Lettering 5ª ed. MAI | JUN 2012

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Nยบ5

ANO 1

MAI|JUN 2012

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A comunicação tem muitas facetas. A Lettering tem a missão de trazê-las à tona a cada edição, para informar e orientar os que queiram aprimorar os seus negócios por meio das ferramentas da publicidade, da melhoria do relacionamento com os diferentes públicos ou do cuidado com a reputação de sua empresa diante da sociedade. Ou com tudo isso junto. Desta vez, decidimos abordar assuntos que nem sempre são observados no dia a dia das empresas, mas que podem fazer toda a diferença para se destacar em meio à concorrência. Investir na produção de um jingle de qualidade pode ser um deles e ter, por um bom tempo, o nome de sua empresa, literalmente, na ponta da língua dos potenciais consumidores. Por falar neles, trazemos uma reportagem sobre os que têm algum tipo de necessidade especial e que estão sendo esquecidos pela maior parte das empresas e uma outra sobre a importância de se investir em eventos internos para conseguir manter os funcionários sempre motivados. Falamos, ainda, sobre investimentos, mostrando como todas as mídias, desde o jornal até as mídias sociais, podem atingir o seu público de forma eficiente: tudo é uma questão de planejamento. Esperamos que, senão todas, a maioria delas seja útil para você e seus seus negócios. >>

thiago gustavo

rodrigo abreu


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@Souldree A revista @Lettering_ está realmente muito boa! Parabéns a todos!! @leandroribbeiro Muito bom o artigo sobre rádio na revista @ Lettering_ desse mês. Vou usar como referência bibliográfica do meu TCC. @fromandre coisa boa essa @Lettering_ galera. VEM Q TEM. @heldpereira Cara... chegou minha @Lettering_ a Capa ta legal, mas o anuncio do prêmio ta show! #paguei1pau @linc_s Estava aqui lendo a @Lettering_ que mais uma vez prova que o Vale tem muito conteúdo e qualidade em comunicaçao. Parabéns

Dione Nègre Acabei de receber a Lettering no meu escritório.... conteúdo 10! E linda! Valeu! Mariana Moraes Conteúdo, fotografia e diagramação admiráveis. Parabéns! Gil Castillo Acaba de sair uma nova edição da Revista Lettering. Mais um show de conteúdo.(...) Francine Rodrigues Parabéns a Revista Lettering que nos surpreende cada vez mais!!! Uma edição melhor que a outra =)

@designontherock @Lettering_ Legal ter uma revista e um prêmio para o publico do vale, parabéns pela iniciativa! @re_bm @Lettering_ tá linda e cremosa! anúncio do prêmio então, zeeenzacional! @LucasJRodrigues “@cruzeferreira: A revista @Lettering_ desse mês está show de bola! Se você ainda não leu, leia já!” To curioso para ver!

a foto da edição 4 foi feita por thiago gustavo e retrata um cemitério de orelhões, no município de tremembé-sp. tendo como missão valorizar a comunicação sob suas mais variadas vertentes, é postura da lettering respeitar as imagens de suas capas, não estampando nelas manchetes e outras chamadas.


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EDITORA

LETICIA MARIA

EDITORA-ADJUNTA

MtB: 27.773

CAMILA GOUVÊA

ARTE E DESIGN EDITORIAL SECRETÁRIA DE REDAÇÃO

MtB: 51.269

KARINA R DIAS

MARIA CLARA CARVALHO

CONSELHO EDITORIAL

AISLAN GRECA CASSIO ROSAS GUSTAVO GOBATTO JOSUÉ BRAZIL OSWALDO RODRIGUES IMPRESSÃO RESOLUÇÃO GRÁFICA Editora Papel Brasil Rua Coronel Gomes Nogueira 44 - Sala 11 Centro - Taubaté-SP 12010-120

10 MIL EXEMPLARES DISTRIBUIÇÃO GRATUITA E DIRIGIDA PUBLICIDADE

comercial@revistalettering.com.br revistalettering.com.br @Lettering_ facebook.com/revistalettering É proibida a reprodução total ou parcial de textos, fotos e ilustrações por qualquer meio sem prévia autorização dos artistas ou do editor da revista lettering. Os artigos assinados são de responsabilidade dos autores e não refletem necessariamente a opinião da revista.

thiago gustavo é fotógrafo. kelma jucá é jornalista. ELUANDA ANDRADE é ESTUDANTE DE PROPAGANDA E ASSISTENTE DE ARTE. Luzimar goulart gouvêa é revisor. rodrigo abreu é ilustrador. marina duarte é ESTUDANTE DE PROPAGANDA E assistente de arte. vanessa campos é escritora e ilustratora. fernanda guerra é jornalista. GABRIELA CIOLINI É ESTUDANTE DE PROPAGANDA E FOTÓGRAFA.

10 comunicação inclusiva

22 PROPAGANDA 2.0

32 vídeo institucional

52 MÍDIA

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comunicação inclusiva

> >


Consumidores esquecidos

Eles somam cerca de 46 milhões

sível a todas as pessoas. Os recursos

de pessoas, correspondente a 24% da

são amplos e envolvem material em

população brasileira, de acordo com

áudio e em braile, softwares de reco-

o Censo 2010 do Instituto Brasileiro

nhecimento de voz, leitores de telas

de Geografia e Estatística (IBGE): as

(softwares que reproduzem em áudio,

pessoas com deficiência formam um

ou seja, leem o que está escrito na

público de tamanho significativo que

tela), tradutores de Libras (Linguagem

pode estar sendo deixado de lado – e

Brasileira de Sinais) e vídeos inclusivos

até mesmo ignorado – pelas estraté-

que contenham audiodescrição de

gias de comunicação de sua empresa.

cenas (narradas por um locutor), le-

Sim: comunicar-se diretamente

gendas e tradutor de Libras mostrado

THIAGO GUSTAVO

e de forma eficaz com pessoas com

em tamanho adequado.

deficiência ainda não está entre as

“Este modelo de comunicação in-

prioridades da maioria das empresas

clusiva pode ser utilizado por toda a

brasileiras. Preconceitos e desconhe-

sociedade, em qualquer setor. A ino-

cimentos fazem com que quase um

vação depende de uma equipe de

quarto dos brasileiros fique de fora

profissionais que queiram mudar e

dos processos de comunicação cor-

ampliar horizontes. O ganho para a

porativa e deixem de ser percebidos

empresa é o de pensar de uma forma

por empresas como parceiros, co-

inclusiva, mais ampla, e o de comuni-

laboradores, consumidores e, prin-

car-se de uma forma mais eficaz, sem

cipalmente, cidadãos que buscam e

preconceito.”

têm direito à informação – um direito

Jornalista e presidente da Usina da

previsto na Constituição Federal bra-

Inclusão, startup de social commerce

sileira para todos os brasileiros, sem

inclusivo, que conta com assessoria

distinção.

de comunicação e de imprensa es-

Presidente da ONG Vez da Voz,

pecializada, Lincoln Tavares acredita

que desenvolve ações de mídia inclu-

que as empresas devem evitar pensar

siva em parceria com diversas empre-

na comunicação inclusiva como um

sas, como a Folha de S. Paulo e o UOL,

conceito isolado ou como estratégia

Claudia Cotes acredita que é possível

para atingir determinado segmento.

levar para as empresas um novo mo-

“É preciso estruturar uma cultura

delo de comunicação que seja aces-

inclusiva em todos os segmentos da

algumas empresas cumprem a legislação, mantendo em seus quadros pessoas com deficiência, mas são poucas as que se propõem A se comunicar de forma adequada com esse público que, segundo o ibge, representa algo em torno de 24% dos brasileiros

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empresa, inclusive (e não somente) na comunicação corporativa. Queremos nos comunicar com quem? Se a resposta é “com todas as pessoas”, então devemos pensar quais ferramentas tornam essa comunicação possível. Na comunicação com o público exFeira apresenta tecnologias inclusivas às empresas e aos

terno, o raciocínio é o mesmo”, diz

consumidores

Tavares.

Uma oportunidade de conhecer novas práticas voltadas à aces-

Recursos estratégicos

sibilidade de pessoas com deficiência chegará ao Vale do Paraíba

Desenvolver uma estratégia de co-

no segundo semestre de 2012, com a realização da primeira Feira e

municação e marketing que alcance a

Congresso de Acessibilidade, Inclusão Social e Tecnologia Assistiva

todos exige atenção a detalhes que

da região. Realizada pela Mastran Business Fairs, o evento, que reu-

comumente passam despercebidos,

nirá fabricantes de equipamentos e tecnologias para pessoas com

tanto em empresas de segmentos

deficiências, discutirá leis e melhorias na qualidade de vida e abor-

diversos, quanto em agências de co-

dará alguns temas, como a acessibilidade, a tecnologia assistiva, a

municação. Dentre os cuidados para

inclusão social e a geração de empregos.

que a informação esteja realmente ao alcance de todos, Tavares cita desde a escolha dos formatos de arquivos até a elaboração de produtos específicos. “Por exemplo, ao elaborar uma newsletter, a empresa pode (na verdade deve) saber que determinadas

Inclusão de funcionários com deficiência deve ir além da legislação Cumprir a legislação. Essa é a

balho para pessoas com deficiência.

de ser compartilhada entre empresas,

meta de muitas empresas quando se

Para Tabata Contri, consultora da

governo e pessoas com deficiência.

trata da inclusão de pessoas com de-

Talento Incluir, empresa de São Paulo

As empresas devem assumir, sim, sua

ficiência em seus quadros de trabalho.

que assessora profissionais com defi-

responsabilidade na capacitação de

Mas, para especialistas, o setor em-

ciência para a inclusão e recolocação

quem tem deficiência, preparando os

presarial brasileiro está muito longe

no mercado de trabalho, a legislação

funcionários para o mercado e para

de pôr em prática o que determina a

brasileira está começando a rever-

a cultura corporativa, pois as pessoas

lei. E mais: cumprir à risca o que diz a

ter esse quadro de exclusão e, como

com deficiência estiveram por séculos

lei brasileira é insuficiente para garan-

exemplo, cita dados do Ministério do

à margem desse processo em nosso

tir uma inclusão efetiva, que respeite

Trabalho e Emprego, que apontam

país. Além disso, a pessoa com defi-

as necessidades e valorize as capaci-

que, em 2001, havia apenas 601 pes-

ciência deve atuar como protagonista

dades de pessoas com deficiência no

soas com deficiência empregadas no

de sua inclusão, mostrando do que ela

ambiente de trabalho.

Estado de São Paulo – em 2008, esse

é capaz e apresentando soluções para

número alcançou 102 mil pessoas.

dificuldades e limitações que encontre

Considerada um marco na criação de postos de trabalho para pessoas

“É um salto bem grande e que

para exercer sua função, pois quem

com deficiência, a Lei 8.213, sancio-

mostra que a inclusão está acon-

está entrevistando e selecionando

nada em 1991 e conhecida como Lei

tecendo. Por outro lado, ainda falta

funcionários, muitas vezes, não co-

de Cotas, estabelece que empresas

muito, pois a estimativa é que apenas

nhece as especificidades de sua defici-

com mais de 100 funcionários devem

14% das empresas cumpram a cota.

