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CAPÍTULO 10
CAPÍTULO 10
Amor e família
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Fiquei vinte anos casado com a Arlinda, tivemos quatro filhos, pela minha experiência de vida, julgo que a fase mais importante para se atentar ao casamento é quando chega à geração 40+, é a fase do amadurecimento, especialmente para a minha geração em que era costume se casar muito jovem, e foi assim conosco. Eu e a Arlinda nos casamos em abril de 1977, eu tinha acabado de completar 24 anos em novembro 1976 e de me formar em Medicina Veterinária em dezembro do mesmo ano. Naquela época, Arlinda estava com apenas 20 anos de idade. Logo após o casamento, fomos morar na fazenda e tivemos apenas cinco dias de lua de mel, pois foi bem na véspera da Exposição de Uberaba e o seu Arnaldo me convocou para ajudá-lo a administrar a fazenda Santana. Foram quatro anos morando lá, onde não havia energia elétrica, tempos de muita dedicação e trabalho. Sobre a importância da maturidade nos relacionamentos, lembro-me de uma das crônicas escritas pelo mestre do humor Chico Anysio que ensinou sobre a experiência de vida e a virtude da paciência:
“Que tal reinventar a vida, e se as pessoas nascessem velhos e morressem crianças”. ...Muitas vezes quando a pessoa pensa em viver a vida, já não tem mais forças.
E ele teve muita experiência de vida, não foi só humorista, em que pese o sucesso que fez nessa área. Sua capacidade de criação estendeu-se também para a literatura, tendo publicado mais de 20 livros, dos quais vários obtiveram sucesso: “Como “O batizado da vaca”, “Como segurar seu casamento” sempre com um pensamento à frente”.
Um fato muito importante na minha separação com a Arlinda é a nossa boa convivência, ela inclusive é amiga da Iara, desde a juventude, isso foi muito importante para criação dos meninos, eles estavam muitos novos quando nos separamos.
“E desde então até eu me acertar com a Iara, ixi, tem muita história, Nossa Senhora”. Refiro-me aos relacionamentos entre a separação e o meu casamento com a Iara, em que os desfechos e decisões foram pautados na prioridade pela família. Toda vida eu fiz sempre tudo
MARINO, JOÃO MARCOS, GABRIELA, JOÃO PEDRO, ARNALDINHO, IARA, PEDRO ANTÔNIO, MARIA ANTÔNIA, LÍVIA, JOÃO PEDRO, MANUEL EDUARDO, EDUARDO, JOÃO GUILHERME, BEL, RAFAEL, JOÃO FRANCISCO, ANA CAROLINA, DANIEL E ARLINDA

ARNALDINHO COM OS FILHOS JOÃO MARCOS, ANA CAROLINA, MARIA ISABEL E MANUEL EDUARDO
pensando nos meus filhos.
Com a Iara, os meninos sempre foram doidos por ela e não é por menos, ela é uma pessoa muito equilibrada, muito! Para a família, para mim, acho que para ela, e enfim, para todos, o nosso relacionamento foi e é muito bom, o respeito que temos um pelo outro, a confiança é muito grande, e é assim bem natural.
Outro detalhe interessante é que a “dona” Iara é Marquez com “Z”, e esses Marquez com “Z” tem temperamento forte, mas ela se mantém sempre centrada. Quando começamos o relacionamento, ela já foi logo dizendo: comigo não tem segunda chance não. E não tem mesmo!
Foram quatro anos para conseguir namorar a Iara, ou seja, foi preciso muita insistência e superar a imagem que ela tinha sobre mim e meus relacionamentos anteriores. Ela foi minha colega de primário, mas não dava bola para as tentativas de paquera. Iara sempre foi muito amiga da minha irmã Juliana. Elas brincavam em blocos de carnaval.
Nós estamos juntos há nove anos e nos casamos no dia 27 de agosto de 2018, em uma cerimônia íntima. Não poderia ter escolhido local melhor que a sede da ABCZ para oficializarmos essa união. Foi lá mesmo, na sala da presidência, só nós dois, a juíza de paz e a Sandra, secretária da presidência, que foi nossa madrinha e a fotógrafa.

