Revista da SDC nº 06

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ANO 1 / No 6


Direção da revista Mauricio Maia Luiz Guilherme Ourofino Leo Bindes Projeto gráfico e diagramação Fábio Brasil Fotografia Marcelo Conde Alexandre Araújo Capa Gervásio Teixeira / glteixeira.com.br Editor-chefe Mauricio Maia Revisão Aline Canejo Revista voltada exclusivamente para os associados da Sociedade do Charuto Ltda. Atendimento ao cliente atendimento@sociedadedocharuto.com.br (21) 3042 4815 (21) 3042 4816


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EDITORIAL

editorial “Minha vida dá um livro” Poucas pessoas podem afirmar isso com tanta propriedade quanto o nosso entrevistado deste mês, o cubano Arturo Toraño, master blender da fábrica Menendez Amerino e um dos mais conceituados nomes da indústria tabaqueira mundial. Arturo fez parte da Brigada 2506, grupo de exilados cubanos anticastristas treinados pelas forças armadas norte-americanas que participou da tentativa frustrada de invadir o sul de Cuba, em abril de 1961, para derrubar o governo socialista do líder Fidel Castro, no episódio conhecido como Invasão da Baía dos Porcos. Em menos de 72 horas, os combatentes do exílio foram derrotados e acabaram mortos ou presos. O jovem e idealista Arturo foi preso e condenado a 30 anos de prisão pelo crime de traição. Confira essa impressionante história a partir da página 10. Descubra também, nas páginas 14, 15 e 16, todos os segredos do café e entenda por que ele é a bebida preferida de dez entre dez fumadores para acompanhar um puro. E a Copa? Contrariando todas as previsões dos pessimistas do “imagina na Copa”, teve Copa sim. E o megaevento realizado pelo Brasil entrou para história como a Copa das Copas, não só pela felicidade dos gringos que passaram por aqui quanto por aqueles 7 a 1 que nunca mais sairão de nossas lembranças. A taça não é nossa. No entanto, fico com a sabedoria de um amigo: “se o Brasil tivesse ganhado seria bom, mas ter perdido foi muito melhor”. Vida que segue. Mauricio Maia


sumário 05 seleçÕES do mÊS 10 entrevista Arturo Toraño, master blender da Menendez Amerino conta um pouco de sua impressionante história pessoal, e fala sobre a evolução e desenvolvimento do charuto nacional

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14 especialista O barista Emílio Rodrigues revela os segredos da bebida que mais harmoniza com charutos

17 Onde fumar O charme da Domenico Tabacaria, em Porto Alegre

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18 memórias de fumaça Carlos Roberto Marques

19 Próximas seleções Veja o que a SDC reservou para o mês de agosto 17


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SELEÇÕES DO MÊS

Julho


SELEÇÕES DO MÊS Seleção

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Puro Habano

Bolivar Belicoso Fino um ícone cubano Grande sucesso da Habanos S/A, este pequeno torpedo é um dos mais consumidos charutos do mundo. A produção atual é supervisionada pela fábrica Partagás, e somente os melhores torcedores estão autorizados a produzi-los. A mistura, composta de folhas da região de Vuelta Abajo, deixa este puro cubano carregado de sabores e torna o Bolivar Belicoso Fino especialmente apreciado pelos fumantes mais experientes. Com boa queima e excelente produção de fumaça, o Bolivar Belicoso Fino é um charuto icônico, digno representante da gigante Bolivar, que caracteriza-se por ser uma das marcas com maior força e sabor da Habanos.

Origem Marca Nome comercial

Cuba Bolivar

Belicoso Fino

Romeo y Julieta Belicoso uma experiência verdadeiramente intensa de fumar Alguns dizem que este Romeo y Julieta é tímido e precisa adquirir força. Ousamos discordar. É um charuto suave, doce, maduro e cheio de aroma. Construído com grande habilidade e precisão, características da fábrica, possui queima satisfatória e desenvolve um rico sabor cremoso. A fumada, equilibrada e aromática, produz uma fumaça densa e ondulante. Sua suavidade e estrutura de apoio o tornam um bom charuto para os fumantes intermediários. Embora o Romeo y Julieta Belicosos seja um charuto leve, proporciona uma experiência verdadeiramente intensa de fumar.

