá o caminho das pedras para uma boa parte dos fundamentos necessários à boa gestão da empresa, com a particularidade de ser organizado em infográficos, que são esquemas visuais em substituição a longos textos corridos.
Qualidade total - Padronização de empresas Vicente Falconi – Editora Falconi A padronização de processos é um desafio na cultura brasileira, caracterizada pela aversão ao planejamento e à afinidade pela improvisação e pelo “jeitinho brasileiro”. Esse livro traz dicas práticas para a implantação de processos de padronização altamente aplicáveis ao varejo farmacêutico.
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Farmácia Legal
Fique atento às obrigações anuais
Atenção a pedido da Anvisa Em dezembro, a Ascoferj recebeu um ofício da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)
No primeiro semestre de 2015, as empresas devem respeitar os prazos estabelecidos pelos órgãos reguladores. Há dois prazos importantes: a renovação da licença sanitária, que deverá ser solicitada até o dia 30 de abril; e o pedido de isenção de anuidade no Conselho Regional de Farmácia do Estado do Rio de Janeiro (CRF-RJ), cujo prazo é o mês de março. O formulário de pedido de isenção de anuidade está disponível no site da Ascoferj. Lembre-se: associado não paga por nenhum desses serviços.
solicitando que sejam anexados aos processos de solicitação de Autorização de Funcionamento de Empresa (AFE) não apenas a decisão judicial que obriga a Anvisa a aceitar o protocolo de renovação de licença sanitária e o protocolo em si, mas também a última licença emitida pela autoridade sanitária competente. A decisão judicial pode ser obtida
Números do ano na Anvisa
na própria Ascoferj.
Veja como o Departamento de Regularização trabalhou ao longo de 2014. Os serviços são gratuitos para os associados.
46 49
CONCESSÕES
* RENOVAÇÕES
RECONSIDERAÇÕES
ADITAMENTOS E ALTERAÇÕES
119 31
*A Lei Federal nº 13.043/14 acabou com a obrigatoriedade de renovação de Autorização de Funcionamento de Empresa (AFE) e Autorização Especial (AE).
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ponto de venda
Cinco dicas para lidar com clientes difíceis Ouvir e praticar a empatia: o atendente não deve interromper o cliente enquanto ele está reclamando, e, em nenhuma hipótese, discutir com ele. Enquanto escuta, o atendente deve aproveitar para entrar em sintonia com o consumidor, se colocar no lugar de quem está reclamando, demonstrar que entende a situação e mostrar boa vontade em resolver o problema. Incentive o controle emocional na sua equipe: controle emocional é fundamental para quem atua com situações estressantes frequentemente. Essa característica serve como amortecedor emocional para lidar com clientes verbalmente abusivos e permite ao atendente pensar com clareza antes de responder. Manter a calma é fundamental, mas é preciso saber quando desistir: nos casos em que o cliente insiste nas ofensas, e nem mesmo as alternativas para resolução do problema parecem acalmá-lo, o mais indicado é informar educadamente que o contato será finalizado por falta de comunicação, mas que a equipe continua à disposição para retomar o atendimento em outro momento. Não leve para o pessoal: oriente seus colaboradores a manter o foco na resolução do problema, e nunca levar as críticas para o lado pessoal. Todo mundo tem dias ruins: o cliente pode estar mal humorado por diversos motivos e não apenas pelo problema em questão. A empresa deve cumprir com o prometido e informar os próximos passos: se foi prometido um retorno, ele deve acontecer, ainda que não haja respostas satisfatórias. Dessa maneira, o consumidor saberá que a empresa não está escondendo o problema embaixo do tapete e que a reclamação está recebendo tratativas. É importante ainda registrar adequadamente as informações relacionadas ao atendimento, para que os demais colaboradores possam estar preparados para as próximas interações com aquele cliente. Colaborou com este conteúdo a Intervalor, empresa especializada em relacionamento e BPO de crédito e cobrança. www. intervalor.com.br
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evento
Ação Farma volta em 2015 com novo formato
A
A Ascoferj e a Zamboni reformularam totalmente o Projeto Ação Farma, que, em 2015, acontecerá a cada três meses. O evento deixa de ter foco na qualificação profissional para se tornar um encontro com cunho comercial. As palestras motivacionais serão mantidas, mas precedidas de algumas horas dedicadas à visitação de público e negociação nos estandes. “O programa passará a ter uma roupagem de evento e não treinamento. Assim, optamos em fazê-lo trimestralmente, pois exigirá uma maior organização por parte das equipes envolvidas, dado que teremos uma infraestrutura com maior impacto visual e espaços que agreguem valor ao evento e aos negócios, principalmente”, explicou Luiz Jorge, da diretoria da Zamboni. A distribuidora não pretende abandonar os tradicionais programas de capacitação para o Canal Farma ao longo de 2015, mas, com o Projeto Ação Farma, a empresa quer efetivamente agregar mais valor aos negócios dela, de fornecedores parceiros e, principalmente, de clientes.
ASCOFERJ
Objetivo dos encontros passa a ser comercial e de relacionamento
Este ano, a programação do Ação Farma será mais elaborada, com mais conforto para os convidados e propostas de negócios diferenciadas. “Ainda estamos em negociação, mas teremos a presença de um palestrante que falará um pouco sobre as perspectivas futuras econômicas e de consumo no Brasil e no Canal Farma. No entanto, volto a dizer: a maior proposta é geração de valor”, frisou Luiz Jorge. Para receber o Ação Farma em 2015, foram escolhidas quatro cidades-chave nas regiões de abrangência da Ascoferj: Volta Redonda, Nova Iguaçu, Rio de Janeiro (capital) e Cabo Frio. Desde que começou, há dois anos, o Ação Farma já reuniu mais de mil profissionais da área de HPC.
Ação Farma em Volta Redonda, no dia 15 de outubro de 2014
Momentos do novo Ação Farma 1º MOMENTO: Feira de negócios com 15 estandes pequenos, onde os representantes da indústria de HPC poderão fazer negócio diretamente com os proprietários, gestores e compradores de farmácias e drogarias. 2º MOMENTO: Coquetel de confraternização para os convidados, ideal para networking. 3º MOMENTO: Palestra motivacional com palestrante renomado, para 200 a 300 pessoas.
