its Teens Joinville - 52

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Revista Its Teens Joinville nยบ 52 2020 | R$ 13,50


CURTA AS NOSSAS

PÁGINAS. A Revista ITS reúne muito conteúdo, informação e fotos. E reúne também a galera de todos os colégios. Não fique de fora dessa.

TAMO JUNTO

na escola,

TAMO JUNTO

no mundo.



editorial

Grupo ND Fundador e Presidente Emérito “in memoriam” Mário J. Gonzaga Petrelli Presidente Executivo Marcello Corrêa Petrelli | mpetrelli@ndtv.com.br Diretor Comercial Gilberto Kleinübing | gilberto.k@ndtv.com.br Diretor Administrativo e Financeiro Albertino Zamarco Jr. | albertino@ndtv.com.br Diretor de Planejamento e Estratégia Derly Massaud de Anunciação Diretor de Conteúdo Luís Meneghim | meneghim@ndmais.com.br Diretor Regional Florianópolis Roberto Ivan Bertolin | bertolin@ndtv.com.br Diretor Regional Joinville Silvano Silva | silvano@ndtv.com.br Diretor Regional | Itajaí e Blumenau Cristian Vieceli | cristian@ndtv.com.br Diretor Regional Oeste Cristiano Mielczarski | cristiano.mielczarski@ndtv.com.br A Revista its é uma publicação da Editora Notícias do Dia

No meio de um ano marcado por fortes mudanças nos hábitos e rotinas escolares, a alteração na Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e as adequações no currículo municipal de ensino vieram juntas neste período de tantas descobertas, aprendizagens e adaptações. Mesmo assim, a rede municipal de ensino de Joinville tem chegado a todos os alunos matriculados por diferentes plataformas para garantir o acesso a educação como direito de todos e manter os índices educacionais em patamares elevados. Com a divulgação dos dados do último Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), de 2019, Joinville se manteve em posição positiva, tanto para o ensino dos anos iniciais quanto dos anos finais. Com escola classificada como a melhor do Sul do Brasil e unidades colocadas entre as 40 que mais se destacaram no país, a rede municipal de ensino se sobressai cada vez mais pela dedicação que tem desde o trabalho de gestão até a ponta, que reflete na efetivação do aluno. Para entender melhor sobre o Ideb, a matéria de capa desta edição destaca três escolas municipais que tiveram bons índices na última avaliação. Além disso, no mês em que se homenageia os professores, conversamos com uma aluna que criou a sua própria sala de aula virtual para estudar com a família e um professor, que no meio de uma pandemia, tem produzido vídeos para ajudar seus alunos com materiais postados no YouTube e alcance de mais de 100 mil visualizações. Nas matérias a seguir, você também vai conhecer como é feita a avaliação das crianças no Ensino Infantil e como professoras da Educação de Jovens e Adultos (EJA) têm feito para atingir todos os alunos, com uma carga anual de ensino reduzida para um semestre. Espero que você goste de mais uma edição feita com carinho. Que você e sua família estejam bem.

Com carinho, Renata Bomfim

Editora Renata Bomfim | renata.bomfim@portalits.com.br Designer Gráfico Leonardo Messias de Jesus Coordenador de Operações Rodrigo Oliveira | rodrigo@ndmais.com.br NÚCLEO COMERCIAL REDE Santa Catarina, São Paulo, Distrito Federal, Minas Gerais e Rio de Janeiro Fabiano Aguiar | fabiano@ndtv.com.br Atendimento Regional Rio Grande do Sul e Paraná Diego Ibarreta | diego.ibarreta@ndtv.com.br

ta

#mandapau

Este espaço é seu: tem algum projeto bacana sendo produzido na escola ou que já foi feito, mas vale estar nas páginas da its teens? Manda a sua sugestão aqui, ó: renata.bomfim@portalits.com.br

Gerente Comercial Joinville Flavia Borba Vieira | flavia.vieira@ndtv.com.br Gerente Comercial Blumenau Jackeline Moecke | jackeline@ndtv.com.br Gerente Comercial Itajaí Felipe Muchenski | felipe.m@ndtv.com.br EXECUTIVOS CONTAS SC - Sul Jéssica Falk | jessica.falk@ndtv.com.br

Relembre as edições anteriores. Aponte a câmera do seu celular para este tas código de QR Code e tenha todas as revis is icipa mun as its teens produzidas nas escol e. toqu um de Joinville a apenas

Florianópolis Crystiano Parcianelli | crystiano.parcianelli@ndtv.com.br Os artigos assinados não refletem necessariamente a opinião da revista, sendo de inteira responsabilidade de seus autores. É permitida a reprodução total ou parcial de reportagens e textos, desde que expressamente citada a fonte. Tiragem: 3.235 exemplares NÃO VACILA, FALA AÍ (47) 3419-8000 Pontos de distribuição: Escolas de Rede Municipal de Joinville

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#osculpado



conteúdo

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Cultura pop No divã Wi-fi Os curiosos estão on Movidos pela curiosidade no universo tecnológico, conheça a história de um professor e de uma aluna que usam a tecnologia como espaço para ensino e aprendizagem

16 Como é feita a avaliação na Educação Infantil?

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Com foco no desenvolvimento processual, alinhado aos campos de experiência de cada etapa, a criança na Educação Infantil passa a ser avaliada por meio da observação atenta e olhar sensível do professor

20 Capa 28 O celular é um

bom companheiro

Para garantir os direitos de aprendizagem dos alunos da EJA, no Cesita, as adequações feitas no currículo para atender as demandas de ensino no modelo não presencial contam com ferramentas e aplicativos nos aparelhos móveis como aliados do ensino

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cultura pop

SHAWN MENDES NA NETFLIX Em sincronia com o quarto álbum da carreira “Wonder”, previsto para ser lançado no mês de dezembro, Shawn Mendes vai estrear na Netflix com o documentário “In Wonder”, ainda neste mês de novembro. A novidade foi divulgada por uma revista americana e o cantor já começou a liberar o cartaz de divulgação e, inclusive, a faixa-título do álbum. De acordo com a publicação, o documentário deve retratar a carreira de Mendes, registrada nos últimos anos. O longa-metragem terá registros das suas passagens por vários continentes com a sua turnê mundial, feita ainda no ano passado.

aí já Quem sioso?! n está a

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FEAT VEM?

Quem é fã raiz de RBD tem vivido dias de nostalgia com a discografia da banda disponibilizada em todas as plataformas de streaming e a novidade de um show que deve reunir o saudoso grupo team, ainda que virtual e sem presença de Herrera. Contextualizada a apresentação, eis que agora surge Anitta em um vídeo cantando ao lado de Anahí, na plataforma do TikTok. O desafio musical foi lançado pela própria cantora mexicana que acelerou o coração dos fãs ao soltar a voz nos versos de “Sálvame”. A parceria (ainda) não é real entre as duas, mas a expectativa é sempre maior que a realidade: uma interação nas redes sociais é uma ilusão ativada. 8

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os Querem ! feat


QUEM QUER

DINHEIROOO OOOOooooooooooOOO?!?!?! Não, o título não tem a ver com dinheiro em formato de avião sendo jogado para a plateia, mas tem a ver com o faturamento do grupo BTS com a transmissão ao vivo que reuniu fãs de todo o mundo e vendeu mais de 900 mil ingressos. Mesmo sem público presencial, o grupo interagiu com fãs online em

RELEMBRAR

dois dias de evento com muita dança e uma animação que só eles sabem fazer. Apesar de o faturamento ainda não ter sido revelado, uma revista americana publicou que os valores variaram de US$45 a 55 dólares por dia e US$81 a 91 dólares para ter acesso ao evento inteiro. Será que já temos aí um novo normal de shows?!

