its Teens (especial) Florianópolis - 02

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TeensitsRevista 2022|02nºFlorianópolis gratuitaDistribuição

UMA EDIÇÃO ESPECIAL TODO MÊS

Com carinho,

Use este material para se informar, conhecer as iniciativas pedagógicas e saber como a educação de Florianópolis tem feito a diferença e somado para que a escola seja cada vez mais um ambiente igualitário e de direitos garantidos e preservados.

MÁRIO J. GONZAGA PETRELLI IN MEMORIAM | FUNDADOR E PRESIDENTE EMÉRITO GRUPO ND E GRUPO RIC MARCELLO CORRÊA PETRELLI PRESIDENTE EXECUTIVO GRUPO ND mpetrelli@ndtv.com.br ALBERTINO ZAMARCO JR. DIRETOR ADMINISTRATIVO E FINANCEIRO albertino@ndtv.com.br DERLY MASSAUD DE ANUNCIAÇÃO DIRETOR DE PLANEJAMENTO E ESTRATÉGIA GILBERTO KLEINÜBING DIRETOR gilberto.k@ndtv.com.brCOMERCIAL LUÍS MENEGHIM DIRETOR DE meneghim@ndmais.com.brCONTEÚDO ROBERTO BERTOLIN DIRETOR REGIONAL bertolin@ndtv.com.brFLORIANÓPOLIS SILVANO SILVA DIRETOR REGIONAL JOINVILLE silvano@ndtv.com.br CRISTIAN VIECELI DIRETOR REGIONAL ITAJAÍ E BLUMENAU cristian@ndtv.com.br GABRIEL COSTA HABEYCHE DIRETOR REGIONAL gabriel.habeyche@ndtv.com.brCRICIÚMA CRISTIANO MIELCZARSKI DIRETOR REGIONAL cristiano.mielczarski@ndtv.com.brOESTE RENATA BOMFIM renata.bomfim@portalits.com.brEDITORA-CHEFE ANA CAROLINE ARJONAS REPÓRTER LETÍCIA MARTENDAL ESTAGIÁRIA MAIANA FONTOURA DESIGNER GRÁFICO DIEGO ALMEIDA SUPERVISOR DE diego.almeida@ndmais.com.brDISTRIBUIÇÃO FABIANO AGUIAR GERENTE MERCADO NACIONAL | PLATAFORMA JOVEM fabiano@ndtv.com.br ANDRESSA DA ROSA LUZ GERENTE COMERCIAL andressa.luz@ndtv.com.brFLORIANÓPOLIS FLAVIA BORBA VIEIRA GERENTE COMERCIAL flavia.vieira@ndtv.com.brJOINVILLE CYBELLY REGINA DA SILVA MEIRA GERENTE COMERCIAL cybelly.meira@ndtv.com.brBLUMENAU FELIPE MUCHENSKI GERENTE COMERCIAL ITAJAÍ felipe.m@ndtv.com.br ANA ZAHIA JUMA SUPERVISORA COMERCIAL SUL Osana.juma@ndtv.com.brartigosassinadosnão refletem necessariamente a opinião da revista, sendo de inteira responsabilidade de seus autores. É permitida a reprodução total ou parcial de reportagens e textos, desde que expressamente citada a fonte.

A REVISTA ITS É UMA PUBLICAÇÃO DA EDITORA NOTÍCIAS DO DIA Editorial Editorial Editorial Editorial Editorial Editorial Editorial Editorial Editorial Editorial Editorial ACOMPANHE A ITS TEENS @REVISTAITSINSTAGRAMNO

A troca escolar é um momento que facilita o aprendizado e soma ao avanço do estudante no ensino. E estar em um ambiente acolhedor – como é e deve ser o espaço educativo – contribui no desenvolvimento estudantil, social e até emocional. Nesta edição temática da revista its Teens, todos os nossos conteúdos foram produzidos a partir da linha da educação especial: desde a questão abordada no artigo até a nossa editoria de textos autorais – passando pelas galerias com registros de profissionais, estudantes e crianças que fazem parte deste atendimento – todos os assuntos se relacionam na perspectiva da inclusão e direito de todos de pertencer. Nesta versão, conheça a legislação para inclusão de pessoas com deficiência, saiba como combater o capacitismo, veja aplicativos que podem somar na inclusão dentro e fora da escola e confira as matérias dos projetos escolares que abordam sobre Libras, altas habilidades/superdotação e autismo.

TIRAGEM: 2.500 EXEMPLARES NÃO VACILA, FALA AÍ (48) EscolasPontos3212-4026dedistribuição:daRedeMunicipal de Florianópolis expediente

MURAL

NDTin/ArquivoFlavioFoto: conheça a cidade

Escaneie o QR Code e assista as “Aulas do Mundo Real” Antonieta de Barros, natural de Florianópolis, é uma personalidade histórica de Santa Catarina. Na educação e na política, rompeu barreiras de gênero, de classe e raciais. Mulher negra e filha de ex-escravos, desde seu tempo de estudante se envolvia com movimentos políticos – o que, anos depois, a levou a ser eleita a primeira deputada estadual de SC, logo após as mulheres conquistarem o direito de votar no país. No Centro de Florianópolis, na Rua Tenente Silveira, um mural de 32 metros de altura por nove de largura foi feito em sua homenagem pelos artistas Thiago Valdi, Tuane Ferreira e Gugie. ANTONIETA DE BARROS

CINEMA Como um núcleo de cinema desenvolve as habilidades dos estudantes com autismo? NOTÍCIAS DA EDUCAÇÃO DIVERSÃO Sua escola é inclusiva? ACIMA DA MÉDIA Você já ouviu falar sobre habilidades/superdotação?altas Para entender e abraçar Inclusão digital: veja quais são os aplicativos que podem melhorar a sua comunicação Como podemos tornar a escola um espaço inclusivo? 5 dicas para combater oOlhoscapacitismod’águaGALERIAS BLOCO DE CULTURAINCLUSÃONOTASWI-FISAIDEIRAPOPCAPA Língua Brasileira de Sinais (Libras): por que aprender desde cedo? 28-2930-31 36-41 4218-1920-25 32-3326-2734-35PROFISSÃOARTIGO DO MÊS Você conhece o trabalho de uma revisora braille? DIÁRIO ESCOLAR Direitos garantidos: conheça a legislação para inclusão de pessoas com deficiência Conteúdo Conteúdo Conteúdo Conteúdo Conteúdo Conteúdo Conteúdo Conteúdo Conteúdo Conteúdo Conteúdo Conteúdo 12-1310-11814-1516-17

CamposMarcosFoto: conheça a cidade

Em Santo Antônio de Lisboa, um dos bairros mais antigos e tradicionais de Florianópolis, está a Igreja Nossa Senhora das Necessidades, patrimônio tombado por Decreto Municipal. Ao entrar no templo religioso, uma construção de origem portuguesa, é possível apreciar a riqueza dos detalhes arquitetônicos, em que se pode observar o barroco e o rococó. NOSSA SENHORA DAS NECESSIDADES

Escaneie o QR Code e assista as “Aulas do Mundo Real”

IGREJA

Betânia Gonçalves Schommer betania.schommer@prof.pmf.sc.gov.br Juliana Pereira juliana.pereira@prof.pmf.sc.gov.br Lenize Silva Arrojo lenize.arrojo@prof.pmf.sc.gov.br

Secretaria de Educação Florianópolis@pmfeduca A construção de uma escola inclusiva, que promova a participação e combata a exclusão, é um acordo firmado lá atrás pela Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência da Organização das Nações Unidas (ONU), direito garantido na Constituição Federal de 1988, bem como pela Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva Inclusiva, de 2008, e pela Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência de 2015. Mas olha só: a Rede Municipal de Ensino de Florianópolis (RME) se antecipou à própria Política Nacional de Educação Especial ao trazer o serviço de educação especial na perspectiva inclusiva por meio das salas multimeios ainda no final dos anos 90, tornando a escola comum direito de todas as crianças, adolescentes e adultos.

artigo 8 its Teens | edição especial // agosto 2022

Ana Paula Machado anapaula.machado@prof.pmf.sc.gov.br

Secretaria Municipal de Educação Os caminhos para construção de uma escola aberta às diferenças: experiência da Rede Municipal de Ensino de Florianópolis

Ana Paula Felipe anapaula.felipe@sme.pmf.sc.gov.br

Na prática, as escolas passaram a contar com atuação do professor de educação especial e o serviço do Atendimento Educacional Especializado (AEE) para contribuir no acesso e participação escolar dos estudantes. Esse professor tem um papel quase como um investigador, identificando as possíveis barreiras de acesso e participação dos estudantes com deficiência, altas habilidades/superdotação e autismo nos espaços e tempos do contexto escolar, fazendo interlocuções e verificando os apoios necessários. A sala multimeios é o espaço para elaborar recursos de acessibilidade, complementar e suplementar o ensino da sala de aula, mas nunca substituir! O AEE pode ser em grupo, dupla, individual, seja no espaço da sala multimeios, nas salas de aula, espaços multiusos, enfim, são várias as possibilidades e vai depender dos objetivos para cada estudante.

