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Editorial
Expediente Ano 02 | nº 06 | Abril 2019 Bimestral Diretoria: Marcelo Conceição Reis Amanda Reis Argolo de Almeida Jornalismo: Lais do Nascimento Souza MTB 0005347/BA Revisão de Texto: Vania Conceição Rocha Diagramação: Agemark - Soluções com Propósito Arte Capa: Cristiano Stavola
Estamos certos de que a vida nesse nosso planeta tem sido de grandes desafios. E como bem diz Caetano Veloso, “Cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é”... Bom, nossa proposta é pensar mais nas delícias que fazem da nossa caminhada mais leve e cheia de graça. Rir pode ser um excelente antídoto diante das dores. O riso pode curar. Rir de nós mesmos, das nossas imperfeições e erros, é um caminho para a autoaceitação, inclusive. Já pensou nisso? Temos que buscar e pensar em soluções que nos façam seres melhores para nós e para o mundo a nossa volta. É isso que dá sentido à nossa existência na Terra, não se engane! Debruçar-se sobre nosso EU mais profundo e buscar ali nossas respostas para o autoamor e uma vida plena de sentidos é uma prova de gratidão por todas as experiências e oportunidades que o Criador nos proporciona, num ato de perfeição insuperável. Então, respire! Está sempre TUDO CERTO, acredite! Se a dor perturba, busque ajuda, compartilhe! Mas não desista de você, de seus sonhos e tampouco de ser feliz, porque a gente já sabe que pra tudo tem jeito, não é verdade?! E nas páginas a seguir você pode achar a resposta que tanto procura, depois de uma leitura que faz refletir e crescer! Esse é nosso convite pra você, querido leitor! Que a leitura seja leve, cheia de graça e traga paz ao seu coração.
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Rua das Esperas, nº 55, Pituba, Salvador - Bahia. CEP 41810-090 revistaestimuladamente.com.br https://issuu.com/ revistaestimuladamente Tel.: (71) 99125-3837 Para anunciar: revista@estimuladamente.com.br Para colaborar: jornalismo@estimuladamente.com.br *As opiniões emitidas nas matérias e artigos são de total responsabilidade de seus autores. Imagens: www.istockphoto.com/br
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Índice Toda edição Pág. 05 Agenda Estimuladamente Pág. 06 Mindfulness: Respire não Pire: Simplesmente Mindful Por: Anna Almeida Pág. 08 Curiosamente: O tempo de ser feliz é o presente Por: Miguel Dourado Pág. 10 Vida e Trabalho: O Jogo Interior: qual é o seu placar? - Parte 1 - Por: Sandra Rêgo Pág. 14 Capitalismo Consciente: Qual propósito do seu negócio? - Por: Kiko Kislanky Pág. 16 Autoconhecimento & Espiritualidade: Ser mãe é realmente padecer no paraíso? - Por: Conça Cedraz Pág. 18 Minha Onda: A Energia do dinheiro Por: José Alves Pág. 20 Estimuladamente Abraça: Projeto Poeta Pág. 24 Coaching: Jogar ou não jogar? Eis uma boa questão! Por: Aurivan Sérgio Pág. 28 Reprogramando: Quanto tempo o tempo tem? Por: Eduardo Almeida Pág. 30 Educação: O que o adulto diz sobre a criança, é o que a criança é? - Por: Leila Oliveira Pág. 33 Painel ICF Brasil Pág. 32 Universo Holístico: Cura Por: Amanda Reis Pág. 38 Fotos: Série: Tranpolim de pedra Por: Mariana Falcão Pág. 42 Tecnologias Sociais: Um sistema para alimentar e para viver: O SAF! - Por: Simaia Barreto
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Pág. 42 Construções Sustentáveis: Construir com terra crua! Por: Luana Lousa Pág. 47 Alterne: O artista plástico Cezar D’Avila e sua Casa Atelliê em Imbassaí - Por: Raimon Alves Pág. 56 Mecânica Quântica: Os átomos da riqueza Por: Jean Savedra Pág. 58 Alimentação: Conservação caseira de alimentos Por: Luciana Guidoux Pág. 61 Organização Vibracional: Nova fase Por: Tais Reis Pág. 64 Sustentabilidade: O Meio Ambiente começa no meio da gente - Por: Carla Visi Pág. 68 PNL: A melhor forma de cultivar amizades! Por: Hilvan Santos Pág. 70 Relações comunitárias: Preconceito Por: Vania Rocha Pág. 73 Mensagem: Leveza - Brahma Kumaris Pág. 76 Contos de Família: Uma história de amor, paciência e luta - Por: Lais Nascimento Pág. 80 Minha Estimuladamente: Ho’oponopono: caminho de luz - Por: Valéria Tristão Pág. 82 Estimuladamente indica Por: Lais Nascimento
Neste exemplar Pág. 26 Especial: Do universo quântico ao cérebro holográfico - a origem espiritual da consciência Por: Francisco Di Biasi Pág. 50 Capa: O Palhaço Sagrado Por: Lais Nascimento | entrevista Alê Casali
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Estimuladamente - Desenvolvimento do Ser Humano Integral | Agenda
Agenda | Estimuladamente
Workshop Cérebro Quântico Holográfico e Espiritualidade Data: 24 e 25 de maio 2019 Facilitador: Francisco Di Biase Mini Bio: Neurocirurgião e Neurologista, Pesquisador da Consciência e da interação MenteCérebro. Único Grand PhD da America do Sul Vendas: bit.ly/DiBiaseSlavador
Curso de Extensão Universitária em Naturopatia Aulas teóricas e práticas - 100% presencial Início: 21/09/2019 Duração: 12 meses Realização: SB Desenvolvimento Organização: Estimuladamentente Certificação: Instituto de Educação Superior Unyahna Matrícula e informações: https://naturopatia. simonebernardino.com.br/salvador/
Metodologia da grantidão. Data: 15 e 16 de junho 2019 Facilitadores: Amanda Reis, José Alves, Marcelo Reis e Pedro Cordier Local: Espaço Eleve | Praia do Famengo - Salvador/Ba
Educação, Infância e Natureza. A importância de brincar com a natureza. Data: 06 e 07 de julho 2019 Facilitadora: Ana Carol Thomé Local: À definir Vendas: Ainda não iniciada.
Arte para bebês Data: 10 e 11 agosto 2019 Formadora: Diana Tubenchlak Questões fundamentais, como, a abordagem das escolas municipais de Reggio Emilia; ateliê de percurso; o protagonismo da criança e a potência pedagógica dos espaços e dos materiais serão abordadas em formato prático-reflexivo. Ano 2 | abril 2019
Ho’oponopono - Exercícios e limpeza de memória Data: Setembro 2019 Facilitadora: Maria Áurea Fiandrino Parceria: Ho’ponopono EU SOU Local: À definir Vendas: Ainda não iniciada. 05
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Mindfulness Por: Anna Almeida
Respire não Pire: Simplesmente Mindful corpo? Respirar - Continue respirando naturalmente e enviando este fluxo natural de energia para o lugar onde sente a emoção! Como está sendo esta experiência para você e qual o reflexo dela no seu corpo? Ampliar - Pratique mais algumas respirações profundas, nasal e diafragmática! Continue contemplando como sua mente e seu corpo se comportam neste instante! E sua respiração, alguma Teoricamente, talvez você já tenha adquirido modificação natural? Responder - Talvez agora esteja bastante conhecimento que pode ajudá-lo a dissolver respirando mais lenta e suavemente e sinta-se mais algumas destas questões, porém o conhecimento calmo e consciente! Lembre-se que a respiração é um teórico é uma base fundamental e valiosa, mas não antídoto natural e vital do nosso próprio corpo para a é o mesmo que uma habilidade incorporada na vida autorregulação, promoção de saúde e bem-estar! cotidiana. E é exatamente por isto que o tema deste artigo é um convite para “simplesmente respirar Esta técnica objetiva nos treinar para lidar com Mindful” ou “consciente”, como uma habilidade situações desafiadoras, nos habilitando para incorporada através de um exercício integrado ao agirmos de forma consciente e não reativa ou seu dia a dia. compulsivamente quando confrontados com situações cotidianas desagradáveis. Ela nos ajuda No artigo anterior compreendemos que a encontrar um espaço de tempo entre o estímulo Mindfulness consiste no estado de presença, da e a resposta. Com um treinamento continuado autoregulação emocional e atencional, que são é possível termos respostas diferentes e mais práticas transformadoras para a equanimidade conscientes. Talvez você se/me pergunte qual cotidiana. Ampliando este conceito de Mindfulness, a lógica de “reviver mental e fisicamente uma quero convidar você a vivenciar comigo uma experiência desagradável” mesmo quando ela não prática simples e reveladora a partir de sua própria seja sua experiência aqui e agora! A resposta tem a experiência, consciência, permissão e curiosidade. ver com uma habilidade adquirida ou aptidão para Então, vamos praticar? uma nova consciência mental e comportamental quando confrontados numa experiência direta Prática do Parar – Uma Pausa para Respirar cotidiana. Parece fazer sentido para você? Um Parar – Sintonize com sua respiração no fluxo treinamento que pode levá-lo a ter maior destreza natural em que ela acontece! Agora promova uma em suas relações interpessoais e obter melhores profunda respiração diafragmática e lenta, você resultados parece-lhe positivo? E se eu lhe dissesse pode fazer isto até mais de uma vez. Poderá relaxar que é possível inicia-lo agora de forma amorosa sutilmente seu corpo no local que o ampara agora, e compassiva? Se você se permitir conduzir, feche os olhos se desejar, sugiro que faça isso se lhe ofereço uma sessão gratuita para viver esta o lugar em que estiver presente for seguro e lhe experiência com a minha facilitação profissional. permitir. Atentar - Talvez possa concentrar-se em Você pode me enviar um e-mail agora e lhe algum acontecimento cotidiano difícil (mas não tão responderei com amor e atenção plena! doloroso), que costuma deixar você em desconforto Anna Almeida emocional. Entre em contato com essa emoção! Perceba onde você sente esta emoção, qual parte do terapiaholisticasintegrativas@gmail.com Como você se sente quando vivencia uma experiência direta desagradável? Como seu corpo ou seus pensamentos se comportam quando confrontado com situações estressantes? Quais são as emoções desconfortáveis que você vivencia na sua rotina diária? Ou como lida com pessoas ou situações desafiadoras no seu cotidiano?
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Curiosa... Mente Por: Miguel Dourado
O tempo de ser feliz é o presente
Você já parou para pensar que a forma como percebemos o tempo pode ser crucial para construirmos uma vida mais feliz? Segundo o físico Marcelo Gleiser, “[...] existem vários tipos de tempo. O tempo psicológico, que tem a ver com a nossa experiência subjetiva de sua passagem; o tempo físico, que é como a ciência define o tempo; o tempo cósmico, ligado com a expansão do universo[...]”1. Existem, portanto, diversas formas de entender o tempo; mas, hoje, vamos nos ater a nossa percepção subjetiva dele. Garanto que, para um fã, as 2 horas e 58 minutos do filme Senhor dos anéis: a sociedade do anel passam muito rápido. Todavia, as mesmas 2 horas e 58 minutos, para quem não gosta deste tipo de filme, são uma eternidade.
Quando se vê, já terminou o ano... [...]. Quando se vê passaram 60 anos...”3. Certamente, o tempo é, depois da vida, nosso bem mais precioso. Por este motivo, demanda atenção, planejamento e cuidado. Em condições normais, em algum momento, todos os indivíduos se preocupam com como vão gastar seu tempo, quer seja organizando seu dia, seu ano ou definindo metas para a vida. Em função disto, é muito comum passarmos boa parte de nosso tempo relembrando o passado e planejando o futuro. Quase sempre o presente é negligenciado ou entendido como o momento de lutar para construir um futuro melhor. Talvez você não seja assim, mas a maioria de nós, “meros mortais”, passamos boa parte da vida perdidos no tempo, esperando aquele momento no futuro em que teremos as condições “certas” para sermos felizes.
Para o bem ou para o mal, nós, seres humanos, somos cativos do tempo, sobretudo da forma como percebemos sua passagem. Há momentos desconfortáveis em que ele praticamente se arrasta e tudo que queremos é que passe rápido. Em outros felizes, é claro - parece que o tempo anda mais depressa e tudo que desejamos é pará-lo... Mas, infelizmente, “[...] o tempo não pára [...]”2e “[...][q]uando se vê, já são seis horas! Quando se vê, já é sexta-feira! [...]. revistaestimuladamente.com.br
Quase sempre fixar as condições certas para ser feliz significa usar o tempo presente para “sobreviver”, partindo do princípio de que o tempo da vida “verdadeira” ainda não chegou. É fácil perceber esta mentalidade em nosso cotidiano. Por exemplo, pense em um estudante do ensino médio que sonha em 08
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Curiosa... Mente
ser médico. Ele termina os estudos e se matricula em um curso preparatório para entrar na faculdade desejada. Suponhamos que ele seja um obstinado, extremamente comprometido com os estudos.
O presente é onde a vida acontece e, se não tivermos clareza disto, seremos coadjuvantes de nossa própria história, esperando a reviravolta de um roteiro por vir. Espero que você tenha gostado das reflexões que compartilhamos e, caso queira saber mais, dê uma olhadinha nas referências citadas.
O presente é o tempo do sacrifício, então ele sobrevive apenas na esperança de retomar sua vida quando entrar na faculdade. Porém, no momento em que seu sonho se realiza, ele constata que entrar é a parte mais fácil, pois difícil mesmo é se formar. Quando enfim se forma, percebe que, para aumentar suas chances na vida profissional, precisa fazer residência. Com tudo isso já se passaram mais de dez anos. Agora ele quer aquela casa, aquela família... Quando finalmente estiver pronto para viver “de verdade”, seu tempo, praticamente, já acabou.
NOTAS 1 CESAR, Julio. Do início de tudo com o Big Bang até os dias atuais. [on line]. Universidade Federal de Juiz de Fora. s/d. (editado por Pablo Rafael e Amanda B. Santos). Disponível em: <http://www.ufjf.br/fisicaecidadania/conteudo/big-bang/> 2 CAZUZA. O tempo não para. Disponível em: <https://www. letras.mus.br/cazuza/45005/> 3 QUINTANA, Mario. O Tempo. [on line]. Site Conto Brasileiro: Contos, crônicas e poesias de autores brasileiros. Disponível em: <http://contobrasileiro.com.br/o-tempo-poemade-mario-quintana/>
Segundo Henri Bergson o tempo de uma vida é a duração do presente. Ele é o “[...] que me interessa, o que vive para mim e, para dizer tudo, o que me impele à ação [...]”4. Por esta perspectiva, o presente se manifesta pela sensação e movimento do que está acontecendo. Traçar metas para o futuro não significa que devamos sobreviver enquanto nos esforçamos para alcançá-las. Este tipo de mentalidade pode ser a fonte de diversos transtornos. Caso você seja do tipo que sobrevive no agora para viver o amanhã, lamento informar, mas existe uma grande possibilidade de que as condições necessárias para sua felicidade nunca se concretizem, pois, quando o tão almejado futuro chegar, ele será o seu presente e você estará muito ocupado com o futuro para perceber. Para que fique bem claro: o que problematizo aqui não é o fato de desejar e planejar o futuro, mas a incapacidade de viver o presente.
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4 NICOLA, U. Antologia ilustrada de Filosofia: das origens à modernidade. Tradução Maria M. de Luca. São Paulo: Globo, 2005. p. 108 REFERÊNCIAS SUGERIDAS 1 GLEISER, Marcelo. O enigma do tempo. 2016. Disponível em: <https://medium.com/itau/o-enigma-do-tempo9560834ebbd8>. Acesso em: 2 abr. 2019. p. 1. 2 CAZUZA. O tempo não para. 1989. Disponível em: <https:// www.letras.com.br/cazuza/o-tempo-nao-para>. Acesso em: 2 abr. 2018. p. 1. 3 QUINTANA, Mario. O melhor de Mario Quintana. 2. ed. Porto Alegre: AGE, 2016. p. 100. 4 BERGSON, Henri. Matéria e memória: ensaio sobre a relação do corpo com o espírito. Tradução Paulo Neves. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1999 (Tópicos). p. 160.
Miguel Dourado profmiguelead@gmail.com
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Vida e trabalho Por: Sandra Rêgo
O Jogo Interior: qual é o seu placar? - Parte 1 Um dos muitos presentes que a vida me deu foi ter tido a oportunidade de conhecer o querido Timothy Gallwey, o Tim, e através da The Inner Game International School obtive diversas certificações no Programa O Jogo Interior.
A harmonia entre os dois seres acontece quando o pensamento de interferência do Self 1 sobre o Self 2 está silencioso e focado em algo. Para aumentar a eficácia é necessário acalmar a mente, isso significa evitar pensar, calcular, julgar, preocupar-se, temer, ansiar, arrepender-se, controlar, agitar-se ou distrairse. O Jogo Interior tem como objetivo aumentar a frequência e duração desses momentos, silenciando a mente gradualmente e proporcionando uma expansão contínua de nossa capacidade de aprender e fazer.
Em seu livro O jogo interior do tênis, um bestseller, Tim explica que não se pode obter sucesso ou satisfação na prática de uma atividade se não se dedicar atenção às usualmente negligenciadas habilidades do Jogo Interior. Esse jogo acontece na mente de cada indivíduo e tem como obstáculos, por A primeira habilidade que se deve aprender é exemplo, a falta de concentração, o nervosismo, a evitar julgar nosso desempenho como bom ou ruim. insegurança e a autocondenação. Não fazer julgamentos é diferente de ignorar erros. O julgamento resulta em tensão e ela interfere na Recomenda-se que o praticante deste jogo valorize fluidez do processo. Quando a mente está livre de a arte da concentração relaxada, ou seja, as melhores pensamentos e avaliações, ela age como um espelho, atuações nunca acontecem quando as pessoas estão fazendo com que o indivíduo sinta e veja o que pensando sobre o seu desempenho. É preciso estar consciente, mas não estar se esforçando demasiadamente está fazendo, melhorando sua consciência sobre a realidade, daí decorre o aprendizado natural. para acertar. A mente precisa estar tranquila, em Quando tudo isso ocorre, a confiança começa a harmonia. Quando se entra nesse estado mental surgir e finalmente se transforma no ingrediente (objetivo do Jogo Interior), não é necessária nenhuma básico da alta performance: a autoconfiança. interferência para que o sujeito atinja a excelência em seu desempenho, aprendizado e divertimento. Aprender a se e como se concentrar e a ter autoconfiança é muito valioso para qualquer área da vida.
Sabendo que este jogo acontece dentro de você: - Como pensa em escolher uma profissão ou mudar de profissão?
Agora, é preciso estar disposto a desaprender os hábitos que interferem nesse processo e deixar que tudo flua naturalmente, pois o problema muitas vezes não é saber o que fazer, mas sim não conseguir fazer o que se sabe.
- Como você combate a sua ansiedade quando o assunto é a participação em um processo de seleção? - Como anda a sua autoconfiança quando vai apresentar uma ideia ou um projeto no trabalho? - O quanto você se utiliza do autojulgamento para as pequenas ações do cotidiano laboral?
Posto isso, os personagens que se enfrentam no Jogo Interior são denominados, por Tim, de Ser (Self) 1 e Ser (Self) 2 - o “eu” e o “comigo mesmo”. O eu dá as ordens e depois emite o julgamento. O comigo mesmo executa as ações. Esse é o primeiro postulado do Jogo Interior: o tipo de relacionamento que cada pessoa tem entre seu Self 1 e o Self 2 é o fator primordial na determinação de sua capacidade em traduzir teoria ou técnica em ação efetiva. A chave para qualquer coisa que precise ser aprimorada está em melhorar o relacionamento entre o instrutor Self 1 e as capacidades naturais do Self 2. Muitas vezes o Self 1 faz você gastar mais energia do que precisa - esforço excessivo - e o Self 2 utiliza o esforço adequado.
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Estas são apenas algumas situações onde destaco a importância de se prestar atenção neste jogo. E então, qual o seu placar? Vamos falar mais sobre isso? Participe enviando um e-mail e acompanhe a coluna nas próximas edições. NOTA 1 O Jogo Interior do Tênis – O guia clássico para o lado mental da excelência no desempenho – W. Timothy Gallwey – São Paulo - Ed. Sportbook – 2016.
Sandra Rêgo sandra@sandrarego.com.br
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Capitalismo Consciente Por: Kiko Kislansky
Qual propósito do seu negócio? Quais foram os principais desafios para Empreender de forma consciente?
Você já ouviu falar em “irmãos de propósito”? São pessoas que compartilham de um sentido de vida muito similar. Comigo e com Fred Alecrim é assim: nós dois buscamos construir um mundo com negócios repletos de significado e propósito. Tive a honra de conhecê-lo ao longo da minha jornada empreendedora e juntos criamos o conceito Venda com Significado - para transformar o jeito antigo e chato de vender. Com muita honra, convidei Fred a responder algumas perguntas nesta edição. Acredito que você irá se inspirar e potencializar sua trajetória com muito propósito!
Os grandes desafios para empreender com propósito é que quando você ainda não tem o nível de consciência enquanto empreendedor e investidos sobre a importância do propósito no negócio as pessoas vêem isso como uma coisa romântica e que não dá retorno financeiro. Com a elevação da consciência deles, eles percebem que o mundo dos negócios não é binário, que dá sim para ganhar e também fazer bem para o mundo. O grande desafio é fazer todo esse ambiente de negócios, que ainda sofre com essa toxicidade, evoluir para um patamar de consciência, em que eles percebam que dá para fazer as duas coisas: ser feliz e trabalhar, ter uma empresa e ser feliz, ganhar dinheiro e ajudar o mundo. Isso é possível.
