its Teens Florianópolis - 26

Page 1


Renata Bomfim Gerente de projetos especiais

Neste mês, a revista its Teens - edição especial aborda o tema “Agosto Lilás”, com o intuito de engajar e fomentar essa campanha de conscientização sobre a violência contra a mulher, pauta necessária para debate, reflexão e orientação.

Entendemos que a escola assume papel importante na formação de todo cidadão e por isso é necessário levá-la para esse espaço e também mostrar as ações e iniciativas que já são desenvolvidas no ambiente educativo. Na rede municipal de Florianópolis, o “Agosto Lilás” é tema das unidades escolares, e nesta edição você acompanha tudo o que tem sido feito.

Nosso convite é que, ao fazer a leitura, você também compartilhe e se engaje com o mês, compreendendo melhor a temática e juntando-se a nós. Entendemos que a educação é uma poderosa ferramenta de mudança social, e cada aula, cada conversa e cada atitude contribui para a construção de um futuro mais justo e seguro para todas as mulheres.

Que este mês de agosto seja não apenas um período de reflexão, mas também de ação e comprometimento com a causa da igualdade e do respeito. Unidos podemos fazer a diferença.

MÁRIO J. GONZAGA PETRELLI IN MEMORIAM | FUNDADOR E PRESIDENTE EMÉRITO GRUPO ND E GRUPO RIC MARCELLO CORRÊA PETRELLI PRESIDENTE GRUPO ND mpetrelli@ndtv.com.br

ALBERTINO ZAMARCO JR. DIRETOR ADMINISTRATIVO E FINANCEIRO albertino@ndtv.com.br

DERLY MASSAUD DE ANUNCIAÇÃO

DIRETOR DE PLANEJAMENTO E ESTRATÉGIA GILBERTO KLEINÜBING

DIRETOR DE MERCADO gilberto.k@ndtv.com.br

LUÍS MENEGHIM

DIRETOR DE CONTEÚDO meneghim@ndmais.com.br

ROBERTO BERTOLIN

DIRETOR REGIONAL FLORIANÓPOLIS bertolin@ndtv.com.br

SILVANO SILVA

DIRETOR REGIONAL JOINVILLE silvano@ndtv.com.br

ACOMPANHE A REVISTA ITS TEENS NAS REDES SOCIAIS @REVISTAITS

CRISTIAN VIECELI

DIRETOR REGIONAL ITAJAÍ E BLUMENAU cristian@ndtv.com.br

GABRIEL COSTA HABEYCHE

DIRETOR REGIONAL CRICIÚMA gabriel.habeyche@ndtv.com.br

FABIANA POSSATO

DIRETORA COMERCIAL OESTE fabiana.possato@ndtv.com.br

RENATA BOMFIM

GERENTE DE PROJETOS ESPECIAIS renata.bomfim@portalits.com.br

ANA CAROLINE ARJONAS REPÓRTER ana.arjonas@portalits.com.br

LETÍCIA MARTENDAL ASSISTENTE DE MÍDIA leticia.martendal@portalits.com.br

DAIARA CAMILO ESTAGIÁRIA contato@portalits.com.br

BRUNA FACCIN DESIGNER GRÁFICO

CATIELLE PARIZOTTO GERENTE DE ASSINATURAS E OPERAÇÕES catielle.parizotto@ndmais.com.br

ANDRESSA DA ROSA LUZ

GERENTE COMERCIAL FLORIANÓPOLIS andressa.luz@ndtv.com.br

CYBELLY REGINA DA SILVA MEIRA

GERENTE COMERCIAL BLUMENAU cybelly.meira@ndtv.com.br

FELIPE MUCHENSKI GERENTE COMERCIAL ITAJAÍ felipe.m@ndtv.com.br

JULIANA POMPEU BARELLA GERENTE COMERCIAL OESTE juliana.barella@ndtv.com.br

LUIS FERNANDO LENZ GERENTE COMERCIAL JOINVILLE luis.lenz@ndtv.com.br

SAMARA DA SILVA BRIGIDO SAZANA GERENTE COMERCIAL CRICIUMA samara.sazana@ndtv.com.br

NORBERTO MORETTI JÚNIOR GERENTE DE PERFORMANCE norberto@ndtv.com.br

CAROLINE FERNANDES GERENTE DE MERCADO NACIONAL caroline.fernandes@ndtv.com.br

JEAN FELIPE DE OLIVEIRA DIRETOR DIGITAL E INOVAÇÃO E-mail: jean.oliveira@ndtv.com.br

NÃO VACILA, FALA AÍ (48) 3212-4026 A REVISTA ITS É UMA PUBLICAÇÃO DA

Os artigos assinados não refletem necessariamente a opinião da revista, sendo de inteira responsabilidade de seus autores. É permitida a reprodução total ou parcial de reportagens e textos, desde que expressamente citada a fonte.

TIRAGEM: 3.000 EXEMPLARES

QUAL A COR DO MÊS?

Seja para conscientizar sobre uma doença ou informar mais sobre causas sociais, nos últimos tempos popularizou-se o conceito de associar os meses a diferentes cores, ampliando o alcance das campanhas. Mas você sabe reconhecê-las? Teste e descubra.

1. Vermelho

2. Rosa

3. Laranja

4. Amarelo

5. Azul

6. Lilás

7. Branco

8. Roxo

�� Janeiro

�� Fevereiro

�� Março e agosto

�� Abril e novembro

�� Maio, julho e setembro

�� Junho

�� Outubro

�� Dezembro

SPOILER

Insubmissas lágrimas de mulheres

DIÁRIO

ESCOLAR

Violência doméstica: o que significa?

ACOLHIMENTO

Buscando ajuda

OFICINA

Emoções à flor da pele

NOTÍCIAS DAS ESCOLAS

DIREITO DAS MULHERES

Além da Maria da Penha: conheça leis que garantem a proteção das mulheres

DIREITOS

Unidos contra a violência

CAPA

Educar para prevenir

CULTURA

POP

7 filmes protagonizados por mulheres que nos ensinam lições valiosas

WI-FI

Tecnologia e saúde: ferramentas que auxiliam na qualidade de vida

AUTOESTIMA

Reconhecer-se: qual é a importância da autoestima?

COMO FUNCIONA?

Você sabe o que é igualdade de gênero e desconstrução de estereótipos?

HISTÓRIA

Da prevenção à ação: a comunidade escolar no combate à violência

GALERIAS

SAIDEIRA

Soneto da vidraça

DIVERSÃO

Qual a cor do mês?

mulheres Insubmissas lagrimas de

POR FRANCINE COSTA

Professora da Educação de Jovens, Adultos e Idosos - Núcleo Sul I

Prepare-se para encontrar “uma igual” em cada página! “Insubmissas lágrimas de mulheres”, de Conceição Evaristo, é uma coletânea de contos que explora vivências e memórias com uma profundidade ímpar.

Por meio da “escrevivência”, o autor nos possibilita escutar vozes de mulheres cujas histórias abordam solidão, maternidade, violência, luta e empoderamento, simbolizadas na diversidade das experiências das Roses, Marias e Reginas.

Cada conto é uma mistura de angústia, esperança e resiliência, convidando à reflexão sobre a resistência e a força das protagonistas.

Esta obra é essencial para quem busca entender as dinâmicas de poder e a luta pela sobrevivência na vida das mulheres.

Que tal continuar a leitura no mês e procurar por estes títulos?

OLHOS D’ÁGUA

Conceição Evaristo

HISTÓRIAS DE LEVES ENGANOS E PARECENÇAS

Conceição Evaristo

A MÚSICA DO MORRO DAS MULHERES: RESISTÊNCIA E RELAÇÕES DE GÊNERO NA COMUNIDADE NO MONT

SERRAT DE FLORIANÓPOLIS

Rodrigo Cantos Savelli Gomes

VIOLÊNCIA DOMÉSTICA:

o que significa?

