Revista Morashá - ed 115

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judaísmo

O amor a Jerusalém Jerusalém é a Morada Divina na Terra. Isso significa que a Presença de D’us é mais perceptível em Jerusalém do que em qualquer outra parte. A cidade mais sagrada dentre todas foi, é e sempre será a capital eterna dos Filhos de Israel.

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m Tishá b’Av – nono dia do mês de Menachem Av, dia mais triste do calendário judaico – o Povo Judeu chora a queda do Templo Sagrado, a destruição de Jerusalém e todos os sofrimentos daí decorrentes, vivenciados por nosso povo em seu longo exílio depois de expulso de nossa Pátria. O ponto central do luto em Tishá b’Av é a destruição da cidade de Jerusalém e, particularmente, do Beit HaMikdash – o Templo Sagrado.

Por isso não apenas o Povo de Israel foi profundamente afetado pelos eventos recordados e pranteados em Tishá b’Av. Na verdade, o mundo todo foi afetado e não voltará a seu estado normal até que a cidade e o Templo Sagrado de Jerusalém sejam reconstruídos. A razão disso é o fato de Jerusalém ser o ponto focal da existência do mundo. O Midrash assim descreve: “Disse Abba Hanan em nome de Shmuel HaKatan: ‘Esse mundo é como um olho. O branco dos olhos é o oceano que circunda o mundo; a íris é o mundo que não é habitado; a pupila é Jerusalém; e o rosto (o observador refletido na pupila) é o Templo Sagrado. E que ele possa ser prontamente reconstruído, em nossos dias’ ” (Derech Eretz Zuta 9). Todo mal infligido sobre Yerushalaim é um mal contra “a menina dos olhos do mundo”, e, de fato, quando a pupila dos olhos é danificada, a luz fica reduzida e comprometida.

A queda de Jerusalém constitui muito mais do que a destruição da capital histórica do Povo Judeu. De fato, a queda da cidade e a destruição do Templo Sagrado representaram um golpe no centro vital do Povo Judeu, pois Jerusalém é o ponto em que o “cordão de prata”1 da influência Divina se conecta com a realidade do mundo. 1

Consciente ou inconscientemente, o mundo inteiro sente a destruição de Jerusalém. Citando o Livro de Isaías, o Talmud diz: “Desde o dia em que o Templo foi destruído, os Céus não se fizeram ver em sua plena

O chamado cordão de prata é uma expressão originária do Tanach, sendo encontrada no livro Cohelet (Eclesiastes), capít. 12, versíc. 6. Subentende-se que essa expressão se refira à Força Divina que mantém o corpo ligado ao espírito. 6


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