Revista expressão news 28

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PROPOSTAS DO PT ARRUINARAM DE VEZ O PAÍS Documento do partido defende a volta ao fracassado ‘novo marco’, e, com isso, cai na síndrome de que uma ideia errada precisa ser aplicada até que funcione

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nquanto a presidente Dilma e seu ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, redigem um documento sobre o que será a política econômica pós-Levy, o PT se apressou a preparar um documento próprio com propostas de mudança de rumo, a fim de conduzir o país para longe de qualquer ajuste fiscal. Já entregue ao ministro-chefe da Casa Civil, Jaques Wagner, o documento, com uma lista de 14 medidas, ficará nas gavetas palacianas, caso Dilma e Barbosa estejam de fato comprometidos com ações que restabeleçam o mínimo de confiança na estabilização da economia. Uma delas, a reforma da Previdência, com a fixação de idade mínima, ignorada pelo documento. O núcleo do documento resgata o sentido de intervenções já defendidas pelo Instituto Perseu Abramo, think tank da intelectualidade orgânica petista, sempre, em sua essência, na linha de mais impostos, para financiar mais gastos. Insanidade. Entre as medidas há questões já contempladas pelo Planalto — a equivocada volta da CPMF e o incentivo à legalização de dinheiro transferido para o exterior. E sacadas mais delirantes, como pedir emprestado à China para capitalizar empresas brasileiras, no momento em que os chineses se desdobram para estabilizar seu mercado acionário, em perigoso ciclo de baixa. Podem até emprestar, mas imagine-se a que taxas de juros, devido à perda do

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selo de bom pagador pelo Brasil junto a agências internacionais de risco. Os chineses têm se revelado especialistas em fazer bons negócios, para eles, em países e empresas com a corda no pescoço — Venezuela, Petrobras, a Argentina de Cristina K. Com viés anticapitalista, o PT, cuja militância vê o lucro como pecado, volta a defender o fim da possibilidade de as empresas abaterem do Imposto de Renda o que distribuem aos acionistas a título de juros sobre o capital próprio. Não parece inteligente, numa recessão que tende a ser a mais grave desde a causada pela crise mundial de 1929/30, descapitalizar empresas que já padecem da retração dos mercados. Assim, num paradoxo, o PT conspira contra os trabalhadores ao incentivar o desemprego, já em alta. PUBLICIDADE Tampouco demonstra entender que uma das causas importantes da taxa anêmica de investimento na economia dos últimos anos tem sido a baixa rentabilidade dos negócios. Mais impostos em geral — o sobre heranças é um inexequível mantra conhecido —, inclusive sobre as rendas mais elevadas, não apenas não conseguirão reequilibrar as contas públicas, cujo desequilíbrio é imenso, como aprofundarão a recessão. O nó tributário do país precisa ser cortado por uma ampla e cuidadosa reforma. Medidas tópicas pioram as coisas. Vide as desonerações. O documento do PT é a renovação da aposta no fracassado “novo marco macroeconômico”. Confirma a conhecida sín-


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2015: Ano da dor

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Jogar lixo no chão poderá render multa em Mogi das Cruzes

NOVO HONDA CIVIC CHEGA EM ABRIL O novo Honda Civic terá uma importante missão no Brasil. Com estilo redesenhado e opções turbinadas, caberá a ele colocar a marca japonesa de volta à briga no segmento dos sedãs médios. PÁG. 26

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Junta militar de Arujá inicia alistamento militar

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Gastronomia: Famosa hamburgueria e duas docerias que abrem este ano

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Gastronomia: doceria na região da Paulista aposta em pastéis de nata assados na hora

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Receita: bacalhau com ervas

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Impor limites é o que cria filhos mais saudáveis

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Diabetes mata mais de 100 mil pessoas por ano

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Chiquinho Scarpa faz saldão de objetos e põe a casa à venda

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Novo Civic chega em abril

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Quando brinquedo não é sinônimo só de brincadeira

CHIQUINHO SCARPA FAZ SALDÃO DE OBJETOS E PÕE A CASA À VENDA Número 9 da praça Nicolau Scarpa, no Jardim América, pode em breve deixar de ser habitado por pessoas com o mesmo sobrenome do logradouro: depois de fazer um saldão de móveis e bricabraques em esquema "família vende tudo", até o mês passado, Chiquinho Scarpa já tem interessados em pagar R$ 80 milhões pela mansão. Página 24

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Ano da dor

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alanço. No primeiro ano do segundo mandato, a presidente Dilma Rousseff sofreu com uma aguda crise política, um pedido de impeachment e, ignorando promessa de campanha, precisou adotar uma política econômica duríssima, que antes criticava. A presidente Dilma Rousseff vagou por um campo minado em 2015. No primeiro ano do segundo mandato -conquistado com a menor margem da história: 3,4 milhões de votos --, ela conviveu com uma aguda crise política, enfrentando um pedido de impeachment; lutou, mas não conseguiu evitar uma espécie de debacle econômica; teve que tentar se desviar de particiExpressão News - Janeiro/2016 - 10

pação em um grande escândalo de corrupção; e foi atacada furiosamente pelo que foi visto como uma reviravolta ideológica -- alimentada principalmente pela receita adotada para lutar contra o vendaval na economia. O que se viu em 2015 foi um governo sitiado. Frustração A candidata que prometia não mexer em direitos trabalhistas “nem que a vaca tussa” teve que ser desmentida pelo aperto financeiro. O acesso ao seguro-desemprego e à aposentadoria ficaram mais difíceis. Os servidores públicos foram às ruas, fizeram greve, mas só conseguiram um reajuste parcelado. A volta da CPMF, extinta em 2007, se tornou uma tábua de salvação das contas públicas e, inclusive, é uma receita já prevista para o próximo ano, mes-

mo impopular e sem ter sido aprovada pelo Congresso. A conta de luz, que teve uma redução expressiva antes da campanha, acabou tendo uma escalada mais íngreme do que a queda anterior. A oposição, que manteve um “terceiro turno” permanente, lutando mesmo contra pontos pelos quais se batia desde a época em que era governo, chamou a postura de “estelionato eleitoral”. Na política Os anti-Dilma “tradicionais”, porém, fizeram figuração. Eduardo Cunha, afeito aos bastidores -- muitas vezes insalubres -- da política, entrou em cena e assumiu o protagonismo. Aplicou a primeira derrota do governo ao ser eleito presidente da Câmara, cargo do qual arquitetou uma postura de incômodo permanente ao Palácio do Planalto.


