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Ano 25 · Edição 195 · Novembro-Dezembro 2016
Farmácias conquistam o direito de aplicar vacinas Devido à capilaridade do setor, prevenção vai chegar a um número muito maior de pessoas em todo o município do Rio de Janeiro COMPORTAMENTO
TECNOLOGIA
PESQUISA
Cada vez mais, empresas avaliam funcionários nas redes sociais. Saiba como se portar
Selecionamos aplicativos para celular que facilitam a gestão da sua farmácia
Estudo revela dados inéditos sobre o perfil da profissão farmacêutica no Rio de Janeiro
opinião
É
É comum, nas edições de fim de ano, fazermos uma retros-
zes de construir um futuro melhor para as
pectiva dos fatos mais marcantes. Inegavelmente, o ano de 2016,
novas gerações. O País tem características
no Brasil, foi de muita tensão devido à crise nas áreas econômica,
fantásticas, pois, em nenhum outro tempo
política e ética. Os acontecimentos proporcionaram certa parali-
de nossa história, reuniu tantas condições
sia no setor empresarial, com retração de investimentos, causada
favoráveis quanto neste século: fontes de
pela instabilidade interna do País e pela desconfiança dos investi-
energias renováveis e limpas, como eólica
dores externos e analistas internacionais.
e solar; biodiversidade, com a maior reser-
Esse conjunto de fatores, ao longo de décadas, contribuiu para
va de água potável do mundo; uma imen-
o acentuado pessimismo dos brasileiros, para quem o País não
sidão de terras produtivas; e uma das maio-
conseguirá superar suas adversidades e, consequentemente, o
res populações do planeta.
complexo de que o “Brasil não tem jeito”. São incontáveis os pro-
Enfim, temos tudo para sermos um
blemas da população no âmbito da educação, saúde, segurança,
País desenvolvido, basta cada cidadão se
transporte, sendo que possuímos umas das maiores cargas tribu-
conscientizar de sua responsabilidade e
tárias do mundo, porém, sem uma contrapartida mínima por par-
missão, respeitando os valores e princí-
te dos poderes públicos.
pios éticos constitucionais.
Acredito que, se conseguirmos desviar o foco dos problemas,
Concluo agradecendo aos mais de dois mil
constataremos que a sociedade já está presenciando avanços signi-
associados pela confiança depositada na en-
ficativos. Até bem pouco tempo atrás, operações de sucesso como
tidade aos nossos parceiros comerciais e co-
a Lava Janto eram impensáveis.
laboradores, desejando, a cada leitor de nossa
O Brasil ainda possui cidadãos que acreditam e não se conformam com tanta injustiça social. Precisamos crer que somos capa-
HUMBERTO TESKI
O País do futuro
Luis Carlos Marins Presidente da Ascoferj
revista, um Feliz Natal. Que 2017 seja repleto de realizações sob a benção de Deus.
Quer saber mais?
Mande um e-mail para marins@ascoferj.com.br
Revista da Farmácia · Novembro-Dezembro 2016
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carta da editora
Fim de ano com bons motivos para comemorar
E
Esta é a última edição de 2016 da Revis-
rar. De acordo com a Associação Brasileira de Redes de Farmácias
ta da Farmácia. Ao longo do ano, privilegia-
e Drogarias (Abrafarma), o setor continua crescendo dois dígitos:
mos temas que pudessem ajudar o varejo
12,25%. Até agosto, as vendas totalizaram R$ 25,9 bilhões, contra
farmacêutico a superar uma das crises eco-
R$ 23 bilhões nos primeiros oito meses de 2015.
nômicas mais graves pelas quais a econo-
“Estamos vivendo uma revolução na farmácia brasileira”,
mia brasileira já passou. Segundo dados da
disse o diretor da rede A Nossa Drogaria, Leandro Pereira, para
Fundação Getúlio Vargas (FGV), salvo uma
definir a vitória obtida pelo vereador reeleito Eliseu Kessler ao
inesperada retomada da economia, a atual
derrubar o veto do prefeito Eduardo Paes e aprovar a Lei Com-
recessão caminha para se tornar, até o fim do
plementar 167/2016, que autoriza o serviço de imunização em
ano, a pior já medida com precisão no País.
farmácias e drogarias do município do Rio de Janeiro. Essa con-
Todos concordam que foi um ano difí-
quista, tema da matéria de capa, vai fazer o setor fechar o ano
cil, com queda no consumo, juros elevados
Viviane Massi
com chave de ouro.
e inflação em alta. Diversos setores econô-
Outro assunto que merece destaque é uma pesquisa sobre a
micos tiveram de fazer ajustes dramáticos
profissão farmacêutica no varejo, realizada pelo consultor Fernan-
para sobreviver, entre eles, demissões em
do Gaspar, mestre em Administração pelo IBMEC/RJ. Ele concluiu,
massa. Dados do IBGE, divulgados em ou-
por exemplo, que 47% dos farmacêuticos entrevistados avaliaram
tubro, apontam que o País tem, atualmen-
sua satisfação profissional de “boa a ótima”, mas que 69% consi-
te, 22,7 milhões de pessoas desempregadas,
deram de “muito ruim a razoável” o espaço físico do estabeleci-
subocupadas ou inativas, mas com poten-
mento para a prática farmacêutica.
cial para trabalhar.
A equipe da Revista da Farmácia deseja que o próximo ano con-
revistadafarmacia@ascoferj.com.br
Na contramão, o varejo farmacêutico vai
Editora
fechar o ano com motivos para comemo-
tinue sendo de prosperidade e crescimento para o setor. Boas festas, boa leitura e até 2017.
FUNDADOR
DESDE MAIO DE 1991
Ruy de Campos Marins
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PRESIDÊNCIA
COLABORAÇÃO
Luis Carlos Marins
Ana Paula Silva
JORNALISTA RESPONSÁVEL E EDITORA
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Revista da Farmácia · Novembro-Dezembro 2016
(21) 99827-2867
sumário
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comportamento Veja como se portar adequadamente nas redes sociais
capa Farmácias conquistam o direito de aplicar vacinas
42 gestão Saiba por que é tão importante investir na capacitação de líderes
6 7 8 10 14 16 19 20 22 30 32 36 40 54 56 58
agenda lançamentos boa leitura entrevista pequeno varejo panorama assuntos regulatórios setor regulado marketing farmacêutico carreira evento recursos humanos tecnologia consultora farmacêutica endomarketing práticas corporativas
46 pesquisa Estudo traça panorama da profissão farmacêutica no varejo
Visite o site da Ascoferj Nele, você encontra os benefícios e os serviços oferecidos pela entidade, além de informações sobre cursos, palestras e eventos de sua área. Acesse: www.ascoferj.com.br
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Revista da Farmácia · Novembro-Dezembro 2016
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agenda
Programe-se Consulta farmacêutica No dia 17 de novembro, a Ascoferj promove o curso Consulta Farmacêutica: oportunidade para ampliar a fidelização de clientes e retorno financeiro para farmácia, com a farmacêutica, professora e consultora Ana Lucia Caldas, na sede da Ascoferj. O objetivo do treinamento é orientar e qualificar profissionais para a implantação dos serviços farmacêuticos em farmácias e drogarias, utilizando-os como um diferencial para atrair mais clientes e gerar lucro. Inscrições: www.ascoferj.com.br, no link Cursos e Palestras.
Congresso de Ciências Farmacêuticas Com o tema Cuidados farmacêuticos: direito da sociedade, dever do farmacêutico, o Conselho Regional de Farmácia do Estado do Pará e a Associação dos Farmacêuticos do Pará (AFEPA) realizam o VI Congresso Norte e Nordeste de Ciências Farmacêuticas, nos dias 23, 24 e 25 de novembro, no Hotel Sagres, em Belém. O objetivo é promover um intercâmbio sociocultural e técnico-científico entre os farmacêuticos e estudantes das regiões Norte e Nordeste do Brasil. Mais informações: www.crfpa.org.br.
Gestão farmacêutica No período de 28 de novembro a 2 de dezembro, o Instituto Bulla realizará o Bulla Fórmula Presencial Gestão Farmacêutica, em Goiânia, no Hotel Mercure. O treinamento é uma imersão na prática da gestão farmacêutica, com 40 horas de curso presencial, em que serão apresentadas técnicas para garantir o sucesso dos negócios. O curso é direcionado a empreendimentos de pequeno, médio e grande portes. Para mais informações, acesse: http://cursopresencial.institutobulla.com.br/.
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lançamentos Gominhas nutritivas O Nesh Laboratório traz ao mercado o Nesh C + Zinco Peppa Pig, um suplemento de vitamina C e zinco na forma de gominhas com sabor morango. O produto é apresentado em uma embalagem atrativa para o público infantil e com 60 gominhas divididas em 15 packs individuais. SAC: (41) 2141-4143
Sérum contra rugas A Eucerin lança o Hyaluron-Filler Concentrate, novo sérum preenchedor de rugas, indicado para todos os tipos de pele. A novidade possui ácido hialurônico e saponina de soja em alta concentração, fazendo com que o volume da pele seja restaurado e as rugas mais profundas preenchidas de dentro para fora, com efeito contínuo. SAC: 0800 776 4832
Minichocolate A Linea expande sua linha de chocolates com o lançamento da versão 13g. O novo formato possui o mesmo sabor e a mesma cremosidade das versões tradicionais de 30g e está disponível nos sabores ao leite e branco. O minichocolate possui colágeno em sua fórmula e é rico em fibras. O preço sugerido é de R$ 2,49. SAC: 0800 722 7546
Absorventes Sym Total Protect A Santher apresenta os novos absorventes Sym Total Protect, que garantem mais conforto e segurança às mulheres durante o ciclo menstrual, pois contam com dez cápsulas de absorção. Elas ajudam a distribuir o fluxo rapidamente, bloqueando vazamentos e protegendo por todos os lados. A nova linha traz como principal inovação a tecnologia Odor Block, composta por agentes neutralizadores de odores que auxiliam na prevenção de eventuais fatores causadores de odor desagradável na região íntima feminina. SAC: 0800 771 1411
Sabonete facial A Nivea está lançando o Sabonete Facial 2 em 1, com fórmula enriquecida com ingredientes hidratantes e vitamina E. O novo sabonete limpa profundamente, removendo as células mortas e impurezas da pele, ao mesmo tempo que proporciona a sensação de pele hidratada. O produto é indicado para todos os tipos de pele. O preço sugerido é de R$ 7,90. SAC: 0800 776 4832
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boa leitura O 8° hábito - Da eficácia à grandeza Stephen Covey - Editora Campus Covey afirma que os novos desafios e a complexidade com que as pessoas se deparam em seus relacionamentos pessoais e profissionais são de uma ordem de grandeza diferente, exigindo uma nova atitude mental e um novo hábito. Esse 8º hábito é o de encontrar a própria voz e inspirar outros a encontrar a deles. O propósito deste livro é dar ao leitor um mapa do caminho que o leve dessa dor e frustração à verdadeira realização, à relevância, ao significado e à contribuição para o panorama contemporâneo, não apenas no trabalho e na organização, mas em toda a vida.
Manual de marketing em mídias sociais Julie Szabo e Darren Barefoot - Editora Novatec O Manual de Marketing em Mídias Sociais explica como se conectar a clientes em potencial e juntarse às suas conversas, transformar seu website para apoiar as campanhas de marketing em mídias sociais, promover produtos ou marcas e gerenciar as mais difíceis crises online, acompanhar campanhas de marketing, monitorar discussões e medir os resultados. Os autores guiam o leitor pelo panorama da mídia social, no qual autenticidade e conexões são mais importantes do que o tamanho do orçamento, enfatizando que os resultados reais podem estar apenas a alguns cliques de distância.
Ansiedade - Como enfrentar o mal do século Augusto Cury - Saraiva Nunca as pessoas tiveram uma mente tão agitada e estressada. Paciência e tolerância a contrariedades estão se tornando artigos de luxo. Esse livro aborda a ansiedade decorrente da Síndrome do Pensamento Acelerado (SPA). Pensar é bom, pensar com lucidez é ótimo, porém pensar demais é uma bomba contra a saúde psíquica, o prazer de viver e a criatividade. O excesso de informação, de trabalho intelectual, de atividades e de preocupação é prejudicial. O conteúdo desse livro deriva da Teoria da Inteligência Multifocal, uma das poucas teorias mundiais que estuda o complexo processo de construção de pensamentos. O livro não é, portanto, uma obra de autoajuda, mas de aplicação psicológica.
De empreendedor e louco, todo mundo tem um pouco Linda Rottenberg - Hsm Editora Neste livro, Linda Rottenberg, fundadora da Endeavor, conta a história de vários empreendedores, que, inicialmente, tiveram suas ideias descreditadas e chegaram a ser chamados de loucos, mas que se tornaram grandes empreendedores porque acreditaram e apostaram em seus sonhos. Linda aponta ideias valiosas para quem quer empreender, compartilhando casos reais de empreendedores que foram apoiados pela Endeavor e, atualmente, inspiram muitos outros empresários. Um de seus ensinamentos é não apostar todos os recursos de uma única vez. É arriscar com cautela e responsabilidade.
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entrevista
Milton Leme DIVULGAÇÃO
Diretor-executivo da Criativa Humana
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Revista da Farmácia · Novembro-Dezembro 2016
entrevista
O maior ativo são as pessoas certas Segredo está em buscar profissionais que tenham aderência às características mapeadas para a função e compreender as mais eficientes técnicas de influenciar o comportamento humano
A
As pessoas ainda são o maior desafio das empresas. Como motivar? Como reter talentos? Como escolher o
profissional no perfil adequado para a vaga? Essas e outras questões impactam o dia a dia da maioria das organizações, sejam elas de pequeno, médio e grande portes. Milton Leme, diretor-executivo da Criativa Humana, empresa especializada em soluções para gerenciamento de pessoas, calcula que o fator humano tenha um peso de 50% no desempenho das empresas. Nesta entrevista, Leme, que atua há 30 anos na área, explica por que o turnover é alto no varejo farmacêutico e dá ideias para ser bem-sucedido na gestão de uma equipe. Leia a seguir.