Sabe aquele ditado antigo que diz que “em briga de marido e mulher, ninguém mete a colher”? Durante muito tempo esse foi o consenso social, de que outras pessoas não deveriam interferir naquilo que acontecia em casa. Entretanto, qual é o momento de interceder? O questionamento ainda é muito comum, porém, existem costumes que já são entendidos como violência doméstica — e a legislação está em vigor para amparar as vítimas. De acordo com a Lei Maria da Penha, o ato de violência doméstica pode ser caracterizado como qualquer ação ou omissão que cause algum tipo de dano à outra pessoa, seja no aspecto físico ou psicológico.

COMO COMEÇA A VIOLÊNCIA DOMÉSTICA?

Por mais que seja difícil caracterizar a forma como cada caso acontece, já que as relações são singulares, existem sinais de alerta que podem indicar que algo não está certo. Uma característica relevante é a irritabilidade e o aumento da raiva, ações que podem impactar na comunicação e até mesmo na integridade física.

Enquanto um dos envolvidos está fora de si, o outro começa a apresentar sinais de medo, pensando no que pode ser feito para mudar as ações do parceiro — as próximas etapas podem ser seguidas do ato de violência e o comportamento de arrependimento.

Vale ressaltar que o exemplo acima é uma demonstração de como pode acontecer a violência física, processo que é diferente nos casos em que a hostilidade é moral ou psicológica, por exemplo.

POR ANA CAROLINE ARJONAS

INSTITUTO MARIA DA PENHA

De acordo com a vice-presidente do Instituto Maria da Penha, Regina Célia Barbosa, as relações que são constituídas em casa podem direcionar a forma como o indivíduo vai se comunicar com outros em relacionamentos futuros. Quando a forma de falar e o tom da conversa são agressivos, a tendência é que o mesmo modelo seja replicado ao longo dos anos. Outro ponto de atenção é o vocabulário de desqualificação, aquele em que o foco é minimizar a companheira. “Durante o acolhimento, um pilar importante é o cuidado com a mulher que não acredita mais em si, com a mulher que não tem mais sonho, que não tem mais perspectiva de vida”, pontua a profissional.

Além do cuidado com a saúde emocional, outro ponto é a compreensão da lei e os direitos que devem ser respeitados. É no encontro com outras pessoas que acreditam nessas mulheres que surge o reconhecimento de quem são e aonde

QUAIS SÃO OS TIPOS DE VIOLÊNCIA?

É importante compreender que o físico não é a única forma de agressão. Na verdade, a relação abusiva pode começar com falas ou imposições. Confira as categorias:

VIOLÊNCIA PSICOLÓGICA:

Ação em que o foco é o emocional, contemplando humilhação, constrangimento, manipulação, insulto, chantagem e isolamento.

podem chegar. “Despertar para aquele momento da vida, porque os sonhos sempre foram negados, as conquistas nunca foram alcançadas, sempre foram interrompidas por alguém que a controlava”, menciona Regina, ressaltando que é responsabilidade de toda a sociedade a construção de instrumentos e políticas que atendam às demandas femininas.

Quer conhecer o trabalho que é desenvolvido no Instituto Maria da Penha e as cartilhas de orientações para as mulheres? Então acesse o QR Code e confira os conteúdos.

VIOLÊNCIA FÍSICA:

Quando o ato afeta a integridade ou saúde, incluindo empurrões, chutes, apertões ou corte, tudo o que pode ferir o outro.

VIOLÊNCIA SEXUAL:

Atos que forcem a mulher a fazer, manter ou presenciar atos sexuais, seja por meio da força, ameaça ou constrangimento.

VIOLÊNCIA PATRIMONIAL:

É quando há a extração do dinheiro ou nos casos em que existe destruição de patrimônio.

VIOLÊNCIA MORAL:

Situações que têm como ponto de partida a desonra, com mentiras ou ofensas. Alguns exemplos são os xingamentos, acusações e falar mentiras, sempre buscando a difamação.

PEÇA AJUDA

Nos casos em que há indícios de um ou mais tipos de violência, o passo seguinte é procurar ajuda. Uma das opções é por meio do Ligue 180, canal de comunicação em que vítimas, familiares e amigos podem denunciar. Além de fazer a triagem, o mecanismo é responsável por acompanhar o andamento do chamado. O serviço também encaminha a rede de apoio e os órgãos públicos locais competentes, facilitando a busca por auxílio e proteção. O atendimento funciona todos os dias da semana, 24 horas por dia, e é possível fazer a ligação de qualquer Estado do Brasil. De acordo com dados da Agência Gov, portal de notícias governamentais, em 2023 foram recebidas mais de 568 mil chamadas, e 92% apresentavam ameaça à integridade física, psíquica ou patrimonial das vítimas.

BUSCANDO AJUDA

POR REDAÇÃO ITS TEENS

Seja por meio de palavras ou por lesão física, a violência se manifesta de diferentes formas no cotidiano. Segundo a 10ª Pesquisa Nacional de Violência Contra a Mulher, divulgada em 2023, cerca de 30% das brasileiras declararam que já sofreram algum tipo de agressão doméstica ou familiar por um homem, levando o Brasil a ser destaque negativo no cenário de dados globais em relação ao tema.

Diante destes casos, existem dois passos extremamente importantes: a denúncia e o acolhimento. O primeiro é essencial para responsabilizar o agressor e prevenir novas ocorrências. Já o segundo busca oferecer uma rede de proteção para as pessoas em situação de violência, garantindo segurança física e emocional. Por meio de serviços especializados — utilizando uma abordagem multidisciplinar, interdisciplinar e intersetorial —, cada município possui uma estrutura de redes de acolhimento. “Em Florianópolis, a pessoa em situação de violência poderá procurar atendimento e proteção em qualquer instituição pública ou privada das áreas da saúde, segurança pública, assistência social e outros órgãos de salvaguarda à infância e adolescência, como o Conselho Tutelar”, explica a equipe da Gerência de Integração Assistencial da Secretaria Municipal de Saúde, composta pelas enfermeiras Caroline Schweitzer de Oliveira e Daniela Salomé de Andrade e a psicóloga Renata de Cerqueira Campos.

Acolhimento seguro

Os pontos de atendimento devem seguir princípios básicos para atender as pessoas em situação de violência: Não realizar julgamento moral; Acreditar no usuário; Garantir privacidade; Não vitimizar; Construir uma decisão assistencial compartilhada por uma equipe multidisciplinar.

“O acolhimento deve garantir a necessária ética e privacidade durante o atendimento, estabelecendo um ambiente de confiança e respeito. Deve-se avaliar a possibilidade de risco de morte ou de repetição de violência sofrida para acionar órgãos responsáveis por medidas de segurança e protetivas”, declara a equipe.

As informações adquiridas sobre o caso devem ser registradas em prontuário ou ficha de atendimento para serem compartilhadas entre todos os profissionais e instituições envolvidos no processo e evitar que a mulher precise repetir a história e reviver a violência sofrida.

Onde buscar ajuda

Seja por equipes de segurança, saúde ou assistência social, é importante que as mulheres em situação de violência saibam em quais locais podem buscar apoio durante os momentos de dificuldade. Conheça quatro pontos de rede de atendimento e acolhimento em Florianópolis:

Segurança Pública

O MultiHospital, no bairro Carianos, abriga a 2ª Delegacia de Polícia da Capital e a Sala Lilás — braço da Delegacia de Proteção à Criança, Adolescente, Mulher e Idoso (DPCami). O espaço é destinado ao acolhimento e atendimento de mulheres vítimas de violência.

Outro ponto de ajuda é 6ª DPCami, localizada na Agronômica, que também conta a Sala Lilás. Já em Canasvieiras, a Sala Lilás Norte fica na 7ª Delegacia de Polícia da Capital

Assistência social

Para buscar abrigo diante dessas situações é ideal procurar pontos de assistência social pelo município, como o Centro de Referência de Assistência Social, que conta com dez unidades pela cidade, e o Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS), na Agronômica e no Jardim Atlântico.

O Centro de Referência à Mulher em Situação de Violência (CREMV) atua na prevenção e enfrentamento à violência contra a mulher, com um espaço de acolhimento e atendimento psicossocial.

