Revista da SDC nº 02

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ANO 1 / No 2


Diretor executivo Maurício Maia Direção da revista Maurício Maia Luiz Guilherme Ourofino Leo Bindes Projeto gráfico e diagramação Fábio Brasil Fotografia Carlos Will Alexandre Farias Mario Renato M. Filho Capa Gervásio Teixeira / glteixeira.com.br Editor-chefe Maurício Maia Reportagem Luciana Stavale Marilia Arrigoni Revisão Aline Canejo Revista voltada exclusivamente para os associados da Sociedade do Charuto Ltda. Atendimento ao cliente atendimento@sociedadedocharuto.com.br (21) 3042 4815 (21) 3042 4816


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EDITORIAL

editorial Era uma vez um maluco. Como todo maluco, tinha como amigos outros dois malucos. Esses três caras, malucos, são amantes de charutos e tiveram uma ideia: fundar uma sociedade em que os aficionados por charutos pudessem compartilhar suas emoções e ter acesso a produtos legítimos dentro de um mercado bastante prostituído. Esses caras obtêm o apoio institucional do maior fabricante nacional, a Menendez Amerino, e do importador e distribuidor exclusivo dos puros habanos, a Emporium Cigars, e criam um sistema de associação, em que o associado recebe mensalmente, na comodidade de seu lar, uma seleção de charutos e uma revista exclusivamente editada para nós, loucos por charutos e adeptos desse verdadeiro estilo de vida. A Sociedade inicia as suas atividades e, em menos de dois meses, já contava com mais de duzentos associados. A primeira seleção é entregue e o retorno dos associados não poderia ser melhor. Posts, telefonemas e fotos são enviados agradecendo o capricho e estimulando os malucos a seguir em frente em sua loucura. O sistema de associação, realizado por meio de cartão de crédito, é bloqueado sem qualquer aviso prévio. A administradora informa que a Anvisa impede a venda de charutos por meio de cartão de crédito. A Sociedade ajusta seu sistema, para manutenção do negócio, afim de que o pagamento da associação seja efetuado por meio de boleto bancário. Os associados respondem afirmativamente, estimulando e enviando mensagens de apoio à Sociedade. Os malucos resolvem enfrentar as autoridades. Caro associado, escrevemos tudo isso para dizer que não iremos nos quedar diante desse patrulhamento, modus operandi, de nossa administração pública. Impedir que uma sociedade empresária exerça suas atividades de forma plena sob o argumento de tutela do cidadão é inadmissível. A compra, a venda e o consumo de charutos em território nacional é lícita, não podendo o Estado impedi-la ou restringi-la, sob qualquer argumento. Nós, fumadores de charutos, somos tratados por esse Estado como pessoas cujos diretos devem ser subtraídos, como se fôssemos incapazes no sentido jurídico da expressão. Sabemos que, com um cartão de crédito, pode-se comprar de tudo na internet. Desde bebidas alcoólicas, passando por medicamentos de toda espécie, produtos eróticos, pornografia, armamento e munições — enfim, toda espécie de produtos e serviços voltados para o público adulto. Os charutos, segundo a Anvisa, são proibidos. Nós, malucos da SDC, não nos conformamos com essa abominável intromissão e já ingressamos com medidas judiciais para afastar essa odiosa norma administrativa do seio de nossas atividades. Aos associados, em nome do respeito e da transparência que merecem, prometemos mantê-los informados sobre toda essa batalha até o fim. Um forte abraço a todos e... boas baforadas!


sumário 05 seleção mensal 10 entrevista Presidente da Emporium Cigars, Alberto Salles fala com exclusividade sobre os desafios do mercado de charutos no País

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14 acessórios 15 onde fumar Tabacaria Davidoff, requinte e sofisticação num lugar onde o tempo é muito bem preenchido

16 especialista Nao Hara, o mago da cozinha japonesa no Brasil

18 Memórias de fumaça

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Leo Bindes conta como foi o XVI Festival del Habanos

19 Próximas seleções Veja o que a SDC reservou para o mês de abril

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SELEÇÕES DO MÊS

Março


SELEÇÕES DO MÊS

Seleção

Puro Habano

Punch Punch Punch o guerreiro cabeça quente da família Punch C

riada em 1840, a marca Punch é uma das mais antigas da Habanos e seu nome, provavelmente, é uma homenagem a um personagem muito popular num show de fantoches no Reino Unido, à época, o Señor Punch. Nascido Punch Punch de Luxe, teve seu nome simplificado para Punch Punch em meados dos anos 1980. É uma das quatro Coronas Gordas da marca Punch produzidas atualmente. Tem aroma forte de tabaco amadeirado e sabor vigoroso e rico, característico da Punch. Feito com folhas compostas da região de Vuelta Abajo, o Punch Punch é objeto de seguidores devotados em todo o mundo. Um grande charuto, muito popular nos anos 1990.