Sobre as barreiras, podem ser diversas, entre elas as físicas ou arquitetônicas, mais conhecidas quando se faz necessário uma rampa para acesso do estudante usuário de cadeiras de rodas. As barreiras linguísticas, como quando se faz necessário o ensino de diversas formas de comunicação e expressão, como o uso da Língua Brasileira de Sinais (Libras), o sistema braille ou sistemas de comunicação alternativa (como o uso de cartões de imagens para comunicação/software sintetizadores de voz).

Há também barreiras “invisíveis” e muito importantes de serem eliminadas, as atitudinais. Na escola, as barreiras atitudinais aparecem quando nos deparamos com atitudes capacitistas, que é o nome que se dá à discriminação e ao preconceito contra a pessoa com deficiência, como julgá-la incapaz ou fazer piadas que zoe dela. Quando falamos de educação inclusiva estamos falando de um direito humano. O processo ainda está em construção e requer ações constantes para que a mudança ocorra em nossas escolas. É preciso mobilizar o coletivo a favor do acesso e garantir a experiência escolar para todos os estudantes. Quanto maior a variação humana presente na escola, mais diversas precisam ser as estratégias pedagógicas, as oportunidades para participação e protagonismo nos processos de ensino e aprendizagem. E isso é bom para quem? Para todos! É nesse caminho que a RME vem fortalecendo suas práticas pedagógicas, a partir de formações constantes de professores sobre a temática da inclusão, disponíveis também nas suas plataformas de conteúdo como no portal educacional PMF/ Inclusão Já! Também por meio da ampliação do serviço de educação especial, com aumento no número de sala multimeios, professores de educação especial, professores de Libras e professores auxiliares (de educação especial/intérprete educacional), investimento em recursos de acessibilidade estrutural e pedagógica. Muito já caminhamos, e muito ainda temos a avançar. E você, qual o seu papel na construção de uma escola aberta às diferenças?

PISCINAS NATURAIS - BARRA DA LAGOA

Escaneie o QR Code e assista as “Aulas do Mundo Real” Conjunto de piscinas naturais, a Barra da Lagoa, no Leste de Florianópolis, é o verdadeiro pedaço do paraíso na Terra. Com natureza preservada, para chegar até elas é preciso percorrer uma trilha com deque para apreciação. São cerca de 600 metros de caminhada em um local sinalizado e de fácil percurso.

iStock/DivulgaçãoFoto: conheça a cidade

Entretanto,Comgarantidos:Direitosacriaçãodeplanoseleis,diversosdireitosforamassegurados.nopassado,ocenárioerabemdiferentedoqueéatualmenteconheçaalegislaçãoparainclusãodepessoascom

Na Grécia e na Roma antiga, por exemplo, as pessoas não aceitavam as características físicas, motivo que já foi usado para sacrificar bebês que nasciam com má formação, de acordo com a Lei das Doze Tábuas.

deficiência

10 its Teens | edição especial // agosto 2022 diário escolar

Se hoje o tema inclusão é debatido em sala de aula, nem sempre a conversa foi realizada com a participação daqueles que entendem do assunto. Por mais que ainda existam limitações, o cenário atual é melhor do que aquele vivenciado em outros períodos – quase sempre marcado pela segregação e preconceito.

Ana Caroline Arjonas

O cenário começou a mudar somente após a Segunda Guerra Mundial, quando muitos sobreviventes voltaram para casa com deficiências físicas causadas pelas batalhas. Para incluir todos na sociedade e possibilitar a retomada dos trabalhos, o termo inclusão começou a ser discutido. Mas se engana quem pensa que a conquista dos direitos foi rápida.

Com o passar dos anos, o entendimento e a visão sobre as deficiências foram mudando, de acordo com a evolução e a busca por direitos e representatividade, dizendo “não” para a discriminação – comum por muitos anos e em diversas épocas.

Na Idade Média e Idade Moderna, a deficiência passou a ser entendida como um castigo, uma punição divina – e era preciso conviver com as limitações para pagar os “pecados”.

SALASESTUDANTESDEATENDIMENTO ESPECIALIZADO NOVOS PROFESSORES EFETIVOS E UNIDADES COM O ENSINO DE LIBRAS. a portaria nº 122 foi instituída para criaruma política específica para a educação especial naRede Municipal, que conta com mais de:

ndmais.com.br/revista-its-teens // its Teens 11

2015 Programa Nacional do Livro e do Material Didático em formato acessível (Decreto nº 9.099/2017)

Integrar medidas, leis e iniciativas é o objetivo do plano, incluindo a presença da pessoa com deficiência em espaços públicos – seja de educação ou saúde. Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência (Plano Viver Sem Limites – Decreto nº 7.612/2011)

2011 Lei Brasileira de Inclusão ou Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei nº 13.146/2015) Garantia de direitos, liberdade e cidadania são os pilares da nova norma, criada para promover a igualdade e a acessibilidade.

Trajetória nacional É importante ter em mente que por aqui o cenário foi parecido com o que era visto nos outros cantos do mundo. Na década de 1970, a deficiência ainda era entendida como uma patologia, visão que mudou nos anos seguintes, colocando em evidência os aspectos sociais. Para compreender o processo, veja as leis, os projetos e os planos que foram fundamentais para a inclusão. Confira: O primeiro documento criado pela Organização das Nações Unidas (ONU) e divulgado em 1971 foi a Declaração dos Direitos de Pessoas com Deficiência. O intuito era reconhecer os direitos, a igualdade, os cuidados e a proteção. A abrangência foi maior depois de 1975, quando foi aprovada a Declaração dos Direitos das Pessoas Portadoras de Deficiências, válida para todos, independentemente do grau ou tipo de limitação. A Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo Facultativo, promovidos pela ONU, e a Convenção Interamericana para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Pessoa com Deficiência, realizada na Guatemala, também são marcos da inclusão. As regras regulam o funcionamento da educação. No capítulo 5, os artigos 58, 59 e 60 são destinados aos cuidados, deveres e necessidades na educação especial. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) ou Lei Darcy Ribeiro (Lei nº 9.394/1996)

2017 Educação especial nas escolas de Florianópolis

Para acompanhar a evolução dos demais países, a educação na Capital é pautada em alguns documentos. O Plano Municipal de Educação, por exemplo, universaliza o acesso à educação escolar para os estudantes com deficiência, promovendo a inclusão nas redes pública e privada. Na portaria nº 007, editada em 2014, o foco são as diretrizes para a contratação de professores auxiliares.

Assegura livros em braille e formato digital acessível para cegos, pessoas com baixa visão e surdocegos.

A lei do cão-guia,a Política Nacional dos Direitos da Pessoa com Autismo e a lei da Língua Brasileira deSinais (Libras) são outras normas aprovadas que fazem a diferença no desenvolvimento das pessoas com deficiências.

Em190014120552016,

2008

1996 Para assegurar a inclusão dos estudantes, essa é uma norma com diversos pontos que incentivam a aprendizagem e a participação, garantindo a formação e os direitos humanos. Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (2008)

Você conhece o trabalho de uma revisora braille?