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evento
Ascoferj participa da Feira do Empreendedor
C Estande da Ascoferj na Feira do Empreendedor de 2014
FOTOS: ASCOFERJ
26
Considerada um dos maiores encontros de empreendedorismo no País, a Feira do Empreendedor, promovida pelo Sebrae, aconteceu entre os dias 27 e 30 de novembro de 2014, no Rio de Janeiro, e contou com a participação da Ascoferj. Durante os quatro dias, a equipe da Associação promoveu os benefícios e serviços da entidade, bem como esclareceu dúvidas de empreendedores interessados em abrir a própria farmácia. “Atualmente, o varejo farmacêutico é um setor muito competitivo e bastante regulado. Portanto, as pessoas que pensam em empreender no ramo devem estar por dentro desse cenário. Participar da Feira foi uma boa oportunidade para divulgar nossas inicia-
Presidente da Ascoferj fala sobre as oportunidades e os riscos de se ter uma farmácia
Revista da Farmácia · Janeiro-Fevereiro 2015
tivas e manter essas pessoas informadas sobre relevantes questões que fazem parte do varejo”, afirmou o presidente da Ascoferj, Luis Carlos Marins. Os consultores dos departamentos da entidade, entre eles, Daiana Laura, de Assuntos Regulatórios; Cheila Freitas, de Eventos; e Natasha Cohen e Ângela Maria, do Jurídico, estiveram no local tirando dúvidas das pessoas que visitaram o estande da Ascoferj. O público também pôde assistir a duas palestras: Farmácias e drogarias – oportunidades e riscos do negócio, ministrada pelo presidente da Ascoferj, Luis Carlos Marins; e Como se destacar no varejo farmacêutico, por Ana Caldas, farmacêutica e presidente da Associação de Farmacêuticos do Estado do Rio de Janeiro (Aferj). Ela deu dicas para se destacar no varejo farmacêutico, entre elas a implantação dos serviços farmacêuticos. “Precisamos começar a vender os serviços e, para isso, é necessário aprender a cobrar por eles”, declarou. O proprietário de farmácia André Muniz Pereira, que assistiu à palestra, acredita que os serviços são uma grande oportunidade para novos negócios. “Quando o empresário começar a enxergar a realização dos serviços farmacêuticos como um novo nicho, poderá sair na frente não só da concorrência, mas das grandes redes. Esse tipo de iniciativa agrega valor à farmácia e gera uma nova fonte de renda”, destacou. Para a profissional Flávia Siqueira Ramos, que também assistiu às apresentações, ter uma farmácia vai além da venda de medicamentos. “Se você não olhar para o negócio como um todo, acaba ficando de fora. É preciso entender do assunto e se atualizar para se destacar. O mercado está crescendo e precisamos buscar meios para aproveitar as oportunidades”, disse.
ISTOCK
capa
28
Revista da Farm谩cia 路 Janeiro-Fevereiro 2015
capa
Os impactos da nova intercambialidade Medida que prevê a substituição do medicamento de referência por genérico ou similar ainda é tida com cautela, apesar do benefício anunciado ao consumidor
O
O mercado farmacêutico começou 2015 com uma nova
a intercambialidade, não faz menção dire-
configuração: medicamentos de referência, genéricos e simila-
ta a essa questão. Em geral, a referência é
res estão em pé de igualdade quanto à eficácia e segurança. Em
ao farmacêutico.
2014, chegou ao fim o prazo que a Agência Nacional de Vigilân-
A intercambialidade tem sido defendi-
cia Sanitária (Anvisa) havia concedido aos laboratórios de simi-
da com veemência por alguns e encarada
lares para que submetessem seus produtos aos testes de equi-
com certa restrição por outros. O Sindica-
valência farmacêutica e bioequivalência, os mesmos pelos quais
to da Indústria de Produtos Farmacêuticos
passam os genéricos.
no Estado de São Paulo (Sindusfarma) vê
Além disso, a Anvisa publicou uma nova resolução, a RDC
a medida com cautela. “Cumprimos as re-
nº 58/14, que autoriza a intercambialidade dos medicamentos
gras em vigor e não há o que discutir mais.
de referência pelos similares aprovados nos testes. Para que a
No entanto, durante o processo, alertamos
substituição seja realizada, deve constar na bula que o medica-
sobre a desorganização que essa mudança
mento similar é intercambiável com o medicamento de refe-
poderia causar no mercado. Nas farmácias e
rência. Os fabricantes terão até o final deste ano para fazer o
drogarias, o principal contato do consumi-
ajuste nos textos.
dor é o balconista. Temos medo de que o
As regras não são claras quando se trata de quem está autori-
único critério a partir de agora seja a renta-
zado a fazer a troca de produto de referência pelo similar. Quan-
bilidade do ponto de venda em detrimento
to aos genéricos, a legislação é taxativa ao afirmar que somente
do aspecto sanitário”, declarou o presidente
farmacêuticos podem fazer a troca. Já a RDC nº 58, que autoriza
do sindicato, Nelson Mussolini.
Revista da Farmácia · Janeiro-Fevereiro 2015
29
capa Segundo Mussolini, o Sindusfarma re-
com os medicamentos de referência para garantir sua qualidade
conhece o esforço de farmácias e drogarias
e segurança, mas nunca seriam intercambiáveis. Os consumido-
em ter farmacêuticos durante todo o horário
res deveriam adquiri-los a partir de uma prescrição médica. Mas a
de funcionamento, mas nem sempre isso
Anvisa mudou de ideia e concedeu ao similar a mesma caracterís-
acontece. “Sabemos que na periferia e nas
tica do genérico”, disse.
comunidades dos grandes centros, há es-
Eficácia e segurança garantidas Por anos, o medicamento similar foi considerado o patinho feio do mercado. Os registros eram concedidos pela Anvisa sem testes que garantissem sua eficácia e segurança. Claro que a maioria
Temos medo de que o único critério a partir de agora seja a rentabilidade do ponto de venda em detrimento do aspecto sanitário.
dos laboratórios era séria, mas ainda estão frescos na memória os episódios das pílulas de farinha. Era muito comum ouvir do próprio consumidor que o similar não fazia o efeito esperado, mesmo sem conhecimento técnico sobre o assunto. Com o passar dos anos, o Brasil avançou nas boas práticas de fabricação e, atualmente, possui padrões de primeiro mundo. A própria Anvisa criou normas rigorosas sobre isso. Portanto, os similares
Nelson Mussolini Sindusfarma
de hoje possuem mais segurança que no passado. Com a exigência dos testes de equivalência e bioequivalência a partir de 2003, eles se igualaram definitivamente aos medicamentos de referência. A Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Ge-
tabelecimentos sem farmacêuticos. O Bra-
néricos (Pró Genéricos) está otimista com a medida. “Os consu-
sil tem uma série de dificuldades para que
midores agora estão protegidos e podem ter a certeza de que ao
as normas sejam respeitadas”, destacou.
comprar um similar estarão utilizando um medicamento idêntico
De acordo com o presidente do Sin-
ao que ele se propôs copiar. É um avanço natural do nosso desen-
dusfarma, a intercambialidade deveria ser
volvimento sanitário”, disse a presidente executiva da Pró Genéri-
uma característica única e exclusiva do me-
cos, Telma Salles
dicamento genérico. “A proposta inicial, em
Os impactos no mercado ainda são desconhecidos. Só o tem-
2003, era que os similares passassem pe-
po vai dizer como as práticas comerciais serão reorganizadas. No
los testes de equivalência e bioequivalência
entanto, a Pró Genéricos não espera impacto algum, pois genéri-
Performance dos genéricos Enquanto os fabricantes de genéricos apresentam alta de 18,99% no faturamento acumulado entre janeiro e novembro de 2014, o mercado farmacêutico total deve apresentar desempenho de 13,5%. “Não é nada mal. Isso mostra o quanto o setor farmacêutico, apesar de todas as dificuldades econômicas, se mantém firme por se tratar de algo de extrema necessidade das pessoas”, avalia Telma Salles, presidente executiva da Pró Genéricos. Ao excluir a participação dos genéricos, porém, a realidade do mercado muda bastante. O setor apresenta crescimento de 6,4% em unidades, contra 7,4% incluindo os genéricos. Em faturamento, a situação é semelhante: crescimento de 3,2% sem os genéricos e 4,6% com os genéricos.
