Revista its Teens Joinville nº 63 2022 | R$ 13,50
UMA EDIÇÃO ESPECIAL TODO MÊS
editorial
Compreender os problemas ocasionados pelo aquecimento global não é algo que apenas se vê na TV ou se lê na internet. Na escola, quando se estudam as causas e efeitos das grandes alterações climáticas, a ideia é que você, seu amigo e todos os colegas da sua escola sejam agentes da mudança, ou seja, incentivem seus pais, responsáveis e familiares a repensarem hábitos e costumes que reduzam os impactos ambientais. Trazer esse conhecimento de sala de aula na prática significa ter consciência de como faço o descarte
do lixo; saber economizar a água na hora das atividades domésticas e higiene pessoal; diminuir o consumo de energia elétrica, seja aproveitando mais a luz do dia ou reduzindo o número de eletrônicos sem uso na tomada; aconselhar os pais e responsáveis a consumir menos produtos com muitos plásticos; e tantas outras atitudes simples no dia a dia que podem ser mudadas com pequenos ajustes na rotina, mas com grande efeito para o meio ambiente. Nesta edição, a matéria de capa é justamente sobre os problemas do descarte errado do lixo eletrônico e mostra como alunos têm reaproveitado materiais para criar brinquedos nas aulas de robótica. Em contrapartida, na contracapa,
você vai ler sobre o que causa uma enchente e quais os perigos que ela apresenta para toda a sociedade em dias com excesso de chuva. Ou seja, um tema está conectado com o outro – coisas que só uma revista invertida pode oferecer para você. Além desses conteúdos, você ainda vai aprender sobre a Lei Áurea – que teve seu marco histórico no mês de maio – saber mais sobre a profissão de engenharia civil e entender a importância de ter na sua escola um jornal escolar. E ainda: para uma música estourar no mundo, quais são os caminhos do sucesso? Você sabe? Aqui tem a resposta. Espero que você goste de mais uma edição preparada com muito carinho.
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embaixadores
Emilly Cristinny Bandelow EM Prof. Anna Maria Harger
Isabela Vidaletti Pereira EM Prof. Anna Maria Harger
Júlia Correa dos Santos EM Prof. Anna Maria Harger
expediente
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Letícia Nunes Schelbauer EM Professor Edgar Monteiro Castanheira
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A REVISTA ITS É UMA PUBLICAÇÃO DA EDITORA NOTÍCIAS DO DIA RENATA BOMFIM EDITORA-CHEFE renata.bomfim@portalits.com.br
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its Teens // maio 2022
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ANA ZAHIA JUMA SUPERVISORA COMERCIAL SUL ana.juma@ndtv.com.br Os artigos assinados não refletem necessariamente a opinião da revista, sendo de inteira responsabilidade de seus autores. É permitida a reprodução total ou parcial de reportagens e textos, desde que expressamente citada a fonte.
TIRAGEM: 3.235 EXEMPLARES NÃO VACILA, FALA AÍ (47) 3419-8000 Pontos de distribuição: Escolas da Rede Municipal de Joinville
conteúdo
8-9 DIÁRIO ESCOLAR
10 fatos importantes sobre a Abolição da Escravidão no Brasil
10-11 PROFISSÃO DO MÊS
Engenharia Civil: tudo o que você precisa saber sobre esta escolhe profissional
12-13 NOTÍCIAS DO BEM Para que serve um jornal escolar?
14-15 NOTÍCIAS DAS ESCOLAS 16-17 SUSTENTABILIDADE
Você sabe o que é um ecossistema?
18-23 CAPA
Lixo eletrônico: o que é, onde descartar e como reaproveitar?
24 DIVERSÃO Stopits
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26-27 CULTURA POP 28-29 WI-FI
O que são os metaversos?
30-31 BLOCO DE NOTAS Enchente: por que isso acontece?
32 SPOILER 34-35 EU, REPÓRTER NA ITS
Projeto “Tempo de Avançar”
36-41 GALERIAS 42 SAIDEIRA
Chama no zoom e dá o close!
@SouBemJoinville
Ou acesse ndmais.com.br/sou-bem/ O movimento Sou Bem é projeto Grupo ND
diário escolar
10 fatos importantes sobre a Abolição da
Lucas Inácio
Em maio, precisamente no dia 13, a Lei Áurea – como é conhecida a Lei Imperial nº 3.353, que marca legalmente o fim do trabalho escravo no país – completou 134 anos do seu decreto. A versão conhecida é de que a Princesa Isabel foi quem libertou as pessoas escravizadas em 1888, porém, a história real não é heroica e romântica como a narrativa sugere. A abolição da escravatura foi um processo complexo e centenário, que vamos conhecer um pouco mais a partir de agora.
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Aprovação acelerada
A abolição foi assinada pela Princesa Isabel porque seu pai, o imperador Dom Pedro II, estava em viagem para tratar de sua saúde, algo que acontecia cada vez mais na época. O projeto de lei foi elaborado pelo senador e ministro da Agricultura, Rodrigo Augusto da Silva, e o trâmite durou apenas cinco dias. O ministro apresentou o projeto à Câmara Geral (atual Câmara dos Deputados), depois foi ao Senado Imperial. Por fim, a lei foi sancionada pela princesa. O que a rapidez do trâmite legal indica é que a abolição era algo que vinha de muito tempo e não era mais possível adiar, afinal, o país estava mais de 50 anos atrasado em relação aos vizinhos sul-americanos.
Poderia ter sido bem antes
Já em 1761, o secretário de Estado de Portugal, Marquês de Pombal, havia decretado o fim da escravidão de pessoas indígenas e negras. A decisão, no entanto, só valia na metrópole portuguesa, em algumas colônias na Índia e na Ilha da Madeira. A escravidão dos negros na América era uma forte fonte de renda de Portugal, tanto pela mão de obra que barateava a produção, quanto pelo tráfico de pessoas – e a Coroa Portuguesa não queria abrir mão disso.
Independência, mas não para todos
Em 1822, na Independência do Brasil, a constituição brasileira poderia vir com sua Lei Áurea, mas o movimento liderado na política brasileira por José Bonifácio (ministro de Dom Pedro I) ia contra o interesse das oligarquias e da aristocracia rural. Bonifácio perdeu força política e foi exilado pouco tempo depois. Caso tivesse acontecido na época, o Brasil teria sido o primeiro país sul-americano a abolir a escravidão. Um ano depois, em 1823, o Chile se tornou independente e libertou as pessoas escravizadas. Já o Brasil, no fim das contas, foi o último país do continente americano a aprovar essa lei.
Revolta que inspira
No Período Regencial (1831 a 1840), diversas revoltas eclodiram, mas uma delas teve contornos bem diferentes das demais. A Revolta dos Malês, em Salvador, no ano de 1835, tem a religião como papel fundamental, pois foi liderada por um grupo de 600 maleses mulçumanos escravizados e seus aliados. Eram altamente organizados e tinham um plano concreto para dominar parte da cidade e conquistar sua liberdade. Contida por uma denúncia, a revolta foi abafada e desmobilizada, terminando com a prisão e condenação de 70 pessoas a fortes punições e até à morte, sendo usadas como exemplo. Uma consequência foi o aumento da repressão contra o povo negro em todo o país nos anos seguintes.
Um herói chamado Luiz Gama
Da Revolta dos Malês, sairia indiretamente um dos grandes líderes abolicionistas da história brasileira. Luiz Gama é filho de Luísa Mahin, negra liberta que participou da revolta em Salvador, com um comerciante branco português. Gama nasceu livre e tinha apenas cinco anos na época da revolta. Aos dez anos, foi vendido por seu pai como escravo para quitar uma dívida de jogo. Assim ficou até os 17 anos e, com essa vivência terrível, investiu nos estudos e se tornou um advogado, trabalhando para libertar mais de 500 pessoas escravizadas com base nas leis – e sem cobrar nada.