Arquivo/EN

Dilma recorreu ao vice-presidente, Michel Temer, a quem coube o papel de dialogar com o Congresso. A reforma ministerial prestigiou o papel do PMDB. O bunker, porém, desmoronou justamente com Temer, que escreveu carta reclamando do papel secundário que tinha no governo. Cunha ainda mostrou for- ça, mesmo sob a espada das denúncias de manter contas no exterior e receber recursos de propina da Lava Jato. Desmascarado, o deputado rompeu formalmente com o governo e trabalhou por derrotas: aprovou, por exemplo, a redução da maioridade penal, além do reajuste dos servidores do Judiciário e de todas as aposentadorias -- os dois últimos, vetados. Como golpe mais duro, Cunha aceitou denúncia que pode resultar na abertura de um processo de impeach-

ment, que ainda terá o rito acertado numa batalha jurídica no STF (Supremo Tribunal Federal). E resistiu no cargo. Na economia Um dos motivos para a ação do impeachment foram as chamadas “pedaladas fiscais”, uma espécie de empréstimo dos bancos públicos para cobrir, por um tempo, a falta de dinheiro destinado aos programas sociais. A prática, que dribla a LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal), inclusive, agravou o desgaste de Dilma. O TCU (Tribunal de Contas da União) não aceitou a justificativa do “todo mundo já fez” -- embora “todo mundo” (governos anteriores e vários governos estaduais no poder) realmente tenha feito -- e, unanimemente, rejeitou as contas de Dilma em 2014. As “pedaladas” seguiram em 2015. A equipe econômica negou no primeiro momento, mas depois admitiu. Sob o risco de condenação por fraude na LRF, Dilma encaminhou ao Congresso o pedido para fechar as contas no vermelho. O tamanho do rombo? R$ 119 bilhões. O timoneiro da economia era o ministro Joaquim Levy. Cria do mercado financeiro, tinha o verbo “cortar” como prioridade. Dilma promoveu uma reforma administrativa. Cortou 8 dos 38 ministérios. Era só um paliativo. A economia passou a contar com recordes, todos negativos. O dólar ultrapassou os R$ 4, as famílias se endividaram, os juros subiram e a inflação extrapolou os 10%. Tanto descontrole mudou o status do Brasil no cenário econômico internacional. O país foi rebaixado pela Fitch e pela Standard&Poor’s, e perdeu o selo de bom pagador. Projetando mais um ano difícil, Levy queria um aperto de cinto maior. Além disso, o aumento de impostos seria inevitável. Dilma divergiu do ministro da Fazenda e impôs uma meta flexível para 2016 que permitiria até manter o gasto alto, mas não economizar nada. O ministro pediu demissão após 11 meses. Deu lugar a Nelson Barbosa, mais afinado com a presidente. Corrupção Dilma conheceu neste ano o “panelaço”. Bastava a petista ir à televisão para protestos com panelas se tornarem rotina de parte da popula- ção insatisfeita. A popularidade despencou. Em agosto, 71% rejeitavam Dilma, a menor popularidade de um presidente na história. Foram, ao todo, três protestos

pró-impeachment. A presidente propôs um pacote anticorrupção. Nada andou no Congresso. Defendeu-se das acusações que a campanha recebeu dinheiro de propina, denúncia feita pelo empreiteiro Ricardo Pessoa, dono da UTC, um dos grandes empresários presos na Lava Jato. A suspeita, porém, convenceu o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) a reabrir as contas de campanha do PT e, em caso de condenação, levar Dilma e Temer a perderem o mandato. A Lava Jato fez estragos na reputação do governo e virou um fantasma. Citados, dois ministros do núcleo do governo correm o risco de serem denunciados: Edinho Silva (Comunicação Social) e Aloizio Mercadante (hoje na Educação). Feliz Ano Novo? Dilma começará 2016 focada em esquecer 2015. Os planos, porém, estão longe de ser de prosperidade. As crises política e econômica tendem a se prolongar. Mais do que um ano que não acabou, a presidente precisará mostrar, enfim, um governo que começou. Governo lutou para não sucumbir O lema “Pátria Educadora”, adotado para marcar o segundo mandato, não emplacou. O país em recessão obrigou cortes em Prouni, Pronatec e Ciência Sem Fronteiras. A construção de creches também ficou longe da meta. Nome festejado, o ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, teve vida curta e a pasta entrou na barganha política. Disposta a dar normalidade ao país, Dilma lançou o Programa de Concessões de portos, aeroportos e rodovias. Na área militar, houve um acordo histórico, com a assinatura do contrato de US$ 5 bilhões para compra de caças suecos Gripen. No campo diplomático, uma vitória e uma derrota. Condenado no mensalão, Henrique Pizzolato, foragido há dois anos na Itália, foi extraditado a pedido do governo brasileiro. Por outro lado, os brasileiros Marco Archer e Rodrigo Goularte foram executados na Indonésia depois de condenados à pena de morte por tráfico de drogas. Os apelos do governo brasileiro foram ignorados. A tragédia do rompimento da barragem da Samarco, em Minas Gerais, os tornados em Santa Catarina e o avan- ço de casos de microcefalia, malformação craniana em bebês associada ao vírus zika, foram aspectos negativos que marcaram um ano duríssimo. Expressão News - Janeiro/2016 - 11


Nove toneladas de lixo são varridas diariamente do chão de Mogi das Cruzes, segundo empresa que faz a limpeza pública

Jogar lixo no chão poderá render multa em Mogi Projeto de lei tramita na Câmara de Mogi e passa por análise de comissões. Em caso de reincidência, multa passa para R$ 1.376,80.

