REH_v.16, nº16, 2022

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ISSN 2965-3045

Estudos

HOMEOPÁTICOS

Publicação Digital Quadrimestral Gratuita

Uma realização do Grupo Livre de Terapeutas Homeopatas do Centro-Oeste

Nesta edição...

Ano 6

N° 16

Agosto/2022

Revista de
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4--

Wilson Pires, Goiânia, Go

Nossa !!! Como está rica essa revista!

Anna Maria Ely Schnorr, Chapecó, SC

Li tudo que tinha no Issuu e amei! Por favor, Homeopatas do Centro-Oeste, venham para Chapecó!

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Jornalista Responsável

Editora-Executiva Conselho Editorial

Projeto Grá co e Diagramação

Redatores

Revisão Contato

7 EDITORIAL 2 MANTENEDORES DA REVISTA 3 TERMO DE ADESÃO 4 CARTA DO LEITOR 5 EXPEDIENTE 6 ÍNDICE 7 ANUNCIANTES 8 PRIMEIRA PARTE: HOMEOPATIA E NÓS 10 SEGUNDA PARTE: HOMEOPATIA TAMBÉM É CIÊNCIA 34 Revista de Estudos HOMEOPÁTICOS
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Quer anunciar na nossa Revista também? Isso será muito bom! Envie mensagem para revistadeestudoshomeopaticos@gmail.com e receberá todas as instruções para ter seu anúncio publicado em nossa seção destinada a esse conteúdo.

Será um imenso prazer divulgar seu trabalho terapêutico!

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HOMEOPATIA E NÓS

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Revista de Estudos HOMEOPÁTICOS

DIÁRIO DE BORDO – RETROSPECTIVA DO TRABALHO DO GRUPO LIVRE DE HOMEOPATAS DO CENTRO-OESTE

De março a julho de 2022, ainda no modo online, devido à situação pandêmica, o Grupo continuou com o estudo coletivo do livro de Ton Jansen – Combatendo Fogo com Fogo -, com diferentes equipes se revezando na condução do trabalho. Ainda está sendo uma experiência muito rica e prazerosa, pois o livro ainda não foi terminado, e, a cada primeiro domingo, novos patamares de conhecimento se desdobram para quem acompanha os trabalhos com atenção. As sessões de estudo continuam sendo gravadas e disponibilizadas no Grupo Homeopatia e Estudos, para proveito de quem não consegue acompanhar as sessões online.

Em junho, foi feito um encontro híbrido – presencial com transmissão online e gravação – para testar protocolos de segurança capazes de nos fazer retornar ao modelo presencial, tão importante para todos nós.

Participaram do momento presencial 10 integrantes, acolhidos na residência de uma delas, na Ecovila Santa Branca, Terezópolis de Goiás. Regina Medeiros e José de Assis se encarregaram da tecnologia e Cássia Luz conduziu o estudo. O café da manhã e o almoço foram servidos no local, constando de itens orgânicos, como nos anos anteriores, quando esses momentos eram acolhidos na Pousada Santa Clara, em Abadiânia.

A alegria permeou todo o encontro, pois todos já estavam com a saudade acumulada desde março de 2020. Foram comemorados os aniversários de janeiro a junho, distribuídos os presentinhos e houve a participação, pela primeira vez, dos companheiros Telda e Wanderley, adicionados ao grupo em 2021.

Também nesse período, nosso Grupo apoiou a Primeira Maratona Global de Homeopatia, promovida pelo home -

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opata indiano Dr. Jawahar Shah. No Brasil, o movimento foi ancorado por Luciana Acioli, homeopata e psicanalista que atuou como palestrante no I Saberth – Seminário Aberto de Terapeutas Homeopatas do Centro-Oeste, promovido anualmente por nosso Grupo desde 2019, no primeiro domingo de dezembro. A logomarca da Revista de Estudos Homeopáticos compôs a galeria de apoiadores, o que deu visibilidade à nossa publicação em todo o mundo. Foram 3 dias ininterruptos de palestras e seminários de alto nível, dos mais diferentes temas, todos trazendo a Homeopatia como opção consciente e viável de tratamento individual e coletivo. Muitos participantes do Grupo frequentaram o evento e foram certificados.

Igualmente durante esse quadrimestre, continuaram os trabalhos para efetivação de um projeto de pesquisa interinstitucional que acompanhe experimentalmente o uso de Thuya occidentalis em salas públicas de vacinação, com vistas à redução/eliminação de efeitos adversos. Essa iniciativa ainda se encontra em etapas preliminares, mas todos concordamos com sua importância e ineditismo. Colaboram com ela membros do Grupo, a equipe gestora do município de Novo Cabrais

(RS), por meio do homeopata Marcos Zerbielli, e há perspectivas também da participação de universidades federais, bem como do Conselho Nacional de Homeopatia. Será um trabalho longitudinal e de grande impacto, quando conseguirmos fazer a implantação dessa prática no Sistema Único de Saúde, nosso objetivo final.

Paralelamente a isso tudo, a produção do IV Saberth já começou. A equipe gestora já está constituída por 10 integrantes do Grupo e se reúne semanalmente às terças-feiras, 20h, para planejamento/acompanhamento de todas as etapas.

A divulgação do IV Saberth, cujo tema será “Tratamento homeopático das sequelas pós-Covid” e que se realizará no próximo primeiro domingo de dezembro, está sendo feita em massa, a partir de 1º de agosto de 2022, por meio de posts diários nas redes sociais.

O conteúdo é decidido pela equipe gestora, as artes elaboradas por Tupy Edições – São Paulo, e a alimentação dos perfis de Instagram, Facebook, YouTube e nosso blogue www.saberth.com.br é realizada por nossas amáveis terapeutas homeopatas voluntárias Nilvânia Carneiro e Regina Medeiros.

Acompanhe todo o conteúdo disponibilizado em nossas redes sociais e comente, auxiliando a dar mais visibilidade aos nossos perfis!

E em nosso blogue oficial: https://www.saberth.com.br/

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O médico homeopata José Laércio do Egito (09/08/1932 - 13/09/2014) nasceu em Pernambuco, num sítio localizado no município de São Vicente Férrer. Segundo os biógrafos responsáveis por documentar os detalhes mais importantes de sua vida, ter sido criado perto da natureza fez com que Egito crescesse com indagações diferentes de grande parte das crianças.

Desde cedo, ele fazia perguntas e reflexões profundas sobre a sua relação com a vida, costume que se consolidou como um dos traços mais notórios de sua personalidade como estudioso e pesquisador.

Em 1959, ele se formou em medicina pela Universidade Federal de Pernambuco - então conhecida como Faculdade de Medicina da Universidade do Recife - com especialização

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Foto: Reprodução/Site o cial de José Láercio do Egito José Laércio do Egito: do Nordeste para o mundo

em Ginecologia, Obstetrícia e Cirurgia Geral na Maternidade da Encruzilhada.

Depois disso, Egito se mudou para o interior do estado do Paraná e passou a atuar como médico na cidade de Centenário do Sul. Ele chegou a ter seu próprio hospital no município de Iporã, em sociedade com dois colegas, o Dr. Matheus Marim e o Dr. Nicholas Tomasim. Contudo, insatisfeito com os limites da medicina tradicional, ele decidiu viajar para a Ásia para estudar intervenções terapêuticas naturais. Lá ele ficou por cerca de onze meses, e completou formação em acupuntura no Japão e na China.

Ao retornar para o Brasil, Egito se recordou de que sua mãe costumava tratá-lo com preparados homeopáticos durante a infância. Ao buscar cursos de especialização na área, ele entrou em contato com a Escola Argentina de Homeopatia e passou a viajar regularmente para o país para concluir seus estudos. Depois de conquistar o status de médico homeopata, ele foi para a França, e participou de um curso de especialização em tratamento homeopático do Hospital Saint Jacques, localizado em Paris.

O Dr. José Laércio do Egito se tornou um grande precursor da Homeopatia no Norte e no Nordeste brasileiro, fundando a Sociedade de Homeopatia de Pernambuco, o curso de especialização em Homeopatia do estado e também patrocinando a instalação do primeiro curso de Homeopatia Científica do Brasil. Além disso, ele foi o primeiro médico brasileiro a utilizar florais, e chegou a publicar um artigo na Revista da Associação Paulista de Homeopatia sobre os Florais de Bach, no ano de 1976.

Egito também publicou quatro livros sobre Homeopatia. Entre eles está a obra “Introdução ao Estudo da Teoria Miasmática”, que teve sua 4ª edição lançada recentemente no Brasil, e que já conta com traduções para o francês, o alemão e o inglês. Além disso, ele produziu livros sobre assuntos variados, como misticismo, hermetismo e cabala, entre outros.

No ano de 1995, ele ministrou o curso “Religiões comparadas” e permaneceu filiado a organizações como a Loja Maçônica de Lyon, a Ordem Céltica da Bretanha e o Círculo Mágico Argentino até o fim de sua vida.

Fonte: Site oficial de José Laércio do Egito

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Homeopatic Materia Medica

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Imagem: Reprodução/Scribd.

A obra “Homeopathic Materia Medica” foi escrita pelo médico austríaco William Boericke (1849-1929) e teve sua 9ª edição publicada pela editora Celtic Boar, que se dedica a disponibilizar versões eletrônicas de livros que são considerados referências para arte e ciência. Tanto homeopatas quanto estudantes de Homeopatia e simpatizantes podem encontrar nesta obra um guia condensado e prático, que lista os preparados homeopáticos em ordem alfabética enquanto revela quais sintomas físicos e emocionais cada um deles pode tratar.

No prefácio do livro, Boericke ressalta que tentou apresentar o número máximo de fatos confiáveis de Matéria Médica Homeopática utilizando o mínimo de espaço, ao mesmo tempo oferecendo um resumo sucinto da sintomatologia de cada medicamento e também sugerindo algumas abordagens clínicas, não com base em provas, mas para incitar a experimentação e, consequentemente, influenciar o surgimento de provas futuras, bem como ampliar o armamentário farmacológico homeopático.

É possível encomendar a obra no site:

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NOTÍCIAS

Dia Mundial da Homeopatia é comemorado no Congresso Nacional

Foto: AMP/Reprodução.

O Congresso Nacional recebeu luzes verdes no dia 10 de abril, em homenagem ao Dia Mundial da Homeopatia, que é comemorado anualmente na mesma data em que Samuel Hahnemann, médico alemão e fundador da Homeopatia, nasceu.

A iluminação especial foi mantida no dia 11, enquanto o Senado Federal realizava uma ses-

são solene online com o objetivo de conscientizar a população sobre a importância do tratamento homeopático tanto para a medicina quanto para a saúde.

Fontes: AMP, AMHPR

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Conhecido pela população como “postinho”, o CRHMTPIS Bosque da Saúde, localizado na Vila Mariana/Jabaquara (SP), faz parte da rede de unidades da Supervisão Técnica de Saúde (STS) e hoje é referência em tratamentos que envolvem Homeopatia e práticas integrativas em geral.

O Bosque da Saúde atende, de forma gratuita, um público de cerca de 1200 pessoas cuja faixa etária varia entre 25 e 59 anos de idade.

