Aeducação é um dos pilares mais importantes para o desenvolvimento de uma sociedade. Em cada sala de aula, professores e alunos constroem juntos um futuro mais promissor, explorando novas formas de aprender e ensinar. Nesta edição, destacamos iniciativas inovadoras que valorizam a inclusão, o incentivo à leitura e a criatividade no ambiente escolar.
Projetos como a produção do livro “Era uma noite de São João” e experiências sensoriais com crianças demonstram como o ensino vai além do conteúdo programático, promovendo vivências significativas. A ampliação de vagas na Rede Municipal e o acolhimento de alunos na Educação de Jovens e Adultos (EJA) reforçam a importância de tornar a aprendizagem acessível a todos.
Que cada história aqui contada inspire novas práticas e fortaleça o compromisso com um ensino de qualidade e transformador.
FALHA NOSSA
O ano que consta na capa das edições 24 (fevereiro) e 25 (março) está incorreto. O certo é 2025.
MÁRIO J. GONZAGA PETRELLI
IN MEMORIAM | FUNDADOR E PRESIDENTE EMÉRITO GRUPO ND E GRUPO RIC
MARCELLO CORRÊA PETRELLI
PRESIDENTE GRUPO ND mpetrelli@ndtv.com.br
ALBERTINO ZAMARCO JR. DIRETOR ADMINISTRATIVO E FINANCEIRO albertino@ndtv.com.br
DERLY MASSAUD DE ANUNCIAÇÃO
DIRETOR DE PLANEJAMENTO E ESTRATÉGIA GILBERTO KLEINÜBING
NORBERTO MORETTI JÚNIOR GERENTE DE PERFORMANCE norberto@ndtv.com.br
CAROLINE FERNANDES GERENTE DE MERCADO NACIONAL caroline.fernandes@ndtv.com.br
Os artigos assinados não refletem necessariamente a opinião da revista, sendo de inteira responsabilidade de seus autores. É permitida a reprodução total ou parcial de reportagens e textos, desde que expressamente citada a fonte.
TIRAGEM: 2.000 EXEMPLARES
NÃO VACILA, FALA AÍ (47) 3247-4700
Renata Bomfim Gerente de projetos especiais
QUEM É QUEM?
Analise as dicas e descubra o nome de cada personagem
DICAS:
1. Arthur e Davi vestem peças vermelhas;
2. Sofia, Davi e Gabriel estão de olhos fechados;
3. Sofia e Manu estão de cabelo amarrado;
4. Manu e Gabriel têm cabelo preto;
5. Bia e Arthur são ruivos.
1 2 3 5 4 6
Confira as respostas na página 43.
SPOILER
Os três irmãos de ouro
DIÁRIO
ESCOLAR
O espectro autista: um arco-íris de diferenças
CONHECIMENTOS
GERAIS
Como diferenciar contos, fábulas, lendas, poesias e crônicas?
INCLUSÃO
Aprendizado para todos
NOTÍCIAS DAS ESCOLAS
LITERATURA
Inclusão na roça: um São João diferente
CAPA
Reescrevendo histórias
CULTURA
POP
Os segredos não tão secretos da Pixar
WI-FI
Inteligência artificial no Oscar: pode isso?
NOSSO
PLANETA
Gigantes do passado: animais marinhos extintos
COMO FUNCIONA?
Por que é importante desligar o celular durante o voo?
VOCÊ SABIA?
Números e palavras: a matemática inusitada da tribo indígena Pirahã
GALERIAS
SAIDEIRA
A criança autista cresceu: o adulto com TEA na escola
DIVERSÃO
Quem é quem?
OS TRÊS IRMÃOS DE OURO
POR LARISSA LEITE
Gerente de Educação Especial da Secretaria Municipal de Educação
Imagina conseguir uma história que te acompanhou a infância inteira? “Os três ovos da galinha de ouro” vingaram! São três irmãos absolutamente diferentes, mesmo advindos da mesma origem, pois o processo sociocultural se deu diferente para cada um. Como é a maravilha do que é ser humano, o não saber, o se dar conta do quão diferentes mas parecidos somos no que concerne o existencial. Os três irmãos têm suas questões nas vivências do dia a dia. Em “Os três irmãos de ouro”, de Olga de Dios, Hélio, o primeiro ovo de ouro, vive em um lugar cheio de riquezas naturais até que a mudança climática faz com que esses recursos desapareçam e a região passe a ser explorada por caçadores de ouro. Martim, o segundo ovo de ouro, estudou muito e se destaca nas artes, principalmente na pintura. Tornou-se um artista aclamado, um pintor de ouro, como a tentar honrar de onde veio. Contudo, a relação do público com suas obras é superficial, com um consumo rápido, sem a devida atenção. O fato de não perceberem a profundidade de seu trabalho faz com que ele se sinta incompreendido e, aqui, é abordado o tema depressão de uma forma tangível aos adolescentes. Roque, o terceiro ovo de ouro e, por uma ironia, o maior de todos, percebe que, vendendo partes de si, consegue comprar o que quiser. Como seu corpo é muito grande, pode oferecer muito ouro. Mesmo tendo muitas coisas, ainda assim quer mais, com uma voracidade sem satisfação. Ao vender a sua última parte de ouro que não fará tanta falta, compra um livro em um sebo. Nesse livro ele conhece a história de sua mãe e resolve procurar os irmãos. Daqui por diante, quando o livro se encerra, a autora retribui a oportunidade que lhe deram de continuar um conto que pode se imaginar, e dar sentido e significado, seguindo uma narrativa dos ovos aos pintinhos que vingaram, para o momento em que tem oportunidade de reencontrar sua mãe. E quem sabe um outro autor siga contando e dando significância a possíveis vivências? Vamos torcer que sim!
Que tal continuar a leitura no mês e procurar por estes títulos?
Pinóquio: o livro das pequenas verdades
Alexandre Rampazo
O urso que não era
Frank Tashlin
O disco-pizza
Maria Rita Kehl
Mundo cruel
Ellen Duthie e Daniela Martagón
Imagine que o cérebro de cada pessoa é como um videogame com configurações personalizadas. Enquanto a maioria joga no modo “neurotípico”, algumas pessoas vêm com o modo “neurodiverso” ativado – isso é o autismo!
Pessoas autistas percebem o mundo de um jeito único. Sons podem parecer mais altos, luzes mais brilhantes, e certos toques podem ser mega incômodos – como se um celular estivesse sempre no modo vibração no máximo. Além disso, socializar pode parecer um jogo com regras invisíveis que nem sempre vêm no tutorial. Agora, sabe aquela sensação de estar mega focado em algo que você ama? Tipo maratonar um anime ou aprender tudo sobre um novo hobby? Muitas pessoas autistas têm hiperfoco, o que significa que podem se tornar verdadeiros mestres nos assuntos que gostam. Pode ser programação, astronomia, dinossauros ou até teorias sobre qual é o verdadeiro vilão de um filme.
Mas o que seria TEA?
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é o nome dado para identificar as condições do autismo — que é um distúrbio que afeta o neurodesenvolvimento. Ou seja, este termo abrange uma gama de sintomas e níveis do transtorno, pois cada pessoa pode apresentar de forma diferente.
É como um arco-íris: tem várias cores, cada uma representando uma característica do autismo. Algumas pessoas falam pouco; outras falam muito. Outras são supersensíveis a toques e cheiros, e algumas não ligam tanto. Algumas precisam de mais apoio no dia a dia; outras são totalmente independentes.
