Its Teens Floripa - 10

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www.portalits.com.br | edição 10

CULTURA POP

OS "CAUSOS" DO MÊS CLUBE DA LEITURA

CONHEÇA O LIVRO "NAUFRAGADOS"

GALERIAS

Revista its Teens Florianópolis nº 10 2016 | R$ 9,80

SÓ CLOSE CERTO

Os alunos da Educação de Jovens e Adultos da Escola Maria Conceição Nunes e o professor Fábio Ramos aprendem rimando




conteúdo EDIÇÃO 10

HAITIANOS

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CLUBE DA LEITURA

CAPA

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GALERIAS

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8 | CULTURA POP

10 | WI-FI

Quem pensa que no universo da música pop, composto por cantores e cantoras cheios de atitude, os únicos itens essenciais são canções divertidas que te fazem dançar, rir ou chorar, está muito enganado. Essa indústria é fortemente sustentada pelos “casos” do cotidiano – em outras palavras, as tretas. Mas a gente jura que gosta da música também.

Do fone de ouvido especial para os atletas, até caçadores de promoções – nada de Pokemons -, esse mês nós apresentamos para você tudo o que a tecnologia pode lhe oferecer!

Para ficar por dentro de como andam as aulas e vida dos imigrantes na cidade, resolvemos acompanhar a turma que tem aulas na Fundação Vidal Ramos, no Centro. Se liga nessa história.

16 | CAPA

24 | ESPECIAL

32 | GALERIAS

O rap tá na área da escola, a batida contagiante desse estilo músical tem inspirado a galera a soltar a criatividade e aprender. #Irado

Não só os alunos e professores fazem da escola um lugar especial, por isso conversamos com Ligia, que passou décadas comandando as panelas da Escola Básica Municipal Almirante Carvalhal.

Só close certo nessa edição. Confira os pátios que receberam a nossa galera durante o mês.

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12 | HATIANOS


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Revista its é uma publicação da Editora Mais SC Coordenador de Relacionamento, Projetos e Eventos Núcleo Jovem Gilvan Saragosa Junior | gilvan.jr@ricsc.com.br

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VOCÊ E O SEU PROFESSOR PREFERIDO NA

ENVIE A SELFIE PARA FACEBOOK.COM/REVISTAITS ATÉ O DIA 20 DE SETEMBRO. NÃO ESQUEÇA DE ENVIAR NOME COMPLETO CIDADE ESCOLA

Florianópolis Crystiano Parcianelli crystiano.parcianelli@ricsc.com.br Os artigos assinados não refletem necessariamente a opinião da revista, sendo de inteira responsabilidade de seus autores. É permitida a reprodução total ou parcial de reportagens e textos, desde que expressamente citada a fonte. Tiragem: 2,402 mil exemplares NÃO VACILA, FALA AÍ (48) 3212-4127 redacao@portalits.com.br Pontos de distribuição: Escolas Básicas Municipais de Florianópolis

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editorial Fala galera, O universo da música dita hits, revela grandes artistas e faz da minha e da sua vida um rolê muito mais divertido, não é? Na sua escola devem existir grupos de estudantes com diferentes estilos musicais. Do pagode ao pop, a galera se une para defender e curtir essas bandeiras sonoras. E sabe o que é melhor? Esses sons não só formam amizades e ditam ritmos para os nossos dias, eles podem ser usados de uma forma pedagógica irada! Nessa edição você vai entender como o Rap mudou o cenário musical mundial e a realidade dos alunos da escola escola básica municipal Maria Conceição Nunes, no Rio Vermelho. Por lá o professor Fábio Ramos Barret utilizou a batida do Rap para ensinar e contextualizar os conteúdos com os alunos da EJA – Educação para Jovens e Adultos. Massa, né? São iniciativas assim que fazem da escola um lugar inesquecível, por isso, vem com a gente conferir as iniciativas desse mês, tem muita coisa legal!

O SOM QUE ROLOU NA REDAÇÃO, ENQUANTO FECHÁVAMOS A EDIÇÃO: Tiago Iorc - Sol que Faltava Galantis - Peanut Butter Jelly Major Lazer - Cold Water feat. Justin Bieber & MØ Maiara & Maraisa - 10% Thiaguinho - Vamo Que Vamo

JÉSSICA STIERLE

OS CULPADOS

CULTURA POP

WI-FI

MATÉRIA DE CAPA

SAIDEIRA

HAZIEL SCHNEIDER

LUCAS INÁCIO

LUCIANA PAULA

VANESSA ESTEVES



Por Haziel Schneider, CULTURA POP

18 aninhos punindo malfeitores em nome da Lua, estudante de Publicidade e Propaganda, fissurado por cultura pop

Popcorn time! Hora de “assistir” na primeira fileira ao que se passa pelo mundo pop

Quem pensa que no universo da música pop, composto por cantores e cantoras cheios de atitude, os únicos itens essenciais são canções divertidas que te fazem dançar, rir ou chorar, está muito enganado. Essa industria é fortemente sustentada pelos “casos” do cotidiano – em outras palavras, as tretas. Mas a gente jura que gosta da música também.

Taylor Swift... Como eu posso começar a explicar Taylor Swift? Pouco tempo após terminar seu relacionamento com Calvin Harris, Taylor disse em uma entrevista que secretamente compôs “This Is What You Came For”, o mais recente hit de Calvin em parceria com Rihanna. O DJ ficou sabendo da declaração assim como nós, ao ler a tal entrevista. E como é gente como a gente, foi desabafar no twitter: “Ela canta um pouco nela também. Ótima compositora, arrasou como sempre. Eu escrevi a música, produzi a música, fiz os arranjos e cortei alguns vocais. E inicialmente ela queria que fosse segredo, por isso o pseudônimo. É doloroso para mim que, neste ponto, ela e sua equipe tenham ido tão longe para tentar me fazer ficar com cara de malvado. Acredito que, se você está feliz com seu novo relacionamento, você deveria focar nisso ao invés de tentar destruir seu ex. Eu sei que você não está em turnê e precisa de alguém novo para tentar enterrar como a Katy, mas eu não sou esse cara, desculpe. Não vou permitir. Por favor, foque nos aspectos positivos da SUA vida, porque ela é ótima. Deus abençoe a todos, tenham um lindo dia.” Na sequência, Katy posta um gif bem sugestivo e dá retweet num próprio tweet antigo, da época de “Bad Blood”, dizendo: “Tempo, o verdadeiro dono da verdade” A maré de azar de Taylor parecia terminar. Até Kim Kardashian jogar a bomba da vez. Após alguns tweets “caprichados”, a socialite vaza, por meio de seu snapchat, uma conversa entre Swift e Kanye West na qual a cantora diz autorizar o verso do rapper de “Famous” em que é citada. Aí a coisa virou uma bola de neve e começou a tomar proporções incálculaveis, simulando até discussão de família: todo mundo se meteu, e gente que nem estava no meio chegou pra escolher um lado. Selena Gomez foi em defesa de sua amiga Taylor, enquanto habitantes de twitterland e do mundo das celebridades ainda estavam boquiabertos com a situação. Como se não bastasse tudo isso, surge a atriz brasileira Camila Belle, postando em seu instagram uma imagem com a seguinte frase: “Nem precisa de vingança. Apenas sente e espere. Aqueles que te machucaram algum dia eventualmente vão se meter em problemas e, se você for sortudo, Deus deixará você assistir.” Pra quem não sabe, ou não lembra, Taylor acusou Camila seis anos trás de ter “roubado” seu ex-namorado, na época Joe Jonas, e fez um ataque direto à atriz na canção “Better Than Revenge”. Parece que Taylor Swift está sentindo na pele o que é ser bombardeada. A cantora, que passou a carreira colecionando recordes e, recentemente, encerrou mais uma era de sucesso, sendo uma das artistas femininas mais bem pagas no ano, também coleciona inimigos. Estamos aguardando os próximos capítulos dessa novela mexicana. Cause baby now we got bad blood, hey!