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m projeto de lei que tramita na Câmara de Mogi das Cruzes pode regulamentar a aplicação de multa aos que forem flagrados jogando lixo nas

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ruas da cidade. O texto foi apresentado pelo vereador Marcos Furlan (PV) e passa pela análise da Assessoria Jurídica da Câmara, além das comissões de Justiça e Redação, Finanças e Orçamento. De acordo com a CS Brasil, empresa responsável pela limpeza pú-

blica da cidade, cerca de 4 toneladas de papel e terra são varridas diariamente em 9 mil quilômetros de vias atendidas pelo serviço de varrição no município. O projeto proíbe o descarte de produtos fora das lixeiras em ruas, avenidas, praças e canteiros em todo território municipal. O texto prevê que o cidadão flagrado fazendo o descarte receba um auto de infração que informe o local e hora da aplicação da multa, nome do cidadão, a descrição da infração, a identidade do agente autuante e a assinatura do autuado. A lei ainda prevê que durante a autuação, o agente possa solicitar reforço policial, se necessário. Além de multado, o infrator poderá responder civil e criminalmente pelo dano ambiental, dependendo do volume e impacto do descarte de lixo. A multa prevista é de uma Unidade Fiscal do Município (UFM), o equivalente a R$ 137,68. Em caso de reincidência, a multa passa para 10 UFMs, o mesmo que R$ 1.376,80. De acordo


com o projeto, todo valor arrecadado será destinado ao Fundo Municipal do Meio Ambiente para a manutenção e criação de Ecopontos no município. A comerciante Sheila Fiorentino, de 43 anos, é a favor da lei. "Aprovo. Infelizmente tem coisas que só aprendemos a respeitar, quando me-

xem no nosso bolso. Precisa verificar como essa fiscalização pode ser feita, mas sou favorável sim. As pessoas não são educadas", declarou. Já o jornaleiro Antônio Nunes, de 55 anos, é contra a lei. Para ele, a multa, isoladamente, não vai mudar a conduta das pessoas. "Não acredito que

Junta Militar de Arujá inicia alistamento militar Os jovens que completam 18 anos em 2016 devem se apresentar à Junta de Serviço Militar para fazer o alistamento obrigatório. A unidade fica no bairro dos Barbosas. O prazo, válido ainda para quem nasceu antes de 1998 e não se alistou, vai até 30 de junho. Indispensável a todos do sexo masculino, o alistamento deve ser feito mediante a apresentação dos documentos pessoais: certidão de

nascimento original, RG, comprovante de residência (água, luz ou telefone) e foto 3x4 em que o jovem esteja sem brinco, piercing e com testa e orelhas descobertas. O atendimento ocorre pela manhã, das 8 às 11h30, e à tarde, entre 13 e 16 horas, de segunda a segunda a sexta-feira, na Rua Professor João Feliciano, nº 75. Quem deixa de se alistar fica em dé-

aplicar multa seja eficaz. Acho que a Prefeitura tinha que colocar mais lixeiras nas ruas e fazer uma ação educativa primeiro. Depois disso sim, vir a multa. Até porque, é uma coisa que vemos sempre, mas vai ser difícil de flagrar isso", defendeu, enquanto jogava sua bituca de cigarro no chão.

bito com o Serviço Militar e proibido de tirar o passaporte ou renová-lo; prestar vestibular ou se matricular em qualquer estabelecimento de ensino; obter carteira profissional ou ser registrado e inscrever-se em concurso ou exercer cargo público. Outras informações podem ser obtidas nos telefones 4651 5672 e 4653 1230. SERVIÇO O atendimento ocorre pela manhã, das 8 às 11h30, e à tarde, entre 13 e 16 horas, de segunda a segunda a sexta-feira, na Rua Professor João Feliciano, nº 75.

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Mesa com docinhos como o cupcake, o bolo e icebox (receita à base de chantili e massa wafer) de morango

Divulgação

Famosa hamburgueria e duas docerias que abrem este ano Grifes gastronômicas de fora do país estão prontas para fincar raízes no Brasil. Veja três novidades que devem abrir em São Paulo nos próximos meses e agitar a cidade. Burger Joint Está prevista para fevereiro a abertura da famosa hamburgueria nova-iorquina. Na rua Bela Cintra, a primeira Burger Joint a abrir na capital paulista terá inspiração na matriz, que fica "escondida" dentro do hotel Le Parker Meridien. Lá, faz sucesso o hambúrguer de tamanho mais reduzido e que leva

só alface, tomate, cebola e picles.* Carlo's Bake Shop Ficará no Parque Shopping Maia, em Guarulhos, a confeitaria do norte-americano Buddy Valastro, conhecido na TV como Cake Boss. Nascido em Nova Jersey, o confeiteiro de origem italiana veio ao Brasil em 2015 para gravar um reality show. A primeira Carlo's Bake Shop fora dos Estados Unidos tem previsão de inauguração em maio e deve oferecer, em média, setenta itens, mas com toques brasileiros.* Magnolia Bakery

Ao que tudo indica, após o Carnaval a Magnolia Bakery aterrissa nos Jardins, em São Paulo. Os famosos cupcakes da finada série americana "Sex and the City" serão servidos nas versões mais populares, como baunilha, chocolate e red velvet —alguns sabores brasileiros também devem fazer parte do cardápio. Tudo preparado em pequenos lotes, sem conservantes e assados diariamente. Na esquina da rua Haddock Lobo com a alameda Lorena, a loja terá mesinhas e também produtos para serem levados para casa.