“Temos muitos pacientes idosos e que com o passar da idade adquirem essas dores crônicas e aqui temos uma gama de profissionais e técnicas para aliviar essas dores e dar

mais qualidade de vida ao nosso paciente”, explicou a secretária executiva de Atenção Básica, Especialidades e Vigilância em Saúde (SEABEVS/SMS), Sandra Sabino, durante entrevista para o Jornal Zona Sul.

A unidade, que recentemente passou por reformas graças a recursos do programa Avança Saúde SP, em parceria com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), foi reinaugurada em junho de 2021, e realiza mensalmente cerca de 368 consultas médicas, 1.536 sessões de acupuntura e 264 consultas médicas em Homeopatia.

Fonte: Jornal Zona Sul

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São Paulo conta com Homeopatia na rede pública

Comissão de Homeopatia, toterapia e plantas medicinais é criada em MG

A prefeitura do município de Juiz de Fora (MG) criou a “Comissão de Homeopatia, Fitoterapia e Plantas Medicinais”, que recebeu o nome de CH-Fito. A iniciativa tem o objetivo de desenvolver e implantar ações que promovam a utilização de Homeopatia, toterapia e plantas medicinais no sistema de saúde local.

Segundo a prefeitura, o grupo irá se reunir com regularidade obedecendo a um cronograma de atividades que envolvem: desenvolver estudos, projetos e propostas voltadas ao nanciamento

e execução do programa de homeopatia, toterapia e plantas medicinais com integração das ações e serviços à Política de Práticas Integrativas e Complementares Municipal; coordenar as ações de educação permanente junto aos prossionais da rede de Saúde Municipal (SUS); e realizar parcerias institucionais e com instituições de ensino para buscar aperfeiçoamento tecnológico e acadêmico voltados à utilização de homeopatia, toterapia e plantas medicinais.

Fonte: G1

Cresce procura por tratamento homeopático na Paraíba

O serviço de Homeopatia para crianças e adolescentes oferecido pelo Centro de Práticas Integrativas e Complementares à Saúde (Cpics) Canto da Harmonia, no Bairro Valentina de Figueiredo, na cidade de João Pessoa (PB), realizou cerca de 73 atendimentos até março deste ano, o que signi ca um crescimento de mais de 70% em comparação com o mesmo período do ano passado.

Segundo a coordenadora do Centro, Greicy Bernardo, em entrevista para o site da prefeitura de João Pessoa, a maior parte dos atendi-

mentos é de demanda espontânea, ou seja, as pessoas procuraram tratamento homeopático por livre e espontânea vontade, sem precisarem ser encaminhadas por outro serviço.

O atendimento desta especialidade no Cpics acontece todas as quartas-feiras, durante todo o dia, com uma médica plantonista. Cerca de 10 a 12 pais procuram o serviço diariamente para tratar da saúde dos lhos.

Fonte: JoãoPessoa.Com.Br

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Pesquisador faz biogra

a não

autorizada

da relação do Príncipe Charles com medicina alternativa

O médico alemão Edzard Ernst (74), pesquisador e crítico de medicinas alternativas, já publicou mais de mil artigos cientí cos e 50 livros sobre o tema. Seu mais recente trabalho é o livro “Charles, e Alternative Prince - Uma biogra a não autorizada”.

A obra, que ainda não conta com versão em português, critica o apoio de Charles à medicina alternativa nos últimos 40 anos.

Numa entrevista exclusiva à BBC News Brasil, Ernst falou sobre a relação histórica da família real britânica com terapias complementares e como a sociedade se relaciona com os fatos e as evidências cientí cas, entre outros assuntos.

É possível ler a entrevista na íntegra no site da BBC Brasil.

Fonte: BBC News Brasil

Nota da Editora: Incluímos essa matéria, embora não seja a favor da Homeopatia, para melhor esclarecimento de nossos leitores a respeito de como essa importante terapia integrativa está repercutindo no Brasil e no mundo.

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A Homeopatia é e caz no tratamento de doenças?

Especialista compartilha insights

A homeopatia é um método terapêutico que acredita que as substâncias que causam sintomas de doenças em pessoas saudáveis podem curar as doenças em pessoas doentes.

Em entrevista ao HT Lifestyle, Dr. Mukesh Batra, fundador e presidente da cadeia de clínicas de homeopatia do Dr. Batra disse: “Os millennials são o maior segmento crescente de pessoas a usar suplementos, a razão é porque eles têm sido constantemente expostos a novas ideias, culturas e tradições que fazem desta geração um adotante precoce e são mais propensos a aceitar ideologias que resultam em ótimos resultados”.

O Dr. Batra também mencionou os benefícios do uso da Homeopatia e ressaltou sua eficácia no tratamento de doenças. Segundo ele, os produtos homeopáticos são seguros, afinal, têm origem vegetal ou mineral natural e são conhecidos por não causarem efeitos colaterais, o que os torna uma das formas mais seguras de autotratamento . Além disso, ele também acredita

que o fato de a Homeopatia ser utilizada há mais de 200 anos estabeleceu um recorde por ser segura e livre de toxicidade.

Ainda de acordo com Batra, outro ponto positivo relacionado à Homeopatia é sua disponibilidade, uma vez que os preparados homeopáticos podem ser manipulados e encontrados facilmente na maioria das farmácias em diferentes formatos, como óleos capilares, sabonetes, xampus e pomadas.

O custo-benefício também entra na lista de benefícios do especialista, que ressalta que a Homeopatia é mais barata do que outros medicamentos convencionais, bem como o fato de que os medicamentos homeopáticos não são invasivos e que visam, em primeiro lugar, tratar a raiz de um distúrbio e não apenas oferecer alívio temporário dos sintomas causados por ele.

Fonte: Hindustan Times

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Homeopatia traz cura completa para 73% de pacientes com enxaqueca, diz estudo

Um estudo liderado pelo médico indiano homeopata Dr. Pankaj Nimje, baseado nos relatos de pacientes tratados por ele durante os últimos sete anos, concluiu que 93% deles alcançou o alívio das dores causadas por enxaqueca, enquanto 73% alcançaram a cura completa da doença através do tratamento homeopático.

De acordo com a publicação “Times of India”, todos os pacientes tinham sido diagnosticados com enxaqueca segundo os critérios estabelecidos pela CEFALEIASInternational Headache Society. Em segui -

da, Nimje escolheu aleatoriamente 30 casos dentre as centenas que tratou para realizar um estudo detalhado.

Segundo Nimje, nenhum dos pacientes que alcançou a cura completa tem sofrido de sintomas de enxaqueca nos últimos três meses, apesar de ainda conviverem com fatores desencadeantes, como luz forte, som alto e rotinas estressantes.

Fonte: Times of India

Nota da Editora: Mantivemos o texto original da matéria reproduzida, mas enfatizamos que a assistência de um homeopata credenciado é importantíssima para evitar desconfortos durante o tratamento, o que pode acontecer se não for o remédio adequado ou se sua posologia for incorretamente indicada.

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Traumas físicos e emocionais

O tratamento homeopático pode atuar para amenizar ou curar os mais diversos quadros de saúde, dos mais graves aos mais leves. Ainda assim, muitas pessoas continuam associando a Homeopatia a um método terapêutico que demora a mostrar resultados satisfatórios, visto o porquê de a expressão popular “em doses homeopáticas” - que signi ca “muito lenta e gradualmente” segundo o dicionário Estraviz - continuar em alta. Contudo, a crença de que o tratamento homeopático não é indicado para tratar emergências ou quadros de saúde mais complexos, como traumas físicos e emocionais, não poderia ser mais errada.

Segundo a terapeuta homeopata Cássia Regina da Silva Luz, especialista em Homeopatia pela Faculdade Inspirar, não há trauma que o tratamento homeopático não possa tratar:

“A homeopatia não se ocupa do trauma ou da doença, se ocupa do indivíduo em particular e na sua totalidade”, ressalta. “Para um tratamento homeopático analisamos separadamente sintomas físicos, mentais e emocionais de uma pessoa. Vamos sempre descrever cada sintoma separadamente para juntá-los em seguida e formular a estrutura do paciente [...], reconstituindo, através da história da pessoa, sua estrutura mental, emocional e física. Não é possível um tratamento homeopático

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Foto: Hanna Kankaanpää/Pixabay.

analisar separadamente sintomas físicos ou emocionais”, destaca.

O também terapeuta homeopata Gabriel Jorge Habib Filho, formado pela Homeobras e pela Escola Brasileira de Homeopatia, complementa:

“Num atendimento procuramos avaliar, para a correta indicação homeopática, o Miasma, a Causa, Ritmo, a Reatividade particular ao estímulo, o Sentimento básico e o Reino em que a pessoa está vibrando. Isso vai ajudar a afunilar, direcionar e melhor selecionar o medicamento para cada caso”.

Novamente de acordo com Luz, a Homeopatia compreende traumas físicos como lesões que causam danos ao corpo humano, e há uma linha tênue entre estes e traumas emocionais:

“Traumas físicos podem ser um tipo de lesão ou ferida que atinge o organismo a nível somático, como a quebra de um osso ou uma distensão muscular. Já um trauma emocional envolve medo, tristeza, angústia e solidão. Uma agressão pode gerar um trauma físico e emocional ao mesmo tempo, como no caso do estupro ou de uma tentativa de assassinato com ferimento”, explica. “Pode haver cura parcial ou completa, vai depender sempre de cada caso especí co, da repertorização bem-feita do homeopata”.

“Para de nir traumas físicos e emocionais, primeiro precisamos esclarecer como a homeopatia age”, aponta Filho. “Faz-se necessário conhecer o histórico do cliente e sua

ancestralidade. Todo e qualquer fato que vivenciamos na vida, o cérebro registra e cria uma janela de memória no nosso inconsciente. Se o evento é positivo, ele é registrado numa janela de memória “light”, ou se é negativo, uma janela “killer”, que poderá resultar num desequilíbrio emocional e comportamental. Todo e qualquer pensamento corresponde a uma emoção que gera um movimento físico. Então, toda a atitude física provoca uma emoção que também culmina num pensamento. Esses registros, sendo repetitivos ou muito violentos, vão se introjetando na mente inconsciente, criando padrões comportamentais impulsivos ou cristalizados na memória. Criou-se, então, nessa pessoa, uma personalidade comportamental. E é exatamente essa personalidade em desequilíbrio que buscamos tratar na homeopatia”, esclarece.

No caso de Lucimone Maria de Oliveira (52), moradora de Goiânia - GO, o tratamento Homeopático foi um aliado importante para o aliviar dores crônicas associadas a traumas emocionais:

“Em 2017, ao realizar uma microcirurgia da retirada de uma pinta no braço esquerdo, descobri um câncer chamado Melanoma”, relata. “Fiz um tratamento intensivo e agressivo com o medicamento Interferon Alfa por 24 meses. Não tenho ideia de onde surgiu este câncer, pois ninguém de minha família o teve, assim o mesmo me pegou de surpresa. Adquiri dores no corpo inteiro, muita dor nas articulações e insônia. Tomei o medicamento Zolpidem. Depois que

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minha mãe contraiu Covid e cou internada por seis meses, as dores voltaram com tudo e pioraram quando ela veio a óbito. Tive que recorrer ao Zolpidem. Depois da recuperação z o desmame e hoje estou usando apenas as homeopatias” explica.