“O espectro inclui pessoas com diferentes formas de autismo, variando desde aquelas com desafios mais leves, como dificuldades sutis de socialização, até aquelas com desafios mais intensos, como dificuldades severas de comunicação e comportamentos repetitivos”, explica a professora de Educação Infantil Gisele Dilma Luciano Moraes, do Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) Professora Regina Marly da Costa.
E como ser assertivo na comunicação?
A comunicação é uma das áreas mais diversas dentro do espectro autista. Enquanto algumas pessoas falam bastante sobre seus interesses, outras podem ter dificuldade para se expressar com palavras. Algumas não falam verbalmente, mas isso não significa que não tenham pensamentos, sentimentos ou vontades, apenas que se comunicam de um jeito diferente!
Para Gisele, a comunicação deve ser simples e direta, usando frases curtas e objetivas para facilitar o entendimento. “O mais importante é respeitar o jeito único de cada um se comunicar”, afirma a professora.
Acolhimento
Socializar pode ser um jogo confuso para pessoas autistas. Elas podem não entender regras não ditas, como quando é “a hora certa” de falar ou como interpretar expressões faciais. Algumas preferem conversas diretas, sem rodeios ou ironias, porque significados ocultos podem ser difíceis de captar, por isso é tão importante entender as diferenças e ter empatia pelo próximo.
Para Gisele, a inclusão não precisa ser algo complicado: pequenos gestos e ajustes no dia a dia já fazem uma grande diferença para as pessoas autistas. “Criar espaços tranquilos, ambientes com menos ruído, luzes suaves e áreas de descanso ajudam a evitar sobrecarga sensorial”, explica a profissional, que sinaliza a importância de respeitar as rotinas, como avisar sobre mudanças na programação e manter uma organização clara, pois isso reduz a ansiedade, já que muitas pessoas autistas se sentem seguras com previsibilidade.
COMO DIFERENCIAR CONTOS, FÁBULAS, LENDAS, POESIAS E CRÔNICAS?
POR REDAÇÃO ITS TEENS
Introdução, desenvolvimento e conclusão: essa é a estrutura mais clássica quando se fala em escrever um texto. Apesar dessa “fórmula” ser amplamente replicada, existem diferentes maneiras de contar uma história e transmitir uma mensagem. Enquanto as fábulas ensinam lições valiosas, os contos nos transportam para mundos incríveis; já as crônicas nos convidam a refletir sobre o cotidiano. Seja em versos, rimas ou estrofes, cada gênero literário tem seu jeito de envolver o leitor e permitir que as palavras ganhem vida. Entender essas diferenças é o primeiro passo para explorar o universo das histórias. Conheça algumas delas:
CONTOS
Com uma narrativa curta, o início, meio e fim são bem definidos. Inclusive, o enredo é geralmente envolto por um evento central, que tem o objetivo de entreter e emocionar. A história costuma apresentar poucos personagens, focando em um ou dois protagonistas.
“O pequeno príncipe”, de Antoine de Saint-Exupéry, e “A roupa nova do rei”, de Hans Christian Andersen, são algumas obras que se encaixam nas características do gênero. As tramas podem ser baseadas tanto em cenários e elementos reais como em personagens míticos e espaços fantasiosos.
FÁBULAS
Aqui a história tem o objetivo de transmitir uma lição de moral. Ao longo do enredo, os personagens, geralmente animais ou objetos personificados, ensinam lições de vida ou comportamentos a serem seguidos, como honestidade e amizade.
Uma das características principais é a curta narrativa, com pequenos parágrafos e poucas páginas, acompanhados por uma linguagem simples de entender, o que facilita a leitura. “A cigarra e a formiga” e “A lebre e a tartaruga”, de Esopo, são alguns dos maiores exemplos.
POESIAS
Neste gênero, a estrutura em versos e rimas é uma característica comum. Utilizando comparações e metáforas, assim como outros recursos, a poesia tem a finalidade de expressar sensações, emoções e ideias.
Um dos nomes mais renomados na literatura, Shakespeare, escreveu 154 sonetos — um estilo específico de poesia. No Brasil, Cecília Meireles e Vinícius de Moraes são grandes autores da área.
CRÔNICAS
Com textos curtos e narrativos, as crônicas abordam situações do cotidiano, provocando os leitores a refletirem sobre a vida. O uso do sarcasmo e ironia também é presente, encaixando-se em uma narrativa leve e informal. Os personagens costumam ser identificáveis e o humor é um elemento fundamental, fatores que aproximam o público da obra. “Não vou tomar banho hoje”, de Jean-Claude Alphen, “O meu avô”, de Catarina Sobral, e “Greg, o menino que morava em um trem”, de Ana Luiza Badaró, são ótimas indicações para quem gosta do gênero.
LENDAS
Misturando fatos históricos e elementos sobrenaturais, as lendas são transmitidas de geração em geração. Uma das principais características é a que a narrativa começa por meio da oralidade e só depois é registrada por escrito. Essas histórias podem fazer parte da cultura de um povo, preservando a memória local, transmitindo valores ou “explicando” fenômenos naturais.
Os enredos são repletos de descrições detalhadas e expressões simples, facilitando a compreensão dos leitores mais jovens. Na cultura brasileira, algumas lendas contam a história do Saci-Pererê e da Cuca. Em outros países, podemos encontrar narrativas sobre o Monstro do Lago Ness, nas Terras Altas da Escócia, e o Iéti (também conhecido por “O Abominável Homem das Neves”), nas regiões do Himalaia.
Ilustrações: Freepik
PROJETOS ADAPTADOS E UM OLHAR ATENTO GARANTEM QUE CADA CRIANÇA TENHA AS MESMAS OPORTUNIDADES DE SE DESENVOLVER E SE DESTACAR
POR REDAÇÃO ITS TEENS
O QUE VOCÊ VAI ENCONTRAR POR AQUI:
unidades escolares criam atividades que promovem a valorização e a motivação dos estudantes neuroatípicos.
Tempo de leitura: 6 minutos
O processo de aprendizagem é único para cada criança, e reconhecer essas diferenças é o primeiro passo para uma educação verdadeiramente inclusiva.
Garantir que todos tenham as mesmas oportunidades de desenvolvimento exige um olhar atento às necessidades individuais. Quando isso acontece, os pequenos se sentem mais seguros e confiantes para explorar seu potencial.
No Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) Professora Regina Marly da Costa, profissionais de toda a unidade se comprometeram em desenvolver projetos que acolham e respeitem a diversidade — ação que deve ser incentivada já nas primeiras fases das crianças.
“O pilar começa na Educação Infantil. Conforme são trabalhadas, as crianças atípicas vão ter uma base forte para entrar nos anos iniciais. Então ali está o começo de tudo”, afirma a professora Priscila Lemos, da sala de recursos multifuncionais.
Nas turmas do maternal, cada educadora personalizou as atividades conforme o interesse e a rotina dos pequenos — ação essencial para aumentar o engajamento durante as aulas.