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LANÇAMENTOS

Mas, como nem só de treta viverá o homem, vamos falar de coisas boas: Katy Perry e Britney Spears já abrem o segundo semestre enchendo os ouvidos e as playlists dos fãs de música pop em grande estilo.

JÁ NAS TELINHAS... DORY, a peixinha mais esquecida e fofa do universo, é a grande estrela de cinema desse ano. “Procurando Dory” veio para bater recordes de bilheteria e emocionar adultos e crianças, trazendo uma mensagem importante sobre preservação e tratamento de animais marítimos. Há tempos não se fazia uma sequência tão boa para uma animação, como é o sucessor de “Procurando Nemo”.

Katy nos traz “Rise”, uma música promocional feita exclusivamente para a Olimpíada no Rio, e logo em seguida disponibiliza um vídeo para a canção, com cenas de atletas em momentos decisivos. A balada tem uma letra forte e inspiradora que, segundo sua intérprete e compositora, é adequada para o momento de conflitos em que o mundo se encontra, em que todos nós devemos nos erguer juntos. Muito lindo, muito fofo, muito Katy. “STRANGER THINGS”, a Britney, como de costume, não decepciona nos hinos dance. “Make Me...”, o single carro-chefe de seu novo álbum em parceria com o rapper G-Eazy, marca o retorno da princesinha do pop às paradas musicais. Uma canção daquelas que todo mundo gosta, com um refrão que gruda na cabeça e uma batida que te dá vontade de dançar até no meio da rua. É possível dizer que estamos bem representados nessa segunda safra musical do ano <3

nova série original do Netflix, estrelada por Winona Ryder, já ganhou o coração de todos. Na trama, um garotinho desaparece misteriosamente e todos ao seu redor se envolvem em outro mistério que envolve forças sobrenaturais, enquanto tentam encontrar respostas. Vale a pena conferir e devorar a temporada inteirinha. Só não vale a pena fazer isso rápido demais e se arrepender por ter que esperar um ano pela próxima.


WIFI

Por Lucas Inácio

FONE DE ATLETA A Samsung lançou um fone de ouvido especialmente para quem gosta de praticar atividades físicas curtindo um som. O InconX não precisa de um aparelho receptor, tem 4 GB de memória e não tem fio entre os fones. A troca de dados com o computador se dá pelo estojo dos fones. Mas prepare-se que o preço é salgado: R$ 1,4 mil. As vendas já começaram, mas nós, reles mortais, vamos continuar usando aquele fone basicão, não é mesmo?!

NOVIDADES TECH Se liga nas dicas da equipe its.

MUSEU DE VIDEO GAME

Uma exposição que viaja de cidade em cidade, com mais de 200 consoles das mais variadas épocas, vai passar por alguns lugares do Brasil. Nenhum dos municípios é catarinense (infelizmente), mas é uma novidade que pode ser vista em Belém (até o dia 14 de agosto), em Fortaleza (de 3 a 25 de setembro) ou em São Paulo (de 8 a 30 de outubro). Aí vai de vocês irem para a região Norte, Nordeste ou Sudeste, mas vale a pena, até porque dá para jogar 30 desses. Vou até pedir uma folga para a galera da revista.

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CAÇADOR DE PROMOÇÃO Todo mundo adora uma promoção, ainda mais adolescente, época em que a grana é curta. Por isso, um aplicativo pode ser a sua (e também a minha) solução na hora de comprar alguma coisa mais em conta. O AondeConvem já tem mais de 5 milhões de usuários no país e é gratuito. Basta fazer uma conta e adicionar seus interesses que o celular detecta a localização e indica quais as promoções em lojas próximas. Esse vale até indicar para a família.

SUPER MOUSE

Um mouse revolucionário para gamers com 80 funções está prestes a ser lançado. Na verdade, tudo depende da quantidade de grana que a Grand Odgers (criadora do equipamento) vai arrecadar para colocar o mouse Z em prática. São 17 botões dedicados (quatro deles com sensor de força), sensor de inclinação e de rotacão. Além de tudo, o equipamento salva configurações de comando e tem cabo reforçado. O custo é U$ 139 (R$ 449) por mouse, um preço que cabe no seu vício. Ou não.

CHAVES COM SUPER MARIO

Imagina um jogo no estilo do Super Mario Bros, clássico da Nintendo, com o Chaves como personagem principal. Essa é a dinâmica do jogo Chaves Adventure, disponível para Android. O jogo é de fácil usabilidade, dinâmica simples e com dezenas de fases para se divertir. Os comandos não são tão bons assim, mas depois que pegar o jeito, dá para rir bastante com o Chaves pegando moeda e pulando na cabeça dos bichinhos. Pois é, pois é, pois é.

