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A ciência não dá mínima hipótese às convicções. A ciência não se compadece com convicções, ideologias, taras ou conspirações.
Mais uma vez, um novo estudo da Universidade Harvard foi muito claro: não só o consumo de carne surgiu naturalmente para os humanos no período Paleolítico, como é possível que, sem uma dieta inicial que incluísse quantidades generosas de proteína animal, não nos teríamos tornado humanos – pelo menos os humanos modernos, verbais e inteligentes que somos.
Foi há cerca de 2.6 milhões de anos que a carne se tornou uma parte significativa da dieta pré humana. Neste período, ser herbívoro não era difícil – afinal de contas, as frutas e os vegetais não fogem. Mas também não são propriamente densos em calorias. Havia outra alternativa, os chamados alimentos de raiz que apresentam impacto nutricional mas, não são muito saborosos – pelo menos crus – e são muito difíceis de mastigar. De acordo com os biólogos evolucionistas da Universidade de Harverd, Katherine Zink e Daniel Lierberman, os autores que apresentaram os primeiros resultados deste estudo em 2016 e passado meia dúzia de anos confirmam –categoricamente - que os proto-humanos se só comessem raízes teriam que fazer até mais 15 milhões de “ciclos de mastigação” para se manterem vivos.
Foi aqui que a carne assumiu o seu papel, para salvar o dia. As presas que eram abatidas era depois esquartejadas ou lascadas e forneciam refeições muito mais ricas em calorias, com muito menos mastigação do que as raízes (cozinhar as raízes que naturalmente facilitaria mais as coisas só entrou em voga há cerca de 500.000 anos).
Com o objetivo de determinar o esforço dos humanos primitivos, Zink e Lierberman recrutaram dezenas de humanos modernos e
alimentaram-nos com amostras de três tipo de raízes: Inhame, cenoura e beterraba e um tipo de carne (ovino cru mas rastreado para garantir a ausência de quaisquer agente patogénico), usando sensores de eletromiografia para medir quanta energia os músculos da cabeça e da mandíbula, tiveram de exercer para mastigar e engolir as amostras.
Em média, descobriram que era necessário de 39% a 46% menos força para mastigar e engolir a carne do que engolir as raízes. O corte funcionou melhor para a carne, tornouse mais fácil de mastigar mas também reduziu o tamanho das partículas individuais em qualquer deglutição, tornando-as mais digeríveis.
Isto era muito importante por razões que iam para além de apenas dar aos nossos ancestrais algumas horas extras no seu dia-a-dia. Um cérebro é um órgão muito exigente em termos nutricionais e, se quiser desenvolver um bom cérebro, terá de comer pelo menos um pouco de carne que proporcione muito mais calorias com muito menos esforço que um menu sem carne.
Claro, que isto não significa que os descendentes dos proto-humanos do século XXI se devam empanturrar de carne. Não. Mas prova que a carne é essencial na alimentação humana e faz parte da dieta mais saudável do mundo: a equilibrada. Além disso, dizer hoje, que a carne não teve impacto nos genes e na história do ser humano, não é verdade.
“NÃO SÓ O CONSUMO DE CARNE SURGIU NATURALMENTE PARA OS HUMANOS NO PERÍODO PALEOLÍTICO, COMO É POSSÍVEL QUE, SEM UMA DIETA INICIAL QUE INCLUÍSSE QUANTIDADES GENEROSAS DE PROTEÍNA ANIMAL, NÃO NOS TERÍAMOS TORNADO HUMANOS...”
Edição Janeiro/Fevereiro nº 201
EDITORIAL
Foi a carne que nos tornou humanos
BATOCAS, SABUGAL Grande mostra de carnes com churrasco monumental
CARNES LANDEIRO Legado de Família
GEA FOOD SOLUTIONS / DIVERTEC PowerPak PLUS
MOLEJAS O caviar da carne
DIN Jornadas Técnicas
TERMOFILM
20 anos depois
TECMEAT
“O TECMEAT foi criado para valorizar a industria de carnes ” – Eng. Paulo Cadeia
38
PROPRIEDADE:
Azitania Global Expedition S.L.
C.I.F. b8662786
Calle Génova 15
Piso 3 Derecha 28014 Madrid
E. revistacarneportugal@gmail.com
Revista Bimestral
ASSINATURA, ARTIGOS E
PUBLICIDADE: E. aglobalexpedition@gmail.com
Versão em português
Isenta de registo a ERC ao abrigo do Decreto-Lei 8/99 de 9/06 artº12 nº1 A
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REDAÇÃO:
Diretor: M. Oliveira
Chefe de Redação: Glória Oliveira
Gestão de conteúdos: Luís Almeida e Aberto Pascual
DESIGN GRÁFICO E PAGINAÇÃO:
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VERSÃO IMPRESSA E DIGITAL: mais de 250.000 leitores (dados auditados)
REVISTA CARNE É ASSOCIADO DE: Maitre - Open Plataform for journalists and Researchers e SPJ Society of Professional Journalists
ASSINATURA DA REVISTA CARNE (EDIÇÃO IMPRESSA)
6 edições (portes de correio incluídos): 80,00 Euros
12 edições (portes de correio incluídos): 160,00 Euros
O concelho do Sabugal convida-nos a entrar na dança dos sentidos. A natureza é deslumbrante...tão delicada e frágil e, ao mesmo tempo, agreste e poderosa. A região mantém intacta a filigrana da portugalidade bem tecida com fios do riquíssimo património histórico, cultural e paisagístico. Os sinais dos povos que estiveram, dos que partiram, dos que fugiram, dos que ficaram, nas pedras, nos objetos, nas memórias… os hábitos, as vestes, os gestos, as emoções e a alma de um povo. A gastronomia, as pessoas e os animais. São muitas as razões para visitar durante todo o ano o concelho do Sabugal.
Mas o nosso desafio para visitar o concelho beirão prende-se com a GRANDE MOSTRA DE
CARNES que vai decorrer na simpática aldeia de Batocas, em 19 de agosto de 2023. O concelho do Sabugal detém o maior efetivo bovino da Beira Interior Norte com mais de 9500 bovinos (fêmeas) dispersos por cerca de 350 explorações.
Batocas é uma aldeia do concelho do Sabugal com apenas 35 habitantes mas, conta com mais de 950 bovinos nas suas terras!
A GRANDE MOSTRA DE CARNES, conta com os indispensáveis apoios da Câmara Municipal de Sabugal e de todos os produtores do concelho que se mobilizam para mostrar aos visitantes a excelência da carne topo de gama produzida dos seus animais, criados em campo, cujas características de tenrura textura e sabor
fazem parte da dança dos sentidos.
E de que maneira? Os produtores do concelho do Sabugal organizam um monumental churrasco gratuito* para que todos os visitantes tenham o privilégio de saborear carne de excecão. Conversar com os produtores, chefes de cozinha, especialistas, num dia inesquecível para toda a família e amigos. A não perder!
Grande Mostra de Carnes com churrasco monumental Batocas. Sabugal
19 de agosto (sábado) de 2023
* com exceção das bebidas
Desde sempre que o lugar de Nine, no concelho de VN Famalicão, foi associado a uma comunidade de agricultores com várias “Grandes Casas Agrícolas” que congregava rendeiro e um elevado número de serviçais que se dedicavam à criação de gado e ao cultivo de milho e vinha, não estivesse Nine situada em plena região minhota.
Joaquim Novais Carvalho, nascido e criado em Nine, desde muito cedo se revelou um talentoso negociante de gado vivo, no tempo em que um aperto de mãos entre duas pessoas era o bastante para o sentido do dever, da dignidade, do firmar da realidade, sem artifícios nem máscaras.
O Patriarca da família, juntamente com os seus filhos forma uma sociedade com o
intuito de consolidar e institucionalizar o seu negócio e é assim que, em Julho de 1977, no Lugar de Landeiro, freguesia de Nine, nasce a, agora, empresa Carnes Landeiro SA, à data ainda sendo uma pequena unidade de abate de suínos, para satisfazer, sobretudo, as necessidades comerciais da sociedade local.
As exigências do mercado, os requisitos exigidos pela legislação vigente para todas as unidades industriais de abate e transformação de carnes e a forte autodeterminação da família, exigiam uma nova dinâmica e um novo desenho do futuro.
Desta forma, foi delineada uma estratégia de expansão, quer para dar resposta à crescente procura dos seus produtos, por uma vontade de crescimento através da criação de
novos produtos e serviços, bem como pelo aumento da sua posição no mercado, ou do desenvolvimento de novos canais de distribuição. Surge então o inabalável desejo de construir umas instalações maiores e mais modernas.
Esse momento chegou em 1993 com a construção de um moderna unidade fabril, no lugar de Silveiros, no concelho de Barcelos, com linhas de abate para suínos e bovinos, linhas de desmancha e desossa e um unidade de transformação de carnes para o fabrico de uma gama de produtos de charcutaria tradicional portuguesa de qualidade altamente reconhecida. Mais tarde, em 1999, a empresa assume a denominação Carnes Landeiro, S.A.
Nesta perspetiva de desenvolvimento, a Revista
Carne visitou a Carnes Landeiro e conversou com Hugo Carvalho, gestor e membro do Conselho de Administração que nos deu a sua visão sobre o setor, o mercado, as suas expectativas e levantou um pouco o véu sobre os projetos futuros da empresa minhota... sem esquecer as questões mais sensíveis, como a relação entre empresas e setores, nem a importância do passado, onde Joaquim Novais Carvalho, o seu avô, desenhou um futuro , cumprindo um desígnio e um grande papel para a socialização e desenvolvimento, à sua volta. E foi esse o mote para iniciar a nossa conversa: o passado.
A autodeterminação do meu avô e o seu espírito empreendedor foi, realmente, o principio de tudo. O meu avô investiu as suas capacidades num negócio muito tradicional, típico da época que era a comercialização de animais, mais propriamente a compra e venda de suínos vivos. Com a evolução do negócio começou com o abate de forma “tradicional e manual” de suínos, e foi nessa altura que nasceu a empresa Joaquim Novais de Carvalho, com um matadouro de suínos, no lugar de Landeiro, em Nine.
Em 1993, a mudança para as novas instalações, situadas em Silveiros, no concelho de Barcelos,
dotadas de tecnologias modernas e com as melhores condições de higiene e segurança alimentar, o que permitiu o crescimento do negócio e o desenvolvimento de novos produtos. A par das linhas de desmancha e
Hugo Carvalho - Gestordesossa e a unidade de transformação de carne de suíno, foi criada uma nova linha de abate de bovinos e uma nova e moderna linha de abate de suínos, aumentando assim a capacidade de resposta da Carnes Landeiro.