Origem Cuba Marca Punch Nome comercial Punch Punch Fomato Parejo Vitola Coronas Gordas Apresentação Caixa de madeira de 25 unidades, caixa com maço de 50 unidades e caixa com 10 unidades em tubos de alumínio Medidas 143,0mm de comprimento por 21,43mm de anel calibrador Calibre Grosso (cepo 46) Força 4/5 (médio a forte)

H. Upmann Royal Robusto o estilo característico e inconfundível L

ançado no Festival Habanos 2011, o H. Upmann Royal Robusto é mais um lançamento destinado exclusivamente às mais de 140 franquias La Casa del Habano de todo o mundo, e vem sendo considerado um dos mais saborosos dos charutos cubanos H.Upmann disponíveis hoje. O blend da marca, caracterizada por seu aroma inconfundível e sabor leve a médio, tem diversos seguidores em todo o mundo. O Royal Robusto é feito com folhas selecionadas das melhores colheitas da zona de Vuelta Abajo, fazendo despontar um sabor elegante. A vitola escolhida para esta produção (robusto) é muito apreciada pelos fumantes de Habanos, que terão agora a oportunidade de apreciá-lo dentro da marca H. Upmann com suas próprias características de sabor e aroma. Foi produzido em série limitada, com apenas 5.000 caixas com 10 unidades.

Origem Cuba Marca H. Upmann Nome comercial H. Upmann Royal Robusto Formato Parejo Vitola Robusto Apresentação Caixa de madeira de 10 unidades Medidas 135,0mm de comprimento por 21,43 mm de anel calibrador Calibre Grosso (Cepo 52) Força 3/5 (suave a médio)

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SELEÇÕES DO MÊS

Romeo y Julieta Wide Churchills o formato único do terceiro Churchill L

Origem Cuba Marca Romeo y Julieta Nome comercial Wide Churchills Formato Parejo Vitola Robusto

ançado no XII Festival del Habanos, em 2010, o Wide Churchills é a terceira vitola Romeo y Julieta a ostentar o nome de Churchill, juntando-se ao original Julieta No 2 da década de 1950 e ao Short Churchill, que foi lançado em 2006 (a quarta e mais recente, o Petit Churchills, foi lançada em 2012 e fez parte da nossa seleção Puro Habanos do mês de fevereiro). As dimensões do Wide são únicas dentro do portfólio de vitolas da Habanos, que faz dele um charuto ideal para aqueles que apreciam um charuto de cepo mais largo, uma tendência do consumidor atual. Como os outros da família, o Wide Churchills é suave e repleto de sabor, resultado da mistura equilibrada que se tornou sinônimo do nome Romeo y Julieta.

Medidas 130,0mm de comprimento por 21,83mm de anel calibrador Apresentação Caixa de madeira de 25 e 10 unidades e petacas de 3 unidades em tubos de alumínio Calibre Grosso (cepo 55) Força 3/5 (médio)

Seleção

Origem Honduras

Volta ao Mundo

Rocky Patel Decade Torpedo perfeição leva tempo C

ontra todas as probalidades, Rakesh “Rocky” Patel se transformou em um dos nomes mais respeitados no competitivo mundo dos charutos. Em razão do seu sobrenome indiano e da falta de raízes cubanas ou história familiar no negócio de charutos, poucos teriam apostado no futuro de longo prazo da Patel, quando ele começou a produzir charutos, em 1995. Para celebrar 10 anos no negócio de charutos, em 2005 foi lançada a linha Decade, que é tida como a obra-prima da Patel. Recebeu, naquele mesmo ano, classificação 95 e foi considerado um dos Top 25 pela Cigar Aficionado. O Rocky Patel Decade Torpedo é produzido em Honduras, tem capa equatoriana Sumatra e uma mistura secreta de tabaco da Nicarágua no seu miolo. Com um atraente formato ligeiramente prensado, tem sabor suave, rico e maravilhosamente complexo, além de uma fumaça volumosa. Um charuto realmente inesquecível.

Marca Rocky Patel Nome comercial Rocky Patel Decade Torpedo Formato Figurado “prensado” Vitola Torpedo Apresentação Caixa de madeira de 20 unidades Medidas 127.0mm de comprimento por 21.43mm de anel calibrador Calibre Grosso (cepo 52) Força 4/5 (médio a forte)


SELEÇÕES DO MÊS

Origem Brasil

Seleção

Nacional

Dona Flor Double Corona o encontro entre o sucesso e a tradição P

ara fumar um Double Corona, é preciso tempo e calma. O Dona Flor Double Corona, com sua atraente capa cor de chocolate, caracteriza-se pelo longo tempo de queima, sendo um charuto perfeito para descontrair e relaxar. De sabor leve, atinge um equilíbrio interessante, que pode ser apreciado a qualquer hora do dia. Com fluxo regular e queima excepcional, merecem destaque a consistência da cinza e a fumaça densa, que torna este premium nacional um charuto muito agradável. Um grande sucesso da Fábrica Menendez Amerino.