Veja todas as revistas www.expressaonews.com.br Expressão News - Janeiro/2016 - 16


Doceria na região da Paulista aposta em pastéis de nata assados na hora Marcelo Navarro

Recheio dos pastéis típicos portugueses leva (basicamente) nata, ovos, manteiga e açúcar

"Tudo o que é bom dura o tempo necessário para ser inesquecível", frase de Fernando Pessoa, estampa a parede da Manteigaria Lisboa, inaugurada no último dia 10 na região da avenida Paulista. Pois ali, esse tempo não passa de minutos. Montada para servir (rapidamente) quem vai e vem pela rua Padre João Manuel, a nova doceria não tem mesas nem cadeiras para acomodar a clientela. Conta com um balcão apenas, onde clientes comem em pé mesmo o pastel de nata (R$ 5) recém-

-saído do forno —especialidade (e única opção) do cardápio da casa. Para acompanhar o doce português, também chamado de pastel de Belém, há café, dose de licor e vinho do Porto. As fornadas saem durante todo o dia -e são anunciadas pelos badalos de um sino instalado à porta. A receita é do chef português Duval Pestana. Quem passa sempre por ali parece já ter se acostumado com o esquema. "Está quentinho?", perguntou um pedestre. Ao que a atendente disse

que sim, ele sacou o dinheiro do bolso, pegou o pastel e seguiu andando. Mordeu, e não olhou para trás. Em tempo: há uma doceria homônima em Portugal com especialidade e funcionamento idênticos -até o sino se repete. As marcas (a paulistana e a lisboeta), porém, não têm ligação. Manteigaria Lisboa - r. Pe. João Manuel, 37, Cerqueira César, região oeste, tel.: 3032-2229. Seg. a sáb.: 7h30 às 22h. Dom.: 10h às 18h.

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1/2 unidade limão (só o suco) sal e pimenta a gosto

Receita: Bacalhau com ervas Tempo de preparo: Até uma hora Rendimento: 6 porções INGREDIENTES 3 filés bacalhau dessalgado azeite a gosto 1 xícara (chá) cebola picada

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1 colher (chá) alho picado 1 xícara (chá) cenoura picada 1 xícara (chá) tomate picado 1 xícara (chá) salsão picado, sem o talo 1 xícara (chá) ervas frescas 2 xícaras (chá) vinho branco

MODO DE PREPARO - Misture os ingredientes já picados e tempere com sal e pimenta. - Em uma assadeira, coloque uma folha de papel-alumínio, com o dobro do tamanho para fora. - Regue com azeite e coloque uma camada dos ingredientes picados. Por cima, deite os filés. Regue-os com o vinho. - Faça outra camada de legumes, regue com azeite, o suco do limão, as ervas, e dobre o papel-alumínio sobre todo o peixe. Aperte bem o papel para não sair vapor Asse a 170º C por 20 minutos.


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Impor limites é o que cria filhos mais saudáveis

Dizer ‘não’ aos filhos faz com que eles se fortaleçam e criem autonomia para encarar a vida adulta, dizem os especialistas

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rianças francesas não fazem manha, diz o livro da jornalista americana Pamela Druckerman. Mas as brasileiras também não deveriam fazer, bastan-

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do para isso que os pais soubessem impor limites desde a infância. As crianças reclamam, mas gostam de limites preestabelecidos. Essa educação sem limites cria sociopatas e jovens com problemas de relacionamento social - diz Domênico, que

acredita que hoje muitos pais delegam a criação dos filhos à escola. - O que a gente quer mostrar é a importância da família na construção da saúde emocional das crianças - explica. SEM REGRAS, SEM AUTONOMIA Dizer não aos filhos é difícil, mas dizer


sim o tempo todo pode transformar uma criança mimada em um adulto sem autonomia, eternamente dependente dos pais. Essa teoria será demonstrada cientificamente pelo psiquiatra Fábio Barbirato, que dá como exemplo uma escola da Zona Sul do Rio, que manda e-mail para os pais perguntando se os alunos do 9° ano (adolescentes de, em média, 14 anos) fizeram os trabalhos de casa. “Daqui a três anos essas pessoas estarão indo para a universidade, que autonomia têm? Os pais têm obrigação de dar limites, não podem ser reféns dos filhos, até porque as crianças não vão descobrir isso sozinhas e, lá na frente, tomarão uma pancada da vida”, defende o psiquiatra. Para ele, as conquistas de todos, principalmente das crianças, devem vir através do mérito. Não sendo assim, as atitudes só vão estimular o famoso “jeitinho”. Outra crítica é em relação aos pais “amiguinhos” dos filhos: “Mãe que se veste com a saia igual à da filha não tem identidade, sem isso não tem respeito. A educadora Tania Zagury atribui a falta de limites a uma interpretação errada, de 40 anos atrás, quando se achou que a imposição de regras acarretava problemas emocionais - período que coincide justamente

com a infância de quem é pai hoje. - A função principal dos pais é formar a moral e a ética dos filhos, mas hoje a maior preocupação dos pais parece ser fazer a felicidade das crianças - observa. - Só que, se os pais fizerem tudo o que os filhos querem, a criança cresce com uma visão distorcida do mundo, não fortalece a capacidade de ouvir os “nãos” da vida. EDUCAÇÃO COMO PREVENÇÃO É difícil, mas necessário. A própria educadora admite que ninguém gosta de ver os filhos chorando. “As coisas estão tão invertidas que a mãe que educa, hoje, diz que é durona. Mas, na verdade, essa mãe educa”, diz Tania. O médico Cláudio Domênico acredita que a base da prevenção de doenças é a educação. E educação começa em casa: “O pai obeso, que come mal, não pode reclamar que os filhos comem mal. A mesma coisa com aquele que nunca deu um livro de presente para o filho, mas cobra que ele leia. São os exemplos. PUBLICIDADE Limite, como lembra Domênico, nada tem a ver com castigo. E os critérios variam, já que não há uma criança igual a outra. “Nós gostamos muito de modelos, mas nesse caso as coisas são construídas com diálogo, ouvindo os filhos. Eles também nos dizem muito”, conclui. Expressão News - Janeiro/2016 - 21