Qual é o propósito do seu negócio? Potencializar o significado nos negócios. Como funciona o seu modelo de negócio? Procuro manifestar o meu propósito através de alguns produtos e serviços. São eles: mentoria para executivos e líderes, palestras, workshops e treinamentos ou, ainda, livros. Todos esses produtos e serviços são ferramentas para essa transformação que eu desejo ver no mundo, que são negócios com mais significado. Quando isso acontece, essas pessoas acabam tendo uma vida mais plena, fazendo um mundo melhor pra todo mundo.
Qual o seu conselho pra quem deseja começar a empreender com propósito? Ter seu propósito bem clarificado, ter certeza de que você encontrou o que estava buscando e começar sempre pelo seu plano de vida. Nós falamos muito de plano de carreiras, plano de negócios, mas primeiro tem que se pensar no plano de vida, que tem a ver com seu talento, o talento que você tem, que você percebe, e como ele pode ser útil ao mundo. Mas também tem que saber o que você quer pra sua vida. Você quer ter família? Você quer viajar? O que você gosta, o que você não gosta? Porque aí depois você encaixa um tipo de negócio ou um trabalho, dentro do que você deseja para sua vida. Então, você aumenta as chances de ter mais sentido e de dar mais significado à sua vida.
O que te inspirou a começar a empreender com propósito? Foi exatamente ter me encontrado que me inspirou a empreender com propósito. Vendo muitas dificuldades dos executivos em engajar equipes, vendo muita reclamação de consumidores e clientes e muita toxicidade no ambiente corporativo, eu acabei buscando essa questão de “dar sentido ao que a gente faz”, de ter um porquê de levantar de manhã todo dia para ir trabalhar, de fazer o negócio partindo primeiro do propósito e não o contrário, ou seja, fazendo o negócio trabalhar para seu propósito. Esse propósito é que dá significado ao trabalho, a existência da empresa, a você ter aquele cargo, naquele negócio. Esse cenário me inspirou. E aí, depois, eu conheci movimentos como Capitalismo Consciente, Sistema B. Fashion Revolution, um documentário muito bacana sobre uma marca da Bahia, chamada Euzaria... E tudo isso foi fortalecendo e validando aquilo que eu estava buscando e aquilo que o Rumi fala: “O que você procura está procurando você”. E aí a gente se encontrou: eu e meu propósito. revistaestimuladamente.com.br
Quais são os principais benefícios de empreender com propósito pra você? Uma empresa consegue maior engajamento da equipe que trabalha para algo maior do que simplesmente produzir e vender produto. Você desenvolve uma relação com o mundo, muito mais acima da relação transacional, de um produto com dinheiro. A troca não é só monetária por um produto. O negócio com propósito evolui para uma relação emocional, isso faz com que o negócio não tenha só clientes, mas uma comunidade de fãs, que abraçam a causa do negócio. 14
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Então o benefício começa dentro do negócio com equipes engajadas, apaixonadas pelo propósito do negócio, se doando mais, vendo também o trabalho não só como uma relação de capital-trabalho, mas indo além. Não é só um lugar para trabalhar, é um lugar para viver um propósito. Do lado de fora, quando a equipe se apaixona por um negócio ela se engaja de um jeito, que ela entrega a proposta da marca com muito mais afinco, qualidade, fazendo com que se forme uma comunidade ao redor da marca, que vai além de cliente, passa a ser uma tribo, passam a ser pessoas que admiram, advogam, defendem o que aquele negócio defende. Fred Alecrim Instagram: @fredalecrim
kiko Kislansky kiko@nossocazulo.com.br
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Autoconhecimento & Espiritualidade Por: Conça Cedraz
Ser mãe é realmente padecer no paraíso? Uma reflexão sobre o papel das mães e suas implicações
Deixando-se de lado questões femininas ou machistas, trago aqui uma reflexão sobre o Ser mãe. Quem será esse ser que, durante aproximadamente 9 meses carrega um outro ser dentro de si e depois o vê crescer, se desenvolver, ir para a vida e, algumas vezes..., morrer? Será que existe: Mãe boa? Mãe má? Mãe mais ou menos? O ser mãe, inicialmente passa pelo Ser mulher, e esse Ser mulher passa pelo Ser humano, com todas as suas partes, distorcidas ou harmoniosas. Sendo assim, quanto mais você se aprimorar como ser humano e como mulher, melhor mãe para seus filhos você será. E a que se refere esse aprimoramento? Inicialmente, precisa se re-conhecer, olhar para si mesmo com olhos abertos e imparciais, sem julgamento, olhos de criança curiosa para descobrir seu mundo interior. revistaestimuladamente.com.br
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Quem sou eu? Quem sou eu? Quem sou eu?
sentimentos, por si só, são verdadeiros e válidos mesmo que, durante um período, ainda não estejam plenamente preenchidos de verdade e realidade, perfeição e pureza.
Essa pergunta precisa se repetir muitas e muitas vezes, na intenção de, aos poucos, ir descortinando mais e mais suas características, desde as mais marcantes até aquelas escondidinhas no submundo do seu subconsciente. E trazer à tona o material existente no subconsciente não é tarefa das mais fáceis, nosso ego não quer ver aquilo que não é tão bonito assim.
E onde estaria o paraíso, cantado em prosas e versos? Tem uma música de Bruno e Marrone que diz: ...” é mais bonita do que tudo que há na terra, semeia a paz onde tem guerra, é o sinônimo do amor” Ah... isso nos dá tanto poder... talvez poderia ser...O paraíso!
Na edição anterior dessa revista, falei das máscaras. Nossos egos adoram vestir a “Dona Máscara”, na intenção de enganar ao outro e muitas vezes enganar a si mesmo, mostrando ao mundo uma pessoa idealizada, em oposição ao nosso Ser Real.
Mas, o que é mesmo o paraíso? O paraíso é respeitar seus limites e possibilidades, aceitar-se como é, sem classificações, com a certeza de não ser boa, má ou mais ou menos e sim uma mãe suficiente para seus filhos, uma pessoa de verdade, com suas crenças e As máscaras são criadas para fugirmos da dor de olharmos para nossas imperfeições, nos afastando da limitações, tentando se transformar em uma mulher realidade do que somos, nos possibilitando mostrar melhor e consequentemente uma mãe melhor. Mas... melhor para quem? Para si mesma, pois somente aos outros uma caricatura da pessoa que achamos sendo melhor para si mesma você será uma pessoa que deveríamos ser ou que gostaríamos de ser, com feliz de verdade; e pessoas felizes de verdade, aí sim, base em imagens mentais idealizadas. são o sinônimo do amor e podem contribuir para que No papel de mães idealizadas, seguimos nossos seus filhos sejam (também) felizes. modelitos preferidos, escondendo nossos dissabores, pois na idealização do papel de mãe tendemos a nos Pessoas felizes encontram o equilíbrio basear no conceito falso de que podemos evitar as entre dar e receber amor, dando de si imperfeições, decepções e rejeições tanto em nós mesma segundo suas possibilidades e quanto em nossos filhos. a cada filho segundo suas necessidades
(parodiando Karl Marx). E quando falo de necessidades, falo de necessidades reais e não daquelas criadas pela sociedade de consumo: falo de amor, carinho, proteção, alimentação, de um ambiente saudável para o desenvolvimento desses seres que nos são/ foram confiados.
E assim seguimos, vestindo máscaras de sempre amorosas, sábias, super poderosas, cuidadosas, gentis, sem medos e sofrimentos, numa atitude compulsiva que nega sua imperfeição, suas dificuldades internas, dando lugar ao orgulho e à falta de humildade; ou seja: padecendo no paraíso aparente que a sociedade cria e nós reforçamos. Ser mãe, abrindo mão da imagem idealizada, é também ser amorosa, sábia, poderosa (não super poderosa), cuidadosa, gentil; isso em conjunto com ser raivosa, orgulhosa, frágil, agressiva, medrosa e insegura; ser uma pessoa de verdade, tentando se melhorar. Somando-se a isso, muitas vezes sofrer com as consequências advindas da gestação, tantos as físicas quanto as emocionais, potencializadas pelas alterações hormonais.
E novamente citando, agora Orlando Moraes: “O que vem a ser felicidade? É um estado, é uma capital, é um pais? O que há de mais maravilhoso é descobrir que o tempo inteiro estava a um palmo do nariz”. Felicidade nesse contexto, é aceitar a vida como é, daquele lugar de aceitação não acomodado, sem perfeccionismo, valorizando os breves momentos da vida e se trabalhando para ser a cada dia uma pessoa melhor. Uma pessoa que se trabalha para ser melhor, também pode criar filhos melhores e assim, ao invés de padecer no paraíso, poderá viver no paraíso possível.
Ser mãe de verdade é estar em conexão com o centro do seu ser, com a verdadeira pessoa que você já pode ser. O centro do seu ser é sua única parte que pode sabiamente lhe guiar, pois ele é, por característica própria, flexível e intuitivo. Nesse centro não existem cobranças descabidas, seus Ano 2 | abril 2019
Conça Cedraz concedraz@gmail.com 17
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Minha Onda Por: José Alves
A Energia do dinheiro Um visitante chegou a uma pequena cidade, onde não circulava muito dinheiro devido à falta de trabalho, se dirigiu ao único hotel da localidade e perguntou quanto custava a diária, o dono do estabelecimento respondeu, que o valor era R$ 100,00, prontamente o visitante tirou uma nota e pagou, porém com uma ressalva: queria conhecer o hotel primeiro pra depois decidir se ficaria hospedado. Concordando, o proprietário pediu que um funcionário acompanhasse o hóspede na vistoria e sabendo que na cidade não teria outra opção, se apropriou daquela nota e seguiu direto para pagar sua conta no mercado da cidade. O dono do mercado, quando recebeu aquela quantia, tratou imediatamente de quitar sua conta no distribuidor que fornecia carne para o mercado. Dando sequência a esse ciclo, o dono da distribuidora pagou ao dono da fazenda que abate os bois, que por sua vez, pagou ao veterinário, onde o mesmo quitou um débito com uma garota de programa, que tinha uma dívida no hotel, pra onde a nota de R$100,00, depois de circular pela cidade, voltou. Mas, o interessante dessa estória, é que nesse tempo, o visitante, depois de conhecer as dependências do estabelecimento, chegou para o proprietário e disse que não iria se hospedar, solicitando, assim, o seu dinheiro de volta, no qual foi prontamente atendido, já que a quantia, depois de passar por varias mãos, estava na sua de volta. Como explicar que aquela nota de R$ 100,00 foi responsável por vários pagamentos e depois saiu de circulação, deixando várias contas quitadas? Como uma simples nota conseguiu conectar tantas pessoas? E é sobre essa energia do dinheiro que vamos mergulhar nesse texto. Como anda sua relação com o dinheiro? Como flui essa energia em sua vida? Ela tem um fluxo contínuo ou tem muitas retenções? Você está vibrando na abundância ou na escassez? Para responder a essas e outras inúmeras perguntas sobre essa energia que move o mundo, vamos entender alguns conceitos sobre o uso inteligente deste poder monetário. É interessante perceber o dinheiro como um meio e não como um objetivo, já que o objetivo será justamente aquilo que você vai fazer com o dinheiro que irá ganhar. Quero ter uma liberdade financeira(objetivo), pra ter essa liberdade, preciso ganhar quanto de dinheiro(meio)? A partir daí você revistaestimuladamente.com.br
faz seu planejamento financeiro, caso contrário, colocando o dinheiro como objetivo, você nunca saberá quanto será o suficiente, entrando, assim, no ciclo de acumulação de quanto mais ganha, mais realizado você se torna e quando menos esperar, já estará sendo possuído pelas suas posses. Outra coisa interessante é entender que não compramos as coisas com dinheiro e sim com tempo dedicado para aquele ganho, ou seja, por trás de todo valor existe um tempo de vida que foi investido e que não volta mais. E essa conta é fácil de fazer. Quantas horas você trabalha, quanto você ganha? Ache seu valor por hora e cada vez que for comprar algo, faz essa relação. Você vai se surpreender quando perceber que um carro, custa um ano de trabalho, que uma bolsa pode custar 3 meses de sua vida, que um relógio chega a custar 4 meses aturando seu chefe. Tendo essa consciência da relação tempo “x” dinheiro, podemos perceber a importância de um equilíbrio nessa equação. Não adianta ter dinheiro e não ter tempo pra usufruir, como também, não adianta ter tempo e não ter dinheiro pra gastar. Daí se percebe a importância de um planejamento financeiro, onde o tempo tem que ser priorizado, pensar só em ganhar dinheiro e acumular não é sustentável nem ecológico, é preciso entender que, diferente do dinheiro que vai e volta, o tempo só vai! Portanto, perceber que o dinheiro é uma energia que precisa fluir e que o tempo presente é a nossa única certeza, podemos concluir que não precisamos viver pra ganhar dinheiro e sim, ganhar dinheiro pra viver! Tendo cada vez mais a certeza que tempo traz felicidade! Termino esse texto com as sábias palavras do Dalai Lama:
“Os homens perdem a saúde para juntar dinheiro, depois perdem o dinheiro para recuperar a saúde. E por pensarem ansiosamente no futuro esquecem do presente de forma que acabam por não viver nem no presente nem no futuro. Vivem como se nunca fossem morrer e morrem como se nunca tivessem vivido.” José Alves jalvescfilho@gmail.com 18
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Jovens e futuros profissionais - como prepará-los para os desafios do Século XXI?
Imagem Ilustrativa
A cada dia que passa o mundo se inova. Estamos em plena revolução tecnológica, digital e científica. Novos conceitos, práticas e metodologias permeiam a vida moderna e influenciam a economia, o trabalho, o jeito de pensar e de viver. Robótica, Inteligência Artificial, Internet das Coisas (IoT), nuvem, big data, impressão 3D, economia colaborativa, digital e criativa… todos esses termos se referem a essa revolução que estamos vivendo. Novas profissões surgem e muitas outras deixarão de existir nos próximos anos. Como então podemos preparar o nosso jovem para esse novo cenário profissional do Século XXI? Para nós, da The Trust for the Americas, os jovens podem fazer mais do que preencher vagas de trabalho – eles podem criá-las. A tecnologia, além de ferramenta, tornou-se um conhecimento necessário. Os jovens precisam aprender a se relacionar com as tecnologias não apenas no papel de usuários passivos ou de consumidores de softwares, games e dispositivos virtuais. Os jovens têm que ser preparados para interagir com a tecnologia de maneira proativa, reflexiva e ética. É fundamental que compreendam criticamente os impactos da tecnologia e se tornem aptos a criar soluções para a resolução de problemas, sejam coletivos, sejam individuais. revistaestimuladamente.com.br
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O Programa POETA - Programa de Oportunidades Econômicas através da Tecnologia nas Américas é uma iniciativa que, em sua essência, visa combater a desigualdade e empoderar mentes jovens e cheias de possibilidades para que assumam papéis de liderança, socialmente conscientes e determinados a serem protagonistas de seu próprio desenvolvimento e de suas comunidades.
A The Trust for the Americas é uma organização americana, sem fins lucrativos, afiliada à Organização dos Estados Americanos (OEA), cuja missão é promover parcerias e colaboração estratégica para empoderar pessoas, organizações e comunidades. Estamos presentes em 22 países e já trabalhamos com mais de 1.000 organizações locais. Com mais de 2,5 milhões de pessoas impactadas em apenas duas décadas, a The Trust está comprometida em continuar a mudar a vida de outras milhões nos próximos anos.
Desde 2010, quando firmamos nossa primeira parceria aqui no Brasil, sob a filosofia de um modelo social integral que fomenta, além da inclusão digital, o empreendedorismo e a geração de oportunidades econômicas e educativas para populações vulneráveis, contabilizamos mais de 85 mil pessoas que se beneficiaram gratuitamente dos recursos oferecidos pelos Centros POETA. Somos uma rede de sete organizações sociais, com 20 Centros POETA instalados nas cidades de São Paulo/SP, Maracanaú/CE, Arapiraca/AL, Olinda/ PE, Brasilia/DF e Curitiba/PR.
E é por este mantra – preparar os jovens para um futuro brilhante, com estímulos, encantamentos, possibilidades e pertencimento, que nós da The Trust for the Americas, em parceria com a comunidade, empresas e organizações sociais, podemos juntos, compartilhando saberes e somando esforços, continuar esta caminhada de grande alcance e impacto social, que certamente, fará a diferença na vida de milhares de pessoas.
O Centro POETA é um espaço inclusivo, de encontro e de aprendizagem, que oferece o acesso e apropriação das tecnologias e das linguagens de Sintam-se todos convidados a participar conosco programação, além da capacitação em temas do desta jornada! mundo trabalho, da inovação e do empreendedorismo para a comunidade em geral. Focando no Fátima Galeazzo desenvolvimento de competências e habilidades Coordenadora de Projetos – Brasil socioemocionais e, respeitando as características de The Trust for the Americas / OEA cada pessoa, forma jovens preparados para lidar com https://www.trustfortheamericas.org/ a pluralidade das situações, com os desafios do dia Contato: fgaleazzo@trust-oea.org a dia e, muitas vezes, transformar um problema em uma oportunidade de crescimento.
“Eu venho de uma área rural no Estado do Pará, onde não havia hospitais ou escolas ... Como eu poderia imaginar ter acesso a um computador ou à Internet? A primeira vez que liguei um computador foi no Centro POETA e agora tenho um emprego onde uso ferramentas digitais e aplico as habilidades que desenvolvi.” Renata Mendes
17 anos, frequenta o Centro POETA Brasília. Graças aos cursos, Renata conseguiu um estágio no Setor de Informática do DER – Departamento de Estradas de Rodagem.
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Coaching Por: Aurivan Sérgio
Jogar ou não jogar? Eis uma boa questão!
Começo minha escrita com as seguintes indagações, para refletirmos juntos: O ato de jogar não se trata de uma brincadeira apenas para crianças? A resposta mais adequada é: Depende!
Gosto muito do conceito de jogo trazido por dois pesquisadores do assunto. Um deles é Johan Huizinga, que em seu livro Homo Ludens, traz o jogo como elemento da cultura e o conceitua como “uma atividade ou ocupação voluntária, exercida É possível utilizar o jogo para solucionar problemas dentro de certos e determinados limites de tempo e complexos, para criar, inovar ou contornar situações conflituosas em empresas, através de uma comunicação espaço, segundo regras livremente consentidas, mas absolutamente obrigatórias, dotado de um fim em si mais assertiva e efetiva? Com toda certeza! mesmo, acompanhado de um sentimento de tensão Escrever é uma tarefa não conclusa, que se e alegria e de uma consciência de ser diferente da impõe tanto ao autor como ao leitor. A proposta vida cotidiana”. desse artigo é trazer conceitos sobre jogo, chamar O filósofo Jean-Jacques Rousseau nos trouxe a ideia atenção para a importância do ato de jogar, e expor aplicabilidades em algumas atividades profissionais. de que “o homem joga somente quando é homem no pleno sentido da palavra, e somente é homem pleno Permita-me trazer algumas informações e reflexões quando joga”. Neste sentido, podemos pensar o jogo relevantes sobre jogo sério e com propósito e os benefícios do seu uso entre adultos. como algo que constitui o homem desde a tenra idade e que pode ser revivido na fase adulta. Definir o que vem a ser jogo não é tarefa trivial. Ao pronunciarmos a palavra jogo, pode gerar várias interpretações, modos diferentes de entendimento. Podemos pensar em várias categorias de jogos: Jogos de crianças, de adultos, de casais, de políticos, de animais.
Partindo desses pressupostos, o jogo e o ato de jogar devem buscar a associação do prazer, da alegria, da espontaneidade e o não-constrangimento. Deve haver liberdade para decidir entre jogar e não jogar, isso é lícito. É como se entrássemos consciente e inconscientemente em um círculo mágico de conversações, deixando para trás nossos problemas, preocupações e aflições do cotidiano, mergulhando em um outro universo, mais lúdico, leve, profundamente sério e suficientemente capaz de solucionar problemas complexos do nosso cotidiano.
Podemos nos lembrar de alguns jogos populares que permearam nossa infância, como o jogo da amarelinha, da cabra-cega, esconde-esconde, do garrafão. Nestes tipos de jogos, sempre havia uma forte presença de uma situação imaginária, de muita diversão e de regras estabelecidas, que permitiam o jogo fluir de forma democrática e inclusiva. revistaestimuladamente.com.br
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Coaching
Durante o ato de jogar, há uma tendência de nos sentirmos mais seguros, criando o ambiente onde nos autorizamos a correr mais riscos, sem maiores preocupações de expor uma opinião mais contundente, podendo imaginar o inimaginável, saímos da caixa e estamos mais propensos a realizar o que parecia impossível!
participação de profissionais das mais diversas áreas. Através destes espaços participativos, de fala e escuta, coaches, profissionais de recursos humanos, psicólogos e terapeutas puderam ter contato com o jogo sério com propósito e os excelentes resultados obtidos dessa experiência foram muito positivos e transformacionais.
Muitos são os benefícios obtidos a partir do ato de brincar, de jogar: Jogar é algo atraente e motivador; inclui elementos de surpresa e incerteza, convidando-nos a criar estratégias de solução; contribui para o aprendizado, para o autoconhecimento e autodesenvolvimento; é um convite para avaliarmos nossas capacidades e habilidades.