Saiba quais são as atividades da profissão e o mercado de trabalho para pessoas com deficiência visual

Letícia Martendal Para que aconteça a autonomia de pessoas cegas e com baixa visão, é preciso ressaltar a importância de ações que promovam a inclusão desses indivíduos. A educação especial, a empregabilidade e o acesso à informação com produções em áudio e em braille são alguns dos exemplos. A falta de material em braille pode se tornar uma barreira e contribuir para a exclusão de pessoas com deficiência visual nas mais diversas áreas devido à falta de comunicação. Por isso, é essencial que a produção desses materiais seja garantida. profissão

do mês 12 its Teens | edição especial // agosto 2022

Daiani Domingos – Escolhi essa área porque entendo que a educação é um dos pilares fundamentais na formação do sujeito.

Você já se perguntou quem são os responsáveis pelos materiais em braille?

Revista its Teens Daiani Domingos – Tive bastante dificuldade em relação à adaptação de materiais e, principalmente, a respeito do entendimento dos professores acerca da minha deficiência visual.

Revista its Teens Daiani Domingos – Muito já se avançou, mas ainda existem barreiras que dificultam o ingresso de pessoas com deficiênciavisual no mercado de trabalho. Destaco a barreira atitudinal como maior dificultador desse ingresso, uma vez que se visualizar a pessoa com deficiência como membro da equipe de trabalho, todas as demais barreiras serão superadas.

Para entender mais sobre a profissão, conheça as atividades feitas pela profissional Daiani Domingos, que hoje atua como revisora braille no Centro de Atendimento às Pessoas com Deficiência Visual (CAP), da Secretaria Municipal de Educação.

Revista its Teens Daiani Domingos – Como revisora, tenho a função de revisar todo material transcrito para o sistema braille, bem como as adaptações em relevo de produções didáticas e paradidáticas. Também contribuir com sugestão de adaptação em relevo e descrição de imagens. O assessoramento às escolas também compõe a função. Como é sua atuação como revisora braille?Quais são suas responsabilidades e como é oseu dia a dia no trabalho?

O que motivou você a escolher essa área?

Revista its Teens Revista its Teens Daiani Domingos – O maior desafio se refere a barreiras atitudinais, uma vez que normalmente a deficiência é entendida como impedimento, quando na verdade é uma característica que compõe o sujeito. Quais desafios você enfrentou no mercadode trabalho por causa da sua deficiência?

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Revista its Teens

Daiani Domingos – Nasci com baixa visão e permaneci nesta condição até o término do Ensino Médio. No período da adolescência para idade adulta, eu me tornei pessoa cega. Você já nasceu com baixa visão ou foi algo que surgiu com o decorrer do tempo?

Quais foram os desafios que vocêenfrentou durante seu tempo escolar?

Revista its Teens Daiani Domingos – Acredito que a informação seja o ponto fundamental para que as barreiras sejam eliminadas. A compreensão de que a deficiência é uma característica que compõe o sujeito é também um ponto que merece destaque, visto que todos somos seres em formação e com limites e possibilidades. O que você acha que é preciso melhorar nainclusão de pessoas com deficiência visual?

Como é, para você, o mercado de trabalho para pessoas com baixa visão?

Revista its Teens Daiani Domingos – Os leitores de tela e ampliadores são ferramentas que auxiliam na interação digital, bem como os recursos disponíveis nos smartphones. Quais ferramentas gratuitas você indicapara quem tem baixa visão que podem ajudar no dia a dia?

Ir além do que é esperado, passar horas em uma tarefa e a paixão pela produção são algumas das características daqueles que possuem altas habilidades/superdotação

Este pode ser o perfil daquele estudante que é o destaque da turma – e você já deve ter pensado em um nome. Por mais que muitos ainda não saibam, essas também são algumas das características daquelas pessoas que possuem altas habilidades/superdotação.

Aquele que está envolvido em projetos e consegue entender as matérias em poucos minutos?

Tempo de leitura: 5 minutos O que você vai encontrar por aqui: SAIBA O QUE SIGNIFICA TER PROJETOHABILIDADES/SUPERDOTAÇÃO.ALTASDESENVOLVEATIVIDADESEATENDIMENTOCOMESTUDANTESEMOFICINASSEMANAIS.ABORDAGENSANTESDAINDICAÇÃO DE ALTAS HABILIDADES/SUPERDOTAÇÃO. Ana Caroline Arjonas RodriguesTormaSheilaFoto: acima da média 14 its Teens | edição especial // agosto 2022

Você tem um amigo curioso, criativo, que gosta de temas específicos, desempenha um papel de líder e parece estar sempre à frente das situações?

Na Escola Básica Municipal (EBM) Intendente Aricomedes da Silva, as professoras Sheila Torma Rodrigues e Roselise Romanini Menim contribuem com o processo de 36 estudantes, dos sete aos 14 anos. Com atividades que estimulam as oito inteligências (lógicomatemática, linguística, musical, naturalista, corporal-cinestésica, espacial, interpessoal e intrapessoal), de acordo com a teoria do psicólogo Howard Gardner, o objetivo é acompanhar a evolução de cada um. Para começar esse processo, o início é a triagem, feita com os educadores e os pais. Após identificar aqueles que podem ter altas habilidades/superdotação, o passo seguinte é o convite para participar da oficina, com encontros semanais. O foco é entender quais são os temas preferidos e os talentos que ainda precisam ser apurados.

De acordo com a Política Nacional de Educação Especial, na Perspectiva da Educação Inclusiva, lá de 2008, os estudantes com as altas habilidades/superdotação demonstram potencial elevado em qualquer uma das seguintes áreas, isoladas ou combinadas: intelectual, acadêmica, liderança, psicomotricidade e artes, além de apresentar grande criatividade, envolvimento na aprendizagem e realização de tarefas em áreas de Entretanto,interesse.éimportante saber que as características de cada um são diferentes, levando em consideração o incentivo e o ambiente em que estão inseridos.

Você já ouviu falar sobre altas habilidades/superdotação?

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“Quando conseguimos fazer que os três traços estejam desenvolvidos, é quando eles dão grandes contribuições, seja em nota alta ou em participação”, declara a especialista em altas habilidades Sheila Torma Rodrigues. Se as competências são distintas, as motivações também são. Prova disso é Laila Schwingel Rocha,11, primeira a participar do projeto e que é movida pelos desafios. “Gosto bastante das provas porque são métodos de estimular a minha mente”, conta a estudante, que tem interesse na programação e design. Entretanto, assim como qualquer pessoa, aqueles que têm altas habilidades/superdotação não precisam ser bons em tudo – e a cobrança excessiva pode influenciar negativamente no crescimento.

Conforme a teoria do psicólogo Joseph Renzulli, existem três características na superdotação: a capacidade acima da média, o envolvimento com a tarefa e a criatividade – e as professoras vão em busca de cada uma delas.

“Eles sabem que alguns vão ter desenvolvimento em determinadas áreas e que nem sempre vão ter prazer nas atividades. Isso é bom para eles entenderem os colegas na sala de aula”, destaca a professora.

O raciocínio lógico e a tecnologia são as áreas de interesse de muitos que estão no projeto – há até quem diga que quer ser youtuber. Para instigar a proximidade com a programação, os adolescentes serão inseridos no projeto “Meu AplicAtivo”, realizado pelo Comitê para Democratização da Informática de Santa Catarina (CPDI) e a Associação Catarinense de Tecnologia (ACATE). O objetivo é contribuir com o surgimento de novos talentos, instigando nos estudantes o desejo de criar o próprio app. Mais do que o resultado, o desafio é pensar e criar alternativas para resolver problemas futuros.

É fato que a observação é amiga do aprendizado, mas você já percebeu como a curiosidade e a atenção podem influenciar no desenvolvimento? Os participantes da oficina vivenciam esta relação na pele, com o projeto de pesquisa dos saguis.

Para Isabela Biazin dos Santos,12, que adora lógica, o desafio é estar em sociedade. “Por mais que uma das minhas dificuldades seja conviver, uma das minhas habilidades é conversar com as outras pessoas, especialmente com crianças”, comenta a estudante. Nas oficinas, eles também aprendem a utilizar o conhecimento ao seu favor. Entretanto, é essencial ter em mente que a identificação deve ser feita por meio de diversas abordagens, verificando aspectos que vão além dos testes.

