Edição janeiro/fevereiro 2016

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ASCOFERJ • Associação do Comércio Farmacêutico do Estado do Rio de Janeiro • Rua do Carmo, nº 9, sala 501, Centro - Rio de Janeiro/RJ - CEP 20011-020

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Ano 24 · Edição 190 · Janeiro-Fevereiro 2016

De todos, o que vai melhor Imune à crise, varejo farmacêutico segue com excelente desempenho e, apesar da cautela, espera um ano de bons resultados

ENTREVISTA

INSTITUCIONAL

PLANEJAMENTO FINANCEIRO

Roberto Heleno, do Instituto Aquila, fala sobre gestão na crise

Ascoferj muda de endereço e apresenta nova sede

Dicas para controlar gastos e planejar a aposentadoria



opinião

É tempo de mudanças ternos e terceirizados e na ampliação do relacionamento no campo, com os associados, por meio de consultores. Reafirmamos a

crises econômica, política e ética que viven-

missão de atender efetivamente às expectativas e necessidades

ciamos atualmente no País. Diante desse

do quadro associativo.

quadro, é necessário que a Ascoferj este-

Estamos buscando novos parceiros, como a Fundação Getú-

ja atenta e preparada para o novo cenário

lio Vargas (FGV) e a Close-Up Internacional, ambas para realização

nacional. Tanto é que estamos passando

de projetos que visam capacitar o varejo farmacêutico e fortalecer

também por mudanças significativas, com

nossa relação comercial com as empresas do segmento, amplian-

o objetivo de atender a nossos associados

do os relacionamentos institucionais. Durante o ano, apresentare-

de maneira cada vez mais eficiente.

mos novos projetos e desafios, buscando estimular, cada vez mais,

Estamos de mudança para um novo

o profissionalismo em nosso setor.

endereço. Após 14 anos, a sede se transfe-

Vamos incentivar os profissionais a buscarem conhecimen-

re para outro local, deixando uma das vis-

to e informação para manterem um bom nível de empregabi-

tas mais privilegiadas do Rio de Janeiro, que

lidade em um mercado extremamente competitivo. É preciso

enquadra a Marina da Glória, o Pão de Açú-

abandonar a zona de conforto, estudar o adversário e se prepa-

car e o Parque do Flamengo. Fazemos isso

rar para superá-lo.

por entender que nosso maior investimen-

A Ascoferj se alegra em possuir, neste início de ano, mais de 1,8

to não pode ser na estrutura física, mas em

mil CNPJs ativos, representados por empresas de pequeno porte

benefícios e serviços para os nossos associa-

independentes, redes associativas, empresas de franquias e gran-

dos. O novo endereço, na Rua do Carmo nº

des redes, as maiores do País. Isso demonstra nossa legitimidade

9/5º andar, fica, igualmente, no Centro da

para representar um dos setores mais pujantes da economia bra-

cidade, com facilidade de acesso por meio

sileira. Temos como meta incrementar nossa base de associados

de metrô, barcas e corredores de transpor-

e, consequentemente, nos manter como a maior associação re-

te público, contando ainda com estaciona-

gional do varejo farmacêutico do Brasil.

mentos muito próximos.

HUMBERTO TESKI

I

Iniciamos o ano de 2016 com uma ex-

pectativa bastante sombria em função das

Luis Carlos Marins Presidente da Ascoferj

Portanto, como afirmou o professor Fernando Teixeira de Andra-

Além da localização privilegiada, con-

de, “é tempo de mudanças: e, se não ousarmos fazê-las, ficaremos,

tinuaremos investindo em ferramentas de

para sempre, à margem de nós mesmos”. Desejo que 2016 seja um

tecnologia, na equipe de colaboradores in-

ano abençoado por Deus em nossas vidas e repleto de sucesso.

Revista da Farmácia · Janeiro-Fevereiro 2016

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carta da editora

Três boas notícias para você

N Viviane Massi

revistadafarmacia@ascoferj.com.br Editora

Não tem jeito: a crise política e econô-

Para complementar essa discussão, a entrevista com o eco-

mica continua em pauta. Só se fala disso.

nomista e sócio consultor do Instituto Aquila, Roberto Heleno de

Profissionais e empresários estão temero-

Oliveira Junior, é uma aula sobre gestão em períodos de crise. Se-

sos com os rumos da economia em 2016

gundo ele, o mais importante é proteger o caixa cortando custos,

e se perguntam: “como ficarão as vendas

de forma que a empresa se mantenha forte e segura para quando

durante o ano?”. A Revista da Farmácia

as oportunidades surgirem, porque sim, esse momento vai pas-

foi a campo para tentar responder a essa

sar e o mar ficará calmo novamente. Segunda boa notícia do ano.

pergunta e conversou com alguns econo-

No entanto, cortar custos requer disciplina e controle absoluto

mistas sobre o assunto. Descobrimos que,

dos gastos. Quanto mais organizado for, mais chances o empresá-

enquanto o comércio em geral recuou em

rio tem de pagar as contas em dia e ainda reservar recursos para ga-

vendas de agosto de 2014 a agosto de 2015

rantir a aposentadoria. Além disso, existe uma gama de aplicativos

(- 5,2%), o varejo farmacêutico, nesse mes-

para smartphone que ajuda nesse controle. Para explicar em detalhes,

mo período, apresentou um crescimento

preparamos uma matéria com a GSM Financial, empresa que auxilia

no volume de vendas de 5,6%. Portanto,

pessoas na organização da vida financeira. Portanto, sair do verme-

farmácias e drogarias seguem na contra-

lho é mais simples do que se imagina. Terceira boa notícia do ano.

mão de outros setores do varejo. Primeira

Estamos otimistas quanto a 2016. E esperamos que você es-

boa notícia do ano.

teja também. Feliz Ano Novo e boa leitura!

FUNDADOR

FALE COM A REDAÇÃO

Ruy de Campos Marins

DESDE MAIO DE 1991

revistadafarmacia@ascoferj.com.br

PRESIDÊNCIA

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Luis Carlos Marins

COLABORAÇÃO

Rua do Carmo, nº 9, sala 501

JORNALISTA RESPONSÁVEL E EDITORA

Ana Paula Silva

Centro - Rio de Janeiro/RJ

Viviane Massi MTB 7149/MG

REVISÃO

CEP 20011-020

COMISSÃO EDITORIAL

Agnes Rissardo

Ana Lucia Caldas | Fernanda Ramos

ARTE

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Quadratta Comunicação & Design

(21) 2220-9530

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PERIODICIDADE

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Marcos Assumpção

Bimestral

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Revista da Farmácia · Janeiro-Fevereiro 2016


sumário

10 32 Entrevista

Regulação

Roberto Heleno de Oliveira Junior fala sobre os desafios da gestão na crise

Prazo da licença sanitária passa a ter validade de cinco anos

38 Capa O bom desempenho do varejo farmacêutico em meio à crise econômica

6 7 8 14 16 18 22 24 33 34 36 44 46 48 50

agenda lançamentos cartas panorama boa leitura práticas corporativas recursos humanos institucional farmácia legal consultor tributário pequeno varejo nosso negócio profissão ponto de vista consultora farmacêutica

52 Planejamento Financeiro Especialista dá dicas para manter as contas em dia e garantir a aposentadoria

Visite o site da Ascoferj Nele, você encontra os benefícios e os serviços oferecidos pela entidade, além de informações sobre cursos, palestras e eventos de sua área. Acesse: www.ascoferj.com.br

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agenda

Programe-se Abradilan Farma acontece em março Entre os dias 16 e 18 de março, será realizada a 12ª edição da Abradilan Farma. O local escolhido para promover o encontro entre empresas e profissionais foi o Expotrade Convention Center, na região metropolitana de Curitiba. Mais informações: www.abradilan.com.br.

São Paulo recebe a FCE Pharma A Exposição Internacional de Tecnologia para a Indústria Farmacêutica (FCE Pharma) será realizada nos dias 10, 11 e 12 de maio, no Transamerica Expo Center, em São Paulo, das 13h às 20h. O encontro é palco de importantes negócios da indústria farmacêutica e lançamentos de inovações em produtos, equipamentos e serviços. Mais informações: www.fcepharma.com.br.

12ª edição da Feira Internacional de Beleza Profissional Nos dias 10, 11, 12 e 13 de setembro, São Paulo recebe a 12ª edição da Beauty Fair – Feira Internacional de Beleza Profissional. O evento será realizado no Expo Center e é direcionado a profissionais, comerciantes e distribuidores do setor de beleza. Mais informações: www.beautyfair.com.br.

Expo Pharma 2016 A Expo Pharma, evento que reúne indústrias, distribuidoras e prestadoras de serviço para farmácias e drogarias, será realizado nos dias 21 e 22 de setembro, no Hotel Windsor Barra, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio. Mais informações: www.expopharma.com.br.

Inscrições em cursos, palestras e eventos da Ascoferj: www.ascoferj.com.br Informações e inscrições de grupos: inscricao@ascoferj.com.br Pague sua inscrição com PagSeguro.

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lançamentos Proteção solar A nova linha de proteção solar da Galderma, a Cetaphil Daylong, traz para o mercado a Loção Facial FPS30, que protege a pele delicada do rosto contra os danos causados pelos raios infravermelhos. Ainda possui vitaminas A, C e E, que nutrem a pele, neutralizam os radicais livres e previnem o envelhecimento precoce; e também o Dexpantenol, ideal para peles maduras. SAC: 0800 015 5552

Redução do colesterol A Libbs Farmacêutica lançou o Plenance, medicamento indicado para a redução do colesterol LDL. A novidade é a apresentação de 10 e 20 mg com 90 comprimidos, auxiliando na relação custo-benefício para os pacientes e mais facilidade na adesão ao tratamento. SAC: 0800 013 5044

Fitomedicamento para distúrbios da memória A Sanofi e o laboratório Herbarium firmaram um acordo para fabricar, distribuir e promover no Brasil o Cognitus, fitomedicamento para o tratamento de distúrbios de memória. O produto é indicado para melhora do desempenho cognitivo, como atenção e retenção da memória auditiva e verbal. O Cognitus é aconselhado em bula para adultos acima de 50 anos. SAC: 0800 703 0014

Dentes brancos A Sensodyne lança o novo Sensodyne True White, uma inovação em branqueamento, especializado em dentes sensíveis, sendo dez vezes menos abrasivo que outros cremes dentais branqueadores de uso diário. A novidade também ajuda a remover e prevenir a formação de manchas por meio de uma fórmula clinicamente aprovada. SAC: 0800 021 1529

Medicamento homeopático A Boiron inova e traz ao Brazil o Homéoptic, medicamento homeopático indicado para irritações oftalmológicas. O objetivo é proporcionar conforto e praticidade para quem sofre com irritações oftalmológicas causadas principalmente por poluição, ar condicionado e tempo prolongado frente a telas de computadores e celulares. O Homéoptic pode ser usado a partir do primeiro ano de idade. SAC: 0800 724 5858

Revista da Farmácia · Janeiro-Fevereiro 2016

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opinião do leitor

Informação

a a Revista eu patrão deix m , do an qu De vez em e tenho chanma do balcão ci em ia ác rm da Fa as sei se ele lê, m artigos. Eu não ns gu al r le de ce ssa er o que se pa nder e conhec acho legal apre que posso. o, leio sempre iss r Po s. ia ác nas farm Leonardo Pavuna/RJ

Empreendedo ri

smo

Estou cursando Farmácia e tenh o a intenção de um estabeleci adquirir mento já em fu ncionamento. Creio que assim seja mai s fácil analisar e entrar no ne gó tenho muitas dú cio. Mas vidas e gostaria de ver uma mat bre esse tema, éria sotratando de be nefícios e risco s na aquisição de uma em presa em func ionamento. Juliano Bonsucesso/RJ

Crise na saúde É lamentável pensar que o Farmácia Po-

Gestão de pessoas Quero sugerir uma matéria sobre como fazer corretamente o

pular poderá sofrer os cortes anuncia-

processo de recrutamento e seleção. Nós, aqui na farmácia, fa-

dos pela matéria “Crise afeta o progra-

zemos do nosso jeito, por conta própria, mas temos dúvidas. E

ma Aqui Tem Farmácia Popular”. O que

nossa rotatividade de profissionais é muito alta.

nosso País mais precisa é de saúde, mas

Carlos Centro/RJ

só se vê retrocesso. Amanda Botafogo/RJ

Fale com a

Balconistas Obrigado, Ascoferj, por lembrar de nós. Muito pertinente a pauta sobre o Dia do Balconista, reconhecendo nosso papel e importância. Sebastião Nova Friburgo/RJ

Ascoferj Rua do Carmo, nº 9, sala 501, Centro Rio de Janeiro/RJ - CEP 20011-020 facebook.com/ascoferj twitter.com/ascoferj linkedin.com/company/ascoferj revistadafarmacia@ascoferj.com.br

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Revista da Farmácia · Janeiro-Fevereiro 2016



entrevista

Roberto Heleno de Oliveira Junior

HUMBERTO TESKI

Economista e consultor

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Revista da Farm谩cia 路 Janeiro-Fevereiro 2016


entrevista

Gestão na crise Importante proteger o caixa cortando custos, para aproveitar as oportunidades depois que a turbulência passar

R

Roberto Heleno de Oliveira Júnior é economista e sócio consultor do Instituto Aquila, consultoria multina-

cional de gestão com origem brasileira presente no ranking FDC e mapeada pelo relatório Source for Consulting,

instituição britânica de referência em pesquisas no segmento. Nesta edição, Roberto conversa com a Revista da Farmácia sobre os desafios da gestão em momentos de crise, inclusive sobre a aquisição de negócios já constituídos. Segundo ele, “em momentos como o que estamos atravessando, tudo se torna ainda mais latente e sensível. Mas os elementos críticos da gestão são os mesmos”. Leia a seguir.