Assistência de saúde

Os Centros de Saúde são uma grande porta de entrada para identificação de situações de violências, assim como as Unidades de Pronto Atendimento (UPA). Já os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) também podem auxiliar em casos de sofrimento psíquico grave gerado pela situação de violência.

Assistência jurídica

Além da parte com os cuidados físicos e psicológicos, é essencial que mulheres em situação de violência recebam a orientação necessária para colocar em prática os direitos garantidos pela lei.

Alguns dos pontos de ajuda são a Defensoria Pública, o Núcleo de Atendimento às Vítimas (Navit), a Coordenadoria da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar (Cevid) e a Procuradoria Especial da Mulher na Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc).

Serviços de amparo

Além de conhecer os locais que fazem parte da rede de acolhimento, é preciso relembrar as centrais de denúncias para relatar situações de violência:

Central de Atendimento à Mulher: Disque 180

Disque Direitos Humanos: Disque 100

Emergência - Polícia Militar: Disque 190

Denúncia - Polícia Civil: Disque 181

WhatsApp Denúncia da Polícia Civil: (48) 98844-0011

Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU): Disque 192

�� 1. Av. Dep. Diomício Freitas, 3374, Carianos, (48) 3239-1701

�� 2. Rua Delminda da Silveira, 811, Agronômica (48) 3665-6528

�� 3. Rua Tertuliano Brito Xavier, 315, Canasvieiras (48) 3665-4797

�� 1. Rua Rui Barbosa, 677, Agronômica, (48) 4042-3941

�� 2. Rua Manoel Pizzolati, 311, Jardim Atlântico (48) 4042-3943

Confira o QR Code para encontrar os Centros de Saúde distribuídos pelo município.

�� 1. Av. Rio Branco, 919, Centro — (48) 3665-6370, (48) 3665-6589 e (48) 3665-6654

�� 2. Rua Júlio Moura, 30, Centro — (48) 99105-8943, (48) 99100-0050, (48) 99134-3495, (48) 99188-9825 e (48) 3229-7240

�� 3. Rua Álvaro Millen da Silveira, 208, Torre I, 1º andar, Sala 110, Centro — (48) 3287-2636

�� 4. Palácio Barriga Verde - R. Dr. Jorge Luz Fontes, 310, térreo, sala 106, Centro — (48) 3221 2885 e (48) 99995-0959

Compreender os sentimentos e as reações é o primeiro passo para exercer a inteligência emocional

POR ANA CAROLINE ARJONAS

Sabe quando sentimos aquela sensação estranha, que não podemos identificar? Quando o corpo reage de uma maneira diferente, com calafrios ou uma crise de risadas? As reações podem ser involuntárias, mas o organismo é responsável por coordenar um processo quase que instintivo — pelo menos para o nosso sistema, capaz de dar respostas em poucos segundos. Entretanto, enquanto a movimentação corporal toma à frente, existe um outro agente em movimento: as emoções. E para entender a forma como cada um age, os adolescentes de Florianópolis contam com um auxílio: os encontros na oficina das emoções, iniciativa ofertada nas 12 sedes do Programa Bairro Educador. Com início em março de 2023, os encontros são semanais e acontecem no contraturno, com turmas de até dez pessoas. Ao chegar, os estudantes são recepcionados por um psicólogo e passam pelas fases do acolhimento e introdução, apresentação, atividades práticas, reflexão, feedback e encerramento. “Apresentam o tema do dia, que pode variar entre emoções específicas, como alegria, tristeza, raiva, medo, ou questões mais amplas, como empatia, autoconfiança, resolução de conflitos”, comenta o psicólogo Julio Ramos.

Com atividades que incluem recursos de mídia, conversas, palestras, atividades externas e projeto de vida, o foco é incentivar ensinamentos que serão usados dentro e fora da escola. “Tem como objetivo o desenvolvimento da inteligência emocional e das habilidades sociais, promovendo a identificação, expressão e regulação das emoções. Além disso, buscam fortalecer a empatia, a comunicação eficaz, e a resolução de conflitos, contribuindo para o bem-estar psicológico e a resiliência”, enfatiza a neuropsicóloga Carla de Almeida.

Incentivados a compartilhar percepções e opiniões sobre os temas, os estudantes percebem que o local é um espaço seguro para propor iniciativas e avaliar decisões e escolhas. “Os estudantes não são obrigados a participar, o que reforça a autenticidade do envolvimento. Esta liberdade permite que cada um participe de acordo com seu próprio ritmo e nível de conforto, promovendo um ambiente mais genuíno e colaborativo”, diz a psicóloga Letícia Sardá, ressaltando que a participação é voluntária e pode ser indicada por profissionais que atuam junto ao programa ou familiares. Vale destacar que quando uma oficina é encerrada, a continuação do estudante é avaliada. Nos casos em que é aconselhável manter, o jovem participa da próxima turma. Nos casos em que não é necessário seguir na oficina, o acompanhamento continua acontecendo na unidade.

estudantes trabalham habilidades emocionais em oficina do Bairro Educador.
Tempo de leitura: 7 minutos

DE ENCONTRO

EM ENCONTRO

É na relação com o outro que são ampliadas as possibilidades de interação e socialização, fator que facilita o entendimento sobre assunto como relações familiares; corpo consciente; identidade; igualdade de direitos; combate e discriminação; e comunicação não violenta — temas trabalhados em encontros. “Os estudantes são incentivados a refletir sobre o que aprenderam durante a sessão e como podem aplicar isso em suas vidas. Espaço para que compartilhem o que acharam do dia, o que mais gostaram e sugestões para futuras oficinas”, ressalta a assistente social Karoline Franciele.

A turma participa das atividades para expor as emoções

Além de ser um ambiente para fortalecimentos dos laços sociais e de identificação, a transformação também está na forma de enxergar as próprias percepções e a visão sobre o mundo. “Os encontros proporcionam um espaço seguro e acolhedor para explorar e compreender as emoções, fortalecendo habilidades socioemocionais fundamentais para lidar com os desafios do cotidiano”, menciona a assistente social Karolina Machado.

REFLEXO EM SALA DE AULA

A convivência em um espaço seguro também pode modificar o período na escola, contribuindo com o desenvolvimento de habilidades que podem ser utilizadas na conciliação de conflitos. “Contribui para a criação de um ambiente escolar e comunitário mais harmonioso e inclusivo. Isso pode resultar em uma redução de casos de bullying e violência, além de melhorar a convivência entre os estudantes”, salienta a psicóloga Dana Goulart.

Com técnicas de regulação emocional, de respiração profunda e de terapia cognitivo-comportamental, dentre outras abordagens da psicologia, a atenção está em desenvolver aquilo que pode fazer a diferença no presente e no futuro. “Os estudantes que conseguem lidar melhor com suas emoções tendem a ter um desempenho acadêmico superior. A regulação emocional é essencial para a concentração, a motivação e a resiliência diante dos desafios escolares e comunitários”, finaliza a equipe de psicólogos Carla de Almeida, Dana Goulart, Julio Ramos e Letícia Sardá.

Rede municipal distribui absorventes íntimos para estudantes

Na rede municipal de ensino de Florianópolis, em torno de seis mil estudantes, distribuídos em 39 escolas, recebem absorventes íntimos mensalmente. O público são meninas a partir de dez anos de idade, que estão geralmente no quinto ano do Ensino Fundamental.

A ação faz parte da campanha nacional de Dignidade Menstrual. As entregas dos produtos de higiene pessoal nas unidades educativas ocorrem trimestralmente. O cálculo é feito para que cada estudante receba 16 absorventes por mês.

Programa Saúde na Escola leva idosos da EJA para manhã de dança no Jardim Botânico

Estudantes da Educação de Jovens, Adultos e Idosos (EJA) estiveram no Jardim Botânico de Florianópolis para uma manhã diferente no parque. Em meio ao verde, os idosos das turmas de primeiro e segundo segmento participaram de uma vivência de danças circulares sagradas com a focalizadora Cristiane Lopes.