A professora Gabriela Ana Domingos, da 2B, criou um ambiente adaptado e acolhedor para uma estudante que possui síndrome de Pallister-Killian, fazendo com que a criança pudesse explorar os aprendizados com confiança. Nas turmas do Maternal 2D e 2E, a professora Adriane Moreira da Conceição elaborou o projeto “Desvendando o meu nome e minha identidade”, em que atendeu crianças com hiperfoco no alfabeto — a montagem do nome, o ensino estruturado e a manutenção de uma rotina previsível fortaleceram a conexão entre escola e família, além de contribuir no desenvolvimento infantil. Já no 1D, de responsabilidade da professora Silvana Julia Bento da Rosa, os pequenos tiveram o foco e a atenção estimulados. Uma das abordagens foi
a contação das histórias do Cachorro Napoleão e “Era uma vez um Gato Xadrez”, que ajudaram no comportamento, percepção visual e coordenação motora fina dos pequenos. Com os mais velhos do Jardim C, a professora Jaqueline Pereira Torres pensou em uma solução para auxiliar as crianças com transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH): a criação de mesas adaptadas com elásticos, criando mais conforto e foco para os pequenos durante as atividades.
Ainda na unidade, outras iniciativas facilitam o dia a dia das crianças: as garrafinhas sensoriais que auxiliam na regulação emocional dos alunos, criadas pela agente de educação Kiyoko Carolina da Cunha Okada Oliveira e a monitora Laudiceia de Oliveira Santana Silva; atividades de socialização desenvolvidas pela professora Sandra Machio Gonçalves; e momentos dinâmicos e criativos durante as aulas de Arte e Educação Física.
Os projetos são elaborados com base nas necessidades individuais de cada aluno
APRENDIZADO SEM BARREIRAS
A inclusão dos estudantes nas atividades regulares é essencial para fazer da escola um ambiente acolhedor. No entanto, algumas crianças apresentam dificuldades que precisam de uma atenção especial. É nessa hora que as atividades nas salas de Atendimento Educacional Especializado (AEE) entram em cena — o objetivo é proporcionar um aprendizado significativo e que atenda às particularidades de cada aluno.
Com um planejamento estratégico, é possível observar o desenvolvimento na autonomia dos pequenos. “A sala do AEE entra para complementar e oferecer um atendimento especializado naquilo que a criança tem mais dificuldade e não consegue desenvolver. Ela oferece não só o suporte acadêmico, mas também ajuda a desenvolver autoestima e habilidades socioemocionais, para preparar o aluno não só para sala de aula, mas também para o mundo”, esclarece Ana Massiroli, gerente do AEE da Secretaria Municipal de Educação.
Os encontros são pensados em atender às necessidades individuais dos estudantes, levando em conta suas habilidades e quais competências precisam ser desenvolvidas. Os resultados dessas práticas já podem ser vistos no CMEI Laci Ana de Borba Cesário. Por lá, os projetos de acolhimento, da professora Sonia Maria Gualberto Custódio, vêm ganhando destaque. Com enfoque em crianças autistas e com transtornos de comportamento, o objetivo é estimular a atenção, o foco, a ampliação de vocabulário e o desenvolvimento motor dos pequenos a partir do maternal.
“Através do atendimento individualizado, as crianças conseguem apresentar determinadas dificuldades e ter um espaço apropriado de expressão e linguagem própria, com um adulto extremamente disponível para compreender as diversas características apresentadas e, com isso, planejar estratégias metodológicas e até mesmo interferir nas demais esferas de convivência das crianças”, explica a diretora da unidade, Ana Cristina de Moraes Braz.
Uma das atividades realizadas tinha o objetivo de auxiliar estudantes com hiperfoco no alfabeto
A coordenação motora é uma das habilidades trabalhadas com as crianças
Fotos:
CMEI
Professora
Regina Marly da Costa/Divulgação
Foto:
CMEI
Laci Ana de Borba Cesário/Divulgação
Projeto “Secretaria de Educação na Escola” é lançado em Navegantes
Com o objetivo de aproximar a gestão educacional das unidades escolares e fortalecer a comunicação direta, foi lançado em março o projeto “Secretaria da Educação na Escola”. Ao ter uma presença ativa nas unidades escolares, a iniciativa busca fortalecer o vínculo entre as instituições e garantir mais transparência, resultando em um melhor alinhamento entre as equipes ao focar em uma solução conjunta ágil e efetiva.
Atividade explora a conexão entre a Língua Portuguesa e a Geografia na literatura
Além da estrutura do texto e da caracterização dos personagens, há outro elemento importante nas obras literárias: a ambientação. Para os estudantes da Escola Municipal Professora Maria Tereza Leal isso não é novidade — o assunto está sendo abordado no projeto “Diário de Bordo”.
A ação, do professor Hilário Gomes Neto, une os ensinamentos de Língua Portuguesa e Geografia ao analisar como os cenários e outros elementos geográficos influenciam na narrativa. Histórias de épocas passadas ou lugares distantes podem ser uma fonte para se aprofundar em diferentes culturas e costumes.
A geografia como metáfora e crítica social também foi uma temática observada, assim como entender a diversidade do mundo e compreender o nosso papel com o futuro do planeta.
Escolas municipais ampliam oferta de vagas
Para reforçar o compromisso com a educação e contemplar mais estudantes, as escolas municipais ganharam novas salas de aulas neste ano, ampliando as ofertas de vagas. Ao todo, 240 vagas adicionais foram disponibilizadas, desde a Educação Infantil até o Ensino Fundamental.
Nos Centros Municipais de Educação Infantil Professora Bernardete Maria Sedrez da Silva e Portal do Saber, foram disponibilizadas três e duas salas de aulas, respectivamente. Assim como uma sala no Centro Educacional Municipal Professora Giovana Soares da Cunha, e duas na Escola Municipal Professora Maria Hostim da Costa.
Práticas pedagógicas são celebradas em seminário
Para apresentar os resultados e conquistas das práticas pedagógicas realizadas nas unidades escolares, a Secretaria Municipal de Educação promoveu o Seminário LEEI Navegantes, com base nas ações do Programa Leitura e Escrita na Educação Infantil.
Trabalhos produzidos pelas crianças, cursistas e formadores da Rede Municipal durante o ano letivo foram expostos no evento. Além de celebrar os projetos, um dos objetivos do encontro é estimular os estudantes a se dedicarem aos estudos da leitura e da escrita e, assim, desenvolver novas habilidades.
O QUE VOCÊ
VAI ENCONTRAR POR AQUI:
PROFESSORES PRODUZEM LIVRO QUE ENSINA CRIANÇAS
(E ADULTOS) A VALORIZAR O RESPEITO À DIVERSIDADE
livro inspirado na festa de São
João ressalta a importância da inclusão em uma história divertida sobre animais.
Tempo de leitura: 5 minutos
POR REDAÇÃO ITS TEENS
Você já sentiu que não fazia parte de um grupo? Por exemplo, quando chega em uma roda de amigos com mil piadas internas e fica ali, meio perdido, sem saber se ri junto ou se finge que recebeu uma mensagem urgente? Pois é, essa sensação é mais comum do que parece e tem tudo a ver com dois conceitos muito importantes: inclusão e alteridade! Agora, imagina que sua escola vai organizar uma megafesta de São João. Tem quadrilha, milho cozido, bandeirinhas coloridas e muita música animada! Todos estão empolgados, mas, de repente, um grupo de alunos novos quer participar. Eles são diferentes, têm outros costumes e falam de um jeito que você não está acostumado. O que fazer? Ignorar? Fingir que não viu? Ou tentar entender quem são essas pessoas e por que elas também querem se divertir? Essa história lembra muito um livro infantil superlegal, em que os animais de um sítio organizam uma festa junina, mas entram em pânico quando um grupo de cobras-corais aparece. Mas, no meio do caos, as serpentes soltam a voz e revelam um talento incrível: são um coral (entendeu o trocadilho?) que canta um poema de Fernando Pessoa! Sério, quem imaginaria?! Uma história louca e divertida, não é mesmo? E sabe o que é mais curioso? Quem escreveu essa história está mais perto do que você pensa.
