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Projetos que não decolam Por diversas razões, surgiu uma espécie de cultura da má gestão da obra pública, e não será fácil destruí-la, porque onde há dificuldades existem facilitadores
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á tempos, faz parte da cena da administração pública brasileira o atraso de projetos. Esta faceta negativa do país começou a ficar mais visível à medida que planos para a execução de empreendimentos, principalmente de infraestrutura, começaram a frequentar discursos oficiais. Encerrado o ciclo da ditadura militar, em 1985, as dificuldades econômicas deixadas de herança impediram a retomada, como era necessário, dos investimentos. Foi preciso que, em meados da década de 1990, a economia fosse estabilizada, pelo Plano Real, para que, restabelecido o sistema de crédito e saneadas as finanças públicas, a roda das inversões públicas pudesse voltar a girar. Independentemente de escolhas equivocadas de política econômica, é visível que, mesmo quando o governo federal quer acelerar os próprios investimentos, os resultados são frustrantes. Recente artigo do economista Gil Castello Branco, da ONG Contas Abertas, trouxe números sugestivos sobre o PAC 2. Mesmo que já se anuncie a versão 3, mais da metade dos projetos alinhados no programa não saiu das pranchetas até dezembro do ano passado. Segundo Castello Branco, apenas 12% dos empreendimentos foram de fato concluídos; das 24.006 obras previstas no âmbito do Ministério da Saúde e Funasa, irrisórios 11% foram de fato executadas; para que as cifras dos gastos fiquem mais vistosas, o governo inclui como “investimentos” os empréstimos imobiliários à pessoa física liberados no Minha Casa, Minha
Vida, 44% dos gastos totais do próprio PAC 3. É tão notória a incapacidade de o país tocar obras que o assunto ganhou grande espaço nas edições digital e impressa do “New York Times”, em que, entre outros exemplos de fiascos e desperdício de dinheiro do contribuinte, são citados os projetos da transposição do Rio São Francisco e da ferrovia Transnordestina, da qual foi fotografado pelo NYT um fantasmagórico viaduto abandonado na caatinga, ligando o nada a lugar nenhum. Obra atrasada é o que mais existe. Haja vista os estádios para a Copa e as próprias Olimpíadas no Rio, alvo de uma espécie de intervenção pelo Comitê Internacional dos Jogos. Entre as causas deste sério problema, há distorções em normas e na Lei das Licitações (8.666), que, por exemplo, facilitam a revisão sucessiva de orçamentos, além de uma densa burocracia de controles e concessão de licenças, impossível de ser superada em prazos razoáveis. Mais grave, há o crescente uso político de obras, cujo cronograma se subordina mais ao calendário eleitoral do que a questões técnicas. Mais valem a solenidade marqueteira de lançamento de programas, e visitas periódicas de políticos a canteiros de obras, do que o empreendimento em si. Não será fácil superar essa cultura da má gestão da obra pública — até porque onde há dificuldades, existem vendedores de facilidades. Porém, com a infraestrutura em frangalhos, a questão dos investimentos se tornou crucial.
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Edição n° 08 Foto da Capa: Gil Borges
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Lembra dele?
Arquivo/EN
Supremo absolve ex-presidente Color de acusação por desvio de dinheiro. Maioria dos ministros rejeita teoria do Domínio do Fato, usada no ano passado para condenar José Dirceu. MPF afirma que absolvição é triste para o Brasil e lamenta 'passe de mágica' para livrar senador
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Supremo Tribunal Federal (STF) absolveu no mês passado (24) o senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL), acusado pelo Ministério Público Federal (MPF) de desvio de verbas públicas. A acusação refere-se ao período em que Collor foi presidente da República, entre 1991 e 1992, ano do impeachment que determinou o final do seu governo. Por maioria de votos, os ministros seguiram voto da relatora da ação penal, Cármen Lúcia. Segundo a ministra, faltam provas que demonstrem a participação de Collor nos supostos desvios de verbas de publicidade. De acordo com denúncia apresentada pelo MPF, foi instaurado no governo do ex-presidente Collor “um esquema de corrupção e distribuição de benesses com dinheiro público” por meio de contratos de publicidade. Segundo o órgão, o esquema envolvia o ex-presidente e empresários. Os procuradores relatam que o esquema consistia no pagamento de propina de empresários aos agentes públicos Expressão News - Maio/2014 - 06
para que eles saíssem vencedores em licitações de contratos de publicidade e propaganda com o governo. De acordo com o MPF, o dinheiro era depositado em contas bancárias em nome de laranjas. Durante o julgamento, a vice-procuradora da República, Ela Wiecko, pediu a condenação de Collor com base na teoria do Domínio do Fato, argumentação usada pelo Ministério Público para condenar o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu na Ação Penal 470, o processo do mensalão. Segundo a procuradora, as provas confirmam que Collor tinha conhecimento dos desvios, porque o sistema de publicidade do governo era centralizado na Presidência da República. Ela Wiecko lamentou a absolvição. “É triste não só para o Ministério Público, mas para a sociedade. Se há um reconhecimento de que houve uso de [contas] fantasmas, que as licitações foram fraudadas, em um passe de mágica, tudo isso acabe em absolvição”, afirmou. A defesa do ex-presidente afirmou que a denúncia apresentada pelo Ministério Público é genérica e não apontou a
participação de Collor nos fatos. Segundo o advogado Rogério Marcolini, Collor não recebeu vantagens financeiras, e todos os outros envolvidos foram absolvidos na primeira instância da Justiça. A defesa também afirmou que a Presidência não fazia as contratações das empresas de publicidade, apenas aprovava os projetos de órgãos do governo, conforme a política de comunicação. “A Presidência da Republica, ou o gabinete, não tinham o controle, ou o domínio final sobre as contratações”, afirmou o advogado. A denúncia contra o ex-presidente foi recebida pela Justiça de primeira instância em 2000 e chegou ao STF, em 2007. O processo foi distribuído para o ministro Menezes Direito, mas com a morte do magistrado, em 2009, o processo passou para relatoria da ministra Cármen Lúcia. Em novembro do ano passado, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu ao STF rapidez no julgamento da ação penal. Devido à demora do Judiciário para julgar o caso, a denúncia de falsidade ideológica prescreveu antes do julgamento.
