Revista do Aço - Edição 16

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LATÃO

INOX

COBRE

ALUMÍNIO

Ano IV - edição 16 - 2015

s a v i t 5 a t 1 c 0 e 2 p x a r E a p



índice Evento TUBOTECH garante oportunidades de negócios para o setor em 2015 ..................... 14

Investimento Starrett triplica linha de produção do aço Bi-metal Unique™ ........................................ 18

Mercado Dados da Abimaq mostram avanço na exportação de máquinas ................................ 20

Empresa Metasil completa 22 anos............................................................................................................. 22

Capa Cenário de incertezas para 2015................................................................................................ 24

Transporte Furacão das turbulências da economia afetou os transportes ....................................... 33

Agricultura Período tortuoso ao agronegócio ............................................................................................. 40

Caderno Infosolda Procedimentos de soldagem ...................................................................................................... 44

Classificados................................................................................................................................ 48 REVISTA DO AÇO – Ano IV – Número 16 – é uma publicação bimestral da Editora Revista do Aço. Editor-chefe Marcelo Lopes (marcelo@revistadoaco.com.br) Edição Carlos Alberto Pacheco (Mtb 14.652-SP 2) (redacao@revistadoaco.com.br) Projeto Editorial Revista do AÇO® Projeto Gráfico Elbert Stein (artes@revistadoaco.com.br) Capa Carla Giusti

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Colaboradores desta edição Laura Calado e Luiz Gimenes Publicidade e Comercial Marcelo Lopes – (11) 9 7417-5433 (marcelo@revistadoaco.com.br) Luis Cortez – (11) 9 9125-8489 (cortez@revistadoaco.com.br) Impressão e Acabamento Mundial Graff Ltda Tiragem 12.000 exemplares

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Divulgação

QUEDA NA COMPRA DAS DISTRIBUIDORAS DE AÇOS PLANOS As compras das distribuidoras de aços planos somaram um volume total de 351,5 mil toneladas em janeiro, uma queda de 5,9% em relação ao mesmo mês do ano passado, informou o Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço (Inda). Na comparação com dezembro de 2014, houve alta de 25,2% nas compras, acima das projeções da entidade, que apontavam para alta de 20%. O levantamento inclui chapas grossas, laminados a quente, laminados a frio, chapas zincadas a quentes, chapas eletro-galvanizadas, chapas pré-pintadas e galvalumes. As vendas dos distribuidores, por sua vez, diminuíram 16,1% ante janeiro de 2014, para 342,4 mil toneladas. Sobre o mês imediatamente anterior, o avanço foi de 26,6%, ligeiramente acima da projeção do Inda, de 25%. Para fevereiro, a expectativa da rede associada é de retração de cerca de 10% nas compras e nas vendas. Os estoques tiveram alta de 0,9% em janeiro, na comparação com o mês anterior, atingindo 1,058 milhão de toneladas. O giro dos estoques caiu para 3,1 meses, ante os 3,9 meses em dezembro. As importações avançaram 30,9% em janeiro na comparação com o mesmo mês do ano passado, para 165 mil toneladas. Em relação a dezembro, a alta foi de 47,8%.

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ISCAR REDUZ ENTREGA PRAZO PARA ENTREGA DE FERRAMENTAS A Iscar do Brasil instalou um novo Centro de Usinagem 5 eixos para fabricação de ferramentas especiais de grande complexidade e alta precisão. O equipamento é o segundo do tipo a entrar em operação na filial brasileira e, combinado com a primeira máquina idêntica, já em atividade desde 2012, compõem agora uma célula gêmea ainda mais produtiva e eficiente. O objetivo é reduzir o lead time de fabricação de brocas Sumocham especiais e atender a demanda do mercado de usinagem. “A broca Sumocham vem sendo cada vez mais utilizada pela indústria metalmecânica de um modo geral, em aplicações diversas onde até então eram usadas apenas brocas sólidas de metal duro e também em muitas outras situações onde não é viável o uso do metal duro, seja por limitações de blank ou mesmo alto custo da ferramenta”, informa Marcos Silva, engenheiro de produto da empresa. Informações: www.iscar.com.br

RCO APOSTA EM CRESCIMENTO DE 20% A RCO, fabricante de soluções industriais para a área de infraestrutura e automobilística, projeta crescimento de 20% para 2015, apesar das estimativas de crise no setor de infraestrutura em geral. Os números refletem a estratégia de ocupação de mercado estruturada pela empresa e que já mostrou resultados no ano passado, quando a companhia apresentou crescimento considerável de 35%. “Historicamente, tivemos o nosso melhor mês de janeiro”, adianta Carlos Donizetti de Oliveira, diretor executivo da RCO, cujas duas unidades de produção estão baseadas em Tambaú, interior de São Paulo. Na área de produtos especiais – soluções para o mercado automobilístico – a RCO apresentou um crescimento de 50% em 2014 e deve ter um resultado positivo de 20% em 2015. Nesse caso, a aposta continua sendo o atendimento de fabricantes de pneus em plantas que atendem as grandes montadoras brasileiras.

Fotos: Divulgação

RACIONAMENTO DE ENERGIA AMEAÇA PRODUÇÃO METALMECÂNICA O custo de energia elétrica para a indústria brasileira deve subir aproximadamente 43% este ano, segundo a dados da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan). O Espírito Santo já tem a 4ª maior tarifa do país, com R$ 481,36 (MW/h), valor mais alto do Sudeste. Além do aumento, o risco de racionamento também preocupa os empresários do setor metalmecânico capixaba. De acordo com o presidente do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas e de Material Elétrico (Sindifer), Manoel Pimenta, a produção do setor poderá ser reduzida ainda mais com o racionamento. “Analisamos o cenário da energia no país e a situação é preocupante. As empresas têm feito uso racional e buscado fontes alternativas de energia, mas ainda corremos o risco de retração na produção e faturamento”, adianta.

Informações: www.rco.ind.br

Revista do Aço •

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MINISTRO DO PLANEJAMENTO RECEBE DIRETORIA DA ABIMAQ O presidente da Abimaq, Carlos Pastoriza, o presidente executivo, José Velloso, e o diretor de competitividade, Mario Bernardini, reuniram-se em Brasília, com o ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, Nelson Barbosa. A direção da associação está participando de reuniões com os novos ministros, recém-nomeados, para apresentar o cenário atual enfrentado pela indústria de máquinas e equipamentos e discutir medidas a favor da retomada da competitividade. Os encontros têm como objetivo verificar o andamento de pleitos do setor e, principalmente, garantir junto ao governo o compromisso de que não haverá aumento de carga tributária para a indústria e que conquistas alcançadas nos últimos anos sejam mantidas. De acordo com Velloso, o ministro demonstrou boa receptividade em relação aos pleitos debatidos, ressaltando, porém, que 2015 será um ano de ajustes e que uma contração da economia é certa. Na ocasião, foram discutidos os seguintes temas: Regimes especiais, Modermaq, Finame, reforma do PIS/Cofins, novos aumentos de impostos, manutenção da desoneração da folha de pagamentos, margem de preferência e Reintegra. Informações: www.abimaq.org.br

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• Revista do Aço

SOLUÇÕES PARA MOVIMENTAÇÃO DE CARGAS A AGMOV, empresa especializada em desenvolvimento de materiais especiais voltados para segmentos que realizam movimentação, amarração e elevação de cargas, começa 2015 com uma série de novidades. Segundo o diretor da empresa, Vagner Martins, foram estudadas várias instalações de clientes para desenvolvimento dos produtos. “Ao longo do ano passado, desenvolvemos, por exemplo, o Bastão Balizador. É um equipamento que auxiliar o operador responsável pela movimentação de uma carga estabelecer uma distância segura sem perder o contato com a peça a ser movimentada”, revela Vagner Martins. Informações www.agmov.com.br

Divulgação

FORNOS JUNG TERÁ OPERAÇÃO NOS ESTADOS UNIDOS A Fornos Jung, localizada em Blumenau (SC), foi selecionada para o Programa Exporta SC, do Sebrae, para estabelecer uma sede em Fort Lauderdale, na Flórida (EUA). A Jung está entre os 50 empreendimentos catarinenses que participarão do sistema de incubadora de negócios do Sebrae que visa incentivar a internacionalização das micro e pequenas empresas do estado. Até o fim de agosto a empresa deve estar operando no Estados Unidos. Segundo Jonas Luchtenberg, diretor da Fornos Jung, a internacionalização da empresa por meio do programa irá melhorar a competitividade no mercado brasileiro. “O cenário econômico brasileiro está num momento pessimista e de alta volatilidade, uma condição cíclica e historicamente normal. Participar do Exporta SC nos permitirá estruturar a empresa para buscar oportunidades em outros mercados, com cenários e expectativas distintas”, revela. Nos meses de março e abril, as empresas selecionadas realizam missões internacionais para cursos sobre vendas. Durante o primeiro semestre deste ano, o Sebrae ainda promove consultorias, assistência jurídica, administrativa, fiscal, de logística e de marketing, além de capacitações sobre o mercado americano, além de análise e adaptação dos modelos de negócio para cada empresa.


The Bright World of Metals

TUZZI LANÇA MÃO DE SOFTWARES DE PONTA E PROJETOS AGRÍCOLAS GANHAM MAIOR AGILIDADE Agregar ao processo softwares de ponta e novas tecnologias com o foco no desenvolvimento de projetos agrícolas de alto desempenho têm sido cada vez mais um dos objetivos da Tuzzi, empresa desenvolvedora e fabricante de peças e componentes para o setor. Para César Bonacini, gerente comercial da Tuzzi, a estratégia de incorporar softwares inovadores auxilia no desenvolvimento de produtos de alta qualidade, o que acrescenta confiabilidade à marca. “Ele simula a conformação do material, reduzindo tempo de desenvolvimento, custo, desgaste de ferramental e, ainda, aumenta a produtividade”, argumentou. Assim como a criação do Centro Tecnológico, esses investimentos estão entre os objetivos da empresa de estar entre os melhores fornecedores mundiais de peças agrícolas.