Marca Dona Flor Nome comercial Dona Flor Double Corona Formato Parejo Vitola Double Corona Apresentação Caixa de madeira ou pacote com 25 unidades e petaca com 5 unidades Medidas 190,5mm de comprimento por 19,8mm de anel calibrador Calibre Grosso (cepo 50) Força 2/5 (suave a médio)

Dona Flor Robusto Seleção o resultado da obstinação pela perfeição O

Dona Flor Seleção é, sem dúvida, o grande sucesso da indústria de charutos nacional. A combinação perfeita dos fumos Mata Fina e Mata Norte em sua composição emprestam a este premium um sabor diferenciado e um aroma agradável que, junto com sua firme construção, levou o Dona Flor Seleção a ficar entre os cinco melhores charutos do ano, com nota 92, numa avaliação da revista americana Cigar Aficionado, considerada a Bíblia dos charutos. Em sua apresentação muito bem elaborada, o Dona Flor Seleção vem com uma segunda anilha com a inscrição Seleção.

Origem Brasil Marca Dona Flor Nome comercial Dona Flor Seleção Formato Parejo Vitola Robusto Apresentação caixa de madeira com 25 unidades Medidas 127,0mm de comprimento por 20,0mm de anel calibrador Calibre Grosso (cepo 50) Força 2/5 (suave a médio)

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Existem charutos que são muito bons, existem grandes charutos e existem charutos Exclusivos. Davidoff Puro d’Oro Gigantes

Origem República Dominicana

O Davidoff Puro D’Oro Gigantes se destaca por sua natureza forte, e seu majestoso formato Super Robusto possibilita que os aromas intensos se desenvolvam em sua complexidade. Garantia de momentos memoráveis de prazer.

A SDC tem mais uma opção de associação para você – a Seleção Exclusivos. São quatro seleções por ano: Fevereiro, maio, agosto e novembro, sempre dois charutos de altíssimo padrão. No mês de maio, os Exclusivos são: Behike 52 e Davidoff Puro d’Oro Gigantes Assim como a Seleção Puros Habanos, Seleção Volta ao Mundo e a Seleção Nacionais, para receber a Seleção Exclusivos basta inscrever-se em nosso site (www.sociedadedocharuto.com.br). Para qualquer dúvida ligue para o telefone 0800-0206702 ou mande e-mail para contato@sociedadedocharuto.com.br

Origem Cuba

Cohiba Behike 52 Destinado a atender ao verdadeiro aficionado que adora um charuto de qualidade e está disposto a pagar pela experiência, o BHK 52 é, realmente, único e gratificante. Incomparável.

Todos os meses a SDC seleciona e entrega em casa os charutos para seus associados. Existem três níveis de associação mensal: Seleção Puros Habanos, composta de três charutos cubanos, Seleção Volta ao Mundo, com três charutos oriundos de qualquer parte do mundo e Seleção Nacional, constituída por quatro charutos produzidos no Brasil. Os critérios para a escolha dos charutos para a Seleção Mensal são qualidade, variedade em tipo, origem e procedência. Junto com os charutos o associado recebe a revista da SDC. O associado sabe com antecedência qual é a próxima seleção por meio do site, da newsletter e da revista. O associado pode suspender ou cancelar o recebimento da sua Seleção sempre que desejar. Não há taxa de associação. As entregas são feitas sempre a partir do dia 20 de cada mês, podendo estender-se até a primeira semana do mês seguinte.


ENTREVISTA

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ENTREVISTA

alberto salles O Homem da Habanos S/A no Brasil

É

atrás de uma mesa coberta de papéis alocada numa sala repleta de fotos dos filhos, netos e demais familiares que “o cara” responsável pela importação e distribuição de charutos cubanos no Brasil passa a maior parte de seu tempo. Foi nesse escritório, com privilegiada vista para a praia do Leblon, no Rio de Janeiro, que Alberto Salles, presidente da Emporium Cigars, falou à SDC sobre os desafios de ser representante exclusivo da Habanos S/A no Brasil, em uma conversa franca e de tom, digamos, quase passional. É... Muito do que Salles fala transparece paixão ­— desde o cuidado com a família até quando solta o verbo contra o sistema tributário brasileiro. Self-made man, no sentido mais literal que a expressão possa ter, Alberto Salles mantém um ritmo frenético em seu cotidiano. Ao lado do filho Bruno Salles, que é gerente comercial da empresa, coordena a chegada e a distribuição dos charutos cubanos aos cerca de 340 clientes em todo o Brasil. Mas, apesar do clima amistoso do escritório, Salles é categórico: “Nós não somos uma empresa familiar. Por coincidência, e por Bruno conhecer muito de charuto, ele trabalha comigo”, esclarece o empresário, fazendo questão de ressaltar que também conta com outro gerente em São Paulo. Quem o vê talvez não imagine que, por trás do visual simples e da conversa solta, o tal cara dos charutos cubanos no Brasil tenha vivido 27 anos no competitivo mundo corporativo de empresas multinacionais. Formado em economia, em seu currículo destaca, com