Diabetes mata mais de 100 mil pessoas por ano

Reprodução

Atividades para alertar sobre a necessidade do controle e do combate ao diabetes foram realizadas em todo o país em novembro.

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doença, causada pelo excesso de açúcar no sangue, mata mais de 100 mil pessoas por ano, segundo o Ministério da Saúde. A cantora Aline Andrade tinha 11 anos quando descobriu que estava com diabetes do tipo 1, uma alteração do organismo que suspende subitamente a produção da insulina, substância que ajuda a transformar o açúcar em energia. Por isso, ela preExpressão News - Janeiro/2016 - 24

cisa usar esse equipamento que simula o trabalho feito pelo pâncreas e fica enviando insulina para o sangue. “Comecei a perder muito peso e aí muita febre, dormindo muito, com pouca energia, tive taquicardia também, até que eu fui ao médico”, conta. A pensionista Maria Lima também convive com a restrição de açúcar e massas na alimentação. O diagnóstico dela foi o tipo 2, que tem sintomas mais leves, porque o corpo vai perdendo aos poucos a capacidade de sintetizar o açúcar. Por isso, ela só

soube do problema quando já era tarde demais e teve que amputar uma das pernas: “A gente vê que o diabetes é uma doença muito escondida”. O mais preocupante é que maioria das pessoas não sabe que tem diabetes. De acordo com a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, atualmente, 3,5 milhões de brasileiros são diabéticos e ainda não sabem. “O último censo foi em 1989 e mostrou que 7,6% da população tinha diabetes e o que era bem preocupante é que a metade não sabia que tinha diabetes,


foi descoberto durante o censo”, afirma o endocrinologista Josivan Lima. “O diabetes mata muito mais que câncer, muito mais do que inúmeras doenças, porque é a maior incidência de enfarte do miocárdio e de AVC”, alerta o médico Tadeu Alencar, presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia no Rio Grande do Norte. Além do açucar, é bom procurar diminuir o consumo das massas, frituras e gorduras. Praticar, pelo menos, meia hora de atividade física todos os dias também diminuem as chances de ter diabetes. A britânica Leonie Watson perdeu a visão aos vinte e poucos anos depois de ignorar, por muito tempo, recomendações médicas para que tratasse da diabetes. Watson conta que foi diagnosticada com diabetes tipo 1 quando ainda era criança e, na época, foi informada sobre o quanto poderia comer e sobre as injeções de insulina. "Quando fiquei um pouco mais velha perguntei ao meu pediatra por que tinha que ser deste jeito, se eu não poderia calcular o quanto de comida iria comer, medir a glicose do meu sangue e então calcular a dose de insulina sozinha. A partir deste dia não sei se ele realmente deixou eu fazer isto ou se meu subconsciente adicionou uma memória baseada na resposta dele, mas não importa. Aquele foi o momento em que a rebelião começou", contou Watson. Durante a adolescência, ela descobriu que poderia deixar de tomar uma das injeções de insulina sem grandes consequências e parou de monitorar o nível de glicose no sangue. Nessa fase ela também parou de ir ao médico para os checkups anuais. "Nos meus anos de estudante eu me esbaldei. Fumei, dancei, fui à farra e continuei ignorando o fato de que era diabética", disse. UM ANO Watson contou que perdeu a visão durante um período de apenas 12 meses, entre 1999 e 2000. "Quando o século estava terminando, eu estava trabalhando na indústria de tecnologia como desenvolvedora web. Era a época do boom do setor de dotcom e todo mundo estava se divertindo. (...)... Muitas festas insanas (...) saíamos dos clubes às seis da manhã e dirigíamos para Glastonbury só para ver o sol nascer." Mas, em uma manhã de 1999, a britânica acordou com uma ressaca e um problema. "Quando olhei no espelho percebi que podia ver uma faixa de sangue na minha linha de visão. Eu

olhava para a esquerda e para a direita, a faixa se movia devagar, como se estivesse flutuando em um líquido grosso." Ela pensou que fosse apenas uma consequência da noite agitada e esperou alguns dias até consultar um oculista, que então a encaminhou para o hospital oftalmológico mais próximo para mais exames. "Quando a diabetes não é controlada por um tempo causa uma série de problemas que não são vistos. Quando você come alguma coisa, o nível de açúcar no sangue aumenta e seu corpo produz insulina para converter aquela glicose em energia. Se não houver insulina o bastante disponível, então as células do corpo não recebem energia, elas começam a morrer e o excesso de glicose continua preso em sua corrente sanguínea", explicou Watson. A britânica explicou que a glicose também sufoca células vermelhas e evita que elas transportem oxigênio. E, segundo Watson, uma das manifestações dos danos causados pela doença é a retinopatia diabética. "Tentando conseguir oxigênio o bastante para a retina, no fundo do olho, seu corpo cria novos vasos sanguíneos para tentar compensar. Eles são criados como uma medida de emergência, então são fracos. Isto significa que eles tendem a estourar e causar hemorragia dentro do olho –criando faixas visíveis de sangue, como a que eu via." No hospital oftalmológico ela foi submetida a um tratamento com laser. "Não foi agradável. Foi preciso tomar uma injeção de anestesia no olho antes do laser ser disparado." Mas, em retrospecto, a britânica acha que este tratamento foi inútil. "Ninguém nunca me falou sobre as consequências de ter retinopatia diabética avançada, sempre foi falado em termos de uma deterioração progressiva." "Lembro do dia em que me dei conta do quanto minha visão estava piorando, foi um dia de primavera no ano 2000. Estava descendo as escadas em casa quando entendi subitamente, como se tivesse sido atingida por um raio: eu ia ficar cega. Com absoluta certeza eu sabia que perderia minha visão e poderia apenas culpar a mim mesma. Sentei na escada e desabei, chorei como criança." Watson passou por um tratamento com antidepressivos mas, como o medicamento a fazia dormir o dia inteiro, ela desistiu. Nos meses seguintes, teve que deixar o