Revista da Farmácia: Roberto, ficou mais difícil administrar em-

duas escolhas e, via de regra, serão três os

presas com a crise atual?

elementos críticos que farão a diferença: a

Roberto Heleno de Oliveira Júnior: Eu diria que ficou mais urgen-

qualificação da mão de obra técnica, ge-

te. O Brasil, historicamente, nunca foi um país de muitas facilida-

rencial e de liderança; a tecnologia instala-

des para o empresário. Em momentos como o que estamos atra-

da; e a força da marca, incluindo a carteira

vessando, claro, tudo se torna ainda mais latente e sensível. Mas

de clientes, o posicionamento de mercado

os elementos críticos da gestão são os mesmos. Portanto, para

e a localização do ponto. Não é impossível

aqueles que já vêm se dedicando fortemente a qualificar sua ges-

que se encontrem disponíveis, no merca-

tão, medindo resultados, priorizando indicadores críticos, definin-

do, grandes “pepitas de ouro”: empresas que

do desafios e treinando a equipe, a crise se configura apenas como

tenham esses três fatores bem desenvolvi-

um momento de maior atenção, urgência e cuidados. Ou seja: para

dos e combinados favoravelmente. No en-

quem já sabe pilotar a máquina e compreende com rigor todos

tanto, o mais provável é que sejam, em sua

os comandos do painel, a crise é como trafegar, por um período,

maioria, empresas que tenham sucumbido

em um trecho sinuoso, de pista muito ruim e bastantes intempé-

a este momento e que estejam, claramen-

ries naturais. Já, para aquele que não domina esses aspectos, mui-

te, contaminadas por potenciais distúrbios

to mais que difícil, a crise poderá ser perigosa ou até mesmo fatal.

daqueles mesmos fatores. Assim, até mes-

Finalmente, estará em posição celebrável aquele que conseguir

mo a hipótese de aquisição trará duas novas

ultrapassar esse momento de contração da economia protegen-

situações, ambas significando sacrifícios ao

do e fortalecendo o caixa.

caixa do empreendedor: na primeira, porque, obviamente, serão empresas mais valoriza-

RF: Adquirir um negócio já constituído é mais fácil do que come-

das. Na segunda, pelo tempo que elas irão

çar do zero num momento como este?

requerer para ajustar os distúrbios e passar

Roberto: Em se tratando de gestão, é difícil definir um único ca-

a gerar resultados positivos. Somente um

minho, líquido e certo. Pode haver vantagens e desvantagens nas

bom plano de negócio ajudará o empreen-

Revista da Farmácia · Janeiro-Fevereiro 2016

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entrevista dedor a ponderar os fatores que pesarão

Que outros fatores costumam comprometer o caixa das empresas?

mais e a tomar a melhor decisão entre par-

Roberto: Em quaisquer das situações avaliadas, seja da decisão

tir do zero ou comprar um negócio pronto.

pela compra de um negócio já constituído, seja pelo início a partir da estaca zero, haverá sempre, impreterivelmente, sacrifícios sig-

RF: Qual o peso da qualificação da mão de

nficativos para o caixa do empreendedor. Portanto, ainda que te-

obra neste contexto?

nha feito a melhor escolha possível, o empreendedor se encon-

Roberto: Em um setor que envolve mais

trará em uma situação de maior exposição a riscos financeiros e à

que um simples varejo, como é o de farmá-

falta de liquidez para honrar seus compromissos.

cias e drogarias, a prestação de um serviço

A partir daí, todo fator que, adicionalmente, comprometer mais e

qualificado pode ser determinante para o

mais essa sua posição de liquidez em caixa merecerá atenção es-

sucesso. Lembrando que estamos falando

pecial e a proporcional atuação do gestor. Assim, por exemplo,

de um segmento em que os clientes podem

um turnover elevado – taxa de substituição da equipe, seja por ini-

se sentir mais seguros nas escolhas quando

ciativa do empregado, seja por iniciativa do empregador – sempre

recebem o devido acompanhamento e as-

será um dos mais críticos fatores ofensores do caixa, já que o fará

sessoramento de um atendente ou farma-

em três frentes: custo de rescisão, custo de seleção e treinamen-

cêutico. Portanto, sob essa ótica, começar

to, e perda de produtividade.

do zero será sempre um enorme desafio, principalmente quando o empreendedor

RF: E quais outros fatores você ressaltaria como críticos para o

tem a oportunidade de absorver, já pron-

caixa da empresa?

tos, determinados níveis de evolução do

Roberto: A capacidade de gerir, de forma integrada, os processos

fator humano, como as técnicas de venda,

de compra e venda. Isso porque a ausência desse alinhamento tem

por exemplo.

como principais consequências o aumento descontrolado de estoques ou a falta de produtos. No primeiro caso, um estoque muito

RF: E qual o valor de uma carteira de clien-

além das necessidades de venda mantém o dinheiro parado, e di-

tes já constituída?

nheiro parado é aquele que não está no caixa da empresa. E dinhei-

Roberto: As incertezas diminuem, pois os

ro que não está no caixa vira necessidade de exposição da empre-

clientes já estão fidelizados, com hábitos de

sa a endividamentos. Ainda é muito comum confundir-se grandes

compras bem definidos. E esse mesmo ra-

níveis de estoque com saúde financeira, quando, na verdade, os

ciocínio vale para fornecedores, que, via de

estoques estarão mais saudáveis quanto mais justos e mais ade-

regra, neste mercado, detêm fortíssimo po-

rentes aos volumes de vendas eles estiverem. No extremo opos-

der de barganha. Mas, detendo-me à per-

to, a falta de estoques corretos acarretará em uma consequência

gunta, a carteira de clientes, como princi-

também gravíssima para a empresa: a ruptura ou quebra de ven-

pal ativo de uma empresa, tem relevância

da, ou seja, deixar de vender por não ter o produto em prateleira.

suficiente para, dessa forma, configurar-se

E aqui temos a óbvia e gravíssima consequência adicional do não

como enorme vantagem competitiva ao

atendimento aos clientes.

se adquirir um negócio maduro. Desde que também mão de obra e tecnologia estejam

RF: Em que medida a atual situação econômica do país agrava

bem desenvolvidos.

todas essas questões? Roberto: Em quase todos os indicadores há esse agravamento.

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RF: Administrar e reduzir os custos têm se

Se nos orientarmos a partir do fim último, o caixa, para os meios,

apresentado como a melhor opção, prin-

os três fatores que citamos no início da conversa, poderemos nos

cipalmente com a inflação e os juros altos.

situar melhor. Por diversas razões, entre elas o aumento do risco

Revista da Farmácia · Janeiro-Fevereiro 2016


entrevista percebido pelo sistema financeiro, concretizado no aumento dos

RF: Mas haverá oportunidades? Quem es-

indicadores de endividamento e inadimplência de toda a socie-

tará apto a capturá-las?

dade brasileira, inclusive as empresas, o acesso ao crédito ban-

Roberto: Sim, haverá um mundo de opor-

cário tornou-se mais difícil, senão pela falta, com certeza pelo

tunidades ao fim desse processo. Na ver-

custo. Portanto, não é um bom momento tomar empréstimos,

dade, elas já estão por aí, porém o em-

especialmente os de curto prazo. Mas é momento de muita de-

preendedor tem sido muito precavido em

dicação e proteção ao caixa, à liquidez da empresa. Dessa forma,

suas ações, especialmente em função do

cortar custos têm sido uma tônica muito forte em todos os seto-

processo político, que não para de retroa-

res. Mas os ajustes nos ciclos de pagamentos a fornecedores, de

limentar o processo de contração econô-

recebimentos de clientes e a precisão na formação de estoques

mica, aumentando as incertezas. Portan-

tornam-se também medidas essenciais. Sempre, mas especial-

to, sim. Já há muitas oportunidades, mas

mente para este momento.

elas se tornarão mais translúcidas quando toda essa turbulência terminar. E, além de

RF: E quanto ao comportamento do consumidor?

claras, serão também de mais fácil captu-

Roberto: Não bastasse essa condição de “seca” nos créditos, o

ra, pois um cenário de maiores certezas di-

comportamento do consumidor, naturalmente, vem se revelando

minui os riscos para todos os agentes, e as

cada vez mais conservador, zeloso com o seu orçamento domés-

coisas fluem com maior facilidade. Se nos

tico, cortando tudo aquilo que se revele supérfluo em seus gastos,

perguntarmos sobre que tipos de oportu-

dedicando parcela considerável de seu tempo à pesquisa de pre-

nidades estarão à disposição, creio que en-

ços e buscando sempre a possibilidade da substituição de produ-

contraremos respostas desde o mundo das

tos similares e de menor custo. Sendo a carteira de clientes o maior

variáveis internas de cada empresa, como

ativo de uma empresa, eis um excelente momento para trabalhá-

a adequação dos custos, inclusive os de

la da melhor forma possível, compreendendo suas necessidades

folha, melhores negociações com forne-

e oferecendo as melhores condições – preço e prazo – e o melhor

cedores e maior produtividade por capa-

serviço. Mas não há uma forma de fazê-lo senão tendo um mix de

citação das equipes, até as variáveis mais

produtos adequado na prateleira e uma equipe de compras e ven-

externas, como as oportunidades de aqui-

das muito bem preparada.

sições e consolidação de empresas. Estarão habilitados e em posição privilegiada

RF: Como o mercado de trabalho vem se reorganizando nes-

para abocanhar as oportunidades de no-

se contexto?

vas aquisições, por exemplo, justamente

Roberto: Na contramão de tantos efeitos dificultadores da ges-

aqueles que, quase que condicionalmen-

tão do caixa, o mercado de trabalho, de forma bastante geral, mas

te, terão feito o dever de casa e absorvido

principalmente nos principais centros econômicos, vem promo-

as oportunidades internas. Ou seja, aque-

vendo uma adequação do custo da mão de obra às condições do

le que estiver preparado para escolher os

próprio mercado. Enquanto o setor de bens de consumo, no Bra-

melhores caminhos, de forma mais ágil e

sil, esteve extremamente aquecido, os salários somente fizeram

em condições de tomar as decisões mais

expandir. Atualmente, como seria de se esperar, aqueles primei-

robustas para gerar melhores e maiores

ros indivíduos que ficaram desempregrados já começam a aceitar

resultados, além de proteger as posições

patamares menores de salários para as mesmas ocupações e fun-

de liquidez, será o mesmo que não ape-

ções anteriores. Esse é um processo natural e esperado, que deve

nas sobreviverá, mas também obterá di-

ser absorvido pelas empresas, readequando suas equações entre

ferencial na concorrência com os demais

receitas e custos e ajustando os custos à produtividade.

players do mercado.

Revista da Farmácia · Janeiro-Fevereiro 2016

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panorama Autoteste do HIV deve estar à venda no primeiro semestre O autoteste para detecção do vírus HIV deverá estar à venda nas farmácias do País neste primeiro semestre, informou o ministro da Saúde, Marcelo Castro, em dezembro de 2015. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) já publicou as regras para o registro do autoteste no Diário Oficial da União. O Brasil será um dos poucos países a adotar a estratégia. A Resolução n° 52, da Anvisa, determina que os produtos apresentem informações claras sobre o uso eficaz e seguro e para a correta interpretação dos dados, incluindo ilustrações. Prevê também que os produtores devem colocar à disposição dos usuários um telefone de suporte 24h por dia durante toda a semana, além de ter na embalagem a indicação do Disque Saúde (136), do Ministério da Saúde. De acordo com a resolução, os autotestes poderão ser disponibilizados por farmácias, drogarias, postos de medicamentos e serviços de saúde ou em programas de saúde pública. AGÊNCIA BRASIL

Resistência aos antibióticos ameaça a todos, diz OMS

Resultado das eleições do CRF-RJ

O aumento da resistência aos antibióticos representa “um

nal de Farmácia do Estado do Rio de Janeiro (CRF-RJ). A chapa

imenso perigo para a saúde mundial”, informou a diretora-ge-

Compromisso Farmacêutico foi eleita com 4.699 votos (50,98%

ral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Margaret Chan,

dos votos válidos) contra 4.519 votos (49,02%) da chapa União

em novembro de 2015, apresentando a primeira pesquisa da

Farmacêutica. A chapa vencedora é composta por Marcus Athi-

organização sobre o tema. O estudo revela que qualquer pes-

la, presidente reeleito; Robson Bernardo, vice-presidente; Talita

soa pode um dia ser infectada por uma bactéria resistente aos

Barbosa Gomes, tesoureira; e José Roberto Lannes Abib, secretá-

medicamentos. Esse problema global está principalmente re-

rio-geral. Na disputa por cargos de conselheiro federal, venceram

lacionado ao uso excessivo de antibióticos, bem como ao seu

Alex Baiense, conselheiro titular, e Nylza Maria Gonçalves como

mau uso. Mas quase metade (44%) das pessoas que participou

suplente, ambos da chapa Compromisso Farmacêutico. Eles ti-

da pesquisa acredita que a resistência aos antibióticos é um

veram 4.281 votos (46,59% dos válidos). Para as quatro vagas

problema apenas para as pessoas que abusam desse tipo de

de conselheiros regionais, os eleitos foram Maria Eline Matheus

medicamento. Dois terços dos entrevistados também pensam

(4.893 votos), Talita Barbosa Gomes (4.627 votos), Marcus Athila

que não há riscos de infecção resistente nos indivíduos que to-

(4.518 votos) e Silvania Maria França (3.552 votos). A suplente é

mam corretamente o tratamento antibiótico que foi prescrito.

