Edição maio/junho 2016

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Ano 25 · Edição 192 · Maio-Junho 2016

Vigilância Sanitária Anvisa

CRF-RJ

Mais solução, menos problema Ascoferj traz novos recursos para associados na área de assuntos regulatórios

JURÍDICO

ESPORTE

FARMÁCIA CLÍNICA

Taxa Única de Serviço é revogada e perde efeito

Olimpíadas podem oxigenar a economia local

Redes investem em consultórios farmacêuticos

CFF



opinião

Farmácias: estabelecimentos de saúde e atividade comercial demia de dengue, zika e chikungunya e com o aumento dos casos de gripe H1N1, chamada popularmente de gripe suína. As

bombardeados por todas as formas de mí-

estatísticas apontam para o crescente número de óbitos entre a

dia sobre o grave momento em que vive-

população. Portanto, também é nossa responsabilidade ocupar

mos. Problemas que são oriundos da falta

o papel de estabelecimentos e profissionais de saúde na guer-

de gestão pública, corrupção e impunida-

ra contra esse surto.

de, com a conivência dos poderes Legislativo, Executivo e Judiciário.

As farmácias, as drogarias e os farmacêuticos estão presentes em todas as regiões do Brasil, inclusive onde não existem hospi-

Entretanto, gostaria de me ater à ques-

tais, médicos, postos de saúde. O setor precisa se mobilizar para

tão da desordem instalada na saúde pública

conquistar de vez esse espaço na sociedade, de modo que possa

nas esferas municipais, estaduais e federal,

promover, legalmente, campanhas de vacinação para a popula-

inclusive no sistema privado, face à preca-

ção, juntamente com as demais redes de atendimento do governo.

riedade que vai da infraestrutura básica até o atendimento mais complexo.

Por isso, vamos promover, em junho, um simpósio, na cidade do Rio de Janeiro, envolvendo os principais atores dessa dis-

HUMBERTO TESKI

É

É redundante falar sobre o tema da

atual crise que atravessamos, pois somos

Indignamo-nos diariamente com os

cussão, a fim de discutir as reais possibilidades de contribuição

noticiários em todo o País, que mostram

dos estabelecimentos farmacêuticos no combate às epidemias.

cidadãos pelos corredores dos hospitais,

Temos elementos estratégicos para a prestação do serviço de

Luis Carlos Marins

emergências superlotadas, onde faltam me-

vacinação à população. As pessoas serão beneficiadas devido

Presidente da Ascoferj

dicamentos, equipamentos, aparelhagens

à capilaridade das farmácias, à orientação farmacêutica, à pre-

necessárias e profissionais da área de saú-

venção por meio da educação, à acessibilidade econômica e à

de pessimamente remunerados, prestan-

própria vacinação.

do atendimento desumanizado. Os planos

É necessário que as lideranças do setor empresarial, os profis-

de saúde estão cada vez mais inacessíveis à

sionais farmacêuticos e os órgãos regulatórios se unam em favor

população devido ao crescente desempre-

dessa população tão sofrida e carente de primeiros socorros. Eu

go, inflação descontrolada e juros abusivos.

acredito que a farmácia ainda será reconhecida como um estabe-

Enfim, chegamos ao caos total.

lecimento de saúde e atividade comercial ao mesmo tempo. De

Diante de todos esses problemas, a situação se agrava com a explosão da epi-

alguma forma, vamos descobrir um meio de conciliar essas duas atividades sem prejuízo ao negócio e à sociedade.

Quer saber mais?

Mande um e-mail para marins@ascoferj.com.br

Revista da Farmácia · Maio-Junho 2016

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carta da editora

Sediar as Olimpíadas pode ser bom para a economia

E

Estamos literalmente de cabeça para

e Marketing, Fábio Wolff, “o momento é de crise. Por isso, se-

baixo. O País, a economia, a política, a cre-

diar as Olimpíadas pode ser bom para a economia”, disse à Re-

dibilidade internacional, tudo de pernas para

vista da Farmácia. Por isso, preparamos uma matéria completa

o ar. Definitivamente, não estamos em um

com dicas sobre como potencializar as vendas durante os Jogos

bom momento. O setor farmacêutico, por

Olímpicos, em agosto.

sorte ou competência, ainda consegue man-

Esta edição traz também uma matéria sobre a mobilização na-

ter uma performance melhor do que outros

cional contra dengue, zika e chikungunya promovida por farmacêu-

segmentos, mas a nuvem da preocupação

ticos e farmácias, uma iniciativa do Conselho Federal de Farmácia

já começa a pairar sobre a cabeça de mui-

e da Sociedade Brasileira de Farmacêuticos e Farmácias Comuni-

tos empresários. Como será nosso futuro?

tárias. “Visitamos farmácias e drogarias, distribuindo cartilhas de

Por ora, ninguém sabe responder.

bolso sobre condutas a serem tomadas com pacientes com sus-

No meio de todo esse turbilhão, temos uma única certeza: o Rio vai sediar

Viviane Massi

revistadafarmacia@ascoferj.com.br Editora

peita ou diagnóstico confirmado”, contou Carmen Iris Tolentino, presidente da Sociedade.

as Olimpíadas. Elas não vão resolver os

E, para fechar esse editorial, sugerimos a leitura da matéria de

problemas, que são grandes e de propor-

capa, que detalha os novos serviços oferecidos pelo Departamen-

ções nacionais, mas podem ajudar o cario-

to de Assuntos Regulatórios da Ascoferj. Em meio a tanta preocu-

ca a sobreviver ao tsunami político e eco-

pação, é bom saber que existem instituições pensando em como

nômico que chegou fazendo estragos. Na

melhorar o desempenho das empresas.

opinião do sócio diretor da Wolff Sports

FUNDADOR

Boa leitura!

DESDE MAIO DE 1991

Ruy de Campos Marins

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FALE COM A REDAÇÃO revistadafarmacia@ascoferj.com.br (21) 99827-2867

PRESIDÊNCIA

COLABORAÇÃO

Luis Carlos Marins

Ana Paula Silva

JORNALISTA RESPONSÁVEL E EDITORA

REVISÃO

Rua do Carmo, 9, grupo 501

Viviane Massi MTB 7149/MG

Agnes Rissardo

Centro - Rio de Janeiro/RJ

COMISSÃO EDITORIAL

ARTE

CEP 20011-020

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Quadratta Comunicação & Design

TELEFAX

Fernando Gaspar | Lucia Gadelha

PERIODICIDADE

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Mauro Pacanowski | Marcos Assumpção

Bimestral

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sumário

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Vigilância Sanitária Anvisa

CRF-RJ

entrevista Marcelo Fernandes, da Dermage, analisa o mercado de dermocosméticos

CFF

capa Ascoferj divulga novos serviços na área de assuntos regulatórios

32 esporte Olimpíadas podem alavancar vendas no canal farma durante o evento

6 7 8 14 16 18 20 26 28 36 40 44 48 54 56

agenda lançamentos boa leitura panorama jurídico ponto de venda licença sanitária circuito ponto de vista mercado negócios gestão de pessoas mobilização farmácia clínica saúde

52 parceria Como empresário e farmacêutico podem conviver em harmonia

Visite o site da Ascoferj Nele, você encontra os benefícios e os serviços oferecidos pela entidade, além de informações sobre cursos, palestras e eventos de sua área. Acesse: www.ascoferj.com.br

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agenda

Programe-se Dicas de beleza A Ascoferj, em parceria com a Embelleze, realizará o curso Embelleze Ensina como VenISTOCKPHOTO

der Mais no Segmento de Beleza, no dia 15 de junho, no Rio de Janeiro. O objetivo do encontro é capacitar os profissionais do varejo farmacêutico para que possam atingir as metas, encantando os clientes. Mais informações: www.ascoferj.com.br.

Exercício da profissão farmacêutica Atuação Farmacêutica e Ética Profissional é o tema da palestra que a Ascoferj realizará no dia 15 de junho, em Cabo Frio. O encontro será ministrado pela farmacêutica e conSHUTTERSTOCK

sultora da Ascoferj, Ana Lucia Caldas. Na ocasião, a profissional falará sobre a atuação do farmacêutico no mercado de trabalho e do exercício da ética. Essa mesma palestra será apresentada no dia 13 de julho, no Rio de Janeiro. Mais informações: www.ascoferj.com.br.

Aplicação de Injetáveis Nos dias 21, 22 e 23 de junho, acontecerá mais um curso de Aplicação de Injetáveis, das SHUTTERSTOCK

14h às 18h, na Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ), localizado na Rua da Candelária, 9, Mezanino, Centro do Rio de Janeiro. O investimento é de R$ 190 para associados e R$ 336 para não associados. Mais informações: www.ascoferj.com.br.

Prepare a farmácia para a visita do fiscal No dia 13 de julho, a Ascoferj realiza a palestra Como Manter a Documentação da Farmácia Organizada para Quando o Fiscal Chegar, ministrada pela farmacêutica com vasta experiência em consultoria sobre assuntos regulatórios, Betânia Alham, em Cabo Frio. ISTOCKPHOTO

O encontro é gratuito e visa apresentar maneiras de organizar os documentos que são solicitados pelos órgãos fiscalizadores durante a visita de um fiscal à farmácia. Mais informações: www.ascoferj.com.br.

Conbrafarma acontece em agosto A sexta edição do Congresso Brasileiro do Varejo Farmacêutico (Conbrafarma) acontece entre os dias 2 e 3 de agosto, na Expocenter Norte, em São Paulo. O evento é referência por ser voltado, principalmente, aos profissionais do canal farma que lidam diariamente com seus produtos junto aos consumidores nos pontos de vendas. Mais informações: conbrafarma.com.br

Inscrições em cursos, palestras e eventos da Ascoferj: www.ascoferj.com.br Informações e inscrições de grupos: inscricao@ascoferj.com.br Pague sua inscrição com PagSeguro.

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lançamentos

Limpeza facial A L’Oréal Paris acaba de lançar a Água Micelar, uma solução de limpeza facial 5 em 1: limpeza, remoção de maquiagem, purificação, suavização e reequilíbrio. O produto, testado dermatologicamente e oftalmologicamente, pode ser usado no rosto, lábios e olhos. A água deve ser aplicada para limpeza diurna, antes de qualquer produto, inclusive do filtro solar, e também para a remoção de impurezas à noite. O preço sugerido é de R$ 29,90. SAC: 0800 701 6992

Gel cicatrizante A EMS amplia a linha de dermocosméticos e lança o Cicatenol Derma, um gel hidratante e umectante desenvolvido para a pele com cicatrizes. A sua fórmula é composta de dexpantenol, alantoína e extratos naturais. O resultado é a união de agentes cicatrizantes com um potente hidratante de rápida absorção e toque seco, que agem diretamente na regeneração da pele e suavização de marcas de cicatrizes. SAC: 0800 191 914

Genérico para infecções A Medley anuncia o lançamento do primeiro genérico da companhia em 2016, o cloridrato de ciprofloxacino, antibiótico indicado para o tratamento de infecções complicadas e não complicadas, como doenças do trato respiratório, otite média e sinusite, olhos, rins e trato urinário. O medicamento pode ser encontrado na concentração de 500 mg, com embalagem de 7 a 14 comprimidos revestidos. SAC: 0800 729 8000

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boa leitura Administração de conflitos Ernesto Artur Berg - Editora Juruá Esse livro mostra, de forma prática e objetiva, como abordar e solucionar os conflitos com colegas, chefias e subordinados, bem como entre equipes, no ambiente de trabalho. Assuntos como os três tipos de conflitos, as cinco formas de abordar e resolver divergências, o uso da comunicação eficaz nos conflitos, os três estágios dos conflitos interpessoais e o gerenciamento de conflitos nas mudanças são tratados de maneira clara e direta, fornecendo técnicas e instrumentos eficazes para eliminar os conflitos organizacionais.

O futuro da mente Michio Kaku – Editora Bizâncio O futuro da mente desvenda o elemento mais intrigante de todo o universo: o cérebro. Graças a computadores de última geração e a aparelhos modernos de varredura cerebral, o que era apenas ficção científica está se tornando realidade. Tecnologias antes consideradas impossíveis, como gravar memórias, filmar sonhos e movimentar objetos com o poder da mente já podem ser demonstrados em laboratório. De uma forma simples e acessível, Michio Kaku apresenta pesquisas incríveis da neurociência que estão sendo conduzidas em laboratórios do mundo. Examina o funcionamento do cérebro e mostra como tecnologias inovadoras vão mudar o nosso dia a dia.

Mudanças, razão das incertezas Introdução à gestão do conhecimento

Ricardo W Caldas e Carlos Alberto A. do Amaral – Cla Editora Esse livro trata da gestão do conhecimento, abordando como o processo de globalização afeta os conhecimentos dentro de cada empresa e o que cada organização pode fazer para acelerar o fluxo de informações internamente. Destaca ainda a velocidade das mudanças e como ela influencia as empresas. Trata ainda da profusão de informações a que temos acesso no cotidiano e como podemos gerenciar de forma produtiva o conhecimento.

A lei do Triunfo Napoleão Hill – Editora José Olympio Financiado pelo Magnata do Aço, Andrew Carnegie, o jovem jornalista de 25 anos Napoleon Hill começou, em 1908, a entrevistar homens de sucesso e a investigar suas carreiras. Tudo isso para detectar o que havia de especial neles e descobrir se existe o gene do sucesso. Ou talvez, uma lei que permita identificar em cada indivíduo o potencial para vencer na vida. Em duas décadas, Hill ouviu mais de 16 mil pessoas, entre elas os 500 milionários mais importantes da época. Pesquisou a vida de grandes inventores e pioneiros, como Thomas Edison, Graham Bell, Henry Ford, Roosevelt, George Eastman e Rockefeller. O resultado foi esse livro, com 16 lições práticas para o sucesso, que ensinou, pela primeira vez na história do mundo, o verdadeiro segredo para o sucesso pessoal.

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Marcelo Fernandes Diretor Comercial da Dermage® Skincare

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DIVULGAÇÃO

entrevista


entrevista

Todas querem ser lindas Mais de 90% das mulheres acima dos 40 anos estão dispostas a pagar mais de R$ 70 por produto dermocosmético, e a farmácia se apresenta como principal canal de venda

O

O segmento de dermocosmético terminou o ano de 2015 com R$ 2,3 bilhões em faturamento e mais de 56

milhões de unidades vendidas. Esse mercado tem crescido acima de dois dígitos e praticamente dobra de tamanho a cada cinco anos de acordo com dados da Close-Up® International. O publicitário, consultor e atual diretor Comercial da Dermage® Skincare, Marcelo Fernandes, que possui mais de 25 anos de experiência no mercado farmacêutico e passagens por empresas como Aché, Hypermarcas, L´Oréal e Nutrilatina, conversou conosco sobre o atual momento desse mercado e como tirar o melhor proveito dele. O profissional participará da ExpoPharma, em setembro. Leia a seguir. Revista da Farmácia: O que são dermocosméticos e como dife-

RF: E qual a diferença entre um dermocos-

renciá-los de um cosmético comum?

mético e um nutracêutico?