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EDUCAÇÃO ESPORTE

Por Luciana Paula

Professora Esther e seus alunos em aula de Língua Portuguesa

HAITIANOS NA ILHA Um ano depois, como está a vida dos imigrantes na Capital

Em julho do ano passado, a Revista its teens falou sobre a chegada de imigrantes haitianos à cidade. Na ocasião, estivemos na Escola Municipal Almirante Carvalhal, em Coqueiros, acompanhando as aulas de Português ministradas pela professora Esther Oliveira, em uma ação da Secretaria de Educação, para a melhor integração destes estrangeiros. Um ano depois, um grupo de 60 destes alunos conquistaram o certificado de formação em Língua Portuguesa, em solenidade que aconteceu na Carvalhal no

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último dia 12 de julho. Para ficar por dentro de como andam as aulas e vida dos imigrantes na cidade, este ano resolvemos acompanhar a turma que tem aulas na Fundação Vidal Ramos, no Centro. Neste meio tempo, muitos desistiram do curso, enquanto novos alunos chegam a cada aula, que, na Fundação, acontecem às segundas e terças, a partir das 19h30. “Alguns partiram para o Chile, para o México e, principalmente, para a Califórnia (EUA), em busca de melhores oportunidades”, conta Es-

ther. O objetivo da prefeitura com o curso é colaborar com a permanência deles, ajudá-los a desenvolver a capacidade de comunicação oral, para aumentar sua empregabilidade, além de facilitar o acesso a serviços básicos, como os de transporte e saúde. “Tive que reaprender a dar aulas. Pensava no meu filho mais velho, que foi para os Estados Unidos. Quais eram as necessidades de comunicação dele lá? São as mesmas que os haitianos têm aqui!”, revela Esther, que se aposenta no ano que vem como


Fotos: Arquivo Pessoal

professora efetiva da rede e considera a oportunidade de dar aula aos imigrantes como um presente da Secretaria. Saídas de campo por pontos históricos da cidade, ida ao teatro e passeio pela Lagoa da Conceição e Barra da Lagoa fizeram parte da rotina de estudos dos imigrantes no último ano. “As saídas serviram de pretexto para que diálogos fossem criados durante as aulas”, afirma o relatório apresentado pela professora Esther sobre as atividades do grupo. Nele consta que, no total, foram atendidos 152 imigrantes, entre haitianos, sírios, dominicanos.

VIDA NOVA Phara Saint Fout, de 34 anos, está grávida do segundo filho e veio ao Brasil com o marido, professor de Inglês e Francês, à procura de melhores oportunidades. A saudade do primogênito, que ficou no Haiti, é grande e a ideia é reunir dinheiro suficiente para trazê-lo o quanto antes. No nosso bate-papo com ela e outros integrante da turma, contamos com a ajuda do Ben Bomeannée, de 13 anos, como intérprete. Ele veio para o Brasil há um ano com os pais - uma enfermeira e um educador -, que por aqui trabalham em um restaurante. Ben sonha em ser médico, e para isso é bom aluno e está no 9º ano do ensino fundamental da rede pública estadual. Sobre a adaptação cultural, Heroid Alexis, de 40 anos, garante que quanto à gastronomia, não há problemas, pois arroz e feijão já faziam parte do cardápio deles. Heroid é pedreiro e pintor, mas atualmente está desempregado. Diante das dificuldades e da saudade, voltar para casa ainda é uma opção cara, ressalta Michaud Rodrice, de 24 anos, que cursava Filosofia em seu país de origem e quer continuar os estudos por aqui. Com a ajuda de Esther, Wilberson Pierre Louis fez o curso de mestre de obras do Instituto Federal, por meio do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec).

Nossa Língua

Haitianos e brasileiros aprendem a consertar ar condicionado em curso da Fundação Vidal Ramos.

“Quando cheguei, não sabia falar nada de Português, comunicava-me por gestos. Eu tenho um problema de saúde e não sabia como dizer isso para os agentes do posto, então a Esther me ajudou nisso, ela está sempre disposta a nos ajudar. Com qualquer problema que tenhamos com trabalho, moradia, podemos contar com ela”, revela Vamile Sybhin, 27 anos. Para os demais colegas, a semelhança com o idioma espanhol, dominado por grande parte dos haitianos devido à proximidade com a República Dominicana, ajuda durante as aulas e no dia a dia. “Principalmente na leitura”, ressalta Daintfleur Wilclese.

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#Racismo

Flashes da formatura dos haitianos, no mês de julho.

“Existe uma marginalização do haitiano no Brasil, não importa se temos as mesmas qualificações, para nós só restam os empregos que exigem menos capacitação”, desabafa Bernardo Donnay, 27 anos, graduado em Comunicação e Língua Francesa. Ele explica que, ao contrário do que muitos acreditam, os imigrantes que aqui chegam não vêm em busca do que comer. “O pão nós tinhamos no nosso país, e casas bonitas também”. Para Bernardo, o Brasil é uma promessa de melhores oportunidades para realizar seus sonhos: outra graduação, mestrado, uma carreira diplomática. Mas, uma vez no Brasil, com a recessão econômica e o desemprego, muitos passam a ter dificuldades de subsistência. “Os altos preços dos aluguéis é uma das maiores dificuldades” afirma o colega Michaud Rodrice. O preconceito que Bernardo sentiu no mercado de trabalho vai além e ganha a contornos policiais. Em Navegantes, o assassinato de Fetiere Sterlin, de 33 anos, que foi esfaqueado por dez homens em outubro do ano passado, espalhou medo e revelou a existência de xenofobia - ódio ao estrangeiro - e racismo. Ironicamente, em um dos Estados brasileiros mais marcados pela imigração, nem todos estão sabendo recebê-los e usufruir da riqueza cultural que trazem de seu país.

CORAÇÃO DE MÃE A professora Esther é considerada uma mãezona por seus alunos. Ela foi mãe solteira na juventude e viu seu primogênito partir para os Estados Unidos com o objetivo de realizar o sonho de ser piloto de aviação. Lá ele trabalhou na rede de fast food Dunkin’ Donuts para reunir a quantia necessaria para o curso de piloto. Atualmente, ele trabalha na com-

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panhia aérea Azul e é o orgulho da mãe. “Quando vejo a situação deles eu lembro do meu filho nos Estados Unidos, imagino o que ele precisava saber para se virar lá: partes do corpo, para comunicar problemas de saúde, comidas, as palavras mais essenciais para o dia a dia”. Doar-se e aprender com as situações difíceis não é uma exceção na sua

trajetória. Após viver o drama do alcoolismo com o pai de seu segundo filho, Esther se aprofundou no tema para ajudar o companheiro. Hoje trabalha com dependentes químicos e reúne donativos para pessoas em situação de risco. Para ajudá-la em seus projetos, basta contatá-la pelo telefone (48) 8486-1425.


Fonte: http://refugeesmigrants.un.org/sites/default/files/sg_report_spanish.pdf

Migração no mundo Segundo informe do secretário geral da ONU, Ban Ki-moon, sobre os resultados da Cúpula do Milênio, o número de migrantes e refugiados no mundo alcançou 244 milhões de pessoas no ano passado. É como se toda a população brasileira tivesse deixado seu lar para trás em busca de melhores oportunidades. Mas você sabe a difença entre migrante e refugiado? De forma de geral, o migrante é uma pessoa que sai de seu país em busca de uma vida melhor, mas sem necessariamente estar sendo perseguido politicamente, ou fugindo de guerras ou desastres que comprometeram seu país. Em casos assim, são considerados refugiados. Hoje, a maior parte dos refugiados do mundo é da Palestina, que sofre com o avanço israelense sobre o seu território desde que o país foi criado, após a 2ª Guerra Mundial. No documento, de abril deste ano, a ONU calcula que 75% dos refugiados do mundo têm origem em apenas 11 países, e 7 Estados recebem cerca de 50% de todos os refugiados. Como a previsão é que a migração apenas cresça no mundo, a ONU começa a encarar a questão como uma responsabilidade de todos os países, e não apenas dos de origem e dos que recebem os migrantes e refugiados. No relatório, a migração é encarada como um fator positivo para os países que recebem estas populações, por ajudar a suprir o déficit de mão de obra nos países em desenvolvimento e pelas contribuições culturais. Afinal, desde que o mundo é mundo, os povos estão em movimento pelo planeta.