Segundo relatos dessas pessoas, após essa vivência eles expandiram seu nível de consciência sobre si e sobre suas interações com o mundo, promovendo uma reflexão sobre como eles poderiam aprimorar e desenvolver suas competências e habilidades, encontrando maneiras de aplicá-las de forma prática. Isso propiciou o surgimento de poderosos insights que emergiram a partir da fala e da escuta ativa de cada participante.
Vou compartilhar com vocês um pouco da minha experiência com o uso do jogo. Iniciei a aplicação dos jogos nas minhas sessões de atendimento de Psicanálise com adolescentes e também com clientes em algumas fases de um processo de Coaching. Essas experiências, cem por cento vivenciais, surtiram resultados surpreendentes, pois através da linguagem do jogo, eles puderam se expressar de outra forma, de outro lugar, possibilitando exteriorizar afetos, emoções e sentimentos que se encontravam aprisionados em seu Ser, de uma forma mais fluida e com leveza, contribuindo para o aprimoramento da sua autopercepção.
Nesse cenário, o jogo é percebido como um processo, como uma ferramenta de comunicação, uma linguagem universal, com propósito definido, que auxilia os profissionais envolvidos desde a resolução de problemas pessoais, profissionais e/ou organizacionais ao incentivo à criatividade, inovação e a melhoria da sua comunicação. Sendo assim, é no brincar e no construir, entre metáforas e metonímias, entre significantes e significados e a partir da contação de histórias, que os participantes refletem sobre sua própria história de vida, escutando-se nas entrelinhas dos seus ditos e não ditos.
Nessas experiências utilizei peças LEGO®, associadas a cartas que abordam temáticas variadas no que tange ao desenvolvimento humano e saúde psíquica, e também, jogos de tabuleiro. Essa combinação propicia a elaboração e construção de representações em 3D, de forma tangível e que veem expressar uma realidade complexa, seja no âmbito pessoal ou profissional, de forma prática e simples.
O jogo, quando bem contextualizado e aplicado, gera resultados exponenciais. Finalizo expressando que sou um entusiasta na aplicação do jogo entre os adultos. Os resultados são tangíveis e podem ser facilmente mensuráveis. Não existem mágicas ou promessas surreais, existem experiências vivenciais que são entrelaçadas em atos conversacionais, diante dos problemas complexos que vivemos na contemporaneidade.
Os resultados positivos ficaram evidentes pelo feedback que recebi dos participantes dessas experiências e também pelas observações que realizei. Ocorreram mudanças na forma como essas pessoas veem a si e o mundo, propiciando uma (re) descoberta e um melhor entendimento das suas questões existenciais; esses fatos me motivaram a dar mais um passo.
REFERÊNCIA HUIZINGA, Johan. Homo ludens: o jogo como elemento da cultura. 8ª edição. SP: Perspectiva, 2014. ROUSSEAU, J.J., Émile ou de l´´education, livro II, GF, 1996.
Aurivan Sérgio Psicanalista & Coach para Empreendedores. Membro fundador e Conselheiro Fiscal da ICF Capítulo Bahia. E-mail: contato@aurivansergio.com.br Instagram: @aurivan.sergio
Tive a iniciativa de ampliar minha escuta a respeito dos benefícios do jogo entre os adultos. Criei um espaço de diálogo experiencial, um espaço de trocas de afetos e de cocriação, contando com a Ano 2 | abril 2019
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Especial Por: Francisco Di Biase
Do universo quântico ao cérebro holográfico: a origem espiritual da consciência
Pela primeira vez na história humana temos condições científicas para entender a natureza da consciência, e sua relação com as práticas de educação, saúde, e espiritualidade.
A consciência não é um problema científico qualquer, mas uma questão que nos interessa muito de perto, pois é a nossa própria consciência que queremos entender. A compreensão de sua natureza pode nos conduzir a uma nova visão de nós mesmos, e de nosso lugar no universo.
É a consciência um fenômeno emergente dos processos cerebrais, ou é o cérebro que é um fenômeno emergente da consciência?
Desenvolvemos um novo modelo acerca da natureza da consciência, fundamentado nestas Como pode a consciência surgir no universo? recentes conquistas a Ciência contemporânea que permitem compreendermos o universo como um Desde o século XVII, a questão da consciência processo-evento informacional quântico-holográfico foi sendo progressivamente relegada a um plano secundário. Graças às modernas pesquisas realizadas gerador de consciência, do qual a mente humana é parte integrante, participativa e interativa. no campo das neurociências, física quânticoholográfica, teoria da informação quântica, teorias Nos sistemas quântico-holográficos, cada parte da auto-organização, psicologia transpessoal, contém a informação do todo. Esta propriedade inteligência artificial e filosofia da mente, a fundamental dos sistemas holográficos foi descrita por Dennis Gabor, que ganhou o Prêmio Nobel pela consciência tornou-se na atualidade um dos criação do holograma. principais temas de estudo e discussão da ciência. revistaestimuladamente.com.br
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Especial
Sendo um subsistema de um universo holográfico, nossa consciência contém a totalidade da informação do universo, tal como as tradições filosófico-espirituais da humanidade vêm afirmando há milênios de forma metafórica:
em hardware, software, e na internet esta imensa mente eletromagnética em torno do planeta, hoje acessada por cerca de 3 bilhões de pessoas!
Finalmente, o mais complexo nível de evolução cósmica corresponde à Conscienciosfera com seu processo auto-organizador baseado no código quântico-holográfico da consciência que permite a Assim na Terra como no Céu (Cristianismo) interconectividade local (informação newtoniana clássica), e não-local (informação quântico holística) O Pai está dentro de nós (Judaismo e entre a consciência e a natureza quânticoholográfica do universo, a qual estrutura o nível Cristianismo) espiritual que nos religa (do Latim religare, religio, Tudo o que está em cima é igual a tudo que origem da palavra religião) à nossa fonte cósmica.
está embaixo (Hermes Trimegistus - Egito antigo e Alquimia)
Este fluxo universal de informação, ou seja, esta ordem transmitida de modo significativo e inteligente através de todos os níveis de complexidade do universo, modela os processos auto-organizadores inteligentes geradores de consciência inteligência e espiritualidade na bioarquitetura humana.
Tudo o que está dentro é igual a tudo o que está fora (Upanishads- Hinduismo) A mente de um sábio em repouso é o reflexo de todo o universo (Lao Tsé - Taoismo China antiga)
Esta teoria Holoinformacional acerca da natureza da consciência é potencialmente capaz de resolver o antigo dualismo mente/matéria que vem se arrastando desde Descartes, no século XVII, e de unificar as neurociências com as abordagens psicoterapêuticas transpessoais, a parapsicologia, e as tradições espirituais, fundamentando uma nova visão quantum-holística da consciência mais abrangente e transdisciplinar.
Os Reinos da Evolução Cósmica A evolução cósmica se processa por meio da emergência no espaço-tempo de níveis informacionais quântico-holográficos autoorganizadores que fundamentam a estrutura do universo. Cada um destes níveis correspondem ao surgimento de um mecanismo de memória informacional com códigos significativos específicos.
Nesta teoria holoinformacional da consciência os fenômenos transpessoais, parapsicológicos, paranormais e mediúnicos são entendidos como parte da própria estrutura quantum-informacionalenergética do universo, e a espiritualidade compreendida como o fluxo de informação quânticoholográfica que interconecta o cérebro e a consciência humana ao Cosmos, nossa fonte primordial.
O primeiro nível de complexificação cósmica corresponde à emergência da cosmosfera, onde evidenciamos um processo auto-organizador baseado no código atômico-nuclear que estrutura e mantem a matéria e a energia. O segundo nível de complexificação corresponde à emergência da Biosfera com seu processo autoorganizador baseado no código genético do DNA que estrutura e mantém a vida.
Francisco Di Biase Neurocirurgião único Grand PhD da América do Sul, PhD, Full Professor, World Information Distributed University - Bélgica. Prof. Honorário Albert Schweitzer International University - Suiça. Primeiro brasileiro laureado com a Albert Schweitzer Science and Peace Medal, Albert Schweitzer University da Suiça Noetic Medal of Consciousness and Brain Research, pelo Noetic Advanced Studies Institute, California, USA
O terceiro nível de complexificação corresponde à emergência da noosfera com seu processo de autoorganização baseado no código neural, o conjunto dos subsistemas que organizam o cérebro e a mente. Neste exato momento estamos presenciando uma evolução exponencial da noosfera que vem se complexificando em uma tecnosfera com processos auto-organizadores baseados em códigos informacionais de inteligência artifical armazenados Ano 2 | abril 2019
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Reprogramando Por: Eduardo Almeida
Quanto tempo o tempo tem?
A mitologia grega sempre nos presenteia com metáforas realmente surpreendentes para a vida, lições que, quando compreendidas, podem fazer toda a diferença em nossa forma de pensar e agir.
habilidade que liberta nossos maiores poderes, nos desaprisionando da Matrix. E não há dúvida, somos hoje em toda a história a geração que mais faz coisas com seu tempo, cujo sentido e valor são quase nulos.
Em uma delas Zeus, o deus rei do Olimpo, enfrenta seu pai, o titã Cronos, pelo poder de todo o Universo.
Ocupamos profundamente nosso tempo com atividade que não trazem nenhum benefício e que, ao mesmo tempo, nos alienam de nosso verdadeiro propósito e potencial.
Ocorre que Cronos resolveu engolir todos os deuses que sua esposa Gaia desse à luz, para evitar ser derrotado por um deles, como propunha uma profecia.
Não nego que toda pessoa tem direito de “perder algum tempo” e que todo tempo que eu perco conscientemente não é necessariamente tempo perdido.
O curioso é que na mitologia grega a tragédia sempre ocorre justamente porque os envolvidos tentam evitar a tragédia e fugir de seus destinos.
Mas será que realmente temos consciência de como nossos atuais hábitos nos fazem perder tempo? Será que percebemos como este tempo, nosso único e maior bem irrevogável, se escoa pelos nossos dedos?
Neste caso, Zeus foi poupado por meio de uma artimanha de sua mãe e, assim, volta, liberta seus irmãos da barriga do pai e, em uma batalha épica, vence e aprisiona os antigos titãs.
Hoje o maior vilão que nos aliena, aprisiona e apequena são, sem dúvida, as redes sociais. Isso porque nos tiram muito, dando muito pouco em troca.
Um fato curioso pode ser compreendido quando Zeus derrota o titã que comanda o tempo e o aprisiona em posição fetal, criando, assim, o sentido cíclico dos dias e anos. Mas, além disso, a vitória de Zeus sobre Cronos dá ao mesmo a suprema habilidade que o coloca no topo do Olimpo: a habilidade de controlar o tempo!
Segundo diferentes pesquisas, em média, um brasileiro acessa até cem vezes por dia seu celular, sendo a maior parte deste tempo dedicado a WhatsApp, Instagram e Facebook. Estamos falando de um tempo de até 4 horas e meia por dia dedicado a esta atividade que vem inclusive modelando nosso cérebro para uma redução do hábito da leitura, do aumento significativo da depressão, da ansiedade e da redução de nosso poder de foco.
Para os gregos o poder que Zeus tem para dominar o tempo é até mais importante do que sua capacidade para dominar o poder dos raios. Ao que parece, muito melhor do que nós, os gregos já entendiam que dominar o tempo é uma
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Reprogramando
Estudos recentes têm demonstrado que o uso abusivo das redes sociais e nossa obsessão por likes geram efeitos tão nocivos em nosso cérebro como o uso de drogas, pois eleva nossa dependência da liberação de dopamina e serotonina de forma rápida, sem uma razão realmente significativa ou contrapartida real para tanto.
Também são poucas as pessoas que entendem que não somos mais pagos pelo tempo que dedicamos ao nosso trabalho (um dos pressupostos da produtividade proposta por Tylor), mas sim pelos resultados que geramos com ele. No mundo da inteligência estratégica, existem pessoas que com uma hora do seu trabalho produzem mais valor do que dúzias de pessoas com o tempo dedicado com um ano de seu trabalho.
Além disso, as redes sociais criam uma ilusão de autoimportância que virou uma verdadeira febre. Ao melhor estilo “Black mirror”, se somos populares achamos que somos importantes e se não o somos temos que nos esforçar mais para sê-lo.
Mas, por não compreenderem este simples fato, ainda vemos muitas empresas e pessoas preocupadas em mostrar que estão trabalhando ou tentando controlar o tempo trabalhado por seus funcionários.
Não entendemos que nossa relevância não está na quantidade de pessoas que nos seguem, mas na profundidade e complexidade afetiva que você consegue dedicar a estes relacionamentos. Logo, nos tornamos rasos nas coisas e comentários que fazemos, e o Facebook , Instagram e o Youtube acabaram por se tornar uma terra de gente rasa e covarde que distribui seu ódio e comentários protegidos pela distância de uma tela de computador. Tornamos-nos grandes críticos de tudo e todos, porque assim sentimos que o que pensamos tem valor, sem entender que nosso verdadeiro valor está em nossa habilidade de promover melhorias no mundo em que vivemos.
Como seria um mundo em que as pessoas têm consciência que seu tempo é o seu bem mais precioso? Como seria este mundo no qual percebemos que tudo o que obtemos é fruto do escambo que optamos fazer de nosso tempo por outras coisas? Um novo mundo e uma nova forma de trabalhar estão surgindo e as oportunidades só estarão disponíveis para quem realmente aprender a entender que o tempo é a medida de todas as coisas.
Sou pouco esperançoso quanto ao futuro da humanidade se não promovermos um forte saneamento de nossos hábitos associados a este tipo de universo fantasioso. Como uma pessoa que se aproxima dos cinquenta anos (um dinossauro da era pré-internet), percebi claramente a deterioração da qualidade dos relacionamentos e o emburrecimento emocional de nossa sociedade pós advento das redes sociais.
Quem dominar o tempo, assim como no caso de Zeus, liberará o supremo poder em sua vida: o poder de fazer escolhas! No fundo ninguém pode fazer gestão do tempo, pois, para bem ou mal, o tempo é um só e ninguém tem mais do que 24 horas em seu dia. Logo, tudo o que podemos fazer é escolher com sabedoria, sentido de prioridade e valor as atividades que assumiremos dentro do tempo que temos.
Esta mudança já impactou drasticamente também o ambiente de trabalho, e hoje gestores passam boa parte de seu tempo tendo que resolver problemas criados pela baixa inteligência emocional dos membros de sua equipe.
Por isso é preciso pensar sempre: o que estou fazendo vale o tempo que eu invisto? Se você entende que sim, então tenho certeza que nunca será tempo perdido.
Para ser mais preciso, em torno de ¼ do tempo de um gestor é perdido com esse tipo de situação.
Mas se a resposta for não, não perca tempo e tire esse hábito, pessoa ou atividade de sua vida, pois no final das contas a vida é apenas uma sucessão de minutos que podem ser bem ou mal vividos.
Além disso, pessoas que estão acostumadas a “receber likes”, não sabem lidar bem com o “deslike” de seus trabalhos ou desempenho, o que torna o processo de feedback e desenvolvimento de equipes muito mais complexo e até chato.
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Educação Por: Leila Oliveira Costa
O que o adulto diz sobre a criança, é o que a criança é? Tenho me dedicado nos últimos vinte anos a Ela alcançou a posição de gato e passou para a compreender alguns comportamentos das crianças posição sentada. Voltava a encostar o ventre no pequenas que são interpretados de maneiras diversas chão para se arrastar e antes de engatinhar começou por educadores e famílias. a ficar em pé. O entusiasmo da família com o percurso realizado por ela é evidente, como também A pergunta central sempre tem sido: O que o é evidente que quanto mais a família confia na adulto diz sobre a criança, é o que a criança é? capacidade deste bebê mais lhe dão tempo e um A abordagem sistêmica me permitiu ao longo dos ambiente propício para seu desenvolvimento. últimos sete anos, ampliar e escutar ressonâncias A cada vídeo recebido eu me impressiono com o para esta pergunta: auto cuidado de Maria Beatriz consigo própria. Este • Como as experiências dos adultos lhe permitem cuidado se revela em três aspectos principais: ver e interpretar o que a criança faz? • O movimento sempre iniciado por sua própria • Como sistemas diferentes compreendem uma vontade e despertado por uma atenção prévia a algo mesma ação da criança? do entorno que lhe desperta interesse. • Qual o papel da linguagem na modulação do que consideramos virtudes ou defeitos das crianças?
• A integração dos movimentos corporais na busca do equilíbrio.
• Onde devemos buscar possibilidades para que a própria criança possa, em meio a tantas vozes, ouvir a si própria?
• O comportamento de prudência a cada ação que realiza.
costas, no chão, nos primeiros meses de sua vida. Não demorou muito tempo para que começasse a rolar e se arrastar. Lembro-me que, neste período, estávamos ansiosos a espera que ela engatinhasse, mas não foi o que aconteceu.
No diálogo com as famílias destes bebês e também com os educadores com os quais diariamente me deparo, é evidente que, a interpretação sobre o que faz uma criança de oito meses revela-se sob paradigmas muito diferenciados.
Maria Beatriz não sofreu acidentes mesmo Inspiro-me em Maria Beatriz para adentrar a estas apoiando-se em vasos para retirar pedrinhas dele. questões. Não se machucou em objetos da casa, em quinas, em portas ou em degraus. Ela para a ação e consegue Maria Beatriz tem oito meses na data em que escrevo este texto. Ela vive com seus pais e irmã mais voltar a uma posição anterior quando seu corpo precisa de repouso. Procura pessoas da casa quando velha e, enquanto os pais trabalham, é cuidada por acorda, sem pânico ou choro. Engatinha por toda a sua avó materna. A tia de Maria Beatriz, Juliana, casa calmamente até encontrar alguém da família. é estudiosa da abordagem Pikler, que tem como fundamento o respeito à autonomia da criança, Enquanto acompanho o desenvolvimento de Maria ao tempo particular de desenvolvimento e ao Beatriz, me deparo com outras dezenas de bebês movimento livre. É Juliana que tem compartilhado com o mesmo tempo de vida. Todos diferentes pequenos vídeos sobre o desenvolvimento de sua em relação ao desenvolvimento motor, controle sobrinha e as conversas com sua irmã (mãe de Maria corporal, interesse pelo entorno e objetos e em Beatriz) sobre este desenvolvimento. manifestação da própria vontade. Não são bebês que eu consideraria, como fazem a maioria dos adultos, A primeira consideração que devo fazer sobre mais espertos ou mais atrasados, com dificuldades este bebê é que nunca lhe foi imposto chegar a ou mais inteligentes, difíceis ou fáceis de lidar. São uma postura que ela não conseguisse alcançar bebês diferentes. por si própria. Ela era sempre colocada deitada de
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Educação
Foto: Juliana Foto: Juliana
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Foto: Juliana
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Educação
Para algumas famílias e educadores, deixar um bebê no chão pode ser um ato de abandono que com certeza pode trazer doenças. Para outras famílias e educadores traduz-se como falta de cuidados e até de recursos.
Haveria possibilidade de transpor este problema? No caso de Maria Beatriz, encontramos esta possibilidade seguindo os passos que sua própria família seguiu. Em primeiro lugar, esta família está aberta à escuta do discurso da tia, um discurso desconhecido, porém baseado em estudos que se conectam a potência da criança. Esta família também está aberta à observação. Os pequenos filmes, resultado destas observações, são sempre partilhados com novas perguntas e com interesse por outras análises. Em terceiro lugar, a família responde a cada etapa de desenvolvimento de Maria Beatriz preparando um ambiente que permita novas conquistas autônomas.
Esperar o tempo da criança, respeitando seus percursos também pode ser angustiante. Embora se fale que cada criança tem seu tempo, os pais e educadores se perguntam: Como saber se um tempo mais longo de desenvolvimento é normal ou patológico? Em nosso século, em que a precocidade é vista como uma qualidade e até como uma vantagem, e que precisamos mostrar aos outros como nossas crianças são melhores na aprendizagem de conceitos, como dar à criança o tempo necessário para que ela se concentre e aprenda a partir do que é possível ao seu desenvolvimento físico, intelectual e anímico?
Este CICLO: ESCUTA, OBSERVAÇÃO e AÇÃO, é o que eu considero a essência das relações de qualidade. Enquanto se aproximam de Maria Beatriz, mais celebram as conquistas autônomas e mais confiante se torna a pequenina no entorno e no adulto. A família compreende que seu bebê não precisa se desenvolver em grandes saltos, mas de forma contínua e em seu ritmo particular.
Como não nos confundirmos com tantas informações sobre dispositivos que podem acelerar o desenvolvimento como celulares, andadores, jogos que estimulam ou apostilas que ensinam cores e letras?
Em várias famílias e, especialmente em instituições, este ciclo ocorre de forma inversa.
Atravessados por discursos que estão ancorados em tradições da medicina, da psicologia e da mídia, pais e educadores interpretam ações dos bebês e das crianças pequenas e ainda se deparam com as limitações a que eles próprios se depararam ao longo de seu desenvolvimento.
Resistência à escuta de possibilidades e fixação nos problemas, ausência de observação e excesso de ações sempre baseados em discursos que evidenciam o que falta à criança, ou seja, ausência do verdadeiro interesse pela criança e seus processos, que se traduzem em relações sem qualidade. Espera-se que a criança ande, que fale, que aprenda, que apresente resultados, sem a consideração do que ela é e pode. A criança percebe que não responde ao adulto da forma que ele deseja e não deixa de confiar neste adulto, ao contrário, deixa de confiar em si mesma.