Origem Marca

Cuba Romeo y Julieta

Nome comercial

Belicosos

Formato

Figurado

Formato

figurado

Vitola

Pirâmide

Vitola

Pirâmide

Apresentação

Caixa com 25 unidades e cabinet com 25 unidades

Apresentação

Medidas

140,0mm de comprimento por 20,64mm de anel calibrador

Medidas

140,0mm de comprimento por 20,64mm de anel calibrador

Calibre

Grosso (cepo 52)

Calibre

Grosso (cepo 52)

Força

4/5 (forte)

Força

Caixa com 25 unidades

3/5 (suave a médio)


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SELEÇÕES DO MÊS Seleção

Montecristo No. 5 o companheiro de todas as tardes Não se deixe enganar pela aparência modesta do Montecristo No. 5. Sua fumada agrada ao paladar e permite apreciar plenamente os sabores equilibrados e aromáticos da clássica mistura Montecristo em apenas 30 minutos. A amargura subjacente do início da fumada é agradavelmente substituída e em pouco tempo o sabor se torna suave, transformando o Montecristo No. 5 em um charuto leve e muito prazeroso, cuja queima regular produz ricas colunas de fumaça branca. Curto em tamanho, o Montecristo No. 5 é um charuto acessível e perfeito para fumar durante aquele cafezinho na parte da tarde.

Origem Marca Nome comercial Formato Vitola Apresentação

Cuba

Volta ao Mundo

Romeo by Romeo y Julieta o mais forte e complexo Romeo y Julieta dominicano Feito com os mais raros e melhores tabacos cuidadosamente selecionados, os charutos Romeo by Romeo y Julieta são meticulosamente trabalhados por uma equipe especial dos artesãos mais talentosos da prestigiada fábrica Tabacalera de García, em La Romana, na República Dominicana. Chama a atenção a bela e oleosa capa, feita da folha Select Escuro Equatoriana Habano, que é escolhida a dedo por sua cor escura e sabor marcante. Somado a isso, a corajosa mistura de folhas dominicanas de seu miolo fazem do Romeo o mais forte e complexo Romeo y Julieta não cubano. Com queima espetacular e sabor levemente apimentado, cinza consistente e uma fumada com corpo, o Romeo by Romeo y Julieta Churchill é um charuto que impressiona por seu equilíbrio.

Montecristo

Montecristo Nº5 Parejo Petit Corona Caixa com 25 ou 10 unidades e petaca de papelão com 5 unidades

Origem Marca Nome comercial Formato Vitola Apresentação

Republica Dominicana Romeo Y Julieta

Romeo by Romeo y Julieta Churchills Parejo Caixa com 20 unidades

Medidas

102,0mm de comprimento por 15,87mm de anel calibrador

Medidas

176,0mm de comprimento por 22,22mm de anel calibrador

Calibre

médio (cepo 40)

Calibre

Grosso (cepo 56)

Força

3/5 (médio)

Força

3/5 (médio)


SELEÇÕES DO MÊS Seleção

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Nacional

Dona Flor Churchill Mata Fina

Dannemann Artist Line Panatela Mata Fina

o Churchill nacional

tradição e qualidade

A linha Dona Flor, da Menedez Amerino, é produzida por dois dos mais respeitados mestres da indústria tabaqueira, Felix Menendez e Arturo Toraño. O Dona Flor Churchill Mata Fina é mais um grande sucesso da dupla de cubanos e tornouse um dos mais populares charutos brasileiros nos países europeus, em grande parte devido ao aumento do tabaco Mata Norte nas misturas, que adiciona um pouco de complexidade para a suavidade do Mata Fina. Elegante, possui sabor médio e agradável aroma. Com queima regular, é doce, suave e maduro durante toda a fumada.

A linha Artist Line, da brasileiríssima Dannemann é, para muitos, a que detém a melhor mistura de tabaco entre os charutos premium nacionais. Um sabor encorpado, forte aroma e um certo temperamento picante é garantido no Dannemann Panatela Mata Fina. Possui sabor intenso, mas também harmonioso. O aroma a frio impressiona. A capa – belíssima e quase perfeita – e a rica mistura do enchimento proporciona uma fumada rica e equilibrada, que parece se encaixar bem neste charuto longo. Resultado de uma rica tradição de família com o tabaco de maior qualidade do Brasil. Por isso, algumas pessoas podem sentir uma reminiscência de Cuba, aqui.

Origem

Origem

Brasil

Marca

Dona Flor

Marca

Nome comercial

Dona flor Churchill

Nome comercial

Formato Vitola Apresentação

Parejo Churchill Caixa com 25 unidades e petaca com 5 unidades

Formato Vitola Apresentação

Medidas

165,0mm de comprimento por 17,5mm de anel calibrador

Medidas

Calibre

Médio (cepo 44)

Calibre

Força

3/5 (médio)

Força

Brasil Dannemann

Dannemann Panatela Mata Fina Parejo Panatela Caixa com 25 unidades

140,0mm de comprimento por 15,87mm de anel calibrador Fino (cepo 40) 3/5 (médio)


Existem charutos que são muito bons, existem grandes charutos e existem charutos Exclusivos.

Padrón 1964 Anniversary Series Diplomatico Maduro

Origem Nicarágua

A série Padrón 1964 Anniversary foi introduzida em 1994 para comemorar o 30º aniversário da Padrón Cigar Company, e o Diplomático Maduro figurou na lista Top25 de 2013 da revista Cigar Aficionado. Todos os tabacos utilizados nestes charutos são envelhecido por, no mínimo, quatro anos, criando um sabor suave e complexo.

