REVISTA EXPRESSÃO NEWS - OUTUBRO

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ÍNDICE 07

Editorial. Um preço alto

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Estado brasileiro está semiquebrado, diz Armínio Fraga

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Gilmar Mendes diz que PT tinha plano perfeito para se perpetuar no poder

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Culinária: Empreendedores do mundo dos bolos

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Restaurantes investem em prato único para se diferenciar e cortar custo

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Não consigo nem mais ir à feira

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Receita: bacalhau do chef

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Tipo de armação e cor dos óculos ajudam na composição do make

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Percentual de mulheres com obesidade é maior que o de homens

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Comheça os 10 alimentos proibidos para os pets

Gilmar Mendes diz que PT tinha plano perfeito para se perpetuar no poder O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes afirmou no mês passado que o PT, da presidente Dilma Rousseff, tinha um "plano perfeito" para se perpetuar no poder, mas foi atrapalhado pela Operação Lava Jato. Página 14

Empreendedores do mundo dos bolos Página 16

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Um preço alto Tema em discussão: Legalização do jogo para criar receita extra contra a crise

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legalização do jogo é uma aposta oportunista que, volta e meia, retorna à mesa de negociações no Congresso, patrocinada pela operosa bancada de parlamentares que emprestam o mandato ao lobby da jogatina. Por sua vez, os governos lulopetistas sempre tiveram um posição ambígua em relação ao tema, ora estimulando ensaios para a liberação do jogo, ora recuando. Não é de estranhar que, desesperado pela criação de novas receitas para tapar o buraco fiscal em que permanecem atolados o Orçamento e o país, o Planalto não tenha desestimulado, de maneira inequívoca, os movimentos no Senado que buscam abrir nova temporada de pressões em favor da volta de cassinos e similares. Ao contrário, a própria presidente Dilma Rousseff teria sondado deputados sobre a receptividade da ideia. Não faltam razões para condenar a legalização do jogo no Brasil. A decorrência mais imediata seria jogar no colo do crime organizado, dono de uma estrutura bem montada da jogatina clandestina, o controle de fato dessa atividade. O Estado não teria meios, ainda que contasse com vontade política, de conter o avanço da criminalidade sobre as apostas. As quadrilhas brasileiras que hoje dominam no subterrâneo as diversas modalidades de jogos de azar têm a expertise de burlar o controle estatal, fruto de conexões com máfias internacionais, uma evidência comprovada por operações policiais contra a exploração de máquinas caça-níqueis e similares.

A legalização também balizaria operações de lavagem de dinheiro sujo. A Operação Lava-Jato, que desmonta os esquemas lulopetistas de desvio de dinheiro criados no âmbito do petrolão, tem revelado que partidos políticos e operadores financeiros se valem de tecnologias e métodos sofisticados para sangrar o Estado. Esses grupos dominam técnicas avançadas para lavar o produto de assaltos ao caixa de órgãos públicos e outras operações ilícitas. Colocar, sob o anteparo da liberação legal, o jogo nesse pantanoso universo abrirá mais espaço para a “indústria” das lavanderias de dinheiro. Por natureza, o jogo no Brasil tem um DNA contaminado pela criminalidade, pela violência e pela burla a regras próprias de atividades que funcionam na legalidade. Legalizá-lo num país onde há uma crônica opção pela impunidade, inclusive relacionada a crimes de colarinho branco, seria um campo a mais a se abrir para criminosos operar, sob anteparo legal, seus suspeitos métodos de enriquecimento ilícito e lavagem de dinheiro. As iniciativas no Senado em favor da liberação não estão limitadas a discursos. Há propostas tramitando na Casa. Na Câmara, está para ser instalada uma comissão especial para analisar a legalização do jogo. O canto da sereia para atrair a boa vontade do governo é a perspectiva de que o jogo recolha para os cofres públicos R$ 20 bilhões por ano. Por questões éticas e por ferir compromissos do poder público com o combate à criminalidade, é um preço alto, que não vale a pena o país pagar. O caminho para superar as dificuldades fiscais do momento não pode passar por esse tipo de aposta.

