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PIB e desemprego clamam pelas reformas Temer precisa acelerar mudanças já anunciadas para retirar o Estado do caminho da insolvência, a fim de que volte a confiança de investidores e consumidores

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s dados sobre desemprego e PIB, divulgados pelo IBGE em dois dias, terça e quarta, no início do mês, resumem a tragédia brasileira em curso de forma mais visível desde 2014, porém em gestação a partir do agravamento da crise mundial em fins de 2008, quando explodiu de vez a bolha imobiliária e financeira americana. As ondas de choque provocadas pela ameaça de uma quebradeira bancária a partir da decretação da falência do banco Lehman Brothers chegariam ao Brasil por inteiro em 2009, na parte final do segundo governo Lula. Sob o pretexto de enfrentar a crise, e influenciado por Dilma, chefe da Casa Civil, o governo começou a estruturar o “novo marco macroeconômico”, que terminou explodindo as finanças públicas brasileiras — e o resultado aí está. Embora informações sobre o desemprego e a recessão tenham sido divulgadas de forma separada, é claro que os dois dramas estão entrelaçados. Medido pela Pnad Contínua, nova e ampla pesquisa, o desemprego no trimestre encerrado em abril chegou a 11,2%, com aumento em relação aos 10,9% registrados no período de três meses fechado em março. É muito elevado, e o índice deverá subir ainda mais. O número de abril significa que 11,41 milhões de brasileiros estavam procurando emprego sem sucesso. Em dois anos, 4,3 milhões de brasileiros ficaram desempregados, e mais de dois milhões mergulharam nas incertezas da informalidade. Pode-se imaginar o que isso significa em milhões de famílias, em termos de qualidade de vida e, especificamente, de estresse emocional. Também é possível pensar sobre o estrago social desta crise, já superior mesmo à decorrente da Grande Depressão, em 1929/30. O PIB do primeiro trimestre do ano, revelado no início do mês, explica por que empregos dissolvem: em relação ao trimestre imediatamente anterior, o último do ano passado, ele retrocedeu 0,3%. Mas, em relação ao idêntico período de 2015,

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o tombo chegou a 5,4%. Neste conceito, é a oitava queda consecutiva. Em bases anualizadas, a recessão chegou a 4,7%. Firma-se a expectativa de a economia brasileira encolher, em dois anos, algo na faixa de 8%/9%, marca negativa inédita. As taxas negativas trimestrais mostram um arrefecimento da tendência recessiva. O 0,3% calculado pelo IBGE chegou a ser um resultado melhor que a estimativa de departamentos de análise do mercado financeiro. Mas isso não anima, porque, na hipótese mais risonha, o PIB hibernará na estagnação. Roga-se, portanto, que o governo Temer acelere o envio ao Congresso das devidas reformas e mudanças já esboçadas, cruciais para restabelecer a confiança de investidores e consumidores. Enquanto não houver a crença de que a relação entre a dívida pública e PIB deixará de escalar (ruma hoje para os 70%), em direção à insolvência do Estado, as engrenagens do crescimento não se moverão.

ERRAMOS

Foto de capa. Na edição n° 26 - novembro/2015, deixamos de publicar o crédito da foto de autoria de Hugo Martins


Quase 20% dos parlamentares não têm ensino superior

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ramita no Congresso Nacional uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que estabelece a exigência do diploma de ensino superior para a candidatura de cargos eletivos. Se o projeto for aprovado, apenas pessoas que concluíram a faculdade poderão concorrer às cadeiras de presidente da República, governador, senador, deputado federal, estadual ou distrital, prefeito e vereador. A PEC impediria, por exemplo, uma eventual candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Planalto em 2018. De acordo com um levantamento feito pelo Correio, quase 20% dos parlamentares brasileiros não possuem nível superior completo e, por isso, não poderiam ter sido elei-

tos, caso a lei já estivesse em vigor. Na Câmara, dos 513 deputados escolhidos pela população em 2014, 102 não concluíram a faculdade. Entre os senadores, 13 dos 81 não chegaram ao terceiro grau. Na esfera executiva, quatro dos 27 governadores também não são formados: Reinaldo Azambuja (PSDB-MS), Marcelo Miranda (PMDB-TO), Raimundo Colombo (PSD-SC) e Wellington Dias (PT-PI). A proposta, no entanto, abre uma brecha para que políticos com um mandato já em vigor possam buscar a reeleição para o mesmo cargo. Autor do projeto, o deputado Irajá Abreu (PSD/TO) acredita que os políticos precisam ter uma “visão mais profunda da realidade brasileira, o que a disponibilidade de conhecimentos integrados por uma visão acadêmica pode propiciar com maior

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efetividade”. “Pretendemos elevar o nível dos debates e da legislação produzida em todas as unidades federativas”, afirma no documento. “Hoje, verificamos que muitos membros do Poder Legislativo possuem, inclusive, dificuldade de leitura”, completa. Irajá lembra ainda que no Poder Judiciário essa obrigação já existe, uma vez que os membros devem, obrigatoriamente, possuir graduação em Direito. Por fim, o deputado diz que os políticos devem exemplos para a sociedade “em um país onde ainda é alto o índice de pessoas sem acesso à educação de qualidade”. Caminho Apresentada em março, a PEC conseguiu a assinatura de 190 deputados, número suficiente para que ela fosse apreciada na Câmara. Neste momento, a proposta aguarda a análise da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania. Caso receba um parecer favorável, ela deve ser votada em dois turnos no Plenário da Casa antes de seguir para o Senado, onde passará pelo mesmo trâmite. Expressão News - junho/2016 - 05


Alexandre Cassiano

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em ato no Rio de Janeiro

Lula indica que não vai disputar eleições de 2018 Ex-presidente reconhece que Dilma cometeu ‘equívocos’

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m ato no Rio, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva sinalizou que não está disposto a disputar as eleições presidenciais de 2018, ressaltando que ainda é cedo para discutir esse assunto. Ele reconheceu ainda que a presidente afastada Dilma Rousseff cometeu “equívocos”, mas disse querer que ela recupere seu mandato