Marcelo Fernandes: Os dermocosméticos, também conhecidos

Fernandes: Os nutracêuticos, também co-

como cosmecêuticos, estão no intermediário entre medicamen-

nhecidos como nutricosméticos, são outra

to e cosmético, pois contêm ativos farmacológicos – substâncias

categoria bastante prescrita pela classe mé-

com propriedades medicinais – que agem nas partes mais profun-

dica e muito utilizada pelas consumidoras.

das da pele, produzindo melhorias de dentro para fora. Portanto,

As famosas “cápsulas da beleza”, geralmen-

são usados em tratamentos dermatológicos contra manchas, acne,

te, são utilizadas em tratamentos comple-

celulite, rugas, desidratação, entre outros. Uma segunda caracterís-

mentares ao tratamento cosmecêutico. O

tica desses produtos é a ausência de corantes e fragrâncias, além

profissional médico, especialmente os der-

de serem hipoalergênicos e não obstruírem os poros. Desenvolvi-

matologistas, são os que mais indicam esse

dos por meio de pesquisas científicas e amplamente testados em

tipo de produto.

laboratórios, os dermocosméticos são registrados como “grau 2” pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o que signi-

RF: Em um breve histórico, quando os der-

fica que são classificados como cosméticos, porém com efeito e

mocosméticos começaram a ganhar força

segurança comprovados cientificamente. A venda dessa catego-

no Brasil e o que motivou esse crescimento?

ria é quase uma exclusividade de farmácias e drogarias, podendo

Fernandes: Os dermocosméticos, muito

ser expostos fora do balcão e apresentando-se como uma grande

populares na Europa, chegaram ao Brasil

oportunidade para vendas complementares. A principal deman-

no fim do século XX, mais especificamente

da é proveniente do receituário médico, em especial de dermato-

em 1999, com a marca francesa Pierre Fa-

logistas, que, no Brasil, são mais de 10 mil.

bre. Em 2000, a La Roche-Posay entrou

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entrevista no País, seguida de empresas como Vichy,

do as orientações dos médicos. Estimo que, atualmente, existam

Roc, Galderma e Stiefel. Todas começaram

mais de seis mil pessoas que trabalham nessa função apenas no

a perceber a força da categoria nos pontos

varejo farmacêutico, apesar de ainda não ser regulamentada. Um

de venda, uma vez que os dermatologis-

dos projetos em que estou envolvido trata da criação do Dia da

tas, cada vez mais, prescreviam esse tipo

Dermoconsultora, uma consequência das mudanças que ocorre-

de produto. A Dermage, por exemplo, ex-

ram nos últimos anos.

plora esse conceito há mais de 20 anos. A partir de 2002, as grandes redes começa-

RF: Qual o tamanho desse mercado atualmente em relação a fa-

ram a criar espaços dermocosméticos nas

turamento e unidades vendidas, principalmente no varejo far-

lojas. Esse movimento também foi o início

macêutico?

do que podemos chamar de transformação

Fernandes: De acordo com informações obtidas do RM Mat Dez15,

no varejo farmacêutico, em que as farmá-

Close-Up®, mercado montado, existem 35 laboratórios com 1.462

cias e drogarias mudaram a visão de local

produtos e apresentações nessa categoria. O mercado de dermo-

relacionado à doença para um ambiente de

cosmético fechou 2015 com R$ 2,3 bilhões em faturamento e mais de 56 milhões de unidades vendidas. Desde o início, esse faturamento cresce acima de dois dígitos e praticamente dobra de tamanho a cada cinco anos. É um mercado bastante inovador, seja em

A partir de 2002, as grandes redes começaram a criar espaços dermocosméticos nas lojas. Esse movimento também foi o início do que podemos chamar de transformação no varejo farmacêutico.

função de novos produtos, seja simplesmente pelas novas apresentações e texturas. Nos últimos três anos, foram mais de 450 produtos lançados, que já representam 20% das venda de dermocosméticos. O mercado de nutricosméticos tem 17 empresas e 113 produtos disponíveis aos consumidores. Em 2015, foram quase R$ 500 milhões em faturamento e 6,6 milhões de unidades vendidas apenas em farmácias e drogarias. RF: Qual o perfil do consumidor? Fernandes: O cliente toma conhecimento do produto na consulta com o dermatologista. A partir daí, inicia-se um ciclo que acaba transformando o paciente em cliente no momento que ele entra

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saúde e bem-estar. As lojas começaram a

na farmácia e conhece a categoria. Em geral, 90% são mulheres,

criar espaços exclusivos para as marcas der-

com idade média de 44 anos, pertencentes às classes A e B e com

mocosméticas e modernizaram o layout in-

crescimento contínuo para a C. Estão dispostas a pagar acima de

terno com ambientes mais claros, fazendo

R$ 70 por um produto e visitam regularmente o dermatologista.

melhorias constantes no atendimento ao

O consumidor de dermocosmético possui outras características

consumidor por meio da capacitação e do

ímpares às quais a farmácia deve sempre estar atenta, entre elas:

treinamento da equipe de vendas. A partir

investem ao máximo nos cuidados com a pele, exigem qualida-

da demanda do cliente por mais informa-

de do produto e atendimento, querem produtos com resultados

ções, o mercado criou a função de dermo-

comprovados, buscam o máximo de informação antes de decidi-

consultora ou dermoconsultor, profissional

rem a compra e querem experimentar novas soluções. Portanto,

dedicado a gerar venda por meio da expe-

o varejo farmacêutico deve se adequar para atender a esse cliente

rimentação e do esclarecimento das dúvi-

de ótimo poder aquisitivo e que costuma ser fiel ao ponto de ven-

das dos consumidores, sempre respeitan-

da pelo serviço prestado.

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entrevista RF: Quais são as categorias mais vendidas?

R$ 9,90. Trata-se de uma linha de más-

Fernandes: Costumo destacar 15 categorias de importância para

caras faciais, inicialmente com três refe-

dermocosmético. No caso de vendas unitárias, as principais são

rências – Detox, PeelOff e AntiAging –

limpeza, solar, hidratação, antienvelhecimento e capilar, que, jun-

para uso individual. Esse tipo de produto

tas, representam mais de 70% das vendas. Já em termos de fatu-

abrange um público maior, que cria uma

ramento, a categoria antienvelhecimento aparece como a segunda,

nova modalidade, fortalecendo o costu-

atrás apenas da categoria proteção solar. Em relação aos nutricos-

me da experimentação.

méticos, a categoria fortalecimento de cabelos e unhas é responsável por quase 70% das vendas. RF: Que dicas sobre promoções, layout, exposição você dá ao varejista que quer investir nesse nicho de mercado? Fernandes: Em primeiro lugar, é importante destacar que as categorias de dermocosmético e nutricosmético levam para a farmácia um novo consumidor, oriundo tanto do médico quanto de outros canais, como o porta a porta e as perfumarias, por exemplo. Esse consumidor passou a enxergar a farmácia como um local para comprar produtos de beleza. Os pilares para um bom desempenho, no ponto de venda, são qualificação da equipe interna, ex-

As categorias de dermocosmético e nutricosmético levam para a farmácia um novo consumidor, que passou a enxergar a farmácia como um local para comprar produtos de beleza.

posição e promoção de venda casada com produtos de categorias afins. Uma dica muito interessante para os tempos atuais é a conectividade da farmácia com o público ao redor, um consumidor

RF: Como a Dermage se consagrou no mer-

em potencial, que está próximo a consultórios médicos e clínicas

cado e qual o segredo do sucesso?

dermatológicas. Comunicar bem e formar um banco de seguido-

Fernandes: Com mais de 25 anos no Brasil,

res nas redes sociais são estratégias atuais e modernas não ape-

a Dermage tem se destacado na produção

nas para a categoria de dermocosméticos, mas que beneficiam a

de seus produtos, alguns inovadores, como

farmácia como um todo.

o Revox e o Improve C 20, com 20% de vitamina C. A Dermage também é uma das

RF: Quais são as principais tendências futuras?

poucas, senão a única, empresa brasileira

Fernandes: Passados mais de 15 anos da chegada dos dermocos-

que obteve publicações internacionais de

méticos às farmácias e drogarias, o momento de expansão atinge

pôsteres de produtos dermocosméticos em

agora os pontos de venda independentes, que, por sua vez, estão

congressos nos Estados Unidos e na Euro-

ainda mais antenados no assunto. Cosméticos masculinos, linhas

pa. Temos atribuído o sucesso da empre-

de maquiagem e aumento da demanda médica por meio de outras

sa a alguns fatores como visita constante

especialidades diferentes da dermatologia são tendência futuras. A

a dermatologistas, produtos adaptados à

divulgação em massa pela televisão é outra tendência, que, além

pele brasileira, linha de maquiagem inteli-

de aumentar as vendas, gera fluxo extra para o ponto de venda,

gente e portfólio completo, que fazem da

conquistando novos consumidores.

Dermage uma empresa inovadora. Além disso, a Dermage possui uma cadeia de

RF: Quais as novidades da Dermage para 2016?

distribuição que inclui lojas próprias, fran-

Fernandes: A Dermage® vai lançar, em maio, uma categoria

quias e distribuição nas principais redes de

nova de dermocosméticos, com faixa de preço mais acessível:

drogarias do Brasil.

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panorama Medicamentos são reajustados em 12,5% Embora o governo tenha determinado um percentual de 12,5%, portanto acima da inflação, para o reajuste no valor dos medicamentos, o acumulado dos últimos 10 anos continua abaixo do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) em quase 18 pontos percentuais. Entre 2007 e 2016, a inflação aferida pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) aponta crescimento de 79,3%, enquanto os reajustes da CMED (Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos) chegaram a 61,2%. Apesar do reajuste, os descontos praticados pelo mercado devem influenciar o preço final do medicamento. No varejo farmacêutico, o abatimento médio é de 72% para genériISTOCKPHOTO

cos e 16% para medicamentos de referência. INTERFARMA

Grandes redes de farmácia faturam mais de R$ 3 bilhões em janeiro

Ministro quer que pílula do câncer seja legalizada como suplemento

As grandes redes do varejo farmacêutico nacional iniciaram o

O ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Celso Pansera, re-

ano com faturamento de R$ 3,03 bilhões em vendas, de acor-

comendou, no final de março, que a fosfoetanolamina seja lega-

do com a Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Droga-

lizada como suplemento alimentar junto à Anvisa. “Achamos que

rias (Abrafarma). O valor é 9,85% superior ao de janeiro do ano

uma saída seria a produção da fosfoetanolamina como suplemento

passado, mas representa uma desaceleração do crescimento

alimentar, mediante orientações, obviamente. É preciso ficar bem

percentual, quando comparada às altas de 11,94% (jan/2015 x

claro que isso não substituiria nenhum acompanhamento médi-

jan/2014) e 17,05% (jan/2014 x jan/2013). Os medicamentos

co, nem tratamentos com eficácia comprovada”. Apesar da falta de

representaram um volume total de R$ 1,96 bilhão em janeiro,

comprovação de resultados da fosfoetanolamina, o Senado apro-

contra pouco mais de R$ 1,77 bilhão registrados no primeiro

vou, em votação simbólica, o projeto de lei que permite a fabrica-

mês de 2015, uma alta de 4,78%. Já a comercialização de não

ção, distribuição e o uso da substância sintética. O projeto segue

medicamentos atingiu R$ 1,06 bilhão, porém com acréscimo

para sanção presidencial.

muito mais expressivo, de 8,07%. A pesquisa, conduzida pela

GAZETA WEB.COM

Fundação Instituto de Administração da Universidade de São Paulo (FIAUSP), apontou ainda que a venda

FREEPHOTO

de genéricos somou mais de R$ 350 milhões no início de 2016. O montante é 11,17% maior que o de janeiro do ano passado. Ao todo, foram vendidas mais de 23,11 milhões de unidades dessa categoria. FREEPHOTO

ABRAFARMA

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Revista da Farmácia · Maio-Junho 2016


panorama Nutracêuticos e produtos fitness são apostas da indústria para este ano Quando o assunto é beleza e bem-estar, o Brasil é considerado um dos maiores mercados do mundo. O brasileiro destina 2% do seu orçamento à compra de produtos de higiene e beleza, movimentando US$ 43,5 bilhões em 2014, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec). Um dos destaques é o mercado de nutracêuticos (probióticos, proteínas, extratos de plantas, minerais, vitaminas, fibras, bebidas funcionais, suplementos, cuidados pessoais), que está crescendo a cada ano e, por isso, as empresas investem cada vez mais em produtos dessa categoria para atender à demanda dos consumidores por mais qualidade de vida. De acordo com SHUTTERSTOCK

o relatório publicado pela MarketsandMarkets, estima-se que o mercado de ingredientes nutracêuticos crescerá de US$ 23,8 bilhões (2013) para US$ 33,6 bilhões em 2018. Já o mercado de fitness deve movimentar R$ 27 bilhões até 2020 no Brasil, segundos dados de pesquisa da Euromonitor. MAXPRESS NET

Raia Drogasil lidera vendas pelo sexto ano seguido A rede de drogarias Raia Drogasil lidera o

Venda de medicamentos deve manter ritmo de crescimento em meio à crise

ranking de vendas totais do setor pelo sexto

As vendas de medicamentos, no Brasil, ao longo de 2016 devem

tamento realizado pela FIA-USP, em par-

manter a força exibida no ano passado e seguir em trajetória de

ceria com a Abrafarma. No ano passado, a

expansão, a despeito da expectativa de aprofundamento da crise

companhia registrou crescimento de 21,5%

econômica no País. O ritmo, porém, deve cair ao longo dos meses

em vendas na comparação com o ano an-

e, pela primeira vez em 20 anos, a taxa de crescimento poderá fi-

terior. O faturamento acumulado da rede,

car abaixo da inflação. Para o IMS Health, a expectativa é de alta de

em 2015, ultrapassou a cifra de R$ 9,4 bi-

8% nas vendas em reais no varejo farmacêutico, ao mesmo tem-

lhões. Desde 2011, a Raia Drogasil lidera o

po em que o Produto Interno Bruto (PIB) deve recuar 3% com base

ranking, quando tomou o primeiro lugar da

nas estimativas iniciais de mercado. Em 2015, em valor, as vendas

concorrente Drogaria São Paulo, hoje uni-

subiram 14%, para R$ 75,4 bilhões. Com os descontos concedidos

ficada com a carioca Drogarias Pacheco.

nas farmácias, a alta foi de 7,4%, para R$ 45 bilhões. Em unidades,

Ainda segundo o ranking da Abrafarma, a

a expansão também foi de 7,4%. O desempenho de janeiro já deu

segunda colocada em vendas no ano pas-

mostras de que o crescimento da demanda perdeu fôlego. Com

sado é a rede cearense Pague Menos; se-

base no IMS, calcula-se que as vendas das farmacêuticas no vare-

guida das Drogarias São Paulo e Pacheco,

jo, considerando-se os descontos concedidos, somaram R$ 3,52

na terceira e quarta colocações, respectiva-

bilhões, alta de 5,8% na comparação anual. Em unidades, o cres-

mente. Na quinta colocação, está a compa-

cimento foi de 3%, para 269,3 milhões.

nhia paraense Big Ben.

VALOR ECONÔMICO

ABRAFARMA

ano consecutivo no Brasil, segundo levan-

Revista da Farmácia · Maio-Junho 2016

15


jurídico

Taxa Única de Serviço é revogada e perde efeito Ascoferj impetra mandado de segurança e obtém liminar favorável a associados

N

No segundo semestre de 2015, o Go-

terminados assuntos sejam estabelecidos por meio de lei comple-

verno do Estado do Rio de Janeiro anunciou

mentar, cuja aprovação pelo Parlamento é mais difícil e complexa

que as finanças públicas estaduais se en-

do que a aprovação de uma lei ordinária.

contravam em situação complicada e que, por isso, apresentaria diversos projetos de

tucionais, destacando-se:

lei visando, após aprovação da Assembleia

Criou uma taxa que seria cobrada dos contribuintes mesmo

Legislativa (ALERJ), aumentar a arrecada-

que não se utilizassem de qualquer serviço público estadual, ou

ção para fazer face às inúmeras despesas.

seja, não existiria a contraprestação;

Um desses projetos, que instituía a Taxa Única de Serviços Tributários (TUT), foi aproHUMBERTO TESKI

A Lei Estadual nº 7.176/15 violou diversos dispositivos consti-

A Lei Estadual nº 7.176/15 é uma lei ordinária e não uma lei complementar.

vado e transformado na Lei Estadual nº

Diante de tais falhas no processo legislativo de elaboração da

7.176/15, sendo publicada no Diário Oficial

norma, diversas instituições, como Fecomércio, Firjan e Federação

do dia 29 de dezembro de 2015, a apenas

das Câmaras de Dirigentes Lojistas, ingressaram com ações para

dois dias do exercício fiscal de 2016.

discutir a constitucionalidade da Lei Estadual nº 7.176/15 – Repre-

A Lei Estadual nº 7.176/15 foi regulamen-

sentações de Inconstitucionalidade – e, na tarde do último dia 28

Gustavo Semblano

tada pelo Decreto Estadual nº 45.598/16,

de março de 2016, o Órgão Especial do Tribunal de Justiça do Es-

Consultor jurídico da Ascoferj e especialista em Legislação Sanitária.

publicado no Diário Oficial do dia 11 de mar-

tado do Rio de Janeiro, composto pelos 25 desembargadores mais

ço de 2016.

antigos, decidiu que as inconstitucionalidades eram tantas e tão

A Constituição Federal e a Constituição

Quer saber mais?

Mande um e-mail para semblano@ascoferj.com.br

16

patentes que decidiu sustar os efeitos da norma.

do Estado do Rio de Janeiro permitem que

A Ascoferj, por meio de seu Departamento Jurídico, também

os estados e o Distrito Federal criem taxas,

impetrou um Mandado de Segurança Coletivo visando afastar a in-

ou seja, uma espécie de tributo do qual a

cidência da Lei Estadual nº 7.176/15 sobre seus associados. A jus-

principal característica (mas não a única) é

tiça concedeu uma liminar favorecendo os associados e impedin-

a contraprestação, isto é, que o contribuinte

do a cobrança da taxa.

pague e receba algo em troca. Por exemplo:

Assim, a Lei Estadual nº 7.176/15 encontra-se sem qualquer

paga-se uma taxa de emissão de passapor-

efeito, desobrigando os contribuintes do Estado do Rio de Janei-

te e o Poder Público emite o documento.

ro de cumpri-la. Não há mais Taxa Única de Serviços Tributários a

Ambas as constituições exigem que de-

Revista da Farmácia · Maio-Junho 2016

ser paga.


práticas corporativas

Pode-se falar de política na empresa? Em tempos de Fla x Flu político, há de se ter certos cuidados

N

Nestes tempos conturbados em que vivemos, em que os âni-

rências em que proliferam as opiniões mais

mos parecem cada vez mais acirrados de uma forma que “nunca

diversas. Afinal, ir à rua protestar contra o

antes na história desse País” se viu, é natural, ou mesmo inevitá-

governo é golpe? Desejar que um governo

vel, que a discussão política se espalhe para dentro das empresas.

com as mãos sujas de corrupção permane-

Afinal, mesmo involuntariamente, somos diariamente sobrecarre-

ça no poder é defender a democracia? Se

gados de informações sobre política, seja por meio dos noticiários,

esse dilema parece-lhe confuso, imagina

seja por meio da mídia social. Esta última, por sinal, inclusive com

para a turma do andar de baixo, com me-

perturbadores e inusitados boatos. Lembro-me que já recebi até

nos acesso à informação.

mensagens via WhatsApp sobre a preferência sexual do juiz lá do É bem provável que você tenha funcionários com posições antagônicas na sua empresa, que pensam de forma diametralmente oposta sobre a permanência ou não da atual mandatária no cargo de Presidente da República – perceberam que evitei aquela palavra difícil de soletrar? Não há como evitar isso, é uma realidade estatística, por assim dizer. Uma grande parte a quer fora, mas há uma par-

Se o funcionário quiser apresentar o ponto de vista dele, que o faça sem agressão e com respeito às diferenças.

te, inclusive com muitos artistas famosos, que a quer dentro. Seus funcionários estarão em algum ponto desse gradiente de opinião.