É….

Para quem nunca ouviu, não lembra ou acha que até passou da hora, se liga: Katy Perry liberou o stream o-f-i-c-i-a-l do projeto “Katy Hudson” pela Amazon Music, ainda lá de 2008. O disco “One of the boys”, que estourou de sucesso, foi o que deu o nome a rainha da criatividade, colorido e personalidade. Vale lembrar que Katy Perry tinha 16 anos quando virou todo esse sucesso mundial e os fãs ganharam esse presente para apreciar esse trabalho, viver momento de nostalgia e ainda ter o privilégio de escutar a qualidade original do som.

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no divã

Foto: Divulgação/Freepik

Este material é para você, educador (a)

Saúde mental:

como anda a sua? Anelise Muxfeldt Trentini Psicopedagoga Viver em tempos de pandemia é também uma jornada mental. Temos lidado com um turbilhão de sensações, que inclui o medo de adoecer, ou de ver alguém querido adoecer, a preocupação ao sair de casa e a incerteza de quando tudo isso vai passar. Diante de tantos desafios, a cabeça entra em outra frequência. Por isso, os cuidados que devemos tomar não podem ser somente

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com a saúde física. Vale cuidar também da nossa saúde mental. A ansiedade está presente em diversos momentos da nossa vida, mas quando ela se torna desproporcional em duração e intensidade, já é entendido como um problema. Sendo assim, podemos encarar isso como um mecanismo de defesa do nosso corpo diante de alguma situação desafiadora. Diversos são os gatilhos

que desencadeiam o estresse e os sintomas ansiosos ou depressivos. Para lidar com tudo isso, alguns hábitos podem ajudar a conservar a mente e o corpo são. Manter a rotina de casa, do trabalho e de lazer organizada, ter o hábito de conversar com os amigos e familiares, praticar uma atividade física, cuidar do sono e manter uma alimentação adequada e saudável são partes das recomendações que vão ajudar a preservar a saúde mental. Contudo, preservar a saúde física e mental exige de cada um o cuidar de si, do outro, do mundo, da vida. É uma relação de amor e de coragem que se estabelece para proteger e dar segurança à vida, assim como nos ensina a religiosa Madre Teresa de Calcutá nas suas reflexões sobre a vida.



wi-fi

Engolindo

uma estrela

Os buracos negros são um dos assuntos mais fascinantes da física, pois se pesquisa bastante sobre eles e mesmo assim não se sabe quase nada. Recentemente, um grupo de pesquisadores do Observatório Europeu do Sul (ESO) testemunhou um desses “se alimentando” de uma estrela do tamanho do nosso Sol a 215 milhões de ano-luz de distância. O tal buraco negro (que é um milhão de vezes maior) ‘sugou’ essa estrela e o fenômeno chamado espaguetificação pode ser visto pela primeira vez. É como se a estrela (uma esfera luminosa) fosse sendo puxada e vai se esticando enquanto cai nesse “ralo”. Curioso é que parte desse material é expelido, criando uma poeira, mas a maioria da estrela acaba sendo sugada mesmo. Agora é continuar estudando o fenômeno para colher mais dados.

Um pequeno passo para os

robôs gigantes... Quem é do mundo dos animes já deve estar por dentro, mas se essa não for muito a sua praia, certamente ficará fascinado com essa notícia. Um robô gigante deu seu primeiro passo no fim de setembro na cidade de Yokohama, no Japão (onde mais seria?!). O personagem não é qualquer um, é simplesmente Gundam, robô da série Mobile Suit Gundam, que foi lançada em 1979 e tem uma versão no ar até hoje, dentre outras séries derivadas. E o personagem é tão importante que gerou esse robô de simplesmente 18 metros de altura. Os passos foram testes de movimento que tem até vídeo na internet e foi feito para um evento especial. É o Japão que continua fascinando todo o mundo com suas tecnologias e cultura pop.

Espertofone

brasileiro

Não muito barato, mas com bom desempenho e brasileiro. Essas são algumas das características que chamam atenção no smartphone TecToy On da empresa brasileira TecToy especializada em dispositivos eletrônicos, especialmente jogos. Agora, indo para outra área, mas garantindo um bom produto com três câmeras traseiras (48 Megapixels), bloqueador digital, resolução HD+, 4 GB de RAM, sistema Android e uma série de acessórios que o acompanha: fone bluetooth, capa protetora e película. Tudo isso com um plano ousado de garantir de 5% a 10% do público brasileiro nos próximos anos. O preço na pré-venda é de R$ 2 mil. 12

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Lucas Inácio

Pintura 2D,

joga 3D

Colorir pode parecer uma brincadeira de criança para alguns, mas essa dica aqui vai deixar até os pais de vocês querendo caprichar no lápis de cor. O aplicativo Quiver oferece algumas opções de desenhos em preto e branco para que nós possamos colocar a nossa arte no papel. O mais legal é que depois de coloridos, o aplicativo permite dar vida para esses personagens: é só apontar a câmera do celular para o papel e uma tecnologia de realidade aumentada vai criar o desenho em 3D, podendo ser controlado e até jogar.

Colecione Funkos de graça

(pelo celular)

Os Funkos são aquelas representações cabeçudas e fofinhas de personagens, artistas, atletas e outras figuras conhecidas que a gente gostaria de colecionar. Porém, a variedade é tão grande que faltaria espaço e, se sobra espaço, vai faltar dinheiro. Mas uma alternativa é colecionar os funkos no celular com o Funko Pop! Blitz. O jogo é de dinâmica fácil e até um pouco repetitivo, mas a intenção não é ser tão intrigante assim, é mais poder colecionar dezenas de personagens Funko, pelo menos até termos os nossos.