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justamente para corrigir esses “erros”. “Eles estão tentando fazer toda essa desgraceira, me atacando, divulgando meus telefonemas, é medo de eu voltar. Eu queria dizer para vocês que é muito cedo para discutir 2018. Tem muita gente boa, muita gente nova, e eu já estou na idade de me aposentar”, disse ele, em ato contra o governo interino de Michel Temer e em defesa das empresas públicas. Mesmo sendo investigado pela Operação Lava-Jato, Lula é o nome mais for-

te do PT para disputar as eleições. As alternativas apontadas no partido são o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, e o ex-ministro Jaques Wagner. O primeiro precisa ser reeleito e os dois, citados em depoimentos de investigados, precisam sobreviver à Lava-Jato. Classificando o processo de impeachment como “golpe”, Lula criticou Temer por governar como já fosse presidente de fato, e não interino. Ele defendeu a volta de Dilma e ensaiou uma autocrítica, mas sem dar detalhes:


“Os coxinhas agora estão com vergonha, porque foram para a rua bater panela e o resultado não foi um risoto, foi o Temer, e eles sabem que o ministério que está montado é do Eduardo Cunha. Não estou dizendo que Dilma não cometeu equívocos, cometeu, e queremos que ela volte para corrigir os erros que cometemos. O ex-presidente atacou Temer por cortar viagens em aviões da Aeronáutica e o cartão utilizado por Dil-

ma para pagar despesas como alimentação, no Palácio da Alvorada: “Ele não tinha direito de fazer o que fez, cortou até o almoço da Dilma. Amanhã vamos comer marmitex, se for o caso, mas ele não vai impedir a gente de correr o país fazendo as denúncias que temos que fazer. Falando para uma plateia formada sobretudo por sindicalistas, Lula fez um discurso nacionalista e disse que governou para os mais pobres.

“Hoje, quando vejo toda essa história da Lava-Jato, as condições de humilhação que os petroleiros são submetidos, me orgulho de ser o presidente que mais investiu em ciência e tecnologia na Petrobras, de ter sido o presidente que mais investiu na recuperação da indústria naval. A elite brasileira nunca aceitou a Petrobras, desde a época de Monteiro Lobato “, disse Lula, sem fazer referência às denúncias de corrupção na estatal.

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Cobrança de juros superiores a 900% ao ano arrocha consumidores Instituições financeiras prometem ajudar clientes inadimplentes a limpar o nome da lista de maus pagadores, mas aplicam taxas tão pesadas que comprometem o orçamento e impossibilitam o devedor de colocar as contas em dia

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m meio ao aumento do desemprego e à elevação da inadimplência, algumas instituições financeiras ainda cobram juros superiores a 900% ao ano. Essas taxas são 55 vezes maiores que as mais baixas, que chegam a 16,7% ao ano. Por meio de slogans apelativos, que prometem limpar o nome das pessoas das listas de maus pagadores, diversas empresas atraem brasileiros desesperados para pagar as dívidas. Em meio ao nervosismo da busca por uma solução

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para colocar as contas em dia, muitos esquecem que o custo dos financiamentos compromete boa parte do orçamento e são comuns os casos de clientes que voltam para o grupo de devedores. O economista Nicola Tingas, especialista no mercado de crédito, detalha que as instituições financeiras estão mais cautelosas para oferecer linhas de crédito aos clientes. Ele explica que o aumento do desemprego e o crescimento da inadimplência reduzirão a demanda por empréstimos. Entretanto, Tingas ressalta que algumas empresas mantêm as taxas em níveis bem acima da média diante do risco que assumem ao realizar as operações. “Os brasileiros precisam ter cuidado antes de buscar qualquer instituição

financeira para que o recurso tomado não se torne um problema”, alerta. Um caso emblemático nesse mercado é o da Crefisa, empresa que atende exclusivamente servidores públicos, aposentados e pensionistas que estão negativados. A instituição financeira ostenta a segunda colocação entre as que cobram as maiores taxas do país. O custo dos financiamentos chega a 21,45% ao mês e até a 929,49% ao ano, conforme dados do Banco Central (BC). Fica atrás apenas da Facta, com juros de 989,14% ao ano. A empresa justifica que os custos dos empréstimos são praticados de acordo com a taxa média do mercado para esse perfil de clientes, considerados de alto risco.


Deputado quer limitar o juros no cartão de crédito Limitar o juros no cartão de crédito é uma das propostas de Roberto de Lucena

O deputado federal Roberto de Lucena (PV/SP) apresentou um Projeto de Lei Complementar (PLP de n.º 278/2016) que dispõe sobre a taxa de juros cobrada pelas operadoras de cartão de crédito no Brasil. O parlamentar pretende proibir essas instituições de aplicar juros abusivos para qualquer cidadão brasileiro. “Quero dar um basta na cobrança excessiva e desproporcional de juros pelas operadoras de cartão de crédito, que tem penalizado milhares de famílias, que não conseguem pagar suas dívidas no cartão devido aos juros aplicado”. Lucena vem trabalhando com afinco na Câmara Federal para conseguir mecanismos que protejam os trabalhadores, principalmente aqueles que ficaram desempregados nos últimos tempos, em razão da crise financeira que assola o país. Para isso, entrou outras ações, apresentou o PLP que tem a finalidade de limitar em 12% ao ano, os juros abusivos que ultrapassarem a média de mercado atual, que é de 12% ao mês. Hoje, de maneira abusiva, os juros chegam a quase 480%. “Não é razoável nem justo que assim o seja. Os bancos vêm apresentando lucros cada vez maio-

res. Atualmente, bancos são os investimentos com maior lucratividade no país subvertendo toda lógica de uma economia que urge desenvolver-se”, afirmou. Além disso, o projeto estabelece que, no caso de renegociação da dívida, deverá ser observada a menor taxa de juros praticada no mercado. Se o inadimplente comprovar que a dívida do cartão se deu por razão da perda de seu emprego, a renegociação da dívida junto às instituições financeiras incluirá o aumento do prazo de financiamento e a aplicação dos juros com base no sistema de juros simples e não compostos. “Os aumentos excessivos dos juros incidentes sobre os cartões de crédito contribuem para o aumento da inadimplência uma vez que as faturas atrasadas, num determinado momento, tornam-se impagáveis”, salientou. De acordo com o parlamentar, há uma distorção clara no Sistema Financeiro Nacional que contraria os princípios basilares do Estado Social de Direito e prejudicam diretamente a sociedade. A Constituição Federal de 1988 (art. 192 § 3º) limitava as taxas de juros a 12% ao ano. Historicamente, o direito brasi-

