Revista Frigorífico Out12

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04 Conexão 10 Mercado 14 Por Dentro Frigoríficos 18 Aves 22 Bovinos 26 Ovinos 28 Suínos 32 CAPA: Transporte refrigerado - adequação garante maior qualidade às carnes e produtos cárneos 36 Planejamento de plantas frigoríficas: especialistas revelam como um bom projeto pode facilitar sistemas operacionais 39 Agregando valores: condimentos e aditivos proporcionam mais aroma e sabor aos alimentos 41 Top 2012 - Empresas de condimentos e aditivos 44 Feiras de negócio movimentaram o setor em setembro. Confira! 48 Acontece 56 Calendário de Eventos 58 TEC (Artigo Técnico) 60 Desenvolvimento Pessoal (Artigo) 62 Visão Empresarial (Artigos) 64 Tempinho

Índice

* Imagem da capa: veículo cedido por www.brasilhobbies.com.br, modelo em escala 1/87

EDITORIAL

EDITORIAL

Danielle Michelazzo Editora de Jornalismo

OTIMIZAR PROJETOS E AGREGAR VALOR PARA CONQUISTAR O CONSUMIDOR Acompanhar o ritmo frenético do mercado não é para qualquer empresa. A necessidade de obter novas tecnologias – que surgem a todo instante – é constante, e o consumidor muda de gostos dia após dia, como quem troca de roupa. Sem falar no estilo de vida maçante e cada vez mais corrido imposto à humanidade e que exige, consequentemente, praticidade no preparo das refeições. Mas, claro, refeições saborosas adquiridas a preços justos e com a máxima qualidade. É... Produzir alimentos que atendam todas estas características não é nada fácil! Do projeto industrial das plantas frigoríficas ao processo de produção e transporte das carnes e seus derivados da indústria para o varejo, tudo tem que ser muito bem calculado. Isso porque todo e qualquer custo, por menor que seja, reflete diretamente no preço do produto final. E em meio a tantas opções disponíveis no mercado, não há como negar que além da apresentação da mercadoria e da confiabilidade na marca, o que mais chama a atenção do consumidor é, indiscutivelmente, o preço. Nesta edição, três matérias se destacam pela abordagem dos quesitos custo-benefício e qualidade. No texto de capa, especialistas revelam o que uma planta frigorífica precisa ter para facilitar sistemas operacionais sem perder a qualidade dos produtos. Em seguida, abordamos detalhes que fazem toda a diferença nos sistemas de refrigeração em transportes e, também, como condimentos e aditivos podem agregar valor aos alimentos. Boa leitura!

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Indústrias de aves, suínos e derivados recebem auxílio do Governo Ubabef comemora a desoneração da Folha de Pagamento anunciada pelo Ministério da Fazenda As indústrias de aves, suínos e derivados estão entre os novos setores beneficiados com a desoneração da folha de pagamentos, dentro do Plano Brasil Maior, conforme anunciou o Governo Federal, em 13 de setembro. No total, mais 25 setores da economia serão contemplados, o que implicará em uma renúncia de R$ 12,8 bilhões em 2013. Em quatro anos (2013-2016), a desoneração da folha terá um custo de R$ 60 bilhões. A decisão substituirá a contribuição patronal de 20% ao INSS por uma alíquota de 1% sobre o faturamento. Além disso, as empresas exportadoras de aves e suínos que exportarem 100% da sua produção não pagarão nada sobre o faturamento. O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Mendes Ribeiro Filho, destacou o empenho de todo o Governo na retomada do crescimento da economia do país e no apoio a setores estratégicos, como o agronegócio. “As medidas anunciadas contribuirão para a redução dos custos de produção e insumos internos em um momento de alta internacional”. Ubabef comemora - O presidente da União Brasileira de Avicultura (Ubabef), Francisco Turra, comemorou o anúncio feito pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, da inclusão da avicultura brasileira entre os 25 setores que serão beneficiados. De acordo com Turra, houve longo período de negociação entre setor e ministério pela inclusão do setor avícola, desde o primeiro anúncio do benefício,

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realizado em maio deste ano. Com a desoneração, a avicultura ganha fôlego em um momento especialmente delicado, em razão da alta nos preços dos insumos básicos do setor (do milho, com 40% de alta desde o início do ano, e da soja, com 90% de elevação no mesmo período) e da redução da oferta de crédito para o setor. “Esta medida ajudará a reduzir os impactos da crise e a manter empregos nas plantas frigoríficas, que passam por drástica redução produtiva. Temos de volta parte da competitividade perdida durante a crise, o que ajudará o Brasil a manter a posição de maior exportador mundial frente aos seus principais concorrentes. Este anúncio também faz justiça a um setor que sempre fez frente como gerador de emprego e renda para o país, e auxiliador na segurança alimentar da população”, explica Turra. Atualmente, a avicultura gera mais de 500 mil empregos diretos, sendo responsável por 1,5% do PIB nacional. Com a crise atual, mais de 6 mil postos de trabalho já foram perdidos e há expectativa de redução de 10% na produção do setor durante o segundo semestre deste ano. No Brasil, a indústria de carne suína conta com 190 mil empregados e utiliza essencialmente mão de obra, ao passo que nos países concorrentes a maior parte do setor já é automatizada. As indústrias do setor, no Brasil, se concentram principalmente nos Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Goiás. Mapa e Ubabef, com edição da RF



Demanda mundial por proteína animal deve aumentar 20,4% até 2020 Carne de aves será responsável pelo maior crescimento, chegando a um avanço de cerca de 40% A demanda mundial por proteína animal aumentará 20,4% nos próximos anos, passando dos 280 milhões de toneladas atuais para 337 milhões de toneladas em 2020. A carne de aves será responsável pelo maior crescimento, com avanço de cerca de 40%, por ser o segmento mais competitivo em termos de preços. Os dados são das consultorias Agroconsult e Bigma e foram apresentados pela Equipe 2 do Rally da Pecuária 2012, para pecuaristas da região de Xinguara, no Estado do Pará. No Brasil, o consumo crescerá dos atuais 26 milhões de toneladas para 33 milhões de toneladas no mesmo período. Diferentemente do mundo, será a carne bovina que puxará esse crescimento no País, com avanço de 40%, passando de 9,33 milhões de toneladas para 13,08 milhões de toneladas. “Para atender a demanda, principalmente impulsionada pelos países emergentes e pelo aumento da urbanização, vamos ter de aumentar o abate dos atuais 39,64 milhões de cabeças/ano para 53,63 milhões de cabeças em 2022″, aponta o diretor da

Bigma Consultoria, Maurício Palma Nogueira. Entretanto, os pecuaristas brasileiros terão de superar as pressões por terra – competição de área com a agricultura – e também as econômicas. “O ritmo de produtividade precisa aumentar para o País produzir mais em pouco espaço. Para a produção se tornar mais eficiente é fundamental o uso de tecnologias e melhores práticas em manejo de gado e recuperação de pastagem”, ressaltou Nogueira. A média atual nacional de produtividade está em 3,64 arrobas por hectare ao ano e em 2022 deve alcançar 5,36 arrobas por hectare ao ano. Circuito - Organizadoras do Rally da Pecuária, as consultorias Bigma e Agroconsult passarão por nove Estados brasileiros, totalizando um percurso de aproximadamente 40 mil quilômetros, onde estão concentrados 75% do rebanho e 85% da produção de carne bovina do País. Nessa edição, serão realizados também encontros com produtores, além dos eventos já programados. Agência Estado, com edição da RF

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Ideias com futuro


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EUA visitam frigoríficos do Brasil e conferem avanços no serviço de inspeção Governo apresentou à autoridade americana os avanços nos controles oficiais e autocontroles privados O administrador do Serviço de Inspeção Americano, Alfred Almanza, esteve cinco dias no Brasil para conhecer unidades industriais de processamento de carnes. Para o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), a visita – encerrada dia 21 de setembro – foi positiva, porque deu a oportunidade de o País mostrar o modelo de inspeção e a infraestrutura das plantas, além da qualidade dos serviços dentro das unidades. O roteiro, que começou por São Paulo e encerrou em Mato Grosso do Sul, também incluiu reuniões de trabalho com representantes do Mapa, em Brasília. “Considero que o saldo foi positivo e a vinda de um chefe da inspeção americana pela primeira vez ao País mostra o interesse pelo potencial do mercado brasileiro”, disse o secretário de Defesa Agropecuária (SDA), Enio Marques. O objetivo da ação foi estreitar as relações entre os órgãos brasileiros e americanos que podem resultar no início de um processo de cooperação técnica que culminará em acordos homogêneos, além do alinhamento nos fóruns internacionais, favorecendo o co-

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mércio bilateral entre as partes. Os Estados Unidos, nos últimos anos, promoveram grandes avanços no que diz respeito à Segurança Alimentar, além de ter modernizado as estruturas administrativas, muito próximas ao que se deseja para modernização do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Dipoa) do Mapa. Habilitações - O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) reconheceu recentemente a equivalência do serviço de inspeção de carne suína do Brasil, e autorizou a habilitação de matadouros– frigoríficos de Santa Catarina para exportação de carne suína in natura para aquele país. Além disso, o Serviço de Inspeção e Segurança Alimentar (FSIS) americano ampliou essa autorização de habilitação de carne suína cozida e processada de outros estados brasileiros livres de aftosa com vacinação, desde que a industrialização ocorra em estabelecimentos com registro no Serviço de Inspeção Federal (SIF) e habilitados como produtores de matéria-prima. Mapa, com edição da RF



Mercado de luxo da carne cresce junto com aumento de renda no Brasil Tendência de aumento do consumo de proteína animal impõe novos desafios para produtores O consumo de proteína animal, especialmente de carne bovina, acompanhou o crescimento do poder aquisitivo do brasileiro e a entrada de novas famílias na classe média. E as tendências de consumo e a forma com que o setor produtivo deverá responder ao crescimento da demanda por carne foram os temas centrais debatidos na Casa RBS, na Expointer, no dia 30 de agosto Dados apresentados no evento pela consultoria BeefPoint apontam para um crescimento de 25% no mercado de luxo em 2012, o que inclui a procura por carnes selecionadas. E para oferecer o melhor produto ao consumidor, as entidades de raças bovinas estão buscando melhoramento genético e padronização da produção. Casos de sucesso de parcerias com frigoríficos, varejo e redes de fast food foram expostos durante o evento, promovido com a Associação Brasileira de Angus (ABA). Entre os exemplos, foi comentado o convênio firmado com o McDonald’s para oferecer hambúrgueres de carne angus. Desde 2003, a entidade promove o programa

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Carne Angus Certificada, que abateu, neste primeiro semestre, 100 mil animais certificados, 25% a mais que no primeiro semestre de 2011. “O consumidor pode comprar uma carne de qualidade e consumir sem o menor risco. Essa carne é macia, saborosa e suculenta”, avalia o diretor do programa, Reynaldo Salvador. Já a Associação Brasileira de Hereford e Braford mantém desde 2001 o programa Carne Certificada Pampa. Só no primeiro semestre deste ano, foram certificados 27 mil animais, número 78% superior ao mesmo período do ano passado. “Mesmo com carnes selecionadas, também podemos oferecer cortes com preços mais baratos e que vão manter padrão e qualidade aos consumidores”, declara o gerente executivo do programa, Guilherme Dias. "Hoje a carne de alto padrão vem da Argentina e do Uruguai. Mas há lugar para todos produzirem carne de qualidade", salienta Luiz Antonio Queiroz, proprietário da fazenda Jaguaretê, de Eldorado do Sul (RS), que criou o Programa Carne Macia para acompanhar o mercado. Zero Hora, com edição da RF