Revista da Farmácia: Qual o peso do fator humano no desempe-
médio ou superior. Nesse caso, a análise do
nho das empresas?
certificado permite a assertividade neces-
Milton Leme: Produtos, pessoas, impostos e margem de lucro, em
sária para o recrutamento e a seleção. No
tese, deveriam ter peso igual no desempenho de uma empresa, ou
aspecto “habilidades”, também há procedi-
seja, 25% cada um desses fatores. No entanto, no varejo farma-
mentos e instrumentos eficientes de checa-
cêutico, principalmente no Brasil, a equação é diferente. Calcula-
gem objetiva. Considere a seleção de uma
mos que o fator humano tenha um peso de 50%. Isso se dá por-
vaga para a função de operação de caixa.
que o atendimento ainda é o principal responsável pela retenção
Precisamos, nessa posição, evidenciar a ha-
e fidelização do cliente que entra na farmácia desejando ser bem
bilidade do candidato em informática bási-
atendido e receber orientação.
ca. Já o componente “atitude” tem relação direta com aspectos comportamentais. As
RF: Por que as empresas, em geral, encontram dificuldades para
atitudes, durante a entrevista, podem, por
selecionar profissionais corretamente?
vezes, deixar de retratar o comportamento
Leme: Selecionar e contratar um colaborador significa identificar e
verdadeiro do candidato. Portanto, identifi-
levar para a empresa um conjunto de conhecimentos, habilidades
car a demanda comportamental da função,
e atitudes. Os conhecimentos podemos avaliar com pré-requisi-
mapear o ideal comportamental dos candi-
tos facilmente identificáveis, por exemplo, o certificado do ensino
datos e compreender as melhores e eficien-
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entrevista tes técnicas de influenciar o comportamento
te, as faltas e os atrasos, causando ruptura entre o comprometi-
humano com ênfase profissional têm sido,
mento do colaborador e a presença integral da equipe no ponto
certamente, um desafio de grande impacto
de venda. Com isso, os gestores se veem forçados a ter médias
para os gestores de equipes nos dias atuais.
adicionais de colaboradores por loja para poder suprir eventuais faltas. Outro fenômeno a pontuar é a demanda de formação dos gestores como gestores de pessoas efetivamente. O turnover e o absenteísmo também têm relação direta com o comportamen-
Para contratar, é fundamental conhecer o candidato. Para fidelizar, é importante reconhecer e valorizar. A questão está em como fazer isso de forma saudável para o negócio. O colaborador do varejo é quem está, efetivamente, cara a cara com o cliente.
to profissional do gestor da farmácia no que diz respeito às suas competências em desenvolver e reter pessoas. Um gestor bem preparado para essas questões e que ocupe, efetivamente, o papel de líder nos negócios tem relação direta com os indicadores de turnover e absenteísmo. RF: De que forma, as empresas podem reduzir esse “troca-troca” de colaboradores? Leme: Jim Collins é, sem dúvida, um dos mais respeitados pesquisadores mundiais sobre liderança. Suas pesquisas, publicadas nos livros Feitas para durar e, posteriormente, Feitas para vencer, trazem ricas contribuições, inclusive para o varejo farmacêutico. Costumo utilizar, nos workshops e aulas, um pensamento de Collins:
RF: Quais são os principais problemas en-
“Pessoas não são o ativo mais importante da empresa. As pessoas
frentados, atualmente, pelo varejo farma-
certas que são”. Se a empresa estudar a função e o comportamento
cêutico na área de gestão de pessoas? O
desejados para uma excelência nos resultados e buscar profissio-
turnover e o absenteísmo estão entre eles?
nais que tenham aderência a essas características, esse troca-troca
Leme: O varejo é uma das portas de en-
poderá ser minimizado. O impacto com a experiência do primeiro
trada para o mercado de trabalho. É muito
emprego poderá ser bem administrado a partir de uma ação es-
comum o profissional buscar outras opor-
tratégica da área de recursos humanos, sempre com o objetivo de
tunidades, em formatos mais convencio-
buscar e manter o profissional na função certa.
nais, depois que vivencia o dia a dia do se-
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tor, que funciona nos fins de semana e
RF: É quase raro encontrar farmácias e drogarias com plano de
feriados, com o funcionário trabalhando
carreira. Apenas as grandes redes têm algo nessa linha. Como,
em pé durante horas e ainda precisando
então, fidelizar e motivar um colaborador na pequena empresa?
saber interagir com o público. Esse perfil
Leme: Para contratar, é fundamental conhecer o candidato. Para
do setor justifica o turnover, que chega a
fidelizar, é importante reconhecer e valorizar. A questão está em
4% ao mês e 48% ao ano. Sem dúvida, é
como fazer isso de forma saudável para o negócio. Defendemos
um indicador muito elevado. Em relação ao
a relação “empresa-colaborador” como uma parceria empresarial.
absenteísmo, a explicação é semelhante. É
Sendo assim, independentemente do tamanho da rede, é rele-
comum o colaborador ter dificuldade em
vante considerar a implantação de métricas e indicadores de re-
organizar as questões pessoais para um dia
sultados que ofereçam o atrativo da remuneração por desempe-
de folga semanal. A rotina de trabalhar em
nho. Adotando essa prática, cria-se o verdadeiro modelo em que
pé e, muitas vezes, em condições limitadas
todos saem ganhando. O colaborador do varejo é quem está, efeti-
em pequenas lojas estimula, infelizmen-
vamente, cara a cara com o cliente. Por isso, defendo o movimento
Revista da Farmácia · Novembro-Dezembro 2016
entrevista de fazer desse profissional o parceiro do negócio, principalmente
o de seus funcionários voltarem para tra-
para empresas que ainda não têm a possibilidade da implantação
balhar todos os dias na empresa.
de um plano de carreira. RF: A sua empresa, a Criativa Humana, trouxe para o mercado diversas ferramentas que podem auxiliar o gestor de recursos humanos. Qual delas poderia ser bastante útil para a empresa que está começando a ter um olhar mais profissional para o RH? Leme: Como resultado de pesquisas e estudos, a Criativa Humana atende o setor de recursos humanos por meio da solução PAT® (Profile Analysis Tool). Recomendamos, como passo essencial para o RH estratégico, conhecer a força de trabalho. A solução PAT® disponibiliza uma série de mapeamentos customizáveis indispensáveis ao RH estratégico. Destaco apenas alguns itens indispensáveis de análise dos colaboradores no que diz respeito à previsibilidade comportamental: estilo de aprendizagem do colaborador, preferência de comunicação pessoal e profissional, estilo predominante nas tomadas de decisão e ritmo de trabalho. Adicionamos aos recursos da solução PAT® a experiência que a Criativa Humana tem em varejo farmacêutico.
Analisar a empresa apenas a partir de seus indicadores econômicos financeiros torna a análise do negócio absolutamente míope, afinal, ele é mantido e desenvolvido por pessoas. Bill Gates citou que o melhor ativo da Microsoft é o de seus funcionários voltarem para trabalhar todos os dias na empresa.
RF: É muito comum encontrar pessoas atuando em funções nas quais não se enquadram ou para as quais não possuem o perfil
RF: Todas as soluções para gestão de pes-
necessário. Por que isso acontece?
soas parecem caras e fora do alcance do
Leme: É evidente que as características comportamentais de uma
pequeno empresário. Como você se posi-
operadora de caixa são diferentes de uma função de estoquista.
ciona diante dessa afirmação?
O equívoco, nesse caso, é o de desconsiderar o parâmetro da ex-
Leme: Conhecemos a realidade da pequena
pectativa de resultados profissionais sem conhecer e identificar
e média empresa em suas questões orça-
a expectativa comportamental do candidato ou do profissional.
mentárias, mas, fundamentalmente, sabe-
Esse é o aspecto que conduz o RH a erros importantes de enqua-
mos como o capital humano pode alavancar
dramento de função.
e desenvolver o negócio. As grandes redes também enfrentam dificuldades orçamen-
RF: Uma das ferramentas que a Criativa disponibiliza permite tra-
tárias em recursos humanos e, por esse mo-
çar informações individualizadas da personalidade de cada cola-
tivo, implantam soluções tecnológicas em
borador. Por que isso seria útil?
parte dos macroprocessos do setor. É pre-
Leme: A tomada de decisão sobre pessoas é de crucial importân-
ciso oferecer para a empresa o tratamento
cia para o negócio. Procuramos levar aos nossos clientes recursos e
em dose completa. Nossa proposta de via-
soluções que permitam mais assertividade com o capital humano.
bilidade econômica é a de participar efetiva-
Analisar a empresa apenas a partir de seus indicadores econômicos
mente dos macroprocessos de recrutamento
financeiros torna a análise do negócio absolutamente míope, afi-
e seleção, treinamento e desenvolvimento,
nal, ele é mantido e desenvolvido por pessoas. Bill Gates, em uma
avaliação e desempenho e, sobretudo, de-
entrevista sobre liderança, citou que o melhor ativo da Microsoft é
senvolvimento de lideranças.
Revista da Farmácia · Novembro-Dezembro 2016
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pequeno varejo
Faça você mesmo Um maker é, na essência, um empreendedor? Características partem do princípio de que o indivíduo pode criar e recriar diversos tipos de projetos e negócios
HUMBERTO TESKI
Q
Quanto vale uma ideia? Se ela perma-
son, que dizia: “uma experiência nunca é um fracasso, pois sem-
necer como uma ideia, não vale nada. Para
pre vem demonstrar algo”. Foi assim no desenvolvimento da lâm-
que uma “sacada” se transforme em algo
pada elétrica e de outros inventos, tendo registrado, ao longo de
concreto, ou seja, para que se torne um
sua vida, 2.332 patentes.
projeto e seja prototipado, testado e apre-
Quanto mais makers conseguirem gerar e compartilhar, em
sentado a outras pessoas, até se consolidar
redes acessíveis e colaborativas, conteúdos sobre processos pro-
como produto ou negócio, capaz de gerar
dutivos, meios de produção e comercialização, ferramentas, soft-
emprego e renda, precisa da iniciativa do
wares e tecnologias, maiores serão a oferta e a complexidade das
maker empreendedor.
bases de dados.
A cultura maker inspira-se na lógica do
Mark Hatch, fundador da TechShop, franchising de espaços ma-
“faça você mesmo”. Suas características par-
kers, autor do livro Manifesto do Movimento Maker, define os man-
tem do princípio de que o indivíduo ou gru-
damentos fundamentais a quem deseja concretizar uma boa ideia:
pos podem criar, recriar, modificar, construir,
• Faça: coloque a mão na massa e saia da inércia;
incrementar e inovar diversos tipos de pro-
• Compartilhe: compartilhando, é possível colher feedbacks e
jetos e negócios nas mais variadas áreas. Em
observações a partir de diferentes olhares, podendo, assim,
resumo, o movimento maker baseia-se na
melhorar a sua ideia ou negócio;
Marcos Assumpção
ação de pessoas que, por vocação ou ne-
• Aprenda sempre: inclusive com os erros;
Consultor em planejamento, gestão por processos e gerenciamento de projetos.
cessidade, se engajam em algo e decidem,
• Presenteie os outros: permita que as pessoas testem a sua
por conta própria, fazer o negócio acontecer.
ideia por meio de um protótipo do seu produto ou negócio;
Para qualquer coisa inventada ou produzida ou um negócio criado, sempre existe alguém que dispôs de tempo e se propôs a fazer algo, ou seja, “colocar a mão na massa”. Segundo a cultura maker, qualquer um pode se tornar um inventor ou criador de
Quer saber mais?
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prescindir das ferramentas adequadas a cada negócio; • Apoie o movimento maker: compartilhe e troque experiências com outros makers e outros empresários; • Participe e seja ativo na rede: não tenha receio de participar e compartilhar;
um negócio. O maker é um empreendedor:
• Abrace e incentive as mudanças: atualmente, mais do que em
abre a empresa, testa, fecha, faz conexões
qualquer outra época da humanidade, a única certeza são as
e parcerias, erra e tem a humildade de tirar
mudanças cada vez mais aceleradas.
lições positivas e acertar na próxima vez.
Mande um e-mail para marcosconsultor@globo.com
• Domine as ferramentas certas: atualmente, não é possível
Esses fundamentos básicos são, portanto, úteis também para
Um bom exemplo de maker empreen-
os empresários das pequenas empresas do varejo, pois servem de
dedor, que tinha uma relação interessante
referência para a criação, recriação, modificação e inovação na im-
com as testagens e falhas, foi Thomas Ed-
plantação dos negócios como autênticos makers.
Revista da Farmácia · Novembro-Dezembro 2016
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panorama
DIVULGAÇÃO ASCOFERJ
Setor comemora vitória de Eliseu Kessler O varejo farmacêutico recebeu com satisfação a notícia da reeleição do vereador Eliseu Kessler nas eleições 2016. O vereador teve o apoio da classe porque sempre trabalhou em prol do setor. Kessler venceu com 10.777 votos. Em rápida entrevista à Revista da Farmácia, o vereador garantiu que dará continuidade ao apoio que tem concedido aos empresários do canal farma. “Permanecerei sempre empenhado em buscar soluções para os desafios que farmácias e drogarias enfrentam. Estou feliz com essa vitória, graças à confiança de todos”, disse. O vereador é autor de três importantes projetos de lei: o que cria a licença sanitária simplificada (em tramitação), o que autoriza o Banco 24H em farmácias e drogarias (em tramitação) e o que permite a instalação de estabelecimentos farmacêuticos em postos de gasolina (já aprovado). Além disso, foi o maior articulador, junto ao governo, para estender a validade da licença sanitária de um para cinco anos. Eliseu Kessler é reeleito com mais de dez mil votos
Prazo para rastreabilidade de medicamentos é suspenso A diretoria da Agência Nacional de Vigilância Sanitá-
SUS terá novo medicamento contra HIV/AIDS
ria (Anvisa) decidiu, no fim de setembro, suspender o
O Sistema Único de Saúde (SUS) passará a oferecer, a partir de ja-
prazo definido para a implantação do Sistema Nacio-
neiro de 2017, um novo medicamento contra HIV/Aids para usuá-
nal de Rastreabilidade de Medicamentos. Com a me-
rios que iniciam o tratamento e para aqueles que têm resistência a
dida, o sistema, que prevê o controle do caminho dos
outros antirretrovirais. A decisão, anunciada, no fim de setembro,
produtos desde a indústria até o consumidor, deve ficar
pelo Ministério da Saúde, incorpora o antirretroviral Dolutegravir
mais tempo no papel. Até então, resolução anterior da
na chamada “primeira linha” de tratamento, ou seja, para novos pa-
agência definia que esse controle começasse a ocorrer
cientes. Além disso, o medicamento também passa a ser oferta-
já em dezembro deste ano. Agora, o início do sistema,
do na “terceira linha”, direcionada a pacientes que não responde-
alvo de sucessivos adiamentos, volta a não ter prazo. A
ram aos tratamentos anteriores. Com a mudança, o Dolutegravir
mudança ocorre depois de pedidos feitos por parte da
passará a ser indicado no lugar do Efavirenz, associado à pílula do
indústria farmacêutica, distribuidoras e farmácias, que
agora “2 em 1”: Lamivudina e Tenofovir. A oferta do novo antirre-
alegavam prazo insuficiente e alto custo para a implan-
troviral para novos pacientes no SUS ocorre diante da atualização
tação da rastreabilidade. Também havia preocupação
do protocolo clínico de diretrizes para o manejo da infecção para
quanto ao risco de compartilhamento de dados sobre
o HIV e das recomendações da Organização Mundial de Saúde.
produtos entre o setor.