Ela já tinha sido casada e teve dois filhos: Fernanda e Fausto Neto. A Fernanda é mais comunicativa, já o Fausto Neto é como a Iara, centrado e reservado. Para as netas e neto da Iara, eu sou o avô delas e tenho o mesmo sentimento. Quando me perguntam quantos netos eu tenho, já digo logo que são dez, e ainda esse ano chega a 11º, a Maria Isabel e o Rafael estão esperando a Maria Vitória e acho que nascerá em novembro, no meu aniversário. Ela já tem os gêmeos que estão com quatro anos, o João Guilherme e o José Eduardo, a Ana Carolina e o Daniel tem o neto primogênito João Francisco com 14 anos e o Pedro Antônio com sete anos, o Manuel Eduardo e a Lívia tem Maria Antônia com dois aninhos e o Eduardo nascido em março deste ano, o João Marcos e a Gabriela tem o João Pedro que está com um ano. Agora, do lado da Iara, temos duas netas (Isadora com 10 anos e a Giovana com 11 anos - filhas da Fernanda e do Fellipe) e um neto, o (Olavo de cinco anos, filho do Fausto Neto e a Jacqueline).
Neto é muito bom. Todos os nossos netos já são associados da ABCZ. Desde a época da nossa gestão na ABCZ, Pedro Antônio diz a mãe que quer se vestir de ABCZ, daí calça a botinha, veste camiseta e coloca o boné, tudo da Grife ABCZ. Devidamente uniformizado, diz que vai trabalhar duro com o avô. Assim espero que seja no futuro!
ARNALDINHO NAS PALAVRAS DE IARA
Conheço o Arnaldinho desde que tínhamos 9 anos de idade. Estudamos juntos no Externato São Tarcísio, que posteriormente virou colégio São Tarcísio, em Uberaba. A mãe dele, a dona Yeda, era a melhor amiga da minha tia Julieta, irmã do meu pai Olavo.
No colegial, cada um foi estudar em uma escola diferente. O tempo passou, eu tive meus filhos e ele os dele. Anos depois que me separei, Arnaldinho começou a me ligar. Eu até me assustei porque tinha prometido para mim mesma que não queria mais ninguém na minha vida. Na época, eu estava plantando eucalipto na fazenda e ele soube e pediu para ver



JOÃO MARCOS, JOÃO PEDRO, JOSÉ EDUARDO, JOÃO GUILHERME, MANUEL EDUARDO, MARIA ANTÔNIA, JOSÉ EDUARDO, ARNALDINHO, PEDRO ANTÔNIO E JOÃO FRANCISCO
como era o contrato. Eu respondi que deixaria para ele na portaria do condomínio e que ele poderia passar e pegar, mas ele não pegou.
Tempos depois, recebi uma ligação da irmã dele falando tinha achado umas fotos nossas e que queria marcar de encontrar, mas minha mãe estava doente e acabou que não nos encontramos. Foram quatro anos e meio assim. Volta e meia ele tentava se aproximar. Um certo dia ele disse que queria namorar, mas como eu não quis, ele quis saber se eu tinha alguma coisa contra ele. Disse que não, e que não tinha a intenção de ter um relacionamento com ninguém.
Em 2012, no Réveillon, Arnaldinho me mandou uma mensagem desejando que o ano de 2013 fosse muito bom para nós e assinou “A. Manuel”. Eu não lembrava de ninguém com esse nome e pressupus que fosse o pessoal da Duratex que tinha arrendado uma parte da fazenda. Respondi que esperava que o ano fosse sim, muito bom. Em seguida, ele me ligou dizendo que queria me encontrar. Estava indo para Belém, mas respondi que, quando retornasse a Uberaba, poderíamos nos encontrar. E foi assim.
Quando eu desembarquei em Uberlândia ele já me ligou e eu não sabia mais o que fazer. Liguei para minha filha que me incentivou a encontrar com ele, afinal, éramos livres e desimpedidos e um jantar com um amigo não teria nada demais.
Arnaldinho me pediu em namoro, mas eu disse que deveríamos falar primeiro com nossos filhos, tantos os meus quanto os dele, pois não estávamos mais na idade de brigar com os filhos por causa de namoro. Quando falei com meus meninos, o Fausto Neto só ouvia, não falava nada, mas aceitou a ideia. Começamos namorar, meus filhos incentivaram, mas pediram para que eu tivesse muita cautela, é que Arnaldinho tinha passado por vários relacionamentos e eu tinha medo disso. Ele era danado, a fama dele não era boa!
Estamos juntos desde 2013 e nunca brigamos. Ele é muito calmo e eu também. É um excelente pai, isso, no início, foi o que mais me chamou a atenção nestas idas e vindas nossas de tentativas de namoro.
Certa vez, ele me chamou para levar minhas netas, que estavam comigo em Uberaba, para um passeio no shopping e que no outro dia iríamos leva-las de

