its Teens Navegantes - 11

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Pontos de distribuição: Escolas da Rede Municipal de Navegantes

RENATA BOMFIM

Coordenadora de projetos especiais

Para celebrar o aniversário de 61 anos de história de Navegantes, esta edição da revista its Teens está para lá de especial: nos conteúdos deste mês, você vai entender como começou a cidade e os principais fatos que marcaram as últimas seis décadas dessa região colonizada pelos açorianos.

E as escolas de Navegantes — tão necessárias ao processo de construção e formação da educação dos navegantinos — também se misturam com o período de consolidação da cidade e, ao longo dos anos, viveram transformações junto à região.

Aproveite para saber mais sobre o dicionário característico da cidade, entender quais são as principais expressões típicas de quem é da região e conhecer as lendas que permeiam a história da cidade. E ainda veja fotos do desfile tradicional que leva os moradores às ruas para celebrar o aniversário do município.

Esta edição histórica está recheada de curiosidades de Navegantes. Compartilhe com seus colegas de turma e boa leitura!

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Farol da Barra

Localizado no bairro São Pedro, o Farol da Barra é um lugar ótimo para pescar ou descansar enquanto aprecia a vista. Do local é possível ver as embarcações do porto de Itajaí e o mar de Navegantes, além de ser bom espaço para andar de bicicleta ou patins.

Foto: Prefeitura Municipal de Navegantes/Divulgação

8-9/ 22/

diário escolar diversão

61 anos de história: como nasceu Navegantes?

10-11/

profissão do mês

O que faz uma historiadora?

Palavras cruzadas

notícias das escolas

14-15/ 12-13/

história das escolas

Como a educação pode transformar uma comunidade?

16-17/

história das escolas

102 anos de educação: conheça a trajetória do CEM Professora Badia de Faria

18-19/

história das escolas

Das pedreiras à educação: qual é a história da Escola Municipal Professora Idília Machado Ferreira?

20-21/

4 lendas de Navegantes: conheça os contos populares da região

Direto da ficção

Navegar por Navegantes: formas de conhecer a cidade pelas redes

24-25/ 26-27/ 28-29/

donos da língua

Você conhece o vocabulário dengo dengo?

30/

Notícias de Navegantes

32-33/

Abre alas: a educação vai passar

34-41/ 42/

galerias saideira curiosidades

Navegantes: entre marés de transformação e tradição

Casarão de Escalvados

Com mais de 120 anos, o Casarão de Escalvados é uma das construções mais antigas de Navegantes. O local é um ótimo destino para aqueles interessados em arquitetura, já que a casa teve forte influência alemã.

Foto: Prefeitura Municipal de Navegantes/Divulgação

Em 26 de agosto, Navegantes completou seu 61º aniversário, mas a história da região começou muito antes da emancipação do município. A cidade, hoje composta por 14 bairros, foi um bairro de Itajaí até 1962. Antes disso, a área foi considerada parte da região de São Francisco do Sul e, posteriormente, Porto Belo.

Apesar de ter caminhado muitos anos junto de Itajaí, Navegantes, com sua localização privilegiada e belezas naturais, já tinha vocação para a independência. Vamos compreender um pouco da história desse lugar?

POR MAI BILENKI

Chegada dos Navegantes

A colonização da região foi feita por açorianos, como boa parte do litoral catarinense. A região de Navegantes é a de maior tradição histórica, seja por ter iniciado o processo de povoação pela extensa praia ou pela abundância da produção de pescados, pelo que é reconhecida até hoje.

Em 1658, ainda no período em que o Brasil era uma colônia de Portugal, João Dias Arzão foi encarregado de destinar as terras do Itajaí-Mirim (atual Navegantes) para que imigrantes pudessem começar a trabalhar com agricultura na região. Além disso, muitos estrangeiros vieram para o litoral de Santa Catarina nesse período em busca de minérios e metais preciosos.

De bairro a município

Antes de se tornar Navegantes, a área da cidade foi conhecida como “Pontal de Areia de Itajaí”, “Arraial do Pontal” e “Arraial de Santo Amaro”. Então, em 17 de dezembro de 1912, recebeu o nome de Bairro dos Navegantes, como uma homenagem à padroeira Nossa Senhora dos Navegantes.

Mas como bairro de Itajaí, Navegantes vivia em relativo abandono. As estradas eram precárias, o cemitério — construído pelo povo em 1931 — não recebia manutenção, as ruas praticamente não tinham iluminação e a qualidade da luz elétrica fornecida às residências era de baixa potência.

O comércio não se desenvolvia, os estudos secundários inexistiam, não se dispunha de nenhum recurso de assistência à saúde, e a praia não recebia qualquer investimento, cuidado ou divulgação.

Além disso, as fortes chuvas já causavam muitos prejuízos à região. Por isso, a população levava suas queixas às lideranças políticas do bairro, que transmitiam aos prefeitos de Itajaí.

Aos poucos, esse pedido de fundação de uma nova cidade foi ganhando força, até que em 26 de agosto de 1962 nasce o município de Nossa Senhora dos Navegantes, com seus limites nos municípios de Penha, Balneário Piçarras, Ilhota, Luiz Alves e Itajaí.

Infraestrutura da cidade hoje

A primeira sede da Prefeitura em Navegantes foi uma pequena casa de madeira emprestada, situada na frente da Colônia de Pescadores. Mas, apesar das dificuldades, os primeiros prefeitos da cidade logo organizaram um plano para abertura de ruas, iniciaram o calçamento e impulsionaram a abertura do aeroporto — inaugurado no mesmo ano em que a cidade ganhou a Bandeira de Município, em 1970.

A implantação da rede de abastecimento de água aconteceu em 1973, e a oferta de Ensino Médio começou em 1976. Três anos mais tarde, em 1979, a cidade ganhou o ferry-boat, e em 2007, foi inaugurado o Porto de Navegantes, sendo o primeiro terminal privado de contêineres do país.

Navegantes tornou-se uma cidade de pulsante desenvolvimento, com qualidade de vida e possibilidades de emprego. Hoje, o município dispõe do privilégio de estar ligado ao resto do mundo de diferentes maneiras: através do porto marítimo, do aeroporto e das rodovias federais BR-101 e BR-470, que permitem o fácil acesso à cidade.

Além disso, Navegantes é banhada por mais de dez quilômetros de praia, o que torna a cidade também um destino turístico, especialmente no período de carnaval, quando a festa tende a ser grande.

Aeroporto de Navegantes

Altar em homenagem a padroeira da cidade, Nossa Senhora de Navegantes

Litoral de Navegantes

O QUE FAZ UMA

HISTORIADORA?