Haiti Muito do que se imagina quando se fala em Haiti é terremoto. Em 2010, um abalo de magnitude 7 atingiu Porto Príncipe, a capital do país, deixando 316 mil mortos - quase a população de Florianópolis, que é de cerca de 400 mil - e 1,5 milhão de desabrigados. No ano passado, a Associated Press fez um ensaio fotográfico para registrar a recuperação do país. Reconstruir universidades, hospitais, escolas, ruas e comércios está sendo uma tarefa difícil. Diante desta realidade, muitos buscam na migração a chance de uma vida melhor, mas também uma oportunidade de fazer mais pelo seu país. O Haiti foi o primeiro país da América Latina a conquistar sua independência, em 1804. Mas, ao contrário do Brasil, por lá este processo não foi nada pacífico. Imagine se os povos escravizados daqui tivessem matado os portugueses e seus descendentes? Foi o que os haitianos, liderados por Toussaint L'Ouverture, fizeram com os franceses - literalmente os colocaram pra correr (se não mataram)! O problema é que, com medo deste “mau exemplo”, a economia haitiana foi boicotada por muitos países desde então, e nunca chegou a se desenvolver. Apesar disso, paisagens deslumbrantes, no mar do Caribe, atraem turistas à ilha. A praia de Labadee é parada obrigatória para muitos transatlânticos e recebe turistas com alto poder aquisitivo. Além de praias “ostentação”, a musicalidade também é marca forte da região, que faz fronteira com a República Dominicana e fica de frente para a Jamaica e Cuba. Um dos destaques é o ritmo kompa, do grupo Kreol La.

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CAPA ESPORTE

Por Luciana Paula

“Aí, você sai do gueto,/ Mas o gueto nunca saí de você, morou irmão?/ Cê tá dirigindo um carro/ O mundo todo tá de olho em você, morou?/ Sabe por quê?/ Pela sua origem, morou irmão?/ É desse jeito que você vive/ É o negro

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drama”. Foi o que escutou o professor pelos ruídos que saíam dos fones de ouvido de um grupinho de estudantes. Em outro contexto, a cena poderia render broncas e advertências, afinal, sala de aula não é lugar pra Racionais MCs. Será?

Para o professor Fábio Ramos Barreto, da escola básica municipal Maria Conceição Nunes, no Rio Vermelho, o Rap é uma oportunidade para ensinar lições que vão além da sua área de atuação, a música. “Na Educação de Jovens,


Fotos: DM Fotografia

Adultos e Idosos, atuo auxiliando nas pesquisas dos alunos, aqui eles têm tratamento individualizado. Não existem anos ou séries, nós os separamos em três grupos de acordo com a etapa da pesquisa em que se encontram, e os temas são eles que escolhem”. A ideia é que cada professor trabalhe os conteúdos de sua área a partir do tema pesquisado por cada grupo. Para isso, há reuniões de planejamento semanais com todo o corpo docente. Assim, o Rap acabou virando tema de dois grupos. Por que tanta procura? Bom, este é o ritmo que a estudante Brenda Heloiza Pacheco, de 17 anos, curte desde pequena. “Sempre escutei Racionais, Nocivo, Sabotagem e tinha curiosidade de saber mais sobre”, afirma a aluna, que até está compondo um com a mãe, Francielli Cachoeira, também estudante na EJA da Conceição Nunes. “O Rap mudou muito com o tempo, mas permanece trazendo uma manifestação sobre a periferia, sobre a política”, esclarece Brenda. “O Rap fala da realidade dos menos favorecidos”, complementa Talis Cavalheiro do Couto, de 32 anos, do segundo grupo que escolheu o tema. Ele é outro que está em família na escola: Talis resolveu voltar aos estudos para incentivar o sobrinho Pablo David do Couto Rosa, de 16 anos, que também é aluno da EJA na unidade. Os dois sempre curtiram o estilo musical e fizeram a pesquisa sobre o tema com o colega Milton Farias Rodrigues. E se você ainda acha difícil entender como um tema pode se encaixar dentro de várias disciplinas, com ajuda da galera, nós explicamos que isso é possível.

HISTÓRIA E GEOGRAFIA “Normalmente, a gente pensa que o Rap é dos Estados Unidos, mas ele nasceu na Jamaica, na década de 1960” conta Talis, sobre sua pesquisa. Com base nela, ele esclarece ainda que o ritmo só chegou aos EUA na década de 1970, dando voz à população negra, segregada nas periferias das grandes cidades. Aqui no Brasil, o Rap contou com pioneiros, como a dupla Thaíde e DJ Hum, que começaram sua parceria em 1986, em São Paulo.

Kevin Donovan, mais conhecido como Afrika Bambaataa, é considerado o pai do Hip Hop, movimento que engloba o rap, o DJing, o breaking (praticado pelos b-boys e b-girls) e a arte do grafite.

EUA

JAMAICA

Kool Herc, o cara que levou o rap da Jamaica pros EUA

BRASIL

Thaíde e DJ Hum são pioneiros do rap brasileiro

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SOCIOLOGIA E ARTES No início, pela sua origem e temática, o Rap só era popular entre a camada marginalizada da população. “Mas com o tempo, a classe alta também começou a escutar”, explica Milton Farias. A partir daí, alguns rappers conseguiram atrair o investimento de grandes gravadoras. Mais do que um ritmo, é um movimento que traz um olhar crítico para nossa sociedade, expondo suas contradições. A resistência contra o racismo também é uma marca muito forte do Rap. Uma música que marca muito isso é “Racistas otários nos deixem em paz”, do Racionais MCs

Para além da música, o Rap é marcado por uma identidade visual própria. “Até na moda o Rap influenciou”, salienta Pablo, sobre as calças largas, moletons, bonés e correntes que são marca de rappers como Jay Z e 50 Cent. Aqui no Brasil, chama atenção o estilo de feras como Emicida e Karol Conká, entre outros. O grafite é outra marca do movimento. Em vez dos quadros, o grafite é a arte que se espalha pelos muros das grandes cidades e muitas vezes é marginalizado. Aos poucos tem ganhado espaço e reconhecimento. Os brasileiros Otávio e Gustavo Pandolfo, mais conhecidos como Os Gêmeos, por exemplo, são famosos e tiveram suas obras expostas em muros do mundo todo.