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dia do professor

Os curiosos estão on Movidos pela curiosidade no universo tecnológico, conheça a história de um professor e de uma aluna que usam a tecnologia como espaço para ensino e aprendizagem Renata Bomfim

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Fotos: Arquivo pessoal/Divulgação

irar a chave mental e aprender novas ferramentas têm despertado a curiosidade tanto de quem ensina como a de quem aprende. Em unidades da rede municipal de ensino de Joinville, tem professor que se reinventa para fazer chegar ao estudante o conteúdo por meio da plataforma desenvolvida com vídeos, podcasts e jogos; enquanto do outro tem o aluno, que mesmo recebendo todo o material pronto, busca alternativas para usar a tecnologia ao seu favor e se desenvolver com recursos digitais alinhados a educação. Na Escola Municipal Doutor Abdon Baptista e Escola Municipal Professora Ada Sant’Anna da Silveira, por exemplo, na primeira experiência de criar um canal no YouTube para ajudar as turmas de quinto ano no qual leciona, o professor Denilson Duarte alcançou mais de 100 mil visualizações em uma vídeo aula de fração e mais de 60 mil na explicação de história em quadrinhos. Sem nunca ter usado a plataforma como espaço de produção audiovisual, o primeiro contato tem feito com que o professor compartilhe os conteúdos para além dos 70 alunos que é responsável, mas para todo o Brasil e até de fora. Nos comentários, mensagens de agradecimento de estudantes que melhoraram o desempenho escolar neste período de aula não presencial pela facilidade de compreensão nos conteúdos e professores que passaram a usar os materiais como apoio pedagógico nas aulas. “Eu poderia colocar um texto explicando passo a passo (na plataforma), mas achei insuficiente. Eu uso apresentação de slide e gravo a voz. É muito interativo, porque você coloca movimento nos slides, a criança vê a figura. É um conteúdo explicado pelo meu professor”, conta Denilson. “Eu tive que ceder. Confesso que no começo fiquei tímido, mas aconteceu que a coisa fluiu e os vídeos passaram a fazer sucesso.”

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Encontro na sala virtual da aluna Ana Lídia Tasca

Aula síncrona com os alunos da EM Professora Ada Sant’Anna da Silveira

No blog, eu coloco tudo aquilo que aprendo e disponibilizo os recursos que podem ser utilizados de maneira digital nesse ensino não presencial.” Denilson Duarte Com conteúdos postados todos os dias na plataforma Educa Joinville, alinhado com o horário de aula que seria no ensino presencial, os vídeos estreiam no YouTube toda segunda-feira, com média de dois vídeos por semana, e duração de até dez minutos. Além disso, toda quinta-feira pela manhã e à tarde é dia de ofertar as aulas síncronas, que servem como mais uma forma de estudo: além de ser um momento para tirar as dúvidas dos estudantes, passa a ser um espaço de interação, ainda que no virtual. De acordo com professor, que começou no ensino com passagem pela antiga sala informatizada instalada nas escolas da rede municipal de Joinville, a tecnologia sempre esteve presente em seus planejamentos. Além do canal no YouTube, ele também criou o blog “Hora de Aprender”, voltado para compartilhar ideias e ferramentas com os professores e contribuir na construção de um ambiente virtual de aprendizagem para quem leciona para o quinto ano do Ensino Fundamental. “No blog, eu coloco tudo aquilo que aprendo e disponibilizo os recursos que podem ser utilizados de maneira digital nesse ensino não presencial”, conta o professor. Em outra unidade escolar, mas movida pela mesma curiosidade pelo universo tecnológico, está a aluna Ana Lídia Tasca. Matriculada na Escola Municipal Pastor Hans Muller, a estudante do quarto ano criou uma sala de aula virtual e passou a lecionar todos os sábados para o seu pai, sua mãe, seu irmão e, recentemente, para sua professora da escola. “Eu compartilho a tela e vou explicando. Depois, eu faço alguns jogos para eles jogarem”, conta a aluna que agenda reunião pela plataforma para confirmação de presença.

Como espaço para ampliar os estudos e retomar os assuntos que têm aprendido neste ano e em anos anteriores também, o ambiente virtual despertou na pequena habilidades com a tecnologia para programar e descobrir um novo meio de aprendizagem. Encantada pela praticidade do teclado do computador e mesmo com pouca idade, Ana já começa a desenhar a profissão que deseja seguir: tecnologia da informação. “Ela fez uma programação dentro do PowerPoint e isso que chamou bastante a atenção da gente, porque nem eu imaginava que dava para fazer isso”, conta a mãe, Ana Lucia Moya Tasca. Com atenção nas ferramentas usadas pelos professores nas aulas síncronas e pesquisas no YouTube, a aluna Ana Lídia aprendeu sozinha a criar formulários, jogos, apresentações e programação. “Eu gosto de mexer muito com tecnologia, então, eu sempre pego as coisas e fico testando. A professora usa bastante aplicativos diferentes, aí eu vou lá e sempre tem um nome no final do aplicativo e eu fico curiosa pra saber como é”, conta. Com isso, ela aprende a mexer na plataforma e desenvolve seus próprios conteúdos para a sua sala de aula virtual. “Às vezes, eu pego conteúdo que não lembro muito bem e aí pesquiso para relembrar e faço.” A autonomia no processo de aprendizagem de Ana fez os pais investirem em recursos tecnológicos, ainda que com monitoramento constante, para ajudar a filha nos estudos. “Como a internet é um meio perigoso, a gente nunca deu muita oportunidade, inclusive essa questão de jogo é sempre foi muito limitado lá em casa. Ela não tinha celular, mas com a pandemia foi tendo essa necessidade”, conta a mãe. Apesar de toda dedicação nos estudos desde o modelo não presencial, Ana Lucia comenta a evolução da pequena nos últimos sete meses de aulas pela plataforma. “Você dá o caminho e ela deslancha. Ela se deslumbrou em dar aula e isso virou uma brincadeira.”

Veja o canal no YouTube do professor

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educação infantil

Como é feita a avaliação na Educação Infantil?

Com foco no desenvolvimento processual, alinhado aos campos de experiência de cada etapa, a criança na Educação Infantil passa a ser avaliada por meio da observação atenta e olhar sensível do professor Renata Bomfim 16

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Em casa, quem media são os pais que dão retorno e o professor precisa ter esse olhar mais sensível, com mais empatia de se colocar no lugar deles que não fazem da mesma forma que o professor.” Sandra Menegaro Engler

Fotos: Renata Bomfim

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omo protagonista do próprio processo de aprendizagem, a criança na Educação Infantil é inserida em um ambiente único de avaliação: a sua história de desenvolvimento é a que a insere no contexto avaliativo. Diferente de outras metodologias aplicadas para validar a aprovação por meio de notas, a criança que tem a oportunidade de passar por este modelo inicial de ensino é vista de forma única e individualizada pelo olhar atento e sensível do educador que observa, anota e registra as habilidades de cada aluno de acordo com o campo de experiência em que está inserido. No Centro de Educação Infantil (CEI) Zilda Arns Neumann, os registros avaliativos entregues aos pais ou responsáveis das crianças matriculadas na unidade são disponibilizados duas vezes por ano, a cada final de semestre. Metodologia aplicada em toda a rede municipal de ensino de Joinville, o documento serve como um importante registro para os pais terem acesso e conhecerem sobre os projetos propostos e executados pelos pequenos, como também servir de base para amparar as atividades realizadas pelas professoras que usam de análise e reflexão sobre o que deu certo e onde podem melhorar em seus planejamentos. A entrega da avaliação no final de um semestre, como conta Silvana Alves de Oliveira Miranda, professora de apoio pedagógico, beneficia tanto o lado de quem aprende, como o de quem ensina. “Mas para chegar nessa avaliação é imprescindível que o professor faça duas ações: o planejamento para ter esse processo avaliativo e os registros que são base dessa avaliação”, comenta. Alinhados com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) voltada para a Educação Infantil, o currículo municipal de ensino e o Projeto Político Pedagógico (PPP) de cada unidade, todas as atividades propostas nesta fase de aprendizagem, desde o brincar até habilidades desenvolvidas em grupo, estão lado a lado com diretrizes que abrangem cada fase da criança e os campos de experiência importantes para o desenvolvimento integral. Atentos a todas essas orientações, os registros individuais produzidos também variam de acordo com a singularidade e modo de trabalho de cada educador. “Tem professor que faz todo dia no final da sua aula, ou no período com a criança; na sua hora atividade, registra o que aconteceu, o que não deu certo, o que precisa replanejar, qual o interesse desse grupo de criança”, descreve Sandra Menegaro Engler, diretora na unidade. “Dependendo da turma, é um professor em sala e ele tem que ter um olhar sensível e observador para cada criança.”