leiro buscou impor limitações ao preço do crédito por meio de diversos institutos legais, tais como a Lei da Usura (Decreto nº 22.626/1933), que impõe uma limitação de forma objetiva às taxas de juros bancários. Por sua vez, o Código de Defesa do Consumidor também impôs uma série de limitações a liberdade de contratar, resguardando o consumidor como um hipossuficiente na sua relação com os bancos. Todavia, nada disso foi suficiente para garantir a defesa dos direitos dos brasileiros. “Se abstrai do sistema constitucional brasileiro que deve haver intervenção do Estado nos contratos lesivos aos usuários do Sistema Financeiro Nacional, intervindo não de forma objetiva impondo uma determinada taxa de juros a todo o mercado, mas sim quando se fizer necessário, de forma difusa ou concreta, evitando distorções com taxas de juros muito acima da média, como é o caso das operadoras de cartão de crédito. Se assim não o for, estaríamos inaugurando um Estado Liberal a despeito de toda ordem constitucional válida, estruturada para privilegiar o Estado Social”, destacou Lucena. Expressão News - junho/2016 - 09


ENTREVISTA

Gil Borges

Bispo Natalino em sua casa fazendo anotações de sua campanha

‘Acredito na democracia como terreno de luta pela superação’

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vida do Bispo Natalino é um exemplo de fé e determinação, alicerçadas pela autoestima de quem conhece a extensão do seu próprio valor, e do valor de sua fé. Qualidade

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que, aliadas a uma capacidade inata de fazer política, aperfeiçoada por anos de experiência, são as grandes armas com que o bispo Natalino desenhou uma trajetória política incomum. Quem, afinal, ousaria apostar no futuro sucesso deste homem simples e humilde, que vive em Arujá há mais de 42 anos?

Nasceu em Mogi Mirim/SP 24 de dezembro de 1952. Casado com a professora Cleide Maria Perez Bisigati, desde 1976, Natalino sempre foi um homem muito amado por sua família e pela sociedade, pela facilidade de fazer amigos. Em 1978, se converteu ao evange em


lho através de um culto na casa de sua sogra. Natalino, ainda jovem, não teve outra saída a não ser se render totalmente ao evangelho. No dia seguinte, ao chegar na empresa onde trabalhava, falou aos seus colegas: “não contem mais comigo para encontros de farras”. Desse dia em diante, Natalino e sua mulher Cleide começaram a caminhada rumo à vida eterna. Em 1980, a Igreja Cristã Pentecostal da Bíblia do Brasil inicia seu trabalho em Arujá. A igreja que iniciou na casa do casal, cresceu e precisava de um espaço maior. Imediatamente o primeiro salão foi alugado e, logo em seguida, com a doação de um terreno, iniciou-se a construção do primeiro templo em Arujá. Em abril de 2005, o homem que pedia emprestada a penteadeira de sua mulher para celebrar a Ceia do Senhor, foi eleito Presidente Nacional da Igreja Cristã Pentecostal da Bíblia do Brasil. Foi quando se tornou bispo presidente. Em 2014, por motivo particular, pediu exoneração do cargo e abriu o ministério Igreja Bíblica Missionária, em Arujá. Em 1996, foi eleito vereador com votação expressiva. Ao ocupar uma cadeira na Câmara de Vereadores, sua atuação ajudou a escrever a história de Arujá direcionando os recursos do pedágio para uso exclusivo na Saúde. Em 2004, exerceu a função de diretor regional do Parque Rodrigo Barreto, em 2009 a mesma função nos bairros Mirante e Jardim Pinheiro. Agora, Natalino lança-se a pré-candidato à Prefeitura de Arujá, na defesa da agricultura familiar, do setor produtivo, na promoção da educação e da saúde pública de qualidade. Natalino afirma ainda, que está disposto a cumprir suas palavras proferidas em reuniões durante ao lançamento de sua pré-candidatura, que será um candidato presente e atuante sempre em defesa dos cidadãos. “Acredito na democracia como terreno de luta pela superação das desigualdades e pela construção de uma sociedade igualitária, pluralista, solidária, que deverá ser o objetivo primordial da nossa cidade.” Sua opção radical pela democracia lhe fornece norte e destino. Em função dela recusa tanto o populismo como o autoritarismo. Acredita na inteligência, na competência, na capacidade de trabalho, na contemporaneidade das idéias, capazes de influenciar decisivamente a agenda da cidade de Arujá. Natalino tem princípios e projetos.

Sempre demonstrou inequívoca disposição para o diálogo. E a capacidade de contribuir para o aperfeiçoamento de projetos - não apenas de interesse do governo - e sim da comunidade. Por que predente candidatar-se? A minha pré-candidatura a prefeito é por causa de um projeto, de um sonho de poder administrar uma cidade como Arujá. Tenho a certeza que posso fazer uma administração que trará muitos benefícios à população, o desenvolvimento da cidade e também, fazer essa administração de uma forma que a população e a municipalidade estejam mais unidas. EDUCAÇÃO Qual será a sua prioridade na Educação? A minha prioridade é manter todas as crianças arujaenses dentro da escola. E, para isso, devemos construir novas escolas porque há uma defasagem nesse setor. Como o Sr. analisa o atual sistema de ensino de nossa cidade? Embora o Ensino Municipal de Arujá seja considerado bom em relação a outros municípios do Alto Tietê, sabemos que muita coisa ainda precisa ser feita. Temos consciência da necessidade de oferecer capacitação contínua e de qualidade para o aperfeiçoamento profissional de nossos professores. Além disso, um plano que conta com a parceria da Secretaria de Esportes, reforçando a relação familiar através da realização de atividades esportivas, trazendo melhorias na questão da disciplina, obediência à regras, e principalmente saúde. SAÚDE Como melhorar a Saúde dos arujaenses? Logo no início, estaremos contratando profissionais médicos especialistas, para suprir uma carência da população arujaense, para que os pacientes não precisem se deslocar para outros municípios. Não esquecendo que Arujá precisa de um hospital público com urgência. Como melhorar a questão do atendimento de urgência no Pronto Socorro e Maternidade Municipal? Pretendemos executar no Município de Arujá um modelo de projeto viável e de sucesso aplicado em uma cidade de São Paulo e implantar a UTI neo-natal no Hospital Maternidade. O que pretende fazer, caso seja eleito, para combater ou erradicar o problema das drogas que se