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Exportações brasileiras de carne suína aumentam 55,2%, enquanto carnes bovina e de frango têm altas mais modestas As exportações brasileiras de carne suína aumentaram 55,2% no último mês, na comparação com setembro de 2011, segundo dados divulgados no 1º dia do mês de outubro, pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Ainda de acordo com o órgão, os embarques do produto in natura totalizaram 54,5 mil toneladas, apresentando um avanço também na receita, que subiu 43,9%, de US$ 101,5 milhões para US$ 146,1 milhões. O preço da tonelada do produto, por outro lado, caiu 11,4%, para US$ 2.680,70. Em nota, a Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs) disse que já esperava essa reação nas vendas externas do produto. "O segundo semestre é historicamente melhor que o primeiro em vendas. Além disso, as exportações para a Rússia e países da Ásia, como a China, voltaram a crescer. E as indústrias brasileiras também estavam dispostas a vender para diminuírem o excedente de carne", disse o diretor de mercado da Abipecs, Jurandi Machado. A Abipecs considera que o volume exportado deve se manter consistente em outubro. A partir de novembro, no entanto, quando as exportações para a Rússia tendem a cair por conta do frio e do congelamento da água, o desempenho dos embarques como um todo pode ser menor. "Mas no ano teremos um desempenho positivo. Até agora já havíamos exportado mais do que no ano passado graças às compras da Rússia. Com esses números de setembro, os embarques serão ainda maiores", diz Machado. Já os embarques de carnes bovina e de frango tiveram altas mais modestas, segundo o MDIC. O volume embarcado de carne bovina aumentou 22,5% em setembro, passando de 74,2 mil toneladas para 90,9 mil toneladas. A receita cambial somou US$ 421,1 milhões, o que significa um aumento de 7,75% na comparação com os US$ 390,8 milhões de igual mês de 2011. A tonelada da proteína teve queda de 12,0% em preço, para US$ 4.632,50. A carne de frango, por sua vez, foi a única cuja receita caiu. O recuo foi de 0,28%, de US$ 567,7 milhões para US$ 566,1 milhões. O preço da tonelada do produto também diminuiu, com uma queda de 1,59%, para US$ 2.011,70. No total, foram exportadas 281,4 mil toneladas da proteína no mês passado, um avanço de 1,33% ante as 277,7 mil toneladas embarcadas em setembro de 2011. Comparação mensal - Na comparação com agosto, a carne suína também foi destaque entre as exportações. Os embarques da proteína aumentaram 15,95%. Em receita e em preço, o avanço foi de 21,34% e de 4,64%, respectivamente. Já as exportações de carne bovina cresceram 0,33% na comparação mensal, mas tanto a receita cambial quanto o preço diminuíram 0,07% e 0,40%, respectivamente. Por fim, os embarques de carne de frango caíram 1,08%, tendo a receita crescido 10,30% e o preço, 11,52%. Globo Rural, com edição da RF 06 12



Brasil amplia domínio sobre a cadeia da carne bovina no Paraguai Juntos, Minerva, JBS e Torlim respondem por cerca de 60% dos abates e exportações do país Com a recente compra do Frigomerc pelo Minerva, o Brasil ampliou seu já expressivo domínio sobre a cadeia da carne bovina no Paraguai. Fontes do mercado estimam que, juntos, Minerva, JBS e Torlim passaram a responder por cerca de 60% dos abates e exportações do país. De acordo com dados fornecidos por fontes da indústria brasileira, em 2011 as três empresas foram responsáveis por 49% – pouco mais de 72 mil das 142 mil toneladas – da carne bovina exportada do Paraguai. Assim, capturaram praticamente a metade da receita cambial do setor, ou seja, o equivalente a US$ 377 milhões de US$ 755,7 milhões. Estima-se que só o Frigomerc, a segunda maior planta do país, tenha exportado perto de 20 mil toneladas (US$ 110 milhões). Segundo o Minerva, sua nova aquisição faturou US$ 150 milhões no período – o frigorífico brasileiro não confirma, porém, os dados relativos à exportação do Frigomerc. Com isso, o Minerva, que em 2011 exportou 13,8 mil toneladas (US$ 67,8 milhões) por meio do Friasa

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– até então sua única controlada no Paraguai – espera ver sua receita saltar para mais de US$ 150 milhões, segundo seu diretor financeiro, Edison Ticle. Desse modo, sua fatia nas exportações paraguaias de carne deve saltar de 8% para perto de 20%. Entre os brasiguaios da carne, o Torlim é o líder, segundo aponta o Valor Econômico. Com capacidade de abate diário estimada entre 1,5 mil e 2 mil cabeças, o frigorífico exportou cerca de 35 mil toneladas (US$ 173 milhões) em 2011, 23% das exportações do segmento. Em segundo lugar, aparece a JBS. A empresa, que não revela a capacidade de abate no país, exportou 22,4 mil toneladas (US$ 140,9 milhões) em 2011, uma participação de 19%. O Paraguai tornou-se atraente devido aos custos mais baixos e, nas palavras de Ticle, ao "ambiente de negócios muito mais amigável e racional do que no Brasil", com uma legislação trabalhista "flexível" e um sistema tributário bastante simples. Valor Econômico, com edição da RF



Abrafrigo visa servir de vetor de informações aos frigoríficos brasileiros Proposta incide sobre a legislação ambiental e as responsabilidades pelo seu devido cumprimento Desde que a pecuária foi relacionada ao desmatamento da Amazônia, a partir de 2009, as entidades ligadas à produção de carne bovina têm procurado orientar seus associados para que não comprem gado de áreas embargadas e provenientes de terras indígenas, bem como de fazendas que figurem na lista de trabalho escravo ou que estejam envolvidas em conflitos agrários e grilagem de terras, além de outras sanções previstas em Lei. Em reunião com a Procuradoria Geral da República (PGR), no dia 31 de agosto, a Associação Brasileira de Frigoríficos apresentou proposta ao Ministério Público Federal (MPF) para que a entidade sirva de vetor de informações aos frigoríficos brasileiros no que diz respeito à legislação ambiental e as responsabilidades pelo seu cumprimento. “Nós não concordamos com a ideia de que cada frigorífico necessite assinar um Termo Aditivo ao Termo de Cooperação Técnica que estamos propondo porque a Lei deve ser do conhecimento de todos, e o ajustamento de conduta deve ser feito somen-

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te quando houver erro ou desajuste”, explica o presidente-executivo da Abrafrigo, Péricles Salazar. “Também não concordamos com o plano de se criar um rating de produtores porque esta não é nossa função e não temos poder de polícia para fazêlo”, acrescenta. Os associados da entidade representam perto de 70% do mercado brasileiro de carne bovina. “Acreditamos que o tema da produção sustentável deve ser priorizado por todos e estamos propondo que se agregue ao processo o GAP – Grupo de Acompanhamento do Protocolo, a participação do Ministério da Agricultura [Mapa] e das entidades que representam os produtores pecuaristas”, conta o dirigente. “Unindo os frigoríficos, pecuaristas, Mapa e MPF vamos ter resultados mais produtivos e eficientes do que a improvável adesão de centenas de frigoríficos em termos aditivos que nem sempre geram os resultados esperados”, conclui Salazar. Abrafrigo, com edição da RF



Embarques de carne de frango in natura se mantêm estáveis Desempenho em setembro só não foi melhor devido ao mês mais curto, revelam números Os primeiros dados relativos às exportações brasileiras de setembro, divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Secex/MDIC), apontam que os embarques de carne de frango in natura mantiveram, praticamente, o mesmo nível de agosto, pois o volume exportado no período – 281.372 toneladas – foi apenas 1,1% inferior ao do mês anterior. Já em relação ao mesmo mês de 2011 a variação foi positiva, com incremento de 1,3%. Em termos reais, entretanto, pode-se considerar que o desempenho registrado em setembro foi bastante superior, só não se registrando melhor resultado devido ao mês mais curto. Isso porque setembro teve 19 dias úteis e, assim, os embarques médios do período ficaram em 14,8 mil toneladas diárias. Como em agosto (23 dias úteis) os embarques diários ficaram em cerca de 12,4 mil toneladas diárias, tem-se aí um incremento não muito distante dos 20% de agosto para setembro. Mas o que mais se sobressaiu em setembro foi a

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recuperação de preços em relação ao mês anterior. Pela primeira vez em 2012, o preço médio alcançado pelo produto in natura voltou a superar a casa dos US$2 mil/tonelada. Assim, o valor efetivo alcançado, – o mais elevado deste ano (US$2.012,09) – representou variação de 11,5% sobre agosto passado. De toda forma, continuou negativo (-1,5%) em relação aos US$2.044,07/t de setembro de 2011. Graças ao melhor preço do produto e à estabilidade dos embarques, a receita cambial apresentou significativa valorização em relação ao mês anterior. Alcançando o terceiro melhor resultado do ano, somou US$566,147 milhões, aumentando mais de 10% no mês. Positivo, por fim, é o fato de essa receita ter-se mantido no mesmo nível registrado um ano atrás, com variação negativa de apenas 0,27%. Foi o melhor resultado dos últimos meses já que, desde junho passado, a receita cambial do frango apresentou recuos que variaram desde 13% até 20%. Avisite, com edição da RF



Ubabef tem plano para setor aumentar competitividade A União Brasileira de Avicultura (Ubabef) anunciou que criará um plano para aumentar a competitividade do setor. De acordo com a informação divulgada pelo presidente da entidade, Francisco Turra, dia 12 de setembro, a ideia é estudada há um ano e ganhou força com o anúncio do governo federal de redução na conta de energia elétrica. Para as indústrias do agronegócio, a medida ajuda, mas não é suficiente. Conforme Turra, os gastos com energia elétrica representam 2% dos custos de produção das indústrias do setor de aves no Brasil. Ele aponta que os números estão em fase de análise, mas já se sabe que a conta de luz, os gastos com a ração dos animais e a logística de transporte serão considerados no plano. "Até abril, teremos o desenho sobre o que somos, como somos e o que queremos ser. E sobre como estamos perante nossos concorrentes, como Estados Unidos, Tailândia e China em tudo", diz. O Conselho Deliberativo da Ubabef se reuniu em São Paulo, para avaliar as novas taxas de energia elétrica e seus impactos no segmento. Em contrapartida do benefício, ainda segundo Turra, o governo espera investimentos da indústria. O plano de competitividade deve apontar alternativas. "Nesta hora é muito difícil, com tantas dificuldades, imaginar um novo investimento. Vamos permitir que, através da demonstração de que somos competitivos, os investidores efetivamente tenham a coragem de dar um passo a mais, oferecendo expansão, melhoria, inovação tecnológica, porque o Brasil é um ambiente propício". Para o diretor do Departamento de Agronegócio da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Benedito da Silva Ferreira, é preciso avançar nos benefícios oferecidos à indústria. "A tarifa de energia tem um componente, que é a amortização dos investimentos, e outro, que é a operação das usinas. Esses contratos são de 30, 40 anos. Quer dizer, já se amortizou tudo. Achamos que deveria ser feita uma nova concorrência para que isso sumisse e novos licitantes pudessem entrar e baixar o preço. Daria um valor bem maior". Canal Rural, com edição da RF

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ABCRSS vai certificar marcas de carne e lançará selo de qualidade Proposta é que pecuaristas e frigoríficos tenham liberdade de oferecer marcas próprias A Associação Brasileira dos Criadores das Raças Simental e Simbrasil (ABCRSS) deve concluir até o final do ano, estudo inédito que permite à entidade realizar a certificação de marcas de carne produzidas a partir de animais com sangue Simental. Para tanto, a ABCRSS pretende lançar um selo de qualidade para atestar a origem e o produto final que será fornecido ao consumidor. De acordo com a associação, a intenção da medida é fomentar a iniciativa de produtores e frigoríficos na criação de marcas de carne, preservando a identidade do Simental e Simbrasil. Um projeto-piloto encomendado pela ABCRSS à Beef & Veal Consultoria (Botucatu/SP) contendo a apresentação de resultados e degustação da carne foi concluído na segunda quinzena de agosto. Coordenado pelo consultor Roberto Barcellos, foram avaliadas 35 novilhas Simbrasil de 20 meses, com 16 arrobas e rendimento de carcaça de 52%. O abate foi programado no Frigol, em Lençois Paulista (SP), tendo a engorda dos animais ocorrido no Sítio Serra D'Agua, em Botucatu (SP). O produto final está sendo testado por consumidores da cidade em parceria com a boutique Confraria da Carne. Segundo o presidente da ABCRSS, Alan Fraga, a entidade está estruturada para realizar o processo de certificação e deverá agora definir os padrões para o uso da marca Simental nos projetos de produção e comercialização de carne premium. O programa das

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raças Simental e Simbrasil será de âmbito nacional. “A experiência que fizemos deu um sinal de como a ABCRSS deve se posicionar no mercado. A ideia é fomentar as iniciativas privadas e regionais – formando mini-clusters, tendo a associação a responsabilidade de credenciar, certificar e qualificar o produto para o consumidor. E temos projeto não apenas para a carne, mas para o leite e subprodutos oriundos de animais Simental”, explicou. Segundo Barcellos, o volume de animais envolvidos no projeto, durante este início, será apenas por iniciativas pontuais, conforme o andamento das pesquisas. Ele acredita que o projeto tem “um enorme potencial e deve ser definido com machos castrados e fêmeas jovens com terminação em confinamento, e presença mínima de 50% de sangue Simental ou superior, como é o caso do Simbrasil”. Negociação - A ABCRSS está em fase de negociações com Barcellos, para estabelecer o processo da certificação e do lançamento do selo de qualidade. A entidade estuda também como será o protocolo de produção e a auditoria de fazenda. Em princípio, a proposta é que a Beef & Veal Consultoria acompanhe a rotina antes e após a porteira e as etapas de recepção de animais, frigorífico, abate, lacração de carcaças, quarteio, desossa, embalagem, expedição e ponto de venda. ABCRSS, com edição da RF


