ENTREVISTA EXCLUSIVA: ANDERSON FARIAS FERREIRA (PSDB) “O TEMPO FOI NOSSO MAIOR INIMIGO EM 2012”
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Ano 1 • nº 6 • Fevereiro / 2016
O OUTRO LADO DA NOITE Enquanto para alguns o dia de trabalho termina quando o sol se põe, para outros essa é a hora de começar a jornada
PRA SABER O QUE ACONTECE EM SÃO JOSÉ, VÁ ATÉ A CÂMARA. OU TRAGA A CÂMARA ATÉ VOCÊ. Acompanhe as sessões da Câmara Municipal, toda terça e quinta, a partir das 17h30, na Rua Desembargador Francisco Murilo Pinto, 33 – Vila Santa Luzia. Você também pode saber tudo o que acontece, ao vivo, sintonizando a TV Câmara nos canais 7 digital ou 29 analógico da NET. Ou do seu computador, tablet ou smartphone, acessando o site da Câmara: www.camarasjc.sp.gov.br .
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cotidiano
Via Dutra completa 65 anos À Espera de um Lar
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NEGÓCIOS
As Grandes Apostas do Ano
Capa
O Outro Lado da Noite
SUMÁRIO
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TECNOLOGIA
O Sol que Brilha para Nós
TURISMO
Diário de Bordo
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GASTRONOMIA Paco Ortolá
MODA / DECORAÇÃO
Looks de Carnaval Ano Novo Casa Nova
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entrevista
09. ANDERSON FARIAS FERREIRA
COLUNAS
06. NOS BASTIDORES DO PODER por Gabriel Junio 13. NO CONTEXTO por George Zenha 15. SEUS DIREITOS por Cristiano Pinto Ferreira 27. #ComuniQueSe por Lucas Vinícius 38. PANGEIA por Abel Freitas 40. ORNOU - Coluna Social por Éllder Anunciato 42. ENTRE ELAS por Marilda Serrano e Anna Denz
EDITORIAL
Muitas pessoas ligam o cotidiano noturno com as grandes capitais. Mas em uma cidade do interior, o que a noite pode nos reservar? Primeiramente temos que levar em consideração que somos a 2° maior cidade do interior do estado, além disso, estamos no eixo mais importante economicamente no país, porém não se pode esquecer que tradicionalmente nossa cidade tem um cotidiano diurno, graças as suas principais atividades que em grande maioria estão concentradas na indústria, que automaticamente também aquecem o setor de serviços. Mas e onde entra o lazer ou as atividades fundamentais para a sobrevivência? Nossa equipe mergulhou no dia a dia de profissionais que vão desde a saúde até o sexo. Produzimos uma reportagem ainda não realizada na cidade, mostrando a importância de quem está na noite, de quem troca sua vida pessoal para sobreviver. Deixamos qualquer preconceito de lado e colocamos em evidência a importância de qualquer camada profissional e mostramos que romper paradigmas também é uma das nossas características. Vitor Bernardino
A Revista EM PAUTA é uma publicação mensal, distribuída gratuitamente em bancas de jornais e revistarias, edifícios, empresas, comércios, orgãos públicos e locais de grande circulação, dirigida ao município de São José dos Campos e Região.
DIRETORIA EXECUTIVA Vitor Bernardino Lucas Moura JORNALISTA RESPONSÁVEL Ana Carolina Turci MTB: 61.440 COMERCIAL Ana Carolina Mattos Lucas Goulart Marcelo Morenno
A economia do nosso país encolheu 4% em 2015. Vemos retração nas indústrias, o que em nossa cidade influencia diretamente no setor de serviços. Foi o maior tombo do PIB em 25 anos e a maior retração desde 2003. E como reverter este cenário negativo? Nesta edição mostramos negócios que estão na trilha do crescimento, mesmo com a atual situação. Mostramos profissionais que estão crescendo com suas atividades, e não apenas pelo talento, mas por serem setores com grande potencial. Não podíamos deixar de lado também aquele que praticamente é o mais novo membro da família. Com um crescimento mundial de cerca de 4%, muitos cães e gatos ainda são abandonados e contam com pessoas de bom coração que dedicam parte do seu tempo para ajudá-los. E os 65 anos da Via Dutra, a rodovia mais importante do país e uma das grandes responsáveis pelo crescimento de nossa região também mereceu o seu devido destaque. Boa leitura!
Gabriel Junio George Zenha Cristiano Pinto Ferreiro Lucas Vinícius Abel Freitas Éllder Anunciato Anna Dennz e Marilda Serrano
Lucas Moura
LEITOR
João Paulo via Facebook “Gostei da matéria dos blogueiros, bem atual. Parabéns!” Rogério Santos via e-mail “Não sabia que existia tanta gente da nossa região fazendo sucesso na internet, acompanho a revista mensalmente e estão de parabéns.” Tiragem: 8 Mil Exemplares s
Por Gabriel Junio FACEBOOK VIRA PALANQUE VIRTUAL
CORONEL TELHADA VERSUS BOLSONARO EM SÃO JOSE O Dep. Coronel Telhada (PSDB), já está com data marcada para retornar a São José, onde realizará uma palestra ao lado do Dep. Eduardo Bolsonaro (PSC). Telhada aceitou o convite através de Letícia Aguiar, que vem realizando vários eventos com o apoio da família Bolsonaro. Letícia é um possível nome a concorrer ao legislativo pelo PSC. Segundo, o presidente do Partido Social Cristão, Anderson Senna, o nome cogitado para concorrer às eleições rumo a Prefeitura em 2016, deverá ser do atual Vereador Luiz Mota, que já sinalizou a sua ida para o partido. “Enquanto o PSDB bate cabeça na escolha do nome ao Paço, o Dep. Coronel Telhada é recebido pelo PSC.”
Ultimamente o Facebook tornou-se palanques virtuais para os políticos. Um cenário que deve ficar ainda mais evidente nas eleições municipais. O então Prefeito Carlinhos Almeida (PT) e toda a sua base aliada utilizam suas redes sociais para atacar quem faz oposição ao seu governo. Isso ficou evidente com o acontecimento da sessão Extraordinária realizada no ultimo dia 31/12/2015, onde ocorreu uma grande polêmica sobre a doação do terreno ao GACC e os R$ 22 milhões em precatórios. “Causa nobre ou Articulação Política?”
PSDB VIRA RÈU POR IMPROBILIDADE. E AGORA? O ex-prefeito e atual deputado federal Eduardo Cury (PSDB) responderá a um processo por improbidade administrativa por dispensar licitação em obras de pavimentação em ano eleitoral. A denúncia foi apresentado pela bancada do PT. DO OUTRO LADO: Vereador Wagner Balieiro (PT) diz “Cury autorizou a ordem de serviço em período eleitoral sem ter contrato e recurso reservado, além disso, foi usada uma empresa que é da prefeitura (URBAM), configurando o uso da máquina pública”. A denúncia ainda aponta o ex-secretário de Transportes Anderson de Farias, atual Presidente da sigla. Quem será o Salvador da Pátria?
PSD É O PRINCIPAL ALIADO DE CARLINHOS NA REELEIÇÃO
Gabriel Junio Amador é um jovem estudante, eleito em 2014 como o 11º jovem mais influente em política no Estado de São Paulo e em 2015 como jovem Senador. Está presente constantemente em ações dentro da Câmara dos Vereadores e da Prefeitura Municipal de São José dos Campos.
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Na corrida contra ao tempo a sigla PSD substitui o PMDB, que está de saída do governo para lançar candidatura própria ao Paço, que deve ser o vice-prefeito Itamar Coppio. O chefe de gabinete da prefeitura, Jorley do Amaral, está de saída do DEM para o PSD. O mesmo acontece com o líder do governo na Câmara Macedo Bastos (DEM) e a vereadora Renata Paiva (DEM), que seguirão este caminho até o fim de março. Nos bastidores, a legenda PSD é a mais cotada para indicar o candidato a vice-prefeito na chapa de Carlinhos Almeida. Será Renata Paiva? Ou Macedo Bastos?
O PANORAMA DE SÃO JOSÉ
O vice-prefeito de São José dos Campos, Itamar Coppio (PMDB), rompeu com o prefeito Carlinhos Almeida (PT) e anunciou o lançamento da candidatura de seu partido na eleição para o Paço
125 mil
Foi o número de emplacamentos do Chevrolet Onix, dando a liderança em vendas em 2015 a um modelo da GM, após quase 30 anos sem estar no topo do ranking
24.526
Foram o número de postos de trabalhos fechados em 2015 na região do RMVale
R$ 3,80
É o novo valor das passagens de ônibus, mesmo após as empresas terem protocolado em 08/01 pedido de reajuste para R$ 4,59
Prefeito Carlinhos Almeida (PT) em visita a hidroelétrica de Itaipu em Foz do Iguaçu, no Paraná. Foram discutidas novas possibilidades de parceria
Em sessão extraordinária que aconteceu em 31/12, os vereadores de São José dos Campos aprovaram por unanimidade a doação do terreno para a ampliação do prédio do GACC (Grupo de Assistência à Criança com Câncer) A Concessionária Tamoios anunciou no último dia 27, os valores dos pedágios em duas praças na Rodovia dos Tamoios. No trecho de Jambeiro (Km 16,1) será R$ 3,30 e em Paraibuna (Km 59,3) R$ 5,80. A previsão é que os pedágios entrem em operação em abril deste ano, fazendo o motorista desembolsar R$ 9,10 para chegar até Caraguatatuba
Luta contra o Mosquito: Levan-
tamento da Secretaria de Saúde de São José dos Campos aponta alto risco de uma nova epidemia de dengue. O número de casos registrados no início deste ano é 58,4% maior do que no mesmo período de 2015
São José dos Campos
foi a quarta cidade do país que mais exportou em 2015. De acordo com levantamento do Ministério do Desenvolvimento, da Indústria e do Comércio Exterior as exportações da cidade atingiram US$ 4,7 bilhões, tendo alta de 3% em relação a 2014
São José perdeu 56 médicos concursados em 3 anos. Em dezembro de 2012 eram 643, em dezembro de 2015 o número foi para 587
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Distribuição mensal e gratuita
AASJC SOLIDÁRIA A associação dos Advogados de São José dos Campos FAZ SABER Que além da sua função principal, também está fazendo o seu papel social. Durante o ano de 2015 no evento “Prefeitura no Bairro”, com atendimento a população carente. Nas dez edições do evento, foram atendidas 353 pessoas com Orientação Jurídica, contando sempre com a colaboração de advogados associados voluntários e estagiários da área do direito. Vale registrar que houve um atendimento com solução imediata. NOVA AASJC COM COMPROMISSO E REFERÊNCIA DA HISTÓRIA E QUE ACREDITA EM MUDANÇAS E TRANSFORMAÇÕES VERA REBELLO Rua Coronel Francisco Américo Fontenelle, 140 – Vila Adyanna – 12243-004 + 55 (12) 3942-6241 / + 55 (12) 3307-6121 / + 55 (12) 3307-6120 / + 55 (12) 3307-6119 e-mail: aasjc@aasjc.org.br site: www.aasjc.org.br
ENTREVISTA
Atual presidente do PSDB em São José dos Campos, Anderson Farias Ferreira, concede entrevista exclusiva e elenca entre outros fatores sua insatisfação com o atual governo
C
REDAÇÃO
Vamos conversar um pouco sobre o Anderson como pessoa: já foi Secretário de Administração e de Transporte e na época bem avaliado pelos próprios colegas nas gestões. Atualmente é presidente do PSDB, reeleito em maio. Como começou o gosto pela política? Como pessoa, temos sempre que ver os nossos sonhos. Eu acho que nada mais do que você ir para um partido político, onde tem um grupo de pessoas que pense igual a você, onde você aprende a fazer política e a ajudar a realizar sonhos fazendo uma boa gestão. Eu peguei o gosto desde a juventude, desde o PSDB. Tive duas figuras que chamavam minha atenção pela forma como conduziam todo o sistema político: Emanuel Fernandes e Mario Covas. O Emanuel te incentiva a fazer política de uma forma diferente, não aquela política antiga da época do coronel onde você tem o dono, o cacique, de onde você tem que seguir regras... Muito pelo contrário, a política nada mais é do que a arte da conversa, e não aquela que é para enganar tem que ser a que é para construir, tem que ter as divergências, mas tem que ter as convergências também. Minha mãe também sempre teve participação com a política no litoral norte, local onde fui criado. Sempre a via fazendo participações em campanhas com o Mário Covas, sendo ali que começou o despertar no ano de 1998, onde deixei minha carreira bem sucedida em empresa privada para tentar trazer o meu conhecimento à administração pública, onde virei gestor de contratos na Prefeitura com o Emanuel para tentar equilibrar as contas do município.