alastra em todos os municípios? Nesse caso, vamos executar um plano integrado à Educação e faremos uma parceria com entidades especializadas na recuperação de drogados. ECONOMIA Quais políticas de emprego e renda pretende implantar no Município para alavancar a economia? Através da Secretaria de Desenvolvimento Econômico vamos melhorar a estrutura, trazendo para Arujá novas indústrias que possam empregar a população e capacitá-los para serem introduzidos no mercado de trabalho. Qual a sua avaliação da atual situação do comércio do Município e o que predente fazer para melhorar? O comércio de Arujá sofre uma concorrência muito forte das cidades vizinhas e de centros comerciais grandes à nossa volta. A saída será fazer campanhas promocionais incentivando o consumo no comércio local. SEGURANÇA PÚBLICA O que pretende fazer para dar segurança e paz à população arujaense? O executivo deve ter e manter um entendimento e cumprindo com as suas necessidades, um trabalho junto aos demais Poderes para que eles assumam a responsabilidade de ter um efetivo, de ter uma abordagem, de ter também uma investigação que possa ser feita com sucesso para melhorar a segurança e dar mais tranquilidade à população arujaense. O que tem em mente para enfrentar os problemas sociais ligados à violência? Esse trabalho será feito através de um projeto que visa integrar os jovens à sociedade. Sabemos da dificuldade que passa a juventude, com a falta de esclarecimento e de uma estrutura voltada para atendê-los, por isso queremos efetivar essas ações para que tenham mais oportunidades e deixem de estar à margem da sociedade, assim, consequentemente teremos mais segurança e tranquilidade para os cidadãos, visto que há muitas ocorrências envolvendo jovens. O Sr. concorda em pagar serviços de vigilância particular, quando na verdade é dever do Estado oferecê-la ao cidadão? Como todo cidadão eu penso também que a Segurança Pública deveria nos dar essa tranquilidade para todos os munícipes, para todos os cidadões. Expressão News - junho/2016 - 11


Dentro desse contexto, nós queremos contribuir com o município mantendo uma guarda municipal restruturada, preparada e equipada para garantir a segurança de nossos cidadãos. INFRAESTRUTURA E HABITAÇÃO Qual a política de habitação e moradia o Sr. pretende implantar em Arujá? Seria a continuidade da parceria com o governo do Estado, através do CDHU, trazendo casas e apartamentos populares para a nossa cidade. Por que Arujá é um dos raros municípios que não tem ainda casas populares com o convênio pelo Projeto de Habitação Minha Casa Minha Vida? A forma de mudar essa realidade é fazermos uma parceria com o governo federal, através do Projeto Minha Casa Minha Vida e viabilizar a vinda desse Projeto para nossa cidade. Quais projetos de urbanização tem em mente para nossas vias públicas? Iniciaríamos com canalizações, jar-

dinagem, arborização e substituição ou poda de árvores que trazem algum riscos de tombamento, adequando os tipos de plantas e também melhorar o visual das flores da nossa cidade, chamada Cidade Natureza. GOVERNO O Sr. tem em mente nomes ou pelo menos idéia de quem gostaria que fizesse parte de sua equipe de governo, caso seja eleito? Já tenho sim, alguns nomes que poderão nos ajudar e irão somar para a administração pública, com seus perfis. Só não tenho ainda a possibilidade de informar esses nomes, mas com certeza já temos nomes para algumas pastas. CONSIDERAÇÕES FINAIS Como pré-candidato a Prefeito de Arujá, eu tenho o compromisso de trabalhar com honestidade, com sinceridade, trazendo um governo humanizado para a nossa cidade da melhor forma possível. Tenho também, o compromisso da austeridade do trabalho, no sentido de ser firme no meu caráter como cidadão arujaense.

Bispo Natalino discursando numa reunião do PTN em Arujá. Ao fundo a líder do partido, Renata Abreu Expressão News - junho/2016 - 12


Marcela Temer, Michel Temer e Michelzinho

Znone Fraissa

Filho de 7 anos de Michel Temer tem mais de R$ 2 milhões em Imóveis em SP

A assessoria de imprensa de Temer informou que a transferência foi feita como doação, uma espécie de antecipação da herança, e que as filhas do presidente em exercício também já receberam imóveis em outros momentos Aos 7 anos de idade, completados em 2 de maio, Michel Miguel Elias Temer Lulia Filho, mais conhecido como Michelzinho, é proprietário de pelo menos dois imóveis cujos valores somados superam R$ 2 milhões. O pai, Michel Miguel Elias Temer Lulia, de 75 anos, presidente em exercício da República, passou para o nome do único herdeiro do seu casamento com Marcela Temer dois conjuntos comerciais que abrigam seu escritório político em São Paulo. Localizados no Edifício Lugano, no Itaim-Bibi, zona sul da capital paulista, cada conjunto tem 196 m² e valor venal de R$ 1 024.802, segundo a Prefeitura de São Paulo - os dados são públicos e podem ser consultados na internet. O valor de mercado costuma ser de 20% a 40% mais alto do que o valor de referência usado pela Prefeitura para calcular o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU). Mesmo assim, na declaração de bens que Temer apresentou à Justiça Eleitoral em 2014, cada conjunto é avaliado em apenas R$ 190 mil. Isso é comum nas declarações de políticos, pois os imóveis costumam ser declarados pelo valor de quando foram comprados. A legislação não obriga a atualização do valor. Doação A assessoria de imprensa de Temer informou que a transferência foi feita como doação, uma espécie de antecipação da herança, e que as filhas do presidente em exercício também já receberam imóveis em outros momentos. A assessoria não esclareceu quais imóveis foram doados para as filhas, nem em que data isso ocorreu. Luciana, Maristela e Clarissa, fruto do primeiro casamento de Temer, são proprietárias de imóveis residenciais na zona oeste de São Paulo, segundo a Prefeitura. A primeira também é dona de um escritório no mesmo prédio onde ficam os imóveis transferidos para seu irmão. Outros bens No caso da declaração de bens de Temer apresentada quando foi candidato a vice-presidente na chapa de Dilma Rousseff, a casa que possui na zona oeste de São Paulo também está subavaliada. Em 2014, o presidente em exercício declarou a residência de 415 Expressão News - junho/2016 - 13