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Tarifas de pedágios serão alvo de investigação Em um ano, arrecadação dos pedágios paulistas faria 12 arenas da Copa Estudo de deputados estaduais do PT de São Paulo aponta razões para a instalação de comissão que investigará concessões de estradas à iniciativa privada Gil Borges
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s concessionárias que administram os pedágios nas estradas estaduais arrecadaram, em 2013, cerca de R$ 6,891 bilhões, de acordo com o Pedagiômetro – que utiliza os relatórios de arrecadação das concessionárias para estimar o faturamento das praças de pedágio paulistas. Segundo nota da bancada do PT na Assembleia Legislativa de São Paulo, o valor é apenas R$ 733 milhões mais baixo que os R$ 7,6 bilhões previstos no documento Matriz de Responsabilidades, do Portal Transparência, do governo federal, para a reforma e ou construção dos 12 estádios que sediarão jogos da Copa do Mundo de futebol. Os cálculos, diz a nota, são de diferentes fontes, incluindo BNDES, Caixa Econômica Federal, além de governos Expressão News - Maio/2014 - 08
estaduais e municipais, dentre outros, e explicam por que a construção das praças de pedágios no estado saltaram de 40, em 1997, para 246, em 2013. Em seu site, a bancada lembra que as estradas que foram repassadas à iniciativa privada, principalmente na primeira fase, em 1998, apresentavam boa qualidade, construídas com recursos dos impostos pagos pelos contribuintes estaduais. "Os tucanos entregaram para a iniciativa privada o melhor, as rodovias duplicadas e com maior fluxo de tráfego", diz o texto. Ainda segundo a bancada do PT, 67% das concessões de rodovias paulistas usam o IGP-M como indexador para corrigir o valor das tarifas de pedágios anualmente e o restante usa o IPCA. De junho de 1998 até maio de 2013, a variação do IGP-M foi de 248%,
enquanto para o IPCA foi de 152%. Os valores das tarifas de pedágios cobradas no estado de São Paulo serão alvo de investigação de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Assembleia Legislativa. O pedido de instalação da comissão foi protocolado em março de 2011, mas só agora passará a ser tema de apuração. A bancada petista na Assembleia Legislativa – que já indicou os deputados Antonio Mentor e Gerson Bittencourt como membros titulares da CPI – aguarda a indicação dos representantes das demais bancadas, num total de nove parlamentares. Depois disso, deverá ser convocada a primeira reunião da comissão, que elegerá presidente e vice. É de praxe que a presidência ou a relatoria fiquem com o autor do pedido, que foi o deputado Mentor.