LUCAS MOURA
om 40 anos de idade e passagens pela Secretaria de Administração e de Transportes na gestão do ex-prefeito Eduardo Cury, Anderson é atualmente Secretário Parlamentar de Cury (Deputado Federal desde 2015). É Presidente do PSDB desde 2013, sendo reeleito em 2015.
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Como tem sido as atividades como presidente do PSDB de São José dos Campos? É um desafio. Em São José os ex-presidentes do partido sempre foram muito bem conduzidos e isso acaba te deixando com mais responsabilidade. Eu peguei a presidência num momento diferente de oposição e não numa situação onde o próprio partido estivesse no governo. Assumi em março de 2013 onde você pega uma oposição e não tem que criar nada e nem se reinventar, você simplesmente deixa de ter um grupo de pessoas que estaria na Administração. Infelizmente, em São José, a gente acaba virando realmente oposição. Até no conceito de você tentar ajudar, tentar fazer uma agenda positiva de se implementar; a relação com a Administração e nós num papel de oposição, é muito difícil no sentido das ações da própria Administração atual, a gente não consegue ser proativo, não há diálogo e as atitudes do governo deixam um pouco a desejar: seja pelas suas condutas ou pela sua competência. A gente vê pela própria Câmara Municipal, onde há nossos vereadores eleitos que tem uma relação que realmente não dá para ajudar. A Administração demonstra que não tem uma agenda positiva de ações para o futuro, principalmente num momento como este que estamos passando por uma crise a nível nacional e aí, a gente como minoria (oposição com quatro vereadores), acaba tendo muita dificuldade de conseguir ajudar. O que a gente tenta fazer é amenizar para não deixar que a administração cometa mais erros para a cidade no futuro. Qual sua opinião sobre a Administração do governo Carlinhos Almeida? É muito triste. A cidade andou para trás. É uma Administração que mostrou total despreparo, seja nas pessoas que ali tem o mando através da figura do prefeito eleito, que tantos anos tinha projetos para se chegar como prefeito e quando chegou fez totalmente ao contrário daquilo que a cidade precisava. Hoje temos dois sentimentos: de quem o apoiou e foi enganado e quem não apoiou e ficou triste por sentir que a cidade realmente andou para trás. A gente percebe claramente uma falta de planejamento em todas as suas ações. Devemos tratar o poder público, a Prefeitura e suas administrações de forma séria, pensando no Fevereiro/2016 | empautaonline.com.br 10 10 Fevereiro/2016 | empautaonline.com.br
conseguiria reunir um bom governo, enfim apresentando uma boa proposta. O Alexandre foi lançado no final de maio, e para nós, estávamos dentro do tempo.
futuro e a gente vê que isso não acontece de forma alguma, não tem planejamento. O que se tem é sempre tentando cuidar da própria imagem, apenas da imagem da Administração e não da imagem da cidade, que na verdade isso se constrói ao longo dos anos, são administrações e administrações que você consegue construir uma cidade com qualidade de vida pra gente viver e nisso há vários fatores que envolvem esta construção. Esses fatores são elencados pelo PSDB? Há algum atrito dentro da Câmara sobre este assunto? Sim, há uma discussão e tem que tentar levar para a população essa discussão. Um exemplo é a lei de zoneamento: não podemos deixar com que a Administração fale uma coisa e faça outra. Em 2012, quando Alexandre Blanco concorreu à Prefeitura, parte do próprio partido e da população achou que o candidato foi lançado tardiamente e isso acabou afetando sua ida para o 2º turno. Qual sua visão sobre o assunto? A lição que a gente tem hoje do que nós ouvimos que as pessoas nos apontam é a questão do tempo, demoraram muito para dizer quem era o candidato de fato. Por outro lado, em 2012 nós tínhamos uma situação que era de renovar. O partido já estava há muitos anos no governo (16 anos), com dois prefeitos que foram eleitos sempre no 1º turno, mas ainda havia esse sentimento e desejo de mudança, mas que ao mesmo tempo houvesse uma continuação e para nós o Alexandre Blanco representava essa mudança: na aparência, no comportamento, na história política de reunir um outro grupo de pessoas, mais arrojado, que se eleito
Então o PSDB reconhece que houve um erro em relação ao tempo de lançamento do candidato à eleição? Sim, reconhecemos. Pelo feedback das pessoas que nos procuram este é o apontamento principal: da falta de tempo de construção da imagem do Blanco, ainda mais por ele não ser uma pessoa tão conhecida como o Emanuel, o Cury e o Hélio Nishimoto que já eram líderes e haviam passado pelas urnas e tinham um conhecimento maior. O tempo realmente foi nosso maior inimigo em 2012. A prefeitura gastou aproximadamente R$ 10 milhões em publicidade em 2015. Este ano serão mais R$ 10 milhões até julho por conta da lei eleitoral, sendo que já existe um acúmulo de R$ 28 milhões investidos em publicidade. Qual sua visão sobre o uso desta publicidade e de que modo o atual prefeito pode estar usando isso em benefício próprio? Eu vejo a publicidade da seguinte forma: O PSDB não tem nenhum discurso populista contra aquilo que a Administração atual faz só por que nós somos oposição. A gente é a favor sim da publicidade. Em história, nós já fomos do governo e só para as pessoas entenderem no governo Eduardo Cury foi gasto menos de 20 milhões em oito anos com as despesas de publicidade institucionais incluídas, ou seja, os editais que são publicados nos jornais, onde você é obrigado a ter aquelas publicações: chamamentos públicos e chamamentos de licitações. Hoje me parece que esses gastos não estão inclusos, apenas gastos com a publicidade. A publicidade tem que ter. Você tem que ter a troca de informação com a população de alguma maneira, de alguma forma essa população precisa saber o que está acontecendo, precisa ter essa ferramenta, seja da televisão, jornal, revista, panfleto, enfim... Precisa ter alguma forma de conversar com a população. Agora, o que você não pode é tentar enganar as pessoas, o que você não pode é ter dentro de uma crise, onde você tem fornecedores e saúde que não recebem o pagamento do mês e você estar aumentando a sua despesa com saúde. O
que você não pode ter é estar em uma das maiores crises que a cidade já passou em 2015 com relação a dengue e não ser gasto um dinheiro necessário para informação ou de publicidade ou de ações positivas num momento em que a cidade estava precisando. Tem pessoas morrendo e você está gastando publicidade falando sobre uma outra coisa. Aí, eu acho que há um equívoco: dentro de tudo isso aí como que você aumenta a despesa? Tem que ter sempre um equilíbrio e elencar suas prioridades... Se está em crise, por que estamos em crise? Precisamos sempre nos recriar para que possamos sair disto mais fortalecidos, mais maduros e com mais gestão. Na Administração atual não vejo nenhum ganho, só vejo publicidades que tenta direcionar ou enganar a população, não dá pra se ouvir que foi criado 5 mil vagas de creche e ao mesmo tempo há uma lei que é o Plano Municipal de Educação dizendo que há problema com seis mil vagas e que será resolvido apenas em 2020, ou seja, é uma informação contraditória não é? Você vê que nessa publicidade saem informações que não são verdadeiras. Existe um balancete que foi divulgado na mídia que o atual prefeito teria assumido em caixa mais de 250 milhões. Nós também tivemos acesso à Assessoria da Prefeitura que alegou ter um balancete de caixa no momento da transição com déficit de 92 milhões. Existia realmente este caixa? Eu não acredito que o documento que ele tenha enviado a vocês tenha sido um balancete, um documento oficial, dever ser uma planilha de excel sem nenhum tipo de embasamento, que eu faço a qualquer momento. Nós já fizemos uma nota em 2013 explicando os 252 milhões da Prefeitura em caixa, onde nós temos um X de 132 milhões se eu não me engano e diz que é o resto a pagar que são contratos assumidos, sendo que temos de superávit de pouco mais de 120 milhões. Muito me estranha a prefeitura fazer uma planilha de excel e dizer o seguinte: que lá tem 80 milhões de dinheiro que é carimbado, que só pode gastar com FUNDEB, SUS...Por causa disso ele diminui? Vamos supor que esse dinheiro seja carimbado, mas o dinheiro esta lá e só pode ser gasto em determinadas áreas... Muito bem, então Sr. Gestor Prefeito, não coloque dinheiro do Município na Saúde,
10 milhões que seja e tire dos 80 milhões os 10 milhões que o Sr. pode gastar com a Saúde...É só fazer remanejamento. Antes eu até achava que ele fazia isso por falta de conhecimento, mas hoje, além disso, eu acho que há uma intenção de querer enganar a população através de uma informação distorcida...Como que você tira 80 milhões de um superávit e diz que não há. O que precisa é ele como gestor fazer os remanejamentos necessários, o dinheiro está lá. Fora esses 252 milhões que ficou, nós nunca colocamos na conta, por exemplo, o dinheiro de 80 milhões da SABESP, que é um ativo. Se a gente pega todos os valores: ações da SABESP, Fundação Cultural, FUNDAE,URBAM, Arena de Esportes foram mais de 2, 3 bilhões que ficou em caixa, em dinheiro da Administração. A própria URBAM, nós fechamos com dinheiro em caixa, hoje ela se encontra negativa nos balancetes também, então a Administração atual tenta desconstruir uma informação. Por que eles não nos mostram este balancete? Todos os compromissos que assumimos foram deixados seus valores financeiros honrados. Hoje a cidade não tem nem superávit e ainda deve fornecedores. O Sr. é a favor ou contra a Lei de Zoneamento? Do jeito que a lei esta hoje nós somos contra. É uma lei confusa, mal redigida, que não impõe regra nenhuma, muitas coisas em aberto e que deixa a cidade em risco. Hoje nós somos totalmente contra. O PSDB acredita que essa mudança seja necessária? Eu acho necessário algumas mudanças pontuais dentro da própria lei de 2010. Dentro desse processo tem um tempo para a lei realmente
começar a fazer efeito. Essa lei não teve nem este tempo. Logo em 2013 já passou por alterações pontuais, aí começou uma promessa em campanha de mudar a lei. Cabem sim alguns pontos e alterações por que alguns fatores mudaram de lá para cá, até a crise nos trouxe outros fatores... Agora tudo isso tem que ser alterado em cima de estudos, de dados e me parece que não tem. A administração nunca apresentou nenhum estudo, nenhum impacto, nenhuma análise mais aprofundada para propor estas mudanças. A nossa visão é que ela é muito bemvinda, mas primeiro temos de saber o que é isso: quanto é, qual é o impacto, onde vai ser colocado, o que o WTC vai pagar de fato naquilo que ele vai dar de prejuízo? Por que ele só vai gerar emprego? Perfeito, ele gera emprego na sua obra que é um prazo limitado, demite-se fica em andamento e o prejuízo fica com a cidade? Ou o impacto que ele vai trazer no local onde querem se construir fica com a cidade? Isso tem que ter estudo e cabe a administração, apresentar os estudos e dizer o tamanho do empreendimento e os benefícios, não pode se dizer em benefícios só para enganar as pessoas. É inegável que a maioria da população deseja a volta do Emanuel, porém no dia 15 de janeiro ele declarou ser a favor da renovação e que não pretende se candidatar novamente a Prefeito. O que você pode falar a respeito? O partido tem um grande número de pessoas com ótima capacidade, seja de gestão ou de voto, sendo que alguns já foram testados na urna e outros não. É lógico que se pensarmos na questão partido - voltar ao poder, vai o Emanuel e ganha a eleição... Mas não é só isso, o Emanuel defende a renovação de cabeças, de pensamento e de pessoas, não querendo dizer que tem que ser gente de fora ou gente nova com 18 anos. Tem que renovar, ser arrojado dentro da administração pública. A cidade é carente de líderes nossos na Câmara Federal. Já somos carentes, então não podemos perder o pouco que temos (falando sobre o ex- prefeito Eduardo Cury, atual Deputado Federal e Hélio Nishimoto, atual Deputado Estadual). ■
Entrevista concedida em 18/01/2016 empautaonline.com.br || Fevereiro/2016 Fevereiro/2016 11 15 empautaonline.com.br 11
NOTÍCIAS & MAIS
Como tornar nossas cidades mais saudáveis? Planejamento urbano sustentável e participação eminente da sociedade pode ser saída para problemas urbanísticos
DIVULGAÇÃO
A pesquisa avaliou oito categorias para a pesquisa: energia e emissões de CO2, opções de transporte, água, gestão de resíduos, qualidade do ar, saneamento, construções verdes e governança ambiental global. Curitiba obteve pontuação acima da média e destacou-se pela qualidade do ar, reuso de resíduos e mobilidade urbana. Ainda segundo a professora Vinnie Pedra, a mobilidade é fundamental para que uma cidade seja considerada sustentável. “É importante salientar que as cidades que funcionam no sentido de urbano - sustentável são aquelas onde há mobilidade humana: o pedestre é visto como prioridade e tem o poder de escolha, de ir e vir”, explica.