trabalho, pois a visão foi piorando. Então veio a fase da raiva, na qual ela ficava "fora de controle e gritava ou atirava coisas contras pessoas que amava só porque elas estavam lá". Ela também se machucava fazendo tarefas diárias, o que a deixava ainda mais deprimida. "Quase no fim daquele ano, um pouco antes do Natal, o resto da minha visão foi embora. Quando penso nisto agora, parece que fui para a cama uma noite percebendo uma pequena mancha vermelha na parte mais distante da minha visão (a luz de standby da televisão do quarto) então acordei na manhã seguinte sem mais nada." Watson afirma que as pessoas pensam que a cegueira completa é como fechar os olhos ou ficar em um quarto escuro. "Não é assim de jeito nenhum. É uma completa ausência de luz, não é preto ou qualquer outra cor que eu possa descrever." RETINAS A britânica explica que suas retinas já não existem mais e ela não recebe luz no fundo dos olhos, "o que dá aos meus olhos a aparência peculiar". "Cada pupila fica permanentemente e totalmente aberta porque está tentando capturar a luz. E, estranhamente, é a aparência de meus olhos que ainda faz com que eu não tenha tanta certeza de que estou cega, mas como eu não me lembro mais como sou, talvez chegará um momento quando isto também desaparecerá sem deixar dúvidas. Estou bem adaptada a ser cega." Agora, sem ter nenhuma visão, Watson conta que sua vida está mais fácil, pois ela começou a usar mais os outros sentidos. "Não tenho uma audição ou olfato extraordinários. Mas presto mais atenção aos outros sentidos. Por exemplo, frequentemente ouço um telefone tocando quando as outras pessoas não ouvem pois estou prestando mais atenção à audição do que elas." Nos meses seguintes, depois de perder a visão completamente, Watson teve que aprender novamente coisas mais básicas: como fazer tarefas domésticas, como cozinhar, onde encontrar áudio livros, como atravessar a rua e como é beber demais quando não se consegue enxergar. "Tudo isto aconteceu há 15 anos. Em algum momento, voltei a trabalhar e agora tenho muita sorte de estar trabalhando e colaborando com muitas pessoas inteligentes. Expressão News - Janeiro/2016 - 23


Chiquinho Scarpa faz saldão de objetos e põe a casa à venda

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número 9 da praça Nicolau Scarpa, no Jardim América, pode em breve deixar de ser habitado por pessoas com o mesmo sobrenome do logradouro:

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depois de fazer um saldão de móveis e bricabraques em esquema "família vende tudo", até o mês passado, Chiquinho Scarpa já tem interessados em pagar R$ 80 milhões pela mansão. A propriedade, com 8 salas, 24 vagas para carros, 4 dormitórios

(sendo 3 deles suítes) e 10 banheiros, está à venda pela internet. O anúncio mostra dezenas de fotos do local, piscina, campo de futebol e até do quarto do conde Scarpa. Procurado, ele confirmou o anúncio, mas disse que não comentaria a propos


“ ta. Imobiliárias travam uma disputa para ver quem consegue vender a casa e levar a comissão, de cerca de 10% do valor. "Já tem um interessado. Não posso falar, mas afirmo que eu vou vender essa casa", diz Charles Hanry Calfat Salem, dono de uma corretora de luxo e filho de um dos melhores amigos de Chiquinho. O imóvel é onde Chiquinho fez a famosa ação de marketing do enterro do Bentley. No ano passado, Chiquinho apareceu em um programa da TV francesa mostrando sua casa e anunciando que ela estaria à venda por US$ 100 milhões (à época, R$ 266 milhões). Procurado pela reportagem, ele disse: "Não está à venda no mercado. É só se houver uma proposta". Não houve. O valor baixou para um

Eu estou bem, obrigado. O que me preocupa é a situação do país

terço do inicial e a família começou a se desfazer dos pertences. O bazar ofereceu artigos como lençóis, uniforme de empregados, vasos e até uma TV, vendida por R$ 100. Toalhas saíram por R$ 5. "Comprei um jogo de lençóis de linho com as iniciais dele bordadas só para fazer foto para o Instagram", diz o publicitário Ricardo Marn, fã de Chiquinho. Já itens de luxo da decoração, como um lustre de cristal, estão à venda há dois anos pelo antiquarista Luiz Mello. "O objetivo era esvaziar a casa. Havia um quarto com 231 vasos", diz Chiquinho. Ele diz que não sabe o valor arrecadado, porque o dinheiro foi para as irmãs, mas considera que deva ser entre R$ 200 mil e R$ 300 mil. "Ah, foi porcaria, pouca coisa." SOBRENOME FALIDO "Pooobre, pobre ele nunca vai ser", diz um empresário que frequenta a casa, "mas foram-se os tempos de conseguir manter um estilo de vida nababesco. Sobrenomes vão à falência." O avô de Chiquinho, que nomeia a praça, foi dono de diversos casarões