32
Revista da Farmácia · Janeiro-Fevereiro 2015
capa Desempenho positivo do mercado de similares nos últimos cinco períodos* *Os períodos aqui considerados correspondem ao acumulado dos últimos 12 meses em relação ao mês de referência. Ex.: out/14 corresponde à soma dos meses de novembro de 2013 a outubro de 2014.
OUT/10
OUT/11
OUT/12
OUT/13
OUT/14
R$
15.234.279.331
18.193.180.500
21.525.943.742
25.425.281.158
29.072.340.468
UNIDADES
944.541.864
1.078.001.880
1.217.480.952
1.375.118.342
1.497.740.345 FONTE: IMS HEALTH
cos e similares já disputam a preferência do consumidor no varejo.
Para o diretor executivo da Associa-
“Os genéricos seguirão ocupando o mesmo lugar. Como no mundo
ção Brasileira de Distribuição e Logística
todo, eles são reconhecidos como política pública e instrumento
de Produtos Farmacêuticos (Abradilan),
de acesso”, acrescentou Telma.
Geraldo Monteiro, não justificava mais
A expectativa da Pró Genéricos é de que o mercado continue
manter a intercambialidade como uma
crescendo a taxas que variam de 10% a 15% ao ano, devendo che-
exclusividade dos genéricos. “A medida
gar a 40% de participação de mercado nos próximos cinco anos. Do ponto de vista industrial, o medicamento genérico é fundamental ao mix das principais indústrias farmacêuticas instaladas no Brasil. De acordo com o IMS Health, instituição que audita o setor, das dez maiores empresas do País em vendas, nove atuam no mercado de genéricos. Metade dessas empresas, porém, tem o genérico como peça fundamental no faturamento. Em tese, o medicamento similar sempre foi um medicamento de prescrição médica. Mas as recentes mudanças colocam o ponto de venda em evidência. A farmácia e a drogaria passarão a exer-
Os genéricos seguirão ocupando o mesmo lugar. Como no mundo todo, eles são reconhecidos como política pública e instrumento de acesso.
cer um papel mais definitivo na decisão de compra do consumidor,
Telma Salles Pró Genéricos
que será quase que unicamente pautada pelo preço. Pertence ao genérico a prerrogativa de custar 35% menos que os produtos de referência. “Os similares não contam com esse dispositivo legal. Se quiserem competir, terão que reduzir seus preços ou então buscar um posicionamento de marca, que só se conse-
fortalece o setor de similares e será po-
gue com investimentos em sua consolidação junto ao mercado”,
sitiva tanto para o mercado como para o
lembrou a presidente executiva da Pró Genéricos. De fato, há si-
consumidor, cuja segurança está garan-
milares mais baratos que genéricos em muitas farmácias e droga-
tida”, defendeu.
rias do País. Alguns chegam a custar 65% menos que o medica-
Monteiro prevê uma reconfiguração do
mento de referência, o que acaba fazendo com que fiquem mais
mercado, com revisões nas políticas comer-
baratos que os genéricos.
ciais e um trabalho mais focado no ponto
A publicidade tende a mudar da marca do fabricante para a mar-
de venda. “Os fornecedores terão de repen-
ca do produto, individualmente. “Não será suficiente destacar as
sar o que fazer para convencer a farmácia
qualidades de uma marca, como vemos hoje em dia. As indústrias
a oferecer o produto, mas, provavelmente,
terão de ser mais específicas em relação aos produtos que estão
o consumidor vai se decidir por aquele que
comercializando”, pontuou o presidente do Sindusfarma.
estiver mais barato”, acrescentou.
Revista da Farmácia · Janeiro-Fevereiro 2015
33
capa Sem impacto significativo Assim como a Pró Genéricos, representantes do varejo farmacêutico não têm esperado grandes mudanças no mercado.
Faturamento das redes associadas à Abrafarma (em bilhões de R$) 25
(jan/set) 2013
“Penso que não teremos tanto impacto como algumas pessoas têm apregoado,
(jan/set) 2014 20
sobretudo porque sabidamente a venda de similares no lugar de produto de refe-
15
rência já é uma prática comum em alguns estabelecimentos. E é bom lembrar que
10
a intercambialidade será possível apenas dos similares para os produtos de referência, ou seja, não é universal”, ressal-
5
tou o presidente da Federação Brasileira das Redes Associativistas (Febrafar), Edison Tamascia.
0 venda total
medicamentos
genéricos FONTE ABRAFARMA
“Não acredito que a entrada em vigor da RDC nº 58 provocará impactos no
vai mudar quase nada na rotina das farmácias independentes
mercado. Os medicamentos genéricos já
nem nas grandes redes, cujo foco é maior em produtos genéri-
estão consolidados nas farmácias e bem
cos, que já são intercambiáveis”, acrescentou Motta. De acordo com dados apresentados pela CityFarma, a venda de medicamentos genéricos tem tido crescimento real nas lojas da rede, enquanto a de medicamentos similares vem caindo ano a ano em relação à venda total líquida das farmácias associadas.
Não vai mudar quase nada na rotina das farmácias independentes nem nas grandes redes, cujo foco é maior em produtos genéricos, que já são intercambiáveis.
Tomando como exemplo uma delas, os medicamentos de referência tiveram crescimento nominal de 15,76%; os genéricos, de 35,38%; e os similares, uma queda de 3,55%, em um comparativo de 2013 com 2014. “A situação poderá se inverter em alguns bairros distantes dos centros comerciais, onde os clientes buscam indicação dos produtos diretamente com os farmacêuticos, devido à deficiência ou à dificuldade de ser atendido por um médico”, ponderou.
José Corrêa da Motta CityFarma
Por outro lado, dados do IMS Health mostram um desempenho positivo para o mercado de similares. De 2010 até 2014, as vendas subiram de R$ 15 bilhões para R$ 30 bilhões. E o número de unidades comercializadas saltou de 945 milhões para 1,5 bilhão,
propagados nas mídias”, avaliou José Cor-
34
um acréscimo de 555 milhões de unidades.
rêa da Motta, presidente da CityFarma. Ele
Consumidores, farmácias e drogarias, farmacêuticos e demais
acredita em uma maior intercambialidade
profissionais de saúde poderão consultar, no site da Anvisa ou
com produtos fornecidos gratuitamente
pelo 0800 642 9782, uma lista atualizada dos similares que fo-
pelo Farmácia Popular, programa do go-
ram aprovados nos testes e que estão autorizados a substituir os
verno federal. “Excetuando esse caso, não
produtos de referência.
Revista da Farmácia · Janeiro-Fevereiro 2015
layout
Ambiente que cativa e acolhe o cliente Vitrinismo, visual merchandising e neuromarketing ganham espaço por aqui. Lá fora, farmácias sofisticadas se multiplicam
V
Você já se deu conta de que os consumidores estão mais exigentes, seletivos, conectados e atentos às novidades? Pesquisas indicam que 60 % deles chegam a frequentar de seis a nove canais diferentes antes de efetuar a compra. Por isso, impactá-los positivamente e aumentar o lucro dos negócios tornase cada vez mais um desafio.