Divulgação/PM-Arujá
O governador Alckmin, o deputado André do Prado e o prefeito Abel Larini
Alckmin anuncia duplicação da rodovia SP-88, no trecho de Arujá
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governador Geraldo Alckmin esteve em Mogi das Cruzes (25/4) para a entrega da carreta do Programa Mulheres de Peito e o anúncio do atendimento do Programa “Filho que ama leva seu pai ao Ame”. Alckmin também oficializou o início do novo serviço de radioterapia e as obras de implantação do serviço de Oncologia no Hospital Luzia de Pinho Melo. “Estamos contratando o serviço de radioterapia no Centro Oncológico Dr. Flávio Isaías por 12 meses, ao custo de R$ 2,4 milhões, e o atendimento já começa hoje. Além disso, já contratamos as obras de ampliação do hospital Luiza Pinho Melo, por R$ 15 milhões. Então será feito cirurgia, quimioterapia e radioterapia, tudo em Mogi”, disse Alckmin. Na oportunidade, Alckmin fez o lançamento do edital 036/2014 para contratar obras de duplicação e melhorias na Rodovia Mogi-Dutra (SP-88), no trecho de Arujá. O anúncio foi feito diretamente ao prefeito Abel Larini. O investimento é de R$ 149.809.845,00. Além de duplicar a estrada, do km 32 ao km 39,4, a empresa contratada vai elaborar o projeto executivo
dos viadutos que ligarão a estrada à Via Dutra (BR-116), nos quilômetros 32,34 e 32,90, e das passarelas de pedestres nos kms 33, 35, 37 e 38. Iniciada a duplicação, o prazo para o término das obras e do projeto executivo será de 24 meses. A empresa vencedora será conhecida em 11 de junho, às 14h30, quando os envelopes com as propostas serão abertos. “Nós temos um grande anúncio hoje aqui”, afirmou Alckmin. “Quando eu fui governador da outra vez, nós duplicamos a Mogi/Ayrton Senna. Uma beleza, a obra. Só que parou na Dutra e agora, prefeito Abel Larini, nós vamos até Arujá, e até a Dutra”, emendou. “Hoje foi publicado no Diário Oficial uma obra de R$ 149 milhões, que é a duplicação da rodovia SP-88, da Ayrton Senna (em Mogi) até a Dutra. Neste trecho já duplicado, nós vamos investir mais R$ 25 milhões com recapeamento em algumas partes, e acostamentos, rotatórias e obras de segurança. Vamos melhorar o trecho até Ayrton Senna e duplicar o trecho até a Dutra”, concluiu Alckmin. Ao comemorar a notícia, o prefeito Abel Larini destacou que a obra no tre-
cho de Arujá é aguardada há 14 anos e será concretizada após um intenso trabalho de articulação: “Foram inúmeras reuniões com o deputado André do Prado e vários técnicos do Estado até chegarmos a esse resultado. A partir de agora teremos outra realidade em nosso município. Estamos felizes por isso. Vence aquele que trabalha”. O deputado André do Prado, por sua vez, lembrou a importância do projeto, sobretudo para os municípios de Arujá e Mogi das Cruzes, que necessitam de opções viárias para permitir o escoamento do trânsito e conexão com as rodovias que cruzam a região: “É um grande investimento do Governo do Estado e que promoverá importantes resultados para o desenvolvimento regional”. A duplicação vai dar mais segurança aos motoristas que utilizam a rodovia no dia a dia. As passarelas terão o mesmo resultado para os pedestres. Já os viadutos vão resolver os problemas no trânsito de Arujá na região da Dutra e acabar com a necessidade dos carros passarem por dentro do município para acessar a BR-116 na direção de São Paulo, como ocorre atualmente. Expressão News - Maio/2014 - 09
Pesquisa comprova que meninas leem mais, e meninos são melhores em matemática A pesquisa mostra que garotas superam garotos em leitura numa proporção que equivale a um ano inteiro de escola, em média Léo Martins/AG
Nervosa com matemática. Desde cedo Giovana Ribeiro prefere história e gramática e quer fazer Direito ou Medicina
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e um lado, meninas com melhor desempenho em leitura. Do outro, meninos com performance superior em matemática. O quadro, que muita gente já observou, é comprovado em números numa recente publicação da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) com base em dados do Programa Internacional de Avaliação de Alunos Expressão News - Maio/2014 - 10
(Pisa) 2012. Jovens de 15 anos que vivem 65 países participam da análise, e uma das conclusões é que o hiato se deve menos à capacidade e mais às diferenças de autoconfiança de meninos e meninas na hora de aprender. Os dados da publicação “Meninos e meninas estão igualmente preparados para a vida?” mostram que garotas superam garotos em leitura numa proporção que equivale a um ano in-
teiro de escola, em média. Já os adolescentes do sexo masculino, por sua vez, estão à frente em matemática cerca de três meses. E 15% dos meninos, mas apenas 11% das meninas, atingem os níveis mais altos na disciplina. No Brasil, meninos estão 18 pontos à frente em matemática. A publicação afirma que “a confiança de estudantes em suas habilidades e motivações em aprender tem um pa
pel central em moldar sua performance em assuntos acadêmicos específicos", acrescentando que a percepção das meninas a respeito do seu próprio aprendizado em números determina quão bem elas motivam a si próprias. A avaliação é confirmada por especialistas em educação, que sustentam: questões culturais são determinantes no aprendizado. “Não há nada que comprove cientificamente que os homens têm mais capacidade nas ciências exatas, mas, historicamente, é o que vemos. Na minha geração, a mulher era formada para ser professora”, opina Bertha do Valle, professora da Faculdade de Educação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). Para Norma Lúcia de Queiroz, da Faculdade de Educação da Universidade de Brasília (UnB), a diferença no aprendizado começa na alfabetização: “O dado a respeito da leitura é coerente e pode ser observado no início da escolarização. Num projeto do Observatório da Educação da UnB, de 20 alunos com dificuldade em alfabetização, 18 são meninos.