m² no Alto de Pinheiros, comprada em 1998, por R$ 722.977,41. Na Prefeitura, o valor venal é de R$ 2.875,109. Sobre esse valor incide a cobrança de IPTU. Se a casa e os dois conjuntos do Itaim-Bibi tivessem seu valor corrigido para pelo menos o valor venal, o patrimônio declarado de Temer aumentaria em pelo menos R$ 3,6 milhões e chegaria a um

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total de mais de R$ 11 milhões. Isso não inclui outra casa, de R$ 1.434.558, no bairro do Pacaembu, pela qual ele responde a uma ação por não pagamento de IPTU, e que Temer diz ter vendido. O patrimônio do presidente interino cresceu rapidamente desde 2006. Naquele ano, Temer foi candidato a deputado federal e declarou bens no valor

de R$ 2.293.645,53. Se corrigido pelo IGP-M da Fundação Getúlio Vargas, eles corresponderiam, em 2014, a R$ 3.678.526,22. Porém, seu patrimônio declarado à Justiça Eleitoral em 2014 já havia crescido para R$ 7.521.799,27. Ou seja, mais do que dobrou acima da inflação entre duas eleições - e isso sem levar em conta a valorização dos imóveis.


‘Crise pode ser até maior do que os anos 30’, diz Henrique Meirelles O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou que o Brasil enfrenta a crise mais intensa de sua história e que não será uma surpresa se o recuo do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano for o maior desde que começou a contabilidade nacional no País. Em discurso durante evento no Palácio do Planalto, porém, Meirelles disse que o governo em exercício está tomando "medidas concretas", avaliando as razões da crise para solucioná-la. "Estamos vivendo crise mais intensa da história do Brasil. Vamos aguardar, mas não será surpresa se contração deste ano for a mais intensa desde que PIB começou a ser medido no início do século 20, até maior do que nos Anos 30. É uma crise que gerou 11 milhões de desempregados. Então, nós temos que reverter esse processo", afirmou Meirelles. O ministro destacou que o governo vem trabalhando para realizar um diagnóstico correto e preciso da situação da economia e do que levou o país a esta situação. Isso porque, segundo ele, diagnósticos equivocados no passado "levaram a erros e causaram consequências graves à economia".

"Os senhores ouvem hoje um novo discurso, um novo tom, uma nova direção. Direção que pretende de fato alterar o curso da economia brasileira, visando de fato a ter crescimento, mais oportunidade, maior renda. São intenções declaradas por todos os governos, mas este governo está tomando medidas concretas, avaliando as razões para a crise e proporcionar um crescimento sustentável para o Brasil nas próximas décadas", disse Meirelles Mais cedo, o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, disse no mesmo evento com empresários que a solução da crise não passa pelo aumento de impostos. Meirelles disse que a equipe econômica vai "olhar por trás disso" para detectar os efeitos do aumento de impostos na economia. Medidas O ministro da Fazenda afirmou também que o governo está trabalhando em um "elenco muito forte de medidas" para a retomada do crescimento. "Não tenho a menor dúvida de que, no momento em que tudo isso seja aprovado pelo Congresso, chegaremos nos próximos trimestres a retomar crescimento de forma que pode surpreender", disse. "É possível que tenhamos retomada mais forte", acrescentou o ministro. Em evento com empresários e a presença do presidente em exercício Michel Temer (PMDB), Meirelles voltou a

destacar a necessidade de reequilibrar as contas públicas e destacou erros que, segundo ele, foram praticados nas gestões passadas. "De 1997 até 2015, as despesas públicas totais do Brasil cresceram mais de 5,8% ao ano acima da inflação. Isso foi sustentado pelo aumento da tributação", disse o ministro. Segundo Meirelles, a desaceleração da economia tornou a trajetória de crescimento dos gastos insustentável. "Houve aceleração das despesas enquanto houve queda do processo de crescimento", disse. "É fundamental que se restaure a saúde das finanças públicas", defendeu. O ministro disse ainda que o estabelecimento de um teto para os gastos, com crescimento limitado à inflação daquele ano, como proposto pelo governo, já contribui para melhorar a confiança, não só de empresários, mas também de consumidores. Meirelles afirmou que as famílias estavam dentro de suas casas com medo de perder o emprego. "Este processo começa a ser revertido quando o governo sinaliza que controla suas contas", disse. Além das medidas estruturais, Meirelles afirmou que é preciso ter uma boa administração nas empresas públicas e nos serviços prestados pelo governo. Por isso, classificou como "fundamental" o projeto que prevê melhorias na governança de estatais e de fundos de pensão. "É um elenco muito forte de medidas, estamos num processo constante", afirmou o ministro. "Gosto de seguir a máxima: prometer menos, entregar mais."

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Gente de Ex�ressão

A aniversariante com Alexandre Iódice, Adriane Galisteu e Amaury Jr.