Olhares voltados à tecnologia

Tudo começou com as visitas dos animais na árvore da unidade e a presença nas janelas da escola. Não demorou muito para que as dúvidas surgissem, questionando se era certo ou errado alimentar os bichos. Mais do que responder a pergunta, o envolvimento com o assunto está guiando o trabalho para outros rumos, questionando como os animais silvestres podem impactar na saúde do serCompreenderhumano. a base da alimentação, as condições de vida na urbanização e os cuidados com os saguis são os tópicos que devem ser debatidos com toda a escola, a partir da apresentação que está sendo planejada pelo time.

ArjonasCarolineAnaFoto:

Observação e pesquisa

A Prefeitura Municipal de Florianópolis, por meio da Secretaria Municipal de Educação (SME), vem ampliando, desde 2017, as vagas de professores que atendem estudantes com deficiência, autismo e superdotação/altas habilidades com o objetivo de atender a grande demanda.

Segundo os relatórios realizados pela SME, o número de crianças, adolescentes e adultos na rede passou de 655 para 1930, com um acréscimo de 278 professores auxiliares de educação especial.

Também foram criadas 33 novas salas multimeios e contratados mais 50 professores de Atendimento Educacional Especializado (AEE). Ao todo, o município conta com 116 profissionais com o intuito de complementar e apoiar o ensino em sala de aula e a oferta do Atendimento Educacional Especializado. Para atender os estudantes surdos, foram efetivados oito professores de Libras e 12 professores auxiliares intérpretes educacionais. Ao todo, a educação da Capital conta com 46 profissionais para o ensino de Língua Brasileira de Sinais (Libras).

A Prefeitura Municipal de Florianópolis, além de ampliar o número de profissionais, também investiu na Formação Continuada a fim de avançar a educação a todos que estão inseridos na Rede Municipal de Educação. Desde 2017, já foram mais de 1500 horas de formação em grupos de professores da Educação Infantil, professores de áreas em unidades educativas e seminários com temas relacionados à educação inclusiva. Muitas formações estão disponíveis para a rede e toda a população, pois se encontram no portal educacional PMF/Inclusão Já.

EDUCAÇÃO ESPECIAL: AMPLIAÇÃO NO NÚMERO DE PROFISSIONAIS

DA NOTÍCIASEDUCAÇÃOFORMAÇÃOEMSERVIÇOnotícias da educação 16 its Teens | edição especial // agosto 2022

A prefeitura investiu 4,8 milhões de reais em três modelos de equipamentos. Foram adquiridos 100 balanços para cadeiras de rodas, 110 gangorras acessíveis e 71 gira-giras acessíveis.

PREFEITURA DE FLORIANÓPOLIS

INSTALA EDUCATIVASACESSÍVEISBRINQUEDOSNASUNIDADESMUNICIPAISCURSOGRATUITODELIBRASPARAAPOPULAÇÃO

A matriz curricular do curso inclui a história de educação dos surdos, alfabeto, saudações, números, pronomes pessoais, possessivos e interrogativos em Libras. Também terão, entre outros conteúdos, aulas de como dizer nomes de animais, frutas, familiares (grau de parentesco), profissões e transportes.

A maioria dos brinquedos apresenta duas opções, como é o caso dos balanços que possuem um lado com espaço para cadeira de rodas e outro para uma cadeira comum.

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A Secretaria Municipal de Educação de Florianópolis (SME) instalou parques acessíveis em creches e escolas. Os kits de brinquedos permitem a interação entre crianças com e sem deficiência.

A Prefeitura Municipal de Florianópolis, por intermédio da Secretaria Municipal de Educação (SME), ofertou um curso gratuito de Língua Brasileira de Sinais (Libras) com 60 vagas para a população.

Florianópolis/DivulgaçãodeMunicipalPrefeituraFotos:

Tempo de leitura: 7 minutos O que você vai encontrar por aqui: CRIAÇÃO DE FILMES COM A TÉCNICA STOP MOTION. INCLUSÃO NA PRÁTICA. PRODUÇÕES DO NÚCLEO DE CINEMA. Ana Caroline Arjonas cinema 18 its Teens | edição especial // agosto 2022

O projeto existe desde 2012, idealizado pelo professor de geografia Luiz de Vasconcelos Sobrinho. Atualmente, diversos educadores participam da proposta, acompanhando as etapas. O último projeto nasceu a partir do livro “O Almoço”. A tarefa era criar um storyboard com as cenas, expondo a forma como cada um compreendeu a história.

Soltar a imaginação, expor ideias e colocar os pensamentos no papel pode ser um desafio, afinal, além das habilidades com o desenho, é preciso navegar em um novo mundo – às vezes, no desconhecido. A tarefa também é delicada para quem convive com o autismo, mas os ganhos podem exceder os aplausos durante os créditos.

Isso porque a socialização, a atenção e o respeito às opiniões são essenciais – sem isso é quase impossível tirar as propostas do papel. A alternativa também contribui com o desenvolvimento, seja no pensamento ou nos passos que devem ser seguidos para transformar as imagens em um filme, objetivo do Núcleo de Cinema da Escola Básica Municipal (EBM) Maria Tomázia Coelho. Por lá, os estudantes autistas são os donos do processo, desde a criação do roteiro até a animação em stop motion, dando vida aos personagens – provando que a folha, o lápis e a imagem são suficientes para colocar a mão na massa.

As etapas no processo decriação e edição são aliadasdo foco; o espaço também éuma oportunidade para exporideias e pensamentos

Os ganhos vão além da aprovação do público, contribuindo com o aprimoramento de qualidades que podem ser usadas no futuro. “A principal habilidade é o foco, o estar aqui. Como eles são ativos e o pensamento voa, precisamos trazer para o momento presente, e isso vai trazer benefícios para a vida deles”, declara a professora da sala multimeios Giani Jusara Winchler.

Todos os enredos surgem a partir dos gostos e visões dos estudantes, que deixam o imaginário fluir. “Eles são criativos. O mais difícil é controlar a criatividade e fazer com que as pessoas realmente entendam a mensagem deles, que consigam mostrar o que estão pensando”, comenta o professor, que gosta de mencionar que os estudantes não precisam de uma grande estrutura para criar um filme – basta a ideia e um celular.

A etapa seguinte foi a avaliação das criações e o projeto coletivo, com recortes da produção de todos. “Dividimos as funções e fizemos a técnica do stop motion seguindo o roteiro, registrando as fotos e ajustando”, conta o professor de história e participante do núcleo Eloísio Lopes Felipe. Os arquivos estão no programa de edição e a última etapa é a finalização com a trilha sonora.

O núcleo já conta com diversas produções, todas disponíveis no YouTube. Um dos sucessos é “A Jornada”, que conta a história de um homem solitário no planeta, apenas com a companhia dos cogumelos. Até que um dia ele entra em um portal dimensional e descobre outro mundo, na companhia de amigos.

“Quando você está fazendo o projeto, que se dedica, quando fica pronto, na prática, você fica feliz, você fica orgulhoso”, conta o jovem, que enxerga no cinema a chance de criar infinitas possibilidades e acredita que a criatividade pode ser usada como um instrumento de ensino, tanto que a paixão por criar resultou no desejo de seguir uma carreira no futuro: de design de games. Por outro lado, há quem fique encantado com as etapas que antecedem o lançamento.

QUER CONFERIR A HISTÓRIA COMPLETA E TODAS AS PRODUÇÕES? ESCANEIE O QR CODE E APROVEITE! UM DOS FILMES EM FASE DE DESENVOLVIMENTO TEM COMO TEMA A INCLUSÃO. O NOME AINDA NÃO ESTÁ DEFINIDO, MAS A HISTÓRIA JÁ ESTÁ NA CABEÇA DE ARTHUR PAGNO CARVALHO.

O FOCO É A TRAJETÓRIA DE UM CÃO CEGO QUE É ABANDONADO PELO DONO E VIVE MUITAS AVENTURAS, INCLUINDO A AMIZADE COM UM BOI E A CONVERSA COM ANGRA, A DEUSA DO FOGO.OSENCONTROS SÃO UMA OPORTUNIDADE PARA PROMOVER O CONVÍVIO COM OS COLEGAS, PENSANDO EM TEMAS QUE PODEM SER DE INTERESSE GERAL. “O MEU MOMENTO PREFERIDO É QUANDO ESTAMOS TRABALHANDO NO PROCESSO DE CRIAÇÃO”, declara Jean Gabriel Dalpra Ramos,12. WinchlerJussaraGianiFoto: ArjonasCarolineAnaFoto: ndmais.com.br/revista-its-teens // its Teens 19

Como a elaboração é um processo singular, os momentos preferidos podem variar de estudante para estudante. Arthur Pagno Carvalho,14, por exemplo, gosta da execução.