Capazes e sem autoconfiança A publicação da OCDE indica ainda que muitas meninas escolhem não seguir carreiras de ciência, tecnologia, engenharia e matemática por não confiarem em suas habilidades na área, “apesar de terem capacidade e ferra-
mentas para fazer isso”. Apenas 38% das meninas, mas 53% dos meninos, planejam seguir carreira que envolva matemática. Por outro lado, meninas são representadas em excesso entre estudantes que imaginam trabalhar na área de saúde e ciências sociais. É o caso de Giovanna Ribeiro, de 15 anos, aluna do 1º ano do colégio Mopi. Desde pequena, a menina prefere as lições de história e gramática. Para a vida adulta, planeja uma carreira em Direito ou Medicina. “Eu sempre odiei matemática. Não entra na minha cabeça, fico nervosa na hora de fazer a prova”, conta. Já Luiz Henrique Alves, do 2º ano do colégio Pensi, é o clássico caso do menino que tem notas melhores nas matérias que envolvem cálculos e sonha com uma faculdade de Engenharia. “Em matemática costumo tirar 9. Já nas outras matérias, em geral, fico entre 7,5 e 8”, explica o menino, que frequenta aulas preparatórias para concursos militares, cuja relação é de 20 rapazes para cada 10 garotas em sala. Para Márcia Malavasi, da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), muitas vezes as escolhas profissionais estão ligadas à crença de que as meninas são inclinadas “a desenvolver relações interpessoais”: “Meninas são muito mais orientadas para carreiras de ciências humanas. Isso tem a ver com o fato de a sociedade acreditar que elas são mais capazes de fazer doações psicológicas, o que é uma visão equivocada que vem da história
de servidão das mulheres aos homens.” A professora acrescenta que há menos mulheres ocupando cargos que exigem o domínio de exatas. E, mesmo quando elas ocupam essas posições, ganham salários mais baixos. “Isso ocorre até em países desenvolvidos. É um percurso social que a humanidade ainda terá de fazer”, afirma.
Esforço coletivo para mudar Na publicação, a OCDE destaca que a diferença entre os sexos no desempenho em matemática se manteve estável na maioria dos países desde 2003, assim como a diferença de gênero na autoconfiança. Segundo a organização, a redução do hiato de gênero no desempenho vai exigir, a longo prazo, o esforço de pais, professores e sociedade para mudar noções estereotipadas. A curto prazo, pondera a OCDE, pode ser necessário tornar a matemática mais interessante para meninas, identificando e eliminando os estereótipos de gênero nos livros didáticos. Norma Lúcia, da UnB, concorda e diz que o mesmo pode ser feito em relação ao interesse de meninos pela leitura: “Nós, professores, precisamos investigar se as atividades que proporcionamos na escola têm a ver com isso. Será, por exemplo, que as meninas não se identificam mais com o tipo de história que costumamos ler em sala de aula? Talvez sejam necessárias práticas pedagógicas diferentes para meninos e meninas”, afirma. Expressão News - Maio/2014 - 11
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‘Agora eu sou dona da minha vida’ Após dez anos no 'Pânico', humorista estreou programa solo na Record Divulgação
Sabrina Sato, com o presidente da Record, Luiz Cláudio Costa, e Mafran Dutra, presidente do Comitê Artístico da emissora
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em as curvas à mostra, como de costume, Sabrina Sato estreou seu novo programa, sábado, 26, às 20h30, na Record. A apresentadora, porém, conta que a ida para a emissora do bispo Edir Macedo não a deixou apreensiva com possíveis censuras e avisa que não vai haver interferência em seu jeito. Tampouco nas saias curtas. "A gente, que está no meio, sabe que não há interferência no lado artístico. Talvez o público pense assim. Eles deixam a gente livre. Se me procuraram, me conhecem. É o pacote todo. Sou brincalhona, mas sou família. Não sou porra-louca", justifica ela, que levou para sua equipe o roteirista chamado Pastor, com quem trabalhou Expressão News - Maio/2014 - 14
no Pânico, na RedeTV! e na Band. A paulista de 33 anos foi recebida pela alta cúpula do canal para debater as ideias do Programa da Sabrina. "É a primeira vez que me tratam como adulta. Eles escutam, querem saber o que você pensa, confiam no que quero e sinto", descreve. Ela, entretanto, evita dizer que não tinha o mesmo tratamento no emprego anterior, em que criou desafetos ao assinar o contrato com a Record. "Eu era ouvida no Pânico, mas é diferente. A gente não tinha acesso à direção artística", minimiza. Sabrina afirma não ter brigado com ninguém do humorístico da Band. "Ninguém cortou relações. Tenho carinho grande pela maioria. Eu não fiz nada de errado, estava na hora (de sair). Eu não podia ficar