Niára Nazareno (3.052 votos).

FOLHA DE PERNAMBUCO

CRF-RJ

No fim do ano passado, ocorreram eleições no Conselho Regio-

Marca própria se torna opção para consumidores Mesmo com o orçamento das famílias mais enxuto, produtos de marcas próprias, conhecidos como mais acessíveis economicamente, ainda têm muito espaço para avançar. Segundo Jonathas Rosa, analista de Mercado da Nielsen, a principal fonte de consumo são as classes A e B, pois possuem poder de compra maior em relação às demais. A venda desses produtos no Canal Farma foi a que mais cresceu: 28% a mais no faturamento no período de agosto de 2014 um produto de marca própria na farmácia chega a ser de R$ 17,20. NIELSEN

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Revista da Farmácia · Janeiro-Fevereiro 2016

ISTOCKPHOTO

a agosto de 2015, chegando a R$ 73 milhões. O tíquete médio de compra de


panorama Pfizer e Allergan criam maior farmacêutica do mundo A Pfizer, fabricante do Viagra, e a Allergan, que produz o Botox, afir-

Hypermarcas vende negócio de cosméticos e se volta para mercado farmacêutico

maram, no fim do ano passado, que realizarão uma fusão por meio

No fim do ano passado, a Hypermarcas celebrou contrato de

de acordo de investimento de cerca de US$ 155 bilhões. O negócio

compra e venda de ações e marcas com a Coty Inc. para a ven-

criará a maior farmacêutica do mundo em vendas. A fusão também

da do negócio de fabricação e comercialização de cosméticos

mudará um dos principais nomes das corporações dos Estados Uni-

por R$ 3,8 bilhões. Os recursos, segundo a empresa, serão uti-

dos para um país estrangeiro. Acordos como esse permitem que

lizados preponderantemente para redução do endividamento

uma companhia norte-americana se mude para o exterior, pagando

líquido da companhia. O negócio de cosméticos da Hypermar-

impostos mais baixos em outro país. As iniciativas do tipo perma-

cas inclui marcas como Bozzano, Biocolor, Monange, Risqué,

necem populares, mesmo diante de esforços dos Estados Unidos

Paixão e Cenoura & Bronze, entre outras. A empresa informa

para contê-las. Para ajudar a garantir impostos mais baixos, o acor-

que não fazem parte do negócio de cosméticos e, portanto, não

do será estruturado tecnicamente como uma fusão reversa, com a

são objetos da transação os produtos descartáveis e de cuida-

Allergan, sediada em Dublin, que é menor, comprando a Pfizer, se-

dos infantis da companhia, composto por fraldas infantis e para

diada em Nova York. As empresas disseram que a nova companhia

incontinência, das marcas Pom Pom, Cremer Disney, Sapeka e

terá o nome de Pfizer PLC e será negociada na bolsa sob o símbo-

Bigfral, assim como preservativos (Jontex, Olla e Lovetex), ado-

lo PFE, que é usado atualmente pela Pfizer na New York Stock Ex-

çantes (Zero-Cal, Finn e Adocyl) e dermocosméticos (Episol,

change (Nyse). Pelos termos do acordo, as companhias trocarão 11,3

Epidrat, Hydraporin, entre outras). Conforme a Hypermarcas,

ações da Pfizer por cada ação da Allergan. O negócio envolve ainda

quando finalizada, a transação marcará um “passo transforma-

entre US$ 6 bilhões e US$ 12 bilhões em dinheiro.

dor” para a empresa, cujo foco estratégico estará voltado para o

O ESTADO DE SÃO PAULO

mercado farmacêutico, que oferece potencial atrativo de crescimento e rentabilidade em longo prazo. HYPERMARCAS

Profarma registra aumento de 13,2% na receita bruta A Profarma divulgou, em novembro do ano passado, os resultados do terceiro trimestre de 2015. A companhia vem apresentan-

Câncer deve ter quase 600 mil novos casos em 2016

do uma visão consolidada “proforma” (considerando 100% de todas as empresas – Profarma Distribuição Farma, Varejo com 100%

Neste ano, o Brasil deverá registrar 596.070 novos ca-

de Drogasmil / Farmalife e Tamoio e Especialidades com 100%

sos de câncer. Entre os homens, são esperados 295.200

da joint venture), para melhor entendimento dos resultados dos in-

novos casos, e, entre as mulheres, 300.870, segundo

vestimentos. Pelo terceiro trimestre consecutivo, todas as divisões

o Instituto Nacional de Câncer (Inca). O tipo mais inci-

da companhia apresentaram aumento das vendas, apesar de o País

dente em ambos os sexos será o de pele não melano-

atravessar um momento de recessão técnica. A receita bruta con-

ma (175.760 casos novos a cada ano, sendo 80.850

solidada “proforma” da Empresa teve aumento de 13,2% em com-

em homens e 94.910 em mulheres), que corresponde

paração com o 3T14 e 11,3% em comparação ao 2T15, registran-

a 29% do total estimado, porém com baixa mortalida-

do R$ 1.311,2 milhão no trimestre. Contribuiu para esse resultado

de. Para os homens, os tumores mais incidentes serão

o crescimento na receita bruta de todas as divisões da Profarma.

os de próstata, pulmão e cólon e reto. Entre as mulhe-

O Ebitda consolidado “proforma” registrado no 3T15 foi de R$ 29,1

res, as maiores incidências da doença serão de mama,

milhões, 9,2% maior do que no 3T14, principalmente em função

cólon e reto e colo do útero.

do aumento de 22,8% no Ebitda da divisão Distribuição Farma.

O GLOBO

PROFARMA

Revista da Farmácia · Janeiro-Fevereiro 2016

15


boa leitura A ascensão do dinheiro Niall Ferguson – Editora Planeta Professor de Harvard e principal referência em história econômica atual, o autor examina a história financeira do mundo e defende o desenvolvimento da moeda e do sistema bancário como sintoma do processo civilizatório. Com uma narrativa clara, abrangente e enriquecida por exemplos corriqueiros, Ferguson aponta uma transformação econômica pautada no rápido crescimento de países como China e Índia. Adequado tanto para leigos quanto para especialistas, o livro mostra como a crise atual se encaixa no cenário histórico e lamenta o fato de a humanidade não ter aprendido com erros do passado. Best-seller nos Estados Unidos e na Inglaterra, o livro foi adaptado para documentário televisivo pela rede BBC.

House Keeping: 5S’s

Cinco pontos-chaves para o ambiente da qualidade total Takashi Osada – Editora Imam Nesse livro, o autor explora a filosofia básica que fundamenta a campanha dos 5S’s (em português: organização, classificação, limpeza, saúde e disciplina), explica como todos os ambientes de trabalho podem obter vantagens com sua utilização, mostra como uma empresa pode desenvolver com sucesso os cinco pontoschaves e explora detalhadamente cada um deles. A adoção dos 5S’s, em qualquer empresa, pode promover resultados extraordinários, como evitar acidentes, reduzir o tempo de manutenção, aprimorar os processos de controle operacional e gerar um clima mais saudável.

O cérebro de alta performance

Como orientar seu cérebro para resultados e aproveitar todo o potencial de realização Luiz Fernando Garcia – Editora Gente Apesar de o título perecer remeter a um livro do segmento de autoajuda, a obra aborda de forma clara e com diversos exercícios como cada um de nós pode melhorar os vários fundamentos da gestão, como a tomada de decisão consciente. A percepção pode estar alinhada com a realidade de forma que possamos usufruir o melhor das oportunidades na vida e nos negócios, com planejamento e foco.

Bom chefe, mau chefe

Como ser o melhor... e aprender com o que há de pior Robert Sutton – Editora Bookman Que tipo de chefe você é? Apesar da pergunta, o livro não tem respostas prontas, mas um texto embasado em pesquisas e repleto de exemplos e casos reais. O título faz alusão à expressão “tira bom, tira mau”. Bom chefe, mau chefe é uma publicação sobre as boas práticas para quem quer se tornar um chefe melhor. Segundo o autor, uma tarefa muitas vezes desagradável, já que cabe ao chefe algumas das tarefas mais delicadas do ambiente corporativo, como chamar atenção dos colaboradores, promover transferências e fazer demissões. Um livro leve e divertido.

16

Revista da Farmácia · Janeiro-Fevereiro 2016



práticas corporativas

O que a crise dos estudantes paulistas nos ensina? As ordens e a vontade do líder não bastam. Tem que haver diálogo

A

Ao escrever este texto, vejo o governa-

Terceiro pecado: falta de comunicação de ambos os lados,

dor Geraldo Alckmin vindo a público dizer

permitindo-se que ambas as partes expusessem e debatessem o

que ouvira – finalmente – o clamor dos es-

assunto. Traçando um paralelo com o ambiente corporativo, te-

tudantes e voltaria atrás em seu plano de

ríamos mudanças comunicadas de cima para baixo, que afetam

reestruturação das escolas de ensino mé-

fortemente a vida dos funcionários e que foram decididas em sa-

dio de São Paulo: um projeto que pode até

las fechadas, sem a oportunidade de alguém com visão de “chão

estar cheio de boas intenções, mas que tra-

de fábrica” opinar sobre os impactos no dia a dia dos funcionários

ria traumáticas mudanças no dia a dia de

ou nas operações diárias.

DIVULGAÇÃO

alunos e pais.

Fernando Gaspar

Como se não bastasse, para completar o show de horror sobre

Subestimar o impacto das mudanças

como não implantar uma mudança, os policiais militares foram

na rotina das pessoas é um dos maiores

encarregados de negociar com os estudantes e promover a deso-

pecados quando se trata de uma reorga-

cupação das escolas. Por mais bem intencionados, os policiais mi-

nização estrutural ambiciosa. Nesse caso,

litares não são talhados para esse tipo de negociação. Resultado:

mães com filhos em idades diferentes pas-

cenas de policiais apontando armas para alunos dentro de escolas

sariam a tê-los estudando em escolas dife-

correram o incontrolável mundo virtual. Paralelo fácil com o mun-

rentes, o que tornaria o dia a dia delas um

do corporativo: escolher mal seus negociadores na implantação de

pesadelo logístico.

mudanças é o caminho certo para o fracasso.

fgaspar00@gmail.com

Segundo pecado: uma mudança de

A cereja do bolo foi a disseminação das imagens de violência

Consultor especializado na construção de indicadores gerenciais para varejo e serviços, instrutor de liderança e palestrante.

grande impacto deve ser feita por etapas,

contra os estudantes na internet, que serviu também de ferramen-

sendo ampliada gradativamente para todas

ta para a organização estudantil por meio do WhatsApp e outras

as unidades pretendidas. Assim, a curva de

mídias. Hoje, em qualquer empresa, há grupos exclusivos de fun-

aprendizado do processo de mudança vai

cionários nesse aplicativo. As informações correm num mundo

gerando ganhos para a implantação até que

paralelo, por uma rádio corredor virtual em uma velocidade muito

esteja plenamente concluída. Em vez disso,

maior que a do mundo real.

18

o governo de São Paulo optou por mexer

Você pretende fazer mudanças significativas na sua empresa?

em dezenas de escolas de uma só vez, em

Então, tomara que as reflexões deste artigo sejam úteis para dimi-

diversas regiões da metrópole paulistana.

nuir sua margem de erro.

Revista da Farmácia · Janeiro-Fevereiro 2016



institucional

Ascoferj capacita centenas de profissionais de farmácia Meta para 2016 é continuar qualificando por meio de cursos e treinamentos

A

A Ascoferj fechou o ano de 2015 capa-

citando mais de 740 profissionais e envol-

Frio. Ao todo, mais de 90 profissionais aprofundaram seus conhecimentos sobre o tema.

vendo mais de 1,8 mil pessoas em cursos,

No ano passado, a Associação também levou ao conhecimen-

treinamentos e encontros de grande alcan-

to da população os serviços que podem ser oferecidos pelos es-

ce, entre eles, o Dia Nacional da Farmácia e

tabelecimentos farmacêuticos durante o evento Dia Nacional da

o Dia Internacional do Farmacêutico. No pri-

Farmácia, cujo objetivo foi valorizar o papel da farmácia na promo-

meiro, mais de mil pessoas foram atendidas

ção da saúde. Mais de mil pessoas foram atendidas ao longo do

no Largo da Carioca, em agosto. No total, 15

dia no Largo da Carioca, no dia 5 de agosto, data oficial. Os farma-

encontros foram realizados pela entidade

cêuticos voluntários prestaram atendimentos de saúde e beleza,

com o objetivo de qualificar e levar infor-

como aferição da pressão arterial, teste da glicemia e maquiagem.

mação ao profissional de farmácia e droga-

O Dia Internacional do Farmacêutico, comemorado em 25 de

ria. O Curso de Aplicação de Injetáveis, um

setembro, também foi celebrado pela entidade e reuniu mais de

dos mais procurados e que acontece men-

120 profissionais para festejar a data. Na ocasião, farmacêuticos fo-

salmente, teve mais de 300 participantes.

ram premiados com o Troféu Ruy de Campos Marins.

