Edição maio/junho 2015

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ASCOFERJ · Associação do Comércio Farmacêutico do Estado do Rio de Janeiro · Rua México, 3 · 14º andar · Centro · Rio de Janeiro · RJ · 20.031-144

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Ano 24 · Edição 186 · Maio-Junho 2015

Transitando com sabedoria Distribuidoras contam o que estão fazendo para driblar os congestionamentos e garantir que os produtos cheguem às farmácias e drogarias no tempo acordado

Entrevista

Evento

Governança

Conversamos com Tiago Bispo sobre inclusão digital de farmácias e drogarias

Ascoferj celebra Dia Nacional da Farmácia no Largo da Carioca

Compliance também é assunto para pequeno empresário



opinião

E

Em editoriais anteriores, tenho relatado

Nesse contexto, cabe uma colocação importante: as farmá-

a incapacidade dos gestores públicos, prin-

cias e as drogarias em todo o País não determinam os preços dos

cipalmente na área da Saúde. Nesse mo-

medicamentos, como equivocadamente a população acredita. A

mento, quero alertar as lideranças nacio-

indústria farmacêutica é quem propõe o preço mediante a apre-

nais e profissionais do setor quanto ao risco

sentação dos custos, e o governo é quem aprova. Cabe ao varejo

de um colapso no varejo farmacêutico. Há

praticar esses preços; porém, os estabelecimentos, dentro de uma

uma grande preocupação da Ascoferj em

política de concorrência, praticam valores diferenciados, conceden-

relação ao julgamento que pode acontecer

do descontos ao consumidor.

a qualquer momento, no Supremo Tribunal

Acredito que devemos sempre respeitar e cuidar das pessoas

Federal (STF), sobre a constitucionalidade

idosas, que, durante sua vida, contribuíram para o desenvolvimen-

da Lei Estadual nº 3.542/01, publicada no

to da nação. Entretanto, atribuir à iniciativa privada uma respon-

Diário Oficial do Estado do Rio de Janeiro,

sabilidade do Estado é absolutamente ilegítimo. O que vemos no

conhecida como Lei do Idoso.

Brasil, em relação ao tratamento dado ao idoso, é apenas o des-

Caso seja declarada constitucional pela

respeito. Cito como exemplo os reajustes abusivos autorizados nos

ministra Carmen Lúcia, a lei levará à falência

planos de saúde; a falta de humanização no atendimento à saúde

a grande maioria de farmácias e drogarias,

do idoso; a falta de transporte adequado; e a recente medida pro-

face à inviabilização financeira das empre-

visória que restringe demasiadamente os direitos previdenciários.

sas. Além disso, irá contaminar e estimular

Enfim, os aposentados precisam de salários dignos e justos.

parlamentares de outros estados e muni-

Talvez, equiparados aos reajustes salariais dos vereadores, depu-

cípios a criar leis similares, obrigando todo

tados, senadores e ministros. É fácil concluir que as injustiças con-

o varejo farmacêutico nacional a conceder

tra os anciões são incontáveis, mas essa culpa não pesa sobre os

descontos aos idosos.

ombros e a consciência do varejo farmacêutico, mas sim sobre a

Recordando para os que a desconhecem

HUMBERTO TESKI

Risco iminente

Luis Carlos Marins Presidente da Ascoferj

má administração de políticas públicas.

ou acreditavam que estava extinta, essa lei

Afirmo que estamos sob o risco iminente de extinção de far-

foi criada em 2001, pelo então deputado

mácias e drogarias. Isso porque a ação constitucional ainda não foi

Sérgio Cabral, e sancionada pelo governador

apreciada pelo STF, mas já consta parecer da Procuradoria Geral

Anthony Garotinho. Seu conteúdo obriga as

da República pela constitucionalidade da Lei Estadual nº 3.542/01.

farmácias e drogarias localizadas no Esta-

Dessa forma, precisamos nos esforçar para esclarecer os juízes

do do Rio de Janeiro a concederem descon-

sobre o quão prejudicial essa mudança será para o setor, uma lei

tos de 15% a 30% na aquisição de medica-

que afronta o princípio constitucional da livre concorrência, além

mentos por consumidores com mais de 60

de representar também um risco demasiado para o setor e para a

anos. Todavia, o próprio autor da lei reco-

própria população, na medida em que, no futuro, poderemos nos

nheceu posteriormente, em encontro com

tornar reféns da distribuição dos medicamentos por parte de go-

as lideranças do setor, o equívoco da norma.

vernos ineficientes e incompetentes.

Revista da Farmácia · Maio-Junho 2015

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carta da editora

Como andar melhor pelo Rio?

A

A grande imprensa noticiou, nas últimas

Os congestionamentos, as obras, os horários predeterminados

semanas, que a venda de veículos em mar-

para carregamento e descarregamento afetam, principalmente, o

ço foi a pior em cinco anos. De fato, esta-

varejo. A Revista da Farmácia traz uma matéria de capa abordando

mos comprando menos, ou melhor, quase

o tema com distribuidores e varejistas. As notícias são boas. Apesar

nada, sinais de recessão. Mas nem sempre

de o Rio estar intransitável, as empresas do ramo atacadista estão

foi assim. Na última década, as vendas che-

desenvolvendo estratégias eficazes para garantir que farmácias e

garam a crescer 10% ao ano.

drogarias recebam o pedido no tempo previsto. Tanto que os em-

O crescimento da renda e o acesso ao crédito fizeram a frota se alongar por qui-

presários ouvidos pela revista parecem estar ilesos aos transtornos que o trânsito tem provocado na logística diária.

lômetros nos centros urbanos, provocando

Nesta edição, o leitor também vai encontrar uma reportagem

congestionamentos que se perdem de vista.

sobre compliance. O que é, como fazer e os benefícios de se andar

No Rio, o quadro se agravou bastante. Pas-

nos trilhos são alguns aspectos abordados no texto. Veja também

mem, mas a Cidade Maravilhosa ultrapassou

com o se preparar para a chegada da Nota Fiscal de Consumidor

revistadafarmacia@ascoferj.com.br

São Paulo e hoje ocupa a terceira posição,

Eletrônica (NFC-e), prevista para janeiro de 2016. E saiba como o

Editora

perdendo para Recife e Salvador, segundo

varejo farmacêutico avalia o Programa Aqui Tem Farmácia Popu-

pesquisa da empresa TomTom, publica-

lar depois de dez anos.

Viviane Massi

da no site Mobilidade Urbana Sustentável.

Boa leitura.

FUNDADOR

FALE COM A REDAÇÃO

Ruy de Campos Marins

DESDE MAIO DE 1991

revistadafarmacia@ascoferj.com.br

PRESIDÊNCIA

4

Luis Carlos Marins

COLABORAÇÃO

Rua México, 3 · 14° andar

JORNALISTA RESPONSÁVEL

Ana Paula Silva

Centro · Rio de Janeiro · RJ

E EDITORA

REVISÃO

CEP 20.031-144

Viviane Massi MTB 7149/MG

Agnes Rissardo

COMISSÃO EDITORIAL

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Quadratta Comunicação & Design

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Bimestral

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Revista da Farmácia · Maio-Junho 2015


sumário

26

36

NFC-e

Governança Compliance também para pequenas empresas: saiba o que dizem os especialistas.

Faltam sete meses para o novo sistema de controle fiscal entrar em vigor. Veja como se preparar.

30

Empresas criam estratégias para driblar o trânsito do Rio e garantir os produtos nas gôndolas.

6 7 8 12 15 16 17 18 22 40 48

agenda lançamentos entrevista panorama jurídico boa leitura mural do associado evento convênio mercado ponto de vista

ISTOCKPHOTO

Capa

46 Ponto de Venda Produtos que não podem faltar nas prateleiras durante o inverno.

Visite o site da Ascoferj Em nosso site, você encontra os benefícios e serviços oferecidos pela entidade. Também publicamos notícias sobre o setor farmacêutico diariamente. Acesse e acompanhe:

www.ascoferj.com.br Envie cartas e sugestões de pauta para a Revista da Farmácia. Fale com a gente pelo e-mail:

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agenda

Programe-se Farmacologia básica ISTOCKPHOTO

No dia 20 de junho, a mestre e doutora em Farmacologia pela UFRJ, Eline Matheus, ministrará o curso “Farmacologia básica aplicada”, na sede da Ascoferj, das 8h às 17h. O valor do investimento é de R$ 136. Inscrições: www.ascoferj.com.br.

Dispensação de medicamentos A farmacêutica e pós-graduada em Gestão Avançada do Varejo Farmacêutico, Isabel Schittini, apresentará o curso “Dispensação de medicamentos”, na Ascoferj, no dia 11 de julho, das 8h às 17h. O valor do investimento é de R$ 126. Inscrições: www.ascoferj.com.br.

Conbrafarma 2015 A quinta edição do Congresso Brasileiro do Varejo Farmacêutico (Conbrafarma) acontecerá nos dias 18 e 19 de agosto, em São Paulo, no Hotel Renaissance. O evento é voltado aos profissionais do canal farma que lidam diariamente com os consumidores nos pontos de venda. Mais informações: www.conbrafarma.com.br.

Legislação sanitária O consultor jurídico da Ascoferj, Gustavo Semblano, ministrará o curso “Legislação sanitária básica no varejo farmacêutico”, no dia 15 de agosto, das 8h às 17h, na Ascoferj. O valor do investimento é de R$ 130. Inscrições: www.ascoferj.com.br.

Congresso Riopharma 2015 Entre os dias 15 e 17 de outubro, o Conselho Regional de Farmácia do Rio de Janeiro (CRF -RJ) realiza o 8º Congresso Riopharma de Ciências Farmacêuticas com o tema A prescrição farmacêutica e os novos paradigmas da profissão, no Centro de Convenções SulAmérica, no Rio de Janeiro. Informações: www.oitavoriopharma.com.br.

Curso de injetáveis Entre os dias 16 e 18 de junho, acontecerá mais uma edição do “Curso de Aplicação de Injetáveis”, na sede da Ascoferj. O valor do investimento é de R$ 170 para associados e R$ 300 para não associados. Inscrições: www.ascoferj.com.br.

Inscrições em eventos da Ascoferj: www.ascoferj.com.br/eventos Informações e inscrições de grupos: inscricao@ascoferj.com.br Pague sua inscrição com PagSeguro.

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Revista da Farmácia · Maio-Junho 2015


lançamentos Puran T4 em novas dosagens A Sanofi traz às farmácias do Brasil quatro novas apresentações de Puran T4 (levotiroxina sódica), para o tratamento do hipotireoidismo. Com dosagens de 12,5mcg, 37,5mcg, 62,5mcg e 300mcg, a linha passa a oferecer mais opções para auxiliar médicos na administração de doses, de acordo com o perfil de cada paciente em tratamento contra a doença. SAC: 0800 703 00 14

Tratamento da pele O laboratório ISDIN lança uma linha completa para o cuidado diário da pele com acne: Acniben Rx. O lançamento é composto por três produtos: Acniben Rx Emulsão de Limpeza; Gel-Creme Hidratante; e Bálsamo Reparador Labial. Todos eles possuem o exclusivo calmoactive, complexo ativador das defesas cutâneas. SAC: (11) 3018-8700

Fios limpos e saudáveis A Pantene inova seu portfólio da linha Prov-V e lança o Pré-Shampoo Antirresíduos. A novidade chega para completar a coleção Hidro-Cauterização. O produto remove os resíduos e impurezas dos cabelos e controla a oleosidade dos fios. Além disso, sua fórmula translúcida limpa o couro cabeludo profundamente e ajuda a abrir a cutícula para a linha de tratamentos. SAC: 0800 701 5515

Cachos definidos A Muriel Cosméticos apresenta a Umidiliz Baby, linha infantil de produtos que hidrata, modela e finaliza cabelos crespos e ondulados. Composta de shampoo, condicionador e umidificante sem enxágue, sua fórmula é suave, livre de álcool e corantes, promovendo a higiene adequada dos cabelos cacheados. SAC: 0800 113 846

Roupa íntima A Plenitud, marca da Kimberly-Clark, apresenta ao mercado de roupa íntima descartável a Plenitud Active Plus. A novidade absorve a urina em segundos para garantir que a pele fique mais seca. Por ter um formato anatômico, que se ajusta ao corpo, o produto é fácil e rápido de vestir. Além disso, está disponível nos tamanhos P/M e G/XG, em embalagens de 8 e 16 unidades, sendo unissex. SAC: 088 709 5599

Medicamento para depressão A Medley Indústria Farmacêutica lança o Oxalato de Escitalopram (10mg e 20mg), medicamento genérico indicado para o tratamento da depressão e ansiedade. Esse tipo de medicamento, do grupo dos antidepressivos, corrige no cérebro as concentrações inadequadas de determinadas substâncias denominadas neurotransmissores, em especial a serotonina, que causa os sintomas da doença. SAC: 0800 729 8000

Revista da Farmácia · Maio-Junho 2015

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entrevista

Tiago Bispo

HUMBERTO TESKI

Especialista em e-commerce

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Revista da Farm谩cia 路 Maio-Junho 2015


entrevista

A inclusão digital da farmácia Segmento de saúde e beleza ocupa o segundo lugar em vendas pela internet. Mesmo assim, Tiago Bispo afirma que maioria dos varejistas do canal farma ainda resiste a esse mercado

“Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come”. Esse ditado cai como uma luva para empresários do varejo far-

macêutico que ainda resistem a criar um canal online de vendas. Tiago Bispo, especialista em e-commerce, já trabalhou em companhias como American Express, NIC.BR, Buscapé, e ajudou nos projetos de comércio virtual de empresas como Netfarma, Drogaria Araújo, Ultrafarma, Droga Raia, entre outras. Toda essa experiência o levou a criar a FarmApp, uma empresa que oferece recursos e tecnologias para a inclusão digital de farmácias e drogarias. Nesta entrevista, ele compartilha o que sabe sobre e-commerce no Brasil.