IARA, ISADORA, JAQUELINE, OLAVO, FERNANDA E GIOVANA
volta para Catalão. Pela manhã, ele chegou para nos pegar, já estava com o lanche para elas levarem na viagem. Gostei daquela atitude, a preocupação dele só poderia ser um ponto positivo.
Eu sempre o admirei como profissional, sempre soube da trajetória dele, um homem muito sério e honesto. Agora, tenho mais certeza disso. Dizem que meu olho brilha quando eu falo dele.
ABCZ
A vontade de Arnaldinho de presidir a ABCZ era longa. Cláudio Carvalho (Naviraí) inicialmente o incentivou para ser candidato a presidência da ABCZ, mas ele não aceitou, pois estava muito novo, tinha os meninos pequenos e estava trabalhando muito. Acho que Arnaldinho ficou com isso na cabeça.
Foi uma campanha pesada, durante 10 meses, pode-se comparar com a campanha para presidente da República, pois ele viajou o Brasil inteiro.
Trabalhávamos todas as noites. Teve dias que víamos o sol nascer, todo material era repassado por nós antes da divulgação, o Arnaldinho fazia questão de ler, reler e me pedia para ajudar a escrever. Ele me falava, eu escrevia e passava para a Carla Prado (jornalista da campanha) colocar nas redes sociais. A Bel (Maria Isabel) nesta época era solteira e me via escrevendo tarde da noite e me pedia para dormir, mas eu via a aflição dele. Juntos trabalhamos muito e no final deu tudo certo.

ARNALDINHO, LUIZ CÁUDIO PARANHOS E EDUARDO BIAGI
ZEBU DO BEM
A minha vida inteira gostei de trabalhar pelas causas sociais e faço isso até hoje. Quando Arnaldinho assumiu a presidência da ABCZ, eu comecei a questionar por que nunca havia tido nada nesse sentido na entidade. Sabia do impacto do trabalho das mulheres dentro da ABCZ. Hoje em dia todas as empre- IARA E O ARNALDINHO

sas têm um compromisso social e comecei dizendo que estava na hora de ter um braço para fazer esse trabalho na ABCZ.
Arnaldinho interessou e quis saber no que eu estava pensando. Expliquei que gostaria de mostrar para a cidade o que era a ABCZ, até então a entidade era vista como lugar de elite, e não era nada disso! Tem gente de todo tipo, de todas as realidades, e eu queria iniciar esse projeto, ajudando algumas instituições. Ele concordou, mas disse que não poderíamos usar o dinheiro da ABCZ neste projeto, pois não poderia dar motivos para dizerem que tinha sido desviado dinheiro de outras áreas para essa iniciativa.
Comecei a pedir ajuda dos amigos mais próximos, começou com doações minhas, do João Marcos, Cláudio Fontoura, do Arnaldinho. Assim começou o Zebu do Bem. Inicialmente, cadastramos as instituições e, já nos primeiros momentos, iniciaram os comentários desagradáveis. Teve certa pessoa que chamou bastante a atenção, o comentário foi bem assim: Se você faz parte de um clube ou uma instituição e sabe que o dinheiro está sendo usado para uma causa ao invés de estar sendo usado para o bem do associado, o que você pensaria disso?
Decidi que não desistiria por isso e que na próxima edição da revista queria uma matéria explicando que a fonte da renda usada na causa era totalmente advinda de doações dos associados e parceiros da ABCZ e qual era a destinação. Não respondi e continuamos nosso trabalho. Pedi ao Arnaldinho para fazer uma festa junina e ele achou que eu estava ficando doida, que não tinha nada a ver com a ABCZ. Expliquei que tinha tudo a ver. Chamaríamos as instituições beneficiadas pelo ZEBU DO BEM e os participantes doariam 1 kg de alimento para ter acesso ao evento. Cada entidade teria sua barraca para vender alimentos. Além disso, outras entidades receberiam os alimentos arrecadados.
Nesse projeto, meus dois braços direitos foram os funcionários da ABCZ, na época, a Nêga (Andréia Azeredo) e o Franco Geovane. A preocupação do Arnaldinho era com o gramado do recinto de avaliação do Parque Fernando Costa, afinal, pouco tempo depois da festa junina ocorreria a ExpoGenética e o local tinha de estar impecável. Felizmente, ficou. Deu tudo certo.
Ajudamos muita gente. Estava satisfeita, mas não ainda completamente.
Em conversa com o Arnaldinho, disse que queria mais uma coisinha, montar o grupo “ABCZ Mulher” para dar voz e vez a mulher que está no mercado a muito tempo, mas não era valorizada.
Nessa jornada, tive um encontro com a pecuarista Teka Vendramini, que tinha assumido a diretoria da Sociedade Rural Brasileira, em Uberaba, durante a ExpoZebu e aproveitei para apresentar o projeto. Ela concordou em ministrar a palestra gratuita posteriormente.
Assim, em 2018, foi criada a ABCZ Mulher. O obje-