FOLHA DE S. PAULO
FOLHA DE S. PAULO
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COMUNICAÇÃO ASCOFERJ
Revista da Farmácia · Novembro-Dezembro 2016
panorama Alta de ICMS encarece medicamentos em 12 estados tempo de crise está custando caro a pacientes de quatro regiões
Indústria farmacêutica registra aumento de vendas em 2016
do País. Desde o fim do ano passado, 12 estados aumentaram o
O setor farmacêutico parece ter encon-
Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre
trado uma tangência ao cenário reces-
medicamentos, com impacto médio de 1,2% sobre os preços. De
sivo e registrou alta nos índices de de-
acordo com levantamento da Associação da Indústria Farmacêu-
sempenho. O Sindicato da Indústria de
tica de Pesquisa (Interfarma), a alíquota passou de 17% para 18%
Produtos Farmacêuticos no Estado de
nos seguintes estados: Amapá, Amazonas, Bahia, Maranhão, Pa-
São Paulo (Sindusfarma) mostrou que
raíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Ser-
o faturamento do setor avançou 10,6%
gipe e Tocantins. O imposto subiu de 17% para 17,5% em Rondô-
apenas nos quatro primeiros meses de
nia e de 19% para 20% no Rio de Janeiro, que cobra o maior ICMS
2016, com volume de vendas chegando
do País sobre medicamentos.
aos R$ 15,3 bilhões, enquanto, no mes-
PORTAL EBC
mo período de 2015, o resultado ficou
A necessidade de os governos estaduais reforçarem o caixa em
em R$ 13,9 bilhões. Ainda segundo o Sin-
Anvisa concede registro a dois genéricos inéditos
dusfarma, também houve crescimento
A Anvisa aprovou o registro de um medicamento genérico inédito
dicamentos, registrando um aumento
para tratamento da disfunção erétil. Trata-se do Cloridrato de Var-
de 7,2% frente ao mesmo período do
denafila, da empresa EMS. A agência aprovou ainda o registro de
ano anterior. Se a comparação for feita
mais um medicamento genérico inédito, indicado para tratamento
por categorias, os resultados são mais
dos sintomas da hiperatividade vesical, o Bromidrato de Darifena-
elevados: com alta de 16,1% nos gené-
cina, da empresa Zodiac Produtos Farmacêuticos.
ricos e de 3,7% nos produtos de marca.
ANVISA
PORTAL DO COMÉRCIO
quando o assunto é a produção de me-
Lista de medicamento sem receita está disponível A lista dos medicamentos isentos de prescrição (MIP) foi atualizada e já está disponível no site da Anvisa. O trabalho faz parte da revisão da agência sobre a regulação dos medicamentos que não precisam de prescrição médica. A lista está organizada por grupos terapêuticos, com suas indicações e exceções. Esses medicamentos podem ser adquiridos ou utilizados pela população sem a necessidade de receita, seja do médico, seja do odontólogo. São produda à Resolução RDC 98/2016, que, recentemente, atualizou as regras para o enquadramento de medicamentos isentos de prescrição e o reenquadramento como medicamentos sob prescrição. ANVISA
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FÁBIO RODRIGUES POZZEBOM/ABR
tos de baixo risco que tratam sintomas. A lista está alinha-
assuntos regulatórios
Consciência sanitária
T
Todo fim de ano, farmácias e droga-
na geladeira de medicamentos; manter o ambiente de trabalho,
rias fazem o balanço do período que será
banheiros e refeitório limpos; não deixar medicamentos, material
encerrado e projetam o ano seguinte. É o
de higiene e perfumaria em contato com o chão ou encostados à
momento de concentrar as atenções em
parede; verificar a validade dos produtos com frequência; deixar os
identificar de onde, possivelmente, virão
alimentos separados dos demais produtos; deixar as prateleiras lim-
as ameaças, onde haverá oportunidades e
pas; organizar o estoque; segregar os vencidos longe dos produtos
quais serão os processos que adotarão para
que serão vendidos; e guardar todo o material de limpeza (vassou-
colocar a empresa no caminho do lucro e
ras, rodo, escovas, panos e dergemantes) em local específico, são
minimizar os impactos externos.
ações individuais que impactam positivamente sobre o funciona-
Em geral, a presença do fiscal na loja é
mento do estabelecimento. Nunca é demais lembrar que as pes-
considerada a principal ameaça sanitária. Ele
soas não podem simplesmente deixar de fazer sua lição de casa.
é o terrível fantasma que assombra farma-
Se cada um fizer a sua parte, estará blindando a empresa contra
cêuticos, gerentes e proprietários, que, na
as penalidades sanitárias.
maioria das vezes, não analisam o motivo
A equipe é a “alma” do negócio. O maior desafio para os líde-
dessa relação tão conflituosa, deixando de
res hoje, após formarem as equipes, consiste em manter a força de
buscar as ferramentas para reverter essa si-
coesão entre eles por um longo tempo. Saber trabalhar em equipe
tuação de instabilidade.
é algo que não depende do faturamento, do número de funcioná-
Proponho aqui um desafio para o ano
rios, da abrangência de mercado ou da importância de produtos
novo: a disseminação da consciência sani-
ou serviços. Com o time certo, envolvido, capacitado, incentiva-
tária. Vamos deixar claro que o sucesso da
do, treinado e com uma comunicação adequada, é possível atingir
fiscalização depende de que cada mem-
o resultado esperado para garantir uma fiscalização sanitária tran-
bro da equipe seja vigilante em relação às
quila e sem contratempos.
ações que podem vir a comprometer a em-
Trabalhar em um estabelecimento de saúde é ter compromis-
presa, gerando, consequentemente, multas
so com a qualidade dos produtos comercializados, cujo objetivo é
e interdições.
manter, melhorar e salvar vidas de clientes/pacientes que fazem
Atitudes simples, tais como manter: os
HUMBERTO TESKI
Reduza as ameaças sendo vigilante em relação às condições que podem comprometer a empresa perante o fiscal
Betânia Alhan Farmacêutica, especialista em assuntos regulatórios e consultora da Ascoferj.
uso de medicamento, material de higiene e cosméticos.
cuidados de higiene pessoal; guardar todo
A conscientização e participação da equipe para conservar a
o material de uso pessoal (talheres, copos,
área de venda e o interior da loja dentro das condições sanitárias
potes, roupas e calçados) dentro do armário
satisfatórias são o diferencial que garante a segurança dos produ-
fechado com cadeado; não deixar alimentos
tos e deixa a farmácia pronta, todos os dias, para ser fiscalizada.
Quer saber mais?
Mande um e-mail para farmaceutica@ascoferj.com.br
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setor regulado
Visa capacita para Carioca Digital Profissionais puderam entender como funciona o Sisvisa
N
No fim de setembro, a Vigilância Sanitária
do Município do Rio de Janeiro (Visa/RJ) pro-
rios, para que possamos melhorar ainda mais o sistema em favor de quem o utiliza”, comentou Willy Silva.
moveu uma palestra, com o apoio da Asco-
Desde junho deste ano, o comércio farmacêutico passou a ser
ferj, sobre os novos procedimentos para re-
obrigado a usar o Carioca Digital para solicitar a licença sanitária.
gularização da farmácia em âmbito municipal.
O primeiro passo é o preenchimento da autodeclaração, ou seja,
O encontro, que teve a presença de mais de
roteiro de autoinspeção. Em seguida, a Visa realiza a inspeção de
50 profissionais do setor, foi conduzido pelo
forma presencial, checando se a farmácia está mesmo de acordo
coordenador de Projeto da Visa, Willy Silva,
com o roteiro preenchido.
que falou sobre o uso do Sistema de Infor-
Durante a palestra, Willenes alertou para o preenchimento des-
mação da Vigilância Sanitária (Sisvisa), e pela
se roteiro. “É muito comum recebermos documentos preenchidos
farmacêutica Willenes Souza, que manteve
por profissionais que não sejam os farmacêuticos responsáveis téc-
o foco da apresentação em Carioca Digital e
nicos, o que acaba fazendo com que as respostas não estejam de
autodeclaração online.
acordo com realidade da farmácia. Isso pode atrasar ainda mais o
A mudança para um sistema online tem o intuito de facilitar todo o processo de li-
trabalho de inspeção”, frisou. Por isso, é fundamental que o roteiro seja preenchido pelo RT, que conhece a fundo a rotina da loja.
cenciamento. “Aos poucos, o Sisvisa está
Outra orientação foi sobre os documentos solicitados pelo órgão
evoluindo, e encontros como este nos per-
fiscalizador durante a visita à farmácia. “É essencial que toda a do-
mitem entender as dificuldades dos usuá-
cumentação fique no próprio estabelecimento para quando o fiscal chegar, o que agiliza o processo de inspeção”, acrescentou Willenes. A Vigilância Sanitária diz que está trabalhando para atender à demanda que recebe do setor farmacêutico. “O número de fiscais que temos ainda é pequeno, mas o trabalho está sendo realizado com o intuito de que todas as farmácias e drogarias sejam fiscalizadas para, tão logo, receberem a licença sanitária”, garantiu a farmacêutica. A farmacêutica da Emefarma Rio, Gabriella Encina, saiu satisfeita da palestra e disse que o treinamento ajudou a entender melhor como funciona o novo sistema. “O encontro permitiu que eu esclarecesse as minhas dúvidas e passarei a usar a ferramenta com mais eficiência. É bom saber que a Visa está preocupada em melhorar o sistema, identificando as falhas existentes e buscando saná-las. Acre-
ASCOFERJ
dito que, em breve, teremos um sistema mais completo”, declarou. Profissionais qualificados pela Visa/RJ
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marketing farmacêutico
Foco no colaborador Em vez de inflamar expectativas, o processo colaborativo permite que funcionários ajudem a identificar possíveis soluções para os problemas da empresa
HUMBERTO TESKI
T
Pesquisar o que determina e estimula as
relacionamento é tácito e, portanto, não pode ser simplesmen-
farmácias a adotarem a parceria como es-
te codificado; a sustentabilidade, cujo potencial de valor excede
tratégia competitiva e como esse conceito
os custos; e a agregação por meio do tempo, que permite a con-
vem sendo praticado nos processos admi-
solidação das relações e o fortalecimento dos laços de confiança
nistrativos organizacionais das empresas são
entre os envolvidos.
atitudes necessárias para compreender as
A utilização de ferramentas tecnológicas na construção dos re-
razões para se adotarem os processos cola-
lacionamentos traz benefícios sustentáveis, principalmente pela
borativos não apenas internamente, no de-
facilidade de acesso às redes sociais. O uso de aplicativos como
senvolvimento e na capacitação de funcio-
vídeos, mapas e imagens auxilia na troca de opiniões e motiva a
nários, mas também junto a fornecedores,
interatividade. Graças à internet, um contingente mobilizado tem
clientes e consumidores.
a capacidade de enriquecer debates e desenvolver diferentes ini-
Isso implica a necessidade de compar-
ciativas, como captura, formatação, disponibilização e ampliação
tilhar a resolução dos problemas, enten-
de dados para a análise de ações específicas, revelando a impor-
dendo que a complexidade das relações
tância dos indicadores.
interpessoais e empresariais cria dificul-
As soluções são pensadas de tal forma que acabam atendendo
dades numa administração centralizadora.
aos interesses de todos os envolvidos, mantendo os canais de co-
Mauro Pacanowski
Sozinho, de forma hierárquica, é pratica-
municação direta abertos para a construção de um entendimento.
Professor e consultor da FGV.
mente impossível aos gestores encontrar
As práticas colaborativas proporcionam reuniões presenciais arqui-
soluções rápidas e eficientes para os pro-
tetadas para promover um diálogo franco, com troca de informa-
blemas sem comprometer a competiti-
ções, possibilidade de expressão de prioridades e expectativas e
vidade da empresa. O conhecimento do
negociação baseada na boa-fé, buscando um acordo que benefi-
funcionário, nesse contexto, é valorizado,
cie os processos produtivos e, em outra escala, o consumidor final.
pois faz com que a empresa tenha mais
O processo colaborativo enfatiza a identificação de soluções
subsídios para competir.
Quer saber mais?
Mande um e-mail para mauro@pacanowski.com.br
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viáveis. Em vez de inflamar expectativas e polarizar as partes en-
Quanto às vantagens competitivas da
volvidas, cria-se um ambiente que as auxilia a identificar questões
colaboração, podemos identificar: parti-
comuns e possíveis soluções para os impasses. Em geral, o resul-
cularidade, focando a rede de relaciona-
tado é um acordo de alta qualidade, com ganhos mútuos, preser-
mentos de forma única para cada organi-
vando-se a continuidade de relacionamentos-chaves e o respei-
zação; dificuldade de imitação, em que o
to, bem como encorajando a cooperação e a responsabilidade.