As inspirações
Tudo começou com um incentivo inesperado: uma gincana escolar em que os pais pontuavam ao contar histórias para os alunos. Inspirado pela oportunidade, Henrique Pitt, professor de Geografia do Centro Educacional Municipal (CEM) Professora Leonora Schmitz, que já trabalhava com literatura, decidiu escrever um conto.
“Eu estava num momento de escrita voltado um pouco para isso, na poesia, e resolvi escrever essa história”, explicou o escritor, que buscou na memória suas vivências no Rio Grande do Sul e no Centro-Oeste, onde sempre organizava festas juninas com amigos. Esse resgate das tradições e emoções da infância, moldou a narrativa.
Mas um livro infantil precisa de imagens e, por isso, a história ficou guardada até encontrar uma ilustradora disposta a retratar as palavras. A iniciativa cresceu quando Gabriela Ern, professora de Arte, descobriu sobre o projeto e incentivou tirar do rascunho a história.
Foram meses de trabalho para criar os personagens e definir os traços que mais combinavam com a temática do livro. A escolha da aquarela como técnica de ilustração foi fundamental para transmitir a sensibilidade da narrativa, apesar de não ser a mais familiar para a ilustradora.
“A aquarela é mais orgânica. Cada pincelada é visível, todos os processos aparecem. Você vê onde a linha saiu para fora, onde a tinta passou. Esse processo foi bem construído em conjunto. Conversamos bastante sobre a história e tudo casou”, completou a artista.
A parceria dos profissionais rendeu e resultou em “Uma noite de São João”, livro infantil que fala sobre como lidar com as diferenças, que será distribuído em unidades da Rede Municipal e ficará disponível nas bibliotecas para todas as crianças e estudantes.
Mais do que apenas um conto
A reflexão que o livro estimula nos estudantes é entender que o medo do diferente pode nos impedir de viver experiências incríveis. Alteridade é justamente essa capacidade de se colocar no lugar do outro, entender seu ponto de vista e reconhecer que todo mundo tem algo a oferecer. E inclusão é quando a gente abre espaço para todos participarem, sem preconceitos ou barreiras.
Na vida real, isso ocorre o tempo todo. Às vezes, é um aluno novo que chega à escola. Outras, é alguém que gosta de coisas diferentes das que você está acostumado. Pode ser até um desafio de grupo, onde cada pessoa tem um papel importante, mesmo que, às vezes, demore para perceber isso.
Incluir não é apenas aceitar a presença do outro, mas valorizar sua existência e o que ele tem para compartilhar. Alteridade é sair do nosso próprio mundinho e tentar enxergar através dos olhos do outro. Agora me conta: o que você faria se estivesse na festa do sítio e visse as cobras chegando? Fugiria ou dançaria junto?
Beatriz de Lima Barbosa se envolve com a leitura do livro, cuja narrativa poética cativa do início ao fim
Davi Lucca de Luna Scholze, da Educação Especial, com o livro que aborda inclusão e alteridade
Maria Cecília Zaniboni Xavier já conferiu a obra, que estará disponível em todas as bibliotecas da Rede Municipal
O QUE VOCÊ
VAI ENCONTRAR POR AQUI:
estudantes desenvolvem conhecimentos e habilidades na Educação de Jovens e Adultos (EJA).
Tempo de leitura: 11 minutos
POR ANA CAROLINE ARJONAS
Fotos: Bruno Golembiewski
Abrir um livro e compreender as tramas da história ou imaginar um conto e ser capaz de reproduzir em palavras as imagens e sensações criadas pela mente é uma habilidade que demanda tempo, dedicação e proximidade com a leitura e a escrita. Em um país com 9,3 milhões de analfabetos, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o aprendizado parece não estar disponível para todos.
Com milhares de jovens e adultos que abandonam a sala de aula ou desistem da educação, fica difícil apontar uma causa única para os números da falta da alfabetização, já que os motivos podem envolver questões familiares ou até mesmo dificuldades para compreender o conteúdo. Entretanto, existem aqueles que vão contra a regra e que acreditam que não há um limite quando o assunto é o conhecimento.
São eles alunos e professores da Educação de Jovens e Adultos (EJA), modalidade que tem como foco aqueles que têm mais de 15 anos e que estavam distantes do ensino, independentemente da motivação. Criada a partir da Lei nº 9394, de 1996, essa é a oportunidade de oferecer educação para quem não teve a chance de permanecer na escola.
Em Navegantes, esse espaço está sendo ocupado por adolescentes e adultos que desejam alcançar novos objetivos ou que procuram encontrar na Língua Portuguesa, Matemática ou outros componentes curriculares algo que seja capaz de agregar nas tarefas do dia a dia. Conheça um pouco da história daqueles que acreditam que há sempre uma chance de continuar aprendendo.
Os alunos aproveitam para aprender em parceria
Décadas longe da sala
Por mais que, hoje em dia, seja comum estudar e aprender, nem sempre a história foi assim. Por muito tempo, o acesso às salas de aula era algo complicado e não parecia disponível para todos, como no caso do casal Maria da Silva Vachamin, 66, e Jean Carlos Vachamin, 56. Ambos frequentaram a escola na infância, mas abandonaram os estudos por conta das dificuldades da época — seja pela família ou falta de valorização dos estudos.
Prova disso é Jean Carlos, que viu as oportunidades serem desacreditadas pelos familiares, mas que se reencontrou ao dar uma nova chance para o estudo. “Fiquei muito tempo fora de sala. Cheguei a conhecer a escola, mas a família não valorizava. Hoje me sinto bem estudando, estou melhor do que antes. Então, para mim, é um privilégio, uma honra muito grande”, diz o estudante.
No caso de Maria, a decisão também surgiu depois de décadas, motivada pelo desejo de ser capaz de compreender as palavras e as frases. “Estou com 66 anos. O que eu quero é aprender a ler e escrever. É isso que eu quero, e mais nada”, conta a estudante.
No processo de reaprender aquilo que um dia foi apresentado e de descobrir as novidades, o simples ato de aumentar o vocabulário escrito e falado foi suficiente para que a aluna se emocionasse ao perceber que já estava no processo de alfabetização. “Eu falei: ‘não vou voltar, não vou aprender, estou velha, não vou entender’. Foi muito difícil, muito difícil mesmo. Mas agora estou tirando de letra”, fala a aluna.
Por mais que o medo de não conseguir tenha sido uma das principais barreiras, agora os dois frequentam o polo da EJA na Escola
Municipal Professora Rosa Maria Xavier de Araújo: ela aprendendo os conteúdos do quarto ano, e ele, do quinto ano.
O acompanhamento dos professores é um diferencial para os estudantes
Entre as atividades desenvolvidas na alfabetização, uma delas é a produção do alfabeto
Fotos: Bruno Golembiewski
Motivação da juventude
E quem pensa que as salas de aula são apenas para adultos está enganado! Na verdade, o local também é destinado aos adolescentes que desejam recuperar o tempo perdido. Laura Nunes Martins, 16, é o exemplo de quem não se sentia confortável no ensino regular, mas que encontrou na EJA aquilo que precisava para se desenvolver.