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Estado brasileiro está ‘semiquebrado’, diz Arminio Fraga

O ex-presidente do Banco Central Arminio Fraga disse que o Estado brasileiro está “semiquebrado” e defendeu que o Congresso mude todo o Orçamento da União e retire as indexações que engessam o uso dos impostos e fazem o gasto aumentar automaticamente. Ele ainda afirmou que se o ajuste fiscal não for feito, o custo que será pago pela sociedade brasileira será o dobro do que o pacote apresentado pelo governo e ainda não servirá para nada. No entanto, ele alertou que a reorganização das contas públicas precisava de um ajuste ainda mais profundo e bem-feito ou haverá consequências graves. “Tem de ser um ajuste bem-feito (…) ou vamos mergulhar no abismo de todo regime populista que exite no planeta”, disse o economista no seminário do PSDB “Caminhos para o Brasil”

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A

rminio Fraga listou uma série de medidas que deveriam ser tomadas para tirar o Brasil da crise. A ideia é resolver o que ele chamou de falência do Estado e a questão de produtividade. Ele disse que a União deveria explicitar todas suas despesas num orçamento novo. Ele defende que o Congresso comece uma discussão do zero. E acabe com as vinculações. O poder da União de ser intermediário financeiro deveria ser limitado. “Tem de fazer um orçamento base zero. Isso tem de começar aqui. Não dá mais para engessar (o orçamento). As necessidades mudam. Isso precisa acabar e o Congresso tem de ser juiz disso. Disse ainda que é imprescindível uma reforma na Previdência com alguma indexação à expectativa de vida. E alertou que o Brasil tem de repensar o tamanho do Estado. “É um Estado agigantado para um país de renda média. Um Estado capturado, que defende interesses partidários. Ineficaz em entregar os serviços que a sociedade precisa. É um estado que está semiquebrado”, frisou Arminio, que completou: “Eu não sou defensor do Estado mínimo e nem máximo. Tem de ser um Estado bem administrado. Arminio questionou ainda a estabilidade do servidor público. Disse que o país tem de repensar as estatais e seus custos têm de ir para o orçamento e fazer uma reforma tributária profunda. BRASIL NÃO ESTÁ PREPARADO PARA ALTA DE JURO AMERICANO Arminio disse que decisão do banco central americano, o Federal Reserve, de mexer na taxa de juros não se compara aos problemas que o país está passando. Ele destacou, no entanto, que o Brasil não está preparado para alta dos juros nos Estados Unidos e comparou o país a um atleta de competição, mas que está obeso. “Acho que não é muito relevante se o Fed vai mexer hoje, mês que vem, daqui a seis meses. O fato é que em algum momento esse mundo de juro zero vai acabar. Isso não vai existir para sempre, deve acabar primeiro nos EUA e mais adiante na Europa e no Japão. Acho que o Brasil tem

que estar preparado para isso. Não é algo de importância comparável com o que acontece aqui dentro. Os nossos problemas são nossos (...) O Brasil não está preparado para atingir seus sonhos. O Brasil quer ser um atleta de competição, mas está obeso”, disse Fraga, depois de participar do seminário "Caminhos para o Brasil", realizado pelo PSDB no Senado. Ao ser perguntado sobre a volta da CPMF, incluído o pacote de medidas de ajuste fiscal, respondeu que o imposto é de "péssima qualidade" e mostra a situação grave das contas públicas: PUBLICIDADE “A CPMF é um imposto de péssima qualidade e espelha a emergência que estamos vivendo. O governo ter que apelar para um imposto como esse é sinal que a situação realmente não está nada boa. Em relação à situação da Petrobras, assunto discutido durante o seminário, ele defendeu que a empresa passe por uma reforma radical de governança, e futuramente, seja privatizada — proposta defendida por Gustavo Franco (ex-presidente do BC), durante o evento. “A Petrobras precisa urgentemente de uma reforma radical de governança, que dê a ela transparência e eficiência para que ela possa ser uma empresa lucrativa e especialmente uma empresa que cumpre seu papel no mercado. A mistura de objetivos públicos e privados tem se mostrado muito complicada. O caminho para por uma melhora radical de governança, que a meu ver é uma forma de privatização, que é a transformação da empresa em uma corporação. Não significa que ela não possa ter projetos de interesse público. Significa apenas que esses projetos tem que estar no orçamento”, destacou Fraga. Ele também criticou o ajuste fiscal anunciado pelo governo no mês passado por não conter reformas mais profundas, com impactos a longo prazo, como a da Previdência. Segundo ele, o pacote tem apenas medidas de curto prazo. “O Brasil precisa de reformas muito profundas, essa é a minha maior preocupação e o pacote tenta lidar com uma questão de curto prazo. Não estou querendo minimizar a importância, mas existem temas muito mais importantes, que teriam impacto.