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comportamento
Etiqueta nas redes sociais
SHUTTERSTOCK
Uso inadequado pode resultar em demissões, o que já é realidade em diversas empresas
U
Um médico, uma enfermeira e uma re-
cepcionista foram demitidos por debocha-
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a Justiça, mas o Tribunal Regional Trabalhista (TRT) considerou válida a decisão da empresa.
rem de um paciente nas redes sociais. O caso
Esses são apenas dois episódios dos milhares que acontecem,
aconteceu no Hospital Santa Rosa de Lima,
diariamente, nas redes sociais. Empresas estão demitindo funcio-
em São Paulo. O clínico geral Guilherme Ca-
nários por postagens inadequadas, por falarem mal do local onde
pel Pasqua publicou, em seu Facebook, uma
trabalham ou por curtirem ofensas a colegas.
foto na qual aparece com uma receita com a
A advogada e especialista em Direito do Trabalho, Leticia Lou-
mensagem: “Não existe peleumonia e nem
res, explica que não existe vedação legal para que as empresas es-
raôxis”. A postagem foi comentada pela re-
tipulem, no contrato de trabalho, condutas e posturas relativas ao
cepcionista Adrielli Conti e pela enfermeira
uso das tecnologias e se as redes sociais podem ou não ser utili-
Renata Rodrigues, que também foram de-
zadas. De acordo com ela, o que muitas empresas estão fazendo
mitidas por comportamento inadequado.
é utilizar cartilhas ou manuais de redação corporativos orientando
Outro caso foi a de uma concessioná-
os empregados sobre a linguagem mais apropriada nesses casos.
ria de motos do interior de São Paulo, que
“O que o funcionário e o empregador precisam saber é o limite do
demitiu por justa causa um de seus fun-
uso e das palavras nas redes sociais, pois o que é dito pode ter di-
cionários porque ele curtiu no Facebook os
mensões diferentes e levar a distintas interpretações. Todo cuida-
comentários ofensivos à empresa e a uma
do deve ser tomado para que essas postagens não resultem em
das sócias da companhia. O rapaz acionou
situações constrangedoras para ambos”, alerta Leticia.
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comportamento Mesmo que os empregados tenham reconhecidos seus direitos
missão. “Primeiro, a organização pode dei-
à intimidade, privacidade e à liberdade de pensamento, expressão,
xar claro o que espera do funcionário no
convicção, credo e orientação sexual, a advogada aconselha que
que se refere ao comportamento dele na
se tenha cuidado com as informações postadas nas redes sociais.
internet. A partir daí, observar as atitudes
“Para evitar problemas e demissões, o funcionário deve ficar aten-
e, se for preciso, conversar. No meu pon-
to às diversas manifestações na internet contra a imagem da em-
to de vista, a justa causa deve ser sempre a
presa, a honra de seus dirigentes e colegas de trabalho, incluindo
última opção”, pontua.
até mesmo os clientes”, detalha a advogada. Em se tratando de divulgações na internet, a justa causa pode ser aplicada com base no artigo nº 482, alínea “k”, da Consolida-
Redes sociais com moderação
ção das Leis do Trabalho (CLT), que afirma que todo ato lesivo da
• Pense antes de falar e postar algo. Uma vez
honra ou da boa fama ou ofensas contra o empregador e superio-
postado ou comentado, você está exposto.
res hierárquicos constituem motivos para dispensa.
Feedback antes de demitir O conceito de etiqueta é o conjunto de normas ou regras que
• Respeite os comentários e as diferenças culturais e sociais. Você nunca sabe quem está lendo ou comentando.
denotam a boa educação e o bom comportamento. A ética é tudo
• Evite criticar publicamente a empresa na
aquilo que pertence ao caráter. A palavra etiqueta está associada
qual trabalha. Parece um comentário ino-
à ética e, assim como nas relações humanas, nas redes sociais, é
fensivo, mas pode ser mal interpretado
preciso entender o valor da ética para fazer bom uso da internet.
pelo outro quando você fala ‘ainda bem
A especialista em Recursos Humanos, Lucia Gadelha, também concorda que muitas empresas estão de olho nas redes sociais, seja no momento da contratação ou ao longo das atividades dentro da organização. “Alguns líderes estão lá com intuito apenas de observar o comportamento do empregado, tanto no Facebook como demais mídias: Instagram, Twitter ou Linkedin. O colaborador precisa ficar atento ao que posta, comenta e curte”, alerta Lucia. Um relatório produzido pelo Instituto Ibero-Brasileiro de Rela-
que hoje é sexta-feira’. • Não use as redes sociais no ambiente de trabalho, exceto no horário de almoço. Caso contrário, vai parecer que você está com tempo livre. • Evite curtir ou comentar postagens de colegas de trabalho criticando a empresa.
cionamento com o Cliente (IBRC) para a revista Você S/A, em 2014,
• Não publique fotos íntimas ou em estado
constatou que o comportamento dos funcionários pode influenciar
alcoolizado, principalmente usando o uni-
em uma promoção ou demissão. O estudo também desbanca a
forme de trabalho. Atitudes como essas
ideia de que as empresas recorrem às redes sociais somente para
podem comprometer a empresa também.
fazer uma avaliação informal dos colaboradores e candidatos ou de que essa análise só verifica aspectos profissionais, como o que está descrito no Linkedin. O que o funcionário faz nas horas vagas o define muito mais do que a postura que ele tem no ambiente corporativo, tendo um peso maior na sua reputação. A pesquisa mostra ainda que as pessoas estão acostumadas a pensar na reputação nas redes sociais somente quando concorrem a uma vaga
• Seu chefe enviou uma solicitação de amizade e você não aceitou? Cuidado, pode gerar um ruído de comunicação. Se você está na rede social, use-a com maturidade. • Não marque colegas em fotos sem a permissão deles.
e acabam não cuidando da imagem quando já estão empregadas.
• O líder também deve usar as redes sociais
Segundo Lucia, as empresas podem dar um feedback para o
com ética e ser referência por meio do bom
profissional antes de tomar uma atitude mais radical, como a de-
comportamento e das atitudes. FONTE: LUCIA GADELHA, ESPECIALISTA EM RH
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SHUTTERSTOCK
capa
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capa
Farmácias podem aplicar vacinas Vereador derruba veto e consegue publicar, no Rio de Janeiro a primeira lei municipal do País que autoriza o serviço de vacinação em estabelecimentos farmacêuticos, ampliando acesso da população
O
O vereador Eliseu Kessler (PSD), reeleito no dia 2 de outubro,
derrubou o veto do prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, à Lei
para a prática do serviço”, explica Luis Carlos Marins, presidente da Ascoferj.
Complementar 167/2016, aprovada em maio pela Câmara Mu-
“Não se pode negar que o varejo far-
nicipal. Fruto do PL 115/2015 e de autoria do próprio vereador, a
macêutico possui uma capilaridade subs-
Lei Complementar 167 é pioneira no País, pois se trata da primei-
tancialmente maior que a rede privada de
ra lei municipal a regulamentar a vacinação em farmácias e dro-
vacinação convencional, alcançando um es-
garias. Regulamentação semelhante só existe em Santa Catarina,
pectro maior de pessoas, que é, aliás, um dos
que publicou a Portaria 44, em janeiro deste ano, mesmo assim
propósitos de qualquer campanha de vaci-
não se trata de uma lei.
nação. Além disso, quanto maior a rede de
“A permissão para vacinação em farmácias e drogarias do mu-
vendas/aplicação de vacinas, maior a ten-
nicípio do Rio de Janeiro possibilita que o cidadão carioca não fique
dência de redução de custos, pois quem vai
preso às campanhas governamentais para ter acesso às vacinas.
a uma clínica de vacinação se assusta com
Agora, em qualquer momento e lugar, ele poderá usufruir o benefí-
os consideráveis valores cobrados”, justifi-
cio, independentemente da doença ou necessidade que tenha. As
ca o consultor jurídico da Ascoferj que auxi-
farmácias serão facilitadoras desse acesso”, destaca Eliseu Kessler.
liou na redação do PL, Gustavo Semblano.
A normatização da atividade vinha sendo aguardada pelo setor
A Revista da Farmácia fez um breve
farmacêutico carioca desde a publicação da Lei Federal 13.021/2014,
levantamento de alguns preços. A vacina
que, no artigo 7º, diz que farmácias e drogarias poderão dispor, para
contra a dengue, já disponível na rede pri-
atendimento imediato à população, de medicamentos, vacinas e so-
vada, custa, em média, R$ 330. Se o pacien-
ros que atendam o perfil epidemiológico de sua região demográfica.
te quiser se imunizar contra a gripe H1N1,
A Ascoferj, por meio do Departamento Jurídico e com o apoio
terá de desembolsar de R$ 130 a R$ 140.
do médico epidemiologista e presidente do Instituto Vital Brazil,
Outro exemplo é a vacina contra o HPV. O
Edimilson Migowski, participou da elaboração do PL, prestando
Sistema Único de Saúde (SUS) disponibili-
assessoria técnica ao vereador. “O objetivo foi o de criar uma nor-
za a dose somente para adolescentes. Mu-
ma mais completa e detalhada, regulamentando definitivamen-
lheres adultas terão de pagar em torno de
te a vacinação, de forma que farmácias e drogarias não tivessem
R$ 460 na rede privada para se tornarem
mais dúvidas sobre as exigências e os procedimentos necessários
imunes ao vírus.
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capa “Diferentemente da clínica de vacina-
caro para tomar uma vacina que não é oferecida na rede pública
ção, cujo único produto a ser comercializa-
de saúde. Na farmácia, o valor será mais acessível, sem contar que
do é a vacina, na farmácia, ela é um produto
é um local de mais fácil acesso. Estou muito feliz com essa nova
adicional. Portanto, o estabelecimento far-
lei municipal”, comenta o farmacêutico e empresário Ricardo Val-
macêutico possui vários outros itens à ven-
detaro, da Farmácia do Leme.
da que ajudam a pagar a conta. Por causa disso, esperamos que o preço final ao con-
Como vai funcionar
sumidor possa ser menor”, analisa Edimil-
A nova lei da vacinação em farmácias e drogarias autoriza o ser-
son Migowski, presidente do Vital Brazil,
viço para prevenção de doenças imunopreveníveis, como tétano,
para quem a vacinação nas farmácias vai
difteria, sarampo, rubéola, caxumba, poliomielite, febre amarela,
aumentar a cultura da prevenção no País.
hepatite a, hepatite b, varicela, gripe, dengue, HPV, entre outras.
Além do preço menor, a capilaridade do va-
Mas, para isso, os estabelecimentos deverão estar devidamente li-
rejo farmacêutico também poderá contri-
cenciados pela Vigilância Sanitária local.
buir para ampliar o acesso da população a diversas vacinas.
Aqueles que já possuírem a licença devem requerer averbação para inclusão da prestação do serviço de vacinação. “A inclu-
“Percebo que, aos poucos, estamos re-
são do serviço na licença sanitária é mais uma forma de legitimar
tomando a verdadeira missão da farmácia,
a vacinação em farmácias. No entanto, o procedimento ainda de-
que é a de oferecer saúde e bem-estar à
verá ser esclarecido pela Secretaria de Municipal de Saúde”, des-
população, que, atualmente, precisar pagar
taca Semblano.
Exigências a serem cumpridas para o serviço de vacinação em farmácias e drogarias • Apresentar parecer favorável emitido pela Coordenação do Programa de Imunizações, responsável pelo Programa Nacional de Imunizações da Prefeitura. • Possuir farmacêutico responsável técnico durante todo o horário de funcionamento do estabelecimento. • Possuir sala privativa com maca ou cadeira e dimensões de, pelo menos, seis metros quadrados, para a prestação de serviços farmacêuticos, bem como para o serviço de vacinação, além de sanitários ou banheiros. • Dispor de equipamento para controle de temperatura na sala onde será realizada a vacinação e monitorar e registrar diariamente a temperatura dos equipamentos destinados ao armazenamento de vacinas. • Apresentar Termo de Responsabilidade Técnica, devidamente preenchido e assinado, perante a autoridade sanitária local, pelo farmacêutico responsável técnico pelo estabelecimento, devidamente habilitado para o serviço de vacinação. • Dispor de pessoal capacitado para desenvolver as atividades de vacinação. • Utilizar somente vacinas registradas no Ministério da Saúde. • Manter prontuário individual, com registro de todas as vacinas aplicadas, e livro de registro dos atendimentos realizados e das vacinações efetuadas. • Registrar as vacinas aplicadas em cartão próprio a ser entregue ao usuário. • Afixar, em local visível ao usuário, o Calendário de Vacinação Oficial, com a indicação das vacinas que são administradas gratuitamente nos serviços públicos de saúde. FONTE: LEI COMPLEMENTAR 167
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capa De acordo com a lei municipal aprovada no Rio, entre as exigên-
proprietário da Drogaria Menor Preço, Ricar-
cias, destaca-se o parecer favorável a ser emitido pela Coordenação
do Lahora, um adepto convicto dos serviços
do Programa de Imunizações da Prefeitura. A Revista da Farmácia
farmacêuticos. “Ampliar o leque de serviços
procurou o Programa para prestar orientações sobre como as far-
que oferecemos será vital para nos diferen-
mácias devem fazer para solicitar o parecer, mas, segundo a asses-
ciar da concorrência e atrair novos clientes.
soria, a área não vai se pronunciar publicamente sobre o assunto.
Como já trabalhamos dentro das normas da
Outra exigência é dispor de pessoas capacitadas para realizar
Vigilância Sanitária no que se refere ao con-
o serviço. O Instituto Vital Brazil, juntamente com professores da
forto térmico para armazenamento e esto-
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), oferece cursos de ca-
cagem de medicamentos, acredito que não
pacitação para profissionais de saúde na área de vacinação. “Tam-
será tão difícil nos adequarmos às normas
bém estamos cogitando montar cursos em parceria com a Asco-
de vacinação”, posiciona-se Lahora. Para o
ferj. Os profissionais interessados receberão todas as informações
empresário, a venda e a aplicação de vacinas
por meio das mídias da entidade, e a previsão é de que a primeira
nas farmácias vão facilitar o acesso da popu-
turma seja no próximo ano, possivelmente, na segunda quinzena
lação devido à ampla capilaridade do setor.
de março. As inscrições poderão ser feitas em janeiro e fevereiro”, adianta o presidente do Vital Brazil.