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Informações: www.tuzzi.com.br worldwide

POWERMATIC NA NOVA FÁBRICA DA HONDA AUTOMÓVEIS O primeiro pacote de montagem dos dutos Powermatic na nova fábrica da Honda, em Itirapina, interior de São Paulo. A obra tem entrega prevista para o mês de abril. Na unidade da montadora em Itirapina, estão sendo fornecidos dutos para instalação no prédio de pintura. Entre os produtos comercializados estão dutos de exaustão, produzidos em aço inox, flangeados e soldados, e dutos calandrados flangeados, soldados e isolados em inox, além de dutos espiralados e chaminés galvanizadas, em alumínio ou em inox.

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THYSSENKRUPP REVERTE PREJUÍZO A siderúrgica alemã ThyssenKrupp alcançou lucro líquido consolidado de 43 milhões de euros em seu primeiro trimestre fiscal, terminado em dezembro. No mesmo período do exercício anterior, a empresa havia registrado prejuízo de 70 milhões de euros. O balanço mostra que a receita líquida da companhia avançou 10,5% em 12 meses e terminou em 10,04 bilhões de euros. A área que mais contribuiu com o faturamento foi a de matérias-primas, com crescimento de 24,9%, para 3,42 bilhões de euros. A empresa também observou bom desempenho na unidade de componentes para o setor de tecnologia e no segmento de elevadores. Os custos, porém, avançaram em ritmo semelhante, de 10%, e somaram 8,41 bilhões de euros. As despesas com vendas subiram 2,2%, para 700 milhões de euros, e as gerais e administrativas foram cortadas em 1,6%, para 543 milhões de euros. O lucro operacional teve expansão de 81,3% e terminou em 281 milhões de euros. No Brasil, o grupo ThyssenKrupp controla a Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA). A empresa, que integra a área chamada de Steel Americas da alemã, viu seu prejuízo operacional aumentar de 1 milhão de euros no primeiro trimestre fiscal do exercício anterior para 11 milhões de euros no mesmo período de 2014/2015. No Brasil, a companhia obteve receita líquida de 502 milhões de euros, queda de 6,7%. O relatório que acompanha o balanço afirma que grande parte dessa redução se deve a paradas que foram realizadas na produção e o grupo lembra que a demanda por placas de aço de alta qualidade continua forte tanto na América do Sul como na do Norte.


Informações: brafer.com

Divulgação

BRAFER TRABALHA NA FABRICAÇÃO DE PONTES DA VALE A empresa está trabalhando em dois contratos de pontes da Vale com fornecimento e montagem. Um deles trata-se da ponte ferroviária sobre a rodovia PA 150, em Marabá-PA. A fabricação aconteceu na Brafer Araucária com aço qualidade SAC-350. “A ponte é composta por um vão de 32 metros e mais dois vãos de 20 metros. O vão de 32 metros foi dividido em três vãos, um com 12 metros, e outros dois com 10 metros. A composição final deste vão com 32 metros foi executada em campo, soldada”, explica a engenheira e gerente de Contratos da Brafer, Ângela Mariani. Já o segundo contrato com a Vale envolve a fabricação de 17 viadutos rodoviários sobre a ferrovia. A estrutura metálica é fornecida e montada nos estados do Maranhão e do Pará. Os viadutos serão fabricados em aço SAC-300 na filial Rio de Janeiro. “Já temos três viadutos fabricados até o momento. Todas as estruturas serão compostas em campo com parafusos, diferente da PA 150 que foi inteira soldada”, completa a engenheira.



USIMINAS APOIA PROJETOS NO VALE DO AÇO Por meio do Instituto Cultural Usiminas, a empresa apoiará uma série de iniciativas voltadas para a capacitação, desenvolvimento e prestação de serviços à população das comunidades onde está presente, com destaque para o Vale do Aço. De acordo com o presidente da Usiminas, Rômel Erwin de Souza, os patrocínios reforçam a atuação da empresa em Ipatinga e seu papel na democratização da cultura, do esporte e o compromisso social com a população da cidade. “Nossos projetos estão sempre focados na inclusão, formação e desenvolvimento do cidadão. Além de ações culturais, também estamos incentivando o esporte, por meio de capacitação e oportunidades para crianças e jovens, e projetos de cunho social. Mesmo com um cenário econômico de muitos desafios para o mercado siderúrgico, estamos sempre em busca de alternativas e parcerias para contribuirmos com o desenvolvimento das comunidades”, afirma o presidente. Dos projetos culturais, a gerente-geral de Desenvolvimento Social da siderúrgica e diretora do Instituto Cultural Usiminas, Mariana Martins, destaca a importância da 6ª edição do Circuito Usiminas de Cultura. O Circuito visa a integração entre cultura e educação por meio de ações externas, realizadas nas escolas públicas em praças e espaços das comunidades, com foco na valorização da formação do cidadão. Como nos outros anos, o evento promoverá apresentações teatrais, oficinas, espetáculos circenses e exibição de filmes. Informações: www.usiminas.com

GOVERNO DEVE LANÇAR PLANO DE EXPORTAÇÕES O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro Neto, confirmou que o governo deve anunciar no início de março o Plano Nacional de Exportações, uma das bandeiras defendidas no início de sua gestão, junto a uma agenda de reformas microeconômicas. O ministro disse acreditar que o atual patamar do dólar frente ao real (mais alto frente ao ano passado) oferece uma perspectiva positiva para o país retomar as exportações. Segundo ele é preciso dar maior ênfase a acordos bilaterais e colocar os Estados Unidos no centro da estratégia da política comercial brasileira, junto de países da América Latina como Chile, Peru, Colômbia e México. Fotos: Divulgação

MOVIMENTO NO PORTO DE SANTOS BATE RECORDE O Porto de Santos, superando as estimativas divulgadas, movimentou no ano passado 111,1 milhões de toneladas de cargas. Esse volume é o segundo maior da história do porto, ficando abaixo somente 2,6% do apurado em 2013 (114,0 milhões t), considerado um ano atípico na curva de movimentação do complexo portuário. Em dezembro, a Codesp estimou que o movimento de cargas atingiria 110,5 milhões t em 2014. Esse resultado foi determinado pelo recorde obtido na movimentação do mês de dezembro (9,0 milhões t), que ficou 6,2% acima do mesmo período do ano anterior (8,4 milhões t). As exportações tiveram um crescimento, no mês, de 5,9%%, totalizando 6,0 milhões t, enquanto as importações aumentaram 6,9%, somando 2,9 milhões t. O presidente da Codesp, Angelino Caputo, explica que a movimentação de cargas em 2014 foi afetada por uma combinação de fatores decorrentes de aspectos climáticos, preços das commodities agrícolas e conjuntura econômica internacional desfavorável. No acumulado do ano, as exportações chegaram a 76,5 milhões t, decrescendo 33,7% em comparação com o apurado no ano passado. Já as importações em 2014 (334,5 milhões t) se mantiveram no mesmo patamar de 2013 (34,5 milhões t).

Revista do Aço •

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Julio Soares

VOESTALPINE CONSEGUE FUNDIR AÇO E ALUMÍNIO O soldador austríaco Alois Leitner funde tiras de ligas de aço e alumínio no que pode ser parte de um avanço histórico. O trabalho de Leitner em um pequeno laboratório na periferia dessa cidade industrial perto da fronteira tcheca parece muito simples - mas esses dois metais básicos são reconhecidamente incompatíveis. O processo da Voestalpine não é fácil nem barato. A empresa usa uma solda especial e um maçarico quente o suficiente para derreter o alumínio, mas não o aço. O processo, chamado de transferência de metal a frio, emprega gás argônio para evitar a oxidação. Por fim, o aço é revestido com zinco para ligar o aço, a solda e o alumínio. A empresa espera reduzir os custos em cerca de 35% para tornar o processo acessível para veículos de alto padrão. Para que seja comercialmente viável, a empresa afirmou que precisaria de mais clientes, que ajudariam a pagar pelos ajustes necessários para refinar o processo e deixá-lo mais barato. O benefício pode ser gigantesco. Informações: www.voestalpine.com

ARCELOR MITTAL REDUZ PREJUÍZO EM 20% O grupo ArcelorMittal, líder mundial na produção siderúrgica, reduziu seu prejuízo líquido em 20% no quarto trimestre de 2014 ante o mesmo período do ano anterior - de US$ 1,2 bilhão para US$ 955 milhões. A receita da companhia caiu 5,6% na mesma comparação, somando US$ 18,7 bilhões. O balanço foi afetado, em grande parte, por uma baixa contábil de US$ 264 milhões no trimestre relacionada com operações de aço e minério de ferro, assim como por movimentos cambiais adversos. A empresa destaca ainda os custos líquidos de financiamento, que totalizaram mais de US$ 800 milhões durante o quarto trimestre. Por outro lado, o resultado do intervalo não contou com custos com reestruturação, que, em 2013, no mesmo intervalo, custaram à empresa US$ 379 milhões. No Brasil, a receita da gigante do setor siderúrgico ficou estável na comparação anual, em US$ 2,54 bilhões de outubro a dezembro. No país, a projeção em relação ao crescimento da demanda feita pela siderúrgica aumentou de 1% para 2%.

