REH_v.14, nº 14, 2021

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HOMEOPÁTICOS

Publicação Digital Quadrimestral Gratuita

Uma realização do Grupo Livre de Terapeutas Homeopatas do Centro -Oeste

Nesta edição...

Ano 5

N° 14

Dezembro/2021

Revista de
-ISSN 2965-3045
Estudos

Editorial

Mantenedores da Revista -

--

Silvino Fontoura, Barra do Garças, MT

Estou acompanhando todos os números. Acho que devia ter uma assinatura digital. É muita qualidade para ficar sem remuneração...

Silviane Pacheco Vasconcelos, Manaus, AM

Gente, que Revista mais lindaaaaa! Comecei a ler pelo Issuu, no computador, pois no celular não dá, fica muito pequena a letra... Parabéns pra todo mundo que trabalha nela! Muito fácil de entender que a homeopatia pode ser uma opção real de melhorar a saúde! Que venham as próximas!

Jornalista Responsável

Editora-Executiva Conselho Editorial

Projeto Grá co e Diagramação

Karine Santos

Redatores

Revisão

Contato

ÍNDICE EDITORIAL 1 MANTENEDORES DA REVISTA 2 TERMO DE ADESÃO 3 CARTA AO LEITOR 4 EXPEDIENTE 5 ÍNDICE 6 NOVEMBRO VERDE 7 ANUNCIANTES 8 PRIMEIRA PARTE: HOMEOPATIA E NÓS 9 SEGUNDA PARTE: HOMEOPATIA TAMBÉM É CIÊNCIA 35 Revista de Estudos HOMEOPÁTICOS
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Se você também quiser publicar aqui a divulgação do seu trabalho terapêutico, por favor faça contato com revistadeestudoshomeopaticos@gmail.com e receba os detalhes! Teremos prazer em torná-lx mais conhecidx!

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HOMEOPATIA E NÓS

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Revista de Estudos HOMEOPÁTICOS

DIÁRIO DE BORDO

DIÁRIO DE BORDO – RETROSPECTIVA DO TRABALHO DO GRUPO LIVRE DE HOMEOPATAS DO CENTRO-OESTE

Durante os meses de agosto a novembro, o Grupo se desdobrou entre o planejamento e a divulgação do III Saberth, os estudos mensais, a preparação da 14ª edição da Revista de Estudos Homeopáticos e a participação na Sétima Semana de Inovação da ENAP, com uma entrevista a respeito do tema Visões de Educação para Saúde Integral no Terceiro Milênio.

O projeto de atendimento social na comunidade Jardins do Cerrado, em Goiânia, retomou suas atividades de modo híbrido, com alguns terapeutas no presencial, como todos os protocolos de segurança, e outros online. A retomada ajudou a acompanhar mais de perto a saúde de muitas famílias em situação de vulnerabilidade social. Veja as artes que relatam essas importantes atividades.

Para acessar qualquer uma de nossas redes, clique no link relacionado:

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A divulgação do III Saberth foi feita em massa, por meio de posts diários nas redes sociais. Acompanhe o conteúdo disponibilizado!

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Guilherme Taylor March, o pai dos pobres

ma, os March cresceram cercados de luxo, conforto e fortuna.

Anos depois, a matriarca e o patriarca da família faleceram, deixando seus lhos à própria sorte. Porém, também com uma fortuna considerável.

O primogênito, com 18 anos, passou a cuidar dos próprios interesses, enquanto o Dr. March, na época com apenas 12 anos de idade, foi conado a um tutor. Este, por sua vez, ocupou-se em matricular o garoto em colégios de renome, a m de que ele atingisse excelência em educação e cultura. Tal caminho levou Guilherme Taylor March até a Faculdade de Medicina da Corte, onde recebeu seu diploma de médico em 30 de novembro de 1859.

O médico homeopata Dr. Guilherme Taylor March nasceu no Estado do Rio de Janeiro, no dia 21 de agosto de 1838.

Filho de George March, nascido e criado em Portugal, e de Ignácia March, cidadã brasileira, ele tinha um irmão seis anos mais velho chamado George Brittain March.

Em meados de 1821, a família March adquiriu a Fazenda dos Órgãos, um terreno de 170 milhões de metros quadrados que foi destinado à agricultura e criação de cavalos de raça. A atual cidade de Teresópolis (RJ) foi construída dentro dos limites da fazenda, que mais tarde cou conhecida como Fazenda dos March. Dessa for-

Enquanto cursava o último ano de medicina, o Dr. March morou em uma pensão, onde foi acometido por varíola. A proprietária do local, espírita convicta, assumiu seu tratamento, medicando-o com Homeopatia, mas sem assistência médica.

Até então, os adeptos do Espiritismo exerciam livremente a medicina homeopática, sem perseguição das autoridades médicas. Provavelmente por estas não temerem a concorrência, já que o tratamento homeopático era visto como ine caz.

Ao se ver curado e sem nenhuma sequela da doença, Guilherme Taylor March se viu encantado pela ciência de Hahnemann e logo passou a estudá-la com a nco.

No ano seguinte, então diplomado, o Dr. March descobriu que seu tutor havia perdido todas as suas propriedades e seu dinheiro com negócios

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Foto: Guilherme Taylor March\Homeoint.Org

mal-sucedidos, e que ele não tinha mais onde morar ou qualquer quantia em dinheiro para se manter.

Sem pensar duas vezes, ele se atirou ao trabalho como médico homeopata, cobrando valores simbólicos e também realizando consultas gratuitas, prática que lhe rendeu o apelido de “Pai dos pobres”.

Apesar de ter sido educado na religião católica, depois de emancipado, o Dr. March decidiu se converter para o Espiritismo, fato que foi comprovado por seu lho Edmundo March, numa carta datada de 22 de setembro de 1940, onde dizia:

“Não fazendo alarde de sua crença, não a negava em absoluto. Educado como geralmente todos os do seu tempo, na religião católica, procurou, depois de emancipado, conhecer a Doutrina de Kardec e, tendo encontrado nela a melhor forma de Cristianismo, adotou- a”.

Por mais de 50 anos, o Dr. March se dedicou à tarefa de aliviar o sofrimento do próximo, muitas vezes descuidando-se da própria saúde para atingir seus objetivos altruístas. Segundo relatos da época, ele chegava a literalmente rasgar as próprias vestes para enxugar lágrimas alheias.

Em vez de pregar a Doutrina Espírita por palavras, ele se concentrou em difundi-la através do exemplo, doando-se por completo ao serviço da caridade.