Outros grandes abolicionistas
Além de Luiz Gama, outros abolicionistas negros de destaque nessa época foram José do Patrocínio (farmacêutico e jornalista) e André Rebouças (engenheiro altamente conhecido em nomes de bairros e ruas pelo país, também jornalista). Vale lembrar também de Machado de Assis, nome pouco relacionado ao movimento abolicionista, mas que teve também sua participação. Além disso, as artes, o jornalismo e o direito estiveram muito presentes no movimento com nomes de prestígio como Chiquinha Gonzaga (maestrina), Joaquim Nabuco (diplomata), Castro Alves (poeta), Antônio Bento (advogado), entre outros.
Dragão do Mar: nome de lenda, história real
Quatro anos antes da assinatura da Lei Áurea, um Estado brasileiro já havia decretado o fim da escravidão em seu território: o Ceará. Isso aconteceu na década de 1880, após uma forte seca que atingiu o lugar. Como os senhores de escravos tinham custos altos para manter suas “posses”, alguns libertaram as pessoas, enquanto outros resolveram vendê-las para os senhores do Sul e Sudeste. É aí que entra a figura de Francisco José do Nascimento (1841-1914), conhecido como Dragão do Mar. As jangadas eram essenciais para levar pessoas e cargas da praia aos navios, e Francisco – jangadeiro negro conhecido pelo apelido de infância Chico da Matilde – liderou os colegas a se voltarem contra os escravagistas e não fazerem essa travessia. O movimento cresceu e ganhou tanta força que os senhores não viram saída senão extinguir a escravidão por completo no Estado em 1884.
As leis para inglês ver
Desde a independência, havia pressões por parte da Inglaterra – grande potência da época – para o fim do tráfico de escravos. No Brasil isso foi visto a contragosto, mas o país dependia de suas relações internacionais e fez a Lei Feijó (1931) que proibia o tráfico de escravos da África para o Brasil, a chamada “para inglês ver”. Com o tempo, a Inglaterra viu que não havia cumprimento e prometeu invadir a costa brasileira se fosse preciso. Assim foi criada a Lei Eusébio de Queiroz (1950). Com o tempo, as revoltas eclodindo, movimentos urbanos nascendo e a pressão internacional aumentando, surgiram leis que tentavam acalmar os ânimos. Uma delas foi a Lei do Ventre Livre (1871), que decretava que todo filho de escravizados nascido dali em diante seria livre aos 21 anos ou aos oito com compensação financeira do Estado. Por fim, pouco antes da Lei Áurea, a Lei do Sexagenário (1885) decretou que toda pessoa escravizada com mais de 60 anos fosse libertada. Todas simbólicas, mas pouco efetivas. Como diz o ditado: para inglês ver.
Não foi por bondade
Como sabemos, diversas camadas da população eram a favor da abolição da escravidão. Além dos movimentos de luta e resistência da população escravizada, o apoio de alguns grupos da elite pelas causas abolicionistas vinha das questões econômicas. Além da pressão dos países europeus, outro motivo foi que os liberais brasileiros pensavam que o país estava atrasado economicamente em relação ao mundo, porque a nova forma de mercado era mais eficiente e nela não cabia mais mão de obra escravizada.
Passo para o fim da monarquia
O xadrez político da época colocava a família real em xeque. O imperador Dom Pedro II era bem quisto pelos políticos e a burguesia da época, mas o império não. Era questão de tempo para que o país se tornasse uma república – e a abolição foi um passo importante. As pressões que levaram à assinatura da Lei Áurea vieram, em grande parte, pelos liberais da época e poderiam significar fôlego à Coroa Brasileira. Porém, o ato resultou mesmo na perda de apoio dos políticos conservadores, geralmente donos de escravos e fazendas, os quais não receberam indenização
pelos libertos. Junto com a insatisfação militar após a Guerra do Paraguai, esse foi um dos fatos decisivos para proclamação da república um ano e meio depois.
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profissão do mês
TUDO O QUE VOCÊ PRECISA SABER SOBRE ESTA ESCOLHA PROFISSIONAL Renata Bomfim
A civil é uma das diversas áreas de formação das engenharias. É responsável por projetar, acompanhar e entregar qualquer projeto de construção, seja uma casa ou grandes empreendimentos. Quem escolhe esta profissão vai ser o responsável por assinar diversas etapas do processo e acompanhar para que tudo seja muito bem executado. Saiba tudo sobre o que faz, onde atua e mercado de trabalho para quem sonha seguir na engenharia civil.
Nome completo
Lays Mayara Hess Formações
engenheira civil especialista em gestão de obra e gerenciamento de projetos Escola onde estudou no Ensino Fundamental:
Escola Municipal João de Oliveira 10
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its Teens Por que você escolheu estudar engenharia civil? Lays: Eu não conhecia nenhum engenheiro, não conhecia ninguém que tivesse cursado essa faculdade ou que tivesse feito uma faculdade completa. Foi a partir de teste vocacional, na internet ou na escola, e como eu sempre gostei muito de exatas, sempre dava algo na engenharia, algo que envolvesse bastante cálculo. Pesquisei todas as engenharias, cheguei na civil e fui lendo tudo o que dava, para ver se era isso que mais se encaixava, e eu comecei a gostar bastante. O que mais me fascinou foi a ideia de pegar algo que não existe, como um projeto no papel, executar e depois ver as pessoas usando – como um prédio, uma rodovia.
its Teens Quais são as suas principais responsabilidades?
Lays: No meu ramo, a principal responsabilidade é a de executar as obras com qualidade. Faz parte disso ser responsável por direcionar a equipe de como isso será feito, através de projetos – principalmente fiscalização – para que garanta a qualidade final do produto, a segurança dos envolvidos que estão neste processo e a segurança pós-execução, para que seja seguro para ser utilizado.
Lays: As áreas são diversas. Eu trabalho com execução e gerenciamento de obras. Eu tenho os projetos e faço eles acontecerem até a entrega do produto final para o cliente. Mas tem várias áreas: tem o engenheiro projetista; o que trabalha com pesquisa, tanto em campo como pesquisa; tem os engenheiros de infraestrutura; tem os engenheiros que trabalham com laudos e vistorias; até mesmo tem engenheiros que são peritos que ficam à disposição do juiz no caso de briga judicial.
its Teens Dentro da engenharia civil, qual a sua área e o que você faz no dia a dia?
Lays: Eu trabalho com gerenciamento e execução de obras, ou seja, eu atuo na execução de edificações, que é, basicamente, você reunir todas as informações (equipes, projeto, verba) que estão no papel e fazer uma obra para entrega para moradia. Isso envolve, inicialmente, ver se a proposta é viável de ser feita no local, se necessita de modificação, fazer viabilidade de custo, quantitativo de materiais, executar cronograma – que é uma das coisas mais importantes –, fazer o controle da qualidade e tudo o que está sendo feito em campo, fazer as medições para fazer a obra andar e não deixá-la parar em nenhum momento. Em resumo: fazer tornar físico e real o projeto idealizado, sempre com foco na eficiência, menor custo, menor prazo, sem desperdício e sem que a qualidade seja afetada. Cada conferência de execução é botina no pé e correria, porque você tem que estar presente na obra.
its Teens Quais características importantes o profissional precisa ter/desenvolver para trabalhar nesta área?
Lays: A proatividade, determinação, senso de urgência, vontade de aprender e, principalmente, de resolver problemas – se é que isso possa ser uma característica. Por ser uma profissão muito dinâmica, nenhum dia é igual ao outro, as tomadas de decisão sempre precisam ser feitas.
its Teens Como é o mercado de trabalho para quem escolhe esta profissão?