POSIÇÃO DO BRASIL NO MERCADO MUNDIAL DE FERRO E AÇO Para o Brasil, a China é um país importante em vários aspectos. É o maior comprador de minério de ferro brasileiro, com 58% do minério de ferro brasileiro é exportado para a China. A Europa Ocidental é também um mercado essencial, um importante diferenciador comparado aos rivais brasileiros australianos. Contudo, as exportações chinesas de aço acabado inundam a América Latina, que é agora o segundo maior mercado chinês, correspondendo a cerca de 10% de suas exportações totais desse aço. O Sudeste Asiático e o Oriente Médio são outras áreas que verificaram um grande aumento do volume de aço de origem chinesa, aumentando a concorrência com a CEI. O World Steel Conference da CRU volta ao Brasil. Em seu 21º ano, este bem-sucedido congresso fornecerá aos participantes as últimas informações sobre as tendências do mercado global de aço e sessões em profundidade.

Revista do Aço •

Divulgação

Informações: brasil.arcelormittal.com

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Tuper

EVENTO

TUBOTECH garante oportunidades de negócios para o setor em 2015 F EIRA PARA O SETOR DE TUBOS, VÁLVULAS , BOMBAS , CONEXÕES E COMPONENTES ACONTECERÁ EM OUTUBRO Redação – redacao@revistadoaco.com.br

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• Revista do Aço

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8ª edição da Tubotech - Feira Internacional de Tubos, Válvulas, Bombas, Conexões e Componentes – vai acontecer entre os dias 6 e 08 de outubro de 2015, no São Paulo Expo Exhibition & Convention Center, em São Paulo, no clima de que a economia brasileira volte a andar nos trilhos a partir do quarto trimestre deste ano e início de 2016. Considerado o principal evento do segmento da América Latina, a feira é realizada pela Associação Brasileira da Indústria de Tubos e Acessórios


Evento

de Metal (Abitam), que desde 1957 tem assumido os papéis necessários para o desenvolvimento do setor de tubos e acessórios de metal. Organizada pela Fiera Milano, empresa italiana fundada em 1920 e uma das cinco maiores promotoras de feiras do mundo; e promovida pela Tarcom Promoções, que, fundada em 1985, tem ampla experiência no desenvolvimento de negócios e no fomento de feiras e eventos de destaque nacional e internacional. Tubos, válvulas, bombas e conexões são produtos amplamente utilizados em diversos setores industriais, como automotivo, linha branca, construção metálica, óleo e gás, alimentício, móveis, mineração, tintas e de infraestrutura, dentre inúmeros outros, e o desempenho destas indústrias está atrelado à performance da

economia nacional. Segundo Luciano Targiani, diretor-executivo da Tarcom Promoções, o mercado enxerga a Tubotech como uma ferramenta para os negócios e uma solução para ampliar mercados. “Quando há imprevisibilidade na economia, especialmente, enfrentar as situações adversas com lucidez, serenidade e inteligência é essencial para se traçar estratégias competentes. E expor em uma feira como a Tubotech garante uma oportunidade real para a expansão dos negócios do setor no atual contexto econômico, porque com baixo investimento e elevado foco, permite às empresas expositoras a possibilidade de manter contato direto não só com clientes ativos, mas sobretudo com potenciais, tanto de setores já compradores quanto dos inúmeros outros que visitam o evento. Criada em


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2003 a Tubotech acompanhou a evolução da indústria de tubos, bombas, válvulas e conexões, tornando-se no Brasil a única e mais completa plataforma de marketing

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Evento

e mídia para o setor, e no mundo, uma das maiores”, afirma Targiani. O evento desse ano apresentará fabricantes, distribuidores e prestadores de serviços das áreas de tubos, válvulas industriais, bombas e motobombas, conexões, máquinas e equipamentos, componentes e acessórios. Com a participação de representativos players nacionais e internacionais, a feira reforçará o perfil do setor, uma indústria empreendedora e organizada. “Nosso compromisso é com o desenvolvimento e a evolução permanente do setor. Estamos investindo na criação de novas ações para potencializar ainda mais a participação de expositores e visitantes, como a realização de um congresso organizado pela Abitam, que trará programação de palestras de alta relevância para o setor, e do Matchmaking Tubotech, que tem o objetivo de ampliar as possibilidades de negócios através de reuniões previamente agendadas entre compradores e vendedores”, conclui Targiani. Simultaneamente à Tubotech acontecerá a 2ª edição da Wire South America - International Wire and Cable Fair realizada pela empresa alemã Messe Dusseldorf, organizada pela Fiera Milano e promovida pela Tarcom Promoções. Os eventos conjuntos devem reunir mais de 500 expositores, em área de 32 mil metros quadrados, com expectativa de 15 mil visitantes. “A realização dos eventos, em um mesmo local, potencializa os resultados e as oportunidades em diversos segmentos, complementando de forma sinérgica as necessidades dos visitantes. Os eventos contam com a presença de empresas nacionais e internacionais, apresentando tecnologias diversas e uma multiplicidade de soluções inovadoras”, afirma Marco Antonio Mastrandonakis, diretor-geral da Fiera Milano Brasil. www.tubotech.com.br Revista do Aço •

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INVESTIMENTO

Starrett triplica linha de produção do aço Bi-metal Unique™ F ÁBRICA DE ITU RECEBEU APORTE DE R$ 20 MILHÕES Redação – redacao@revistadoaco.com.br Imagens: divulgação/ fotógrafo: Alexandre Chiacchio

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Starrett, empresa produtora de serras, ferramentas e instrumentos de medição, instalada no Brasil desde 1956, investiu 20 milhões de reais na ampliação da linha do aço Bi-metal Unique™, na fábrica de Itu, interior de São Paulo. A matéria-prima, patenteada pela Starrett, é utilizada na fabricação de serras, que possuem tecnologia avançada para o corte de metais e outros materiais. O valor total do investimento refere-se à grande infraestrutura necessária para instalação dos nove containers de equipamentos que montados darão forma a uma nova linha de produção do aço Bi-metal Unique™. “São 20 milhões de reais investidos no Brasil para poder atender a demanda do mercado nacional e

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• Revista do Aço

de exportação”, afirma o diretor de marketing da América Latina, Christian Arntsen. Segundo ele, a linha de produção do aço Bi-metal Unique™ da fábrica de Itu já estava trabalhando quase no limite de capacidade, devido ao crescimento das vendas no Brasil e na América Latina. “A novidade vai aumentar a capacidade de produção do aço Bi-metal Unique™ em até três vezes e impulsionará a exportação de serras acabadas para a América Latina e para o mundo. Além disso, a fábrica fornecerá matéria-prima para outras fábricas de serras do grupo Starrett nos Estados Unidos, na Europa e na China”, explica o diretor industrial da Starrett do Brasil, Reinaldo Dias Baptista.


Investimento

Com a vinda do novo maquinário, a expectativa para 2015 é aumentar o faturamento anual em 15%. No último ano, a empresa cresceu 8% em relação a 2013. A Starrett possui um avançado e atuante centro de pesquisas e desenvolvimento, que tem previsão de investimento anual de R$ 2 milhões em P&D de novos produtos e tecnologias. Revolução na era do aço “O desenvolvimento do aço Bi-metal Unique™ representa a principal evolução nos sistemas de corte dos últimos 40 anos. É um verdadeiro divisor de águas que se traduz em tecnologia de ponta na produção de matéria-prima para fabricação de serras”, afirma o diretor de marketing da America Latina, Christian Arntsen. Em estudos desenvolvidos nos laboratórios Starrett, seguindo normas internacionais da British Standard,

uma lâmina de serra manual, produzida com o aço Bi-metal Unique™, mostrou durabilidade 22% superior às tradicionais, com um tempo de corte que superou os outros produtos similares em 20%. Patenteado pela The L. S. Starrett Co, o Bi-Metal Unique™ une o aço liga e o aço rápido, formando o bi-metal mais resistente do mercado, já que a área de contato entre os aços é 170% maior que dos bi-metais convencionais. Para o consumidor, essa tecnologia significa maior qualidade e menor custo por corte, pois as serras fabricadas com este aço são praticamente inquebráveis, mesmo sob as mais diversas condições de corte. O Sistema de Gestão da Qualidade Starrett está certificado desde 1995 pelo Bureau Veritas Certification, com o Certificado NBR ISSO 9001:2008, INMETRO e UKAS.