Portanto, se houver discussão sobre polí-

Considerando-se que as lideranças nas empresas devem dar o

tica, que ela não descambe para o confronto

exemplo e o tônus do comportamento dos liderados, a palavra de

verbal e não interfira no clima organizacional

ordem diante de possíveis embates ideológicos entre funcionários

de sua equipe. Diria que, na dúvida, deixe a

é pregar a tolerância. Se a “chapa esquentar”, seja o intermediador

política do lado de fora da empresa. Pare-

a pregar que as diferenças devem ser respeitadas. Tolerar agressi-

ce-lhe uma sugestão alienante? Pode ser,

vidade verbal? Nem pensar.

mas também pode ser uma opção segura.

Se o funcionário quiser apresentar o ponto de vista dele, que o

Como diz o ditado: um vaso de porcelana

faça sem agressão e com respeito às diferenças. Se alguém se ex-

depois de quebrado, mesmo que os pedaços

ceder nas brincadeiras e provocações, tente amenizar o clima para

sejam colados, nunca será mais o mesmo. Se

não gerar arestas. Sei de um caso em que um funcionário comprou

você deixar seu clima organizacional desan-

100g de coxinhas para o outro na hora do almoço.

dar por causa do conflito “coxinhas x petra-

Sabemos que há diferenças de origem social, formação acadêmica, experiência de vida etc. E há uma enorme geleia de refe-

lhas”, pode ser bem difícil esfriar os ânimos e retomar o equilíbrio depois. Vai arriscar?

DIVULGAÇÃO

sul que está fazendo história. Ele mesmo. Você recebeu também?

Fernando Gaspar Consultor especializado na construção de indicadores gerenciais para varejo e serviços, instrutor de liderança e palestrante.

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Revista da Farmácia · Maio-Junho 2016

17


ponto de venda

Atendimento de excelência É preciso treinar a equipe para aquilo que agrada e desagrada aos consumidores

O

O sortimento de produtos do varejo

farmacêutico, se comparado a outros se-

de”, destaca o consultor do Instituto de Desenvolvimento do Varejo Farmacêutico (IDVF), Messias Cavalcante.

tores, como calçado e vestuário, é pratica-

O atendimento humanizado se dá na relação e na troca com o

mente o mesmo em todas as lojas. O que

consumidor. As pessoas que trabalham com o público, principal-

sua farmácia vende, provavelmente, não é

mente nas farmácias, precisam conhecer o perfil dos clientes e suas

uma exclusividade, e o cliente pode encon-

preferências, criando e fortalecendo os relacionamentos. “Tente fa-

trar igualzinho na loja da esquina. Cerca de

zer com que esse atendimento seja natural. Chame o cliente pelo

70% dos espaços dentro de uma drogaria

nome, o que é uma boa tática de aproximação”, orienta o consul-

são iguais aos dos concorrentes e de outros

tor em Treinamento de Vendas, Edson Rodriguez.

segmentos que também vendem produtos

Obtêm mais êxitos no atendimento os profissionais que têm

de higiene e beleza, como as perfumarias.

perfil adequado, que gostam de lidar com pessoas e ouvir histórias.

Portanto, sair na frente e se destacar é um

“Existem testes comportamentais que avaliam esse tipo de per-

desafio a ser enfrentado com a equipe, nun-

fil. Uma vez que o vendedor se identifique com o público, é fun-

ca sozinho. Isso porque um atendimento de

damental motivá-lo, inclusive com possibilidades de alavancar a

excelência faz com que os clientes voltem à

carreira”, completa Rodriguez.

loja, satisfeitos e dispostos a comprar com você e não com o concorrente.

O retorno do cliente à farmácia também é uma oportunidade de demonstrar que ele é lembrado. “Faça uma saudação do tipo:

“Aproximadamente, 90% dos empre-

‘o que achou daquele produto que comprou conosco?’ ou ‘como está

sários do varejo acreditam que encantar o

o controle da sua pressão arterial?’. Iniciativas como essas tendem a

cliente é oferecer somente descontos, um

fortalecer o relacionamento, mas é necessário perceber se o clien-

erro. Esqueça o atendimento automático e

te está aberto para esse tipo de abordagem”, observa Rodrigo Col-

humanize a abordagem. Esse é o primeiro

lino, partner da Sociedade Brasileira de Coaching.

passo para fazer um trabalho de qualida-

Deve-se cuidar da aparência, pois os clientes estão cada vez mais exigentes. “Além disso, é importante manter o espaço limpo, com boa claridade, gôndolas organizadas e filas controladas”, enumera Collino. Por outro lado, é preciso ficar de olho ao que desagrada ao consumidor. Às vezes, pequenos gestos e ações podem colocar todo o atendimento a perder, como desatenção dos funcionários, falta de simpatia e cordialidade, mau humor e atendimento confuso.

Evite... Usar celular

virtual não pode atrapalhar o real. O gerente deve conversar com

Sorriso na voz

Mau humor

a equipe e esclarecer que o uso do celular não é proibido, mas a

Educação

Falta de atenção

atenção deve estar voltada para o cliente no período do expedien-

Foco no cliente

Não atender o cliente

Ouvir o outro

18

Nada de redes sociais durante o horário de trabalho. “O mundo

Para um bom atendimento...

Revista da Farmácia · Maio-Junho 2016

te”, finaliza Collino.


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licença sanitária

À espera do fiscal

HUMBERTO TESKI

Secretário de Saúde anuncia que farmácias e drogarias sem licença sanitária inicial serão finalmente vistoriadas

20

Luis Carlos Marins, vereador Eliseu Kessler e secretário Daniel Soranz reunidos com grupo de empresários que aguarda licença

C

Cumprindo uma promessa do fim de

“Essa talvez seja a melhor notícia de 2016. Estamos passando

fevereiro, o secretário Municipal de Saúde

por um ano difícil, cheio de restrições por causa da crise econômica

do Rio de Janeiro, Daniel Soranz, convo-

e política. A regularização desses estabelecimentos junto à Vigilân-

cou uma reunião com a Ascoferj, realizada

cia Sanitária é um alento para os empresários que enfrentam esse

no dia 23 de março, para anunciar que far-

problema”, comentou o presidente da Ascoferj, Luis Carlos Marins.

mácias e drogarias associadas sem licença

O diálogo com o secretário de Saúde foi iniciado pelo vereador

sanitária inicial serão fiscalizadas em breve.

Eliseu Kessler, que tem dado total apoio às causas do setor. Tanto

O documento só pode ser emitido pela Vi-

o encontro do dia 23 de março quanto os anteriores forem inter-

gilância Sanitária após a visita de um fiscal.

mediados por ele. O objetivo sempre foi tratar das questões rela-

Existem estabelecimentos que esperam por

cionadas à dificuldade do comércio varejista farmacêutico na ob-

essa visita há mais de cinco anos.

tenção da licença sanitária inicial.

Revista da Farmácia · Maio-Junho 2016


licença sanitária

Entenda o problema Atualmente, mais de 220 estabelecimentos localizados no Rio e associados à Ascoferj aguardam a licença sanitária inicial. Desses, mais de 50 estão com processos indeferidos na Anvisa, que exige a licença para emitir a Autorização de Funcionamento de Empresa (AFE) e também a Autorização Especial (AE), para a venda de controlados. No entanto, esse número pode ser ainda maior se forem consideradas as empresas não associadas à entidade. Quase a totalidade dos problemas relacionados aos processos, na Anvisa, são decorrentes da falta do documento municipal, pois a Agência não aceita protocolo no lugar da licença sanitária inicial. A Vigilância Sanitária se justifica alegando que não há fiscais em número suficiente para fazer as vistorias que antecedem a emissão das licenças.

Durante esse último encontro, os associados voltaram a explicar as complicações decorrentes da falta da licença, entre elas, o impedimento de venderem medicamentos controlados e os indeferimentos em processos para obtenção da Autorização de Funcionamento de Empresa (AFE) junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o que, consequentemente, não permite que as empresas estabeleçam relações comerciais com as distribuidoras do setor.

Visitas terão cronograma De acordo com o secretário de Saúde, haverá um esforço conjunto da Secretaria e da Vigilância Sanitária para que as farmácias e drogarias sejam fiscalizadas até o fim do ano. O pontapé inicial será dado pela Ascoferj, que enviará uma lista com a relação de to-

O papel da Vigilância é garantir que a farmácia funcione com controle sanitário e sem riscos à saúde da população. Por isso, queremos resolver esse impasse o mais breve possível. Wilenes Souza Subgerente de Vigilância e Fiscalização Sanitária

dos os associados que se encontram sem a licença inicial. Em seguida, a Vigilância montará um cronograma de visitas para que os estabelecimentos sejam fiscalizados.

secretário de Saúde será fundamental para

“Enviaremos esse cronograma à Ascoferj, para que a entidade

pôr fim à espera pelo licenciamento junto

possa acompanhar o trabalho, mas já adianto que pretendemos ini-

à Vigilância Sanitária. “É importante que os

ciar as visitas pelos processos mais antigos, que tramitam há mais

empresários fiquem atentos à documenta-

tempo na casa. Esse será o principal critério”, frisou o secretário.

ção do estabelecimento, que deve estar em

A subgerente de Vigilância e Fiscalização Sanitária de Produtos

dia, e também à estrutura física das lojas,

da Superintendência de Vigilância e Fiscalização Sanitária, da Se-

sempre respeitando as normas definidas

cretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro, Wilenes Souza, que

pela RDC 44/99”, orienta Betânia.

esteve presente na reunião, reforçou o interesse do órgão fiscali-

No fim do encontro, o presidente da As-

zador em cumprir com a parte que lhe cabe, para que os estabe-

coferj agradeceu ao secretário. “Os empre-

lecimentos não sejam ainda mais prejudicados. “O papel da Vigi-

sários do segmento querem trabalhar dentro

lância é garantir que a farmácia funcione com controle sanitário e

da legalidade, levando saúde à população.

sem riscos à saúde da população. Por isso, queremos resolver esse

E, para isso, precisamos da licença sanitária.

impasse o mais breve possível”, disse ela.

A Ascoferj tem atuado continuamente para

De acordo com a farmacêutica e consultora do Departamento de Assuntos Regulatórios da Ascoferj, Betânia Alham, a decisão do

que todo esse movimento traga resultados positivos para o setor”, avaliou Marins.

Revista da Farmácia · Maio-Junho 2016

21


capa

Vigilância Sanitária Anvisa

FREEPIK

CRF-RJ

22

Revista da Farmácia · Maio-Junho 2016

CFF


capa

Ascoferj amplia atendimento na área regulatória Orientação especializada, treinamento e visita informativa são alguns dos novos serviços que a entidade passa a oferecer ao setor

A

A Ascoferj decidiu ampliar o leque de serviços na área regula-

Visita informativa

tória, a fim de simplificar a vida do empresário. O objetivo é a cap-

A possível visita de um fiscal, seja da Vi-

tação, a fidelização e a retenção de associados por meio da presta-

gilância Sanitária, seja do Conselho Regional

ção de serviços inovadores no mercado, reunindo, em um só lugar,

de Farmácia, sempre causa apreensão. Por

ferramentas para que ele seja capaz de adequar a farmácia às nor-

isso, a Ascoferj criou o serviço da visita in-

mas sanitárias vigentes.

formativa, com o objetivo de ajudar os es-

“Essa iniciativa da entidade tem impacto positivo sobre a qua-

tabelecimentos a se organizarem e a esta-

lidade, a segurança e a imagem das empresas, tornando-as aptas

rem preparados para quando o fiscal chegar.

para receberem visitas dos órgãos reguladores e aumentando as

Durante a visita, serão feitos um levan-

vendas a partir da comercialização de produtos que dependem do

tamento da situação da empresa juntos

licenciamento para serem comercializados”, avalia a farmacêutica

aos órgãos reguladores e uma checagem

Betânia Alham, consultora da Ascoferj para assuntos regulatórios.

completa sobre adequação às normas sa-

Há serviços gratuitos, como atendimento especializado, ca-

nitárias estabelecidas pela RDC 44/99. Em

dastro de empresas no Conselho Regional de Farmácia e emissão

relação à Vigilância Sanitária, por exemplo,

da Taxa de Inspeção Sanitária; e serviços com preços diferencia-

a visita vai identificar se o estabelecimen-

dos para quem é associado, entre eles, a elaboração de manuais,

to possui licenciamento e licença sanitá-

o cumprimento das exigências fiscais e a visita informativa. Vale

ria dentro do prazo vigente e se está em

ressaltar que as taxas cobradas pelos órgãos são de responsabili-

dia com as taxas e sem pendências com

dade dos associados.

termos de visita.

Revista da Farmácia · Maio-Junho 2016

23


capa

Serviços GRATUITOS

1

Atendimento farmacêutico especializado em assuntos regulatórios Previamente agendado e por telefone, prestado por profissional qualificado para orientação e esclarecimentos de dúvidas pertinentes a assuntos regulatórios.

2

Conselho Regional de Farmácia • Cadastro de empresas; • Assunção de farmacêutico (registro de farmacêutico na empresa); • Renovação anual de Certificado de Regularidade; • Orientação de como proceder com o termo visita deixado pelo fiscal do CRF-RJ; • Emissão do SINREM (Certidão Simplificada da JUCERJA); • Isenção de anuidade; • Orientação de como proceder com o termo de visita emitido pelo CRF.

3

Vigilância Sanitária Municipal • Emissão da taxa de inspeção sanitária (TIS); • Orientação de como proceder com o termo de visita emitido pela Vigilância Sanitária Municipal; • Revalidação da licença sanitária; • Registro de empresas na Vigilância Sanitária Municipal.

4

Protocolar a empresa junto ao Corpo de Bombeiros (CBMERJ)

5

Cadastro e renovação no programa Farmácia Popular do Brasil Os documentos deverão ser enviados com antecedência para que o pedido possa ser protocolado dentro do prazo. E o Departamento de Assuntos Regulatórios só aceitará a documentação até 15 dias úteis antes do prazo de encerramento do cadastro ou renovação.

Parcerias também são ampliadas Para ajudar associados a escolherem um plano dentro do melhor custo-benefício, a entidade decidiu firmar convênio com a Conquiste, uma empresa de seguros que atua há 25 anos no mercado do Rio de Janeiro. No processo de contratação, os associados contam com assessoria completa na definição da operadora e do plano que melhor atendem ao perfil da empresa, considerando a inclusão de funcionários e familiares como dependentes. O diferencial está no atendimento personalizado que a Conquiste pode oferecer antes, durante e depois da contratação do serviço. “Há muitas vantagens em contratar um plano de saúde empresarial que inclua os empregados, entre elas: motivação para trabalhar, prevenção contra doenças e redução das taxas de absenteísmo e turnover”, destaca Sergio Danon, diretor da Conquiste. Como consequência, as empresas se tornam mais produtivas. As farmácias e drogarias interessadas em saber mais sobre a contratação de um plano empresarial podem entrar em contato pelo e-mail dac@ascoferj.com.br.

24

Revista da Farmácia · Maio-Junho 2016


capa

Serviços com PREÇOS ESPECIAIS PARA ASSOCIADOS

1

Visita informativa • Levantamento da situação da empresa junto à Vigilância Sanitária Municipal e ao CRF-RJ; • Autoinspeção e verificação da adequação das normas sanitárias de acordo com a RDC 44/09; • Assessoria e orientação para adequação da estrutura física às normas sanitárias vigentes; • Organização de uma pasta documental para facilitar o acesso e a renovação dos documentos da empresa, CRF, Vigilância Sanitária e Anvisa.

2

Elaboração de • Manual de Boas Práticas; • Procedimento Operacional Padrão (POP); • Programa de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde (PGRSS).

3

Treinamentos sobre Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados (SNGPC),

4

Palestras e cursos na área farmacêutica

FREEPIK

Portaria 344/98 e RDC 44/10 (antimicrobianos)

O empresário também poderá contar com assessoria e orienta-

“A farmácia ou drogaria deve norma-

ção para adequar a estrutura da loja às normas sanitárias vigentes e

tizar o funcionamento da empresa esta-

para organizar a pasta documental sanitária, que deve guardar do-

belecendo os requisitos gerais de boas

cumentos da empresa, do CRF, da Vigilância Sanitária e da Anvisa.

práticas a serem observadas na assistência farmacêutica aplicada à aquisição, ao

Manuais são obrigatórios

armazenamento, à conservação e à dis-

Os manuais de boas práticas ainda são tidos como desneces-

pensação de produtos comercializados e

sários por grande parte do varejo farmacêutico, mas essa percep-

serviços prestados pelo estabelecimento”,

ção é um equívoco. Segundo Betânia, eles são obrigatórios e de-

destaca Betânia.

vem ser elaborados de acordo com a rotina de funcionamento do

Para mais informações sobre os

estabelecimento, para que o trabalho seja feito de maneira unifor-

novos serviços, envie um e-mail para

me, com todos os funcionários treinados e reciclados em caso de

regularizacao@ascoferj.com.br ou acesse

alterações na legislação.

o site da Ascoferj: www.ascoferj.com.br.

