sabedoria
SER FELIZ OU ESTAR FELIZ? por Rabino Gabriel Aboutboul
Muitas pessoas acreditam que o objetivo da vida é ser feliz. O Judaísmo acredita na força e na importância da alegria. Contudo, a felicidade não é uma meta, e sim, uma forma de viver a vida. Não corremos atrás da felicidade, pois quem a persegue só acaba se afastando dela. OBTÉM-SE A FELICIDADE por meio de nossas atitudes e de nossa forma de VER a vida e de como vivemos neste mundo. Vejamos como o Judaísmo e alguns de nossos Sábios VEEM a felicidade e qual o caminho que nos recomendaram percorrer para alcançá-la.
A
felicidade e alegria constituem uma Mitzvá, um mandamento da Torá. Vários de seus versículos claramente ordenam ao ser humano servir a D’us com alegria. O Baal Shem Tov – fundador do Movimento Chassídico – ensinou que é por meio da alegria que o ser humano verdadeiramente serve a D’us. Um de seus ensinamentos fundamentais era a necessidade de uma pessoa estar sempre feliz e alegre.
Nosso objetivo neste mundo não é a busca pela felicidade, mas certamente faz parte da nossa missão trazer felicidade a outras pessoas. De fato, é nisso que reside o segredo da verdadeira alegria. Somos verdadeiramente felizes quando conseguimos fazer outras pessoas felizes.
Felicidade versus Diversão É importante ressaltar que existe uma enorme diferença entre diversão e felicidade. A diversão é algo passageiro e sem muita consistência. A felicidade, por outro lado, é um sentimento interiorizado e bastante forte. Diversão, por exemplo, pode ser passar um dia em um parque de diversões; já um exemplo de felicidade é olhar nos olhos de uma pessoa amada.
Encontramos no Tanach a ideia de que a alegria era um pré-requisito para que um profeta conseguisse profetizar. Por exemplo, quando o Rei David quis profetizar, ele pediu que tocassem instrumentos musicais para levantar seu ânimo. Por outro lado, a profecia deixou de recair sobre o nosso Patriarca Jacob durante todos os anos em que ele viveu imerso em melancolia em virtude da ausência de seu filho Yossef.
No Judaísmo, a felicidade não é sinônimo de passividade: não significa deitar-se em uma rede, sem ter de enfrentar desafios. A verdadeira felicidade se obtém por meio da luta, da dor e das conquistas alcançadas. É um estado de espírito que nos ajuda a alcançar nossos objetivos: ela nos dá força e nos torna mais ágeis, levando-nos a fazer as coisas com mais vontade.
A alegria é, portanto, um elemento fundamental do Judaísmo. Por outro lado, a Cabalá ensina que se a felicidade constituísse o objetivo da vida, nossa alma não faria a viagem até este mundo, pois seria muito mais feliz no Mundo das Almas, onde não existem sofrimentos ou preocupações. 40