Alguns dos preparados homeopáticos que Oliveira tomou foram a Arnica montana 6CH combinada com o Rhus toxicodendron 6CH; o Aconitum napellus 12CH associado a Passi ora O cinalis 6CH, e os Sais de Schussler. Segundo ela, a Homeopatia foi responsável por lhe devolver qualidade de vida e também diminuir sua dependência com o medicamento para insônia.

“As dores ainda estão presentes, mas com menos intensidade”, ressalta. “Hoje posso dizer que tenho controle sobre ela. Enfrentei a ansiedade, o medo, a raiva, os pensamentos acelerados e tenho feito as pazes comigo mesma. [A Homeopatia] trabalhou minha centralidade, memória, dores, e hoje tenho motivação e criatividade, tenho paciência comigo. Estou mais equilibrada, menos explosiva e há muito tempo não uso medicamentos para depressão. Aos poucos, tenho dado um salto na minha saúde e desenvolvido a vontade de existir”, completa.

Segundo Luz, que foi responsável pelo tratamento de Lucimone, a maioria dos casos de traumas que ela atende como ho -

meopata envolvem sintomas físicos que foram originados por situações vivenciadas de medo, angústia, tristeza ou de agressões:

“Vamos pegar o caso da Lucimone, onde estamos tratando o trauma da morte da mãe”, pede Luz. “Sua mãe pegou Covid e cou internada 111 dias, entubada, antes de vir a óbito. Após a morte de sua mãe, ela voltou a ter sintomas físicos que tinham melhorado, e todos os sintomas estavam mais fortes, como dores no corpo todo, sintomas da menopausa como insônia e fogachos, falta de ar, opressão torácica e taquicardia. Os exames cardiológicos não apresentaram nenhum distúrbio. Tratamos com homeopatias essa mesma pessoa, cerca de quatro anos atrás, de um câncer que apareceu no braço. Conseguimos voltar às memórias difíceis da infância após um ano de tratamento homeopático, porque ela não se abria completamente. Ela conseguiu verbalizar que o câncer apareceu exatamente no braço que seu pai a segurou, quando ela tinha 4 anos de idade, e gritou com ela no momento em que estava indo embora de casa, brigando com sua mãe. Ela cou 20 anos sem ver o pai. Aos 40 anos apareceu o câncer no braço, exatamente onde o pai havia segurado e gritado com ela. Esta é uma das mais ricas experiências sobre trauma emocional que se manifestou no físico que já tratei”, destaca.

O terapeuta homeopata Gabriel Jorge Habib Filho reforça e complementa:

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“Sim, o trauma físico pode ser o resultado de um padrão ou agressão externa. A Homeopatia tem a capacidade de liberar aquele quadro somático que gerou aquele desequilíbrio físico ou de auxiliar o corpo a se recompor de uma pancada ou acidente”.

Ainda de acordo com Filho, o tratamento homeopático pode amenizar sintomas e também alcançar a recuperação completa de um quadro de trauma:

“Se conseguirmos atingir a equivalência de similitude daquele desequilíbrio emocional ou daquela doença física, atuando sobre o Tema Central ou Núcleo Temático, conseguiremos verdadeiramente reequilibrar os campos energéticos e restaurar o uxo natural”, acredita. “Nossas células têm memória de saúde e esta, quando reativada, libera tanto a doença física quanto a emocional, tais como: paranoias, desequilíbrios psíquicos, medos, fobias e padrões de culpa. Com essa liberação, é possível trazer o cliente ao equilíbrio. A homeopatia considera uma pessoa completamente recuperada daquela camada em questão quando ela não apresenta mais os sintomas do desequilíbrio por no mínimo um ano e meio ou dois anos”, acrescenta.

“A Homeopatia é um medicamento vibracional”, opina Filho. “Em suma, um vidro de Homeopatia, é uma “doença arti cial”, que ao ser ministrada irá sobrepor-se àquele

contexto em desequilíbrio. [...] Muitas vezes o nosso princípio vital por si só consegue liberar esses traumas, mas quando ele é muito recorrente, vai se condensando e ca xado dentro do corpo de memória. Então a Homeopatia, ao estimular nosso princípio vital, o tirará desse ‘falso equilíbrio inerte’”.

E ele continua:

“É como se você desse uma “pancada” na sua energia vital e ela é deslocada e movimenta-se em ida e retorno. A toda ação corresponde uma reação de igual intensidade em sentido contrário [Lei da Ação e Reação de Newton]. Quando o princípio vital faz esse movimento de retorno, expulsa e expurga a doença ou desequilíbrio natural. A liberação é percebida nas exonerações homeopáticas. Continuamos a usar esse medicamento, muitas vezes subindo dinamizações, conforme a necessidade de cada um, observando o tempo de ação deste medicamento, até que essa personalidade distorcida seja completamente eliminada, ou transformada, permitindo que o nosso melhor potencial essencial seja restabelecido. Quando isso ocorre, paramos o medicamento e por ser esse uma “doença arti cial”, se dissipa e passamos a ter um novo nível de equilíbrio e de consciência, muito mais próximo da nossa verdadeira essência de Alma. A Homeopatia nos auxilia a redespertar, potencializar e realizar o melhor de nós. Assim funciona a Homeopatia”, conclui.

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Foto: Arquivo pessoal

Há pelo menos oito anos eu sentia muita melancolia e depressão, e todos os dias cava com uma sensação ruim. Provavelmente era depressão. Eu tinha muito medo até mesmo de tomar Homeopatia, até que um dia eu não aguentei mais aquele sentimento ruim e resolvi experimentar.

A minha irmã havia pesquisado meu similium , que era a Calcarea carbônica, e comecei a tomá-la na dinamização mais baixa.

Em pouquíssimos dias eu comecei a me sentir melhor. O meu astral foi melhorando e o medo diminuindo. Fiquei superanimada com os resultados e a partir daí comecei a amar a Homeopatia e acreditar na sua e ciência.

Depois de algum tempo percebi algumas mudanças que eu nem podia imaginar que iriam acontecer: meu cabelo parou de ter queda e aumentou de volume, minhas unhas caram mais duras e fortes, até os calos nos pés, que eram bem grandes

e me incomodavam bastante, diminuíram tanto que hoje nem dá para percebê-los. Meu médico já tinha falado que para tirar eu teria que recorrer à cirurgia ou usar um remédio para cair. Eu não tive coragem de fazer nenhum dos dois, ainda bem.

Outra coisa que melhorou muito é que eu tinha muita infecção urinária, e volta e meia estava tomando antibiótico por causa disso. Toda semana eu ia ao médico por isso.

A minha pele também cou mais macia e parecia até que tinha rejuvenescido. Foi a primeira vez que eu comecei a sentir alegria, depois de muito tempo.

Outra coisa que notei foi que eu tinha muitas pintas vermelhas, aquelas que aparecem acho que nas pessoas com mais idade, eram muitas e cada dia apareciam mais e tinha algumas que já estavam bem grandes e percebi que além de diminuírem de tamanho, muitas delas desapareceram. Um dermatologista tinha me indicado laser para tirá-las. Ainda bem que eu não z isso.

O resfriado que eu tinha constantemente também parou e se tornou esporádico. Para resfriado, eu tomei o Gelsemium sempervirens e Eupathorum. Outra experiência que tive foi com viagens. Eu me sentia muito enjoada em ônibus e tomava Nux vomica para passar o mal-estar.

Também nas crises de pânico eu já tomei Calcarea carbonica e vi a sensação de pânico passar rapidinho.

A minha experiência mais recente foi agora com a uya CH 30. Fiquei tomando durante uns quinze dias ou mais, antes de tomar vacina, porque eu estava com muito medo das reações.

Tomei vacina da P zer e não tive reação alguma, a não ser na primeira noite, em que quei muito ansiosa e não peguei no sono. Fiquei muito impressionada porque até com a Coronavac eu tive alguns sintomas.

Antes da Homeopatia, eu me lembro muito bem de que toda semana eu estava no médico e sempre tinha que tomar antibióticos. Isso me deixava bastante preocupada. Depois da Homeopatia, a minha saúde melhorou demais em vários aspectos, como na parte física, emocional e mental. Até mesmo no trabalho o meu desempenho melhorou. Então, eu recomendo muito que procurem essa opção de tratamento, sempre com alguém quali cado.

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Estela Marta da Silva, 60 anos, Brasília - DF

Luisa Haraguchi, 49 anos, São Paulo

Achei muito interessante o uso da Homeopatia para trabalhar causas que estão no inconsciente, memória celular, etc. Observei que dores emocionais que eu acreditava já terem sido totalmente superadas a oraram, dando a oportunidade de liberar estes conteúdos. Camadas de causas ligadas à dor somatizada foram se apresentando, uma após a outra, ao longo do tratamento com Homeopatia, possibilitando diversas curas.

Em paralelo, percebi muita secreção por vários dias seguidos. A secreção de muco pelo nariz ajudou na liberação de percepções distorcidas e obsoletas a respeito dos assuntos, bem como uma abertura para quebra de paradigmas e novas formas de ver. A secreção de muco do peito ajudou na liberação de campos de dor no centro de energia do coração, liberando sofrimento e abrindo para um movimento maior de amor. Já a liberação do muco da garganta me ajudou a verbalizar o que precisava para outras pessoas.

O funcionamento do intestino também se intensicou por um período, ajudando na limpeza daquilo que já não precisa mais permanecer em mim.

Mesmo dentro de um curto espaço de tempo, já começo a perceber melhora na dor física.

Foto: Arquivo pessoal

Há mais de 30 dias estou usando a Homeopatia para tratar uma questão de dor física que já persiste há alguns anos e que tem fundo emocional, sem maiores comprometimentos de estruturas do corpo, de acordo com exames médicos.

Após três dias do início do tratamento, comecei a ter sintomas físicos como febre, enjoo, secreção de muco, além de trazer para a consciência conteúdo emocional ligado à questão.

Estou positivamente surpresa e bastante satisfeita com o uso da homeopatia. Acredito que a consulta com um pro ssional quali cado como o Ramon Lobo, com profundo conhecimento sobre a homeopatia e com sensibilidade para recomendar o medicamento adequado ao meu caso fez toda a diferença. Agradeço!

EVITE MESMO A AUTOMEDICAÇÃO! PARA SABER COMO E QUANDO USAR CADA SUBSTÂNCIA CITADA NAS MATÉRIAS DESTA REVISTA, OU EM QUALQUER OUTRO LUGAR, PROCURE SEMPRE UM HOMEOPATA. HÁ RISCO DE EFEITOS INDESEJADOS, SE A PRESCRIÇÃO NÃO FOR FEITA ADEQUADAMENTE.

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Miasmas: O que são, a nal?

A Teoria dos Miasmas foi criada por Hipócrates (460 a.C.-377 a.C.) e parte do pressuposto de que processos de adoecimento são causados pelo ar, pela água, e por outros locais insalubres. Contudo, a nomenclatura que conhecemos hoje foi estabelecida por Hahnemann, precursor da Homeopatia.