Desde então, esta unidade foi alvo de alterações...
Especialmente de dimensão. A base do negócio sempre foram produtos à base de carne de suíno. Nas antigas instalações já trabalhávamos a charcutaria, a desmancha e a venda de carne fresca de suíno, contudo numa dimensão muito mais reduzida. No fundo, é o que fazemos hoje em dia, contudo as principais alterações na transição para a nova unidade, tiveram a ver, sobretudo, com a dimensão, com o aumento de produção e respetiva otimização.
Com o acréscimo da área de bovinos...
Sendo a aposta na qualidade – tanto da matéria-prima como na produção – uma das nossas imagens de marca, a Carnes Landeiro, e dada a crescente necessidade de fornecermos ao mercado um produto de elevada qualidade, em 1996 partimos para um investimento centrado na engorda de bovinos, a Agro Landeiro. Trata-se de uma exploração de engorda de bovinos, cujo principal
“LONGE DO CONFORMISMO A QUE AS DIFICULDADES PODERIAM CONVIDAR, PREFERIMOS PERSPETIVAR O FUTURO PELO LADO DO DESENVOLVIMENTO”
“O TRABALHO DOS NOSSOS PAIS FOI ESSENCIAL. AGORA, CABE-NOS A NÓS CONTINUAR E SUBSTANCIAR O QUE ELES CONSTRUÍRAM”
José Carlos Carvalho - TI & Logística
Abílio Carvalho, Presidente do Conselho de Administração e Patriarca da família
objetivo é garantir a qualidade do produto apresentado ao nosso cliente “do prado ao prato”, controlando todos os processos desde a engorda ao produto final.
Manter a forma tradicional de negócio...
Essencialmente, o mercado tradicional. O crescimento da Landeiro nos últimos anos deve-se essencialmente à posição que tem no mercado tradicional. O talho, o pequeno supermercado, são um mercado muito importante naquilo que é a história da Landeiro.
Nos tempos que correm não é um pouco limitador?
Claro que havendo oportunidade avançamos para outra tipologia de cliente, e iremos para todo o mundo, contudo tem muito a ver com o negocio e com a capacidade que temos para fazer o serviço como entendemos que deve ser feito: um serviço de excelência. Sendo a nossa maior presença no mercado tradicional, fomos obrigados a criar, ao longo dos tempos, condições para a execução de um serviço de distribuição competente e eficaz.
Quando dizes que vão para todo o mundo, referes-te à exportação...
Nos últimos anos estamos a crescer com números muito interessantes apesar de todas as contingências atuais, mas a exportação começa a ser uma área muito significativa
para a Landeiro, no que diz respeito, principalmente, à charcutaria e os produtos congelados.
Para o mercado da saudade?
Naquele negocio diário e semanal, sim. As grandes quantidades, os grandes volumes
são exportados essencialmente para África: Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné, São Tomé e nos últimos anos também para TimorLeste. Timor tem sido um mercado muito interessante, em que trabalhamos com um parceiro muito ativo e que ao longo da relação comercial tem vindo a alargar a gama de produtos adquiridos.
Não podemos esquecer ainda o Canadá, que também é um mercado muito importante para nós.
Voltando aos bovinos. Depois da formação da Agro Landeiro o negócio dos bovino tornou-se muito importante para a Landeiro. Em relação ao suíno representa quanto em termos percentuais?
Não colocando de parte nem tirando a importância que tem o suíno, sendo este a nossa área de negócio principal, em termos percentuais o negócio do bovino está perto dos 20% do volume de negócios global.
Já é significativo mas não podemos descurar que a Landeiro é reconhecida no mercado essencialmente pela comercialização de carne de suíno, onde tem a sua maior representatividade de produtos, seja pelo produto de charcutaria que apresenta de qualidade reconhecida, bem como pelo serviço prestado.
Eliana Carvalho - Produção & Qualidade
“FOI UMA VIDA DE MUITO TRABALHO, QUER DO MEU PAI, QUER DOS FILHOS”
“A HISTÓRIA DE UMA EMPRESA TRAZ MUITA RESPONSABILIDADE QUANDO SE TRADUZ NA HISTÓRIA DE UMA FAMÍLIA.”
Como é que surge esta dedicação à produção de carne bovino? Isto, porque vos conheço há muitos anos , acompanhei o crescimento da Agro Landeiro e sempre interiorizei que havia uma paixão latente por esta atividade.
Muito antes da criação da Agro Landeiro, o meu pai já tinha enraizado em si o negócio de criação de bovinos, que o desempenhava de forma particular e que eram vendidos a terceiros. Daí foi um pequeno passo para que o projeto da Agro Landeiro surgisse, com o objetivo de associar uma nova linha de abate na Carnes Landeiro.
Naturalmente, o meu pai tinha esse gosto e vontade de avançar com o projeto, no entanto, foi um conjunto de fatores que começou com ele e com os meus tios. É evidente que esta ideia já germinava há muito tempo no pensamento deles: associar uma unidade nova, a uma linha de abate de bovinos e, consequentemente, à engorda de bovinos.
Na altura, o meu pai entendeu e, muito bem, a possibilidade de engorda na exploração que adquirimos mesmo aqui ao lado dos terrenos da nossa unidade. Foi a forma de acrescentar valor ao nosso projeto. E assim cresceu este projeto que impulsionou uma nova área de negócio, neste momento já muito relevante.
Relevante em que sentido?
Relevante, porque a qualidade que conseguimos aportar ao suíno, estamos a ter o mesmo
sucesso com o bovino. Estamos, no fundo, a aportar a nossa qualidade à carne de bovino, a qualidade que o nosso cliente conhece da carne de porco e da nossa charcutaria. E, isso,
João
“COM AS PESSOAS CERTAS, A MARCA LANDEIRO TORNOU-SE NUMA REFERÊNCIA. UMA REALIDADE QUE NÃO COMPORTA FATORES
SUBJETIVOS MAS SIM TRABALHO ÁRDUO E CUMPRIMENTO”
Carvalho - Logística & Compras
dá-nos muito prazer e traduz-se numa vontade enorme de ainda fazer melhor.
Fazer crescer o projeto...
Fazer crescer o projeto de forma sustentável. Na propriedade, que temos aqui ao lado, tem já uma capacidade de bem-estar para 1000 animais, sendo que no ano passado concluímos a construção de uma nova nave que permitiu
o aumento da capacidade. O nosso objetivo é manter o reconhecimento do nosso cliente pelo trabalho que temos efetuado.
Entretanto, os Vossos investimentos estenderam-se até ao Alentejo...
É verdade. E isto ao fim de muitos anos! Há mais de 20 anos que adquirimos animais no Alentejo, e adquirir uma herdade no Redondo
foi uma decisão muito positiva que hoje já tem capacidade para bem-estar animal para 2500 cabeças, o que nos garante a sustentação, sustentabilidade e a homogeneidade do produto que oferecemos ao nosso cliente. Sempre tivemos uma exigência muito grande com o nosso fornecedor, mas hoje é uma garantia absoluta. Este novo projeto permite-nos proporcionar ao cliente um produto de excelência, e o controlo do mesmo “do prado até ao prato”, com segurança total. A novilha que oferecemos hoje, é a novilha que oferecemos amanhã.
O cliente reconhece essa homogeneidade? Não é fácil...
Não é fácil e exige um investimento muito grande, sobretudo, numa altura em que todos estamos a viver um período muito complicado. A economia passa por alguma turbulência, ainda nos estamos a recompor da pandemia, enfrentamos um guerra na Europa com todas as consequências económicas e sociais que daí advêm, como o aumento dos custos da energia, entre outros. Mas acredito que quando se faz bem e com gosto, longe do conformismo a que as dificuldades poderiam convidar, preferindo perspetivar o futuro
pelo lado do desenvolvimento conseguimos ultrapassar os obstáculos.
Estamos a dar ao cliente aquilo que ele prefere e merece, porque é um cliente que prima pela fidelização e isso, para nós, é muito importante.
Respondendo diretamente à pergunta: sim, o nosso cliente reconhece a qualidade e a homogeneidade do nosso produto, por isso, a relação Carnes Landeiro/Cliente é de longa duração e consolida-se no dia-a-dia.
Qual é o vosso objetivo supremo com este projeto no Alentejo?
É termos a capacidade diária de fornecer aos nossos clientes os melhores animais produzidos unicamente por nós.
Voltando à Carnes Landeiro, estamos numa fase muito importante da vida da empresa…
Sim, estamos! Onde projetos importantes e a curto prazo têm de ser implementados. Pretendemos trabalhar a carne de outra forma, avançar de uma vez por todas para uma nova forma de apresentação do nosso produto ao mercado, como por exemplo, apresentar produto com “corte fino” e alterar mesmo o método de embalamento do mesmo.
Vai exigir mais produção e conquista de novos mercados...
No fundo é uma questão de evolução e adaptação, quer para nós, quer para o mercado tradicional, ou seja, o nosso principal cliente.
A Grande Distribuição. Atualmente, tem algum significado nas Vossas vendas?
Sempre foi e será um parceiro importante para a Carnes Landeiro e, logicamente, temos o objetivo de aumentar o nosso posicionamento junto deste mercado.
A Grande Distribuição desempenha um papel muito importante no crescimento das empresas, sendo impulsionadora no seu desenvolvimento tecnológico, principalmente. Contudo, o mercado tradicional será o nosso corebusiness
Em que modo o Mercado tradicional pode perdurar?
O Mercado Tradicional terá futuro e tem um papel primordial no consumo. Todos os que souberem trabalhar, que se souber adaptar e perceber a realidade em que estamos, compreender os desejos do consumidor, não tenho duvidas nenhumas que terão sucesso. O
mercado de proximidade é essencial.
E fortemente incentivado pela União Europeia...
Exatamente. Basta olhar para a distribuição moderna e perceber que uma grande área de negócio são as pequenas lojas de proximidade. Olhamos para as lojas
Amanhecer, Meu Super, Coviran, Mercadona e apresentam-se todos numa dimensão de proximidade. Isto é um sinal e eles lá terão as suas razões, que o mercado de proximidade, seja ele tradicional, ou não, é o futuro e cria uma relação de fidelidade e confiança com o consumidor. E aí o talho tem uma palavra a dizer, agora, têm que se adaptar a uma nova realidade de consumo.
Por exemplo?