Revista da Farmácia: Qual a maior lição que você aprendeu sobre

mo interno, o crescimento do e-commerce

e-commerce no Brasil?

seria um caminho natural das coisas. Esses

Tiago Bispo: Em 16 anos de mercado, vejo que muitos varejistas

números subiram ainda mais em anos que

têm preconceito e medo do mercado digital. No entanto, esta-

tivemos incentivo fiscal em alguns segmen-

mos em uma nova era. O consumidor já está plugado com seus

tos específicos. O varejo brasileiro sempre

smartphones, e quem não fizer a inclusão digital de sua empre-

foi muito polarizado no Sul e Sudeste, e o

sa não terá legado para deixar. Alguns empresários já tentaram

consumo digital cresceu nessas regiões. Mas,

entrar no e-commerce mais de uma vez e desistiram. Existem

como inexistem barreiras físicas na internet,

diversos fatores que fazem isso acontecer, como não encon-

hoje vemos o Nordeste sendo a segunda

trar a pessoa certa para gerir a operação, não fazer o marketing

região mais importante no e-commerce na-

correto e contratar a tecnologia errada. Costumo dizer que abrir

cional. Isso acontece devido à carência de

um e-commerce é como abrir uma Apple Store, a diferença de

produtos por lá e a entrada de brasileiros

colocá-la no meio do deserto ou na 25 de março, em São Pau-

na classe C. No passado, brasileiros de re-

lo, é o marketing.

giões distantes vinham para o Sudeste fazer as compras ou tinham que se contentar

RF: Esse segmento evoluiu muito rápido de 2000 para cá. A que

com os produtos de sua cidade. Hoje, ape-

fator você atribui essa revolução no modo de se comprar?

nas precisam ter um telefone e comprar em

Bispo: Com a abertura comercial do início dos anos 1990, a inclusão

qualquer site do Brasil, ou na Amazon, nos

digital em seguida, o aumento no acesso à informação e o consu-

EUA, ou AliExpress, na China.

Revista da Farmácia · Maio-Junho 2015

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entrevista RF: Você poderia comparar o mercado es-

ano pelo Custo Brasil, já o e-commerce tem um crescimento mé-

trangeiro com o nacional, mais especifica-

dio em torno de 25% ao ano. O segmento online de saúde e be-

mente o canal farma, no que diz respeito à

leza é ainda mais impressionante, pois cresceu a média de 70%

venda pela internet? Quais os países líderes

nos últimos cinco anos e já é a segunda categoria mais vendida,

e onde está o Brasil no ranking?

segundo a E-bit. Considerando que existe varejista que ainda não

Bispo: O mercado brasileiro de farmácias

entrou no e-commerce, pode-se dizer que é suicídio. Cada vez

online ainda é um bebê se comparado a ou-

mais as pessoas comprarão pela internet, utilizando ferramen-

tros mercados, como o europeu e o ame-

tas que garantem o melhor preço com uma compra programa-

ricano. Temos problema de infraestrutura.

da. Sem contar que o brasileiro está envelhecendo e, em 2030,

Quando falamos de e-commerce farmacêu-

teremos mais de 25 milhões de pessoas com mais de 60 anos

tico no mundo, é obrigatório citar a Wal-

habituadas ao e-commerce. Meu conselho é não chorar o leite

greens, maior varejista do segmento com

derramado. Comece a pensar no digital agora, pense em mobi-

mais de oito mil pontos de venda somen-

le, pense em marketing multicanal, explore esse mercado tão ca-

te nos EUA, mas também presente em 25

rente de boas ideias.

países. A rede possui uma operação 100% omnichannel (multicanal), com 50% das suas

RF: Por que o varejo farmacêutico ainda não aderiu ao e-commer-

vendas concretizadas por dispositivos mó-

ce da mesma forma que outros segmentos? E qual segmento mais vende pela internet atualmente? Bispo: Segundo pesquisa da Febrafar com o IMS Health, o Brasil tem 65 mil farmácias, sendo que, desse total, sete mil são lojas de

O Brasil tem em torno de 65 mil farmácias e somente 72 varejistas do setor com vendas online.

rede. As independentes somam, portanto, algo em torno de 58 mil estabelecimentos. Identificamos que, desses 58 mil, apenas 72 possuem lojas virtuais e que a grande maioria tem uma estrutura digital bastante precária. Quando olhamos as principais categorias do e-commerce nacional, moda está em primeiro lugar, seguida do segmento de saúde e beleza. Vender saúde pela internet é vender

veis. Ela fez um planejamento estratégico

excelência no serviço, tanto que existem lojas que entregam em

e uma execução incrível, conseguindo atin-

até quatro horas e fazem milhares de dezenas de entregas por dia.

gir a meta de estar em até cinco milhas (o

Sou um eterno otimista, vendo todos esses números como uma

equivalente a 8 quilômetros) de distância de

oportunidade de ajudar o pequeno varejista na sua inclusão digi-

76% da população americana. Estamos fa-

tal. É muito fácil falar de cases como Walgreens, CVS e outras re-

lando de 241 milhões de “e-consumidores”.

des que possuem milhões de dólares para investir em marketing e

Comparando com o Brasil, que tem em tor-

tecnologia, mas é difícil conviver com a realidade brasileira de ter

no de 65 mil farmácias e somente 72 vare-

uma das cargas tributárias mais altas do mundo e leis trabalhistas

jistas com vendas online, é como comparar

que foram escritas antes da segunda guerra.

água com vinho. Esse processo de vender em multicanais é semelhante à implanta-

RF: Como é possível fazer a inclusão digital de farmácias e dro-

ção do delivery e do televendas.

garias brasileiras? Bispo: Considerando que metade da população brasileira está

10

RF: Quanto cresce o e-commerce no País,

conectada e que são mais de 50 milhões de “e-consumidores”,

de forma geral, e no varejo farmacêutico?

é obrigação do varejista ter um site ou um e-commerce. Para

Bispo: O PIB brasileiro é esmagado todo

isso, ele pode contar com uma consultoria especializada, que

Revista da Farmácia · Maio-Junho 2015


entrevista vai oferecer as ferramentas adequadas para todo o processo

planejamento com muito cuidado para

de inclusão digital.

não infringir a lei.

RF: Por que uma farmácia deveria montar um e-commerce? E

RF: O que é omnichannel?

quanto isso custaria para ela?

Bispo: Omnichannel é um termo em inglês

Bispo: Respondendo à primeira pergunta: para vender mais. O que

que significa multicanal. Ele é muito utiliza-

uma farmácia de bairro, de porte médio, vende por mês, um vare-

do em e-commerce e está ligado à fusão da

jista do mesmo tamanho costuma vender por dia em sua loja onli-

operação física com a online. Ele possibilita,

ne. Respondendo à segunda pergunta: o custo de se montar uma

por exemplo, que alguém próximo de uma

operação digital é o mesmo de se montar uma operação física. A

farmácia compre pelo celular e retire na loja

diferença é que os custos são realocados para marketing e logísti-

para evitar filas. Ou então, que compre pelo

ca, mas o retorno é muito mais rápido do que a operação física. O

site e efetue a troca no estabelecimento da

investimento em tecnologia tem que ser em torno de 5% do pla-

rede mais próxima. O omnichannel está li-

no de negócio. É preciso investir também em capacitação de pes-

gado à tecnologia, garantindo fidelização

soas, pois e-commerce é serviço, e o atendimento e a logística têm

e faturamento.

que ser impecáveis. Falando em números, o varejista pode montar uma operação de e-commerce com R$ 30 mil, mas todo o plano de negócio tem que ser executado perfeitamente. Pensando em um projeto de, no mínimo, três anos, estamos falando em um investimento de algumas centenas de milhares de reais. Tudo é relativo ao tamanho que o varejista quer ter no futuro. Deseja entregar e dominar o bairro? A cidade? O estado? O País? RF: Quais são as particularidades do segmento saúde? Bispo: O nível de excelência deve ser de 100%, porque estamos

O que uma farmácia de bairro, de porte médio, vende por mês, um varejista do mesmo tamanho costuma vender por dia em sua loja online.

lidando com a saúde das pessoas. Não se pode deixar alguém esperando muito tempo por um medicamento. Quanto mais rápido chegar ao cliente, maiores os índices de satisfação e recompra. A

RF: Você está iniciando uma parceria com a

logística na área farmacêutica é muito mais simples do que em ou-

Ascoferj para ajudar o setor a entrar nesse ni-

tras categorias. Imagine enviar para Parintins, no Amazonas, uma

cho. Qual é a sua solução para o mercado e o

caixa de 300 gramas de determinado medicamento todos os me-

que ela tem de diferente dos concorrentes?

ses. Agora, imagine mandar uma geladeira. Muito mais complexo,

Bispo: A FarmApp está em desenvolvimen-

concorda? Atualmente, já existem tecnologias que possibilitam

to há dois anos, tendo sido planejada para

uma grande rede, cujo centro de distribuição está em São Paulo,

ser a principal parceira do varejista, forne-

entregar na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, em até 30 minutos,

cendo toda a informação de mercado ne-

nos rigores da lei.

cessária para a inclusão digital e o aumento das vendas. Fizemos milhares de testes

RF: A legislação prevê a venda de medicamento controlado

para garantir a melhor experiência de com-

por e-commerce?

pra para o usuário final. Na Ascoferj, nos-

Bispo: A RDC nº 44/09, que trata das boas práticas farmacêu-

so foco é fazer a inclusão digital de todos

ticas, possui a Subseção I, que regulamenta o comércio remoto

os associados interessados em trabalhar

de medicamentos. Existem vários detalhes que precisam de um

com e-commerce.

Revista da Farmácia · Maio-Junho 2015

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panorama Café com o Presidente reúne associados A Ascoferj promoveu, no dia 11 de março, o Café com o Presidente, um encontro restrito a associados convidados. O objetivo foi criar um ambiente para uma conversa informal sobre a atuação da entidade. Quem compareceu pôde sugerir novas linhas de atuação. Está tudo registrado em uma Carta Compromisso assinada por todos. A Ascoferj pretende realizar outras edições do encontro, convidando para visitar a sede associados que ainda não tiveram essa oportunidade. Os assessores jurídicos e de ASCOFERJ

assuntos regulatórios também participaram. COMUNICAÇÃO ASCOFERJ Grupo de associados na primeira edição do Café com o Presidente

Setor de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos fatura R$ 101 bi em 2014

Categoria infantil continua sendo destaque no mercado de HPPC

O Brasil segue como terceiro maior mercado consumidor de Hi-

O segmento de perfumaria movimenta

giene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (HPPC) do mundo, atrás

um mercado de mais de R$ 17,1 bilhões.

apenas de Estados Unidos e China, se distanciando cada vez mais

De acordo com Associação Brasileira de

do Japão, que ocupa a quarta posição. Com um faturamento na

Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméti-

ordem de R$ 101,7 bilhões, o setor registrou crescimento nomi-

cos (Abihpec), entre as principais catego-

nal de 11% em 2014, se comparado aos R$ 91,9 bilhões, de 2013.

rias em que o Brasil figura como segundo

Responsável por mais de 1,8% do PIB nacional, a indústria brasi-

maior consumidor mundial estão produ-

leira de HPPC segue representando 9,4% do consumo mundial e

tos masculinos, infantis e para cabelos.

ocupa uma fatia de mais de 53% do mercado latino-americano.