Revista da Farmácia · Maio-Junho 2016

25


circuito

Ascoferj visita farmácias Circuito pelo interior do Estado do Rio aproxima entidade de associados

C

Com o objetivo de interagir com os as-

to. “Pretendemos dar continuidade ao circuito em outras regiões

sociados e entender suas demandas, o pre-

atendidas pela Ascoferj. O nosso objetivo é continuar levando in-

sidente da Ascoferj, Luis Carlos Marins, e o

formação ao associado para que ele possa ser bem atendido pela

coordenador de consultores Jorge Caspary

entidade”, completou.

visitaram algumas farmácias e drogarias

O proprietário da Drogaria Cecile, localizada em Duas Barras,

associadas no interior do Estado do Rio de

Paulo César de Barros, ressalta que a iniciativa do circuito demons-

Janeiro, entre 29 e 31 de março. Durante o

tra que a Ascoferj está preocupada com o pequeno varejo e acredi-

circuito, eles passaram por nove municí-

ta no trabalho que os independentes realizam em favor do Canal

pios, no total: Nova Friburgo, Duas Barras,

Farma. “Há muitos anos, associei a drogaria à Ascoferj e me sinto

Bom Jardim, Cordeiro, Itaperuna, Cantaga-

satisfeito com o que a entidade oferece de serviços e benefícios,

lo, Santo Antônio de Pádua, Campos dos

sem contar as parcerias feitas com outras empresas para beneficiar

Goytacazes e Macaé.

o varejo farmacêutico. As informações que recebi no dia da visita

Para Marins, foi um momento muito proveitoso, pois aproximou ainda mais a

O presidente do Unidas Farma, de Santo Antônio de Pádua,

conversar com os empresários dessas cida-

Giovani Marchita Soliva, aproveitou o circuito e associou as farmá-

des e entender algumas de suas dificulda-

cias do grupo à Ascoferj. Ele explica que os motivos que o levaram a

des, que, na maioria das vezes, não chegam

essa decisão foram exatamente os serviços, os benefícios e os cur-

ao nosso conhecimento”, comentou o pre-

sos promovidos pela entidade com foco nos profissionais do setor.

sidente da Ascoferj.

“Precisamos de qualificação. Em conversa com Marins, descobri que

Ainda de acordo com ele, houve uma

a Ascoferj oferece cursos e palestras em várias áreas do negócio. Pre-

boa receptividade por parte dos empresá-

cisamos capacitar nossos colaboradores. Só assim poderemos nos

rios, permitindo que conseguissem deta-

destacar em um mercado cada vez mais competitivo”, pontuou Soliva.

aos quais alguns desconheciam ter direi-

DANIEL MARCUS

26

Estou muito agradecido”, avaliou o proprietário.

Ascoferj de seus associados. “Conseguimos

lhar os serviços e benefícios da associação, Nova Friburgo na rota da Ascoferj

também foram fundamentais para eu me atualizar sobre o setor.

Revista da Farmácia · Maio-Junho 2016

Acompanhe, no site da Ascoferj e nas redes sociais, as datas dos próximos circuitos.


circuito

Itaperuna tem evento sobre o setor Empresários puderam debater sobre os desafios e as oportunidades do varejo

A

A Ascoferj, com o apoio do Sindicato do Comércio Varejista

der melhor a parte tributária do negócio.

(Sincomércio) de Itaperuna, realizou o Painel Desafios do Varejo Far-

Quando a entidade se preocupa com tais

macêutico, no dia 30 de março, em Itaperuna. O painel foi dividido

questões e tem iniciativas como a do pai-

em três momentos: um para debater os desafios, as oportunida-

nel em Itaperuna, ela contribui com a união

des e os riscos do setor, apresentado pelo presidente da Ascoferj,

do segmento e fortalece o varejo farma-

Luis Carlos Marins; o segundo com foco em questões regulatórias,

cêutico, que tanto precisa de atenção”, dis-

conduzido pela farmacêutica pós-graduanda em Assuntos Re-

se Wagner.

gulatórios, Betânia Alhan; e o terceiro sobre questões tributárias,

O empresário da Drogalipe, de Itape-

apresentado pelo consultor da Avant Consultoria, Wagner Tavares.

runa, Jocimar Carvalho, que esteve presen-

“A palestra foi muito produtiva para os associados. Consegui-

te no evento, destacou que a iniciativa da

mos falar sobre diversos assuntos, tais como fiscalização e Farmácia

Ascoferj foi espetacular e que os proprie-

Popular”, disse Betânia. A especialista tirou dúvidas e auxiliou pro-

tários da região realmente necessitam de

fissionais em questões regulatórias, alertando sobre a importância

encontros desse tipo. “O País está em cri-

de manter a empresa regularizada perante os órgãos fiscalizadores.

se, e a concorrência, cada vez mais acir-

O grande ganho do evento está na interação da Ascoferj com seus

rada. Quem não se mexer ficará para trás.

associados. “Esse contato possibilita entender as principais neces-

O que a Ascoferj fez foi abrir um leque de

sidades deles, para que a entidade ofereça serviços de acordo com

oportunidades em apenas um evento”, ava-

a realidade de Itaperuna”, acrescentou Betânia.

liou Carvalho.

Segundo Wagner Tavares, da Avant, o dono da pequena ou

Quem também participou do painel e

média farmácia, na maioria das vezes, está preocupado com ou-

saiu satisfeito foi o presidente do Grupo Da-

tras áreas da empresa, como vendas e finanças, e acaba negli-

mas de Drogaria, Clébio Damas de Souza.

genciando o aspecto tributário, que é fundamental para a sobre-

“A Ascoferj precisa nos visitar mais vezes e

vivência do negócio. “O que percebi foi que muitos empresários

promover encontros que nos direcionem a

desconhecem o assunto. Outra situação muito comum é o con-

bons negócios, já que o mercado é acirra-

tador ser um bom profissional, mas não entender muito do Canal

do. Foi ótimo participar do painel, que con-

Farma. Encontros desse nível auxiliam nesse entendimento”, aler-

tribuiu para fortalecer o pequeno varejo”,

tou o consultor da Avant.

acrescentou Souza.

A Ascoferj deve continuar organizando encontros com esse perfil em outras regiões. “O pequeno varejo necessita enten-

Acompanhe, no site da Ascoferj, os próximos eventos fora da capital.

Revista da Farmácia · Maio-Junho 2016

27


ponto de vista

Quinze anos atrás, quinze anos à frente Até 2030, a farmácia será 100% segmentada, 80% digital e 20% personalizada

R

Revisando minha palestra de maio de

2001, intitulada “O futuro do varejo far-

– também não ajudaram.

macêutico”, realizada na Ascoferj, a partir

O que mais me impressionou foi a velocidade com que ocor-

de um convite do presidente da entidade,

reu o fenômeno que, naquela época, batizei de o nascimento de

Luis Carlos Marins, que anteviu a necessi-

uma nova classe de varejistas farmacêuticos, ou seja, os operá-

dade de levar conhecimento aos associa-

rios de farmácias, que surgiram no lugar dos empresários que

dos, me dei conta de duas coisas: o tempo

conseguiam ótimos lucros, sem muita competência atribuída à

passou rápido, lá se foram 15 anos; e acer-

gestão do próprio negócio e mais pelo fato da concorrência be-

tei 80% das minhas previsões.

nevolente e da alta sonegação de impostos. Isso estava com os

Dos dez prognósticos que fiz, errei dois,

dias contados. Pois bem, a palavra sonegar praticamente deixou de fazer par-

cional com a ascensão da classe C, que hoje

te das rodas de conversas, e o trabalhar mais e ganhar menos de

se desmorona aos nossos olhos, e o que pre-

fato aconteceram. Ao prognosticar os próximos 15 anos do varejo

via um grande distribuidor nacional e dois

farmacêutico, concluo que apenas três coisas relevantes deverão

grandes varejistas com faturamento superior

acontecer, haja vista que a consolidação de mercado é um cami-

a R$ 20 bilhões cada. Convenhamos, sobre

nho sem volta e que trabalhar mais e lucrar menos passaram a ser

Giovane Moreira

a economia, dificilmente alguém acertaria

uma condição e não uma opção.

Consultor especializado em varejo farmacêutico, na Avant Consultoria, e proprietário de farmácias.

que uma catástrofe política e econômica

DIVULGAÇÃO

justamente o que se refere à economia na-

Quer saber mais?

Mande um e-mail para avantgiovane@gmail.com

28

– Anvisa, Conselhos de Farmácia e Secretaria de Fazenda (Sefaz)

abateria nosso País de 2013 para cá.

A farmácia dos próximos 15 anos será 100% segmentada, 80% digital e 20% personalizada. Se o empresário quiser se manter nes-

Quanto aos distribuidores, meu erro

se segmento, sugiro que adote o slogan de Juscelino Kubitscheck e

maior foi ter apostado numa consolidação

realize “50 anos em 5”. Optar por um caminho e seguir firme nele

mais rápido do varejo do que de fato ocor-

sem se iludir com clichês passageiros, levar a farmácia para o bolso

reu e, para isso, há uma explicação lógica:

do consumidor, afinal o celular hoje é praticamente um membro

o dinheiro, no Brasil, ficou mais caro e raro

do corpo humano, e focar a pessoalidade no trato com o cliente

para investimentos. E nossos reguladores

farão a empresa se destacar em um mercado que não tem nada

Revista da Farmácia · Maio-Junho 2016


ponto de vista de romântico. E sem esquecer que o composto do sucesso do varejo, em qualquer segmento, é formado pelos 5P’s, sendo que, no mínimo, em três deles o empresário terá que ser melhor que o vizinho concorrente. Quando me refiro a escolher um segmento, mantendo o foco nele, quero dizer que a farmácia tradicional sem escala – isso vale para uma loja ou pequena rede – e que não escolheu um segmento para atuar já morreu. Lembra-se do “operário da farmácia”? Isso mesmo, sem escala, você será apenas um operário aos olhos do fornecedor. A primeira condição da segmentação é a escala, ou seja, vender mais unidades por metro quadrado. A segunda con-

Personalização parece clichê, mas é o que fará você se diferenciar da multidão. Para isso, você terá que conhecer o cliente melhor do que ele mesmo, para quando pensar em farmácia, lembrar primeiro da sua.

dição é uma loja bonita, com sortimento variado e uma boa dose de gerenciamento de categorias. No entanto, o mais relevante é que essa farmácia terá que

nas mãos do concorrente e, nesse caso, ele

escolher um perfil de consumidor, podendo ser classe social e

não necessariamente é o vizinho da sua loja.

econômica, gênero ou toda a sorte de critérios de seleção, com

Personalização parece clichê, mas é o

base na localização geográfica da loja, no perfil demográfico da

que fará você se diferenciar da multidão.

região e, principalmente, nas características que diferenciam o

Uma farmácia ajustada ao comportamento

cliente da massa.

do cliente – para isso, você terá que conhe-

Acredite: sua farmácia já é digital. Quando pensamos que a Se-

cê-lo melhor que ele mesmo – trará a tão

faz sabe da emissão da nota fiscal de compra antes mesmo da loja

sonhada recência, ou seja, quando o con-

receber o pedido, quando imaginamos que a Receita Federal sabe

sumidor pensar em farmácia, lembrará pri-

do faturamento médio com base nas vendas de cartões, quando

meiro da sua em detrimento da do concor-

nos damos conta de que 90% das entradas de nota fiscal no ne-

rente. Isso é dificílimo de conquistar, mas

gócio são via .xml e que você só pagará menos imposto se tiver um

é possível. Basta que você esteja onde ele

ótimo instrumento de filtro tributário na entrada das notas fiscais,

está a todo o momento. E adivinhe onde

já que seu contador não fará isso por você, não restarão dúvidas de

ele está agora, enquanto você está lendo

que sua farmácia já entrou na era digital faz tempo.

este artigo? Nas redes sociais, empregan-

Vale dizer que falta apenas o relacionamento com o cliente

do cerca de 30% do tempo dele. Incrível,

ser efetivamente digital. Para isso, a farmácia deverá adotar uma

mas a personalização começará indiscu-

Internet de alta velocidade, free para clientes e funcionários, com

tivelmente por aí. E, quando você se der

aplicativos que melhor atendam às necessidades desconhecidas

conta, seu consumidor estará engajando

do cliente e, assim, vender o que realmente não estava nos planos

novos consumidores para você pelo me-

dele. Já para o cliente que adicionou um novo membro ao corpo

lhor preço existente: de graça. É ou não é

chamado celular, você venderá em momentos os quais ele nem

o sonho de consumo de qualquer empre-

imaginava pensar em você. Detalhe: você vai vender o que é im-

sário obter novos clientes, fãs do negócio,

portante para ele e, concomitantemente, o que ele só saberá que

sem investir fortunas em meios tradicio-

é importante comprar porque você o convenceu.

nais de mídias?

Acredite: essas ferramentas já existem e são responsáveis por

Acho que começamos prognostican-

um incremento de até 50% nos negócios da farmácia digital. Se

do bem os próximos 15 anos. Mãos à obra

você ainda não ouviu falar ou ouviu, mas não deu a devida aten-

e coloque em prática o processo de verti-

ção, sinto informá-lo que uma parcela da tão sonhada escala já está

calização da sua farmácia.

Revista da Farmácia · Maio-Junho 2016

29




esporte

Contagem regressiva para os Jogos Olímpicos Rio se prepara para um dos momentos mais esperados de sua história. Sua farmácia já está pronta?

O

O Rio de Janeiro está a poucas semanas de receber o maior

evento esportivo do mundo: as Olimpíadas, marcadas para agosto deste ano. Para se ter uma ideia, em termos de logística, o acontecimento é comparado nada mais, nada menos às guerras mundiais. Isso porque a cidade precisa estar altamente preparada para receber milhões de turistas e passar por mudanças que possibilitem a realização de todas as competições esportivas. Serão 206 países envolvidos, 11 mil atletas, 60 mil voluntários, 32 instalações esportivas, 665 rodadas de competições e 60 mil jornalistas cobrindo o evento, sem contar os mais de 350 mil turistas estrangeiros que são esperados na cidade tanto para os Jogos Olímpicos como Paralímpicos, que acontecerão logo em seguida, no mês de setembro. Em 2010, a rede hoteleira tinha cerca de 10 mil quartos de hotéis disponíveis para reservas. Hoje, esse número já ultrapassa 43 mil, ou seja, quadriplicou por causa do evento, que promete mobilizar a cidade como um todo. Para dar conta do recado, o Rio vem passando por muitas mudanças físicas e estruturais. A cidade

SHUTTERSTOCK

é um canteiro de obras.

32

Revista da Farmácia · Maio-Junho 2016


esporte A Prefeitura, por exemplo, adotou medidas que irão favorecer

Os turistas, em geral, precisam consu-

a mobilidade urbana. “As férias escolares foram transferidas para

mir para atender a algumas necessidades.

o mês de agosto tanto na rede pública quanto privada, respeitan-

Por isso, é importante ter um olhar dife-

do as normas do Ministério da Educação (MEC). O novo período

rente para o estoque de produtos. Entre os

de recesso vale também para as faculdades”, destaca o diretor de

mais vendidos, destacam-se itens para pri-

Operações para os Jogos 2016, da Empresa Olímpica Municipal,

meiros socorros, como álcool, algodão, an-

Leonardo Maciel.

tisséptico, atadura, compressas, protetores

O diretor lista algumas medidas já tomadas para facilitar as Olim-

solares, produtos pós-exposição solar, re-

píadas na cidade, como dois feriados que estão confirmados para

pelentes, preservativos, lubrificantes e itens

agosto, nos dias 5 e 18; redução no número de vagas em estacio-

de higiene pessoal.

namentos públicos; e mudança nos horários de serviço para carga e descarga, que estará proibido no período diurno e autorizado entre 21h e 6h. “Algumas dessas mudanças serão aplicadas, gradativamente, a partir de 1º de julho. A oportunidade é ótima e grande parte dos desafios está nas mãos dos cidadãos”, afirma o diretor. No caso de farmácias e drogarias, o conselho é para que façam um planejamento logístico no que se refere ao recebimento

O momento é de crise no País. Por isso, sediar as Olimpíadas pode ser bom para a economia.

dos produtos no ponto de venda, para que não haja ruptura nas

Fábio Wolff

prateleiras. “Os empresários precisam ficar atentos às alterações

Wolff Sports e Marketing

que irão acontecer na cidade e fazer um estoque dos medicamentos mais vendidos para que se beneficiem das oportunidades de venda”, analisa.