Lays: É um mercado muito competitivo, mas com espaço para bons profissionais. Se possível, faça estágios durante a faculdade. Dentro da engenharia tem vários ramos, se você puder testar os mais variados para ver qual deseja seguir, vai ser um pontapé para se posicionar no mercado de trabalho.
its Teens O que é necessário para se tornar um engenheiro, quanto tempo e principais disciplinas de estudo? Lays: É necessário fazer o bacharelado em engenharia civil, com duração de cinco anos, e o curso tem a maioria das disciplinas em exatas. Nos primeiros dois anos, a maioria das disciplinas são gerais de todas as engenharias, que são a base para você se tornar um engenheiro.
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Foto: Arquivo pessoal/Divulgação
its Teens Quais são as áreas no mercado com possibilidades de atuação?
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notícias do bem
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PARA QUE SERVE UM A prática desperta um olhar curioso e crítico das situações que extrapolam os muros da escola O QUE VOCÊ VAI ENCONTRAR POR AQUI: Alunas criam jornal escolar para noticiar as atividades dos estudantes e da comunidade. O que são as fake news. A importância de criar um jornal escolar. Renata Bomfim Ana Caroline Arjonas Tempo de leitura: 6 minutos
Com as idas e vindas das aulas, talvez você não tenha parado para observar as mudanças que acontecem na escola, no bairro ou na comunidade. Seja a construção de um novo espaço, uma mudança na praça ou a reconstrução de uma área, a verdade é que tudo muda o tempo todo e estar atento é o primeiro passo para captar as alterações. A observação é uma prática – assim como a leitura e a escrita. O foco está no desenvolvimento de um olhar atento, capaz de entender as transformações. E como desenvolver o costume de reparar no que está em volta? Para compartilhar as novidades da Escola Municipal Professora Maria Magdalena Mazzolli e da comunidade, duas alunas criaram o Jornal da Mazzolli, ainda em 2021. Rafaela Cuzik de Siqueira – que terminou os Anos Iniciais e estuda na Escola Agrícola Municipal Carlos Heins Funke – e Cecília Jonk, do quinto ano, eram representantes da turma e receberam os pedidos dos estudantes. “Queríamos fazer (o jornal) e aproveitamos que já éramos do conselho para apresentar a proposta. Estávamos nas reuniões para levar as ideias dos alunos”, conta Rafaela.
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Alunas acompanhadas da equipe de gestão escolar
Procuramos não interferir no processo. Cuidamos do português, da revisão e impressão.” Ivorlene Egner, diretora da unidade
Na construção do jornal, as alunas pesquisam os principais assuntos relacionados ao mês de circulação para selecionar os conteúdos. Além de trazer informações e curiosidades, a publicação personalizada ainda inclui espaço para interação com estudantes para que possa servir até mesmo de apoio aos professores em sala de aula. A publicação pode ser um canal de comunicação com todos que estão inseridos na rotina escolar, compartilhando projetos e ações significativas. A interação social e o desenvolvimento de habilidades pessoais, como a oratória e a visão crítica da realidade, são outras vantagens. “Vamos colocando o que acontece dentro e fora da escola. Eu gosto de escrever, de produzir e pensar nos assuntos. Sempre tenho um caderno que anoto tudo”, menciona Cecília.
O trabalho em equipe, a comunicação e a reflexão sobre a sociedade são outras competências que surgem durante o processo. A atividade é ideal para a criação de cidadãos ativos, que conhecem seus deveres e direitos. O Jornal Mazzolli tem publicação mensal com 110 exemplares, um para cada aluno da unidade. A seleção dos temas e dos entrevistados também é uma atividade que parte dos estudantes. “Procuramos não interferir no processo. Cuidamos do português, da revisão e impressão”, explica a diretora, Ivorlene Egner.
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3 MOTIVOS para ter na sua escola um jornal escolar
Se a sua escola ainda não tem um jornal escolar, que tal levar esta ideia para a direção? Dá para juntar um grupo de alunos interessados na iniciativa, dividir as funções e criar uma comunicação escolar que seja a cara da sua escola. Ter um pequeno veículo de notícias como esse pode ser importante por diversos motivos, mas principalmente por estes três aqui:
1. Criar um jornal escolar com a linguagem dos alunos pode aproximá-los dos acontecimentos da escola, envolvê-los nas ações e torná-los pertencentes ao espaço educativo. 2. Além de desenvolver a escrita, o jornal escolar é uma oportunidade para aprender novas habilidades – como saber trabalhar em equipe, desenvolver a oratória, melhorar o desenvolvimento na hora de
apresentar um trabalho na escola, conseguir estruturar com mais facilidade as ideias e por aí vai…
3. Mesmo que seja simples, todas as informações publicadas no jornal passam por checagem. O espaço pode ajudar no combate a fake news, principalmente quando surge algum viral nas redes sociais, e o jornal pode contribuir com informações apuradas, relevantes e informativas.
Fake news: o que é?
Você deve conhecer alguém que já foi impactado por uma fake news, certo? Com tantas notícias falsas que viralizam nas redes sociais e também são compartilhadas nos grupos de conversa, fica difícil saber o que é verdade. O nome pode ser novo, mas a prática é antiga, já que esse tipo de divulgação é feita há muito tempo – não existe uma data de origem.
Acompanho as reportagens e, antes de colocar, eu pesquiso e vejo de onde vem a informação para saber se é verdadeira.” Cecília Jonk, aluna do quinto ano
O termo ganhou força e começou a ser debatido após a eleição presidencial americana de 2016, em um duelo marcado por diversos escândalos e discussões sobre o assunto. Seja por desinformação ou interesses políticos
e sociais, a prática impacta no convívio em sociedade, espalhando dados e rumores que podem ser prejudiciais não só para figuras públicas, mas para toda a sociedade. Por isso que o papel de um jornal escolar pode ser tão importante, principalmente em situações como essa: a criação de um informativo interno é o incentivo que os alunos precisam para entender o papel da informação desde cedo, compreendendo as etapas do processo de checagem dos fatos. Desenvolver um olhar crítico sobre a realidade também é uma preocupação. No Jornal Mazzolli, as informações são verificadas antes das produções. “Acompanho as reportagens e, antes de colocar, eu pesquiso e vejo de onde vem a informação para saber se é verdadeira”, destaca Cecília. Saber identificar o que é verdade ou mentira é uma habilidade que todos devem desenvolver, principalmente em um momento de tanta desinformação.
Fotos: Renata Bomfim
Cecília Jonck
Rafaela Cuzik de Siqueira
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notícias das escolas O Dia Mundial da Dança, que é celebrado tradicionalmente em 29 de abril, foi cheio de movimento para os alunos das escolas municipais. As unidades que têm o Programa Dança na Escola promoveram apresentações e montaram murais especiais dedicados à data. Além disso, todas as escolas receberam jornais impressos especiais com atividades sobre a história da dança e a importância dessa arte para Joinville. Os alunos do Programa Dança na Escola da EM Curt Alvino Monich viveram experiências diferentes: os estudantes foram convidados para participar do Projeto Passo Cultural do Instituto Festival de Dança de Joinville. Quase 100 crianças e adolescentes de seis a 14 anos experimentaram aulas de jazz e de danças urbanas em uma ação realizada no Saltare Centro de Dança.
A parceria entre a Secretaria de Educação de Joinville e o Instituto Festival de Dança de Joinville estendeu-se a outras ações. Até o fim do ano, a exposição História em Imagens, que conta a trajetória do Festival de Dança de Joinville por meio de fotos, passará por todas as unidades escolares da Rede Pública Municipal. Além disso, a parceria contempla também a participação das professoras do Programa Dança na Escola nos cursos do Festival de Joinville, em julho, como forma de aperfeiçoamento do trabalho educacional. Também durante o evento, os alunos do Dança na Escola poderão assistir às apresentações das noites especiais e da Mostra Competitiva no Camarote Nota Dez, espaço reservado para os estudantes que apresentam bom rendimento escolar e assiduidade, entre outros critérios.