Para falar sobre isso, convidamos o terapeuta homeopata e professor de Homeopatia Milton Bezerra de Sousa, responsável pelo projeto “Homeopatia para todos” que, desde 1986, realiza atendimentos gratuitos em comunidades carentes do Distrito Federal e Goiás.

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Milton Bezerra/Arquivo pessoal.

REH: Professor, em primeiro lugar, agradecemos a sua colaboração. Gostaríamos de começar pelo princípio. O que são miasmas e qual é a concepção de miasmas na Homeopatia?

Milton Bezerra: Este é um dos pontos mais polêmicos que existem na Homeopatia. Depois que o signi cado de miasmas foi atualizado por Samuel Hahnemann, muitos homeopatas vêm se debruçando intensamente sobre a mesma, entre os quais cito Bernardo Vijnovisky, Pafull Vijayakar, José Alberto Moreno, José Laércio do Egito, Paulo Rosembaum, Rajan Sankaram.

Também designados pelo termo “diáteses”, os miasmas são apresentados como disposições mórbidas que algumas pessoas possuem, variando de pessoa para pessoa, de acordo com terreno, predisposições e sensibilidade, entre outros. Particularmente, eu entendo o miasma como um espaço existencial com características claras e especí cas, onde a criatura humana pode vir a estagiar por mais ou menos tempo, de acordo com os elementos citados anteriormente.

Para entendermos bem a ideia de miasmas, precisamos também ter em mente do que se tratam as “noxas”, in uências externas ou internas às quais somos submetidos constantemente. In uências externas são tudo o que nos chega através dos sentidos, como odores, sabores, imagens, sons e texturas, positivas ou negativas, agradáveis ou desagradáveis; tudo aquilo que nos alcança é uma “noxa”. As in uências internas são memórias, sonhos, imaginação, fantasias, pensamentos, sentimentos, de uma forma ou de outra, positiva ou negativamente, e tudo isto também irá nos afetar de alguma forma. Ao nos depararmos com as “noxas”, de forma natural teremos algum tipo de reação, positiva ou negativa.

Digamos que tal in uência, ou noxa, nos cause algum tipo de incômodo ou desconforto. Neste exato momento a energia vital irá lançar mão de mecanismos de defesa com o objetivo de eliminar possíveis reações destas “noxa”. Entendo que existem formas de defesa variáveis, tudo com o objetivo de eliminar as toxinas inseridas em nossa constituição, advindas da ação das noxas. Cada um destes níveis de defesa é um nível miasmático em si. Por exemplo,

a pessoa ouve uma a rmação qualquer, e, “de cara”, ela tem a opção de não se abalar com tal a rmação. Desta forma, tal noxa não irá provocar a presença de nenhuma toxina em sua constituição. Porém, o mais esperado é que a pessoa absorva aquela noxa e que chateada, irritada, triste, decepcionada, etc. Imediatamente tal noxa irá promover a presença de toxinas na constituição desta pessoa. De imediato, é acionado o que chamo de “primeiro nível de defesa”, que é denominado “miasma psórico”. Neste nível miasmático, os emunctórios estão promovendo uma exoneração, como vômitos, diarreias, transpiração, lágrimas, etc. Caso estas ações consigam eliminar as toxinas por completo, o organismo como um todo volta ao seu nível de equilíbrio.

Caso a presença de toxina seja mais intensa que o nível de defesa, um segundo nível de defesa, ou miasma, é acionado, e temos então, o “miasma sicose”. Neste nível, as toxinas que estavam espalhadas de forma aleatória por toda a constituição, passam a ser reunidas em determinado local, surgindo daí as “aglomerações´”, que podem ser verrugas, miomas, pólipos, etc., ao mesmo tempo em que as exonerações que estavam sendo utilizadas são mantidas, porém em nível mais intenso, como no caso de corrimentos e corizas. Caso, com esta ação, o organismo retorne ao seu equilíbrio, tudo se resolve.

Caso o nível de toxinas seja mais forte que o sistema de defesa, um terceiro nível de defesa é acionado e, temos, então, o “miasma si linismo” - ou luetismo. Aqui, a Energia Vital buscará a eliminação da toxina, agora mais intensa e ameaçadora junto à constituição da pessoa, ainda que, para tanto, se faça necessária a eliminação de determinadas partes do organismo (cirroses, gastrites, úlceras, etc), e assim, sucessivamente, até alcançarmos o “miasma tuberculínico”, o “miasma cancerínico” e o “miasma aidetismo”. Estes são os miasmas mais reconhecidos e trabalhados dentro da Homeopatia, sendo que Hahnemann fez referência aos três primeiros: psora, sicose e luetismo.

Rajam Sankaram fala de dez níveis miasmáticos, que são: agudo, psora, tifóide, sicose, malárico, tineídeo, cancerinismo, tuberculinismo, leproso, silinismo ou luetismo. Os cinco canais responsáveis

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pela eliminação das toxinas são a pele (eczemas, vesículas, pústulas, prurido, etc), aparelho respiratório (produção de muco, aumento de frequência respiratória), aparelho urinário (eliminação de maior quantidade de urina, de sais minerais, de corpos cetônicos, etc), sistema linfático (elimina grandes moléculas de circulação sanguínea), e intestino grosso (diarreia, fezes mucosas, por exemplo).

REH: O que são os chamados “miasmas de Hahnemann”?

Milton Bezerra: Hahnemann estava intrigado com o motivo de determinadas ações e intervenções que ele fazia com a Homeopatia não alcançarem sucesso, sendo que outras tantas nas mesmas condições eram plenas de resultados positivos. Após muito estudo, ele concluiu que havia algumas doenças que deixavam a constituição do paciente mais fragilizada, isso devido à presença de algumas moléstias especí cas: a sarna, a gonorréia e a sí lis. Esta ideia se confunde com a teórica bacteriana, de que determinados microorganismos seriam responsáveis pelo adoecimento das pessoas. Embora Hahnemann faça referência a essas doenças, ele não as relaciona à ideia de miasmas. Ele apenas utilizou-se desta nomenclatura, principalmente pelo fato de que seus três miasmas, que são a psora, a sicose e o luetismo, tinham tais doenças presentes como pano de fundo. Assim, miasma não é o resultado da ação especí ca de um agente infeccioso e, sim, uma condição patológica ampla, que em si carrega vários sinais e sintomas, que por sua vez são características de muitos estados denominados “doenças” pela medicina ocial, a alopatia. A condição patológica apresentada por cada indivíduo em cada nível miasmático corresponde a doenças especí cas catalogadas como tais pela alopatia.

REH: O que é a chamada Teoria Miasmática? Qual é a relação entre ela e os miasmas na Homeopatia?

Milton Bezerra: De uma forma muito simplista, podemos dizer que a Teoria Miasmática é a percepção de que microorganismos podem afetar a saúde, sendo os mesmos os responsáveis pelo adoecimento das pessoas. Como já dito em questão anterior, na Homeopatia os Miasmas (embora tenham como base

determinados adoecimentos) não se prendem a estes adoecimentos, apenas ressaltam condições em que se apresentam o organismo de forma geral quando a Criatura se encontra em determinado padrão existencial, ou seja, ao entrar em desequilíbrio, a Energia Vital irá trabalhar para promover a Homeostase (equilíbrio geral) – então, reforço a ideia de que os níveis miasmáticos são simplesmente níveis de defesa – e, ao realizar tal trabalho, determinadas características (sinais e sintomas) se apresentarão (para a Alopatia, tais sinais e sintomas em si são doenças a serem eliminadas).

REH: A Teoria Miasmática foi substituída pela chamada Teoria Microbiana, no mundo cientí co. No que isso afeta a compreensão de miasmas na Homeopatia?

Milton Bezerra: São duas ideias que, embora se utilizem de nomenclatura igual, são completamente diferentes. Para a Ciência canônica, tudo tem que estar estruturado nos elementos de teoria, experimentação, experimentação, repetição e controle. Quando estamos lidando com os microorganismos, tal situação pode até se dar, daí todo trabalho com os microorganismos pode chegar ao nível de cienti cidade. Embora se utilize do mesmo termo e tenha doenças conhecidas [sarna, sí lis e gonorreia], a Homeopatia não se prende a tais doenças. Elas são apenas referências para a divisão deste conhecimento e, consequentemente, uma melhor forma de realizar todo o trabalho a que se propõe. Então, quando falamos do nível miasmático “psora”, por exemplo, não estamos nos prendendo à “psoríase”, ou quando falamos do “luetismo” não estamos nos prendendo à “sí lis”. A medicina ocidental o cial (Alopatia), de certa forma, vem exigir da Homeopatia um grau de cienti cidade, porém, por ser imponderável [energia vital], a Homeopatia não se enquadra em tal exigência. Ao menos por enquanto, a nível humano, não existe equipamento para se mensurar a energia vital. Quando alguns Homeopatas tentam dar o caráter de ciência à Homeopatia, acabam por querer fazer uso de comprovações de ações realizadas junto a adoecimentos especícos. Cabe estar sempre lembrando que a Homeopatia não cuida de doenças, cuida de doentes, e, aquilo que se apresenta como doença, em verdade, trata-se de sinais e sintomas que, por sua vez, são

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indicativos de desequilíbrio que está se dando a nível interno. Os sinais e sintomas não devem ser o centro da ação do Homeopata. Então, a Teoria Microbiana somente se mistura com a Teoria dos Miasmas na Homeopatia na cabeça dos pro ssionais que, de alguma forma, querem explicar com leis físicas uma ação totalmente energética.

REH: De forma mais especí ca, quais são as diáteses homeopáticas e como elas se manifestam no organismo?

Milton Bezerra: Hahnemann nos vem falar de três miasmas. Os Homeopatas que o seguiram acrescentaram mais dois. Então a maioria dos Homeopatas atuais consideram cinco miasmas, com exceção de Rajan Sankaram, que faz referência a dez níveis miasmáticos. A Psora seria tudo o que coça, a Sicose tem relação com hipertro a do ego, o luetismo ou si linismo está ligado a problemas mais graves, o tuberculinismo ao abandono e perdas afetivas e emocionais, e o cancerinismo à desorganização e desestruturação por completo. É importante destacar as maiores características dos três principais níveis miasmáticos.

Na Psora, por exemplo, há o ambiente poluído e sedentário com uma alimentação incorreta e abusos de tóxicos, como bebidas alcoólicas, café e fumo, com antecedentes de recidivas de afecções recidivantes, choques afetivos repetitivos e parasitoses intestinais, no paciente e na família, além de anamnese composta de problemas dermatológicos, asmas, colites e toda sorte de afecções crônicas. Também há a astenia física e mental, primeiro intermitente em surtos e depois generalizada, profunda e contínua. Alternâncias mórbidas e manifestações paroxísticas periódicas com exteriorização dos distúrbios são outra característica.

