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Israel – uma democracia pujante POR samuel feldberg
Aos 74 anos Israel pode ORGULHAR-SE de sua trajetória. Única democracia em uma região mergulhada nas trevas, é considerada “uma luz entre as nações” e um modelo para aqueles que almejam a liberdade e a prosperidade.
e
um dos melhores parâmetros para esta avaliação é a condição da minoria árabe que vive no país. Compondo 20% da população, esta minoria, que desfruta de todos os direitos civis e religiosos como cidadãos plenos, conseguiu manter a sua proporção na população ao longo de quase 75 anos, período em que as levas imigratórias ampliaram a população judaica em quase 15 vezes.
esta função aos representantes políticos no Parlamento. E somente 20% da população árabe em Israel vê a questão palestina como uma prioridade. Ao longo das últimas décadas houve uma clara evolução da identidade árabe em Israel, um processo que se tornou conhecido como “israelização”. Os jovens árabes reconhecem os progressos da sociedade israelense e a educação como a chave para participarem deste processo. Assim, está ocorrendo uma profunda transformação da estrutura social da minoria árabe, com uma transferência dos jovens para os grandes centros urbanos (quando não fisicamente, então no âmbito de suas atividades) e uma diminuição da importância do modelo patriarcal.
Durante muitos anos, as lideranças políticas árabes mantiveram seus representados à margem, recusandose a reconhecer a legitimidade do Estado de Israel e almejando uma reversão à realidade anterior a 1948. Mas o progresso israelense, a liberdade proporcionada pelo Estado e especialmente o contraste com o restante da região, erodiu pouco a pouco esta posição, convencendo a população das vantagens de se tornarem cidadãos plenos.
Os fundamentos das relações entre árabes e judeus em Israel se têm demonstrado extremamente resilientes, também graças à emergência de uma classe média árabe preocupada em consolidar o seu status socioeconômico. Assim, parte importante daqueles que buscavam uma representação política baseada na identidade e na “islamização” agora estão engajados na melhora dos padrões de vida da minoria árabe em Israel. E para isso têm que encontrar o seu lugar na sociedade israelense.
O trajeto não transcorreu sem percalços; no início a minoria árabe era vista com suspeitas e foi isolada no interior do país, longe das fronteiras. Mas raramente a população árabe em Israel se engajou contra o Estado no contexto do conflito contra os palestinos, deixando 37
JUNHO 2022