MERCADO

Dados da Abimaq mostram avanço na exportação de máquinas VENDA DE CAPITAL MECÂNICOS PARA O EXTERIOR SOMARAM US$ 13,4 BILHÕES EM 2014

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Da Redação – redacao@revistadoaco.com.br

s exportações brasileiras de bens de capital mecânicos somaram US$ 13,4 bilhões no ano passado, um aumento de 7,4% sobre 2013, de acordo com dados divulgados pela Associação Brasileira das Indústrias de Máquinas e Equipamentos (Abimaq). As vendas externas responderam por 45% do faturamento desta indústria em 2014, acima da média histórica de 32%, segundo a entidade. Em dezembro isoladamente, os embarques de máquinas e equipamentos renderam US$ 1,153 bilhão, uma queda de 13,7% em relação ao mesmo mês de 2013, mas um crescimento de 16% em comparação com novembro de 2014. Entre os segmentos exportadores, de acordo com a Abimaq, o destaque no ano passado foi o de bens

para infraestrutura e indústria de base, cujas vendas externas cresceram 20,6% sobre 2013. Outra área que avançou acima da média nas exportações foi a de máquinas para as indústrias de petróleo e de energias renováveis. No último caso, o aumento foi de 53,5%, mas a participação da atividade no desempenho global foi menor. Os principais destinos dos bens de capital brasileiros em 2014 foram a América Latina, com exportações de US$ 4,565 bilhões; Europa, com US$ 3,84 bilhões; e Estados Unidos, com US$ 3,225 bilhões. No primeiro caso, a Abimaq informou que as vendas para países latino-americanos “tiveram uma queda relativa preocupante a partir de 2011”. Por outro lado,

Exportação por setores

Exportação por destinos

Setores com sua participação no total

US$ bilhões

FONTE: Secex; Elaboração DCEE/ABIMAQ

FONTE: Secex; Elaboração DCEE/ABIMAQ

DCEE-Departamento de Competitividade, Economia e Estatística

DCEE-Departamento de Competitividade, Economia e Estatística

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• Revista do Aço


Mercado

os embarques para a Europa avançaram 5,7% de 2013 a 2014, e para os EUA, 25,1% na mesma comparação. Importações Na outra mão, as importações de máquinas e equipamentos pelo Brasil somaram US$ 28,7 bilhões no ano passado, uma redução de 12,1% sobre 2013. Em dezembro, as compras externas totalizaram US$ 2,2 bilhões, uma redução de 19,1% em relação ao mesmo mês de 2013 e de 1,6% em comparação com novembro de 2014. Os principais fornecedores do País foram Estados Unidos, China, Alemanha e Itália. Para 2015, a Abimaq estima que as importações devem continuar em queda “em função do fraco desempenho da economia brasileira, que adiará por mais um ano as decisões de substituições ou ampliação do parque industrial”. O saldo comercial do setor ficou negativo em US$ 15,3 bilhões no ano passado, uma diminuição de

Importação mensal US$ bilhões

FONTE: Secex; Elaboração DCEE/ABIMAQ DCEE-Departamento de Competitividade, Economia e Estatística

24,2% em relação a 2013. Segundo a Abimaq, se confirmadas as tendências de aumento das exportações e redução das importações em 2015, o déficit terá nova redução.


EMPRESA

Metasil completa 20 anos AO LONGO DO TEMPO, A EMPRESA DESENVOLVEU MAIS DE 100 MODELOS DE MÁQUINAS COM UM GRUPO DE COLABORADORES CAPACITADOS E SISTEMA DE ENGENHARIA E PROJETOS PRÓPRIOS Redação – redacao@revistadoaco.com.br Imagens: divulgação

Q

uando uma empresa faz 20 anos de atuação é motivo de comemoração. Todos sabem como é difícil manter uma empresa aberta no Brasil, principalmente em tempos apertados. Desde o Início a Metasil surgiu com a missão de superar desafios e o compromisso de produzir equipamentos inovadores de qualidade que atendessem a necessidade dos clientes. O diretor Luiz Antonio Alves, lembra que a empresa nasceu há 20 anos com o objetivo de atender o segmento de lixar e polir com abrangência dos segmentos de rebarbação em fundição, movelaria, autopeças e construção civil, entre outros. Ele destaca que ao longo do tempo a Metasil foi crescendo e desenvolvendo produtos buscando atender à necessidade, principalmente do segmento de metalurgia, em apresentar melhor acabamento visual. “Logo os Equipamentos Metasil, especializados em rebarbação, polimento e lixamento foram se espalhando em todo território nacional”, recorda. Ao longo do tempo, a empresa desenvolveu mais de 100 modelos de máquinas com um grupo de colaboradores capacitados e sistema de engenharia e projetos próprios. Uma linha completa de lixadeiras de cinta, lixadeira de

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• Revista do Aço

pedestal, lixadeiras de grande porte, politrizes de coluna ou automáticas, escovadeiras, rebarbadoras, desbastadoras e aspiradores de pó. Segundo ele o maquinário produzido pela empresa atende diversos setores e isso fez com que a empresa ao longo destes 20 anos tenha se especializado em atender diversos casos, cada um com sua particularidade e necessidade específica, sempre ouvindo seus clientes. Assim foi desenvolvendo uma Linha Completa de Máquinas. “Novos desafios sempre surgem todos os dias, mas a nossa equipe está sempre focada em desenvolver os produtos de acordo com estas necessidades”, relata. O diretor da empresa salienta que os produtos da Metasil seguem o mais rigoroso padrão de qualidade, atendendo as normas de segurança com responsabilidade, conforme NR-12. Ele destaca que o ano de 2015 será difícil e de muitos desafios. “É preciso cautela, mas também existe a necessidade de investimentos e crescimento no mercado industrial brasileiro. Em 20 anos a Metasil superou muitos momentos assim, com foco em resultados, trabalho sério e valorizando sua equipe e seus clientes. Estamos determinados em trabalhar


Empresa

AO LONGO DO TEMPO, A EMPRESA DESENVOLVEU MAIS DE

100 MODELOS DE

MÁQUINAS COM UM GRUPO DE COLABORADORES CAPACITADOS E SISTEMA DE ENGENHARIA E PROJETOS PRÓPRIOS para reverter esta situação e focar em crescimento sempre”, destaca. Com a economia neste rumo atual, a Metasil busca sempre soluções e parcerias para atender o mercado e seus clientes. Negociações especiais são sempre realizadas

possibilitando a compra e venda dos produtos. Uma grande ferramenta para isto tem sido a possibilidade de financiamento de Máquinas e Equipamentos via BNDES. A Metasil também oferece aos seus clientes uma linha completa de abrasivos, afim de atender suas necessidades e fornecer equipamentos com os devidos acessórios necessários para o trabalho. Inclusive EPIs podem ser comprados direto com os equipamentos e abrasivos.

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Cenário de incertezas para 2015

E

Laura Calado

m boa parte de 2014 o que se ouvia era que 2015 não seria um ano fácil. Até o mais otimista dos brasileiros tinha uma previsão de terror para apresentar. Todos os segmentos econômicos tiveram dificuldade. O ano de 2014 não vai deixar saudade. Pois bem, 2015 começou e o governo diz que para colocar a economia nos trilhos algumas medidas precisam ser tomadas. Ao abrir a bolsa de soluções, algumas “maldades” foram anunciadas: o governo anunciou um pacote de aumento de impostos: elevação de IOF nos financiamentos e dos juros para financiamento da casa própria, volta da CIDE nos combustíveis, a não correção plena da tabela do imposto de renda, dentre outros. O ano só começou..... Para a indústria, mais especificamente a de máquinas e equipamentos, sobrou, por enquanto, a redução de aporte de recursos, a elevação de juros e diminuição da parcela financiada no PSI-FINAME e nas demais linhas do BNDES. A PSI-FINAME vinha sendo a principal e, talvez, a única ferramenta capaz de minimizar a perda de competitividade sistêmica da indústria nacional de máquinas e equipamentos. Apesar da perspectiva de aumento das vendas de aço no mercado doméstico em 2015, o volume adicional não será suficiente para recuperar a perda deste ano. As siderúrgicas devem amargar uma queda de 8,9% em 2014.


Capa

O mercado de aço O Instituto Aço Brasil (IABr) aposta que assim como as previsões para PIB e produção industrial, as projeções do setor para 2015 apontam desempenho suavemente melhor do que 2014. A entidade espera que em um processo modesto de recuperação, as vendas internas (21,6 milhões de toneladas) devem aumentar 4%, mas ainda devem manter perda de 5,6% em relação a 2013. O consumo aparente (25,2 milhões de toneladas) de 2015 também deve aumentar 2% em relação a 2014,

O GOVERNO ANUNCIOU UM PACOTE DE AUMENTO DE IMPOSTOS: VOLTA DA

CIDE NOS COMBUSTÍVEIS,

A NÃO CORREÇÃO PLENA DA TABELA DO IMPOSTO DE RENDA, DENTRE OUTROS.

O ANO SÓ COMEÇOU.....

mas manterá perda de 4,7% em relação a 2013. O setor se preparou para atender a demanda, com investimentos em novas tecnologias, inovação em produtos e serviços, e parque industrial moderno. “Estamos diante de um cenário muito difícil para 2015 e continua o processo de desindustrialização”, afirmou o presidente executivo do IABr, Marco Polo de Mello Lopes, em entrevista à imprensa ao comentar as previsões da entidade. O executivo complementa que um dos grandes problemas que pressionam o mercado brasileiro é o excesso de capacidade global de aço. Segundo o IABr, hoje este volume é de aproximadamente 570 milhões de toneladas. “Além disso, existem cerca de 170 milhões de toneladas em construção, o que só agrava a situação”, pondera Lopes. Muito trabalho César Bilibio, presidente da Associação Brasileira da Construção Metálica (Abcem) aposta que 2015 será de muito trabalho. Ele diz que a construção metálica cada vez mais vem se firmando no cenário da construção como uma opção acessível e viável, principalmente nas edificações comerciais. “São inúmeras


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as características que induzem esse crescimento, destacando-se àquelas relativas a redução de prazos de obra, ganhos financeiros em razão de entrega antecipada do empreendimento, otimização de canteiro de obras e redução de desperdícios, segurança etc.”, diz. Além disso, a disponibilidade de matérias primas, projetistas capacitados e fabricantes de estruturas qualificados e com potencial para atender a toda a demanda dão a ele um pouco de esperança de que para o setor de construção metálica 2015 não seja traumático. Ele lembra que a expectativa até o final do terceiro trimestre de 2014 era de aumento da capacidade para o segmento de construção metálica em 2015. “Apesar de a Copa do Mundo não ter alcançado as expectativas de aumento expressivo no número de negócios, pode-se dizer que de alguma forma ajudou a manter o crescimento que o setor vinha experimentando nos últimos anos”, acredita. Segundo o dirigente, para este ano, em termos de grandes investimentos, tudo girava principalmente em torno do setor de Óleo & Gás, que concentrava um forte potencial de obras em refinarias e na atividade de distribuição, proporcionando a outras indústrias, com a da construção metálica, máquinas e equipamentos e construção civil, a oportunidade de participar desse programa e compartilhar do tão anunciado crescimento da prospecção do pré-sal. “À medida que o preço internacional do petróleo começou a despencar, aliado ao conhecido escândalo que envolveu a Petrobrás, passamos a viver um momento de incertezas que precisará de um certo tempo até que se possa fazer qualquer prognóstico”, analisa. Hoje, Bilibio diz que o quadro de redução drástica da atividade, provocada pela suspensão total ou parcial dos principais projetos que a Petrobrás tinha em andamento. Ele acredita que como tudo acaba interligado, os reflexos dessa crise certamente afetarão outros segmentos, como a siderurgia e, por consequência a mineração. “A indústria naval já apresenta reflexos da crise, uma vez que seu principal cliente é a Petrobrás, direta ou indiretamente.