Com as novas gerações e os novos hábitos de consumo, o talho tradicional terá de ter a capacidade de apresentar uma larga gama de produtos, sejam eles produtos frescos ou mais elaborados, de forma a serem diferenciadores. No fundo é o que encontramos na Grande Distribuição embora numa dimensão superior.
Hoje já temos muitos talhos a trabalhar assim. Temos grupos de estabelecimentos de venda de carnes a trabalhar assim e a Carnes Landeiro está com eles.
Não rivalizar em preços...
Efetivamente o problema de muitos talhos é procurarem a saída mais fácil: a guerra
Uma das naves da Agro Landeiro.
dos preços. Na minha opinião, os talhos devem focar-se no produto, no atendimento e na oferta de qualidade, bem como na colocação de produtos de valor acrescentado à disposição do consumidor, ou seja, um serviço de excelência. E neste sentido não têm concorrência. Acredito nestes talhos!
Os produtos de qualidade têm sempre mercado...
Apesar de todas as dificuldades que vivemos hoje e que vamos viver amanhã e que já vivemos no passado, o mercado que aposte na qualidade do seu produto, marca sempre posição de crescimento. Contrariamente, aquilo que possamos pensar sobre a falta de poder de compra, os números mostram-nos que são completamente inversos.
Hoje, claramente, as peças de animal mais caras são as mais vendidas, como por exemplo os famosos Tomahawk, que são uns costeletões que custam três ou quatro vezes mais que aquilo que deviam custar.
E a maior parte é osso mas, é um conceito….
Porque foi alguém com visão que criou esse conceito e valor acrescentado, o que é certo é que se vendem. E, por isso mesmo, percebemos que o talho tradicional que aposte nos produtos de qualidade e na diversidade terá sucesso, não tenho dúvidas.
E é esse equilíbrio de oferta entre o mercado tradicional e a distribuição moderna que a Carnes Landeiro quer atingir?
Ainda não estamos no ponto que consideramos “perfeito”. Ao querer impactar crescimento ao nosso negocio é como se quiséssemos passar da adolescência a adulto. O mercado tradicional é muito especial, tem todo o nosso carinho, é consistente, contudo a nossa cultura organizacional para impactar crescimento leva-nos a procurar novos mercados. Porque quando a cultura de uma empresa é forte, o mercado reconhece, independentemente, de ser moderno ou tradicional.
Tendo sempre em atenção o mercado tradicional, fazendo o nosso trabalho bem feito temos necessidade de alargar os nossos horizontes. É uma realidade das empresas, independentemente, da sua dimensão. É
natural querer evoluir, aumentar quota de mercado. Precisamos de algo mais...
Nesse “algo mais” está ,naturalmente, implícito um novo projeto...ou não?
Temos um projeto para 2024. Queremos oferecer outros produtos quer para o mercado tradicional, quer para a distribuição moderna, não numa economia de escala, não é isso que queremos, mas, sim posicionar-nos como fizemos no mercado tradicional, de forma que as pessoas reconheçam que o produto Landeiro que está nos lineares é um produto de qualidade e confiança. É nesse patamar que queremos estar.
É muito difícil. Mas o nosso historial também nos diz que já alisamos muitos caminhos de pedras. Já passamos por momentos difíceis, com maior ou menor dificuldade, com o apoio dos nossos fornecedores e dos nossos clientes que nunca nos abandonaram. É, por isso, que alimentamos esta esperança, cultivamos esta estratégia e acreditamos que é este o caminho que ninguém tem, mas acreditamos.
Estás a dizer que a Carnes Landeiro vai trabalhar com a grande distribuição sempre com marca própria?
Claramente é nosso objetivo impor a nossa marca, mas não podemos deixar de lado o facto de poder trabalhar com as marcas da insígnia do cliente.
O projeto para 2024 passa por ampliar as instalações?
Isto ainda não acabou. E, claramente, 2022 e 2023 estão a ser anos de muitos desenhos e ambições de projetos. Seguramente, 2024 vai trazer coisas novas. Queremos apresentar novidades quer na carne de bovino quer no suíno.
Produto
Em toda a linha. Desde a cuvete ao tabuleiro que vai para o talho. É complicado e por isso é que tenho pensado muito porque quero mudar um pouco este tradicionalismo que existe, a carcaça e o boi pendurado. Queremos mudar a forma como o cliente recebe o produto. E isto para nós é um passo muito importante e
que vai obrigar a grandes mudanças na forma como abordamos o mercado, bem como o nosso processo logístico.
É um projeto arrojado e, provavelmente, obrigará a um redesenho das instalações...
O objetivo é reorganizar todo o layout da unidade onde nos encontramos hoje com a
possibilidade de ampliação das instalações de forma a criar condições para os novos desafios. Grande novidade! No fundo, é o reflexo do crescimento dos ultimos anos.
Nos últimos 30 anos, esta unidade foi alvo de várias intervenções face à necessidade de crescimento, contudo, devido aos novos
projetos em mente, somos obrigados a pensar numa escala de outra dimensão.
Chegamos à conclusão que a solução passa por fazer uma unidade à nossa dimensão. A Landeiro é reconhecida pela sua charcutaria de excelência mas, acima de tudo, reconhecida pela carne fresca e, portanto, não podemos descurar nenhuma destas áreas. Assim os projetos futuros englobam o crescimento em todas as áreas de negócio.
Porque é no produto fresco que temos uma notória presença e somos reconhecidos, temos a obrigação de aproveitar e consolidar esse reconhecimento. Se o cliente confia em nós na carcaça, confia em nós na febra desossada, no cachaço, acredito que também vai confiar em nós em todos os nossos produtos mais elaborados. Acreditamos que no mercado ainda existe espaço para estes nossos produtos, e é este o projeto que neste momento está a ser desenhado.
A Carnes Landeiro é um projeto que interiorizastes desde muito novo...
Nascemos aqui, eu, o meu irmão, os meus primos...
Praticamente foram “condenados” assumirem o papel de continuadores...
(Gargalhada) Mas foi uma condenação boa! O meu pai e o meu tio José, deram-nos a educação que sustentou o caminho que estamos a seguir. Passávamos as férias da escola no matadouro a segurar o porco, a embalar o salpicão, ajudar no que fosse preciso mas foi o que nos deu esta
capacidade e resiliência para percebermos que apesar de todas as formações e valências que possamos adquirir nas faculdade - obviamente que foi muito importante – eu sou daqueles que acha que para mandar fazer, é preciso saber fazer, porque se nós não soubermos fazer, até podemos alcançar os objetivos, mas vai demorar mais tempo.
Neste momento, quais são os grandes obstáculos que uma empresa como a Vossa enfrenta?
Não posso considerar que sejam grandes obstáculos. Considero sim que vivemos num setor onde os problemas comuns ao setor poderiam ser ultrapassados mais facilmente se houvesse mais sinergia entre as empresas que o compõem.
Já é uma situação “ancestral”...
Concordo, mas tinha esperança que com as novas gerações as coisas mudassem. Considero que os problemas do passado podem ser as soluções do futuro.
Todos sabemos que existem regras, existem leis, mas claramente fazia falta ao setor da carne maior aproximação, mesmo junto da produção, porque se não o fizer vai ser muito difícil para todos.
A industria não pode viver sem a produção e vice-versa. Acho que neste sentido estamos
afastados de mais. Claramente que o nosso setor, numa dimensão muito mais reduzida, devia tirar pontos de aprendizagem da nossa vizinha Espanha.
Temos muito aprender com o que se passa em Espanha, como se passa na Alemanha. Apesar do crescimento de algumas empresas a nível nacional, seja na produção como na indústria, continuamos a estar muito dependentes do nosso país vizinho, logo mais sujeitos ás variações de consumo do mercado espanhol.
Estamos a entrar no campo da utopia...
Sim, pode ser utópico mas eu continuo a defender que todos os problemas seriam mais facilmente solucionados se todos tivéssemos alinhados. É evidente que a produção vai querer vender o suíno sempre mais caro, e por outro lado a industria quererá comprar o mesmo o mais barato possível, mas ultrapassada esta questão comercial, temos muito mais a ganhar unidos do que afastados.
No caso da carnes Landeiro existe essa
aproximação com os produtores?
Uma questão muito importante para nós são os nossos fornecedores, que são os mesmo de há 30 anos. Temos muito respeito e muita consideração pelos nossos fornecedores e tenho a certeza que é recíproco. É um orgulho que tenho no trabalho do meu pai. E nós sabemos como funciona o mercado.
É uma almofada de conforto ..
Muito grande. Mas, implica um trabalho muito sério e de parceria com os nossos fornecedores. Só desta forma conseguimos manter este tipo de relação duradoura e tão forte com os nossos parceiros.
Se me permite, gostaria ainda de aproveitar a oportunidade desta entrevista para deixar um agradecimento muito sentido aos nossos colaboradores, muitos deles que nos acompanham há imensos anos, e que são grande parte deste sucesso, sem eles nada disto seria possível!
A GEA é um dos maiores fabricantes de tecnologia de processamento de alimentos e procedimentos com eles relacionados. O grupo global alemão especializou-se em máquinas e equipamentos, unidades industriais bem como na tecnologia de processamento e componentes.
Fundado em 1981, emprega mais de 18.000 pessoas em cinco divisões, em mais de 60 países com uma faturação anual de mais de 4,7 mil milhões de Euros.
Os serviços da GEA assim como o desenvolvimento incessante e contínuo de inovações, aumentam a eficiência e a sustentabilidade dos processos de produção em todo o mundo. Contribuem significativamente para a redução de emissões de CO2, uso de plástico e desperdício
de alimentos. Ao fazer isso, a GEA desenvolve uma dinâmica fundamental para um futuro sustentável, em linha com a assinatura da empresa: Engineering for a better world (“Engenharia para um mundo melhor).
O tema de “um mundo melhor” merece uma reflexão prospetiva de longo prazo integrando a noção de soberania alimentar dos povos enquanto as consequências do aquecimento global tornarão as colheitas mais incertas em muitas regiões do mundo.
O século XX foi marcado por duas guerras mundiais. Mas, também e sobretudo por fabulosos progressos científicos e técnicos, por revoluções que se propuseram a instituir sociedades de justiça e bem-estar para todos,
aparentemente, sem sucesso. Este século muito industrial foi sobretudo marcado por um consumo excessivo de matérias-primas de todo o tipo, incluindo os combustíveis fosseis, grandes emissões de gases com efeito estufa responsáveis pelo aquecimento global. Este século XXI será marcado pela escassez de bens tão preciosos como metais, terras agrícolas e água.