ência e não sabe tudo o que ela pode

reservar de 2% a 5% das vagas de tra-

A responsabilidade pela inclusão tem

realizar.”


extensões de arquivos (JPG e PDF,

“A produção de podcasts também

por exemplo) não são reconhecidas

pode ser uma boa saída. No caso da

por softwares leitores de tela, utiliza-

produção de vídeos, ainda há a audio-

dos por pessoas com deficiência vi-

descrição, uma técnica que descreve

sual. Qual seria, então, uma solução

o que está acontecendo durante a

razoável? Preparar um equivalente

cena sem conflitar com os diálogos.

textual em TXT ou mesmo em Word.

Para as pessoas com deficiência au-

Ou, então, se for utilizar imagens em

ditiva, é recomendável a utilização de

meio ao material produzido, deve-se

legendas e intérprete de Libras, não

descrevê-las (de maneira objetiva) por

somente para os vídeos, mas também

meio de legendas.”

como material complementar aos tex-

A impressão em braile, importante

tos. No caso de blogs, hotsites e outras

para o acesso das pessoas com defici-

ferramentas relacionadas às mídias

ência visual à informação, também é

sociais, também devem ser utilizados

recomendada. No entanto, o jornalista

recursos como os botões de aumento

frisa que nem todas as pessoas com

e contraste da fonte e programação

deficiência visual dominam esse tipo

de HTML que facilite e torne intuitiva

de escrita.

a navegação”, explica.

Informe-se

SERVIÇOS E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

INDÚSTRIA COMÉRCIO

2

1

3

RANKING DE CONTRATAÇÃO NO ESTADO DE SÃO PAULO R$ 1.922,90

PESSOAS COM DEFICIÊNCIA

R$ 1.742,00 MÉDIA DE RENDIMENTO GERAL

RENDIMENTOS MÉDIOS DOS TRABALHADORES A regra atual é usar a expressão

PESSOAS COM DEFICIÊNCIA,

conforme aprovação pela Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência da ONU e pela legislação brasileira.

306 mil

trabalhadores com deficiência no mercado formal (0,7% do total no país)

TRABALHADORES COM DEFICIÊNCIA drade da an eluan

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gabriela CIOLINI

Mercado exclui parcela de trabalhadores dos processos de inclusão

A j&J investe em materiais específicos de treinamento: “é importante termos uma base única de desenvolvimento, respeitando as diferenças”

Acessibilidade na rede

(consórcio internacional com objetivo de desenvolver padrões para a web),

Grande aliada na inclusão das

a web tem de estar disponível para

pessoas com deficiência dentro dos

todas as pessoas, independentemen-

processos de comunicação, a internet

te do hardware que usam, software,

pode ser utilizada de forma mais efi-

idioma, cultura, localização geográfi-

caz pelas empresas que buscam criar

ca ou capacidade física e mental”, afir-

novos paradigmas na construção de

ma Rodrigo Leme, gerente de projetos

uma sociedade mais igualitária no

da Espiral Interativa, agência digital de

acesso à informação e nas oportuni-

São Paulo que trabalha com consulto-

dades de trabalho e de consumo.

ria em acessibilidade para a web e que

Para isso, além dos recursos ci-

tem clientes como a Fundação Dorina

tados por Tavares, é necessário, por

Nowill, uma das mais reconhecidas

exemplo, que o site facilite a utilização

entidades voltadas à inclusão das pes-

de leitores de tela, que o seu código

soas com deficiência visual do Brasil.

seja organizado de modo a permitir a

“Tenho esperança de que daqui a

total navegação por meio do teclado

alguns anos seja natural construirmos

(sem o uso do mouse), de forma sim-

sites e/ou outros meios de divulgação

ples, que possibilite o uso de atalhos

de informação e serviços acessíveis.

para o acesso a diferentes partes do

Hoje, o principal é termos consciência

site e que ofereça transcrição em áu-

da importância de seguirmos algumas

dio e vídeo do conteúdo.

regras e tomarmos alguns cuidados

“De acordo com Tim Berners-Lee,

extras na concepção de um site. Sites

criador da internet e hoje líder do W3C

acessíveis têm cuidados visuais, es-

Os avanços na inclusão social verificados nos últimos anos não alcançam de forma igualitária todas as pessoas com deficiência. De acordo com Maria Gorete Cortez de Assis, do Hospital Próvisão, os deficientes visuais continuam à margem do processo de inclusão no mercado de trabalho. “No caso das pessoas com deficiência visual, a legislação ajudou muito pouco. Existem poucas oportunidades de trabalho para os cegos e o mercado não conhece a capacidade que eles têm, pois são pessoas com total condição de trabalho, desde que haja os recursos necessários.” A realidade exposta por Gorete é confirmada por dados oficiais: segundo o Ministério do Trabalho e Emprego, do total de empregos preenchidos por pessoas com deficiência no Brasil, apenas 5,79% foram destinados a deficientes visuais, enquanto 54,47% foram preenchidos por pessoas com deficiência física (54,47%), seguida dos auditivos (22,49%). Pessoas com deficiências intelectuais (5,10%) e com deficiências múltiplas (1,26%) foram ainda menos incluídas entre os trabalhadores brasileiros. Jornalista e editor do blog Guia Inclusivo, que trata de assuntos relacionados às pessoas com deficiência com enfoque nas cidades do Vale do Paraíba, Luis Daniel da Silva avalia que a convivência é importante para quebrar as barreiras que existem entre empresas, funcionários e candidatos às vagas de emprego. Por isso, é no próprio processo de inclusão que as dificuldades encontradas podem ser minimizadas e até resolvidas. “É na convivência cotidiana que surgem as dúvidas, as possibilidades, as experiências, pois não existe ‘receita’ para se incluir. A pessoa com deficiência quer ser tratada como qualquer outra, com seus direitos e deveres”, afirma Luis Daniel.


gabriela palombo

truturais, no conteúdo, na semântica

pessoa que pode contribuir com a

e também na usabilidade. A informa-

empresa e que deve receber as infor-

ção deve ser pensada para atender a

mações necessárias para isso.”

todos.”

Cadeirante há 11 anos, Tabata defende que as pessoas com deficiên-

Diferenças que promovem a

cia devem ser vistas pelas empresas

igualdade

como um público a ser alcançado,

Consultora da Talento Incluir, em-

não de uma forma assistencialista,

presa que trabalha com a inclusão de

mas por meio de ações efetivas que

pessoas com deficiências no mercado

promovam sua inclusão nas mesmas

de trabalho, Tabata Contri esclarece

esferas que as demais pessoas: con-

que as empresas precisam ter sensi-

sumo, trabalho, educação, lazer, en-

bilidade para entender as diferentes

tretenimento, cidadania – e, para ela,

necessidades de seus funcionários e

a comunicação tem um papel primor-

clientes, promovendo a autonomia e

dial nesse processo.

a profissionalização da relação entre

“Mais do que promover a acessibi-

empresa e funcionários com defici-

lidade, a comunicação pode provocar

ência.

uma mudança na cultura das empre-

“A pessoa com deficiência tem de

sas e da sociedade”, afirma, lembran-

receber e entender 100% das infor-

do que cadeirantes e pessoas com

mações que são passadas para ela e,

mobilidade reduzida também preci-

para isso, é preciso trabalhar a cultura

sam ser contempladas com ações de

da empresa como um todo. A pessoa

comunicação inclusiva, como correto

com deficiência não pode ser vista

posicionamento de avisos e jornais

como um coitadinho, mas como uma

murais em locais acessíveis, com con-

“A publicidade e as empresas começaram a entender que esse é um nicho de mercado interessante e que as pessoas com deficiências são formadoras de opinião e exercem influência importante na sociedade”, diz tabata contri, da talento incluir

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forto para quem precisa de apoio físi-

comunicação inclusiva pode ser uma

co e em uma altura compatível com

aliada estratégica para o incremento

a leitura a partir de cadeiras de rodas.

do desempenho dos funcionários e

Apesar do longo caminho a se

da rentabilidade empresarial.

percorrer para que a comunicação in-

“A comunicação promove um ren-

clusiva esteja no dia a dia de todas as

dimento mais individualizado e den-

pessoas, a consultora analisa o atual

tro dos padrões dos não deficientes,

momento com otimismo: “A publici-

promovendo mais autonomia para a

dade e as empresas começaram a en-

execução das tarefas empresariais.

tender que esse é um nicho de merca-

Com isso, a empresa e os funcionários

do interessante e que as pessoas com

ganham tempo, pois as pessoas com

deficiências são formadoras de opi-

deficiência conseguem resolver suas

nião e exercem influência importante

tarefas com independência e sem

na sociedade”.

o auxílio de outras pessoas a todo o momento. A empresa ganha com um

A internet tem sido grande aliada das empresas nos processos de inclusão, representando um dos caminhos para se construir uma sociedade mais igualitária, com mais acesso à informação, ao mercado de trabalho e ao consumo

Rentabilidade humana e

desempenho melhor de seus funcio-

empresarial

nários e em sua rentabilidade empre-

Na Johnson & Johnson, o pro-

sarial”, afirma Maria Gorete Cortez de

cesso de comunicação inclusiva teve

Assis, integrante do Conselho Estadu-

início em 2006, com a implantação

al para Assuntos da Pessoa com Defi-

do programa de inclusão de pessoas

ciência, de São Paulo, e coordenadora

com deficiência entre os funcioná-

educacional do Próvisão, hospital e

rios. A empresa conta com 20 pessoas

centro de reabilitação localizado em

com deficiência auditiva beneficiadas

São José dos Campos, que conta com

pelo programa, que envolve traduto-

um núcleo de empregabilidade para

res de Libras em reuniões e em capa-

pessoas com deficiência visual.

citações.

Pedagoga especializada em defi-

“Uma das ações que implantamos

ciência visual, Gorete destaca o papel

foi a capacitação correta dos deficien-

da comunicação inclusiva nas rotinas

tes auditivos – em julho de 2011, fize-

empresariais, mesmo quando as in-

mos o primeiro treinamento. A partir

formações possam parecer simples

daí, passamos a desenvolver material

ou corriqueiras. “As pessoas que en-

de treinamento específico para esse

xergam interagem o tempo todo com

grupo”, afirma Rubia Fernandes, da

tudo que está ao seu redor, como

área de educação e treinamento da

quadros de comunicação e placas. O

Johnson & Johnson, em São José dos

cego fica à mercê dessa comunicação

Campos.

do dia a dia, que tem uma dinâmica

“Para a empresa, o benefício é ter

rápida, e precisa de uma comunica-

todos os profissionais motivados, com

ção inclusiva, que se realize de forma

a mesma base de conhecimento para

diária, para que ele não receba infor-

executar sua função corretamente.

mações truncadas. Mais importante

Para os funcionários, é importante ter

até do que a acessibilidade física e

uma base única de desenvolvimento,

os materiais assistivos e adaptados é

respeitando as diferenças.”

a acessibilidade dos seres humanos.