A rede Drogasmil também já está se movimentando. Segundo a farmacêutica
A Lei Complementar 167 é específica e detalhista. O conteúdo
supervisora Flávia Santos, a empresa pre-
traz muito da Portaria Anvisa/Funasa 01/2000, que estabelece
tende ampliar os serviços oferecidos, in-
as exigências para o funcionamento de estabelecimentos privados
cluindo a imunização. “Para isso, estamos
de vacinação. Essa Portaria é muito citada como uma das normas
providenciando a adequação do espaço fí-
que regulamentam a atividade, mas, segundo a própria Anvisa, não
sico para atender às normas e exigências,
se aplica a farmácias e drogarias porque o responsável pela farmá-
mas, principalmente, focados no treina-
cia é um farmacêutico e não um médico, como exige a Portaria.
mento da equipe farmacêutica, deixando
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) disse que a
todos aptos para oferecer um serviço de
discussão interna sobre a possibilidade de vacinação em farmácias
qualidade. A nova lei é uma grande con-
ainda é inicial e que não apresenta resultados possíveis de serem
quista, e o maior beneficiado será a popu-
divulgados. “Assim sendo, não há, até o momento, qualquer regra
lação”, aponta Flávia.
nacional que trate do assunto, nem haverá dentro de um horizonte breve”, afirma a agência.
Na Pague Menos, até que a Anvisa regulamente o serviço em nível nacional, o foco
De acordo com o consultor jurídico da Ascoferj, Gustavo Sem-
será a capacitação dos farmacêuticos para
blano, a competência para cuidar da saúde é de todos os entes po-
o serviço, informa a coordenadora técnica
líticos – União, estados, Distrito Federal e municípios – o que per-
farmacêutica Cristiane Feijó.
mite dizer que, mesmo sem a previsão de uma norma da Anvisa,
“Estamos vivendo uma revolução na
o serviço pode ser oferecido pelas farmácias e drogarias autoriza-
farmácia brasileira, que vai beneficiar todo
das pela Vigilância Sanitária local. No entanto, ele sugere que se
o povo. Cada vez mais, ela se torna um lo-
espere um pouco mais antes de se efetivar a vacinação como ser-
cal onde as pessoas podem ir para cuidar da
viço, a fim de que, pelo menos, a Vigilância defina os padrões de
saúde e não somente para comprar medi-
fiscalização sanitária.
camentos. Os serviços farmacêuticos estão inserindo a farmácia na era da prevenção, e
Redes se preparam para o serviço Alguns empresários, atentos às mudanças no setor, já se preparam para esse novo desafio, como é o caso do farmacêutico e
a permissão para aplicação de vacinas vai contribuir com esse desafio”, decreta Leandro Pereira, de A Nossa Drogaria.
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carreira
Liderança farmacêutica
SHUTTERSTOCK
Profissionais devem trabalhar em conjunto para garantir a eficiência no atendimento ao cliente
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D
De acordo com a legislação vigente, o
“O farmacêutico, juntamente com o proprietário do estabele-
farmacêutico é o responsável técnico pela
cimento, responde legalmente pelas atividades da empresa, caso
farmácia ou drogaria. As boas práticas far-
alguma atividade ou produto estejam sem conformidade com a le-
macêuticas vão desde o atendimento e a
gislação vigente, inclusive criminalmente, já que é uma responsabi-
orientação ao cliente até as responsabili-
lidade compartilhada. O farmacêutico não é um fiscal. Ele está na
dades burocráticas e legais. Fazem parte
farmácia para ajudar na realização de um bom trabalho”, ressalta a
das atribuições do farmacêutico supervi-
farmacêutica, docente e consultora Ana Lucia Caldas.
sionar a equipe e o estabelecimento pelo
Como responsável técnico, o farmacêutico pode contribuir
qual responde, além de transmitir conhe-
para o desenvolvimento da equipe, promovendo o conhecimento
cimentos, orientações e treinamentos para
e disponibilizando ajuda a fim de que todos estejam engajados no
toda a equipe sobre a importância da qua-
mesmo objetivo. Nesse caso, é importante evitar, por exemplo, o
lidade dos serviços prestados à população.
uso de termos científicos da profissão farmacêutica, possivelmen-
Revista da Farmácia · Novembro-Dezembro 2016
carreira te desconhecidos pelos demais membros da loja. A comunicação
farmacêutica, observo o prazo de validade
precisa ser simples, clara e objetiva, de forma que todos possam
dos produtos, presto atenção na organiza-
compreender e aplicar na prática.
ção e limpeza da loja, etc. O farmacêutico é
O farmacêutico pode também contribuir também com o aspecto comportamental dos colaboradores, ajudando, por exem-
um espelho para a equipe. Precisa dar bons exemplos”, frisa.
plo, no controle emocional da equipe. Se um membro fica irritado ou agressivo, todos são afetados, prejudicando o atendimento ao cliente e, consequentemente, o desempenho da empresa. Outra questão importante é acompanhar o perfil do funcionário para determinada função. Ao perceber que um membro da equipe não tem vocação para atender diretamente o público ou para lidar com pessoas, o farmacêutico pode ajudar a realocar esse profissional, de modo que ele trabalhe em atividades que estejam de acordo com o seu perfil. “Para um trabalho ainda mais eficaz, o farmacêutico precisa treinar o olhar para tais situações, sempre com o intuito de ajudar os colegas e não simplesmente chamar a atenção ou destacar os erros. Se algo está sendo feito de maneira errada, é preciso buscar a solução e não apontar quem errou”, aconselha Ana Lucia.
O farmacêutico não deve cuidar somente das questões burocráticas da farmácia. Ele precisa ficar atento ao desenvolvimento de toda a equipe. E, até para isso, ele tem que estar preparado. Michele Barbosa Farmacêutica
Além do burocrático A farmacêutica Michele Barbosa, que atua no varejo farmacêu-
A farmacêutica da Drogaria Farma
tico há dez anos, observa que a maioria dos profissionais recém-
Dream, localizada em Paty dos Alferes, Si-
formados em Farmácia não possui habilidades técnicas para atuar
mone Benicá, é preocupada e atenta ao
no varejo. No entanto, todas poderão ser adquiridas no dia a dia,
processo seletivo. Em geral, escolhe pro-
em cursos e treinamentos ao longo da carreira.
fissionais com perfil para vaga e dispostos
Uma habilidade fundamental é saber orientar os demais pro-
a aprender. “Quem entra para a nossa equi-
fissionais da farmácia, indicando treinamentos e, até mesmo, ad-
pe tende a ficar por muito tempo, o que re-
ministrando conflitos. “O farmacêutico não deve cuidar somente
duz a rotatividade na empresa. E, sempre
das questões burocráticas da farmácia. Ele precisa ficar atento ao
que possível, ajudamos quando alguma de-
desenvolvimento de toda a equipe. E, até para isso, ele tem que
ficiência na execução do trabalho é identi-
estar preparado”, acrescenta Michele.
ficada”, conta Simone.
O trabalho em conjunto garante a qualidade do serviço pres-
Na Farma Dream, as funções são clara-
tado e a satisfação do cliente. Sem isso, nenhum negócio é sus-
mente definidas. Os funcionários contra-
tentável, colocando em risco a própria empregabilidade do fun-
tados sabem quais funções irão executar e
cionário. “Entendo que não é fácil para o farmacêutico gerir todas
quais serão as suas responsabilidades. Para
essas questões, mas é importante que ele desenvolva habilidades
Simone, esse formato traz bons resultados,
e competências para liderar pessoas”, completa a farmacêutica.
porque cada um acaba fazendo correta-
Com sua equipe, Michele costuma indicar treinamentos, ob-
mente a parte dele. “E, quando percebe-
servar as limitações dos profissionais e dar feedbacks, quando ne-
mos que um funcionário precisa de algum
cessário. “Para realizar esse trabalho, me mantenho atualizada, me
tipo de capacitação, damos conselho e in-
informo constantemente a respeito dos lançamentos da indústria
dicamos treinamentos”, finaliza.
Revista da Farmácia · Novembro-Dezembro 2016
31
evento
Expo Pharma inova com formato diferenciado e agrada público
DIVULGAÇÃO EXPO PHARMA
Expositores levam novidades à feira e Congresso é marcado por relevantes temas do setor
32
E
Presidente da Ascoferj, Luis Carlos Marins; presidente do Instituto Vital Brazil, Edimilson Migowski; diretor Comercial da Dermage, Marcelo Fernandes; e dermatologista Omar Lupi
Em setembro, aconteceu mais uma edi-
Para a diretora da Open Brasil Promoção e Eventos e organizadora
ção da Expo Pharma e, em paralelo à feira,
da Expo Pharma, Fátima Facuri, a feira é um grande empreendimento
a 12ª edição do Congresso do Varejo Far-
para o setor e tem dado excelentes resultados. “Aproveitamos 2015
macêutico, no Hotel Windsor Barra, Zona
para refazer o projeto e relançar a Expo Pharma neste ano. Mais uma
Oeste do Rio de Janeiro. Em novo formato
vez, conseguimos ver o trabalho ser recompensado com muito net-
e com um modelo de feira mais enxuta, ao
working e negócios concretizados durante o evento”, avaliou Fátima.
todo, 60 expositores apresentaram produ-
A CityFarma, por exemplo, escolheu o primeiro dia para fazer
tos e serviços com condições diferenciadas.
o lançamento da sua nova marca. O presidente da rede, José Cor-
Revista da Farmácia · Novembro-Dezembro 2016
evento rea da Motta, comemorou e disse que foi uma grande satisfação apresentar a nova marca durante a Expo Pharma. “Agradecemos a oportunidade de apresentar a novidade durante a feira, uma vez que a ocasião permitiu reunir nossos associados, que também prestigiam o evento”, declarou Motta. O presidente adiantou que um dos objetivos da CityFarma é a expansão da rede, que pretende saltar de 120 lojas para mil estabelecimentos nos próximos oito anos. “Essa meta faz parte do nosso plano de negócios, e todos estão trabalhando e dedicando seu tempo para alcançá-la”, finalizou. Quem passou pelo estande da Federação do Comércio do Estado do Rio de Janeiro (Fecomércio/RJ) conheceu os produtos e serviços oferecidos pela entidade e assistiu a palestras ministradas no próprio local sobre temas como O descarte seletivo de medicamentos, Controle de estoque no varejo farmacêutico, Perfumaria e dermo-
Lançamentos da feira • O estande da Valda fez o lançamento da bala de gelatina com alto teor de vitamina C e com sabor de laranja mentolada. • A Superação Distribuidora apresentou a novidade da Solar Gold, repelente e protetor solar em um único produto. • A Distribuidora Hillo lançou a linha #TenhoCachos, composta de produtos voltados para o tratamento capilar de diversos tipos de cabelos cacheados. • A Solução Kids lançou a primeira maquiagem para crianças certificada pela Anvisa, a Beauty Brinq.
cosméticos e, ainda, Saúde à mesa e Cozinha criativa. Pela primeira vez participando da Expo Pharma, a Conquiste Assessoria e Corretagem de Seguros aproveitou a feira para firmar
farma/Rio), Felipe Terrezo; pelo presiden-
a imagem da empresa no setor. “Somos uma corretora especializa-
te do Sistema Fecomércio, Orlando Diniz;
da no varejo farmacêutico. Na feira, tivemos a chance de apresen-
pelo presidente do Conselho Regional de
tar nossa proposta de serviço e explicar nosso trabalho ao público
Farmácia do Estado do Rio de Janeiro (CRF
presente”, disse o diretor Comercial da Conquiste, Joseph Danon.
-RJ), Marcus Athila; pelo secretário estadual
Também esteve presente a Emefarma Rio. De acordo com o
de Turismo, Nilo Sergio Felix; pelo vereador
diretor Jony Sousa, o encontro já é oficial no calendário da distri-
Eliseu Kessler; e pelo médico epidemiolo-
buidora. “Neste ano, mesmo com um modelo mais enxuto, a feira
gista e presidente do Instituto Vital Brazil,
levou aos participantes importantes empresas do mercado farma-
Edimilson Migowski.
cêutico, atraindo muitos lojistas de farmácias e drogarias. E claro,
“O setor farmacêutico precisa desse tipo
não podíamos ficar de fora, pois a Emefarma está sempre focada
de encontro, que reúne em um único lugar
em levar boas oportunidades aos gestores e empresários do se-
uma feira, com oportunidades de negocia-
tor”, declarou o diretor.
ção, possibilidades de relacionamentos e
Outras empresas marcaram presença, como a Solução Kids, di-
novos parceiros, e um congresso, que leva
rigida por Jorge Cunha, que aproveitou para apresentar a primeira DIVULGAÇÃO EXPO PHARMA
linha cosmética infantil, e a DH3, de Denilson Lisbôa, com produtos hospitalares. Já a Servimed, distribuidor logístico no segmento farmacêutico, hospitalar e supermercadista, aproveitou a feira para divulgar o Centro de Distribuição da empresa, localizado no Rio de Janeiro, e também para se aproximar de futuros clientes.
Congresso reúne nomes de peso No primeiro dia, a mesa solene de abertura foi composta pelo presidente da Ascoferj, Luis Carlos Marins; pelo presidente do Sindicato do Comércio Varejista dos Produtos Farmacêuticos (SincoExpositores do setor durante a feira
Revista da Farmácia · Novembro-Dezembro 2016
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evento conhecimento sobre diversos temas e pos-
ofertarem o serviço de vacinação aos clientes. “Essa ação é extre-
sibilita a troca de experiências entre profis-
mamente positiva, uma vez que atuaria na prevenção de certas
sionais”, disse o presidente da Ascoferj, Luis
doenças”, defende Migowski.
Carlos Marins.