acomodada, tinha de buscar meu caminho, realizar meus sonhos. Eu sinto saudade dos amigos, do Emílio (Surita, líder do grupo). Depois tudo se resolve." Para ela, estar à frente do próprio projeto tem relação direta com o dia a dia. "Trabalhar em grupo é bacana, mas eu me anulava. Deixei de fazer coisas da minha vida pessoal por causa do Pânico. É bom ter um tempo para você. Hoje, posso casar, ter filhos. Agora, sou dona da minha vida, sabe? Isso é muito legal", disse. Preparo. Além do desafio de mostrar que é capaz de comandar uma atração sozinha, Sabrina ficará duas horas e meia no ar. Apesar de competir com o Jornal Nacional e a novela das 9, ela não teme a batalha no ibope. "Não tem
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a ver uma coisa com a outra. O meu é um programa de auditório, o único nesse horário." A apresentadora havia sido recrutada pela Record para, a princípio, comandar a faixa dos domingos das 11 h às 15 h, hoje ocupada pelo Domingo Show, de Geraldo Luís. "Acho difícil começar em um dia competitivo como o domingo. Além de um público novo, precisaria ter conteúdo", alega. No Programa da Sabrina, ela receberá cantores no palco e estará à frente do Meu Marido é o Cara, uma competição entre casais pelo prêmio de R$ 5 mil. No formato, criado pela Fremantle mesma produtora do Ídolos, mulheres terão de testar as habilidades de seus
maridos em diferentes provas. Como o espaço na sede da emissora, na Barra Funda, é pequeno, o quadro é gravado em um estúdio de 1 mil² em Paulínia, que reproduz o cenário de São Paulo. Na estreia, foi exibida uma entrevista com o humorista Tom Cavalcante, gravada em Los Angeles. Entre os quadros externos, está o Sabrina Esteve Aqui, em que ela visita um estabelecimento de pequeno porte, como um salão de beleza ou açougue, e grava um comercial de 30 segundos para aumentar o movimento no local. Apesar da publicidade gratuita para anônimos, Sabrina fatura bastante com 20 marcas às quais empresta a cara para
anúncios. Dessas, dez são de produtos licenciados, como bolsas, calçados e maquiagem. Mesmo tendo construído a carreira em emissoras menores, ultrapassou o status de protagonista de novela para a publicidade e pode receber um cachê de cerca de R$ 800 mil para atrelar seu rosto a um produto. "Tudo o que aconteceu foi espontâneo. A gente nunca programou nada, não fez planejamento. Não tenho um segredo para isso. Mas não tenho resposta, estou tentando enrolar você, não sei explicar. Eu faço (anúncios) o que eu acredito, de produtos que uso. No agenciamento, interfiro em tudo, sou palpiteira", conta ela, que delega os neExpressão News - Maio/2014 - 15
gócios para os irmãos, Karin e Karina. Além de ser figura fácil nos intervalos, Sabrina Sato é vista com frequência em sites e revistas de celebridades. Ela é conhecida por não criar obstáculos ao falar sobre a vida íntima. "Tenho amigos cujos empresários e assessores de imprensa pedem para eles não fazerem tal coisa ou não atenderem tal pessoa. Se você ficar ouvindo todo mundo, esquece como você é. Ouvir a opinião dos outros é bacana, mas só você é quem sabe o que é bom para você. Minha irmã confia em mim, eu dou entrevista sozinha." Nem o namoro com João Vicente de Castro, um dos integrantes do Porta dos Fundos, a apresentadora faz
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questão de esconder. "Um dia, eu estava deitada com ele e uma jornalista mandou uma mensagem, perguntando se a gente tinha terminado porque não via mais fotos nossas na internet. Aí, tirei uma foto dele, que estava na minha frente, e mandei", revela. A vontade de estar em evidência vem de antes de entrar para o Big Brother Brasil, do qual foi eliminada. Ela já havia sido bailarina do Domingão do Faustão e até figurante no extinto Linha Direta. "Eu sempre queria ser parente da vítima, que era para aparecer mais", relembra entre gargalhadas, que costumam pontuar suas frases. Os risos em excesso, aliás, estão passando por uma correção. Para fi-
car mais controlada no vídeo e reduzir a velocidade com que fala, Sabrina tem feito sessões de fonoaudiologia e teve encontros com a equipe da preparadora de elenco Fátima Toledo, conhecida por arrancar emoções profundas até de não atores. "Foi tranquilo, saí de lá mais segura", disfarça ela, que, por contrato, não pode revelar por qual método passou. Nas próximas semanas, a humorista será vista nos cinemas em A Grande Vitória, em que faz par romântico com Caio Castro. "Não é filme de humor, é uma história de vida. Ela não descarta atuar em um vídeo do Porta dos Fundos. "Logo mais, a gente faz alguma coisa."
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Receitas Penne com alcachofra e shiitak A combinação de fundos de alcachofra e shiitake com o alho e óleo não tem como dar errado. E cresce ainda mais em sabor e perfume quando arrematada por um pouco de vinagre balsâmico. É só despejar sobre a massa recém-cozida e ralar queijo parmesão por cima, fica um show. Você pode escolher a massa que preferir; o penne acomoda bem os pedacinhos e sustenta o molho. Mas dá certo com outros tubos e até com fios. Sugiro usar fundos de alcachofra congelados, porém o prato fica excelente também se você preparar com fundos
de alcachofra em conserva – no caso, escorra o excesso de óleo numa peneira antes de levar à panela.