Quantos adultos gostam do chão? Quando sentimos, depois de adultos, nosso corpo relaxado sobre o chão, sem ser ele um tatame de academia ou o tapete macio de nossa casa? É possível para o adulto de nosso tempo iniciar ou cessar uma ação à partir de sua própria força interna, ou seja, à partir de seu interesse genuíno comandado por um interesse e curiosidade?
Bebês e crianças pequenas devem ocupar-se com as coisas que dizem respeito a si mesmas. Necessitam urgentemente de adultos que estejam dispostos a lhes presentear com profundo interesse em suas possibilidades e em relacionar-se com elas.
O adulto de nosso tempo tem controle de seu próprio corpo? Usa conscientemente o corpo? A atenção e o movimento estão integrados na busca do equilíbrio?
Que a história de Maria Beatriz continue nos mostrando que há um caminho possível.
Os adultos agem com prudência ou com medo? Esse panorama de análise, nossas próprias experiências e a linguagem que circula em nossa sociedade, coloca-se como um problema. revistaestimuladamente.com.br
Leila Oliveira leilabob9@hotmail.com 32
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ICF - Internacional Coach Federation | Artigo Por: Dr. George Barbosa
Credenciamento da ICF: O caminho para ser contratado por clientes exigentes Você já deve ter ouvido que altos executivos e grandes empresas optam por contratar coaches credenciados pela ICF. É sabido que tais Coaches são procurados para os maiores e mais importantes projetos das organizações. A principal razão para essa tendência no mercado são as chamadas credenciais.
antes da data de solicitação da credencial e as demais exigências comuns ao ACC. Por fim, a terceira é a que identifica os especialistas na área do coaching. É a credencial MCC – Master Coach Certificado pela ICF. São profissionais que alcançaram o alto nível de conhecimento e desempenho durante suas entregas de coaching. Para tal, são requeridas a comprovação de 2500 horas de atuação remunerada e todas as outras exigências.
Dentro do universo da ICF há três tipos de credenciais. A primeira delas é aquela identificada como ACC. Eu entendo-a como a que identifica um Coach Associado Certificado – pela ICF é claro! Comprova que o profissional já exibe a prática e a experiência requerida para um nível mais avançado que ser associado. Além de associado já é certificado em uma prática comprovada. É um profissional reconhecido em sua atuação.
No Brasil, o nosso desafio é elevar o número dentro do país de MCCs credenciados pela ICF e, com isso, elevar a prática do coaching nacional a um nível de alto rendimento nas organizações e sociedade como no Canadá, Estados Unidos, Austrália e Inglaterra. Mas você deve estar dizendo: Conheço um mar de coaches que são Masters. Não é a realidade. No Brasil o número de MCCs é menor que nossos dedos das mãos.
Os requerimentos básicos para a credencial ACC são: ter completado um curso já acreditado. Se o seu curso não for acreditado pela ICF, você necessita comprovar que o conteúdo é o exigido nos parâmetros requeridos. Também comprovar um mínimo de 100 horas de experiência com processos de coaching remunerados. Gravações em áudio que atestem a sua prática de acordo com os requisitos e ser aprovado no exame de conhecimento sobre as Competências Essenciais do coaching.
É um longo e disciplinado percurso. Eu estou trilhando-o com perseverança. Quer saber mais do processo de se credenciar? Siga o link: https://www.icfbrasil.org/credenciamentoindividual/associate-certified-coach-acc Nota: Estou ciente que a maioria dos associados da ICF Global é composto por mulheres. Então, é apenas para simplificar que o texto está na forma masculina. A verdade é que a atividade é de predominância feminina.
A segunda credencial é a chamada de PCC, o Coach Profissional Certificado. Eu explico-a como aquela credencial que atesta quem já alcançou o patamar de formação profissional dentro da atividade do coaching. As exigências básicas novas são o curso acreditado com mais de 125 horas, comprovação de 450 horas de atuação remunerada, em até 18 meses
Dr. George Barbosa Presidente da Federação Internacional de Coach Capítulo Brasil (ICF Brasil).
Agenda | ICF III Jornada de Coaching - ICF Capítulo Bahia Ser Multidimensional - liderança e autoliderança Data: 17/05/2019 (sexta-feira) Horário: 08:00 às 18:00 Local: Casa do Comércio. Salvador - Bahia Inscrições: http://bit.ly/jornadaicfbahia2019
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No programa: - Palestras alinhadas com as 5 dimensões do Ser: emocional, espiritual, mental, social e físico; - Atividades artísticas; - Lançamentos de livros e sessões de autógrafos.
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Universo Holístico Por: Amanda Reis
Cura
Olá caros leitores, espero encontrá-los bem! Eu continuo seguindo meu caminho, aquele velho/novo, que me surpreende a cada instante. Começo essa edição falando da dificuldade em escolher uma temática para conversarmos... Quando nomeei essa coluna, eu não tinha a real dimensão da infinitude do que chamamos de holístico! Ou será que tinha? Inconscientemente... Bom, mas isso não vem ao caso agora.
Intuição é a “faculdade de preceder, discernir ou pressentir coisas, independentemente de raciocínio ou análise”. Quem me conhece deve estar rindo agora! Ausência de análise e raciocínio não combina muito comigo! Mas eu estou mudando, faz é tempo! E uma mudança bem genuína, por isso a intuição está desbloqueando. Isso, desbloqueando! O tempo psicológico, que se engendra a partir da nossa saída do “instante já” (parafraseando Clarisse Lispector), quando estamos lançados à sorte ou ao azar de um passado que não volta mais e de um futuro que ainda não chegou. Enfim, estamos presos no labirinto dos multiversos!
O fato é que nessa de escolhe aqui, escolhe ali, convida fulano, cicrano; o tempo passou e nada de texto. Eu realmente achei que não fosse conseguir publicar. No entanto, em uma das minhas andanças e viagens para fazer formação de professores, nos últimos minutos do segundo tempo, tive uma intuição! Rs. Na verdade esse é nosso primeiro assunto, dentro do assunto, se é que vocês me entendem. revistaestimuladamente.com.br
O presente é o que existe, o único tempo real... mas vamos ao que interessa de fato. Estar em presença nos conecta com a informação não local e ativa movimentos quem nem nós nunca tínhamos percebido de nossas potencialidades e 36
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Universo Holístico
possibilidades. Isso aconteceu comigo, quando abri uma daquelas revistas que ficam no avião. E tinha um texto que tratava de câncer.
(...) A matéria é afinal o “nada” e nela não existe qualidade inerente.
De imediato eu lembrei que tinha no meu e-reader um livro do Deepak Chopra- “A cura quântica”- que havia lido há algum tempo atrás, mas que merecia ser relido. Duas horas de voo, seriam o suficiente para me reconectar com esse conteúdo, achei. Ledo engano, já faz alguns dias que isso ressoa dentro de mim abrindo várias janelas. Por isso, resolvi escrever para vocês. Nosso assunto é CURA.
Pensando-se em saúde na mente, aparece a saúde, pensandose em doença na mente, aparece a doença.
Claro que não posso ser leviana ao tratar do assunto, por isso preciso deixar muito claro que esse é meu ponto de vista a partir das minhas informações locais que envolvem minhas leituras, estudos e práticas. O primeiro ponto de observação está na capacidade curativa que habita em cada um de nós, que se trata do milagre da vida mesma acontecendo.
Porém, tanto o saudável lutador como o débil doente são sombras que aparecem pela reação do sensibilizador, e não são a Realidade.
Quando levamos um corte ou quando quebramos um osso, esse processo acontece e ninguém o atribui a uma força oculta, sobrenatural, uma mão de cura externa que paira sobre nós operando um milagre. É apenas um processo biológico comum... Aí está a chave! Vou precisar recorrer ao conceito de ecologia humana, cujo aprofundamento você pode encontrar em uma sessão dessa revista, ou em toda ela talvez.
O que existirá na tela será unicamente a própria Luz, a própria Vida, que brilhará resplandecentemente.
O que atribui qualidade à matéria é a mente, e somente ela.
Esta circunstância se assemelha à tela cinematográfica, em que aparece um lutador se nela for projetado um lutador, ou um doente, se nela for projetado um doente; porém o filme cinematográfico em si é incolor e transparente, e nele não existe lutador nem doente; as diversas imagens resultantes da reação do sensibilizador que cobre o filme incolor e transparente é que fazem aparecer ou a figura de lutador, ou a figura de doente.
Se colocardes no projetor um filme incolor e transparente que não tenha imagens resultantes da reação do sensibilizador e na tela projetardes esse filme, não aparecerá o lutador saudável que em breve envelhece e morre, nem aparecerá, e evidente, doente debilitado algum.
O que é a mente, nesse contexto? O milagre das moléculas comunicadoras: os nossos neurotransmissores. Intuição, sonho, sentimentos, nenhum desses fica apenas no cérebro, eles são levados aos nossos órgãos codificados através de mensagens químicas. Para que os pensamentos se formem, os neurotransmissores tocam a vida de cada uma de nossas células.
Vamos viajar. Se existem diferentes níveis de realidade multidimensional e multi-referencial, cada um no seu espaço-tempo, isso acontece fora e também dentro. O que isso significa? Trocando em miúdos que existe uma lógica para fora e uma lógica para dentro, interdependentes e dependentes ao mesmo tempo. Portanto, a nossa ecologia é o espelhamento da ecologia do planeta. Aí é uma explicação para a ideia de que nós somos o planeta e o planeta somos nós!
Ual, o milagre da consciência, que está para além do que aparece nas tomografias funcionais. O segredo está no “filme incolor e transparente”. Deixe a sua mente encontrar o melhor caminho para falar com seu corpo, compreendendo que a cura é um processo inerente a natureza humana.
Essa capacidade regenerativa em níveis microcósmicos, dentro do nosso corpo, dentro de nós mesmos, está no macrocosmo. Temos nós a capacidade curativa da Patchamama, por que ela é inteira e esfuziante em tudo que produz e em sua retroalimentação. Não há como ser diferente, temos nós a capacidade de produzir tudo aquilo que precisamos para viver uma vida saudável, feliz e plena.
Precisaria de uma revista inteira para continuar falando, por que o tema exige que eu entre na consciência. Vamos ver o que minha intuição diz a respeito das próximas edições! Gratidão pela paciência. Muitas coisas que parecem loucura, começam a fazer total sentido!
Me ocorre um texto da Sutra Sagrada “Chuva de Néctar da Verdade”, transcrita nos momentos de iluminação do Mestre Massaharu Tanigutchi, da Seicho-No-Ie : Ano 2 | abril 2019
Abraços, Amanda Reis amanda.reis@estimuladamente.com.br 37
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Fotos Série: Tranpolim de pedra
Por: Mariana Falcão
Mariana Falcão direção de arte | fotografia | produção Instagram: @mariana.falcao
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Tecnologias Sociais Por: Simaia Barreto
Um sistema para alimentar e para viver: O SAF!
Foto: Arquivo pessoal
Nessa edição vou apresentar para vocês o conceito e a prática do Sistema Agroflorestal, alguém já ouviu falar? Estava visitando o território do litoral sul e tive a honra de conhecer de perto a propriedade de uma família de agricultores de Ituberá que trabalha diretamente com a implantação e consolidação desse sistema em sua propriedade. Como conversarmos na primeira edição procuramos expor aqui experiências de tecnologias sociais premiadas pela fundação Banco do Brasil. E não é que o SAF de uma área rural no Distrito Federal já foi premiado? Pode visitar o site da fundação que vocês vão encontrar, inclusive essa definição aqui: “Sistemas Agroflorestais consiste em Plantar de forma integrada uma diversidade de plantas (...) O SAF imita as florestas naturais, produz hortaliças, grãos, tubérculos, frutos, madeiras, plantas capazes de fertilizar o solo.O sistema de SAF favorece a micro e macro fauna, promove a recuperação de solos degradados, infiltra água e estreita a relação do homem com a terra. Garante autonomia alimentar para os camponeses em quantidade, qualidade e diversidade”.
as culturas do fumo, laranja e mandioca. Nessa época também fazia trabalhos em propriedades que utilizavam veneno e se queixava muito de problemas de saúde. Atualmente residindo na região do Litoral Sul vive das culturas do cacau, seringa, piaçava, cravo, guaraná, café, mas segundo Antônio Ribeiro, o companheiro de Marilene eles aprenderam o que é o sistema através da interação com uma organização social que atual na região chamada Serviço de Assessoria a Organizações Populares Rurais - SASOP. E na oportunidade de participar de um intercâmbio local conheceu uma experiência de SAF e concluíram que já faziam o trabalho muito parecido ao que é o sistema, mas resolveram atuar de forma mais consciente. A família vive totalmente da produção da terra. Como exemplo a família cita que vende o cacau para Cargill, localizada em Ilhéus, vende a piaçava para uma cooperativa e a seringueira para Michelan através da cooperativa. Antônio Ribeiro relata que há nove anos que não utiliza produtos químicos nenhum. O agricultor define o SAF como um sistema de saúde, explica que quando trabalha com veneno só vivia com problemas de saúde e ia muito na farmácia. Dona Marilena ressalta que vivia com problemas respiratórios e fica muito feliz com a mudança no estilo de vida da família. Todos acreditam que a saúde da família e de todas as pessoas está relacionada diretamente ao meio ambiente.
Vocês podem perguntar, ah mais e isso dá certo? Gera renda? A família de Antônio Ribeiro e Marilena Pereira Conceição diz que sim e nos conta um pouco como funciona para eles explicam porque acham importante trabalhar na agricultura com sistema agroflorestal. Nossa conversa começa com Marilene pereira da Conceição, 53 anos e nos conta que vive da agricultura desde que nasceu. A família morava e trabalhava em Cruz das Almas trabalhando com revistaestimuladamente.com.br
No sistema agroflorestal a família não utiliza nenhum tipo de veneno, produto químico nenhum. Na ocorrência de alguma praga na plantação eles 42
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Foto: Arquivo pessoal
recorrem a produtos naturais como a calda do Nin, a maninpueira, etc. ah, mas é verdade que produtos naturais atuam no combate a pragas que atingem plantações. Estudos científicos confirmam a capacidade de extratos naturais atacarem várias espécies de pragas sem prejudicar o alimento, o meio ambiente e o agricultor. Um artigo publicado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária corrobora a informação quando aponta resultados na utilização da calda do nin. “A química do nim foi muito estudada nas décadas de 70 e 80, quando foram identificados mais de 150 compostos isolados das folhas, galhos e sementes (...). A azadiractina é o principal composto dessa planta com ação sobre os insetos, sendo os frutos a sua principal fonte, além da casca e das folhas. (...) O nim atua sobre os insetos como repelente e antialimentar”. Nessa perspectiva, significa que é possível produzir um produto alimentar sem veneno com geração de renda para pequenos produtores, fornecimento de matéria prima para multinacional, como o caso da Cargill e proteção ambiental. A propriedade da família fica próxima a nascente de um rio por isso me explicaram que evitam plantio de culturas a 100 metros da nascente. Olha só que show de conscientização? As vezes grande empresas agrícolas tendem a explorar cada milímetro de terra sem importar com as consequências predatórias para o meio ambiente. E essa família nos mostra que existe um caminho de bem viver com respeito, saúde e sustentabilidade.
Foto: Arquivo pessoal
A técnica Ana Celsa B. Souza, 48 anos, que trabalha no SASOP nos conta que pelo Litoral Sul ser uma região de Mata Atlântica é muito importante o trabalho com o SAF que tem por base a agroecologia que prevê a proteção do solo com cobertura vegetal morta, diversificação das culturas, controle ecológico de pragas e doenças com técnicas de enriquecimento do solo e aproveitamento de insumos locais. Sabiam que a família além da diversidade de culturas ainda cria patos, galinhas, porcos e caprinos? Assim, possuem fonte de alimentos animais e vegetais que garante a segurança alimentar e nutricional.
Foto: Arquivo pessoal
Viram que é possível plantar, conviver com a floresta, preservar, produzir e viver sem degradar o meio ambiente. Apoiem, conheçam e valorizem os agricultores familiares do nosso Estado. Boa saúde a todos! Simaia Barreto simaia21@gmail.com Ano 2 | abril 2019
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Construções Sustentáveis Por: Luana Lousa de Almeida
Construir com terra crua!
Projeto: Arquitetura Viva
Quem diria que em pleno século 21, alguns “destemidos” se juntassem para retomar esses processos! Aliás, esses “destemidos” estão se juntando no mundo inteiro para questionar sistemas, processos e produtos!
de diversos profissionais. Hoje, a inteligência artificial começa a substituir advogados, médicos e contadores na mesma velocidade que a democratização da internet. O mundo não é mais o mesmo! A cada momento pessoas questionam produtos e deixam de consumilo se fazem mal a elas ou ao ambiente. Deixam de consumir para não matar baleias ou tartarugas! Cada vez mais questionamos o consumo pelo consumo e damos preferência a possibilidades diferenciadas de ocupar e vivenciar o planeta.
Não somos os únicos! O mundo nunca passou por uma transformação tão grande e tão rápida! Nos próximos anos veremos mudanças intensas em várias áreas. As crianças já não conseguem ver sentido na escolarização (é realmente uma área que parou no tempo). Pessoas não querem mais perder seu tempo em processos burocráticos ou ineficientes de bancos enquanto podem abrir e movimentar contas online. Os carros a combustão já são tão obsoletos quanto máquinas de escrever e tão poluentes quanto às indústrias que os fabricam! De repente o mundo parou de fazer sentido em muitos aspectos. Profissões surgem diariamente, na mesma proporção que plataformas substituem produtos e serviços, gerando a obsolescência revistaestimuladamente.com.br
A prioridade hoje é da experiência! Só vale se for bom pra mim, pra você e para o universo! Afinal, somos todos Um! E talvez seja aí, nesse momento, que a Arquitetura Permacultural encontre sua referência. Ela busca criar vida, gerar solo, aumentar biodiversidade, melhorar microclima e, por que não, o clima! A arquitetura Permacultural cria estratégias para melhorar a qualidade de vida de pessoas e cidades, costurando melhorias pelo planeta. 44
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Projeto: Arquitetura Viva Construções Sustentáveis
O dentro e o fora fazem parte do mesmo raciocínio, assim como, paisagismo, arquitetura e gestão de resíduos, para nós, é um processo só! Quando iniciamos um projeto, fazemos análise não só de solo e topografia, mas também avaliamos todo o entorno, quantificando árvores de médio e grande porte, tipo e desempenho ambiental, bem como, entorno e vizinhança imediata. Insolação, ventos dominantes e movimentações de terratambém compõem toda a logística de uma boa implantação. Definido isto, analisamos o potencial de cada material local para posterior definição de ecotécnicas a serem implantadas para alvenarias ou qualquer estratégia que envolva potencial de mão de obra local ou material regional. Por exemplo, se estamos em Pirenópolis, em Goiás, temos um abundante resíduo de pedreiras. Pra nós esse passivo ambiental é insumo de primeira qualidade! Ali temos mão de obra “especializada” neste tipo de assentamento e podemos abusar deste material como estrutura ou mesmo alvenaria. É o lixo que vira luxo! Se estamos em Corumbau, na Bahia, esse material não faz o menor sentido. Mas lá podemos abusar das estruturas de madeira roliça, já que é fácil naquela região e tem excelente mão de obra no vilarejo. Esta análise faz toda diferença para avaliar a sustentabilidade de um material. Podemos ter uma película de altíssimo desempenho térmico para ser aplicada em vidros, mas se ela tiver que vir dos Estados Unidos não existe sustentabilidade nisso!
Projeto: Arquitetura Viva
Foto: Arquivo Pessoal
Buscamos fechar os ciclos, otimizar fluxos e resumir processos, assim como a natureza! Esta é outra rica análise que se deve fazer. Para onde voltam os materiais especificados no final de suas vidas úteis? É claro que o ideal seria voltar aos ciclos naturais e técnicos iguais ou melhores do que quando foram definidos, mas sabemos que não é isso que acontece. O design de produto ainda tem que caminhar muito na construção civil, mais do que em muitas áreas. Nesta semana, uma empresa lançou um tênis que ao final de sua vida útil deve ser devolvido para a fábrica para virar um novo par, ou seja, é feito de um único material que atende em 100% ao ciclo técnico. No nosso caso, o exemplo seria uma alvenaria de adobe, que poderia voltar ao ciclo natural e virar adobe novamente ou, quem sabe, até uma horta. Ano 2 | abril 2019
Foto: Arquivo Pessoal
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Construções Sustentáveis
Em nossos projetos procuramos fazer toda a gestão de águas no terreno, ou seja, águas de chuva a gente coleta e armazena e o que excede destinamos a jardins de chuva e poços de infiltração, de forma a sempre recarregar o lençol freático do local. As águas cinzas podem ser limpas por filtros de 3 estágios e fitorremediação, assim as águas podem ser reutilizadas e infiltradas novamente no solo, por estratégias de irrigação. E as águas pretas? Ahhhh, essas são nossas queridinhas! Pois fazem um trabalho lindo em parceria com bactérias e raízes de bananeiras! Esse sistema é sensacional! Chamase Bacia de Evapotranspiração, as BETs e foram criadas pelo Instituto de Permacultura e Ecovila do Cerrado (IPEC) e tratam com primor aquilo que chamamos de esgoto. Pra nós resíduo, pro processo insumo!!! Nessa bela parceria, as raízes e bactérias se alimentam de todos os dejetos que entram no sistema, geram microclima, tratam o esgoto e ainda geram banana no final! Genial demais não é?! Um sistema extremamente simples e que poderia resolver muito dos problemas de saneamento pelo mundo afora. A intenção é sempre minimizar o impacto ou até mesmo gerar um impacto positivo pela intervenção humana.
para pessoas e para o planeta! Não faz sentido empilhar pessoas em prédios fazendo de conta que produzem por 8 horas! Esse modelo não funciona mais! Crie ambientes vivos e mostre o propósito! Pessoas produzirão 8 horas em 3 e trabalharão 12! Os ambientes humanos precisam ser biocompatíveis e não doentes! As “tintas” não deviam causar alergias, mas sim alegrias! Os materiais deveriam aumentar a imunidade e estimular a frequência de tudo que pulsa! Façamos a revolução com vida, com terra, com água, com floresta! Que nossa rebeldia seja nossa fotossíntese diária e quem sabe, um dia, seremos livres como árvores! Notas [1] A biomimética é uma área da ciência que tem por objetivo o estudo das estruturas biológicas e das suas funções, procurando aprender com a Natureza, suas estratégias e soluções, e utilizar esse conhecimento em diferentes domínios da ciência1. [2] A biofilia é o amor à natureza. Este termo foi popularizado por Edward Osborne Wilson, num livro com o mesmo nome publicado pela Harvard University Press 1984. Em seu livro, Wilson descreve a biofilia como uma tendência natural a voltarmos nossa atenção às coisas vivas2. REFERÊNCIAS BIOMIMÉTICA. In: WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre. Flórida: Wikimedia Foundation, 2018. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/w/index. php?title=Biomim%C3%A9tica&oldid=51469940>.