O
ritmo acelerado da urbanização nas últimas décadas tem alertado as organizações sobre a necessidade de um planejamento urbano sustentável para as cidades. Hoje, metade da população mundial vive em centros urbanos. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), até 2030, 60% da humanidade viverá em áreas urbanas. Como manter o crescimento sem prejudicar a população e o meio ambiente? A resposta para a pergunta tem sido trabalhada por profissionais da área: projetistas, tais como arquitetos, urbanistas, paisagistas e engenheiros, atuam concebendo cada vez mais projetos estruturados de acordo com as premissas de sustentabilidade. Fóruns e audiências públicas contam com a presença da população para traçar metas e planejar um crescimento ur-
bano sustentável. Segundo a professora de um curso de pós-graduação em Design de Mobilidade Urbana, Vinnie Pedra, é possível reestruturar as cidades por meios de novos projetos que abranjam, acima de tudo, as necessidades da população. “A cidade deve ser vista como um espaço democrático e extremamente dinâmico. Uma cidade “inteligente” é aquela onde o planejamento urbano considera principalmente os indivíduos habitantes como prioridade”, afirma. No Brasil, um exemplo de cidade com planejamento urbano sustentável, é Curitiba, no Paraná. Ela é considerada a cidade mais verde do país e da América Latina, de acordo com o relatório Green City Index (Índice Verde de Cidades), realizado pela Siemens com a Economist Intelligence Unitm.
Confira alguns aspectos que tornam uma cidade mais sustentável: ● Construções de área para pedestres; ● Estímulo ao desenvolvimento dos bairros; ● Controle da densidade; ● Melhoria no transporte público; ● Criação de áreas verdes; ● Reaproveitamento da água e energia; ● Coleta seletiva; ● Entre outros.
Crédito: KMS Comunicação
NO CONTEXTO
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esde pequenos aprendemos com nossos pais e avós que não há nada mais digno do que trabalhar, produzir, aquecer a economia, ou seja, gerar riquezas. Sempre apreciei em São José dos Campos a sua capacidade de mudança, mantendo a qualidade e atendendo as novas demandas, com o apoio da população, poder público e investidores. Apesar disso, o que tem acontecido na nossa cidade é contra a sua história. Ao longo dos meses a cidade tem andado para trás em relação ao emprego formal. São famílias prejudicadas, comerciantes, empresários, entre tantos outros, causando um efeito cascata na cadeia produtiva. A geração “Y” (à corte dos nascidos após 1980) que nunca sentiu de fato, na pele e no bolso, o efeito de uma crise arrasadora como estamos passando, agora vivencia a falta de uma perspectiva positiva. Obviamente sabemos onde é a nascente do problema que se resume na capital do país, contudo esperávamos das outras instâncias de governo uma barragem larga e capaz de suportar a pressões da incompetência gerencial. Pelo visto São José perdeu essa barragem. Nas últimas semanas de janeiro foram divulgados nos principais meios de comunicação os saldos negativos de postos de trabalho fechados na região metropolitana do Vale do Paraíba. Em São José, chegamos ao número exorbitante de -10.435 empregos em 2015, o último recorde negativo foi em 2012, com -975 empregos, uma diferença de dez vezes mais, sendo que São José dos Campos (SP) foi a 29ª cidade do país que mais demitiu no ano passado. O pior é ver o descaso com o qual o poder público municipal governa a cidade, como por exemplo, não pagamento de fornecedores, o exorbitante número de cargos em comissão e secretarias, gastos estrondosos com publicidade
Por George Zenha
para tentar credenciar a atual gestão ao pleito eleitoral desse ano. Afinal estamos sozinhos? Em conversas com as principais entidades da cidade o sentimento é bastante similar, 2016 também não será um ano fácil e não há previsões de incentivos consistentes que possam fazer aquecer a economia e os empreendedores se entusiasmarem. Aos mais de 10 mil desempregados não pode restar lamentações, afinal lágrimas não enchem o prato de ninguém, mas aumenta a procura de lenços. A criatividade numa hora dessas pode se tornar uma leal e útil ferramenta para buscar soluções práticas para compensar as perdas financeiras. Mesmo em tempos ruins pequenos empreendedores tem se constituído aos montes e comprovadamente tem aumentado suas receitas por conta de encontrar soluções que possam ajudar as empresas a se manterem em pé, enfim, uma boa ideia pode ser um bom negócio. A nós como protagonistas dessa história cabe fazer o que? Decidir! O Brasil tem questões abertas que tem travado o país a seguir um rumo, seja de continuidade ou de ruptura e cabe a nós refletir por qual rumo queremos ir, e pra isso precisamos pressionar os representantes que ai estão eleitos. A corrida do negativismo precisa ser interrompida ou as apostas do que ficará mais “caro primeiro” continuará, seja o dólar, gasolina, a passagem de ônibus, os rombos nas instituições públicas, o desemprego, a luz, o tomate, etc... O ano de 2016 já é um ano de muitas expectativas que devem se tornar fatos ao longo do ano. Sejamos os maestros dessa orquestra, que apesar de estar sem regência tem ótimos músicos. Salvemos o Brasil, salvemos São José dos Campos. George Zenha é presidente da ACI Jovem, Associação Comercial e Industrial de S.J.Campos empautaonline.com.br | Fevereiro/2016 13
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SEUS DIREITOS
G
Por Cristiano Pinto Ferreira
rande parte das demandas dos escritórios de advocacia e dos tribunais são ações contra planos de saúde. Marcio teve negada uma cirurgia para retirar um tumor no cérebro. Luciene, obesa mórbida, uma operação para reduzir o estômago e Walter teve vetado uma radioterapia mais precisa. Em comum, estes nossos clientes tiveram procedimentos negados pelos planos de saúde, recorreram à Justiça e ganharam as ações. Estudo da USP mostra que 92,4% das decisões judiciais contra planos de saúde da cidade de São Paulo favoreceram o paciente. Em 88% delas, a demanda foi atendida na íntegra; em 4%, parcialmente. A pesquisa avaliou todas as 4.059 decisões de segunda instância proferidas pelo Tribunal de Justiça de São Paulo contra planos coletivos entre 2013 e 2014. Cerca de 60% dos paulistanos possuem planos de saúde. A exclusão de coberturas foi a principal causa das demandas (47,6%). O empresário Walter teve indicação médica de uma radioterapia mais avançada para tratar um tumor de próstata reincidente. O plano alegou que isso não estava no rol da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar). Ajuizamos ação judicial, e no dia seguinte foi concedida uma liminar determinando a realização do procedimento. Depois, o TJ ratificou a decisão. Os planos só entendem a língua das liminares. Queriam que Walter aceitasse um tratamento inferior. Ele paga R$ 10 mil por mês ao plano (tem mulher, mãe e três filhos como dependentes) e o tratamento custou R$ 30 mil para a operadora. Entre os mais vetados, estão o tratamento para câncer, sendo o segundo procedimento mais vetado pelos planos (15,6%), atrás das cirurgias (34%). Entre as terapias, a radioterapia lidera nas negativas. “O perfil de problema que leva à Justiça está em constante movimento e tem a ver com lacunas da regulação. Antes, foi a Aids. Hoje aparecem câncer, doenças cardiovasculares”, diz Mario Scheffer, professor da USP. Os planos de saúde dizem que muitos pedidos não estão previstos em contratos ou na lei que rege o mercado. Percebemos que os juízes, porém, estão levando em conta outras legislações, como o Código de Defesa do Consumidor, e súmulas do STJ (Superior Tribunal de Justiça) e do próprio TJ-SP. Quase um quarto dos que recorreram à Justiça pediram também indenização por danos morais pelo sofrimento causado pela negativa do pla-
no, e 59% dos usuários tiveram sucesso. Os valores variaram de R$ 1.000 a R$ 500 mil. Entre as decisões favoráveis por danos morais, 78% foram motivadas por exclusão de cobertura, devido à sensibilidade maior ao sofrimento, sendo que a Justiça ainda se mostra reticente à condenação por danos morais. Observamos que o usuário também teme perder a ação e ter que arcar com os ônus da sucumbência [honorários do advogado pago pelo perdedor]. Uma das saídas diante de tamanho número de ações, seria a mediação, evitando que muitas queixas de clientes de planos de saúde cheguem à Justiça. Para efeito de comparação, entre 2010 e 2014, o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo proferiu um total de 37.877 decisões contra planos de saúde. No mesmo período, o núcleo de mediação da ANS registrou 55 mil notificações de clientes paulistas insatisfeitos. Em nota, a agência informa que a taxa média de resolução das demandas atinge o índice de 85%, confirmando a ANS como o principal canal de relacionamento com o usuário de plano de saúde. Em 2015, diz a ANS, foram registradas 102 mil reclamações contra planos, com uma taxa de resolutividade de 87,4%. Isso quer dizer que, apenas no ano passado, 89,1 mil beneficiários de planos de saúde tiveram suas demandas resolvidas através da ANS, o que contribui para a diminuição da judicialização não só no Estado de São Paulo, mas no país inteiro. Por outro lado, a principal justificativa dos planos de saúde nos processos em que são réus é a de que cumprem o previsto no contrato. Esse argumento é usado em 50% das ações analisadas pelo estudo da USP. Outras duas defesas comuns são as de que o procedimento negado não consta do rol de coberturas obrigatórias da ANS ou de que a lei que rege os planos de saúde ou resoluções da ANS permitem tal prática (33%). Creio que não há uma judicialização do acesso a saúde, mas apenas uma busca do cidadão ao seu direito como consumidor, direto este que deve ser preservado e buscado sempre.