POR REDAÇÃO ITS TEENS

Você já parou para pensar em como nos tornamos a sociedade que somos hoje? Todos os costumes, avanços científicos e tecnológicos possuem uma história. O brasileiro, por exemplo, só tem o costume de tomar banho com tanta frequência porque isso era algo que os povos originários faziam. Muitas técnicas usadas na medicina hoje têm ligação direta com o que os egípcios descobriram com o processo de mumificação há milhares de anos, e não para por aí.

Estudar o passado é fundamental para aprimorar o futuro — e você sabia que existe uma profissão dedicada só para isso? Os historiadores são aqueles que dedicam a vida a estudar tudo que já aconteceu na trajetória da humanidade, analisando como era a vida em sociedade, qual a economia do local, como era o dia a dia das pessoas e muito mais. A partir disso, eles procuram entender melhor as civilizações que já existiram e como elas ainda afetam a atualidade.

O QUE UM HISTORIADOR PODE FAZER?

Existem diversas áreas em que um historiador pode atuar, e isso depende de que modalidade foi sua graduação. Existem duas: bacharelado e licenciatura. Mas qual a diferença? Bacharelado é focado na área de pesquisa, enquanto a licenciatura prepara as pessoas para o setor de educação. Seja qual for a escolha, o mercado de trabalho é amplo. Veja algumas opções:

INSTITUIÇÕES DE ENSINO

Uma das áreas mais conhecidas, principalmente para quem cursou licenciatura, é ser professor para turmas de Ensino Fundamental ou Médio. Existe também a possibilidade de ser um historiador acadêmico, trabalhando em faculdades e universidades para além da sala de aula, com pesquisas, ministrando palestras e orientando estudantes da área.

MUSEUS E ÓRGÃOS DE CULTURA

Aqui, historiadores podem trabalhar na curadoria de objetos históricos, fazendo toda a seleção, estudo, planejamento e exposição dos materiais. É possível também atuar como guia ou em áreas administrativas.

LIVROS E ARTIGOS

Outra possibilidade é trabalhar como autor, seja de livros históricos ou de artigos e ensaios. O historiador pode focar em história geral ou em uma época e eventos específicos.

PESQUISA INDEPENDENTE E CONSULTORIA

Muitos historiadores preferem trabalhar de forma autônoma, fazendo pesquisas independentes, sem ligação com qualquer instituição. Trabalhar como consultor para pessoas ou organizações interessadas em explorar seu passado, ou até mesmo para autores que desejam criar uma narrativa baseada em algum fato histórico, também são opções.

Antes de ter uma pesquisa, um artigo ou um livro publicado, tem uma série de coisas que devem ser feitas para assegurar que o conteúdo final vai ser preciso. Depois de escolher o objeto de pesquisa, um historiador precisa ir atrás de fontes confiáveis, como documentos, fotos e áudios. A partir disso, procura compreender o contexto histórico e social daquela época, para só então colocar tudo no papel, mandar para especialistas revisarem e finalmente publicar.

Depois de publicadas, essas pesquisas têm um grande valor social, principalmente porque é a partir de descobertas históricas que compreendemos a trajetória da sociedade até aqui. Inclusive elas podem mudar tudo que achamos saber sobre uma civilização específica ou até mesmo sobre a história da humanidade no geral.

SENDO HISTORIADOR NA PRÁTICA

Vilma Marli Rebello Mafra é professora aposentada e especialista em Língua Portuguesa e Literatura. Apesar de não ter formação como historiadora, foi da infância que surgiu a vontade de atuar na área, pois é apaixonada desde pequena por ouvir histórias sobre o passado das pessoas mais velhas.

“Registrei muitas memórias que me motivaram a realizar entrevistas com pessoas da terceira idade e obter material para produção de uma obra intitulada ‘Conversas do Imaginário Popular’, em que o comportamento do nosso povo foi registrado em contos pitorescos e históricos”, relata a conselheira de cultura do Município de Navegantes.

Fotos: Arquivo pessoal/Divulgação

Fanfarra da EM Profª Ilka Muller de Mello

Contemplando o desfile comemorativo de aniversário de Navegantes, a Escola Municipal Professora Ilka Muller de Mello marcou presença com a participação da fanfarra escolar. Com 33 estudantes, incluindo uma regente, a banda conta com oito bumbos, seis taróis, seis caixas, seis surdos e seis pratos.

A fanfarra faz parte do projeto social Tarolando, que teve início na unidade em 2016, numa parceria com uma construtora local. No programa, diversos estudantes têm a oportunidade de se dedicar à música. Atualmente, as responsáveis pelo projeto são a professora Viviane Pierre dos Passos e a orientadora Lucinéia Pierre dos Passos.

Com a ideia de apresentar na avenida a cultura da infância e os projetos desenvolvidos nas unidades, o Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) Professora Maria das Neves e o Centro Educacional Municipal (CEM) Professora Vilna Corrêa Pretti se empenharam durante o preparo para o desfile comemorativo do aniversário de Navegantes.

Contando com a criatividade, o talento, e a participação da comunidade escolar, foram construídos personagens de histórias infantis clássicas e painéis interativos. O objetivo foi divulgar a gama de recursos utilizados no desenvolvimento global das crianças.

Também foram apresentadas atividades elaboradas pelas crianças e adolescentes, como caratê, capoeira e Libras, juntamente com os projetos Desbravadores e Tempo de Aprender. Todos têm focos em comum: envolver, desenvolver, criar histórias, fazer arte, promover conscientização ambiental e inclusão, tudo por meio de atividades físicas e brincadeiras.

Foto: EM Professora Ilka Muller de Mello/Divulgação

Foto: Secretaria Municipal de Educação/Divulgação

participa do desfile de aniversário de Navegantes

CMEI Profª Maria das Neves e o CEM Profª Vilna Corrêa Pretti exibem a cultura da infância em Desfile da Educação

Como parte das comemorações do aniversário de Navegantes, a Escola Municipal Professora Elsir Bernadete Gaya Muller e Centro Educacional Municipal (CEM) Clarinda Maria Gaya se uniram para realizar uma apresentação baseada no livro “O pequeno príncipe”.

Esquematizados pela funcionária Ana Cristina Cabral, em conjunto com as gestões das duas unidades escolares, os esboços das etapas para o desfile foram construídos contando com o auxílio de costureiras para fabricarem os figurinos teatrais.

Buscando trabalhar a importância da leitura, cada estágio da apresentação representa um arco da obra e seus singulares personagens: o rei autoritário, o empresário com suas estrelas, uma linda rosa, a astuta raposa, entre outros.

Foto:

Representando a importância da leitura e da inclusão ainda na infância, o Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) Natalina Sabel do Amaral e a Escola Municipal Professora Maria Hostim da Costa se uniram a fim de preparar apresentações sobre o tema para o desfile de aniversário de Navegantes.