Famosos na festa de Andréa Guimarães Aproveitando a noite de sexta-feira (3), Andréa Guimarães decidiu comemorar seu aniversário com um festão de arrasar e reuniu vários famosos no Iate Clube Santos, luxuoso espaço localizado no bairro de Higienópolis, em São Paulo. Com um look todo estiloso e elegante, a conhecida produtora de eventos posou para várias fotos, com um largo sorriso no rosto, ao lado de seus ilustres convidados, como Adriane Galisteu, Alexandre Iódice, Amaury Jr, Eliana e Rodrigo Faro, entre vários outros. Expressão News - Abril/2016 - 16

Rodrigo Faro e a esposa, Vera Viel

Fotos:Francisco Cepeda/Rafhael Castello


Karina Sato com o marido, Felipe Abreu

Eliana com o namorado, Adriano Ricco

Kiko, do grupo KLB, acompanhado da namorada

Celso Russomano acompanhado da mulher ExpressĂŁo News - junho/2016 - 17


Jurema e Bruno na organização

Ato cívico comemorou os 57 anos de Arujá

Abelzinho Farnco Larini (PR), Renato Bispo Caroba, (presidente Câmara Vereadores - PT) Gabriel dos Santos (PSD) e o vice-prefeito João Bananeiro e sua mulher Expressão News - junho/2016 - 18

José Orlando (pré-candidato a vereador de Arujá - PMDB)


Fotos:Gil Borges

Bispo Natalino Bisigati (pré-candidato a prefeito de Arujá- PTN), Sílvio Estevam e sua mulher Jane (papelaria Estrelinha)

Tarcízio (restaurante Salsa e Canela) e Bispo Natalino (PTN) Expressão News - junho/2016 - 19


Açougues já registram alta superior à média dos índices, e as remarcações vão se intensificar

Com crise, inflação de alimentos volta a assustar o país Carne e leite devem encarecer muito com alta do custo da ração que o gado vai consumir no inverno, pois o clima prejudicou a safra de soja. Milho subiu ainda mais nos últimos meses, pressionando também o valor de frango e ovos Expressão News - junho/2016 - 20

Reprodução


O

preço da soja atinge em cheio o consumidor e tem obrigado analistas de mercado a rever para cima as expectativas de inflação. Em maio, o custo do grão avançou

12,38% e puxou a alta de 17,03% do farelo de soja, segundo dados do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre-FGV). Embora poucas pessoas costumem colocar esse produto no carrinho, a alta deve pressionar — e muito — o preço da carne e de outros produtos que vão para a cozinha. Com a chegada do inverno, que se inicia no dia 20, os criadores precisarão gastar mais para alimentar os animais, em período de confinamento. Diante da expectativa de aumento de custos, o repasse será inevitável ao longo da cadeia de produção, o que deve manter a inflação pressionada. Reverte-se, assim, a tendência de desaceleração registrada entre fevereiro e março. Leite e derivados também deverão sofrer com o aumento de custos. O milho também está em alta, ainda mais acentuada do que a soja, o que já impactou os preços de frango e ovos. Esses dois produtos subiram respectivamente 14,98% e 13,53% na prévia da inflação de maio, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15). A variação geral dos preços ficou em 9,62%. A carne bovina também subiu acima da média: 9,77%. Mas o maior impacto é o que está por vir. Na avaliação do superintendente adjunto de Inflação do Ibre/FGV, Salomão Quadros, os efeitos da valorização da soja devem chegar ao consumidor final em dois meses. “Isso pode interromper o processo de recuo da carestia”, disse. O analista Márcio Milan, da Tendências Consultoria, não descarta que o movimento de alta da soja provoque um arrocho sobre os custos da carne ainda em junho. Na semana passada, a saca com 60kg da soja foi vendida a R$ 89,11 no interior do Paraná, segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), o maior valor negociado na série histórica, iniciada em julho de 1997. Em relação ao mesmo período de maio, o aumento é de 13,9%. Na comparação com igual período do ano passado, o avanço é ainda maior, de 42,7%. A valorização foi tão forte que assustou o mercado, acostumado com uma alta em tal patamar apenas entre outubro e novembro, quando a oferta cai no país. O preço do milho subiu 7,93% em maio e, na comparação com o mesmo período do ano passado, a alta acumulada já é de 112,8%. Se o preço da soja se mantiver nesses patamares, Milan prevê — em um cenário otimista — aumento de 0,50% no custo médio da carne em junho e de

0,70% em julho. Caso se confirmem essas variações de preço, o IPCA fechará em 0,33% este mês e em 0,44% o próximo. Ele admite, no entanto, que as projeções devem ser revisadas para cima diante da expectativa de pressão sobre os preços dos alimentos. “A depender da intensidade, a inflação deste ano pode passar dos 7% previstos”, vaticinou. A perspectiva de alta nos preços preocupa a professora Fernanda Jacob, 41 anos, que já reduziu consideravelmente o consumo de proteína em relação ao ano passado. “Antes, comia carne quase todos os dias. Hoje, consumo em uma média de duas vezes por semana”, disse. E não é para menos. Ela calcula que os gastos com compras de supermercado subiram de 33% no período. “Se o preço se elevar ainda mais, aí que vou deixar de comprar mesmo”, lamentou. O técnico em informática Gildo Giassi Junior, 27 anos, se queixa da diminuição na frequência das confraternizações. “Fazia churrasco com os amigos duas vezes por mês. Agora, só em ocasiões especiais”, afirmou Daniel. Os fatores climáticos têm sido as principais causas da alta da soja. O excesso de chuvas na Região Centro-Oeste e no Sul comprometeu a colheita dos grãos em importantes estados produtores, como Mato Grosso, Paraná e Rio Grande do Sul, e impactou em cheio a safra na Argentina. As estimativas são de que o país vizinho, o terceiro maior produtor mundial, tenha perdido entre 8 milhões e10 milhões de toneladas devido às intensas chuvas — uma redução de até 15% da colheita prevista. Sobra água em alguns lugares e falta em outros: também houve prejuízo por conta da seca intensa na região conhecida como Matopiba, que abrange áreas de cultivo no Maranhão, em Tocantins, no Piauí e na Bahia. Os fatores climáticos não vão dar trégua. Ao contrário, devem-se esperar mais efeitos negativos, avalia o economista-chefe da MacroAgro, Carlos Thadeu Filho. Ele prevê que o fenômeno La Niña gere impactos no agronegócio a partir de outubro, especialmente na Região Sul. Dessa forma, Thadeu Filho mantém as expectativas de IPCA de 7,2% em 2016, mas elevou a projeção para 2017, de 5,5% para 6%. Outro problema é que os Estados Unidos anunciaram no início de maio que a área de plantio do grão será inferior à anterior, cedendo espaço para o milho. Com isso, o valor da soja deve continuar algo, assim como o da carne e do leite. Expressão News - junho/2016 - 21