Emicida

Karol Conká

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LÍNGUA PORTUGUESA E ESTRANGEIRA

Grafite mural na Dewey Square, Boston (2012)

Os caras mandaram ver até em castelo da Escócia

Tem gente que pensa que Língua Portuguesa é só Machado de Assis. O grande escritor da nossa literatura é de fato uma figura que não pode ficar de fora das aulas, mas interpretação de texto também pode ser feita com os versos do Mano Brown. Aliás, interpretação é só um nome mais chique pra quando a gente escuta uma música e consegue entender tudo o que ela diz, como se a gente mesmo tivesse escrito. Com certeza, interpretar fica muito mais divertido quando nos ajuda a sacar que a nossa música preferida tinha ainda mais significados do que imaginávamos. Já a tal da “produção textual’, muito além do que fazer tipo escrevendo palavras difíceis, também é o que a galera fez quando compôs a letra do Rap da EJA (ver box) ou escreveu o texto da pesquisa e apresentou pra galera. Não tem como negar: quando a gente curte o assunto, o aprendizado só flui. E quer um pretexto melhor para aprender Inglês que entender o que dizem os rappers americanos e jamaicanos? Não pagar mico quando quiser cantar músicas internacionais, não correr o risco de dizer o que não quer só porque não está entendendo a letra… O fato é que tem música que já emociona só pelo ritmo, mas quando a gente entende a letra, fica ainda melhor!

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O Estrangeiro - Vale do Anhangabaú, São Paulo (posteriormente removido)

FACEBOOK.COM/REVISTAITS

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AULA EM

EQUIPE

Tradicionalmente, ser professor é trabalhar sozinho. Planejamentos, avaliações, no ensino regular, são tarefas raramente compartilhadas. Mas na Educação de Jovens, Adultos e Idosos, inter e transdisciplinariedade são rotina. “Nós trabalhamos com os saberes prévios do estudante, desenvolvemos muito o poder de interpretação, escrita e reescrita nos projetos”, afirma o professor Fábio Ramos. “Acho que desse jeito é melhor, fazemos uma pesquisa profunda sobre o assunto, isso nos incentiva a buscar as coisas”, opina o aluno Talis sobre a didática praticada na EJA em contraste com o modelo tradicional do ensino regular que ele conheceu na infância. A ideia dos projetos é que o conhecimento aprendido na escola seja útil no cotidiano dos estudantes. “A matemática está no nosso dia-a-dia, quando recebemos ou cobramos o troco, calculamos a distância entre dois lugares, na conta do supermercado…” exemplifica o professor da disciplina Luciano Oliveira Souza. “A gente precisa saber fazer um balanço das nossas contas, saber o quanto podemos gastar, o quanto devemos colocar na poupança”, defende o professor, sobre a importância do ensinar noções de matemática financeira. Em suas aulas, Luciano tranforma o carro em bem mais que um veículo de transporte, mas em uma oportunidade de fazer os alunos perderem o receio de lidar com os números. “Quanto de gasolina preciso pôr no tanque para chegar em Porto Alegre? Como medir o comprimento de uma rua com o carro?” são algumas questões práticas que fazem parte de suas aulas.

Brenda e Francielli, mãe e filha estudantes da EJA

Professor Luciano Oliveira posa com aluno

RAP DA EJA O amor da galera pelo estilo musical só poderia mesmo acabar em Rap. Em conjunto, alunos do professor Fábio da EJA Polo Lagoa e Rio Vermelho compuseram um jingle para divulgar a Educação de Jovens, Adultos e Idosos da Capital. Equipe de professores da EJA da EBM Maria Conceição Nunes

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Cliques da Banda Bilbio em ação, na EBM João Gonçalves Pinheiro, Rio Vermelho

VIVENDO O QUE SE ENSINA

Fábio Ramos é formado em Música pela Universidade do Estado de Santa Catarina e há cinco anos atua na Rede Municipal de Ensino. O professor que está por trás do Rap da EJA fez história na música catarinense, como baterista da banda Jonh Bala Jones. Por onde passa, Fábio agita a galera com projetos que trazem a música para o universo escolar. Junto ao bibliotecário Murilo Milton Machado, da escola João Gonçalves Pinheiro, no Rio Tavares, ele faz parte

do projeto Momento Musical. A ação foi idealizada em 2009 por Murilo e “visa proporcionar momentos de apreciação e aprendizagem, onde os alunos interagem de forma descontraída e lúdica através da literatura e da música”, explica Fábio. As atividades ocorrem no espaço da biblioteca da unidade com parceria dos professores, incentivando a leitura por meio da música como recurso de linguagem. Desde 2013 o projeto conta com a

Banda Biblio, composta por estudantes dos anos finais. “Desde então, realiza atividades que envolvem ensaios e apresentações musicais na escola ou em outros eventos”, explica o professor. Neste ano, a galera do projeto está empenhada na musicalização de poemas do poeta catarinense Cruz e Sousa, nome forte do simbolismo no país. Além do bibliotecário e do professor Fábio, faz parte do projeto da banda o também professor de música Gustavo Goulart Pires.

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MANOS E MINAS DO RAP: SE LIGUEM NAS DICAS QUE SEPARAMOS PRA SUA PLAYLIST MANO BROWN Paulistano do Capão Redondo, Pedro Paulo Soares Pereira, mais conhecido como Mano Brown, é vocalista do Racionais MC’s. A vida na periferia, a violência policial e o racismo são os temas da sua música. Polêmico, o cara não curte dar entrevistas e já teve seus problemas com a polícia, mas nunca chegou a ser condenado por nenhum crime. Só nessa matéria já mencionamos duas das suas músicas porque é difícil pensar em Rap no Brasil sem pensar em Racionais.

MV BILL Carioca da Cidade de Deus, Alex Pereira Barbosa, mais conhecido como MV Bill, está no mundo da música desde o final da década de 1980. Sempre crítico, seu Rap fala da realidade de quem vive com comunidades periféricas. Além de compositor, o cara também já mandou bem como ator, documentarista e escritor. “Cabeça de Porco” é um de seus livros, escrito em conjunto com Celso Athayde e o antropólogo Luiz Eduardo Soares. O nome é uma referência ao cortiço carioca que foi colocado abaixo pelas autoridades locais em 1893. Essa teria sido a origem das favelas nos morros do Rio de Janeiro, para onde buscou abrigo a população. Neste livro, MV Bill fala sobre crianças e jovens da periferia que estão no mundo do crime.