ECONOMISTAS DO PSDB DEFENDEM AJUSTE CÍCLICO Economistas ligados ao PSDB defendem que o governo retome a proposta fiscal proposto pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, no início do ano: com o ajuste cíclico da economia, reorganização das contas públicas com poupança fiscal suficiente para estabilizar a crescente dívida pública. No entanto, o projeto não caminhou por questões políticas. Agora, a previsão é que o Brasil não consiga economizar para pagar juros do endividamento, ou seja, fazer superávit primário até 2019. “Dadas as condições, não tem como ter superávit primário neste ano, no ano que vem, nem em 2017 e nem em 2018”, alertou Mansueto de Almeida, especialista em contas públicas: “O Brasil está ultrapassando a Índia e será o país mais endividado do mundo na sua faixa de renda. Para Samuel Pessoa, que também palestrou no seminário da legenda “Caminhos para o Brasil”, a agenda de Levy deveria ser retomada e Congresso deveria mexer em "vacas sagradas" como a política de valorização do salário mínimo. Pessoa listou as consequências do que chamou de "ensaio nacional desenvolvimentista" feita pelo governo nos últimos anos. Disse que houve uma destruição de instituições e uma piora do marco legal causada pela nova matriz econômica. Frisou que, no passado, as recuperações eram rápidas do que agora, justamente, porque o país tinha fundamentos microeconômico melhores. “Estamos numa situação dramática. Estamos vendo o esgotamento de duas agendas: da sociedade e do pensamento petista. O economista ainda lamentou o fato de o custo da política ter ficado escondido por causa das pedaladas fiscal. “O problema é que quando a gente percebeu o problema, o buraco já era bem profundo”, concluiu. Mansueto lembrou que normalmente os governo optam por cuidar do social ou fazer políticas setoriais e que, desde o recrudescimento da crise financeira internacional há seis anos, o Brasil inovou. “O Brasil resolveu fazer as duas coisas. E o custo dos subsídios ficou escondido por vários anos. Expressão News - Outubro/2015 - 09


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Pedro Ladeira

O ministro Gilmar Mendes, durante sessão em que abandonou a plenária do Supremo Tribunal Federal

Gilmar Mendes diz que PT tinha ‘plano perfeito’ para se perpetuar no poder

O

ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes afirmou no mês passado que o PT, da presidente Dilma Rousseff, tinha um "plano perfeito" para se perpetuar no poder, mas foi atrapalhado pela Operação Lava Jato. Gilmar disse que o dinheiro desviado da Petrobras tinha como destino campanhas eleitorais e, combinado Expressão News - Outubro/2015 - 14

com o final do financiamento privado de campanha —bandeira antiga do partido—, faria com que o PT fosse a sigla com mais recursos em caixa. "O plano era perfeito, mas faltou combinar com os russos", afirmou. " Eles têm dinheiro para disputar eleições até 2038." O magistrado participou de seminário na sede da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), em São Paulo, onde discutiu o impacto de mudanças na legislação tributária

para o setor, ao lado do presidente da entidade, Paulo Skaf (PMDB) —próximo ao vice-presidente Michel Temer. O ministro usou o mesmo argumento em seu voto contra o fim do financiamento privado de campanha. "O partido consegue captar recursos na faixa dos bilhões de reais por contratos com a Petrobras e passa a ser o defensor do fim do financiamento privado de campanha. Eu fico emocionado, me toca o coração", ironizou, na ocasião. Gilmar acabou derrotado, já


que o STF aprovou o fim do instrumento por 8 votos a 3. Para Gilmar, o esquema revelado pela Lava Jato mostrou que a Petrobras seguia "um modelo de governança corrupta", uma "cleptocracia". Ele voltou a criticar a ação que definiu o final do financiamento privado, iniciada pela OAB (Ordem dos Advogados do Brasil). O processo, segundo o ministro, "não foi feliz do ponto de vista republicano", porque servia a interesses diretos do PT. Ele também voltou a criticar a OAB,