Ambientes com projetos de iluminação para favorecer a compra
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Revista da Farmácia · Janeiro-Fevereiro 2015
É preciso conhecer bem o shopper e traçar uma estratégia direcionada ao perfil de cliente da loja. Nesse caso, os detalhes fazem toda a diferença, tornando-se imperioso caprichar no layout da farmácia, no design da fachada, no espaço interno, na comunicação visual e em outros elementos do ponto de venda. A Revista da Farmácia pesquisou e encontrou farmácias na Europa e nos Estados Unidos que já deram uma guinada na forma como se apresentam aos clientes. São ambientes
FOTOS: RETAIL DESIGN BLOG
layout sofisticados, bem iluminados, acolhedores, com decoração caprichada, que fazem a gente querer ficar dentro da loja.
Qual o ambiente ideal? “O layout ideal para o varejo farmacêutico é aquele que incentiva o fluxo de clientes dentro da loja. E o principal objetivo é aumentar o tempo de permanência desses consumidores no local, estimulando-os a circular pela farmácia, visualizando o maior número de produtos e promoções”, afirma a tecnóloga em Marketing para o Varejo, da M2M Farma, Tainá Fassbinder Duarte. A especialista também ressalta que os empresários do canal farma devem ficar bem atentos e trabalhar ativamente o ambiente da loja e o mix de produtos para oferecer qualidade, diversificação e uma experiência de compra agradável aos clientes. “Para alcançar isso é preciso que os gestores entendam esses estabelecimentos como centros de saúde integral, em que é oferecido, além de medicamentos, itens de higiene, perfumaria, cosméticos e produtos relacionados à saúde e bem-estar. A partir daí, usar os conceitos de layout estratégicos que causem impacto no shopper”, detalha. De acordo com a diretora da Connect Shopper e especialista em Varejo e Shopper Marketing, Fátima Merlin, pesquisas mostram que mais de 50% dos clientes vão direto ao balcão de medicamentos sem circular pela loja. “É por esse motivo que o layout da farmácia precisa ser bem elaborado, adequado ao perfil do cliente e conectado com a estratégia do varejista. O consumidor necessita ser inspira-
Farmácia Sant’Anna, na Itália
A portuguesa Santa Cruz
Blue Goose, na Austrália
Farmácia Del Palau, em Barcelona
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layout
Boticana, na Espanha
Interior da Boticana
Hermosa, farmácia espanhola
Interior da Hermosa
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Ambiente para as crianças se distraírem, na farmácia Hermosa
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do a explorar mais o interior do estabelecimento, visualizar os produtos e lembrar-se de outras mercadorias que deseja”, analisa Fátima. Para se chegar a esse resultado, é preciso explorar a loja criando temas que gerem interesse ao comprador da categoria, com ambiente diferenciado pelo uso de displays animados, explorando motivos temáticos, o que requer certo cuidado para não poluir o ambiente e gerar influência negativa ao consumidor. Outro ponto destacado pelos especialistas é a necessidade de a loja ter passagens livres e sem barreiras para facilitar a entrada e o percurso do cliente, promovendo a mobilidade dentro da farmácia. Segundo Fátima, uma boa saída é colocar rodízio nos mobiliários de piso, utilizar formas diferentes no design, explorar as pontas dos corredores com espaços para a comunicação, lançamentos e exclusividade e trabalhar a iluminação, criando ambientes mais acolhedores. De acordo com o farmacêutico e especialista em Marketing, da M2M Farma, Hugo Azevedo Alves Pereira, uma dica para a organização dos produtos nas gôndolas é colocar os itens de maior valor agregado na altura dos olhos do cliente, no sentido da esquerda para a direita. “Expor as mercadorias agrupadas verticalmente em pontos adicionais são medidas simples que podem aumentar perceptivelmente a venda”, diz. Ainda segundo ele, existem várias maneiras de se fazer o gerenciamento por categoria, o que vai depender do tamanho da loja e quantidade de produtos. “Uma boa dica pode ser a cria-
layout
Proposta de layout futurista
Novos conceitos, novas estratégias
Fachada de uma farmácia na Europa
ção de seções que facilitem a localização de itens que não constam na lista do shopper”, sugere o especialista. Hugo Pereira também aponta que é preciso redobrar a atenção na organização da área de autosserviço para não afastar o cliente. “Algumas farmácias deixam acumular produtos, como as fraldas, em locais que poderiam ser aproveitados para dar destaque a itens que são comprados por impulso ou mesmo àqueles que estão em promoção”, adverte.
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Atualmente, três conceitos estão em alta: o vitrinismo, o visual merchandising e as técnicas de neuromarketing. O primeiro refere-se à criação de vitrines e fachadas convidativas que causam impacto, fazendo o cliente ter vontade de entrar na loja. Já o visual merchandising é o trabalho visual do local, seja por painéis decorativos ou peças publicitárias que chamem a atenção. Sobre as técnicas de neuromarketing, elas se baseiam no comportamento do consumidor. Despertam emoções e impulsos, induzindo-o à compra. Um exemplo é a fixação do preço no verso da uma embalagem, fazendo com que o cliente segure o produto na mão em busca do preço. O contato tátil pode favorecer a compra. Fátima Merlin finaliza dizendo que o consumidor moderno não tem tempo a perder, portanto, se torna necessária a criação de soluções que facilitem as compras. “Quando o layout é fácil e simples, o comprador se adapta às categorias e adquire mais facilmente o que planejava, e ainda realiza a aquisição de outros itens”, acredita ela. Para o empresário do segmento é de suma importância ter um projeto de layout bem planejado e executado, pois esses custos chegam a ser inferiores aos gastos com o retrabalho de um layout inadequado, além das vendas perdidas.
economia
Canal Farma deve seguir com crescimento Apesar da crise, varejo farmacêutico terá desempenho melhor do que outros setores em 2015
N SHUTTERSTOCK
Não se fala em outra coisa senão nas dificuldades que a economia brasileira vai enfrentar este ano. O cenário é de pessimismo, recessão e pouco dinheiro no bolso. As previsões continuam apontando para um período de inflação alta, juros crescentes e uma política de maior austeridade aplicada pelo novo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, para retomar o controle econômico. “Este ano não será fácil por causa de uma conjuntura adversa para os principais produtos que o País exporta e pela necessidade de ajustes internos, especialmente nas finanças públicas. No entanto, ainda será possível que a economia cresça duas a três vezes mais que em 2014, o que dará uma sensação de alívio. Não será um resultado espetacular, pois esse crescimento pode significar uma variação de apenas 1% a 1,5% no PIB (Produto Interno Bruto)”, disse o jornalista especializado em economia e política George Vidor. Os preços que foram represados em 2014, possivelmente, serão reajustados. As contas de água e energia e o combustível vão subir, segundo as previsões. E os produtos industrializados ficarão mais caros. Como incerteza é a palavra que assombra os empresários, o mais seguro é colocar o pé no freio e tomar cuidado com qualquer tipo de endividamento. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as dívidas estão comprometendo 50% do orçamento familiar. “Há certo consenso de que 2015 será um ano difícil, de transição e ajustes econômicos. A economia tende a se man-
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economia ter fria no decorrer dos próximos meses”, prevê o economista do Instituto Brasileiro de Economia (IBRE), da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Silvio Sales.