No ano de 1860, o Dr. March se casou com Francisca de Paula Correia March, e então decidiu transferir sua residência para Niterói (RJ), no bairro do Barreto. Teve nove lhos, sete rapazes e duas moças. Lá, ele passou a clinicar intensamente no consultório Homeopático criado na Santa Casa de Misericórdia de Niterói, inicialmente sem remuneração, mas logo passando a receber um salário de cinquenta mil-réis mensais, valor equivalente, hoje, a cerca de R$ 7.600,00.

Apesar de possuir uma das clínicas mais visitadas da capital uminense e um grupo el e numeroso de pacientes, Guilherme Taylor March se envolvia emocionalmente com seus pacientes mais pobres e passava a auxiliá-los nanceiramente, fazendo com que sua renda mensal fosse muito reduzida.

A situação nanceira do Dr. March se tornou crítica quando ele passou a perder os movimentos locomotores graças a complicações ulteriores causadas pela varíola. Notando a situação precária na qual ele estava vivendo, a população de Niterói adquiriu, por subscrição pública, o prédio da rua de Santana 14, hoje Benjamim Constant, e doou-o a Guilherme Taylor March. Ao se mudar para a nova residência, ele decidiu abrir as portas de seu lar para todos os infortunados, a rmando que “esta casa não é minha, mas de todos os que não têm teto”.

No dia 21 de junho de 1922, aos 84 anos de idade, dos quais 63 foram dedicados ao exercício da Homeopatia, o Dr. March faleceu, e foi sepultado com ores e lágrimas dos moradores de Niterói.

A Prefeitura Municipal da cidade pagou pelos custos do enterro e mandou que o pavilhão municipal fosse hasteado por 48h em homenagem ao “Pai dos pobres”. Posteriormente, seu nome foi dado a um logradouro público da cidade. No dia 22 de junho de 1922, o jornal O Fluminense publicou um artigo intitulado “O m da existência de um benemérito da humanidade”, e, algum tempo depois, a Federação Espírita do Estado do Rio de Janeiro fundou o Instituto Dr. March, creche que continua em funcionamento e atende cerca de 200 crianças carentes, de dois a seis anos.

Fontes:

Federação Espírita Brasileira

Federação Espírita do Paraná

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Aos que se tratam pela Homeopatia

Imagem: Reprodução

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Escrita pelo homeopata holandês Antonius (Ton) Jansen, a obra “Combatendo fogo com fogo - Terapia Homeopática Detox” foi originalmente lançada pela editora búlgara Anhira Ltd. no ano de 2016. Três anos depois, o primeiro exemplar traduzido para o português foi publicado no Brasil, impresso na Elbert Editora Grá ca.

O livro é dividido em dez capítulos e explica, passo a passo, a abordagem terapêutica de Ton Jansen, resultado de um estudo profundo envolvendo todas as escolas de Homeopatia, do Organon às mais modernas, além de conhecimentos especícos das áreas de nutrição, medicina funcional e antroposo a. Falando de maneira sucinta, tal abordagem defende que o trata-

mento homeopático precisa ser antecedido da isopatia e da tautopatia para preparar o organismo para a ação da Homeopatia. Assim, é necessário que o homeopata receite diferentes dinamizações de determinados preparados homeopáticos, bem como inclua aconselhamentos dietéticos e suplementos alimentares nas suas indicações, tudo com a nalidade de promover uma desintoxicação suave e duradoura do corpo antes do início do tratamento homeopático em si. Combinando explicações teóricas com estudos de caso que fortalecem sua proposta homeopática, Ton Jansen é responsável pela criação de uma obra que deve ser considerada leitura obrigatória para todos os homeopatas que têm compromisso com as tarefas de curar e salvar vidas.

Onde encontrar:

• Amazon

• Organon Books

• Homeopatia

Integrativa

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Homeopatia faz sucesso em município de São Paulo

Inaugurado no início deste ano em Ferraz de Vasconcelos (SP), o Hospital Regional de Ferraz de Vasconcelos (HRFV) bateu a marca de mais de 500 atendimentos homeopáticos realizados durante os seis meses de funcionamento da unidade.

O HRFV é mantido pelo Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim” - CEJAM, uma organização sem ns lucrativos fundada em 20 de maio de 1991.

Segundo dados do CEJAM, o hospital oferece cerca de 84 atendimentos homeopáticos por semana, com consultas que acontecem duas vezes por semana, às quartas e sextas-feiras, de 8h às 14h.

Para ter acesso ao tratamento homeopático, o paciente precisa ser encaminhado por uma Unidade Básica de Saúde (UBS). Depois da consulta, é possível retirar a medicação homeopática receitada na Farmácia de Homeopatia mantida pela Secretaria de Saúde local.

“A Homeopatia é utilizada após ou junto ao tratamento tradicional. Antes apenas as redes particulares ofereciam a especialidade. Agora está na rede estadual de saúde”, a rma Magali Vicente Proença, diretora do HRFV, durante entrevista para o site do Governo de São Paulo.

Fonte: SP.Gov.Br

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NOTÍCIAS
Foto: Hospital Regional de Ferraz de Vasconcelos\Alesp.

Ampliação de uso da homeopatia é tema de audiência pública

A Universidade Católica de Pelotas (UCPel) participou da audiência pública virtual “Ampliação dos Tratamentos Homeopáticos em Pelotas”, que aconteceu em agosto, na sexta-feira (6). O chanceler da instituição, o arcebispo Dom Jacinto Bergmann, e o coordenador do projeto UCPel Mais Saudável, o médico Roni Quevedo, foram alguns dos representantes presentes na discussão promovida pela Câmara de Vereadores de São Francisco de Paula (RS).

Quevedo é um grande entusiasta da ampliação do uso da Homeopatia nos atendimentos do Sistema Único de Saúde (SUS) de Pelotas, e acredita que a audiência seria uma boa oportunidade de esclarecer pontos positivos do tratamento homeopático, que já é adotado em outros pontos do Brasil.

“A Homeopatia, além de não ter efeitos colaterais, tem um custo menor. A nossa ideia é oportunizar outra forma de tratamento, além da alopatia (medicação tradicional) para as pessoas”, afirma o médico, que também é autor do abaixo-assinado para implementação da Homeopatia no atendimento do SUS em Pelotas.

Além dos representantes da UCPel, a audiência pública, proposta pelo vereador Sidnei Fagundes (PT), também contou com a participação do presidente da Liga Homeopática do RS, Fabiano Lima, e do coordenador da Comissão de Saúde da Associação Médica Homeopática Brasileira, João Márcio Berto.