A participação das unidades contou com a exibição de um livro e de um globo terrestre gigante com rodinhas — com agentes e alunos da Educação Especial —, estudantes com cartazes com a frase “Não julgue um livro menino pela capa cara” e peças inspiradas no livro “Extraordinário”. O desfile também teve uma história em quadrinhos contando a trajetória da Turma da Mônica e, a partir disso, alunos fantasiados e retratando os personagens.

Inspiradas no livro “O pequeno príncipe”, EM Profª

Elsir Bernadete Gaya Muller e CEM Clarinda Maria Gaya se apresentam no Desfile da Educação

CMEI Natalina Sabel Do Amaral e EM Profª

Maria Hostim da Costa se apresentam no desfile com a temática Leitura e Inclusão

COMO A EDUCAÇÃO PODE TRANSFORMAR UMA COMUNIDADE?

No Centro Educacional Professora Maria de Lourdes Couto Cabral (CAIC), a história de evolução da unidade se confunde com as mudanças do bairro e dos moradores

O que você vai encontrar por aqui: em 29 anos de trajetória, crianças e adolescentes aprendem com as modificações do espaço e a proximidade da família com a escola.

POR ANA CAROLINE ARJONAS

Tempo de leitura: 5 minutos

Olhar para o passado, na maioria das vezes, é uma chance de observar a evolução e aquilo que foi mudando com o tempo. Com a influência das novas gerações e a vivência dos mais experientes, existem casos em que a transformação da comunidade tem um agente essencial: a própria escola, cenário que se repete na relação entre o Centro Educacional Professora Maria de Lourdes Couto Cabral (CAIC) e o bairro Nossa Senhora das Graças. As atividades começaram em 1994 e, na época, o intuito era ser um centro de atendimento integral.

Entretanto, a primeira mudança aconteceu depois de seis meses, expandindo o atendimento aos moradores. Em 1995, a unidade começou a receber turmas do Ensino Fundamental (anos iniciais), com oficinas no contraturno — era possível aprender sobre futebol e capoeira. No mesmo tempo, a Educação Infantil também foi abraçada pelo CAIC, além dos anos finais, proporcionando que crianças e adolescentes aprendessem no mesmo local. “Como tinha esse caráter integral, a escola criou esse caráter de família, então as pessoas acabam se envolvendo mais na escola. Às vezes, ainda temos pessoas voluntárias que fazem escolinha de futebol, e qualquer atividade eles estão integrados”, conta o diretor, Valdemir Chagas Santos Júnior.

Nos 14 anos à frente da direção, em uma história que acaba se misturando com as próprias mudanças do espaço, a ida até o Centro Educacional é sempre especial, tanto para Valdemir quanto para os próprios alunos. “Sempre digo, a gente pensa assim: ‘no fim de semana vamos colocar a melhor roupa para ir à missa’, então, às vezes, por exemplo, tem uma reunião no CAIC, então vou colocar a melhor roupa para ir no CAIC. Eles têm essa questão de que a escola é um lugar especial, é um lugar que modifica o bairro”, comenta o profissional, que também já foi professor na unidade — são 20 anos na mesma escola.

Com mais de dois mil estudantes matriculados, número que pode chegar a 2.500 contando aqueles que estão na creche, o local tem como uma das características a proximidade dos profissionais com aquilo que ultrapassa os muros, mostrando que o ensino é uma possibilidade para todos. “Somos uma referência para outras comunidades, outras escolas, que há a possibilidade da educação mudar a vida das pessoas. Aqui trabalhamos isso, e os nossos alunos têm essa visão”, declara o diretor, que comenta conhecer os vizinhos da escola, mas desconhecer aqueles que moram perto da própria casa. “A minha vida é aqui dentro, dentro desse bairro, com essas pessoas.”

Para quem observou de perto as mudanças da unidade, com a entrada e saída de tantas turmas, existe outro sentimento que marca a relação próxima com a escola. “Víamos um grande número de evasões, alunos que desistiram, que não queriam mais estudar. Hoje eles estão com foco que a questão de estudar tem uma certa importância, que ele precisa estudar porque precisa ter uma profissão melhor, ter um sustento para sua família”, completa o educador, que também observa a mudança no padrão de vida da comunidade, um dos frutos da educação.

Característico das demais unidades da Rede Municipal de Navegantes, o CAIC é uma homenagem para uma das professoras mais antigas do município, Maria de Lourdes Couto Cabral.

Fotos: Centro Educacional Professora Maria de Lourdes Couto Cabral/Divulgação

É no CAIC que as crianças aprendem a conviver em harmonia com os animais

102 anos de educação: CONHEÇA A TRAJETÓRIA DO CEM PROFESSORA BADIA DE FARIA

A unidade foi criada no bairro Pedra de Amolar e, ao longo dos anos, teve nove nomes diferentes, até homenagear uma das primeiras professoras da escola

O que você vai encontrar por aqui: alunos e moradores compartilham a história do Centro Educacional Municipal (CEM) Professora Badia de Faria.

Tempo de leitura: 7 minutos

POR ANA CAROLINE ARJONAS

Eliana Lopes Cabral, Edson Ernade Faria, Ademar Cirino Cabral, Marcos Fabricio Rossetti Bittencourt, Geovana Pereira de Souza Costa e Evaldo Eres de faria Fotos: CEM Professora Badia de Faria/Divulgação

Você já parou para pensar nas mudanças dos últimos 50 anos? Seja por conta das modificações proporcionadas pela tecnologia, seja pela evolução em atividades do cotidiano, em alguns casos só percebemos o diferente quando comparamos tarefas que eram comuns, mas que hoje são feitas de outra maneira. No caso do Centro Educacional Municipal (CEM) Professora Badia de Faria, essa percepção é possível por meio da evolução da própria unidade, que viu, ao longo das décadas, o aumento no número de estudantes e as transformações do espaço.

A primeira mudança é uma das mais significativas. A região onde a escola está instalada — o bairro Pedra de Amolar — pertencia a Itajaí e, depois da emancipação, passou a ser em Navegantes. Aliás, o nome do bairro também já foi o nome da unidade: Escola Pedra de Amolar. “Vem da história do tupi-guarani, que tem essa questão que existiam muitas pedras lisas. A gente retoma em 1922, com o primeiro registro de uma escola municipal, que atendia a primeira, segunda e terceira série”, comenta o diretor Marcos Fabrício Rossetti Bittencourt, natural de Curitiba, mas que há oito anos escolheu o município como casa.