Prepare a farmácia

De acordo com Maciel, todas as mudanças em curso serão in-

A farmácia está preparada para a de-

formadas à população por meio dos veículos de comunicação. “A

manda prevista durante as Olimpíadas? O

sociedade deve olhar as Olimpíadas com uma essência positiva,

estoque de produtos e medicamentos já

pois será um acontecimento excelente para a cidade e também para

foi repensado para evitar desabastecimen-

o comércio em geral”, completa o diretor de Operações dos Jogos.

to nas gôndolas? A equipe de funcionários

O presidente do Clube dos Diretores Lojistas do Rio de Janei-

está treinada para o atendimento? As res-

ro (CDL Rio) e vice-presidente da Associação Comercial do Rio de

postas para essas perguntas parecem ób-

Janeiro (ACRJ), Aldo Carlos de Moura Gonçalves, está reticente. Ele

vias, mas, na prática, é diferente. O tempo

lembra que, infelizmente, na última Copa do Mundo, realizada no

de planejamento é escasso, mas nada im-

Brasil, em 2014, o comércio varejista do Rio de Janeiro teve uma

pede que farmácias e drogarias se prepa-

queda no faturamento. “Esse foi um resultado que se deu pela fal-

rem para alcançar bons resultados.

ta de planejamento, mas espero que isso não aconteça desta vez”,

A consultora especializada em merchan-

pontua. Ele acredita que o comércio possa se beneficiar do megae-

dising e autora do livro Merchandising Farma

vento, mas serão necessários a motivação da equipe e o estímulo à

– a farmácia do futuro, Regina Blessa, orien-

participação ativa de todos os funcionários durante as competições.

ta os estabelecimentos a usarem recursos

Na opinião do sócio diretor da Wolff Sports e Marketing, Fábio

visuais para se comunicar com o turista, in-

Wolff, o evento é de alto potencial e tem tudo para gerar bons resul-

formando, por exemplo, que estão aptos a

tados. “O momento é de crise no País. Por isso, sediar as Olimpíadas

realizar o atendimento em outras línguas. “É

pode ser bom para a economia. No entanto, os empresários preci-

válido colocar na entrada ou na vitrine um

sam saber tirar proveito disso e alavancar as vendas”, opina Wolff.

aviso visível com os dizeres ‘English spoken’

Revista da Farmácia · Maio-Junho 2016

33


esporte Dicas da farmacêutica e consultora Ana Lucia Caldas

ou ‘Hablamos español’. Vale a pena também sinalizar com a bandeira do país respectivo para facilitar a entrada do estrangeiro na farmácia”, aconselha Regina, que também sugere contratar um balconista ou farmacêutico temporário que saiba falar inglês para facilitar o processo de compra e venda. A maioria dos turistas alemães,

Esteja devidamente vestido com o jaleco e identificado como farmacêutico.

franceses, italianos e japoneses fala essa língua. Outra questão a ser considerada pelos empresários do Canal Farma é que são poucos os produtos reconhecidos pelos estrangeiros devido aos nomes e às embalagens diferentes em cada país. “A comunicação correta evita a venda de medicamentos errados, o que pode ser um perigo para o turista e até caso de polícia, que é

Aprenda o básico do idioma inglês.

a única entidade a que o estrangeiro pode recorrer”, alerta Regina. Em relação ao estoque, a especialista adianta que os produtos mais procurados durante as Olimpíadas serão os repelentes e protetores solares. Em se tratando de medicamentos, serão aqueles contra efeitos de álcool, picadas de insetos, diarreia e má digestão.

Atualize-se sobre os principais

“Se a sua farmácia estiver próxima de estádios ou hotéis, priorize

medicamentos comprados por

as marcas mundialmente conhecidas e controle a reposição con-

estrangeiros no Brasil.

forme as vendas”, reforça Regina. Os empresários cujas farmácias estão em pontos onde serão realizadas as competições poderão aproveitar a demanda para atrair mais consumidores. “Eles devem fazer promoções, oferecer brin-

Saiba verificar a gravidade

des ou descontos e buscar relacionar as vendas com as atividades

dos sintomas e, quando

esportivas e turísticas”, ensina Gonçalves, do CDL Rio.

necessário, encaminhar para atendimento médico.

A Farmácia do Leme é um exemplo de local privilegiado. Ela está localizada num ponto turístico e próxima a hotéis que recebem muitos turistas. “Estamos com excelentes perspectivas para as Olimpíadas e esperamos um grande número de estrangeiros. Acredito, com isso, que as vendas vão crescer no período. Durante

Oriente sempre sobre

a Copa do Mundo, tivemos o melhor e maior movimento de todo o

a necessidade de se usar

ano. As Olimpíadas, por sua vez, são um evento muito maior”, con-

repelentes, pois há uma epidemia

ta o vice-presidente da Ascoferj e empresário, Ricardo Valdetaro.

de dengue e zika no Rio de Janeiro.

Para atendimento ao público, a Farmácia do Leme já tem um funcionário que fala inglês, e o restante da equipe está sendo treinada para utilizar programas de tradução no computador. “No que

Esteja com a aparência física impecável, mantendo os cabelos arrumados e as unhas limpas.

lares vão liderar a lista, seguidos de produtos para higiene pessoal, medicamentos para desarranjo intestinal e desidratação, água mineral e refrigerante”, analisa o empresário. Vale o alerta de que as empresas não poderão usar marcas, símbolos, expressões e designações das Olimpíadas se não forem

FREEPIK

34

se refere aos itens mais vendidos, acredito que os protetores so-

patrocinadoras do evento.

Revista da Farmácia · Maio-Junho 2016



mercado

Pegando carona nas Olimpíadas Segmento de suplementos alimentares cresce 12% em 2015 e promete mais rentabilidade ao Canal Farma

A

A proximidade dos Jogos Olímpicos co-

proteína em pó, as marcas oferecem alternativas que estimulam

loca em evidência um mercado que está em

uma alimentação saudável, como os diversos tipos de sabores de

franco crescimento no Canal Farma, o de

barrinhas, produtos sem glúten, vegan e alimentos como massas,

suplementos alimentares e para atletas. O

cereais e sobremesas fit com alta concentração proteica”, analisa o

consumo desses produtos tem se tornado

presidente da entidade.

uma tendência e vem ganhando espaço na

Para Synésio, é preciso ainda desmistificar o uso da suplemen-

vida dos brasileiros. O setor registrou um fa-

tação e mostrar que o consumo é apropriado para todos os públi-

turamento de R$ 1,32 bilhão em 2015, com

cos, desde que busquem orientação profissional. “O uso da suple-

crescimento de 12% em relação ao período

mentação já não é mais algo fora da nossa realidade, temos alguns

anterior, segundo a Associação Brasileira dos

pilares que fortalecem o crescimento do setor, como a expectati-

Fabricantes de Suplementos Nutricionais e

va de vida da população e a preocupação das pessoas no cuidado

Alimentos para Fins Especiais (Brasnutri). A

com a beleza, saúde e bem-estar”, afirma o presidente da Brasnutri.

expectativa de crescimento para o ano de

Além da previsão de crescimento no setor, pesquisa divulgada

2016 é de 15%.

36

recentemente, após entrevista em 1.007 domicílios brasileiros nas

Essa ascensão constante nos últimos

cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Belém e Fortaleza,

cinco anos revela o pleno potencial de mer-

mostrou que em 54% dos lares há, pelo menos, um indivíduo que

cado no Brasil. Além disso, o País, cada vez

consome suplemento alimentar. A pesquisa foi encomendada pela

mais, proporciona novos negócios no varejo,

Associação Brasileira da Indústria de Alimentos Para Fins Especiais

com a abertura de franquias, body shops e e-

e Congêneres (ABIAD) em conjunto com a Associação Brasileira das

commerce especializado. De acordo com o

Empresas do Setor Fitoterápico, Suplemento Alimentar e de Pro-

presidente da Brasnutri, Synésio Batista da

moção da Saúde (Abifisa) e a Associação Brasileira das Empresas

Costa, o mercado brasileiro da suplemen-

de Produtos Nutricionais (Abenutri).

tação é atraente para as grandes marcas e

Vários fatores contribuem para esse crescimento, entre eles, o

abre oportunidades não apenas para as em-

aumento no número de academias de ginástica, segundo dados da

presas tradicionais do segmento, como tam-

IHRSA Global Report 2015, revelam que o País possui, aproximada-

bém para novos empreendedores.

mente, 31,8 mil academias distribuídas de Norte a Sul, com 7.952 mi-

“As empresas nacionais estão investindo

lhões de alunos. É o segundo País com maior número de academias

no desenvolvimento de produtos diversifi-

por habitante. Um segundo fator seria a surpreendente inovação na

cados que colaborem para que as pessoas

fabricação e no lançamento de novos produtos com alta performance

possam ter uma vida equilibrada. Além da

e tecnologia avançada, que atende a vários perfis de consumidores.

Revista da Farmácia · Maio-Junho 2016


mercado Em relação aos canais de distribuição, atualmente, são mais de

Canais de distribuição

2,5 mil lojas especializadas de suplementos nutricionais, espalha-

5% 4%

das em todo o território nacional e que representam 90% do canal de distribuição dos produtos. O segmento de farmácias e drogarias

Distribuidores e lojas especializadas ou body shops

ainda tem uma participação tímida, cerca de 4% apenas, mas tem bons motivos para investir nesse mercado, pois, além de ser uma

91%

E-commerce especializado Farmácias, drogarias e lojas de produtos naturais

opção de mix de produtos saudáveis, os suplementos possuem alto valor agregado, aumentando a rentabilidade da loja. “Aos poucos, o varejo farmacêutico vem despertando para essa

FONTE: BRASNUTRI

nova oportunidade de mercado, principalmente as grandes redes. Além de trazer um novo público consumidor para farmácias e drogarias, o tíquete médio cresce devido ao alto valor agregado dos produtos”, opina o diretor-presidente da Unimarka, Edson Varnier.

Semelhanças e diferenças entre os suplementos

De olho no mercado de suplementos alimentares, a Unimarka

Em geral, os suplementos alimentares

Distribuidora passou a comercializar os produtos da MidWay devi-

são facilmente confundidos com os alimen-

do à crescente demanda por um estilo mais saudável de vida. Com

tos para atletas. No entanto, os primeiros vão

a venda de suplementos, a distribuidora espera atender aos vare-

muito além dos suplementos destinados es-

jistas tanto os donos de farmácias quanto os supermercadistas.

pecificamente aos esportistas profissionais.

Para apresentar seu mix de suplementos, a Rede Drogal colo-

No Brasil, os suplementos são compostos

cou uma tenda exclusiva na 4ª Maratona de Revezamento JP, que

vitamínicos e/ou de minerais que servem

aconteceu no dia 10 de abril e reuniu mais de 1,8 mil competidores

para complementar a dieta diária de uma

na Universidade Metodista de Piracicaba. A Drogal também doou

pessoa saudável, nos casos em que a in-

protetor solar e barrinha de proteína para os kits entregues aos parti-

gestão a partir da alimentação seja insufi-

cipantes. “Os atletas encontram uma linha completa de suplemen-

ciente ou quando a dieta exigir algum tipo

tos em todas as nossas filiais”, explica Alex Camargo, coordenador

de suplementação.

de Marketing da Rede Drogal. Outro diferencial para ajudar na es-

Segundo a regulamentação no País, os

colha do produto mais adequado para cada exercício é a presença

suplementos devem conter apenas vitami-

de profissionais nas farmácias com informações sobre as novida-

nas e/ou minerais com, no mínimo, 25%

des em produtos. A Drogal é um exemplo de que o Canal Farma

e, no máximo, até 100% da Ingestão Diá-

está cada vez mais atento a esse novo mercado.

ria Recomendada (IDR), na porção diária

Faturamento e crescimento (%) da indústria nacional de suplementos nutricionais +12%

700 600

+21%

500

+22%

200

+26% R$ 637

R$ 917 R$ 752

R$ 1,35 R$ 1,2

bilhão

• Shakes para redução de peso • Aminoácidos • Carboidratos • Proteínas

bilhão

• Hipercalóricos

bilhão

milhões

• Termogênicos

milhões

• Vitaminas

milhões

• Minerais

100

• Óleos Essenciais

0 2010

2011

2012

2013

2014

2015

FREEPIK

300

R$ 1,1

+18%

400

+10%

Tipos de suplementos mais consumidos no Brasil

FONTE: BRASNUTRI

Revista da Farmácia · Maio-Junho 2016

37


mercado Dados do IMS Health sobre o mercado de vitaminas e suplementos para atletas

2014

2015

93.826.666

99.246.576

5,8%

R$ 2.450.379.953

R$ 2.550.260.484

4,1%

5.150.399

5.233.809

1,6%

R$ 123.914.312,50

R$ 112.172.677,07

UNIDADES

mercado de VITAMINAS

CRESCIMENTO VALORES CRESCIMENTO

mercado de SUPLEMENTOS PARA ATLETAS

38

UNIDADES CRESCIMENTO VALORES CRESCIMENTO

9,5%

-

indicada pelo fabricante. Eles não podem

Segundo a Anvisa, a categoria de produtos conhecidos como

substituir os alimentos nem serem conside-

suplementos alimentares não existe formalmente no Brasil. Os

rados como dieta exclusiva. Em muitos paí-

produtos geralmente anunciados como suplementos alimenta-

ses, a categoria de suplementos alimenta-

res pertencem às categorias de suplementos vitamínicos e mi-

res abrange, além das vitaminas e minerais,

nerais e alimentos para atletas, ambas dispensadas de registro

outros nutrientes como fibras e aminoáci-

na Agência.

dos, substâncias com efeito nutricional ou

Por serem alimentos, esses produtos não podem alegar pro-

fisiológico, como os antioxidantes licopeno

priedades medicamentosas ou indicações terapêuticas. Propa-

e luteína e/ou ácidos graxos como ômega

gandas e rótulos que indicam alimentos para prevenção ou trata-

3, entre outros.

mento de doenças ou alívio de sintomas, emagrecimento rápido,

No Brasil, por questões regulatórias, os

redução de gordura, aceleração do metabolismo ou melhora do

produtos contendo outras substâncias além

desempenho sexual são ilegais e podem conter substâncias não

de vitaminas e minerais não são identifica-

seguras para o consumo.

dos como suplementos alimentares no ró-

Nos anos de 2013 e 2014, foram analisados 23 suplementos

tulo, o que contribui para a confusão entre

proteicos, sendo que 20 apresentaram irregularidades de compo-

estes e os suplementos para atletas. Para

sição. Apenas um desses produtos apresentou resultado satisfató-

conceituar os suplementos alimentares de

rio para todos os ensaios. Entre as amostras insatisfatórias, foram

acordo com o que se tem ao redor do mun-

identificados problemas na quantidade de carboidratos e proteínas

do e orientar melhor o consumidor deste

diferentes da informada na rotulagem e utilização de ingredien-

tipo de produto, a Associação Brasileira da

tes não declarados, tais como amido, soja e fécula de mandioca.

Indústria de Alimentos Dietéticos e para

As autoridades sanitárias e fabricantes de produtos utilizam di-

Fins Especiais (Abiad) propôs, em janeiro

ferentes terminologias para denominar esses produtos, tais como:

deste ano, uma atualização da regulamen-

alimentos funcionais, nutracêuticos, suplementos dietéticos, suple-

tação dos suplementos no País, já em ava-

mentos para saúde e nutricosméticos. Trata-se, portanto, de uma

liação pela Agência Nacional de Vigilância

categoria muito ampla de produtos com características qualitati-

Sanitária (Anvisa).

vas e quantitativas bastante variadas.

Revista da Farmácia · Maio-Junho 2016


consultora farmacêutica

Peeling químico

O

Os peelings químicos são um dos procedimentos que bus-

Para rugas mais profundas, cicatrizes de

cam corrigir algumas alterações causadas pelo envelhecimen-

acne e tonalidade heterogênea da pele, o

to da pele. Quando bem indicados, são opções seguras com

mais indicado deve ser um peeling quími-

bons resultados para atender às necessidades específicas de

co médio. Os ácidos mais utilizados, nesse

cada paciente. Soluções químicas são cuidadosamente aplica-

caso, removerão as células epiteliais tan-

das na pele para remover as camadas superficiais danificadas,

to da epiderme quanto da derme. O ácido

acelerar a produção de novas células e melhorar a textura. Os

tricloroacético é o mais utilizado, por ve-

produtos químicos mais utilizados são os ácidos alfa e beta hi-

zes em combinação com o ácido glicólico.

dróxidos, tais como ácido glicólico, ácido láctico, ácido salicílico

O peeling profundo está indicado nos ca-

e ácido maleico. Também são utilizados o fenol, o ácido triclo-

sos de rugas muito profundas, pele danifica-

roacético e alguns outros ácidos. A função de um peeling quí-

da, cicatrizes, manchas ou lesões pré-cance-

mico é provocar uma descamação controlada das camadas de

rígenas. A substância mais indicada é o fenol.

células danificadas.

Com penetração na derme, pode necessitar

Portanto, os peelings podem efetivamente atuar na textura da

de anestésico local para diminuir o desconfor-

pele, em sardas e manchas irregulares, lesões pré-cancerosas e no

to. Os resultados são excelentes. No entan-

tratamento de cicatrizes de acne. A profundidade da atuação quí-

to, a recuperação pode ser mais prolongada.

mica deve ser bem estudada, pois quanto mais profundo for o pee-

É importante compreender que peelings

ling, mais significativos serão os resultados e riscos do tratamento,

químicos apresentam riscos e incertezas. Ge-

portanto, mais cautelosa deve ser sua aplicação e mais criteriosos

ralmente, é um procedimento seguro quan-

os cuidados do pós-peeling.

do realizado por um profissional qualificado

Uma das maiores dificuldades do procedimento é determinar

e experiente. Raramente, pode ocorrer infec-

exatamente a quantidade da substância química que deve ser apli-

ção ou cicatriz. Determinados tipos de pele

cada e o tempo necessário para atingir a profundidade desejada,

correm o risco de alteração de cor tempo-

pois qualquer erro nesse cálculo pode acarretar em maus resul-

rária ou permanentemente. Alguns fatores

tados e danos irreversíveis. Dessa forma, classificamos os peelings

podem aumentar a possibilidade de hipo ou

em superficiais, médios e profundos.

hiperpigmentação, como os anticoncepcio-

O peeling superficial deve ser recomendado para pigmentação

HUMBERTO TESKI

Quando bem indicados, são opções seguras com bons resultados

Ana Lucia Caldas Farmacêutica, gerontóloga e especialista em atenção farmacêutica.

nais, a gravidez ou o histórico familiar.

irregular, ressecamento, acne ou rugas superficiais. Esse tipo de

Também pode ocorrer a reativação do

peeling remove por meio de uma leve esfoliação apenas na cama-

herpes labial. Certifique-se da possibilidade,

da superficial, a epiderme, tendo como resultado uma pele mais

para que seja utilizado medicamento antes

clara, uniforme e um brilho saudável. O profissional poderá utili-

e imediatamente após o peeling, a fim de

zar um ácido ou uma combinação, tais como ácido glicólico, ácido

evitar o reaparecimento da lesão. O histó-

láctico, ácido salicílico e ácido maleico. O tratamento poderá ser

rico de queloides ou cicatrização anormal

semanal, para alcançar os resultados desejados.

também deve ser considerado.