Além de promover a cidadania, de

Somente quando as pessoas passa-

desmitificar as diferenças e de pro-

rem a realmente compreender as di-

mover mudanças importantes na vida

ferenças será possível transformar a

de pessoas com e sem deficiência, a

realidade.”


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> >

danilo c monteiro e THIAGO GUSTAVO

JINGLES

Melodias imortais a música pode ser explorada no rádio, na tv e na internet: ela emociona, gera intimidade e faz com que o ouvinte associe marcas, produtos e serviços à sensação de prazer

“O tempo passa, o tempo voa”... se

papel fundamental na fixação da mar-

você já passou dos 25 anos, de certo

ca de uma empresa. Ele pode ressus-

deve ter completado mentalmente o

citar uma marca, lançar um novo pro-

restante da letra entre aspas. A letra,

duto ou até mesmo rejuvenescer uma

já enraizada na memória coletiva, fez

marca antiga. Por ser uma produção

parte das propagandas do Banco Ba-

musical, ele faz com que o inconscien-

merindus e, mesmo sendo um jingle,

te das pessoas o associe à sensação

marcou algumas gerações com a mes-

de prazer do indivíduo, e assim tem o

ma força das canções populares de Ro-

poder de gerar certa intimidade com o

berto Carlos.

público-alvo pretendido, o que auxilia

Um bom jingle é garantia de que

na confiabilidade de um determinado

uma empresa será sempre lembrada.

produto sem que a pessoa perceba

A versatilidade da publicidade sonora

isso”, conta Alan Tadini, proprietário do

possibilita que ela seja explorada tanto

DigiMax Estúdio, de São José dos Cam-

no rádio, quanto na TV e na Internet,

pos. Com a fala, ele exemplifica porque

apesar de ser um meio utilizado des-

recomenda que um jingle seja veicula-

de que o frio chegava desprevenido na

do por meses a fio.

casa das pessoas que já tinham com-

Na verdade, ultimamente, o jingle

prado cobertor nas casas Pernambu-

tem atraído empresários devido às su-

canas (um dos primeiros comerciais

gestões feitas por quem conhece o po-

que marcaram pela música), o formato

der de fogo das canções que falam de

continua agradando o consumidor.

um produto ou empresa.

“O jingle é uma ferramenta incrível

“Dificilmente alguém nos procura

e está longe de se extinguir. Ele tem um

com a ideia de fazer um jingle. Nor-


malmente, somos nós, no processo de

e técnicos por trás da produção, além

planejamento e criação, quem visua-

do conhecimento publicitário e estra-

lizamos essa perspectiva como atra-

tégico no planejamento de um ritmo e

tiva para o cliente. O jingle é uma das

de uma letra”, diz Alan.

ferramentas persuasivas que temos –

“Todo cliente pode ter um jingle,

como o texto inteligente, a fotografia,

mas o mais importante é ele possuir

o diálogo, enfim, para fortalecermos

um plano de comunicação e posicio-

um determinado conceito de valor que

namento de marca bem estruturado,

queremos compartilhar”, revela Alejan-

que possa dar mais sentido e direção

dro Vera Mendez, sócio-diretor da On-

às demais iniciativas”, explica Alejan-

dasete, em São José dos Campos.

dro.

Além de ser um item pouco visado por empresários, um aspecto pou-

“a peça tem de ser capaz de representar a essência do negócio”, diz alejandro mendez, da ondasete, de são josé dos campos

A essência por trás do estúdio

co explorado no universo das músicas

A pergunta inevitável agora é “o

que divulgam uma marca é o custo

que um bom jingle deve ter”? Os espe-

versus benefício atrativo.

cialistas também respondem.

“A maioria dos anunciantes não

“Não basta o jingle ser bonitinho,

tem muita percepção do benefício,

ele é uma comunicação. E, como

porque é um investimento de médio a

toda comunicação, deve ser pensado

longo prazo. Fazer um jingle para usar

para que efetivamente ocorra e atin-

por uma semana não trará o retorno

ja o público-alvo. Basicamente, um

de fixação de marca, e terá de ser um

bom jingle deve gerar ‘awareness’, ou

jingle promocional, o que não é muito

seja, lembrança da marca, intimida-

feito por aqui. Já os anunciantes que

de, acompanhar a pessoa e gerar no

perceberam como funciona o jingle e

inconsciente dela a crença de que a

sabem usá-lo como identidade sonora

empresa anunciante pode resolver o

de sua empresa percebem que o valor

problema dela, seja com um produto

é muito justo, visto que existem artistas

ou com um serviço, não por meio do pensamento, mas por meio de emoções inconscientes. E ele não faz isso sozinho, ele é uma ferramenta que deve compor um planejamento estratégico”, saliente Alan. “Tem de ser capaz de representar a essência do negócio, inteligente na letra, acompanhado de uma melodia atrativa, produção de qualidade, elementos que, integrados, podem fortalecer e facilitar a lembrança desta ‘ideia principal’”, diz Alejandro. “Por isso, é fundamental um bom briefing e planejamento, não apenas do jingle, mas de toda a campanha que nele estará envolvida. Depois, escolher os profissionais mais competentes para cada produção. Desde o compositor da letra até o técnico de som. Por exem-

gabriela ciolini

plo: colocar um cantor de rock para cantar um pagode, ou colocar um guitarrista de jazz para gravar um sertanejo não funciona”, comenta ele, que ainda recomenda que sejam usados

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conhecimentos de PNL (Programação Neurolinguística) para deixar mais atrativo aos clientes. O HIT QUE SE TORNA JINGLE O publicitário cria a letra de acordo com as necessidades do cliente

cliente dizer que quer seu jingle em cima de uma música conhecida -

duarte marina

Na produtora de áudio, é gravada uma versão demo, chamada de voz-guia, somente com voz e violão (mas já mostrando o ritmo e letra)

Uma coisa muito comum no universo dos produtores de jingle é o

transformar um “Ai, se eu te pego” em um “Ai, vou vender muito”. E é justamente neste tipo de situação que toda cautela deve ser tomada. “A responsabilidade comercial de um jingle é sempre do anunciante. É ele quem responde legalmente por

Com a aprovação, a canção é gravada com mais intrumentos e um arranjo completo

Após o pagamento integral do serviço, o cliente recebe a versão final

este uso, caso o autor original queira receber seus direitos. Mesmo assim, temos uma política de avaliar cada caso. Infelizmente, muitos clientes parecem não se importar com os direitos de autor, e a lei é bem punitiva nesses casos. Em cidades menores, no interior,

O cliente recebe uma versão demo com uma voz que fica repetindo ao fundo “este é um material de demonstração”

é bem comum o uso de paródias pela dificuldade de fiscalização e muitas vezes até porque algumas pessoas não Explicar como ele chega ao veículo (porque muitas pessoas acham que se paga a produção e já vai para a rádio, TV... É importante destacar que depois tem a veiculação)

sabem que este tipo de veiculação é ilícito”, diz Alan. Segundo ele, quando o cliente solicita um jingle comercial/publicitário de paródia, sempre é questionado se pretende pagar os direitos autorais. Se a resposta é negativa, a saída é propor

ALAN TADINI, DA digimax ESTÚDIO, DE SÃO JOSÉ, ressalta QUE O INVESTIMENTO É DE MÉDIO E LONGO PRAZOS

uma produção original ou desistir da ideia. “A paródia tem muitas vantagens, sendo a principal delas o aproveitamento do laço emocional existente do ouvinte com a música original, o que causa uma lembrança mais rápida. Algumas empresas gostam de usar paródias em campanhas internas de prevenção de acidentes, ou outros tipos de conscientização por conta davelocidade.” Já Alejandro, da Ondasete, só trabalha com músicas autorais. “A Ondasete tem uma particularidade: cria

danilo c monteiro

todos os jingles que desenvolve, terceirizando apenas a produção. Mas vale a lembrança, o uso de paródia, se bem construída, é válida e pode ser uma alternativa, quando bem executada”.


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PROPAGANDA 2.0

> >


Caiu na rede, tem de virar peixe Eu curto, tu compartilhas, ele re-

oficial, com perfis e canais planejados

tuíta. Mas quem gera o conteúdo?

e estruturados, seja no boca-a-boca

Desde os tempos em que farmácia se

dos usuários, com elogios e críticas”,

escrevia com ‘ph’, o relacionamento

complementa. Por isso, a decisão de

entre a empresa e o cliente passou

quando entrar nas redes passa pelo

por transformações que vão de uma

entendimento de como se dão os re-

plataforma de comunicação descen-

lacionamentos on-line e o que isso

tralizada à possibilidade de ampliação

pode lhe trazer de benefício. Mas fica

de mercados a pretexto de um mundo

o alerta de Torres: “Mídia social é so-

novo, sem barreiras geográficas. Hoje,

cial, ambiente de trabalho e local de

não restam dúvidas de que as redes

diálogo. Entrar nas redes pensando

sociais – usadas profissionalmente –

em fazer publicidade gratuita é come-

podem ser o dínamo do sucesso cor-

çar errado”.

porativo na web. Basta pensar que, no Brasil, o nú-

vislumbrar um marco na vida de uma

mero de pessoas com acesso à inter-

corporação, esse contato inicial com

net atingiu a casa dos 77,8 milhões de

os sites de relacionamento pede um

usuários, segundo dados do Ibope

projeto direcionado, com objetivo

Nielsen Online. Ainda segundo o Ibo-

definido. Para Robson Cavalcante, ge-

pe, os brasileiros que acessam sites

rente de planejamento e marketing da

sociais gastam, por mês, uma média

Phocus Interact, é preciso, acima de

de 7 horas e 14 minutos na frente do

tudo, viabilizar a entrada de uma mar-

computador para acompanhar twitter,

ca nas redes, já prevendo que se tem

facebook e orkut.

de “ouvir” os clientes. “As empresas

Por causa desse interesse genui-

devem entender que o mais impor-

namente nacional por páginas de re-

tante nesse espaço não é manipular

lacionamento, as empresas podem

a ação, mas envolver o público num

enxergar uma nova possibilidade de

bate-papo, como na vida real, intera-

interação com os clientes – como

gindo e participando de uma conver-

nunca se pode imaginar! No entanto,

sa, como numa roda de amigos, mas

antes de mergulhar a fundo nesse mar

com a devida percepção que é de PJ

de opotunidades, a empresa tem de

(Pessoa Jurídica) para PF (Pessoa Físi-

ter consciência de onde quer chegar

ca)”, ensina.

com o uso das redes. Resumindo em uma palavra: planejamento.