Há também a agravação pelo desaparecimento das eliminações cutâneas ou mucosas que, quanto mais patológicas forem mais provocam agravações internas. Também existe tendência a distúrbios de termorregulação, intolerância a calor até o extremo da friosidade, secreções e excreções com odores fétidos seja em qual lugar for, aumento de apetite de forma global ou seletiva, seja sob forma de fome absurda ou em relação a alimentos indigestos,

tendência às parasitoses cutâneas ou intestinais, acometimento cutâneo importante e polimorfo, com prurido persistente e intenso, e trato intestinal atingido com frequência.

Já no caso de Sicose, há persistentes infecções, sobretudo genitais.. Pode-se acrescentar o choque, seja de um processo cirúrgico ou de um baque emocional, e os contextos do transtorno hormonal, erros higenodietéticos e de ambiente com umidade; ideias obsessivas associadas a um estado depressivo, acrescido pelo tempo úmido; agravação pela umidade; sujeição a retenções hídricas frequentemente dolorosas; e transpiração com suores gordurosos que até parecerem viscosos.

No caso do luetismo, há características ligadas a transtornos infantis diversos, incluindo vômitos e convulsões; estado mental sujeito à instabilidade tanto na excitação quanto no sentido depressivo, podendo chegar até a uma certa debilidade mental. Há também a necessidade de lavar as mãos a todo instante ou de esfregar um objeto sem razão. As patologias geralmente são ósseas e se agravam nitidamente à noite, com o organismo sofrendo inuência do clima.

REH: Qual é a relação entre miasmas e doenças?

Milton Bezerra: Podemos entender que as doenças são as representações físicas da condição existencial do paciente, as doenças não são o problema em si, elas representam o problema na condição concreta. Cada nível miasmático apresenta uma série de sinais e sintomas que servem para indicar em que estado de desequilíbrio se encontra o paciente.

REH: Quais obras o senhor pode sugerir para aqueles que desejam se aprofundar no conhecimento de miasmas?

Milton Bezerra: Eu sugeriria Homeopatia Previsível (volumes I, II e III), de Prafull Vijayakar. Miasmas, segundo Kent e Egito – José Alberto Moreno. Contribuição ao estudo da teoria miasmática – José Laércio do Egito. Doenças agudas – Bernardo Vijnovisky. Miasmas, saúde e enfermidade na prática clínica homeopática – Paulo Rosembaum. Organon da arte de curar – Samuel Hahnemann.

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HOMEOPATIA TAMBÉM É CIÊNCIA

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HOMEOPÁTICOS Estudos
Revista de

O preparado homeopático Quercus Glandium Spiritus é produzido à base da planta amazônica que tem o mesmo nome, e, até adquirir o formato nal de medicamento a planta passa por algumas etapas de manipulação.

Segundo a especialista em Homeopatia Kátia Cristina de Andrade Waldemarin, a matéria-prima do Quercus Glandius Spiritus é a bebida alcoólica destilada da tintura das sementes dos frutos, conhecidos como bolotas ou landes, do carvalho, árvores gigantes que podem levar até 50 anos para produzir bolotas e, assim, novos brotos.

“Primeiro prepara-se o remédio com a tintura das bolotas, sendo essas descascadas e trituradas ou retalhadas”, explica a homeopata. “Isso pode ser feito com destilados [alcoólicos] preparados com a tintura [Spiritus glandium Quercus] ou ainda extrato aquoso das bolotas com adição de álcool [Aqua glandium Quercus]. As soluções alcoólicas são obtidas a partir da mistura de álcool com água puri cada, até se obter o teor alcoólico desejado.

Tanto o etanol como a água puri cada utilizados devem seguir as exigências farmacopéicas.

Quercus pode tratar diferentes quadros de saúde, como desmaios e náuseas. Contudo, é mais utilizado para combater a dependência de álcool, e, também, respiração ofensiva, constipação/diarreia, hidropisia esplênica, fístula, vertigem, gota, febre intermitente, leucocythemia esplênica, todas as afecções de baço.

Segundo Sheila da Costa Oliveira, Quercus é um dos remédios esplênicos de Rademacher, um homeopata do século XIX, e foi apresentado à prática homeopática por Burnett, que publicou em seu livro “Diseases of the Spleen” (Doenças do Baço) uma tradução do relato de Rademacher sobre o remédio e como aprendeu sobre ele.

Em seu relato, Burnett narra que Rademacher deu a tintura de bolotas a um velho bêbado de conhaque que há muito sofria de baço, que às vezes era muito doloroso, e que naquela época estava doente quase à morte com ascite e hidropisia nas pernas. A urina aumentou imediatamente, mas o paciente queixou-se de que cada dose do medicamento causava constrição no peito.

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Foto: Reprodução/Pixabay.

Isso levou Rademacher a preparar o destilado e,nalmente, o preparo aquoso, mais suave, o que provou ser e caz, pois o remédio curou completamente o paciente sem causar mais constrição no peito.

No decorrer das curas de casos de baço, Rademacher notou que não apenas o uxo de urina aumentava, mas também, principalmente em ingurgitações esplênicas antigas, uma diarreia eliminatória aparecia, com melhora dos sintomas em geral, logo após.

“É um dos mais importantes medicamentos para tratamento do alcoolismo, eliminando o desejo de álcool. Além disso, combate os efeitos do álcool na embriaguez”, ressalta Waldemarin.

Também segundo Oliveira, das bolotas da mesma árvore, o carvalho, também se faz o oral Oak, muito indicado para quem se sente esgotado e sem forças para enfrentar obstáculos mentais, emocionais e/ou físicos, estado que precede a busca por substâncias lícitas ou ilícitas, como compensação.

Outras duas terapeutas homeopatas com experiência em tratamento de dependentes químicos –Oliveira e S. M. Damasceno – relataram resultados signi cativos de Quercus com alcoolistas internos de uma casa de recuperação em Goiás, onde trabalharam por seis meses. O desejo pelo álcool foi diminuído e/ou eliminado, deixando as pessoas mais equilibradas, acessíveis e com maior aceitação do trabalho terapêutico.

Ainda de acordo com a especialista Waldemarin, o medicamento também trata vertigem intensa, en-

joos, surdez com ruído na cabeça, eczema do couro cabeludo, olhos amarelados, dores no hipocôndrio esquerdo com aumento do volume do baço e tremores nas mãos, além de já ter sido utilizado para tratar casos antigos de malária.

O per l psicológico do paciente que costuma ser tratado com o Quercus Glandium Spiritus geralmente está associado a problemas de temperamento e transtornos emocionais:

“São pessoas nervosas, deprimidas, de choro fácil e que não conseguem expor seu caso”, analisa Waldemarin. “São exigentes com relação ao desempenho no trabalho e ao mesmo tempo escondem seu esgotamento mental pelo excesso de trabalho. Além disso, são muito inquietos e acalorados”, conclui.

É possível encontrar o preparado homeopático Quercus Glandium Spiritus no formato de líquido ou em glóbulos em qualquer farmácia de manipulação especializada em Homeopatia, bastando apresentar a prescrição feita por um homeopata de con ança. Esse é um preparado homeopático de venda livre que funciona naturalmente, sem efeitos colaterais; sem interações medicamentosas. Pode ser usado com segurança junto com outros medicamentos. Recomenda-se sempre, apesar dessas informações de conhecimento corrente, que a automedicação não seja feita, uma vez que não é uma prática isenta de riscos. O auxílio de um homeopata quali cado é sempre indicado, para segurança de todos.

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Artigo: HOMEOPATIA COMO FORMA DE OBTER ENERGIA VITAL

Reproduzido a partir de: https://www.academia.edu/11445239/HOMEOPATIA_COMO_FORMA_DE_OBTER_ENERGIA_VITAL

Luiza Tavares: luizza.tavares@gmail.com

Vivian Cardoso: vivian_cardoso_rosa@yahoo.com.br

Regina Rianelli de Brito: universidade.rj@globo.com

Jesus Domech More: jesses2004@gmail.com

José Carlos Beker: beker@wb.com.br Alexandre Fernández: afernandez054@gmail.com

RESUMO

A homeopatia é um sistema médico alternativo que considera a totalidade do ser humano ao detrimento de doenças isoladas. A homeopatia funciona através de estímulos energéticos desencadeados por medicamentos homeopáticos para reequilibrar a energia vital dos pacientes. A homeopatia é um sistema médico alternativo que considera a totalidade do ser humano em detrimento de doenças isoladas. A homeopatia é guiada por quatro princípios: a lei dos semelhantes, experimentação em pessoas saudáveis; doses in nitesimais e remédio único. Os medicamentos homeopáticos foram desenvolvidos a partir do teste em indivíduos sãos, e não são testados em animais, não sendo, portanto, causa de sofrimento a nenhum ser.

PALAVRAS-CHAVE:

Homeopatia, Energia vital, Medicina homeopática, Fórmulas de Homeopatia.

1. INTRODUÇÃO

Homeopatia é um método terapêutico e legal baseado em princípios cientí cos o ciais de natureza clínica ou laboratorial. Este método nasceu das ideias e práticas de um médico alemão chamado Samuel Christian Hanhemann, que viveu entre 1755 e 1843. É uma medicina reconhecida pelo Conselho Federal de Medicina desde o ano de 1980, mas praticada no Brasil por terapeutas não médicos desde o tempo do segundo império, e se propõe a considerar o paciente em toda o seu complexo

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corpo/mente/espírito segundo a ONU, entendendo saúde e doença como diferentes estados do ser intimamente ligados à sua trajetória existencial.

O homeopata trabalha com medicamentos e fórmulas que passam por um processo de manipulação peculiar de ultra diluição em dez, cem, mil ou 50 mil vezes. Trata qualquer doença clínica, desde que essa não tenha uma indicação formal de cirurgia, na qual, mesmo assim, pode funcionar como um coadjuvante no pré e pós-operatório, com rapidez e e ciência, através de “semelhante que cura semelhante”.

A Homeopatia no Brasil encontra-se hoje bastante difundida e com credibilidade, inclusive no serviço público de saúde. Na cidade de São Paulo - SP, destaca- se a experiência de Vila Mariana, que compõe uma das 60 unidades básicas de saúde (UBS) com homeopatas atendendo no município. A partir de1990, o atendimento é exclusivamente homeopático e conta com mais de 10.000 pacientes. Este serviço conta com o apoio da Farmácia Homeopática da Secretaria de Estado de Saúde de São Paulo, que disponibiliza no local uma “Lista Padronizada de Medicamentos” que conta com 89 itens em 6 potências. Os medicamentos são doados aos clientes externos de acordo com a indicação terapêutica.

A demanda por Homeopatia em São Paulo é crescente e a estrutura de recursos humanos é insu ciente, necessitando de um maior investimento para garantir ao usuário a integralidade da atenção (BRASIL, 2014), desde a criação da Portaria nº08 de 15 de março de 2001, respaldada pela Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares na Portaria nº 971/2006, adotadas pelo Conselho Nacional de Saúde, que tem por objetivo incentivar a prática, o estudo e a pesquisa nas seis áreas habili-

tadas pelo CFO (Acupuntura, Fitoterapia, Florais, Hipnose, Medicina Chinesa, Homeopatia, entre outros).

Com relação à avaliação dos resultados, foram índices de sucesso e adesão ao tratamento de 95%; de usuário igual a 96%; um baixo índice de retorno ao serviço (3 retornos/paciente/ ano) e um igualmente baixo índice de necessidade de se associar alopatia ao tratamento, em torno de 16%.