Antes mesmo de levar à escassez, é urgente reduzir o consumo de matérias-primas, inclusive, para garantir a nossa alimentação. No contexto atual, duplamente marcado pelo aquecimento global e pelo declínio da área de terras férteis agrícolas, alimentar 9 mil milhões de bocas até 2050 é o grande desafio, embora mal compreendido pelos decisores
políticos em quase todos os países do mundo. Não pode ser alcançado sem introduzir mudanças profundas na produção agrícola, no transporte e processamento desses produtos, na distribuição final dos alimentos, se quisermos alimentar minimamente cada indivíduo, em todo o mundo.
Neste sentido, na GEA Food Solutions a maior preocupação é criar um futuro –alimentar - melhor a partir da sua tecnologia de alimentos, económica, sustentável, ecofriendly, que garanta uma qualidade de produtos abrangente. Uma missão difícil mas não impossível. Aliás, quer nesta Divisão da GEA, quer no seu Agente em Portugal, a Divertec (Grupo Diverembal) estão todos muito entusiasmados com o futuro da tecnologia de alimentos e com as inovações em prol deste objetivo.
Os objetivos são muito claros: enfrentar os desafios globais e contribuir para um mundo melhor, alimentando as pessoas agora e nas gerações futuras de maneira segura, saudável e sustentável. Na GEA Food Solutions, acredita-se que se requer uma mentalidade revolucionária: um espírito empreendedor; a coragem de sonhar em grande; experimentar, arriscar, estar ansioso para descobrir o que o mundo realmente precisa e descobrir como a inovação, digitalização e sustentabilidade podem se unir por esta grande causa que é alimentar o mundo.
Na GEA Food Solutions existe um orgulho latente, pessoas que têm muito orgulho no seu trabalho, que criam e desenvolvem tecnologias, de forma muito profissional e discreta mas, que causam impacto na vida das pessoas em todo o mundo. A GEA Food Solutions é um empresa dinâmica e global, com mais de 60 anos de experiência ao mais alto nível e um nome credível na industria.
Durante os dias do evento, foram muitos os empresários, técnicos de produção e responsáveis de compras de todo o país que marcaram presença na Cordoaria Nacional para conhecerem as vantagens anunciadas da PowerPak Plus.
Seja, em engenharia de tecnologia alimentar ou gestão de produtos. Seja, em Bakel nos Países Baixos, no Texas, no EUA, ou em qualquer outra parte do mundo através dos seus agentes.
É com este espírito inovador que a GEA Food Solutions em parceria com a Divertec apresentou, em Lisboa, a nova gama de termoformadoras PowerPak PLUS que
foi projetada para “elevar a qualidade de embalagem”.
A QUALIDADE DA EMBALAGEM
A NOVOS PATAMARES”.
Antes de desenvolver a máquina, a GEA, inquiriu os seus clientes a nível internacional
“NO CONTEXTO ATUAL, DUPLAMENTE MARCADO PELO AQUECIMENTO GLOBAL E PELO DECLÍNIO DA ÁREA DE TERRAS FÉRTEIS AGRÍCOLAS, ALIMENTAR 9 MIL MILHÕES DE BOCAS ATÉ 2050 É O GRANDE DESAFIO...”
através de uma pesquisa feita pelo gabinete de Apoio ao Cliente com uma pergunta: quais as melhorias que gostaria de ver numa nova termoformadora? A colaboração e a experiência dos clientes foi primordial para o desenvolvimento da Termoformadora PowerPak PLUS.
Entre as questões recolhidas, destacam-se: “as tolerância do filme ou da bobine criam problemas durante a laboração”; “As máquinas só tem um sistema de suporte no braço desbobinador e, por vezes, o peso da bobine cria problemas”; A importância da posição correta do filme superior”; A força exercida sobre o material de selagem é excessiva e, por vezes, deforma as embalagens”, entre outros.
O gabinete de desenvolvimento compilou todas as opiniões e sugestões, processou-as, e o resultado foi esclarecedor: há 20 pontos a melhorar, sobretudo, situados a nível do sistema de desbobinagem superior, sistema de cobertura de proteção e segurança e no sistema de desbobinagem do filme inferior.
Os técnicos da GEA Food Solutions levaram muito a sério estas 20 sugestões de
melhoramento e incluíram-nas totalmente na gama PowerPak Plus. A importância da apresentação destas melhorias levou empresários, técnicos, diretores de produção às instalações da Cordoaria Nacional, em Lisboa, para atestarem ao vivo as melhorias
reais da nova gama de termoformadoras GEA PowerPak PLUS.
A inclusão de uma nova estação de selagem, controlo total do processo de desbobinagem através de um desbobinador motorizado
superior e um controlo das extensões para minimizar as forças exercidas sobre na estação de selagem, permitindo a monotorização constante do processo, foram apenas alguns pontos de melhoramento.
O deslizamento vertical da comporta de segurança, conseguindo-se aceder a toda a zona em poucos segundos. O novo sistema de desbobinagem controlado por um motor... todas as melhorias foram consideradas
O alimentador inferior do filme está equipado com um sistema motorizado de desenrolamento do filme inferior e um sistema de tensão do filme. Estes recursos ajudam o operador a aumentar a qualidade da embalagem, mantendo o controlo total do processo de embalagem.
O suporte de bobine com duplo braço aumenta a qualidade da embalagem. Um sistema de posicionamento de filme de fundo axial foi instalado em todas as termoformadoras PowerPak PLUS, levando a uma melhor qualidade da embalagem e redução do consumo de filme.
A estação de selagem é equipada com um sistema motorizado de união do filme superior e o sistema de tensionamento de filme. Melhora a vedação da embalagem, reduz a pressão sobre o filme e proporciona controlo total sobre o processo de desenrolamento. A bobina de filme superior é suportada em ambos os lados, ajudando a garantir a alta qualidade da embalagem: chega de embalagens com vincos! O inovador sistema de posicionamento axial do filme superior é totalmente automático: permite o melhor aproveitamento do filme e proporciona melhor qualidade da embalagem. As portas deslizantes da estação de selagem proporcionam aos usuários acesso rápido e fácil à estação de selagem, aumentando assim a higiene de todo o processo.
e transformadas em mais valia para a operacionalidade e rentabilidade das empresas.
O OxyCheck e o LeakCheck, da GEA, são os primeiros sistemas integrados e não invasivos de detecção de vazamento de conteúdo de oxigênio para embalagens de alimentos. Juntos, eles garantem que todos os pacotes MAP que saem da máquina de embalagem sejam testados.
Há muitas opções que podem ser adicionadas à linha de embalagem da GEA: convergentes de pista, verificador de peso e detectores de metais, carregadores de robôs, fatiadores para linhas de fatiamento e embalagem, equipamentos de manuseio, uma interface homem-máquina avançada e muito mais!
Termoformadoras poderosas, como a GEA PowerPak PLUS, produzem embalagens de alimentos de alta qualidade em alta velocidade. Uma rotuladora deve corresponder ao ritmo e à variedade de embalagens processadas. Para conseguir isso, a unidade de controle do GEA TiroLabel PLUS é extremamente fácil de usar e simplifica qualquer mudança de um pacote para outro.
Os pinos acionados por mola na unidade de posicionamento acionada por motor permitem que as etiquetas sigam qualquer contorno da embalagem enquanto trabalham com precisão milimétrica.
Outras opções de impressão e etiquetagem estão disponíveis para o PowerPak PLUS.
Todas as máquinas de embalagem termoformadoras são projetadas individualmente para cada cliente e cada aplicação.
Os avanços inovadores no manuseio e higiene dos filmes, revelaram um impacto substancial na confiabilidade do processo, na qualidade e apresentação das embalagens evitando a devolução das mesma por deformação, bem como os tempos de execução e redução de filme desperdiçado. Os técnicos concentraramse no desenrolamento e alimentação de filmes, higiene e operacionalidade. A estação de selagem e alimentação do filme inferior foram completamente redesenhadas para aumentar substancialmente a transparência e a rastreabilidade dos procedimentos contribuindo, desta forma, para praticas eco-friendly e sustentáveis nos processos de embalagem.
Os sistemas de desenrolamento dos filmes inferiores e superiores foram otimizados e são, agora, monitorizados com o ciclo de avanço da máquina. Em combinação com o inovador sistema de posicionamento axial do filme superior permite a tensão do filme e ,consequentemente, o melhor aproveitamento do filme e melhor qualidade da embalagem.
E é muito interessante esta melhoria, ou seja, o desenrolamento controlado no módulo de alimentação do filme impede que este se enrole, o que faz com as tradicionais tolerâncias das bobines de filme como o desequilíbrio do mesmo são, agora, ajustados automaticamente.
Além disso, todo o sistema de desenrolamento de filme superior está localizado na área da estação de vedação e é facilmente acessível. Assim, como a estrutura da estação de vedação que foi substancialmente melhorada e passou a ser protegida por portas de segurança transparentes que oferecem um movimento vertical de abertura de fácil utilização, eliminado a necessidade de qualquer tipo de proteções independentes.
Outra novidade, é a inclusão na estação de selagem de válvulas de evacuação e gaseificação acionadas por um motor em combinação com os sensores de pressão que permitem processos individuais, reprodutíveis e dependentes de produtos e embalagens. Por exemplo, o vácuo inferior, superior e do produto pode ser controlado e monitorizado automaticamente com
A GEA Food Solutions instalou uma termoformadora PowerPak PLUS em finais de 2108, na centenária Handl Tyrol, industria de carnes austríaca, para embalagem de bacon e produtos derivados. “Desde o primeiro dia sem interrupções que esta máquina tem provado que foi uma excelente opção” referiu Dieter Ross, responsável de produção. “Trabalhamos com filmes impressos embalagens, pesos e tamanhos diferentes que estamos constantemente a
mudar, consoante as nossas necessidades. Esta termoformadora é um referencia em termos de desenrolamento de filme. Os filmes superior e inferior fluem facilmente e com muita rapidez, sem ser necessários os inconvenientes ajustes, perca de tempo e desperdicio de filme.”, acrescentou Ross.
Como resultado das inovações técnicas da termoformadora PowerPak PLUS, a Handl Tyrol obteve benefícios económicos reais como resultados de tempos de configuração
mais curtos, que agora são 70% mais rápidos e também reduziu para menos de metade do tempo, a troca dos filmes, com 75% a menos de filme desperdiçado durante as trocas e praticamente sem erros de embalagem, segundo os técnicos da GEA Food Solutions.