Desempenho do comércio Ainda é cedo para avaliar como o comércio em geral vai se comportar, principalmente porque os juros estarão elevados e as famílias, mais endividadas. Além disso, há muita cautela na previsão de crescimento para este ano, o que só será possível fazer
crescimento de 9,4%, ou seja, 6,8 pontos percentuais a mais que o varejo em geral (2,6%), de acordo com dados do IBRE. “Esse desempenho favorável se deve a alguns fatores, entre eles, surgimento de uma nova classe média e políticas públicas voltadas para o consumo de medicamentos, como Farmácia Popular”, enumerou Sales. O setor de cosméticos, segundo o economista, aparece em todas as pesquisas como uma tendência de consumo, mesmo sem políticas específicas. “Esse segmento já tem sido chamado de ‘colchão de amortecimento’”, disse Sales, pois vem garantindo mais rentabilidade às farmácias e drogarias.
Cenário favorável
Sabemos que, com o dólar mais alto e o crédito limitado, o consumidor prioriza o que é essencial, como é o caso do medicamento. Isso coloca o varejo farmacêutico numa situação mais confortável. Cristina Zanon FIA/PROVAR/LABFIN
com mais clareza quando o PIB de 2014 for divulgado, o que está previsto para acontecer em março. Mas o ritmo do comércio será menor que nos dois últimos anos, quando o setor cresceu 4% (2013) e 2,6% (2014). A boa notícia é que o varejo farmacêutico vem apresentando desempenho melhor que outros setores do comércio, apesar da crise anunciada. Para se ter uma ideia, até setembro de 2014, as farmácias e drogarias apresentaram
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De acordo com a coordenadora de cursos de MBA e Pós na Fundação Instituto de Administração (FIA/PROVAR/LABFIN), Cristina Zanon, o Canal Farma, apesar da recessão e da diminuição do crédito, vive um momento diferente do restante da economia, com crescimento em ascensão até 2017. “Sabemos que com o dólar mais alto e o crédito limitado, o consumidor prioriza o que é essencial, como é o caso do medicamento. Isso coloca o varejo farmacêutico numa situação mais confortável”, avaliou. Além disso, segundo Cristina, os MIPs, os dermocosméticos e alguns produtos da categoria de HPC, como os protetores solares nesta época do ano, equilibram o negócio e dão mais fôlego ao ponto de venda. A especialista acredita ainda no crescimento do mercado de genéricos, que atualmente detém uma fatia de 24% do mercado. Em 2015, uma série de patentes vai cair. “Mais de R$ 350 milhões vão entrar no mercado com a queda dessas patentes”, comentou Cristina, que não quis fazer previsões sobre o embate entre genéricos e similares, que agora são intercambiáveis. Outro fator que vai contribuir para que o varejo farmacêutico se mantenha crescendo é o envelhecimento da população, com o aumento da prevalência de doenças crônicas que necessitam de medicamentos de uso contínuo para controle e bem-estar do paciente. “Estamos falando em ‘boom do idoso’, mas a questão é que o varejo ainda não está preparado para atender a esse público, que demanda serviços diferenciados”, destacou.
tributação
Decreto reduz base de cálculo para ICMS PMC passa a ter descontos de 20% a 50% antes da aplicação da alíquota de 19%
O
O governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, assinou, no dia 3 de dezembro, o Decreto Estadual nº 45.069, da Secretaria de Estado de Fazenda do Rio de Janeiro, que possibilitará, segundo o próprio governo, uma redução no preço dos medicamentos vendidos nas farmácias e drogarias fluminenses. A medida está em vigor desde o dia 1º de janeiro de 2015. A mudança faz uma adequação na base de cálculo do Imposto sobre Circulação de Mercadorias de Serviços (ICMS), cuja alíquota, no Rio de Janeiro, é 19%. De acordo com a legislação atual, a base de cálculo para o ICMS é o Preço Máximo ao Consumidor (PMC). O novo Decreto autoriza um desconto nesse PMC, que varia de acordo com a classe dos produtos. Os medicamentos de marca ganham descontos de 20% e os genéricos, de 50%. Com isso, o ICMS de um medicamento genérico que custe R$ 100 vai incidir sobre uma base de cálculo de R$ 50, ou seja, metade do PMC. Consequentemente, a empresa paga um valor menor de imposto. Antes do Decreto, o percentual de desconto era de apenas 10%. A negociação entre a Associação Brasileira de Redes de Farmácia e Drogarias (Abrafarma) e a Secretaria do Rio aconteceu durante os últimos seis meses. Nesse período, a entidade apresentou pesquisas realizadas entre 2013 e 2014, pelo Instituto Brasileiro de Economia (IBRE), da Fundação Getúlio Vargas (FGV), apontando que o preço praticado nas farmácias do estado do Rio era, em média, 20% menor do que o PMC estipulado pela Câmara de Regulação de Mercado de Medicamentos (CMED) para os medicamentos de marca e 50% menor para a classe dos genéricos. Como o PMC foi reduzido nos últimos dois anos, a Secretaria decidiu adequar a base de cálculo do imposto à nova
realidade do mercado. De acordo com Pezão, as economias do País estão sendo estudadas, e a situação dos setores, entre eles o varejo farmacêutico, também está sendo discutida aos poucos para que aconteça a desoneração da carga tributária.
A visão de quem atua no setor O Decreto Estadual nº 45.069 chegou prometendo reduzir o preço final dos medicamentos em 15%, beneficiando diretamente o consumidor. Mas, passada a euforia da notícia, os especialistas não estão tão otimistas assim. Segundo o consultor e especialista em tributos Henrique Tavares, a queda nos preços seria possível se as distribuidoras utilizassem o PMC com base de cálculo. “Isso funcionaria para o varejo se as distribuidoras não tivessem um benefício fiscal concedido pelo Decreto 36.450, de 2004, que define o preço de compra na indústria como a base de cálculo para o ICMS. Portanto, se o governador falou que a redução é sobre o PMC e se as distribuidoras não usam o PMC para calcular o ICMS, como isso vai gerar ganho para o varejo?”, questiona o especialista.
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opinião
Olhando para fora Cinco empresários de outros setores falam sobre suas expectativas em relação a 2015. Apesar do cenário pessimista, eles estão confiantes de que vão superar os desafios. E você?
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Inovação, cautela, positivismo, expectativa e oportunidade.
Essas são as palavras que nortearam a opinião de cinco empreendedores de ramos completamente distintos quando foram convidados a falar sobre o ano que acaba de começar. Qual é a sua palavra para 2015?
LEIZA OLIVEIRA, fundadora da Minds English School
INOVAÇÃO “Nosso desejo sempre é de um ano de mais mudanças e comprometimento. Acre-
DIVULGAÇÃO
dito que vai ser um ano para reinventar, atualizar todos os dias, fazer diferente, inovar, modernizar e dinamizar para ter sucesso no mercado. Teremos mudanças na Minds, e pretendemos abrir mais 10 novas unidades este ano”.