IARA E O ARNALDINHO COM A TURMA DO ZEBUZINHO
tivo foi destacar e incentivar o empreendedorismo e a liderança das Mulheres do Agronegócio. Em 15 de maio de 2018, a comissão oficial foi montada, assim como o regulamento, com o auxílio do procurador jurídico da ABCZ, Dr. Cláudio Fontoura. Fizeram parte da comissão Luciane Kahale, Paula Paoliello Garcia Cid e eu. Como conselheiros, convidamos o promotor de Justiça, Dr. Carlos Varela, e a juíza Dr. Cláudia Alfredo Marques Carvalho.
Como combinado, a Teka ministrou a palestra durante o 1º Encontro ABCZ Mulher, ocorrido na ExpoGenética 2018. Nos anos posteriores tivemos o apoio da secretária de Estado de Agricultura de Minas Gerais, Ana Maria Valentini, e da Ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina.
No mesmo ano de criação da ABCZ Mulher, instituímos ações para o Outubro Rosa e o Novembro Azul. A proposta foi focar na saúde das mulheres do agro, mais especificamente com campanhas preventivas contra o câncer de mama e de útero, no caso do Outubro Rosa. Fomos a Barretos, conhecer o Hospital de Amor, que atende pacientes em tratamento contra o câncer. Fomos recebidas pelo pecuarista e coordenador do Agro contra o câncer do Hospital de Amor, Rubikinho Carvalho, e solicitamos que fosse enviada a carreta para realização de exames para detecção da doença, durante a ExpoGenética 2018.
Para fazer a triagem das mulheres, tivemos o apoio do Hospital Hélio Angotti, em Uberaba. Conseguimos a carreta e vestimos a ABCZ de rosa e foi maravilhoso, com grande adesão da comunidade agro.
Com o sucesso do Outubro Rosa, em novembro vestimos a ABCZ de Azul. Foram realizados pela equipe da Funepu (Fundação de Ensino e Pesquisa de Uberaba) exames de diabetes, colesterol e PSA como uma das ações do Novembro Azul.
Só colhemos bons frutos durante a gestão do Arnaldinho. Lembro que íamos para a ABCZ de segunda a segunda e todo domingo fazíamos caminhada pelo Parque Fernando Costa. O Arnaldinho aproveitava para podar as plantas e recolher algum lixo que ali estivesse.