A experiência proporcionou conexão, alegria e movimento aos idosos. “Não poderia ter sido melhor”, diz Olmiro Ignácio Heinen, 79. A estudante Adélia Domingues, de 89 anos, a mais idosa do grupo, compartilha do mesmo sentimento. “A dança nos deixa mais vivos e alegres”, declara.

A atividade foi uma iniciativa do Programa Saúde na Escola em parceria com Regina Helena Seabra, articuladora da Universidade Aberta para as Pessoas Idosas (NETI/UNAPI) - Núcleo Centro I da EJA.

ALÉM DA MARIA DA PENHA:

CONHEÇA LEIS QUE GARANTEM A PROTEÇÃO DAS MULHERES

Seja para se informar sobre responsabilidades cívicas, impedir injustiças ou garantir a proteção pessoal, é ao conhecer os direitos como cidadão que é possível se defender de abusos e tomar decisões precisas. É por meio das leis que uma sociedade se torna mais justa e igualitária — um trabalho em conjunto do povo e do poder público.

Ao longo dos anos surgiram novas normas que demonstram que todas as pessoas têm o direito à vida garantido. No caso das mulheres, o caminho iniciou-se há muitos anos: em 1827, as meninas puderam frequentar a escola; em pouco mais de 100 anos, em 1932, veio o direito ao voto; ainda na política, as cotas de gênero nas candidaturas e cargos eletivos foram estabelecidas em 2009.

Do reconhecimento da igualdade com os homens na permissão da prática do futebol até a garantia da proteção em casos de violência doméstica (Lei 11.340/2006, conhecida como Lei Maria da Penha), é de extrema importância que todas as mulheres tenham conhecimento de seus direitos para construir um futuro melhor para si mesmas e as próximas gerações. Veja cinco deles:

1. LEI DO FEMINICÍDIO (13.104)

Sancionada em 2015, a lei reconhece o feminicídio como um crime hediondo motivado por razões de gênero. O ato é definido como tal quando a vítima mantém ou teve relacionamento com o autor; ou quando o crime foi motivado por ódio ou discriminação à mulher.

2. LEI LOLA (13.642)

Também conhecida como “Lei de combate à violência de gênero na internet”, a norma entrou em vigor em 2018 com o objetivo de combater a misoginia nos ambientes online, como quando há ameaças, insultos e compartilhamentos de conteúdos íntimos sem consentimento da vítima.

3. LEI JOANA MARANHÃO (12.650)

Em 2017, uma nova lei alterou o Código Penal Brasileiro ao estender o prazo da prescrição para violências sexuais contra crianças e adolescentes. Com a Lei Joana Maranhão, a vítima tem mais tempo para denunciar o agressor, já que a prescrição passa a ser contada quando a vítima completa 18 anos.

UNIDOS CONTRA A

VIOLÊNCIA

Conheceraquiloqueestánaleieaimportânciadosdireitoséo pontodepartidaparapraticarorespeito,aempatiaeaeducação

POR ANA CAROLINE ARJONAS

O QUE VOCÊ

VAI ENCONTRAR POR AQUI:

estudantes aprendem sobre violência contra as mulheres e participam de debates com especialistas no tema.

Tempo de leitura: 7 minutos

Entender que a escola é um lugar seguro e que a convivência com os colegas é uma oportunidade de aprender com as diferenças e singularidades de cada um é a possibilidade de enxergar na educação o caminho para mudar conceitos e até mesmo a realidade — seja aquela que vivemos ou a de outras pessoas. Pensando no conhecimento que pode ser compartilhado dentro e fora da sala de aula, estudantes do sétimo ao nono ano da Escola Básica Municipal (EBM) Maria Conceição Nunes estão aprendendo sobre assuntos que extrapolam as páginas dos livros.

Com atividades focadas na violência doméstica e violência contra as mulheres, a iniciativa tem como objetivo mostrar para a turma como é a atuação daqueles que têm a responsabilidade de proteger e atender vítimas, como delegados e psicólogos. A ação é uma parceria com a Associação Flor de Lis, por meio do projeto “Vida - PLPs na escola”. “Muitos têm interesse em temas mais políticos, relacionados a direitos e

deveres. Partiu deles essa vontade, trouxemos o projeto porque vimos que era uma necessidade deles”, explica a professora de Educação Física e articuladora de projetos Bárbara dos Santos.

Com encontros e rodas de conversa com profissionais e especialistas na área, as primeiras experiências surgiram em 2023, junto com a aproximação daquilo que pode ser aplicado na teoria ou na prática — realidade que, muitas vezes, não seria possível fora do projeto.

“É um tema trabalhado e abraçado por todos. Temos auxiliares de ensino e eles conseguem trabalhar mais temas específicos. Foi bastante abordado no ano passado e neste ano também”, salienta a educadora, ressaltando que a abordagem é diferente de acordo com a idade da turma e o objetivo de cada ação. “A família tem que ter um retorno e uma segurança do formato e da forma como a escola está trabalhando”, reforça a professora, enaltecendo o cuidado em cada tarefa.

A interação entre as meninas foi um dos ganhos do projeto

Além das palestras e debates, dinâmicas em grupos, projetos de artes e campanhas de conscientização fazem parte do que é feito na unidade. “Ter um especialista, às vezes um psicólogo conversando junto, é importante que tenha alguém realmente especializado naquilo”, diz Bárbara.

A supervisora da unidade, Elizabeth Elaine Kurth, salienta que os benefícios estão na conscientização e sensibilização, desenvolvimento de habilidades socioemocionais, formação de valores e ética, prevenção, proteção e integração curricular, habilidades desenvolvidas pelos estudantes. “Atividades que abordam a violência contra as mulheres e meninas ajudam a desenvolver empatia, compreendendo a gravidade do problema, sem banalizar nem naturalizar a violência. Isso pode contribuir para a formação de cidadãos mais conscientes e engajados”, menciona a profissional.

COLHENDO RESULTADOS

Com as primeiras interações no ano passado, é possível observar algumas mudanças na forma como os estudantes enxergam os direitos e a percepção sobre o que é violência. “Estão tendo um entendimento melhor sobre o assunto, criando curiosidade, uma conscientização diferente”, menciona Bárbara.

A construção da cidadania também faz a diferença, seja no convívio com os colegas ou fora da unidade. “Ao trazer a abordagem sobre direitos, deveres e responsabilidades consigo mesmos e com o mundo em que vivem, estaremos promovendo o protagonismo juvenil e o desenvolvimento de lideranças e agentes de mudança”, acrescenta Elizabeth.

Além das conscientização com as meninas, é fundamental que os garotos compreendam o que pode ser caracterizado como violência. “Eles têm que entender o que é, como um ato pequeno para eles pode ser uma violência muito grande para quem está recebendo. Entre outros motivos, esses são importantes para trabalhar o tema, e conseguimos perceber a diferença que faz”, conclui a professora.

O QUE VOCÊ

VAI ENCONTRAR POR AQUI:

em ação do Agosto Lilás, mês de enfrentamento à violência doméstica, estudantes participam de jogo de cartas para aprender sobre o tema.

Tempo de leitura:

12 minutos

POR ANA CAROLINE ARJONAS

Fotos: José Somensi

Marcado pela cor lilás e pela luta contra a violência doméstica e familiar, agosto é um mês focado na conscientização, na prevenção e no atendimento às mulheres. Com o objetivo de mostrar às vítimas a importância da denúncia e da busca por ajuda especializada, o intuito é indicar a possibilidade de viver em outra realidade, sem violência — forma de reafirmar a relevância de uma sociedade justa e que respeite os direitos.

Mais do que apresentar e assegurar aquilo que está na lei, é preciso que a educação seja parte atuante no processo de demonstrar que a legislação pode e deve ser colocada em prática. Na Escola Básica Municipal (EBM) Henrique Veras, por exemplo, os estudantes que fazem parte do grêmio aprenderam na prática como a violência contra as mulheres é capaz de causar consequências, seja para aquelas que sentem na pele ou para quem está no papel de agressor.

O desafio foi participar de um jogo com cartas que foram repartidas entre as cinco formas de agressão (física, psicológica, sexual, patrimonial e moral). O foco era entregar a peça que descrevia determinada violência para o colega que estava segurando uma das opções, uma forma de explicar como os diversos tipos de agressão podem ser aplicados no cotidiano.