Nos últimos cinco anos, o segmento de

ABIHPEC

produtos para crianças obteve um crescimento médio composto de, aproxima-

Acordo sobre Jiraus

damente, 14%, alçando faturamento de

Durante reunião realizada, no dia 23 de março, sobre as dificul-

R$ 4,5 bilhões em 2014. O País é líder em

dades enfrentadas pelo varejo farmacêutico no que se refere à

consumo de produtos para cabelo infantil,

exigência relativa aos jiraus, Ascoferj e Vigilância Sanitária do Rio

representando 24% do consumo mundial.

de Janeiro chegaram a um acordo: farmácias associadas à entida-

ABIHPEC

de que estão com as construções de jiraus e mezaninos acima de 50% ainda sem regularização deverão protocolar o pedido na Secretaria Municipal de Urbanização (SMU). Outra possibilidade é, ao menos, apresentar um termo se comprometendo a requerer a regularização do acréscimo da área edificada. O Departamento Jurídico e o de Assuntos Regulatórios estão à disposição para esclarecer dúvidas.

SXC

COMUNICAÇÃO ASCOFERJ

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Revista da Farmácia · Maio-Junho 2015



panorama CRF-RJ cria primeira comissão parlamentar de um Conselho Regional de Farmácia O Conselho Regional de Farmácia do Estado do Rio de Janei-

Anvisa libera registro de novo medicamento para hepatite C crônica

ro (CRF-RJ), com o objetivo de lançar algo inédito no esta-

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária

do, realizou a nomeação da primeira comissão parlamentar de

(Anvisa) concedeu, no final de março, o re-

um Conselho Regional de Farmácia, uma iniciativa da diretoria

gistro do Sofosbuvir, indicado para o trata-

2014/2015. Cada integrante da comissão, composta por profis-

mento da hepatite C crônica. Esse é o ter-

sionais da categoria, irá acompanhar de perto como cada parla-

ceiro medicamento aprovado pela agência

mentar do Rio de Janeiro está trabalhando em prol da categoria

em 2015, após o registro do Daclatasvir, em

farmacêutica. A comissão vai colocar em pautas assuntos de in-

janeiro, e do Simeprevir, em março. Jun-

teresse do Conselho Federal de Farmácia (CFF) e do CRF-RJ, in-

tos, os itens compõem um novo e eficien-

teragindo também com Ministério Público, Defensoria, Procon,

te tratamento para a doença disponível no

entre outras entidades.

mundo, com um percentual de cura de cer-

CRF-RJ

ca de 90%. A expectativa é que os medicamentos sejam disponibilizados no Sistema Único de Saúde (SUS) até o final deste

Produtos diet e light em locais distintos

ano. O Brasil será um dos primeiros países

De acordo com a Lei nº 6.968, de 2 de março de 2015, os mercados,

a adotar as novas tecnologias na rede pú-

supermercados e estabelecimentos comerciais que comercializam

blica de saúde. Os medicamentos recebe-

produtos diet e light estão obrigados a mantê-los em locais distintos,

ram prioridade de análise na agência por

separando as duas categorias de alimentos. O objetivo é evitar

serem de interesse estratégico para as po-

que o consumidor se confunda, porque são diferentes. Os diet

líticas de tratamento da hepatite do Minis-

não têm açúcar. Os light não têm gordura. O descumprimento da

tério da Saúde. A avaliação para a conces-

Lei acarretará em penalidades previstas no Código de Defesa do

são do registro teve duração entre cinco e

Consumidor (CDC).

oito meses.

JURÍDICO ASCOFERJ

MINISTÉRIO DA SAÚDE

Ascoferj decide entrar na Justiça para auxiliar associados de Cabo Frio Com o objetivo de buscar soluções para o problema que as farmácias e drogarias do município de Cabo Frio enfrentam

A partir da esquerda: diretor de Núcleo da Região dos Lagos, Cirineu da Silva Santos; consultor do Departamento Jurídico da Ascoferj, Gustavo Semblano; presidente da Ascoferj, Luis Carlos Marins; advogada da entidade, Natasha Cohen; e André Claudio, gerente executivo

no que se refere à obtenção da licença sanitária, a Ascoferj realizou uma Assembleia Geral Extraordinária no dia 26 de abril. Por decisão unânime, ficou decidido que a entidade entrará com uma ação civil pública na Justiça para que a situação se resolva e os empresários do setor não continuem a ser prejudicados devido à falta do documento. De acordo com o presidente da Ascoferj, Luis Carlos Marins, a luta vem COMUNICAÇÃO ASCOFERJ

14

Revista da Farmácia · Maio-Junho 2015

??????

desde 2012, e a associação não pode ficar inerte.


jurídico

Publicidade Você está fazendo certo? Veja o que diz a legislação a respeito da propaganda no ponto de venda

O

O direito do consumidor individual e coletivo é protegido,

Nas farmácias e drogarias, é muito ha-

desde 1988, pela nossa Constituição Federal. Com a evolução das

bitual divulgar preços em cartazes, pla-

relações comerciais, em 1990, foi estabelecido o Código de Defe-

cas e gôndolas. Entretanto, os medica-

sa do Consumidor, a Lei 8.078/90. O artigo 6, incisos I e IV dessa

mentos que precisam de prescrição mé-

lei, elenca os direitos básicos do consumidor que também valem

dica para aquisição devem ser apresenta-

para o segmento farmacêutico. São eles:

dos por meio de lista, atendendo às exigências apontadas na RDC 96. Somente

I - a proteção da vida, saúde e segurança contra os riscos

é permitida a publicação das imagens das

provocados por práticas no fornecimento de produtos e serviços con-

embalagens, entre outros meios publici-

siderados perigosos ou nocivos;

tários dos medicamentos que dispensam

IV - a proteção contra a publicidade enganosa e abusiva, mé-

a prescrição médica, se elas estiverem de

todos comerciais coercitivos ou desleais, bem como contra práticas e

acordo com as regras determinadas pelos

cláusulas abusivas ou impostas no fornecimento de produtos e serviços.

artigos 18 e 19 da RDC 96/08. Não devemos tratar a publicidade co-

Nos dias atuais, a publicidade tem se tornado essencial pa-

mo um “bicho de sete cabeças”. Se apli-

ra difusão e informação dos produtos ofertados ao consumidor,

cada de acordo com as normas, é uma

mas algumas delas costumam ser agressivas e abusivas, passíveis

grande aliada na divulgação de produtos

de serem repelidas pela legislação vigente. A Agência Nacional de

e ofertas.

de por meio da RDC nº 96/2008, proibindo em seu artigo 4 “...a propaganda ou publicidade enganosa, abusiva e/ou indireta”. É comum a prática de promoções com intuito de atrair clien-

HUMBERTO TESKI

Vigilância Sanitária (Anvisa) também regula e controla a publicida-

tes e torná-los fiéis, o que é legítimo. Mas tal prática deve ser cuidadosamente planejada para não estimular e/ou induzir ao consumo inapropriado e indiscriminado de medicamentos. Por exemplo: “Leve 3 e pague 2” é um tipo de promoção que pode induzir o consumidor a adquirir quantidades de medicamentos acima do que foi prescrito pelo profissional habilitado. Podemos também considerar como permitidos os programas de fidelização em que as pontuações acumuladas em compras anteriores são revertidas em descontos. No entanto, é obriprogramas a restrição de pontuação na compra de medicamen-

Natasha Cohen

tos, conforme determina a RDC 96/2008, artigo 10 § único.

Advogada da Ascoferj

gatório constar no material publicitário e no regulamento dos

Revista da Farmácia · Maio-Junho 2015

15


boa leitura De volta ao mosteiro James C. Hunter - Editora Sextante O livro mostra o retorno do protagonista John Daily ao mosteiro que visitou por uma semana no livro anterior, “O monge e o executivo”. Nessa sequência, ele lamenta não ter conseguido colocar em prática os conceitos de liderança aprendidos. O livro ensina passos para o desenvolvimento de habilidades de liderança, abordando também a importância dos relacionamentos para o crescimento pessoal.

Comunicação com empregados: a comunicação interna sem fronteiras Bruno Carramenha, Thatiana Cappellano e Viviane Mansi - Editora In House A obra pretende colaborar para uma mudança efetiva no processo de comunicação interna das empresas, que deve ser tratada como uma ferramenta de gestão empresarial e não como uma atividade operacional ou meramente administrativa. O público interno é um patrimônio, demandando dedicação, investimento e análise constantes.

Steve Jobs: as verdadeiras lições de liderança Walter Isaacson - Editora Portfolio Penguin O autor revisita os momentos decisivos da trajetória do gênio para revelar ao leitor de que forma a personalidade do fundador da Apple integrava o jeito como fazia negócios, como lidava com a qualidade e como atuava com a equipe. Trata-se de um livro assertivo e fundamental, que traz uma lista sucinta e reveladora do comportamento de liderança e de gestão de Jobs.

Rápido e devagar: duas formas de pensar Daniel Kahneman - Editora Objetiva O vencedor do Nobel de Economia Daniel Kahneman mostra as formas que controlam a mente: o pensamento rápido, intuitivo e emocional; e o devagar, lógico e ponderado. O livro aborda a capacidade do pensamento rápido, sua influência persuasiva em algumas decisões e até onde se pode confiar nele. O entendimento dessas duas formas de pensar ajuda em decisões pessoais e profissionais.

16

Revista da Farmácia · Maio-Junho 2015


mural do associado

Atualização de cadastro Mantenha seus dados cadastrais sempre atualizados na Ascoferj. Dessa maneira, você garante o recebi-

Mensalidades em dia

mento de todos os nossos conteúdos e uma comunicação mais eficaz entre associado e entidade.

Para evitar a suspensão dos benefícios oferecidos pela Ascoferj, mantenha as mensalidades sempre quitadas. Nossos associados têm direito a assessoria jurídica gratuita, consultoria para regularização de empresas, acesso a um banco de currículos específico,

Convênio com universidades

convênio com empresas e instituições de ensino, entre outros.

A Ascoferj possui convênio com as universidades Estácio de Sá, Universidade Iguaçu (Unig) e Centro Universitário Augusto Motta (Unisuam) para possibilitar que os funcionários das empresas associadas, assim como seus dependentes, estudem pagando menos na mensalidade. Veja todas as informações em nosso site e aproveite: www.ascoferj.com.br/convenios

Consultoria em POPs Oferecemos assessoria na elaboração de Procedimentos Operacionais Padrão (POPs), obrigatórios para farmácias e drogarias, de acordo com o artigo nº 86, da

Agenda do setor

RDC 44/2009. Entre em contato conosco e saiba mais detalhes:

Acompanhe a agenda de eventos no site da Ascoferj

regularizacao@ascoferj.com.br.

e fique por dentro dos encontros previstos para celebrar datas comemorativas do setor, como o Dia Nacional da Farmácia, 5 de agosto, e o Dia Internacional do Farmacêutico, 25 de setembro.

Revista da Farmácia · Maio-Junho 2015

17


evento

Congresso Científico do Mercado Farmacêutico Premiação de trabalhos farmacêuticos é novidade em 2015

HUMBERTO TESKI

Público da sexta edição, realizada em 2014

A

A sétima edição do Congresso Científi-

tes temas da profissão, como “Habilidades na gestão farmacêutica”,

co do Mercado Farmacêutico, realizada pelo

“Prescrição segura e consciente”, “Ética farmacêutica”, entre outros.

Cetefarma, acontecerá nos dias 13, 14 e 15 de

Este ano, a novidade ficará por conta da premiação de traba-

maio, no Centro de Convenções SulAmérica,

lhos farmacêuticos sobre o tema “Serviços farmacêuticos”, “Pres-

no Rio de Janeiro. No primeiro dia do even-

crição farmacêutica” e “Gestão na farmácia comunitária”. Os três

to, a palestra de abertura – A integralidade

primeiros colocados serão premiados no dia 15 de maio.

do cuidado farmacêutico – será ministra-

Segundo o presidente do congresso, Luis Carlos Marins, a pre-

da pelo médico e comentarista de Saúde

miação visa incentivar a pesquisa. “Além disso, queremos que os

da Rádio CBN, Rede Globo e Globo News,

profissionais desenvolvam habilidades, seja na farmácia clínica ou

Luis Fernando Correia, às 17h.

na comunitária, e se destaquem em suas carreiras. Atualmente, o

O objetivo da palestra dele e das demais

farmacêutico pode assumir responsabilidades que antes não as-

é a troca de experiências para a evolução da

sumia, precisando se preparar para isso. Um exemplo é a prescri-

profissão farmacêutica no cenário nacional.