Dados dessa avaliação também indicam um custo baixo do tratamento. Além do baixo índice de retornos, a necessidade de solicitação de exames complementares foi da ordem de 5% (4% de baixo custo) e investimento com manipulação manipulada foi de R$ 17, 47/paciente/por ano (ESTRELA; 2004 p.48).

Em 1979, foi fundada a Associação Médica Homeopática Brasileira (AMHB), sendo a homeopatia no Brasil reconhecida como especialidade médica em julho de 1980 pelo Conselho Federal de Medicina, através da Resolução CFM 1000/80. Em agosto de 1985, durante a gestão de Waldir Pires no Ministério da Previdência e Assistência Social (MPAS) e de Hésio Cordeiro no Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social (INAMPS), foi assinado um contrato plurinstitucional envolvendo o INAMPS, a Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ), uma universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e do Instituto Hahnemanniano do Brasil (IHB), no qual foi dado o sinal verde o cial para a institucionalização da homeopatia nos serviços públicos de saúde (LUZ,1996, p.272, 273), A portaria nº 1230/ GM, do Ministério da Saúde, de outubro de 1999, incluiu a homeopatia na tabela de procedimentos do SIA/SUS e o Conselho Nacional de Homeopatia (CONAHOM) responde pelos interesses dessas classes pro ssionais.

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1.1. Lei da Semelhança e Similitude

A homeopatia se baseia na ideia “semelhante cura semelhante”, em oposição à cura por um “outro contrário”. A mesma substância que produz sintomas preocupantes em uma pessoa saudável, hígida, alivia os mesmos sintomas em uma pessoa enferma, quando aplicada numa concentração bem mais diluída e potencializada, motivo que leva a homeopatia a a rmar que “semelhante cura semelhante”. Para a cura, é necessária a aplicação frequente e bem-sucedida de um agente medicinal em ultra diluições (GOSWAMI, 2006) e é essa a característica fundamental dessa medicina homeopática, aquilo que a de ne: o emprego de medicamentos segundo o princípio de semelhança, também chamada de Lei de Similitude. No entanto, para que o medicamento não sobreponha seus efeitos por si mesmo, ele é uma diluição feita de um modo conhecido como “método de sucussão”, um processo de dinamização, de forma a ser empregado em doses mínimas e in nitesimais de forma e ciente para restituir a saúde ao cliente externo. Desta maneira, perde a substância todo e qualquer efeito tóxico e passa a estimular o organismo a se rebelar contra a sua própria enfermidade, sem interferir com outro tipo de medicamento.

Portanto, podemos considerar que a Homeopatia age dentro dos princípios de ação e reação, estimulando o organismo a se curar, seguindo os seus mecanismos próprios, enquanto a Alopatia se empenha na utilização de drogas que arti cialmente combatem a doença, mas que, uma vez suspensas, deixam o organismo quase, mais ou tão suscetível novamente quanto antes de adoecer.

toterapia, que utiliza chás e outras formas de uso de ervas medicinais, mas que não obedecem à lei dos semelhantes, ou mesmo nosódios, que utilizam células vivas para confeccionar matrizes. Por isso é muito comum ouvirmos pessoas dizendo que estão se tratando com a Homeopatia pelo simples fato de estar usando determinados produtos naturais, mas que na verdade, não estão sendo ultra diluídos e, por isso, não são homeopáticos.

2. A TRANSFORMAÇÃO DE VENENOS E PLANTAS NOCIVAS EM MEDICAMENTOS

A Homeopatia usa verdadeiros venenos da natureza, substâncias tóxicas que, se ingeridas em estado bruto, podem trazer sérios danos ao organismo, como, por exemplo, os venenos de serpentes e aranhas, como Lachesis e Tarantula; plantas nocivas, como Belladona e Nux vomica; e metais tóxicos como Arsenicum album, Aurum metallicum e Mercurius; mas, devido ao avançado processo de diluição, perdem a possibilidade de qualquer efeito nocivo, pois são usados em doses in nitesimais e ecientes. Pode-se assim considerar o medicamento Homeopático como uma forma de energia, tal o grau de diluição em que se encontram os medicamentos. Homeopatia, Fitoterapia, Ayurveda, Medicina Chinesa e Acupuntura utilizam substâncias que dão o equilíbrio de que se necessita para ajustar o organismo nos movimentos da energia sutil (GOSWAMI, 2006). A mesma substância que produz sintomas clínicos e preocupantes, em uma pessoa saudável, alivia os mesmos sintomas em uma pessoa enferma, quando aplicada numa concentração bem mais diluída e potencializada, motivo que leva a Homeopatia a a rmar que “semelhante cura semelhante”.

Com o emprego da lei dos semelhantes, a Homeopatia usa substâncias oriundas da natureza, de fontes vegetais, animais ou minerais. No entanto, não deve ser confundida com uma

2.1 O Termo Homeopatia e o ambiente que causa enfermidades

Há que se considerar ainda um importante na Homeopatia, denominado “terreno”. Enquanto

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a Alopatia se empenha no tratamento do órgão doente, ou da doença propriamente, a Homeopatia investe toda sua potencialidade no tratamento do doente e no que o acomete e de que sofre. Este indivíduo é visto como uma unidade, como um todo indivisível, de modo que o motivo do tratamento homeopático passa a ser o doente e não as suas doenças isoladamente. Pode-se comparar este fato como extermínio de plantas nocivas que cresceram em ambiente determinado. O método alopático irá cuidar de extirpá-las, jogando-lhes venenos ou simplesmente arrancando-as de onde estão localizadas. A Homeopatia irá estudar o terreno onde elas estão crescendo e aplicam um estímulo para que estas condições podem ser modicadas, promovendo uma homeostase. Assim, a Homeopatia estará, na verdade, tratando o ambiente e não as plantas em si mesmas. Estará estimulando o ambiente enfermiço para que agressores/invasores deixem de nascer ali. Segundo Goswami (2006), a doença pertence ao mundo físico; é externa. A enfermidade é interna. Pode-se ter uma doença sem se sentir enfermo ou poder se sentir enfermo mas não constatar a presença de uma doença física que seja a causa dessa sensação. Eis o motivo de a sociedade necessitar tanto de uma medicina integrada!

2.2. O processo de cura

O tratamento do doente considera o conhecimento do indivíduo como um todo, seu processo de vida, suas peculiaridades, sua personalidade, seus traumas, suas fraquezas e pendores. Isso faz da Homeopatia um processo de trabalha do indivíduo por inteiro, dono da doença; por isso, ao visitar um Homeopata, esteja disposto a levar-lhe não somente as suas queixas físicas, mas também as informações que o ajudem a promover a cura para possíveis dores de sua alma. A Homeopatia Clássica preconiza o uso de um medicamento de cada vez. Ao usar mais de uma matriz homeopática,

será por força de uma necessidade momentânea, pois o tratamento homeopático chamado clássico recomenda somente um remédio para aquele terreno de fundo, embora o cliente esteja doente de mais de uma enfermidade e acometido de medos, fobias, perturbações de ordem emocional que o desestabilizam.

3. OUTRAS FORMAS DO USO EFICIENTE DE HOMEOPATIA

Existem, no entanto, outras maneiras de entender e aplicar uma Homeopatia. Uma forma mais simples de se usá-la é empregá-la para se tratar um órgão doente, ou uma doença em seu momento de licenciatura. Dessa forma o Homeopata tratará apenas o órgão e sua enfermidade especí ca mas não a condição que propicia o doente a desenvolvê-la. Essa forma pouco se diferença da Medicina ortodoxa, sendo chamada de Homeopatia organicista, que usará a mistura de medicamentos em baixas dinamizações, os chamados complexos, em fórmulas padronizadas para o tratamento das condições mais variadas clínicas que acometem o ser humano.

3.1. Medicina hanhemanniana unicista

A Homeopatia organicista é considerada uma forma primitiva da Medicina Hahnemanniana, sendo que se difundiu e ainda existe como uma prática popular, por ser de fácil aplicação. É uma medicina que se adentra no mundo emotivo e psíquico do homem, ou seja, em sua alma, e procura as razões mais profundas da enfermidade. Hanhemann (1860) propõe que: De forma a obter resposta imediata, segura, suave e de ação prolongada, você vai precisar de doses in nitesimais. (....) O unicismo Homeopático de fato é fundamental na existência de um organismo imaterial sustentando o substrato físico, que a Homeopatia chama de Energia Vital, onde se escondem alimentos provenientes da mente, fonte primária de

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todas as enfermidades. Esta sim nos parece ser uma medicina permitida que, introduzindo-nos nos paradigmas da imponderabilidade, nos conduz à Medicina do Espírito.

3.2 Dinamização e Lei dos Semelhantes

Uma última e importante característica da Homeopatia é o conhecimento da maneira como o organismo reage ao estímulo do medicamento dinamizado e aplicado segundo a lei dos semelhantes. Havendo uma reação adequada, o organismo irá responder com uma série de reações peculiares em busca da cura. O Conde Sebastién-Gaeten-Salvador Maxime Des Guidi (1769 – 1863), MD – Médico ortodoxo de Strasburg e PhD em Medicina e Ciências Médicas de Lyon e Marseille, França, que se tornou o primeiro Homeopata em Paris e em Genève, na Suíça, além de ser um dos fundadores dos Hospitais Homeopáticos na França, aponta:

A extrema pequenez das doses utilizadas na Homeopatia corresponde a um grande número de fatos observados por médicos que pesquisaram através dos anos com serviços e experimentações que incluíam os princípios da ciência. A extrema pequenez das doses utilizadas na Homeopatia corresponde a uma maior número de fatos observados por médicos e pesquisadores ao longo dos tempos e ao princípios mais sólidos da ciência.

De modo geral, pode-se dizer que primeiro pode ocorrer uma etapa de agravamento dos sintomas, para se seguir uma garantia duradoura e abrangente. O organismo obedece a uma ordem para se enfermar e uma ordem para se curar. Para compreender isso é preciso considerar que temos em nosso corpo uma organização psicobiológica estruturada em níveis diferenciais de importância, indo da pele à mente. Desta forma, o mais supercial em nós é a pele, posteriormente temos as mucosas oral, faríngea e nasal, depois a árvore

brônquica, seguindo-se a mucosa do aparelho digestivo e, posteriormente, os órgãos e sistemas internos, como o sistema circulatório, o articular, o endócrino, os órgãos vitais, como o coração, o sistema nervoso e, nalmente, o eu interno. Compõe-se então, uma unidade estruturada em níveis hierárquicos, con gurando-se a imagem de círculos concêntricos ou espiralados, da pele à consciência, sem solução de continuação.