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Exportações de carne bovina: receita é recorde e atinge US$2,8 bi Analisando as exportações brasileiras de carne bovina in natura, com base nos dados divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) – sobre as vendas em agosto – destacam-se o crescimento anual de 21,3% da receita (US$421 milhões) e de 37,6% do volume (91 mil toneladas) exportado, comparando com o mesmo mês do ano passado. Também houve crescimento em receita e volume na comparação com julho último: 11,5% e 8,8%, respectivamente. Em Reais, a receita teve crescimento de 54,2% comparado com agosto de 2011, saindo de R$555 milhões ano passado para R$855 milhões neste ano. Já observando o acumulado anual de janeiro a agosto desde 2003, percebe-se o crescimento do volume exportado de carne bovina até 2007, e sua queda nos anos posteriores devido à crise econômica iniciada em 2008. De 2003 a 2007, o crescimento foi de 134%, saindo de 388 mil toneladas para 907 mil. Nos dois anos posteriores, houve queda de 33%, chegando a 609

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mil toneladas em 2009. A partir daí, o volume está variando próximo às 600 mil toneladas exportadas. De 2009 a 2012, a variação foi de -4%, chegando a 588 mil toneladas no acumulado deste ano. Porém, a receita das exportações brasileiras de carne bovina in natura mostram-se em crescimento constante, exceto pelo ano de 2009, por consequências da crise financeira de 2008. De 2003 a 2008, a receita teve aumento de 315%, saindo de US$654 milhões para US$2,7 bilhões no acumulado de janeiro a agosto. Em 2009, houve queda de 30% (para US$1,9 bilhões), porém daquele ano até o atual, a receita voltou a crescer, atingindo US$2,8 bilhões em 2012 (+48%), registrando um novo recorde. No acumulado deste ano, observa-se faturamento superior aos 8 primeiros meses de 2008, ou seja, acima de um momento de euforia pré-crise. Por fim, o preço médio das exportações no mês de agosto foi de US$4.649/tonelada, 2,4% maior do que o preço registrado em julho. Marcelo Whately no BeefPoint, com edição da RF


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Potencial: ovinos dorper se destacam pela qualidade da carne Apesar de ter o maior rebanho de ovinos dorper no mundo, o Brasil ainda produz carne insuficiente para suprir a demanda no mercado interno. De acordo com a Associação Brasileira de Criadores de Ovinos, 60% do produto consumido no país é importado de países como Austrália e Nova Zelândia. Atualmente, são 35,5 mil animais registrados e mais de 800 criadores espalhados por todos os Estados. A expansão da raça, por outro lado, atrai novos pecuaristas. É o caso de Valdomiro Poliselli Júnior, que iniciou a produção em 2003, com a importação de mais de 200 exemplares e cerca de três mil embriões da Austrália e África do Sul – país de origem do dorper. Ele afirma ter visto nos ovinos a solução para o aumento da produtividade e qualidade de carne. Seu rebanho conta, hoje, com mil animais puros em uma fazenda em Mococa (SP). "Nós percebemos o espaço que temos de crescimento. O dorper vem para ser um divisor de águas, para acrescentar no ganho de peso e ser a raça que, cruzada com as ovelhas nacionais, vai produzir uma carne de padrão internacional. Percebemos nitidamente o tamanho deste mercado, o espaço que exis-

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te para a ovinocultura brasileira crescer em nosso país", afirma. Poliselli acrescenta que entre os diferenciais da raça estão a resistência e a capacidade de reproduzir o ano inteiro, com ciclo de produção de nove meses. Além disso, conta com uma característica antes inexistente no Brasil, que é a produção de genética específica para carne. "O produtor brasileiro enxergou a possibilidade que ele trará para o Brasil de produzir uma carne que em nenhum lugar do mundo tem. Porque a maioria dos países cria ovelhas com finalidade de produção de lã, e o dorper é um dos poucos ovinos no mundo que não produz lã, mas sim carne da melhor qualidade. Produto que o Brasil em pouco tempo vai poder colocar nos principais restaurantes e supermercados do mundo", aponta. Proprietário de restaurante, o chef André Bearzotti é adepto da carne ovina. "São carnes que não precisam ser mascaradas com molho. A gente serve com molho separado, vem como decoração no prato, para que a pessoa aprecie o sabor da carne, com aparência muito boa, suculenta", diz. Canal Rural, com edição da RF


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Vendas representam o maior volume embarcado desde outubro de 2009 Exportações de carne suína têm cresceminto de 5,42%, em volume, no acumulado do ano As 54,5 mil toneladas de carne suína in natura exportadas pelo Brasil em setembro representaram o maior volume embarcado desde outubro de 2009, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). A quantidade exportada ao longo do 9º mês do ano foi 16% maior em relação aos embarques de agosto – e expressivos 55,3% superior à de setembro de 2011. Já de acordo com a Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs), de janeiro a agosto deste ano, as exportações brasileiras de carne suína tiveram um aumento de 5,42%, em relação aos oito primeiros meses de 2011, totalizando 367.743 toneladas. A receita no período, por sua vez, caiu 2,2%, passando a US$ 930 milhões. Como ressalta a Abipecs, agosto foi o melhor mês do ano em volume, com 54,71 mil toneladas, e o segundo em receita, com US$ 134,42 milhões. Em agosto, as vendas de carne suína aumentaram 19,24% em volume e 10,10% em valor, na comparação com agosto de 2011. Mercados compradores - Para a Argentina, o Brasil vendeu 3.586 toneladas em agosto, um aumento de 6,64%, ante igual período de 2011. Mas foi a Rússia que liderou o ranking, respondendo por 26,03% das exportações em toneladas e 28,35% da receita. O Brasil vendeu para os russos 14.241 toneladas (US$ 38,10 milhões), um cresci-

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mento de 387,43% em volume e 327,57% em valor, em relação a agosto do ano passado. No acumulado do ano, porém, a Ucrânia foi o principal destino da carne suína brasileira, respondendo por 22,63% das exportações (83.226 t). Em segundo lugar está Hong Kong (82.770 t), em terceiro, a Rússia (81.826 t), em quarto, Angola (26.847 t) e, em quinto, Singapura (18.674 t). Campanha incentiva consumo - O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Mendes Ribeiro Filho, anunciou apoio à criação da Semana Nacional da Carne Suína. A iniciativa – que pretende amenizar a crise que afeta o setor da suinocultura brasileira por meio do incentivo ao consumo de cortes suínos – é promovida pela Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS), com apoio também da Associação Brasileira de Supermercados (Abras). “Espero que, com esse apoio e com o engajamento da indústria e dos supermercados nessa campanha de incentivo ao consumo da carne suína, possamos alavancar as vendas e movimentar o mercado”, disse Mendes Ribeiro Filho. O objetivo da campanha, que será realizada em 2013 e pretende atingir supermercados de todo o País, é organizar a cadeia produtiva até o varejo, garantindo maior espaço para a carne suína nas gôndolas dos supermercados. Cepea, Mapa e Abipecs, com edição da RF



Cenário é otimista para o futuro da produção suinícola brasileira O Seminário Internacional de Suinocultura Agroceres PIC, realizado entre os dias 29 e 31 de agosto no Guarujá (SP), apontou um cenário mais otimista para o setor produtivo de suínos, embora ainda acompanhado de elevados custos de produção. Durante praticamente 2011 inteiro, e principalmente neste primeiro semestre, a suinocultura viveu um período de grandes turbulências. Importantes mercados internacionais bloqueados, enfraquecimento da demanda interna, competição acirrada com outras carnes e altos preços de milho e soja foram alguns dos fatores de maior impacto. “Cremos que o pior já passou. Ainda temos o desafio dos custos de produção, contudo os preços do suíno já se recuperaram em boa parte e a suinocultura certamente vai retomar o caminho do crescimento”, acredita o diretor Superintendente da Agroceres PIC, Alexandre Furtado da Rosa. Segundo ele, o setor vive hoje um período de transição para uma nova suinocultura, cujo molde se dará a partir de uma nova sociografia dos mercados. Isto, atrelado a uma percepção mais apurada sobre

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as qualidades da carne suína, levando a um aumento de sua base de consumo e a uma crescente valorização dela entre os consumidores. De acordo com números divulgados no evento, o mundo terá nove bilhões de habitantes até 2050, com 86% deste crescimento populacional se dando na Ásia e África. Serão 204 países consumindo e apenas 25 produzindo, com Brasil e Estados Unidos liderando este bloco. A perspectiva é de que o Brasil seja responsável por 27% das exportações mundiais de carnes até 2020. Mesmo problemas como a recente quebra de safra nos Estados Unidos – e seus impactos nos preços internacionais das commodities – devem resultar em vantagens para a suinocultura brasileira. “O importante é não desistir; é persistir porque estamos muito perto da abertura de importantes mercados para a carne suína brasileira”, projeta o economista e consultor da área de grãos da MBAgro e um dos palestrantes do evento, Alexandre Mendonça de Barros. Agroceres PIC, com edição da RF


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Por Carolina Sibila e Danielle Michelazzo

NÃO

TRANSPORTE REFRIGERADO FRIGERAD FRIGERADO

É BRINCADEIRA B

Foto: FiberTruck

Adequação garante maior qualidade às carnes e produtos cárneos

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o pasto ao consumo, todas as etapas pelas quais passa a carne devem ser realizadas com extremo cuidado e sempre obedecendo à legislação, para que o produto final chegue à mesa do consumidor em perfeitas condições e alta qualidade. E uma das etapas que merece especial atenção é o transporte de carnes e produtos cárneos. Por isso, dentro dos veículos, é importante levar em conta alguns fatores, como o tipo de carga a ser transportada, a temperatura e o meio de transporte mais adequado. “A conservação e o transporte dos alimentos são dois dos aspectos mais importantes a ser considerados para garantir a segurança dos mesmos”, aponta neste sentido o diretor comercial da Thermo Star Equipamentos Ltda., Santiago Adriano Sabel. Ele ressalta, ainda, que independentemente da temperatura ambiente ou da temperatura controlada, é preciso redobrar os cuidados para que alguns fatores sejam adequados para cada alimento, entre eles a temperatura, a umidade relativa do ar, as condições de circulação do ar em torno do alimento, a possibilidade de transmissão de cheiros e sabores, a ação direta da luz solar e o contato com o ar. Proprietário da empresa de transportes FiberTruck, Josimar Alves da Silva – o Jimmy – explica que o transporte refrigerado funciona a partir de um conjunto. Segundo ele, tanto o aparelho quanto o furgão devem ser adequados e de qualidade, pois um depende do outro. “O furgão/carroceria tem a função de impedir o máximo possível a troca de calor com o ambiente externo, que sempre vai existir, já que há necessidade de desembarcar a mercadoria e a única forma de fazê-lo é abrindo a porta, que permitirá que o frio saia e o calor entre. A função do aparelho é de repor o frio que se perdeu durante esta operação. Se um dos dois – furgão ou aparelho – não tiver qua06 32

lidade, essa equação estará quebrada e, com certeza, tanto o transportador quando o revendedor, e principalmente o consumidor, estarão no prejuízo”, esclarece. No mercado, hoje, especialistas apontam o sistema de ar forçado como sendo o sistema disponível e que cumpre perfeitamente com sua finalidade. O equipamento de refrigeração fabrica o frio que é forçado para dentro do furgão/carroceria, adequando o ambiente para o transporte. Neste conceito, Sabel fala sobre os equipamentos produzidos pela Thermo Star. Ele indica para o transporte de carnes congeladas as máquinas que utilizam o gás HFC R404A, ao passo que o gás HFC R134a pode ser utilizado no transporte de carnes resfriadas – nas linhas TSA e TSE, Acoplado e/ou Acoplado e Elétrico. “A linha Acoplado e Elétrico possui dois modos de operação, a refrigeração por meio do compressor acoplado durante o transporte do alimento, e o modo elétrico é acionado por meio de um compressor semihermético 220/380 V quando o veículo permanece parado. Já a Linha de Equipamentos Acoplados funciona com um compressor acoplado ao motor do veículo. Este mecanismo faz com que o equipamento de refrigeração mantenha a qualidade dos produtos em transporte”, explica. Condições de transporte Em se tratando de transporte refrigerado, vários são os tamanhos dos equipamentos disponíveis, com potência diversificada, visando garantir a segurança alimentar e a qualidade dos produtos. Podem, inclusive, ser programados para atender às condições adequadas para cada tipo de carga. “A temperatura pode variar entre 2°C e -20°C, dependendo do veículo e produto a ser transporta-