“A violência doméstica leva a outros tipos de violência. Se você educa os adolescentes, a tendência é que tenham um relacionamento mais saudável. Com isso melhora o convívio das pessoas e, a médio e longo prazo, a tendência é que a violência doméstica diminua. Realmente trabalhar a questão de forma preventiva”, explica a organizadora da atividade, Sílvia Jucelia Dias, assessora da Diretoria de Educação Fundamental e mestre em educação de gênero, cidadania e diversidade.

A ação foi uma interação pontual entre os estudantes, com o objetivo de mostrar que a comunicação também é uma forma de eliminar possíveis dúvidas e compartilhar com os mais próximos nossas percepções e sentimentos.

“Há pessoas que sofrem a violência e não se reconhecem como vítimas. Isso também é importante, principalmente na adolescência, que eles estão começando a fazer as escolhas em relação aos relacionamentos”, diz Sílvia.

O grupo participou de um bate-papo sobre violência contra a mulher

Além de Sílvia, o professor de História e articulador do grêmio, Eduardo Gomes Silva, participou da roda de conversa com os es tudantes, etapa após o jogo — momento em que o grupo interagiu e pôde assimilar os conhecimentos compartilhados durante a escolha das cartas.

Na visão do educador, é essencial compartilhar com outros o que, muitas vezes, podemos ter vergonha de falar. “Ter essa pessoa de confiança, pode ser amigo, funcionário, professor ou mesmo os pais. É muito importante porque, às vezes, o sofrimento se dá des sa violência e ela vai acontecer enquanto a gente não tiver o escape de falar para o outro”, pontua Eduardo.

No caso daqueles que participaram da iniciativa, como Heloisa Regis de Almeida, 12, sexto ano, foi a oportunidade de comentar o que é visto na televisão, sabendo que aquele era um espaço seguro. “Talvez, no futuro, seja melhor para nós, para notarmos uma violência, porque aprendi que existem várias e podemos identifi car. Para os meninos também, para eles não fazerem o mesmo”, pontua a adolescente.

O sentimento é compartilhado por Sara dos Santos, 13, oitavo ano, que vê na interação uma forma de conscientização, principal mente masculina. “Eles podem ter uma ideia do que estão fazendo, isso realmente é uma coisa muito séria. Vai ver, no futuro, serão pessoas completamente diferentes”, fala a garota.

Para Davi Henrique Menezes Cordeiro, 14, oitavo ano, o tema já é abordado na unidade há muito tempo, fator que aproxima os estudantes dos debates e do conhecimento daquilo que está previsto em lei.

“É um assunto muito importante para encorajar as mu lheres e todos terem noção para entender o que é certo

No psicológico e no social

Nos casos em que a violência faz parte do cotidiano e que a relação com o agressor pode ser vista como “normal”, existem danos que afetam o psicológico e o social, seja na forma de se relacionar com outras pessoas ou no entendimento do próprio papel na sociedade.

“Vale destacar que a violência é um modelo relacional aprendido. Muitas vezes, a vítima pode se identificar com o agressor e, em outros momentos, ser praticada em novas relações violentas. Neste sentido, falar sobre violência, formas de impedi-la, conscientizá-las e evitar são formas de parar”, explica a psicóloga e doutora em psicologia clínica Vanessa Silva Cardoso.

Com violências que incluem humilhação, intimidação, ameaças, manipulação, isolamento social, chantagem e negligência emocional, as consequências podem ser permanentes, ainda mais para a saúde mental. “Perceber a violência pode ser desafiador, pois muitas vezes ela é ocultada ou minimizada. Alguns indícios e sinais que podem sugerir a presença de violência, por exemplo: retraimento, baixa autoestima, atos autolesivos, transtorno alimentar, choro frequente, isolamento, irritabilidade e comportamento agressivo sem motivação aparente”, pontua a profissional. Sendo assim, é importante o suporte emocional e o pedido de ajuda, formas de retomar a qualidade de vida e a busca por

direitos — por isso é essencial ter conhecimento de que nem toda relação precisa ser igual. “Compreendendo e entendendo que as relações violentas são aprendidas e que existem formas saudáveis de se relacionar baseada em respeito, cordialidade e saúde entre todos”, diz Vanessa.

Para a professora Maria Regina de Avila Moreira, do departamento de Serviço Social da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), o entendimento do que é violência ainda pode ser confundido por muitos, até mesmo pela vítima. “Por vezes, não identificamos porque vão das mais evidentes, como o caso de humilhar e ofender, como aquelas mais sutis, que buscam reforçar o lugar da mulher no cuidado da família, atribuir funções diferenciadas entre homens e mulheres, seja no âmbito do trabalho, esportes ou tarefas”, esclarece a educadora.

Para conseguir identificar e ter coragem para denunciar os casos de violência, Maria Regina enfatiza que a rede de apoio é primordial para o acompanhamento, incluindo aquelas que vão além do círculo de amigos — saúde, educação e assistência social, por exemplo. “Só evitaremos a violência quando admitirmos a sua repercussão e, portanto, responsabilidade pública e coletiva”, declara a professora, que está à frente do Projeto Faladeiras, focado em formações e ações para a defesa das mulheres, ação da UFSC.

O momento foi uma oportunidade para solucionar dúvidas e aprender sobre os tipos de violência

Observatório da Violência Contra a Mulher, da Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc)

Para saber e compartilhar

Conhecer aquilo que está na lei e informações relevantes no assunto são alternativas para incentivar a conscientização. De acordo com dados do Observatório da Violência Contra a Mulher, da Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc), em 2023 o Estado contabilizou mais de 28 mil medidas protetivas e 57 feminicídios — crime que pode ser cometido por violência doméstica ou praticado por causa do gênero da vítima. Nos seis primeiros meses de 2024, já são mais de 15 mil medidas protetivas e 32 feminicídios.

Avaliando os números nacionais, de acordo com o Mapa Nacional da Violência de Gênero, foram registrados 584 feminicídios em todo o país (contabilizados até março de 2024), enquanto 61% das mulheres que sofrem violência não buscam autoridades para reportar o caso — números de 2023. Em nível nacional, foram emitidas mais de 529 mil medidas protetivas no ano passado.

seis primeiros meses de 2024 2023

medidas protetivas

28 mil 15 mil 57 32

Feminicídios

medidas protetivas

Feminicídios

Até março de 2024

Fotos:
José Somensi Cada

7 filmes

protagonizados por que nos ensinam lições valiosas

MULHERES

Seja desbravando uma nova área de conhecimento, encontrando o poder interior ou mostrando a força da sororidade, as mulheres no cinema não cansam de trazer lições fundamentais.

O cenário, no entanto, nem sempre foi assim. Houve uma época, nem tão distante, em que era raríssimo ver mulheres dirigindo filmes, escrevendo roteiros e comandando equipes nos bastidores.

O Oscar, que começou em 1929, levou 80 anos para premiar uma mulher na categoria de direção: Kathryn Bigelow, por “Guerra ao terror”, em 2010. E foi apenas em 2021 que duas mulheres disputaram juntas essa categoria. Dos 96 diretores premiados até hoje, apenas três foram mulheres.

Por mais que o panorama ainda não seja o ideal — as mulheres ainda recebem salários menores e precisam batalhar muito mais para alcançar um segmento dominado por homens — as coisas parecem estar prosperando.

Nesse meio tempo, referências revigorantes vão surgindo e inspirando novas meninas a protagonizar as próprias histórias das maneiras que bem entendem. Conheça a seguir sete filmes estrelados por personagens femininas que trazem importantes exemplos!

POR GUSTAVO BRUNING

Miss Potter (2006)

A história real de Beatrix Potter, autora de um livro infantil best-seller, ganha vida nesta adaptação ambientada em 1902. Mesmo sem ter o talento reconhecido pelos pais, a escritora e ilustradora enfrenta os obstáculos da época para abraçar o melhor da própria criatividade, ter sua voz ouvida e seguir o que o coração diz.