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KAROL CONKÁ Inconfundível, a Karol Conká não passa sem ser notada. Com cabelos, roupas e acessórios sempre coloridos, a curitibana (PR) é um dos nomes de maior destaque do nosso Rap. Com certeza você já escutou “Tombei”, um de seus maiores sucessos. O Rap da Karol manda seu recado sem deixar de ser divertido e altamente dançante - melhor não escutar no ônibus se você for daqueles que têm vergonha de acabar se balançando em público.

MC SOFFIA Rap não é coisa só de marmanjo forte e tatuado não, também há espaço pra uma adolescente ousada de apenas 11 anos. Soffia canta desde os seis anos, e sua música traz uma mensagem clara contra o racismo. A paulistana já sofreu bullying na escola, onde colegas diziam que ela deveria alisar seu cabelo. Com a ajuda da mãe, produtora musical Kamilah Pimentel, ela quer inspirar as meninas negras a aceitarem seus cabelos e sua beleza, e o rap é o seu instrumento pra isso.

EMICIDA “A rua noiz!” defende Leandro Roque de Oliveira, ou Emicida. Paulistano, o rapper se consagrou nas famosas batalhas de MCs, onde vence quem sabe improvisar - aqui em Floripa rola Batalha na Alfândega, fica a dica! Inclusive, tem uma bem polêmica contra a Negra Rê, onde ele acaba sendo um pouco desnecessário no esculacho. Mas por trás de toda essa marra de mau, está o cara que dedica uma música todinha para as mamães - “fofíneo”, né?

NEGRA LI Você já deve ter ouvido o sucesso “Você vai estar na minha” - aliás uma boa pedida pra quem está na aflição de conquistar o crush! Negra Li é o nome artístico de Liliane de Carvalho, que se criou na Zona Norte de São Paulo e começou sua carreira musical no grupo de Rap RZO. Além de cantora, ela também já atuou como atriz. Em 2005, faturou o prêmio Vídeo Music Brasil na categoria melhor videoclipe de Rap com a música “Exército do Rap”.

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ESPECIAL

Por Luciana Paula

PRA ALÉM DA SALA DE AULA

Não só os alunos e professores fazem da escola um lugar especial, por isso conversamos com Ligia, que passou décadas comandando as panelas da Escola Básica Municipal Almirante Carvalhal

Imagine nascer, viver e trabalhar em uma mesma rua. Essa é a história de Maria Ligia da Silva Matos, cozinheira da escola básica municipal Almirante Carvalhal, hoje readaptada na biblioteca da unidade. “Eu sou que nem um boi pintado por aqui!”, diz a manezinha sobre a popularidade

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que conquistou naturalmente entre os vizinhos, tanto pelo tempo em que vive no local quanto pela simpatia que lhe é característica. Na rua Bento Goiá, em Coqueiros, Ligia, como é chamada pelos colegas e pela garotada, veio ao mundo na mesma casa onde vive hoje junto aos dois filhos e quatro netos. “Eu até tentei morar em outros lugares, mas não me adaptei. Na Armação, Sul da Ilha, não gostei do mar grosso, perto da Celesc em Capoeiras ficava muito longe do mar”. Aos 64 anos, ela já completou

duas décadas de Carvalhal. “Eu prestei o concurso para merendeira em 1993 ou 1994, e saí da cozinha em 2014 porque tive um problema sério na clavícula”. Sobre trabalhar tão pertinho de casa, ela admite: “Eu vejo as outras pessoas que vêm de longe, pegam fila, teria que me arrumar bem chique pra pegar ônibus e eu gosto de trabalhar mais à vontade”. A elegância do look do dia ela atribui à ocasião da entrevista. “Não que eu venha relaxada, mas pra trabalhar com criança é melhor sapato baixo, roupa confortável”, explica.


Sobre o tempo em que comandava as panelas, recorda com carinho. “Nós éramos em quatro, todas miúdas, era difícil lidar com o fogão alto e as panelas grandes, o Paulo [Heinzen, [diretor atual que também assumiu gestões anteriores], nos ajudava a tirar as panelas do fogão”, conta. Das receitas que fazia as preferidas da galera eram canja, risoto e macarrão com carne moída. “Dava até briga na fila, a gente chegava a ficar nervosa com a ‘bateção’ de prato”, lembra. Ligia conta ainda que para muitas crianças a comida que ela e as colegas preparavam com carinho seria a principal a refeição do dia. “Tinha criança que comia tanto, tanto. Aí eu perguntava: ‘cabe tudo nessa barriguinha?’ ‘Cabe sim, tia’, elas respondiam”. Até hoje, quando encontra ex-alunos já adultos, recebe elogios. “Eles dizem ‘tia, que comida gostosa a senhora fazia, que saudade!’”. Para além do carinho dos alunos - que a disputaram pra tirar fotos no pátio -, na escola, ela teve o incentivo para retomar os estudos. “Eu tinha parado na 6ª série, bem novinha comecei a trabalhar de babá, aí a prefeitura nos incentivou a completar os estudos, oferecia aumento no nosso salário, assim eu fiz até o ensino médio, só não segui na faculdade porque tinha que cuidar do meu irmão deficiente; uma noite sim, uma noite não, era a minha vez de cuidar dele”. Explica a servidora, que conseguiu completar o ensino médio entre 2003 e 2005.

Na cozinha onde trabalhou por duas décadas

DAS PANELAS AOS LIVROS Quando soube que iria trabalhar na biblioteca, Ligia teve receio de não se adaptar. “Até riam de mim, como eu ia trabalhar na biblioteca sem gostar de ler?”. Mas com o tempo, ela e os livros foram se tornando mais íntimos. “Primeiro eu olhava a capa, mas não tinha paciência, já ia ler o fim pra saber como acabava a história. Só com o tempo fui me acostumando”, admite. Em vez das panelas, seu dia-a-dia agora é organizar os livros, fazer as fichas de empréstimo, atender as turmas.

No seu atual local de trabalho, a biblioetca da escola municipal Almirante Carvalhal

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Recebendo o carinho da galera no pátio

Multitarefas Lidar com diferentes atividades não é uma novidade na vida dela. Além de babá, trabalhou no comércio quando mais jovem e até em uma escola privada [na mesma rua]. Na Carvalhal, faz questão de ajudar no que pode. É famosa por encarar trilhas com as turmas. “Eu aguento andar bastante, só não gosto que não tem banheiro perto, até evito beber água quando vamos caminhar”. Para estas ocasiões, ela sai prevenida. “Eu até levo um apito, deixo os alunos doidinhos doidinhos com aquele apito”, diz aos risos. E a sua principal satisfação nessas aventuras é a própria alegria das crianças. “Só de ver eles brincando nas dunas, ficam tão felizes, parece que acabaram de aprender a andar”, conta sobre a meninada que arranja logo um papelão pra descer de “esquibunda” pela areia. Entre

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as trilhas que fez, lista: Naufragados, Costa da Lagoa, Trilha da Rendeira, Armação, Pântano do Sul e até um passeio com o oitavo ano a um hotel fazenda. Sua disposição para essas aventuras surpreende os colegas de equipe. “Ninguém acredita que eu faço tanta trilha!”. Até a filha Patricia se admira. “Ela me diz ‘mãe, a senhora se mete em cada uma!’”. Ela também acompanha as saídas das crianças a um parquinho próximo à escola. “Até jogo futebol com eles”. Sobre sua força e saúde, revela: “a primeira vez que fui lá no Zerão [Parque de Coqueiros], andei umas 15 voltas [na pista que tem 800m].” Tudo isso sem perder o folêgo e o papo. “O médico diz pra mim que não se pode falar enquanto caminha, mas vai fazer como? Se a gente vai com alguém acaba conversando!”