Cristiano Pinto Ferreira é Advogado OAB/SP 168.129 cristiano@cpfaa.com.br empautaonline.com.br | Fevereiro/2016 15
COTIDIANO
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REDAÇÃO
Rodovia Presidente Dutra completou 65 anos de existência no último dia 19 de janeiro. Desde sua inauguração, o caminho por onde é transportado cerca de 50% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro passou por transformações que acompanharam o crescimento populacional e econômico do país. Hoje, cerca de 23 milhões de pessoas em 36 municípios, incluindo as capitais São Paulo e Rio de Janeiro, habitam o entorno dos 402 quilômetros da via Dutra, a rodovia mais importante do Brasil. Inauguração reduz tempo de viagem pela metade No dia 19 de janeiro de 1951, quando foi inaugurada pelo Presidente da República, General Eurico Gaspar Dutra, em solenidade realizada na altura de Lavrinhas (SP), a então BR-2, nova rodovia Rio-São Paulo, ainda não estava completamente pronta, mas já permitia o tráfego de veículos entre a então Capital Federal, Rio de Janeiro, e o pólo industrial de São Paulo. Dos seus 405 quilômetros, 339 estavam concluídos, junto com todos os serviços de terraplenagem e 115 obras de arte especiais (trevos, viadutos, pontes e passagens inferiores). Faltava, porém, a pavimentação de 60 quilômetros entre Guaratinguetá (SP) e Caçapava (SP), e seis quilômetros em um pequeno trecho situado nas proximidades de Gua16 Fevereiro/2016 | empautaonline.com.br
rulhos (SP). A BR-2 contava com pista simples, operando em mão-dupla em quase toda sua extensão. Em dois únicos segmentos havia pistas separadas para os dois sentidos de tráfego: nos 46 quilômetros compreendidos entre a Avenida Brasil e a garganta de Viúva Graça (hoje, Seropédica), no Rio de Janeiro, e nos 10 quilômetros localizados entre São Paulo e Guarulhos, no trecho paulista. A nova rodovia foi construída com as mais modernas técnicas de engenharia da época e com equipamentos especialmente importados para isso, o que permitiu a redução da distância rodoviária entre as duas capitais em 111 quilômetros, comparando-se o novo caminho com o traçado da velha rodovia, inaugurada em 1928. A maior parte dessa redução foi possível com a superação obstáculos naturais, basicamente nos banhados da Baixada Fluminense e na área rochosa da garganta de Viúva Graça, na região de serras entre Piraí e Cachoeira Paulista, e no segmento da Várzea de Jacareí. Além disso, sua concepção avançada permitiu a construção de aclives e declives menos acentuados e curvas mais suaves. Tudo isso representou uma significativa queda no tempo de viagem, de 12 horas, em 1948, para seis horas.
DIVULGAÇÃO/NOVA DUTRA
Considerada a principal rodovia do país, a Presidente Dutra conecta as duas maiores regiões metropolitanas do Brasil: Rio de Janeiro e São Paulo
No total, 1,3 bilhão de Cruzeiros foi investido na construção da BR-2, quantia altíssima para os padrões da época. Gastos muito criticados por setores da sociedade civil e pela imprensa, que classificava a obra como “luxuosa”. O Governo Federal argumentava que o desbravamento do Brasil dependia de caminhos que pudessem ser abertos com rapidez e eficiência e que a modernização da ligação Rio-São Paulo era fundamental para o desenvolvimento nacional. Foi essa, por exemplo, a linha de argumentação no discurso de inauguração da rodovia, feito pelo então ministro de Viação e Obras Públicas, general João Valdetaro de Amorim Mello. “Com um tráfego mínimo de 1.000 veículos diários (...) e tendo em conta a economia resultante do custo de operação dos veículos rodando sobre uma estrada deste modelo (...) em 10 anos, a economia nos transportes efetuados sobre esta rodovia atingirá a casa dos 10 bilhões de cruzeiros.” Tudo isso, lembrava ele, sem contar a economia de divisas com a redução nos gastos com combustíveis, lubrificantes e peças de reposição, todos importados. Projeto inovador na concepção e na execução
Grande obra, grandes números Os números que envolveram a construção impressionam ainda hoje, em um esforço de engenharia que envolveu 35 empreiteiras, milhares de trabalhadores e movimentação de toneladas dos mais diversos materiais. • 2.657.746 m² de pavimentação; • 1,3 milhão de sacos de cimento; • 8 mil toneladas de asfalto; • 20 mil toneladas de alcatrão; • 15.000.000 m³ de movimento de terra; • 300.000 m³ de cortes; • 7.021 m de extensão em 115 pontes, viadutos e passagens; • 19.086 m com 315 bueiros; • 30 milhões de m² de faixa de domínio. ■
MARCELO MORENNO
DIVULGAÇÃO/NOVA DUTRA
As obras da nova rodovia representavam, ainda, um grande desafio de engenharia para a época. O “retão” de Jacareí (SP),
por exemplo, foi um trecho que gerou polêmica entre os técnicos, por ser construído sobre terreno instável, cuja transposição era considerada quase impossível. No entanto, o trecho foi finalizado com a utilização de 12 milhões de metros cúbicos de terra, o equivalente a 1,6 milhão de caminhões cheios, em um aterro submerso de 15 metros de profundidade. No trecho fluminense, a transposição de um trecho rochoso ao pé da Serra das Araras, chamado de “garganta de Viúva Graça”, também representou um grande desafio para os engenheiros empenhados na construção da nova rodovia, que comandaram complexas escavações, permitindo o rebaixamento em 14 metros do paredão de granito.
MARCELO MORENNO
Projeto autossustentável
Crédito: Talita Biancardi/Nova Dutra
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COTIDIANO
Com 74 milhões de cães e gatos, Brasil ocupa o 2º lugar no ranking mundial populacional de pets. Boa parte deles ainda vive nas ruas em situação precária, necessitando de cuidados especiais
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REDAÇÃO
radicionalmente conhecidas, as feirinhas de doação de cães e gatos que acontecem geralmente aos finais de semana nos estacionamentos de shoppings, supermercados e outros estabelecimentos sempre chama a atenção de quem passa por ali. O que muitos não fazem ideia é que o trabalho de um voluntário vai muito além da busca incessante para achar um lar a esses bichinhos. “Os animais são encontrados nas ruas em situação de desnutrição, traumas, sequelas e em sofrimento devido ao abandono gerado e aos perigos e dificuldades que a rua oferece a esses seres”, comenta um dos voluntários da ONG OPAR (Organização para Proteção de Animais de Rua), Henrique Carvalho. Por não possuir canil ou gatil, os próprios voluntários da ONG põe a mão na massa e cuidam dos cães e gatos encontrados. “Hoje são cerca de 150 animais mantidos pelos voluntários responsáveis que realizaram o resgaste nas ruas e os mantém dentro de suas próprias casas ou em locais pagos pelos mesmos”, conta. O centro de Zoonoses por sua vez, diz recolher cerca de dois a três animais por dia nas ruas da cidade com a intenção de controlar as doenças que podem ser transmitidas entre os animais e o ser humano, atendendo os programas preconizados para cada doença, desenvolvidos por órgãos de referência na Saúde 18 Fevereiro/2016 | empautaonline.com.br
Pública. “Os animais quando recolhidos recebem uma avaliação inicial e algumas condutas conforme a sua necessidade e mantidos em quarentena por 15 dias. Após esse período, são castrados e conduzidos para o processo de adoção ou, se não apresentarem condições satisfatórias para adoção, são mantidos em canil”, explica a médica e veterinária do Centro de Zoonoses Dra. Marjorie Franco. A castração segundo Franco é a melhor
forma de reduzir o número de animais abandonados pela população e o foco de zoonoses e doenças interespécies entre outras vantagens. “A castração contribui também para a melhora na qualidade de vida do animal, reduzindo o risco de doenças reprodutivas e outras situações de risco decorrentes do comportamento reprodutivo. Também aumenta a expectativa de vida do animal de estimação”, explica. A ONG OPAR também acredita que
Rações para cães e gatos, medicamentos, dinheiro, jornais, roupinhas, coleiras, guias, areia para gatos e potes podem ser doados a ONG
Feira de adoção de animais da ONG Opar: “Abra o seu coração para um destes animais que estão perdidos, encontre uma família que queira adotá-lo ou até você se tiver condições adote-o”, pede um dos voluntários
essa seja a melhor solução para o bem estar animal e o controle populacional. Há pouco mais de três anos implantaram um programa diário de castração de cães e gatos, ofertando este serviço à população de maneira acessível e de qualidade, “já estamos na ordem de 10.000 cirurgias realizadas”, comenta Carvalho. Para quem deseja adotar um bichinho alguns fatores devem ser colocados em questão, segundo ele. “Primeiramente deve-se reunir toda família para tomar a decisão, verificar se o orçamento familiar
contempla os custos de manutenção (alimentação, saúde, etc) que o animal exigirá por toda a vida e se o local oferece segurança, conforto e bem estar ao novo membro da família”, explica. Uma vez adotado, o animal não deve ir mais para as ruas, sendo esse um dos problemas mais eminentes que o centro de controle de zoonoses enxerga. “Mais importante que estimular a adoção, campanhas voltadas para a Posse Responsável para os proprietários que já possuem um animal e não o abandone seja mais importante e deva ser estimulado para mudança desse comportamento”. Gatos vem conquistando espaço Parece que a preferência nacional dos cãezinhos vem sendo ameaçada por
Fotos: Marcelo Morenno
um outro animal de quatro patas e tão fofo quanto. Os gatos vem se destacando cada vez mais nas feiras de adoção. “Há alguns anos os gatos tem ganhado destaque na adoção, pois o perfil das famílias, o espaço físico dos lares e a independência do animal vêm sendo fatores positivos para a adoção”, comenta Henrique Carvalho . Para mais informações sobre a ONG OPAR e a feira de doações de animais acesse: www.oparsjc.org (em breve terá um nova versão) www.facebook.com/opar.ong contato@oparsjc.org ■
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NEGÓCIOS
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REDAÇÃO
ão é segredo para ninguém que o atual cenário econômico é extremamente desanimador: aqueles que já têm o negócio próprio temem que as portas sejam fechadas, o funcionário nunca valorizou tanto uma “cadeira cativa” na empresa em que trabalha, mas, também há aqueles que mesmo assim querem se aventurar em 2016 e apostar suas fichas abrindo algo próprio. Nem só de pessimismo vai esse texto e segundo um ranking realizado pelo SEBRAE alguns modelos de negócios prometem deslanchar nos próximos anos, sendo que alguns chegaram a um aumento exorbitante de procura em 2015. “Diversos setores possuem chance de sucesso, desde que as oportunidades de mercado sejam bem exploradas pelo empreendedor, mas, neste momento, percebe-se um crescimento muito significativo em: tecnologia (games, aplicativos para celular, automação, etc), estética, saúde, bem-estar, exportação de produtos, serviços de manutenção e reparo (principalmente bens duráveis), preparo de alimentos para consumo domiciliar, reciclagem, produtos nacionais que concorrem com importados, negócios que resolvam dores (necessidades) ainda não resolvidas das pessoas, etc”, comenta o consultor do SEBRAE- SP, Rafael de Souza. Enfermeira e sócia de uma franquia de cuidadores de pessoas que oferece serviços que vão desde assistência a idosos, gestante e crianças a cuidados com pessoas em recuperação cirúrgica e pacientes com Parkinson e Alzheimer, a empresária Juliana Galassi de 37 anos decidiu investir nesse meio a quatro anos 20 Fevereiro/2016 | empautaonline.com.br