orgulho, a carreira trilhada no grupo Gillette, atual Procter & Gamble , no qual, após passar por diversos cargos, alcançou a presidência da Oral-B para a América Latina. Ainda que de maneira não planejada, a carreira em multinacionais — e, claro, a paixão por charutos — foi o passaporte para Salles ser o parceiro do governo cubano no Brasil. “Entrei neste ramo por recomendação da Souza Cruz, que é sócia de Cuba numa empresa de cigarros, e é o lugar onde um grande amigo trabalhava. Antes, existia uma empresa que fazia a importação e a distribuição para a Habanos no Brasil, mas houve uma incompatibilidade entre eles. Então, a Souza Cruz foi procurada pelos cubanos para tomar frente desse trabalho. Só que na distribuição de charutos e cigarros não há sinergia. Para charutos há uma distribuição ponderada, ou seja, poucos compram muito. E cigarros é exatamente o oposto, há uma distribuição numérica muito forte”, explica ele sobre a dificuldade inicial encontrada pela Souza Cruz. Foi a partir da sua experiência de mercado, que Salles apresentou um projeto para a empresa de cigarros. Assim, a Emporium Cigars foi indicada aos cubanos para o negócio. “Conversei com a Habanos em maio de 2006, voltei em junho e fechei o contrato em setembro do mesmo ano”, conclui ele. Do contrato assinado até hoje, quase oito anos depois, Cuba e Brasil — também na parte de importação de charutos — andam com discursos bem afinados. “Do


ENTREVISTA

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aos charutos, ao rum e ao governo socialista cujas empresas são controladas pelos irmãos Castro, mas “os negócios com as estatais da ilha de Fidel são bastante profissionais”, resume ele, sem se esquivar do assunto. “As companhias cubanas têm sócios estrangeiros. A Habanos, por exemplo, tem como sócia a Emporium Tobacco, uma empresa gigantesca de cigarros e afins. Então, a fluência no diálogo e as negociações são extremamente profissionais”.

primeiro ano de vendas até hoje, nós mais que dobramos o negócio. Ano a ano, todos foram de crescimento, sempre melhores”, comemora, sem esconder a satisfação. Das 28 marcas atualmente produzidas por Cuba, 14 são importadas pela Emporium, com destaque para as prestigiadas Partagas, Montecristo, Cohiba, Romeo y Julieta. “A marca mais consumida pelo consumidor brasileiro é Romeu y Julieta Coronas”. A Emporium também conduz o complexo processo de abertura das chamadas “La Casa del Habanos”, lojas temáticas que só podem comercializar charutos exclusivamente produzidos em Cuba. “Por se tratar de uma franquia da Habanos S/A, essas lojas só entram no mercado com nosso aval. E há o contrato de exclusividade, ou seja, essas casas só podem vender charutos cubanos e comprados da Emporium, evidentemente”, explica Alberto. Praticamente impossível não relacionar Cuba

Mercado brasileiro Depois de viver nos em Portugal, Estados Unidos, Inglaterra e México, Alberto Salles lamenta a situação do ambiente de negócios no Brasil. “Todos sabemos que o País depende de reformas políticas, econômicas e judiciárias. Enquanto essas mudanças não se concretizarem, o Brasil estará com muita dificuldade em crescer e vai perder em competitividade”, sentencia, reforçando que seu negócio é vender charuto, mas que gosta muito de falar de economia. O clima ameno da prosa muda quando o assunto são os desafios do mercado brasileiro para o ramo charuteiro. “O que mais existe no Brasil é o contrabando e os charutos falsos. Quando entrei no negócio, o consumidor brasileiro estava padecendo, porque ficou mais ou menos dois anos sem distribuidor oficial no País. Então, pela completa ausência de controle e fiscalização, quem mais vendeu foram os contrabandistas e os falsificadores. E até hoje eles continuam a vender, mas há sete anos comercializamos de forma completamente legal, e isso faz com que essa má influência seja reduzida”. Segundo o empresário, o empenho dos falsários em imitar as características que ajudam a identificar os autênticos cubanos é cada vez maior. “Já encontramos falsificações dentro de caixas legítimas, com anilhas autênticas.” Salles diz que o que deve despertar a desconfiança do comprador, na maioria das vezes, é o preço, já que o falsificador se aproveita da falta de informação e a da boa-fé do apreciador para agir. “É preciso que se tenha em mente que até em Cuba os charutos nobres são caros. Aqui, muitas vezes as caixas são oferecidas por um preço inferior ao praticado em Cuba. Não existe milagre. Esse comprador sabe que está adquirindo um charuto falsificado”, afirma o empresário. Alberto ainda alerta para o fato de que o charuto ter sido feito em Cuba não significa que ele seja legítimo. “Existem vários níveis de falsificação de charutos. Desde aqueles que são produzidos com fumo cubano de qualidade ruim até falsificações grosseiras, em que o miolo contém folhas de bananeira secas misturadas às de tabaco”.