Os núcleos da Ascoferj, localizados no

“A Ascoferj continuará oferecendo cursos e treinamentos aos

interior do estado, também receberam pa-

profissionais de farmácias e drogarias em 2016. Eles estarão quali-

lestrantes ao longo do ano para capacitar

ficados para prestar um excelente serviço no ponto de venda”, afir-

os profissionais locais. Foi o caso da pales-

ma o presidente da Ascoferj, Luis Carlos Marins.

tra Como pagar corretamente os impostos da

Todo esse trabalho só é possível graças à parceria com os só-

sua empresa, ministrada pelo contador e só-

cios honorários e empresas patrocinadoras e apoiadoras dos cur-

cio da Avant Consultores, Henrique Avant.

sos. Em 2015, por exemplo, empresas como BD Medical, Sanofi,

Os encontros aconteceram em Cabo Frio,

Avant, RCA Sistemas, Millenium Comercial e Vult Cosmética pa-

Campo dos Goytacazes, Nova Friburgo e

trocinaram diversos treinamentos e palestras.

São Gonçalo, e contaram com a presença de mais de 200 participantes, no total.

20

Parcerias renovadas

O curso Aumente seu faturamento fideli-

A Vult e a Embelleze são as duas parceiras mais recentes da

zando o paciente diabético, ministrado pela

entidade. No fim do ano passado, ambas firmaram acordo com a

farmacêutica e educadora em Diabetes, Mô-

Ascoferj para novos cursos em 2016. A coordenadora de Treina-

nica Lenzi, também aconteceu em um dos

mentos da Embelleze, Amélia Martins, explica que a empresa está

núcleos da Ascoferj, nesse caso, em Cabo

resgatando uma antiga parceria com a Ascoferj. “Percebemos que

Revista da Farmácia · Janeiro-Fevereiro 2016


institucional

ze como para a Ascoferj. Estamos pensando no mercado como um todo. Sem conhecimento e capacitação, a farmácia não consegue vender”, ressalta Amélia. Ela adianta que os profissionais podem esperar um tipo de capacitação voltado a produtos, imagem pessoal, atendimento ao cliente, argumento de vendas e postura num mercado cada vez mais competitivo. “Queremos ajudar, principalmente, as farmácias de pequeno porte a formarem excelentes profissionais. Essa é a nossa missão”, diz Amélia. O distribuidor da Vult Cosmética, Paulo Roberto Garcia Freitas, afirma que o objetivo é capacitar tanto os profissionais do Rio de Janeiro como de outras cidades em que existam núcleos da Ascoferj. “Queremos crescer no segmento de farmácias e firmar a nossa marca nas pequenas, médias e grandes empresas. O treinamento será voltado para a qualificação de quem atua na área de beleza”, acrescenta. A parceria com a Vult começou em 2015 e tem sido um sucesso. “Participamos do evento em comemoração ao Dia Nacional da Farmácia e promovemos um treinamento na sede da entidade, que nos trouxe bons resultados. Este ano, o trabalho continua com força total”, afirma. Para quem tem interesse em participar dos cursos e eventos da Ascoferj, basta acompanhar o calendário no site e nas mídias sociais da entidade.

2015: 280 20 participantes

participantes

150 participantes

36 90 participantes

QUALIFICAÇÃO

EM NÚMEROS

CURSO DE APLICAÇÃO DE INJETÁVEIS março a novembro

SERVIÇOS CLÍNICOS FARMACÊUTICOS abril

COMO PAGAR CORRETAMENTE OS IMPOSTOS DA SUA EMPRESA junho a setembro

RISCOS E BENEFÍCIOS DA PRESCRIÇÃO FARMACÊUTICA setembro

AUMENTE SEU FATURAMENTO FIDELIZANDO O PACIENTE DIABÉTICO

participantes

outubro

56

AVALIAÇÃO DE EXAMES LABORATORIAIS

participantes

16 30 participantes

participantes

outubro

WORKSHOP FORMANDO EQUIPES DE ALTO DESEMPENHO outubro

SEGURANÇA PARA A INTERCAMBIALIDADE DE MEDICAMENTOS novembro FREEPIK

esse elo é importante tanto para a Embelle-

Revista da Farmácia · Janeiro-Fevereiro 2016

21


recursos humanos

Comunicação nas relações humanas HUMBERTO TESKI

Problemas de relacionamento no ambiente corporativo costumam comprometer a imagem profissional

C

Comunicação é uma palavra derivada

por meio da imagem que transmitimos. Sendo assim, é fundamen-

do termo latino communicare, que signifi-

tal a credibilidade por meio da apresentação pessoal, de atitudes

ca “partilhar, participar algo, tornar comum”.

éticas e de comportamento adequado ao ambiente corporativo;

Por meio da comunicação, compartilhamos

Autoconfiança: Demonstrar domínio sobre as informações

diferentes informações, tornando o ato de

transmitidas é essencial para uma comunicação eficaz. Contudo,

comunicar uma atividade essencial para a

a autoconfiança não se demonstra somente pelo conhecimento.

vida em sociedade.

Ela é percebida também pelos gestos, atitudes de acolhimento e

Na prática, identificamos profissionais

Lucia Gadelha

luciagadelha@terra.com.br

Consultora especialista em Gestão de Recursos Humanos e capacitação de Líderes.

22

segurança ao compartilhar esse conhecimento;

que possuem o conhecimento referente

Empatia: Tente compreender e se colocar no lugar do outro,

ao cargo que ocupam, com total domínio

demonstrando real interesse em auxiliar e solucionar os proble-

quanto às informações, mas não conseguem

mas, contribuindo e tornando o ambiente favorável para que to-

se expressar. Muitas vezes, a informação a

dos assimilem as informações;

ser passada é de extrema relevância, mas

Objetividade: Seja objetivo em sua comunicação. Não fale de-

falta habilidade para transmiti-la com cre-

mais, nem de menos. Em questões polêmicas, evite se alongar para

dibilidade, clareza e confiança.

não desviar o foco do tema principal;

Relacionei algumas dicas para gerar uma

Linguagem: Use um vocabulário condizente com o perfil do

reflexão de como está sendo conduzida a

seu colaborador ou cliente e não queira ficar rebuscando a sua fala

comunicação em sua empresa. Todo esse

com palavras sofisticadas. Dominar a informação a ser repassada

processo se inicia com os gestores e líderes,

não significa usar termos técnicos ou complexos. Seja claro e sim-

que devem ser referência e contribuir para

ples na comunicação;

tornar a comunicação mais clara, transpa-

Ritmo: Falar calmamente, com tranquilidade e equilíbrio, é

rente e precisa, de forma que os profissio-

fundamental para ser compreendido. Busque sempre se atuali-

nais obtenham sucesso em suas respectivas

zar, planejando seu dia e validando as informações, a fim de evi-

carreiras e passem uma imagem adequada

tar ansiedade ao repassá-las, o que poderia dificultar a compreen-

das empresas onde trabalham, evitando

são das informações.

ruídos de comunicação no ambiente inter-

Além das dicas sugeridas, oriente sua equipe a demonstrar aco-

no e no contato com os clientes. São elas:

lhimento na comunicação, ouvir com atenção e ter concentração

Postura: Estamos sempre nos relacio-

na execução das tarefas. No segmento farmacêutico, os clientes

nando e transmitindo uma imagem positiva

constroem uma imagem adequada das farmácias e drogarias e são

ou negativa. Logo, esteja certo de que somos

fidelizados quando ouvidos atentamente e quando têm suas ex-

avaliados pela percepção que o outro obtém

pectativas atendidas.

Revista da Farmácia · Janeiro-Fevereiro 2016



institucional

Ascoferj tem novo endereço Entidade muda de local, mas continua sediada no Centro do Rio

O

O ano se inicia com novos ares para a

pauta e, por unanimidade, diretores e associados decidiram que

Ascoferj, que agora está em novo endere-

a mudança seria a opção mais acertada, uma vez que o princi-

ço: Rua do Carmo, nº 9, sala 501, no Centro

pal investimento da Ascoferj deve ser em serviço e capacitação.

do Rio de Janeiro. Após 15 anos na Rua Mé-

“Fizemos uma pesquisa no mercado e conseguimos encontrar

xico, a entidade se viu obrigada a mudar de

uma nova sala que atende muito bem às nossas expectativas.

lugar porque não conseguiu negociar um va-

Portanto, o que seria gasto no antigo imóvel para pagar o alu-

lor justo com o proprietário do imóvel. “Em

guel será revertido em cursos, treinamentos, serviços e iniciati-

comum acordo com associados, tomamos a

vas que tenham como principal beneficiário o nosso associado”,

decisão de não renovar o contrato. O moti-

completa Marins.

vo foi que a antiga sede passou a ter um va-

A nova sede, localizada ao lado do Terminal Garagem Mene-

lor muito alto. Seria muito difícil para a As-

zes Côrtes e transversal à Rua da Assembleia, além de ter uma es-

coferj manter esse custo e sobrecarregar o

trutura que dá conta das atividades realizadas pela Ascoferj, jun-

orçamento da associação com esse reajus-

tamente com seus funcionários, também conta com a facilidade

te”, explica o presidente Luis Carlos Marins.

de ter estacionamento ao lado do prédio. Além disso, a nova sede

Durante as reuniões da Assembleia Ge-

está bem próxima à estação de metrô do Largo da Carioca, o que

ral Ordinária (AGO), o assunto entrou em

facilita o acesso dos visitantes.

Conheça o que está em volta da Ascoferj Rua da Assembleia: formada praticamente por edificações comerciais e bancárias. As obras de implantação do VLT Carioca, com inauguração prevista para este ano, revelaram os trilhos do antigo sistema de bondes da cidade, que foi desativado na década de 1960. Terminal Garagem Menezes Côrtes: é especializado em linhas de ônibus seletivos com destino a vários pontos da Região Metropolitana. Também fica próximo à estação de metrô Carioca e à estação das barcas, na Praça XV. Paço Imperial: entrou para a história do Brasil em 1808, quando Dom João VI transformou o prédio em residência da família real portuguesa. Hoje, o local é um centro cultural com bibliotecas, salas de exposições, teatro, cinema, restaurantes, cafeterias e lojas de artesanato. Palácio Tiradentes: reinaugurado em 1975 como sede do Poder Legislativo. VIVIANE MASSI

Atualmente, abriga a Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro.

24

Prédio nº 9, na Rua do Carmo, é a nova sede da Ascoferj

Revista da Farmácia · Janeiro-Fevereiro 2016



institucional

Ascoferj firma convênio com empresa de seguros Entre as áreas abrangidas estão saúde, odontologia, residencial, veículos e previdência privada

N

No fim do ano passado, a Ascoferj fir-

mentos. Além disso, o convênio dá direito à assessoria, que pode

mou convênio com a empresa Conquiste

ser na área de financiamentos, consórcios, capitalização e treina-

Assessoria e Corretagem de Seguros. A par-

mentos na área comercial.

tir de agora, associados da entidade e fun-

A parceria também permite ao associado a contratação de pla-

cionários poderão contratar seguros e pla-

nos de saúde com empresas do mercado, como Unimed-Rio, Amil,

nos de saúde com valores mais acessíveis.

Intermédica, todos com descontos. “Também estaremos presen-

O convênio firmado possibilita aos be-

tes no pós-venda, sempre que a pessoa necessitar de orientações

neficiários a contratação de diversos tipos

ou auxílio no atendimento junto ao plano”, destaca Sérgio Danon,

de seguro: saúde, odontológico, veículos,

diretor Técnico da Conquiste.

aluguel, empresa, residência, vida, previdên-

O presidente da Ascoferj, Luis Carlos Marins, ressalta que a as-

cia privada, viagens, responsabilidade civil

sociação tem buscado parcerias que favoreçam os associados. “Os

profissional, reformas imobiliárias e equipa-

planos privados de saúde em nosso País, por exemplo, são caros e muitas pessoas não têm condições financeiras de pagar por uma assistência médica particular. Essa parceria vai oferecer seguros e planos a preços acessíveis, facilitando o acesso”, destaca. O atendimento ao associado da Ascoferj será personalizado. “Nosso objetivo é entender as necessidades específicas de cada um, oferecendo o melhor serviço com preços diferenciados em todos os ramos de seguros e com extensão aos funcionários”, explica o diretor Comercial da Conquiste, Joseph Danon. Para se beneficiar do convênio, é necessário que o associado entre em contato com a Ascoferj. “Logo depois, marcaremos uma visita. Os documentos necessários para a adesão vão depender do ramo de seguro escolhido, o que será explicado também nesse encontro”, detalha Danon. Além disso, os associados precisam estar em dia com a contribuição associativa da Ascoferj. Importante destacar que a adesão

SHUTTERSTOCK

dos funcionários é vinculada à do associado. Confira todas as in-

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Revista da Farmácia · Janeiro-Fevereiro 2016

formações sobre seguros, planos de saúde e assessoria acessando www.conquisteseguros.com.br.


institucional

Novo benefício também na área tributária Parceria com a empresa Avant garante descontos em assinatura de sistema para classificação fiscal

A

A partir de janeiro de 2016, o associado da Ascoferj poderá se

beneficiar de mais um benefício, a assinatura do Avant Fiscal, um sistema online de classificação fiscal dos produtos para farmácias,

Benefícios do Avant Fiscal

disponibilizado pela Avant Consultores. Por meio dele, o empresário

• Informações fiscais confiáveis e atualizadas sem

mantém o cadastro atualizado e garante o pagamento correto dos impostos. “A correta classificação dos produtos confere sustentabilidade ao negócio, pois o Fisco está, cada vez mais, fiscalizando eletronicamente as empresas e fechando o cerco contra a sonegação”, alerta Wagner Tavares, sócio diretor da Avant Consultores. A base de um negócio saudável é a organização como um todo. Quem compra mal vende mal. E um cadastro de produtos mal classificado é responsável pelo recolhimento incorreto de impostos. Um cadastro de farmácia, em média, pode ter de quatro

custo de mão de obra especializada. • Correta apuração dos impostos, evitando penalidades aplicadas pelo Fisco. • Facilidade de obtenção de informações fiscais para novos produtos. • Não pagamento de impostos na venda de produtos monofásicos, isentos e da cesta básica. • Manutenção online do seu cadastro.

mil a dez mil itens, incluindo medicamentos e perfumaria. Não é raro existirem empresas pagando além do que deviam por causa de Nomenclatura Comum do Mercado (NCM) errada. A partir de uma classificação correta, é possível prever acertadamente as alíquotas tributadas e os valores a serem recolhidos. O sistema Avant Fiscal possui três módulos: o básico, que permite consulta online; o intermediário, que faz a manutenção do cadastro em tempo real; e o avançado, que contempla os outros dois e ainda oferece uma simulação dos tributos a serem pagos com base nas vendas. Dessa maneira, a empresa fica em dia com o Fisco no que tange a impostos gerados na comercialização dos produtos. A parceria da Ascoferj com a Avant Consultores contempla descontos na assinatura mensal do sistema para planos com fidelidade de 12 meses. Também oferece a revisão de todo o cadastro da farmácia gratuitamente. Se fosse pagar, o associado teria de desembolsar cerca de mil reais. Os interessados devem enviar um e-mail para comercial@ascoferj.com.br.