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Evidentemente, existem outros focos de concentração de negócios onde a construção metálica tem boa participação, mas, por tradição, é no setor industrial que se reside o principal potencial crescimento do nosso setor. Substituir essa fatia do mercado por outras onde a construção metálica possa manter seu crescimento será o nosso principal desafio”, afirma. O presidente da Abcem diz que nesse momento a entidade deve dar apoio a seus associados. Para isso, diz que vai buscar estabelecer novas parcerias com associações e sindicatos para desenvolver pesquisas sobre a construção estruturada em aço. “Os desafios são muitos, já que nos últimos anos vínhamos enfrentado uma forte concorrência externa, que certamente não diminuirá e requer ações conjuntas de toda a indústria brasileira, com o apoio do governo, para estabelecer regras e regulamentos que protejam a produção local. Parte do nosso trabalho tem sido ampliar o diálogo e o relacionamento com outras entidades, procurando concentrar os interesses e, de forma conjunta, atuar junto ao governo para obter dele o apoio que necessitamos”, discorre.

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• Revista do Aço

A CONSTRUÇÃO METÁLICA CADA VEZ MAIS VEM SE FIRMANDO NO CENÁRIO DA CONSTRUÇÃO COMO UMA OPÇÃO ACESSÍVEL E VIÁVEL , PRINCIPALMENTE NAS EDIFICAÇÕES COMERCIAIS

Perspectivas Durante entrevista concedida à imprensa para falar dos números de 2014, os dirigentes do IABr defenderam medidas especificas para auxiliar o crescimento do setor nos próximos anos. Em 2014, a aprovação do Reintegra foi considerada uma vitória do segmento que cobra


Capa

“OS DESAFIOS SÃO MUITOS , JÁ QUE NOS ÚLTIMOS ANOS VÍNHAMOS ENFRENTADO UMA FORTE CONCORRÊNCIA EXTERNA , QUE CERTAMENTE NÃO DIMINUIRÁ

...

uma maior defesa comercial por parte do governo federal e uma maior fiscalização das metas de conteúdo local adotados pela Petrobras. “É preciso ter conteúdo nacional; o que a Petrobras diz não é o que setor vive”, afirmou o presidente do IABr.

Os executivos da entidade também dizem que a crise na Petrobras se tornou mais um elemento de risco para o mercado siderúrgico em 2015. “Se os investimentos pararem é claro que tem reflexo”, disse o presidente da ArcelorMittal Brasil e presidente do IABr, Benjamin Baptista Filho. O executivo diz que não há solução de curto prazo para o excedente de aço no mundo. Discussões têm sido levadas à Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) para tentar chegar a uma solução, mas há obstáculos, reconheceu o executivo. “A China não faz parte da OCDE. Então, a discussão está sendo feita por outros países, não pelo principal”, disse Baptista Filho. A aposta, porém, é que a desaceleração da China contribua para acelerar o processo de fechamento de siderúrgicas no país.


Capa

Dentro de casa Além do mercado externo, o cenário interno também é difícil, afirmou o presidente-executivo do IABr, Marco Polo de Mello Lopes. “O cenário interno também é preocupante. Economia está estagnada, ninguém compra, ninguém vende e ninguém investe. Vive-se aqui tecnicamente um processo de recessão. Nós do setor de aço achamos que tem como pano de fundo ainda a necessidade de retomar confiança no País para que se possa avançar”, afirmou. Segundo Lopes, o consumo de aço evolui junto com o desenvolvimento econômico. Segundo projeção do Instituto Aço Brasil (IABr), as vendas brasileiras de produtos siderúrgicos devem atingir 20,8 milhões de toneladas neste ano, um patamar próximo a 2010, apenas. “O consumo aparente não está crescendo para acompanhar o aumento da capacidade instalada global. O mercado de aço vai continuar difícil no ano que vem”, estima o presidente executivo do IABr, Marco Polo de Mello Lopes. De acordo com o presidente do conselho diretor do IABr, Benjamin M. Baptista Filho, as siderúrgicas brasileiras estão operando abaixo da capacidade instalada. “Parte deste problema tem nome: China”, diz. Além disso, um volume substancial do metal irá entrar na forma de aço contido, como máquinas e autopeças, por exemplo. “Estamos importando no País o equivalente a toda a capacidade de produção da Usiminas”, pondera Baptista. Neste cenário, a média de utilização da capacidade instalada das siderúrgicas, no Brasil, é de 69%. “Estamos

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• Revista do Aço

operando muito abaixo do desejado, que é de no mínimo 80%”, explica Lopes. Cenário brasileiro De acordo com o presidente executivo do IABr, o panorama do Brasil é adverso. “A economia brasileira está estagnada, ninguém está investindo. Estamos vivendo uma recessão técnica”, pontua Lopes.

NÓS DO SETOR DE AÇO ACHAMOS QUE TEM COMO PANO DE FUNDO AINDA A NECESSIDADE DE RETOMAR CONFIANÇA NO

PAÍS PARA QUE SE POSSA AVANÇAR ” Para ele, medidas urgentes devem ser tomadas para devolver a competitividade às empresas instaladas no País. “O câmbio é prioridade e os juros são altíssimos. Precisamos acabar com a cumulatividade dos impostos e ter ao menos uma infraestrutura razoável”, lista o porta-voz do IABr. Conforme os executivos do IABr, a entidade trabalha para competir com a China de maneira justa. “Muitos países adotam o antidumping para produtos de aço. Não competimos com as empresas chinesas, mas sim com o governo de lá”, acrescenta Baptista.


Capa

O presidente da Associação Brasileira dos Importadores de Máquinas e Equipamentos Industriais (Abimei), Ennio Crispino, diz que os importadores de máquinas têm um desempenho abaixo do esperado já há algum tempo. Ele atribui a redução das importações de bens de capital à situação econômica que o País atravessa e à baixa atividade industrial. “O investimento em bens de capitais, sejam máquinas nacionais ou importadas, tem a ver com aumento de produção, produtividade e modernização do parque industrial. Como o mercado não tem apresentado demanda, os investimentos estão freados”, disse. Crispino não acredita em uma retomada de investimento antes do segundo trimestre de 2015 porque todos estão na expectativa de que o governo ainda tenha mais medidas a adotar. Para ele, talvez o segundo semestre tenha alguma movimentação nos negócios. A Abimaq, outra entidade importante, também se mostra preocupada com o cenário atual. César Prata, presidente da Câmara Setorial de Equipamentos Navais e de Offshore, diz que o atual momento vivido pelo setor de máquinas e equipamentos no segmento de óleo e gás é de descolamento entre os grandes aportes recebidos pelo setor e o crescimento da indústria. Há mais de cinco anos, o setor recebe anualmente investimentos da ordem de 100 bilhões de reais. “Menos de 10% deste

montante fica com a indústria local. Temos criado mais empregos fora do que dentro do país. Na descoberta do pré-sal, havia um consenso entre todos que usaríamos esta riqueza para desenvolver o Brasil, a infraestrutura, a educação e a indústria. Isto não ocorreu. Perdemos uma oportunidade”, afirma. Para ele, o país continuará a receber investimentos da ordem de 100 bilhões de reais neste setor nos próximos 20 ou 30 anos. O desafio é tentar reter parte desta riqueza, crescer em pesquisa, tecnologia e criar empregos com qualificação. “O Brasil não pode regressar ao patamar de mero extrativista e exportador de commodities”, defende. Ele entende que há dois caminhos distintos que devem ser trilhados: O primeiro é o de tentar mostrar ao governo que o ambiente econômico para os negócios não está nada bem. Nem no setor de petróleo e nenhum outro. O segundo caminho será o de buscar artifícios momentâneos, tais como barreiras, margens de preferência, defesa comercial, regras de conteúdo local, que, na verdade, são todos “remédios amargos” e não podem durar muito tempo. “Criou-se uma queda de braço com os consumidores tentando provar que a indústria local não os atende a contento, quando, na verdade, é apenas dos preços locais que eles não gostam”, afirma.