Quer saber mais?

Mande um e-mail para analulcaldas@gmail.com

Revista da Farmácia · Maio-Junho 2016

39


negócios

Inverno chegando na hora certa Apostar em cosméticos e dermocosméticos pode ser uma boa opção para alavancar resultados nessa época do ano

D

De acordo com o meteorologista Ale-

Tradicionalmente, espera-se um aumento nas vendas de me-

xandre Nascimento, do Climatempo Con-

dicamentos isentos de prescrição médica para tosse, resfriados e

sultoria, o inverno não vai chegar mais cedo,

alergias, assim como vaporizadores e inaladores, principalmente

mas na hora certa, o que não aconteceu nos

em regiões mais secas. Nos últimos dois anos, de acordo com o

últimos dois anos e, principalmente, em

IMS Health, seis categorias de medicamentos apresentaram cres-

2015. “O que se espera ao longo do outo-

cimento: gripes e resfriados, expectorantes, descongestionantes

no/inverno é algo mais dentro da normali-

nasais, antialérgicos e respiratórios, vitaminas C e tratamentos da

dade no Brasil. O El Niño vai enfraquecer e

garganta (veja na tabela).

‘morrer’, ao mesmo tempo em que as massas

Segundo o Euromonitor Brasil, de 2010 a 2015, a evolução

frias começam a se deslocar pelo País ain-

desse segmento foi de 74,4%. A previsão para o período de 2015

da no outono, como é normal de se esperar

a 2020 é que esse crescimento seja de 21,3%, sem incluir ainda

em um ano ‘normal’”, explicou Nascimento.

os repasses da inflação.

Dados do IMS Health mostram desempenho de produtos de inverno nos últimos dois anos R$ ANO MÓVEL FEV/15

R$ ANO MÓVEL FEV/16

CRESCIMENTO %

Gripes e resfriados

929.451.759

994.818.179

7%

Expectorantes

586.730.769

605.630.158

3%

Descongestionantes nasais

310.000.142

327.392.156

6%

Antialérgicos e respiratórios

248.903.359

294.678.965

18%

Vitaminas C

264.204.506

282.775.772

7%

Tratamento da garganta

254.450.577

275.336.095

8%

FREEPIK

CATEGORIA

40

Revista da Farmácia · Maio-Junho 2016


Venda de medicamentos MIPs para tosse, resfriado e alergias (em milhões) no canal farma

SHUTTERSTOCK

negócios

(milhões de R$) 7 6 5

3 2 1

R$ 5.506,9

R$ 6.677,5

R$ 3.158,5

0 * Previsão de vendas

2010

2015

2020*

Embora a categoria de medicamentos tenha bom desempe-

loja, como farmacêuticos, dermoconsulto-

nho, pode valer muito a pena investir em outros nichos de merca-

ras e balconistas, é muito importante para

do, como cosméticos e dermocosméticos. Um exemplo é a cate-

deixar esses produtos em evidência e tirar

goria de cuidados com a pele, que costuma ressecar bastante no

as dúvidas dos consumidores quando elas

inverno. “O ideal é se antecipar e preparar bem o PDV com produ-

surgirem. “Sobre exposição, o ideal é colo-

tos direcionados para a hidratação da pele, que é a parte do corpo

car os itens de hidratação expostos na mes-

que mais sofre com as baixas temperaturas. E, para evitar rupturas,

ma prateleira e visível aos olhos do cliente.

manter um bom estoque de segurança nas lojas”, orienta o diretor

Além disso, é importante segmentar por

de Vendas e Shopper&CM da Nivea, Theodoro Oliva.

tipo de pele, ou seja, separar os produtos

No último ano, a categoria de hidratantes representou, aproxi-

para pele sensível, seca e assim por diante”,

madamente, R$ 230 milhões no faturamento da Nivea. “Sempre

orienta o gerente de Marketing Brasil para

investimos em tecnologia para lançar novidades e acompanhar o

Eucerin, Orietta Balbontin.

mercado. A marca tem, entre os produtos dela, fórmulas com alto

A experiência de Eucerin no cuidado

poder de hidratação, como, por exemplo, os da linha azul, que co-

avançado da pele começou quando o pri-

meçou com o tradicional creme da latinha azul, Nivea Creme, e

meiro produto contendo um fator hidratan-

agora possui uma gama de produtos reunidos em uma família ex-

te natural para uso tópico foi concebido. A

clusiva”, comenta Oliva.

ureia se tornou o ingrediente mais usado

Algumas ações são importantes, como manter o PDV bem

para a pele seca, cada vez mais comum, es-

abastecido, especialmente a categoria de hidratantes. A exposição

pecialmente em períodos mais frios, como

dos produtos também pode ser potencializada com materiais que

o inverno. A fórmula mais recente de Euce-

atraem a atenção do consumidor para os benefícios e as novidades.

rin para pele seca é a do Eucerin Complete

“Além do ponto natural, os pontos extras, como pontas de gôndola

Repair, desenvolvida especialmente para

e check out, são ótimas alternativas para destacar a categoria de hi-

esse tipo de pele.

dratantes e atrair a atenção do shopper”, destaca o diretor da Nivea.

A dica é manter-se informado sobre os

Os hidratantes dermocosméticos possuem venda atrelada à

novos lançamentos no mercado. O consu-

recomendação médica. Por isso, o conhecimento da equipe de

FONTE: EUROMONITOR BRASIL

4

midor quer novidade, qualidade e preço.

Revista da Farmácia · Maio-Junho 2016

41


indústria farmacêutica

A postura da “nova” indústria O desafio não é vender, mas entender os anseios do comprador e oferecer produtos que atendam às suas reais necessidades

DIVULGAÇÃO

P

Para administrar negócios, deve-se, pri-

A informação é um bem social que rende lucros a quem produz

meiramente, ter consciência de que existem

e continua se multiplicando para quem compra, recebe, descobre e

diferenças, pois a excelência se obtém en-

valoriza. Desse modo, é fundamental que a “nova” indústria saiba

tre aqueles que estão engajados e unidos na

compreender as vantagens e os benefícios de conhecer, de modo

prestação de serviços de saúde de forma a

científico, as atitudes e os comportamentos dos clientes/varejis-

atender aos desafios da farmácia contem-

tas para tirar melhor proveito de sua conectividade e inter-relação.

porânea. Portanto, indústria e varejo devem

Portanto, a partir de um olhar mais crítico, devemos agregar

compartilhar os mesmos objetivos, direcio-

valor à participação dos farmacêuticos nos programas desenvolvi-

nando o foco para a qualidade e a forma

dos pela indústria. Isso deve acontecer porque não existe uma in-

inovadora de abordagem.

tegração efetiva e direta com os laboratórios fomentadores, nem

Existem indícios de que o varejo, na hora

um intercâmbio de informações mais confiáveis, o que leva à per-

do diálogo e da relação com a indústria, pre-

da de excelente oportunidade de fluxo de pessoas e contato dire-

fere atuar por intermédio do distribuidor,

to com um novo potencial de cliente e, em consequência, bene-

pois acredita que ele é o mais qualificado

fícios para os medicamentos e seus produtores.

para transmitir o que pensa e deseja o va-

É evidente que está faltando uma indústria farmacêutica mais

rejista. Isso pode ser considerado um grave

atuante na ponta do varejo, pois sem ela fica impossível conhe-

Mauro Pacanowski

problema ao não agregar valor à atividade

cermos as funções, os usos e as complexidades dos diversos me-

Professor e consultor da FGV

de assistência e atenção farmacêutica, que

dicamentos que se encontram à disposição, atuando em cente-

deveria ser desenvolvida e compartilhada

nas de patologias. Todo novo medicamento deveria ser mapeado

com a indústria.

e apresentado de forma didática para o farmacêutico. É desse co-

Na realidade, é preciso comprovar a eficá-

Quer saber mais?

Mande um e-mail para mauro@pacanowski.com.br

42

nhecimento que a atividade necessita e clama.

cia do atendimento farmacêutico destinado

Ao analisar essas informações, devemos refletir e descobrir a

aos consumidores e a relação desse atendi-

melhor forma de atender a esse nicho de mercado. Mapear sua

mento com o uso racional de medicamentos

área de confluência, conhecer os hábitos e costumes do varejo,

e com a taxa de retorno à farmácia. Se um

principalmente independente, e atender às suas necessidades são

cliente é bem orientado quanto às suas ne-

características de evolução da atividade empresarial farmacêutica.

cessidades, ele vai voltar ao estabelecimento.

O desafio não é vender, mas entender os anseios do compra-

A atividade da indústria farmacêutica

dor e oferecer produtos que atendam às suas reais necessidades,

deve estar engajada na relação do consu-

nem que para isso seja preciso remodelar todo o portfólio. Nes-

midor com o sistema de saúde, particular-

se ponto, ao se falar em medicamentos, o farmacêutico deve ser

mente com a farmácia, pois isso ajuda na

ouvido e prestar as devidas sugestões para que a compra racional

gestão dos processos que levam a equi-

proporcione melhores resultados operacionais à farmácia.

pe de representantes a pensar na solução mais eficiente.

Revista da Farmácia · Maio-Junho 2016

Esse é um caminho que devemos valorizar e observar para melhorar a eficácia na relação varejo/indústria.



gestão de pessoas

Avaliação de desempenho na gestão de talentos Ferramenta é útil para mensurar resultados da equipe, motivar para o trabalho e alavancar resultados

A

44

A sua empresa tem o hábito de avaliar

tas estão sendo cumpridas. Porém, essa ferramenta de gestão tem

o desempenho dos profissionais? Tomara

sido pouco utilizada pelas empresas e, em certos casos, de manei-

que sim, pois se trata de uma ferramenta

ra burocrática e com julgamento simplista, ou seja, a partir de opi-

muito valiosa no que se refere à gestão de

niões próprias formadas sobre os profissionais no sentido de per-

talentos, tendo como objetivo analisar o

mitir uma promoção, um desligamento ou a distribuição de bônus.

desempenho individual ou de um grupo de

O primeiro passo numa avaliação de desempenho eficaz é re-

funcionários. É por meio desse instrumento

conhecer a necessidade de aplicar essa ferramenta dentro da or-

que o empreendedor consegue diagnosticar

ganização. Em seguida, o profissional a ser avaliado deve ter co-

o comportamento de um colaborador du-

nhecimento de todo o processo: quando, como e quais critérios

rante um período de tempo determinado.

serão analisados. Dessa maneira, ele terá condições de se preparar

Para entender melhor, é fundamental

psicologicamente, já que nem todas as pessoas estão dispostas e

ter clareza sobre o que é desempenho, ou

abertas a críticas de superiores e colegas no ambiente de trabalho.

seja, a junção de dois pilares: competência

Vale lembrar que, apesar de existirem diversas técnicas de aplica-

e resultado. Competências são os compor-

ção, o ponto de partida para uma avaliação de desempenho é a

tamentos constituídos de conhecimentos,

fixação de objetivos claros, que possam ser mensurados de ma-

habilidades e atitudes. A competência é a

neira simples e assertiva.

maneira como uma tarefa é executada, com

O consultor e coach de executivos da Alliance Coaching, Ale-

responsabilidade, rigor, comprometimento

xandre Rangel, cita os dois principais modelos de avaliação de de-

e respeito aos prazos. Já o resultado é o que

sempenho mais eficientes e utilizados pelas empresas: Avaliação

deve ser realizado, isto é, a meta.

de Desempenho Top Down e Avaliação 360º. O primeiro consiste

Portanto, é a partir de uma avaliação de

na avaliação aplicada por gestores em relação ao desempenho de

desempenho que os critérios são estabele-

equipe dele, sendo o mais utilizado pela maioria das empresas, in-

cidos, e os resultados, mensurados, de for-

dependentemente do porte. “A única desvantagem desse método

ma que se possa saber se as metas propos-

é que a empresa corre o risco de receber avaliações que não refli-

Revista da Farmácia · Maio-Junho 2016


gestão de pessoas tam a realidade dos funcionários, já que é a percepção de apenas uma pessoa, aquele que exerce o cargo de chefia”, aponta Rangel. Na Avaliação 360º, o funcionário é avaliado por mais de um profissional com os quais ele interage e não fica sujeito apenas à análise de uma única pessoa quanto ao desempenho na função. “Aos poucos, esse modelo está ganhando a preferência das organizações, pois a perspectiva sobre o real desempenho do funcionário fica mais rica em termos de informações sobre o trabalho desenvolvido”, garante. Nesse segundo tipo de avaliação, todos, independentemente

Dicas para ter sucesso quando for executar uma avaliação de desempenho Entenda a importância da avaliação de desempenho para sua empresa. Escolha o método a ser utilizado.

Estipule os objetivos.

da posição hierárquica, são simultaneamente avaliadores e avaliados, mas é preciso assegurar o anonimato para evitar burburinhos

Converse com os colaboradores sobre essa

entre os colegas. Esse processo requer um nível de maturidade

necessidade.

profissional mais elevado, principalmente dos líderes, que deverão estar abertos a críticas.

Marque data e horário para a atividade.

Um ponto importante em um processo de avaliação de desempenho, seja qual for o método escolhido pela organização, é

Realize a avaliação.

avaliar os aspectos técnicos e comportamentais dos funcionários. “Se comparado, o conhecimento técnico é mais simples de o pro-

Mensure os resultados.

fissional adquirir do que as mudanças comportamentais. Portanto, é essencial insistir na questão comportamental para evitar problemas no futuro”, frisa o coach. FREEPIK

Nelson Ducoff Guimarães, consultor em Desenvolvimento Organizacional e Gestão de Pessoas, orienta para que os processos de avaliação nas empresas sejam realizados a cada seis meses ou, pelo menos, anualmente. “A escolha dependerá da cultura orga-

pria empresa, eliminam achismos e palpites

nizacional da companhia. É mais usual que seja feita a cada ano, e

sobre os funcionários e melhoram o clima

os desdobramentos aconteçam em momentos que não coincidam

de trabalho e a produtividade.

com a aplicação do acordo coletivo, por exemplo”, orienta Ducof. Todas as empresas, de pequeno, médio ou grande porte, devem ter o hábito de realizar a avaliação de desempenho. “A diferença entre elas diz respeito ao tipo de ferramenta a ser utilizada no processo. Por exemplo, se for uma microempresa com três funcionários, é mais fácil o próprio gestor avaliá-los. Se a empresa for de grande porte, com diversos gestores, é preciso definir um processo que não prejudique nenhum dos profissionais a serem analisados e que também não existam favorecimentos”, detalha o consultor. Aos avaliadores, algumas habilidades são bem-vindas para a boa condução do processo, como agir com imparcialidade, ter em-

O conhecimento técnico é mais simples de o profissional adquirir do que as mudanças comportamentais. Portanto, é essencial insistir na questão comportamental.

patia e comprometimento, possuir boa comunicação e direcionar

Alexandre Rangel

o foco para os resultados. As vantagens para as organizações são

Alliance Coaching

inúmeras. Elas conseguem identificar novos talentos dentro da pró-

Revista da Farmácia · Maio-Junho 2016

45


gestão de pessoas Dois métodos populares de avaliação de desempenho É o método também mais simples. Quem faz a avaliação é a chefia. A vantagem é que, com apenas um avaliador, acaba existindo certa uniformidade entre os critérios usados na avaliação. A desvantagem é que o funcionário pode ser prejudicado caso o avaliador tenha uma percepção equivocada do desempenho dele.

É o mais completo. Todos os colaboradores, independentemente da sua posição hierárquica, são simultaneamente avaliadores e avaliados. A vantagem é que os subordinados têm a oportunidade de avaliar livremente o desempenho de seus superiores. A desvantagem é que exige um nível de maturidade profissional mais elevado, e a chefia, por sua vez, deverá estar aberta para receber críticas.

Profissionais mais seguros

Dez motivos para fazer a avaliação de desempenho

Os empregados que trabalham em empresas que aplicam a avalição de desempenho entendem melhor o próprio trabalho, co-

1. Evidencia problemas de relacionamento.

nhecem seus pontos fortes e fracos e conseguem se perceber em

2. Ajuda na evolução dos funcionários.

rigir aspectos técnicos e/ou comportamentais que possam estar

3. Resulta em motivação e satisfação.

ticas, o que é valioso para quem almeja trilhar uma carreira de su-

relação aos demais membros da equipe. Além disso, podem corimpedindo o crescimento profissional e aprendem a receber crícesso dentro da organização e até subir de cargo. A avaliação de desempenho também promove a motivação.

4. Diagnostica necessidades e treinamentos.

“As pessoas ficam mais seguras para desempenhar suas funções e passam a saber o que precisam aprimorar, resultando em cres-

Identifica se o funcionário tem as

5. qualificações exigidas pelo cargo. 6.

cimento pessoal e profissional. A pior situação é se sentir inseguro por não saber se as expectativas da empresa estão sendo corres-

Mostra os profissionais com potenciais de crescimento na empresa.

pondidas”, acrescenta Rangel. Por outro lado, se o processo não for bem-feito pode desmo-

Ajuda a mensurar os resultados

7. da organização.