THIAGO GUSTAVO

Como qualquer estreia capaz de

a primeira pergunta a fazer é se sua empresa está preparada para ser exposta a um sem-número de internautas, sendo capaz de gerenciar conteúdo de forma eficiente, mesmo no caso de repercussões E comentários negativos

Como num passe de mágica, engana-se quem acredita que ter um

“O primeiro passo para uma em-

perfil no social media torna, por isso

presa entrar nas redes sociais é ter

mesmo, a empresa integrada às novas

em mente, e muito bem desenhado,

tecnologias de comunicação. “É fun-

o que ela pretende fazer nesse am-

damental fazer com que as empresas

biente”, expõe Cleyton Carlos Torres,

participem de forma ativa das redes

editor do Blog Mídia 8, que trata de

sociais com dicas de uso e consumo,

temas sobre comunicação digital. “É

com informações que sejam relevan-

inegável, porém, que toda empresa já

tes ao seu público e relacionadas ao

está nas redes sociais, seja de forma

seu produto ou serviço. Enfim, o prin-

revistalettering.com.br 22 | 23


cipal é fazer com que o seguidor goste da sua marca e faça parte da vida dela”, enfatiza Cavalcante. Outro cuidado essencial para a

para clayton Torres, do blog midia8, de Pindamonhangaba, A adequação ao meio é essencial. “quem entra pensando em fazer publicidade gratuita já começa errado”

das críticas e reclamações. Tal qual a vida real, o mundo virtual pode nos apresentar um mar revolto. “Imagine um cardume de sardinhas.

empresa que deseja lançar-se no

Quando um peixe faz um movimen-

twitter ou no facebook é certificar-se

to brusco, todos acompanham juntos,

de que está pronta para ser vista por

de forma corporativa. Guardadas as

uma multidão – lembrando que os

devidas proporções, assim é a rede”,

efeitos negativos na web tendem a ser

compara o professor Walter Teixeira

mais potencializados do que os positi-

Lima Junior, professor do programa

vos, podendo ser devastadores e ma-

de pós-graduação da Universidade

cular a imagem da empresa. Cleyton,

Metodista de São Paulo e estudioso do

neste caso, explica que de nada adian-

assunto.

ta um relacionamento no digital se

Para se estabelecer na crista da

no mundo físico a empresa não tem

onda, o marinheiro tem de ser rápido.

produtos de qualidade ou tem funcio-

Por isso, o gerenciamento do conteú-

nários despreparados: “Vivi isso pes-

do na web pode ser uma ferramenta

soalmente, quando vi que uma deter-

a auxiliar o rumo dos negócios, que

minada empresa tinha todos os canais

possui altos e baixos. “Algumas em-

possíveis no ambiente digital, porém,

presas abrem espaço para o público

na loja física, o atendimento era tão

se comunicar, mas não têm estrutura.

deplorável que o relacionamento em-

Permitir que as redes sociais fiquem

presa-cliente ficou restrito ao digital. É

repletas de mensagens de consumi-

um erro clássico porque essa experi-

dores sem que a marca se posicione a

ência se reflete, consequentemente,

respeito é inadmissível!”, garante Ana

no on-line”.

Brambilla, editora de mídias sociais da Editora Globo.

oswaldo corneti

Críticas on-line

A princípio, surfar nessa onda da

Quando a empresa já está nas mí-

web pode parecer simples. De forma

dias sociais, desfrutando de imagem

rápida e prática, é possível abrir uma

moderna e engajada, há que se lem-

conta no twitter e uma fanpage no fa-

brar ainda de não se descuidar do que

cebook a custo zero. Mas quem gera o

“falam” sobre ela. O monitoramento

conteúdo? Se canais de comunicação

nas redes deve fazer parte do espírito

vão ser inaugurados, alguém precisa

empreendedor de quem se pretende

administrar o fluxo de informações

ser exemplo de case bem-sucedido. É

que será gerado. Nesse sentido, Tor-

a partir desse acompanhamento on-

res esclarece que, para a empresa im-

-line – e existem aqueles que defen-

plantar um departamento de mídias

dem, inclusive, que deva ser full time

sociais, ela precisa, antes de tudo, ter

– que será possível identificar as temi-

cultura digital. “Qualquer profissional

O Vale nos TT´s Brasil Para o lançamento do SMVP (Social

ingressos, no site oficial. Resultado:

Media Vale do Paraíba) – evento que

auditório lotado. Pessoas de outros

trata da comunicação digital para a

estados puderam participar com per-

região –, em 2009, o grupo responsá-

guntas durante as palestras por meio

vel fez ações on-line de modo que as

de uma live de twitter. O buzz fez com

pessoas que participavam da fanpage

que o evento fosse parar no Trending

do evento eram encaminhadas para

Topics Brasil – lista de assuntos mais

o ponto de ancoragem e venda dos

comentados na rede.


revistalettering.com.br


com qualquer formação pode atuar

de voz – a sua capacidade de mobi-

com mídias sociais. O que vale é ter vi-

lização é uma característica determi-

são de negócio, conhecer a empresa e

nante, que, usada sabiamente, pode

o seu segmento de atuação”, acrescenta.

servir de trampolim para uma empresa se destacar entre seus pares.

Quem está no controle?

“imagine um cardume de sardinhas. Quando uma delas faz um movimento brusco, todas acompanham. assim é nas redes sociais”, compara o professor walter lima, da UMESP divulgação

“Eu ouso falar que, se existissem

Na história recente, a Arezzo –

redes sociais há vinte anos, nem pre-

marca de calçados femininos – saiu

cisava ter Código de Defesa do Con-

chamuscada após enfrentar uma crise

sumidor. É claro que o Código é mara-

que ganhou repercussão no meio on-

vilhoso! Mas, certamente, ele passou

-line. Dias após lançar a sua coleção

a contar com maior poder de massa,

Pelemania na internet, para o inver-

pois é fortalecido pelas redes”, argu-

no 2011, a empresa se viu obrigada a

menta o professor Walter Lima, que

recolher do Brasil todas as peças que

define a rede como uma expressão

tinham pelo de raposa e de coelho,

contemporânea da comunicação.

tamanho foi o volume de críticas nas suas páginas de relacionamento.

Seguidores são pessoas

Navegando a favor da maré, as

O fato é que, para a quase totalida-

observações do que ocorre no mun-

de das empresas, analisando o público-

do digital podem ajudar a empresa a

-alvo e os interesses pretendidos, a

identificar oportunidades de mercado.

entrada nas redes sociais segue um ca-

“A Grendene retomou a produção de

minho tão espontâneo quanto a vazão

um determinado modelo da Melissa a

do rio para o mar. O que a empresa pre-

partir de comunidades do orkut, que

cisa entender é que, uma vez na rede,

comentavam o quanto sentiam falta

perde-se o controle das informações,

daquele produto. Isso pode aconte-

o que não significa que não se pode

cer em qualquer ramo, pois o público

gerenciá-las. “A web tem uma estrutu-

sinaliza o que quer. Daí a necessida-

ra de comunicação descentralizada e

de de se prestar atenção nas redes”,

de baixa hierarquia, porque as pessoas

exemplifica Ana Brambilla.

‘sobem’ e trocam informações da for-

Esses dois cases – Arezzo e Gren-

ma que querem. E, sobre isso, não se

dene – dão uma breve noção da for-

tem controle”, explica o professor Wal-

ça do chamado consumidor 2.0, que

ter Lima.

se mostra atento ao que acontece no

Se a dinâmica tecnológica é dife-

planeta, preocupado com o meio am-

rente da do mundo real, quem anseia

biente e com questões sociais, desejo-

ser partícipe dela tem de ter consci-

so por expor suas opiniões, sejam elas

ência disso. Uma dica de ouro que

favoráveis ou desfavoráveis à ideolo-

funciona em qualquer ambiente da

gia das organizações. Aliado a isso, o

empresa – virtual ou não – chama-se

consumidor 2.0 conta hoje com poder

transparência. Agir de acordo como o

Perguntas que se deve responder antes de entrar nas redes sociais

1)

A empresa está apta a atuar nas redes sociais?

2)

Quais os objetivos e as táticas para se atingir o público-alvo?

3)

Você possui algum colaborador preparado para gerar e gerenciar o con-

teúdo nas redes? No caso de uma crise, quem poderá responder pela empresa? 4)

Qual produto ou serviço será comentado ou ofertado?

Fonte: Robson Cavalcante, gerente de planejamento e marketing da Phocus Interact


marina duarte

consumidor espera, dentro dos prin-

midor deve ser respeitada”, fala Ana

nas redes – especialmente satisfeitos

cípios da ética, da moralidade e do

Brambilla.

– pode ser uma prova de que o tra-

respeito, pode ser o tripé para a base

É assim, de braçada em braçada,

balho está sendo feito corretamente. É

de qualquer relacionamento saudá-

que a marca vai se humanizando, ao

sempre para esse norte que a bússola

vel, até mesmo entre uma empresa e

mesmo tempo em que são criados

deve apontar.

os seus clientes. Aliás, saber-se falível

vínculos com o cliente. E mais: da

Todo o esforço, afinal, tanto nas lo-

como empresa é uma postura admirá-

mesma forma que o espaço possibilita

jas de atendimento como nas mídias

vel, uma vez que empresas são cons-

maximizar as atitudes positivas e re-

sociais, é para o consumidor. As “cur-

tituídas por pessoas e pessoas erram.

pensar as negativas, é possível enxer-

tidas”, os compartilhamentos e os re-

“Quando o consumidor escolhe o

gar como a concorrência é vista pelo

tuítes, se volumosos, é claro que cha-

twitter para fazer uma crítica, a res-

público e medir seus pontos fracos,

mam a atenção até mesmo de leigos

posta deve ser dada nessa mesma

algo até então inédito.

no assunto. Mas, antes de atingir um

rede. Até para que o público veja a

A bem da verdade, não existe uma

número excepcional de seguidores,

solução do problema. Se você desvia

receita para garantir o sucesso de uma

interessa atingir seguidores dispostos

o contato, respondendo por e-mail ou

empreitada dessa ordem. O foco, des-

a experimentar e a comprar o produto.

por telefone, quem viu a mensagem

de o princípio, precisa estar no consu-

Em outras palavras, qualidade é me-

negativa no outro canal não vai sa-

midor. É para ele que a empresa deve

lhor que quantidade. “O que importa

ber que você [empresa] se preocupou

olhar, e não para o próprio umbigo.

não é ser grande, mas relevante”, diz

com o cliente. Essa opção do consu-

Um grande número de seguidores

Robson Cavalcante.

revistalettering.com.br 26 | 27


Por que eu invisto em comunicação Por Walther Junquetti gestor Comercial da teixeira pinto Revista Lettering Na sua opinião, qual a importância da Comunicação para o seu tipo de negócio? Walther Junquetti A comunicação é essencial em tudo na vida e com negócios não é diferente. É evidente que, quando investimos mais em comunicação, os resultados no mês seguinte são melhores. Tem uma frase que diz que “Quem não é visto não é lembrado”. Então, não tem como as pessoas procurarem seu produto se elas nem ao menos sabem que você existe. RL Desde quando a Teixeira Pinto investe em comunicação? WJ A construtora Teixeira Pinto sempre investiu em comunicação. Assim, quando resolvemos criar um espaço para o cliente, trouxemos esse costume conosco e investimos desde o início. É muito importante que as pessoas associem o Espaço Teixeira Pinto à construtora, mas que percebam que aqui estamos focados no setor comercial.