E no modelo não presencial, como avaliar o desenvolvimento da criança a distância? Ainda que as crianças puderam ter contato com o CEI no início do ano letivo, conhecer os colegas de turma e criar uma breve interação com a professora regente e a professora volante, o tempo de toda essa relação presencial durou pouco mais de um mês. Com a pandemia do novo coronavírus, as crianças da Educação Infantil também passaram a ser atendidas pela plataforma Educa Joinville, grupos de Whatsapp separados por turmas e roteiros pedagógicos com conteúdos transmitidos pela rádio Joinville Cultural. Com essa mudança no planejamento escolar, as crianças passaram a receber módulos semanais feitos pelas professoras com descrições das atividades. Com a mediação da família nessa relação entre criança e CEI, os materiais são construídos de forma didática para que os responsáveis, os primeiros a terem contato com essa produção, consigam compreender a atividade proposta e desenvolver com os filhos em casa. Diante disso, o processo de registro avaliativo tem contado com a participação ativa dos familiares nos retornos das atividades. “Em casa, quem media são os pais que dão retorno e o professor precisa ter esse olhar mais sensível, com mais empatia de se colocar no lugar deles que não fazem da mesma forma que o professor”, comenta a diretora do CEI Zilda Arns Neumann. “Esse olhar sensível e essa escuta para as devolutivas, o professor precisa olhar com sensibilidade e observar os avanços daquela criança. Esse momento, a gente está exercitando mais ainda esse olhar sensível na Educação Infantil.” outubro 2020 its

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No mês de agosto, os pais tiveram acesso ao registro avaliativo do primeiro semestre. Por conta da pandemia, o documento foi disponibilizado pelo sistema da Prefeitura Municipal de Joinville, com login e senha para cada criança, e também impresso, mas entregue apenas com agendamento de horário. Para Nikaela Karolina Steffens Hoeft, mãe da Laisa Hoeft, matriculada no Maternal I, a prática de documentar as atividades desenvolvidas faz com que os pais possam estar atentos sobre as atividades na unidade. “É um registro que permite observar como nossos filhos se comportam diante da proposta pedagógica, a postura da criança perante um desafio ou uma brincadeira. Serve de estímulo aos pais para continuarem com propostas que visam o desenvolvimento cognitivo e pedagógico da criança e, também, em possível melhora ou aprimoramento em certas dificuldades da criança”, descreve. Para a equipe de gestão da unidade, o envolvimento das famílias durante todo esse período tem sido importante no fortalecimento de parceria com o CEI. “Mesmo no contexto de pandemia, as famílias estão engajadas e envolvidas no processo de avaliação que o professor, com o olhar sensível, vai transformar em um texto. E quantos retornos tivemos de tantas famílias que mesmo em casa, com todo o acolhimento, têm realizado as propostas?”, diz Silvana. É que com os retornos, cada professora tem colhido as informações passadas nas atividades e exercitado ainda mais todo o seu conhecimento diante das descrições para conseguir unir as informações descritas que recebe, as lembranças vividas ainda no modelo presencial com a criança e analisar as devolutivas por meio de fotos, vídeos e áudios. “Amei ler cada palavra e percebi que elas (professoras) puderam estar presentes na avaliação por meio do seu olhar atento e sensível”, escreveu Sandra Antonovicz Ricken, mãe de Arthur Antonovicz Ricken, matriculado no primeiro período, após receber o registro avaliativo feito pela professora do seu filho.

vicz Ricken Arthur Antono

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Fotos: Arquivo pessoal/Divulgação

educação infantil

Laisa Hoeft

Tudo começa com um bom planejamento Para chegar a um registro avaliativo, antes, é preciso ter um planejamento bem construído, estruturado com abrangência aos campos de experiência e particularidade de cada turma trabalhada. Numa parceria entre professora de sala e apoio pedagógico, os planejamentos passam pelo olhar cuidadoso da equipe de gestão que contribui para melhor explicação das atividades e descrições dos materiais que podem ser utilizados para a realização de cada módulo. Para acompanhar o desenvolvimento de todas as professoras, a unidade criou pastas compartilhadas no Google Drive e professoras disponibilizam todos os registros de formações que participaram, os módulos feitos e, dentro deles, o retorno que recebem de cada criança para construir o registro avaliativo. Estabelecido ainda no ano passado, o conselho de classe foi mais um benefício que a Educação Infantil conseguiu para que toda essa documentação, entregue ao final do semestre, seja ainda mais qualificada com observações feitas pela professora regente, professora volante e equipe de gestão. “Disponibilizar um dia e horário para escutar essas professoras. Elas cruzam essas informações e esse banco de dados numa avaliação torna ainda mais significativo”, pontua Silvana. Por conta da pandemia, esse modelo de reunião esta temporariamente suspenso.


Bem Catarinense.


Fotos: Emily Milioli

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as habilidades e competências que os alunos efetivaram ou não. Desde o Ideb de 2009, a gente sempre fez a tabulação do que se estava errando mais, enquanto escola”, conta Fábio. “Fizemos formação continuada e também os professores foram contemplando essas habilidades que não estavam sendo atingidas. O trabalho não é no quinto ano, mas de todos os anos que precisam ser de excelência.” Atentos a importância do cumprimento das habilidades necessárias que o aluno precisa alcançar ao término de cada etapa, a unidade oferece atendimento no contraturno escolar para estudantes de quartos e quintos anos e de primeiros a terceiros como reforço. Ainda que no modelo de aula não presencial, as atividades do programa Educação Plena, oferecido pela Secretaria Municipal de Educação, e o reforço escolar seguem sendo ofertadas pela plataforma Educa Joinville. “Um dos diferenciais da escola é este atendimento individualizado às necessidades específicas dos estudantes. É um reforço escolar o acompanhamento no contraturno. Nós estamos conseguindo fazer, claro que não 100% como queríamos, mas com aproveitando dos estudantes”, conta Fábio. Referência no Ideb, o diretor destaca a importância da parceria entre escola e família para o desempenho escolar do aluno. “A comunidade sabe o que significa este indicador, a gente costuma explicar nas reuniões. E a parceria com as famílias vêm na corresponsabilização de todos no acompanhamento, nas tarefas e nos hábitos de estudo. Existe esse movimento entre família-escola que vem dando certo.”