LÍNGUALÍNGUA capa 20 its Teens | edição especial // agosto 2022

por quedesdeaprendercedo?

CamposMarcosFoto: Tempo de leitura: 8 minutos O que você vai encontrar por aqui: CRIANÇAS APRENDEM A LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS (LIBRAS) POR MEIO DE ATIVIDADES E BRINCADEIRAS. COMUNICAÇÃO COM A AJUDA DAS EXPRESSÕES CORPORAIS E CONTATO VISUAL. APROVAÇÃO DA LEI QUE INSTITUI A LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS (LIBRAS). Ana Caroline Arjonas DE SINAIS (LIBRAS):SINAIS (LIBRAS):

BRASILEIRA DEBRASILEIRA

Seja para dividir momentos ou emoções, a comunicação é fundamental. Mas você sabe que existem diversas formas de conversar e compartilhar informações com o próximo?

ndmais.com.br/revista-its-teens // its Teens 21

As crianças do NEIM do Futuro Doralice Maria Dias têm o primeiro contato desde cedo, compreendendo como as expressões e a linguagem corporal também demonstram sensações e desejos.

A abordagem em Libras mediada pelo professor é destinada para os pequenos entre os três e os seis anos, mas a troca de conhecimento também é repassada para os mais novos — seja no momento do lanche ou nas brincadeiras que ocorrem no parquinho, estimulando desde cedo uma comunicação além dos sons.

Existem algumas práticas que são comuns para todos os seres humanos, independente das características ou individualidades. O diálogo é um deles, já que até os mais introvertidos gostam de expressar pensamentos e ideias em determinado momento. No entanto, por mais que a conversa com os colegas e os familiares seja algo natural, a fala não é o único caminho para estar próximo do outro.

A Língua Brasileira de Sinais(Libras) foi criada para transmitir mensagens e informações, sejam concretas ou abstratas.

“Depois de adulto, a pessoa fica com vergonha, fica retraída, tem medo de se expor e de fazer troca, mas isso para a criança é natural, é uma forma de brincadeira”, explica a professora e intérprete Keli dos Santos.

CamposMarcosFotos: capa 22 its Teens | edição especial // agosto 2022

O diferencial está no vínculo que será criado com a nova língua, sensação que pode ser diferente nas demais fases da vida.

Em um segundo momento, o desafio foi imitar as sombras que estavam impressas no material, criando conexão entre a visão e os movimentos do corpo — ação que vai além da memorização dos gestos. “Mesmo sozinho, eu percebo que eles estão se comunicando, estão fazendo os sinais das cores, estão fazendo oi, pedindo desculpa”, declara Rui.

O foco é pensar em atividades capazes de instigar as questões visuais e as diversas formas de dialogar. O estímulo, além de ser uma tarefa capaz de contribuir com o desenvolvimento, ainda vai ao encontro de outras capacidades, já que o olfato, o paladar e a audição, por exemplo, são incentivados desde cedo — alguns quando ainda estamos em formação, durante a gestação. “A visão, se você não estiver olhando, você não está absorvendo, não está aprendendo”, comenta a educadora. Todas as vivências são pensadas em parceria com o professor de Libras Rui Zuzza. Uma das tarefas que despertaram a curiosidade da turma foi a atividade com as sombras. Isso porque o grupo precisava descobrir as imagens que estavam sendo recriadas por trás de um painel de pano. A intérprete narrava a experiência e depois demonstrava para o grupo o que estava sendo feito.

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E a Libras já é uma das atividades preferidas na unidade, pelo menos para Anthony Lorenzo Gonçalves Vaz, 4. “ A aula é bem importante e eu gosto de aprender várias coisas”, declara o pequeno, que demonstra interesse pela tecnologia e pelo desenho. O conhecimento adquirido por meio das brincadeiras extrapola os muros da escola, chegando ao convívio familiar. “Algumas crianças têm um tio surdo, um primo, alguém na família e estão tentando aprender, mas agora eles não têm mais medo”, complementa Rui.

E o contato desde cedo é essencial para eliminar qualquer tipo de preconceito, demonstrando que a convivência com um surdo é algo natural. Por mais que a intérprete esteja presente, o intuito é que eles fiquem à vontade para fazer os sinais. “Dentro da sala eles precisam sentar e olhar para mim. Ouvir a intérprete, mas prestar atenção em mim, eu sou a referência, o professor surdo, então eles precisam conversar com a mãozinha”, conta o educador.

Experiência própria Não existe surdo-mudo

A descoberta da surdez é um processo único e que pode ser vivenciado de diversas formas, mudando de acordo com a aceitação da família e as necessidades individuais. A comunicação é sempre um desafio, e com o professor Rui Zuzza não foi diferente. Depois de uma gestação tranquila e sem complicações, a avó, que era enfermeira, foi a primeira a perceber que o bebê não correspondia aos sons — como as batidas. A busca por atendimento começou logo cedo, aos dois anos de idade. Foram diversas visitas aos médicos e alguns acreditavam que o problema podia ser emocional. Até que, aos três anos, veio o diagnóstico de surdez e o tratamento com o fonoaudiólogo foi iniciado. O desejo pela oralidade também partiu da mãe, Silvia Zuza, com o objetivo de incluir o filho na sociedade. A Libras passou a fazer parte da rotina aos nove anos e, hoje, Rui é professor, modelo e ator — uma das atuações foi na série Crisálida, produção da Netflix. A dupla já abriu a primeira agência de modelos surdos do Brasil, além de algumas associações em Santa Catarina e outros Estados.

capa 24 its Teens | edição especial // agosto 2022

Por mais que o assunto ainda seja novidade para muitos, existem alguns termos que devem ser excluídos do vocabulário, incluindo o surdo-mudo. O erro está em pensar que todo surdo é mudo, quando a emissão de sons vai depender do desenvolvimento de cada um. É fato que a fala tem como estímulo a audição, mas alguns surdos podem pronunciar palavras e usar outras formas de comunicação para dialogar. É importante compreender que existem diversos tipos de surdos e que tudo depende da identificação de cada um e não da porcentagem de perda auditiva, como muitos pensam.

CamposMarcosFoto: ndmais.com.br/revista-its-teens // its Teens 25

SUA ESCOLAVocêacredita que a sua é assim?

Durante muito tempo, o ambienteescolar separava os estudantes com esem deficiência na sala de aula, dividindo o processo de aprendizagem. Felizmente, hojea realidade é outra e a educação inclusiva reforça isso.O intuito dessas escolas é incluir esses estudantes à sociedade, gerar igualdade de oportunidades e providenciar uma educaçãocom qualidade para todas as crianças, enquanto oferecem o suporte necessário para cada indivíduo. o teste e some o

INCLUSIVA?resultado!É diversão 26 its Teens | edição especial // agosto 2022

Letícia Martendal Faça

De 17 a

SUA ESCOLA POSSUI ESPAÇOS ACESSÍVEIS?

1.Eles nunca participam. 2.Só participam de atividades que conseguem acompanhar. 3.São pensadas maneiras para que eles consigam acompanhar ou desenvolvidas atividades específicas para esses estudantes.

Sua escola já está no caminho e tem algumas características que apoiam a inclusão, mas ainda há algumas coisas a serem feitas! Parabéns! Sua escola possui diversas ações que promovem a inclusãono ambiente escolar e sempre pensa em maneiras que possam atendermelhor todos os estudantes no espaço educativo. Continue assim! 10 16: Ainda há muito a percorrer… 23: Na metade do caminho… 27: Escola inclusiva!

1.Não, não entendemos muito sobre o assunto. 2.Poucos, sabemos só o básico. 3.Sim, esses temas são recorrentes na escola.

VOCÊ INCLUI SEUS COLEGAS COM DEFICIÊNCIA DURANTE OS MOMENTOS DE LAZER?

De

De 24 a

os trabalhos sozinhos. 2.Em alguns trabalhos eles são incluídos. 3.Sim, sempre estão incluídos nos trabalhos em grupo. Converse com seus professores e responsáveis pela escola e leve ideias para pensarem juntos em maneiras de melhorar para conseguir atender mais pessoas com deficiência.