De facto a perceção de todos os presentes é que a termoformadora PowerPak PLUS é mais eficiente, oferece mais qualidade e segurança á embalagem, proporciona mais produtividade e menores custos
operacionais: no fundo, é isso que os utilizadores podem esperar desta máquina de termoformadora GEA PowerPak PLUS que se apresenta inovadora, que melhora a qualidade e a estanqueidade de qualquer tipo de embalagem.
As máquinas de embalagem por termoformagem GEA PowerPak PLUS foram desenvolvidas para atender às necessidades prementes dos fabricantes de alimentos por maior flexibilidade. As características específicas levam a uma redução significativa do custo operacional e a uma maior produtividade. O GEA PowerPak PLUS estabelece novos padrões em eficiência, precisão, disponibilidade e qualidade. Sistemas de desbobinagem do filme superior e inferior motorizados e estabilizados, com alinhamento automático, acabam com os problemas diários de filme. Um posto de etiquetagem recentemente redesenhado oferece acesso mais fácil e manuseio mais seguro.
A máquina de embalagem por termoformagem
GEA PowerPak PLUS embala produtos alimentares como carne e produtos de carne processada, queijo, peixe e frutos do mar, produtos vegetarianos ou veganos, frutas e vegetais ou produtos lácteos e de panificação.
É possível produzir todos os tipos conhecidos de embalagens como MAP, sacos skin e a vácuo ou soluções sustentáveis, tais como o GEA food Tray.
As molejas são uma iguaria muito apreciada pelos conhecedores mas, há muito que desapareceram da vista dos consumidores portugueses. Muitos matadouros vendem-nas para o país vizinho onde são vendidas ao público ao preço dos bifes do lombo ou das costeletas de novilho. Em França, o preço varia entre os 58 e os 80 Euros, por quilo. No país de Victor Hugo, existe mesmo uma espécie de adoração gastronómica só comparável às ostras selvagens portuguesas, às trufas italianas, ao caviar do Irão ou ao pata-negra Ibérico, por exemplo. Em Portugal, quase que só se consegue por “cunha”.
Como filho de talhante/magarefe, desde
muito cedo na minha vida, tive o privilégio de conhecer a sua textura extremamente suave, tenra, com um sabor suave e cremoso. O meu saudoso pai cozinhava-as crocantes por fora, delicadas e cheias de sabor por dentro. Na época era um petisco para apreciadores. O seu sabor ficou gravado na minha memória gustativa para sempre. Tal e qual como os “bifes da fressura” que o meu pai levava para casa que eram divinais.
Mas para os que não sabem do que estou a “falar”, as molejas são glândulas protuberantes de consistência carnosa que se formam principalmente na parte inferior do pescoço e junto ao coração dos bovinos mas
também noutras espécies (Cientificamente, é um órgão linfóide primário especializado no sistema imunológico em todos os animais vertebrados, incluindo o ser humano).
Como já referimos existem dois tipos de molejas, também conhecidas por timo: a moleja do pescoço é uma glândula muito mais magra. Tem menos gordura e, portanto, menos colesterol. Por exemplo, os argentinos, em geral preferem a moleja do coração, por ter melhor sabor. Têm cerca de meio quilo e não é um produto barato, mas é comummente utilizada em churrascos, quer na Argentina, Paraguai e no Uruguai.
Há uns anos fui convidado para fazer parte de um júri num festival gastronómico. Depois de provar alguns pratos frios, medíocres e fracamente insonsos e, já quando as minhas expectativas decepavam, surgiu uma equipa com uma sertã que, entusiasticamente, oferecia molejas fritas de cordeiro, crocantes e quentes, como as que o meu saudoso pai fazia.
A minha memória gustativa acendeu as luzes, fiquei deslumbrado com o sabor e, naturalmente, votei naquele prato, sem qualquer dúvida.
A preparação de molejas envolve algumas muitas etapas para que seja uma refeição durante a semana, a não ser que tenha um Chef em casa, mas são um projeto delicioso para um fim de semana para desfrutar em família, amigos e acompanhado por um bom vinho.
As molejas podem ser grelhadas, refogadas, fritas panadas, mexidas com ovos e os Chefes costumam combiná-las com molhos ou patês ricos. Fazem sucesso nos menus dos restaurante de luxo. O famoso Chef monegasco Alain Ducasse, com a sua receita de massas com molejas, trufas e molho de natas elevou as molejas à gastronomia de alta gama, gourmet e sofisticada. Hoje, as molejas fazem parte do menu dos restaurantes mais elegantes do mundo.
As molejas são particularmente populares em França e na Alemanha. É um dos pratos favoritos no Oriente Médio, Grécia e Argentina, geralmente assadas, grelhadas ou fritas. Os Estados Unidos e Canadá não têm o hábito de consumir “miudezas ou órgãos” mas com a crescente prevalência da dieta cetogénica (reduzida ingestão de hidratos de carbono e uma elevada da ingestão de lípidos), assim como a crescente presença das molejas em restaurantes de luxo, começam a chamar atenção para esta iguaria.
Não sou um “Mestre de Culinária” mas atrevo-me a descrever como preparo as minhas molejas. Antes de qualquer preparo culinário, as molejas devem ser imersas em água fria de um dia para o outro. Há quem use leite. A imersão, é o primeiro passo para retirar as impurezas. Depois, coloque as molejas num tacho de água fria e deixe levantar fervura e retire-as de imediato. Atenção que as molejas são como as vieiras, não podem ser muito cozidas, a tenrura é essencial! Seque-as com um pano ou com papel de cozinha e deixe repousar durante 2/3 minutos. Remova a pele fina
(película) coloque as molejas num prato e com papel de cozinha pressione-as delicadamente. Embora a técnica clássica exija que sejam resfriados e delicadamente prensados para ganhar uma espessura uniforme, o que é certo é que alguns especialistas dispensam esta etapa.
Tempere a gosto de sal e pimenta. Em frigideira quente, derreta a manteiga e assim que a manteiga esteja espumosa coloque as molejas e doure-as delicadamente, regandoas com a própria manteiga de vez em quando, cozinhe-as durante 6 a 8 minutos.
Para as tornar ainda mais gourmet. Costumo fazer um molho de cogumelos.
Coloque os cogumelos numa frigideira quente e deixe-os libertar durante dois minutos, depois escorra-os.
Na mesma frigideira, coloque um fio de azeite e doure os cogumelos bem escorridos. Tempere com sal e pimenta e adicione a
cebola picadinha e cozinhe por 2 minuto. Em seguida, deite as natas, com duas colheres de sopa de vinho do Porto e deixe fazer a redução e fica pronto a servir.
Tradicionalmente, os chefes franceses e italianos servem as molejas com molhos ricos e cremosos como o molho velouté, um clássico da gastronomia francesa, o molho Marrom (molho carne com vinho da Madeira, por exemplo), ou molho de trufas, entre outros.
Auguste Escoffier (1846-1935) foi um Chef francês, restaurateur e escritor que popularizou e renovou os métodos tradicionais da culinária francesa. Bastante popular entre chefes e gourmands, foi um dos mais importantes expoentes no desenvolvimento da chamada Cozinha Francesa Moderna.
Entre outras coisas, fundou conjuntamente com César Ritz, os numerosos hotéis Ritz em todo o mundo. Antes disso, passou pelo
hotel Savoy em Londres onde criou pratos muito famosos. Por exemplo, em 1893 criou o Pêche Melba em homenagem à cantora australiana Nellie Melba. Outra das suas criações foi o Tornedó Rossini, em homenagem ao compositor italiano italiano Gioacchino Rossini. A cozinha de Auguste encantava e granjeava da admiração incondicional da alta sociedade europeia.
Sabe-se que Auguste Escoffier inventou um prato de molejas com foie gras.
Decorado com trufas que conquistou a eterna amizade de Sarah Bernhardt (Uma das mais conhecidas atrizes de teatro de sempre), ao dedicar-lhe este prato.
A partir daí, as molejas passaram a ser elogiadas por Chefes, gourmands, críticos quer pela sua textura sedosa, quer delicadeza e sabor subtil de amêndoa e avelã. Não há peça nenhum corte do animal que seja mais caro que as molejas. É o caviar da carne!
O Laboratório de Investigação e Desenvolvimento, integrado na D.I.N. Desenvolvimento e Inovação Nutricional, S.A., localizado em Santa Comba Dão, conta com 15 anos de atividade no controlo de qualidade de produtos do setor alimentar e agroalimentar. O Laboratório efetua análises físico-químicas, microbiológicas, ensaios de biologia molecular e tem implementados métodos via tecnologia NIR. O reconhecimento oficial da competência técnica do Laboratório é conferido pela Acreditação, pelo Instituto Português de Acreditação. O Laboratório investe em inovação, tecnologia e qualificação, sendo uma referência de confiança para os nossos parceiros nacionais e internacionais, no setor da alimentação humana e animal. A expressão que, atualmente, o Laboratório representa no seu setor de atividade e o reconhecimento que lhe é conferido,
materializou-se na realização das nossas I Jornadas Técnicas, decorridas a 08 de fevereiro, na cidade da Figueira da Foz. Surgem numa fase promissora e de expansão do Laboratório e, por isso, constituem um marco para o nosso percurso. A nossa equipa organizou estas Jornadas com o intuito de proporcionar a partilha de conhecimentos técnico-científicos e promover um ambiente propício à interação de todos os presentes, convicta da mais-valia para o enriquecimento pessoal e profissional das entidades que se fizeram representar. A equipa do Laboratório reconhece e agradece o prestígio de ter tido presente o Chefe de Divisão de Alimentação
Animal da DGAV, Dr. José Manuel Costa, Dr.ª Ana Maria Goulão d’Avelar, Técnica Superior da Divisão de Alimentação Animal da DGAV, e o Eng.º Jaime Piçarra, Secretário-Geral da IACA
O sucesso deste evento deve-se aos ilustres oradores convidados que nos prestigiaram com o seu vasto conhecimento e que despertaram em cada um dos presentes o interesse de fazer mais e melhor. O Dr. Arlindo CunhaProfessor da Faculdade de Economia e Gestão da Universidade Católica-Porto deu-nos conta das “Tendências da política Agroalimentar Europeia e a necessidade de adaptação das empresas”. Dr.ª Catarina Quina Ribeiro, auditora interna, formadora e consultora, contextualizou-nos sobre as “Normas de certificação de segurança alimentar e os seus desafios”. O CEO & Fundador da Ingredient Odyssey SA – EntoGreen, Dr. Daniel Murta, e Dr.ª Teresa Ribeiro, Gestora da Qualidade e Inovação da EntoGreen, falaram da “Realidade atual e perspetivas futuras da produção e utilização de insetos em Portugal e na Europa”. O Eng.º Jaime Piçarra fez-nos
Técnicas
um ponto de situação sobre o “Controlo de qualidade em alimentação animal”. A Diretora da Qualidade e Investigação da SONAE MC, Eng.ª Sara Bernardes Silva, sensibilizou para o “Desperdício alimentar e sustentabilidade”. Terminámos as Jornadas com a nossa técnica superior Eng.ª Andreia Nunes que
apresentou o projeto de investigação pelo qual é responsável, baseado nas potencialidades da tecnologia NIR, que detém resultados e benefícios comprovados da sua aplicação na alimentação humana e animal, com o tema “Uma Tecnologia para o futuro da alimentação animal e humana”.