na avenida Paulista e um dos maiores acionistas do Grupo Votorantim. Amigos do conde relatam que, dos imóveis, só restaram alguns andares do prédio que leva o nome da família, na Paulista, e a casa que agora está à venda. O conde minimiza os boatos de que estaria mal das pernas. "Eu estou bem, obrigado. O que me preocupa é a situação do país", diz o economista por formação, que comemora nas redes sociais o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). Após a venda, Chiquinho se mudaria para poucos quarteirões de distância. Iria morar no apartamento de 500 m² de Marlene Nicolau, 50, uma das donas da rede de escolas Microcamp -os dois estão noivos há mais de um ano. Irmã de Chiquinho e coproprietária do imóvel, Renata McClelland Scarpa, 56, afirma desconhecer a venda da casa. "Por favor, coloque que não tenho nada a ver com isso. Nenhum de nós está sabendo nada disso." Terceirizaram a liquidação de bens da família? "Sim, terceirizamos." Expressão News - Janeiro/2016 - 25


Divulgação

Novo Civic chega em abril

O novo Honda Civic terá uma importante missão no Brasil. Com estilo redesenhado e opções turbinadas, caberá a ele colocar a marca japonesa de volta à briga no segmento dos sedãs médios.

N

o país, as vendas do modelo da atual geração desabaram quase pela metade na comparação com o mesmo período em 2013. O Civic perdeu espaço para o Toyota Corolla, que abriu vantagem de quase três carros vendidos contra um em novembro, segundo dados da Fenabrave (federação dos distribuidores de veículos). O sedã médio da Honda também sofreu com o sucesso de seus "irmãos", como o HR-V, utilitário compacto que fechou o ano vendendo, em média, 5.000 unidades por mês, quase o doExpressão News - Janeiro/2016 - 26

bro do registrado pelo Civic (2.650). ESPICHADO A Honda fez um carro novo em folha. A fabricante mudou a plataforma, criou um estilo mais ousado e adicionou itens como o piloto automático inteligente, que reduz a velocidade do sedã caso haja um modelo mais lento à sua frente. Segundo John Mendel, vice-presidente executivo da Honda Motors na América do Norte, "o resultado foi a mais ambiciosa reestilização da história do Civic". No pátio da concessionária de Las Vegas, ponto de partida da avaliação, logo chamaram a atenção os faróis dianteiros, que são contornados por LEDs e integrados a

uma nova grade frontal cromada. Para dar um toque mais esportivo ao sedã, seu capô ganhou vincos e ficou mais inclinado. As novas lanternas traseiras incorporaram a forma de bumerangues. Por dentro, o novo Civic também mudou bastante. Para começar, ficou maior e mais confortável. Na comparação com o modelo atual, cresceu 7,5 cm no comprimento, 5 cm na largura e 3 cm na distância entre eixos. Na versão americana, o porta-malas acomoda 428 litros -73 litros a mais do que o anterior. O freio de mão tradicional foi substituído por um sistema eletrônico acionado por um botão. A mudança liberou espaço extra entre os bancos da frente.


Fotos: Divulgação

O interior do Civic 2016 também foi completamente redesenhado. Mesmo em versões intermediárias, como a EX-T que foi avaliada, o tecido dos assentos é de boa qualidade. No topo de linha, há bancos revestidos em couro, com aquecimento e regulagens elétricas. Os destaques da cabine são o novo painel de instrumentos e a tela do multimídia. Além de ser sensível ao toque, aceita comandos por voz e é compatível com smartphones que usam sistemas Android ou Apple. O desenho mais arrojado do painel foi uma vitória dos projetistas. Pela escolha inicial de alguns dirigentes da Honda, a melhor opção seria o retorno de um estilo mais conservador. No fim, prevaleceu o design futurista, que diferencia o Civic do Corolla. IMPRESSÕES AO VOLANTE REVELAM PERFIL ESPORTIVO O Civic avaliado trazia o novo motor 1.5 VTEC turbo de 176 cv e câmbio automático CVT. Em um percurso que combinou largas avenidas e um trecho de via expressa, o carro mostrou agilidade e bom fôlego nas retomadas. De acordo com a Honda, o sedã acelera de zero a 100 km/h em cerca de 7s. Para comparar, o esportivo Civic Si 2.4 (206 cv) que passou pelo teste Folha-Mauá em 2014 cumpriu a prova em 8,3s. Embora tenha ficado maior, o modelo mantém a forma. Com 1.326 kg, a versão testada tem 10 kg a menos que a equivalente hoje no Brasil. Os engates automáticos do câmbio ocorrem sem solavancos, mas não há acionamento manual por borboletas no volante ou outro recurso do gênero. Só é possível regular o comportamento em modo esportivo ou econômico, por meio de um botão no console. RIGIDEZ O carro mostrou-se estável nos trechos em que foi possível acelerar mais, resultado da combinação de suspensão redesenhada com um chassi 25% mais rígido. A direção elétrica também foi revista e deixou a condução mais direta. Segundo os números da Honda, o consumo da versão 1.5 turbo com gasolina pura ficou em 13,1 km/l na cidade e 17,6 km/l na estrada. As médias serão ainda melhores quando a versão 1.0 (129 cv), igualmente turbinada, chegar ao mercado americano. Esse motor também estará disponível no Brasil, mas deverá ficar restrito a modelos menores, como o hatch Fit.