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ENTREVISTA

Embora identifique nesse problema da falsificação um dos grandes desafios do mercado, reconhece os esforços governamentais para conter o contrabando, “pois o contrabando significa perda de receita”, ressalta, não deixando de observar: “Acabar é impossível! Enquanto existir esse número de impostos no Brasil, é impossível acabar com o contrabando e a falsificação. E ainda tem a dificuldade da nossa fronteira seca, que chega a quase oito mil quilômetros de extensão. Como as autoridades podem fiscalizar tudo?”, questiona. Enquanto representante da Habanos S/A, ele explica que faz o possível para contornar a ilegalidade. Uma das frentes em que investe é na certificação — através do selo Habanos Especialistas — de algumas lojas que abastece. “São tabacarias que, embora possam vender charutos de qualquer nacionalidade, são escolhidas porque conseguem alcançar o alto padrão de qualidade exigido pela Habanos”. Para que a loja tenha essa chancela, Salles garante que são conferidas desde as condições em que os charutos são mantidos, ao grau de conhecimento dos empregados, que devem conhecer bem os selos de originalidade e saber identificar o charuto puro cubano. Além disso, acompanha pessoalmente todo o processo de avaliação. “É importante. Isso garante ao fumador a procedência, a autenticidade e, sobretudo, a informação correta sobre os puros que são oferecidos nas casas que têm esta chancela”, diz. “Nosso único caminho é trabalhar com marketing comercial, mais nada. É atuar com menor preço possível, melhor qualidade, melhor distribuição, aumentando as franquias das Casas del Habano e os Habanos Especialistas”, diz Salles. Um homem de bom gosto Nascido e criado no bairro das Laranjeiras e tricolor apaixonado, Alberto conta que já não vai mais ao Maracanã desde quando Rivelino deixou o clube. É católico, mas não fervoroso. Gosta da cidade de Nova York, onde sempre que vai dá um jeito de ir ao Village Van Gard, seu restaurante-bar preferido. Mas, citando Tom Jobim, diz que “o melhor das tantas muitas viagens sempre é ver o Cristo Redentor, braços abertos sobre a Guanabara...”, conta, emocionado. Tem como hobby pescar e jogar tênis, além dos charutos, é claro. “A paixão pelo charuto começou no berçário. Isso começou porque morei muitos anos fora do Brasil, onde existe o hábito de apreciar charutos”. Humilde, Salles assume que não é especialista no assunto. “Especialista é o Bruno, meu filho, eu vendo charutos. Na verdade, gosto muito de um bom charuto e administro a empresa para poder

ter charutos”, brinca ele, que tem como cubano preferido o Trinidad, de preferência acompanhado com um bom rum: “cubano também, é claro”, completa. O carioca, pai de dois filhos e avô de três netos, diz não ser um bon vivant. “Boa vida nunca fui, mas de vida boa eu até entendo”, ri Salles, que ensina: “A melhor coisa que tem na vida é a família; em segundo lugar, é o trabalho, algo que você goste de fazer; e, em terceiro um lugar, é ter um lazer que você saiba fazer e de bom gosto”, acredita ele, complementando que suas maiores alegrias são os netos. Ele conclui que já conquistou tudo isso. O filho e parceiro profissional, Bruno, confirma: “Como pai, é um eterno amigo. Como executivo, tem muita experiência, honestidade e lealdade, e procura valorizar quem trabalha com ele, o que é um grande exemplo para mim. Somente uma pessoa com essas características poderia ser gestora da Emporium. Quando assumiu, herdou um mercado completamente desorganizado e indisciplinado”, define o gerente da empresa. Quando não está na Emporium, onde fica além do horário comercial, Salles abraça a rotina de quem mora no Leblon: faz o trajeto dos bares e restaurantes do bairro, nada, passeia de bicicleta, e, principalmente, curte a família – motivo das fotos do escritório. Família é, por sinal, o assunto que mais fez o empresário sorrir, durante a entrevista.