Neste dia, foi comprovado o mérito do trabalho desenvolvido por todas as entidades e da sua contribuição conjunta para o desenvolvimento do setor alimentar e agroalimentar. Agradecimentos a todos os presentes.
O Laboratório de Investigação e Desenvolvimento da DIN - Desenvolvimento e Inovação Nutricional, S.A. distingue-se no controlo de qualidade de produtos nas áreas da alimentação humana, alimentação animal e ambiente.
A missão do Laboratório de Investigação e Desenvolvimento passa por acrescentar valor ao negócio dos nossos clientes, utilizando tecnologia avançada e acompanhando a evolução do mercado.
Destacamo-nos pela nossa equipa multidisciplinar e cientificamente competente que, aliada à tecnologia e inovação, implementa continuamente novos métodos de ensaio.
Em 2018, a tecnologia NIR assumiu um lugar determinante no nosso laboratório, de forma a garantir uma resposta rápida ao cliente, auxiliando-o no cumprimento do seu controlo de qualidade.
Atualmente, esta área é gerida pela Eng.ª Andreia Nunes, licenciada em Engenharia da Indústria Alimentar. É uma área com foco no desenvolvimento de serviços que vão ao encontro das necessidades do cliente. Fazer mais e melhor é a nossa meta!
A Espectroscopia Infravermelha Próxima (do inglês NIRS: Near-Infrared Spectroscopy) é um método de espetroscopia que usa a região do infravermelho próximo do espectro eletromagnético. O NIR é uma técnica que se baseia na absorção eletromagnética de compostos orgânicos e que permite analisar alimentos para animais e géneros alimentícios e obter os resultados em tempo real. É uma técnica versátil, que promete não só responder rapidamente, como apresenta múltiplas vantagens sobre os métodos químicos tradicionais. Desde logo, é um procedimento físico, não destrutivo, que mantém a amostra em análise intacta, sendo necessário pouca ou por vezes nenhuma manipulação da amostra. Não requer a utilização de produtos químicos e consumíveis e a leitura das amostras é realizada de forma simplificada, permitindo a analise de diversos parâmetros em simultâneo [1].
Esta técnica pode ser utilizada em diversos setores: indústrias alimentícias (alimentar e animal), petroquímica, agroquímica, polí-
meros, papel e celulose, farmacêutica, entre outras.
A sua aplicabilidade incide no controlo de qualidade de produtos e processos, abrangendo a receção da matéria-prima, o processo de fabrico e o controlo do produto final. O controlo na receção de matérias-primas permite decidir sobre a sua aceitação e a otimização da sua incorporação. Quando falamos em controlar o processo de fabrico, estamos a verificar em tempo real, o cumprimento da formulação, permitindo efetuar os ajustes necessários.
Nos dias de hoje é fundamental decidir em
tempo útil quando queremos controlar todas as etapas de um processo, desde a matéria-prima ao produto final. Para tal, é importante encontrar técnicas de análise rápidas e a tecnologia NIR é a ferramenta que preenche essa necessidade. Em poucos minutos, obtêm-se informações sobre os produtos que permitem a melhoria da qualidade e eficácia dos processos, traduzindo-se em poupanças efetivas.
Existe um controlo de qualidade muito rigoroso, quer de precisão, quer de exatidão, o que confere fiabilidade aos resultados obtidos pelo NIR.
A calibração do equipamento NIR tem por base a correlação de espetros de amostras com os respetivos parâmetros analisados pelas técnicas de referência, obtidos pelo nosso laboratório. O desenvolvimento das calibrações é realizado no nosso laboratório, de forma autónoma e independente, o que reforça a capacidade de resposta às solicitações dos clientes. Ou seja, existe um trabalho cientificamente complexo, executado pelos nossos técnicos qualificados, para que os resultados do NIR tenham alcançado o reconhecimento verificado atualmente.
O ano de 2022 foi decisivo quanto à comprovação da fiabilidade do NIR, pois foi o ano em que se obteve a Acreditação desta técnica pela primeira vez em Portugal, pelo IPAC. O laboratório da DIN, foi pioneiro nesta conquista. A acreditação veio reforçar a fiabilidade de resultados, mostrar evidências de competência técnica, trazer reconhecimento e aceitação internacional, mas acima de tudo, garantir o mais importante – a satisfação do cliente.
Bibliografia
Acreditamos que a potencialidade do NIR pode revolucionar o controlo de qualidade dos alimentos para animais e géneros alimentícios, e com isto melhorar a qualidade dos produtos que consumimos e garantir a segurança alimentar.
O NIR é uma técnica inovadora e que no nosso laboratório tem uma permanente evolução. O know-how que detemos atualmente sobre esta técnica é fruto do nosso investimento em investigação de novas aplicabilidades do NIR, o que nos permite também ter a capacidade de responder aos desafios propostos pelos nossos clientes, num trabalho simbiótico. É essa característica que nos distingue no setor dos alimentos e agroalimentar e nos faz ter o reconhecimento e confiança dos nossos clientes.
O NIR é a tecnologia do futuro na alimentação e é uma porta aberta que permitirá responder às necessidades de um mercado em constante evolução.
“Tudo parece impossível até que seja feito.”
Nelson Mandela
Engª Andreia Nunes, licenciada em Engenharia da Indústria Agroalimentar, pela Escola Superior Agrária de Viseu. Há 16 anos que executa diversas atividades laboratoriais, adquirindo uma ampla experiência em análises químicas na área animal e alimentícia, em controlo da qualidade, implementação e validação de metodologias.
Nos últimos anos tem-se debruçado, maioritariamente, na área de NIREspetroscopia de Infravermelho Próximo, tendo recentemente abraçado um novo projeto nesta área na empresa DIN, S.A. Este desafio levou à acreditação da tecnologia NIR, sendo o Laboratório de Investigação e Desenvolvimento, da DIN, S.A., o primeiro em Portugal com esse reconhecimento.
Atualmente, desenvolve calibrações de análise nutricional a diferentes matrizes, de forma a apoiar a empresa nos seus projetos de I&D, enquanto executa apoio técnico a clientes. Além disso, dedica-se também à área de investigação científica em projetos internos, promovendo novos serviços.
non-destructive fast technique to verify heat treatment of fish-meat gel», Food Control
[1] M.
Um balanço de 20 de atividade ou o retrato de uma empresa dinâmica num país onde tudo mudou. Os irmãos Isaque e Ismael Oliveira com Marco Faria sócio e amigo de longa data recordam a sua atividade que começou há duas décadas.
Como o nome indica, a Termofilm nasceu em 2003 para fornecer embalagem para a industria alimentar, de modo abrangente quer para o pequeno cliente, com consumos pequenos até ao cliente de grandes consumos e programados. Uma fórmula arrojada de agradar a todas as empresas do setor alimentar,
independentemente, da sua dimensão, com base na qualidade, preço competitivo e serviço.
Como um diamante, os três profissionais lapidaram o know-how adquirido em anteriores vivências profissionais, introduziram o seu toque, a sua filosofia de trabalho e a Termofilm afirmou-se pela qualidade, preço competitivo e com uma resposta na entrega muito rápida, para responder à redução de stocks das empresas, nos últimos anos. Uma responsabilidade acrescida para os fornecedores que a Termofilm, interiorizou como serviço prioritário.
Num mercado tão exigente e tão competitivo como é que a Termofilm se posiciona?
Isaque Oliveira: Conhecer as exigências do mercado é primordial. O mercado está constantemente a pedir novos produtos, novos formatos e, como temos uma equipa bastante dinâmica, num clima de organização saudável e motivador, conseguimos nos direcionar. Por exemplo, os materiais 100% recicláveis são uma realidade da nossa oferta, assim como os materiais com reciclado incorporado para ajudar a reduzir o “lixo” industrial. Quando os produtos 100% recicláveis não são a
solução, trabalhamos sempre na redução de espessuras até onde seja tecnicamente possível sem comprometer a funcionalidade da embalagem e a qualidade e longevidade do produto.
Quais são os produtos diferenciadores que dão vantagem à Termofilm?
Marco Faria: São vários, desde sacos retráteis, filmes de termoformagem retráteis e não retráteis para vácuo e injeção de gás assim como sacos de vácuo e de injeção de gás, passando por filmes Flowpack de altabarreira, termoselagem de alta-barreira até aos filmes Antifog
A ampliação da unidade de produção de embalagens torna a Termofilm mais competitiva? Porquê?
Ismael Oliveira: Sim, ficamos mais autónomos, com capacidade para produzir mais e esses dois fatores ajuda-nos a ser mais competitivos.
Na visita à fabrica disseste-me que se não fosse a vossa unidade de produção, a Termofilm teria dificuldades em ser competitiva...
Como já falamos, o mercado está muito exigente e competitivo, quase esgotado e sempre em mudança a um ritmo vertiginoso. Por isso, se tivermos uma máquina pesada, não nos conseguimos movimentar à velocidade do mercado. A produção própria para além da autonomia dá-nos flexibilidade e rapidez nas respostas.
Que produtos é que produzem?
Marco Faria: Dispomos de um parque de máquinas com tecnologia de ponta e fabricamos sacos de vácuo. A nossa produção abrange os tradicionais sacos de vácuo com alta-barreira ou com média-barreira que é o grosso do mercado. Dentro deste produto
também fabricamos sacos de vácuo especiais para pasteurização ou esterilização. O mesmo se aplica aos sacos retráteis, por exemplo, os sacos para cozer fiambre podem ser submetidos a altas temperaturas, durante várias horas.
Tudo isto pode ser replicado para produções em contínuo e aí entram todas as exigências, mas o trabalho é feito em máquinas termoformadoras, termoseladoras ou flowpack, nestes últimos as embalagens são formatadas a partir dos filmes.
Desde 2003, muito aconteceu, o mercado evoluiu, as empresas acompanharam a evolução, os hábitos alimentares alteraram-se. Como analisam a evolução da Termofilm face a todas estas transformações?