Foto: Therm o Star

do, sendo que os veículos variam de utilitários (tipo Fiorino, Kombi) até baús de 9 metros de comprimento”, exemplifica Sabel. Por isso, antes de iniciar o transporte dos alimentos, ele alerta para a necessidade de alguns procedimentos serem seguidos, tais como pré-resfriar a carroceria até 0°C para retirar o calor residual; regular no controlador digital a temperatura necessária para o produto que estará transportando; desligar a unidade durante o carregamento; os produtos devem ser pré-resfriados conforme a temperatura desejada; e verificar a temperatura dos produtos durante o carregamento. “Os equipamentos de refrigeração são fabricados para manter a temperatura dos produtos durante o transporte, portanto, é obrigatório o carregamento dos produtos na temperatura correta”, reforça. Com relação à temperatura e ao tipo de carga a ser transportada, Silva, da FiberTruck afirma que carnes de bovino, ovino, suíno e caprino in natura, devem ser transportadas a uma temperatura interna de 7ºC, lembrando que peças pequenas e embaladas devem ter uma temperatura máxima interior de 3ºC. Para carnes congeladas, entretanto, a temperatura aconselhável, no seu interior, é de -12ºC, sendo que peças pequenas e embaladas não devem ser transportadas a uma temperatura superior a -18ºC. Já para as carnes de aves e coelhos, a temperatura máxima admitida no transporte é de 4ºC in natura – se congeladas, a recomendação é a mesma da carne bovina. Ele recomenda, ainda, que os derivados cárneos transformados, como os enchidos crus, os produtos pasteurizados e os produtos de charcutaria fina, como o fiambre não enlatado, as mortadelas etc., sejam transportados a uma temperatura máxima no seu interior de 6ºC. “Produtos cárneos transformados e estabilizados por salga, fumagem, secagem ou esterilização, como os chouriços, enlatados de carne e alguns patés de carne, podem ser trans-

portados à temperatura ambiente”, diferencia. Divisão de cargas Indagado sobre a possibilidade de transportar carnes in natura e congeladas ao mesmo tempo, num mesmo veículo, Silva afirma ser possível adequar o ambiente – em uma mesma carroceria (baú) – para o transporte de produtos que necessitem de temperaturas diferentes, instalando-se divisórias com forçadores de ar, que levam o frio de um ambiente a outro. Ele conta que para esta finalidade, a Fiber Truck produz carrocerias chamadas bi-temperatura e ou tri-temperatura, usadas em entregas delivery, por exemplo, que tornam possível manter um produto congelado a -18°C, outro resfriado a -10°C, e um terceiro a 15°C. “Para essa necessidade de frio, o sistema vai ser sempre o de ar forçado com divisórias para a equalização destas temperaturas e, se necessário, para acomodar a carne, tendal ou prateleiras. O sistema só será diferente se o transporte exigir uma temperatura inferior a -25ºC, onde entraria um equipamento de placas eutéticas, que possibilita uma temperatura ambiente de até -35°C, inadequado para o transporte de carnes”. No mesmo sentido, o gerente da Uniflex Carrocerias Frigoríficas, Bruno Rafaldini, explica ser possível levar carnes in natura e congeladas ao mesmo tempo, pois existem dois compartimentos separados no baú frigorífico para atender a essa questão. “Divisões de compartimentos e equipamentos de refrigeração com capacidade de refrigerar dois compartimentos ao mesmo tempo proporcionam esse transporte e é o futuro para os transportadores frigoríficos que encontram dificuldade em obter a carga por completa. Com essa opção de fracionar a carga, pode-se transportar ao mesmo tempo congelados e secos”, relata. Isolamento térmico O sistema de isolamento térmico a ser aplicado nos transportes refrigerados também é outro fator de extrema importância, pois impede a troca de calor com o ambiente externo, mantendo, assim, a qualidade dos produtos. “Conforme o tipo de produto e de transporte, pode mudar o padrão de isolamento. Via de regra, o transporte de produtos cárneos necessita de um isolamento de melhor qualidade, sendo o mais comum o poliuretano de densidade 36/40 kg/m3. A espessura de paredes, piso, portas e tetos também é importante, assim como a vedação e borrachas”, explica o diretor da Frigo King, Marcos Augusto Pordeus de Paula. 33


Foto: Randon

De acordo com o diretor comercial da Randon Implementos, Vanei Geremia, o poliuretano deve ser aplicado com uma densidade adequada, com rígidos controles de temperatura ambiente, umidade e velocidade da injeção, visando ter um produto homogêneo e de alta capacidade térmica. “Além do poliuretano, o revestimento interno do semirreboque é feito com fibra de vidro livre de odores para aumentar a qualidade do isolamento e não prejudicar o sabor ou o odor da carga transportada. Os controles automatizados de injeção, aliados aos produtos de alta qualidade que a Randon utiliza, proporcionam uma capacidade térmica muito alta e, com isso, economia de combustível do aparelho de refrigeração, que terá seu funcionamento em menor escala por estar acoplado a um semirreboque de alto desempenho térmico. O resultado final é maior economia com transporte seguro dos produtos perecíveis”, completa. Sabel, da Thermo Star, ressalta por fim que além de o isolamento ser de qualidade, é necessário também que as paredes internas do veículo, incluindo o teto, sejam revestidas com materiais resistentes à corrosão, impermeáveis, imputrescíveis, fáceis de limpar e desinfetar, e que não emitam nem absorvam cheiros. “E sempre que necessário, os pavimentos devem possuir sistema de escoamento de água; todos os materiais susceptíveis de entrar em contato com os alimentos devem ser de material que não contamine ou transmita substâncias tóxicas, cheiros, cor ou sabor; as portas frigoríficas devem ser bem isoladas com poliuretano e com perfeito acabamento; e os canos dos equipamentos de refrigeração devem ser embutidos, principalmente nas evaporadoras, evitando que estes entrem em contato direto com os alimentos”, finaliza. RF

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Vanei Geremia, diretor comercial da Randon Implementos

Os semirreboques e as carrocerias construídos com estrutura e isolamento térmico, juntamente com os aparelhos de refrigeração, que são geralmente instalados na frontal de cada semirreboque ou carroceria, são responsáveis por manter a temperatura dos produtos transportados, chegando a até -30ºC de temperatura. Os aparelhos de refrigeração são, na maioria, automá cos, ligando e desligando na medida em que a temperatura necessária precisa ser man da. O semirreboque e a carroceria com bom isolamento térmico e aparelho de refrigeração adequado, com certeza transportam carnes e alimentos com toda a segurança que estes produtos precisam para serem consumidos sem problemas."


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Por Carolina Sibila

PLANEJAMENTO DE PLANTAS FRIGORÍFICAS

Imagem: Ponto AP

Especialistas revelam como um bom projeto pode facilitar sistemas operacionais

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o planejar a estrutura de uma planta frigorífica, é imprescindível seguir os padrões e normas existentes que devem ser constatados em todos os projetos. É necessário seguir todas as exigências de processo e aplicação, além dos aspectos de segurança, como Segurança ao Patrimônio, Segurança Sanitária (SIF e HACCP) e Segurança e Saúde do Trabalhador e Meio Ambiente. Para o planejamento da planta também é preciso entender as necessidades atuais do cliente e projetos futuros. Por exemplo: se o projeto for para um abatedouro, é necessário saber qual tipo de animal será abatido e qual a quantidade de cortes e inteiros. Já se a planta for para industrializados, deve-se conhecer quais produtos a serem produzidos (cortes e industrializados); qual o volume de abate ou industrializados; quanto será resfriado e congelado; o número de turnos de trabalho; qual mercado que pretende atender; local onde se pretende construir o empreendimento e conhecer as informações do terreno. Os arquitetos da GPS Kal Assessoria em Projetos, José Carlos da Luz e Sandro Bonat; o sócio e diretor de novos negócios da HS Arquitetos Ltda., Paulo Henrique Herwig; e o sócio-diretor da Ponto AP Assessoria e Projetos Ltda., João Batista Ribeiro de Jesus, em entrevista exclusiva concedida à Revista Frigorífico, esclarecem com mais detalhes a importância de ter uma planta frigorífica bem projetada. 06 36

RF - De que maneira deve ser projetada uma planta frigorífica, de modo que estejam dentro das normas e exigências legais e de mercado? Paulo Henrique Herwing - Do nosso ponto de vista, a forma de projetar uma planta frigorífica é específica e de alto grau de complexidade. Conceitualmente, trata-se de uma linha de desmontagem em que o projeto, por sua vez, deverá contemplar áreas específicas a cada nova fase durante o processo. Embora tenhamos uma produção em série com grandes volumes e velocidades, é fundamental ter ciência que a matéria-prima está relacionada a um ser vivo, merecendo especial atenção a este aspecto. Certamente, existem padrões de instalações que devem ser respeitados, mas o estudo arquitetônico sempre pode contribuir para propiciar melhor resultado no que compete à manutenção da limpeza e assepsia das áreas, preservação da integridade física dos funcionários e, tão importante quanto, no aspecto de flexibilização de layouts, modernização e futuras expansões das linhas de produção. João Batista R. de Jesus - Um projeto bem definido e bem executado pode ser separado em três etapas: Projeto Conceitual (Plano Diretor), Engenharia Básica (Ante Projeto) e o Projeto Executivo. Na primeira etapa (Projeto Conceitual) são identificadas as premissas iniciais do empreendimento, estudos de


implantação, layouts dos processos, localização dos prédios com áreas aproximadas e vinculadas às premissas e estimamos o valor total do empreendimento. Já a segunda fase (Engenharia Básica) abrange todas as áreas envolvidas, podendo haver modificações com o objetivo de melhorar os conceitos adotados até que haja a otimização final e aprovação do contratante para elaboração dos trabalhos executivos. Nesta etapa, deverão ser definidos detalhadamente os processos e tipos de equipamentos específicos para cada passo, fases de instalação, a tipologia das edificações, instalações e serviços, ficando estabelecido que todas as áreas do projeto tenham suas definições básicas determinadas, que servirão para elaboração dos projetos executivos. Por fim, a terceira etapa (Projeto Executivo) corresponde ao desenvolvimento dos Projetos de todas as disciplinas envolvidas, em escala adequada dos detalhes executivos com a definição construtiva civil, mecânica, elétrica, automação e equipamentos de processo de fabricação. José Carlos da Luz e Sandro Bonat - A engenharia de aplicação dos equipamentos e seus requisitos determina o arranjo espacial e de instalações necessárias. O arranjo espacial e as instalações, por sua vez, determinam vãos de naves e modulações de estrutura. Normalmente, o cliente detém o processo e a aplicação. Caso contrário, solicita estar incluso ao escopo a definição do mesmo, baseado em suas premissas, mercado e programa de necessidades. É inerente ao serviço de arquitetura e engenharia a avaliação dos fluxos produtivos, na movimentação de pessoas, veículos e produtos, o planejamento das edificações para atender às demandas futuras das ampliações e a relação entre os diferentes tipos de edificações e instalações, propiciando ao cliente, se bem avaliado, menores custos operacionais, de exe-

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cução e de manutenção. O padrão construtivo normalmente usado no Brasil é com a modulação de 7,5 metros por meio de estruturas de pilares em concreto e tesouras metálicas, sendo que grande parte dos fechamentos são feitos em isopainéis devido às suas propriedades térmicas e construtivas. RF - Levando em consideração que cada ambiente exige características muito específicas, o que uma planta frigorífica precisa ter para facilitar sistemas operacionais e manter a qualidade dos produtos? Herwing - Deve ser considerado sempre o nível executivo dos projetos, ou seja, o detalhamento civil por completo de todas as disciplinas, desde a arquitetura até as instalações de utilidades. Estudar e antecipar as interfaces desta complexa linha de desmontagem é o ponto chave para o sucesso do empreendimento. Além disso, existem leis que devem ser seguidas para a elaboração dos Documentos de Projeto (ABNT) e, inclusive, devem ser observadas as normas no que compete à Vigilância Sanitária, Epidemiológica entre outros, pois trata-se de um ambiente de convívio e abate entre seres vivos que podem ser transmissores de doenças. Jesus - Para trabalhar dentro das normas e das exigências existentes, destacamos alguns itens que consideramos de grande importância para a execução do projeto: 1) Em uma indústria alimentícia, deve-se considerar o fluxo de produção, para que venha atender às normas Federais, Estaduais e Municipais, de maneira a não comprometer a segurança alimentar; 2) A temperatura dos ambientes de produção tem que estar de acordo com cada setor, atendendo às

Possuindo um fluxo ideal, condizente ao processo produ vo e de aplicação adequados ao mercado que se pretende atender, podemos acrescentar que hoje não se fala mais em uma indústria sem um mínimo de automação.” GPS Kal Assessoria em Projetos

Reunião de sócios da GPS Kal: Jose Carlos da Luz, Sandro Bonat de Mello, Mario de Zutter e Andrea Regina Jahn

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João Batista R. Jesus, da Ponto AP

RF - O que é necessário para convencer o cliente da eficiência dos serviços oferecidos por sua empresa, dentro da relação custo x benefício? Herwing - Devido à concorrência e às exigências do mercado, as empresas são sempre forçadas a investir cada vez mais em mão de obra qualificada, equipamentos e softwares atualizados que agregam o resultado positivo ao final do processo. O melhor custo-benefício que pode acontecer é o cliente possuir exata percepção do volume/custo do investimento mais próximo da realidade possível, e isto somente é viável uma vez que se tenha uma condição e estrutura para se realizar um projeto executivo detalhado dentro dos prazos e condições pré-estabelecidas pelo cliente.

normas exigidas e garantindo o processo de fabricação e de segurança alimentar; 3) O sistema de higienização e os equipamentos de processo devem ser eficazes para que consigam atender às normas estabelecidas; 4) Um projeto de acabamento que facilite a higienização e evite acúmulo de resíduos; 5) Bloqueio sanitário na entrada da indústria; 6) Em todas as disciplinas envolvidas no projeto (civil, elétrica, refrigeração, utilidades e automação), temos que trabalhar com as novidades que o mercado oferece para melhorar a produção e diminuir custo operacional, respeitando sempre a segurança dos colaboradores e a segurança alimentar. Luz e Bonat - Possuindo um fluxo ideal, condizente ao processo produtivo e de aplicação adequados ao mercado que se pretende atender, podemos acrescentar que não se fala mais em uma indústria sem um mínimo de automação. Quanto mais evoluirmos neste tema, melhores serão os resultados e, sobre ele, um bom sistema supervisório para controles e alertas automáticos. Não podemos deixar de lado a segurança, higiene, e a utilização coerente de recursos naturais e sistemas de frio e calor adequados.