por uma necessidade própria e hoje colhe os bons frutos de um negócio bem sucedido. “Os irmãos mais velhos do meu pai começaram a ter Alzheimer e eu percebi a dificuldade que a minha família tinha de achar cuidadores qualificados e com responsabilidade. Um dia assistindo a um programa de TV que falava sobre esse modelo de negócios e o crescimento deste mercado, tive um click, então chamei minha irmã que também é enfermeira para sermos uma das franqueadas da Home Angels”, conta. Segundo a empresária, 2014 surpreendeu as expectativas e 2015 fechou um com um balanço positivo. “No ano passado conseguimos manter nossos clientes, a procura continua e o nosso telefone esta tocando também, fechar contrato está um pouquinho mais difícil, mas por que as pessoas ainda estão com medo. Acredito que a partir de fevereiro tudo volte ao normal”, conta. As franquias são uma boa opção para quem pretende se aventurar, mas sem correr grandes riscos, segundo o consultor do SEBRAE-SP, Rafael de Souza. “A grande vantagem neste modelo é poder contar com o apoio, experiência e conhecimento do franqueador sobre o segmento de clientes, suas necessidades e o modo de operacionalizar a empresa, além de já contar com a credibilidade de um nome ou marca já conhecida no mercado”, explica. Mesmo assim, o investidor deve ficar atento a alguns pontos essenciais para planejar que seu negócio tenha mais chances de sucesso. “Escolher uma franquia que se adeque ao seu perfil, planejar todo investimento necessário para abrir o novo negócio, analisar os custos e despesas, entender como funciona o sistema de franquia (royalties, COF, conFotos: Arquivos Pessoais
Se nem a crise te segura e você pensa em abrir um negócio este ano, confira as dicas de business promissores para não errar a mão em 2016
trato, taxas, fundo de propaganda, etc), analisar e mapear o mercado onde quer investir e ouvir os seus futuros possíveis clientes é extremamente necessário”, pontua Souza. Estúdios de tatuagem e colocação de piercing tem crescimento de 413% Se antes os rabiscos que estampavam a pele de alguns ficavam escondidos por que muitas vezes era repugnado por olhares preconceituosos, hoje essa ideia foi por água abaixo, pelo menos por um estudo realizado pelo Sebrae entre os
O tatuador Alexandre Correa: “Antigamente as pessoas tinham medo de entrar no estúdio e o que iam encontrar lá dentro”
anos de 2009 e 2012, mostrando que os estúdios de tatuagem e piercing foram a atividade com a maior taxa de crescimento (ou seja, de CNPJ abertos). Trabalhando há doze no ramo, e hoje comandando seu próprio estúdio, Alexandre Correa e sua equipe contabilizam cerca de nove tatuagens por dia. “A mídia anda divulgando bastante com os Reality Shows, jogadores de futebol, modelos e atrizes estampando suas tatoos, então as pessoas acabam quebrando aquele paradigma. Antigamente as pessoas tinham
medo de entrar no estúdio e o que iam encontrar lá dentro, hoje até na hora de procurar emprego não há mais preconceito como antes”. Para este ano, ele pretende aumentar o número de tatuadores na equipe e dar atenção especial aos piercings, que segundo ele, voltou com tudo em 2015. “Curiosamente no inverno a procura aumenta e o lugar onde as pessoas mais gostam de colocar o piercing é no nariz”, revela. ■
A procura por serviços que resolvam “necessidades” está entre os negócios mais promissores de 2016
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CAPA
Enquanto para alguns a jornada está terminando, para outros é mais um dia de trabalho que se inicia. Conheça o perfil de sete trabalhadores da noite joseense
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REDAÇÃO
para seu novo e nada discreto personagem: Dimmy Pink, onde embala noitadas como drag queen em casamentos, raves, despedidas de solteiro e em turnês com a própria banda. “Nos palcos eu entro de corpo e alma, limpo e transparente... Vou sentindo como o público é e vou deixando me levar, a recepção geralmente é ótima”. Com cerca de sete shows por mês ele afirma que a figura do Drag ainda está associada ao preconceito, mas que tudo depende de como a pessoa se colo-
ão José dos Campos, três horas da manhã. A cidade já está encerrando suas atividades neste horário: os bares e restaurantes já estão fechando suas portas, na maioria das casas noturnas as filas já terminaram e ninguém mais pode entrar e curtir a balada e os poucos carros que estão nas ruas são “engolidos” por um silêncio abismático. No entanto, diante deste cenário há um grupo de pessoas que não param durante esse turno e nos bastidores de uma noite aparentemente calma, a correria deles só está começando... No turno do Corujão não há espaço para frescura: a mudança de horários transforma suas vidas e afeta a saúde, a rotina e os relacionamentos. Apesar das dificuldades, contudo, a maioria afirma amar o que faz, dando a entender que trabalhar à noite é frequentemente uma escolha, e não apenas uma necessidade. Cícero de Paula é daqueles que se pudesse trocaria sem pestanejar à noite pelo dia. “Espiritualmente a noite para mim é mara, gosto muito da magia que este horário proporciona, é coisa de artista, sabe... Viver a madrugada”, revela. Com energia de sobra ele é bailarino profissional, dançarino e coreógrafo de uma banda há dezoiA drag queen Dimmy Pink: “Vou sentindo como o público é e vou deixando me levar” to anos e há três achou um tempinho 22 Fevereiro/2016 | empautaonline.com.br
ca. “O respeito tem que vir de lá para cá, mas sinceramente não acontece muito comigo, também por que eu não deixo ser levado por essa coisa pesada, não me apego nisso”. Como um bom vivant da noite ele já passou por inúmeras situações cômicas e outras nem tanto assim. “Já aconteceu de pegar o terno de um convidado e girar, quando joguei para o alto, percebi que o celular estava no bolso e estilhaçou no chão, tive que pagar é óbvio... Também já queimei um terno Armani com vela e paguei o tintureiro, faz parte do show e acontece no nosso dia a dia”, diverte-se. Mudança de hábitos Passando da água para o vinho, ou melhor, do dia para a noite, o ex-gerente de escolta armada Devanildo dos Santos, largou tudo para se aventurar na noitada e tocar (literalmente) um karaokê a convite de uma amiga que pretendia vender sua parte no negócio. “O mundo que eu vivia era muito estressante, negociei e em um mês eu já assumi o bar”. Há doze anos comandando o Tocata, um dos karaokês mais conhecidos da região ele diz viver pisando em ovos com a prefeitura da cidade. “Há doze anos que eles tentam fechar o meu bar, ainda bem que essa gestão pelo menos nos chama para conversar, contudo, virou um
barril de pólvora você trabalhar na noite de São José. Se você achar um ponto que a prefeitura libere alvará de música com um nível bom, pode pegar que é mosca branca. Me parece que eles sempre estão na contra mão”, fala. Deixando de lado questões políticas, ele se diverte com o seu trabalho, que, assume ser uma faca de dois gumes: divertido, porém cansativo. “Nosso público é excelente, é fiel, eles vêm praticamente todos os dias aqui, um ou outro dá problema, por isso você tem que estar sóbrio do outro lado do balcão para ver o que esta acontecendo”, explica. “O que mais me agrada em trabalhar na noite é lidar com tipos diferentes de pessoas, aprendo muito com eles. Muitos artistas vêm aqui também, essa troca de informações é muito bacana”.
Há doze anos como bartender, Fernando Selmer garante: “gosto de levar sonhos às pessoas”
extremamente emocionado, e olha que ele nem bebia”, brinca. Sendo um dos últimos a sair do evento, Fernando garante que a paquera rola solta durante toda a festa, inclusive em cima de sua equipe. “Principalmente em festa de 15 anos tem muito assédio, uma vez um grupo de meninas nos pegou a força, às vezes o pessoal bebe e sai do controle”, lembra.
com muitas crianças, permanecemos por lá a madrugada inteira sob muita chuva e a água subia muito rápido. Após muito trabalho, tiramos todos para locais seguros e ninguém se feriu ou se perdeu, foi muito gratificante e emocionante ao final da ocorrência”, conta. Segundo o tenente, a adrenalina quando o alarme é acionado durante a madrugada é tanta que não dá nem tempo de pensar em cansaço. “Tem noites que Salvando Vidas nem dormimos, durante a ocorrência a vontade de ajudar as pessoas e o foco no Nem só da atmosfera boêmia vai os objetivo de ter sucesso no atendimento à afazeres daqueles que trabalham no população faz com que nos esforcemos período noturno. Tendo o pai que era ao máximo mesmo no período noturno”. Coronel do Corpo de Bombeiros como Adepto a uma vida saudável e as atiprincipal influência, o tenente Alexan- vidades físicas ele confessa preferir o dre Reis, com 31 anos, decidiu seguir a horário diurno para realizar seu puxado mesma profissão e hoje leva consigo expediente, no entanto afirma vivenciar experiências de tirar o fôlego. “Houve genuinamente o espírito de sua profissão Devanildo dos Santos: De gerente de escolta uma grande enchente na parte mais bai- nos plantões da madrugada. “A quebra armada a dono de Karaokê xa do bairro do Pinheirinho, em Jacareí, da rotina de vez em quando faz bem para foi muito de repente, fomos acionados renovar as nossas energias, e esse é um Do outro lado da cidade, mais especide madrugada e tivemos que tirar um momento no qual verdadeiramente viveficamente em uma festa de casamento grande número de famílias de suas casas mos o espírito de ser bombeiro”, revela. que está rolando há algumas horas, Quem também leva uma rotina aparece uma figura muito conhecida bem puxada é a enfermeira Daniela por nós e que faz com que a animaSilva, que trabalha na área da saúde ção no salão vá ainda mais longe: Os desde seus 15 anos e tem como hoBartenders. rário fixo de labuta a madrugada. “Há Com seu arsenal de bebidas e dez anos que trabalho no horário da drinks, Fernando Selmer trabalha noite, mas não ligo, pois sou uma atrás do balcão há dez anos e gapessoa noturna”, diz. rante que não tem preço poder levar Cursando o último ano de facul“sonhos” aos que contratam seus dade no período matutino ela sai do serviços. “Uma vez um noivo me prohospital quase todos os dias e segue curou e disse que viu nossa estrutura rumo às aulas. “Só depois vou para O tenente Alexandre Reis (último no canto direito) e quase chorou, ele lembrou todos casa descansar, tento dormir pelo e sua equipe: “a noite é um momento no qual os detalhes que havíamos conversaverdadeiramente vivemos o espírito de ser bombeiro” menos de 6 a 8 horas por dia”. do que ia ter em sua festa e se sentiu empautaonline.com.br | Fevereiro/2016 23 15
CAPA Mesmo com a rotina avessa a grande maioria das pessoas, a enfermeira afirma estar totalmente adaptada a este horário e pronta para enfrentar uma noite cheia de desafios todos os dias. Durante o turno do corujão, os casos mais ocorrentes nos corredores do Hospital segundo ela, estão ligados a brigas e acidentes. “Recebemos diversos casos levados pelos bombeiros, SAMU e Resgate... acidentes que acontecem na Dutra, Tamoios e regiões ao redor. Nas madrugadas de finais de semana as pessoas bebem e se envolvem em acidentes, recebemos casos, por exemplo, de brigas em baladas que acabam em ferimento por arma branca ou arma de fogo”, conta. Ao trocar horários convencionais de trabalho por turnos noturnos, Daniela acaba deixando um pouco de lado sua vida pessoal. “A pessoa tem que estar preparada e ciente que terá de abrir mão de estar às vezes com a família ou amigos em festas, viagens, para fazer plantões em finais de semana, feriados, natal, ano novo etc... No entanto, é gratificante, por exemplo, ver alguém que sofreu paradas cardíacas sair bem, e você contribuiu para isso”, revela.