Ela trabalha no período da manhã e da tarde, e é durante a noite que aproveita para aprimorar os conhecimentos — e as metas já estão traçadas: o foco é abrir o próprio negócio, um salão de beleza, e ir em busca de uma formação profissional. “Por conta de já estar muito atrasada, queria terminar meus estudos, fazer mais rápido. É melhor para mim”, pontua a adolescente, que está no oitavo ano do Ensino Fundamental.
Identificando assuntos que já conhecia e descobrindo as novidades, o objetivo é melhorar o desempenho naquilo que antes era um empecilho. “Tinha muita dificuldade em Matemática, minhas notas não eram boas, mas agora estou melhorando. Os professores explicam direitinho”, menciona Laura.
Para Fabrício Gustavo Rodrigues Moraes, 21, a EJA é uma oportunidade de desenvolver as habilidades e encontrar novos caminhos, com foco na carreira profissional. Com interesse por segmentos que envolvem automobilismo e mecânica, as noites em sala de aula são pautadas na teoria e na prática. “Estou aprendendo um pouco com as matérias, que antigamente eu não conseguia aprender muito, e a cada vez aprendo mais”, conta o aluno do sétimo ano.
Metodologia diferenciada
No caso de quem faz parte do processo e enxerga de perto a evolução de cada turma, um dos diferenciais está no formato de ensino. Primeiro porque a aprendizagem ocorre de forma mais rápida, já que é possível mudar de turma em apenas seis meses, e depois porque a abordagem do profissional é diferenciada, levando em consideração os conhecimentos da turma e a melhor forma de conectar aquilo que está nos livros e o que vivenciam ao longo do dia.
Para a diretora adjunta Sheron Lubna Beck Lotério, da Escola Municipal Professora Rosa Maria Xavier de Araújo, fica nítida a evolução dos estudantes. “Às vezes, não iam muito bem durante o dia, no regular, mas na EJA tiveram uma progressão. Alguns não evoluem tanto, mas a maioria melhora nesta questão de comportamento, até por causa da idade.”
Quem acompanha as atividades e os relatos identifica que a passagem pela EJA é uma forma de se reconectar e voltar a acreditar nos próprios sonhos. “É muito bom ver o brilho no olhar deles. Não é romantizar, mas acaba sendo um resgate de histórias. Eles estavam perdidos e tentamos resgatá-los”, finaliza a gerente da EJA, Mariana dos Santos.
No município, além da Escola Municipal Professora Rosa Maria Xavier de Araújo, com 62 alunos, outras duas unidades contam com atendimento da EJA: o Centro Educacional Professora Maria de Lourdes Couto Cabral - CAIC, com 152 estudantes; e o mais novo polo na Escola Municipal Professora Maria Ivone Muller dos Santos, com 72. Nessa unidade, o atendimento surgiu a partir da demanda dos moradores do bairro e começou a funcionar no início de março deste ano. Para se inscrever, basta procurar a secretaria de uma das unidades para fazer parte das turmas.
O que eles têm a dizer?
Para incentivar a busca pela educação e impulsionar aqueles que têm o desejo de aprender, independentemente da idade, quem faz parte da EJA deixa um recado em prol do desenvolvimento. Confira:
“O conselho que eu dou é: não tenha medo. Venha estudar, é muito bom aprender. Muitos não sabem nem o nome. Aprendemos com o carinho dos professores, eles ensinam com amor e paciência.”
- Maria da Silva Vachamin, 66
“Se você tem vontade de estudar, venha para a EJA! Vai te fazer muito bem. Se tiver dificuldade em alguma matéria, venha para cá, porque os professores são maravilhosos. Vale muito a pena.”
- Laura Nunes Martins, 16
“Precisei vir estudar aqui porque eles tratam as pessoas muito bem e oferecem uma oportunidade de vida.”
- Fabrício Gustavo Rodrigues Moraes, 21
“Não deixem de estudar, porque a educação vem em primeiro lugar. Sem estudo, ninguém aprende nada. Estou muito feliz, porque sei que aprendi.”
- Jean Carlos Vachamin, 56
P x a r OS SEGREDOS NÃO TÃO SECRETOS DA
CONHEÇA OS EASTER EGGS CLÁSSICOS DO ESTÚDIO DE ANIMAÇÃO E SAIBA COMO TODOS
OS
FILMES PODEM ESTAR CONECTADOS
POR GUSTAVO BRUNING
Ao contrário dos filmes com atores em carne e osso, para dar vida a uma animação é preciso que uma equipe crie do zero tudo que vai aparecer na tela — e isso inclui objetos de cena, personagens e cenários. Cada movimento é planejado minuciosamente, e cada cor, textura e elemento está lá por uma razão.
Por ser um dos estúdios de animação mais prestigiados, a Pixar sempre se mostrou empenhada em nos apresentar histórias encantadoras e produções de primeira. Mas não é só de Oscars e boas bilheterias que ela é feita: tais filmes são marcados por referências a outras obras e “piscadinhas” para o espectador. As produções também são tomadas por easter eggs (ovos de Páscoa, em tradução literal), um termo que representa mensagens, referências e surpresas escondidas de maneira sutil ou quase codificada. Confira alguns easter eggs e curiosidades sobre o universo da Pixar!
Girando por aí
Um dos objetos mais associados à Pixar é uma bola amarela, com uma faixa azul e estrelas vermelhas, apelidada de Bola Luxo ou Bola Pixar. Ela surgiu em um dos primeiros curtas do estúdio, lançado em 1986. Não é raro vê-la esquecida em algum canto da cena de grandes produções, como em “Soul” (2020) e “Luca” (2021) — nesse último, até o Pato Donald deu as caras em forma de pelúcia.
Dirija
a
sua atenção para a tela
Todo mundo conhece o Relâmpago McQueen, astro de “Carros” (2006), mas é um outro veículo que, mesmo não tendo protagonismo, atrai olhares: a caminhonete do Pizza Planet. A estreia desse veículo amarelo e branco foi no primeiro filme da Pixar, “Toy story”, de 1995. Réplica de um modelo de 1978, teve um importante papel no longa ao ser usada por Woody e Buzz para chegar ao restaurante Pizza Planet. A partir daí, passou a ser inserida em algum momento das demais produções do estúdio. A única exceção foi “Os Incríveis” (2004). E a criatividade rola solta na hora de encaixar esse easter egg: enquanto em “Valente” (2012), ambientado séculos atrás, a caminhonete aparece como uma escultura de madeira, em “Toy story 4” (2019) o veículo aparece como uma tatuagem.
Aqui é possível ver Jessie no quarto da garotinha Boo, uma ligação entre “Toy story” e “Monstros S.A.”
Código secreto?
Você costuma reparar em placas de carros nos filmes? E em mensagens pichadas em muros? A sua resposta provavelmente é não — e é por isso que esse easter egg se torna divertido. Todos os 28 filmes da Pixar contam com o código A113 escondido em algum momento, nos contextos mais diferentes.
A combinação de letra e números corresponde ao número de uma das salas de aula frequentadas por estudantes do Instituto de Artes da Califórnia, onde muitos dos animadores da Pixar se formaram. A tradição de inserir essa referência serve tanto como homenagem à época da graduação quanto uma forma de instigar os curiosos a encontrá-la.
Você consegue ver o A113 nessa cena?