A SDC tem mais uma opção de associação para você – a Seleção Exclusivos. São quatro seleções por ano: fevereiro, maio, agosto e novembro, sempre dois charutos de altíssimo padrão. No mês de maio, os Exclusivos são: Behike 52 e Davidoff Puro d’Oro Gigantes. Assim como a Seleção Puros Habanos, Seleção Volta ao Mundo e a Seleção Nacionais, para receber a Seleção Exclusivos basta inscrever-se em nosso site (www.sociedadedocharuto.com.br). Para qualquer dúvida, ligue para o telefone 0800-0206702 ou mande um e-mail para contato@sociedadedocharuto.com.br.

Todos os meses a SDC seleciona e entrega em casa os charutos para seus associados. Existem três níveis de associação mensal: Seleção Puros Habanos, composta de três charutos cubanos, Seleção Volta ao Mundo, com três charutos oriundos de qualquer parte do mundo e Seleção Nacional, constituída por quatro charutos produzidos no Brasil. Os critérios para a escolha dos charutos para a Seleção Mensal são qualidade, variedade em tipo, origem e procedência. Junto com os charutos, o associado recebe a revista da SDC. O associado sabe com antecedência qual é a próxima seleção por meio do site, da newsletter e da revista. O associado pode suspender ou cancelar o recebimento da sua Seleção sempre que desejar. Não há taxa de associação. As entregas são feitas sempre a partir do dia 20 de cada mês, podendo estender-se até a primeira semana do mês seguinte.


ENTREVISTA

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arturo toraño Por Mauricio Maia - fotos Diogo Brasileiro

Dono de uma impressionante história pessoal, o atual master blender da Menendez Amerino fala à SDC Na madrugada do dia 17 de abril de 1961, sete navios militares entraram na Baía dos Porcos, na costa sul de Cuba. Transportavam uma tropa com cerca de 1.400 cubanos exilados, treinados e patrocinados pelas forças armadas norteamericanas. O objetivo da invasão era derrubar o recém-formado governo comunista de Fidel Castro. Três dias após o desembarque, os soldados anticastristas foram derrotados. O episódio ficou conhecido como a Invasão da Baía dos Porcos e deixou, segundo o governo de Cuba, 176 mortos,

300 feridos e mais de mil invasores prisioneiros. Entre os prisioneiros, estava o jovem Arturo Toraño, hoje diretor e master blender da brasileira Menendez Amerino. Aos 79 anos, “Seu” Arturo, como é tratado na cidade de São Gonçalo dos Campos, onde tem sede a fábrica nacional Menendez Amerino, está há quase três décadas no Brasil. Aqui, casou-se com a baiana Maridalva, sua segunda esposa. Simpático e invariavelmente com um charuto no canto da boca, Arturo Toraño recebeu nossa equipe para falar de seu trabalho à frente da Menendez e do desenvolvimento do charuto premium brasileiro. Nascido na capital cubana, em 1935, a vida de Arturo Toraño, assim como a de seu primo Félix Menendez, é indelevelmente ligada ao tabaco. Oriundo de uma família espanhola, seus pais e tios eram proprietários de uma empresa de fumo na privilegiada região de Pinar del Rio. Ainda adolescente, disse ao pai que não queria prosseguir com os estudos e que gostaria de começar a


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ENTREVISTA

trabalhar no negócio da família. “No dia seguinte, ele me acordou às 5 horas da manhã e me deu a primeira tarefa: varrer todo o armazém. Foi assim que comecei. E não parei mais”, diz Toraño, sorrindo. Ele conta que sempre se interessou pelo processo de beneficiamento do fumo. Assim, foi acompanhando de perto a fabricação que descobriu a arte de confeccionar os desejados charutos. No entanto, seus sonhos foram interrompidos em 1959, quando Fidel Castro tomou o poder e estatizou todas as empresas cubanas. “Minha família foi obrigada a deixar Cuba, após perder todos os seus bens. Fomos para Miami”, lembra. Em Miami, Arturo não teve dúvidas em fazer campanha contra o regime de Fidel. Em abril de 1960, após tomar conhecimento de que a CIA estava recrutando cubanos exilados na cidade norte-americana, ele decidiu participar da luta

armada. “Todos o planejamento, o treinamento e as operações militares foram conduzidos pela CIA”, diz Arturo. O plano de invasão foi lançado em abril de 1961. Mas a arriscada operação terminou em fracasso. As forças armadas cubanas derrotaram os exilados em 72 horas e a maior parte dos agressores se rendeu. O assunto, evidentemente, faz o clima ameno da entrevista mudar. Sem parar de falar, Seu Arturo corrige, com um velho isqueiro, a queima do seu charuto. Depois disso, dá uma profunda puxada, baforando a fumaça com vigor. Repete o movimento mais duas vezes, antes de prosseguir. Arturo conta que foi levado para a fortaleza Castillo del Príncipe. “Não havia um tratamento digno ali”, revela, com a voz embargada. Ele diz que, após 1 ano de prisão, houve um julgamento. Em abril de 1962, todos os soldados anticastristas foram condenados a 30 anos de prisão, por traição. “Não achava que fosse sobreviver”, conta. Ainda segundo Toraño, os que não foram mortos no