que chamou de "órgão sindical de advogados". Para Gilmar, a entidade perdeu relevância nas últimas décadas. Na sessão do STF, o ministro afirmou que o PT conseguiu manobrar a OAB. Ao final do julgamento, ele chegou a se desentender com o presidente do Supremo, Ricardo Lewandowski, que concedeu a palavra a um representante da OAB para rebater o voto do ministro, e acabou abandonando o plenário, antes de o advogado se manifestar. A OAB fez duras críticas ao mi-

nistro do STF, "repudiando ataques grosseiros e gratuitos, desprovidos de qualquer prova, evidencia ou base factual" contra a entidade. "O ato de abandono do plenário, por grotesco e deselegante, esse se revelou mais um espasmo autoritário de juízes que simbolizam um Poder Judiciário desconectado da democracia, perfil que nossa população, definitivamente, não tolera mais", diz trecho da nota da OAB.

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O ateliê L’art in Dolce, comandado por Vera e por sua filha, tem como foco os cursos de bolos esculpidos, cupcakes e bolachas, que respondem por 95% do faturamento. Hoje, elas atendem de 15 a 20 turmas por mês com uma média de quatro alunas cada. O curso de bolo custa R$ 700. www.veramadeira.com

As irmãs Karoline e Karen Scorzato estão no comando do ateliê Lili Glacê. A primeira é formada em gastronomia e a segunda em artes. “Começamos a trabalhar juntas e a criar coisas novas e diferentes. Na época era tudo branco e começamos a usar o aerógrafo para pintar. Acredito que nosso diferencial é a parte artística. Todo mundo fala que nosso bolo tem identidade própria e mostra nossa parte criativa da pintura”, afirma Karoline. Expressão News - Outubro/2015 - 16

Nos primeiros três anos, o trabalho da Lili glacê era feito em casa e há quatro elas mudaram para um espaço em Moema. As irmãs também se dedicam aos cursos particulares, que custam a partir de R$ 1 mil. Para diversificar o negócio, as sócias preparam o lançamento de uma linha de produtos, como pratos de porcelana, com ilustrações, e ainda investem na produção de vídeos para o YouTube, atualizados toda semana. www.liliglace.com.br


Empreendedores do mundo dos bolos

Bastou uma receita que contempla "quase 2,5 quilos de pura delícia com muito doce de leite argentino e churros" para mudar a vida do chef Bruno Veloso, de Brasília. Se você já teve suas redes sociais inundadas por imagens da receita de bolo de churros, saiba que ele é o responsável por espalhar a guloseima pelo mundo. Os bolos de churros feitos por Bruno podem ter três tamanhos - 2,5kg, 3,5kg e 6,5 - e o preço varia entre R$ 180 e R$ 190. www.brunoveloso.com.br

Em geral, os bolos mais simples custam a partir de R$ 1,5 mil e os de casamento a partir de R$ 2,5 mil. “Nenhum é igual ao outro. Não é um catálogo. Cada um é desenhado para cada cliente e para cada festa”, afirma o cake designer. www.cakedesign.com.br Expressão News - Outubro/2015 - 17


Bife que monopoliza o cardápio do L’Entrecôte de Paris, em São Paulo

Eduardo Knapp

Restaurantes investem em prato único para se diferenciar e cortar custos Zanone Fraissat

Uma doceria que só vende pastéis de nata, uma rede que servirá só champanhe com ostras e um restaurante com um cardápio resumido a gim e mexilhões. Esses são os projetos de negócios do português Duval Pestana, 60, que aposta na especialização como futuro da gastronomia. Ele não está sozinho. Nos últimos anos, surgiram no país diversos estabelecimentos focados em um único prato como estratégia para se diferenciar da concorrência. "Não quero competir com outros mercados. Prefiro ser um peixe grande em um lago pequeno", justifica Pestana, dono da Manteigaria Lisboa, que acaba de abrir sua segunda unidade em São Paulo. Economista de formação, o português vai investir cerca de R$ 2 milhões em cinco lojas da Manteigaria e já pla Expressão News - Outubro/2015 - 18