ção farmacêutica”, destaca Marins.

Além de Luis Fernando Correia, outros reno-

Ainda de acordo com ele, participar do congresso é uma opor-

mados profissionais do setor marcarão pre-

tunidade de se manter atualizado sobre os avanços da profissão.

sença no congresso, abordando importan-

“O evento já faz parte do calendário no setor. Os profissionais entendem que o momento é oportuno para se atualizar e trocar ex-

A Expo Pharma foi adiada e ainda não tem data prevista para acontecer.

18

Revista da Farmácia · Maio-Junho 2015

periências”, acrescenta Marins. Para inscrições, programação completa e informações, acesse: www.congressofarma.com.br.



evento

Setor comemora Dia Nacional da Farmácia Data está ainda mais em evidência por causa das mudanças pelas quais vem passando o setor nos últimos anos

E

Em 5 de agosto, comemora-se o Dia

Nacional da Farmácia, mas também o Dia Nacional da Saúde. A coincidência é muito bem-vinda, uma vez que a farmácia vem ganhando cada vez mais destaque no cenário nacional, principalmente depois da Lei nº 13.021/14, que a definiu como “unidade singular de prestação de assistência farmacêutica, assistência à saúde e orientação sanitária individual e coletiva”. Essa definição abriu prerrogativas para o trabalho do profissional farmacêutico, que agora tem muito mais respaldo para atuar dentro do estabelecimento. “A farmácia é, por sua natureza, um centro prestador do serviço, onde há, além da distribuição de medicamentos, atenção à saúde da população. Seja ela grande ou pequena, a farmácia é parte primordial do círculo de atenção à saúde, que começa no prescritor, passa pelo medicamento e segue com a orientação farmacêutica até a cura ou a manutenção da qualidade de mácia deve ser vista como estabelecimento de saúde, com atendimento qualificado e diferenciado, cumprindo sua função social”, analisa Ana Lucia Caldas, farmacêuti-

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Revista da Farmácia · Maio-Junho 2015

SHUTTERSTOCK

vida do paciente. Nessa concepção, a far-


evento

Data será celebrada no Largo da Carioca Por conta de tudo isso, a Ascoferj decidiu promover um evento de amplo alcance no dia 5 de agosto, no Largo da Carioca, Centro do Rio de Janeiro. A ideia é chamar a atenção da população para o papel socioeconômico da farmácia. A entidade vai colocar uma tenda na praça, dividida em duas áreas: saúde e beleza. De um lado, farmacêuticos vão aferir a pressão arterial, medir os níveis de glicose e orientar as pessoas; de outro, profissionais de empresas parceiras vão oferecer serviços de beleza no local, como análise capilar e cuidados com as mãos. Quem passar pelo atendimento farmacêutico vai levar para casa uma cartilha com dicas de saúde relacionadas à hipertensão e diabetes. Acompanhe novas informações no site e nas mídias sociais da Ascoferj.

Marca desenvolvida especialmente para o evento do dia 5 de agosto

ca, professora, consultora em Atenção Farmacêutica na Ascoferj e

mente, 3,34 farmácias por cada 10 mil ha-

integrante da comissão organizadora do evento.

bitantes, sendo que a recomendação da Or-

Gradativamente, as farmácias e drogarias vêm assumindo um papel muito mais amplo do que exerciam no passado, quan-

ganização Mundial de Saúde (OMS) é que seja apenas uma.

do eram associadas somente a doenças. Atualmente, as pes-

“Além de cuidar da saúde, a farmácia

soas buscam saúde e bem-estar no canal farma. As redes es-

contribui de forma significativa com o de-

tão oferecendo ampla gama de produtos, especialmente itens

senvolvimento econômico do País. O Bra-

de higiene e beleza, que têm contribuído para elevar o fatura-

sil é o quarto mercado de consumo de me-

mento do setor.

dicamentos no mundo e o que possui o

Nos últimos anos, o varejo farmacêutico vem apresentando

maior número de farmácias, o que se deve

crescimento de dois dígitos, bem acima dos demais segmentos.

ao constante crescimento e força do se-

Contribuem para isso fatores como aumento na venda de gené-

tor varejista. Fatores como esses mostram

ricos, expansão da classe média, maior participação das mulheres

a tamanha importância do segmento para

no mercado de trabalho, maior acesso a medicamentos e enve-

a economia e para a saúde dos brasileiros”,

lhecimento da população.

acrescenta Fernanda Ramos, farmacêutica,

Segundo dados do IMS Health, em 2013, existiam 65.939 es-

empresária, diretora da Ascoferj e também

tabelecimentos farmacêuticos no País, o que confere ao Brasil a

membro da comissão que organiza o even-

liderança mundial em número de farmácias. São, aproximada-

to no Largo da Carioca.

Revista da Farmácia · Maio-Junho 2015

21


convênio

Iniciativa que agrega valor

ISTOCKPHOTO

Depois de dez anos, o programa Aqui Tem Farmácia Popular segue atraindo a atenção dos lojistas e garantindo bons resultados em vendas

C

Com mais de dez anos de existência,

neiro existem 2.326 farmácias da rede privada credenciadas e 44

o Programa Farmácia Popular, criado pelo

da rede própria. O programa disponibiliza 25 medicamentos com

Ministério da Saúde (MS) em 2004, foi ini-

desconto em farmácias particulares, entre eles para o tratamento

cialmente desenvolvido para distribuir me-

da doença de Parkinson, rinite, osteoporose, glaucoma e outros.

dicamentos com até 90% de desconto em

O investimento do governo federal para essa iniciativa tem au-

lojas da rede própria, mas acabou incluindo

mentado nos últimos anos. Em 2012, R$ 1,3 bilhão foi investido na

a rede privada por meio do convênio Aqui

compra e na oferta de medicamentos para a população; em 2013,

Tem Farmácia Popular.

o valor foi de R$ 1,8 bilhão; e, no ano passado, R$ 2,3 bilhões, se-

De acordo com o MS, atualmente, fa-

gundo dados do MS.

zem parte do programa 32.700 estabelecimentos, sendo 32.162 da rede creden-

22

O que pensa o varejo

ciada e 538 da rede própria, beneficiando

Para o varejo farmacêutico, credenciar as farmácias no progra-

4.303 municípios. Somente no Rio de Ja-

ma Aqui Tem Farmácia Popular tem sido uma estratégia com boa

Revista da Farmácia · Maio-Junho 2015



convênio

Medicamentos mais vendidos pelo programa Aqui Tem Farmácia Popular • Losartana • Atenolol • Cloridato de Metformina

Investimento do governo federal na compra e oferta de medicamentos para a população 2012

R$ 1,3 bilhão

2013

R$ 1,8 bilhão

2014

R$ 2,3 bilhões

0,0

0,5

• Hidroclorotiazida

1,0

1,5

2,0

2,5

Fonte: Ministério da Saúde

• Maleato de Enalapril • Glifage

rentabilidade. O programa é de suma importância tanto para o em-

• Sinvastatina

presário, que consegue aumentar a clientela, como para o consu-

Fonte: Rede Cityfarma

midor, que adquire o medicamento com o preço mais em conta. De acordo com o presidente da Rede Cityfarma, José Corrêa da Motta, o programa ajuda a colocar o cliente dentro da loja. “O consumidor leva os produtos que estão no receituário, adquire outros que não fazem parte do programa e ainda tem a possibilidade de

Vantagens para o varejo farmacêutico

comprar itens do setor de perfumaria e cosméticos”, avalia Motta. Mesmo vendendo os medicamentos com valores mais baixos, a diferença é compensada na venda global. “Na Rede Cityfarma,

• Aumento da clientela

por exemplo, o faturamento de cada loja por meio do programa

• Fidelização do consumidor

varia de 5% a 15%, o que consideramos um bom resultado”, acres-

• Faturamento mais alto

centa o presidente da rede. No entanto, para aprimorar o progra-

• Maior rentabilidade

ma, Motta sugere a inclusão de novos produtos na lista e uma cor-

• Diferencial perante uma farmácia

reção nos preços, o que não acontece há anos.

não credenciada

O empresário Danilo Aguiar Teixeira concorda e afirma que os preços pagos pelo governo não são corrigidos anualmente. “Por conta da inflação, os valores deveriam ser alterados. Também poderia existir uma fiscalização maior, com auditorias frequentes nas lojas credenciadas, a fim de evitar qualquer irregularidade”, conside-

Ter a loja cadastrada contribui também no relacionamento com o consumidor, que se sente satisfeito em encontrar medicamentos com preços mais acessíveis.

ra o empresário. Apesar disso, o empresário de São Fidélis defende o programa e diz que tem verificado um aumento no número de clientes, cujas compras chegam a representar 10% do faturamento de suas lojas. “Ter a loja cadastrada contribui também no relacionamento com o consumidor, que se sente satisfeito em encontrar medicamentos com preços mais acessíveis”, finaliza Danilo. Quem acaba de aderir ao programa é a Rede Exata. “Para não ficar fora do mercado, em março, credenciei os estabelecimentos

Danilo Teixeira Empresário

no programa. Minha expectativa é exatamente a de atrair mais consumidores e melhorar os negócios”, adianta o diretor comercial da empresa João Pinheiro Filho.

24

Revista da Farmácia · Maio-Junho 2015



governança

Andando nos trilhos

SHUTTERSTOCK

Especialistas destacam a importância do compliance para as pequenas empresas

C

Compliance é a palavra da moda, mas

você sabe exatamente o que ela significa?

26

satenta quanto aos códigos, procedimentos e normas, inclusive de boa conduta.

Se sua resposta foi não, relaxe porque você

Para começo de conversa, compliance significa estar em confor-

faz parte da maioria, e isso não é desméri-

midade com uma norma, regulamento, política ou procedimento. O

to seu. O termo compliance começou a ga-

termo pode ser definido como um conjunto de atividades que garan-

nhar evidência nos últimos dois anos depois

tem o cumprimento das leis. Fácil de entender, difícil de empreen-

da publicação da Lei Federal nº 12.846/13,

der, mas não impossível. Qualquer empresa, seja ela que porte tiver,

mais conhecida como Lei Anticorrupção.

pode ter um programa de compliance, segundo o diretor da KPMG

Os escândalos que assolaram a Petrobras

no Brasil, Claudio Peixoto. “Para o pequeno empresário, o desafio é

recentemente também contribuíram para

ter a estrutura mínima, ou seja, um comitê com pessoas nomeadas

que as empresas passassem a debater, cada

por áreas, cujo papel será monitorar, em períodos específicos, o res-

vez mais, os impactos de uma gestão de-

peito às normas e condutas da empresa e do setor”, explica Peixoto.

Revista da Farmácia · Maio-Junho 2015


governança Em geral, um programa de compliance tem como elemento-

res, os desvios de carga, a transparência en-

chave um código de ética e de conduta, que serve para ajudar os

tre as lojas de uma rede, as perdas com fur-

colaboradores a tomarem as melhores decisões em seu dia a dia.

to, entre outros. “É necessário documentar

Ele descreve responsabilidades, expectativas e comportamentos

os processos para cada tema, para que, no

esperados de cada um, em todos os níveis da organização. É co-

primeiro sinal de desvio de conduta, o co-

mum ter também um canal para denúncias. Nas grandes corpo-

mitê possa revisitar os documentos para

rações, o programa de compliance faz parte da Governança Cor-

saber como proceder”, acrescenta Gesteira.

porativa, que é o conjunto de processos, costumes, políticas, leis,

É um desafio se antecipar aos riscos e

regulamentos e instituições que regulam a maneira como uma em-

definir as condutas e os procedimentos para

presa é dirigida, administrada ou controlada.

cada caso, mas extremamente necessário.

“Para a pequena rede, ter um programa reduzido de complian-

Claudio Peixoto, da KPMG, cita mais um

ce é uma vantagem competitiva, tendo em vista as fusões do mer-

exemplo da relação com os órgãos regula-

cado interno e a chegada de grupos estrangeiros no País. O varejo,

dores. “Suponhamos que a empresa con-

entre eles o farmacêutico, carece de muitos controles e ter uma

trate um terceiro para conseguir a licença

estrutura mínima que cuide disso agrega valor à empresa, inclu-

sanitária e que ele pague propina para ob-

sive se ela for colocada à venda”, acrescenta o também diretor da

ter o documento. A farmácia corre o risco

KPMG Brasil, Antonio Gesteira.

de ser responsabilizada e penalizada por

O fortalecimento da cultura de compliance na indústria farmacêutica também está empurrando os demais componentes da ca-

um ato que ela não cometeu, mas feito em seu nome”, alerta Peixoto.

deia nessa direção. As denúncias devem ser apuradas e resolvidas.