“É evidente que, quando investimos mais em comunicação, os resultados no mês seguinte são melhores. Tem uma frase que diz que ‘Quem não é visto não é lembrado’. então, não tem como as pessoas procurarem seu produto se elas nem ao menos sabem que você existe”

RL Quais as principais mídias usadas pela empresa? WJ Como nosso público-alvo é formado por moradores de Taubaté e região, anunciamos muito em revistas locais focadas em construção, jornais, outdoors, internet e numa comunicação direta com o cliente. RL O senhor poderia dizer quais meios mais utilizados? WJ As revistas locais como a “Casa Vale”, que é focada em construção, nos trazem bons resultados. A internet atualmente tem sido outra grande fonte de retorno, já que cada vez mais as pessoas procuram esse tipo de serviço. RL O que dizer a outros empresários? WJ Aconselharia os empresários a terem um grande foco no cliente e a procurarem sempre um diferencial no modo de atendê-los.


revistalettering.com.br 30 | 31



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VÍDEOS INSTITUCIONAIS

> >

Um luminoso verde indica “Aberto”. Uma taça no balcão de um bar recebe uma dose a mais de conhaque. Uma mesa de futebol de botão. Alguns livros e apostilas esparramados sobre uma mesa em um quarto. Risos no bar. Silêncio no quarto. E a música começa: “Quem um dia irá dizer que existe razão nas coisas feitas pelo coração/ e quem irá dizer que não existe razão?”. Certamente, você deve se lembrar de quando, em junho do ano passado, a empresa Vivo conseguiu atingir milhões de brasileiros com sua marca e se tornou pauta da conversa de muitos deles, depois de publicar na internet um vídeo produzido pela 02 Filmes e pela agência África. A produção era uma versão no formato de vídeo-clipe para a música “Eduardo e Mônica”, do Legião Urbana, e conquistou milhões de visualizações em horas e se tornou um viral nas redes sociais. Ainda que tenha sido contestada a originalidade da agência e o alto investimento da empresa, durante os mais de quatro minutos de vídeo, a Vivo conseguiu apresentar alguns de seus produtos de um jeito diferente, conquistando a empatia, emocionando e envolvendo o cliente. Não seria esta uma forma diferente de fazer um THIAGO GUSTAVO

vídeo institucional? “Quando falamos de vídeo institucional, ou simplesmente institucional, basicamente, estamos nos referindo

Sua empresa como num filme com linguagem mais próxima do cinema, materiais áudio-visuais conquistam pela criatividade e apelo emotivo

à apresentação de uma empresa. Sua história, valores, diferenciais, conquistas etc”, explica Lino Perosa, diretor executivo da Madre Studio, produtora do segmento audiovisual de São José, que tem, entre seus clientes, empresas como a Embraer. Embora, na prática, o termo institucional seja usado de forma genérica, também para tratar de vídeos de treinamento, de marketing interno e de motivação, de apresentação de


resultados e assuntos correlatos, in-

Então, não adianta ter a melhor

dependentemente da mensagem, o

ideia do mundo, o roteiro mais ousa-

principal, segundo Perosa, é transmitir

do, se você ainda não sabe quem irá

a mensagem da forma mais eficiente e

assistir ao filme da sua empresa, e em

cativante possível, usando ao máximo

qual circunstância. Tendo isso defini-

os recursos que somente o suporte

do, aí, sim, você pode pensar em for-

audiovisual pode oferecer.

mas de inovar na produção.

“Um vídeo é um meio poderoso

“Hoje em dia, não precisamos res-

de comunicação porque, junto com

tringir o institucional a nenhum for-

a informação, ele também transmi-

mato específico. Então, cada vez me-

te emoções. Assim, com um roteiro

nos vamos ver vídeos do tipo: ‘Desde

inteligente e linguagem adequada,

1900... atuando no mercado tal...’,

um treinamento não fica monóto-

deixando para trás aquele formato

no, prendendo melhor a atenção de

didático e monótono, para se aproxi-

quem assiste e trazendo melhores re-

mar cada vez mais da linguagem dos

sultados no dia a dia da empresa. Uma

filmes, documentários e curta-metra-

campanha interna, de qualidade, pode

gens”, esclarece Perosa.

realmente ganhar as mentes e cora-

E foi justamente acreditando nes-

ções dos funcionários porque instiga

sa linguagem menos monótona que

um forte sentimento de equipe e de

a Embraer desenvolveu o institucio-

orgulho pelo trabalho bem feito”, afir-

nal “Embraer Defesa e Segurança”. Em

ma o diretor da Madre Studio.

vez de explicar o que era, a empresa decidiu mostrar para seu público-alvo

Não esqueça do seu público

o seu novo sistema operando, como

Como as possibilidades e recursos

num filme. “Num mercado tradicio-

são muitos, o importante é lembrar

nalmente conservador, foi uma de-

que o institucional geralmente visa a

monstração de coragem e de confian-

um público específico. Desse modo, é

ça que nos honrou e inspirou. O que

fundamental ter respostas claras para

seria uma apresentação técnica se

algumas perguntas básicas: onde seu

transformou numa aventura”, afirma o

institucional vai ser veiculado: em

diretor da Madre Studio.

eventos direcionados, como feiras,

João Marcos Massote, da Embraer,

encontros, convenções? Ou como

conta que a empresa decidiu apostar

apoio em reuniões de negócio? Ou,

num vídeo Institucional após o lan-

ainda, dentro da própria empresa, em

çamento da empresa Embraer Defe-

cerimoniais, treinamentos, TVs inter-

sa e Segurança, que não somente é

nas, intranets?

especializada em produzir aeronaves

“E, é claro, atualmente, cedo ou

de defesa, como também em desen-

tarde, tudo acaba na internet. Uma

volver sistemas de comando e de con-

divulgação muito mais genérica, mas

trole.

com a vantagem de ser praticamente

“Identificamos a necessidade de

sem custo e de abrangência mundial”,

divulgar essa ampliação de portfólio

lembra Lino Perosa, mas com uma

de forma visual, numa feira especiali-

ressalva: “É possível atingir o público

zada. Investimos, então, na criação de

interno e externo (com um mesmo ví-

um vídeo que retratasse a utilização

deo), mas isso tem de ser planejado.

dos sistemas de controle e comando

Uma informação empolgante para os

por meio de uma linguagem cinema-

funcionários pode ser irrelevante para

tográfica, capaz de captar o olhar de

uma pessoa de fora da empresa.”

quem estivesse transitando pela feira”,

O empresário precisa saber o que quer com a peça. o investimento vale a pena? Se sim, qual a mensagem a ser transmitida para atingir o resultado esperado?”, questiona João Massote, da EmbraeR divulgação

revistalettering.com.br 32 | 33


explica Massote. Como no caso da Embraer, vale a pena pensar no vídeo Institucional também como um cartão de visitas. Por isso, Massote lembra que, por ser

Roteiro: terá como base as informações coletadas no briefing. Se necessário, pode se transformar em storyboard ou “monstro”, – que é um rascunho do vídeo final.

Captação: depois de o roteiro ser aprovado, é iniciado o processo de produção e captação, que é basicamente igual ao de um comercial

capaz de encantar visualmente, é recomendável, sempre que possível, usá-lo de forma mais conceitual e artística, suprimindo ao máximo dados ser transmitidas por uma apresentação Power Point, ou por meio do site da empresa. “Só o vídeo possui a capacidade de emocionar. Dessa forma, a empresa pode estabelecer uma conexão direta com o espectador, divulgando seus

Briefing: a agência produtora precisa entender como funciona e o que é importante divulgar sobre seu cliente, não somente sobre a empresa em questão, mas sobre seus concorrentes, o mercado como um todo e as particularidades e jargões próprios da área para criar um vídeo que seja realmente eficiente.

marina duarte

técnicos e informações que deveriam

valores e sua missão de forma mais subjetiva, menos fria e impessoal, garantido a assimilação fluente e prazerosa da mensagem”, defende Massote. E, para que todo o trabalho e uso da criatividade da equipe valham a pena, e o resultado do institucional seja efi-

Finalização: Nessa fase, as imagens são corrigidas e tratadas, uma a uma. É nessa fase também que são inseridos GCs (ou letterings), gráficos, vinhetas, efeitos, material de arquivo etc.

Edição: Depois de registradas as imagens e cenas, o material vai para a ilha de edição. Nessa etapa, as imagens são escolhidas de acordo com o áudio. Cria-se o “esqueleto” do filme, do começo ao fim, e já é possível ter uma ideia do ritmo do vídeo.

caz no que se propõe, a relação agência-cliente deve se manter estreita, do briefing inicial à entrega do vídeo final. “O cliente precisa saber muito bem o que quer com essa peça. Vale a pena

Preview: Normalmente, o cliente recebe um preview do filme na fase do “esqueleto” para que ele possa avaliar a necessidade de realizar possíveis ajustes.

fazer um vídeo? Se a reposta for positiva, qual a mensagem para atingir o público-alvo? De posse dessas informações, cliente e agência poderão decidir com mais assertividade sobre o formato e a linguagem visual para

Lino perosa, da Madre studio, de São José, chama a atenção para os cuidados com o planejamento de cada vídeo: “mais cedo ou mais tarde, tudo acaba na internet”

isso. O mais importante é encontrar uma produtora que saiba entender o produto e o mercado da sua empresa. Quem trabalha nessa área sabe que, muitas vezes, as aspirações criativas de diretores e roteiristas não condizem com as necessidades do cliente”, alerta João Marcos Massote. “A produtora deve sempre colocar em primeiro lugar o objetivo do cliente, respeitar o conhecimento que ele tem de seu próprio negócio, mas, ao mesmo tempo, ser clara e direta, quando necessário, já que sua obrigação é usar sua expertise para orientar e extrair o melhor resultado do processo”, completa João.

DANILO C MONTEIRO


Ideia

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ENTREVISTA

> >

JOSÉ HÉLIO DO NASCIMENTO

O papel do mercado regional

Ele começou atendendo a demandas de agências de Taubaté para a produção de fotolitos – parte do sistema de pré-impressão que nem existe mais! – indo a São Paulo duas ou três madrugadas por semana, para garantir que a qualidade dos impressos na região melhorasse. Cerca de 20 anos depois, é dono da maior empresa do setor no Vale do Paraíba, a Resolução Indústria Gráfica. De lá para cá, o empresário José Helio do Nascimento Júnior vivenciou muitos avanços na área da propaganda regional e, nesse bate-papo com a Lettering, analisa de forma positiva a evolução do mercado, mas alerta: “profissionais precisam conhecer mais sobre a criação de embalagens.”