Duval Pestana, em uma das unidades da Manteigaria Lisboa, em São Paulo


Divulgação

Pastel de nata da Manteigaria Lisboa, especialidade da casa

neja abrir os outros dois modelos de restaurantes de cardápios enxutos. Além da concorrência menor, apostar em um nicho específico do mercado de restaurantes oferece outras vantagens, como a simplicidade do estoque, com poucos ingredientes, e a facilidade de treinar os funcionários. "É mais fácil negociar com os fornecedores, porque são só dois ou três", diz Pestana. Para João Gomes, da consultoria de gastronomia Casa dos Chefs, o setor de restaurantes especializados ganha força nos tempos de economia desaquecida, já que permite fazer um investimento menor para começar. Foi o caso da franquia de origem suíça L'Entrecôte de Paris, trazida ao Brasil em 2009 e cuja especialidade é o contrafilé com fritas. "Temos uma cozinha enxuta, um operacional com poucas pessoas", afirma Erica Bueno, ge-

rente de expansão do restaurante. Bueno conta que houve receio sobre a aceitação do público no começo do L'Entrecôte de Paris, que hoje tem 17 unidades no país. "No nosso caso, deu certo", diz Bueno, que não revela o faturamento da rede. O investimento em um prato único aumenta também a cobrança sobre a qualidade, diz Renata Zambon, especialista em negócios de alimentação. "Você não pode ir em um lugar que se diz especializado e ele não ser o melhor." Ela defende ainda que, mesmo com um prato único, é necessário criar versões diferentes ao longo do tempo. "Contrafilé agrada um número maior de pessoas, mas produtos específicos como brigadeiros ou bombas, nem tanto. Deve haver um cuidado para sempre oferecer algo novo para o cliente e não ser apenas uma moda passageira", recomenda Zambon. TRADIÇÃO

Para alguns restaurantes, o prato único não é uma estratégia econômica premeditada, e sim uma tradição imposta pelos clientes. No restaurante alemão Abendbrothaus, em Blumenau (SC), o marreco recheado monopoliza a cozinha desde 1986. "Botamos outros pratos, e os clientes ficaram frustrados, porque o marreco acabava antes", diz a chef do local, Josefa Jansen. O estabelecimento, a 22 km do centro da cidade, atrai cem pessoas nos domingos, único dia em que funciona. Os pedidos também ditam o menu da Casa de Noca, em Olinda (PE), que serve carne de sol com macaxeira e queijo coalho há 37 anos. Eraldo Pereira, dono do restaurante, conta que já tentou diversificar o cardápio, sem sucesso. "Foi uma decepção. Nossos clientes olhavam a foto no cardápio e iam direto na macaxeira", afirma Pereira. Expressão News - Outubro/2015 - 19


Não consigo nem mais ir à feira Com "ceboras", "flangos" e lagostas (chamada de "a rainha do mar"), a chinesa Jiang Pu, terceira colocada no programa "MasterChef", conquistou os internautas brasileiros. No dia 8 do mês passado, no episódio mais comentado da atual temporada do programa do Twitter, 45% Expressão News - Outubro/2015 - 20

dos 551 mil tuítes referentes à atração citavam a concorrente, que acabou eliminada (o que gerou revolta na rede). Em entrevista, ela disse que não consegue nem mais ir à feira do bairro por causa do assédio do público. "Eu agradeço muito todos esses elogios, mas com tantos meu ego vai

explodir e daqui a pouco vou estar olhando vocês de cima", brincou ela. Ela contou que chegou à competição por forte incentivo do marido. Para o primeiro teste, preparou um magret de pato temperado e uma salada de macarrão. Durante o programa, admitiu que teve dificuldades com o tempo imposto para


dos, "Mas eu não sentia, porque eu gosto de pimenta. Percebi que não podia usar mais meu costume e fazer comida chinesa, tinha que internacionalizar". Sobre seu famoso tempero, comentado entre os colegas de programa, Jiang explica que são três "amiguinhos": alho, cebolinha e gengibre. "Depois, pode colocar outras coisas que goste, anis-estrelado, canela, cravo." E, para deixar mais brasileiro, salsinha. "Eu trabalho mais com a memória, faço um exercício de imaginação", explica ela sobre o processo de combinar os ingredientes na hora de cozinhar. O jeito que prepara miojo pode ser um exemplo. Na entrevista, Jiang explica que faz um caldo separado e

"taca" outras ingredientes, como curry verde e limão (às vezes, até um "camarãozinho") e se está com vontade de deixar mais japonês coloca missô, tofu e cebolinha por cima. Sobre sua eliminação, a ex-participante diz não ter se sentido injustiçada. "É importante ganhar, mas também é importante perder com respeito", comentou. Por causa de seu paladar, que gosta de "mais tempero", ela torcia mais para Raul na final do programa, no dia 15, mas quem ganhou foi a concorrente. Atualmente, Jiang está montando um canal no YouTube a preparar comida chinesa com ingredientes que podem ser encontrados aqui– e considerando alguns convites.