Fonte: UCPEL.Edu

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Foto: Preparado homeopático\Pixabay.

Cresce interesse por práticas integrativas durante pandemia

Foto: Medicamentos Homeopáticos\PixaBay.

A crise sanitária causada pelo coronavírus Sars-Cov-2, que chegou ao país em março do ano passado, tem alterado alguns hábitos dos brasileiros, principalmente considerando o aspecto do autocuidado.

De acordo com a pesquisa ‘PICCovid - Uso de Práticas Integrativas e Complementares no Contexto da Covid-19’, divulgada em julho deste ano, mais da metade (61,7%) da população brasileira buscou o auxílio de terapias alternativas durante a pandemia.

O estudo foi feito por pesquisadores do ObservaPICS (Observatório Nacional de Saberes e Práticas Tradicionais, Integrativas e Complementares em Saúde) em parceria com especialistas da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), do ICICT (Instituto de Comunicação e Informação Cientí ca e Tecnológica em Saúde) e da FMP/

Unifase (Faculdade de Medicina de Petrópolis), no Rio de Janeiro.

Entre outros pontos, a pesquisa também demonstrou que 81% dos brasileiros recorreram às práticas integrativas em busca de bem-estar, enquanto 15% usaram como justi cativa o tratamento de doenças crônicas.

Ainda segundo o estudo, 25% dos entrevistados foram tratados por quatro ou mais PICs (Práticas Integrativas e Complementares em Saúde) oferecidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS), entre elas a apiterapia, meditação, aromaterapia, acupuntura, a Homeopatia e Cromoterapia.

Fonte: Terra

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Marcelo Bonanza: Médico homeopata referência no tratamento do autismo e bromialgia

“O propósito da minha medicina e oferecer um novo conceito de saúde, é tratar, cuidar e levar possibilidade de cura, em certos casos, e qualidade de vida para os meus pacientes”, diz o médico homeopata Marcelo Bonanza durante entrevista para o Jornal de Brasília.

Hoje em dia, Bonanza é reconhecido como especialista no tratamento homeopático de autismo e bromialgia no Brasil. Contudo, sua jornada até encontrar a Homeopatia foi longa e árdua.

Em meados de 1993, aos 22 anos, ele teve uma crise convulsiva no trabalho e logo recebeu o diagnóstico de epilepsia.

“O meu mundo caiu, e todos os meus sonhos pareciam se desintegrar, pois não via saída a não ser usar anticonvulsivante por toda a vida. Foi então que iniciei uma investigação e fui acolhido por médicos integrativos”, continua Bonanza.

A partir daí, ele decidiu estudar medicina e anos depois se formou em saúde integrativa. “Essa situação me motivou a estudar e oferecer tratamentos fora do convencional para pacientes que tivessem o mesmo diagnóstico, e faço isso através da medicina homeopática, que nada mais é do que oferecer tratamentos e soluções com opções mais naturais”, relata.

Atualmente com 21 anos de carreira, Marcelo já atendeu mais de 9 mil pacientes, entre eles diversas crianças autistas.

“Quando a gente consegue ajudar a criança a desenvolver, somos nós que saímos ganhando. É grati cante, esse é o meu propósito”, ressalta o médico que, em 2019, fundou a Fundação Bomnanza - FB, em Salvador (BA), que atende crianças autistas, com sequelas de microcefalia e também pessoas menos favorecidas com dores crônicas, como bromialgia, e doenças autoimunes.

Fonte: Jornal de Brasília

Obras do Centro Homeopático “empacam” em Mato Grosso do Sul

400 mil viriam do Governo Federal, e o restante da própria prefeitura. Contudo, não há qualquer sinal de trabalhadores no local, que permanece abandonado. O Centro Homeopático de Dourados era referência no país em tratamento homeopático. Com sua desativação houve demissão de médicos e o serviço perdeu qualidade. Os atendimentos passaram a ser realizados em outras unidades de saúde e sempre migrando de local para local.

As obras do Centro Homeopático de Dourados, município localizado no estado de Mato Grosso do Sul, iniciaram em abril do ano passado e deveriam ter sido entregues em abril deste ano, coisa que não ocorreu.

A saga pela reforma do Centro Homeopático já dura quatro anos. O espaço foi fechado no início da gestão da ex-prefeita Délia Razuk. Já na reta nal de seu mandato, foi anunciado que as obras seriam iniciadas e que custariam por volta de R$ 700 mil, dos quais R$

Quando e se as obras forem nalmente terminadas, o espaço terá capacidade para atender mais de dois mil pacientes por mês, além de ofertar exames e atendimentos para outras especialidades. Conforme o projeto da reforma, é necessário realizar intervenções na pintura, cobertura, na parte de hidráulica e elétrica, na climatização e também na acessibilidade, que inclui reforma e implantação de calçadas novas.

O Centro Homeopático de Dourados foi implantado pelo ex-prefeito Braz Melo na década de 1990 e foi o pioneiro no país, fazendo parte da história da Homeopatia brasileira.

Fonte: Dourados Agora

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Foto: Silvia Rita/Pixabay

Governo indiano quer trabalhar para promover a “eletromeopatia”

O ministro de Administração Interna da Índia, Mohammed Mahmood Ali, a rmou em outubro deste ano que o governo trabalhará para promover um sistema alternativo de medicina, incluindo a “eletromeopatia”, que pode tratar pacientes de maneira econômica. Discursando na Conferência Nacional sobre Eletromeopatia, organizada pela instituição indiana Jauhar Medical College of Electro Homeopathy, ele disse que o governo do estado de Telangana deseja controlar e lidar com os custos extravagantes do tratamento. “Queremos oferecer um tratamento barato e melhor para as pessoas, e a eletromeopatia pode provar ser um sistema e caz de medicina nesse processo, uma vez que a secretaria estadual de saúde estude sua viabilidade e apresente o relatório.”

O fundador do Jauhar Medical College of Electro Homeopathy, Dr. MS Hussain, disse: “Rajasthan é o primeiro estado da Índia a reconhecer a eletromeopatia. Estamos esperançosos de que o governo de Telangana também o reconheça ”.

Estiveram presentes no evento cerca de 200 representantes da área de eletromeopatia de todo o país.

Eletromeopatia

A eletromeopatia foi desenvolvida pelo conde italiano Cesare Mattei (1809-1896) na última parte do século XIX, um grande estudioso de ciências naturais, anatomia, siologia, patologia, química e botânica.