Revista Lettering Como você

geração teve de se adaptar ao novo

avalia o comportamento do merca-

jeito de se produzir material. Antes,

do regional nas duas últimas déca-

produzir um bom material gráfi-

das?

co demandava muito tempo e um amplo conhecimento nas áreas de

José Hélio do Nascimento O

fotografia e fotomecânica. Quando

mercado evoluiu bastante do ponto

o computador entrou na jogada,

de vista da qualidade. Nos últimos

houve uma verdadeira revolução

20 anos, conheci três gerações de

nessa área. Essa primeira geração

profissionais: os que atuavam an-

era muito competente do ponto

tes do boom da informatização dos

de vista artístico, mas penou para

processos gráficos; os que vieram

aprender a trabalhar com os novos

dos bancos das faculdades, e, ago-

equipamentos: teve de substituir o

ra, os mais novos ainda. A primeira

laboratório pelo photoshop. Mes-


danilo c monteiro

“conheci três gerações de profissionais: a de hoje é a mais preparada, porque alia talento e conhecimento técnico”

revistalettering.com.br 36 | 37


mo com o conhecimento das artes gráficas, tinham dificuldade de lidar com a ferramenta. Entre a primeira e a terceira geração, foi necessário um período de adaptação e foi difícil. Muita gente sem talento entrou na área, apostando que a máquina pudesse ser suficiente. O resultado?

“Não foi fácil instituir a cultura de que gráfica não é artefinalista. Até hoje, alguns clientes nos procuram e, claro, os encaminhamos para uma agência”

Materiais parecendo frankensteins. A gente via que era uma tentativa de ser algo criativo, mas era uma arte final cliparte. Com uma maior preparação, temos uma nova geração bem equilibrada: com talento e conhecimento técnico. RL Na visão das empresas, o setor também registrou avanços? JH Sim, com certeza, principalmente sob o ponto de vista da profissionalização, que atingiu todo o processo. Foi difícil instituir a cultura de que gráfica não é artefinalista.

Danilo c Monteiro

Até hoje, alguns clientes finais batem à nossa porta. Claro, sempre os encaminhamos para uma agência. RL Nesse balanço dos últimos 20 anos, que área registrou maior crescimento, na sua opinião: promocional ou editorial? JH Em termos de números, de faturamento, foi igual. Para se ter uma ideia de números: o setor promocional cresce de 20% a 30% ao ano. O editorial cresce um pouco menos. Falando em termos qualitativos e do número de jobs, eu acredito que o editorial cresceu muito mais, principalmente em Taubaté, que tem uma tradição acadêmica muito forte. Aqui, temos uma boa variedade de revistas e jornais e muita publicação de livros de autores locais. No restante do Vale do Paraíba, a área promocional dominou e São José dos Campos lidera, disparadamente, o ranking do material promocional.


JH Estamos em fase de insta-

RL E o setor de embalagens? JH Embalagem é o setor que

lação dos novos equipamentos na

mais cresce. Seguramente, mais de

nossa nova unidade e de transfe-

100% ao ano, e isso tem a ver com

rência da parte administrativa e co-

o que está acontecendo no Brasil,

mercial da empresa para o Distrito

com o seu franco desenvolvimento.

Industrial do Quiririm.

Micro e pequenas empresas estão

As novas máquinas permitem

produzindo em escala. Há peque-

a impressão de formatos maio-

nas empresas que fabricam cosmé-

res - largura maior que um metro

ticos, produtos de higiene pessoal,

e, como consequência, rapidez de

brinquedos, confecções, tags e uma

impressão, principalmente na área

série de itens que fazem parte, hoje,

editorial. Produziremos o dobro.

de qualquer empresa, demandando

Esse novo equipamento tem a pos-

serviços como produção de caixa e

sibilidade de fazer acabamentos

aplicação de blister de plástico, por

especiais, como aplicação de ver-

exemplo.

niz, verniz com reserva, aplicação

Em Taubaté, para se ter uma

de verniz blister, na própria linha

ideia, há uma empresa que tem

de impressão. Isso sem contar que,

uma linha de plástico gigantesca,

dessa forma, a aplicação de verniz

que fabrica desde assento sanitário

não demandará mais tempo de se-

até acessórios para ar-condiciona-

cagem. Dá para manipular isso no

do. Tudo isso, cada item do produ-

acabamento. Esse é o primeiro passo para que

to, necessita de embalagem.

a gente atue com força na área de RL Como você vê a criação dessas embalagens? JH A embalagem transcende o

embalagens. A meta é que o setor represente, num futuro próximo, 50% do nosso faturamento.

aspecto da arte, é um ramo complexo e pouco desenvolvido na nossa

RL Por isso, a palavra “indústria”

região. De uma maneira geral, as

passou a compor o nome da sua

agências daqui não têm foco ex-

empresa?

clusivo em embalagem e ainda é o

JH Exatamente. Com outros in-

criativo o responsável por essa área.

vestimentos, como os da implanta-

Esse é um desafio a se vencer, por-

ção de processos de acabamentos

que trata-se de um material muito

com dobras especiais e de lombada

técnico: é necessário ter um conhe-

quadrada, não será mais necessário

cimento mais aprofundado do pa-

terceirizar esses tipos de serviços.

pel, das fibras que o compõem, se

Agora, faremos tudo no mesmo

vai haver umidade ou não, se vai ser

local, com serviços de excelência.

exposto ao sol, se há desgaste do

Com a modernização dos proces-

pigmento da tinta, entre outros. Por

sos, teremos ainda mais agilidade,

isso, o profissional da agência tem

melhores preços e melhor qualida-

de ser muito bem treinado.

de.

RL Sua empresa está se instalando em um novo espaço, com um parque gráfico maior e mais moderno. O que o mercado pode esperar?

“A produção de embalagens exige conhecimentos aprofundados sobre papel: se vai haver umidade, ser exposto ao sol, se haverá desgaste de tinta, entre outros fatores. Os profissionais da região precisam se preparar”

RL Tudo isso para atender o Vale? JH Sim. Vale, região do Alto Tietê, São Paulo, capital, e Campinas.

revistalettering.com.br 38 | 39


TEMOS POUCAS VAGAS A Mestra Comunicação cresceu tanto nos últimos 7 meses que restam apenas poucos segmentos para preencher a nossa seleta carteira de clientes. Por exemplo, os mercados de Shopping Centers e Redes de Supermercados, e, quem sabe com um pouco de sorte, o segmento da sua empresa. Atualmente são 42 clientes ativos. Saiba quem eles são, antes que um de seus concorrentes se torne um. Entre em contato conosco e agende uma apresentação da agência. Faça parte da Mestra Comunicação, a agência que em 7 meses dobrou a sua carteira de clientes. Todos por indicação. queroserclientemestra@mestracomunicacao.com.br

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EVENTOS CORPOR ATIVOS

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GABRIELA CIOLINI

gabriela CIOLINI

Nem tudo é festa Pense em um evento. Agora, pense em seu trabalho. Pensou? Então, pense mais uma vez, agora num evento de trabalho, no qual, além do

INFORMAR, INTEGRAR E MOTIVAR são palavras de ordem para os que buscam maior envolvimento dos funcionáros com os objetivos da empresa

aprendizado, você também possa se relacionar com colegas da empresa, participar de atividades dinâmicas que explorem e ressaltem o seu potencial. Essa é a realidade de muitas empresas que vêm se utilizando dos chamados eventos corporativos para reunirem conhecimento, integração e motivação ao seu corpo de funcionários. A administração moderna foge


dos primórdios, de quando Taylor e

e Gestão de Pessoas.

Fayol pregavam que o grande obje-

Em sua concepção, as empresas,

tivo estava na escala de produção.

por meio dos treinamentos, buscam

Hoje, além da produtividade, ges-

o exercício da inovação e da cria-

tores de empresas de diversos ta-

tividade, a retenção de talentos, a

manhos pensam em como somar a

administração de conflitos, os ali-

operosidade ao conhecimento e à

nhamentos estratégicos e a susten-

satisfação de sua equipe. A fórmula

tabilidade da marca/produtos e ser-

para essa equação é dada por meio

viços. “Isso, sem contar o objetivo

de treinamentos, workshops, enfim,

desafiador, na atualidade, de cons-

oportunidades

cientizar os funcionários da impor-

de

conhecimento

técnico, profissional e interpessoal. “São inúmeros os objetivos almejados pelas empresas quanto

tância de se autodesenvolverem e de buscarem o aperfeiçoamento contínuo”, completa. Reforçando o que defende a

quais estão diretamente relaciona-

consultora, a coordenadora de RH

dos à sua missão, visão e valores,

da empresa V&G Serviços Adminis-

governança corporativa e cultura

trativos, de São José dos Campos,

organizacional. Mas posso citar que

Katia Leal, também credita a esses

o principal objetivo é estabelecer

tipos de eventos o direcionamento

um vínculo entre a organização e

estratégico da organização. “Vejo o

seu público de interesse, com vistas

treinamento empresarial como uma

à capacitação e à atualização, à mo-

verdadeira bússola para os funcio-

tivação e à geração de resultados

nários, pois trata-se de uma rica

efetivos para a empresa”, define a

ferramenta para expandir o conhe-

sócia diretora da empresa Cata Ven-

cimento e facilitar o crescimento

to - Treinamento, Comunicação e

profissional. Tais ações ajudam os

Inovação, de São José dos Campos,

indivíduos a se conhecerem melhor

Eliana Araújo, que é publicitária es-

e a escolherem os melhores cami-

pecialista em Gerência de Marketing

nhos nas tomadas de decisão”, ponDANILO C MONTEIRO

à realização dos treinamentos, os

PARA kátia leal, DA V&G, DE SÃO JOSÉ, um treinamento deve ser atrativo: “O ato de treinar pode assumrir várias formas, além da convencional” revistalettering.com.br 42 | 43


tua Katia, que também é profissio-

que, para isso, foquem na comuni-

nal de comunicação.

cação direta com sua equipe pode, sim, ser uma excelente ferramenta.