1.Não, eles trazem de casa. 2.Apenas quando o estudante solicita na diretoria. 3.Sim, sempre tem quando os estudantes precisam.

1.Fico apenas com meus colegas mais próximos. 2.Estamos tentando incluir mais. 3.Estamos sempre pensando em maneiras de incluí-los.

1.GeralmenteINCLUÍDOS?elesfazem

1. 2. 3. Resultados: ndmais.com.br/revista-its-teens // its Teens 27

1.Ainda não foram feitas às acessibilidades. 2.Só rampas de acesso. 3.Possui rampas de acesso, barras de apoio e guias de chão. HÁ DISPONÍVEIS MATERIAIS ADAPTADOS, COMO EM BRAILLE OU EM ÁUDIO? 1.Nunca observei essa adequação. 2.Alguns, mas não atendem todas as pessoas com deficiência. 3.Possui materiais diversificados e atuais.

a

SÃO DEBATIDOS TEMAS SOBRE ACESSIBILIDADE EM SALA DE AULA OU EM PALESTRAS?

COMO É A PARTICIPAÇÃO DE ESTUDANTES COM DEFICIÊNCIA NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA?

NOS TRABALHOS EM GRUPO ESSES ESTUDANTES SÃO

HÁ PROFISSIONAIS QUE SABEM INTERPRETAR LIBRAS?

1.Não, tentamos nos comunicar apenas com outros sinais. 2.Não temos estudantes surdos na escola. 3.Sim, a maioria dos profissionais foram formados para isso.

EXISTEM UTENSÍLIOS ADAPTADOS PARA ESSES ESTUDANTES, COMO TALHERES?

EXISTEM PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO ESPECIAL NA SUA ESCOLA? 1.Não, somente o professor. 2.Não, mas há auxiliares que tentam ajudar. 3.Sim, há profissionais que estão prontos para atender esses estudantes.

“Tudo bem ser diferente” Todd Parr - Panda Books, 32 páginas 4. Com cores vivas e desenhos com traços simples, o livro ilustra as diferenças de maneira divertida, simples e completa. Assuntos muitas vezes espinhosos para os adultos – como adoção, deficiências, preconceito e separação – são explicados de forma didática para os pequenos. O autor é Todd Parr, cujas obras já foram publicadas nos Estados Unidos, França, Espanha, Japão e Israel e inspiraram um desenho na Discovery Kids. Gustavo Bruning Empatia, conhecimento e diálogo são a chave de tudo. O aprendizado sobre educação especial pode ser ainda mais completo quando os livros, filmes e séries nos entregam conteúdos e histórias de qualidade. Desde explicações básicas a estudos que problematizam essas questões e promovem debates, há sempre como aprender ainda mais. Confira algumas obras indicadas tanto para estudantes quanto para professores! especial agosto

2022

“Humor azul: o lado engraçado do autismo”

“O que me faz pular”

“Estudos da deficiência: anticapacitismo e emancipação social”

“Educação inclusiva: entendimento, proposições e práticas”

Em seguida, apresenta as principais características do autismo e aponta como, nesse sentido,todos os autistas têm algo parecido entre si.Repleto de humor, detalha com irreverência as maneiras pelas quais as pessoas com autismo podem enxergar o mundo. As aventuras do Zé Azul e seus amigos funcionam como um guia,mostrando como respeitar as peculiaridades e barrar o preconceito.

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entenderPara entender Livros,abraçarabraçarefilmesesériessãoboasopçõesparaaprendersobrepessoascomdeficiênciaeeducaçãoespecial

Escrito por um adolescente autista de 13 anos, o livro é uma janela para entender a mente autista. A obra traz explicações sobre o comportamento das pessoas com essa condição e perspectivas de um autor que aprendeu a se expressar apontando letras em uma cartela de papelão. Destaque para os pontos de vista do jovem sobre essa complexa experiência, do seuhumor e empatia à imaginação, que passam longe de ser insensíveis e indiferentes.

Rosângela Machado e Maria Teresa Eglér Mantoan (organizadoras) - Edifurb, 223 páginas 3. Essa coletânea sobre o direito à educação escolar e à diferença é direcionada a educadores e traz estudos de diversas áreas e práticas profissionais. A ideia é promover debates sobre a complexidade da diferença humana e as maneiras de reorganizar as práticas pedagógicas para acolher todos que buscam aprender.

Naoki Higashida - Editora Intrínseca, 132 páginas 2.

Marivete Gesser, Geisa Letícia Kempfer Böck e Paula Helena Lopes (organizadoras) - Editora CRV, 248 páginas 5. Essa coletânea sobre o direito à educação escolar e à diferença é direcionada a educadores e traz estudos de diversas áreas e práticas profissionais. A ideia é promover debates sobre a complexidade da diferença humana e as maneiras de reorganizar as práticas pedagógicas para acolher todos que buscam aprender.

cultura pop 28 its Teens | edição

Rodrigo Tramonte - Editora do autor, 97 páginas 1. Escrito e desenhado por um cartunista com autismo, nascido em Florianópolis, o livro explica logo de cara que “ninguém tem manual de instruções e cada um funciona do seu próprio jeito”.

Esse drama vencedor do Oscar de melhor filme mostra como é a vida de uma jovem que é a únicaouvinte da família e trabalha com os demais em um negócio de pesca.

A série de quatro temporadas é a jornada de independência de um adolescente com traços de autismo que resolve namorar e leva a família para uma aventura de autodescoberta.

Essa série brasileira de quatro episódios traz histórias de pessoas que convivem com a surdez e suas complexas rotinas. Classificação indicativa:Classificação14+ indicativa: 14+ Classificação indicativa: 14+ Classificação indicativa: 14+ Classificação indicativa: 12+ Classificação indicativa: 10+Classificação indicativa:Classificação10+ indicativa: 10+ Classificação indicativa: 14+ Classificação indicativa: 12+ Classificação indicativa: livre Um menino nascido com deformação no rosto passa a frequentar a escola e mostra a importância de cultivar a imaginação. O documentário em curta-metragemretrata um jovem lutador que nasceu sem pernas e cresceu em lares adotivos. O desenho japonês mostra a redenção de um garotoque praticava bullying com uma colega surda. A história do astrofísico Stephen Hawking,de seus grandes feitos científicos ao romancede sua vida, passando pela descoberta de uma doença motora degenerativa.

Nesse drama feito na Turquia, umhomem com deficiência intelectual é separado da filha após ser acusado de um crime que não cometeu.

Um treinador se aproxima de um estudantecom deficiência intelectual e esse contato desenvolve a autoconfiança do jovem e seurelacionamento em sociedade. “Crisálida” (2019) “Atypical” (2017)

“Extraordinário” (2017) “Intocáveis” (2011) “Zion” (2018) “No Ritmo do Coração” (2021)

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Após sofrer um acidente, um rico aristocrata fica tetraplégico e contrata um jovem inexperiente paraser seu assistente, descobrindo aí uma bela amizade.

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“A Voz do Silêncio - Koe No Katachi”(2016) “Milagre na Cela 7” (2019) “A Teoria de Tudo” (2014) “O Escafandro e a Borboleta” (2007) “Meu nome é Rádio” (2003) sobre representação para você assistir filmes/séries

Seja em dramas de ficção, desenhos japoneses ou documentários, o protagonismo de pessoas com deficiência também dá as caras em filmes e séries. Confira 11 sugestões para você adicionar à sua watchlist.

O editor-chefe de uma revista sofre um derrame que o deixa totalmente paralisado, com exceção do olho esquerdo – mas isso não o impede de escrever a sua história.

Você sabia que o Brasil está entre os países com as leis mais avançadas sobre inclusão de pessoas com deficiências (PCDs)? A lei de cotas para PCDs, por exemplo, completa 30 anos em 2023. Mas a execução delas está defasada e mudar o mundo para que todas as pessoas tenham autonomia de executar tarefas simples e complexas é o grande desafio. Como conta o psicólogo e jornalista Vinicius Schmidt, consultor de inclusão e criador da página “Sobre PCD”, a partir de 1970 surge o modelo Social de Deficiência, em contraponto ao modelo médico em que a premissa é: em vez de tentar mudar o corpo da pessoa com deficiência (modelo médico), criar alternativas no ambiente para essas pessoas. E, para os ambientes estarem mais acessíveis, as pessoas sem deficiência também devem ser mais acessíveis.