vras”, revela. Tentando se despedir da vida de acompanhante, ela diz estar focada nos estudos e deseja ingressar na universidade ainda este ano. “Já economizei bastante dinheiro para me manter. Se eu passar, vou procurar estágio e aos poucos ir largando minha atual profissão”, conta. Outro lado que também chama à atenção está no mundo da música. Acostumado a lidar com a troca de olhares e flertes das fãs durante os shows que comanda o empresário e também vocalista da Banda Gostoso Veneno, Zégui Muricy, assume que o clima da noite é sim, propício a paquera, porém o acesso às fãs é bem menor do que nossa imaginação pensa. “Muitas vezes entramos no local do show, cantamos e vamos embora, às vezes nem temos contato com as pessoas. É muito menos do que vocês acham”. Vindo de uma família de músicos, o cantor que trabalha na área desde seus quinze anos, já está acostumado a trabalhar madrugada a fora e lida muito bem com isso, tanto que divide seu tempo insanamente, entre o horário comercial empresariando a banda e entre a noite -seu turno favorito– cantando ou ensaiando. “O músico de baile rende mais a noite. Quando tem que marcar ensaio é neste horário, é o período que o corpo está condicionado a este trabalho”,
Paixões noite a fora O universo noturno também proporciona boas experiências e histórias que vão além do nosso “simples” imaginário. Gabriela*, de 29 anos, chama a atenção por onde passa: loira, 1,75m, corpo escultural e uma língua afiada que revela como a vida de uma acompanhante funciona. “Se você quer saber eu sou muito mais amiga e psicóloga do que amante. A maioria dos meus clientes me chama para jantar fora da cidade e poder mostrar aos outros. Eles são muito carentes em sua grande maioria, as esposas precisam ouvir mais seus maridos”, fala. A profissão, que no início era feita por pura necessidade segundo ela, se tornou prazerosa com o passar do tempo e hoje, como acompanhante de alto padrão ela se dá ao luxo de escolher sua clientela. “Investi muito em mim e no meu próprio marketing, hoje se não quero sair com determinada pessoa não vou mesmo. De cara babaca o mundo está cheio”. É claro que toda história de prazer e luxuria tem seu lado B. Homem armado, violento e agressivo, 24 Fevereiro/2016 | empautaonline.com.br
por exemplo, não é incomum. No entanto, ela diz já ter se apaixonado algumas vezes por clientes, “eram casos simplesmente platônicos e eu sei que nunca poderia ficar com eles na realidade”, reflete. No entanto, ela também já foi surpreendida com um pedido de casamento. “O cara ficou apaixonado por mim, levoume para jantar, levou presentes, fizemos o programa e depois se declarou estar perdidamente apaixonado e tirou a aliança do bolso. Era um cliente que eu atendia praticamente toda a semana. Fiquei muda, completamente sem pala-
comenta. Quando questionado sobre sua preferência de público ele é claro e define os bailes de casais como seu favorito. Avesso a ritmos como o funk e sertanejo ele se diz um fã de Sinatra e Chopin. “Hoje em dia a música apodreceu muito, porém nesses bailes de casais ainda podemos ter esse repertorio clássico. Na formatura, no evento empresarial, é só arrocha e músicas comerciais da moda”, garante. Para lidar com os bebuns chatos que insistem em pegar o microfone e cantar, é preciso ter jogo de cintura. “Tem o bêbado legal e o chato, o legal dançou, suou, foi embora... O chato não, ele sobe no palco, quer dançar, quer cantar...Se é um cara muito folgado a gente para e toca uma musica da Gretchen pra ver se ele dá uma rebolada e aparece um pouquinho”, diverte-se.
do deve ser das 22h às 05 h, sendo que esse trabalhador tem direito a adicional noturno. “O percentual corresponde, em média, a cerca de 30% a 35% do valor total do salário, de acordo com a convenção coletiva da categoria. Alguns até preferem, por ter um bom aumento salarial e estar em um ambiente de trabalho mais tranquilo”, comenta o consultor em RH, Pablo Rossi. Segundo ele, a maior vantagem para o empregador ter seu funcionário trabalhando neste período é ter a empresa aberta 365 dias do ano e 24 horas por dia, porém é necessário se atentar. “Os funcionários que trabalham nesse horário tendem a ficar mais acomodados, e por ficarem muito sozinhos, se afastam do dia a dia da empresa e o perigo é acabarem se isolando em seu trabalho”, explica. ■
Trabalhador noturno ganha de 30 a 35% a mais do valor total do salário Segundo estimativa realizada em 2010 pelo Instituto do Sono, com dados do Ministério do Trabalho, cerca de 15 milhões de pessoas trabalham no período noturno. Por lei a jornada de trabalho neste perío-
Empresário e Cantor, Zégui Muricy faz uma rotina que inclui o horário comercial e a madrugada
Fotos: Arquivos Pessoais
R. Luiz Eduardo Dias Grunewald, 18 empautaonline.com.br | Fevereiro/2016 25 Bosque dos Ipes - S. J. Campos15
NOTÍCIAS & MAIS
Encontro gratuito de mulheres empreendedoras chega a São José dos Campos No último dia 25 de janeiro, no Parque Tecnológico, a rede Empreender Mulher trouxe para São José dos Campos um evento gratuito para mulheres que tem um negócio próprio, ou sonham em empreender
O
evento teve como foco transmitir conhecimento e capacitar mulheres que decidiram deixar seus empregos formais para poder passar mais tempo com a família ou pela vontade de empreender. Além das palestras, a audiência teve um momento para fazer networking com outras candidatas e elaborar um pitch de negócios. A rede Empreender Mulher começou como um grupo no Facebook, criado pela publicitária e empreende-
dora, Adriana Valente, que optou por deixar o emprego depois da maternidade. O grupo, que começou em fevereiro de 2015, já tem mais de 49 mil membros, que trocam experiências e fazem negócios no ambiente virtual. A iniciativa conta ainda com forte presença nas redes sociais e disponibiliza podcasts e vídeos para orientar as empreendedoras em início de carreira. O evento foi realizado por Stéphanie Brasil, fundadora da Maternólatra,
uma cooperativa de mães empreendedoras feita por elas e para elas, que acolhe e assessora mulheres que resolveram mudar de vida ao se tornarem mães. Enaltece a maternidade e ajuda a “mãelherada” a resgatar-se socialmente, apresentando o mundo materno de forma bem humorada e despreocupada. Este ano estão planejados eventos em todo o Brasil.
Crédito: Stéphanie Brasil
(12) 98837- 6215
Ana Müller
asmariasnacozinha
asmariasnacozinha
asmariasnacozinha@hotmail.com
#ComuniQueSe
J
á pediu ela em namoro? Com certeza você já foi abordado por alguém querendo lhe vender uma rosa em um happy hour na mesa de um bar, ou balas, chocolates e acessórios eletrônicos no semáforo em meio ao trânsito, ou até mesmo na praia durante aquela cervejinha com um “Eai chefe! Vai um amendoim pra acompanhar?”. Diariamente somos abordados por esses personagens criativos ambulantes querendo vender seu produto, fazendo sua própria propaganda e uso das mais variadas estratégias com efetivas abordagens, sejam elas simples ou elaboradas. Diante do cenário em que se encontra, ele define seu público-alvo e faz uma aproximação eficiente - “Já pediu ela em namoro?” - prevendo efetividade na venda. Seja na venda de amendoins, balas, chocolates ou da própria flor, somos induzidos a uma experiência de uso ou degustação. Na venda das rosas, além de ter uma abordagem divertida, o ambulante já espera uma resposta, seja ela positiva ou negativa, e como reforço da estratégia pré-definida, nos coloca diante de um cenário favorável à venda entregando a rosa em nossas mãos. Estes ambulantes buscam proporcionar a vivência que é muito utilizada em pontos de merchandising. Trabalhando com oportunidade única de negócio, se estrutura com base nas ferramentas que possui e se especializa dentro de suas limitações para buscar os melhores resultados possíveis. Solitária, esta é a realidade deste profissional, pois é ele quem prepara seus produtos, define sua estratégia de venda, elabora o roteiro e a abordagem que irá utilizar para conquistar seus clientes e vender seus produtos. Ninguém melhor do que ele conhece sobre o seu negócio, no máximo pessoas bem próximas o auxiliam. Analisando por este lado, podemos até refletir de forma crua: para que preciso de marketing ou de uma empresa especializada nisso? Já parou para pensar no tempo que este profissional perde elaborando uma estratégia? A quantidade de vendas que perdeu por não ter uma comunicação correta? Quanta energia gasta em tarefas que poderiam ser facilmente feitas por um profissional de marketing? O ambulante faz a compra dos produtos, estoca, sai para vender, faz todas as atividades do seu negócio, mas na realidade se perde por não ter para quem delegar as demais funções. As dores e esforços deste profissional são enormes e desgastantes por trabalhar sozinho, não possuir pessoas qualificadas para di-
Por Lucas Vinícius
vidir as responsabilidades que o ajudaria a realizar vendas e abordagens mais assertivas, poupar dinheiro e tempo com técnicas e braços capazes de cumprir essas tarefas. Para o ambulante é difícil transmitir tal confiança junto ao consumidor. Todo produto precisa de uma promessa básica que busca atender o desejo de quem o compra. Podemos dizer que de forma inconsciente nos perguntamos, “o que irei ganhar comprando?” e/ou, “o valor que estou pagando é justo?”.