O QUE SE FAZ NA PRÁTICA

“Para a maioria das pessoas, quando

Assim como acordamos, toma-

se pensa em treinamento, logo vem

mos banho e realizamos tantas ou-

à cabeça aquela imagem de uma

tras atividades diariamente, motiva-

sala de aula. Porém, o ato de treinar

ção também é algo a ser praticado

pode assumir várias formas, além

com constância dentro do ambiente

da convencional”, ressalta Katia.

organizacional. Nesse sentido, ne-

Das atividades em grupo às que

nhum evento pode garantir, de for-

envolvem habilidades manuais e

ma isolada, o clima de satisfação, de

artísticas, de tarefas relacionadas à

entusiasmo e de permanente busca

estratégia e às que potencializam a

pelo conhecimento entre seus fun-

liderança, o fato é que esses even-

cionários.

tos podem contribuir para resulta-

“Poderíamos comparar com o

dos efetivamente palpáveis. “A ideia

conceito de comunicação integra-

é fornecer aos funcionários conhe-

da, 360º e convergente. Ou seja, se

cimentos, desenvolver comporta-

não houver um conjunto de ações

mentos necessários para o bom

estratégicas comunicacionais para

andamento do trabalho e clima hu-

atingir o público que, na atualidade,

mano na organização, aumento da

é um alvo móvel, o investimento na

produtividade, redução de custos,

comunicação será desperdiçado e

de acidentes e de turn-over”, lembra

efêmero”, alerta Eliana.

Eliana.

Contudo, a realização de eventos que se amparem em uma me-

TRABALHO OU DIVERSÃO?

todologia consistente, visando, não

Justamente por lidarem com

meramente à produção, mas à va-

pessoas, e, sobretudo, com a in-

lorização de cada ser humano que

tenção de buscar o melhor de cada

compõe o patrimônio da empresa, e

uma delas, é que muitas empresas

DANILO C MONTEIRO

“se não houver estratégia, o investimento em comunicação será desperdiçado e efêmero”, revela eliana araújo, da cata vento, de São josé


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FONTE: CATA VENTOS TREINAMENTO, COMUNICAÇÃO E INOVAÇÃO


organizam seus workshops em ho-

sação de alegria não duram mais que

teis-fazendas e até mesmo em cru-

24 horas”, alerta Eliana.

zeiros.

Uma palestra, ou um workshop,

Não, não estamos falando de tu-

pode, sim, ser contagiante, mas é o

rismo. Estamos falando de estratégia

conteúdo que garantirá os resultados

de comunicação, de como fazer che-

que transformarão o ambiente de sua

gar a mensagem ao grupo de foco.

empresa (para o bem ou para o mal).

“Acredito que o aspecto mais relevan-

“Como coordenadora de RH, esti-

te nesta modalidade é a possibilidade

mulo o tratamento cordial, empático,

de os participantes serem ancorados

sem ser piegas ou falso. Penso que os

na emoção e na experiência – sen-

colaboradores devem ser reconheci-

sorial, afetiva – como formas de tra-

dos como parceiros e não como me-

balhar a marca/produtos e serviços,

ros subalternos”, sugere Katia, com

fidelizar clientes e, principalmente,

relação ao discurso que deve nortear

de possibilitar experiências memo-

um treinamento.

ráveis e transformadoras, se o evento for bem estruturado para resultados

ELUANDA ANDRADE

‘além mar’, justifica Eliana Araújo.

PONTE, MURO NÃO “Tornar a comunicação uma pon-

Para a consultora, uma ação

te e não um muro.” É com esta de-

como essa deve estar associada a ou-

finição que Eliana resume o sentido

tras ações planejadas e concatenadas

de se integrar e oferecer informação

para a garantia da compensação do

à equipe. “Quando a equipe também

investimento. “Há de se traçar me-

entende a verdadeira importância de

tas claras para antes, durante e após

se trabalhar em sinergia com seus

o cruzeiro, de forma a compor um

pares, é mais produtiva, minimiza

programa. Dessa forma, o cruzeiro se

enormemente os índices de absen-

torna um valor agregado ao projeto”,

teísmo, procura soluções ao invés de

ressalta.

culpados, pensa no processo e nas

Depois de um dia ou de um final

pessoas, tem melhor performance,

de semana de treinamento, com di-

é mais produtiva, é mais engajada,

reito a algumas ‘regalias’, não se pode

o que representa um aumento de,

esquecer da lição de casa, isto é, do

aproximadamente, 20% nas recei-

que será levado, na prática, para a

tas das operações e 30% nos lucros

empresa. Aí está o xis da questão: a

líquidos das empresas, impactando,

percepção de que a comunicação se

portanto, positivamente, nos seus re-

fez eficaz.

sultados financeiros.

Ainda que as tais regalias exis-

Contudo, não se pode pestanejar.

tam, engana-se aquele empresário

Afinal, um evento somente não ga-

que acredita que motivação, entro-

rante o céu à sua empresa. Mais que

samento e conhecimento estão as-

uma ação isolada, é preciso criar um

sociados à ‘espetacularização’ do

elo entre os setores de comunicação

evento. Em outras palavras, é preciso

e RH. E o mais sólido deles, com cer-

atentar para o que, de fato, edifica.

teza, é aquele que gera o sentimen-

“O efeito de empolgação é efêmero.

to de comprometimento de todos os

É como se fosse um show superpro-

indivíduos, de todas as camadas, por

duzido, em que a animação e a sen-

um mesmo objetivo: o sucesso.

um evento motivacional nÃO deve ser feito de forma isolada: para dar resultado, ELE tem de ser uma prática constante nas organizações

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Arriba! leva bronze no FestVideo

Comunicavale 2012

Sempre bem representado por suas agências, o Vale do Paraíba marcou presença no FestVídeo, prêmio publicitário realizado pela APP de Ribeirão Preto. Trazendo o bronze, a Arriba! Comunicação foi a única agência da região a ser premiada, com a campanha de Natal desenvolvida para o cliente Serramar Parque Shopping, de Caraguatatuba.

Com discussões, palestras e cases do cenário da comunicação do Vale do Paraíba, o já conhecido evento Comunicavale já tem data marcada: será no dia 30 de junho no Novotel, em São José dos Campos. Organize a sua agenda!

KMS Comunicação de casa nova

Phocus e a Jornada Mundial da Juventude A equipe da Phocus Interact esteve no Vaticano, em Roma, na Itália, para tratar de assuntos referentes ao website da Jornada Mundial da Juventude, que acontecerá no Rio de Janeiro, no ano que vem. Além do website da JMJ, a Phocus também é responsável pelo sistema de inscrição para o evento e pela construção de sua plataforma digital.

Supera amplia suas fronteiras

A KMS Comunicação está de casa nova. Seu novo endereço é a Vila Ema, em São José dos Campos. Com 20 anos no mercado, a nova sede vem marcar um tempo positivo e cheio de expectativas para a agência.

Atenta às oportunidades de mercado no Nordeste brasileiro – uma das regiões com maior potencial de crescimento no país – a Supera Comunicação começa a expandir suas fronteiras. E a agência já tem praia certa para seus novos trabalhos: Fortaleza, capital do Ceará. Com a iniciativa, a agência espera contribuir para o processo de especialização do mercado cearense com foco na Comunicação Corporativa. A valorização da mão de obra local e a sinergia com parceiros e fornecedores regionais também integram os objetivos do projeto de consolidação da Supera no Ceará.

O bom filho...

Tecnologia sustentável

... à casa torna e, assim, o publicitário, pós-graduado em Marketing, mestre em Comunicação e professor há quatro anos, André Petris Gollner, retorna à Tríadaz. Além de André, o publicitário Elder Tiago também entra para o time de talentos da agência.

Aliando a tecnologia à sustentabilidade, a ITMSense acaba de desenvolver o cardápio digital da empresa Barbaresco. Após um ano de desenvolvimento, o aplicativo já está disponível aos clientes do espaço, substituindo os cardápios convencionais. O projeto não termina por aí: além de apresentar os pratos e bebidas do restaurante, o aplicativo disponibilizará anúncios de empresas locais e regionais, tornando-se também um excelente canal de comunicação para o empresariado da região.

Novos passos A Molotov Propaganda soma aos seus trabalhos a campanha de lançamento da coleção outono/ inverno da Passo a Passo. Anúncios de revista, outdoor, adesivo de vitrine, banner, cartaz, mala-direta, e-mail marketing e banner em site são as peças que compõem a campanha “Brilhe em todos os momentos”.

Em 2012, a Band Vale 102,9 FM completa 15 anos de sucesso! Com tecnologia, profissionalismo, conteúdo de qualidade e abrangência de todo o Vale do Paraíba, Serra da Mantiqueira, Sul Fluminense e Sul de Minas, a Band Vale 102,9 FM comemora 15 anos de sucesso. Para essa data especial, será lançada uma campanha multimídia, além de novidades na programação com os Especiais Band Vale, nos quais, ao longo do ano, estarão os principais artistas e bandas do cenário musical nacional e internacional. Shows também estão sendo programados para festejar com o público os 15 anos da Bandvale FM.


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Mテ好IA

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Credibilidade acima de tudo

THIAGO GUSTAVO

Ele é profundo, versátil, informati-

236 mil.

vo. Já sobreviveu ao anúncio de sua

Em novembro de 2011, a Associa-

morte quando surgiram a TV e, na úl-

ção Paulista de Jonais (APJ) apontou

timas décadas, a Internet. Sua credibi-

dados obtidos pela pesquisa feita pela

lidade e o tratamento singular que dá

Associação Mundial de Jornais (Wan-

às suas informações são seus grandes

-Ifra, sigla em inglês). Há seis meses,

diferenciais diante de qualquer outro

os números apresentados levavam à

meio de comunicação.

conclusão de que o jornal impresso

Estamos falando do jornal impres-

ainda é muito mais lido que o con-

so, aquele que vem se reconstruindo

teúdo digital. Enquanto 1,9 bilhão de

desde o século 17 quando foi inventa-

pessoas leem diariamente em todo o

do, chegando, hoje, aos moldes adap-

mundo informações pela internet, 2,3

tados da tecnologia, dando maior

bilhões vão em busca de informações

acesso ao seu público leitor.

pelo veículo impresso. Os dados le-

Pesquisas do projeto Inter-meios,

vantados também demonstram que

da Meio e Mensagem (que avalia pe-

os mercados da Ásia e da América

riodicamente a participação das mí-

Latina têm apresentado crescimento

dias no cenário brasileiro), apontam

considerável nos últimos cinco anos, a

que, embora em muitos países a cir-

ponto de chegarem às marcas de 16%

culação do jornal impresso tenha de-

e 4,5%, respectivamente.

crescido, o bom comportamento eco-

Dados dos últimos anos revelam

nômico, que influencia positivamente

não só a manutenção do veículo,

no poder aquisitivo da população, re-

como também positivas projeções

sultou, nos últimos anos, em um salto

para tal mídia. Uma das principais res-

na circulação diária. Dos 7,6 milhões

ponsáveis pela boa desenvoltura do

de exemplares circulados em 2001,

jornal está naquela que, de concor-

registrou-se 8,1 milhões de exempla-

rente – a Internet – passou a ser mídia

res em 2009.

convergente do jornal impresso.