Piscou, perdeu
Não fique chocado se você encontrar a família Pêra, de “Os Incríveis” (2004) em um pôster no filme “Viva: a vida é uma festa” (2017). Ou a Riley, de “Divertida mente” (2015), visitando um aquário em “Procurando Dory” (2016). E será que era realmente o vilão Lotso, de “Toy story 3” (2010), em “Up: altas aventuras” (2009)? Os animadores da Pixar adoram colocar personagens de outras histórias ao fundo de outros filmes. Pode não mudar nada na trama, mas é instigante procurar por essas participações!
O mesmo veículo foi escaneado por EVA no filme “Wall-E”, de 2008
Quando as peças se encaixam
Seja desbravando o período Jurássico, conhecendo os bastidores de Monstrópolis ou desvendando os desafios da adolescência, as produções da Pixar funcionaram muito bem de forma independente. Há quem acredite, no entanto, que todos os filmes existem no mesmo universo. A chamada Teoria da Pixar, formulada pelo escritor Jon Negroni em 2013, sugere que as aventuras se passam em diferentes períodos de uma mesma linha do tempo. A ideia parece mirabolante, mas é baseada em algumas conexões comprovadas e coloca a Bruxa de “Valente” ao centro de tudo.
Confira alguns destaques da Teoria da Pixar e o período correspondente no tempo:
Há 65 milhões de anos “O bom dinossauro”
Todos os filmes se passam em um universo alternativo, onde um asteroide jamais dizimou os dinossauros. A espécie permaneceu na Terra e se tornou extremamente inteligente.
Século 10 “Valente”
Uma feiticeira introduz a magia ao mundo, tornando possível dar vida a objetos inanimados, transformar humanos em animais e criar portais em portas de madeira.
Anos 1950 e 1960 “Os Incríveis”
O governo descobre uma forma de usar “energia” humana para criar pessoas superpoderosas, levando ao surgimento da empresa Buy n Large.
2015
“Divertida mente”
Descobrimos a fonte da “energia” humana: as emoções e a imaginação.
2057 - 2110
“Wall-E”
A Buy n Large extingue os recursos da Terra e a humanidade vai morar em uma nave espacial.
2110 - 2804
“Carros”, “Carros 2” e “Carros 3”
Com os humanos fora da Terra, os carros, assim como ocorreu com os brinquedos, desenvolvem vida e assumem os papéis dos antigos donos. No entanto, o combustível é limitado e os veículos sucumbem.
1995-1996
“Toy story” e “Toy story 2”
A empresa parte para o ramo de brinquedos, que são usados para captar a “energia” dos humanos a partir das emoções das crianças e, dessa forma, ganhar vida.
2003-2004
“Procurando Nemo” e “Procurando Dory”
Os animais se tornam cada vez mais espertos e, como no caso de Dory, a exposição aos humanos acelera esse processo.
2007
“Ratatouille”, “Toy story 3” e “Up: altas aventuras”
O mesmo se aplica ao sagaz ratinho Remy. Referências à Buy n Large indicam o envolvimento da companhia com as baterias usadas nos brinquedos. Também vemos o potencial dos animais com o uso de coleiras que lhes permitem falar.
2805
“Wall-E”
Após o fim da despoluição da Terra, humanos têm a chance de um recomeço.
2898
“Vida de inseto”
Após a repopulação dos humanos, insetos e pássaros também reconstroem suas sociedades avançadas.
5201
“Monstros S.A.”
Com a descoberta de que risadas e alegria são poderosas emoções, a harmonia reina entre humanos, animais e máquinas. No entanto, a pequena Boo é exposta a essa revelação antes de ser enviada para casa e deixar para trás o mundo dos monstros. A teoria indica que a garotinha, conhecendo o poder das portas, passa a vida toda tentando rever Sully e se torna a Bruxa de “Valente”, que tem a habilidade de voltar no tempo e usar portas como portais. A personagem, inclusive, tem um desenho de Sully em sua oficina.
IntelIgêncIa artIfIcIal no oscar: pode isso?
POR LUCAS INÁCIO
O Brasil agora tem um Oscar! Com certeza você já sabe disso a essa altura do campeonato, mas é sempre bom repetir que, sim, o Brasil agora tem um Oscar! Até o Carnaval parou com esse feito do filme “Ainda estou aqui”, algo inédito para o brilhante cinema brasileiro, que nunca havia sido reconhecido com o maior prêmio de Hollywood, a indústria cinematográfica mais famosa do mundo.
Além disso, o Oscar deste ano esteve em alta com muitos assuntos polêmicos e que geraram diversas opiniões. Um dos assuntos cabe muito bem aqui no Wi-Fi e é o que vamos aprofundar agora: o uso de inteligência artificial no cinema.
ator ganhou usando Ia
Fernanda Torres quase venceu o prêmio de Melhor Atriz, mas um ator também foi tema e entrou para um seleto grupo em 2025: o Adrien Brody, pelo filme “O brutalista”. Ele se tornou um dos 23 atores/atrizes com dois Oscars no prêmio de Melhor Ator. Acima deste grupo estão apenas mais três pessoas — a recordista é Katharine Hepburn com quatro.
A questão é que pessoas ligadas à produção do filme falaram abertamente sobre o uso de inteligência artificial para ajustar o sotaque de Brody em cenas nas quais ele fala em húngaro, o que gerou muito burburinho se isso o desqualificaria para vencer o Oscar. Os votantes da academia avaliaram que não tinha problema, talvez porque apenas sete minutos do filme foram falados em húngaro e a obra tem 3h34 de duração – longo, né?! Dá pra estudar três conteúdos nesse tempo e ainda tirar um descanso.
Outro filme que esteve no Oscar nesse ano e gerou polêmica nesse sentido foi “Emilia Pérez”, pois utilizou as IAs para corrigir o sotaque espanhol das atrizes e momentos de desafinação em sua atuação. A questão é que esta tecnologia já está imersa em Hollywood, causando grandes debates e até paralisações.
a anImação que ganhou o oscar foI
feIta em um aplIcatIvo
Às vezes nos apegamos muito nas polêmicas e nos problemas, mas é importante avaliarmos também os bons casos em que criatividade e tecnologia andam lado a lado. Um exemplo positivo desse mesmo Oscar é o “Flow” (o filme, não o podcast), animação da Letônia que venceu grandes estúdios como Pixar (“Divertida mente 2”, com orçamento de 200 milhões de dólares) e DreamWorks (“O robô selvagem”, com orçamento de 78 milhões de dólares).
O filme conta a história de um gato vítima de uma enchente que se refugia em um barco com diversos outros animais e, para sobreviver, têm de aprender a trabalhar em equipe. O projeto do diretor Gints Zilbalodis foi feito no software aberto chamado Blender e custou 3,7 milhões de dólares ao longo de cinco anos. A escolha pelo sistema foi prática, afinal, além de ser mais leve, foram utilizados no filme plugins e efeitos desenvolvidos pela comunidade de usuários de forma que atendiam ao que o diretor queria artisticamente: algo não realista.
Com isso, a criatividade do roteiro de um filme sem diálogo e da produção artística própria condizente com o projeto venceram as diferenças de recursos dos grandes estúdios.
programas maIs usados para cInema
Para se fazer um filme, muita tecnologia é utilizada desde sempre — e os softwares são essenciais no processo. Outrora alvo de críticas, hoje estão normalizados na indústria, assim como, provavelmente, serão as IAs em breve. Edição de vídeo, montagem dos filmes, mixagem de som e efeitos sonoros, correção de cor e muitos outros são utilizados, sem contar os programas de organização e agendamento da produção do filme.