Jesus - Nosso objetivo junto aos clientes é identificar, justificar, implementar e dar suporte a aplicações que tragam aos negócios e à sociedade em geral ganhos de eficiência, de eficácia e que lhes tragam vantagens competitivas e/ou lhes abra novas possibilidades de atuação no ramo alimentício. O que eu acredito serem os pontos fortes que a Ponto AP e seus parceiros de trabalho oferecem são: experiência na área de processo e projeto que adquirimos nestes 35 anos, trabalhando somente com indústria alimentícia; a otimização dos custos, trazendo as melhores opções no mercado tanto na construção como no processo de fabricação; e fazer um projeto bem elaborado e bem executado trazendo ganhos mensuráveis frente aos concorrentes. Luz e Bonat - O convencimento realmente vem por meio do balanço custo-benefício, aliado a um bom entendimento do programa das necessidades do cliente e à realização de eventuais simulações, relacionados aos âmbitos de aplicação e engenharia. Além disso, experiência, a busca por inovações: tecnologia e gerencial são bons diferenciais. RF

Imagens: Ponto AP

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Por Carolina Sibila

AGREGANDO VALORES Condimentos e aditivos proporcionam mais aroma e sabor aos alimentos

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a indústria alimentícia, é impossível não relacionar o setor frigorífico aos condimentos e aditivos. Isso porque esses dois elementos são essenciais para o setor, uma vez que são utilizados para trazer mais qualidade às carnes e aos produtos cárneos. O operador de mercado da Aboissa Óleos Vegetais, Rodrigo Quartin, explica que os condimentos são substâncias acrescentadas aos alimentos para modificar ou realçar o sabor, e que podem também ser usados para conferir aroma. “São de origem natural, como o sal, a pimenta, o alho, e podem trazer benefícios ao organismo”, conta. Hoje, no mercado, podem ser encontrados dois tipos de condimentos: os simples e os preparados. O supervisor técnico da Corantec Corantes Naturais Ltda., Daniel Bonadia, afirma que os condimentos simples são constituídos por uma única especiaria genuína e pura, como a cúrcuma, por exemplo, enquanto que os condimentos preparados são obtidos da mistura de especiarias, como o curry, composto por cúrcuma, noz moscada, alho, cebola, páprica, pimenta, louro e cominho, entre outros. “Nos dois casos [condimentos simples e preparados], os condimentos possuem a função de dar sabor ou estimular o paladar, e também podem ser utilizados por possuírem característica conservante, como o sal de cozinha. Sem os condimentos, carnes e alguns legumes não seriam palatáveis para conseguirmos comê-los. Portanto, condimentos são utilizados há muito tempo na culinária mundial”, esclarece o diretor comercial da Adtec, Jacques Viana de Amorim. “No processo de cozimento, boa parte do sabor e cheiro é perdida. Essa é uma das principais razões de utilizarmos o condimento preparado, que intensifica esse sabor e aroma, conservando-se no alimento

após o seu processamento”, completa. Aditivos Já os aditivos alimentares, segundo relata Quartin, são utilizados com o objetivo de modificar as características físicas, químicas, biológicas ou organolépticas dos alimentos, sem o propósito de nutrir. “Eles mantêm ou melhoram a aparência para que o alimento tenha um aspecto mais atrativo ao consumidor. São conhecidos como acidulantes, antioxidantes, corantes, aromatizantes e conservantes, dentre outros”. “Com a adição de conservadores e antioxidantes, é possível melhorar as características do alimento e aumentar a vida de prateleira. Em produtos cárneos, os conservadores mais utilizados são os sais de cura, que possuem como base nitrito de sódio e nitrato de sódio, responsáveis pela cor vermelha púrpura de carnes e embutidos curados. Já os antioxidantes mais utilizados são o ácido ascórbico e seus sais, e ácido eritórbico e seus sais, que em sinergismo agem com os outros antioxidantes e acidulantes, acelerando a reação de cura e retardando o processo oxidativo dos produtos cárneos”, relata por sua vez Amorim. Ainda de acordo com o diretor comercial da Adtec, outro aditivo de uso fundamental no processamento de produtos cárneos pelos frigoríficos são os polifosfatos, que são substâncias balanceadas que melhoram a estabilidade e aumentam a capacidade de ligação de água. “Em produtos emulsionados, como salsicha e mortadela, é importante a adição de proteínas de soja funcionais que ajudam na ligação de água, gordura e proteína. Essas proteínas melhoram a textura e evitam a perda de gordura durante o cozimento”. 39


Agregando valores Com uma rotina cada vez mais agitada, os consumidores estão em busca crescente por mais praticidade – sem perda de qualidade –, principalmente nas refeições. Por isso, a indústria busca sempre inovar e produzir alimentos de melhor qualidade e de condições higiênico-sanitárias satisfatórias. Segundo o diretor de marketing da área de sabores da Givaudan na América Latina, Eduard Fontcuberta, as empresas do ramo de condimentos e aditivos têm investido muito em pesquisas para conseguirem atender ao grande interesse mundial por aromas e sabores de carne, como os embutidos e as carnes processadas. “A Givaudan investe 8% do seu faturamento anual em pesquisa e desenvolvimento de novos aromas e, por isso, possui tecnologias proprietárias para explorar o mundo dos aromas com cada vez mais profundidade”, exemplifica. O condimento preparado é um grande aliado também nessa busca, pois, com ele, a indústria da carne não depende de produtos sazonais e não corre risco de contaminação, diminuindo quebras de produção e, consequentemente, aumentando a vida de prateleira. “O condimento preparado, juntamente com outros aditivos e ingredientes, melhora a aparência e o sabor do produto, estimulando o seu consumo. Atualmente, algumas empresas preferem utilizar o mix completo com todos os condimentos e aditivos em um único pacote e na medida certa. Este mix, devidamente balanceado, dispensa a utilização de um ou mais colaboradores na pesagem, evitando possíveis esquecimentos de adição de um dos ingredientes”, conta Amorim, da Adtec. Outra preferência dos consumidores, que têm se tornado cada vez mais exigentes, são os produtos naturais. “Essa procura tem se mostrado em uma escala crescente e em padrões de qualidade assegurados (físico-químicos e microbiológicos) para que a finalidade de conferir sabor e odor seja atendida. Por isso, nossa empresa tem buscado se especializar cada vez mais nesse tipo de produto, como especiarias, ervas aromáticas e vegetais desidratados”, afirma o aromista da Temperart, Jorge Rodrigues. Legislação Cada produto cárneo possui suas propriedades e 06 40

características específicas. Por isso, é fundamental produzir alimentos que possam melhorar as características sensoriais, melhorar a digestibilidade, eliminar contaminações microbiológicas, melhorar as propriedades funcionais e prolongar a vida útil dos alimentos. “A indústria da carne está determinada a acompanhar o aumento da demanda por produtos de fácil preparo e com sabor atraente, oferecendo carnes marinadas prontas para o preparo. Por meio destes produtos, os fabricantes têm a oportunidade de se destacar no mercado, colocando sua marca em linhas diferenciadas de produtos”, esclarece a engenheira de alimentos da Refisa, Munik Zonatto. Mas, conforme alerta o gerente de P&D da Temperart, Alexandre Santangelo, para que isso aconteça, é preciso que sejam atendidas em sua totalidade as legislações vigentes do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). São elas: - Portaria CVS-15, de 7.11.91: normatiza e padroniza o transporte de alimentos para consumo humano; - Portaria CVS-6/99, de 10.03.99: estabelece os Parâmetros e Critérios para o Controle HigiênicoSanitário em Estabelecimentos de Alimentos; - RDC nº 12, de 2 de janeiro de 2001: regulamenta os padrões biológicos para alimentos; - RDC nº 275, de 21 de outubro de 2002: regulamenta os Procedimentos Operacionais Padronizados aplicados aos Estabelecimentos Produtores/ Industrializadores de Alimentos e a Lista de Verificação das Boas Práticas de Fabricação em Estabelecimentos Produtores/Industrializadores de Alimentos; - RDC nº 175, de 08 de julho de 2003: regulamenta a Avaliação de Matérias Macroscópicas e Microscópicas Prejudiciais à Saúde Humana em Alimentos Embalados; - RDC nº 259, de 20 de setembro de 2002: regulamenta a Rotulagem de Alimentos Embalados. Ele ressalta, ainda, que o não cumprimento de tais normas poderá acarretar sanções previstas em leis, as quais podem variar de estado para estado dentro do Brasil. RF

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Algumas empresas preferem u lizar o mix completo com todos os condimentos e adi vos em um único pacote e na medida certa. Este mix, devidamente balanceado, dispensa a u lização de um ou mais colaboradores na pesagem, evitando possíveis esquecimentos de adição de um dos ingredientes.” Amorim, da Adtec.


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FiSa 2012 atinge expectativas e bate novos recordes A Food Ingredients South America (FiSa) – principal e maior evento para ingredientes alimentícios da América Latina –, aconteceu entre os dias 18 e 20 de setembro, no pavilhão azul da Expo Center Norte, em São Paulo. Em sua 16° edição, o evento promoveu o encontro de mais de 11 mil profissionais qualificados da indústria e bateu os recordes em tamanho, número de visitantes e satisfação dos expositores. Com 250 expositores representando mais de 500 marcas, a FiSA reuniu profissionais vindos do Brasil e de países como Inglaterra, Dinamarca, França, Holanda, Alemanha, Espanha, Suiça, Índia, Canadá, Estados Unidos, México, Chile, Argentina, Colômbia, Equador, Uruguai, Japão, Austrália, Filipinas, dentre muitos outros, para debater temas de grande apelo para o desenvolvimento de novos produtos pela indústria, a utilização de ingredientes saudáveis e a maneira de torná-los acessíveis à todos os consumidores. Durante os três dias de evento, temas como controle de peso, saúde óssea e cardiovascular, redução de sal e açúcar, sustentabilidade, nutracêuti-

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cos, conceito de beleza de dentro pra fora e produtos antienvelhecimento tiveram destaque. Suplementos, vitaminas, ingredientes dietéticos e para nutrição esportiva também ganharam espaço nas empresas que sinalizaram alimentos nutracêuticos na planta para chamar a atenção para esses produtos de um mercado que cresce três vezes mais do que o de alimentos industrializados convencionais. Atualmente em destaque, esse setor é movimentado pela demanda dos consumidores que se preocupam com saúde, bem estar e qualidade de vida. Com o objetivo comum de compartilhar conhecimentos e soluções inovadoras para o setor, a FiSA por fim apresentou à América Latina a próxima geração de ingredientes que movimentarão a questão da saudabilidade no país. E a edição de 2013 da Food Ingredients South America já tem data para acontecer: nos dias 6, 7 e 8 de agosto, no Expo Center Norte, em São Paulo. Acompanhando as tendências do setor em busca da saudabilidade, a feira ocorrerá em paralelo a outros dois eventos: a CPhI South America e a Hi South America.