Mulher Maravilha (2017)

Dirigido pela cineasta Patty Jenkins, esse longa baseado nos quadrinhos da DC revela a origem da heroína Diana. A guerreira faz parte das Amazonas, uma sociedade de mulheres superpoderosas criadas por Zeus para proteger a humanidade, e vai além de suas famosas habilidades. Além de ser forte e capaz de lutar pra valer, alguns de seus maiores poderes são a compaixão e o senso de justiça.

Valente (2012)

A jornada para se libertar da pressão da família e de costumes arcaicos associados a mulheres se entrelaça com a missão de salvar o reino, tarefa da Princesa Merida nessa animação da Disney e Pixar. Ambientado na Escócia medieval, o filme é estrelado por uma protagonista extremamente habilidosa no arco e flecha e disposta a mostrar o real significado de coragem e responsabilidade.

Purl

Esse curta-metragem faz parte da série “Sparkshorts”, da Pixar, e mostra a importância de estimular a existência de ambientes diversos, assim como a sororidade — a empatia, o respeito e a união entre as mulheres. A lição vem com a chegada da nova funcionária de uma startup predominantemente masculina, uma novelo de lã chamada Purl, que vive o dilema entre ficar isolada ou ceder a tradições do ambiente de trabalho para ser aceita.

A Menina que Roubava Livros (2013)

O poder do conhecimento é compartilhado por Liesel com os outros por meio dos livros, um legado que vai além desse filme, inspirado em um romance de mesmo nome. Em meio aos tempos sombrios da Alemanha da Segunda Guerra Mundial, a jovem transforma a vida de sua família e amigos com essas histórias. A perseverança da garota, que aprende a ler e logo fica obcecada pelas obras, torna-a um exemplo inabalável, mesmo diante do perigo que cerca os amantes da leitura.

20 e Poucos (2021)

O amadurecimento nem sempre vem de forma rápida e prática — e isso faz parte! Nesse curta da Pixar, vemos o processo de autoaceitação da protagonista e como, por dentro, somos diferentes versões de nós mesmos. Conhecemos Gia quando ela vai celebrar seu aniversário de 21 anos, ao mesmo tempo em que ela lida com inseguranças, valoriza um ombro amigo e aprende a se ver com outros olhos. Escrito e dirigido por Aphton Corbin, que baseou o projeto nas próprias experiências.

As Panteras (2019)

O conceito de sororidade também é aplicado quando temos mulheres trabalhando juntas, estimulando o que há de melhor uma na outra. É esse o espírito das Panteras, um trio de espiãs que recebe tarefas desafiadoras e resolve tudo com maestria e inteligência. A franquia surgiu como uma série, em 1976, e ganhou dois filmes nos anos 2000. A versão mais recente foi um remake de 2019, dirigido por Elizabeth Banks e estrelado por Kristen Stewart, no qual as Panteras protegem uma cientista de uma corporação maligna.

Por trás das câmeras

O protagonismo feminino é sucesso não apenas nas cenas, mas por trás das câmeras. Não faltam exemplos de mulheres que ganharam destaque nos últimos anos tomando as rédeas de grandes produções.

Greta Gerwig foi responsável por escrever e dirigir “Adoráveis mulheres”, de 2019, e “Barbie”, de 2023. Já Ava DuVernay mostrou versatilidade tanto em “Selma - Uma luta pela igualdade”, inspirado na história de Martin Luther King Jr., quanto em “Uma dobra no tempo”, live action da Disney baseado em um livro de fantasia.

Sofia Coppola, vencedora do Oscar de Melhor Roteiro Original, acumula um legado de décadas, passando por videoclipes, curtas e longas-metragens. Na TV, um dos nomes de peso é Shonda Rhimes, que criou séries como a duradoura “Grey’s anatomy” e a recente “Inventando Anna”.

Direto da vida real

Experiências de vida surreais, aventuras e superação. As histórias reais de mulheres que fizeram a diferença podem render bons papos, como é o caso desses dois seriados.

“Impacto com Gal Gadot”

(2021)

Essa série documental narrada por Gal Gadot apresenta histórias de mulheres que deixaram sua marca nas próprias comunidades e ao redor do mundo, das pistas de patinação às tribos indígenas. Os episódios tratam desde as consequências do aquecimento global até a consciência social, com direito ainda a um episódio feito no Brasil.

“Reflexões sobre a vida com

Robin Roberts” (2021)

Com duas temporadas e oito episódios, traz conversas íntimas com mulheres inspiradoras de Hollywood, conduzidas por uma jornalista renomada e abordando as jornadas pelas quais elas passaram. Entre as convidadas estão as atrizes Sofia Carson, RavenSymoné, Jamie Lee Curtis e Brooke Shields.

TECNOLOGIA e saude: ´

FERRAMENTAS QUE AUXILIAM NA QUALIDADE DE VIDA

POR LUCAS INÁCIO

Corpo são, mente sã. Muitas vezes, a gente quer dar foco em um determinado aspecto da saúde, mas, a verdade é que o corpo está todo integrado e uma coisa não vive sem a outra. Por isso, o desafio ao longo da nossa vida é conseguir fazer essa gangorra de múltiplos lados se equilibrar. Às vezes colocar o peso maior aqui, ou jogar para lá, mas sem perder nada de vista.

Com a nossa saúde e bem-estar é a mesma coisa. Cada pessoa vai ter pontos fortes (bem desenvolvidos) e pontos fracos (pouco desenvolvidos), mas é acumulando esses aprendizados de autocuidado que vamos construir a base para que a nossa relação com as outras pessoas e com o mundo flua melhor. E neste quesito, a tecnologia está aí para ajudar (e muito).

ALIMENTAÇÃO

Comer e beber, mais do que uma questão de sobrevivência, são atos de prazer. Por isso, tão importante quanto se alimentar de forma saudável é ter satisfação em comer, levando o lazer em conta nesse processo. Comida é cultura, logo, é uma atividade humana que preenche vários aspectos da vida, da integração social ao contato com suas raízes.

Nesse caso, é importante saber a procedência do que estamos comendo e bebendo. Então a nossa dica de aplicativo para escolher bons ingredientes é o Desrotulando, pois ele analisa os valores nutricionais a partir dos códigos de barra na embalagem. O aplicativo aponta a quantidade de aditivos, conservantes, açúcares, entre outras coisas, dando uma nota ao produto de 1 a 100. Também dá algumas dicas para substituir na versão gratuita e muitas mais na versão paga. E não se esqueça de beber água (existem aplicativos para isto também).

RESPIRE E SE ACALME

Descansar a mente e aliviar as tensões. Para isso, a chave é a respiração, tanto na meditação quanto na ioga. Muita gente subestima, mas “aprender a respirar” faz uma diferença grande para várias coisas: dormir bem, relaxar, manter o foco, controlar a ansiedade, entre outras coisas. Nesse quesito, nossa dica é o aplicativo Breath

Já entre os de meditação, as sugestões são o 5 minutos - Eu Medito e também o Zen, ambos versáteis e com diversas opções de acordo com o objetivo da prática. Mas se não quiser baixar nada novo, no YouTube e em aplicativos de streaming musical tem muito conteúdo do tipo, especialmente de meditação guiada.

BORA MALHAR

Para ter uma mente saudável, o corpo também precisa estar saudável, e a receita mais antiga e certeira para isso é fazer exercícios físicos. Qualquer prática esportiva ajuda muito nesse quesito, mas, para a correria do dia a dia, meia horinha que seja já ajuda muito. Por isso, a dica vai no popular Treine em Casa ou no programa Mude, um aplicativo de Florianópolis que possibilita fazer uma série de exercícios pessoalmente nos pontos em que há serviços da plataforma (e são vários na Ilha) ou em casa pelo aplicativo.

CLÁSSICOS PARA MALHAR O CÉREBRO

Esqueça o jogo do tigrinho, pois aqui estamos falando daqueles que ajudam muito a desenvolver a mente, como os de raciocínio rápido e lógica que treinam o nosso cérebro e o deixam mais ativo e preparado para buscar soluções no dia a dia. Sendo assim, os jogos clássicos têm muito efeito, basta procurar os que mais agradam você: xadrez, sudoku, palavras cruzadas, paciência são alguns, dentre tantos outros que podem ser jogados em grupo ou individualmente.