RICARDO MARCONDES, gerente de expansão da TIP TOP
CAUTELA “Acredito que teremos um ano difícil economicamente em 2015, mas estamos trabalhando para não ficarmos à mercê de eventuais problemas. Estamos planejando 2015 com muita cautela, mas não deixando que estimativas ruins influenciem demasiadamente nossos objetivos. Prevemos um crescimento de 20 lojas este ano e estamos com e preparar cada vez mais os gestores das lojas para melhorarem seus resultados, capacitando-os ainda mais para a obtenção de seus objetivos em 2015”.
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foco muito grande em melhorar os resultados das lojas existentes. Ou seja, criar ações
opinião ALUIZIO DE FREITAS, fundador da Sigbol
POSITIVISMO “Para 2015, a expectativa é a consolidação do crescimento das unidades franqueadas Sigbol, expansão acelerada no interior de São Paulo e Região Sudeste do Brasil, com abertura de 21 novas unidades em cidades do estado de São Paulo, por exemplo, ainda não atendidas pela marca. As expectativas são positivas, já que nossos cursos pro-
LIANE MOTA
porcionam formação profissional para que o aluno ingresse no mercado de trabalho ou parta para atividade independente ao abrir seu próprio negócio. Estamos buscando maior visibilidade da marca nestes mercados para impulsionar o crescimento da rede”.
VITOR PEDROSA, diretor de franquias da Viva Eventos
EXPECTATIVA “Em 2014, conseguimos dobrar o número de unidades de 6 para 12. As expectativas são que, em 2015, consigamos crescer 100% novamente e chegar a 24 unidades. Para que irá integrar todos os setores da empresa. Nosso principal foco de trabalho será o interior de São Paulo e as principais capitais do País onde ainda não atuamos”.
WILSON GIUSTINO, Fundador do CEBRAC
OPORTUNIDADE “O ano de 2015 será muito desafiador para o franchising brasileiro. O baixo crescimento da economia tem trazido desaceleração ao setor, tornando o cenário mais complexo para a expansão e o crescimento das redes. Por outro lado, mesmo com taxas de crescimento menores – projeta-se algo em torno de 7% para 2015 –, o setor de fran-
DIVULGAÇÃO
quias ainda apresenta crescimento maior do que outros setores da economia, trazendo
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também oportunidades. O próximo ano será o ano das redes focarem em suas operações, reduzirem custos e expandirem seletivamente, com foco na rentabilidade”.
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que isso seja possível, iremos colocar em operação novos módulos de nosso software,
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ponto de vista
A educação na relação farmacêutico-paciente Munido de informação, paciente entende o tratamento e faz escolhas melhores
U HUMBERTO TESKI
Uma boa relação farmacêutico-paciente é primordial para o sucesso da farmacoterapia. Essa relação pode ser estabelecida pela educação do paciente por meio da prática da comunicação, contribuindo para um relacionamento sólido, seguro e cordial, percebido pelo paciente em forma de empatia e confiança indispensável na relação farmacêutico-paciente.
Ana Lucia Caldas
analulcaldas@gmail.com
Farmacêutica, gerontóloga e especialista em atenção farmacêutica.
Satisfação do paciente está relacionada à sensação de estar bem informado e confiante no aconselhamento farmacêutico.
Por meio de informações e orientações, o farmacêutico conscientiza o paciente, para que, mais esclarecido, possa ter entendimento da importância de seu tratamento e adquira condi-
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ções para escolhas que colaborem na tomada de decisões sobre sua medicação. O conhecimento é fator-chave na mobilização de um paciente para o tratamento proposto pelo prescritor, evitando excessos ou expectativas equivocadas sobre o resultado de tratamentos e procedimentos, bem como problemas éticos e jurídicos. Cabe ressaltar que não basta informar o paciente sobre sua condição e seu tratamento. É preciso que ele os compreenda corretamente, para que não ocorra uso inadequado ou irracional de medicamentos. Um dos obstáculos para que se estabeleça o entendimento acerca do tratamento é o envolvimento emocional do paciente e a linguagem com terminologias técnicas, que assustam e impedem a compreensão. Solicitar a repetição do tratamento proposto é uma das medidas cabíveis para verificar o grau de entendimento da farmacoterapia. Todavia outros recursos utilizados podem ser os panfletos e as cartilhas com linguagem simples e ilustrações criativas que sensibilizem os pacientes e seus familiares sobre medicamentos e características acerca dos cuidados e procedimentos de prevenção de doenças e promoção da saúde. A satisfação do paciente está relacionada à sensação de estar bem informado e confiante no aconselhamento farmacêutico, o que resulta na maior aderência e, consequentemente, maior êxito no tratamento e na reputação do farmacêutico.
ponto de vista
Produtividade A empresa necessita de resultados que lhe confiram sustentabilidade. E é importante que eles sejam planejados com foco naquilo que gera valor para o negócio
HUMBERTO TESKI
É Marcos Assumpção marcosconsultor@globo.com
Consultor em planejamento, gestão por processos e gerenciamento de projetos.
É consenso que ser efetivamente produtivo não é muito fácil. Mas, especialmente para o empresário, a produtividade torna-se fundamental para alcançar os resultados projetados. O dia a dia de um empresário da pequena empresa possui algumas características específicas que tornam essa batalha especialmente complicada. O empresário, em geral, assume pessoalmente várias atribuições, sendo a maioria de caráter operacional, interna ou externamente à empresa, como gestão direta da equipe, gestão financeira, relacionamento com o contador, preocupação com a fiscalização, acompanhamento das mudanças regulatórias e fiscais, relacionamento setorial, entre outras. Em geral, a análise e decisões táticas e estratégicas acabam sendo relegadas a segundo plano com a justificativa ou a desculpa de falta de tempo. Em decorrência disso, as decisões e ações operacionais tendem a ficar cada vez menos produtivas, tomando cada vez mais
tempo do empresário que, muitas vezes, se utiliza pouco de tecnologia e delega pouco ou mal. Existem ainda aqueles empresários que, consciente ou inconscientemente, se afastam da empresa com desculpas relativas a compromissos particulares. Esse é o pior modelo, já que, quando os resultados ruins aparecem, costumam culpar a conjuntura econômica, a concorrências ou a regulação pelo seu fracasso. O objetivo não é entregar produtividade no fim do mês. O que devemos querer e somos exigidos constantemente é entregar resultados. E a empresa necessita de resultados positivos que lhe confiram sustentabilidade. Assim a produtividade é um meio para gerar mais resultados em menos tempo. E é importante que os resultados gerados sejam os planejados com foco no que é importante para a empresa. E o que pode contribuir de forma positiva para o aumento da produtividade do empresário? Planejamento, disciplina, hábito, foco e coragem para delegar. Cuidado com as principais armadilhas do dia a dia do empresário: reuniões, urgências, e-mails e multitarefas. Mas, o que fazer diante delas? Selecione e torne produtivas as reuniões; avalie o que é urgente e o que é importante; não permita que o que é importante se torne urgente devido à procrastinação; separe tempo para responder e-mails; delegue para que você possa se concentrar naquilo que é importante e de sua alçada.