Fotos: Emily Milioli

esde 2007, quando foi criado o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) como principal indicador sobre a qualidade da educação brasileira, a rede municipal de ensino de Joinville tem alcançado notas acima da projeção feita pelo município, exceto em 2015, quando o resultado ficou um décimo abaixo do projetado para os anos iniciais. De lá para cá, com avaliação aplicada a cada dois anos com os alunos de quintos e nonos anos, os resultados apontam crescimento de mais de dois pontos nas duas médias e, em 2019, na última avaliação, a média dos anos iniciais se manteve em 7,2, cinco décimos acima do projetado; e nota de 6,2 para os anos finais, um décimo acima em relação a última prova e nivelada com a projeção do ano. Nesta matéria de capa, a revista its conversou com três gestores escolares para refletir sobre o resultado e as práticas aplicadas em cada unidade. Com pouco mais de 400 alunos matriculados nos anos iniciais do Ensino Fundamental, a Escola Municipal Adolpho Bartsch teve a melhor avaliação com nota 9,3, um décimo a mais em comparação a nota de 2017 e dois pontos acima da meta escolar projetada para o ano. O resultado destaca a unidade não só como a melhor de Santa Catarina, mas como também da região Sul do país e ocupa a 19ª posição a nível nacional. Para o diretor da unidade, Fábio de Almeida Doin, tudo isso se dá por meio do tripé institucionalizado na escola: práticas de acompanhamento, formação continuada e parceria com a comunidade. “Cada resultado, a gente recebe um boletim informativo com

Professor José Roberto de Freitas

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Longe de ranking comparativo, já que as metas são projetadas de forma muito particular de acordo com a realidade escolar de cada unidade e região, o Ideb tem uma visão muito maior: colocar a educação brasileira na média entre os países que fazem parte da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Calculado com base na aprovação escolar e no desempenho apresentado pelos estudantes no Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (Saeb), a aplicação da prova conta com questões de Língua Portuguesa e Matemática. Com o fluxo escolar adequado, investimento em processos de melhorias em todo o ensino e formações constantes para os professores, a Secretária de Educação de Joinville, Sônia Regina Victorino Fachini, reconhece o trabalho desenvolvido desde a gestão até o desenvolvimento dos alunos, como um processo feito em conjunto. “Gratidão a todas as escolas, servidores, corpo docente que, em parceria com a comunidade, desempenharam um papel brilhante na execução das ações que resultaram nessas excelentes avaliações.”


Gratidão a todas as escolas, servidores, corpo docente que, em parceria com a comunidade, desempenharam um papel brilhante na execução das ações que resultaram nessas excelentes avaliações.” Sônia Regina Victorino Fachini Atentos ao que a nota revela por trás dos dados do Ideb, gestores entendem que este índice vai além de um resultado avaliativo, mas de um olhar individualizado para a construção do saber e autonomia dos alunos como protagonistas do ensino. “A gente nunca pensou a qualidade em sentido de índice. Nós pensamos a qualidade no sentido da vida dessas crianças, como referencial na vida deles e a valorização da escola como ambiente social”, diz a diretora da Escola Municipal Amador Aguiar, Angela Rosa de Lima. Destaque entre as escolas municipais de Joinville, a unidade apresentou crescimento de cinco décimos nos anos iniciais, com nota 6,9, em comparação ao ano de 2017; e nota 6,3 nos anos finais, com crescimento de um ponto e dois décimos ao último resultado. Para Angela, os números apontam o trabalho feito desde a monitoria dos planejamentos e a parceria entre gestão pedagógica, professores, funcionários, até o apoio

recebido por meio da Secretaria Municipal de Educação. Na unidade há 20 anos, Angela construiu toda a sua carreira na educação na mesma escola com passagem desde a sala de aula até a direção, na posição de gestora que ocupa atualmente. Para ela, que conhece todos os alunos pelos nomes e ainda recebe mensagens de quem passou pela escola, a unidade é “um farol dentro da comunidade”. Localizada na zona sul de Joinville, a escola atende cerca de 800 alunos de primeiro ao nono ano do Ensino Fundamental. “São tantos anos aqui que eu vejo os pequenos avanços das escolas ao redor, elas vão transformando a comunidade. O entorno da escola já não é mais o mesmo, conforme a escola avança, toda essa comunidade avança junto. É uma grande responsabilidade ser escola dentro de uma comunidade”, diz emocionada. “Quanto mais a escola consegue iluminar essa comunidade, mais ela vai crescer e se desenvolver.”

Diretor Cícero Gomes dos Santos

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Professora de Língua Portuguesa na Escola Municipal Amador Aguiar, Carla Clivati Castold diz que para seguir ao rumo de uma educação de excelência é necessário continuar avançando. “A preparação do aluno para o Ideb é algo que envolve toda a escola, pois ultrapassa as paredes da sala de aula. Além de boa infraestrutura, com recursos didáticos diversificados, faz-se necessário um trabalho ‘humano e coletivo’, que só se desenvolve com professores capacitados, valorizados e, consequentemente, motivados a proporcionarem aulas que despertem a participação dos educandos e o envolvimento da comunidade escolar”, diz. “Nas aulas de Língua Portuguesa, por exemplo, o foco é selecionar textos, dentro da matriz curricular, e desenvolver atividades que estejam ligadas à realidade do aluno, para que se torne protagonista, veja sentido da sua aprendizagem também na prática e, consequentemente, participe das aulas com entusiasmo, validando o conhecimento.” Com base em orientação da Secretaria Municipal de Educação, os planejamentos feitos na unidade se aproximam com a realidade em que a escola está inserida, como forma de alinhar o cotidiano com o objeto de conhecimento trabalhado. Além disso, a escola adotou a prática de grupos escolares de estudo entre os alunos. “Às vezes, você fica pensando que para fazer o reforço seja preciso alguém de fora e nós vimos que dentro das salas de aula nós tínhamos materialidade. E aí nós fizemos grupos com os alunos que se destacavam mais. A gente trazia esses alunos com os que mais que tinham dificuldades e os próprios colegas ajudavam no reforço”, conta Angela. “Quando nós começamos a trabalhar dessa forma, a realidade começou a mudar drasticamente. Porque agora nós já estamos conseguindo fazer com que multipliquem o conhecimento entre eles.” Nesta mesma linha de desenvolvimento no coletivo, os alunos da Escola Agrícola Municipal Carlos Heins Funke também passaram a criar grupos de estudo no período de almoço escolar. É que com carga horária integral de ensino e 39 aulas semanais, acima da média das demais escolas, o tempo encontrado entre um turno e outro virou um estudo compartilhado entre alunos com dificuldades em determinadas disciplinas. “Teve época em que vários professores ajudavam a gente por fora para termos o nosso próprio grupo de estudos e conseguirmos alcançar as médias. Isso refletiu muito no oitavo ano, que tinham matérias mais complicadas, como matemática”, relembra Isabela Cardozo, que agora está no primeiro ano do Ensino Médio e foi uma das alunas que realizou a prova do Ideb quando estava no nono ano. “Quando chegou o dia, a gente já estava mais tranquilo. Claro, a gente queria ajudar a escola em ultrapassar a meta que já tinha antes, mas pelo fato de os professores terem feito todo um preparo com a gente foi mais tranquilo no dia da prova.”

