Revista Morashá - ed 113

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NOSSAS FESTAS

A Rainha Esther e a Festa das Máscaras Em Purim, é costume crianças e mesmo adultos usarem máscaras ou fantasias. a data é conhecida por ser a Festa das Máscaras já que seu tema principal é a ocultação ou a dissimulação: quase tudo em sua história é oculto e secreto e sua narrativa é constituída por uma série de voltas e reviravoltas e uma súbita virada na sorte.

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alando-se metaforicamente, quase todos os personagens da Meguilat Esther1 “usam máscaras”, especialmente sua protagonista, a Rainha Esther, que esconde sua identidade judaica até o final da história. Na verdade, um dos mistérios na história de Purim é o fato de o Rei Achashverosh, que, há quatro anos buscava uma rainha, ter escolhido Esther, após ter analisado mais de 1.400 pretendentes, sem saber praticamente nada sobre sua família e origem. Como alguém se torna rainha de um império sem que sua vida tenha sido previamente escrutinizada? Ademais, é curioso e irônico que Haman, o antagonista da história, que era obcecado pelos judeus e os queria exterminar, um a um, nunca tivesse sequer suspeitado que sua Rainha era judia, era um “deles”! Na Meguilat Esther há muitos outros mistérios e segredos. Até mesmo o próprio nome da Rainha Esther era um disfarce; seu nome verdadeiro era Hadassah (Meguilat Esther 2:7). O Talmud (Chullin 139b) nos ensina que a razão para ela ser chamada Esther, e não Hadassah, é o fato do nome Esther derivar da palavra hebraica Hester

(oculto) e aludir a um versículo da Torá no qual D’us afirma: Va Anochi Haster Astir Panai: “e Eu me ocultarei, certamente ocultarei Minha face” (Deuteronômio 31:18). O outro protagonista na história de Purim, Mordechai, também é uma figura disfarçada. Ele age encoberto, em coordenação com Esther, para frustrar o plano de Haman de uma Solução Final da Questão Judaica. Um aspecto misterioso da vida de Mordechai é que apesar de ser o líder do Povo Judeu, à época, e um conselheiro de confiança do Rei Achashverosh, ele trabalhava na sombra. Por que razão ele não teria usado sua posição de influência – especialmente após desmascarar uma trama para matar o Rei, salvando sua vida – para anular o decreto de Haman? Mordechai também exibe emoções conflitantes ao longo de toda a narrativa de Purim: ele reage com angústia ao ouvir o decreto genocida de Haman contra os judeus e, ainda assim, diz à Rainha Esther que com ou sem sua ajuda, os judeus seriam salvos, de alguma forma: “Pois se ficares em silêncio e nada fizeres desta vez, tenho fé de que socorro e salvação para os judeus lhes advirá de outro lugar” (Meguilat Esther 4:14).

1 O Livro de Esther (literalmente, Pergaminho de Esther), que é um dos livros que fazem parte do Tanach (Torá, Profetas e Escritos).

O arquivilão de Purim, Haman, também é uma figura envolta em mistério. De onde teria vindo e como se 14


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