Em relação à corrupção passiva, os fis-

Problemas com corrupção, por exemplo, podem impedir uma far-

cais não podem “solicitar ou receber, para

mácia de aderir ao programa Aqui Tem Farmácia Popular, do go-

si ou para outrem, direta ou indiretamente,

verno federal.

ainda que fora da função ou antes de assu-

Não existe um modelo de programa de compliance. Cada em-

mi-la, mas em razão dela, vantagem inde-

presa deve construir o seu com base nas perspectivas de risco para

vida, ou aceitar promessa de tal vantagem”,

o negócio. “Tudo o que for arriscado na relação com terceiros teria

diz o artigo 317 do Código Penal Brasileiro.

que receber atenção em um programa desse tipo”, orienta Gesteira.

Em um programa de compliance, a empresa

No varejo farmacêutico, por exemplo, alguns temas se destacam,

pode se antecipar e criar mecanismos para

como a relação com as autoridades sanitárias, o rol de fornecedo-

minimizar esse tipo de risco.

O que é a Lei Anticorrupção A Lei Anticorrupção (12.846/2013) pune empresas por atos de corrupção contra a administração pública. Elas serão responsabilizadas por práticas ilícitas e poderão ser condenadas a pagar multas de até 20% de seu faturamento, o que é considerado um valor alto. A empresa responderá por atos de corrupção – suborno com pagamento de propina por parte da empresa a um funcionário público – mesmo se não houver envolvimento direto por parte dos representantes ou donos. Apesar de ter sido aprovada em agosto de 2013, um estudo da consultoria KPMG mostra que 80% das empresas ainda não conhecem essa lei. Membros de conselhos de administração, comitês de auditoria e conselhos fiscais de diversas empresas brasileiras têm dúvidas sobre as novas regras.

Revista da Farmácia · Maio-Junho 2015

27


governança

PINGUE-PONGUE: ABBOTT BRASIL

atuação da empresa. Uma vez que valorizamos a transparên-

Conversamos com João Abbatepaolo,

não haja nenhum benefício que possa interferir no julgamen-

gerente de Compliance da Abbott Bra-

to profissional.

cia, implantamos políticas e procedimentos para garantir que

sil, para entender um pouco mais sobre o tema. Veja a entrevista.

O programa também aborda a relação dos propagandistas com médicos?

A Abbott tem algum programa

Sim. Temos o nosso Código de Conduta e políticas objetivan-

de compliance?

do que todas as interações com nossos públicos sejam feitas

Sim. E um de seus principais pilares tem

de forma ética e transparente. No caso do propagandista ou de

sido o Código de Conduta nos Negó-

qualquer outro profissional que trabalhe em nome da Abbott,

cios, que fornece uma base para as nos-

estabelecemos uma clara expectativa de que seu trabalho es-

sas responsabilidades e comportamen-

teja em conformidade com a lei, aplicável aos códigos do setor,

tos. Tanto o Código quanto as políticas

bem como com todas as políticas e procedimentos.

e normas internas sempre orientam o cumprimento da legislação em vigor e

Do que trata o programa de compliance da Abbott?

os códigos aplicáveis ao setor. Nosso Có-

Nosso programa tem sido efetivo fora dos Estados Unidos

digo de Conduta rege todas as relações

por mais de dez anos e ele inclui sete elementos: lideran-

da empresa com todas as áreas com as

ça, normas escritas, treinamento e comunicação, auditoria e

quais realizamos negócios.

monitoramento, reporte sobre preocupações, investigação e aprimoramentos.

Esse programa aborda questões

28

como bonificações, prêmios e

A empresa acredita ser possível uma pequena farmácia

qualquer outro tipo de recompensa

introduzir o tema compliance na sua gestão?

ao ponto de venda?

O primeiro passo é identificar os valores da empresa e a forma

O programa aborda a ética em todas

como a empresa pretende atuar. Outro ponto é conscientizar

as esferas e conforme a legislação es-

o colaborador sobre a importância de seu trabalho e o impacto

pecífica para cada produto ou setor de

que fazer algo de maneira correta pode ter na vida das pessoas.

Os ritos de negociação costumam en-

namente para garantir externamente a eficácia de um programa

volver questões éticas e morais que me-

de compliance”, avalia o professor de Pós-graduação do IBMEC,

recem a atenção dos empresários. No en-

Alexandre Guimarães.

tanto, ter um programa de compliance que

É preciso ser transparente nas relações com fornecedores,

preveja isso não garante uma conduta cor-

deixando clara a política da empresa sobre brindes e prêmios,

reta na relação com o fornecedor, pois os

por exemplo. A Resolução RDC nº 96/08 é taxativa a esse res-

princípios da empresa podem não ser os

peito: “As empresas não podem outorgar, oferecer, prometer

mesmos do funcionário que vai para a mesa

ou distribuir brindes, benefícios e vantagens aos profissionais

de negociação. “O País vive uma crise de

prescritores ou dispensadores, aos que exerçam atividade de

credibilidade, por isso as empresas têm

venda direta ao consumidor, bem como ao público em geral”,

que seguir condutas morais e éticas inter-

diz o artigo 5º.

Revista da Farmácia · Maio-Junho 2015



SHUTTERSTOCK

capa

30

Revista da Farm谩cia 路 Maio-Junho 2015


capa

Como o trânsito impacta o dia a dia das distribuidoras Empresas criam estratégias para driblar o congestionamento que toma conta do Rio de Janeiro

A

Acredite se quiser, mas o Rio de Janeiro superou São Paulo no

(Rio/São Paulo), Washington Luiz (Rio/Pe-

ranking das cidades mais congestionadas do Brasil. Uma pesqui-

trópolis), Avenida Brasil, Ponte Rio-Niterói

sa realizada pela TomTom, líder global em navegação, produtos

e Linha Amarela.

de trânsito e soluções de gerenciamento de frotas, e divulgada no

“O que também pode dificultar o pro-

ano passado pelo site Mobilidade Urbana Sustentável aponta o

cesso de entrega é a proibição de entrada

Rio como a terceira pior cidade do mundo em congestionamen-

e circulação de veículos de carga e descar-

tos. Em primeiro lugar está Moscou, seguida de Istambul. Na lista

ga em algumas vias da cidade em deter-

das capitais brasileiras com pior tráfego de veículos, o Rio apare-

minados horários. Tudo isso, certamente,

ce ocupando também a terceira posição, ficando atrás apenas de

pode causar um grande impacto no tem-

Recife e Salvador e desbancando a capital paulista, principal cen-

po de entrega de produtos em farmácias e

tro financeiro do País.

drogarias se as empresas não criarem alter-

Nos últimos anos, a Prefeitura, em parceria com a iniciativa

nativas logísticas para evitar problemas no

privada, vem fazendo grandes investimentos em transporte pú-

prazo acordado com os clientes”, alerta o

blico, caso do Transporte Rápido por Ônibus (BRT), Veículo Leve

especialista em Logística, Arnoldo Mattos.

sobre Trilhos (VLT) e expansão da linha 1 do metrô. Tudo isso está mudando a dinâmica da mobilidade urbana e, consequentemente, provocando um inevitável impacto no trânsito da cidade como um todo, da Zona Norte à Zona Sul.

Tecnologia a favor do tempo Não tem sido fácil fugir dos congestionamentos no Rio de Janeiro, mas as empre-

Em meio ao caos, a logística de quem faz entregas diariamente

sas estão conseguindo criar estratégias para

precisa se ajustar. A maioria dos centros de distribuições respon-

se organizar e não perder o cliente. “A cada

sável pelo abastecimento de produtos farmacêuticos localiza-se,

ano que passa, piora. O tempo médio de

principalmente, na Baixada Fluminense. Grande parte desses veí-

deslocamento aumentou juntamente com

culos precisa trafegar em vias como a Rodovia Presidente Dutra

os engarrafamentos. Os desafios estão em

Revista da Farmácia · Maio-Junho 2015

31


capa implantar mudanças que continuem aten-

Capitais brasileiras com pior congestionamento

dendo às expectativas de nossos compradores”, destaca o representante de Logística da distribuidora Zamboni, Glauco Horta.

48% Fortaleza

60% Recife 59% 27% 42%

Brasília

46%

38%

principal ferramenta para aperfeiçoar a distribuição dos produtos e atender aos prazos combinados. “Para evitar problemas, adquirimos um software que conjuga informações,

Salvador

Belo Horizonte

55%

34%

Segundo ele, a tecnologia tem sido a

como horários de restrições de carga e descarga em determinadas regiões do Rio, velocidade média de cada rua ou avenida em diferentes horários do dia, sentido do tráfego e se existem bloqueios, o que tem nos

Rio de Janeiro

São Paulo Curitiba

Porto Alegre

ajudado bastante”, conta Horta. Com o software, é possível acompanhar em tempo real o trabalho de cada veículo, cronometrar se estão atrasados e redefinir prioridades ou roteiros. Porém, somente essa ferramenta não é suficiente, sendo fundamental conscientizar e dialogar com

Fonte: Site Mobilidade Urbana Sustentável

os clientes.

Entenda como funciona a nova logística do setor

Identificação clara e visível dos volumes da loja de destino, facilitando a checagem de anomalias ou a Produtos organizados

troca indevida de volumes por parte do transportador.

dentro do veículo em

Esse procedimento reduz custos adicionais com o

ordem inversa, ou seja,

deslocamento desnecessário de veículos.

entra primeiro no veículo quem for sair por último. Esse formato acelera as operações de descarga, evitando perda de tempo e exposição desnecessária.

Conhecimento dos locais autorizados para estacionar e dos horários de pico dos clientes, possibilitando que a descarga seja efetuada com o menor risco e no menor tempo possível para os envolvidos na operação, tanto a equipe de transporte como da loja.

32

Revista da Farmácia · Maio-Junho 2015


capa O Centro da cidade é o local que mais tem sofrido mudanças no trânsito. De acordo com Horta, por causa disso, foi preciso inclusive mudar o perfil da frota de caminhões. “Migramos para veículos menores, que comportam menos volume de carga. Com isso, conseguimos preservar o nível de serviço de entrega nessa região”, acrescenta. Para o diretor da Emefarma Rio, Jony Sousa, as oscilações no

A todo o momento, avaliamos o melhor horário e a melhor forma de reduzir os impactos com possíveis atrasos nas entregas.

trânsito da cidade têm causado certo transtorno, sendo necessário

Jony Souza Emefarma Rio

adequar as entregas aos novos horários. “A todo o momento, avaliamos o melhor horário e a melhor forma de reduzir os impactos com possíveis atrasos nas entregas. A meta da Emefarma Rio, em conjunto com a transportadora responsável pelo processo de logística,

parecem não estar sentindo os efeitos ne-

é atender às diversas regiões do estado sem afetar o prazo acorda-

gativos dos congestionamentos. Ponto para

do”, comenta o diretor. A estratégia tem dado certo, tanto que qua-

as distribuidoras.

se não há descontentamento de clientes com atrasos. “Trabalhamos

Segundo o proprietário de uma farmá-

em parceria o tempo todo: farmácia, distribuidora e transportado-

cia localizada na Tijuca, Antônio César Pom-

ra”, completa Sousa.

peu, felizmente, as obras não têm afetado a entrega dos produtos na loja. “Até o mo-

Varejo não sente os efeitos

mento, não consegui sentir os reflexos de

Se a preocupação é grande por parte da distribuição, pelo lado

todo esse caos no trânsito do Rio. É claro

do varejo, percebe-se certa indiferença. Mesmo com todas essas

que existem alguns atrasos devido a fato-

mudanças no trânsito e nos horários específicos para a carga e des-

res de rotina, mas nada que comprometa

carga em determinados bairros do Rio de Janeiro, os empresários

as nossas vendas”, declara ele.