Priorizamos os materiais naturais, estimulamos a biofilia por estratégias diversas, fazemos da biomimética a nossa métrica e nosso norte, buscando na natureza as fontes mais eficientes de criar desempenho máximo com custo “energético” mínimo, como nos orienta a permacultura. É essa a arquitetura que buscamos fazer, é esse o propósito que nos faz levantar e observar o fluxo contínuo da vida em cada elemento!
BIOFILIA. In: WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre. Flórida: Wikimedia Foundation, 2015. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/w/index. php?title=Biofilia&oldid=43714550>.
Luana Lousa de Almeida Arquiteta E-mail: arqbiolua@gmail.com
Não vendemos projeto nem construímos edificações, geramos conceito e criamos experiências! Um estilo de vida que faça sentido
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Alterne Por: Raimon Alves
O artista plástico Cezar D’Avila e sua Casa Atelliê em Imbassaí. Formado na Universidade Federal da Bahia, pela Escola de Belas Artes, o artista plástico Cezar D’Avila vem colecionando uma série de trabalhos prestigiados no Brasil e em vários países do mundo.
todas obras do artista plástico. As esculturas com temáticas contemporâneas espalham-se pela área do local. Como parte ainda de produto da casa, foi criado o conhecido Varal Cultural itinerante, que, de forma generosa, D´Avila divulga obras suas e de outros artistas do mundo e agrega fotografias também.
Após sua formação o artista desenvolveu trabalhos em espetáculos teatrais focalizado em cenários e figurinos. Ainda participou ativamente da decoração do carnaval da cidade de Salvador, cujo tema foi O varal viaja por vários espaços, sendo que seus Zumbi-500 anos, precisamente no ano de 2003. produtos e do próprio Cezar podem ser adquiridos Como também decorou camarotes e clubes com seus na Casa Ateliê, onde também quando não está famosos bailes. em viagens, ele recebe a todos com presteza e um acolhimento ímpar no seu espaço, que além das suas Em Cachoeira, a cidade histórica do Recôncavo artes, temos um belo rio e muitas árvores frutíferas baiano, participou do projeto e execução da e belas. decoração artística das festas juninas da cidade em 2009 e 2010. Como tem especialização em restauração pela Escola de Belas Artes-UFBA, realizou restaurações no centro histórico da mesma cidade. Ilustramos monumentos como: a Ordem Terceira do Carmo e a Igreja Matriz.
Sendo assim quando vierem à linha verde não percam a oportunidade de visitar a Casa Ateliê e enriquecerem com as obras deslumbrantes de Cezar D’Ávila. Enquanto não chega o dia podem deslumbrar as suas criações na fanpage do facebook: Casa Ateliê Imbassaí.
Na biografia do artista salientamos diversas exposições em salões e bienais, como a bienal do recôncavo. Em termos de exposições pontuamos a da Suíça, apresentando suas telas, tematizando a Bahia e sua herança afro-brasileira.
No ano atual o artista está expondo no Complexo hoteleiro de Costa de Sauípe para os turistas de vários estados brasileiros e de vários países dos continentes. O que: Casa Ateliê Imbassaí Contato: Cezar D’Avila - (71) 99961 2352
No ano de 2013 Cezar fixa residência em Imbassaí, região litorânea da Bahia, que já o encantava há alguns anos, decidindo assim a construção da Casa Ateliê de Artes e Restauros. O espaço foi criado como forma de expandir artes e cultura na localidade. Já famoso, acoplou as filmagens do filme brasileiro: “Os homens são de marte e é pra lá que eu vou”, servindo de locação para algumas cenas no período de 30 dias. Não foi a primeira experiência de cinema do artista, ele já tinha participado da equipe de cenografia do filme Jubiabá, com direção de Nelson Pereira dos Santos, baseado na obra do escritor baiano Jorge Amado. Também fez parte da equipe do filme Snake Man, uma coprodução brasileira e americana.
Raimon Alves raimonalvesator@gmail.com
Quem visitar a Casa Ateliê tem a possibilidade de vislumbrar uma exposição permanente de pinturas em telas, gravuras em papel e pinturas em camisas, Ano 2 | abril 2019
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Foto: Arquivo Pessoal revistaestimuladamente.com.br
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Capa - Alê Casali Por: Lais Nascimento
O Palhaço Sagrado
Ancorados na crença de que é possível viver com leveza e graça, sem perder de vista a responsabilidade com nossa missão na Terra, buscamos trazer para esta edição alguém que compartilha dessa ideia e contribui para uma vida em que o riso resgata nossa esperança na humanidade. Nosso convidado, Alê Casali, ator de formação e palhaço por vocação, mostra como a arte do Palhaço Sagrado pode ser uma ferramenta para o autoconhecimento.
Sim. Meu primeiro mestre diz que “…o palhaço é uma reserva ecológica de valores humanos quase extintos”. No inicio era ator e tinha um clown, hoje sou palhaço e tenho um ator. Ser palhaço deu um outro sentido sobre a vida, a sociedade e a humanidade. A partir daí acredito que toda profissão é arte, todo ser humano é artista e arte é autoconhecimento. Minhas obras trazem a reflexão que faço sobre a existência. A profissão do Palhaço tem sido muito subjugada na sociedade, pelo cunho infantil que a TV deu e direcionou esta arte ancestral.
Formado pela Universidade Federal da Bahia, Alê é palhaço, circense, artista de estrada, professor e diretor de artes cênicas. O palhaço Biancorino, conhecido em todo Brasil, teve sua formação guiada por grandes nomes, como a professora mestra e doutora em Artes Cênicas, Meran Vargens, e o diretor e também doutor em Artes Cênicas, Marcos Villa Góis.
Na minha atuação busco resgatar esta função primordial do Palhaço Sagrado, que segundo muitos estudos é como uma espécie de Pajé da Graça. Esta missão de fazer rir e trazer uma lição através dos contrários faz parte das civilizações mais antigas. Este “bobo Espiritual” atua mobilizando autoquestionamentos, mudanças de atitude e novas percepções sobre aspectos da vida em comunidade e também do caminho de desenvolvimento de cada ser consigo mesmo.
Com vocês, Alê Casali... 1. Na sua definição profissional, você se classifica palhaço, ator, diretor, dramaturgo e professor de artes cênicas. Ser palhaço vem mesmo em primeiro lugar? revistaestimuladamente.com.br
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Capa: Alê Casali - O Palhaço Sagrado
2. Como a palhaçaria se tornou ofício? E o que te move nessa busca?
Foi em 1999, que fui iniciado na Arte do Palhaço, pelo Grupo Lume de Campinas, em um retiro de 10 dias, através de um treinamento com Teatro Físico, laboratórios teatrais e jogos de improvisação para descoberta e construção de um “Palhaço Pessoal”. Estudei na Escola de Circo Picolino de 2000 a 2005 onde fui palhaço oficial da companhia. Os palhaços de circo quando vão trabalhar dizem: “hoje tem função!”
Sou “buscadeiro” desde 1993 (esta palavra eu a adapto baseada no espanhol para tirar a dor na definição de quem busca conhecer a si mesmo). Quando ingressei na Universidade Federal da Bahia, no curso de Bacharelado em Interpretação Teatral, em 1996, percebi que os exercícios teatrais eram praticas físicas, mentais e emocionais tão profundas quanto as que tinham nos workshops de autoconhecimento e me ajudavam a me conhecer melhor.
Percebi que este ofício não era só uma profissão ou uma arte técnica, estética ou cênica. Assim como ser professor, palhaçaria é missão e estar a serviço.
E as práticas espirituais e xamânicas que eu carregava contribuíam para responder melhor como ator, por conseguinte como palhaço. Eu já trazia em minha bagagem uma concentração distinta. Temas mais profundos e uma extroversão mais naturalizada por resultado das catarses, meditações e fundamentos da psicologia moderna, da antipsicologia do xamanismo, Yoga, Fraternidade Branca e outros estudos.
E, aprofunda no sentido humano da palavra “função”, sinônimo de dever, a meu ver. Na hierarquia energética dos fundamentos espirituais das linhas de conhecimento mais profundas, o “dever” precede o “direito”. Por isso, para que todos os seres vivam em um mundo melhor, devo antes de tudo ser o primeiro a começar a construí-lo agora, sem esperar nada de ninguém, nem de nenhuma instituição ou governo. Por tudo isso, ofereço a medicina da arte da palhaçaria sacralizada, para poder facilitar que venham mergulhar nestas iniciações, e possam se apropriar de sua missão em melhorar a si mesmo e ao planeta em que viemos vivendo esta incrível aventura que é estarmos vivos!
Em 1998 estudando Augusto Boal me viciei em fazer performances em festas, shows e eventos, junto com um grande amigo. Ele uma vez me perguntou: porque não fazer uma cena de “Clown”? Eu havia estudado inglês, clown pra mim era palhaço. Ele me explicou a diferença (que pra mim não tinha e não tem outra razão, senão usar a palavra americanizada pra dar status a uma arte incrível, mas que pelo mau uso, era mal vista na sociedade e subjugada na classe teatral). Ou seja, a meu ver Clown é o ator com vergonha de estar estudando palhaçaria. Outro dia esclarecerei mais. Então… Naquela época buscamos um diretor que tinha feito uns cursos de palhaçaria (ele tambem dizia clown) e este generosamente nos dirigiu. Ficou muito ruim (risos). Não pelo diretor, mas por nós mesmos, que vimos que o Ser palhaço não era personagem a se interpretar como no teatro e fazer rir era muito difícil. Mas, por isso começamos um movimento e criamos um grupo para treinar técnicas cômicas e bases de circo. E nunca mais parei. Depois o diretor e também doutor em Artes Cênicas, Marcos Villa Góis me convidou a montar em 1998, “Meu Reino por um Cavalo” de Dias Gomes, em que eu já mesclava nas minhas pesquisas a arte do palhaço e as artes do circo como malabares, perna de pau, monociclo e acrobacia. Ano 2 | abril 2019
3. Você diz que arte é autoconhecimento. De que forma a Palhaçaria se apresenta para este fundamento? Vamos primeiro na programação que escutamos na escola quando participamos de partidas e competições. Quantas vezes escutamos o lema “o importante não é vencer, mas competir”? Começamos competindo com nosso colega em uma corrida, depois na sala para ter a melhor nota, com nosso professor, com nossos irmãos, nossos pais, com a torcida do outro time, colegas de trabalho, nossos amigos e com quem escolhemos amar e depois de novo com nossos filhos perpetuando o ciclo. Calma que vou dar uma volta conceitual, mas farei o link com este condicionamento. Eu diria que meu primeiro idioma espiritual é xamanismo tolteca de Carlos Castañeda e é de onde parti pra muitas outras linhas que confirmam e convergem nas chaves que esta obra tem. 51
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Capa: Alê Casali - O Palhaço Sagrado
Ensinando de maneira irreverente, ele assume em si os defeitos que estão sendo apresentados para serem corrigidos no outro ou no coletivo, sendo tão essencial como o pajé que cuida do mundo invisível.
Em todos seus livros ele se coloca como o grande idiota, e em uma grande quantidade de situações que são relatadas em seus livros, o grupo de feiticeiro de seu mestre, o índio Yaqui, Don Juan, estão morrendo de rir da cara dele por consequência de suas ações egoísticas. Ele se descreve como o ego maníaco, que nos mostra o que é autoimportância, autopiedade, autorreflexão, automatismos, ou seja, a autoimagem. Justo o que o impedia de entrar no “silencio interior” para acessar o conhecimento direto da fonte.
5. Você concorda então que para ser um bom palhaço é preciso, antes de tudo, rir de si mesmo? Com certeza. Em quem primeiro tenho que aplicar os fundamentos é em mim. Não que eu consiga sempre. Estou à caminho de me aprimorar, e não opto por ser palhaço 24 horas. Mas gosto de dizer que esta é minha profissão, em mercadinhos e no bairro que moro, dando permissão pra poder me relacionar de forma mais leve. É o que tento semear através da palhaçaria. Além deste dia a dia, ofereço cursos, vivência e workshops desde 2002 sobre esta arte, que neste contexto chega a ser mais curativo que outros moldes terapêuticos.
Deste modo, acredito que a arte da Palhaçaria Sagrada é um antidoto para esta obsessão em competir, e é um fundamento para lidar com umas das principais adversidades de um caminho de autoconhecimento e que mais cedo ou mais tarde iremos ter que encarar: O ego espiritual. Quando nos levamos a sério por termos acumulado práticas e informações isso nos tira toda a fluidez, pois este instinto competidor irá permanecer no meio espiritualista e, se não estivermos atentos, será um ponto cego que impede o crescimento verdadeiro e a transformação necessária.
Em um ritual palhaçal podemos ter uma clara percepção da cura se manifestando, para além da cicatrização de feridas e renascimento de uma nova pele, quando a compreensão de nossas tragédias pessoais como degraus de crescimentos, rir de nossas novelas, ou da autoimagem que criamos, nos moverá a mudarmos nosso estado de consciência e nos elevará em vibrações: Ao ESTADO DE GRAÇA.
4. E afinal o que é o Palhaço Sagrado? Os sábios taoístas se curam através do “riso” há mais de 8.000 anos. Um simples sorriso facial libera hormônios de cura e prazer no sangue como serotonina e endorfina. Ao gargalharmos, friccionamos os órgãos uns contra os outros e somos forçados a comprimir o diafragma eliminando um ar velho, com dióxido de carbono e toxinas, aceleramos o batimento cardíaco e o fluxo sanguíneo e ativamos redes neurais na região intestinal e cardíaca. Para estes sábios, possuímos três mentes e o riso ativa e une todas elas.
Neste estado somos nosso “Palhaci de Dentro” (já defino hoje em dia assim pra honrar a palhaçaria feminina que está em alta), com sua função xamânica. Esta arte, sob o ângulo de visão do autoconhecimento, é treinada hoje usando de divertidos jogos e práticas ancestrais, nos ajuda a conciliar com nossos defeitos e sombras e a resgatarmos a origem de nossa missão na tribo. De forma objetiva, estes ritos de iniciações ao “palhaci interior” levará cada pessoa a uma autopercepção de si, do mundo e deste grande Teatro do Infinito que é a vida com as situações que vivemos.
Até hoje nas tribos nativas da américa do norte, os palhaços tinham a função de fazer a todos gargalharem no início dos rituais mais sagrados e nas reuniões mais primordiais, pois o riso une o espírito e a matéria.
Quando conseguimos rir de nós mesmos? É mesmo importante nos levarmos tão a sério, principalmente no meio espiritual? Não podemos ser tão duros conosco. Nos rituais e laboratórios somos convidados a acessar não só o almejado amor incondicional, como também a alegria incondicional, a atenção incondicional, aceitação, presença, consciência, escuta, paz, generosidade e tantos outros estados elevados de SER, em perspectivas incondicionadas.
É daí que se anexa a expressão “sagrado” a esta arte, que servirá à sua sociedade como uma espécie de xamã que abordará as questões de comportamento e personalidade.
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Capa: Alê Casali - O Palhaço Sagrado
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Alê Casali Foto: Gleiton Guima revistaestimuladamente.com.br
6. Em sua opinião, a palhaçaria segue atendendo aos seus propósitos originais, enquanto expressão artística? Cada vez mais. Certa vez tive uma visão sobre qual foi a origem dos palhaços. Foi uma visão mesmo, pois tomei um susto quando li anos depois a confirmação. Na visão que a pesquisadora sobre artes circenses, Alice Viveiro de Castro, descreve no início de seu livro, O Elogio da Bobagem, sobre palhaçaria: [...] Imagino que o primeiro palhaço surgiu numa noite qualquer em uma indefinida caverna enquanto nossos antepassados... Em volta da fogueira... Comentavam a caçada... É quando um deles começa a imitar os amigos... E logo passa a representar as momices do covarde, seus cuidados para se esquivar do combate, sempre exagerando os gestos, abusando das caretas, apontando tão absurdamente.... Que o riso se instala naquela assembleia de trogloditas. E todos descobrem o prazer de rir entre companheiros, de rir de si mesmo ao rir dos outros.[…] Esta figura controversa está presente nas tribos mais antigas. Somente estes podiam subir no alto da oca e “cagar” na cabeça do cacique, caso estivesse sucumbindo ao poder, mostrando que vosso líder também era humano, e se melava como todo mortal. Na tribo dos Kraôs, no Tocantins, aqui no Brasil, os Hotxuas têm esta missão de pajelança palhaçal. São eles que conciliam casais em situações de desarmonia.
Fonte: https://dakini.fatedtoend.com/heyoka/
Não é verdadeira a informação de que os palhaços nasceram dos bobos da corte, apesar de que estes também tinham a mesma função sagrada. Somente eles podiam falar verdades a seu rei, o que a nenhum outro nobre era permitido. Por via de suas brincadeiras traziam uma visão inusitada sobre uma situação, evitando a derrota em uma guerra ou catástrofes em decisões importantes para a nação. Me lembro também do que dizia uma professora palhaça “...todos são educados para serem belos, mas nós palhaços treinamos pra mostrar nosso ridículo e nossa feiura. Todo mundo é educado pra ser esperto e inteligente, mas os palhaços treinam pra expor sua estupidez. Todo mundo é educado pra vencer na vida, e os palhaços quase sempre perdem. Por isso, ao assistir um palhaço, você vai ver alguém sendo ignorante, ridículo e perdendo, por maior que seja seu esforço em acertar. E mesmo assim estão oferecendo tudo isso pra você rir junto com ele de sua própria tolice. Quem sabe um dia você vai estar em uma situação em que está perdendo, sendo ridícula e está com os cabelos desgrenhados. E ao pedir licença pra ir se recompor, ao se olhar no espelho, ao invés de ficar mais chateada, você se lembrará deste palhaço e dará uma boa risada da sua própria cara. E é assim que palhacis evita catástrofes no mundo.” Esta é a Angela de Castro, que trabalho com o Circo de Soleil e criou junto com o palhaço russo Slava o “Snow Show”, o espetáculo mais visto no mundo atualmemte.
Fonte: https://dakini.fatedtoend.com/heyoka/ 54 revistaestimuladamente.com.br
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7. Muitos espiritualistas buscam nas Artes um meio de alcançar e/ou promover a tão sonhada “salvação do espírito”. Você compartilha dessa ideia?
de “perdedor feliz”, e este é seu tema principal: A derrota. O que ninguém quer acolher. Todo palhaço nos transmite a ideia do quanto a vida é transitória e passageira. Um dia iremos começar a perder, e só perder. Cada dia que chega é um dia a menos, e iremos com o tempo perder os dentes, o cabelo, o tônus muscular, nossos entes amados, incluindo nossos familiares, e depois perderemos nossa existência neste planeta magnífico. Aí é quando a morte, grande conselheira, nos chama a ter atenção por cada escolha a cada momento.
Isso é tudo em que sempre acreditei. Dentre meus estudos, estão conceitos e experiências que envolvem conhecimentos sobre o Xamanismo, o Yoga Taoísta, Yoga Indiano, Budismo Clássico e Zen Budismo, Sufismo, 4° Caminho, Ho´Oponopono, Release Tecnique, Bioenergética, Danças Sagradas e Artes marciais. Tudo isso compõe as vivências que proponho nos meus cursos de Formação em Palhaçaria, que vêm servindo como “divisores de águas” na vida de muitas pessoas desde 2002. Meu trabalho alcança desde os mais diferentes tipos de artistas, até psicólogos, terapeutas, médicos, advogados e outros variados profissionais. Hoje sou membro da Igreja Messiânica, na intenção de ministrar Johrei e servir à obra Divina, cuidando das pessoas e do mundo.
10. Qual mensagem o Biancorino deixa para os leitores da Estimuladamente? A maior mensagem dos palhaços está na obrigação que tem com a expressão “ser engraçado”. Para isso precisa estar em estado de graça e para acessar este, devemos entrar em contato com a gratidão. Sim, já falei que a vida é passageira, e iremos perder muitas coisas. A consciência da morte é fundamental no xamanismo e em muitas linhas espirituais, para estarmos em plena presença sobre cada escolha que fazemos, que pode ser a última.
8. Em um seus cursos de formação, você diz que é preciso morrer e renascer para encontrar o “Palhaço Sagrado de Dentro”. De que forma essas condições se apresentam na prática do curso?