ENTREVISTA

Castillo del Príncipe tiveram os preços de sua liberdade fixados pelo governo de Cuba. E estes variavam conforme a importância do prisioneiro. “Minha liberdade custou 50.000 dólares, que foram pagos pela CIA”, afirma. “No total, passei 22 meses preso e vi vários amigos serem executados, outros morrerem de inanição. A comida era pouca e péssima. Emagreci 30 quilos naquele lugar”, conta ele. De volta a Miami, Toraño trabalhou para antigos clientes da empresa de sua família. Contudo, foi em Porto Rico que voltou a fazer o que gostava: cuidar de plantações de fumo. Trabalhou ainda na Nicarágua e na Jamaica. Desembarcou no Brasil em 1978, trazendo na bagagem vasta experiência no negócio de tabaco. “Sua obstinação pela seleção, pela classificação e pela maturação do fumo, agregaram enorme valor ao nosso produto”, afirma Félix Menendez, diretor industrial da Menendez Amerino. O aroma de tabaco no armazém onde são enrolados os charutos perfuma o ar a uma distância considerável. É ali que Arturo Toraño passa a maior parte de seu dia. “No início, eu tomava conta do armazém e cuidava da fermentação do fumo. Hoje, sou o diretor e responsável pelo tabaco da empresa”, comenta. O master blender, que fuma cerca seis charutos por dia, é um entusiasta do produto nacional. “Nosso fumo é muito bom. O Mata Fina é um fumo mais leve, mais aromático e perfumado. O Mata Norte é mais forte, porém é mais doce”, diz ele. Para Arturo, o charuto premium nacional é comparável aos melhores dos mundo. “Se o fumo

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for de boa qualidade e a fermentação correta, é quase certo que se obtenha um bom charuto. A bucha, que é feita com quatro ou cinco folhas, precisa ser de qualidade. Mas é a capa que dá sabor ao charuto. É o mais importante”, ensina. “E, no Recôncavo Baiano, temos tudo isso”, atesta. As comparações com os puros cubanos são inevitáveis. “O charuto cubano atual não mantém a mesma qualidade do passado. Há diferenças”, diz ele. Como exemplo, Arturo explica que o fumo comprado pela casa Menendez y Garcia para fazer o Montecristo ou o H. Upmann mantinha a regularidade ano após ano, já que a empresa comprava sempre das mesmas fazendas. “Hoje, existe uma grande mistura de fumos de diferentes propriedades, pois todas pertencem ao governo cubano. Desse modo, é difícil manter a regularidade. Por isso, em uma caixa de charutos cubanos, nem todos os puros exibem a mesma qualidade. Alguns são muito bons e outros deixam a desejar”, esclarece o especialista. Para Arturo, a fermentação tem uma importância vital na qualidade do charuto. Segundo ele, é necessário aguardar o ciclo natural da planta para cortá-la. Depois de secas, as folhas são empilhadas e sofrem a influência do clima. “A fermentação leva de 12 a 14 meses. Quando chove muito, o fumo fica mais lavado e precisa de menos tempo de fermentação. Mas, quando há seca, é necessário deixar fermentando mais tempo”, atenta. Segundo o cubano, na Bahia a fermentação é mais difícil que em Cuba. “Lá, assim como na Nicarágua e em Honduras, a plantação é irrigada. Aqui não”, ele diz. Outra diferença que aponta é que, em Cuba, não se cortam os pés da planta. Colhe-se folha por folha. “Em nossa plantação, não deixamos isso acontecer. Mas os agricultores vizinhos não têm esse cuidado e, como temos de comprar deles o fumo para o miolo, a qualidade do charuto pode ficar comprometida”, diz ele, resignado. Foi a Revolução Cubana que fez com que Arturo Toraño viesse parar no Brasil. Hoje, coloca, acima mesmo dos bens materiais, a liberdade como impulso maior do seu trabalho e de sua vida. “Às vezes, esqueço que não nasci aqui. O Brasil tem alguma coisa que atrai, que nos amarra. Apesar do meu sotaque, eu me sinto brasileiro”, conclui, acendendo um novo charuto e fazendo com que o aroma da fumaça volte a perfumar o ar.


O mais carioca do Centro do Rio Bem no Centro do Rio, você encontra um restaurante do jeitinho que o carioca gosta: cerveja geladíssima, comida boa e papo agradável.