Utilização de equipamentos específicos para dar agilidade à movimentação de produtos, como os rolltainers, que possuem

previsão de compra de cada família de produto – medicamentos, perfumaria, higiene, cosméticos –, enviando ao varejo a quantidade necessária até a próxima entrega.

rodas e são confeccionados em aramados e portas retráteis.

em caixas fechadas,

Eles costumam ser usados no centro de distribuição para carga

montadas pelos próprios

e descarga do veículo, assim como para fazer o transporte da

fabricantes. Isso acelera

mercadoria entre o caminhão e a loja de destino.

o processo de separação de mercadorias no centro de distribuição, no

Elaboração de um rotograma contemplando as vias a serem

carregamento do veículo,

trafegadas e os horários de entrega para cada loja. Nesse caso, as

no recebimento e na

empresas costumam utilizar equipamentos para rastrear os veículos

conferência durante

e identificar qualquer anormalidade durante o percurso. Também

a entrega.

se comunicam com motoristas por uma central de monitoramento, analisando as informações envolvidas no cenário, podendo ou não acionar a loja para rever a programação de entrega. FREEPIK

Análise do histórico e da

Movimentação de produtos

Revista da Farmácia · Maio-Junho 2015

33


capa Ranking mundial das cidades com pior congestionamento Dublin 35% Roma

Los Angeles 36% Cidade do México

37%

39%

Palermo

54%

39% Varsóvia 62%

74% Moscou

Istambul

55%

46%

Rio de Janeiro

São Paulo

Fonte: Site Mobilidade Urbana Sustentável

De acordo com o gerente comercial da Maxcenter, Lucas Pro-

podem separar com antecedência todo esse

cópio, as lojas da rede não estão com dificuldades para receber os

material, que irá retornar ao centro de dis-

produtos. “De maneira geral, estamos ilesos aos problemas gera-

tribuição pelo mesmo veículo, reduzindo o

dos pelos numerosos engarrafamentos. Acredito que as distribui-

tempo de permanência nas proximidades do

doras estejam se encarregando de criar estratégias eficazes para

estabelecimento comercial”, sugere Arnoldo

cumprir os prazos”, completa.

Mattos. No entanto, deve existir também um

As farmácias e drogarias também podem contribuir para que as

planejamento por parte do centro de distri-

entregas sejam realizadas com sucesso e no menor tempo possível,

buição na hora do carregamento do veículo,

pois, em algumas redes de varejo farmacêutico, os veículos utiliza-

para que o processo de recolhimento desse

dos nas entregas recolhem as embalagens deixadas em dias ante-

material não cause transtornos no momento

riores e o lixo gerado nas operações internas. “Dessa forma, as lojas

da descarga de volumes na próxima loja.

Curta a página da Ascoferj no Facebook e fique por dentro de tudo o que acontece no setor.

facebook.com/ascoferj 34

Revista da Farmácia · Maio-Junho 2015


Qualidade e Precisão que não podem faltar Adquira nossos produtos nos Distribuidores do Rio de Janeiro Detecta arritmia cardíaca

Com 30 Memórias

HEM - 6111

HEM - 7113

Monitor de pressão arterial automático de pulso

Monitor de pressão arterial automático de Braço Silencioso e Potente

Sistema inteligente de controle de névoa

NE - C801

NE - U700

Nebulizador/Inalador Compressor

Possui contador de passos

HJA- 310

Monitor de Atividade

Nebulizador/Inalador rede vibratória

Com memória da última Leitura

MC- 245

Termômetro Digital

7 indicadores de parâmetros corporais

HBF - 514C

Balança de Controle Corporal Gordura Corporal, IMC, Outros


NFC-e

Em dia com o Fisco

SHU

TTE

RST OCK

Novo sistema será obrigatório a partir do ano que vem. Especialista sugere início imediato de preparação para a mudança

C

Com o objetivo de ofe-

te do Sistema Público de Escrituração Di-

recer uma alternativa aos docu-

gital (SPED).

mentos fiscais atuais e fazer com que

Os estabelecimentos comerciais, entre eles

o processo seja totalmente eletrônico, o

farmácias e drogarias, precisam ficar atentos às mu-

tradicional cupom fiscal, emitido pelo Emis-

36

danças previstas e atender às exigências da Secre-

sor de Cupom Fiscal (ECF), e a nota fiscal

taria

de venda ao consumidor, modelo 2, serão,

que entra em vigor a partir de janeiro de 2016, possui validade ju-

em breve, substituídos pela Nota Fiscal de

rídica garantida pela assinatura digital do remetente para fins de

Consumidor Eletrônica (NFC-e), integran-

controle e fiscalização.

Revista da Farmácia · Maio-Junho 2015

de Estado de Fazenda do Rio de Janeiro (Sefaz). A NFC-e,


NFC-e Os requisitos necessários para que uma empresa faça a emissão da NFC-e é que ela esteja com a inscrição estadual regular; adquira um software emissor de NFC-e; possua Certificado Digital no

Veja em que prazo de implantação sua empresa se enquadra

padrão ICP-Brasil, com o número do Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) de qualquer estabelecimento do contribuinte; esteja credenciada na Sefaz; e possua o Código de Segurança do Contribuinte (CSC), fornecido pela Sefaz no momento do credenciamento. Além disso, o setor precisa ficar atento ao cronograma e começar a se preparar desde já para a mudança. Após se tornar obrigatória, 80% das vendas deverão ser efetuadas pela NFC-e. Mas, a partir de 1º de janeiro de 2019, ficará definitivamente proibida a emissão de cupom fiscal por ECF e de Nota Fiscal de Venda a Consumidor.

15 1º DE JULHO DE 20 uram o Empresas que ap o entre ICMS por confront ou débitos e créditos crição que solicitarem ins estadual.

A consultora tributária Samanta Pinheiro, da Consultoria e Treinamento Inovar, aconselha que farmácias e drogarias iniciem o processo desde agora, refazendo o cadastro de mercadorias. “É indispensável fazer a revisão dele com o objetivo de identificar os produtos, o que chamamos de Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM), um código com oito dígitos estabelecido pelo governo brasileiro para identificar a natureza das mercadorias”, explica Samanta. Esse ajuste no cadastro vai garantir para o contribuinte que a NFC-e a ser enviada ao Fisco estará em conformidade com os requisitos previstos na legislação. A especialista destaca também que o próprio sistema da farmácia deverá ser adaptado para que possa emitir a nova nota. “As farmácias que estão chegando ao

1º DE JANE IRO DE 20 16 Contribuinte s optantes pelo Simple s Nacional co m receita b ruta anual auferida no ano-base 2 014 superio 1.800.000 r a R$ ,00 e por d emais regim apuração, d es de istintos do regime de confronto entre débit os e crédito s, inclusive previstos n os o Livro V d o RICMS/0 0 (Decreto nº 27.4247/ 00), indep endenteme nte da receita bru ta anual au ferida.

mercado agora também deverão adquirir uma solução, já que não existem softwares gratuitos disponibilizados pelo governo”, infor-

1º DE JULHO DE 2016

ma Samanta.

Contribuintes optantes

Para facilitar o uso do novo sistema, os empresários já podem

pelo Simples Nacional

efetuar o credenciamento para emitir a NFC-e em ambiente de

com receita bruta anual

testes no site da Sefaz. “Dessa maneira, eles passam a se familia-

auferida no ano-base

rizar com o novo ambiente”, sugere a consultora.

2014 superior a R$ 360.000,00.

Vantagens da NFC-e

2017 EIRO DE 1º DE JAN tes. ontribuin demais c

Para o gerente de Marketing da RCA Sistemas, Lúcio Batista Cardoso, do ponto de vista financeiro, a NFC-e demanda menos investimento por parte do empresário. “Hoje, uma impressora fiscal utilizada pelos estabelecimentos custa, em média, R$ 2 mil. Com o novo sistema, o investimento em uma impressora comum cai para cerca de R$ 750”, destaca. Ele também explica que o tempo útil das impressoras fiscais é de cinco anos, aproximadamente, enquanto impressoras tér-

1º DE JAN

EIRO DE 2019 ento defi nitivo da utiliza ção de E CF.

Encerram

micas ou a laser não têm vida útil predeterminada. Dessa for-

Revista da Farmácia · Maio-Junho 2015

37


NFC-e Vantagens do novo tipo de nota ECONOMIA • Dispensa do uso do Equipamento Emissor de Cupom Fiscal (ECF). • Uso de qualquer impressora não fiscal, térmica ou laser, sem necessidade de autorização pelo Fisco. • Simplificação de obrigações acessórias. • Redução significativa dos gastos com papel. • Uso de papel não certificado, com menor requisito de tempo de guarda. • Dispensa da intervenção técnica.

PRATICIDADE • Transmissão em tempo real ou online da NFC-e. • Dispensa de homologação do software pelo Fisco. • Não há necessidade de autorização prévia do equipamento a ser utilizado.

FLEXIBILIDADE • Flexibilidade de expansão de pontos de vendas nos períodos de alto movimento do comércio, sem necessidade de autorização prévia do Fisco.

INOVAÇÃO • Possibilidade de uso de novas tecnologias de mobilidade, como tablets e smartphones. FREEPIK

• Integração de plataformas de vendas físicas e virtuais.

Fonte: Portal Estadual da NFC-e ma, a empresa não precisará se preocu-

Para o consumidor, o processo não muda muito, uma vez que

par em substituir a tecnologia em curto

ele continuará recebendo o documento com validade fiscal no ato

e médio prazo, reduzindo custos com a

da compra. A vantagem é que a impressão do cupom será opcional

troca do equipamento.

e se chamará Documento Auxiliar da Nota Fiscal de Consumidor

Entre os benefícios listados pelo gerente da RCA, destacam-se a liberdade para es-

38

Eletrônica (Danfe NFC-e). Todas as informações poderão ser analisadas por meio de internet, tablets e smartphones.

colher o tipo de impressora sem autoriza-

A Danfe NFC-e poderá ser impressa na versão simplificada,

ção prévia do Fisco; o uso de papel não cer-

sem os detalhes da compra, apenas com o valor, a quantidade de

tificado, com menor requisito de tempo de

itens adquiridos, a forma de pagamento, data, hora, identificação

guarda; a dispensa da intervenção técnica;

da loja e comprador. Já a versão completa será semelhante ao an-

e a transmissão em tempo real.

tigo cupom fiscal.

Revista da Farmácia · Maio-Junho 2015


flexside.com.br grupobuzattos


mercado

Tudo nas alturas Escalada do dólar impacta indústria e reajuste de medicamentos não cobre inflação

setor industrial suportava porque o câmbio vinha baixo. À medida que ele sobe de maneira acelerada, como temos visto nas últimas semanas, fica cada vez mais difícil equilibrar os caixas das companhias”, alerta Pedro Bernardo, um dos diretores da Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma). Nos últimos 10 anos, o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) aponta 70,91% de inflação acumulada, enquanto a correção sobre o preço dos medicamentos foi de apenas 49,16%. A diferença é ainda maior porque os medicamentos acabam sempre comercializados com descontos. Nas compras públicas, por exemplo, há o desconto oficial de pelo menos 18%, sendo que as negociações geralmente resultam em outros abatimentos. Nas farmácias, a concorrência de mercado também gera descontos significativos. O mercado farmacêutico como um todo, tanto empresas nacionais como multinacionais, importam insumos e medicamentos prontos. Em 2014, a importação de matéria-prima ultrapassou a casa dos U$ 2 bilhões. De produtos industrializados, foram importados U$ 8 bilhões, segundo a Interfarma, o que denuncia a vulnerabilidade do sistema frente à alta do dólar. Em momentos de crise, todo o setor tende a apertar os cintos FREEPIK

e rever as políticas comerciais já estabelecidas, causando certa ins-

N 40

tabilidade no mercado. “O impacto da variação brusca no câmbio tem efeito imediato, pressionando para cima o custo das empresas. Agora, a saída é fazer ajustes nas políticas comercias com o varejo e

No fim de março, a Câmara de Regula-

redobrar os esforços para reduzir as margens”, acrescenta Bernardo.

ção do Mercado de Medicamentos (CMED)

De acordo com o diretor da Interfarma, a entidade pretende

divulgou o reajuste médio para os medica-

retomar o diálogo com o governo. “Somos o único setor com pre-

mentos no País: 5,9%. Novamente, a notícia

ço controlado. Mesmo com cortes nas despesas e outros ajustes,

sobre o percentual a ser aplicado desagradou

a situação preocupa”, diz. Esse cenário se tornará mais grave se o

à indústria farmacêutica. “Os produtos far-

governo mantiver a intenção de aumentar a carga tributária sobre

macêuticos vêm sendo reajustados abaixo

medicamentos com a elevação do PIS e do COFINS, cobrados so-

da inflação, que está em torno de 7,7%. O

bre importações.