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Fotos: Emily Milioli

Escola Agrícola Municipal Carlos Heins Funke

Professora de Língua Portuguesa da Escola Agrícola Municipal Carlos Heins Funke, Antonia Emiranda da Silva Eichendorf.

Com nota 7,6 na última avaliação realizada, a Escola Agrícola Municipal Carlos Heins Funke não só subiu dois décimos em relação ao último, como também da meta projetada para a escola e está como destaque dos anos finais do ensino básico em Joinville. A nível nacional, a unidade está com dois pontos e um décimo acima dos dados do país e ocupa 34ª posição como melhor classificada. “É um conjunto: trabalho eficaz dos professores, das famílias junto com a escola e também o trabalho dos alunos se dedicando nas suas atividades”, pontua o diretor da unidade, Cícero Gomes dos Santos. “Nós temos o nosso regimento e aquilo que nós colocamos no papel, nós cumprimos e cobramos dos alunos. As regras são muito claras, precisam ser cumpridas e acabam com que esses alunos criem esse hábito de responsabilidade, de respeito.” Para Alanis Arenhart, que realizou a prova quando estava no nono ano, as revisões feitas pelos professores em sala de aula e até nos grupos de estudo serviram de contribuição para o desenvolvimento integral do aluno. “A gente não estava focado em só tirar uma nota boa na prova, porque a gente sabe que esse conhecimento vai ser levado por muito tempo ainda, então, acho que os professores ficavam muito no método de ensino, em ser algo que não era decorado”, observa. “O professor sempre falou que não era para decorar, mas para saber como funciona.” Dos 28 projetos pedagógicos desenvolvidos com as turmas, 25 são da própria unidade. Com alunos destaques na Olimpíada Brasileira de Astronomia (OBA) e Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep), os incentivos e atividades feitas para além da sala de aula contribuem para esta colocação da escola. Além disso, a unidade conta com trabalhos de incentivo a leitura, viagens de estudo e festival que valoriza a cultura da região, já que a unidade fica localizada no distrito de Pirabeiraba e conta com a agricultura como fonte de renda para os moradores locais. “Nós sempre tivemos um Ideb elevado, mas a gente nunca fez algo de alteração por conta disso. Daqui para frente, o desafio é grande, porque para chegar nessa nota não é fácil, é muito trabalho.” outubro 2020 its

Fotos: Emily Milioli

Escola Municipal Adolpho Bartsch Imagem tirada em 2009.

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Para os professores da unidade, a última nota é reflexo das metas bem estabelecidas e com o mesmo ritmo de ensino em todos os anos para que a aprendizagem possa ser um espaço significativo na construção do conhecimento. Com projetos atentos a Língua Portuguesa, base para interpretação de texto em outras disciplinas, no modelo de aula não presencial a professora Antonia Emiranda da Silva Eichendorf, em parceria com outra professora da unidade, criou uma biblioteca virtual com obras sugeridas pelos próprios alunos. Para ela, o resultado do Ideb é uma realização pessoal e profissional. “Eram três turmas especiais e eu acreditava muito neles e que conseguiriam manter. Superar foi uma surpresa boa e a gente espera manter isso.” Disciplina também como base do Ideb, o professor de Matemática da unidade, José Roberto de Freitas, ou professor Beto como costuma ser chamado pelos alunos, entende a nota como uma melhora constante, também, no desenvolvimento das habilidades do professor. Com o histórico na unidade de interesse dos alunos em ingressar no Ensino Médio em institutos federais, além de continuar no ritmo constante dos módulos na plataforma, com planejamentos e produções de videoaulas, Beto criou um grupo de estudo com alunos de oitavos e nonos anos que desejam se preparar para fazer o teste de seleção aplicado nas escolas. “Lá eu posto questões do IFSC e IFC que já caíram, corrijo e deixo lá para eles como extra e reforço para aqueles que têm interesse.”

Equipe da gestão escolar da Escola Agrícola Municipal Carlos Heins Funke

Investimentos e espaços de ensino e aprendizagem Para chegar às notas escolares apontadas pelo Ideb, é preciso entender que o número representa um conjunto de ações alinhadas com a Secretaria Municipal de Educação, escola e família. Do acompanhamento diário no desenvolvimento do aluno a investimentos importantes e necessários de ampliação de espaços e materiais de estudo, tudo faz parte do desempenho do estudante na hora da realização de uma prova. Além disso, planejamentos bem construídos por professores com acompanhamento da gestão escolar reflete na qualidade do ensino ofertado aos mais de 70 mil alunos matriculados na rede municipal de ensino de Joinville. Para a Secretária de Educação de Joinville, Sônia Regina Victorino Fachini, os índices apontados nos resultados das escolas fazem parte, também, de todo investimento em recursos feitos nos últimos anos. “Investimentos na modernização dos processo de ensino, com entrega de tablets para alunos, notebook para professoras, lousas digitais nas escolas, instalação dos laboratórios Join.Maker para estimular robótica, melhorias nos laboratórios de ciências, ampliação e reformas das estruturas das escolas e CEIs. Além da constante capacitação dos professores e educadores para aperfeiçoamento do processo pedagógico.” Além disso, os CEIs e escolas contam com o programa “Reinventando o Espaço Escolar”, com um olhar atento aos espaços pedagógicos que expandem a sala de aula e podem ser ambientes importantes para o ensino e aprendizagem do aluno. Nas três unidades escolares entrevistadas nesta matéria, EM Adolpho Bartsch, EM Amador Aguiar e Escola Agrícola Municipal Carlos Heins Funke, os alunos contam com ambientes que envolvem praça de leitura, quadra poliesportiva, parques infantis, auditório, horta pedagógica e demais ações conforme a realidade de cada unidade. “A escola deve ser toda utilizada e os nossos professores fazem muito isso. Nós buscamos o máximo que a gente pode para que esses alunos estejam em outros espaços, colaborando com os colegas”, diz a diretora da Escola Municipal Amador Aguiar, Angela Rosa de Lima.