Bruno Salles, gerente da Emporium Cigars, na sala umidora de charutos mais desejada do Brasil


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ACESSÓRIOS

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Charmosíssima caixa umidora em cedro com acabamento em mogno. Miniarmário em formato de cubo, porta com detalhe em vidro e higrômetro externo. Possui em seu interior quatro prateleiras, sendo que três delas vazadas para melhor distribuição da umidade. Em sua prateleira-base, acomoda se um efusor retangular que mantém a umidade ideal para seus charutos. Capacidade média para 40 charutos

Purera espanhola Cohiba de couro autêntico, indicada para três charutos de calibre grosso. Uma peça de extremo luxo e bom gosto.

Belo cinzeiro da marca Cohiba em madeira com acabamento laqueado e recipiente em metal removível para cinzas, o que facilita a limpeza. Ótima opção para presente.

Este cortador é para os mais exigentes. Da marca Romeo y Julieta, é de metal e com lâmina dupla, o que garante um excelente corte. Além disso, é um produto licenciado pela Habanos S/A.

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ONDE FUMAR

Tabacaria

Davidoff

Ambiente único e para quem entende o valor do tempo

I

magine um lugar em que você possa relaxar e degustar um bom charuto. Agora imagine esse lugar como sendo amplo, confortável e elegante. E que você receba um tratamento naturalmente descontraído, fazendo com que você se sinta em casa. Imagine, ainda, que este lugar tenha uma sala umidora com um sortimento espetacular de charutos de qualidade. Pense, agora, que este lugar tenha um proprietário gente boa, de bom papo e profundo apreciador da arte de cultivar amigos. Pode parar de pensar. Este lugar existe, é real e tem nome: a Tabacaria Davidoff, em Moema. A localização, em uma das ruas mais charmosas da capital paulista, parece emprestar ainda mais encanto ao lugar. A rua Normandia, em Moema, foi construída com inspiração na arquitetura de países europeus e abriga uma vila com diversos estabelecimentos de muito bom gosto. Capitaneada com maestria por Arthur Avedissian, a Davidoff se diferencia pelo serviço especializado e pelos produtos de alta qualidade oferecidos. Segundo o proprietário, a casa foi pensada com muito carinho para atender os apreciadores de charutos. “A ideia era buscar uma alternativa aos charutos cubanos. E, em

termos de glamour, de qualidade e sofisticação, a marca Davidoff é imbatível”, diz Arthur. Na moderníssima sala umidora, embora se encontrem charutos cubanos e nacionais, tem-se a exata noção de quem são as estrelas da companhia. Os charutos dominicanos da bandeira Davidoff dominam o ambiente. A empresa também é grande importadora das prestigiadas marcas Davidoff, Zino, Avo, Camacho, Griffin´s, além da interessantíssima Bundle Selection, todas produzidas na República Dominicana, à exceção da Camacho. A Tabacaria tem, ainda, uma sofisticada linha de acessórios para fumadores. Além da tabacaria e do espaço para degustação de charutos, a Davidoff apresenta uma variada atividade no bar, com opções de bebidas destiladas, cervejas e vinhos. Também oferece petiscos secos, fazendo do happy hour um ponto de encontro de clientes habituais, que sabem que ali, em todos os sentidos, o tempo é bem preenchido. Davidoff – Rua Normandia, 75 – Moema – São Paulo lojadavidoff@davidoffbrasil.com.br – Facebook: Davidoff Brasil – Tel (11)3087-7344 – Funcionamento: segunda a sexta-feira, das 10h às 21h, e sábados das 10h às 19h. Não abre aos domingos.


ESPECIALISTA/Chef de cozinha

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nao hara “Gosto de fumar um bom charuto de vez em quando, quando tenho uma pausa para relaxar.”

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ascido e criado no Rio de Janeiro, Nao Hara desde muito jovem está ligado à cozinha oriental, de alguma forma. Aos 14 anos já trabalhava em um restaurante japonês, lavando louça. Com o tempo, passou a ser ajudante de cozinha, até que seu pai comprou o estabelecimento e surgiu a oportunidade de colocar em prática a sua vocação. Apaixonado pela cozinha oriental, foi para o Japão se especializar e aprender os segredos da culinária japonesa contemporânea. Há mais de duas décadas na profissão, hoje é proprietário de três restaurantes, o Nao, o Hara Sushi e o Shin Miura, todos na capital fluminense. Inquieto e criativo, procura aliar técnicas japonesas à culinária brasileira, fazendo uma cozinha de mistura de tendências que o colocou na vanguarda do cenário gastronômico carioca. Autor do livro Nao Hara: Culinária Japonesa, Sabores Tropicais, consultor, professor e empresário, o renomado chef tem um hábito comum aos leitores da SDC: não abre mão de degustar, sempre que pode, um bom charuto, para relaxar. SDC – Quando começou a trabalhar em restaurantes, aos 14 anos, você já sabia que queria ser chef de cozinha? NH – Não, isso aconteceu por acaso (risos). Quando somos adolescentes, queremos ganhar nosso próprio dinheiro... Então, meu pai conseguiu para mim um emprego em um restaurante de comida japonesa de um amigo dele. Trabalhava na cozinha, e lá fui crescendo e aprendendo. Até que