O tratamento envolve a seleção de remédios de várias plantas não tóxicas que são designados pela cor, que é então usada para tratar um paciente. Neste caso, um uido vermelho pode ser combinado com um uido azul para encorajar a estimulação, enquanto um uido branco pode ser usado para energizar o corpo, e uidos verdes e amarelos podem ser combinados para aliviar a dor. A eletromeopatia não utiliza eletricidade no sentido tradicional da palavra; mas emprega o elemento energético em concentrações botânicas não diluídas.

Fonte: Times of India

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Foto: Reprodução/Freepik.com.

No mês de outubro, o tribunal superior do estado de Kerala, Índia, resolveu um litígio de interesse público (PIL) buscando uma diretriz ao governo estadual para administrar medicina preventiva homeopática para Covid-19 para crianças voluntárias diante da reabertura das escolas.

Uma bancada da divisão liderada pelo presidente do tribunal, S Manikumar, descartou a petição (WP-C No. 20834/2021) apresentada pelo advogado MS Vineeth depois que o governo estadual emitiu uma aprovação para iniciar o plano do departamento de Homeopatia para administrar medicina preventiva homeopática e que o projeto é denominado ‘Karuthalode Munnottu’.

O governo havia apresentado ao tribunal uma cópia da ordem emitida por ele ordenando a obtenção do consentimento dos pais antes de administrar o medicamento preventivo homeopático às crianças. Por meio da ordem, o governo tam -

bém instruiu o diretor de Homeopatia a adquirir e distribuir o medicamento.

Na petição, foi apontado que o governo do estado havia aprovado o plano de ação da Secretaria de Homeopatia para o fornecimento de homeopatias contra a COVID-19 e que tal apresentação foi registrada pelo tribunal superior em sentença.

O uso generalizado de medicamentos homeopáticos contra a Covid-19 foi validado por meio dos dois julgamentos.

Embora o médico Cyriac Abby Philips, especialista em hepatologia e medicina de transplante de fígado, tenha sido contra a implementação do projeto alegando que não há dados científicos que comprovem a eficácia do medicamento preventivo homeopático, o tribunal não acolheu o pedido.

Fonte: Times of India

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Governo Indiano ganha ação que possibilita distribuição de preparados homeopáticos para prevenir Covid-19

Homeopatia e Obesidade: Como tratar?

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, cerca de 96 milhões de pessoas apresentam excesso de peso no Brasil, isto é, o resultado de seu IMC (Índice de Massa Corporal) indica sobrepeso ou obesidade, problema que pode

ser causado tanto por fatores fisiológicos e/ ou emocionais.

A abordagem homeopática, aliada a uma rotina de hábitos saudáveis, pode funcionar como uma boa aliada no processo de perda

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Foto: Reprodução/Pixabay.

de peso enquanto age na manutenção ou recuperação da saúde física e psicológica.

De acordo com a médica psiquiatra Ariane Reis, do ponto de vista da medicina, a obesidade é definida como “uma doença inflamatória crônica, recidivante e progressiva”:

“Por definição, utiliza-se o parâmetro de índice de massa corpórea (IMC), calculado como peso em quilos dividido pela altura ao quadrado. Se o valor estiver acima de 30, é considerado obesidade. No entanto, a avaliação ideal deve ser feita considerando-se as características individuais, pois pessoas com edemas ou atletas podem ter IMC alto, sem representar acúmulo de gordura”, aponta a especialista. “Atualmente, não tem cura, mas há diversas abordagens para mantê-la sob controle”.

Ainda de acordo com Reis, a obesidade pode ser causada por diversos fatores genéticos, endócrinos, metabólicos e sociais.

“Há uma maior tendência a ganhar peso em famílias de obesos tanto pelo padrão metabólico quanto pelo erro alimentar aprendido”, ressalta. “Disfunções endócrinas como o hipotiroidismo ou mesmo

alterações fisiológicas como a menopausa e andropausa propiciam ganho de peso. Comportamentos atuais como alto consumo de produtos processados com grande quantidade de açúcar, sedentarismo e estresse são outros fatores. Pesquisas mais recentes indicam a flora intestinal como importante moduladora do apetite e muito tem se voltado ao seu entendimento para futuros tratamentos”, completa.

Entre as principais consequências da obesidade para a saúde estão a piora de quadros inflamatórios, como asma, artrites e problemas de pele. Contudo, as sequelas mais diretas geralmente são associadas a alterações cardiológicas, como hipertensão, infarto e derrame; e ortopédicas, pela sobrecarga articular. Além disso, Reis não descarta complicações psicológicas:

“Os ambientes não estão adaptados às pessoas obesas, que sofrem preconceito e têm dificuldades em transitar em determinadas áreas, como uma viagem de avião, por exemplo”, afirma. “Na escola, o bullying é comum. Quadros de ansiedade e depressão estão muito associados à obesidade, tanto como causa quanto como consequência”.

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Para o homeopata Márcio Freitas, aos olhos da Homeopatia a obesidade é considerada como um “distúrbio crônico relacionado a fatores psíquicos, mentais e físicos.” Para ele, cada pessoa expressa esse distúrbio de modo único e singular:

“A obesidade tem grande similaridade com vícios em geral. A pessoa perde a capacidade de controle e passa a ser destruída pela substância. [...] A grande maioria das pessoas nessa condição teve um grande abalo emocional que marcou profundamente seu ser, e essas pessoas, literalmente, emocional e fisicamente se fecharam em cima disso”, esclarece Freitas. “Deste ponto de vista, na maioria dos casos, a Homeopatia pode ajudar desde que a pessoa queira ou alguém próxima a ela o faça. Se não houver abertura por parte do paciente ou alguém disposto a auxiliar em seu lugar, mesmo sem o paciente consentir ou souber, dado o domínio pelo vício alimentar, nada ou pouco pode ser feito”, opina.

Por sua vez, o Dr. Yagnesh Baraiya, bacharel em Medicina Homeopática e Cirurgia complementa:

“A obesidade é uma condição na qual o corpo ganha grande quantidade de gordura corporal. As causas disso devem ser identificadas primeiro. Se houver alguma causa patológica ou doença responsável, a Homeopatia atua maravilhosamente bem. Caso contrário, o regime alimentar e as mudanças no estilo de vida reduzem a obesidade”, destaca.

A Homeopatia trata o paciente como um todo, não apenas a doença, portanto não existe um medicamento específico para a obesidade. No entanto, falando de forma geral, alguns preparados homeopáticos costumam ser mais receitados para tratar indivíduos obesos:

“A Calcárea Carbônica como constitucional; a Thuya para um “detox” aceleradouma vez que muitos destes pacientes estão saturados de toxinas -; e Medusa, extraída de um ser com formas leves, flexíveis e longilíneas, tem auxiliado os pacientes a ficarem da mesma forma”, relata Freitas. Para o Dr. Baraiya, o tratamento homeopático não deve ser utilizado sozinho:

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“É necessário uma abordagem multidisciplinar porque se a pessoa consumir uma quantidade exagerada de calorias, ela vai ganhar um peso desnecessário”, explica.