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Escola Municipal Amador Aguiar


Aulas não presenciais: desafios do ensino remoto Para manter o ritmo do ensino no modelo de aula não presencial, o trabalho constante da equipe de gestão nos planejamentos dos professores e acompanhamento dos alunos, seja no online ou na entrega de material impresso, tem sido diário. Na EM Adolpho Bartsch, 86% dos alunos recebem os conteúdos pela plataforma. “O importante não é a forma, mas que todos tenham acesso e isso a gente está conseguindo efetivar através do trabalho de acompanhamento, procurando garantir que esses estudantes, independente da forma como fazem as atividades, tenham todas as orientações possíveis dentro dos limites que a escola tem. Muitas vezes, os pais que não têm acesso a plataforma levam impresso”, conta o diretor da unidade. Na supervisão da Escola Agrícola Municipal Carlos Heins Funke, Deize Carla Moroni faz o acompanhamento ativo das produções, seja por email, telefone ou em horários presencialmente. “É um acompanhamento constante para que o nosso trabalho não perca a qualidade e o comprometimento dos nossos professores é muito grande, isso faz com o que o nosso resultado seja sempre cada vez melhor. Essa parceria que eu tenho com os professores é muita intensa, rica e gratificante”, agradece. Na direção da Escola Municipal Amador Aguiar, Angela Rosa de Lima fala sobre o apoio das famílias ainda mais presentes neste período de ensino. Parceria já consolidada no modelo presencial, com participação constante nas reuniões na unidade, a gestora acredita que isso tem refletido para esse desempenho alcançado com os alunos. “Nós montamos os grupos de WhatsApp com todas as famílias. Eu vejo que essa proximidade com a comunidade escolar faz toda a diferença. Quando o aluno não dá aquela devolutiva que a gente precisa para encontrar esse sucesso escolar, a gente dá uma ligada para o pai/mãe e já melhora para manter esse bom rendimento dele.”

Nós montamos os grupos de WhatsApp com todas as famílias. Eu vejo que essa proximidade com a comunidade escolar faz toda a diferença. Quando o aluno não dá aquela devolutiva que a gente precisa para encontrar esse sucesso escolar, a gente dá uma ligada para o pai/ mãe e já melhora para manter esse bom rendimento dele.” Angela Rosa de Lima

Saiba quais são as dez escolas que tiveram boas avaliações no Ideb 2019 Anos iniciais EM Adolpho Bartsch - 9,3 EM Professor José Motta Pires - 8,6 EM Anita Garibaldi - 8,5 EM Pastor Hans Muller - 8,2 EM Paul Harris - 8,2 EM Professora Virgínia Soares - 8,1 EM Professora Zulma do Rosário Miranda - 8,1 EM Governador Heriberto Hulse - 8,0 EM Professora Maria Magdalena Mazzolli - 8,0 EM Professor Aluizius Sehnem - 7,9

Fotos: Emily Milioli

Anos finais Escola Agrícola Municipal Carlos Heins Funke - 7,6 EM Pastor Hans Muller - 7,1 EM Governador Pedro Ivo Campos - 7,1 EM Professora Zulma do Rosário Miranda - 6,9 EM Padre Valente Simioni - 6,9 EM Paul Harris - 6,8 EM Senador Carlos Gomes de Oliveira - 6,8 EM Professora Virgínia Soares - 6,7 EM Professora Laura Andrade - 6,7 EM Vereador Curt Alvino Monich - 6,6

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Foto: Renata Bom fim

eja

O celular é um bom companheiro

Para garantir os direitos de aprendizagem dos alunos da EJA, no Cesita, as adequações feitas no currículo para atender as demandas de ensino no modelo não presencial contam com ferramentas e aplicativos nos aparelhos móveis como aliados do ensino Renata Bomfim

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e vilão ao protagonista do ensino, o celular que antes era motivo de desatenção nas aulas presenciais, agora tem sido um meio importante para conectar o aluno e a escola no modelo de ensino não presencial. Ele tem sido o suporte para que professores consigam usar ferramentas que contribuem para facilitar a aprendizagem das turmas e entendimento dos módulos. Para tornar a leitura mais interessante, as professoras do segundo segmento da Educação de Jovens e Adultos (EJA) do Centro Educacional e Social do Itaum (Cesita), Adriana Mauri Corrêa Brandão e Viviane Cristina Bernardes Tomio, passaram a usar o recurso do

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podcast nos módulos como ferramenta complementar dos temas abordados. “Pela plataforma, o aluno consegue ouvir e ler o texto ao mesmo tempo. Isso torna o processo mais prazeroso”, comenta Adriana. Ainda com aplicativo no celular, elas gravam vídeos para explicar as funcionalidades da plataforma, apoio para os módulos ou até mesmo outras atividades interativas, como teste quiz. “A gente viu o quanto o celular foi importante nesse momento, então, quando voltar, a gente vai saber como trabalhar com esse celular e o quanto ele pode ser positivo”, diz Deyse Zapelini Faust, técnica pedagógica responsável pela EJA.


Ele (aluno) abre o link e responde a avaliação. A gente compartilha tudo pelo Whatsapp e isso é muito importante para esse público da EJA.” Além disso, a escola criou grupos de Whatsapp, com a supervisão da gestão escolar, para enviar os links das atividades postadas na plataforma como mais uma forma de lembrete e também para atender a demanda de alunos que não estão cadastrados no online por optarem pelo recebimento impresso dos módulos, mas que conseguem ter acesso aos conteúdos por meio de um link disponibilizado em cada atualização da turma. “Ele (aluno) abre o link e responde a avaliação. A gente compartilha tudo pelo Whatsapp e isso é muito importante para esse público da EJA”, comenta Rosangela Rodrigues de Souza, diretora da unidade. Para Daniele Ramos Pereira, aluna do nono ano, todos os meios em que recebe os conteúdos têm a ajudado nos estudos. “Eu estou conseguindo aprender e fazer as atividades pela plataforma. Passo algumas atividades para o caderno, também pelos links que recebo no Whatsapp. Os vídeos, áudios, formulários e todos os materiais têm ajudado muito”, escreve. Com a pandemia do novo coronavírus, o calendário escolar do ano letivo dos alunos da EJA também precisou passar por adequações. Com o ano reduzido para um semestre, os planejamentos dos professores no modelo presencial precisou de uma atenção redobrada e de inclusão de novas ferramentas e metodologias para garantir o direito e acesso ao ensino e aprendizagem, mesmo que no modelo a distância.

Adriana Mauri Corrêa Aspahan Brandão, professora de segundo segmento da EJA

Viviane Crist ina Bernarde s Tomio, profes sora de segu ndo segmento da EJA

Fotos: Arquivo pessoal/Divulgação

Rosana Rodrigues de Souza

No Cesita, os alunos recebem os módulos de formas diferentes: em um único arquivo de formulário, disponibilizado na plataforma Educa Joinville, professores têm concentrado cada módulo com conteúdo e atividade de forma conjunta. “Eles (professores) apresentam o conteúdo, fazem o acolhimento com imagens, inserem os vídeos e depois fazem a atividade e, inclusive, o teste com feedback na hora”, conta Deyse Zapelini Faust. Viviane Cristina Bernardes Tomio diz que consegue perceber a diferença dos formulários que fazia no início das aulas presenciais para os modelos de agora. “No começo, eu colocava só um questionário e mandava o conteúdo separado. Só que esse meu aluno, no celular, abria uma coisa e fechava outra”, comenta. Com todo o conteúdo concentrado em um arquivo, a alternativa facilita para quem usa o celular para estudar e fazer as atividades. Para o aluno do nono ano, Cauã Lucas, mesmo com a dificuldade de estudar a distância, ele reconhece a criatividade dos professores na hora de desenvolver as atividades. “Todas feitas com excelente atenção pelos professores, sempre tirando nossas dúvidas nesse momento difícil. Os professores mostraram total profissionalismo em nos ajudar”, comenta. Assim como os alunos, a adaptação para as aulas em outro formato também fez com que as professoras tivessem que aprender a usar novas ferramentas de ensino. Nesse processo de aprendizagem, como diz a professora Adriana, contar com o apoio da equipe de gestão da escola tem sido essencial. “De maneira bem organizada, as quartas-feiras é o dia de entregar o meu planejamento. A Regiane, minha supervisora, vai ler e isso surgiu uma grande confiança. O que eu aprendi como professora a realizar planejamento, meu plano de aula, foi imenso”, conta a professora. outubro 2020 its