ITAL realiza 1ª edição do Curso Teórico e Prático de Cortes Cárneos Bovinos e Suínos para o Mercado Varejista O Instituto de Tecnologia de Alimentos (ITAL) de Campinas realizou no dia 28 de agosto a 1ª edição do Curso Teórico e Prático de Cortes Cárneos Bovinos e Suínos para o Mercado Varejista, com patrocínio da Tramontina e apoio da Revista Frigorífico. Coordenado por Expedito Tadeu Facco Silveira, Manuel Pinto Neto e Márcia Mayumi Harada Haguiwara, o curso foi direcionado a profissionais que atuam no setor de desossa e preparo de cortes para atender ao mercado varejista. No evento, foram abordados temas como: Boas práticas de manipulação aplicadas à cortes cárneos; aspectos práticos e teóricos da higiene e sanitização aplicada em ambientes do mercado varejista de carne; aspectos práticos e teóricos sobre afiação de facas; cortes suínos para o mercado varejista; apresentação da lucratividade de cortes com osso e sem osso em balcão frigorífico e seus impactos no mercado de carne fresca. Segundo explica Silveira, que é coordenador e também pesquisador do Centro de Tecnologia de Carnes do ITAL (CTC), o principal objetivo do curso é oferecer aos profissionais que trabalham em casas de carne e frigoríficos oportunidade para que tenham uma formação melhor e, consequentemente, proporcionar mais qualidade ao consumidor. "Realizar esse curso é um sonho antigo, porque o ITAL sempre trabalhou com tecnologia de carnes. Nós observamos que houve muita solicitação em trabalharmos com o varejo e, por isso, decidimos aplicar o curso. Com ele, os profissionais têm a chance de ter uma formação mais completa, e não só na parte de cortes", disse. Com retorno positivo logo que foi anunciado, o curso teve as 20 vagas que estavam disponíveis preenchidas. E para atender novas demandas por qualificação, em razão do sucesso do primeiro encontro, a segunda edição do curso já está programada para acontecer em 9 de outubro. “Pretendemos que esse curso se torne permanente aqui no ITAL e esperamos que, com o passar das edições, ele se torne parte da programação anual da instituição e que as casas de carne já tenham em suas agendas os cursos disponíveis durante o ano”, completa o pesquisador. Para mais informações sobre como participar do curso, basta ligar para (19) 3743-1884 ou enviar e-mail para eventosctc@ital.sp.gov.br. Ou ainda pela página na internet, no endereço http:// www.ital.sp.gov.br/ctc/eventos/cortes_carneos_ bovino_suino-outubro/. 45


Fórum Nacional de Agronegócios reune líderes do setor A 1ª edição do Fórum Nacional de Agronegócios, promovido pelo Grupo de Líderes Empresariais (Lide), reuniu os 200 principais líderes e especialistas da área para debater os Novos Rumos do Agronegócio Sustentável no Brasil. Realizado nos dias 21 e 22 de setembro, no Salão Imperial do hotel Royal Palm Plaza, em Campinas (SP), o evento contou com a presença do Ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro Filho, que realizou a abertura do Fórum. Mendes Ribeiro recebeu a minuta da Carta de Campinas, elaborada pelos participantes do evento, sob supervisão do atual presidente da Lide Agronegócios, Roberto Rodrigues, que também é coordenador do Centro de Agronegócios da Fundação Getúlio Vargas e ex-ministro da Agricultura. No documento constavam as principais análises da conjuntura para o agronegócio sustentável e as recomendações para manter o Brasil entre os principais produtores mundiais de alimentos. Na oportunidade, o ministro ressaltou a importância dos debates realizados e destacou que o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) está se comprometendo em consolidar a força do campo a partir dos sucessivos recordes demonstrados nas safras deste ano. “Esse evento é de extrema importância porque o agro brasileiro é muito importante e tem um impacto significativo na economia brasileira e, por isso, escolhemos a cidade de Campinas para realizar o encontro. Além de a cidade ter uma relação forte com o agronegócio, sua localização tem uma posição estratégica. Temos aqui um grande aeroporto, o de Viracopos, rodovias, o acesso facilitado e uma estrutura hoteleira de qualidade”, declarou o presi-

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dente do Fórum, João Doria Jr. Ainda na noite de sexta-feira, 21, o Fórum, que também foi presidido pelo Lide Agronegócios, foi aberto com um coquetel seguido de um jantar, onde também aconteceu o Prêmio Lide de Agronegócio. As categorias apresentadas durante a premiação foram: crédito; defensivos; equipamentos; fertilizantes; seguro; sementes; tecnologia; tratores; café; carnes; comercialização e serviços; distribuição; entidades de representação; fibras; floresta plantada; grãos; indústria de alimentos; leite; oleaginosas; sucroenergéticos; transporte e logística. O Fórum Nacional de Agronegócios também contou com grandes marcas como cotistas. Entre os patrocinadores estavam Banco BVA, Nestlé e Sebrae, com apoio da Brasil Foods (BRF) e Desenvolve SP. Palestras - Com os trabalhos também iniciados por Mendes Ribeiro Filho, o segundo dia do evento foi marcado por seminários. O presidente do Sebrae Nacional, Luiz Barreto, falou sobre "O Papel do Pequeno Produtor no Desenvolvimento do Agronegócio". Posteriormente, o pesquisador da Embrapa, Silvio Crestana, expôs o tema "Desenvolvimento Sustentável". Na sequência, o presidente da Federação Brasileira de Bancos, Murilo Portugal, falou sobre "Novos Rumos no Financiamento do Agro Brasileiro" e, por fim, o presidente da Bunge, Pedro Parente, debateu "Os Gargalos Logísticos do Agro Brasileiro". No encerramento, os convidados puderam assistir ao debate "Uma Estratégia para o Agronegócio no Brasil", com a participação do presidente da Associação Brasileira do Agronegócio, Luiz Carlos Correa Carvalho; do presidente da Organização das Cooperativas Brasileiras, Marcio de Freitas; do presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Milho e ex-ministro da Agricultura, Alysson Paolinelli; e do presidente da Sociedade Rural Brasileira. Roberto Rodrigues foi o moderador do debate.


Mercoagro 2012 supera expectativas e fecha com bons negócios

A 9ª edição da Feira Internacional de Negócios, processamento e Industrialização da Carne – Mercoagro 2012, foi realizada entre os dias 18 e 21 de setembro, no Parque Tancredo Neves, em Chapecó (SC), com um montante de negócios fechados e prospectados da ordem de 161 milhões de dólares e a presença de 32.500 visitantes-compradores. De acordo com os organizadores, ao todo, estiveram presentes ou representadas na feira 650 empresas fabricantes e fornecedoras de insumos para a indústria frigorífica, apresentando as inovações em refrigeração, automação industrial, ingredientes e aditivos, embalagens, transporte e armazenagem, equipamentos e acessórios, entre outros produtos e serviços. Em relação à edição anterior, o volume de negócios cresceu 8%, enquanto o número de visitantes

permaneceu estável. Segundo o coordenador geral da Mercoagro, Vincenzo Mastrogiácomo, um dos maiores negócios fechados foi a venda de uma linha industrial de processamento de aves de 3 milhões de euros para um grupo brasileiro. Outro contrato expressivo foi a venda da estrutura completa de abatedouro para 2.500 suínos/dia por uma indústria gaúcha para uma cooperativa paranaense. Para a próxima edição, prevista para o período de 9 a 12 de setembro de 2014, será reivindicado à administração a construção de mais um pavilhão de exposições com pelo menos 3 mil m² de área bruta locável, pois os mais de 15 mil m² de área ocupados não foram suficientes. A feira teve o apoio da Prefeitura de Chapecó, Aiaf, Abiec, Abipecs, Abrafrigo, Acav, CTC, ITAL, Embrapa Suínos e Aves, Ubabef e Senai Chapecó.


Alcantara Blends lança fosfatos específicos para cada tipo de carne Após dois anos de intensivo trabalho de pesquisa e desenvolvimento, a Alcantara Blends lança no mercado uma linha exclusiva de fosfatos para cada tipo de carne. “Estes produtos vêm de encontro com a necessidade contínua de melhoramento de qualidade, aumento de rentabilidade e aceitação dos produtos pelos consumidores”, afirma o diretor técnico comercial da empresa, Marcos Alcantara. De acordo com ele, a reatividade físico-química dos fosfatos com as carnes in natura ou industrializadas é a grande responsável pelo sucesso ou problemas encontrados nos produtos a base de carnes. “O excesso, a falta, o desequilíbrio físico-químico dos fosfatos trazem problemas irreparáveis aos produtos finais. Já a aplicação dos fosfatos específicos corretos só traz ganhos expressivos nos produtos finais”, explica. Ainda segundo Alcantara, cada tipo de animal – bovino, suíno, aves e pescados – tem suas características físico-químicas específicas, tais como porte, músculos diferentes, disposição das fibras musculares específicas, irrigação sanguínea, músculos com

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maciez distintas, pontos isoelétricos diferentes e atividade metabólica diferentes. “Portanto, não é aceitável trabalhar com a mesma aditivação para todos os diferentes animais”, sintetiza. O diretor conta que a partir do momento que se aprofunda nas características específicas de cada tipo de carne, se compreende a necessidade de trabalhar com aditivos diferentes com as mesmas. “Os fosfatos são os grandes responsáveis por alterações estruturais nas carnes, sendo para o bem ou para o mal”. Diferencial - Por respeitar as diferentes necessidades das carnes, a linha completa dos fosfatos específicos da Alcantara Blends garante na aplicação final ganhos expressivos em todos os itens de qualidade desejados pelas indústrias e consumidores, tais como: - Ganho de rendimento/rentabilidade: quando se trabalha com os fosfatos específicos, se aumenta a capacidade de retenção de água pela carne, evitando encolhimento no assamento ou cozimento, bem como perda de água em produtos frescais durante o shelf


life, pois suas ligações eletrolíticas e eletrostáticas se fortalecem, aumentando a capacidade de retenção de água. Evita encolhimento excessivo, quebras de estufas, altos drips enfim, defeitos que o consumidor e os fabricantes não toleram; - Manutenção da cor ótima das carnes após o processamento: é muito comum, no mercado, encontrar produtos com alteração de cor – ou muito claros, ou muito escuros. O fosfato adequado garante a manutenção e fixação da cor desejada no produto final; - Manutenção das características originais das fibras das carnes: os fosfatos específicos não alteram a estrutura das fibras musculares, o que garante excelente palatabilidade, não deixando o produto final com característica de pastoso, arenoso, gosmento, ou quebradiço, mas sim com excelente maciez e suculência. Os fosfatos específicos da Alcantara Blends se aplicam em todos os tipos de produtos industrializados, in natura ou processados, tais como: carnes salgadas (jerked, suínos), salsichas, linguiças, mortadelas, bacon, produtos tumbleados, injetados, temperados, presuntos, apresuntados, carnes moídas, desfiadas, enfim em toda a cadeia produtiva do universo das carnes.

Soccorro apresenta ao mercado sua nova identidade visual Com base em conceitos que visam evidenciar a proteção, o cuidado e a segurança, a Soccorro – empresa distribuidora de equipamentos de proteção individual e descartáveis – apresenta sua nova identidade visual. “A marca necessitava de elementos que traduzissem o posicionamento empresarial da empresa e remetesse à ideia de medidas defensivas, conservação e proteção às pessoas”, revela o marketing da empresa. Na nova logomarca, a tipografia foi escolhida pelo peso, de forma a agregar o fator segurança e base. Também contém traços grandes com um estilo geométrico, harmonizando com o símbolo igualmente geométrico. Já as cores da bandeira do Brasil relacionam-se com a antiga marca, buscando atestar a fidelização com antigos clientes e também a nacionalidade – forte da empresa. “Soccorro, uma marca que se reinventa”, é o mote da mudança.

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Rio Preto Balanças completa 30 anos de atuação no mercado A boa administração de um negócio iniciase com a boa gestão dos componentes e insumos que formam o produto final. Todos os anos são gastos milhões para fazer com que as linhas de produção funcionem corretamente e evitem prejuízos para as empresas. No caso dos abates e frigoríficos não é diferente, os componentes tidos como o coração deste segmento são as balanças, é através delas que o desempenho, qualidade e transparência do seu trabalho chega até o consumidor e aos controles de qualidade e inspeção. Elas representam a otimização do serviço. Por isso este setor, caso negligenciado, pode resultar em grandes perdas para a empresa, ao passo que faz parte do sistema de controle que visa evitar

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o desperdício de recursos. É olhando por este lado que a Rio Preto Balanças – empresa presente no segmento desde 1982 – tem voltado sua visão para a consultoria especializada em frigoríficos e abates. Englobando toda a gama de serviços como assistência, reposição de peças, manutenção preventiva e emergencial, esta visão fez com quem a Rio Preto Balanças hoje atenda aos maiores produtores e exportadores do país. Atualmente, a empresa busca a excelência na prestação de serviços, reconhecendo a importância do bom funcionamento e administração dos recursos. Balanças sem calibração, ou com mau funcionamento, podem tanto variar para mais ou para menos: para menos, resultam em prejuízo para o produtor (que pode chegar a milhões); e para mais, resultam em prejuízo para o consumidor. Neste caso, algo muito mais importante está em cheque, ou seja, a satisfação do consumidor final e sua confiança, o nome da empresa que carrega os valores e alicerces em que se formaram as bases e filosofia de trabalho, podendo, ainda trazer problemas com órgãos de fiscalização. Existe, hoje, uma consciência de que as empre-


sas estão sempre se reinventando, buscando novas estratégias, buscando novos modelos de administração, pois o mercado frigorífico nacional tem uma importância econômica como poucos outros setores têm, movimentando a economia de uma forma atraente. Neste caso, é preciso entender que este segmento deve funcionar como os outros, ou ainda com mais cuidado, pois cortar custos não é contratar o serviço mais barato, ou as peças mais em conta. Cortar custos é evitar que sua linha de produção tenha problemas que poderiam ter sido solucionados antes mesmo de começarem. Alguns erros pequenos somados fazem com que as empresas corram riscos. E entendendo estes aspectos, a Rio Preto Balanças trabalha para que todo este processo esteja sempre conciso e funcionando perfeitamente, disseminando uma cultura de modernização e profissionalismo no segmento. “Estamos nos reinventando como empresa, buscando dar aquilo que muitas empresas ainda não encontraram, serviço de qualidade, bases sólidas, alto conhecimento técnico com preço competitivo e coerente com o mercado. Visando realmente a construção de um nome e continuidade de uma história”, afirma o diretor da empresa, Luiz Carlos Terencio Junior.