Então aqui vamos listar alguns para vocês: edIção - Avid Media Composer, Premiere Pro, Final Cut; correção de cor - DaVinci Resolve, Baselight; mIxagem de som/daW - Avid Pro Tools, Cubase; compor músIca - Pro Tools, Logic Pro X; desIgn gráfIco - After Effects, Houdini; roteIro - Final Draft; agendamento - Movie Magic Scheduling, Mediapulse; orçamento - Movie Magic Budgeting; fIgurInos - SyncOnSet.
Gigantes do passado:
animais marinhos extintos
POR REDAÇÃO ITS TEENS
Lar de corais coloridos, amigáveis golfinhos, charmosos cavalos-marinhos e peixes únicos, os oceanos abrigam criaturas fascinantes. Além daquilo que se pode observar em mergulhos ou passeios de barco, o fundo do mar continua sendo um dos grandes mistérios do nosso planeta, por causa da escuridão e da limitação de equipamentos. Algumas criaturas já são conhecidas, chamando a atenção por suas aparências marcantes — resultado das adaptações para sobreviver em ambientes inóspitos —, como o peixe-bolha, o tubarão-duende e o peixe-pescador. Porém há aquelas que habitaram o planeta há milhões de anos e ainda intrigam as pessoas.
Seja pelas mudanças climáticas, a diminuição da população de presas, a caça de predadores do topo da cadeia alimentar ou até mesmo impactos de meteoritos e erupções vulcânicas, fascinantes criaturas marinhas entraram em extinção ao longo do tempo.
Algumas técnicas são utilizadas por paleontólogos para estudar os fósseis encontrados e reconstruir a vida de seres pré-históricos — ossos, dentes, conchas e até mesmo impressões de organismos em rochas sedimentares podem ser desvendados por meio de datação radiométrica, comparação de anatomias, análise biomecânica e de sedimentos. Ao conhecer essas criaturas, é possível entender mais sobre a trajetória da vida na Terra, identificar causas de extinções em massa e aprender sobre a evolução dos organismos.
CONHEÇA ALGUMAS DAS CRIATURAS
MARINHAS QUE JÁ ENTRARAM EM EXTINÇÃO
Helicoprion: com uma mandíbula em forma de serra circular composta por dentes serrilhados, essa criatura podia atingir até dez metros de comprimento. Seus fósseis remetem ao período Permiano, cerca de 290 a 248 milhões de anos atrás. O ser sumiu dos mares durante a maior extinção em massa do planeta, há 252 milhões de anos.
Plesiossauro e ichthyosaurus: durante o período Mesozoico (250 a 60 milhões de anos atrás), essas duas criaturas dominavam os oceanos. Enquanto a primeira tinha um pescoço longo e quatro nadadeiras, lembrando o monstro do Lago Ness, a segunda era um réptil marinho e tinha uma aparência semelhante à dos golfinhos. As criaturas foram extintas no mesmo episódio que dizimou os dinossauros.
Eurypterida: conhecido popularmente como escorpião marinho, esse ser habitou os oceanos no decorrer do período Paleozoico, e entrou em extinção há 300 milhões de anos, devido a mudanças climáticas.
Megalodon: o grande megalodonte é considerado um dos maiores predadores que já existiram. A criatura podia atingir 18 metros de comprimento, com dentes que chegavam a até 20 centímetros, e sua alimentação era composta por grandes mamíferos marinhos. Essa espécie de tubarão foi dizimada da Terra devido a mudanças climáticas e à diminuição de recursos causados pela competição com outros animais. O período da extinção ainda intriga os pesquisadores: alguns acreditam que tenha ocorrido há 3,6 milhões de anos, outros defendem a ideia de ter sido há 2,6 milhões de anos.
Amonites: os vestígios dessas criaturas estão em conchas em espiral encontradas por paleontólogos. Por dentro da estrutura, os amonites tinham diferentes formas e tamanhos, podendo ter de alguns centímetros a até dois metros de diâmetro. A extinção foi causada pelo asteroide que colidiu com a Terra por volta de 66 milhões de anos atrás.
CRIATURAS MAIS ANTIGAS
Ainda que muito tenha sido descoberto, é difícil apontar qual seria o ser mais antigo a habitar os mares, já que alguns registros fósseis podem estar incompletos e muitos organismos vivem em constante evolução. Mas há três criaturas que percorrem os oceanos há milhões de anos:
Esponjas: desempenhando um papel fundamental nos ecossistemas marinhos até os dias de hoje, fósseis desses organismos foram encontrados e datam de aproximadamente 600 milhões de anos.
Cnidários: este grupo inclui corais, águas-vivas e anêmonas, cuja origem remonta por volta de 580 milhões de anos.
Braquiópodes: parentes distantes dos moluscos, os seus vestígios estão relacionados ao período Cambriano, indicando que esses seres vivem nos mares há pelo menos 540 milhões de anos.
Por que é im P ortante desligar o celular durante o voo?
POR REDAÇÃO ITS TEENS
Com o avanço da tecnologia e a crescente conectividade digital, o uso de celulares se tornou indispensável em nosso cotidiano. No entanto, em um ambiente específico — o avião — o uso desses dispositivos pode trazer desafios significativos. Entender essa interferência é crucial para garantir a proteção e a eficiência das comunicações, tanto no solo quanto no ar.
A principal razão para desligar o celular durante o voo é a segurança. Os aparelhos eletrônicos, especialmente os smartphones, podem emitir sinais na mesma faixa de frequência que os sistemas de navegação e comunicação das aeronaves, gerando interferência eletromagnética. Mesmo que seja mínima, em um ambiente onde a precisão é essencial, qualquer distração pode fazer a diferença.
quem está em terra firme também Pode ser afetado!
Quando o modo avião não é ativado durante o voo, os smartphones continuam buscando conexão e podem captar sinal de diversas torres ao mesmo tempo. Agora, imagine o uso simultâneo de celulares por muitos passageiros em um avião! Isso pode sobrecarregar as torres de comunicação no solo, prejudicando a eficiência das redes sem fio para todos na região. As redes sem fio, como as de celular, dependem de uma série de torres de comunicação distribuídas pelo território responsáveis por receber e transmitir os sinais dos celulares, garantindo que chamadas, mensagens e dados móveis sejam entregues de maneira eficiente. Quando um avião cheio de passageiros passa sobre essas torres, a situação pode mudar significativamente. Pesquisas apontam que, em 2024, apenas no Brasil, mais de 118 milhões de pessoas utilizaram o avião como meio de transporte. Se toda essa quantidade de gente estivesse conectada simultaneamente durante a viagem, a pressão sobre as torres de telefonia poderia resultar em sinais mais fracos, chamadas interrompidas e lentidão na internet móvel, entre outros problemas de conectividade.
como é definida a rota de um avião?