E se estamos lendo esta revista, ainda não fomos tocados pela morte, e temos ainda algum tempo para crescer e melhorarmos como seres humanos. Logo, agradecermos pelas coisas mais simples da vida como poder andar, ouvir, ver, ter comida e casa, ser amado, saber ler e escrever, trabalhar com o que amamos, ajudar as pessoas a crescerem também e ainda, como no meu caso, enquanto me divirto mostrando minha estupidez e lerdeza, fazê-las rirem junto comigo de toda esta piada cósmica que é estar vivo.
A Jornada ao Incondicional é composta de 3 ritos de passagens (iniciações), onde seremos curadores de nossa própria essência. O curso o “Palhaço Sagrado de Dentro” é um convite a sermos mestres e aprendizes do que veio nos compondo e construindo através dos nossos genes, nossa história, nosso destino ou nossa sina. Mas diferente do batismo passivo que a maioria de nós recebe ao nascer, cada participante irá, de forma lúdica e profunda, se apropriar proativamente destas três oportunidades de morrer e renascer. Nestes ritos de passagem, acompanho o aluno-palhaço em 3 vivências palhaçais: o Bufão - trazendo à tona as sombras e defeitos e a capacidade de autoaceitação; O Curumim - que acessa toda pureza e ingenuidade do ser, num exercício de perdão e por fim; chegamos a Branco - em que a conciliação com a sombra e o encontro com a pureza nos preparam para trabalhamos a tirania interna. O Egomem vaidade, ou aquela parte de nós que nós levamos a sério. A experiência é uma oportunidade lúdica e profunda de autoconhecimento. E apesar de todo conteúdo, a proposta é rir e se divertir com isso tudo.
Assim, estar em estado de graça em grupo é muito mais divertido e como palhaço sagrado me consagro cumprindo minha missão na vida e na minha grande tribo chamada sociedade. Alê Casali Formado pela Universidade Federal da Bahia, Alê é palhaço, circense, artista de estrada, professor e iretor de artes cênicas
9. Qual a maior lição que o palhaço deixa para seu público, quando sai de cena? A magia do palhaço está na forma como lida com o contrário. É definido pelos professores palhaçais Ano 2 | abril 2019
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Foto: Arquivo pessoal revistaestimuladamente.com.br
Mecânica Quântica Por: Jean Savedra
Os átomos da riqueza
Se o dinheiro fosse uma pessoa o que você diria a ele? Silvio Santos perguntava aos domingos à noite, em seus programas de televisão: “quem quer dinheiro?”. O comunicador entendeu o que é a expansão quântica contínua, por essa razão seu estado de fluxo é uma fonte inesgotável. Todos o buscam incessantemente. O sucesso financeiro é uma das nossas ambições naturais e não há discrepância nisso.
Há no caminho da prosperidade um processo crescente em que os prazeres do cotidiano, em grandes ou micro tarefas, afazeres e execuções de grande porte, sejam um estado de fluxo contínuo. Esse nível depende de um êxodo pessoal da zona de conforto em sentido avante à consciência plena da prosperidade e do êxito. Ser rico, fazer riqueza e ter dinheiro é dar significado, por alegria no dia a dia e buscar o aperfeiçoamento de nossa aptidão, o dom.
O desejo de ser rico é uma grande qualidade. Antes disso, é preciso aprender sobre a pirâmide da abundância baseada em três degraus: Ser, fazer e ter. O ser fica na sua base, o fazer no intermédio e o ter no topo da pirâmide. Qualquer coisa ao contrário disso é contraproducente. Devido a ensinos equivocados e crenças limitantes doutrinadas e deliberadas, o sistema social, criado por consciências coletivas distorcidas que pairam a mente das pessoas, o “ter” se tornou um fator primordial. O “ter” é um deus para muita gente. Há obsessão pelo “ter”. O “ser” foi preterido e essa escolha tem uma consequência. revistaestimuladamente.com.br
A física quântica é o mundo mágico das infinitas frequências. Se o dinheiro pode ser uma frequência, a despeito de variados conceitos individuais, posso sintonizar a minha fé nessa energia. Para tal proeza é necessária a compreensão de que o universo monetário abundante é das frequências mais difíceis a serem alcançadas. Porém, possível. Há estudos de que apenas 5% dos habitantes da terra estão vivendo em plena mentalidade da riqueza. Ter dinheiro é estar associado ao Dono de tudo isso. Este dono é o grande arquiteto e legislador que tem por tributo de honra, a riqueza. 56
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Mecânica Quântica
Os homens se confundem e caem na opulência e luxúria. O exagero dos gastos, os preços exorbitantes e aquele que consumiu demais, sumiu. O homem opulento se associou à frequência ilusória da escassez e sucumbiu se curvando ao espírito da matéria.
1. Vim de família pobre, também serei um. 2. Não mereço tanto assim, um ou outro já está bom. 3. Meu carro é muito ruim, odeio ele. 4. Ter dinheiro atrai ladrão. 5. Se eu tivesse dinheiro, eu seria feliz. 6. Pessoas ricas são gananciosas. 7. Vou comprar esse casaco. Eu já tenho, mas quero mais. 8. A culpa é do regime político do governo. 9. Vou guardar tudo que posso devido à crise. 10. Eu recebi essa promoção só pelos meus méritos. 12. Alegria de pobre dura pouco. 13. Eu nunca tenho dinheiro. 14. É muito difícil ter dinheiro. 15. Vivo para pagar contas.
Na mecânica quântica, o menos sempre foi mais, o pouco sempre foi muito. Portanto, quanto mais corremos atrás do dinheiro, mais o dinheiro corre de nós. Sorria para o dinheiro e o dinheiro sorri para você. O estado não-preocupado é que nos faz entrar no fluxo financeiro. Os átomos da prosperidade combatem o niilismo derrotista. A abundância é uma condição que cada um cria e se catapulta para um patamar elevado de prosperidade. A fonte de todo dinheiro vem da vontade e o desejo de ser, fazer e ter. Esta ordem é infalível. Sabemos que sem dinheiro somos completamente limitados e fadados ao infortúnio. O hedonismo também deve ser combatido em virtude da falsa sensação de estar completo que ele nos traz, mais cedo ou mais tarde, a realidade dissimulada se mostrará logo a frente.
Eis alguns dos decretos mentais que bloqueiam o fluxo de prosperidade. Não adianta brigar com as leis universais. Pensou, criou. Sentiu, colapsou. Escreva um projeto, prospecte e com honestidade trabalhe e produza.
A energia do dinheiro é a energia da alegria. Insira a gratidão no seu novo mindset financeiro. Plante e colha. Seus sonhos precisam virar metas. Metas são objetivos com hora marcada.
Gozar da vida é ser rico para ter tesouros, bens e construir legados. Não obstante, o verdadeiro rico também sabe apreciar um bom arroz, feijão e ovo feito pela avó. Uma reportagem antiga mostrava o rei do camarote. Um jovem empresário, que gastava 50 mil reais em apenas uma noite nas altas baladas de São Paulo, se tornou famoso por sua ideia de riqueza claudicante. O vírus hedonista o cativou. A síndrome da Madame Bovary o capturou sem piedade. Mais tarde teve que excluir seu perfil e fugir de toda imprensa brasileira. O dinheiro não é um fim, mas um meio de comunicar sua missão de alma ao mundo. Não temas em tê-lo em grande escala. Não é pecado ter muito. O mestre ensinou certa vez: Eu vim para que tivessem vida e vida em abundância. Jesus classifica a vida com a possibilidade de abastança, mas também nos avisa de Mamom (deus da luxúria) e, portanto, amar o dinheiro acima de si próprio é uma autocondenação terrivelmente sabotadora.
Jesus ensinou que aquele que quer construir uma torre deve calcular antes. O dinheiro não vem por acaso, ele cai na mão de quem planeja, é específico e se organiza a curto, médio ou longo prazo. Portanto, use sua vocação, plante e com paciência espere o tempo da colheita. Tem dinheiro honesto querendo pertencer a nós. Com uma ressalva importante: não se curve ao fanatismo. Sejamos menos ávidos e nada servos de sistemas que venham a nos compelir a extravagância de contingentes. Não adianta ganhar o mundo e perder a alma, a família, os amigos e a saúde. Há uma jornada especial para cada um de nós; não para o sucesso quantitativo, mas para a qualidade de vida bem-sucedida a fim de prosperar onde colocarmos a planta de nossos pés e em tudo que tocarmos. Midas da mitologia tocava coisas e elas se transfiguravam em ouro. É assim. Faças as pazes com o dinheiro e o cocrie à vontade. Projete e a luz brilhará em teus caminhos.
Listei 15 paradigmas para examinarmos e tentarmos entender o porquê o dinheiro não circula livremente em algumas mãos, e que precisa ser eliminado definitivamente do programa mental: Ano 2 | abril 2019
Jean Savedra jeanricardosav@gmail.com 57
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Alimentação Por: Luciana Guidoux Kalil
Conservação caseira de alimentos Tomates orgânicos o ano todo? Diversidade de frutas no inverno do sul? A maior parte das frutas e legumes possui uma época do ano em que produzem naturalmente e em abundância. Nestas épocas, é possível colher no campo, quintais ou mesmo nas ruas da cidade, grande quantidade destes alimentos. Geralmente há desperdício, já que os frutos costumam apodrecer rapidamente após o amadurecimento, e nosso apetite tem limites.
passando por chutneys, pestos, frutas desidratadas, chucrutes, reduções de frutas e picles, preservar os alimentos para serem usados em outras épocas do ano podem dar um sabor extra aos pratos, além de vitaminas e outros nutrientes. Mesmo que não sejam de nossa colheita, há uma época do ano que podemos conseguir determinados produtos frescos, livres de venenos, bem maduros, e a um preço amigável: condições perfeitas para conservá-los!
Antigamente, diversas formas de conservar garantiam a qualidade e diversidade da alimentação ao longo do ano. As conservas eram uma garantia para períodos de emergência ou escassez devidos às adversidades climáticas como frio, chuvas ou secas prolongadas.
Além de tudo, os alimentos desidratados ou em conservas podem ser práticos para aqueles momentos de fome em que não queremos cozinhar, ou para carregar a lugares onde pode ser difícil encontrar alimentos saudáveis.
Atualmente, entregamos a tarefa às grandes indústrias, e nos dirigimos à grande despensa dos supermercados para adquirir qualquer alimento que desejamos em qualquer época do ano. O preço desta facilidade é a quantidade de agrotóxicos, conservantes, corantes e aromatizantes incluídos nos produtos, além do descuido dos processos industrializados com relação a embalagens, seleção dos produtos, etc.
Desidratação: Minha forma preferida de conservação. Sem aditivos, segura, fácil, duradoura e prática para carregar. Potencializa os sabores, mantém a qualidade nutricional e, com relação a frutas, o resultado é uma deliciosa substituição para os doces, sem os efeitos nocivos do açúcar. Com a perda da água que contém, os alimentos ficam concentrados e mais leves. Este método requer de dois a três dias de sol intermitente, ou uma máquina desidratadora elétrica.
Conservar os alimentos em casa pode ser o resgate de um hábito fácil e prazeroso. De vinhos a catchup,
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Alimentação
É possível também desidratar no forno a gás, porém para manter os nutrientes do alimento, é necessário manter a temperatura a, no máximo 70 graus, o que leva de 10 a 12 horas.
pratos salgados como arroz, carnes e legumes. Podem ser preparados com diversas frutas, como manga, tomate, tamarindo, banana, jaca, e condimentados com frutas secas, ervas e sementes aromáticas.
Dependendo do clima, é possível desidratar até mesmo sem desidratador ou forno. Simplesmente disponha as frutas em uma bandeja, peneira de palha ou telha de cerâmica, e deixe ao sol. À noite, recolha para evitar umidade e bichos. Quanto mais finas forem cortadas as fatias, mais rápido secam.
O chutney clássico indiano geralmente é feito de mangas verdes ou maduras. Utilizar a fruta verde aproveita aquelas que caem antes do tempo, nesta deliciosa conserva. O chutney, como recomenda a culinária ayurveda, contém os seis sabores essenciais para o equilíbrio: doce, salgado, amargo, picante e adstringente.
Geralmente estamos mais familiarizados com as frutas secas: uvas, ameixas e bananas. Os legumes e temperos também podem ser desidratados para posteriormente serem utilizados em cozidos, sopas, risotos, pães, bolos e biscoitos. Os alimentos desidratados podem ser transformados em pó e adicionados às comidas.
Conserva de grãos Esta conserva pode ser feita com grãos em geral: feijão, lentilha, ervilha, grão de bico, milho, e outros cereais integrais como arroz e cevada. É prática, saborosa e simples de preparar. Após deixar os grãos de molho, troque a água e encha um vidro até a metade com os grãos. Coloque os temperos desejados (evite cebola, que fermenta fácil), sal, e complete com água até faltar 2 centímetros para a tampa. Tampe bem, com tampa nova. Coloque um pano no fundo da panela de pressão. Acrescente os frascos fechados. Encha a panela com água até chegar ao mesmo nível de água de dentro dos frascos. Tampe a panela e leve ao fogo. Quando começar a soltar pressão, baixe o fogo e deixe ferver por 25 minutos. Aguarde esfriar bem antes de abrir a panela. Esta conserva pode durar até 3 meses, em local fresco e abrigado da luz direta.
Para armazenar os alimentos desidratados, utilizam-se frascos de vidro bem lavados, secos e esterilizados, com boca larga e boas tampas. Desta forma, podem durar meses ou até anos. Chutneys “Os chutneys celebram e incentivam a criatividade, a alegria, a perene juventude de espírito e a fertilidade. Revigoram a vitalidade do corpo.” Bri Maya Tiwari - O Caminho da Prática. Molhos consistentes, condimentados, agridoces, típicos da culinária indiana, que podem acompanhar
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Alimentação
Receita de chutney de manga - Polpa de 6 mangas verdes ou maduras, de qualquer tipo - 1 pitada de sal - 1 pedaço de pau de canela - 6 cardamomos - 3 cravos - 1 colher (chá) de sementes de coentro torrado - 3 folhas de louro - 1 bulbo de capim cidreira - 2 colheres (sopa) de açúcar mascavo, se a manga for verde - 1 colher (sopa) de cúrcuma fresca ralada ou 1 colher (chá) de cúrcuma desidratada) - Gengibre em pó (1 colher de chá) ou ralado (1 colher de sopa) - 1 pitada de pimenta do reino - Pimenta malagueta à gosto - 1/4 de copo de suco de limão Misture todos os ingredientes, leve ao fogo baixo, evitando panela de alumínio e teflon. Deixe ferver ao menos uma hora, mexendo de vez em quando, até ficar homogêneo, com textura cremosa. Guarde em frasco de vidro com tampa nova. Preencha o frasco com o chutney ainda quente, até faltar 1-2 centímetros para a tampa. Tampe e vire de “cabeça para baixo”. Desta forma, as bactérias morrem e forma vácuo, ajudando a conservar por mais tempo. Outra forma de manter por mais tempo é tampar bem e ferver as conservas novamente dentro do frasco, em panela de pressão ou comum, com um pano no fundo da panela para evitar que os frascos batam e rachem. *substitua as mangas pela fruta que tiver disponível. Luciana Guidoux Kalil lunaca@mailoo.org revistaestimuladamente.com.br
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Organização Vibracional Por: Tais Reis
Organização vibracional Ao longo desta jornada viemos caminhando e ampliamos a nossa visão sobre a organização. Agora é chegado o momento de novo salto. Nessa nova fase mudamos inclusive o nome da coluna, de agora em diante vamos falar sobre Organização Vibracional. Esse conceito foi desenvolvido a partir de conhecimentos técnicos adquiridos pela prática como Personal Organizer e da observação do estado emocional e vibratório dos moradores, ocupantes e frequentadores do espaço, isso porque as atividades da Personal Organizer se aplicam a casas, escritórios, empresas e uma infinidade de espaços. Importante também lembrar que os lugares e objetos possuem suas próprias impressões energéticas e padrões vibratórios, que não devem ser desconsiderados como parte fundamental para a busca do nosso estado mais elevado de bem estar, ou algo mais próximo da felicidade e realização pessoal. Sim... ou você nunca sentiu o prazer de olhar e ver a casa arrumada, ou aquela cama perfumada pronta para te acolher, sem falar na felicidade de ver a pia limpa após um jantar com amigos ou ainda aquela papelada toda organizada em seu devido lugar?
Essas ações garantem que, do ponto de vista físico a vibração do espaço alcance o melhor dos resultados. Feito isso passamos ao apoio do mantenedor do espaço. O que podemos fazer para que o mesmo busque a sua elevação energética? Bem, o espaço estando em um novo padrão energético já é um grande estímulo para que a mudança de hábitos se inicie, isso porque a organização é um processo que transforma todas as áreas da vida, pois transforma o indivíduo.
Pois bem, e o que vem a ser Organização Vibracional? É o conjunto de técnicas aplicadas a organização física do ambiente combinadas às práticas integrativas – aromaterapia, bioenergética e cromoterapia, atrelada a arte milenar de harmonização energética dos ambientes - Feng Shui.
Não existe possibilidade de a pessoa estar em um ambiente bagunçado e ter pensamentos claros e organizados. O contrário também ocorre, pois, uma mente estafada, cansada e em desordem sempre deixa um rastro físico. Pode ser uma roupa fora do lugar ou um armário desorganizado, sempre algo é esquecido.
Como em qualquer método terapêutico a Organização Vibracional é precedida de uma avaliação do estado atual do espaço físico e do cenário que a pessoa que busca a técnica está imersa. Daí em diante o que vemos é a aplicação de uma organização multiníveis cujo objetivo é devolver o bem estar no sentido mais amplo da palavra e que o conceito pode abarcar.
Para essas pessoas, indicamos que busquem apoio para identificar como podem potencializar seus talentos, como encontrar o propósito de vida, ou ainda buscar um Thetahealer ou Coach, um psicólogo ou uma Consteladora Sistêmica Familiar.
Para o ambiente físico a utilização de flores, plantas, Enfim, o fato é que o espaço se curou e o guardião deste lugar precisa fazer o mesmo. cores e aromas, após uma limpeza energética, deve sempre ser precedida das fases de avaliação dos E então, vamos trazer a Organização Vibracional objetos que fazem parte do seu presente, descarte do para a nossa vida? que não é mais necessário ao nosso momento e por Tais Reis fim encontrar um lugar para cada coisa. tais_c@bol.com.br Ano 2 | abril 2019
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Sustentabilidade Por: Carla Visi
O Meio Ambiente começa no meio da gente (Tetê Catalão*) As pesquisas mostram que quanto mais nos aproximamos do microcosmo, encontramos elementos comuns que constituem todo o macrocosmo. O que significa isso? Quando ouvimos falar do bóson de Higgs ou partícula de Deus (nome muito interessante), os cientistas se referem a uma partícula subatômica presente em tudo que existe no universo, desde a luz até um ser vivo. Então somos LUZ? Animador, não?
gestados em ambiente líquido no útero materno, o líquido amniótico. E a água é fundamental para hidratar nossas células, tecidos e órgãos. Inclusive até o ar sem umidade se torna irrespirável. Falando em respiração, o ar é o elemento mais urgente para a vida na Terra. Conseguimos ficar dias sem água ou comida, mas muito pouco tempo resistimos sem respirar. Nas filosofias orientais, através da meditação, equilibramos os nossos chakras ou centros de força ao respirar profundamente, pois no ar se encontra a energia vital ou prana. Respirar profundo também reduz os batimentos cardíacos e nos acalma em momentos de tensão.
Seguindo essa linha de raciocínio, aproveito para trazer a física quântica, que surgiu para tentar explicar o comportamento de partículas subatômicas, onde a Física clássica não conseguia resultados satisfatórios. Por esse caminho, Einstein nos mostrou a Teoria da Relatividade e Heisemberg o Princípio da Incerteza, que, entre outros cientistas, apontavam que o comportamento de certas partículas é tão imprevisível que muitas vezes elas desaparecem para reaparecer em outro lugar sem demonstrar qualquer trajetória lógica.
A terra, além de nos fornecer o alimento, nossa relação com este elemento vem desde o nome. A palavra Homem vem do termo latim húmus e o nome Adão significa terra fértil em hebreu. Basta um simples exame de sangue para perceber que minerais como ferro, zinco, cálcio, selênio, magnésio e outros estão circulando por nossas veias. Dessa maneira fica fácil entender a afirmação: que da terra viemos e para terra voltaremos.
Agora vamos recordar os experimentos com a água e o arroz realizados pelo cientista Emoto, onde emanações de sentimentos através de palavras ou músicas alteravam a imagem dos cristais de água e o estado do alimento. Através desse experimento chega-se à conclusão de que o que pensamos, sentimos e falamos tem energia capaz de alterar o estado das “coisas”. A Mensagem da Água é o nome do conjunto dessas experiências do japonês Masaru Emoto. Mensagem essa que nos lembra que o nosso corpo é 70% água, como também a água está presente em 70% do planeta Terra.