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โ ข Revista do Aรงo


TRANSPORTE

Furacão das turbulências da economia afetou os transportes VÁRIOS SEGMENTOS QUE COMPÕEM O SETOR DE MATERIAIS E EQUIPAMENTOS FERROVIÁRIOS E RODO VIÁRIOS APRESENTARAM IMPORTANTE RECUO Carlos Alberto Pacheco

I

mpostos em progressão geométrica, custo de energia salgado e câmbio ainda valorizado. Essa sequência bem característica da economia brasileira pode ser definida numa expressão um tanto estranha, porém realista: assimetrias competitivas. Tal realidade afeta a produtividade da indústria, sobretudo os setores que têm o aço como a sua principal matéria-prima. As assimetrias pontuaram o primeiro trimestre deste ano, segundo diagnóstico do Instituto Aço Brasil. Resultado: incremento nas importações do aço e queda importante das exportações. “Foram 877 mil toneladas de produtos siderúrgicos importados no ano, alta de 3,9% em relação ao mesmo período de 2013”, diz o instituto em comunicado. O segmento de transportes não passou incólume ao furacão movido pelas turbulências econômicas. Veja a situação da indústria automobilística nacional que

viveu um dos piores meses de abril. A forte retração das vendas naquele mês foi fruto da paralisação de linhas de montagem das principais marcas e cortes abruptos na produção de veículos. A tempestade de abril atingiu o setor de autopeças, que concentra cerca de 20% das vendas de aços planos laminados para as montadoras, indústrias de máquinas agrícolas e de caminhões. Embora a situação trágica do primeiro trimestre tenha semeado o pânico entre as grandes siderúrgicas (ha quem espere um desempenho fraco do setor no segundo trimestre “graças” à Copa do Mundo e aos feriados), a ArcelorMittal anunciou investimentos de US$ 17 milhões em obras de melhorias e aquisição de novos equipamentos para sua unidade ArcelorMittal Vega, localizada em São Francisco do Sul (SC). Segundo o gerente-geral da unidade, Fernando Teixeira, este investimento é sinal de que a empresa reconhece o trabalho desenvolvido

Revista do Aço •

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Foto: João Luiz Oliveira

na ArcelorMittal. Veja nos últimos anos, “reforça a preocupação que temos com a melhoria contínua e comprova nossa total condição de atender às crescentes demandas do mercado automotivo por produtos mais nobres”. Teixeira: investimentos de Dados recentes da Asso- US$ 17 milhões em obras de melhorias e aquisição de ciação Nacional dos Fabri- novos equipamentos cantes de Veículos (Anfavea), os investimentos em andamento na indústria automotiva ultrapassaram os R$ 75 bilhões. Isso pode significar um boom na produção de veículos para algo em torno de 6 milhões dentro de quatro anos. Hoje, das fábricas não saem mais do que 4,5 milhões de unidades. À Agência Estado, o presidente da entidade, Luiz Moan, confessou que os cenários de estoques e vendas para o mercado internacional “são extremamente preocupantes”. Contudo, ele amenizou o tom ao referir-se ao Brasil como o quarto maior mercado do gênero do mundo em meio a um panorama externo bastante competitivo. O problema, segundo ele é uma espécie de descompasso entre as vendas “e a nova capacidade de produção”. Para Moan, os grandes investimentos não cessarão e nem tampouco haverá freio no Moan: cenários de avanço da produtividade. estoques e vendas para o mercado internacional são Recuo preocupantes Não só os automóveis sofreram com as agruras da política econômica. Em 2013, por exemplo, vários segmentos que compõem o setor de materiais e equipamentos ferroviários e rodoviários apresentaram recuo. Exceção feita à área de implementos agrícolas, estimulada pelo bom desempenho do agronegócio. Especialistas já anteviam para 2014 um ano fraco senão frustrante na produção, pois o próprio governo já apontava o crescimento de até 2% do PIB,

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• Revista do Aço

Manutenção e Suprimento

Transporte

Condutores de aço-carbono são fundamentais no transporte de gás e produto

com a manutenção das taxas elevadas de juros e alta carga tributária. Há otimismo dos empresários do ramo rodoferroviário para 2015, mesmo que o PIB não supere a “difícil” marca de 2,2%. E qual será a razão desse otimismo? Duas razões fundamentais: o final feliz de questões de cunho regulatório e o término tão esperado das licitações. Surgem, nesse cenário, novos recursos canalizados aos setores ferroviário e rodoviário, enfim. Ainda em 2014 e no próximo ano são esperados a viabilização dos projetos do PAC 2 (Programa de Aceleração do Crescimento) que desencadearia de vez o impulso ao segmento. No campo de exploração de óleo e gás, o otimismo também ocupa todos os espaços no debate. Em abril, a Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA) promoveu um ciclo de palestras focadas no tema “Oportunidades e Exigências do Setor de Petróleo e Gás”, organizado pelo Núcleo de Política e Gestão Tecnológica da USP em parceria com outras entidades. Dirigentes e catedráticos do assunto apresentaram as perspectivas para o setor nos próximos anos. Segundo cálculos dos palestrantes, com o advento do pré-sal, o cenário da exploração de petróleo e gás é bastante positivo. A Petrobras é a pura expressão do otimismo. Para a estatal, a demanda por derivados deverá apresentar crescimento 4,2% ao ano, até 2020. No ano posterior, a produção de petróleo chegará a 5,4 milhões de barris por dia, aumento de 145% em relação à performance de 2013. No caso do gás natural, a expectativa de crescimento é ainda maior: 165%. Com uma demanda cada vez a maior, a indústria de petróleo e gás deve responder por quase dois terços dos investimentos na indústria nacional entre 2012 e 2015.


Transporte

Cenário oscila entre otimismo e incerteza

A

nalistas de mercado consultados pela Revista do Aço fizeram uma avaliação sobre as possibilidades de determinados componentes de modais de transporte alimentar negócios, baseados em fatores conjunturais de 2013, as perspectivas para este ano e o que se pode esperar em 2015. A análise é a seguinte: Carrocerias (ônibus) – No caso dos veículos urbanos, o segmento foi bastante atingido pela redução de compras das empresas, rebaixamento das tarifas e as perdas causadas pelas queimas de ônibus em virtude das manifestações de rua. As tarifas foram rebaixadas em R$ 0,20 e os ônibus, depredados e incendiados. Essas ações assustaram os empresários, que reduziram drasticamente suas compras. Nos ônibus que transitam em rodovias, a mudança do sistema de autorização nas linhas interestaduais para um

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Transporte

processo de licitações trouxe muita insegurança ao setor. Encomendas foram suspensas. Busca-se estimular o aquecimento do programa de renovação da frota de ônibus escolares no interior e melhorar a infraestrutura rodoviária para a indústria de componentes. Para 2015, a expectativa reside renovação das frotas de ônibus urbanos, conforme relatório do Ministério das Cidades. Implementos rodoviários - Vários fatores contribuíram positivamente para o desempenho do setor de implementos rodoviários em 2013. Entre eles, estão o IPI de 0%, disponibilidade de crédito a taxas atrativas (Finame/

O VOLUME DE VAGÕES PREVISTOS PARA FABRICAÇÃO E ENTREGA EM

2014

AINDA É INSUFICIENTE PARA COMPENSAR OS INVESTIMENTOS FEI TOS PELOS FABRICANTES DE LOCOMOTIVAS ESTABELECIDAS NO

BRASIL

PSI), investimentos realizados em infraestrutura no Brasil, projetos e obras que foram executados nas cidades sedes dos jogos da Copa das Confederações e Copa do Mundo, além do desempenho do PAC II e os incentivos fiscais para aquisição de bens de consumo. Carrocerias sobre chassis - O segmento de carrocerias para caminhões leves é vinculado ao crescimento do PIB. Por isso, a perspectiva é de um 2014 muito fraco para essa indústria. Reboques e semirreboques - Contribuíram para o bom resultado desse mercado fatores como o crescimento do agronegócio, obras de construção civil, lei de descanso dos motoristas, taxa de juros ainda baixas, até meados de 2013, e condições favoráveis de financiamento para a renovação de frota, devido às novas regras de incorporação do freio ABS. Veículos de duas rodas Bicicletas: A produção nacional se manteve no ano de 2013 em patamares muito próximos aos de 2012, mas houve agregação de valor. As exportações, mais uma vez, foram insignificantes. No entanto, acontecimentos recentes, com a entrada de grupos estrangeiros no País, aumentaram a possibilidade de o Brasil transformar-se em um verdadeiro polo exportador de bicicletas. As manifestações de rua atrapalharam as vendas no varejo em 2013. E, para 2014, ainda existe certa apreensão em face do atual panorama econômico.


Transporte

Propriedades técnicas dos componentes Como o aço é usado no transporte:

Aço carbono É a composição da liga que confere ao aço o seu nível de resistência mecânica. O ferro gusa, primeira etapa de fabricação do aço, é o mesmo para todos os produtos. Na fase seguinte, quando os elementos de liga são adicionados ou suprimidos no ferro gusa, é que são determinadas as grandes famílias de aço, dos mais rígidos aos mais estampáveis. O carbono é o principal elemento endurecedor em relação ao ferro. Outros elementos, como o manganês, o silício e o fósforo, participam igualmente do ajuste do nível de resistência do aço. A quantidade de carbono define sua classificação: o baixo carbono possui no máximo 0,30% do elemento; o médio carbono apresenta de 0,30 a 0,60% e o alto carbono possui de 0,60 a 1,00%.

(Associação Brasileira de Normas Técnicas), os aços-liga são aços que possuem outros elementos, não se considerando como tais os elementos adicionados para melhorar sua usinabilidade. A introdução de outros elementos se dá quando é desejado alcançar efeitos específicos dos aços. São eles: aumentar a dureza e a resistência mecânica; conferir resistência uniforme através de toda a secção em peças de grandes dimensões; diminuir o peso. De modo a reduzir a inércia de uma parte em movimento ou reduzir a carga-morta em um veículo ou em uma estrutura; conferir resistência à corrosão; aumentar a resistência ao calor; aumentar a resistência ao desgaste; aumentar a capacidade de corte e melhorar as propriedades elétricas e magnéticas.