Revista da Farmácia · Maio-Junho 2015



mercado

Genéricos movimentam R$ 16 bilhões Indústrias farmacêuticas ampliam portfólio devido à quebra de patentes e preveem crescimento nos próximos anos

D

Desde o início do ano, as indústrias de medicamentos gené-

ricos vêm ampliando a oferta de produtos, uma consequência direta das diversas moléculas que estão perdendo suas exclusividades. As drogas compreendem medicamentos para tratamento da hipertensão, osteoporose, disfunção erétil, antibióticos, anti-inflamatórios, entre outros. De acordo com o IMS Health, de 2013 a 2014, o mercado de genéricos movimentou, em valores, mais de R$ 14 bilhões. E, de março do ano passado a fevereiro de 2015, foram R$ 2 bilhões a mais, totalizando um movimento de R$ 16 bilhões nos últimos 12 meses. Em relação a unidades vendidas, de março de 2014 a fevereiro deste ano, o número foi de 880 mil produtos comercializados, 74 mil unidades a mais do que no período anterior. Segundo levantamento da Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos (Pró Genéricos), nos últimos 12 meses, a categoria de genéricos representou 25,34% das receitas das maiores farmacêuticas do País, que, juntas, somaram US$ 22,14 bilhões. Portanto, mesmo com as oscilações do mercado, o setor tem o que comemorar no Dia Nacional do Medicamento Genérico, celebrado em 20 de maio. “A unidade de genéricos da EMS encerrou o último ano com R$ 3,2 bilhões em faturamento, o que rendeu uma fatia de mercado de 19,71%”, destacou o diretor de Marketing dessa unidade Carlos Nahum. Ele explicou ainda que esse resultado é consequência do investimento em pesquisa e desenvolvimento. “A empresa possui mais de 80 patentes concedidas pelo mundo e vários pe-

42

Revista da Farmácia · Maio-Junho 2015



mercado didos depositados no Brasil. Além disso, é proprietária de mais de 400 registros de medicamentos no exterior. Sabemos o quanto representam os genéricos para o setor e também para a população. Por isso, investimos em massa nessa categoria”, acrescentou Nahum. O segmento de genéricos é responsável pela maior parte do faturamento da Medley, segundo a diretora de Trade Marketing, Maria Cláudia Pontes. “A nos-

Lista dos princípios ativos que ganharão versões genéricas ainda em 2014 • CANDESARTANA CILEXETILA,

HIDROCLOROTIAZIDA (anti-hipertensivo)

• ERTAPENEM (antibiótico) • ETORICOXIBE (anti-inflamatório) • EVEROLIMO (imunossupressor) • FLUTAMIDA (oncológico/câncer de próstata)

sa participação nesse mercado tem cres-

• FULVESTRANTO (oncológico/câncer de mama)

cido continuamente nos últimos meses.

• NALBUFINA (analgésico)

Apesar das oscilações pontuais, seguimos mantendo o crescimento em comparação

• RALOXIFENO (osteoporose)

a outros segmentos”, afirmou.

• TADALAFILA (disfunção erétil)

Sobre as expectativas para os próximos anos, a diretora acrescenta que ain-

• VORICONAZOL (antifúngico)

da existem muitas moléculas sem paten-

• HIDROCLOROTIAZIDA, IRBESARTANA (anti-hipertensivo)

tes e sem genéricos, o que vislumbra boas

• MEBEVERINA (antiespasmódico - intestino irritado)

oportunidades de negócio. “A perspectiva é manter o crescimento sustentável que a

• NITAZOXANIDA (antiparasitário)

empresa vem tendo. Temos diversos lan-

• ESTRADIOL, ACETATO NOMEGESTROL (anticoncepcional)

çamentos programados, e a Medley está preparada para alcançar mais esses obje-

• TEMOZOLOMIDA (câncer de pele, cérebro, entre outros) Fonte: Portal Minha Vida

tivos”, finalizou Maria Cláudia.

Mercado atual de genéricos e comparação com os anos anteriores Valores R$ Genérico *MAT fev-11

MAT fev-12

MAT fev-13

MAT fev-14

MAT fev-15

6.528.816.438

192.955.808

11.562.845.262

14.151.650.009

16.617.354.120

Unidades Genérico MAT fev-11

MAT fev-12

MAT fev-13

MAT fev-14

MAT fev-15

457.625.419

601.887.932

699.961.306

806.410.330

880.706.853

*MAT FEV: Corresponde ao mercado de genéricos de março do ano anterior a fevereiro, mês de referência. Fonte: IMS Health

44

Revista da Farmácia · Maio-Junho 2015



ponto de venda

Mix de inverno Dez produtos que não podem faltar nas gôndolas

1 Medicamentos isentos de prescrição (MIPs) Com a chegada da estação mais fria do ano, as farmácias e drogarias costumam registrar alta nas vendas de MIPs. Portanto, vale a pena fazer um bom estoque de antigripais, descongestionantes nasais, pastilhas, vitamina C e xaropes.

2 Nebulizadores Nesta época do ano, é comum que os problemas respiratórios

3

apareçam. Para quem sofre com congestão nasal, tosses, espirros e bronquite, o nebulizador é uma boa saída para aliviar esses sintomas. Então, lembre-se de conferir se a sua farmácia está bem abastecida para atender à demanda.

Filtro solar Segundo especialistas, o sol pode ser muito prejudicial no inverno, pois é um período em que a pele está mais sensível. Muitos consumidores não sabem sobre isso, mas a sua farmácia pode informar, criando um diferen-

4

cial no atendimento. Iniciati-

Protetor labial Item indispensável na prateleira da drogaria durante o inverno. Assim como o corpo, os lábios precisam de hidratação para evitar rachaduras e desconforto na região. No mercado de cosméticos, já existem diversos tipos de protetores labiais que atendem positivamente às expectativas dos clientes: com ou sem cheiro, luminoso ou fosco, com sabor, entre outros. Confira as

IMAGENS: FREEPIK

ofertas e ofereça mais de uma opção ao cliente.

46

Revista da Farmácia · Maio-Junho 2015

vas pontuais, como cartilhas ou folhetos informativos sobre proteção da pele no inverno, podem alavancar as vendas. Pense nisso!


ponto de venda 5

6 Sabonete líquido

Xampu anticaspa

São os mais indicados para uso

Os dias mais frios são propícios

durante o inverno, pois pos-

ao surgimento da caspa. E logo,

suem um pH mais neutro e

logo as pessoas que sofrem com

próximo do da pele. Eles tam-

esse problema vão passar a pro-

bém limpam sem ressecar e

curar pelo xampu anticaspa nas

agridem menos. Consequente-

farmácias. O interesse do consu-

mente, os consumidores bus-

midor costuma aumentar no in-

cam mais por esse tipo de sa-

verno, mas o ideal é que ele faça

bonete nessa época do ano.

parte do estoque o ano todo.

7 Hidratante facial A pele do rosto exige mais atenção no período invernal, e se engana quem pensa que pode usar o creme corporal também na face. O hidratante para o corpo é mais carregado de gordura e pode resultar no aparecimento de cravos e espinhas. Portanto, alerte seu cliente para o uso correto desses produtos e tenha as gôndolas abastecidas com esse tipo de hidratante durante todo o inverno.

9

8 Hidratante para os pés O produto ajuda a combater o ressecamento dessa região e evita, inclusive, rachaduras. Para os clientes que sofrem com o problema, o correto é explicar que existem hidratantes específicos para os pés, pois a pele é bem diferente do resto do corpo.

Hidratante corporal O queridinho da estação. Aliás, do ano todo, mas a procura aumenta nos dias mais frios. Então, ganhe tempo e lucre expondo os produtos na loja. E lembre-se de alertar o cliente que o ideal é aplicar o produto na pele duas vezes por dia, para uma melhor hidratação.

10 Água termal O produto auxilia na reconstituição da barreira de proteção da pele, hidrata, combate os radicais livres e, se estiver gelado, fecha os poros, ajudando na fixação da maquiagem e na redução da oleosidade. Além disso, equilibra o pH da pele, deixando-a mais saudável e protegida de agressores externos, como o vento. Então, que tal apostar nessa novidade e surpreender seu cliente?

Revista da Farmácia · Maio-Junho 2015

47


ponto de vista

Período de crise político-econômica

DIVULGAÇÃO

Época de conscientização e amadurecimento pessoal e profissional

Fernanda Ramos nandaramos8@gmail.com

Farmacêutica, empresária e diretora da Ascoferj

N

No atual cenário, em que nós, brasi-

de inventários e indicadores. Depois de identificar as causas, são

leiros, convivemos com racionamento de

definidas e implantadas ações preventivas, entre elas, um progra-

água e energia elétrica, inflação, câmbio

ma de prevenção de perdas que abranja treinamento de equipe,

nas alturas e juros bancários desfavorá-

inventários periódicos e controle detalhado de entrada e saída de

veis, é certo que a gestão de uma empresa

produtos, operações de desconto, transferências entre lojas, mu-

deverá ter ainda mais prudência na toma-

dança de preço e notas canceladas. As tecnologias de monitora-

da de decisões.

mento por câmeras de vídeo e etiquetas eletrônicas também au-

Em períodos de crise, amadurecemos

xiliam.

e nos conscientizamos sobre a necessida-

Quanto ao desperdício, seu controle envolve educação e dis-

de de controlar as perdas e evitar o des-

ciplina, a começar pelo exemplo do dono do negócio. Uma pos-

perdício,

consequen-

tura mais consciente no mundo envolve não somente o consumo

temente, os resultados da empresa. As

racional de água e luz, mas também o de alimentos e todo tipo de

perdas no varejo têm várias causas, mas

material e objetos que façam parte do nosso dia a dia no trabalho,

derivam, principalmente, de furtos ex-

em casa, na rua, em qualquer lugar. Lembre-se de que o exemplo

ternos e internos, erros administrativos e

vindo da liderança exerce forte influência sobre as outras pessoas.

produtos com validade vencida ou danifi-

Não sabemos quanto tempo mais a crise irá durar, mas, em

incrementando,

cados por clientes e funcionários.

algum momento, ela vai passar. Temos a nosso favor o acesso à

A prevenção e o controle começam

informação cada vez mais rápido, assim como a indignação e a

com a mensuração das perdas por meio

consciência crescente da população, com iniciativas de reivindicação por justiça e direitos. A força e a importância dos movimentos sociais são cíclicas, estando relacionadas a ciclos políticos, econômicos e ideológicos.

Lembre-se de que o exemplo vindo da liderança exerce forte influência sobre as outras pessoas.

Quando mudam as condições que dão origem às motivações, esses movimentos tendem a desaparecer, mas, durante o processo, as transformações acontecem e ficam. Então, que as transformações no nosso Brasil, nação grande, bela e cheia de riquezas, nossa pátria amada, estejam no caminho da tão clamada e almejada ordem e progresso.

48

Revista da Farmácia · Maio-Junho 2015


ponto de vista

Comportamento empreendedor Correr riscos calculados, manter uma rede de contatos e ser exigente quanto à qualidade são algumas delas

5. COMPROMETIMENTO: é a característica que envolve sacrifício pessoal, colaboração com os empregados e esmero com

desenvolver nos participantes as caracte-

os clientes, trazendo para si mesmo as responsabilidades sobre

rísticas do comportamento empreendedor.

sucesso e fracasso;

O treinamento é indicado a empresários e

6. BUSCA DE INFORMAÇÕES: é a característica que envol-

empreendedores que planejam iniciar um

ve a atualização constante de dados e informações sobre clientes,

negócio ou para aqueles que já possuem

fornecedores, concorrentes e sobre o próprio negócio;

um, mas gostariam de modificar sua forma de agir, potencializando os resultados. São dez as características do comportamento empreendedor:

7. ESTABELECIMENTO DE METAS: compreende saber estabelecer objetivos que sejam claros para a empresa, tanto em longo como em curto prazo; 8. PLANEJAMENTO E MONITORAMENTO SISTEMÁTICOS:

1. BUSCA DE OPORTUNIDADES E

promove a organização de tarefas de maneira objetiva, com pra-

INICIATIVA: é a capacidade de se anteci-

zos definidos, a fim de que possa ter os resultados medidos e ava-

par aos fatos e de criar oportunidades de

liados. Acompanha os indicadores financeiros e os leva em consi-

negócio com novos produtos e serviços;

deração no momento de tomada de decisão;

2. PERSISTÊNCIA: é a habilidade de

9. PERSUASÃO E REDE DE CONTATOS: engloba o uso de estra-

enfrentar e superar obstáculos para al-

tégia para influenciar e persuadir pessoas e se relacionar com aque-

cançar o sucesso do negócio. Não desistir

las que possam ajudar a atingir os objetivos do seu negócio. Desen-

diante das barreiras;

volve redes de contatos e constrói bons relacionamentos comerciais;

3. CORRER RISCOS CALCULADOS: é

10. INDEPENDÊNCIA E AUTOCONFIANÇA: desenvolve a au-

a disposição de assumir desafios e respon-

tonomia para agir e manter sempre a confiança no sucesso. É oti-

der por eles, buscando reduzir as chances

mista e determinado, mesmo diante da oposição.

de erro;

HUMBERTO TESKI

N

No Brasil, o SEBRAE promove o semi-

nário EMPRETEC, que tem como objetivo

Marcos Assumpção marcosconsultor@globo.com Consultor em planejamento, gestão por processos e gerenciamento de projetos.