O elemento fogo para mim, de todos, é o mais fascinante, pois ele transforma todos os outros elementos através de processos químicos e biológicos. Começamos pelo Sol, a estrela maior do nosso sistema que mantêm em órbita os outros planetas e Apesar das sondas e satélites espaciais à procura de sustenta diferentes fenômenos fundamentais à vida. vida em outros planetas, não precisamos ir tão longe, Outro exemplo é a fotossíntese, processo pelo qual até Marte ou Vênus, para entender que necessitamos plantas, algas e algumas bactérias convertem energia de maior conexão com a própria essência, qualidade luminosa em energia química. E ainda há o Efeito Estufa, um fenômeno natural de manutenção do calor de presença e percepção ampliada da realidade. irradiado pelo Sol retido pela atmosfera. Graças a esse No capítulo O planeta está dentro de nós em efeito, as temperaturas no planeta são mais amenas um dos livros de André Trigueiro, ele desenvolve e suportáveis. Importante distinguir Efeito Estufa essa íntima relação entre o ser humano e esses de Aquecimento Global que é o agravamento desse elementos fundamentais: água, terra, ar e fogo. As fenômeno natural resultante da poluição atmosférica primeiras estruturas vivas microscópicas terrestres por GEE (gases de efeito estufa). se desenvolveram na água. Nós, humanos, somos revistaestimuladamente.com.br
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Devo concluir esse trecho com as palavras do próprio Trigueiro que sem água potável, solo fértil, ar relativamente puro e incidência de luz e calor, a continuidade da vida humana na Terra está comprometida.
o planeta. Mas se o que está na Natureza está em nosso corpo, por que nós destruímos a Natureza? Ou melhor, por que não cuido conscientemente do meio ambiente e do planeta que me fornece tudo que necessito para viver? Para colaborar com a Sustentabilidade Ambiental, podemos adotar atitudes muito simples como: • Não jogar lixo no chão, principalmente nas praias, parques, praças, ruas; • Separar o lixo em casa e no trabalho para reciclagem; • Consumir com responsabilidade e não desperdiçar; • Economizar água e energia; • Optar por usar o transporte público, bicicletas, caminhadas; • Reduzir o uso do plástico (sacos de mercado, copos, canudos); • Buscar viver em harmonia consigo mesmo, com os outros seres e o ambiente.
Na história da humanidade, as disputas entre tribos, civilizações, impérios, ideologias, religiões, mercados financeiros marcaram e ainda provocam grandes problemas no planeta. A ausência de valores como PAZ e solidariedade, e o analfabetismo ecológico vem causando muitos estragos. Muitas vezes por esperteza, como aborda Hardin na Tragédia dos Comuns, ou por ignorância, como fala Beck na Sociedade de Risco. Humanos imersos na Civilização do Espetáculo, onde consumo e produção de bens e resíduos são a tônica da sociedade, os acontecimentos são tratados como show e o conhecimento é tão superficial que não nos transforma em cidadãos comprometidos com um viver sustentável.
Todo esse passeio por experiências diversas é O jornalista e poeta Tetê Catalão* cunhou uma pra dizer o obvio: que tudo que está dentro está das frases mais citadas no movimento ambientalista fora e vice-versa. O visível e o invisível para os brasileiro. O fato é que desde a criação dessa frase nossos sentidos básicos norteiam as nossas trocas e influenciam o nosso microcosmo e consequentemente até os nossos dias, os temas ecologia, meio ambiente,
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REFERÊNCIAS
sustentabilidade se tornaram pautas constantes da mídia e da agenda política, econômica e social global. No entanto, relembrando um grande líder pacifista, Mahatma Gandhi, nós podemos contribuir para que além de temas abordados e discutidos por especialistas, o viver sustentável em harmonia com a Natureza precisa se tornar uma prática real: “Nós somos a mudança que queremos no Mundo” (GANDHI, M, s/d).
BECK, U. Risksociety. London: Sage Publications, 1994. BERRY, Thomas. O sonho da Terra. Capitulo: A Era Ecológica. S/l: Editora Vozes, 1991. HARDIN, Garrett. The Tragedy of the Commons. In: Science: New Series, vol. 162, nº. 3859 (Dec. 13, 1968), pp. 1243-1248. Published by: American Association for the Advancement of Science, 1968. TRIGUEIRO, André. Espiritismo e Ecologia. Rio de Janeiro/ RJ: Editora FEB, 1º Ed., 2009. VARGAS LLOSA, Mario. A civilização do espetáculo: uma radiografia do nosso tempo e da nossa cultura, Rio de Janeiro: Objetiva. Ed.1, 2013.
Um FIM para continuar...
LINKS A mensagem da água – Masaru Emoto Disponível em: <https://www.hypeness.com.br/2014/01/ cientista-faz-experimentos-com-agua-pra-provar-que-opensamento-influencia-a-nossa-vida/> A partícula de Deus – Superinteressante Disponível em: <https://super.abril.com.br/ciencia/aparticula-de-deus/> O que é essa tal de Física Quântica? Disponível em: <http://www.astropt.org/2013/08/05/o-que-eessa-tal-fisica-quantica/comment-page-1/>
Nosso desafio é criar uma nova linguagem, e até mesmo dar um novo sentido ao que é SER humano. Trata-se de transcender não apenas nossas limitações nacionais, mas até nosso isolamento como espécie, para ingressar na grande comunidade das espécies vivas. Tudo isso culmina em um sentido totalmente novo da realidade e dos valores. (Thomas Berry)
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Carla Visi carlavisi@uol.com.br
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PNL Por: Hilvan Santos
A melhor forma de cultivar amizades! A verdade é que para que nós possamos nos comunicar melhor, assim como para todas as coisas da vida, é importante desenvolvermos estados de alta performance. Veja: o que acontece quando, por exemplo, nos aproximamos de um amigo para ter uma conversa difícil, com a intenção genuína de ajudar, mesmo quando não estamos bem? A conversa começa e muitas vezes aquilo que existia com o foco em ajudar o outro se transforma em um desentendimento, às vezes até em uma briga. Por outro lado, quando estamos bem, às vezes não temos nem ideia de por onde vamos começar, só que a conversa flui e tudo parece ocorrer da forma como deveria, por que o nosso estado, a nossa fisiologia, está nos ajudando. Por isso eu costumo dizer, nas formações e nos processos de Coaching que desenvolvo, que é uma grande mentira dizer que comunicação é uma técnica. Comunicação essencialmente é conexão e isso tem relação com a forma como estamos no momento em que nos pomos a falar com as pessoas que estão à nossa volta.
Não sei se faz sentido para você, mas eu vejo todos os dias muitos problemas acontecerem por uma questão de comunicação.
Pensando nisso eu quero te dar três dicas para que você possa construir e manter estados de alta performance que lhe entreguem mais recursos quando estiver se comunicando com absolutamente qualquer pessoa.
Não é que, de fato, não existam coisas que sejam potencialmente ruins. É que de alguma forma a dificuldade de se comunicar de forma assertiva parece estar na base de muitas dificuldades enfrentadas pelo ser humano nas mais variadas dimensões da sua vida.
A primeira dica é “aprenda a comandar o seu diálogo interno.” Quando estamos nos comunicando com alguém estamos também nos comunicando conosco. Quase sempre enquanto o outro fala estamos processando e interpretando tudo que está sendo dito. A questão é que muitas vezes interpretamos as coisas de uma forma negativa. Esta interpretação negativa muitas vezes prejudica a nossa performance quando queremos comunicar algo.
E não são poucos os cursos, formações e treinamentos que nos convidam a melhorar esta dimensão. A questão é que a maior parte trata a comunicação como se fosse uma técnica. E eu preciso te dizer que isso é uma grande mentira. Se comunicação fosse uma técnica, muitos dos problemas enfrentados pela maior parte das pessoas se resolveriam em um intervalo de tempo muito curto.
Por exemplo, imagine que você está em uma Não são em grande número as estratégias e técnicas reunião na sua empresa e você tem que apresentar de comunicação e, além disso, pouco se inovou um projeto para o seu chefe. Você começa a reunião desde a época dos gregos até os dias atuais. e na sua primeira frase ele te interrompe e pede que você seja breve por que ele tem uma manhã cheia e O que parece novo muitas vezes é o velho do precisa otimizar o tempo. passado em outra indumentária. revistaestimuladamente.com.br
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PNL
Naquele momento você pode entrar em diálogo interno e dizer para você mesmo que está tudo perdido, que ele não tem interesse ou até mesmo que não te valoriza como colaborador. O fato é que este diálogo interno vai lhe tirar escolhas, e vai lhe colocar em estado de baixa performance, situação que dificilmente lhe entregará recursos para alcançar o seu objetivo.
Isso significa abrir mão de querer vencer uma pessoa e se permitir vencer com ela, isto é, descobrir como o seu desejo pode beneficiá-la e, através disso, conseguir comunicar-se com a sua essência. É possível que aprendamos a realizar coisas incríveis junto com o outro. Ao fazer isso, percebemos que a comunicação tem relação mais com conexão do que com argumentação. Talvez quanto mais tentemos argumentar, menos conseguimos o que desejamos. Ao invés, quanto mais nos conectamos mais nos aproximamos de nossas metas e objetivos.
Tudo que esperamos tende a acontecer. Por outro lado, se você diz a você mesmo, que agora tem uma excelente oportunidade de demonstrar para ele como aprovar um projeto em minutos, isto lhe entrega recursos. Se pensa que realmente ele pode estar com pressa e que ainda assim se dispôs a lhe ouvir de alguma forma, você começa a perceber que tudo que você falar é absolutamente importante, por que você é importante e isso te dá poder.
A terceira dica é “seja ético”. Quando as pessoas me perguntam sobre ética eu sempre falo do imperativo de Kant. Para saber se uma cosia é ética ou não se pergunte: o mundo estaria melhor se todas as pessoas neste exato momento estivessem fazendo o mesmo que eu? Se a resposta não for sim, então não é ético esse comportamento!
Por isso, é muito importante que você sempre pense positivo, não importa o contexto, não importa o momento, como dizemos em PNL, alucine positivamente porque isso te entregará mais escolhas. Afinal, tudo é uma alucinação, porque nós nunca sabemos o que se passa na cabeça de alguém, a menos que esta pessoa nos diga, supondo que nos diga a verdade.
O ponto é que ética não é uma questão só de moral. Está comprovado que pessoas éticas, e percebidas assim, possuem maior capacidade de influenciar porque as pessoas dão crédito ao que elas falam. Sem dúvida o sustentáculo de todos os processos no mundo é a confiança. Sem ela mercados ruem, relacionamentos acabam e pessoas se afastam.
A segunda dica é “se conecte verdadeiramente com as pessoas”. A grande maioria das vezes nós queremos aplicar esta ou aquela técnica e nos esquecemos daquilo que é fundamento, a conexão.
Comportar-se de forma ética desperta confiança, elemento fundamental em todos os processos de comunicação. Afinal, muitas vezes, nem nos dispomos a ouvir uma pessoa que não confiamos.
O ser humano possui uma capacidade incrível de se conectar e isso talvez seja o grande diferencial da nossa espécie, que garantiu a nossa sobrevivência até os dias atuais.
Por isso, para a PNL ética é um padrão de excelência na comunicação. Como disse nas linhas acima, não se trata de uma técnica, comunicação é mais um estado, uma fisiologia que te entrega mais recursos para conseguir o que deseja, de forma ética.
A conexão é responsável por parte determinante do sucesso na comunicação. Através dela conseguimos ver, ouvir e sentir o outro e isso nos permite escolher os melhores caminhos para realizar aquilo que julgamos ser importante.
Por isso, convido o leitor a olhar a comunicação por outro viés, mais humano, menos técnico.
É como uma mãe que consegue apenas a partir da Esta é a melhor forma de se desenvolver enquanto conexão saber exatamente o que está acontecendo com um comunicador de alta performance, que lhe seu bebê em cada momento, conseguindo atuar no sentido de prover o que é necessário para a sua existência. garantirá desvendar o caminho para a concretização da velha, porém atual pergunta: como fazer amigos e Quando nos conectamos desenvolvemos a influenciar pessoas? habilidade de entender o outro na essência e isso Hilvan Santos naturalmente faz com que saibamos a melhor forma hilvansantos@gmail.com de nos comunicar com ele. Ano 2 | abril 2019
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Relações comunitárias Por: Vania Rocha
Preconceito
Quando destaco “seres” humanos, me pego na certeza de que o termo ser é a essência desta caracterização biológica que nos classifica como homens (homo sapiens: homem que sabe, homem sábio). Ser carrega em si o que somos como homens diante do mundo, para o mundo, com o mundo, por consequência do mundo. Ser alguém é resultado por um lado da perspectiva macro contextual, ou seja, a influência cultural e social da criação e construção do ser por meio da concepção de moral, tradição, hábito, crença, costume etc; por outro lado da perspectiva micro contextual, ou seja, a influência da especificidade do meio social, ambiental e familiar no qual o indivíduo está inserido. E, lógico, que dentro da minha construção de ser EU, devo acrescentar o livre arbítrio, ou seja, as escolhas que tomo dentre as infinitas possibilidades que me são apresentadas para me tornar quem EU SOU.
Olá caros leitores da EstimuladaMente! Que felicidade novamente podermos desfrutar do nosso bate papo amistoso. Há tempos que venho me inquietando com muitas coisas. E esta inquietação tem me tirado da minha zona de conforto ideológica e me levado a muitos lugares que me impulsionam às militâncias, ainda que seja para mim a sua forma mais tímida. Neste mundo globalizado, interligado por redes e fios visíveis e invisíveis que nos conecta a todos virtual e ideologicamente, vez ou outra vejo, leio e ouço coisas que me levam a questionar: como estão mesmo nossas relações mais próximas, cara na cara, pele na pele, com este monte de (seres)humanos que a cada momento passa por nossa caminhada ainda que nela não permaneça? revistaestimuladamente.com.br
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Relações Comunitárias
Diante deste entendimento do que é ser “ser humano”, retomo meu questionamento sobre como estamos nos relacionando neste mundo, nas nossas vivências cotidianas mais próximas e que nos faz agir e pensar de acordo com o que somos enquanto humanos.
Ratifica-se na Lei 7.716, de 1989, que: Art. 1º Serão punidos, na forma desta Lei, os crimes resultantes de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional. Preconceito: É uma opinião ou sentimento hostil que se constrói sobre uma pessoa ou um grupo, tendendo a inferiorizá-lo(s), baseado na ignorância ou em estereótipos e motivado por julgamentos infundados ou generalizações apressadas, uma vez que não há fatos relevantes para comprová-los.
Infelizmente, apesar do politicamente correto, da evolução jurídica e social quanto a comportamentos hoje considerados crime, e a nível de Brasil, de toda a campanha e discurso de que vivemos numa sociedade de paz e de democracia racial etc, na prática e na vivência mesma de quem não está no lugar privilegiado de fala, não é bem isso que vemos e sentimos.
É preconcepção, ou seja, conceber ou conceituar previamente; antecipar juízo de valor antes de conhecer. O preconceito pode sofrer alteração ao longo dos anos, a partir das mudanças culturais, sociais e jurídicas, como também pode resultar em discriminação. Preconceito racial: Preconcepção negativa ou depreciativa baseada na raça, etnia ou cultura considerando inferiores indivíduos ou grupos que pertençam à determinada raça/etnia ou cultura. Também pode ser conhecido como racismo.
Não vou, nesse nosso bate papo, adentrar em situações apresentadas diariamente nas redes sociais, meios de comunicação e nas relações do dia a dia que são apresentados a cada segundo, pois meu interesse não é o apelo emocional, tão pouco o “vitimismo” de grupo, mas lançar para vocês alguns, dos muitos, conceitos para seus conhecimentos, reflexão, sensibilização e ação.
Preconceito social: Preconcepção negativa ou depreciativa baseada na classe social. Pode acometer à classe social mais baixa, rotulando-os, por exemplo, como preguiçosos ou acomodados por não buscarem ascensão social, já que no imaginário ideológico “querer é poder”; como também pode ser direcionado à classe social mais alta, rotulando-os, por exemplo, como exploradores e inescrupulosos por estarem no topo da estratificação social somente por ter sido conquistado pela sobreposição e exploração aos demais indivíduos.
Então, vamos ao nosso “mini elucidário”? Discriminação: Transgressão do direito de um indivíduo ou grupo. Rege a Constituição Federal de 1988, que: Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil [...] IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.
Preconceito religioso: Aversão ou intolerância baseado nas crenças religiosas. Pode ser direcionado tanto para indivíduos pertencentes a uma determinada religião, quanto para os ateus e para os agnósticos1.
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
Preconceito de gênero ou Sexismo: Preconceito direcionado às diferenças entre os papeis socioculturalmente (homem/mulher) atribuídos aos diferentes sexos (macho/fêmea), privilegiando um em detrimento do outro. O sexismo, mais comumente usado como sinônimo de machismo, é um tipo de preconceito que tende a acometer mais social e culturalmente às mulheres, a partir do desprezo, desqualificação e depreciação como seres de menor valor ou prestígio, podendo resultar em discriminação, violência (emocional, psicológica, patrimonial, moral, social e física), até mesmo a morte (feminicídio).
I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição; [...] VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias; Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: [...] XXX - proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil; Ano 2 | abril 2019
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Relações Comunitárias
Homofobia, Lesbofobia e Transfobia: Preconceito motivado pela orientação sexual, e que se caracterizam por antipatia, desprezo, medo, aversão ou ódio em relação aos(às) pessoas identificadas ou percebidas como lésbicas, homossexuais, bissexuais, transgêneros, transexuais e travestis (LGBTTT), podendo resultar em discriminação e violência, até mesmo a morte.
#ficaadica: pense, reflita, olhe ao seu redor, leia no mundo virtual das redes sociais, dialogue com seus pares profissionais, escolares e/ou sociais e conclua com criticidade: que ser (humano) você é neste espaço sóciocomunitário em que está inserido? NOTA 1 Segundo Cruz (2015), “ateus não acreditam em um deus e negam sua existência, Um agnóstico pode ser ateísta - não consegue provar a existência do deus nem acredita nele - ou teísta - não consegue provar a existência do seu deus, mas admite a possibilidade de ele existir”. (Fonte: CRUZ, Felipe B. Qual a diferença entre um ateu e um agnóstico? [on line]. Revista Superinteressante, 2015. Disponível em: < https://super.abril.com.br/mundo-estranho/quala-diferenca-entre-um-ateu-e-um-agnostico/>)
Preconceito linguístico: Desrespeito às variações linguísticas, ou seja, ao modo como um indivíduo ou grupo fala. Ocorre quando falantes de um mesmo idioma ridicularizam, depreciam e inferiorizam o outro ou um grupo baseado na diferença de sotaques, dialetos, gírias, regionalismos, comunicação de um determinado grupo social ou cultural.
REFERÊNCIAS E LEITURAS RECOMENDADAS BACILA, Carlos Roberto. Criminologia e Estigmas: Um estudo sobre os Preconceitos. São Paulo: Gen Atlas, 2016. CROCHIK, José Leon. Preconceito, indivíduo e cultura. 2. ed. São Paulo: Robe Editorial, 1997. 152 p. Revista Diálogo Educacional, Curitiba, v. 4, n.8, p.1124-125, jan./abr. 2003. LIMA, M. E. O.; PEREIRA, M. E. (Org.). Estereótipos, preconceitos e discriminação: perspectivas teóricas e metodológicas. Salvador: EDUFBA, 2004. 300p. GUIMARÃES, Antonio Sérgio Alfredo. Classes, raças e democracia. São Paulo: Editora 34, 2002. 231 páginas. THOMAZ, OMAR Ribeiro. Democracia por entre classes e raças. Revista Brasileira de Ciências Sociais - vol. 18, nº. 53, out. 2003, p. 170 – 172.
Por ora acredito que seja o suficiente para começarmos uma boa análise sobre o que vem acontecendo mundo afora. Conforme salientei, não pretendo adentrar em percepções pessoais sobre os temas expostos, mas trazê-los para a reflexão, para que cada um dos meus caros e preciosos leitores, independente de nacionalidade, gênero, raça/etnia, credo, orientação sexual, cultura, origem social e o que puder fazer parte desta diversidade de (ser)humano, possa se reinventar no seu modo de lidar com o outro, com o diferente de si, com as multi e infinitas possibilidades de SERmos humanos.
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Vania Rocha vaniarocha.antropologia@gmail.com
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Mensagem Por: Brahma Kumaris
Leveza Quando colocamos na mala de viagem objetos além do necessário, a cada transbordo experimentamos o transtorno de carregar aquele peso extra. Da mesma forma, ao manter pensamentos inúteis ou negativos na mente, criamos uma carga desnecessária que nos acompanha durante toda jornada diária. Como resultado, sentimos cansaço e desconforto. Leveza é prosseguir caminhando com a mente limpa, além de tudo aquilo que insiste em levá-la para baixo, mas mantendo sempre os pés firmes no chão.
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Contos de Família Por: Lais Nascimento
Uma história de amor, paciência e luta: Pais de um menino de sete anos, autista, buscam possibilidades para uma vida autônoma e produtiva para o filho.
viagem na função. Guiga, apelido dado por D. Dinai, mãe de Daniel, já nasceu com título de rei. Cercado de amor, atenção e cuidados... Parecia ser uma criança tranquila apenas, aos olhos da tia avó Lázara, pedagoga e de outros familiares.
Olhando para as fotos que ilustram estas páginas talvez você não perceba nada atípico nesta família. Quer olhar mais uma vez? Não adianta. Olhando de longe, quase ninguém percebe “as ausências” no comportamento de João Guilherme, de sete anos, filho do casal Olindina e Daniel, juntos há 12 anos e pais também de Lara(16) e Paulinho(4). O que não passa despercebido durante uma tarde na companhia dessa família é o amor compartilhado por eles e a alegria pela casa.
Desde os primeiros meses de vida de João, no entanto, Dina já percebia que o comportamento do filho fugia ao padrão, quando comparado ao desenvolvimento de outros bebês da mesma idade e dividiu a preocupação com o marido. “Com nove meses, João Guilherme era muito quieto. Não sorria e só chorava no ápice do desespero”, relembra Dina, que completa contando que com um ano e meio de idade, a criança tinha um atraso na fala e mantinha pouquíssimo contato visual. No começo, pensaram que ele pudesse ser surdo, o que foi descartado com o tempo.