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ponto de vista
Todo mundo precisa de uma resposta
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O hábito de dar feedback para a sua equipe é essencial para que se identifique os pontos de melhoria e se invista no que ela tem de bom. Mas não basta ligar a metralhadora e sair falando sem critério. Eis algumas dicas para você, gestor de sucesso, buscar uma comunicação produtiva e azeitada com seu time.
Não se esqueça da regrinha básica: elogios na frente de todos para servir de exemplo e críticas apenas pessoalmente, para não constranger ninguém.
1. Pense bem na hora de criticar: o ideal é buscar um momento em que o seu interlocutor esteja com a autoestima em alta; elogiar as boas ações não vale apenas na hora da comemoração, exercite essa atitude com frequência para as pessoas perceberem que isso também é um feedback e que sua atitude positiva deve ser seguida pelos demais componentes do time.
2. Observe as reações do seu colaborador: isso certamente vai orientar você na condução da conversa. Não se esqueça da regrinha básica: elogios na frente de todos para servir de exemplo e críticas apenas pessoalmente, para não constranger ninguém. 3. Comunicar-se com simplicidade e objetividade é essencial: não deixe dúvidas, peça para o colaborador repetir o que entendeu. Sair de um feedback com a pulga atrás da orelha é ruim para todo mundo. 4. Finalmente, não se esqueça: o feedback é uma excelente oportunidade para você trocar impressões, ideias e contribuições. Fale, mas escute. Ouvir, nesse caso, certamente vai fazer você falar muito menos da próxima vez.
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Mesmo quando não pergunta nada. Isso mesmo, o feedback é muito importante para o sucesso da sua equipe e, consequentemente, de sua empresa. Veja por quê.
Diego Maia
www.diegomaia.com.br Presidente do Grupo CDPV, especialista em vendas e gestão de profissionais e autor de quatro livros, entre eles Como ser um gestor de sucesso. Apresenta o programa Mundo Empresarial na Rádio MPB FM (90,3 RJ), de segunda a sexta às 8h e 18h.
Seguindo essas dicas, com certeza você conseguirá se comunicar melhor com os seus colaboradores.
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ponto de vista
Farmácia de visão O que você está fazendo para cativar 1,6 milhão de pessoas que gasta 40% da renda com medicamentos?
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B Mauro Pacanowski mauro@pacanowski.com.br
Professor e consultor da FGV
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Buscar conhecer o perfil do consumidor de farmácia parece bastante simples, haja vista que se você está doente, passando mal ou necessitando de cosmético e/ou um produto de higiene é só passar na farmácia, entrar, ver, pegar e pagar. Simples assim. Em alguns estados, a cada quarteirão, você encontra de três a quatro farmácias, isso sem considerarmos as cidades que criam polos específicos em cinemas e supermercados, por exemplo. Nesse caso, são dezenas no mesmo lugar. A competição, na sua grande maioria, se dá por preço. A briga predatória atinge limites impossíveis, com ofertas que chegam a 70% de desconto. Na realidade, as farmácias estão brigando por consumidores e não por clientes, por aqueles que só veem no preço o maior atrativo. Encontrar o cliente e satisfazê -lo parece não ser prioridade. Afinal, o que importa é fechar o caixa a curtíssimo prazo. A total falta de visão de médio e longo prazo cria enormes problemas de planejamento, inclusive sobre estoques e mix de produtos a comercializar. A propósito, quem leu a notícia citando o medicamento como um dos
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vilões do orçamento, pois puxa para cima os gastos de famílias com saúde? Algo está errado. São 20%, 30%, 40% da renda comprometida. O estudo mostra que, no Brasil, 6,7% dos domicílios, cerca de 12 milhões de pessoas, destinam 20% de sua renda a medicamentos; 2,2% ou 3,9 milhões destinam 30%; e 0,9% das residências ou 1,6 milhões de pessoas gastam 40% da renda familiar com produtos para curar doenças. Que mercado fabuloso, não é mesmo? Agora perguntamos: o que as farmácias estão fazendo para cativar este público, torná-lo fiel, ajudá-lo, satisfazê-lo? De que valem dezenas de farmácias lutando bravamente por preços se existe enorme ruptura de medicamentos básicos e essenciais? De que vale não prestar assistência farmacêutica, com farmacêuticos comprometidos e estudiosos que passam os dias valendo cada centavo de seu salário atrás do balcão, fazendo-se presentes e impondo-se como legítimos intermediários do medicamento e da patologia, cuidando do verdadeiro cliente? De que vale apenas levantar o braço ou pegar a escada para encontrar o medicamento solicitado ou prescrito. A farmácia de visão tem gestão; vê relatório; sabe o que se passa no mercado; conhece concorrente, laboratórios, médicos, hospitais e clínicas que ficam em seu quarteirão ou alguns quilômetros adiante. Farmácia de visão estuda organização, processos e sistemas que visem reduzir custos, aumentar eficiência e lucrar mais. Farmácia de visão conhece legislação, normas, decretos e órgãos que regulam o seu mercado. Farmácia de visão tem nome, marca e referência. Farmácia de visão não deixa faltar medicamento. Farmácia de visão tem equipe comprometida.
ponto de vista
Quem demite na sua empresa? Dependendo da resposta, a rotatividade pode aumentar ou diminuir
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O Fernando Gaspar fgaspar00@gmail.com
Consultor especializado na construção de indicadores gerenciais para varejo e serviços, instrutor de liderança e palestrante.
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O processo de demissão é, normalmente, acompanhado de sobressaltos. O estresse da relação profissional encerrada, o fracasso da contratação que não deu certo, o funcionário que desandou e as expectativas frustradas. Além das óbvias perdas decorrentes dos custos trabalhistas, há as perdas imateriais, como o aprendizado que o ex-funcionário leva, as horas consumidas em treinamento para formação do profissional, os possíveis danos causados no clima organizacional pelo processo que levou à demissão e por aí vai. Aqui faço uma pausa para avisar que as próximas linhas terão um aspecto confessional, a partir de experiências que vivenciei. Numa certa época, em um passado não tão distante, tive 25 equipes sob minha supervisão, e lutava para reduzir os níveis de rotatividade de funcionários, os quais eram diretamente proporcionais ao infindável esforço de recrutar e contratar novas pessoas. Uma batalha que parecia sem fim. O cenário começou a mudar de figura quando, com o objetivo de dar maior agilidade ao processo de demissão, passei a exigir que o próprio gerente fizesse a demissão. Até aquele momento, quando o gerente não estava satisfeito com o funcionário, ele o en-
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caminhava ao RH ou ao próprio supervisor para que dessem a má noticia. Ou seja, o gerente se livrava do trabalho sujo. Para nossa boa surpresa, essa simples iniciativa fez a taxa de rotatividade cair abruptamente. O motivo? Ao ter que fazer a demissão, o gerente se viu diante da necessidade de dar a notícia ao funcionário e, dessa forma, se responsabilizar pela decisão tomada. Ao encaminhar o funcionário a terceiros, o gerente se posicionava de tal forma que a demissão parecia uma vontade da empresa e não em decorrência da avaliação de desempenho que ele fez do funcionário. Avaliação essa, a propósito, apenas informal. Um erro que me custou caro na época. Ao obrigar os gerentes a assumirem suas posições, foi fácil convencê-los da necessidade de dar um feedback apropriado a seus funcionários e de se esforçarem um pouco mais para formá-los, em vez de apenas dizerem que determinado colaborador não prestava para a vaga e mandarem vir um novo. A partir dessa medida, deu-se uma virada na relação com os gerentes. Ficou claro quem estava preocupado em ajudar a desenvolver os funcionários, quem de fato havia compreendido a importância do feedback e se propunha a fazê-lo e quem não tinha a coragem, fosse por insegurança ou incompetência. Portanto, da próxima vez em que um gerente te disser que deve demitir um funcionário, peça a ele três razões concretas que embasem a demissão. Se as respostas forem genéricas, do tipo “é pouco comprometido”, “tem gente melhor no mercado” ou “não gostei dele”, desconfie. Peça fatos concretos. Caso ele não saiba apresentá-los, não demita o funcionário. Em vez disso, capacite seu gerente para dar feedback a seus funcionários e a avaliá-los com critérios objetivos.