Foi em 1987 que a unidade passou a ser conhecida como Badia de Faria, após algumas mudanças na nomenclatura. E no resgate de descobrir quem foram os primeiros estudantes, a geração atual tem a chance de compreender como a cidade surgiu e quais eram os desafios da época, cenário diferente da realidade atual. Na conversa com os moradores mais antigos e na participação da comunidade dentro da escola, muitos descobrem a trajetória dos próprios parentes. “Começamos a ver até o resgate da memória deles, de como eram as pessoas, como as pessoas agiam aqui. O interessante, quando a gente conta a história desse resgate, é: ‘nossa, eu não sabia que meu avô estudou aqui’. Então a gente cria o resgate da memória não só da escola, mas sim o resgate da família, que são moradores antigos, que já povoaram aqui, mas que não tinham essa noção de que já existia a comunidade escolar, de como era a educação das pessoas na época”, explica Marcos.

Um dos documentos mais antigos, a lista de chamada de 1926, contava com 39 alunos, cenário oposto ao de 2023, com mais de 250 matriculados, do berçário ao nono ano, com grande participação dos jovens que residem no bairro — muitos nascem, crescem e permanecem no local. Essa proximidade com o passado só é possível graças à busca dos profissionais e à inclusão da história nos conteúdos abordados. “Há três anos estamos trabalhando a questão do tempo que a escola tem, a memória. E este ano estamos tentando resgatar mais profundamente a história da unidade escolar, construindo essa trajetória”, diz o diretor. Como parte das atividades que foram desenvolvidas por conta do aniversário de Navegantes, os alunos tiveram a oportunidade de desfrutar de um café cultural com os moradores mais antigos do bairro, familiares de Badia Faria e o filho de um ex-prefeito. “Não resgatamos só a história do município, mas também do bairro, da escola, da educação dentro da formação dos cidadãos que nós temos”, conclui Marcos.

É observando e aprendendo com os antigos que as novas gerações entendem a trajetória da cidade e o papel de cada morador para a construção de Navegantes.

QUEM FOI BADIA FARIA?

O nome atual — Centro Educacional Municipal Professora Badia de Faria — foi adotado em 2022. A inspiração veio da história e da dedicação ao ensino da educadora nascida em Itajaí e que começou com aulas na própria residência — uma ligação com a educação que durou 27 anos. Embora a profissional não tenha visto a homenagem, os filhos ainda prestigiam o nome da escola, preservando o caminho da mãe.

Maria Rosalina Correia, Maria Ignes Santos, Anna Molleri, Maria Linhares e Maria do Carmo Negreiro foram outras professoras que impulsionaram a educação no local.

DAS PEDREIRAS À EDUCAÇÃO:

QUAL

É A HISTÓRIA DA ESCOLA MUNICIPAL PROFESSORA IDÍLIA MACHADO FERREIRA?

Conheça a trajetória da unidade, criada para atender à demanda dos primeiros moradores do bairro de Pedreiras

O que você vai encontrar por aqui: Escola Municipal Professora Idília Machado Ferreira completa 90 anos em 2024.

Final da festa de Páscoa (2001)

Fotos: Escola Municipal Professora Idília Machado Ferreira/Divulgação

Alunos e professores do período vespertino (2001)

Já se questionou sobre o que existia anteriormente nos espaços que fazem parte da rotina? Será que a sua escola, por exemplo, sempre foi um espaço para a educação? Qual é a história daquele terreno e a ligação com o passado? Para aqueles que estudam na Escola Municipal Professora Idília Machado Ferreira, em Pedreiras, a proximidade com os anos anteriores fica evidente, seja para conhecer o trajeto que o trem percorria pelo bairro, seja ao admirar pontos importantes do município, como o Aeroporto Internacional de Navegantes ou o Molhe de Navegantes.

Se, por muitos anos, a localidade ficou conhecida pela extração das pedras que contribuíram para a formação de diversos pontos da cidade, hoje o lugar já conta com outras fontes de renda, opções que vão além das tarefas que, naquele tempo, sustentavam muitas famílias. E quem está à frente do ensino faz questão de aproximar os estudantes dos fatos históricos, como a diretora Neide Maria Bortolato.

Na unidade, o percurso que foi trilhado no passado faz parte de diversos componentes curriculares. “Nós já estamos trabalhando com a terceira, quarta geração da comunidade, já tivemos muitos alunos que passaram por aqui. Eu estudei aqui, fiz meu primeiro, segundo, terceiro ano e quarta série (na época) nessa escola”, conta a profissional, que viu os filhos se formarem e assiste, de perto, avós, pais e netos que são formados na unidade.

Com pouco mais de 200 alunos, do primeiro ao nono ano, a motivação para a criação do ambiente foi atender a comunidade da época. “A nossa escola surgiu da necessidade de ter uma casa para atender os filhos das pessoas que trabalhavam na exploração da pedra, a princípio era numa casa. Como a escola tem 89 anos, ela pertencia a Itajaí. A necessidade fez com que eles criassem essa casinha”, explica a diretora, que menciona o crescimento da população e as alterações no tamanho do espaço.

Com uma trajetória de 44 anos de magistério em Navegantes, presenciar a mudança da unidade e do próprio município é uma sensação única. “Uma mistura de sentimentos, várias realizações, mas principalmente várias aprendizagens, eu aprendi muito de ter estudado, de ter trabalhado. Foi meu primeiro emprego, eu me aposentei aqui, foram vários aprendizados. São sentimentos misturados — alegria, recordações, momentos bons, momentos não tão bons. Vou levar daqui coisas boas”, diz Neide.

Como outras unidades da Rede Municipal, a escolha do nome está relacionada com o papel que algumas professoras tiveram na construção da educação. No caso de Idília Machado Ferreira, a sala de aula foi a sua primeira experiência. “Foi o primeiro serviço dela, só que na época, um pouquinho antes de mim, se aposentava com 25 anos de trabalho, e os 25 anos de trabalho dela também foram nessa escola, ela só trabalhou aqui”, finaliza a diretora.

do primeiro ano com professora Neide (2001)

fazendo leitura ao ar livre em (2001)

4 lendas de Navegantes: conheça os contos populares da região

Toda cidade tem suas histórias curiosas ou assombrosas, e Navegantes não é diferente. Em comemoração ao aniversário do município, vamos relembrar algumas das lendas que fazem parte da cultura local?

Uma lenda é uma narrativa fantasiosa transmitida de geração em geração por meio da fala. Muitas vezes esses contos misturam fatos com fantasias da imaginação humana. Por isso, em grande parte das ocasiões, não se sabe até onde vai a realidade e a invenção nessas histórias.

Em Navegantes existem pelo menos quatro lendas que seguem firmes e fortes mesmo com o passar do tempo. Saiba quais são.