Ingredientes 400g de penne 300g de shiitake 400g de fundos de alcachofra 1 dente de alho, bem picado 1 xícara de azeite 1 xícara de queijo ralado 1/4 de xícara de salsinha bem picada 1 colher (sopa) de vinagre balsâmico Pimenta-do-reino a gosto Sal a gosto Preparo 1. Cozinhe os fundos de alcachofra em água com um pouco de sal, por 20 minutos. Se forem direto do freezer para a água, a cocção leva uns 30 minutos, ou pouco mais, até amaciarem. 2. Escorra os fundos numa peneira, passe na água fria, corte em fatias e reserve. Se for usar em conserva,
apenas corte e reserve. 3. Lave e seque os shiitakes. Tire os talos e corte os chapéus em tiras. Reserve. 4. Lave, seque e pique a salsinha. Reserve. 5. Pique o dente de alho em cubinhos pequenos. 6. Ponha numa frigideira grande o azeite e o alho, leve ao fogo até começar a chiar. Junte as alcachofras, refogue por dois minutos, junte o shiitake, deixe dois minutos. Tempere com sal e pimenta. 7. Ponha o vinagre balsâmico, adicione a salsinha, misture e desligue o fogo. 8. Cozinhe a massa em água com sal. Antes de escorrer a massa, aqueça o molho. Escorra a massa e despeje na frigideira com o molho. Sirva com parmesão ralado.
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3105-1435- 7853-2802 Expressão News - Maio/2014 - 20
Clima perfeito para saborear uma feijoada O fim de semana em Arujá promete ser de clima agradável, ideal para saborear uma feijoada, com tudo que se tem direito. Para o almoço de quarta ou de sábado o restaurante Tia Socorro servirá o tradicional prato que encanta moradores e visitantes da nossa terra. O local é simples, mas o sabor da feijoada compensa. O diferencial é a maneira de como é servida, disposta em um caldeirão de ferro, no fogão à lenha, o próprio cliente é quem se serve. No mesmo lugar (fogão) tem também o torresminho à pururuca, linguicinhas, couve mineira e carré de porco.
Gil Borges/EN
O buffet oferece ainda uma variedade de saladas, farofa, arroz, carnes assadas e massas. O sistema é por quilo, custa apenas R$ 22,99.
SERVIÇO A feijoada do Restaurante Tia Socorro – perto da rotatória da Av. Mário Covas - acontece às quartas e sábados, das 11h às 15h. Localizado na Rua Maria Aparecida Alegren, 32, no centro de Arujá. Para mais informações e reservas, ligue (11) 4651-4801.
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Mulheres elogiam vida sexual aos 70 Ativas e saudáveis, elas afirmam que a qualidade aumentou ao longo do tempo; 60% da população acima dos 60 anos pratica sexo Reprodução
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las são avós e até bisavós. Mas esqueça aquela imagem da senhora tradicional, que se dedica apenas a cozinhar para os netos e cuidar do lar. As mulheres de 70 anos de hoje malham, vão ao cinema, frequentam restaurantes com os amigos, saem para dançar e têm vida sexual ativa. Sim, nunca as mulheres da terceira idade fizeram tanto sexo. De acordo com a psiquiatra Carmita Abdo, coordenadora do Projeto Sexualidade (ProSex), do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, 50% a 60% das mulheres brasileiras de mais de 60 anos mantêm uma vida sexual ativa. Uma pesquisa americana revelou recentemente que o sexo só melhora ao longo da vida. Segundo Iris Krasnow, professora de Jornalismo e Estudos Femininos da American University, que entrevistou 150 mulheres entre 20 e 90 anos, mulheres com mais de 70, 80 ou até 90 anos desfrutam a melhor atividade sexual de suas vidas. As conclusões estão no livro Sex Expressão News - Maio/2014 - 22
Ana Maria diz que tem vida sexual 'sem grilos'.
After...: Women Share How Intimacy Changes as Life Changes, ainda sem tradução para o português. "Tenho uma vida sexual sem grilos. É só acender um fósforo que tudo pega fogo", garante a aposentada Ana Maria Vieira, de 64 anos, três filhos e cinco netas. Viúva há 11 anos, ela namora há quatro o também aposentado Nilvio Machado, de 75.
"Pode até não ter tanta quantidade, mas a qualidade é muito maior", afirma. Os dois se conheceram no Clube Carinhoso, tradicional salão de bailes da região do Ipiranga, na zona sul de São Paulo, e continuam frequentando o clube toda quinta-feira à tarde. Necessidade. Aos 84 anos, dois filhos, três netos e um bisneto, Irene Zarantonello também é frequentadora dos bailes do Carinhoso. Solteira há cerca de 20 dias, após terminar um relacionamento de um ano, ela considera sexo uma "necessidade". "É como comer, ir ao banheiro, é importante para a saúde. E hoje é melhor do que antigamente. Antes, era mais beijo e abraço. Hoje, tem umas posições bacanas", explica. Para Carmita Abdo, os avanços da medicina possibilitaram essa mudança no perfil das mulheres de mais de 60 anos. "Nessa idade, muitas sofriam com a ausência de lubrificação vaginal, o que tornava o sexo doloroso. Hoje há terapias de reposição hormonal e até cremes de uso tópico que resolvem esse problema", aponta. Mais longevas e preocupadas com a saúde, as mulheres também têm cuidados com o corpo até mais tarde. A aposentada Marli Westphal, de 63 anos, dois filhos e uma neta, corre 10 km todo dia, faz musculação e pilates. "Quanto mais exercícios eu faço, melhor eu me sinto. Estou muito satisfeita com o meu corpo", diz ela, que tem 1,68 metro e 64 kg. A vida saudável contribui para um sexo de mais qualidade, garante Marli, que é casada há 30 anos. "Tudo funciona melhor. O sexo está quase 100% mais gostoso do que quando eu era jovem." Para André Pernambuco, médico-assistente da disciplina de Geriatria da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), a mudança se deve também a fatores culturais. "Elas viveram a revolução sexual, o que provocou uma mudança de comportamento enorme. Hoje a mulher de 70 anos é uma jovem. É a nova mulher de 50", afirma.