Biblioteca Pública volta a promover visitas monitoradas
A Biblioteca Pública Municipal Prefeito Rolf Colin voltou a promover visitas monitoradas para alunos de escolas e Centros de Educação Infantil da rede pública e privada de Joinville. A atividade havia sido suspensa devido às regras sanitárias da pandemia da Covid-19. A visitação é gratuita e tem duração de uma hora. Os alunos visitam todos os setores da Biblioteca Pública de Joinville e conversam com cada monitor. Depois, é hora de relaxar: a contadora de histórias da biblioteca faz uma apresentação a partir de um texto próprio 14
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para a faixa etária da turma de visitantes e, no fim, há um momento para os estudantes escolherem um livro do setor infantojuvenil e vivenciarem um momento de leitura. As visitas monitoradas podem ser feitas nas terças-feiras, no período da tarde, e nas quinta-feiras, no período da manhã. Os agendamentos devem ser feitos pelo e-mail biblioteca.municipal@joinville.sc.gov.br com o coordenador Luciano Antônio Alves, com o título “Agendamento Visita Monitorada” e o nome da escola ou CEI interessado.
CONHEÇA JOINVILLE: Museu Arqueológico de Sambaqui
As escolas municipais de Joinville estão recebendo a equipe do Centro de Bem-Estar Animal (Cbea) para uma série de atividades que abordam a tutela responsável e os cuidados com os animais. O objetivo é conversar com os estudantes e conscientizá-los sobre como ter uma tutela responsável ao adotar um bichinho. Os profissionais explicam também os cinco pontos essenciais do bem-estar animal: livre de fome, dor e doença, desconforto, de medo e estresse, e que o animal seja livre para expressar seu comportamento natural. A equipe leva para as visitas nas escolas dois cachorros, a Sassa e o Arno. Arno foi encontrado atrás de uma pilha de tijolos e acredita-se que ele foi literalmente “jogado fora” quando ficou doente. Depois de passar por tratamento, foi adotado pelo coordenador do Centro de Bem-Estar Animal. No Brasil, maus tratos contra animais é um crime previsto por lei e a pena pode chegar a cinco anos de reclusão, além de multa e registro de antecedentes criminais. O Centro de Bem-Estar Animal (Cbea) atende animais abandonados que estejam doentes ou vítimas de maus tratos. A Prefeitura de Joinville também mantém a Feira Virtual Adote um Amigo, onde as pessoas podem conhecer alguns dos animais que estão aptos à adoção e preencher um formulário eletrônico informando o interesse em adotar.
Fotos: Prefeitura Municipal de Joinville/Divulgação
ESCOLAS RECEBEM PALESTRAS SOBRE CUIDADOS COM OS ANIMAIS
Para onde você acha que precisa viajar para ver itens e objetos mais antigos do que as pirâmides do Egito? Para museus da Europa, ou para países como China ou Quênia? Que tal ir até o Centro de Joinville e visitar o Museu Arqueológico de Sambaqui? Ele é uma referência em preservação e pesquisa da história pré-colonial no Brasil, e tem em seu acervo mais de 100 mil peças que foram encontradas em Joinville e evidenciam que já existiam pessoas vivendo nessa região há pelo menos seis mil anos. Atualmente, os visitantes podem prestigiar a exposição “Acervos do Museu Sambaqui: coisas a olhar”, uma mostra da diversidade de acervos e parte das coleções que estão sob a guarda do museu. No átrio do prédio, o público também pode conferir a mostra “Sambaquis: montes de conchas, montes de história”. Entre as peças expostas estão ossos e objetos que mostram o progresso da humanidade naquele período. O museu também possui o projeto Sambaqui Cubatão I, proposta de educação patrimonial que está trabalhando na formação de professores da rede pública como multiplicadores da ação que ocorre em um dos mais importantes sítios arqueológicos de Joinville e que, devido à sua proximidade com a Baía da Babitonga, em breve poderá desaparecer.
serviço Endereço: Rua Dona Francisca, 600, Centro. Horário de funcionamento: de terça-
feira a domingo, das 10h às 16h. Os agendamentos em grupos devem ser feitos pelo telefone 3433-0114.
Valor: entrada gratuita.
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sustentabilidade
Você sabe o que é um Importante para a natureza, o sistema é composto por seres que vivem e interagem em conjunto, transformando o ambiente
O quecovnotrcêar vai en aqui: por
ESCOLA DESENVOLVE PROJETO DE SUSTENTABILIDADE COM ALUNOS QUE FAZEM PARTE DAS AULAS DE ROBÓTICA. SABER O QUE É O RESTAURA NATUREZA - OLIMPÍADA BRASILEIRA DE RESTAURAÇÃO DE ECOSSISTEMA. DICAS PARA CUIDAR DO MEIO AMBIENTE.
Renata Bomfim e Ana Caroline Arjonas Sabe aquele jardim ou lago perto da sua casa? Você já parou para pensar nos animais e plantas que estão ali? Todas as vidas inseridas em um mesmo lugar, que sobrevivem em conjunto, compõem um ecossistema. Mesmo que o termo seja conhecido e muito utilizado, principalmente nas aulas de ciências, poucos realmente sabem o significado. Esse mesmo sistema de proteção, que interage e coexiste, pode ser encontrado em ambientes maiores, incluindo as florestas: a fauna, a flora, o solo e todos as vidas daquele local representam um grande ecossistema, responsável por purificar a água, facilitar a decomposição do lixo e permitir a reprodução da vegetação.
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Tempo de leitura: 7 minutos Inclusive, o número de espécies e de seres nesses espaços é gigante, desde os pequenos até aqueles que roubam a atenção. E você já imaginou como seria dar um passeio nesse lugar? Privilegiados pelo fato de a escola estar em um local rodeado pela Mata Atlântica, os alunos do clube de robótica da Escola Municipal Emílio Paulo Roberto Hardt vivem essa experiência na prática. Além de conhecer novas espécies de árvores e até encontrar aquelas que estão quase em extinção, a tarefa de desbravar a natureza que faz divisa com os muros da escola faz parte da missão do Restaura Natureza – Olimpíada Brasileira de Restauração de Ecossistemas, da qual a unidade está participando pela primeira vez. Ao todo, já foram catalogadas 30 árvores. “Queremos restaurar o redor (da escola) – mesmo que não seja 100% – e trabalhar essa questão do repensar. Eu preciso cortar essa que é uma vegetação nativa?”, questiona a professora integradora de mídias (PIM) Cristiane Schulze Schubert. Com ações de consciência ambiental o ano todo, o movimento da escola busca replantar parte da natureza que foi desmatada por conta das necessidades de construção e transformação do ambiente. O desafio é buscar diminuir os impactos das consequências que o crescimento urbano causa: problemas no curso natural das águas, proliferação de doenças e mudança do clima são algumas das respostas do planeta. Por isso, reconstruir uma parte da Mata Atlântica pode ser um desafio, mas o grupo está disposto a mudar o cenário. O time já colocou a mão na massa: ainda no ano passado, 150 mudas de árvores foram plantadas na comunidade onde a escola está inserida. No espaço verde dos alunos, seis árvores frutíferas e três jacatirões fazem parte do projeto de replantio.
“Se fizermos um levantamento das espécies que foram tiradas e perdidas, em metros quadrados, não vamos conseguir replantar tudo. Se conseguirmos repor 10, 20% da área perdida, mesmo que em outro local, os estudantes vão entender a importância da mata”, destaca a professora de ciências Aline Vieira Voigt. Com os desafios da olimpíada, os alunos envolvidos na competição aprendem sobre a mata nativa e restauração do ecossistema – e isso, na prática, significa muito para a escola, a comunidade e a sociedade em geral: mudança de pensamento e atitude. A participação dos estudantes no desafio desenvolve cidadãos ativos que observam o meio em que vivem e repensam as atitudes. “Eu moro em apartamento, então é meio difícil conseguir um espaço para plantar, mas percebi que do lado da minha casa tem um terreno baldio e eu plantei algumas coisas lá”, conta a aluna do sétimo ano Dhenyfer Emanuelle Sousa Ferreira. A participação na olimpíada soma as práticas de sustentabilidade da escola, que busca desenvolver projetos que reciclam, repensam e fazem os alunos refletirem sobre as consequências da falta de cuidado e respeito com a natureza e como isso pode impactar no nosso dia a dia. “Antes eles estavam só em casa e, aqui, quietinhos. Agora, eles estão pesquisando, buscando e saindo da zona de conforto”, declara a diretora da unidade, Katia Marise Schwartz.