Revista da Farmácia · Janeiro-Fevereiro 2016

27


institucional

Ascoferj confraterniza com sócios honorários Presidente da entidade lembra a importância da parceria e fala de conquistas

P

Para celebrar mais um ano de trabalho,

brar o quanto é fundamental para o crescimento do setor o apoio

dedicação e bons resultados, a Ascoferj rea-

das empresas que constituem o quadro de sócios honorários. “Em

lizou um almoço de confraternização para

2015, a entidade realizou dois importantes eventos: Dia Nacional

sócios honorários no dia 19 de novembro,

da Farmácia e Dia Internacional do Farmacêutico. Além disso, cen-

no RB1, Centro do Rio de Janeiro. Além do

tenas de profissionais foram capacitados por meio dos nossos cur-

presidente Luis Carlos Marins, diretores e

sos e treinamentos. E tudo foi possível graças a vocês, que aposta-

sócios honorários da entidade, também

ram e confiaram em nosso trabalho”, agradeceu.

estiveram presentes algumas autoridades,

Outros pontos destacados por Marins foram o trabalho dos

entre elas, o vereador Eliseu Kessler e o Ra-

departamentos da Ascoferj em favor dos associados e a recente

fael Copolillo, representante do deputado

mudança da entidade. “Nosso Departamento Jurídico tem atuado

estadual Edson Albertassi. Ambos têm re-

fortemente para alcançar vitórias coletivas, e os efeitos têm sido

conhecido as dificuldades que o setor vive

favoráveis. Algumas mudanças significativas também foram reali-

e trabalhado em prol de mudanças.

zadas, como a nova sede, que possibilitará uma redução nos gastos

O presidente da Ascoferj, Luis Carlos

com aluguel e, consequentemente, mais recursos disponíveis em

Marins, aproveitou o momento para lem-

caixa a serem revertidos em benefícios para os associados. Tudo isso foi conquistado com a ajuda de vocês e esperamos manter

HUMBERTO TESKI

essa parceria nos próximos anos”, salientou Marins. Na ocasião, o presidente também fez questão de lembrar o apoio que o vereador Eliseu Kessler e o deputado Edson Albertassi têm concedido ao setor farmacêutico. “Todos nós sabemos dos problemas que as farmácias e drogarias do nosso estado enfrentam devido a burocracias impostas por órgãos governamentais. E, graças ao trabalho do vereador e do deputado, já obtivemos algumas vitórias, como a ampliação da validade da licença sanitária, que passou a ser de cinco anos”, destacou. Em sua fala, Kessler agradeceu o convite e disse estar muito honrado em poder ajudar nas causas do varejo farmacêutico. “É nosso papel servir à população e às classes representativas. Política Almoço no RB1 reúne diretoria e empresas parceiras

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Revista da Farmácia · Janeiro-Fevereiro 2016

é fazer algo em prol do outro. E é com orgulho que luto pelas demandas da classe empresarial farmacêutica”, declarou o vereador.


HUMBERTO TESKI

institucional O representante do deputado Edson Albertassi, Rafael Copolillo, também frisou que Albertassi está à disposição para trabalhar em benefício do varejo farmacêutico. “As portas do gabinete do deputado estão sempre abertas ao setor. Em 2015, tivemos importantes avanços, como a possível redução da alíquota do ICMS e, em 2016, queremos dar continuidade a esse projeto”, garantiu.

Reconhecimento que faz a diferença Para o gerente regional de Vendas da Medley, Fabio Medici, a Ascoferj é uma entidade bastante atuante no setor, mostrandose essencial na promoção de debates de alto nível para melhorar o entendimento sobre diversas questões do mercado, que é cada vez mais competitivo. Para este ano, Medici sinaliza a importância de empresários e

Sócios honorários: 22 empresas apoiam as iniciativas da Ascoferj

demais profissionais estarem preparados para eventuais mudanças tributárias. “Devido ao momento atual, é fundamental a parti-

possui a liderança necessária para que os

cipação dos empresários nas ações e eventos da Ascoferj. Assim,

interesses coletivos sejam representados

estarão capacitados para os desafios e não deixarão de oferecer

e defendidos.

qualidade nos serviços”, destacou.

Quem também comemorou os resulta-

Segundo o diretor das Drogarias Max, Fábio Pinto, a Ascoferj

dos da parceria foi o coordenador de Geren-

é um parceira estratégica para a rede. “Temos como objetivo fo-

ciamento de Categorias da Zamboni, Eduar-

mentar oportunidades dentro do nosso segmento e unir esforços

do Teperino. “O mercado farmacêutico é

para que tenhamos peso político e minimizar os riscos das arbi-

fundamental para a Zamboni e fazer parte

trariedades das quais somos vítimas por parte de órgãos regulado-

desse grupo é ter a certeza de que estamos

res e fiscalizadores”, comentou o diretor. Além disso, acrescentou

ajudando e contribuindo para o desenvol-

que estar junto à Associação é ter a segurança de que o segmento

vimento dos nossos clientes”, afirmou.

Parceiros da Ascoferj

Revista da Farmácia · Janeiro-Fevereiro 2016

29




regulação

Licença sanitária passa a valer cinco anos Medida é articulada pela Ascoferj junto à Secretaria de Saúde do Rio

E

Em outubro de 2015, o varejo farma-

cêutico do município do Rio de Janeiro ob-

cisava ser eliminada”, disse Kessler.

teve uma grande vitória: o novo prazo de

“Nosso objetivo é ajudar o setor. É fato que as farmácias e dro-

validade da licença sanitária, que passou a

garias precisam ser fiscalizadas, mas não podem ser punidas pela

ser de cinco anos. A conquista se deu após

ineficiência do poder público. Se não há fiscais para visitar os es-

uma determinação do secretário munici-

tabelecimentos e renovar as licenças, isso não é culpa dos empre-

pal de Saúde do Rio de Janeiro, Daniel So-

sários”, afirma o secretário de Saúde do Município do Rio de Janei-

ranz. A medida foi autorizada por meio da

ro, Daniel Soranz.

Resolução SMS nº 2747, publicada no Diá-

A extensão da licença em mais quatro anos vai dar fôlego ao

rio Oficial do dia 9. Antes, de acordo com

setor até que as autoridades encontrem uma solução. Há anos, o

a Lei nº 5.991/73, esse prazo era de ape-

varejo farmacêutico sofre com problemas relacionados à renova-

nas um ano.

ção da licença sanitária pela Vigilância Sanitária local. Com a pu-

Essa mudança só foi possível graças às A partir da esquerda: o consultor jurídico da Ascoferj, Gustavo Semblano; presidente da Ascoferj, Luis Marins; secretário municipal de Saúde; Daniel Soranz; vereador Eliseu Kessler; diretor da Farma Hall, Wilson Júnior da Cruz; e diretor da Ascoferj e empresário, Ricardo Valdetaro

tendi de imediato que se tratava de uma burocratização que pre-

reuniões da Ascoferj com o secretário de

blicação da Resolução SMS nº 2747, o varejo farmacêutico terá, a partir de agora, cinco anos para renovar o documento.

Saúde, Daniel Soranz, todas elas interme-

“Para as empresas que já estão com a data da licença sanitária

diadas pelo vereador Eliseu Kessler, reali-

vencida, a prorrogação desse prazo passa a contar do último licen-

zadas ao longo de 2015. “Essa é uma luta

ciamento concedido. A nova validade também é aplicada às empre-

antiga do setor farmacêutico e, quando fui

sas que estão abrindo as portas agora”, explica o consultor jurídico

procurado pelo presidente da entidade, en-

da Ascoferj, Gustavo Semblano. O benefício é extensivo a farmácias magistrais, importadoras, exportadoras, distribuidoras, armazenadoras, transportadoras, estabelecimentos de comércio de aparelhagem ortopédica e de ortopedia técnica e lojas de aparelhos auditivos. “Com essa mudança, esperamos que a Vigilância Sanitária passe a cumprir o papel dela, que é o de fiscalizar. Cinco anos é um bom período para colocar tudo em ordem na farmácia”, comemora José Urias Gonçalves, farmacêutico e empresário do setor magistral. Quem também diz estar satisfeita com o novo prazo é a supervisora Farmacêutica da Drogasmil, Flávia Santos. “A conquista foi para diversos segmentos e, no caso do varejo, facilita a aquisi-

ASCOFERJ

ção de mercadorias, haja vista que a loja precisa estar legalizada

32

junto ao município para receber os produtos. Será um problema a menos para o empresário”, comentou.

Revista da Farmácia · Janeiro-Fevereiro 2016


Farmácia Legal Neste início do ano, fique atento aos prazos do setor!

31 de março é o prazo que os associados da Ascoferj têm para solicitar o pedido de isenção de anuidade ao Conselho Regional de Farmácia do Estado do Rio de Janeiro (CRF-RJ).

As empresas devem enviar, para a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o Sistema Nacional de Registro Mercantil (SINREM) no primeiro trimestre do ano, para comprovação de porte empresarial. O endereço é SIA Trecho 5 – Área Especial, nº 57 – Brasília/DF, CEP: 71.205-050.

Até o dia 30 de abril, o empresário poderá renovar a Certidão de Regularidade Técnica da sua farmácia perante o CRF-RJ. Caso a empresa não cumpra com as exigências do Conselho, como apresentação do SINREM e de um farmacêutico por todo o horário de funcionamento, a Certidão não será liberada.

A licença sanitária no município do Rio de Janeiro passou a ter validade de cinco anos. Sendo assim, os estabelecimentos não precisam pedir renovação em 2016. No entanto, farmácias e drogarias de outros municípios, já emancipados, deverão enviar cópia do contrato social, do documento dos sócios e farmacêuticos e do CNPJ para a sede das respectivas vigilâncias, juntamente com o pedido de revalidação, até o dia 30 de abril. Cada município tem a sua própria taxa de renovação.

Revista da Farmácia · Janeiro-Fevereiro 2016

33


consultor tributário

O papel da contabilidade Conhecimento real sobre situação patrimonial, financeira e econômica melhora desempenho das empresas

F

Feliz 2016! Começamos um novo ciclo, com novas metas, no-

vos objetivos e novos sonhos pessoais e empresariais. Neste primeiro artigo do ano, quero falar do papel da contabilidade e da opção tributária para 2016. No Brasil, percebe-se um quadro no qual os procedimentos contábeis são realizados quase que exclusivamente para prestação de contas com o fisco. Muitas vezes, as informações geradas nem mesmo condizem

com a realidade da empresa, objetivando desonerar ilegalmente suas obrigações tributárias, em palavras mais simples, sonegar ou omitir informações fiscais. Como pode um empresário tomar decisões sem ter conhe-

HUMBERTO TESKI

cimento sobre sua real situação patrimonial, financeira e econômica? Ele não pode, pelo menos, não de forma eficiente. Talvez a sorte ou até mesmo o perfil empreendedor e um bom feeling façam com que a empresa consiga sobreviver por algum perío-

Fórmula para saber se a empresa está dando lucro

FATURAMENTO - CMV - DESPESAS VARIÁVEIS LUCRO BRUTO - LUCRO BRUTO DESPESAS FIXAS LUCRO LÍQUIDO

do sem essas informações, mas em longo prazo, com a escassez

Henrique Tavares

henriqueavant@hotmail.com

Consultor em varejo farmacêutico.

dos conhecimentos básicos para a tomada de decisão, infelizmente, ela poderá engrossar as estatísticas sobre a mortalidade das empresas. Mesmo que a sua empresa não possua um sistema de con-

médio de estocagem; recebimento e pa-

tabilidade gerencial para lhe prover de informações para a toma-

gamentos; indicadores de liquidez, neces-

da de decisões, não há motivo para se desesperar. Contate o seu

sários para saber se a empresa tem capaci-

contador e diga a ele que você deseja adotar um modelo contábil

dade de arcar com os compromissos sem a

voltado para o suprimento de suas necessidades gerenciais e não

necessidade de recursos de terceiros; entre

somente para atender ao fisco, contemplando algumas das mais

outras informações.

importantes demonstrações contábeis, como o Demonstrativo de Resultado do Período (DRE) e o Balanço Patrimonial.

34

de das empresas; giro de estoque; prazo

Se você conseguiu conduzir a sua empresa até agora sem essas informações,

O DRE, por exemplo, irá demonstrar, entre outras informações,

imagine o quanto seu negócio irá se de-

se sua operação comercial gera lucro e qual a representatividade

senvolver caso comece a utilizar a conta-

de cada despesa frente ao faturamento. Já o Balanço Patrimonial

bilidade gerencial em prol da sua gestão.

informará a necessidade de capital de giro para manter a ativida-

Pense nisso.