PATRIMÔNIO DO BAIRRO

Fazendo o caminho que toma todos os dias ao trabalho, pela rua onde nasceu e se criou

Ligia é filha de seu Alcides Bernardes da Silva, vigia, e Isaura Boaventura da Silva, empregada doméstica. A família da mãe é de Barreiros, São José; do pai está no bairro desde o tempo do avô. “Os dois já se foram há alguns anos, o pai no dia do médico, e a mãe, no dia da mulher”. Ligia conta que quando vigia do Tribunal de Justiça, seu Alcides foi parar até em livro de história catarinense. “O pai era como eu, quando disseram que ele ia pro livro, fez que desconfiou, até que um dia trouxeram uma edição de presente e ele viu sua foto lá”. Orgulhoso, Ligia revela que o pai não deixava os filhos levarem o livro. “‘Esse é pra ficar em casa’, ele dizia”, explica, sem conseguir lembrar o título da obra. Sobre a infância, ela recorda das aulas na escola estadual Presidente Roosevelt. “Hoje em dia, desde pequena eles sabem quando a criança é hiperativa, naquela época não tinha isso, então o povo dizia que eu era endiabrada”. Aos 26 anos, ela se casou com o pai de seus dois filhos, Patricia, de 34 anos, e Paulo, de 32. Ela é mãe de Sofia e Lara, e ele, de Ágata e Caio, os xodós da avó. Há 31 anos, Ligia está separada “e muito bem, obrigada!” Pra encerrar nossa prosa, ela falou sobre sua trajetória na Almirante Carvalhal, uma das instituições mais antigas do bairro.

Em frente a casa que foi de seu pai e onde vive hoje com seus filhos e netos

“Eu gosto de criança (só não das malcriadas), então me sinto na escola como na minha casa, e não é em todo lugar que a gente vai se sentir como na nossa casa. Aqui eu me dou muito bem com os professores, com o pessoal da limpeza, com todo mundo. Gosto de ajudar, compartilhar, cuidar. Comigo não tem isso de ‘aquilo ali não é a minha área’. Ontem mesmo estava brincando com as crianças e me derrubaram no chão! Com eles pareço a galinha velha com os seus pintinhos!”

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CLUBE DA LEITURA

Patrícia Carpes e Naufragados Por Waleska De Franceschi, Chefe de Departamento de Bibliotecas Escolares e Comunitárias

SOBRE A OBRA: Publicada 2011 pela editora Cuca Fresca, a história, destinada para o público infantojuvenil, conta com as ilustrações de Eduardo Oliveira. Composta por 15 capítulos, a narrativa leva os leitores a se aventurarem pela magia da Praia dos Naufragados. Através de Gabriel, personagem que é o guia turístico, e dos turistas Bia, Sila, Gilvana e Lucas, os leitores podem conhecer 28 REVISTA ITS | É NA ESCOLA QUE A GENTE ACONTECE

lendas e causos de moradores locais da praia que encanta muitos visitantes da Capital. As personagens durante a caminhada na trilha vão aprendendo sobre aspectos da identidade do local como, por exemplo, no ano de 1515, o navegador espanhol Juan Dias de Sollis naufragou sua Capitânia, mesmo lugar onde, depois, muitos outros também naufragaram por causa do banco de

areia que ali existia, originando o nome do local. Conhecem Dona Maria, uma moradora que faz benzeduras com ervas, que é rendeira e conhecedora de estórias bruxólicas; descobrem a história do fantasma Lavínia que mora no Farol; e travam conhecimento com Seu Zezo, o olheiro de tainha e contador de causos.


Fotos: Divulgação

SOBRE A AUTORA:

O projeto “Clube da Leitura: a gente catarinense em foco” está sendo desenvolvido no Departamento de Bibliotecas da Secretaria Municipal de Educação de Florianópolis/SC. Como o próprio nome sugere, o projeto destina-se à criação e ao fortalecimento de clubes, ou melhor, de pontos de trocas de experiências de leitura, em especial de autores catarinense, nas escolas pertencentes à Secretaria Municipal de Educação de Florianópolis. Através do Projeto clube da Leitura: a gente Catarinense em foco, a autora e sua obra já estiveram presentes nas escolas municipais: Escola Brigadeiro Eduardo Gomes, Escola Osmar Cunha, Escola Osvaldo Machado, Escola Donícia Maria Costa e em agosto estarão presentes nas escolas Herondina Medeiros Zeferino e José do Valle Pereira. “A obra foi escrita com o intuito de ser trabalhada nas salas de aula e faz um grande sucesso entre as crianças e os pais. O Clube da Leitura é uma ótima experiência, por proporcionar o compartilhamento de ideias com os educadores. Foi muito gratificante integrar o projeto!”, comenta a escritora, que desde pequena produzia poemas e narrativas.

Aquele lugar era mágico e parecia ter um enorme coração pulsando. Não eram necessárias palavras, apenas parar e ouvir.

A OBRA NAS ESCOLAS MUNICIPAIS:

Patrícia Carpes Mackowiecky, autora do livro Naufragados, participa do Projeto Clube da Leitura: A gente catarinense em foco, na Rede Municipal de Educação de Florianópolis. A escritora, natural de Florianópolis, além de histórias infantis, também escreve contos regionais, roteiros, romances, crônicas e poesias. As publicações podem ser encontradas na página do Facebook:http://zip.net/ bcrqWh e no site: http://www. recantodasletras.com.br/

Patrícia Carpes, em Naufragados

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PROGRAMA REVISTA ITS ESPORTE

FALA GALERAAAAAA O programa revista its está na área todos os sábados na telinha da rictv record às 14h30 para mostrar toda a semana o que de melhor acontece nas escolas de Santa Catarina pra você. A gente sabe que a escola é uma parte importante da vida de todo mundo, por isso, levamos até você os projetos e ideias legais que rolam por aê. Da só uma olhada no que pintou no último mês ;)

Por Jéssica Stierle jessica.stierle@portalits.com.br

A QUÍMICA É LOUCA, É PARANORMAL!