Escola participa da 1ª edição “Restaura Natureza – Olimpíada Brasileira de Restauração de Ecossistemas”
Mais do que aprender em sala de aula, é preciso trazer para o cotidiano práticas mais sustentáveis – e a escola pode ser um celeiro de desenvolvimento de consciência sustentável, porque cuidar da natureza e repensar atitudes são formas de melhorar o mundo, priorizando o meio ambiente e o equilíbrio entre o verde e a urbanização. De acordo com dados da Fundação SOS Mata Atlântica, temos hoje apenas 12,4% da vegetação original da Mata Atlântica, distribuída em 15% do território nacional. Por isso, para preservar essa porcentagem e evitar que esse dado fique ainda menor, é preciso desenvolver ações práticas, que você mesmo já conhece:
1. Evite o desperdício de água. 2. Ajude a sua escola e a sua família a economizar energia. 3. Contribua no descarte e separação do lixo orgânico, reciclável e eletrônico. 4. Repense o consumo excessivo de produtos com muitas embalagens. 5. Cuide, preserve e respeite a natureza.
Foto: Renata Bomfim
A Olimpíada Brasileira de Restauração de Ecossistema é uma iniciativa que promove a educação focada nas vivências e experiências dentro das escolas, entendendo que alunos e professores podem desempenhar atividades que transformam a comunidade. A ideia é resgatar o equilíbrio entre os seres humanos e a natureza, provando que um está integrado ao outro. Neste desafio, a natureza está como primeiro plano das ações, e a comunidade escolar, como espaço que pode replicar e disseminar ações efetivas de restauração do ecossistema, promovendo um novo estilo de vida. A olimpíada é dividida em duas fases, sendo a última a parte prática, com desenvolvimento de ações e execução de projetos relacionados à restauração da natureza.
para começar a cuidar do meio ambiente hoje mesmo
Alunos do clube de robótica da escola participam do Restaura Natureza – Olimpíada Brasileira de Restauração de Ecossistemas
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Renata Bomfim e Ana Caroline Arjonas Tempo de leitura: 11 minutos
CLUBE DE ROBÓTICA ESCOLAR CRIA BRINQUEDOS COM RECICLAGEM DE ELETRÔNICOS. O QUE É LIXO ELETRÔNICO. ONDE FAZER O DESCARTE CORRETO DO E-LIXO.
Foto: Leve Fotografia com Propósito
O quecovnoctrêar vai en aqui: por
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omprar um celular novo, ganhar um notebook, trocar os fones de ouvido ou mudar a impressora por uma mais moderna. Apesar de essas aquisições e outros eletrônicos se tornarem cada vez mais acessíveis para compras, existe um problema por trás do consumo desses produtos, nem sempre racionalizado: na compra dos novos, o que fazer ou onde descartar o lixo eletrônico? Se a resposta for jogar no lixo comum, o problema que estava dentro da sua casa passa a ser de toda a sociedade. Isso porque o descarte errado de e-lixo pode causar sérios problemas de saúde a nós, humanos, por conta das substâncias que estão nos componentes, além do perigo que os metais pesados podem trazer de contaminação para o solo, a mata e toda a natureza.
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A falta de acesso à informação sobre esse assunto é tão preocupante que nos coloca em um lugar nada legal. De acordo com a pesquisa “Resíduos eletrônicos no Brasil - 2021”, nosso país ocupa a quinta posição de descarte incorreto desses materiais em todo o mundo e o primeiro lugar no pódio na América Latina. Em contrapartida, este mesmo levantamento, feito em 13 Estados brasileiros e no Distrito Federal, revelou que, no Sul, Joinville e Florianópolis são as cidades em que as pessoas têm mais conhecimento sobre o que é o lixo eletrônico. E se a cidade dá o exemplo, a consciência pode começar ainda na escola – espaço onde mudança de pensamento e comportamento pode ser o centro disseminador. Ao menos é o que tem sido vivenciado por alunos que participam do clube de robótica da Escola Municipal Professora Laura Andrade: na unidade, o contraturno escolar vira um laboratório de criação que transforma rádios, DVDs, impressoras, controles e vários lixos eletrônicos em maquetes, guindastes, robôs e até carrinhos, tudo com funcionamento de bateria, ou seja, ganham vida nova.
Fotos: Leve Fotografia com Propósito
A curiosidade de mexer com eletrônicos e criar projetos faz brilhar os olhos dos estudantes que participam do clube uma vez por semana, com acompanhamento da professora integradora de mídia Jocilene Aparecida Skrypec Machado. Na contramão do que se vê na realidade do Brasil, o projeto escolar aplica na prática a sustentabilidade ao repensar, reutilizar e reciclar o descarte do e-lixo. “Tudo eles retiram, a gente guarda e ali a gente começa a construir outros materiais. Eles (alunos) fazem desafios, constroem, brincam e a gente faz a exposição”, relata a professora. Ao todo, mais de dez projetos foram criados com reciclagem de e-lixo. No clube de robótica da escola, os 20 alunos – divididos em dois grupos de dez por turno – aprendem a pesquisar, descobrem novos métodos de aprendizagem e transformam materiais de sucata em novos brinquedos. Na prática, é a união de tudo o que aprendem dentro do currículo escolar usando a imaginação, relacionamento interpessoal e transformação do conhecimento teórico em prático.
“A robótica ajuda na criatividade, como no trabalho de arte. Eu lembro de robótica, às vezes a professora pede para fazer desenhos e eu faço vários pensando nela. Nós pesquisamos tudo o que a gente inventa com os materiais. A gente pesquisa tudo o que a gente acha interessante para criar”, diz Saymonn Poteriko Schlickmann, 13, aluno do sétimo ano. Para Murillo do Prado Garcia, 11, aluno do sexto ano, além de aprender pelo método de tentativa e erro, o que também se torna uma forma de aprendizagem, a melhor parte de todas as criações que o grupo já fez é só uma: “Quando a gente finaliza e dá certo”, comenta, com uma risada. A professora Jocilene avalia que o resultado de todos os projetos que o clube de robótica desenvolve reflete lá na sala de aula. “Alguns alunos tiveram um grande avanço, os professores comentaram, como disciplina e apresentações dos trabalhos”, destaca a professora.
Clube de robótica da escola
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O que é lixo eletrônico? E-lixo, Resíduos de Equipamentos Elétricos e Eletrônicos (REEE) ou Resíduo Eletrônico são as formas como os materiais elétricos e eletrônicos que estão estragados ou danificados são chamados quando não possuem mais uso. Com o aumento das compras e a troca constante de aparelhos, o descarte passou a ser uma preocupação mundial. Por isso, diversas entidades – incluindo a Organização das Nações Unidas (ONU) – contam com programas voltados à conscientização e a práticas sustentáveis. Mas você sabe quais objetos são caracterizados como e-lixo e como identificá-los? As mercadorias e dispositivos eletroeletrônicos de todos os tipos e tamanhos entram nessa categoria. Confira a classificação com alguns exemplos:
Informática e telefonia:
celulares, tablets, notebooks, impressoras, monitores, computadores etc.
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Equipamentos pequenos:
rádios, ventiladores, aspiradores de pó, secadores de cabelo, torradeiras etc.
Equipamentos grandes: geladeiras, máquinas de lavar, fogões, TVs etc.
Pilhas e baterias:
incluem os modelos portáteis e recarregáveis.