A segunda apresentação sobre o tema foi conduzida pelo vice-
Com o tema central Qualidade de vida
diretor do Instituto de Pediatria da Universidade Federal do Rio de
por meio da ação integrada entre médicos,
Janeiro (UFRJ), Bruno Leite Moreira, que destacou os aspectos le-
farmacêuticos, farmacistas, ponto de venda
gais e técnicos da vacinação em farmácias e drogarias.
e tecnologia, o Congresso teve início com a
Quem assistiu ao segundo dia de palestras teve a oportunidade
palestra da jornalista Miriam Leitão, que fa-
de prestigiar, na parte da manhã, especialistas como o dermatolo-
lou sobre A conjuntura econômica do Brasil e
gista e membro titular da Academia Nacional de Medicina, Omar
perspectivas. Segundo a jornalista, mesmo
Lupi, que falou sobre as Oportunidades de parcerias entre socieda-
com toda a situação que o País vive em re-
des médicas, indústrias farmacêuticas e drogarias; o diretor Comer-
lação ao cenário econômico, os brasileiros
cial da Dermage Skincare, Marcelo Fernandes, que tratou de der-
podem permanecer otimistas. “Diversos
mocosméticos e nutracêuticos; e falando sobre Saúde e Tecnologia,
países do mundo gostariam de viver uma
o diretor executivo da Associação Brasileira dos Distribuidores de
experiência como a nossa, de investigar
Tecnologia da Informação, Mariano Gordinho.
com sucesso a corrupção e a lavagem de
Na parte da tarde, o diretor Regional para a América Latina e
dinheiro por meio da operação Lava Jato”,
Europa do Instituto Close-Up International, Paulo Paiva, falou sobre
disse Miriam.
o Mercado farmacêutico brasileiro, oportunidades e desafios atuais e
O primeiro dia também foi marcado por
futuros. Também foi assunto do Congresso o tema Ferramentas di-
palestras que abordaram a questão das va-
gitais, como big data, analytics, cloud computing, mobilidade e re-
cinas. Atualmente, diversas legislações tra-
des sociais, com o diretor de Marketing da Associação Brasileira das
tam do assunto, em todos os âmbitos, mas
Empresas de Software, Carlos Sacco. Para ele, assim como a indús-
nada específico sobre o varejo farmacêuti-
tria farmacêutica, qualquer outro negócio enfrenta uma competi-
co. Esse foi o tema central da palestra do
ção acirrada. Então, é importante não apenas armazenar os dados
infectologista e presidente do Instituto Vital
da empresa, mas saber que uso estratégico fazer deles. “Quando a
Brazil, Edimilson Migowski: Vacinas x farmá-
empresa sabe direcionar as próprias informações, ela alcança êxito.
cias: um possível canal de venda. O especia-
Assim, é importante que esses dados sejam monitorados a todo
lista afirmou a necessidade de se criar uma
o tempo. Quem não fizer isso ficará para trás”, orienta o diretor.
norma autorizando farmácias e drogarias a
A palestra de encerramento ficou por conta do jornalista Merval Pereira, que falou sobre Conjuntura econômica. Segundo ele, o
Público prestigia palestras durante o congresso farmacêutico
Brasil está em uma situação complicada, devido à crise e à falta de líderes políticos. “É um caminho em que os brasileiros não sabem para onde estão indo”, disse. O jornalista aconselhou o setor a aguardar mais um pouco antes de fazer qualquer mudança nos negócios, sejam elas relacionadas a investimentos ou outras iniciativas, já que, até o momento, o governo não aprovou um limite de gastos para o País. “Pode ser um risco investir, mas, passada essa fase e apresentado esse limite, é possível dar início a um pla-
DIVULGAÇÃO EXPO PHARMA
nejamento com segurança”, aconselhou. A próxima edição do evento está prevista para os dias 16, 17 e 18 de agosto de 2017.
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Revista da Farmácia · Novembro-Dezembro 2016
Venha ser um licenciado Market Farma Vantagens Baixa taxa de franquia; Redução de Taxas de Cartões de Créditos; Negociações Comerciais vantajosas; Mídia Cooperada.
Apoio
Benefícios Site de Divulgação e Mídias Sociais; Material de apoio
(Uniformes / Banner / Encartes / Sacolas / Imãs);
Ações de Marketing; Mídia Cooperada.
Perfil do Licenciado
Gestão financeira;
Gostar de desafios;
Viabilidade de cadastro junto a fornecedores;
Desejo de crescimento;
Suporte ao Licenciado.
Desejar trocar informações.
Condições para se tornar um licenciado: Formalização de contrato; Lojas com o padrão e layout Market Farma; Cumprimentos das parcerias comerciais; Cumprimento das normas estabelecidas pela franquia.
Faça parte da rede de drogarias que vai conquistar o Rio.
Participar em equipe;
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recursos humanos
Planejamento Empresas que planejam suas ações têm mais respaldo para a tomada de decisão e obtêm melhores resultados
HUMBERTO TESKI
P Lucia Gadelha Consultora especialista em gestão em recursos humanos e capacitação de líderes.
Planejamento significa o ato ou efeito de planejar, criar um pla-
da sua missão e, por meio dessa consciên-
no para otimizar o alcance de um determinado objetivo. Essa pa-
cia, estabelece o propósito de direção que
lavra pode abranger muitas áreas diferentes, como planejamento
a organização deverá seguir para aproveitar
familiar, de carreira e planejamento estratégico no ambiente cor-
as oportunidades e evitar os riscos”.
porativo, de acordo com a função desempenhada. É também a
Já o planejamento tático é consequên-
capacidade de se estabelecerem sequências para a execução de
cia das decisões estratégicas em planos de
uma tarefa, de acordo com a importância, prioridade e/ou grau de
ação direcionados aos respectivos setores da
dificuldade na execução.
empresa, envolvendo cada gestor no plane-
Segundo Idalberto Chiavenato, o planejamento é a função ad-
jamento e desenvolvimento das principais
ministrativa que determina antecipadamente as atividades que
necessidades de sua equipe e do mercado
devem ser desempenhadas, além de quais objetivos serão alcan-
como um todo, considerando os indicado-
çados, com a finalidade de dar condições para que a empresa se
res de desempenho respectivo a cada setor.
organize a partir de determinadas análises a respeito das realida-
Os planejamentos estratégicos e tá-
des atual e futura que se pretendem alcançar. O planejamento consiste em uma importante ferramenta de
que o plano de ações tático tem foco em
gestão de processos e pessoas, sendo essencial na tomada de de-
identificar uma situação específica no se-
cisões e na execução das tarefas, das mais simples às mais comple-
tor, definir o objetivo a ser alcançado e os
xas. Posteriormente, o planejamento requer o acompanhamento
recursos necessários para o alcance dos re-
e a confirmação se as decisões tomadas foram acertadas. Nesse
sultados esperados.
ponto, temos um feedback.
Mande um e-mail para luciagadelha@terra.com.br
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Por fim, o planejamento operacional
O indivíduo que utiliza o planejamento como uma ferramen-
pode ser considerado como a formalização
ta de trabalho demonstra interesse em prever e organizar ações e
dos processos e das metodologias de de-
processos que vão acontecer no futuro, causando impacto positi-
senvolvimento e implantação estabelecidas.
vo e eficácia no alcance dos resultados esperados.
Quer saber mais?
ticos se complementam, tendo em vista
É importante levar em conta que o pla-
Podemos definir três tipos de planejamentos: estratégico, tá-
nejamento deve ser flexível para que pos-
tico e operacional. O planejamento estratégico mapeia todo o
sam ser realizados ajustes e adequações
ambiente e avalia as forças e limitações da empresa, envolvendo
em função do cenário atual e das ações que
toda a organização, direcionando as ações em curto, médio e lon-
desencadeiam o objetivo. Da mesma for-
go prazo e focando o futuro e as perspectivas de crescimento da
ma, o planejamento deve ser compreendi-
empresa como um todo.
do como um processo cíclico e prático das
Para Adalberto Américo Fischmann, “planejamento estratégico
determinações do plano, o que lhe garan-
é uma técnica administrativa que, por meio da análise de um am-
te continuidade, havendo uma constante
biente de uma organização, cria a consciência das suas oportunida-
realimentação de situações, processos, re-
des e ameaças dos seus pontos fortes e fracos para o cumprimento
sultados e soluções.
Revista da Farmácia · Novembro-Dezembro 2016
evento
Feirão de Negócios da Rio Drog’s leva novidades para o setor HUMBERTO TESKI
Mais de 800 gestores e proprietários de farmácia prestigiam o evento e realizam boas negociações
Diretor da Rio Drog’s, Bruno Freire, ao lado do presidente da Ascoferj, Luis Carlos Marins
A
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A terceira edição do Feirão de Negócios,
pôde conhecer as melhores práticas em exposição de medicamen-
realizada pela Distribuidora de Produtos Far-
tos isentos de prescrição. A farmácia modelo do Feirão de Negócios
macêuticos e Perfumaria Rio Drog’s, trouxe
foi possível graças à parceria da Rio Drog’s com a empresa de mobi-
diversas novidades ao setor de farmácias e
liário DNA Farma, que também levou promoções e preços especiais
drogarias que prestigiou o evento no dia 21
aos clientes interessados em adquirir mobiliário para as farmácias.
de setembro. A começar pelo local de rea-
O diretor da distribuidora, Bruno Freire, detalhou que, para rea-
lização, que, pela primeira vez, ocorreu em
lizar o evento, foi necessário o envolvimento de todos os colabo-
uma escola de samba, a do Salgueiro, no
radores, cerca de 250, e afirmou que, tendo em vista o empenho
Andaraí. Os clientes aprovaram.
da equipe, os objetivos foram alcançados. “Mais uma vez, o Feirão
A outra novidade foi a existência de uma
superou as nossas expectativas. Tivemos o comparecimento em
farmácia modelo no local, em que o público
massa de gestores e proprietários de farmácia. Aproximadamen-
Revista da Farmácia · Novembro-Dezembro 2016
evento
HUMBERTO TESKI
Parte da equipe da Rio Drog’s comemora os resultados
Público negocia e aproveita as oportunidades
te, 850 pessoas marcaram presença e realizaram boas negociações”, contabilizou. Freire também destacou que é um prazer, para a Rio Drog’s, receber clientes de locais distantes, como foi o caso do público de Itaperuna, Macaé, Iguaba e Friburgo. “Para nós, esse é um grande reconhecimento, o que mostra a importância do Feirão para o segmento”, acrescentou o diretor. Nesta terceira edição, embora o evento tenha sido realizado para estabelecimentos farmacêuticos do estado do Rio de Janeiro, HUMBERTO TESKI
curiosamente, houve a participação de uma farmácia de Roraima. Os proprietários, sem conhecimento de que a Rio Drog’s não atende a outros estados, vieram ao evento. A distribuidora fez questão de recebê-los e encontrou uma solução para que comprassem, com a entrega garantida. “Esse é um dos motivos que justificam nosso
to anterior para satisfazer ainda mais nossos
slogan, que é Vencer e superar expectativas. Realmente, levamos
clientes”, ressaltou Bruno Freire.
nossa missão ao pé da letra e fazemos questão de deixar nossos clientes satisfeitos”, comemorou o diretor.
A Ascoferj marcou presença no evento, e o presidente Luis Carlos Marins, que
A participação de 30 indústrias também foi fundamental para o
esteve no local, confirmou que o Feirão é
sucesso do Feirão, uma vez que permitiu um mix de produtos com-
um sucesso e já faz parte do calendário ofi-
pleto para os clientes, desde a categoria farma até a perfumaria.
cial do varejo farmacêutico do estado do
Mais uma novidade foi a participação da Aché Biossintética, que,
Rio de Janeiro. “A Rio Drog’s tem alcançado
recentemente, passou a fazer a parte do portfólio da Rio Drog’s.
êxito com o Feirão de Negócios e a para-
As atrações da festa ficaram por conta do mascote da Rio Drogs’,
benizo pelo projeto. Acredito que um dos
o Droguito; de Anamara, conhecida por sua participação no rea-
motivos desse sucesso é que ele atende à
lity show Big Brother Brasil; da atriz Juliana Alves; e da participação
necessidade de gestores e empresários de
da atriz e dançarina Viviane Araújo, com a bateria do Salgueiro.
farmácias e drogarias, levando boas con-
“Em novembro, será realizada a última edição do Feirão, em 2016, e o nosso desafio é sempre superar as expectativas do even-
dições de negociações e também premiações”, elogiou Marins.
Revista da Farmácia · Novembro-Dezembro 2016
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tecnologia
Guia digital para farmácias e farmacêuticos Selecionamos alguns aplicativos que podem ser úteis à gestão da farmácia e ao atendimento farmacêutico. Confira!
MEDICAMENTOS
Gratuito
O aplicativo foi lançado pela ProDoctor e permite aos farmacêuticos e demais profissionais de saúde a consulta de medicamentos, leitura de bulas e acesso aos genéricos e similares disponíveis. Além disso, contém todos os medicamentos de referência aprovados pela Anvisa e mantém o usuário atualizado sobre novos medicamentos e notícias relevantes do meio farmacêutico. Foi desenvolvido para plataformas Android e iOS e funciona em smartphones e tablets com conexões Wi-Fi ou 3G.
CAIXA DE REMÉDIOS
Gratuito
Oferece informações sobre medicamentos e lembra a hora de ingeri-los. É gratuito e está disponível para Android e iPhone. É possível usar a câmera do aparelho para ler o código de barras do medicamento e localizá-lo facilmente no aplicativo. A ferramenta traz uma agenda que permite acompanhar quais medicamentos já foram ingeridos e até envia SMS para outra pessoa, caso o remédio não seja para o usuário do app.
APP TRIER GESTÃO
Gratuito
É voltado para a gestão de farmácias e drogarias, levando informação em tempo real ao empresário. Além disso, oferece uma diversidade de notícias do mercado farmacêutico a quem acessa. Suas ferramentas ajudam na otimização do tempo do proprietário, auxiliando-o na boa gestão do estabelecimento.
40
Revista da Farmácia · Novembro-Dezembro 2016
tecnologia
QUIPU
Gratuito
É específico para microempreendedores individuais (MEI) e oferece ferramentas para o empreendedor controlar as despesas da farmácia, emitir notas fiscais, declarar imposto de renda e acompanhar seus benefícios. Foi desenvolvido pelo Buscapé em parceria com o Sebrae e pode ser utilizado em aparelhos com iOS, Android e Windows Phone.
RECEITA CONTROLADA
Gratuito
Tem como objetivo auxiliar os profissionais de saúde a escolher/confirmar qual tipo de receita é destinado para determinada substância ou princípio ativo. Ele faz referência a, aproximadamente, 611 substâncias e princípios ativos de vários medicamentos. Todas as substâncias estão contidas na Resolução de 13/02/2015, da própria Anvisa. O aplicativo foi atualizado para rodar nas versões mais recentes do Android e conta com banco de dados interno que dispensa acesso à internet durante a pesquisa dos medicamentos.