Isaque Oliveira: Sem dúvida. Embora a base e a lógica de trabalho se mantenha, os materiais tiveram um evolução exponencial e as novas tecnologias de extrusão vieram oferecer uma robustez fantástica aos materiais, sobretudo, na redução de espessuras mas com resultados substancialmente melhores.
“DISPOMOS DE UM PARQUE DE MÁQUINAS COM TECNOLOGIA DE PONTA QUE NOS PERMITE REDUZIR ESPESSURAS COM MENOS QUANTIDADE DE PLÁSTICO E AUMENTAR A QUALIDADE DA EMBALAGEM.”Marco Faria, sócio gerente e responsável do departamento técnico Armazéns de matérias-primas
Marco Faria: Com a exigência generalizada nos últimos tempos que o plástico é o inimigo nº1 da sociedade, foi preciso muita pesquisa, muito desenvolvimento tecnológico para melhorar, sem prejuízo para o resultado final. Como já disse antes, onde não é possível aplicar os materiais 100% recicláveis, trabalhamos a redução de espessuras. Por exemplo, há 20 anos era comum falar de materiais com 3 a 5 camadas, quando se começou a falar em 7 camadas, foi a loucura. Hoje, falamos tranquilamente de filmes com 11 camadas e conseguimos em 40 ou 50 my ter 11 camadas ou mais. Essas 11 camadas vão dar uma resistência extraordinária aos materiais e um transparência ainda melhor e o mais importante é que nos mesmos metros de filme são necessários menos quilos de plástico.
A Termofilm nasceu para comercializar consumíveis e venda de maquinas de embalagem. A estratégia mantém-se. Suponho que a venda de consumíveis preenche a maior fatia de faturação. No entanto, a minha pergunta é: As duas áreas de negócio são indissociáveis?
“O MERCADO ESTÁ CONSTANTEMENTE A PEDIR NOVOS PRODUTOS, NOVOS FORMATOS E CONHECER BEM AS EXIGÊNCIAS DO MERCADO É PRIMORDIAL.”
Isaque Oliveira, sócio Gerente e técnico-comercialProdução de sacos de 3 soldaduras
Ismael Oliveira: A maior fatia é, naturalmente, a área dos consumíveis. De facto, mantemos a mesma estratégia. As duas áreas podem não ser indissociáveis mas, o mercado assim o exige. Sabes que não somos caso único e isso “obriga-nos” a investir nessa dualidade.
Atualmente, o termo “representante oficial” ou “agente em Portugal” faz pouco sentido (ou não?). A Termofilm representa várias marcas e tem parcerias com alguns
fabricantes de renome internacional. A minha questão é: quais são os Vossos parceiros principais, qual relação com eles e o que significam para a Termofilm?
Isaque Oliveira: Com a volatilidade do mercado, cada vez faz menos sentido os representantes oficiais...No entanto, temos boas representadas, com resultados que nos dão muito orgulho e só nos fazem consolidar a nossa posição. As nossas representadas
estão muito satisfeitas com o nosso trabalho e, nós, acreditamos que temos margem de manobras para poder crescer.
A vossa estratégia passa por “representar” outras marcas?
Marco Faria: A nossa estratégia passa por não perder nenhuma posição conquistada. O nosso objetivo é: continuar a oferecer soluções palpáveis para os nossos clientes, manter a confiança do nossos clientes e fazer a venda e o serviço pós-venda de forma irrepreensível.
A Termofilm é uma empresa exportadora?
Isaque Oliveira: Felizmente, temos uma boa quota de exportação, mas queremos exportar mais. Acreditamos que também temos um longo caminho a percorrer fora de portas.
Desde 2003, correu sempre tudo como esperavam?
Ismael Oliveira: O inicio é sempre difícil e nós não somos exceção. Todos os que conheces te contarão histórias de dificuldades e sacrifício, mesmo tu deves ter as tuas; nós temos as nossas. Guardamos algumas com carinho, outras, nem tanto.
Felizmente, nunca perdemos o foco e conseguimos ir em frente. Sempre fomos muito focados nos nossos objetivos. Tínhamos de fazer a diferença, foi esse o foco e, hoje, granjeamos desse reconhecimento por parte dos nossos clientes, o que nos deixa muito orgulhosos e muito agradecidos.
Ismael
“A NOSSA UNIDADE DE PRODUÇÃO DÁ-NOS AUTONOMIA, FLEXIBILIDADE, CAPACIDADE E MAIS COMPETITIVIDADE.”
Oliveira, sócio gerente e técnico-comercialProdução de sacos de 2 ou 3 soldaduras.
Era há muito uma ambição da autarquia famalicense criar um Centro de Competências do Agroalimentar para o Setor de Carnes. O sonho de criar esta estrutura atravessou o mandato de vários presidentes da edilidade. Havia uma sintonia de intenções pouco usual na politicas municipais.
A ideia era criar uma associação sem fins lucrativos, cujo objetivo seria potenciar o aumento da competitividade e da inovação das empresas industriais do setor através do desenvolvimento científico, tecnológico e através da formação e qualificação de técnicos para o setor.
Famalicão, é um dos mais relevantes municípios portugueses na indústria alimentar, particularmente, no setor industrial de carnes. Empresas competitivas e tecnologicamente avançadas, de referência nacional e internacional estão instaladas no e nas redondezas do concelho de Famalicão.
O TECMEAT é fruto de uma candidatura submetida ao CCDR Norte Portugal 2020. E assim surgiu o Centro de Competências do Agroalimentar para o Setor de Carnes (TECMEAT) em 2019, com um investimento de cerca de 1 milhão de Euros. “Uma associação sem fins lucrativos que tem por objetivo
potenciar o aumento da competitividade e da inovação das empresas do setor através do desenvolvimento científico e tecnológico, proporcionando o aumento das exportações e da criação de valor de forma integrada e sustentável, reforçando a transferência de conhecimento científico e tecnológico para o setor económico bem como participando em redes e outras formas de parceria e cooperação, aumento o investimento empresarial em atividades inovadoras, promovendo o aumento de produção transacionável e internacionalizável e a progressão na cadeia de valor”, lê-se na sua apresentação.
“O TECMEAT foi criado para valorizar a industria de carnes ”
Integrado no espaço CIIES (Centro de Inovação, Investigação e Ensino Superior), localizado na freguesia de Vale de S. Cosme, a cerca de 7,5km de Famalicão, onde se encontram já instalados vários polos da universidade do Minho, assim como o Instituto Politécnico do Cave e Ave, o TECMEAT encaixa-se neste cubo de rubik tecnológico num espaço com uma área de 750 m2, disponibilizado pela Câmara Municipal de Famalicão.
Neste sentido, fomos conversar com Paulo Cadeia, Diretor Executivo, para conhecer mais profundamente o TECMEAT e os seus objetivos em prol da industria de carnes.
O Sr. Eng. é um homem da têxtil. Fale-me um pouco de si...
Realmente venho dos têxtil mas, para ser correto ainda estou a meio tempo no têxtil. A minha formação base é Engenharia de Sistemas de Informação, passei cinco anos pela Sonae Redes de Dados na unidade dos chamados Mainframes e depois ingressei na Direção dos Sistemas de informação do CITEVE (Centro Tecnológico Têxtil e Vestuário) há 23 anos. Há cerca de 17 anos passei a dirigir o Departamento de Gestão da Inovação onde sou o responsável pela gestão administrativa e financeira de todos os projetos do CITEVE, o que me deu outro Know how e uma abertura além-fronteiras porque comecei a angariar projetos de cooperação também a nível internacional.
Só para ter uma ideia, neste momento, temos 56 projetos em execução fora as candidaturas que ainda estão a ser avaliadas. O CITEVE é de facto uma referência internacional em termos de Centro Tecnológico. Conheço bem os nossos congéneres europeus e posso dizer que ombreamos com os melhores: os alemães que são o topo na União Europeia. Além disso, estamos muito presentes em diversas plataformas europeias.
E como é que chega ao Tecmeat?
Foi há 3 anos atrás. Com 49 anos, é uma daquelas alturas em que nos questionamos se fazemos isto a vida toda ou se vamos tentar arranjar alguma coisa diferente. Sou daqui de Famalicão e comecei a ouvir falar no TECMEAT e percebi que o CITEVE era sócio do TECMEAT e que estavam com dificuldade em encontrar um Diretor Executivo. Depois da aprovação do projeto precisavam de alguém para o implementar e na minha ótica tinham duas maneiras de o fazer: ou iam buscar um pessoa com menos experiência mas provavelmente com imensa dificuldade em implementar
um projeto que envolve contratação pública e muitas outras particularidades associadas a projetos de financiamento, ou procuravam alguém com experiência, com bastante experiência com vencimento que os fundos do projeto aprovado não suportava, porque em si o projeto não paga salários e, portanto, uma dificuldade acrescida para implementar projetos deste tipo.
E, na altura, lancei o repto: com a minha experiência não terei qualquer problemas em implementar o projeto, embora, numa primeira fase, procurar manter o vinculo com o CITEVE simultaneamente com este novo desafio.. Se a Direção-Geral do CITEVE e a Administração concordarem, poderia repartir o tempo. Concordaram e foi assim que cheguei ao TECMEAT.
Primeiro, é a concentração de empresas do setor industrial de carnes que existe no concelho que conjuntamente com os concelhos do Montijo e de Santarém, serão os concelhos onde existe a maior concentração de empresas do setor industrial de carnes. Falando do nosso concelho, temos algumas empresas que são líderes nacionais, empresas com um grande volume de negócios e este município sempre teve o desígnio de criar um centro tecnológico à imagem do CITEVE que tem sido um sucesso a nível nacional e internacional e que também está integrado no concelho.
Estamos a falar de um centro tecnológico para as grandes empresas do concelho, um projeto regional?
Não! Estamos a falar de um centro de competências que procura ir ao encontro das necessidades de toda a tipologia de indústrias e não apenas das grandes. É normal que as grandes empresas acabem por ser um catalisador da inovação e como tal, é normal que sejam também as primeiras a se interessar em visitar o TECMEAT e procurar saber o que este tem para oferecer. A cooperação entre o TECMEAT e estas empresas gerará por certo um efeito de spillover para as pequenas e médias empresas, no sentido de potenciar a sua inovação, a qualificação dos seus trabalhadores e mesmo a sua quota de mercado nacional ou mesmo a internacionalização.