POR MAI BILENKI

1. O Fantasma da Figueira

Em Navegantes, as figueiras são cheias de mistérios. A primeira história sobre o Fantasma da Figueira é a de José Izídio, que subia na árvore — localizada em frente à casa de Juvenal Mafra e ao lado da casa de Dona Henriqueta — e jogava nos pedestres um lençol, para provocá-los. Certo dia, Joca Felício resolveu enfrentar o tal “fantasma”. Quando ambos desceram da árvore, um acordeão que havia ficado preso ficou tocando sozinho. No bairro São Paulo, onde também existiu uma figueira centenária, houveram relatos de que um homem vestido com uma roupa preta e cheia de botões aparecia aos que passavam por ali à noite. Além disso, essa e outras figueiras da região ficaram populares após surgir uma nova lenda: a de que há ouro embaixo delas.

2. A Mulher de Branco

A Pedra da Miraguaia, no bairro Gravatá, é de onde vem a lenda da Mulher de Branco. A comunidade pesqueira se desenvolveu perto da formação rochosa — um viveiro natural de crustáceos, moluscos e peixes que, por muito tempo, foi a principal fonte de alimento e renda para os moradores locais.

Os pescadores da região contam diversas histórias, mas a mais famosa delas é a da Mulher de Branco, que diz: em noite de lua cheia, uma mulher vestida toda de branco surgia no alto da Pedra da Miraguaia, assustando pescadores e extratores de mariscos que ficavam de vigia durante a noite na praia.

Amedrontados com o vulto da mulher na Pedra da Miraguaia, fugiam para as suas casas. A lenda diz que caso a aparição alcance alguém, ela avançará rasgando suas roupas.

3. A Luz do Trilho

A Luz do Trilho é uma lenda contada em Navegantes há muitos anos. A luz misteriosa começou a aparecer no trajeto da pedreira de onde eram retiradas as rochas a serem levadas até a Foz do Rio Itajaí-Açu para a construção dos molhes.

Em uma época em que Navegantes ainda não tinha luz elétrica, um feixe de luz foi responsável por muita especulação. Moradores diziam ser perseguidos por uma criatura que parecia o Boitatá, uma cobra em chamas.

4. O Boi de Mamão

O Boi de Mamão é uma das tradições mais antigas e reconhecidas de Santa Catarina. Essa manifestação está presente em diversos lugares do Brasil e recebe diferentes denominações. Além de Boi de Mamão, você pode ter contato com essa lenda pelo nome de Bumba meu boi ou Boi Bumbá.

No Estado, o nome Boi de Mamão surgiu na década de 1930, quando, ao construir um boi para festejar, pela falta de um crânio para colocar no lugar da cabeça, foi usado um mamão, que tem mais ou menos o mesmo formato.

A lenda do Boi de Mamão fala sobre a história de uma mulher que durante a gestação sentiu vontade de comer língua de boi (ou coração de boi, a depender de quem conta a história). O marido dela, preocupado, resolveu buscar uma forma de satisfazer o desejo da esposa e acabou matando um boi da vizinhança.

Passados alguns minutos, ele se arrependeu do que havia feito e chamou um curandeiro da região para tentar ressuscitar o animal. No fim, o boi voltou à vida e toda a comunidade celebra até hoje essa ressurreição com muitas cores e alegria.

PALAVRAS CRUZADAS

Para saber se você conhece mesmo Navegantes, teste seus conhecimentos: responda as oito questões e complete a cruzadinha que tem tudo a ver com a história e cultura do município. Vamos nessa?

HORIZONTAL

3. Prática tradicional de Navegantes e fonte de renda de muitas famílias.

4. Nome do transporte coletivo municipal, apelidado em homenagem aos navegantinos.

6. Ingrediente dos engenhos tradicionais do município e muito usado na culinária local.

7. Um dos pontos turísticos da cidade, a pedra também é um viveiro natural de mariscos.

8. Ave símbolo de Navegantes, também conhecida como Tina.

VERTICAL

1. Árvore que carrega uma das lendas de Navegantes.

2. Rio que cobre parte da margem da cidade.

5. Ilhota em frente ao Posto de Salva-vidas, que encanta moradores e turistas com seu lindo cenário.

Resposta: figueira, Itajaí-Açu, pesca, dengo dengo, Gravatá, farinha, aguaiaMir e coruja.

Para continuar a leitura...

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DIRETO DA FICÇÃO

QuetalimaginarcomoNavegantespoderiasercenáriodefilmeseséries?

Não faltam por aí filmes e séries ambientados em mundos totalmente imaginários. Além das aventuras que se passam em lugares aparentemente distantes, há aquelas onde o cenário é composto por praias, ondas marcantes e aquele frescor único do litoral. Soa familiar? Tal qual a deslumbrante orla de Navegantes, essas histórias têm como pano de fundo o mar e suas proximidades.

Confira seis filmes que poderiam se passar em terras navegantinas:

Sem assombrações

Foto: Arquivo/Prefeitura de Navegantes

Tartarugas em ação

O litoral de Santa Catarina, incluindo o de Navegantes, é frequentemente palco de lindos momentos envolvendo animais aquáticos. As tartarugas, após serem resgatadas, já estrelaram vários trajetos pela areia durante o retorno ao mar nas praias do município.

Não é difícil imaginar como o pequeno Sammy, da animação “As Aventuras de Sammy”, poderia fazer companhia às colegas de casco na volta ao mar. Sem dúvida, a praia do Gravatá seria um bom ponto de partida para a jornada de conhecer o mundo ao lado do seu amigo Ray.

Em muitas histórias, os faróis são representados como cenários horripilantes e isolados, como no filme “LEGO Scooby-Doo! Hollywood Assombrada”. No mundo real, entretanto, não há a mínima chance de serem tomados por monstros. O Farol da Barra, situado no molhe Norte do Rio Itajaí-Açu, é um cartão-postal emblemático. O monumento também atrai pescadores e quem busca ver o movimento de barcos na região.

Foto: Arquivo/Prefeitura de Navegantes

Baleias presentes

É comum ouvirmos relatos de pessoas que viram as grandiosas baleias e seus filhotes no mar que banha Santa Catarina. Quem vem dando as caras com mais frequência nas praias de Navegantes são as baleias jubarte (Megaptera novaeangliae), que costumavam marcar mais presença no Sul da Bahia e do Espírito Santo. Esses simpáticos animais, que podem medir até 16 metros de comprimento, seriam boas influências para a grandiosa e mal-humorada baleia que engoliu Gepeto e o boneco de madeira mais famoso do mundo, no filme “Pinóquio”, da Disney. Muito mais apropriado dar à luz um filhote no litoral do que engolir a galera, não é?

Pegando uma onda

De tantos personagens que aproveitariam uma visita a Navegantes, nenhum tiraria tanto proveito quanto Cody, a estrela da animação “Tá Dando Onda”. Apaixonado por surfe, o pinguim é bastante competitivo e poderia, muito bem, deixar a Antártica por umas férias no litoral catarinense. O herói poderia desfrutar de um dos destinos mais procurados pelos surfistas na cidade, a Praia do Pontal, que rende excelentes ondas para as práticas de surfe e bodyboard. Já na hora de descansar pela areia, a parada seria na Praia Central, onde Cody ainda poderia se enturmar com a galera.