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Todos os cartões são aceitos. Não abrimos aos domingos e feriados.


ESPECIALISTA/BARISTA ENTREVISTA

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emílio rodrigues Por Luiz Guilherme Ourofino

“Existe um momento da qualidade do café que precisa ser entendido e colocado na xícara” O barista Emílio Rodrigues é um estudioso mineiro nascido na pequena cidade de Ervália, a 259 Km de Belo Horizonte. Aos 46 anos de idade e solteiro no Rio de Janeiro, conta que, após ter largado um curso de doutorado em psicologia na Europa, viajou pelo mundo para conhecer e aprender tudo sobre essa semente que tanto fascina a humanidade, o café. A paixão foi tanta que transformou a sua própria casa, em Santa Teresa, um dos bairros cariocas mais charmosos, numa requisitada escola para formação de baristas, além de prestar consultoria para pessoas e empresas que desejam montar suas próprias cafeterias. Foi nesse ambiente ladeado por imagens, louças, máquinas e um aroma marcante de café, e contemplando uma vista espetacular e privilegiada da cidade do Rio de Janeiro, que gentilmente nos concedeu esta entrevista. Afinal,o que é ser barista? De maneira bem resumida, poderíamos dizer que barista é a pessoa responsável por fazer o café. É certo, porém, que na cadeia produtiva do café, diversos profissionais atuam. Desde o produtor, da pessoa que o colhe, da que o classifica ao do degustador do café, e do mestre de torra. O café é um processo, e o barista é a última pessoa que vai tocar nesse café antes de ele ser servido ao consumidor final. Se ele


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ESPECIALISTA/BARISTA

desconhece o processo produtivo, ou o desrespeita, põem o trabalho de toda essa cadeia produtiva a perder. Assim, o barista é a pessoa que entende os processos do café, desde a produção até a xícara. Esse profissional deve ter a capacidade e a sensibilidade de perceber quais são os fenômenos que atuam sobre a qualidade do café, respeitando-os. Fale-nos um pouco sobre você, Emílio Rodrigues. Nasci numa pequena cidade de Minas Gerais, chamada Ervália, e mudei-me para o Rio de Janeiro ainda pequeno. Tenho 46 anos e sou psicólogo por formação. Cheguei a cursar um doutorado na Europa. Doutorado na Europa? Foi um período difícil de minha vida, pois tive que interromper os estudos e voltar ao Brasil para cuidar de minha mãe, que estava bem doente. Com o passar do tempo, e com o intuito de espairecer a mente, indicado por um amigo, me inscrevi num curso do Sebrae. A ideia era tirar um pouco o foco da doença dela. O curso que escolhi foi o de empreendedorismo. Nada a ver com café até então. Terminado o curso, que durou apenas duas semanas, percebi que a informação obtida tinha mais de mim do que os últimos quatro anos estudados num doutorado na Europa. Largou tudo? Não tive dúvida. Chutei o pau da barraca e passei a me dedicar à construção de um plano de negócios de uma delicatéssen, com vistas a obter recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), via Sebrae. A ideia por trás era a de viabilizar o meu retorno definitivo ao Brasil e conhecer melhor o meu país. Eu me dei conta de que não conhecia o Brasil quando morei no exterior. Uma delicatéssen? Pelo jeito, estamos nos aproximando do café. A ideia da delicatéssen era de um empório para que eu pudesse viajar pelo interior do Brasil e buscar coisas para essa loja. Imaginava uma cocada ou um doce de queijo, algo do tipo. Em primeiro lugar, visitei a minha cidade natal, Ervália, de onde saí bem cedo, e descobri que lá não encontraria nada daquilo, pois a única coisa que se produzia naquele município era café. Na cidade, havia uns primos, que sequer conhecia pessoalmente, que plantavam café. Vim a descobrir que produziam um café de qualidade. Inclusive tinham ganhado prêmios internacionais. Não pensei duas vezes e me ofereci para representá-los no Rio de Janeiro. Foi aí que o café surgiu na sua vida? Sim. Isso. A ideia da delicatéssen foi ficando para trás e passei a me dedicar em comercializar diversos produtos, como tomate seco, alcaparras,

champignon, e claro, café. Acontece que, sem que eu percebesse, o café foi dominando a minha atividade até que em, dado momento, passei a trabalhar exclusivamente com ele. Mas e o barista? Surgiu em que momento? Naquela fase da minha vida, quando comercializava os produtos dos meus primos de Ervália, percebi que um café de excelência saía da fazenda. Porém esse mesmo café não chegava com a mesma alta qualidade na xícara do consumidor final, pois havia uma falha no processo. Mais tarde, entendi que o café é uma bebida tão delicada, tão cheia de nuances, tão sensível, que o simples fato de fazê-lo pode ser comprometido por mãos inábeis, que não estão preparadas para manipulálo. Essa figura que manipula o café é o barista, profissional em que me tornei há aproximadamente 12 anos. Era uma época em que a expressão barista ainda era bem desconhecida do público em geral. Falemos sobre a importância histórica do café. Quando iniciei meus estudos fiquei muito impressionado, porque desconhecia a importância histórica que o café tem como bebida para o Brasil, mas também para a própria humanidade como um todo. O café é a terceira bebida mais consumida do mundo, atrás apenas da água e do chá consumido pelos chineses e indianos – o