FLASHFARMA
Pago
O Flashfarma é uma ferramenta de gestão para farmácias e drogarias que permite monitorar o negócio com o nível de detalhe que o empresário precisa, fornecendo indicadores como faturamento da loja do dia anterior, da semana, realizado no balcão, por telefone, apresentação do tíquete médio de determinado período, entre outros. Para obter o aplicativo, é necessário fazer contato com a Flashfarma. O app funciona em qualquer celular, com acesso seguro garantido por login e senha, para garantir a segurança das informações disponibilizadas pelo próprio gestor da farmácia. Mais informações: www.flashfarma.com.br.
DR. CUCO
Pago
Gratuito
Quando o farmacêutico recebe a prescrição do paciente no balcão da farmácia, ele insere as informações na plataforma de Dispensa de Medicamentos do aplicativo. Logo, o paciente que tenha instalado o app gratuitamente recebe a prescrição convertida em lembretes do medicamento. Na versão paga, no momento em que o paciente necessite comprar novamente o medicamento, uma mensagem é enviada automaticamente ao cliente pelo Dr. Cuco com um anúncio da farmácia onde o produto foi adquirido anteriormente.
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gestão
O lobo solitário
SHUTTERSTOCK
Exemplo para sua equipe, líder precisa de capacitação contínua para manter afinadas as estratégias de liderança
42
O
O ambiente de trabalho e as relações
Nesse contexto, a capacitação contínua é determinante para o
humanas dentro das empresas sofreram
sucesso da liderança, pois é buscando novos conhecimentos que o
importantes transformações nas últimas
líder aprimora sua capacidade para liderar. “Além de reciclar as ha-
décadas, segundo o coach especialista em
bilidades, os treinamentos permitem que ele aprenda novas técni-
Desenvolvimento de Talentos, Rui de Sá
cas e conceitos de liderança e motivação, os estilos mais aplicados,
Telles. O modelo de hierarquia do passa-
os perfis e as práticas de liderança, motivação de equipe, automo-
do, em que existiam os “chefes” com uma
tivação, autodesenvolvimento e autoaprendizado. Ser líder é algo
postura quase militar, já não obtém resul-
muito solitário e, em razão disso, estar sempre motivado é um de-
tados positivos atualmente. Por isso, o líder
safio”, define a presidente da Academia de Varejo e diretora execu-
precisa adaptar-se, estudar e desenvolver a
tiva da Escola de Negócios, Andrea Securato.
resiliência e a capacidade de ouvir. As equi-
Atualmente, o diferencial dos líderes é justamente ter o conhe-
pes, no varejo farmacêutico, são, cada vez
cimento do mercado em que atuam. Para quem é do varejo farma-
mais, formadas por jovens que foram edu-
cêutico isso é mais forte ainda, de acordo com Andrea, pois é um
cados de forma diferente, com mais aber-
setor com muitas particularidades. “As grandes redes desse ramo
tura e diálogo com os pais.
estão precisando de gestores mais completos, como profissionais
Revista da Farmácia · Novembro-Dezembro 2016
gestão farmacêuticos capacitados em atuar tam-
ção. “Conhecimento é algo que ninguém pode tirar e jamais irá se
bém na gestão de sua unidade de negócios.
perder. Os líderes devem flexibilizar e abrir mão, temporariamente,
Para isso se tornar possível, é preciso focar
de alguns compromissos em prol da capacitação”, complementa.
em treinamentos, com ênfase em conheci-
A Academia de Varejo antecipou-se e criou soluções adaptadas
mento sobre o mercado farmacêutico, ges-
à realidade do setor. A graduação para formação de “Tecnólogos
tão de operação, área comercial e, claro, li-
em Processos Gerenciais”, por exemplo, focada em vendedores e
derança”, acrescenta Andrea.
na primeira liderança, passou a ter aulas entre 7h e 10h. “Notamos
Especialistas concordam que líderes de-
que a disposição e o rendimento dos alunos aumentaram e eles
satualizados não ajudam a empresa a cres-
começaram a aplicar o conteúdo estudado de forma mais imedia-
cer. O conhecimento deles pode e deve
ta nos locais onde trabalham”, conta Andrea. Já as pós-graduações
ser utilizado para contribuir com o desen-
“Trade Marketing e Experiência do Shopper” e “Varejo Físico e Digi-
volvimento constante dos negócios. Cada
tal” contam com aulas realizadas uma vez por semana
vez mais, as empresas vêm ajudando pro-
Para a professora do Coppead, a falta de tempo não denota
fissionais no que se refere à capacitação,
baixa priorização ou falta de disposição para voltar às salas de aula.
com incentivos, bonificações ou ajuda de
Os líderes estão, de fato, sobrecarregados. “O dinamismo e os de-
custo. Se o líder não busca se aprimorar,
safios do mercado requerem decisões rápidas, absorvendo todas
outra pessoa o fará.
as energias dos líderes. Acho que pequenos cursos ou mesmo se-
Para a professora Claudia Araújo, do Ins-
minários de um dia, como os que são promovidos pelo Centro de
tituto de Finanças Coppead/UFRJ, o mer-
Estudos em Gestão de Serviços de Saúde (CESS), do Coppead/
cado está muito dinâmico e competitivo,
UFRJ, são um ótimo formato para conciliar a falta de tempo com
demandando atualização e capacitação
a necessidade de capacitação contínua”, sugere Claudia.
constantes dos líderes. “Fusões, aquisições,
Recentemente, o CESS organizou um encontro sobre market
quebras de patente, acesso ao mercado, ge-
access e teve inscritos não somente do Rio de Janeiro, mas tam-
néricos e regulação são alguns dos fatores
bém de São Paulo. “Percebemos que há interesse grande por ca-
que desafiam os líderes do setor farmacêu-
pacitação. Talvez o modelo on demand seja o mais indicado para
tico no momento”, avalia Claudia. Segun-
executivos ocupados, que querem informações pontuais sobre de-
do ela, a capacitação contínua fornece não
terminados temas de gestão”, analisa Claudia.
somente as ferramentas para lidar com os
Para o coach Rui Telles, a falta de tempo pode estar associada
desafios, mas também estimula o motor da
ao fato de que grande parte dos pequenos empresários não de-
inovação e cria um ambiente mais atraen-
lega as tarefas. “A maioria do setor começou de baixo e foi cons-
te para os subordinados pela oportunidade
truindo o negócio com muito trabalho e sacrifício. Por isso, se
de aprendizado contínuo e de troca dentro
acostumou a fazer de tudo: balcão, caixa, compras. E, conforme
da empresa.
a empresa cresce, tem dificuldade em delegar. Em alguns casos, noto apego à rotina. Com isso, não sobra tempo para fazer mais
Organizando o tempo
44
nada”, observa Telles.
“O tempo está escasso para todos nós,
Em geral, os especialistas sugerem que os líderes do setor bus-
mas é preciso organizá-lo e se dedicar àquilo
quem capacitação em negociação, cultura e comportamento de
que contribuirá para o dia a dia profissional
consumo, comunicação, liderança estratégica, inovação, empreen-
e para a carreira”, defende Andrea, da Aca-
dedorismo e design thinking, uma disciplina que tem origem no de-
demia de Varejo. Segundo ela, investir na
sign e que está chamando cada vez mais a atenção dos executivos
carreira agrega valor e, principalmente, in-
por fornecer as ferramentas necessárias para fomentar a inovação
cide no desempenho dentro da organiza-
contínua nas empresas.
Revista da Farmácia · Novembro-Dezembro 2016
pesquisa
Estudo inédito, no Rio, investiga a profissão farmacêutica no varejo Espaço inadequado para a prática clínica é destaque nos resultados, mesmo assim, 47% dos profissionais estão satisfeitos em promover cuidados com a saúde
E
Em 2015, durante a 11ª edição do Con-
gresso do Varejo Farmacêutico, promovido paralelamente à Expo Pharma, o consultor Fernando Gaspar, mestre em Administração pelo IBMEC/RJ e consultor especializado na construção de indicadores gerenciais para varejo e serviços, coordenou uma pesquisa junto a farmacêuticos que atuam em farmácias e drogarias. Um ano depois, Gaspar liberou os dados apurados para serem publicados, com exclusividade, pela Revista da Farmácia. Trata-se de um estudo sobre aspectos relevantes e atuais da atividade farmacêutica. A pesquisa foi feita por meio de um formulário disponibilizado para todos os farmacêuticos que participaram do evento. Dez temas foram avaliados: tempo de carreira, espaço físico, equipamentos adequados, conhecimentos sobre a Resolução RDC 586/2013, confiança e segurança na prática dos serviços farmacêuticos, satisfação profissional, reconhecimento da população, ção de MIP e interesse em consultório farmacêutico. No total, a amostra válida teve 30 respondentes.
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serviços já realizados, confiança na prescri-
pesquisa Tempo de carreira Tempo de carreira
97% 3%
Apesar de 97% dos entrevistados terem até três anos de formação em Farmácia, o tempo declarado de ativida-
Até 3 anos
de no varejo farmacêutico mostrou-se bem maior. Apenas 17% dos entrevistados atuavam há três anos no setor, 20%,
De 3 a 5 anos
de três a cinco anos, 37%, de cinco a dez anos e 10% atuavam há mais de dez anos. “Esses resultados podem indicar a existência de uma geração de farmacêuticos que, antes de se formarem em
Tempo de atuação no varejo farmacêutico
Farmácia, foram profissionais do varejo em outras fun-
17% 20% 37% 10% 10% 6%
ções”, explicou o pesquisador Fernando Gaspar. “A hipótese mais razoável é de que sejam herdeiros que ingressaram na carreira farmacêutica por conta do negócio familiar, mas é provocativo imaginar que possa haver outras histórias de vida por trás desse dado, tais como balconistas que receberam apoio e investimento para progredirem na carreira”, acrescenta.
0
Até 3 anos De 3 a 5 anos De 5 a 10 anos Mais de 10 anos Pararam de atuar Não responderam 5
10
15
20
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35
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Espaço físico no estabelecimento Ao serem convidados a avaliar o espaço físico no estabelecimento farmacêutico para a prática clínica, os resultados não foram nada animadores: 45% dos entrevistados consideraram de “muito ruim a ruim”; 24%, apenas “razoável”. “Ou seja, na faixa entre ‘muito ruim e razoável’, ficaram 69% dos entrevistados. Se considerarmos que a vasta maioria manifestou ter um longo tempo de atuação no varejo farma-
17% 28% 24% 21% 10%
Muito ruim
Ruim
Razoável
Bom
Ótimo
cêutico, essa avaliação negativa do espaço físico ganha relevância ainda
0
5
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30
maior, sendo uma percepção quase autocrítica do espaço de trabalho”, analisa Gaspar.
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pesquisa Conhecimento sobre a Resolução RDC 586/2013
0% 17% 33% 40%
No que se refere ao conhecimento acumulado so-
Muito ruim
bre a Resolução RDC 586/2013, que trata da prescrição farmacêutica, os entrevistados apresentaram uma tocante autocrítica. Nada menos que 50% dos entrevistados consideraram seu conhecimento de “ruim” a “razoável”, o que deve influenciar, segundo Gaspar, na assertividade com que esses farmacêuticos atuam nas situações de prescrição. A outra metade considerou seu conhecimento de “bom” a “ótimo”. “Outro aspecto relevante a ser considerado é que a maioria dos entrevistados, 94%, tem até três anos de formação. Sendo assim, feitos os testes estatísticos, não encontramos qualquer correlação entre tem0
po de atuação e o tempo de carreira como farmacêuti-
5
Ruim
Razoável
Bom
10%
10
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Ótimo
20
25
30
35
40
co com o grau de confiança no conhecimento da RDC 586”, analisa Gaspar.
Existência de equipamentos adequados
3% 0% 53% 33% 10% 1%
Por outro lado, a percep-
Muito ruim
ção quanto à adequação dos equipamentos e materiais ne-
Ruim
cessários para a prática farmacêutica no local de trabalho se
Razoável
mostrou “razoável” para 53% dos entrevistados e “boa” para
Bom
33%. “Considerando que houve uma maciça avaliação negativa do espaço físico, aparentemente as necessidades materiais estão sendo atendidas”, observa
Não Respondeu
o pesquisador. 0
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Ótimo
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10
15
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30
pesquisa Satisfação profissional
6% 6%
Perguntados sobre a satisfação profissional como farmacêutico ao exercer a prática de cuidados com a saúde, 47% avaliaram de “bom” a “ótimo”, um
40% 37%
resultado bem inferior aos 73% de farmacêuticos que se disseram confiantes para a prescrição farmacêutica. “Considerando-se
Bom
10%
macêuticos com um tempo rela-
1%
podemos dizer que uma parcela significativa tem se mostrado satisfeita na atividade de prescrição. Conclui-se, portanto, que a
0
5
Ruim
Razoável
que a amostragem abrange fartivamente pequeno de carreira,
Muito ruim
Ótimo
Não respondeu
10
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20
25
30
35
prática de cuidados com a saúde vem sendo feita e tem gerado resultados satisfatórios no que diz respeito à satisfação profissional”, pontua Gaspar.
Considerando-se que a amostragem abrange farmacêuticos com um tempo relativamente pequeno de carreira, podemos dizer que uma parcela significativa tem se mostrado satisfeita na atividade de prescrição. Fernando Gaspar
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Consultor e mestre em Administração
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pesquisa Confiança e segurança na prática dos serviços farmacêuticos
0% 3% 23% 53% 20% 1%
Perguntados sobre o grau de
Muito ruim
confiança e segurança para a prática dos serviços clínicos, o grupo entrevistado mostrou-se bastante confiante. Nada menos que 53% avaliaram sua confiança como “boa” e 20%, como “ótima”. Ou seja, 73% se consideraram muito confiantes para os serviços farmacêuticos. “Percebe-se uma coerência com o resultado da questão anterior, em que 50% dos entrevistados con-
Razoável
Bom
Ótimo
Não respondeu
sideram seu conhecimento sobre a resolução de ‘bom’ a ‘ótimo’”, comenta Gaspar.