Divulgação/Band

preparar os pratos. "Na prova de comida oriental eu me enrolei porque, como sabia muito, queria mostrar muito." QUESTÃO DE TEMPERO Outra dificuldade foi adaptar sua cozinha para o paladar brasileiro. Ela comenta que os jurados reclamavam que seus pratos estavam muito apimentaExpressão News - Outubro/2015 - 21


Luna Garcia/Divulgação

Bacalhau do chef Tempo de preparo: Até uma hora Rendimento: 1 porção Bacalhau assado no azeite INGREDIENTES 250g bacalhau em posta (dessalgado um dia antes) 1 unidade ovo cozido 1/2 unidade cebola 2 unidades batatas com pele 30g alho laminado 200ml azeite Azeitonas pretas e alecrim para deco-

rar a gosto MODO DE PREPARO Aqueça o forno a 200ºC e asse o bacalhau em 50 ml de azeite, até dourar; separadamente, asse a cebola por cerca de 30 minutos Enquanto isso, cozinhe as batatas com casca em água e sal até ficarem macias; em seguida, amasse-as com as mãos Cozinhe o ovo e reserve-o Em 50 ml de azeite, doure o alho cor-

tado em lâminas; reserve-o Coloque o bacalhau em uma travessa que possa ir ao forno; adicione as batatas e a cebola e regue com os 100 ml de azeite restantes Leve a travessa ao forno por dez minutos Depois de retirá-lo do forno, espalhe o alho dourado sobre o bacalhau e adicione o ovo cozido cortado ao meio Decore com azeitonas e alecrim e sirva imediatamente


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Guito More

Marca registrada: a pesquisadora Mariana Roither não abre mão de óculos nem de maquiagem

Tipo de armação e cor dos óculos ajudam na composição do ‘make’

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ouco mais de dois graus de miopia estão escondidos atrás dos óculos com armação de tartaruga branca e preta. O acessório é marca registrada da pesquisadora de conteúdo Mariana Roither, de 28 anos, que tem ainda outros dois mo-

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delos. Durante o dia, no trabalho, ela não tira o adereço. Durante a noite, quando sai para tomar um chope ou badalar, idem. Neste último caso, Mariana não abre mão de dar um trato no rosto: é adepta não apenas de óculos grandes e estilosos como de make por trás das lentes. Batom escuro e rímel vivem no nécessaire. Vai que... “Prefiro óculos do que lente de contato. São

Maquiadores ensinam a usar as lentes a favor da beleza mais práticos, não é preciso tirar. E acho que compõe se colocar um batom vermelho escuro, por exemplo”, opina Mariana. O processo se repete com a atriz e modelo Gabi Miranda, de 26, que usa, dia sim, outro também, filtro solar com cor, rímel e óculos preto. “Sou muito básica, mas não saio de casa sem óculos e uma pele bonita”, conta. Um dos truques sugeridos por Mônica Passos, maquiadora do Crystal Hair é definir qual a parte do rosto que será protagonista da maquiagem, para então escolher a paleta de cores, levando sempre em consideração o formato e a cor da armação dos óculos. “Se quiser tirar a atenção do óculos, a dica é usar um batom forte. Se for uma pessoa tímida usando uma armação normal, sugiro uma composição clarinha, nude. Mas tudo depende em primeiro lugar das cores do acessório”, alerta a maquiadora. O segredo, diz, é uma “pele bafônica”. Ou seja, perfeita. Mônica começa a produção usando água termal para relaxar o rosto. Depois, parte para um corretivo e uma base. Para os olhos, segue o padrão dos óculos usados pela modelo Gabi Miranda: preto e não muito grande. Inspirada no modelo, traça um delineador em forma de gatinho. Capricha no rímel, capricha na marcação do blush e capricha no batom rosa. Sem, é claro, cometer extravagâncias. “Encaro os óculos como um aliado da maquiagem. É um acessório que dá charme e seriedade”, observa Mônica, ela própria adepta de um modelo lilás e quadradinho. Na mesma linha, o maquiador David Constantino, do Visage Coiffeur, na Fonte da Saudade, optou por um olho esfumaçado em cima e embaixo nomake de Mariana Roither. O objetivo? Não brigar com a armação mesclada. Para a boca, a mesma coisa: usou cor de boca. “Os óculos são um acessório de moda que já foi incorporado à maquiagem. Mas se carregar a tinta nos olhos, corre o risco de ficar com excesso de informação no rosto”, pondera David. Sobre o uso de cílios postiços, ele percebe uma certa resistência das mulheres, mas é a favor. “Quem usa óculos e é vaidosa não precisa abrir mão do cílio postiço. Muita gente fica com a sensação de que o acessório vai esbarrar na lente, mas nem sempre acontece. E, se acontecer, é só aparar as pontinhas”, diz.