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Daniel Guimarães
Renan e Tiago (de branco), que se casaram em Itaquera, Zona leste de São Paulo
São Paulo tem duas uniões gays por dia
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cerimônia no cartório de Itaquera, na zona leste de São Paulo, reuniu dez pessoas numa manhã de sexta-feira. Os pais de um dos noivos foram padrinhos, e a juíza fez um breve discurso sobre os compromissos da vida a dois. Tudo muito singelo a não ser pela noite de núpcias, que durou três dias. “viramos a noite na The Week (boate na zona leste) e emendamos uma balada na outra para comemorar. Só voltamos na segunda-feira”, diz Tiago de Oliveira, (27 anos), que adotou o sobrenome do marido, Renan, de 33. Retrato incomum na periferia, o casal representa um dos 20 matrimônios gays registrados em Itaquera desde março do ano passado, quando entrou em vigor regra que obriga cartórios paulistas a aceitarem casamenExpressão News - Maio/2014 - 24
tos entre pessoas do mesmo sexo. O número equivale à metade dos casamentos gays registrados em cartórios da área nobre da cidade, como Cerqueira César (41) e Bela Vista (38), segundo levantamento feito pela Arpen (Associação dos Magistrados de Pessoas Naturais do Estado). Em um ano de vigência da regra, foram registrados 701 casamentos gays na cidade, média de dois por dia. No fim do ranking, distritos como Brás e Casa Verde tiveram apenas um matrimônio homossexual. O único cartório que não registrou nenhuma união desse tipo foi o Bom Retiro, a 5 km da região da Avenida Paulista, a mais casamenteira da cidade. Para Tiago e Renan, a vida de casado não alterou a rotina. Os dois vivem com os pais, a irmã, o sobrinho e o cachorro de Renan em um apartamento de 50
metros quadrados na Cohab de Itaquera e continuam “saindo para night” juntos. “Já olharam torto, mas nunca nos ofenderam por sermos um casal. Somos mais do que isso, somos uma família”, afirma Renan. Os dois dizem que a união oficial inspirou outros seis amigos a planejarem as bodas. “O receio em se casar para um gay é o mesmo que para um hétero: encarar a rotina, ser fiel. Mostramos que pode dar certo”, diz Tiago. O próximo passo para o casal Oliveira é encontrar uma casa só para si. “Queremos morar entre Itaquera e o centro, perto do trabalho dos dois e com espaço para criar filho”, planeja Tiago.
Histórico Antes de 2013, não havia tratamento padronizado no Judiciário em relação ao casamento gay. Para acabar com o problema, o Tribunal de Justiça de SP editou norma que obriga os cartórios paulistas a acolherem o matrimônio. “Outros Estados também editaram normas. O CNJ (Conselho Nacional de Justiça), então, fez norma para sair dessa situação complicada, em que um Estado fazia casamento gay, e outro não”, diz Adriana Galvão Moura, presidente da comissão da diversidade sexual da OAB-SP. “Na prática, porém, ainda há resistência, às vezes até do escrevente, que não encaminha os papéis ao juiz”, diz Lula Remires, coordenador da ONG Corsa, de defesa dos direitos das pessoas LGBT. Também há oposições à medida no Legislativo. Membro da bancada evangélica, o deputado federal Arolde de Oliveira (PSD-RJ) fez proposta à Câmara para derrubar a norma do CNJ, a qual considera inconstitucional.