Uma empresa que oferece equipe especializada em comunicação e marketing, entrega vantagens competitivas no mercado, proporciona resultados assertivos com profissionais específicos que irão cuidar de cada tarefa. A estratégia é fundamental, pois quantas vezes você já lançou um produto sem informação do público-alvo ou começou a vender sem pesquisa de mercado e teve qualquer tipo de prejuízo? Trabalhar a comunicação e marketing de um produto, por mais simples ou comum que seja, parece fácil como no início do texto, no entanto, para realizar objetivos e atingir grandes metas é preciso mais do que força de vontade, é necessário um planejamento de comunicação e marketing para posicionar-se acima dos demais, ganhar mercado e ser visto como referência. O momento é de refletir como você é profissionalmente. Como você quer ser visto por seus clientes? Vai enfrentar tudo sozinho igual ao ambulante ou em equipe? Lucas Vinicius é Dir. Executivo de Contas e Empresário ComuniQ PPG MKT WEB empautaonline.com.br | Fevereiro/2016 27
TECNOLOGIA
Brasil tem enorme capacidade de energia solar que é extremamente desperdiçada
S
REDAÇÃO
e tem uma coisa que nosso país tem em abundância é uma fonte energética tão pouco explorada quanto valorizada: a energia solar. O Brasil é um dos poucos países do mundo que recebe uma insolação (número de horas de brilho de Sol) superior a 3000 horas por ano. O nordeste conta com uma incidência média diária entre 4,5 a 6 kWh. Para se ter uma ideia, o lugar mais ensolarado da Alemanha, por exemplo, recebe 40% menos radiação solar que o lugar, digamos assim, menos abastado de Sol por aqui. Quase toda energia elétrica produzida na Brasil, cerca de 65%, vem de usinas hidrelétricas, sobrando um pequeno espaço de aproximadamente 0,0008% para as fontes solares. A pergunta é simples: Por que persistimos em negar tão grande potencial? Seriam questões governamentais como falta de apoio e estímulo dos grandes? “Precisamos abaixar os impostos sobre os equipamentos utilizados, as prefeituras poderiam oferecer descontos no IPTU para quem instalar sistemas fotovoltaicos, além da criação de mais linhas de crédito com menores taxas de juro ao consumidor”, sugere Gleydson Oliveira Perete, técnico em elétrica e diretor comercial da Energy Economy. Ainda segundo ele, por dezenas de anos os gestores do sistema elétrico bateram na tecla de que essa fonte é cara, portanto inviável quando comparadas as tradicionais. “Precisamos mudar 28 Fevereiro/2016 | empautaonline.com.br
nossa mentalidade para que o governo crie mais incentivos para produção de energia fotovoltaica, assim os preços dos equipamentos tendem a cair, criando mais possibilidade de geração”, frisa. Dados da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) mostram que, se todo o potencial teórico de geração de eletricidade nas residências brasileiras fosse aproveitado com sistema fotovoltaico, produzi-
ríamos o suficiente para abastecer mais duas vezes o atual consumo residencial. Quem sabe assim deixaríamos um pouco de lado a principal fonte de energia do país, a hidrelétrica, e nos conscientizaríamos de que com uma crise hídrica como ocorreu em 2015 seremos afetados novamente. “Naquela situação, tivemos um aumento de 60 a 70% nas contas de luz.
Além da parte sustentável , pois numa crise energética é necessário acionar as termelétrica que usam gás natural e carvão”, explica Perete. ANEEL traz benefícios aos consumidores que querem instalar painéis solares fotovoltaicos Graças a uma nova norma de 2012 que a ANEEL (Agencia Nacional de Energia Elétrica) trouxe, basicamente todo cidadão que usar seu telhado para gerar sua própria eletricidade vai receber descontos em sua conta de luz. Segundo a empresa, “quando a geração for maior que o consumo, o saldo positivo de energia poderá ser utilizado para abater o consumo em outro posto tarifário ou na fatura do mês subsequente. Os créditos de energia gerados continuam válidos por 36 meses”. Empresas como a Energy Economy, que visam economizar ao máximo o consumo de energia de seus clientes realizam este trabalho. “Fazemos uma análise do consumo do cliente, os kWh que ele consome mensalmente através da própria fatura em companhia com a distribuidora. Feito essa análise a gente vê os possíveis locais de instalação do cliente; vendo que tem espaço suficiente, fazemos todo o projeto. O cliente aceitando, a gente faz toda a parte de consultoria e a liberação junto à concessionária, recolhimento de ART e projeto executivo. Isso gira em torno de 120 dias – de cotação até a parte final onde ele vai gerar sua própria energia”, explica. ■
Capacidade energética do Brasil 1922 - Capacidade total - 55,03 GW Hidráulica (Hidrelétricas) 47,7 GW (86,7%) Térmicas e outras - 7,33% (13,3%)
2015 - Capacidade Total - 133,9 GW Hidráulica (Hidrelétricas) - 89,22 GW (66,6%) Térmicas e outras - 39,78 GW (20,5%) Energias Alternativas - 17,335 GW (12,9%) sendo a energia solar apenas 0,015 GW (0,01%)
2030 - Projeção de Capacidade Total - 224,9% Hidráulica (Hidrelétricas) - 164,06 GW (77,1%) Térmicas e outras - 39,89 GW (17,3%) Energias Alternativas - 12,56 GW (6,1%) sendo a energia solar apenas 1,18 GW (0,5%)
Entenda como funciona o sistema fotovoltaico
1 Painéis Solares 2 Inversor DC/AC 3 Quadro de Luz 4 Eletrodomésticos 5 Relógio medidor
empautaonline.com.br | Fevereiro/2016 29 15
TURISMO
Veja as fotos do terceiro e último dia da aventura do nosso fotógrafo Lucas Goulart no coração da Mata Atlântica, o Parque Estadual Turístico Alto da Ribeira (PETAR)
GASTRONOMIA
PACO C
REDAÇÃO
arioca de nascimento e joseense de alma, Paco Ortolá é daqueles que adora uma praia e tudo aquilo que envolve estar com o pé na areia, inclusive os apetitosos frutos do mar, inspiração principal que o levou a pilotar o fogão pela primeira vez quando tinha seus dezessete anos. “Encostei na minha mãe para aprender a fazer exclusivamente dois pratos: lula em tinta e um arroz ao forno que se faz em Valência. Com seis, sete anos, eu já conhecia o caviar preto e o laranja, pasta de caviar e já descascava camarão com garfo e faca”, conta. Sob influências de Dona Aurora, que sempre foi uma cozinheira de mão cheia e produzia os pratos da casa em sua grande maioria com pitadas da cozinha portuguesa e espanhola, Paco passou a levar o toque europeu para suas empreitadas gastronômicas, inclusive para o que seria seu maior instrumento de trabalho futuramente: a mediterrânea Paella. O prato, que até então era muito mais conhecido na Capital no final dos anos 80, ganhou um fiel escudeiro para que essa delícia se espalhasse por aqui. Foi onde decidiu se aventurar nessa especialidade com apenas duas panelas de paella e muito esforço. “Foi um sucesso. Como não tinha internet e nada disso naquela época, a divulgação foi boca a boca mesmo, o pessoal comia, gostava e indicava”, lembra. Para aprimorar a técnica ele decidiu arrumar as malas e ir para o berço da paella: a Espanha. Mais especificamente em Valência, onde passou alguns anos
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se dedicando a gastronomia. Estudou e trabalhou em diversos restaurantes e se deliciou com o autêntico arroz ao forno, que hoje é o seu prato preferido e aquele ensinado por sua mãe há alguns anos atrás. “É engraçado como eles são bairristas com a comida. O arroz ao forno é de Valência, então os outros locais da Espanha não o conhecem. Com a paella é diferente, o prato se banalizou no país todo”. Segundo ele, a verdadeira paella não leva frutos do mar como conhecemos e é tão apreciada por aqui, mas ingredientes que são bem comuns ao paladar espanhol e nada convincentes ao brasileiro. “Nesta vai frango, coelho, caracóis, um feijão típico da região, verduras, além do arroz que é plantado na própria capital”, explica. De volta ao país e ao gosto tão diversificado do nosso povo, ele se especializou em produzir as paellas (ao gosto do brasileiro, ou a valenciana propriamente dita) e tudo aquilo que é diferente na culinária, segundo ele, “pizza e feijoada tá assim de gente que faz, gosto também de trazer influências da cozinha tailandesa e indiana nos meus pratos, quando me ligam sempre peço para fazermos algo diferente, sair do trivial”. Sob o olhar cauteloso e ajuda de sua mulher Néa eles já chegaram a produzir cerca de sete a oito paellas por final de semana, sendo este ainda o prato queridinho por aqueles que procuram as delicias gastronômicas de Paco.
Amigo íntimo das câmeras, ele se diverte produzindo seu canal no You Tube o: Brincando na Cozinha, que já conta com cerca de dois mil seguidores. Ele mesmo produz os vídeos e todo o conteúdo. Também traz receitas e postagens de dar água na boca no Instagram e Facebook, seguindo a premissa perfeita de que uma imagem vale mais do que mil palavras. Em casa quem dá as cartas também é ele, e lá não tem lugar para o desperdício. Com uma cozinha criativa ele reinventa pratos com restos de alimentos que sobram na geladeira. “Esse final de semana fizemos churrasco e sobrou frango, costela a barbecue e já estava tudo seco. Então por que não fazer uma sopa? A mistura desses sabores ficou incrível”, conta. Ativo, seu novo lance envolve a gastronomia baiana e a venda de acarajés sob encomenda. Ele comenta que o item que não pode faltar em cozinha nenhuma no mundo são as ervas; prova disso é a horta que ele “brigou” para ter em seu antigo prédio e conseguir colher as plantas fresquinhas direto do pé. “Todo mundo do prédio podia usar manjericão, salsinha, hortelã... Até um indiano plantou curry e o segredo está no temperar. Já com sal tem que tomar muito cuidado, ele pode ser o grande vilão da cozinha”. ■
Dale paella! Com a ajuda de sua mulher, NĂŠa Evangelista jĂĄ chegaram a produzir cerca de sete a oito pratos por final de semana
Fotos: Arquivo Pessoal
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MODA
Veja o que foi tendência:
Gisele Catanho é formada em Consultoria de Imagem e Estilo
Seja para curtir a Sapucaí, um baile ou bloco de rua, alguns itens são indispensáveis para ter um carnaval cheio de alegria e conforto. São eles: - Bolsa a tiracolo; - Sapato confortável, pois ninguém merece ter que parar o samba por causa do pé que está doendo ou por ter tropeçado na calçada, não é mesmo?! - Uma pitada de cores vibrantes, glitters ou lantejoulas; - E muito samba no pé.
BLOCOS DE RUA Para a folia nas ruas, o conforto veio em 1º lugar. Shortinhos com uma t-shirt ou top colorido e uma rasteira, fora o grande destaque nos acessórios. Uma dica foi usar chapéu ou lenço colorido na cabeça como turbante, que além de prender o cabelo disfarça o suor e deixa o visual mais fashion. Para as mais ousadas, a fantasia também é sempre uma ótima opção, sempre combinando com seu estilo.
BAILE DE CARNAVAL A ocasião pediu um dress code digno de balada, cheio de brilho, glamour e até mesmo plumas ou máscaras. Usamos e abusamos de vestidos (desde os mais soltos aos mais larguinhos) ou mini-saia e body e sandália plataforma e uma bolsa clutch para valorizar o look.
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DESFILE DAS ESCOLAS DE SAMBA Na maioria dos desfiles eles exigem abadá, então a dica foi personalizar, incrementar com um maxicolar e pulseiras, para cair no samba. As rasteiras e os saltos liberados.