Quem é você durante uma viagem: o que dorme, o que vai comendo por todo o percurso ou é a pessoa que fica acompanhando o GPS para ter certeza que está indo pelo caminho certo? Se você se identificou com a última opção, já deve ter se perguntado: já que acima das nuvens não há sinalizações, como um piloto de avião sabe a rota da viagem? Antes da decolagem, especialistas em planejamento de voo determinam o trajeto mais seguro e eficiente, considerando fatores como condições meteorológicas, tráfego aéreo e regulamentações internacionais. Um plano de voo detalhado é criado e aprovado pelas autoridades de aviação, incluindo informações sobre altitude, pontos de navegação e horários. Devido a esta estruturação e delimitação de itinerário, as aeronaves fazem um curso permanente para o mesmo destino através das aerovias – espaço com trajetória e altitude delimitadas. Assim como as estradas em terra, que permitem mais de um carro passar por elas, nas rodovias do céu também é possível mais de um avião trafegar, desde que mantenham uma distância vertical segura de mil pés (305 metros).
A tecnologia desempenha um papel crucial, com sistemas avançados de navegação e comunicação. Durante o voo, o piloto usa o sistema de navegação por satélite e mantém comunicação constante com a torre de controle para seguir o caminho traçado e fazer ajustes em tempo real, se necessário.
POR REDAÇÃO ITS TEENS
Seja na hora de fazer as compras no mercado, marcar o tempo, organizar a vida financeira, medir distâncias ou até mesmo conferir os documentos de identificação, os números se mostram presentes de inúmeras formas no cotidiano, facilitando as atividades e nos ajudando a compreender o mundo ao nosso redor.
Apesar da maioria das pessoas estarem familiarizadas com os sistemas numéricos, há também aqueles que utilizam outro meio de contagem — e um exemplo disto é a tribo indígena Pirahã. Vivendo na fronteira entre Amazonas e Rondônia, o povo não possui palavras para nomear números como “um”, “dois” e “três”.
Falantes da língua pirahã, a tribo usa outro conceito para fazer os cálculos: a contagem relativa. Baseado na quantidade aproximada, os pirahãs contam as quantidades em situações específicas, analisando a porção que está sendo apresentada. Assim, utilizam a abordagem “pouco”, “alguns” e “muitos”.
Ainda existem outras características que diferenciam esse povo. A língua é considerada extremamente difícil, já que não possui tempo verbal além do presente (devido às crenças da tribo) e somente três vogais e seis consoantes: A, I, O, G, H, S, T, P e B. Além disso, não diferenciam cores, apenas a designam de “mais claro” e “mais escuro”.
CMEI PROFESSORA JULIETA PEREIRA MULLER �� CENTRO
Pensando em proporcionar aos bebês da unidade um momento de explorar novas sensações, a professora Taise dos Santos Antunes — junto com as monitoras Dorotéia de Souza Baptista, Schirlei Cristina da Silva, Lícia Fátima Sanabio e Thaís Savi — criou o projeto “Vivência: a exploração da água e cítricos”.
CMEC CIDADE DA CRIANÇA/CEM PROFESSORA
GIOVANA SOARES DA CUNHA |�� SÃO PAULO
Para incentivar a higiene entre as crianças, a professora Deise Camilo fez uma atividade lúdica para a limpeza das mãos. A tinta guache foi usada para representar os vírus e bactérias, e a lavagem foi pensada para mostrar o cuidado que devemos ter com o corpo.
EM PROFESSORA VILNA CORRÊA PRETTI
EM PROFESSORA VILNA CORRÊA PRETTI
CMEI RECANTO DOS BAIXINHOS
CEM PROFESSORA MARIA DE LOURDES ANTUNES
CMEI PROFESSORA NEROZILDA PINHEIRO FERREIRA
EM IZILDA REISER MAFRA
CEM PROFESSORA MARIA DE LOURDES ANTUNES
CEM PROFESSORA MARIA REGINA GAZANIGA DA COSTA
ABRIL AZUL
Confira como as escolas da Rede Municipal participaram da ação “Abril Azul”.
CEM PROFESSORA MARIA DE LOURDES ANTUNES
EM PROFESSORA IDÍLIA MACHADO FERREIRA
CEM PROFESSORA MARIA DE LOURDES ANTUNES
A AUTISTACRIANÇA CRESCEU: o adulto com TEA na escola
POR LUCIANA ARIOLI
Autista, mãe atípica e professora do CEM Professora Badia de Faria
O ano era 1987 e eu ingressaria na escola em breve. Lembro de quando minha mãe me levou para conhecer o ambiente em uma manhã de verão: o colorido do prédio, o parquinho com o gramado recém-aparado, os cheiros. Eu adorava outras crianças e, apesar de não ter experiências muito positivas com elas até aquele momento, estava ansiosa por essa nova fase. Nessa época, com cinco anos, já estava alfabetizada. Adorava letras, livros e histórias. No quadro de giz comprado por minha mãe, em pouco tempo eu havia aprendido a ler e escrever.
Mas minha expectativa passou longe – e muito! – da realidade que eu viveria no ambiente escolar nos próximos anos. Resumo esse período em poucas palavras: bullying, isolamento, ansiedade, baixa autoestima e a sensação constante de insuficiência. Aceleramos a história para o ano de 2015. Nasce minha filha e, com ela, uma enxurrada de emoções e sentimentos que jamais imaginaria que existissem. Com o tempo, fui alertada por algumas pessoas de meu convívio que havia algo diferente nela. Entra a fase materna de negação. “Não havia nada errado, eu é que não estava educando da forma adequada”, pensava. E lá estava eu lendo artigos, assistindo a palestras de psicólogos, pediatras, educadores e mudando minhas metodologias constantemente. Mas, obviamente, nada disso resolveu. Depois de muitas avaliações, com diferentes profissionais, aos seis anos minha filha recebeu o diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista (TEA).
Começaram as terapias que, hoje sei, deveriam ter início antes mesmo de um possível laudo médico. E foi ali, com as terapeutas dela, que entendi que eu também precisava de uma avaliação médica.
E, assim, também fui diagnosticada com TEA em janeiro de 2024.
Apesar do que muitos acreditam, não é apenas um laudo médico. Meu diagnóstico de TEA trouxe respostas para questões não respondidas e incompreendidas de uma vida inteira. O acompanhamento médico e psicológico trouxe autoconhecimento e autoestima. A pessoa rotulada pelos demais como esquisita, antissocial, isolada, teimosa e cheia de manias, não existia. Existe o ser humano no espectro autista, com necessidade de suporte, e que precisa do apoio, do entendimento e de seus direitos garantidos, esteja onde estiver, inclusive em seu local de trabalho que, no meu caso em particular, é a escola.
Vale lembrar que nos últimos anos tivemos ganhos excelentes para os estudantes no que diz respeito à inclusão. Mas e quanto a mim e aos demais autistas adultos que estão no ambiente escolar? A atenção para equipamentos que proporcionem temperatura adequada (desregulações emocionais podem ser consequência de um ambiente desconfortável), até a manutenção e permanência em determinados espaços (trocas de salas para quem possui rigidez cognitiva podem desencadear um grande desgaste mental e necessidade de nova adaptação), fazem a diferença para a manutenção da saúde mental e para um melhor desempenho do profissional autista.
Simples ou complexo, o fato é que todos nós autistas precisamos de algum nível de suporte, dentro e fora do ambiente escolar. Cabe a cada um oferecer o auxílio adequado aos colegas de trabalho, tal e qual costumamos fazer com os alunos que também o necessitam. Respeito e empatia são palavras-chave, seja qual for o diagnóstico, a idade ou o ambiente que frequentamos.
RESPOSTAS
Inteligência artificial no Oscar: pode isso?
VocÊ SaBia?
Números e palavras: a matemática inusitada da tribo indígena Pirahã