Revista da Farmácia · Janeiro-Fevereiro 2016



pequeno varejo

Como o independente pode se fortalecer Redes associativas se apresentam como alternativa ao pequeno empresário

O

O pequeno varejo, quando isolado, é

Benefícios financeiros: negociação conjunta com fornecedores,

sempre frágil e mais vulnerável às dificul-

gerando oferta com maior poder de barganha e acesso aos gran-

dades do contexto econômico e do mer-

des fornecedores do mercado farmacêutico e, consequentemen-

cado. Uma alternativa que a farmácia in-

te, redução de custos, cartões da rede, convênios com empresas,

dependente deve considerar é o ingresso

redução de taxas de cartões de crédito, entre outros benefícios.

em uma rede associativa. Vários empresá-

Parcerias: é importante observar a existência de parcerias efe-

rios ainda resistem a essa decisão, seja por

tivas, tanto com fornecedores quanto com e entre os integran-

questões pessoais de estilo de gestão, seja

tes da rede.

pela dificuldade que acreditam ter na relação

HUMBERTO TESKI

corporativa com a rede. Ou ainda pelo mero

Suporte e infraestrutura: se possui equipe de suporte, software e tecnologia da informação.

desconhecimento dos benefícios que certa-

Apoio à capacitação: acesso facilitado a treinamentos, tanto

mente poderão obter na prática associativa.

para a equipe quanto para os gestores, seja por meios próprios da

O associativismo econômico, prati-

rede, seja por meio de convênios.

cado pelas redes associativas, é uma ini-

Comunicação e mercado: ações de fixação da marca da rede,

ciativa que reúne, de forma organizada,

ações de marketing corporativo, publicidade e campanhas promo-

um conjunto de empresas de um mesmo

cionais em veículos de comunicação, materiais de apoio, como en-

Marcos Assumpção

segmento com o objetivo de gerar bene-

cartes, cartazes, folders, entre outros.

marcosconsultor@globo.com

fícios econômicos para os participantes. A

Clima: antes de aderir a uma rede associativa, é fundamental

Consultor em planejamento, gestão por processos e gerenciamento de projetos.

participação na rede possibilita o acesso a

ter contato com participantes e verificar como é o clima de rela-

mercadorias, bens e serviços em melho-

cionamento entre os gestores da rede e as empresas participan-

res condições do que seria possível a cada

tes. Checar se existem conflitos reais ou potenciais.

empresa isoladamente. Como existem várias redes associativas do segmento varejista farmacêutico no

cionamento com os associados.

mercado, cabe ao empresário pretendente

Busque informações sobre a rede escolhida na Federação Brasileira

analisar profundamente cada rede que atue

das Redes Associativistas e Independentes de Farmácias (Febrafar).

na sua região para a escolha mais adequada.

Finalmente, analise o contrato de adesão com o auxílio de uma

É importante verificar o que cada rede

assessoria jurídica, certificando-se e esclarecendo dúvidas sobre os

oferece e realmente pratica:

36

Organização: outro ponto fundamental é observar o efetivo nível de organização que a rede mantém nos negócios e no rela-

Revista da Farmácia · Janeiro-Fevereiro 2016

direitos e deveres do associado e da rede.



SHUTTERSTOCK

capa

38

Revista da Farm谩cia 路 Janeiro-Fevereiro 2016


capa

Imune à crise e com bons resultados Apesar da incerteza, setor farmacêutico fecha 2015 com crescimento e perspectiva para 2016 é de otimismo

C

Crise econômica, juros mais altos, desemprego, perda do grau

histórica, em 2010, o que se deve à conti-

de investimento, alta do dólar, empresas lucrando menos: todo

nuidade do quadro de deterioração do País,

esse cenário revela que o País está passando por uma crise que

com a aceleração da inflação, o enfraqueci-

afeta todos, sem exceção. De acordo com especialistas, o Brasil vai

mento da atividade econômica e o aumen-

demorar alguns anos para se recuperar desse baque, o que deve

to da incerteza política, segundo a entidade.

ocorrer apenas a partir de 2022. Isso se a economia crescer, no mínimo, 2% ao ano de 2017 a 2022, uma previsão bastante otimista.

Perspectivas para 2016

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)

De acordo com a economista da CNC,

revelaram que, no segundo trimestre de 2015, a taxa de desempre-

Marianne Hanson, a situação não mudará

go subiu e chegou a 8,3%, a maior da série histórica que se iniciou

muito este ano. “Como exemplo, temos a

em 2012. O percentual de famílias endividadas também aumen-

questão do desemprego. Apesar dos índi-

tou, alcançando 63,5% em 2015, revela a Pesquisa do Endivida-

ces não serem tão ruins quanto do ano pas-

mento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), feita com 18 mil

sado, ainda será negativo. Com isso, o po-

consumidores pela Confederação Nacional do Comércio de Bens,

der de compras do consumidor continuará

Serviços e Turismo (CNC).

sendo afetado”, afirma.

Na comparação mensal, o percentual de famílias com dívidas

Marianne acrescenta que o cenário será

ou contas em atraso aumentou de 22,4% para 23,1%. A proporção

de incertezas, e a população pensará duas

de pessoas que relataram não ter condições de pagar suas dívidas

vezes antes de fazer dívidas. “O crédito

registrou o maior patamar desde junho de 2011, alcançando 8,6%

mais caro e o câmbio, afetando a inflação

em setembro de 2015.

e o preço dos produtos importados, fazem

A crise foi tanta que chegou a afetar o consumo brasileiro. A

com que o cliente aja com mais cautela na

Intenção de Consumo das Famílias (ICF), apurada pela CNC, regis-

hora de comprar e pagar seus produtos de

trou 78,4 pontos em outubro, o menor valor desde o início da série

forma parcelada”, destaca a economista.

Revista da Farmácia · Janeiro-Fevereiro 2016

39


capa Até a metade de 2016, o País passará por

preciso precaução e não terá muito para onde escapar. O tempo

ajustes e, em curto e médio prazo, a situação

é fundamental para que tudo se estabeleça e, aos poucos, volte à

não será muito diferente de 2015. “Os em-

normalidade”, completa Travassos.

presários, de maneira geral, precisarão ficar atentos a esses aspectos para não saírem

Setor farmacêutico longe da crise

no prejuízo. Será preciso um olhar especial

Se, por um lado, o comércio como um todo teve resultados nega-

ao estoque e acompanhar as tendências do

tivos, por outro, dois setores ficaram estáveis: farmacêutico e tecnolo-

novo consumidor”, alerta Marianne.

gia. Na maioria dos casos, isso acontece porque as pessoas precisam

O gerente de Economia da Federação

dos medicamentos para dar continuidade ao tratamento. Enquanto o

do Comércio do Rio de Janeiro (Fecomér-

comércio em geral recuou em vendas de agosto de 2014 a agosto de

cio), Christian Travassos, destaca que o vo-

2015, em - 5,2%, o setor farmacêutico, nesse mesmo período, apre-

lume de vendas estava crescendo, em mé-

sentou um crescimento no volume de vendas de 5,6%. “Farmácias e

dia, 15% ao ano, mas que, no ano passado,

drogarias vão na contramão da realidade do restante do comércio, pois

houve uma queda. E dados do IBGE afir-

é um segmento essencial para a saúde da população”, destaca Travassos.

mam que o comércio encolheu suas ven-

O setor de informática também tem desempenho positivo,

das em 10% em todo o País, em 2015. “Este

com crescimento de 4,7% em 2015. “Nos últimos meses, o mix

ainda será um ano de poucas vendas. Será

de consumo acompanhou o cenário econômico e o consumidor

Logística reversa de medicamentos; Relacionamento com o cliente.

Fidelização com serviços.

OPORTUNIDADES

Segmento cresce mais que outros, apesar da crise.

Medicamentos: produtos de primeira necessidade.

40

Revista da Farmácia · Janeiro-Fevereiro 2016

Mercado de HPC.


capa passou a priorizar as compras relacionadas às novas tecnologias,

vamente. Já os medicamentos com prescri-

por exemplo. Ele deixa de comprar carros, móveis e eletrodomés-

ção médica cresceram 14,4% pela Febrafar e

ticos e passa a adquirir itens de informática, entre eles smartphone,

11,9% pelo mercado. Os não medicamentos,

tablet e laptop”, é o que afirma o especialista da Fecomércio.

por sua vez, tiveram crescimento de 13,3%

A título de comparação, o setor de livros, jornais e revistas teve queda de 9,3%, e o de veículos e motos, recuou 12,9%.

e 3,4%, respectivamente. O market share, participação de mer-

Dados divulgados pela Federação Brasileira das Redes Associa-

cado, da Febrafar também foi positivo e se

tivistas e Independentes de Farmácias (Febrafar) também confir-

manteve em crescimento em 2015. Em ju-

mam o distanciamento do segmento com os efeitos negativos da

lho, foi de 9,06%; em agosto, 9,17%; e se-

crise. Os associados da entidade tiveram um crescimento superior

tembro, 9,21%. Nesse mesmo período, o

em vendas, se comparado ao restante do mercado. Entre agosto de

volume de vendas foi de R$ 8,4; 8,5; e 8,6

2014 e setembro de 2015, o crescimento das redes associativistas

bilhões, aproximadamente.

foi de 14,4%, em unidades, englobando medicamentos isentos de prescrição (MIPs), com prescrição e não medicamentos. Enquanto

Mais crescimento para o setor “O setor farmacêutico está conseguin-

o restante do mercado cresceu 9,7%. Os MIPs, em unidades, apresentaram o maior crescimento, tanto

do sobreviver à situação negativa que o País

na Febrafar como no restante do mercado, 15% e 12,9%, respecti-

vive e não será diferente nos próximos me-

Aprovação da Lei do Idoso, que obriga a concessão de descontos para maiores de 60 anos.

Aumento da carga tributária.

RISCOS

Queda nos descontos.

Desabastecimento; Falta de produtos por causa do dólar alto.

Juros elevados; Dificuldade de financiamento.

Revista da Farmácia · Janeiro-Fevereiro 2016

41


capa Cinco tendências do novo consumidor Em busca de referências pelo boca a boca e na conversa com família, parentes e amigos.

Conectado às empresas pelas redes sociais.

Mais exigente e seletivo na hora da compra.

Em busca de economia.

FREEPIK

Opta pelo atendimento diferenciado e escolhe o que mais lhe agrada.

ses. O mercado tende a continuar crescen-

estratégias para que os números permaneçam saudáveis. “Temos a

do. Essa crise não é nossa”, sentencia o pre-

vantagem de trabalhar com produtos de primeira necessidade, redu-

sidente da Febrafar, Edison Tamascia.

zindo o impacto da crise em nosso segmento. Porém, é preciso sem-

O presidente executivo da Associação

pre olhar em volta, entender para onde caminha o setor e acompanhar

Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias

as novas tendências, tanto do consumidor como do próprio negó-

(Abrafarma), Sérgio Mena Barreto, espera para

cio. Assim, continuaremos com os ótimos resultados”, diz Monteiro.

este ano um avanço tímido no processo de recuperação da macroeconomia, o que exigirá cautela, mas acredita em bons negócios

Para manter esse cenário de bons resultados e continuar ala-

para o varejo farmacêutico. “Será um período

vancando as vendas, os empresários precisam criar estratégias que

para se revisar despesas e margens de lucro.

os impeçam de sair da linha de crescimento, destaca o presiden-

Porém, a expectativa para o setor farmacêu-

te do Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos

tico é a melhor possível e com a manutenção

no Estado de São Paulo (Sincofarma/SP), Natanael Aguiar Costa.

da curva de crescimento”, destaca.

42

Em 2016, saia na frente

Ele explica que o varejo farmacêutico, principalmente o de pe-

Para o diretor da Associação Brasileira de

queno porte, precisa começar a criar planos, ter iniciativas e se moti-

Distribuição e Logística de Produtos Farma-

var para enfrentar o que está a sua volta. “As grandes empresas já fa-

cêuticos (Abradilan), Geraldo Monteiro, é pre-

zem isso e conseguem se destacar, mas o pequeno precisa começar

ciso ter um olhar positivo e continuar criando

a ter esse olhar e traçar estratégias para não ficar para trás”, afirma.

Revista da Farmácia · Janeiro-Fevereiro 2016


capa

Setor farmacêutico se destaca.

FREEPIK

Indicadores do volume de vendas do comércio varejista entre agosto de 2014 e agosto de 2015.

+5,6%

+4,7%

Setor farmacêutico

Informática

-12,9%

-9,3%

-8,2%

-4,3%

-3,8%

Veículos e motos

Livros, jornais, revistas e papelaria

Móveis e eletrodomésticos

Tecidos, vestuário e calçados

Material de construção

FONTE: IBGE

Natanael concorda que hábitos e ações simples ajudam a fi-

turar. Quem não faz isso não consegue sair

delizar o consumidor, mesmo em tempos difíceis. “É fundamen-

do lugar. Por que não investir positivamente

tal criar o hábito de falar o nome do cliente, oferecer um atendi-

nos negócios e melhorar a loja, deixando-a

mento diferenciado, buscar alternativas de fidelização, apresentar

mais bonita? Tudo isso chamará a atenção

descontos diferenciados, ter uma equipe bem treinada e fazer pro-

dos clientes, e o lucro será consequência”,

moções”, pontua.

frisa o presidente do Sincofarma/SP.