Fortalecidos pela pesca

Os pescadores e suas famílias têm participação fundamental na história de Navegantes, assim como os agricultores, que também se beneficiaram da proximidade do rio para garantir seu sustento. Isso contribuiu para as atividades econômicas e a formação da cidade. Mesmo situada em uma vila fictícia do outro lado do oceano, na Itália, a história da animação “Luca”, da Disney e Pixar, traz um bom vislumbre de uma comunidade onde a pesca é tanto uma paixão quanto um modo de vida. A aventura é protagonizada pelo personagem que dá nome ao filme e seu amigo Alberto, um monstro marinho amigável que fica com aparência de humano quando está fora d’água.

Sua vez!

Quais os monumentos ou cenários que você mais adora em Navegantes? Escreva abaixo cinco exemplos que poderiam render boas histórias!

Foto: Prefeitura de Navegantes/Divulgação/ND

NAVEGAR POR NAVEGANTES: FORMAS DE CONHECER A CIDADE PELAS REDES

Comunicação não é tudo, mas é muito. Na era digital, saber se comunicar pelas redes é importante — e saber onde conseguir as informações também. Para um município, isso ganha um patamar ainda maior, afinal de contas, o público-alvo é a população local e quem pretende visitar a região.

Esse pode ser o diferencial da atuação de uma prefeitura em diversas áreas: o sucesso na temporada de turismo, a alta vacinação de uma campanha na saúde e avisos pontuais de trânsito na mobilidade urbana, para citar alguns exemplos.

Em uma cidade como Navegantes, além da importância estratégica de ter uma boa comunicação com a população, isso pode inspirar pessoas, empresas e até outras prefeituras a seguirem o exemplo. São sites, redes sociais, aplicativos e outras possibilidades que aproximam a população de mais de 85 mil habitantes e seus visitantes ao que a cidade, que completou 61 anos em 2023, oferece.

POR LUCAS INÁCIO

UM BOM SITE

As redes sociais são cada vez mais importantes e vamos falar delas em breve, mas é inegável que toda comunicação digital começa por um bom site. Ele é a página oficial de qualquer órgão ou entidade e, no caso do setor público, tem papel essencial para centralizar informações.

Em Navegantes, é no endereço www.navegantes.sc.gov.br que se encontra tudo o que há de mais importante no município: das notícias à prestação de contas, do trabalho ao lazer, esse é o lugar para encontrar as informações oficiais de qualquer setor, além de ser o local para entrar em contato com a prefeitura da cidade.

O site é a grande referência da comunicação e, ainda que não tenha todas as respostas, pelo menos vai indicar outros lugares onde você pode encontrá-las.

PARA O DIA A DIA

Quem vive a rotina em Navegantes sabe o quanto é necessário ter atenção no que está acontecendo no município para não perder nada. Por isso, a primeira dica para estudantes é seguir o @educacaonavegantes, perfil que mostra os principais informes da educação. Projetos bacanas nas escolas estão sempre aqui — quem sabe a sua não aparece em breve? E o mais legal são as inspirações que surgem dos ótimos projetos de professores e alunos da rede.

Outro serviço importante do dia a dia e que tem tudo a ver com a rotina são os esportes. Seja na escola ou fora dela, Navegantes respira saúde — e a cultura esportiva movimenta boa parte disso. No @fmenavega, da Fundação Municipal de Esportes, ficamos ligados nas competições dentro do município e quais times vão representar Navegantes fora da cidade. Se você quer praticar algum esporte e não sabe onde, que tal começar a procurar por aqui?

Além disso, uma novidade importante é a locomoção e, nesse caso, o site www.mounavegantes.com.br tem todas as informações do Transporte Dengo Dengo, como foi batizado o serviço reinaugurado em julho. Vale a pena conferir, afinal, transporte público faz bem para a natureza, para o trânsito e para o bolso.

REDES SOCIAIS OFICIAIS

Um meio menos formal, mas não menos importante, são as redes sociais. Geralmente de forma divertida e em formatos mais soltos, as redes oficiais apresentam as coisas mais importantes para chamar a atenção de quem está passeando pelo feed de notícias. Belas imagens, eventos interessantes, toques importantes: o que Navegantes tem a oferecer aparece nestes espaços com destaque.

Por isso é importante seguir as redes sociais oficiais do município no Instagram, no Facebook e no TikTok: todos pelo perfil @prefnavega. Há outros perfis também que são essenciais para o dia a dia dos moradores e para visitantes do município, como veremos a seguir.

TURISMO E SERVIÇOS CULTURA E HISTÓRIA

Como uma cidade de destaque que vive do turismo, estar ligado nos eventos, na cultura e na história é sempre um bom hábito – e não apenas para turistas. Você conhece bem a sua cidade? Se a resposta é “não”, se liga nessas dicas. Se a resposta for “sim”, vale a pena conhecer mais.

No Instagram você pode seguir o @fundacaoculturalnavegantes e ficar por dentro de tudo o que rola de eventos, oficinas e oportunidades culturais na cidade. Na mesma linha, visite o site www. turismo.navegantes.sc.gov.br e o @turismonavegantes no Instagram. E não se engane: turismo não é apenas para visitantes, afinal, conhecer a própria história é importante, além das várias atrações que há na cidade. A ligação de Navegantes com o mar e sua cultura açoriana e indígena estão amplamente retratadas na arquitetura, na culinária, nos eventos e nas praias.

Navegantes oferece tanto que é difícil exigir que ela esteja na ponta da língua, mas é bom aproveitar que ela está na ponta dos dedos.

VOCÊ CONHECE O VOCABULÁRIO

DENGO DENGO?

Além das comidas, costumes e vestimentas típicas, as expressões utilizadas em cada local são uma das maiores marcas registradas daquela região. Afinal, mesmo se você estiver do outro lado do mundo, é possível reconhecer quando alguém é seu conterrâneo apenas ao ouvir aquela palavra característica de seu município.

Com grande influência dos imigrantes, principalmente dos açorianos, chegando perto dos cais e das praças onde ficam os pescadores, é possível identificar o forte sotaque dos moradores de Navegantes. Seja pela pronúncia chiada e veloz — herança dos antigos portugueses que chegaram à região — ou por utilizar uma palavra fora do comum, quem é de fora talvez não identifique de cara alguma das expressões dos navegantinos. No entanto, é no convívio com os moradores que estas palavras passam a fazer parte do cotidiano, já que dialetos locais são fortes atributos que contribuem no sentido de pertencimento.