meu pai comprou o estabelecimento. E eu tive a oportunidade de ir até o Japão me especializar. SDC – Você é dono de três restaurantes, o Hara Sushi, em Botafogo, o Shin Miura, no Centro, e o Nao, no shopping Fashion Mall. Há diferenças entre eles ou as propostas são iguais? NH – Olha, os conceitos são totalmente diferentes. O Shin Miura tem muita tradição, clientela formada. Já está consolidado, pois está há bastante tempo no mercado. O Nao é mais ousado, e onde posso oferecer o melhor da minha gastronomia. Já a proposta do Hara Sushi é ser o intermediário. Foi a forma que encontrei de popularizar minha cozinha. SDC – E como você faz para administrar os três, ao mesmo tempo? NH - Isso é um desafio...(risos). Bem, procuro estar sempre em dos três. E ter muita paixão. Sei que existem muitos chefs que só assinam o cardápio, e os cozinheiros é que têm que meter a mão na massa. Não sou assim. Crio, oriento e ensino as técnicas aos meus cozinheiros e, sempre que posso, executo meus pratos. SDC – Além de chef, você também dá consultorias. Como é esse trabalho? NH – É verdade. Hoje estou com oito consultorias em andamento para alguns restaurantes em Belém, Recife, Curitiba e Brasília. Neste trabalho faço treinamentos, desenvolvimento de equipes e cardápio. É cansativo, mas muito gratificante. SDC – E no seu livro Nao Hara: Culinária Japonesa, Sabores Tropicais, além das pessoas conhecerem sua história, vão poder aprender um pouquinho dos seus segredos? NH – (muitos risos) Sim, claro! Ele é todo de receitas. Conta um pouco da minha história, da minha trajetória, mas é, essencialmente, um livro de receitas culinárias. E tem um dado interessante, bem bacana: a editora Senac exige que as receitas deem certo. Eles contratam uma equipe de cozinheiras para testarem. Se uma receita der errado, ela tem que voltar para mim e ser refeita. SDC – Você é conhecido por misturar tendências em sua cozinha. De onde vem sua inspiração? NH – Bem, eu faço muita pesquisa, é muita tentativa e erro também. Na verdade, o estágio que fiz no Japão foi muito importante para a base que tenho hoje. E dei a sorte de na época pegar a volta de grandes chefs que tinham ido à França. Então absorvi muito a experiência deles. SDC – Conta para nós então: qual é a criação sua que você mais se orgulha? NH – Minha melhor criação? Bem, eu não consigo tirar do cardápio, principalmente do Shin Miura,

o sushi de atum semigrelhado e recheado com foie gras e sorvete de shoyu e mel (risos). Gosto muito desse prato. SDC – Recentemente, numa entrevista para o jornal O Globo, você revelou que tem uma outra paixão, além da gastronomia: os charutos. Qual é sua relação com eles? NH– Ah, os charutos... (risos) Bem, não tenho muito tempo, né?! Mas gosto de fumar um bom charuto de vez em quando, quando tenho uma pausa para relaxar. Sou apreciador há mais de 10 anos. Uma amiga, dona da Tabacaria Tabaco e Cia, me apresentou. Então, fui provando, degustando, e gostei. SDC – E quais são os seus preferidos? NH – Gosto de vários, mas meus preferidos são o Cohiba e o Partagas. SDC – E qual é, na opinião, o melhor momento para fumar um charuto? NH – Sem medo de errar, é entre um trabalho e outro para relaxar!


MEMÓRIAS DE FUMAÇA

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Em Cuba...