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Gás metano produzido por vacas é usado para abastecer veículos Cientistas argentinos desenvolveram tecnonogia para aproveitar o gás metano de bovinos que tem efeito estufa na atmosfera do planeta
Mochila acoplada nas costas da vaca coleta gás metano diretamente do intestino
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primeira experiência para aproveitar a energia do gás metano produzida por bovinos foi colocada em prática. Cientistas argentinos desenvolveram uma espécie de mochila para ser acoplada nas costas das vacas com capacidade para armazenar até 300 litros de metano. Um tubo é inserido no aparelho digestivo da vaca para coletar o gás, que depois é convertido em energia. A inovação poderia solucionar o problema da dependência do petróleo e ao mesmo tempo ajudar a reduzir a contaminação gerada pelas vacas durante a digestão. As emissões associadas à pecuária representam 14,5% das emissões de origem humana. Segundo a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), 18% dos gases de efeito estufa são emitidos por bovinos. Em um dia, uma vaca contamina o mesmo que um carro que percorre 60 quilômetros, segundo a FAO. Tração animal. Cada animal emite por ano 4,8 toneladas de gás metano, o mesmo liberado anualmente por uma caminhonete com tração nas quatro rodas. Uma mochila cheia de gás metano produzido por uma vaca seria suficiente para movimentar um motor de um veículo por 24 horas. A iniciativa dos cientistas argentinos tem por objetivo encontrar uma alternativa para reduzir a emissão de gás de efeito estufa e ao mesmo tempo desenvolver uma forma de aproveitamento sustentável dessa ener-
Divulgação
Gás extraído do intestino das vacas é transferido para botijões
gia que hoje é liberada na atmosfera. O sistema está sendo desenvolvido pelo Instituto Nacional da Argentina de Tecnologia Agropecuária (INTA), na periferia de Buenos Aires. Uma vaca de 550 kg poderia produzir de 800 a 1 mil litros de gás metano por dia. Emissões bovinas. As vacas são de longe as maiores responsáveis pela emissão de gases de efeito estufa, contribuindo com cerca de 25% de todo o metano produzido no planeta. Os pesquisadores responsáveis pelo projeto dizem que no futuro as fazen-
das podem vir a ser totalmente autossuficientes em termos energéticos com o aproveitamento do gás metano produzido por apenas duas vacas. Como um dos maiores produtores de carne bovina do mundo, com cerca de 55 milhões de cabeças de gado, 30% das emissões totais de gases de efeito estufa na Argentina são lançados na atmosfera pelos bovinos. Os cientistas estão trabalhando para desenvolver novas dietas para vacas que para facilitar a digestão e reduzir as emissões de gases.
para anunciar Tels: (11) 3105-1435 - 7853-2802 ID 94*134404 Expressão News - Maio/2014 - 26
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Sobre Sexo
Carmita Abdo
Você é quem sabe Até pouco tempo as definições das disfunções sexuais se baseavam nas opiniões de especialistas
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rande quantidade de informações e comentários acerca de como se definem as disfunções sexuais (falta de desejo, falta de excitação, ejaculação precoce, falta de ereção, anorgasmia, entre outras) nos tem sido disponibilizada nos últimos anos. Entretanto, um dos maiores desafios ainda é delimitar quando e em que circunstâncias um corriqueiro problema sexual passa a ser uma disfunção. Condições como a demora para conseguir ejacular e a falha de ereção podem caracterizar apenas variações da resposta sexual, absolutamente naturais, ou representar tão somente alterações transitórias daquele funcionamento sexual considerado adequado. Podem, ainda, ser sintomas de doenças, como diabetes, ou resultar de conflitos do relacionamento ou de questões de ordem pessoal — desemprego, luto, dívidas, excesso de trabalho. A evidente falta de consenso nessas definições dificulta que se conheça a prevalência dos quadros disfuncionais, ou seja, em que medida a população costuma estar propensa
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a essa ou aquela disfunção. No entanto, conhecer os índices de prevalência é fundamental para se avaliar o impacto de uma doença sobre a sociedade e estabelecer prioridades em políticas de saúde pública. Até bem pouco tempo, as definições das disfunções sexuais se baseavam nas opiniões de especialistas e não eram sustentadas por evidências clinicas. Além disso, incluíam adjetivos vagos, tais como rápido, mínimo, insatisfatório, caracterizando as disfunções respectivamente como ejaculação rápida, impotência mínima, excitação insatisfatória, e assim por diante. Felizmente, os avanços científicos deram origem a pesquisas mais bem estruturadas e com o objetivo de se conseguir melhores critérios diagnósticos. Como resultado desses esforços (e com respaldo nas queixas de pessoas comuns), “ejaculação que ocorre em 1 minuto ou menos após a penetração vaginal” é o que caracteriza essa disfunção ejaculatória — a ejaculação precoce — desde que essa precocidade seja incontrolável e cause ao homem desconforto na relação sexual.
Outra situação bastante inovadora é o reconhecimento crescente nos meios acadêmicos de que o comportamento sexual do homem e o da mulher é diferente, o que os conduz a respostas sexuais (desejo, excitação, orgasmo) próprios de cada gênero. Mais do que isso, deve-se levar em conta a complexidade das experiências sexuais que são únicas para cada pessoa. Exemplificando: as motivações das mulheres para o sexo diferem de uma para outra, determinando que o desejo sexual seja desencadeado por variados estímulos. Enquanto uma mulher é suscetível a um afago no pescoço, isso pode ser desagradável para outra que prefere um elogio “rasgado” aos seus dotes físicos, segredado ao pé do ouvido... A mais recente classificação americana (“The Diagnostic and Statistical Manual, DMS-5, 5th edition") procurou contemplar todas as questões destacadas, estabelecendo critérios e limites para distinguir o que é disfunção sexual do que não é. Essa classificação sugere também a duração de seis meses ou mais e ocorrência em mais de 75% dos encontros sexuais para se considerar uma dificuldade sexual como possível disfunção — e não apenas um problema transitório e sem relevância. Os especialistas estão revendo conceitos, adotando novos critérios, ampliando/ restringindo fronteiras. O assunto assim colocado parece complexo e distante do cotidiano do cidadão e da cidadã comuns. Nem tanto. Melhor do que qualquer manual, você pode e deve avaliar se o sexo que faz é excelente, bom ou deixa a desejar...
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