MICARETAS EM TRIO ELÉTRICO Seguem o mesmo padrão dos blocos de rua. Mas diferente das fantasias, alguns trios disponibilizam abadá personalizado.
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ARQUITETURA
Quem não gosta de mudanças em casa? Um toque novo faz toda a diferença!
U
POR SARA AMARAL
ma decoração que não exija grandes investimentos é o ideal para qualquer um, inclusive para quem inicia o ano cheio de despesas, porém adora uma novidade. Entretanto, em grande maioria dos casos, (dependendo do que se pretende), a decoração bonita e barata é inteiramente praticável. Veja a seguir alguns exemplos de soluções com baixo custo e bom resultado, quando utilizados com critério e bom gosto. Reaproveitar os móveis usados é uma ótima opção para quem quer economizar. Existem infinitas maneiras de fazê-las! Aproveitar portas que tenham sido retiradas de algum ambiente, para transformar numa mesa ou num painel é uma delas. Você pode encapá-la com um tecido, papel de parede, entre outras opções, transformando aquilo que poderia ir para o lixo em peças funcionais, bonitas e muitas vezes irreverentes. Fazer acessórios em casa segue a mesma linha do reaproveitamento, mas nesse caso são utilizadas matérias primas compradas. A diferença em relação ao custo acontece devido à utilização de materiais simples e baratos, mas que produzem efeitos bem interessantes. Resolveu trocar o piso, o laminado, e sobrou? Aproveite para fazer um painel. Fica original e dá um toque super aconchegante ao ambiente. Luminárias também podem ser confeccionadas na sua própria casa. As lojas de materiais elétricos oferecem tudo e a realização é bem simples. Com bocais, uma canopla, fiação e lâmpadas, você elabora uma luminária pendente super diferenciada. Sobras de papel de parede também podem dar um Patch Work bem bacana e com personalidade para um lavabo por exemplo. 36 Fevereiro/2016 | empautaonline.com.br
Pastilhas adesivas feitas com resina são parecidas com pastilhas de vidro, porém a aplicação é extremamente mais simples, bastando colar as faixas sobre a cerâmica existente. Não existe a quebradeira nem utilização de massa, podendo ser elaborado por qualquer pessoa, dispensando a contratação de mão-de-obra profissional. ■
Articulação Política
A
vereadora em segundo mandato Renata Paiva (DEM) pode ser a grande aposta do seu partido, o Democratas. Em meio há tantos possíveis pré-candidatos à prefeitura, a advogada pode ser a solução para minar as intenções politicas do PSDB. Com isso, a possível pré-candidata já garantiria uma secretaria no novo governo caso o atual prefeito Carlinhos Almeida (PT) seja reeleito? Vamos aguardar os resultados.
38 Fevereiro/2016 | empautaonline.com.br
PANGEIA
Por Abel Freitas
O
Será que Saí?
famoso ditado “prego que se destaca é martelado” se repete na política. Começou uma verdadeira caça as bruxas nos assuntos políticos do vereador Shakespeare Carvalho (PRB), tudo isso porque ele pode ser pré-candidato ao paço e ainda pode lançar sua esposa ao cargo de vereadora no próximo ano. Será que ele já sabe disso?
U
Será que Saí? 2
ma fonte ligada à igreja e ao PRB garante que Shakespeare não será candidato nesta eleição. Tudo o que está sendo feito é apenas para deixar o nome do vereador em evidência, pois quem o apoia garante que ele não teria mais de 30 mil votos e que isso seria uma vergonha, além disso, os planos políticos dele estão em Brasília. Se ele for candidato, vamos ter que contar os votos?
Jornalista por profissão, radialista por formação, apresentador de rádio e TV, assessor de imprensa e colunista de variedades há quase 10 anos. "Autodidata na finesse', o que Deus não me deu, eu comprei!" coluna@abelfreitas.com.br
Hemisférios Lá no Polo Norte...
Nada Além da Verdade
D
e casa nova, os irmãos David e Matheus Mendes da Papaya Comunicação, estão comemorando a sede própria na região do Jardim Augusta em São José. Aliás, um projeto muito bem planejado, que possui salas de atendimento, reunião e infraestrutura padrão de uma empresa, os funcionários e clientes também podem tomar um café diferente com a dupla, pois a sede tem área gourmet, sauna e até uma banheira de hidromassagem. Um espaço para relaxar e dar a equipe ainda mais conforto para extravasar o stress e garantir mais produtividade e criatividade.
De Leve
F
echando o verão, a Firmato Móveis recebeu o renomado designer Leonardo Bueno para uma palestra, onde o profissional comentou sobre a vida e experiência profissional em um bate papo bem descontraído. A inciativa foi de Luciene Rocha e do escritório Okha Arquitetura. Tudo isso para fechar o projeto estágio de verão do escritório, que auxilia alunos de arquitetura que devem ingressar em breve no mercado. Fotos: Gilberto Freitas l Vinícius Penido l Divulgação
Esse mês quem está no Polo Norte é o empresário Valflen Costa, à frente da Agility Consulting. A empresa está realizando bons negócios na cidade com os empresários que estão em busca de consultoria para melhorar suas ações, enquanto alguns só falam em crise...
...já no Polo Sul
Quem desce para o polo sul neste mês são os carnavalescos de São José dos Campos, alguns deles estão vivendo um tenebroso inverno em pleno verão, uma vez que viviam da verba pública ao longo do ano para produzir um falido carnaval de rua. Alguém deixou de “mamar” no dinheiro público? Quem será?
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ORNOU ►
Éllder Anunciato é consultor de imagem, blogueiro e colunista social ellderanunciato@gmail.com
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O DJ Tom Keller arrebentou como convidado para tocar na mesma noite do pop DJ David Guetta. Quem foi, disse que ele não deixou nada a desejar para a estrela internacional e ainda segurou a pista até altas horas. A coluna que é amiga do artista deseja cada vez mais sucesso.
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Tom Keller
Empresário e amada curtem férias em Fernando de Noronha. Com carreira sólida no mercado a F3 promete agitar a região com seus projetos.
Paloma De Paula Do Nascimento e Fredy Ribeiro
Bento Augusto
e Karyne Medeiros ▼ Além de celebrar o aniversário de 40 anos, Bento também comemorou os 20 anos de carreira dedicados à PNL (Programação Neurolinguística). Na foto com a linda noiva que já foi Miss Amazonas e Miss Brasil Latina.
Camila Nascimento e primogênito ▼ Animada, a agora empresária Camila abre Nail Bar em Jacareí. O espaço super agradável conta com excelentes profissionais e de quebra drinks para quem quiser bebericar algo. Não é demais?
Dr. Marco Mercadante
Vanderlei e Ivane Sebem ▼ Empresários curtem virada de ano em descanso merecido. E para quem perguntar, o negócio vai muito bem obrigado! 40 Fevereiro/2016 | empautaonline.com.br
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▼ Médico se prepara para coordenar primeira edição do Simpósio de Oncologia Ortopédica do Vale do Paraíba no dia 20 de fevereiro.
Heini Grösel Aramaki
Responsável pela One Drop empresa de shows, Heini, mesmo sendo jovem, vem agitando a noite joseense trazendo artistas diferenciados para suas festas. Na foto, em festa com a banda Serial Funkers.
Coluna Social
Por Éllder Anunciato
Pedro Henrique e Matheus ▼ A dupla sertaneja Pedro Henrique e Matheus se apresentou no Empório Jacareí e mostrou sua nova música “Finge que me ama”. Os rapazes garantem muitas novidades para 2016.
Taís Furini ▼ Advogada esbanja beleza e simpatia em Cancún. Com as amigas, a bela se divertiu e aproveitou todos os points da cidade.
Cris Borges e Família ▼ Psicóloga e especialista em medicina sexual Cris Borges comemora a chegada dos seus 40 anos ao lado da família e amigos.
Junior Ferreti e Fernanda Heringer ▼ Disseram sim! A modelo de carreira internacional e o proprietário da Enoteca Ferreti trocaram alianças em cerimonia intimista para poucos e bons.
Silvio Diniz ▼ Silvio Diniz inaugura choperia em São José dos Campos.
Andrea Costa ▼ Andrea Costa inaugura loja voltada para o público infantil.
Maíra Goulart ▼ A linda Maíra, sócia da Maori Filmes, foi um dos destaques de um programa de TV que falava sobre o sucesso das mulheres no mercado de trabalho.
, Cintia Nakagawa, Caio Teixeira e Alice ▼ Empresários da beleza comemoram em grande estilo o aniversário da primogênita com tema de princesa da Disney. No fechamento da coluna recebemos a notícia que Cintia está grávida e que Alice ganhará um irmãozinho. Desejamos boa sorte a linda família!
Renata Campos e Junior Silva ▼ La Victoriana Bar e Restaurante inaugura no Urbanova. Colaboradores: Nando JR. e Gilberto Freitas empautaonline.com.br | Fevereiro/2016 41
ENTRE ELAS Empresárias e Colunistas Sociais
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Anna Dennz
Marilda Serrano
No último dia 23 de janeiro aconteceu o Seminário de Planejamento 2016 do CME (Conselho da Mulher Empreendedora) no Intervale Othon “O empreendedorismo é apaixonante e é feito por mulheres guerreiras como essas 80 que tenho a honra de conhecer e conviver. No CME encontro identificação com meus propósitos, encontro força, amizade e fazer parte desse time me faz acreditar em um futuro melhor!”
ADEMIR BRITO
Na foto o Conselho Gestor do CME: Juliana Martins, Ingrid Coelho, Silvia Cuba, Solange Nunes, Marilda Serrano, Fernanda, Andrea Mourão, Vania Guelfi , Lesle Maciel , Janaína Dias, Isabel Barreiro, Vera Colarino, Daniela Moreno Mariana Mira, ex The Voice , depois de passar 20 dias na Itália com a família. Retornou ao Brasil, ficou por aqui uma semana e embarcou em férias em um Cruzeiro no Caribe, voltando no dia 31 de Janeiro. ▼
GILBERTO FREITAS
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▼ Partiu de São José dos Campos um grupo de amigos para uma viagem pra lá de radical! Fazem parte deste grupo: Silvinha Carvalho; Mariléa e Lucas Lemes; Vitória, Reinaldo e Pedro Veites; Claudia Vieira; Maria José Becker; Eduardo e Cornelia Carrara, dentre outros. Seguiram para a Terra del Fogo, Patagônia Argentina, Ushuaia. Passaram por Perito Moreno Clacier, El Calafate e Lagos Fagnano & Escon-
42 Fevereiro/2016 | empautaonline.com.br
A coluna “Entre Elas” não poderia deixar de registrar o casamento da modelo Fernanda Hering com o empresário Junior Ferreti, que aconteceu em cerimônia intima no dia 30 de dezembro. O casal recebeu os amigos íntimos e parentes para um almoço na Enoteca Ferreti, que pertence ao noivo.
▼ Luxo Só! Ah, elas são! A produtora de moda Claudia Métne e a jornalista Gigi Accioly, e ao fundo a linda Belle Aciolly, brilharam no coquetel especialmente preparado para elas em petit comité na loja da Carmen Steffens da Oscar Freire, por ocasião do lançamento da Revista Evidência Cosmopolita, a circular além de Maceió , agora, também na terra da garoa