que já dá metade da população do planeta (risos). A entrada do café no continente europeu coincide com a Revolução Francesa, com a Revolução Industrial. As cafeterias eram utilizadas como ponto de encontro dos intelectuais, das pessoas que movimentaram as ideias daquela época, das pessoas que mudaram a história do mundo. Hoje, o café é avidamente consumido pelos países mais ricos e civilizados do planeta. Os maiores consumidores per capita, por exemplo, são os nórdicos. Holandeses, finlandeses e dinamarqueses, entre outros. E o café que bebemos no Brasil? Muito ruim. É muito triste se constatar que a qualidade do café que se toma no Brasil é bastante ruim. Além disso, o brasileiro tem profundo desconhecimento a respeito dessa bebida. Talvez seja mais fácil você encontrar no Brasil pessoas que conheçam bem sobre vinhos, azeites ou, até mesmo, charutos do que cafés. Então nosso café é ruim? Não é isso. A questão é que 70% da produção de café mundial não é de qualidade, mas é comercializado, sendo manipulado pela indústria esse escoamento. Infelizmente coube a nós, brasileiros, e à América do Sul como um todo, mesmo sendo grandes produtores de café, sermos também os consumidores de cafés de baixa qualidade. Ao grande público, é oferecido o café chamado de “escolha”, na


ESPECIALISTA/BARISTA verdade o que sobra da produção. O café que compramos em supermercados é de baixo padrão? Ao público geral, nas gôndolas de supermercados, você não vai encontrar cafés de qualidade. O principal fenômeno que ocorre com um café depois de torrado chama-se volatilidade, a qual perdura entre 30 a 45 dias – isso se bem empacotado. Quero dizer que, após 45 dias, as qualidades essenciais do café torrado se esvaem. Após a torra, vem a moagem. Uma vez esse grão sendo moído, o processo de volatização é muito rápido. Dura, no máximo, 30 minutos. Após 30 minutos de moído, o café perde totalmente as suas características. Assim, a ideia de comprar um café moído empacotado na gôndola de um supermercado acaba com a ideia de qualidade. É como beber um refrigerante aberto por muito tempo ou uma cerveja exposta ao sol. Não há a menor possibilidade de se beber um café de qualidade depois de muito tempo exposto num supermercado. O que fazer então? O ideal seria que as pessoas comprassem o café em grãos, porém já torrado, e tivessem moinhos em casa. Existem moinhos bem simples, até manuais. À medida que pretendessem beber um café, poderiam moer a quantidade suficiente para ser utilizada de pronto. Mas e o café de excelência da fazenda do seu primo, por exemplo? Existem regiões do Brasil onde o café tem características muito peculiares, como o Chapadão do Ferro no Cerrado mineiro; a própria produção dos meus primos; o Caparaó, que é uma área com características bem interessantes de complexidade aromática... Mas elas todas são bem desconhecidas do público em geral. Devemos ter em mente que não é apenas uma questão de localização geográfica. É também, e muito, o resultado de um trabalho benfeito, buscando-se a excelência. Mas o Brasil é o maior produtor de café do mundo, não? Sim. Apesar de o Brasil ser o maior produtor de café do mundo, o café brasileiro é utilizado na indústria, em larga escala, para a “blendagem”. Pode-se dizer que toda xícara de café no mundo tem café brasileiro. Um terço do café vendido no mundo é café brasileiro. Isso acontece porque o café brasileiro é considerado muito doce ou suave. Então, serve para contrastar com a acidez de outros cafés, como os colombianos, ou corrigir características muito exóticas, como as dos cafés quenianos e etíopes. Por isso, é utilizado na formulação desses blends. Quando pensamos em qualidade de charutos, pensamos em Cuba. É uma referência. Quando você olha para o café, o que pensa? A moda agora nos Estados Unidos é o café do Quênia. Mas, como eu disse, é um modismo. Na verdade, existem países no mundo reconhecidos pela qualidade de seu café, como Guatemala, Costa Rica, Etiópia, Quênia, Colômbia, Honduras e Nicarágua e, claro, Brasil. Para se ter uma ideia, na Colômbia o café é uma questão de identidade nacional. Se quiser atingir um colombiano, é só falar mal de seu café. Nós, charuteiros, adoramos dar nossas baforadas acompanhadas de um bom café. Que tipo de café nos aconselharia beber para acompanhar um charuto? A questão não é bem o tipo de café, e sim o modo de extração. Digo isso porque,