Lucas Inácio

wi-fi 30 its Teens | edição especial // agosto 2022

Inclusão digital: VEJA QUAIS SÃO OS APLICATIVOS QUE PODEM MELHORAR A SUA COMUNICAÇÃO

Hand Talk PictoTEA

Um modo prático e direto de conectar pessoas para se auxiliarem no dia a dia.

Expressia Mais um aplicativo de comunicação cognitiva é o Expressia, criação brasileira que tem diversas opções de personalização. Tem a versão gratuita – que já permite várias possibilidades aos usuários – e as versões pagas, voltadas aos profissionais que forem utilizar a ferramenta. O método do aplicativo é semelhante ao do PictoTEA, mas permite mais possibilidades com a personalização dos conteúdos.

O primeiro é o Librivox, que é totalmente gratuito por ser todo com obras de domínio público. Apesar de ter o foco em obras americanas, tem também diversos livros históricos de autores da língua portuguesa, como Euclides da Cunha e Eça de Queiroz. Outras opções que conversam mais com obras atuais são aplicativos pagos, mas que disponibilizam alguns audiolivros de graça. São os casos do Ubook e do Tocalivros São centenas de milhares de títulos em cada um desses aplicativos na sua versão paga. Ainda assim, alguns livros são gratuitos.

ndmais.com.br/revista-its-teens // its Teens 31

Mais uma dica tripla para as pessoas com deficiência visual, mas desta vez para ler o mundo. Dois deles são o Envision AI (para Android) e o Seeing AI (para iPhone), aplicativos que utilizam a câmera para identificar imagens e traduzi-las em falas. Os aplicativos leem objetos, textos curtos à mão, notas de dinheiro, embalagens pelo código de barras, descrevem pessoas, entre outras coisas. Outro aplicativo que utiliza colaboradores voluntários é o Be My Eyes (em tradução literal “seja meus olhos”), que é justamente o que o nome diz: a pessoa aciona o aplicativo e entra em contato com algum voluntário disponível por meio de videochamada. Ao apontar a câmera do celular para o que quer identificar, o voluntário descreve o objeto e ajuda a pessoa com deficiência a executar a tarefa.

Audiolivros para todos

A opção mais conhecida para auxiliar na Língua Brasileira de Sinais (Libras) é o aplicativo chamado Hand Talk. Há mais de dez anos no mercado, esse aplicativo utiliza dois avatares, o Hugo e a Maya, para auxiliar pessoas e empresas a se comunicarem via Libras. Diversas empresas de renome no mercado usam o serviço em seus sites e aplicativos. O usuário tem a opção de se comunicar por texto, fala ou escolha de palavras-chave no dicionário do aplicativo para que um dos intérpretes faça a tradução.

Aqui vamos indicar três aplicativos com audiolivros. Esses não foram criados para pessoas com deficiência visual, mas são uma ferramenta importante de inclusão para quem quer conhecer grandes obras da literatura.

Lendo o mundo pelos aplicativos

Outro aplicativo que trabalha com a comunicação é o PictoTEA, porém, como o próprio nome sugere, é voltado para pessoas com autismo por meio de desenhos (o prefixo picto). Com diversas imagens do dia a dia e em cinco níveis diferentes, a pessoa pode se comunicar indicando as figuras. No nível 1, por exemplo, figuras simples relacionados às necessidades básicas, como água, comida, banheiro etc. Conforme o nível avança, as possibilidades ficam mais complexas. Como no nível 3, em que começam a entrar as emoções mais simples, e no nível 5, no qual frases completas são formadas para auxiliar na comunicação e aprendizado da comunicação pelo estudante.

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As atividades preferidas de muitas pessoas são aquelas que estimulam a visão e a curiosidade. O quebra-cabeça e o jogo da memória, por exemplo, são algumas alternativas. Brincar com bonecos ou esportes tradicionais, como futebol e vôlei, também podem estar na lista. Outras pessoas, o foco é estimular a audição e a participação. Imitar sons, contar histórias e descobrir novas texturas e formatos são algumas das opções. Se os movimentos são uma dificuldade, por que não aproveitar os outros aspectos para promover a diversão? Brincadeiras com sombras, a caixa dos sentidos e o vôlei sentado, por exemplo, são algumas das aventuras que devem ser testadas.

COMO PODEMOS TORNAR A ESCOLA UM ESPAÇO INCLUSIVO?

// agosto 2022

Qual será a brincadeirapreferidada turma?

Sabe quando um colega acaba de ser apresentado? Quando alguém novo chega na escola? Estar em um local diferente é algo indescritível, um verdadeiro misto de sentimentos. A mesma sensação é experimentada pelos estudantes com deficiência, que encontram algumas barreiras quando o assunto é a inclusão na escola. No passado, a tese defendida era de que esses estudantes tinham que receber uma educação diferenciada, separada das demais crianças e em espaços especiais. Entretanto, o cenário foi alterado nas últimas décadas, inserindo todos no ensino regular. É fato que cada um demanda um acompanhamento diferenciado, levando em consideração as suas necessidades.

A busca pela informação, a comunicação e o respeito são essenciais para entender o outro, pensando em brincadeiras para toda a turma Ana Caroline Arjonas bloco de notas its Teens edição especial

HORA DA BRINCADEIRA!

O primeiro passo é conhecer o outro. Aproveite os momentos para se comunicar e conheça os gostos e preferências do seu amigo. O que ele mais gosta de fazer, quais são as atividades que realiza em casa e quais são os assuntos preferidos. Não tenha medo de conversar e de conhecer as pessoas!

Não defina as pessoas pela deficiência ou autismo, cada sujeito com sua diferença humana. VAMOS BRINCAR?

MAS O QUE VOCÊ PODE FAZER PARA CONTRIBUIR COM OS COLEGAS? COMO PENSAR EM UM AMBIENTE COM ATIVIDADES QUE PODEM SER REALIZADAS POR TODOS? CONFIRA ALGUMAS DICAS: ndmais.com.br/revista-its-teens

Se você não sabe algo sobre determinado assunto ou se está com dúvidas, busque informação. Pesquise na internet, em sites confiáveis, converse com a sua família e com os professores. Compreender as situações é o caminho para evitar o preconceito.

RESPEITE AS DIFERENÇAS Você já percebeu como todos são diferentes? Basta olhar ao redorpara entender que cada ser humano é único, com individualidades ecaracterísticas que não devem ser comparadas.Independentemente da dificuldade do outro, é essencial manter orespeito, entendendo que não somos iguais — e que jamais seremos! 33

VOCÊ SABE QUEM É O SEU COLEGA? BUSQUE INFORMAÇÃO

Todos têm uma brincadeira preferida, não é mesmo? No momentode decidir qual será a diversão do dia, leve em consideração o que acriança gosta de fazer e como o grupo pode pensar em atividadesque serão acessíveis. Antes de sugerir um jogo ou campeonato, porexemplo, pense se é a melhor escolha.Tenha em mente que existem diversas deficiências - seja física,intelectual, sensorial ou motora - e o exercício deve ser pensado deforma que todos façam parte da disputa. O importante é nãodeixar ninguém de fora.

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NÃO CRIE RÓTULOS!

// its Teens 33

Não tenha medo de expor o que você pensa ou de questionar — sempre com respeito, é claro. O conhecimento é a melhor forma de acabar com as barreiras quepodem separá-lo das pessoas com deficiência.

Traduzidaconstrangedoras.dotermoinglês“Ableism”, o significado está relacionado com o preconceito que os indivíduos demonstram por aqueles que possuem algum tipo de deficiência - seja física, intelectual, sensorial ou motora. Isso não quer dizer que a discriminação precisa acontecer de forma explicita. Em muitos casos, a intolerância surge por meio de brincadeiras ou até mesmo piadas, considerando outra pessoa pelas limitações.