Fotos: Leve Fotografia com Propósito
É importante conhecer as regras que orientam os descartes de lixos eletrônicos para não errar nas próximas compras. Os locais e as obrigações dos fabricantes estão previstos na Lei n°12.305/2010. De acordo com ela, as empresas devem oferecer a logística reversa, incentivando a devolução dos aparelhos. O consumidor tem o direito de devolver o item para a marca, que fica responsável por decidir qual será o próximo passo: o reuso das peças ou o descarte correto. O objetivo é que a responsabilidade pelo ciclo de vida do produto seja compartilhada, incluindo por aqueles que produzem, vendem e compram – e até mesmo o poder público. Em Joinville, a exclusão dos resíduos eletrônicos pode ser feita em um dos ecopontos da cidade. No caso dos eletrodomésticos, a solução é agendar a coleta. As pilhas e baterias devem ser devolvidas nas lojas. No QR Code você consegue saber qual é o ponto de descarte correto mais próximo da sua casa, de acordo com levantamento feito pela Prefeitura Municipal de Joinville. Basta apontar a câmera do seu celular na imagem e fazer a leitura!
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diversão
Pessoas históricas brasileiras OU Nomes da Família Imperial
Letícia Martendal
Materiais de construção Objetos eletrônicos
Crie uma fake news engraçada
Nomes de datas históricas
Filmes e séries de ficção científica
Músicas que você ama
Mas atenção: os temas são baseados nas matérias desta edição! Faz parte do ecossistema
Sustentabilidade
Quem não gosta de uma disputa, não é mesmo? Se você é competitivo e adora brincar com seus amigos, então vai adorar jogar stop! Reúna a galera no recreio e veja se você é bom mesmo de raciocínio!
Aplicativos para celular
total
Para continuar a leitura...
Vire a revista para a carinha ficar feliz.
cultura pop
Do TikTok ao brilho dos charts: entenda como as músicas conquistam o topo das paradas Gustavo Bruning Não faz muito tempo que o sucesso de um artista era medido pelas vendas de CDs, que garantiam os estimados discos de ouro, platina e diamante. De uns anos para cá, os álbuns físicos praticamente desapareceram e as plataformas de streaming passaram a oferecer as discografias completas, vencendo em praticidade, custos e variedade. Seja você um adepto do Spotify, Apple Music ou Deezer, saiba que o poder de levar um artista ao topo está literalmente na mão. É isso que cantores, bandas e artistas do segmento vêm buscando. Subir nas paradas quer dizer se tornar mais conhecido e prestigiado, ser indicado a mais premiações, promover turnês maiores e, consequentemente, faturar mais e crescer como um ato musical. Artistas como Gusttavo Lima, Luan Santana e Maiara & Maraísa já são velhos conhecidos das paradas brasileiras. Um outro nome, no entanto, vem quebrando as barreiras nacionais: Anitta. Com Envolver, do recém-lançado álbum “Versions of Me”, a cantora conquistou o topo do ranking global das músicas mais reproduzidas do Spotify. Ela também figurou como a mais ouvida no ranking Global 200 da Billboard, que exclui as execuções nos Estados Unidos. Foi a primeira vez que um artista brasileiro atingiu os dois marcos. A revista Billboard, referência em música nos Estados Unidos, definiu Anitta como uma “artista camaleônica com alcance global” e atribuiu a explosão da faixa, quatro meses após o lançamento, ao videoclipe e à coreografia. “El Paso de Anitta”, como foi chamada a dança, viralizou no TikTok. Não é só nos charts que Anitta dispara: em breve ela terá uma
skin exclusiva no jogo “Free Fire”.
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Escaneie o QR Code para conferir a playlist oficial e atualizada com as mais ouvidas do Spotify mundialmente!
referência de peso
Um dos rankings mais importantes para medir a popularidade de uma música é o Hot 100, publicado semanalmente pela Billboard. Esse chart (um compilado de faixas ranqueadas de acordo com um critério pré-estabelecido) aponta as “100 mais quentes” dos Estados Unidos e considera vendas físicas e digitais, reproduções em estações de rádio e plays em plataformas de streaming americanas. O desempenho surreal de Blinding Light, do The Weeknd, fez a música ser classificada como a maior de todos os tempos do Hot 100. Além de ficar em primeiro lugar por quatro semanas, em 2020, bateu recordes como o de mais tempo no top 5: 43 semanas. Já os Beatles seguem como os artistas que mais tiveram canções no topo do Hot 100 – foram 20 faixas desde que o ranking começou a ser computado, em 1958. Em seguida estão Madonna, Elton John e Elvis Presley. A música que ficou por mais tempo em primeiro até hoje foi Old Town Road, do Lil Nas X, que foi lançada em 2018 e ganhou um remix com Billy Ray Cyrus. Após viralizar no TikTok, ela desfrutou do topo por 19 semanas consecutivas – só caiu com a chegada de Billie Eilish e a icônica Bad guy!
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bastante uma Um fator que ajuda o videoclipe. cesso é música a fazer su s com mais reproeo víd Dentre os 30 s, e, 22 são videoclipe s. duções no YouTub eo vid ic us glês como m conhecidos em in : rso ve di é s pe cli O apelo dos video oresentar uma core eles podem nos ap tístiar ce an rm rfo pe a grafia viciante, um à música uma visão dar ca ou até mesmo gos. com história e diálo , ica áf gr ato cinem
Três videoclipes para caçar no YouTube:
Despacito
Lançada em 2017, a parceria entre os porto-riquenhos Luis Fonsi e Daddy Yankee possui mais de sete bilhões de reproduções e tem o clipe mais assistido do YouTube.
All Too Well: The Short Film
da viral para os charts
Não há dúvida de que o TikTok chegou para inovar a maneira como compartilhamos vídeos, seguimos trends e nos divertimos descobrindo de receitas a tutoriais. O aplicativo, no entanto, tem outra função crucial: o sucesso de uma música no aplicativo faz com que mais pessoas queiram procurá-la nas plataformas de streaming, o que dá forças para a faixa subir nos charts. Isso aconteceu recentemente com We Don’t Talk About Bruno, do filme “Encanto”, da Disney. Após bombar no
TikTok, ela permaneceu no topo do Hot 100 por várias semanas. O mesmo ocorreu com músicas não tão recentes de Frank Ocean, Dua Lipa e Fleetwood Mac. Esse peso do TikTok vem fazendo os criadores reverem a forma como lançam seus trabalhos – muitos já criam a música pensando em coreografias, enquanto outros até lançam novos remixes de canções antigas para aproveitar o buzz. Um exemplo é Cool for the Summer, que Demi Lovato liberou em 2015 e agora recebeu uma nova versão oficial após viralizar.
Escaneie o QR Code
para ver uma versão do clipe de We Don’t Talk About Bruno em 21 línguas diferentes!
A versão de dez minutos da música de Taylor Swift foi transformada em um curta-metragem, escrito e dirigido pela cantora e estrelado por Sadie Sink e Dylan O’Brien.
Boys Don’t Cry
A música é a mais recente de Anitta a ganhar um clipe, gravado nos Estados Unidos e com referências a filmes de zumbis, “Harry Potter”, “Os Fantasmas Se Divertem” e mais.
Idiota
Outro brasileiro que se esbaldou nas alusões ao cinema foi o Jão, que apareceu como Homem-Aranha em um videoclipe que vai de “Titanic” a “10 Coisas que Eu Odeio em Você”. ndmais.com.br/revista-its-teens // its Teens
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wi-fi
O QUE SÃO OS
Lucas Inácio O termo “metaverso” apareceu pela primeira vez em um livro de 1992 chamado Snow Crash, do autor Neil Stephenson, em que humanos eram representados por avatares em um mundo paralelo. O termo avatar, inclusive, foi usado com esse conceito pela primeira vez na obra – já que a palavra é de origem indiana e significa a representação física de uma divindade. E como a arte inspira a vida (e vice-versa), o metaverso deixou de ser ficção e passou a ser uma (quase) realidade. É também um objetivo perseguido por diversas megaempresas do ramo de tecnologia, como o caso da Microsoft e do antigo grupo Facebook, que agora é chamado Meta. O metaverso virou uma obsessão de Mark Zuckerberg e outros grandes empresários que buscam romper as barreiras entre os mundos real e virtual.
