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O que interfere na qualidade do sêmen?

Vários processos podem comprometer a condição do material genético caso não ocorra uma boa conservação, transporte e nem sejam adotados os procedimentos corretos para inseminar

Com mais de 82 milhões de matrizes aptas para inseminar, o Brasil elevou sua produção de sêmen no último ano, chegando a 24.757.250 doses, aumento de 4% em comparação a 2021. O caminho que essas doses vão percorrer até chegar o momento da inseminação artificial precisa seguir vários procedimentos para que a qualidade do sêmen seja preservada, resultando em boa taxa de prenhez.

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De acordo com a médica-veterinária, Tatiana Issa Uherara Berton, a qualidade depende de um trabalho multifatorial tanto na fase de coleta quanto nas demais etapas. “Existe todo um processo para a coleta e processamento de sêmen, em que as células espermáticas passam por resfriamento e posterior congelação e depois são armazenadas em nitrogênio líquido. Quando as doses de sêmen são expostas às temperaturas maiores, começam a existir danos às células e pode ocorrer a diminuição do potencial de fertilidade que aquela dose poderia entregar”, explica Tatiana, que é gerente geral e responsável técnica da central de coleta Tairana, em Presidente Prudente/SP. A empresa coletou 2 milhões de doses em 2022 e tem a perspectiva de elevar essa produção em 2023, mesmo considerado o ano desafiador.

Análise computadorizada da cinética espermática na central Tairana

Para aumentar as chances de o touro entregar um material dentro dos padrões estabelecidos pelo mercado, as centrais de coleta redobram os cuidados com a sanidade, nutrição, bem-estar animal. Além disso, todo o cuidado com a manipulação de sêmen dentro do laboratório é essencial para a preservação da qualidade das células. “Hoje em dia, os equipamentos para o processamento de sêmen dentro das centrais nos dão condição de realizar o procedimento de resfriamento, envase e congelamento de sêmen com cuidados e com a possibilidade de acompanhamento das etapas”, esclarece Tatiana. Além das técnicas convencionais de análise de sêmen, hoje é possível contar com a análise de cinética espermática através de softwares próprios de análise computadorizada e outros métodos de avaliação como uso de sondas fluorescentes e citometria de fluxo, que também podem vir a contribuir na rotina de um laboratório de coleta e congelação de sêmen.

As avaliações qualitativas nas doses também são importantes já que o processo de resfriamento e congelação do material é danoso para célula espermática. É uma forma de avaliar a viabilidade da dose de sêmen, da partida.

Cuidados na logística e manuseio

Depois da coleta, a etapa de armazenamento no banco das centrais também exige cuidados. “Quando o sêmen vem do laboratório, após passar por todas as etapas póscoleta, para armazenamento no banco, ele é manipulado por uma equipe altamente treinada, sempre submerso no nitrogênio líquido, sendo minimamente exposto fora dele. O nível de nitrogênio dos nossos bancos e botijões são conferidos diariamente”, explica Junior Salandim, gerente de Armazenamento e Logística da central de biotecnologia Seleon, localizada em Itatinga/SP. A empresa produziu 4 milhões de doses em 2022 e a expectativa é ter desempenho melhor em 2023.

Outra regra na Seleon é guardar uma amostra de cada partida produzida lá, com o objetivo de ter uma garantia da qualidade do sêmen que saiu da central.

Salandim explica que entre os erros mais comuns dos produtores no manuseio do sêmen e no transporte estão a falta de nitrogênio no nível adequado dentro do botijão e a manipulação excessiva ou errada das doses. “Não é recomendado o inseminador erguer a todo momento a caneca para tirar a dose da raque e ver de qual touro é”, orienta.

Tatiana Berton reforça também que ficar manuseando o sêmen com as mãos e não transferir as doses de um botijão para o outro da maneira adequada pode prejudicar a qualidade do material. Em todos esses processos ocorre um aumento da temperatura. “Em cada erro cometido se perde um pouco a via bilidade, o potencial de fertilidade da dose”, in forma.

É importante ficar atento ao nível de nitrogênio no botijão, pois ele tem a função de conservar o sêmen. “O ideal é manter sempre um nível mínimo 20 cm de nitrogênio, pois, assim, todas a paletas estarão mergulhadas no produto e permanecerão congeladas. Com 15 cm ainda está viável por conta do vapor, mas já é um sinal amarelo de que a qualidade começa a ser comprometida”, ressalta o médico-veterinário Fernando Pereira, da distribuidora de sêmen PremiumGen, em Londrina/PR.

No momento do transporte, é preciso ficar atento ao nível de nitrogênio por conta do tombamento ou batida do botijão.

Já o descongelamento não pode ser demorado. Se a escolha do sêmen, por alguma razão, prolongar, é necessário introduzir o caneco no nitrogênio para não perder temperatura e causar danos. Retire a palheta de sêmen com uma pinça e coloque-a no descongelador eletrônico ou na água na morna (35 a 37ºC) durante 30 segundos para descongelar. Descongelar utilizando a temperatura das mãos, axilas ou qualquer outro meio é diferente de utilizar um banho-maria (ou descongelador) com temperatura adequada, com tempo adequado.

Fernando Pereira recomenda que seja feita uma avaliação de amostra do sêmen para verificar vigor, motilidade e outros pontos, mas isso precisa ser realizado antes do dia da inseminação. “Se isso for feito na hora de inseminar e for comprovado que o material não tem qualidade, não haveria tempo hábil de comprar outras doses de sêmen já que as vacas estarão todas sincronizadas”, acrescenta. Segundo ele, a PremiumGen tema a prática de realizar as análises periodicamente, garantindo, assim, melhores índices de fertilidade nos procedimentos feitos. Teoricamente, uma dose bem conservada permanece viável por tempo indeterminado.

Treinamento da equipe

A inseminação artificial exige que os profissionais tenham cuidados na realização do passo a passo do processo. No Centro de Treinamento Pecuário (CTPEC), em Londrina, o médico-veterinário, Sérgio Félix Pessoa, tem conduzido cursos de inseminação. Anualmente, são treinados 400 alunos, sendo 80% deles para a IA. “Uma equipe bem treinada, aliada a uma propriedade bem manejada, com instalações apropriadas, preocupada com os fatores nutricionais e sanitários do rebanho e, sem sombra de dúvida, uma assistência técnica veterinária eficiente, traz o sucesso na aplicação da técnica. Com a capacitação da equipe, os pecuaristas brasileiros conseguirão intensificar a produção para continuarem eficientes no mercado”, alerta o diretor da CTPEC.

Agra

FIV ANGICO – UNFF 728

CARTUCHO DO MBA x SANTISTA TE ANGICO

Tetracampeã Nacional Melhor Matriz Mocha do Brasil em (2017/2018) – (2019/2020) (2020/2021) - (2021/2022)

Mikaela Fiv Angico Unff 1460

BRONZE CAMPARINO x 7546 TE MAFRA (NERO FIV DE NAV.)

Grande Campeã – Expoinel/2022

Grande Campeã – Expopar/2022

Reservada Grande Campeã – ExpoZebu/2022

Linda Fiv Angico Unff 1355

KAYAK TE MAFRA x AGRA FIV ANGICO (CARTUCHO MBA)

Reser vada Grande Campeã – Expoinel Vila Velha/2020

3º Melhor Matriz Nelore Mocha do Brasil

Nagaly Fiv Angico Unff 1526

LEGADO FIV RG x MEGAN FIV ANGICO (D4685 DA MN)

Campeã Bezerra – Expo Paraíba/2022

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