Ruim
0
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60
Serviços já realizados Na pesquisa, solicitou-se que o pesquisado informasse se já havia realizado alguns dos serviços farmacêuticos listados no questionário. A aferição de pressão e a aplicação de injetáveis, ambas realizadas por 42% dos respondentes, são as atividades mais praticadas. Já aferição de glicemia, 23% dos respondentes, e colocação de brincos, 26% dos respondentes, vêm em segundo falar, sendo a realização de pequenos curativos a atividade menos realizada, pois apenas 16% dos respondentes já o fizeram. No questionário, havia a opção “outros” para o caso da atividade clínica não estar mencionada no formulário. Curiosamente, 96% dos respondentes optaram por assinalar que realizavam outras atividades clínicas além das citadas na pesquisa, as quais eram, respectivamente, aferição da pressão arterial, aplicação de medicamento injetável, aferição da glicemia capilar, pequenos curativos e colocação de brincos. “Afinal que outras atividades seriam essas que não foram inclusas no formulário de pesquisa? Estaria o raio de abrangência da atividade farmacêutica muito além do que se tem conhecimento formalmente?”, questiona Gaspar.
42%
23%
26%
42%
16%
97%
Aferição de pressão
Aplicação de injetáveis
Aferição de glicemia
Pequenos curativos
Colocação de brincos
Outros serviços
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pesquisa Reconhecimento da população
20% 27% 53%
No que se refere à percepção do farmacêutico so-
Razoável
bre o reconhecimento da população quanto ao trabalho que ele realiza na farmácia, os profissionais pesquisados demonstraram uma percepção majoritariamente positiva quanto à avaliação que a população faz de sua atividade. Nada menos que 80% dos pesquisados consideram de “bom” a “ótimo” o reconhecimento do pro-
Bom Ótimo
fissional farmacêutico pela população. “Cabe ressaltar 0
que os farmacêuticos pesquisados têm vasta vivência
10
20
30
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50
60
no varejo farmacêutico, conforme assinalado anteriormente. Portanto, possuem uma referência consistente de avaliação”, contextualiza o pesquisador. Outro aspecto a ser ressaltado é que não houve respostas “muito ruim” ou “ruim” nesse tema.
Confiança na qualidade e na eficácia do MIP A pesquisa apresentou um resultado alarmante: 61% dos respondentes avaliaram como “muito ruim” o grau
61%
39%
Muito ruim
Não responderam
de confiança na prescrição de medicamentos isentos de prescrição (MIP) em termos de qualidade e eficácia desses produtos. “Partindo desse resultado, podemos dizer que os laboratórios fabricantes de MIP têm pela frente um grande desafio no que diz respeito à formação de opinião dos farmacêuticos quanto a essa classe de produto”, destaca Gaspar.
Interesse em consultório farmacêutico
3%
Finalmente, a pesquisa demonstrou que a possibilidade
Muito ruim
17%
de atuar profissionalmente num consultório parece gerar bastan-
60% 20%
te interesse nos farmacêuticos: quase 80% dos respondentes. “Estamos diante de uma futura tendência de mercado?”, questiona Gaspar. 0
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Razoável
Bom Ótimo 20
30
40
50
60
consultora farmacêutica
Alerta para a tosse A atuação do farmacêutico é muito significativa na educação preventiva de agravos e na orientação e prescrição de MIPs
HUMBERTO TESKI
A
seis meses de uso dos medicamentos, dificultando a identificação
toma de uma doença. Por vezes, um mal
do motivo da tosse. A poluição das grandes cidades e o pólen das
necessário para eliminar algum tipo de
flores também são fatores importantes que podem desencadear
substância indesejável. Dessa forma, ela
irritações das vias respiratórias e vários tipos de tosse.
também pode ser considerada um meca-
A tosse seca, que geralmente piora à noite, pode ser causa-
nismo natural de proteção das vias aéreas.
da por reações alérgicas e, nesse caso, o recomendado é o uso
Várias são as causas da tosse, entre elas, as
de medicamento anti-histamínico, como Loratadina e Cetirizina.
doenças infecciosas por vírus ou por bacté-
Entretanto, descobrir a causa da alergia e reduzir a exposição a
rias, mais comuns, principalmente, no ou-
essa causa são atitudes importantes para evitar novos eventos.
tono e no inverno.
Um tratamento caseiro para tosse seca, que é uma das caracte-
Devemos sempre levar a sério a presen-
rísticas da tosse alérgica, é usar um xarope composto de mel e
ça de tosse nos processos patológicos e se-
própolis diariamente. Porém, esse remédio não deve ser indica-
guir na investigação da causa, que pode ser
do para diabéticos.
provocada por uma simples irritação ou por
A tosse produtiva tem como principal causa as infecções das vias
uma grave doença, como asma e câncer de
respiratórias. Quando o paciente com esse tipo de tosse apresenta
pulmão ou laringe.
também febre, deve ser orientado a procurar um médico. Nesses
Ana Lucia Caldas
Para uma terapia adequada, primeiro, é
casos, não devem ser indicados medicamentos que inibam a tos-
Farmacêutica, gerontóloga e especialista em atenção farmacêutica.
preciso reconhecer as diferentes causas de
se, pois ela tem a função de limpar as vias respiratórias. Os muco-
tosse, que vão desde um simples resfriado
líticos ou expectorantes são os mais indicados, sempre acompa-
a rinite, sinusite, refluxo, tabagismo, coque-
nhados de aumento na ingestão de água para hidratar e fluidificar.
luche, difteria, bronquite, asma, pneumonia,
Independentemente dos fatores que causam a tosse, a atuação
tuberculose, insuficiência cardíaca, câncer e
do farmacêutico é muito significativa no atendimento e acompa-
outras doenças.
nhamento de pacientes com algum tipo de tosse, seja na educação
Quer saber mais?
Mande um e-mail para analulcaldas@gmail.com
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A tosse não é uma doença, e sim o sin-
Os efeitos indesejáveis de alguns me-
preventiva de agravos, seja na orientação e prescrição de medica-
dicamentos, como os inibidores de enzi-
mentos isentos de prescrição médica, por tempo determinado, ou
ma de conversão da angiotensina, entre
na indicação de uma consulta médica, quando a tosse for acom-
eles, Captopril, Enalapril, Lisinopril e Rami-
panhada de sintomas como dor ou dificuldade para respirar, febre,
pril, indicados para tratar hipertensão e in-
perda de peso, muco de coloração rosa e/ou marrom – que pode
suficiência cardíaca, são a possibilidade de
significar a presença de sangue – ou quando a tosse persistir ou não
provocar tosse crônica, que pode surgir após
melhorar em alguns dias, mesmo após o uso de medicamentos.
Revista da Farmácia · Novembro-Dezembro 2016
endomarketing
Chegou a hora de confraternizar
SHUTTERSTOCK
Especialista em recursos humanos dá dicas sobre como organizar uma festa de fim de ano sem gastar muito
T
Todo fim de ano merece uma celebra-
ção. É o momento de reconhecer o esforço
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custos dentro do que foi planejado. Orçamento baixo não é motivo para desistir do encontro de fim de ano.
dos colaboradores e os resultados conquis-
A especialista em Recursos Humanos, Lucia Gadelha, acon-
tados, principalmente por ter sido um ano
selha fazer um almoço simples com a presença dos colabora-
cheio de adversidades, provocadas pela cri-
dores, em vez de uma festa que demande muito dinheiro. “Se
se política e econômica. O importante é ter
a empresa tiver um espaço interno, pode optar por um encon-
superado e se mantido de pé. Mas organizar
tro no fim do expediente, em clima de happy hour, mas o ob-
uma festa exige alguns truques e cuidados.
jetivo principal das confraternizações é integrar os funcioná-
É fundamental se organizar para manter os
rios”, destaca Lucia.
Revista da Farmácia · Novembro-Dezembro 2016
endomarketing Dez dicas para não fazer feio • Não consuma bebidas alcoólicas em excesso. • Evite falar mal da festa e das pessoas presentes. • Para as mulheres: evitem decotes, saias curtas e roupas muito justas e transparentes. • Comemore com todos e evite as famosas “panelinhas”. • Nada de tratar o chefe como se fosse um amigo íntimo. • Deixe para “paquerar” depois da festa. • É deselegante encher o prato com muita comida. Se for o caso, repita quantas vezes quiser. • Registre com fotos, mas evite os momentos constrangedores. • Não discuta problemas de trabalho com seus colegas. • Não fale de boca cheia.
Para não fazer feio, algumas medidas são indispensáveis, como
sociais, que provocam o engajamento por
definir, com antecedência, o local e a data em que o encontro será
meio de curtidas, comentários e comparti-
realizado. “Na escolha do espaço, o ideal é que seja priorizado o
lhamentos. Por meio desses canais, é pos-
fácil acesso dos funcionários, considerando sempre a logística e a
sível adiantar os detalhes da festa, infor-
locomoção de ida e volta”, frisa a especialista em RH.
mar local e horário e mencionar as atrações.
Quanto ao que será servido, primeiramente, é preciso conta-
Em geral, festas de fim de ano são pro-
bilizar o número de pessoas com presença confirmada para de-
pícias ao bom humor, à descontração, à di-
pois decidir as opções mais indicadas, o que dependerá da esco-
versão e, até mesmo, à realização de pales-
lha do tipo de evento. Se o encontro ocorrer em um sítio, o ideal é
tras, mas a programação precisa ser ajustada
um churrasco; se for um almoço ou jantar, pratos salgados e sobre-
ao perfil social, econômico e etário dos fun-
mesas podem ser selecionados de acordo com o gosto da maioria.
cionários, priorizando sempre a integração
“Em relação às bebidas, fica a critério da empresa decidir se ser-
de todas as equipes dos diferentes setores
virá as alcóolicas ou não. Definir a quantidade com antecedência
da empresa.
também é essencial para evitar desperdício ou falta”, sinaliza Lucia.
Se, durante a festa, a empresa decidir que vai apresentar o planejamento estraté-
Convide, mas não exija presença
gico do próximo ano, isso deve ser feito de
Independentemente de a festa ser cara ou barata, as empresas
maneira breve, sem estender demais essa
devem convidar os funcionários com antecedência, para que te-
apresentação. As pessoas preferem celebra-
nham tempo hábil de preparar o encontro, sem surpresas. A maio-
ções de fim de ano marcadas por momen-
ria das corporações prioriza a confraternização entre funcionários.
tos divertidos e descontraídos.
Somente quando o orçamento permite, os familiares são convi-
E, para diretoria, gerência e demais lí-
dados. “Vale destacar que a empresa tem a obrigação de fazer o
deres, fica a dica: participem também das
convite ao funcionário, mas não exigir que ele participe. A decisão
atividades propostas durante o evento.
é de cada um”, ressalta a consultora.
“Quando o clima é de alegria, ele fica re-
Uma maneira de atrair a atenção para o evento e criar expectativas positivas para mais uma confraternização é usar as redes
gistrado na memória afetiva de todos”, finaliza Lucia.
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práticas corporativas
Dorflex e Neosaldina lideram ranking O que o relatório da Interfarma pode ensinar ao varejista?
DIVULGAÇÃO
O
Os números pertencem a duas categorias: há aqueles que gritam,
dos programas de desconto via prescrição
chamando nossa atenção por sua obviedade. Há outros que são mais
médica, criados pelos laboratórios, com-
sutis e exigem um olhar treinado e uma análise mais ponderada para
binados com a ação dos propagandistas,
desvendar os segredos por trás deles. Não pude evitar que minha
disseminando as marcas que fazem par-
curiosidade se aguçasse ao ver os resultados que a Associação da In-
te desses programas. Se essas duas variá-
dústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma) apresentou, em agos-
veis citadas estiverem realmente por trás
to, em seu último relatório sobre o ranking de marcas mais vendidas.
desse resultado, talvez esteja na hora de
Trata-se das 20 marcas de medicamentos mais vendidas no
você criar um relacionamento mais ami-
canal varejo farma em milhões de reais em 2015. O relatório peca
gável com os propagandistas que circu-
pelo fato de não apresentar o mesmo ranking de vendas em uni-
lam pelo bairro onde fica sua loja. Se eles
dades vendidas, o que seria um ótimo contraponto e nos permiti-
realmente estão influenciando a prescri-
ria uma melhor compreensão do comportamento desse mercado.
ção médica como os resultados parecem
Ainda assim, suponha que você tivesse que adivinhar quais me-
indicar, está na hora de incluí-los na sua
dicamentos estariam entre os 20 mais vendidos, em 2015, no va-
estratégia de venda, nem que seja ape-
rejo farma. Por intuição, você acredita que os genéricos estariam
nas para que eles reconheçam sua loja
Fernando Gaspar
no topo da lista? Ou , ao contrário, que essas 20 posições estariam
como um porto seguro onde podem to-
Consultor especializado na construção de indicadores gerenciais para varejo e serviços, instrutor de liderança e palestrante.
ocupadas majoritariamente pelos remédios de marca de maior va-
mar uma água nas tardes ensolaradas em
lor agregado, um eufemismo utilizado para substituir o termo “caro”.
que vão visitar aquele cardiologista do
Pois bem, no topo da lista está um velho conhecido, o Dorflex, produto que combina o binômio baixo preço e alto giro numa es-
Além disso, é bom você estar bem an-
cala tão impressionante que o coloca no topo dessa lista de novo.
tenado com esses programas de descon-
Logo atrás dele, a Neosaldina, outra representante do binômio bai-
to e, de preferência, fazer parte desse ca-
xo preço e alto giro.
nal de vendas, sendo uma referência desse
A partir daí, sobraram 18 posições e, então, começam as sur-
Quer saber mais?
58
programa no seu bairro.
presas. Com a exceção de mais três medicamentos que são isen-
Por fim, uma provocação inevitável para
tos de prescrição médica (Sal de Eno, Benegripe e Buscopan Com-
você, empresário: você sabe quais são os
posto), os demais integrantes são todos medicamentos de marca
20 produtos mais vendidos na sua loja em
tipicamente de prescrição, nas diversas modalidades de área clí-
reais e em unidades?
nica, incluindo um filtro solar de alto valor agregado, geralmente
Mande um e-mail para fgaspar00@gmail.com
prédio ao lado.
prescrito por dermatologistas. O fato de os medicamentos de marca dominarem essa lista nos leva a supor que haja uma conjuntura de dois fatores: a força
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O Guia 2016 Interfarma, com informações sobre o setor farmacêutico no Brasil, está disponível no site da entidade: www. interfarma.org.br.
(31) 3358-3644
flexside@flexside.com.br
www.flexside.com.br