FIQUE SEGURA!

O Agosto Lilás vem como um sinal de alerta, mais um dentre os vários que envolvem o tema da violência doméstica. Logo, a tecnologia também está disponível para combater estes crimes e auxiliar mulheres e crianças a se defenderem em casos mais extremos. Conheça três plataformas e ajude levando informações às pessoas.

PMSC CIDADÃO

Direto da Polícia Militar de Santa Catarina, o PMSC Cidadão tem diversas funções para pedir ajuda de forma rápida e discreta, com direito a um botão de pânico para casos de violência doméstica, em que a polícia é acionada e pode ir até o resgate da vítima usando a localização do aparelho.

PENHAS

O PenhaS é um aplicativo que tem como grande diferencial a informação e o acolhimento. Criado pela Revista AzMina, permite de forma anônima que as várias mulheres em situação de violência possam compartilhar suas histórias e escolher com quem conversar, incluindo equipes especializadas. Colaboradoras também são bem-vindas à plataforma.

METE A COLHER, SIM

O nome do site já dá a entender que a violência doméstica é um problema de todos, por isso, Mete a Colher mesmo. A rede possui site e aplicativo para melhor acolhimento e auxilia mulheres em três categorias de ajuda: apoio emocional, jurídico e mercado de trabalho.

qual é a importância da AUTOESTIMA? Reconhecer-se:

Identificar seus próprios limites e valores é um dos primeiros passos para a autopercepção, ou seja, a ação de conseguir detectar quem somos e a imagem que passamos. Mais que se olhar no espelho e observar traços e características, quando falamos daquilo que é interno, o caminho é trilhado levando em consideração sentimentos e a forma como enxergamos nosso lugar no mundo.

Mesmo que o exercício seja desafiador, conectar-se com a visão que temos de nós mesmos é uma tarefa duradoura, construindo aquilo que chamamos de autoestima. “É quando reconhecemos o valor, o potencial e as habilidades, mas também as dificuldades, os desafios e os limites. Uma autoestima forte, bem estruturada, tem a ver tanto com o fato de poder expandir por meio do nosso potencial quanto poder colocar limites”, explica a psiquiatra e mestre em saúde mental Armanda Rufino, que faz questão de ressaltar um outro ponto fundamental do processo: o autoconhecimento.

POR ANA CAROLINE ARJONAS

Mais para mim, menos para o outro

A frase acima pode até parecer individualista, mas o sentido é o oposto. Quando falamos de autoestima, avaliamos a própria imagem, seja aquela que criamos ou a que outros observam. Entretanto, só será possível manter uma boa relação com familiares e amigos quando aceitamos que o primeiro na linha de cuidado é você mesmo.

É avaliando escolhas, reconhecendo falhas e modificando pensamentos que podemos construir aquele ideal de ser humano que foi projetado e que, muitas vezes, buscamos em outras pessoas. É estando bem com quem somos que podemos auxiliar quem mais precisa, sem deixar de lado a relação de amor e aceitação que precisamos nutrir com aquilo que há de mais importante: nossa trajetória.

Eu importo

Sabe aquele momento em que um amigo precisa de ajuda? Quando já estamos tão envolvidos em uma história que aquele desenrolar também parece ser uma responsabilidade? São nesses momentos que devemos identificar e respeitar o limite entre o que é de cada um. Por mais que o questionamento acima seja apenas um exemplo, é em situações como essas que deixamos de lado preferências, visões e opiniões, cedendo às vontades de outro indivíduo, na maioria dos casos.

Isso porque acabamos modificando aquela ideia que temos de valores definidos em nossa personalidade e que, muitas vezes, são ensinados ainda nos primeiros anos de existência, no convívio com a família — e essa troca acaba afetando a autoestima, a visão que temos de quem somos e o local a que pertencemos. “Delimitar aquilo que é meu, que só eu posso fazer, que eu tenho que reconhecer, e aquilo que é do outro, aquilo que diz respeito a uma demanda externa, uma projeção do outro”, comenta a especialista.

No trajeto de mapear o que é de cada indivíduo, o resultado está em aprender que a maioria das coisas que nos acontecem podem ser modificadas por nós. “Se tenho a parcela de responsabilidade, a solução está junto, então eu assumo a solução para o meu problema. Se eu coloco a maior parte da responsabilidade fora, obviamente a solução está fora, e tenho que esperar e ser refém”, diz a psiquiatra.

Além do que o outro pode ver

Mesmo que o termo autoestima apareça em diversos meios, desde a televisão até as redes sociais, existe um consenso que precisa ser compartilhado: o termo “auto” diz muito sobre a sua percepção e o peso da avaliação na construção da própria personalidade. Ainda que o outro não seja capaz de enxergar aquilo que somos, as escolhas que fazemos e a maneira como escolhemos viver, é preciso ter consciência do que nos torna únicos. “Tem um tanto que expressamos para os outros, mas expressamos uma parte de tudo que somos. Por inteiro, somos aquilo que acontece dentro de nós e uma parte disso se reflete externamente, a autoimagem”, diz Armanda, reforçando que assim como a imagem, a aceitação também deve ser um processo pessoal, que não depende da validação externa.

Conquista na adolescência

E se engana quem pensa que o processo de conhecimento é algo da fase adulta. Na verdade, desde o momento em que começamos a descobrir o mundo estamos moldando a personalidade, seja ao observar a fala dos pais ou em uma brincadeira com os colegas — a criação e a percepção seguem na adolescência. “É quando existe a individualização, ou seja, que para além daquilo que você herdou da sua família, da ancestralidade, você começa a criar algo que é próprio, independente de tudo que é da família”, ressalta a profissional, frisando que esse é o momento em que começamos a moldar a personalidade que desejamos.

Mas não precisa se assustar! Mesmo que o caminho seja individual, todos estamos em busca de uma imagem que transmita quem realmente somos. “Esse momento crucial em direção ao mundo vai nos caracterizar como únicos diante dos milhões e bilhões de habitantes. É um caminho muito personalizado e é preciso que isso seja feito de forma saudável, com o apoio da família, recursos, a escola e uma habilidade de relacionamentos”, menciona a psiquiatra, que faz questão de enaltecer um ensinamento — e que devemos memorizar. “Tenho chegado à conclusão de que viver a nossa verdade, viver aquilo que nascemos para viver é o melhor de todos os remédios. É a maior garantia de que vamos ter a autoestima preservada”, finaliza a mestre em saúde mental.

Você sabe o que é IGUALDADE DE GENERO estereótipos? e desconstrução de

POR REDAÇÃO ITS TEENS

Hoje em dia, falar sobre igualdade de gênero e desconstrução de estereótipos é mais importante do que nunca. Mas você sabe o que esses termos realmente significam?

Igualdade de gênero

Igualdade de gênero é a ideia de que todos, independentemente de serem homens ou mulheres, devem ter as mesmas oportunidades, direitos e respeito. Não importa o gênero, todas as pessoas merecem ser tratadas de maneira justa e igual em todos os aspectos da vida, como educação, trabalho, saúde e na sociedade em geral.

Imagine que você é menina e adora jogar futebol, mas algumas pessoas dizem que esse esporte é “coisa de menino”. Ou, talvez, você queira ser engenheira, mas falam que essa profissão não é para meninas. A igualdade de gênero combate exatamente essas ideias, garantindo que você possa ser quem você quiser, sem restrições baseadas na sua identidade.

Desconstrução de estereótipos

Desconstruir estereótipos significa desfazer aquelas ideias que as pessoas têm sobre como meninos e meninas devem ser ou se comportar. Um exemplo de prejulgamento comum é que meninas são mais emotivas e meninos são mais racionais.