Aurora assume operação da Bondio Alimentos em Guatambu A Coopercentral Aurora Alimentos – um dos maiores conglomerados agroindustriais do País – assumiu em 1º de outubro as operações da unidade fabril da Bondio Alimentos em Guatambu (SC), em sua capacidade plena. A indústria de aves está localizada na rodovia SC-283, Km 03. A efetivação do negócio (arrendamento com opção de compra) surgiu após reunião entre os dirigentes da Aurora – Mário Lanznaster, presidente; Neivor Canton, vice-presidente; e Marcos Antonio Zordan (diretor de agropecuária) – e da Bondio Alimentos, representada pelos empresários Mário Antônio Sperandio, Valdir Luís Sperandio e Maria Auxiliadora Sperandio. Atualmente, a unidade possui cerca de 1.000 colaboradores e a previsão inicial é de ampliar para 1.400 empregos diretos. As atividades da Bondio Alimentos abrangem toda a cadeia produtiva, desde a produção de ovos férteis, integração e processamento de carne de frango para consumo. No local são abatidas 110.000 aves por dia e produzidos cortes congelados.

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Portas automáticas Rayflex Vector protegem áreas da Sadia na planta de Lucas do Rio Verde A Rayflex instalou 11 Portas Automáticas Rayflex Vector, na unidade industrial da Sadia, localizada na cidade de Lucas do Rio Verde (MT), uma de suas maiores plantas industriais no país. Fabricadas com estrutura em aço inox e manta poliéster impregnada em PVC expandido na cor azul, tratada com verniz em ambas as faces – o que as torna antiestáticas e autoextinguíveis –, as Portas Rayflex Vector substituíram antigas e pesadas portas seccionais de ferro. Estão instaladas no setor de rejeitos, protegendo a área de produção de ração e fertilizantes. "As Portas Rayflex Vector garantem total proteção das áreas internas, possuem velocidade de abertura de até 1,0 metro/segundo (a manta vai se dobrando) e fotocélula de segurança que reverte o movimento da porta no trânsito de pessoas/equipamentos, caso venha a encontrar algum obstáculo durante seu fechamento, oferecendo, assim, mais segurança aos usuários e produtos", esclarece a Rayflex. Criada em 1944 em Concórdia (SC), a Sadia tem

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hoje na Unidade Agroindustrial de Lucas do Rio Verde um dos maiores projetos da companhia com abatedouro de aves, unidade de abate e industrialização de suínos, além da fábrica de rações. A unidade é referência no mercado brasileiro em relação aos seus avançados processos tecnológicos e à adoção de princípios de sustentabilidade, considerando compromisso com o meio ambiente e o envolvimento com a comunidade e públicos que estão sob a área de influência do empreendimento. Através dessa planta, a Sadia é uma das patrocinadoras do Projeto Lucas do Rio Verde Legal, iniciativa liderada pela ONG The Nature Conservancy (TNC), uma das principais referências mundiais no tema meio ambiente. Ao lado do poder público e de instituições privadas, a Sadia e o Instituto Sadia são parceiros da entidade internacional no projeto que prevê a regularização sócio-ambiental de todas as propriedades rurais do município, tornando o desenvolvimento agropecuário e agroindustrial compatível com a conservação ambiental da região.


Haarslev apresenta na Mercoagro equipamento capaz de reduzir necessidade de grãos na ração de frangos

Os frigoríficos de aves e suínos estão sofrendo, nos últimos meses, com o aumento de cerca de 30% no preço da ração dos animais, o que corresponde a aproximadamente 70% dos custos de produção, segundo apontam estatísticas do setor. De acordo com a Haarslev Industries, enquanto os preços não se normalizam, uma das alternativas é aumentar o percentual de farinha de vísceras na ração e reduzir o volume de grãos. A farinha é obtida pelo processamento de subproduto animal como vísceras, pena, ossos e sangue. Normalmente, o procedimento é feito em alta temperatura, com o uso de digestores contínuos e/ ou bateladas, o que pode reduzir significativamente o valor nutricional do alimento.

Por isso, a Haarslev – que fornece as máquinas de processamento de farinha animal – implantou um método de manipulação de vísceras em baixa temperatura capaz de conservar alguns nutrientes mais sensíveis ao calor. Este método tem um custo de cerca de 50% maior do que o processo comum (alta temperatura) e, no Brasil, ainda é pouco utilizado devido à cultura do país. Mas, apesar do valor mais elevado, o custo benefício de seu uso pode ser financeiramente interessante para os frigoríficos. Em países europeus, por exemplo, os produtores de farinha recebem um prêmio no valor de venda, pois a farinha obtida por meio desta técnica é considerada “premium”. “Quanto maior valor nutritivo tem a farinha, como essa que oferecemos com o uso de baixa temperatura, menor é a necessidade de mistura de grãos na ração, o que ajuda a compensar a alta dos preços dessas commodities e não achata tanto as margens dos frigoríficos”, explica Orlando Guelfi, diretor comercial da Haarslev.

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Rio Grande do Sul: Avisulat 2012 contempla setores da Avicultura, Suinocultura e Laticínios O Avisulat 2012 - III Congresso Sul-Brasileiro de Avicultura, Suinocultura e Laticínios, Feira de Equipamentos, Serviços, Tecnologia, será realizado nos dias 21, 22 e 23 de novembro, no Rio Grande do Sul. Realizado bianualmente, o evento contempla os participantes com temas e assuntos que venham ao encontro dos anseios dos setores, tendo como resultados esperados: - Promover o desenvolvimento e gestão das Cadeias Produtivas da Avicultura, Suinocultura e Laticínios, incentivando a busca de novos conceitos e novas tecnologias no Brasil e no exterior; - Gerar informações e conhecimentos sobre estes segmentos e debater a relevância econômica e social dos mesmos, bem como a sua importância na produção de alimentos essenciais e ricos em nutrientes e vitaminas para o ser humano; - Oportunizar o encontro de dirigentes técnicos, empresários, pesquisadores, produtores e demais profissionais dos setores, para contatos comerciais e troca de informações e de experiências;

- Divulgar novas tecnologias, processos e procedimentos de interesse para o desenvolvimento, integração e inovação dos diferentes elos das Cadeias Produtivas: produtores, transportadores, indústria, distribuidores e supermercados até o consumidor final; - Estabelecer um canal de intercâmbio de informações profissionais entre os diversos países da América Latina e Estados brasileiros; - Favorecer o conhecimento aos profissionais da área sobre novos mercados, oportunizando o acesso à tecnologias e processos de produção para Unidades Produtoras Familiares, Pequena e Média Indústria e Cooperativas dos setores. AVISULAT 2012: de 21 a 23 de novembro Local: Centro de Exposições Fundaparque, Bento Gonçalves (RS) nformações: (51) 3228-8844 E-mail: coordenacao@avisulat.com.br Site: www.avisulat.com.br

Salvador sedia III Aquapesca Brasil, em novembro Será realizada na Bahia, entre os dias 7 a 9 de novembro, a III AquapescaBrasil, Feira Internacional de Pesca e Aquicultura. No evento, novas tecnologias serão apresentadas por expositores e palestrantes de países como Peru, Noruega, Chile, Japão, China. A III Aquapesca Brasil, que acontecerá no Centro de Convenções da Bahia, com a expectativa de atrair mais de 10 mil visitantes, tem a finalidade de fomentar a indústria da pesca, sendo um canal agregador para impulsionar a economia. Palestras e conferências nacionais e internacionais, além de workshops gastronômicos e exposição de trabalhos técnico-científicos também serão apresentados durante a feira. Nas duas edições anteriores – em Itajaí, Santa Catarina –, participaram 19 países, 131 expositores e 69 palestrantes, além de 100 trabalhos técnicocientíficos apresentados. Terceiro maior produtor nacional de pescados, o Estado da Bahia reúne todas as condições para sediar o evento. Ano especial - A AquapescaBrasil acontece em Salvador num ano muito especial para a Bahia: serão inaugurados dois terminais pesqueiros, um em

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Salvador e outro em Ilhéus; concluídas as obras do primeiro Centro Vocacional Tecnológico do Pescado; aumentada a produção e distribuição de alevinos; ampliada a assistência técnica aos pescadores e aquicultores e será promovido o III Festival da Tilápia. Serão apresentadas as realizações neste importante evento internacional, o maior do mundo do setor, que atrairá novos investimentos para o Estado. Potencial - Nos últimos cinco anos, a Bahia vem crescendo muito na área de pesca e aquicultura. Houve aumento de 52% na produção de pescados, passando da 5ª para a 3ª produção no ranking nacional. Além do extenso litoral, com 1,2 mil quilômetros – o maior do Brasil –, o Estado possui mais de 500 mil hectares de lâminas d'água e em até dois meses estará entregando dois terminais pesqueiros, em Salvador e Ilhéus, construídos com recursos do Ministério da Pesca e do governo do Estado. III AquapescaBrasil: de 7 a 9 de novembro Local: Centro de Convenções da Bahia, Salvador Informações: (71) 3115-2784 Site: www.aquapescabrasil.com.br


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Estação de nascimento de bezerros requer cuidados com o manejo Fruto da estação de monta, o período de nascimento dos bezerros de um rebanho requer bastante atenção em relação ao manejo dispensado aos novos animais. Tanto o nascimento quanto a desmama são situações críticas em razão do estresse causado nos animais e, por isso, é fundamental o uso dos conceitos do manejo racional e produtivo. Uma das práticas que deve ser realizada nesse período, mas que demanda bastante cuidado, é a cura do umbigo, obrigatória para prevenir doenças que podem acometer os animais recém-nascidos. O manejo adequado para essa prática é muito importante tanto para o bezerro quanto para a vaca, especialmente as primíparas, para evitar o abandono da cria. “Para fazer a cura, não bastam cuidados sanitários. O manejo requer tratos específicos, já que este é o primeiro contato do animal com o homem. A cura do umbigo exige planejamento e mão de obra capacitada, pois o manejo adotado ajudará na formação do temperamento do animal. Por isso, não se deve arrastar o bezerro na ponta da corda, e muito menos agredir a mãe ou o filho para realizar o manejo”, explica o médico veterinário Renato dos Santos, responsável pela área de Manejo Racional da Beckhauser. “O primeiro passo para o manejo é fazer uma maternidade onde seja possível trabalhar mesmo com vacas reativas. Bastante comum e funcional, a construção de um pequeno piquete de arame dentro da maternidade pode ser feita aproveitando um dos cantos da cerca, de forma que o lote entre por uma porteira e as vacas saiam por outras duas. As vacas não paridas retornam ao pasto original, e as paridas, ao pasto vizinho”, descreve o veterinário. Uma dica dada pelo veterinário é que antes do lote começar a parição, os peões podem ensinar as vacas a passar pela remanga, criando o hábito que facilitará bastante a passagem quando iniciar a parição. “As vacas entram por uma porteira mais larga e saem pelas porteiras estreitas, habituando-se à remanga de passagem”, completa Renato. Ele explica que as cercas do piquete podem ser construídas com 10 fios de arame distribuídos, na sua maioria, abaixo dos 70 cm, para evitar a fuga dos bezerros. “Os bezerros nascidos pela manhã só devem passar pelo manejo de cura à tarde, e viceversa. O intervalo é importante para o relacionamento entre mãe e filho, diminuindo o risco de abandono, melhorado pela possibilidade de uma ótima mamada do colostro”, ressalta o especialista da Beckhauser. Como o manejo precisa ser feito sem agressividade 06 58

Cura do umbigo - Foto: Beckhauser

– o que influencia o temperamento do animal e, consequentemente, a qualidade da carne que será produzida –, a corda só deve ser usada para aproximação, sem arrastar o bezerro. “Na cura, o correto é mergulhar o umbigo no produto. O corte do umbigo poderá ser feito se este for muito longo, acima de 20 cm, sendo importante amarrar. Para completar o manejo, no mesmo dia, as fazendas integradas ao Eras (Estabelecimentos Rurais Aprovados no Sisbov) devem fazer o furo de 0,5mm na orelha, com a ferramenta adequada, onde será colocado o brinco na desmama. Deve-se aplicar um endectocida, prevenindo a incidência de miíase (bicheira). Essa aplicação deve ser na tábua do pescoço (preferencialmente via subcutânea), evitando lesões em áreas nobres de carne”, afirma o veterinário. Vale lembrar que segundo o Etco (Grupo de Estudos e Pesquisas em Etologia e Ecologia Animal, da Unesp de Jaboticabal, SP), procedimentos para identificação, cura do umbigo, aplicação de vermífugo e pesagem dos bezerros devem ser feitos no dia seguinte ao parto – para não interferirem na formação do vínculo mãe e filho. Isso porque quando esses manejos são realizados no dia do nascimento, aumentam os riscos de rejeição materna e da vaca pisotear o bezerro. Por outro lado, se os procedimentos ocorrerem mais tarde, a partir do terceiro dia de vida do bezerro, será mais difícil contêlo, pois nessa idade já é bastante ágil e há maior risco da ocorrência de bicheiras no umbigo. Mais dicas de manejo podem ser consultadas no site www.beckhauser.com.br