O processo de tratamento da obesidade pode ter seus altos e baixos. Alguns dos desafios mais comuns enfrentados pelos indivíduos que buscam a Homeopatia para perder peso ou manter-se em forma são crises de ansiedade, a dificuldade no gerenciamento da fome e também de equilibrar a rotina alimentar, dando preferência para alimentos mais saudáveis e necessários em vez de obedecer ao impulso de comer levando em conta apenas o prazer momentâneo.

“A vida é um acontecimento dinâmico, assim como o tratamento desses pacientes”, aponta Freitas. “Haverá grandes vitórias e algumas quedas, não é de forma alguma uma linha reta. Às vezes, a perda de um ente querido, um problema em casa ou no trabalho faz o paciente retroceder, mas a chave é persistir. A disponibilidade e acesso ao homeopata tranquilizando e apoiando o paciente é imprescindível”.

Ainda de acordo com Freitas, após o início do tratamento homeopático, já é possível observar algumas mudanças positivas tanto a nível físico quanto emocional:

“Autoconfiança é algo que salta aos olhos logo no início do tratamento, e isso ajuda muito em todo o caminho. As mudanças físicas começam a ser percebidas não apenas no peso, que não passa de um número único, mas pelo espelho, pele, cabelos e aparência mais saudáveis, roupas que voltam a servir. Todos estes efeitos já começam a ser percebidos logo no primeiro mês de um tratamento holístico do caso”, acredita.

Novamente segundo Baraiya, não existem desafios para a Homeopatia durante o tratamento de um indivíduo obeso.

“Desafios são enfrentados pelo homeopata que possui poucos conhecimentos de anatomia e fisiologia. [...] A Homeopatia nunca falha, mas um homeopata sim”, conclui.

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Sirley Candida dos Santos, 58 anos, aposentada Brasília/DF

Em 2009 fui diagnosticada com câncer de mama bilateral e comecei o tratamento com a quimioterapia, seguida de radioterapia. Um ano depois tive que retirar as mamas, assim, optei por iniciar o tratamento com Homeopatia. Com isso, melhorei física e mentalmente. Antes dela, muitas dúvidas pairavam em minha mente e eu não me sentia bem após as sessões de quimioterapia. A Homeopatia sempre subia a minha imunidade e minha autoestima e amenizava o meu sofrer. Tudo isso veio a acontecer após um acidente em meu serviço com o elemento Bromo, que é altamente cancerígeno. Assim comecei de imediato o tratamento com Homeopatia, haja visto que todos que foram expostos ao elemento químico tiveram algum tipo de câncer. Depois que tive o diagnóstico positivo também, comecei um tratamento homeopático mais intensivo com os medicamentos Carsinosinum, Phosphorum e Staphysagria. Todos os meus familiares foram tratados com Homeopatia e sempre que alguém me pede conselhos sobre ela, eu indico.

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Foto: Arquivo pessoal

Dhiego Loiola de Araújo, 35 anos, professor Eu utilizei um composto homeopático para tentar evitar possíveis efeitos colaterais negativos que poderiam surgir após tomar a vacina contra a COVID19. Como ouvi muitos relatos de familiares sobre reações adversas como náusea, dor de cabeça e dor no corpo após tomar a vacina, pensei que seria uma boa ideia utilizar a homeopatia para driblar estes possíveis efeitos que são comuns de acontecer.

O remédio homeopático que me foi receitado foi a uya CH30 em solução alcoólica de 30%, para ser iniciado um dia antes da aplicação e tomar por até três dias depois. Segui as orientações indicadas e, no dia de tomar minha vacina, a dosagem foi duplicada. Fui ao posto de vacinação pela manhã e, após tomar a vacina, não me senti mal. Senti um leve cansaço, uma reação comum para meu organismo sempre que tomo alguma vacina, e uma leve dor local no braço onde a vacina foi aplicada.

Foto: Arquivo pessoal

Depois desta experiência, julguei que, na aplicação da segunda dose, os possíveis efeitos adversos não aconteceriam e acabei esquecendo de tomar o remédio antes da aplicação. Fui tomar a segunda dose pela manhã e, à tarde, tomei a uya mas acabei sentindo dor de cabeça, embora não muito forte. Depois deste episódio, segui as recomendações e não tive outras reações mais severas. Creio que o remédio ajudou a evitar maiores transtornos após a aplicação das doses.

MESMO A AUTOMEDICAÇÃO! PARA SABER COMO E QUANDO USAR CADA SUBSTÂNCIA CITADA NAS MATÉRIAS DESTA REVISTA, OU EM QUALQUER OUTRO LUGAR, PROCURE SEMPRE UM HOMEOPATA. HÁ RISCO DE EFEITOS INDESEJADOS, SE A PRESCRIÇÃO NÃO FOR FEITA ADEQUADAMENTE.

EVITE

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Tratamento homeopático para TDAH

De acordo com a Associação Brasileira de Dé cit de Atenção (ABDA), o Transtorno do Décit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) é um transtorno neurobiológico, de causas genéticas, que se caracteriza por sintomas de impulsividade, desatenção e inquietude, e que aparece na infância e acompanha o indivíduo durante toda a vida adulta. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde, cerca de 4% da população adulta mundial têm TDAH. Só no Brasil, o transtorno atinge aproximadamente 2 milhões de pessoas. Para falar sobre como o tratamento homeopático pode auxiliar no tratamento de sintomas do TDAH, nós conversamos com a terapeuta homeopata e mestre em psicologia Caroline Macedo.

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Foto: Caroline Macedo/Arquivo pessoal.

REH: De maneira mais específica, qual é a definição do TDAH?

CM: É um transtorno do neurodesenvolvimento que se manifesta no cérebro e se reflete no comportamento da pessoa. Acontece uma alteração no desenvolvimento e maturação do lobo frontal que é responsável em comandar as funções executivas, que são relacionadas com a capacidade de prestar atenção e controlar os impulsos, entre outras funções. Existe o TDAH, que é o transtorno de déficit de atenção e hiperatividade; o TDA, que é déficit de atenção; e TH, que é transtorno de hiperatividade. Além disso, o TDAH pode ter características diferentes, dependendo da pessoa. Por isso, é necessário uma avaliação cuidadosa.