ponto de vista
Expansão desenfreada
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Há um modelo de farmácia brasileira se formando. No início do segundo semestre de 2014, a publicação da Lei Federal nº 13.021, que transforma os estabelecimentos comerciais farmacêuticos também em unidades de saúde com olhar para a prestação de serviços farmacêuticos; e a decisão do STF autorizando a venda de produtos de conveniência em farmácias e drogarias, julgando constitucionais algumas leis estaduais que já permitiam essa comercialização, dão sentido a esse novo caminho. Ao mesmo tempo, redes de farmácias se expandem com a abertura de várias lojas por ano. A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda uma farmácia para cada dez mil habitantes. Temos 3,34 farmácias para cada 10 mil habitantes no Brasil. Como empresária, sou a favor da livre concorrência, até porque onde não há concorrência há abuso do poder econômico. Mas, ao caminhar pelas ruas e ver inúmeras farmácias vendendo essencialmente os mesmos produtos – umas maiores, outras menores; umas com layout moderno, outras mais antigas, no estilo “retrô”, com menos espaço para perfumaria e conveniência; e muitas insistindo na desvalorização do medicamento, anunciando descontos agressivos, visando se destacar da concorrência e atrair o cliente – concluo que nossa evolução ainda é lenta. Esse modelo de negócio é pobre em inovação e ultrapassado. O medicamento é um produto de alta tecnologia, que envolve anos de pesquisa e investimento até ser lançado no mercado. É um produto com preço monitorado pelo governo, que previu a margem adequada para o estabelecimento que o vende. É altamente tributado. O estabelecimento farmacêutico, que é uma unidade de saúde e comercial, paga aluguel, funcionários e todos os demais custos e investimentos pertinentes a um negócio. E deve gerar lucro.
Qual o tamanho da inovação que estamos vivendo no nosso setor? Assisti, pela segunda vez, ao filme “Jobs”, que narra a história de Steve Jobs, da Apple e da mente criadora e brilhante de Steve Wozniak, co-fundador da empresa. Jobs tinha inúmeros defeitos e, como todos nós, ele era imperfeito. Mas me admira nele a capacidade de inovar. Enxergar, insistir, e desenvolver o que não existe ainda. A primeira cena do filme mostra a apresentação do lançamento de um dos seus produtos inovadores. “Vou mostrar a vocês uma coisa incrível, que ninguém jamais viu no mundo. Irá revolucionar toda uma indústria. É uma ferramenta para o coração. Um tocador de músicas. São 1000 músicas, no seu bolso. Quero apresentar a vocês, o iPod”, disse. E, após isso, ainda nossa maneira de usar celular mudou. E vieram os tablets. Uma excelente diferenciação para fazer com que o cliente compre de você e não do seu concorrente. Porque você é melhor, tem mais qualidade, pesquisa, cria. Sou a favor de preços justos, não sucateados. De investir em pessoas e não em descontos mirabolantes. Porque são as pessoas que fazem a diferença.
HUMBERTO TESKI
Preços justos, não sucateados, e investimento em pessoas são uma excelente forma de diferenciação no mercado
Fernanda Ramos nandaramos8@gmail.com
Farmacêutica, empresária e diretora da Ascoferj
Revista da Farmácia · Janeiro-Fevereiro 2015
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ponto de vista
Ponto de equilíbrio: qual é o seu? Aprenda a calculá-lo corretamente de forma a pagar todas as despesas no fim do mês
HUMBERTO TESKI
O Henrique Tavares
henriqueavant@hotmail.com
Consultor em varejo farmacêutico.
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O ponto de equilíbrio é de grande importância para o gerenciamento do negócio, pois permite calcular o valor mínimo de vendas para cobrir as despesas. Atingir o ponto de equilíbrio significa que o faturamento é suficiente para pagar todos os custos, sem gerar lucro ou prejuízo. Nas empresas em que os custos estão mais altos do que o permitido, a definição do ponto de equilíbrio permite determinar o faturamento mínimo ou o quanto é preciso diminuir das despesas. Para encontrar o ponto de equilíbrio, é fundamental saber com exatidão qual o faturamento da empresa, os custos fixos e variáveis e a margem de contribuição. Vale destacar que os custos fixos são aqueles que não variam com as oscilações nas vendas, como aluguel, contador, salários, entre outros. Vendendo ou não, essas despesas terão que ser pagas. Os custos variáveis, ao contrário, se alternam de acordo com o faturamento. São as comissões, os impostos, o Custo da Mercadoria Vendida (CVM), entre outros. Já a margem de contribuição é obtida diminuindo as despesas variáveis do faturamento. Esse valor representa o quanto de custo fixo a empresa pode ter.
Revista da Farmácia · Janeiro-Fevereiro 2015
A fórmula para chegar ao ponto de equilíbrio é a seguinte: PE =
custo fixo margem de contribuição
Vamos simular um caso: (+) Faturamento (-) Despesas Variáveis
R$ 100.000,00 R$ (70.000,00)
100% (70%)
(=) Margem de Contribuição (-) Despesas Fixas
R$ 30.000,00 R$ (40.000,00)
30% (40%)
= Lucro
R$ (10.000,00)
10%
Calculando o ponto de equilíbrio: PE =
R$ 40.000,00 0,30
= R$ 133.333,33
O ponto de equilíbrio desta empresa é de R$ 133.333,33. Vendendo este valor e com despesas fixas de R$ 40.000, o lucro será zero. Veja em mais esta simulação: (+) Faturamento (-) Despesas Variáveis (=) Margem de Contribuição (-) Despesas Fixas = Lucro
R$ 133.333,33 R$ (93.333,33)
100% (70%)
R$ 40.000,00 R$ (40.000,00)
30% (30%)
R$ 0,00
0%
Para a empresa não ter lucro ou prejuízo, ela necessita aumentar o faturamento em 33,33% ou reduzir as despesas em R$ 10.000,00.
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