Mercados e perigos Com esse mundo virtual paralelo aparentemente se consolidando, o mercado vê uma grande possibilidade de aumentar ainda mais seus lucros. Não à toa, as empresas estão investindo nisso – a começar por certificados de propriedades digitais, terrenos, bens e imóveis, entre outras coisas que soam estranhas. Porém, o que para uns é uma oportunidade, para muitos especialistas é motivo de preocupação. Sendo um mundo “descoberto”, regulamentações e seguranças são difíceis de se aplicar, o que pode gerar muita especulação sobre produtos que não existem com valores irreais ou até mesmo crimes sem uma legislação prevista. Além disso, é um mundo que seduz com sucesso e satisfações mais acessíveis do que no mundo real, o que a médio e longo prazo pode agravar problemas psicológicos e de interação social que já são inerentes à internet.
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Games e entretenimento O entretenimento já está explorando muito essa ideia – e os games são uma das molas propulsoras disso. O Fortnite, por exemplo, já promoveu shows de megaestrelas internacionais, como Ariana Grande e Travis Scott, por meio de seus avatares. Estima-se que mais de 12 milhões de pessoas viram a apresentação virtual de Travis Scott, em 2020. O curioso é que um jogo de arena com começo e fim passou a ser um meio, ou seja, uma extensão virtual de experiências cotidianas. Mas esse é apenas um exemplo, afinal, os equipamentos de imersão que podem permitir essa interação entre os dois mundos são muito desenvolvidos nos games, como óculos de realidade aumentada, controles sensíveis a movimento, capacetes e outros gadgets que permitem sonhar com essa interação mais próxima.
Metaversos, educação e o futuro? Nem tudo são flores, mas também nem tudo são problemas. Há muita coisa que pode ser uma solução ou oferecer alternativas, como visitas a lugares que no mundo real não são tão acessíveis. Imagine, por exemplo, uma excursão para a Muralha da China, para as Pirâmides do Egito ou para um centro da NASA? Com os metaversos (assim, no plural, porque podem ser vários) seria possível. Algumas facilitações já acontecem nas realidades aumentadas – como reuniões de grupo ou projeção de protótipos de engenharia e medicina – e quanto mais isso se aprimora, mais possibilidades são criadas, tanto para um lado quanto para o outro. As projeções mais otimistas são para os metaversos em dez ou 15 anos, quando as tecnologias de transmissão de dados poderão estar avançadas. Porém, quem terá acesso a esses locais e qual tipo de acesso será dado? Teremos mais soluções ou problemas causados? Mais igualdade ou segregação? Por mais que o metaverso ainda não exista, são todas questões a serem debatidas desde já.
GOSTOU DO ASSUNTO E QUER SABER MAIS? Escaneie o QR Code e saiba mais sobre o metaverso e como isso deve mudar o consumo digital.
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bloco de notas
POR QUE ISSO ACONTECE? Responsável por provocar danos materiais e estragos em muitas cidades, o fenômeno é gerado por causas naturais e ações humanas Ana Caroline Arjonas
COMO UMA ENCHENTE COMEÇA?
É preciso entender que o fator principal das enchentes é a alta dos rios e córregos. Quando a chuva ultrapassa o limite, a primeira resposta da natureza é a vazão da água, que vai tomando conta dos espaços - seja perto das áreas de preservação ou dos centros urbanos. Há uma previsão dos milímetros de chuva para cada mês do ano, levando em consideração o clima em cada cidade. Entretanto, existem casos em que a quantia é maior, afetando o escoamento. Quando o volume é superior ao esperado, o resultado é a dificuldade em controlar a vazão. Com a força da água, muitos bairros podem ser atingidos, danificando casas, construções e atrapalhando a rotina das pessoas. Nas situações em que a proporção da enchente é grande, existem aqueles que ficam ilhados, aguardando socorro para poder sair do local.
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É só o céu escurecer e as gotas começarem a cair que o desespero fica evidente, principalmente para aqueles que moram em regiões afetadas pelas enchentes. Conhecido por surgir em determinadas épocas do ano, este é um problema sério e que pode causar danos físicos e materiais. Prova disso são as notícias que mostram o desespero de quem
perdeu o que tinha em casa ou que ficou preso em determinado ponto da cidade, esperando a ajuda do Corpo de Bombeiros para fugir da fúria da água. Mas você já se perguntou como o processo acontece? Quais são os motivos e como evitar? Para tirar essas dúvidas, confira as questões importantes e que devem ser respondidas, minimizando as chances de estragos e perdas.
Infraestrutura
Algumas cidades acabam crescendo mais do que o esperado, sem seguir um planejamento de desenvolvimento. O resultado: alguns bairros podem ser construídos sem a rede de drenagem, impedindo o escoamento da água.
QUAIS SÃO AS CAUSAS DAS ENCHENTES?
Ocupações
As ocupações estão presentes em diversos municípios, principalmente nos centros urbanos. O problema é que ruas, casas e prédios começam a ser construídos em locais que precisam ser preservados, em especial aqueles que estão próximos aos cursos hídricos. Nos alagamentos, esses são os locais mais atingidos, já que a natureza percorre o seu caminho e acaba batendo de frente com o que está no percurso.
Como é de se imaginar, existem alguns fatores que contribuem com as enchentes. A causa natural está ligada ao acúmulo de dias chuvosos e a extrapolação dos rios e lagos. Existem alguns fatores sociais que também intensificam as cheias, incluindo:
ENCHENTES: QUAIS SÃO AS CONSEQUÊNCIAS? Após a cheia dos rios e a invasão das casas e estabelecimentos pela água, muitas famílias perdem itens de uso próprio e bens materiais. Nos casos em que há a possibilidade de deslizamento de terra, as pessoas precisam deixar o imóvel, desocupando a área com urgência. Os danos econômicos podem prejudicar trabalhadores e moradores da região. O desafio é reconstruir o que foi destruído, respeitando o curso da água e da natureza. Relembre os últimos desastres que abalaram o país só neste ano de 2022.
Lixo
Não é segredo para ninguém que o descarte irregular do lixo prejudica (e muito) a natureza. Os resíduos podem impedir a passagem da água, provocando a elevação dos córregos.
Franco da Rocha, São Paulo (janeiro)
Petrópolis, Rio de Janeiro (fevereiro)
Localizada na região metropolitana de São Paulo, Franco da Rocha foi afetada pelas chuvas. Moradores abandonaram casas e alguns serviços foram suspensos.
Em fevereiro deste ano, a região serrana do Rio de Janeiro sofreu com um volume desproporcional de chuva, contribuindo com os alagamentos. Os deslizamentos de terra causaram desaparecimentos e deixaram famílias ilhadas.
Brumadinho, Minas Gerais (janeiro)
Blumenau, Itajaí, Tubarão e Rio do Sul, Santa Catarina (maio)
Mais uma cidade foi vítima da vazão das chuvas e das ações humanas. Brumadinho registrou alagamentos, famílias desabrigadas e imóveis invadidos pela lama.
Algumas cidades do Estado foram castigadas pelas chuvas de maio. Pontos de alagamento, famílias ilhadas, enxurradas e desabamentos foram as consequências do grande volume de água que caiu nesses municípios.