Ainda segundo ele, são essenciais a coragem e a vontade de ar-

Os empresários do setor precisam es-

riscar. “Costumo dizer que crise é um bom momento para se aven-

tar atentos também ao avanço das tecno-

Crescimento de mercado das redes associadas à Febrafar (ago/2014 e ago/2015)

logias e acompanhar as novas tendências de consumo, como as compras online e o relacionamento por meio das redes sociais. Outro ponto importante é a priorização do cliente, reconhecendo-o e cativando-o em

+15% +14,4% +13,3%

datas importantes, como no mês de aniversário, por meio de ações promocionais. Outra dica importante é procurar manter as contas em dia para evitar o endividamento e evitar as linhas de crédito, já que os ju-

Medicamentos isentos de prescrição

Medicamentos com prescrição

Não medicamentos

ros estão nas alturas. Com isso, o ano tem tudo para ser promissor.

FONTE: FEBRAFAR

Revista da Farmácia · Janeiro-Fevereiro 2016

43


nosso negócio

O Programa 5S Veja como ele pode beneficiar sua empresa, criando um ambiente de trabalho mais saudável

H

Housekeeping, que significa “arrumar a

casa”, é uma ferramenta utilizada pelas empre-

DIVULGAÇÃO

sas para garantir um ambiente mais agradável,

Fernanda Ramos

3. Seiso (Sweeping): Senso de limpeza. Fala sobre manter o ambiente de trabalho limpo;

limpo, organizado, sem desperdícios e produ-

4. Seiketsu (Sanitizing): Senso de saúde ou melhoria contínua.

tivo. Tem também a finalidade de assegurar a

Trata das ações que visam à manutenção e melhoria da saúde do

implantação da qualidade e da produtivida-

trabalhador e das condições sanitárias do ambiente de trabalho.

de nos serviços prestados, bem como a me-

Como melhoria contínua, aplica-se o princípio do kaizen, melho-

lhoria na qualidade de vida dos funcionários.

ria e padronização de processos;

Essa ferramenta é uma versão ociden-

5. Shitsuke (Self-disciplinning): Senso de autodisciplina. É im-

tal do Programa 5S, consolidado no Japão

portante que seu desenvolvimento seja resultante do exercício da

na década de 1960, quando se notou que

disciplina inteligente, que é a demonstração de respeito a si próprio

as fábricas japonesas eram muito sujas e

e aos outros. Para satisfazer esse estágio, é necessário ter atendi-

desorganizadas. Alguns autores citam que

do bem aos quatro princípios anteriores. Trata da revisão e manu-

o programa foi sistematizado por Kaoru

tenção dos padrões.

Ishikawa, engenheiro químico japonês, no

Como principais benefícios do programa, podemos destacar:

período pós-guerra.

• Valorização da qualidade de vida;

O Programa 5S objetiva uma mudança

nandaramos8@gmail.com

comportamental na organização, por meio

Farmacêutica, empresária e diretora da Ascoferj

de uma metodologia educacional e consen-

• Desenvolvimento da responsabilidade pessoal e do grupo; • Aumento da autoestima por meio da autoaceitação e da aceitação do próximo;

sual, diferente do housekeeping, que é volta-

• Comunicação interpessoal mais assertiva;

do para os resultados práticos da empresa,

• Maior incentivo ao trabalho em grupo;

visando às melhorias no ambiente por de-

• Consciência e valorização em relação à preservação do meio

terminação de padrões e cultura. A denominação 5S é devido às cinco atividades iniciadas pela letra “S” em japonês, que são:

ambiente; • Manutenção de um ambiente de trabalho mais limpo e organizado, com melhor uso e conservação da infraestrutura; • Redução de retrabalho, melhor produtividade;

1. Seiri (Sorting): Senso de utilização, se-

• Desenvolvimento de liderança por meio da atuação em posições

leção e organização. Trata da escolha corre-

democráticas e receptivas em negociações dentro do processo;

ta de ferramentas e materiais para estarem

• Desenvolvimento de autodisciplina, para que tudo o que foi

presentes no ambiente de trabalho; 2. Seiton (Systematizing): Senso de ordenação e classificação. Dá foco à neces-

44

sidade de manutenção de um ambiente de trabalho organizado;

Revista da Farmácia · Janeiro-Fevereiro 2016

aprendido e implantado possa ter continuidade. Com esses benefícios, a empresa se transforma em um ambiente mais saudável para os colaboradores, clientes e fornecedores.



profissão

Farmacêutico é peça-chave para indústrias do setor Empresas desenvolvem iniciativas que auxiliam no trabalho do profissional no ponto de venda

O

O farmacêutico que atua nas farmácias

e drogarias do País exerce um papel fundamental nos cuidados com a saúde da população. Não é à toa que sua presença é obrigatória nesses estabelecimentos. É ele o profissional de saúde mais próximo ao paciente, que auxilia e orienta sobre os medicamentos, ajuda na melhor maneira de seguir um determinado tratamento e colabora na redução de riscos durante o uso de diferentes remédios. Por isso, cada vez mais, a indústria farmacêutica tem depositado total confiança nesse profissional. A função dele dentro da farmácia é uma extensão do trabalho que as indústrias farmacêuticas realizam quando produzem medicamentos. A diretora Comercial da Sandoz, Erica Sambrano, comenta que o farmacêutico agrega em suas atribuições o conhecimento dos medicamentos e das terapias, e a sua responsabilidade é garantir que eles sejam utilizados de forma correta. “Reconhecemos que o farmacêutico tem esse papel. E, por isso, é nosso dever, como indústria, informações que garantam a realização de um atendimento seguro e eficaz junto ao paciente que chega à farmácia”, diz Erica.

46

Revista da Farmácia · Janeiro-Fevereiro 2016

SHUTTERSTOCK

investir na educação dele, munindo-o de


profissão A Sandoz possui diferentes ações com foco no farmacêutico.

Para ele, um dos papéis da indústria é

“Realizamos treinamentos presenciais e pela internet com o in-

o de tornar pública a função desse profis-

tuito de mantê-lo atualizado, sem dúvidas e capacitados para o

sional por meio de ações que tornem o far-

atendimento ao consumidor final. Também oferecemos cursos

macêutico uma referência dentro da farmá-

de extensão em Farmácia em parceria com a Universidade Esta-

cia. “Para isso, precisamos capacitá-lo. Uma

dual de Londrina. E temos publicações orientando sobre atendi-

de nossas iniciativas é o Academis, proje-

mento, exigências legais e a correta dispensação de medicamen-

to de consultoria e capacitação presen-

tos”, enumera. Outra iniciativa destacada pela diretora é o projeto Caravana Sandoz, que tem a proposta de percorrer vários pontos do Brasil levando novos conhecimentos às farmácias independentes por meio de treinamentos. “A ideia desse projeto é qualificar também balconistas, farmacistas e gestores”, acrescenta.

Impacto nas contas públicas Segundo o diretor de Primary Cary da GlaxoSmithKline (GSK), Isaac Jarlicht, o maior desafio para a indústria farmacêutica é fazer com que o paciente tome a medicação no período indicado pelo médico, especialmente aqueles de uso contínuo. “Existem algumas doenças em que os sintomas acabam desaparecendo logo após o início do tratamento, e o paciente entende que está curado, mas

Consideramos de extrema importância aprofundar os conhecimentos de determinadas enfermidades e seus respectivos tratamentos para que os farmacêuticos estejam aptos para o excelente atendimento ao cliente final.

não está. O papel do farmacêutico é exatamente o de contribuir para a continuidade desse tratamento”, afirma. A GSK promove capacitação para a classe farmacêutica em algumas redes de farmácia com foco em produtos e doenças. “Con-

Isaac Jarlicht Diretor de Primary Cary da GlaxoSmithKline (GSK)

sideramos de extrema importância aprofundar os conhecimentos de determinadas enfermidades e seus respectivos tratamentos

cial, que também é voltado para gestores

para que os farmacêuticos estejam aptos para o excelente atendi-

e proprietários de drogarias. A iniciativa já

mento ao cliente final”, defende.

qualificou mais de 54 mil participantes em

O papel do farmacêutico que atua em farmácias e drogarias

todo o Brasil”.

extrapola os muros do estabelecimento e chega à esfera públi-

Damont ressalta outra ação da EMS, o

ca, pois o seu trabalho permite a redução dos gastos do governo

Programa Onda Azul, que acompanha de

com o sistema público de saúde. O paciente passa a não buscar

perto a rotina nos pontos de vendas. “O

inúmeras vezes pelas unidades de atendimento porque faz uma

nosso objetivo é entender as necessida-

boa gestão do medicamento com a orientação do farmacêutico

des dos clientes para que possamos ofere-

e, consequentemente, consegue dar continuidade ao tratamento.

cer soluções que auxiliem os farmacêuticos

“Ele é capaz de fornecer o melhor acompanhamento farmaco-

nos desafios diários”, garante.

terapêutico e indicar alternativas mais acessíveis ao bolso e com a

A EMS também patrocina, desde o início

mesma qualidade, segurança e eficácia dos medicamentos pres-

de 2015, o aplicativo Kairos EMS, voltado

critos pelo médico, como é o caso dos genéricos. E ainda incenti-

ao público farmacêutico com informações

va a adesão ao tratamento até a cura”, diz o diretor Comercial da

sobre os medicamentos comercializados no

Unidade de Genéricos da EMS, Aramis Domont.

Brasil, oferecendo cursos online.

Revista da Farmácia · Janeiro-Fevereiro 2016

47


ponto de vista

É isso que queremos? Farmácias independentes devem avaliar o mercado e definir o melhor modelo de negócio para elas

DIVULGAÇÃO

A Mauro Pacanowski mauro@pacanowski.com.br

Professor e consultor da FGV

A discussão do momento refere-se ao

cas de exposição e rentabilidade de mercadorias. Elas têm capa-

novo modelo de negócios e à abertura e fle-

cidade financeira para rapidamente fazer mudanças e investir em

xibilização da comercialização de diversas

treinamento e adequação de mobiliário. Têm poder de barganha

mercadorias nas farmácias e drogarias. Essa

e força publicitária. Negociam diretamente com as maiores com-

conversa vem se desenrolando nos bastido-

panhias farmacêuticas. Podem investir na marca, negociar preço

res políticos e empresariais a reboque das

mais competitivo e mudar o conceito e o modelo de negócios de

grandes redes de varejo farmacêutico e da

farmácia e drogaria. Portanto, podem determinar as regras do jogo.

Abrafarma. É evidente que, para as gran-

Em relação aos menores, quais os recursos disponíveis para

des, a vantagem de criar e desenvolver um

fazer frente à nova forma de trabalhar? Terão recursos suficientes

novo modelo de negócios e abrir o mercado

para comprar medicamentos, HPC e ainda novos itens? Dispõem

representa um aumento de faturamento e

de espaço suficiente e pessoal qualificado para a prática da aten-

uma oportunidade de diversificação, além

ção e assistência farmacêutica em sua plenitude?

de espremer os empresários independentes para uma porta sem saída. Para as farmácias independentes, re-

ção, de outro, pretendem desenvolver. A regulação, cada vez mais

presenta a marcha para o abismo. Por quê?

intensa, obriga a uma rigidez de atuação fortemente relacionada

Vamos analisar a posição das maiores redes

à assistência farmacêutica e aos processos de saúde, afinal a far-

sob o aspecto tecnológico, ou seja, maior e

mácia é um estabelecimento de saúde, assim considerado por lei,

completa automação e informatização per-

o que é frontalmente contestado pelo novo discurso, mais abran-

mitem conhecer melhor o cliente, o esto-

gente e empresarial.

que, a comercialização, a logística e a gestão.

As independentes ficam ao sabor do vento e, muitas vezes,

Representam maior profissionalização da

aderem ao discurso das grandes redes, acreditando que a saída

equipe, maior valorização dos funcionários

para aperfeiçoar os negócios é, de fato, a diversificação. Essa ar-

e maior credibilidade junto a fornecedores.

madilha deve ser combatida e discutida nos sindicatos e associa-

As grandes redes estão bem localiza-

48

O grande problema está no modelo de negócio que os empresários das grandes corporações, de um lado, e os órgãos de regula-

ções, de forma a buscar um modelo de consenso.

das, têm lojas mais amplas e layoutização

Somente aqueles independentes altamente capitalizados ou

diferenciada. Recorrem inúmeras vezes à

reunidos em modelos de cooperação, com parcerias fortes, po-

consultoria especializada, bem como aos

dem atender ao que está surgindo no mercado. Acredito ser hora

estudos e pesquisas desenvolvidos por

de o empresariado independente, força que representa 70% do

empresas de grande porte e pelas próprias

setor, ter a ousadia e o discernimento necessários para avaliar essa

indústrias farmacêuticas e de cosméticos,

questão de forma mais técnica e pensar qual é melhor modelo de

usufruindo, nesse caso, as melhores técni-

negócio para o seu caso.

Revista da Farmácia · Janeiro-Fevereiro 2016



consultora farmacêutica

Novos desafios da profissão É preciso assumir as responsabilidades de orientar, educar e promover a saúde das pessoas

HUMBERTO TESKI

O

50

Os novos desafios para valorização do farmacêutico come-

lidade, que serve como referencial de boas

çam pelo entendimento de que é preciso reconhecer o momento

práticas e funciona como base para um pos-

pelo qual a profissão atravessa e aceitar as profundas transforma-

sível processo de expansão.