REH: Quais são as principais dificuldades que indivíduos com este transtorno enfrentam?

CM: Em geral, as pessoas com TDAH apresentam dificuldades em realizar planejamentos, regular os impulsos, controlar emoções, aguardar um tempo de espera, analisar e sintetizar informações, e resolver problemas. É como se importasse apenas o presente. Agem sem pensar no passado e no futuro. Outras características que podem estar presentes são o excesso de atividade em relação à idade e às exigências do entorno, problemas para focar atenção nos estímulos por tempo adequado, necessidade de satisfação imediata e dificuldade na coordenação de movimentos, além de quadros de insônia. Com isso, as consequências deste comportamento repercutem nas relações sociais e no ambiente escolar, acarretando dificuldades de aprendizagem.

Quando predominam os sintomas de falta de atenção, os sintomas de impulsividade-hiperatividade não ocorrem ou são leves, o que pode ter como consequência um diagnóstico tardio, pois são crianças mais quietas, no “mundo da lua”. Também o contrário acontece. Podem predominar sintomas de hiperatividade-impulsividade sem déficit de atenção. Geralmente, como são crianças que não ficam quietas, são mais facilmente percebidas. E como colocado anteriormente, déficit de atenção e hiperatividade podem ocorrer simultaneamente.

É interessante para o profissional que está atendendo alguém com TDAH consultar o DSM-5 [Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais], onde constam todas as características do transtorno, pois podemos ter uma criança que está passando por uma situação momentânea e com isso apresenta maior impulsividade e não por isso podemos dizer que é hiperativa. É necessário um número significativo de características. Enfim, o diagnóstico é feito por médico e neuropsicólogo e muitos chegam para atendimento já com diagnóstico. O importante para nós é conhecer as características e suas diferenças para buscar a similitude nos medicamentos homeopáticos.

REH: De quais formas a Homeopatia pode ajudar no tratamento deste transtorno, evitando prejuízos acadêmicos, profissionais, psicológicos e para a vida social e afetiva do paciente?

CM: A Homeopatia vai atuar na pessoa de forma integral, restaurando o equilíbrio para a pessoa com TDAH. A medicina alopática busca tratar os sintomas que aparecem e não a sua causa. Na Homeopatia tratamos

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a pessoa, e não é diferente nas pessoas com TDAH. Eu trabalho com a Homeopatia da Química Humana, que ficou popularmente conhecida como Homeopatia Detox. Então, além da história clínica, acometimentos físicos e emocionais, busco as variáveis ambientais, medicamentos e tudo o que possa ter influenciado no quadro. Muitas vezes encontramos algo que precisa ser detoxificado que veio herdado dos pais.

REH: Quais os preparados homeopáticos costumam ser indicados para indivíduos diagnosticados com TDAH e por quê?

CM: As indicações sempre são feitas de forma individual. Não existe um protocolo a seguir que seja igual de uma pessoa para outra, mas podemos pensar em alguns medicamentos que podem ter similitude com as características do transtorno, que possuem como agitação, inquietação, impulsividade ou déficit de atenção, tais como: medicamentos das aranhas (ex Tarentula hispânica), Arsenicum album, Veratrum album, Iodium, Zincum, Hyosciamus, Opium, Sulphuricum acidum, Medhorrinum, Opium, Tuberculinum,Helelborus, Agaricus, Sacharum. entre outros.

Também utilizo organoterápicos, podendo utilizar o cérebro total ou apenas o lobo frontal, para estimular essa região específica. Além disso, as homeopatias dos neurotransmissores, muito utilizadas na Homeopatia Integrativa para equilibrar o organismo, como por exemplo Dopamina, Noradrenalina, Adrenalina e Acetilcolina, buscando o equilíbrio para cada momento específico e relacionados com a detoxificação a ser feita.

Para a detoxificação também não existem receitas, mas existem pesquisas que apontam

por exemplo o efeito prejudicial de aditivos químicos e corantes em pessoas com TDAH, além de metais pesados no organismo, medicamentos ou drogas que os pais utilizaram ou que a própria pessoa utilizou e que pode ter relação com os sintomas.

Quanto às melhorias, vemos na pessoa como um todo: melhora do sono, melhora gradual da hiperatividade, melhora da concentração, auto-estima, etc. As melhorias acontecem no plano físico, mental, comportamental e social. Geralmente o tratamento demanda tempo, que também varia de uma pessoa para outra.

REH: O tratamento homeopático de TDAH deve ser utilizado sozinho, ou pode ser feito junto com o tratamento alopático? Por quê?

CM: Pode ser utilizado tanto sozinho, como junto com outro tratamento que a pessoa estiver fazendo, desde que os medicamentos não sejam tomados no mesmo momento. Nós, como terapeutas, não podemos interromper uma orientação médica. Ocorre com frequência de a pessoa iniciar o tratamento homeopático e o médico diminuir a dose da medicação que havia receitado, chegando a suspender.

REH: A senhora já atendeu pacientes com TDAH? Qual caso lhe chamou a atenção e mais lhe deixou satisfeita levando em consideração os resultados alcançados com o tratamento?

CM: Já atendi e atendo pessoas com TDAH e também pessoas com autismo que tem como comorbidade associada o TDAH. Não tenho como descrever qual caso me deixou mais satisfeita, pois vibro com cada avanço deles. São muito diversos e às vezes algo que

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pode parecer pouco, para aquela pessoa, nas condições que ela apresentava, é um avanço muito significativo. Poder ver a melhora gradativa na qualidade de vida deles é realmente gratificante. Mas vou relatar um caso muito interessante que chamou a atenção pela rapidez dos resultados. A criança apresentava agitação, dificuldade de concentração e características relativas ao TDAH e a queixa principal era em relação ao aprendizado, pois já estava no terceiro ano e não demonstrava saber ler e escrever. Montei o plano de tratamento com as substâncias a serem detoxificadas, o que precisava equilibrar no organismo e seu medicamento constitucional, que era o Phosphoricum acidum e já no final do primeiro curso de detox começou a ler e escrever. Foi surpreendente seu avanço em tão pouco tempo. Esta criança segue em tratamento e a cada retorno seus avanços são notáveis.

REH: Há alguma recomendação para os familiares do paciente com TDAH?