3.3 O círculo da enfermidade e suas progressões

Por estes planos descritos caminha a enfermidade, partindo de dentro para fora e tendendo a se projetar no plano mais super cial possível, e, assim, pessoas mais saudáveis adoecem prioritariamente da pele. Também por isso o bebê apresenta dermatites nas mais diversas formas e suas enfermidades febris e viróticas terminam quase sempre na pele, em processos denominados exantemas. Posteriormente a criança passará a enfermar-se em níveis cada vez mais internos, adoecendo de rinites, amigdalite, otites e, mais tarde um pouco, começará a ter bronquites. E, uma vez adulto, se não tratado corretamente, aprofundará ainda mais as doenças, fazendo-as incidirem no aparelho gastrintestinal, onde ocorrem as famosas gastrites e consultas gástricas e duodenais do adulto jovem.

Posteriormente, assiste-se ao avanço da doença para órgãos paulatinamente mais profundos, pois ela irá se transformar, por exemplo, em hipertensão arterial. Um passo a mais e veremos os reumatismos, depois, se alojar nas doenças cardíacas. Se o indivíduo não sucumbe, então o fenômeno progride para as de ciências neurológicas mais profundas. O termo desta estranha jornada faz fenômenos mórbidos terminarem na mente, onde uma doença aparece destruindo o que temos de mais nobre no ser, a razão, nossa consciência e nossa vida de relações.

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Desta forma, vemos que a enfermidade segue uma via de interiorização, visão de fora para dentro. A doença assim, depois de nascer do Espírito, caminha pelo corpo, terminando na mente do diversos organismos, e sua forma mais saudável possível de manifestar-se é na pele, o órgão mais super cial e mais apto para alojá-la.

Isso levou o conhecimento popular a considerar que a Homeopatia “joga a doença para fora” agravando antes de curar e os medicamentos homeopatas comprovam que ela super cializa ou drena a enfermidade, promovendo o adoecimento da melhor e mais saudável maneira possível, promovendo a cura e fornecendo a energia vital.

A Lei de Cura mostrou aos olhos de Homeopatia que, ao retornar, as doenças na verdade não tinham sido curadas e não eram simplesmente fenômenos aleatórios dos órgãos, mas perturbadores de um campo biológico não físico que neles insidia, fazendo-os adoecerem. Isso levou então à conclusão de que a doença, na verdade, não é o que se vê e se analisa somente por meios materiais, mas sim através de uma energia mórbida proveniente da mente ou Espírito, sendo então a doença uma tentativa, na verdade, de se aliviar ou curar os planos mais profundos do ser. E cada vez que se aprofunda a doença, o sistema emocional irá piorando, até o ponto em que somente ele adoecerá. O processo se aloja, então, na própria mente do cliente. Pode-se então comparar a enfermidade a uma válvula de uma panela de pressão. Ela apita porque a pressão da panela se alterou, em uma tentativa de aliviar a pressão interna. Se não nos dispomos a abrir essa válvula, haverá estouro.

movimentos condicionados (yin) e criativo (yang), como preconiza a Medicina Oriental.

4. O ESTÍMULO HOMEOPÁTICO, AS REAÇÕES QUE PROMOVEM A HOMEOSTASE E O CAMINHO DA CURA

Dessa forma a Homeopatia entendeu que uma doença pode ser suprimida sem ser curada, ou seja, pode haver a eliminação momentânea de sintomas, sem de fato curar, por se estar sempre com o foco voltado para os efeitos e não para as causas. A Homeopatia trata de “dentro para fora” e pode expurgar a enfermidade para os níveis cutâneos. E a alopatia, considerada em sua ação repressora da doença, apenas colocaria a doença “para dentro”.

A Homeopatia é um processo pensado para encontrar o caminho de cura do organismo e pode traduzir o local onde ele preferencialmente adoece, mudando a doença de um plano mais profundo para um mais super cial e transformando um mal mais grave em outro mais brando, até que o processo se esgote.

O processo pode ser ainda facilmente compreendido quando comparamos o nosso corpo com uma casa. As doenças perigosas são oriundas dos “desleixos” do morador (FREIRE, 2004). Observadores incautos podem pensar que não há dor na casa e que seus observadores externos são casualidade, dispondo-se e então a cimentar e pintar suas in ltrações e esconder seus dejetos sob os tapetes, por exemplo. Isso irá produzir custos cada vez maiores para a casa e para o seu morador, pois chegará um momento que este não aguentará mais estar em sua casa, recebendo de volta aquilo que é produto dele mesmo.

Dessa forma, vemos que as doenças físicas são, na verdade, mecanismos defensivos da mente ou Espírito. Faz- se necessária a manutenção adequada da saúde através do equilíbrio dos

A Homeopatia se compara então a alguém que chega nessa casa com uma vassoura e há uma limpeza, fazendo no início uma desordem e agindo como ltro para conduzir o lixo

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acumulado para fora da casa, onde será visto na sua parte externa e corretamente processado, para que o morador passe a se sentir bem em sua moradia. E compreende-se ainda que, enquanto a Alopatia suprime, a Homeopatia apenas estimula a eliminação dos nossos processos mórbidos, mas não ao ponto de impedir que se continue acumulando da vida outros processos morbí cos, enfermiços. E compreendemos que a cura verdadeira é um atributo do próprio ser, pois ele é quem se deixa contaminar com a enfermidade, que se torna assim um produto de nossa vida socioemocional. Esse exemplo nos propicia ainda entender que as bactérias e vírus, considerados como causadores de doenças infecto-contagiosas, nada mais são do que agentes atraídos à nossa casa em decorrência das que ela contém, encontrando-se, na realidade, um papel de faxineiros da natureza. Matá-los, nesse caso, traduz-se em aparente e momentâneo benefício, mas eles tenderão a voltar até que todo o desequilíbrio da casa seja consumido e a mente do indivíduo, assim como seu corpo, se adapte ao modo de vida mais higiênico, com alimentação correta e exercícios físicos, além de pensamentos e emoções mais alegres e equilibrados.

4.1 A repressão das enfermidades

Então a doença, mesmo sendo grave, nunca pode ser reprimida? E pode-se sempre aplicar a Homeopatia para toda e qualquer enfermidade? É preciso compreender muito bem os princípios expostos acima, a m de não perdermos o bom senso.

que adotar medidas repressivas da doença, mas não se pode considerar o processo como de ordem curativa. Ele apenas deterá momentaneamente o uxo mórbido, retomará o seu caminho mais tarde e a necessidade de se processar uma drenagem comedida e orientada para o processo se torna necessário para a ordem da casa e bem-estar do morador. A Homeopatia poderá fazer exatamente isso! Assim, todo bom senso é necessário ao Homeopata no acompanhamento do enfermo, que poderá optar por recursos alopáticos, como antibióticos e intervenções cirúrgicas, em paralelo ao tratamento homeopático, quando o enfermo, grave, não apresenta reações curativas.

4.2 Procedimentos de sucesso advindos via homeopatia

Se detivermos o esgoto dentro da casa, a situação a longo prazo, tanto do morador quanto da casa será prejudicada (FREIRE, 2004). No entanto, se estivermos diante de uma verdadeira encruzilhada, é preciso detê-la a custo, pois sua marcha violenta derrubaria toda a casa. Por isso, diante de doenças graves, que ameaçam a vida da pessoa, tem-se, por vezes,

É preciso considerar que determinadas condições orgânicas administram procedimentos médicos insubstituíveis que uma Homeopatia não poderá dispensar. Assim, diante de um organismo que chegou à falência completa de um órgão, há necessidade de dar a ele os serviços do órgão em falta (FREIRE, 2004). Um pâncreas que já não tem células para produzir insulina necessita de sua aplicação diária. Um rim que já não mais funciona deve ser substituído por uma máquina de diálise, coração que perdeu a sua irrigação sanguínea deve receber um aporte suplementar de sangue construído arti cialmente e assim por diante. A Homeopatia se reserva o direito de tratar o doente e sua tendência mórbida de adoecer, mas os órgãos podem estar de tal forma destruídos, que o tratamento convencional não pode mais ser dispensado, e isso deve ser caso a caso, diante do Homeopata que usa seus conhecimentos médicos convencionais para esta delicada avaliação. Samuel Christian Hanhemann concebeu a homeopatia, para que todos acesso a esta “Arte de Curar”.

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PRINCÍPIOS DA HOMEOPATIA

5.1. Lei dos Semelhantes

Hahnemann retomou o princípio da semelhança de Hipócrates (460 - 377 a.C.), quando realizou a primeira experiência com quinino em si mesmo e sentiu que havia encontrado a resposta à sua procura de uma arte de curar lógica e realmente e caz e curativa. Realizou suas experiências com metodologia cientí ca, obtendo resultados que podem ser reproduzidos quantas vezes se desejar.

Para melhor compreensão da diferença entre o princípio dos semelhantes e o princípio dos contrários, utiliza-se de uma imagem criada pelo Homeopata norte-americano Dr. Herbert A. Roberts. Imagine um trem, representando a enfermidade, que corre a uma determinada velocidade. Para aniquilar essa enfermidade, pode-se enviar um trem em sentido contrário, para destruí-lo, ou pode-se modi cá-la enviando um trem no mesmo sentido, mas em uma velocidade maior e que, após encontrá-lo, imprime ao conjunto uma nova velocidade. É assim que age o medicamento Homeopático: imprime à Energia Vital um padrão vibratório semelhante e mais forte que o preexistente. Pela Lei dos Semelhantes, o resultado de suas releituras dos Clássicos e, sobretudo, de suas próprias experiências, anuncia esta Lei Universal de Cura: similia similibus curantur. Exempli cando ainda mais, um medicamento capaz de provocar, em uma pessoa sadia, angústia existencial que melhora após diarreia e febre, curaria uma pessoa cuja doença natural apresente essas características.

5.2. Experimentação na pessoa sadia

As experimentações com substâncias preparadas Homeopaticamente, devem ser realizadas em homens sãos para que possam ser usados para curar homens doentes. A doença se manifesta não só por sinais objetivos observáveis

pelos sentidos, mas também por sintomas e sensações subjetivas. Não existem dois seres humanos exatamente iguais na saúde ou na doença; cada um tem sua individualidade, sua impressão digital. As experimentações são realizadas pela administração de uma determinada substância a um grupo de indivíduos, considerados saudáveis após passarem por exames clínicos e laboratoriais, e não sabem que substância está experimentando. Em cada experimentação, os sintomas físicos, mentais, emocionais, as sensações e alterações no modo de ser e estar, de reagir e interagir com o meio, que vão surgindo nos experimentadores, vão sendo cuidadosamente anotados e, posteriormente, classi cados e analisados, dando origem à Patogenesia. Muitos medicamentos foram experimentados e reexperimentados várias vezes e por muitos autores desde 1800. Outros medicamentos foram menos estudados e necessitam de novas experimentações para ampliar o conhecimento com relação ao seu campo de atuação ou potencialidade curativa. É a esses conjuntos de sintomas de um determinado medicamento registrados em livros especí cos, isto é, às Patogenesias, que o médico Homeopata recorre a m de encontrar o medicamento mais semelhante a cada caso, o medicamento que chamamos de Simillimum. Mohandas Gandhi descreve a homeopatia como a forma mais completa individualizada, não agressiva e mais econômica de se tratar. Gandhi, como toda a família real inglesa, David Beckham, Bono, todo o time de futebol da Alemanha, mostrado exaustivamente em vídeo durante a Copa de 2014, se tratam somente com homeopatia. Diante do exposto, é fácil entender a impropriedade e erro do conceito que “se o medicamento Homeopático não faz bem, mal não faz”. Como estudado, o medicamento Homeopático pode, potencialmente, provocar os mesmos sintomas que são capazes de curar. A m de conhecerem as potencialidades terapêuticas dos medicamentos, os Homeopatas realizam provas, chamadas Patogenesias; em geral são eles mesmos os expe-

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rimentadores. Tipicamente não se fazem experiências com animais, mas é e ciente ao tratar plantas e animais de pequeno e grande porte. Uma condição básica para a escolha do grupo de teste que sejam saudáveis. Esses medicamentos são capazes de alterar o estado de saúde da pessoa saudável e justamente o que se busca são os efeitos puros desses testes, a m de provocar curas em enfermos.