Pense nos filmes e nas séries que você assiste. Quantas vezes os personagens femininos são retratados apenas como a “garota bonita” ou a “menina inteligente”, enquanto os personagens masculinos são os “heróis” ou os “valentões”? Essas representações influenciam a maneira como vemos a nós mesmos e aos outros — e desconstruir esses estereótipos ajuda a criar um mundo sem rótulos.

Por que isso é importante?

Promovendo a igualdade de gênero e a desconstrução de preconceitos, gera-se uma sociedade mais justa e inclusiva. Isso significa que mais pessoas podem ter acesso a oportunidades e se sentir livres para seguir seus sonhos e interesses, sem medo de serem julgadas ou limitadas. Além disso, ajuda a reduzir a discriminação e a violência de gênero, tornando o mundo um lugar mais seguro e acolhedor para todos.

Como você pode ajudar?

Você pode começar refletindo sobre os estereótipos que vê ao seu redor. Apoie amigos e familiares em suas escolhas, independentemente do gênero. Busque conhecimento sobre esses temas e fale sobre eles com os outros. Cada pequena ação conta e pode fazer uma grande diferença.

Lembre-se: se busca um futuro mais livre e igualitário para todos, comece a mudança por você.

DA PREVENCAO ~ ~ A ACAO: ~

A COMUNIDADE ESCOLAR NO COMBATE À VIOLÊNCIA

POR REDAÇÃO ITS TEENS

Não basta somente falar sobre violência contra a mulher, é necessário agir, combater e promover mudanças na sociedade. Mas é no momento de tomar uma atitude que surgem os possíveis questionamentos: qual é a hora para “meter a colher”? O que fazer e como ajudar? Às vezes, os pequenos sinais podem ser um grande alerta.

Os detalhes são essenciais para identificar a violência, seja na mudança de comportamento, de humor (tristeza constante ou desânimo podem ser indicativos) ou no isolamento social, que podem afetar até mesmo a área profissional da vítima. Ao notar estas alterações, não fique calado: converse com a vítima, ofereça ajuda e não espere amanhã para agir. O tempo é crucial.

Pensando dessa forma e visando zelar pelo bem-estar da comunidade escolar, tanto dos profissionais como das famílias, no Núcleo de Educação Infantil Municipal (Neim) Professora Alessandra Abdalla, as profissionais trabalham com o acolhimento das famílias, conhecendo os pais e/ou responsáveis de cada criança, criando laços que facilitam o entendimento de comportamentos dos pequenos e proporcionando atividades que façam sentido para eles.

Com este trabalho é possível também identificar situações de violência que as crianças já vivenciaram ou ainda podem estar presenciando dentro de casa, permitindo que as professoras adotem medidas cabíveis para cada situação.

“Agimos de maneira proativa, compartilhamos informações sobre medidas protetivas e mobilizamos a polícia quando necessário. Estamos sempre atentos, cuidando uns dos outros, valorizando a vida e a segurança de todos”, afirma a diretora da unidade, Andréia Fernandes.

ALESSANDRA ABDALLA: UMA HISTÓRIA, UM LEGADO

A unidade escolar hoje tem o nome da profissional Alessandra Abdalla, vítima de violência. Alessandra foi professora auxiliar de Educação Infantil no então Neim Tapera (antigo nome da unidade) e sempre demonstrou uma personalidade alegre, interagindo de maneira brincalhona com as crianças e trazendo muita leveza ao ambiente. Onde ela estava havia música, e as aulas e atendimentos eram marcados pela praticidade, muitas vezes utilizando a culinária como ferramenta educativa.

No ambiente de trabalho, mantinha uma relação de parceria e amizade com todos. Estava sempre envolvida em atividades que iam além do rotineiro, buscando criar momentos de diversão e integração, estando sempre disponível para qualquer situação, não apenas profissionalmente, mas também no âmbito pessoal.

Infelizmente, a professora viveu situações de violência doméstica no seu último relacionamento e morreu aos 45 anos de idade, vítima de feminicídio.

Para as profissionais Andréia Fernandes, Aliny de Souza e Mayara Guimarães, que estiveram ao lado da Alessandra durante este processo, ela será lembrada não apenas por seu profissionalismo e dedicação, mas também por sua alegria contagiante, sorriso largo e seu compromisso com o bem-estar dos outros.

Alessandra Abdalla

CONFIRA OS REGISTROS DO ENCONTRO ENTRE OS GRÊMIOS ESTUDANTIS DA REGIÃO SUL/LESTE.

Soneto da VIDRAÇA

POR MARRARA GOMES CHAVES Diretora de Educação Fundamental da Secretaria Municipal de Educação

No Morro do Horácio a vida florescia, Menina valente, forte e de vida singela, Com mãe, avó e tias entre pedras crescia, Descobrindo o amor, num jovem que a cativou.

Na adolescência, mãe, com coração que ardia, Num porão frio e úmido, a esperança acalmava, Trabalhava, lutava, em um mercado persistia, Forte como fera, com vontade se moldava.

Parou de estudar, mas a chama não apagou, Anos depois, coragem em si encontrou, Pedagogia escolheu, se formou, se fez graça.

Hoje forma outros, seu exemplo fortalece, E educação, a força dela prevalece, Mulher que tem o melhor da pedra e da vidraça.

RESPOSTAS

JANEIRO BRANCO

Chama a atenção para a importância da saúde mental. O branco é a cor que predomina no primeiro mês do ano com o objetivo de conscientizar as pessoas sobre transtornos psicológicos e assuntos sobre o tema que precisam de atenção.

FEVEREIRO ROXO

A campanha busca informar sobre doenças crônicas como Alzheimer, fibromialgia e Lúpus. Além de trazer conforto para os pacientes, outro objetivo é educar a população quanto à prevenção e ao diagnóstico e tratamento dessas enfermidades sem cura.

MARÇO LILÁS

O terceiro mês do ano tem o compromisso de alertar sobre a quarta maior causa de morte de mulheres por câncer no país: o câncer do colo do útero. São realizadas campanhas voltadas à população feminina sobre a prevenção, os sintomas e os riscos da doença.

ABRIL AZUL

Escolhido pela Organização das Nações Unidas (ONU), diversas estratégias são promovidas neste mês para chamar atenção das pessoas sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA).

MAIO AMARELO

Divulgar ações que trazem luz para a consciência no trânsito é um dos maiores objetivos de maio. O foco é fazer das ruas e rodovias locais mais seguros para pedestres, ciclistas e motoristas.

JUNHO VERMELHO

No Brasil, o Dia dos Namorados é celebrado em junho, mas a cor vermelha do mês não tem a ver com a data. Ela está ligada ao incentivo à doação de sangue, falando da importância deste gesto para salvar vidas.

JULHO AMARELO

A cor amarela aparece pela segunda vez, agora para falar sobre as hepatites virais. Com quase dois milhões de pessoas diagnosticadas com as hepatites B e C, a campanha busca informar sobre prevenção, diagnóstico e tratamento das enfermidades.

AGOSTO LILÁS

Em agosto, o foco é chamar atenção para um grande problema no Brasil: a violência contra a mulher. Entre os objetivos estão falar sobre a importância da denúncia e amparar as vítimas.

SETEMBRO AMARELO

Uma das campanhas mais conhecidas pela população, o mês de setembro é focado em ações que buscam a prevenção ao suicídio, oferecendo apoio às pessoas em vulnerabilidade.

OUTUBRO ROSA

Reconhecida mundialmente, o Outubro Rosa tem o objetivo de informar sobre a prevenção e o diagnóstico precoce do câncer de mama. Durante o mês também são desenvolvidas ações que incentivam a realização de exames e oferecem apoio às mulheres diagnosticadas com a doença.

NOVEMBRO AZUL

Já os homens são o foco durante o mês de novembro com a campanha que busca conscientizar sobre o câncer de próstata e motivar a ida ao médico.

DEZEMBRO LARANJA

Com o calor do verão e a intensidade dos raios solares predominando durante o início da estação, o último mês do ano dá destaque para a prevenção do câncer de pele — o tipo desta doença mais comum entre os brasileiros.

Respostas:

7, 8, 6, 5, 4, 1, 2, 3

qual é a importância da AUTOESTIMA? Reconhecer-se:

Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.