Desmatamento
Mais do que a derrubada de árvores e vegetação nativa, o desmatamento também compromete a infiltração da água no solo, fator que pode sobrecarregar os rios. De acordo com dados da Fundação SOS Mata Atlântica, entre 2019 e 2020 foram desmatados 887 hectares em Santa Catarina, colocando o Estado na quarta posição do ranking. ndmais.com.br/revista-its-teens // its Teens
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Josiane Costa de Oliveira Marek | Bibliotecária EM Padre Valente Simioni O livro “Contos de enganar a morte”, do autor Ricardo Azevedo, traz contos que ensinam a enganar a morte de forma descontraída, por meio de uma envolvente conversa entre escritor e leitor. Atrai a atenção dos alunos do 5º ao 9º ano, por contar uma narrativa simples e bem objetiva. São quatro contos de narrativas populares: “O homem que enxergava a morte”, “O último dia na vida do Ferreiro”, “O moço que não queria morrer” e “A quase morte do Zé Malandro”, em que a morte é demonstrada por meio de um esqueleto de forma divertida e nem um pouco assustadora. O primeiro conto – “O homem que enxergava a morte” – relata a vida de um homem pobre e que um dia conheceu a morte, tornaram-se compadres e a morte disse que o transformaria em um homem rico; já em “O último dia na vida do Ferreiro”, um rapaz forte que sonhava em ser muito rico e que era muito esperto usou suas artimanhas para escapar da morte.
O terceiro conto, “O moço que não queria morrer”, conta a história de um viajante que andava pelas estradas do mundo em busca de um lugar onde a morte não pudesse encontrá-lo. O último – “A quase morte do Zé Malandro” – conta sobre um rapaz bondoso que gostava de passar a vida zanzando ou deitado na rede. Ele recebe um velho viajante em sua porta pedindo alimento e que concede a ele quatro pedidos muito úteis. O livro “Contos de enganar a morte” relata que é muito importante cuidar da vida, que é boa, bela, rica, preciosa, porém frágil. E é um dos livros mais procurados na nossa biblioteca.
Sugestões de leitura para o mês A droga da obediência Pedro Bandeira
O futuro da humanidade Augusto Cury
Petrus Logus: o guardião do Tempo Augusto Cury
Anne de Green Gables L.M Montgomery
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REALIZAÇÃO:
PROMOÇÃO:
PATROCÍNIO:
Os jogos serão aos sábados a partir das 14:00 horas Local: Grêmio Whirpool Mais informações: (47) 99963-0644
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Projeto
Foto: Quéren Macellay Gonçalves
Um projeto fundamental para a aprendizagem dos estudantes
Amanda Pereira Letícia Nunes Schelbauer Quéren Macellay Gonçalves EM Professor Edgar Monteiro Castanheira
As alunas da Escola Municipal Professor Edgar Monteiro Castanheira se reuniram para pesquisar sobre o projeto “Tempo de Avançar”. O projeto foi criado pela Secretaria de Educação, a fim de minimizar a defasagem escolar. No período vespertino, 19 alunos (de 13 a 15 anos que atenderam aos critérios determinados pela Secretaria da Educação) foram encaminhados para participar do projeto. Com este projeto espera-se que os alunos, além de recuperar a aprendizagem, saiam da escola com a idade certa. Um dos trabalhos que está
Professora Karina Rodrigues
Evellyn Sousa Portugal
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Foto: Vera Lúcia Saldanha Fernandes
sendo desenvolvido com esses alunos é a horta escolar, que tem por objetivo trabalhar os conteúdos curriculares de forma interdisciplinar. Os alunos relatam que as aulas têm sido interativas, explicativas e interessantes – tornando esse momento sempre significativo. Perguntamos a uma aluna se ela está gostando de participar do projeto e ela respondeu: “Sim, a gente está aprendendo e dando uma avançada, por causa da nossa idade.” Quando perguntamos para a professora Karina Rodrigues sobre o porquê da escolha do projeto, ela relatou: “Gosto de desafios e esse projeto é um desafio… Gosto dessa parte de fazer de modo diferente e o projeto me permite sair um pouco da caixinha.”
Foto: Quéren Macellay Gonçalves
Repórteres desta edição
Alunos do projeto
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Apresentação de Dia das Mães
Enzo e Pietro
Apresentação de Dia das Mães
Heloise Sofia
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Homenagem de Dia das Mães
ESCOLA MUNICIPAL AMADOR AGUIAR ULYSSES GUIMARÃES JOINVILLE - SC A escola Municipal Amador Aguiar, depois de um longo período sem realizar eventos presenciais com a comunidade, preparou com carinho um momento com as famílias em comemoração ao Dia das Mães, celebrado em maio.
Diretora Angela, professores e comunidade escolar
Presença dos alunos e comunidade escolar
Pedro Henrique
Yanni Victoria e Yasmin
Victor Hugo e Pietro Henrique
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galerias
ESCOLA MUNICIPAL ANABURGO VILA NOVA JOINVILLE - SC
Anny, Nicolly, Lara, Eduarda e Yasmin
Emanuel
Pedro
Pedro, Caio, Nicolas, Lazaro e Isadora
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Arthur
Emily, Vanessa e Emanuelly
Lucas
Helena, Isaac, Esther e Lazaro
Isadora
Maikel e Kauan
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galerias
Amabily e Enzo
Bianca e Emanuelle
Isabelli, Valentina e Beatriz
Gabriel, Sarah, Vinicius e Shaianny
ESCOLA MUNICIPAL PASTOR HANS MULLER GLÓRIA JOINVILLE - SC
Maria, Giovana, Laura, Pedro, Arthur, Leonardo, Gabriel e Leonardo Guilherme, Julio, Rafael e Enzo
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João e Nara
Thomaz, Pedro, Gabriela, Miguel, Felipe, Vinícius, Rafael e Davi
Alexia, Brenda, Luisa e Valentina Ana Liz, Gabriela e Ingrid
Pedro e Thomaz
Julia, Lívia e Ana Luisa
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saideira
Júlia Fuck EM Professora Virgínia Soares Preconceito, segundo o dicionário, é “qualquer opinião ou sentimento concebido sem exame crítico”, ou seja, uma opinião desfavorável que não é baseada em dados objetivos e, sim, em um sentimento hostil motivado por hábitos de julgamentos ou generalizações apressadas. Já o preconceito racial ou racismo é “conjunto de teorias e crenças que estabelecem uma hierarquia entre as raças, entre etnias”. O preconceito racial é uma herança da colonização do Brasil. Nesse período, cerca de 4,8 milhões de escravos negros africanos chegaram ao Brasil. Por que eles eram escravizados? Porque eram considerados “sem alma”, inferiores aos brancos
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por serem pretos. Há quem diga que hoje não existe racismo ou que nunca existiu, mas isso é só uma forma de negar os privilégios dos brancos na sociedade. Está implantado na população, mesmo de forma indireta, o racismo, como diz a filósofa e escritora Djamila Ribeiro: “Todo mundo sabe que existe, mas ninguém acha que é racista.” O fato é que o racismo foi imposto na sociedade brasileira desde o princípio e permanece. Algumas pessoas consideram isso “vitimismo”, mas essas tais não têm nenhum conhecimento de história: acreditar que brancos e pretos têm os mesmos privilégios ou achar que realmente houve
uma “democracia racial” é não conhecer a jornada do povo negro do Brasil. Os negros africanos trazidos ao Brasil através do tráfico negreiro foram escravizados, vendidos, maltratados. Todo esse povo sofreu muito antes da abolição da escravidão, que ocorreu somente em 1888, mas isso não deu garantias de que os negros fossem introduzidos na sociedade. Esse foi o grande erro, pois proibir a escravidão foi a ponta do iceberg. O Brasil deveria ter tomado medidas para que a população negra não fosse esquecida, deixada de lado, marginalizada. Mas não tomou e isso fez com que os negros tivessem que se virar diante de todo o preconceito e discriminação por sua etnia. Depois de um século da abolição a escravidão e três décadas da lei que torna crime o preconceito de cor e etnia, é triste saber que pessoas ainda são maltratadas, ou pior, morrem por ser negras. Mas todos sabemos que será difícil arrancar as raízes do racismo enquanto houver gente que acredite que cor de pele define caráter.
Revista its Teens Joinville nº 63 2022 | R$ 13,50