Por mais que o capacitismo seja uma expressão relativamente nova, que passou a fazer parte do vocabulário nos últimos anos, as consequências são “velhas amigas” daqueles que precisam lidar com o preconceito e as situações

Seja em uma conversa ou durante as brincadeiras, existem termos e atitudes preconceituosas que precisam ser eliminadas de uma vez por todas

O julgamento parte da ideia de que a pessoa com deficiência é menos capaz do que os demais apenas pelas características e individualidades. Assim como o machismo e o racismo, é essencial que o assunto faça parte das conversas na escola, em casa, com os amigos e familiares. Para não errar mais e ser capaz de incluir todos no seu convívio, confira cinco dicas para ficar longe do capacitismo. para combater o capacitismo

Ana Caroline Arjonas

inclusão 34 its Teens | edição especial // agosto 2022

A observação e a empatia são qualidades que precisam ser desenvolvidas por meio das perguntas e da busca pelo conhecimento.

3.Adeus, preconceito! Infelizmente, ainda existem aqueles que rejeitam as diferenças, dando vez para o preconceito.

1.Busque informação

4.Abrace a inclusão

Veja quais contas nas redes sociais podem ajudar você a aprender mais sobre o tema na prática:

@_marianarosa_01, @instituto.caue, @lediudesc, @nedufsc, @alternativainclusiva, @heyautista, @umamaepretaautistafalando e @carolsouza_autistando.

Exclua do vocabulárioseu “Dar uma de João sem braço” “Mais perdido que cego em tiroteio” “Isso está meio capenga/coxo/manco” “Desculpa de aleijado é muleta” “Dei uma mancada” “Está

5. Apoie a representatividade

Expressõessurdo/cego?”editadossão

Entretanto, é preciso lembrar que a atitude, além de ser errada, pode ser enquadrada como crime em algumas situações, de acordo com a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência, sancionada em 2015.

Estimule atividades e interações com as pessoas da sua sala ou escola, convide outros colegas para as atividades e aproveite as interações para incluir!

2.Repense no vocabulário A busca pela informação sempre foi e sempre será a melhor forma de combater qualquer preconceito. Se você não sabe o significado de algo ou entende que determinada frase é discriminatória, questione. Não tenha vergonha de perguntar, de pesquisar e de conversar com professores e colegas sobre o assunto.

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Com tantos termos e expressões, não faltam substitutos para aquelas palavras que não devem fazer parte do vocabulário. O fato é que existem diversas locuções preconceituosas que ouvimos e acabamos replicando. Então, nada melhor do que pensar nas falas e no que deve ser dito.

Com o objetivo de garantir a liberdade e igualdade, a norma também vale para ataques e situações no ambiente online, incluindo as redes sociais.

Promover a inclusão é uma tarefa diária e que deve ser feita a partir de simples mudanças, como as que mencionamos aqui. Ao pensar no outro e em como as suas atitudes causam impactos, fica mais fácil compreender que somos singulares e que o respeito deve existir em todas as situações.

comuns e podem ser utilizados em diversos momentos, tanto para expressar alegria como para demonstrar o descontentamento. Entretanto, é fato que muitas sentenças são preconceituosas e devemos bani-las. Veja alguns exemplos: Ser representado por algo ou alguém é uma sensação ótima, não é mesmo? Encontrar uma figura com o mesmo pensamento ou que é capaz de expressar aquilo que sentimos é o caminho para externalizar emoções. Incentivar aqueles que representam outras pessoas e acompanhar as ações destes personagens também é uma forma de estar informado.

Conhece outras expressões? Anote e não esqueça de adotarum vocabulário inclusivo!

Oferece atendimento às pessoas com deficiencia visual que frenquentam as unidades educativas da Secretaria de Educação | Gêrencia de Educação Especial. Railane Ester Silva Vieira Produção de matérias acessíveis Assessora pedagógica Juliana, no Núcleo de Educação Infantil Municipal (Neim) Morro da Queimada Assessora pedagógica Juliana e crianças CENTRO DE PEDAGÓGICOAPOIO galerias 36 its Teens | edição especial // agosto 2022

Crianças do Neim Morro da Queimada, na oficina tátil Beatriz Vitória de Cassio Cardoso Isabella Silveira com recurso didático ampliado Professora Cimone na oficina de brailleEscola Básica Municipal (EBM) Tapera Assessora pedagógica do CAP Daiane, Andrio e Thomas ndmais.com.br/revista-its-teens // its Teens 37

Leon, Kauã, Gabriel, professora Paula, Larissa, Anderson e voluntário Aguinaldo

38 its Teens | edição especial // agosto 2022

A unidade oportuniza aos estudantes diversas atividades no contraturno escolar, por meio do projeto de turno integral. Todos têm a possibilidade de participar dos encontros diariamente. Entre as oficinas desenvolvidas, os estudantes demonstram mais interesse pelas atividades práticas, como a culinária e a robótica. Além do apoio pedagógico, fazem parte do projeto a oficina de informática e saídas de estudos. MACHADOOSVALDOFUTURO

ESCOLA DO

Adriano, Anderson e professora Graziela Hellen e Monica Anderson, Adriano, Kauã, Vitor e Hugo galerias

Anderson, Larissa e Nailson Adriano, Gabriel e Ryann Hugo, Ryann, Gabriel, Larissa, Guilherme, Alisson, Ismael, Leon e Anderson Adriano, Gabriel e Ryann Hugo, Larissa, Guilherme, professora Claudete, professora Lígia, Ryann, Gabriel e Anderson ndmais.com.br/revista-its-teens // its Teens 39

ABRAÃONEIM

Miguel Campos Lopes, 3, matriculado no NEIM Abraão, recebe atendimento pelo professor de educação especial Gustavo Capeleti Siqueira, que oferece momentos de interação para descoberta de outras possibilidades que contribuem para o seu desenvolvimento. A educação especial surge como apoio contínuo para a criança e o grupo de profissionais, que juntos tornam a inclusão efetiva.

40 its Teens | edição especial // agosto 2022

Miguel Campos Lopes e Antonella Aular Miguel e Cecília Miguel Miguel, Benjamin, Ravi, Cecília e professora Rosana Aniela galerias

Apresentação do Boi de Mamão Miguel e Thomas Interação das criançascom os animais ndmais.com.br/revista-its-teens // its Teens 41

lago. Olhos

AoDeQueMovimentobrotodevidaaofundoremexe.Olhosd’águaBrotodelágrimasVeiaspulsantesCheiasdehistória.Olhosd’águaÁguasqueandamHistóriacontínualágrimaemlágrimaVidaquesegue.Olhosd’águaNascentedavidaandarocaminhosefazLuzdaesperançaRenovaçãodavida.Olhosd’águaEsperançadevidaNoseufortepulsarAvidasefaz.

OLHOS D’ÁGUA Ex-estudante. da EJA Ensino Fundamental e Médio Professor de Educação Especial da Rede Municipal de Educação | Polo Educação de Jovens e Adultos (EJA) Especialista em Educação Especial e Inclusiva Neuropsicopedagogo SBNPp reg. nº 12008 Doutorando em Educação Universidade de Lisboa – Portugal (Autista) Prof. Antoniel Gonçalves saideira 42 its Teens | edição especial // agosto 2022

das pedras No fundo

d’água Cheios de

Olhos d’água Que nascem no brejo meio do d’água Broto vida Caminhos d’águaÁgua de

diversos. Olhos

Ao

Escaneie o QR Code e assista as “Aulas do Mundo Real” Com início da construção em 1740, a Fortaleza de São José da Ponta Grossa está localizada no Norte da Ilha, em região estratégica. Idealizada pelo brigadeiro José da Silva Paes, é um conjunto arquitetônico tombado como Patrimônio Histórico e Artístico Nacional aberto para visitação.

FORTALEZA DE SÃO JOSÉ DA PONTA GROSSA CamposMarcosFoto: conheça a cidade

PONTE HERCÍLIO LUZ

Escaneie o QR Code e assista as “Aulas do Mundo Real” Uma das maiores pontes pênseis do mundo, a famosa Ponte Hercílio Luz foi a primeira ligação entre a ilha e o continente, já que antes esse acesso era feito apenas por barcos e barcaças. Depois de mais de duas décadas interditada, a Velha Senhora, como carinhosamente é chamada, foi reinaugurada em 2019, após anos em obras. Cartão-postal da Capital, a Ponte Hercílio Luz é um dos principais pontos turísticos da cidade.

iStock/DivulgaçãoFoto: conheça a cidade

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