Eduardo Anizelli

A publicitria Marina de Barros Collao com seus produtos temticos sobre diabetes

Em livro, blogueira conta aspectos negligenciados sobre o diabetes Expressão News - junho/2016 - 24

Aos 15 anos, Marina de Barros Collao, 31, era uma adolescente saudável. Ela praticava seis horas de judo por dia e vinha perdendo peso, sentindo cansaço e muita vontade de fazer xixi. Os sintomas pareciam justificáveis pelo excesso de atividade física e não a preocupavam. O pano caiu quando Marina passou mal na escola e foi imediatamente internada por três dias. Ela teve uma cetoacidose (aumento descontrolado no nível de glicose do sangue) severa que resultou em um coma diabético. Atenta, Marina não sabia que era diabética, e tinha uma vaga ideia sobre a doença. O médico que a acompanha estima que ela tenha ficado dois anos com a doença antes do diagnóstico. “Existem dois tipos de diabetes, mas no fim são todos do tipo ruim”, diz Marina, que há dois anos mantém o blog “Diabética tipo ruim”, onde reflete sobre o “lado b” da doena, e acaba de lançar um livro com o mesmo título. “Gosto de escrever sobre os aspectos negligenciados e que causam constrangimento. Falo da impotência sexual comum em diabéticos, de candidíase [corrimentos vaginais causados por fungos], de chefes que nos acham folgados quando precisamos faltar no trabalho por conta de uma hiperglicemia [pico de açucar no sangue], do sentimento de impotência que as vezes temos por conta das limitações, da falta de paciência para cumprir um monte de regras”, diz ela, que sofre de diabetes do tipo 1, que leva a uma deficiência completa na produo de insulina. Para Marina, existe uma tendência de levar a diabetes como um problema menor do que ele de fato é. “Como hoje em dia os tratamentos são eficientes, as pessoas acham que é tranquilo ter diabetes. Mesmo muitos diabéticos insistem que levam uma vida completamente normal, mas normal para mim é sair de casa sem ter que calcular quanto tempo vou passar fora ou se estou levando insumos o suficiente para a minha bomba de insulina”, diz. “De açucarado basta meu sangue, não quero fazer um retrato cor de rosa da doença”. No Brasil, mais de 16 milhões de adultos (8,1% da população nessa faixa etária) sofrem de diabetes e a doença mata 72 mil pessoas por ano, segundo um relatório da Organizao Mundial de Saúde (OMS) divulgado este ano. Marina acredita que diabéticos tentam passar uma visão amenizada da doença para evitar estigmas. “Minha vida fun


cional, mas cheia de pequenas limitações. Eu preciso faltar o trabalho uma vez no mês para buscar meus remédios na Secretaria de Saúde, por exemplo, e pelo menos uma vez no mês possível que eu tenha uma hiperglicemia que me deixe com muita dor de cabeça. Nem sempre consigo ‘agendar’ essa crise para um fim de semana, e chefes não costumam ser compreensivos”, explica. Outro percalço comum é a falta de medicamentos na rede pública.

Agora mesmo, Marina está há quatro meses sem receber insulina. “E a gente agradece quando o que falta a insulina, que custa R$ 150 por mês. Pior quando falta cateter para a bomba, que custa R$ 700”, diz ela. Marina, que era publicitária em uma agência, hoje trabalha em casa, fazendo ensaios fotográficos e usando o blog para vender artigos para diabéticos como camisetas, adesivos para enfeitar a bomba de insulina, porta-plulas e bol-

sas térmicas para guardar os remdios. “O aspecto mais difícil da diabetes é o psicológico. Aceitar que temos uma limitação para a vida toda é difícil para todo mundo. Para mim, escrever sobre o assunto e abraçar a diabetes como parte da minha personalidade foi a forma de aceitar a doença”, diz. DIABTICA TIPO RUIM AUTORA Marina de Barros Collao EDITORA Book Express PREO R$ 45 (62 pgs.)

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Brock Lesnar, o rei Midas do MMA, volta no UFC 200

Reprodução

Ex-campeão peso pesado do Ultimate e, mais importante, maior vendedor de PPV da história do esporte retorna ao octógono por uma noite

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rock Lesnar voltará a competir no octógono, anunciou o UFC na semana passada, de surpresa – ou nem tanto, porque o jornalista Ariel Helwani havia noticiado o possível acerto e foi banido da organização por fazer seu trabalho, decisão depois revogada. À parte essa tosca polêmica mal conduzida pelo Ultimate, os irmãos Fertitta e Dana White realizam o antigo sonho de ter de volta o maior

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vendedor de pay-per-view da história do MMA, mesmo que apenas no UFC 200, em 9 de julho, contra Mark Hunt. Verdade ou mentira? Antes de tudo, você precisa saber que o aqui chamado telecatch é muito popular nos Estados Unidos. Acredite ou não, o pro-wrestling é uma potência em terras norte-americanas, há muita gente que paga pacotes avulsos de PPV para assistir às lutas até bem ensaiadas. Gosto é gosto, tem que assista novela, seriado na Netflix e outras produções roteirizadas, até aí não tem nada de errado. O que causou espanto há nove anos é que um gigante – em porte físico e potencial de venda – da WWE (maior promotora de pro-wrestling do

mundo) se dispôs a deixar sua zona de conforto e passar a competir no MMA. Por ter tido uma carreira universitária vitoriosa na luta olímpica, Lesnar tinha uma base de combate para tentar a sorte e incrível vantagem física, mesmo na divisão dos pesados, mas não muito mais do que isso. Ascensão e queda. Uma estreia arrasadora contra um zé ninguém bastou para o UFC o contratar e passar a promovê-lo com uma estrela. A lógica era muito simples: fãs de MMA queriam ver a novidade e fãs de pro-wrestling vinham junto. De cara, pegou pela frente Frank Mir, um ex-campeão que estava se reerguendo após um terrível acidente de moto. Lesnar teve um bom início