Sublinhe-se que a nível nacional não existe nenhum centro tecnológico, nenhum centro de competências vocacionado exclusivamente para a industria de carnes tal como o CITEVE está para a industria têxtil. Esta ideia, maturada por vários presidentes do município, acabou por se materializar no convite a 12 entidades que se relacionam de algum modo com a industria da carne para a criação desta associação de competências tecnológicas. Foi assim criada esta Associação sem fins lucrativos TECMEAT ao qual se juntaram estas 12 entidades para criar uma infraestrutura tecnológica e científica que venha responder às necessidades de toda a industria.
De que forma?
Começo por referir três pontos que são muito importantes: o primeiro é termos uma infraestrutura dotada de um laboratório de microbiologia que permite realizar testes, ensaios e controlos de qualidade. Além disso, temos aqui um outro equipamento que muitos pouco laboratórios possuem (apenas 2 laboratórios de universidades), que é o caso do
textrómetro o qual permite avaliar as texturas da carne. Neste momento, estamos na fase final de acreditação do nosso laboratório no IPAC (instituto Português de Acreditação, I.P.)
Para além da formação de que forma esta unidade-piloto pode beneficiar a industria?
Já tivemos o prazer de receber algumas grandes empresas aqui na nossa unidadepiloto, empresas que possuem os seus processos de inovação internos. Só que estas empresas, em constante desenvolvimento de novos produtos, necessitam de realizar os seus processos de inovação em equipamentos de dimensão industrial, os quais exigem sempre quantidades enormes de produto, muitas vezes em experiências que não chegam a um produto final, por diversas razões. Quando viram a oportunidade que a nossa
unidade-piloto aporta neste sentido, alguns comentaram desde logo que esta unidade será o ideal para trabalhar e levar a cabo os seus processos de inovação. Além disso, não precisariam de parar linhas de produção para desenvolver e ensaiar novos produtos.
O terceiro ponto suponho que seja a formação...
Sim, a formação técnica/prática. Existe já diversa formação em sala de aula, teóricas, mas formação prática não existe. Algumas empresas contratam formadores na Dinamarca, ou em Espanha, como por exemplo ao do IRTA (Instituto de Investigación y Tecnologia Agroalimentaria) de Barcelona; pagam milhares de euros para deslocarem os seus técnicos a estes países ou para receber formação nas suas instalações, com a
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2019...”O laboratório dispõe de um equipamento que poucos laboratórios possuem (apenas 2 laboratórios de universidades), que é o caso do textrómetro o qual permite avaliar as texturas da carne.
agravante que essa formação, sendo prática, tem que decorrer nas suas instalações, parar dentro das linhas de produção, implicando muitas das vezes a sua interrupção assim como a alteração das suas rotinas com a consequente perda de produtividade.
Já que referiu o instituto catalão, o TECMEAT pode vir a trabalhar em parceria com o IRTA, por exemplo?
O TECMEAT pode fazê-lo mesmo com o IRTA, até porque estamos já em negociações para estabelecer esta parceria, sempre com o propósito de ser economicamente mais interessante para as empresas nacionais. Para além de que, permitirá às empresas de menor poder económico ter acesso à formação, e a informação especializada diversa resultante da nossa atividade de investigação e de inovação.
No campo da pesquisa o que se espera do TECMEAT?
A atividade de I&D (Investigação & Desenvolvimento) é também ela um foco das atividades do TECMEAT. Neste momento, fomos convidados no âmbito do PRR para integrar 3 projetos. Como sabe, o TECMEAT
surge em 2019, começa a ser implementado em 2020 e para além de implementar o projeto de infraestruturas, o meu trabalho passou também por tentar incluir o TECMEAT em projetos I&D. Neste momento estamos inseridos num Pacto para o setor Agroalimentar e em dois projetos na área da bio-economia, ambos muito interessantes, sendo um deles coordenado pelo CITEVE, que é um projeto de
bio-economia para o setor têxtil.
Qual é o papel do TECMEAT num projeto para o setor têxtil?
Sobretudo, a nível de simbioses industriais. Isto é: neste projeto o CITEVE procura encontrar simbioses com outras setores de atividade ao nível de sustentabilidade e
reciclagem de produtos, para se perceber até que ponto alguns resíduos subprodutos do sector têxtil possam ser utilizadas na carne e vice-versa. E, estamos a trabalhar e a procurar perceber todas essas oportunidades ao nível de simbioses industriais.
O segundo projeto é de bio-economia para as resinas, e fomos convidados porquê? Fomos convidados por uma medida do projeto que pretende desenvolver testas a aplicação de filmes para cuvetes e embalagens biodegradáveis e mais amigas do ambiente. É óbvio que não temos aqui o papel de desenvolver esses materiais, mas temos a possibilidade de os testar, e procurar saber como é que se comportam. Estes dois projetos na área da Bio-Economia são dois projetos que não têm envolvência direta com a industria das carnes pois posicionam-se no sector têxtil e no sector das resinas.
O terceiro projeto, é um projeto onde a industria de carnes está de facto presente. Estamos a falar da Agenda Via Food que é coordenada pela Sonae e onde o TECMEAT tem a tarefa de desenvolver snacks de carne, em impressão 3D.
Qual é a avaliação que faz da receptividade da industria?
As empresas, cada uma delas, é que deve procurar fazer a nossa avaliação. Nós, apresentamos os serviços que temos: laboratórios específicos para a industria das carnes, formação especifica para esta mesma industria, oportunidade de participação em projetos I&D sempre que haja possibilidade de concorrer a candidaturas – temos agora o Portugal 2030 – e a oferta do espaço da unidade-piloto. Esta é a nossa oferta, a partir de 2023 e o desafio para que a industria nos contacte, apresente-nos os seus desafios e cá estaremos para os analisar e os procurar solucionar da melhor maneira e consequentemente nos avaliar.
O seu modelo é o CITEVE. Não é um risco?
Dada a minha experiência, talvez!. O modelo do CITEVE é um modelo de sucesso e tomara o TECMEAT conseguir um caminho com a indústria das carnes tal como o CITEVE é atualmente uma referência nacional para todo o setor têxtil nacional. Um risco, talvez, pela sua dimensão. Estamos a falar de um centro de competências que acaba de nascer para um centro tecnológico que é referência mundial. Mas desde que tenhamos os pés assentes e saibamos dar um passo de cada
vez, com rumo e foco no horizonte, esse risco será por certo baixo e não haverá melhor de que o modelo do CITEVE e conhecer as etapas e os desafios que o CITEVE possuiu nestes 30 anos da sua existência.
Como é que vê o Tecmeat, por exemplo, dentro de 5 anos?
Espero que bem antes disso possamos já contar com 10 a 15 técnicos/investigadores a trabalhar e, depois, o desenvolvimento do centro depende também das oportunidades que forem surgindo quer nos sistemas de incentivos assim como na aceitação perante a industria.
Sendo muito claro, não estou à espera que as
empresas que entrem como sócios venham a “sustentar” o TECMEAT, nem poderá ser este o objetivo. Claro que o sócio terá de pagar uma quota mas o TECMEAT não poderá sobreviver das quotas. Teremos que sobreviver é dos serviços que prestamos e estes, se não tiverem qualidade e não forem aceites pelas empresas, então significa que não estaremos focados no nosso propósito. Sobrevivemos também através de candidaturas aos sistemas de incentivo a que iremos concorrer e que não diretamente atribuídos pelos Orçamento de Estado. Dentro de 5 anos temos que ter um laboratório maior e mais especializado, formadores especializados e reconhecidos pelas grandes e média-empresas.
No início da nossa conversa referiu que o projeto em si não paga ordenados. Quem é que paga os ordenados dos atuais colaboradores e dos futuros?
Nesta fase inicial de implementação do TECMEAT o suporte dos vencimentos dos técnicos/investigadores deste centro de competências surgem de 2 fontes: um suporte financeiro que a Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão tem atribuído, dada o interesse económico deste centro para o município, mas sobretudo da participação
Sócios Fundadores do TECMEAT:
● CITEVE - Centro Tecnológico Têxtil e Vestuário
● AMECAP – Associação de Matadouros e Empresas de Carne de Portugal
● Associação Integralar – Intervenção de Excelência no Setor Agroalimentar
● C.E.S.P.U. - Cooperativa de Ensino
nos projetos do PRR em que o TECMEAT está presente.
Acreditamos que a partir de 2023 o TECMEAT, com a abertura da sua atividade à indústria, a possibilidade destes se tornarem sócios assim como a existência de novas oportunidades dentro do Portugal 2030, permitam incrementar a fonte de receitas do TECMEAT e consequentemente contratar novos técnicos/ investigadores.
Quer deixar uma mensagem para os nossos leitores, sobretudo, para aqueles
Superior Politécnico e Universitário
● CENTTVC - Centro de Nanotecnologia e Materiais Técnicos, Funcionais e Inteligentes
● CONFAGRI – Confederação Nacional das Cooperativas Agrícolas e do Crédito Agrícola de Portugal
● FPAS – Federação Portuguesa de Associações de Suinicultores
para quem TECMEAT pode fazer sentido?
Primeiro, que venham visitar centro porque o impacto é completamente diferente e, depois porque o TECMEAT é um centro de competências que existe para ajudar a industria a desenvolver, a exportar mais, a ser reconhecida internacionalmente. Estamos aqui para ajudar a industria, foi essa a missão a que nos propusemos e para a qual o TECMEAT foi criado: para valorizar a industria de carnes.
As atividades do TECMEAT centram-se nos seguintes pontos:
● Testes e ensaios avançados de controlo de qualidade de produtos;
● I&D orientada para o desenvolvimento de novos produtos e serviços;
● Formação em ambiente laboratorial e empresarial;
● Transferência de Know-how e de tecnologia para o setor;
● Networking e cooperação nacional e internacional
Plano de Formação – Desenvolver um referencial de formação com uma forte proximidade de ralação à industria de carnes, através do laboratório de microbiologia, da unidade-piloto e contemplando processos de formação a serem implantados em contexto de ambientes produtivos.
Plano de Business Intelligence – Documento que agrega um conhecimento detalhado das tendências tecnológicas para o setor das carnes e os principais desafios que se vão depara no futuro.
● Fundação Minerva – Universidade Lusíada
● Instituto politécnico de Viana do Castelo
● Universidade Católica Portuguesa
● Universidade de Trás-os-Montes e alto Douro
● Universidade do Minho
Sistema de Vigilância TecnológicaApresentação de um metodologia e de um documento que identifica e reúne informação tecnológica de diferentes inputs: industria, entidades científicas; feiras; fornecedores tecnológicos e networking internacional, entre outros.