EQUIPE E ALUNOS DA ESCOLINHA ABCZ

EQUIPE DA CARRETA DO HOSPITAL DE AMOR DE EXAMES DE BARRETOS, BOMBEIROS E EQUIPE DA ABCZ NA EXPOGENÉTICA
Montamos também uma escolinha na ABCZ para alfabetizar os funcionários que ainda não tinham tido a oportunidade de aprender a ler e escrever. Inicialmente foram 12 pessoas participantes, que ganharam mochila, lápis de cor, canetinhas. Ainda comemorávamos os aniversários deles, tínhamos nossos encontros no final de ano, era tudo para incentivá-los. O reconhecimento deles era a melhor parte. As experiências deles durante a alfabetização que compartilhavam sempre conosco foi outro momento de muita satisfação.
DONA YEDA NAS PALAVRAS DA IARA
Aos 93 anos de plena saúde, dona Yeda é um exemplo de vida e teve grande influência na vida do Arnaldinho. Claro, que, nesta idade, as palavras as vezes fogem na hora da conversa, o que é perfeitamente normal. Mas ela sempre demonstra seu carinho pelo Arnaldinho, chamando-o de meu amor. Desde que seu Arnaldo faleceu, em 18 de setembro de 2018, ela ficou muito triste e acha a casa vazia sem ele.
Como vocês sabem, o Arnaldinho foi criado por seu avô materno Manoel, que certo dia o levou para a Uberlândia e nunca deixava ele voltar para casa quando os pais iam busca-lo. Ele sempre foi muito paparicado pelo avô Manoel e pela avó Buzica, como ela era carinhosamente chamada. Eles arrumaram até uma professora particular para ele não ter que levá-lo de volta para Uberaba.
Certo dia, dona Yeda retornou à Uberlândia e perguntou pelo Arnaldinho, que estava na aula. Ao ouvir o som do galo cantando, ela foi ver como estava


transcorrendo a aula. Arnaldinho estava em cima da mesa mostrando para a professora como o galo cantava. A mãe percebeu que daquele jeito o filho não iria aprender nada.
A verdade é que desde muito pequeno ele era um selecionador. Ainda bem menino, com cerca de oito anos, pegou um galinheiro e começou a observar o comportamento das aves. Separava as galinhas por cor e depois ia descartando aquelas que não tinham reproduzido bem.
Só aos nove anos, dona Yeda conseguiu trazê-lo para Uberaba, mas a contragosto do avô, que sofreu muito sem o Arnaldinho. Foi o seu primeiro ano em um colégio em Uberaba, e quando nos conhecemos.
Quando Arnaldinho passou em Medicina Veterinária, em Belo Horizonte, seus avós mudaram-se para lá para cuidar dele e só retornaram quando ele já estava mais acostumado a viver na capital.
IARA, SEU ARNALDO, ARNALDINHO E DONA YEDA JULIANA, IARA, ARNALDINHO, YEDA, CANDIDA ELVIRA, JÚNIOR, LUIS FERNANDO E CRISTIANA


Seu Manoel é descendente de pais portugueses, vindos de Leiria. Suas irmãs eram metódicas. Na fazenda, toda lenha que seria utilizada no fogão tinha que ser igualzinha, do mesmo tamanho e espessura. A Cristiana, irmã do Arnaldinho, passa cotonete nas frestinhas das janelas. Dona Yeda diz que eles herdaram essa mania das tias portuguesas.
O Arnaldinho é perfeccionista. Se a mesa está posta, mesmo que esteja arrumadinha, com garfo, faca e tudo no lugar, e ele não der uma ajeitada não fica feliz. Eu sou assim também, antes mesmo de me casar com ele. Não posso ver um quadro torto que fico doidinha até dar um jeito de ajeitar. Eu gosto das coisas tudo no mesmo lugar, já o Arnaldinho até gosta de mudar. Na minha mesinha lá da fazenda não gosto que tirem nada do lugar. Meu irmão tirava as coisas do lugar só para ver quanto tempo eu iria aguentar. Na nossa casa não tem bagunça, quando chegam os netos ele fica um pouco aflito com a desordem, mas não fala nada. Quando incomoda, ele entra para o quarto.
O Arnaldinho é uma pessoa especial, sinônimo de
competência, dedicação, profissionalismo e amor ao zebu, o que nos enche de orgulho! É exemplo de filho, pai, avô, amigo e marido. É uma pessoa tranquila, que transmite paz e segurança. Acho que tudo caminhou para que nos encontrássemos no momento certo!
Compartilhamos trabalhos, alegrias, muito companheirismo e o amor pela família. Meus filhos e netos têm por ele grande respeito e admiração, o que torna leve o nosso relacionamento. Tenho certeza que ele é a maior e melhor surpresa que a vida reservou para nós!
A proposta de construir uma ABCZ de A a Z para todos foi realmente uma bandeira da gestão (2016 - 2019). Comissões especiais foram criadas para valorizar grupos importantes e incluí-los ainda mais em ações que promovam a pecuária zebuína. Em pouco tempo, a ABCZ Jovem e a ABCZ Mulher se transformaram em refêrencia no setor e passaram a atrair cada vez mais esses públicos para dentro da Associação.

ARNALDINHO COM OS NETOS.