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galerias

Amanda - EM Professor João Bernardino da Silveira Junior

Arthur - EM Paul Harris

Vinicius - EM Padre Valente Simioni

Rede conect@da

Alice - EM Paul Harris Vithória - EM Professor João Bernardino da Silveira Junior

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Ana - EM Professor JoĂŁo Bernardino da Silveira Junior

Arthur - EM Padre Valente Simioni

Victor - EM Professora Anna Maria Harger

Vinicius - EM Professor JoĂŁo Bernardino da Silveira Junior Arthur - EM Paul Harris

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Amanda - EM Professor João Bernardino da Silveira Junior

Ryan - EM Nelson de Miranda Coutinho

Eloize e Eloá - EM Professora Anna Maria Harger

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Nathalia - EM Professor João Bernardino da Silveira Junior

Débora - EM Nelson de Miranda Coutinho


Vitรณria - EM Paul Harris

Rede conect@da

Murilo - EM Padre Valente Simioni

Douglas - EM Padre Valente Simioni

Cauani - EM Nelson de Miranda Coutinho Bruno - EM Nelson de Miranda Coutinho

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galerias

Henrique - EM Paul Harris

Gustavo - EM Nelson de Miranda Coutinho

Gabriela - EM Padre Valente Simioni

Fernanda - EM Nelson de Miranda Coutinho

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Julia - EM Paul Harris


Pyetro - EM Nelson de Miranda Coutinho

Isabella - EM Professora Anna Maria Harger

Milena - EM Padre Valente Simioni

Gabrielly - EM Nelson de Miranda Coutinho

Rede conect@da

Felipe - EM Paul Harris

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Thiago - EM Paul Harris

Maria Helena - EM Padre Valente Simioni

Rede conect@da

Matheus - EM Professora Anna Maria Harger

Kauan - EM Professor JoĂŁo Bernardino da Silveira Junior KauĂŞ - EM Paul Harris

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Keuven - EM Professor JoĂŁo Bernardino da Silveira Junior

Julia - EM Professor JoĂŁo Bernardino da Silveira Junior

Ketlyn - EM Nelson de Miranda Coutinho

Kristina - EM Padre Valente Simioni Sofia - EM Paul Harris

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Manuela - EM Professora Anna Maria Harger

Luana - EM Nelson de Miranda Coutinho

Marcos Paulo - EM Nelson de Miranda Coutinho

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Lara - EM Paul Harris

Laissa - EM Professor JoĂŁo Bernardino da Silveira Junior


Larissa - EM Professora Anna Maria Harger

Marco - EM Padre Valente Simioni

Maria Clara - EM Professora Anna Maria Harger LetĂ­cia - EM Paul Harris

Rede conect@da

Gustavo - EM Doutor Abdon Baptista

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Allana - EM Doutor Abdon Baptista

Millena - EM Doutor Abdon Baptista

Rede conect@da

Princy - EM Doutor Abdon Baptista

Rebeca - EM Doutor Abdon Baptista Caleb - EM Doutor Abdon Baptista

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Carlos - EM Doutor Abdon Baptista

Victor - EM Doutor Abdon Baptista

Ana Beatriz - EM Doutor Abdon Baptista

Guilherme - EM Doutor Abdon Baptista Julia - EM Doutor Abdon Baptista

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Foto: Divulgação/Freepik

saideira

Outro mês, outras histórias. Uma adaptação livre que fiz de um ditado em inglês bem usado no rap americano que é “another day, another dólar” que significa “outro dia, outro dólar”. Ele fala de forma abrangente sobre as lutas e conquistas rotineiras. Quer dizer, no caso do rap é muito sobre dinheiro mesmo, mas resolvi usar pra fazer uma parte 2 do texto da última edição e contar mais histórias da rotina em casa. Primavera chegou, o tempo começando a esquentar e algumas coisas estão mudando até para quem está se-

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Lucas Inácio

guindo a quarentena à risca. Escrevo isso um dia depois do biólogo Átila Iamarino falar que pode sair com cuidado e o Twitter entrou em festa. Eu também estou em festa, O ÁTILA LIBEROU. Brincadeiras à parte, as recomendações são resultado de uma pesquisa feita pela Associação Médica do Texas que fez um estudo científico e classificou as atividades por risco de contágio, mas atenção: sempre com máscara e mantendo um distanciamento de dois metros entre não familiares. Tem várias matérias sobre isso, vale a pena pesquisar para saber mais.

Enfim, cada pequena boa notícia deixa a gente animado, afinal de contas, como falamos na última coluna, ninguém aguenta olhar mais para as mesmas paredes. E falando em notícia boa, o frio está indo embora, não sei se para vocês é, mas eu prefiro o calor. Até gosto do frio, mas muito do que o inverno nos traz não pode ser feito neste ano. Por exemplo, é época de tainha, mas eu preferi não comer porque preparar é difícil e lavar louça de peixe é complicado, ainda mais no frio. Então, ficou para 2021. Outro exemplo: é uma época legal porque as pessoas parecem muito chiques. Todo mundo sai na rua bem vestido, com casacos grandes, cachecol, gorro, muito estilo, mas só quando estão andando pelas ruas. Eu mesmo me atraquei no moletom, pijama e casacos mais velhos, não vou ficar usando roupa nova em casa, né?! Tadinha da minha companheira que teve que conviver com essas cenas. Mas ainda falando em moda, pela primeira vez eu tinha me organizado para ter um guarda-roupas massa. Juntei uma graninha e aproveitei as liquidações de final de estação em 2019. Quando começou o outono, comprei roupa de verão. Quando começou a primavera, comprei roupa de inverno. Tava cheio de camiseta, calça e jaqueta bonita, mas não usei quase nada por causa da quarentena. Mas cada saída também, eu caprichava. Se é para sair, vamos sair chique também: Mercado Fashion Week. E aos poucos vamos saindo, chiques e sempre de máscara, seguindo todas as recomendações de distanciamento. O bom é que o TikTok ganha novos cenários, os seguidores já estavam parando de seguir e agora quem sabe os números de seguidores (e apenas estes) voltam a crescer. Outro mês, outras histórias, outros stories e aos poucos fora de casa. outubro 2020 its

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MISSÃO A Feira de Profissões Virtual para você conhecer o Universo Univille univille.br/missaofuturo Inscreva-se para receber os conteúdos!


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