ções que as últimas resoluções estabeleceram, contribuindo para

Talvez, nas capitais e nos grandes cen-

abalar a identidade desse profissional. Atualmente, não é tão fácil

tros, ainda não esteja tão claro o quanto a

reconhecer quem é o farmacêutico, pois a imagem do profissio-

farmácia pode contribuir para a saúde da

nal que pesquisa, desenvolve, manipula e dispensa medicamen-

população, mas, quando pensamos em

tos ficou defasada.

locais mais distantes, onde o cuidado em

Ser reconhecido apenas como “o profissional do medicamen-

saúde é um privilégio de poucos, percebe-

to” já não cabe mais. É primordial assumir as responsabilidades de

mos o quanto o serviço de um farmacêuti-

orientar, educar e promover a saúde das pessoas. A atuação clíni-

co pode fazer a diferença para as pessoas,

ca do farmacêutico vai além do âmbito hospitalar e chega às far-

evidenciando a importância da farmácia co-

mácias comunitárias, onde, por meio da consulta farmacêutica, o

munitária como local de saúde.

profissional tem a oportunidade de identificar possíveis problemas

Falta ainda identificar o modelo ideal a

relacionados aos medicamentos, bem como orientar e indicar pro-

ser implantado pelos diversos estabeleci-

dutos e serviços de saúde na intenção de garantir a efetividade dos

mentos, tendo em vista a grande dimensão

Ana Lucia Caldas

tratamentos e a qualidade da atenção farmacêutica. Dessa forma,

do nosso território e as diferenças econô-

analulcaldas@gmail.com

o farmacêutico coloca em prática o lado humanístico da profissão,

micas e culturais de cada região. Entender

Farmacêutica, gerontóloga e especialista em atenção farmacêutica.

com foco na atenção primária e com atitudes que requerem uma

as peculiaridades locais, os desafios e as

maior autonomia e conhecimentos suficientes para tomar impor-

oportunidades de acordo com o perfil do

tantes decisões, que cabem ao profissional de saúde, com total

consumidor e das comorbidades mais pre-

responsabilidade sobre seus pacientes.

sentes deve ser prioridade para o sucesso

Assim, fica fácil entender que a atenção farmacêutica é uma

da clínica farmacêutica no estabelecimento.

arma poderosa para transformar e melhorar a qualidade da saú-

Talvez seja necessário desconstruir o

de das pessoas, resultando em benefícios, entre eles, atendimen-

modelo que, nos últimos tempos, tentamos

to personalizado, melhor controle das doenças e facilidade para

copiar ou adaptar de farmácias estrangeiras.

seguir o plano de cuidados planejado.

Somente depois de um profundo estudo,

Para a farmácia, além de aumentar o fluxo de pessoas, esse

será possível elaborarmos um modelo de

atendimento diferenciado pode proporcionar maior fidelização

farmácia e de atendimento farmacêutico que

e retenção de clientes, mostrando-se como o grande diferencial

contemple todos os requisitos necessários,

diante da concorrência e, principalmente, o reflexo de um modelo

de forma a garantir a eficiência e a qualida-

de gestão sustentável e inspirador. Essa farmácia não é necessa-

de das farmácias e do trabalho dos farma-

riamente a que mais fatura, porém tem uma performance de qua-

cêuticos em prol da saúde da população.

Revista da Farmácia · Janeiro-Fevereiro 2016



planejamento financeiro

Bom para o bolso e para a saúde Especialista orienta sobre a melhor maneira de dar o pontapé inicial e se organizar financeiramente

P

Planejamento financeiro, como o pró-

Employee Education Foundation (PFEEF), de 2012, mostram que

prio nome já diz, serve para organizar todas

29% das pessoas que têm problemas financeiros sofrem de an-

as receitas e despesas, tanto aquelas que já

siedade aguda e 23% têm depressão profunda.

passaram como as que estão por vir, para

Diante desses dados, surge um questionamento: mesmo com

que se tenha um controle rigoroso sobre as

o País em crise, é possível o empresário se organizar e começar um

finanças. Assim, evitam-se as compras por

planejamento financeiro eficaz, de forma que conquiste estabili-

impulso que possam resultar em endivida-

dade em longo prazo? “É perfeitamente possível, mas, para isso,

mentos inesperados.

primeiramente, é fundamental começar a evitar gastos desneces-

Organizar o dinheiro vai muito além da contribuição para o sucesso material, pois

tivo da GSM Financial, Guido Mello.

ele permite um bom desenvolvimento no

A primeira lição é que sempre deve existir no orçamento uma

campo profissional e pessoal. Pesquisas

reserva para ser poupada. Se 100% da renda estiver comprometi-

mostram que pessoas com problemas fi-

da, é hora de ligar o alerta vermelho e pensar em maneiras de mu-

nanceiros tendem a ser menos produtivas

dar a situação. Caso contrário, não será possível garantir a tão so-

e têm mais problemas de saúde. Um estu-

nhada estabilidade daqui a alguns anos.

do da Northwestern Mutual, de 2014, pesqui-

O controle das despesas é fundamental. Por isso, Mello suge-

sa que explora dados sobre planejamento

re registrar, semanalmente em uma planilha, gastos diários, des-

financeiro nos Estados Unidos, identificou

pesas futuras, valor do salário e possíveis rendimentos extras, uma

que quanto mais disciplina a pessoa tem no

forma de chegar ao fim do mês no azul. É aconselhável também

campo financeiro, mais segura ela estará, o

guardar os registros das compras efetuadas, pesquisar o melhor in-

que é um ponto a favor para o alcance das

vestimento para aquele dinheiro que está parado no banco, com-

metas pessoais e profissionais.

parar os preços antes de comprar os produtos, adquirir somente

Outra pesquisa, dessa vez da Price Water House Coopers (PWC), de 2013, sobre a

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sários e dar início a uma reserva financeira”, afirma o diretor Execu-

o que for necessário, pagar à vista quando existir vantagem e usar cartão de crédito em último caso.

relação dos indivíduos com o dinheiro, re-

De acordo com Guido Mello, para assegurar um bom padrão

vela que 23% dos funcionários dedicam

de vida e uma boa aposentadoria é preciso iniciar o planejamen-

algum tempo durante o expediente pen-

to financeiro bem cedo. “Costumo dizer que envelhecer é obriga-

sando sobre os problemas financeiros, o

tório, mas continuar trabalhando é opcional. Quanto mais cedo a

que diminui a produtividade no trabalho,

pessoa iniciar o processo da aposentadoria, mais tempo terá para

comprometendo assim a vida profissional.

contribuir e, logo, o investimento mensal será menor, o que já é

Além disso, estudos da Personal Finance

um facilitador para os dias atuais”, explica.

Revista da Farmácia · Janeiro-Fevereiro 2016


planejamento financeiro Cinco opções de investimento para uma aposentadoria tranquila Previdência privada aberta Os planos individuais Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL) e Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL) são boas opções para quem tem menos de 30 anos, pois nessa faixa etária é possível fazer aportes menores e construir uma boa reserva. Mas nada impede que maiores de 30 façam a adesão. Ao contratar o plano, é preciso observar se as taxas cobradas não consomem boa parte dos rendimentos.

Fundos de pensão coletivos São entidades fechadas de previdência, organizadas por empresas ou grupos de empresas, com o objetivo de realizar investimentos para garantir uma complementação da aposentadoria aos empregados que aderirem ao plano. O dinheiro investido forma um patrimônio que é aplicado em imóveis, ações e renda fixa, dentro de limites estabelecidos pelo Banco Central. Quando o empregado se aposenta, passa a receber o benefício mensalmente. Se sair da empresa, tem direito de retirar a parte que contribuiu.

Renda variável (ações e fundos imobiliários) Investir em renda variável em longo prazo pode garantir rendimentos mais robustos no futuro, apesar dos riscos implicados. Nessa categoria, dois mercados são indicados: ações de empresas e fundos imobiliários. Quem não tem familiaridade com o mercado de capitais pode apostar em empresas que costumam oscilar menos na Bolsa de Valores. Quando se trata de criar um patrimônio, é preciso levar em conta também o pagamento dos dividendos e a parte do lucro da empresa distribuída entre os acionistas.

Carteira de investimento É quando você aplica seu dinheiro em um conjunto de investimentos. É o gestor do fundo quem escolhe as aplicações possíveis de serem feitas, acompanhando o resultado. Todo fundo tem um regulamento e uma política de investimento que estabelece os limites que o gestor deve obedecer, determinando onde pode ou não investir o dinheiro dos cotistas. Algumas das aplicações disponíveis são: ações, CDBs (títulos de crédito emitidos por bancos), títulos públicos, derivativos, debêntures, entre outros.

Papéis de longo prazo do Tesouro Nacional Os Papéis do Tesouro Direto atrelados ao Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) são apon-

-

tados como alternativa de investimento com bons rendimentos em longo prazo. É o caso das Notas do Tesouro Nacional, série B (NTN-B), com títulos que vencem até 2045. Eles remuneram a -

FREEPIK

variação da inflação no período, mais uma taxa fixa de juros, combinada no momento da compra dos papéis. A liquidez também é alta, significando que o capital pode ser resgatado a qualquer momento. A maior vantagem desses títulos é que eles não cobram taxa de administração. FONTE: ECONOMIA.IG

Revista da Farmácia · Janeiro-Fevereiro 2016

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planejamento financeiro Nesse caso, é preciso pensar em um horizonte de investimento de, pelo menos,

sulta em uma aposentadoria tranquila e com excelente padrão de vida”, reforço Mello.

30 anos. Importante lembrar que o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) tem

Apps que facilitam o controle

o teto mensal de pouco mais de R$ 4 mil.

Com os aplicativos desenvolvidos para celulares ficou mais fá-

Então, os empresários com rendimentos

cil se organizar financeiramente. São muitas as opções. Para Jorge

bem acima disso não podem contar ape-

Luiz Binow, sócio e diretor da Easyme Tecnologia e Inovação, cria-

nas com a aposentadoria do INSS. É pre-

dora do aplicativo Meu Dinheiro, ter organização financeira é fun-

ciso ter uma renda extra. Existem diversos

damental para o sucesso de qualquer pessoa. “Pensando exata-

planos de previdência privada que possibi-

mente naqueles que buscam fazer um planejamento financeiro de

litam estipular o valor complementar que

maneira prática, desenvolvemos o aplicativo Meu Dinheiro. Além da

desejam no futuro. Dependendo do plano

facilidade, o sistema pode ser usado em qualquer lugar, bastando

de previdência privada, o empresário con-

apenas estar conectado à internet”, afirma.

segue abater até 12% do Imposto de Ren-

Por meio do aplicativo, é possível cadastrar todas as contas a

da. “Indiscutivelmente, um bom plano re-

serem pagas, sejam elas fixas ou eventuais, definir e acompanhar metas de orçamento, importar extratos bancários, receber avisos de vencimentos das próprias contas por e-mail, entre outros recursos. “Para usufruir essas vantagens, é preciso fazer um cadastro

Entenda as regras da nova aposentadoria

simples, utilizando um e-mail e criando uma senha de acesso. A

A nova regra de cálculo das aposentadorias por tem-

partir daí, o cliente tem a opção de utilizar uma versão inteiramen-

po de contribuição foi estabelecida pela Lei 13.183 já

te gratuita ou experimentar as versões pagas”, detalha.

está em vigor. Agora, o cálculo levará em consideração

Ainda segundo ele, o Meu Dinheiro pode ser usado por qualquer

o número de pontos alcançados somando a idade e o

pessoa e de qualquer idade, já que seu manuseio é muito simples.

tempo de contribuição do segurado – a chamada Regra

“Dessa maneira, uma família inteira pode participar da administra-

85/95 Progressiva. Além da soma dos pontos é neces-

ção das finanças, o que é um bom mecanismo de educação finan-

sário também cumprir a carência, que corresponde ao

ceira para os filhos”, frisa Binow.

quantitativo mínimo de 180 meses de contribuição para

O Easyme conta com mais de 100 mil usuários cadastrados, e

as aposentadorias. Alcançados os pontos necessários,

o aplicativo Meu Dinheiro, lançado no fim de 2011, tem mais de cin-

será possível receber o benefício integral, sem aplicar

co mil pessoas conectadas. “Elas podem ficar tranquilas quanto à

o fator previdenciário. A progressividade ajusta os pon-

segurança das informações inseridas. As mesmas trafegam cripto-

tos necessários para obter a aposentadoria de acordo

grafadas, evitando que esses dados possam ser lidos mesmo que

com a expectativa de sobrevida dos brasileiros. Até 30

sejam interceptados por outra pessoa”, acrescenta.

de dezembro de 2018, para se aposentar por tempo de

Diversos outros aplicativos estão disponíveis para serem baixa-

contribuição, sem incidência do fator, o segurado terá de

dos, cumprindo o papel de ajudar no controle dos gastos, organizar

somar 85 pontos, se mulher, e 95 pontos, se homem.

as economias e dar dicas de como poupar dinheiro. Por exemplo,

A partir de 31 de dezembro de 2018, para afastar o uso

o Jimbo Mobile, em que o usuário anota todos os gastos nomean-

do fator previdenciário, a soma da idade e do tempo

do cada um e inserindo a data, a forma de pagamento e o valor;

de contribuição terá de ser 86, se mulher, e 96, se ho-

o Finanças Pessoais, que permite que o usuário faça várias contas,

mem. A lei limita esse escalonamento até 2026, quan-

gerenciando-as; o Minhas Economias, em que os usuários conse-

do a soma para as mulheres deverá ser de 90 pontos

guem fazer orçamentos, evitando o desperdício; e o Gestor Finan-

e, para os homens, 100. Mais detalhes no site da Previ-

ceiro, que mostra, por meio de um gráfico, que tipo de gasto con-

dência Social: www.previdencia.gov.br.

some mais o dinheiro da pessoa.

FONTE: PREVIDÊNCIA SOCIAL

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