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no Brasil, não importa onde esteja, dificilmente será bebido um café que não seja brasileiro. Assim, se pensarmos em um café expresso, por exemplo, que é uma das formas de seu preparo, teríamos o ristretto (15ml), o curto (25ml), e o expresso brasileiro (50ml). As quantidades de água e de pó de café variam a cada tipo de tirada. Para os charutos mais fortes, aconselharia o ristretto. Já para os mais fracos, o expresso brasileiro. Nos restaurantes, normalmente encerramos a refeição com uma xícara de café. Que pensa disso? Acho que os restaurantes, de modo geral, e em especial os mais finos, não dão o real valor ao café. Cerca de 70% das pessoas que almoçam em restaurantes pedem um cafezinho após a refeição. É comum vermos um restaurante de alto padrão oferecer um café ruim ao final. Uma das principais características do café em restaurantes é ser fidelizador de clientes, apesar de os donos dos estabelecimentos não terem essa consciência, pois a lembrança que você leva para casa é a do gosto de um bom café, o qual perdura por até 40 minutos. E, para finalizar, o que deseja destacar mais sobre o café? O café é algo muito particular. Existe um momento da qualidade do café que precisa ser entendido e colocado na xícara. Esse é o trabalho máximo do barista especializado nessa bebida tão delicada.


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ONDE FUMAR

domenico uma tabacaria que vai muito além do charuto Com espaço umidor aconchegante e atendimento diferenciado, a Tabacaria Domenico tem se tornado ponto de encontro dos aficionados de Porto Alegre e excelente opção para quem está em visita pela cidade Foi em 1999 que Renato Melecchi decidiu criar uma tabacaria diferente de todas que ele já havia frequentado. Assim, surgiu a Tabacaria Domenico, que hoje conta com duas lojas em conhecidos shoppings de Porto Alegre. Os estabelecimentos oferecem um universo que vai muito além do charuto propriamente dito. Os confrades encontram não somente uma grande e seleta variedade de puros como também os mais requintados presentes masculinos, os quais fogem do lugar comum da trinca camisa-meia-cinto. “Vendemos jogos de xadrez, damas, gamão, dardos, baralhos, peças de bilhar, relógios suíços e artigos de couro, entre acessórios para os charuteiros, como isqueiros e umidores. Todos de marcas conceituadas como Army, Cross e Zippo”, cita Melecchi. Única na Região Sul a ter o digníssimo selo Especialista en Habanos, concedido por Cuba por meio do seu distribuidor exclusivo no Brasil, a Emporium Cigars, a rede tem como diferenciais a qualidade e o rigor no armazenamento dos charutos. Tudo isso aliado a um atendimento diferenciado, que proporciona ao fumador o clima necessário para se degustar um bom puro. “O quadro de funcionários é o mesmo há muitos anos e, por isso, eles conhecem nossa filosofia, o mercado e a preferência dos clientes”, diz o proprietário, que também possui um cadastro no qual anota

o eleito de seus confrades. Bem-humorado, ele conta ainda que existe um tempero a mais para conquistar o público. “Sem dúvida, é o estilo gaúcho de atender”, atesta. O desafio da tabacaria é buscar constantemente novidades em produtos e serviços. Nos últimos quatro anos, a Domenico tem oferecido, em parceria com a Emporium Cigars, um concorrido coquetel que conta com a presença de um torcedor de charutos cubano, profissional responsável pela arte de enrolar um puro cubano. “A ideia é que nossos clientes possam apreciar a confecção dos charutos, entendendo o processo de enrolamento e até degustá-los logo em seguida. Deu tão certo que é bem provável repetir a dose, ainda este ano”, considera o empresário. Já o fumoir é uma atração à parte. É lá que, entre uma baforada e outra de marcas como Cohiba, Montecristo, Romeo y Julieta ou Partagas, boas histórias acontecem. “Durante a Copa do Mundo, clientes de várias nacionalidades se reuniram aqui para assistir aos jogos. O assunto principal, claro, foi o charuto. Tinha americano, francês, holandês, argentino e brasileiro. A porta ficou aberta e a diversidade de línguas tomou conta da loja, atraindo mais gente. Foi contagiante!”, relembra. Assim como este, diversos outros causos já aconteceram entre as paredes do fumoir da Domenico, um local agradável onde o apreciador de charutos pode relaxar tomando um drinque e em companhia de pessoas bacanas. Domenico - www.domenicotabacos.com.br (51) 3338-2977 (Shopping Iguatemi) / (51) 3028-2906 (Shopping Moinhos).