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Reprodução

Percentual de mulheres com obesidade é maior que o de homens O percentual de mulheres que sofrem de obesidade é maior do que o de homens nessa condição, apontou a Pesquisa Nacional de Saúde, divulgada no mês passado pelo IBGE.

D

e acordo com o estudo, a partir dos 35 aos 44 anos as mulheres passam a ter maior percentual de sua população com sobrepeso. Nessa faixa etária, por exemplo, 63,6% das mulheres apresentaram excesso de peso, enquanto os homens, 62,3%. Os homens lideram no sobrepeso até a faixa que vai de 30 a 34 anos. Mulheres lideExpressão News - Outubro/2015 - 26

ram, contudo, nas faixas subsequentes. As mulheres também estão na frente –desta vez em todas as faixas etárias– no percentual da população obesa, que é quando o IMC (Índice de Massa Corporal) é igual ou maior ou igual a 30 quilos por metro quadrado. A faixa que apresentou maior obesidade entre as mulheres é de 55 a 64 anos de idade, com 32,2% da população feminina nessa condição, enquanto o percentual de homens é de 23%. A circunferência da cintura, um indica-

dores de excesso de peso que pode indicar tendência a problemas cardíacos, é maior nas mulheres que nos homens. Das mulheres de 30 a 34 anos entrevistadas, 42,1% possuíam a chamada circunferência da cintura aumentada, ou seja, acima do ideal. O número aumenta gradativamente nas faixas etárias seguintes até os 65 a 74 anos, quando 70,7% das mulheres se encontram nessa situação. Homens nessa condição correspondem a 38,4% do total da faixa etária.


Brasileira está mais gorda e homem bebe demais

Um estudo feito pela primeira vez no País mostrou que as mulheres brasileiras estão acima do peso - no Rio, o número de 'gordinhas' chega a 44% - e mais de um terço dos homens bebe demais. Os dados foram divulgados pelo Ministério da Saúde no mês passado e fazem parte do Sistema de Monitoramento de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas Não Transmissíveis (Vigitel). Em São Paulo, a taxa de mulheres que estão acima do peso chega a quase 43%. Este foi o terceiro maior índice encontrado nas 26 capitais brasileiras e no Distrito Federal. As autoridades afirmam que estão preocupadas. "O índice é maior do que o

Arquivo/EN

so de peso em homens foram encontradas em Teresina (42,2%), Salvador (41,2%) e São Luís (37,2%), enquanto em mulheres foram vistas em Belém (30,9%), Teresina (29,5%) e Palmas (24,9%). O estudo também divulgou uma tendência de aumento da freqüência do excesso de peso com a idade até os 54 anos entre os homens e até os 64 anos entre mulheres. A relação entre nível de escolaridade e excesso de peso é diferente entre homens e mulheres: no sexo masculino, o excesso de peso tende a aumentar discretamente com a escolaridade, enquanto no sexo feminino o excesso de peso diminui intensamente com a escolaridade. Consumo de álcool A pesquisa ainda mostrou que um terço dos homens bebe excessivamente. A maior taxa foi encontrada em Salvador, onde 33% afirmaram que consomem mais de cinco bebidas alcoólicas por dia. No Rio de Janeiro, um em cada quatro homens bebe demais freqüentemente. O Sistema de Monitoramento de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas Não Transmissíveis (Vigitel) é um estudo feito para detectar fatores que favorecem o surgimento de doenças não transmissíveis, como as cardiovasculares, para permitir o planejamento de políticas públicas de prevenção. Ele foi realizado nas 26 capitais brasileiras e no Distrito Federal durante o ano de 2006, por meio de entrevistas telefônicas. Ao todo, 54 mil pessoas com idade acima de 18 anos foram entrevistadas sobre consumo de cigarro e álcool, atividades físicas, ingestão de alimentos, hipertensão arterial, obesidade, entre outros itens. O Vigitel será realizado anualmente, segundo o Ministério da Saúde.