Mas como uma única palavra pode se transformar em diversas outras? Apesar dos termos serem compartilhados entre pessoas que falam a mesma língua, as influências de cada região podem impactar diretamente na pronúncia e na escrita, fazendo parte da formação da identidade e da história de cada comunidade.

Dentro dos fatores socioculturais, a união de diferentes origens, etnias e graus de escolaridade também induzem a variação linguística. Encontrar uma maneira de deixar o idioma mais fácil — poupando a memória e diminuindo o esforço — juntamente com os vícios de linguagem, são outros aspectos que potencializam a mudança na comunicação. Com isso, o que antes era apenas uma palavra isolada passa por um rearranjo no termo, com exclusão ou adição de outros elementos.

POR REDAÇÃO ITS TEENS

Dialeto dengo dengo

Você se garante no linguajar navegantino? Veja os exemplos e relembre algumas das diversas expressões típicas do município.

À boca da noite: forma de chamar uma ocorrência durante o início da noite.

Arrenegá: o mesmo que importunar ou perturbar alguém.

Banho geral: aquele banho semanal que também inclui a lavagem da cabeça.

Banzo: maneira de chamar alguém meio tonto ou sonso, o mesmo que tanso.

Bobiça: algo sem utilidade, uma tolice e bobagem.

Buso: forma divertida de falar ônibus.

Djahoje: representa aquilo que aconteceu há poucos momentos.

Dotrolado: forma de chamar a área de Itajaí.

Entrou areia: maneira de falar quando algo deu errado.

Impim: o mesmo que aipim, mandioca.

Inticar: implicar ou provocar alguém.

Mãe do corpo: o útero da mulher.

Ovo virado: quando alguém está de mau humor.

Telha corrida: o mesmo que estar atordoado ou desorientado.

Tresantonte: forma de comentar sobre fato ocorrido há três dias.

NOTÍCIAS DE NAVEGANTES

VERA LÚCIA DE NÓBREGA PECEGO ESTORK

Coordenadora Pedagógica da Educação Infantil

A autora do livro “Notícias de Navegantes”, Vera Lúcia de Nóbrega Pecego Estork, mora na cidade há 33 anos e trabalhou como bibliotecária/arquivista no Centro de Documentação e Memória Histórica/Arquivo Público de Itajaí da Fundação Genésio Miranda Lins, de 1991 a 2012.

Ao organizar e catalogar a hemeroteca (coleção de jornais), tomou conhecimento do valioso acervo depositado naquela instituição e das notícias inéditas de Navegantes, publicadas nos jornais itajaienses, uma vez que, até 26 de agosto de 1962, a cidade era um bairro de Itajaí.

Ao pensar que a comunidade navegantina não tinha acesso àqueles fatos e histórias, pensou no título do livro e manteve por anos o desejo de vê-lo publicado. Em 2016, em contato com o jornalista e editor Rogério Pinheiro, houve o interesse mútuo na compilação da obra e na elaboração do projeto para publicação do livro. “Notícias de Navegantes” foi contemplado pelo Edital Vilma Mafra de Apoio à Cultura, da Fundação Cultural de Navegantes, da Prefeitura Municipal de Navegantes, em 2018, e o lançamento aconteceu em 29 de novembro daquele ano, com a presença de um grande público.

A obra tem 297 páginas e leva ao conhecimento do leitor os fatos históricos, culturais e sociais de Navegantes publicados em jornais itajaienses de 1899 a 2008. Fez-se necessário um recorte no tempo devido ao grande número de notícias. As matérias foram transcritas, em sua grafia original, para sinalizar ao leitor a época em que foram publicadas. Para a compilação da obra foram pesquisados 9.654 exemplares de jornais itajaienses e selecionadas 367 notícias, entre elas: a construção da primeira igreja, no final do século 19; a inauguração da energia elétrica, em 1928; os trabalhos de construção do molhe, na década de 1930; a transferência do aeroporto de Itajaí para Navegantes; a emancipação político-administrativa do município, em 1962; além de curiosidades, como a primeira partida de futebol feminino e a polêmica emissão do carnê de Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU) pela Prefeitura de Itajaí aos moradores da “Rua dos Velhacos”.

A obra contém ilustrações, inclusive com fotografias dos jornais selecionados para a publicação, e tornou-se referência, especialmente na Rede Municipal de Educação de Navegantes, onde cada unidade recebeu exemplares para estudo e pesquisa da história e cultura do município.

��Que tal continuar a leitura do mês e procurar por estes títulos?

Navegantes e sua história

Osório Gonçalves Vianna

Nossa Senhora dos Navegantes

Edison d’Ávila

O Navegantes que eu conto

Didymea Lazzaris de Oliveira

Breve relato sobre Navegantes

Ilva Maila dos Santos Gaya e Marly de Paulla

Pedra da Miraguaia

A Pedra da Miraguaia, um dos cartões-postais da cidade, fica na Praia do Gravatá e é muito utilizada para retirada de mariscos e por pescadores de arremesso.

Foto: Pitter Hurmann

O que você vai encontrar por aqui:

Abre alas: A EDUCAÇÃO VAI PASSAR!

NO ANIVERSÁRIO DE NAVEGANTES, ESCOLAS VÃO

com temas que incluem leitura, paz, brincadeiras e projetos, jovens e crianças celebram Navegantes durante o desfile.

POR ANA CAROLINE ARJONAS

Tempo de leitura: 7 minutos

Traduzir, em algumas horas, o sentimento pela terra onde nascemos e crescemos ou que escolhemos para viver é um desafio. Como representar aquilo que sentimos e todas as emoções e experiências que já vivenciamos em um lugar? Essa provocação marca uma tradição antiga de Navegantes: o desfile da educação. Marcado para acontecer na festa de aniversário da cidade, é neste momento que as escolas levam à avenida o amor pelo município. O costume, comum para todo navegantino, é um hábito que acompanhou e acompanha outras gerações, principalmente aquelas que viram a emancipação da cidade — há quem tenha participado da celebração como professor e agora acompanha a unidade como diretor. Exemplo disso é o tributo feito pela Escola Municipal Professora Idília Machado Ferreira, que trouxe para o público a história da própria escola, colocando junto com os estudantes aquelas que já estiveram à frente da sala de aula, como Luíza Guarezi, Zenilda Cândido, Marli Bortolatto Guarezi, Raquele Pagani — primeira merendeira da unidade — e Maria das Neves Emílio Machado, profissional que deu nome a uma das unidades escolares de Navegantes. No encontro entre o passado e o futuro, a comunidade acompanhou aquilo que aconteceu em cada turma. “Estamos nos preparando há mais de quatro meses. Este ano, pensamos em mostrar aquilo que as escolas fazem de melhor. Por isso, professores e alunos levaram para a avenida um pouco da identidade de cada escola. A educação faz parte da história do município”, conta a secretária de educação de Navegantes, Patricia Duarte Cidral.