Aço inoxidável e os riscos de corrosão

O aço-ferramenta representa uma importante fatia do segmento de aços especiais. Produzido e processado para atingir um alto grau de qualidade, o aço-ferramenta é empregado na fabricação de matrizes, moldes, ferramentas de Aço-ferramenta no transporte corte intermitente e con- tubular no Alaska, atravessando o tínuo, ferramentas para rio Tanana. conformação de chapas, corte a frio e componentes de máquinas. Abastecem os segmentos de autopeças, automobilístico, eletroeletrônico e extrusão de alumínio. Este tipo de aço se caracteriza pela elevada dureza e resistência à abrasão. Tem boa tenacidade e mantém as propriedades de resistência mecânica mesmo sob elevadas temperaturas. Tais características são obtidas com a adição de altos teores de carbono e ligas como tungstênio, molibdênio, vanádio, manganês e cromo. A maior parte dos aços-ferramenta é forjada. Outra parte é produzida por fundição de precisão ou por metalurgia do pó. A fusão deste tipo de aço é realizada, geralmente, em quantidades pequenas em fornos elétricos. A seleção de matéria-prima é um fator de grande importância para o processo. Esse cuidado também pode ser verificado na utilização de sucata. Há ainda atenção especial com as tolerâncias de composição química e homogeneidade do produto final. Estas e outras particularidades tornam o aço-ferramenta um material de custo mais elevado em comparação com os aços comuns.

Inoxidável é um termo empregado para identificar um grupo de ligas ferrosas que contenham no mínimo 11% de cromo, o elemento químico mais importante que garante resistência contra oxidação e corrosão, de acordo com os estudos feitos pelo pesquisador alemão Monnartz, em 1911. O aço inox é resistente à corrosão devido ao fenômeno da passividade. Este tipo de aço apresenta maior resistência à oxidação e corrosão quando submetido a um determinado meio ou agente agressivo bem definido. Apresenta também razoável resistência mecânica à alta temperatura em relação a outras classes de aços quando, nesse caso, recebe denominação particular de aço refratário.

Wikipédia

Aço ferramenta

Aços-liga Contêm quantidades específicas de elementos diferentes daqueles normalmente utilizados nos aços comuns. Estas quantidades são determinadas com o objetivo de promover mudanças nas propriedades físicas e mecânicas do produto, permitindo ao material desempenhar funções específicas. De acordo com a ABNT

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• Revista do Aço

A boa resistência à corrosão dos aços inoxidáveis é explicada pela formação de uma película de proteção superficial de óxido de cromo. Outros elementos de liga, como molibdênio, silício, cobre e níquel, também podem ter efeitos favoráveis na resistência à corrosão. O efeito desse elemento de liga varia em diversas atmosferas corrosivas. Por conta disso, a atmosfera deve ser sempre considerada no momento de escolha do tipo mais adequado de aço.

Dutos para a indústria de Petróleo São condutos de aço-carbono fechados de seção circular e ocos, e são de fundamental importância no transporte de petróleo e seus derivados e quando ligados entre si, constituindo as dutovias, que na indústria de petróleo podem ser os oleodutos e os gasodutos. Os dutos utilizados na extração são conhecidos como “drill pipes” e são constituídos de aços caros endurecidos, feitos com propriedades específicas para esta aplicação. Devido a algumas características, como a baixa resistência à corrosão, o aço-carbono apresenta limitações na sua utilização, o que leva ao desenvolvimento de novos materiais para serem utilizados no revestimento dos dutos, como, por exemplo, o uso de películas poliméricas inertes como revestimento. Assim, com a descoberta de novos campos que apresentam uma maior concentração de contaminantes, o uso de dutos feitos de aço inoxidável vem crescendo, pois sua resistência mecânica e à corrosão tem se mostrado superior aos demais.


Transporte

Mercado brasileiro de mineração e siderurgia iniciou processo de recuperação

Motocicletas: Restrições ao crédito, variações cambiais e inflação, entre outros fatores, têm impactado esse mercado. Os altos índices de inadimplência em 2010 e 2011 fizeram com que, desde 2012, as instituições financeiras aumentassem bastante o rigor na concessão de crédito, o que impactou diretamente o mercado de motocicletas. Nâo espera uma mudança radical no cenário em 2014. Equipamentos metroferroviários, carros de passageiros e vagões de carga - Os incentivos governamentais contribuem para o bom desempenho dessa indústria. Desde janeiro de 2013, o setor passa a utilizar a de soneração da folha de pagamentos. O PSI-4 continua alavancando as vendas de vagões

e locomotivas, mas menos do que o esperado. O volume de vagões previstos para fabricação e entrega em 2014 ainda é insuficiente para compensar os investimentos fei tos pelos fabricantes de locomotivas estabelecidas no Brasil. Vagões de carga - O mercado brasileiro de mineração e siderurgia iniciou um processo de recuperação, que deverá se consolidar entre 2014 e 2015. O primeiro edital do PIL – Fer rovias, que estabelecerá as regras para o novo modelo de concessão do transporte de carga, ainda não foi lan çado. Esses são alguns dos fatores que determinaram um menor volume de encomendas por parte das con cessionárias até o final de 2013. Revista do Aço •

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AGRICULTURA

Período tortuoso ao agronegócio ALTA CARGA TRIBUTÁRIA, RESTRIÇÃO AO CRÉDITO, BAIXA CONFIANÇA DOS CONSUMIDORES E A ESTIAGEM SÃO ALGUNS DOS FATORES QUE EXPLICAM O MOMENTO DIFÍCIL PORQUE PASSA O SETOR Por Carlos Alberto Pacheco Imagens: SXC.hu e divulgação

O

agricultor prepara a terra cercada com equipamentos oriundos do aço. Na colheita, tratores, colheitadeiras e ceifadeiras brilham a luz do sul, movidos por dispositivos de alta tecnologia. Silos e graneleiros são montados geometricamente graças ao principal elemento de sua estrutura – o aço. Esse cenário é comum na agricultura brasileira, mas já está sofrendo graves “arranhões” em função da queda de produtividade da indústria. Em 2015, os empresários do setor do continuam preocupados. A pesada carga tributária, o câmbio valorizado, a falta de competitividade e o custo da energia elétrica para as indústrias são alguns dos fatores que

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• Revista do Aço

NÃO EXISTE PAÍS DESENVOLVIDO SEM INDÚSTRIA FORTE ” comprometem o desempenho da venda de máquinas, implementos e estruturas de armazenagem dirigidas ao agronegócio, cujo desempenho é responsável por um terço do PIB do Brasil. Em 2014, prevê-se queda de 13% no consumo. Durante o 25º Congresso Brasileiro do Aço, realizado em agosto passado, o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e


Agricultura

Equipamentos (Abimaq), José Velloso, deu um recado claro ao Palácio do Planalto: “O próximo governo tem de garantir competitividade. Não existe país desenvolvido sem indústria forte”. Já a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) divulgou no início de janeiro os resultados da indústria automobilística no primeiro mês de 2015.No setor de máquinas agrícolas e rodoviárias foram comercializadas 3,2 mil unidades, 21,6% abaixo das 4,1 mil unidades de dezembro. O resultado do segmento na análise com janeiro de 2014 apresentou redução de 13,9%: foram 3,8 mil produtos no mesmo mês do ano anterior. Em termos de produção o setor teve uma redução de 22,9% em janeiro último em relação aos dados de dezembro – respectivamente foram 4,6 mil e 3,7 mil unidades em cada mês. Outra má notícia: a

performance de janeiro de 2015 foi inferior a igual período do ano passado, com 5,2 mil unidades, ou seja, queda de 11,3%. Segundo a Anfavea, Moan acredita num primeiro o segmento agrícola semestre difícil, mas não catastrófico e de construção exportou 483 máquinas em janeiro último – recuo de 13,3% face ao desempenho de janeiro de 2014. Há um ano, o setor comercializou 557 unidades. Em relação a dezembro passado, o recuo foi ainda maior: 39,7% (801 unidades vendidas). Durante coletiva de imprensa, o presidente da associação, Luiz Moan, atribuiu os números desfavoráveis da


Agricultura

Estiagem e restrição ao crédito “Acredito que exista uma forte tendência na redução da demanda por máquinas agrícolas neste ano devido aos eventos que presenciamos nos últimos meses relacionados à escassez de água/energia e à restrição do crédito/inflação”, destacou o professor e engenheiro civil Willy Ank de Morais. Ele credita a forte seca que se abate no país, afetando a disponibi-

BLM Group

Tributos pesados, câmbio valorizado e falta de competitividade, entre outros aspectos, podem comprometer o desempenho da venda de máquinas e implementos em 2015

indústria como um todo a alguns fatores: “O processo de operacionalização das taxas do Finame/PSI, a baixa confiança dos consumidores e uma expectativa gerada pelo impacto das medidas de ajuste anunciadas no início de 2015 influenciaram os resultados”, argumentou. Para ele, tais fatores explicam o bastante complicado para este primeiro trimestre. De qualquer maneira, ainda segundo a Anfavea, Para o segmento de máquinas,há a expectativa de estabilidade nas vendas e da produção e leve subida nas exportações em 2015. Moan acredita, porém, num primeiro semestre difícil, mas não catastrófico. “Os ajustes promovidos nos levarão a um resultado equilibrado, pelo menos com desempenho igual a 2014”. O presidente do Conselho de Administração da Abimaq, Carlos Buch Pastoriza, ponderou que alguns setores da indústria de máquinas, sobretudo ligados à agricultura tiveram um desempenho razoável em 2014. Ele advertiu para o momento extremamente difícil que passou a indústria de equipamentos pesados e máquinas-ferramenta. Entre outras razões, o número exíguo de investimentos e a Pastoriza: brasileiro penetração maciça de propassará por um período de significativa retração dutos importados minam a econômica competitividade.