Os números ainda demonstram

Este é o pensamento de Helvio

que, a partir de 2010, muitos anun-

Alcoba, diretor comercial do jornal O

ciantes de peso voltaram a anunciar

Vale, em Taubaté. “Quando falamos

neste tipo de mídia. Jornais de circu-

em veículos locais, o que se tem que

lação diária, como O Globo e O Estado

fazer é trabalhar e se adaptar ao novo

de São Paulo, demonstram claramente

modelo de negócio que chegou e vai

essa retomada de fôlego: dos mais de

ficar. Se você não reinventar seu mo-

257 mil exemplares lançados no mer-

delo de negócio, você fatalmente vai

cado em 2009, O Globo saltou para

desaparecer, mas isso é uma realidade

mais de 263 mil em 2010, o que equi-

em qualquer segmento”, alerta.

vale a um aumento de 2,1%. No caso

Para ele, a pluralidade é a linha

do O Estado de São Paulo, o aumento

mestra para a manutenção do jornal

foi ainda mais significativo, com mais

impresso, sobretudo do interior. “Te-

de 11% no aumento da circulação de

mos que produzir conteúdo para to-

um ano para outro, saltando dos mais

das as plataformas que estão no mer-

de 212 mil exemplares para cerca de

cado. Hoje, temos no O Vale um portal

o jornal segue como um meio adequado a anunciantes que querem atingir formadores de opinião em potencial, registrando aumentos significativos em sua circulação no último ano. Segundo o projeto inter-meios, só no estado de são paulo o salto foi de 11%

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DANILO C MONTEIRO

helvio alcoba, do jornal o vale, chama atenção para o valor documental do impresso.“em muitos casos, ele é utilizado como parte integrante de um processo” com muita informação em tempo real,

Toda essa credibilidade histórica,

bem como uma diversificação grande

documental, originada pelo jornalis-

e moderna de ferramentas para inte-

mo praticado com ética e seriedade,

ragir com o leitor ou internauta”.

dá ao setor comercial o amparo ne-

Exatamente. Atender às novas necessidades do público. Aquele que

cessário para a realização de bons negócios.

era leitor, hoje também é internauta.

“A mídia impressa nos apresenta

Assim, percebe-se que, mesmo man-

várias opções de publicações - revis-

tendo sua linha editorial, pautada pela

tas, jornais, guias, anuários. E cada

profundidade na apuração, há de se

uma dessas opções tem caracterís-

atender também à demanda daquele

ticas e benefícios muito específicos,

que busca na Internet as informações

determinantes na seleção do meio.

com agilidade, sem que se perca a

Mas, se generalizarmos, a adequação

qualidade do que é oferecido.

ao público-alvo, a confiabilidade da publicação, a qualidade editorial, a

E eu com isso?

cobertura e o alcance são fatores de

Você pode estar se perguntando:

peso na decisão de investimento”, de-

o que isso interessa à minha empre-

fine Ana Lucia, da Regional Marketing,

sa? Respondemos: tudo, se ela tem o

de São José dos Campos.

interesse de acertar um público que

Ela explica que, nele, tem-se a pos-

pode influenciar outros. É como se

sibilidade de explorar mais um anún-

o jornal emprestasse sua marca ao

cio, informando melhor ao consumi-

produto anunciado. Sua característi-

dor, o que seria inviável, por exemplo,

ca documental dá ao conteúdo maior

num comercial na TV de 30 segundos.

credibilidade em relação aos demais veículos.

“Costumo dizer sempre que apenas ter um anúncio criativo, num

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veículo de grande penetração, não

Grande São Paulo, o volume do fatura-

garante resultado a ninguém. Os re-

mento das agências no segmento de

sultados podem ser esperados quan-

jornal impresso chegou a mais de R$

do aliamos o objetivo à adequação do

96 milhões. As agências do estado do

público-alvo e à eficácia do anúncio”,

Rio de Janeiro, por sua vez, atingiram

afirma ela.

um patamar de R$ 58,4 milhões, no mesmo segmento. Estes valores não

Investimento

são computados no faturamento das

Diante de um cenário que com-

agências das regiões Sul e Sudeste,

prova que jornal impresso e mídias

que, excluindo as de São Paulo e do

eletrônicas caminham lado a lado e

Rio, chegaram à marca dos R$ 50 mi-

não passando um ao outro para trás,

lhões.

o Seminário Internacional de Jornalismo, que ocorreu em novembro de

O Vale do Paraíba oferece às 39 ci-

cussões de profissionais, que chega-

dades de seu espaço geográfico ape-

ram à conclusão, não tão inovadora,

nas um jornal de circulação regional.

de que o jornal ainda é o carro-chefe

Além dele, a maioria das cidades da

entre as demais mídias, em termos de

região contam com um jornal impres-

receita, custeando os investimentos

so. A periodicidade varia, mas os se-

em novas plataformas, como Internet,

manários são os mais comuns.

celular e tablets.

A confianÇa depositada pelo leitor nas matérias publicadas pelo jornal acaba sendo estendida À sua gama de anúncios. No mínimo, as empresas anunciantes dividirão espaço com uma informação jornalística, de interesse público: ponto para elas

Nossa região

2011, em São Paulo, foi palco para dis-

Paulo de Tarso Venceslau, dire-

A sua credibilidade novamente foi

tor e proprietário do Jornal Contato,

apontada como quesito crucial, que

de Taubaté, defende a força dos pe-

contribui na projeção dos produtos/

quenos títulos. “Temos uma tiragem

serviços anunciados pelos clientes.

semanal de 5 mil exemplares, sem

No evento, Sérgio Dávila, editor-exe-

contar as mais de 10 mil visitas por se-

cutivo da Folha de S. Paulo, destacou,

mana em sua edição eletrônica”.

inclusive, que a credibilidade do meio

Segundo ele, por ter um cunho di-

impresso é transferida ao conteúdo

ferenciado, não popular, seu veículo

veiculado nos meios digitais, sendo

também atrai anunciantes de um se-

setor absoluto na captação de receitas

leto grupo de empresários. “São prin-

das empresas jornalísticas.

cipalmente aqueles que querem dar

O projeto Inter-meios aponta um aumento do faturamento bruto do jor-

algum verniz de integridade ao seu negócio”, destaca.

nal impresso. Os dados apresentados

Independentemente do porte, o

comparam o período de dezembro de

fato é que o jornal impresso tem se

2011 com o mesmo mês, no ano de

perpetuado exatamente por ser um

2010. Neste contexto, o setor de jorna-

veículo onde o registro de informa-

lismo impresso computou um acrés-

ções ainda é o grande diferencial.

cimo de 4,56% de faturamento direto e

“O impresso, principalmente o jor-

4,25% de elevação do faturamento de

nal diário, é um documento para ser

agências de publicidade. Isso, em mo-

guardado e manuseado, uma fonte de

eda, representa um faturamento de

conteúdo permanente. Em muitos ca-

mais de R$ 243,9 milhões às agências

sos, usado para ser parte integrante de

de todo o Brasil.

processos”, diz Alcoba.

Neste mesmo período, somando

Afinal, quem nunca ouviu ou disse

somente as regiões do interior e ca-

a quela frase? “É verdade, pode acredi-

pital do Estado de São Paulo, além da

tar: saiu até no jornal.”


O Vale mostra força e amadurecimento Por Ednelson Prado Professor da fatea

Uma comunicação forte, de muita

torno que podem obter se houver or-

conteúdo também, tanto que a TV

qualidade, com campanhas elabo-

ganização, planejamento e estratégia

Vanguarda é considerada uma das

radas e empresas com estratégias, e

em comunicação, e que esse setor é

melhores afiliadas da Rede Globo, em

posicionamentos, bem definidos no

forte aliado para o desenvolvimento

todo o país; temos revistas de altíssi-

trato com a mídia. Essa é a realida-

de qualquer empreendimento, em

mo nível, como são os casos de publi-

de do Vale do Paraíba nos dias atuais,

qualquer área.

cações como a Lettering e a Personi.

bem diferente da que tínhamos há al-

Diante disso, as perspectivas são

Claro que ainda há o que se bus-

guns anos, quando, para boa parte do

cada vez melhores, pois com recur-

car e conquistar. Por exemplo, ainda

segmento corporativo de nossa re-

sos circulando, trabalhos sendo feitos

carecemos de mais investimentos

gião, aplicar recursos em comunica-

e resultados sendo colhidos, temos

nas chamadas mídias digitais, forte

ção era visto como gasto e não como

um ciclo que não se fecha, já que

aliada das empresas que entendem a

investimento.

com as conquistas, há mais investi-

força do ambiente digital para o for-

Esse amadurecimento do investi-

mentos, o que provoca uma maior

talecimento de suas marcas. É algo

dor, que passou a entender a impor-

concorrência e uma necessidade

novo, em formação, mas que já me-

tância da comunicação para o seu

crescente de aplicar mais verbas em

rece a atenção de todos.

negócio, tem promovido uma evolu-

comunicação. E claro, as agências e

Sendo assim, não há como negar

ção na qualidade dos serviços presta-

veículos agradecem, e também cor-

que temos uma comunicação forte

dos por veículos e agências. A relação

rem atrás para a evolução constante

e em franco desenvolvimento por

causa-consequência tem sido direta

de seus trabalhos, pois sabem que

aqui. E como dissemos, isso é fruto

e proporcional: empresas investem

não adianta apenas conquistar uma

do amadurecimento de clientes, ve-

mais, e melhor, logo exigem ótimos

conta, é necessário mantê-la, e a

ículos de comunicação e agências.

produtos e resultados, e as agências

única forma é satisfazê-la em suas

Fica claro, a cada instante, que não há

e veículos se esforçam para atender a

principais necessidades, entre elas

mais espaço para amadorismo, que

essas demandas.

boas peças publicitárias e retorno do

olhar apenas para o preço não é o

É interessante ver o mercado

investimento realizado. E quanto a

que importa. O importante é investir

olhando para ele mesmo de forma

esse ponto, me parece que estamos

em qualidade com consciência e sa-

diferente, de maneira mais profissio-

caminhando bem.

bedoria. Parcerias cada vez mais só-

nal. É gostoso ver que essa mudança

Prova disso são os prêmios rea-

lidas estão sendo formadas porque o

de comportamento tem avançado de

lizados fora do Vale do Paraíba con-

mercado está entendendo essa nova

forma significativa e provocado tanta

quistados por agências regionais, por

realidade. Mais que isso, está enten-

agitação tanto por parte dos clientes

conta das campanhas que têm reali-

dendo que esse é um caminho sem

quanto por parte das agências e ve-

zado.

volta e que muito pode contribuir

Mas não é só na área de criação

para o desenvolvimento econômico

Hoje, mesmo as micro e peque-

que temos evoluído e conquistado

individual e de toda a região. O futuro

nas empresas entendem melhor o re-

espaço. No setor de produção de

é mais que promissor, é real.

ículos.

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Por Vanessa Campos Escritora e ilustradora. Tem dois livros publicados e um blog www.facebook.com/vanaeu


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