Quando conheceu Daniel, Olindina ou Dina, como gosta de ser chamada, já era mãe de Lara, na época com três anos. Depois de quatro anos de relacionamento, Daniel comemorava a chegada do seu primogênito, cuja expectativa era compartilhada, principalmente, pela avó e tia-avó paternas, marinheiras de primeira revistaestimuladamente.com.br
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Contos de Família
Era inevitável pra mãe aceitar que tudo estivesse normal, quando seu instinto lhe despertava dúvidas. Dina e Daniel já identificavam a necessidade de um acompanhamento médico-terapêutico para o filho, que passava dos dois anos. No entanto, a atenção do casal foi desviada para uma emergência. A mãe de Dina, D. Maria Helena, vítima de uma cardiopatia congênita, precisou ser hospitalizada por três meses, até que pudesse realizar uma cirurgia corretiva. “Foi uma fase turbulenta que se tornou ainda mais delicada ao descobrir que estava grávida do meu terceiro filho, então percebi que teria que frear a ansiedade e ir com calma, dando atenção a uma coisa por vez”, conta Dina.
causou grande comoção e preocupação entre Dina e Daniel, embora ao mesmo tempo tenha sido um conforto diante da desconfiança que os perseguiu por tanto tempo. Em contato com amigos, o casal soube do trabalho do Labirinto, um Centro de Pesquisa da Faculdade Baiana de Medicina, coordenado pela psiquiatra Milena Pondé, que dentre outras atividades, realiza a avaliação diagnóstica através da lista de espera intermediada pela AMA - Associação de Amigos do Autista da Bahia. Dali pra frente, a mãe e a avó materna se revezaram em insistentes ligações para a AMA durante cerca de três meses, até que conseguissem marcar um atendimento para que João passasse por uma minuciosa avaliação multiprofissional, que confirmaria ou não sua condição de autista.
Após a recuperação de D. Maria Helena. Dina e Daniel novamente retomaram a busca por respostas para suas angústias quanto ao desenvolvimento do filho, que continuava aquém das expectativas. Revisitando esse momento da história dessa família, a mãe faz um alerta aos pais que perceberem qualquer dificuldade durante o crescimento do seu filho: “Se notar que a fala e outras funções estão comprometidas, antes mesmo de qualquer diagnóstico, busque as terapias. Isso colabora para que o desenvolvimento da criança aconteça, minimizando as perdas, que são inevitáveis a partir de determinadas idades”. Foi esse caminho que Dina seguiu.
Além da aflição de ver o filho sofrendo pelos reveses da deficiência, que se manifestavam, por exemplo, por comportamentos agressivos durante o convívio com outras crianças, gerando o isolamento social de João; os pais tinham ainda que se deparar com a reação de familiares e amigos que negavam a necessidade de um cuidado especial para a criança. “Em algumas ocasiões fui criticada por estar ‘procurando doença’ para meu filho e me perguntei se estava mesmo fazendo a coisa certa”, lembra Dina. A avaliação pelo AMA foi marcada e no seu dia, Dina, Daniel, Lara e vovó Maria Helena estavam lá acompanhando Joãozinho. O exame da equipe, que é obrigatoriamente composta por profissionais multidisciplinares, aconteceu em uma sala, na presença de três médicos e três psicólogos, que observavam João, sob diferentes aspectos, enquanto outro profissional fazia uma anamnese completa que incluiu além da história de vida da criança, uma pesquisa detalhada também sobre a vida dos pais e outros familiares.
Na época, funcionário de uma empresa de ônibus, Daniel tinha plano de saúde, o que permitia o início de terapias necessárias para a evolução no desenvolvimento de João, então com dois anos e sete meses. No entanto, decorridos três meses, a família só conseguiu realizar as primeiras consultas com fonoaudióloga e psicóloga, que realizaram as anamneses. A demissão inesperada de Daniel interrompeu mais uma vez a busca por um diagnóstico de João.
A família aguardou o resultado dos exames e a devolutiva com grande ansiedade, e no dia 4 de abril de 2015, exatamente quando Dina precisou estar em São Paulo para um compromisso profissional inadiável, a resposta chegou. Acompanhado da mãe, Daniel foi ao AMA e lá o informaram sobre o diagnóstico positivo do filho. João é autista. “Fiquei completamente desorientado com a informação. Era doloroso demais saber que meu filho não teria condições de uma vida autônoma”, conta Daniel, que ainda passou pela difícil experiência de dar a notícia por telefone à esposa, grávida de sete meses e longe de casa.
O acaso se encarregou de trazer para perto da família uma profissional que faria toda a diferença na vida de João. Durante uma visita a uma amiga de Dina, a família conheceu Ana Cláudia Campos, fonoaudióloga, que sinalizou a presença de características do espectro autista no comportamento da criança. A profissional indicou aos pais que iniciassem as terapias e procurassem um psiquiatra infantil para uma avaliação. A sugestão de que João poderia ser diagnosticado com o Transtorno do Espectro do Autismo - TEA Ano 2 | abril 2019
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Foto: Arquivo pessoal
Enquanto Daniel ainda processava as palavras ditas sobre o diagnóstico de seu filho, recebia uma série de orientações sobre como proceder dali pra frente para ter acesso a alguns direitos assegurados às pessoas comprometidas pelo autismo. João passaria a ter acesso à gratuidade no sistema de transporte público, auxílio fralda descartável e um benefício social garantido pela Lei Orgânica de Amparo Social (LOAS), que confere o pagamento de um salário mínimo, pelo INSS. “A ajuda minimiza os custos da família, mas é insuficiente para garantir um desenvolvimento adequado. Precisamos nos esforçar muito para oferecer condições ideais para a evolução no nosso filho”, explica Daniel.
terapeuta ocupacional Yana Amazonas, trouxe novos avanços para João e mais alegria para toda a família. “A primeira vez que João usou o banheiro para suas necessidades fisiológicas por conta própria, foi um dia de festa pra gente”, lembra Daniel. Quando João nasceu, em maio de 2011, ainda nem existia a Lei nº 12.764, criada em dezembro do ano seguinte com o objetivo de instituir a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista. No entanto, a realidade em Salvador ainda parece distante quanto aos direitos defendidos no artigo 3° da lei. Sem uma estrutura terapêutica adequada que garanta a integralidade no cuidado ao autista, as famílias buscam ajuda em um Centro de Referência estadual, localizado no bairro do Campo Grande, em Salvador. A demanda é grande, o que leva crianças, adolescentes e adultos a aguardarem por mais de doze meses para um atendimento.
“A sensação é que você tem todo o ar do mundo e não consegue respirar”, esse foi o sentimento de Dina ao receber o diagnóstico de que seu filho é autista. A mãe conta ainda que o luto foi inevitável. “Por mais duro que seja, há uma morte. Com a certeza do autismo, morre o ideal de uma criança independente e saudável”, completa. O apoio da família e de alguns amigos foi fundamental para que a fase da dor fosse superada e desse lugar a uma história de amor e luta. Logo após o diagnóstico, pouco depois de completar três anos, João começou a ser atendido pela fonoaudióloga Ana Cláudia e já nas primeiras sessões conquistou grandes evoluções em seu quadro.
Aliado aos poucos recursos financeiros da família, à falta de oferta adequada para o tratamento e educação em rede pública, casos como o de João exige muita luta da família para garantir os direitos básicos. Depois de diagnosticado, o maior desafio dos pais foi encontrar escolas da rede pública de ensino que aceitassem seu filho como aluno. “Já havíamos passado pela experiência em duas escolas, que não ofereciam o cuidado e a estrutura necessários”, lembra Dina.
No primeiro encontro com a terapeuta, João seguiu suas orientações e separou os animais aquáticos dos terrestres e outros objetos pela cor. Parece pouco, mas para seus pais, esse foi um importante passo para o seu desenvolvimento. A intervenção da revistaestimuladamente.com.br
A partir do laudo médico e de muita interação com a legislação deu-se início uma verdadeira via crucis até que João fosse matriculado. Foram muitas idas e vindas em diversas escolas da rede municipal 78
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Contos de Família
de ensino no bairro da Boca do Rio e outros vizinhos, seguidas de informações desencontradas e recusas, até que João fosse matriculado pela própria Secretaria de Educação do município. Antes, Dina precisou recorrer ao Ministério Público e ao Conselho Tutelar para fazer valer os direitos constitucionais que são garantidos ao seu filho. “Os pais não podem esperar acontecer, precisam fazer acontecer. Tão pouco devem desanimar na primeira barreira”, aconselha Dina.
com Transtorno do Espectro Autista e colabora religiosamente com as campanhas da AMA, que sem nenhum apoio de grandes empresas, se sustenta de arrecadações e doações. “Ser mãe de um autista me trouxe pro TODO. Passei a ver o OUTRO. Hoje percebo que são muitos os desassistidos pelos poderes públicos e isso gera em mim uma inquietude”, conta Dina, para quem o nascimento de João foi um divisor de águas na vida. “João me ajudou a ser uma pessoa melhor para minha família e enquanto cidadã,” finaliza.
A surpresa veio com a atitude da professora Patrícia, ao receber a notícia da chegada de João na sua classe, se dedicou e foi em busca de instruções específicas para melhorar seu desempenho junto ao novo aluno especial. Mas Dina não parou por aí, sabia da necessidade de uma formação complementar própria para o desenvolvimento de João e seguiu em busca de uma vaga em uma das instituições sociais.
Lais Nascimento jornalismo@estimuladamente.com.br
Depois de tentativas incansáveis, aos quatro anos, João foi matriculado também na AMA, onde ainda hoje é assistido pelo Atendimento Educacional Especializado (AEE), que inclusive, foi de onde o pequeno recebeu suporte pedagógico quando esteve fora da rede regular, antes mesmo de ter uma vaga fixa no programa. A equipe que realiza o trabalho é multiprofissional e agrega pedagogos, psicopedagogos, educadores físicos e professora de música. As avaliações para uma vaga no AEE são realizadas pelo Labirinto, em que após o diagnóstico é realizada uma avaliação cognitiva por uma psicopedagoga da AMA. Só após a confirmação do TEA, é possível inserir o nome na lista de espera da AMA.
Foto: Arquivo pessoal
São inúmeras as lições que o dia a dia na companhia de João traz para família. Daniel acredita que o Universo lhe preparou com muito amor e paciência para enfrentar as dificuldades que viriam. Durante um período, antes de o filho ser diagnosticado, trabalhou como motorista de transporte escolar para driblar o desemprego, e dentre seus passageiros, estavam Deise, portadora da Síndrome de Down, e Mateus, autista. “O convívio com essas pessoas especiais fizeram muito sentido pra mim, quando descobrimos a deficiência de João”, lembra.
Foto: Arquivo pessoal
Foto: Arquivo pessoal
Nessa busca incessante para que seu filho tenha estruturas e bases capazes de lhe possibilitar oportunidades, Dina se tornou militante do movimento em defesa dos direitos das pessoas Ano 2 | abril 2019
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Minha Estimuladamente Por: Valéria Tristão
Ho’oponopono: caminho de luz
Sou uma pessoa privilegiada. Tenho uma família Aloha seres amados! Sou VALÉRIA TRISTÃO dos grupos HO’OPONOPONO BEIJA FLOR. Moro em São João Del Rei/MG.
todas as minhas investidas para ajudá-lo na sua recuperação e livrá-lo da dependência química, o mesmo tirou a própria vida. Conviver com essa dor, foi algo dilacerante pra mim. Entrei em desespero, tamanha a dor que sentia.
É com imenso prazer que falo sobre a descoberta mais importante da minha vida! A minha experiência com uma prática suprema que é o Ho’oponopono, baseado nos ensinamentos de Morrnah Simeona, uma mulher iluminada, da tribo Karuna, do Havai (criadora do Ho’oponopono da identidade própria).
A morte prematura e trágica de um ser tão amado levou junto a minha vontade de viver... Caí em depressão profunda... Não conseguia trabalhar como artesã, que era a minha fonte de renda na época. Tudo “escureceu”... Senti-me perdida. Minha mãe, com mal de Alzheimer, não tive para poder me consolar, e um pai tremendamente abalado com a tragédia da perda.
A minha história começou há uns cinco anos atrás, quando fui surpreendida pela perda do meu irmão, que sucumbiu às drogas e ao álcool e, mesmo com revistaestimuladamente.com.br
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Minha Estimuladamente
Quando dei por mim, estava submersa em dívidas, que a cada dia se avolumavam e cheguei a não ter como pagar aluguel e coisas básicas como alimentos.
Eu repetia com a intenção de limpar os bloqueios, memórias indesejáveis e energias negativas de escassez, e minha vida financeira deu uma guinada. A prosperidade e abundância, finalmente, estavam sorrindo na minha existência.
Foi então que recebi um sinal do Divino Criador! Uns dias antes de o meu irmão tirar sua vida, conversando com o meu filho, ele perguntou:
Faltava dividir o que tinha sido tão maravilhoso pra mim, com outras pessoas...Tive a idéia de criar grupos com a missão de, através do ho’oponopono, ser um canal para ajudar o próximo e esse também pudesse encontrar seu caminho para curar suas dores, se elevar e ter a consciência do que lhe faltava pra ser feliz! Através do compartilhamento dos conhecimentos aprendidos, criei dez grupos de ho’oponopono Beija flor, quatro grupos que intitulei de Vibrando Positivamente; um grupo de orações; dois de Reiki; dois para mulheres (Mulheres poderosas); e um sobre Constelação Familiar. Tenho um canal no YouTube no qual ensino a forma de entender o ho’oponopono com leveza e facilidade.
- Mãe, que marca é essa no seu ombro? Parece uma mão! Imediatamente fui até o espelho, fotografei e comprovei que realmente era uma imagem impressionante de um desenho de uma mão, cuja “palma” subia pelo meu braço direito finalizando com os dedos no meu ombro! Pensei: deve haver uma explicação... Procurei alguns meios que pudessem decifrar o significado... enviei e-mail para pessoas que lidam com o sobrenatural, Centro espírita, contudo, nada que me diziam era suficiente sobre a tal “impressão” misteriosa. Até sentir que fui TOCADA por uma força AMOROSA DE GRATIDÃO. Foi quando alguém muito espiritualizado tocou meu ombro e colocou sua mão no mesmo lugar da marca misteriosa sem saber de nada e falou:
A MINHA VIDA É O HO’OPONOPONO! Hoje, estou totalmente voltada para o que acredito e tenho fé, já que vi e vejo as infinitas possibilidades que se abrem à minha frente, quando permito a entrega, a inspiração e iluminação que chegam à minha alma!
- Muito obrigado minha irmã por tudo! Foi aí que entendi que as respostas estavam dentro de mim, pois nada se encontra fora, tudo está dentro.
MINHA MENSAGEM:
Um dia, alguém me convidou para um grupo de Ho’oponopono, foi divino, ali teve início meu processo de despertar. Senti que era a luz que precisava para sair do caos e entrar em conexão com a minha essência, pois somos centelha divina, emanada do criador! Entreguei-me aos estudos sobre o assunto, iniciei a prática das quatro frases de limpeza do Ho’oponopono: SINTO MUITO, ME PERDOE, SOU GRATA, TE AMO (elas contêm uma energia acima de qualquer explicação). Passei a entender que somente purificando minhas memórias indesejáveis de dor, estaria me auto ajudando e expandindo essa benção para os meus entes queridos, meus antepassados e consequentemente às gerações futuras da minha linhagem familiar.
Pratiquem Ho’oponopono e descubram que sua vitória é possível! Assim como eu, cada um de vocês pode co-criar sua história de superação com a prática do ho’oponopono e transmutar todas as memórias indesejáveis em pura luz. E assim é! MINHA CURA É SUA CURA E SUA CURA É MINHA CURA! SINTO MUITO, ME PERDOE, SOU GRATA, TE AMO. Todos Somos Um. Gratidão, gratidão, gratidão. Valéria Tristão Terapeuta integrativa, mestre Reiki, terapeura Floral e Energética, Cromoterapeura e facilitadora de grupos de Ho’oponopono valeriactristao@hotmail.com Instagram: @valeriactristao
Durante meus estudos, dentre tantas outras informações, aprendi sobre muitas ferramentas poderosas, era as que eu precisava para me ENTREGAR, CONFIAR, ACEITAR E AGRADECER por tudo. Ano 2 | abril 2019
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Estimuladamente indica Por: Lais Nascimento
Projeto S.E.R Solidarizar, Empreender e Ressignificar, esses são os pilares do Projeto S.E.R, que realiza mais um evento: um dia inteirinho de atividades direcionadas para a reflexão sobre o que constitui o espiritual, o biológico, o social e a família de cada Ser Humano. Na programação: yoga, massoterapia, correlação familiar, sessões de coach, bate papo com sexóloga e a palestra Perdas & Solidão, com o Dr. George Mariane, além da participação especial de Tonho Matéria com o projeto Mangangá. Quando: 05/05, 8h | Onde: Espaço Luminah (Alameda Praia de Icaraí, 78 - Stella Maris) | Quanto: 1 lata de leite em pó.
Uma caminhada na floresta Depois de mais de 20 anos na Inglaterra, um famoso escritor de guias turísticos, se vê desafiado a escrever sobre sua terra natal (Iowa/EUA), no momento em que a aposentadoria o ameaça. Para se reconectar com suas origens, Bill encara a Trilha dos Apalaches, com mais de 3mil km de campo e selva, que atravessa 14 estados americanos. Para essa aventura, terá a companhia de um amigo de escola que não vê há 40 anos. Além dos diferentes obstáculos da natureza, a viagem permite conhecer muitas pessoas e acima de tudo, a eles mesmos também. Uma comédia dramática que faz rir e refletir.
Rasgo A Residência-Exposição Artística RASGO, expõe uma reflexão sobre relações sociais, políticas, étnicas e profissionais. A exposição provoca quanto à (des)construção de pontes ou muros, abrir espaço para a interação ou vedar o acesso para a proteção de si. Idealizada por estudantes da Escola de Belas Artes da UFBA, a mostra é totalmente voltada para a interação entre artistas, o que lhe confere um forte cunho educativo. Instalada na Galeria Cañizares (Av. Araújo Pinho, nº 212, Canela-SSA/BA), fica aberta ao público até o dia 10/05, de segunda a sexta, de 9h às 18h, com entrada gratuita.
A vida humana e a fonte inesgotável de desejos William Shakespeare já provocava a reflexão sobre os desejos do homem, com a célebre frase “Mostre-me um homem que não seja escravo das suas paixões.” Para tratar o tema, a Rosacruz Áurea realiza a palestra “A vida humana e a fonte inesgotável de desejos”. Escola de cunho espiritual, a Rosacruz tem a missão de possibilitar o retorno ao campo divino original àqueles que já não se satisfazem com as coisas do mundo e buscam descobrir o sentido mais profundo de sua existência. Quando: 08.05, às 20h | Onde: Rua Politeama de Cima, 62 – Politeama, Centro (goo.gl/ZIKN2Z) | Gratuito.
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Estimuladamente indica
Reverb Poesia Com o propósito de despertar sentido em quem ouve as músicas da banda, a Reverb Poesia, que traz à frente o músico Tiago Corrêa e o poeta Allan Dias Castro, apresenta um trabalho em faixas que realmente provocam questionamentos. Já na apresentação do site, a pergunta: O que você faz pra VIVER, é o que faz com que você se sinta VIVO?, já chama atenção. O disco Poesia e Música, Música e Poesia está disponível gratuitamente em www.oreverb.com.br/, com 12 faixas que mesclam diferentes estilos, mas deixam sempre um sentido único de transformação.
Sustentabilidade: O que é – O que não é (Leonardo Boff) Se você tem um negócio e se preocupa com os impactos dele no meio ambiente, ou se é um consumidor consciente interessado em saber se produtos ou serviços que compra desrespeitam a natureza, um bom começo é entender mais sobre Sustentabilidade nos Negócios. Neste livro, de Leonardo Boff, são apresentados os conceitos mais essenciais do tópico, com descrições acessíveis e um breve histórico dos ideais sustentáveis. Uma reflexão importante que pode fazer toda diferença na manutenção do nosso planeta. O livro tem 200 páginas e é editado pela Vozes.
Terapeutas de Sucesso Integrando a programação da Estação do SER, a Terapeuta Holística Integrativa, Anna Almeida realiza o curso Marketing Digital para Terapeutas nos dias 16 e 17 de maio. A agenda também inclui 3 vivências presenciais para aqueles que são e querem ser terapeutas de sucesso: Marketing Humanizado é para você (20.05), Preço em Pauta - A energia do dinheiro (21.05) e Como continuar motivado diante dos obstáculos (23.05). Uma oportunidade de criar novas parcerias e elos sustentáveis na classe terapêutica. Inscrições: http://bit.ly/ terapeutasdesucesso2019
Coaching Sistêmico em Grupo: Um caminho de conquista através do ser Grupal Neste livro, o quarto escrito pela psicóloga e coach PCC, Leda Regis, o leitor é convidado a ampliar a consciência, através do despertamento do SER que habita em todos nós. Na obra, a autora traz reflexões sobre a presença e escuta do SER grupal, apontado como um campo potencializado de transformações, curas e desenvolvimento. O entendimento de que o grupo funciona como espelho, possibilita uma troca profunda de histórias que podem dar início ao despertamento e até, transformações. A obra mostra o quanto o acolhimento do grupo possibilita o resgate da esperança.
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