CM: A recomendação que dou para todas as pessoas, não apenas aos familiares, é buscar conhecer sobre o assunto. Muitas vezes a criança com TDAH é rotulada de mal-educada, por não conseguir controlar seus impulsos, ou então rotulada pelos colegas como “burra”, por sua dificuldade em aprender. Já são muito estigmatizadas, o que acaba afetando sua autoestima. Geralmente, esses pacientes chegam não gostando de si mesmos e cada um reage de forma diferente. É interessante buscar estas reações para encontrar o melhor medicamento homeopático. Devemos entender que o paciente age desta forma porque não consegue ser de outra maneira. Seu cérebro é diferente, o que não quer dizer que não será capaz de aprender. Pode sim e existem muitas intervenções que podem

ajudar concomitantemente com o tratamento homeopático. O ideal é buscar um tratamento multidisciplinar. Recomendo aos pais buscar atendimento psicopedagógico e psicológico para esta criança. A nutrição especializada também exerce papel importante na melhora.

REH: Há diferença no tratamento homeopático de TDAH de adultos em relação ao de crianças? Quais? Por quê?

CM: O tratamento homeopático do TDAH em adultos também é realizado de forma individualizada. Falamos muito de TDAH em crianças, mas as dificuldades continuam ao longo da vida. Acontece que na maioria das vezes as dificuldades são atenuadas, principalmente na concentração e impulsividade, mas estas pessoas apresentam dificuldade para organizar e controlar as tarefas e o tempo, podem ter capacidade reduzida para desenvolver um trabalho independente e sem supervisão e uma progressão mais lenta na educação e nas ocupações. Além disso, vão acumulando rótulos, o que reflete diretamente na sua autoestima e no seu valor como pessoa, dificultando suas relações interpessoais. É comum vermos pessoas adultas serem diagnosticadas com TDAH hoje em dia, pois há tempos atrás, não se dava a devida atenção ao transtorno. Muitos descobrem tardiamente e muitas vezes essa descoberta traz alívio. Começam a entender o porquê são diferentes e vão em busca de melhorar sua qualidade de vida.

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HOMEOPATIA TAMBÉM É CIÊNCIA

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36 Revista de HOMEOPÁTICOS Estudos

O Ornithogalum Umbellatum, também conhecido como Estrela-de-Belém e Lírio-do-Mato, é uma planta de folhas lineares basais, que produz ores brancas conspícuas, em formato estrelado, e é pertencente à família Asparagaceae. Já foi retratado na arte por artistas como Leonardo da Vinci, e lendas folclóricas sugerem que este cresceu a partir de fragmentos da estrela de Belém, daí seu nome.

Famosa por ser utilizada nos Florais de Bach, mais especi camente para a produção da essência Star of Bethlehem que o Dr. Bach chamava de “o grande consolador da alma”, a planta é nativa em quase todo o sul e centro da Europa e no noroeste da África. Já na América do Norte, por exemplo, pode ser encontrada em muitas áreas, tornando-se uma erva daninha invasora e nociva.

Partes do Ornithogalum Umbellatum são consideradas venenosas, mas outras são utilizadas em algumas cozinhas regionais. Além disso, suas essências também costumam ser transformadas em medicamentos, como os preparados homeopáticos.

Segundo a terapeuta homeopata Virginia Goulart Barbosa Stefanichen, o Ornithogalum costuma

ser mais indicado para tratar problemas digestivos, como atulência com distensão abdominal, eructações frequentes e fétidas, e vômitos e dores estomacais, que pioram à noite e com bebidas ou alimentos frios:

“Geralmente, a pessoa relata melhorar por tomar chás, ou que sente a necessidade de tomar alguma coisa quente. Também podemos observar isso nos animais que entram dentro de casa, com vontade de entrar no box para lamber a água morna do chão assim que saímos do banho, em busca desse conforto ao beber água quente”, explica Stefanichen.

Ainda segundo a terapeuta homeopata, o indivíduo que costuma precisar do medicamento Ornithogalum umbellatum pode apresentar vômitos de sangue com aspecto de borra de café, além de fraqueza com emagrecimento, e sente dores que se agravam com a passagem dos alimentos pela região do piloro, provocando grande mal-estar.

“Piloro é um esfíncter que regula a passagem dos alimentos do nal do estômago para o início do intestino [duodeno]. [O Ornithogalum] é uma homeopatia de grande valor para estenose de piloro e

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também um dos medicamentos mais importantes no câncer de piloro e duodeno”, complementa.

Para a terapeuta homeopata Sheila Gutierrez, o preparado homeopático Ornithogalum também é receitado para tratar sintomas psicológicos e emocionais:

“Ele é muito semelhante à nossa Arnica Montana no que se refere a traumas emocionais”, relata a especialista. “É usado em situações de choques diante de notícias desagradáveis, repentinas, por susto e desengano. Traz conforto diante de penas e dores, que comumente os acompanha e que se produz diante de toda má notícia e notícias repentinas. É o confortador e suavizador de penas e dores”, ressalta, acrescentando que é necessário lembrar que, pelos princípios da Homeopatia, a doença começa no emocional e no mental. “E é no físico a última instância de atuação da doença”.

Completando essa linha de pensamento, a também terapeuta homeopata Karla de Souza Silva con rma que há um per l emocional para indivíduos que costumam ser medicados com o Ornithogalum:

“São pessoas que sofreram traumas emocionais recentes ou antigos, choques por notícias ruins e desenganos. Essa energia é sentida com maior intensidade na região do estômago. Pertencente ao miasma cancerínico, o indivíduo é depressivo com tendências suicidas, debilitado e prostrado, e pode sentir inquietação que leva à insônia, além de formigamento constante nos pés e a sensação de plenitude no estômago, como se um tijolo de ferro fosse forçado pelo estômago e peito”, destaca Silva.

Na farmácia homeopática, o Ornithogalum pode ser encontrado tanto na forma líquida quanto em glóbulos.

“Todas as formas são e cazes, mas em minha prática clínica tenho preferência pela forma líquida, pelo simples motivo de podermos agitar o frasco antes de cada tomada, como recomendava o Dr. Hahnemann”, opina Stefanichen.

Gutierrez concorda:

“Pre ro a forma líquida pois permite fazer modicações ao succionar o vidro, o que promove um maior dinamismo e e ciência nas doses”.

Ainda segundo a terapeuta homeopata, é bom lembrar que as dinamizações normalmente encontradas nas farmácias são: TM - Tintura mãe; na Centesimal ou CH; na Decimal ou D, Fluxo contínuo; K (Korsacoviano; LM (Cinquenta milesimal) e no Método Plus.