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• Revista do Aço

“EXCLUINDO 2013, DE FORTE CONSUMO DE AÇO , NOS DEMAIS ANOS

(2010, 2011 E 2012) O SETOR AGRÍCOLA / RODOVIÁRIO CONSUMIU

6% MENOS AÇO DO QUE 2014 lidade de água em várias regiões, seja para irrigação ou na forma de chuva, como um dos fatores preponderantes. Mas adverte: “Apesar das chuvas que vêm ocorrendo nos últimos dias, a tendência apontada pelos especialistas é a manutenção na redução da disponibilidade de água ao longo deste ano e consequentemente uma pressão na redução da produção de gêneros alimentícios”. Apesar de o governo abrir linhas de crédito para a agricultura, Willy lembra que a restrição geral ao crédito, devido ao aumento das taxas de juros, “influencia os demais setores inclusive o de compra e venda de matérias-primas, componentes e das próprias máquinas agrícolas”. Na visão do engenheiro, o aumento no custo da energia, sobretudo de combustíveis, tende a inibir o uso das máquinas agrícolas e, consequentemente, a sua aquisição.


Agricultura

O professor sugere aos empresários do ramo a observação de indicadores. E menciona os números do Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço (Inda). Esse índice, segundo Willy, apontou queda de 9,1% entre 2013 e 2014 nas vendas de aço plano para o setor agrícola/rodoviário, responsável pela construção de tratores, colheitadeiras e carretas empregadas para o transporte de géneros alimentícios. “A queda em relação ao último trimestre (-24,5%) e a igual período do ano passado (-16%) é ainda maior indicando certa inércia nesta queda que pode se manter ao longo de 2015”, avalia. O especialista salienta outro indicador de possível queda no consumo de aço em relação aos últimos cinco anos. “Excluindo2013, de forte consumo de aço,

nos demais anos (2010, 2011 e 2012) o setor agrícola/ rodoviário consumiu 6% menos aço do que 2014. Assim é possível ter espaço para a manutenção da queda de consumo do aço neste setor, no cenário pessimista que estamos vivenciando neste início de ano”. Por outro lado, em artigo no portal da Abimaq, Pastoriza adverte que a afirmação de que o ano de 2015 está comprometido é “futurologia”. No entanto, reconhece que o brasileiro passará por um período de significativa retração econômica. “Nós, da Abimaq, vamos continuar motivados e envidando todos os esforços”, garante. Pastoriza reitera que a entidade dará a sua contribuição, ao apresentar propostas e cobrar do governo as ações que possam colocar o país rumo à retomada do crescimento.

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CADERNO INFOSOLDA

Procedimentos de soldagem

P

Imagens: divulgação

ara o processo Eletrodo Revestido, os dois tipos mais comuns de revestimentos são os tipo de basico indicado pelo sufixo 15 e do tipo de lime-titânio designado pelo sufixo 16, o primeiro tipo de eletrodo utiliza-se apenas com corrente contínua polaridade inversa. O eletrodo revestido com o sufixo 16 pode ser usado tanto em corrente contínua como em corrente alternada. Ambos os revestimentos são do tipo baixo-hidrogênio e ambos podem ser utilizados em todas as posições. No entanto, os soldadores preferem o tipo 16 por ser mais suave e, a solda melhor na posição plana. Os eletrodos com sufixo 15 são mais resistentes a formação de trincas, e mais apropriados e soldagem de materiais espessos e tem melhor desempenho para a soldagem fora de posição.tomar cuidado com a largura da oscilação deve ser limitado a 3 vezes o diâmetro da alma do eletrodo

44 • Revista do Aço

Os Eletrodos Revestidos devem ser armazenados em temperatura ambiente e em local seco. Os eletrodos revestimentos são suscetíveis à absorção de umidade e podem provocar trincas por hidrogênio na soldagem dos aços martensíticos. Uma vez aberta a embalagem, os eletrodos devem ser mantidos dentro de estufas em uma temperatura de 120-150°C, esse tratamento pode variar conforme o fabricante até a hora de serem utilizados. O processo de soldagem TIG é amplamente utilizado para soldagem do aço inoxidável com espessuras mais finas, ou mesmo em passes de raiz em tubulação, Há uma série de tipos de eletrodo não consumível a base de tungstênio, o mais comum é com 2% de tório, porém existem outros tipos como lantânio, cério e misturas com terras raras, o custo aumenta , mas é por vezes vantajoso pois eles duram mais e mantém o arco mais estável, recomenda-se


a afiação do eletrodo em forma de cone com cerca de 30 graus de inclinação, sendo o gás argônio normalmente usado para a proteção gasosa. Quando é feita a soldagem por um só lado é necessária uma proteção adicional na raiz, chamado também de purga conforme apresentado na Figura 2. Na Figura 3 é revelada a contaminação pelo oxigênio atmosférico em diferentes concentrações, observa-se que até 60 ppm é aceitavel em certas condições a oxidação e não se pode passar da cor amarelo palha, a oxidação na cor azul pode provocar perda de propriedades a corrosão, principalmente em temperaturas elevadas e deve ser evitada sempre que possível.

Figura 2 : Proteção de Raiz em tubulação

Figura 3 niveis de contaminação

Purga com Argônio com 12 ppm em Volume O2

Purga com Argônio com 60 ppm em Volume O2

Purga com Argônio com 100 ppm em Volume O2

Purga com Argônio com 200 ppm em Volume O2

Purga com Argônio com 250 ppm em Volume O2

Purga com Argônio com 500 ppm em Volume O2

Fonte http://www.bbpipetools.com/why-purge/

Revista do Aço •

45


CADERNO INFOSOLDA O processo de soldagem MIG/MAG é amplamente utilizado para materiais mais espessos uma vez que esse processo de soldagem tem maior taxa de deposição, em muitos casos utiliza-se o modo de transferência spray na posição plana, geralmente usa-se gás argônio com uma mistura 2% ou 5% de oxigênio, o motivo do uso do oxigênio é explicado pela melhor ação de molhagem nas bordas do cordão melhorando o aspecto visual e diminuição de indução de defeitos como falta de fusão. A utilização de transferência por curto-circuito pode soldar materiais mais finos. Neste caso é utilizado misturas com 20% a 25% CO2.

desse processo de soldagem, muitos fabricantes fornecem máquinas de solda com programas pré-selecionados facilitando muito o trabalho do soldador na hora de escolher os parametros de soldagem, bastando escolher o tipo material, espessura gás utilizado. A mistura de argônio-oxigênio também pode ser usado com arames tubulares que oferem um aumento das taxas de deposição e qualidade superior devido á formação de escória, cuidados devem ser tomados na utilização de ligas extras baixo carbono com proteção com CO2, este gás aumenta ligeiramente o conteúdo de carbono no metal soldado e por vezes pode

Hoje com o barateamento das fontes de soldagem inversoras e pulsadas tem facilitado muito o aumento do uso

afetar vida util em serviço. Se a resistência à corrosão é um fator importante não se deve usar o CO2 na mistura gasosa.

Programação de Cursos 2015 Curso

Turma

Mês/Ano

Período

Carga hr

Docum. Téc.de Sold. Padrão Petrobras

200

abr/15

09 e 10/04

8hs às 17hs

16

Soldagem de Manutenção

201

abr/15

15, 16 e 17/04

8hs às 17hs

24

Segurança em Soldagem NR18

210

abr/15

15, 16 e 23/04

8hs às 17hs

8

8hs às 17hs

176

Inspetor de Soldagem N1

192

Mai a Out/15

Maio: 09, 16, 23 e 30/05 Junho: 06, 20 e 27/06 Julho: 08, 09, 10 e 11/07 Agosto: 01, 08, 15, 22 e 29/08 Setembro: 05, 12, 19 e 26/09 Outubro: 03 e 10/10

Tratamento Térmico de Alívio de Tensões

202

mai/15

06, 07 e 08/05

8hs às 17hs

24

ASME IX

208

mai/15

13, 14 e 15/05

8hs às 17hs

24

Soldagem p/ Projetista e Desenhista

203

mai/15

20, 21 e 22/05

8hs às 17hs

24

Macrografia

204

jun/15

11 e 12/06

8hs às 17hs

16

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46 46• Revista • Revista do do AçoAço


Tecnica Operacional Sempre é bom lembrar que todas as operações de soldagem devem ter alguns cuidados na área de solda, devem ser limpo e livre de qualquer material estranho, óleo, pintura ou sujeira. É indicado que o arco de soldagem seja o mais curto possível em qualquer um dos processos a arco. Se você tiver que soldar este material, não esqueça que ele tem uma tendênica a empenar e deformar maior que outros tipos de metais, diminua esse problema soldando em intervalos ao longo da junta antes de

contaminar o aço inoxidável e provocar sérios problemas de corrosão por Pite se não for removida. O aço inoxidável também pode sofre corrosão intergranular (e transgranular) é um tipo de corrosão particularmente perigosa, pois a quantidade de metal oxidado é pequena, mas as características mecânicas do material são alteradas pelas fissuras produzidas em profundidade. Nesse caso após as operações de soldagem o material deve sofrer um processo de passivação superficial que constitue de aplicação de um produto geralmente em pasta (contendo de áci-

começar a soldar. O aço inoxidável deve ser soldado a uma velocidade regular a estável. Deve-se evitar a soldagem com outros metais principalmente junto com o aço carbono comum porque a fuligem gerada pelo processo de produção pode

dos) que vão remover todos os óxidos superficiais e depois de alguns minutos deve-se lavar com água seguido de secagem a temperatura ambiente e em seguida as peças devem ser protegidas por embalagens até seu uso final.

Revista do Aço •

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