8. Melhora o clima de trabalho.

zado e raramente chega no horário da reunião. O ideal é dizer que

9. de maneiras mais eficientes.

As atividades são realizadas

que o importante é focar no processo e não no colaborador. “No

Elimina achismos e palpites sobre os funcionários.

seus funcionários aperfeiçoem o que foi analisado e que, em um

Revista da Farmácia · Maio-Junho 2016

a reunião fica comprometida quando ele não está presente. Note final de uma avaliação de desempenho, as empresas esperam que FREEPIK

10.

46

tivar a equipe. Soa mal dizer ao colaborador que ele é desorgani-

próximo encontro, as dificuldades e os desafios tenham sido superados, bem como os objetivos alcançados”, finaliza Ducof.



mobilização

Caça ao Aedes aegypti Farmacêuticos de todo o Brasil se unem em campanha contra dengue, zika e chikungunya

D

De acordo com o Boletim Epidemiológi-

tro-Oeste e Sudeste apresentam as maiores incidências: 337,8 ca-

co nº 14, 2016 (Semana 8), do Ministério da

sos/100 mil habitantes e 260 casos/100 mil habitantes, respec-

Saúde, do início de janeiro ao fim de feve-

tivamente, mantendo a tendência de 2015. Entre as unidades da

reiro deste ano, foram registrados 396.582

federação, destacam-se Minas Gerais (596,6 casos/100 mil habi-

casos prováveis de dengue no País. Nesse

tantes), Mato Grosso do Sul (514,7 casos/100 mil habitantes) e To-

período, a região Sudeste registrou o maior

cantins (462,1 casos/100 mil habitantes).

número de casos prováveis (222.947) em

A boa notícia é que o número de mortes por dengue caiu no

relação ao total, seguida das regiões Nor-

País. Nos dois primeiros meses do ano, foram confirmados 51 óbi-

deste (71.375), Centro-Oeste (52.162), Sul

tos, o que representa uma redução de 74% em comparação ao

(30.746) e Norte (19.352 casos).

mesmo período de 2015, quando foram confirmadas 197 mortes.

A análise da incidência de casos pro-

O vírus da zika já circula em todas as unidades da federação

váveis da doença, ou seja, número de ca-

brasileira, segundo o Ministério da Saúde. Acre, Amapá, Santa Ca-

sos/100 mil habitantes, segundo regiões

tarina e Rio Grande do Sul comunicaram que identificaram o vírus

geográficas, demonstra que as regiões Cen-

em seus territórios. Além disso, já foram confirmados três óbitos por vírus zika no País: um em São Luís/MA, um em Benevides/PA e outro em Serrinha/RN. Em relação à febre de chikungunya, foram notificados 3.748 casos autóctones suspeitos em 18 unidades da federação no País entre 3 de janeiro e 27 de fevereiro de 2016. Destes, 284 foram confirmados, sendo 48 por critério laboratorial e 236 por critério clínico-epidemiológico; 3.281 continuam em investigação.

Farmacêuticos lançam campanha Diante da proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor dos três vírus, e do crescente número de casos, entidades do setor farmacêutico lançaram, em 19 de março, a campanha “Farmacêuticos em ação: todos contra o Aedes aegypti”. A iniciativa do Conselho Federal de Farmácia (CFF), com apoio da Sociedade Brasileira de Farmacêuticos e Farmácias Comunitárias (SBFFC), entre outras entidades, teve como ponto de partida a sugestão de um grupo de educadores clínicos farmacêuticos. “É

48

Revista da Farmácia · Maio-Junho 2016


mobilização imprescindível a nossa participação nessa questão, que é um pro-

farmacêutico é o profissional de saúde de

blema de saúde pública, e a farmácia, por sua vez, de acordo com

mais fácil acesso por parte da população,

a Lei 13.021, é um estabelecimento de saúde”, defende a presiden-

portanto tem o compromisso de ser um

te da SBFFC, Carmen Íris Tolentino.

educador em diversas frentes, inclusive no

A campanha se diferencia da maioria porque tem como foco não somente a população, mas também o farmacêutico. “Já exis-

caso específico da tríade viral dengue, zika e chikungunya.

tem várias ações no sentido de educar as pessoas sobre prevenção,

A prevenção e o controle dessas e ou-

cuidados e transmissão. Por isso, decidimos ir além e atuar também

tras doenças reduzem os custos em saú-

sobre o profissional que lida com a comunidade, no nosso caso, o

de para o Sistema Único de Saúde (SUS),

farmacêutico. Visitamos farmácias e drogarias, distribuindo carti-

para planos de saúde e para toda a socie-

lhas de bolso sobre condutas a serem tomadas com pacientes com

dade. “Muitas pessoas estão doentes e,

suspeita ou diagnóstico confirmado”, explica Carmen.

na maioria das vezes, não sabem. Estão

Em vários estados do Brasil, farmacêuticos foram treinados para

doentes pelo estilo de vida, pelo sedenta-

enfrentar o desafio de prestarem um atendimento correto, princi-

rismo, pela alimentação inadequada, pelo

palmente na questão dos medicamentos. As cartilhas trazem orien-

estresse. Situações que provocam obesi-

tações sobre cuidados com o paciente, medicamentos permitidos

dade, hipertensão, diabetes, depressão,

e orientações em geral antes da primeira consulta médica. “Há pa-

doenças dermatológicas e psicológicas,

cientes consumindo medicamentos impróprios, como a Coristina

dislipidemias, doenças cardiovasculares,

D, que tem ácido acetilsalicílico”, alerta a presidente da SBFFC. Os

entre tantas outras. Se o farmacêutico se

organizadores da campanha também foram a diversos pontos pú-

dedicar a atender de forma personalizada

blicos, como feiras e rodoviárias, para orientar sobre os remédios a

a essa nova demanda, será bem-sucedi-

serem usados em caso de suspeita de dengue, zika e chikungunya.

do profissionalmente e financeiramente. A

“Os farmacêuticos são os profissionais da saúde mais próxi-

legislação tem contribuído para isso, mas

mos e acessíveis à população. E, historicamente, eles sempre desempenharam um papel fundamental em grandes epidemias. Foi assim, por exemplo, quando a gripe espanhola desembarcou no Brasil, em 1918. Sua participação foi imprescindível não só no aten-

Incidência da dengue no País de janeiro a fevereiro de 2016

dimento às vítimas e na pesquisa de alternativas de tratamento, como também na definição de políticas públicas para o controle da doença”, lembra o CFF em texto de lançamento da campanha. Segundo o Conselho, a campanha tem por objetivo transformar

13,2%

cada farmacêutico em um agente de combate ao mosquito e cada

18%

farmácia em um ponto avançado de ação contra as três doenças. Todas as peças da campanha, inclusive a cartilha para download estão disponíveis em www.cff.org.br.

Apoio e educação

13,2% 56,2%

Para o educador em saúde, farmacêutico clínico e empresário Laércio Batista Júnior, os profissionais têm se empenhado pouco no sentido de orientar e educar. “Reservamo-nos o direito à venda de medicamentos e à orientação de uso, mas não temos o hábito de promover a educação em saúde”, comenta. Segundo Laércio, o

8% FONTE: BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO Nº 14, 2016 (SEMANA 8)

Revista da Farmácia · Maio-Junho 2016

49


mobilização Medicamentos proibidos em caso de dengue, zika e chikungunya AAS

Anacin

Aspirina Impact

Cafiaspirina

AAS Protect

Anacold

Aspirina Prevent

Cafiaspirina

Acecílico

Analgermon

Aspissen

Calmador

Acectil

Analgesin

Assedatil

Cardio AAS Entérico

Aceticil

Antifebrin

Assetil

Cardioaas

Acetildor

Antitermin

Bayaspirina

Cheracap S

Acetilessin

Asetisin

Benegrip

Cibalena A

Acidalic

AS-Med

Bufferin

Cimaas

Ácido acetilsalicílico

Aspirina

Bufferin Cardio

Cordiox

Anacetil

Aspirina C Efervescente

Caas

Coristina D

Dausmed

Doloxene A

Doribel

Doril

Dormec

Drenogrip

Ecasil-81

Engov

Enjoy

Excedrin-E

Florialgin

Florialgin

Griperal

Melhoral C

Melhoral Infantil

Mialgin

Migrane

Orosprevent

Prevencor

Prevencor Pril

Resfriol S

Resprax

Salicetil

Salipirin

Salisvit C

Salitil

Sifaas

Sinutab

Somalgin

Somalgin Cardio

Sonrisal

Superhist

Thrombo ASS

Tri – Bufered Aspirin

Vasclin

Vita Grip

o farmacêutico não está sabendo aprovei-

saber orientar as pessoas que procuram uma farmácia para com-

tar”, aponta Laércio.

prar analgésicos contra febre e dor, pois pode ser dengue, zika ou

Na opinião da pesquisadora do Núcleo de Assistência Farmacêutica, da Escola Na-

tranquila com os sintomas”, propõe.

cional de Saúde Pública Sergio Arouca/Fio-

Vale lembrar que são proibidos os remédios que contêm áci-

cruz, Vera Lucia Luiza, a farmácia tem um

do acetilsalicílico, uma substância que é capaz de agravar o surgi-

papel importante a cumprir na educação e

mento de sangramentos e hemorragias. Além disso, também de-

na orientação da população, principalmente

vem ser evitados os anti-inflamatórios, os anti-inflamatórios não

devido à capilaridade dos estabelecimen-

hormonais e os corticoides. Os mais indicados são o paracetamol

tos e ao horário estendido de atendimen-

e a dipirona, mas sob prescrição médica.

to. Mas, para isso, precisa treinar e reciclar

Segundo Vera, faltam ações governamentais para que farmá-

os profissionais. “No setor privado, há ini-

cias e drogarias atuem, de fato, como estabelecimento de saúde,

ciativas isoladas de treinamento continua-

mas, por outro lado, reconhece que é preciso harmonizar melhor

do, com supervisão, mas são poucos luga-

o ambiente comercial com o de saúde, para que a assistência far-

res, considerando o número de farmácias

macêutica se dê de forma segura e com qualidade.

que existem no Brasil”, avalia.

50

chikungunya. E pode ajudar o paciente a ter uma convivência mais

Atualmente, Vera Lucia coordena um diagnóstico sobre o varejo

As farmácias e drogarias podem con-

farmacêutico, com o objetivo de caracterizar o setor e oferecer subsí-

tribuir dando apoio aos doentes, ajudan-

dios para a criação de políticas públicas que envolvem esse segmen-

do na identificação dos sintomas iniciais

to. Esse estudo faz parte de um projeto mais amplo, coordenado pela

e alertando sobre o uso de determinados

pesquisadora Lígia Bahia, da Universidade Federal do Rio de Janeiro

medicamentos. “O farmacêutico precisa

(UFRJ), que vai traçar um perfil do complexo da saúde no Brasil.

Revista da Farmácia · Maio-Junho 2016


recursos humanos

Carreiras em evolução

N

No cenário atual, os especialistas têm considerado ser de vi-

Atualmente, quem compete no mer-

tal importância a atualização das competências e o planejamento

cado de trabalho investe por conta própria

de carreira, permitindo, dessa forma, que o profissional fique ali-

na formação, negocia seu talento com mais

nhado às novas tendências, metodologias e atribuições do cargo

desenvoltura e assume a responsabilida-

que ocupa no segmento farmacêutico. Tais posturas resultam em

de pelo seu plano de carreira em parceria

maior flexibilidade, ao mesmo tempo em que abrem novas pos-

com a empresa que deseja reter os melho-

sibilidades de ascensão.

res profissionais.

Nesse contexto atual de competitividade e diversidade nos car-

Para alcançar o sucesso e se diferenciar, é

gos e setores, cada vez mais alinhados com o planejamento estra-

preciso planejar a carreira. O sucesso pode-

tégico de suas respectivas empresas, os profissionais devem forta-

rá ser determinado pelo que você faz bem

lecer seus diferenciais e desenvolver múltiplas habilidades técnicas

e pelo que combina as suas melhores ha-

e comportamentais, com foco na educação continuada.

bilidades e interesses. Podemos considerar

Ao longo dos anos, a carreira profissional tem mudado de ca-

como etapas do planejamento de carreira o

racterística. No passado, a ela tinha como característica uma “vida

autoconhecimento e a percepção de pon-

na empresa”, ou seja, quanto mais tempo se trabalhava na mesma

tos fortes e fracos, seguidos dos objetivos

instituição, melhor eram a remuneração e as possibilidades de as-

de evolução a partir de um plano de ação,

censão vertical. Sendo assim, as empresas eram as responsáveis

que deve ser monitorado continuamente.

pela carreira dos seus colaboradores.

Todo o esforço despendido para a obten-

Na década de 1980, o descritivo de cargos virou tendência nas

ção de novos conhecimentos somente terá

grandes companhias com o objetivo de promover planos de carreira

validade quando eles puderem efetivamente

para os colaboradores. Mas, como nem todos desejavam e tinham

ser utilizados nas atividades desenvolvidas

aptidão para assumir um cargo de liderança, surgiu a opção de se-

pelo indivíduo. Sendo assim, o planejamen-

guir dois caminhos: ser promovido ou tornar-se um especialista.

to e a gestão de carreira tornam-se um fa-

A globalização, as novas tecnologias e as mudanças incessan-

tor preponderante na condução da trajetória

tes e constantes que vêm afetando o ambiente empresarial desde

profissional e estimulam o indivíduo a fazer

a década de 1990 criaram a necessidade de adaptação tanto por

uma análise de suas competências e, prin-

parte das empresas como dos profissionais. Diante disso, a ten-

cipalmente, entender a si próprio, facilitan-

dência passa a ser buscar pela empregabilidade, que significa o

do a condução de seus propósitos pessoais

conjunto de conhecimentos, habilidades e comportamentos que

e profissionais e proporcionando o encon-

tornam um profissional preparado e importante não apenas para

tro do trabalho certo, o que, consequente-

a empresa em que atua, mas também para qualquer companhia

mente, vai aumentar o nível de satisfação

que tenha a necessidade de contratá-lo.

dele na carreira, com obtenção do sucesso.

HUMBERTO TESKI

Quem compete no mercado de trabalho investe por conta própria na formação e negocia seu talento com mais desenvoltura

Lucia Gadelha Consultora especialista em gestão em recursos humanos e capacitação de líderes.

Quer saber mais?

Mande um e-mail para luciagadelha@terra.com.br

Revista da Farmácia · Maio-Junho 2016

51


parceria

Jogando no mesmo time Instituições do segmento refletem sobre a importância de uma relação harmônica entre empresário e farmacêutico

A

As relações entre empresários e farmacêuticos evoluíram muito

nos últimos anos, mas ainda persistem alguns conflitos que precisam ser resolvidos para que o setor equilibre melhor os papéis de comércio e saúde. A harmonia entre os dois lados é fundamental para um trabalho de qualidade na farmácia e para o crescimento profissional tanto dos gestores quanto dos farmacêuticos. “Existem profissionais que estão no varejo farmacêutico por falta de opção. Não gostam do que fazem e não pensam na possibilidade de desenvolver carreira, ganhar mais e crescer. Por outro lado, muitos empresários ainda veem o farmacêutico como mera demanda regulatória, por miopia estratégica de negócio e também por falta de capacidade de visão, inovação e gestão empreendedora”, avalia o diretor de Pesquisa do ICTQ, Marcus Vinicius de Andrade. Estatísticas apontam que o varejo emprega 80% dos farmacêuticos. No entanto, 40% das farmácias e drogarias já são de propriedade de farmacêuticos, o que sinaliza uma tendência e uma mudança cultural no País. “Por isso, farmacêuticos e empresários precisam conhecer mais sobre seus respectivos papéis e potenciais a serem explorados dentro do negócio. É importante derrubar alguns preconceitos mútuos e quebrar paradigmas por iniciativa de ambas as partes e partir para um diálogo aberto, que vise ao crescimento e à saúde do negócio”, acrescenta Marcus Vinicius. O artigo 10 da Lei Federal 13.021, de agosto de 2014, estabelece que o farmacêutico e o proprietário do estabelecimento deverão agir sempre solidariamente, realizando todos os esforços para promover o uso racional dos medicamentos. “As farmácias e drogarias são estabelecimentos prestadores de serviços de saúde, de interesse público, destinados a prestar a devida assistência farmacêutica. Por isso, a promoção da saúde deve ser um objetivo perse-

SHUTTERSTOCK

guido por farmacêuticos e empresários. A harmonia entre os dois atores é condição primordial para que os estabelecimentos atinjam caráter social significativo”, afirma o presidente do Conselho Federal de Farmácia (CFF), Walter da Silva Jorge João.

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Revista da Farmácia · Maio-Junho 2016


parceria Os dois lados possuem direitos e deveres. O proprietário da as orientações técnicas emitidas pelo farmacêutico e é de respon-

Dicas para o farmacêutico mostrar o potencial dele

sabilidade do estabelecimento fornecer condições adequadas ao

• Demonstrar que o trabalho vai muito além de mera

farmácia, por exemplo, não pode desautorizar ou desconsiderar

perfeito desenvolvimento das atividades profissionais. “Ao far-

demanda regulatória.

macêutico cabe o devido respeito ao proprietário, o compromisso

• Evidenciar que as ações trazem lucratividade para a

com a sua constante qualificação, a obediência à legislação vigen-

empresa, aumentando o tíquete médio do cliente

te e a sensibilidade necessária para a correta compreensão de que

e agregando valor na venda de produtos com a

o estabelecimento não pode prescindir da lucratividade”, destaca

prestação de serviços farmacêuticos.

o presidente do CFF.