Traseira do novo modelo traz lanternas iluminadas por LEDs

Transmissão da linha 2016 é automática CVT (continuamente variável)

Painel digital foi reestilizado; instrumentos estão concentrados em uma tela com iluminação azulada Expressão News - Janeiro/2016 - 27


Cecília, de 2 anos e 9 meses, brinca com um livro acompanhada pelo pai, César Daguer: a pequena teve contato com histórias desde muito cedo e começou a esboçar primeiras palavras aos nove meses de vida

Quando brinquedo não é sinônimo só de brincadeira Crianças desenvolvem melhor a linguagem com livros e jogos tradicionais em vez de eletrônicos, diz estudo

E

m matéria de desenvolvimento da linguagem de crianças, brincadeira é assunto para ser levado a sério. É o que indica um estudo conduzido por cientistas americanos e publicado na

Expressão News - Janeiro/2016 - 28

revista médica “Jama Pediatrics”. De acordo com a pesquisa, quantidade e qualidade da fala dos pequenos estão associadas ao tipo de recreação estimulada pelos pais. Brinquedos eletrônicos — que produzem luzes, palavras e músicas — foram relacionados à di-

minuição das habilidades de comunicação das crianças quando comparados a livros e passatempos tradicionais, como quebra-cabeças de madeira e brinquedos de encaixar. A pesquisa ressalta também a importância de otimizar o tempo que os pais de crianças pequenas — hoje, em geral, ocupados por conta de trabalho e outros afazeres — se dedicam a brincadeiras com seus filhos. Os pesquisadores da Universidade do Norte do Arizona, liderados pela Ph.D. em ciências da fala e da audição Anna Sosa, chegaram a essas conclusões baseados em um experimento envolvendo 26 grupos compostos por pais e bebês de 10 a 16 meses de idade. As brincadeiras entre pais e crianças foram observadas não diretamente, mas a partir de gravações de áudio feitas em suas residências. Os participantes receberam três conjuntos de passatempos: eletrônicos (um laptop e um celular infantis, além de uma fazendinha so


Ana Branco

nora), tradicionais (um quebra-cabeça de madeira, um brinquedo de encaixar e cubos de plástico) e cinco livros temáticos de animais, formas e cores. No uso dos equipamentos eletrônicos, palavras de adultos foram utilizadas com menor frequência, e a conversação também foi mais escassa em relação aos resultados constatados nas brincadeiras tradicionais. Com laptop, celular e fazenda sonora, também foram menos constantes as respostas dadas pelos pais e a vocalização dos pequenos, além da produção de palavras de conteúdo específico. Os cientistas avaliaram também que os pais produziram uma quantidade menor de palavras na utilização de brinquedos tradicionais comparados à leitura de livros. As obras infantis também estimularam mais o uso de expressões com conteúdo específico. Os resultados mais díspares foram verificados nas brincadeiras com eletrônicos quando confrontadas com a recreação com livros. Em seguida, na comparação do uso de laptop, celular e fazenda sonora

com passatempos tradicionais. A pesquisa, porém, tem limitações significativas, sobretudo em relação ao tamanho restrito da amostra e no que diz respeito à semelhança de perfis econômicos, sociais e étnicos dos participantes. Fonoaudióloga do Setor de Psiquiatria da Infância da Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro, Katia Badin concorda com os resultados constatados pelos cientistas americanos. Para ela, “as crianças precisam brincar como crianças”: “A competência comunicativa de uma criança é desenvolvida através do incentivo e das oportunidades que seus pais criam para ela expressar suas ideias”, opina. “Jogos eletrônicos e televisão, mesmo quando acompanhados por um adulto, são atividades nas quais as oportunidades comunicativas se tornam mais restritas, visto que a atenção maior está voltada ao objeto e não ao parceiro de interação. CAROS E DESENCORAJADOS De acordo com o estudo americano, os resultados “fornecem uma base para desencorajar a compra de brinquedos eletrônicos que são promovidos como educacionais e, muitas vezes, são bastante caros. Os resultados se juntam a um grande corpo de evidências sustentando os benefícios potenciais da leitura de livros para crianças muito novas. Eles também avançam nesse sentido, demonstrando que a brincadeira com jogos tradicionais pode resultar em interações comunicativas que são tão ricas como aquelas que ocorrem durante a leitura do livro”. O texto acrescenta: “No entanto, se a ênfase está em atividades que promovem uma rica interação comunicativa entre pais e crianças, tanto brincar com brinquedos tradicionais quanto com livros podem funcionar como atividades de facilitação de linguagem, enquanto brinquedos eletrônicos devem ser desencorajados”. Pais de Cecília, de 2 anos e 9 meses, os jornalistas César Daguer e Renata Xavier começaram a ler histórias para a filha — cujo contato com eletrônicos ainda é pouco frequente — pequenina. A menina começou a falar as primeiras palavras aos 9 meses. “Estimulamos o uso de livros, ela gostou e continuamos estimulando. Lemos não apenas para dormir. Sempre pedimos para ela nos contar histórias”, explica Daguer. PUBLICIDADE “Não somos contra brinquedos ele-

trônicos, mas nunca estimulamos muito o seu uso. Cecília sempre teve muitos brinquedos lúdicos: joguinho de encaixar, por exemplo. Sempre brincamos muito com ela. Temos pouco tempo, como qualquer pai e mãe que trabalham fora e sentimos muita pena disso, mas tentamos ao máximo otimizar o tempo em que estamos com ela. Achamos importante sentar junto, ter o olho no olho”, completa Renata. Esse tipo de atividade é elogiada por Katia Badin: “Atualmente, é difícil a família onde pai e mãe não trabalhem fora, e essa condição não restringe o desenvolvimento da linguagem em nenhuma criança. Faz-se necessário, contudo, reservar momentos de conversas, afagos, brincadeiras corporais e, claro, uma boa história na hora de dormir”.

PARA ANUNCIAR (11) 7853-2802

Expressão News - Janeiro/2016 - 29



Express達o News - Janeiro/2016 - 31


Express達o News - Maio/2015 - 32


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