que gostaríamos", disse Deborah Malta, uma das coordenadoras do estudo. A maior freqüência de adultos com excesso de peso foi encontrada no Rio de Janeiro (48,3%) e a menor, em São Luís (34,1%). O excesso de peso mostrou ser mais freqüente em homens do que em mulheres, exceto nas cidades de Recife, Rio Branco, Salvador e São Paulo, onde as freqüências foram semelhantes nos dois sexos. Entre homens, o excesso de peso foi mais freqüente em Porto Alegre (54,2%), Rio de Janeiro (52,6%) e Cuiabá (51,4%); entre mulheres, no Rio de Janeiro (44,4%), Rio Branco (43,1%) e São Paulo (42,8%). As menores freqüências de excesExpressão News - Outubro/2015 - 27


Conheça os 10 alimentos proibidos para pets

Q

uem resiste àquela carinha de pidão quando estamos comendo? Basta ficar olhando para a gente, que não resistimos e sempre damos uma lasquinha do que estamos comendo. Mas você sabia que muitos alimentos são proibidos aos cães e gatos? Alguns podem causar sérios danos e levar à intoxicação ou até morte. Para esclarecer quais alimentos realmente são proibidos ou se é apenas um mito, conversamos com a veterinária especialista em dieta caseira Sylvia Angélico, do site Cachorro Verde. Na páscoa, por exemplo, e a oferta de muito chocolate, devemos triplicar a atenção para não ocorrer nenhum aciExpressão News - Outubro/2015 - 28

dente. Pode não parecer, mas o cacau, que contém no chocolate, é extremamente tóxico para os animais. Ele tem uma substância chamada teobromina, que os pets não digerem. Quando ingerida, pode causar graves danos, inclusive neurológicos. E não precisa comer um ovo inteiro para isso. Basta só uma lasquinha para precisar correr para o veterinário. “Quanto mais puro e escuro for o chocolate, mais perigoso é, pois contém mais cacau. Isso não quer dizer que podemos dar um chocolate com pouco cacau!” afirma a Dra Sylvia. Se por acaso seu pet ingerir chocolate, independentemente da quantidade, leve imediatamente ao veterinário. Receita para a páscoa: biscoito de cenoura para cães. Mas se eu gosto tanto de um docinho, por que não posso dar para o meu cachorro?

A Dra. Sylvia explica: “O doce é uma caloria vazia. O animal irá ingerir, ganhará calorias, mas sem nenhum nutriente. Além do animal poder passar mal e engordar, o doce aumenta a chance dele se tornar seletivo e não aceitar alimento saudável. Assim como as crianças, os animais sempre vão preferir os doces”. Não são apenas os chocolates e doces que são proibidos. Descubra outros 10 vilões que jamais podem chegar à boca dos pets: • Pimentas • Uvas e passas • Cebolas e cebolinhas • Cafés e chás pretos • Macadâmia • Massa crua de pão e bolo • Álcool e drogas • Ossos de aves cozidos • Semente de maçã de pera • Semente de linhaça crua Alguns alimentos que não estão nessa lista, devem ser evitados ou consumidos com moderação. É o caso da carambola, tomate, pimentão, batata inglesa, berinjela e frutas cítricas. Dois alimentos, que costumavam ser proibitivos, foram liberados pela Dra Sylvia: “Alho e alho poró são indicados para cães saudáveis. Porém, ambos são proibidos para gatos. Carne de porco cozida também pode ser oferecida. Dê preferência por partes com menos gordura, como o lombo”.


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