Estação de monta: maior parte do Brasil realiza o período de reprodução das vacas de outubro a março A estação de monta é uma estratégia adotada para aumentar a produtividade de fazendas e gerar benefícios por diversas razões, entre elas: reunir os nascimentos na época mais adequada do ano e, consequentemente, concentrar a desmama e produzir lotes uniformes de bezerros. Outro ponto é que, entre uma estação e outra, os reprodutores têm o período de descanso para restabelecer condições para o próximo período reprodutivo. Segundo a Embrapa Gado de Corte, a época indicada para a prática, principalmente no Brasil Central, ocorre entre outubro e março – quando existem maior fartura e qualidade de forragem, oferecendo uma melhor condição nutricional bovina. “Após os nascimentos, as vacas entram em balanço energético negativo, o que interfere na reprodução. Com a maior oferta de alimento, elas conseguem ingerir maior quantidade de nutrientes e os índices reprodutivos são melhores”, explica a médica veterinária e supervisora técnica da Ourofino, Alessandra Teixeira. Uma das possibilidades para tornar a estação de monta mais eficiente é o encurtamento, realizado de outubro a dezembro. Isso resulta em nascimentos entre julho e outubro, fazendo com que os bezerros tenham menor incidência de parasitos e doenças, por ser um período mais seco. Ainda como vantagem, o consumo efetivo de forragem pelos bezerros terá início aos três meses de vida, quando o período das águas já terá iniciado e a oferta de alimento será alta. “Recomenda-se que a estação de monta tenha duração de até 90 dias. Estratégias podem ser estudadas para diminuir aos poucos este período, sem que os índices sejam prejudicados. Cada propriedade deve ser avaliada e uma programação pode ser feita para encurtar a estação de monta ao longo de alguns anos”, orienta a pesquisadora da Embrapa Gado de Corte, Alessandra Corallo Nicácio. Uso da IATF - O Mato Grosso do Sul, um dos principais Estados na criação de gado de corte, tem um forte investimento em reprodução neste período. A Ourofino espera atingir a venda de 500 mil protocolos reprodutivos durante o período. “O uso da IATF é indicado preferencialmente no início da estação de monta, pois faz com que as parições sejam antecipadas no ano seguinte. Os protocolos reprodutivos têm como objetivo principal otimizar o uso da inseminação artificial sem a necessidade de observação de cio e estimular a ciclicidade de vacas em anestro, condição muito comum nos rebanhos brasileiros. Dessa forma, conseguimos conciliar o melhoramento genético com produtividade”, afirma Alessandra Teixeira. Para bons resultados devem-se aliar cuidados sanitários com vacinas e vermifugações, mineralização adequada e manejo reprodutivo através da formação de lotes de parições. 59


Por vezes não venda Mania de vendedor: não quer perder venda de jeito nenhum! Mas sou contra a idéia de vender para todo mundo. Quero deixar bem claro esse meu pensamento: cliente existe para dar lucro! Não sou a favor do capitalismo selvagem, mas sim a favor de mercados bem regulamentados, com livre concorrência e empresas saudáveis. Só com uma economia forte é que podemos diminuir a desigualdade social e gerar inclusão dos mais pobres. Cliente que gera lucro está cumprindo sua função social, ajuda a combater o desemprego e gera riquezas para a sociedade. Vale a pena salientar que muitos profissionais de vendas são um tanto quanto desleixados na questão de cadastro e análise de crédito, mas depois que o prejuízo aparece não adianta chorar as pitangas. Para fugir dessa armadilha, reflita sobre os pontos abaixo: Selecione o cliente Nunca se esqueça de segmentar seus clientes e, assim, fazer a "venda certa para o cliente certo". Sabemos que o emocional fala muito alto nos momentos da compra, independente do cliente ser pessoa física ou jurídica. É justamente nessa hora que o cliente se deixa levar e acaba comprando aquilo que não pode pagar, e muitos vendedores ficam estimulando o sujeito a ir além do que seu bolso permite. Iludem-se os dois, e o que era para ser a realização de um sonho vira um terrível pesadelo.

*Por Paulo Araújo

não seria nada bom nem para ele e nem para a empresa correr um risco desnecessário. Preencha com cuidado os dados pessoais, e se o preenchimento for feito à mão, capriche na letra e deixe os dados legíveis para evitar retrabalho. Analise o histórico do cliente Muitas empresas fornecem o histórico e a situação cadastral do cliente. Leve essas informações em conta e não peque querendo dar um jeitinho. Também não fique duvidando das informações disponíveis. Diz o ditado que "o pior cego é aquele que não quer enxergar". Faça uma bela análise de crédito e nunca esqueça de que cliente satisfeito é tão bom quanto empresa satisfeita. Seja flexível, mas não desorganizado Converso com muitos vendedores sobre políticas de crédito, e é muito comum vê-los fazer críticas dizendo que a empresa é muito burocrática. Mas quando vamos a fundo na conversa e peço sugestões, posso concluir que a grande maioria quer uma verdadeira anarquia no setor de crédito. Agem como se o setor de crédito fosse um grande inimigo do setor de vendas. Nada disso! Procure ter uma visão sistêmica e enxergar todo o processo e, assim, manter um negócio cada vez mais saudável. E nada de ficar olhando para o próprio umbigo, pois o seu desempenho afeta o resultado de todos!

Atenção, muita atenção na hora de preencher o cadastro Preencher o cadastro e analisar a ficha do cliente com toda a atenção do mundo pode evitar futuros problemas e afetar seus resultados. Jamais coloque o cliente em situação constrangedora, mas deixe claro que a empresa tem uma política bem definida quanto a esta questão e que

Paulo Araújo é especialista em Inteligência em Vendas e Motivação de Talentos, diretor da Clientar - Projetos de Inteligência em Vendas, e autor de Paixão por Vender (Ed. EKO), entre outros livros. Informações sobre palestras ou treinamentos de Motivação, Talentos e Vendas pelo telefone (41) 3267-6761, ou pelo site www.pauloaraujo.com.br Twitter: @pauloaraujo07

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ICMS/ST: por que e para que a inscrição do contribuinte substituto? As empresas que comercializam mercadorias tratadas sob o regime da substituição tributária do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços – ICMS/ST – conhecem o trabalho que o setor comercial, compras e fiscal têm para realizar suas operações. A Substituição Tributária (ST) foi instituída em 1993 pela Emenda Constitucional nº 03, e regulamentada pelo Convênio ICMS nº 81/93. Através dela, o legislador determinou que os produtos definidos em ato da administração tributária estadual passariam a ter o ICMS, relativo a operação posterior, cobrado antecipadamente no total da nota fiscal e repassado ao estado do estabelecimento destinatário da mercadoria. A legislação também definiu responsabilidades para a retenção e recolhimento do imposto, na qualidade de sujeito passivo por substituição. Via de regra, a responsabilidade caberá ao produtor, extrator, gerador – inclusive de energia, importador, industrial, distribuidor, comerciante ou transportador, pelo pagamento do imposto devido nas operações ou prestações subsequentes. Segundo o convênio acima citado, o acordo pode ser celebrado pelos estados através de protocolos ou convênios, através dos quais são definidas as regras para a aplicação da sistemática. Posteriormente, cada unidade da federação incorporará ao Regulamnto do ICMS, as normas a serem cumpridas. Nesses casos, o estado remetente envia a mercadoria e tem a obrigação de reter o valor no total da nota fiscal de venda – e repassar ao estado destinatário a parcela do imposto retido. Em outra situação, apenas o estado destinatário da mercadoria trata o produto sob o regime da ST, desobrigando o remetente da retenção e do recolhimento. Essa rotina é prática, quase que diária, nas empresas, considerando o vai e vem de um estado a outro. Portanto, não é muito difícil imaginar a trabalheira que é organizar e controlar todos os valores a serem recolhidos, no que diz respeito a prazo e, porque não dizer, em relação a cálculo. Por esse motivo, o legislador também autorizou que os contribuintes obtivessem inscrição como contribuinte substituto nos estados para onde remetam mercadorias e que, fazendo parte do convênio ou protocolo, tenham a obrigação do repasse aos cofres estaduais. Sendo assim, cada estado definirá, através de ato legal, o prazo para recolhimento dos valores e que deverão ser realizados através da Guia Nacional de Recolhimento de Tributos Estaduais (GNRE), em favor do estado destinatário. Nos casos em que a sistemática seja aplicada apenas ao estado comprador, este também poderá firmar um termo de acordo com a unidade da fede06 62

ração onde etiver estabelecido. O recolhimento se dará em único dia, ao invés de ser feito todas as vezes em que houver entrada de mercadoria ou mesmo saída para os casos de protocolos ou convênios. Quanto a guia de recolhimento, a empresa deve observar o layout adotado por cada estado. Dessa forma, podemos exemplificar que os produtos classificados como cosméticos, como por exemplo os perfumes, com os seguintes parâmetros fiscais, fossem vendidos de Minas Gerais para o Rio de Janeiro: NCM – 3303.00.10 ICMS - Alíquota interna do RJ – 26% ICMS - Alíquota interestadual – 12% IPI – 22% - R$220,00 Margem de Valor Agregado da ST – 45% Valor da venda – R$1.000,00 Valor - ICMS/ST – R$282,74 OBS: A substituição tributária se aplica apenas ao Rio de Janeiro, desobrigando o Estado de Minas Gerais a reter a ST no total da sua nota fiscal. Conforme o cálculo acima, o valor a ser recolhido pelo Estado do Rio de Janeiro será R$282,74. A partir desse momento, o empresário deve decidir se opta pela inscrição como contribuinte substituto para facilitar sua operação diária, assim como estimar o fluxo de caixa. O recolhimento geralmente se dá no mês seguinte ao da operação e, acima de tudo, permite um controle mais eficiente dos valores recolhidos. A tomada de decisão está particularmente ligada a cada atividade e ao montante de saídas para outros estados. Por esse motivo, cada empresa deve avaliar sua necessidade. Inclusive, porque o processo reduz a possibilidade de apreensão nos postos de fronteira, em caso de valores não recolhidos por operação realizada. Caso a empresa possua uma estrutura adequada, poderá ela mesma solicitar junto a Secretaria de Estado de Fazenda a referida inscrição. Em caso contrário, é recomendável que um prestador de serviços ou profissional legalmente habilitado seja nomeado representante legal para realizar o trabalho. É sempre bom lembrar que apreensões de carga “arranham” a imagem da empresa, não só perante o mercado, como também perante o fisco. Afinal, bom pagador é sempre visto com bons olhos. Isso tudo sem contar que atrasos na entrega provocam desfalques no estoque e queda nas vendas. E pior: cliente insatisfeito procura a concorrência.

Suelí Angarita é Consultora Tributária e sócia da Solução Fiscal Consultoria Tributária. Mais informações: www.solucaofiscal.com


Medidas simples em prol dos funcionários melhoram a produtividade e a imagem da empresa Você sabia que o espaço físico que o seu funcionário ocupa na empresa influencia diretamente na produtividade dele? Estou me referindo à mesa, à cadeira, ao computador, ao espaço... Sabe aquele papo de que nós passamos a maior parte do dia no trabalho? Pois é, aquele ambiente precisa ser aconchegante e familiar. Mesas pequenas demais, cadeiras desconfortáveis, salas muito quentes ou muito geladas certamente influenciam no desempenho do funcionário. Ele precisa se sentir quase em casa quando chega naquele espaço, para produzir mais e contribuir para um bom ambiente de trabalho. Eu estive na sede da Google, na Califórnia, e voltei absolutamente embasbacado com o que vi. As pessoas simplesmente não querem sair da empresa porque é muito legal ficar lá. E na sua empresa? Como é o espaço de trabalho? Além de conforto neste ambiente onde passamos quase todo o dia, outras medidas simples podem ajudar na imagem positiva da empresa. Você sabia que colaboradores e familiares também são propagadores da sua marca? É, provavelmente você deve saber, mas então lá vem a segunda pergunta: o que você está fazendo em relação a isso? Pequenos cuidados no dia a dia, como um agrado para os aniversariantes, uma surpresa para quem comemora muito tempo de empresa ou para quem volta de férias são pequenas ações que permitem que seus funcionários se sintam especiais e comentem essa sensação com os familiares. Outra ação interessante é distribuir para eles alguns dos brindes que são entregues em eventos. Seus funcionários ficarão felizes e valorizarão esse gesto mais do que qualquer outra pessoa. É importante dedicar uma atenção para este público; afinal de contas, ninguém com mais credibilidade perante o cliente do que o próprio funcionário na hora de dar uma opinião sobre a empresa, não é? Claudio Nasajon é presidente da Nasajon Sistemas; presidente do Conselho da Micro e Pequena Empresa da Associação Comercial do Rio de Janeiro e professor de Planejamento de Negócios na PUC-Rio. Mais informações: www.claudionasajon.com.br.

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