no confronto, mas sua inexperiência foi determinante para acabar finalizado. Faixas pretas de jiu-jitsu faziam a festa contra wrestlers nos anos 1990, mas nem tanto em 2008, daí ficou claro que Lesnar tinha de tirar quase uma década de atraso para ser competitivo. E ele conseguiu. Atropelou os veteranos Heath Herring e Randy Couture, conquistou o título do Ultimate no processo e vingou-se de Mir – mesmo levando a luta para o chão, onde o rival tinha vantagem no papel. Lesnar era enorme, um peso pesado que tinha de desidratar para chegar ao limite de 120 Kg da divisão dos pesados, derrubava qualquer um, batia forte, enfim, tinha suas deficiências, mas parecia imbatível. Um adversário, porém, foi muito para Lesnar: a diverticulite. Muitos meses após adoecer, e metros de intestino morto retirados depois de invasivas cirurgias, Lesnar voltou ao octógono e sofreu uma surra de Shane Carwin. O adversário, no entanto, mal tinha condições de ficar em pé no segundo round e perdeu por finalização. Em seguida, em outubro de 2010, Cain Velásquez conquistou o título sem dificuldade e Lesnar só foi lutar de novo

em dezembro de 2011, quando perdeu no primeiro assalto para Alistair Overeem. Nessas três últimas lutas, Lesnar teria um desempenho melhor se não fosse a doença? É justo dizer que sim, mas é difícil imaginar o quanto. Uma vez mais. Ali teria acabado a trajetória de Lesnar no MMA. Debilitado por causa da diverticulite, ele voltou ao WWE com status de estrela da companhia e durante anos seu regresso foi cobiçado pelo UFC. Quando renovou contrato com a empresa de pro-wrestling, em 2015, exigiu que fosse liberado para fazer uma luta de MMA ao menos, termo aceito e que o Ultimate poderá pagar permitindo que Ronda Rousey se apresente no Wretlemania 33. Bom negócio para todo mundo. O que esperar neste retorno de Lesnar? Difícil prever. Certo é que sua presença dá um apelo comercial gigante ao UFC 200, que já estava muito bem montado com três disputas de título: Cormier vs. Jones II, Tate vs. Nunes e Aldo vs. Edgar II. A verdade é que a divisão dos pesados é imprevisível, lutadores que estavam no auge há dez anos seguem no top 10 da categoria e mesmo o campeão, Sti-

pe Miocic, não empolga, embora seja uma cara nova entre tantos veteranos. Hunt, o adversário, apresentou real evolução desde que deixou o kickboxing para se aventurar no MMA. Porém, embora hoje seja um lutador apto a defender quedas, essa ainda é sua maior falha e Lesnar em boa forma deverá ser capaz de conseguir derrubar, o que não se sabe é o quanto a falta de ritmo será um fator. É uma luta muito boa no papel: o rei Midas do MMA contra um nocauteador nato. Lesnar vencerá se conseguir levar para o chão, mas poderá sofrer um nocaute brutal no processo, o que nunca é ruim de se assistir. Midas. A média de pacotes de PPV vendidos em eventos com Lesnar é de 904,2 mil, por isso a volta do ex-campeão é tão importante. Aos 38 anos, é improvável que ele engate uma nova campanha para conquistar o cinturão, talvez seja algo que nem o contrato dele com a WWE permita, mas vai ser divertido vê-lo de volta. “Vocês podem me ver agora?”, gritou um ensandecido Brock Lesnar depois de conquistar o título dos pesados no UFC 91, ainda em cima do octógono. É na vontade de os fãs verem Lesnar de novo que o Ultimate aposta.

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Cena do filme "The Present", de Jacob Frey

Curta inspirado em cartum brasileiro sobre cão perneta vence 59 prêmios Baseado numa tiriinha brasileira, o curta "The Present", do diretor alemão Jacob Frey, já levou 59 prêmios no mundo todo e despertou a atenção do megaestúdio de animação Pixar. "The Present" é inspirado na tirinha "Perfeição", criada pelo brasileiro Fábio Coala em 2012, uma fábula edificante sobre a amizade entre um garoto e seu cachorrinho perneta. O cartum pode ser conferido neste www.mentirinhas.com.br/perfeicao. Frey diz que viu uma versão traduzida para o inglês do quadrinho na comunidade colaborativa de humor 9gag e que ficou "extasiado". "Eu soube imeExpressão News - junho/2016 - 28

diatamente que deveria transformar aquilo num curta de animação", conta. Segundo Frey, "um fanático por cachorros", o fato de ter um cãozinho na história "derreteu" seu coração. Ele então entrou em contato com o brasileiro Coala para adaptar a tirinha como seu projeto de graduação na Filmakademie de Luswigsburg, na Alemanha. O curta, finalizado um ano e três meses depois, tem qualidade das ani-

mações da Pixar, como pode ser conferido logo abaixo. O autor da tirinha, segundo Frey, "ficou surpreso com a qualidade do projeto". "Tanto ele quanto sua mulher choraram", afirma. Lançado em 2014, "The Present" fez uma longa carreira por festivais internacionais, ganhando 59 prêmios, incluindo o prêmio do público no Animarte, do Rio. Graças a ele, Markus Kranzler, responsável pelos efeitos visuais do curta, ganhou um emprego na Pixar, nos Estados Unidos. Já o diretor, Frey, entrou para o programa de treinamento dos estúdios de animação da Disney e trabalhou, como animador, em "Zootopia", lançado em março no Brasil. Atualmente, Frey trabalha no filme "Moana", novo longa de animação da Disney que chegará ao país em dezembro deste ano. "Até pouco tempo atrás, muitas das pessoas da Disney nem sabiam que eu fazia curtas", diz Frey. "Mas o fato de já ter realizado alguns filmes próprios é um bônus porque te torna ciente de toda a cadeia de produção de uma animação."


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