e no Festival del Habanos! B

em, chegou o dia! Malas prontas, passaporte ok, visto ok, os melhores acessórios para charutos que tenho e vamos pra Cuba! Após longas onze horas de viagem, com uma conexão no Panamá para esticar as pernas no maior free shop do mundo, finalmente o avião pousa na famosa ilha caribenha. A primeira sensação quando se coloca os pés fora do avião é olfativa. Já no finger o aroma dos puros habanos invade seu cérebro avisando: Estou em Cuba! Depois de uma viagem gelada no avião, me deparo com uma temperatura de 30°C em pleno inverno no hemisfério Norte, com umidade em torno de 90%. Depois de anos indo à Cuba, observo com surpresa uma mudança nas cabines: agora abertas, com câmeras e computadores novos no lugar daquelas velhas cabines fechadas de madeira e vidro. Sinal dos tempos! Só o que não mudou foi a demora para as malas chegarem, o que exige bastante paciência. Na saída do aeroporto, tenho o primeiro encontro com a realidade cubana: no táxi, o vidro não abre, forro rasgado e o cinto de segurança travado. Mas tudo logo é esquecido: — Bienvenido, amigo! — Gracias!, respondo, caprichando no sotaque espanhol. — “Habana Libre” por favor. Mais 20 minutos e estou no Habana Libre Hotel. Check-in feito, fui rápido largar as malas num apartamento do 21° andar do lendário lugar onde as forças revolucionárias entraram marchando no dia 31 de dezembro de 1959, acabando com a festa do réveillon dos endinheirados membros da sociedade cubana. Nesta época o hotel se chamava Hilton. E lá estava eu, 55 anos depois, hospedado somente a dois andares de onde havia se instalado a primeira sede do novo governo cubano. No enorme e suntuoso lobby desse hotel existe uma “Casa del Habano”, umas das maiores de Havana. Pé direito alto, quatro luxuosos ambientes, confortáveis poltronas de couro, cinzeiros de porcelana estrategicamente espalhados. Sou recebido com um cumprimento caloroso pela barulhenta e rechonchuda diretora da casa, Elina, com sua guayabera justa ao corpo, os botões quase saltando. “Tenho um amigo que ia gostar”, pensei. Com um charuto na mão, ela diz: “Toma, Leo. Regalo!”, com uma sonora gargalhada. Olho ao redor e vejo um grande grupo de brasileiros, velhos conhecidos de vários outros festivais passados, vindos de várias partes do Brasil e que há anos se hospedam no Habana Libre. Com a animação contagiante de sempre, estão ali imbuídos de uma única vontade: degustar os melhores puros do mundo no melhor lugar do mundo para se fumar charutos! Devidamente enturmado, sorriso permanentemente estampado

Por Leo Bindes

no rosto, está na hora de abrir, finalmente, os trabalhos. Uma detalhada passada de olhos no umidor, onde se encontram os puros vendidos no varejo, e dou de cara com algumas iguarias esperando para serem degustadas: Cuaba Salomones, Punch Double Corona e toda família do Trinidad, além dos lançamentos do Festival del Habanos do ano anterior. Na parte principal deste umidor está boa parte da linha ícone cubana, a Cohiba, a primeira marca pós-revolução e que foi transformada em um símbolo cubano. Enfileirados lado a lado, estão Cohiba Lanceros, Esplendido, Robusto, Siglo VI, Siglo IV e toda a linha Maduro — Secretos, Mágicos e Gênios, além do recentemente lançado Cohiba Pirâmides Extra. E, lógico, a grande estrela da marca, a desejada linha Behike, com seus três representantes — o 52, o 54 e o 56 — orgulhosamente olhando para mim, com suas anilhas holográficas e reluzentes, todas perfeitamente alinhadas na caixa de cedro laqueada em preto. Que dúvida! Sem esconder minha surpresa, pergunto pelo Cohiba 1966 Edición Limitada 2011, um dos melhores charutos que já fumei na vida. — No hay, respondeu o vendedor. Este é o problema das Ediciones Limitadas: são limitadas. Quem fumou, fumou. Optei pelo Cohiba Behike 56. Por sorte, a caixa havia acabado de ser aberta e tive a honra de inaugurá-la. Munido de meu melhor cortador, regalo trazido da Europa por um grande amigo, corto meu primeiro puro cubano dessa viagem. Com meu velho e guerreiro isqueiro Colibri, companheiro de tantos momentos, lasco fogo em mais um charuto cubano. Uma baforada, mais outra, acerto a queima e pronto. Perfeito. Entre cafés e as primeiras talagadas de rum cubano, começo a me inteirar das novidades. O que abriu, o que fechou, quais iguarias estão disponíveis nas Casas del Habano e, logo, um amigo avisa: ‘’Leo, consegui uma jarra de San Cristóbal de La Habana Torreón na loja do Meliá Cohiba (um outro luxuoso hotel). Na Quinta y Dezesseis (que é outra loja) ainda deve ter algumas caixas do Rey Del Mundo Exclusivo Cuba. Corre lá!’’. O aviso fazia sentido, pois os maiores aficionados do mundo estavam para chegar em Havana: americanos, europeus, sul-americanos e os mais agressivos compradores, os chinos, como os chineses são chamados pelos cubanos. Vorazes, chegam em pequenos grupos e compram tudo o que conseguem carregar. Depois de um dia de compras, baforadas e papos animados, começo a me preparar para o motivo da minha ida à Cuba: o XVI Festival del Habano. Festas de lançamentos do ano, palestras, visitas às plantações, às fábricas e, lógico, a Feira de Habanos, que reúne os maiores expositores do mundo do charuto... Mas como foi essa história conto para vocês na próxima edição. Até lá e... Boas Baforadas!


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