5.3. Doses in nitesimais com efeitos gigantescos

No início de suas experiências, Hanhemann (1845) usava medicamentos diluídos, porém ainda contendo matéria. Com o tempo decorrido, Hanhemann percebeu que essas diluições ainda eram su cientemente fortes para causarem, às vezes, sérias agravações quando os medicamentos eram administrados aos pacientes. Devido a essas reações indesejáveis, passou a diluir cada vez mais os medicamentos, percebendo que obtinha melhores resultados quando eram também agitados, em sucussões. Foi assim que seu estudo, aplicando em si próprio e médicos amigos voluntários, para o desenvolvimento destas pesquisas cientí cas que Hanhemann chegou às doses in nitesimais e dinamizadas. Hahnemann (1845) observou que à medida que a massa ia sendo diluída, mais energia as substâncias pareciam desprender pelo processo de agitação. Não era a quantidade de substância que importava, ao contrário, quanto menor a quantidade presente e quanto mais agitada era a diluição, maior potencial de energia curativa possuía. Portanto, o medicamento Homeopático é uma forma de energia que atua sobre a Energia Vital dos seres vivos, portanto, suscetível ao Pensamento dos mesmos.

o maior obstáculo à aceitação e adoção desse método terapêutico com maior amplitude pelos médicos em geral. Por lidar com sintomas subjetivos e com um tipo de energia extremamente sutil, as pesquisas devem ser realizadas dentro de um novo paradigma, com outros instrumentos de avaliação e análise dos resultados. A preparação homeopática dos medicamentos segue uma técnica própria que consiste em diluições in nitesimais seguidas de sucussões rítmicas, ou seja: mistura-se uma pequena quantidade de uma substância especí ca em água destilada a 70% e álcool de cereais a 30% e agita-se bastante. A tese é de que essa técnica “desperte” as propriedades latentes da substância. Isso é chamado de “dinamização” ou “potencialização” do medicamento, método criado por Hanhemann (1845) após extensivas pesquisas. Toma-se o cuidado de prescrever a menor dose possível, porquanto o poder do medicamento homeopaticamente preparado é grande e há pessoas sensíveis a ele. Conta-se com a sabedoria do corpo físico que entrega no órgão acometido a dosagem correta do medicamento homeopático.

5.4. Medicamento único para a cura

Primeiro o Homeopata avalia se a natureza individual está a “pedir” intervenção com medicamento, pois esse é um dos meios que o médico tem para auxiliar a pessoa, não o único. Sendo a rmativo o caso, use-se um medicamento por vez, levando-se em conta a totalidade sintomática do paciente. Então, assim que vir seus efeitos, avalie se a resposta foi e caz e sua e ciência é ou não possível. Após um primeira prescrição, se pode fazer uma leitura prognóstica, ver se é necessário repetir uma dose, modi car o medicamento ou aguardar uma evolução.

A dose diminuta prescrita pelo homeopata não é mera diluição ou atenuação da droga forte. Ela é o que se chama potência, isto é, algo que possui poder. As doses mínimas e dinamizadas, que sempre foram e continuam sendo inseparáveis da prática homeopática, têm sido com certeza

É surpreendente que Hanhemann tenha enunciado os princípios da Homeopatia no nal do século XVIII, somente como resultado da observação, pois só no século XX é que a expressão integral desse preceito começou a ser notada

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pelos cientistas, com destaques para pesquisas de Jorge Vithoulkas, Masaru Emoto, Jacques Benveniste, Fritjof Capra, C.G.Jung, Lovelock, Lynn Margulis, Gregory Bateson, Humberto Maturana, Lorenz, Niels Bohr, dentre vários outros que continuam a inspirar e educar um segmento que atua em saúde com e ciência.

É que esta pequena lista mostra cientistas de ramos muito diferentes e que a relação de suas pesquisas com a Homeopatia pode não ser direta, mas todos aqui enumerados têm algo muito forte em comum: a ruptura com a visão cartesiana-positivista de parte substancial da ciência ocidental. Depois de Hanhemann, a Homeopatia expandiu-se, tendo seu desenvolvimento e sua proposta diferentes níveis nas várias regiões do mundo. Por exemplo, na Índia e no Brasil, a Homeopatia faz parte das políticas o ciais de saúde. Já na Argentina está banida das políticas públicas, chegando a ser proibida em províncias.

6. IDEOLOGIA DA HOMEOPATIA PARA O SUCESSO E HOMEOSTASE DO CLIENTE

6.1. Unicismo - Prescrição de um único medicamento, igualmente a Hanhemann.

6.2. Pluralismo - É chamado também de Alternismo: dois ou mais medicamentos administrados em horas distintas, um complementando o outro; um exemplo de Fórmulas em papéis que são somente uma vez por semana.

6.3. Complexismo - são prescritos dois ou mais medicamentos que podem ser administrados simultaneamente. A indústria produz em larga escala medicamentos complexos, que têm objetivos de tratamento de doenças particulares, não considerando a lei dos semelhantes.

tra Leda Ohana, uma das fundadoras do AME-RIO, Associação Médica do Rio de Janeiro.

6.5. Energia Vital- Energia interna responsável pela manutenção da homeostasia interna, a publicação essas fundamentos ocorreu em uma época anterior uma criação da ciência siologicamente, necessidade de explicar a ação do medicamento Homeopático sobre a Energia Vital. (...)

A Energia Vital é igual à força bruta das coisas da natureza, que segue um curso a m de manter a homeostase e saúde integral do ser. O Organon de Medicina Homeopática diz que há, no estado de saúde, a Força Vital imaterial, autocrática, que dinamicamente anima o corpo material, o organismo, reina com poder ilimitado e mantém todas as suas partes em admirável atividade harmônica, nas suas sensações e funções, de maneira que o espírito dotado de razão que reside em nós, possa atuar por meio desse instrumento vivo e consiga atender aos mais altos ns de sua existência.

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao tratar um paciente com homeopatia, trata-se a doença como uma desordem aparentemente localizada, encarando o homem doente com suas particularidades, o meio que o envolve, sua bagagem de todos os dias, psicoafetivas, alimentares, infecciosas, medicamentosas, vacinais etc. O homeopata leva em conta o homem na sua totalidade, com suas particularidades, seu modo de reagir em face da doença, naquilo que tem de mais pessoal, apegando-se às reações mais particulares, a m de não confundi-las com manifestações banais.

6.4. Organicismo - O medicamento prescrito conforme o órgão doente. Esta prática aproxima-se muito da Alopatia, praticada com sucesso por 52 anos de Clínica Homeopática pela pedia-

Somente uma singularidade dos sintomas expressos permite uma individualização da doença e uma terapia integral personalizada para tratá-los. É preciso sobressair que o homeopata precisa considerar, para uma síntese do homem

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doente, a absoluta necessidade de se estabelecer um diagnóstico preciso, um perfeito interrogatório, um exame clínico minucioso e apoiando-se, se necessário para, em técnicas de investigação habitual, como exames de laboratório e outros. A maioria das pessoas tende a pensar e ver as coisas de forma mecanicista: o corpo é tido como algo em estado de inércia. Se ele adoece, a causa foi um motivo externo. Para reagir ou melhorar, precisa de outro fator causal: um efeito químico, molecular, etc. Entretanto, o corpo é algo com vida própria. E entende-se o caso como ensaio mesmo dessa força, é algo vivo, e é fácil fazer o trabalho se dermos a ele um tratamento que coloca suas próprias forças em movimento no sentido da cura, impulsionadas pela ação do Medicamento Homeopático.

A avaliação compreenderá as dimensões físicas, psicológicas, sociais e culturais, pois a doença é vista como uma expressão da ruptura das diferentes dimensões e agregam valor ao recibo. Por ser um tratamento natural, fortalecendo a relação médico-paciente como um dos elementos fundamentais da terapêutica, promove uma humanização na atenção, estimula o autocuidado e a autonomia do paciente; atuante nas doenças crônicas não transmissíveis, doenças respiratórias, Alergias e transtornos psicossomáticos e a tratamentos hospitalares obrigatórios emergenciais.

Os remédios homeopáticos são feitos com base em substâncias de origem vegetal, mineral e animal várias vezes diluídas (geralmente, uma parte para 99 de água ou álcool). Por isso, os especialistas defendem que elas não pioram os sintomas nem suportam risco de toxicidade.

Os medicamentos podem ser administrados em glóbulos, como uma maioria das pessoas conhece, em gotas, xarope, unguentos, papelotes ou pomada, por exemplo. A Homeopatia é certamente uma alternativa correta, e caz, de baixo custo e e ciente personalizado que promove

uma cura e fornece Energia Vital para o cliente. No entanto, sem a consideração da possibilidade da existência da Energia Vital no ser, a ideia de Hanhemann (1845) não pode chegar a fazer pleno sentido, pois o medicamento Homeopático conta com esse cenário como item essencial.

A sociedade age inconscientemente conforme o modelo moderno no qual foi instituída. A prática homeopática ainda é motivo de controvérsia em certos círculos porque não se encaixa no método formal de investigação pela comunidade cientí ca. O princípio da ultra diluição, por exemplo, um de seus pilares, intriga os cientistas. Faltam argumentos canônicos para sua eciência, mas, também, para contestá-la.

A homeopatia vem com sua defesa e credibilidade na sociedade cientí ca junto a uma população leiga. Há uma crescente preocupação em visualizar o homem como um fator de produção. O insucesso da Alopatia em muitos contextos está promovendo uma busca pela Homeopatia, que possibilita tratamento com o benefício e possibilidade de equilíbrio e prevenção de outras enfermidades.

O médico humanizado ouve com interesse seus pacientes. Ouvir aprimorando a pessoa do facultativo, dá-lhe mais satisfação, além de aumentar também a satisfação pro ssional de seus clientes. Ouvir é, portanto, uma habilidade a ser cultivada para que o exercício pro ssional da homeopatia ou de qualquer terapia em saúde, e deve ser continuadamente renovada e dinamizada junto a Clientes que, sob o pretexto de um sintoma ou doença, venham a procurar o Homeopata para estabelecer um relacionamento pro ssional e humano aprofundado, a base da relação médico-paciente. Novas pesquisas cientí cas devem ser elaboradas a m de sedimentar uma con ança nessa forma suave, de baixo custo e segura de tratamento único para a sociedade como um todo.

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Revista de Estudos

HOMEOPÁTICOS

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