Revista Morashá - ed 111

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DESTAQUE

Reuven Rivlin, o presidente do diálogo POR JAIME SPITZCOVSKY

Reuven Rivlin encerra seus sete anos de mandato como presidente de Israel sem abrir mão de uma característica a moldar sua trajetória política: a conciliação. Ao ser eleito, definiu-se como representante de “todos os cidadãos de Israel – judeus, árabes, drusos, ricos, pobres, religiosos e menos religiosos”.

C

om a voz embargada, continuou o discurso da vitória: “A partir deste momento, não sou mais um homem de partido, mas um homem de todos, um homem de todo o povo”. Reuven Rivlin, antes de chegar à presidência, construiu uma longa e sólida carreira política no Likud, com posições firmes e de acordo com cartilhas direitistas, mas sempre aberto ao diálogo democrático com seus adversários.

likudista, declarou: “Ele é um democrata exemplar, honesto e incorruptível, modesto em seus modos pessoais e age como um estadista em suas concepções e conduta pública”. A adversária política prosseguiu: “Não é necessário especular como ele vai se comportar no cargo de presidente. Mesmo como alguém da direita e cujas opiniões são frequentemente contrárias às minhas, ele é aprovado, permanecendo como uma rocha sólida na defesa da democracia”.

No sistema parlamentarista de Israel, o cargo de presidente corresponde ao de chefe de Estado, com funções eminentemente cerimoniais, embora guarde algumas tarefas políticas importantes. O chefe de governo, a quem cabe dirigir o poder executivo, corresponde ao primeiro-ministro, líder da coalizão partidária com maioria no Knesset (Parlamento).

Apoiador decidido das teses da direita e do movimento de assentamentos judaicos, Rivlin sempre buscou diálogo com a comunidade árabe-israelense. Manteve canais abertos sobretudo nos dois períodos em que presidiu o Knesset (2003-2006 e 2009-13), e, em sua primeira viagem no cargo, foi à cidade de Umm al-Fahm, considerada um foco tradicional de grupos com atividades anti-israelenses. Acompanharam-no naquela visita os deputados Uri Orbach, do direitista A Casa Judaica, e Afu Agbaruyah, do comunista Hadash.

Também é função dos 120 deputados eleger o presidente. Ex-parlamentar que chegou a presidir o Knesset e lá demonstrou credenciais democráticas, de diálogo e de conciliação, Rivlin conquistou a presidência ao conseguir também votos da esquerda e de partidos árabes, além do apoio de seus tradicionais aliados da direita. A trabalhista Shelley Yachimovich, ao anunciar a opção pelo candidato

Desde o início do mandato como chefe de Estado, Reuven Rivlin priorizou, em suas atividades e cerimoniais, o universo doméstico da sociedade israelense, sem 56


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