Pesquisas indicam que apenas de 3,5% a 5% da população

4. EXIGÊNCIA DE QUALIDADE E EFI-

mundial realmente nasce com predisposição empreendedora.

CIÊNCIA: é a disposição e a inclinação para

Contudo, estudos complementares também mostram que é pos-

fazer sempre mais e melhor. O empresário

sível desenvolver e aperfeiçoar esse tipo comportamento. A famí-

procura verdadeiramente melhorar conti-

lia e a escola podem ajudar se estimularem nas crianças e nos jo-

nuamente seu negócio;

vens o desenvolvimento das características empreendedoras.

Revista da Farmácia · Maio-Junho 2015

49


ponto de vista

Gestão estratégica no varejo Dicas para você captar novos clientes, alavancar as vendas e reduzir os custos

E

Em um cenário de disputa mercadoló-

gica cada vez mais acirrada, as farmácias,

mas também o acesso por parte dos idosos, portadores de deficiência física e mães com carrinhos de bebê;

sejam as grandes redes ou os estabelecimentos independentes, têm que apos-

Ampliar o número de pontos de venda a partir de um estudo

tar em estratégias para alavancar vendas,

das áreas geográficas de convergência e movimentação, especial-

captar novos clientes e reduzir custos. A

mente nas periferias das grandes cidades. Essa expansão deve es-

seguir, pontuamos algumas delas:

tar condicionada, naturalmente, à viabilidade econômico-financeira e à análise da circunvizinhança do ponto;

DIVULGAÇÃO

Fomentar uma política de melhores pre-

Mauro Pacanowski mauro@pacanowski.com.br

Professor e consultor da FGV

ços, utilizando descontos progressivos por

Viabilizar a fabricação e a comercialização de produtos de mar-

faixa etária, assiduidade, frequência ou vo-

cas próprias, mas de algum valor agregado, pois são eles que

lume de compras;

criam uma imagem de prestígio e credibilidade;

Melhorar a qualidade do atendimen-

Desenvolver um modelo de convênio em que as empresas pos-

to, com treinamento constante de toda

sam oferecer aos seus funcionários um valor pré-fixado de com-

a equipe e a presença integral do farma-

pras, que poderá ser gasto por meio de cartão bandeirado da far-

cêutico. É fundamental que ele conhe-

mácia. Esse tipo de iniciativa gera volume de negócio, mesmo

ça profundamente os medicamentos, as

sendo uma farmácia de bairro;

contraindicações, as interações medicamentosas e a posologia do produto;

Fomentar o comércio eletrônico, criando promoções somente para quem comprar pela internet, pois as condições serão sempre

Priorizar os investimentos em tecnologia,

melhores do que é possível fazer na loja física;

atualizando constantemente os softwares; Incentivar o associativismo apenas para aqueles proprietários Introduzir um autosserviço sofisticado e com marcas de prestígio, conceden-

que têm espírito de parceria, que gostam de trabalhar em conjunto e que aceitem determinadas regras;

do mais opção ao cliente. Nesse sentido,

50

é fundamental cuidar do espaço por onde

Desenvolver programas de fidelização, como milhagem ou

circularão as pessoas, observando não

cupons por volume ou tipo de produto, muito úteis para cosméti-

apenas o aspecto da compra individual,

cos da categoria premium.

Revista da Farmácia · Maio-Junho 2015



ponto de vista

Orçamento de compras Planejar um deles requer olhar o passado para determinar as necessidades futuras

E

Entre os orçamentos empresariais, des-

De acordo com a fórmula, o valor final do orçamento (CMV)

tacamos o orçamento de compras, que re-

será de R$ 65 mil, ou seja, 65%. Nesse exemplo, foi demonstra-

presenta, em média, 65% do faturamento

do que a necessidade de compras era de R$ 65 mil para faturar os

da farmácia. E, tendo como base o CMV

R$ 100 mil e manter o estoque inicial igual ao final. Porém, foram

(Custo das Mercadorias Vendidas), trata-se

comprados R$ 75 mil, ocasionando um aumento de R$ 10 mil no

do maior desembolso das empresas.

do estoque. Infelizmente, muitas drogarias não têm controle de

Na prática, o orçamento de compras per-

HUMBERTO TESKI

mite que o proprietário conheça previamente

estoque, não sendo possível apurar o orçamento de compras por meio dessa equação.

o valor total de mercadorias a ser compra-

O planejamento de um orçamento de compras requer olhar

do, para repor sua venda a custo. Esse con-

o desempenho passado para determinar as necessidades futu-

trole é criado usando uma fórmula simples:

ras, estabelecendo um ponto de equilíbrio e realizando análi-

CMV (Custo das Mercadorias Vendidas) = Es-

ses de fluxo de caixa. Esse controle ajuda a empresa a se pre-

toque Inicial + Compras – Estoque Final. Essa

parar para aumento ou queda nas vendas, permitindo que ela

equação dará à empresa o orçamento total

reaja rapidamente.

de compras com base no CMV.

O orçamento de compras nada mais é que um valor pré-definido para ser utilizado na reposição de mercadorias vendidas no mês

Henrique Tavares

henriqueavant@hotmail.com

Consultor em varejo farmacêutico.

52

Vamos considerar um faturamento de R$ 100 mil a preço de venda. Por exemplo:

anterior, e nos pedidos de rotina, cujo objetivo é aumentar o estoque, mas não nas negociações, em que os valores são diferenciados. Por fim, vale destacar que esse orçamento está vinculado ao

• O estoque inicial no mês X era de R$ 90 mil

CMV do mês anterior, sempre. É o CMV que dirá o valor das com-

• As compras no mesmo período foram de

pras do mês seguinte. Desse modo, a empresa terá equilíbrio no

R$ 75 mil

fluxo de caixa, pois, se vende mais, compra mais; se vende me-

• O estoque final no mês X foi de R$ 100 mil

nos, compra menos.

Revista da Farmácia · Maio-Junho 2015


ponto de vista

Quem manda na sua equipe? Você compreende melhor a dinâmica entre os funcionários quando identifica as lideranças informais

F

Faz parte da natureza humana a construção de hierarquias

te-se: “o que esse funcionário me traz de

quando as pessoas estão em grupo. Basta observar crianças de 3

aborrecimento e estresse pela má influên-

a 6 anos reunidas em uma festa de aniversário. Não vai demorar

cia no grupo é compensado por seu bom

muito para se estabelecer alguma forma de influência entre elas,

desempenho como profissional e retorno

com algumas liderando as demais e definindo as regras do jogo. Em uma equipe profissional, a liderança formal se estabelece

por meio do cargo: gerente, supervisor, proprietário etc. Porém, há um universo paralelo que influencia as relações e pode definir nários que, sem cargo de chefia, exercem tamanha influência sobre a equipe a ponto de moldar sua forma de ser e agir. As lideranças informais podem ser positivas e negativas, sur-

As lideranças negativas também devem ser neutralizadas por meio de feedback.

gindo de uma diversidade de fatores, como carisma pessoal, tempo de casa, formação técnica ou até mesmo aparência pessoal. É possível e mais provável ainda que ela se forme a partir da com-

financeiro para o negócio?”. Se a resposta

binação desses fatores.

for sim, a saída é blindar a equipe para ser

O primeiro passo gerencial quanto a lideranças informais é de-

minimamente afetada por esse líder infor-

tectar se são positivas ou negativas. Se positivas, deverão ser po-

mal. Se a resposta for não, talvez o prazo

tencializadas por meio de reforço do comportamento desejado,

de validade dele esteja chegando ao fim.

via feedback também positivo. Um funcionário que alia bom de-

A detecção das lideranças informais é

sempenho, cordialidade no relacionamento interpessoal, boa for-

um processo de construção das futuras li-

mação técnica e cuidados com a aparência pessoal é um exemplo

deranças formais de sua empresa. Portan-

de combinação de atributos, que, somados, exercem natural in-

to, na hora de promover um funcionário,

fluência positiva na equipe.

avalie se você não está confundindo bom

As lideranças negativas também devem ser neutralizadas por

relacionamento interpessoal com lideran-

meio de feedback, com constante vigilância sobre suas atitudes no

ça informal positiva. Esses dois conceitos

grupo. O maior desafio, nesse caso, são os funcionários que con-

nem sempre andam juntos e podem fazer

ciliam sólido domínio técnico ou negocial com posturas inade-

toda a diferença no momento de escolher

quadas ou temperamentos desagregadores. Nesse caso, pergun-

sua próxima liderança formal.

DIVULGAÇÃO

a dinâmica do grupo. São as lideranças informais, ou seja, funcio-

Fernando Gaspar fgaspar00@gmail.com

Consultor especializado na construção de indicadores gerenciais para varejo e serviços, instrutor de liderança e palestrante.

Revista da Farmácia · Maio-Junho 2015

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ponto de vista

Conservação adequada de medicamentos Temperatura costuma ser a responsável pela maioria das deteriorações nos produtos

HUMBERTO TESKI

B Ana Lucia Caldas

analulcaldas@gmail.com

Farmacêutica, gerontóloga e especialista em atenção farmacêutica.

54

Basicamente, todo medicamento so-

cinas. Os medicamentos que contêm hormônios em suas formu-

fre alterações que podem comprometer

lações, como os contraceptivos e aqueles para tireoide, são muito

ou não a atividade e levar à perda total ou

sensíveis a alterações de temperatura, podendo acarretar mu-

parcial do produto. Essas mudanças tam-

danças em suas propriedades. Assim como o calor, o frio também

bém podem aumentar a toxicidade e afe-

pode ser muito prejudicial. Alguns medicamentos, caso da insuli-

tar a estabilidade química, física, micro-

na, podem perder a eficácia se forem congelados.

biológica e terapêutica, por meio de vários

Ressaltamos assim a importância da atuação do farmacêu-

fatores intrínsecos, que podem ocorrer

tico na farmácia para garantir a qualidade da conservação dos

durante o processo de fabricação, e de fa-

medicamentos, pois sua competência vai além da elaboração do

tores extrínsecos, que estão relacionados

Manual de Boas Práticas e da implantação das determinações

às condições ambientais.

descritas. Como profissional de saúde, responsável pela orien-

A temperatura é responsável direta-

tação para o uso racional e correto dos medicamentos, ele tam-

mente pela grande maioria de alterações

bém deve se preocupar com o local mais adequado para arma-

e deteriorações dos medicamentos. Estu-

zená-los em domicílio e orientar os usuários sobre os cuidados

dos indicam que cerca de 40% dos mu-

necessários para manter a qualidade dos produtos guardados

nicípios brasileiros perdem produtos por

em casa.

problemas de armazenamento inadequa-

Nunca coloque os medicamentos em contato direto com o

do. A maior parte dessas perdas ocorre

chão, encostados nas paredes ou muito próximos do teto. Veri-

por temperaturas acima do recomendado,

fique nas embalagens a recomendação da temperatura para ar-

com deterioração do medicamento, ainda

mazenagem. Alguns necessitam de temperatura muito baixa, ou

que dentro do prazo de validade, compro-

seja, deverão ser conservados em geladeiras, com termômetro

metendo a integridade e a terapêutica.

para controle e registro; outros podem precisar de congelamento.

Na farmácia, nunca deixe que as prate-

Faça periodicamente uma inspeção física para detectar possí-

leiras com medicamentos fiquem expos-

veis alterações de cor, consistência, cheiro, presença de partículas,

tas ao sol, calor, chuva e umidade. A maio-

manchas, turvação e vazamento. Importante alertar que todos os

ria deles deve se manter em temperaturas

medicamentos devem ser armazenados fora do alcance de crian-

em torno de 25°C (ambiente - 15 a 25°C),

ças, adultos com problemas neurológicos ou psiquiátricos e ani-

alguns entre 8 a 15°C (câmera fria), outros,

mais de estimação. Caso seja necessário reutilizar algum, verifique

como as insulinas, entre 2 e 8°C e de zero

sempre o prazo de validade, o estado de conservação, a consis-

a -20°C os imunobiológicos e algumas va-

tência e a cor dos produtos.

Revista da Farmácia · Maio-Junho 2015


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