Se alguns optaram por contar a própria trajetória, outros viram na oportunidade uma chance para expor os trabalhos que ganham vida dentro das salas, como o Centro Educacional Municipal (CEM) Professora Leonora Schmitz, que mostrou os pilares da educação na unidade, com a tecnologia e a sustentabilidade. No Centro Educacional Professora Maria de Lourdes Couto Cabral (CAIC), o que ganhou destaque foi a aproximação das crianças e jovens com os animais.

Para o futuro, a intenção é a mesma: colocar o ensino em visibilidade. “Depois do retorno do desfile, em 2022, e do sucesso do mesmo, entendemos que não podemos deixar essa tradição acabar, pois além dos alunos e funcionários, toda a comunidade se envolve e prestigia esse grande evento”, finaliza a secretária.

NAVEGANTES: NOTA 10!

Levando em consideração aquilo que é produzido em cada local, professores e diretores pensaram em um assunto que fosse capaz de abraçar as temáticas abordadas ao longo do ano. Confira a lista com os nomes das escolas e temas:

INCLUSÃO É ABRAÇAR COM AMOR AS DIFERENÇAS

Escola Municipal Professora Eni Erna Gaya

Centro Educacional Municipal (CEM) Professora Maria Regina Gazaniga da Costa

Escola Municipal Professora Maria Hostim da Costa

Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) Professora Natalina Sabel do Amaral

Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) Professora Didymea Lazzares de Oliveira

Escola Municipal Maria Ivone Muller dos Santos

DIRETO DO MUNDO DA LEITURA: HISTÓRIAS QUE INSPIRAM E ENCANTAM

Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) Professora Kátia Regina Gazaniga de Souza

Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) Professor José dos Passos Lemos

Escola Municipal Professora Vergina Guedes Lemos

Centro Educacional Municipal (CEM) Professora Alciréia Conceição Couto

Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) Professora Julieta Pereira Muller

Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) Recanto dos Baixinhos

Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) Professora Maria da Silva Santos

Centro Educacional Municipal (CEM) Professora Clarinda Maria Gaya

Escola Municipal Professora Elsir Bernadete Gaya Müller

A ESCOLA QUE QUEREMOS É ONDE MORA A PAZ

Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) Professora Adélia de Souza Fernandes

Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) Professora Alessandra Zilda da Silva

Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) Professora Maria Carlota Vieira

Centro Educacional Municipal (CEM) Professora Maria de Lourdes Antunes

Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) Professora Maria dos Navegantes Ramos

Escola Municipal Izilda Reiser Mafra

Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) Professor Robson Francisco Lopes

Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) Portal do Saber

BRINCAR, DANÇAR E PRATICAR ESPORTES: AÇÕES QUE ENSINAM E MUDAM VIDAS

Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) Professora Nerozilda Pinheiro Ferreira

Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) Laci Ana de Borba Cesário

Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) Regina Marly da Costa

Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) Professora Rosana de Fátima Gaya Barreto

Escola Municipal Professora Neusa Maria Rebello Vieira

PROJETOS DESENVOLVIDOS COM AMOR SÃO SEMENTES QUE PRODUZEM BONS FRUTOS

Pré-Escola Municipal Professora Nazir Rodrigues Rebello

Escola Municipal Professora Elsir Bernadete Gaya Müller

Escola Municipal Professora Maria Tereza Leal

Escola Municipal Professora Badia de Faria

Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) Bruce Craston Kay

Centro Educacional Municipal (CEM) Professora Giovana Soares da Cunha

Cidade da Criança (CEC)

Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) Professora Maria das Neves Emílio

Escola Municipal Professora Vilna Corrêa Pretti

Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) Professora Silvete Couto de Miranda

Escola Municipal Professora Rosa Maria Xavier De Araújo

Centro Educacional Municipal (CEM) Professora Leonora Schmitz

Escola Municipal Professora Ilka Muller de Mello

Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) Professora Isabel Flores Pagani

Escola Municipal Professora Idília Machado Ferreira

Centro Educacional Professora Maria de Lourdes Couto Cabral (CAIC)

Foto: Matheus Nunes

Foto: Matheus Nunes

Foto: Matheus Nunes

Foto: Matheus Nunes

NAVEGANTES: ENTRE MARÉS DE TRANSFORMAÇÃO E TRADIÇÃO

NICOLAS BRASIL ALMEIDA

Navegantes, situada no litoral de Santa Catarina, é um município que exala a essência da harmoniosa convivência entre a exuberância natural e a efervescência urbana. Com uma rica história que remonta às primeiras expedições marítimas, a cidade personifica a fusão entre a herança colonial e o progresso contemporâneo.

A cidade emana uma atmosfera singular, onde o azul intenso do Oceano Atlântico encontra-se com a paisagem litorânea de areias douradas e coqueiros que dançam ao sabor dos ventos marítimos. As praias, verdadeiros refúgios de tranquilidade, convidam tanto os visitantes em busca de lazer quanto os moradores que encontram nelas uma fonte de inspiração diária.

Ao longo dos anos, Navegantes testemunhou um notável processo de transformação. Da quietude de um pequeno vilarejo de pescadores, emergia como um polo de desenvolvimento industrial e tecnológico, sem perder de vista sua identidade marítima. Modernas infraestruturas se entrelaçam com bairros tradicionais, criando uma tapeçaria urbana que reflete a capacidade da cidade de abraçar o novo sem abrir mão de suas raízes.

Diante de tais mudanças, é indiscutível a revitalização que Navegantes experimentou. No entanto, as transformações também geraram debates sobre a preservação do patrimônio cultural e ambiental.

É necessário encontrar um equilíbrio delicado entre o progresso e a proteção do que faz de Navegantes um lugar tão singular.

Pessoalmente, observo em Navegantes um exemplo emblemático de como uma localidade pode evoluir sem perder sua alma. O fascínio que a cidade exerce sobre mim provém de sua capacidade de se reinventar sem abdicar das tradições que a tornam especial.

Como espectador, torço para que Navegantes continue a navegar por águas que unem passado e presente, sem jamais esquecer sua história e o tesouro que a cerca.

Estudante da turma 901, da EM Professora Maria Hostim da Costa

Santuário de Nossa Senhora dos Navegantes

Localizado no Centro da cidade, ao lado do Barco Temático, o Santuário de Nossa Senhora dos Navegantes é onde acontece a festa da santa todos os anos. O local atrai não só fiéis, mas também turistas interessados na beleza da igreja.

Foto: Prefeitura Municipal de Navegantes/Divulgação

61 ANOS DE HISTÓRIA: COMO NASCEU NAVEGANTES?