Nós ficamos sabendo que os estudantes da Escola de Educação Básica Wanderley Júnior, de São José, produzem produtos de limpeza e até álcool em gel no laboratório de química e fomos até lá pra ver isso de pertinho. É irado! O professor Valbério do Santos lidera a raça que aprende na prática sobre os componentes e processos químicos. O que antes era só visto no quadro, hoje gera a oportunidade de um aprendizado visível e totalmente válido.Vale a pena se inspirar nessa ideia e implementar no laboratório da sua escola essa sacada. Nota 10 pra eles, produção!

WE <3 PLAYLIST Todos os sábados você acompanha as músicas mais curtidas entre a galera. No mês de passado as escolas EEB Simão José Hess, EEB Lauro Muller e Colégio Elisa Andreoli tiveram a chance de representar as turmas com os mais diversos estilos e ritmos. Para conferir os vídeos, se liga em facebook.com/revistaits toda a semana tem uma nova playlist por lá : )

EPICWIN Na última edição da @revistaits nós trouxemos para você um pouco do universo das competições escolas, gincanas e alunos que de fato curtem e compartilham a ideia de praticar modalidades incríveis. Pensando em todo esse contexto nós criamos o projeto EPICWIN, a gincana das gincanas que tem movimentado as escolas. São 10 instituições concorrendo a muitos prêmios em uma disputa que vale pontos para as gincanas internas de cada escola.

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UMA CORTADA, 200 MILHÕES DE BRAÇOS. NOSSOS ATLETAS VÃO RECEBER A FORÇA DE CADA BRASILEIRO PELA RECORD.

RIO 2016. JOGOS OLÍMPICOS TÊM QUE TER RECORD. R7.COM/RIO2016


GALERIAS

Emanuelle, Hevellyn, Marko, Felipe e Guilherme

Cauã e Felipe

Isaque, José e Natan

ESCOLA

DILMA LUCIA DOS SANTOS Brunoi, Hevelyn, Amanda, Emanuelly e Gisele

Bruno, Isabella e Fernanda

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Joan


Natan

Fotos: DM Fotografia

CauĂŁ, Felipe, Joan e Marko

Alunos do Dilma Lucia

Natan, Fernsanda e Isabella

Roberta

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Kamilly

Lucas e Ereven

Jhenyffer

ESCOLA

INTENDENTE ARICOMEDES

Fotos: DM Fotografia

Aรงucena e Emily

Roger, Matheus, Pablo, Lucas e Gustavo

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Jackson e Lucas

Gabriele e Ana

Gustavo, Lucas e Pablo

Yan, Thais, Maria Julia, Bruna e Ana Luiza

Jhenyffer e Ana

Gabrieli, Yan e Ana

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Paula e Ana

Kailane e Shirlei

Ana Julia

ESCOLA

LUIZ CÂNDIDO DA LUZ Ana Julia, Suellen, Ellen, Kauane e Larissa

Tuma 91

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Aline, Deborah, Luana e Raquel

Kailane, Vitoria e Shirlei

Fotos: DM Fotografia

Paula e Emili

Aline e Emily

Mauricio e Isadora

Ana Luiza, Deborah, Vitoria, Luana e Raquel

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Evelyn e Karla

Julia, Daniely e Lucas

ESCOLA

BATISTA PEREIRA

Fotos: DM Fotografia

Beatriz, Matheus, Henrique, Roberta, Ana Luiza e Talita

Alunos da turma 94 do Batista Pereira

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Brian, Wagner e Arthur

Luiz Felipe, Daniel, Livia e Larissa

Leticia, Caroline, Emily, Cintia, Luiza, Fabio, Felipe, Carlos, Luiz e Livia

Pedro e Natalia

Maria Vitoria e Beatriz

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Mariana e Cassandra

Priscila

ESCOLA

JOSÉ AMARO CORDEIRO Icaro, Guilherme, Cauã e Carlos

Maristela, Mariana e Cassandra

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Maria


Fotos: DM Fotografia

Beatriz, Maria Eduarda, Stefany e Krystal

Alessandra, Kesya, Luiza, Julia, Helena e Mel

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Por Vanessa Esteves www.esteveswhere.com

SAIDEIRA

LUTA PELO FIM DA CULTURA DO ESTUPRO O meu psicológico ficou afetado nos últimos dias e continua até hoje. E então eu penso: se eu e tantas mulheres que acompanho tanto nas redes sociais quanto pessoalmente estamos assim, imaginem como ficam as mulheres que sofrem abuso sexual, que têm seus corpos violados e são até culpadas por isso, muitas vezes pelas roupas que usam, lugares que frequentam, quantas pessoas já beijaram e tantos outros motivos que a sociedade machista e patriarcal insiste em enumerar para colocar a culpa na vítima, e não no agressor. Eu fiquei traumatizada e não consegui até agora expressar pelo Snapchat e YouTube, ambos em forma de vídeo, tudo o que está passando pela minha mente, por isso só consigo ler informações e assistir a alguns vídeos na internet. O baque vai passar para algumas pessoas, a poeira vai baixar, muitos vão seguir com suas vidas, mas chegou a hora em que principalmente nós, mulheres, não devemos nos calar. Não é "mimimi", vitimismo, falta de homem e muito menos histeria. Não deveria ser normal minhas amigas pedirem para eu avisar quando

chegasse em casa, e vice-versa. Não deveria ser normal eu sentir medo de andar na rua sozinha. Não deveria ser normal eu trocar de roupa e colocar uma calça por medo de ser assediada na rua por homens. Não deveria ser normal viver com MEDO. Nascer mulher é carregar o medo dentro de si, um fardo do qual a gente não se livra nunca. Por isso, e porque tenho empatia, gostaria de dar as mãos a todas as mulheres deste mundo para mostrar que elas não estão sozinhas. Eu não sei o que foi pior nesses últimos dias: as notícias ou os homens e muitas mulheres propagando pensamentos machistas e de extremo ódio. Eu perdi muito da minha esperança na humanidade nos últimos três dias. O ruim da sociedade é que ela ainda não sabe diferenciar machismo de feminismo, muitas vezes por achar que os dois são opostos apenas pela presença do "ismo". Porém agora eu não irei me calar. Eu irei lutar pelo fim da cultura do estupro. "Cultura do estupro?", muitos perguntam. Sim, pois a cada 11 minutos no Brasil, 1 mulher é estuprada. Isso precisa mudar. Isso precisa ter um fim.

da sociedade é “ Oqueruim ela ainda não sabe

diferenciar machismo de feminismo

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Vanessa Esteves tem dezoito anos, mora em Florianópolis, é blogueira desde 2012 e futura jornalista. Apaixonada por livros, escrita, música, sorrisos e azul. Acredita que pode mudar o mundo (ou pelo menos uma parte dele) com suas palavras. Acesse: esteveswhere.com e saiba mais da garota



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