MEMÓRIAS DE FUMAÇA

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o meu encontro com o puro

Por Carlos Roberto Marques

foi amor à primeira vista Para falar do primeiro encontro com esse produto que tanto apreciamos, é preciso retroagir ao início dos anos 1990. Nesse período, eu emigrei temporariamente para os Estados Unidos, a fim de fazer uma espécie de intercâmbio acadêmico. Matriculeime no curso de Business Law oferecido pelo Suffolk Community College of New York e passei a residir na cidade de Southampton. Lá, fui apresentado a um inglês, que era proprietário de um banco de investimentos com a filial em Manhattan, para quem passei a trabalhar em regime part-time. Eu trabalhava em sua residência, mas, pelo menos, uma vez por semana viajávamos para Manhattan para cumprir agenda de reuniões. Em um desses deslocamentos, Mr. Taee sacou um objeto do seu bolso, cortando-o e acendendo-o com elegância e indisfarçável satisfação. O aroma tomou conta do interior de seu clássico Range Rover pois, de costume, só abria o teto solar daquele espetacular veículo quando fumava. Obviamente, não era proveniente da ilha de Cuba. Vigia, à época, o embargo norte-americano aos produtos cubanos. Explicou-me que era um charuto da marca Davidoff, seu brand preferido. Não me recordo bem a vitola, mas o cigar era parecido com o atual Davidoff Aniversário nº 03. O jovem banqueiro deu acesso livre à sua bela caixa umidora, de mogno marrom, que passei a visitar semanalmente até o banco encerrar as atividades em Nova York e a família inglesa retornar para o seu país de origem. Ainda permaneci nos EUA por alguns meses e retornei logo após a Copa do Mundo de 1994, em que a nossa seleção sagrou-se tetracampeã. Aqui no Brasil, notadamente no Rio de Janeiro, nunca logrei encontrar com facilidade os charutos da marca Davidoff. Confesso que meu contato com os charutos após meu retorno passou a ser esporádico, especificamente nos eventos festivos, como réveillon, nascimento de um filho ou outras comemorações. Durante algum tempo, preferia o cachimbo, por influência de um conhecido professor de direito tributário, do qual tive a honra de ser aluno em um curso de extensão por ele ministrado em seu escritório de advocacia. Certa vez, indaguei ao ilustre professor onde teria adquirido os aromáticos fumos do cachimbo que costumeiramente usava enquanto dava aula (bons tempos!). Respondeu-me que era na tabacaria Gryphus, localizada na

esquina da Rua Gonçalves Dias com Buenos Aires, loja que passei a visitar com frequência apenas para adquirir os fumos para “cachimbar”. Em uma dessas visitas, há aproximadamente oito anos, percebi algumas pessoas, todas sentadas em um canto da aconchegante loja, onde conversavam animadamente enquanto degustavam seus charutos de variadas marcas. Aproximei-me e fui gentilmente recepcionado por um advogado aposentado, carinhosamente chamado por todos de Chico Lago. Sugeriu que eu me sentasse e compartilhasse aqueles momentos de prosas diversas. Subitamente, veio-me à lembrança o Davidoff, que não foi possível adquirir porque a variedade naquela tabacaria não era das maiores. Fumei, então, um pequeno Quintero e passei a frequentar a Gryphus todas as sextas-feiras após o meu expediente de trabalho. Conheci naquela cinquentenária e saudosa tabacaria quase todos os meus amigos charuteiros, entre eles Luiz Guilherme, Maurício Maia e Leo Bindes. O último passou a nos apresentar uma variedade de charutos cubanos que arrefeceram a minha saudade do Davidoff, mas jamais consegui esquecê-lo. Certa vez, o Leo nos brindou com uma pequena caixa do Davidoff, que degustamos prazerosamente juntos. Tiramos inclusive uma foto que guardo com muito carinho. É claro que gosto muito das marcas cubanas, e essa responsabilidade eu atribuo ao Bindes. Meus preferidos são o Montecristo Edmundo e o Partagas Série P nº 2, mas não hesitarei em optar pelo Davidoff Aniversário nº 3 se tiver que decidir entre eles. É elegante e tem ótimo acabamento. Seu fluxo não é muito solto ou demasiadamente preso, do jeito que gosto. O paladar é médio. No ano passado, estive em Nova York e visitei a loja da Davidoff em Manhattan, localizada na 515 Madison Avenue, East Side. Belíssima e sofisticada. Evidentemente, comprei alguns charutos, não obstante o preço, mesmo nos EUA não fosse dos mais baratos, mas o prazer que ele proporciona é inesquecível. É o que sinto, apesar de reconhecer que os cubanos são mais aromáticos e, de certa maneira, mais saborosos. Quem não experimentou experimente e faça o seu julgamento, mas não espere um charuto de pegada muito forte, salvo se for o Puro D’Oro, com a sua incomparável capa escura e anilha dourada. Abraços e boas fumadas.

Carlos Roberto Marques é servidor do TJERJ, Mestre em Direito Tributário e Professor de Direito da UCAM


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