Farmacêutico: obrigação ou necessidade? O desafio de um relacionamento harmônico é posto à prova a partir da própria legislação em vigor. “A lei, que exige a presença do farmacêutico na farmácia, traz uma consciência de obrigação e

• Mostrar o que o atendimento especializado é capaz de oferecer, ou seja, não somente mais dinheiro, mas principalmente segurança para o consumidor e para o empreendedor, que pode evitar demandas jurídicas e prejuízos com indenizações.

não de necessidade para o empresário. Existem ainda os sindicatos, que, na percepção do empreendedor, impõem o ganho mínimo

isso, o diálogo deve ser voltado no sentido

– piso salarial – e os conselhos, que penalizam o estabelecimento

de conciliar os interesses comerciais aos da

que não tem o profissional presente em todo o horário de funcio-

vocação profissional, sempre com objetivo

namento. Logo, esse profissional, na visão do empresário, fica fa-

de melhor atender à população”, acrescenta.

dado a ser uma obrigação burocrática e onerosa, imposta por lei”,

Espírito de cooperação e comprometi-

constata o diretor do ICTQ.

mento entre as partes são dois fatores que

O fato de o farmacêutico ser um profissional de saúde não sig-

contribuem para uma relação mais harmô-

nifica que não possa haver interesses comuns entre os dois ato-

nica, de acordo com o presidente do Sinco-

res. O estabelecimento ganha com a efetiva compreensão de que

farma/SP, Natanael Aguiar Costa. “É pos-

ambos são imprescindíveis ao bom desenvolvimento do negócio.

sível falar em direitos e deveres, mas, para

Existem outros estabelecimentos privados de saúde que alcançam

isso, precisamos dialogar com espírito de-

seus objetivos prestando a devida assistência à saúde da popula-

sarmado”, diz. Na opinião dele, exceto em

ção, como os hospitais, por exemplo.

situações em que o farmacêutico é dono

Na opinião do presidente executivo da Associação Brasilei-

do estabelecimento, a grande maioria tem

ra do Comércio Farmacêutico (ABCFARMA), Renato Tamarozzi,

na farmácia um trampolim para empregos

a relação só melhora com a contrapartida de ambos. “Se o far-

em concursos públicos ou vagas em labora-

macêutico não tem vocação para atender à população, não en-

tórios farmacêuticos. Além disso, aponta a

contrará sucesso no varejo. Se escolhe a farmácia por falta de

baixa qualidade do ensino universitário, que

opção, também não terá sucesso. É preciso construir uma car-

forma muitos profissionais despreparados

reira. O profissional recém-formado não pode ser imediatista. A

para atuar no balcão da farmácia.

remuneração, por exemplo, é consequência do trabalho e au-

Posto isso, vale a seguinte reflexão:

menta na mesma proporção da dedicação do profissional”, ar-

se aplicado adequadamente e com vi-

gumenta Tamarozzi.

são empreendedora, o conhecimen-

Segundo o representante da ABCFARMA, os empresários, por

to do farmacêutico pode trazer inova-

sua vez, precisam entender que o farmacêutico é um profissional

ções para o setor? Envie sua opinião para

de saúde e, como tal, sua vocação, em regra, não é comercial. “Por

revistadafarmacia@ascoferj.com.br.

Revista da Farmácia · Maio-Junho 2016

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farmácia clínica

Consultórios começam a ganhar espaço

PAGUE MENOS

Redes estão apostando na novidade para levar saúde à população e promover o trabalho do farmacêutico

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O

Farmacêutica da Pague Menos durante atendimento a paciente

O varejo farmacêutico está descobrin-

A rede de farmácias Pague Menos é um exemplo. Ela disponi-

do um novo nicho de atendimento. É cada

biliza serviços gratuitos de assistência farmacêutica em duas mo-

vez mais comum encontrar farmácias e dro-

dalidades: pelo Clinic Farma, cujo atendimento do farmacêutico é

garias, inclusive grandes redes, que estão

feito em uma sala específica, e o SAC Farma, por telefone. Os ser-

montando consultórios clínicos em seus

viços são oferecidos em diversos estados do País e a adesão por

próprios espaços para atender à popula-

parte da população tem sido positiva.

ção. O maior objetivo de iniciativas como

A primeira Clinic Farma foi implantada em junho de 2014, em

essa é priorizar a saúde e incentivar a conti-

Fortaleza. De lá para cá, já são 233 salas em funcionamento e 162

nuidade ao tratamento proposto pelo mé-

prontas para atendimento, mas que ainda serão inauguradas. De

dico. O farmacêutico, nesse caso, é o pro-

março a dezembro de 2015, 28.922 clientes já haviam sido aten-

fissional responsável pelo atendimento a

didos, com mais de 58.920 serviços realizados. Este ano, entre ja-

essas pessoas.

neiro e fevereiro, foram mais de 17.200 pessoas atendidas, 8.974

Revista da Farmácia · Maio-Junho 2016


farmácia clínica novos clientes e 13.856 serviços realizados. O projeto obedece às

farmacêutico dos pacientes. “Mesmo com

diretrizes da RDC nº 44, da Agência Nacional de Vigilância Sani-

toda a burocracia, a rede tem suas farmácias

tária (Anvisa).

regularizadas e em acordo com o que está

Nas farmácias com Clinic Farma, as salas são disponibilizadas

na legislação para realizar esse tipo de traba-

para acompanhamento ao paciente diabético e hipertenso, revisão

lho. Sobre a equipe, ela recebe qualificação

de medicação, esclarecimento de dúvidas, orientações em geral so-

contínua para prestar um atendimento de

bre administração de medicamentos e interação medicamentosa,

qualidade ao paciente”, acrescenta Cristiane.

aferição de pressão arterial e glicemia capilar, medição de temperatura corpórea, entre outros. De acordo com a coordenadora técnica Farmacêutica das Far-

Nossa Drogaria se prepara para ter consultório

mácias Pague Menos, Cristiane Feijó, o que motivou a abertura

A Nossa Drogaria é outro exemplo de

da Clinic Farma foi, principalmente, a possibilidade de aumentar

rede que está apostando na novidade. No

a adesão dos clientes ao tratamento prescrito. “A farmácia é um

momento, enfrenta as barreiras burocráti-

estabelecimento de saúde e, por isso, deve prestar serviços que

cas, ou seja, está aguardando a liberação da

contribuam para o bem-estar do cliente, proporcionando quali-

Vigilância Sanitária para que as lojas passem

dade de vida”, defende ela.

a oferecer a atividade de consulta farma-

Cristiane destaca que, quando o farmacêutico percebe a ne-

cêutica. Atualmente, os serviços realizados

cessidade de retorno do paciente ao médico, ele recomenda essa

pelos farmacêuticos nas lojas são básicos,

volta. Além disso, após cada atendimento, a pessoa recebe uma

como aferição de pressão arterial e medi-

declaração do serviço farmacêutico prestado e um cartão de acom-

ção da glicemia capilar.

panhamento para que ela apresente ao médico ou a outros profissionais de saúde que a acompanham.

O coordenador Farmacêutico da rede, Maurício Dias Matos, explica que o objetivo

Já o SAC Farma surgiu porque a rede de farmácias recebia mui-

do trabalho é ampliar o acesso da popula-

tas ligações de pacientes com dúvidas sobre medicamentos e tra-

ção ao profissional farmacêutico, para que

tamentos no SAC normal da empresa. Então, em 2000, foi inau-

ele possa, por meio do acompanhamento,

gurada a Central de Atendimento Farma, que funciona 24 horas

atuar na proteção do paciente e na preven-

em todo o Brasil. Durante esses 16 anos, já realizou mais de dois

ção de doenças. “A ideia da implantação do

milhões de atendimentos.

consultório farmacêutico em nossa compa-

No SAC Farma, o atendimento é realizado pelo telefone e por

nhia surgiu após a publicação da Lei Federal

uma equipe de farmacêuticos e acadêmicos de Farmácia. Eles orien-

nº 13.021/14, que transforma a farmácia em

tam e tiram dúvidas relativas à posologia, comparação entre fár-

estabelecimento de saúde e reitera a obri-

macos, medicamentos genéricos ou controlados, contraindicações,

gatoriedade da presença permanente do

associações medicamentosas e dúvidas no tratamento prescrito.

farmacêutico nas farmácias”, conta Matos.

A coordenadora da Pague Menos ressalta que, entre todos os

A expectativa da Nossa Drogaria é que

serviços oferecidos, os mais procurados são para acompanhamen-

os clientes possam aderir ao tratamen-

to a pacientes diabéticos e hipertensos. “Eles chegam às farmácias

to e que tenham conhecimento e contro-

carentes de informação e apoio. Nesse momento, convidamos para

le sobre as próprias patologias, recebendo

que conheçam o projeto. Atendemos todos os clientes, principal-

atendimento personalizado, com foco no

mente os usuários do Programa Aqui Tem Farmácia Popular”, afirma.

bem-estar. “O nosso compromisso é com

Os principais desafios para implantar o projeto na Pague Menos

a saúde da população e com os serviços di-

foram as barreiras fiscais, o entendimento das vigilâncias quanto ao

ferenciados que queremos oferecer a eles”,

trabalho exercido e a capacitação de profissionais para o cuidado

finaliza Matos.

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saúde

Cerca de um milhão de brasileiros têm glaucoma Doença, que não tem cura, pode levar paciente à cegueira se não for controlada com medicamentos

N

No dia 26 de maio, comemora-se o Dia Nacional de Combate

ao Glaucoma, doença que é a segunda principal causa de cegueira no mundo, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). O glaucoma atinge cerca de 2% dos brasileiros, o que equivale a, aproximadamente, um milhão de pessoas. A doença já provocou a cegueira em sete milhões de indivíduos

no mundo todo e estimativas indicam que, atualmente, 120 milhões sofrem do problema. Estima-se ainda que mais de 2,2 milhões de americanos tenham glaucoma, mas apenas metade deles sabe disso. Na Europa, 9,5 milhões de pessoas têm a doença, que é responsável por 20% dos casos de cegueira da União Europeia. Trata-se de uma enfermidade silenciosa, caracterizada pela degeneração do nervo óptico e pela perda progressiva do campo visual. Existem diversos tipos de glaucoma: agudo ou crônico; primário ou secundário; de ângulo aberto ou fechado. “O tipo crônico de ângulo aberto é o mais comum e, geralmente, não manifesta nenhum sintoma na fase inicial, mesmo com a pressão intraocular elevada”, explica o oftalmologista Diogo Caldas. De acordo com o especialista, a doença é diagnosticada por

ISTOCKPHOTO

um conjunto de exames oftalmológicos, mas, na maioria dos casos, não há como prevenir ou curar. Por isso, o diagnóstico deve

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Revista da Farmácia · Maio-Junho 2016


saúde Medicamentos mais utilizados por pacientes com glaucoma Betabloqueadores

Alfa agonistas

Inibidores da anidrase carbônica

Análogos de prostaglandina

ser feito o mais cedo possível. O médico aconselha que o exame Na maioria dos casos, o tratamento é realizado com colírios; em

Verduras reduzem os riscos de glaucoma

outros, são necessários procedimentos mais complexos, como ci-

De acordo com um estudo reali-

rurgia, injeção intraocular e terapia com laser. “Atualmente, os fár-

zado pela Harvard Medical School,

macos usados atuam apenas na diminuição da pressão intraocu-

nos Estados Unidos, comer verdu-

lar”, explica o especialista.

ras diariamente pode baixar o risco

Os profissionais de farmácias e drogarias podem ser muito úteis

de desenvolver glaucoma em 20%

no combate à doença, orientando os pacientes a seguirem a po-

ou mais ao longo dos anos. A equi-

sologia dos medicamentos de maneira correta. “Observamos que

pe, liderada pela médica Jae Kang,

muitas pessoas não pingam todas as doses diárias de colírio ou o

acompanhou 64 mil pacientes, en-

fazem fora do horário estabelecido. Vale a pena, durante o atendi-

tre 1984 e 2012, e outros 41 mil en-

mento no balcão, alertar os clientes sobre a importância da aplica-

tre 1986 e 2014. Todos os homens e

ção correta do produto, que deve ser dentro do olho e no horário

mulheres avaliados tinham mais de

estabelecido pelo médico”, orienta.

40 anos, mas nenhum tinha glau-

Integrante da Sociedade Brasileira de Oftalmologia (SBO), Maria

coma no início do estudo. Depois

Vitória Moura Brasil faz um alerta importante para farmácias e pro-

de 25 anos de acompanhamento,

fissionais: existem medicamentos contraindicados para pacientes

1,5 mil pessoas desenvolveram a

com a doença. Por isso, devem ter atenção redobrada na hora da

doença. Divididos entre cinco gru-

dispensação. “Por exemplo, produtos que possuem em sua com-

pos que consumiam verduras e sa-

posição a cortisona devem ser evitados por quem tem glaucoma

ladas em intensidades diferentes,

de ângulo aberto, e os descongestionantes com fenilefrina são con-

aqueles que incluíram mais folhas

traindicados no glaucoma de ângulo fechado”, destaca a especialista.

verdes na dieta diária se beneficia-

Maria Vitória ressalta ainda que, durante a dispensação, balco-

ram muito mais.

nistas e farmacêuticos precisam perguntar ao paciente se ele está aguardando o intervalo de dez minutos entre a aplicação de um colírio e outro, caso sejam utilizados mais de um. “Para a eficácia do medicamento, esse é o tempo que se deve aguardar”, acrescenta. Todo ano, a SBO realiza ações em diversos estados para conscientizar a população sobre a doença. “O nosso objetivo é informar E, em caso de diagnóstico de glaucoma, a necessidade de adesão ao tratamento para evitar a perda da visão”, finaliza. Outras informações no site da SBO: www.sboportal.org.br.

FREEPIK

sobre a importância de manter os exames oftalmológicos em dia.

FONTE: RENATO AUGUSTO NEVES, CIRURGIÃO-OFTALMOLOGISTA

seja realizado anualmente.

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pequeno varejo

Como o pequeno varejo pode reduzir desperdícios Vale a pena fazer uma análise completa do estabelecimento para economizar e sobreviver à crise

HUMBERTO TESKI

D

Diante do atual cenário econômico, é

pada é mais econômico do que as antigas incandescentes. Porém,

fundamental atuar no controle e na redu-

mesmo elas podem e devem ser observadas e ter a instalação oti-

ção de desperdícios na empresa. O empre-

mizada. As 50 lâmpadas do exemplo, em funcionamento por 13

sário e sua equipe devem estar atentos aos

horas de trabalho por dia, durante 26 dias no mês, consomem o

principais aspectos que podem provocar al-

equivalente a R$ 270,40 da tarifa de energia elétrica, o que repre-

gum tipo de desperdício.

senta um total de R$ 3.244,80 de despesa por ano.

No pequeno varejo e, em especial, nas

A simples substituição dessas 50 lâmpadas de 20 W do tipo

farmácias e drogarias, é importante prestar

fluorescente compacta por 50 lâmpadas do tipo LED de 11 W,

atenção especial ao desperdício de ener-

que vão produzir a mesma luminosidade, em funcionamento pelo

gia e às pequenas perdas desnecessárias

mesmo período diário e mensal, irão consumir o equivalente a R$

de água e produtos, matéria-prima e insu-

148,72 da tarifa de energia elétrica, o que representa R$ 1.784,64

mos. Além da análise mensal, a projeção na

de despesa ao ano. Isso significa uma economia de 45% no con-

base 12, ou seja, na economia possível em

sumo de energia em lâmpadas. A economia mensal com a inicia-

um ano decorrente da eliminação de des-

tiva da troca é de R$ 121,68, que, projetada na base 12 (um ano),

perdícios ou simplesmente da racionaliza-

representa um total de R$ 1.460,16.

ção do uso da energia, pode ser especial-

Marcos Assumpção Consultor em planejamento, gestão por processos e gerenciamento de projetos.

mente interessante. O desperdício de energia elétrica pode ser observado em algumas situações, como

Mande um e-mail para marcosconsultor@globo.com

58

nomia decorrente da maior vida útil das lâmpadas do tipo LED, que é duas vezes e meia mais longa do que a vida útil das lâmpadas do tipo fluorescente compacta.

no uso de determinado tipo de lâmpada

O desperdício de água, por sua vez, é percebido no tipo de

menos econômica, em modelos de equi-

descarga do vaso sanitário, nas torneiras sem temporizador e

pamentos que não tenham Selo Procel, na

nas perdas por vazamentos. E os desperdícios de matéria-pri-

distância mínima dos equipamentos em

ma podem ocorrer por meio da perda de produtos em alguns

relação às paredes, em instalações elétri-

processos, como recepção, estocagem e controle dos prazos de

cas sobrecarregadas, entre outros detalhes.

validade, que sofrem impacto direto da má gestão do estoque

Tomemos como exemplo uma empresa Quer saber mais?

Outro ponto importante que merece destaque refere-se à eco-

e da reposição.

que tenha instaladas 50 lâmpadas do tipo

Portanto, vale a pena pensar em realizar uma análise completa

fluorescente compacta de 20 W. É de co-

do seu estabelecimento para identificar pontos de desperdício e pro-

nhecimento de todos que esse tipo de lâm-

curar eliminá-los, tendo em vista economizar e sobreviver à crise.

Revista da Farmácia · Maio-Junho 2016




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