De acordo com Souza, o Ornithogalum também é encontrado nos formatos de pastilhas e tabletes:

“Independentemente da forma, o mais importante é a escolha correta do medicamento, baseada na lei de similitude e utilização de doses mínimas e potências adequadas ao caso”, aponta. “Todas as formas podem ser administradas, puras ou diluídas em água, tomadas em doses únicas ou seriadas, de acordo com a necessidade do caso, cujo tratamento deve ser sempre individualizado, conforme o grau de acometimento da doença, o nível de saúde da pessoa, se o quadro é agudo ou crônico”, conclui.

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Terapeuta: Melissa Rossetti

No dia 15 de setembro de 2021 recebi esse caso.

Mulher, 82 anos, dores intensas na região lombar e ao longo da perna esquerda. Perdeu a mobilidade em decorrência da dor. Muito choro, depressão, inapetência, insônia, desespero. Perdeu dois irmãos em curto período de tempo, o que agravou todos os seus sintomas. O diagnóstico médico era de espondilólise, com microfraturas na região do quadril.

Foram usados os seguintes medicamentos emergenciais:

Assarum europeum Lm31

Hypericum Lm 31

Shympitum Lm 31

Tomar no Plus pr 3 dias e depois em dias alternados.

A cliente já estava tomando Ignatia na 10M e foi orientada a tomar no Plus por 3 dias e depois também em dias alternados, por uma semana. As dinamizações dos medicamentos e frequência foram feitas medindo a energia vital da cliente através da radiestesia.

Após os 3 dias recebi esse relato, da filha que acompanhava essa paciente.

“Bom dia, Melissa! Passando o retorno do uso do plus com os 3 medicamentos emergenciais e da Ignatia 10M.

A dor reduziu quando está deitada, sem se mover. Ao tentar virar, sentar, levantar e an -

dar, permanece a dor, e bem forte. Ela fica pálida, como se fosse desmaiar, chora muito, e aí leva um bom tempo para se acalmar.

Está se alimentando melhor, mas sente muita raiva da situação toda, especialmente de perder a autonomia.

A fisioterapeuta e acupunturista identificou muita rigidez na região perianal e ela está com dificuldade de liberar as excreções.

Tem hora que conversa normal, e depois, do nada, já está chorando e lamentando. Hoje termina o período do plus.”

Para trazer mais conforto intestinal, foram acrescentados Colocyntes D1 e Alumina D1, 3 X ao dia.

Durante o fim de semana a mulher ficou muito agitada, crises de choro, jogando as coisas pedindo a Deus para levá-la. Estava em enorme sofrimento e todos os filhos tentando ajudá-la.Uma das filhas já era para ela como uma cuidadora.

Na tentativa de tirá-la desse quadro emocional de dor e ganho secundário, “ a iminência da morte me trouxe companhia e atenção em grande quantidade e de pessoas que nunca mais tinham aparecido.”, foi administrada dose única de Causticum na ch 250, com resposta imediata. Dessa forma, foi confirmado que esse é realmente o similimum dela, pois

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a sintomatologia geral é muito ligada a esse medicamento.

No dia 2 de outubro, recebi essa mensagem. “Melissa, vencemos a onda de dor forte!!! Ela está conseguindo sentar por bastante tempo, andar com apoio e deitar/levantar com muito mais conforto. Estamos acompanhando o trombo agora, ocorrido por conta do grande período de imobilidade, mas creio que está indo bem, pois está saturando 92/96 sem suporte de O2. Estamos pondo somente para dormir. Gratidão!”

No dia 5 de outubro, recebi esse relato:

“Chegaram agora os últimos resultados de exames de imagem e laboratoriais de minha mãe. Por todo o apoio recebido, creio ser pertinente relatar os ganhos que tivemos. A espondilólise foi totalmente vencida. Não há nem traços dessa inflamação. Uma placa de gordura que estava sobre o osso do quadril foi dissolvida também totalmente. Há um feixe de microfraturas no osso da bacia, mas a sínfise já está bem adiantada. O trombo pulmonar praticamente chegou a zero. O nível de dor reduziu entre 80% e 90% e a mobilidade precisa ser mínima mesmo, para não provocar deslocamento de fragmentos de trombo nem prejudicar a cicatrização óssea. O humor está mais equilibrado, mas ainda passa por momentos de instabilidade. Todos os ganhos foram obtidos pela homeopatia e a fototerapia chinesa, indicada pela acupunturista, bem como os florais. Da alopatia, só tomou analgésico mesmo, e agora, nem isso mais. Mais uma vez, muito obrigada!”

Além da Homeopatia, nesse momento me foi relatado que a mulher tomou também uma fórmula de floral de Bach: Rock Water + Walnut + Beech + Willow + Aspen + White Chesnut + Gentian.

No dia 2 de outubro recebi essa mensagem. “Melissa, vencemos a onda de dor forte!!! Ela está conseguindo sentar por bastante tempo, andar com apoio e deitar/levantar com muito mais conforto. Estamos acompanhando o trombo agora, mas creio que está indo bem, pois está saturando 92/96 sem suporte de O2. Estamos pondo somente para dormir. Gratidão!”

No dia 5 de outubro, recebi esse outro relato: “Chegaram agora os últimos resultados de exames de imagem e laboratoriais de minha mãe. Por todo o apoio recebido, creio ser pertinente relatar os ganhos que tivemos. A espondilólise foi totalmente vencida. Não há nem traços dessa in amação. Uma placa de gordura que estava sobre o osso do quadril foi dissolvida tb totalmente. Há um feixe de microfraturas no osso da bacia, mas a sín se já está bem adiantada. O trombo pulmonar praticamente chegou a zero. O nível de dor reduziu entre 80% e 90% e a mobilidade precisa ser mínima mesmo, para não provocar deslocamento de fragmentos de trombo nem prejudicar a cicatrização óssea. O humor está mais equilibrado, mas ainda passa por momentos de instabilidade. Todos os ganhos foram obtidos pela homeopatia e a fototerapia chinesa, bem como os orais. Da alopatia, só tomou analgésico mesmo. Mais uma vez, mt obrigada!”

O mais lindo para mim nesse caso é uma tecla na qual sempre insisto. A homeopatia não está aqui para brigar com ninguém! sejamos humildes, pois, como no relatado, as associações, por minha experiência, podem ser também muito construtivas, enquanto não se encontra o similimum. Dar o similimum é ótimo, mas quem tem dor tem pressa, e é bom ajudar seu cliente a ter conforto. Tratadas essas camadas agudas, o similimum vem. Sou muito grata a essa ciência maravilhosa chamada Homeopatia e a todos que já contribuíram e aos que contribuem para que ela seja cada dia mais conhecida e reconhecida.

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HOMEOPÁTICOS

Revista de Estudos

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